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Editorial

Vez por outra, promovo uma mudança na forma de apresentação da Revista. Sessões, fotos, composição... Nesta, iniciamos com a presença de “Maria Firmina dos Reis na mídia”, buscando registrar quem, quando, onde e elementos de sua biobibliografia aparecem... muitas surpresas... Registro de quem produziu o que: artigos, contos, memórias, poesias... na página de cada membro ativo... Devo utilizar a informetria para determinar a elite dos autores da ALL? “Informetria1 é o estudo dos aspectos quantitativos da informação em qualquer formato, e não apenas registros catalográficos ou bibliografias, referente a qualquer grupo social, e não apenas aos cientistas. A informetria pode incorporar, utilizar e ampliar os muitos estudos de avaliação da informação que estão fora dos limites da bibliometria e cienciometria2” . Esse termo designa uma extensão recente das análises bibliométricas tradicional ao abarcar o estudo das modalidades de produção da informação e de comunicação em comunidades não acadêmicas. (VANTI, 2002)3 . A informetria se distinguiria claramente da cienciometria e da bibliometria no que diz respeito ao universo de objetos e sujeitos que estuda, não se limitando apenas à informação registrada, dado que pode analisar também os processos de comunicação informal, inclusive falada, e dedicar-se a pesquisar os usos e necessidades de informação dos grupos sociais desfavorecidos, e não só das elites intelectuais. “... a informetria é um subcampo emergente da ciência da informação, baseada na combinação de técnicas avançadas de recuperação da informação com estudos quantitativos dos fluxos da informação” e encontra sua utilidade na administração de coleções em bibliotecas, no desenvolvimento de políticas científicas e pode ajudar na tomada de decisões em relação ao desenho e manutenção de sistemas de recuperação de informação. (VANTI, 2002). A webometrics ou webometria consiste na aplicação de métodos informétricos à World Wide Web. Além do termo webometrics, também se encontra na literatura a expressão cybermetrics4 . Em termos genéricos, estas são algumas possibilidades de aplicação dessas técnicas: • identificar as tendências e o crescimento do conhecimento em uma área; • identificar as revistas do núcleo de uma disciplina; • mensurar a cobertura das revistas secundárias; • identificar os usuários de uma disciplina; • prever as tendências de publicação; • estudar a dispersão e a obsolescência da literatura científica; • prever a produtividade de autores individuais, organizações e países; • medir o grau e padrões de colaboração entre autores; • analisar os processos de citação e cocitação;

1 O termo informetria foi proposto pela primeira vez por Otto Nacke, 1979. Este termo foi adotado imediatamente pelo mesmo

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VINITI, na antiga URSS, instituição que impulsionou a criação de um comitê com este nome na Federação Internacional de

Documentação: o FID/IM – Comitte on Informetry. Sua aceitação definitiva data de 1989, quando o Encontro Internacional de

Bibliometria passou a se chamar Conferência Internacional de Bibliometria, Cienciometria e Informetria. Alguns autores apresentam tais termos como sinônimos, porém outros consideram que a informetria compreende um campo mais amplo que a cienciometria e que englobaria, também, a bibliometria. VANTI, Nadia Aurora Peres. Da bibliometria à webometria: uma exploração conceitual dos mecanismos utilizados para medir o registro da informação e a difusão do conhecimento. IN CI. INF.,

Brasília, v. 31, n. 2, p. 152-162, maio/ago. 2002, p. 152-162 2 “Cienciometria é o estudo dos aspectos quantitativos da ciência enquanto uma disciplina ou atividade econômica. A cienciometria é um segmento da sociologia da ciência, sendo aplicada no desenvolvimento de políticas científicas. Envolve estudos quantitativos das atividades científicas, incluindo a publicação e, portanto, sobrepondo-se à bibliometria”. 3 VANTI, Nadia Aurora Peres. Da bibliometria à webometria: uma exploração conceitual dos mecanismos utilizados para medir o registro da informação e a difusão do conhecimento. IN CI. INF., Brasília, v. 31, n. 2, p. 152-162, maio/ago. 2002, p. 152-162 4 que corresponde ao nome da revista apresentada oficialmente durante a VI Conferência Internacional de Cienciometria e

Informetria, em Jerusalém, no ano de 1997. (VANTI, 2002)

• determinar o desempenho dos sistemas de recuperação da informação; • avaliar os aspectos estatísticos da linguagem, das palavras e das frases; • avaliar a circulação e uso de documentos em um centro de documentação; • medir o crescimento de determinadas áreas e o surgimento de novos temas.

Voos (1974)5 enuncia que a relação entre o número de autores e o número de artigos publicados por esses, em qualquer área científica, segue a Lei do Inverso do Quadrado 1/n2: em um dado período, analisando um número n de artigos, o número de cientistas que escrevem dois artigos seria igual a ¼ do número de cientistas que escreveram um. O número de cientistas que escreveram três artigos seria igual a 1/9 do número de cientistas que escreveram um, e assim sucessivamente. A produtividade de autores pode ser verificada aplicando-se a Lei de Lotka,6, ou Lei do Quadrado Inverso7 relacionada à produtividade de autores é fundamentada na premissa básica de que “alguns pesquisadores publicam muito e muitos publicam pouco -, aponta para a medição da produtividade de autores, mediante um modelo de distribuição tamanho-frequência dos diversos autores em um conjunto de documentos. Já a Lei de Bradford8, ou Lei de Dispersão9, permite, mediante a medição da produtividade das revistas, estabelecerem o núcleo e as áreas de dispersão sobre um determinado assunto em um mesmo conjunto de revistas. O padrão de distribuição das leis e princípios bibliométricos segue a máxima conhecida como “Efeito Mateus na Ciência”, que diz: “aos que mais têm será dado em abundância e, aos que menos têm até o que têm lhes será tirado” 10. Trata-se de uma abordagem ao efeito Mateus mediante a análise de processos psicossociais, que afetam o sistema de avaliação e distribuição de recompensas científicas. Por exemplo: cientistas altamente produtivos, de universidades mais conceituadas, obtêm frequentemente mais reconhecimento que cientistas igualmente produtivos, de outras universidades11. No geral, os autores concordam que, para uma correta aplicação do modelo de Lotka, devem-se seguir as seguintes recomendações12: a) Selecionar um campo específico de produção científica. Quanto mais específico o campo, melhor o resultado;

5 VOOS, H. Lotka and Information Science. Journal of the American Society for Information Science, v.25, n.4, p.270-272, 1974. 6 LOTKA, A. J. The frequency of distribuition of scientific productivity. JOURNAL OF THE WASHINGTON ACADEMY OF SCIENCES, v. 16, n.12, p. 317-323, 1926; 7 LOTKA, A. J. The frequency of distribuition of scientific productivity. JOURNAL OF THE WASHINGTON ACADEMY OF SCIENCES, v. 16, n.12, p. 317-323, 1926, citado por GUEDES, Vania L. S.; BORSCHIVER, Suzana. Bibliometria: uma ferramenta estatística para a gestão da informação e do conhecimento, em sistemas de informação, de comunicação e de avaliação científica e tecnológica. 8 A Lei de Bradford, relacionada à dispersão da literatura periódica científica, enuncia que “se periódicos científicos forem ordenados em ordem decrescente de produtividade de artigos sobre determinado assunto, poderão ser divididos em um núcleo de periódicos mais particularmente dedicados ao assunto e em vários grupos ou zonas, contendo o mesmo número de artigos que o núcleo. O número de periódicos (n), no núcleo e zonas subsequentes, variará na proporção 1:n:n2 [...] 9 BRADFORD, S. C. Sources of information on specific subjects. ENGINEERING, [s.l.], v.137, p. 85-86, 1934. (BROOKES, 1969, citado por GUEDES, Vania L. S.; BORSCHIVER, Suzana. Bibliometria: uma ferramenta estatística para a gestão da informação e do conhecimento, em sistemas de informação, de comunicação e de avaliação científica e tecnológica. 10 MERTON, R. K. The Mathew effect in science. SCIENCE, [s. l.], v. 159, n. 3810, p. 58, Jan. 1968, citado por GUEDES, Vania L. S.;

BORSCHIVER, Suzana. Bibliometria: uma ferramenta estatística para a gestão da informação e do conhecimento, em sistemas de informação, de comunicação e de avaliação científica e tecnológica; 11 ALVARADO, Rubén Urbizagástegui. A Llei de Lotka: o modelo Lagrangiano de Poisson aplicado à produtividade de autores. IN

PERSPECT. CIENC. INF., Belo Horizonte, v. 8, n. 2, p. 188-207, jul./dez. 2003; 12 CAFÉ, Lígia; BRÄSCHER, Marisa. ORGANIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO E BIBLIOMETRIA. ENC. BIBLI: R. ELETR. BIBLIOTECON. CI. INF.,

Florianópolis, n. esp., 1º sem. 2008;

ALVARADO, Rubén Urbizagástegui. A Lei de Lotka: o modelo Lagrangiano de Poisson aplicado à produtividade de autores. IN

PERSPECT. CIENC. INF., Belo Horizonte, v. 8, n. 2, p. 188-207, jul./dez. 2003;

VANTI, Nadia Aurora Peres. Da bibliometria à webometria: uma exploração conceitual dos mecanismos utilizados para medir o registro da informação e a difusão do conhecimento. IN CI. INF., Brasília, v. 31, n. 2, p. 152-162, maio/ago. 2002, p. 152-162;

MOSTAFA, Solange Puntel. Citações epistemológicas no campo da educomunicação. COMUNICAÇÃO & EDUCAÇÃO, São Paulo, (24): 15 a 28, maio/ago. 2002;

WORMELL , Irene. Informetria: explorando bases de dados como instrumentos de análise. CI. INF., Brasília, v. 27, n. 2, p. 210216, maio/ago. 1998;

TESTA James, A base de dados ISI e seu processo de seleção de revistas. CI. INF., Brasília, v. 27, n. 2, p. 233-235, maio/ago. 1998

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