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BEM -VINDO 5G
*Por Osmar Gomes dos Santos
Nos últimos trinta anos temos assistido a avanços cada vez mais acelerados da tecnologia. Nossa vida é atravessada por aparatos que alteraram comportamentos e conduta, moldando uma nova forma de interagir que condiciona a sociabilidade contemporânea. Na esteira dessas transformações, está a Tecnologia da Informação e Comunicação - TICs - que conecta pessoas e operações mundo afora. Dentro desse espectro, destaco a internet, bem como a possibilidade de transmissão de dados por inúmeras maneiras, para as mais diversas finalidades. Aqui, cabem os termos politicamente correto e politicamente incorreto; se bem utilizada, contribui com efeitos práticos e positivos nas mais discrepantes áreas sociais. Porém se mal utilizada, traz consequências danosas a toda sociedade. Fiquemos, portanto, com o lado bom advindo das TICs, notadamente o do mundo da internet. Recentemente o Brasil adotou a tecnologia de internet 5G, que chegou em Brasília no mês de julho de 2022 e já se espalhou por dezenas de cidades. Trata-se da “última palavra” em transmissão de dados. Não apenas a velocidade dos aparelhos de mão, nossos smartphones, o 5G vai permitir avanços significativos em áreas diversas de nossas vidas. Robótica, agricultura, medicina, indústria, serviços, educação, entretenimento, segurança e tantas outras. Na agricultura será necessário aprimorar o sistema de mecanização, monitoramento das lavouras e melhor comunicação entre campo e cidade. A medicina deve avançar, especialmente no tocante a realização de procedimentos à distância, com mais e maior precisão. Novos serviços surgirão no setor bancário, assim como no entretenimento, com atrações e jogos rodando em alta velocidade. O mundo corporativo vai ganhar em eficiência e eficácia com reuniões, processos mais dinâmicos, em tempo real. Assim será a área da educação, que também ganhará novos formatos, plataformas mais robustas, funcionalidades bem mais atrativas e interacionais.
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No entanto, ao passo que damos boas-vindas a tudo isso, é necessário reconhecer: há uma longa caminhada a ser percorrida. Como muita coisa que acontece em nosso país; o trem parece ter chegado antes dos trilhos! A título de esclarecimento, esta não é uma tecnologia que vaga no ar, cabendo tão somente ter um aparelho celular de última geração, por exemplo, para captar o sinal. Primeiramente é importante dizer, ele precisa estar disponível. Pois ainda está vigente o 4G, que apesar do tempo em uso, não alcançava todas as regiões do Brasil por igual. Ou seja, há que se correr contra o tempo para garantir a instituição ou adequação de leis no âmbito da municipalidade e a instalação de infraestruturas necessárias para levar o 5G aos quatro cantos do país. Essa tecnologia necessita da instalação de infraestrutura peculiar, que não foi implementada anteriormente, perecendo em qualidade e escala. Faltam fibras, torres, expansão da malha, etc. No entanto, há leis para que esses serviços de telecomunicações sejam prestados , e, na seara municipal, as normas ditam regras para instalação dessa logística em conformidade com planos diretores e urbanísticos. Um dos entraves se restringe à modernização da legislação para instalação de antenas, essenciais para instalação dos dispositivos que irão transmitir o sinal da nova “banda”. Segundo dados do movimento Antene-se, que agrega entidades do setor, apenas 206 municípios brasileiros, cerca de 3% já possui adequação legislativa e podem receber o 5G. A título de compreensão, nas cidades em que o 5G já chegou a diferença sentida por usuários ainda é pequena, mesmo com o uso de aparelhos mais modernos. Uma analogia rasa, consistiria em dizer que seria como comprar uma ferrari para trafegar em uma estrada de piçarra.
O 5G é bem-vindo, contudo o Brasil urge por avanços, sobretudo e, a priori na preparação do “terreno” que possibilitará usufruir desse universo de oportunidades advindas com a nova tecnologia. Continuemos no desejo de que essa estrutura chegue para nós o quanto antes. *Juiz de Direito da Comarca da Ilha de São Luís.Membro das Academias Ludovicense de Letras; Maranhense de Letras Jurídicas e Matinhense de Ciências, Artes e Letras.