Apostila Alcance ENEM 2015: Módulo III

Page 1

I I I




EXPEDIENTE Mesa diretora da asseMBLeia LegisLativa do estado do ceará ZEZINHO ALBUQUERQUE Presidente TIN GOMES

1º vice-presidente

DANNIEL OLIVEIRA

2º vice-presidente

SÉRGIO AGUIAR

1º secretário

MANOEL DUCA

2º secretário

JOÃO JAIME

3º secretário

JOAQUIM NORONHA

4º secretário

universidade do ParLaMento cearense - uniPace PROFESSOR TEODORO

Presidente

LINDOMAR SOARES

Diretora de Gestão e Ensino

SILVANA FIGUEIREDO

Diretora Técnica

eQuiPe de eLaBoraÇão e coordenaÇão do ProJeto aLcance LINDOMAR SOARES SILVANA FIGUEIREDO FÁBIO FROTA



EQUIPE PEDAGÓGICA: Língua Portuguêsa cláudio márcio | steller de paula e vicente júnior Matemática: fábio frota | ângelo victor e raul brito Ciências Humanas: artur bruno | cícero robson e mariano júnior Ciências da Natureza: benardete | felipe menezes e rodrigo marques Revisão: adelaide oliveira Designer Gráfico: adriano costa

Índice Linguagens e Códigos Literatura ........................................................................................................................... 08 a 22 Linguística .......................................................................................................................... 23 a 29 Redação ............................................................................................................................. 30 a 32

Matemática Função do 2º grau .............................................................................................................. 34 a 38 Função do 1º grau .............................................................................................................. 39 a 42 Razões Triângulo Retângulo ............................................................................................... 43 a 46

Ciências Humanas Geopolítica ........................................................................................................................ 48 a 58 Sociologia .......................................................................................................................... 59 a 67 História do Brasil ................................................................................................................ 68 a 83

Ciências da Natureza Química ............................................................................................................................. 85 a 87 Física .................................................................................................................................. 88 a 95 Biologia .............................................................................................................................. 96 a 100

Gráfica INESP - (85) 3277.3005



LINGUAGENS E CÓDIGOS


LITERATURA Assim, o Romantismo aproxima-se de seu público – o burguês – e, por meio de publicações nos folhetins, confere aos textos os seguintes aspectos:

Romantismo CONTEXTO HISTÓRICO Várias transformações nos planos ideológico, político e social vêm ocorrendo ao longo do século XVIII na Europa: • o Iluminismo impulsiona os valores burgueses e a força popular, que anseia por um governo democrático e igualitário. A liberdade e a conquista dos direitos do homem também são ideais iluministas difundidos à época. • inicialmente, há uma grande euforia e, ao mesmo tempo, um descontentamento após a Revolução Industrial – novos inventos, criação de centros fabris, novas relações trabalhistas, organização de sindicatos, revoltas sociais. • há uma mudança na ordem social e na política, com a Revolução Francesa, que coloca no poder a burguesia e destitui a nobreza – o Antigo Regime. Com o crescimento do sistema capitalista na Europa, é disseminado o pensamento individualista e competitivo, e o sentimento de fazer parte do coletivo dá lugar à luta individual. Isso ocorre porque o homem deste período faz parte de um todo e não possui uma importância sozinho. Por esta feita, busca-se conectar ao universo destacando-se dos demais. A vinda da Família Real para o Brasil (1908) possibilitou um marcante avanço cultural. Já a Proclamação da Independência (1822) e as revoluções (como a Sabinada, por exemplo), mostram claramente o desejo de liberdade que vai invadir o mundo da época. Esse período histórico, de transformações, de lutas e de rupturas, foi marcado por aspectos variados e contraditórios sobre o mundo, inspirando a arte, formando o pensamento do movimento literário que atravessou o século – o Romantismo.

Exaltação da imaginação e dos sentimentos Acreditar na capacidade individual para determinar a forma e o conteúdo de uma criação artística, libertando-se assim, das formas já consagradas, abrindo espaço para a individualidade. Fuga do presente e da realidade (Evasão) O autor romântico coloca-se contra os ideais racionais e as manifestações coletivas, pregados pelo pensamento iluminista. Assim, seu sentimento de desajustamento social é verdadeiro e nasce o confronto entre os valores que defende, centrados no subjetivismo e na emoção. Neste contexto, a morte passa a ser como possibilidade de fuga do real e, por isso, é idealizada. Ela se manifesta como opção de alívio para os males do mundo ou para o encontro definitivo dos amantes, separados pelos obstáculos da realidade. Por isso também, o mundo dos sonhos passa a ser espaço de fuga onde projeta suas utopias. Há o gosto pela noite, pelo mistério, pela solidão. Nacionalismo A transformação política aboliu o Antigo Regime estabelecendo a soberania da nação sobre ela mesma. O indivíduo deixa de ser súdito e torna-se cidadão de uma pátria. Burguesia X Nobreza Há a valorização do esforço, do trabalho, o sacrifício e esforço valem mais, em contraponto à vida nobre, que vive do que recebe de herança. Temas medievais A Idade Média é vista pelo Romantismo como uma época que valoriza os feitos heroicos. Assim, o perfil dos heróis românticos é daquele que precisa agir, sofrer, superar obstáculos de toda a natureza para se qualificarem como exemplares, tal qual o cavaleiro medieval, que possui as características do herói clássico. Contrapondo a arte da imitação, advinda do Classicismo, o Romantismo enaltece a inspiração, a manifestação natural dos sentimentos, sem racionalismos. Não há preocupação com a forma, a estrutura dos textos impressos. O Romantismo no Brasil O Romantismo inicia no Brasil num mo-

Delacroix: A Liberdade guiando o povo, 1830. Museu do Louvre

8


LITERATURA mento histórico conturbado para a metrópole portuguesa, com a invasão de Napoleão e a vinda da Coroa para terras brasileiras. Esse fato acaba por gerar uma profunda alteração no cotidiano da colônia, contribuindo para a Independência da nação. Desenvolvimento do comércio, da indústria, da agricultura, da educação; criação da tipografia, movimentação editorial e da imprensa, toda essa agitação modificou a vida cultural da colônia, gerando um público leitor, dando condições para a formação de uma literatura mais sólida que o que fora produzida até então. Toda essa movimentação no Brasil, todos os fatos políticos e todas as ideias europeias determinaram a principal preocupação dos intelectuais deste século: a formação da nação brasileira e a definição de símbolos nacionais. Foram estes artistas e pesquisadores que apontaram o índio e a natureza exuberante como elementos mais representativos da identidade brasileira, símbolos ideais para a nação que começava a ganhar forma.

Vamos a um resumo dos ideias da 1ª geração romântica: • Afirmação da identidade nacional • Resgate do índio e da natureza como ícones da nacionalidade. • Versos que não exploram a liberdade formal. São marcados pelo controle da métrica e pela escolha das rimas. A sonoridade, a cadência dos versos fazem-nos se aproximar das batidas de tambores indígenas. Outro recurso é a caracterização da natureza, usada para expressar, muitas vezes, os sentimentos do eu lírico, promovendo uma identificação entre os dois símbolos nacionalistas. Canção do Exílio (Gonçalves Dias) Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores.

A FORMAÇÃO DO PENSAMENTO ROMÂNTICO NO BRASIL Jovens intelectuais, muitos educados ou vivendo na Europa, entusiasmados com a independência política, abraçaram a missão de escrever para brasileiros e estrangeiros a face do novo país independente. A Revista Niterói foi lançada em 1836 e seria a publicação que daria início ao Romantismo brasileiro. No primeiro número, Gonçalves de Magalhães escreveu o “Discurso sobre a história da literatura no Brasil”, em que procurava demonstrar como a literatura estava limitada aos temas, formas e valores portugueses. Segundo o autor, a vinda do rei provava que havia real necessidade de os brasileiros reconhecerem o país como nação. Era o momento de trabalhar para definir os traços de nacionalidade.

Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar — sozinho, à noite — Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu’inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá.

A 1ª GERAÇÃO DA POESIA ROMÂNTICA BRASILEIRA: INDIANISTA OU NACIONALISTA “CADA POVO TEM SUA LITERATURA PRÓPRIA, COMO CADA HOMEM SEU CARÁTER PARTICULAR, CADA ÁRVORE SEU FRUTO ESPECÍFICO”. Com essas palavras, Gonçalves de Magalhães mostrou o espírito que marcou a 1ª geração romântica: a vontade de semear as ideias libertárias, de repercutir o sentimento de amor à pátria, longe das influências culturais de Portugal.

Para reafirmar o pensamento nacionalista, essa 1ª geração romântica elege o índio e a natureza como símbolos brasileiros, que permeariam a literatura. Com base no pensamento de Rousseau sobre o “bom selvagem”, os autores, chamados indianistas, transferem a imagem do homem livre e de valores, encontrada no cavalheiro medieval, para o índio brasileiro, atribuindo

9


LITERATURA uma visão idealizada para o habitante brasileiro, aproximando-o ao público, pois a visão do herói valoroso agradava a todos os leitores. Nesse contexto, as publicações ocorriam em jornais e revistas da época, o que foi fundamental para a formação de um grupo de leitura – fiel aos romances que seriam produzidos e os poemas lidos não só mais em saraus, mas também na imprensa. A linguagem buscava ser simples, mas havia certa preocupação formal por parte dos primeiros poetas românticos. Isso porque havia uma intenção de aproximar o ritmo do poema ao som dos tambores indígenas – o que gerava um efeito interessante para o leitor. Destacam-se como autores dessa geração: Gonçalves de Magalhães e Gonçalves Dias. Sobre Gonçalves Dias, é importante destacar a edição de Canção do Exílio, um dos poemas mais parodiados e citados na Literatura nacional. Um outro poema é “I-Juca Pirama”, no qual fica clara a criação idealizada do índio.

Os jovens dessa geração mostravam-se mais voltados para os interesses do coração. Incorporavam a postura do herói que defendia valores incorruptíveis, como liberdade, amor e direito à liberdade. Jovens estudantes e poetas viviam, em sua maioria, em repúblicas; muitos em SP, onde cursavam a Faculdade de Direito, no Convento de São Francisco, em São Paulo. Essa vida isolada definia a produção cultural, marcada pela característica cosmopolita. A circulação dos textos ocorria no espaço em que viviam: nos salões, nas reuniões de elite, dois tipos de poetas surgiam, os declamadores e os repentistas (improvisadores).

A 2ª GERAÇÃO DA POESIA ROMÂNTICA BRASILEIRA: ULTRARROMANTISMO OU “MAL-DO-SÉCULO” Chamada de ultrarromântica, a geração do “mal-do-século” redefinia o projeto literário brasileiro com a idealização absoluta e com os interesses por duas ideias essencialmente românticas: AMOR e MORTE. Tratava-se de uma geração de poetas atormentados, que frequentemente morriam jovens, marcando a literatura pela expressão exacerbada de um subjetivismo pessimista, pelo desejo de evasão da realidade, pela atração pelo mistério e, ainda, pela consciência de inadaptação do artista à sociedade em que viviam. A solidão, o culto a uma natureza mórbida e soturna e, acima de tudo, a idealização da mulher virginal e etérea, eram as formas poéticas encontradas para traduzir em imagens os sentimentos arrebatados que vivenciavam. A GERAÇÃO BYRONIANA Havia o exagero sentimental. Inspirados pelos autores Lord Byron e Mary Shelley, os representantes dessa geração liam uma poesia que exaltava os sentimentos arrebatados ao mesmo tempo que apresentava o poeta isolado da sociedade, incompreendido por defender valores morais éticos contrários aos interesses econômicos da burguesia.

ASPECTOS CARACTERÍSTICOS • Locus horrendus: o cenário ultrarromântico é tempestuoso, sombrio. As forças incontroláveis da natureza simbolizam os sentimentos violentos que acolhem o sofrimento individual do poeta. • O “mal do século” e a sedução da morte: a ideia de morrer, para ultrarromântico, tem um sentido positivo, porque garante o término da agonia de viver. É no contexto das desilusões e da maneira pessimista de encarar a própria existência que a morte surge como solução. • Subjetividade: em detrimento do isolamento do homem romântico, que se sente deslocado do contexto social, há o forte culto do “eu”, recolhendo-se a uma subjetividade que vive a angústia, o sofrimento e a dor existencial. • Idealização amorosa: o amor é colocado entre a sensualidade e a idealização. O objeto do sentimento amoroso é fantasiado e como não há a consumação dele, há a intensificação do sofrimento. • Evasão: o poeta desta geração refugia-se no campo das idealizações, por isso os te-

10


LITERATURA mas da infância, da morte tornam-se interessantes e constantes nos textos ultrarromânticos, por se tratarem de ser o tempo da fuga do eu-lírico. • Linguagem: a liberdade formal continua sendo característica forte da produção poética. Palavras como “amor”, “morte”, “febre”, “ilusão”, “saudade”, “sonho”, “noite”, “palidez”, “pesadelo”, “desespero”, são recorrentes no vocabulário dessa poesia que marcam os temas depressivos e, alguns casos, irracionais. O trabalho intencional e a musicalidade nas palavras ganham destaque neste momento. Saraus, musicais, óperas, criam a atmosfera perfeita para essa poesia contaminada de amor, loucura, paixão e sonho.

Caiu no ENEM (2010) Soneto Já da morte o palor me cobre o rosto, Nos lábios meus o alento desfalece, Surda agonia o coração fenece, E devora meu ser mortal desgosto! Do leito embalde no macio encosto Tento o sono reter!... já esmorece O corpo exausto que o repouso esquece... Eis o estado em que a mágoa me tem posto! O adeus, o teu adeus, minha saudade, Fazem que insano do viver me prive E tenha os olhos meus na escuridade. Dá-me a esperança com que o ser mantive! Volve ao amante os olhos por piedade, Olhos por quem viveu quem já não vive!

Veja no poema a seguir:

AZEVEDO, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000.

O núcleo temático do soneto citado é típico da segunda geração romântica, porém configura um lirismo que o projeta para além desse momento específico. O fundamento desse lirismo é: a) a angústia alimentada pela constatação da irreversibilidade da morte. b) a melancolia que frustra a possibilidade de reação diante da perda. c) o descontrole das emoções provocado pela autopiedade. d) o desejo de morrer como alívio para a desilusão amorosa. e) o gosto pela escuridão como solução para o sofrimento.

OS AUTORES

A 3ª GERAÇÃO DA POESIA ROMÂNTICA BRASILEIRA: O CONDOREIRISMO CONTEXTO HISTÓRICO E O CONDOREIRISMO A partir de 1840, o país foi governado pelo imperador D Pedro II. Os dez primeiros anos de seu reinado foram marcados por lutas e revoltas por todo país; muito foi necessário para conter as batalhas e sufocar os gritos de República e abolição de parte da população. Desde o início da colonização portuguesa no Brasil, escravos eram trazidos de África e, em número, passaram a superar a população portuguesa. Após a Independência, a expansão da cultura do café fez aumentar a importação de escra-

Os principais poetas do Romantismo da segunda geração foram Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela e Junqueira Freire.

11


LITERATURA vos. Mesmo com a proibição do tráfico negreiro, em 1831, a sociedade manteve, em grande parte, o regime escravagista. No entanto, uma voz elevava-se para defender o fim da escravidão no país: os abolicionistas clamavam por liberdade e isso influenciou fortemente a literatura. O Condoreirismo é o momento da literatura romântica em que os poetas passaram a se preocupar com questões sociais, abolicionistas e republicanas. Foi uma poesia mais engajada e que propunha uma boa dose de espírito libertário, por isso o símbolo do Condor para a geração. Essa geração também pode ser chamada de Hugoana, devido à influência estética do escritor francês Victor Hugo ou Social.  Fique de olho! Um filme que mostra a situação de descontentamento e revolta sob pressão dos abolicionistas é “Amistad”. Vale conferir pela reconstrução histórica realizada, além de ser uma história bem elaborada e emocionante.

O POEMA LÍRICO A lírica amorosa possui uma diferença bem grande em relação à segunda geração romântica. É marcada por uma sensualidade explícita, na qual as virgens inacessíveis são substituídas por mulheres reais, lascivas, sedutoras. É uma mulher que perde os traços de perfeição inatingível. Percebe-se um amadurecimento da poesia brasileira, embora ainda inspirada na literatura estrangeira. As características principais da 3a geração romântica são:  Poesia de cunho social, engajada;  Teor de cunho libertário;  Temática abolicionista;  Uso de hipérboles;  Visão carnal do amor;  Sensualismo;  Grandiloquência (intenção de um público maior);  Figuras: metáforas, hipérboles, vocativos. AUTORES Sousândrade A preocupação deste poeta condizia com toda a situação da América, não somente com o Brasil. Por ter tido uma vivência nos Estados Unidos, Sousândrade enalteceu a beleza e a força, de forma geral, dos povos do Novo Continente. O Guesa Canto Primeiro Eia, imaginação divina! Os Andes Vulcânicos elevam cumes calvos, Circundados de gelos, mudos, alvos, Nuvens flutuando — que espetac’los grandes!

A LINGUAGEM Os condoreiros participavam dos debates sociais, seus interesses pelas questões políticas os levam a escrever uma literatura mais engajada, mais panfletária, mais consciente dos acontecimentos sociais do país. Os poetas buscavam atingir um maior público, daí o nascimento do poeta-orador. Muitas vezes, nos intervalos de saraus, óperas, bailes, esses poetas subiam ao palco para declamarem seus poemas, e, muitas vezes, tinham de improvisar seus textos. Por ser declamado, o texto apresentava grande uso de exclamações, vocativos (apóstrofes), hipérboles como recursos que auxiliavam na oratória. Os principais autores deste momento são Castro Alves e Sousândrade.

Lá, onde o ponto do condor negreja, Cintilando no espaço como brilhos D’olhos, e cai a prumo sobre os filhos Do lhama descuidado; onde lampeja Da tempestade o raio; onde deserto, O azul sertão, formoso e deslumbrante, Arde do sol o incêndio, delirante Coração vivo em céu profundo aberto! Castro Alves Certamente, o maior representante da poesia desta geração. O surgimento de Castro Alves no cenário literário brasileiro ocorre num momento especial do contexto social. É o crescimento da cultura urbana, debates políticos que encantam e

12


LITERATURA Veja na figura abaixo o jornal em que era publicado, ao rodapé, o folhetim “Memória de um Sargento de Milícias”, de Manuel Antônio de Almeida.

atraem o jovem estudante da Faculdade de Direito. Sua poesia é marcada pela humanidade, pelo pensamento, pela defesa daqueles que não tinham voz. No contexto social, Castro Alves abordou a questão da abolição, desvelando ao mundo o sofrimento dos povos escravizados. Em tom laudatório, abordou em seus textos uma visão sobre a nacionalidade bem diferente da que era tratada na 1ª geração: há o registro da denúncia de uma nação que corrompia-se em função do tráfico negreiro. América Acorda a pátria e vê que é pesadelo O sonho da ignomínia que ela sonha! À Tépida sombra das matas gigantes, Da América ardente nos pampas do Sul, Ao canto dos ventos nas palmas brilhantes, À luz transparente de um céu todo azul, A filha das matas — cabocla morena — Se inclina indolente sonhando talvez! A fronte nos Andes reclina serena. E o Atlântico humilde se estende a seus pés.

Fonte: Arquivo Nacional

O FOLHETIM E O ROMANCE A palavra “romance” remete às tradições populares e folclóricas, de histórias contadas no latim vulgar repletas de elementos mágicos, maravilhosos. É justamente no século XVIII que a palavra ganha o aspecto como é conhecido até os dias de hoje: um gênero textual em prosa, que contém mais de um núcleo narrativo, relacionados a um núcleo central. Pode-se dizer que esta estrutura “amadureceu” a partir das publicações dos folhetins, criando um público leitor fiel ao perfil desta forma de contar histórias.

As brisas dos cerros ainda lhe ondulam Nas plumas vermelhas do arco de avós, Lembrando o passado seus seios pululam, Se a onça ligeira boliu nos cipós. (...) Na lírica amorosa, o poeta mostra a sensualidade das mulheres reais, sedutoras, revelando que o Romantismo encaminhava-se para uma grande transformação. A PROSA ROMÂNTICA A VIDA DA ARISTOCRACIA NOS FOLHETINS O século XVIII marcou a capital do Império com uma nova forma de leitura: dentro dos jornais de grande circulação, as histórias os folhetins. Eram textos em prosa, escritos ao pé da página, divididos em capítulos, que contavam histórias marcadas pelo melodrama e finais trágicos ou felizes, e que, por isso, faziam o gosto entre os jovens. Falavam de amores idealizados, a vida e os costumes burgueses. Uma característica dessa época, é que mais da metade dos habitantes do país era composta por analfabetos. Por isso, os leitores dos folhetins eram membros da elite, profissionais liberais, funcionários públicos, estudantes e militares.

(Almeida Junior, “Leitura”)

13


LITERATURA A LINGUAGEM EM PROSA ROMÂNTICA As narrativas românticas perduraram por cerca de 40 anos no Brasil. No início, buscou responder aos anseios de uma sociedade que tentava definir sua identidade cultural – em função da Independência do país, afinal, o que era ser brasileiro? – e, com o passar do tempo, ganhou volume, corpo e assumiu a responsabilidade de responder a este questionamento (muito mais que a poesia, diga-se). Assim, pode-se dizer que o projeto da prosa romântica divide-se em três “categorias”:

passagem o alvacento lençol, que lhe foi seguindo os velozes passos. Por toda a parte melancolia; de todos os lados tétricas perspectivas. É cair, porém, daí a dias copiosa chuva, e parece que uma varinha de fada andou por aqueles sombrios recantos a traçar às pressas jardins encantados e nunca vistos. Entra tudo num trabalho íntimo de espantosa atividade. O romance romântico teve fundamental importância na formação da ideia de nação. Considerando o trecho acima, é possível reconhecer que uma das principais e permanentes contribuições do Romantismo para construção da identidade da nação é a: a) possibilidade de apresentar uma dimensão desconhecida da natureza nacional, marcada pelo subdesenvolvimento e pela falta de perspectiva de renovação. b) consciência da exploração da terra pelos colonizadores e pela classe dominante local, o que coibiu a exploração desenfreada das riquezas naturais do país. c) construção, em linguagem simples, realista e documental, sem fantasia ou exaltação, de uma imagem da terra que revelou o quanto é grandiosa a natureza brasileira. d) expansão dos limites geográficos da terra, que promoveu o sentimento de unidade do território nacional e deu a conhecer os lugares mais distantes do Brasil aos brasileiros. e) valorização da vida urbana e do progresso, em detrimento do interior do Brasil, formulando um conceito de nação centrado nos modelos da nascente burguesia brasileira.

• ROMANCE INDIANISTA / HISTÓRICO: As narrativas aludem aos fatos que marcaram a descoberta do Brasil. O índio e a natureza são os emblemas que constituem a identidade cultural do país. Destaca-se que a figura do índio é comparada ao do cavaleiro medieval, cujas atitudes heroicas incitam um ufanismo no leitor. A natureza, por sua vez, apresenta-se exuberante, imponente, única. • ROMANCE REGIONAL Traz os personagens que fazem parte dos cenários rurais do país, revelando um Brasil diferente aos brasileiros: os pampas gaúchos, o sertão nordestino, a geografia diferente de um território desconhecido pelo público leitor. • ROMANCE URBANO: Representa o cotidiano dos centros e capital do Brasil, construindo a identidade cultural do país por meio de histórias cujos personagens, enredos e cenários compunham a alegoria do brasileiro daquela época. CAIU NO ENEM! O sertão e o sertanejo Ali começa o sertão chamado bruto. Nesses campos, tão diversos pelo matiz das cores, o capim crescido e ressecado pelo ardor do sol transforma-se em vicejante tapete de relva, quando lavra o incêndio que algum tropeiro, por acaso ou mero desenfado, ateia com uma faúlha do seu isqueiro. Minando à surda na touceira, queda a vívida centelha. Corra daí a instantes qualquer aragem, por débil que seja, e levanta-se a língua de fogo esguia e trêmula, como que a contemplar medrosa e vacilante os espaços imensos que se alongam diante dela. O fogo, detido em pontos, aqui, ali, a consumir com mais lentidão algum estorvo, vai aos poucos morrendo até se extinguir de todo, deixando como sinal da avassaladora

Realismo O Realismo surge no século XIX em reação ao Romantismo e se desenvolve com base na observação da realidade, na razão e na ciência. Surgido na França, sua influência se estende a numerosos países europeus, aparece no momento em que ocorrem as primeiras lutas sociais, sendo também objeto de ação contra o capitalismo progressivamente mais dominador. Em relação ao Romantismo, trata-se da reação contra suas idealizações da paixão amorosa, bem como um crescente respeito pelo fato empiricamente provado, pelas ciências exatas e experimentais e pelo progresso técnico. É a transição do Romantismo para o Realismo, uma mudança do belo e ideal para o real e objetivo. A SOCIEDADE Os escritores realistas desejavam retra-

14


LITERATURA tar o homem e a sociedade da forma como ela é. Era preciso mostrar o cotidiano massacrante, o amor adúltero, a falsidade e o egoísmo humano, a impotência do homem comum diante dos poderosos. Por isso, possui um forte poder de crítica, porém sem subjetividade. Grandes escritores realistas descrevem o que está errado de forma natural. Por exemplo: se um autor deseja criticar a postura da Igreja católica, escreverá histórias que envolvam a Igreja Católica de forma a inserir nelas o que eles julgam ser a Igreja Católica e como as pessoas reagem a ela. Em lugar do egocentrismo romântico, verifica-se um enorme interesse em descrever, analisar e em criticar a realidade. A visão realista procura ser objetiva, fiel, sem distorções. Em lugar de fugir à realidade, procuram apontar falhas como forma de estimular a mudança das instituições e dos comportamentos humanos. Em lugar de heróis, surgem pessoas comuns, cheias de problemas e limitações. O REALISMO E GUSTAVE FLAUBERT Na Europa, o Realismo teve início com a publicação do romance Madame Bovary (1857) de Gustave Flaubert. Madame Bovary resultou num escândalo ao ser publicado em 1857. Quando o livro foi lançado, houve na França um grande interesse pelo romance, por ter levado seu autor a julgamento. Levado aos tribunais, Flaubert utilizou a famosa frase “Emma Bovary c’est moi” (Emma Bovary sou eu) para se defender das acusações de ofensa à moral e à religião, num processo contra o autor e também contra Laurent Pichat, diretor da revista Revue de Paris, em que a história foi publicada pela primeira vez, em episódios e com alguns pequenos cortes. A Sexta Corte Correcional do Tribunal do Sena absolveu Flaubert, mas o mesmo procedimento não foi adotado pelos críticos puritanos da época, que não o perdoaram pelo tratamento cru dado pelo escritor francês, no romance, ao tema do adultério, pela crítica ao clero e à burguesia: “Gostava do mar apenas pelas suas tempestades e da verdura só quando a encontrava espalhada entre ruínas. Tinha necessidade de tirar de tudo uma espécie de benefício pessoal e rejeitava como inútil o que quer que não contribuísse para a satisfação imediata de um desejo do seu coração - tendo um temperamento mais sentimental do que artístico e interessando-se mais por emoções do que por paisagens.” (trecho)

AS CORRENTES FILOSÓFICAS Os autores do Realismo são adeptos do determinismo, pelo qual a obra de arte seria determinada por três fatores: o meio; o momento e a raça (esta dizendo respeito à hereditariedade). O avanço das ciências, no século XIX, tem grande influência, principalmente sobre os naturalistas (daí falar-se em cientificismo nas obras desse período). Ideologicamente, os autores desse período são antimonárquicos (defendem o ideal republicano); negam a burguesia (a partir da célula-mãe da sociedade, daí a presença constante dos triângulos amorosos - o pai traído, a mãe adúltera e o amante, este sempre um “amigo da casa”); são anticlericais (destacam-se os padres corruptos e beatas hipócritas). Autoreprodução: os agentes devem ser capazes de produzir cópias de si próprios e essas cópias devem ter igualmente a capacidade de se reproduzirem; Hereditariedade: As cópias devem herdar as características dos originais; Variação: Ocasionalmente, as cópias têm que ser imperfeitas (diversidade no interior da população); Seleção: As características herdadas devem condicionar a capacidade dos agentes para se reproduzirem; Em qualquer sistema onde ocorram essas características deverá ocorrer evolução. O REALISMO NO BRASIL O Romance realista é uma narrativa mais preocupada com a análise psicológica, fazendo crítica à sociedade a partir do comportamento de determinados personagens. Faz uma análise da sociedade “por cima”, visto que seus personagens são capitalistas, pertencentes à classe dominante. Esse tipo de romance é documental, sendo retrato de uma época. Foi realizado no Brasil por Machado de Assis, em obras como “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, “Quincas Borba” e “Dom Casmurro”.

15


LITERATURA Características da obra machadiana • Personagens São geralmente burgueses – classe dominante; Procura desmascarar o “jogo” das relações sociais; Enfatiza o contraste entre aparência x essência; Mostra-nos de maneira impiedosa e ajuda a vaidade, a futilidade, a hipocrisia, a inveja, o prazer carnal. • Processo Narrativo: Há pouca ação, poucos fatos; Os personagens são esféricos e apresentam complexidade psicológica; Apresenta digressões à ordem cronológica interrompida; Conversa, dialoga com o leitor, faz reflexão, aguça o leitor. • Pessimismo: Hipocrisia social; Imperfeição da humanidade; Mostra que as causas nobres sempre ocultam interesses impuros. • Linguagem: Frases curtas, incisivas; Humor e reflexão através de frases irônicas, sugestivas; Apresenta metalinguagem à explica a própria linguagem; Faz intertextualidade com obras consagradas; Perfeição gramatical. • Perfil Feminino: Mulheres racionais a fortes, dominadores, sensuais, “dissimuladas”, ambíguas, astuciosas e principalmente adúlteras (comprovar a vulnerabilidade do amor).

tor gaúcho, Viana Moog, procurou mostrar com bastante engenho que no Brasil há, em verdade, literaturas setoriais diversas, refletindo as características locais. Com relação à valorização, no romance regionalista brasileiro, do homem e da paisagem de determinadas regiões nacionais, sabe-se que: a) o romance do Sul do Brasil se caracteriza pela temática essencialmente urbana, colocando em relevo a formação do homem por meio da mescla de características locais e dos aspectos culturais trazidos de fora pela imigração europeia. b) José de Alencar, representante, sobretudo, do romance urbano, retrata a temática da urbanização das cidades brasileiras e das relações conflituosas entre as raças. c) o romance do Nordeste caracteriza-se pelo acentuado realismo no uso do vocabulário, pelo temário local, expressando a vida do homem em face da natureza agreste, e assume frequentemente o ponto de vista dos menos favorecidos. d) a literatura urbana brasileira, da qual um dos expoentes é Machado de Assis, põe em relevo a formação do homem brasileiro, o sincretismo religioso, as raízes africanas e indígenas que caracterizam o nosso povo. e) Érico Veríssimo, Rachel de Queiroz, Simões Lopes Neto e Jorge Amado são romancistas das décadas de 30 e 40 do século XX, cuja obra retrata a problemática do homem urbano em confronto com a modernização do país promovida pelo Estado Novo.

REALISMO x ROMANTISMO

QUESTÃO 02 - (ENEM - 2009) (Prova Anulada) - Pobre Isaura! Sempre e em toda parte esta contínua importunação de senhores e de escravos, que não a deixam sossegar um só momento! Como não devia viver aflito e atribulado aquele coração! Dentro de casa contava ela quatro inimigos, cada qual mais porfiado em roubar-lhe a paz da alma, e torturar-lhe o coração: três amantes, Leôncio, Belchior, e André, e uma êmula terrível e desapiedado, Rosa. Fácil Ihe fora repelir as importunações e insolências dos escravos e criados; mas que seria dela, quando viesse o senhor?!...

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES QUESTÃO 01 - (ENEM - 2009) - No decênio de 1870, Franklin Távora defendeu a tese de que no Brasil havia duas literaturas independentes dentro da mesma língua: uma do Norte e outra do Sul, regiões segundo ele muito diferentes por formação histórica, composição étnica, costumes, modismos linguísticos etc. Por isso, deu aos romances regionais que publicou o título geral de Literatura do Norte. Em nossos dias, um escri-

GUIMARÃES, B. A escrava Isaura. São Paulo: Ática, 1995 (adaptado).

A personagem Isaura, como afirma o título do romance, era uma escrava. No trecho apresentado, os sofrimentos por que passa a protagonista: a) assemelham-se aos das demais escravas do país, o que indica o estilo realista da

16


LITERATURA

b)

c)

d)

e)

abordagem do tema da escravidão pelo autor do romance. demonstram que, historicamente, os problemas vividos pelas escravas brasileiras, como Isaura, eram mais de ordem sentimental do que física. diferem dos que atormentavam as demais escravas do Brasil do século XIX, o que revela o caráter idealista da abordagem do tema pelo autor do romance. indicam que, quando o assunto era o amor, as escravas brasileiras, de acordo com a abordagem lírica do tema pelo autor, eram tratadas como as demais mulheres da sociedade. revelam a condição degradante das mulheres escravas no Brasil, que, como Isaura, de acordo com a denúncia feita pelo autor, eram importunadas e torturadas fisicamente pelos seus senhores.

De acordo com as considerações de Massaud Moisés no Texto II, o Texto I centra-se: a) no imperativo do “eu”, reforçando a ideia de que estar longe do Brasil é uma forma de estar bem, já que o país sufoca o eu lírico. b) no nacionalismo, reforçado pela distância da pátria e pelo saudosismo em relação à paisagem agradável onde o eu lírico vivera a infância. c) na liberdade formal, que se manifesta na opção por versos sem métrica rigorosa e temática voltada para o nacionalismo. d) no fazer anárquico, entendida a poesia como negação do passado e da vida, seja pelas opções formais, seja pelos temas. e) no sentimentalismo, por meio do qual se reforça a alegria presente em oposição à infância, marcada pela tristeza.

QUESTÃO 04 - (ENEM - 2001) - No trecho abaixo, o narrador, ao descrever a personagem, critica sutilmente um outro estilo de época: o romantismo. “Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça, e, com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.”

QUESTÃO 03 - (ENEM - 2010) (2ª Aplicação) Texto I Se eu tenho de morrer na flor dos anos, Meu Deus! não seja já; Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde, Cantar o sabiá! Meu Deus, eu sinto e bem vês que eu morro Respirando esse ar; Faz que eu viva, Senhor! dá-me de novo Os gozos do meu lar! Dá-me os sítios gentis onde eu brincava Lá na quadra infantil; Dá que eu veja uma vez o céu da pátria, O céu de meu Brasil!

ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de

Se eu tenho de morrer na flor dos anos, Meu Deus! Não seja já! Eu quero ouvir cantar na laranjeira, à tarde, Cantar o sabiá!

Janeiro: Jackson,1957.

A frase do texto em que se percebe a crítica do narrador ao romantismo está transcrita na alternativa: a) ...o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas ... b) ...era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça ... c) Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno,... d) Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos ... e) ...o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.

ABREU, C. Poetas românticos brasileiros. São Paulo: Scipione, 1993.

Texto II A ideologia romântica, argamassada ao longo do século XVIII e primeira metade do século XIX, introduziu-se em 1836. Durante quatro decênios, imperaram o “eu”, a anarquia, o liberalismo, o sentimentalismo, o nacionalismo, através da poesia, do romance, do teatro e do jornalismo (que fazia sua aparição nessa época). MOISÉS, M. A literatura brasileira através dos textos. São Paulo: Cultrix, 1971 (fragmento).

17


LITERATURA QUESTÃO 05 - (ENEM - 2010) - Capítulo III - Um criado trouxe o café. Rubião pegou na xícara e, enquanto lhe deitava açúcar, ia disfarçadamente mirando a bandeja, que era de prata lavrada. Prata, ouro, eram os metais que amava de coração; não gostava de bronze, mas o amigo Palha disse-lhe que era matéria de preço, e assim se explica este par de figuras que esta aqui na sala: um Mefistófeles e um Fausto. Tivesse, porém, de escolher, escolheria a bandeja - primor de argentaria, execução fina e acabada. O criado esperava teso e sério. Era espanhol; e não foi sem resistência que Rubião o aceitou das mãos de Cristiano; por mais que lhe dissesse que estava acostumado aos seus crioulos de Minas, e não queria línguas estrangeiras em casa, o amigo Palha insistiu, demonstrando-lhe a necessidade de ter criados brancos. Rubião cedeu com pena. O seu bom pajem, que ele queria pôr na sala, como um pedaço da província, nem pôde deixar na cozinha, onde reinava um francês, Jean; foi degradado a outros serviços.

o da vida e o da morte, a tirar as moedas da vida para dá-las à morte, e a contá-las assim: – Outra de menos... – Outra de menos... – Outra de menos... – Outra de menos... O mais singular é que, se o relógio parava, eu dava-lhe corda, para que ele não deixasse de bater nunca, e eu pudesse contar todos os meus instantes perdidos. Invenções há, que se transformam ou acabam; as mesmas instituições morrem; o relógio é definitivo e perpétuo. O derradeiro homem, ao despedir-se do sol frio e gasto, há-de ter um relógio na algibeira, para saber a hora exata em que morre. Naquela noite não padeci essa triste sensação de enfado, mas outra, e deleitosa. As fantasias tumultuavam-me cá dentro, vinham umas sobre outras, à semelhança de devotas que se abalroam para ver o anjo-cantor das procissões. Não ouvia os instantes perdidos, mas os minutos ganhados.

ASSIS, M. Quincas Borba. In: Obra completa. V.1. Rio de Janeiro:

Nova Aguilar, 1992 (fragmento).

Nova Aguilar, 1993 (fragmento).

O capítulo apresenta o instante em que Brás Cubas revive a sensação do beijo trocado com Virgília, casada com Lobo Neves. Nesse contexto, a metáfora do relógio desconstrói certos paradigmas românticos, porque: a) o narrador e Virgília não têm percepção do tempo em seus encontros adúlteros. b) como “defunto autor”, Brás Cubas reconhece a inutilidade de tentar acompanhar o fluxo do tempo. c) na contagem das horas, o narrador metaforiza o desejo de triunfar e acumular riquezas. d) o relógio representa a materialização do tempo e redireciona o comportamento idealista de Brás Cubas. e) o narrador compara a duração do sabor do beijo à perpetuidade do relógio.

ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro:

Quincas Borba situa-se entre as obras-primas do autor e da literatura brasileira. No fragmento apresentado, a peculiaridade do texto que garante a universalização de sua abordagem reside: a) no conflito entre o passado pobre e o presente rico, que simboliza o triunfo da aparência sobre a essência. b) no sentimento de nostalgia do passado devido à substituição da mão de obra escrava pela dos imigrantes. c) na referência a Fausto e Mefistófeles, que representam o desejo de eternização de Rubião. d) na admiração dos metais por parte de Rubião, que metaforicamente representam a durabilidade dos bens produzidos pelo trabalho. e) na resistência de Rubião aos criados estrangeiros, que reproduz o sentimento de xenofobia.

QUESTÃO 07 - (ENEM - 2012) - “Ele era o inimigo do rei”, nas palavras de seu biógrafo, Lira Neto. Ou, ainda, “um romancista que colecionava desafetos, azucrinava D. Pedro II e acabou inventando o Brasil”. Assim era José de Alencar (1829-1877), o conhecido autor de O guarani e Iracema, tido como o pai do romance no Brasil. Além de criar clássicos da literatura brasileira com temas nativistas, indianistas e históricos, ele foi também folhetinista, diretor de jornal, autor de peças de teatro, advogado, deputado federal e até ministro da Justiça. Para ajudar na descoberta das múltiplas facetas desse personagem do século XIX,

QUESTÃO 06 - (ENEM - 2013) - Capítulo LIV - A pêndula - Saí dali a saborear o beijo. Não pude dormir; estirei-me na cama, é certo, mas foi o mesmo que nada. Ouvi as horas todas da noite. Usualmente, quando eu perdia o sono, o bater da pêndula fazia-me muito mal; esse tic-tac soturno, vagaroso e seco, parecia dizer a cada golpe que eu ia ter um instante menos de vida. Imaginava então um velho diabo, sentado entre dous sacos,

18


LITERATURA porque: a) inova na abordagem de aspecto social, mas mantém a visão lírica da terra pátria. b) mantém o canto saudosista da terra pátria, mas renova o tema amoroso. c) canta a paisagem local, no entanto, defende ideais do liberalismo. d) explora a subjetividade do eu lírico, ainda que tematize a injustiça social. e) exalta o nacionalismo, embora lhe imprima um fundo ideológico retórico.

parte de seu acervo inédito será digitalizada. História Viva, n. 99, 2011.

Com base no texto, que trata do papel do escritor José de Alencar e da futura digitalização de sua obra, depreende-se que: a) a digitalização dos textos é importante para que os leitores possam compreender seus romances. b) o conhecido autor de O guarani e Iracema foi importante porque deixou uma vasta obra literária com temática atemporal. c) a divulgação das obras de José de Alencar, por meio da digitalização, demonstra sua importância para a história do Brasil Imperial. d) a digitalização dos textos de José de Alencar terá importante papel na preservação da memória linguística e da identidade nacional. e) o grande romancista José de Alencar é importante porque se destacou por sua temática indianista.

QUESTÃO 09 - (ENEM - 2011) (2ª APLICAÇÃO) O nascimento da crônica - Há um meio certo de começar a crônica por uma trivialidade. É dizer: Que calor! Que desenfreado calor! Diz-se isto, agitando as pontas do lenço, bufando como um touro, ou simplesmente sacudindo a sobrecasaca. Resvala-se do calor aos fenômenos atmosféricos, fazem-se algumas conjeturas acerca do sol e da lua, outras sobre a febre amarela, manda-se um suspiro a Petrópolis, e La glace est rompue; está começada a crônica. Mas, leitor amigo, esse meio é mais velho ainda do que as crônicas, que apenas datam de Esdras. Antes de Esdras, antes de Moisés, antes de Abraão, Isaque e Jacó, antes mesmo de Noé, houve calor e crônicas. No paraíso é provável, é certo que o calor era mediano, e não é prova do contrário o fato de Adão andar nu. Adão andava nu por duas razões, uma capital e outra provincial. A primeira é que não havia alfaiates, não havia sequer casimiras; a segunda é que, ainda havendo-os, Adão andava baldo ao naipe. Digo que esta razão é provincial, porque as nossas províncias estão nas circunstâncias do primeiro homem.

QUESTÃO 08 - (ENEM - 2012) (2ª APLICAÇÃO) TEXTO I A canção do africano Lá na úmida senzala, Sentado na estreita sala, Junto ao braseiro, no chão, entoa o escravo o seu canto, E ao cantar correm-lhe em pranto Saudades do seu torrão... De um lado, uma negra escrava Os olhos no filho crava, Que tem no colo a embalar... E à meia-voz lá responde Ao canto, e o filhinho esconde, Talvez p’ra não o escutar! “Minha terra é lá bem longe, Das bandas de onde o sol vem; Esta terra é mais bonita, Mas à outra eu quero bem.”

ASSIS, M. In: SANTOS, J .F. As cem melhores crônicas brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007 (fragmento).

Um dos traços fundamentais da vasta obra literária de Machado de Assis reside na preocupação com a expressão e com a técnica de composição. Em O nascimento da crônica, Machado permite ao leitor entrever um escritor ciente das características da crônica, como: a) texto breve, diálogo com o leitor e registro pessoal de fatos do cotidiano. b) síntese de um assunto, linguagem denotativa, exposição sucinta. c) linguagem literária, narrativa curta e conflitos internos. d) texto ficcional curto, linguagem subjetiva e criação de tensões.

ALVES, C. Poesias completas. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995 (frag).

TEXTO II No caso da Literatura Brasileira, se é verdade que prevalecem as reformas radicais, elas têm acontecido mais no âmbito de movimentos literários do que de gerações literárias. A poesia de Castro Alves em relação à de Gonçalves Dias não é a de negação radical, mas de superação, dentro do mesmo espírito romântico. MELO NETO, J. C. Obra completa. R. J.: Nova Aguilar, 2003 (frag).

O fragmento do poema de Castro Alves exemplifica a afirmação de João Cabral de Melo Neto

19


LITERATURA e) priorização da informação, linguagem impessoal e resumo de um fato.

O prisioneiro, que outro sol no ocaso Jamais verá!

QUESTÃO 10 - (ENEM - 2014) (2ª APLICAÇÃO) Soneto Oh! Páginas da vida que eu amava, Rompei-vos! nunca mais! tão desgraçado!... Ardei, lembranças doces do passado! Quero rir-me de tudo que eu amava!

A dura corda, que lhe enlaça o colo, Mostra-lhe o fim Da vida escura, que será mais breve Do que o festim! Contudo os olhos d’ignóbil pranto Secos estão; Mudos os lábios não descerram queixas Do coração.

E que doido que eu fui! como eu pensava Em mãe, amor de irmã! em sossegado Adormecer na vida acalentado Pelos lábios que eu tímido beijava!

Mas um martírio, que encobrir não pode, Em rugas faz A mentirosa placidez do rosto Na fronte audaz!

Embora — é meu destino. Em treva densa Dentro do peito a existência finda Pressinto a morte na fatal doença!

DIAS, Gonçalves. I-Juca Pirama. In: I-Juca Pirama seguido de Os Timbiras. Porto Alegre: L&PM Pocket, 1997. p. 13.

A mim a solidão da noite infinda! Possa dormir o trovador sem crença. Perdoa minha mãe — eu te amo ainda!

Durante o Romantismo, foram simultaneamente escritos poemas com características líricas e épicas. Nessa perspectiva, o fragmento de I-Juca Pirama constitui uma mistura de gêneros por: a) descrever o ambiente de sacrifício e as características físicas do prisioneiro. b) contar o que se passa no coração dos Timbiras e no coração do prisioneiro. c) apresentar a preparação do sacrifício do prisioneiro e o seu estado de espírito. d) mostrar a vontade dos Timbiras em matar seu prisioneiro, descrevendo as suas condições físicas. e) evitar descrever o estado de ânimo dos Timbiras e se abster de apresentar o do prisioneiro.

AZEVEDO, A. Lira dos vinte anos. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

A produção de Álvares de Azevedo situa-se na década de 1850, período conhecido na literatura brasileira como Ultrarromantismo. Nesse poema, a força expressiva da exacerbação romântica identifica-se com o (a): a) amor materno, que surge como possibilidade de salvação para o eu lírico. b) saudosismo da infância, indicado pela menção às figuras da mãe e da irmã. c) construção de versos irônicos e sarcásticos, apenas com aparência melancólica. d) presença do tédio sentido pelo eu lírico, indicado pelo seu desejo de dormir. e) fixação do eu lírico pela ideia da morte, o que o leva a sentir um tormento constante.

QUESTÃO 12 - (SIMULADO - ENEM) - O Romantismo, no Brasil, nasceu com o projeto de se criar uma literatura nacional, diversa da portuguesa e, principalmente, da que fora cultivada nos três primeiros séculos da colonização. Dentro desse discurso de autonomia literária e identidade nacional, assinale a alternativa correta sobre a prosa e a poesia romântica brasileira. a) O fervor religioso, traço característico da formação do caráter brasileiro, marca predominantemente a poesia de Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias e Machado de Assis. b) Os poetas vão buscar na antiguidade clássica o modelo de literatura ideal para compor a nova literatura pátria.

QUESTÃO 11 - (SIMULADO - ENEM) Leia o seguinte fragmento de I-Juca Pirama, de Gonçalves Dias. II Em fundos vasos d’alvacenta argila Ferve o cauim; Enchem-se as copas, o prazer começa, Reina o festim. O prisioneiro, cuja morte anseiam, Sentado está,

20


LITERATURA apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.”

c) Sendo uma literatura que busca construir uma identidade nacional (no caso, a brasileira), podemos constatar na prosa — romances e contos —, particularmente nos personagens principais, ora heróis de origens africanas, ora de origens portuguesas. d) É na prosa de José de Alencar, tanto pela natureza quanto pela extensão dos temas abordados, que vamos encontrar o projeto romântico mais bem acabado de autonomia literária. e) Em mais de uma dezena de romances publicados entre os anos de 1860 e 1870, José de Alencar tem sua prosa marcada e perpassada, em quase totalidade, pela figura do Bom Selvagem como personagem principal.

(ALENCAR, José de. Iracema. São Paulo: Scipione, 1994, p. 10)

Após a independência, século XIX, a nova nação “precisava ajustar-se aos padrões de modernidade da época. […] Havia a necessidade de auto-afirmação da Pátria que se formava.” (NICOLA, José de. Literatura brasileira: das origens aos nossos dias. São Paulo: Scipione, 1998. p. 125.)

No texto, temos uma das formas significativas do nacionalismo, sintetizado pelo: a) realismo naturalista b) sentimentalismo realista c) romantismo indianista d) bucolismo neoclassicista e) nativismo modernista QUESTÃO 15 - (SIMULADO - ENEM) O NAVIO NEGREIRO Negras mulheres, suspendendo às tetas Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães: Outras moças, mas nuas e espantadas, No turbilhão de espectros arrastadas, Em ânsia e mágoa vãs!

QUESTÃO 13 - (SIMULADO – ENEM) Lembrança de morrer [...] De meu pai... de meus únicos amigos, Poucos, – bem poucos – e que não zombavam Quando, em noites de febre endoidecido, Minhas pálidas crenças duvidavam. [...] Descansem o meu leito solitário Na floresta dos homens esquecida, À sombra de uma cruz, e escrevam nela: – Foi poeta – sonhou – e amou na vida.

E ri-se a orquestra irônica, estridente... E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais ... Se o velho arqueja, se no chão resvala, Ouvem-se gritos... o chicote estala. E voam mais e mais...

CANDIDO, Antônio. Melhores poemas de Álvares de Azevedo. 5. ed. São Paulo: Global, 2002. p. 45-46.

O significado do título “Lembrança de morrer” e a própria construção textual revelam o caráter diferenciador da poesia ultrarromântica de Álvares de Azevedo, que se expressa nesses versos pela: a) idealização amorosa. b) tensão reflexivo-crítica. c) veia humorístico-satânica. d) manifestação erótico-sensual. e) celebração do amor demoníaco.

Presa nos elos de uma só cadeia, A multidão faminta cambaleia, E chora e dança ali! Um de raiva delira, outro enlouquece, Outro, que martírios embrutece, Cantando, geme e ri! No entanto o capitão manda a manobra, E após fitando o céu que se desdobra, Tão puro sobre o mar, Diz do fumo entre os densos nevoeiros: “Vibrai rijo o chicote, marinheiros! Fazei-os mais dançar!...” Castro Alves

QUESTÃO 14 - (SIMULADO - ENEM) - TEXTO “Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros do que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeiras. O favo da jati não era doce como o seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado. Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava

Uma característica marcante dos poetas da última fase do Romantismo, á qual pertence Castro Alves, especialmente presente nesse poema é: a) o uso de versos brancos e livres b) o escapismo como temática e proposta c) a citação dos poetas barrocos e árcades d) o tom declamatório e engajado

21


LITERATURA e) a exaltação da pátria somente enaltecendo as qualidades

GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

01 C 11 C

02 C 12 D

03 B 13 B

04 A 14 B

05 A 15 D

06 D

07 D

08 E

09 A

10 B

22


LINGUÍSTICA O que precisamos entender é que, mesmo aqui no Brasil, não há apenas um português. A língua pode variar de acordo com o tempo, o espaço geográfico, a classe social e pode variar de uma situação comunicativa para outra. Não existe “Uma Língua Portuguesa”, existem várias “línguas portuguesas”. Como diz o professor Evanildo Bechara, Professor Emérito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, “é preciso ser poliglota na própria língua”. Veja o que disse o professor Marcos Bagno, considerado um dos maiores linguistas do Brasil, quando entrevistado pelo jornal Diário do Pará, sobre o assunto: Diário do Pará: Observamos que no Brasil há formas muito diferentes de se falar, com diversos sotaques e gírias. Entretanto existe a máxima transmitida por muitos educadores de que no Brasil só há uma forma certa de escrever e falar. Como o senhor avalia essa questão? Marcos Bagno: É um problema grave achar que no Brasil só se fala português quando na verdade nós sabemos que existem quase duzentas línguas faladas no nosso território, das quais cento e cinquenta ou mais línguas indígenas, fora as línguas trazidas pelos imigrantes. Além disso, o próprio português brasileiro, como qualquer língua do mundo, apresenta variação. O problema é que somos frutos de um processo colonial. Então impomos aos índios e escravos negros uma língua única, como língua principal. Esse mito do monolinguismo tem muito a ver com a tentativa de criar também um mito de unidade nacional, de um território só, um povo só, uma língua só, quando deveria ser ao contrário. A multiplicidade deveria ser valorizada como são valorizadas as outras riquezas culturais que nós temos. Cada povo, cada região tem a sua maneira de falar e isso deveria ser considerado uma riqueza do nosso patrimônio, e não um problema a ser resolvido.

VARIEDADE LINGUÍSTICA Nessa aula, vamos falar um “poquim” um sobre um BUCADO de coisa. Falaremos sobre Variedade linguística, sobre língua culta e coloquialidade e sobre para que estudamos gramática. Todo professor de português já deve ter ouvido a seguinte frase: “Eu não sei português! Eu sou péssimo em português!”.

Ora, é claro que você sabe português, afinal você o utiliza para se comunicar. Se você está lendo esse texto, sabe português muito bem! Observe a imagem abaixo:

Deu para entender o texto da praca? Você diria, então, que quem escreveu não sabe português?

23


LINGUÍSTICA sim, para o linguista, todo homem é igual não só perante a lei, mas também frente a sua capacidade linguística”. O ENEM, seguindo o pensamentos de linguistas como Marcos Bagno, valoriza a nossa diversidade linguística: valoriza a gíria, o jargão, os regionalismo, a norma culta, as línguas indígenas, a linguagem da internet, etc, pois entende que é a diversidade que faz tão rico o nosso patrimônio cultural e linguístico. A língua é o principal reflexo da identidade cultual de um povo. A forma como o povo usa a língua no seu dia a dia não pode ser desprezada, pelo contrário, deve ser preservada, pois faz parte da nossa identidade. Mas, professor, se não há uma variedade melhor que a outra, se eu sei já sei me comunicar em “português”, para que estudar gramática? – Você pode estar se perguntando. Diante de tantas variedades, é importante que haja um registro formal unificado! E a maioria de nós, em algum momento, seremos exigidos a nos expressar através da norma culta, aquela que segue as regras gramaticais. Numa entrevista de emprego, numa prova de concurso, numa redação para o vestibular, ao escrever para um jornal, ao preparar seu currículo, ao fazer um trabalho na faculdade … Em todas essas situações o uso da norma culta nos será exigido. É o tal do contexto discursivo. Dependendo do contexto, iremos usar uma variante coloquial ou uma culta. É bom conhecer ambas, não é? Por isso estudamos gramática. Conhecer as regras gramaticais não nos faz melhor que aqueles que não as conhecem, mas nos faz mais bem preparados.

Acontece que uma dessas variedades é mais valorizada que as outras. Disso, dessa “hierarquia” entre as variedades (estabelecida por algumas pessoas, arbitrariamente) nasce o tal do preconceito linguístico. O carioca acha que seu falar é melhor que o do paulista, o paulista acha que seu falar é melhor que o do carioca e todos julgam que falam melhor que os nordestinos. Os mais idosos julgam que falam melhor que os mais jovens, os moradores das capitais acham que falam melhor que os do interior e os falantes das classes sociais mais altas julgam que falam melhor que os falantes das classes mais baixas. Mas não existe uma Variedade melhor que a outra! Veja o que dizem Yonne Leite e Dinah Callou, no livro Como Falam os Brasileiros: “É que através da linguagem uma Sociedade se comunica e retrata o conhecimento e entendimento de si própria e do mundo que a cerca. É na linguagem que se refletem a identificação e a diferenciação de cada comunidade e também a inserção do indivíduo em diferentes agrupamentos, estratos sociais, faixas etárias, gêneros, graus de escolaridade. A fala tem, assim, um caráter emblemático, que indica se o falante é brasileiro ou português, francês ou italiano, holandês ou alemão, americano ou inglês e, mais ainda, sendo brasileiro, se é nordestino, sulista ou carioca. A linguagem também oferece pistas que permitem também dizer que se o locutor é homem ou mulher, se é jovem ou idoso, se tem o curso primário ou universitário ou se é iletrado. E, por ser um parâmetro que permite classificar o indivíduo de acordo com sua naturalidade e nacionalidade, sua condição econômica e social ou seu grau de instrução, é frequentemente usada para discriminar e estigmatizar o falante. ” De uma perspectiva estritamente linguística, não se justificam julgamentos de valor, uma vez que a faculdade da linguagem é inata e comum a toda a espécie humana. As-

Steller de Paula

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES H20 - Reconhecer a importância do patrimônio linguístico para a preservação da memória e da identidade nacional. Texto Interior do Ceará, década de 1970. A popularização da TV permitiu que os habitantes da cidade desfrutassem de um bem até então desconhecido. Porém, o televisor afastou as pessoas dos cinemas. É aí que Francisgleydisson entra em ação. Ele é o proprietário de um pequeno cinema da cidade que terá a difícil missão de se manter vivo como opção de entretenimento. Essa é a trama de “Cine Hólliudy” (2013), filme em “cearencês” que tem 10ª maior bilheteira com apenas 9 cópias – uma média de 2.500 pessoas por cópia na estreia. Devido ao amplo e diferente vocabulário, o longa traz legendas em português e é inspirado no curta-metragem “Cine Holliúdy – O As-

24


LINGUÍSTICA tista Contra o Caba do Mal”, que venceu o Edital no Ministério da Cultura de Curtas-Metragens em 2004. O curta foi visto em 80 festivais de 20 países e ganhou 42 prêmios.

tras. QUESTÃO 03 - HAB 20 - (Enem 2011) - Entre ideia e tecnologia. O grande conceito por trás do Museu da Língua é apresentar o idioma como algo vivo e fundamental para o entendimento do que é ser brasileiro. Se nada nos define com clareza, a forma como falamos o português nas mais diversas situações cotidianas é talvez a melhor expressão da brasilidade.

Fonte: http://cinesplendor.com.br/legenda-para-cearences/

SCARDOVELI, E. Revista Língua Portuguesa. São Paulo: Segmento, Ano II, nº 6, 2006.

O texto propõe uma reflexão acerca da língua portuguesa, ressaltando para o leitor a: a) inauguração do museu e o grande investimento em cultura no país. b) importância da língua para a construção da identidade nacional. c) afetividade tão comum ao brasileiro, retratada através da língua. d) relação entre o idioma e as políticas públicas na área de cultura. e) diversidade étnica e linguística existente no território nacional.

QUESTÃO 01 - HAB 20 - O filme Cine Hólliudy, filme falado em cearencês, desde a data de seu lançamento, passou a ser uma peça importante para o patrimônio cultural do Brasil porque a) mostra a importância do domínio da norma culta, uma vez que a linguagem sertaneja é imprópria para o uso cotidiano. b) relativiza a necessidade do domínio da norma culta, pois reflete como a norma culta é desnecessária em algumas regiões do país. c) chama a atenção para a problemática do analfabetismo no país, mostrando como isso afeta o desenvolvimento de algumas regiões do Nordeste. d) mostra que determinados registros linguísticos, marcados pela oralidade, são mais adequados ao cinema que o registro culto. e) valoriza a fala popular brasileira como patrimônio linguístico e forma legítima de identidade nacional.

QUESTÃO 04 - HAB 26 - (Insper 2014) - De acordo com o Texto II, os regionalismos usados na piada transcrita no Texto I: a) seriam de difícil compreensão para qualquer brasileiro. b) demonstram variações geográficas e sociais do idioma. c) são imprecisos, pois são usados apenas em comunidades carentes. d) dificultam a comunicação apenas entre brasileiros e estrangeiros. e) indicam que o português é falado do mesmo modo em qualquer lugar.

QUESTÃO 02 - HAB 20 - A existência de Dicionários de termos regionais, manifesta sua importância: a) na necessidade de preservar a produção cultural de uma nação, através do seu patrimônio linguístico. b) no processo de criação neológica de palavras da língua portuguesa que acabam por serem incorporadas por outras regiões. c) na constatação da incorreção da língua portuguesa que é falada por pessoas do interior do Brasil. d) padronização de palavras que variam regionalmente, mas possuem mesmo significado. e) na constatação da diversidade linguística existente no território nacional, destacando a superioridade de uma variante sobre ou-

QUESTÃO 05 - HAB 25 (Insper 2014) - A frase inicial da piada apresentada no Texto I, atribuída a um fictício médico estrangeiro que teria vindo trabalhar no Brasil, permite inferir que esse profissional: a) só pode ter vindo ou de Cuba ou de outro país da América Latina. b) é falante nativo da língua portuguesa, embora não brasileiro. c) certamente é brasileiro, mas formou-se fora do Brasil. d) só pode ter vindo de um país de origem germânica. e) é falante ou tem conhecimentos da língua espanhola.

25


LINGUÍSTICA b) pegá-los desprevenidos. c) pegá-los em flagrante. d) pegá-los rapidamente. e) pegá-los momentaneamente.

QUESTÃO 06 - HAB 26 (Enem) - O texto mostra uma situação em que a linguagem usada é inadequada ao contexto. Considerando as diferenças entre a língua oral e língua escrita, assinale a opção que representa também uma INADEQUADA da linguagem usada ao contexto: a) “o carro bateu e capotô, mas num deu pra vê direito” - um pedestre que assistiu ao acidente comenta com o outro que vai passando. b) “E aí, ô meu! Como vai essa força? “ - um jovem que fala para um amigo. c) “Só um instante, por favor. Eu gostaria de fazer uma observação” - alguém comenta em uma reunião de trabalho. d) “Venho manifestar meu interesse em candidatar-me ao cargo de Secretária Executiva desta conceituada empresa” - alguém que escreve uma carta candidatando-se a um emprego. e) “Porque se a gente não resolve as coisas como têm que ser, a gente corre risco de termos, num futuro próximo, muito pouca comida nos lares brasileiros” - um professor universitário em um congresso internacional.

QUESTÃO 09 - HAB 26 (Enem 2012) - Cabeludinho - Quando a Vó me recebeu nas férias, ela me apresentou aos amigos: Este é meu neto. Ele foi estudar no Rio e voltou de ateu. Ela disse que eu voltei de ateu. Aquela preposição deslocada me fantasiava de ateu. Como quem dissesse no Carnaval: aquele menino está fantasiado de palhaço. Minha avó entendia de regências verbais. Ela falava de sério. Mas todo-mundo riu. Porque aquela preposição deslocada podia fazer de uma informação um chiste. E fez. E mais: eu acho que buscar a beleza nas palavras é uma solenidade de amor. E pode ser instrumento de rir. De outra feita, no meio da pelada um menino gritou: Disilimina esse, Cabeludinho. Eu não disilimei ninguém. Mas aquele verbo novo trouxe um perfume de poesia a nossa quadra. Aprendi nessas férias a brincar de palavras mais do que trabalhar com elas. Comecei a não gostar de palavra engavetada. Aquela que não pode mudar de lugar. Aprendi a gostar mais das palavras pelo que elas entoam do que pelo que elas informam. Por depois ouvi um vaqueiro a cantar com saudade: Ai morena, não me escreve / que eu não sei a ler. Aquele a preposto ao verbo ler, ao meu ouvir, ampliava a solidão do vaqueiro.

QUESTÃO 07 - HAB 26 (Enem) - O texto retrata duas situações relacionadas que fogem à expectativa do público. São elas: a) a saudação do jogador aos fãs do clube, no início da entrevista, e a saudação final dirigida à sua mãe. b) a linguagem muito formal do jogador, inadequada à situação da entrevista, e um jogador que fala, com desenvoltura, de modo muito rebuscado. c) o uso da expressão “galera”, por parte do entrevistador, e da expressão “progenitora”, por parte do jogador. d) o desconhecimento, por parte do entrevistador, da palavra “estereotipação”, e a fala do jogador em “é pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça”. e) o fato de os jogadores de futebol serem vítimas de estereotipação e o jogador entrevistado não corresponder ao estereótipo.

BARROS, M. Memórias inventadas: a infância. São Paulo: Planeta, 2003.

No texto, o autor desenvolve uma reflexão sobre diferentes possibilidades de uso da língua e sobre os sentidos que esses usos podem produzir, a exemplo das expressões “voltou de ateu”, “desilimina esse” e “eu não sei a ler”. Com essa reflexão, o autor destaca: a) os desvios linguísticos cometidos pelos personagens do texto. b) a importância de certos fenômenos gramaticais para o conhecimento da língua portuguesa. c) a distinção clara entre a norma culta e as outras variedades linguísticas. d) o relato fiel de episódios vividos por Cabeludinho durante as suas férias. e) a valorização da dimensão lúdica e poética presente nos usos coloquiais da linguagem.

QUESTÃO 08 - HAB 27 (Enem) - A expressão “pegá eles sem calça” poderia ser substituída, sem comprometimento de sentido, em língua culta, formal, por: a) pegá-los na mentira.

QUESTÃO 10 - HAB 26 (Enem 2012) - Sou feliz pelos amigos que tenho. Um deles muito sofre pelo meu descuido com o vernáculo. Por alguns

26


LINGUÍSTICA revelam tendências existentes na língua em seu processo de mudança que não podem ser bloqueadas em nome de um “ideal linguístico” que estaria representado pelas regras da gramática normativa. Usos como ter por haver em construções existenciais (tem muitos livros na estante), o do pronome objeto na posição de sujeito (para mim fazer o trabalho), a não concordância das passivas com se (aluga-se casas) são indícios da existência, não de uma norma única, mas de uma pluralidade de normas, entendida, mais uma vez, norma como conjunto de hábitos linguísticos, sem implicar - juízo de valor.

anos ele sistematicamente me enviava missivas eruditas com precisas informações sobre as regras da gramática, que eu não respeitava, e sobre a grafia correta dos vocábulos, que eu ignorava. Fi-lo sofrer pelo uso errado que fiz de uma palavra num desses meus badulaques. Acontece que eu, acostumado a conversar com a gente das Minas Gerais, falei em “varreção” – do verbo “varrer”. De fato, trata-se de um equívoco que, num vestibular, poderia me valer uma reprovação. Pois o meu amigo, paladino da língua portuguesa, se deu ao trabalho de fazer um Xerox da página 827 do dicionário, aquela que tem, no topo, a fotografia de uma “varroa” (sic!) (você não sabe o que é uma “varroa”?) para corrigir-me do meu erro. E confesso: ele está certo. O certo é “varrição” e não “varreção”. Mas estou com medo de que os mineiros da roça façam troça de mim porque nunca os vi falar de “varrição”. E se eles rirem de mim não vai me adiantar mostrar-lhes o xerox da página do dicionário com a “varroa” no topo. Porque para eles não é o dicionário que faz a língua. É o povo. E o povo, lá nas montanhas de Minas Gerais, fala “varreção” quando não “barreção”. O que me deixa triste sobre esse amigo oculto é que nunca tenha dito nada sobre o que eu escrevo, se é bonito ou se é feio. Toma a minha sopa, não diz nada sobre ela, mas reclama sempre que o prato está rachado.

CALLOU, D. Gramática, variação e normas. In: VIEIRA, S. R.; BRANDÃO, S. (orgs). Ensino de gramática: descrição e uso. São Paulo: Contexto, 2007 (fragmento).

Considerando a reflexão trazida no texto a respeito da multiplicidade do discurso, verifica-se que: a) estudantes que não conhecem as diferenças entre língua escrita e língua falada empregam, indistintamente, usos aceitos na conversa com amigos quando vão elaborar um texto escrito. b) falantes que dominam a variedade padrão do português do Brasil demonstram usos que confirmam a diferença entre a norma idealizada e a efetivamente praticada, mesmo por falantes mais escolarizados. c) moradores de diversas regiões do país que enfrentam dificuldades ao se expressar na escrita revelam a constante modificação das regras de emprego de pronomes e os casos especiais de concordância. d) pessoas que se julgam no direito de contrariar a gramática ensinada na escola gostam de apresentar usos não aceitos socialmente para esconderem seu desconhecimento da norma padrão. e) usuários que desvendam os mistérios e sutilezas da língua portuguesa empregam formas do verbo ter quando, na verdade, deveriam usar formas do verbo haver, contrariando as regras gramaticais.

ALVES, R. Mais badulaques. São Paulo: Parábola, 2004 (fragmento)

De acordo com o texto, após receber a carta de um amigo “que se deu ao trabalho de fazer um Xerox da página 827 do dicionário” sinalizando um erro de grafia, o autor reconhece: a) A supremacia das formas da língua em relação ao seu conteúdo. b) A necessidade da norma padrão em situações formais de comunicação escrita. c) A obrigatoriedade da norma culta da língua, para a garantia de uma comunicação efetiva. d) A importância da variedade culta da língua, para a preservação da identidade cultural de um povo. e) A necessidade do dicionário como guia de adequação linguística em contextos informais privados.

QUESTÃO 12 - HAB 26 (Enem 2011) - Motivadas ou não historicamente, normas prestigiadas ou estigmatizadas pela comunidade sobrepõem-se ao longo do território, seja numa relação de oposição, seja de complementaridade, sem, contudo, anular a interseção de usos configuram uma norma nacional distinta da do português europeu. Ao focalizar essa questão, que opõe não só as normas do português de Portugal às normas do

QUESTÃO 11 - HAB 26 (Enem 2011) - Há certos usos consagrados na fala, e até mesmo na escrita, que, a depender do estrato social e do nível de escolaridade do falante, são, sem dúvida, previsíveis. Ocorrem até mesmo em falantes que dominam a variedade padrão, pois, na verdade,

27


LINGUÍSTICA português brasileiro, mas também as chamadas normas cultas Iocais às populares ou vernáculas, deve-se insistir na ideia de que essas normas se consolidam em diferentes momentos da nossa história e que só a partir do século XVIII se pode começar a pensar na bifurcação das variantes continentais, ora em consequência de mudanças ocorridas no Brasil, ora em Portugal, ora, ainda, em ambos os territórios.

d) Calvin, no último quadrinho, utiliza um registro linguístico informal. e) Haroldo não compreende o que Calvin lhe explica, em razão do registro formal utilizado por este último. QUESTÃO 14 - HAB 27 (Enem 2011)

CALLOU, D. Gramática, variação e normas. In: VIEIRA, S. R.; BRANDÃO, S. (orgs). Ensino de gramática: descrição e uso. São Paulo: Contexto, 2007 (adaptado).

O português do Brasil não é uma língua uniforme. A variação linguística é um fenômeno natural, ao qual todas as línguas estão sujeitas. Ao considerar as variedades linguísticas, o texto mostra que as normas podem ser aprovadas ou condenadas socialmente, chamando a atenção do leitor para a: a) desconsideração da existência das normas populares pelos falantes da norma culta. b) difusão do português de Portugal em todas as regiões do Brasil só a partir do século XVIII. c) existência de usos da língua que caracterizam urna norma nacional do Brasil, distinta da de Portugal. d) inexistência de normas cultas locais e populares ou vernáculas em um determinado país. e) necessidade de se rejeitar a ideia de que os usos frequentes de uma língua devem ser aceitos.

O humor da tira decorre da reação de uma das cobras com relação ao uso de pronome pessoal reto, em vez de pronome oblíquo. De acordo com a norma padrão da língua, esse uso é inadequado, pois: a) contraria o uso previsto para o registro oral da língua. b) contraria a marcação das funções sintáticas de sujeito e objeto. c) gera inadequação na concordância com o verbo. d) gera ambiguidade na leitura do texto. e) apresenta dupla marcação de sujeito.

QUESTÃO 13 - HAB 25 (Enem 2ª aplicação 2010)

Calvin apresenta a Haroldo (seu tigre de estimação) sua escultura na neve, fazendo uso de uma linguagem especializada. Os quadrinhos rompem com a expectativa do leitor, porque: a) Calvin, na sua última fala, emprega um registro formal e adequado para a expressão de uma criança. b) Haroldo, no último quadrinho, apropria-se do registro linguístico usado por Calvin na apresentação de sua obra de arte. c) Calvin emprega um registro de linguagem incompatível com a linguagem de quadrinhos.

28


LINGUÍSTICA QUESTÃO 15 - HAB 23 - Para que um aluno tenha sucesso na prova do ENEM, três coisas são fundamentais: ser um bom leitor, fazer uma boa redação e fazer o maior número possível de questões em Matemática. A partir da leitura das tirinhas, percebe-se que: a) Não é recomendável estudar em período chuvoso, como fica provado na primeira tirinha. b) Para ser aprovado no vestibular, não é necessário estudar; estudar só atrapalha. c) Estudar em demasia não traz consequências negativas e apresentar alto nível de stress em véspera de prova aumenta o grau de atenção do aluno. d) Em véspera de prova é melhor estudar Literatura, uma matéria que, além de mais agradável, é mais importante para a construção de uma postura crítica por parte do aluno, a Matemática e Física. e) Os estudantes de estão apresentando problemas nos estudos por não serem alunos do PROJETO ALCANCE, pois estes, bem preparados, têm aprovação garantida.

GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

01 E 11 B

02 A 12 C

03 B 13 D

04 B 14 B

05 E 15 E

06 E

07 B

08 B

09 E

10 B

29


REDAÇÃO Afirmar e comprovar

efeito, mas é preciso mais empenho da sociedade e dos órgãos competentes para que tais números não continuem crescendo.

Competência 3

3. Autoridade – Chamamos de “argumento de autoridade” as citações diretas ou indiretas que compreendem fala ou ideias de pessoas que são um tipo de autoridade no tema tratado e que reforçam o ponto de vista defendido. Quando William Shakespeare disse: “Não há nada de novo sob o sol”, referia-se à falta de criatividade, de genialidade, na arte e, logicamente, na literatura de sua época. No entanto, alargando o alcance dessa assertiva, com algumas ressalvas, é claro, podemos dizer o mesmo da Música Popular Brasileira, principalmente quando observamos a produção artística dos novos cantores e grupos que surgem com suas composições monossilábicas atestando também o vazio de seus conteúdos.

C3 Argumentação - Utilizar argumentos consistentes para defender seu ponto de vista. Criar uma argumentação boa consiste em utilizar de forma coerente fatos, informações, opiniões, exemplos pertinentes ao tema, e que possam reforçar a tese lançada. Há uma relação pertinente, ou seja, verdadeira entre o que é dito dentro do texto (os argumentos) e o mundo lá fora. Vale ainda como boa observação, para o ENEM e qualquer outro vestibular (ITA, UECE, UVA etc) que não se deve usar fragmentos extraídos dos textos motivadores, pois as linhas escritas assim não serão consideradas.

4. Exemplificação – Chamamos de “argumento exemplificativo” a situação, ação ou exemplo que se aplica à realidade do tema discutido servindo de reforço ao ponto de vista defendido. A presença do artista Vick Muniz, no hall da Rio + 20, seguramente não aconteceu por coincidência. Também não foi por acaso que ele reuniu milhares de garrafas plásticas, de líquidos consumidos durante o evento, e começou ali mesmo a trabalhar com elas. Como um dos mais renomados artistas brasileiros hoje, ele apenas quis nos mostrar que é possível: sujar juntos, recolher o lixo juntos e fazer, juntos, algo novo, um objeto reciclado ou mesmo uma obra de arte.

Argumentos mais usados em redações: ENEM, ITA, UECE e UVA. 1. Históricos – Recebem esta denominação os eventos, acontecimentos ou fatos considerados verídicos e pertinentes em relação ao tema proposto, e que servem de reforço ao ponto de vista defendido. Não precisa ser necessariamente um fato histórico. A chegada da família real ao Brasil, no longínquo ano de 1808, alterou drástica e intrigantemente a sociedade carioca. Desenvolveram-se de forma positiva o gosto pelo teatro e pelo romance de folhetim. A imprensa teve um enorme incentivo e foram fundados inúmeros periódicos que transformariam negativamente o cotidiano das pessoas em matéria de jornal. Naquele tempo, então, a mídia já era sensacionalista.

5. Comparação – Denominamos “argumento comparativo” toda vez que situações ou realidades são comparadas ou confrontadas como reforço ao ponto de vista defendido. Em vários estados norte-americanos o aborto é ponto pacífico, ou seja, legalizado e rechaçado como um tema tabu. No Brasil, por sua vez, além dos entraves religiosos comuns a um dos países mais católicos do mundo, ainda temos a morosidade dos legisladores e a falta de empenho de órgãos importantes com o MP ( Ministério Público), a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e o CNM (Conselho Nacional de Medicina), um paradoxo do direito democrático.

2. Estatísticos – Recebem esta denominação os dados, as cifras ou valores, as estatísticas relacionadas ao tema e que podem servir como reforço ao ponto de vista defendido. De 1980 a 2010, foram assassinadas cerca de 91 mil mulheres no Brasil, 43,5 mil só na última década. O número de mortes nesses 30 anos passou de 1.353 para 4.297, o que representa um aumento de 217,6% – mais que triplicando – nos quantitativos de mulheres vítimas de assassinato. A Lei Maria da Penha tem surtido

6. Consensual – Recebem esta denominação

30


REDAÇÃO PROPOSTA ENEM Redação A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema Liberdade de Expressão apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

(argumento consensual) todas as informações, situações e opiniões que representam verdade sabida e comum, ou seja, o senso comum, o que todo mundo sabe ou diz sobre aquele tema e que, por isso, diminuem o GI (grau de informatividade) do texto. É o tipo de argumento que mais acontece em redações de vestibular, mas que deve ser evitado, principalmente pelo candidato que deseja a nota 1.000. O Brasil é um lugar em que a corrupção tem-se mostrado de forma crescente. A venda de sentenças pelo Judiciário, a aliança de membros do Legislativo com o crime organizado, o desvio de verbas por representantes do poder executivo e o julgamento do “mensalão”, nos últimos dias, por exemplo, são provas do predomínio da corrupção em nossa terra. Tais fatos deixam a população mais apreensiva quanto ao futuro do nosso país.

Texto 1 LIBERDADE DE EXPRESSÃO Por Emerson Santiago

Recebe o nome de liberdade de expressão a garantia assegurada a qualquer indivíduo de se manifestar, buscar e receber ideias e informações de todos os tipos, com ou sem a intervenção de terceiros, por meio de linguagens oral, escrita, artística ou qualquer outro meio de comunicação. O princípio da liberdade de expressão deve ser protegido pela constituição de uma democracia, impedindo os ramos legislativo e executivo do governo de impor a censura. Um debate livre e aberto sobre as questões nacionais fundamentais gera considerações positivas sobre a melhor estratégia a ser adotada na solução dos problemas daquela comunidade. Por isso, é fundamental a existência da democracia e de uma sociedade civil educada e bem informada cujo acesso à informação permita que esta participe da vida pública, fortalecendo as instituições públicas com sua influência. É aí que entra a liberdade de expressão, pois esta proporciona à coletividade uma gama variada de ideias, dados e opiniões livres de censura, que podem ser avaliados, e possivelmente, abraçados. Para um povo livre governar a si mesmo, deve ser livre para se exprimir, aberta, pública e repetidamente; de forma oral ou escrita. É importante salientar que sempre que esta garantia sofrer determinada restrição, esta deve ser caracterizada em parâmetros claros, estritos e inseridos dentro de uma conjuntura definida. A restrição legítima é bem diferente de abuso de poder e ilegalidade. Além disso, a liberdade de expressão não é um direito absoluto, o que significa que a manifestação pode descambar para a calúnia, difamação ou injúria, o que pode originar um processo ou resposta em reação à declaração feita. A constituição brasileira assegura aos ci-

7. Presença – Chamamos de argumento de presença toda vez que recorremos a uma alegoria, mito, lenda, fábula ou pequena narrativa, ligada ao tema proposto, que possa reforçar o nosso ponto de vista. Quando Narciso, em sua ânsia por um amor que lhe confirmasse a perfeição estética, olhou-se em um lago e tragicamente apaixonou-se pela própria imagem, vindo a perecer, fundou-se o mito pagão da beleza superficial. A busca exagerada por cirurgias estéticas, na atualidade, é a prova cabal de que tal mito ainda prevalece, embora realçado em sua negatividade. Dicas para criar uma boa argumentação 1. Iniciar o texto já com um argumento; 2. Estabelecer relação com outras áreas do conhecimento (História, Filosofia, Arte, Literatura, Ciência etc.); isso aumenta o Grau de Informatividade (GI); 3. A criação de um TF (tópico frasal) que direcione cada parágrafo; isso melhora a Progressão textual (PT); 4. Períodos curtos, que fazem com que o bom parágrafo tenha, no mínimo, dois pontos finais dentro dele, um que delimita o TF e outro que encerra o parágrafo; 5. O Desenvolvimento dividido em dois ou mais parágrafos; 6. Articular os argumentos com a Tese e com a Solução. Fonte: Guia do participante 2014

31


LINGUÍSTICA Doze mortos em atentado contra jornal satírico Charlie Hebdo em Paris por DN.pt07 janeiro 2015 Comentar Três homens armados com armas automáticas entraram na sede do jornal em Paris. A AFP avança que 12 pessoas morreram, das quais dois políciaIs e dez jornalistas.

dadãos um amplo acesso à informação a partir de diferentes e variadas fontes, dentro de um ambiente democrático, que garanta as liberdades de expressão e de imprensa. Apesar de um bom repertório jurídico, acumulado desde a instauração da Nova República, em 1984, a legislação ainda não responde aos desafios políticos e sociais impostos e pela nova realidade social brasileira e, tampouco, atende à inquestionável revolução tecnológica pela qual passou e passa o setor. O país tem ainda de avançar em relação à diversificação de suas fontes de informação, ampliando-as a canais governamentais e comunitários. Muitos movimentos organizados para defender seus próprios direitos ainda são reprimidos, como aconteceu recentemente com a marcha da maconha, ou mesmo nas manifestações pela redução da tarifa do ônibus. Na atual conjuntura, a liberdade de expressão não se constitui em um direito pleno que pode ser exercido por todos. Há ainda outro problema em relação ao campo da mídia, (internet, TV, etc.), no qual o país ainda enfrenta defasagem em seu marco regulatório. Bibliografia:Liberdade de Expressão. Disponível em: < http://www. embaixada-americana.org.br/democracia/speech.htm >.

Texto 2

In. www.google.com.br/search?q=liberdade+de+expressão+charge&biw

Texto 3

32


MATEMÁTICA

33


FUNÇÃO DO 2º GRAU Definição Chama-se função quadrática, ou função polinomial do 2º grau, qualquer função f de IR em IR dada por uma lei da forma f(x) = ax2 + bx + c, onde a, b e c são números reais e a ≠ 0. Vejamos alguns exemplos de função quadráticas: 1. f(x) = 3x2 - 4x + 1, onde a = 3, b = - 4 e c = 1 2. f(x) = x2 -1, onde a = 1, b = 0 e c = -1 3. f(x) = 2x2 + 3x + 5, onde a = 2, b = 3 e c = 5 4. f(x) = - x2 + 8x, onde a = -1, b = 8 e c = 0 5. f(x) = -4x2, onde a = - 4, b = 0 e c = 0 Gráfico O gráfico de uma função polinomial do 2º grau, y = ax2 + bx + c, com a ≠ 0, é uma curva chamada parábola. Exemplo: Vamos construir o gráfico da função y = x2 + x: Primeiro atribuímos a x alguns valores, depois calculamos o valor correspondente de y e, em seguida, ligamos os pontos assim obtidos. x

y

-3

6

-2

2

-1

0

0

0

1

2

2

6

Temos:

Observação A quantidade de raízes reais de uma função quadrática depende do valor obtido para o radicando ∆ = b² - 4 ⋅ a ⋅ c, chamado discriminante, a saber: • quando ∆ é positivo, há duas raízes reais e distintas; • quando ∆ é zero, há só uma raiz real (para ser mais preciso, há duas raízes iguais); • quando ∆ é negativo, não há raiz real. Coordenadas do vértice da parábola Quando a > 0, a parábola tem concavidade voltada para cima e um ponto de mínimo V; quando a < 0, a parábola tem concavidade voltada para baixo e um ponto de máximo V. Em qualquer caso, as coordenadas de V são

Observação: Ao construir o gráfico de uma função quadrática y = ax2 + bx + c, notaremos sempre que: • se a > 0, a parábola tem a concavidade voltada para cima; • se a < 0, a parábola tem a concavidade voltada para baixo; Zero e Equação do 2º Grau Chama-se zeros ou raízes da função polinomial do 2º grau f(x) = ax2 + bx + c , a ≠ 0, os números reais x tais que f(x) = 0. Então as raízes da função f(x) = ax2 + bx + c são as soluções da equação do 2º grau ax2 + bx + c = 0, as quais são dadas pela chamada fórmula de Bhaskara:

. Veja os gráficos:

Imagem O conjunto-imagem Im da função y = ax2 + bx + c, a ≠ 0, é o conjunto dos valores que y pode assumir. Há duas possibilidades: 1ª - quando a > 0,

a>0 2ª quando a < 0,

a<0 Construção da Parábola É possível construir o gráfico de uma

34


FUNÇÃO DO 2º GRAU 2º CASO - ∆ = 0

função do 2º grau sem montar a tabela de pares (x, y), mas seguindo apenas o roteiro de observação seguinte: 1. O valor do coeficiente a define a concavidade da parábola; 2. Os zeros definem os pontos em que a parábola intercepta o eixo dos x;

quando a > 0

3. O vértice V indica o ponto de mínimo (se a > 0), ou máximo (se a< 0); 4. A reta que passa por V e é paralela ao eixo dos y é o eixo de simetria da parábola; 5. Para x = 0 , temos y = a · 0 2 + b · 0 + c = c; então (0, c) é o ponto em que a parábola corta o eixo dos y. Sinal Consideramos uma função quadrática y = f(x) = ax2 + bx + c e determinemos os valores de x para os quais y é negativo e os valores de x para os quais y é positivos. Conforme o sinal do discriminante ∆ = b2 4ac, podemos ocorrer os seguintes casos: 1º CASO- ∆ > 0 Nesse caso a função quadrática admite dois zeros reais distintos (x1 ≠ x2). a parábola intercepta o eixo Ox em dois pontos e o sinal da função é o indicado nos gráficos abaixo:

quando a < 0

3ºCASO - ∆ < 0

quando a > 0

quando a < 0

quando a > 0

EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM QUESTÃO 01 - (Enem 2009) - Um posto de combustível vende 10.000 litros de álcool por dia a R$ 1,50 cada litro. Seu proprietário percebeu que, para cada centavo de desconto que concedia por litro, eram vendidos 100 litros a mais por dia. Por exemplo, no dia em que o preço do álcool foi R$ 1,48, foram vendidos 10.200 litros. Considerando x o valor, em centavos, do desconto dado no preço de cada litro, e V o valor, em R$, arrecadado por dia com a venda do álcool, então a expressão que relaciona V e x é: a) V = 10.000 + 50x – x2 b) V = 10.000 + 50x + x2. c) V = 15.000 – 50x – x2. d) V = 15.000 + 50x – x2. e) V = 15.000 – 50x + x2.

y > 0 ⇔ (x < x1 ou x > x2) y < 0 ⇔ x1 < x < x2

quando a < 0

y > 0 ⇔ x1 < x < x2 y < 0 ⇔ (x < x1 ou x > x2)

QUESTÃO 02 - Um estudo das condições ambientais na região central de uma grande cidade indi-

35


FUNÇÃO DO 2º GRAU cou que a taxa média diária (C) de monóxido de carbono presente no ar é de C = 0,5p + 1 parte por milhão, para uma quantidade de (p) milhares de habitantes. Estima-se que, daqui a t anos, a população nessa região será de p = 2t² - t + 110 milhares de habitantes. Nesse contexto, a taxa média diária de monóxido de carbono atingirá o valor de 61 partes por milhão em: a) 2 anos. b) 2 anos e 6 meses. c) 3 anos. d) 3 anos e 6 meses. e) 4 anos.

Nessa situação, a bola descreveu uma trajetória em forma de arco de parábola até tocar o gramado, quando foi dominada pelo companheiro de equipe. Com base nessas informações, é correto afirmar que, durante o cruzamento, a bola atinge, no máximo, uma altura de: a) 12,8 m b) 12 m c) 11,2 m d) 10,4 m e) 9,6 m

QUESTÃO 03 - Uma empresa observou que a quantidade Q, em toneladas, de carne que ela exporta em uma semana é dada por Q(x) = ax2 + bx + c, sendo a, b e c constantes, e x o preço do produto, em reais, por quilograma, praticado na referida semana, sendo 3 ≤ x ≤ 8. Sabe-se que para o preço de R$ 3,00, a quantidade é de 7,5 toneladas, que para R$ 4,00, a quantidade é máxima e que para R$ 8,00, a quantidade é zero. Com base nessas informações, pode-se afirmar: I) A quantidade Q(x) diminui à medida que o preço x aumenta. II) Para o preço de R$ 5,00, a quantidade é de 7,5 toneladas. III) A constante

QUESTÃO 05 - Uma empresa que elabora material para panfletagem (santinhos) tem um lucro, em reais, que é dado pela lei L(x) = - x2 + 10x - 16, onde x é a quantidade vendida em milhares de unidades. Assim, a quantidade em milhares de unidades que deverá vender, para que tenha lucro, é: a) de 2 a 8 b) de 3 a 9 c) de 1 a 8 d) de 1 a 9 e) de 3 a 10 QUESTÃO 06 - Em um terreno, na forma de um triângulo retângulo, será construído um jardim retangular, conforme figura abaixo.

b é igual a −8. a

Sabendo-se que os dois menores lados do terreno medem 9 m e 4 m, as dimensões do jardim para que ele tenha a maior área possível, serão, respectivamente, a) 2,0 m e 4,5 m. b) 3,0 m e 4,0 m. c) 3,5 m e 5,0 m. d) 2,5 m e 7,0 m.

IV) Existe um único preço x, 3 ≤ x ≤ 8, tal que Q(x) = 3,5. V) Para cada preço x, 3 ≤ x ≤ 8, tem-se Q(x) = −x2 + 8x. Assim temos: a) Somente uma correta b) Somente duas corretas c) Somente três corretas d) Todas são corretas e) Todas são incorretas.

QUESTÃO 07 - Uma pessoa ingere uma certa substância que se concentra em seu cérebro. O gráfico a seguir mostra essa concentração em função do tempo t.

QUESTÃO 04 - Em uma partida de futebol, um jogador, estando na lateral do campo, cruzou a bola para um companheiro de equipe o qual se encontrava na lateral oposta, a uma distância de 64 m. A bola passou 1,20 m acima da cabeça de um jogador, com 1,80 m de altura, da equipe adversária, o qual, nesse instante, estava a 4 m de distância do jogador que realizou o cruzamento, conforme figura abaixo.

Admitindo que a concentração y seja dada por uma função quadrática y=at2 +bt+c, é correto afirmar que: a) a > 0 e b2 - 4ac > 0. b) a > 0 e b2 - 4ac < 0. c) a < 0 e b2- 4ac > 0. d) a < 0 e b2 - 4ac < 0. e) a ≠ 0 e b2 - 4ac = 0.

36


FUNÇÃO DO 2º GRAU de um determinado produto x, cujo custo de fabricação de cada unidade é dado por 3x2 + 232, e o seu valor de venda é expresso pela função 180x − 116. A empresa vendeu 10 unidades do produto x, contudo a mesma deseja saber quantas unidades precisa vender para obter um lucro máximo. A quantidade máxima de unidades a serem vendidas pela empresa WQTU para a obtenção do maior lucro é: a) 10 b) 30 c) 58 d) 116 e) 232

QUESTÃO 08 - Uma fábrica tem 2.000 unidades de certo produto em estoque e pode confeccionar mais 100 unidades deste produto por dia. A fábrica recebeu uma encomenda, de tantas unidades do produto quantas possa confeccionar, para ser entregue em qualquer data, a partir de hoje. Se o produto for entregue hoje, o lucro da fábrica será de R$ 6,00 por unidade vendida; para cada dia que se passe, a partir de hoje, o lucro diminuirá de R$ 0,20 por unidade vendida. O lucro máximo, em reais, que a fábrica pode obter com a venda da encomenda é: a) 9500 reais b) 10500 reais c) 11500 reais d) 12500 reais e)1300 reais

QUESTÃO 02 - Um pesticida foi ministrado a uma população de insetos para testar sua eficiência. Ao proceder ao controle da variação em função do tempo, em semanas, concluiu-se que o tamanho da população é dado por: f(t) = - 10t2 + 20t + 100. a) Determine o intervalo de tempo em que a população de insetos ainda cresce. b) Na ação do pesticida, existe algum momento em que a população de insetos é igual à população inicial? Quando? c) Entre quais semanas a população de insetos seria exterminada?

QUESTÃO 09 - Uma calha será construída a partir de folhas metálicas em formato retangular, cada uma medindo 1 m por 40 cm. Fazendo-se duas dobras de largura x, paralelas ao lado maior de uma dessas folhas, obtém-se três faces de um bloco retangular, como mostra a figura da direita.

QUESTÃO 03 - Uma empresa de turismo fretou um avião com 200 lugares para uma semana de férias, devendo cada participante pagar R$500,00 pelo transporte aéreo, acrescidos de R$10,00 para cada lugar do avião que ficasse vago. Nessas condições, o número de passagens vendidas que torna máxima a quantia arrecadada por essa empresa é igual a: a) 100 b) 125 c) 150 d) 180

a) Obtenha uma expressão para o volume desse bloco retangular em termos de x. b) Para qual valor de x o volume desse bloco retangular será máximo? TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Um corpo A desloca-se em Movimento Retilíneo Uniformemente Variado de modo que a sua posição, em relação a uma origem previamente deter7t

QUESTÃO 04 - O óxido de potássio, K2O, é um nutriente usado para melhorar a produção em lavouras de cana-de-açúcar. Em determinada região, foram testadas três dosagens diferentes do nutriente e, neste caso, a relação entre a produção de cana e a dosagem do nutriente se deu conforme mostra a tabela a seguir.

t2

minada, é dada pela função horária S A =2 + − . 4 4 Um corpo B desloca-se em Movimento Retilíneo e Uniforme, na

mesma direção do movimento de A, de forma que a sua posição, em relação à mesma origem, é t

dada pela função horária SB= 2 + . A e B inicia2 ram seus movimentos no mesmo instante. Em ambas as funções, t está em segundos e S, em metros. Depois de certo tempo, os corpos chocam-se frontalmente.

Dose do nutriente (kg/hectare)

Produção de cana-de-açúcar (toneladas/hectare)

0

42

70

56

140

61

Considerando que a produção de cana-de-açúcar por hectare em função da dose de nutriente pode ser descrita por uma função do tipo y(x) = ax² + bx + c, determine a quantidade aproximada de nutriente por hectare que maximiza a produção de cana-de-açúcar por hectare. a)139 b)141 c) 144 d) 152 e)160

QUESTÃO 10 - O maior afastamento, em metros, entre os corpos A e B é: a) 25/4 b) 25/8 c) 25/16 d) 81/8 e) 81/16 EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES QUESTÃO 01 - A empresa WQTU Cosmético ven-

37


FUNÇÃO DO 2º GRAU QUESTÃO 05 - O lucro diário L é a receita gerada R menos o custo de produção C. Suponha que, em certa fábrica, a receita gerada e o custo de produção sejam dados, em reais, pelas funções R(x) = 60x - x2 e C(x) = 10(x+40), sendo x o número de itens produzidos no dia. Sabendo que a fábrica tem capacidade de produzir até 50 itens por dia, considere as seguintes afirmativas: I. O número mínimo de itens x que devem ser produzidos por dia, para que a fábrica não tenha prejuízo, é 10. II. A função lucro L(x) é crescente no intervalo [0, 25]. III. Para que a fábrica tenha o maior lucro possível, deve produzir 30 itens por dia. IV. Se a fábrica produzir 50 itens num único dia, terá prejuízo. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras. b) Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras. c) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras. d) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras. e) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.

y A equação de uma dessas parábolas é=

− x 2 2x + . 75 5

Se a abscissa de D é 35 m, a distância do ponto 0 ao ponto B, em metros, é igual a: a) 38 b) 40 c) 45 d) 50 QUESTÃO 08 - O gráfico da função y = f(x) = -

 1  2  1  200  x +  5  x , representado na figura a seguir,     descreve a trajetória de um projétil, lançado a partir da origem.

Sabendo-se que x e y são dados em quilômetros, a altura máxima H e o alcance A do projétil são, respectivamente, a) 2 km e 40 km. b) 40 km e 2 km. c) 2 km e 10 km. d) 10 km e 2 km. e) 2 km e 20 km.

QUESTÃO 06 - Um jogador de futebol, ao bater uma falta com barreira, chuta a bola de forma a encobrila. A trajetória percorrida pela bola descreve uma parábola para chegar ao gol.

QUESTÃO 09 - Um carrinho se move sobre um arco de parábola de uma montanha-russa, de modo que sua altura em relação ao solo, em metros, é dada em função do tempo t, medido em segundos, pela equação h(t) = 2t2 - 8t + 11. Então o menor valor de h, em metros, é igual a: a) 2 b) 3 c) 4 d) 5 e) 6

Sabendo-se que a bola estava parada no local da falta no momento do chute, isto é, com tempo e altura iguais a zero. Sabendo-se ainda, que no primeiro segundo após o chute, a bola atingiu uma altura de 6 metros e, cinco segundos após o chute, ela atingiu altura de 10 metros. Podese afirmar que após o chute a bola atingiu a altura máxima no tempo igual a: a) 3 segundos b) 3,5 segundos c) 4 segundos d) 4,5 segundos e) 5 segundos

QUESTÃO 10 - 1050 (Uel 2006) - Para um certo produto comercializado, a função receita e a função custo estão representadas a seguir em um mesmo sistema de eixos, onde q indica a quantidade desse produto. Com base nessas informações e considerando que a função lucro pode ser obtida por L(q) = R(q) C(q), assinale a alternativa que indica essa função lucro. a) L(q) = - 2q2 + 800q - 35000 b) L(q) = - 2q2 + 1000q + 35000 c) L(q) = - 2q2 + 1200q - 35000 d) L(q) = 200q + 35000 e) L(q) = 200q - 35000

QUESTÃO 07 - Uma bola de beisebol é lançada de um ponto 0 e, em seguida, toca o solo nos pontos A e B, conforme representado no sistema de eixos ortogonais:

GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM 01

02

03

04

05

06

07

08

09

10

D

B

C

A

A

A

C

D

*

*

GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

01 B

Durante sua trajetória, a bola descreve duas parábolas com vértices C e D.

38

02 *

03 B

04 C

05 C

06 B

07 B

08 A

09 B

10 A


FUNÇÃO DO 1º GRAU ASSUNTO: RELAÇÃO DE LINEARIDADE, PROPORCIONALIDADE, FUNÇÃO AFIM, PROGRESSÃO ARITMÉTICA, ESTUDO DA RETA. EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES QUESTÃO 01 - No verão, é comum ouvirmos o cantar de grilos em regiões arborizadas. O número de trinados dos grilos varia conforme a temperatura do ambiente, isto é, quanto mais alta a temperatura, mais os grilos cantam (trinam) em determinado intervalo de tempo. Temperatura (T) em graus Celsius

Número (n) de trinados a cada minuto

12

7

23

18

30

25

Considerando o gráfi co acima, a mortalidade infantil em 2015, em milhões, será igual a: a) 9 b) 8, 6 c) 8 d) 7,8 e) 7 QUESTÃO 04 - No Brasil, uma das principais fontes de fi nanciamento da atividade estatal é a receita advinda da tributação dos rendimentos das pessoas físicas na forma de Imposto sobre rendas e proventos de qualquer natureza (IRPF – Imposto de Renda de Pessoa Física). Aliás, no cálculo do valor devido a título de IRPF, os contribuintes que demonstram ter adquirido mais rendimentos, ou seja, que demonstram maior capacidade contributiva (maior riqueza), são justamente aqueles que devem pagar progressivamente mais imposto, em alíquotas (percentuais) cada vez maiores.

Na tabela acima, é possível estabelecer uma relação entre o número de trinados dos grilos por minuto e a temperatura em graus Celsius. Com base nisso, pergunta-se: qual seria o número de trinados de grilo escutados no intervalo de tempo padrão quando a temperatura chegar a 40°C? a) 28 b) 31 c) 33 d) 35 e) 38 QUESTÃO 02 - Para tentar identifi car a relação entre a idade das pessoas (em anos) e as suas correspondentes frequências cardíacas máximas (em batimentos por minuto), um grupo de fi siologistas analisou diversas pessoas distribuídas em diferentes faixas etárias e observou os seguintes padrões: Idade (em anos) Frequência cardíaca máxima (em batimentos/min)

15

23

47

185 177

153

Considerando que a relação entre a frequência cardíaca máxima e a idade mantenha um mesmo padrão de linearidade, a frequência cardíaca máxima esperada para um indivíduo com 35 anos é de: a) 167 b) 165 c) 163 d) 161 e) 160

Nesse sentido, supondo que o gráfi co abaixo indique o imposto a pagar I (em reais) sobre a renda mensal líquida R (em reais), com R ≤ 2900, uma pessoa que teve renda mensal líquida de R$2.200,00 deverá pagar imposto de renda (IRPF) no valor de: a) R$125,71 b) R$138,75 c) R$144,80 d) R$145,25 e) R$146,20

QUESTÃO 03 - Todos os anos, milhões de bebês morrem no mundo por conta de causas diversas. Trata-se de um número escandaloso, mas que vem caindo ano a ano. Para se manter uma estrutura de redução da mortalidade infantil, faz-se necessária a utilização de variados meios, recursos, políticas e programas – dirigidos não só às crianças, mas às suas famílias e comunidades.

QUESTÃO 05 - Em determinado concurso público, foram registradas 3582 inscrições. Entretanto, dos candidatos inscritos, apenas 2000 compare-

39


FUNÇÃO DO 1º GRAU ceram na data marcada ao local predefi nido no Edital para a realização das provas objetivas de 1ª etapa. No edital desse concurso, havia ainda a previsão expressa de que os candidatos deveriam chegar com 1h de antecedência ao local de prova (horário de abertura dos portões) e não seriam tolerados quaisquer atrasos.

Usando essas informações, um atleta de ossatura grande, pesando 63 kg e com altura igual a 1,59m, que tenha corrido uma meia maratona, pode estimar que, em condições de peso ideal, teria melhorado seu tempo na prova em: a) 0,32 minuto. b) 0,67 minuto. c) 1,60 minuto. d) 2,68 minutos. e) 3,35 minutos.

O número de candidatos (y) que adentraram o local de prova, em função do horário de entrada (t), é representado por pontos do gráfi co, sendo t = 0 o instante em que os portões de acesso foram abertos e t = 60, o instante em que esses portões foram fechados. Assim, pode-se afi rmar que o tempo decorrido para a entrada dos últimos 500 candidatos foi igual a: a) 22 minutos b) 20 minutos c) 12 minutos d) 11 minutos e 40 segundos e) 8 minutos e 20 segundos

QUESTÃO 07 - O valor de uma moto nova é de R$ 9.000,00 e, com 4 anos de uso, é de R$ 4.000,00. Supondo que o preço caia com o tempo, segundo uma linha reta, o valor dessa moto com um ano de uso é igual a: a) R$ 8.250,00 b) R$ 8.000,00 c) R$ 7.750,00 d) R$ 7.500,00 e) R$ 7.000,00 QUESTÃO 08 - Devido a uma forte estiagem, o nível de água de um reservatório municipal vem baixando 5 milhões de galões de água por mês. Se o reservatório possui hoje (janeiro de 2011) um volume total de 500 milhões de galões de água e a Comissão de Inspeção do reservatório estabeleceu uma política de racionamento que deve ser implantada tão logo o nível de água atinja a marca de 420 milhões de galões de água, em que mês começará o racionamento? a) 01/2012 b) 04/2012 c) 05/2012 d) 06/2012 e) 07/2012

QUESTÃO 06 - (ENEM) - O excesso de peso pode prejudicar o desempenho de um atleta profi ssional em corridas de longa distância como a maratona (42,2 km), a meia-maratona (21,1 km) ou uma prova de 10 km. Para saber uma aproximação do intervalo de tempo a mais perdido para completar uma corrida devido ao excesso de peso, muitos atletas utilizam os dados apresentados na tabela e no gráfi co abaixo:

QUESTÃO 09 - Em determinada cidade, desde 1990, há apenas dois jornais A e B circulando diariamente. Nos gráfi cos a seguir, temos, em milhares de exemplares, o número de jornais vendidos durante os 4 primeiros anos dessa concorrência.

Com base nisso, pode-se afi rmar que: a) a circulação do jornal A cresceu 10% a cada ano; b) a participação percentual do jornal B no mercado foi constante ao longo desses anos; c) graças ao incremento de vendas, o jornal A vendeu mais exemplares ao longo desses

40


FUNÇÃO DO 1º GRAU anos; d) supondo um crescimento de 2% ao ano na população desta cidade, há um percentual maior de pessoas comprando jornais, nesta cidade, ao fi m deste período; e) mantendo-se esses mesmos padrões de comportamento de venda em toda a década, espera-se que, em 1998, a participação do Jornal B no mercado tenha caído a um patamar inferior a 30%.

Que expressão fornece a quantidade de canudos em função da quantidade de quadrados de cada fi gura? a) C = 4Q. b) C = 3Q + 1. c) C = 4Q – 1 d) C = Q + 3. e) C = 4Q – 2.

QUESTÃO 10 - Partindo da comparação entre os dados do ano anterior e do ano atual, uma empresa resolveu fazer uma estimativa de crescimento de seu lucro nos próximos 7 anos e representou no gráfi co abaixo esta projeção de aumento no lucro (em milhões de reais) em função do ano de atividade da empresa. Considerando que, a partir do 4º ano da projeção, a empresa experimentará a mesma expectativa de crescimento que vem experimentando desde o ano passado e que se manterá nos próximos 2 anos, a expectativa de crescimento do lucro da empresa, em milhões de reais, no 6º ano da projeção é aproximadamente igual a:

2 –1

2

4

7

QUESTÃO 13 - (ENEM) - As projeções para a produção de arroz no período de 2012-2021, em uma determinada região produtora, apontam para uma perspectiva de crescimento constante da produção anual. O quadro apresenta a quantidade de arroz, em toneladas, que será produzida nos primeiros anos desse período, de acordo com essa projeção. Ano 2012

Projeto da Produção (t) 50,25

2013

51,50

2014

52,75

2015 54,00 A quantidade total de arroz, em toneladas, que deverá ser produzida no período de 2012 a 2021 será de: a) 497,25. b) 500,85. c) 502,87. d) 558,75. e) 563,25.

a) 3,85 b) 3,75 c) 3,33 d) 2,66 e) 1,33

QUESTÃO 14 - Ao ser inaugurada, uma represa possuía 8 mil m3 de água. A quantidade de água da represa vem diminuindo anualmente. O gráfi co mostra que, após 8 anos da inauguração, a quantidade de água na represa caiu para 5 mil m3.

QUESTÃO 11 - (ENEM) - O número mensal de passagens de uma determinada empresa aérea aumentou no ano passado nas seguintes condições: em janeiro foram vendidas 33.000 passagens; em fevereiro, 34.500; em março, 36.000. Esse padrão de crescimento se mantém para os meses subsequentes. Quantas passagens foram vendidas por essa empresa em julho do ano passado? a) 38.000 b) 40.500 c) 41.000 d) 42.000 e) 48.000 QUESTÃO 12 - (ENEM) - Uma professora realizou uma atividade com seus alunos utilizando canudos de refrigerante para montar fi guras, onde cada lado foi representado por um canudo. A quantidade de canudos (C) de cada fi gura depende da quantidade de quadrados (Q) que formam cada fi gura. A estrutura de formação das fi guras está representada a seguir:

Se for mantida essa relação de linearidade entre o tempo e a quantidade de água em m3, determine em quanto tempo, após a inauguração, a represa terá 3 mil m3. a) 16 anos b) 13 anos e 4 meses

41


FUNÇÃO DO 1º GRAU c) 12 anos e 10 meses e) 5 anos e 4 meses

d) 10 anos e 8 meses

QUESTÃO 15 - (ENEM) - Um bairro de uma cidade foi planejado em uma região plana, com ruas paralelas e perpendiculares, delimitando quadras de mesmo tamanho. No plano de coordenadas cartesianas seguinte, esse bairro localiza-se no segundo quadrante, e as distâncias nos eixos são dadas em quilômetros.

A reta de equação y = x + 4 representa o planejamento do percurso da linha do metrô subterrâneo que atravessará o bairro e outras regiões da cidade. No ponto P = (-5, 5), localiza-se um hospital público. A comunidade solicitou ao comitê de planejamento que fosse prevista uma estação do metrô de modo que sua distância ao hospital, medida em linha reta, não fosse maior que 5 km. Atendendo ao pedido da comunidade, o comitê argumentou corretamente que isso seria automaticamente satisfeito, pois já estava prevista a construção de uma estação no ponto: a) (-5, 0) b) (-3, 1) c) (-2, 1) d) (0, 4) e) (2, 6)

GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

01 D 11 D

02 B 12 B

03 C 13 D

04 B 14 B

05 A 15 B

06 E

07 C

08 C

09 E

10 C

42


TRIÂNGULO RETÂNGULO Considere o triângulo retângulo ABC, com ângulo reto no vértice A, e os ângulos agudos a e b. Note que a + b = 90o (são ditos complementares) e que a é a hipotenusa, b e c são os catetos.

DICAS !!! ð Os números Pitagóricos à 3, 4 e 5

↓ x2

Baseado na figura acima, definimos as razões trigonométricas: seno, cosseno e tangente de um ângulo agudo num triângulo retângulo, como sendo:

↓ ÷ 10

Como a + b = 90o, então: sen a = cos b

cos a = sen b

tg a = cotg b

ð O triângulo Retângulo Isósceles

Lembrete !!! cotg x = 1/tg x ou cotg x = cos x/sen x sec x = 1/cos x cossec x = 1/sen x RELAÇÕES MÉTRICAS Considere um triângulo retângulo ABC, de catetos AC = b, AB = c e hipotenusa BC = a. Traçamos a altura AH = h, relativa à hipotenusa. O ponto H divide a hipotenusa nos segmentos BH e CH, de medidas m e n, respectivamente; esses segmentos são chamados de projeções dos catetos sobre a hipotenusa.

ð A diagonal de um quadrado à d =  2

ð A altura de um triângulo equilátero à h =  3 2

Teorema de Pitágoras:

43


TRIÂNGULO RETÂNGULO EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES QUESTÃO 01 - Uma estação de tratamento de água (ETA) localiza-se a 600m de uma estrada reta. Uma estação de rádio localiza-se nessa mesma estrada, a 1000m da ETA. Pretende-se construir um restaurante, na estrada, que fique à mesma distância das duas estações. A distância do restaurante a cada uma das estações deverá ser de: a) 575m b) 600m c) 625m d) 700m e) 750m

a) 13 3 b) 12 3 c) 11 3 d) 10 3 e) 9 3

QUESTÃO 05 - Na figura, ABCDEF é um hexágono regular de lado 1 dm, e Q é o centro da circunferência inscrita a ele.

QUESTÃO 02 - No retângulo ABCD de lados AB = 4 e BC = 3, o segmento DM é perpendicular à diagonal AC. O segmento AM mede: a) 3/2 b) 12/5 c) 5/2 d) 9/5 e) 2

O perímetro do polígono AQCEF, em dm, é igual a:

QUESTÃO 03 - Na figura temos três circunferências tangentes, duas a duas, cujos centros A, B e C são vértices de um triângulo retângulo em C e as duas circunferências maiores possuem raios com a mesma medida R. A linha l é tangente a duas circunferências e secante à terceira e P é o ponto de interseção da reta l com o segmento AB. A medida do segmento AP é: a) R 2

a) 4 + 2

b) 4 + 3

c) 6

d) 4 + 5

QUESTÃO 06 - Um observador, estando a x metros da base de uma torre, vê o topo sob um ângulo de 60º. Afastando-se 100 m em linha reta, passa a vê-lo sob um ângulo de 30º. A altura da torre corresponde, em metros, a: a) 40. b) 40 3 . c) 50 2 .

b)

e) 2(2 + 2)

d) 50 3 .

e) 50.

R 3

c)

( 3 - 1)R

d)

(3 - 2 )R

QUESTÃO 07 - Um poste na posição vertical, colocado em um plano horizontal, encontra-se a 3 metros de um edifício. Nesse instante, o Sol projeta a sobra do poste na parede. Essa sombra tem 17 metros. Se a altura do poste é de 20 metros, então a inclinação dos raios solares, em relação ao plano horizontal, é de: a) 15º. b) 22º30’. c) 30º. d) 45º. e) 60º.

e) R

QUESTÃO 04 - Na figura abaixo, a reta passando por P e Q é tangente às duas circunferências em P e Q. Se a distância entre os centros das circunferências é igual a 18 cm e os seus raios medem 4 cm e 5 cm, respectivamente, então o numero real que representa a distância, em cm, entre P e Q é:

QUESTÃO 08 - Um engenheiro analisa um projeto no qual quatro rodovias (r, s, t, u) se cruzam, conforme a figura a seguir. Ele precisa calcular a distância do ponto P (cruzamento das rodovias s e u) até a rodovia t. Sabe-se que AB = BC = AC = 4km e CP = 6km.

44


TRIÂNGULO RETÂNGULO QUESTÃO 11 - Dois pontos A e B, estão situados na margem de um rio e distantes 40 m um do outro. Um ponto C, na outra margem do rio, está ˆ mede 75º situado de tal modo que o ângulo CAB ˆ mede 75º. A largura do rio, em e o ângulo ACB metros, corresponde a: a) 15. b) 20. c) 25. d) 30. e) 35.

QUESTÃO 12 - A extremidade A de uma planta aquática encontra-se 10 cm acima da superfície da água de um lago (figura 1). Quando a brisa a faz balançar, essa extremidade toca a superfície

O engenheiro conclui, corretamente, que a distância procurada em km corresponde a: a) 3 3 .

b) 4 3 .

c) 4 2 .

d) 2 3 .

da água no ponto B, situado a 10 3 cm do local em que sua projeção ortogonal C, sobre a água, encontrava-se inicialmente (figura 2). Considere

e) 3 2 .

� OA, OB e BC segmentos de retas e o arco AB

QUESTÃO 09 - Um recipiente, no formato de hemisfério, contém um líquido que tem profundidade máxima de 5 cm. Sabendo que a medida do diâmetro do recipiente é de 20 cm, qual o maior ângulo, em relação à horizontal, em que ele pode ser inclinado até que o líquido alcance a borda, antes de começar a derramar? a) 75º b) 60º c) 45º d) 30º e) 15º

uma trajetória do movimento planta.

Pode-se afirmar que a profundidade do lago no ponto O em que se encontra a raiz da planta, em centímetros, é:

QUESTÃO 10 - Abílio (A) e Gioconda (G) estão sobre uma superfície plana de uma mesma praia e, em um dado instante, veem, sob respectivos ângulos de 30º e 45º, um pássaro (P) voando, conforme é representado a seguir.

(

( e) 180 ( c) 180

)

3 + 1 m

) 3 − 1) m

3 + 1 m

( d) 120 (

b) 120

b) 9 2.

c) 10.

d) 10 2.

e) 11.

QUESTÃO 13 - A figura abaixo mostra que duas circunferências que se tangenciam interiormente. A circunferência maior tem centro em O. A menor

Considerando desprezível as medidas das alturas de Abílio e Gioconda e sabendo que, naquele instante, a distância entre A e G era de 240m, a quantos metros de altura o pássaro distava da superfície da praia? a) 60

a) 9.

tem raio r = 5 cm e é tangente a OA e OB.

) 3 − 1) m 3 +1 m

� mede 60º, a mediSabendo-se que o ângulo AOB da do raio da circunferência maior corresponde a: a) 10 cm. b) 13 cm. c) 15 cm. d) 18 cm. e) 20 cm.

45


TRIÂNGULO RETÂNGULO QUESTÃO 14 - Dois irmãos herdaram um terreno em forma de um paralelogramo ABCD, conforme ilustrado. Como pretendem dividi-lo ao meio, resolveram passar uma cerca AC de comprimento y. O valor de y, em metros, corresponde a: a)

10 3

.

c) 5 3 .

b) 10 2 . d) 5 2 . e)

5 3

.

QUESTÃO 15 - Milena pretende calcular o comprimento da sombra AB de uma torre. Sabendo que sen a = 0,6, pode-se, então, afirmar que AB mede, em metros, aproximadamente,

a) 13,33. c) 12,5.

b) 7,5. d) 16,66.

e) 11,33.

Teorema de Pitágoras: a2 = b2 + c2 GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

01

02

03

04

05

11

12

13

14

15

06

07

08

09

10

46


CIÊNCIAS HUMANAS

47


GEOPOLÍTICA GEOPOLÍTICA ANTES DA I GUERRA MUNDIAL Havia um período de multipolaridade no fim do século XIX e início do século XX. A Europa vivia a Belle Époque entre 1880 e 1914. O desenvolvimento cultural e social no continente acelerava à medida que as metrópoles europeias exploravam as colônias africanas e asiáticas. Os nacionalismos ganhavam mais força em determinadas regiões, em especial na Itália, na Alemanha e em regiões ocupadas por eslavos. Com a unificação da Alemanha, em 1871, e a unificação da Itália, em 1870, a Europa passa por transformação e tensionamentos que aumentavam. Inglaterra e França monopolizavam os mercados de exportação de produtos industrializados e faziam uma exploração predatória das colônias espalhadas pelo mundo sob a justificativa de que, sendo mais desenvolvidos, tinham direito a explorar matérias primas de países não desenvolvidos. Sob a mesma prerrogativa, Alemanha e Itália acirravam cada vez mais a disputa por colônias. O pangermanismo e o pan-eslavismo eram verdadeiros barris de pólvora. As potências iniciaram uma corrida armamentista. Outro elemento chave para entender o contexto geopolítico do período era o revanchismo presente entre França e Alemanha, que perdurou após o fim da guerra franco-prussiana (1871). Derrotados, os franceses cederam territórios como Alsácia e Lorena para os alemães

grantes (Império Alemão, Império Áustro-Húngaro e o Reino da Itália). Em contra partida, o Reino Unido, França e Império Russo, em uma aliança militar consolidada em acordos bilaterais, conhecida como Tríplice Entente. O estopim para o início da I Guerra Mundial foi o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando (herdeiro do trono da Áustria–Hungria), em 28 de junho de 1914 em Sarajevo, na Bósnia, por um estudante sérvio. Um mês após o episódio, o Império Austro–Húngaro invadiu a Sérvia. A Alemanha avançou sobre Bélgica, França e Luxemburgo. Uma das principais características do conflito foi a aplicação da ciência e da indústria nos campos de luta. As batalhas entre os países aconteceram baseadas em novos avanços tecnológicos, como submarinos (desafiando a soberania marítima inglesa nos oceanos), tanques, gases tóxicos, granadas, artilharia de longo alcance, aviões e os imponentes e frágeis zepelins. A I Guerra Mundial deixou cerca de 15 milhões de mortos. O conflto – que terminou em 11 de novembro de 1918 – forçou a migração de milhões de pessoas e redefiniu as fronteiras na Europa. Foi também um marco de uma revolução no comportamento industrial e econômico. Os Estados Unidos tornaram–se a grande potência mundial. Um dos pontos mais importantes ligados ao fim da I Grande Guerra mundial foi a assinatura do “Tratado de Versalhes” (1919), que estabelecia o fim da guerra. A Alemanha foi responsabilizada pela eclosão do conflito, devendo assim reparar as nações que lutaram contra ela, além de ceder territórios que foram anexados durante o processo de unificação. A Tríplice Entente definiu um valor oficial de 269 bilhões de marcos (moeda alemã). A quantia, que já era considerada exorbitante para o período, tornou-se impossível de ser paga. A Alemanha foi obrigada a eliminar boa parte de sua marinha. Foi proibida a instalação de determinados tipos de indústria na Alemanha para que o país não produzisse veículos blindados e foi estabelecido um teto para o número de soldados do exército (100 mil, no máximo). O “Tratado de Versalhes” afundou a Alemanha em uma severa crise econômica e, posteriormente, social. Ganharam forças grupos como o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, comumente conhecido como partido nazista.

100 ANOS DA I GUERRA MUNDIAL Há um século o mundo vivenciava o começo de um dos seus maiores conflitos, a I Guerra Mundial (1914-1918). Com o início da guerra, foi encerrado o período conhecido como Belle Époque, iniciado em 1871. Esse ciclo foi marcado pelo forte sentimento nacionalista dos países europeus. Foi também o ápice do neocolonialismo. Incontáveis são os motivos que podem ser elencados para ilustrar o início do conflito. Entre eles, estão unificação da Alemanha em 1871 e o surgimento do movimento político que ficou conhecido como “Pan Germanismo”. A ideia era unir os povos germânicos que estavam espalhados entre países como Prússia, Polônia e Império Austro–Húngaro. Outros impérios também queriam expandir suas fronteiras e seus domínios sobre as colônias. No dia 20 de Maio de 1882, a Tríplice Aliança, se consolidou sob a garantia de apoio mútuo econômico e militar entre as nações inte-

48


GEOPOLÍTICA PERÍODO ENTRE GUERRAS Com o fim da I Guerra Mundial e a derrota da Tríplice Aliança, a Europa começou a se reorganizar. A Alemanha sofria severas sanções por ser apontada como causadora do conflito. Foi implementada em território alemão a República de Weimar (localizada na Turíngia, Weimar foi a cidade onde a Constituição da nascente república foi celebrada em 11 de agosto de 1919), sistema parlamentarista que substituiu o império. A república democrática ficou responsável por governar um país afundado em uma crise gerada por condições impostas pelos vencedores do conflito. Impedida de desenvolver indústria e de possuir navios, a Alemanha perdeu territórios e ainda tinha uma dívida de US$ 20 bilhões (valores atuais) a ser paga aos países vencedores da I Guerra Mundial. Um valor impagável para aquela época. A República de Weimar se mostrou incapaz de governar a Alemanha, o que gerou um saudosismo do período imperial carregado de autoritarismo e nacionalismo exacerbados. Tal contexto permitiu o crescimento de ideias e discursos nacionalistas extremos, entre eles o de Adolf Hitler. Alguns historiadores acusam que houve apenas uma grande guerra mundial com um intervalo. É preferível afirmar que a maior parte dos motivos que levaram à II Guerra Mundial foi o revanchismo da I Guerra Mundial.

Holanda, Bélgica e França. Tal sucesso se deu graças a chamada blitzkrieg, uma estratégia agressiva que prezava pela rápida neutralização do inimigo e sua dominação graças a uma poderosa infantaria blindada. Hitler, buscou expandir seu território para o leste violando o pacto de não agressão (pacto Molotov-Ribbentrop) assinado com a URSS. A Operação Barbarossa, em 1942, tomou territórios soviéticos, contudo, dado a invasão, a URSS tomou parte na guerra integrando as forças aliadas. A derrota na Batalha de Stalingrado em fevereiro de 1943, se configurou como a primeira derrota da investida nazista sobre a Europa. O Terceiro Reich recebeu outra contundente derrota no dia 6 de junho de 1944 (dia D), quando 100 mil soldados apoiados por um contingente de 6 mil navios e 5 mil aviões desembarcaram na costa da Normandia, França, abrindo espaço para uma investida militar vinda do oeste rumo a Berlim. Com o crescimento das forças Aliadas frente ao Eixo, a derrota nazista se tornava cada vez mais concreta. No início de 1945, as forças soviéticas chegaram em Berlim. No dia 30 de abril, o palácio do Terceiro Reich, Reichstag, atualmente o Parlamento Alemão, foi sitiado e capturado por forças aliadas, simbolizando a derrota militar nazista. BIPOLARIDADE O mundo assistiu ao fim da Segunda Guerra, com a vitória dos aliados, o surgimento de um novo período de tensão. De um lado, os Estados Unidos - o principal vencedor do conflito - lideram a formação da Otan (aliança militar formada em 1949 entre Estados Unidos, Canadá e países europeus vencedores da II Guerra Mundial). Do outro, as nações socialistas do leste europeu lideradas pela União Soviética, que formaram o Pacto de Varsóvia (aliança militar criada em 1955). Os dois blocos, soviético e capitalista, protagonizaram a bipolaridade no mundo. Eles começaram a estender suas influências pelo globo. Mesmo sem conflitos diretos (daí o nome Guerra Fria), que poderiam levar a uma guerra nuclear, começaram a emergir conflitos indiretos entre os países dos dois blocos, como Vietnam, Coreia, Cuba, ditaduras na América Latina, Oriente Médio, entre outros, todos visando o aumento da influência das duas superpotências. O Ocidente recebia injeções massivas de capital norte-americano para sua reconstrução (Plano Marshall, 1947). O Oriente se desenvol-

45 ANOS DO FIM DA II GUERRA MUNDIAL Com a declaração de guerra do Reino Unido e da França frente a invasão nazista sobre a Polônia em setembro de 1939, a segunda guerra começou. A guerra foi protagonizada pela Alemanha nazista que, coberta de um sentimento de revanchismo, iniciou sua expansão sobre a Europa. Alemanha, Itália e Japão se uniram em uma aliança militar conhecida como Eixo. Tal aliança surgiu do temor do avanço soviético, em 1936 com a assinatura do Pacto Anticomintern, que foi assinado entre Alemanha e Japão e porteriormente recebeu a adesão da Itália, formando o eixo Roma-Berlim-Tóquio. Com o objetivo de fazer frente ao Eixo, o Reino Unido, junto da França, posteriormente, EUA e URSS, foram os principais personagens da coalisão formada de países Aliados. Hitler, com uma estratégia de guerra agressiva, rapidamente, cerca de 9 meses após a invasão polonesa, marchou sobre Luxemburgo,

49


GEOPOLÍTICA via a passos lentos (Plano Molotov). Com a queda do Muro de Berlim em 1989, que separava a Alemanha Ocidental da Oriental, e o fim da União Soviética em 1991, as tensões diminuíram consideravelmente. Com o fim do socialismo na Europa acabou a bipolaridade. Alguns países do leste europeu, mesmo com a queda da União Soviética, ainda estão sob a influência de políticas e da economia russas.

co torna a crescer quando ingressam Romênia e Bulgária, em 2007, e Croácia em 2013, somando 28 nações. O Euro é a moeda que circula em 15 países do bloco. Para ingresso no bloco e adoção da moeda, os países tiveram de adequar suas economias com o déficit público não ultrapassando 3% do PIB e a dívida pública não podendo chegar a 60% do PIB. O fato de parte dos países não seguir tais recomendações, em 2008, gerou uma crise que promoveu a criação de um pacto fiscal que passou a valer em 2013 para regular de forma disciplinada a economia de 25 dos 28 Estados (Reino Unido e República Tcheca não aceitaram o pacto, e a Croácia entrou no grupo posterior ao pacto). Foi criado ainda o fundo de resgate de 700 bilhões de euros que compõe o Mecanismo Europeu de Estabilidade. A partir de 2008, a União Europeia vivencia um período de crise financeira que termina por promover fuga de investidores e falta de crédito. A crise começou em países com economia mais fragilizada: Portugal, Irlanda, Grécia, Itália e Espanha (PIIGS). Com o passar do tempo, a crise tanto se agravou como se espalhou e afeta economias fortes como a alemã. Como ações de proteção, os governos promovem medidas de austeridade fiscal que acabam por gerar desemprego e limita o crescimento. Ainda como consequência da crise, o livre trânsito de pessoas que foi proposto pela Convenção de Schengen (Luxemburgo) representa uma preocupação para algumas autoridades do bloco devido à migração de pessoas que saem dos países mais frágeis economicamente.

GLOBALIZAÇÃO A interdependência entre nações no plano econômico e a revolução tecnológica na área das telecomunicações possibilitam, após a queda do muro de Berlim e a queda dos regimes socialistas, que o mundo passasse por uma reorganização geopolítica e econômica. Graças a uma maior interrelação entre as nações, transações e movimentações financeiras ao redor do globo se tornaram mais frequentes, assim como o surgimento de multinacionais e transferência de unidades fabris para regiões de menor custo de mão-de-obra e matéria prima. A globalização, como um processo, recebe várias críticas por segmentos da sociedade que defendem outra orientação de mercado e política. Segundo os opositores, a globalização é um processo, que, ao contrário do que se prega, não promoveria uma mútua cooperação entre nações, mas sim uma exploração de nações mais pobres por nações mais ricas e desenvolvidas. Indústrias e grandes empresas manipulariam políticas públicas de países que recebem unidades de produção. Cada vez mais a política de mercado global cresce. Entretanto, a concentração de riqueza em um seleto grupo de países continua.

G8 Grupo formado pelos sete países capitalistas mais desenvolvidos e a Rússia: Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, França, Itália, Canadá e Japão. Representantes dessas nações se reúnem periodicamente para definir tratados, medidas econômicas e posicionamentos políticos. Em junho de 2013, o G8 se reuniu na Irlanda do Norte para discutir assuntos envolvendo a crise na Síria, ações globais contra fraude e evasão fiscal. Houve debate bilateral protagonizado entre o presidente americano Barack Obama e o presidente russo Vladimir Putin. O primeiro defendeu uma intervenção militar. O seu interlocutor ressaltou que não existia a necessidade de uma incursão bélica no território sírio. Líderes do G7 decidiram, em março de 2014, que não participariam de reunião do G8 (G7

UNIÃO EUROPEIA Originada sobre quatro princípios básicos (livre trânsito de capital, pessoas, serviços e mercadorias), a Comunidade Econômica Europeia nasce em 1957 (Tratado de Roma) no contexto da Guerra Fria. Com o tratado de Maastricht (Holanda), em 1992, o maior bloco econômico do mundo é rebatizado como União Europeia. O antigo bloco que possuía apenas seis países, passou a ser composto por 12 nações com a inclusão de Portugal, Dinamarca, Espanha, Grécia, Irlanda, Reino Unido. Em 1995, o número subiu para 15 com Áustria, Finlândia e Suécia. Em 2004 ingressam mais dez países, Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Malta, Polônia e República Tcheca. O blo-

50


GEOPOLÍTICA mais Rússia) enquanto os russos não mudarem sua posição mediante a situação na Ucrânia. O governo de Vladimir Putin considerou a decisão contraproducente para a Rússia e para outros países.

Em Julho de 2014, chefes de Estado dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) se reuniram em Brasília com líderes da América do Sul para tentar ampliar a influência do bloco entre países emergentes. O encontro, dividido em dois momentos, Brasília e Fortaleza, serviu para que os líderes debatessem sobre a criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD). É a busca por uma identidade comum, além da necessidade de um fortalecimento na colaboração entre países membros do grupo. Também foi criado um fundo para emprestar recursos aos países em dificuldade financeira, sendo uma alternativa ao FMI.

G20 Criado em 1999 com o propósito de combater as sucessivas crises dos anos 1990 e promover a integração de novas nações que aos poucos ganhavam um maior papel no plano geopolítico. É um fórum informal de países industrializados e de economias emergentes, uma espécie de extensão do G8. O grupo defende uma engenharia financeira internacional que gere oportunidades de desenvolvimento e crescimento mútuos para as nações integrantes. O G20 consegue somar por volta de 80% do comércio mundial e 90% do produto bruto do planeta. Possui dois terços da população do globo. Os países que compõem a cúpula do G20 são: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Rússia, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos. A União Europeia também participa do grupo.

CRISE ECONÔMICA E DESEMPREGO NA EUROPA Em 2008, o mundo assistiu à grave crise da economia norte-americana. O setor imobiliário se aqueceu com a compra de casas a preços altos graças ao crédito concedido à população. O aumento das taxas de juros foi inevitável. Com a retração da economia, a busca pelos imóveis diminuiu. As casas perdiam seu valor de comércio da mesma forma que os juros dos empréstimos imobiliários subiam. A bolha estourou quando a inadimplência atingiu altos índices. Empresas, que também estavam reféns de empréstimos bancários, passaram a cortar gastos e demitir funcionários, o que contribuiu para que os americanos parassem de pagar altas parcelas das casas que já estavam com seus valores defasados. A Casa Branca ainda saiu em socorro das instituições bancárias. O maior exemplo foi a quebra do Lehman Brothers, o quarto maior banco de crédito dos Estados Unidos. A situação promoveu a estagnação da economia. A crise não se limitou ao gigante americano. Devido à integração das economias, outros países sofreram impactos da recessão econômica. Os Estados Unidos passaram a receber ajuda monetária de países como China e Inglaterra. Os bancos que receberam a injeção de capital passaram a oferecer menores juros e mais créditos. Com o aumento dos gastos públicos, o crescimento das importações em relação às exportações e os altos gastos em campanhas militares, a economia americana ficou ainda mais debilitada. O Brasil também sofreu com a recessão da economia dos Estados Unidos. Com a queda das exportações e a redução do crédito internacional, os mercados compradores de produtos brasileiros passaram a adotar medidas protecionistas para evitar que a crise se proliferasse.

BRICS O tabuleiro da geopolítica possui atualmente novas peças. Os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) são compostos por países que há décadas eram sinônimos de atrasos e de subdesenvolvimento. A China avançou economicamente e hoje é considerada como um dos países de grande importância dentro do quadro internacional. A Rússia, mesmo sofrendo um forte declínio nas décadas de 1980 e 1990, começou a se reerguer somente no início do século XXI, mas nunca deixou de representar um contrapeso ao poder norte-americano. Há grupos que defendem que o mundo hoje vive uma hegemonia dos Estados Unidos. Não existiria divisão de poder ou de influência, mas sim abalos do poder estadunidense em certas regiões do globo. Crises diplomáticas e episódios como a possível invasão americana em território sírio - que foi rejeitada por Rússia e China - mostram que existem países influentes contrários ao poderio americano. Outro episódio que retrata bem a disputa por zonas de influência é a crise na Ucrânia, que busca se distanciar do passado soviético e se aproximar da União Europeia.

51


GEOPOLÍTICA A crise econômica que se arrasta pela União Europeia é uma das consequências da recessão americana que eclodiu em 2008. Ela se agrava com a derrocada da economia grega, em 2010. A Grécia estava tão endividada que não conseguia mais contrair empréstimos. Bancos internacionais firmaram ajuda financeira bilionária para o país sob a condição de que o mesmo ajustasse seu orçamento para que pudesse estabilizar a economia do bloco. A Grécia foi o primeiro país a apresentar problemas econômicos que passaram a abalar a zona do euro. Outros vieram em seguida: Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha. Essas nações em crise foram batizadas de “Piigs”. Elas apresentavam déficits econômicos que desestabilizam o resto da economia do bloco. ”Pig” significa porco em inglês. Não por acaso o nome foi utilizado como referência para sugerir que a economia de tais nações estão “sujas”. A então recessão da zona do euro propõe um desafio à Europa: equilibrar as dívidas e ainda manter o crescimento. As medidas de austeridade, principal ferramenta de controle para os países endividados, promovem um maior índice de desemprego.

tra a polícia. Somente no dia da votação dessa lei o conflito resultou em cinco mortes. Como tentativa de diminuir os levantes populares, o primeiro-ministro Azarov deixa seu cargo. O governo concede cargos importantes aos líderes oposicionistas, mas a proposta não é aceita. Por pressão popular, a lei contra os protestos é derrubada no parlamento e os manifestantes são anistiados. A violência tomou conta de Kiev. Os confrontos com a polícia somaram centenas de feridos. Os primeiros mortos em conflitos foram registrados no dia 22 de janeiro de 2014, quando veículos blindados foram utilizados no confronto. Em 18 de fevereiro, os protestos deixaram 26 mortos. Nos dois dias seguintes, foram mais 75 mortes, com relato de uso de armas de fogo. A oposição passou a cobrar a antecipação das eleições e limitou os poderes de Yanukovich. Em 22 de fevereiro, Yanukovich foi destituído pelo parlamento. Oslekksander Tuchinov assumiu como presidente interino. As novas eleições foram marcadas para maio de 2014. Com a tentativa de aproximação da Ucrânia com a União Europeia, outra questão emergiu: o separatismo da região da Crimeia. O território, historicamente, busca estreitar relações com a Rússia e até mesmo sua integração ao país. Em plebiscito realizado em março de 2014, a Crimeia decidiu – com aprovação de 96,8% dos eleitores – pela anexação à Rússia. Os americanos e a União Europeia questionam a consulta e resolveram adotar medidas de retaliação aos russos. No dia 25 de maio, Petro Poroshenko – conhecido como “Rei do Chocolate”, por ser magnata de indústrias do setor – venceu a ex-premiê Yulia Tymoshenko com 54% dos votos.” O governo Ucraniano nega a separação da região. O leste do país foi tomado por milícias separatistas exigindo o desmembramento da região. O impasse resultou no conflito que já tem meses de duração e toma maiores proporções com o apoio do governo russo aos separatistas. A Rússia passa a financiar com armamentos e treinamento os milicianos. O conflito ganhou maior notoriedade em 17 de julho de 2014 quando um Boeing 777 foi abatido no espaço aéreo ucraniano vitimando 298 passageiros que decolaram da Holanda rumo a Malásia. As investigações continuam sobre a autoria do ataque, sendo que somente em novembro a perícia holandesa (responsável pela investigação) terminou de coletar todo o material do

UCRÂNIA A crise na Ucrânia traz temores políticos que não aconteciam desde o fim da União Soviética (1991) e o colapso do bloco socialista. A Rússia mantém sua influência política e econômica nas áreas dos antigos países socialistas. Em novembro de 2013, o governo ucraniano desistiu de assinar o acordo de Associação e Livre Comércio com os países europeus por pressão da Rússia. O episódio impediu a Ucrânia de ingressar no poderoso bloco econômico. Uma série de protestos se espalhou por Kiev (capital ucraniana). A Rússia ofereceu ao governo ucraniano um pacote de ajuda financeira que consistia na redução do preço do gás fornecido à Ucrânia em 30% do valor, além de ajuda financeira com a dívida externa do país. O ano de 2014 começou com a intensificação das manifestações na capital ucraniana, Kiev. Isso se deu graças ao pacote aprovado pelo parlamento, proposto pelo presidente Viktor Yanukovich, que restringe manifestações no país e cria penas de até 15 anos para os manifestantes. Em resposta, cerca de 200 mil pessoas tomaram as ruas da capital entrando em violento conflito con-

52


GEOPOLÍTICA acidente. O Avião foi interceptado por um equipamento militar chamado BUK de fabricação soviêntica (década de 70).

Áustria, sobretudo por semelhanças referentes aos laços culturais e sociais. A maior parte da população fala alemão naquele território.

NACIONALISMO E SEPARATISMO O movimento separatista na Crimeia não é um fato isolado no mundo. Na Europa, por exemplo, há diversos focos de tensão, visto que o continente tem uma formação de populacional diversificada. Há grupos étnicos convivendo em um mesmo território. Nem sempre a convivência é pacífica. Em 200 anos, o mapa geopolítico europeu foi se remodelando. Países se fundiram com outros países por elos de ligação em comum, como a língua, a etnia, a formação social ou mesmo semelhanças econômicas. É necessário lembrar que algumas nações surgiram a partir de movimentos separatistas. Uma escalada de sentimentos nacionalistas locais promoveu um aumento de tendências pró-separatismo. A Escócia, por exemplo, realizou em 2014 um referendo sobre sua independência do Reino Unido que decidiu por permanecer como membro do estado britânico. Na Espanha, existem dois conflitos históricos. O território Basco (norte) busca sua independência desde o fim do século XIX. Movimentos nacionalistas ganharam mais força a partir de 1959, como exemplo o ETA, grupo posto na categoria “terrorista” no governo de Francisco Franco (1939-1975). Com a constituição espanhola de 1978, a região ganhou uma certa autonomia. Em 2012, com a vitória do Partido Nacionalista Basco, os representantes regionais unem forças para pressionar a realização de referendos para viabilizar a separação da Espanha. Ainda na Espanha, a Catalunha (localizada ao sul do país) também sustenta o desejo separatista. Líderes regionais buscam a realização de referendos para consultar a população sobre a independência da região. A região dos Flandres também busca o desligamento da Bélgica. A próspera região no norte da Bélgica, que fala majoritariamente holandês, alega estar subsidiando economicamente a região sul do país, a Valônia. Na Itália, existem três movimentos separatistas nas regiões de Lombardia, Veneto e Tirol do Sul. A Lombardia, a mais populosa, nutre o sonho separatista, assim como Veneto (onde se situa a cidade de Veneza). Pesquisas de opinião atestam o desejo dos habitantes. Tirol do Sul busca desmembramento da Itália e união com a

MULTIPOLARIDADE OU UNIPOLARIDADE ? Com o fim da guerra fria e a queda da União Soviética, ao mundo assistiu o crescimento da chamada globalização. Contudo, a mesma sempre foi severamente criticada, pois ao observar o processo de globalização, ele mais se configura como um processo de americanização do globo. Com o passar do tempo, ficava mais claro que o mundo passava por uma hegemonia estadunidense. Os EUA expandiam sua cultura e sua economia. Mas em 2008, com o colapso de sua economia, graças a crise imobiliária, os EUA passaram por um período de recessão. A crise se propagou por todo o globo e teve fortes impactos na Europa. Contudo, o impacto da crise foram menos drásticos em outros países. Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (BRICS) conseguiram controlar melhor sua economia frente a crise, apresentando bons índices de crescimento, desafiando o poder norte americano sobre a economia. Grupos afirmam que com as atuais taxas de crescimento, a China irá superar a economia dos EUA em 10 anos. Atualmente economistas apontam que o mundo vive hoje um período de multipolarização, onde podemos ver várias zonas de influência, dominadas por vários blocos econômicos e políticos. Também existem economistas que afirmam que na realidade o mundo vive um intervalo da hegemonia estadunidense (unipolaridade) e que o próprio EUA trabalharão arduamente para recuperar seu poder sobre a economia mundial. EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES QUESTÃO 01 - Em discurso proferido em 17 de março de 1939, o primeiro-ministro inglês à época, Neville Chamberlain, sustentou sua posição política: Não necessito defender minhas visitas à Alemanha no outono passado, que alternativa existia? Nada do que pudéssemos ter feito, nada do que a França pudesse ter feito, ou mesmo a Rússia, teria salvado a Tchecoslováquia da destruição. Mas eu também tinha outro propósito ao ir até munique. Era o de prosseguir com a política por vezes chamada de “apaziguamento europeu”, e Hitler repetiu o que já havia dito, ou seja, que os Sudetos, região de população alemã na Tchecoslováquia, eram a sua última ambição territorial

53


GEOPOLÍTICA HOBSBAWM, Eric J. A era dos extremos. São Paulo: Companhia

na Europa, e que não queria incluir na Alemanha outros povos que não os alemães. Sabendo-se que o compromisso assumido por Hitler em 1938, mencionado no texto acima, foi rompido pelo líder alemão em 1939, infere-se que: a) Hitler ambicionava o controle de mais territórios na Europa, além da região dos Sudetos. b) a aliança entre a Inglaterra, a França e a Rússia poderia ter salvado a Tchecoslováquia. c) o rompimento desse compromisso inspirou a política de “apaziguamento europeu”. d) a política de Chamberlain de apaziguar o líder alemão era contrária à posição assumida pelas potências aliadas. e) a forma que Chamberlain escolheu para lidar com o problema dos Sudetos deu origem à destruição da Tchecoslováquia.

das Letras, 1996.

O período citado no texto e conhecido por Guerra Fria pode ser definido como aquele momento histórico em que houve: a) corrida armamentista entre as potências imperialistas europeias ocasionando a Primeira Guerra Mundial. b) domínio dos países socialistas do Sul do globo pelos países capitalistas do Norte. c) choque ideológico entre a Alemanha Nazista/União Soviética Stalinista, durante os anos 1930. d) disputa pela supremacia da economia mundial entre o Ocidente e as potências orientais, como a China e o Japão. e) constante confronto das duas superpotências que emergiram da Segunda Guerra Mundial.

QUESTÃO 02 - A Idade Média é um extenso periodo da História do Ocidente cuja memória é construida e reconstruida segundo as circunstancias das épocas posteriores. Assim, desde o Renascimento, esse periodo vem sendo alvo de diversas interpretações que dizem mais sobre o contexto histórico em que são produzidas do que propriamente sobre o Medievo. Um exemplo acerca do que está exposto no texto acima é: a) a associação que Hitler estabeleceu entre o III Reich e o Sacro Império Romano Germanico. b) o retorno dos valores cristaos medievais, presentes nos documentos do Concilio Vaticano II. c) a luta dos negros sul-africanos contra o apartheid inspirada por valores dos primeiros cristãos. d) o fortalecimento politico de Napoleão Bonaparte, que se justificava na amplitude de poderes que tivera Carlos Magno. e) a tradição heroica da cavalaria medieval, que foi afetada negativamente pelas produções cinematográficas de Hollywood.

QUESTÃO 04 - Em novembro desse ano de 2009 a “queda” do muro de Berlim completa vinte anos. Durante décadas o muro representou, de maneira explícita, a realidade da Guerra Fria. A Segunda Guerra Mundial mal terminara quando a humanidade mergulhou no que se pode encarar, razoavelmente, como uma Terceira Guerra Mundial. A peculiaridade da Guerra Fria era a de que, em termos objetivos, não existia perigo iminente de guerra mundial. Sobre esse período o historiador Eric Hobsbawm, na sua renomada obra A era dos extremos, afirma que “os governos das duas superpotências aceitaram a distribuição global de forças no fim da Segunda Guerra Mundial (...). A URSS controlava uma parte do globo (...). Os EUA exerciam controle e predominância sobre o resto do mundo capitalista, além do hemisfério norte e oceanos, assumindo o que restava da velha hegemonia imperial das antigas potências coloniais. Na Europa, linhas de demarcação foram traçadas (...). Havia indefinições, sobretudo acerca da Alemanha e da Áustria, as quais foram solucionadas pela divisão da Alemanha segundo as linhas das forças de ocupação orientais e ocidentais e a retirada de todos os ex-beligerantes da Áustria”. É possivel afirmar que, na Europa, com o fim da Segunda Guerra Mundial, a) Roosevelt, Churchill e Stalin assinaram acordos internacionais, restringindo a produção de armas nucleares a determinados países. b) Soviéticos e americanos alteraram fronteiras geográficas, demarcando seus blocos de influência, sem considerar particularida-

QUESTÃO 03 - Os 45 anos que vão do lançamento das bombas atômicas até o fim da União Soviética não foram um período homogêneo único na história do mundo. [...] Dividem-se em duas metades, tendo como divisor de águas o início da década de 70. Apesar disso, a história deste período foi reunida sob um padrão único pela situação internacional peculiar que o dominou até a queda da União Soviética.

54


GEOPOLÍTICA des nacionais. c) Os líderes das grandes nações dividram a Alemanha nazista e a Itália facista, desrespeitando o principio da autonomia dos povos. d) Americanso e soviéticos repartiram a Alemanha para evitar a propagação de regimes autoritários, almejando garantir a democracia no planeta.

criação de uma organização formada pelas maiores economias do mundo. e) Os integrantes do grupo - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - vão negociar internacionalmente, tomando como base apenas suas próprias moedas QUESTÃO 07 - Ao final da Segunda Guerra Mundial, a ruptura do acordo que unira os aliados vitoriosos gerou um ordenamento político internacional baseado na bipolaridade. Nesse contexto, crises políticas e tensões sociais desencadearam um processo de construção do socialismo em diversos países. Assinale a opção que apresenta uma afirmativa correta sobre a construção do socialismo no mundo do pós-guerra: a) Na Iugoslávia (1944-45), o regime comunista implantado pelo Marechal Tito submeteu-se à hegemonia política e econômica soviética, o que acarretou sua expulsão do movimento dos países não alinhados. b) Na Tchecoslováquia (1946), o socialismo reformista, baseado na descentralização e liberalização do sistema frente ao modelo stalinista, retomado na política de Brejnev, foi interrompido pela repressão russa, encerrando a “Primavera de Praga”. c) Na China (1949), a revolução comunista derrubou o regime imperial e expulsou os invasores japoneses da Manchúria, reunindo os nacionalistas, os “senhores da guerra” e os comunistas maoístas em um governo de coalizão que instituiu uma república popular no país. d) Na Coréia (1950-53), a intervenção militar norte-americana impediu o avanço das forças revolucionárias comunistas que ocupavam o norte do país, reunificando as duas Coréias sob a tutela do Conselho de Segurança da ONU. e) Em Cuba (1959), a vitória dos revolucionários castristas foi favorecida pela promulgação da Emenda Platt no Senado americano, que regularizou o envio de armamentos aos guerrilheiros contrários à ditadura de Fulgêncio Batista

QUESTÃO 05 - Há dez anos o economista inglês Jim 0’Neill cunhou o acrônimo Bric para se referir a quatro países de economias em desenvolvimento: Brasil, Rússia, índia e China. Em 2010, a África do Sul foi admitida no grupo, adicionando- se um “s” ao acrônimo, que passou a ser Brics. Os elementos que permitem identificar estes países como pertencentes ao mesmo grupo estão relacionados a seguir, à exceção de um. Assinale-o. a) Estes países dispõem de poder militar, político e econômico, além de abundância de recursos naturais que lhes fornecem potencial de crescimento. b) Estes países podem contribuir para a gestão da ordem internacional, tanto em termos regionais quanto globais. c) Estes países demonstram um grau de coesão interna suficiente para garantir a capacidade afetiva da ação estatal. d) Estes países têm poder sufiuciente para alterar a realidade política e econômica global, na medida em que se integrarem a um sistema de alianças com os EUA. e) Estes países podem exercer, em razão do potencial de crescimento que apresentam, um papel mais influente em âmbito mundial. QUESTÃO 06 - Durante um encontro realizado em abril deste ano, os representantes dos países membros do Bric anunciaram a intenção de implementar transações comerciais em moeda local. Isso significa que: a) Os países membros pretendem criar uma moeda própria única para realizar suas transações comerciais. b) Assim como foi criado o euro na Europa, os países integrantes do Bric pretendem criar uma moeda própria para todos os emergentes. c) Brasil, Rússia, Índia e China querem efetuar suas transações comerciais sem a intermediação do dólar ou do euro. d) Um novo mercado comum se inicía com a

QUESTÃO 08 - Sobre a geopolítica na conjuntura imediatamente pós Segunda Guerra, pode-se afirmar que: a) as áreas que não se envolveram, diretamente, no conflito conseguiram alcançar um amplo desenvolvimento econômico baseado em uma política de exportação.

55


GEOPOLÍTICA b) as diversas formas de dominação colonial e de exploração que caracterizavam, historicamente, as relações entre o centro e a periferia foram mantidas. c) os países aliados estabeleceram uma política de arrasamento dos países vencidos inviabilizando o crescimento mundial durante décadas. d) os países vencidos se agruparam formando o bloco dos não-alinhados viabilizando, assim, sua recuperação uma vez que não foram levados em consideração pelos vencedores.

e) a prosperidade as economias capitalistas e socialistas, com o consequente fim da Guerra Fria entre EUA e a URSS QUESTÃO 10 - A formação de blocos de países é uma característica marcante da ordem global contemporânea. A União Europeia (UE) é, provavelmente, o melhor exemplo de superação de históricas divergências para o êxito do projeto integracionista. No que se refere à UE e aos seus mais recentes problemas, assinale a opção correta. a) Ao liderarem o processo de criação da UE, Alemanha e França reafirmaram os laços da histórica aliança que os une, fato decisivo para assegurar o isolamento do Reino Unido no contexto continental. b) A atual crise a envolver a UE é essencialmente financeira, colocando em sério risco a estabilidade do euro, moeda única adotada por todos os países integrantes do bloco. c) Com o objetivo de superar a atual crise e depois de difíceis negociações, os países da UE decidiram que as respectivas Constituições nacionais deverão incluir a obrigatoriedade de orçamentos equilibrados. d) A exclusão da zona do euro de países com economia em crise, como Grécia, Itália, Portugal e Espanha, foi uma saída radical entendida como necessária para salvar o projeto integracionista europeu. e) Demonstrando absoluta maturidade política e compreensão acerca da gravidade da situação, a opinião pública dos países em crise econômica, a exemplo da grega e da portuguesa, apoiou as medidas de austeridade propostas.

QUESTÃO 09 - Em dezembro de 1998, um dos assuntos mais veiculados nos jornais era o que tratava da moeda única européia. Leia a notícia destacada a seguir. O nascimento do Euro, a moeda única a ser adotada por onze países europeus a partir de 1 de janeiro, é possivelmente a mais importante realização deste continente nos últimos dez anos que assistiu à derrubada do Muro de Berlim, à reunificação das Alemanha, à libertação dos países da Cortina de Ferro e ao fim da União Soviética. Enquanto todos esses eventos têm a ver com a desmontagem de estruturas do passado, o Euro é uma ousada aposta no futuro e uma prova da vitalidade da sociedade européia. A “Euroland”, região abrangida por Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Irlanda, Itália, Luxemburgo e Portugal, tem um PIB (Produto Interno Bruto) equivalente a quase 80% do americano, 289 milhões de consumidores e responde por cerca de 20% do comércio internacional. Com este cacife, o Euro vai disputar com o dólar a condição de moeda hegemônica. (Gazeta Mercantil, 30/12/1998)

QUESTÃO 11 - Assinale com V as proposições Verdadeiras e com F as Falsas, em relação à União Europeia. 1. ( ) Este bloco econômico que passou a existir em 1992, e hoje conta com 25 países, teve sua origem com a criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, da qual faziam parte, inicialmente, 6 países. 2. ( ) Após a ratificação de uma constituição para a União Europeia, o Euro se tornou a moeda oficial de todo o bloco econômico. 3. ( ) A recusa da Turquia em ingressar na União Europeia frustra a pretensão deste bloco em se aproximar do Oriente Médio e ter uma maior representação de muçulmanos em sua população.

A matéria refere-se ‘à “ desmontagem das estruturas do passado” que pode ser entendida como: a) o fim da Guerra Fria, período de inquietação mundial que dividiu o mundo em dois blocos ideológicos opostos. b) a inserção de alguns países do Leste Europeu em organismos supranacionais, com o intuito de exercer o controle ideológico no mundo. c) a crise do capitalismo, do liberalismo e da democracia levando à polarização ideológica da antiga URSS. d) a confrontação dos modelos socialista e capitalista para deter o processo de unificação das duas Alemanhas.

56


GEOPOLÍTICA 4. ( ) O veto do ingresso dos países do Leste Europeu à União Europeia deve-se ao fato de tais nações terem sido repúblicas socialistas. A sequência correta das assertivas é: a) F V V V b) V V V V c) F F F F d) V F F F e) F F V V

existente na Europa. O Brasil, mediante política de aliança, não ficou alheio a esse conflito. Sobre isso, analise as afirmativas a seguir: I. Quando a Primeira Guerra Mundial começou em 1914, a Inglaterra figurava como o principal parceiro comercial do Brasil. II. O Brasil não participou da guerra, mantendo-se neutro até o término do conflito. III. Em abril de 1917, o governo brasileiro rompe relações diplomáticas e comerciais com a Alemanha, e o afundamento do navio mercante Paraná constituiu-se como o episódio decisório para esse rompimento. IV. O presidente Venceslau Brás revogou a neutralidade do Brasil em 1917, posicionando-se ao lado dos Estados Unidos, o que corroborou a política diplomática de solidariedade continental. V. Em razão de o ministro das Relações Exteriores Lauro Müller ser pró-Alemanha, o Brasil se associou com as potências aliadas (Alemanha, Áustria-Hungria, Império Otomano e Bulgária) desde 1914. Estão CORRETAS a) II, IV e V. b) I, IV e V. c) I, III e IV. d) II, III e IV. e) I, II e V.

QUESTÃO 12 - Os conflitos na Ucrânia que ocupam os noticiários recentemente são o resultado de uma divisão interna histórica no país acirrada pelo abandono de um acordo de associação à União Europeia (UE) e de manutenção das tradicionais relações com a Rússia. A desistência do governo em se aliar à UE levou milhares de pessoas às ruas. As manifestações foram reprimidas pelo Estado com violência, e o número de mortos aumenta a cada dia. Sobre o conflito na Ucrânia é correto afirmar que: I. conforme o Memorando de Budapeste, de 1994, os EUA, o Reino Unido e a Rússia comprometeram-se a garantir a independência e as atuais fronteiras da Ucrânia. Em troca, a Ucrânia concordou em assinar o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, desmantelando seu arsenal nuclear herdado da União Soviética. II. A Rússia anexou a Crimeia, que fazia parte da Ucrâ-nia, após referendo popular realizado em 16/03/14 com cerca de 95% da população votando pela anexa-ção à Rússia e a consequente separação da Ucrânia. União Europeia e EUA manifestaram-se contrários ao referendo e não reconhecem sua legalidade. III.A Ucrânia situa-se numa posição estratégica na fronteira entre a Europa e a Rússia, entre o Ocidente e a Ásia, estabelecendo laços econômicos com a Rússia e a UE. IV.Estabeleceu-se na Ucrânia como legado do fim da Guerra Fria uma divisão. De um lado é representada pelos manifestantes que pedem o estreitamento das relações do país com a UE, e outro é representado pela população com vínculos fortes com a Rússia, tanto étnica como culturalmente. Assinale a alternativa correta: a) I, II e III b) III e IV c) I, II, III e IV d) II e III.

QUESTÃO 14 - Em 1918, encerrava-se a Primeira Guerra Mundial, que se caracterizou pelo confronto armado direto entre as principais potências europeias. A respeito do término dessa guerra, considere as seguintes afirmações. I. Além da adoção do regime republicano, a Alemanha foi forçada a pagar indenizações pelos danos causados aos países vencedores. II. Apesar das perdas econômicas e demográficas, a guerra não abalou a hegemonia da Europa que manteve seu poderio intacto. III. A Áustria e a Hungria como estados independentes surgiram do colapso do Império Habsburgo. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas l e Il. d) Apenas l e lll. e) I, II e III. QUESTÃO 15 - Com o final da Guerra Fria, o mundo vislumbrou o estabelecimento de uma nova Ordem Mundial, o que provocou muitas discussões e debates. Sobre essa questão, julgue as alternativas: I. Com o fim da Bipolaridade, o mundo tornouse multipolar, devido ao crescimento de algumas superpotências e de blocos econômicos que atualmente rivalizam com os Estados Unidos, a exemplo da União Eu-

QUESTÃO 13 - Em 2014, a Primeira Guerra Mundial, conflito bélico entre 1914-1918, completa 100 anos de sua deflagração. Ela ficou conhecida como a Guerra mais devastadora, até então,

57


GEOPOLÍTICA ropeia, do Japão e, mais recentemente, da China; II. Após a Guerra Fria, o mundo tornou-se unipolar, pois, para muitos analistas, não há mais nenhuma potência capaz de fazer frente aos Estados Unidos. III. Com o fim da União Soviética, o mundo passou a ser chamado de unimultipolar, uma vez que apenas os Estados Unidos se consolidaram como potência militar, mas no campo tecnológico e econômico, Japão, China e União Europeia também exercem papel de destaque no cenário mundial. Sobre as afirmações acima, assinale: a) Apenas a afirmativa I é verdadeira. b) Apenas a afirmativa II é verdadeira. c) Apenas a afirmativa III é verdadeira. d) Todas estão incorretas. e) Todas estão corretas.

GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

01 A 11 C

02 A 12 C

03 E 13 C

04 B 14 D

05 D 15 C

06 C

07 B

08 B

09 A

10 C

58


SOCIOLOGIA Assunto: CULTURA A palavra cultura faz parte do vocabulário popular cotidiano e por causa desse uso corrente ganhou inúmeros significados. É possível falar de cultura como sinônimo de conhecimento, quando se afirma que fulano “não tem cultura”; ou como o equivalente de erudição quando, por exemplo, alguma obra tem um valor cultural consagrado; associada também às atividades agrícolas, como a “cultura do arroz” ou a “cultura do milho”; ou até mesmo como informação descartável, quando o termo “cultura inútil” é empregado. Analisando do ponto de vista etimológico, a palavra cultura deriva do latim colo, que segundo Alfredo Bosi, expressa o sentido de ocupar uma terra e cultivá-la através de atividades agrícolas: “eu moro, eu ocupo a terra e, por extensão, eu trabalho, eu cultivo o campo”. (BOSI, 2002, p. 11) Associada inicialmente a esse aspecto concreto de utilização da terra e prepará-la para produzir bons frutos, com o tempo a palavra sofreu uma derivação e ganhou outra dimensão: a ideia de cultura do espírito, referindo-se às pessoas que se tornavam refinadas em virtude da aquisição do conhecimento letrado e pelos hábitos ditos mais civilizados. No entanto, o conceito mais comum e também mais geral atribuído à palavra cultura refere-se àquilo que (...) diz respeito a tudo aquilo que caracteriza a existência social de um povo ou nação, ou então de grupos no interior de uma sociedade. Podemos falar assim na cultura francesa ou na cultura xavante. Do mesmo modo falamos na cultura camponesa ou então na cultura dos antigos astecas. (SANTOS, 1997, p. 24) Dessa maneira, a cultura se refere a todo tipo de realização humana, fruto da sua capacidade de criação e transformação do meio natural, na busca incessante pela sobrevivência e aprimoramento dos aspectos que envolvem sua vida. Existe a cultura material, que se refere a artefatos de guerra, objetos, utensílios, roupas, carros, prédios ou qualquer objeto físico palpável que seja oriundo da criatividade humana. A cultura imaterial está vinculada a hábitos, costumes, crenças, valores, comportamento e relações sociais, que não necessariamente estejam visíveis. Ou seja, são os aspectos abstratos da existência das pessoas e que também representam construções sociais. A partir de uma análise mais específica, o

antropólogo brasileiro Roberto DaMatta criou um conceito que prima pela simplicidade e pela capacidade explicativa. Preocupado com a definição do que é o Brasil e qual sua identidade cultural, ele afirma que “a palavra cultura exprime precisamente um estilo, um modo e um jeito, repito, de fazer as coisas.” (DaMatta, 2001, p. 17) É importante ressaltar que não existem culturas superiores ou inferiores, apenas culturas diferentes. E quando se busca avaliar qualquer costume, hábito ou tradição de um povo distinto a partir do seu próprio esquema de valores, esse comportamento é caracterizado como etnocentrismo. Ou seja, utiliza-se a sua cultura como o padrão para avaliar todas as outras formas de existência humana, o que caracteriza um erro analítico que, não raras vezes, está associado ao preconceito cultural. O desenvolvimento e a disseminação dos meios de comunicação de massa permitiram que houvesse uma maior interação entre as culturas, além de facilitar o acesso a hábitos, costumes, valores e comportamentos distintos. Diante desse cenário e como forma de combater o etnocentrismo, incentiva-se mais a prática do multiculturalismo e do relativismo cultural. Por multiculturalismo entende-se a postura de compreender e respeitar as práticas culturais distintas do indivíduo que convive com povos diferentes, promovendo o respeito e o entendimento. O relativismo reflete na ausência de juízos de valor ou ideias preconcebidas quando se procede a análise da cultura de outros povos, partindo da ideia de que cada cultura tem suas particularidades. Outro ponto a ser analisado é que as culturas são dinâmicas e estão num constante processo de transformação e remodelamento. Muitas vezes os contatos com povos distintos geram múltiplas influências culturais, de parte a parte. Isso se dá mesmo naqueles casos em que uma sociedade economicamente mais poderosa estende uma influência para o plano da cultura. Por exemplo, é comum afirmar que atualmente o Brasil sofre uma grande influência da cultura norte-americana, de tal forma que as culturas locais estão se descaracterizando pela presença maciça dos meios de comunicação como a TV, o cinema e a internet. No entanto, os estudos antropológicos afirmam que, apesar da globalização e sua influencia marcante no sentido de homogeneizar hábitos, estilos de vida e padrões de consumo, as culturas locais passam por um processo de remodelamento, não significando necessariamen-

59


SOCIOLOGIA te que elas desapareçam. Segundo o sociólogo mexicano Nestor García Canclini, esse processo, comandado por aspectos econômicos, ocorre da seguinte maneira: (...) a estratégia hegemônica da globalização costuma atentar somente à parte desses processos que é redutível ao mercado, ou seja, àquilo que cabe em suas políticas clientelares. Quando se leva em conta o diferente, pede-se que ele se desidentifique ou se descaracterize, não necessariamente que desapareça. (CANCLINI, 2003, p. 46) O funk, por exemplo, é um estilo musical que surgiu nas periferias das grandes cidades, retratando a vida e a visão de mundo das classes populares. Apesar de um começo em que era muito forte o preconceito das outras classes sociais, pois era taxada de “música de favelado”, e por isso supostamente representaria uma cultura de menor valor. O recente sucesso desse ritmo se deve por diversos fatores vem passando por inúmeras mudanças e os novos cantores souberam combinar influências do pop nacional e internacional. A discussão antropológica sobre os estudos culturais teve grande impulso na Europa, a partir do século XVIII, com o desenvolvimento das ciências e a necessidade concreta de conhecer os povos nativos das terras em processo de conquista. A estratégia era “conhecer para dominar”. Muitas missões exploratórias eram enviadas, contendo pesquisadores responsáveis por estabelecer os primeiros contatos (aparentemente pacíficos) com as tribos nativas. A colonização europeia era legitimada por aspectos culturais, pois autoridades e intelectuais da época defendiam a “missão” da Europa em “civilizar” os povos atrasados, levando para eles o conhecimento, a ciência, o desenvolvimento e a cultura dos povos mais desenvolvidos. Contraditoriamente, os estudos que hoje defendem o relativismo cultural e o entendimento entre as diferentes culturas foram no seu início um instrumento ideológico de dominação dos povos europeus, de tecnologia mais avançada, sobre os povos e as “raças” consideradas inferiores, seja no plano tecnológico, cultural, intelectual ou econômico.

cigenação racial. Entretanto, a cultura brasileira não se resume a esses elementos acima mencionados. Ela é complexa, dinâmica, plural e diversificada. Está em constante processo de transformação e caminha passo a passo com as transformações sociais, políticas e econômicas, sem que seja mero reflexo delas. No atual contexto, em que o país alcança status de emergente, pois está entre maiores economias do planeta, o Brasil desperta a atenção de outros países, que querem conhecer melhor quem são os brasileiros e como vivem. Dessa forma, torna-se fundamental uma compreensão sociológica sobre os aspectos culturais que nos identificam. Diante da criação de uma cultura globalizada, os marcos de referência da cultura nacional aparentemente ficam meio confusos. Como bem afirmou Ianni: “o mundo se torna grande e pequeno, homogêneo e plural, articulado e multiplicado. Simultaneamente à globalização, dispersam-se os pontos de referência, dando a impressão de que se deslocam, flutuam, perdem. Mesmo os centros decisórios mundiais mais fortes nem sempre se afirmam absolutos, inquestionáveis. (...) A verdade é que declina o Estadonação, mesmo o metropolitano. (...) Globalizam-se perspectivas e dilemas sociais, políticos, econômicos e culturais.” (Ianni; 2003; p. 91) Será que as influências da cultura externas significaram a descaracterização das nossas referências nacionais ou até mesmo um possível desaparecimento de algumas culturas locais? Ou a cultura é dinâmica a ponto de absorver essas influências, criando uma cultura com um pé no local e com outro pé no global? A IDENTIDADE DO BRASILEIRO Geralmente três fatores costumam ser levados em consideração para o fato de o Brasil ter mantido a sua unidade territorial e política: a língua portuguesa, a religião católica e a união de interesses de uma elite econômica escravocrata. Embora elementos constituintes de uma identidade cultural, eles não formam aquilo que podemos chamar de unidade. Existem controvérsias teóricas quanto à formação do brasileiro. Euclides da Cunha, no seu livro clássico sobre a guerra de Canudos, Os Sertões, sentencia: “Não temos

A CULTURA BRASILEIRA As palavras-chave que comumente estão associadas ao Brasil e sua identidade cultural são: futebol, carnaval, samba, cordialidade e mis-

60


SOCIOLOGIA unidade de raça. Não a teremos, talvez, nunca”. (CUNHA; 1995; p. 62) Vale lembrar que no início do século 20, o conceito de raça dominava os debates intelectuais, pois cientificamente esse conceito era válido diferenciar os tipos humanos e atribuir suas características fundamentais. Já o contemporâneo antropólogo Darcy Ribeiro faz uma análise diferente. Para ele o Brasil constitui uma nova nação, com unidade e identidade étnica. “[O Brasil] surge como uma etnia nacional, diferenciada culturalmente de suas matrizes formadoras, fortemente mestiçada, dinamizada por uma cultura sincrética e singularizada pela redefinição de traços culturais delas oriundos.” (RIBEIRO; 1998; p. 19) As opiniões divergentes versam aquele que é considerado o primeiro aspecto da nossa identidade: o brasileiro como fruto da miscigenação entre as chamadas três matrizes étnicas: a portuguesa, a negra e a índia. Só que Darcy Ribeiro vai mais além ao destacar um dos grandes patrimônios brasileiros: a sua diversidade cultural, resultado da intensa miscigenação social presente na sociedade brasileira.

a ser protagonista de tal evento. A esses insucessos, muitos chamavam de “complexo de vira-lata”, já que supostamente não estava destinado ou habilitado a exercer o papel de destaque no cenário internacional. O título mundial de 1958, conquistado por um time de jogadores mestiços, dentre eles Pelé, evidenciou o equívoco da “pureza racial” no futebol, trouxe orgulho para os brasileiros ao elevar sua autoestima e colocou o país em destaque no esporte mais popular do mundo. O CARNAVAL A maior festa popular brasileira efetivamente não é uma invenção originalmente nossa. Mas ela se tornou um símbolo nacional pelo fato de aqui ter adquirido características próprias da chamada “brasilidade”, pois foi reinventado à maneira do que estabelece o movimento antropofágico. Mesmo adquirindo várias particularidades ao longo do país, pode-se dizer que o carnaval brasileiro é único. É um dos complexos culturais brasileiros mais conhecidos no exterior. Pode-se dizer que é uma das coisas que “fazemos bem e que ninguém no mundo faz igual”. Entretanto, há duas visões divergentes acerca do carnaval: a visão negativa de que o país para e não se produz nada, afinal “o ano efetivamente só começa após o carnaval”. Expressão cultural da preguiça e indolência do brasileiro, que em parte explicariam o seu subdesenvolvimento, associado ao desregramento do seu comportamento moral. A visão positiva de que é a única festa popular e democrática de caráter universal, em que não importa a cor ou classe social, já que se torna num momento singular de união dos brasileiros. Deixando de lado as interpretações baseadas no senso comum, a análise sociológica faz várias ponderações acerca do carnaval. É bem verdade que em algum aspecto não deixa de ter pontos semelhantes com a visão popular. Para o antropólogo Roberto Da Matta, no livro Carnavais, malandros e herois – para uma sociologia do dilema brasileiro, o carnaval é expressão cultural de uma sociedade em que “um povo tão achatado junto a um sistema de relações pessoais, tão preocupado com personalidade e com sentimentos; uma multidão tão sem face e sem voz, junto a uma elite tão rouca de gritar por suas prerrogativas e direitos” (DA MATTA; 1983; p. 14) Ou seja, é um produto de um país que tem

O FUTEBOL No início do século XX, a ideologia de um país culturalmente inferior, atrasado social e economicamente disseminou-se em outros aspectos da cultura brasileira. O futebol era um exemplo dessa realidade. Esporte trazido por imigrantes e filhos de imigrantes ingleses no final do século XIX, atualmente é um dos elementos de maior identificação do brasileiro, convertendo-se num dos nossos maiores “produtos de exportação”. Os primeiros praticantes do esporte no país eram, em sua maioria, pessoas de classe média alta, como engenheiros, advogados, médicos, comerciantes. Os clubes sociais eram os locais preferidos para exercitar o “esporte bretão”. Mesmo assim, muitos trabalhadores da periferia das grandes cidades o praticavam nos campos de várzea. Nos anos 1930 e 1940 o futebol ganhou popularidade, com a construção de estádios, com a realização da Copa do Mundo e com o incentivo governamental, que viu no esporte uma forma de atrair a simpatia e o apoio político dos trabalhadores. A economia brasileira crescia, industrializava-se e, no aspecto social, verificava-se o crescimento das cidades e da infraestrutura urbana. No futebol, o país ainda não conseguira ganhar uma Copa do Mundo. Até então, nunca chegara

61


SOCIOLOGIA como principal marca sua desigualdade, com relações autoritárias (dominação social) e hierárquicas (desigualdade social e má distribuição de renda). No entanto, o autor não cai no lugar-comum de associar o carnaval com o circo para aqueles que precisam de pão. Diferente de outros mundo afora, no Brasil, o carnaval constitui-se num ritual em que ocorre um processo chamado de inversão: “a festa enfatiza uma dissolução do sistema de papeis e posições sociais, já que os inverte no seu decorrer, havendo, contudo, uma retomada desses papeis e sistema de posições no final do rito, quando se mergulha novamente no mundo do quotidiano”. (DA MATTA; 1983; p. 54)

Da Matta, Roberto. O que faz o Brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 2001. _______________. Carnavais, Malandros e Herois. Para uma sociologia do dilema brasileiro. 4ª edição. Rio de Janeiro: Zahar editores, 1983. IANNI, Octávio. RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro. A formação e o sentido do Brasil. 2ª edição. São Paulo: Companhia das letras, 1998. SANTOS, José Luiz dos. O que é Cultura. Coleção Primeiros Passos. São Paulo: Editora Brasiliense, 1997.

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES QUESTÃO 01 - (Unisc 2013) - “As considerações sobre cultura nos levam a uma importante conclusão: a existência de uma imensa diversidade cultural – tanto nos níveis regionais e nacionais como na sociedade global – implica a existência de diferenças, mas não de desigualdades. Em outras palavras, a Antropologia nos ensina hoje que sociedades e grupos sociais cujos valores, práticas e conhecimentos não são iguais aos nossos não são primitivos ou inferiores: são diferentes. As diferenças só passam a ser sinônimo de desigualdade quando estão inseridas em relações de dominação e exploração.”

O que verdadeiramente acontece no carnaval é a suspensão temporária das hierarquias sociais e preconceitos raciais, que permitem ao trabalhador subalterno, por exemplo, sentirse respeitado e admirado por ter samba no pé. Ocorre também a mistura entre o comportamento que é típico do ambiente privado, simbolizado pela casa, e o ambiente público, simbolizado pela rua. Por isso durante as festividades alguns são caracterizados como “despudorados”, já que tais excessos são consentidos por se tratar de “carnaval”. O carnaval é o momento único em que as diferenças sociais são deixadas de lado em uma sociedade tão desigual; no qual a liberdade de comportamento é exercida num país com várias imposições morais e onde o negro, tão discriminado cotidianamente, pode ser aclamado como o protagonista da festa. É um engano pensar que tais fatos representam simplesmente uma maneira de manter o povo sob controle. Nem mesmo atestar a suposta cordialidade do brasileiro, que preferiria uma boa festa a uma boa luta. Na verdade, constitui-se numa forma criativa do brasileiro de conviver com tantas dificuldades, e temporariamente vivenciar uma sociedade sem tantas barreiras e preconceitos.

(SANTOS, Rafael José. Antropologia para quem não vai ser antropólogo. Porto Alegre: Tomo Editorial, 2005. p. 32-33)

Considerando a ideia de diversidade cultural apresentada no texto acima, avalie as seguintes afirmativas: I. A diversidade cultural existe porque as diferentes sociedades encontram-se em estágios diferentes de evolução social. II. O estudo e reconhecimento da diversidade cultural não permite a classificação de sociedades em primitivas e evoluídas. III. As diferenças biológicas entre os seres humanos determinam as diferenças de hábitos e costumes culturais. IV. As diferenças culturais são transformadas em desigualdades culturais quando duas ou mais culturas são colocadas em contato por relações de força. Assinale a alternativa correta. a) Somente a afirmativa I está correta. b) Somente as afirmativas II e III estão corretas. c) Somente as afirmativas I e IV estão corretas. d) Todas as afirmativas estão corretas. e) Somente as afirmativas II e IV estão corretas.

Bibliografia BOSI, Alfredo. Dialética da Colonização. 4ª Edição. São Paulo. Companhia das Letras, 2003. CANCLINI, Néstor García. A Globalização Imaginada. São Paulo: Editora Iluminuras, 2003. CUNHA, Euclides. Os sertões. São Paulo: Círculo do livro, 1995.

62


SOCIOLOGIA QUESTÃO 02 - (Unesp 2012) - Cada cultura tem suas virtudes, seus vícios, seus conhecimentos, seus modos de vida, seus erros, suas ilusões. Na nossa atual era planetária, o mais importante é cada nação aspirar a integrar aquilo que as outras têm de melhor, e a buscar a simbiose do melhor de todas as culturas. A França deve ser considerada em sua história não somente segundo os ideais de Liberdade-Igualdade-Fraternidade promulgados por sua Revolução, mas também segundo o comportamento de uma potência que, como seus vizinhos europeus, praticou durante séculos a escravidão em massa, e em sua colonização oprimiu povos e negou suas aspirações à emancipação. Há uma barbárie europeia cuja cultura produziu o colonialismo e os totalitarismos fascistas, nazistas, comunistas. Devemos considerar uma cultura não somente segundo seus nobres ideais, mas também segundo sua maneira de camuflar sua barbárie sob esses ideais.

mesmas capacidades mentais básicas. (Steven Pinker. Tábula rasa: a negação contemporânea da natureza humana, 2004. Adaptado.)

Considerando o texto, é correto afirmar que, de acordo com o antropólogo Franz Boas, a) os critérios para comparação entre as culturas são inteiramente relativos. b) a vida em estado de natureza é superior à vida civilizada. c) as diferenças culturais podem ser avaliadas por critérios universalistas. d) as diferenças entre as culturas são biologicamente condicionadas. e) o progresso cultural é uma ilusão etnocêntrica europeia. QUESTÃO 04 - (Enem 2012) - Na regulamentação de matérias culturalmente delicadas, como, por exemplo, a linguagem oficial, os currículos da educação pública, o status das Igrejas e das comunidades religiosas, as normas do direito penal (por exemplo, quanto ao aborto), mas também em assuntos menos chamativos, como, por exemplo, a posição da família e dos consórcios semelhantes ao matrimônio, a aceitação de normas de segurança ou a delimitação das esferas pública e privada — em tudo isso reflete-se amiúde apenas o autoentendimento ético-político de uma cultura majoritária, dominante por motivos históricos. Por causa de tais regras, implicitamente repressivas, mesmo dentro de uma comunidade republicana que garanta formalmente a igualdade de direitos para todos, pode eclodir um conflito cultural movido pelas minorias desprezadas contra a cultura da maioria.

(Edgard Morin. Le Monde, 08.02.2012. Adaptado.)

No texto citado, o pensador contemporâneo Edgard Morin desenvolve: a) reflexões elogiosas acerca das consequências do etnocentrismo ocidental sobre outras culturas. b) um ponto de vista idealista sobre a expansão dos ideais da Revolução Francesa na história. c) argumentos que defendem o isolamento como forma de proteção dos valores culturais. d) uma reflexão crítica acerca do contato entre a cultura ocidental e outras culturas na história. e) uma defesa do caráter absoluto dos valores culturais da Revolução Francesa.

HABERMAS, J. A inclusão do outro: estudos de teoria política. São Paulo: Loyola, 2002.

A reivindicação dos direitos culturais das minorias, como exposto por Habermas, encontra amparo nas democracias contemporâneas, na medida em que se alcança: a) a secessão, pela qual a minoria discriminada obteria a igualdade de direitos na condição da sua concentração espacial, num tipo de independência nacional. b) a reunificação da sociedade que se encontra fragmentada em grupos de diferentes comunidades étnicas, confissões religiosas e formas de vida, em torno da coesão de uma cultura política nacional. c) a coexistência das diferenças, considerando a possibilidade de os discursos de autoentendimento se submeterem ao debate público, cientes de que estarão vinculados à

QUESTÃO 03 - (Unesp 2014) - Segundo Franz Boas, as pessoas diferem porque suas culturas diferem. De fato, é assim que deveríamos nos referir a elas: a cultura esquimó ou a cultura judaica, e não a raça esquimó ou a raça judaica. Apesar de toda a ênfase que deu à cultura, Boas não era um relativista que acreditava que todas as culturas eram equivalentes, nem um empirista que acreditava na tábula rasa. Ele considerava a civilização europeia superior às culturas tribais, insistindo apenas em que todos os povos eram capazes de atingi-la. Não negava que devia existir uma natureza humana universal ou que poderia haver diferenças entre as pessoas de um mesmo grupo étnico. O que importava para ele era a ideia de que todos os grupos étnicos são dotados das

63


SOCIOLOGIA (Fábio Altman. Unidos pelo futebol … e pelo DNA. Veja, 09.06.2010. Adaptado.)

coerção do melhor argumento. d) a autonomia dos indivíduos que, ao chegarem à vida adulta, tenham condições de se libertar das tradições de suas origens em nome da harmonia da política nacional. e) o desaparecimento de quaisquer limitações, tais como linguagem política ou distintas convenções de comportamento, para compor a arena política a ser compartilhada.

Esta reportagem aborda o tema das diferenças entre as etnias humanas sob um ponto de vista contrastante em relação a outras abordagens vigentes ao longo da história. Em termos éticos, trata-se de uma abordagem promissora, pois: a) opõe-se às teorias antropológicas que criticaram o etnocentrismo ocidental em seu papel de justificação ideológica do colonialismo. b) apresenta argumentos científicos que provam o caráter prejudicial da miscigenação para o progresso da humanidade. c) fornece uma fundamentação científica para justificar estereótipos racistas presentes no pensamento cotidiano e no senso comum. d) permite um questionamento radical dos ideais universalistas inspiradores de políticas de preservação dos direitos humanos. e) estabelece uma ruptura com teorias eugenistas que defenderam a purificação racial como meio de aperfeiçoamento da humanidade.

QUESTÃO 05 - (Enem 2ª aplicação 2010) - A hibridez descreve a cultura de pessoas que mantêm suas conexões com a terra de seus antepassados, relacionando-se com a cultura do local que habitam. Eles não anseiam retornar à sua “pátria” ou recuperar qualquer identidade étnica “pura” ou absoluta; ainda assim, preservam traços de outras culturas, tradições e histórias e resistem à assimilação. CASHMORE, E. Dicionário de relações étnicas e raciais. São Paulo: Selo Negro, 2000 (adaptado).

Contrapondo o fenômeno da hibridez à ideia de “pureza” cultural, observa-se que ele se manifesta quando: a) criações originais deixam de existir entre os grupos de artistas, que passam a copiar as essências das obras uns dos outros. b) civilizações se fecham a ponto de retomarem os seus próprios modelos culturais do passado, antes abandonados. c) populações demonstram menosprezo por seu patrimônio artístico, apropriando-se de produtos culturais estrangeiros. d) elementos culturais autênticos são descaracterizados e reintroduzidos com valores mais altos em seus lugares de origem. e) intercâmbios entre diferentes povos e campos de produção cultural passam a gerar novos produtos e manifestações.

QUESTÃO 07 - É um grande erro comparar culturas diferentes. Por exemplo, há indígenas que caçam, pescam, coletam e para isso precisam de uma grande área, enquanto nós podemos escolher nossos produtos industrializados e com conservantes nas prateleiras de qualquer supermercado. SAKAMOTO, Leonardo. Se os índios estão com fome e não têm terras, que comam brioches!. Blog do Sakamoto. 25 jul. 2012. Disponível em: <http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com. br/2012/07/25/...brioches/>. Acesso em 26 jul. 2012.

O trecho acima apresenta uma recomendação metodológica acerca da análise cultural. A partir dele e de seus conhecimentos sobre diversidade cultural, assinale a alternativa correta. a) As culturas devem ser analisadas em uma perspectiva comparada, a partir de uma análise estatística. b) As culturas devem ser estudadas e conhecidas a partir de sua especificidade. O método etnográfico busca fazer exatamente isso. c) As culturas devem ser estudadas a partir de seu sistema político. O método mais eficaz é o da pesquisa de opinião. d) As culturas devem ser estudadas a partir da sua saúde. O melhor método é o de entrevistas. e) As culturas são analisadas a partir de sua produção artística. Para tanto, deve-se utilizar o método de análise bibliográfica.

QUESTÃO 06 - (Unesp 2013) - Hoje, a melhor ciência informa que as etnias são variações cosméticas do núcleo genético humano, incapazes sozinhas de determinar a superioridade de um indivíduo ou grupo sobre outros. Segundo o médico Sérgio Pena, não somos todos iguais, somos igualmente diferentes. É uma beleza, do ponto de vista da antropologia genética, esperar que, um dia, ela ajude a desvendar o enigma clássico da condição humana que é a eterna desconfiança do outro, do diferente, do estrangeiro. O DNA nada sabe desse sentimento. No seu coração genético, a espécie humana é tão mais forte e sadia quanto mais variações apresenta.

64


SOCIOLOGIA QUESTÃO 08 - (Enem PPL 2013) - O Baile Charme, uma das mais conhecidas manifestações culturais do povo carioca, fica cadastrado como bem cultural de natureza imaterial da cidade. O decreto considera o Baile Charme uma genuína invenção carioca, e destaca a riqueza de sua origem na musicalidade africana, que abriga ritmos como o soul, o funk e o rythim’n blues, da fonte norte-americana, e o choro, o samba e a bossa-nova, criações nascidas no Rio. O Baile Charme é cultuado, principalmente na Zona Norte da cidade, seja em clubes, agremiações recreativas e espaços públicos como a área do Viaduto de Madureira.

alcançaram ampla popularidade entre os foliões cariocas. Tais sociedades cultivavam um pretensioso objetivo em relação à comemoração carnavalesca em si mesma: com seus desfiles de carros enfeitados pelas principais ruas da cidade, pretendiam abolir o entrudo (brincadeira que consistia em jogar água nos foliões) e outras práticas difundidas entre a população desde os tempos coloniais, substituindo-os por formas de diversão que consideravam mais civilizadas, inspiradas nos carnavais de Veneza. Contudo, ninguém parecia disposto a abrir mão de suas diversões para assistir ao carnaval das sociedades. O entrudo, na visão dos seus animados praticantes, poderia coexistir perfeitamente com os desfiles.

Disponível em: www.jb.com.br. Acesso em: 2 mar. 2013 (adaptado).

PEREIRA, C. S. Os senhores da alegria: a presença das mulheres nas Grandes Sociedades carnavalescas cariocas em fins do século XIX. In: CUNHA, M. C. P. Carnavais e outras frestas: ensaios de história social da cultura. Campinas: Unicamp; Cecult, 2002 (adaptado).

Segundo o texto, o cadastramento do Baile Charme como bem imaterial da cidade do Rio de Janeiro ocorreu porque essa manifestação cultural: a) possui um grande apelo de público. b) simboliza uma região de relevância social. c) contém uma pluralidade de gêneros musicais. d) reflete um gosto fonográfico de camadas pobres. e) representa uma diversidade de costumes populares.

Manifestações culturais como o carnaval também têm sua própria história, sendo constantemente reinventadas ao longo do tempo. A atuação das Grandes Sociedades, descrita no texto, mostra que o carnaval representava um momento em que as: a) distinções sociais eram deixadas de lado em nome da celebração. b) aspirações cosmopolitas da elite impediam a realização da festa fora dos clubes. c) liberdades individuais eram extintas pelas regras das autoridades públicas. d) tradições populares se transformavam em matéria de disputas sociais. e) perseguições policiais tinham caráter xenófobo por repudiarem tradições estrangeiras.

QUESTÃO 09 - (Enem 2013) - A recuperação da herança cultural africana deve levar em conta o que é próprio do processo cultural: seu movimento, pluralidade e complexidade. Não se trata, portanto, do resgate ingênuo do passado nem do seu cultivo nostálgico, mas de procurar perceber o próprio rosto cultural brasileiro. O que se quer é captar seu movimento para melhor compreendêlo historicamente.

QUESTÃO 11 - (Enem PPL 2012) - Ao final do Ano da França no Brasil, aconteceu na Bahia um encontro único entre a bossa nova brasileira e a música francesa, no show do cantor e compositor baiano radicado na França, Paulo Costa. O show se chama “Toulouse em Bossa” por conta da versão da música “Toulouse”, de Claude Nougaro, que é uma espécie de hino deles, tal como é para nós “Garota de Ipanema”, explica Paulo Costa. Nougaro é famoso na França e conhecido por suas versões de músicas brasileiras, como “O Que Será que Será” e “Berimbau”.

MINAS GERAIS. Cadernos do Arquivo 1: Escravidão em Minas Gerais. Belo Horizonte: Arquivo Público Mineiro, 1988.

Com base no texto, a análise de manifestações culturais de origem africana, como a capoeira ou o candomblé, deve considerar que elas: a) permanecem como reprodução dos valores e costumes africanos. b) perderam a relação com o seu passado histórico. c) derivam da interação entre valores africanos e a experiência histórica brasileira. d) contribuem para o distanciamento cultural entre negros e brancos no Brasil atual. e) demonstram a maior complexidade cultural dos africanos em relação aos europeus.

Disponível em http://anodafrancanobrasil.cultura.gov.br. Acesso em: 27 abr. 2010. Adaptado.

O que representam encontros como o ocorrido na Bahia em 2009 para o patrimônio cultural das sociedades brasileira e francesa? a) Ocasião para identificar qual das duas cultu-

QUESTÃO 10 - (ENEM 2013) - No final do século XIX, as Grandes Sociedades carnavalescas

65


SOCIOLOGIA ção do Rei do Congo evidencia um processo de: a) ressignificação cultural. b) exclusão social. c) imposição religiosa. d) acomodação política. e) supressão simbólica.

ras é mais cosmopolita e deve ser difundida entre os demais países. b) Oportunidade de se apreciar a riqueza da diversidade cultural e a possibilidade de fazer dialogar culturas diferentes. c) Mostra das diferenças entre as duas culturas e o desconhecimento dos brasileiros em relação à cultura francesa. d) Demonstração da heterogeneidade das composições e da distância cultural entre os dois países. e) Tentativa de se evidenciar a semelhança linguística do francês e do português, com o intuito de unir as diferentes sociedades.

QUESTÃO 14 - (ENEM 2013) - No dia 1.º de julho de 2012, a cidade do Rio de Janeiro tornou-se a primeira do mundo a receber o título da UNESCO de Patrimônio Mundial como Paisagem Cultural. A candidatura, apresentada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), foi aprovada durante a 36.ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial. O presidente do Iphan explicou que “a paisagem carioca é a imagem mais explícita do que podemos chamar de civilização brasileira, com sua originalidade, desafios, contradições e possibilidades”. A partir de agora, os locais da cidade valorizados com o título da UNESCO serão alvo de ações integradas visando à preservação da sua paisagem cultural.

QUESTÃO 12 - (Enem PPL 2012) - O Ofício das Baianas de Acarajé constitui um bem cultural de natureza imaterial, inscrito no Livro dos Saberes em 2005, que consiste em uma prática tradicional de produção e venda, em tabuleiro, das chamadas comidas de baiana, feitas com azeite de dendê e ligadas ao culto dos orixás, amplamente disseminadas na cidade de Salvador, Bahia.

Disponível em: www.cultura.gov.br. Acesso em: 7 mar. 2013 (adaptado).

Disponível em: http://portal.iphan.gov.br. Acesso em: 29 fev. 2009 (adaptado).

O reconhecimento da paisagem em questão como patrimônio mundial deriva da: a) presença do corpo artístico local. b) imagem internacional da metrópole. c) herança de prédios da ex-capital do país. d) diversidade de culturas presente na cidade. e) relação sociedade-natureza de caráter singular.

O texto contém a descrição de um bem cultural que foi reconhecido pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional) como patrimônio imaterial, pois representa: a) uma técnica culinária com valor comercial e atratividade turística. b) um símbolo da vitalidade dessas mulheres e de suas comunidades. c) uma manifestação artística antiga e de abrangência nacional. d) um modo de fazer e viver ligado a uma identidade étnica e regional. e) uma fusão de ritos das diferentes heranças e tradições religiosas do país.

QUESTÃO 15 - (Enem 2002) - Em 1958, a seleção brasileira foi campeã mundial pela primeira vez. O texto foi extraído da crônica “A alegria de ser brasileiro”, do dramaturgo Nelson Rodrigues, publicada naquele ano pelo jornal Última Hora. “Agora, com a chegada da equipe imortal, as lágrimas rolam. Convenhamos que a seleção as merece. Merece por tudo: não só pelo futebol, que foi o mais belo que os olhos mortais já contemplaram, como também pelo seu maravilhoso índice disciplinar. Até este Campeonato, o brasileiro julgava-se um cafajeste nato e hereditário. Olhava o inglês e tinha-lhe inveja. Achava o inglês o sujeito mais fino, mais sóbrio, de uma polidez e de uma cerimônia inenarráveis. E, súbito, há o Mundial. Todo mundo baixou o sarrafo no Brasil. Suecos, britânicos, alemães, franceses, checos, russos, davam botinadas em penca. Só o brasileiro se mantinha ferozmente dentro dos limites rígidos da esportividade. Então, se verificou o seguinte: o inglês, tal como o concebíamos, não

QUESTÃO 13 - (Enem 2013) - Seguiam-se vinte criados custosamente vestidos e montados em soberbos cavalos; depois destes, marchava o Embaixador do Rei do Congo magnificamente ornado de seda azul para anunciar ao Senado que a vinda do Rei estava destinada para o dia dezesseis. Em resposta obteve repetidas vivas do povo que concorreu alegre e admirado de tanta grandeza. Coroação do Rei do Congo em Santo Amaro, Bahia apud DEL PRIORE, M. Festas e utopias no Brasil colonial. In: CATELLI JR, R. Um olhar sobre as festas populares brasileiras. São Paulo: Brasiliense, 1994 (adaptado). Originária dos tempos coloniais, a festa da Coroa-

66


SOCIOLOGIA existe. O único inglês que apareceu no Mundial foi o brasileiro. Por tantos motivos, vamos perder a vergonha (...), vamos sentar no meio-fio e chorar. Porque é uma alegria ser brasileiro, amigos.” Além de destacar a beleza do futebol brasileiro, Nelson Rodrigues quis dizer que o comportamento dos jogadores dentro do campo: a) foi prejudicial para a equipe e quase pôs a perder a conquista da copa do mundo. b) mostrou que os brasileiros tinham as mesmas qualidades que admiravam nos europeus, principalmente nos ingleses. c) ressaltou o sentimento de inferioridade dos jogadores brasileiros em relação aos europeus, o que os impediu de revidar as agressões sofridas. d) mostrou que o choro poderia aliviar o sentimento de que os europeus eram superiores aos brasileiros. e) mostrou que os brasileiros eram iguais aos europeus, podendo comportar-se como eles, que não respeitavam os limites da esportividade.

GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

01 E 11 B

02 D 12 D

03 C 13 A

04 C 14 E

05 E 15 B

06 E

07 B

08 E

09 C

10 D

67


HISTÓRIA DO BRASIL O SEGUNDO IMPÉRIO – 1840 - 1889

04 - REVOLUÇÃO PRAIEIRA 1848: 4.1 - Seguindo a tendência européia de revoltas liberais contra o poder demasiadamente centralizado dos reis e imperadores, Recife sediou a última revolta liberal do Segundo Reinado. 4.2 - Motivos e propostas gerais: protestava contra o excessivo poder do Rio de Janeiro; exigiam a ampliação dos direitos de cidadania; queriam que o governo criasse oficinas a fim de gerar empregos para a população pobre; queriam que somente os brasileiros tivessem licença para trabalharem como comerciantes. 4.3 - Novamente o conflito de interesses entre os membros pobres e os ricos do movimento provocou sua divisão e facilitou sua repressão por parte do governo central.

01 - CONTEXTO HISTÓRICO: a) O governo mais longo da história do Brasil1840/1889 - A duríssima repressão às revoltas regenciais, o fortalecimento do poder central (unitarismo) e a riqueza do café garantiram a estabilidade política do segundo reinado. - A consolidação do poder político de D.Pedro II deve ser vista como um resultado direto do regresso conservador, que se estabeleceu no Estado brasileiro entre 1837 e 1850. 02 - A EXPANSÃO CAFEEIRA: - O café chegou ao Brasil no final do século XVIII, já em 1820 se espalhara pelas fazendas do Vale do Paraíba no estado do Rio de Janeiro. - Brasil maior produtor e exportador mundial de café ainda na primeira metade do século XIX. - Principais mercados consumidores mundiais: Inglaterra e EUA. - Fortalecimento político dos cafeicultores do sudeste em detrimento dos senhores de engenho do nordeste, com consequente centralização do poder.

05 - A ERA MAUÁ: 5.1 - A cidade do Rio de Janeiro era o símbolo máximo da prosperidade vivida no Segundo Império em decorrência do aparelhamento dos serviços públicos e do uso de novas tecnologias. (Exemplos: iluminação pública a gás; bondes puxados a burros; limpeza urbana; fábricas; bancos; estradas de ferro; etc.) 5.2 - Irineu Evangelista de Sousa, o Visconde de Mauá foi o símbolo nacional desse período no que diz respeito a sucesso empresarial, é considerado o primeiro grande empresário capitalista brasileiro. 5.3 - Atividades plurais: estaleiros; construtoras; bancos; fábricas; etc. 5.4 - Condições favoráveis para o surto industrial ocorrido no Brasil do século XIX: disponibilidade de capital para novos investimentos, esses capitais tinham três origens distintas, primeiro da riqueza dos cafeicultores, segundo dos ex-traficantes de escravos que foram proibidos de continuar com suas atividades a partir de 1850, com a Lei Eusébio de Queirós que proibiu o tráfico de escravos de forma definitiva para o Brasil, e por último, e em menor escala, o dinheiro trazido por imigrantes que vieram “fazer a América” no Brasil. Além disso, o aumento das tarifas alfandegárias pela Tarifa Alves Branco com o claro objetivo de arrecadarem mais impostos para o governo, acabou por encarecer demasiadamente os produtos importados, criando indiretamente uma reserva de mercado para a tímida indústria nacional. 5.5 - Motivos para a falência do Visconde de Mauá: redução das tarifas alfandegárias a partir de 1860, a concorrência com os produtos ingleses e as sabotagens.

03 - O PARLAMENTARISMO ÀS AVESSAS: - Consolidação do regresso conservador como resultado direto da aliança entre latifundiários e grandes comerciantes, que defendiam uma ideia de sociedade baseada no latifúndio, no trabalho escravo e na quase total ausência de direitos de cidadania para a maioria dos brasileiros. - O Brasil virou uma monarquia parlamentar em 1847. - O poder do imperador foi reforçado, isso foi possível devido ao direito do imperador indicar o primeiro-ministro através do poder moderador, ou seja, não era o parlamento que escolhia o primeiro-ministro. - Partidos Liberal e Conservador: não havia diferenças programáticas entre eles, pois ambos eram compostos pela elite econômica do Brasil, ou seja, grandes fazendeiros, traficantes de escravos, advogados e grandes comerciantes. - Os valores políticos e sociais eram todos conservadores ou saquaremas, como eram chamados na época.

68


HISTÓRIA DO BRASIL 06 - POLÍTICA EXTERNA: 6.1 - A Questão Christie: inabilidade e arrogância do embaixador britânico no Brasil levaram os dois países a romperem suas relações diplomáticas. 6.2 - Constantes intervenções do Brasil na região do Prata devido a disputa pela hegemonia política na América do Sul entre Brasil e Argentina.

assembleia provincial, alargadas conforme o seu desenvolvimento, alteradas segundo os conselhos da experiência. Então, administrar-se-ia de perto, governar-se-ia de longe, alvo a que jamais se atingirá de outra sorte. BASTOS, T. A província (1870). São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1937 (adaptado).

O discurso do autor, no período do Segundo Reinado no Brasil, tinha como meta a implantação do: a) regime monárquico representativo. b) sistema educacional democrático. c) modelo territorial federalista. d) padrão político autoritário. e) poder oligárquico regional.

7 - A GUERRA DO PARAGUAI: 7.1 - O Paraguai antes da guerra: passou por grandes investimentos na indústria, na educação, nas estradas de ferro e armou um grande exército e uma grande marinha e fez uma pequena reforma agrária. 7.2 - Motivos: a) - as tradicionais disputas entre Brasil e Argentina ameaçavam a autonomia dos países vizinhos a essas duas potências, sobretudo do Uruguai e do Paraguai. b) - Solano López, presidente do Paraguai queria transformar seu país na terceira potência sul-americana. c) - Solano López esperava contar com o apoio dos federalistas argentinos e do Partido Blanco, do Uruguai. 7.3 - Ações militares: a) - O Paraguai atacou o Mato Grosso e depois tentou avançar sobre Argentina e o Rio Grande do Sul sobre o pretexto de impedir que o Brasil dominasse o Uruguai. b) - Formação da Tríplice Aliança: Brasil, Argentina e Uruguai. c) - Inicialmente o exército paraguaio levou vantagem sobre as tropas inimigas. d) - A marinha brasileira mudou os rumos da guerra. e) - vitória brasileira e massacre do povo paraguaio. 7.4 - Consequências: a) - Devastação econômica, política e social do Paraguai. b) - O governo brasileiro ficou devendo mais dinheiro aos banqueiros ingleses. c) - Parte do exército brasileiro voltou da guerra defendendo ideias republicanas e abolicionistas.

QUESTÃO 02 - (Enem 2014)

De volta do Paraguai Cheio de glória, coberto de louros, depois de ter derramado seu sangue em defesa da pátria e libertado um povo da escravidão, o voluntário volta ao seu país natal para ver sua mãe amarrada a um tronco horrível de realidade!... AGOSTINI. “A vida fluminense”, ano 3, n. 128, 11 jun. 1870. In: LEMOS, R. (Org). Uma história do Brasil através da caricatura (1840-2001). Rio de Janeiro: Letras & Expressões, 2001 (adaptado).

Na charge, identifica-se uma contradição no retorno de parte dos “Voluntários da Pátria” que lutaram na Guerra do Paraguai (1864-1870), evidenciada na: a) negação da cidadania aos familiares cativos. b) concessão de alforrias aos militares escravos. c) perseguição dos escravistas aos soldados negros. d) punição dos feitores aos recrutados compulsoriamente.

EXERCÍCIOS SEGUNDO REINADO QUESTÃO 01 - (Enem 2014) - Respeitar a diversidade de circunstâncias entre as pequenas sociedades locais que constituem uma mesma nacionalidade, tal deve ser a regra suprema das leis internas de cada Estado. As leis municipais seriam as cartas de cada povoação doadas pela

69


HISTÓRIA DO BRASIL e) suspensão das indenizações aos proprietários prejudicados.

alcançá-los pela mesma maneira, isto é, à sua custa? Resposta de Manuel Felizardo de Sousa e Mello, diretor geral das Terras Públicas, ao Senador Vergueiro. In: ALENCASTRO, L. F. (Org.). História da vida privada no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1988 (adaptado).

QUESTÃO 03 - (Enem 2013)

O fragmento do discurso dirigido ao parlamentar do Império refere-se às mudanças então em curso no campo brasileiro, que confrontam o Estado e a elite agrária em torno do objetivo de: a) fomentar ações públicas para ocupação das terras do interior. b) adotar o regime assalariado para proteção da mão de obra estrangeira. c) definir uma política de subsídio governamental para o fomento da imigração. d) regulamentar o tráfico interprovincial de cativos para a sobrevivência das fazendas. e) financiar afixação de famílias camponesas para estímulo da agricultura de subsistência. QUESTÃO 05 - (Enem 2013) - A escravidão não há de ser suprimida no Brasil por uma guerra servil, muito menos por insurreições ou atentados locais. Não deve sê-lo, tampouco, por uma guerra civil, como o foi nos Estados Unidos. Ela poderia desaparecer, talvez, depois de uma revolução, como aconteceu na França, sendo essa revolução obra exclusiva da população livre. É no Parlamento e não em fazendas ou quilombos do interior, nem nas ruas e praças das cidades, que se há de ganhar, ou perder, a causa da liberdade. NABUCO, J. O abolicionismo [1883]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; São Paulo: Publifolha 2000 (adaptado).

As imagens, que retratam D. Pedro I e D. Pedro II, procuram transmitir determinadas representações políticas acerca dos dois monarcas e seus contextos de atuação. A ideia que cada imagem evoca é, respectivamente: a) Habilidade militar - riqueza pessoal. b) Liderança popular - estabilidade política. c) Instabilidade econômica - herança europeia. d) Isolamento político - centralização do poder. e) Nacionalismo exacerbado - inovação administrativa.

No texto, Joaquim Nabuco defende um projeto político sobre como deveria ocorrer o fim da escravidão no Brasil, no qual: a) copiava o modelo haitiano de emancipação negra. b) incentivava a conquista de alforrias por meio de ações judiciais. c) optava pela via legalista de libertação. d) priorizava a negociação em torno das indenizações aos senhores. e) antecipava a libertação paternalista dos cativos.

QUESTÃO 04 - (Enem 2013) - Ninguém desconhece a necessidade que todos os fazendeiros têm de aumentar o número de seus trabalhadores. E como até há pouco supriam-se os fazendeiros dos braços necessários? As fazendas eram alimentadas pela aquisição de escravos, sem o menor auxílio pecuniário do governo. Ora, se os fazendeiros se supriam de braços à sua custa, e se é possível obtê-los ainda, posto que de outra qualidade, por que motivo não hão de procurar

QUESTÃO 06 - (Enem 2010) - Negro, filho de escrava e fidalgo português, o baiano Luiz Gama fez da lei e das letras suas armas na luta pela liberdade. Foi vendido ilegalmente como escravo pelo seu pai para cobrir dívidas de jogo. Sabendo ler e escrever, aos 18 anos de idade conseguiu provas de que havia nascido livre. Autodidata, advogado sem diploma, fez do direito o seu ofício e

70


HISTÓRIA DO BRASIL QUESTÃO 08 - (Enem 2008) - O abolicionista Joaquim Nabuco fez um resumo dos fatores que levaram à abolição da escravatura com as seguintes palavras: “Cinco ações ou concursos diferentes cooperaram para o resultado final: 1º) o espírito daqueles que criavam a opinião pela ideia, pela palavra, pelo sentimento, e que a faziam valer por meio do Parlamento, dos “meetings” [reuniões públicas], da imprensa, do ensino superior, do púlpito, dos tribunais; 2º) a ação coercitiva dos que se propunham a destruir materialmente o formidável aparelho da escravidão, arrebatando os escravos ao poder dos senhores; 3º) a ação complementar dos próprios proprietários, que, à medida que o movimento se precipitava, iam libertando em massa as suas ‘fábricas’; 4º) a ação da política dos estadistas, representando as concessões do governo; 5º) a ação da família imperial.”

transformou-se, em pouco tempo, em proeminente advogado da causa abolicionista. AZEVEDO, E. O Orfeu de carapinha. In: Revista de Historia. Ano 1, n.o 3. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, jan. 2004 (adaptado).

A conquista da liberdade pelos afro-brasileiros na segunda metade do séc. XIX foi resultado de importantes lutas sociais condicionadas historicamente. A biografia de Luiz Gama exemplifica a: a) impossibilidade de ascensão social do negro forro em uma sociedade escravocrata, mesmo sendo alfabetizado. b) extrema dificuldade de projeção dos intelectuais negros nesse contexto e a utilização do Direito como canal de luta pela liberdade. c) rigidez de uma sociedade, assentada na escravidão, que inviabilizava os mecanismos de ascensão social. d) possibilidade de ascensão social, viabilizada pelo apoio das elites dominantes, a um mestiço filho de pai português. e) troca de favores entre um representante negro e a elite agrária escravista que outorgara o direito advocatício ao mesmo.

Joaquim Nabuco. Minha formação. São Paulo: Martin Claret, 2005. p. 144 (com adaptações).

Nesse texto, Joaquim Nabuco afirma que a abolição da escravatura foi o resultado de uma luta: a) de ideias, associada a ações contra a organização escravista, com o auxílio de proprietários que libertavam seus escravos, de estadistas e da ação da família imperial. b) de classes, associada a ações contra a organização escravista, que foi seguida pela ajuda de proprietários que substituíam os escravos por assalariados, o que provocou a adesão de estadistas e, posteriormente, ações republicanas. c) partidária, associada a ações contra a organização escravista, com o auxílio de proprietários que mudavam seu foco de investimento e da ação da família imperial. d) política, associada a ações contra a organização escravista, sabotada por proprietários que buscavam manter o escravismo, por estadistas e pela ação republicana contra a realeza. e) religiosa, associada a ações contra a organização escravista, que fora apoiada por proprietários que haviam substituído os seus escravos por imigrantes, o que resultou na adesão de estadistas republicanos na luta contra a realeza.

QUESTÃO 07 - (Enem 2010) - Substitui-se então uma história crítica, profunda, por uma crônica de detalhes onde o patriotismo e a bravura dos nossos soldados encobrem a vilania dos motivos que levaram a Inglaterra a armar brasileiros e argentinos para a destruição da mais gloriosa república que já se viu na América Latina, a do Paraguai. CHIAVENATTO, J. J. Genocídio americano: A Guerra do Paraguai. São Paulo: Brasiliense, 1979 (adaptado).

O imperialismo inglês, “destruindo o Paraguai, mantém o status o na América Meridional, impedindo a ascensão do seu único Estado economicamente livre”. Essa teoria conspiratória vai contra a realidade dos fatos e não tem provas documentais. Contudo essa teoria tem alguma repercussão. (DORATIOTO. F. Maldita guerra: nova historia da Guerra do Paraguai. São Paulo: Cia. das Letras, 2002 (adaptado).

Uma leitura dessas narrativas divergentes demonstra que ambas estão refletindo sobre: a) a carência de fontes para a pesquisa sobre os reais motivos dessa Guerra. b) o caráter positivista das diferentes versões sobre essa Guerra. c) o resultado das intervenções britânicas nos cenários de batalha. d) a dificuldade de elaborar explicações convincentes sobre os motivos dessa Guerra. e) o nível de crueldade das ações do exército brasileiro e argentino durante o conflito.

QUESTÃO 09 - (Enem 2007) - Após a Independência, integramo-nos como exportadores de produtos primários à divisão internacional do trabalho, estruturada ao redor da Grã-Bretanha. O Brasil especializou-se na produção, com braço escravo importado da África, de plantas tropicais

71


HISTÓRIA DO BRASIL a opção correta. a) O processo abolicionista foi rápido porque recebeu a adesão de todas as correntes políticas do país. b) O primeiro passo para a abolição da escravatura foi a proibição do uso dos serviços das crianças nascidas em cativeiro. c) Antes que a compra de escravos no exterior fosse proibida, decidiu-se pela libertação dos cativos mais velhos. d) Assinada pela princesa Isabel, a Lei Áurea concluiu o processo abolicionista, tornando ilegal a escravidão no Brasil. e) Ao abolir o tráfico negreiro, a Lei Eusébio de Queirós bloqueou a formulação de novas leis antiescravidão no Brasil.

para a Europa e a América do Norte. Isso atrasou o desenvolvimento de nossa economia por pelo menos uns oitenta anos. Éramos um país essencialmente agrícola e tecnicamente atrasado por depender de produtores cativos. Não se poderia confiar a trabalhadores forçados outros instrumentos de produção que os mais toscos e baratos. O atraso econômico forçou o Brasil a se voltar para fora. Era do exterior que vinham os bens de consumo que fundamentavam um padrão de vida “civilizado”, marca que distinguia as classes cultas e “naturalmente” dominantes do povaréu primitivo e miserável. (...) E de fora vinham também os capitais que permitiam iniciar a construção de uma infraestrutura de serviços urbanos, de energia, transportes e comunicações. Paul Singer. Evolução da economia e vinculação internacional. In: I. Sachs; J. Willheim; P. S. Pinheiro (Orgs.). Brasil: um século de transformações. São Paulo: Cia. das Letras, 2001, p. 80.

QUESTÃO 11 - (Enem 2004) - Constituição de 1824: “Art. 98. O Poder Moderador é a chave de toda a organização política, e é delegado privativamente ao Imperador. (...) para que incessantemente vele sobre a manutenção da Independência, equilíbrio, e harmonia dos demais poderes políticos (...) dissolvendo a Câmara dos Deputados nos casos em que o exigir a salvação do Estado.” Frei Caneca: “O Poder Moderador da nova invenção maquiavélica é a chave mestra da opressão da nação brasileira e o garrote mais forte da liberdade dos povos. Por ele, o imperador pode dissolver a Câmara dos Deputados, que é a representante do povo, ficando sempre no gozo de seus direitos o Senado, que é o representante dos apaniguados do imperador.” (Voto sobre o juramento do projeto de Constituição) Para Frei Caneca, o Poder Moderador definido pela Constituição outorgada pelo Imperador em 1824 era: a) adequado ao funcionamento de uma monarquia constitucional, pois os senadores eram escolhidos pelo Imperador. b) eficaz e responsável pela liberdade dos povos, porque garantia a representação da sociedade nas duas esferas do poder legislativo. c) arbritário, porque permitia ao Imperador dissolver a Câmara dos Deputados, o poder representativo da sociedade. d) neutro e fraco, especialmente nos momentos de crise, pois era incapaz de controlar os deputados representantes da Nação. e) capaz de responder às exigências políticas

Levando-se em consideração as afirmações anteriores, relativas à estrutura econômica do Brasil por ocasião da independência política (1822), é correto afirmar que o país: a) se industrializou rapidamente devido ao desenvolvimento alcançado no período colonial. b) extinguiu a produção colonial baseada na escravidão e fundamentou a produção no trabalho livre. c) se tornou dependente da economia europeia por realizar tardiamente sua industrialização em relação a outros países. d) se tornou dependente do capital estrangeiro, que foi introduzido no país sem trazer ganhos para a infraestrutura de serviços urbanos. e) teve sua industrialização estimulada pela Grã-Bretanha, que investiu capitais em vários setores produtivos. QUESTÃO 10 - (Enem 2007)

Considerando a linha do tempo acima e o processo de abolição da escravatura no Brasil, assinale

72


HISTÓRIA DO BRASIL da nação, pois supria as deficiências da representação política.

no século XIX, ela continuou a ser uma atividade pouco desenvolvida no Brasil. d) apesar da industrialização, muitos operários levantavam cedo, porque iam diariamente para o campo desenvolver atividades rurais. e) a vida urbana, caracterizada pelo cotidiano apresentado no texto, ignora a industrialização existente na época.

QUESTÃO 12 - (Enem 2000) - O texto abaixo foi extraído de uma crônica de Machado de Assis e refere-se ao trabalho de um escravo. “Um dia começou a guerra do Paraguai e durou cinco anos, João repicava e dobrava, dobrava e repicava pelos mortos e pelas vitórias. Quando se decretou o ventre livre dos escravos, João é que repicou. Quando se fez a abolição completa, quem repicou foi João. Um dia proclamou-se a república. João repicou por ela, repicaria pelo Império, se o Império retornasse.”

GABARITO - EXERCÍCIOS SEGUNDO REINADO

01 C 11 C

(MACHADO, Assis de. Crônica sobre a morte do escravo João, 1897)

A leitura do texto permite afirmar que o sineiro João: a) por ser escravo tocava os sinos, às escondidas, quando ocorriam fatos ligados à Abolição. b) não poderia tocar os sinos pelo retorno do Império, visto que era escravo. c) tocou os sinos pela República, proclamada pelos abolicionistas que vieram libertá-lo. d) tocava os sinos quando ocorriam fatos marcantes porque era costume fazê-lo. e) tocou os sinos pelo retorno do Império, comemorando a volta da Princesa Isabel.

02 A 12 D

03 B 13 A

04 C

05 C

06 B

07 D

08 A

09 C

10 D

A PRIMEIRA REPÚBLICA OU REPÚBLICA VELHA 1889 - 1930 01- CONTEXTO HISTÓRICO: 1.1 - O Estado imperial brasileiro tinha duas funções principais: administrar o país e manter a “ordem”, ou seja, evitar revoltas populares a fim de garantir a manutenção do latifúndio e da escravidão. 1.2 - Transformações econômicas: transição do trabalho escravo para o trabalho livre, os cafeicultores paulistas estavam insatisfeitos com o governo imperial, pois este não representava seus interesses políticos, econômicos e sociais. 1.3 - O sistema republicano passou a ser sinônimo de modernidade, o pensamento positivista em muito cooperou pra essa realidade, pois na Escola Militar do Rio de Janeiro, muitos professores eram adeptos da filosofia de Auguste Comte, e acabavam influenciando seus alunos.

QUESTÃO 13 - (Enem 1999) - Viam-se de cima as casas acavaladas umas pelas outras, formando ruas, contornando praças. As chaminés principiavam a fumar, deslizavam as carrocinhas multicores dos padeiros; as vacas de leite caminhavam como seu passo vagaroso, parando à porta dos fregueses, tilintando o chocalho; os quiosques vendiam café a homens de jaqueta e chapéu desabado; cruzavam-se na rua os libertinos retardios com os operários que se levantavam para a obrigação; ouvia-se o ruído estalado dos carros de água, o rodar monótono dos bondes.

02 - MUDANÇAS NA ECONOMIA: 2.1 - O Oeste Paulista assumiu a liderança na produção e exportação de café, ultrapassando o Vale do Paraíba (RJ). 2.2 - Aumento dos investimentos ingleses no Brasil.

(AZEVEDO, Aluísio de. Casa de Pensão. São Paulo: Martins, 1973)

O trecho, retirado de romance escrito em 1884, descreve o cotidiano de uma cidade, no seguinte contexto: a) a convivência entre elementos de uma economia agrária e os de uma economia industrial indicam o início da industrialização no Brasil, no século XIX. b) desde o século XVIII, a principal atividade da economia brasileira era industrial, como se observa no cotidiano descrito. c) apesar de a industrialização Ter-se iniciado

03 - O OESTE PAULISTA: 3.1 - O desenvolvimento econômico do oeste paulista embasou a lenta construção do capitalismo brasileiro. 3.2 - Os cafeicultores tornaram-se investidores de vários setores que simbolizavam o desenvolvimento e a modernidade naquela época, como, indústrias, ferrovias, ações de empresas etc. 3.3 - O Porto de Santos tornou-se o mais impor-

73


HISTÓRIA DO BRASIL tante do Brasil, superando o do Rio de Janeiro. 3.4 - O unitarismo do império prejudicava os negócios dos cafeicultores paulistas, sobretudo na questão da cobrança de impostos, onde São Paulo, era a província que mais pagava imposto e ao mesmo tempo, o que menos tinha retorno. 3.5 - São Paulo tinha uma representatividade na Assembléia Geral do Império, bem distante da sua importância econômica para o país. 3.6 - A fundação do Partido Republicano Paulista (PRP) e o apoio dos paulistas ao federalismo e a república. 3.7 - Tardio apoio à abolição da escravatura. 3.8 - Havia dois grupos políticos republicanos: a) - evolucionistas: defendiam que a transição do império para a república deveria ser calma, sem agitações populares, e todo o processo comandado pelas classes superiores. b) - revolucionários: queriam que a república chegasse através de uma revolução popular.Defendia os direitos, a cidadania, a liberdade e a igualdade. c) - Revolta do Vintém: direito de cidadania vs. liberalismo político.

5.3 - D. Pedro II, anulou a validade da lei no Brasil, porém dois bispos, o de Olinda e o de Belém, obedeceram ao papa, e acabaram presos a mando do imperador, tal fato provocou a neutralidade da Igreja Católica nas questões políticas que levaram a queda do império. 06 - A QUESTÃO ABOLICIONISTA: 6.1 - Isolado politicamente pelo exército e pela Igreja, sem apoio popular, restava ao imperador apenas a tradicional aliança com os cafeicultores do Vale do Paraíba (RJ e SP). 6.2 - Com a abolição perdeu o último apoio que lhe restava. A QUEDA: 7.1 - No dia 15 de novembro de 1889, o marechal Deodoro da Fonseca, apoiado pelos cafeicultores paulistas, o exército e as camadas média urbanas do Rio de Janeiro, depôs o governo imperial e proclamou a república dos Estados Unidos do Brasil. EXERCÍCIOS SEGUNDO REINADO QUESTÃO 01 - (Enem 2013) - Ninguém desconhece a necessidade que todos os fazendeiros têm de aumentar o número de seus trabalhadores. E como até há pouco supriam-se os fazendeiros dos braços necessários? As fazendas eram alimentadas pela aquisição de escravos, sem o menor auxílio pecuniário do governo. Ora, se os fazendeiros se supriam de braços à sua custa, e se é possível obtê-los ainda, posto que de outra qualidade, por que motivo não hão de procurar alcançá-los pela mesma maneira, isto é, à sua custa?

04 - A QUESTÃO MILITAR: 4.1 - Série de desentendimentos entre o imperador e o exército brasileiro. 4.2 - Após a Guerra do Paraguai o imperador não compareceu as festividades organizadas pelo exército. 4.3 - O governo imperial condenou a homenagem feita pelos militares ao jangadeiro Francisco do Nascimento, por este ter liderado uma greve dos jangadeiros cearenses contra o transporte de escravos. 4.4 - os militares foram proibidos de expressar suas opiniões pelos jornais. 4.5 - Influenciados pelo positivismo os militares aderiram à causa republicana. 4.6 - Deodoro da Fonseca rompeu com o imperador e negou-se a punir militares que haviam feito criticas abertas ao governo imperial.

Resposta de Manuel Felizardo de Sousa e Mello, diretor geral das Terras Públicas, ao Senador Vergueiro. In: ALENCASTRO, L. F. (Org.). História da vida privada no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1988 (adaptado).

O fragmento do discurso dirigido ao parlamentar do Império refere-se às mudanças então em curso no campo brasileiro, que confrontam o Estado e a elite agrária em torno do objetivo de: a) fomentar ações públicas para ocupação das terras do interior. b) adotar o regime assalariado para proteção da mão de obra estrangeira. c) definir uma política de subsídio governamental para o fomento da imigração. d) regulamentar o tráfico interprovincial de cativos para a sobrevivência das fazendas. e) financiar afixação de famílias camponesas para estímulo da agricultura de subsistência.

05 - A QUESTÃO RELIGIOSA: 5.1 - O controle imperial sobre a Igreja Católica através do beneplácito, previsto pela constituição de 1824, levou a um choque entre o imperador e a Igreja. 5.2 - O papa Pio IX condenou a maçonaria e proibiu a participação de católicos nessa fraternidade, exigindo que fossem expulsos todos os maçons da Igreja católica.

74


HISTÓRIA DO BRASIL QUESTÃO 02 - (Enem 2013) - A escravidão não há de ser suprimida no Brasil por uma guerra servil, muito menos por insurreições ou atentados locais. Não deve sê-lo, tampouco, por uma guerra civil, como o foi nos Estados Unidos. Ela poderia desaparecer, talvez, depois de uma revolução, como aconteceu na França, sendo essa revolução obra exclusiva da população livre. É no Parlamento e não em fazendas ou quilombos do interior, nem nas ruas e praças das cidades, que se há de ganhar, ou perder, a causa da liberdade.

levantavam cedo, porque iam diariamente para o campo desenvolver atividades rurais. e) a vida urbana, caracterizada pelo cotidiano apresentado no texto, ignora a industrialização existente na época. QUESTÃO 04 - (Uerj 2014)

NABUCO, J. O abolicionismo [1883]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; São Paulo: Publifolha 2000 (adaptado).

No texto, Joaquim Nabuco defende um projeto político sobre como deveria ocorrer o fim da escravidão no Brasil, no qual: a) copiava o modelo haitiano de emancipação negra. b) incentivava a conquista de alforrias por meio de ações judiciais. c) optava pela via legalista de libertação. d) priorizava a negociação em torno das indenizações aos senhores. e) antecipava a libertação paternalista dos cativos. QUESTÃO 03 - (Enem 1999) - Viam-se de cima as casas acavaladas umas pelas outras, formando ruas, contornando praças. As chaminés principiavam a fumar, deslizavam as carrocinhas multicores dos padeiros; as vacas de leite caminhavam como seu passo vagaroso, parando à porta dos fregueses, tilintando o chocalho; os quiosques vendiam café a homens de jaqueta e chapéu desabado; cruzavam-se na rua os libertinos retardios com os operários que se levantavam para a obrigação; ouvia-se o ruído estalado dos carros de água, o rodar monótono dos bondes.

A restituição da passagem: As famílias chegadas a Santos com passagens de 3ª classe, tendo pelo menos 3 pessoas de 12 a 45 anos, sendo agricultores e destinando-se à lavoura do estado de São Paulo, como colonos nas fazendas ou estabelecendo-se por conta própria em terras adquiridas ou arrendadas de particulares ou do governo, fora dos subúrbios da cidade, podem obter a restituição da quantia que tiverem pago por suas passagens. Adaptado de O immigrante, nº 1, janeiro de 1908

(AZEVEDO, Aluísio de. Casa de Pensão. São Paulo: Martins, 1973)

A publicação da revista O immigrante fazia parte das ações do governo de São Paulo que tinham como objetivo estimular, no final do século XIX e início do XX, a ida de imigrantes para o estado. Para isso, ofereciam-se inclusive subsídios, como indica o texto. Essa diretriz paulista era parte integrante da política nacional da época que visava à garantia da: a) oferta de mão de obra para a cafeicultura b) ampliação dos núcleos urbanos no interior c) continuidade do processo de reforma agrária d) expansão dos limites territoriais da federação

O trecho, retirado de romance escrito em 1884, descreve o cotidiano de uma cidade, no seguinte contexto: a) a convivência entre elementos de uma economia agrária e os de uma economia industrial indicam o início da industrialização no Brasil, no século XIX. b) desde o século XVIII, a principal atividade da economia brasileira era industrial, como se observa no cotidiano descrito. c) apesar de a industrialização Ter-se iniciado no século XIX, ela continuou a ser uma atividade pouco desenvolvida no Brasil. d) apesar da industrialização, muitos operários

75


HISTÓRIA DO BRASIL revistadehistoria.com.br> Acesso em: 31 jul. 2013 (Adaptado).

QUESTÃO 05 - (Unifor 2014) - O café foi introduzido no Brasil no início do século XVIII para consumo doméstico. Com o avanço da Revolução Industrial, na Europa e depois nos Estados Unidos, a agricultura do café expandiu-se rapidamente e na terceira década do século XIX este produto já era exportado em larga escala. Sobre o assunto assinale a alternativa correta. a) Os primeiros cafezais para exportação concentraram-se no Vale do Rio Paraíba no estado do Rio de Janeiro e no oeste de São Paulo. b) O trabalho assalariado foi a principal forma de uso da mão de obra nesta etapa inicial. c) Na medida em que as boas terras do vale do Paraíba foram esgotando-se o plantio do café deslocou-se para o Espírito Santo e Bahia. d) Na segunda metade do século XIX o café já era o principal produto de exportação com largo crescimento em São Paulo. e) Os governos dos estados produtores optaram por não proteger a agricultura do café, para manter os princípios da não intervenção.

A eclosão da chamada Guerra do Vintém, descrita no texto acima, está relacionada com a(o): a) descaso dos cidadãos cariocas com a conservação das vias públicas. b) aversão da população contra o monopólio português do comércio varejista. c) hostilidade do povo com o recrutamento forçado para as tropas nacionais. d) desilusão dos moradores com a atuação das forças armadas brasileiras. e) descontentamento de segmentos sociais com a carestia do transporte urbano. QUESTÃO 07 - (Uepb 2014) - O café é uma bebida mundialmente conhecida. No Brasil, as primeiras sementes chegaram no século XVIII e foram introduzidas no Pará por Francisco Melo Palheta. Assinale a alternativa correta: a) Produtores e investidores do café no Oeste Paulista passaram a ter maior sintonia com as tendências capitalistas, o que inicialmente era apresentado pela base produtiva escravista foi sendo substituído pelo trabalho livre. b) Os fazendeiros do Vale do Paraíba tinham uma visão empresarial moderna, e utilizavam da própria lucratividade do café para investir em outras atividades econômicas. c) A atividade cafeicultora em expansão no Oeste Paulista não incentivou o crescimento urbano na segunda metade do século XIX porque o Brasil tinha uma população efetivamente rural. d) O sistema de parcerias implementado pelo senador Vergueiro resolveu a questão da mão de obra da produção cafeeira, prosperando até o século XX. e) O sucesso da economia cafeeira no século XIX se deve ao fato de este produto ter atendido exclusivamente o mercado interno.

QUESTÃO 06 - (Cefet MG 2014) - No dia 01 de janeiro de 1880, uma massa popular concentrou-se nos arredores do Largo de São Francisco, no Rio de Janeiro, protestando contra a entrada em vigor de uma taxa de 20 réis, um vintém, sobre o serviço de bondes puxados a burro. O vintém era moeda de cobre, a de menor valor da época. O delegado que comandava as tropas da polícia pediu reforços ao Exército, mas, antes que a ajuda chegasse, ordenou à polícia que dispersasse a multidão a cacetadas. A um grito de “Fora o vintém!”, os manifestantes começaram a espancar condutores, esfaquear mulas, virar bondes e arrancar trilho. Com a chegada do Exército, alguns mais exaltados passaram a arrancar paralelepípedos e atirá-los contra os soldados. Um deles atingiu o comandante da tropa. O oficial descontrolou-se e ordenou fogo contra a multidão. As estatísticas de mortos e feridos são imprecisas. Falou-se em 15 a 20 feridos e em três a dez mortos. A multidão dispersou-se e, salvo pequenos distúrbios nos três dias seguintes, o motim do vintém havia terminado. A cobrança da taxa passou a ser quase aleatória. As próprias companhias de bondes pediam ao governo que a revogasse. Desmoralizado, o ministério caiu a 28 de março. O novo ministério revogou o desastrado tributo.

QUESTÃO 08 - (Fgv 2014) - Somente a partir de 1850 vai se observar um maior dinamismo no desenvolvimento econômico do país em geral e de suas manufaturas, em particular. O crescimento do número de empresas industriais se faria com relativa rapidez. Mas o que provocaria essas mudanças? (Sonia Mendonça, A industrialização brasileira. p. 12)

É correto responder à indagação afirmando que: a) a Câmara dos Deputados aprovou medidas

CARVALHO, José Murilo de. A guerra do vintém. Disponível em: <http://www.

76


HISTÓRIA DO BRASIL QUESTÃO 10 - (Fgvrj 2013) - A história da construção do Estado brasileiro na primeira metade do século XIX foi a história da tensão entre unidade e autonomia. Por outro lado, no interior do Estado, de elites com fortes vínculos com os interesses de sua região de origem e ao mesmo tempo comprometidas com uma determinada política nacional, pautada pela negociação destes interesses e pela manutenção da exclusão social, marcou não apenas o século XIX, como também o século XX. Através do parlamento essas elites regionais têm imposto uma determinada dinâmica para o jogo político que se materializa na imensa dificuldade de empreender reformas sociais profundas.

restritivas às importações, como a proibição da entrada de mercadorias similares às já produzidas no país, e também criou a primeira política industrial brasileira. b) houve a importante contribuição do fim do tráfico de escravos para o Brasil, que possibilitou a disponibilidade de capitais, além dos efeitos duradouros da agricultura, especialmente do café. c) a nacionalização do subsolo brasileiro, presente na Constituição imperial, impulsionou os investimentos privados na exploração mineral, conjuntamente com os incentivos governamentais na criação de estaleiros. d) ocorreu uma rápida modernização dos grandes engenhos de açúcar do Nordeste em função dos financiamentos ingleses e, em 1851, fundou-se um banco estatal de desenvolvimento. e) acertou-se com a Inglaterra a renovação dos Tratados de 1827, que ofereciam tarifas privilegiadas aos ingleses e estes, em contrapartida, proporcionavam transferência de tecnologia industrial.

Dolhnikoff, Miriam. O pacto imperial. As origens do federalismo no Brasil. São Paulo: Globo, 2005, p. 11-12.

De acordo com o ponto de vista apresentado no texto: a) a história brasileira é marcada por práticas de tolerância política acentuadas nas últimas décadas com a redemocratização do país. b) o parlamento é a única instituição política imune aos interesses e ao controle das elites regionais brasileiras. c) as profundas reformas sociais só foram possíveis graças às transformações políticas ocorridas na primeira metade do século XIX no Brasil. d) a dinâmica política do Estado nacional se constituiu com base em negociações entre as elites regionais e a exclusão social de outros setores. e) as características descritas sobre o Estado revelam a supremacia do Poder Judiciário sobre o Poder Legislativo na história política brasileira.

QUESTÃO 09 - (G1 - cftmg 2014) - Analise a charge publicada em 1887.

A REPÚBLICA VELHA 01 - CONTEXTO HISTÓRICO: 1.1 - República: um novo regime com velhos costumes e velhos políticos. 1.2 - E o povo? 1.3 - Grupos políticos e modelos: positivistas, liberais, republicanos radicais, militares, fazendeiros paulistas e camadas médias urbanas.

Nela, o artista retrata o imperador Dom Pedro II como um governante omisso: a) diante dos graves problemas da nação publicados pelos jornais. b) acerca das notícias sobre as pressões inglesas pelo fim do tráfico. c) frente à onda de manifestações feministas divulgadas pela imprensa. d) diante das manchetes diárias sobre a destruição das matas nacionais.

02 - A REPÚBLICA DA ESPADA: 2.1 - Governo de Deodoro da Fonseca: a) Medidas imediatas (página 38) b) A constituição de 1891: tripartição dos poderes; voto aberto para todos os homens alfabetizados, excetuando-se padres, soldados e mendigos; federalismo; separação entre

77


HISTÓRIA DO BRASIL ca, a fim de garantir a permanente política de valorização do café, o principal produto produzidos em ambos os estados.

Igreja e Estado. c) Encilhamento: plano econômico; estimular à indústria, emissão de papel moeda; fraudes;inflação. d) Autoritarismo presidencial provoca choques com o Congresso, a imprensa, cafeicultores paulistas, marinha e parte do exército. e) Crise, pressão e renúncia. 2.2 - Governo de Floriano Peixoto: a) Questionamentos quanto a sua permanência na presidência sem novas eleições. b) Boas estratégias: aliou-se ao PRP no Congresso; apoio dos funcionários públicos e das camadas médias populares; uso da força contra seus adversários e a imprensa. c) Enfrentou e venceu dois levantes militares: Revolta da Armada(RJ) e a Revolta Federalista(RS)

3.4 - Constante política de valorização do café: a) compra de estoques e do excedente - Exemplo: Convênio de Taubaté b) desvalorização da moeda nacional 04 - O APOGEU DA BORRACHA NA AMAZÔNIA: 4.1 - O látex da seringueira é a matéria-prima para borracha, misturado ao enxofre. 4.2 - Matéria-prima para indústria mundial. 4.3 - Riqueza, poder e desperdício. 4.4 - Os ingleses levaram seringueiras para Ásia e passaram a concorrer com o Brasil no mercado mundial, provocando uma queda no preço internacional da borracha.

03 - A REPÚBLICA OLIGÁRQUICA: 3.1 - Os grandes latifundiários assumiram o controle da república a partir do governo de Prudente de Morais, cafeicultor paulista e civil. 3.2 - Cada Estado tinha uma ou umas poucas famílias ricas e poderosas que controlavam a política e a economia local. 3.3 - Dicionário da “república velha”: a) Clientelismo eleitoral: eram as relações baseadas na troca de favores em todos os âmbitos da política, desde o eleitor que vende seu voto até o presidente que corrompe e é corrompido pelos governadores na manipulação das verbas e cargos públicos. b) Coronelismo: controle político-econômico local que os grandes proprietários de terras exerciam sob uma cidade ou determinada região. O voto de cabresto e o curral eleitoral estão ligados a esse fenômeno político. c) Voto de cabresto: nome dado ao voto resultante da coação financeira ou física do eleitor por parte das lideranças políticas locais. d) Curral eleitoral: conjunto de eleitores sob o controle de um coronel. e) Política dos governadores: nome dado à prática política de apoio mútuo e incondicional entre os governadores e o presidente da república, através do qual o clientelismo eleitoral era posto em prática de forma aberta e incondicional, com a negociação de cargos e verbas públicas. f) Política do café com leite: aliança entre os estados de São Paulo e Minas Gerais, cujo objetivo era a manutenção de suas elites no controle do cargo de presidente da repúbli-

05 - SURTO INDUSTRIAL: 5.1 - Nenhum incentivo do governo devido ao trauma do Encilhamento. 5.2 - Investidores: cafeicultores paulistas e imigrantes. 5.3 - Primeiras áreas industriais: a) São Paulo: a riqueza do café b) Rio de Janeiro: maior e mais rica cidade do país. 5.4 - Pequenas fábricas de bens de consumo não-durávies e semi-duráveis a) mão de obra predominantemente de imigrantes. 06 - O IMPERIALISMO NA REPÚBLICA VELHA: 6.1 - Atuação maciça no setor de serviços: bancos, bondes, iluminação pública, comércio, etc. 6.2 - Predomínio do capital inglês até a primeira guerra mundial; aumento da presença norte-americana, que ultrapassou os investimentos ingleses após a década de 20 do século XX. REBELIÕES NA REPÚBLICA VELHA 01 - CONTEXTO HISTÓRICO: 1.1 - Poder absoluto dos latifundiários no comando da república. 1.2 - Miséria absoluta do trabalhador brasileiro 1.3 - A situação no campo: a) Concentração e “grilagem” de terras. b) Superexploração e miséria dos camponeses: “meia” e “cambão” c) Movimentos messiânicos e o catolicismo sertanejo. 1.4 - A situação na cidade: a) Tentativa de construção da “modernidade”

78


HISTÓRIA DO BRASIL burguesa, espelhada na Inglaterra, França e EUA. b) Desemprego; baixos salários; ausência total de direitos trabalhistas; vida miserável (cortiços). c) Início do movimento operário.

06 - REVOLTA DA VACINA: 6.1 - Contexto: “modernização” da cidade do Rio de Janeiro através de um amplo projeto de reurbanização e higienização da cidade, sobretudo na região central e do porto. 6.2 - Alargamento de ruas, construção de praças e derrubada de cortiços. 6.3 - Os pobres sobem os morros. 6.4 - Epidemias: febre amarela, varíola e peste bubônica. 6.5 - Oswaldo Cruz e a vacinação obrigatória. 6.6 - A resistência do povo e a imposição estatal pela violência.

02 - O CANGAÇO: 2.1 - Banditismo social: indivíduos que diante da miséria da vida e do abandono pleno do Estado, optaram pela vida do crime. 2.2 - Típico dos sertões nordestinos 2.3 - Diferença entre cangaceiro e jagunço. 03 - JUAZEIRO DO NORTE E O PADRE CÍCERO: 3.1 - Ajuda fundamental a milhares de flagelados das secas dos sertões nordestinos. 3.2 - Aliança política com os oligarcas da família Accioly. 3.3 - O “coronel de batinas” fazia parte do sistema clientelista.

07 - SITUAÇÃO DA CLASSE TRABALHADORA: 7.1 - Surgimento do proletariado brasileiro 7.2 - Exploração e miséria. 7.3 - A resistência dos trabalhadores: greves; sindicatos; jornais; panfletos. 7.4 - “A questão social é um caso de policia “Washington Luís, presidente do Brasil (1926-1930): a) Fazer greve era considerado crime comum. b) Lei Adolfo Gordo 7.5 - O anarquismo no Brasil: a) Os anarquistas (libertários) organizaram os primeiros sindicatos e greves do Brasil. b) Objetivavam acabar com o Estado e a propriedade privada. c) Produziam uma cultura operária critica: teatros, jornais e escolas próprios. d) Apesar da repressão do governo, muitos patrões cediam às pressões operárias, aumentando salários e reduzindo a carga horária de trabalho. 7.6 - Os comunistas do Brasil: a) Por que os comunistas consideravam-se melhores representantes dos trabalhadores do que os anarquistas? b) Fundação do Partido Comunista do Brasil (PCB) c) Doutrina marxista-leninista: revolução do proletariado, após o amadurecimento do capitalismo brasileiro. 7.7 - O governo e os patrões, aos poucos, passaram a aceitar a existência, e a negociação com os sindicatos. a) os sindicatos amarelos e à assistência social.

04 - CANUDOS: 4.1 - Fundação: arraial de camponeses; Antônio Conselheiro (profeta popular). 4.2 - Características: trabalho e propriedade comunitários. 4.3 - Motivações para o ataque a Canudos: a) os coronéis: não gostavam da autonomia dos sertanejos. b) a Igreja Católica: condenava os pregadores independentes. c) o governo federal: os discursos contra a república feitos por Antônio Conselheiro. 4.3 - A heroica resistência dos camponeses: táticas de guerrilha. 4.4 - A destruição e o “exemplo”. 05 - CONTESTADO: 5.1 - Fundação: messianismo; “monge” José Maria; igualdade; acesso a terra. 5.2 - Motivações para o ataque: a) Empresas estrangeiras que exploravam madeira e ferrovias invadiram as terras dos camponeses, gerando conflitos na região. b) Igreja Católica: condenava os pregadores independentes c) Os coronéis: não gostavam da autonomia dos sertanejos. d) O governo federal defendeu os interesses das empresas estrangeiras que trabalhavam para ele. 5.3 - O massacre.

08 - O TENENTISMO: 8.1 - Jovens oficiais que queriam por fim ao domínio das oligarquias estaduais. 8.2 - Detestavam: as oligarquias, a política do Café-com-Leite, o atraso econômico, o coronelismo, etc.

79


HISTÓRIA DO BRASIL 8.3 - Queriam: nacionalismo vago; democracia ou ditadura; direitos trabalhistas. 8.4 - O presidente Artur Bernardes e a Marcha dos Dezoito do Forte (1922) 8.5 - As revoltas de 1924: SP e RS 8.6 - A Coluna Prestes

dos militares tenentistas que apoiaram Getúlio Vargas, cooperou para o inicio do golpe de Estado impetrado por Vargas e seus aliados em 1930. c) O assassinato de João Pessoa precipitou a “revolução de 1930”, apesar de não ter tido nenhuma ligação com as questões políticas da época.

09 - REVOLTA DA CHIBATA: 9.1 - Motivos: Maus tratos físicos(chibatas); dificuldades de ascensão na carreira militar; péssimas condições de trabalho. 9.2 - Ações militares: marinheiros tomaram de assalto navios de guerra e ameaçaram bombardear a cidade do Rio de Janeiro, caso não fossem atendidos em suas reivindicações. 9.3 - Desfecho: acordo, rendição, cumprimento da palavra e traição.

EXERCÍCIOS REPÚBLICA VELHA QUESTÃO 01 - (Enem 2014) - O problema central a ser resolvido pelo Novo Regime era a organização de outro pacto de poder que pudesse substituir o arranjo imperial com grau suficiente de estabilidade. O próprio presidente Campos Sales resumiu claramente seu objetivo: “É de lá, dos estados, que se governa a República, por cima das multidões que tumultuam agitadas nas ruas da capital da União. A política dos estados é a política nacional”.

10 - O FIM DA PRIMEIRA REPÚBLICA: 10.1 - CONTEXTO HISTÓRICO: a) A crise econômica mundial que eclodiu com a quebra da bolsa de Nova York em 1929, era o reflexo mais visível da superprodução de mercadorias do capitalismo liberal típico das grandes potências logo após a Primeira Guerra Mundial. b) No Brasil a crise atingiu em cheio a lavoura do café que tinha nos EUA, Inglaterra e França seus grandes compradores, que agora estavam falidos e por isso não compravam mais o nosso café, levando centenas de cafeicultores à falência. 10.2 - AS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 1929/1930: a) Com a indicação de Júlio Prestes como o candidato a presidência por São Paulo, o presidente Washington Luís rompeu com a tradicional aliança do “café com leite”. b) Os políticos mineiros seguindo a orientação do oligarca Antônio Carlos, passaram a apoiar a candidatura dissidente Getúlio Vargas, que também era um oligarca. c) A disputa eleitoral mais uma vez foi marcada por fraudes e falcatruas de ambos os lados, e a vitória foi de Júlio Prestes. 10.3 - A REVOLUÇÃO DE 1930: a) Com a eleição de mais um paulista para o comando do país a população pobre das cidades e do campo aumentaram seus protestos de tal maneira que o oligarca mineiro Antônio Carlos temia que o povo fizesse uma revolução e tomasse o poder. b) O medo de alguns oligarcas diante das manifestações populares e a tradição golpista

CARVALHO, J. M. Os Bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Companhia das Letras, 1987 (adaptado).

Nessa citação, o presidente do Brasil no período expressa uma estratégia política no sentido de: a) governar com a adesão popular. b) atrair o apoio das oligarquias regionais. c) conferir maior autonomia às prefeituras. d) democratizar o poder do governo central. e) ampliar a influência da capital no cenário nacional. QUESTÃO 02 - (Enem 2013) - Nos estados, entretanto, se instalavam as oligarquias, de cujo perigo já nos advertia Saint-Hilaire, e sob o disfarce do que se chamou “a política dos governadores”. Em círculos concêntricos esse sistema vem cumular no próprio poder central que é o sol do nosso sistema. PRADO, P. Retrato do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1972.

A crítica presente no texto remete ao acordo que fundamentou o regime republicano brasileiro durante as três primeiras décadas do século XX e fortaleceu o(a): a) poder militar, enquanto fiador da ordem econômica. b) presidencialismo, com o objetivo de limitar o poder dos coronéis. c) domínio de grupos regionais sobre a ordem federativa. d) intervenção nos estados, autorizada pelas normas constitucionais. e) isonomia do governo federal no tratamento das disputas locais.

80


HISTÓRIA DO BRASIL QUESTÃO 03 - (Enem 2013) - No final do século XIX, as Grandes Sociedades carnavalescas alcançaram ampla popularidade entre os foliões cariocas. Tais sociedades cultivavam um pretensioso objetivo em relação à comemoração carnavalesca em si mesma: com seus desfiles de carros enfeitados pelas principais ruas da cidade, pretendiam abolir o entrudo (brincadeira que consistia em jogar água nos foliões) e outras práticas difundidas entre a população desde os tempos coloniais, substituindo-os por formas de diversão que consideravam mais civilizadas, inspiradas nos carnavais de Veneza. Contudo, ninguém parecia disposto a abrir mão de suas diversões para assistir ao carnaval das sociedades. O entrudo, na visão dos seus animados praticantes, poderia coexistir perfeitamente com os desfiles.

por causa de diferentes graus de envolvimento no comércio exterior. TOPIK, S. A presença do estado na economia política do Brasil de 1889 a 1930. Rio de Janeiro: Record, 1989 (adaptado).

Para a caracterização do processo político durante a Primeira República, utiliza-se com frequência a expressão Política do Café com Leite. No entanto, os textos apresentam a seguinte ressalva a sua utilização: a) A riqueza gerada pelo café dava à oligarquia paulista a prerrogativa de indicar os candidatos à presidência, sem necessidade de alianças. b) As divisões políticas internas de cada estado da federação invalidavam o uso do conceito de aliança entre estados para este período. c) As disputas políticas do período contradiziam a suposta estabilidade da aliança entre mineiros e paulistas. d) A centralização do poder no executivo federal impedia a formação de uma aliança duradoura entre as oligarquias. e) A diversificação da produção e a preocupação com o mercado interno unificavam os interesses das oligarquias.

PEREIRA, C. S. Os senhores da alegria: a presença das mulheres nas Grandes Sociedades carnavalescas cariocas em fins do século XIX. In: CUNHA, M. C. P. Carnavais e outras frestas: ensaios de história social da cultura. Campinas: Unicamp; Cecult, 2002 (adaptado).

Manifestações culturais como o carnaval também têm sua própria história, sendo constantemente reinventadas ao longo do tempo. A atuação das Grandes Sociedades, descrita no texto, mostra que o carnaval representava um momento em que as: a) distinções sociais eram deixadas de lado em nome da celebração. b) aspirações cosmopolitas da elite impediam a realização da festa fora dos clubes. c) liberdades individuais eram extintas pelas regras das autoridades públicas. d) tradições populares se transformavam em matéria de disputas sociais. e) perseguições policiais tinham caráter xenófobo por repudiarem tradições estrangeiras.

QUESTÃO 05 - (Enem 2011) - Completamente analfabeto, ou quase, sem assistência médica, não lendo jornais, nem revistas, nas quais se limita a ver figuras, o trabalhador rural, a não ser em casos esporádicos, tem o patrão na conta de benfeitor. No plano político, ele luta com o “coronel” e pelo “coronel”. Aí estão os votos de cabresto, que resultam, em grande parte, da nossa organização econômica rural. LEAL, V. N. Coronelismo, enxada e voto. São Paulo: Alfa-Ômega, 1978 (adaptado).

O coronelismo, fenômeno político da Primeira República (1889-1930), tinha como uma de suas principais características o controle do voto, o que limitava, portanto, o exercício da cidadania. Nesse período, esta prática estava vinculada a uma estrutura social: a) igualitária, com um nível satisfatório de distribuição da renda. b) estagnada, com uma relativa harmonia entre as classes. c) tradicional, com a manutenção da escravidão nos engenhos como forma produtiva típica. d) ditatorial, perturbada por um constante clima de opressão mantido pelo exército e polícia. e) agrária, marcada pela concentração da terra e do poder político local e regional.

QUESTÃO 04 - (Enem 2011) - Até que ponto, a partir de posturas e interesses diversos, as oligarquias paulista e mineira dominaram a cena política nacional na Primeira República? A união de ambas foi um traço fundamental, mas que não conta toda a história do período. A união foi feita com a preponderância de uma ou de outra das duas frações. Com o tempo, surgiram as discussões e um grande desacerto final. FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: EdUSP, 2004 (adaptado).

A imagem de um bem-sucedido acordo café com leite entre São Paulo e Minas, um acordo de alternância de presidência entre os dois estados, não passa de uma idealização de um processo muito mais caótico e cheio de conflitos. Profundas divergências políticas colocavam-nos em confronto

81


HISTÓRIA DO BRASIL QUESTÃO 06 - (Enem 2011)

fatos apresentados, o Acre tornou-se parte do território nacional brasileiro: a) pela formalização do Tratado de Petrópolis, que indenizava o Brasil pela sua anexação. b) por meio do auxílio do Bolivian Syndicate aos emigrantes brasileiros na região. c) devido à crescente emigração de brasileiros que exploravam os seringais. d) em função da presença de inúmeros imigrantes estrangeiros na região. e) pela indenização que os emigrantes brasileiros pagaram à Bolívia. QUESTÃO 08 - (Enem 2010) - As ruínas do povoado de Canudos, no sertão norte da Bahia, além de significativas para a identidade cultural, dessa região, são úteis às investigações sobre a Guerra de Canudos e o modo de vida dos antigos revoltosos. Essas ruínas foram reconhecidas como patrimônio cultural material pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) porque reúnem um conjunto de: a) objetos arqueológicos e paisagísticos. b) acervos museológicos e bibliográficos. c) núcleos urbanos e etnográficos d) práticas e representações de uma sociedade. e) expressões e técnicas de uma sociedade extinta.

A imagem representa as manifestações nas ruas da cidade do Rio de Janeiro, na primeira década do século XX, que integraram a Revolta da Vacina. Considerando o contexto político-social da época, essa revolta revela: a) a insatisfação da população com os benefícios de uma modernização urbana autoritária. b) a consciência da população pobre sobre a necessidade de vacinação para a erradicação das epidemias. c) a garantia do processo democrático instaurado com a República, através da defesa da liberdade de expressão da população. d) o planejamento do governo republicano na área de saúde, que abrangia a população em geral. e) o apoio ao governo republicano pela atitude de vacinar toda a população em vez de privilegiar a elite.

QUESTÃO 09 - (Enem 2010) - A serraria construía ramais ferroviários que adentravam as grandes matas, onde grandes locomotivas com guindastes e correntes gigantescas de mais de 100 metros arrastavam, para as composições de trem, as toras que jaziam abatidas por equipes de trabalhadores que anteriormente passavam pelo local. Quando o guindaste arrastava as grandes toras em direção à composição de trem, os ervais nativos que existiam em meio às matas eram destruídos por este deslocamento.

QUESTÃO 07 - (Enem 2010) - As secas e o apelo econômico da borracha — produto que no final do século XIX alcançava preços altos nos mercados internacionais — motivaram a movimentação de massas humanas oriundas do Nordeste do Brasil para o Acre. Entretanto, até o início do século XX, essa região pertencia à Bolívia, embora a maioria da sua população fosse brasileira e não obedecesse à autoridade boliviana. Para reagir à presença de brasileiros, o governo de La Paz negociou o arrendamento da região a uma entidade internacional, o Bolivian Syndicate, iniciando violentas disputas dos dois lados da fronteira. O conflito só terminou em 1903, com a assinatura do Tratado de Petrópolis, pelo qual o Brasil comprou o território por 2 milhões de libras esterlinas.

MACHADO P. P. Lideranças do Contestado. Campinas: Unicamp. 2004 (adaptado).

No início do século XX, uma série de empreendimentos capitalistas chegou à região do meio-oeste de Santa Catarina – ferrovias, serrarias e projetos de colonização. Os impactos sociais gerados por esse processo estão na origem da chamada Guerra do Contestado. Entre tais impactos, encontrava-se: a) a absorção dos trabalhadores rurais como trabalhadores da serraria, resultando em um processo de êxodo rural.

Disponível em: www.mre.gov.br. Acesso em: 03 nov. 2008 (adaptado)

Compreendendo o contexto em que ocorreram os

82


HISTÓRIA DO BRASIL b) o desemprego gerado pela introdução das novas máquinas, que diminuíam a necessidade de mão de obra. c) a desorganização da economia tradicional, que sustentava os posseiros e os trabalhadores rurais da região. d) a diminuição do poder dos grandes coronéis da região, que passavam disputar o poder político com os novos agentes. e) o crescimento dos conflitos entre os operários empregados nesses empreendimentos e os seus proprietários, ligados ao capital internacional.

QUESTÃO 11 - (Enem 2010) - O artigo 402 do Código penal Brasileiro de 1890 dizia: Fazer nas ruas e praças públicas exercícios de agilidade e destreza corporal, conhecidos pela denominação de capoeiragem: andar em correrias, com armas ou instrumentos capazes de produzir uma lesão corporal, provocando tumulto ou desordens. Pena: Prisão de dois a seis meses. SOARES, C. E. L. A Negregada instituição: os capoeiras no Rio de Janeiro: 1850-1890. Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Cultura, 1994 (adaptado).

O artigo do primeiro Código Penal Republicano naturaliza medidas socialmente excludentes. Nesse contexto, tal regulamento expressava: a) a manutenção de parte da legislação do Império com vistas ao controle da criminalidade urbana. b) a defesa do retorno do cativeiro e escravidão pelos primeiros governos do período republicano. c) o caráter disciplinador de uma sociedade industrializada, desejosa de um equilíbrio entre progresso e civilização. d) a criminalização de práticas culturais e a persistência de valores que vinculavam certos grupos ao passado de escravidão. e) o poder do regime escravista, que mantinha os negros como categoria social inferior, discriminada e segregada.

QUESTÃO 10 - (Enem 2010) - I – Para consolidar-se como governo, a República precisava eliminar as arestas, conciliar-se com o passado monarquista, incorporar distintas vertentes do republicanismo. Tiradentes não deveria ser visto como herói republicano radical, mas sim como herói cívico religioso, como mártir, integrador, portador da imagem do povo inteiro. CARVALHO, J. M. C. A formação das almas: O imaginário da Republica no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

I - Ei-lo, o gigante da praça, / O Cristo da multidão! É Tiradentes quem passa / Deixem passar o Titão. ALVES, C. Gonzaga ou a revolução de Minas. In: CARVALHO. J. M. C. A formação das almas: O imaginário da Republica no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

A 1ª República brasileira, nos seus primórdios, precisava constituir uma figura heroica capaz de congregar diferenças e sustentar simbolicamente o novo regime. Optando pela figura de Tiradentes, deixou de lado figuras como Frei Caneca ou Bento Gonçalves. A transformação do inconfidente em herói nacional evidencia que o esforço de construção de um simbolismo por parte da República estava relacionado: a) ao caráter nacionalista e republicano da Inconfidência, evidenciado nas ideias e na atuação de Tiradentes. b) à identificação da Conjuração Mineira como o movimento precursor do positivismo brasileiro. c) ao fato de a proclamação da República ter sido um movimento de poucas raízes populares, que precisava de legitimação. d) à semelhança física entre Tiradentes e Jesus, que proporcionaria, a um povo católico como o brasileiro, uma fácil identificação. e) ao fato de Frei Caneca e Bento Gonçalves terem liderado movimentos separatistas no Nordeste e no Sul do país.

GABARITO - EXERCÍCIOS REPÚBLICA VELHA

01 B 11 D

02 C

03 D

04 C

05 E

06 A

07 C

08 A

09 C

10 C

GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM

01 D

02 D

03 B

04 A

05 D

06 D

07 A

08 A

09 D

10 B

GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

01 B

83

02 D

03 C

04 C

05 B

06 C

07 B

08 B

09 C

10 B


CIÊNCIAS DA NATUREZA

84


QUÍMICA QUÍMICA DOS COMBUSTÍVEIS

leo de maior peso molecular (como o óleo diesel) apresentam teores relativamente elevados de X, gerando o Y durante a combustão. A reação entre o oxigênio atmosférico e Y pode formar o gás Z, outro poluente atmosférico. A reação entre Z e a água produz o A, responsável pelo abaixamento do pH da chuva. Os símbolos e fórmulas que substituem X, Y, Z e A apropriadamente são, respectivamente, 2: a) C, CO, CO2 e H2CO3. b) C, CO2, CO e H2CO3. c) S, SO2, SO3 e H2SO4. d) N, NO, NO2 e H2NO3. e) S, SO3, SO2 e H2SO3.

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES QUESTÃO 01 - (Fuvest 2013) - O craqueamento catalítico é um processo utilizado na indústria petroquímica para converter algumas frações do petróleo que são mais pesadas (isto é, constituídas por compostos de massa molar elevada) em frações mais leves, como a gasolina e o GLP, por exemplo. Nesse processo, algumas ligações químicas nas moléculas de grande massa molecular são rompidas, sendo geradas moléculas menores. A respeito desse processo, foram feitas as seguintes afirmações: I. O craqueamento é importante economicamente, pois converte frações mais pesadas de petróleo em compostos de grande demanda. II. O craqueamento libera grande quantidade de energia, proveniente da ruptura de ligações químicas nas moléculas de grande massa molecular. III. A presença de catalisador permite que as transformações químicas envolvidas no craqueamento ocorram mais rapidamente. Está correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III.

QUESTÃO 04 - (Pucrs 2012) - A sociedade moderna emprega enormes quantidades de combustíveis como fonte de energia, o que tem dado origem a diversos problemas ambientais, entre eles a chuva ácida. Além disso, o aumento da concentração de dióxido de carbono na atmosfera é motivo de preocupação, pois esse gás tem sido reiteradamente apontado como um dos responsáveis pelo aquecimento global. Em relação a esse tema, é correto afirmar que: a) o hidrogênio é um combustível fóssil encontrado junto com o petróleo e o gás natural, e seu uso acarreta aumento do teor de dióxido de carbono atmosférico. b) a queima de carvão, mineral ou vegetal, está associada a emissões de dióxido de carbono, mas somente o carvão mineral pode conter altos teores de enxofre e contribuir para a chuva ácida. c) o metanol produzido a partir da nafta é um álcool, e sua queima não implica aumento de dióxido de carbono na atmosfera. d) o etanol derivado da cana-de-açúcar é um biocombustível, e por esse motivo sua queima não causa emissões de dióxido de carbono. e) o gás natural, também conhecido como gás de cozinha, é um combustível fóssil e, apesar de não ser poluente, sua queima emite dióxido de carbono.

QUESTÃO 02 - (Unioeste 2012) - A respeito das propriedades físicas e químicas dos combustíveis (gasolina e álcool), e da interação destes com a água, são feitas as seguintes afirmações: I. A gasolina é composta principalmente por hidrocarbonetos saturados contendo de 5 a 12 carbonos na cadeia; II. O álcool é miscível na água devido às interações por ligações de hidrogênio existentes entre ambos compostos; III. A densidade da água é menor do que a densidade da gasolina; IV. O álcool, denominado etanol pela IUPAC, não é um combustível renovável; V. A gasolina, derivada do petróleo, é um combustível fóssil assim como o carvão mineral. São corretas as afirmativas: a) I, II e III. b) III, IV e V. c) I, IV e V. d) II, III e IV. e) I, II e V.

QUESTÃO 05 - (Unesp 2010) - A queima de combustíveis fósseis é uma fonte de dióxido de enxofre atmosférico, assim como as erupções vulcânicas, como a que ocorreu recentemente na Islândia. Considere ainda o equilíbrio químico, representado pela equação, que ocorre na água de uma piscina, na qual se utiliza hipoclorito em seu tratamento:

QUESTÃO 03 - (Pucsp 2012) - A queima de combustíveis fósseis é uma das principais fontes de poluentes causadores da chuva ácida. Tanto o carvão mineral quanto os derivados de petró-

85


QUÍMICA Cℓ2(g) + 2OH– (aq) →CℓO– (aq) + Cℓ– (aq) + H2O (l) Analise as seguintes afirmações: I. A queima dos combustíveis carvão mineral, petróleo e álcool de cana-de-açúcar é responsável pela maioria das emissões de SO2 no planeta. II. Acredita-se que a presença na estratosfera de partículas muito finas formadas a partir do SO2 contribua para o resfriamento da Terra, por bloquear parte da radiação solar. III. A alteração do pH da chuva pode resultar na formação de um gás sufocante em piscinas localizadas em regiões altamente poluídas pelas emissões de SO2. São corretas as afirmações: a) I e II, apenas. b) I e III, apenas. c) I, II e III. d) II e III, apenas. e) III, apenas.

rém não contendo anéis aromáticos. b) O naftaleno, C10H8, é obtido pela destilação de carvão. c) Na produção do gás carbônico: 2C(s) + O2(g) → 2CO(g), seguida por 2CO(g) + O2(g) → 2CO2(g), a velocidade de reação é dada por v = k[CO2]2. d) Na reação da produção de CO2 especificada na alternativa C, se forem usadas 5 toneladas de carvão (C(s), serão produzidas 5 toneladas de gás carbônico. QUESTÃO 08 - (Unesp 2008) - A queima dos combustíveis fósseis (carvão e petróleo), assim como dos combustíveis renováveis (etanol, por exemplo), produz CO2 que é lançado na atmosfera, contribuindo para o efeito estufa e possível aquecimento global. Por qual motivo o uso do etanol é preferível ao da gasolina? a) O etanol é solúvel em água. b) O CO2 produzido na queima dos combustíveis fósseis é mais tóxico do que aquele produzido pela queima do etanol. c) O CO2 produzido na queima da gasolina contém mais isótopos de carbono-14 do que aquele produzido pela queima do etanol. d) O CO2 produzido na queima do etanol foi absorvido recentemente da atmosfera. e) O carbono do etanol é proveniente das águas subterrâneas.

QUESTÃO 06 - (Udesc 2009) - Quando os derivados de petróleo e o carvão mineral são utilizados como combustíveis, a queima do enxofre produz dióxido de enxofre. As reações de dióxido de enxofre na atmosfera podem originar a chuva ácida. Sobre a chuva ácida, escolha a alternativa INCORRETA. a) O trióxido de enxofre reage com a água presente na atmosfera produzindo o ácido sulfúrico, que é um ácido forte. b) SO2 reage com o oxigênio e se transforma lentamente em trióxido de enxofre. Essa reação é acelerada pela presença de poeira na atmosfera. c) A chuva ácida é responsável pela corrosão do mármore, do ferro e de outros materiais utilizados em monumentos e construções. d) Tanto o dióxido quanto o trióxido de enxofre são óxidos básicos. e) Na atmosfera, o SO2 reage com o oxigênio e se transforma lentamente em trióxido de enxofre (SO3).

QUESTÃO 09 - (Enem 2008) - A China comprometeu-se a indenizar a Rússia pelo derramamento de benzeno de uma indústria petroquímica chinesa no rio Songhua, um afluente do rio Amur, que faz parte da fronteira entre os dois países. O presidente da Agência Federal de Recursos da Água da Rússia garantiu que o benzeno não chegará aos dutos de água potável, mas pediu à população que fervesse a água corrente e evitasse a pesca no rio Amur e seus afluentes. As autoridades locais estão armazenando centenas de toneladas de carvão, já que o mineral é considerado eficaz absorvente de benzeno. Levando-se em conta as medidas adotadas para a minimização dos danos ao ambiente e à população, é correto afirmar que: a) o carvão mineral, ao ser colocado na água, reage com o benzeno, eliminando-o. b) o benzeno é mais volátil que a água e, por isso, é necessário que esta seja fervida. c) a orientação para se evitar a pesca deve-se à necessidade de preservação dos peixes.

QUESTÃO 07 - (Uece 2008) - Carvão limpo é a expressão utilizada para designar as técnicas de geração de eletricidade por usinas térmicas a carvão em que a emissão de CO2 (que não é tóxico, mas contribui para aumentar o efeito estufa) é eliminada ou muito reduzida. São usinas ambientalmente corretas, que jogam o gás carbônico para depósitos naturais no subsolo. Sobre o tema, assinale o correto. a) O carvão é uma mistura muito complexa de compostos, contendo hidrocarbonetos, po-

86


QUÍMICA deste século, a principal fonte de energia em lugar do petróleo. Justifica-se essa previsão, entre outros motivos, porque o gás natural: a) além de muito abundante na natureza é um combustível renovável. b) tem novas jazidas sendo exploradas e é menos poluente que o petróleo. c) vem sendo produzido com sucesso a partir do carvão mineral. d) pode ser renovado em escala de tempo muito inferior à do petróleo. e) não produz CO2 em sua queima, impedindo o efeito estufa.

d) o benzeno não contaminaria os dutos de água potável, porque seria decantado naturalmente no fundo do rio. e) a poluição causada pelo derramamento de benzeno da indústria chinesa ficaria restrita ao rio Songhua. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES: O Carvão foi uma das primeiras fontes de energia e, em pleno século XXI, ainda é muito empregado, haja vista a possibilidade de instalação, no Pará, de uma termoelétrica alimentada por carvão mineral. Sua composição média varia muito, porém os valores mais comuns são: 4% de umidade, 5% de matéria volátil, 81% de carbono e materiais minerais diversos que levam, após a combustão, à formação de, aproximadamente, 10% de cinzas. Estas cinzas ou “pó do carvão” são muito leves e, para que não levantem poeira, devem ser armazenadas em ambiente com umidade controlada. As cinzas são constituídas de uma série de elementos, normalmente expressos na forma de óxidos: SiO2, Aℓ2O3, TiO2, Fe2O3, CaO, MgO, K2O, Na2O, P2O5, Mn3O4, BaO. Além desses, outro óxido importante é o SO3, produzido e liberado na forma gasosa durante o processo de combustão.

QUESTÃO 14 - (Enem 2004) - As previsões de que, em poucas décadas, a produção mundial de petróleo possa vir a cair tem gerado preocupação, dado seu caráter estratégico. Por essa razão, em especial no setor de transportes, intensificou-se a busca por alternativas para a substituição do petróleo por combustíveis renováveis. Nesse sentido, além da utilização de álcool, vem se propondo, no Brasil, ainda que de forma experimental, a) iso - propil - pentano. b) n - propil - pentano. c) 2,4,4 - trimetil - pentano. d) 2,2,4 - trimetil - pentano. e) trimetil - isopentano.

QUESTÃO 10 - (Ufpa 2008) - Entre os óxidos produzidos na combustão do carvão que são mencionados no texto, o responsável pela formação da chuva ácida é o: a) Mn3O4 b) SO3 c) Aℓ2O3 d) BaO e) Na2O

QUESTÃO 15 - (Cesgranrio 1995) - A qualidade de uma gasolina pode ser expressa pelo seu índice de octanagem. Uma gasolina de octanagem 80 significa que ela se comporta, no motor, como uma mistura contendo 80% de isooctano e 20% de heptano. Observe a estrutura do isooctano: De acordo com a nomenclatura IUPAC, esse hidrocarboneto é: a) a mistura de percentuais de gasolina cada vez maiores no álcool. b) a extração de óleos de madeira para sua conversão em gás natural. c) o desenvolvimento de tecnologias para a produção de biodiesel. d) a utilização de veículos com motores movidos a gás do carvão mineral. e) a substituição da gasolina e do diesel pelo gás natural.

QUESTÃO 11 - (Ufpa 2008) - Um dos parâmetros utilizados para avaliar a qualidade de um carvão é o “índice de alcalinidade” de suas cinzas. A alternativa que apresenta dois dos óxidos responsáveis por esta propriedade é a: a) Fe2O3 e BaO. b) Mn3O4 e CaO. c) K2O e TiO2. d) K2O e Na2O. e) P2O5 e MgO. QUESTÃO 12 - (Ufpa 2008) - Considerando a presença de P2O5 na cinza armazenada, sua reação com a umidade do ambiente pode ser classificada como: a) oxi-redução. b) neutralização. c) simples troca. d) dupla troca. e) síntese.

GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

QUESTÃO 13 - (Enem 2004) - Há estudos que apontam razões econômicas e ambientais para que o gás natural possa vir a tornar-se, ao longo

87

01

02

03

04

05

06

07

08

09

10

C

E

C

B

D

D

B

D

B

B

11

12

13

14

15

D

E

B

C

D


FÍSICA CINEMÁTICA 01 - Referencial Para ser possível descrever o movimento de um corpo, também é necessário saber dizer onde ele está, ou seja, precisamos conhecer sua posição, que sempre terá que ser dada em relação a um sistema de referencia, dito Referencial! Referencial é um corpo, ou conjunto de corpos (sistema), em relação ao qual são definidas as posições de outros corpos.

constante sempre na mesma vertical que passa pelo barco. É muito fácil retirar duas conclusões: Primeira: O barco em relação ao avião não muda de posição com relação ao tempo, haja vista que em todo os instantes o avião se encontra na mesma posição acima do barco, então concluímos que eles estão em repouso um em relação ao outro Segundo: Se você estivesse na margem desse rio observando esse impressionante fato veria tanto o avião quanto o barco mudando de posição em relação a você com o passar do tempo logo eles estariam, ao mesmo tempo, em movimento em relação a você, mas em repouso um em relação ao outro.

02 - Instantes e intervalos de Tempo O instante é determinado por uma quantidade, que simbolizaremos por t. Essa quantidade representa quantas unidades de tempo já se passaram desde um “começo” escolhido de maneira arbitrária (geralmente definido com t0 – tempo inicial). Exemplo: Imagine em uma partida de futebol onde o craque Felipe Menezes surpreende o time adversário fazendo o primeiro gol do meio de campo aos 5 minutos de partida, e aos 46 minutos do primeiro tempo faz outro belíssimo gol de uma cobrança de falta. Significa que após 5 minutos ou 5x60 = 300 segundos ( t1 = 300 s) após a partida ter iniciado fez o primeiro gol e 46 minutos ou 46x60 = 2760 segundos (t2 = 2760 s) após a partida ter iniciado fez o segundo gol. Podemos nos perguntar quanto tempo se passou do primeiro gol para o segundo gol.

04 - Variação de Espaço e Distância Percorrida Observe, na figura, um rapaz que se desloca do instante t1 , em que o espaço vale s1, até o instante t2, em que o espaço vale s2. A variação de espaço entre t1 e t2 é dada por :

Solução: Para resolvermos essa questão precisamos introduzir um conceito importantíssimo de intervalo de tempo que é representado por. O cálculo é feito subtraindo-se t1(ocorrido primeiro) de t2 (ocorrido depois)

05 - Velocidade Média Talvez um dos conceitos mais conhecidos da física, a velocidade média é uma medida da “mudança” do espaço em relação ao tempo em que esse espaço gasta para mudar. Matematicamente podemos falar que:

Logo: Unidade: O sistema Internacional (SI), sistema de medida oficial, nos diz que espaço oficialmente é medido em metros (m) e o tempo, oficialmente, é medido em segundos (s), portanto velocidade é medida oficialmente em:

03 - Movimento e Repouso Dizemos que um sistema está em movimento quando ele muda de posição com o passar do tempo; caso contrário encontra-se em repouso. Veja o exemplo a seguir: Observe a imagem ao lado, um navio é seguido por um avião que trafega com altitude

88


FÍSICA Função Horária A função horária do espaço de um movimento nada mais faz do que nos informar a exata posição da largada (do início) que o sistema estará.

06 - Conceito de Aceleração Semelhante ao conceito de velocidade (que é uma taxa de mudança do espaço pelo tempo que foi gasto), a aceleração é uma taxa que mede a mudança da velocidade no tempo que foi gasto para a velocidade mudar.

Por ser uma função do segundo grau podemos colocar no nosso querido eixo x (abscissa) e y (ordenada):

Unidade: A aceleração é oficialmente uma medida de velocidade (m/s) dividido por tempo (s) então:

07 - Principais características de um Movimento Uniforme (MU) Um movimento é denominado uniforme quando ocorre com uma velocidade escalar que não se modifica com o passar do tempo. De outra forma para variações de tempos iguais teremos variações de espaços iguais! Então podemos afirmar que:

08 - Principais características de um Movimento Uniformemente Variável (MUV) O movimento uniformemente variado é aquele em que a aceleração escalar é constante e diferente de zero. Consequentemente, a velocidade sofre variações iguais em intervalos de tempos iguais.

Principais Equações Ex. O profinho Felipe Menezes sai de casa as 6:40 da manhã para ao colégio ensinar seus queridos alunos que o aguardam ansiosamente, sabendo que a aula inicia as 7:20 da manhã e que o professor é pontual, qual a distancia da casa do professor a escola sabendo que ele se desloca a 20m/s Solução:

Gráfico do Espaço em função do Tempo

Gráfico da Velocidade em Função do Tempo

09 - Princípios da Dinâmica: Força e Equilíbrio Quando se fala em dinâmica de corpos, a imagem que vem à cabeça é a clássica e mitológica de Isaac Newton, lendo seu livro sob uma

89


FÍSICA macieira. Repentinamente, uma maçã cai sobre a sua cabeça. Segundo consta, este foi o primeiro passo para o entendimento da gravidade, que atraía a maçã. Com o entendimento da gravidade, vieram o entendimento de Força, e as três Leis de Newton. Na cinemática, estuda-se o movimento sem compreender sua causa. Na dinâmica, estudamos a relação entre a força e movimento.

 Um carro em movimento e este freia repentinamente (Em uma colisão com um obstáculo, por exemplo), Todos são atirados para frente, pois o corpo tende a continuar em movimento.

O conceito de força é algo intuitivo, mas para compreendê-lo, pode-se basear em efeitos causados por ela, como:

Força Resultante É a força que produz o mesmo efeito que todas as outras aplicadas a um corpo. Dadas várias forças aplicadas a um corpo qualquer:

estes e vários outros efeitos semelhantes são explicados pelo princípio da inércia, cujo enunciado é: “Um corpo em repouso tende a permanecer em repouso, e um corpo em movimento tende a permanecer em movimento.” Então, conclui-se que um corpo só altera seu estado de inércia, se alguém, ou alguma coisa aplicar nele uma força resultante diferente se zero  !

A força resultante será igual a soma vetorial de todas as forças aplicadas:

2ª Lei de Newton - Princípio Fundamental da Dinâmica Quando aplicamos uma mesma força em dois corpos de massas diferentes observamos que elas não produzem aceleração igual. A 2ª lei de Newton diz que a Força é sempre diretamente proporcional ao produto da aceleração de um corpo pela sua massa, ou seja:

10 - Leis de Newton As leis de Newton constituem os três pilares fundamentais do que chamamos Mecânica Clássica, que justamente por isso também é conhecida por Mecânica Newtoniana.

F é a resultante de todas as forças que agem sobre o corpo (em N); m é a massa do corpo a qual as forças atuam (em kg); a é a aceleração adquirida (em m/s²).

1ª Lei de Newton - Princípio da Inércia  Quando estamos dentro de um carro, e este contorna uma curva, nosso corpo tende a permanecer com a mesma velocidade vetorial a que estava submetido antes da curva, isto dá a impressão que se está sendo “jogado” para o lado contrário à curva. Isso porque a velocidade vetorial é tangente a trajetória.

Unidade de Força No sistema internacional, é o N (Newton), que equivale a kg m/s² (quilograma metro por segundo ao quadrado). Exemplo: Quando uma força de 12N é aplicada em um corpo de 2kg, qual é a aceleração adquirida por ele?

90


FÍSICA Solução: F = ma 12 = 2a a = 6m/s² 3ª Lei de Newton - Princípio da Ação e Reação Quando uma pessoa empurra um caixa com um força F, podemos dizer que esta é uma força de ação. mas conforme a 3ª lei de Newton, sempre que isso ocorre, há uma outra força com módulo e direção iguais, e sentido oposto a força de ação, esta é chamada força de reação. Esta é o princípio da ação e reação, cujo enunciado é: “As forças atuam sempre em pares, para toda força de ação, existe uma força de reação.” EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES QUESTÃO 01 - (ENEM 2012) - Uma empresa de transportes precisa efetuar a entrega de uma encomenda o mais breve possível. Para tanto, a equipe de logística analisa o trajeto desde a empresa até o local da entrega. Ela verifica que o trajeto apresenta dois trechos de distâncias diferentes e velocidades máximas permitidas diferentes. No primeiro trecho, a velocidade máxima permitida é de 80 km/h e a distância a ser percorrida é de 80 km. No segundo trecho, cujo comprimento vale 60 km, a velocidade máxima permitida é 120 km/h. Supondo que as condições de trânsito sejam favoráveis para que o veículo da empresa ande continuamente na velocidade máxima permitida, qual será o tempo necessário, em horas, para a realização da entrega? a) 0,7 b) 1,4 c) 1,5 d) 2,0 e) 3,0 QUESTÃO 02 - (ENEM 2011) - Para melhorar a mobilidade urbana na rede metroviária é necessário minimizar o tempo entre estações. Para isso a administração do metrô de uma grande cidade adotou o seguinte procedimento entre duas estações: a locomotiva parte do repouso com aceleração constante por um terço do tempo de percurso, mantém a velocidade constante por outro terço e reduz sua velocidade com desaceleração constante no trecho final, até parar. Qual é o gráfico de posição (eixo vertical) em função do tempo (eixo horizontal) que representa o movimento desse trem?

QUESTÃO 03 - Para medir o tempo de reação de uma pessoa, pode-se realizar a seguinte experiência: Mantenha uma régua (com cerca de 30 cm) suspensa verticalmente, segurando-a pela extremidade superior, de modo que o zero da régua esteja situado na extremidade inferior. A pessoa deve colocar os dedos de sua mão, em forma de pinça, próximos do zero da régua, sem tocá-la. Sem aviso prévio, a pessoa que estiver segurando a régua deve soltá-la. A outra pessoa deve

91


FÍSICA a VELOCIDADE do corredor é aproximadamente constante? a) Entre 0 e 1 segundo. b) Entre 1 e 5 segundos. c) Entre 5 e 8 segundos. d) Entre 8 e 11 segundos. e) Entre 12 e 15 segundos.

procurar segurá-la o mais rapidamente possível e observar a posição onde conseguiu segurar a régua, isto é, a distância que ela percorre durante a queda. O quadro seguinte mostra a posição em que três pessoas conseguiram segurar a régua e os respectivos tempos de reação. Distância percorrida pela régua durante a queda (metro) 0,3

Tempo de reação (segundo) 0,24

0,15

0,17

0,1

0,14

QUESTÃO 06 - Um motorista costuma percorrer um trajeto rodoviário com 600 quilômetros, dirigindo sempre a uma velocidade média de 100 km/h, estando ele de acordo com a sinalização de trânsito ao longo de toda a rodovia. Ao saber que trafegar nesta velocidade pode causar maior desgaste ao veículo e não gerar o melhor desempenho de combustível, este motorista passou a reduzir em 20% a velocidade média do veículo. Consequentemente, o tempo gasto para percorrer o mesmo trajeto aumentou em: a) 40% b) 20% c) 4% d) 25% e) 1,5%

A distância percorrida pela régua aumenta mais rapidamente que o tempo de reação porque a: a) energia mecânica da régua aumenta, o que a faz cair mais rápido. b) resistência do ar aumenta, o que faz a régua cair com menor velocidade. c) aceleração de queda da régua varia, o que provoca um movimento acelerado. d) força peso da régua tem valor constante, o que gera um movimento acelerado. e) velocidade da régua é constante, o que provoca uma passagem linear de tempo.

QUESTÃO 07 - (ENEM 2011) - Os freios ABS são uma importante medida de segurança no trânsito, os quais funcionam para impedir o travamento das rodas do carro quando o sistema de freios é acionado, liberando as rodas quando estão no limiar do deslizamento. Quando as rodas travam, a força de frenagem é governada pelo atrito cinético. As representações esquemáticas da força de atrito fat entre os pneus e a pista, em função da pressão p aplicada no pedal de freio, para carros sem ABS e com ABS, respectivamente, são:

QUESTÃO 04 - (ENEM 2012) - Os carrinhos de brinquedo podem ser de vários tipos. Dentre eles, há os movidos a corda, em que uma mola em seu interior é comprimida quando a criança puxa o carrinho para trás. Ao ser solto, o carrinho entra em movimento enquanto a mola volta à sua forma inicial. O processo de conversão de energia que ocorre no carrinho descrito também é verificado em: a) um dínamo. b) um freio de automóvel. c) um motor a combustão. d) uma usina hidroelétrica. e) uma atiradeira (estilingue). QUESTÃO 05 - (ENEM) - Em uma prova de 100m rasos, o desempenho típico de um corredor padrão é representado pelo gráfico a seguir:

Baseado no gráfico, em que intervalo de tempo

92


FÍSICA

QUESTÃO 08 - (ENEM 2013) - Em um dia sem vento, ao saltar de um avião, um paraquedista cai verticalmente até atingir a velocidade limite. No instante em que o paraquedas é aberto (instante TA), ocorre a diminuição de sua velocidade de queda. Algum tempo após a abertura do paraquedas, ele passa a ter velocidade de queda constante, que possibilita sua aterrissagem em segurança. Que gráfico representa a força resultante sobre o paraquedista, durante o seu movimento de queda?

QUESTÃO 09 - (Enem 2009) - O ônibus espacial Atlantis foi lançado ao espaço com cinco astronautas a bordo e uma câmera nova, que iria substituir uma outra danificada por um curto-circuito no telescópio Hubble. Depois de entrarem em órbita a 560 km de altura, os astronautas se aproximaram do Hubble. Dois astronautas saíram da Atlantis e se dirigiram ao telescópio. Ao abrir a porta de acesso, um deles exclamou: - Esse telescópio tem a massa grande, mas o peso é pequeno.

Considerando o texto e as leis de Kepler, pode-se afirmar que a frase dita pelo astronauta: a) se justifica porque o tamanho do telescópio determina a sua massa, enquanto seu pequeno peso decorre da falta de ação da aceleração da gravidade. b) se justifica ao verificar que a inércia do telescópio é grande comparada à dele próprio, e que o peso do telescópio é pequeno porque a atração gravitacional criada por sua massa era pequena. c) não se justifica, porque a avaliação da massa e do peso de objetos em órbita tem por base as leis de Kepler, que não se aplicam a satélites artificiais. d) não se justifica, porque a força-peso é a força exercida pela gravidade terrestre, neste caso, sobre o telescópio e é a responsável

93


FÍSICA por manter o próprio telescópio em órbita. e) não se justifica, pois a ação da força-peso implica a ação de uma força de reação contrária, que não existe naquele ambiente. A massa do telescópio poderia ser avaliada simplesmente pelo seu volume.

c) caminhada - hora e) avião - segundo

d) bicicleta - minuto

QUESTÃO 12 - (Projeto Medicina) - O garoto Leonardo cavalgava em grande velocidade quando o cavalo se assustou com uma cobra e para instantaneamente. O pobre do garoto, todavia, continua e voa por cima do cavalo e cai no chão. O motivo pelo qual Leonardo “voa por cima do cavalo” é melhor explicado por qual lei ?

QUESTÃO 10 - (Enem 2009) - O Brasil pode se transformar no primeiro país das Américas a entrar no seleto grupo das nações que dispõem de trens-bala. O Ministério dos Transportes prevê o lançamento do edital de licitação internacional para a construção da ferrovia de alta velocidade Rio-São Paulo. A viagem ligará os 403 quilômetros entre a Central do Brasil, no Rio, e a Estação da Luz, no centro da capital paulista, em uma hora e 25 minutos. Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 14 jul. 2009.

Devido à alta velocidade, um dos problemas a ser enfrentado na escolha do trajeto que será percorrido pelo trem é o dimensionamento das curvas. Considerando-se que uma aceleração lateral confortável para os passageiros e segura para o trem seja de 0,1 g, em que g é a aceleração da gravidade (considerada igual a 10 m/s2), e que a velocidade do trem se mantenha constante em todo o percurso, sabendo que a aceleração lateral é dado por 0,1 g, onde V é a velocidade constante do trem e R é o raio de curvatura , seria correto prever que as curvas existentes no trajeto deveriam ter raio de curvatura mínimo de, aproximadamente: a) 80 m. b) 430 m. c) 800 m. d) 1.600 m. e) 6.400 m.

a) Conservação da quantidade de movimento b) Segunda lei da termodinâmica c) Lei de Snell d) Primeira lei de Newton – Inércia e) Terceira lei de Newton – Ação e reação QUESTÃO 13 - (Projeto Medicina) - A figura mostra uma moeda apoiada sobre um cartão que está tampando a boca de um copo. Quando se puxa o cartão bruscamente, a moeda ainda cai dentro do copo. Esse fato está diretamente relacionado com qual lei física? a) Postulado de Carnot b) Princípio da Reversibilidade dos raios c) Primeira lei de Newton – Inércia d) Segunda lei de Newton: FR = m.a e) Terceira lei da Termodinâmica

QUESTÃO 11 - (Enem 2008) - O gráfico a seguir modela a distância percorrida, em km, por uma pessoa em certo período de tempo. A escala de tempo a ser adotada para o eixo das abscissas depende da maneira como essa pessoa se desloca.

QUESTÃO 14 - (Projeto Medicina) - Um cavalo inteligente, que se acha conhecedor das leis de Newton, pensa assim: “se eu puxar a carroça (ação), então a carroça vai me puxar (reação). A minha “ação” sobre a carroça é para frente e a “reação” da carroça sobre mim é para trás. Como as duas forças estão na mesma direção (horizontal) e devem ter a mesma intensidade, logo se anulam! Em outras palavras, eu jamais conseguirei mover a carroça. Portanto, não adianta me dar chicotadas, que eu não vou tentar arrastá-la, pois sei que isso é impossível.” Só que todos nós já vimos cavalos puxando carroças, de diversas massas, e tanto cavalo quanto carroça saem do lugar. Temos aqui, então, uma prova de que a Terceira Lei de Newton está errada ? Afinal, como o cavalo consegue se mover ?

Qual é a opção que apresenta a melhor associação entre meio ou forma de locomoção e unidade de tempo, quando são percorridos 10 km? a) carroça - semana b) carro - dia

94


FÍSICA

a) As leis de Newton não explicam o movimento das carroças puxadas por cavalos; b) Embora as duas forças possuam intensidades iguais e sentidos opostos, elas atuam em corpos diferentes; c) O cavalo consegue puxar a carroça desde que sua massa seja maior do que a dela; d) Na verdade, as duas forças estão no mesmo sentido, e por isto elas se somam, permitindo o movimento do sistema. e) Ao tentar se mover, o cavalo empurra o chão para trás (←Fat) e recebe do chão uma força de atrito (→Fat) para frente. Recebe também uma força F← feita pela carroça que tenta impedir que ele se mova para frente. Assim, sobre o cavalo agem duas forças horizontais : o Fat → e a força F←. Se Fat→ for maior do que ←F, ele conseguirá sair do lugar. QUESTÃO 15 - (Projeto Medicina) - Consideremos um bloco de massa m = 2 kg inicialmente em repouso sobre uma superfície plana horizontal sem atrito. A partir de determinado instante, duas forças F1 = 40 N e F2 = 30 N passam a atuar sobre o bloco conforme o esquema abaixo. A intensidade da aceleração adquirida pelo bloco vale:

a) 1 m/s2 c) 3 m/s2

b) 2 m/s2 d) 4 m/s2

e) 5 m/s2

GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 01

02

03

04

05

06

07

08

09

10

D

A

B

D

E

C

D

D

E

C

11

12

13

14

15

C

D

C

B

E

95


BIOLOGIA EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES QUESTÃO 01 - Podemos estimar as quantidades adequadas de cada tipo de alimento que devemos ingerir, observando a pirâmide alimentar, em que a quantidade requerida de cada categoria de alimento é proporcional ao seu volume.

queando a ação do sistema nervoso simpático QUESTÃO 03 - Um indivíduo sobrevivente de um naufrágio, sem suprimento de água potável, poderia sobreviver por mais tempo caso evitasse alimentar-se, exclusivamente, de peixes. Assinale a opção que justifica a afirmativa acima: a) O aumento da excreção renal de ácido úrico, proveniente do catabolismo protéico, acarretaria perda de água pelo seu organismo. b) A elevada concentração de sal no peixe induziria à desidratação por aumento de excreção de cloreto de sódio e água. c) O aumento do catabolismo protéico aceleraria o consumo de água metabólica. d) O aumento da excreção renal de uréia, proveniente do catabolismo protéico, acarretaria maior perda de água pelo seu organismo. e) A carne de peixe contém, normalmente, concentrações elevadas de ácido úrico que, ao ser excretado, provocaria desidratação.

A análise da figura nos permite afirmar corretamente que: a) ingestão de alimentos plásticos (estruturais) está representada pela base da pirâmide alimentar. b) os nutrientes reguladores são os que devem ser ingeridos em maior quantidade. c) a ingestão de alimentos plásticos deve ser igual a de alimentos energéticos. d) os lipídios são obtidos, exclusivamente, dos alimentos encontrados no topo da pirâmide alimentar. e) maior parte das calorias da dieta deve vir dos pães, massas, arroz e outros cereais.

QUESTÃO 04 - Poucas descobertas científicas deste século despertaram tanto interesse e controvérsia quanto a da pílula anticoncepcional. Pesquisas realizadas nas décadas de 1940 e 1950 permitiram sua elaboração, a partir da evidência de que determinados hormônios esteróides eram capazes de bloquear a ovulação em ratas e macacas. Essa pílula contém certos hormônios: a) hipofisários que inibem a produção normal de hormônios ovarianos. b) hipofisários que estimulam a produção normal de hormônios ovarianos. c) ovarianos que inibem a produção normal de certos hormônios hipofisários. d) ovarianos que estimulam a produção normal de certos hormônios hipofisários. e) hipofisários e ovarianos que alteram o ciclo menstrual.

QUESTÃO 02 - Na doença miastenia grave, o corpo humano produz anticorpos contra suas próprias moléculas de receptores de acetilcolina. Esses anticorpos ligam-se e bloqueiam os receptores de acetilcolina da membrana plasmática das células musculares. À medida que a doença progride, a maioria dos músculos enfraquece, e o doente pode apresentar dificuldades para engolir e respirar. Esses anticorpos: a) atuam como a acetilcolina, provocando permanente contração, fadiga e fraqueza muscular; b) impedem que a contração muscular seja estimulada pela acetilcolina; c) promovem a destruição dos receptores da sinapse elétrica, bloqueando a via aferente; d) ligam-se aos receptores de acetilcolina, inibindo a enzima acetilcolinesterase e, conseqüentemente, a transmissão dos impulsos nervosos; e) ligam-se aos receptores de acetilcolina, blo-

QUESTÃO 05 - O uso, por atletas, de câmaras e tendas que reproduzem as condições de treinamento em cidades e regiões de altitude é um dos temas polêmicos que vem sendo debatido pelos representantes da área médica do Comitê Executivo do Comitê Olímpico Internacional (COI). O principal fator alterado nesses ambientes artificiais e o efeito produzido no organismo dos atletas que melhora o seu rendimento físico são, respectivamente:

96


BIOLOGIA a) aumento da pressão parcial do oxigênio respirado e aumento do oxigênio dissolvido no plasma sanguíneo. b) rarefação do ar respirado e aumento do número de glóbulos brancos. c) menos oxigênio no ar respirado e aumento do número de glóbulos vermelhos. d) aumento da pressão atmosférica e aumento da concentração de oxigênio no sangue. e) redução da pressão atmosférica e aumento do oxigênio dissolvido no plasma sangüíneo.

QUESTÃO 08 - O gráfico apresenta resultados de uma pesquisa sobre o consumo de drogas, realizada com 943 jovens estudantes de um grande município do Estado de São Paulo.

QUESTÃO 06 - Muitas academias de ginástica estimulam seus alunos a passar horas “malhando pesado”, o que pode acarretar fadiga muscular e dores. Esses sintomas devem-se: a) ao rompimento das fibras musculares, o que impede o deslizamento das miofibrilas. b) a estimulações repetidas e involuntárias que produzem uma contração muscular uniforme mantida. c) à queda na concentração plasmática de íons cálcio, impedindo a interação entre a miosina e a actina. d) à exaustão da substância neurotransmissora acetilcolina na placa motora. e) à diminuição da concentração do ATP e conseqüente acúmulo de ácido lático nas fibras musculares, devido à glicólise anaeróbia.

Dentre as drogas relacionadas, há uma que tem sido detectada em alguns atletas que participam de competições esportivas e utilizada por jovens ou adolescentes que cultuam o chamado “corpo sarado”. Trata-se: a) do ecstasy, pois melhora o desempenho nas práticas esportivas, embora provoque ansiedade. b) do anabolizante que, na forma de esteróides, aumenta a massa muscular, sem provocar sérios problemas ou danos à saúde. c) do anabolizante que, na forma de esteróides, aumenta a massa muscular mas pode causar esterilidade, impotência e doenças cardíacas. d) do ecstasy, pois aumenta a massa muscular, embora provoque depressão. e) da cocaína, pois acelera a circulação e, conseqüentemente, as contrações musculares, embora provoque sérios efeitos colaterais.

QUESTÃO 07 - A hipófise produz e secreta uma série de hormônios que têm ação em órgãos distintos, sendo, portanto, considerada a mais importante glândula do sistema endócrino humano. Sobre os hormônios hipofisários, é correto afirmar que: a) o FSH, produzido na hipófise anterior, facilita o crescimento dos folículos ovarianos e aumenta a motilidade das trompas uterinas durante a fecundação. b) a vasopressina, secretada pelo lobo posterior da hipófise, é responsável pela reabsorção de água nos túbulos renais. c) o hormônio adenocorticotrópico (ACTH) é um esteróide secretado pela adeno-hipófise e exerce efeito inibitório sobre o córtex adrenal. d) o comportamento maternal e a recomposição do endométrio, após o parto, ocorrem sob a influência do hormônio prolactina. e) o hormônio luteinizante atua sobre o ovário e determina aumento nos níveis do hormônio folículo estimulante (FSH) após a ovulação.

QUESTÃO 09 - Certo medicamento inibe o funcionamento da enzima responsável pela degradação de uma substância I, que estimula a produção de insulina. Se uma pessoa ingerir dose diária desse medicamento, adequada a seu organismo, deverá apresentar: a) aumento dos níveis de glicose no sangue, uma vez que sua atividade pancreática aumentará. b) redução dos níveis de glicose no sangue, uma vez que a atividade da substância I diminuirá. c) aumento dos níveis de glicose no sangue, pois a produção de insulina será estimulada.

97


BIOLOGIA d) redução dos níveis de glicose no sangue, pois a produção de insulina será estimulada. e) maior degradação de glicogênio no fígado, o que implicará redução dos níveis de glicose no sangue.

a) o anabolismo como o processo básico. b) o catabolismo como o processo básico. c) o catabolismo como síntese de moléculas variadas. d) a homeostase como o processo de fragmentação de moléculas. e) a homeostase como o processo de síntese de moléculas simples.

QUESTÃO 10 - Se uma pessoa leva um susto, seus vasos sangüíneos se contraem (fica branca) e seu coração acelera os batimentos (dispara). Isto acontece porque: a) as glândulas supra-renais liberam no sangue uma grande quantidade de adrenalina b) o pâncreas libera no sangue uma grande quantidade de insulina c) o pâncreas libera no duodeno uma grande quantidade de suco pancreático d) as glândulas sudoríparas se contraem repentinamente e) a hipófise libera no sangue uma grande quantidade de hormônio gonadotrópico

QUESTÃO 13 - “Ceará joga fora opção alimentar” Segundo pesquisas da UFC, a cada ano 800 toneladas de carne de cabeça de lagosta não são aproveitadas sendo lançadas ao mar. “0 estudo sobre hidrólise enzimática de desperdício de lagosta”, título do pesquisador Gustavo Vieira, objetiva o uso de material de baixo custo para enriquecer a alimentação de populações carentes. O processo consiste na degradação de moléculas orgânicas complexas em simples por meio de um catalisador e na posterior liofilização. O pó resultante é de alto teor nutritivo, com baixa umidade e resiste, em bom estado de conservação, por lon(Jornal do Brasil - 27/08/04) gos períodos. Com base nos processos descritos no artigo anterior, assinale a opção correta. a) As moléculas orgânicas simples obtidas são glicerídios que são utilizados pelo organismo com função reguladora. b) As moléculas orgânicas complexas empregadas são proteínas que, ao serem digeridas em aminoácidos são utilizadas pelo organismo com função estrutural. c) O catalisador do processo é uma enzima capaz de degradar proteínas em monossacarídeos essenciais à liberação de energia para as atividades orgânicas. d) A hidrólise enzimática de moléculas orgânicas complexas é realizada por catalisador inorgânico em presença de água. e) O alto teor nutritivo do produto é devido ao fato de as moléculas orgânicas simples obtidas serem sais minerais indispensáveis ao desenvolvimento orgânico.

QUESTÃO 11 - O cálcio desempenha papel importante em vários processos fisiológicos do homem. Por isso, é indispensável a manutenção dos níveis plasmáticos de cálcio em estreitos limites, o que ocorre com a participação de alguns hormônios. Acerca do exposto acima, pode-se afirmar: a) A diminuição da concentração plasmática de cálcio é um fator de estímulo para a liberação de calcitonina pelas células parafoliculares da tireóidea. b) A diminuição da concentração plasmática de cálcio é um fator de estímulo para a liberação do paratormônio pelas paratireóideas. c) A elevação da concentração plasmática de cálcio é um fator de estímulo para a liberação de triiodotironina e tiroxina pela tireóidea. d) A elevação da concentração plasmática de cálcio é um fator de estímulo para a liberação de aldosterona pelo córtex das adrenais. e) A diminuição da concentração plasmática de cálcio é um fator de estímulo para a liberação de adrenalina pela medula das adrenais.

QUESTÃO 14 - O metabolismo celular depende de uma série de reações químicas controladas por enzimas, isto é, proteínas que atuam como catalisadores e que podem sofrer mutações genéticas sendo modificadas ou eliminadas. Assinale a alternativa correta, levando em conta os ácidos nucléicos, a ocorrência de mutações e as consequentes mudanças do ciclo de vida da célula. a) O DNA é constituído por códons, que de-

QUESTÃO 12 - Algumas reações fragmentam moléculas orgânicas complexas e ricas em energia, originando moléculas mais simples e pobres em energia como dióxido de carbono, água e amônia. O conjunto dessas reações caracteriza:

98


BIOLOGIA ações. d) atuam em qualquer temperatura, pois sua ação catalítica independe de sua estrutura espacial. e) sendo proteínas, por mudança de pH, podem perder seu poder catalítico ao se desnaturarem.

terminam a sequência de bases do RNA mensageiro, necessária à formação dos anticódons, responsáveis pela produção das proteínas. b) No caso de uma mutação acarretar a transformação de um códon em outro relacionado ao mesmo aminoácido, não haverá alteração na molécula protéica formada, nem no metabolismo celular. c) A mutação altera a sequência de aminoácidos do DNA, acarretando alterações na sequência de bases do RNA mensageiro e, consequentemente, na produção das proteínas. d) As mutações atuam diretamente sobre as proteínas, provocando a desnaturação dessas moléculas e, consequentemente, a inativação delas. e) Quando algumas proteínas são alteradas por mutações, suas funções no metabolismo celular passam a ser realizadas pelos aminoácidos.

QUESTÃO 17 - Qual das seguintes situações pode levar o organismo de uma criança a tornar-se imune a um determinado agente patogênico, por muitos anos, até mesmo pelo resto de sua vida? a) Passagem de anticorpos contra o agente, da mãe para o feto, durante a gestação. b) Passagem de anticorpos contra o agente, da mãe para a criança, durante a amamentação. c) Inoculação, no organismo da criança, de moléculas orgânicas constituintes do agente. d) Inoculação, no organismo da criança, de anticorpos específicos contra o agente. e) Inoculação, no organismo da criança, de soro sanguíneo obtido de um animal imunizado contra o agente.

QUESTÃO 15 - OSTEOPOROSE AFETA 25% DAS MULHERES NA MENOPAUSA. (“Folha de São Paulo”, 17-09-13)

Para prevenção da osteoporose recomendam-se, entre outras medidas, caminhadas e sol. Esse tratamento preventivo leva o organismo a produzir: a) estrogênios, que reduzem a atividade osteoclástica dos ossos. b) estrogênios, que são necessários para uma maior absorção de cálcio e de fosfato nos ossos. c) vitamina A, que é o radical prostético de enzimas que atuam na absorção de cálcio e fósforo. d) vitamina C, necessária nos processos de cicatrização das fraturas, por aumentar a atividade osteoblástica dos ossos. e) vitamina D, que aumenta a absorção do cálcio pelo intestino.

QUESTÃO 18 - Quando o corpo humano é invadido por elementos estranhos, o sistema imunológico reage. No entanto, muitas vezes o ataque é tão rápido que pode levar a pessoa à morte. A vacinação permite ao organismo preparar sua defesa com antecedência. Mas, se existe suspeita de mal já instalado, é recomendável o uso do soro, que combate de imediato os elementos estranhos, enquanto o sistema imunológico se mobiliza para entrar em ação. Considerando essas informações, o soro específico deve ser usado quando: a) um idoso deseja se proteger contra gripe. b) uma criança for picada por cobra peçonhenta. c) um bebê deve ser imunizado contra poliomielite. d) uma cidade quer prevenir uma epidemia de sarampo. e) uma pessoa vai viajar para região onde existe febre amarela.

QUESTÃO 16 - Em relação às enzimas, podemos afirmar que: a) não podem ser reutilizadas, pois reagem com o substrato, tornando-se parte do produto. b) são catalisadores eficientes por se associarem de forma inespecífica a qualquer substrato. c) seu poder catalítico resulta da capacidade de aumentar a energia de ativação das re-

QUESTÃO 19 - As gorduras, para serem utilizadas no metabolismo energético, sofrem as transformações indicadas no esquema a seguir:

99


BIOLOGIA

A acetil-coenzima A, por sua vez: a) sofre as reações da glicólise, convertendo-se em piruvato que se acumula nos músculos. b) sofre as reações do ciclo de Krebs e da cadeia respiratória, convertendo-se em gás carbônico e água. c) transforma-se em ácido lático, que se acumula nos músculos, causando a fadiga muscular. d) transforma-se em glicogênio, que fica armazenado nos músculos e no fígado. e) é transportada até os lisossomos onde é hidrolisada.

GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

QUESTÃO 20 - Na embalagem de um antibiótico, encontra-se uma bula que, entre outras informações, explica a ação do remédio do seguinte modo: O medicamento atua por inibição da síntese protéica bacteriana. Essa afirmação permite concluir que o antibiótico a) impede a fotossíntese realizada pelas bactérias causadoras da doença e, assim, elas não se alimentam e morrem. b) altera as informações genéticas das bactérias causadoras da doença, o que impede manutenção e reprodução desses organismos. c) dissolve as membranas das bactérias responsáveis pela doença, o que dificulta o transporte de nutrientes e provoca a morte delas. d) elimina os vírus causadores da doença, pois não conseguem obter as proteínas que seriam produzidas pelas bactérias que parasitam. e) interrompe a produção de proteína das bactérias causadoras da doença, o que impede sua multiplicação pelo bloqueio de funções vitais

100

01

02

03

04

05

06

07

08

09

10

E

B

D

C

C

E

B

C

D

A

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

B

B

B

B

E

E

C

B

B

E


FOLHA DE REDAÇÃO ALUNO(A)__________________________________________________________________________________ DATA:________/________/________

TÍTULO (OPCIONAL) 01 02

03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 RESERVADO AO CORRETOR Competências Pontos

Níveis

I

1 2 3 4 5

II

1 2 3 4 5

III

1 2 3 4 5

IV

1 2 3 4 5

V

1 2 3 4 5

Total Média (Nota Final)

INSTRUÇÕES 1. Preencha o seu nome e assine nos locais apropriados. 2. A transcrição da sua redação deve ser feita preferencialmente com caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente. 3. Em nenhuma hipótese, haverá substituição desta folha por erro de preenchimento do participante. 4. Escreva a sua redação com letra legível. No caso de erro, risque com um único traço e escreva, em seguida, o respectivo substitutivo. Lembre-se: parênteses não podem ser usados para tal finalidade. 5. Não será avaliado texto escrito em local indevido. Respeite rigorosamente as margens. 6. Não será permitido utilizar material de consulta. 7. Não será permitido o empréstimo de qualquer material entre os participantes. • Atenção: A redação será corrigida a partir de 8 linhas.

101

CORRETOR

Nome Data:_____/_____/_____


GRADE CORREÇÃO Nível 0 0,0 | Nível I 2,0 | Nível II 4,0 | Nível III 6,0 | Nível IV 8,0 | Nível V 10,0 COMPETÊNCIA

CRITÉRIOS (Níveis)

I Demonstrar domínio da norma padrão da língua escrita.

0. Demonstra desconhecimento da norma padrão, de escolha de registro e de convenções da escrita. 1. Demonstra domínio insuficiente da norma padrão, apresentando graves e frequentes desvios gramaticais, de escolha de registro e de convenções da escrita. 2. Demonstra domínio mediano da norma padrão, apresentando muitos desvios gramaticais, de escolha de registro e de convenções da escrita. 3. Demonstra domínio adequado da norma padrão, apresentando alguns desvios gramaticais e de convenções da escrita. 4. Demonstra bom domínio da norma padrão, com poucos desvios gramaticais e de convenções da escrita. 5. Demonstra excelente domínio da norma padrão, não apresentando ou apresentando escassos desvios gramaticais e de convenções da escrita.

II Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativoargumentativo.

0. Foge ao tema proposto. 1. Desenvolve de maneira tangencial o tema ou apresenta inadequação ao tipo textual dissertativo-argumentativo. 2. Desenvolve de forma mediana o tema a partir de argumentos do senso comum, cópias dos textos motivadores ou apresenta domínio precário do tipo textual dissertativo-argumentativo. 3. Desenvolve de forma adequada o tema, a partir de argumentação previsível e apresenta domínio adequado do tipo textual dissertativo-argumentativo. 4. Desenvolve bem o tema a partir de argumentação consistente e apresenta bom domínio do tipo textual dissertativo-argumentativo. 5. Desenvolve muito bem o tema com argumentação consistente, além de apresentar excelente domínio do tipo textual dissertativo-argumentativo, a partir de um repertório sociocultural produtivo.

III Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.

0. Não defende ponto de vista e apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos incoerentes. 1. Não defende ponto de vista e apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos pouco relacionados ao tema. 2. Apresenta informações, fatos e opiniões, ainda que pertinentes ao tema proposto, com pouca articulação e/ou com contradições, ou limita-se a reproduzir os argumentos constantes na proposta de redação em defesa de seu ponto de vista. 3. Apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema proposto, porém pouco organizados e relacionados de forma pouco consistente em defesa de seu ponto de vista. 4. Seleciona, organiza e relaciona informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema proposta de forma consistente, com indícios de autoria, em defesa de seu ponto de vista. 5. Seleciona, organiza e relaciona informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema proposta de forma consistente, configurando autoria, em defesa de seu ponto de vista. Apresenta informações desconexas, que não se configuram como texto. Não articula as partes do texto ou as articula de forma precária e/ou inadequada. Articula as partes do texto, porém com muitas inadequadas na utilização dos recursos coesivos. Articula as partes do texto, porém com algumas inadequações na utilização dos recursos coesivos. Articula as partes do texto, com poucas inadequações na utilização de recursos coesivos. Articula as partes do texto, sem inadequações na utilização dos recursos coesivos.

IV Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguístico necessários para a construção da argumentação.

0. 1. 2. 3. 4. 5.

V Elaborar proposta de solução para o problema abordado, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.

0. Não elabora proposta de intervenção. 1. Elabora proposta de intervenção tangencial ao tema ou a deixa subentendida no texto. 2. Elabora proposta de intervenção de forma precária ou relacionada ao tema mas não articulada com a discussão desenvolvida no texto. 3. Elabora proposta de intervenção relacionada ao tema mas pouco articulada à discussão desenvolvida no texto. 4. Elabora proposta de intervenção relacionada ao tema e bem articulada à discussão desenvolvida no texto. 5. Elabora proposta de intervenção inovadora relacionada ao tema e bem articulada à discussão desenvolvida em seu texto, com detalhamento.

Aspectos considerados na avaliação de cada competência

Comp. I

a) Adequação ao Registro • Grau de formalidade. • Variedade linguística adequada ao tipo de texto e à situação de interlocução.

b) Norma Gramatical • Sintaxe de concordância, regência e colocação. • Pontuação. • Flexão.

Comp. II

a) Tema • Compreensão da proposta. • Desenvolvimento do tema a partir de um projeto de texto.

b) Estrutura • Encadeamento das partes do texto • Progressão temática.

Comp. III

a) Coerância Textual • Organização do texto quanto à sua lógica interna e externa.

b) Argumentatividade

Comp. IV

a) Coesão Lexical • Adequação no uso de recursos lexicais, tais como: sinônimos, hiperônimos, repetição, reiteração etc.

b) Coesão Gramatical • Adequação no emprego de conectivos, tempos verbais, pontuação, sequência temporal, relações anafóricas, conectores intervocabulares, interparágrafos etc.

Comp. V

Cidadania ativa com proposta solidária, compartilhada e inovadora.

102

c) Convenções da Escrita • Escrita das palavras (ortografia, acentuação). • Maiúsculas / minúsculas.

c) Indícios de Autoria • Presença de marcas pessoais manifestas no desenvolvimento temático e na organização textual.



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.