Folder de Cinema

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foto: Mickalene Thomaz

O corpo não é metáfora

19 a 22/9 Mostra O Corpo Não É Metáfora Curadoria de Cinema Célio Fanceschet e Carlos Gabriel Pergoraro Supervisão de Informação Fábio Polido Edição Emi Sakai Projeto Gráfico Solange de Azevedo Assessoria de Imprensa Neriê Bento imprensacentrocultural@gmail.com Núcleo de Gestão Francis Vieira Soares Núcleo de Projetos Kelly Santiago e Walter Siqueira Articulação Cultural Jaergenton Corrêa Supervisão de Ação Cultural Adriane Bertini Supervisão de Acervo Eduardo Navarro Supervisão de Bibliotecas Juliana Lazarim Supervisão de Informação Fábio Polido Supervisão de Produção Luciana Mantovani Curadorias Supervisor Rodolfo Beltrão Artes Visuais Maria Adelaide Pontes Cinema Célio Franceschet e Carlos Gabriel Pergoraro Dança Sônia Sobral Literatura Hélio Menezes Moda Karlla Girotto Música Alexandre Matias Performance Maurício Ianês Teatro Adulto Kil Abreu Teatro Infantojuvenil Lizette Negreiros Secretária Veruska Matos Centro Cultural São Paulo Diretora Geral Erika Palomino Diretor Adjunto Jurandy Valença Prefeito de São Paulo Bruno Covas Secretário de Cultura Alê Youssef

Curadores: Célio Franceschet @cfranceschet Carlos Pergoraro @carlos_gabrielp

O CORPO NÃO É METÁFORA 19 a 22 de setembro Uma retrospectiva da diretora e artista visual Barbara Hammer (1939-2019), um dos maiores nomes nos Estados Unidos quando se trata de Cinema Queer e de cinema experimental. Ela é destaque entre as vanguardas americanas realizando mais de 40 filmes entre curtas e médias-metragens. O interesse de Barbara, quando iniciou os estudos de cinema na Universidade de São Francisco, era usufruir do experimentalismo para discutir assuntos tabus, como sexualidade feminina, orgasmos femininos e relações sexuais entre mulheres. Em uma entrevista, Barbara explica que, antes de levar qualquer tipo de ativismo político para os filmes, ela quis explorar suas experiências pessoais e compartilhá-las. Dyketactics (1974) foi seu filme de conclusão de curso na universidade e foi realizado por uma vontade de transpor a sensação do orgasmo entre duas mulheres. Este acabou sendo o primeiro filme com interações lésbicas interpretado por lésbicas. A descoberta sexual de Barbara converge com o início de sua carreira como cineasta. Seus filmes passaram a ser um estudo pessoal da própria sexualidade, explorando um formato que vai além do documentário ou da ficção, transitando entre o filme ensaio e o cinema experimental. A mostra O Corpo Não É Metáfora ocorre no Centro Cultural São Paulo junto com a programação Agora É Que São Elas, com uma seleção de mais de 15 filmes que serão exibidos em seu formato original 16mm.

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19/9 quinta 19h Sessão 4 20h30 Sessão 3

1 - 64min Sisters! Dyketatics Endangered Maya Deren’s Sink

P R O G R A M AÇÃO

S E S S Õ E S

20/9 sexta 16h Sessão 2 17h30 Sessão 5 19h Sessão 1 + Debate

2 - 60min Eggs Pools Synch Touch Optic Nerve Sanctus

21/9 sábado 16h Sessão 1 17h30 Debate 19h30 Sessão 4

3 - 67min Nitrate Kisses

22/9 domingo 16h Sessão 2 17h30 Sessão 3 19h Sessão 5

4 - 53min Superdyke Women I Love Multiple Orgasm 5 - 58min A Horse is Not a Metaphor 19/9 quinta 19h Sessão 4 20h30 Sessão 3 20/9 sexta 16h Sessão 2

Sala Lima Barreto (99 lugares) entrada gratuita – a bilheteria será aberta uma hora antes da primeira sessão do dia (consulte a programação completa das duas salas de cinema do CCSP no site Circuito Spcine)

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A HORSE IS NOT A METAPHOR (2008, 58min, digital) A realizadora, lutando contra o câncer de ovário em estágio avançado, retorna para o experimentalismo que originou sua carreira artística. Um filme com sobreposições de inúmeras sessões de quimioterapia. Um jogo de luz, imagem e movimento que a afastam da cama do hospital. DYKETATICS (1974, 4min, digital) Um “comercial” lésbico popular, 110 imagens de montagens sensuais e tocantes e rolos A, B, C, e D, de edição “cinestésica”. “As imagens são variadas e apresentadas rapidamente no começo do filme, introduzindo as personagens, se preferir. A segunda metade é consideravelmente mais lenta, e de repente eu me peguei segurando a respiração, enquanto via as cenas de amor capturadas de forma artística e sensual.” - Elizabeth Lay, Plexus EGGS (1978, 8min, 16mm) Símbolos matriarcais de inteireza aparecem por toda parte na natureza, evocados pela figura de uma deusa. “EGGS, um filme muito criativo, combina imagens surpreendentes de ovos de galinha comuns, colocados em todo tipo de cenário, de macieiras a abóboras, a uma praia, acompanhadas por música koto (estilo musical japonês)”. ENDANGERED (1988, 18min, 16mm) ENDANGERED é uma expressão única do poder da celulóide no processo de filmagem. MAYA DEREN’S SINK (2011, 30min, digital) Maya Deren’s Sink explora os conceitos de Deren do espaço, tempo e forma, por meio de visitas e projeções filmadas nas casas dela, em LA e NY. Projeções de luz nos ambientes íntimos de Deren evocam um tempo e espaço antigo, nos convidando para entrar nos lares de uma cineasta influente que nunca vamos conhecer. O filme reivindica os espaços que inspiraram o trabalho dela, para compartilhá-los com o público. Tempo e espaço se desfazem enquanto as locações dos anos 1940 são reimaginadas no presente. MULTIPLE ORGASM (1977, 6min, 16mm) Um filme sensual e explícito que transmite sensações reais, que vão além de sobreposições visuais de rochas eróticas e formações de cavernas. NITRATE KISSES (1992, 67min, 16mm) Nitrate Kisses explora emulsões e imagens corroídas por vestígios da cultura lésbica

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e gay neste primeiro longa de uma lésbica pioneira no cinema, Barbara Hammer. OPTIC NERVE (1985, 16min, 16mm) Trilha sonora por Helen Thorington. “Optic Nerve, de Barbara Hammer, é uma reflexão pessoal poderosa sobre família e envelhecimento. Hammer trabalha com gravações que, a partir de impressão ótica e edição, são dispostas em camadas e manipuladas para criar uma meditação cativante durante sua visita à sua avó numa casa de repouso. O sentido da visão se torna um processo em constante evolução, de rever as imagens recuperadas do passado e fundi-las com o eterno presente da imagem projetada. Hammer cedeu uma nova voz à longa tradição de meditação pessoal no cinema independente avant-garde americano.” - John Hanhardt, Catálogo da Exibição Bienal, Whitney Museum of American Art, Nova Iorque, 1987 Prêmios e Exibições: Exposição Bienal, Whitney Museum of American Art, 1987; Primeiro Prêmio, Ann Arbor Film Festival; Terceiro Prêmio, Experimental Film Coalition Film Festival; Creteil Int’l Festival of Films by Women, França. POOLS (1981, 8min, 16mm) Feito em parceria com Barbara Klutinis. “POOLS é uma demonstração tecnicamente impressionante e espetacular de piscinas do W. R. Hearst’s San Simeon, e consegue se validar de dentro, ou pelo menos dentro do seu próprio escopo de identificação.” - Richard T. Jameson Minha estética ao colaborar com POOLS junto com Barbara Klutinis, foi trazer um senso fisiológico e de experimentação do corpo em termos de locação, aos espectadores que vissem o filme e observassem as piscinas desenhadas pela primeira arquiteta a se formar na Escola de Belas Artes de Paris, Julia Morgan. Eu quero que os espectadores experienciem nadar num espaço arquitetônico por dois motivos. Primeiro, e mais importante, eu quero ativar meu público, eu quero que eles sejam ativos e não passivos ao ver cinema, e então expandir essa vivacidade para seu dia a dia, vivendo expansivamente e com políticas responsáveis. O segundo motivo pelo qual nadei e filmei essas piscinas era para quebrar o tabu. Não é permitido a nenhum visitante nadar nessas piscinas maravilhosas, exemplos do trabalho da Morgan. Pelo menos, ao conseguir permissão para nadar lá com uma câmera subaquática, eu pude compartilhar e expandir por meio da visão essa experiência física extraordinária. SANCTUS (1990, 19min, 16mm) Composição de sons por Neil B. Rolnick.

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“Em seus filmes mais recentes, Endangered e Sanctus, Barbara fala sobre a cofragilidade da existência humana e da emulsão fílmica, o material cru da artista em que ela cria imagens. Eu exibi recentemente a cópia completa de Sanctus, e fiquei muito emocionado. O filme é visualmente primoroso e cheio de simbolismos. Ela transformou o ‘found footage’ – filmes de raios X científicos da década de 1950 – em uma jornada lírica, transformando o material cru numa celebração do corpo como templo.” –Jon Gartenberg, Assistente de curadoria fílmica, Museu de Arte Moderna, NY. SISTERS! (1973, 7min, 16mm) Uma celebração e colagem de lésbicas, incluindo cenas do dia da Marcha Internacional das Mulheres, em São Francisco, e danças animadas da última noite da segunda Conferência Lésbica, ocasião que contou com a apresentação de Family of Woman e imagens de mulheres fazendo todos os tipos de trabalho “de homem”. SUPERDYKE (1975, 20min, 16mm) A comédia sobre a tropa de defensoras Amazonas que cuidam de instituições públicas após relaxarem no país. SYNC TOUCH (1981, 10min, 16mm) Uma estética lésbica/feminista, propondo a conexão entre o tato e a visão como base para um “novo cinema”. O filme explora a natureza do tato infantil dentro da mulher cineasta, a conexão entre a sexualidade e o fazer cinema, e análises científicas do tato. “No começo ouvimos uma ‘expert’ falando – alguém que sabe sobre o tato e as zonas erógenas, sobre o erótico –, no entanto, a ênfase é no ‘conhecimento’ dela, e o que ela sabe ‘sobre’, ao invés da experiência dela. Hammer ressalta o monólogo com closes intensos e extraordinários de partes do rosto e do pescoço da mulher, os dentes e lábios dela, suas orelhas. A espectadora fica tão absorta pelos detalhes dessa proximidade, a proximidade de uma amante vendo o rosto de sua amiga, que as palavras se perdem para dar espaço a, de fato, sentir e experimentar essa intimidade. Isso também funciona por fazer a espectadora querer tocar, se envolver, já que, como a locutora diz, o toque precede o tato no recém-nascido, e a visão se torna uma conexão entre o toque e a compreensão do que aquilo significa.” - Cath Dunsford, Alternativa Cinema WOMEN I LOVE (1976, 27min, 16mm) Women I Love é uma série de retratos pessoais da diretora com suas amigas e amantes, com uma celebração dos frutos e da vegetação pixelada na natureza. Imagens culminantes que evocam a pintura tântrica da sensualidade sustentada.


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