Folder teatro capa

Page 1

III MOSTRA DE DRAMATURGIA EM PEQUENOS FORMATOS Cร NICOS DO CCSP 2017

boi ronceiro - uma fรกbula de horror de Ricardo Inhan de 9/6 a 2/7/17 aNtIdeus de Carlos Canhameiro de 7 a 30/7/17 a mulher que digita de Carla Kinzo de 4 a 27/8/17


III Mostra: Dramaturgia brasileira e os impasses da sociabilidade O projeto da Mostra de dramaturgia em pequenos formatos cênicos do Centro Cultural São Paulo nasceu de duas pergunta: diante dos meios de produção já existentes no panorama teatral de São Paulo, o que poderia ser útil para fomentar a montagem de textos teatrais inéditos? O que poderia ser relevante em uma cidade cujo teatro já é mais que razoavelmente subvencionado? Os prêmios para autores em geral chegam no máximo a publicar os textos, deixando-os ainda na condição de literatura dramática. Os editais de montagem não têm necessariamente compromisso com o autor. Então nos ocorreu um prêmio para os autores de teatro, que fosse adiante da publicação, que tivesse como ponto de chegada a montagem e temporada do espetáculo, cumprindo o ciclo inteiro da vocação de todo texto teatral: a subida à cena e o encontro com o público. Tínhamos um excelente espaço (o próprio CCSP), boas salas, a infraestrutura técnica. E uma gráfica! Onde se poderiam imprimir as brochuras das peças, que são distribuídas à plateia durante as apresentações. Uma tentativa de tornar mais íntima, e quem sabe um pouco mais duradoura, a experiência fugidia do espectador com o fenômeno teatral. E assim nasceu o conceito de “pequenos formatos cênicos”. A ideia não é novidade. Nas artes visuais há mostras de pequenos formatos. No cinema, os chamados filmes de baixo orçamento. E nessas duas áreas a expectativa é a de que o “pequeno”, o “baixo” não sejam indicadores de obras artísticas de má qualidade. Ao contrário. São condições a partir das quais a própria linguagem se articula. No caso do teatro, é ideia que pressupõe dramaturgias sintéticas no seu plano formal. Quem sabe com poucos personagens e em situações concentradas (se for este o caso, o de um teatro de personagem e situação, é só um exemplo). Ou que se inventem com recursos que, senão estes, estão preocupados com a concisão poética. Nos pareceu que isto seria, além de tudo, um bom contra dispositivo ao mundo da mercadoria, da mercantilização e da espetacularização da arte. Então o pequeno formato já não será uma contingência, mas sim um campo de provocações, de fomento criativo. E assim tem sido. Nos dois primeiros editais tivemos cerca de 200 textos inscritos (por edição). No terceiro o número subiu. Destes, selecionamos três textos por ano, que foram montados e ganharam a cena durante as mostras. Para esta terceira edição foram escolhidos Ricardo Inhan (Boi ronceiro - uma fábula de horror), Carlos Canhameiro (ANTIdeus) e Carla Kinzo (A mulher que digita), textos e espetáculos que sobem à cena entre junho e final de agosto de 2017. São peças que tangenciam, cada qual a seu modo, a feitura e refeitura, em processo, da sociabilidade brasileira atual, no seu tempo corrente tanto quanto no seu lastro histórico. São fábulas sobre os grandes chamados sociais ou individuais, que correm sempre juntos: na guerra antiga sobre o poder, a terra e um Brasil que parece sempre sem saída; nas novas batalhas em torno da ideologia agora centrada na religião; na violência que vaza de lugares aparentemente distantes para a vida íntima, invadindo a escrita, a letra e a vida. São os capítulos atuais deste projeto que, para nós do CCSP, tem sido uma alegria. As mostras têm acontecido com boas plateias. Os autores, sobretudo os mais jovens, têm se mobilizado para enviar seus textos. E o reconhecimento institucional também veio. O Centro Cultural São Paulo foi indicado, por exemplo, ao Prêmio Shell de Teatro, na categoria Inovação, “pelo estímulo à experimentação de novas formas cênicas, dramatúrgicas e de produção”. E agora, no meio desta III Mostra, e já com inscrições abertas para o edital que selecionará as peças da IV, estamos certos de que o CCSP vai se tornando um lugar de referência para a experimentação dos textos e das narrativas teatrais das novas gerações, tanto quanto um espaço em que esses novos autores e as plateias se encontram para experimentarem os imaginários que vêm pautando o Brasil contemporâneo.

Kil Abreu Curador de teatro do CCSP

Prefeitura de São Paulo João Doria Secretaria de Cultura André Sturm Centro Cultural São Paulo | Direção Geral e Coordenação de Curadoria Cadão Volpato Supervisão de Ação Cultural Adriane Bertini e equipe Supervisão de Acervo Eduardo Navarro Niero Filho e equipe Supervisão de Bibliotecas Juliana Lazarim e equipe Supervisão de Informação Juliene Codognotto e equipe Supervisão de Produção Luciana Mantovani e equipe Coordenação Administrativa Everton Alves de Souza e equipe Coordenação de Projetos Kelly Santiago e Walter Tadeu Hardt de Siqueira CCSP | Curadoria de Teatro Kil Abreu e Lucas Cavalcante de Almeida (estagiário) Coordenação editorial Juliene Codognotto Edição Emi Sakai e Danilo Satou (estagiário) Revisão Paulo Vinicio de Brito Projeto Gráfico Solange de Azevedo Impressão Laboratório gráfico do CCSP


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.