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LUIZA CANTANHÊDE, VENCEDORA DO PRÊMIO SAMUEL BARRETO DE POESIA LUIS AUGUSTO GUTERRES LANÇA O SEU "OS 7 SENTIDOS", EM EVENTO NA CIDADE DE SÃO LUÍS (MA) Mhario Lincoln
LUIZA CANTANHÊDE, VENCEDORA DO PRÊMIO SAMUEL BARRETO DE POESIA!
EDITAL DE CONVOCAÇÃO N. 09/2022 - de 10 de outubro de 2022
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Senhor (a) Acadêmico (a)
A Presidente da Academia Ludovicense de Letras – ALL, no uso das suas atribuições estatutárias, convoca os Senhores (as) Acadêmicos (as) a participarem, da Assembleia Geral Ordinária a realizar-se no dia 14 de outubro de 2022, sexta feira, as 17 horas, tendo por local a sala de reunião da ALL, no Palácio Cristo Rei, sito à Praça Gonçalves Dias, nº. 351, São Luís-Maranhão, para tratar da seguinte pauta:
ORDEM DO DIA: 1. Leitura da ata da AGO anterior; 2. Leitura das efemérides do mês de setembro e outubro de 2022; 3. Correspondências recebidas; 4. Calendário de eventos para os 3 últimos meses de 2022; 5. Informações do andamento do projeto “Prêmio Literário ALL”; 6. Situação da tesouraria; 7. Outros. São Luís, 10 de outubro de 2022
Presidente da ALL
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RayronLennon está em HarvardUniversity. ·Cambridge,EstadosUnidosdaAmérica · Dia 09 de dezembro irei coordenar o simpósio Aproximações a Conceição Evaristo @conceicaoevaristooficial , durante o Segundo Encontro Continental de Estudos Afro-latinoamericanos da Universidade de Harvard. Um momento muito importante para se discutir a poética de Conceição e, sobretudo, perceber como a insubmissão negro-feminina é capaz de nos movimentar em inúmeras direções. Estarão presentes, também, a maranhense Maria Firmina dos Reis e a mineira Carolina Maria de Jesus, que em 2019 me levou até lá para falar um pouco sobre o lugar da periferia e os discursos sobre raça, classe e gênero, via interseccionalidade, fazendo das palavras da Carla Akotirene as minhas, “É da mulher negra o coração do conceito de interseccionalidade”. Como o próprio título do simpósio sugere “Aproximações”, é uma alegria perceber a visibilidade da literatura negro-brasileira através das vozes ecoantes de Conceição, Maria Firmina e Carolina que, a partir de suas estéticas próprias, dão fôlego a tantas outras vozes que estão escrevendo, publicando e sendo lidas atualmente. Segue nas fotos o poema Vozes-Mulheres, da Conceição @conceicaoevaristooficial
@fapema_oficial
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LUIS AUGUSTO GUTERRES LANÇA O SEU "OS 7 SENTIDOS", EM EVENTO NA CIDADE DE SÃO LUÍS (MA)
"Quando fico sem inspiração fito o arco-íris quadriculado,/ ou observo as abelhas azuis, sorvendo seiva dos vulcões. / Serve de expiração o galope dos unicórnios domesticados..."
15/10/2022 às 10h38Atualizada em 15/10/2022 às 10h56 Por: Mhario LincolnFonte: Mhario Lincoln/Augusto Guterres
MHL com o exemplar de "Os 7 Sentidos"
NE: Meu caro Luis Augusto Guterres. Como se ao seu lado estivesse nesse momento sublime do lançamento de seu Os 7 Sentidos.
À Guisa de Prefácio INSPIRAÇÃO/EXPIRAÇÃO (E...se fez poesia!)
*Mhario Lincoln
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Pierre Bordieu, aplaudido sociólogo francês, falecido há 20 anos, em uma de suas últimas aparições públicas, disse que o Sistema Educacional do Estado cometia grandes erros porque “não ensinava o aluno a pensar”, mas reproduzir conhecimento, “com a finalidade dos governos perpetuarem seus domínios”. E replicava: “cada um reproduz suas práticas, segundo o capital cultural aprendido”. É exatamente com base nisso que ouso comparar este trabalho hercúleo de Luís Augusto Guterres Filho, neste novo livro de poesias, “Os 7 Sentidos”, com o que replicou Bordieu, aproveitando as palavras do poeta Guterres, em recente entrevista a mim concedida: ”(…) não só o talento. Mas a poesia para ser construída necessita de inspiração e expiração (…)”. Isto é, o mesmo que inspiração, suor e lágrimas. “Todos precisam aprender a ir buscar conhecimento para pensar melhor”, diz, ainda, Bordieu. E é o que Augusto Guterres vem fazendo ao longo dos anos, mostrandose um poeta sábio e culto, resultado de muito estudo, conhecimento, experiência, vivência e talento. Tal fato revigorou suas inspirações, transformando-as em sentimentos reais ou fictícios, plurais ou singulares, conscientes e originais, explícitos em sua renovada arcádia poética. Vamos aos exemplos: Vide: “Haikai Autofágico: Devorar a mim por inteiro,/ Sentir teu gosto alcoviteiro,/ Beber meu sêmen com teu sabor./ Tudo isto é amor ou dissabor?”
Esse texto poético modernista, acima, não retrata somente a '‘inspiração’' de Guterres. Os versos, “in hermenêutica”, vão ‘de encontro’ ao normal parnasiano. E lembra, na história de 1922, as produções da Semana de Arte Moderna. Uma prova do capital cultural aprendido, como fala Bordieu. Em outras ocasiões, o autor se debulha em conhecimentos específicos: “Tudo passa veloz como a vida de uma libélula,/ aproveita o viver, transforma as horas desertas em oásis”. Nestes, referência direta ao epíteto histórico, carpe diem quam minimum credula postero, extraída de uma das Odes, de Horácio. Vale arguir, então: só inspiração levaria a isso! Ou leitura, muita leitura? Desta forma, este novo livro de Poesias e Haicais intitulado “Os 7 Sentidos” é um marco indelével na história do poeta e advogado Luís Augusto Guterres Filho. Aliás, tão marcante, que ele acrescentou outros sentidos às suas inspiro-expirações, suores e estudos, indo além do que Aristóteles elencou sobre os cinco sentidos, até hoje estudados: visão, audição, tato, olfato e paladar. Augusto incluiu a “Percepção Visual Poética”, que faz o cérebro processar e interpretar impulsos visuais, por meio de comparações, com experiências e interpretações, podendo levar (ou não) às ilusões aédicas. Essa inclusão está claríssima nesses versos com belo efeito narrativo:
“Odeio a minha visão, ela nunca permitiu que eu visse quem realmente és, não enxergou tua alma, e, jamais, te fixou em minhas retinas. Da mesma forma renego meu olfato, que desapercebeu os teus medos, ou meu paladar por não ficar insensível ao teu gosto, sôfrego ao degustar. Abomino meu tato, sempre impulsivo na busca da tua pele e os meus ouvidos, obedientes à tua voz, deixando-me sem te fazer calar. Apenas confio em meu instinto, este, sim, capaz de racionar”.
Em um segundo momento, para caracterizar um sétimo sentido, Luís Augusto somou ao trabalho o “Sistema Somatossensorial”, ou seja, o insight resultante da ativação de receptores neurais, espalhados por toda a pele, folículos capilares e outros, que, por um simples toque mágico, as sensações se revelam poesia forte e abundante:
“Teu fluido cervical é a minha seiva matinal/ Meu alimento é teu liquido menstrual, / Teu corpo é minha eterna sevícia / O sexo que nos une é mesmo que vicia”. Isso faz do poeta sábio e culto, um ser animado diferente do humano comum. Sim e isso é real. Basta notar a fluência de um “eu lírico” falando por si só, dentro dos poemas, abaixo: “Quando nada mais restar além corpo inerte/ e esteja bem longe a imagem outrora imberbe,/ o baú de lembranças será, apenas, um móvel usado/ vendido por lágrimas invisíveis de choro desabusado”. Ou:
“Qual o epitáfio em meu túmulo?/ Aqui repousa uma criatura, que viveu só paixões/ Foi louco e insolente sem medo e sem razões?/ Escrevam, apenas, ‘não rasguem meus poemas’! (…)”. Ou, ainda: “Amor Concreto/ Um dia ela foi embora/ e levou um pedaço do meu Coração”. São gritos latentes, que esse “eu personificado”, exuma da poética febril do titular. Aí, eu volto a Aristóteles, na construção da poesia. Ele ensinou: “(…) o que constitui a poesia não é a escrita (o logos) de versos, mas a construção (o mythos) de uma estrutura poética de ação”.
Exatamente isso o que este “Os 7 Sentidos” nos impulsiona a ler e nos leva a acreditar que desde o primeiro, “As 7 Estações”, Augusto evoluiu em sua forma mais concreta, exercendo seu direito de criação mais didática, acrescida de vivência e de amadurecimento pertinente ao status quo lírico. Tanto que Guterres consegue escrever entre o concreto e o pueril, tornando mágica e delicada a sua poesia. Brinca com nossas sensações. “Pequenas estrelinhas nascidas justo no meu entardecer./ Libélulas de asas de mel, abelhinhas de sorrisos coloridos/ Renascimento de emoções adormecidas, transfiguração de renovado amor paternal”. Portanto, caro poeta Luís Augusto, finco-me, como estaca, neste solo fértil onde é fácil encontrar frutos maduros de sementes plantadas, antanho, de forma a agricultar sentimentos acoplados às árvores da vida e morte, do amor e dor, do carinho e decepção, do concreto ao pueril, contudo, com a ideia básica de que em todo o canteiro de poemas neste livro, no fundo, contém mensagens otimistas do bom viver lírico. Como sugere o título deste Prefácio, (Inspiração/Expiração), fica aqui meu Ode a um dos mais bonitos poemas que li em seu livro e que, a partir de agora, será meu Norte: “Quando fico sem inspiração fito o arco-íris quadriculado, ou observo as abelhas azuis, sorvendo seiva dos vulcões. Serve de expiração o galope dos unicórnios domesticados, a música desafinada dos grilos afônicos e extintos. Busco poesia no balé dos pirilampos cegos, ou no estertor dos golfinhos voadores, Mas, tudo isso não me inspira, só me transpira para a solidão”.
Simplesmente, magnífico!