Congresso Centenário do Turismo em Portugal

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CONGRESSO DO CENTENÁRIO DO TURISMO EM PORTUGAL Sociedade de Geografia de Lisboa 12, 13, 14 e 16 de Maio de 2011



ÍNDICE Apresentação

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Comissão de Honra

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Comissão Nacional

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Membros Executivos e Entidades Aderentes

Objectivos

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Turismo. Um Congresso há 100 Anos 15 Programa do Congresso do Centenário 47 Uma Cronologia

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FICHA TÉCNICA

Congresso do Centenário ORGANIZAÇÃO EXECUTIVA:

APOIO INSTITUCIONAL:

PARCEIROS:

MEDIA PARTNERS:

DESIGN DO APONTAMENTO EXPOSITIVO “TURISMO. UM CONGRESSO HÁ 100 ANOS...”: André Maranha SECRETARIADO:

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Livro do Congresso TEXTO INSTITUCIONAL Jorge Mangorrinha – Presidente da Comissão Nacional do Centenário do Turismo em Portugal TEXTOS TEMÁTICOS Álvaro Costa de Matos | Ana Homem de Melo | Cecília Gonçalves | Jorge Mangorrinha | Jorge Trigo | Pedro Bebiano Braga | Pedro Mesquita | Rita Correia DESIGN MHP Design REVISÃO António Massano IMPRESSÃO E ACABAMENTO Título Genuino TIRAGEM 600 Unidades DEPÓSITO LEGAL 327857/11 ISBN 978-989-20-2451-6

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APRESENTAÇÃO

Celebrar o centenário da institucionalização do Turismo em Portugal é uma viagem no tempo e no espaço, pela história e pelos recursos humanos e turísticos do nosso país. Durante este ano, através de encontros científicos e técnicos e de publicações e viagens organizadas, esta celebração tem sido, e será, uma partilha de conhecimento entre todo um país que se mobiliza. O turismo é de todos e para todos, e quisemos que muitos se unissem, comemorando a institucionalização do sector, pela primeira vez desde 1911, na orgânica de um Estado já republicano, mas para tal, contribuíram importantes acções no final da Monarquia, designadamente a criação da Sociedade Propaganda de Portugal, em 1906, cujos objectivos passavam por promover o “desenvolvimento intelectual, moral e material do país” e, principalmente, esforçar-se por que ele fosse “visitado e amado” por nacionais e estrangeiros. Estavam, assim, lançadas as bases para novos voos que dariam a Portugal períodos e momentos marcantes na arte de viajar e bem receber, em sintonia com a evolução da sociedade nos seus diferentes aspectos. Esta viagem secular tem origens no “tour”, no termalismo e no apelo da beira-mar e da montanha. É uma história que, através dos tempos, nos apresenta um significativo crescimento do número de viajantes e de destinos e produtos turísticos, período durante o qual se imitaram modelos, mas também se beneficiou da inovação nas artes, ciências e tecnologias directamente ligadas a uma actividade que passou a ser de muitos mais. Uma ponte entre duas margens, uma estrada que se rasga, um aeroporto ou uma fronteira que se abrem são sempre novos estímulos para o desenvolvimento de uma região e da sua actividade turística. Basta que sejam acompanhados pela plena integração das populações residentes e de novos equipamentos em sítio certo, para que o turismo exerça o seu papel de valorização de heranças e saberes.

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Apresentação


O desafio de hoje consiste em aperfeiçoarmos os transportes, os alojamentos e todo o tipo de oferta turística complementar, mas também em regular-se o fluxo de procura e a capacidade de carga do território e apostar-se nos desafios da inovação e do desenvolvimento de novos produtos, da sustentabilidade, das redes do conhecimento e das políticas coordenadas e prioritárias na investigação para o turismo ao serviço dos actores públicos e privados. São precisas estratégias continuadas para atrair a atenção e despertar o desejo. Os meios de promoção são cada vez mais sofisticados e acessíveis, na descoberta de cidades, sítios e regiões, visitas e circuitos temáticos, artísticos, gastronómicos e itinerários históricos, que apelam a um maior contacto com a natureza e as populações, procurando criar a ilusão de que se é mais “viajante” que “turista”. Portugal espera pela visita. E espera, também, que, sob o signo destes 100 anos cumpridos, possamos homenagear quem nos deixou um legado. Desde investidores, estadistas, técnicos e intelectuais, que se dedicaram ao turismo de um país de beleza única e, por isso, a necessitar da auto-estima dos cidadãos e de novos estímulos de desenvolvimento, para os quais o turismo pode e deve ajudar. Basta olharmos com saber, sonho e ambição para um território de excelência, uma referência para os portugueses, em primeiro lugar, mas também para a comunidade lusófona e para todo o mundo que nos procura por ar, mar e terra. Maio de 2011, Jorge Mangorrinha Presidente da Comissão Nacional do Centenário do Turismo em Portugal

Apresentação

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COMISSÃO DE HONRA

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA | O PRESIDENTE DO GOVERNO REGIONAL DOS AÇORES | O PRESIDENTE DO GOVERNO REGIONAL DA MADEIRA | O CARDEAL-PATRIARCA DE LISBOA | O SECRETÁRIO DE ESTADO DO TURISMO | O PRESIDENTE DA CONFEDERAÇÃO DO TURISMO PORTUGUÊS | O PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE MUNICÍPIOS PORTUGUESES | O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE CASCAIS | O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA | O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DO PORTO | O PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FREGUESIAS | O PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS ENTIDADES REGIONAIS DE TURISMO | O PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DA HOTELARIA DE PORTUGAL | O PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DA HOTELARIA, RESTAURAÇÃO E SIMILARES DE PORTUGAL | O PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE EMPRESAS DE CONGRESSOS, ANIMAÇÃO TURÍSTICA E EVENTOS | O REITOR DA UNIVERSIDADE DE AVEIRO | O REITOR DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA | O REITOR DA UNIVERSIDADE DE LISBOA | O REITOR DA UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO | O REITOR DA UNIVERSIDADE DO ALGARVE | O REITOR DA UNIVERSIDADE DO MINHO | O REITOR DA UNIVERSIDADE LUSÓFONA DE HUMANIDADES E TECNOLOGIAS | O REITOR DA UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA | O REITOR DA UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA | O PRESIDENTE DO CONSELHO TÉCNICO-CIENTÍFICO DO INSTITUTO SUPERIOR DE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO | O PRESIDENTE DO INSTITUTO PIAGET | O PRESIDENTE DO INSTITUTO POLITÉCNICO DE BEJA | O PRESIDENTE DO INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA | O PRESIDENTE DO INSTITUTO POLITÉCNICO DE TOMAR | O PRESIDENTE DO INSTITUTO SUPERIOR DA MAIA | O PRESIDENTE DOCONSELHO TÉCNICO-CIENTÍFICO DO INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS EMPRESARIAIS E DO TURISMO | A PRESIDENTE DO INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS | A PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO ANTÓNIO QUADROS – CULTURA E PENSAMENTO | O PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN | O PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO DE SERRALVES | O PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO INATEL | O PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO ORIENTE | O PRESIDENTE DO CENTRO NACIONAL DE CULTURA | O PRESIDENTE DA SOCIEDADE DE GEOGRAFIA DE LISBOA

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Comissão de Honra


COMISSÃO NACIONAL MEMBROS EXECUTIVOS PRESIDENTE Jorge Mangorrinha Doutorado em Urbanismo pela Universidade Técnica de Lisboa, onde desenvolve investigação para Pós-Doutoramento. Membro do Centro de Estudos do Turismo da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril. Professor Associado da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Quadro Técnico Superior da Câmara Municipal de Lisboa. É autor de diversos estudos e artigos publicados, bem como de intervenções públicas em diferentes países, com particular destaque para o estudo dos efeitos territoriais e turísticos do termalismo. Consultor em ordenamento do território turístico. Foi distinguido com o Prémio José de Figueiredo 2010, da Academia Nacional de Belas-Artes, pela obra O Desenho das Termas: História da Arquitectura Termal Portuguesa (coautoria com Helena Gonçalves Pinto).

VOGAIS Adão Flores Doutorado em Gestão pela Universidade do Algarve. Professor Auxiliar da Faculdade de Economia da Universidade do Algarve. Membro do Centro de Investigação de Turismo e Lazer da Universidade do Algarve. Ana Pereira Neto Doutoranda em Estudos Portugueses – especialização Cultura, na Faculdade de Ciências e Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Professora do Ensino Superior Politécnico na área da Gestão Hoteleira, desde 1984, tendo sido pioneira no ensino da Antropologia do Turismo em Portugal. Neste âmbito, tem publicados alguns trabalhos sobre a temática do consumo cultural. Vice-Presidente da Secção de Turismo da Sociedade de Geografia de Lisboa. Colabora no Centro de História da Cultura da Universidade Nova de Lisboa. Carla Cachola Licenciada em Relações Públicas e Publicidade pelo Instituto de Novas Profissões, e Pós-Graduada em Gestão de Destinos Turísticos pelo Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo. Actualmente, é Directora de Marketing da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal. Tem colaborado em diversos estudos

Comissão Nacional

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publicados e na redacção de artigos de opinião, bem como em intervenções públicas, com particular destaque para o Turismo Interno e Marketing Turístico. Fez e faz ainda parte de diversas comissões organizadoras em eventos de carácter cultural, desportivo e turístico, nacionais e internacionais. Integrou a equipa do Turismo que elaborou a proposta a Revisão do Plano Regional do Ordenamento do Território para a Área Metropolitana de Lisboa. Foi Secretária-Geral da Associação Nacional das Regiões de Turismo. Carlos Mamede Licenciado em Administração Pública Regional e Autárquica e Pós-Graduado em Contabilidade, Finanças Públicas e Gestão Orçamental, com especialização em gestão pública e gestão estratégica das organizações. Vice-Presidente do Conselho de Administração da Fundação INATEL, com competências delegadas nas áreas do Turismo, Termalismo e Hotelaria. Neste âmbito, promoveu a profissionalização do modelo de gestão dos parques de campismo e das unidades hoteleiras da Fundação, assente numa estrutura de gestão regionalizada, na modernização de processos e métodos de trabalho, numa nova visão comercial e no reforço da formação profissional. Funcionário público desde Junho de 1972. Participou em programas nacionais de reforma administrativa (1989, 1995, 2004) e em processos de desburocratização e simplificação administrativa (1997-2007). Presidente do Instituto para a Gestão das Lojas do Cidadão (IGLC), 2001-2006. Foi autarca em Lisboa, coordenador da Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública e membro da Comissão Executiva da CGTP-IN, qualidade em que integrou o Conselho Económico e Social e a sua Comissão Permanente de Concertação Social. José Manuel Simões Doutorado em Geografia pela Universidade de Lisboa. Professor Catedrático e Investigador do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa (IGOT-UL). Presidente da Assembleia do IGOT-UL. Administrador da Fundação da Universidade de Lisboa. Coordenador do núcleo de estudos em “Turismo, Cultura e Território” do Centro de Estudos Geográficos de Lisboa. Coordenador científico do Doutoramento em Turismo do IGOT-UL. Consultor de Planeamento Territorial. Especialista em Turismo, Desenvolvimento Regional e Local, Ordenamento do Território e Urbanismo. Integrou a equipa que elaborou a proposta de Programa Nacional de Política de Ordenamento do Território (PNPOT). Orador convidado em vários colóquios, seminários e congressos e em universidades portuguesas e estrangeiras. Cerca de nove dezenas de títulos publicados, em nome individual e em co-autoria ou colaboração.

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Comissão Nacional


ENTIDADES ADERENTES Administração do Porto de Lisboa | Agrupamento de Escolas de Condeixa-a-Nova | Arte na Linha-Formação Criativa | Associação Comercial de Lisboa – Câmara do Comércio e Indústria Portuguesa | Associação da Hotelaria de Portugal | Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal | Associação das Termas de Portugal | Associação de Profissionais de Turismo em Portugal | Associação Nacional dos Municípios Portugueses | Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos | Biblioteca Nacional de Portugal | Câmara Municipal da Golegã | Câmara Municipal da Lousã | Câmara Municipal da Madalena do Pico | Câmara Municipal da Maia | Câmara Municipal da Moita | Câmara Municipal da Murtosa | Câmara Municipal da Ribeira Grande | Câmara Municipal das Lages do Pico | Câmara Municipal de Abrantes | Câmara Municipal de Albufeira | Câmara Municipal de Alvaiázere | Câmara Municipal de Alvito | Câmara Municipal de Azambuja | Câmara Municipal de Benavente | Câmara Municipal de Braga | Câmara Municipal de Cascais | Câmara Municipal de Chamusca | Câmara Municipal de Elvas | Câmara Municipal de Faro | Câmara Municipal de Gavião | Câmara Municipal de Gondomar | Câmara Municipal de Grândola | Câmara Municipal de Lisboa | Câmara Municipal de Loures | Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros | Câmara Municipal de Marco de Canaveses | Câmara Municipal de Marinha Grande | Câmara Municipal de Marvão | Câmara Municipal de Miranda do Corvo | Câmara Municipal de Montemor-o-Velho | Câmara Municipal de Murtosa | Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis | Câmara Municipal de Palmela | Câmara Municipal de Pombal | Câmara Municipal de Ponta Delgada | Câmara Municipal de Ponte de Lima | Câmara Municipal de Porto de Mós | Câmara Municipal de Porto Moniz | Câmara Municipal de Santa Maria da Feira | Câmara Municipal de Santiago do Cacém | Câmara Municipal de Sesimbra | Câmara Municipal de Sever do Vouga | Câmara Municipal de Sintra | Câmara Municipal de Sobral de Monte Agraço | Câmara Municipal de Vale de Cambra | Câmara Municipal de Viana do Castelo | Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha | Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar | Câmara Municipal de Vila Verde | Câmara Municipal de Viseu | Câmara Municipal do Alvito | Câmara Municipal do Porto | Casal da Eira Branca | Centro de Estudos de Desenvolvimento Turístico do Instituto Superior da Maia | Centro de Estudos Geográficos do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa | Centro de Estudos Geográficos e de Ordenamento do Território das Universidades de Coimbra, Porto e Minho | Centro de Estudos Transdisciplinares para o Desenvolvimento da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro | Centro de Investigação em Turismo e Lazer da Universidade do Algarve | Centro de Pesquisa e Estudos Sociais da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias | Centro Nacional de Cultura | Centro Tecnológico das Instalações e dos Equipamentos da Saúde | Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, I.P. | Clube dos Entusiastas do Caminho-de-Ferro | CP – Comboios de Portugal | CTT - Correios de Portugal | Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial da Universidade de Aveiro | Departamento de Gestão Turística e Cultural da Escola Superior de Gestão do Instituto Politécnico de Tomar | Departamento de História do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho | Direcção Regional de Turismo da Madeira | Direcção Regional de Turismo dos Açores | EGEAC/Museu do Fado | Escola Profissional Amar Terra Verde | Escola Secundária de Vila Verde | Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Coimbra | Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa | Faculdade de Ciências e Tecnologias da Saúde da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias | Faculdade de Ciências Naturais, Engenharias e Tecnologias da Universidade Lusófona do Porto | Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias | Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa | Forum Empresarial da Economia do Mar | Fundação António Quadros–Cultura e Pensamento | Fundação Calouste Gulbenkian | Fundação de Serralves | Fundação INATEL | Fundação Oriente | Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico | Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo | Instituto Piaget | Instituto Politécnico de Beja | Instituto Superior de Administração e Gestão | Instituto Superior de Ciências Empresariais e do Turismo | Instituto Superior de Educação e Ciências | Metropolitano de Lisboa | MSC Cruzeiros | Museu de Arte Popular | Naturtejo – Geo.park | Núcleo de Investigação do Instituto Superior de Administração e Gestão | Pportodosmuseus | Sociedade de Geografia de Lisboa | Sociedade Estoril-Sol | Teatro Maria Vitória | Turismo da Serra da Estrela | Turismo de Leiria-Fátima | Turismo de Lisboa | Turismo de Lisboa e Vale do Tejo | Turismo do Alentejo | Turismo do Alentejo Litoral | Turismo do Algarve | Turismo do Centro de Portugal | Turismo do Douro | Turismo do Oeste | Turismo do Porto e Norte de Portugal | Turismo Terras do Grande Lago Alqueva

Comissão Nacional

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OBJECTIVOS 1. Evocar historicamente o IV Congresso Internacional de Turismo, realizado em Lisboa em 1911, de 12 a 19 de Maio (sessões plenárias), com encerramento a 20 de Maio, e no qual, a 16 de Maio, se anunciou a institucionalização do Turismo em Portugal 2. Promover a reflexão colectiva sobre os marcos históricos do Turismo português 3. Promover o aprofundamento e divulgação do conhecimento sobre o Turismo, nos seus diversos contextos 4. Relevar a importância do Turismo como actividade económica e cultural para a sociedade actual 5. Mobilizar a sociedade portuguesa para as comemorações do Centenário.

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TURISMO. UM CONGRESSO HÁ 100 ANOS.





HÁ 100 ANOS, O IV CONGRESSO INTERNACIONAL DE TURISMO “Ainsi furent clôturés les travaux du IVe Congrés International de Tourisme, dont Lisbonne eut l’honneur d’accueillir les membres pendant quelques semaines d’inoubliables souvenirs et dont les résultats pratiques seront comme de nouveaux jalons posés pour le Tourisme mondial.” (IV Congrès International de Tourisme – Compte Rendu Général, 1911, p. 105). O IV Congresso Internacional de Turismo teve origem num primeiro encontro dos Sindicatos de Iniciativa e das Sociedades de Turismo, realizado, em 1908, em Saragoça (Espanha), em formato de congresso, onde se votou por unanimidade a criação da Federação Franco-Espanhola dos Sindicatos de Turismo, tendo em vista o estreitamento entre os dois países, designadamente o desenvolvimento do turismo e dos interesses materiais das duas partes. A este primeiro congresso, seguiu-se um segundo, realizado em 4 de Outubro de 1909, em San Sebastián (Espanha), no qual já participou Fernando de Sousa, delegado da Sociedade Propaganda de Portugal. O nosso país fez-se assim representar pela primeira vez, em resposta ao convite dos organizadores, mas sem que essa presença fosse uma representação oficial do Governo monárquico português, apesar da nomeação daquele delegado, para este efeito, por parte do ministro das Obras Públicas. Fernando de Sousa, na intervenção a que teve direito, poria em relevo a importância do turismo para o desenvolvimento futuro do país. No encerramento deste congresso, considerar-se-ia a importância de alargar a Portugal o âmbito geográfico da Federação, confirmado em reunião da assembleia geral desta organização, realizada em Janeiro de 1910, em Cauterets. O congresso seguinte, cujo local fora bastante disputado pelas delegações de França e Espanha, acabaria por ser agendado para Toulouse, decorrendo em Outubro. Contudo, a Revolução em Portugal e as greves nos caminhos-deferro fizeram com que muitos congressistas portugueses inscritos acabassem por se não deslocar a Toulouse. O delegado da Companhia dos Caminhosde-Ferro Portugueses, Raoul Fabri, apresentaria a candidatura de Lisboa à organização do congresso seguinte, em 1911, salientando que nem os recentes acontecimentos políticos em Portugal impediriam o melhor acolhimento a todos os que se deslocassem, no ano seguinte, à capital portuguesa. A escolha de Portugal para acolher o IV Congresso não foi pacífica, precisando-se de uma comissão arbitral para decidir sobre as candidaturas de Lisboa, BarceloTurismo. Um Congresso há 100 Anos.

Logótipo do IV Congresso Internacional de Turismo, concebido por Raul Lino Página anterior: Congressistas e população de Lisboa na homenagem a Luís de Camões, fot. Joshua Benoliel, 19 de Maio de 1911, Arquivo Municipal de Lisboa — Núcleo Fotográfico

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na e Toledo. A decisão pela primeira cidade baseou-se, segundo essa comissão, no “marco de simpatia e de confiança a Lisboa”, motivada pela situação política portuguesa. A Sociedade Propaganda de Portugal ficaria então com a responsabilidade de organizar o IV Congresso Internacional de Turismo. Nos seus preparativos, começou por realizar uma assembleia em Lisboa, a 28 de Dezembro de 1910, na qual se reuniram representantes de diversas entidades portuguesas, que constituíram um bureau executivo com os directores da Sociedade Propaganda de Portugal, Fernando de Sousa, que representava também o Conselho de Administração dos Caminhos-de-Ferro Portugueses, Jaime Victor, em nome da Associação dos Jornalistas e Escritores Portugueses, e Fernando Emídio da Silva. Este grupo concluiria pela necessidade de criar uma comissão organizadora abrangente, para integrar desde os ministros do Fomento, Negócios Estrangeiros e das Finanças a outras entidades como, por exemplo, os participantes no Congresso de Toulouse, os representantes do município de Lisboa e o governador civil de Lisboa. Inicialmente, esta comissão foi presidida por Fernando de Sousa, mas a sua posterior demissão da Sociedade Propaganda de Portugal daria lugar a Bernardino Machado, ministro dos Negócios Estrangeiros, que já presidiu a uma reunião geral realizada em 11 de Fevereiro de 1911. Nesta, soube-se dos apoios entretanto conseguidos, como a gratuitidade de circulação nos caminhos-de-ferro durante 21 dias para congressistas e acompanhantes e a disponibilidade da Sociedade Portuguesa de Fotografia para ceder as suas salas e laboratórios. Também se soube da parte do ministro do Fomento, Brito Camacho, da sua intenção em melhorar algumas estradas, bem como os apoios oficiais tanto do Governo Provisório, por parte do ministro Bernardino Machado, como do município de Lisboa. Nessa mesma reunião, foram criadas uma espécie de Comissão de Honra (La Grande Commission) e a Comissão Executiva, instalada na sede da Sociedade Propaganda de Portugal, na Rua Garrett, em Lisboa, tendo esta a missão imediata de preparar o programa geral do congresso, no que dizia respeito aos trabalhos plenários, festas, recepções e excursões destinados aos congressistas portugueses e estrangeiros. No estrangeiro, os acontecimentos políticos dos últimos tempos em Portugal chamaram a atenção; a forma como tudo se passara, “essa queda da monarquia quase sem derramamento de sangue, tornaram aos olhos alheios bem interessante a nossa pátria e fizeram com que abundassem os turistas. Uns queriam constatar se era bem verdade o que se lhes afirmava, se havia entre nós paz e sossego; outros chegavam atraídos pelas belezas da paisagem descrita nos jornais a propósito da vida portuguesa, todos procuravam o sol luminoso e belo que nos faz alcunhar de pays du soleil” (Ilustração Portuguesa, de 22 de Maio, p. 649). 20

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Assim, de 12 a 19 de Maio de 1911, em sessões plenárias, com extensão ao dia seguinte para a sessão de encerramento, decorreria o mais participado congresso que até à actualidade se realizou em Portugal, com a presença de quase 1500 congressistas. Para além deste facto, a importância deste também viria a ser marcante pelo anúncio da institucionalização do turismo em Portugal, através da criação da Repartição de Turismo, no seio do Ministério do Fomento do Governo republicano. O IV Congresso Internacional de Turismo como línguas oficiais o francês, o espanhol e o português e teve uma estrutura organizativa composta por uma Comissão Executiva, presidida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Bernardino Machado, seguindo-se na hierarquia, como vice-presidentes, Cupertino Ribeiro, presidente do Conselho de Administração dos Caminhos-de Ferro, Silva Viana, administrador delegado dos Caminhos-de-Ferro da Beira Alta, Vasconcelos Corrêa, administrador da Companhia dos Caminhos-deFerro Portugueses, e Ventura Terra, vereador da Câmara Municipal de Lisboa. O secretário-geral do evento foi Manuel Emídio da Silva, presidente do Conselho de Administração dos Caminhos-de-Ferro Meridionais, tendo como adjuntos Raoul Fabri, chefe dos serviços da Companhia dos Caminhos-deFerro Portugueses, José Lino Júnior, director do Automóvel Clube de Portugal, e Manuel Roldan, engenheiro-chefe da Circunscrição Mineira do Estado. A Comissão era ainda composta por um tesoureiro, o coronel de Artilharia Ferreira Madaíl, e por um conjunto de membros efectivos, como Alfredo Cunha, director do Diário de Notícias, Fernando Emídio da Silva, director da Sociedade Propaganda de Portugal, Rodrigo Peixoto, engenheiro-director do

Postal do IV Congresso Internacional de Turismo, concebido por Raul Lino

Turismo. Um Congresso há 100 Anos.

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Automóvel Clube de Portugal, Luís Fernandes, vice-presidente da Secção da Sociedade Propaganda de Portugal, e Conrad Wissmann, director do Hotel Central de Lisboa. As sessões plenárias foram presididas por Anselmo Braamcamp Freire, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, e por dois vice-presidentes da Sociedade de Geografia de Lisboa, capitão de Armada Almeida d’Eça e general Joaquim José Machado. As mesmas dividiram-se em 6 secções, presididas por Luís Fernandes, havendo para cada qual um presidente e um relator, para além de um redactor adjunto e um colaborador artístico. O Programa do IV Congresso Internacional de Turismo revela a existência de sessões plenárias articuladas diariamente com outras actividades, designadamente visitas, passeios e inauguração de exposições. Entre 12 e 19 de Maio, os congressistas participaram em eventos culturais e efectuaram deslocações fora da capital, como passear no Tejo e deslocar-se, em grupos de 100 congressistas, separadamente, a Setúbal, Vale do Tejo (Ribatejo), Mafra e Évora (14), Monte Estoril e Cascais (15), Sintra (16). Quanto às exposições e aos museus, conta-se a inauguração de mostras alusivas às faianças artísticas das Caldas da Rainha, de Bordalo Pinheiro (12), aos touros, em Vila Franca de Xira (14), e ao Museu de Arte Religiosa de Mafra (14). Houve ainda uma Garden-party, no Jardim da Estrela (17), e uma soirée de gala, no Coliseu dos Recreios (17). A organização fez circular, antecipadamente, por todos os congressistas, uma informação escrita, incluindo a carta de identificação de congressista, que lhe daria o direito de viajar gratuitamente em 1.ª classe até Portugal; o bilhete especial de viagem tanto de Espanha como de França, concedendo-lhes meiatarifa; o programa definitivo; as etiquetas para as bagagens. À chegada a Lisboa, os congressistas teriam conhecimento, junto do secretariado do congresso, dos hotéis a si destinados. A garagem Auto Palace, na Rua Alexandre Herculano, faria a recolha gratuita dos automóveis de quem se des-

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locava com viatura própria. A Sociedade Portuguesa de Fotografia disponibilizaria os seus laboratórios e câmaras escuras, gratuitamente, aos participantes. Suplementarmente, informava-se que as acompanhantes dos congressistas seriam inscritas gratuitamente. Os congressistas portugueses que se inscrevessem para um período de 7 a 28 de Maio beneficiariam de uma redução de 50%. Os hoteleiros de Lisboa fixaram os preços de estada, com refeições, a 1$200 a 5$000 réis (sem vinho), sendo que os congressistas seriam livres de escolher o pacote da sua estada. Todas as excursões e festas organizadas pela comissão executiva e inscritas no programa oficial seriam gratuitas, e o prazo de adesão terminaria a 20 de Abril. A 12 de Maio, ao entrarem na Sociedade de Geografia de Lisboa, os congressistas – 923 homens e 552 mulheres, oriundos sobretudo de Portugal, Espanha e França – receberam os cartões visados, um livro de memória do congresso, uma medalha de alumínio com o logótipo desenhado por Raul Lino, uma mala com diversos convites para estabelecimentos, museus e exposições e, ainda, as notícias do dia no Diário de Notícias. Nessa tarde, inaugurou-se o congresso na Sala Portugal da Sociedade de Geo­ grafia de Lisboa, discursando, sucessivamente, o ministro dos Estrangeiros, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa e os delegados de Espanha e França. De seguida, o presidente convidou o secretário-geral do Congresso, Manuel Emídio da Silva, para ler o seu extenso relatório. As sessões plenárias mereceram debate e deixaram uma lista extensa de recomendações. Na primeira sessão plenária: • Criação de um organismo oficial na orgânica dos Estados presentes, tal como existe em França • Apoio material e moral aos sindicatos de iniciativa • Incentivo ao turismo colonial

Nas três fotos: Maison Blanch, Casa das Novidades e Casa dos Espartilhos ornamentadas para o IV Congresso Internacional de Turismo, fot. Joshua Benoliel, 12 de Maio de 1911, Arquivo Municipal de Lisboa — Núcleo Fotográfico

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• Organização de excursões escolares internacionais • Edição trilingue de materiais promocionais, em estreita associação entre os

sindicatos de iniciativa e as empresas de caminhos-de-ferro • Criação nas delegações, nos consulados e nas casas de promoção externa de

todos os meios necessários à promoção turística interna e externa. Na segunda sessão plenária: • Maior cuidado na sinalização das estradas • Criação de percursos internacionais nos Pirenéus franco-espanhóis • Criação de uma rota pirenaica em França e Espanha • Melhoramento das estradas • Autorização de circulação em Espanha e França das viaturas certificadas pelo Automóvel Clube de Portugal • A necessidade de os governos de Portugal e Espanha não se oporem ao estabelecimento de tarifas das companhias de caminho-de-ferro espanholas e portuguesas • Criação do comboio directo Lisboa-Barcelona-Marselha • Criação de um comboio entre o Sudeste francês, Biarritz e a fronteira espanhola • Facilitação de tarifas para transporte de automóveis • Criação de uma linha de caminho-de-ferro turística entre Tomar, Entroncamento, Batalha, Alcobaça e Nazaré • Facilidades de amarração, junto dos centros urbanos, de yachts de lazer. • Facilitar a viagem em diversos pontos de Espanha • Melhorar as comunicações marítimas com a América, a partir de Lisboa, e da capital portuguesa, por caminho-de-ferro, com Espanha, de forma a potenciar o fluxo entre americanos e europeus • Facilitar a existência de comboios rápidos • Criação em Espanha de um bilhete de ida e volta, nas três classes, com base na tarifa francesa • Melhoramento das relações por comboio entre Gibraltar e Sevilha • Aplicação de uma taxa reduzida de depósito de bagagem, proposta pelo Sindicato de Inciativa de Burgos • Melhoramento dos hotéis em Portugal • Melhoramento dos hotéis na Europa • Necessidade de os hoteleiros portugueses se organizarem e se associarem a uma futura federação dos sindicatos hoteleiros dos países latinos • Fomentar a publicidade, por parte dos hoteleiros, nas publicações oficiais dos sindicatos de iniciativa • Adoptar o “menu racional” (termo utilizado por Henri Jovenne, do Royal 24

Turismo. Um Congresso há 100 Anos.


• • • • • • •

Hôtel de France, em Eaux-Bonnes) nos hotéis associados Consolidar a língua francesa junto do pessoal de hotéis Adoptar a hora do meridiano de Greenwich, por parte de Portugal Adoptar a numeração horária de 0 às 24 horas, por parte de França e Portugal, à semelhança de Espanha Valorização dos sítios pitorescos pelos municípios portugueses Proteger os monumentos, através de acções de conservação, protecção contra o vandalismo, sinalética, musealização e embelezamento dos locais Criação de quintas agrícolas para os mais desfavorecidos Regulamentação de jogos nas estações balneares marítimas, termais e invernais e que uma parte das receitas seja destinada ao Estado, nomeadamente para a propaganda e o desenvolvimento turístico A organização dos próximos congressos deve ter em conta a publicação e a adopção das recomendações dos congressistas

Em 19 de Maio, a sessão de encerramento das sessões plenárias teve a presidi-la o general Joaquim José Machado, que começou por referir que a causa do turismo era uma causa já há muito ganha pelo próprio e que países como Inglaterra e França, tal como outros países do Centro da Europa, tinham

Turismo. Um Congresso há 100 Anos.

A chegada dos congressistas ao Monte Estoril, fot. Alberto Carlos Lima, 15 de Maio de 1911, in Brasil-Portugal, n.º 296 (16 de Maio de 1911), p. 122

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reconhecido a sua importância económica, pelo que espanhóis e portugueses também tinham razões para investir nos recursos turísticos próprios. O francês Guénot propôs que também se incentivasse a criação de sindicatos de iniciativa nos países da América Latina. Foram aprovados os estatutos da nova Federação Franco-Hispano-Portuguesa dos Sindicatos de Iniciativa e de Propaganda. Finalmente, no dia seguinte, realizou-se a sessão de encerrramento do congresso. Às três horas, a comissão de encerramento foi constituída por Bernardino Machado, Manuel Emídio da Silva, Manuel Roldan, José Lino Júnior e Raoul Fabri. No seu discurso, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Bernardino Machado, reiterou algumas medidas benéficas para o país, expressas nas conclusões do congresso, a que chamou o “congresso de cordialidade”. Referiu a adopção do novo fuso horário, uma nova linha de navegação entre Lisboa e Nova Iorque, de um certificado internacional de circulação para os automóveis, a construção de um caminho-de-ferro entre Tomar, Batalha, Alcobaça e Nazaré, a protecção dos monumentos históricos e das obras de arte e a promoção do turismo colonial. Depois de outras intervenções, também muito aplaudidas, coube a Bernardino Machado propor que o congresso seguinte se realizasse em Madrid, o que foi aprovado por aclamação e gritos de “Vive Madrid!”. Ainda se seguiram intervenções de delegados de França e Espanha, cabendo, por fim, a Bernardino Machado encerrar o congresso: “leva la Séance au milieu des plus enthousiastes acclamations, en prenant congé des Congressistes par un au revoir” (IV Congrès International de Tourisme – Compte Rendu Général, 1911, p. 105). Os céus da capital não deixaram irromper os raios de sol, nos primeiros dias do congresso. Em contrapartida, os turistas, ao desembarcarem, “passearam pelas ruas e quando julgavam que iam ver uma cidade mesquinha, com um ou outro grande monumento, sem modernismos, sem as belezas dos grandes centros, visitaram a Lisboa nova e ficaram agradavelmente impressionados, com as avenidas largas, a casaria, os jardins e sobretudo com a forma porque a rua do Ouro se vestiu de flores para os receber” (Ilustração Portuguesa, 22 de Maio, p. 649). No primeiro dia, o chefe do Governo Provisório, Teófilo Braga, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Bernardino Machado, aguardaram os congressistas no Palácio de Belém, sendo trocados cumprimentos e brindes ao som da música do 1.º Regimento de Infantaria, seguindo-se um lanche. À noite, o Teatro da República ofereceu um espectáculo composto de zarzuelas. 26

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No dia seguinte à noite, a Câmara Municipal de Lisboa recebeu os seus convidados em festa, nos Paços do Concelho, nos seus salões engalanados e na escadaria. O presidente da Câmara, Anselmo Braamcamp Freire, e funcionários municipais aguardavam os convidados, entre os quais, para além do presidente Teófilo Braga e dos ministros Bernardino Machado e Azevedo Gomes, se encontravam altos representantes dos países europeus participantes e da Nicarágua, Argentina e Uruguai. Houve um concerto de Madame Mantelli, Alice Lopes e Cesária Lira e, ao piano, Vianna da Mota. No Largo, o povo de Lisboa aglomerava-se e, pelas 22 horas, clamou de entusiasmo saudando os visitantes. Como nos conta o jornalista da Ilustração Portuguesa: “As músicas tocavam, esvoaçavam bandeiras de várias nações conduzidas pelos populares à luz

Os congressistas em Sintra, na Pena, fot. Joshua Benoliel, 16 de Maio de 1911, in Brasil-Portugal, n.º 296 (16 de Maio de 1911), p. 13 Em baixo, à esquerda: Os congressistas espanhóis depondo uma coroa de flores naturais no monumento a Luís de Camões, fot. Alberto Carlos Lima, 19 de Maio de 1911, in Brasil-Portugal, 297 (1 de Junho de 1911), p. 131 Em baixo à direita: Garden-party no Jardim da Estrela, fot. Alberto Carlos Lima, 17 de Maio de 1911, in Brasil-Portugal, n.º 297 (1 de Junho de 1911), p. 130

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dos balões venezianos que eram um fulgor e um deslumbramento” (Ilustração Portuguesa, 22 de Maio, p. 650). A banda da Guarda Republicana tocou A Portuguesa no coreto do Largo do Município, seguida de A Marselhesa e dos hinos inglês e espanhol. Nesse dia, o Círculo Republicano António José de Almeida reunira uma grande manifestação popular para receber os congressistas, formando um cortejo desde a Avenida da Liberdade até à Praça do Município. O programa de festas continuou no domingo, dia 14, com o início do concurso hípico em Palhavã, organizado pela Sociedade Hípica Portuguesa, que decorreu até dia 21; um passeio a Setúbal para 100 pessoas, onde a Câmara Municipal ofereceu um almoço na esplanada do Sanatório de Outão; uma excursão a Mafra, onde se inaugurou o museu; a Évora e ao Ribatejo, onde os congressistas assistiram ao desfile do cortejo de campinos e carros alegóricos. Porém, nesse dia, a chuva fez uma partida, obrigando, por exemplo, ao adiamento da tourada em Lisboa. Nessa noite, no Estoril, realizou-se uma festa com iluminações e fogo de artifício. No dia 15, a excursão foi a Cascais e ao Monte Estoril, sendo servido um chá na Cidadela de Cascais, oferecido pela Sociedade de Geografia de Lisboa, ao som de uma fanfarra de alunos da Casa de Correcção, que cantaram A Portuguesa, outros hinos e canções populares portuguesas. O dia seguinte foi dedicado à vila de Sintra. Antes, os congressistas receberam da Fábrica Iniguez, de A. J. Iniguez & Iniguez e sita na Rua 24 de Julho, bombons de chocolate ornamentados com vistas de monumentos e sítios pitorescos do país. Partiram de manhã no comboio, sendo recebidos em festa, ao som de fanfarras, e recebendo bouquets de flores e um número especial do jornal ilustrado O Concelho de Cintra. Seguiram em 150 viaturas em direcção ao Castelo da Pena, depois de serem recebidos nos Paços do Concelho. O almoço foi servido no Palácio, sendo oferecido a cada convidado um menu desenhado por Raul Lino. No regresso, ainda visitaram o novo museu do Palácio de Sintra, partindo para Lisboa em comboio especial. À noite, a organização propiciou um espectáculo de gala de ópera no Teatro de São Carlos, composto principalmente de danças e cantos característicos das províncias portuguesas, onde houve também uma conferência de Cunha e Costa, intitulada “Lisboa em 50 anos”, e uma outra de Henri Martinet, presidente do Sindicato de Iniciativa de Hendaia e delegado ao congresso em representação do Touring Club de França, aludindo à importância dos sindicatos de iniciativa e fazendo uma imaginária viagem de Marselha a Lisboa. A concluir a noite, a Sociedade Portuguesa de Fotografia projectou um conjunto de paisagens, monumentos e costumes portugueses, e o professor Sarti apresentou cantares e danças populares do norte de Portugal. Para o dia seguinte, a Câmara Municipal de Lisboa convidara os congressistas 28

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para um Garden-party no Jardim da Estrela. O dia 18 foi marcado pela partida do primeiro paquete a ligar Lisboa a Nova Iorque. Tratou-se do paquete Sant’Ana, da Fabre Steam Ship Company, iniciando igualmente a ligação postal entre as duas cidades. Estiveram presentes altos representantes de Portugal e dos Estados Unidos da América. À noite, decorreu a corrida de touros anteriormente prevista para domingo, dia 14, mas que não se concretizara por mau tempo. A praça encheu-se, incluindo ministros, tendo os congressistas e delegados técnicos dos governos ocupado sectores específicos. No dia 19, um dos factos mais salientes foi a colocação de uma coroa de flores no monumento a Camões, por parte de residentes e congressistas espanhóis, sendo recebidos no local pelo vereador Ventura Terra. Nesse dia, também se ofereceu um banquete de honra aos delegados oficiais, no Palácio da Ajuda. Mas, nos dias seguintes às reuniões plenárias, esperava os congressistas uma verdadeira ronda por quase todo o país. Aliás, uma das ofertas que receberam foi uma brochura intitulada “Portugal”, editada pela Sociedade Propaganda de Portugal, com um guia de visitas. Efectivamente, de 20 a 28 de Maio, os congressistas puderam participar em diferentes excursões a Coimbra e ao Porto, com possíveis extensões a Viana do Castelo, Vidago e Pedras Salgadas; e à Batalha, Alcobaça, Caldas da Rainha e Bussaco. JM

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A parada agrícola que se realizou em Vila Franca de Xira em honra dos congressistas – o carro das alfaias, Alberto Carlos Lima, in Brasil-Portugal, n.º 296 (16 de Maio de 1911), p. 121

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ANTECEDENTES A Sociedade Propaganda de Portugal (também conhecida como Touring Club de Portugal) foi fundada em 28 de Fevereiro de 1906, por acção decisiva de Leonildo Mendonça e Costa (fundador e director da Gazeta dos Caminhos de Ferro), tendo por objectivo estatutário “promover, pela sua acção própria, pela intervenção junto dos poderes públicos e administrações locais, pela colaboração com este e com todas as forças vivas da nação, e pelas relações internacionais que possa estabelecer, o desenvolvimento intelectual, moral e material do país e, principalmente, esforçar-se por que ele seja visitado e amado por nacionais e estrangeiros”. Segundo Raul Proença, para a prossecução deste objectivo a Sociedade empenhou-se em “organizar e divulgar o inventário de todos os monumentos, riquezas artísticas, curiosidades e lugares pitorescos do país; publicar itinerários, guias e cartas roteiras de Portugal; organizar ou auxiliar excursões; promover a concorrência de estrangeiros e uma maior circulação de nacionais dentro do território; dar as informações que lhe sejam solicitadas; fornecer a hotéis, casinos, estabelecimentos hidroterápicos, empresas de transportes, etc., plantas de instalações, tabelas de preços e lista de objectos de uso corrente nos grandes centros de excursionismo; promover reformas e melhoramentos na instalação e regime de hotéis, transportes e serviços locais; e, de uma maneira geral, estudar todas as questões de interesse geral conexas com o fim da sociedade”. Dedicou especial atenção à manutenção e ao desenvolvimento da rede viária portuguesa. Desde a sua fundação, teve a Sociedade Propaganda de Portugal amplo acolhimento no país e recebeu deste vivo interesse pela sua actividade, sobrepondo-se a clivagens políticas e atingindo, em breves 10 meses de existência (Dezembro de 1906), o número de 2175 sócios (seriam 16 000 em 1925). A sua consolidação institucional, para que muito contribuiu o sucesso na organização do IV Congresso Internacional de Turismo em Lisboa, em 1911, levou a que a Sociedade Propaganda de Portugal fosse chamada, em anos subsequentes, a prestar colaboração ou consultoria a entidades civis e à administração pública, em campos tão distintos como os estudos geológicos ou os planos urbanísticos. PM Referências bibliográficas: MATOS, A. C.; SANTOS, M. L. “Os Guias de Turismo e a emergência do turismo contemporâneo em Portugal (dos finais do século XIX às primeiras décadas do século XX)”, in Geo Crítica / Scripta Nova. Revista electrónica de geografía y ciencias sociales. Barcelona: Universidad de Barcelona, 15 de junio de 2004, vol. VIII, núm. 167. [ISSN: 1138-9788] <http://www.ub.es/geocrit/sn/sn-167.htm> (Consultado em 2 de Abril de 2011)

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Na página anterior: Edifício da sede da Sociedade Propaganda de Portugal, na esquina da Rua Garrett com a Rua Nova do Almada, Alberto Carlos Lima, início do séc. XX, Arquivo Municipal de Lisboa–Núcleo Fotográfico 31


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PROGRAMA Das festas aos cortejos, das sessões de trabalho à constituição das mesas das sessões, tudo se encontrava no programa inicial do IV Congresso Internacional de Turismo, organizado pela Comissão Executiva, a qual, sob a presidência de Bernardino Machado, ministro dos Negócios Estrangeiros, reunia como membros efectivos Luís Fernandes, da Sociedade Propaganda Portugal, Fernando Emídio da Silva, director da mesma Sociedade, Alfredo Cunha, publicista, Rodrigo Peixoto, engenheiro, e Conrad Wissmann, director do Hotel Central. A vice-presidência era ocupada por três directores das várias companhias de caminho-de-ferro portuguesas e, ainda, por Ventura Terra, vereador da Câmara. A importância do Congresso para o novo regime republicano, enquanto factor de reforço do seu reconhecimento internacional, fica bem patente na figura da República que de braços abertos, empunhando em cada um deles a bandeira nacional e o escudo da cidade hospedeira, recebia, por entre taças de champagne e festões de rosas, os congressistas provenientes da Europa. Sob o escudo de Lisboa, ficaram representados por faixas com as suas cores os três países organizadores e participantes nestes congressos internacionais (França, Espanha e Portugal). O mapa que serve de fundo, encimado por uma locomotiva, símbolo dos transportes e do apoio recebido pelas companhias ferroviárias na promoção turística, apresenta os dois continentes que serão tema de vários debates nas sessões de trabalho Europa e África, cujo potencial turístico foi realçado no IV Congresso. AHM

Na página anterior: Ementa da festa oferecida pela Câmara Municipal de Lisboa aos congressistas, no Jardim da Estrela, a 17 de Maio. Gabinete de Estudos Olisiponenses

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SESSÕES PLENÁRIAS O programa de trabalho estabelecido permitiu uma análise exaustiva da realidade e o surgimento de propostas concretas que vieram a ter um grande impacto em Portugal, Espanha e França, principais países representados no Congresso. Para além dos congressistas originários destes países, na sua maioria, participaram também outros, como brasileiros, argentinos e uruguaios. A sessão de abertura foi fixada para as 15 horas do dia 12 de Maio de 1911, na Sala Portugal da Sociedade de Geografia de Lisboa. Esta e as suas galerias estavam repletas de congressistas e de convidados, incluindo um grande número de senhoras. O discurso de abertura foi proferido por Bernardino Machado, ministro dos Negócios Estrangeiros e presidente do Congresso, tendo motivado aplausos entusiásticos. O presidente do Município, Anselmo Braamcamp Freire, como representante dos lisboetas, saudou os congressistas e desejou que os resultados recolhidos fossem ao encontro dos desejos dos participantes. Os trabalhos desenvolveram-se com grande entusiasmo e participação, através do funcionamento de seis secções: I. Comunicações e Transportes; II. Hotéis; III. Sindicatos de Iniciativa e Propaganda; IV. Excursionismo e Vilegiatura; V. Publicidade; VI. Questões Gerais. Discutiram-se e aprovaramse propostas inovadoras, como o transporte gratuito de brochuras turísticas; uma publicidade turística comum; o desenvolvimento de um turismo colonial, com visitas às colónias dos diferentes países; a organização de excursões escolares internacionais, com visitas aos arquivos, bibliotecas, museus, monumentos, locais históricos e pitorescos, permitindo à juventude o conhecimento da História, das riquezas artísticas, etnográficas e arqueológicas, bem como os costumes dos povos; a criação da Federação Franco-Hispano-Portuguesa dos sindicatos de iniciativa e propaganda; a criação de hortas para os pobres, com vista a diminuir a mendicidade, de forma a que, através do seu trabalho agrícola, pudessem alimentar-se; e muitas outras de grande relevância que vieram a ser adoptadas pelo Governo português. No final dos trabalhos foi anunciado que o local do congresso seguinte seria Madrid. JT

Na página anterior: Aspecto da Sala Portugal da Sociedade de Geografia de Lisboa, durante a sessão solene da abertura do Congresso, in Ilustração Portuguesa, n.º 274 (22 de Maio 1911), p. 650

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FESTAS E VISITAS Na região de Lisboa, entre 12 e 19 de Maio, desenrolou-se um animado programa de entretenimento e diversão dedicado aos congressistas, que incidiu, sobretudo, na cidade, mas se estendeu até Cascais e Sintra, localidades pitorescas e históricas nos arredores da capital. Mostrou-se o potencial turístico nacional, conciliando habilmente algum folclore com um sopro de modernidade – as iluminações minhotas (Cidadela de Cascais) ou a tourada (Campo Pequeno) e a projecção de fotografias de monumentos (Teatro de S. Carlos). A atenção dada ao desporto acentuava o tempo moderno que ia ganhando velocidade, realizando-se um concorrido concurso hípico internacional, em Palhavã, assaltos de esgrima, inusitadamente, no palco do S. Carlos, e uma soirée do Ginásio Clube Português, no Coliseu dos Recreios. Imprescindíveis na decoração, as flores tiveram um lugar cimeiro num premiado concurso que desafiou lojistas e proprietários a revestirem as fachadas da baixa lisboeta de cor e perfume. Foram muito elogiadas durante o cortejo realizado, logo no primeiro dia, entre os Paços do Concelho e a Sociedade de Geografia. A música fez-se ouvir constantemente, desde as zarzuelas, no recém-baptizado Teatro da República, às bandas em estrados nas ruas feéricas, ou pela orquestra para baile na Câmara Municipal e, ainda, pelas fanfarras tocando os hinos das principais nacionalidades representadas. Houve chá, lunch, banquete, ceia e até um almoço a bordo do paquete Sant’Ana pela inauguração da linha postal Lisboa-Nova Iorque. Mas, o maior sucesso coube à Garden-party certeiramente organizada pelo Município no antigo Passeio da Estrela, ajardinado à inglesa. Dezenas de cadeiras e mesinhas espalhadas, debaixo das árvores, eram servidas por bufetes apetitosos da Marques. Animavam o recinto bandas militares em dois coretos. A surpresa decorativa deveu-se à disposição de faianças das Caldas da Rainha, no meio das flores e dos lagos, representando rãs, cogumelos, caracol, gafanhoto, sardão, golfinho, cavalo-marinho e o fabulado grou e lobo, modelos do notável ceramista e caricaturista Rafael Bordalo Pinheiro (então já desaparecido) e do seu filho Manuel Gustavo. Este artista organizara expressamente uma exposição dos seus trabalhos em cerâmica no Ateneu Comercial, em Lisboa, editando um catálogo ilustrado. Nos dias seguintes, Manuel Gustavo viria a receber um numeroso grupo de visita às Caldas, que se encontrava em excursão ao Norte do país até 28 de Maio. PBB Referências bibliográficas: Faiança Artística das Caldas da Rainha, Lisboa, Fábrica Bordalo Pinheiro “San Rafael”, 1911 (Catálogo); Illustração Portugueza, 22 de Maio de 1911; LISBOA, Câmara Municipal de – Actas das Sessões da Câmara Municipal de Lisboa 1911, Porto, 1911, pp. 328; LISBOA, Câmara Municipal de – 150 Anos do Jardim da Estrela, Lisboa, CML, 2002 (desdobrável); O Occidente, 20 de Maio de 1911; PINA, Paulo – Portugal, o Turismo no Século XX, Lisboa, LUCIDUS, 1988, pp. 13-31; IV Congrès International de Tourisme, Lisbonne, 1912, pp. 107-138.

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Na página anterior: Garden-party no Jardim da Estrela, promovida pela Câmara Municipal de Lisboa, fot. Joshua Benoliel, 17 de Maio de 1911, Arquivo Municipal de Lisboa-Núcleo Fotográfico

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ECOS NA IMPRENSA PERIÓDICA… Entre 12 e 20 de Maio de 1911, mais de sete meses após a implantação da República em Portugal, tinha lugar, na cidade de Lisboa, o IV Congresso Internacional de Turismo. Ainda antes do fim dos trabalhos, a 18 de Maio, como corolário lógico do congresso, o Diário do Governo já fazia saber que o Governo Provisório da República Portuguesa decretava a criação de uma Repartição do Turismo no Ministério do Fomento. O impacto do congresso do turismo na imprensa da época foi bastante significativo, sobretudo a partir do arranque do evento, a 12 de Maio, com honras de primeira página nalguns jornais, como foi o caso d’O Mundo, de França Borges. Aliás, como era natural, os principais jornais republicanos foram os que mais se esmeraram na cobertura jornalística duma bandeira, o turismo, que assumiam também como sua, plasmada agora na criação duma repartição própria dedicada ao assunto: além d’O Mundo, A Lucta, de Brito Camacho, a Vanguarda, de Magalhães Lima, o República, de António José de Almeida, e A Capital, de Manuel Guimarães, acompanham, desde o início de Maio, a organização do congresso do turismo, intensificando o tratamento nos dias das sessões plenárias, com editoriais, notícias sobre os trabalhos, o programa social e lúdico, entre outras “notas à margem”. As revistas ilustradas da época afinaram pelo mesmo diapasão, dando grande destaque ao congresso do turismo, com reportagens fotográficas na Ilustração Portuguesa, na Brasil-Portugal, e n’O Ocidente, nas suas edições de Maio e Junho de 1911. Na imprensa humorística, os ecos são menos visíveis, embora o bissemanário humorístico lisboeta Os Ridículos, de Cruz Moreira, publicasse, na primeira página de 17 de Maio, um divertido desenho do caricaturista Silva Monteiro sobre os congressistas à espera de um carro eléctrico. Humor e notícias combinavam-se numa abordagem hoje da maior importância para conhecer em detalhe o congresso fundador do turismo em Portugal. ACM

Na página anterior: Primeira página de Os Ridículos, ano VII, n.º 590, 17 de Maio de 1911, Hemeroteca Municipal de Lisboa

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RESULTADOS Do IV Congresso Internacional de Turismo saíram várias resoluções, as quais tinham como objectivo a promoção do turismo, sendo de destacar a criação da Repartição de Turismo sob a chefia de José de Ataíde, a qual tinha como principais linhas de acção o estudo e a conveniência de novas ligações internacionais e marítimas; o estudo e proposta de meios para melhorar as condições de transporte, circulação e hospedagem dos turistas no nosso país; a elaboração de proposta de propaganda turística para divulgação do país no estrangeiro. Outras resoluções saíram do Congresso, a saber: nos países onde o jogo fosse taxado e regulamentado, reservar uma percentagem dessa verba para ser utilizada para a promoção das festas tradicionais; desenvolver o turismo colonial e, no caso de Portugal, chamar a atenção para a Ilha de S. Tomé; promoção de excursões escolares internacionais; assegurar que o Automóvel Clube de Portugal tivesse como principal missão a uniformização da sinalética orientadora do tráfego nas vias; adopção em Portugal da hora do meridiano de Greenwich; adopção da contagem horária entre 0h e 24h; publicação pelo Governo português de uma lei de protecção dos monumentos e serviços artísticos e arqueológicos, a qual viria a complementar o decreto de 19 de Novembro de 1910 que dificultara o êxodo dos objectos de arte. CG

Na página anterior: Capa do livro do IV Congresso Internacional de Turismo, 1911, Gabinete de Estudos Olisiponenses

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MANUEL DE BRITO CAMACHO

Caricatura de Manuel de Brito Camacho, por Nobre, Hemeroteca Municipal de Lisboa

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Nasceu em Aljustrel, a 12 de Fevereiro de 1862. Era filho de uma família de camponeses remediados, que lhe possibilitou o acesso à escola. Começou a sua vida de estudante na terra e veio terminá-la em Lisboa, na Escola Médica, no ano de 1889. Em 1891, ingressou na carreira de médico militar como tenente, atingindo o posto de coronel em 1919. Pelo caminho, aderiu aos ideais republicanos, envolveu-se no movimento académico e fez-se colaborador da imprensa republicana, nomeadamente nos jornais A Patria (1890-91); Nove de Junho (1893); O Intransigente (1894-95) e A Lucta (1906-1922), que fundou e dirigiu. Foi nos periódicos que granjeou prestígio e alicerçou a sua carreira política. Em 1893, foi candidato a deputado por Beja nas listas republicanas; em 1908, concorreu novamente e foi eleito. Em tempos de verbo inflamado, inclemente com o “inimigo” e exigente na amplitude e na rapidez das rupturas a implementar, Brito Camacho foi-se distinguindo na prática de um discurso que apelava à ponderação, à unidade, à necessidade de ter em conta a realidade do país e das populações e, portanto, a uma preparação cuidada da mudança, assente no debate alargado dos problemas e das reformas e políticas a implementar para os ultrapassar – um discurso entendido como conservador pelos mais radi-


cais e que acabou por fomentar a divisão do Partido Republicano. Brito Camacho não integrou a primeira equipa de ministros nomeados para o Governo Provisório da República. A sua nomeação para ministro do Fomento verificou-se apenas a 22 de Novembro de 1910, no quadro de uma remodelação do Governo, suscitada pela nomeação do ministro que ocupava a pasta, António Luís Gomes, para ministro plenipotenciário junto da República dos Estados Unidos do Brasil. Enquanto ministro, dedicou especial atenção ao ensino técnico, que considerava insuficientemente desenvolvido, advindo daí a razão do atraso do país. Com o propósito de melhorar o sistema de formação, concretizou algumas reformas nos estabelecimentos existentes, nomeadamente: no Instituto Industrial e Comercial de Lisboa, que foi desdobrado em Instituto Superior Técnico e no Instituto Superior de Comércio; no Instituto de Agronomia e Veterinária, que deu origem ao Instituto Superior de Agronomia e à Escola de Medicina Veterinária; nas Faculdades de Matemática e de Filosofia, em Coimbra, que deram origem à Faculdade de Ciências; na Escola Politécnica de Lisboa e na Academia Politécnica do Porto, que se transformaram na Faculdade de Ciências de Lisboa e na Faculdade de Ciências do Porto, respectivamente. Da sua acção governativa, importa destacar ainda a regulamentação do crédito agrícola que contemplava a

definição de uma nova orgânica institucional, cujo vértice era a Junta do Crédito Agrícola, e do direito à greve, decreto que não agradou nem aos trabalhadores nem aos patrões e que alavancou o descontentamento social contra o novo regime, com tradução na vaga crescente de greves e de contestação nas ruas que marcou este período. Por último, e no que toca ao IV Congresso Internacional de Turismo, refi­ ra-se que Brito Camacho, enquanto ministro do Fomento, foi sensível às preocupações e sugestões que a comissão executiva lhe foi apresentando. Na área dos transportes e comunicações, por exemplo, autorizou algumas facilidades à organização e aos congressistas, como a isenção de tarifas nos correios, bilhetes de comboio gratuitos, entre outras. Também foram dis­ponibilizadas verbas para aplicar na conservação e reparação de edifícios públicos, na rede de estradas e nos portos. Mas a medida de maior relevância que lhe ficou no currículo ministerial foi, sem dúvida, a criação, sob a tutela do Ministério do Fomento, de um Conselho de Turismo, coadjuvado por uma Repartição de Turismo (decreto de 16 de Maio de 1911). RC

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A Rua do Ouro no dia da inauguração do IV Congresso, fot. Joshua Benoliel, 12 de Maio de 1911, Arquivo Municipal de Lisboa – Núcleo Fotográfico

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A RUA DO OURO Foi a mais bela das surpresas; as paredes, as montras, as portas das lojas, as janelas ostentavam verdadeiras grinaldas enormes festões de rosas, como na Casa Santos Mattos que chamava as atenções com a sua original decoração, como as livrarias Ferreira e Cernadas, ambas ornamentadas com verdadeiro gosto artístico,

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e ainda vários estabelecimentos em cujas fachadas, com as suas rosas vivas, davam as boas-vindas mais gentis aos que nos visitavam. E pela noite, no fulgor das iluminações, que o povo contemplava em massa, o espectáculo redobrava de beleza e de esplendor (Ilustração Portuguesa, 22 de Maio, pp. 649-650).


OS FOTÓGRAFOS DO CONGRESSO Alberto Carlos Lima (?-1949) e Joshua Benoliel (1873-1932) foram os principais fotógrafos do Congresso de 1911. Se, do primeiro, pouco sabemos, para além das publicações para onde trabalhou e nas quais assinava “A.C. Lima”, Joshua Benoliel, por seu turno, é considerado o criador, em Portugal, da reportagem fotográfica. Já antes do IV Congresso Internacional de Turismo, acompanhara os reis D. Carlos e D. Manuel nas suas viagens ao estrangeiro e a Revolução de 1910. Trabalhou, sobretudo, para o jornal O Século e para a revista ilustrada publicada pelo mesmo jor-

nal, a Ilustração Portuguesa, de 1906 a 1918 e de 1924 até à sua morte, para além de outras revistas e jornais, durante quatro décadas. O seu trabalho foi feito inovadoramente, explicando através da sua máquina fotográfica os costumes portugueses, os lugares, ambientes, factos, numa incidência de urbanidade e de reconhecimento do ser como cidadão de um mundo retido num instante fotográfico. JM

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Edifício da Companhia Geral de Seguros e Fomento Agrícola, fot. Joshua Benoliel, 12 de Maio de 1911, Arquivo Municipal de Lisboa – Núcleo Fotográfico

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CONGRESSO DO CENTENĂ RIO Programa Sociedade de Geografia de Lisboa 12, 13, 14 e 16 de Maio


12 DE MAIO 2011

SESSÃO PLENÁRIA I SALA PORTUGAL 09h00 | Recepção dos participantes e distribuição de documentação. Entrega do bilhete-postal e carimbo dos CTT, comemorativos do Centenário 10h00 | Cerimónia de Abertura 10h00 | Luís Aires-Barros, Presidente da Sociedade de Geografia de Lisboa 10h10 | Jorge Mangorrinha, Presidente da Comissão Nacional do Centenário do Turismo em Portugal 10h20 | Adília Lisboa, Presidente da Comissão Executiva da Confederação do Turismo Português 10h30 | Bernardo Trindade, Secretário de Estado do Turismo 10h40 | Coffee break 10h50 | “Portugal e o turismo – dife­ ren­tes olhares” · Moderadora e apre­

sen­ta­do­ra da temática: Carminda Ca­­va­­co, Pro­fes­sora Catedrática da Uni­ ver­sidade de Lisboa Mesa-Redonda 1 | “Olhares globais”

11h00 | Guilherme d’Oliveira Martins, Presidente do Centro Nacional de Cultura, “A relação biunívoca entre a cultura e o turismo” 11h15 | Raul Moreira, Director da Filatelia dos CTT-Correios de Portugal, “Os correios e o turismo” 11h30 | Fernanda Cravidão, Professora Catedrática e Coordenadora do Cen­ tro de Estudos em Geografia e Orde­ namento do Território das Uni­ver­ si­da­des de Coimbra, Porto e Minho, “Turis­mo, território e cidadania” 11h45 | Luís Patrão, Presidente do Turismo de Portugal, I.P., “Turismo – motor de desenvolvimento económico para Portugal” Mesa-Redonda 2 | “Olhares regionais” 12h15 | Conceição Estudante, Se­cre­ tária Regional do Turismo e Trans­ portes da Região Autónoma da Madeira, “Madeira: destino de excelência para a Organização Mundial de Turismo” 12h30 | Vasco Cordeiro, Secretário Regional da Economia da Região Autónoma dos Açores, “Açores: os desafios da sustentabilidade” 13h00 | Debate 13h30 | Almoço livre

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Congresso do Centenário, Programa – 12 de Maio · Sessão Plenária


NOTAS

Congresso do Centenário, Programa – 12 de Maio · Sessão Plenária

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SESSÃO PARALELA I SALA PORTUGAL 15h00 | Painel “Alojamento turístico e restauração: formas e modelos” · Mo­ de­rador: Jorge Umbelino, Professor Auxiliar da Universidade Nova de Lisboa 15h05 | Vítor Ramalho, Presidente da Fundação INATEL, “O alojamento no turismo social: da FNAT à Fundação INATEL”

15h20 | José Manuel Castelão Costa, Presidente do Conselho de Administração da Management Pestana Pousadas, “Pousadas de Portugal, o novo modelo de exploração” 15h35 | Miguel Júdice, Presidente da Direcção da Associação da Hotelaria de Portugal, “Hotelaria: tradição e modernidade” 15h50 | Francisco Calheiros, Presidente da Associação do Turismo de Habitação, “Turismo rural: das origens à certificação” 16h05 | Carlos Alberto Moura, VicePresidente da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, “Restauração: da valorização da gastronomia nacional a outros modelos de restauração” 16h20 | Debate 17h20 | Coffee break

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Congresso do Centenário, Programa – 12 de Maio · Sessão Paralela I


NOTAS

Congresso do Centenário, Programa – 12 de Maio · Sessão Paralela I

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SESSÃO PARALELA II SALA ALGARVE

15h00 | Painel “As estruturas regionais e locais do turismo: percurso e futuro” · Moderador: João Martins Vieira, Professor Auxiliar com Agregação da Universida­de Lusófona de Humanidades e Tecnologias e Presidente da Secção de Turismo da Sociedade de Geografia de Lisboa 15h05 | António Carneiro, Presidente da Assembleia-Geral da Associação Nacional das Entidades Regionais de Turismo, “As regiões e a organização do turismo” 15h20 | Melchior Moreira, Presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, “Um novo conceito para os postos de informação turística” 15h35 | Pedro Machado, Presidente do Turismo do Centro de Portugal, “A aplicação das novas tecnologias ao turismo: casos no Centro de Portugal” 15h50 | Joaquim Rosa do Céu, Presidente do Turismo de Lisboa e Vale do Tejo, “Regiões e turismo. Encontros, desencontros e soluções” 16h05 | António Ceia da Silva, Presidente do Turismo do Alentejo, “A Rota da Gastronomia e dos Vinhos – Alentejo Bom Gosto” 16h20 | António Pina, Presidente do Turismo do Algarve, “O Algarve e o turismo: passado e futuro” 16h35 | Duarte Nobre Guedes, Presidente do Turismo do Estoril, “Estoril: do berço do turismo aos imperativos da revitalização de um destino maduro” 16h50 | Debate 17h20 | Coffee break

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Congresso do Centenário, Programa – 12 de Maio · Sessão Paralela II


NOTAS

Congresso do Centenário, Programa – 12 de Maio · Sessão Paralela II

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SESSÃO PARALELA III

SESSÃO “FADO, PATRIMÓNIO IMATERIAL DA HUMANIDADE”

AUDITÓRIO ADRIANO MOREIRA

SALA PORTUGAL

15h00 | Painel “Operação e animação turísticas: evolução e inovação” · Moderadora: Alexandra Matos Pereira, Professora Adjunta do Instituto Superior de Administração e Gestão

18h00 | Miguel Honrado, Presidente do Conselho de Administração da EGEAC, e Sara Pereira, Directora do Museu do Fado, “Candidatura do Fado a Patri­mó­ nio Imaterial da Humanidade”

15h05 | José Benoliel, Presidente da CP-Comboios de Portugal, “O comboio na história e no presente do turismo em Portugal”

18h15 | Concerto da fadista Mafalda Arnauth

15h20 | Luiz Mór, Administrador Executivo da TAP, “A viagem aérea” 15h35 | João Figueira de Sousa, Professor Auxiliar e Coordenador do Departamento de Geografia e Planeamento Regional da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, “Transportes e turismo” 15h50 | Ana Barbosa, Presidente da Secção de Animação Turística da Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos, “Produtos de animação turística – uma aposta no turismo sustentável” 16h05 | Debate 17h20 | Coffee break

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Congresso do Centenário, Programa – 12 de Maio · Sessão Paralela III


NOTAS

Congresso do Centenário, Programa – 12 de Maio · Sessão Paralela III

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13 DE MAIO 2011

CONFERÊNCIA CIENTÍFICA

09h00 | Recepção dos participantes e distribuição de documentação

SESSÃO PLENÁRIA I SALA PORTUGAL

11h20 | Cristina Carvalho, Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, “Sociedade Estoril & Estoril na década de 1930 e início da década de 1940” 11h35 | Sónia Alexandra Lourenço Rapaz, Laboratório Nacional de Engenharia Civil, “A evolução do conceito de pousada em Portugal: 1942-2003”

10h00 | Conferência Plenária: “O Turismo como Ciência” · Apresentação: Veronika Joukes, Professora Auxiliar da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro · Conferencista: Jafar Jafari, Professor Catedrático de Turismo, Prémio Ulisses da OMT/UNWTO

11h50 | Augusto Moutinho Borges, Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Universidade de Lisboa, e António Alvadia, Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, “Aldeias Históricas de Portugal: (re)qualificação do património. Que futuro?”

10h45 | Coffee break

12h05 | Roberto Carlos Reis, Universidade de Coimbra, “Os impactes das recriações históricas em Portugal – o caso de Santa Maria da Feira”

SESSÃO PARALELA I SALA ALGARVE 11h00 | Tema: “Turismo, Cultura e Identidades” · Moderador: António Maduro, Professor Auxiliar do Instituto Superior da Maia 11h05 | Luís da Silva Fernandes, Universidade Católica Portuguesa, e Car56

los Costa, Universidade de Aveiro, “Organizações locais de turismo na 1.ª República e inícios do Estado Novo: as Comissões de Iniciativa e Turismo”

12h20 | Xerardo Pereira, Centro de Estudos Transdisciplinares para o Desenvolvimento da Universidade de Trás-osMontes e Alto Douro ­– Pólo de Chaves, e Varico Pereira, Centro de Estudos de Desenvolvimento Turístico do Instituto Superior da Maia, “O turismo nas fronteiras e as fronteiras do turismo: o caso do Norte de Portugal e a Galiza” 12h35 | Debate

Programa – 13 Congresso do Centenário, de Maio · Sessão Plenária I; Sessão Paralela I


NOTAS

Congresso do Centenário, Programa – 13 de Maio · Sessão Plenária I; Sessão Paralela I

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bleia Municipal de Lisboa, “Governança da cidade, turismo e redes sensoriais”

SESSÃO PARALELA II AUDITÓRIO ADRIANO MOREIRA 11h00 | Tema: “Turismo, Governança e Desenvolvimento” · Moderadora: Ana Pereira Neto, Secção de Turismo da Sociedade de Geografia de Lisboa 11h05 | Sérgio Guerreiro, Instituto Superior de Línguas e Administração de Lisboa, “O Estado e o desenvolvimento turístico em Portugal: domínios de intervenção no período 1911-1939” 11h20 | Ângela Lopes, Universidade do Algarve, “Da gestão dos destinos à governação dos destinos – um estudo conceptual evolutivo” 11h35 | Rui Marvanejo, Instituto Superior de Educação e Ciências e Núcleo de Investigação “Turismo, Cultura e Território” (TERRITUR) do Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa, “Turismo Social ou política social de turismo em Portugal? Elementos para reflexão” 11h50 | Maria Adelaide Ferreira e Francisco Andrade, Instituto do Mar – Laboratório Marítimo da Guia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, “O ambiente como capital do turismo” 12h05 | Luís Miguel de Melo Torres Marques, Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, “Cidades de eventos: o caso de Lisboa” 12h20 | Bruno Mota Martinho, Assem58

12h35 | Debate 13h00 | Almoço Livre

SESSÃO PARALELA III SALA ALGARVE 15h00 | Tema: “Turismo, Sustentabilidade e Ordenamento do Território” · Moderadora: Carmo Lopes, Professora Adjunta da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Coimbra 15h05 | Maria João Pereira Neto, Pedro Gomes Januário e Mário S. Ming Kong, Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, “Para um turismo ético e sustentável, um ‘passeio’ pela memória de Aljezur” 15h20 | António Lopes e Maria João Alcoforado, Centro de Estudos Geográficos do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, “O clima como recurso para o turismo em Portugal: algumas reflexões e propostas” 15h35 | Helena Gonçalves Pinto, Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, “O microcosmo termal como espaço turístico inovador em Portugal – ontem como hoje” 15h50 | Jaime Neto, Universidad de Valladolid, “Arquitectura de ‘resorts’ turísticos na costa Oeste de Portugal:

Congresso do Centenário, Programa – 13 de Maio · Sessão Paralela II e III


NOTAS

Congresso do Centenário, Programa – 13 de Maio · Sessão Paralela II e III

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pólos de desenvolvimento local ou condomínios fechados?”

e Geoparques em Portugal: abordagens inovadoras com uma longa tradição”

16h05 | Rita Pereira, Rui Abreu e Carlos A. Cupeto, Administração da Região Hidrográfica do Tejo, “Turismo a pé no Tejo”

15h35 | Silja Ilona Schütte, Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, “Turismo de Natureza na área transfronteiriça entre Portugal e Espanha – benchmarking internacional e capacidade competitiva do produto”

16h20 | Debate 16h45 | Coffee break

SESSÃO PARALELA IV AUDITÓRIO ADRIANO MOREIRA 15h00 | Tema: ”Turismo, Organização, Inovação e Produção do Conhecimento” · Moderador: Luís Ferreira, Professor Coordenador do Departamento de Turismo do Instituto Superior de Ciências Empresarias e do Turismo 15h05 | Ana Pedrosa Augusto, Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar do Instituto Politécnico de Leiria, “O Estado como agente de inovação em Turismo”

15h50 | Alberto Jorge Damas Guerreiro, Universidade de Évora, Câmara Municipal de Alcobaça e Membro da Comissão Instaladora do Museu dos Coutos de Alcobaça, e Maria Olímpia Lameiras-Campagnolo, Membro da Comissão Instaladora do Museu dos Coutos de Alcobaça, “Rupturas e continuidades nas dinâmicas indutoras do mercado turístico e da gestão museológica condicionando a renovação da produção do conhecimento: exemplos alcobacenses” 16h05 | José Mateus e Paula Queiroz, Terra Scenica, “O património cénico virtual – um novo paradigma para o turismo do século XXI” 16h20 | Debate 16h45 | Coffee break

15h20 | Carlos Neto de Carvalho, Geopark Naturtejo da Meseta Meridional, Município de Idanha-a-Nova e Centro de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa; Joana de Castro Rodrigues, Geopark Naturtejo da Meseta Meridional e Centro de Geologia da Universidade do Porto; Stéphanie Amado, Geopark Naturtejo da Meseta Meridional e Université d’Angers – ITBS (IMIS-ESTHUA), “Geo­­­tu­rismo

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NOTAS

Congresso do Centenário, Programa – 13 de Maio · Sessão Paralela IV

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SESSÃO PLENÁRIA II SALA PORTUGAL

SALA ALGARVE

17h00 | Painel “Os desafios do turismo em Portugal no século XXI” · Moderador: Alberto Marques, Centro de Estudos do Turismo da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril

18h35 | Lançamento do livro DirecçãoGeral de Turismo – contributos para a sua história, de Sérgio Palma Brito (edição do Turismo de Portugal), com a presença de Bernardo Trindade, Secretário de Estado do Turismo

17h05 | Eduardo Gonçalves, Professor Auxiliar do Instituto Superior da Maia, “Turismo, cultura e identidades” 17h20 | João Albino Silva, Professor Catedrático da Universidade do Algarve, “Turismo, governança e desenvolvimento”

19h30 | Encerramento dos trabalhos 20h00 | Jantar livre 21h30 | Revista “Vai de em@il a pior!…”, Teatro Maria Vitória, Parque Mayer

17h35 | José Manuel Simões, Professor Catedrático do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, “Turismo, sustentabilidade e ordenamento do território” 17h50 | Carlos Costa, Professor Associado da Universidade de Aveiro, “Turismo, organização, inovação e produção do conhecimento” 18h05 | Debate

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Congresso do Centenário, Programa – 13 de Maio · Sessão Plenária II


NOTAS

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14 DE MAIO 2011

Lisboa e Estoril

PROGRAMA CULTURAL 09h30 | Passeio Temático “Lisboa e a evocação do IV Congresso Internacional de Turismo” (Da Sociedade de Geografia de Lisboa aos Paços do Concelho da Câmara Municipal de Lisboa) 11h15 | Formalidades de embarque no Terminal de Passageiros de Alcântara

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12h45 | Fernando Ribeiro e Castro, Secretário-Geral do Forum Empresarial da Economia do Mar, e José Poças Esteves, Sócio-Gerente da SaeR – Sociedade de Avaliação de Empresas e Risco, “O Hypercluster da Economia do Mar” 13h30 | Almoço a bordo 15h00 | Visita ao MSC POESIA 16h00 | Desembarque e partida em autocarro para o Estoril

12h00 | Embarque no navio-cruzeiro MSC POESIA, numa organização da MSC Cruzeiros

17h00 | Inauguração da exposição “O Estoril e as Origens do Turismo em Portugal”, Espaço Memória dos Exílios, Estoril, numa organização da Câmara Municipal de Cascais

12h15 | “Welcome Cocktail”, no Lounge Pigalle

18h00 | Porto de Honra oferecido pelo Hotel Palácio do Estoril

12h30 | Boas-vindas: Eduardo Cabrita, Director-Geral da MSC Cruzeiros,

19h15 | Regresso a Lisboa

Congresso do Centenário, Programa – 14 de Maio · Programa Cultural


NOTAS

Congresso do Centenário, Programa – 14 de Maio · Programa Cultural

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16 DE MAIO 2011

COMEMORAÇÃO DOS 100 ANOS DA CRIAÇÃO DA REPARTIÇÃO DO TURISMO

11h35 | Painel “A investigação no turismo e a realidade empresarial” · Moderador: Luís Mota Figueira, Professor Coordenador e Director do Departamento de Gestão Turística e Cultural do Instituto Politécnico de Tomar

Sociedade de Geografia de Lisboa

11h40 | Maria Calado, Professora Associada da Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, “A investigação como contributo para a gestão empresarial do património”

SESSÃO PLENÁRIA I

11h55 | Jorge Costa, Presidente do Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo, “A Academia Aberta do Turismo”

SALA PORTUGAL 10h00 | Mesa-Redonda “Turismo e estratégias públicas de desenvolvimento” · Moderador: Ruben Obadia, Director da revista Publituris 10h05 | Licínio Cunha, Professor Universitário, Secretário de Estado do Turismo (1978-1979 e 1985-1990)

12h10 | Adão Flores, Professor Auxiliar da Universidade do Algarve, “Apresentação das redes científicas” 12h25 | Debate 12h40 | Encerramento da sessão 13h00 | Almoço livre

10h20 | Vítor Neto, Empresário e Gestor, Secretário de Estado do Turismo (1997-2002) 10h35 | Luís Correia da Silva, Empresário, Secretário de Estado do Turismo (2003-2004) 10h50 | Debate 11h05 | Coffee break

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Congresso do Centenário, Programa – 16 de Maio · Sessão Plenária I


NOTAS

Congresso do Centenário, Programa – 16 de Maio · Sessão Plenária I

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SESSÃO PLENÁRIA II

CERIMÓNIA DE ENCERRAMENTO

SALA PORTUGAL

SALA PORTUGAL

15h00 | Painel “O turismo e a lusofonia” · Moderador: Miguel Anacoreta Correia, Secretário-Geral da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa

16h50 | Jorge Mangorrinha, Presidente da Comissão Nacional do Centenário do Turismo em Portugal

15h05 | Gonçalo Cadilhe, Escritor, “A viagem pela cultura de um espaço comum: de Lubango à Ilha de Moçambique” 15h20 | Alexandre Panosso Netto, Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH– USP, Brasil), “A cooperação no ensino do turismo”

17h00 | Luís Patrão, Presidente do Turismo de Portugal, I.P. 17h15 | Encerramento dos trabalhos 18h00 | Partida para a CinematecaMuseu do Cinema 19h00 | Sessão de cinema sobre turismo – Cinemateca-Museu do Cinema

15h35 | José Roquette, Administrador do Grupo Pestana, “O lado empresarial da dimensão lusófona” 15h50 | Debate 16h20 | Coffee break “Nazaré, Praia de Pescadores e Zona de Turismo” (Leitão de Barros, 1929) pb, 35mm, 15’, Cinemateca-Museu do Cinema

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Congresso do Centenário, Programa – 16 de Maio · Sessão Plenária II; Cerimónia de Encerramento


NOTAS

Congresso do Centenário, Programa – 16 de Maio · Sessão Plenária II; Cerimónia de Encerramento

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UMA CRONOLOGIA



ANO ACONTECIMENTO 1911 · Criação da Repartição de Turismo no âmbito do IV Congresso Internacional de Turismo 1912 · Edição da Carta Excursionista de Portugal pela Sociedade Propaganda de Portugal 1913 · Jornalistas ingleses percorrem Portugal, durante 15 dias em viagem de estudo, a convite da Sociedade Propaganda de Portugal 1914 · Apresentação pública da brochura “Estoril – Estação Marítima, Climatérica, Termal e Desportiva” 1915 · Plano Geral de Melhoramentos do Funchal, da autoria do arquitecto Ventura Terra 1916 · Criação da Revista de Turismo 1917 · Realização do Primeiro Congresso Hoteleiro 1918 · Abertura do Grande Hotel de Faro, primeira unidade hoteleira do Algarve 1919 · Publicação da Lei de Apoio às Estâncias Termais 1920 · Sociedade Hotéis Alexandre de Almeida inicia a exploração do Hotel Monumental do Buçaco 1921 · Criação das Comissões de Iniciativa Local

Uma Cronologia

Página anterior: Mapa de Romarias, Panorama, nº 2, 1941 73



1922 · Agência de Auto-cars Buysson organiza os primeiros Circuitos Turísticos na área de Lisboa-Sintra 1923 · Realização do filme “Os Olhos da Alma”, de Roger Lion com Virgínia de Castro Almeida 1924 · Início da publicação do Guia de Portugal 1925 · Realização da primeira prova de Rali em Portugal, disputada em Chaves 1926 · Inauguração do Palace Hotel da Curia, projectado pelo arquitecto Norte Júnior 1927 · Regulamentação das zonas de jogo 1928 · Estabelecimento da ligação telefónica entre Lisboa e Madrid 1929 · Criação do Conselho Nacional de Turismo 1930 · Criação das comissões de propaganda de Portugal no estrangeiro (Paris, Londres e Antuérpia) 1931 · Inauguração do Casino Estoril 1932 · Primeira edição das Marchas Populares de Lisboa 1933 · Inauguração do Hotel Aviz, no palacete Silva Graça, em Lisboa 1934 · Legislação que decreta a realização de planos gerais de urbanização 1935 · Fundação da FNAT – Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho 1936 · Primeiro Congresso Nacional do Turismo 1937 · Abertura da Marginal Lisboa-Cascais 1938 · Concurso “Aldeia Mais Portuguesa de Uma Cronologia

Página anterior: Casino Estoril, fot. Eduardo Portugal, [década de 1930]

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Portugal”, com a atribuição do Galo de Prata a Monsanto 1939 · Anúncio oficial das primeiras cinco pousadas regionais inscritas no Plano de Realizações do Duplo Centenário de 1940 1940 · Exposição do Mundo Português 1941 · Criação da Panorama – Revista Portuguesa de Arte e Turismo 1942 · Abertura ao tráfego do Aeroporto de Lisboa 1943 · Primeiro Guia Campista de Portugal 1944 · Criação do SNI – Secretariado Nacional de Informação, Cultura Popular e Turismo 1945 · Abertura do Aeroporto de Pedras Rubras (depois Francisco Sá Carneiro) 1946 · Criação da TAP 1947 · Plano de Urbanização de São Pedro de Moel, da autoria do arquitecto José Lima Franco 1948 · Inauguração da Gare Marítima de Alcântara (Porto de Lisboa) 1949 · Fundação do primeiro parque de campismo em Portugal, na Quinta de São Gonçalo, em Carcavelos 1950 · “Avril au Portugal”, de Raul Ferrão, originalmente do filme “Capas Negras” (1947), de Armando de Miranda 1951 · Inauguração do cinema e teatro Monumental, em Lisboa 1952 · Plano Regulador do Porto, da autoria do engenheiro Almeida Garrett

Uma Cronologia

Página anterior: Mapa de Romarias, Panorama, nº 2, 1941 77



1953 · Sagração da Basílica de Fátima 1954 · Criação do slogan “No rain in Portugal, but tourists pour in” [Não chove em Portugal, mas chovem os turistas] 1955 · Iniciam-se os trabalhos de electrificação das linhas da rede dos caminhos-de-ferro portugueses 1956 · Criação do Fundo do Turismo 1957 · Criação da RTP-Rádio Televisão Portuguesa 1958 · Primeira Escola Hoteleira em Portugal, em Lisboa 1959 · Inauguração do Monumento ao CristoRei, em Almada 1960 · Comemorações Henriquinas, realizadas em Sagres 1961 · Abertura da buvette das Termas de Chaves, da autoria do arquitecto Januário Godinho 1962 · Inauguração do Hotel do Garbe, em Armação de Pêra, da autoria dos arquitectos Jorge Ferreira Chaves e Frederico Sant’Ana 1963 · Plano de Urbanização Turística do Algarve, coordenado pelo arquitecto Paulo Cunha 1964 · Portugal regista a entrada de um milhão de turistas estrangeiros 1965 · Abertura ao tráfego do Aeroporto de Faro 1966 · Inauguração da Ponte Salazar (depois, 25 de Abril) 1967 · Primeiro Rali TAP (depois, Rali do Vinho do Porto e Rali de Portugal) Uma Cronologia

Página anterior: Ponte 25 de Abril 79



1968 · Criação da Direcção-Geral do Turismo 1969 · Inauguração do edifício-sede da Fundação Calouste Gulbenkian 1970 · Início da publicação anual de dados específicos sobre o movimento do turismo em Portugal 1971 · Abertura das Grutas de Mira de Aire 1972 · Abertura do Autódromo do Estoril 1973 · Lançamento da primeira campanha promocional “Descubra um Portugal Desconhecido” 1974 · Inauguração do complexo turístico de Vilamoura 1975 · Independência de Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola e Timor-Leste 1976 · Criação da ENATUR – Empresa Nacional de Turismo 1977 · Criação do Programa de Turismo de Habitação 1978 · Primeiras Jornadas do Termalismo Português, no Estoril 1979 · Criação da Mediotur – Bolsa de Turismo do Mediterrâneo e dos Países Latino-Americanos 1980 · Assinatura do acordo de pré-adesão à Comunidade Económica Europeia 1981 · Início do Fantasporto, Porto 1982 · Publicação da Lei-Quadro das Regiões de Turismo 1983 · XVII Exposição de Arte, Ciência e Cultura, Conselho da Europa, em Lisboa Uma Cronologia

Página anterior: O Pais Turístico, nº 14, Janeiro/ Fevereiro de 1979, p. 29 81



1984 · Primeiro Grande Prémio de Portugal em Fórmula 1, no Autódromo do Estoril 1985 · Início do Festival de Cinema de Tróia 1986 · Plano Nacional de Turismo 1987 · Abertura do balneário das Termas de São Pedro do Sul, da autoria do arquitecto Januário Godinho 1988 · Publicação de Portugal, o Turismo no Século XX, de Paulo Pina 1989 · Criação da BTL – Bolsa de Turismo de Lisboa 1990 · Plano de Pormenor de Recuperação da Zona Sinistrada do Chiado, da autoria do arquitecto Álvaro Siza 1991 · Criação da AHP – Associação da Hotelaria de Portugal 1992 · Inauguração do Centro Cultural de Belém, da autoria dos arquitectos Vittorio Gregotti e Manuel Salgado 1993 · Criação da Sociedade Parque Expo’98, S.A. 1994 · Lisboa’94 – Cidade Europeia da Cultura 1995 · Criação dos programas de Turismo Sénior 1996 · Criação da ARESP – Associação da Restauração e Similares de Portugal 1997 · Criação do primeiro órgão misto de promoção turística (Associação de Turismo de Lisboa)

Uma Cronologia

Página anterior: Alçados do projecto para os balneários das Termas de S. Pedro do Sul da autoria do arquitecto Januário Godinho 83



1998 · Expo’98 – Exposição Mundial de Lisboa 1999 · Inauguração do Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto 2000 · Criação da Via Verde Portugal (Brisa 75%, SIBS 25%) 2001 · Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura 2002 · Entrada em circulação do Euro 2003 · Entrada da Confederação do Turismo Português na Comissão Permanente da Concertação Social 2004 · Euro 2004 – Campeonato Europeu de Futebol, em Portugal 2005 · Inauguração do Centro de Artes de Sines, da autoria dos arquitectos Manuel Aires Mateus e Francisco Aires Mateus 2006 · Apresentação do PENT – Plano Estratégico Nacional do Turismo 2007 · Criação do Turismo de Portugal, I.P. 2008 · Inauguração do Centro de Interpretação dos Capelinhos, na ilha do Faial, Açores 2009 · Inauguração do MUDE – Museu do Design e da Moda, em Lisboa 2010 · Inauguração do primeiro complexo turístico-‑termolúdico em Portugal, em Unhais da Serra, da autoria do arquitecto Jorge Palma 2011 · Celebração do Centenário da Institucionalização do Turismo em Portugal

Uma Cronologia

Página anterior: Parque das Nações, em Lisboa, local da realização da Expo’98 – Exposição Mundial de Lisboa 85


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