Robótica Educacional

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2013 | 2014


Governo do Estado do Ceará Cid Ferreira Gomes Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social – STDS Josbertini Virgínio Clementino Coordenação da Promoção do Trabalho e Renda Robson de Oliveira Veras Célula de Educação Social e Profissional Alysson Leonard Rodrigues Ferreira Centro de Inclusão Tecnológica e Social – CITS Bete Angelim



Sumário

Parte I POR QUE DEVEMOS ESTUDAR SOBRE EMPREENDEDORISMO?.............................................. 5 COMO SURGIU ESSE TAL EMPREENDEDORISMO?..................................................................... 7 ENTÃO O QUE É EMPREENDORISMO?........................................................................................ 10 Empreendedorismo Empresário AFINAL, QUAL A DIFERENÇA ENTRE EMPREENDEDOR E EMPRESÁRIO?.............................. 13

Parte II O PROCESSO EMPREENDEDOR.................................................................................................... 23 CONCEITOS E FERRAMENTAS DE AUXÍLIO AO PROCESSO EMPREENDEDOR..................... 28 PLANO DE NEGÓCIO, PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO OU MODELO DE NEGÓCIO?....... 35 EMPREENDEDORISMO NA REAL................................................................................................... 42 O QUE É ÉTICA?............................................................................................................................... 52 ÉTICA PROFISSIONAL...................................................................................................................... 57

Parte III INTRODUÇÃO À CIDADANIA......................................................................................................... 63 CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS............................................................................................. 66 DIREITOS E DEVERES....................................................................................................................... 68 CIDADANIA CONTEMPORÂNEA................................................................................................... 74 Referências......................................................................................................................................... 77


Parte 1

Empreendorismo Amanda Conrado


Empreendedorismo parte 1 Nesse módulo vamos entender a importância de estudar sobre empreendedorismo, como você pode usá-lo em seu favor e a origem de tal conceito. A partir disso, ficará mais fácil compreender o que é empreendedorismo, e quem é o empreendedor; através de um conjunto de características que estabelecem alguns perfis. No final, vai ser possível perceber a diferença peculiar entre empreendedor e empresário.

Construções Incas – Foto retirada da internet.

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INTRODUÇÃO À EMPREENDEDORISMO

POR QUE DEVEMOS ESTUDAR SOBRE EMPREENDEDORISMO? É recorrente a história de professores de empreendedorismo que receberam testemunhos de alunos que, inicialmente, não entendiam a razão da disciplina ter sido incluída na grade curricular, e depois acabaram percebendo que se tratava de uma das mais importantes para sua formação profissional. É através do estudo do empreendedorismo, que se toma conhecimento de que a vida escolar não se resume a obter um diploma que possa garantir a colocação em algum emprego futuro. Em primeiro lugar, o diploma não oferece esta garantia, mas sim, a competência adquirida. Em segundo lugar: a garantia de uma colocação no mercado de trabalho depende de uma série de circunstâncias, coincidências e atitudes, competência profissional, capacidade de relacionamento e comprometimento individual. Ao se estudar empreendedorismo, dialogamos constantemente com outras áreas do conhecimento humano como, por exemplo, comportamento pessoal e organizacional, recursos humanos, comunicação, ética, marketing, etc. Estudar empreendedorismo permite descobrir a diferença que existe entre empreendedor e empresário, aprendendo que nem todo empreendedor é empresário, mas todo empresário, para ter sucesso, necessita ser empreendedor. Para ter sucesso como empregado, toda pessoa precisa se tornar um empreendedor de maneira a transformar as dificuldades do caminho em possibilidades de promoções e crescimento pessoal, sendo uma dessas maneiras, se tornar indispensável dentro da estrutura organizacional na qual está inserido.

Sucesso ou fracasso através do empreendedorismo.

Sucesso?

Empreendedor Fracasso?

Outra vantagem de se estudar empreendedorismo na escola é o de ter a oportunidade de conhecer o que vem a ser um Plano de Negócio e depois, na vida profissional, estarem familiarizados, conscientizados e capacitados para sua preparação, elaboração e detalhamento. Ao sair da ótica centenária de treinar pessoas apenas para preencherem vagas nas empresas, as escolas que começam a oferecer estudo de empreendedorismo em suas grades curriculares, estão lançando no mercado, candidatos com maior capacidade de gerar lucros a seus empregadores e, assim, num primeiro momento, estão colaborando Empreendedorismo - 5


para inverter uma polaridade social interessante, pois seus alunos têm a oportunidade de se tornarem fortes candidatos a empregados num mercado com emprego em baixa. Trata-se do mesmo paradoxo que se observa quando, para fugir do desemprego, o empreendedor inicia um novo negócio e logo, com o seu próprio crescimento, acaba proporcionando a geração de novos empregos para auxiliares que irão permitir e viabilizar seu crescimento. Temos desta forma, o estabelecimento de um bem-vindo círculo virtuoso, onde, o desemprego gera empreendedorismo e o empreendedorismo gera emprego. Ao formar profissionais empreendedores, as escolas estarão oferecendo ao mercado funcionários mais capazes de dar lucro a seus empregadores, e isso é tudo o que qualquer empreendedor sonha ao abrir ou desenvolver o seu próprio negócio. Já se nota certa tendência em um grande número de escolas, desde o ensino fundamental, passando pelo médio e chegando ao ensino superior, em brindar seus alunos com matérias ligadas ao tema do empreendedorismo e tudo leva a crer que essa tendência seja irreversível, o que é muito bom. Adaptação do texto de Cezar Magalhaes (ver referências).

CONCLUSÃO O estudo do empreendedorismo não limita sua aplicação em outros âmbitos da vida que não a criação de uma empresa. Você pode compreender as características e perfis do empreendedor, as ferramentas e conceitos usados nesse processo de empreender para aplicar na sua vida pessoal e profissional. Pense que empreender é uma habilidade (na verdade, conjunto de habilidades) que podemos adquirir para gerir nossas vidas e carreiras com foco no sucesso. Na gestão de sua carreira haverá um momento de escolha: vou ser empregado ou empregador? Claro que, neste percurso alguns de nós poderemos escolher pelo negócio próprio, essa escolha pode ser determinada em partes pelo potencial de empreender que existe dentro de você. Em todo caso, estudar empreendedorismo só nos agrega vivencias e conhecimentos. Parreira Jr. (2013) afirma que o objetivo de ensinar empreendedorismo é o de permitir o desenvolvimento de uma sociedade empreendedora através do trabalho de indivíduos inovadores, independentes, que aceitam riscos e tomam pra si a tarefa de transformar a sua realidade. É preciso libertar o sujeito que tem a capacidade de sonhar e transformar estes sonhos em realidade, ou seja, é preciso liberar o empreendedor que existe em cada um.

ATIVIDADE DE REFLEXÃO • O que você entende por empreendedorismo? • Mediante a leitura do texto acima, formule um pequeno texto expondo qual a importância que você enxerga em estudar empreendedorismo.

ATIVIDADE EXTRACLASSE • Pergunte a alguns amigos o que eles entendem por empreendedorismo. • Assista: http://www.youtube.com/watch?v=3BptB9nMcnw – a importância de estudar empreendedorismo desde cedo. • Assista: http://www.youtube.com/watch?v=fHlJWKchm94 – perguntas e respostas sobre o ensino de empreendedorismo. • Curta e frequente: https://www.facebook.com/Empreendoteca?fref=ts 6 - Robótica Educacional


2 COMO SURGIU ESSE TAL EMPREENDEDORISMO? Aquele que assume riscos e começa algo novo é o que significa a palavra “empreendedor” (entrepreneur) em sua origem francesa. Este conceito não foi inventado da noite para o dia, as ações empreendedoras sempre existiram. Para entender melhor como ele surgiu vamos ver a historia do empreendedorismo. Para entender de onde surgiu esse termo os historiadores estudaram os heróis que seriam tomados como modelos pelas gerações seguintes, estes eram imitados fazendo as civilizações tê-los como referência a fim de superar obstáculos e a aumentar os limites do possível (PARREIRA, 2013). A conclusão de que um povo estimulado por tais influências desenvolve uma grande necessidade de realização pessoal. Definiram então os empreendedores como pessoas voltadas para a autorrealização. Mas sua concepção do empreendedor é diferente da atual, vendo-o mais como o gerente das grandes organizações, alguém que exerce controle sobre uma produção que não se destine somente ao seu consumo pessoal. (PARREIRA, 2013, p.17) Dornelas (2008) faz uma análise histórica de figuras que assumiram posturas empreendedoras no passado: Primeiro exemplo de uma postura expressivamente empreendedora pode ser creditado a Marco Polo, que tentou estabelecer uma rota comercial para o Oriente. Como empreendedor, Marco Polo assinou o contrato com um homem que possuía dinheiro (hoje mais conhecido como capitalista) para vender as mercadorias deste. Enquanto o capitalista era alguém que assumia riscos de forma passiva, o aventureiro empreendedor assumia papel ativo, correndo todos os riscos físicos e emocionais. Marco Polo e sua rota pelo oriente

FONTE: retirado da internet

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• Idade Média: o termo empreendedor foi utilizado para definir aquele que gerenciava grandes projetos de produção. Esse indivíduo não assumia grandes riscos, apenas gerenciava os projetos, utilizando os recursos disponíveis, geralmente provenientes do governo do país. • Século XVII: os primeiros indícios da relação entre assumir riscos e empreendedorismo ocorreram nessa época, em que o empreendedor estabelecia um acordo contratual com o governo para realizar algum serviço ou fornecer produtos. Como geralmente os preços eram pré-fixados, qualquer lucro ou prejuízo era exclusivo do empreendedor. Richard Cantillon, importante escritor e economista do século XVII, considerado por muitos como um dos criadores do termo empreendedorismo, tendo sido um dos primeiros a diferenciar o empreendedor (aquele que assumia riscos) do capitalista (aquele que fornecia o capital). • Século XVIII: o capitalista e o empreendedor foram finalmente diferenciados, provavelmente devido ao início da industrialização que ocorria no mundo (veremos mais na próxima unidade). Um exemplo foi o caso das pesquisas referentes à eletricidade e química, de Thomas Edison, que só foram possíveis com o auxílio de investidores que financiaram os experimentos. No final deste século, empreendedor passou a indicar a pessoa que criava e conduzia projetos e empreendimentos. Nessa época, o termo se referia a pessoas que compravam matérias-primas e as vendiam a terceiros, depois de processá-las, identificando, portanto, uma oportunidade de negócios e assumindo riscos. Thomas Edison

FONTE: retirada da internet.

• Séculos XIX e XX: os empreendedores foram frequentemente confundidos com os gerentes ou administradores (o que ocorre até os dias atuais), sendo analisados meramente de um ponto de vista econômico, como aqueles que organizam a empresa, pagam os empregados, planejam, dirigem e controlam as ações desenvolvidas na organização, mas sempre a serviço do capitalista. Várias concepções do que seria empreendedor surgiram ao longo da historia, mas o que perdura até hoje é a característica de que empreendedor é alguém que inova e é agente de mudanças (PARREIRA JR. 2013). Mas ainda assim, muitos outros autores discutem o conceito de empreendedorismo e o que estaria dentro ou fora desse conceito. É o que veremos nas próximas unidades.

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CONCLUSÃO Muitos conceitos que nós usamos hoje não surgiram por um acaso. Na verdade as pessoas sempre fizeram ações empreendedoras ou mostraram características de um empreendedor, mas não se tinha consciência nem se usava esse nome. Acontece que um dia alguém observou os comportamentos dessas pessoas e viu que tinha algo em comum. Observou e batizou tal comportamento de empreendedor. Claro que a palavra “empreendedor” já existia (talvez com sentidos diferentes do que temos hoje) e foi apenas se aperfeiçoando com o tempo.

ATIVIDADE EXTRACLASSE • Assista: http://www.youtube.com/watch?v=n9B6uZZ4FgA princípios de mentalidade empreendedora.

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3 ENTÃO O QUE É EMPREENDORISMO? Mas afinal, qual é a definição de empreendedorismo? Ao lermos livros sobre empreendedorismo certamente iremos encontrar vários conceitos, ora parecidos, ora bem distintos. Abaixo, mostraremos algumas dessas definições para empreendedorismo e empreendedor.

EMPREENDEDORISMO É o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam à transformação de ideias em oportunidades. E a perfeita implementação destas oportunidades leva à criação de negócios de sucesso (DORNELAS,2008). O empreendedorismo reúne atividades de um administrador voltado para a manutenção das atividades e um administrador com perfil empreendedor, orientado para a mudança, a inovação e a identificação de oportunidades. (STEVENSON E GUMPERT, 1985 apud SOUZA; JÚNIOR. 2011). Para a pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor) empreendedorismo é qualquer tentativa de criação de um novo negócio ou novo empreendimento (SOUZA; JÚNIOR. 2011). É a identificação de novas oportunidades de negócio, independentemente dos recursos que se acham disponíveis. (HARVARD BUSINESS SCHOOLapud SOUZA; JÚNIOR. 2011)

EMPREENDEDOR O empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais. (SCHUMPETER. 1949 apud SOUZA; JÚNIOR. 2011). Empreendedor também é visto como aquele que cria um equilíbrio, encontrando uma posição clara e positiva em um ambiente de caos e turbulência, ou seja, identificando oportunidades na ordem presente (KIRZNER. 1973 apud DORNELAS. 2008).

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De acordo com Schumpeter, o empreendedor é aquele que cria novos negócios, dentro ou fora da empresa (DORNELAS. 2008). Aquele que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela, assumindo riscos calculados. (DORNELAS. 2008) Ser empreendedor é um estado de espírito e mais do que isso, uma necessidade na sociedade atual. Cabe ao empreendedor ser o agente de mudança e ainda fazer do seu autodesenvolvimento a mola mestra do seu sucesso, do sucesso da sua empresa (como funcionário ou dono) e, consequentemente, do seu país (ROBSON PANIAGO. 2013). A ação dos empreendedores provoca impacto na economia e ao mesmo tempo em que gera progresso e desenvolvimento com suas atitudes. Resumindo os conceitos citados acima se tem que em qualquer conceito de empreendedor deve está presente os seguintes pontos (DORNELAS. 2008): • Iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz; • Usa os recursos disponíveis de forma criativa (transformando o ambiente social econômico em que vive); • Aceita assumir riscos calculados e a possibilidade de fracassar. Podemos considerar que se uma pessoa qualquer possui uma empresa, mas não realiza inovações contínuas, fazendo somente a administração trivial não é um empreendedor. Percebemos então que a inovação é uma característica presente em todas as definições apresentadas. Vimos com esses conceitos que fica mais fácil entender o que é empreendedorismo, o que é o “ser” que o executa (chamado de “ser empreendedor”). Existem vários tipos de empreendedores, inúmeras características que formam certos perfis, diversas formas de motivação para a ação empreendedora. Esses pontos serão vistos na próxima unidade.

CONCLUSÃO Lembrando que o conceito de empreendedor ainda é novo e que ainda está em formação por isso as múltiplas definições existentes para o próprio. O mesmo acontece com o seu agente: o empreendedor.Porém, se analisarmos detalhadamente todos esses conceitos poderemos perceber alguma similaridade entre eles formando um corpo homogêneo: empreendedorismo está ligado principalmente a identificação de oportunidades e criação de novos negócios. Já o conceito de empreendedor está bem ligado a inovação (que estudaremos posteriormente).

ATIVIDADE REFLEXIVA

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Com base na leitura deste capítulo, elabore um conceito próprio para empreendedorismo e empreendedor.

Este é ________________________________________. Um jovem rapaz que está iniciando sua vida profissional, assim como todos de sua idade, quer fazer algo que lhe dê possibilidade de ganhar dinheiro. Iniciativa, ousadia e criatividade são suas principais qualidades, porém é muito tímido para falar em público e por isso mesmo tem poucas amizades. Ele lê muito e está “antenado” nas novidades que acontecem no mundo, principalmente, de sua cidade. Quanto ao personagem que acabou de conhecer, dê uma dica a ele... O que você faria? Que planos traçaria nesta situação para uma carreira promissora?

LEITURA COMPLEMENTAR GEM - Global Entrepreneurship Monitor GEM é um projeto de pesquisa que tem a finalidade de aprofundar o conhecimento sobre questões relacionadas ao empreendedorismo. Tem como objetivo facilitar as comparações entre os países a respeito da atividade empreendedora, estimar o papel da atividade empreendedora no crescimento econômico, determinar as condições responsáveis pelas diferenças entre os países em relação ao nível de empreendedorismo e facilitar políticas que possam ser eficazes no incremento dos negócios. Dentre seus principais estudos estão: os motivos que levam as pessoas a empreenderem; como é o empreendedorismo brasileiro, seu nível e características; soluções para promover o empreendedorismo no Brasil; oportunidades de novos negócios e o panorama do empreendedorismo em empresas familiares. Fonte: http://www.gemconsortium.org/docs/download/446

ATIVIDADE EXTRACLASSE Veja mais sobre o GEM - http://www.gemconsortium.org/docs/download/438 Assista: http://www.youtube.com/watch?v=CYrR5yyzNes – O que é um empreendedor. Assista: http://www.youtube.com/watch?v=pHgYsHhS1aQ – Empreendedorismo, o que é?

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4 AFINAL, QUAL A DIFERENÇA ENTRE EMPREENDEDOR E EMPRESÁRIO? O administrador tem sido objeto de estudo há muito mais tempo que o empreendedor. Todo empreendedor necessariamente deve ser um bom administrador para obter sucesso, no entanto, nem todo bom administrador é um empreendedor. O empreendedor é semelhante ao administrador, mas se distancia do gerente e do executivo. O empreender tem algo mais que o administrador, características como maior capacidade de assumir riscos, criatividade, consequentemente poder de inovação, são visionários dentre outras características peculiares que serão vistas na próxima unidade. Para entender quais são estas características adicionais é preciso entender o que faz o administrador, então, poderemos diferenciá-los.

O empreendedor

X O empresário

FONTE: retirada da internet.

O administrador é responsável por planejar, organizar, dirigir e controlar as atividades de uma empresa com intuito de atingir um objetivo determinado. Naturalmente ele segue padrões e regras estipuladas, calculando os riscos e buscando os melhores caminhos estratégicos. O empreendedor faz o mesmo quando está envolvido nos negócios, porém como já foi mencionado é mais flexível e criativo. Os desafios do empreendedor

FONTE: retirada da internet.

Em uma situação de adversidade ou em que exija escolhas importantes o empreendedor teria menos medo de arriscar em ideias inovadoras e revolucionarias. Este fato tem um lado positivo e negativo. Positivamente: a empresa pode obter ganhos exponenciais derivados de uma inovação que a faça ganhar da concorrência. Negativamente: esta escolha pode não dar certo, portanto, a grade escolha é tentar e ganhar ou ficar no mesmo lugar de sempre. Empreendedorismo - 13


No quadro abaixo se pode perceber algumas diferenças entre as ações de um empreendedor e do administrador:

Domínio do empreendedor X Domínio do administrador DIMENSÕES CHAVE DO NEGÓCIO Orientação estratégica Análise de oportunidades Comprometimento recursos Controle dos recursos Estrutura gerencial

DOMÍNIO EMPREENDEDOR

DOMÍNIO ADMINISTRATIVO

Percepção de oportunidades Revolucionário de curta duração

Controle dos recursos Revolucionário de longa duração dos Mínima utilização em estágios Decisão tomada passo a passo periódicos com base no orçamento Uso mínimo dos recursos Habilidade no emprego de existentes recursos Informal com muito relaciona- Formal com respeito à mento interpessoal hierarquia

FONTE: Adaptado de Dornelas (2008).

O empreendedor é um administrador, mas com diferenças consideráveis em relação aos gerentes e executivos tradicionais, pois os empreendedores são mais visionários que os gerentes. Desta forma, quando uma organização cresce, os empreendedores geralmente têm dificuldade em tomar decisões do dia-a-dia dos negócios, pois se preocupam mais com aspectos estratégicos, com os quais se sentem mais à vontade (SILVA, 2007, p. 9).

CONCLUSÃO Apesar das vantagens que foram apontadas nas ações do empreendedor, é importante lembrar que as atividades administrativas são essenciais para a sobrevivência do negócio, pois nem só de ideias e ousadia se faz uma empresa. Há de se destacar também que uma mesma pessoa pode acumular várias dessas figuras: as duas que foram aqui apresentadas e outras como: o gerente, executivo e o capitalista.

ATIVIDADE DE REFLEXÃO Você está sendo inserido no mundo dos negócios. É natural que existam termos específicos da área que você possa não compreender inteiramente. Abaixo, existem alguns desses termos que você encontrou no decorrer do texto. Em grupo, tentem diferenciar cada um desses termos.

ADMINISTRADOR

CAPITALISTA

EMPREENDEDOR

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EMPRESÁRIO GERENTE

EXECUTIVO


ADMINISTRADOR: _________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ EMPREENDEDOR: _________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ GERENTE: _________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ CAPITALISTA: ______________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ EMPRESÁRIO: _____________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ EXECUTIVO: ______________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________

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LEITURA COMPLEMENTAR A diferença entre ser empreendedor e ser empresário Apesar de normalmente serem palavras associadas à mesma função, na prática, há uma grande diferença entre esses dois perfis. Basicamente, ser empresário é uma profissão, enquanto ser empreendedor está muito mais ligado a uma postura, uma forma de ver o mundo. Em termos gerais, o empresário é aquele que possui um ótimo conhecimento em técnicas de administração como planejamento, controle financeiro, marketing, vendas e gestão de pessoas. Porém, quantas empresas observamos que estão estagnadas há muito tempo sem nenhuma perspectiva de crescimento? Pois é, quando essa situação acontece e não existe a vontade de fazer algo novo, focando em gerar novas oportunidades, podemos dizer que o empresário não está sendo empreendedor. Por outro lado, é bastante comum observar pessoas fazendo a diferença, mesmo não tendo fundado a instituição que trabalham. Um ótimo caso é a história dos origamis de toalha presentes em diversos cruzeiros pelo mundo. Segundo a lenda (não há uma fonte oficial sobre essa história), enquanto todos da tripulação descansavam em uma das paradas do navio, uma camareira decidiu aproveitar a estadia e fazer um curso de como fazer animais de papel, através das técnicas de origami. Quando voltou ao navio, decidiu aplicar essas técnicas nas toalhas que colocava nas camas dos hóspedes e passou a deixá-las dobradas em formato de diversos animais como: cisnes, macacos, cachorros, etc. Surpresos com o simpático animal ao invés das tradicionais toalhas dobradas, os hóspedes acabavam deixando uma gorjeta muito maior para essa moça em comparação à média. Com o tempo, ela ensinou a técnica para as outras camareiras, que ensinaram para outras e hoje em dia essa é uma prática bem comum nesses navios de entretenimento. Considerando o sorriso gerado nos clientes e o aumento na média das gorjetas das camareiras ao redor de todo o mundo, podemos ou não considerar esse como um comportamento empreendedor? Escrito por: Millor Machado à revista exame (ver referencias).

ATIVIDADE EXTRACLASSE • Assista: http://www.youtube.com/watch?v=GCRZgUkVE88

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5 CONCEITUANDO EMPREENDEDORISMO E O EMPREENDEDOR MOTIVAÇÕES PARA EMPREENDER Os empreendedores podem ser diferenciados em função de sua motivação para desenvolver um negócio próprio. O objetivo é verificar se as iniciativas empreendedoras decorrem de oportunidades de negócio ou se estão relacionadas à falta de opções no mercado de trabalho. Duas formas são utilizadas para demonstrar a importância dessas motivações: o empreendedorismo por oportunidade e por necessidade. • Empreendedores por necessidade: são pessoas que perderam o emprego, ou não possuíam emprego, e tiveram que abrir um negócio, como alternativa de ocupação e renda para a sobrevivência; • Empreendedores por oportunidade: são pessoas atentas a novas oportunidades de negócio, que querem ser independentes na sua forma de sobreviver e existir. Parreira Jr. (2010) mostra que os seres humanos tendem a repetir seus modelos que deram certo. Isso ocorreu com as pessoas que tinham posturas empreendedoras e influenciava na motivação para outros serem empreendedores. Quanto mais o sistema de valores de uma sociedade distinguir positivamente da atividade empreendedora, maior será o número de pessoas que tenderão a optar por empreender, portanto, os empreendedores refletem as características do período e lugar em que vivem indicando que é um fenômeno regional, na medida em que a cultura, as necessidades e hábitos de uma região determinam comportamentos. A pessoa empreendedora pensa não somente em ganhar dinheiro, pensa também em ser independente ou realizar um sonho. A motivação empreendedora pode está associada a uma recompensa ou percepção de sucesso do empreendedor (RIBAS, 2010) Para abrir um negócio, o empreendedor é motivado por uma ponderação fatores acrescido de razões particulares (DEGAN. 2009 apud RIBAS, 2010): • • • • •

Vontade de ganhar dinheiro, mais do que seria possível na condição de empregado; Desejo de sair da rotina do emprego e levar suas próprias ideias; Vontade de determinar seu futuro e não dar satisfação a ninguém sobre seus atos; Necessidade de provar a si e a outros que é capaz de realizar um empreendimento; Desejo de desenvolver algo que traga reconhecimento e benefícios, não só para si, mas para a sociedade.

TIPOS OU PERFIS DE EMPREENDEDOR O empreendedor antes de ser empreendedor é um homem comum dotado de características pessoais. Essas características influenciam diretamente seu comportamento nos negócios. Abaixo serão apresentadas varias tentativas de classificar esses tipos e perfis de empreendedores.

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Dornelas (2008) propõe oito categorias de empreendedores:

Empreendedor nato Normalmente são pessoas que começaram de baixo e criaram grandes empresas, ainda jovens iniciaram sua jornada de trabalho adquirindo habilidade de negociação e venda, alcançado êxito em sua carreira. São visionários, otimistas, estão à frente de seu tempo e comprometem-se 100% para realizar os seus sonhos. Empreendedor que aprende É um tipo comum de empreendedor. É uma pessoa que encontrou uma oportunidade e tomou a decisão de mudar de vida para se dedicar ao seu próprio negócio. Antes de se tornar empreendedor acreditava que não gostava de assumir riscos, geralmente demora algum tempo para tomar a decisão de mudar de carreira, a não ser que seja por demissão ou em vias de ser demitido. Tem que aprender a lidar com as novas situações e se envolver com todas as atividades de um negócio. Esses dois primeiros tipos de empreendedor merecem melhor detalhamento. Há uma constante disputa na literatura defendendo a existência de uma ou outra característica: se nasce empreendedor ou é possível aprender o empreendedorismo. É o dilema do empreendedorismo nato X adquirido.

Empreendedor serial É o apaixonado não apenas pelas empresas que desenvolve, mas principalmente, pelo ato de empreender. Não se contenta em criar uma empresa e ficar administrando-a até torná-la uma grande corporação. É dinâmico e prefere os desafios de assumir a criação de novos empreendimentos para se manter motivado, sua maior habilidade é acreditar nas oportunidades e não descansar até sua efetivação. Tem habilidade em montar equipes, motivar as pessoas e captar recursos para iniciar novos empreendimentos. Empreendedor social Tem como missão de vida construir um mundo melhor para pessoas, normalmente está envolvido em causas humanitárias com grande compromisso, tem o desejo de criar oportunidades para os menos favorecidos ou de quem necessita ter acesso a elas. É um fenômeno mundial e possuem um papel social importante para suprir as lacunas deixadas pelo poder público, principalmente nos países em desenvolvimento e subdesenvolvidos. Empreendedor corporativo É possível ser empreendedor dentro de empresas já constituídas. São geralmente executivos muito competentes, com capacidade gerencial e conhecimento de ferramentas administrativas. Trabalham focados nos resultados, assumem riscos e tem o desafio de lidar com a falta de autonomia das grandes corporações. São hábeis comunicadores, vendedores de suas ideias, desenvolvem seu networking dentro e fora da organização, também são ambiciosos e sabem se autopromover. Convencem pessoas a participarem de seu time e sabem reconhecer o empenho da equipe.

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Empreendedor “normal”/planejado É aquela pessoa que faz o que se espera dela em determinada situação, busca minimizar os riscos, que se preocupa com os próximos passos do negócio, que tem uma visão de futuro clara e trabalha em função de metas. É o mais completo do ponto de vista da definição de empreendedor, seria o referencial a ser seguido, todavia, na prática ainda não representa uma quantidade considerável de empreendedores. Empreendedor por necessidade É o que por falta de alternativa cria o seu próprio negócio. Geralmente não tem acesso ao mercado de trabalho ou foi demitido. Está envolvido em negócios informais, prestando serviços simples e com resultados de pouco retorno financeiro. São vítimas do modelo capitalista atual, pois não possuem acesso a recursos técnicos ou financeiros, à educação e as mínimas condições para empreender de forma planejada e contribuir para o desenvolvimento econômico da nação. Suas iniciativas empreendedoras são simples, pouco inovadora e geralmente não contribuem com pagamento de taxas e impostos. Empreendedor herdeiro É o que recebe desde cedo a missão de manter o legado familiar, seu desafio é multiplicar o patrimônio recebido, o que tem se tornado cada vez mais difícil. Normalmente começam cedo na empresa familiar e acabam assumindo cargos de direção ainda jovens, usam a experiência e o conhecimento da família com os negócios para administrar o empreendimento. Existem diferenças entre eles, pois alguns são conservadores (não mexem na estrutura ou na forma de funcionamento), enquanto, outros são ousados (tendem a mudar o foco administrativo ou empresarial do negócio familiar). Outras formas de tipificar o empreendedor são apresentadas abaixo: NORMAN R. SMITH (1967): Empreendedor artesão é uma pessoa que inicia um negócio basicamente com suas habilidades técnicas e um pequeno conhecimento da gestão de negócios.

Empreendedor oportunista é aquele que tem educação técnica suplementada por estudo de assuntos mais amplos, como administração, economia, legislação ou línguas. Procura sempre estudar e aprender. Empreendedor artesão • • • • •

Orientação de curto prazo; Paternalismo; Centralização; Poucas fontes de capital; Estratégias de marketing definidas em termos de preço tradicional, qualidade e reputação da empresa; • Esforçar-se nas vendas por motivos pessoais.

Empreendedor oportunista • Evita paternalismos; • Delegação de autoridade; • Emprega estratégias de marketing e esforços de vendas variados; • Obtém capacitação de varias fontes; • Planeja o futuro do negócio; • Utiliza ferramentas de registro e controle e de pesquisa de mercado.

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DOLABELA (2008)

Para o autor o empreendedor pode ser de três tipos: • Indivíduo que cria uma empresa, qualquer que seja ela. • Pessoa que compra uma empresa e introduz inovações, assumindo riscos, seja na forma de administrar, vender, fabricar, distribuir, ou ainda, na forma de fazer propaganda dos seus produtos e/ou serviços, agregando novos valores. • Empregado que introduz inovações em uma organização, provocando o surgimento de valores adicionais.

CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDEDOR No estudo do empreendedorismo muitos autores delimitam características comuns aos empreendedores. Abaixo, podemos observar a proposta de alguns desses autores: Silva (2007): • Iniciativa para criar ou inovar e paixão pelo que faz; • Utiliza os recursos disponíveis de forma criativa transformando o ambiente social e econômico onde vive; • Aceita assumir os riscos e a possibilidade de falhar; • Persistência, tenacidade e ambição.

Schumpeter Três características principais do espírito empreendedor: • Necessidade de realização; • Disposição para assumir riscos; • Autoconfiança. David McClelland (1961) Características do empreendedor de sucesso: • Iniciativa e busca de oportunidades; • Perseverança; • Comprometimento; • Busca de qualidade e eficiência; • Fixação de metas e objetivos; • Busca de informações; • Planejamento e monitoração sistêmicos; • Capacidade de persuasão; • Capacidade de estabelecer redes de contatos; • Independência; • Autonomia; • Autocontrole; • Vontade de trabalhar duro; • Ter orgulho do que faz; • Ser autopropulsionador; • Assumir responsabilidades e desafios; • Tomar decisões.

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CONCLUSÃO Para empreender é necessário ter uma motivação que lhe estimule a executar suas atividades inovadoras e dinâmicas. Apesar dessas motivações - que podem ser as mesmas para vários empreendedores – as características pessoais do ser humano são diferentes. Essas especificidades pessoais quando colocadas na ambiente de trabalho tornam-se características do empreendedor, constituindo perfis ou tipos de empreendedor. No entanto, existem muitas similaridades na lista de características proposta por cada autor. O importante é que conheçamos esses perfis a fim de obter uma postura mais empreendedora em nossas empresas e vidas. ATIVIDADE DE REFLEXÃO Olha o ___________________________________novamente. Nosso colega decidiu trabalhar numa empresa multinacional. Assumiu o cargo de assistente de mídias e tecnologia, logo, se mostrou muito competente, propôs novas ideias. Apesar de sua timidez, fez cursos de oratória e relacionamento interpessoal para convencer as pessoas do seu setor a ouvirem suas ideias e implementá-las. Foi um sucesso, apesar de incorrer em muitos riscos de não dar certo. Aponte pelo menos dois perfis de empreendedor do Dornelas que podemos encontrar em nosso personagem. Justifique sua escolha.

ATIVIDADE DE REFLEXÃO • Rafaela é uma empresária de sucesso, pois, desde que montou sua empresa de revenda artesanato, mesmo com poucas fontes de capital para essa abertura, seus lucros cresceram vertiginosamente. Seus clientes sempre saem satisfeitos e seus concorrentes não conseguem tirar sua clientela, principalmente por está presente em seu negócio. Ela afirma que este negócio é sua grande paixão, relembra quando era pequena e já fazia pequenos artesanatos de crochê ou palha para vender na escola, para as mães de suas amiguinhas e sua vizinhança. Identifique ao menos três características do empreendedor nesta personagem do texto acima. • A decisão de tornar-se empreendedor pode ocorrer aparentemente por acaso. Isso pode ser testado fazendo-se uma pergunta básica a qualquer empreendedor que você conhece: o que o levou a criar sua empresa? • Faça uma síntese das características do empreendedor que você leu (Silvia, Schumpeter e McClelland) em uma lista, resumindo-as. Veja que características se repetem e quais se encaixam dentro das outras.

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Empreendedorismo parte 2 Agora que você já compreendeu o que é empreendedorismo e o que faz o empreendedor, suas características, seu perfil e a importância de estudá-lo; vamos entender o processo empreendedor e quais são as fases realizadas para executar uma atividade empreendedora (criação de um negócio, lançamento de um produto inovador ou implantação de uma ideia inovadora). Veremos também, algumas ferramentas e conceitos essenciais para prática do processo empreendedor. No final deste módulo, você deve ser capaz de analisar este processo e executar suas ferramentas.

Hipnotizador (1912), de BohumilKubišta.

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6 O PROCESSO EMPREENDEDOR Como já foi visto, a decisão de empreender acontece devido a fatores externos, ambientais, sociais, a aptidões pessoais ou no somatório de todos esses fatores, que são críticos para o surgimento e o crescimento de uma nova empresa. O processo empreendedor inicia-se quando um evento gerador desses fatores possibilita a criação de um novo negócio.

O processo empreendedor

Adaptado de Dornelas (2008).

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O processo empreendedor inicia-se pela ideação (atividade de gerar ideias e procurar meios para executá-las), surgindo em vários momentos na mente do empreendedor, muito influenciado pela criatividade, que em nós empreendedores tende a ser maior que nos administradores. Isso não descarta que um administrador também tenha boas ideias. Em todo caso, existem formas de incentivar a geração de ideias que será analisado na próxima unidade. É importante salientar que uma ideia isolada não vale muita coisa, para ter valor a ideia deve ser executada, e para isso deve encontrar uma boa oportunidade de mercado. Entendemos oportunidade de mercado como: necessidades de grupo de pessoas que não estão sendo atendidas por nenhuma outra empresa ou produto e que têm grandes possibilidades de retorno. Ou seja, a ideia que não traz a possibilidade de ser lançada e aceita no mercado não é viável. Ideia e oportunidade andam juntas. Acontece algumas vezes do empreendedor identificar a oportunidade e só depois, por meio de sua criatividade, gerar uma boa ideia. O que se observa na prática é que a geração da ideia vem junto da percepção de oportunidades. Vale lembrar que as necessidades não atendidas são o melhor caminho para os novos empreendedores, normalmente, são as melhores oportunidades para novos negócios, por isto, devemos ficar atentos as oportunidades que podem surgir.

Várias ideias para uma oportunidade.

FONTE: Elaborado pela autora.

Este quadro mostra que a ideia pode ser inédita ou complementar. Inédita quando dará origem a um produto/serviços/processos totalmente novo para o mercado (inovação radical) e complementar quando sugere apenas melhorias em produtos/serviços/processos já existentes (inovação incremental). Observe que as ideias são muitas, temos todos os dias, mas oportunidades são únicas. E neste momento, que a oportunidade surge que devemos estar preparados para aproveitá-la. É a combinação de várias ideias com uma boa oportunidade que faz um produto ter sucesso. Essa é a base para inovação que também será estudada no próximo capitulo. O plano de negócios, que é a terceira fase poderá ser analisado em detalhes adiante. Este plano é a base para quantificação e obtenção dos recursos necessários para a implementação do negócio. Esses recursos podem ser adquiridos por vários meios como demonstrado no quadro abaixo, podem ser derivados de poupanças pessoais ou empréstimos de familiares e amigos, empréstimos ou financiamentos a bancos (a diferença é que no financiamento é necessário declarar o que será feito com o recurso, já o empréstimo não) onde incidem juros, 24 - Robótica Educacional


taxas e multas. Há também a possibilidade de solicitar investimentos ao governo por meio de editais ou programas de incentivo. No primeiro caso, o governo financia a baixo custo ou custeia totalmente (chamada subvenção econômica) os projetos das empresas, no segundo caso, a empresa participa de iniciativas que ajudará a se desenvolver.

Processo empreendedor e suas atividades Identificar e avaliar a oportunidade Criação e abrangência da oportunidade;

Valores percebidos e reais da oportunidades;

Riscos e Oportunidade Situação dos retornos da versus habilidades competidores. oportunidade; e metas pessoais;

Desenvolver o plano de negócios. Sumário executivo

Conceito Equipe Mercado e Marketing Estrutura e Análise Plano do de competidores e vendas; operação estratégica financeiro. negócio; gestão;

Determinar e captar os recursos necessários Recursos Recursos de pessoais; parentes e amigos;

Angels Capital de risco Bancos

Governo

Incubadoras

Gerenciar o negócio Fatores Estilos de críticos de gestão; sucesso;

Identificar problemas atuais e potenciais ;

Implementar um sistema de controle;

Profissionalizar a gestão;

Entrar em novos mercados.

FONTE: Adaptado de Dolabela (2008).

A última fase é o gerenciamento do negocio, é a parte em que o empreendedor assume papel de administrador onde são executadas as atividades de planejamento, direção, controle e organização. Essas foram idealizado no plano de negócios e agora devem ser cumpridas. É nesta fase que o negócio pode se tornar estável e até estagnado, o que não é bom, pois o produto/processo/serviço já estará conhecido mercado e tenderá a ser imitado. Se não houver uma constante inovação o negocio não se manterá. Portanto, é necessário reiniciar o ciclo, ter novas ideias para se tornar novamente competitivo. Cada uma das fases do processo empreendedor possui atividades chave a serem executadas e estão listadas acima.

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CONCLUSÃO Esse ciclo deve ser continuamente alimentado com o risco de tornar seu negócio obsoleto. Uma dica importante é que na fase de gestão do negócio – que é a mais crítica do processo empreendedor - se o empreendedor se perde nas funções de administrador, corre grande risco de não conseguir gerar novas ideias e identificar novas oportunidades, estabilizando o negócio. Para que isso não ocorra é necessário ter em mente todas as características que um empreendedor deve possuir e procurar não sair dessa linha.

LEITURA COMPLEMENTAR Quais são os fatores que intervêm no processo empreendedor? São três os elementos que constituem o trinômio fundamental da criação de um negócio: • Empreendedor; • Ideia; • Mercado. De fato, por melhores que sejam as qualidades e as competências do empreendedor, uma ideia/oportunidade só conduzirá a um negócio de sucesso se corresponder a uma necessidade não satisfeita, ou se for capaz de satisfazer melhor necessidades para as quais já existe oferta de produtos e serviços. Nesse sentido, o potencial empreendedor deve possuir alguns traços de personalidade e características vantajosas necessárias para a efetivação do processo empreendedor. FONTE: Porto digital (ver referências).

ATIVIDADE EXTRACLASSE • Sobre o processo empreendedor faça a correspondência entre atividade é sua respectiva fase. FASES 1. Identificação e avaliação da oportunidade. 2. Desenvolvimento do plano de negócios. 3. Determinar e captar recursos necessários. 4. Gerenciar o negócio. ATIVIDADE ( ) Verificar a abrangência da oportunidade e os riscos e retorno da mesma. ( ) Identificar o estilo de gestão e os fatores críticos de sucesso. ( ) Elabora o conceito do negócio, seleciona a equipe de gestão e realiza análise do mercado. ( ) Podem ser pessoais ou de terceiros. • Quanto ao processo empreendedor, verifique as proposições corretas e marque o item que se refere à soma dessas proposições corretas.

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2- O processo empreendedor inicia-se quando fatores externos, ambientais e sociais aliados às aptidões pessoais do empreendedor surgem, possibilitando o início de um novo negócio. 4- A fase de Identificação de oportunidades consiste em o empreendedor avalia a abrangência , valores, o risco retorno e a concorrência existente em torno desta oportunidade. 8- No processo empreendedor não é necessário elaborar um Plano de negócios, pois nele existe um plano financeiro. 16- Quando uma empresa não possui recursos próprios ela deve identificar e captar recursos que podem ser pessoais, de amigos ou sócios, parentes, mas nunca de angels. 32- As startups que são empresas consolidadas no mercado e com produtos muito bem desenvolvidos geralmente procuram incubadoras ou aceleradoras para auxiliar nos seus negócios. 64- Identificar problemas atuais e potenciais bem como implantar sistemas de controle pertencem à fase de gerenciamento do negocio. a. b. c. d. e.

36 48 64 70 98

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7 CONCEITOS E FERRAMENTAS DE AUXÍLIO AO PROCESSO EMPREENDEDOR CICLO DE VIDA DO PRODUTO Assim como, os seres humanos, os produtos também têm um ciclo de vida. Eles nascem, crescem, atingem a maturidade e morrem. Quando os administradores de uma empresa lançam um produto esperam que sua vida útil seja longa e produtiva, como também nós fazemos em relação às nossas vidas. Contudo, eles sabem que o produto não venderá para sempre. Abaixo, estão as cinco fases que um produto ou negócio percorrerá. Desenvolvimento do produto: é quando a empresa tem a ideia e começa todo o estudo de viabilidade, produtividade e desenvolvimento. Neste período, o produto ainda não está no mercado, portanto, suas vendas estão zeradas e os custos de investimentos são crescentes. Introdução: período em que o produto é lançado no mercado e que suas vendas vão crescendo lentamente. Não há lucros nesta fase, em virtude dos custos para colocar este produto no mercado. Crescimento: período de aceitação rápida pelo mercado e de lucros crescentes. Maturidade: período de baixo crescimento nas vendas. Os níveis de lucro tornam-se estáveis ou diminuem, em função dos gastos que a empresa tem para defender o produto da concorrência. Declínio: é quando as vendas e os lucros começam a cair. Gráfico do ciclo de vida do produto

$

Maturidade Crescimento Declínio Introdução Fonte: retirado da internet

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Em cada fase existem peculiaridades que devem ser observadas como norte para ações de administradores. Para que o empreendedor consiga manter sua ideia no mercado deve entender esses conceitos a fim de elaborar estratégias de sobrevivência em cada fase.Alguns produtos ficam mais em umas fases que em outras, não existe um padrão definido para todos os produtos. Essa é a diferença com relação a nós, que temos tempo determinado para cada fase da vida, com exceção da última fase, já que não sabemos precisar nosso fim. Para os produtos ou negócios é possível tentar prever seu fim com planejamentos e estudos administrativos. É o que veremos em outras unidades. 28 - Robótica Educacional


GESTÃO DE IDEIAS Gerir a criatividade ou ideias pode não ser uma tarefa fácil, mas é extremante importante para o sucesso dos seus planos. As ideias podem ser fontes de recursos essenciais para empresas que tenham pretensões de ter sucesso. Então, as empresas deveriam estar atentas e saberem como devem fazer para implementar procedimentos, mecanismos, modelos ou métodos para introduzir sistemas de gestão de ideias. A geração de ideias deve ser a principal preocupação de uma empresa que decide pela inovação, para que haja esta geração é necessário incentivar a criatividade, seja no empresário, dono da empresa, ou de seus colaboradores (BARBIERI et al, 2009). Antes de se falar em gestão há de se falar em criação de ideias, afinal, uma inovação surge de uma ideia ou de varias que se somam no processo de implementação da gestão de inovação. “As ideias fazem parte de todas as fases do projeto, donde é possível concluir que a inovação é um processo permeado delas em todas suas etapas” (BARBIERI et al. 2009, p. 23), mesmo em sua finalização, novas ideias aparecerão. Brainstorming (ou chuva de ideias) Consiste em anotar num quadro as ideias surgidas de maneira não sistematizada e espontânea, para que possam ser discutidas e, depois, selecionada uma delas. É uma técnica de geração coletiva de novas ideias através da contribuição e participação de várias pessoas (embora possa ser usada individualmente), o que favorece o trabalho em equipe. Este método é normalmente utilizado com o objetivo de definir uma solução para um problema específico, estimulando a criatividade e a identificação de uma oportunidade de negócio onde se encaixa o problema em análise.

Mapa mental É uma técnica de caráter gráfico, em que se utiliza uma palavra ou conceito-chave como ponto de partida para adicionar ideias, sob a forma de ramos de árvore ou numa estrutura radial. É uma ferramenta que permite individualmente a pessoa abordar um problema complexo e identificar novas ideias, através de uma hierarquia e de ligações entre conceitos, o que facilita a sua visualização e memorização.

Brainwritting É uma variante do Brainstorming e parte de uma dinâmica de grupo em que as ideias de cada pessoa são retroalimentadas pelas dos restantes participantes , esta técnica consiste em utilizar várias folhas (nas quais se escreve um tema na parte superior) que vão sendo sucessivamente passadas aos participantes para que sejam anotadas as suas ideias. É uma técnica propícia a descoberta de uma solução concreta e especialmente útil em grupos de trabalho em que as pessoas não se conhecem tão bem ou estão menos habituados a atividades deste tipo.

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Modelos de brainstorm e mapa mental

FONTE: Retirado da internet

A criação de ideias ou ideação é a geração, desenvolvimento e comunicação de novas ideias. Em uma breve pesquisa na internet podemos identificar algumas ferramentas que auxiliam tanto no desenvolvimento da criatividade como na geração de ideias, ajudam a identificar oportunidades de negócio, a descobrir soluções para um problema concreto. Podendo ser usadas para estimular os seus grupos de trabalho a uma atitude empreendedora e inovadora. Abaixo estão oito passos a serem seguidos para que se crie um sistema de gestão de ideias empresarial (ROBINSON; SCHOROEDER. 2005).

Passo 1

Contribuição de ideias: É o processo de captação das ideias. A contribuição das pessoas envolvidas com o negócio deve ser incentivada de forma aberta e direta para que criem ideias sobre os temas demandados pela empresa.

Passo 2

Apresentação das ideias: O processo e a maneira como são coletadas as ideias deve ser o mais simples possível. Formulários extensos, burocráticos ou que denotem hierarquia, autoridade ou responsabilização devem ser evitados. Os autores indicam como segredo para o êxito desta tarefa ajustar o modo como as ideias são registradas ao modo como as pessoas comumente as informam.

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Passo 3

Avaliação das ideias: Os autores indicam que as tomadas de decisão sobre as ideias devem acontecer nos mesmos níveis estratégicos em que implicam, isto é, não se deve escalar qualquer hierarquia ou estrutura organizacional a fim de buscar “avaliadores capacitados” para as ideias. A avaliação das ideias deve ser feita pelos pares de quem está implicado pela ideia, de forma rápida e eficaz.

Passo 4

Feedback: A comunicação que retorna ao criador da ideia a informação sobre a avaliação da mesma e os seus desdobramentos deve ser feita de maneira oportuna, construtiva e informativa. Este momento é indicado para se elevar o interesse, tanto na ideia, quanto no sistema de gestão das ideias. Isto pode ser tomado como uma ferramenta de avaliação dos atores desse sistema e também pode servir para reforçar as mensagens estratégicas da empresa.

Passo 5

Implementação das ideias: A indicação dos autores é que a empresa deve alocar recursos conforme o volume e a complexidade das ideias apresentadas. As ideias escolhidas devem ser implementadas de forma ágil e simples. Não se deve atrasar a implementação de uma ideia porque um atraso pode representar desperdício de dinheiro ou de recursos que não eram considerados originalmente. Desta forma, a implementação de uma boa ideia passa a contribuir como uma possível nova fonte de recursos.

Passo 6

Revisão das ideias: Uma ideia pode levar a uma nova ideia. Partindo desse pressuposto, os autores indicam que o potencial de cada ideia apresentada deve ser explorado através de uma revisão sistemática da mesma. Eles ainda indicam duas estratégias para fazer o desdobramento das ideias originais de modo a tirar mais vantagens. Uma seria o envio da ideia a outras áreas ou setores da empresa para que a mesma possa ser aproveitada por estas outras áreas. E a outra é ajudar aos portadores da ideia a conseguir mais sugestões ou novas abordagens de outras áreas a fim de que a ideia possa trazer maior retorno a quem a originou.

Passo 7

Reconhecimento aos autores das ideias: Os autores orientam que a autoria das boas ideias deve ser reconhecida na empresa. Os nomes dos autores devem ser destacados e o sucesso em implementar deve ser celebrado. O reconhecimento pode ou não ser recompensado financeiramente. As formas de recompensa podem variar entre a recompensa financeira ou qualquer outra em que realmente seja dado o merecido crédito ao autor da ideia.

Passo 8

Manutenção do sistema de gestão de ideias: A eficiência do sistema de gestão de ideias consiste deve ser avaliada, revista e aprimorada. Os autores indicam três indicadores básicos que devem ser medidos para realizar a manutenção do sistema: a quantidade, a origem e a velocidade com que as ideias são processadas.

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As ideias são fontes de inovação, esses passos são importantes para sua criação, e a condução do fluxo dessa criação no sentido de gerar inovação para a empresa. O que é uma inovação será explanado abaixo.

INOVAÇÃO Inovação é [...] a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas. (OECD, 2005. p.55) A inovação é “movida pela habilidade de estabelecer relações, detectar oportunidades e tirar proveito das mesmas” (TIDD; BESSANT; PAVITT, 2008. p.23) sejam pela abertura de novos mercados ou servindo de formas diferentes mercados já existentes. Ou ainda, é “a exploração de novas ideias para melhorar os negócios, criando vantagens competitivas e gerando sucesso no mercado” (OECD, 2008. p.13) A inovação pode ser uma novidade para a empresa que a executa, mas não é para o mundo, ou para o seu setor, ou não é para a sua região (OECD, 2005; CORAL, OGLIARI, ABREU, 2008). É por conta desta característica que a inovação pode ter níveis de novidade:

Nova para empresa Nova apenas para a empresa, pois, seus concorrentes já introduziram a inovação no mercado.

Nova para o mercado Nova para a indústria no país ou para o mercado em que a empresa opera, ou seja, a tecnologia já foi implementada em outros mercados, mas é inédita no mercado de atuação.

Nova para o mundo Será uma inovação radical ou disruptiva, ou seja, totalmente inédita. Segundo OECD (2005), a inovação pode ser: inovação no produto, de processo, de marketing e organizacional.

Inovação no produto É a introdução no mercado de um bem ou serviço novo, ou significativamente melhorado, diferente daquele que já está sendo comercializado. Deve conter características ou usos previstos diferenciados, seja pelo melhoramento em especificações técnicas, componentes e materiais, softwares incorporados, facilidade de uso ou outras características funcionais.

Inovação de processo É a implementação (significativamente melhorado) ou implantação (novidade) de métodos de produção ou distribuição. Podem ser executados por meio de técnicas, equipamentos e softwares utilizados para incremento da produção, já para o incremento da distribuição, por meio da logística e seus equipamentos, softwares e técnicas de fornecimento de insumos, alocação de suprimentos ou entrega de produtos finais. MOHR et al. (2011) salienta que com o objetivo de diminuir os custos (economia de escala) as empresas tendem a executar inovações nos processos dos produtos. 32 - Robótica Educacional


Inovação de marketing É a implementação de um novo método de marketing embasado em mudanças significativas na concepção do produto, em sua embalagem, no posicionamento do produto, em sua promoção ou na fixação de preços.

Inovação organizacional É a implementação de um novo método organizacional nas práticas de negócios da empresa, na organização do seu local de trabalho ou em suas relações externas. Podem ser feitas por meio da redução de custos administrativos, estimulando a satisfação no local de trabalho ou reduzindo os custos de suprimentos. Aliado a esses conceitos dos tipos de inovação e seus níveis, existe também a classificação pelo grau dessa inovação (TIGRE, 2006), ou seja, o grau de novidade envolvido a ela. Esse grau pode se dar de forma contínua ou descontínua (TIDD; BESSANT; PAVITT, 2008). Os autores caracterizam ainda a inovação como:

Inovação Incremental São melhorias em produtos já existentes, “feitas no design ou na qualidade dos produtos, aperfeiçoamentos em layout e processos, novos arranjos logísticos e organizacionais e novas práticas de suprimentos ou vendas [...]” (TIGRE, 2006, p. 74). Ocorrem de forma contínua resultantes do processo de aprendizado interno e da capacidade de acumulação (TIGRE, 2006). Os consumidores têm uma conceituação clara do produto e do que ele pode fazer. Esse tipo de inovação ocorre ao lado da demanda, onde os consumidores podem articular suas necessidades (MOHR; SENGUPTA; SLATER; LUCHT, 2011).

Inovação Radical Quando rompe a trajetória existente, inaugurando uma nova rota, geralmente deriva das atividades de P&D. Ocorre de forma descontínua, estabelecendo “algo completamente novo ou uma resposta a condições profundamente alteradas” (TIDD; BESSANT; PAVITT, 2008, p.33).

CONCLUSÃO Assim como as pessoas, as empresas e seus produtos passam por ciclos de vida. É necessário entender essas fases, pois nelas há particularidades, portanto, as estratégias utilizadas devem ser diferentes. A gestão de ideias deve ser usada principalmente no início do ciclo de vida, no desenvolvimento do produto, podendo ser resgatada na fase de maturidade, para que ocorram inovações antes que a empresa decline.

LEITURA COMPLEMENTAR SÓ BOAS IDEIAS NÃO VALEM NADA A criatividade não aparece como uma característica importante para o comportamento empreendedor, pelo contrário, o que surge como relevante é o planejamento e o sistema de monitoria do trabalho, pois, o que tem valor mesmo é o mercado, porque de nada adianta uma boa ideia se não há ninguém disposto a pagar por ela. O que o empresário precisa fazer é trabalhar muito em torno de sua ideia, buscando sempre informações que agreguem. As pessoas normalmente pensam que é muito difícil conseguir Empreendedorismo - 33


informação, mas, ela existe em quantidade ilimitada. O mais importante é ter a coragem de abrir a boca e perguntar. Todavia, os indivíduos têm medo de revelar sua falta de conhecimento sobre determinado assunto, por exemplo, a pessoa fecha um contrato com o fornecedor baseada no “feeling”, mas não vai averiguar se ele possui a matéria-prima suficiente e a tecnologia adequada, para de cumprir o contrato e depois acha que a culpa pelo fracasso do negócio é do fornecedor, que deixou de entregar a mercadoria, mas, a culpa é da empresa, que não checou o fornecedor. Outro mito é que as pequenas empresas precisam de linha de crédito. A linha de crédito tem “matado” mais empresas do que ajudado, as empresas precisam mesmo é de informação e que exista um ambiente razoável para o desenvolvimento do negócio. Fonte: SALÃO DO EMPRESÁRIO

ATIVIDADE EXTRACLASSE • Assista:http://www.youtube.com/watch?v=Bs1Qh5vdNMo • Assista: http://www.youtube.com/watch?v=fcoVziF0fcc

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8 PLANO DE NEGÓCIO, PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO OU MODELO DE NEGÓCIO? Muitas pessoas confundem o planejamento estratégico e o plano de negócio não sabendo em que momento usar, o que gera dúvidas em sua aplicabilidade, atualmente, surgiu o modelo de negócio que alguns usam para substituir o plano de negócios, o que é inverídico. Aqui nós veremos as diferenças e quais as funções de cada um desses documentos administrativos.

PLANO DE NEGÓCIOS Segundo o SEBRAE, o plano de negócio é um documento que descreve os objetivos de um negócio e os passos que devem ser dados para que esses objetivos sejam alcançados, diminuindo os riscos e as incertezas que possam surgir identificando seus possíveis erros a fim de restringi-los. Faz-se isso no papel mediante simulações, em vez de cometê-los no mercado. Esse documento pode ser feito para várias finalidades: • • • • •

Entender e estabelecer diretrizes para o negócio; Gerenciar de forma eficaz e tomar decisões corretas; Conseguir financiamentos; Identificar oportunidades e transformá-las em diferenciais competitivos; Estabelecer comunicação interna eficaz e convencer o público externo.

Existem vários roteiros de planos de negócios, mostraremos aqui o roteiro que o Sebrae utiliza, composto pelas seguintes estruturas: Sumário executivo O sumário executivo é um resumo do plano de negócio. Não se trata de uma introdução ou justificativa, mas sim, de uma síntese contendo seus dados mais importantes: resumo dos principais pontos do plano de negócio; informações dos empreendedores, experiência profissional e atribuições; dados do empreendimento; missão da empresa; setores de atividades; forma jurídica; enquadramento tributário; capital social; fonte de recursos. Análise de mercado Esta é uma das etapas mais importantes da elaboração do seu plano, afinal, sem clientes não há negócios. Os clientes não compram apenas produtos e serviços, mas, soluções para algo que precisam ou desejam. Você pode identificar essas soluções se conhecê-los melhor. Plano de marketing Aqui você deve descrever os quatro elementos de marketing: produto, preço, praça e promoções. São chamados de 4P’s. - Produto: são os principais itens que serão fabricados, vendidos ou serviços que vão ser prestados. Informe quais são as linhas de produtos, especificando, tamanho, modelo, cor, sabores, embalagem, apresentação, rótulo, marca etc. - Preço: é a análise da possibilidade de ter um preço competitivo ou que ofereça um diferencial para o seu cliente. Empreendedorismo - 35


- Praça: onde se observa as melhores localizações para o seu empreendimento considerando as características do seu público-alvo. Oferecer comodidade de acesso para seus clientes pode melhorar o desempenho do seu negócio. - Promoções: são avaliadas promoções que você poderá fazer. Faça sua marca ser conhecida, fidelize seus clientes. Plano operacional Por meio do layout ou arranjo físico, você irá definir como será a distribuição dos diversos setores da empresa, de alguns recursos (mercadorias, matérias-primas, produtos acabados, estantes, gôndolas, vitrines, prateleiras, equipamentos, móveis etc.) e das pessoas no espaço disponível. Plano financeiro Nessa etapa, você irá determinar o total de recursos a ser investido para que a empresa comece a funcionar. O investimento total é formado por: investimentos fixos, capital de giro, investimentos pré-operacionais. Definidas quais serão suas despesas com pró-labore, funcionários, luz, água, aluguel, telefone, fornecedores, tributos, financiamentos, serviços terceirizados e outras despesas de sua empresa, você conseguirá projetar sua meta de vendas. Suas vendas deverão ser suficientes para pagar todos os compromissos e, preferencialmente, sobrar uma reserva para que a empresa possa fazer novos investimentos. Avaliação estratégica Essa avaliação serve para definir as estratégias que devem ser perseguidas pela empresa, isso é feito observando os pontos negativos e positivos do ambiente externo e interno da empresa. Existem várias ferramentas para analisar a empresa em busca de estratégia, uma das mais importantes é a análise F.O.F.A, onde se conhece as oportunidades e ameaças que são fatores externos ( a empresa não pode controlar, somente, se proteger ou aproveitá-los),reconhecem-se também as forças e fraquezas que são fatores internos (podem ser controladas e manipuladas da melhor forma possível). Matriz F.O.F.A

Fatores internos - controláveis

FORÇAS

FRAQUEZAS

AMEAÇAS

OPORTUNIDADES

Fatores externos - incontroláveis FONTE: Elaborado pela autora

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PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO O planejamento estratégico é um processo onde se analisa todas as partes de uma organização para podermos definir seus rumos. Será traçado um direcionamento (passo a passo) para atingir os objetivos da organização e que facilite o monitoramento das ações. Tem uma finalidade especifica de auxiliar na formulação de estratégias que determinem o rumo da empresa ou as formas de atingir seus objetivos, ou seja, de orientar os negócios de modo que gere lucros e crescimento satisfatórios. “Planejamento estratégico é definido como o processo gerencial de desenvolvimento e manutenção de adequações entre os objetivos e recursos da empresa e as mudanças e oportunidades de mercado” (Kotler,1992, p.63). Drucker (1977) define Planejamento Estratégico como um processo contínuo, sistemático, organizado e capaz de prever o futuro, de maneira a tomar decisões que minimizem riscos. Os pilares base do planejamento estratégico são: - missão: para que servimos, qual é nossa razão de ser; - visão: onde queremos chegar como instituição; - valores: quais são nossas premissas quanto às atitudes para alcançar nossa visão; - estratégia: como faremos para alcançar nossa visão; - desdobramentos da estratégia: ações que iremos conduzir e que vão compor a estratégia, isto é, os objetivos estratégicos. Indicação das competências organizacionais, ou seja, quais são as capacidades que precisaremos desenvolver, para podermos alcançar nossa visão. Abaixo, estão alguns modelos de estrutura para um plano de negócio, propostos por alguns autores:

FONTE: OLIVEIRA (2001).

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FONTE: TAVARES (1991).

FONTE: TERENCE (2002).

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MODELO DE NEGÓCIO O modelo de negócio é a explicação de como sua empresa funciona e cria valor. É uma ferramenta didática por ser esquemática visual fácil que pode ser construído em uma única folha de papel. Osterwalder (2013) aponta no manual do Sebrae sobre modelo de negócios, que qualquer negócio é um sistema. Um sistema é a combinação de vários elementos, interconectados, de forma a constituir um todo organizado. Entende-se que um negócio é um sistema porque ele é constituído por várias partes ou funções e necessita de todas elas para ser bem-sucedido. Segundo o autor, modelo é uma descrição de um sistema. Essa descrição pode ser feita de forma linear, com textos e número ou de forma visual, como um desenho ou um gráfico. O Modelo de Negócios nesse caso é a possibilidade de visualizar a descrição do negócio, das partes que o compõem, de forma que a ideia sobre o negócio seja compreendida por quem lê da maneira como pretendia o dono do modelo.

O quê? - refletir sobre o que estar oferecendo, o ponto de vista das necessidades dos clientes e seus ganhos, com o que você pretende oferecer. Proposta de valor: Por que os clientes comprarão de você e não dos seus concorrentes? Para quem? - quem receberá seus produtos e serviços, de que forma eles chegarão aos clientes que se propõe a atender, e mais, como se dará o seu relacionamento com esses clientes. Segmentos de clientes: Eles têm um perfil específico? Como eles estão agrupados? Como estão localizados? Há uma necessidade comum? Relacionamento com cliente: como farei para conquistar e manter uma boa relação com os clientes, para ampliar as vendas, para que eles não me troquem por outro. Canais de vendas: como o cliente encontrará seus produtos ou serviços. Quanto e como vou receber?- O valor cobrado pelo seu produto ou serviço deve possuir uma relação muito forte com a sua Proposta de Valor, a forma de pagamento deve considerar se Empreendedorismo - 39


os clientes estão dispostos a utilizar os recursos de pagamento que você pretende estabelecer. Receitas: quanto e como os clientes pagarão pelo que ofereço. Como vou fazer? – toda empresa precisa de uma estrutura para funcionar. Recursos: o que é preciso para fazer o negócio funcionar. Atividades: ações importantes para realização do negócio. Parceiros: aliados para otimizar e reduzir riscos do negócio. Quanto vou gastar? – “Quanto custa” criar e manter essa estrutura. Estrutura de custos: todos os custos envolvidos para operação do negócio.

CONCLUSÃO O planejamento estratégico é uma consolidação de ideias, que por si só não produzem resultado algum. É a implementação dessas ideias que a organização vai obter o melhor da estratégia. Esta deve ser constantemente reavaliada e reformulada. A maior dificuldade é alinhar a empresa no mesmo sentido da prescrição proposta pelo plano estratégico.

LEITURA COMPLEMENTAR Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) O SEBRAE é uma entidade privada sem fins lucrativos. É um agente de capacitação e promoção do desenvolvimento, criado para dar apoio aos pequenos negócios de todo o país. Desde 1972, trabalha para estimular o empreendedorismo, possibilitar a competitividade, a sustentabilidade dos empreendimentos de micro e pequeno porte. Para garantir o atendimento aos pequenos negócios, o SEBRAE atua em todo o território nacional. Onde tem Brasil, tem SEBRAE. Além da sede nacional, em Brasília, a instituição conta com pontos de atendimento nas 27 unidades da Federação. O SEBRAE Nacional é responsável pelo direcionamento estratégico do sistema, definindo diretrizes e prioridades de atuação. As unidades estaduais desenvolvem ações de acordo com a realidade regional e as diretrizes nacionais. Em todo o país, mais de 5 mil colaboradores diretos e cerca de 8 mil consultores e instrutores credenciados trabalham para transmitir conhecimento para quem tem ou deseja abrir um negócio. O SEBRAE é agente de capacitação e de promoção do desenvolvimento, mas não é uma instituição financeira, por isso não empresta dinheiro. Articula (junto aos bancos, cooperativas de crédito e instituições de microcrédito) a criação de produtos financeiros adequados às necessidades do segmento. Também orienta os empreendedores para que o acesso ao crédito seja, de fato, um instrumento de melhoria do negócio. FONTE: SEBRAE http://www.sebrae.com.br/customizado/sebrae/institucional/ quem-somos/sebrae-um-agente-de-desenvolvimento Qual a diferença entre o planejamento estratégico, tático e operacional? De forma resumida, pode-se dizer que quanto aos níveis, o planejamento estratégico relaciona-se com objetivos de longo prazo e com estratégias e ações para alcançá-los que afetam a empresa como um todo, enquanto o planejamento tático relaciona-se aos objetivos de curto prazo e com estratégias e ações que, geralmente, afetam somente parte da empresa. Já o planejamento operacional, pode ser considerado como parte homogênea do planejamento tático, sendo a formalização, principalmente através de documentos escritos, das metodologias de desenvolvimento e implantação estabelecidos. Tem foco nas atividades do cotidiano. 40 - Robótica Educacional


De uma maneira geral, o planejamento estratégico é responsabilidade dos níveis hierárquicos mais elevados da empresa/organização, o planejamento tático é desenvolvido pelos níveis intermediários, tendo como principal finalidade a utilização eficiente dos recursos disponíveis e o planejamento operacional são elaborados pelos níveis mais baixos da organização. A interligação entre planejamento estratégico, tático e operacional.

Fonte: CHIAVENATO, 2004

ATIVIDADE EXTRACLASSE FONTE: http://www.madeira.ufpr.br/disciplinasgarzel/12.pdf Conheça o SEBRAE-Ce: http://www.sebrae.com.br/uf/ceara/ Conheça mais dos CANVAS: http://www.businessmodelgeneration.com/canvas (VEJA TRADUZIDO) CANVAS pelo SEBRAE: http://www.sebrae.com.br/uf/amazonas/cartilha_modelo_negocio-1/ cartilha_modelo_negocio Cursos do SEBRAE: http://www.sebrae.com.br/uf/ceara/programacao/capacitacao/curso ANEXO:

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9 EMPREENDEDORISMO NA REAL EMPREENDEDORISMO NO BRASIL A Endeavor identificou os perfis que compõem o panorama atual do empreendedorismo brasileiro. A finalidade desta segmentação é esclarecer a melhor forma de apoiar e desenvolver produtos e serviços direcionados a cada perfil. “As organizações que se relacionam com empreendedores podem investir seu dinheiro de uma forma muito mais eficaz, criando produtos focados em grupos específicos e usando melhor os canais de comunicação para alcançá-los”. • Apaixonado: a maioria são mulheres, entre 25 e 35 anos. Em geral, possuem empresas nas áreas da saúde, estética e venda de acessórios. Enfrentam dificuldades burocráticas e falta de investimento. Poderiam se beneficiar de cursos sobre acesso à capital, inovação e networking. • Antenado: geralmente é jovem e tem maior renda familiar. Enfrenta obstáculos de conhecimento e investimento. Demanda mentoring e coaching, além de ajuda com recursos humanos. • Independente: empreendedor mais maduro e estável. Não acessa muito a internet, portanto, precisa de conteúdo por meio de revistas e jornais. Para resolver problemas financeiros, requer educação sobre linhas de financiamento e oportunidades de acesso a capital. • Arrojado: a maioria é composta por homens com maiores rendas pessoal e familiar. Para crescer, precisaria de ajuda sofisticada e mentoring /networking com especialistas para resolver problemas de conhecimento empresarial, obstáculos financeiros e pessoais. GEM identificou como promover empreendedorismo no Brasil, dentre as sugestões e recomendações feitas, destacam-se as cinco que receberam maior ênfase pela quase totalidade dos 56 especialistas consultados em 2002: • Políticas e Programas de Governo mais integrados e coerentes com a realidade do empreendedor, com especial atenção aos projetos de base tecnológica mais complexa e de ponta. • Uma estrutura e mecanismos de disponibilidade de dinheiro acessível ao empreendedor. Diminuindo a o elevado custo do capital e a dificuldade de acesso por parte do pequeno empreendedor. • O reforço e disseminação de uma cultura empreendedora, promovida por instituições diversas como, por exemplo, as escolas de primeiro e segundo graus, as universidades e institutos de tecnologia, o envolvimento dos meios de comunicação na divulgação de histórias de sucesso, a valorização de empreendedores modelos concursos nacionais incentivando a criação de novos negócios, entre outras ações possíveis. • Uma ampla reforma tributária, fiscal e legal, que tenha atenção especial ao processo empreendedor. Inclui-se neste item a simplificação radical dos trâmites burocráticos exigidos para a criação e administração de um novo empreendimento. • A promoção de uma mudança de valores e normas sociais, o que seria reforçado, por uma mudança de atitude e expectativas do próprio empreendedor, muitas vezes avesso a novos modelos de gestão, a participação de terceiros no empreendimento possibilitando novas formas de capitalização, bem como a adoção de práticas gerenciais mais avançadas e produtivas. 42 - Robótica Educacional


Empreendedorismo tem sido muito difundido no Brasil, principalmente pela preocupação em criar empresas duradouras diminuindo as taxas de mortalidade. De acordo com o SEBRAE em 2007 até 2010, a taxa de sobrevivência das empresas com até 2 anos de atividade foi de 75,6%. Como a taxa de mortalidade é complementar à da sobrevivência, pode-se dizer que a taxa de mortalidade de empresas com até 2 anos caiu de 26,4% (nascidas em 2005) para 24,9% (nascidas em 2006) e para 24,4% (nascidas em 2007). O empreendedorismo é incentivado em partes pela entrada de novos concorrentes no mercado, principalmente estrangeiros que impulsionam as empresas brasileiras a aumentarem a competitividade, reduzir custos e manter-se no mercado. O aumento do empreendedorismo também é incentivado pelo aumento das taxas de desemprego, influenciados pelas altas taxas de mortalidade, pois os desempregados procuram novos meios de obtenção de recursos e começam a criarem negócios.

COMO MONTAR UMA EMPRESA O SEBRAE aponta sete passos para abrir uma empresa. Informações básicas para abrir minha empresa - um dos pontos mais importantes desta fase é a definição do tipo de empresa que pode ser: • Empresário (Individual): quando se trabalha sozinho no comércio ou com serviços não intelectuais, ou seja, que não dependam de graduação superior para seu desempenho. É a antiga Firma Individual, e o seu registro é realizado na Junta Comercial. • Sociedade Empresária Limitada (Ltda.): é a sociedade que possua dois ou mais sócios e que trabalha no comércio ou com serviços não intelectuais. • Sociedade Simples Limitada (Ltda.): é a sociedade que possua dois ou mais sócios e que trabalha com atividades intelectuais, ou seja, de natureza científica, literária ou artística. Além disso, deve estabelecer os nomes da empresa (Fantasia: como ela será conhecida no mercado e o nome empresarial que segue regras específicas de acordo com tipo de empresa). Por exemplo, se for uma Empresa Individual, que é a mais usada, será adotado o nome civil do titular: José Carlos do Nascimento; J. C. do Nascimento. Documentos Cópias autenticada do RG e CPF do titular, no caso de Empresário Individual, ou do(s) sócio(s)–administrador(es), em caso de Sociedade; Cópia do comprovante de endereço da empresa que será utilizado para a emissão do Alvará de Funcionamento. Consultas prévias Antes de iniciar a abertura de sua empresa você deve consultar a situação dos sócios, pesquisar o nome da futura empresa, pedir o boletim informativo do imóvel onde o negócio irá funcionar. Pendências no CPF dos sócios, erros de grafia ou alteração dos nomes: http://www. receita.fazenda.gov.br Na Junta Comercial (JUCEC)- Você protocola na Junta Comercial ou em seus escritórios regionais o seu pedido de verificação do nome da empresa. Secretaria Estadual da Fazenda (SEFAZ) - Aqui é possível verificar se existe alguma restrição que impeça a abertura de uma empresa por meio da Certidão Negativa de Débito.

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Registro do Contrato Social ou do Requerimento de Empresário O Contrato entre os sócios é o instrumento que regerá a empresa, mostrando as responsabilidades, direitos e deveres de seus membros e de terceiros. Algumas cláusulas são obrigatórias, outras facultativas. O Contrato Social também faz referência aos dados cadastrais da empresa e das pessoas que compõem a sociedade, bem como as atividades que serão desenvolvidas pela mesma. Um contrato de Sociedade Empresária Limitada deverá ser registrado na Junta Comercial do Estado. Por sua vez, o contrato de Sociedade Simples Limitada é registrado no Cartório de Pessoas Jurídicas. Já o Requerimento de Empresário é o documento que substitui o contrato social para o tipo de empresa Empresário e, o seu registro, também é realizado na Junta Comercial. Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) O CNPJ é um cadastro expedido pela Receita Federal. Toda Pessoa Jurídica (empresa) é obrigada a inscrever-se. Sem o CNPJ, a empresa está impedida de abrir conta bancária, realizar compras de fornecedores, emitir nota fiscal, participar de licitações, obter alvará e os demais registros. Isso é feito na Junta Comercial da cidade. Inscrição Estadual e Municipal A Inscrição Estadual é expedida na Secretaria Estadual da Fazenda e é obrigatória para empresas de comércio, indústrias e serviços de telefonia, distribuição de energia elétrica, transportes interestaduais e intermunicipais. Para a obtenção da inscrição estadual no CGC/TE (Cadastro Geral de Contribuintes do Tesouro do Estado), a empresa deverá solicitar a sua inscrição via internet. Para isso, é necessário ter um contador, e este deve estar pré-autorizado (ter senha de acesso) na Secretaria Estadual da Fazenda, pois é ele quem fará a solicitação de inscrição. Registro do Alvará O penúltimo passo é a inscrição da empresa na Prefeitura do Município para fins de obtenção do Alvará de Funcionamento. Como os procedimentos para a inscrição variam de acordo com a legislação de cada município onde a empresa irá se estabelecer, é preciso buscar informações na Prefeitura Municipal de sua cidade e encaminhar toda a documentação necessária. O Alvará ou uma Licença para Funcionamento pode conter mais de uma atividade licenciada para um mesmo local. MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL Há uma boa opção para quem trabalha por conta própria e quer se legalizar como pequeno empresário: o Microempreendedor Individual. Para ser um microempreendedor individual, é necessário faturar hoje no máximo até R$ 60.000,00 por ano ou R$ 5.000,00 por mês e não ter participação em outra empresa como sócio ou titular. Pela Lei Complementar nº 128, de 19/12/2008, o trabalhador conhecido como informal pode se tornar um Microempreendedor Individual legalizado. Ele passa a ter CNPJ, o que facilitará a abertura de conta bancária, o pedido de empréstimos e a emissão de notas fiscais. Será enquadrado no Simples Nacional e ficará isento dos tributos federais (Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL). Com o salário Mínimo atual de R$ 678,00 a contribuição previdenciária (INSS) é de 5% o que ficará em R$ 33,90, mais R$ 5,00 (ISS), R$ 1,00 (ICMS), totalizando dependendo da atividade (serviço, comércio ou ambos) o valor total de R$ 39,90 por mês. Com essas contribuições, o Microempreendedor Individual terá acesso a benefícios como auxílio maternidade, auxílio doença, aposentadoria, entre outros.

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Veja como se registrar agora mesmo no Portal do Empreendedor. STARTUPS O conceito do que seja uma startup ainda é ponto de discussão, e não entrou em consenso, mas, para este estudo irá ser considerado o conceito a seguir: Startup é “uma instituição humana projetada para criar novos produtos e serviços sobre condições de extrema incerteza” neste contexto uma característica inerente a essas instituições é o empreendedorismo (RIES, 2012, p.7). O trecho “criar novos produtos ou serviços” expresso neste conceito sustenta a argumentação de que toda startup é por natureza inovadora. Basta retornar os conceitos de inovação expostos nos capítulos anteriores. Apesar da contemporaneidade do conceito e sucesso que ele vem refletindo no mercado, percebe-se que “a amarga realidade é que a maioria das startups fracassa. A maioria dos novos produtos não faz sucesso, a maior parte dos novos empreendimentos não alcança seu potencial máximo.” (RIES, 2012, p. 2). Esse fato será levado em conta para que se identifique o erro cometido por esses novos empreendimentos. O pensamento supracitado é corroborado quando ele aponta ainda a inoperância dos sistemas tradicionais de administração para aplicação no contexto de incertezas enfrentado pelas startups. Pois “carecemos de um paradigma gerencial coerente com as novas iniciativas de inovação” (RIES, 2012, p.14). Ou seja, o autor reconhece que os estudos administrativos atuais não estão preparados para a realidade que vivencia uma startup: inovação e incerteza. Quanto ao marketing dentro de uma startup vê-se que não tem papel diferente. Ries (2012) exemplifica com uma história de fracasso de uma startup apontando como uma das causas o isolamento dos seus clientes. O autor cita, ainda, as ideias de outros colaboradores em sua obra como Steve Blank que considerava que as funções de marketing e negócio de uma startup deveriam ser consideradas importantes e possuir metodologias tão rigorosas quanto as de engenharia e desenvolvimento do produto. INCUBADORAS Uma incubadora é uma entidade que tem por objetivo oferecer suporte a empreendedores para que eles possam desenvolver ideias inovadoras e transformá-las em empreendimentos de sucesso. Para isso, oferece infraestrutura, capacitação e suporte gerencial, orientando os empreendedores sobre aspectos administrativos, comerciais, financeiros e jurídicos, entre outras questões essenciais ao desenvolvimento de uma empresa. As empresas incubadas oferecem benefícios tais como: suporte ao empreendedor, a incubadora possibilita que o seu empreendimento tenha mais chances de ser bem-sucedido. Além de condições favoráveis de infraestrutura e capacitação dos empreendedores, as empresas – pelo fato de estarem em um espaço onde há vários empreendimentos inovadores do mesmo porte – contam com inúmeras conexões, que favorecem o crescimento do negócio e o acesso ao mercado. No caso das empresas de base tecnológica, os empreendedores têm, ainda, oportunidade de acesso a universidades e instituições de Pesquisa e Desenvolvimento, com as quais muitas incubadoras mantêm vínculo. Isso ajuda a reduzir custos e riscos do processo de inovação, pois, permite o acesso a laboratórios e equipamentos que exigiriam investimento elevado. Para ingressar em uma incubadora a empresa precisa passar por um processo seletivo. As regras de seleção variam de acordo com cada incubadora, mas, pode-se dizer que o pré-requisito mais importante é a inovação. A ANPROTEC divulgou que o Brasil tem 384 incubadoras em operação, que abrigam 2.640 empresas, gerando 16.394 postos de trabalho. Essas incubadoras também já graduaram 2.509 Empreendedorismo - 45


empreendimentos, que hoje faturam R$ 4,1 bilhões e empregam 29.205 pessoas. O mesmo estudo revelou outro dado importante: 98% das empresas incubadas inovam, sendo que 28% com foco no âmbito local, 55% no nacional e 15% no mundial. ACELERADORAS A Aceleradora é uma organização que auxilia empresas no seu processo de crescimento para alcançarem seus resultados mais rápidos. Além disso, possibilita o acesso a uma rede de contatos e acompanha a realização de parcerias necessárias para adaptar e melhorar seus modelos de negócio. Ajuda no desenvolvimento de inovação e tecnológico. Faz isso por meio de uma profunda análise da situação atual da empresa.

LEITURA COMPLEMETAR

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Fonte:Exame/Abril.

CONCLUSÃO Vimos nesta unidade, que as empresas e todos aqueles que desejam montar um negócio podem encontrar apoio em varias instituições, não podemos deixar que boas ideias passem despercebidas. Para melhores informações procurem os órgãos que estudamos ou procurem incubadoras das universidades que podem ajudá-lo a desenvolver sua ideia inovadora. Lembre-se ela tem que ser inovadora...

ATIVIDADE EXTRACLASSE Acesse: http://www.endeavor.org.br/ Acesse: http://www.sebrae-rs.com.br/index.php/7-passos-para-abrir-minha-empresa Acesse: http://www.portaldoempreendedor.gov.br/

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REFERÊNCIAS MAGALHAES, Cezar. Por que estudar empreendedorismo. Disponível em <http://www.cezarmagalhaes.com.br/2011/09/por-que-estudar-empreendedorismo/>Acessado em 11/11/2013. PARREIRA Jr. W. M. Apostila de empreendedorismo. FPU: Urbelândia: 2013. DORNELAS, J. C. A. Empreendedorimo: Transformando ideias em negócios. 2008. 3ªed. Rio de Janeiro: Elsevier. SOUZA, Eda C. L.; JÚNIOR, Gumercindo. S. L. Empreendedorismo e Desempenho: Uma relação em aberto. RAI – Vol.8, nº3 – julho a setembro de 2011, p.120 a 140. PANIAGO. Robson. O que é empreendedorismo. Disponível em <http://www.administradores.com.br/noticias/administracao-e-negocios/o-que-e-empreendedorismo/42396/> Acessado em 08/11/2013. ROBINSON, A. G.; SCHROEDER, D. M. Ideias para revolucionar sua vida. São Paulo: Editora Gente, 2005. RIBAS, Raul. A motivação empreendedora e as teorias clássicas da motivação. 2011. Cadernos de Administração – PUCSP. Vol.5, nº1. GEM - Global Entrepreneurship Monitor (Monitor de empreendedorismo Global. Disponível em <http://www.gemconsortium.org/docs/download/446> Acessado em 01/11/2013 MACHADO. Millor. A diferença entre empreendedro e empresário. Disponível em <http:// exame.abril.com.br/pme/dicas-de-especialista/noticias/a-diferenca-entre-ser-empreendedor-e-ser-empresario> Acessado em 01/11/2013 LYRIO, Maurício V. L. Apostila Gestão: Empreendedorismo. IES. Florianópolis. 2008. Porto Digital. O processo empreendedor. Disponível em http://cdp.portodigital.pt/empreendedorismo/uma-alternativa-laboral/o-processo-empreendedor/> Acessado em 01/11/2013. BARBIERI, J. C.; ÁLVARES, A. C. T.; CAJAZEIRA, J. E. R. Gestão da Ideias para inovação contínua. Porto Alegre: Bookman, 2009. Manual de Oslo. OECD. 2005 TIDD; BESSANT; PAVITT. Gestão da Inovação. 3ed. Porto Alegre: Bookman. 2008. CORAL; OGLIARI; ABREU. Gestão integrada da Inovação: estratégia, organização e desenvolvimento de produtos. São Paulo: Ed. Atlas, 2008. RIES, Eric. A startup Enxuta: Como os empreendedores atuais utilizam a Inovação contínua para criar empresas extremamente bem sucedidas. São Paulo: Ed. Texto Editores, 2012. MOHR, Jakki; SENGUPTA, Sanjit; SALTER, Stanley; LUCHT, Richard. Marketing para mercados de alta tecnologia e de Inovações. São Paulo: Ed. Pearson. 2011. CONRADO, Amanda. Caracterização Das Startups Cearenses Quanto Ao Grau De Inovação E O Uso De Ferramentas De Marketing. Espirito Santo: ESAB, 2013. Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores. Disponível em <http://anprotec.org.br/site/a-anprotec>. Acesso em: 03/11/2013. Empreendedorismo - 49


ANDREUZZA, M. G. S. Bertotelli. Planejamento Estratégico. SAGRES – Disponível em <http:// www.madeira.ufpr.br/disciplinasgarzel/12.pdf> Acesso em 10/10/2013. Cartilha - O quadro de modelo de negócios: Um caminho para criar, recriar e inovar em modelos de negócios. 2013. SEBRAE. Disponível em <http://www.sebrae.com.br/uf/amazonas/ cartilha_modelo_negocio-1/cartilha_modelo_negocio> Acesso em 13/10/2013. SEBRAE. Quero abrir um negócio. Disponível em <http://www.sebrae.com.br/momento/ quero-abrir-um-negocio/retornando-do-exterior/plano-de-negocio> Acessado em 15/11/2013 SALÃO DO EMPRESÁRIO. Só boas ideias não valem nada. Disponível em <http://www.empresario.com.br/memoria/entrevista.php3?pic_me=453> Acessado em 03/11/2013. Disponível em <http://www.endeavor.org.br/> EXAME. O perfil do empreendedor brasileiro. Disponível em <http://exame.abril.com.br/pme/ noticias/o-perfil-do-empreendedor-brasileiro> Acessado em 20/10/2013. IDEAGRI. Tipos de planejamento. Disponível em <http://ideagri.com.br/plus/modulos/noticias/ler.php?cdnoticia=335> Acessado em 20/10/2013.

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Parte 2

Ética

Yara Marques


O homem vive em sociedade, convive com outros homens e, portanto, cabe-lhe pensar e responder à seguinte pergunta: “Como devo agir perante os outros?”. Trata-se de uma pergunta fácil de ser formulada, mas difícil de ser respondida. Ora, esta é a questão central da Moral e da Ética. Moral e ética, às vezes, são palavras empregadas como sinônimos: conjunto de princípios ou padrões de conduta. Ética pode também significar Filosofia da Moral, portanto, um pensamento reflexivo sobre os valores e as normas que regem as condutas humanas. Podendo também se referir a um conjunto de princípios e normas que um grupo estabelece para seu exercício profissional, por exemplo: os códigos de ética dos médicos, dos advogados, dos psicólogos, etc. Em outro sentido, ainda, pode referir-se a uma distinção entre princípios que dão rumo ao pensar sem de antemão prescrever formas precisas de conduta (ética) e regras precisas e fechadas (moral).

O QUE É ÉTICA? A Ética é o estudo geral do que é bom ou mau, correto ou incorreto, justo ou injusto, adequado ou inadequado. Um dos objetivos da Ética é a busca de justificativas para as regras propostas pela Moral e pelo Direito. Ela é diferente de ambos - Moral e Direito - pois não estabelece regras. Esta reflexão sobre a ação humana é que caracteriza a Ética. Rosana Soibelmann Glock José Roberto Goldim A Ética é “conjunto de valores que orientam o comportamento do homem em relação aos outros homens na sociedade em que vive, garantindo, assim, o bem-estar social”, ou seja, Ética é a forma que o homem deve se comportar no seu meio social. Ainda sobre ética, podemos falar quê: A Ética é um ramo da filosofia que lida com o que é moralmente bom ou mal, certo ou errado. As palavras ética e moral têm a mesma base etimológica: a palavra grega ethos e a palavra latina moral, ambas significam hábitos e costumes. A Ética como expressão única do pensamento correto conduz à ideia da moral, ou ainda, a forma ideal universal do comportamento humano, expressa em princípios válidos para todo pensamento normal e sadio. A palavra ética assume diferentes significados, conforme o contexto em que os agentes estão envolvidos. Laura Nash (1993)

ETIMOLOGIA DA PALAVRA A palavra ética tem origem no termo grego ethos, que significava “bom costume”, “costume superior”, ou “portador de caráter”. Impulsionado pelo crescimento da filosofia fora da antiga Grécia o conceito de ethos se proliferou pelas diversas civilizações que mantiveram 52 - Robótica Educacional


contato com sua cultura. A contribuição mais relevante se deu com os filósofos latinos. Em Roma, o termo grego foi traduzido como “mor-morus” que também significava “costume mor” ou “costume superior”. Dessa tradução latina que surge a palavra “moral” em português. No decorrer da história do pensamento a ética se tornou cada vez mais um assunto rico, complexo e abrangente. Com a expansão da filosofia, em especial, o pensamento sobre a ação, foi preciso distinguir os conceitos de ética e moral. No século XX, o filósofo espanhol Adolfo Sánches Vásquez cria uma famosa diferenciação entre os dois conceitos, o termo moral se refere a uma reflexão que a pessoa faz de sua própria ação. Já a palavra ética abrange o estudo dos discursos morais, bem como os critérios de escolha para valores e padrões que são norteadores no âmbito familiar, empresarial ou na própria sociedade.

ENQUANTO RAMO DO CONHECIMENTO A Ética, enquanto ramo do conhecimento tem por objeto o comportamento humano do interior de cada sociedade. O estudo desse comportamento, visa estabelecer maneiras de condutas que garantam a convivência pacífica dentro das sociedades e entre elas, constitui o objetivo da ética. Em qualquer sociedade que se observe, será sempre notada a existência de dilemas morais em seu interior. Os dilemas morais são um reflexo das ações das pessoas, e surgem a partir do momento em que, diante de uma situação qualquer, a ação de um indivíduo ou de um grupo de indivíduos, contraria aquilo que genericamente a sociedade estabeleceu como padrão de comportamento para aquela situação. As condutas das pessoas, enquanto fruto dos valores nos quais cada um acredita, sofrem alterações ao longo da história, tal fato significa que aquilo que sempre foi considerado como comportamento amoral, pode a partir de determinado momento passar a ser visto de maneira adequada à luz da moral.

NAVEGANDO PELA HISTÓRIA DA ÉTICA Definir o que é um agir ético, moral, correto ou virtuoso é se inscrever numa disputa social pela definição legítima da boa conduta. Da conduta verdadeira e necessária. Avaliar a melhor maneira de agir pode ser visto de perspectivas totalmente diferentes. Marxistas, liberais, mulçumanos, psicanalistas, jornalistas e políticos agem e dão valor as suas ações de maneiras distintas,porém, todos eles lutam pela definição mais legitima de uma “boa ação” ou da “ação correta”.

Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.) “Ética a Nicomacos” A excelência moral se relaciona com as emoções e ações, e somente as emoções e ações voluntárias são louvadas e censuradas, enquanto as involuntárias são perdoadas, e às vezes inspiram piedade; logo, a distinção entre o voluntário e o involuntário parece necessária aos estudiosos da natureza da excelência moral, e será útil também aos legisladores com vistas à atribuição de honrarias e à aplicação de punições.

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Immanuel Kant (1724-1804) “Fundamentação da Metafísica dos Costumes” Neste mundo, e se houver um fora dele, nada é possível pensar que possa ser considerado como bom sem limitação, a não ser uma só coisa: uma boa vontade. Discernimento, argúcia de espírito, capacidade de julgar, e como quer que possam chamar-se os demais talentos do espírito, ou ainda coragem, decisão constância de propósito, como qualidades do temperamento, são sem dúvida, a muitos respeitos, coisas boas e desejáveis; mas também, podem tornar-se extremamente más e prejudiciais se a vontade, que haja de fazer uso destes dons naturais, constituintes do caráter, não for boa. Na constituição natural de um ser organizado para a vida, admitimos, por princípio, que nele não haja nenhum órgão destinado à realização de um fim que não seja o mais adequado e adaptado a este fim. Ora, se num ser dotado de razão e de vontade a natureza tivesse por finalidade última sua conservação, seu bem-estar ou, em uma palavra, sua felicidade, ela teria se equivocado ao escolher a razão para alcançá-la. Isto porque, todas as ações que este ser deverá realizar nesse sentido, bem como a regra completa de sua conduta, ser-lhe-iam indicadas com muito maior precisão pelo instinto. Jeremy Bentham (1748 – 1832) “Uma Introdução aos Princípios da Moral” Pode-se dizer que uma pessoa é partidária de uma ética utilitarista ,quando afirma que a aprovação ou desaprovação de alguma conduta ,foi determinada pela tendência de tal conduta a aumentar ou diminuir a felicidade da comunidade e a sua própria.

Augusto Comte (1798-1875) “Catecismo Positivista” Sacerdote: – É verdade que o positivismo não reconhece a ninguém outro direito senão o de sempre cumprir seu dever. Em termos mais corretos, nossa religião (positivista) impõe a todos a obrigação de ajudar cada um a preencher sua própria função. A noção de direito deve desaparecer do campo político, como a noção de causa do campo filosófico. Porque ambas se reportam a vontades indiscutíveis. Assim, quaisquer direitos supõem necessariamente uma fonte sobrenatural, única que pode subtraí-los á discussão humana. (…)

O positivismo não admite nunca senão deveres de todos em relação a todos. Porque seu ponto de vista sempre social não pode comportar nenhuma noção de direito, constantemente fundada na individualidade. Em que fundamento humano deveria, pois, se assentar a ideia de direito, que suporia racionalmente uma eficácia prévia? Quaisquer que sejam nossos esforços, a mais longa vida bem empregada não nos permitirá nunca devolver senão uma porção imperceptível 54 - Robótica Educacional


do que recebemos. Não seria senão, contudo, só depois de uma restituição completa que estaríamos dignamente autorizados a reclamar a reciprocidade de novos serviços. Todo direito humano é, pois, tão absurdo quanto imoral. Posto que não há mais direitos divinos, esta noção deve se apagar completamente, como puramente relativa ao regime preliminar, e diretamente incompatível com o estado final, que só admite deveres segundo as funções. Simone de Beauvoir (1909 – 1986) “Moral da Ambiguidade” Existir é fazer-se carência de ser, é lançar-se no mundo: pode-se considerar como sub-humano os que se ocupam em paralisar esse movimento original; eles têm olhos e ouvidos, mas fazem-se desde a infância cegos e surdos, sem desejo. Essa apatia demonstra um medo fundamental diante da existência, diante dos riscos e da tensão que ela implica; o sub-homem recusa essa paixão que é a sua condição de homem, o dilaceramento e o fracasso deste impulso em direção do ser que nunca alcança seu fim; mas com isso, é a existência mesma que ele recusa.
(…) A má fé do homem sério provém de que ele é obrigado, sem cessar, a renovar a renegação dessa liberdade. Ele escolhe viver num mundo infantil, mas à criança, os valores são realmente dados. O homem sério deve mascarar esse movimento através do qual se dá os valores, tal como a mitômana, que lendo uma carta de amor, finge esquecer que essa lhe foi enviada por si mesma. Fonte: Retirado da Internet

DIFERENCIANDO ÉTICA E MORAL

Ética Permanente Universal

Moral Temporal Cultural

Regra

Conduta de Regra

Teoria

Prática

Princípios

Aspectos Específicos

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O pensar e o agir ético são maneiras de ser firmar a cidadania, visto que, quando agimos dentro dos princípios éticos estaremos pensando não só em nós, mas também no coletivamente, não deixando que nossos interesses pessoais possam usurpar os direitos coletivos. Ter consciência dos seus atos e certeza de que estão fazendo de forma correta e justa ajuda a criar uma sociedade mais igualitária e a transformar o meio em que vivemos. Nota-se que quando agimos sem ética mesmo em situação em que pensamos que não haverá grandes efeitos como furar uma fila, estacionar o carro numa vaga pra deficientes, terão conseqüências, se cria um hábito ruim estabelecendo uma forma de pensar que todos podem cometer erros porque eles são “normais”, mas não são. Grandes autores falam sobre o conceito de maneira diferente, mas todos estão voltados para uma única conclusão, que a ética está associada a boas ações que facilitam o convívio em sociedade, diretamente associadas à felicidade. Resumindo »» Ética é o estudo dos juízos de apreciação que se referem a conduta humana referente ao ponto de vista do bem e do mal. »» Ética é a ciência do comportamento moral. »» Enquanto ciência tem objeto e leis próprias, racionalidade, método e caráter empírico. »» A norma ética que provocar um comportamento. »» O conceito de ética está intimamente ligado ao conceito de moral. »» Ética é a ciência dos costumes, moral é o próprio objeto dessa ciência.

CONCLUSÃO 1. O que você entendeu sobre ética? 2. O que é moral? 3. Reflita sobre suas ações no dia a dia ,destacando o que você poderia mudar para se tornar uma pessoa com mais princípios éticos?

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6 ÉTICA PROFISSIONAL “ Não se trata de um padrão moral separado, mas do estudo de como o contexto dos negócios cria seus problemas próprios e exclusivos à pessoa moral que atua como um gerente desse sistema”. Laura Nash (1993) Outro conceito difundido de ética nos negócios diz que “é ético tudo que está em conformidade com os princípios de conduta humana; de acordo com o uso comum, os seguintes termos são mais ou menos sinônimos de ético: moral, bom, certo, justo, honesto”. Raymond Baumhart (1971) A Ética Profissional estuda e regula o relacionamento do profissional com sua clientela, visando a dignidade humana e a construção do bem-estar no contexto sociocultural onde exerce sua profissão. Ela atinge todas as profissões através de seu caráter normativo e jurídico,que regulamenta determinada profissão a partir de estatutos e códigos específicos, como por exemplo: ética médica, do engenheiro, do advogado, do biólogo, etc. Sendo a Ética inerente à vida humana, sua importância é bastante evidente no ambiente do trabalho, porque cada profissional tem responsabilidades individuais e sociais, pois envolvem pessoas que dela se beneficiam. A Ética é ainda indispensável ao profissional, porque na ação humana “o fazer” e “o agir” estão interligados. O fazer diz respeito à competência, eficiência que todo profissional deve possuir para exercer bem a sua profissão. O agir se refere à conduta do profissional, ao conjunto de atitudes que se deve assumir no desempenho de sua profissão. A Ética baseia-se em uma filosofia de valores compatíveis com a natureza e o fim de todo ser humano, por isso, “o agir” da pessoa humana está condicionado a duas premissas consideradas básicas pela Ética: “o que é” o homem e “para que vive”, logo toda capacitação científica ou técnica precisa estar em conexão com os princípios essenciais da Ética. Constata-se então o forte conteúdo ético presente no exercício profissional e sua importância na formação de profissionais bem sucedidos.

INDIVIDUALISMO E ÉTICA PROFISSIONAL Parece ser uma tendência do ser humano defender em primeiro lugar seus interesses próprios, quando esses interesses são de natureza pouco recomendável, ocorrem sérios problemas. O valor ético do esforço humano é variável em função de seu alcance em face da comunidade, se o trabalho executado é só para auferir renda, em geral, tem seu valor restrito. Por outro lado, nos serviços realizados com amor, visando ao benefício de terceiros, dentro de um vasto raio de ação, com consciência do bem comum, passa a existir a expressão social do mesmo. Aquele que só se preocupa com os lucros, geralmente, tende a ter menor consciência de grupo, fascinado pela preocupação monetária, pouco importa o que ocorre com a sua comunidade e muito menos com a sociedade. Ética - 57


VIRTUDES PROFISSIONAIS Não obstante, os deveres de um profissional que são obrigatórios, devem ser levados em conta também as qualidades pessoais que concorrem para o enriquecimento de sua atuação profissional, algumas delas facilitando o exercício da profissão. Muitas destas qualidades poderão ser adquiridas com esforço e boa vontade, aumentando neste caso o mérito do profissional que no decorrer de sua atividade profissional, consegue incorporá-las à sua personalidade, procurando vivenciá-las ao lado dos deveres profissionais. O consultor dinamarquês Clauss MOLLER faz uma associação entre as virtudes lealdade, responsabilidade e iniciativa como fundamentais para a formação de recursos humanos. Segundo Clauss Moller, o futuro de uma carreira depende dessas virtudes. Vejamos: Responsabilidade é o elemento fundamental da empregabilidade. Sem responsabilidade a pessoa não pode demonstrar lealdade, nem espírito de iniciativa [...]. Uma pessoa que se sinta responsável pelos resultados da equipe terá maior probabilidade de agir de maneira mais favorável aos interesses da equipe e de seus clientes, dentro e fora da organização [...]. A consciência de que se possui uma influência real constitui uma experiência pessoal muito importante. Só pessoas que tenham autoestima e um sentimento de poder próprio são capazes de assumir responsabilidade. Elas possuem um sentido na vida; alcançam metas sobre as quais concordam previamente e pelas quais assumiram responsabilidade real, de maneira consciente. Lealdade é o segundo dos três principais elementos que compõe a empregabilidade. Um funcionário leal se alegra quando a organização ou seu departamento é bem-sucedido, defende a organização, tomando medidas concretas quando ela é ameaçada, tem orgulho de fazer parte da organização, fala positivamente e a defende contra críticas. Lealdade não quer dizer necessariamente fazer o que a pessoa ou organização à qual você quer ser fiel quer que você faça. Lealdade não é sinônimo de obediência cega. Lealdade significa fazer críticas construtivas, mas as manter dentro do âmbito da organização, agir com a convicção de que seu comportamento vai promover os legítimos interesses da organização. Assim, ser leal às vezes pode significar a recusa em fazer algo que você acha que poderá prejudicar a organização e a equipe de funcionários. As virtudes da responsabilidade e da lealdade são completadas por uma terceira, a iniciativa, capaz de colocá-las em movimento. Iniciativa de fazer algo do interesse da organização significa ao mesmo tempo demonstrar lealdade pela organização. Em um contexto de empregabilidade, tomar iniciativas não quer dizer apenas iniciar um projeto do interesse da organização ou da equipe, mas também, assumir responsabilidade por sua complementação e implementação.

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CARACTERÍSTICAS DO PROFISSIONAL BEM-SUCEDIDO Honestidade: A honestidade está relacionada com a confiança que nos é depositada, a responsabilidade perante o bem de terceiros e a manutenção de seus direitos. A honestidade é a primeira virtude no campo profissional. É um princípio que não admite relatividade, tolerância ou interpretações circunstânciais. Sigilo: O respeito aos segredos das pessoas, em relação aos negócios das empresas, deve ser desenvolvido na formação de futuros profissionais, pois trata-se de algo muito importante. Uma informação sigilosa é algo que nos é confiado e cuja preservação de silêncio é obrigatória. Competência: Competência, sob o ponto de vista funcional, é o exercício do conhecimento de forma adequada e persistente a um trabalho ou profissão. Devemos buscá-la sempre. “A função de um citarista é tocar cítara, e a de um bom citarista é tocá-la bem.”. O conhecimento da ciência, tecnologia, de técnicas e práticas profissionais é pré-requisito para prestação de serviços de boa qualidade. Prudência: Todo trabalho para ser executado exige muita segurança. A prudência faz com que o profissional analise situações complexas com mais facilidade, de maneira profunda e minuciosa, contribuindo para segurança das decisões a serem tomadas. A prudência é indispensável nos casos de decisões sérias e graves, pois, evita os julgamentos apressados, as lutas ou discussões inúteis. Coragem: Todo profissional precisa ter coragem, pois “o homem que evita e teme a tudo, não enfrenta coisa alguma, torna-se um covarde” (ARISTÓTELES, p.37). A coragem nos ajuda a reagir às críticas, quando injustas, e a nos defender dignamente quando estamos conscientes de nosso dever. Ajuda-nos a não ter medo de defender a verdade e a justiça, principalmente quando estas forem de real interesse para outrem ou para o bem comum. Temos que ter coragem para tomar decisões, indispensáveis e importantes, para a eficiência do trabalho, sem levar em conta possíveis atitudes ou atos de desagrado dos chefes ou colegas. Humildade: O profissional precisa ter humildade suficiente para admitir que não é o dono da verdade, usando o bom senso e a inteligência, são características de um grande número de pessoas. Representa a autoanálise que todo profissional deve praticar em função de sua atividade profissional, a fim de reconhecer melhor suas limitações, buscando a colaboração de outros profissionais mais capazes,dispondo-se a aprender coisas novas, numa busca constante de aperfeiçoamento. Humildade é qualidade que carece de melhor interpretação, dada a sua importância, pois, se confunde com subserviência, dependência, quase sempre lhe é atribuído um sentido depreciativo, ouve-se frequentemente a respeito dessa característica frases com estas: Fulano é muito humilde, coitado!

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Imparcialidade: É uma qualidade tão importante que assume as características do dever, pois se destina a se contrapor aos preconceitos, a reagir contra os mitos (em nossa época dinheiro, técnica, sexo), a defender os verdadeiros valores sociais e éticos, assumindo principalmente uma posição justa nas situações que terá que enfrentar. Para ser justo é preciso ser imparcial, logo, a justiça depende muito da imparcialidade. Otimismo: Em face das perspectivas das sociedades modernas, o profissional precisa e deve ser otimista, para acreditar na capacidade de realização da pessoa humana, no poder do desenvolvimento, enfrentando o futuro com energia e bom humor.

CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL Códigos de Ética são conjuntos de normas de conduta que procuram oferecer diretrizes para decisões e estabelecer a diferença entre certo e errado. Se o sistema de valores sempre orientasse as organizações para o beneficio dos clientes, funcionários e fornecedores, ou para a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais, não seria necessário estabelecer multas e punições precisamente para forçar a obediência a esses comportamentos. Cada profissão, empresa, organizações possuem seu próprio Código de Conduta Ética e todos têm um mesmo objetivo que é melhorar as relações pessoais e empresariais para obter melhores resultados, visando sempre o bem-estar de todos.

CONCLUSÃO Um bom profissional tem suas ações fundamentadas nos princípios éticos, buscando sua melhora pessoal e profissional o ajudará a crescer dentro da empresa e profissão. Os Códigos de Conduta Ética nos oferecem as diretrizes para percorrer um caminho de sucesso. ATIVIDADE DE REFLEXÃO 1. Quais as principais características para que um profissional possua princípios éticos? 2. Você considera a ética profissional importante para a cidadania? Por quê? 3. Quais características de um profissional bem-sucedido você considera ter?

ATIVIDADE COMPLEMENTAR http://www.youtube.com/watch?v=D64Oj5JB_7w http://www.youtube.com/watch?v=twg9SCt76UE

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Parte 3

Cidadania Yara Marques


Cidadania em movimento Nesse módulo você deverá entender a importância da cidadania, as transformações históricas do conceito e suas significações contemporâneas, além de compreender a diferença entre o conceito de cidadania e direitos humanos. No final,vai ser fácil distinguir os dois conceitos, suas principais características e aplicações no cotidiano das pessoas.

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1 INTRODUÇÃO À CIDADANIA PORQUE ESTUDAR CIDADANIA? Numa época de clamor popular, afirmação de direitos, luta por igualdade e inclusão, um novo momento histórico se instaura, no qual, os jovens são as vozes nas lutas pela cidadania plena, o que nos mostra a importância de estudar, compreender o que é cidadania e como se deu essa evolução histórica do seu conceito para o que entendemos hoje. Nunca se falou tanto em cidadania como nos tempos atuais, contudo, muitos ignoram o seu real significado e suas implicações na vida cotidiana. A evolução de seu conceito e conteúdo acompanhou as mudanças de nossa sociedade, atingindo hoje uma concepção bem mais abrangente e complexa do que a concebida em outras épocas. Por outro lado, alargou-se a sua aplicação para outros segmentos da comunidade, que muitas vezes eram esquecidos ou ignorados em seus direitos fundamentais. Em busca da afirmação desses direitos se tornou quase impossível viver em sociedade sem compreender o que é cidadania e direitos humanos, buscá-los em sua plenitude e afirmá-los perante as decisões que tomamos. Ao conhecer o que é cidadania, seus direitos e deveres, será mais fácil lutar para que estes sejam cumpridos, portanto, enxergamos a importância de estudá-los.

DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DO CONCEITO DE CIDADANIA A expressão cidadania nos remete diretamente a ideia de cidade, de um núcleo urbano, de uma comunidade politicamente organizada. Isso é verdade, mas como definir cidadão? A expressão vem do latim e faz referência ao indivíduo que habita a cidade (civitas). Então, etimologicamente poderíamos dizer que cidadão é aquele que habita a cidade, porém, como escreveu Aristóteles: cidadão não é cidadão porque vive na cidade, afinal, os estrangeiros e escravos também ali viviam e mesmo assim não gozavam de plenos direitos. Diante da dificuldade de atribuir uma definição fixa os estudiosos consideram o fenômeno como resultado de um processo histórico, contudo, ocorre uma simplificação quando dialogamos sobre os direitos do cidadão, desconsiderando o contexto social a que se está referindo. Segundo Loureiro, “pode-se afirmar que cidadania é o direito a ter direitos, além do dever de lutar por estes. Não é só isso porém; cidadania também representa a necessidade de reconhecimento de novos direitos”.

A definição de cidadania é extremamente complexa, uma vez que não se trata de um conceito estanque, mas histórico, “o que significa que seu sentido varia no tempo e no espaço” (PINSKY, 2003, p. 09).

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Alguns períodos históricos representam marcos significativo para análise do processo evolutivo do que se entende por cidadania. O primeiro período estabeleceu-se na Grécia e em Roma, se constitui na fase embrionária deste processo. A seguir, os alicerces da cidadania delinearam-se pelas Revoluções Inglesa, Americana e Francesa. Posteriormente, o conceito de cidadania continuou se desenvolvendo de acordo com a evolução da sociedade (direitos sociais, luta das mulheres e das minorias, meio ambiente, etc.) até chegarmos ao estágio assumido nos dias de hoje.

O que hoje entendemos por cidadania está intrinsecamente associado ao mundo Greco-romano, a ideia de democracia, participação popular nas ações coletivas, soberania do povo e liberdade do indivíduo. As Cidades-Estados (Estados nacionais) constituem espaços públicos comunitários, onde se contemplava a prática da cidadania. Constata-se uma relação extremamente importante entre educação e cidadania. Os gregos estabeleciam, de modo consciente, um ideal de cultura como princípio formativo do homem. Em Roma, por força da unidade do Império, ocorreu a diminuição da participação política, restringindo o espaço público. A cidadania transformou-se em fonte de reivindicações e de conflitos em face dos diferentes grupos que compunham a sociedade da época. A luta pela participação no poder, igualdade jurídica e econômica foram os alicerces destes conflitos, pois a cidadania romana garantia alguns privilégios legais, como: firmar contratos, testamentos, casamentos, direito de propriedade e também privilégios fiscais. Este período deixou como legado a importância do voto secreto e a forma de organização das antigas assembleias (hoje comparadas ao Senado e à Câmara). A comunidade cidadã não era igualitária, mas sim, excludente. As mulheres, os jovens,velhos,escravos, estrangeiros e quem não possuía propriedades estava excluído de participar da comunidade. A Revolução Inglesa do século XVIII(1640 -1688) assinala mudanças nas relações de poder na sociedade, que passou para mãos de uma nova classe social, abrindo caminho para o livre desenvolvimento do modo de produção capitalista. Inicia-se uma preocupação com “a inclusão dos despossuídos e o tratamento dos iguais com igualdade e dos desiguais com desigualdade” (MONDAINI, 2003, p.131). Trata-se de um marco significativo, o abandono da era dos deveres para era dos direitos.

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A Revolução Americana (1776) foi pioneira na formulação dos direitos humanos. A declaração da independência americana trouxe consigo ideias ligadas à cidadania como: o direito à vida, liberdade, felicidade e a igualdade entre os homens. A liberdade, segundo esclarece KARNAL (2003, p. 140), “passou a ser constituída como fator de integração nacional e de invenção do novo Estado”. É certo que esta liberdade não foi irrestrita, posto que foram excluídos os índios, as mulheres e os negros. Mas a “liberdade religiosa, a liberdade de imprensa, o sufrágio universal masculino e a educação pública seduziam o mundo. O cidadão norte-americano parecia gozar de uma liberdade inédita e sem a necessidade de enfrentar as desordens e o caos revolucionário francês” (KARNAL, 2003, p. 148). Constata-se, pois, que o grande mérito da revolução americana foi a questão da cidadania ligada ao direito da liberdade. A Revolução Francesa do século XVIII(1789) constitui-se dentro desta evolução do conceito de cidadania, um marco de extrema importância, diante dos princípios adotados: liberdade, igualdade e fraternidade. É a fundadora dos direitos civis e tem como marco significativo a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Essa declaração teve a característica de universalidade, não se restringindo apenas aos cidadãos franceses, isto é, “uma declaração dos direitos civis dos homens, sem qualquer tipo de distinção, pertençam não importa a que país, a que povo, e a que etnia. É uma declaração que pretendeu alcançar a humanidade como um todo” (ODÁLIA, 2003, p. 164)

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2 CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS

Direitos Humanos O que eu tenho com isso No conceituado e tradicional dicionário de Aurélio Buarque de Holanda, o termo cidadania é definido como “a qualidade ou estado de um cidadão”, que por sua vez é definido como “o indivíduo no gozo dos direitos civis ou políticos de um Estado, ou no desempenho de seus deveres para com este”. Dessa forma, o que se nota como inerente à cidadania é presente ideia de participação, o atuar, o agir com a finalidade de construir um destino próprio. Entretanto, mais importante do que sua conceituação, é a tentativa de entender seu significado ao longo dos tempos, para que fiquem claros os termos integrantes de seu conceito. Constata-se que, relativamente a cidadania, o que se transfigura, ao longo dos tempos, são os graus e as formas de participação dos indivíduos e sua abrangência social. Porém, é inerente falar de cidadania e não abordar os direitos humanos, embora cada um tenha sua particular significação e importância. Portanto, os direitos humanos, são entendidos como “os direitos básicos, sem os quais não seria possível uma sociedade adequada ao homem, que deve reconhecer a todos, por pertencer ao seu próprio modo de ser”. Alguns confundem os direitos humanos com os próprios direitos fundamentais, definindo-os como os “direitos matrizes de todos os indivíduos, direitos sem os quais não se pode exercer muitos outros, posto que fundamentam os demais”. Importante, realmente, é o estabelecimento de uma inter-relação de ambos os conceitos. Esta necessidade não se estabelece somente em razão da original, histórica e basilar identidade dos conceitos de Cidadania e Direitos Humanos, na realidade fundamenta-se no fato de que com o passar dos tempos a aproximação dos ditos conceitos fica cada vez mais evidente, a ponto de chegarem a se tornar inseparáveis. Tal situação prova que nos dias atuais a evolução de um dos supracitados preceitos acarreta a implementação do outro, da mesma forma que a negligência de um deles gera, no outro, máculas profundas. Esta inter-relação é desenvolvida a partir do estudo e análise da evolução dos conceitos de Cidadania e Direitos Humanos no decurso da História e tal pesquisa se configura patente nos dias de hoje, posto que tais preceitos são determinantes para a configuração e efetividade de um Estado Democrático de Direito. É válido ressaltar, ainda, que a Cidadania e os Direitos Humanos, não podem ser entendidos, meramente, como direitos subjetivos, inerentes aos indivíduos e conquistados ao nascer. Devem, antes de tudo, ser conquistados diariamente, por cada cidadão, através da conscientização social. O Estado, contudo, não deve se eximir de sua parcela de contribuição cabendo a ele o dever de proporcionar condições para o exercício pleno da Cidadania e dos Direitos Humanos dentro do meio social. O âmbito dos Direitos Humanos se expande gradativamente, implementando-se os Direitos Sociais já conquistados com novas inserções. Adaptação do texto de Lígia Aire Moraes Siqueira e Marcelo Leandro Pereira Lopes (ver referências). 66 - Robótica Educacional


CONCLUSÃO No sentido moderno, cidadania é “um conceito derivado da Revolução Francesa (1789), para designar um conjunto de membros da sociedade que têm direitos e decidem o destino do Estado” (FUNARI, 2003, p. 49).

PINSKY (2003, p.09) define cidadão da seguinte forma: “Ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei: é, em resumo, ter direitos civis. É também participar no destino da sociedade, votar, ser votado, ter direitos políticos. Os direitos civis e políticos não asseguram a democracia sem os direitos sociais, aqueles que garantem a participação do indivíduo na riqueza coletiva: o direito à educação, ao trabalho, ao salário justo, à saúde, a uma velhice tranquila. Exercer a cidadania plena é ter direitos civis, políticos e sociais”. De maneira resumida, pode-se afirmar que ser cidadão implica o reconhecimento e a concretização de seus direitos civis, políticos e sociais. Cidadania resulta na efetivação de tais direitos e na luta incessante para alcançá-los, independente da condição pessoal ou social do indivíduo, também implica, o cumprimento de seus deveres. Para COVRE (1998, p. 10) “só existe cidadania se houver a prática da reivindicação, da apropriação de espaços, da pugna para fazer valer os direitos do cidadão. Nesse sentido, a prática da cidadania pode ser a estratégia, por excelência para a construção de uma sociedade melhor. Mas, o primeiro pressuposto dessa prática é que esteja assegurado o direito de reivindicar os direitos, e que o conhecimento deste se estenda cada vez mais a toda população”.

Resumindo • Percebe-se que os conceitos de Cidadania e Direitos Humanos são bastante flexíveis ao longo das épocas. • Os conceitos de Cidadania e Direitos Humanos vão se tornando indissociáveis. • Cidadania e Direitos Humanos não são somente direitos, são conquistados paulatinamente, a cada dia são necessários esforços constantes dos indivíduos para os assegurar. • O exercício da cidadania requer o conhecimento dos direitos e também dos deveres. • Cidadania implica sentimento comunitário, em processos de inclusão. • A prática da cidadania apresenta-se como instrumento indispensável para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

ATIVIDADES DE REFLEXÃO A partir do texto sobre a evolução histórica da cidadania, reflita, e escreva num pequeno texto de cinco linhas como você considera a cidadania atual? Qual a diferença entre cidadania e direitos humanos?

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3 DIREITOS E DEVERES EM BUSCA DE SEUS DIREITOS E DEVERES

Cidadania é um qualificativo daquele que é cidadão. Mas quem é cidadão? Cidadão é o indivíduo que está em pleno gozo de seus direitos civis e políticos. Em outras palavras, é o indivíduo que está capacitado a participar da vida da cidade e, extensivamente, da vida em sociedade. A cidadania é exercida pelos cidadãos. Cidadão é um indivíduo que tem consciência de seus direitos e deveres, sendo-lhe facultada a participação ativa nas questões da comunidade. Não há um conceito estático do que realmente é cidadania, pois esta se encontra em permanente construção, caracterizando-se como um referencial de conquista da humanidade, através daqueles que lutam por mais direitos e garantias, individuais e coletivos. O cidadão é aquele indivíduo que cobra, luta e fiscaliza a efetividade de seus direitos básicos (vida, liberdade, igualdade, propriedade, segurança, etc), mas que, ao mesmo tempo, cumpre com os seus deveres e obrigações (não matar, não discriminar, não roubar, etc), entendendo ser parte integrante de um grande e complexo organismo que é a coletividade, a nação, o Estado. A cidadania se liga, invariavelmente, ao desenvolvimento de um Estado, de um país. Ora, não se pode esperar que ninguém cobre os próprios direitos senão os próprios detentores. A verdadeira cidadania transparece quando for abandonada a noção de um país nanico de consciência (em que os políticos somente aparecem em épocas de eleições e, depois de eleito, nada fazem), de uma sociedade artificializada nos seus gostos e preferências. Ser cidadão é participar do processo de construção do país, sentir-se responsável pelo funcionamento de suas instituições (escolas, repartições públicas, etc), ter interesse pelo bom andamento das atividades estatais, pensar no próximo e nos direitos deste. O direito de votar, em especial, o exercício do voto é sim um ato de cidadania,mas um ato pequeno frente à grandeza deste conceito. Fonte:http://www.oabsp.org.br/subs/asntoanastacio/ institucional/artigos-publicados-no-jornal-noticias-paulistas/ cidadania-2013-a-consciencia-de-seus-direitos-e

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A história da cidadania é acompanhada por uma luta incessante pela conquista de direitos, estes são divididos em três grupos para melhor compreendê-los: Direitos civis: correspondentes ao conjunto das liberdades individuais estabelecidas por meio da igualdade jurídica; compreende-se o direito de liberdade, como o direito que tende a limitar o poder do Estado e a reservar para o indivíduo, ou para os grupos particulares, uma esfera de liberdade em relação ao Estado. Direitos políticos: referentes ao exercício do poder são estabelecidos por mecanismos de participação social e política; Os direitos políticos, segundo BOBBIO são aqueles os quais – concebendo a liberdade, não apenas negativamente, como não impedimento, mas positivamente, como autonomia – tem como consequência à participação cada vez mais ampla, generalizada e frequente dos membros de uma comunidade no poder político (ou liberdade no Estado). Direitos sociais: se apresentam como o conjunto das garantias mínimas do bem-estar econômico, de acordo com os padrões culturais aceitos por uma sociedade. São regidos pelo signo da igualdade e visam o benefício social. Os direitos sociais expressam o amadurecimento de novas exigências – podemos mesmo dizer, de novos valores – como os do bem-estar e da igualdade não apenas formal, e que poderíamos chamar de liberdade através ou por meio do Estado.

DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS DO CIDADÃO A Constituição Federal organiza e rege toda a legislação do Estado Brasileiro. Entre seus dispositivos mais importantes, destacam-se os que tratam dos direitos e deveres individuais e coletivos, descritos no artigo 5º, ao longo de 77 incisos. Conheça as principais garantias previstas na Lei Maior, essenciais para o exercício da cidadania. Igualdade -Todas as pessoas são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. Os brasileiros e os estrangeiros residentes no país têm a garantia de proteção ao direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. Igualdade de gênero - Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações. Princípio da legalidade - Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Integridade - Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante. Liberdade de opinião e expressão - É livre a manifestação do pensamento e a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença, sendo vedado o anonimato. Liberdade e assistência religiosa - É garantida a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e mantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias. É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva. Direito à intimidade e à inviolabilidade do domicílio - São protegidas a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas. A casa é abrigo inviolável do indivíduo; ninguém pode nela penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial. Cidadania - 69


Sigilo das comunicações - É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e telefônicas, exceto, no último caso, por ordem judicial. Liberdade de informação - É assegurado a todos o acesso à informação, resguardandose o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional. Direito de reunião e associação - Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público. É plena a liberdade de associação para fins lícitos. Ninguém pode ser obrigado a associar-se ou a permanecer associado. Direito de propriedade - É garantido o direito de propriedade, que atenda à sua função social. A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, mediante justa e prévia indenização. Direito de informação e petição - Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse. São assegurados, independentemente do pagamento de taxas, o direito de petição aos poderes públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder, e a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal. Estado de direito - A lei não pode prejudicar o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. É reconhecida a instituição do júri, assegurando-se a plenitude de defesa; o sigilo das votações; a soberania dos veredictos e a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia determinação legal. A lei penal não pode retroagir, salvo para beneficiar o réu. Racismo - Constitui crime inafiançável e imprescritível. Crimes hediondos - A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem. Delitos e penas - Não haverá penas de morte, de caráter perpétuo, de trabalhos forçados, de banimento e cruéis. A pena é cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do condenado. É assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral. Serão asseguradas às presidiárias condições para que possam permanecer com seus filhos durante a amamentação. Extradição - Nenhum brasileiro nato será extraditado. Não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião. Garantias processuais - Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal. É assegurada a todos a ampla defesa. São inadmissíveis as provas obtidas por meios ilícitos. Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária. O preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado. A prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária. Ninguém será levado à prisão ou nela mantido quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança. Habeas corpus e Habeas data - É concedido habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. Também se concede habeas data para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; para retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativa. Mandado de segurança - É concedido para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data , quando o responsável pela ilegalidade ou abuso 70 - Robótica Educacional


de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público. Ação popular - Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e custas do processo. Defensoria pública - O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos. Erro judiciário - O Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença. Gratuidade das certidões - São gratuitos para os reconhecidamente pobres o registro civil de nascimento e a certidão de óbito. Gratuidade de ações judiciais - São gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data e os atos necessários ao exercício da cidadania. Aplicabilidade - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. Fonte: http://www.senado.gov.br/noticias/jornal/cidadania/DireitosCidadao/not01.htm

DA LUTA À CONCRETIZAÇÃO DOS DIREITOS

“O direito não é uma simples ideia, é uma força viva. O verdadeiro estado de direito só pode existir quando a justiça sabe brandir a espada com a mesma habilidade com que manipula a balança. “Rudolf von Ihering(2004).

A justiça não é apenas a legalidade. O justo para se realizar deve estar do lado da igualdade presente nas relações entre os homens, garantida juridicamente ou pela sua existência como valor em uma sociedade. A justiça deve ser desejada pelos homens, que a instauram em determinado momento histórico na busca da igualdade de direitos, apesar das desigualdades de fato. Para Comte-Sponville, a igualdade pode não corresponder à justiça legal, mas vai mais além, corrigindo a lei (que nem sempre é justa) permitindo “adaptar a generosidade da lei à complexidade cambiante das circunstâncias e à irredutível singularidade das situações concretas” (Comte-Sponville,1995, p. 93). Assim, se supõem que, haverá a justiça que pretende a igualdade entre os homens, quando ela estiver presente como valor na sociedade ou no homem justo, não se limitando, nem se satisfazendo com a justiça legal. Esta, se não corresponder ao desejo de equidade entre os homens deve ser combatida, bem como qualquer injustiça. A justiça se concretiza como fruto da intensidade desse valor numa sociedade. É preciso desejá-la e lutar por ela. A essa luta Rudolf Von Ihering (1992) refere-se como a luta pelo direito, que é sustentada pela existência do “sentimento de direito” entre os homens. Considera “um dever de todo homem para consigo combater por todos os meios de que disponha a desconsideração para com a sua pessoa no desprezo do seu direito” (Ihering, 1992, p. 21). Dessa forma estará defendendo não apenas a si próprio, mas toda a sociedade. Cidadania - 71


Os direitos são proclamados e desrespeitados internacionalmente, havendo uma defasagem entre as conquistas e a sua efetivação, mesmo considerando todos os avanços já alcançados pela humanidade nesse campo, conforme aponta Bobbio (1992). Enfim, o mundo está em luta constante pelos direitos, pela sua ampliação e especificação. Aos olhos insensíveis de tantos “o máximo” que se tem conseguido é a proposta, nem sempre concretizada, de satisfação de necessidades que garantem a sobrevivência, ou ainda, efetivadas sob princípios discriminatórios. O direito não é, de fato, universal, tão pouco é uma meta desejada por todos. Apesar de se contemplar a “era dos direitos”, segundo Bobbio (1992), na realidade concreta, ocorre um profundo desrespeito aos direitos humanos. A luta pelo reconhecimento dos direitos não é recente. Há longo tempo o homem se dedica a reivindicá-los, uma vez conquistados procura-se alcançar sua realização sem sua violação. O direito não se faz sem lutas, as quais assumem diferentes formas, tal como a denúncia, o debate, protesto, a resistência. Em consequência, o direito vai sendo construído em determinado contexto social fruto das transformações da sociedade, podendo significar não só avanços, mas retrocessos. A “formação e o crescimento da consciência do estado de sofrimento, de indigência, penúria, miséria, ou mais geralmente, de infelicidade, em que se encontra o homem no mundo” (Bobbio, 1992, p. 54), força-o a empenhar-se na superação de tal estado fazendo surgir “zonas de luz” as quais considera indícios de progresso da humanidade, tal como os amplos debates internacionais sobre os direitos do homem que hoje ocorrem. O homem busca transformar o mundo onde vive no tocante ao aspecto material e às regras de conduta, visando sua sobrevivência e do grupo. Nessa trajetória passou de sujeito de deveres a sujeito de direitos, os quais nascem como direitos naturais universais, desenvolvem-se como direitos positivos genéricos, atingem a universalização e especificação. Conquista inicialmente a liberdade, seguidos pelos direitos políticos e sociais, conforme Marshall (1967). Detendo-se na especificidade dos direitos, Bobbio (1992, p. 68:83) ressalta a sua correspondência à diferença existente entre os homens, quanto ao sexo, idade, condição física, fato que exige tratamento desigual para se atingir igualdade para todos. É preciso considerar as diferenças para a realização do direito. Nesse sentido, as declarações de direitos aparecem mais nas áreas de maior descumprimento da norma. Situam-se aí os direitos sociais e mesmo os políticos, defasados em universalidade diante do direito de liberdade.

COMO CIDADÃO VOCÊ TEM O DEVER DE: • • • • • • • • • • •

Votar para escolher nossos governantes. Cumprir as leis. Respeitar os direitos sociais de outras pessoas. Prover seu sustento com o seu trabalho. Alimentar parentes próximos que sejam incapazes de prover seu próprio sustento. Educar e proteger nossos semelhantes. Proteger à natureza. Proteger o Patrimônio Comunitário. Proteger o Patrimônio Público social do País. Colaborar com as autoridades. Tratar com respeito e solidariedade todos os cidadãos, principalmente os idosos, as crianças e as pessoas com deficiências físicas. Colaborar para a preservação do Patrimônio Histórico-cultural do Brasil.

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Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível. Fonte: Artigo XXIX da Declaração Universal dos Direitos Humanos


CONCLUSÃO A cidadania garante direitos aos cidadãos para que estes possam usufruir de uma vida justa e igualitária em sociedade. Infelizmente, sabemos que muitos de nossos direitos são negados, a falta de informação das pessoas, pelo baixo nível educacional também os priva de conhecer que existem tais direitos. Cabe a cada um lutar pelos seus direitos, cobrar e fiscalizar para não permitir que eles sejam violados, e assim poderemos viver de forma mais justa. ATIVIDADE DE REFLEXÃO 1. Relacione os direitos de cada cidadão que estão contidos na Constituição Federal, com os três grupos de direito: direito civil, direito político, direito social. 2. O que você pode fazer para garantir que seus direitos sejam cumpridos? 3. Em sua opinião, é um dever lutar para que seus direitos sejam cumpridos? 4. O que você pode fazer para melhorar a sociedade?

LEITURA COMPLEMENTAR http://www.youtube.com/watch?v=zHQqpI_522M http://www.youtube.com/watch?v=_41C3F6_Kpw http://www.youtube.com/watch?v=swToG0NfH-M

Como praticar a Cidadania? Falamos constantemente de direitos e deveres na prática da cidadania, achamos que praticar a cidadania é algo muito difícil, mas não é, pequenas atitudes e decisões que tomamos no dia a dia podem fazer grande diferença na sociedade, pois como diz um ditado popular: “ não se pode plantar batata e colher cenouras”.Então, se plantarmos boas ações mesmo que sejam simples como; “Bom dia”, “Obrigado” , “não dar aquela velha furadinha de fila”, estaremos colaborando para colher bons frutos, como gentilezas e pessoas educadas.Logo, vamos refletir sobre pequenos atos que irão colaborar para uma sociedade melhor.

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4 CIDADANIA CONTEMPORÂNEA MOVIMENTOS SOCIAIS Abordamos o conceito de movimentos sociais, partindo da obra de Gohn (1997), da qual citaremos um fragmento que expõe o entendimento sobre o tema. Movimentos sociais são ações sociopolíticas construídas por atores sociais coletivos, pertencentes a diferentes classes e camadas sociais, articuladas em certos cenários da conjuntura socioeconômica e política de um país, criando um campo político de força social na sociedade civil. As ações se estruturam a partir de repertórios criados sobre temas e problemas em conflitos, litígios e disputas vivenciados pelo grupo na sociedade. As ações desenvolvem um processo social, político-cultural que cria uma identidade coletiva para o movimento, a partir dos interesses em comum. Essa identidade é amalgamada pela força do princípio da solidariedade e construída a partir da base referencial de valores culturais e políticos compartilhados pelo grupo, em espaços coletivos não institucionalizados. Os movimentos geram uma série de inovações nas esferas pública (estatal e não estatal) e privada; participam direta ou indiretamente da luta política de um país e contribuem para o desenvolvimento e transformação da sociedade civil e política. Estas contribuições são observadas quando se realizam análises de períodos de média ou longa duração histórica, nos quais se observam os ciclos de protestos delineados. Os movimentos participam, portanto, da mudança social histórica de um país e o caráter das transformações geradas poderá ser tanto progressista como conservador ou reacionário, dependendo das forças sociopolíticas a que estão articulados em suas densas redes e dos projetos políticos que constroem com suas ações. Eles têm como base de suporte entidades e organizações da sociedade civil e política, com agendas de atuação construídas ao redor de demandas socioeconômicas ou político-culturais que abrangem as problemáticas conflituosas da sociedade onde atuam [...] (Gohn, 2007, p. 251-252, grifos nossos). Os movimentos sociais são vistos como instrumentos de construção ou exercício de cidadania. A sociedade civil é central para sua operação (Cohen e Arato, 1994). Os movimentos sociais têm sido objeto de uma periodização, ainda que não tão detalhada quanto a dos direitos de cidadania. O corte principal que se faz é entre os “velhos” e os “novos” movimentos sociais, 74 - Robótica Educacional


esses últimos ligam-se mais diretamente aos direitos de terceira geração. Os novos movimentos sociais emergem no século XX apresentando novos atores políticos, que representam um segmento dessa sociedade civil contra outro(s), trazendo consequências sobre o Estado, na legislação e nas políticas públicas. A noção de conquista da cidadania pelos atores dos movimentos sociais, ganha corpo entre os estudiosos brasileiros. Para Durham, esses movimentos sociais são novas formas de atuação que têm potencial para a construção de uma cidadania popular. “A transformação de necessidades e carências em direitos (...) pode ser vista como um amplo processo de revisão e redefinição do espaço da cidadania”. Pensar sobre cidadania é pensar em democracia. É sob o pano de fundo da democracia, que um conjunto de direitos sociais, civis e políticos é assegurados aos indivíduos de um Estado-Nação. O reconhecimento e a garantia desses direitos são a segurança do indivíduo, por um lado, das condições necessárias e indispensáveis à sua manutenção e reprodução, como também, da sua participação na comunidade política do Estado Nacional. Em outras palavras, pensada no interior de um processo democrático, a questão da cidadania passa pela articulação entre igualdade social e liberdade política, de tal maneira que a existência de uma é condição e garantia da outra. Movimentos Sociais são todas as formas de organização dos oprimidos que contribuem para transformação da sociedade. Sua origem são os problemas concretos vividos pelo povo – condições de vida e trabalho; discriminações de gênero, raça, classe, opção sexual, credo religioso; destruição do ambiente; formas de participação política; etc. – mas seu início se dá pela intervenção de um “agente de mediação social” (intelectual orgânico, educador popular), ou seja, por militância e não de forma espontânea (SOUZA, 2003, p.4. grifos do autor). As demandas surgem a partir de necessidades fundamentais, porque elas há que se dar respostas. Quando um grupo de pessoas, convencidas de que nem o Estado, nem os partidos políticos ou grupos de interesses estabelecidos abordam corretamente suas reivindicações, organizam uma ação coletiva e suscitam a adesão de um grupo numeroso de ativistas para atrair a atenção dos poderes públicos. A este grupo denominamos movimento social, que se incorpora à sociedade. Os movimentos sociais não podem ser pensados, apenas, como meros resultados da luta por melhores condições de vida, produzidos pela necessidade de aumentar o consumo coletivo de bens e serviços. Os movimentos sociais devem ser vistos, também (e neles, é claro, os seus agentes), como produtores da História, forças instituintes, que além de criticar o Estado autoritário e capitalista, questionam, com sua prática, a própria centralização/ burocratização tão presentes nos partidos políticos.

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O Brasil está vivendo uma época em que os Movimentos Sociais estão desenhando mais uma vez nossa cidadania, mostrando que o povo cansou de tanto descaso e não aceitará mais que seus direitos sejam esquecidos. Quando o povo vai à rua da voz aos seus direitos, estão se reafirmando como cidadão, da mesma forma que o faz quando escolhe seus representantes através do voto.

CONCLUSÃO O movimento social reafirma a cidadania colocando o Estado em uma posição de mudança, visando sempre o interesse coletivo de forma que a cidadania em sua plenitude chegue cada vez mais a população mais frágil que muitas vezes não conhece seus direitos. O grito popular redesenha a cidadania contemporânea e constrói a História do País.

ATIVIDADE DE REFLEXÃO 1. O que você acha dos movimentos sociais que vem acontecendo no país? 2. Você já participou de algum deles?

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Referências NASH, Laura. Ética nas empresas. São Paulo : Makron Books do Brasil, 1993, p. 6 BAUMHART, Raymond, S. J. Ética em negócios. Rio de Janeiro : Expressão e Cultura, 1971. MARSHALL, Thomas Humphrey. Cidadania, classe social estatus. Rio de Janeiro: Zahar, 1967. PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla Bassanezi. (Org.). História da cidadania. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2003.SOUSA, Mônica Teresa Costa; LOUREIRO, Patrícia (Org.). GORCZEVSKI, Clovis; MARTIN, Nuria Belloso. Clovis A necessária revisão do conceito de cidadania:movimentos sociais e novos protagonistas na esfera pública democrática. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2011 http://pratiquecidadania.wordpress.com/ http://www.fd.unl.pt/docentes_docs/ma/mla_MA_19926.pdf http://www.senado.gov.br/noticias/jornal/cidadania/DireitosCidadao/not01.htm

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Projeto Robótica Educacional Instituto de Tecnologia da Informação e Comunicação – ITIC Coordenação Geral Carlos Artur Sobreira Rocha Coordenação técnica Aluísio Cavalcante Queiroz Neto Organização Luiz Eduardo dos Santos Tavares Autores Aluísio Cavalcante Queiroz Neto Amanda Conrado Pereira Yara Marques Chaves Antenor



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