1
2
ÍNDICE
ABERTURA 4 JÚRI 6 JÚRI JOVEM 8 JÚRI ABCV 9 MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL
11
LONGAS OU MÉDIAS-METRAGENS
12
CURTAS-METRAGENS 20 MOSTRA CAROS DIÁRIOS
32
MOSTRA 25 ANOS DE VÍDEO NAS ALDEIAS
39
SESSÕES ESPECIAIS 49 FILME DE ABERTURA 52 ENCERRAMENTO 54 OFICINAS 56 CICLO DE CONFERÊNCIAS
59
FICHA TÉCNICA 62 ENDEREÇOS E AGRADECIMENTOS
64
Trilogia documental do encontro de uma cidade com o cinema
Uma ação que se renova em três tempos, uma palavra dita três vezes, um gesto repetido em três movimentos e uma confirmação se anuncia. Três é esse número que parece dar forma, consumar, marcar a existência. A sensação de anunciar um festival que chega à sua terceira edição é mesmo essa, a de um gesto confirmado, de uma palavra tomada, de um fato que se consuma. Um terceiro ato que não encerra mas dá forma à narrativa do encontro de uma cidade com o cinema. E não é qualquer cidade nem é qualquer cinema. É Cachoeira, uma cidade antiga projetada para o futuro, uma cidade preenchida pelo desejo de encontrar o mundo e de ser atravessada por ele. E é documentário, um cinema que carrega o peso e a leveza do mundo, um cinema impregnado pela vida. Na Mostra Competitiva Nacional, reúne-se um conjunto vigoroso de filmes de várias regiões do país que dão testemunho dos modos de existir que percorrem o Brasil e das formas diversas que realizadores do presente têm forjado para restituir pelo cinema a vida. Nesse momento em que o retrato do CachoeiraDoc toma forma e se definem os traços desse rosto e corpo coletivos, cursos, oficinas e conferências abrem um espaço para o pensamento, a prática e a formação como uma aposta na reflexão, no diálogo,
na renovação. Duas mostras especiais dedicam-se ainda aos gestos documentais na primeira pessoa - do singular e do plural. A Mostra Caros Diários agrega um pequeno mas precioso conjunto de filmes em que registros da intimidade organizam-se para constituir uma subjetividade em confronto com o mundo. São filmes para os quais “eu” é o “outro”, marcados por uma das tendências mais caras do documentário contemporâneo mundial. A Mostra 25 Anos do Vídeo nas Aldeias celebra a trajetória do projeto pioneiro no Brasil na formação de cineastas indígenas, que assumem a autoria e o risco das imagens de seus povos, deslocando o lugar de centralidade do espectador e da nação brasileira. O CachoeiraDoc rende homenagem ao movimento que deu origem a uma filmografia pungente e que nasceu de uma aposta no documentário como instrumento a serviço de povos indígenas nas lutas pela afirmação e defesa de seus modos de vida. Quando graves ameaças de apagamento perturbam, ou melhor, continuam a assombrar o país, exibir os filmes produzidos pelo Vídeo nas Aldeias torna-se ainda mais essencial: esses filmes oferecem de modo generoso a dimensão da vida que pulsa, resiste e se reinventa nas aldeias e, ao fazê-lo, devolvem ao documentário aquilo que lhe é também fundamental. É à vida, então, que dedicamos este terceiro CachoeiraDoc.
JÚRI Beatriz Furtado
Professora do Mestrado em Comunicação na área de Cinema e Audiovisual; do Mestrado em Artes, e da Graduação em Cinema e Audiovisual, do Instituto de Cultura e Arte da Universidade Federal do Ceará (UFC). Tem pós-doutorado em Cinema e Arte Contemporânea, pela Universidade Paris III - Sorbonne-Nouvelle. Doutorado em Sociologia pela UFC e Universidade de Lisboa, Portugal; Mestrado em Comunicação pela Universidade Autônoma de Barcelona (UAB), Espanha e Graduação em Comunicação pela UFC. É autora dos livros “Imagens Eletrônicas e Paisagem Urbana” (Relume-Dumará) e “Cidade Anônima” (Hedra) e organizadora de “Fazendo Rizoma” (Hedra) e “Imagem Contemporânea” (Hedra). Realizou os vídeos “Catadores”, “Cidade Anônima”, “Passeio”, “Caixa Escura para fazer Imagens de Som “, “Extermínio” e “Um Leito Suave para meu Pai”.
Cyntia Nogueira
Coordenadora do Cineclube Mário Gusmão e editora da revista eletrônica CineCachoeira, tem atuado principalmente com o tema história e crítica do cinema brasileiro. É professora do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e pesquisadora do Grupo de Ensino, Pesquisa e Extensão em Arte, Audiovisual e Patrimônio, cadastrado no CNPq. É mestre em Comunicação, Imagem e Informação pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e graduada em Comunicação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Sérgio Borges
Cineasta, escritor, roteirista e um dos integrantes do Teia, núcleo de pesquisa e produção audiovisual, sediado em Belo Horizonte. Realizador de filmes como “Sonhos” (1998), “Mira” (2001), “Silêncio” (2006) e o longa-metragem “O céu sobre os ombros” (2010), vencedor do prêmio de melhor filme do Festival de Brasília de 2010. É autor dos livros “O guerrilheiro nuclear e o pacifista a conversar” (Ed. Manga - Coleção Poesia Orbital) e “Solar” (Ed. Sêlo Editorial).
JÚRI JOVEM André Araújo
Produtor Cultural (UFBA), é graduando do sexto semestre em cinema e audiovisual na UFRB e membro do cineclube Mário Gusmão. Atuou como produtor no curta documental “Roda de Samba” (2010) e do curta-metragem “Entre Passos” (2011) e como diretor do curta “Partituras” (2011). Atualmente dirige o projeto de web-série “Familia(s)”, contemplado na primeira etapa do Calendário das Artes da FUNCEB em 2012. Também é mestrando em Cultura e Sociedade pela UFBA.
João Aleixo
Graduando em cinema e audiovisual pela UFRB e participante do coletivo Vestígios. Além da produção em curta-metragem, atualmente coordena o projeto “Doc-se” que acontece na Nova Holanda, uma das 16 favelas do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. É membro do Grupo de Estudos e Práticas em Documentário.
Larissa Oliveira
Graduanda do curso de Cinema e Audiovisual da UFRB. Diretora do videoclipe “Um Novo amor”, da cantora Helena Lídia. Co-diretora do videoclipe “Você tem o que eu preciso”, da banda Dois em Um e do curta documental “Janelas Passageiros Janelas”.
JÚRI ABCV Angelita Bogado
Possui mestrado em Estudos Literários pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. É professora assistente do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Coordena o Grupo de Extensão Cine Caos.
Carollini Assis
É diretora institucional da Associação Baiana de Cinema e Vídeo (ABCV – ABD / BA). Jornalista e Especialista em Roteiros para Tv e Cine pela Unijorge. Estudou Realização Cinematográfica na Escuela de Cine Y Tv de San Antonio de Los Baños (CUBA), onde roteirizou e dirigiu o curta PIEL. Atualmente adapta o livro Bye Bye Babilônia, do escritor José Afonso, para o cinema.
Roberto Duarte
Doutor e Mestre em Comunicação e Cultura Contemporânea pela UFBA. É membro do Conselho de Cultura do Estado da Bahia. Professor Adjunto do Centro de Artes Humanidades e Letras da UFRB, onde desenvolve atividades de pesquisa na área de dramaturgia.
MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL
LONGAS E MÉDIASMETRAGENS
12
A CIDADE É UMA SÓ? Daí eu pensei em como fazer um filme bem legal, agradável e gângster: Brasília, I Love You.
Distrito Federal, 2011, 80’
De
Adirley Queirós
Dia 06/12 às 20h
13
CUÍCA DE SANTO AMARO Na idílica Salvador dos anos 40 e 50 do século passado, Cuíca de Santo Amaro atenta contra o pudor e brada contra a hipocrisia, revelando em praça pública segredos de alcova e trapaças de ricos marreteiros. É o cronista social. Nada lhe escapa: o custo de vida, os crimes mais comoventes, manobras dos líderes da II Guerra Mundial. Suas histórias, não raro obscenas, vendem como caninha em feiras de Salvador e Recôncavo da Bahia. Transformado em personagem dos escritores Dias Gomes e Jorge Amado e de filmes de Roberto Pires e Anselmo Duarte, Cuíca deixa atrás de si um rastro de polêmica. “Comigo não tem bronca”, garante. É a versão popular do boca de brasa, o Gregório de Mattos sem gramática. Herói e anti-herói. Trovador repórter. O maior comunicador que a Bahia já teve. É um performer antes de Salvador virar metrópole.
14
Bahia, 2012, 74’ De Joel de Almeida e Josias Pires
Dia 7/12, às 20h
DOMÉSTICA Sete adolescentes assumem a missão de registrar por uma semana a sua empregada doméstica e entregar o material bruto para o diretor realizar um filme com essas imagens. Entre o choque da intimidade, as relações de poder e a performance do cotidiano, o filme lança um olhar contemporâneo sobre o trabalho doméstico no ambiente familiar e se transforma num potente ensaio sobre afeto e trabalho.
15
Pernambuco, 2012, 75’ De Gabriel Mascaro
Dia 5/12, às 20h
ELA SONHOU QUE EU MORRI “Ela Sonhou que Eu Morri” é um retrato invertido da globalização narrado por estrangeiros presos no Brasil. O documentário é uma delicada coleção de histórias de vida, cuja dramaturgia está na incrível capacidade que as pessoas têm de contar suas histórias.
São Paulo, 2011, 75’ De Matias Mariani e Maíra Bühler
Dia 7/12 às 14h30
16
HU Um edifício partido ao meio: de um lado, o hospital; do outro, a ruína. E no horizonte, a Baía de Guanabara, o Rio de Janeiro, a saúde e educação públicas. Inteiramente filmado no monumental e apenas parcialmente ocupado prédio modernista do Hospital Universitário da UFRJ. Uma metáfora em concreto armado da esfera pública brasileira.
17
Rio de Janeiro, 2011, 78’ De Joana Traub Csekö e Pedro Urano
Dia 6/12 às 14h30
TAVA Interpretação mítico-religiosa dos Mbya-Guarani sobre as reduções jesuíticas do século XVII no Brasil, Paraguai e Argentina.
Pernambuco, 2012, 78’ De Ariel Ortega, Ernesto de Carvalho, Patricia Ferreira, Vincent Carelli
Dia 5/12 às 14h30
18
TOKIORI - DOBRAS DO TEMPO A maior onda da imigração japonesa no Brasil ocorreu entre 1927 e 1934. Foi no bairro rural da Graminha, no oeste paulista, que o destino de seis famílias de imigrantes desse período se cruzaram. Arrancada da mata virgem pelos imigrantes japoneses, italianos, espanhóis, que, por sua vez, empregavam paulistas, mineiros e nordestinos em suas terras, a Graminha é um lugar de encontros e desencontros de pessoas, culturas e tempos. Seguindo o cotidiano de quatro gerações dessas famílias, no Brasil e no Japão, “Tokiori”, em japonês Toki > tempo e Ori (de Oru) > dobrar, busca tornar visível suas identidades híbridas construídas ao longo do tempo. Terra natal e terra estrangeira se confundem nessa história marcada por constantes idas e vindas entre os dois países. 19
São Paulo, 2011, 106’ De Paulo Pastorelo
Dia 7/12 às 11h
CURTASMETRAGENS
20
A ANTI-PERFORMANCE Dia Cinza. Vento Forte. Algo se moveu. Das entranhas do centro antigo, as farpas reluziram. A cidade viu sua odiosa e querida entidade voar para a anti performance.
Bahia, 2012, 11’ De Daniel Lisboa
Dia 7/12 Ă s 20h
21
A ONDA TRAZ, O VENTO LEVA Rodrigo é surdo e trabalha numa equipadora instalando som em carros. O filme é uma jornada sensorial sobre um cotidiano marcado por ruídos, vibrações, incomunicabilidade, ambiguidade e dúvidas.
Pernambuco, 2012, 28 De Gabriel Mascaro
Dia 8/12 às 11h
22
BOI FANTASMA O antigo Auto do Boi-Bumbá da tradição oral de Parintins executado através de intervenções audiovisuais.
São Paulo, 2012, 15’ De Rogério Nunes
Dia 8/12 às 11h
23
CÂMERA ESCURA Quando as imagens dos objetos iluminados penetram num compartimento escuro através de um pequeno orifício e se recebem sobre um papel branco situado a uma certa distância desse orifício, vêem-se no papel os objetos invertidos com as suas formas e cores próprias.
24
Pernambuco, 2012, 23’ De Marcelo Pedroso
Dia 6/12 às 20h
CINE CAMELÔ “Cine Camelô” narra a história de um cineasta que foi para a maior rua de comércio popular do Brasil, a rua 25 de março em São Paulo, vender a produção de curtas-metragens aos clientes que ali circulam diariamente. O cineasta-ambulante faz e vende pequenos filmes e dá vazão à fantasia e ao imaginário populares em meio ao grande caos do local.
25
São Paulo, 2011, 15’ De Clarissa Knoll
Dia 8/12 às 11h
CONFETE “Confete” se desloca com os corpos através do tempo suspenso nas cores e sons do carnaval. O filme percorre o caminho do confete desde a fabrica até o chão das ruas do Rio de Janeiro na quarta-feira de cinzas.
Rio de Janeiro, 2012, 15’ De Jo Serfaty e Mariana Kaufman
Dia 8/12 às 11h
26
DANÇANDO MAS TÔ ANDANDO Por um ano e oito meses, Gilberto andou para trás.
Bahia, 2012, 15’ De Marcondes Dourado
Dia 8/12 às 11h
27
DESACERTO O silêncio que precede a solidão.
São Paulo, 2011, 17’ De Eduardo Consonni e Rodrigo T. Marques
Dia 6/12 às 14h30
28
DESTERRO O encontro e as memórias de Dona Pequenita e Tereza Fróes Batalha sobre uma das mais impactantes intervenções do estado brasileiro.
Bahia, 2012, 14’ De Cláudio Marques e Marília Hughes
Dia 5/12 às 14h30
29
PIOVE, IL FILM DI PIO “Piove” não é um retrato de Pio Zamuner, cineasta esquecido que dirigiu os doze últimos filmes do comediante Amácio Mazzaropi. É o estabelecimento de uma relação entre dois diretores e a explicitação de suas regras. O retrato de uma paixão compartilhada por duas gerações em um botequim da Boca. Mas quem dirige quem?
30
São Paulo, 2012, 15’ De Thiago Mendonça
Dia 7/12 às 20h
UM DIÁLOGO DE BALLET Um senhor e um jovem acordam. O tempo passa. E para.
Rio Grande do Sul, 2012, 7’ De Filipe Matzembacher e Márcio Reolon
Dia 7/12 às 14h30
31
MOSTRA CAROS DIÁRIOS
32
33
NO SEX LAST NIGHT Diário filmado de uma viagem de carro pelos Estados Unidos da célebre artista francesa Sophie Calle e do fotógrafo americano Greg Shephard.
Estados Unidos, 1996, 76’ De Sophie Calle e Greg Shephard
Dia 5/12 às 17h
34
DIÁRIOS DE UMA BUSCA O jornalista Celso Afonso Gay de Castro morreu aos 41 anos, na cidade de Porto Alegre, em circunstâncias suspeitas. O militante político de esquerda foi exilado durante a ditadura militar brasileira. Durante esse período, ele percorreu diversos países, como Argentina, Venezuela, Chile e França, sempre carregando consigo sua família. Uma vida marcada pela história da luta armada, exílio e ausência. Sua repentina morte deixou seus familiares com um vazio e um mistério que a filha Flávia tenta desvendar.
35
Brasil/França, 2011, 105’ De Flávia Castro
Dia 7/12 às 17h
ELENA Elena viaja para Nova York com o mesmo sonho da mãe: ser atriz de cinema. Deixa para trás uma infância passada na clandestinidade dos anos de ditadura militar. Deixa Petra, a irmã de sete anos. Duas décadas mais tarde, Petra também se torna atriz e embarca para Nova York em busca de Elena.
36
Brasil, 2012, 82’ De Petra Costa
Dia 8/12 às 17h
WINDOW WATER BABY MOVING Antológico curta experimental, o filme documenta o nascimento do primeiro filho do cineasta.
Estados Unidos, 1962, 13’ De Stan Brakhage
Dia 8/12 às 19h*
*Será exibido na sessão de encerramento, com acompanhamento musical ao vivo composto e executado por Roberto Barreto e João Milet Meirelles.
37
38
MOSTRA 25 ANOS DE Vテ好EO NAS ALDEIAS 39
NO TEMPO DO VERÃO É fim de semana e as crianças Ashaninka deixam a escola e partem, rio acima, para acampar com os pais e aprender a vida na mata.
Brasil, 2012, 22’ De Wewito Piyãko
Dia 4/12 às 19h
40
AS HIPER MULHERES Temendo a morte da esposa idosa, um velho pede que seu sobrinho realize o Jamurikumalu, o maior ritual feminino do Alto Xingu (MT), para que ela possa cantar uma última vez. As mulheres do grupo começam os ensaios enquanto a única cantora que de fato sabe todas as músicas se encontra gravemente doente.
Brasil, 2011, 80’ De Carlos Fausto, Leonardo Sette e Takumã Kuikuro
Dia 4/12 às 19h
41
O ESPÍRITO DA TV As emoções e reflexões dos índios Waiãpi ao verem, pela primeira vez, a sua própria imagem e a de outros grupos indígenas num aparelho de televisão. Os índios refletem sobre a força da imagem, a diversidade dos povos e a semelhança de suas estratégias de sobrevivência frente aos não índios.
42
Brasil, 1990, 18’ De Vincent Carelli
Dia 5/12, às 09h
A ARCA DOS ZO’É Os índios Waiãpi, que conheceram os Zo’é através de imagens em vídeo, decidem ir ao encontro destes índios recém contactados no norte do Pará e documentá-los. Os Zo’é proporcionam aos visitantes o reencontro com o modo de vida e os conhecimentos dos seus ancestrais. Os Waiãpi, em troca, informam os Zo’é sobre os perigos do mundo branco que se aproxima e que os isolados estão ansiosos por conhecer.
43
Brasil, 1993, 22’ De Dominique Tilkin Gallois e Vincent Carelli
Dia 5/12, às 09h
SEGREDOS DA MATA Quatro fábulas sobre monstros canibais narradas e interpretadas pelos índios Waiãpi da aldeia de Taitetuwa. “Fizemos o vídeo”, dizem eles, “para alertar os incautos. Até um não-índio pode ser devorado por estes monstros ao entrar na mata”.
Brasil, 1998, 37’ De Dominique Tilkin Gallois e Vincent Carelli
Dia 5/12, às 09h
44
DAS CRIANÇAS IKPENG PARA O MUNDO Quatro crianças Ikpeng apresentam sua aldeia respondendo à vídeo-carta das crianças da Sierra Maestra em Cuba. Com graça e leveza, elas mostram suas famílias, suas brincadeiras, suas festas, seu modo de vida. Curiosas em conhecer crianças de outras culturas, elas pedem para que respondam à sua vídeo-carta.
Brasil, 2001, 32’ De Natuyu Yuwipo Txicão, Kumaré Ikpeng e Karané Ikpeng
Dia 5/12, às 09h
45
SHOMÕTSI Crônica do cotidiano de Shomõtsi, um Ashanika da fronteira do Brasil com o Peru. Professor e um dos videastas da aldeia, Valdete retrata o seu tio, turrão e divertido.
Brasil, 2001, 42’ De Valdete Pinhanta
Dia 6/12, às 09h
46
DEPOIS DO OVO, A GUERRA As crianças Panará apresentam seu universo em dia de brincadeira na aldeia. O tempo da guerra acabou, mas ainda continua vivo no imaginário das crianças.
Brasil, 2008, 15’ De Komoi Panará
Dia 6/12, às 09h
47
MULHERES XAVANTE SEM NOME Desde 2002, Divino Tserewahú tenta produzir um filme sobre o ritual de iniciação feminino, que já não se pratica em nenhuma outra aldeia Xavante, mas desde o começo das filmagens todas as tentativas foram interrompidas. No filme, jovens e velhos debatem sobre as dificuldades e resistências para a realização desta festa.
48
Brasil, 2009, 54’ De Divino Tserewahú
Dia 6/12, às 09h
SESSÕES ESPECIAIS 49
PARALELO 10 Perto do Paralelo 10º. Sul, oeste do Acre, na fronteira com o Peru, a pequena base Xinane, da FUNAI, é a sede de um trabalho pioneiro, fundamental e arriscado. Em instalações modestas, no meio da selva, o sertanista José Carlos Meirelles, auxiliado pelo antropólogo Terri Aquino, leva adiante a difícil missão de proteger os índios isolados da região. Com poucos recursos além da própria experiência de algumas décadas na lide indigenista, os especialistas desempenham incansavelmente suas tarefas – que incluem não só a negociação permanente com as populações ribeirinhas estabelecidas na área como o enfrentamento com traficantes e posseiros que tentam invadi-la. 50
Brasil, 2011, 87’ De Silvio Da-Rin
Dia 6/12, às 17h
JARDS “Jards” é um ensaio poético musical através do músico e compositor Jards Macalé. O filme celebra o instante do processo de criação do artista, a afinação, repetição, a improvisação dos instrumentos. O fluxo do homem e a música. O êxtase e a solidão do artista que co-existem num entrelaçamento constante entre arte e vida.
51
Brasil, 2012, 93’ De Eryk Rocha
Dia 8/12, às 14h30
FILME DE ABERTURA 52
NO TEMPO DO VERÃO Brasil, 2012, 22’ , de Wewito Piyãko
Dia 4/12,
AS HIPER MULHERES Brasil, 2011, 80’, de Carlos Fausto, Leonardo Sette e Takumã Kuikuro
Praça D´Ajuda
Ambos compõem a Mostra 25 anos de Vídeo nas Aldeias. 53
às 19h
Dia 08/12, às 19h
Palco Principal (Beira Rio)
ENCERRAMENTO
Premiação da Mostra Competitiva
Cerimônia de premiação da Mostra Competitiva com exibição de Window water baby moving (Estados Unidos, 1962, 13’) de Stan Brakhage, curta que compõe a Mostra Caros Diários, com acompanhamento musical ao vivo composto e executado por Roberto Barreto e João Milet Meirelles. 54
+ Exibição de videoclipes produzidos pelo Curso de Cinema e Audiovisual da UFRB:
Axé. Grupo Conceito. Direção: Larissa Andrade Socorro, meu Deus. Banda Escola Pública. Direção: Leon Sampaio Tenda dos Milagres.Fábio Abelha e Banda Leotrias. Direção: Vioelta Martinez Raiz. Keréto. Direção: Camila Mota
+ Shows de Ortinho (PE) e Baiana System (BA)
Realizados pelo projeto Conexão PE, edição BA, em parceria com o CachoeiraDoc.
55
OFICINAS METODOLOGIAS DE FORMAÇÃO EM AUDIOVISUAL Fundado em 1987, o Vídeo nas Aldeias é um projeto pioneiro na formação de cineastas indígenas no Brasil. Com longa e premiada trajetória e filmografia, trata-se de projeto que se inicia como registro audiovisual a serviço de lideranças indígenas preocupadas com a perda do seu patrimônio cultural, e que se transformou aos poucos numa escola de cinema para povos indígenas. A oficina tem como objetivo apresentar reflexões metodológicas sobre a experiência internacionalmente reconhecida do Vídeo nas Aldeias em formação audiovisual, com vistas à elaboração de um pensamento propositivo voltado para a prática. Espera-se fomentar a autorrepresentação em comunidades tradicionais e/ou minoritárias e a apropriação da tecnologia audiovisual como instrumento de fortalecimento da identidade/diferença. 56
Com Vincent Carelli
dias 5 e 6/12,
de 9h às 13h,
e dia 7,
de 9h às 11h
CURSO “O PROCESSO CRIATIVO NA MONTAGEM” O curso visa ao aprimoramento de noções de montagem voltada para o documentário, levando em conta as diversas matrizes estéticas com as quais o formato dialoga na contemporaneidade. Destinado a estudantes de cinema, realizadores e montadores com conhecimento de aspectos técnicos da montagem (conhecimento básico dos softwares Final Cut Pro ou Adobe Premiere), o curso propõe atividade de edição de material produzido previamente pelos alunos. Aspectos teóricos e práticos da montagem também serão discutidos a partir das atividades de edição, aliados à análise de filmes e trechos de filmes exibidos.
57
Com Marcelo Pedroso
3 a 7/12,
das 9h às 18h
OFICINA DE WEB DOCUMENTÁRIO A oficina promove uma introdução à linguagem audiovisual e capacitação para a realização de conteúdos documentais a serem veiculados pela internet, dividindo-se em duas etapas: 1) a linguagem audiovisual; 2) a produção de curtas-metragens documentais. Dialogando com as convergências de mídia e incentivando modos de concepção de imagens produzidas com o uso de dispositivos portáteis, a Oficina de Web Documentário se volta a mais um possível meio de expressão cinematográfica.
58
Com
Elen Linth e Camila Yallouz
Grupo de Estudos e Práticas do Documentário da UFRB
dias 5 e 6, das 14h às 18h,
CICLO DE CONFERÊNCIAS O LUGAR DO DOCUMENTÁRIO Ao longo dos últimos quinze anos, aumentou significativamente no Brasil a produção de documentários de longa-metragem. Em parte, em decorrência das políticas públicas de fomento ao audiovisual, mas também das facilidades de produção no domínio digital. Esse fenômeno vem sendo acompanhado de significativo número de documentários lançados no circuito comercial de cinemas – cerca de 30% das estreias nacionais. No entanto, o público que assiste esses documentários mostra-se reduzido, com exceções no caso dos musicais. Ao mesmo tempo, a televisão brasileira, aberta ou de acesso condicionado, continua resistente ao licenciamento e programação de documentários de produção independente. Esse panorama pode mudar com a recente regulamentação da Lei N° 12.485? As novas plataformas digitais podem absorver em escala a produção documental? Quando pensamos a difusão, impõe-se a pergunta: qual o lugar do documentário? 59
Local: Auditório da UFRB
Com Silvio Da-Rin
Dia 7/12, às 9h
CINEMA NA PRIMEIRA PESSOA: AUTOBIOGRAFIAS DOCUMENTAIS Abordagem e análise de uma temática muito frequente nas produções documentais contemporâneas, a presença do realizador no filme que tem como tema principal a sua própria história. Esses filmes autobiográficos fazem parte hoje de praticamente todos os festivais de cinema documentário, sendo que alguns são feitos na urgência e utilizam o cinema como veículo para a compreensão de suas histórias de vida. São múltiplos os interesses que levam um diretor a se revelar, se desnudar face à câmera, mas todos têm como objetivo trazer aquilo que normalmente ficava nos bastidores da realização, ou melhor, atrás das câmeras. O objetivo é, de forma panorâmica, mostrar e analisar como essas vidas são mostradas, que estratégias usam esses cineastas para se revelar no filme, como se encontra sua presença na tela, e quais dispositivos e elementos fílmicos são empregados para esta auto-mostração.
60
Com Francisco Serafim
Dia 7/12,
às 9h
OUTROS DOCUMENTÁRIOS Apresentação de um conjunto de obras fílmicas expostas nas últimas bienais de Veneza, Istambul, Praga e São Paulo. Trata-se de uma tentativa de compreender os modos como essas obras articulam uma outra dimensão da cena/performance e de como instauram um modo de dizer do mundo a partir de seus documentos.
Com Beatriz Furtado
Dia 8/12, às 9h
MÍDIA INDÍGENA E O FILME ENQUANTO “AUTO-RETRATO” O surgimento da chamada mídia indígena - entendida como um modo de apropriação dos meios de comunicação audiovisual pelos povos indígenas - se dá num contexto de mobilização política que é intensificado diante das ameaças à continuidade das formas de viver desses povos. Tendo como ponto de partida a descrição de tal cenário, a apresentação tem por objetivo apontar para o legado da produção videográfica de povos indígenas tanto no Brasil quanto em outras regiões do mundo, assim identificando elementos comuns na história e prática desse tipo de realização.
61
Com Joceny Pinheiro
Dia 8/12, às 10h
FICHA TÉCNICA
62
Idealização e Coordenação: Amaranta Cesar Coordenação: Ana Rosa Marques Curadoria da Mostra Caros Diários: Amaranta Cesar e Ana Rosa Marques Curadoria da Mostra 25 anos de Vídeo nas Aldeias: Amaranta Cesar Curadoria da Mostra Competitiva Nacional: Amaranta Cesar, Ana Rosa Marques, Camila Yallouz, Elen Linth e Jessé Patrício Coordenação de Produção: Fernanda Pimenta e Leonardo Costa Assistente de Produção: Leandro Rodrigues Mobilização local: Maira Carbonieri Coordenador técnico das projeções: Danilo Scaldaferri Assistente técnico das projeções: Gleydson Publio Monitores: Beatriz Santos Vieira, Bruno Machado, Daniela Pereira, Helena Lopes Bera, Laís Lima, Mateus Sousa e Silva Monitores da ambientação no foyer: Jamile Menezes Pereira e Kelvin Marinho de Jesus Monitores da cobertura fotográfica: Alequine da Silva Sampaio, Luara Dal Chiavon e Mbeni Ware Costa Lacerda Monitores da cobertura videográfica: Iasmin Coni, Jhones Batista Nunes, Lamonier Angelo, Lucas Santana Barbosa, Ruy Dutra, Thamires Santos Vieira Vinheta: fragmento do filme “Bicicletas de Nhanderu”, de Ariel Ortega e Patrícia Ferreira Spot de rádio: locução de Vania Dias sob trilha musical do Baiana System (canção “Nesse Mundo”) Assessoria de Comunicação: Jean Cardoso Design: Everton Marco e Tiago Ribeiro Lounge do Foyer: DJs Adrielle Coutinho, Jessé Patrício, Alequine Sampaio e Danillo Barata (coordenação de Claudio Manoel) Tradução: Moema Franca Legendagem: Rogério Vilaronga e Rafael Grilo
63
Endereços:
Abertura Praça D´Ajuda Cachoeira, Bahia Encerramento Palco Principal (Beira Rio) Cachoeira, Bahia Demais atividades Auditório, Foyer e Salas do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL) Universidade Federal do Recôncavo da Bahia Rua Maestro Irineu Sacramento, s/n, Centro Cachoeira, Bahia, Brasil
AGRADECIMENTOS Adriano Oliveira, Alder Augusto , Ayrson Heráclito,Beatriz Furtado, Claudio Manoel, Danillo Barata, Emanuel Soares, Eryk Rocha, Fábio Costa Menezes, Flávia Castro, Francisco Serafim, Georgina Gonçalves, Guilherme Sarmiento, Ismael Dal Zot, Jéssica Sousa, Joceny Pinheiro, Juliana Araújo Dantas, Lélia Maria Sampaio, Lourival Trindade, Marcelino de Jesus, Marcelo Behrens, Marilyn Brakhage, Mark Dayves, Michelle Mattiuzzi, Mahomed Bamba, Moema Franca, Nadja Vladi, Olívia Sabino, Paulo Gabriel Nacif, Petra Costa, Quarta dos Tambore, Silvana Olivieri, Silvio Soglia, Silvio Da-Rin, Vania Dias, Vincent Carelli
65
66