Isto não é um programa TIQQUN
Em que se lembra que a “luta contra o terrorismo” não é um artifício da geopolítica recente, e sim um ato constituinte de qualquer soberania há pelo menos sessenta anos, Em que se explica como uma civilização cega pode se encontrar exposta a um inimigo invisível, Em que se elucida o sentido da pichação “mais 77 que 68” feita diante da Sorbonne no vaivém de uma manifestação contra a CPE, Em que finalmente se entende por que a herança do movimento operário ficou tão venenosa por todos os lados, Em que se tira do armário o cadáver que os discípulos de Toni Negri levam na boca, Em que se mostra como as estratégias autônomas são as únicas capazes de destruir o Império e como uma máquina de guerra pode não se degenerar na forma de exército ou, simetricamente, em gueto, Em que se estabelece por que, no momento da dominação do visível, nosso partido é considerado imaginário, Em que se lembra que a vitória é possível, provável, necessária, E guerra ao trabalho!
TIQQUN não é um autor.
TIQQUN - Isto não é um programa
TIQQUN foi uma revista francesa dedicada a “exercícios de metafísica crítica”, autodesignada “ órgão consciente do Partido Imaginário”, foi publicada entre 1999 e 2001. Em suas páginas apareceu pela primeira vez o Comitê Invisível, que tem publicado no Brasil o livro A insurreição que vem (Edições Baratas, 2013). Seus diálogos críticos com a filosofia política abarcam um amplo espectro, que vai do movimento okupa a Giorgio Agamben, de Georges Bataille à Autonomia, de Michel Foucault à Internacional Situacionista. TIQQUN é também a insígnia que aparece em capas de livros como Materiais preliminares para uma teoria da menininha (2001), Teoria do Bloom (2004), Isso não é um programa (2006) e Contribuição à guerra em curso (2009).