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AML PLANEJA COMEMORAÇÕES DO BICENTENÁRIO DE GONÇALVES DIAS PARA 2023

9:30h - Palestra de abertura - Profª Drª Renata Barcellos (UNICARIOCA) Mediador: José Neres TARDE 14h - Mesa redonda - FORMAS ESTÉTICAS DO CONTEMPORÂNEO - POESIA E OUTRAS LINGUAGENS Mediador: Sergio Marcone da Silva Santos (PPGL/ UFPR) Ana Érica (UFU) Antonio Aílton (SEDUC/ MA) Ricardo Nonato (UFMA) 16:30 - GT’s de comunicações acadêmicas 20h - Conversa com poeta Roberval Pereyr 17/11 9h - Mesa redonda - MODOS DE NARRAR - FORMAS CONTEMPORÂNEAS E SEUS DESLOCAMENTOS Mediador: Antonio Aílton Sérgio Marcone (PPGL/ UFPR) Thaís Rabelo (PPGL/ UFPE) José Neres (SEDUC - Ma) 15:h - PALESTRA - Luciene Azevedo (UFBA) Mediador: Sergio Marcone da Silva Santos 17:00 - GT’s de comunicações acadêmicas 20h - (PALESTRA COM ESCRITORA) - Lindevania Martins Mediador: Antonio Aílton (SEDUC/ MA) EIXOS TEMÁTICOS LITERATURA E INTERFACES

O simpósio quer acolher reflexões que procurem dar conta da relação entre a literatura e outras formas de produção e plataformas artísticas, tais como histórias em quadrinhos (HQs), a internet, o teatro, o cinema, a TV, dança, as fanfictions, as artes visuais de um modo geral, o slam etc., tencionando a discussão sobre as (não) fronteiras do objeto literário. Alguns desses produtos, nas palavras da crítica argentina Florencia Garramuño, tomam a forma de “frutos estranhos e inesperados, difíceis de ser categorizados e definidos, que, nas suas apostas por meios e formas diversas, misturas e combinações inesperadas, saltos e fragmentos soltos, marcas e desenquadramentos de origem, de gêneros – em todos os sentidos do termo – e disciplinas, parecem compartilhar o mesmo desconforto em face de qualquer definição específica ou categoria de pertencimento em que instalar-se” (GARRAMUÑO, 2014, p. 11-12). Tratam-se, ao que parece, de produtos novos que primam pelo diálogo e pela mistura com as mais diferentes interfaces, resultando em obras que podem se apresentar como “estranhas”. Desse modo, será de grande valia para o presente simpósio, o uso da transdisciplinaridade como modo de abordagem, uma vez que as discussões podem atrair o literário para parcerias teóricas dos mais diversos campos do saber, tais como a psicologia cognitiva, a sociologia, a antropologia, as ciências da computação, da linguagem, da comunicação e outros.

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Palavras-chave: interface; literatura; artes; transdisciplinaridade

POÉTICAS DO CONTEMPORÂNEO

Entende-se contemporâneo como uma tessitura de experiências, temporalidades e mesmo reivindicações, que se atualizam num agenciamento de vozes não conformadas a si, mas pautadas por rupturas críticas, instabilidade, heterogeneidade e anacronia (AGAMBEN). Nas escritas poéticas do contemporâneo, como acolhimento das diferenças, nada é dispensável: não se descarta nem a irrupção da memória, nem os vestígios do real (GARAMUÑO, 2012), tampouco o pós-humanismo inscrito nos corpos dos ciborgues (HARAWAY; KUNZRU; TADEU, 2016) enquanto fluxos e agudezas culturais. Nesse contexto é que se tomam as mais diversas faces poéticas do presente, que não discriminam (ou não podem discriminar) nenhuma forma de manifestação, inscrevendo em seus corpos linguagens que vão desde as formas (inter)discursivas às verbivocovisuais, ou digitais, com suas interfaces, até os eventos do apoético (PUCHEU) e do antipoético (SCHOPF, 2002). Não podemos esquecer também que a poesia como tal se constitui continuamente num evento “em crise”, crítica de si mesma e do mundo (SISCAR, 2010), em contraposição com sua tradição lírica. É neste sentido que abrimos este eixo temático, para receber as mais diversas discussões que adentrem as problemáticas da poesia e das poéticas contemporâneas, em seu universo dinâmico e multifacetado. FORMAS NARRATIVAS DO CONTEMPORÂNEO

O século XXI pode vislumbrar algumas formas narrativas emergentes. O momento parece privilegiar o retorno do eu, quando o autor se imiscui à história nas formas de auto ficção, do diário ou do testemunho. E em narrativas baseadas na cópia e no remix inspirado em DJs, além da chamada literatura digital, aquela produzida, divulgada e fruída inteiramente na Rede. Além disso, parece não ser mais possível dissociar as produções artísticas da performance que autores mantêm em blogs, colunas de jornais e revistas, festivais literários mainstream e em redes sociais. Nesse quesito, é importante lembrar

do cerceamento à figura pública engendrado pelo que se convencionou chamar “cancelamento”. Tomando tais características, este simpósio gostaria de acolher trabalhos que discutam as formas narrativas com as quais a literatura do século XXI se apresenta, sem prejuízo das discussões sobre autoria, obra, recepção, mercado editorial, críticas acadêmica e cultural etc.

LITERATURA, EDUCAÇÃO E PROCESSOS CRIATIVOS A relação entre literatura e educação é tão antiga quanto a humanidade, a qual, em seus primórdios, se utilizou das suas narrativas e de sua poesia como instância coletiva de transmissão de saberes e experiências, e educação das gerações jovens. De lá para cá, essa relação tem se firmado através das questões suscitadas pela escrita literária, suas manifestações e gêneros e formas, bem como a produção de sentido, do uso didático, da interpretação e do uso criativo da literatura nas interfaces com a educação. Tanto no horizonte da leitura, da história entre o leitor e o texto literário, quanto horizonte da produção têm sido observado problemas que desde uma perspectiva metodológica incapaz de dar conta do objeto literário em suas relações com os sujeitos, pautada no historicismo, no gramaticalismo, na retórica (LEITE, 2011), ou, ultimamente, na linguística textual, sem a transcendência necessária para seu caráter afetivo e imaginário (JOACHIN, 2011), para pensar a relação entre a vida e o texto literário, a inclusão ou exclusão social (CANDIDO, 2012), as intersubjetividades, reivindicações e resistência (BOSI, 2002). Tratando, por exemplo, da presença da poesia em sala de aula e notando as claras deficiências no trabalho com ela, Elder Pinheiro diz o seguinte: “não podemos cair no didatismo emburrecedor e no moralismo que sobrepõe à qualidade estética determinados valores” (PINHEIRO, 2007). Há, portanto, uma multitude de pontos que dizem respeito tanto à educação no Ensino Básico quando no Ensino Superior. No que diz respeito aos seus processos criativos, a literatura suscita um campo aberto e inimaginável de possibilidades, não apenas da condução à produção criativa, quanto à geração de formas e produtos e ao engajamento cultural e coletivo, aspectos que têm sido concretizados, por exemplo, em projetos como o Experiências Criativas da UFMA/Campus Bacabal. Este eixo temático abrese, pois, para as discussões que envolvam literatura e educação em seus mais diversos aspectos e possibilidades, dos desafios contemporâneos, principalmente na efetividade dos processos criativos de produção e leitura, no meio do redemoinho da vida.

Submissões Prazo para submissão 20/09/2022 - 10/11/2022 I Seminário Poéticas do Contemporâneo (even3.com.br)

Instantâneos da posse , ontem sexta-feira 18, do escritor José Rossini Correia na cadeira 2 , anteriormente ocupada pelos saudosos amigos, romancistas e poetas WaldemiroVianae Fernando Braga que, eleito , não chegou a tomar posse. Na mesa, com o novo acadêmico, o presidente Lourival Serejo e a secretária de educação do município. Em outras fotos , momentos de descontração antes dos discursos de posse e recepção do escritor Lino Moreira , com os confrades Marialva Mont'Alverne Frota, Jose Neres, Lourival Serejo e Laura Amélia Damous. Festiva consagração!

A escritora ConsueloTravassoslança, no próximo sábado, dia 26/11, no auditório da Academia Vianense de Letras, o livro "Sintonia", um conjunto de poemas muito bem elaborados, que retratam a sua relação com a natureza e os mistérios da vida. Consuelo é minha prima pelos lados materno e paterno, já que meus pais eram primos legítimos e ambos carregavam o sangue de Travassos. Com muita honra estarei presente nesse lançamento, que assinala o ingresso formal de mais um membro da família no universo das letras

PALAVRA ALUSIVA AOS 20 ANOS DA ACADEMIA ATHENIENSES DE LETRAS É ARTES, A ACADEMIA PRIMEIRA DE SÃO LUÍS.

O Nucleo de Estudos de Historiografias e Linguagens NEHISLIN e a Casa das Minas convidam toda a comunidade em geral para o lançamento do livro de autoria de Judith leason sobre Nã Agontimé, intitulado em português: AGONTIMÉ E SUA LENDA: RAINHA NA AFRICA, MÃE DE SANTO NO MARANHÃO.

O Romance, originalmente publicado em 1970 e 1974, nunca fora traduzido para o português. Romance histórico, fruto de uma pesquisa etnográfica, é inédito no Brasil. A obra foi traduzida por Carlos Eugênio, organizada pelo tradutor e por Henrique Borralho. O livro será lançado dia 09 de dezembro, às 18 h, na casa das Minas, Rua de São Pantaleão, 857_a, centro, São Luís e contara com as falas de Mundicarmo Ferreti, Euzebio Marcos, dentro outraspersonalidades. Todo o dinheiro da venda será revertido para a casa das Minas. Preço de lançamento: RS 40.00. Serão aceitos pix em nome da Casa das Minas. O livro foi traduzido, publicado com recursos da @fapemaoficial, através do edital IECT/2017. O livro é uma coedicão @editora.uema; @pitomba_livrosediscos

A Academia Maranhense de Letras (AML) realizará, no dia 17 de janeiro de 2023, às 17h, em sua sede, reunião extraordinária como ponto de partida das comemorações no Maranhão do bicentenário de nascimento de Gonçalves Dias, considerado por muitos críticos literários como o maior poeta romântico brasileiro. Durante a reunião, que vai contar com a participação de representantes do Governo do Maranhão, da Assembleia Legislativa, do Tribunal de Justiça, do Ministério Público, de prefeituras e academias de letras de São Luís e Caxias, de universidades e entidades da sociedade civil, serão apresentados pela AML o planejamento, o cronograma e o orçamento de eventos sobre o bicentenário de Gonçalves Dias para todo o ano de 2023. “Vamos apresentar um plano inicial de envolvimento de todos esses parceiros, com atribuição de responsabilidades, já que o poeta Gonçalves Dias é motivo de orgulho do Maranhão e de todos os maranhenses”, explica o presidente da AML, Lourival Serejo. A programação do bicentenário prevê a realização de palestras, criação de selo, publicação de livros, exposição de artes, espetáculos de dança, recitais, produção de documentário, entrega de medalhas e muitos outros eventos. Antônio Gonçalves Dias nasceu em Caxias (MA), em 10 de agosto de 1823, e faleceu em naufrágio em 3 de novembro de 1864. É o patrono da cadeira 15 da Academia Brasileira de Letras e patrono geral da Academia Maranhense de Letras. Entre as suas principais obras estão “Canção do Tamoio”, “I-Juca-Pirama”, “Se se morre de amor”, “Ainda uma vez-adeus!” e “Canção do exílio”.

Com profundo pesar, a Academia Maranhense de Letras comunica o falecimento do acadêmico Magson Gomes da Silva, ocupante da Cadeira 27, ocorrido na manhã de sábado, dia 24. Magson Silva tinha 89 anos e ingressou na AML em 23 de outubro de 1959.

Magson Gomes da Silva

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Magson Gomes da Silva (São Luís, 26 de maio de 1933) é um poeta maranhense. É membro da Academia Maranhense de Letras desde 1959, na sucessão do poeta Arnaldo Ferreira, e sendo recepcionado pelo também poeta Assis Garrido[1] .

Obras

• Inspirações (1957) • Torrente (1961) • O poeta Antônio da Costa Gomes (1967) • O prosador João Quadros (1968) • Magnólia (1984) • Serões da fantasia (1988) • Albores e luares (1991) • Poemas galantes (1992) • Versos à lua (1994) • Aparências (2000) • Presença do passado (2000) • Porcelanas (2003)

Referências

1. ↑ «Magson Gomes da Silva». AML. Consultado em 8 de setembro de 2020

Nasceu em São Luís, a 26 de maio de 1933. Filho do bancário Edison Ferreira da Silva e da professora Magnólia Gomes da Silva. Fez o curso primário na Escola São Luís de Gonzaga, e o ginasial no Colégio Estadual do Maranhão (Liceu Maranhense). Ingressou no Banco do Brasil em 1953, e ali fez toda sua carreira, vindo a aposentar-se em 1983. Temperamento retraído e até mesmo esquisito, nunca pertenceu a grupos ou movimentos literários, contando-se, entre suas raras amizades de motivação intelectual, o poeta Assis Garrido, que muito o estimulou e assistiu.

Poeta de filiação romântica, também dá a muitos de seus versos a roupagem parnasiana, sendo autor de elegantes e perfeitos sonetos. Costuma usar todos os metros em suas composições

MAGSON GOMES DA SILVA: ESCRITOR E POETA ROMÂNTICO

Aprendizados, Crônicas, Frases, Histórias, Relatos Pessoais Por José Carlos Castro Sanches

“A beleza existe em tudo – tanto no bem como no mal. Mas somente os artistas e poetas sabem encontrá-

la. ” (Charles Chaplin) Magson Gomes da Silva é Membro Efetivo da Academia Maranhense de Letras, ocupante da Cadeira 27, patroneada por Dias Carneiro. Sucedeu o poeta Arnaldo Ferreira. As tentativas de conversa com Magson da Silva, iniciaram em 14 de outubro 2020, por meio do WhatsApp, eu enviava mensagens que eram visualizadas, mas não obtinha resposta. Em 23 de outubro recebi o primeiro sinal: “Bom dia, Sr. Sanches! Não estou em casa.

“Eu sou um escritor difícil Que a muita gente enquizila, Porém essa culpa é fácil De se acabar duma vez: É só tirar a cortina

Que entra luz nesta escurez. ” (Mário de Andrade) Insisti nas conversas até o dia 13 de novembro, sem retorno, apenas a certeza de que as crônicas, poemas e textos que enviava eram vistos. Então, decidi mudar de estratégia, liguei para o telefone residencial, quando

pela primeira vez, conversei com a esposa do ilustre acadêmico Magson da Silva, que educadamente me atendeu e recomendou que voltasse a ligar no dia seguinte pela manhã. Naquele momento fui informado que o telefone para o qual enviava as mensagens era do seu filho que normalmente não ficava em casa pelos compromissos com o trabalho, entendi perfeitamente o motivo e aguardei o dia seguinte. “O mais belo triunfo do escritor é fazer pensar os que podem pensar. ” (Eugène Delacroix) Às 10:28 do dia 14, enfim consegui conversar com Magson Gomes da Silva, ludovicense, que fez carreira no Banco do Brasil até a aposentadoria. O escritor e intelectual demonstrou-se receptivo e moderado na fala, educado, simpático e objetivo. Magson Gomes da Silva é autor de inúmeras obras, dentre elas: Inspirações; Torrente; O poeta Antônio da Costa Gomes; O prosador João Quadros; Magnólia; Serões da fantasia; Albores e luares; Poemas galantes; Versos à lua; Aparências; Presença do passado; Porcelanas. Sua produção é consistente e transcende o tempo presente.

“Um escritor, um pintor, que conseguiram fixar numa página ou num quadro um sentimento das coisas

do mundo, uma visão que durará para sempre, comunicam-me uma emoção profunda. ” (Federico Fellini) Apresentei-me brevemente, comentei sobre a minha prática diária da escrita “Mania de Escrever” e publicar no site falasanches.com, Fala, Sanches (Facebook), Linkedin, Instagram e outras mídias, sobre os 6 (seis) livros publicados e outros 10 (dez), não publicados. Disse-lhe que pleiteava uma oportunidade na Academia Maranhense de Letras, e que estava inscrito para a Cadeira 32, do saudoso Sálvio Dino, motivo pelo qual conversava com cada um dos acadêmicos.

“O talento sozinho não consegue fazer um escritor. Deve existir um homem por trás do livro. “ (Ralph Waldo Emerson) O nobre escritor e poeta romântico de versos com roupagem parnasiana e elegantes sonetos metrificados em suas composições, ouviu com atenção as minhas ponderações. Disse-me que tinha compromisso com outro candidato que me antecedeu no contato, entretanto, me incentivou a continuar a peregrinação junto aos demais colegas acadêmicos e nunca desistir do meu objetivo.

“A felicidade do escritor é o pensamento que consegue transformar-se completamente em sentimento,

é o sentimento que consegue transformar-se completamente em pensamento. ” (Thomas Mann) Foram apenas 7 minutos de conversa com o escritor e poeta Magson da Silva, o suficiente para acendermos a chama da comunicação recíproca e abrirmos as portas para futuras oportunidades de convívio, neste período

Querido Magson Gomes da Silva agradeço pela atenção e generosidade durante o breve bate-papo, continuarei determinado a ocupar lugar de destaque na prestigiada Academia Maranhense de Letras – AML, se Deus permitir nos encontraremos na Casa de Antônio Lobo, para respirar os ares da literatura e da poesia com aqueles que conhecem a sua essência.

“Por isso é que os poemas têm ritmo – para que possas profundamente respirar. Quem faz um poema

salva um afogado. ” (Mario Quintana) São Luis, 01 de dezembro de 2020. José Carlos Castro Sanches É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense. Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras – ALPL

UFMA -Imperatriz: Núcleo de pesquisa de Imperatriz vence prêmio da Intercom, Luiz Beltrão O Núcleo Interdisciplinar de Estudo, Pesquisa e Extensão em Comunicação, Gênero e Pesquisa Maria Firmina dos Reis – grupo de pesquisa vinculado ao curso de jornalismo da UFMA, Câmpus de Imperatriz, foi anunciado como vencedor do Prêmio Luiz Beltrão 2022, na categoria Grupo Inovador. O prêmio é concedido pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom) e será entregue durante o 45º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, evento promovido pela Intercom, que será realizado na UFPB, em João Pessoa, no período de 5 a 9 de setembro de 2022. “O Prêmio é um gigantesco reconhecimento de um trabalho que vem sendo feito desde 2019 pelas pesquisadoras do Núcleo Maria Firmina. Um Núcleo jovem e cheio de energia que vem construindo um percurso interdisciplinar sólido de estudo, pesquisa e extensão, dialogando a comunicação com as diversas intersecções, especialmente, as de gênero, raça, classe, cidadania, sexualidade, entre outras. Estamos em êxtase total!”, comenta a professora Michelly Carvalho, coordenadora do Núcleo. O Prêmio Luiz Beltrão de Ciências da Comunicação foi criado em 1997, com o objetivo de identificar anualmente pessoas, equipes ou instituições que realizam contribuições relevantes para o campo das ciências da comunicação no Brasil, reconhecendo a qualidade do trabalho acadêmico e profissional realizado nas universidades, valorizando a atuação individual, grupal ou coletiva. Saiba mais em nossa Bio.

Memorial de Maria Firmina Dos Reis - Este sítio reúne os materiais disponíveis sobre Maria Firmina dos Reis, dispersos em vários locais, de forma que estudantes, pesquisadores e interessados em geral possam explorar a riqueza da obra dessa escritora negra brasileira. MEMORIAL DE MARIA FIRMINA DOS REIS

Publicação seriada, eletrônica, de acesso livre e gratuito.

FOCO E OBJETIVOS A Revista Firminas – Pensamento, Estética e Escrita é uma revista focada na produção de artistas e intelectuais negras das diversas regiões do país e eventualmente de contextos internacionais e tem por escopo viabilizar produções deste corpo autoral presente e histórico. A iniciativa busca potencializar o ciberespaço como plataforma de enunciação, difusão e recepção que permita romper o silenciamento sistêmico que ainda atravessa a produção intelectual de mulheres negras, realidade que já acometia Maria Firmina dos Reis no século XIX. Justamente por privilegiar o aporte das intelectualidades de mulheres negras, a revista eventualmente agregará também a participação de outros atores, dessa forma, nos alinhamos à perspectiva transversal do pensamento do feminismo negro, ancorado no projeto de construir mundos para todos, de refletir sociedades pluriversais, coletivas e realmente democráticas. Partindo deste horizonte epistemológico e ético, a revista preza pela presença da alteridade em seu arcabouço. A Revista Firminas – Pensamento, Estética e Escrita está pautada no aporte de Maria Firmina dos Reis, que publicou poesia, prosa poética, romance, contos, novelas, crônicas, enigmas e charadas; em jornais, jornais literários, revistas, almanaques e livro; atuando também como folclorista, compositora musical e escritora de diário, além de dedicar-se à pesquisa e ao ensino. A diversidade de sua produção nos inspira a pensar nosso fazer intelectual múltiplo, nem sempre centrado unicamente na academia. Reverenciamos a diversidade de saberes e texturas e valorizamos a razão encruzilhada. São bem vindas contribuições em que o registro autoral se expanda e ultrapasse o formato único. Assim, convidamos as autoras a apresentarem suas reflexões em forma de ensaio e artigo analítico, podendo ser acompanhados de exercícios poéticos e de outras naturezas. Pretendemos valorizar a complexidade de nossa face intelectual, que é (pode ser) teórica e lírica; teórica e imagética; teórica e múltipla.

Ela poderá ser a primeira revista brasileira indexada com recorte específico na autoria de mulheres negras.

Serão convidadas/aceitas autoras que queiram contribuir com a publicação de Artigos Originais, Artigos Publicados (a serem analisados), Ensaios, Entrevistas, Relatos de Experiência, Resenhas de Livros, Traduções, Textos Literários Inéditos. As contribuições são abertas a pesquisadoras/res vinculadas/os a instituições acadêmicas diversas, a escritoras e artistas.

PERIODICIDADE

Semestral, sendo publicada em formato eletrônico PDF.

Editoria: Fernanda Miranda Luciana Diogo Marília Correia

• Bibliografia Firmina (8) • Biografia Firmina (4) • Estante de Obras Raras (7) • Estante Imprensa no XIX (5) • Estante Leia Mulheres Negras (6) • Século XIX (3) • Século XX (2) • Eventos/Chamadas (1) • Firmina na Escola (8) • Alunas/os (4) • No Vestibular (3) • Professor/a (4) • Firmina na Imprensa (19) • Nos Livros do Século XIX (1) • Nos Periódicos do Século XX (3) • Nos Periódicos Século XIX (15) • A Produção Avulsa (4) • Gupeva/Cantos /Escrava (3) • Outras Referências (3) • Úrsula (4) • História das Obras (1) • Imagens (9) • Artistas Plásticas Negras Brasileiras (1)

DADOS BIOGRÁFICOS • Nascimento: 11 de março de 1822 (ADLER, 2017/2018). • Filiação: Leonor Felipa – mulata forra, foi escrava do Comendador Caetano José Teixeira, comerciante e proprietário de terras da região (ADLER, 2017/2018); e João Pedro Esteves, homem de posses que foi sócio de Caetano José Teixeira . • Parentes • Martiniano José dos Reis (tio), irmão de Leonor (testemunha no processo de justificação da data de nascimento de Firmina), natural de São Luís, pardo, casado; declarou viver de suas lavouras, mas aparece nos jornais como sendo alfaiate, advogado, além de “Solicitador” em Guimarães(CRUZ; MATOS; SILVA, 2018, p.161); • Filinto Elísio dos Reis (primo), filho de Martiniano, promotor público e Intendente Municipal da Comarca de Guimarães (CRUZ; MATOS; SILVA, 2018, p.161) • Leonor Felipa (mãe), Amália Augusta dos Reis (irmã), Balduína Amália dos Reis (prima), Henriqueta Romana dos Reis (tia materna), constam como passageiras do vapor S. Luiz, com destino ao Pará, no dia 03 de janeiro de 1860. (CRUZ; MATOS; SILVA, 2018, p.161).

DOCUMENTOS • Livro de Baptismo da freguesia de Nossa Senhora da Victória-igreja Catedral (Fundo Arquidiocese Batismo de Maria Firmina dos Reis, Livro 116- fl. 182) (ADLER, 2017/2018). • Autos de Justificação do dia de nascimento de Maria Firmina dos Reis, de 25 de junho de 1847, da Câmara Eclesiástica/Episcopal, série 26, Caixa n. 114 – Documento-autos nº 4.171; concluído no dia 13 de julho de 1847 (ADLER, 2017/2018). • Autos cíveis de requerimento que faz D. Rosa Maria Seria Teixeira para cópia e rubrica dos papéis da sociedade que teve seu falecido marido, comendador Caetano José Teixeira, com João Pedro Esteves e outros. Fundo: Tribunal da Relação. Seção Juízes de Órfãos. Comarca de São Luís, 1820 (CRUZ; MATOS; SILVA, 2018, p.158). FONTES:

• ADLER, Dilercy. “A mulher Maria Firmina Dos Reis: uma maranhense”. Editora Malê, 2018. • ADLER, Dilercy. Maria Firmina dos Reis: uma missão de amor. Academia Ludovicense de Letras, São Luís (MA), 2017 (Para adquirir, envie solicitação para o e-mail amei.osfl@gmail.com). • CRUZ, Mariléia dos Santos; MATOS, Érica de Lima de; SILVA, Ediane Holanda. “’Exma. Sra. d. Maria Firmina dos Reis, distinta literária maranhense’: a notoriedade de uma professora afrodescendente no século XXI”. CEMOrOc-Feusp / Univ.

Autònoma de Barcelona, set/dez 2018, p.151-166.

FONTES: CARVALHO, Jéssica Catharine Barbosa de. Literatura e atitudes políticas: olhares sobre o feminino e antiescravismo na obra de Maria Firmina dos Reis. 128 f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal do Piauí, 2018.

XIMENES, Sérgio Barcellos. A Arte Literária | Blog sobre a história da literatura e a literatura em geral – 04/12/2017.

AS APARIÇÕES DE ÚRSULA NOS PERIÓDICOS APÓS 1862

1867 - Semanário Maranhense, 3/11/1867, ano I, número 10, página 8, segunda coluna, penúltimo parágrafo.+

1871 - O Espírito-Santense, 4/11/1871, ano II, número 78, página 2, primeira coluna.+

1900 - Dicionário Bibliográfico Brasileiro, página 232, Augusto Victorino Alves Sacramento Blake, Sexto volume, Rio de Janeiro, 1900.

HÁ DUAS MENÇÕES EM PERIÓDICOS NÃO DISPONÍVEIS NA INTERNET • (A) Esperança – informado no O Espírito-Santense; (XIMENES, 2018) • Publicador Maranhense, 16/12/1875 – segundo Morais Filho, informa que Maria Firmina doou um exemplar de Úrsula ao Ateneu Maranhense (sociedade literária).

1863 “Charada” / continua -“Almanaque de Lembranças Brasileiras – 1863”, Cezar Augusto Marques, Segundo ano, páginas 32 e 33 (janeiro), São Luís, Maranhão, 1862.

1868 “Charada” / continuação – “Almanaque de Lembranças Brasileiras – 1868”, Cezar Augusto Marques, Terceiro ano, páginas 55 e 56 (fevereiro), São Luís, Maranhão, 1867. • “Charada”/ continuação -“Almanaque de Lembranças Brasileiras – 1868”, Cezar Augusto Marques, Terceiro ano, páginas 126 e 127 (maio), São Luís, Maranhão, 1867.

REVISTA FIRMINAS

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Era a hora do silêncio e do repouso, hora mágica ― misteriosa ― grande ― sublime ― majestosa como Deus! Triste, melancólica como a imagem do túmulo… porém que […] para a minha alma, por isso que minha alma ama a melancolia!!… E eu te saudava, hora mágica ― e sublime!!! E eu subia no cume do rochedo… E tu eras grande ― e misteriosa como o mesmo Deus!!!… Doze horas soaram… A noite estava silenciosa ― e erma. E eu estava sobre o cume do rochedo. Era o silêncio dos túmulos que aí reinava!!! hora santa ― e respeitável, como a imagem de Deus ― eu te saudava!… Ao longe Álcion [Alcíone, mulher transformada em pássaro por Zeus], gemia, gemia, sobre as águas ― e o mar mansamente beijava as cavidades do rochedo. Mas o rochedo estava imóvel porque a voz do Senhor ele se havia erguido: ― e esta voz que o erguera, brandamente soava no murmúrio da viração. E eu chorava porque a meus pés estava um túmulo!!! E as estrelas que prateavam a abóbada celeste ― e o mar que alvejava no seu leito, ― e a brisa do Sul que me rociava as faces, ― e o verme, que se arrastava para a sua presa, ― e o orvalho que se pendurava das ramas ― estavam mudos e tranquilos. Só eu tinha o coração opresso por isso que a meus pés estava um túmulo! E ninguém partilhava a minha dor!… E os raios da lua começavam a pratear as águas… e um branco sudário se desdobrava, sobre a tema ainda revolta da sepultura. Mas a lua passava e o sepulcro já era tudo sombras: ― e minha dor prosseguia, sempre ainda, sempre crescente!! Oh! Sim!… E para sempre escondida aquela que eu tanto amara!… Eu chorava… No silêncio da noite, minha dor, tocava a desesperação. O mar desdobrava-se a meus pés, ― as estrelas cintilavam, sobre minha cabeça, ― a viração andava em torno de mim. Deus se me revelava em cada um daqueles objetos. Oh! eu amo a Deus porque Ele é justo, ― santo ― e onipotente. No auge da minha desesperação, deixei o rochedo. Indignou-me ver tudo tranquilo ― tudo indiferente à minha dor. Deus! Ajoelhei sobre a terra ainda revolta do sepulcro, e meu espirito sentiu amarga consolação. Por quê? Porque Deus amerceou-se [compadeceu-se] de mim. Eu chorei sobre a sepultura, mas era um pranto já mais resignado… Eu a tinha visto morrer, e não tinha desesperado. No auge da minha dor, soltei uma blasfêmia… mas o arrependimento apaga a nódoa do pecado ― e eu senti renascer em meu coração sentimentos mais dignos do meu Deus. Ele me havia perdoado. E eu que tinha visto seu corpo fugir-me, atendendo à voz do sepulcro, que o reclamava… e eu que vira seu espírito abandonar-me porque à voz do Senhor… pude ver, e não desesperei?!! Oh! Deus!… Deus… de Ti veio-me o bálsamo de resignação. Mas ao silêncio, sussurra a hora da arvorada ― e minhas lágrimas corriam mais suavemente. A resignação entrara em minha alma. O amargor estava ainda em meu coração, ― mas a hora que aprazia a minha alma já havia passado. A noite já de todo havia desaparecido: ― as flores desabrochavam meigas, e risonhas, ― ao voluptuoso bafejo da manhã: eu já não tinha lágrimas, porque o Senhor as trocara pela resignação. Então, entoei um hino ao Deus dos Exércitos… Minha alma exalou um suspiro de saudade, ― e circundei de flores o túmulo da que tanto amei! A hora do silêncio tinha passado, e eu {que} por um instante duvidara da bondade eterna, consolidava já meu coração na crença do seu Deus. E cessei de chorar porque o seu espírito estava em Deus!!!! Maria Firmina dos Reis

20 de maio de 1853

“RESUMO DA MINHA VIDA” (1863) De uma compleição débil e acanhada, eu não podia deixar de ser uma criatura frágil, tímida, e por consequência melancólica: uma espécie de educação freirática, veio dar remate a estas disposições naturais. Encerrada na casa materna, eu só conhecia o céu, as estrelas, e as flores, que minha avó cultivava com esmero, talvez por isso eu tanto ame as flores; foram elas o meu primeiro amor. Minha irmã [Amália Augusta dos Reis]… minha terna irmã, e uma prima querida [Balduína A. dos Reis], foram as minhas únicas amigas de infância; e nos seus seios eu derramava meus melancólicos, e infantis queixumes; porventura sem causa, mas já bem profundos. II

Mas a infância passou, como passa para todo homem, e eu tive mais vigor e minha vida adquiria mais forças; meu coração como que expandiu-se um pouco, vívidos raios de sol da adolescência. A mulher é como a flor, esta sonha meiguices ao despertar do sol, porque o sol que surge há de afagá-la, sorrir-se […] de felicidade sem lembrar-se a pobrezinha que esse viver de deleites é dum momento, e que esse mesmo sol, que tão docemente a seduziu em seus transportes amorosos com suas faíscas ilusórias, vai-lhe roubando a vida e os encantos. Aquela no desabrochar da vida cisma um futuro radiante, e belo, belo como o céu. Eu experimentei já essa doce ilusão que mais faz amargar os últimos dias da existência. Era um débil e transparente véu que estava ante meus olhos, rasguei-o, vivi um deleitável paraíso, que me seduziu, e que me enlevou, que me transportou; da minha melancolia infantil, passei insensivelmente a um meigo olhar inocente de felicidades. Ah! por que tão depressa fugiste. Ah! por ela fugiste, idade única da vida, em que eu pude sonhar esse sonho que o poeta inveja, em que pude gozar esse gozo puro que assemelha, que arremeda a bem-aventurança dos anjos!… Passou, e embalde, embalde anda a procuro. O que foi que tão depressa me fez esquecer os meus sonhos da adolescência, o meu gozar dos anjos? Quem se atreve de novo a cerrar sem piedade esse véu que débil, na infância, me ocultava o paraíso, e que agora ainda se tornou mais espesso, mais negro e compacto. III

O mundo! Esse espelho impassível, cruel […] desfazer as nossas mais gratas, mais lisonjeiras esperanças! A sucessão dos anos apagou-me o fogo do coração, resfriou-me o ardor da mente, quebrou na haste a flor de minhas esperanças. Que porvir tão belo imaginava eu no doce delirar de minhas ideias! Nos meus sonhos mentirosos que futuro radiante se me antolhava [manifestava aos olhos]! Ah! Tudo, tudo uma cruel realidade. Destruí-o para sempre. Tudo: meu coração outrora tão ardente, hoje apenas sinto-o levemente estremecer no meio do gelo, que o circunda E os poetas dizem. “O amor vivifica os corações ― o Amor é a felicidade da vida, é a vida da nossa existência: talvez. Amei eu já acaso? Não sei. Amor ― acrescentarei eu, é uma paixão funesta ― é o amor quem espreme no mundo tanto fel, tanta amargura, é quem torna a vida peso insofrível, por demais incômodo. Amor que abre ao homem a senda do prazer e da vida é também quem cerra sobre ele a lousa da sepultura. Entretanto o amor é necessário ao coração do homem, quanto o ar é necessário à vida. Amor, amor, deixemos aos poetas esse dom celeste, e infernal, doce e amargurado, inocente e criminoso; não amemo-nos. As ilusões fugiram, fugiram as esperanças, que me resta pois? Uma mãe querida e terna, uma irmã desvelada e carinhosa. Ajudada por elas, arrastarei o peso desta existência até despenhar-se na sepultura. Porque me dás o sofrer, eu te bendigo, porque me permitiste a recordação de um passado mais venturoso! Oh! quantas vezes reclinada a fronte escandecida, sobre a mão gelada pela dor, eu lembro esses dias de infância que passei no regaço de minha mãe, e entre folguedos tecidos por mim, e por minhas duas amigas, folguedos, que começavam para mim com um magnético encanto, e que logo se iam tornando tristonhos e melancólicos, como minha alma, e que terminavam por um choro doído, suposto que sem causa. Meu coração sentia naquele chorar um amargo prazer, sentia uma dor, que ainda querendo, não o saberia explicar: inda assim eu era feliz! Ou então toda entregue a um profundo desalento, quanta vez, meu Deus, a mente vai buscar todas essas fases da vida por que tenho passado! Esses ligeiros anos de esperanças, e de gozo, e depois estes compridos e insofríveis anos de amarguras, de tédio, de

desgostos, de dores, não imaginárias como a infância; mas fundadas em outras dores, filhas de grandes e muitos sofrimentos. Vida!… Vida, bem penosa me tens sido tu! Há um desejo, há muito alimentado em minha alma, após o qual minha alma tem voado infinitos espaços, e este desejo insondável, e jamais insatisfeito, afagado e jamais saciado, indefinível, quase que misterioso, é pois sem dúvida o objeto único de meus pesares infantis e de minhas mágoas. Eu não aborreço [me aborreço com] os homens, nem o mundo, mas há horas, e dias inteiros, que aborreço a mim própria. Que será pois o que sinto? Amo a noite, o silêncio, a harmonia do mar, amo a hora do meio-dia, o crepúsculo mágico da tarde, a brisa aromatizada da manhã; amo as flores, seu perfume me deleita: amo a doce melodia dos bosques, o terno afeto de uma mãe querida, as amigas de minha infância, e de minha juventude, e sobre todas estas coisas amo a Deus; e ainda assim não sou feliz, porque insondável me segue, me acompanho esse querer indefinível que só poderá encontrar satisfação na sepultura.

Sem data

“O QUE É A VIDA”

O que é a vida? Será acaso a vida o respirar, o sorrir no trocar de cumprimentos banais e quantas vezes frívolos… o banquetear com aparatosa regularidade, com suntuoso luxo dos amigos, algumas vozes tão indiferentes, e alheios aos sentimentos de afeto, e de amizade que lhe votamos, e até estranhos à gratidão; por que, depois de termos colhido os nossos sinceros afagos vão cuspir sobre eles, seu sorriso de escárnio?… Será isto vida? Não. Ou será então o deslumbrante e sedutor aspecto de um salão dourado, cujo ambiente perfumoso pode encher o coração de mágicos transportes…? Será aí onde as flores de um buquê furta-se um beijo de leve, voluptuoso… será os sons de orquestra afinada, que arrebatando os sentidos enleados vai de envolta com um bruxulear de magníficos candelabros excitar desejo, despertar ideias, acender no coração um fogo, que logo abrasando-o rapidamente se esmorece, e morre ao último som da derradeira polca ― ao último luzir da reverberante iluminação da sala…? Ou será a vaidade satisfeita pela posse de um rosto que a natureza adornou com a perfeita formosura dos anjos ― uns olhos onde se retrata toda a beleza da alma, uns olhos que falam de amores, desses que o mundo procura em vão conhecer e que parece que só devem existir em Deus, porque o mundo é assaz pequeno para contê-los ― uns olhos que são um orgulho de quem os tem, e a inveja viva de quantas a rodeiam? Será talvez tudo isso: ― mas eu o nunca vivi; ou se vivi, compreendi a vida por outros desvios, por outras sendas, por onde nem todos passam. Penso e sinto: meu sentir e meu pensar não os compreende ninguém; porque também a ninguém os revelo. A vida para mim está nas lágrimas. Amo as que verto na amargura pungente de minhas ternas desventuras; com elas alimenta-se minha alma, elas acalmam o rigor do meu destino. Lágrimas! Lágrimas… Elas despontam cristalinas e brancas no berço do recém-nascido, elas nos seguem amargas e pungentes no caminhar da vida ao túmulo; e ainda na derradeira agonia, nem uma lágrima silenciosa, como um adeus à vida serena a ardência das faces requeimadas pela febre da gangrena. Eu amo as lágrimas… Elas têm sido as companheiras da minha árdua e penosa existência; é nelas que tenho achado meu conforto, nelas é que me hei estribado para chegar ao breve termo da minha longa peregrinação… Amei-as na infância, porque elas embalavam-me docemente em ilusório sentir; eu as invocava por simpatia. Depois o amor ― e o amor ― não pode vigorar sem lágrimas. Elas me sorriram nessa quadra poética da existência, que para mim passou tão breve! elas vinham dos olhos de seio, como a gota filtrada na rocha, doces e voluptuosas banhar-me o coração com sua inefável fresquidão.

E quando a mão de Deus mandou que esse amor tão belo cedesse ao sopro álgido da morte oh! essas antigas companheiras colocaram-se constantes ao meu lado; e como orvalho sagrado, elas de então para cá jamais cessaram de umedecer a estéril e poeirenta senda que tenho vagamente percorrido. É então que fiz das lágrimas um sacerdócio, ― é quando conheci então que a vida está nas lágrimas… Triste do homem que não as tem…

Guimarães, 15 de junho de 1873

[1] Transcrição em forma de poema por: XIMENES, Ségio Barcellos. In: https://aarteliteraria.wordpress.com/2017/12/06/o-album-o-diario-de-maria-firmina-dos-reis/#K Fonte: A Arte Literária | Blog sobre a história da literatura e a literatura em geral – Sérgio Barcellos Ximenes – 04/12/2017)

TRANSCRIÇÕES – PARTITURAS PARTITURA 1: BOI CARAMBA

PARTITURA 2: VALSA G. DIAS

Valsa – Letra de Gonçalves Dias; Música de Maria Firmina dos Reis (cop. Zequita)

PARTITURA 4: HINO LIBERDADE ESCRAVOS

PARTITURA 6 E 7: CHAMADA DOS PASTORES E VALSA

Perfil representativo de Maria Firmina dos Reis

Busto (1975). Flory Gama. Museu Artístico e Histórico do Maranhão.

Pintura (2011). Martins, Rogério.

Registro de Maria Firmina dos Reis na biblioteca pública de São Luís/ MA.

Ilustração. Maria Benedita Bormann (1853-1895). In: “Mulheres Illustres do Brazil” (1899, p.193).

Desenho a lápis (2014) para representar o rosto de Maria Firmina dos Reis – Exposição Mulher em Destaque.

Selo (2014). Homenagem aos 190 anos de nascimento de Maria Firmina.

Ilustração (2015). Templo Cultural Delfos.

Ilustração (2015). Jonilson Bruzaca. Comemoração aos 190 anos de nascimento de Maria Firmina, divulgada em 18/06/ 2015. Fonte: Geledés.org.br

Imagem 10: Ilustração (2015). Revista Conhecimento Prático Literário.

Desenho a pastel seco (2012). Alves, Tony Romerson.

Xilogravura (2017). Pires, Gabriela.

Imagem associada à Maria Firmina Capa do livro de Algemira Macêdo Mendes (2016)

(Ilustração) André Valente – Maria Firmina dos Reis Via BBC Brasil

Imagem do livro Extraordinárias – Mulheres Que Revolucionaram o Brasil

(ilustração) Mestre Roberto – Maria Firmina dos Reis Fonte: Homenagem à Literatura Negra Brasileira (Facebook)

(Aquarela) Amélia Lara – A força de Maria Firmina dos Reis Fonte: Homenagem à Literatura Negra Brasileira(Facebook)

(Ilustração) Úrsula – Maria Firmina Fonte: O Feminino e o Sagrado – Heroínas do Brasil

Maria Firmina dos Reis – patrona da 11ª FeliS, 2017. (Foto: Maurício Alexandre)

Lançamento da Coleção Maria Firmina dos Reis – 28/11/2017 – Brasilia (DF)

Agenda (2018) – Associação dos Docentes da Universidade Estadual da Paraíba (Aduepb).

• • (Ilustração) Maria Firmina dos Reis (2018). “Tesouro Brasileiro” (homenagem Mulheres do Brasil / 08 de março). Fonte: Governo do Brasil no Twitter

• • Rosto representativo de Maria Firmina para o concurso da Flup 2018. Ilustração de João Gabriel dos Santos Araújo, MG.

Ilustração de Maria Firmina apresentada pela Câmara dos Deputados, 2018.

• • Imagem representativa de Maria Firmina. Luzinei Araújo – Instituto Histórico e Geográfico de Guimarães (MA), 2018.

• • Ilustração de Maria Firmina. Nila Millen, 2019.

Flip 2022: Maria Firmina dos Reis será a homenageada; veja a programação completa

O Globo 13 de setembro de 2022 11:21 A maranhense Maria Firmina dos Reis (1822–1917) será a autora homenageada na 20º edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). No ano do seu bicentenário, a romancista terá seu legado discutido no evento.

A edição acontece de 23 a 27 de novembro de 2022, em Paraty. Conforme já foi anunciado, o evento este ano terá três curadores: a jornalista e editora Fernanda Bastos e os professores Milena Britto e Pedro Meira Monteiro.

— Maria Firmina dos Reis não é alguém casual, alguém que estava na fila de homenageados da Flip. Ela tem a força da autoria individual, uma mulher negra no Maranhão do século XIX lutando pra ser reconhecida pela letra. Na escola, todos nós conhecemos Machado, Alencar, mas nunca ouvimos falar de Maria Firmina. Essa ausência é muito gritante e é com essa distorção que a gente está querendo mexer quando monta uma

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Moradas e Memórias: Casarões de São Luís do Maranhão

A autora maranhense do primeiro romance abolicionista do país,Úrsula, lançado em 1859 será a grande homenageada da Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP). A escritora e educadora, sofreu com o “apagamento” histórico e vem sendo redescoberta no Brasil e no exterior. Publicou contos e poemas em jornais, compôs oHino da Libertação dos Escravose fundou uma escola gratuita para crianças. Maria Firmina morreu em 1917, sem qualquer prestígio. A escritor E que tambem era abolicionista e feminista só teve suas obras revisitadas a partir das pesquisar do pesquisador e poeta maranhense Nasvimento Moraes Filho com a importante obra Maria Firmina –fragmentos de uma vida(1975).

Na foto ao lado trenós Moraes Filho entrevistando a filha adotiva de Maria Firmina , juntos com um religioso e outra senhora. Fontes: trechos do Jornal O Estadão e foto do arquivo do site www.mariafirmina.org.br.

“EXMA. SRA. D. MARIA FIRMINA DOS REIS, DISTINTA LITERÁRIA MARANHENSE”: A NOTORIEDADE DE UMA PROFESSORA AFRODESCENDENTE NO SÉCULO XIX

Mariléia dos Santos Cruz; Érica de Lima de Matos; Ediane Holanda Silva

Resumo: Maria Firmina, a primeira romancista brasileira que publicou no Brasil, foi professora régia da escola de primeiras letras da Vila de São José de Guimarães concursada em 1847. Era uma mulher mestiça, filha natural da mulata forra Leonor Felipa. O presente texto, fruto de pesquisa histórica de caráter indiciário, tem como objetivo refletir sobre o protagonismo da professora de primeiras letras Maria Firmina dos Reis, dando ênfase na análise sobre a representação ativa da mulher em seus romances e ao modo como ela era representada na imprensa maranhense do século XIX. Considera-se, também, a correção de informações correntes na bibliografia sobre a autora, as quais contrariam fontes primárias oficiais produzidas no século XIX.

Palavras Chave: Maria Firmina dos Reis; professora negra; romancista brasileira; protagonismo feminino.

Discutindo informações históricas que contrariam fontes primárias oficiais sobre Maria Firmina dos Reis

A mestiça Maria Firmina dos Reis nasceu em 11 de março de 1822, embora todas as publicações consultadas até agora que se reportam a ela atribuam ao seu nascimento a data de 11 de outubro de 1825 (ABRANTES, 2004; ANDRETA, ALÓS, 2013; MENDES, 2006; MORAIS FILHO, 1975; MUZART, 2013; SILVA, 2011; OLIVEIRA, 2007). Com base em estudos que atribuem ao nascimento de Maria Firmina o dia 11 de outubro, o mesmo foi desde 1976, considerado o “Dia da Mulher Maranhense”, como uma homenagem à autora (Lei n. 3.754, de 27 de maio de 1976), o que só foi corrigido recentemente por força da lei 10.763, de 29 de dezembro de 2017 (MARANHÃO, 2017) [...] Caso o ano do nascimento de Maria Firmina tivesse sido 1825, ela teria sido nomeada para a função de professora da escola feminina de Primeiras Letras da Vila São José de Guimarães, em 1847, com apenas 22 anos, o que foi considerado algo ilegal em 1830, em razão da exigência de 25 anos para o exercício da docência (CASTANHA, 2013)6 . Em ofício, de nº 42, de 14 de julho de 1847, do Inspetor da Instrução Pública Francisco Sotero dos Reis ao Presidente da Província, consta um parecer negativo para a solicitação de inscrição de Maria Firmina dos Reis no concurso público da cadeira de primeiras letras da Vila de São José de Guimarães, alegando que ela não provava ser maior de 25 anos de idade. De fato, o documento de batismo de Maria Firmina, registrado na f. 182, do livro de registro de batismo da freguesia de Nossa Senhora da Victória-igreja Catedral, não apresenta nem data, nem o local do seu nascimento, indicando apenas ter sido batizada em 21 de dezembro de 1825, na Freguesia de Nossa Senhora da Victória, em São Luís7 . Neste documento

consta também o nome da sua mãe (Leonor Felipa), e de seus padrinhos (o capitão de milícia João Nogueira de Souza e Nossa Senhora dos Remédios)8 .

Neste documento não consta nenhuma indicação de paternidade, o que contradiz afirmação de que Maria Firmina teria sido registrada por João Pedro Esteves (MUZART, 2013), um homem de posses, que foi sócio do senhor de Leonor Felipa, Caetano José Teixeira9 . O estabelecimento comercial de Caetano José Teixeira, o qual João Pedro Esteves era um dos sócios, realizava grandes transações no período colonial e início do Império. É a certidão de óbito da escritora, redigido no dia 11 de novembro de 1917, que registra João Pedro Esteves como pai de Maria Firmina, algo que foi declarado por pessoa próxima da autora (MORAIS FILHO, 1975). Mesmo que ela não tenha crescido em um lar nos moldes tradicionais, com a figura de mãe e pai unidos pelo sacramento do matrimônio, parece que Maria Firmina e os demais do seu círculo familiar não ignoravam que João Pedro Esteves era seu pai, apesar da ausência da paternidade constar em seu documento de batismo.

[...] Em 21 de julho de 1847, no ofício nº 45, o inspetor da Instrução Pública, declarou que a requerente ao concurso para a cadeira feminina da Vila de São José de Guimarães, Maria Firmina dos Reis, podia ser admitida ao concurso por ter provado ter nascido em 11 de março de 1822, sendo, portanto, maior de 25 anos, conforme a exigência para o exercício docente10

. ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DO MARANHÃO. Ofícios do Inspetor da Instrução Pública ao Presidente da Província, APEM, documentos avulsos, cx. 1844-1850. De fato, a documentação de batismo de Maria Firmina só poderia deixar dúvidas sobre a sua origem e ano de nascimento, pois traz poucas informações. Pelo fato de não constar dia e ano de seu nascimento no registro de batismo havia necessidade de recorrer a outras formas de comprovação da sua idade, o que a levou a iniciar um processo junto à Câmara Eclesiástica visando à justificação da data do seu nascimento, originando, assim, os “Autos de Justificação do dia do Nascimento de Maria Firmina dos Reis”. Esse documento foi solicitado por ela no dia 25 de junho de 1847 e foi concluído no dia 13 de julho do mesmo ano. Conforme esta documentação, Maria Firmina teria nascido em 11 de março de 1822, sendo batizada apenas em 21 de dezembro de 1825, já que veio ao mundo acometida de uma enfermidade, permanecendo doente por um período que a impossibilitou de receber o sacramento antes dos seus três anos de vida11 . 11 Id. Autos de justificação do nascimento de Maria Firmina dos Reis. Arquivo da Arquidiocese/APEM: São Luís-MA. Manuscrito, doc. 4844, 1847. 12Segundo O Paiz, (23 abril, 1880, p. 2), o C [...] Outra questão sobre Maria Firmina que desperta curiosidades diz respeito à sua origem familiar, a qual é registrada pela historiografia como “prima pelo lado materno” do professor Francisco Sotero do Reis (ABRANTES, 2004, p. 158; MENDES, 2006, p.18; MUZART, 2013, p. 249) ou como “filha de uma portuguesa com um escravo africano” (CORREA, 2013), sem indicação precisa das fontes que levaram às constatações. No presente pode-se afirmar que a mãe de Maria Firmina, conforme consta nos autos de justificação do seu nascimento, era Leonor Felipa, uma mulata forra, que foi escrava do Comendador Caetano José Teixeira, conforme já adiantamos anteriormente [...] Outra questão para a qual ainda paira dúvida é sobre a existência de parentesco entre Maria Firmina e Sotero dos Reis.

Até o presente não se identificou fonte que confirme se há uma relação consanguínea ou se é apenas uma coincidência

do sobrenome. Fato é que Sotero do Reis, o renomado gramático, primeiro diretor do Liceu Maranhense e Inspetor da Instrução Pública Maranhense, nasceu em 22 de abril de 1800 e foi filho do português Balthazar José dos Reis, fazendeiro da região de Guimarães com D. Maria Thereza Cordeiro (LEAL, 1873). O trabalho realizado por Nascimento Morais Filho visando dar visibilidade à professora e romancista maranhense indica parentesco da professora com Sotero dos Reis quando registra a entrevista com uma descendente de Maria Firmina. No depoimento colhido pelo autor de Maria Firmina: fragmentos de uma vida consta que Sotero dos Reis teria sido primo dela, embora o grau fosse ignorado pela entrevistada, D. Nhanzinha Goulart que era neta de Balduina Amália dos Reis, prima da escritora (MORAIS FILHO, 1975). [...] Embora o senhor da mãe de Maria Firmina possuísse terras na região de Guimarães fica confirmado a naturalidade ludovicense quando se analisa o depoimento de uma das testemunhas da justificação do nascimento da referida professora. Trata-se de um tio, irmão de Leonor, Martiniano José dos Reis que declarou ser natural de São Luís, ser pardo, casado, ter trinta e oito anos e viver de suas lavouras. Declarou também que morava na casa da mãe de Maria Firmina quando ela nasceu, e que a mesma era natural da Freguesia de Nossa Senhora da Victória13 . [...] No documento de justificação do nascimento da autora sua origem africana fica evidenciada pelos termos atribuídos a sua mãe (mulata e forra) e ao seu tio (pardo). Até agora, em nenhuma fonte identificada sobre Maria Firmina aparecem diretamente atribuídos a ela qualificativos indicativos de afrodescendência. Tal leva a inferir que a autora tenha desfrutado do conhecido atestado de “branquidade”16 , o qual permitia que características como cor, raça ou condição escrava passassem ignoradas conforme o nível de integração social atingido por pessoas de origem africana. Na qualidade de mestiça, é provável que Maria Firmina não possuísse fenótipos expressivos dos negros, o que pode ter contribuído para a sua aceitação e reconhecimento de méritos, confirmando o que Russel-Wood (2005, p. 86) nos informa sobre o assunto ao afirmar que “os mulatos ou os de pele não muito escura tinham mais possibilidade de ser assimilados pelo mundo branco do que o negro. Este grau de pigmentação podia ser mais importante para determinar a assimilação de uma pessoa de cor do que o fato de ter nascido livre ou escrava” (Gilberto Freyre exemplifica o conceito de branquidade quando relata que, quando um mulato escuro atingia determinado cargo ou grau de instrução elevado, passava a ser considerado como homem branco. Cf. FREYRE, Gilberto. Sobrados e mucambos: decadência do patriarcado rural e desenvolvimento urbano. 16ª ed. São Paulo: Global, 2006. p. 727.) [...] O que de fato pode-se inferir com os dados levantados é que nos últimos anos de trabalho sua escola feminina de primeiras letras não dispunha de avultado número de alunas. Variava entre 8 a 14 o número de discípulas de Maria Firmina na década de 186017. Pode-se inferir que sua turma não era grande, enquanto se percebe que a luta no ano anterior ao seu jubilamento estava centrada no descanso, e restabelecimento da saúde. Tais fatos permitem duvidar do pioneirismo

atribuído a Maria Firmina em relação a abertura de uma aula gratuita e mista em Guimarães, no ano de 1880 (ABRANTES, 2003; OLIVEIRA, 2007; MENDES, 2006; MUZART, 2013). As ideias sobre aulas mistas passam a ser defendidas no Brasil no final da década de 1870, quando autoridades e intelectuais argumentavam sobre a possibilidade de professoras ministrarem o ensino misto com meninos de até 10 anos. Se fosse o caso de atribuir pioneirismo no assunto, dever-se-ia considerar o feito de outra Firmina, que foi a Sra. Herculana Firmina Vieira de Souza, professora pública de primeiras letras de Cururupu, que em 1862, aparece no Almanak de Belarmino de Mattos, com 42 discípulas e 12 discípulos menores de 16 anos18. Em 1866, Herculana Firmina consta como professora jubilada e em 1881, aparece na mesma relação de professores aposentados que inclui Maria Firmina dos Reis, publicada no jornal Publicador Maranhense (18 nov. 1881). Deve-se registrar que o funcionamento da aula mista da professora Herculana Firmina era algo ilegal, já que, conforme o Regulamento da Instrução Pública de 1855 (art. 68) estava vetado a presença de meninos na qualidade de alunos em escolas femininas, sendo proibido, inclusive, a presença de homens maiores de 10 anos como moradores na residência onde funcionasse a escola, com exceção do marido e do pai da professora (CASTRO, 2009).

ABRANTES, S. E. A Educação do “Bello Sexo” em São Luís na Segunda metade do Século XIX. In São Luís: COSTA, W. C. da (Org.). História do Maranhão: Novos estudos. São Luís/MA: Editora EDUFMA, 2004, p.143-173. ANDRETA, B. L.; ALÓS, A. P. Voz e a Memória dos Escravos: Úrsula, de Maria Firmina dos Reis. Identidade! São Leopoldo-RS, vol. 18, n. 2, julho a dezembro, p194-200, 2013. Disponível em: http://periodicos.est.edu.br/index.php/identidade/article/view/952 , Acesso em 13 de setembro de 2016 CORREA, J. S. Maria Firmina dos Reis, vida e obra: uma contribuição para história das mulheres e dos afrodescendentes no Brasil. Revista Feminismo. UFBA, Bahia, n. 1, vol 3, setembro-dezembro de 2013. http://www.feminismos.neim.ufba.br/index.php/revista/issue/view/4 Acesso em 29 de julho de 2016. MENDES, A. M. Maria Firmina dos Reis e Amélia Beviláqua na história da literatura brasileira: representação, imagens e memórias nos séculos XIX e XX. 2006. 282f. Tese (Doutorado em Letras)-Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul- PUCRS, 2006. MORAIS FILHO, J. N. Maria Firmina: fragmentos de uma vida. São Luís: Imprensa do Governo do Maranhão, 1975. MUZART, Z. L. Uma pioneira: Maria Firmina dos Reis. Muitas Vozes, Ponta Grossa/MS, v2, n. 2, p. 247-260, 2013. Disponível em: www.revistas2.uepg.br/index.php/muitasvozes/article/download/6400/pdf_146 Acesso em 14 de setembro de 2016. OLIVEIRA, A. B. de. Gênero e etnicidade no romance Úrsula, de Maria Firmina dos Reis. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Letras: Estudos Literários, da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte-MG, 2007. Disponível em: www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/.../disserta__o___revis_o.pdf?...1 Acesso em 14 de setembro de 2016. SILVA, R. A. da. A mente, essa ninguém pode escravizar: Maria Firmina dos Reis e a escrita feita por mulheres no Maranhão. Leitura, teoria e prática. Campinas-SP: Editada pela ALB – Associação de Leitura do Brasil, v. 29, n. 56, p 11-19, julho de 2011. Disponível em https://ltp.emnuvens.com.br/ltp/issue/view/5/showtoc Acesso em 14 de setembro de 2016.

• Literatura

15 ESCRITORAS E ESCRITORES NEGROS QUE DEVERIAM SER ESTUDADOS NAS ESCOLAS REVISTA PROSA VERSO E ARTE

“O modelo cívico brasileiro é herdado da escravidão, tanto o modelo cívico cultural como o modelo cívico político. A escravidão marcou o território, marcou os espíritos e marca ainda hoje as relações sociais deste país. Mas é também um modelo cívico subordinado à economia, uma das desgraças deste país”

– Milton Santos, em “As cidadanias mutiladas”. In______. O preconceito (vários autores). São Paulo. IMESP, 1996-1997, p. 135. Uma pequena relação de autores negros conhecidos e ou pouco conhecidos do nosso imenso Brasil. É evidente que tem muito mais, são inúmeros que igualmente merecem nossa atenção e espaço. Os autores desta lista, são: Abdias Nascimento, Adão Ventura, Auta de Souza, Carlos Machado, Carolina Maria de Jesus, Conceição Evaristo, Cruz e Sousa, Elisa Lucinda, Machado de Assis, Maria Firmina dos Reis, Milton Santos, Miriam Alves, Nina Rizzi, Solano Trindade, Paulo Colina, Salgado Maranhão e Lima Barreto. Em cada breve apresentação existe um link que leva para uma biografia e bibliografia completa de cada autor. Boa leitura!

Abdias Nascimento – escritor

ABDIAS DO NASCIMENTO - Abdias Nascimento (artista plástico, escritor, teatrólogo, político e poeta) –Franca – SP, 14 de março de 1914 – Rio de Janeiro – RJ, 23 de maio de 2011 – nasceu em uma família negra e pobre da cidade de Franca, interior do Estado de São Paulo. A sua mãe se chamava Georgina, conhecida como dona Josina, e o pai se chamava José. Ambos eram católicos e tinham sete filhos. A avó materna de Abdias, dona Ismênia, havia sido escrava, e apesar do neto ter nascido no contexto pós-abolição, o racismo e as relações sociais que marcaram o Brasil na época dela ainda vigoravam com bastante força.

Da infância vivida em Franca, Abdias absorveu os saberes dos afrodescendentes mais velhos, que eram repassados através da oralidade, em rodas de conversa. Aos nove anos, o garoto já trabalhava entregando leite e carne nas casas dos moradores mais ricos da cidade e assim ajudava a família financeiramente. Com o pouco que conseguia guardar para si, comprou orgulhoso o seu primeiro par de sapatos. :: Saiba mais AQUI!

Adão Ventura – poeta ADÃO VENTURA - Adão Ventura Ferreira Reis, poeta e prosador conhecido por Adão Ventura, nasceu em 5 de julho de 1946 em Santo Antônio do Itambé, então distrito do Serro (MG), em 1946. Filho de Sebastiana de José Teodoro e de José Ferreira dos Reis, e neto de escravos, Adão Ventura viveu em péssimas condições, tendo mudado para Belo Horizonte, em busca de vida melhor, e conseguido se graduar em direito, pela Universidade Federal de Minas Gerais. :: Saiba mais AQUI!

Auta de Souza – poeta AUTA DE SOUZA - Auta Henriqueta de Souza nasceu em Macaíba, em 12 de setembro de 1876, filha de Elói Castriciano de Souza e Henriqueta Leopoldina Rodrigues e irmã dos políticos norte-rio-grandenses Elói de Sousa e Henrique Castriciano. Ficou órfã aos três anos, com a morte de sua mãe por tuberculose, e no ano seguinte perdeu também o pai, pela mesma doença. Sua mãe morreu aos 27 anos e seu pai aos 38 anos. Durante a infância, foi criada por sua avó materna, Silvina Maria da Conceição de Paula Rodrigues, conhecida como Dindinha, em uma chácara no Recife, onde foi alfabetizada por professores particulares. Sua avó, embora analfabeta, conseguiu proporcionar boa educação aos netos. :: Saiba mais AQUI!

Carlos Machado – poeta CARLOS MACHADO - Carlos Machado, nasceu em 1951, em Muritiba (BA). Jornalista, reside em São Paulo desde 1980. Cursou engenharia mecânica na UFBA e, em São Paulo, fez jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. Edita na internet o boletim quinzenal poesia.net. Tem poemas publicados em revistas e jornais literários. Como jornalista especializado em informática, é também autor de livros técnicos publicados pela Editora Campus (RJ). :: Saiba mais AQUI!

Carolina Maria de Jesus – escritora

CAROLINA MARIA DE JESUS - Carolina Maria de Jesus, moradora da antiga favela do Canindé, em São Paulo, é conhecida por relatos em seu diário, que registravam o cotidiano miserável de uma mulher negra, pobre, mãe, escritora e favelada. Foi descoberta pelo jornalista Audálio Dantas, encarregado certa vez de escrever uma matéria sobre uma favela que vinha se expandindo próxima à beira do Rio Tietê, no bairro do Canindé; em meio a todo rebuliço da favela, Dantas conheceu Carolina e percebeu que ela tinha muito a dizer. Seu principal livro é Quarto de despejo (1960), no qual há relatos de seu diário. Também publicou Casa de Alvenaria (1961); Pedaços de fome (1963); Provérbios (1963); postumamente foram publicados Diário de Bitita (1982); Meu estranho diário (1996); entre outros. :: Saiba mais AQUI!

Conceição Evaristo – escritora CONCEIÇÃO EVARISTO - A escritora brasileira Conceição Evaristo foi criada em uma favela da zona sul de Belo Horizonte. Em sua vida teve de conciliar os estudos com a vida de empregada doméstica, formando-se somente aos 25 anos. No Rio de Janeiro, passou em um concurso público para o magistério e estudou Letras (UFRJ). É mestra em Literatura Brasileira (PUC-RJ) e doutora em Literatura Comparada (UFF). Atualmente, leciona na UFMG como professora visitante. Estreou na literatura em 1990, com obras publicadas na antologia Cadernos Negros. Suas obras abordam tanto a questão da discriminação racial quanto as questões de gênero e de classe. Publicou o romance Ponciá Vicêncio (2003), traduzido para o inglês e publicado nos Estados Unidos em 2007; Poemas da recordação e outros movimentos (2008) e Insubmissas lágrimas de mulheres (2011). :: Saiba mais AQUI!

Cruz e Sousa – poeta CRUZ E SOUSA - João da Cruz e Sousa, também conhecido como Dante Negro ou Cisne Negro, foi o único poeta de pura raça negra, não tinha nada de mestiço, segundo Antonio Candido (grande estudioso da literatura brasileira e sociólogo). Era filho de escravos alforriados, mas recebeu a tutela e uma educação refinada de seu ex-senhor, o marechal Guilherme Xavier de Sousa – de quem adotou o nome de família, Sousa. Aprendeu línguas como francês, latim e grego. Além disso, aprendeu Matemática e Ciências Naturais. Seus poemas simbolistas são marcados pela musicalidade, pelo individualismo, pelo espiritualismo e pela obsessão pela cor branca. Publicou os livros Broquéis (1893); Missal (1893) Tropos e Fantasias (1885), com Virgílio Várzea; postumamente foram publicados Últimos Sonetos (1905); Evocações (1898); Faróis (1900); Outras evocações (1961); O livro Derradeiro (1961) e Dispersos (1961). :: Saiba mais AQUI!

Elisa Lucinda – foto: Acervo Lucinda

ELISA LUCINDA - Elisa Lucinda dos Campos Gomes é uma poeta brasileira, jornalista, cantora e atriz brasileira. É muito conhecida por suas atuações em novelas da Rede Globo, pelo prêmio que recebeu pelo filme A Última Estação (2012), de Marcio Curi, e pelos seus inúmeros espetáculos e recitais em empresas, teatros e escolas de todo o Brasil. Publicou inúmeros livros, dentre eles A Lua que menstrua (1992); O Semelhante (1995); Eu te amo e suas estreias (1999); A Fúria da Beleza (2006); A Poesia do encontro (2008), com Rubem Alves; Fernando Pessoa, o Cavaleiro de Nada (2014). “A nossa única revolução é educacional. Essa é que vai mudar tudo” – Elisa Lucinda :: Saiba mais AQUI!

Machado de Assis – escritor

MACHADO DE ASSIS - Joaquim Maria Machado de Assis quase dispensa apresentações, pois é considerado o maior nome da literatura brasileira. Além de seus tão conhecidos romances, publicou contos, poemas, peças de teatro e foi pioneiro como cronista. Publicou em inúmeros jornais e foi o fundador da Academia Brasileira de Letras, juntamente com escritor José Veríssimo. Machado de Assis foi eleito presidente da instituição, ocupando este cargo até sua morte. Escreveu mais de 50 obras, mas está para sempre imortalizado por causa das obras Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881); Quincas Borba (1891); Dom Casmurro, (1899) e O Alienista (1882). :: Saiba mais AQUI!

Maria Firmina dos Reis – escritora

MARIA FIRMINA DOS REIS - A escritora Maria Firmina dos Reis, nascida em São Luís – MA, rompeu barreiras no país e na literatura brasileira. Aos 22 anos, no Maranhão, foi aprovada em um concurso público para a Cadeira de Instrução Primária e, por isso, foi a primeira professora concursada do estado. Seu romance Úrsula (1859) foi o primeiro romance abolicionista brasileiro e, além disso, o primeiro escrito por uma mulher negra no Brasil. No auge da campanha abolicionista, publicou A Escrava (1887), o que reforçou a sua postura antiescravista. Publicou ainda o romance Gupeva(1861); poemas em Parnaso maranhense (1861) e Cantos à beira-mar (1871). Além disso, publicou poemas em alguns jornais e fez algumas composições musicais. Quando se aposentou, em 1880, fundou uma escola mista e gratuita. :: Saiba mais AQUI!

Milton Santos – geografo e escritor MILTON SANTOS - Milton Santos foi um geógrafo brasileiro, considerado por muitos como o maior pensador da história da Geografia no Brasil e um dos maiores do mundo. Destacou-se por escrever e abordar sobre inúmeros temas, como a epistemologia da Geografia, a globalização, o espaço urbano, entre outros… :: Saiba mais AQUI!

Miriam Alves – poeta MIRIAM ALVES - Miriam Alves poeta, dramaturga e prosadora, nascida em São Paulo, em 1952. Publicou os livros de poemas ‘Momentos de busca’ (1983), ‘Estrelas nos dedos’ (1985), a peça ‘Terramara’ (1988), em coautoria com Arnaldo Xavier e Cuti, o livro de ensaios ‘Brasilafro autorrevelado’ (2010), a coletânea de contos ‘Mulher Mat(r)iz’ (2011) e o romance ‘Bará na trilha do vento’ (2015). Integrou o movimento Quilombhoje Literatura de 1980 a 1989, e foi escritora visitante na Universidade do Novo México, na Escola de Português de Middelbury College em 2010, nos Estados Unidos, e participou de debates sobre a literatura afrobrasileira e feminina nas Universidades do Texas, na Universidade do Tennessee e na Universidade de Illinois. :: Saiba mais AQUI!

Nina Rizzi – poeta NINA RIZZI - Nina Rizzi (Campinas SP, 1983), historiadora, tradutora e poeta, vive atualmente em Fortaleza CE (Brasil). Tem poemas, textos e traduções publicados em diversas revistas, jornais, suplementos e antologias. Autora de tambores pra n’zinga (poesia, Orpheu/ Ed. Multifoco, 2012), caderno-goiabada (prosa ensaística, Edições Ellenismos, 2013), Susana Thénon: Habitante do Nada (tradução, Edições Ellenismos, 2013), A Duração do Deserto (poesia, Ed. Patuá, 2014) :: Saiba mais AQUI!

Solano Trindade – foto: Acervo família Trindade

SOLANO TRINDADE - Francisco Solano Trindade (poeta, ativista político e artista múltiplo), nasceu em Recife, PE, em 24 de julho de 1908. Filho da quituteira Emerenciana e do sapateiro Manoel Abílio, viveu em um lar católico, apesar de seu pai incorporar entidades às escondidas. “A minha poesia continuará com o estilo do nosso populário, buscando no negro o ritmo, no povo em geral as reivindicações sociais e políticas e nas mulheres, em particular, o amor. Deixem-me amar a tudo e a todos” – Solano Trindade :: Saiba mais AQUI!

Paulo Colina – poeta PAULO COLINA - Paulo Colina poeta, prosador e ensaísta, nascido Paulo Eduardo de Oliveira em Colina, estado de São Paulo, a 9 de março de 1950. Membro da geração fundadora dos Cadernos Negros e do coletivo Quilombhoje, estreou com o volume de contos Fogo cruzado (1980), ao qual se seguiram as coletâneas de poemas Plano de voo (1984), A noite não pede licença (1987) e Todo o fogo da luta (1989). :: Saiba mais AQUI!

SALGADO MARANHÃO - Salgado Maranhão (José Salgado Santos) – poeta, compositor e jornalista. Nasceu no povoado de Cana Brava das Moças, na cidade de Caxias – Maranhão, em 13 de novembro de 1953, filho de Moacyr dos Santos Costa e Raimunda Salgado dos Santos. Ainda adolescente, mudou-se com os irmãos e a mãe para Teresina. Escreveu artigos para um jornal local e conheceu Torquato Neto, que o incentivou a ir para o Rio de Janeiro, o que fez no ano de 1972. Estudou Comunicação na Pontifícia Universidade Católica (PUC). Terapeuta corporal, foi professor de tai chi chuan e mestre em shiatsu. Inicialmente, teve seu nome vinculado em publicações como “Ebulição da escrivatura -Treze poetas impossíveis” (Ed. Civilização Brasileira, 1978, RJ), coletânea que reuniu diversos poetas, como Sergio Natureza (assinando Sérgio Varela), Antônio Carlos Miguel (sob o pseudônimo de Antônio Caos), Éle Semog, Mário Atayde, Tetê Catalão, entre outros. :: Saiba mais AQUI!

Lima Barreto, escritor. LIMA BARRETO - Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu no Rio de Janeiro, em 13 de maio de 1881, filho do tipógrafo João Henriques e da professora Amália Augusta, ambos mulatos. Seu padrinho era o Visconde de Ouro Preto, senador do Império. A mãe, escrava liberta, morreu precocemente, quando o filho tinha seis anos. A abolição da escravatura ocorreu em 1888, no dia de seu aniversário de sete anos, mas as marcas desse período, o preconceito racial e a difícil inserção de negros e mulatos na sociedade brasileira nunca deixaram de ocupar o centro de sua obra literária. Em 1900, o escritor deu início aos registros do Diário íntimo, com impressões sobre a cidade e a vida urbana do Rio de Janeiro. Lima Barreto começa sua colaboração mais regular na imprensa em 1905, quando escreve reportagens, publicadas no Correio da Manhã, sobre a demolição do Morro do Castelo, no centro do Rio, consideradas um dos marcos inaugurais do jornalismo literário brasileiro. Na mesma época, começa a escrever a primeira versão de Clara dos Anjos, livro que seria publicado apenas postumamente, e elabora os prefácios de dois romances: Recordações do escrivão Isaías Caminha e Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá, livros que terminaria de redigir quase que simultaneamente, ainda que este último tenha sido publicado apenas em 1919. Recordações do escrivão Isaías Caminha sai em folhetim na revista Floreal, em 1907, e em livro em 1909. No romance, o jornal Correio da Manhã e seu diretor de redação são retratados de maneira impiedosa, e Lima Barreto tem então seu nome proscrito na grande imprensa carioca. O escritor passa a trabalhar e publicar crônicas, contos e peças satíricas em veículos como o Diabo, Revista da Época, Fon-Fon, Careta, Brás Cubas, O Malho e Correio da Noite. Colaborou também com o ABC, periódico de orientação marxista e revolucionária. Em 1911, escreve e publica Triste fim de Policarpo Quaresma em folhetim do Jornal do Comércio. Publicou ainda Numa e a ninfa (1915), Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá (1919), Histórias e sonhos (1920). Postumamente saem Os bruzundangas e as crônicas de Bagatelas e Feiras e mafuás. Morreu no Rio de Janeiro, no dia 1º de novembro de 1922, aos 41 anos. :: Saiba mais AQUI!

Amanhã será lançado aqui no Rio, na livraria Blooks Botafogo, a partir de 17h, o livro A mente ninguém pode escravizar: Maria Firmina dos Reis pela crítica contemporânea (Alameda, 2022). O livro reúne um série de textos sobre a autora maranhense, nascida em 1822, que tem merecido atenção de pesquisadores por todo o Brasil. Seu romance Úrsula é mostra das possibilidades de uma prosa em que se cruzam, na escrita, as condições de ser mulher, de ser negra e abolicionista no sofrido país escravista e patriarcal - coisas que marcam nosso dia a dia com tanta força mesmo agora, é de se imaginar no XIX... Maria Firmina dos Reis traz, no bojo de seu "ressurgimento", as questões pertinentes à rearrumação da história literária brasileira, para que possam caber em sua série as autoras mulheres - tantas escritoras em nosso XIX que não constam de nossos manuais -, os autores negros - alguns estão lá, cercados de certo silêncio quanto à questão racial, outros carregam tal questão como peso... É nosso dever, como pesquisadores da literatura brasileira (aqui falo eu, professora disso aí, para bem ou para mal), examinar a produção da autora e entender como ela modifica e complementa o seu contexto de escrita. Os organizadores do volume que se lança amanhã, Anna Faedrich e Rafael Balseiro Zin, são especialistas no assunto. Eu participo um pouco de longe, como coordenadora, junto a Rafael Fava Belúzio, da coleção editada pela Alameda. Mas devo dizer que a publicação desse livro, em especial, me enche de alegria, porque Maria Firminha deve ter sido um dos primeiros nomes que me vieram quando começamos a conversar sobre uma tal coleção - daí já tinha na ponta da língua o nome da Anna, que convidou o Rafael, e o resto é história. Ver o livro pronto é uma emoção. Vamos lá amanhã?

https://www.alamedaeditorial.com.br/a-mente-ninguem-pode-escravizar

A entrega do título de Doutor Honoris Causa póstumo a Maria Firmina, marcado pelo Reitor da UFMA para dia 25, foi antecipado para dia 11 de novembro, dia da morte de Maria Firmina.

Será no Auditório do Palácio Cristo Rei.

Contamos com a presença de todos!

ENTRETENIMENTO

QUEM FOI MARIA FIRMINA DOS REIS; ABAFADA NA HISTÓRIA DA LITERATURA, SERÁ HOMENAGEADA DA FLIP 2022

Considerada a primeira romancista do Brasil e pioneira nas críticas antiescravistas, a escritora será destaque da festa literária

Malu Marinho

Quem foi Maria Firmina dos Reis; abafada na história da literatura, será homenageada da Flip 2022 (uol.com.br)

Acervo digital/Grupo de pesquisadores de Maria Firmina dos Reis Em 11 de agosto de 1860, nas primeiras páginas do jornal A Moderação, anunciava-se o lançamento do romance Úrsula, assinado por Maria Firmina dos Reis, professora pública em Guimarães, município do estado do Maranhão. Nascida em 1822, Firmina é considerada por muitos a autora do primeiro romance abolicionista de autoria feminina da língua portuguesa. Além disso, seu livro é considerado o primeiro romance publicado por uma mulher negra em toda a América Latina. Apesar do atual prestígio, a escritora foi abafada pela história, como afirma a escritora, revisora e idealizadora da Editora Feminas, Sandra Regina de Souza. "Estudei Letras na USP, e em todo o curso, nunca ouvi falar da Maria Firmina", conta em entrevista ao site da TV Cultura. Neste ano, Maria Firmina dos Reis será homenageada pela Festa Literária Internacional deParaty(Flip), além de ser tema de duas mesas na programação principal do evento e de ter sido parte de um ciclo de debates em parceria com o Sesc, realizado em outubro deste ano. A escritora, professora ehistoriadora, Joice Aziza, diz que esse trabalho de resgate tem muita relevância para a literatura nacional, sendo que "parece que não faz muito tempo, mas há tem 40 anos, com a retomada dos escritos feita pelo historiador José Nascimento Morais Filho, que vem sendo repercutido só agora", afirma. A editora Sandra de Souza, faz um aparato dos escritos nacionais, relembrando Machado de Assis e outros autores, "vejo como a Maria Firmina foi excluída da literatura brasileira por muito tempo. E continua sendo, na verdade, não a estudamos, basicamente não estudamos mulheres, mulheres negras. Estive por muito tempo no ramo da editoria e é um mercado muito feminino, mas, ao mesmo tempo, não vemos elas sendo publicadas", comenta.

O contato de Firmina com a literatura começou cedo, em 1830, quando mudou-se para a casa de uma tia um pouco mais rica, na vila de São José de Guimarães, no Maranhão. Aos poucos, a jovem tomou contato com

referências culturais e outros de seus parentes ligados ao meio cultural, como Sotero dos Reis, um gramático popular da época, vindo assim o gosto pelas letras. A editora Sandra de Souza comenta sobre a importância de ter figuras como Maria Firmina em um Festival como a Flip. “Eu me descobri negra quando aconteceu a morte da Marielle (...) Foi ali que pensei ‘poderia ser eu’, e me entendi como uma mulher negra. A literatura me ajudou muito nisso, foi esclarecedor”. "Olha como o racismo é cruel, por causa dessa sistema tivemos o abafamento de uma mulher, que foi a primeira a criar uma escola mista, por exemplo. Em seu romance, ela conta a história de uma negra com família estabilizada, onde os brancos eram 'vilões' e não faziam o que era bom aos olhos de Deus, isso era uma afronta", diz a historiadora Joice Aziza, e finaliza dizendo, "espero que a Flip seja um divisor de águas. Eu acredito que o festival vai fazer as pessoas lerem mais mulheres negras, ou é pelo menos isso que espero". Ressaltando a importância de dar mais atenção a literatura feminina nacional, a editora Sandra de Souza comenta sobre seu novo projeto. "A ideia da editora Feminas, veio justamente em publicar mulheres. E estamos com o projeto Flores de Baobá (Dandaras), que diz respeito a essas escritoras negras, alavancar a voz delas. Assim como me descobri mulher e negra, assim como sempre estive ligada à cultura, sei que muitas mulheres também vão se identificar com essas autoras, e se aproximar de Maria Firmina".

O incentivo à literatura e a homenagem à escritora negra Maria Firmina na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) são temas da entrevista com Milena Britto no Giro Nordeste desta terça-feira (01). Baiana de Salvador, Milena é professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e curadora da Flip, além de atuar em políticas públicas com ações voltadas à difusão de leitura em diversos projetos culturais. Assista AO VIVO nesta terça (01), às 19:00, na TVE, YouTube e tve.ba.gov.br.

Maria Firmina dos Reis foi a grande homenageada da 20ª Festa Internacional do Livro de Paraty-RJ, que ocorreu de 23 a 27 de novembro. Foram cinco dias de encontro com escritores, artistas e pesquisadores do Brasil e do mundo inteiro. Uma Comitiva de Guimarães formada pelo prefeito, primeira dama, professores, membros do IHGG marcaram presença representando o município de Guimarães e, ao mesmo tempo, levando a voz desta mulher e da terra onde viveu por 70 anos. Uma mulher estrategista e visionária, que desafiou preconceitos e quebrou paradigmas de uma época em que o patriarcalismo prevalecia e a escravidão manchava nossa história. Legenda: fotos tirada na abertura da Feira na Mesa Sobre Maria Firmina e com os curadores da feira.

Bom dia!! Ouvindo o Repórter Mirante dizendo que Guimarães é a terra natal de Maria Firmina. Pelo que sei Maria Firmina trabalhou em Guimarães, mas não nasceu

Luna: nasceu em S. Luís. Creio que na Rua São pantaleão. Escreveu Úrsula na rua de Santana, onde tinha uma entrada da Mesbla.

Tinha uma placa comemorativa lá. Foi retirada É a curtura.

MARIA FIRMINA DOS REIS E NASCIMENTO MORAIS FILHO: ECOS DA FLIP 2022

Especial: Natércia Moraes Garrido

Crédito: Luiza Saad - *Natércia Moraes Garrido

O ano de 2022 se encerra com chave de ouro para as letras maranhenses: celebramos o centenário de natalício do poeta Nascimento Morais Filho em 15 de julho e o bicentenário de Maria Firmina dos Reis (cuja data de nascimento real é 11 de outubro de 1825, portanto deve ser revista). A autora, em especial, conseguiu finalmente ter sua relevância e voz reconhecidas no âmbito internacional. Firmina tornou-se a primeira autora negra homenageada na Festa Literária Internacional de Paraty (RJ). Em sua 20a edição, tal fato constitui-se algo inédito e revolucionário, e por que não dizer, histórico por si só. Falemos dos ecos da FLIP. O anúncio do nome de Firmina na mídia, ainda no início de setembro, causou orgulho e satisfação aos pesquisadores da autora de longa data, principalmente os que trabalham e publicam textos no eixo Sul/Sudeste. Logo em seguida, com a divulgação da programação oficial da FLIP, o orgulho deu lugar ao desconforto nos conterrâneos maranhenses da autora, pois a priori, a organização oficial da festa literária simplesmente ignorou a existência óbvia do Maranhão neste momento, como se aqui não existissem estudiosos competentes que pudessem compartilhar os painéis de conversa com nomes ilustres da literatura brasileira. O mais grave, no entanto, foi a omissão do nome do descobridor de Maria Firmina dos Reis: o também poeta e intelectual maranhense Nascimento Morais Filho, que a resgatou literalmente dos porões da Biblioteca

Pública Benedito Leite. Percebi que todas as mini biografias de Firmina e resenhas literárias sobre sua obra que começaram a circular junto ao anúncio da FLIP em diversos espaços midiáticos patrocinados por editoras de grande a menor porte, começavam com as seguintes introduções: “não se sabe bem ao certo”, “sabe-se pouco sobre sua vida”, “sabe-se apenas que nasceu há 200 anos e publicou Úrsula, o primeiro romance abolicionista da literatura brasileira” etc. Enfim, textos vagos e mal elaborados, denunciando a falta de preparo e leitura de jornalistas culturais. Urgia montar um plano estratégico e levar também o nome de Nascimento Morais Filho à FLIP, junto com sua obra, temporariamente esgotada, Maria Firmina: fragmentos de uma vida (1975). Todos ali deviam conhecer a verdadeira história, restrita apenas no âmbito acadêmico e raramente verbalizada: que sem ele e todo o seu pioneirismo de pesquisa, Maria Firmina nunca teria chegado tão forte, em pleno século XXI, a nós, leitores contemporâneos. Portanto fui em várias rodas de conversa de editoras, dei entrevistas antes, durante e depois da FLIP, divulgando todos os esforços de Nascimento Morais Filho os quais culminaram em uma pesquisa que é referência primordial para qualquer pesquisador dedicado à Firmina. É por causa de Maria Firmina: fragmentos de uma vida (São Luís,1975) que sabemos que ela não deixou registro fotográfico, mas que mesmo assim, devido a conversas com os dois filhos adotivos da autora bem como ex-alunos, Morais Filho conseguiu estabelecer um retrato falado minimamente satisfatório. É por causa de Maria Firmina: fragmentos de uma vida que sabemos que ela também foi compositora popular, pois lá estão letra e música de um auto de bumba-meu-boi, por exemplo; que ela fundou a primeira escola mista do Maranhão; que ela é a primeira mulher a escrever um romance no Brasil, com seu Úrsula (1860), o qual contém o primeiro discurso abolicionista em um texto ficcional. É por causa de Maria Firmina: fragmentos de uma vida que sabemos sua real data de nascimento bem como outros dados biográficos; que temos acesso aos contos Gupeva (1861) e A Escrava (1887) além de inúmeros outros textos, como poemas diversos, enigmas e trechos do famoso Álbum (o diário íntimo de Firmina). Posteriormente – e por isso devemos agradecer e relevar os trabalhos de pesquisa de Nascimento Morais Filho – publicou-se Úrsula (1860) e Cantos à Beira-Mar (1871), como edições fac-similares em 1975 e 1976, respectivamente, sob supervisão de seu pesquisador e com apoio e verbas públicas do então governador da época no Maranhão, Osvaldo Nunes Freire.

Natércia Moraes Garrido, na FLIP.

(Divulgação). Foi com todo esse discurso que fui à FLIP e participei de inúmeras rodas de conversa de editoras e canais de comunicação, a exemplo da Editora Conejo e do programa cultural carioca Bacellartes (conduzido pela Prof. Dra. Renata Bacelar), que também nos cederam espaços de fala. Em cada um desses momentos, os interlocutores diziam que não sabiam dessa história e perguntavam onde poderiam comprar Maria Firmina: fragmentos de uma vida, até porque mostrávamos o livro para fundamentar os discursos. Reforçamos agora o que dissemos na ocasião: Maria Firmina: fragmentos de uma vida terá sua 2a edição em 2023, pois é nesta data que celebraremos os 50 anos do grande descobrimento literário de Nascimento Morais Filho.

Outro momento memorável da FLIP foi ter mediado o painel de conversa “Maria Firmina dos Reis: a trajetória inspiradora da primeira romancista brasileira”, junto com os pesquisadores Agenor Gomes e Luciana Diogo, evento promovido pelo Instituto Da Cor ao Caso (plataforma maranhense) na famosa Casa de Cultura. Em tempo: a programação da Casa de Cultura faz parte da programação oficial da FLIP. Gomes, que também é natural de Guimarães, lançou em São Luís – e lá na FLIP também – o seu excelente livro Maria Firmina dos Reis e o cotidiano da escravidão no Brasil (São Luís: AML, 2022). Este livro, a partir de 2022, também deve constar nas referências obrigatórias sobre quem estuda tanto Maria Firmina dos Reis quanto quem estuda Nascimento Morais Filho. Durante o painel, Gomes fez referência em alto e bom som ao trabalho e ao nome de Nascimento Morais Filho, afirmando que para estarmos todos ali reverenciando Firmina, alguém teve que “abrir uma picada na frente primeiro.” O resultado do meu trabalho de formiguinha na 20a FLIP serviu para angariar ouvintes que depois se tornaram falantes multiplicadores. Porque Maria Firmina é do povo, é de todos nós, conforme queria Nascimento Morais Filho. Mas o primeiro pesquisador de nossa ilustre e ousada escritora tem nome, sobrenome e luta, por isso esse nome tem que ser verbalizado e referenciado onde quer que Maria Firmina vá. É justo e correto dizer que sem Nascimento Morais Filho, dificilmente uma voz feminina e negra do nosso passado histórico escravista teria alcançado tanto reconhecimento e tantas homenagens nos dias de hoje, ainda mais sendo nordestina e laborando como professora de primeiras letras na litorânea e inspiradora vila de Guimarães. O século XXI não aceita mais silêncios, omissões e principalmente, invisibilidades.

* Natércia Moraes Garrido é Doutoranda em Literatura e Crítica Literária (PUC-SP), professora, escritora

e pesquisadora em literatura maranhense.

Dilercy, Paulo, e Osmar com a Comenda de Simão Estácio da Silveira outorgada, pela câmara, para Firmina.

O Tribunal de Justiça do Maranhão decidiu homenagear Maria Firmina com uma pintura na escadaria do Fórum de São Luís por onde transitam 5 mil pessoas diariamente. A arte é do pintor Gil Leros. A inauguração da pintura da escadaria contou com a presença do presidente e do Corregedir Geral da Justiça, do Comitê de Diversidade do TJ, do artista, magistrados, servidores e um coral de crianças de uma escola pública.

PRÓ-REITORA DE EXTENSÃO E CULTURA RECEBE A COMENDA MARIA FIRMINA DOS REIS

A Pró-Reitora de Extensão e Cultura da Universidade Federal do Maranhão, professora Zefinha Bentivi, foi uma das agraciadas com a Comenda Maria Firmina dos Reis, entregue a personalidades que contribuem com a literatura e a cultura maranhense. A homenagem foi promovida pelo Instituto Internacional Cultura em Movimento (IICEM), a Editora Mundo Cultural World (MCW) e a Academia Maranhense de Ciências, Letras e Artes Militares (AMCLAM).A solenidade ocorreu no dia 21 de dezembro, no auditório da Livraria AMEI, no São Luís Shopping. A entrega da comenda integra a comemoração do bicentenário da maranhense Maria Firmina dos Reis, primeira romancista negra brasileira e autora do primeiro romance abolicionista do país: Úrsula. Segundo Zefinha Bentivi, se uma mulher hoje consegue, ainda que com limitações, ter um lugar social, ter representatividade, deve-se a Maria Firmina dos Reis. "Sou, aliás, somos herdeiras de Maria Firmina dos Reis. O protagonismo dessa mulher do Maranhão, do Brasil e do mundo nos inspira e nos ajuda a seguir lutando por direitos e por representatividade. Sinto-me profundamente honrada por ter recebido essa comenda. Saiba mais em nossa Bio.

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