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Cap 8: A oração me salvou

Enquanto isso, o pastor Viana atendia ao departamento Ministerial, cuidando dos pastores; e em muitos períodos o itinerário colocava os dois em países diferentes. Sete anos depois, cansados da rotina de viagens, foi concedida a eles a oportunidade de retornar a São Paulo, o que proporcionava viagens mais curtas, e maior período no escritório e em casa.

Porém, na volta a São Paulo, Vasti não tinha uma função específica, e apenas fazia trabalhos de tradução esporádicos. Distante dos filhos e da rotina a que estava acostumada, foi ficando triste, até que reconheceu que estava entrando em depressão.

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Sentindo que precisava fazer algo antes que o problema se intensificasse, forçouse a recomeçar a rotina de oração e comunhão que ela conhecia bem, e que faziam parte de inúmeros materiais que ela havia produzido nos anos à frente do Ministério da Mulher.

Tempos depois, quando ela sentia que estava melhor, um ataque cardíaco fulminante tirou a vida do companheiro de 44 anos de convivência, em junho de 2007. Aquele foi o mais duro golpe que Vasti recebeu, e ela não consegue se lembrar do que aconteceu nos dias decorrentes do sepultamento, tamanha a dor.

Foi necessário assistir as filmagens, semanas depois, para que pudesse se dar conta das homenagens póstumas que o marido havia recebido. Os dois haviam realizado um ministério brilhante e o pastor Viana deixava um valioso legado.

Nos meses subsequentes à morte do marido, foi necessário buscar ajuda médica e psicológica para enfrentar a depressão. Com o tempo, Vasti conseguiu ressignificar a experiência traumática da viuvez, transformando a dor em gratidão pelos anos de matrimônio feliz e produtivo, sendo grata pelo legado que o esposo havia deixado para a Igreja.

Passado este período turbulento, e dois anos após o falecimento do esposo, já se sentindo mais forte, Vasti se aposentou e lançou o livro chamado Cura para o vazio da Alma, cujo enfoque principal é a oração. Ela escreveu também o livro Venham! Vamos louvar ao Senhor.

Encontrei minha missão no voluntariado

Ocírculo da vingança provocou uma tragédia na vida de Lidinalva Fernandes Araújo quando ela era ainda um bebê com menos de dois anos. Após se envolver em uma discussão, o pai dela foi assassinado na presença da família. Era final da década de 1960, na cidade de Divisa Alegre, entre MG e BA; e a estrutura da família foi abalada, especialmente no aspecto financeiro.

O pai de Lidinalva era capataz em uma fazenda, o que proporcionava conforto aos quatro filhos e esposa. Viúvo do primeiro casamento e mais velho do que a esposa, era um homem de trato difícil e havia se envolvido em uma briga simples de ser solucionada, mas que resultou em uma agressão e duas mortes.

Após o funeral, enganada pelo enteado, a mãe partiu para Minas Gerais, levando as seis crianças, onde pensou que seriam amparados, mas tudo era uma parte na estratégia para retirar deles o direito de herança. A família acabou abandonada em uma favela.

Com o filho mais velho, a mãe de Lidinalva passou a vender verduras e legumes de porta em porta, enquanto os demais ficavam em casa sozinhos, o que resultou numa denúncia ao Juizado de Menores. Na visita de assistência social foi decidido pela não retirada da guarda, mas o envio para uma instituição que abrigava viúvas e seus filhos, e ainda oferecia a oportunidade de trabalho. As crianças poderiam estudar desde a educação infantil, gratuitamente, o que era perfeito.

A mãe de Lidinalva havia sido adventista desde a Bahia, e por isso continuou levando os filhos para os cultos. Mas, por causa das inúmeras dificuldades que encontrava na época, afastou-se. Lidinalva era ainda muito pequena naquela época.

Quando Lidinalva completou sete anos, e iniciava a alfabetização, a mãe ficou gravemente doente, e decidiu deixar os filhos com pessoas da comunidade, cada um em uma casa. Ela partiu para Salvador, levando apenas a caçula, meses mais nova que Lidinalva.

Começou então o episódio mais marcante da vida de Lidi, como ela gosta de ser chamada. Além do sentimento de ter sido preterida pela mãe, ela não foi bem aceita pela dona da casa onde foi deixada. Nos períodos de ausência do esposo, a mulher cometia maus tratos à menina, que chorava muito, todos os dias. 39

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