LUDOVICUS 47 -MARÇO 2025

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LUDOVICUS

MAGAZINE EDITADO POR

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

PREFIXO EDITORIAL 919536

DEDICADO AO LAZER – CULTURA & ESPORTES - LUDOVICENSE//MARANHENSE

A presente obra está sendo publicada sob a forma de coletânea de textos fornecidos voluntariamente por seus autores, com as devidas revisões de forma e conteúdo. Estas colaborações são de exclusiva responsabilidade dos autores sem compensação financeira, mas mantendo seus direitos autorais, segundo a legislação em vigor.

EXPEDIENTE

LUDOVICUS

MAGAZINE EDITADO POR

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

DEDICADO AO LAZER – CULTURA + ESPORTES MARANHENSE

Revista eletrônica

EDITOR

Leopoldo Gil Dulcio Vaz

Prefixo Editorial 917536 vazleopoldo@hotmail.com

Nasceu em Curitiba-Pr. Licenciado em Educação Física (EEFDPR, 1975), Especialista em Metodologia do Ensino (Convênio UFPR/UFMA/FEI, 1978), Especialista em Lazer e Recreação (UFMA, 1986), Mestre em Ciência da Informação (UFMG, 1993). Professor de Educação Física do IF-MA (1979/2008, aposentado); titular da FEI (1977/1979); Titular da FESM/UEMA (1979/89; Substituto 2012/13), Convidado, da UFMA (Curso de Turismo). Exerceu várias funções no IF-MA, desde coordenador de área até Pró-Reitor de Ensino; e Pró-Reitor de Pesquisa e Extensão; Pesquisador Associado do Atlas do Esporte no Brasil; Diretor da ONG CEV; tem livros e capítulos de livros publicados, e mais de 600 artigos em revistas dedicadas (Brasil e exterior), e em jornais; Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Membro Fundador da Academia Ludovicense de Letras; Membro da Academia Poética Brasileira; Sócio correspondente da UBE-RJ; Premio “Antônio Lopes de Pesquisa Histórica”, do Concurso Cidade de São Luís (1995); a Comenda Gonçalves Dias, do IHGM (2012); Prêmio da International Writers e Artists Association (USA) pelo livro “Mil Poemas para Gonçalves Dias” (2015); Prêmio Zora Seljan pelo livro “Sobre Maria Firmina dos Reis” – Biografia, (2016), da União Brasileira de Escritores – RJ; Diploma de Honra ao Mérito, por serviços prestados à Educação Física e Esportes do Maranhão, concedido pelo CREF/21-MA (2020); Editor das seguintes revista: “Nova Atenas, de Educação Tecnológica”, do IF-MA, eletrônica; Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, edições 29 a 43, versão eletrônica; Editor da “ALL em Revista”, eletrônica, da Academia Ludovicense de Letras; Editor das “Revista do Léo”, “Maranha-y”, e agora, LUDOVICUS; Condutor da Tocha Olímpica –Olimpíada Rio 2016, na cidade de São Luís - Ma.

‘Ad fontes!’

Quais eram os povos indígenas que habitavam o Maranhão? Se nos referirmos ao ‘Grande Maranhão”, quase todos. Em especial os Jês, que praticavam uma forma de corrida própria, primeira atividade esportiva aqui praticava: a Corrida de Toras. Não era característica dos Tupis, que habitavam o litoral.

Ospovos Jês são um grupoindígenadoBrasil,pertencente aotroncolinguísticoMacro-Jê,umadas principais famílias linguísticas indígenas da América do Sul. Ele inclui várias línguas faladas por diferentes grupos indígenas, como os Jês, Bororos, Karajás e outro, dentre os quais: Maxakalí (Maxakalí, Kumanaxó, Pataxó); Kamakan (extinta, Kamakan, Mongoyó, Menien); Botocudo (Krenak, Nakrehé, Pojichá); Ofayé; Rikbaktsa; Xokleng.

Os povos que falam línguas do tronco Macro-Jê têm uma rica diversidade cultural e histórica. Eles habitam principalmente as regiões centrais e orientais do Brasil, mas também podem ser encontrados em outras áreas da América do Sul.

Acredita-se que a origem dos povos Jês remonta a milhares de anos atrás, quando esses grupos migraram para a região central do Brasil, possivelmente vindos da região amazônica. Eles se espalharam por diferentes áreas do país ao longo do tempo Os Jês são conhecidos por sua cultura rica e diversificada, incluindo tradições, rituais e práticas agrícolas Alguns dos principais grupos étnicos Jês incluem os Xavante, Kayapó, Bororo, Javaé e Apinajé

Quando os portugueses chegaram ao Brasil no século XVI, encontraram principalmente tribos do grupo linguístico Tupi-Guarani no litoral. Os povos Macro-Jê, chamados de "Tapuias" pelos Tupis, habitavam o interior do Brasil e ofereciam grande resistência à colonização portuguesa . Eles foram responsáveis pela morte de muitos colonos e pelo fracasso de várias capitanias hereditárias

No século XIX, o cientista alemão Carl Friedrich Philipp von Martius propôs uma divisão dos índios brasileiros baseada em critérios linguísticos, criando o grupo "Gê", que mais tarde foi renomeado para "Jê". A partir do século XX, os antropólogos adotaram a denominação "Jê" para este grupo de famílias linguísticas

Os Canelas são um grupo indígena brasileiro pertencente ao tronco linguístico Macro-Jê. Eles são conhecidos por sua rica cultura e tradições, e habitam principalmente a região central do Brasil, especialmente no estado do Maranhão Os Canelas têm uma cultura vibrante, com práticas tradicionais que incluem danças, cantos e rituais. Eles são conhecidos por suas festas e cerimônias, que são momentos importantes de socialização e manutenção de suas tradições culturais A sociedade Canela é organizada em clãs e aldeias, com uma estrutura social bem definida. Eles têm um sistema de liderança que inclui chefes e conselhos de anciãos, que desempenham papéis importantes na tomada de decisões e na resolução de conflitos A língua falada pelos Canelas é parte do grupo linguístico Jê, dentro do tronco Macro-Jê. Ela é uma língua rica e complexa, com uma grande variedade de expressões e vocabulário

A corrida de toras é uma prática tradicional dos índios Canelas, que faz parte de suas cerimônias e rituais culturais. Esta atividade é realizada principalmente pelos homens da tribo e envolve carregar toras de madeira em uma corrida de revezamento. A corrida é feita em equipes, onde os participantes se revezam para carregar a tora ao longo de um percurso definido. A corrida de toras não é apenas uma atividade física, mas também um evento social e espiritual que fortalece os laços comunitários e celebra a resistência e a força dos participantes. As toras geralmente são feitas de madeira de buriti, uma palmeira sagrada para muitos povos indígenas. A corrida de toras é frequentemente realizada durante festividades e rituais importantes, como a celebração da colheita ou outros eventos comunitários. É um momento de grande importância para a comunidade, onde todos se reúnem para assistir e participar

Antes da corrida, os Canelas realizam cantos e músicas específicas para preparar os participantes e a comunidade. Essas músicas têm significados especiais e são escolhidas de acordo com o momento e o tipo de corrida Os participantes se pintam com tintas naturais, utilizando padrões e símbolos que têm significados culturais e espirituais. Podem ser realizados rituais de purificação, onde os corredores se preparam espiritualmente para a corrida, buscando proteção e força. Toda a comunidade se reúne para apoiar os corredores e participar dos rituais. Esse é um momento de união e fortalecimento dos laços comunitários As

tarefas são distribuídas entre os membros da comunidade, garantindo que todos estejam envolvidos na preparação e realização da corrida.

A corrida de toras tem um profundo significado simbólico, representando a força, a resistência e a união da comunidade. A realização desses rituais antes da corrida é uma forma de manter viva a tradição e a cultura dos Canelas, transmitindo conhecimentos e valores para as novas gerações

A corrida de toras é uma tradição que também é praticada por outras tribos indígenas no Brasil, além dos Canelas:

Os Krahô, que vivem no estado do Tocantins, também realizam a corrida de toras como parte de suas festividades e rituais. A corrida é um evento importante que envolve toda a comunidade e é realizada durante celebrações como a colheita e rituais de passagem

Os Xerente, também do Tocantins, praticam a corrida de toras em suas cerimônias. Assim como os Krahô, eles utilizam a corrida para fortalecer os laços comunitários e celebrar eventos importantes

Os Apinajé, outro grupo do Tocantins, incluem a corrida de toras em suas festividades. A corrida é um momento de grande significado cultural e espiritual para a comunidade

Os Xavante, do estado de Mato Grosso, têm uma tradição similar chamada "Uiwed". A corrida de toras entre os Xavante é realizada entre duas equipes e é um evento de grande importância social e cultural

Os Gavião, do Pará, também praticam a corrida de toras. Para eles, a corrida tem significados mágicoreligiosos e é parte de suas celebrações e rituais

Embora tradicionalmente praticada principalmente por homens, também envolve a participação de mulheres e crianças em algumas comunidades indígenas. Em algumas tribos, como os Krahô, as mulheres participam de corridas de toras com toras mais leves do que as usadas pelos homens. Elas podem participar de corridas durante rituais específicos e festividades, contribuindo para a celebração e manutenção das tradições culturais

As crianças também participam de corridas de toras, geralmente em competições separadas onde meninos competem contra meninas. Essas corridas são uma forma de introduzir as crianças às tradições e práticas culturais desde cedo, fortalecendo sua identidade e conexão com a comunidade

Essas práticas mostram como a corrida de toras é uma atividade inclusiva, que envolve toda a comunidade em diferentes níveis e momentos da vida e significados culturais.

A corrida de toras dos índios Canelas está inserida em um contexto cultural mais amplo, com várias outras tradições e rituais associados. Aqui estão algumas delas:

A corrida de toras é frequentemente realizada durante a Festa do Milho, uma celebração importante para os Canelas que marca a colheita e agradecimento aos espíritos pela fartura, assim como é parte dos rituais de passagem, onde jovens demonstram sua força e resistência para serem reconhecidos como adultos na comunidade. Após a corrida de toras, é comum a realização de danças tradicionais, como a Dança do Aruanã, que celebra a força e a união da comunidade Os cantos cerimoniais acompanham a corrida de toras, com músicas específicas que têm significados espirituais e culturais. Antes da corrida, os participantes se pintam com tintas naturais, utilizando padrões e símbolos que têm significados culturais e espirituais. Os corredores usam adornos tradicionais, como cocares e colares, que representam sua identidade e conexão com a comunidade. A preparação para a corrida de toras envolve toda a comunidade, desde a confecção das toras até a organização do evento Após a corrida, a comunidade se reúne para celebrar com comidas tradicionais, danças e cantos, fortalecendo os laços sociais e culturais

Entre os povos Tupi, não há registros específicos de corridas de toras como as praticadas pelos Canelas e outros grupos Macro-Jê. No entanto, os Tupis tinham suas próprias práticas e rituais que envolviam atividades físicas e competições. Os Tupis eram conhecidos por suas habilidades em jogos e competições, que muitas vezes faziam parte de seus rituais e festividades. Esses jogos podiam incluir corridas, lutas e outras atividades físicas. Realizavam rituais de guerra que incluíam demonstrações de força e resistência. Essas práticas eram importantes para a preparação dos guerreiros e para a manutenção da coesão social. As danças e músicas eram elementos centrais nas celebrações Tupi, muitas vezes acompanhadas de movimentos físicos vigorosos que podiam ser comparados a competições.

Embora não haja uma tradição específica de corrida de toras entre os Tupis, suas práticas culturais e rituais físicos desempenhavam um papel semelhante na promoção da coesão comunitária e na celebração de sua identidade cultural

Jogos e Competições

• Peteca: Um dos jogos mais conhecidos é a peteca, que envolve bater uma espécie de volante feito de penas com as mãos, mantendo-o no ar o maior tempo possível. Este jogo é semelhante ao badminton, mas sem raquetes.

• Corridas: Os Tupis também praticavam corridas, tanto de velocidade quanto de resistência, muitas vezes realizadas durante festividades e rituais.

• Lutas: As lutas eram comuns entre os Tupis, servindo tanto como treinamento para a guerra quanto como entretenimento. As lutas podiam ser bastante vigorosas e eram uma forma de demonstrar força e habilidade.

• Arco e Flecha: Competições de arco e flecha eram populares, onde os participantes demonstravam sua precisão e habilidade na caça.

Jogos de Tabuleiro

• Jogo da Onça: Embora não seja exclusivo dos Tupis, o Jogo da Onça (ou Adugo) é um jogo de tabuleirotradicional praticadoporváriospovos indígenas brasileiros.Eleenvolveestratégia eéjogado com peças que representam uma onça e cães.

Esses jogos não eram apenas formas de entretenimento, mas também desempenhavam papéis importantes na educação dos jovens, na preparação para a guerra e na manutenção da coesão social e cultural da comunidade. Existem variações regionais dos jogos tradicionais indígenas, refletindo a diversidade cultural e geográfica dos povos indígenas no Brasil. Cada etnia adapta os jogos às suas próprias tradições, recursos naturais e contextos sociais. Aqui estão alguns exemplos: Peteca

• Região Norte: Na Amazônia, a peteca pode ser feita com materiais locais, como penas de aves amazônicas e fibras vegetais.

• Região Sudeste: Entre os Guarani, a peteca é jogada com regras específicas que podem variar de aldeia para aldeia

Corrida de Toras

• Canelas (Maranhão): A corrida de toras é uma competição vigorosa com toras pesadas, realizada durante festividades importantes

• Krahô (Tocantins): As corridas de toras entre os Krahô também envolvem mulheres e crianças, com toras adaptadas ao peso e capacidade de cada grupo

Jogos de Arco e Flecha

• Xavante (Mato Grosso): Competições de arco e flecha são comuns e podem incluir alvos específicos, como frutas ou objetos pendurados em árvores

• Kaiapó (Pará): Os Kaiapó realizam competições de arco e flecha durante rituais de caça, onde a precisão é altamente valorizada

Lutas Tradicionais

• Huka-huka (Xingu): Uma luta tradicional praticada pelos povos do Alto Xingu, como os Kuikuro e os Kamayurá, que envolve técnicas específicas e é realizada durante o Kuarup, um ritual de homenagem aos mortos

Jogos de Tabuleiro

• Jogo da Onça (Adugo): Praticado por várias etnias, incluindo os Bororo e os Guarani, com variações nas regras e no design do tabuleiro

Essas variações mostram como os jogos tradicionais indígenas são adaptados às diferentes culturas e ambientes, mantendo viva a rica herança cultural dos povos indígenas.

NOVO

ATLAS DO ESPORTE NO MARANHÃO - 2025 - VOLUME I por Leopoldo Gil Dulcio Vaz - Issuu

Expediente

Editorial

Sumário

DESCENDENTE DE BRANCOPS E INDIO: DISCRIMINADO TAMBÉM

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

AINDA SOBRE NINA RODRIGUES

HOMENAGEM À MULHER: O DIA INTERNACIONAL DA MULHER

ROBERTO FRANKLIN

CATARINA MINA, DE ESCRAVIZADA A EMPREENDEDORA DE SUCESSO TAINÃ MANSANI

AS PRIMEIRAS ESCRITORAS DO BRASIL LANÇAMENTOS

DEU NO JORNAL: JORNAL PEQUENO – OUTROS JORNAIS

ARQUIMEDES VALE – ISSAC DIAS: EU VI GERMINAR!

– EDIÇÕES AOS DOMINGOS - EDITOR: VINÍCIUS BOGÉA

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ – CHE GUEVARA EM IMPERATRIZ

ROBERTO FRANKLIN – MINHA CIDADE – ILHA DO AMOR

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ – MÉTODO “CAGADO” DE ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA – GENUINAMENTE MARANHENSE

DILERCY ADLER – A LUTA DAS MULHERES... SÓ DELAS?

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ – REPÚBLICA DE PASTOS BONS VINÍCIUS BOGÉA - CENTENÁRIO CELEBRA LEGADO CULTURAL, RELIGIOSO E LITERÁRIO DO PADRE JOÃO MOHANA

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ – 1905/2025 – 120 ANOS DE ‘FOOT-BALL ASSOCIATION’ NO MARANHÃO

IMPARCIAL – ACADEMIA LUDOVICENSE DE LETRAS CELEBRA UM ANO DE FUNDAÇÃO

Editor: ANTONIO AÍLTON

PALAVRAS DO MESTRE JORGE

ASSIM FALOU MEU PRIMO OZINIL

ACADEMIA LUDOVICENSE DE LETRAS

ESPECIAL - SÃO LUIS E MEU FRANCO AMOR - Por: Magno Figueiredo

JOSÉ CLÁUDIO PAVÃO SANTANA – AINDA ESTOU AQUI HOMENAGEM À MULHER O VEREDITO

CERES COSTA FERNANDES – MUDOU O CANAVAL, OU MUDEI EU? O CARNAVAL DO CARDOSINHO

AYMORÉ DE CASTRO ALVIM - CINZAS

ROBERTO COSTA - UM DOMINGO ENSOLARADA COM LUCAS

SAUDADE O DESEJO EM ALGUÉM

SAUDADES E AGRADECIMENTO AO COLÉGIO DOM BOSCO

A VIDA AOS SETENTA ANOS PITANGA NA BOCA, LEMBRANÇA NO PEITO

AMOR, AQUELES QUE PLANTAM AMORES

DILERCY ARAGÃO ADLER - ANIVERSÁRIO DE NASCIMENTO DE MARIA FIRMINA DOS REIS (11 DE MARÇO): o dia em homenagem à Mulher Maranhense A LUTA DAS MULHERES... SÓ DELA MULHER

JOAQUIM HAICKEL - O QUE PENSO SOBRE O ATUAL MOMENTO PELO QUAL PASSA NOSSO PAÍS. HOMENAGEM À PROFESSORA ELZA PAXECO

ACADEMIA POÉTICA BRASILEIRA / FACETUBES – EDITOR: MHÁRIO LINCOLN

MEUS CARNAVAIS - MHARIO LINCOLN

O DIA EM QUE JOHN TRAVOLTA FOI ‘CANCELADO’, EM SUPERLOTADA FESTA NO CASINO MARANHENSE - MHARIO LINCOLN

INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO

REPÚBLICA DE PASTOS BONS - LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

LIVROS E OUTROS TEXTOS PARA CONHECER MAIS E MELHOR IMPERATRIZ – EDMILSON SANCHES

PESQUISADORES & PERGAMINHOS - ANTONIO GUIMARÃES DE OLIVEIRA

POEMAS AO IMPERADOR – 1º, 2º, 3º, 4º - - ANTONIO GUIMARÃES DE OLIVEIRA

DIA DA ESCOLA - ANTONIO GUIMARÃES DE OLIVEIRA

O POETA RESULTANTE DA MIGRAÇÃO DE UM CANTANHEDE - WASHINGTON CANTANHEDE

100 ANOS DAS PRAÇA PEDRO II - DIOGO GALHARDO NEVES

DIA MUNDIAL DA POESIA – ANTONIO GUIMARÃES DE OLIVEIRA

VERDADES E TEMPO – ANTONIO GUIMARÃES DE OLIVEIRA

POETAS E DECLAMADORES – ANTONIO GUIMARÃES DE OLIVEIRA

OUTRAS INSTITUIÇÕES LITERÁRIAS/CULTURAIS

ACADEMIA CAXIENSE DE LETRAS

14 DE MARÇO: DIA DA POESIA NACIONAL. Wybson Carvalho

ACADEMIA IMPERATRIZENSE DE LETRAS

NAS BARRANCAS DO TOCANTINS – CRONICAS DE ZECA

MORREU NO RIO DE JANEIRO JOSÉ HERÊNIO DE SOUZA – EDMILSON SANCHES

EU SOU DO BAIRRO UNIÃO – ZECA TOCANTINS

ADÃO E EVA DE MIRANDA

ACADEMIA MIRANDENSE DE LETRAS ARTES E CIENCIAS

ACADEMIA SAMBENTUENSE DE LETRAS

ACADEMIA MARANHENSE DE CIÊNCIAS, LETRAS E ARTES MILITARES - AMCLAM

ACADEMIA DE LETRAS, CIENCIAS E ARTES PeRiMIrense

ACADEMIA DE LETRAS DO MARANHÃO

DOS ESPORTES & LAZERES ABERTA INSCRIÇÕES PARA CAMPEONATO DE HANDEBOL

GOVERNO ENTREGA QUADRAS POLIESPORTIVAS EM ARARI

III Fórum Estadual de Gestores de Esporte

Governo do Maranhão abre prazo para apresentação de projetos da Lei de Incentivo ao Esporte

PROJETO ESCOLINHA DA SOCIEDADE ESPORTIVA TUPAN FUTSAL - Paço do Lumiar - MA

FIFA WORLD CUP 26 – MIAMI: PRIMEIRA VITÓRIA É MARANHENSES - LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ 'KAKO CAMINHA'

WORLD MASTERS ATHLETICS CHAMPIONSHIPS INDOOR 2025, EM GAINESVILLE, ALACHUA COUNTY, FLORIDA, ESTADOS UNIDOS

NICO BEZERRA

Minha ascendência é de brancos – lógico, europeus, migrados para o Brasil em diversas épocas, de Portugal (Ferreira, pai de minha mãe; inglês, Masson-Vaz, por parte de meu pai, minha bisavó Emily, casada com um índio, Vovô Índio, Martins Vaz, e os demais, italianos – famílias Belotto – do lado de minha mãe, Tibiletti, do lado de meu pai. Não tenho ascendência negra, africana. Posso me autodeclarar nativo descendente, pois, em acordo com as Leis adotadas no Brasil. Qual é a minha “raça”?

"Raça" é um conceito que se refere a grupos de pessoas que compartilham características físicas comuns, como cor da pele, formato do rosto e tipo de cabelo.

Sou baixo, 1,65 m de altura, cabelos encaracolados, pretos – hoje, totalmente brancos devido à idade e lisos, cor acobreada, olhos castanhos dourados. Meu irmão, o segundo da família, com as mesmas características, so de pele bem mais clara; meu irmão, que morreu antes de completar um ano de idade, já era loiro, de olhos verdes; meu irmão caçula, também, e tinha 1,85 de altura. Se compararmos as fotos de meus dois irmãos mais vnovos, com a de meu avô – filho de inglesa com índio – não há como dizer quem é quem. Vovô Pola – Leopoldo Masson Vaz – era alto, loiro, olhos verdes azulados. E daí? Como classificar-me, com as minhas características raciais? Mesmo dentro de nossa família, há diferenças... É importante notar que a ciência moderna considera a raça uma construção social, pois as diferenças genéticas entre os seres humanos são mínimas e não justificam a divisão em raças distintas. Historicamente, o conceito de raça foi usado para justificar hierarquias sociais e discriminação, mas a ciência atual refuta essas ideias. A diversidade humana é resultado de adaptações a diferentes ambientes e não de diferenças raciais intrínsecas Racismo estrutural é a discriminação racial sistemática que está enraizada nas estruturas sociais, políticas e econômicas de uma sociedade. Isso significa que o racismo não é apenas um comportamento individual, mas está presente nas instituições e normas que governam a sociedade. No Brasil, o racismo estrutural tem raízes históricas no período de colonização e escravização. Ele se manifesta em diversas áreas, como a falta de representatividade política - apesar de mais de 50% da população brasileira se autodeclarar negra, a maioria dos parlamentares no Congresso Nacional são pessoas brancas. Nas eleições de 2022, dos 513 deputados eleitos, apenas 135 eram negros e cinco indígenas, e na mídia - a mídia brasileira ainda apresenta pouca representatividade de negros e indígenas em funções como apresentadores de programas de televisão e elencos de filmes e novelas -, além das desigualdades econômicas e sociais que afetam principalmente a população negra

Desigualdade no mercado de trabalho: Menos de 30% dos cargos de liderança nas empresas brasileiras são ocupados por pessoas negras. Além disso, negros e pardos correspondem a 64% dos desempregados e 66% dos subutilizados

Violência policial: Negros são as vítimas em 75% dos casos de morte em ações policiais. A chance de um jovem negro ser vítima de homicídio no Brasil é 2,5 vezes maior do que a de um jovem branco

Educação: Nas melhores universidades do país, a maioria dos estudantes é branca. Isso reflete a desigualdade de acesso à educação de qualidade desde a infância.

O Brasil tem implementado diversas políticas públicas para combater o racismo e promover a igualdade racial. Aqui estão algumas das principais iniciativas:

Lei nº 12.288/2010 - Estatuto da Igualdade Racial: Esta lei estabelece diretrizes para a promoção da igualdade racial e combate à discriminação, abrangendo áreas como educação, saúde, trabalho e cultura

Políticas de Ação Afirmativa: Incluem cotas raciais em universidades e concursos públicos, visando aumentar a representatividade de negros e pardos em instituições de ensino e no mercado de trabalho

Educação: A Lei nº 10.639/2003 torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas públicas e particulares de ensino fundamental e médio

Programas de Saúde da População Negra: Visam melhorar o acesso e a qualidade dos serviços de saúde para a população negra, abordando questões específicas como doenças prevalentes e atendimento humanizado

Combate à Violência Racial: Inclui medidas para qualificar o atendimento psicossocial para familiares de vítimas de violência e ações para reduzir a violência policial contra negros

Promoção da Cultura Afro-Brasileira: Incentivos para a preservação e valorização da cultura afro-brasileira, incluindo o reconhecimento do hip-hop como referência cultural brasileira

Programa Aquilomba Brasil: Focado na promoção dos direitos da população quilombola, abrangendo acesso à terra, infraestrutura, qualidade de vida, inclusão produtiva e desenvolvimento local

O conceito de "racismo reverso" é bastante controverso e amplamente debatido. Muitos acadêmicos e ativistas argumentam que o racismo está ligado a estruturas de poder e opressão sistêmica, o que significa que grupos minoritários historicamente marginalizados não possuem o mesmo poder institucional para perpetuar formas sistêmicas de racismo

Racismo estrutural é um sistema de opressão que historicamente privilegia um grupo racial sobre outro. No Brasil, a população negra foi submetida a séculos de escravidão e continua a enfrentar desigualdades significativas em várias áreas, como educação, emprego e segurança. As políticas de ação afirmativa, como cotas raciais, são medidas para corrigir essas desigualdades históricas e promover a inclusão social

A ideia de "racismo reverso" sugere que ações afirmativas para beneficiar grupos historicamente oprimidos penalizam os grupos historicamente privilegiados. No entanto, essas ações são vistas como necessárias para equilibrar as oportunidades e corrigir injustiças históricas

Privilégio branco é um conceito que se refere às vantagens sistêmicas e sociais que pessoas brancas têm em relação a pessoas de outras etnias, simplesmente por causa da cor da pele. Essas vantagens podem ser evidentes ou sutis e estão enraizadas nas estruturas sociais, econômicas e políticas de uma sociedade.

Aqui estão alguns exemplos de como o privilégio branco pode se manifestar:

Oportunidades de emprego: Pessoas brancas tendem a ter mais facilidade em conseguir empregos e promoções, mesmo quando têm qualificações semelhantes às de candidatos não brancos

Tratamento pela polícia: Pessoas brancas são menos propensas a serem paradas, revistadas ou tratadas com violência pela polícia

Representação na mídia: A mídia frequentemente retrata pessoas brancas de maneira mais positiva e oferece mais representatividade em papéis principais em filmes, séries e programas de TV1

Educação: Escolas em áreas predominantemente brancas tendem a ter mais recursos e melhores condições de ensino. Reconhecer o privilégio branco é um passo importante para entender e combater o racismo estrutural, pois ajuda a identificar as desigualdades e trabalhar para uma sociedade mais justa e igualitária. Pessoas brancas pobres podem enfrentar preconceitos e discriminação relacionados à sua classe social, como dificuldades econômicas, falta de acesso a serviços de qualidade e estigmatização. No entanto, é importante distinguir entre preconceito de classe e racismo estrutural.

Preconceito de classe refere-se à discriminação baseada na condição socioeconômica de uma pessoa. Isso pode incluir estigmatização, exclusão social e barreiras ao acesso a oportunidades econômicas e educacionais

Racismo estrutural, por outro lado, é um sistema de opressão que afeta especificamente grupos raciais historicamente marginalizados, como a população negra no Brasil. Esse tipo de racismo está enraizado nas instituições e práticas sociais, perpetuando desigualdades baseadas na cor da pele.

Embora pessoas brancas pobres enfrentem desafios significativos, elas não sofrem as mesmas formas de discriminação racial sistêmica que afetam pessoas negras. O privilégio branco pode ainda oferecer algumas vantagens, mesmo em situações de pobreza, como menor probabilidade de serem alvo de violência policial ou discriminação racial direta

Discriminação estrutural é uma forma de discriminação que está enraizada nas estruturas sociais, políticas e econômicas de uma sociedade. Ela ocorre quando as normas, políticas e práticas institucionais criam ou perpetuam desigualdades para determinados grupos, mesmo que não haja intenção explícita de discriminar

Mercado de trabalho: Políticas de contratação que favorecem certos grupos, resultando em menos oportunidades para outros. Por exemplo, a falta de diversidade nos cargos de liderança nas empresas

Educação: Sistemas educacionais que não oferecem as mesmas oportunidades de qualidade para todos os alunos, muitas vezes prejudicando estudantes de minorias raciais ou de baixa renda

Saúde: Acesso desigual a serviços de saúde de qualidade, onde certos grupos têm menos acesso a cuidados médicos adequados

Justiça criminal: Práticas policiais e judiciais que resultam em taxas desproporcionalmente altas de encarceramento para certos grupos raciais.

A discriminação estrutural é muitas vezes invisível e normalizada, tornando-se parte do tecido social. Para combatê-la, é necessário implementar políticas públicas que promovam a igualdade e a inclusão, além de conscientizar a sociedade sobre essas desigualdades.

Privilégio institucional refere-se às vantagens e benefícios que certas pessoas ou grupos recebem devido à sua posição ou associação com uma instituição específica. Essas vantagens podem incluir acesso preferencial a recursos, oportunidades, informações ou serviços que não estão disponíveis para todos.

Acesso a recursos educacionais: Estudantes de universidades renomadas podem ter acesso a bibliotecas, laboratórios e redes de pesquisa que não estão disponíveis para estudantes de outras instituições

Oportunidades de carreira: Funcionários de grandes empresas podem ter acesso a programas de desenvolvimento profissional, mentorias e redes de contatos que facilitam o avanço na carreira

Serviços de saúde: Membros de certas instituições podem ter acesso a planos de saúde exclusivos e serviços médicos de alta qualidade

O privilégio institucional pode contribuir para desigualdades, pois aqueles que não têm acesso a essas instituições podem enfrentar barreiras adicionais para alcançar os mesmos benefícios.

Discriminação sistêmica é uma forma de discriminação que está profundamente enraizada nas estruturas sociais, políticas e econômicas de uma sociedade. Ela ocorre quando normas, políticas e práticas institucionais criam ou perpetuam desigualdades para determinados grupos, mesmo sem a intenção explícita de discriminar

Educação: Sistemas educacionais que não oferecem as mesmas oportunidades de qualidade para todos os alunos, muitas vezes prejudicando estudantes de minorias raciais ou de baixa renda

Mercado de trabalho: Políticas de contratação que favorecem certos grupos, resultando em menos oportunidades para outros. Por exemplo, a falta de diversidade nos cargos de liderança nas empresas

Saúde: Acesso desigual a serviços de saúde de qualidade, onde certos grupos têm menos acesso a cuidados médicos adequados

Justiça criminal: Práticas policiais e judiciais que resultam em taxas desproporcionalmente altas de encarceramento para certos grupos raciais

A discriminação sistêmica é muitas vezes invisível e normalizada, tornando-se parte do tecido social. Para combatê-la, é necessário implementar políticas públicas que promovam a igualdade e a inclusão, além de conscientizar a sociedade sobre essas desigualdades pode-se afirmar que diversas formas de discriminação existem no Brasil e são influenciadas por fatores históricos, sociais e econômicos. No entanto, atribuir a causa exclusivamente à classe política e ao judiciário seria simplificar uma questão complexa.

Classe política: A classe política tem um papel significativo na perpetuação ou combate à discriminação. Políticas públicas e leis podem tanto promover a igualdade quanto perpetuar desigualdades. Por exemplo, a implementação de ações afirmativas e cotas raciais são tentativas de corrigir desigualdades históricas. No entanto, a falta de vontade política ou a implementação inadequada dessas políticas pode perpetuar a discriminação

Judiciário: O judiciário também desempenha um papel crucial. Decisões judiciais podem tanto combater quanto perpetuar o racismo estrutural. Há esforços para reduzir os impactos do racismo, como o protocolo do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para julgamento com equidade racial. No entanto, o racismo estrutural no sistema de justiça criminal brasileiro ainda resulta em disparidades nas decisões judiciais

A discriminação no Brasil é um problema multifacetado que envolve não apenas a classe política e o judiciário, mas também fatores históricos, culturais e sociais. A escravidão e a colonização deixaram marcas profundas nas estruturas sociais do país. Portanto, combater a discriminação requer um esforço conjunto de todas as esferas da sociedade.

A classe política no Brasil desfruta de diversos privilégios que podem ser vistos como excessivos, especialmente quando comparados aos direitos e benefícios disponíveis para a população em geral:

Salários elevados: Os parlamentares brasileiros estão entre os mais bem remunerados do mundo. Cada deputado ou senador custa milhões de reais aos cofres públicos anualmente

Verba de gabinete: Deputados e senadores recebem uma verba mensal para contratar assessores e secretários, que pode ultrapassar 100 mil reais por mês

Cota para Exercício de Atividade Parlamentar (CEAP): Popularmente conhecida como "cotão", essa cota cobre despesas como passagens aéreas, aluguel de veículos, alimentação, hospedagem, entre outros. Os parlamentares podem ser reembolsados por essas despesas mediante apresentação de notas fiscais

Auxílio-moradia: Muitos parlamentares recebem auxílio-moradia, mesmo que possuam residência própria em Brasília.

Aposentadoria especial: Parlamentares têm acesso a regimes de aposentadoria diferenciados, que garantem benefícios superiores aos da população em geral

Esses privilégios são frequentemente criticados por serem desproporcionais e por não refletirem a realidade enfrentada pela maioria dos cidadãos brasileiros, independentemente de sua raça ou etnia. A manutenção desses benefícios pode contribuir para a percepção de desigualdade e injustiça social.

Os privilégios da classe política no Brasil têm vários impactos negativos na população em geral, independentemente de raça ou etnia:

Desigualdade social: Os altos salários e benefícios dos políticos contrastam fortemente com a realidade da maioria dos brasileiros, que enfrentam dificuldades econômicas. Isso contribui para a percepção de desigualdade e injustiça social

Desvio de recursos públicos: Os recursos destinados aos privilégios políticos poderiam ser investidos em áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura. A alocação inadequada de recursos públicos prejudica o desenvolvimento e o bemestar da população

Desconfiança nas instituições: A percepção de que os políticos se beneficiam de privilégios excessivos pode levar à desconfiança nas instituições governamentais e na democracia. Isso pode resultar em menor participação política e ceticismo em relação às políticas públicas

Falta de representatividade: Quando os políticos estão desconectados da realidade da população, é menos provável que eles representem efetivamente os interesses de seus eleitores. Isso pode levar a políticas que não atendem às necessidades reais da população

Injustiça e insatisfação: A percepção de que os políticos têm privilégios injustos pode gerar insatisfação e protestos entre a população, exacerbando tensões sociais e políticas

Esses impactos mostram como os privilégios da classe política podem perpetuar desigualdades e minar a confiança nas instituições democráticas. Para enfrentar esses desafios, é essencial promover maior transparência, responsabilidade e equidade nas políticas públicas.

O judiciário brasileiro desfruta de diversos privilégios que podem ser vistos como excessivos, especialmente quando comparados aos direitos e benefícios disponíveis para a população em geral:

Supersalários: Muitos juízes e desembargadores recebem salários que ultrapassam o teto constitucional, que é o salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Isso é possível através de benefícios adicionais conhecidos como "penduricalhos", como auxílios e gratificações

Auxílios diversos: Juízes recebem uma série de auxílios, incluindo auxílio-moradia, auxílio-alimentação, auxílio-transporte e até mesmo auxílio para vestuário e despesas com funeral Esses benefícios são frequentemente isentos de impostos, aumentando ainda mais a remuneração líquida.

Férias prolongadas: Juízes têm direito a 60 dias de férias por ano, o dobro do que é concedido aos trabalhadores comuns. Além disso, muitos optam por vender parte dessas férias, recebendo o pagamento correspondente sem deixar de trabalhar Autonomia para definir benefícios: O judiciário tem a prerrogativa de definir seus próprios salários e benefícios, o que pode levar à criação de privilégios que beneficiam apenas uma minoria, em detrimento da maioria dos servidores e da sociedade em geral

Esses privilégios são frequentemente criticados por serem desproporcionais e por não refletirem a realidade enfrentada pela maioria dos cidadãos brasileiros. A manutenção desses benefícios pode contribuir para a percepção de desigualdade e injustiça social, além de desviar recursos que poderiam ser investidos em áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura.

AINDA SOBRE NINA RODRIGUES

Prezado Leopoldo,

Como conversamos envio-lhe anexos e fotos do Seminário sobre o Dr. Raymundo Nina Rodrigues - Vida e Obra ocorridas em Vargem Grande -MA, em 2013, com apoio do Instituto Simplício Oliveira - ISO e do Instituto Federal do Maranhão - IFMA, gentilmente a mim cedidos pelo amigo Raimundo Nonato Barroso de Oliveira.

Há o filme, de 272.344 KB, com narração do Dr. Lamartine Lima, sobre atuação do Dr. NIna Rodrigues como professor na Universidade em Salvador, com as obras e pesquisas, do Dr. Raymundo Nina Rodrigues, devido a extensão desse arquivo ser longa impossibilita seu envio pelo e-mail. Fica à sua disposição para cópia neste computador.

Rogo a Deus, que haja bom senso para que o nome do Dr. Nina Rodrigues se mantenha em São Luís, com o reconhecimento que até hoje é louvado, em outros Estados do Brasil e no exterior, por sua dedicação e mérito em conduzir suas pesquisas e ensinamentos com louvor e humanidade. A viúva do Dr. Nina Rodrigues Sobrinho comunicou-me que a decisão está em andamento. Havia enviado a você dias atrás estes anexos mais voltaram, portanto envio em 2 e-mails.

Saudações, Judith

2a. MAURO CÉSAR. Portfólio ISO 2013.ppt

3a. IRANY BARROSO. Arvore genealógica do Dr. Nina Rodrigues.pptx

4a. CESAR VIANA. NINA RODRIGUES – O CIENTISTA.pptx

6a. IRANI FILHO. Vida e Obra de Nina Rodrigues Resumo.ppt

Apresentação

da obra do Dr.

Raymundo

Nina Rodrigues pelo Dr. Lamartine Lima,. em 2013, num seminário em Vargem Grande - MA.

Livros do acerco da Universidade federal da Bahia apresentados pelo Dr. Lamartine na palestra onde ele cita que o Dr. Nina Rodrigues nasceu em um povoado de Vargem Grande, tísico desde jovem veio para São Luís e foi estudar medicina em Salvador. Viajou para a Nigéria , Alemanha e outros locais para coletar informações para sua pesquisa

HOSPITAL “NINA RODRIGUES” PODE SOFRER MUDANÇA DE NOME: ENTENDA O MOTIVO

Uma audiência pública em São Luís busca analisar os aspectos históricos, sociais e culturais por trás da homenagem ao médico psiquiatra Raimundo Nina Rodrigues, que dá nome a um hospital estadual. A discussão decorre de uma Ação Popular apresentada pelo advogado Thiago Cruz e Cunha, na Vara de Interesses Difusos e Coletivos, questionando a moralidade administrativa da homenagem.

A controvérsia está nas alegações de que Nina Rodrigues teria defendido ideias associadas à eugenia, uma teoria que preconiza a seleção humana com base em critérios genéticos. Essas ideias, conforme argumentado, teriam contribuído para a criminalização e marginalização de populações negras e indígenas, grupos historicamente em situação de vulnerabilidade social.

Decisão Judicial e Debate Democrático

A decisão de realizar a audiência pública foi tomada pelo juiz Francisco Reis Júnior após reunião entre o autor da ação e procuradores do Estado do Maranhão, realizada em 24 de setembro. Sem que houvesse consenso, os representantes do Estado argumentaram que a mudança do nome do hospital seria uma “irrelevância jurídica” e não traria benefícios práticos à administração pública.

O juiz destacou que a Ação Popular visa assegurar a legalidade e a moralidade dos atos da Administração Pública, como previsto na Constituição Federal. Para ele, a homenagem a uma figura histórica cujas ideias seriam incompatíveis com os valores constitucionais, como alegado pelo autor, exige revisão sob a ótica dos princípios republicanos.

“No caso em questão, a alteração do nome do hospital, ao retirar a homenagem a uma figura histórica cujas ideias se mostram incompatíveis com os valores constitucionais, busca proteger a moralidade administrativa e assegurar a conformidade da atuação estatal com os princípios republicanos”, afirmou o juiz em sua decisão.

Participação Coletiva e Interesse Público

A audiência pública foi organizada para garantir um debate democrático e inclusivo, permitindo que historiadores, especialistas e a sociedade civil contribuam com diferentes perspectivas. Foram convidados representantes da Comissão de Direitos Humanos e Igualdade Racial da OAB/MA, secretarias estaduais de Cultura, Direitos Humanos, Igualdade Racial e Administração, além de membros da UFMA, da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos e organizações da sociedade civil.

O professor Hamilton Raposo também integra a lista de convidados para discutir o tema. A expectativa é que o debate aprofunde a análise da questão, envolvendo diferentes vozes em torno da possível alteração do nome do hospital.

O Contexto Histórico e Ético

Raimundo Nina Rodrigues é uma figura controversa na história do Brasil. Filho do coronel Francisco Solano Rodrigues e de dona Luísa Rosa Nina Rodrigues, que seria descendente de um grupo de judeus que fugiam de perseguições na Península Ibérica, Nina nasceu na Fazenda Primavera, município de Vargem Grande, no Maranhão, onde passou a infância sob os cuidados da madrinha negra, que auxiliava sua mãe nos afazeres com a prole de sete filhos.

Estudou no Colégio São Paulo e no Seminário das Mercês, em São Luís. Segundo as suas próprias referências e as de seus colegas, parece ter tido uma saúde frágil. Em 1882, matriculou-se na Faculdade de Medicina da Bahia, seguindo o curso até 1885, quando se transferiu para o Rio de Janeiro, onde concluiu o quarto ano de faculdade. Voltou à Bahia no ano seguinte, quando escreveu seu primeiro artigo, sobre a lepra no Maranhão “A Morféa em Anajatuba (Maranhão)”.

Retornando ao Rio em 1887, concluiu o curso em 10 de fevereiro de 1888, defendendo a tese Amiotrophias de origem periférica, sobre três casos de paralisia progressiva numa família. No ano de 1888, clinicou em São Luís, mantendo consultório na antiga rua do Sol, hoje Nina Rodrigues. No Maranhão, realizou pesquisas sobre padrões de alimentação do povo, publicando seus resultados no jornal Pacotilha. Por causa de um desses artigos, em que atribui os problemas de saúde da população carente à má alimentação, foi apelidado de “Doutor Farinha Seca”.

Enquanto reconhecido por suas contribuições à medicina e psiquiatria, ele também é criticado por ideias que hoje são consideradas incompatíveis com os valores de igualdade e respeito aos direitos humanos. A audiência pública se propõe a contextualizar esses aspectos, permitindo que o poder público tome uma decisão fundamentada no interesse coletivo e nos valores democráticos.

Nina Rodrigues é considerado o fundador da antropologia criminal brasileira e pioneiro nos estudos sobre a cultura negra no país. Foi o primeiro estudioso brasileiro a abordar a temática do negro como questão social relevante para a compreensão da formação racial da população brasileira, apesar de adotar uma perspectiva racista, nacionalista e cientificista em seu livro Os Africanos no Brasil (1890-1905).

Raimundo Nina Rodrigues faleceu na França às 7 horas da manhã do dia 17 de julho de 1906.

O que é eugenia

O termo eugenia pertence ao inglês Francis Galton (1822-1911) no final do século 19 e ganhou força com Adolf Hitler no período entre as duas Guerras Mundiais (1918-1939), influenciando movimentos na Europa, nas Américas e também no Brasil.

Embora apresentada como ciência, a eugenia é amplamente condenada hoje por seu caráter discriminatório, que marginalizou grupos vulneráveis e serviu de base para políticas opressivas, como as do regime nazista. Sua história permanece como um alerta sobre os perigos de distorções científicas usadas para justificar desigualdades sociais.

Fontes: TJMA, História do Mundo; Museu da vida, com edição; e Wikipedia.

LANÇAMENTOS / comemorações

Neste encontro de lançamento do livro Maria Firmina dos Reis: mulheres e poder no Brasil a autora Régia Agostinho conversa com o público sobre seus estudos que resultaram na obra e autografa exemplares.

centrodepesquisaeformacao.sescsp.org.br

Maria Firmina dos Reis: mulheres e poder no BrasilEsta atividade integra o conjunto de programação “Em debate: Aquilombamento

MARÇO E LANÇAMENTO DE LIVRO

Março chegou, e com ele o lançamento do nosso livro Vida de Oficial ficou mais próximo. Começou a contagem regressiva. Faltam 24 dias. O livro será lançamento dia 25/03, às 10h30, no auditório Madalena Serejo, no Fórum do Calhau. Espero a todos os amigos e leitores neste belíssimo evento.

NOVO ATLAS DO ESPORTE NO MARANHÃO - 2025 - VOLUME I POR LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ - ISSUU

TAINÃ MANSANI

São Luís do Maranhão guarda a história intrigante de uma mulher trazida da África no século 19, que subverteu a mecânica da escravidão ao conquistar liberdade e enriquecer. Mas há controvérsias sobre como isso aconteceu.

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Quando a africana liberta Catarina Mina caminhava pelas ruas de São Luís do Maranhão colonial, a cidade parecia estremecer. Caminhava altiva, sempre sorrindo. Atrás dela, o cortejo de outras africanas, vestidas de renda, ouro no pescoço, nos pulsos, nas orelhas. "Lá vem Catarina Mina com as suas escravas para a festa da padroeira", escreveu um jornalista da época.

Catarina Rosa Pereira de Jesus chegou ao Brasil como escrava da Costa da Mina, região do golfo da Guiné (daí o nome "Mina"). Foi quituteira, comerciante: de escrava de ganho a "mulher de negócios". Comprou sua alforria e fez fortuna com o dinheiro do próprio trabalho, e, segundo dizem, dos favores prestados a comerciantes portugueses da Praia Grande (algo que a historiografia nunca provou).

"Quando encontrei o inventário da Catarina Mina, fiquei surpresa. Essa mulher era riquíssima! O inventário, e depois o testamento, foram os documentos que mais me emocionaram durante as pesquisas sobre a vida dela", contou à DW Brasil a historiadora Iraneide Soares da Silva, que estuda a vida da africana. Embora seja difícil precisar o valor dos seus bens, sabe-se que tinha muito – e o mistério sobre como ela alcançou tal feito intriga estudiosos até hoje.

Testamento generoso

Datado de 1887 e hoje preservado no arquivo público do Tribunal de Justiça do Maranhão, o testamento da ex-escrava revela uma generosidade incomum entre os ricos da época. Mina distribuiu sobrados, casas, vilas e lotes entre comadres, figuras influentes do judiciário e do meio eclesiástico. Mas, acima de tudo, libertou seus escravos e lhes assegurou riqueza – algo raro, pois em geral esses eram repassados como bens.

Os documentos mostram que Catarina Mina acumulou riqueza e criou uma rede de socialização e cooperação entre mulheres libertas durante a escravidão, explica a Iraineide Soares. Nos jornais da época há muitos a anúncios de fugas de mulheres que contavam com redes de apoio, pois, para fugir, precisavam de colaboração externa.

De fato, até hoje circulam em São Luís histórias sobre a vida de Catarina Mina. Elas falam de uma personagem de caráter heroico, que comprava escravos para os libertar. Mas as pesquisas historiográficas revelam que ela também manteve escravos durante a vida.

Quando eles saíam com ela às ruas, andavam bem ornados, mas sempre descalços, explica a historiadora. "Há sempre essa pergunta: 'Como assim? Catarina Mina viveu a escravidão e escravizou?' Minha

Beco Catarina Mina, em São Luís do MaranhãoFoto: Tainã Mansani/DW

compreensão é a que, quando existe um escravo numa condição de vida miserável, e você o traz para perto de si para ser tratado com mais humanidade, há um pouco a lógica de trazer para perto para poder libertar de algum modo."

A documentação sobre Mina revela que foi uma das mulheres mais ricas do período, com pecúlios e riqueza, mas que não teve o título de 'senhora dona', um importante símbolo de distinção para mulheres de posse. "Beco Catarina Mina"

Catarina Mina não teve o reconhecimento oficial para a época, mas fez história. Seu nome ficou em ruas, músicas, marcas de roupas e nas cozinhas da capital maranhense. O assim chamado "Beco Catarina Mina" era o local onde vendia peixes e farinha, e nele se encontra um restaurante que também leva o nome da benfeitora.

Maria de Lourdes, a dona do estabelecimento, ri ao dizer que trabalha muito, mas não tem a liberdade que Catarina Mina conquistou. Para ela, a história de Mina – marcada pela solidariedade e uma mudança incomum de condição social para a época – entrelaça passado e presente, inspirando sua própria vida. "Quando eu coloquei o nome do restaurante ‘Catarina Mina', comecei uma grande pesquisa. Antes de eu vir para esse beco, ninguém falava sobre ela. Eu já trabalhei muito essa história e divulgo sempre que posso."

Maria de Lourdes tem o restaurante desde 1990. Por muitos anos preservou o testamento de Catarina Mina, mas o entregou para conservação. Segundo ela, a ex-escrava teria falecido por volta dos 35 anos. Ao longo de sua vida, além de comprar a própria alforria, comprava outros escravos e os libertava, incluindo a própria mãe.

A pesquisa revela que Mina teve um único filho, chamado Alexandre (embora haja controvérsias se foi realmente filho, afilhado ou se faleceu ao nascer). A africana também teria se casado e, num gesto significativo de ascensão social, adquirido para seu esposo uma patente de alferes, um posto de oficial subalterno do Exército, intermediário entre tenente e aspirante a oficial.

Dona do Bar e Restaurante Catarina Mina preserva a memória da homenageadaFoto: Tainã Mansani/DW Como Mina enriqueceu?

Uma das questões mais intrigantes sobre a história dessa personagem é por que Catarina conseguiu enriquecer e outros escravos, não? Segundo historiadores, havia uma diferença entre a escravidão urbana (contexto em que Mina viveu) e a rural, em que era muito mais difícil qualquer ascensão social, pois escravos raramente tinham alguma remuneração.

No Brasil colonial e no Império, escravos de ganho, como Mina, trabalhavam nas ruas sob ordens de seus senhores, devendo entregar uma quantia diária estipulada. Essa prática surgiu no século 17, mas só no Império passou a ser mais controlada pelo Estado. Esse trabalho lhes permitia, em algumas circunstâncias,

acumular algum valor excedente, que poderia ser guardado para negociar a compra da alforria e acumular algum recurso.

Diferentemente dos escravizados nas fazendas, os escravos de ganho desempenhavam atividades urbanas remuneradas, como carregadores, doceiras ou faziam pequenos reparos. As mulheres trabalhavam dentro das casas e podiam sair para vender. E as pesquisas mostram que Catarina foi além, ao construir, à sua própria maneira, negócios que lhe permitiram acumular muitos bens.

O caráter de Catarina Mina chama atenção nos documentos seu respeito, explica a historiadora Iraneide Soares. Como quituteira, estabeleceu sua rede de sociabilidade que manteve até a ascensão social. Foi uma personagem bem relacionada naquele contexto histórico, o que explicaria, em grande parte, o seu mérito.

Também o historiador Manolo Florentino, um dos maiores nomes nas pesquisas sobre os escravos de ganho no Brasil, mostrou, com estudos principalmente sobre o Rio de Janeiro, que os escravizados eram vítimas, mas também tinham ação, relevância e protagonismo como sujeitos humanos.

Florentino explicou numa entrevista em 2012: "Sobretudo em países como o Brasil, estratégias que levavam à formação de famílias e à adoção do trabalho por tarefas foram fundamentais para a acumulação de pecúlio e a obtenção da alforria [...]. Sabemos terem sido altas as taxas anuais de alforrias, sobretudo nas cidades, com amplo predomínio de manumissões [ato de libertar um escravizado]."

Outras histórias de ascensão social

Mas Catarina Mina não foi a única ex-escrava bem-sucedida no Brasil colônia, embora essa não fosse a realidade mais comum em todo contexto da escravidão. Cem histórias semelhantes de mulheres negras escravizadas com trajetórias excepcionais para o período estão no livro Dicionário biográfico: Histórias entrelaçadas de mulheres afrodiaspóricas (Editora Malê, 2024).

Adelina, a Charuteira, filha de uma escravizada e de um senhor empobrecido, tornou-se vendedora de charutos em São Luís. Frequentando o Largo do Carmo, entrou em contato com estudantes abolicionistas e passou a atuar como informante, alertando sobre investidas policiais e auxiliando na fuga de escravizados, contribuindo para o movimento abolicionista.

Para além do Maranhão, no Piauí do século 18, Esperança Garcia não se tornou advogada formalmente, mas é reconhecida simbolicamente pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) como primeira advogada do país. Mulher negra e escravizada, ela ficou conhecida por escrever uma carta-petição ao governador da capitania do Piauí, em 1770, denunciando os maus-tratos que sofria e pedindo melhores condições para si e outras escravizadas.

Esse documento foi considerado por juristas e historiadores um dos primeiros registros de petição por direitos no Brasil. Em reconhecimento a seu ato pioneiro na luta por justiça, a OAB do Piauí concedeu-lhe, em 2017, o título honorário de primeira advogada do estado.

Segundo a pesquisadora Iraneide Soares, a ausência de histórias como essas nos livros escolares implica que "a historiografia brasileira tem muito a avançar nas pesquisas sobre essas personagens que aparecem como sujeitos ativos e dinâmicas de vida diferentes, na história da escravidão".

HOMENAGEM À MULHER:

O DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Em um dia como hoje, as manhãs se vestem de lilás e as flores ganham um significado especial. O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, não é apenas uma data no calendário, mas um momento de reflexão e celebração das conquistas das mulheres ao longo da história. As ruas, antes silenciosas, agora ecoam vozes que clamam por igualdade e respeito.

Ao caminhar pela cidade, percebo a diversidade das mulheres que nos cercam: a avó que conta histórias de resistência, a jovem que sonha em mudar o mundo, a líder que, com firmeza e graça, traça novos caminhos. Elas são inspiradoras, cada uma à sua maneira, e juntas formam um mosaico vibrante que ilustra a luta e a força feminina.

No entanto, não podemos esquecer que essa data surgiu de uma necessidade urgente de mudança. Em meio a festas e celebrações, é crucial lembrar que existem realidades que ainda clamam por atenção. A violência de gênero, a desigualdade salarial, e a sub-representação em espaços de poder são apenas algumas das muitas batalhas que ainda precisamos enfrentar.

Hoje, as redes sociais se transformam em palcos de conscientização. Mulheres e homens compartilham relatos, estudos e mensagens de apoio. A tecnologia se torna um aliado na disseminação das histórias de mulheres que transformaram o mundo, mesmo diante das adversidades. E, ao mesmo tempo, nossos lares se enchem de debates sobre feminismo, respeito e igualdade, desmistificando preconceitos que há tempos precisavam ser superados.

E assim, à medida que o sol se põe, somos convidados a olhar para as conquistas e para o caminho que ainda há pela frente. No Dia Internacional da Mulher, celebramos não apenas os sucessos, mas também as histórias de luta que nos moldaram. Que possamos não apenas reconhecer a importância desse dia, mas viver na prática a valorização e o respeito a todas as mulheres, todos os dias do ano.

Que neste 8 de março, e nos dias que se seguem, sempre será o seu dia MULHER, e o grito por igualdade ressoe forte e claro, sinalizando que cada passo dado é uma vitória coletiva e que a luta continuara, sempre.

A existência de mulheres que escreviam durante o chamado período colonial está comprovada tanto nas referências bibliográficas do século XIX, como nas listas biográficas das "heroínas" ou "mulheres exemplares". "ilustres e virtuosas" do reino, que incluem algumas mulheres das colônias portuguesas. Estas listas de cunho didático, escritas por religiosos e dedicadas às rainhas (sob cujos auspícios geralmente se publicam), foram destinadas à leitura para ou por mulheres. Ayres de Azevedo, um dos compiladores, se refere, por exemplo a Rita Joana de Souza, a primeira poetisa brasileira, nascida em 1696, na cidade de Olinda, Pernambuco, e faleceu aos 22 anos de idade. Ela é conhecida por ter escrito uma série de poemas e um "Tratado de philosophia natural e Memorias históricas"

A paulista Tereza Margarida da Silva e Orta (1711-1793) irmã de Matias Aires, amiga e companheira intelectual de Alexandre de Gusmão, foi autora de várias obras, entre elas o primeiro romance escrito por um indivíduo brasileiro. O seu Aventuras de Diófanes (1752) mereceu várias edições em Portugal, onde Tereza se educou, escreveu e publicou, algumas vezes sob pseudônimos. Jaime Cortesão considerou o romance à clef de Tereza Margarida uma excepcional "fonte histórica para avaliarmos do ambiente político de Portugal... e da influencia de Gusmão sobre o meio" intelectual português dos meados do século. Indicao ainda como a única obra de caráter anti-absolutista publicada na época em Portugal.

Aos 58 anos foi encerrada, por ordem de Pombal, num mosteiro onde permaneceu sete anos. Afirma Eanes que a prisão se deveu às "idéias liberais e anil-absolutistas" que se encontram codificadas no romance. Ainda na prisão, Orta escreveu um "Poema Epico-Trágico" e. depois da queda política do Marqués de Pombal, uma "Petição" de liberdade, em vemos. à rainha D. Maria I. Duas edições do seu romance foram publicadas baixo pseudónimo (anagrama de seu nome), sem dúvida como medida de proteção; isto deu origem às dúvidas sobre a autoria do romance, que chegou a ser atribuído ao amigo de Orta. Alexandre de Gusmão, influente na corte portuguesa.

Ângela do Amaral Rangel (nascida em 1725) foi a primeira poetisa brasileira a ter um livro publicado e a unica mulher a participar da Academia dos Seletos de 1752.

A publicação dos poemas de Ângela na antologia Júbilos da América (que a Academia dos Seletos dedicou ao governador do Rio de Janeiro, Gomes Freire de Andrade, e foi editada em Lisboa, em 1754 sem dúvida ocorreu como uma concessão excepcional à jovem que, sendo filha de uma família abastada c possuindo "belos dotes físicos", era no entanto "cega de nascimento".

Apesar da cegueira, Ângela sabia espanhol e conhecia história e mitologia. Na virada do século, Sacramento Blake informa tudo o que sabemos sobre Ângela, a "Ceguinha como era geralmente chamada," nascida "na cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro por cerca do anno de 1725." Segundo Blake, Ângela compôs, ademais de dois "romances líricos," dois sonetos e "diversas poesias inéditas Estas poesias, deixadas por mãos estranhas, estão sem dúvida perdidas. "Mais de um século depois da publicação dos Júbilos, Varnhagen re-editou os dois sonetos em português no volume III do Florilégio.

Pelas contribuições que aparecem em Júbilos, nota-se que os propósitos políticos da efêmera academia predominaram como critério de composição, em detrimento de critérios estéticos. A própria Ângela, em uma das composições em espanhol, revela consciência da futilidade desses versos, perguntando: "Que sirve inutiles plumas Escribieren tanta accion, Si es cada letra un oprobrio, Cada alabança un baldun? Ya aqui. Generoso Gomes. La humilde pluma parti Que para dexirlo todo, Basta nombraros a Vós. (p. 274-5)

Vivendo numa época em que ainda se não conhecia meio de dar-se urna instrucção litteraria aos infelizes privados da visão. dona Angelo do Amaral.... bem que filha de uma familia abastada. não pode receber de seus Paes senão uma educação moral e religiosa. E mesmo assim conhecia a lingua castelhana como a lingua patria. E... foi um genio: ...

A educação de Ângela foi necessariamente auditiva, através de leituras que outros lhe faziam; seguramente declamava suas composições a alguém que as transcrevia. Portanto, a "humilde pluma", instrumento não usado por ela, serve de metáfora para o uso da palavra.

A primeira poetisa Mineira Bárbara Heliodora, nascida em São João del-Rei, na década de 1750, era descendente de uma das famílias paulistas mais ilustres: a de Amador Bueno, o aclamado. Era casada com o Inconfidente Alvarenga Peixoto. Barbara perdeu Maria Ifigênia, sua filha mais velha, quando esta ainda tinha 13 anos de idade. A ela são atribuídos os poemas Conselhos a meus filhos e um soneto dedicado a Maria Ifigênia.

Beatriz Francisca de Assis Brandão (1779-1868), ilustre poetisa mineira , natural de Vila Rica .era prima de Maria Joaquina Dorotéia de Seixas Brandão (Marília de Dirceu) dedicou-se “à poesia, à prosa e à tradução, assinando seus textos com o pseudônimo 'D. Beatriz'. Voltada para as questões educacionais.

Considerada a primeira jornalista brasileira, Maria Josefa da Fontoura Pereira Pinto (1775-1837) escreveu em 1822 um soneto: "Aos 55 anos do Sr. Dom João VI", que foi publicado no Almanaque de 1867 do doutor César Marques:

"Lá onde o Tejo undoso ufano pisa, Dos brilhantes lauréis já despojada, De fúnebre cipreste a fronte ornada, Lísia envolvida em pranto se divisa. Na saudade cruel que a penaliza, Invejosa suspira, consternada, Quando América assaz afortunada A glória de João imortaliza. No seu erguido trono brasileiro, Fundador de uma nova monarquia, Qual de Ourique Afonso, Rei primeiro, Ditando sábias leis, já neste dia

De onde lustros o giro vê inteiro

O grande filho da imortal Maria."

Em 1561, Madalena ou Magdalena Caramuru filha do português Diogo Alvarez Correia o "Caramuru" com a índia tupinambá Paraguaçu, escreveu ao Padre Jesuíta Manuel da Nóbrega uma carta pedindo pelo fim dos maus-tratos à crianças escravas e condenando os negociantes negreiros.

Além de Histórica essa carta é um dos primeiros documentos condenando a escravidão e a primeira carta escrita por uma mulher no Brasil em 1561.

Fonte: Vozes no Escuro: Notas Sobre a Escritura da Mulher Brasileira no Período Colonial. Magda M. RenoldiTocahno /Os herdeiros de Caramurú: romance historico 1880/ Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro 1889/ Diogo Álvares, o Caramuru. por Ubaldo Marques Porto Filho

Miguel Veiga

Embora um pouco atrasado presto aqui as minhas homenagens ao nosso querido mestre Clidenor Pedrosa que nos deixou no dia 04/03/2025. O querido mestre era conhecido pelo seu humor apurado e reservado, foi meu primeiro professor de escultura no curso de Lic. em Desenho e A. Plásticas na UFMA que funcionava no ILA situado à Praça Gonçalves Dias no prédio do curso de medicina para o terror dos acadêmicos da saúde, pois nas aulas do mestre, desenvolvíamos muitas atividades com argila e gesso em nossas aventuras do aprendizado deixando os corredores do térreo completamente sujos com as nossas pegadas brancas.

Adorava conversar com os estudantes e nos convidava para apreciar o seu sítio na Maioba com as criações de aves e animais como os cavalos.

Sofremos muito nas descobertas do ponto certo do gesso e o desespero quando o dito cujo resolvia não endurecer. Trabalhamos em argila com exercício retratando os colegas aprendendo as técnicas das cópias da tridimensionalidade!

Nunca esqueci o totem que fizemos como exercícios de entalhamento em madeira.

São muitas histórias que se completavam com as aulas de história da arte com a sempre educada e gentil Imair Pedrosa a sua esposa.

Ficam aqui os meus sinceros sentimentos a todos parentes, amigos e Imair, que Deus conforte a todos!

Siga em paz querido mestre!

g1.globo.com

Projeto Terça do Cordel
Projeto 'Terça do Cordel' volta a ser realizado em São Luís

EDIÇÕES AOS DOMINGOS

EDITOR: VINÍCIUS BOGÉA, & OUTROS JORNAIS

CENTENÁRIO CELEBRA LEGADO CULTURAL, RELIGIOSO E LITERÁRIO DO PADRE

JOÃO MOHANA

VINÍCIUS BOGÉA = PORTAL

Uma extensa programação está sendo organizada pela Academia Maranhense de Letras, da qual ele era membro.

Centenário do padre João Mohana será celebrado no Maranhão (Foto: Divulgação)

O ano de 2025 marca o centenário de nascimento de uma das maiores personalidades da cultura, religião, educação e medicina no Maranhão: João Miguel Mohana, mais conhecido como Padre João Mohana. Para celebrar os cem anos de seu nascimento, uma extensa programação está sendo organizada pela Academia Maranhense de Letras (AML), da qual ele era membro.

Outras instituições também estão colaborando com as homenagens. O sobrinho José Antônio Mohana, responsável pela preservação da memória do sacerdote, destaca que essas iniciativas são plenamente justificáveis devido à relevância de Padre Mohana para os maranhenses.

Além dos sermões proferidos aos domingos na Igreja da Sé e em outros templos onde era convidado, Padre Mohana exerceu grande influência sobre diversas gerações, dentro e fora do Maranhão, através de seus livros, que abordavam temas como romance, psicologia, religião e sexualidade, além de peças teatrais.

Sua estreia como escritor ocorreu em 1952, com o livro “O Outro Caminho”, que teve grande repercussão nacional e foi agraciado com o Prêmio Coelho Neto da Academia Brasileira de Letras (ABL). Ao longo de sua carreira, publicou dezenas de títulos por editoras como Loyola, Agir e Paulinas, sendo alguns traduzidos para inglês e espanhol.

Homenagens

José Antônio Mohana informa que a programação comemorativa está sob a coordenação do presidente da Academia Maranhense de Letras, Lourival Serejo, e conta com contribuições de diversas instituições, como a Secretaria Municipal de Cultura, que homenageará o sacerdote batizando a Feira do Livro deste ano com seu nome. Outras entidades, como a Arquidiocese de São Luís e a Universidade Federal do Maranhão, também estão envolvidas nas homenagens.

A expectativa é que outras iniciativas sejam tomadas pelo parlamento estadual e por câmaras municipais de cidades ligadas à sua história, como São Luís, onde viveu a maior parte da vida; Bacabal, onde nasceu; e

Viana, onde passou a juventude. Também se espera envolvimento das bancadas federais na Câmara e no Senado.

Apesar de ter se destacado como sacerdote, escritor e orientador espiritual, Padre Mohana inicialmente formou-se em Medicina, atendendo ao desejo de seu pai, Miguel. Apenas após a morte do genitor ele seguiu sua verdadeira vocação, ingressando no sacerdócio.

Legado Intelectual

Padre João Mohana escreveu dezenas de livros, abrangendo temas como oração, psicologia, sexualidade e teatro. Entre suas obras mais conhecidas, destacam-se: Oração

• A Oração de Cada Idade

• Descubra o Valor do Terço

• Ore com os Grandes Orantes

• Paz pela Oração Psicologia

• Auto-Análise para o Êxito Profissional

• Padres e Bispos: Autoanalisados Sexualidade

• A Vida Sexual dos Solteiros e Casados

• Ajustamento Conjugal

• Casar para Crescer

• Namoro é Isto

• Não Basta Amar para Ser Feliz no Casamento

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• Maria da Tempestade Biografia

João Miguel Mohana nasceu em Bacabal, no dia 15 de junho de 1925, filho dos imigrantes libaneses Miguel e Anice Mohana. Faleceu em São Luís, no dia 12 de agosto de 1995, tornando 2025 também o ano em que se completam trinta anos de sua morte.

Durante sua juventude, viveu em Coroatá, Bacabal e Viana, mudando-se posteriormente para São Luís, onde iniciou seus estudos secundários. No fim da década de 1940, ingressou na Universidade Federal da Bahia para cursar Medicina.

Em 1952, publicou seu primeiro livro, “O Outro Caminho”, premiado pela Academia Brasileira de Letras. Apesar da formação em Medicina, sua verdadeira vocação era o sacerdócio. Em 1955, após a morte de seu pai, entrou para o Seminário de Viamão, no Rio Grande do Sul, sendo ordenado padre em 1960. Em 1970, foi eleito membro da Academia Maranhense de Letras, ocupando a cadeira nº 3.

Editor: ANTONIO AÍLTON

PALAVRAS DE MEU MESTRE

JORGE OLÍMPIO BENTO

Professor Catedrático Jubilado da Universidade do Porto

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Poderemos supor que o seu nome do meio, Olímpio, lhe terá aguçado desde menino a curiosidade e o fervor por galgar montes e lançar o olhar para o alto, para o que está mais além, no que podemos sintetizar, já sabedores da sua experiência de vida e de pedagogo, para o citius, altius, fortius, para os jogos e o estádio, para a cultura grega, para a filosofia, a Paidéia e a areté, para a paidia e o ludus, para ética e a estética, para o homo sportivus, para a dedicação da vida à educação e ao desporto, irmanados na fé da perfectibilidade de um ser que se quer mais humano, numa fusão de corpo-alma, razão e paixão. Tal como Jorge, o cavaleiro que não renuncia à sua fé e enfrenta a besta luciferina para livrar o bem do cativeiro, o certo é que Jorge Bento (JB) tem na sua vida veios de um cavaleiro andante, de um paladino do desporto, que faz da palavra a sua espada, da escrita lavrada o seu campo de batalha e da ética e estética o seu mote essencial.

Jorge Olímpio Bento, o pedagogo do desporto; Zélia Matos; Amândio Graça, RPCD 16 (S1): 52-64

Jardineiros da terra

Fernando Pessoa afirmou que, quando partirmos, se tivermos escrito um verso belo, deixamos mais ricos os céus e a terra e mais misteriosa e justificada a razão de haver gentes semelhantes a estrelas. O que diria o poeta dos cavadores e lavradores do Alto Douro e do Nordeste Transmontano e das outras regiões? Além de nos alimentarem o corpo com os produtos das suas lavouras, extasiam-nos os olhos e a alma com a beleza que floresce nos campos e margeia estradas e caminhos. Os agricultores são realmente benfeitores e qualificadores da vida, por atenderem a nossa precisão de pão e sentido estético. Tendes, pois, garantida a salvação e a entrada no reino da graça, ó jardineiros da terra!

Medida da inteligência

Albert Einstein afirmou que a inteligência se mede pela capacidade e disponibilidade de mudar de opinião. É essa a base que sustenta o espírito científico e o escopo intelectual. Fernando Pessoa confessou que havia dias nos quais mudava várias vezes de posição. Isso não traduz fraqueza ou fragilidade e, muito menos, oportunismo; é, antes, sinal da coerência de um ser livre, aberto à prova dos factos e não entrincheirado no fosso do fanatismo e dos dogmas incontestáveis.

Quando a indicação alheia e a reflexão própria mostram que a análise decorre de uma visão ingénua ou superficial, não é motivo para agastamento e fechamento; ao invés, cumpre acolher e saudar a oportunidade de modificar o entendimento até que surja outro mais sólido. Karl Popper ensinou-nos que os argumentos, as avaliações, os juízos e os conhecimentos não dão certezas; são conjeturas e tentativas de saber que fundam apenas convicções. Estas andam sempre o caminho da validade temporal e precária, da caducidade, da refutação e da renovação, com o intuito de diminuir e quiçá elidir o erro. É neste fado de Sísifo que se edifica o pensamento crítico e a grandeza do intelecto. Ambos assentes na humildade e não na teimosia do olhar inamovível e unilateral.

Brindar à vida

É assumir o compromisso de multiplicar os sorrisos que encantam, de dar abraços que estreitam as pessoas, de sonhar sem limites e de estar sempre a caminho da aventura existencial. É nunca se fatigar de ter esperança, de a renovar, de reacender as cinzas, de iluminar as noites e colorir os dias. É recitar o credo de que, quanto mais nos abeirarmos uns dos outros, tanto mais polifónico e perfeito será o coral, e harmonioso e mavioso o canto urbano e universal.

Creio que desta maneira dará para sublimar algumas deficiências e tornar bem melhor a passagem pelo mundo. Se deixarmos de sonhar, no espaço vago nascerão pesadelos.

Desporto: bem público

É conhecido o axioma, da autoria de José Manuel Constantino, que emoldura o átrio do COP: “O desporto é um bem público. Socialmente vale mais do que custa.” Ele perfaz um valor de dimensão plural; não tem preço, nem é redutível ao cálculo comercial.

Urge enterrar a ignorância e a cobardia intelectual; e defender o legado supratemporal. O desporto não é uma ‘indústria’; é uma criação humana destinada a propor uma forma de vida, livre das premências da subsistência e decorrente no plano do transcendental. Como qualquer arte performativa, encerra um património antropológico, civilizacional, axiológico e cultural: os praticantes exercitam e exemplificam o aprimoramento volitivo, corporal, gestual e comportamental, a excelsitude e sublimidade metafísica, estética, ética e emocional. Avaliá-lo pelo custo equivale a apequenar a valia, a amputar e trair a essência, a degradá-la a coisa efémera e banal.

Sim, tal como as demais modalidades da arte e cultura, o desporto aviva a aspiração de Aristóteles: a necessidade de desempenhar um ofício não deve olvidar que “muito mais importante é estar em paz e em ócio”; acima das coisas necessárias e úteis emergem as belas. Estas afastam-nos do veneno insidioso da vulgaridade do mundo quotidiano; são vitrais de catedrais góticas que enchem de brilho os olhos e nos previnem do naufrágio na indolência, no negligente e supérfluo.

Espera-se que os candidatos à eleição para a direção do Comité Olímpico de Portugal, em curso, percebam o denso teor do desporto, o proclamem ao governo e à nação e não sejam escudeiros, pregoeiros e tentáculos do polvo dos negócios.

IMPLICA-TE! DESTINO DE SÍSIFO

Por Jorge Olimpio Bento (Autor) Em Blog do Jorge Bento, 2025.

Compartilhamos o destino de Sísifo, cientes de que tentar salvar o mundo é como querer secar o mar. O sonho é arrebatador, a vontade ingente, a missão impossível: ninguém consegue ser salvador do mundo.

Este apresenta-se cheio de contradições e problemas que não se deixam encaixar na nossa idealização. É complexo e controverso, jamais será exatamente como o idealizamos. Tudo parece contradizer a nossa visão e tornar o nosso empenho inútil. A tarefa é demasiada para qualquer um de nós. Todavia esta avaliação não desobriga da preocupação com o entorno. Se não procurarmos salvá-lo, perdemos a vida. Nada nos dispensa de prestar um pouquinho de atenção e esforço, de botar um cibinho de pão no farnel da humanidade. O que fizermos é sempre pouco; contudo o impacto supera o que supomos. As palavras e os atos são fósforos acesos no meio da noite; não iluminam quase nada, mas permitem ver a escuridão ao redor e podem inspirar alguém a seguir avante. A nossa parte melhora o texto e o contexto. Somos a vírgula e o ponto que surgem na tessitura das frases e as formoseiam. E assim diluímos e engrandecemos o ‘eu’ na obra superior que é o ‘nós’. Eis o bastante para aliviar o fardo, expiar a culpa e trazer leveza e sentido à caminhada. As coisas pequenas e ínfimas somam-se, criam as grandes e edificam mudanças ao longo do tempo.

Não se exige que participemos em todas as batalhas. A mais importante é a que está ao nosso alcance. Não lhe devemos voltar as costas; estamos obrigados a investir nela as energias e a paixão, a procurar fazer aí a diferença. A localização da conduta não significa isolamento, desatenção aos outros e às lutas que travam, aos desafios que enfrentam, às dores que sofrem. Somos parte da comunidade; o dever de defender o bemcomum e público pende sobre nós. Somos elos da extensa cadeia que liga toda a humanidade. Diz-nos respeito o que acontece em qualquer lugar, próximo ou longínquo. A escuta e a implicação são inerentes à condição humana. Não carregamos, mas sentimos o peso das agruras, anseios e realizações dos demais. Causas, ideais, sonhos e ideais conectam-nos com uma fina rede de empatia e cumplicidade. Destarte, mesmo sabendo que jamais consertaremos o mundo, move-nos a inquietude de tentar.

Vale a pena deitar à terra a semente, dar o passo, estender a mão e praticar o gesto de aumentar e multiplicar. Talvez não vejamos os efeitos; porém, ao final, sossega-nos o balanço de ter assumido o que nos competia: tornarmo-nos melhores na imbricação com os outros. Isso, que não resolve nada, é muito, talvez o máximo da nossa passagem pela existência. Chama-se realização e não frustração e viver em vão.

Dia da Adriana

Quando nasceu, a Adriana trouxe com ela o ‘Hino da Alegria’, que perfaz a Nona Sinfonia. A vinda foi vibrante naquele dia de chuva e dúvida; e assim tem sido até hoje. À medida que crescia, era multiplicadora do encantamento da família. Creio que este sentimento é comum a todos os avós. Os netos são a luz que alumia a renovação dos passos dados nos caminhos da vida. Por isso pedimos emprestado a Deus o condão de os abençoar e que nos conceda longos anos para lhes expressarmos a gratidão pelo brilho que a sua presença põe nos nossos olhos e pelo júbilo que eles acendem na alma e no coração.

Novamente no Brasil

Amo o Brasil tal como ele é, com as suas altas virtudes e baixos defeitos. Sempre que aqui venho recebo no rosto o cálido vento da ternura, nos olhos a imagem antecipada do parto do futuro e na alma a crença de que a profecia sebastianista do Padre Vieira e a mensagem de Fernando Pessoa se vão cumprir. Antevejo que esta Terra será um bastião do império da luz, da pujança do espírito, do ócio criativo, do cultivo da sublime arte de conviver, de cantar e poetar, com júbilo puro, a vida.

Nesta hora sinto-me irmanado com todos os que têm a língua portuguesa como pátria e querem o Brasil investido no papel de ator e protagonista do concerto do novo mundo multipolar, convivial e fraterno, realizador do milagre de que tanto precisamos. É este País promissor e radioso que mora no meu afeto. Não hei de morrer sem o contemplar no máximo esplendor de estrela rutilante do céu universal.

Peregrinação

A nossa vida é uma viagem, balizada por encontros e desencontros, chegadas e partidas, metas achadas e rotas perdidas, cabos dobrados, vivências e experiências acumuladas, exigências e provações vencidas. Ao

longo do caminho colhemos sonhos e ilusões; e também desgostos e frustrações. Cumpre-nos, em toda a hora de desacerto, renovar a esperança e retomar o andar de peregrino. No final temos que elaborar o balanço: ai de nós, se traímos o destino!

Fascínio renovado

Terminou ontem, na prestigiada Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas, o XX Congresso de Ciências do Desporto e de Educação Física dos Países de Língua Portuguesa. Estamos profundamente reconhecidos aos organizadores pelo cordial acolhimento e pelo primoroso decurso dos trabalhos. Um evento memorável!

A realização dos congressos enfrentou, nos últimos anos, percalços ameaçadores da sua continuidade. A ameaça está superada. O fascínio exercido por este movimento lusófono continua vivo; exemplo disso foi a participação no congresso findo de um larga delegação vinda do Pará, uma viagem de quatro dias de ónibus entre Belém e Campinas. Para além do elevado número de brasileiros, acresce a presença deveras significativa de angolanos, moçambicanos e portugueses que atravessaram o oceano para não faltar à chamada. O facto diz muito do afeto que nos congrega. Assim vai continuar a ser doravante. Em 2026, no final de junho, o congresso levar-nos-á a Manaus, coração da Amazónia, com o tema ‘Desporto e Educação Física: Construtores de Pontes’; e em 2027/2028 rumaremos a Luanda. Benditos sejam todos quantos idealizam e tecem pontes de diálogo, convivência e entendimento, visando congraçar as diferenças e remediar as fraturas e abismos desta hora trágica, na sociedade e na natureza, com os olhos e instrumentos do Desporto e da Educação Física e com o empenhamento dos Países e Povos Lusófonos! Estes, com a sua maneira de estar e a sensibilidade do seu olhar, podem e devem ser um Sal da Terra e dar o exemplo para a edificação de um Mundo Melhor.

Asas e raízes

É com as asas que se voa. Mas elas não surgem espontaneamente; nascem das raízes. Adquirem tanto maior habilidade para sonhar e realizar o voo, quanto mais as segundas forem profundas, sólidas e fertilizadas pelos princípios e valores. Sem estes, aquelas são postiças e feitas da cera do calculismo e oportunismo;

voam rasteiro e não se atrevem a tentar voar na altura, com medo da exposição à luz e de ser derretidas pelo calor do sol.

Saudades

Sou um empedernido e contumaz sentimental. Não consigo livrar-me dos sentimentos. Mas isto não me entristece, antes anima e elucida. Como assinala António Damásio, as forças motrizes da cultura, do intelecto, da ciência, do pensamento e das contradições, que afetam a condição humana, têm na sentimentalidade as raízes.

Hoje, festivo Dia da Universidade do Porto, sinto saudade das coisas belas que ficaram para trás e não vão voltar. Sinto saudade do tempo em que não havia o SIADAP nem o RJIES, bem como dos reitores eleitos pela comunidade académica e não escolhidos pelo Conselho Geral controlado por corporações de interesses claros ou ocultos. Sobretudo sinto saudade da indignação e da recusa dos professores, estudantes e funcionários em aceitar a albarda e canga da menoridade e mediocridade. Sinto saudades de tanta gente que conheci na Universidade; ela gostava de viver e não apenas de existir.

Caro Zé Constantino:

Não sei se estás informado das ocorrências recentes. O meu atraso deve-se a ausência no Brasil, onde continuam a estimar-te. Não, não me esqueci de ti, como é costume após a missa de sétimo dia. Venho agora prestar-te contas de dois factos importantes.

O primeiro é a edição de um livro que apresenta e homenageia o teu legado. O COP, sob a batuta do Artur Lopes, um amigo de verdade conforme outrora me confessaste, tomou essa iniciativa. Quem escreveu a publicação, autêntica peça literária, foi o Vítor Serpa. Como sabes, ele é um exímio escultor da palavra; mas desta vez superou os parâmetros que o regem. Insuflado pelo vento da excelsitude, teceu uma escrita de filigrana finíssima que transporta o leitor para os píncaros da sublimidade. Quanto à estrutura da narrativa, assemelha-se a uma obra-prima de arquitetura, talvez uma belíssima ponte entre várias margens. Fez assim jus aos cuidados da estética, do aprumo e da elegância que atribuías à forma.

O segundo refere-se à eleição dos órgãos do Comité Olímpico. O Presidente anuncia um desígnio novo; na equipa tem gente com hábitos velhos. A posse decorreu em ambiente de pompa, com a presença do Presidente da República, do Primeiro-Ministro e de outros governantes. Até o Diretor da Polícia Judiciária assinou o ponto! Comenta-se nas redes sociais, com óbvio exagero, que o cenário primou por excesso de quadratura política e escassez de moldura olímpica. Os tempos mudam; e as pessoas também. Em que sentido vão as mudanças, perguntas tu? O futuro o revelará, quiçá a breve trecho.

Lembras-te da nossa última conversa telefónica, durante a cerimónia de abertura dos Jogos de Paris? Expressamos e comungamos então o mesmo entendimento sobre o devir do Olimpismo. Gostava de te dizer que estávamos errados; infelizmente, para adensar a inquietude e o desassossego, a realidade persiste em dar-nos razão. Nesta era tudo se compra e vende; sim, criaturas, de aparência estimável, são vendíveis e compráveis. As ilusões e os sonhos, que nos iluminaram o imaginário na juventude e o agir na idade adulta, desfazem-se como um baralho de cartas ao mais leve sopro. Parece que vivemos em vão. Salva-nos a saudade e resta-nos a convicção de que o anjo da esperança, embora cansado, não vai renunciar ao cumprimento da sua missão.

ASSIM FALOU MEU PRIMO

OZINIL MARTINS DE SOUZA

Possui graduação em Geografia pela Fundação Universitária Regional de Joinville (1971). Atualmente é professor do Colégio São Paulo de Ascurra. Em 2017/18 exerceu o cargo de Secretário de Educação do município de Indaial - SC. De 2015/16 foi professor da Faculdade Metropolitana de Blumenau no curso de Administração. de 2012/13 foi Reitor do Centro Universitário Leonardo da Vinci; também exerceu o cargo de pró-reitor de ensino de graduação presencial do Centro Universitário Leonardo da Vinci e professor licenciado do Centro Universitário Leonardo da Vinci. Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Administração, atuando principalmente nos seguintes temas: administração para resultados, avaliação e resultado, planejamento, negociação, competitividade e empreendedorismo.

Meu primo, filho de Tia Negra, irmã de minha avó Alice.

"A CHAVE PARA SE ALCANÇAR A MODERNIZAÇÃO É O DESENVOLVIMENTO DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA. E a não ser que prestemos atenção especial à Educação, será impossível desenvolver a ciência e a tecnologia. Conversa furada não vai levar nosso programa de modernização a lugar nenhum; nós precisamos de conhecimento e gente preparada."

Deng Xiaoping profetizou em 2013 em que a China se transformaria após seguir sua determinação. Hoje a China forma 1,4 milhão de engenheiros por ano e está revolucionando o mundo. Basta ver a fábrica de automóveis da Xiaomi que tem apenas 6 operadores.

Enquanto em um certo país, grande e abobalhado do sul do mundo, está discutindo temas superflúos e que nos mantém no atraso.

Como é carnaval e, como nada é levado a sério no país da balbúrdia, aproveito para fazer uma sugestão aos partidos que acham que o crescimento vem sem trabalho e aumento da produtividade.

Como fevereiro teve 28 dias, foram menos dias a onerar o trabalhador e o consumo. Menos dias trabalhados e mais dinheiro no bolso.

Perguntei aos meus botões. Por que todos os meses não poderiam ter 28 dias? Sobrariam 28 dias e teríamos mais um mês no ano. Seria o 13° mês dedicado ao lazer total; neste mês nada estaria aberto: comércio fechado, fábricas idem e o povo em casa recuperando as energias.

Aceito sugestão de nome para o mês.

O SENTIDO DA URGÊNCIA

Se estamos planejando, tudo tem que ser previsível

Quando somos criados dentro de ambientes que estimulam o sentido da urgência aprendemos, desde cedo, a desenvolver habilidades que nos preparam para “esperar o inesperado”.

Lembro-me que essa expressão foi citada em um programa de treinamento que fizemos em Niterói, lá pelos idos dos anos 80 e, provocou debate acalorado em função do inusitado da frase. Ora, diziam alguns, se estamos planejando tudo tem que ser previsível; outros concordavam que nem tudo pode ser previsto e que “esperar o inesperado” era estar com os sentidos aguçados para agir rapidamente. Bela discussão sobre um tema tão importante.

Aos fatos: 85% da população brasileira vive, atualmente, nos centros urbanos; somos, portanto, 170 milhões de brasileiros, morando, trabalhando e vivendo nas cidades. Por que isso aconteceu?

Nos anos 60 o mundo passou por um processo evolutivo na agricultura que ficou conhecido como a “revolução verde”. Segundo seus idealizadores, a partir desse evento, não haveria mais o risco da fome. E, de fato isso ocorreu. A fome foi debelada e, hoje, o mundo vive um fenômeno inverso, pois pelo excesso de comida, estamos vivendo a epidemia da obesidade. Comer muito e mal parece ser a regra!

Gosto sempre de chamar a atenção para o que chamo de efeito paradoxo. Ao mesmo tempo em que produzíamos alimentos como nunca, simultaneamente, ocorria o fenômeno do êxodo rural, pois com a mecanização da agricultura sobrava pouco espaço para as pessoas, que com toda justiça, buscavam melhor qualidade de vida.

Qual o destino das pessoas expulsas do campo? As cidades!

Estavam as cidades preparadas para receber esse fluxo migratório? Tinham se preparado para receber esse contingente de pessoas oriundos do campo? É óbvio que não! Pessoas com baixo nível de competitividade, despreparadas para a disputa por vagas em setores da economia que não conheciam, com pequeno ou nenhum nível de educação formal, vieram para engrossar as periferias das cidades aumentando seu cinturão de miséria e o grau de violência com que, atualmente, convivemos. Sujeitando-se a qualquer tipo de atividade que as remunerassem de alguma forma que fosse, se dispunham a fazer o que lhes fosse oferecido.

Voltando ao título desse pequeno artigo: e as nossas prefeituras, como se prepararam para essa ocorrência? Deixo a você, caro leitor, a resposta baseado no que vê em sua cidade. Quanto maior a cidade, maiores os problemas, que foram empurrados para a posteridade. Cidades sem redes de esgoto, sem transporte coletivo de qualidade, sem geração de empregos para absorver a todos, trânsito caótico ao longo do dia, sem opções de lazer para os jovens, sem saúde e educação de qualidade. Não vou nem tocar no lixo, pois o prazo venceu em 2014 e a legislação não foi cumprida.

Quando os problemas eram pequenos e fáceis de serem resolvidos não tivemos o “sentido de urgência”. Hoje estamos buscando soluções que se apresentam com altíssimos custos. Administrar é prever! Se não o fazemos na hora certa pagamos o custo que, às vezes, é muito alto e, nem sempre representa a solução ideal.

Observação: O livro “Espere o Inesperado” de Roger Von Oech é uma boa referência.

E ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE!

"O crescimento populacional que ocorre em, praticamente, todos os países africanos e Índia, é brutal"

As eras geológicas, que identificam as várias fases pelas quais o planeta passou, recebem nomes específicos. O período Holoceno, uma destas eras, demorou milhares de ano para ser formado e criou as condições de habitabilidade que permitiram o surgimento da vida no planeta. As calotas polares atuando como refrigeradores do planeta, as florestas e os oceanos como absorvedores do gás carbônico, os rios como as veias que alimentam o sistema e, por aí afora. Este período, segundo alguns cientistas, esteve em equilíbrio até os anos 50 do século passado.

Duas intercorrências então se fizeram sentir, o crescimento desmedido da população humana e os efeitos da revolução industrial. Há cientistas que afirmam que estamos vivendo, atualmente, o período Antropoceno (antro = homem) com as suas consequências que geram desequilíbrios gigantescos colocando a espécie humana em risco.

Johan Rockström e Will Steffen, junto a uma equipe de cientistas, afirmam que os limites de saúde do planeta estão próximos e elencam quais são estes limites.

Mudanças climáticas: o limite confortável em termos de dióxido de carbono na atmosfera é de 350 partes por milhão, hoje estamos em 400 partes por milhão e aumentando;

Perda da biodiversidade: a Terra deveria manter 90% da biodiversidade existente no período da revolução industrial, hoje estamos com 84%. O mundo perde até 100 espécies por ano em cada milhão existente, sendo que estes números estão em crescimento constante;

Desflorestamento: para manter o sistema equilibrado deveríamos ter 75% da cobertura existente na origem da terra, hoje, estamos com 62% e as florestas mostram sinais de exaustão;

Fluxos biogeoquímicos: uso intensivo de fertilizantes está comprometendo a saúde do planeta; Acidificação dos oceanos: com a destruição das florestas, os oceanos transformam-se nos grandes absorvedores de gás carbônico fazendo com que suas águas fiquem ácidas pela mistura de produtos químicos e a grande vítima é a vida marinha;

Destruição dos mananciais de água doce: vítimas que são da poluição, pela pobreza nos países de poucos recursos e, pela industrialização nos países ricos;

Carga de aerossóis atmosféricos: sim, a nossa prosaica fumaça bloqueando a entrada dos raios solares e por último,

Introdução de novas substâncias químicas na atmosfera: ainda não sabemos quais os efeitos que terão sobre a vida na Terra. O estilo de vida que levamos será responsável pelas dificuldades que enfrentaremos.

A história do cidadão do Níger, Mati Almaniq, mostra, com clareza, a situação enfrentada pela maior parte da população mundial. Sem emprego, com 3 esposas e 17 filhos, Matic saiu de sua terra (Sudão) e foi até a

Líbia para tentar a travessia para países europeus. Na Líbia, enganado por atravessadores desonestos, perdeu todo o dinheiro que levava e passou a “status” de refugiado, sem ter para onde ir, nem ter como voltar para sua casa.

O crescimento populacional que ocorre em, praticamente, todos os países africanos e Índia, é brutal. São em média 7 filhos por casal e há previsão da ONU que, até 2050, 40 países em todo o mundo deverão dobrar suas populações; a maioria em países pobres.

Some-se a isso o fenômeno da urbanização e analise os reflexos sobre o consumo de alimentos, água, espaço para habitações, saúde e Educação. Enquanto os países desenvolvidos vêm suas populações encolherem, os países pobres as multiplicam. Problemas no horizonte!

Fonte das informações contidas na coluna: livro “Obrigado por atrasar” de Thomas Friedmann.

REALIDADE OU FICÇÃO: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL!

"Se fosse possível definir o país em uma só palavra, talvez, a que melhor o definisse fosse desigualdade"

Sempre é bom lembrar que o Brasil é uma República Federativa composta por 26 estados, o Distrito Federal e 5.571 municípios. Se fosse possível definir o país em uma só palavra, talvez, a que melhor o definisse fosse desigualdade. Sim, vivemos em um país extremamente desigual e injusto socialmente.

Dos 5.575 municípios que compõem o Estado brasileiro, um terço, aproximadamente 1.856, não arrecadam o suficiente para pagar os salários de prefeitos e vereadores. Estes municípios vivem basicamente dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios e das aposentadorias/benefícios pagos pelo INSS.

Por não terem atividades econômicas significativas estes municípios são exportadores de pessoas desqualificadas, criando um fluxo de movimentação de pessoas que acaba criando ilhas de miséria em todo país. Por um lado, municípios que não agregam valor nenhum à economia, por outro lado municípios que têm seus custos onerados por receber trabalhadores não produtivos e fora do perfil necessário em tempos de economia em mudança.

Importante lembrar que, esta semana, o governou cortou o benefício que autorizava a concessão da Bolsa Família a 1.194 pessoas por terem sido eleitas na última eleição; 7 prefeitos, 19 vice-prefeitos e 1.168 vereadores. Será que tem mau cheiro no ar?

Em verdade, o grande beneficiário, do modelo federativo atual, fruto da constituição de 1988, é o núcleo de poder instalado em Brasília. Já ouvimos de figuras importantes da República que é necessário ser “Mais Brasil e Menos Brasília.” Brasília, de há muito, é o grande devorador dos recursos que são produzidos em estados e municípios, sustentando um Estado pesado e lento em suas decisões, mas pródigo em conchavos que beneficiam, sempre, a porção mais aquinhoada da população brasileira. Vide o que, cotidianamente, a imprensa noticia a respeito dos abusivos salários de funcionários dos três poderes.

Um prosaico exemplo de como se retro alimenta o sistema aconteceu quando da presidência do Ministro Dias Tóffoli no STF. Em um gesto de bondade e as custa do dinheiro seu, meu, nosso, autorizou parte da transação dos 60 dias de férias que os magistrados usufruem (o que já é um privilégio odioso em relação aos demais trabalhadores) em dinheiro. Suas Excelências estão autorizadas a “vender” 20 dias das férias e receberão em troca o pagamento de 40 dias.

Por outro lado, quando qualquer Estado decide legislar em matéria polêmica o STF, através de ações instauradas, normalmente por partidos de esquerda, age prontamente para mostrar que a Federação é privativa de um só ente. Fato: o Estado de Santa Catarina autorizou o funcionamento do “homescholling.” O STF, acionado, definiu a ação como inconstitucional, pois somente o Ministério da Educação pode legislar a respeito.

Desta forma temos uma federação que retira recursos de Estados e municípios para manter uma Brasília em dissonância com que vivem os mortais comuns que os sustentam. O lema “Mais Brasil Menos Brasília” está cada vez mais na moda!

SÃO LUIS E MEU FRANCO AMOR

Por: Magno Figueiredo

Conheço várias das maiores metrópoles do mundo, todas as capitais e mais de 300 municípios brasileiros. O Rio sempre me fascinou. Amo São Paulo, onde tenho residência própria e mantenho minhas empresas há anos.

Morei em Fortaleza, uma bela e aconchegante cidade. Passei uma pequena temporada em Goiania, cidade bem ordenada e zelada.

Duas cidades me arrebatam emocionalmente: São Luis que me acolheu desde os meus cinco anos e São João Batista, meu berço. Quando lá chego choro de felicidade ao pisar seu solo.

Faço um breve passeio nostálgico entre a minha infância e a chegada a terceira idade.

Em São Luís residí na minha infância e adolescência na rua da Cruz, por pouco tempo e na rua Grande, em largo período.

Revivo a rua Grande à noite, as suas ricas lojas que ostentavam iluminadas vitrines, espelhando literalmente às dos grandes centros do país.

Lembro do início do Caiçara. No térreo Zildene Falcão instalou a sua primeira DIMAPI. Lá bisbilhotei pela primeira vez as capas da TIME e da LIFE. Era viciado na Gazeta Esportiva para acompanhar as noticias do Santos e de Pelé. Ao lado, Almir e Antônio Moraes Correa instalaram a Cia Moraes, distribuidora da Ford. Glamour total.

Fito na memória os papagaios, os bodes e até jamantas empinados de sua cobertura que desenhavam o céu nas tardes de sábado para sucessivos lanciamentos.

Figuras folclóricas como Rodó, Mocó, Marcelino, Rei dos Homens, e seus trajes malucos e exóticos, circulavam causando pavor nas crianças, mas eram todos inofensivos, contrastando no dia a dia com as elegantes Casa Paris, Real Jóias, B.Murad, Casas Saldanha, Loja Ricy, Lojas Seta, Calçadeira Piauiense, Linho Puro, Lojas Acácia, 4/400, Farmácia Garrido, Importadora Maciel, Pingo de Ouro, Centro Elétrico, Mercearia Neves, Lusitana, Padaria Veneza, a elegante Padaria Cristal de Carlos Amorim e, no quadrilátero as famosas Padarias Santa Maria do Ramos e Modêlo na São Pantaleão, o Cine Eden e o cinema de arte cujas sessões fechavam a meia noite e após, casais de enamorados desfilavam bem perfumados e elegantes. Meus vizinhos eram Zé Marão com sua incontável frota de carros importados, Luís Carlos Belo Parga, Expedito Bacelar, Adauto Braúna, Geraldo Melo, Antonina Jansen e Eliseu Sousa, Carmem Faria. A nata de diversos segmentos.

No entorno da rua Grande o famoso Hotel Central e seu bar, lanchonete e sorveteria com deliciosos sabores regionais. O Roxi, o Motobar, o Salão Pompeu, a farmacia São Pedro, as bancas de jornais do Mondego e do João e Grêmio Lítero na João Lisboa, a Sorveteria Carioca, a Casa Amarela, o restaurante Castelinho de Moises Silva, no canto da Viração, a Casa das Ferragens na Praia Grande.

Cunha Santos, o Ferro de Engomar, Dejas Magazine no início da Afonso Pena.

Quem não lembra dos famosos catraeiros que transportavam os passageiros chegados nas lanchas do interior até os Jeeps-taxi extremamente exigentes com relação às bagagens que iam transportar.

Do futsal no Casino com Jafhé Mendes Nunes desfilando craques como João Bala, Djalma Campos, Fifi, Sérgio e Guilherme Saldanha, Mota, Luisinho. Zé Lino e Silvinho Tavares, do basquete com Mauro Fecury, Marco Antônio e Fabiano Vieira da Silva, Jaime Santana, Geografia, Nega Fulo. De Rosa Castro, de Luiz Rego, Merval do Liceu, Emilio Mariz do Batista, exemplos de austeridade na condução de suas escolas. De Escurinho do Samba, do palhaço Marreta, de Reinaldo Faray, de Dom Mota, de Moacir Neves e seus toques paranormais, de Maria de Jesus e o seu "um minuto apenas". Dá saudades das procissões do Senhor Morto, das igrejas do Carmo, da Sé, de Santana, de São João, de São Pantaleão e dos Remédios, todas lotaderrimas. Dos jornaleiros, verdureiros, sorveteiros, cuzcuzeiros, pamonheiros e garrafeiros, cada um com seu grito tonificado e caracteristico ecoando dia e noite. No rádio a Difusora Opina, o Futebol de Meia Tijela dando eco.

Na TV Difusora os primeiros vídeos tapes com Teixeira Heizer narrando classicos do futebol carioca, os festivais da Record, o Telecatch Montilla, Esta Noite se Improvisa com Blota Jr e Sônia Ribeiro, Bonanza, O Fugitivo e o Homem de Virgínia. Como era gostoso. Quanta saudade.

Do alto da minha casa me punha a aplaudir os belos desfiles escolares e militares de 5 e 7 de setembro. O pelotão de cavalaria dos Maristas e a banda da Escola Técnica Federal eram os mais aplaudidos.

No Carnaval nos contagiava os maiores blocos de sujos, a brincadeira mais espontânea que já presenciei, que iam evinham pelas ruas paralelas com muitamaizena,intercalados com apresença dos corsos em caminhões ornamentados, transportando belas moças entoando marchinhas bem ritmadas e coreografadas, retratando a alegria e a felicidade do nosso povo.

Quem não recorda dos fofões com suas máscaras características e fantasias largas e coloridas, marca de referência da nossa folia, dos assaltos carnavalescos nas casas de amigos, uma festa sobretudo de confraternização, alegria e paz.

Dos inesquecíveis e marcantes reveillons e bailes carnavalescos do Litero e Jaguarema. Das serestas com Cardoso, da classe do Maestro Nonato e seu conjunto, das noites das boates Corsário e Veleiros na Ponta D'areia, do gigante Omar Fontana, dono da SADIA, tocando o fino da bossa em piano de cauda no Selton Hotel, depois ampliado e transformado no Vila Rica da familia Serson. De Procópio e Bibi Ferreira no Arthur Azevedo, das alegres temporadas do Circo Mágico Tihany na Camboa.

Dos gols de virada de Croinha, dos dribles e gols do cracaço Hamilton. Das transmissões esportivas com Canarinho e Fernando Sousa. Quis o destino que eu viesse a ser colega de ambos, em muitas jornadas, anos depois.

A política tinha gente honrada da melhor qualidade. Lembro dos sizudos Alexandre Costa e Nunes Freire quando presidentes da Assembléia, da candura de La Roque e Colares Moreira, dos rompantes de Clodomir Milet, da inteligência, eloquência e habilidade de Sarney, dos discursos de Bernardo Almeida, Orlando Leite, Erasmo Dias e Sálvio Dino. No jornalismo recordo Ribamar Bogéa, das colunas sociais de Maria Inês Saboia e Gerd Pflueger, de Djard Martins o rei do rádio.

A oratória tocante do Cônego Ribamar Carvalho, dos famosos advogados Wady Sauaia, Doroteu Ribeiro e Pompilio Albuquerque. Dos dentistas Eziodo Growel de Araújo e Jerônimo Pinheiro. Dos médicos, Haroldo Sousa e Silva, José Quadros, Getúlio Albuquerque, Amazonas, Geraldo Martins, Antônio Haddad, Henrique e Augusto Moreira Lima.

Da Maroca cicerone de luxo dos nobres na zona do meretricio. Do merengue. De Waldick Soriano, Roberto Muller, Carlos Alberto, Silvinho, que inundavam a programação das rádios e em consequência romantizavam os cabarés. Do Bigorrilho e Saravá.

Como era bom degustar a galinha do bonachão Rabelo no Lira batendo aquela prosa, do camarão do compenetrado Germano na Macaúba, do churrasco no Filipinho, dos filés de Abraão Valinhos no Palheta, da torta de camarão do Ricardão e do peixe frito do Peixoto, ambos no Araçagí, da peixada do Gago no Olho D'agua e do Frango Dourado no Anil.

Do papo com figuras simplesmente diferenciadas oriundas das Arábias e, até certo ponto exóticas como Michel Nazar, Alberto Aboud, Vitor Trovão e Nagib Haickel, sempre uma festa de mil decibéis, com intensas gargalhadas..

Dos meus papos lusos com Oliveira Maia, Carlos Amorim e Zé Maria Trindade.

Dou essas pinceladas, para que tenham uma pequena idéia da minha relação, a mais afetiva possível com a minha ilha querida, hoje entre as 15 mais populosas cidades brasileiras, eivada de problemas de tudo que é sorte, comemorando seus 412 anos.

O Centro Histórico a maior riqueza arquitetônica colonial do Brasil, abandonado por falta de planejamento, projeto mais adequado de preservação, ação mais enérgica do Poder Público. Ninguém quer ser zelador dessa riqueza estonteante.

Afinal somos um mimo, considerado Patrimônio Cultural da Humanidade.

Da situação das nossas praias. Sem condições de balneabilidade há décadas, com o esgoto in natura escorrendo à vista dos gestores que ainda sinalizam com placas sobre a restrição para os mergulhos,

prejudicando o turismo. O ludovicense incauto se limita ao pejoso comentário "a maré leva e não trás de volta".Nunca é anunciada qualquer providência. O povo não brada.

Tudo estará bom enquanto a classe média alta puder estacionar seus carrões na Litorânea para goles de Chopp gelado e degustar peixes e camarões inacessíveis a 95% da nossa população. Retrato da segregação social.

São Luís é centro da corrupção desenfreada no estado, o chamado paraíso do patrimônio adquirido ilicitamente. Prefeituras formam o grande duto do desvio do dinheiro público. Os Poderes se locupletam com benesses e salários extratosféricos, segundo números oficiais retratados.

Temos a maior frota de carros de luxo em proporção do país e o estapafúrdio, o nosso Distrito Indústrial não contacom nehuma Indústria de grandeporteou até mesmo demédioporte. Mesmo assim ostentamos o quarto PIB do Nordeste graças a VALE e ALUMAR.

Sobral no Ceará com pouco mais de 200 mil habitantes, têm 23 Areninhas esportivas. Fartura da prática esportiva. Em São Luís precisa-se catar para achar uma.

Nos últimos 40 anos pouco ou quase nada fizeram os prefeitos por São Luís. Se não fosse a intervenção direta dos nossos Governadores não teríamos a ponte Bandeira Tribuzi, a Litorânea, o Italuís, a duplicação da Holandeses, os Elevados, a via Expressa, a preservação pelo menos parcial do Centro Histórico.

Esse único e rico acervo arqutetonico que torna a nossa ilha mais bela e que poderia ser compartilhado, em termos turísticos, com essa dádiva da natureza que é os Lençóis. Só a Torre Eiffel é mais visitada do que todas as cidades brasileiras somadas.

A pequena Gramado com menos de 100 mil habitantes é mais visitada do que Fortaleza.

Por que a bela ilha agregada aos Lençóis, numa campanha de marketing intensa, não muda o seu patamar com esse conjunto ďe belezas raras. Faltam experts nessa área.

Externo a minha opinião por conhecer esta cidade de ponta a ponta e por poder fazer parâmetros de acordo com o que cito na cabeça deste texto.

Além da minha infância de amor dediquei meu trabalho à comunicação, ao esporte com todos os recordes, ao entretenimento e à cultura de forma mais pontual.

Essas linhas são traçadas com sentimento profundo do amor, de quem quer ver esta velha e imponente Senhora, sendo tratada por um grande cuidador ou melhor por vários bons cuidadores. O povo não brada. Eu brado o meu amor.

ma.figa@hotmail.com

AINDA ESTOU AQUI

março 5, 2025 por A PENA DO PAVÃO, publicado em Crônicas, Opinião, Poesia

“Discordar, sim.

Divergir, sim.

Descumprir, jamais.

Afrontá-la, nunca.

Traidor da Constituição é traidor da pátria”

Ulysses Guimarães

A ênfase apaixonada com que alguns discutiram o filme premiado do cineasta Walter Salles ganhou a internet como se fosse a Marques de Sapucaí. Caricatos, desavisados, especialistas e gente do meio, gente de toda espécie. Quase como torcidas organizadas.

Não assisti o filme; não por qualquer viés ideológico. Conheço o fato histórico e espero que sobre o assunto ainda se ponha luz, como a que teve o Gabeira, ao reconhecer que a sua luta não era contra a ditadura. O propósito – confessou o guerrilheiro aposentado – era instalar a ditadura do proletariado.

O acontecimento que virou filme – sem que se negue a dor da família – deve ter suas nuances de romantização piedosa que é própria do esquerdismo. Mas duvido que o filme trate do envolvimento ativo do retratado na película com o partido comunista soviético. A despeito disso é bom que existam obras assim, mesmo com derrapadas factuais que o tempo se encarregará de corrigir. Duvidam? O tempo faz milagres e a história jamais será reescrita.

Mas volto ao ponto em que disse ainda não ter assistido o filme. Tenho dificuldades em ir a salas de cinemas e ver pessoas com celulares ligados com as telas rompendo a penumbra, mesmo após as advertências feitas, atrapalhando os obedientes. Algumas chegam até a atendê-los e resistem a usar o toque silencioso do aparelho. Mas também tenho receio de que algum pé me atinja a cabeça por algum adolescente que – suponho – recebeu dos pais a tolerância de colocar os pés sobre a mesa em casa, enquanto cada um tem a atenção em uma tela de celular durante as refeições. Tenho receio de me deparar com pessoas a se meterem a críticos e conversarem durante a exibição. Só por isso.

Conquanto não tenha assistido o filme, se bem compreendido, verão que o registro histórico é para que nunca mais aconteça o que infelizmente continua acontecendo, sem baionetas ou fuzis e tanques. Os carrascos de hoje usam gravatas estilosas, canetas e relógios refinados e se autoproclamam salvadores da democracia.

Quem festeja o prêmio como uma conquista de beligerância entre esquerda e direita não conseguiu compreender o significado da defesa da dignidade da pessoa humana. Sem se dar conta apenas reproduz um discurso dos anos sessenta, sem o esclarecimento de que não houve uma disputa entre Santos. Como se infere do que disse o guerrilheiro aposentado: era nós contra eles.

Que bom que houve um prêmio internacional ao filme que agora vai para a videoteca fazer companhia ao filme alemão – também vencedor do Oscar de filme estrangeiro – A Vida dos Outros

Enquanto isso eu ainda estou aqui, esperando que a Constituição deixe de ser subvertida por revolucionários de iPhone que abriram porões para demonstrar que não aprenderam com o passado. Mas para minha frustrante constatação assisto ao silêncio dos juristas quedefendem ademocracia.Quandofalam(alguns)sedemonstram falaciosos quanto ao que escreveram; suas ideias desbotadas pelos fatos demonstram o que os impediu de evoluir.

Não existe meio termos para valores que impõem observação ética como se fosse um cardápio. Ou há defesa da liberdade, da integridade humana e da democracia de forma geral ou os discursos são só metáforas elaboradas para uma ação midiática torpe.

Quando aquelas 13 colônias se insurgiram contra o reino para estabelecer uma declaração de liberdade o fizeram com compromissos que perduram até hoje. Por lá, apesar das intempéries de governos que subverteram a evolução humana, felizmente prevaleceu a vontade geral e com o mesmo catálogo de direitos de mais de 200 anos o curso da história parece ter sido retomado.

Já por aqui a inação de uns e a esperteza de outros nos faz reféns do tempo embora saibamos que a maldade não dura para sempre. Só não queiram que eu, como muitos outros cidadãos, aceite – calados – que uma Constituição seja ultrajada com requinte de crueldade, impondo a vida em porões fétidos a quem, desarmado, desejou se manifestar.

O certo é que ainda estou aqui. Não sei quando ou de onde virá a resposta, mas a espera não é só minha, o que de certo modo me conforta.

Ainda Estou Aqui não é apenas uma película cinematográfica. Se bem interpretada é a repetição da história que um dia juraram não repetir, agora com novos protagonistas.

HOMENAGEM À MULHER

março 7, 2025 por A PENA DO PAVÃO, publicado em Poesia https://doi.org/10.5281/zenodo.14990921

Se eu fosse um esforçado poeta, daqueles que o coração fantasia, quem sabe me valesse da métrica para compor (em versos) a poesia.

Mas não sou mudo, por isso mesmo sem o propósito do tudo (conhecer) eis-me aqui, audacioso, a registrar devaneios (sem pedir licença) a críticos, especialistas, militantes ou censores.

Não lhes devo favores!

Apenas falo aos corações mais belos. Sim, sou sincero (sem pretender ser rude) fiz o que pude, para te homenagear como se ajoelhado estivesse a teus pés só porque sei que tu foste só porque sei quem tu és: MULHER.

Da Santa, à louca; da pura, à pouca, não importa:

Tu és a causa.

Por isso não te deixes confundir.

Nem te cales diante de infames vozes.

Sede tu, plena, grande ou pequena. Não é tua altura, mas tua estatura a dimensão do ser.

Sede valente, ciente, consciente, de que és o que não se imita. Então, grita:

Eu sou mulher!

Não te deixes fantasiar menos ainda subestimarem teus instintos És mais!

Bem mais, do que arremedos. Sois o que Deus criou da costela porque és ao lado, não atrás, nem abaixo, nem pecado.

Caminha com determinação, não com acinte.

Passos largos para a vida, sem perder a ternura.

Sede frágil se necessário for, mas não submissa.

Firme, forte, capaz de se defender dos brutos. Que fique claro de uma vez por todas:

Nem a caricatura te imita, porque és mulher:

A Santa, a louca, a pura,

a criação divina.

Sede mulher.

Só tu podes gerar, só tu podes ser a costela, só tu és tão plena só tu és tão bela.

https://doi.org/10.5281/zenodo.14999829

Na obra “O salão dos passos perdidos”, depoimento de Evandro Lins e Silva ao CPDOC, a história se compõe e decompõe com a riqueza de quem viveu agruras, angústias e dramas de um devotado defensor.

Da obra bem mais há o que recolher. De mim, só mesmo a imaginação de quem luta para que a Constituição recupere prestígio onde o criativismo judicial já ultrapassou as barreiras, subverteu a ordem jurídica e transformou o Direito em força.

Após o alerta do meirinho, com a solenidade que é exigida, brota o diálogo.

Este o cenário, o calvário e a cruz.

– Já há o veredito: culpado.

Mas como, se o caso não foi julgado?

Não importa! – É culpado!

– Mas e as regras?

É culpado! Não importam!

– Mas a iniciativa da investigação imprópria?

Pouco importa! Eu comando o procedimento.

– Mas, e o contraditório?

A ampla defesa?

– O juízo natural?

A igualdade das partes?

– Os meios e recursos inerentes?

– A presunção de inocência?

– O ônus da prova?

– Acaso não estão na Constituição?

– Pois sim.

– Mas é culpado.

– Mas e a Constituição? Não foi jurada cumprir?

– Eu a jurei obedecer naquele momento solene. Mas ali é apenas um protocolo formal em que a hipocrisia humana acata, apenas para que os anais escritos façam de conta que se observaram as leis.

– Mas não foi só juramento. Houve um compromisso em sessão de arguição colegiada!

– E daí? Tudo acertado. O Cordeiro chega cabisbaixo fingindo a mansidão. A tudo responde, tudo promete, sabendo que aquilo tudo é só uma passagem.

– A ferocidade dos lobos é fingida, toda a alcateia pode ser seduzida pela simpatia. Depois lança-se a ameaça de retirar-lhes a ração e a mansidão se instaura. Todos dominados com o relho mensurado.

– E o compromisso assumido?

– Bom, foram feitos promessas e juramento, mas a traição é da natureza humana.

– O padre finge que jura, o pastor também, o árbitro idem, marido e mulher também, todos juram!

– Mas se trata de liberdade humana, não de fidelidade simpática e nem de enamoramento fugaz.

– Bom, não importa. Todos os meios de defesa foram garantidos.

– E as arguições envolvidas? E os incidentes sustentados? E os incidentes produzidos?

– Não importa. Tudo excesso de defesa. A situação está bem clara:

– É culpado!

– Mas prazos exíguos e as ilações que de trôpegas e frágeis não se apoiam em declarações obtidas por coações; não dão suporte lógico à conclusão.

Pouco importa! É culpado.

Mas de que, exatamente? Qual a conduta concreta? Qual a conexão que conduza a uma formação de culpa capaz de encarcerar?

– Não importa. Quando a ilação for produto da mais subjetiva imaginação, de delírio e elucubração desejada, tudo é possível porque eu decido: é culpado.

– Mas como se pode considerar que há justiça quando de palpável nada há, se não a suposição de que o que não houve teve guarida da imaginação fértil?

– Aí está a resposta. Usamos a imaginação. Ela é adequada e bastante.

– Mas a justiça não será feita se o mínimo objetivo que é a sustentação da ordem não for observado com critérios dogmáticos inarredáveis!

– E quem disse que o protagonismo não nos basta? É possível fazer releituras e mutações em observância à dinâmica e ao impulso civilizatório que nós possuímos.

– Mas quem lhes deu essa competência se no fundamento de existência não lhes é reservado?

– Nós guardamos o papel de embrulho e criativamente preenchemos o pão com os ingredientes que mais nos satisfazem.

– Mas aí fica parecendo o pão que o diabo amassou!

– Tu também estás querendo ser culpado? Não? Então te cala porque o veredito já está pronto:

– Culpado!

É o veredito!

Machado de Assis cunhou uma frase muito citada aqui e alhures : “Mudou o Natal ou mudei eu?” O sucesso da questão contida nessa frase é que ela se presta a diversas ocasiões e corresponde às dúvidas de muitos que se perguntam se são saudosistas ou se realmente as coisas mudaram para pior. A tendência geral é achar que os tempos passados é que eram os bons tempos, melhores que os de hoje, quando a verdade é que, na infância ou na juventude, sentimos, gozamos e amamos no superlativo. Tudo é MAIS, não só a alegria, mas também as tristezas e as dores.

Mantendo a equação, troquemos alguns termos: o carnaval mudou para pior ou mudamos nós? Aprendemos que, desde os festejos dedicados a Dionísio e através dos séculos, o carnaval foi sempre o momento máximo de suspensão da censura e inversão dos códigos vigentes. Inversão de sexos, de papéis sociais, de temperamentos. Nele, homens sisudos vestem-se de mulher, a doméstica vira princesa, a mulher tímida experimenta seu dia de odalisca. É o momento de viver mil personagens e sermos protagonistas de enredos nunca vividos

Se ficou pior ou não, deixo a resposta do enigma para alguém mais sabido que eu. Mas um fato é incontestável enão podeserrefutadonem pelos saudosistasnem pelos avançadinhos: ocarnaval nãoémais aquele momento especial e singular, o único em que era permitido extravasar com total liberdade o excesso de energia ou a alegria reprimida durante o período “normal” hoje ele compete com incontáveis festejos similares, os carnás, as micaretas, as folias, os grandes shows.

Carnaval como mãe – era um só. Esperava-se por esse evento o ano todo. As festas carnavalescas eram poucas e em dias rigorosamente definidos: no Sábado e Domingo magros e nos dias oficiais, desde o Sábado Gordo até a Terça –Feira. O rescaldo era no Sábado de Aleluia e só. Ai de quem se atrevesse a realizar alguma festa, carnavalesca ou não, durante a Quaresma. Imaginem a expectativa que se alojava nos corações no aguardo desses dias mágicos. A longa espera nos mantinha desejosos, alimentando o sonho.

E havia as fantasias. Era obrigatório: crianças e jovens não brincavam carnaval sem elas. Usar fantasias, que maravilha! Lembro das minhas. Eram fantasias simples, que minha mãe mandava fazer. Eu mesma escolhia o modelo entreas mais votadas daépoca: tirolesa, colombina,baianaetc.A costureira,umanegra altaebonita, de voz cheia ( me dava a impressão de que falava com um caramelo preso no céu da boca – essa voz me fascinavatanto quemuitasvezes tentei reproduzi-la, frente aoespelho, com caramelo etudo).Chama-seMaria Costa e morava na rua das Cajazeiras.

Naépocadaconfecção, eume“mudava”paraa casadelaeficavahoras sentadaem frente àmáquina,siderada, acompanhando o andamento da costura. Para mim, nesse momento, ela não era uma simples costureira –a pregar sutaches, lantejoulas e franjas na fazenda – mas uma fada, uma feiticeira cujos dedos correndo ligeiros, transmudados em vara de condão, transformavam panos em personagens.

. Não há dúvida que o momento único diluiu-se na realização dos vários mini Carnavais durante o ano. Se formos seguir o calendário de todas as festas, começamos em janeiro e só acabaremos de pular carnaval no Natal. E se perdemos um carná, logo aparece uma micareta ou um show para compensar. Aliás, essa diluição que banaliza a época momesca vem desde as desinibidas festas do pula-pula rasgado das discotecas, igualmente válvulas de escape de energias represadas.

Outro fator de banalização da mística carnavalesca veio com a multiplicidade de tendências da moda. A moda agora é livre. Cada um se veste de acordo com a sua “criatividade”. É só prestar atenção no povo nas ruas, no seu dia-a-dia, e constatar que muita gente parece pronta para um baile à caráter: topamos diariamente com drag queens, travestis, transformistas, mulheres de terninho; pessoas de cabelos verdes, vermelhos e azuis (de visual bem mais variado que a mesmice dos abadás). Nas festas então, pululam punks, funks, clubbers, o diabo. Já ninguém se espanta nem dá bola. Carnavalizamos a todo momento.

Quedizerdasmúsicas, então?Tocadas ecantadasnosdiasdecarnaval sãoas mesmasdas festasdoanointeiro. A diferença é a presença física do trio elétrico . Sobre o repeteco das músicas, tenho uma declaração a fazer, que certamente não abalará as estruturas carnavalescas - mas digo mesmo assim: não vou mais a clubes no carnaval. Da última vez que cometi esse desatino, a orquestra (?) só tocava axé music, funks, sertanejo (!). Nada contra. Mas identifico carnaval com sambas, marchas e frevos e fiquei com um sentimento de frustração a festa inteira. Como se alguém houvesse me enganado e convidado para a festa errada.

Mas, sacudamos a poeira. Certamente, para os jovens de hoje o carnaval é tão maravilhoso quanto o era para nós outros de todos os tempos. Melhor ainda será se estivermos apaixonados, e aí, não há nada melhor a fazer que cantar Máscara Negra, de Zé Kety : “Foi bom te ver outra vez/ Está fazendo um ano/ Foi no carnaval que passou/ Eu sou aquele pierrot/ que te abraçou/ E te beijou meu amor./Levanta a máscara negra/ Que encobre teu rosto/Que eu quero matar a saudade/ Vou beijar-te agora/ Não me leve a mal/ Hoje é carnaval!” É infalível, pode crer.

O CARNAVAL DE CARDOSINHO

Ceres Costa Fernandes

Cardosinho era um marido de cabresto curto. O tempo todo ali amarrado junto a Dona Isaura, mulher miúda, decarnes duras evontade férrea.Comandante-em-chefe, Isauramonitorava todos os horários docompanheiro. Ocaminho repartição/casaerarigorosamente cronometrado: só onecessárioparao trajeto, acrescido dotempo suficiente para passar na padaria da Rua do Passeio, comprar pão massa grossa e um pacote de bolachas folhadas. Nem um minuto a mais. Ah, vale dizer que o acontecido se passou na São Luís da metade do século passado, cidade pequena e de muro baixo.

Maridão, Cardosinho conformava-se. Amava Isaura, e o cabresto ia bem com seu temperamento pacato. Mas vejam, até os maridões têm tentações. E uma, inconfessável, por vezes voejava na mente de Cardosinho: ir, uma vezinha só que fosse, a um baile de máscaras. Um baile de segunda – conforme eram chamados – , onde a liberação era total. Logo, media a brabeza da mulher e a idéia murchava. E assim se passavam calmamente os anos de matrimônio.

Ora, o inferno está cheio de diabos e de seus emissários, e um desses veio na pessoa de Oscar, colega de sala e de profissão. O amigo chegou com a notícia fresquinha de um baile de máscaras, ali para os lados do Cemitério do Gavião cheio de mulheres liberadas, boazudas, desgarradas e devolutas. Rapaz, a Isaurinha faz picadinho do meu fígado e ainda come no sarrabulho, suava Cardosinho. Insidiosamente, como fazem os capetas, Oscar reforçava, Havia as vesperais, tipo "mamãe-vai-às-compras", em que os casados, homens e mulheres, podiam se esbaldar sem susto. O já seduzido suspirava, Ai meu Deus! Tentado só de pensar o quê de mistérios escondiam os fofões e dominós das mascaradas. E o sedutor, insistente, Dançar não tira pedaço. A gente aproveita o horário do expediente e tu chegas em casa religiosamente na hora de sempre e ainda levas as bolachinhas da Isaura, sem falha.

O detalhe das bolachinhas foi decisivo. Combinaram o horário. Das duas às seis, não mais. Oscar, prestativo como todo diabo, ainda traria um traje carnavalesco para ele se trocar, não fosse Isaurinha revistar suas roupas e descobrir os indícios da prevaricação, que para isso as mulheres ciumentas são mais eficientes que os médicos legistas da polícia.

Lembrando que a pecaminosa vesperal aconteceria não muito longe da sua casa, na Rua das Cajazeiras, Cardosinho teve um último esboço de reação, logo posto de lado: a cara-metade não saía de casa, a não ser para a missa de domingo e para as compras de sábado, sempre acompanhada por ele. Trela para vizinhos não era com ela, não gostava nem mesmo de ficar à janela. Dona de casa que se preza sempre tem ocupação, dizia enfática. Sobre isso tinha até uma máxima: “Mulher que se queixa de não ter o que fazer, vá arrumar suas gavetas". Então, estava limpo o cenário.

Mas Deus é justo e, para maior glória das esposas honestas, não existe crime perfeito. Sabemos, também, que o capiroto, para confundir, age em várias frentes, enviando emissários para rumos contrários, com o que não desmerece o nome de tinhoso. Em assim sendo, eis que passa em frente ao baile uma moradora das Cajazeiras, justo a maior fuxiqueira da redondeza, apropriadamente alcunhada de Desgracinha. Quem vejo?!! Seu Cardosinho, de fofão?!! Limpou os olhos duas vezes. Ele mesmo, o maridão da Dona Isaura, em ocupação feroz de apalpar uma oxigenada fornida (era chegado numas carnes), nem se deu conta da emissária do malino...

Desgracinha sente a veia novidadeira pulsar com violência. Um prato cheio! Dana-se a correr. Mal consegue conter aansiedadede chegara Cajazeiras e espalharanotícia na redondeza. Súbito,estancaopasso e, suprema ousadia e requinte de fuxiqueira, decide superar a si mesma e dar a notícia à própria Dona Isaura! Mas como?! A mulher era uma onça! A veia pulsa com mais força, ah, desse no que desse, não perderia esse gozo. Entra porta adentro, encontra Isaura dando brilho numa jarra de metal. Sem dar o tempo de um ai, despeja a história toda. A reação não se faz esperar. E lá vão as duas, em direção ao baile, Dona Isaura marchando à frente, armada com uma tranca de janela, e Desgracinha atrás, aos pulinhos.

Cardosinho, ainda ocupado, só percebeu a presença da cara-metade quando o pau já lhe descia no lombo. Na correria em direção a casa, ele chega primeiro. Entra, desatinado e, no corredor, vê a escada que o pedreiro deixou encostada na abertura do forro. É a salvação, sobe num pulo, Isaura não teria coragem de fazer o mesmo. Ela, percebendo o golpe, rápida, retira a escada. Zaurinha, faz isso, não! Bota a escada para teu Dodozinho! Eu explico, minha rosquinha de coco, não é o que tu tá pensando! Foi pra ajudar o Oscar... A moça é prima dele, perdeu a mãe, Zaurinha, tô apertado, deixa eu descer! Desaperta aí mesmo, cabra safado, que tu não vais descer nunca mais!

Denadaadiantaram as súplicas doinfeliz,nem as dos vizinhos queCotinha, asecretáriadoméstica, foi chamar a pedido dele. Cardosinho passou o resto da tarde e toda a noite no forro. No dia seguinte, já perto do almoço, Iolanda, uma vizinha muito religiosa, conseguiu que a amiga permitisse a descida do infiel. Cardosinho pagou caro a bobeada. Ninguém sabe ao certo qual foi o castigo, desconfia-se de vários. Mas uma coisa é certa: durante muito tempo o pacote de bolachas folhadas, trazidas religiosamente, todos os dias, ia fechado para o lixo, sob os olhares compridos de Cotinha. Mas, ai de quem ousasse...

Ora, eterno só Deus. Dia vai, dia vem, Isaura voltou a tomar o chá da noite com as bolachinhas folhadas. A vida conjugal retomou seu curso Mas, se no recinto do lar, Cardosinho acomodou-se a um cabresto ainda mais curto, no serviço tudo mudou. Oscar encarregou-se de divulgar o rompante de independência do amigo, omitindo, é claro, a tragicomédia do forro e da tranca. E Cardosinho, embora nunca mais tenha voltado a prevaricar, saiu da categoria dos ferrolhos e dos barrigas-brancas, passando a compor o grupo dos heróis do universo masculino, onde, estranhamente, ser flagrado pela legítima só lhes traz aumento de prestígio. Pensando bem, se vocês concordam, poderíamos mudar o título desta história para: O diabo não é tão feio quanto se pinta.

Cinzas, Somente, cinzas

E nada mais!

Foi tudo o que restou

De um mundo de quimeras

Que acabou

E que durou

Apenas quatro dias.

Quanta alegria

Quantas fantasias

Contagiaram Pierrôs e Colombinas, Nesse mundo mágico

De pura ilusão.

Mas, quantas dores, Desilusões e dissabores

Deixaram, no coração dos Arlequins, Que marcarão

Para sempre

Suas vidas.

Se é pura diversão

Por que não se brincar?

Por que tanta amargura

Poderá deixar, Tantas tristezas, E resignações?

Alguns brincaram

Aproveitando a vida. Muitos, no entanto, Viveram em fantasias, Enquanto a outros

Não haverá mais carnavais.

CINZAS,
Aymoré Alvim, ALL, AMM, APLAC.

ROBERTO COSTA

Um Domingo Ensolarada com Lucas

Era um domingo ensolarado, daqueles em que os raios de sol iluminam intensamente e o céu se estende em um vasto azul. Acordei cedo para aproveitar cada instante desse dia especial ao lado do meu neto Lucas, a temperatura perfeita era um convite irrecusável para um mergulho na piscina.

Enquanto me dirigia à piscina afim de verificar se estava tudo perfeito, ouvi Lucas se movimentando na cozinha, sempre animado. Ele pediu um pão na chapa e café com leite, sempre mergulha o pão no café e come. O sorriso brilhante em seu rosto já indicava que teríamos um dia inesquecível.

Apósocafédamanhã,preparamos tudo:toalhascoloridas,protetorsolarebrinquedosdepiscina.Lucasestava radiante, vestido com seu calção de banho, refletindo sua energia alegre e inquieta. Ao lado da piscina, peguei um livro – a "trilha sonora" ideal para nossas horas de diversão.

Antes que eu pudesse ler a primeira página, ele já estava na água, fazendo splashes como sempre. Ninguém nadava tão alegre quanto ele, cujas risadas preenchiam o ar enquanto realizava acrobacias subaquáticas. Às vezes, lembrava-se de me olhar e fazer perguntas que eram pura magia, como se o mundo estivesse repleto de segredos, sua mão minha filha havia saído e dissera para que eu não o deixasse ele ir para piscina pois passara a noite tossindo, eu então falei e ele de pronto falou, “ Cacá se mamãe reclamar eu digo que escorreguei e mergulhei”, (risos) esse é meu Lucas.

Já na piscina ele sentou na borda e perguntou: “Vovô Cacá, você já viu uma estrela do mar de verdade?”. Sorri, recordando minhas próprias aventuras de infância. “Não se preocupe, Lucas. Um dia, iremos ao mar juntos, e você verá uma enorme!”

Após muita diversão, decidimos fazer uma pausa. Sentamos à mesa à sombra, onde o calor do sol aquecia nossa pele e a brisa fresca da água nos envolvia. Apreciamos um lanche de frutas cortadas e sucos gelados. A conversafluiunaturalmente,indodehistóriasdesuper-heróisapequenossonhosqueelejácomeçavaasonhar.

Com olhos brilhantes, Lucas fez questão de mostrar como imita um dinossauro. Seguindo ele saltava, girava e ria, um verdadeiro artista de sua própria apresentação. Aprendi que a felicidade é composta por momentos simples, repletos de amor e criatividade.

O dia se desenrolava em uma paleta de sorrisos e brincadeiras. Quando o sol começou a se pôr, tingindo o céu de laranja, decidi que era hora de um último mergulho. Juntos, pulamos na água, criando uma grande onda que pareceu apagar todos os nossos problemas.

Assim,terminouumdomingoensolarado.Àmedidaquealuzdodiasedissipava,sabiaqueaquelesmomentos com Lucas se tornariam memórias inesquecíveis, guardadas com carinho em meu coração. Na simplicidade de um dia à beira da piscina, a essência da vida se revelou: amar, brincar e compartilhar momentos.

E, acima de tudo, viver intensamente cada risada ao lado do meu neto.

SAUDADE

O frescor da manhã delicadamente massageia minha face

Um eco de risadas, um perfume um sonho Memórias que dançam, nas sombras se enlaçam

Na alma sentimos o amor o desejo

O riso que partiu, um olhar se esconde

Na ausência, o tempo vira paixão

Caminhando sempre, recebo em saudade e imaginação

Nas noites estreladas, a lua sorri

Compartilha histórias de amores que o vento levou

E no peito, um canto, um lamento a seguir

Desejo de reviver o que o tempo apagou

Saudade é um poema sem fim

Um verso por escrever, um sonho a vagar

É a doce lembrança que não se desvanece

É amar eternamente, mesmo ao se afastar.

O DESEJO EM ALGUÉM

O por alguém é um sentimento profundo e multifacetado, uma fusão de emoções que transcendem o físico e tocam a essência do ser. Assim é Carlos Quando olho para essa pessoa, sinto que algo especial se acende dentro de mim uma chama que ilumina não apenas o que vejo, mas também o que sinto.

Esse desejo se manifesta em pequenos gestos: um sorriso que parece flutuar no ar, o jeito que os olhos se encontram e se seguram por um instante, a suavidade da voz que provoca um arrepio. Cada palavra, cada risada é como uma nota em uma sinfonia que fala diretamente ao meu coração, fazendo-me querer me aproximar ainda mais.

É um desejo que vai além do corpo. Uma conexão que busca alma. Desejo conhecer suas histórias, seus medos e seus sonhos. Cada informação revelada é como um pedacinho de um quebra-cabeça que, quando montado, revela uma imagem mais completa do que significa essa pessoa em minha vida. Quero compartilhar momentos, criar memórias que se entrelaçam, fazendo com que o tempo pareça suspenso e eterno.

Mas o desejo também carrega em si uma vulnerabilidade. Abrir-se para alguém implica a possibilidade de desapontamento. O coração se expõe, e a incerteza pode ser uma companheira constante. É um jogo emocional que provoca tanto alegria quanto ansiedade. Questiono-me se meus sentimentos serão correspondidos, se essa conexão se tornará realidade ou permanecerá como um lindo sonho.

Ainda assim, o desejo é uma força poderosa que me impulsiona a ser melhor, a lutar pelo que realmente quero. Ele me incentiva a ser verdadeiro e autêntico, a oferecer o que há de melhor em mim e a buscar o mesmo em troca. Quando cultivo esse desejo, ele se transforma em carinho, respeito e esperança.

Por fim, o desejo em alguém é uma dança delicada entre querer e ser querido, um chamado à exploração do que realmente significa amar e ser amado. É um convite à intimidade, à descoberta mútua, e, acima de tudo, à construção de algo significativo que pode florescer a partir de dois corações que se entrelaçam. E assim, esse desejo se torna não apenas um anseio, mas uma jornada rica e transformadora, repleta de possibilidades infinitas.

SÃO PAULO DORME

Na vastidão da metrópole, quando os últimos raios de sol se escondem atrás dos edifícios, a cidade que nunca para começa a se calar. É nesse momento que São Paulo se despede do frenesi cotidiano e se entrega ao sono. O barulho ininterrupto do tráfego dá lugar a um suspiro profundo, como se a cidade estivesse se preparando para um novo começo.

As luzes dos semáforos piscam intermitentemente, indicando um mundo que ainda gira, mas, aos poucos, as ruas vão esvaziando. Os trabalhadores voltam para casa, os comerciantes fecham suas portas, e o metrô parece ter reduzido o seu ritmo frenético. Em meio ao concreto e ao aço, a vida pulsa de uma maneira diferente, mais suave e introspectiva. Os bairros se transformam em pequenos refúgios de sonolência. No coração da Liberdade, as lanternas japonesas balançam levemente ao vento, enquanto um ou outro casal se despede de um dia em meio aos sushis e temakis. A

Vila Madalena, por sua vez, se despede das risadas e dos brindes para dar espaço ao silêncio que antecede a noite. Os bares podem até estar lotados, mas há uma quietude no ar, como se a cidade desse um intervalo para suas almas. À medida que a noite avança, o farol do edifício Copan ilumina a paisagem, quase acolhendo aqueles que se aventuram pela madrugada. Os que ainda circulam pelas ruas - alguns em busca de diversão, outros apenas passeando - se tornam parte de um retrato noturno, uma obra de arte em movimento. E ali, no meio da agitação, podemos ouvir o sussurro da cidade: histórias de sonhos e esperanças se entrelaçando, de vidas que se cruzam brevemente antes de cada um seguir seu caminho.

Mas em cada esquina, em cada praça, os sinais de que São Paulo dorme são palpáveis. O cheiro do pão fresco se espalha pelas padarias que começam a abrir para o novo dia, um lembrete de que o ciclo recomeça. O sono da cidade, assim, não é de todo um descanso; é uma pausa necessária, um momento de reflexão antes que a rotina recomece com toda a sua força.

Enquanto isso, as estrelas, um tanto tímidas no céu poluído, testemunham em silêncios cúmplices a beleza dessa transição. Afinal, em São Paulo, a vida nunca realmente pára. Ela dorme, apenas para acordar novamente, pronta para seguir em frente, sempre em busca de seus próprios sonhos.

FUI FAZER UM EXAME DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA E ME SENTI SUFOCADO.

Ao entrar naquela sala fria, percebi que o ambiente parecia ter sua própria atmosfera, com um misto de modernidade e um toque de ansiedade. O aparelho gigante, como um monstro sussurrante, estava ali, imponente e pronto para me engolir.

Após me deitar na maca, os técnicos ajustaram o meu posicionamento, enquanto eu tentava puxar a respiração de forma calma. A sensação de claustrofobia começou a me consumir. As paredes estreitas do túnel pareciam se aproximar, e cada batida do meu coração ecoava no silêncio tenso do recinto.

"Respire fundo", pensei, mas o ar parecia rarear. O ruído da máquina começou a se intensificar, um som rítmico, quase hipnótico, que se misturava com meus próprios pensamentos frenéticos. No meio daquelas batidas metálicas, surgiu um sentimento estranho: uma reflexão sobre a vida e o quanto cada instante é precioso.

Pensei nas pequenas coisas que muitas vezes deixamos passar despercebidas. A risada de um amigo, o aroma de café fresco pela manhã, o calor do sol no rosto. Ali, deitado e vulnerável, percebi que a ansiedade que sentia era também uma forma de lembrar que eu estava vivo, de que eu importava e que minha saúde era um bem precioso.

A ressonância continuou, trazendo à tona uma parte de mim que estava escondida sob a correria do cotidiano. As imagens que a máquina capturava não eram apenas do meu corpo, mas reflexos de uma vida cheia de nuances. O teste terminou, e quando saí do túnel, um alívio profundo me invadiu. O ar fresco e a luz do corredor pareciam me acolher como um abraço reconfortante.

Ao final, percebi que enfrentar aquele momento desconfortável me proporcionou mais do que dados sobre minha saúde; me ensinou a valorizar o presente e a essência dos simples momentos. Sair daquela sala foi mais do que um retorno ao mundo exterior; foi um renascimento de uma consciência esquecida.

SAUDADES E AGRADECIMENTO AO COLÉGIO DOM BOSCO

De segunda a sexta, todas as tardes, eu seguia para o meu querido Colégio Dom Bosco do Maranhão. O sol da tarde acariciava suavemente as janelas estreitas da sala de aula, desenhando sombras dançantes nos rostos atentos dos alunos. Aquele espaço era muito mais que um centro de ensino era um lugar onde o aprendizado se entrelaçava com a amizade, e a cada toque da sirene, um novo capítulo das nossas vidas começava a ser escrito.

O Colégio Dom Bosco foi mais que uma instituição: foi um lar. Um abrigo onde a curiosidade ganhou asas e os sonhos começaram a tomar forma.

Hoje, ao passar pela Rua do Passeio e me deparar com o prédio onde vivi tantas histórias, sinto um misto de saudade e gratidão. Reverencio com carinho os diretores que por ali passaram verdadeiros líderes que, com olhar atento e sorriso acolhedor, não apenas coordenavam a rotina escolar, mas ajudavam a moldar nosso caráter. Celebrar esses mestres é reconhecer que sua missão ia muito além do conteúdo das disciplinas: eles formavam cidadãos conscientes, solidários e preparados para o mundo.

Lembro com ternura das tardes partilhadas com amigos. Enquanto uns jogavam futebol no pátio, outros, sentados em pequenas cadeiras na entrada, se encantavam com os ensinamentos do querido Dr. Luís Pinho Rodrigues, preparandose para se tornarem futuros mestres do xadrez. Havia também os debates animados, os olhares trocados entre quem se descobria apaixonado e os momentos simples do recreio que, apesar de parecerem apenas diversão, nos ensinavam sobre convivência, respeito e empatia.

Os diretores sempre estavam por perto, incentivando ideias, abrindo espaço para a criatividade e mostrando que o verdadeiro aprendizado vai além do quadro-negro: ele vive nas relações, nas trocas, nas experiências.

Hoje, seguindo outros caminhos, percebo o quanto os valores que aprendi ali seguem firmes em mim. A disciplina, o respeito, a solidariedade ensinamentos que me acompanham e guiam minhas escolhas. Por isso, deixo aqui meu profundo agradecimento a todos que fizeram parte dessa jornada. Aos diretores, professores, colegas e funcionários, que com dedicação e carinho despertaram em nós um potencial muitas vezes adormecido.

As amizades que ali floresceram ainda nos mantêm unidos. Reunimos um grupo de ex-alunos, “Turma do CDB 50 anos”, que se encontra sempre que possível, numa celebração contínua de memórias e afetos.

A saudade, embora apertada, traz consigo um sorriso. E a gratidão essa é eterna. Ao Colégio Dom Bosco, que se preocupou não apenas em formar alunos, mas seres humanos preparados para a vida, deixo meu reconhecimento mais sincero.

Sigo em frente levando um pedaço dessa escola no coração, como prova de que crescer é um processo coletivo, e que, em qualquer lugar que eu vá sempre carregarei comigo um pouco do Dom Bosco.

A VIDA AOS SETENTA ANOS

Alcançar a marca dos setenta anos foi uma jornada extensa, que hoje me leva a refletir sobre o que ficou para trás. O tempo passou, e ao olhar para ele, noto uma combinação de vivências, sorrisos, tristezas, pessoas que deixei seguir e aquelas que ganharam um lugar especial na minha vida, como a Lu os filhos e netos. A existência se assemelha a um filme extenso, onde eu sou uma das figuras principais, repleta de amor e relatos para compartilhar.

Em certas ocasiões, paro e observo os rostos à minha volta. A nova geração, repleta de vitalidade e incertezas, se movimenta de maneira agitada com a efervescência da juventude. Eu também já fui assim, imersa em um calendário repleto de obrigações e aspirações. Contudo, o tempo me ensinou que viver também envolve saber desacelerar. As manhãs agora têm seu próprio ritmo; são momentos preenchidos com café quente saboreado em silêncio, pela luz suave do sol que entra pela janela, e pela contemplação que se transformou em parte do meu cotidiano.

Recordo o que era perseguir sonhos, a luta pela carreira e a criação dos filhos. Ah como aqueles dias foram intensos! Mas atualmente, em vez de correr, posso me sentar e observar. Assistir meus netos brincando no jardim é um dos maiores presentes que esta fase da vida pode oferecer. Eles trazem uma nova visão, uma frescura que reacende em mim uma alegria antiga, como o aroma de uma flor que não se sentia há muito tempo.

Ao chegar aos setenta anos, percebo a vida de maneira diferente em relação aos relacionamentos. A amizade se tornou um vínculo ainda mais valioso. Os amigos que permanecem em minha vida são aqueles que conhecem todas as minhas histórias, que riram e choraram junto comigo. Os encontros se converteram em momentos sagrados, onde trocamos memórias e cada risada ressoa como uma harmonia familiar. A vida me ensinou que, quando estamos ao lado de amigos, os obstáculos ficam mais fáceis de superar, e as alegrias se tornam mais intensas.

Entretanto, não é apenas a nostalgia que prevalece; também é a sabedoria que adquiri. Aprendi a valorizar o simples. Uma caminhada pelo parque, o canto dos pássaros, o aroma da terra após a chuva – tudo isso agora possui um gosto diferente. Aspectos que antes eram desprezados se tornaram fontes de felicidade. Permito-me valorizar o presente, a beleza do momento atual.

Certamente, a vida aos setenta anos traz suas próprias dificuldades. Não posso fazer uma comparação entre quem sou agora e quem fui na juventude; meu corpo já não responde como antes, e frequentemente me sinto incapaz em certas atividades. Sinto tristeza, mas busco sempre me esforçar, e esse esforço constante me leva a descobrir novas possibilidades que podem enriquecer minha vida, como caminhar pela orla e praticar PILATES. Aprendi a prestar atenção nas necessidades do meu corpo, respeitar suas limitações e descobrir maneiras inovadoras de me manter ativa. Encontrei prazer na leitura, no aprendizado constante e nas artes; criei um espaço onde a criatividade pode prosperar.

Quando olho para o futuro, não sou tomado pelo medo. Cada dia é uma nova chance. Completar setenta anos é uma oportunidade de finalmente me tornar a pessoa que sempre desejei ser, sem as pressões e expectativas da juventude. Agora, estou livre para explorar a vida com mais intensidade, já tenho paixões – por Lu, por meus filhos e netos – e estou preparado para viajar, não apenas para novos destinos, mas também para dentro de mim.

Uma vida aos setenta anos é um testemunho de resistência e de carinho, e por isso, devemos ser gratos por cada ruga, cada marca de expressão que carrego como parte da minha jornada. Assim, com uma xícara de café na mão e um sorriso no rosto, continuo sempre em frente, preparado para o que o futuro me reserva. Reconhecemos que a vida é constantemente transformadora e, aos setenta, estou apenas iniciando esta nova fase, vivendo intensamente, com alegria, e sempre acreditando que o amanhã pode ser melhor que o hoje.

PITANGA NA BOCA, LEMBRANÇA NO PEITO

Hoje, comi pitanga madura vermelha de um pé que plantei aqui em casa aliás a única planta com frutos do meu jardim. Elas às pitangas como o vestido de festa de minha avó nos domingos de missa levaram-me a recordações, bastou uma mordida para que a lembrança me escapasse do peito, feito passarinho solto: voltei, sem aviso, à infância na casa dela, na Rua Grande onde também meu pai tinha seu consultório de odontologia.

Aquela casa tinha cheiro de café passado na hora, de roupa limpa secando no varal e de bolo de fubá saindo do forno. Mas o quintal… ah, o quintal era um pequeno universo. Tinha um pé de manga de sapoti dentre outras, e no canto esquerdo, de tronco torto e sombra gostosa lá estava ela a pitangueira. Era lá que eu me escondia do sol e do mundo. Subir na árvore era uma aventura silenciosa. Eu escolhia a dedo as frutas mais vermelhas que eram as mais doces. Comia ali mesmo, sentada num galho, o suco escorrendo pelo queixo e a alma transbordando de felicidade simples. Às vezes, minha avó aparecia na porta, mãos na cintura, e fingia bronca:

Menino, vai descer daí agora ou quer virar passarinho?

E eu ria. Ria como só criança ri, quando ainda não sabe o peso do tempo nem o sabor da saudade.

Hoje, cada pitanga que provo carrega um pouco daquele riso, daquela rua cheia de gente, das janelas abertas, das conversas nas calçadas e dos chinelos arrastados no fim da tarde. Lembro da voz mansa da minha avó, das histórias contadas no embalo do ventilador, do som do rádio misturado ao barulho dos bondes ao longe.

Comer pitanga virou meu jeito secreto de voltar ao passado a uma infância maravilhosa sem compromissos etc. E quando fecho os olhos, é como se eu ainda estivesse lá menino, descalço, livre. Com a boca manchada de vermelho e o coração limpo, como o céu que cobria a Rua Grande nos dias mais felizes da minha vida.

AMOR, AQUELES QUE PLANTAM AMORES

No coração das cidades apressadas, onde o concreto se ergue como muros, há um pequeno espaço de esperança: o amor. Ele floresce como uma planta resistente, capaz de romper as fendas mais duras. A vida parece frenética, mas existe quem ainda acredite que, com o tempo e os cuidados certos, é possível cultivar sentimentos sinceros, construindo pequenas estufas de afeto no dia a dia.

As manhãs começam com sorrisos hesitantes, olhares que se cruzam de forma quase tímida. O amor se acha na simplicidade de um café compartilhado, na divisão de um guarda-chuva sob a chuva. Ele é sutil, como a fragrância de uma flor que, aos poucos, conquista o espaço ao redor. Aqueles que plantam amores são jardineiros dedicados, regando com paciência a terra seca e muitas vezes fria que os relacionamentos podem apresentar.

Carrego na memória a história dois jovens que se conheceram durante uma feira de livros. Nas páginas amareladas de um romance antigo, encontraram não apenas aventuras de outros, mas o começo da própria. Com o passar dos dias, aprenderam a irrigar seus sonhos e a adubar seus sentimentos com pequenas gentilezas: mensagens de bom dia, abraços inesperados e silêncios confortáveis.

Mas não se enganem, o cultivo do amor exige trabalho. Há épocas de seca, quando a rotina ameaça sufocar a beleza que floresceu. São nesses momentos que os jardineiros precisam se lembrar da importância da poda. Conversas difíceis, a disposição de ouvir e o desejo de mudar são como tesouras que moldam o crescimento do amor.

Às vezes, um arranjo delicado de flores é tudo o que é necessário para renascer. João, um amigo meu, certa vez trouxe uma orquídea para sua namorada em um dia trivial. O gesto simples a fez ver que o amor não estava apenas em ocasiões especiais, mas na vontade de celebrar a vida a dois. E assim, ele plantou mais um amor na história deles.

O amor que se planta não é aquele idealizado, mas um sentimento cultivado com verdade, onde os erros são aprendizados e a risada é sempre o melhor remédio. Por isso, aqueles que plantam amores são os verdadeiros artistas do cotidiano, os que sabem que, apesar das dificuldades, vale a pena cuidar do que se tem. O amor, além de ser um sentimento, é um projeto contínuo, algo que se revela a cada novo dia, a cada nova estação.

E assim, sob o sol e a chuva da vida, seguem os jardineiros do amor, sempre em busca da próxima flor a brotar. Eles sabem que, em última análise, o verdadeiro valor não está apenas na planta que cresce, mas no tempo passado sonhando junto a cada raiz que se forma. Amor é isso: um cultivo constante, uma celebração diária de que, por mais desafiador que seja, ainda é possível florescer onde se planta com o coração.

ANIVERSÁRIO DE NASCIMENTO DE MARIA FIRMINA DOS REIS (11 DE MARÇO): o dia em homenagem à Mulher Maranhense

Sabe-se que atribuir uma data comemorativa a alguém ou a algum fato de reconhecida importância é uma grandedeferência.Desse modo, torna-seimprescindível o conhecimento, adivulgaçãoeacomemoraçãodessa data, bem como das circunstâncias que motivaram a indicação da homenagem. Este é o principal objetivo deste texto: reafirmar a homenagem a todas as mulheres do Maranhão no Dia do aniversário de nascimento de Maria Firmina dos Reis, uma extraordinária maranhense. Antes, no entanto, são necessários alguns esclarecimentos acerca do contexto e das variáveis que motivaram tal agraciamento a Maria Firmina dos Reis, para uma maior compreensão por parte do leitor.

Dessa forma, iniciamos com o redescobrimento dessa grande mulher, realizado por Nascimento Morais Filho, que, entre outros títulos, a reconheceu como a primeira romancista brasileira, a primeira romancista abolicionista e a única romancista do século XIX. As pesquisas que resultaram nesse importante achado, segundo registros, foram iniciadas na década de 1960 e, conforme Lobo (2007, pp. 343-344),

A biografia da autora é aos poucos arrancada da obscuridade pelos pesquisadores José Nascimento Moraes Filho e Horácio de Almeida. Em 1962, este último comprou um lote de livros usados, entre os quais estava Úrsula: romance original brasileiro, por “Uma maranhense”. [...] O historiador José Nascimento Moraes Filho descobriu referências à obra de Maria Firmina dos Reis em 1973, nos porões da Biblioteca Pública Benedito Leite, em São Luís do Maranhão, ao compulsar velhos jornais.

A esse respeito, Arlete Nogueira da Cruz, em seu livro Sal e Sol (2006), explicita: [...]. Não fosse José Nascimento Morais Filho, o nosso Zé Morais, este contumaz andarilho de trilhas nunca antes percorridas, Maria Firmina dos Reis não teria vindo à luz. E quando ele a trouxe (no momento em que também a trazia o escritor paraibano Horácio de Almeida), lembro bem, foram alvo de zombarias em São Luís: Zé Morais, Maria Firmina e o seu livro Úrsula; muitos considerando que era de pouca serventia aquele achado e exagerada a relevância que Zé Morais dava à sua descoberta. Pelos daqui, Maria Firmina dos Reis deveria permanecer onde se achava: no limbo. E a sua obra sob o tapete (CRUZ, 2006, p.265).

Segundo Nascimento Morais Filho, aos 80 anos, Maria Firmina retratava o quadro da velhinha negra de cabelos grisalhos, amarrados atrás da nuca, vestida com roupas escuras e sandálias, tendo falecido pobre e cega, no dia 11 de novembro de 1917, aos 95 anos. Imagino a cena... E vejo-a com o peso dos anos somado à dor de um tempo cruel, a exemplo de outros tantos, que rouba partículas essenciais de vida, sugando de forma perversa e incessante o que de mais belo um ser humano pode ter (ADLER, 2014, p. 18)

Mas, em 1975, ano do seu sesquicentenário de nascimento, muitas homenagens foram a ela prestadas. Assim, como já me referi em outros trabalhos, gostaria de eleger esse ano como um marco na vida da autora, intitulando-o de o seu “ano Rosa de Jericó”. Essa rosa é também chamada de flor-da-ressurreição por sua impressionante capacidade de "voltar à vida".

É então nesse ano, 1975, que em São Luís e em Guimarães várias homenagens deram lugar de destaque a essa escritora maranhense que passou considerável tempo em completa deslembrança, que vai dos últimos anos de sua existência a um século depois do lançamento das suas obras, momento em que foram marcadas pelo reconhecimento da crítica da época. Em relação às homenagens prestadas a ela em São Luís, destaco:

Foi lançado o livro de Morais Filho: “Maria Firmina fragmentos de uma vida”; foi criado também um carimbo em sua homenagem, uma marca filatélica produzida pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos com um detalhe digno de realce na parte inferior, representado por um grilhão de ferro rompido, como marca significativa da Campanha Abolicionista que Maria Firmina empreendeu durante toda a sua vida por meio, principalmente, da literatura, mas também por intermédio de outras vertentes da arte, como a música, pois compôs o Hino da Libertação dos escravos, além de toda a sua postura e ideologia pautar-se em ideias de uma sociedade mais justa; foi também confeccionado um busto da escritora, por Flory Gama e inaugurado na Praça do Panteon, em São Luís, e promovido a publicação da edição fac-similar do romance Úrsula, da autora. Foi criada, em sua homenagem, a Medalha de Honra ao Mérito, pela Prefeitura Municipal de São Luís, e ainda o Deputado Estadual, Celso Coutinho, propôs em 1975 o Projeto de Lei instituindo o dia 11 de outubro - dia de nascimento de Maria Firmina dos Reis - como Dia da Mulher Maranhense na Assembleia Legislativa, o qual foi aprovado e sancionado em 1976 pelo Governador Osvaldo da Costa Nunes Freire.

No entanto, não tenho conhecimento de nenhuma alusão à comemoração desse dia por nenhuma instância governamental ou privada

Vale ressaltar, porém, que pesquisas recentes demonstraram novos dados acerca da escritora, os quais foram anunciados por mim em diversas ocasiões, como em trabalhos, jornais e canais de televisão da capital maranhense. Entre esses dados, destaca-se a informação de que o aniversário de Maria Firmina dos Reis é no dia 11 de março. As divulgações mencionadas também apresentaram as circunstâncias específicas de acesso a esses novos dados, os quais transcrevo a seguir: A professora Mundinha Araújo, Doutora Honoris Causa pela Universidade Estadual do Maranhão, escritora, pesquisadora e militante do Movimento Negro, além de Diretora do Arquivo Público do Estado do Maranhão (APEM) de 1991 a 2003, indicou-me a existência de documentos e fontes primárias sobre Maria Firmina no Arquivo. Dirigi-me ao Arquivo Público para ter acesso aos documentos originais e coletar mais dados. Entre os documentos pesquisados, estavam: os Autos de Justificação do dia de nascimento de Maria Firmina dos Reis, datados de 25 de junho de 1847 (Câmara Eclesiástica/Episcopal, Série 26, Caixa n. 114 - Documento-autos nº 4.171); Certidão de Justificação de Batismo (Fundo Arquidiocese - Certidão de Justificação de Maria Firmina dos Reis - Livro 298 – fl. 44v); Livro de Batismo (Fundo Arquidiocese Batismo de Maria Firmina dos Reis, Livro 116 - fl. 182); e a Portaria de Nomeação (Fundo Secretaria do Governo, Série: Portarias de Nomeação, Licença e Demissões: (18391914), Livro 1.561 (1.844-1.851- fls. 55 e 55V), na qual constava a nomeação de Maria Firmina dos Reis como professora de Primeiras Lettras do Sexo Feminino da Vila de Guimarães.

O primeiro documento, os Autos de Justificação do dia de nascimento de Maria Firmina dos Reis, datado de 25 de junho de 1847, Câmara Eclesiástica/Episcopal, Série 26, Caixa n. 114 - Documento-autos nº 4.171, ano 1847 (12 fls. frente e verso), assim se inicia:"Diz Maria Firmina dos Reis, filha natural de Leonor Filippa dos Reis, que ela quer justificar por este Juízo que nasceu no dia 11 de março do ano de 1822, e que só teve lugar o seu batismo no dia 21 de dezembro de 1825".

O processo inclui vários documentos. A petição de Justificação do dia de nascimento foi deferida no dia 14 de julho de 1847, sendo aceita, então, a data de nascimento requerida, a de 11 de março de 1822. Assim, no ano de 2017, a Academia Ludovicense de Letras, por meio da Presidente daquele ano (Dilercy Aragão Adler), entrou em contato com a Assembleia Legislativa, por intermédio da advogada e escritora FernandaMeloMatosMartins,AssessoradoDeputadoEduardoBraide, àépoca,parainiciarosprocedimentos legais necessários à atualização da data. A solicitação da mudança, feita pela Presidente da ALL, foi iniciada por meio do OFÍCIO ALL Nº 021, datado de 16 de outubro de 2017, cujo teor expõe a fundamentação do pleito, com documentos comprobatórios anexados.

Como não foi encontrado de imediato nos arquivos da Assembleia o Projeto de Lei e a própria Lei, foi necessária a colaboração de outras pessoas e setores para essa empreitada, como a do Diretor Geral da Mesa da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão, Bráulio Nunes Martins, e da Coordenadora da Documentação e Registro, Maria da Luz Ribeiro, Diretora do Núcleo de Arquivo da Assembleia.

Por fim, foi localizado no Diário Oficial do dia 14 de junho de 1976 a publicação da Lei:

ANO LXIX São Luís –SEGUNDA-FEIRA, 14 DE JUNHO DE 1976 NUM. 112

Diretor: JOMAR MORAES

Lei Nº 3754 de 27 de maio de 1976

Institui o Dia da Mulher Maranhense e dá outras providências.

O Governados do Estado do Maranhão. Faço saber a todos os seus habitantes que a Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º - Fica instituído o dia 11 (onze) de outubro como o dia da Mulher Maranhense.

Art. 2º - Esta Lei entrará em vigor, na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Mando, portanto, a todas as autoridades a quem o conhecimento e a execução da presente Lei pertencerem que a cumpram e a façam cumprir tão inteiramente como nela se contém. O Exmo. Senhor Chefe do Gabinete Civil do Governador,a faça publicar, imprimir e correr.

Palácio do Governo do Estado do Maranhão, em São Luís, 27 de maio de 1976, 154º da Independência e 37ºda República.

OSVALDO DA COSTA NUNES FREIRE AURÍLIO Vieira de Andrade

José Pires de Sabóia Filho Prot. 3009.

Dando continuidade ao processo de mudança da data de aniversário de Maria Firmina dos Reis e, por extensão, ao dia da Mulher Maranhense, várias etapas foram cumpridas, a saber: no dia 23 de outubro de 2017, foi enviada eletronicamente, por meio do Sistema de Apoio ao Processo Legislativo (SAPL), a proposição de alteração do art. 1º da Lei nº 3.754/1976, que institui o Dia da Mulher Maranhense, assinada pelo Deputado Eduardo Braide. No dia seguinte, 24 de outubro, foi publicado no Diário da Assembleia o Projeto de Lei nº 281/2017, que reza: "Altera o art. 1º da Lei nº 3.754, de 27 de maio de 1976, que institui o Dia da Mulher Maranhense, e dá outras providências".

A seguir, o Projeto passou por quatro sessões plenárias nos dias 24, 25, 26 e 30. Após a quarta sessão, o processo foi encaminhado para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, de lá, para o Plenário, com mais duas sessões, sendo finalmente encaminhado ao Governador do Estado para ser sancionado. Assim, foi sancionada, pelo Governador do Maranhão, Flávio Dino, a Lei nº 10.763, de 29 de dezembro de 2017, com a alteração do art. 1º, que trata da atualização do Dia da Mulher Maranhense para o dia 11 de março:

MARCELO TAVARES SILVA

Secretário-Chefe da Casa Civil LEI N° 10.763, de 29 de dezembro de 2017.

Altera o art. 1° da Lei n° 3754, de 27 de maio de 1976, que institui oDiadaMulherMaranhense,edáoutras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO MARANHÃO,

Faço saber a todos os seus habitantes que a Assembleia Legislativa do Estado decretou e eu sanciono a seguinte Lei:

Art.. 1° Fica alterado o art.1° da Lei n° 3.754, de 27 de maio de 1976, que passa vigorar com a seguinte redação:

"Art. 1° Fica instituído o dia 11 de março como o Dia da Mulher Maranhense". Art. 2° Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação.

Mando, portanto, a todas as autoridades a quem o conhecimento e a execução da presente Lei pertencerem que a cumpram e a façam cumprir tão inteiramente como nela se contém. O Excelentíssimo Senhor Secretário-Chefe da Casa Cvil a faça publicar, imprimir e correr.

PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DO MARANHÃO EM SÃO LUÍS, 29 DE DEZEMBRO DE 2017, 196° DA INDEPENDÊNCIA E 129° DA REPÚBLICA.

FLÁVIO DINO

Governador do Estado do Maranhão

MARCELO TAVARES SILVA

Secretário-Chefe da Casa Civil

Diante disso, espera-se que o Dia da Mulher Maranhense seja convenientemente comemorado, todos os anos, no dia 11 de março, data de nascimento da primeira escritora brasileira e grande mestra régia. Esse deve ser um motivo de orgulho para todos os maranhenses e, em especial, para as mulheres e para os membros da Academia Ludovicense de Letras-ALL, Casa de Maria Firmina dos Reis.

REFERÊNCIAS

ADLER, Dilercy Aragão. ELOGIO à PATRONA MARIA FIRMINA DOS REIS: ontem, uma maranhense, hoje, uma missão de amor. São Luís: Academia Ludovicense de Letras, 2014. ADLER,DilercyAragão. AMULHERMARIAFIRMINADOSREIS:umamaranhense,SãoLuís:Mimeo, 2017.

CRUZ, Arlete Nogueira da. Sal e Sol. Rio de Janeiro: Imago, 2006. GOMES, Antônio Agenor. Depoimento de Antônio Agenor Gomes para Dilercy Adler sobre o culto à memória de Maria Firmina dos Reis em Guimarães, São Luís :Mimeo, 2017. LOBO, Luiza Leite Bruno. CRÍTICA sem JUÍZO. Rio de Janeiro: Garamond, 2007. MORAIS, José Nascimento Filho. MARIA FIRMINA FRAGMENTOS DE UMA VIDA. São Luiz: COCSN, 1975.

A LUTA DAS MULHERES... SÓ DELAS?

"É menino ou menina?" Esta é a pergunta que geralmente é feita durante uma ultrassonografia. As demais verificações sobre o esperado bebê vêm em seguida.

Embora não se possa deixar de admitir que as últimas gerações têm vivenciado uma evolução relativamente rápida no sentido do estabelecimento de maior igualdade entre os gêneros, é inegável que, ainda hoje, no Brasil,ospapéissexuaiscontinuampolarizados.Encontramosalgumasexceçõesàregra mulheres cuidando dos negócios e homens trabalhando e/ou tomando conta dos filhos mas tais casos são proporcionalmente raros.

Historicamente, durante séculos, o destino da mulher permaneceu ligado à propriedade privada. Consequentemente, sua história se confunde com a da herança. Assim, como propriedade do homem, todos os seus direitos estavam alienados ao pai ou ao marido.

Em geral, as normas sociais prescrevem uma postura dominadora, agressiva e ativa para os homens, contraposta a uma certa passividade e submissão para as mulheres. Isso não diz respeito apenas ao comportamento observável, mas também às atividades e aos valores introjetados, nem sempre explícitos, que subjazem como determinantes do comportamento.

À medida que a mulher se sente inferior, passa a acreditar na própria inferioridade e perpetua essa condição ao transmiti-la aos filhos e filhas. Ela veicula, inconscientemente, uma ideologia que não tem raízes em seu próprio ser de mulher, mas que provém de uma estrutura econômico-social que a alimenta e revigora constantemente, por meio das mais variadas formas engendradas com essa finalidade.

Não há dúvida de que, nesse contexto, a mulher sofre mutilações profundas em sua essência. Porém, essas mulheres mutiladas correspondem, necessariamente, a homens mutilados também. Assim, as exigências sociais não são nefastas apenas para a mulher, mas também para o homem. No entanto, é a mulher que tem empreendido lutas para ampliarseuespaçonasociedade epelo estabelecimento deequidadenas relações entre os gêneros.

A partir dos meados da década de 60, iniciou-se nos países industrializados a conscientização de algumas mulheres, dando origem às primeiras organizações feministas.

No "Movimento de Maio de 68", o antiautoritaríssimo, enquanto bandeira, implicava questionar o poder doméstico familiar. Em síntese, politizava-se também o privado. “O privado é político”, pois toda reflexão sobre o cotidiano desembocava na oposição de papéis dentro da família: poder masculino versus opressão feminina. Isso leva a concluir que as relações de poder senhor-escravo estão impregnadas em toda e qualquer relação de dominação.

Na história da luta empreendida pelas mulheres contra a polarização dos papéis sexuais, registram-se momentos de avanços concretos. Nesses avanços, está incluída a clareza da necessidade de politizar o privado, e a cautela de não esterilizar as propostas com um discurso falocêntrico, revanchista e autoritário, que não politize o privado segundo as regras dominantes. A luta, portanto, deve ser conduzida feminilizando o político para não incorrer nos vícios da corrupção e do poder, tornando insustentáveis as relações baseadas nesses pilares.

Essa luta terá ganhos ainda mais consideráveis com o auxílio dos homens, especialmente aqueles que entenderam que seus “privilégios” são a fonte de suas debilidades, angústias e fobias.

Assim, homens e mulheres, juntos, podem provocar mudanças cada vez mais profundas, como já vem acontecendo, no sentido de exterminar o modelo assimétrico das relações entre as diferentes categorias de sexo, que caracterizam relações de poder e dominação, eliminando a possibilidade do companheirismo, da cumplicidade e da afetividade, tão necessárias para o equilíbrio do ser humano.

*Presidente do IHGM, Presidente (2016 -2017) e ocupante da Cadeira nº 08, patroneada por Maria Firmina dos Reis, na ALL. Psicóloga e Doutora em Ciências Pedagógicas, com especialização em Sociologia

ESPAÇO FEMININO

*Dilercy Adler

Espaço mulher mulher no espaço espaçonave espaço cósmico cômico espaço... inusitado das normas do corpo do sexo do leite materno

que eterno sangra do peito a jorrar a boca a dentro do homem!

*Dilercy (Aragão) Adler. Nasceu em São Vicente Férrer/MA/Brasil, em 07/07/50. É Psicóloga, Doutora em Ciências Pedagógicas, Mestre em Educação. Duas Especializações: Em Sociologia e em Metodologia da Pesquisa em Psicologia. Aposentada da Universidade Federal do Maranhão e Professora de Graduação e Pós-graduação. Publicou treze livros de Poesia. Três livros acadêmicos, um biográfico e um de história infantil. Organizou treze Antologias poéticas e tem participação em mais de cem antologias nacionais e internacionais. Já recebeu vários prêmios, troféus e menções honrosas por trabalhos poéticos, acadêmicos e culturais. É Presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão –IHGM, Membro fundador e Presidente (Biênio 2016-2017) da Academia Ludovicense de Letras – ALL, Vice-presidente da Academia Maranhense de Trovas, 2ª Diretora de Fomentos da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil- AJEB e Diretora Cultural da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil – AJEB/MA, entre outras instituições culturais nacionais e internacionais.

UNIVERSO MULHER

*Dilercy Adler

O universo está impregnado em mim em meu ser frágil sensitivo compassivo!...

eu o traduzo em flashes e flashes de amor ou ódio de prazer ou dor com leveza ou peso aquele insuportável peso que arrastamos sempre com pesar...

ah! esse universo rico de emoções está em mim impregnado

marcado em fogo tatuagem... e eu o traduzo em rimas e rasgos de poesia ... muita poesia feminina!...

o universo está impregnado em mim em meu ser frágil sensitivo compassivamente feminino!… eu o absorvo eu o traduzo com a alma de mulher que habita em mim ...quem sabe assim

esta minha inconformada agonia tenha fim!

MULHER

Quem és?

Talvez, muito nada? pouco tudo?

Somando... dividindo... doando...

Sou brisa que passa

Soprando receios

Levando temores

Afagando calores

Sou sol que calenta

E reverdece jardins

Sou água que refresca

E cura tidas as sedes

Sou lagrima oculta

Em noites insones

Sou nove meses de espera

Em mares de assombro

De medo e esperança

Em turbilhão de sentir

No orgulho da criação

Em sentido de amor em continuidade

Sou frágil, sou forte

Calada e falante

Teimosa e apaziguante

Do lar, das lutas

Malabarista de situações inusitadas

Humana e poderosa, pequena e gigante

Arroubos e recuos, entre bravura e covardia

Lua e sol, chuva e arrebol, arco-íris

Muito nada, pouco tudo

Balançando momentos

Sofrendo decisões

Ingênua e sábia

Travo e mel cor e negação

Equilíbrio e desequilíbrio

Necessária, indispensável guerreira

Flor, essência, espinho, perfume

Quem sou? Inteira e dividida?

Harmonia de contrastes

Mágica sinfonia de notas sem sequência

Maestra e artesã de sorrisos, secadora de lágrimas

Pintora de palavras em luzes de canções

Difusora de arte de bem viver e bem amar

Quem sou? Una... múltipla... imperfeita...

Simplesmente MULHER.

Risa Maria Soares Bugarin

Feliz todos os dias de todas as mulheres em todo o Universo aberto em Luz

Há 9 anos em Benidorm/Espanha, em um evento do Liceo Poético de Benidorm, do qual sou Delegada Cultural no Maranhão.

O QUE PENSO SOBRE O ATUAL MOMENTO PELO QUAL PASSA NOSSO PAÍS.

Fico imaginando se alguém acredita realmente que quebrando prédios, os vândalos que depredaram a Praça dosTrêsPoderestinham aintençãodederrubarogoverno?Comoémesmo queissopoderiaacontecer? Quem controlava o exército e as forças de segurança do país, quem era o comandante em chefe das forças armadas no dia 8 de janeiro de 2023?

Não existiu em lugar algum, em tempo algum, no mundo, nenhum golpe de estado, que não tivesse apoio das forças armadas, logo essa conversa de golpe de estado naquele 8 de janeiro, é papo totalmente furado. Se os idiotas bolsonaristas fossem dar algum golpe, isso teria que ter sido tentado enquanto eles estivessem no poder, com um mínimo de controle da situação, já que jamais eles tiveram o total controle dela.

O que aconteceu em 8 de janeiro de 2023 foi uma manifestação completamente atabalhoada e desorganizada, sem comando, motivada por uma insatisfação injustificada pelo resultado da eleição, que ao contrário do que dizem aqueles que foram derrotados nas urnas, não foi fraudulenta, em que pese a parcialidade evidente da justiça e da imprensa em favor de um dos lados da disputa.

A imensa manifestação daquele grupo foi claramente facilitada e em muitos aspectos incentivada pelo sistema de segurança dos governos tanto local como federal. Quem é que pode imaginar que pessoas armadas com pau e pedras poderiam enfrentar tropas da polícia e do exército bem equipadas e em carros de combate?

Anarrativade abolição violentado estadodemocráticodedireitoe golpede estadonão se sustentase colocada em uma simples planilha de análise de situação, feita por qualquer estrategista de defesa.

Quanto as acusações que recaem sobre o dito comando do golpe de estado, acredito serem possível que tais ações tenham sido cogitadas, e caso elas fiquem realmente comprovadas, caso as provas referentes a isso sejam minimamente verdadeiras e consistentes, os processos e julgamentos devem ocorrer, mas qualquer coisa que tenha havido quanto a isso, penso que é evidente que em nada envolvem as pessoas que participaram dos atos de vandalismo de 8 de janeiro de 2023, essa ilação é meramente circunstancial e como tal não comprova envolvimento e como prova não tem valor.

A tentativa de enquadrar os eventos de 8 de janeiro como parte do suposto golpe de estado, é para configurar um cenário maior do que aquele que realmente aconteceu, para dizer que havia apoio de parte da população, o que não é verdade de forma alguma.

A população brasileira jamais apoiaria um golpe de estado, por mais que ela tivesse decepcionada com o resultado eleitoral. A maioria, para não dizer que quase a totalidade do povo brasileiro, incluindo aí aqueles que abominam os partidos e os políticos de esquerda, a política praticada e a ideologia que eles defendem, jamais se levantariam contra a democracia brasileira, quem diz o contrário, faz isso na intenção de dominar o cenário, colocando como vítima um dos nossos bens mais caros e preciosos, a nossa democracia, que está sendo vilipendiada na verdade por um judiciário que usurpa os demais poderes, estraçalha as nossas leis e macula nossa Constituição.

HOMENAGEM À PROFESSORA ELZA PAXECO

carlosloures6 de Janeiro de 2012Biografia

Em 6 de Janeiro de 1912, nascia na cidade brasileira de São Luís do Maranhão, Elza Fernandes Paxeco Machado; filha de Manuel Francisco Paxeco, cônsul de Portugal no Maranhão, e de Isabel Eugénia Fernandes Paxeco .

Passa hoje o primeiro centenário sobre o seu nascimento. Não sei se em mais outro espaço, a não ser no nosso blogue, esta efeméride será referida. Filóloga e ilustre investigadora luso-brasileira, em Portugal, nem no Brasil parece ser recordada. E havia bons motivos para que o fosse, para que se tivessem organizado debates, sessões solenes, reedição crítica da sua obra…

Estudou em universidades do Brasil, de França, da Grã-Bretanha (Gales e Londres) de Portugal (Lisboa), formando-se aqui em Filologias Românica e Germânica. Foi aprovada com Honours Summa cum laudes, e em Língua e Literatura Inglesa – Master of Arts. Foi a primeira mulher a doutorar-se pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1938, sendo a sua dissertação doutoral aprovada por unanimidade dos membros do júri. Viria, entre 1940 e 1948, a ensinar nesta faculdade como leitora de francês (Fevereiro de 1940 a Outubro de 1948), quando foi exonerada a seu pedido; leccionou igualmente as cadeiras de Literatura Francesa e de Língua e Literatura Inglesas.xxx A FLUL devia recordar e celebrar o centenário da sua primeira doutora!

Integrou júris de admissão ao Ministério dos Negócios Estrangeiros. Não apenas por esse motivo, mas principalmentepelainvestigaçãoquelevouacabosobretemasestruturaisdalínguaedaliteraturaportuguesas, o Estado português devia recordá-la e homenageá-la. Não o fez.

Foi sócia correspondente no nosso país da Academia Maranhense de Letras e a Associação das Academias Brasileiras deLetras também anomeousuarepresentanteem Portugal. Quesaibamos, as academias brasileiras também não recordaram a data.

Casou com o filólogo José Pedro Machado, com o qual viria a colaborar em diversos trabalhos. Alguns aspectos da poesia de Bocage (1937). Acerca da tragicomédia de Dom Duardos (1937). Essai sur l’oeuvre de Samain (1938) Graça de Júlio Dinis (1939). O mito do Brasil-Menino (1941). Camões e Elisabeth Barrett (1942). Negação dupla em português (1944). Um dos últimos trabalhos de Hércules (1944) Aucassin e Nicolette. Lisboa, Minerva, 1946.Estudos em Três Línguas (1948). Da Glottica em Portugal (1948).Cancioneiro da Biblioteca Nacional (Leitura, comentários, notas e glossário), em colaboração com seu marido, José Pedro Machado. [3] (1949-1964). Galicismos Arcaicos (1949).

Deixou colaboração dispersapornumerosas publicações nacionais e estrangeiras deentreas quais se destacam as revistas da Faculdade de Letras de Lisboa, Brasília, de Coimbra , Revista das Academias Brasileiras de Letras, do Rio de Janeiro, Revista de Portugal, Ocidente e outras. Elza Paxeco morreu em Lisboa em 28 de Dezembro de 1989. Era mãe do nosso João Machado.

ACADEMIA POÉTICA BRASILEIRA

A @academiapoeticabrasileira é uma instituição onde podemos encontrar alguns dos maiores valores culturais de nossa contemporaneidade. Tudo muito bonito e comandado com muito zelo e carinho pelo querido @mhariolincoln

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MEUS CARNAVAIS

*Mhario Lincoln

Emtempo:recebomensagemdeUimarJunior(idealizadordavoltadotradicional“BlocodosFofões”,falando sobre movimentada folia de Momo. Então perguntei a mim mesmo: por que não aproveito para relembrar meuscarnavais emminhaSãoLuís(MA)econtarumahistorinhabizarraque aconteceucomigonesseperíodo, fato que nunca tinha revelado antes?

Pois comecemos "do começo".

Eu sempre digo que meu Carnaval ganhou vida pra valer lá na “Tribo dos Paunis”, (foto) uma brincadeira carnavalesca, relembrando índios americanos, fundada pela família Ramos, na rua do Passeio, em frente à casa do médico José Quadros. Um casarão colonial imenso, onde conheci Sidney Ramos, advogado famoso, amigo de meu pai. Nasci para os blocos carnavalescos exatamente ali naquele reduto animadíssimo onde a folia começava antes mesmo do início do reinado de Momo. Na época, morava ao lado do casarão, também na rua do Passeio.

No ano seguinte, me aventurei em descer a rua do Passeio e fui bater no Caminho da Boiada para assistir a um ensaio de um Blogo Tradicional dirigido pelo pai de Júlio Guterres Costa, meu amigo de infância. Ele era o João Milhão Costa. Seu bloco tradicional era campeão. Logo estava eu engajado nessa folia e fiz parte, de forma orgulhosa, dessa atividade ao lado João Milhão e sua bela família Guterres Costa, figuras lendárias do Carnaval Maranhense.

Depois, afeiçoei-me pelo grande baile do Bigorrilho. Ficava também no Caminho da Boiada; e bem perto da casa de Júlio e quase “x” com a casa de Rosclin, zagueirão de renome do time de futebol Sampaio Corrêa. Foi Rosclin que me deu a ideia de comprar um fofão e uma máscara de meia (adquirida na inesquecível ‘Casa Amarela’). Com essa fantasia pronta, ele me levou, finalmente para conhecer o sonho de consumo dos solteiros: o Baile do Bigorrilho (do imortal Moisés).

Na entrada os porteiros nem olharam pra mim. Preferiram abraçar Rosclin. E eu, anônimo, consegui acompanhar o zagueiro e fiquei abismado com tanta coisa que acontecia pelo imenso salão.

Foi ali que descobri como era o Carnaval de verdade, bem diferente dos salões mais cheios de pompa do Jaguarema e do próprio Casino Maranhense, até mesmo do Montese, onde fui diversas vezes.

Foi uma loucura. Tanto que fiquei até a última marchinha. Geralmente a banda encerrava com “Bandeira Branca”. A música que teria de cantar para D. Flor de Lys ao chegar de madrugada em casa, com 16 anos. Sim. Naquela época.... Bom, com bronca ou sem bronca, lá estava eu novamente nas ruas. Meus inseparáveis amigos o Júlio Guterres Costa (somos compadres) e o Piauí, estudava no Liceu, em São Luís-Ma, e fomos de mala e cuia para o Bloco do Casino Maranhense.

Corríamos mais cedo para encontrar Tereza, meu par e amiga, e junto dela fazíamos o corso pelas ruas da velha cidade, saindo da Beira-mar, subindo a rampa do Palácio, no rumo da Praça Deodoro, subindo a rua Grande, em um trajeto que ninguém esquece.

Foi justamente no Casino, numa daquelas vesperais movimentadíssimas, que resolvi bancar o herói diante da minha paquera, a “boiadeira” Luiza, apelido carinhoso que dei, porque a conheci na Expoema, montando um dos cavalos-baio do pai.

Ela estava perto da piscina, olhando a bagunça, e eu um mirrado adolescente tive a grande ideia de pular na água para chamar atenção. Detalhe: no Carnaval, a diretoria do clube deixava a piscina com água pela metade. Como meus olhos estavam colado na musa, nem me dei conta: pulei e acabei arrebentando o queixo no fundo da psicina, rasgando o lábio, jorrando sangue pra todo lado.

Um dos garçons, amigo, "Zé Espicha", trouxe pó de café, toalha, reza braba, tudo foi tentado até a ambulância aparecer uns 40 minutos depois. E a boiadeira? Sumiu, pulou fora antes mesmo de eu enxugar o primeiro pingo de sangue. Só me restou a glória de 12 pontos no lábio, 8 no queixo e uma ferida no orgulho narcísico que me tirou do Carnaval naquele ano.

Na verdade, minha mocidade carnavalesca, dos 14 aos 17 anos, foi uma incontrolável maratona de blocos, bailes, amigos, muitos deles, infelizmente já nos deixaram. Mas devo dizer que o fato mais pitoresco que já vivi na folia envolveu um figurão da política nacional, daqueles com cargo federal e tudo mais.

Essa eu nunca contei para ninguém. Mas hoje eu conto com aquele gostinho de história de D. Pêta, o "fofoqueiro" que assina coluna no "Jornal Pequeno": durante um baile particular em uma casa de praia de um colunista social da Band local (SLZ), onde ambos fomos convidados, esse político, velho conhecido meu, resolveu avançar o sinal com a moça que me acompanhava nessa festa Carnaval.

Bastou eu dar uma saída para ir ao banheiro e ele já foi sentando ao lado dela, sem cerimônia, tentando abraçála.

Ela, sem graça, pediu licença e foi me contar, à porta do banheiro. Pensei: “Brigar? Não dá! O homem é meu amigo de longas datas e conheço muito a esposa dele (Eureka!). Então bolei um plano maluco. Deixei minha parceira com algumas amigas e fui até a casa dele. Ainda era bem cedo. Algo em torno de 20 horas. Então bati e fui recebido pela esposa dele.

- Ou Mhario, o que houve (Ela era simples a meiga).

- Nada. Aliás, uma boa notícia. Seu marido está na festa comigo e só fala em você. Daí, fiquei com pena dessa “saudade” e decidi vim buscá-la para acompanhá-lo na festa. É surpresa. Ele vai ficar muito feliz com isso.

Ela encheu o peito de felicidade, se arrumou correndo e me acompanhou de volta ao baile. Quando entrei de braço dado com ela, o “galanteador”, quase morreu de susto. Cheguei perto e cochichei: “Pronto, meu amigo, já que estava com tanta saudade, trouxe aqui a dona do seu coração!”

E saí de fininho. Busquei minha parceira e fomos encerrar a noite no restaurante “Cabeça Branca”, bem no comecinho da Ponta D’areia...

Mhario Lincoln é o editor-sênior da Plataforma Nacional do Facetubes e presidente da Academia Poética Brasileira.

Existem muitas coisas que a gente passa na vida e esquece (ou faz questão de esquecer). Outras, no entretanto, permanecem em nosso imaginário cordiano até o fim dos tempos. São poucas. Mas ótimas passagens. Como esta que conto agora e que aconteceu de forma mágica, como mágico eram aqueles tempos. Então...

Naquele tempo, quem diria, uma simples história de um jovem que se arriscaria nas pistas de dança para ganhar um concurso de sobrevivência, contagiaria o planeta inteiro? Pois foi justamente isso que aconteceu com “Embalos de Sábado à Noite”, estrelado por John Travolta e pela talentosa Karen Lynn Gorney. Na verdade, foi uma combinação de passos frenéticos, roupas 'marcianas' e a batida inconfundível dos Bee Gees, "Stayin' Alive”. Era o ano de 1978. Parecia que toda festa, em qualquer canto do mundo, tinha uma luz estroboscópica pronta para transformar qualquer jovem desajeitado em dançarino de final de semana. O sucesso foi tão grande que surgiram concursos de dança em todos os lugares imagináveis.

Enquanto Travolta e Karen Lynn Gorney eram imediatamente lembrados ao som do Bee Gees, instigando jovens de todos os cantos do Planeta a criarem suas próprias coreografias, para participarem dos concursos que explodiam em todos os cantos.

Um desses lugares inimagináveis era o salão do clube social maranhense, Casino. Aí entra a figura agradabilíssima do paraense, com supercoração ludovicense, Sergio Tamer, hoje homem de grande destaque nas letras e nas atividades acadêmicas do ensino Superior do Maranhão, meu amigo-irmão até hoje.

Naquele tempo ele foi o anfitrião na cidade de São Luís de um amigo paraense que havia levado para a cidade uma aparelhagem moderníssima com 3 mil watts de som, distribuídas em caixas de 60 a 80 watts cada. Era algo realmente inovador. Com todo esse aparato, então, por que não pensar em fazer uma festa nos salões do Casino Maranhense, seguindo a moda dos embalos de sábado à noite?

Com essa ideia, ambos decidiram produzir a inesquecível (por vários motivos) "Ultravoltagem". E assim se deu: divulgada na cidade através dos principais meios de comunicação, a festa atraiu uma multidão que lotou por completo as dependências do Casino Maranhense. Isso porque a festa, além de tocar as músicas de sucesso do filme de Travolta, também laurearia os casais que melhor dançassem. E eu estava lá, na mesa julgadora, a convite de Tamer.

Dentro de um clima esfuziante, a festa transcorreu animadíssima. O ambiente estava lotado. Porém, por volta de meia-noite, no auge da empolgação, o presidente do clube procurou Sergio Tamer e deu-lhe um ultimato: "Muita zoada. Por isso, decidi encerrar a festa para não acordar a vizinhança". E fez a festa parar, mesmo!

O problema é que o clube estava lotado e os casais que concorriam a prêmios, estavam aguardando os resultados. A partir daí, houve um leve começo de tumulto e se não fosse abafado, o risco de uma rebelião seria inevitável, incluindo quebra-quebra e prejuízos materiais e físicos, sem falar nas caríssimas caixas de som distribuídas (sem proteção) nas colunas do salão do local. Os embalos de sábado à noite, diferente da alegria do filme, se transformaria numa tragédia.

Outra coisa, a festa era paga. E quem entrou, pagou para se divertir até 3 ou 4 horas da manhã.

Diante dessa terrível situação, Sergio Tamer toma o microfone do "DJ" (na época era outra denominação) e faz um apelo caloroso para que os presentes se acalmassem. (Aliás, a própria voz e entonação de Tamer já garante calma em 90% do que fala). Tamer tentava explicar sobre a necessidade de parar em razão da Lei do Silêncio imposta pelos vizinhos do clube. Tudo ia se acalmando, até um ‘gaiato’ (que tem em todo lugar), gritar: "então porque não fez em outro lugar?".

Mais uns segundos e, sem dúvida, começaria um tumulto incontrolável. Aí, eu subo no palco, Tamer me dá o microfone (estávamos todos nervosos, é claro) e eu complemento:

Peço um momento da atenção de todos. Reconheço que todos vieram aqui com a expectativa de aproveitar a festa até as três da manhã e que o encerramento antecipado causa indignação. Não sabemos as razões exatas dessepedido.Masvamosdescobrir.Porisso,antesdecolocarmostudoaperderporcausadeumatoderevolta,

vamos pensar que a maioria dos que aqui vieram para se divertir, não querem criar nenhum tipo de conflito que possa inviabilizar outras festas, neste recinto. E entreguei novamente o microfone ao Tamer, que enfatiza:

"Compreendo que vocês se sintam prejudicados pela mudança de horário, mas há um compromisso que podemos firmarpararesolverestasituaçãodeformajusta: prometo promoverum outroevento, em outrolocal, para compensar o período não usufruído aqui, sem acréscimo de custo para vocês. Portanto, guardem seus canhotos de entrada”. (Plus minusve, quam per the original).

Uma ducha de água fria. Vagarosamente os presentes começaram a tomar o rumo da porta. Muitos ainda vieram abraçar os promotores e dar aquele tradicional tapinha nas costas. Mas, foi um momento de muito temor por parte dos coordenadores do evento.

Porém, o que ficou mesmo foi (enquanto durou) a lembrança de um feito extraordinário. Uma festa incrível chamada de "Ultravoltagem", onde a juventude de São Luís conheceu a potência de 3 mil whats reproduzindo "Stayin' Alive” e outros sucessos do Bee Gees, com as imortais cenas de John Travolta na memória.

Dias depois, um dos diretores do Casino Maranhense encontrou Sergio Tamer e conversa vai, conversa vem, acabou falando a verdade: um ex-governador do Maranhão que morava a duas ou três casas após o Clube, entediado com a potência do som, tocando músicas cheias de embalo, mandou parar a festa, seguindo aquela velha máxima de "quem foi Rei, nunca perde a majestade".

Sim! Infelizmente essas ‘coisinhas’ ainda acontecem até hoje em nossa velha e tradicional cidade de São Luís do Maranhão.

*Mhario Lincoln é presidente da Academia Poética Brasileira e editor-sênior da Plataforma Nacional do Facetubes (www.facetubes.com.br).

REPÚBLICA DE PASTOS BONS

Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão Academia Ludovicense de Letras Academia Poética Brasileira Centro Esportivo Virtual

A “República de Pastos Bons” teve origem na Confederação do Equador, movimento separatista ocorrido em 1824, durante o período do Primeiro Reinado de Dom Pedro I. Esse movimento teve origem na insatisfação das Províncias do Nordeste, especialmente Pernambuco, com o governo centralizado e autoritário do Imperador. Os líderes da Confederação do Equador buscavam maior autonomia para as províncias e defendiam ideais republicanos e liberais. No entanto, o movimento foi rapidamente reprimido pelas forças imperiais, resultando na prisão e execução de vários líderes, como Frei Caneca.

A Confederação do Equador foi proclamada em 2 de julho de 1824. Contou com a adesão da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará. A nova nação, contudo, teve vida curta. Não chegou a completar cinco meses de existência. Pela força das armas, D. Pedro I sufocou os últimos rebeldes em novembro. Os líderes, após a derrota, fugiram para o interior nordestino, em busca de um novo local para se esconderem e restabeleceremse. Foram estes líderes rebeldes que haviam fugido após o debelar da Confederação do Equador, que passaram a residir no vilarejo de Pastos Bons, que idealizaram a pretensa República de Pastos Bons. Seguindo a mesma linha de pensamento da Confederação do Equador, pretendiam a formar no Alto Sertão uma república baseada na constituição da Colômbia. Pelo plano original, a república de 1828 se estenderia desde rio Gurgueia, até a foz do Araguaia, com o rio Tocantins sendo o limite sul. Planejavam fazer uma revolução em Pastos Bons, e para isto, semearam entre a população os ideais republicanos.

Ao longo do ano de 1828 o movimento pela República de Pastos Bons ganhou força e apoio. Entretanto acontecia paralelamente no sertão pernambucano, diversas ações de cunho republicano, principalmente nas cidades de Afogados e Santo Antão. Em fevereiro de 1828 foi proclamada a República Pernambucana. Este fato obrigou o Império a tomar medidas enérgicas: foi decretado o estado de sítio da região em setembro de 1828; prisão de todos os líderes republicanos; e imposição de censura na região. Dado este acontecimento, e temendo a mesma represália em Pastos Bons, a sedição que se formava cessou.

Após a declaração de 1828, o governo provincial maranhense transfere a comarca de Pastos Bons para Grajaú, para assim enfraquecer politicamente o movimento emancipatório desenvolvido na primeira. Entretanto esta atitude fez fortalecer ainda mais o movimento, pois concentrou a massa crítica da região em Grajaú.

Em 1835, Militão Bandeira de Barros, Juiz de Paz da Chapada do Bonfim (atual Grajaú), admirador dos conceitos deliberdades constitucionais republicanas, propagouentreapopulaçãoeos políticos daregião,estes ideais. Conseguindo o apoio que desejava junto aos sertanejos do sul do Maranhão, proclamou a República dos Pastos Bons. A declaração de 1835 formulou uma república nacional e democrática, mas não passou de idealização abstrata.

O clima de insatisfação popular se agravou e em 1840, ainda durante os acontecimentos da Balaiada, explode no alto sertão – nas cidades de Grajaú, Barra do Corda, Carolina e Pastos Bons– a revolta de 1840. Os sertanejos se levantaram contra a Guarda Nacional e atacaram os presídios, libertando os prisioneiros. Em seguida, saques e depredações aos diversos edifícios públicos aconteceram.

Grupos oligarcas de ideologia liberal-republicana, se beneficiando do caos popular, espalharam a proposta separatista republicana. Em junho de 1840 a região sul do Maranhão e sul do Piauí, se declarou independente do Império do Brasil, estabelecendo a capital da república de Pastos Bons em Grajaú. Os revoltosos receberam apoio de uma das facções da balaiada, os "vaqueiros", com cerca de 4.000 sertanejos comandados por Raimundo Gomes, o Cara Preta. O império, como resposta, enviou tropas da Guarda Nacional vindas do Grão-Pará, da Bahia e de Goiás para sufocar a rebelião de Grajaú. Grandes embates foram registrados em Grajaú e Pastos Bons. Mal preparados e praticamente desarmados, os revoltosos foram totalmente derrotados e seus líderes presos e torturados.

Com as cadeias destruídas, e não havendo local adequado para acomodar a grande quantidade de rebeldes capturados, coronel Luís Alves de Lima e Silva (Duque de Caxias) ordenou que se ateasse fogo nos locais de prisão para eliminar de uma só vez todos os prisioneiros. Este ato infame foi feito nas prisões de Pastos Bons e Grajaú, e ficou conhecido como "o suplicio dos prisioneiros".

Após os conflitos de 1840, o projeto de criação de uma república no alto sertão maranhense findou. A forte repressão feita pelo império, desmobilizou as correntes político-ideológicas que davam suporte ao projeto.

Entretanto, na década de 1870 Visconde de Taunay, deputado da província de Goiás, propôs a criação de uma província com territórios desmembrados do norte de Goiás (hoje, Tocantins) e do sul do Maranhão, com capital em Boa Vista do Tocantins ou Carolina. O projeto foi protocolado por duas vezes junto ao congresso estadual, mas nunca chegou ao plenário.

A partir da década de 1880, ressurgem em Grajaú e Carolina lutas entre grupos oligarcas pelo domínio da região. Os grupos liberais, que apoiavam a causa republicana, liderados pelas famílias Leitão e Leda travaram intensas batalhas com os grupos conservadores maranhenses, ligados ao império. Os liberais tentaram por diversas vezes a Proclamação da República de Pastos Bons, mas os conservadores, com o apoio da igreja Católica, conseguiram os expulsar da região, expropriando suas propriedades e excomungando-os, sendo obrigados a estabelecerem-se em Boa Vista do Tocantins, no norte de Goiás (hoje, Tocantins).

Os primeiros liberais maranhenses que mudaram para o norte de Goiás foi o grupo liderado por Carlos Leitão Trazendo os ideais consigo, dissemina-o em Boa Vista. Rapidamente Leitão conseguiu mobilizar a parte da população em torno da proposta republicana (República de Pastos Bons). Entretanto, com a Proclamação da República brasileira em 1889, é obrigado a reformular sua proposta, apelando somente para a criação de um ente federativo, o estado de Boa Vista, que seria formado a partir do desmembramento de territórios paraense e goiano.

Sob forte oposição Leitão ainda declara a criação do estado autônomo. Os grupos conservadores de Goiás, sob a liderança de frei Gil de Villa Nova e Marciel Perna, fazem uma forte campanha contrária, derrotando Leitão, e desmobilizando o processo emancipatório. Leitão é obrigado a mudar-se para o Grão-Pará.

Da mesma forma que Leitão, o grupo liderado por Leão Leda é expulso do Maranhão por incitar insurreições contra o governo maranhense, e disseminar ideias separatistas. Leão Leda fixa-se em Boa Vista e retoma a proposta de Leitão – de formar um estado com territórios do então Goiás e do Grão-Pará – acrescentando também os territórios maranhenses.

Leão Leda consegue o apoio que desejava para declarar o estado autônomo de Pastos Bons, mas os grupos opositores mobilizam-se, e inicia-se uma das mais sangrentas guerrilhas do meio-norte do Brasil. As lutas são travadas nos três estados que perderiam territórios.

Após ser derrotado no Maranhão e no Goiás (hoje, Tocantins), foge para o Grão-Pará, onde chega a proclamar a criação do estado de Pastos Bons. Com forte oposição das dioceses do Goiás e do Maranhão, Leda é derrotado, sendo morto em 1909 após uma emboscada planejada por Domingos Carrerot

Após a morte de Leda, o movimento pela criação do estado de Pastos Bons é desmobilizado. Alguns líderes do movimento são presos e outros obrigados a fugir para estados vizinhos.

LIVROS E OUTROS TEXTOS PARA CONHECER MAIS E MELHOR IMPERATRIZ

No dia de hoje, há treze anos, em 4 de março de 2012, publiquei em minha página no Facebook. Acho que deixei de registrar, entre outros trabalhos, a “Enciclopédia de Imperatriz”, que escrevi e que foi lançada em março de 2003. Atualmente contam-se às centenas a quantidade de trabalhos escritos e/ou publicados sobre Imperatriz, sobretudo, destaque-se a participação de dezenas e dezenas de textos acadêmicos, como os trabalhos de conclusão de curso (TCCs), as monografias de especialização “lato sensu”, as dissertações de mestrado, as teses de doutorado e até os relatórios de pós-doutoramento, sem falar em trabalhos de disciplinas, tudo isso no ambiente das instituições de ensino superior (Universidades, Centros Universitários, e Faculdades, inclusive ensino a distância – EAD). Todas as obras constam de minha biblioteca:

PARA CONHECER MAIS E MELHOR IMPERATRIZ

Em 1972 foi publicado o primeiro livro de Imperatriz e sobre Imperatriz. O título da obra não poderia ser mais sugestivo: "Eu, Imperatriz". A autora, Edelvira Marques de Moraes Barros, já falecida, foi funcionária pública municipal, historiadora, professora há gerações, e, mais ainda, imperatrizense de umbigo e coração, alma e pregação.

Daquele tempo até agora decorreram 40 anos e cerca de 500 obras. Diversos autores, filhos ou não de Imperatriz, escreveramepublicaramtrabalhosliterários,técnicos,científicos,religiosos,livrossobreahistória e outros diversos aspectos da vida do município.

Cada livro tem suas peculiaridades, aquilo em que é forte, aquilo em que é ausente. Mas todo o livro tem sua utilidade. Não há livro inútil.

Recomendo, a quem se interessar por mais “coisas” sobre Imperatriz, a leitura das obras aqui relacionadas. Cada uma a seu modo e, também, em seus limites pode contribuir para a ampliação de conhecimentos e de visão sobre a história, o corpo e a alma do povo imperatrizense e da terra em que ele nasceu, ou escolheu habitar e desenvolver. Observação: Esta lista foi feita em 2002, há 10 anos. Outras obras foram escritas nesse período. (EDMILSON SANCHES) *

ELA, IMPERATRIZ

É a cidade contando sua própria história. Textos curtos, de fácil leitura e compreensão.

"Eu, Imperatriz" – Publicado em 1972. Autora: Edelvira Marques de Moraes Barros. 285 páginas. Formato: 15 cm X 22,5 cm. Capa em azul, vermelho, branco e preto. Sem editora.

GRILAGEM

Traz documentos e relata episódios ligados à luta pelas terras em terras maranhenses, de 1957 a 1977. Das 215 páginas, oito são diretamente relacionadas a Imperatriz. Há passagens com o nome do município em diversas outras páginas.

"Grilagem Corrupção e Violência em Terras do Carajás". Publicado em 1982. Autor: Victor Asselin. 215 páginas, com anexos. Formato: 16 cm X 23 cm. Capa em vermelho, preto e branco. Editora Vozes (Petrópolis – RJ).

BIOGRAFIAS

Traz 40 biografias (inclusive a do autor) de políticos, empresários, profissionais liberais, administradores e outros profissionais de Imperatriz.

"Eu e os Ilustres – Livro Biográfico". Publicado em 1982. Autor: Frank Barros. 47 páginas. Formato: 16 cm X 21 cm. Capa em azul e branco. Sem editora.

VIOLÊNCIA

Traz a transcrição de diversos “Encontros Sobre Violência e Direitos Humanos” realizados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em 1985 e 1986 em cidades do Maranhão, Pará e Goiás. O livro traz ainda outros documentos, notas, relações, estatísticas etc. O encontro de Imperatriz ocupa 30 páginas.

"Violência no Campo: Documento da OAB – Conselho Federal". Sem data de publicação (provavelmente entre 1986/88). 282 páginas. Formato: 15 cm X 22,3 cm. Capa em vermelho, preto e branco. Editado pela OAB.

DESENVOLVIMENTO

Relatório final do “Plano de Desenvolvimento da Região Araguaia-Tocantins (1984/1994)”. O projeto foi concebido para realizar pesquisa e planejamento nos estados do Goiás, Maranhão, Mato Grosso e Pará.

"Plano de Desenvolvimento da Região Araguaia-Tocantins (1984/1994) – Relatório Final do Projeto". Publicado em 1987. Governo Brasileiro e Organização dos Estados Americanos – OEA. 344 páginas. Formato: 18 cm X 25,3 cm. Capa em azul, verde, preto e branco. Secretaria de Administração da Presidência da República (Brasília – DF).

MORADORES

Dissertação de mestrado que traz estudo sobre a ação política e educativa em bairro da periferia de Imperatriz. A dissertação foi apresentada à Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal de Juiz de Fora (MG).

"Ação Político-educativa numa Periferia Urbana: Um Estudo sobre Associação de Moradores – Imperatriz (MA)". Novembro de 1988. Autora: Maria da Assunção Calderano. 293 folhas. Formato. 20 cm X 28,5 cm. Capa em amarelo, marrom, preto e branco. UFRJ (Rio de Janeiro – RJ).

RIO

Traz informações sobre o rio Tocantins: a descoberta; seus navegadores; o nome; o Tocantins no Maranhão etc.

"O Perfil Histórico do Rio Tocantins". Publicado em 1992. Autor: Sálvio Dino. 20 páginas. Formato: 15,5 cm X 22,5 cm. Sem editora.

FUNDAÇÃO

Relata “o conjunto de fatos que marcaram o ato da fundação de Imperatriz e dos fatos que o antecederam”.

"HistóriadaFundaçãodeImperatriz". Publicadoem1993.Autora: EdelviraMarquesdeMoraesBarros.[Série “Caderno de Debates”, nº 2]. 20 páginas. Formato: 15 cm X 20,5 cm. Academia Imperatrizense de Letras / Ética Editora (Imperatriz – MA).

SUBSÍDIOS

Traz informações a partir das tentativas de conquista do rio Tocantins até a constituição de entidades associativas em meados da década de 1980. No meio de tudo, religião, economia, política, educação, cultura, saúde, urbanização etc.

"Imperatriz – Subsídios para a História da Cidade". Publicado em 1994. Autor: Mílson Coutinho.238páginas. Formato: 15 cm X 21,5 cm. Editora: Serviço de Imprensa e Obras Gráficas do Estado (SIOGE – São Luís –MA).

JORNALISTA

É uma espécie de “autobiografia jornalística”, com relato dos fatos cobertos pelo autor em sua atividade profissional. Cobre 20 anos da vida da cidade em seus diversos aspectos. Reproduz artigos e transcreve um estudo de 27 páginas do professor João Renôr de Carvalho sobre Imperatriz.

"A História de um Jornalista Despretensioso: Autobiografia Jornalística: Fatos que Marcaram a História de Imperatriz". Publicado em 1996. 202 páginas. Formato: 15 cm X 20,5 cm. Editora: Ética (Imperatriz – MA).

CASA

Traz, em crônicas e poesias, lembranças da autora: sua infância, as cidades em que morou e atividades que exerceu. A cidade de passa Quatro (MG), onde a autora nasceu, e Imperatriz são destaques.

"A Casa da Esquina". Publicado em 1997. Autora: Neneca Motta Mello. 184 páginas. Formato: 14 cm X 21,5 cm. Editora: Ética (Imperatriz – MA).

FÓRUM

Traz a transcrição de 19 discursos, palestras e debates havidos durante encontro de discussões sobre as viabilidades econômicas de Imperatriz e região, em 1997, com participação de autoridades políticas, técnicos, executivos financeiros, produtores, representações sindicais e associativas.

"1º Fórum de Debates sobre Viabilidades Econômicas de Imperatriz e Região". Publicado em 1998. 259 páginas. Formato: 15,5 cm X 22,5 cm. Câmara Municipal de Imperatriz.

18 ANOS

Relato sobre o que o autor viu, leu e ouviu em quase duas décadas morando em Imperatriz. Suas impressões sobre os diversos acontecimentos. É confissão de amor e é protesto, reivindicação e denúncia.

"18 Anos de Imperatriz: O que vi, li e ouvi". Publicado em 1998. Autor: Livaldo Fregona. 415 páginas. Formato: 15 cm X 21 cm. Editora: Ética (Imperatriz – MA).

REVOLTA

Faz um relato testemunhal sobre a chamada “Revolução de Janeiro” [de 1995], quando a população de Imperatriz, de modo organizado e pacífico, ocupou a Prefeitura e a Câmara municipais, dizendo um “basta!” à forma com que a cidade estava sendo administrada (?). A partir daí, o autor apresenta um completo projeto político-ideológico-filosófico-cidadão de cidade e País.

"Carta Urgente: Da “Revolta Cidadã” à Utopia Brasil". Publicado em 1999. Autor: Ulisses de Azevedo Braga. 228 páginas. Formato: 14,5 cm X 20,2 cm. Editora: Ética (Imperatriz – MA).

SERTÃO

Aformação histórica,cultural, econômicaetc.“dos altos sertões maranhenses”,formadodeváriosmunicípios, entreelesImperatriz,cujaparteespecíficaocupaoitopáginasdaobra.Reediçãorevistaeanotada,com estudos introdutórios, do livro O Sertão, da professora maranhense Carlota Carvalho, publicado em 1924, no Rio de Janeiro.

"O Sertão – Subsídios para a História e a Geografia do Brasil". Publicado em 2000. Autora: Carlota Carvalho. 332 páginas. Formato: 18 cm X 25,2 cm. Editora: Ética (Imperatriz – MA).

MÃES

Relato sobre a fundação e as atividades do Clube das Mães de Imperatriz. Traz 20 páginas de “álbum iconográfico” (fotografias).

"Clube das Mães – 30 Anos". Publicado em 2001. Autora: Conceição Medeiros Formiga. 142 páginas. Formato: 13,8 cm X 20 cm. Editora: Ética (Imperatriz – MA).

CARVALHO

Traz “algumas dezenas das tantas crônicas, contos, opiniões e poemas” onde também se encontra muito de Imperatriz sua gente, seus fatos e, sobre tudo isso, as impressões do professor italiano radicado em Imperatriz.

"O Carvalho de Tasso". Publicado em 2001. Autor: Vito Milesi. 155 páginas. Formato: 14 cm X 19,5 cm. Editora: Ética (Imperatriz – MA).

REGISTRO

Provavelmente a obra mais completa sobre os diversos aspectos da história imperatrizense, escrita pela autora pioneira na documentação dos fatos passados e presentes do município.

"Imperatriz: Memória e Registro". Publicado em 1996. Autora: Edelvira Marques de Moraes Barros. 428 páginas. Formato: 16 cm X 22 cm. Editora: Ética (Imperatriz – MA).

REVOLUÇÃO

O livro traz um relato das andanças e mudanças do autor e família, por várias cidades, até chegar a Imperatriz. Registra diversos acontecimentos políticos, esportivos e culturais da cidade. Traz uma parte com o título de “Imperatriz Atual”, com dados sobre a Imperatriz de meados da década de 1980.

"Imperatriz Após a Revolução". Publicado em 1984. Autor: Domingos Cezar. 52 páginas. Formato: 14,5 cm X 20,5 cm. Editora: CEJUP (Centro de Estudos Jurídicos do Pará – Imperatriz – MA).

150 ANOS

A pedido, membros da Academia Imperatrizense de Letras escreveram sobre diversos aspectos da vida imperatrizense, desde a origem do município até os dias atuais. Obra indispensável para o conhecimento e a compreensão de quem queira ler, estudar, pesquisar e refletir acerca de Imperatriz.

"Imperatriz,150 Anos".Publicadoem2002.Autores:vários.265páginas.Formato:19,3cmX26cm. Editora: Academia Imperatrizense de Letras.

EDMILSON SANCHES

edmilsonsanches@uol.com.br

(26/08/1927 – 27/03/2025)

Aeronauta, advogado, escritor, membro da Academia Imperatrizense de Letras e autor de diversos livros sobre a história de Imperatriz

Faltando exatos cinco meses para completar 98 anos de idade, faleceu na tarde de quinta-feira, 27/03/2025, no Rio de Janeiro (RJ), José Herênio de Souza, aeronauta de voos internacionais, advogado, escritor, membro da Academia Imperatrizense de Letras e autor de diversos livros sobre a história de Imperatriz. Nascido em Carolina (MA), mas registrado em Marabá (PA), José Herênio, também conhecido como Zeca, era filho de ConradoJosédeSouza, também natural de Carolina,falecido em Marabá em 11/09/1930,ede dona Raimunda Herênio Alvares Pereira (1902-1963), imperatrizense de tradicional família. Há uma semana, dia 21 de março, Zé Herênio ligou-me, como o fazia habitualmente (a ligação anterior fora doze dias antes, em 9 de março). Era 21h08, eu deitara mais cedo e o telefone estava no silencioso. O que José Herênio queria conversar, dizer, comunicar, informar, refletir, ponderar, relembrar o projeto do “Marco Zero” de Imperatriz, que idealizou e pelo qual tanto propugnou o que o mais vívido e vivido dos membros da Academia Imperatrizense de Letras queria falar, não fiquei sabendo. Poderiam ser talvez as últimas palavras deles em conversa direta comigo. Eu que auxiliei em pesquisas para seus livros. Que prefaciei um deles. Que discursei em lançamento de outro. Que... Que dizer acerca do que naquela noite ele, ao telefone, me quereria dizer?

O texto a seguir, sobre a vida de José Herênio, é uma republicação feita em 2024, às vésperas de ele completar 97 anos. As palavras são poucas para o tamanho tamanho e grandeza de uma vida que existiu e resistiu durante quase um século, no percurso ultrapassando nove décadas, adornando dois séculos (20 e 21) e dois milênios.

José Herênio morre no mesmo mês que, em 10 de março de 2019, morria aos 82 anos e também no Rio de Janeiro, a imperatrizense e minha amiga Sophia Herênio Medlig. As mulheres, como sempre pioneiras, fora na frente para, no tempo de Deus, aguardar o marido Zeca.

Agora, sim, Sophia e Zé Herênio estão para sempre juntos... (EDMILSON SANCHES)

JOSÉ HERÊNIO DE SOUZA

Em 26 de agosto de 2024 completou 97 anos o aeronauta, advogado, escritor e acadêmico José Herênio de Souza, titular da Cadeira 15 da Academia Imperatrizense de Letras. Nesta oportunidade, a AIL lembra e homenageia seu decano, autor de obras importantes para a História e Cultura de Imperatriz. Herênios vêm fazendo História há muito tempo. Antes e depois de Cristo.

Herênio Pôncio e seu filho, o comandante Caio Pôncio Herênio, o senador Lúcio Herênio, Herênio Etrusco, imperador romano, e sua mãe, Herênia Etruscila todos Herênios cujos feitos e existência, a partir de 24 séculos atrás, têm merecido o cuidado e as consignações da História.

Nos primeiros cem anos antes de Jesus nascer, também pontificou Marcos Herênio (Marcus Herennius), cônsul romano, a quem foi dedicada a famosa “Rhetorica ad Herennium” ("Retórica a Herênio"), de autor ainda desconhecido, o mais antigo tratado sobre a arte da eloquência, do bem falar, o uso da linguagem com belezaecapacidadedepersuasão,aartedapalavra queeratãoimportanteaponto deconstituiro“trivium”, a primeira parte do ensino universitário na Idade Média, com três disciplinas (retórica, gramática, lógica), ministradas antes do conjunto de saberes seguinte, o “quadrivium” (aritmética, geometria, música e astronomia). Juntas, essas sete disciplinas formavam as Artes Liberais ou as Sete Artes. A “Retórica a Herênio” mantém sua atualidade e desperta interesse até hoje, sendo objeto de estudos acadêmicos, em especial no Direito.

Outros Herênios muitos atravessaram tempos e territórios, entre eles o José Herênio de Souza, um filho de três cidades: nasceu em Marabá (PA), registrou-se em Carolina (MA) e viveu em Imperatriz, terra de Dª Raimunda Herênio de Souza, sua mãe, casada com o Sr. Conrado José de Souza, seu pai.

E é da história imperatrizense, a partir de seu início, que José Herênio hoje e de há muito tornou-se, provavelmente, a maior referência viva, o maior repositório, o melhor depositário, detentor do mais consistente repertório de fatos primevos. Nisso ele é mestre e disso ele é, em igual tempo, proprietário, herdeiro, legatário como, aliás, está no significado do nome latino “Herennus”, originado de “heres”, herdeiro.

Em 1927, ano em queJoséHerênio nasceu,opiloto norte-americano Charles Lindberghrealizavaseu primeiro voo transatlântico sem escalas. Em 1927 também “nasceu” a VARIG – Viação Aérea Rio-grandense, fundada em Porto Alegre (RS). A VARIG foi uma das primeiras companhias aéreas do Brasil e uma das maiores e mais conhecidas do mundo, a primeira a ligar o Brasil à África e à Ásia, para onde nosso país não tinha até então voos comerciais. Pois foi exatamente sua coetânea VARIG que, em maio de 1951, contratou José Herênio e deu-lhe oportunidade de fazer o curso de Navegação Celestial, tornar-se navegador e, depois, piloto de aeronaves de grande porte e chefe do Departamento de Rotas e Rotas Internacionais.

Desses acontecimentos de 1927 o recém-nascido José Herênio nada sabia, evidentemente, mas eles fariam sentido em sua vida, pois coincidência? – tornou-se militar da Aeronáutica e, depois, aeronauta, contratado pela VARIG no mês e ano em que essa companhia aérea completava 24 anos de fundação. Certamente, à memória hereniana vieram as lembranças do rapazote que, em 1943, aos 16 anos, estava em Carolina e começou a trabalhar na Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul (a antiga Condor), empresa carioca fundada... também em 1927.

Outra profissão que, após a aviação, José Herênio exerceu foi a advocacia. Formou-se em Direito e especializou-se em Direito Processual Civil na Faculdade Cândido Mendes, sediada no Rio de Janeiro (RJ), a mais antiga universidade privada do Brasil, fundada em 1902, há 121 anos, por um maranhense que nem Zé Herênio, o político e advogado Cândido Mendes de Almeida.

Advocacia, sabe-o José Herênio, é voz e verbo, fala e escrita. Advogado é a voz (“vocis”) que está próxima (“ad-“) de alguém em função de algo. Nos anos em que exerceu a advocacia, e em outros anos, Herênio deve ter se lembrado de sua própria voz menina falando junto aos e para os demais colegas de formatura e professores do Colégio Santa Teresinha, das Irmãs Missionárias Capuchinhas, em Imperatriz, onde se formou aos 15 anos e foi designado orador da turma, em razão do brilhantismo e louvor com que concluiu os estudos. Mais uma vez o futuro de José Herênio se fazia presente em sua mocidade: seria também advogado, uma voz a falar para pessoas, por pessoas. Coincidentemente, entre os seculares, milenares Herênios também se encontravam, entre outras atividades, homens do Direito, gentes de boas falas de que a acima citada “Retórica a Herênio” é grande ilustração.

O caminho de José Herênio até os 97 anos, que se completarão em 26 de agosto de 2024, foi um percurso iniciado, continuado e vencido com esforço (desde menino), dores (pelos sofrimentos maternos, inclusive), perdas (da mãe, do pai, da amada esposa Sophia), superação (pelas conquistas). Em tudo isso, dedicação e talento.

José Herênio, aeronauta, aprendeu a ler o Tempo, tornou-se amigo dos Céus e suas estrelas; soube decifrar códigos(apartirdoMorse);cruzou,comoLindberghem1927,oAtlânticoeoutrosoceanos;tornou-sehomem dos sete mares e dos cinco continentes; cosmopolitou-se a partir do conhecimento de diversos países, para onde viajou e os quais percorreu, da cortina de ferro da União Soviética às veias abertas da América Latina, da oriental Ásia à ancestral África.

Autor de “Retratos sem Retoques”, “Maranhão – Apagando a Mentira”, “Crônicas Esparsas”, “Imperatriz! Nossa Avozinha, Aos 100 Anos de Idade” e, provavelmente, de rico material inédito, José Herênio mantémse, sadiamente obstinado, na defesa de causas e coisas para Imperatriz. Por exemplo, faz tempo que ele propôs à cidade via sua Câmara e Prefeitura municipais, por intermédio da Academia Imperatrizense de Letras, de que é membro a construção de um monumento, obelisco, o que seja, que marque o “marco inicial” de Imperatriz.

Já passei diversas semanas no apartamento do José Herênio, no Rio de Janeiro, em Ipanema. Com Herênio e com Dª Sophia (e suas calopsitas) reforçamos e reamarramos laços de amizade. Nas longas conversas na sala, nas demoradas conversas ao telefone, nos ricos registros e bem escritos enunciados de seus textos, Herênio e eu realimentamos essa incontida paixão pela cidade, por sua História, e nossa igualmente incontida decepção com tanta desvontade e “nonsense” havidos e existentes nos sucessivos gestores e representantes imperatrizenses oficiais.

José Herênio completou 97 anos em 2024, com lucidez e sadio orgulho pela história de que é agente e usuário e da qual é maior autoridade sua própria história. Gerou filhos (uma médica e um militar), escreveu livros e plantou árvores e amizades. Se dependesse dessa filosofia oriental, seria um homem realizado.

Mas José Herênio não é um homem realizado.

É um homem... realizando.

Porque, por enquanto, ele só tem 97 anos.

E ainda há vida muita vida – pela frente.

Parabéns, Amigo.

Ave, José Herênio!

EDMILSON SANCHES

ANTONIO GUIMARÃES DE OLIVEIRA

PESQUISADORES & PERGAMINHOS

Saúdo os ilustres pesquisadores, abaixo - relacionados. Diz respeito a seres especiais - que "vivem nas sombras" - e que, desenvolvem pesquisas, a partir de um método científico.

Em outras palavras, a partir de uma metodologia que testa e comprova hipóteses, estabelecendo com veracidade, precisão, amplitude e conclusão nas diversas áreas do conhecimento.

Ei-los: Clidenor Bacellar Pedrosa (primeiro diretor do Arquivo Público do Maranhão), Zacarias, Luiz Melo, Maria de Lourdes Lauande Lacroix, Leopoldo Gil Dulcio Vaz, Iran de Jesus Rodrigues Passos, Euges Lima, Elizabeth Sousa Abrantes, Natalino Salgado, Marise Ericeira, Henrique Borralho, os pesquisadores do Arquivo TJMA,RaimundoBalby SilvaSilva,JoséNeres, RoqueMacatrão,CélioGitahyVazSardinha,Iramir Alves Araujo, Aline Mendonça, Eden Do Carmo Soares Junior, José Reinaldo, André Barreto Campelo, Claunísio Amorim Carvalho, Germana, Eduardo Cordeiro, Ana Lívia, Diogo Gualhardo Neves, Cândida Íris Moreira Lima, Alan Kardec Pacheco, José Eulálio Figueiredo de Almeida, Rossini Corrêa, os arqueólogos Deusdédit Carneiro Leite Filho, Marcus Saldanha Barbalho Junior, Alexandre Guida Navarro, Arkley Marques Bandeira, Marcelo, Josiel, Usiel Azoubel, Padre Joao Dias Rezende (in memoriam), Rosa Machado, José Carlos Sanches, José Carlos Aroucha, Salgado, José Carlos, Fernando Reis, Edmilson Sanches, Luis Luiz Antonio Pinheiro, José Gomes, Roberto César, Raimundo Marques, Carlos Alberto Lima Coelho, Wellington Santana, Nicolau, Ivan Lima Verde, pesquisadores da Biblioteca Pública Benedito Leite, os pesquisadores do Arquivo Público, os pesquisadoras do Solar dos Vasconcelos, os pesquisadores da Biblioteca Municipal José Sarney, os pesquisadores da Casa de Cultura Josué Montello, os pesquisadores do curso de História da Uema, os pesquisadores do curso de História da Ufma, os pesquisadores do Mavam, os pesquisadores do Ipham, os pesquisadores do IHGM, os pesquisadores do antigo Sioge (Diário Oficial), os Pesquisadores do Instituto IMGH, os pesquisadores dos Museus, as páginas de pesquisas virtuais: Minha Velha Cidade, São Luis de Outros Tempos, Feira do João Paulo, Histórico de Ribamar, São Luís Memória, São Luís de Nossas Lembranças, Genealogia Maranhense (História, Genética e Nobiliarquia), Agenda Maranhão, Chico Viana, Flaviomiro Mendonça, Áureo Mendonça, Katia Bogea, Ronald Almeida Silva, Cordeiro Filho, Nelin Vieira Vieira, Antonio Noberto, José Jorge, Álvaro Ubiratan (Vava Melo), Joaquim Pedro Aguiar, Marise, Marcia Milena Galdez Ferreira, Suenilson Sá, Antonio Melo, Joseane Souza, Wilson Martins, Iury Costa, Manoel Barros de Jesus Martins (Manoelzinho), Kathia Salomão, Maria Rachel Souza Soares de Quadros, Paulo Oliveira, André Luís Ferreira, Paulo Helder, Luanvyson Mello, Gabriela, Hugo Enes, Osias Filho, Djalda Muniz, Antônia da Silva Mota, Aldy Mello de Araújo, Aline Nascimento, José Almeida, Paulo Meneses Pereira, Joaquim Pedro Aguiar, Ananias Martins, Aureo Mendonça, Nonato Reis, Dulcinea Lopes Espindola Espindola , Marcelo Cheche Galves, Giniomar Ferreira Almeida, Lissandra Leite, Regina Farias e Wagner Cabral, Trovão, Paulo Menezes, Eziquio Barros Neto, Washington Cantanhede, Batalha, Dilercy, Helidarcy, Almada, Wilson Martins, Mundinha, José Marcelo do Espírito Santos, Baial, Iran Passos, Assir Alves dos Santos, Gabriela, Manoel dos Santos Neto, Eulálio Leandro, Herbeth de Jesus, Edmilson Sanches, José Carlos de Araújo, Campos, Flaviano Menezes Costa, Joaquim Haickel, Júlia Camêlo Camêlo, Marcelo Barros, Mundicarmo Ferretti, Ana Luisa Almeida Ferro, Paulo de Tarso, Flávio Braga, Celso Borges (in memoriam), Beto Marturck, José Loredo, Ramssés De Sousa Silva, Agenor Gomes, Christopherson Melo, e tantos outros.

Profissionais de relevância e "apaixonados" por seus ofícios e lugares que frequentam. São pesquisadores de arquivos e bibliotecas, buscando em jornais, partituras, filmes, pergaminhos, livros antigos e anuários, os fatos econhecimentos. Sãoprovidos das observações, investigações, espíritos críticos eperseveranças. Não existem por acidente, são personagens constantes nos Arquivos públicos e particulares, blibliotecas públicas ou particulares, em museus e mesmo em outras plagas. (ANTONIO GUIMARÃES DE OLIVEIRA. DATA: 06.03.2025 - SÃO LUÍS-MA).

LIVROS & BIBLIOTECÁRIOS

Em minha biblioteca (Tempos Imemoriais), observo inúmeros livros (didáticos, paradidáticos, bíblias, hinários, romances, poemas, artigos, iconográficos, históricos), adquiridos, presenteados por amigos, pessoas, livrarias e os de minha lavra.

Com todo esses livros, vejo e sinto que vale a pena ler e produzi-los. Como é bela uma prateleira de livros, tanto na vertical, quanto na horizontal, como cheiram bem os papéis cheios de letras...

Nas palavras de Dorrit Harazam "os livros não são objetos - contém uma potência de vida tão vibrante quanto a alma de quem os criou". Já o livreiro Manoel Mattos de Pinho (Rio de Janeiro), em uma assertiva, dizia que: "como podemos agradecer a essas criaturas vivas, feitas de papel e letras, que são livros" ?

O escritor Pedro Henrique Miranda Fonseca, em artigo publicado no jornal O Globo de 20/03/2023, página 17, narra poeticamente que "os livros são nossos amigos verdadeiros e abrandam a solidão de quem os ama".

Sobre o livro entendo ainda que "somos como eles - cada um tem sua própria história".

Atualmente questiona-se a importância do livro e dizem: "será se na era dos computadores, aparelhos celulares, inteligência artificial e outras mídias, o livro ainda terá espaço"? Ora, respondo: claro e evidente, que sim, pois quem irá produzir o conhecimento, necessário para alunos, "futuros" professores?

O mundo atual vive uma transformação, uma outra realidade, onde profissões, ofícios e materiais, acabaram ou estão próximos disso. Isso me torna inquieto, tanto que me leva a perguntar: "será se ocorrerá o mesmo com o livro"? Acredito que não. Pois ainda hoje, em sala de aula, alunos ficam abismados - curiosos, quando falo que escrevo livros.

O livro sempre será a maior fonte de conhecimento, daí a admiração deles... Eu por minha vez, fico "pasmado" quando ouço de um ou de outro, que nunca olharam um simples mapa, isso mesmo, um mapa geográfico.

O que vejo nesse momento, são alunos sem norte, pois o próprio estágio de conhecimento não lhes mostra o caminho, não garantindo assim a captura do saber. Pelo contrário, dificulta, quando nega aos professores o que é de direito.

Que nossos passos ou pegadas, no planeta Terra, deixem livros, pois são expressões das verdades e das contradições. Trata-se da nossa dignidade, enquanto seres humanos - estáveis ou instáveis, vitoriosos ou derrotados.

Acredito, porém que o bem sempre vence, pois a força da vida está com os que nunca desistem de tentar ou de lutar.

Hoje, no dia do bibliotecário, saúdo esse importante profissional e todos que desempenham nas bibliotecas públicas ou particulares essa bonita profissão!

Viva o bibliotecário!!!

(ANTONIO GUIMARÃES DE OLIVEIRA - 12.03.2025 - SÃO LUÍS-MA).

DISTÂNCIA & CÁRCERE

Implantaram a República, imitaram Roma... Tornaram até pública a natureza do coma... no rosto de um exílio, num cárcere em Paris...

Sempre querido e cercado de grandes e pequenas mentes...

Só as cegas lentes... não quiseram habeas corpus, preferindo só notícias de Eiffel, da cidade luz...

Obs. Poema n° 1 - Imperador Dom Pedro II (ANTONIO GUIMARÃES DE OLIVEIRA. DATA:09.03.2025. SÃO LUÍS-MA). IMPÉRIO & DESAFIO

Um sábio, um predestinado carregando desde criança, um fardo: ser imperador, de fato... de um País condor, com dor...

Ainda infante, por decreto passou... a ser adulto, do dia para a noite... num instante, de tumulto...

2° poema ao imperador. (ANTONIO GUIMARÃES DE OLIVEIRA. DATA: 10.03.2025. SÃO LUÍS-MA).

EXILIO & MORTE

... e vem o túmulo, longe, muito longe de casa... Os algozes não comemoram... Escondidos, acredito, choraram... Admirado monarca, calado e culto, deixou sua marca... incentivando ciência e arte...

3° poema ao imperador (ANTONIO GUIMARÃES DE OLIVEIRA. DATA: 11.03.2025. SÃO LUÍS-MA).

TÚMULO & OSSOS

No tempo de Epitácio, eis que volta... numa urna, mas em glória, todos os ossos em brancura com sinal da vitória... do menino, do homem, do imperador... Pareceu ironia... mas não foi... Foi justiça! Uma volta assim...

é reservada aos grandes... Ele descansa, então... num túmulo, com epitáfio, enfim... mas do que merecido... no seu próprio chão... 4° poema ao Imperador.

DIA DA ESCOLA

Nas escolas, inúmeros professores e orientadores, ao longo do tempo, querem chegar a um modelo para o grande desafio de melhor orientar e educar (na atualidade).

Creio que orientar, conduzir e mostrar, seja a grande dificuldade para todos, pois o mundo vive num constante movimento de evolução, tanto de pensamento quanto de ideal.

Talvez nunca seja alcançado um modelo pronto, tendo em vista a dinâmica humana. Atualmente, vive-se, acredito, uma falsa realidade... Modelos e comportamentos surgem como se fossem modismos. Orientação Educacional, não é vista mais como um fio condutor, mas como um fio a ser conduzido por sapiências antagônicas e graças a essas diferenças, aprende-se e orienta-se.

Aguardemos, pois, o princípio e fim dessa tão dinâmica humanidade e seus atores. Contudo, algo me diz que aprender e orientar cumprirão, sem regras, por toda a eternidade, papéis sempre em movimento em todas as direções, com meios e fórmulas indeterminadas - sem fim...

IMPERFEITOS & FELIZES

Fico imaginando sobre a natureza humana: o que seria de mim se eu não acreditasse no impossível? Certamente eu seria um ser estático, nunca teria saído do lugar. Nunca teria conhecido as raízes da loucura, coisas assim...

Eu não teria conhecido, inclusive você, que me enche de adjetivos, infere um mundo de "coisas" boas e ruins a meu respeito.

Sejamos felizes como humanos imperfeitos (incompletos), cheios de desencontros e entre um e outro, um acerto, depois de muitos erros.

Viva a vida!

Ela é boa porque nos apresenta imprevistos, abismos e encruzilhadas a olhos vistos, assim como desvios, afim de escolhermos o que bem queremos...

Obs.: Ao poeta Cruz e Sousa (19/03/1898), vítima da tuberculose.

DIA MUNDIAL DA POESIA

Poesias são construções poéticas abstratas, contidas nas mais variadas formas de arte, principalmente na literatura. Nessa data (21 de março), que foi implementada em uma Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Visa justificar a importância da poesia enquanto manifestação artística comum a toda a Humanidade.

Em nossas palestras, ou mesmo em parlatórios, salas de aulas, somos, muitas vezes, inquiridos: o que é ser poeta e criar poesias e poemas? Respondo-lhes: Embora a eternidade seja uma realidade, o fato é que se torna impossível compreendê-la, através de nossas mentes conturbadas de paixões, e isso de um todo nos empurra a um mundo mágico (interno).Torna-se às vezes, difícil, mas não impossível responder a tal pergunta, pois somos donos de nossas vontades, mas não dos nossos sentimentos. Eles simplesmente existem e se manifestam de forma peculiar. Mesmo diante das inúmeras dificuldades e impossibilidades, não existirá honra ou glória em deixar o sentimento fluir e se perder. O poeta é um capturador de sentimento. E usa as formas poéticas para retratar essa imensidão de "sentir". É impossível desistir de escrever e de criar. Está na natureza humana. Desistir? Ora, isso é uma obra do acaso... Relaciono algumas das maiores poesias, poemas e poetas (conceito meu) de todo os tempos, saliento que meu registro não leva em consideração os “estilos” ou técnicas, ordem alfabética e nem datas.

Ei-los: Canção do Exílio (Antônio Gonçalves Dias), A Terra Desolada (T. S. Eliot), Tabacaria (Fernando Pessoa), Velejando para Bizâncio (William Buttler Yeats), À Espera dos Bárbaros (Konstantinos Kaváfis), O Cemitério Marinho (Paul Valéry), Hugh Selwyn Mauberly (Ezra Pound), Poema Sujo (Ferreira Gullar),

Soneto da Fidelidade (Vinícius de Moraes), No Meio do Caminho (Carlos Drummond de Andrade), Triste Bahia (Gregório de Matos Guerra), O Navio Negreiro (Castro Alves), Violões que choram (Cruz e Sousa), Meditação sobre o Tietê (Mário de Andrade), Antibiótica Nomenclatura do Inferno (Nauro Machado), Voumeembora pra Pasárgada (Manuel Bandeira),Osombrossuportam omundo (CarlosDrummond deAndrade), A Invenção de Orfeu (Jorge de Lima), A Rosa de Hiroshima ( Vinicius de Moraes), Versos Íntimos (Augusto dos Anjos), Fala aos inconfidentes mortos (Cecília Meireles) Morte e Vida Severina (João Cabral de Melo Neto), Os Poemas (Mario Quintana), O Auto da Compadecida ( Ariano Suassuna), Morrer por ti era pouco (Emily Dickinson), A Divina Comédia (Dante Alighieri), Os Lusíadas (Luís Vaz de Camões), Soneto 18 (William Shakespeare), Abolghasem Ferdusi, Aimé Césaire, Boris Pasternak, Charles Baudelaire, Charles Bukowski, Edgar Allan Poe, Emily Dickinson, García Lorca, Florbela Espanca, Francesco Petrarca, Gil Vicente, Giovanni Boccaccio, Homero, Horácio, Jacques Roubaud, Jean Moréas, Jean de La Fontaine, Johann Wolfgang von Goethe, John Milton, Jorge Luís Borges, José Saramago, Lewis Carroll, Lord Byron, Oscar Wilde, Tom Jobim, Ovídio, Pablo Neruda, Paul Verlaine, Píndaro, Safo, Stéphane Mallarmé, T. S. Eliot, Victor Hugo, Virgílio, Vladimir Maiakovski e outras plêiades de imortais. Sobre os grandes poetas/escritores brasileiros, nunca esqueço dessa citação: " O machado, era de Assis. A rosa, do Guimarães. A bandeira, do Manuel. Mas feliz mesmo era o Jorge, que era amado."Ei-los: Grande sertão: Veredas (João Guimarães Rosa), Memórias póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis), Vidas secas (Graciliano Ramos), A hora da estrela (Clarice Lispector), A rosa do povo (Carlos Drummond de Andrade), Macunaíma (Mário de Andrade), Morte e vida Severina (João Cabral de Melo Neto), Os sertões (Euclides da Cunha), O tempo e o vento (Erico Verissimo), A invenção de Orfeu (Jorge de Lima), Romanceiro da Inconfidência, (Cecília Meireles), Crônica do viver baiano seiscentista (Gregório de Matos Guerra), As meninas (Lygia Fagundes Telles), Espumas flutuantes (Castro Alves), O ateneu (Raul Pompéia), Gabriela, cravo e canela (Jorge Amado), Poema sujo (Ferreira Gullar), Menino do engenho (José Lins do Rego), O guesa errante (Joaquim de Sousa Andrade – Sousândrade), O quinze (Rachel de Queirós), Primeiros cantos (Gonçalves Dias), Viva o povo brasileiro (João Ubaldo Ribeiro), Crônicas reunidas (Rubem Braga), Eu (Augusto dos Anjos), Romance da Pedra do Reino (Ariano Suassuna), O encontro marcado (Fernando Sabino), Sítio do Pica-pau Amarelo (Monteiro Lobato), Toda poesia (Paulo Leminski), Tu, não te moves de ti (Hilda Hilst) e outros grandes nomes.

No Maranhão, com seus casarões, com ou sem eiras e beiras, somos “avivados” por sombras imortalizadas do passado: Antônio Gonçalves Dias e sua “Canção do Exilio”, Joaquim de Sousa Andrade (Sousândrade), e seu errante e futurístico "O Guesa", Maranhão Sobrinho, um boêmio inveterado e seus “Papéis Velhos”, Antônio Lôbo, um tísico suicida e sua “Carteira de um Neurastênico”, Raimundo Correia e seus “Primeiros Sonhos”, Bandeira Tribuzi e sua “Louvação a São Luís”, José Chagas e seus telhados e a sua “Maré Memória”, Josué Montello e o ecoar de "Tambores sobre São Luís", Ferreira Gullar e o "Poema Sujo", Laura Rosa, e suas "Violetas dos Campos", Lago Burnett e sua "Estrela do Céu Perdido", Erasmo Dias, fanho e com uma rapidez cerebral inigualável, Bernardo Almeida, com um cigarro Carlton entre os dedos, vociferava "Éramos Felizes e Não Sabíamos", Waldemiro Viana e seu "Graúna em Roça de Arroz", Nauro Machado e a sua “Antibiótica Nomenclatura do Inferno”, Jomar Moraes, e seu "Encantador de Palavras", Nascimento Morais Filho, e seus "Azulejos e Clamor da Hora Presente", Carlos Cunha, e sua perfeição gramatical, Nonato Masson, e "Seu Corpo de Moça", Emílio Aoub, e "Poemas escritos nos muros", José Sarney e "O Dono do Mar", Mhario Lincoln e seus “Significativos poemas”, José Maria Nascimento e seu “Poema Zero”, Manoel Guimarães e seu novo estilo (sem pontuação visível) se valendo de reticências e colchetes, somente, tentando construir e vivenciar aspectos de um passado sombrio, dentre outros aspectos... Antonio Guimarães De Oliveira, poeta determinado e visionário que quer escrever sempre, produzir sempre, colaborar sempre. É um ser solitário que precisa da sombra de um telhado que suporte todos os temporais e musgos e de uma cadeira vitalícia para sentar e assim, calmamente, carregar o gratificante fardo de ser contador de histórias reais ou fictícias, em prosa ou em versos.

Pergunta-se: na Atenas Brasileira, ainda existem poetas? Sim, afirmo: poetas, poesias e poemas ainda marcantes, e com nomes, normas e estilos. Citarei nomes e constelações, ainda orbitam entre nós, perdoe-nos as omissões não propositadamente, mas somente por descuido da mente.

Ei-los: Herbert de Jesus Santos, José Alexandre Júnior, Ewerton Neto, Laura Amélia, Ivan Sarney, Luis Augusto Cassas, Joselito Veiga, Edmilson Sanches, Francisco Baia (Aiab), Kleber Lago, Luísa Cantanhede, Paulo Melo e Sousa, Linda Barros, Danilo, Sharlene Serra, Eloy Melonio, Chico Tribuzi, Salgado Maranhão, GIlmar, Ana Luisa Almeida Ferro, Sônia Almeida, Raimundo Campos Filho, Antonio Noberto, Iramir Alves Araujo, Irandi Marques Leite, Déa Alhadeff, Euges Lima, Alex Brasil Poeta, Charles Simões, Osmar Gomes

Dos Santos, Luiz Tadeu, Hilmar Hortegal, Ubiratan Sousa, João Pedro Borges, Turibio Santos, professor Trovão, Aymoré Alvim, José Márcio Leite, Jadiel, Ana Livia B. Vieira, Manoel Rubim da Silva, Manoel Barros, Paulo Meneses Pereira, Sanatiel Pereira, Elizabeth Abrantes, Alan Kardec Pacheco, Jader Cavalcante, Helidarcy, Jucey Santana, Iuri, Natalino Salgado, Célio Sardinha, Chico Maranhão, Euclides Moreira Neto, Zema Ribeiro, Agenor Santos, Chico Viana, Marco Antonio Netto Teixeira, Marco Antônio Vieira da Silva, Lúcia Santos, Sérgio Habibe, Iran De Jesus Rodrigues dos Passos Passos, José Augusto, Battista Soarez, Lindivania Martins, Eugênia Neves, Josias Sobrinho, Socorro Teixeira, Pergentino Holanda, Gerude, Fernando Abreu, professor Fernando Novaes, Manoel dos Santos Neto, Bento Moreira Lima, SIlvana Pantoja, Cristina Murilo, Antonio Melo, Eliezer, Sérgio Sergio Victor Tamer, Cordeiro Filho, Márcia Manir, Cristiano Sardinha, Alexandre Lago, Joaquim Haickel, Joãozinho Ribeiro, Pedro Henrique Fonseca, Raimundo Balby SilvaSilva, AdonayMoreira,professorJoãoMeloSousaBentivi,professora ZefinhaBentivi, RogerDageerre, Florisvaldo Sousa, Ricardo Miranda Filho, José Eulálio Figueiredo, Joaquim Itapary, Josias Sobrinho, Inaldo Lisboa, Lourival Serejo, Ney Bello, Firmino Freitas (in Memoriam), Couto, Aurora da Graça, Hélcio Silva, Bruno Tomé Fonseca, Regis Furtado, Nicolau Fahd, Dilercy Aragão Adler, Júlia Emília, Albert Mont Blanc, Wanda Cunha, Carlos Furtado, Hagamenon de Jesus, Sebastião Ribeiro, Cristiane Lago, Raimunda Frazão, Goreth Pereira, Rafaela Rocha, Sabryna Mendes, Roberto Franklin, Uilmar Junior, Carvalho Junior, Rogério Rocha, ArleteNogueiradaCruz,BioqueMesito,AntonioAílton,CléoCleoRolim, DanielBlume,JoséNeres, Sônia Almeida, Anely Guimarães, Luiz Jorge Ferreira, Rossini Corrêa, Arthur Prazeres, Zé Lopes, José Viegas, Aureo Mendonça, Fernando Reis, Jose Ribamar Alves Durans, Pedro Henrique Fonseca, Sergio Victor Tamer, Carlos Nina, Carlos Alberto Lima Coelho, Carlos Furtado, Chico Viana, Alvaro Urubatan Melo, Emanoel Viana, João Batista do Lago, Edomir Oliveira, Wescley Brito, José Martins, Ed Wilson, Paulinho Nó Cego, Marcos Boa Fé, Nerlir, Pedro Neto, Kalynna Dacol, Adonay Ramos, Barrozo Braga, Evandro Júnior, Neurivan Sousa, Wybson Carvalho, Ivone Silva Oliveira, Nonato Reis, José Carlos Sanches, Carlos Alberto Lima Coelho, Mário Luna, Ceres Fernandes, Wilson Martins, Wilson Cerveira, Antonio de Pádua Silva Sousa, Nicolau, Wellington Santana, João Francisco Batalha, Raimundo Marques, Diogo Gualhardo, Sebastião Moreira Duarte, José Loredo, Ramssés De Souza Silva, Ferreira da Silva, Leopoldo Vaz, Paulo Helder, Jacques Medeiros, Edison Vidigal, Libânio da Costa Lobo, Gentil Meneses, Luis Carlos Santos Sales, Maria Gema de Carvalho, Adailton Medeiros, Déo Silva, Cid Teixeira de Abreu, José de Ribamar Cardoso, Antônio Augusto Ribeiro (in memoriam), Anecy Calland Serra, Maria das Graças Costa e Costa, José de Ribamar Corrêa, Glória Corrêa, Antônio Pedro Carneiro, Raimundo Borges, Arthur Almada LimaFilho, Lourença,JoãoMachado,JoséRibamarR.Brandão,JoseaneMaia, IrisNendes, Frederico Ribeiro Brandão, Raimundo Nonato Medeiros, José Ribeiro Brandão, Naldson Carvalho, Inês Maciel, Elany Moraes, Renato Meneses, Jotônio Viana, Morano Portela, Jorge Bastianni, Silvana Meneses, Quincas Villaneto, Isaac Sousa, Ezíquio Barros Neto, Raimundo Palhano, Ruy Palhano, Alzenira Pinho, Raquel Pinho, professor José Kleber Neves Sobrinho, Ubiratan Sousa, Osvaldo Fontenele, Antônio Mauro, professor Ramiro Azevedo, professor Manoel Carlos, Deusimar Serra, Ana Rosária, Alberto Pessoa, Carvalho Jr, Moisés Abílio (in memoriam), José Raimundo Gonçalves (in memoriam), Félix Alberto, José Carlos Aroucha, Celso Borges (in memoriam), Francisco, Carlos Augusto, Padilha, Jucey, Maria Vitória Bouças,Wilson, May Guimarães, Moisés Nobre, Morais, Barbosa, Salles, Samuel, Socorro Veras, Tiago, Zé Carlos,Ana Luiza, Igor, Lopes, Eliane, Érico, Fátima, Graça, Itamar, Caldas,Marcia, Neves, Megan, Furtado, Elisa, Nathan Sousa, Adriana Araújo, Paulo Rodrigues, Kissyan Castro, Rogério Du Maranhão, Augusto Pellegrini, Antônio Melo, Jose Ribamar Alves Durans, Bruno Azevedo, Diego Amorim, Manuel da Cruz Evangelista, e outros. Experienciamos "Os Antroponáuticos"e o "Parangolé", e grandes grupos, formados em redes sociais, reuniões noturnas, bares e mesas nos Bairros Praia Grande e Desterro: Os Integrantes da Noite, e seus poemas marcantes, Os Vadios da Praia Grande, e os poemas impregnados por sabor alcoólico e fumo maldito ou não; Os Herdeiros de Madame Maroca, e seus e poemas lascivos ou lúbricos; Os Declamadores do Bar do Léo, com suas verves; Os Poetas da Praça dos Poetas, e suas declamações; Os poetas do Laços poéticos, e seus poemas líricos; O grupo Flores da Noite, e os "Xirizais", do finado Oscar Frota; Grupo Peregrina e amigos, e seus poemas líricos; Grupo As Tertúlias, e seus poemas mórbidos, recheados de suas doenças crônicas e amores perdidos. Definimos ainda os poetas "Vendedores de Terrenos no Céu", que excentricamente e literariamente, afloram suas mentes e fantasias nesse mundo. Temos ainda os anônimos, escondidos por pseudônimos, timidez ou mesmo por falta de oportunidade em publicar suas lavras.

Resta-nos continuarmos criando o melhor ou não, não importando quantas vezes caímos, pois levantaremos e lutaremos, vez que nossas belezas estão em nossas verves e vidas.

Às vezes, poderemos acordar ou não nos amanheceres, com raios ou trovões, e constatarmos o esplendor do Universo, em uma obra do Criador, e que nunca nos faltem esperanças nesse novo amanhecer...

VERDADE & TEMPO

Duas verdades nunca se podem contradizer. Todas as verdades são fáceis de entender uma vez que são descobertas; o objetivo é descobri-las. A verdade é filha do tempo, e não da autoridade. Mede o que é mensurável e torna mensurável o que não o é. Devemos dizer que existem tantos quadrados quanto números. A Matemática é a linguagem em que Deus escreveu o universo. Dou infinitas graças a Deus, que se agradou de me fazer o primeiro observador de coisas maravilhosas. Se eu estivesse novamente começando meus estudos, seguiria o conselho de Platão e começaria com a matemática. Onde os sentidos nos falham, a razão deve intervir.

A ciência humana de maneira nenhuma nega a existência de Deus. Quando considero quantas e quão maravilhosas coisas o homem compreende, pesquisa e consegue realizar, então reconheço claramente que o espírito humano é obra de Deus, e a mais notável. É certamente prejudicial para as almas tornar uma heresia acreditar no que for provado.

Não consigo acreditar que o mesmo Deus que nos deu inteligência, razão e bom senso nos proíba de usá-los. Aplicar-se em grandes invenções, iniciando pelos mínimos detalhes não é uma tarefa para mentes comuns; descobrir que maravilhas se escondem em coisas triviais e infantis é um trabalho para talentos super-humanos. Aquele que olha mais alto é o mais altamente distinto, e virar o grande livro da natureza (que é o objeto adequado da filosofia) é a maneira de elevar o olhar. A filosofia encontra-se escrita neste grande livro que continuamente se abre perante nossos olhos. A maior sabedoria que existe é a de conhecer-se alguém a si próprio.

Acredito que os filósofos voam como as águias e não como pássaros pretos. É bem verdade que as águias, por serem raras, oferecem pouca chance de serem vistas e muito menos de serem ouvidas, e os pássaros pretos, que voam em bando, param em todos os cantos enchendo o céu de gritos e rumores, tirando o sossego do mundo.

Gravem-se os benefícios no bronze e as injúrias no ar. Falar obscuramente, qualquer um sabe; com clareza, raríssimos. Digamos que existem dois tipos de mentes poéticas: uma apta a inventar fábulas e outra disposta a crer nelas. Não se pode ensinar alguma coisa a alguém, pode-se apenas auxiliar a descobrir por si mesmo. Penso que na discussão dos problemas da natureza deveríamos começar não pelas escrituras, mas, antes pelas experiências e demonstrações. Parece-me sempre extrema precipitação da parte de alguns quando querem fazer das capacidades humanas a medida do que a natureza pode fazer. A verdade não resulta do número dos que nela crêem.

A natureza é inexorável e imutável; ela nunca transgrediu as leis que lhe são impostas, nem se importa se suas razões abstrusas e métodos de operação são compreensíveis para os homens. Para sermos humanos, devemos estar sempre prontos a pronunciar aquela declaração sábia, engenhosa e modesta "não sei".

*Galileo di Vincenzo Bonaulti de Galilei, 15 de fevereiro de 1564, Pisa, Itália – 8 de janeiro de 1642, Arcetri, Itália.*(TRANSCRITO NA ÍNTEGRAPOR ANTONIOGUIMARÃES DEOLIVEIRA. DATA: 23.03.2025. SÃO LUÍS-MA).

POETAS & DECLAMADORES

Quando vemos um gigante, temos primeiro de examinar a posição do sol e observar para termos certeza de que não é a sombra de um pigmeu. Nunca nos compreendemos completamente, mas, podemos e poderemos fazer muito melhor do que compreendermo-nos.

O mundo é um pensamento encadeado. Quando algo se consolida, os pensamentos libertam-se. Quando algo se desfaz, os pensamentos encadeiam-se. Seja em que poesia for, o caos deve transparecer sob o véu cerrado da ordem. Uma flor é um ser inteiramente poético. Somos sozinhos com tudo o que amamos. Todo objeto amado é o centro de um paraíso. O amor sempre inspirou romances, ou seja, a arte de amar sempre foi romântica. O amor nada mais é do que a poesia suprema da natureza. A poesia é para os sentimentos o que a filosofia é para os pensamentos. Naverdade,afilosofiaépropriamentesaudadede casa;odesejodeestarem todososlugaresem casa.Estamos mais intimamente ligados ao invisível do que ao visível. A filosofia é o hospital da poesia. O poeta entende a natureza melhor do que o homem de ciência. Somente um artista pode interpretar o significado da vida. A poesia cura as feridas infligidas pela razão. Aquele que considera a vida como algo diferente de uma ilusão que se destrói ainda é um prisioneiro da vida. A vida é uma doença da mente. A vida não deve ser um romance que nos é dado, mas, um que é feito por nós. O caminho misterioso vai para dentro. É em nós, e não em qualquer outro lugar, que se encontra a eternidade dos mundos, do passado e do futuro. Romantizar o mundo é nos tornar conscientes da magia, mistério e maravilha do mundo; é educar os sentidos para ver o comum como extraordinário, o familiar como estranho, o mundano como sagrado, o finito como infinito.

Amor, amizade e piedade devem ser tratadas com uma espécie de segredo misterioso; eles devem ser falados apenas nos raros momentos de perfeita confiança, para serem mutuamente compreendidos em silêncio. Muitas coisas são delicadas demais para serem pensadas; muitos mais, para serem falados.

Perceber a representação do irrepresentável, ver o invisível, tocar e perceber o impalpável. O homem acrescenta a cada sensação outra sensação assim que começa a pensar. Meu amor se transformou em uma chama, e essa chama está gradualmente consumindo o que é terreno em mim. O amor é o fim final da história do mundo, o Amém do universo. Sonhamos em viajar pelo universo; o universo não está em nós? O espaço mescla-se com o tempo, assim como, o corpo se mescla com a alma. O homem é um sol; os seus sentidos são os planetas. Tudo é mágico ou nada.

*Georg Philipp Friedrich von Hardenberg, 2 de maio de 1772, Wiederstedt, Alemanha – 25 de março de 1801, Weißenfels, Alemanha.* (TRANSCRITO NA ÍNTEGRA POR ANTONIO GUIMARÃES DE OLIVEIRA. DATA: 27.03.2025. SÃO LUÍS-MA).

Alegre e grato, recebi do Selo Editorial Antologias Brasil, o Certificado de merecimento PELA QUALIDADE DE SUA OBRA LITERÁRIA SELECIONADO PARA ANTOLOGIA: 122 POETAS BRASILEIROS CONTEMPORÂNEOS, homenageando na oportunidade os 122 anos do Poeta Carlos Drummond de Andrade.

Obrigado

O POETA RESULTANTE DA MIGRAÇÃO DE UM CANTANHEDE

No último quartel dos anos 1700, transladou-se da região banhada pelo Itapecuru para a Ribeira do Mearim, entre outros, Lourenço de Araújo Cantanhede, filho do fazendeiro José Cantanhede, um de três irmãos que se haviam estabelecido às margens do Itapecuru em meados do mesmo século (os outros eram Lourenço Cantanhede e Manoel de Jesus Cantanhede. Os três, José, Manoel de Jesus e Lourenço, eram filhos de Faustino Cantanhede). O sobrenome desses três fazendeiros acabou sendo aplicado a uma povoação que surgiria em seus domínios, chamada, portanto, de Sítio dos Cantanhede.

Lourenço de Araújo Cantanhede, identificado como fazendeiro na Ribeira do Mearim em documento de 1786, casou-se com Faustina Maciel Parente, natural e moradora da mesma região. Ela era neta de Mariana de Araújo Cantanhede e Bento Maciel Parente, sendo este um neto homônimo do governador do Maranhão que fora rendido pelos holandeses em 1641. Certamente, Lourenço e Faustina não ignoravam o parentesco, embora distante, que já os unia antes de se casarem.

Aquele casal Bento Maciel Parente-Mariana de Araújo Cantanhede, que no Mearim já estava no início dos anos 1700, foi o responsável por dois sobrenomes dos mais antigos dentre os pioneiros da ocupação do Mearim – Maciel e Cantanhede –, pois sua descendência, quando não manteve os dois, dividiu-se na opção entre os nomes de família paterno e materno, parte adotando um deles, parte adotando o outro, ao longo da segunda metade do século XVIII, sendo, portanto, essa a origem das duas famílias da região, que parecem diferentes, mas têm, na verdade, a mesma raiz. Trajano era filho de Francisco Joaquim de Carvalho e Virginia Lourença Galvão, neto de Lourença Cantanhede, bisneto de José Cantanhede e trineto de Faustino Cantanhede. Trajano é patrono da cadeira 20 da Academia Maranhense de Letras e foi um dos intelectuais contrários ao processo de escravatura.

Fonte: obra de Washington Cantanhede (escritor e promotor de justiça).

Redação: TVmini.

https://www.instagram.com/p/DHJUuL6g-wY/?igsh=MTNxMzh5a3ZyanptMw==

WASHINGTON LUIS CANTANHEDE

DIOGO GALHARDO NEVES

OS 100 ANOS DA PRAÇA PEDRO II

O antigo "Largo de Palácio", com essa nomenclatura do período colonial, traz a função de praça da oficialidade, ao estilo espanhol (eu defendo que a Espanha fundou a capital maranhense, mas falo sobre isso em outro momento), onde estão a sede dos principais poderes políticos: o Palácio do Governo do Estado do Maranhão, a o Palácio da Prefeitura de São Luís (antes a Casa de Câmara e Cadeia), o Palácio do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão e a Igreja da Sé (o poder eclesiástico), essa de frente para o espaço, e o mais alto dos antigos edifícios.

Bem no início do século XX, o "Largo de Palácio" foi rebatizado de "Avenida Maranhense", mas esse designativo durou pouco tempo. Em 1925, por ocasião da fundação do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão - IHGM, o colegiado,em reuniãoda"IntendênciaMunicipal" (a Prefeitura),sugeriuum novotítulo: "Praça Pedro II", posto que naquele ano o país comemorava o centenário do nascimento do extinto Imperador, nascido a 2 de dezembro de 1825. O pleito foi imediatamente atendido.

Portanto, neste ano do bicentenário de D. Pedro II, é também o aniversário de cem anos da Praça Pedro II. Parabéns!!!

OUTRAS INSTITUIÇÕES LITERÁRIAS/ CULTURAIS

WYBSON CARVALHO
14 DE MARÇO: DIA DA POESIA NACIONAL.

A poesia ganhou um dia específico, sendo este criado em homenagem ao poeta brasileiro, Antônio Frederico de Castro Alves (1847-1871), no dia de seu nascimento, 14 de março.

Neste mês de março, precisamente no dia 14, algo de melhor que há no Brasil aniversaria: A POESIA. “A poesia é a arte da linguagem humana, do gênero lírico, que expressa sentimento através do ritmo e da palavra cantada. Seus fins estéticos transformaram a forma usual da fala em recursos formais, através das rimas cadenciadas. A poesia faz adoração a alguém ou a algo, mas pode ser contextualizada dentro do gênero satírico também. Há três expressões de poesias: as existenciais, que retratam as experiências de vida, a morte, as angústias, a velhice e a solidão; as líricas, que trazem as emoções do autor; e a social, trazendo como temática principal as questões sociais e políticas”.

Mas, eminentemente, a poesia é arte e exercício humano/espiritual. Quanto ao questionamento conceitual sobre esse contexto, temos a certeza: Bertoldo Breath se fosse questionado por alguém a respeito do conceito de o quê é a poesia, certamente o questionador já obteria sua resposta - “poesia é o próprio homem/trabalhador e, em realidade, há homens que trabalham anos e anos; esses são considerados bons / há homens que trabalham anos e anos; esses são considerados muito bons / e há homens que trabalham sempre; esses são imprescindíveis...”.

Portanto, a poesia é um produto do esforço psicofísico humano. O mesmo questionamento, feito a Henfil, é claro, também, ele já nos responderia: - “poesia é arvore de vida e, em realidade, se dela não houver frutos, valerá o perfume e a beleza das flores; se dela não houver flores, valerá a sombra e o abrigo das folhas; e, se, dela não houver frutos, flores e folhas, valeu a intenção da semente...”. Embora a poesia, é claro, também, produto natural do esforçado cio da terra.

Mas, ser poeta é ser o quê?

Segundo o sábio professor, poeta e jornalista maranhense, Alberico Carneiro, se é atualíssima, ainda hoje, a teoria de Aristóteles sobre a arte da poesia ou da poética, apresentando-a como imitação, transformação ou mutação da realidade vista por outro ângulo, o poeta é uma espécie de mago, feiticeiro, bruxo ou encantador. Desse ponto de vista, ele, o poeta, pode transfigurar a linguagem da semântica, isto é: fazer com que as palavras, à maneira dos camaleões, passem por um processo mimético ou do mimetismo. E, assim, como camaleão, que, para preservar-se dos predadores mais perigosos, adapta à coloração da pele à cor do ambiente, para fingir e confundir-se com a paisagem, também o poeta faz com que as palavras imitem a realidade, procurando inseri-las no contexto semântico que corresponda à contemporaneidade. O poeta Português, Fernando Pessoa, traduz esse paradoxo ou ambigüidade aristotélica sobre o ato da imitação à realidade: - “o poeta é um fingidor/finge tão completamente/ que chega a fingir que é dor/ a dor que deveras sente”. Já o poeta ludovicense, Nauro Machado, outro ser humano-cultural incompreendido em seu tempo, se confessa e, portanto, explica: - “a dor de ser poeta/ do ser fatal/ a dor de ser feroz/ é instante só/ mas que no ser demora e dura e fere/ para que mais doa”. Já o conterrâneo e poeta-camaleão, Salgado Maranhão, se faz poetar nas coisas: - “As coisas querem vazar o poema/em sua crosta de enredos, as coisas querem habitar o poema/para serem brinquedos. Chove nas fibras de alguma essência secreta e o poema rasga a arquitetura do poeta”...!

EU SOU DO BAIRRO UNIÃO

Cheguei a Imperatriz com quase cinco anos de idade, depois de ter vivido três anos na cidade de Marabá, trazendo na mente a bela festa do Pavão Misterioso que acontecia no bairro do Cabelo Seco daquela cidade. "Lá vai o pássaro avoando, ao nascer e ao por do sol, e a morena na janela, para saudar o rouxinol". O canto soava bonito, então um brincante atirava no pássaro que descia no cabo estendido, enchendo os meus olhos de lágrimas.

Apesar do nome do bairro, também tínhamos nossas desavenças. A mais visível era com o Sindicato dos Arrumadores, comandado por Sivirino, um negro alegre e cordial. Fundador e o maior torcedor da Sociedade Atlética Imperatrizense, o mais destacado time de Imperatriz e adversário ferrenho do União, time formado basicamente por trabalhadores da olaria. Estes encontros garantiam diversão e comentários por muitos dias, as vezes meses.

Mas o nosso bairro também tinha o Clube da União Operária, ligado ao campo de futebol, local dos grandes acontecimentos sociais e onde os "arrumadores" se sentiam em casa. Ali, as filhas aprendiam seus primeiros passos de dança sob os olhares dos pais zelosos. Nos arredores do Clube ficavam os Quiosques onde os apreciadores da boa cachaça se encontravam pra botar a prosa em dia. Era comum também os jogos de damas e de baralho com partidas disputadíssimas entre grandes jogadores.

No carnaval, os frequentadores do Clube criavam um bloco com seus compridos atabaques, e saiam pelas poucas ruas anunciando que a alegria morava no bairro União. Piula Preta, grande ritmista, era do Sindicato dos Arrumadores, mas era também do bloco União, aliança entre essas duas correntes rivais. Aprumava a bateria, fechava os olhos e soltava a voz: "Saravá meu pai, eu vou lhe dizer, vou pedir ao pai de santo, pra acabar o seu encanto, pra me proteger". O coro respondia aumentando a animação.

Antônio Simão, próspero empresário, com cinco carroças e animais de sua propriedade. Além, claro, de um Quiosque suprido pelos melhores engenhos da região, contagiado pela festa carnavalesca garantia algumas rodadas aos brincantes.

Foi visitando estas cenas que fiz estes dias uma música chamada Recado, onde pareço ouvir os atabaques e a voz gostosa de Piula Preta entoando "Você não leu meu recado, escrito naquela flor, murchou meu pé de roseira murchou também nosso amor", aí todo mundo repete a letra. O canto se fortalece nos sons dos atabaques e a vida se renova voltando a um passado tão distante. Z T.

NOVA ACADEMIA, FUNDADA EM 02 DE FEVEREIRO DE 2025

ADÃO E EVA DE MIRANDA

Sete de setembro. O dia do desfile finalmente chegou. Eu, pela primeira vez não sairia no pelotão comum, onde os alunos desfilam com a farda da escola. Meu pelotão era o PELOTÃO DE HONRA! Eu estava me sentindo importante! Minha camisa de tergal, mangas longas, foi feita exclusivamente para o desfile pelo meu tio Bibi, alfaiate da família. Além disso tinha algo a mais de especial nesse desfile: a BANDA não seria apenas aquele bandinha corriqueira que nos acompanhava nos ensaios por todo o mês de agosto. Era a BANDA DO 24°BATALHÃO DE CAÇADORES, DE SÃO LUÍS, levada a pedido do nosso Diretor, o professor Dr. Josemar Bezerra Raposo.

Na hora de formação e organização dos pelotões pude ver a heróica PRINCESA ISABEL, o elegante D. PEDRO I, vários ESCRAVOS com suas roupas maltrapilhas e com correntes amarradas nos pescoços, vi também as lindas colegas com roupas representando os Estados brasileiros e, claro, vi também a encantadora

baliza... e para meu espanto vi chegar quem eu nunca imaginaria ver em um desfile cívico: ADÃO e EVA. Sim, a dupla mais improvável para o SETE DE SETEMBRO estava ali. Coisas de Miranda!

Eva, com cabelos longos cobrindo as folhas que escondiam seus seios. Adão com uma minúscula sunga coberta por folhagens verdejantes. Ambos sentados em uma carroça lindamentedecorada com plantas eflores. Era o JARDIM DO ÉDEM! O Paraíso na Terra! Não vi nenhuma serpente! Mas vi um boi: um boi grande, forte e imponente que puxaria o Paraíso, ou melhor, a carroça durante todo o desfile! Situado entre dois pelotões, aguardávamos todos o início do desfile.

Finalmente anunciaram que já iria começar a "procissão" cívica. Pais e mães prontos para acompanhar o cortejo, orgulhosos pelos seus filhos carregavam consigo garrafas de cola JENEVE, CERMA ou outro refrigerante bem gelado para refrescar suas crias nos momentos oportunos.

Alguém tocou um foguete nas proximidades. O boi ficou um pouco assustado mas fora devidamente controlado. O clima ficou tenso mas tudo bem. Vai comecar! Os tambores rufaram e o trompete da BANDA DO EXÉRCITO ecoou nos ares. Aí foi demais!

O boi, apavorado, desembestou levando Adão e Eva em sua carroça voadora! Parecia o profeta Elias subindo aos Céus em sua carruagem de fogo! Eva, tadinha, gritava segurando-se com uma mão enquanto segurava o cabelo, agora revelado uma peruca... os demais pelotões pararam assustados... a banda calou-se... mas o estrago já tinha sido feito... Adão conseguiu soltar-se e caiu estatelado no chão... e Eva, coitada, foi levada pelo boi voador...

Diz a lenda que até hoje ele vive a correr pelo mundo, com Eva a puxar-lhe as rédeas na tentativa de voltar à rua Velha, onde toda nossa História começou!

ALEX ARAUJO

Temos que tomar muito cuidado com pessoas que se aproximam da gente e fazem perguntas a respeito de outros.

Principalmente pessoas destacadas e no fim a todos.

Só que estas pessoas começam o assunto e na maioria das vezes descem o verbo no outro.

Mais quando chegam perto da outra pessoa no caso, dizem que foi você que falou mal.

Isto é vergonhoso !!!

Pessoas sem caráter e incompetentes fazem isto.

Não tem brilho e querem apagar o brilho dos outros.

O que adianta falar mal, mais quando a coisa aperta corre atrás. É bem certo que o rio só corre para o oceano.

Lamentável é que tem pessoas que a bíblia diz que são pessoas de animo dobe.

Elas gostam de bajulação e o que não faltam são bajuladores.

É impossível que alguém se ache importante sendo reconhecido pelo que não presta.

Se não precisa !!!

Não fale mal .

E não tente ganhar reconhecimento de alguém fazendo fofoca com o nome de ninguém. Pois quem fala de um, também fala de outro.

E se você da credito para palavra de fofoqueiros.

Você esta com um serio problema, pois é a mesma coisa de colocar a mão na boca da cascavel, ou entrar no mar repleto de tubarões banhado de sangue.

Posicione-se como diz a palavra.

Seja o seu sim, sim.

Seja o seu não, não.

E se não puder ajudar, não atrapalhe.

Pois como já diz o ditado popular. Muito ajuda quem não atrapalha.

Seja sensato e nunca cuspa no prato que come.

MF. ALEX ARAÚJO.

Ministério de Regeneração.

Miranda do Norte-MA 20/03/2025

Postado por Cantor Alex Araújo

O documentário LAURA ROSA, A VIOLETA DO CAMPO, dirigido por Nico Bezerra e Nice Goulart, com direção de produção de Emilson Ferreira e Leonardo Amorim foi apresentado ontem à comunidade escolar do IEMA SÃO LUÍS CENTRO. O documentário conta com a participação dos pesquisadores e escritores DINO CAVALCANTE, DIOMAR MOTTA, MIRIAM ANGELIM e JOSÉ NERES que nos apresentam a riqueza literária e pedagógica da poetisa e educadora Laura Rosa, a primeira mulher a tomar posse na Academia Maranhense de Letras no ano de 1943. O curta resulta do curso Organização de Produção, promovido pela FAZCINE EDUCAÇÃO e EQUINOX GOLD, com incentivo da lei Rouanet e parceria com FIEMA, IEMA, SEDUC/GOVERNO DO MARANHÃO. ��������

CORDEL A SÃO SEBASTIÃO

Sebastião foi soldado da guarda do Imperator que era um homem malvado, não tinha fé nem pudor, nem cria em Jesus Cristo, como Deus Nosso Senhor. Sebastião, no entanto, era cristão afamado, tratava os prisioneiros com zelo e muito cuidado, tinha fé e devoção, e era muito educado. Nesse tempo lá em Roma mandava Deocleciano, até mesmo Dom Clemente, o Papa do Vaticano, pelo Império foi expulso por discordar do profano. Quando o rei descobriu a crença de Sebastião num Deus que não era o seu, mandou prender o cristão e não achando outro motivo, o acusou de traição.

Joana Bittencourt 22 h

E Sebastião foi preso mais ainda torturado para negar sua fé, mas ele ficou calado, nunca negou Jesus Cristo, por isso foi maltratado. Então, o rei ordenou: "Matem o Sebastião!" No meio de uma arena, amarrado num mourão, seria assim flechado diante da multidão. Eram mais de cem arqueiros para flechar Sebastião, todos que nele atiraram caíram mortos no chão, um fugiu apavorado por ter perdido a razão. Sebastião foi jogado num rio que passa em Roma, achado por Santa Irene, quando ainda estava em coma, foi pela Santa tratado, em breve estava curado e aumentou sua fama. Mas se engana quem pensa que Sebastião se escondeu; logo que ficou curado foi procurar pelo rei para lhe dar conhecimento que era um soldado de Deus. O rei ficou assustado E pensou: "É uma visão!" Mandou deter o soldado e o jogou numa prisão; com uma lança trespassado, morreu de fato o cristão. Mandou jogar no esgoto o corpo de Sebastião para ninguém encontrar e lhe dar enterro cristão e para servir de exemplo a quem ao rei dissesse não. Novamente Sebastião, protegido por Jesus, veio aparecer em sonho, à Santa Luciana Luz, pedindo sepultamento, ela vai e o conduz. Passados trezentos anos, a fé cristã restaurada, mas na cidade de Roma a peste estava instalada, o povo morrendo à míngua, ninguém podia fazer nada. Mas por obra do destino, o rei fez uma boa ação, mandou construir uma igreja, todinha pintada à mão, em honra ao soldado mártir,

o Santo Sebastião. No dia da transferência dos restos mortais do Santo, a peste desapareceu como se fosse um encanto, um milagre aconteceu, muitos ficaram em prantos. Assim também em Lisboa, perto de mil e seiscentos, o povo ficou doente da praga, mal pestilento, invocaram o Santo Guerreiro, cessou logo o sofrimento. Por esse tempo também, na cidade de Milão, ocorreu o mal da peste e foi São Sebastião que de novo socorreu, salvando a população. Com estes versinhos singelos a nossa história se encerra, fazendo uma louvação ao maior Santo da Terra, aquele que é padroeiro contra a peste, a fome e a guerra

O Cordel à São Sebastião, compõe o conto "A Cordelista de São Sebastião", do livro Arte e Devoção, Ética Editora, Imperatriz-MA, 2015, autora Joana Bittencourt.

JUCEY SANTANA

Hemetério Leitão, retrato de autoria de Manoel Moura

Ouvi falar, pela primeira vez, do poeta Hemetério Leitão em 2013, quando coletava dados para escrever sobre Mariana Luz. Ao visitar o quase centenário Jamil Mubarack, nascido em 4 de dezembro de 1923 e dono de uma memória prodigiosa, para falar da minha biografada, a poetisa itapecuruense, o veterano comerciante, entre uma venda e outra de cigarro, fósforo, anzol... tudo “a retalho”, me mostrou um caderno com preciosas relíquias, em forma de poemas de autores entre os quais: Mariana Luz, Nascimento Araújo, Natinho Ferraz e... Hemetério Leitão. Não dei muita importância ao último, mas ele fez questão de declamar, com os olhos marejados de emoção, alguns dos seus textos, retendo em minha memória, “Dolor”, para homenagear o poeta caxiense Vespasiano Ramos, falecido em 1916.

O que me despertou a curiosidade, não por Hemetério, que não o conhecia, mas pelo poeta do “Cousa Alguma”, patrono da cadeira 32, da Academia Maranhense de Letras, fundada pela minha biografada, Mariana Luz, em 1948.

Anos depois, em 2019, na formação da Academia de Letras da região do Iguará, quando os futuros membros fundadores escolhiam seus patronos, o Promotor Público, Benedito Coroba solicitou a cadeira número, sete, patroneada por Hemetério Leitão, porque, segundo ele, passou a admirar o poeta vargem-grandense desde 1989, quando na função de advogado foi defender uma senhora em um júri em Vargem Grande. Ao se preparar para o julgamento, em conversa com o professor itapecuruense João Silveira,este lhe apresentou um poema de Hemetério Leitão ao tempo que falou maravilhas do jovem poeta. O texto foi declamado na abertura do júri e sua defesa oral foi baseada no poema, o que deixou os jurados emocionados. Anos depois, em 2004, ao ser designado Promotor Público da comarca de Vargem Grande, em seu discurso, relembrou aquele poema que muito o tinha impressionado e a partir de então, durante os 14 anos que serviu a comarca, sempre honrou o nome de Hemetério Leitão, enaltecendo-o em suas falas, por sua inteligência ímpar, orgulho para os iguaraenses.

Resolvemos então, eu e Benedito Coroba, buscar os dados do renomado poeta iguaraense, do início do século XX, que estava completamente apagados, nos meios literários e dos seus conterrâneos, como forma de reconhecimento do seu mérito.

O estudante Hemetério Leitão

Hemetério de Araújo Leitão, o inditoso poeta, jornalista e professor, nasceu em 1895, em Vargem Grande do Iguará, Estado do Maranhão. Era filho do militar, fazendeiro e político o tenente-coronel Pedro Paulo Leitão e da professora, Emidia de Araújo Leitão.

Como político, Pedro Paulo Leitão, elegeu-se vereador em dois mandatos, foi eleito Intendente Municipal para o período de 1918 a 1922, e novamente eleito a presidente da Câmara Municipal de Vargem Grande, em 1925. Em 1934, fundou o diretório do partido PSD em Vargem Grande e foi seu presidente. Foi um político atuante na região.

Era um militar rígido que chegando a ser nomeado promotor público de Vargem Grande. Teve dois filhos, o primeiro, Raimundo de Araújo Leitão, seguiu os passos do pai, ingressando na vida militar, tendo recebido todas as patentes da caserna; já o segundo, Hemetério, o pai queria fazê-lo bacharel em direito, por ser muito estudioso porém o jovem era mais inclinado a poetar, nas escolas e pelas ruas de sua cidade.

Foi curta, mas, brilhante a existência de Hemetério. De compleição franzina e aspecto doentio, em novembro de 1909 o pai o encaminhou aos exames do Liceu Maranhense, na capital, para cursar Humanidades, tendo sido aprovado com distinção

Ao chegar em São Luís, inesperadamente, se integrou ao meio litero-cultural, mostrando inteligência no trato com as letras e sutilezas da arte e da beleza, passando a se atrelar aos grupos dos jovens poetas da época, a declamar suas criações em praças públicas e saraus, se desiludindo da carreira de advogado, para o desgosto do pai.

O jovem liceista resolveu migrar para o curso Normal em 1911, tendo recebido o diploma de professor normalista em 4 de dezembro de 1914, cheio de ideais para cultivar inteligências e formar jovens para servir e engrandecer a pátria. Antes mesmo de formar-se já praticava o ensino na capital em escolas particulares por indicação de seus mestres e inúmeros amigos.

Durante toda a sua vida escolar, frequentemente se deslocava para Vargem Grande, em tratamento de saúde para recobrar as forças de uma enfermidade que o acompanhava desde a infância.

Em 28 de abril de 1915, quatro meses depois de formado professor, foi nomeado pelo governo do Estado para ser diretor do Instituto Benedito Leite, Externato Estadual do município de Caxias (MA).

Segundo o jornalista e discípulo de Leitão, José Neves de Jesus, Hemetério era: “raquítico, franzino, baixo, moreno, amigo sincero e grande incentivador do cérebro dos que lhe rodeavam. Era um homem bom!”

Talento Literário e profissional

Juntou-se a um grupo de rapazes que cultivava boas letras, seguindo os passos de Antônio Lobo, Antonio Lopes, Nascimento de Morais, Ulpiano Brandão, Leslie Tavares e tantos outros gigantes da intelectualidade que fervilhavam na capital, com o estímulo da recente fundação da Academia Maranhense de Letras (1908) e a instalação de muitas corporações literárias ainda no bojo do fenômeno maranhense que ganhou o honroso título de “Atenas Brasileira” no cenário brasileiro, Hemetério Leitão, se sentia feliz.

Apesar da boemia que envolvia os jovens poetas, Hemetério era sempre considerado líder nos seus meios. Esses rapazes mantinham grêmios literários onde se reuniam e discutiam assuntos que até ultrapassavam as suas possibilidades intelectuais, por serem curiosos.

Segundo o escritor e amigo, Crizóstomo de Souza, fundador da corporação literária de jovens ludovicenses “Távola do Bom Humor”, no livro inédito Páginas da Saudade confirmava: Talvez por isso os clubes literários, que fundávamos, tornavam-se centros divertidos de parolagem dessa galunchada compenetrada e inteligente que, hoje, aí está triunfante – uma geração brilhantíssima que tinha a representálas, em todos os setores de atividade, homens cultos e ilustres pela glória dos seus feitos, como Hemetério Leitão. Quem desejasse castigá-lo, era só dar-lhe cinco minutos de silêncio. Mas se o deixasse falar uns três minutos, pelo menos, a sua verborragia sacudiria montanhas!...

Hemetério Leitão pertencia a essa geração luminosa e, embora tendo falecido tão cedo, deixou o exemplo de uma inteligência pertinaz e rebrilhante e de um caráter íntegro.

O seu aspecto era de um boêmio elegante, tanto no trajar, como nas atitudes: baixo, atarracado, a cabeleira encaracolada e lustrosa, bem penteada, olhos vivos, de uns claros tons azuis. Hemetério irradiava simpatia pela sua afabilidade, sorriso cativante e ruidoso.

Tinha a preocupação constante da forma. Compunha um soneto, lia-o em voz alta, a passos largos, num vai-e-vem, no seu quarto de pensão. Muitas vezes saía com a produção no bolso, ia ao Largo do Carmo, reunia-se aos rapazes à sombra de uma árvore e lia em voz alta para todos. Era um apaixonado pela poética!

Hemetério era um espírito vibrante, de sensibilidade artística, pelo seu temperamento ardente de sertanejo. Todas as paisagens de sua terra viviam nos seus versos cristalinos com esse suave encanto e o sabor dos frutos sazonados. Jamais foi um melancólico de amores platônicos ou discussões líricas, mas um amável cantor de coisas sérias.

Em 1º de fevereiro de 1917, foi promovido, pelo Governo do Estado, a Inspetor Escolar, com abrangência a Chapadinha, Vargem Grande, Brejo, Itapecuru Mirim, Caxias, Codó e Coroatá.

Pelo seu talento dinâmico e sua cultura enciclopédica, naquela época, por volta de 1910 a 1918, quando morreu, era um chefe incontestável dos movimentos literários maranhenses.

Hemetério, o Jornalísta

Quando entrou no Liceu Maranhense, em 1909, aos 14 anos, ingressou na União Estudantil Literária Silvio Romero, que reunia a elite dos poetas maranhenses, entre estudantes e professores. Depois de migrar para a Escola Normal, continuou na União, chegando à diretoria.

Em 6 de março de 1910, aos 15 anos, foi eleito para o quadro efetivo do Congresso Literário Maranhense, passando imediatamente a colaborar com a Revista Anais, do Congresso. A revista era literária e bimestral. Em 14 de maio de 1911, foi eleito para a diretoria do renomado Congresso, pela assiduidade e produção literária. Também fez parte da Renascença Literária e foi colaborador da revista, A Renascença, desde o primeiro número, em 1º de janeiro de 1910.

A partir de 1910, foi colaborador contumaz de importantes jornais como, A Pacotilha e o Jornal da Tarde, este último, chegou a fazer parte do seu expediente. Foi também colaborador do Jornal do Comercio de Caxias, de 1915 a 1918. Em 1917, convocado foi para fazer parte da segunda fase da Oficina dos Novos, com colaboração no jornal da instituição literária, Os Novos.

Em Caxias, juntamente com promotor Público (futuro desembargador), Cramwell Barbosa de Carvalhos, dos advogados, Hugo Bitencourt e Myron Pedreira juntamente com os professores Hemetério Leitão e João Guilherme Abreu, criaram uma Associação e fundaram um semanário, O Bloco, em 1º de novembro de 1916, que funcionou até 1918. Em 16.02.1917, Hemetério publicou no semanário, "O Regresso", ocasião, que já combalido pela enfermidade, passou uma temporada em Vargem Grande, para receber os cuidados maternos, voltando a Caxias, cada vez mais enfraquecido.

O poeta era um sonhador. Sofria, sem a revolta exterior dos impulsivos, mas resignado como um mártir, sufocando a própria dor!

Quando estava tudo bem, o tempo a integrá-lo na sua nobre profissão de professor, piora seu estado de saúde, já fragilizada pela terrível “Peste Branca” e, abruptamente, o mal se lhe agrava e o poeta, dentro em pouco, agoniza e morre serenamente, ainda nos verdes anos. Não chegou a casar-se, apesar de ter tido muitas namoradas, mas não teve tempo para um enlace matrimonial, morreu aos 23 anos de idade, em a 29 de abril de 1918.

Hemetério Leitão é homenageado com nome de rua, no bairro de São Francisco, na capital do Estado, São Luís e em sua cidade natal, Vargem Grande (MA).

O IGUARÁ

Inverno, água a cair do espaço enegrecido, Enchendo os boqueirões, chicoteando a floresta, Toda em festa verde.

(O verde difundido

Dá mais beleza à flora esplêndida e modesta).

O rio, que ficara há muito adormecido,

Como enorme serpente em reparável sesta, Acordou, fez ouvir ao longe o seu bramido, Entre o ervaçal em flor e as árvores em festa.

O Iguará! Quem o viu, triste, de leito enxuto, Ontem, agora o vê, num gigantesco assomo, E sente que é prazer aquilo que era luto.

Eu também tinha em mim um coração vazio, Que hoje pulsa de amor, convulsionado, como, Revolto, a água a correr no leito deste rio!

VAIDADE DAS VAIDADES

Sete palmos, à enxada abertos no chão duro... A boca de uma cova, hedionda, escancarada...

Eis o palácio real, leito frio e escuro, – Ponto final da vida e símbolo do Nada. Nesta paz tumular, o puro é igual ao impuro,

O mísero plebeu à testa coroada...

A cova tanto abriga o sábio como o obscuro, Caídos no fragor desta eterna Cruzada.

Também hás de descer à paz que há sob as coisas. Aqui, só se ouve o chiar de ave triste e agoureira E perpassa, sutil, a alma errante das coisas.

Depois... que restará das vaidades, querida?

Uma carcaça imunda... ossos... uma caveira, Um sorriso mordaz, a escarnecer da Vida!

ARREPENDIDA

Eu te chamei num verso - Estrela da Alvorada, Da estética na forma, artista e sonhador; E tu balbuciaste certo mau humor: “Não quero ser estrela, a estrela é desolada”. Num doce madrigal, num canto de amor, Eu te chamei também – Camélia descorada, Bem juntinho de mim, vivendo descuidada. E achaste o verso lindo, e foste aquela flor...

Havia um certo chic, um que de donairoso, Romântico, ideal, poético, formoso, Em ser aquela flor palidamente bela...

Mas hoje que tu vês que vou cindir os mares, Que vais seguir-me a estrela errante pelos ares, Tu te arrependes, flor... e queres ser estrela!

DOLOR

Declamado na morte do caxiense Vespasiano Ramos, em 1916, patrono da cad. 32 da Academia Maranhense de Letras,

Amou..., sofreu... cantou na lira do ouro, Que o céu lhe deu, o Amor e o Sofrimento - Lira que era o seu fúlgido tesouro, - Amor que era o seu único tormento!

Morreu... mas os seus versos ficarão, Cheios do mesmo grande intenso brilho, Princesa do Sertão, chora teu filho!

O REGRESSO

Ficara, a orar por mim, na minha terra E pressuroso e sôfrego busquei-a, Ai coração: coitado de quem erra, Sem lar e sem carinho, em terra alheia!

Hoje, dela bem perto, a alma desterra, As mágoas todas de que andava cheia Em vez do pranto, que a tristeza encerra, Santa alegria dentro de mim gorjeia.

Dá-me bênçãos, num supremo abraço, E posso, enfim, depois de tanta lida, Adormecer feliz no seu regaço.

Mãe! Abençoa as sendas em que trilho! Deus te de bênçãos para toda vida, Para cobrir os passos de teu filho!

Do Livro o Iguaraense, ((2020), organizado por Jucey Santana

DOS ESPORTES

Estão abertas as inscrições para o III Fórum Estadual de Gestores de Esporte, organizado pelo Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado do Esporte e Lazer (Sedel). O evento está previsto para acontecer no dia 14 de março, das 8h às 17h, em local a definir.

O evento é direcionado aos gestores das secretarias municipais das cidades maranhenses e aos coordenadores dos Jogos Escolares Municipais, que poderão formalizar suas inscrições até o dia 07 de março através do formulário eletrônico disponível em: (https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSf5t8cyzAtRrfrXyMp1RKjpIekfYgQYRrusZPEp0VsptsJeQ/viewform?pli=1).

Durante o fórum, serão abordadas temáticas importantes e de grande interesse para os municípios maranhenses, incluindo orientações sobre a Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, as etapas regionais e a realização dos Jogos Escolares Maranhenses (JEMs) 2025, além do projeto Sedel Capacita. Governo do Maranhão abre prazo para apresentação de projetos da Lei de Incentivo ao Esporte O Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado do Esporte e Lazer (Sedel), abriu nesta segundafeira (03) o prazo para a apresentação de projetos esportivos que buscam receber recursos por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte. Os interessados devem enviar até 31 de maio a documentação com as propostas diretamente para o e-mail do protocolo da Sedel: sedelprotocolo@gmail.com. "O incentivo a projetos esportivos é essencial para o desenvolvimento das comunidades. Nossa meta é garantir que instituições tenham a oportunidade de apresentar suas propostas, promovendo o esporte e a inclusão social. Estamos comprometidos em apoiar iniciativas que melhorem a qualidade de vida da população", destaca o secretário da Sedel, Naldir Lopes. Após a entrega, os projetos serão avaliados pelos técnicos da Comissão de Análise de Projetos Esportivos Incentivados (Capei), que têm um período de 30 a 90 dias para concluir a análise. Os critérios de avaliação incluem a regularidade da documentação, o impacto nas comunidades e a relevância social dos projetos. Uma vez aprovados, os projetos recebem um Certificado de Mérito Esportivo (CME), permitindo a captação de recursos. Com esse certificado, as instituições podem buscar financiamento junto a empresas que contribuem com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e que têm direito à dedução fiscal.

O presidente da Capei, Francisco Ranon, destacou a importância do Estado como intermediário entre a população e as empresas patrocinadoras. "A Lei Estadual de Incentivo ao Esporte desempenha um papel transformador nas comunidades, especialmente nas que enfrentam vulnerabilidade social. Essa iniciativa visa melhorar os indicadores sociais, promover a saúde física e mental e elevar a qualidade de vida da população afetada", concluiu. Os interessados em usufruir da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte podem acessar e baixar os documentos necessários (clique aqui). https://sedel.ma.gov.br/programas-ou-campanhas/downloads

Estádio municipal castelo branco!

(Sociedade Esportiva Cinquentenário)

Pé "Ozires,Zé Filho,keke, Inácio, armando,Bubu e Bigu Agachados" João Maria, Raimundinho, Irán, Wilson, Zezeinha e Elias

Pedreiras/Ma(1990)

PROJETO ESCOLINHA DA SOCIEDADE ESPORTIVA TUPAN FUTSAL

1. Introdução

Paço do Lumiar - MA

A Escolinha da Sociedade Esportiva Tupan é um projeto social e esportivo que visa a formação de jovens atletas em Paço do Lumiar. Além da prática esportiva, buscamos promover a inclusão social, o desenvolvimento físico, emocional e educacional das crianças e adolescentes participantes.

2. Objetivos

2.1 Objetivo Geral

Formar jovens atletas, promovendo o esporte como ferramenta de educação, disciplina e transformação social.

2.2 Objetivos Específicos

Oferecer treinamento esportivo com metodologia adequada para diferentes faixas etárias.

Incentivar valores como respeito, trabalho em equipe e responsabilidade.

Criar oportunidades para jovens participarem de competições locais e regionais.

Estimular hábitos saudáveis e combater o sedentarismo.

Fortalecer a comunidade por meio do esporte.

3. Público-Alvo

Crianças e adolescentes de 6 a 17 anos de idade, residentes em Paço do Lumiar.

Jovens em situação de vulnerabilidade social que necessitam de oportunidades de desenvolvimento por meio do esporte.

4. Metodologia

4.1 Modalidades e Treinamentos

Futebol de campo e futsal.

Treinamentos técnicos e táticos adequados a cada faixa etária.

Desenvolvimento físico e psicológico dos atletas. Acompanhamento do desempenho escolar dos alunos.

4.2 Equipe Técnica

Professores e treinadores capacitados.

Apoio de profissionais de saúde e nutrição para acompanhamento dos atletas. Voluntários e parceiros comunitários.

5. Infraestrutura e Recursos

Campos e quadras para treinamentos e jogos.

Uniformes e materiais esportivos. Parcerias com escolas, clubes e instituições locais.

6. Impacto Social e Benefícios

Inclusão social e redução da vulnerabilidade juvenil. Formação de cidadãos responsáveis e disciplinados. Possibilidade de revelar talentos para clubes e competições. Melhoria da qualidade de vida por meio do esporte.

7. Parcerias e Apoio

Instituições públicas e privadas. Empresas patrocinadoras. Apoio de ex-atletas e incentivadores do esporte.

8. Cronograma de Atividades

Treinos regulares durante a semana. Amistosos e campeonatos. Eventos esportivos e comunitários.

9. Sustentabilidade do Projeto

Captação de recursos via parcerias e patrocínios. Realização de eventos para arrecadação de fundos.

Engajamento da comunidade para manter e expandir o projeto.

10. Considerações Finais

A Escolinha da Sociedade Esportiva Tupan tem um compromisso com o futuro da juventude de Paço do Lumiar, utilizando o esporte como ferramenta de inclusão e transformação social. Buscamos apoio e parcerias para fortalecer essa iniciativa e proporcionar oportunidades a mais jovens.

Rayssa Leal derrotou 7 japonesas e se tornou CAMPEÃ do Mundial de Skate Street em Roma

Moto Club já foi nas cores verde e branca

Esta fotografia mostra o time rubro-negro do Moto Clube de 1976, como relata o pesquisador da História do Jornalismo Esportivo do Maranhão, o radialista e jornalista Carlos Alberto Lima Coelho, no livro Fala Tigre!, de 2005, com edição esgotada.

Em pé: Cassas de Lima, médico; Haroldo, Maurão, Inineu, Paulo Ricardo, Bitonho, Meinha, Nei e Alexandre Francis, diretor do clube.

Agachados: Massagista Galdêncio, Haroldo Prado, Adãozinho, Carbone, Edmilson Leite e Acir.

Mascote: Edmilson, que foi jogador, filho de Mariceu, roupeiro.

Mas, as cores originais do Moto Club de São Luís, uma das mais tradicionais equipes de futebol masculino do norte e nordeste do Brasil, eram branca e verde, quando o clube foi fundado em 13 de setembro de 1937.

E há correntes de torcedores, na atualidade que defendem a volta das cores branca e verde.

O objetivo inicial do Moto Club era participar das modalidades de motociclismo e ciclismo, bastante praticadas naquela época em São Luís.

E o verde do Moto, afirmou outro pesquisador, era claro, diferente do verde mais escuro do Palmeiras e do Guarani (equipes do estado de São Paulo) e do time de Goiás (do estado de Goiás).

Lima Coelho informa que, Por influência de César Aboud, já presidente do clube, as cores foram mudadas para rubro-negro, quando da criação do departamento de futebol. A estréia do time de futebol aconteceu no dia 17 de setembro de 1939.

O placar do jogo de estreia, contra o Ateneu, campeão estudantil, foi de 1 X 1. O gol do Moto foi marcado pelo atacante Bibi. A constituição inicial da equipe foi: Wilson, Jaime e Adolfo; Pavão, Feliciano e Mosaba; Bibi, Elvite, Leônidas, Ary e Bilau.

Momentos do Moto Clube

Uma reunião, na casa nº 486, da Rua da Paz, no , onde por muito tempo residiu César Alexandre Aboud definiu como seria o clube e de que maneira seria sustentado.

O grupo elegeu o capitão José de Ribamar Campos como presidente; capitão Aluisio de Andrade Moura, vice-presidente; Raimundo Baima, 1° secretário; Nagib Mouchereck, 2º secretário; e Antenor Monroe, tesoureiro.

Participaram, também, da reunião, Simão Felix, Jaime Pires Neves, Ambrósio Amorim, Newton Pavão, Alberto Aboud, João Lelis dos Santos e Zé Mamá.

Balsas Futsal venceu as duas primeiras partidas da competição e lidera o grupo; além de ter a defesa menos vazada da competição nos dois primeiros jogos. #OMaranhaoSeInformaAqui diariosulmaranhense.com.br - Balsas Futsal vence o Goiás e se classifica na Taça Brasil de clubes sub 8

O Balsas Futsal venceu o Goiás Esporte de Clube na tarde desta quarta-feira, 25 de março p

ELA VENCE E CONVENCE!

Rayssa Leal brilhou mais uma vez e conquistou o título do STU Porto Alegre! Com manobras impecáveis e com muito técnica, mostrou o motivo de ser uma das maiores do skate mundial! Que talento, que domínio! Rayssa, você é GIGANTE!

#TimeBrasil #Skate

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

Centro Esportivo Virtual

Academia Ludovicense de Letras

Academia Poética Brasileira

Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão

Nove artistas internacionais concorreram na criação do Cartaz Oficial de Miami como cidade anfitriã da FIFA COPA DO MUNDO® 2026. O vencedor foi RUBEM ROBIERB, maranhense, já radicado há 16 anos em Miami, com telas e esculturas expostas em Nova York e em vários países europeus.

Rubem Robierb é um artista visual, escultor e fotógrafo baseado em Miami, Flórida. Nascido em Bacabal, Maranhão, Brasil, ele ganhou reconhecimento internacional por suas obras impactantes que frequentemente exploram temas existenciais e a resiliência humana. Sua arte está intimamente associada ao movimento Pop art e frequentemente utiliza metáforas para criar imagens cheias de significados ocultos.

Entre suas obras mais notáveis estão a série Dream Machine e a escultura Dandara, que viralizou após sua inauguração no Tribeca Park, em Nova York. Suas peças frequentemente convidam os espectadores a interagir, transformando-os de meros observadores em parte da obra de arte

A série Dream Machine de Rubem Robierb é uma coleção de esculturas que simbolizam a materialização dos nossos desejos mais profundos e impossíveis. As esculturas, frequentemente representadas por asas, são um monumento para os sonhadores, aqueles que dedicam suas vidas a tornar o impossível realidade As asas representam a condição humana frágil que, apesar dos desafios, permanece forte, resiliente e até mesmo desafiadora. Quando você se posiciona entre as asas e faz um desejo, você se torna parte da obra de arte, carregando o poder de realizar os sonhos mais impossíveis A série é profundamente interativa, convidando

Rubem Robierb – Wikipédia, a enciclopédia livre

os espectadores a se tornarem cocriadores no processo artístico. Isso transforma a experiência do espectador de mero observador para uma parte integral da jornada artística

Rubem Robierb nasceu em 1 de dezembro de 1976 em Bacabal, Maranhão, Brasil. Quando criança, desenvolveu interesse por poesia e fotografia e como as imagens podem afetar o espectador no sentido emocional. Aos vinte anos, Rubem mudou-se para São Paulo para se matricular na Faculdade de fotografia, masemvezdisso,começoutrabalharcom fotografiacomercialpararevistas demoda.Posteriormente,mudouse para os Estados Unidos, onde atualmente reside e trabalha em seu estúdio em Miami Beach. Segundo a Luxe Magazine, Rubem se inspirou em obras de Jean-Michel Basquiat e Andy Warhol

Rubem Robierb frequentemente menciona sua infância em Bacabal, Maranhão, em entrevistas. Ele fala com carinho sobre suas memórias de infância, especialmente sobre como o Rio Mearim e as cheias influenciaram sua imaginação e criatividade Por exemplo, ele relembra como navegava de canoa pelas ruas alagadas da Trizidela, um bairro ribeirinho de Bacabal, e como essas experiências moldaram sua visão artística. Essas memórias são frequentemente refletidas em suas obras, como na instalação "Raízes para Voar", onde ele representa um menino em uma canoa iluminando seu caminho no mangue, simbolizando sua infância

Essas referências à sua infância não só enriquecem suas obras, mas também criam uma conexão emocional profunda com o público, que pode se identificar com as raízes culturais e as experiências pessoais do artista

Além da instalação Raízes para Voar, Rubem Robierb tem outras obras que refletem sua infância em Bacabal, Maranhão:

1. Heart: Estaobraaborda questõesdeviolênciaeinstabilidadeglobal,mastambémincorporaelementos de sua infância, como a resiliência e a capacidade de encontrar beleza em meio ao caos

2. Power Flowers: Embora esta série critique a guerra e a violência, ela também inclui referências à natureza e à simplicidade da vida no Maranhão, onde Robierb cresceu

3. Eros/Thanatos: Esta série explora a tênue fronteira entre o êxtase e o sofrimento na sexualidade humana, mas também inclui elementos simbólicos que remetem às experiências de vida e às influências culturais de sua infância

Essas obras não apenas destacam a habilidade de Robierb em combinar estética com mensagens profundas, mas também mostram como suas raízes culturais continuam a influenciar sua arte.

Suas obras têm chamado a atenção da mídia e da crítica de arte, sendo apresentadas em exposições, galerias de arte e museus ao redor do mundo. O artista costuma usar metáforas para criar imagens transbordantes e repletas de significados ocultos para o espectador. Sua arte está intimamente associada ao movimento Pop Art.

O trabalho de Rubem Robierb chamou a atenção pela primeira vez da Associação Art et Partage, que, em 2005, organizou sua primeira exposição individual "Brezil Autrement" (Outro Brasil) em Aix-en-Provence, na França. Posteriormente, seu trabalho fotográfico foi exposto em galerias de São Paulo, Zurique, Mônaco, Paris e Milão

Em 2008, Rubem Robierb mudou-se para Miami, onde abriu um estúdio em Wynwood. Em 2009, participou do Red Dot (Art Basel) com a série Eros/Thanatos, conjunto de imagens em que o artista pesquisou a tênue fronteira que existe na sexualidade humana, entre o êxtase e o sofrimento Em 2011, ele exibiu a série Show Me the Money na Curators Voice Art Gallery, em Miami, na qual esmagou notas de dólar e fotografou contra um fundo preto sólido, criando imagens enganosas para a percepção do espectador, aplicando a técnica de manchas de tinta de Hermann Rorschach [11] Em 2012, Rubem Robierb estreou na cena artística de Nova

York,naEmmanuel FremingGallerycom asérie Bullet-Fly Effect -umconjuntodecomposições quefundiam o corpo de uma borboleta com materiais de guerra como balas ou metralhadoras. O tema principal da exposição foi a crítica à guerra com alusão ao "efeito borboleta" na Teoria do Caos.[13] Em 2013, realizou a exposição Bullets & Butterflies na Galeria Taglialatella sobre o mesmo tema, mas desta vez com uma série de pinturas em vez de fotografias. Em 2015, Rubem Robierb foi contratado pelo conselho municipal de Fort Lauderdale para pintar Metamorph-Us, um grande mural no centro da cidade.

Em 4 de novembro de 2019, a escultura Dandara (Dream Machines Series) de Rubem Robierb se tornou viral depois de ser inaugurada no Tribeca Park, em Nova York. A escultura recebeu o nome de uma mulher transexual de 42 anos que dois anos antes foi brutalmente atacada e assassinada no Brasil. Como observou a Forbes, “Robierb dedicou sua última escultura à comunidade transgênero, não-conforme de gênero e nãobinária “em homenagem à sua força e bravura”.[15] Dandara foi destaque em diversas fontes de mídia notáveis. ccSua outra obra de arte, "Climate Meltdown" também ganhou a atenção de críticos de arte e jornalistas em dezembro de 2019, depois que Rubem Robierb criou uma exibição com as palavras "How Dare You" esculpidas em duas toneladas de gelo que flutuavam na água em um piscina do hotel. Como afirmaram várias fontes, o artista se inspirou no notável discurso da ativista sueca Greta Thunberg na ONU, e mais tarde usou as palavras "How Dare You" para sua obra de arte "Climate Meltdown". A obra também foi exposta na Art Basel Miami Beach.

Vida pessoal

Rubem Robierb e Sam Champion, seu parceiro de vários anos e âncora meteorológico da WABC-TV, do Weather Channel e do Good Morning America, se casaram em 2012. Tanto Rubem quanto Sam têm sido fortes defensores do casamento igualitário, apoiando ativamente GLAAD, HRC (campanha de direitos humanos), Point Foundation, LGBTQ Task Force, Power my Learning, Big Brother Big Sisters e Best Buddies, entre outros

'KAKO CAMINHA'

Paulo Roberto de Aguiar Caminha (1957-1983), mais conhecido como 'Kako Caminha', grande nome do esportismo Amazonense entre as décadas de 1970 e 1980. Kako, além de ser um exímio nadador, sendo professor nessa área, lutava judô, jiu-jitsu e karatê. Recebeu inúmeros prêmios ao longo de sua carreira. Em novembro de 1983, enquanto acompanhava atletas amazonenses em competições no Rio de Janeiro, comeu um cachorro quente cuja salsicha estava estragada. Apesar de ter sido alertado por amigos e ter jogado metade do lanche fora, o que comeu foi suficiente para vitimá-lo de botulismo. Tinha apenas 26 anos. A notícia abalou a sociedade amazonense, que conhecia de perto o talento e esforço de Kako, que à época também cursava Direito. A antiga rua Leopoldo Neves, no bairro Presidente Vargas, zona Sul de Manaus, foi renomeada Kako Caminha em sua homenagem. Seu nome também foi dado a competições de natação e troféus.

Foto: Edlucio de Castro Alves. #Manaus #Amazonas #História #Historiainteligente #Viral

WORLD MASTERS ATHLETICS CHAMPIONSHIPS INDOOR 2025, EM GAINESVILLE, ALACHUA COUNTY, FLORIDA, ESTADOS UNIDOS

Satisfação define a minha participação na prova do Salto Triplo no World Masters Athletics Championships Indoor 2025, em Gainesville, Alachua County, Florida, Estados Unidos, no dia 26/03/2025.

Fui lá e fiz o melhor possível naquele dia, competindo numa prova altamente técnica sem medo de errar, arriscando em todas as tentativas, sem queimas e melhorando a execução a cada nova tentativa.

Muita coisa boa virá ainda nesta competição e durante todo o ano.

Simbora! Pra cima! Ao alto e avante sempre!

Ronny Paterson Cruz da Silva é um atleta maranhense que se destacou em competições de atletismo. Ele é servidor do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-16) e conquistou várias medalhas na XIX Olimpíada Nacional da Justiça do Trabalho. Ronny ganhou medalhas de ouro nas provas de salto em altura e salto triplo, além de uma medalha de prata no salto em distância.

Ronnie começou a praticar Atletismo ainda no CEFET-MA, sendo meu aluno

Atualmente, vários atletas maranhenses se destacam no cenário esportivo nacional e internacional. Aqui estão alguns dos mais notáveis:

1. Rayssa Leal - Conhecida como a "Fadinha do Skate", Rayssa é um fenômeno mundial no skate. Ela ganhou medalha de prata nas Olimpíadas de Tóquio 2020 e continua a brilhar em competições internacionais

2. Iziane Castro Marques - Uma das maiores jogadoras de basquete do Brasil, Iziane teve uma carreira de sucesso na WNBA e na Seleção Brasileira. Ela também é conhecida por seu trabalho social através do Instituto Iziane Castro

3. Ana Paula Rodrigues - Destacada no handebol, Ana Paula tem uma carreira sólida e é reconhecida tanto nacional quanto internacionalmente

4. José Carlos Moreira (Codó) - Atleta de atletismo, Codó ganhou medalha de bronze no revezamento 4x100 metros nas Olimpíadas de Pequim 2008

5. Tânia Maranhão - Ex-jogadora de futebol, Tânia teve uma carreira notável e continua a ser uma figura importante no esporte

Além dos atletas já mencionados, outros maranhenses também têm se destacado no cenário esportivo nacional e internacional:

1. José Luiz da Costa - Um jogador de pôquer de renome, José Luiz tem se destacado em competições internacionais, trazendo visibilidade para o Maranhão nesse esporte

O pôquer começou a ser reconhecido como um esporte mental em 2010, quando a Federação Internacional de Pôquer alcançou o reconhecimento oficial. Desde então, o pôquer se juntou a outros esportes mentais como xadrez, bridge, damas e go. No Brasil, o pôquer foi considerado um esporte oficial pelo Ministério dos Esportes em 2012 O pôquer é valorizado por exigir habilidades como concentração, autocontrole, estratégia e análise comportamental, características comuns a muitos esportes

2. Júlia Nina - Uma nadadora talentosa, Júlia tem conquistado várias medalhas em competições nacionais e internacionais, sendo uma das principais representantes do Maranhão na natação nadadora maranhense que se destaca em maratonas aquáticas. Ela compete pelo MAC/Nina e tem várias conquistas importantes: Medalha de ouro na 4ª etapa do Circuito Brasileiro de Maratonas Aquáticas, realizada no Lago Paranoá, em Brasília Participação no Mundial de Maratonas Aquáticas no Canadá, representando a seleção brasileira

3. França - Ex-jogador de futebol, França teve uma carreira de sucesso no São Paulo e no futebol japonês, sendo lembrado por suas habilidades e gols importantes

4. Kléber Pereira - Outro ex-jogador de futebol, Kléber Pereira se destacou no Santos e em clubes internacionais, sendo um dos grandes atacantes do futebol brasileiro

Na última Olimpíada, vários atletas maranhenses se destacaram. Aqui estão alguns deles:

1. Rayssa Leal - A "Fadinha do Skate" participou de sua segunda Olimpíada e conquistou a medalha de bronze no skate street

2. Thalia e Thalita Costa - As gêmeas representaram o Brasil no rugby feminino A equipe brasileira terminou em 10º lugar na competição. Durante os jogos, as gêmeas se destacaram como as maiores pontuadoras da equipe, apesar da campanha abaixo do esperado O Brasil enfrentou a França, os Estados

Unidos e o Japão na fase de grupos, mas não conseguiu avançar para as quartas de final. Na disputa pelo 9º lugar, o Brasil venceu Fiji, mas perdeu para o Japão, finalizando em 10º lugar

3. Nyeme - A líbero da seleção brasileira de vôlei feminino, que disputou a medalha de bronze

4. Wellington Morais - Competiu no arremesso de peso

5. Bruno Lobo - Participou no kitesurf

A história do rugby no Maranhão começou com a fundação da Associação Maranhão Rugby, o primeiro time de rugby do estado. A iniciativa partiu de pessoas apaixonadas pelo esporte, que se uniram para promover e desenvolver o rugby na região

A Associação Maranhão Rugby foi criada com o objetivo de difundir o esporte e proporcionar uma estrutura para a prática do rugby no estado. Desde então, a associação tem trabalhado para aumentar a visibilidade do rugby, organizando competições e eventos locais

O crescimento do rugby no Maranhão reflete o aumento do interesse pelo esporte em todo o Brasil, onde o rugby tem ganhado popularidade e reconhecimento como um esporte competitivo e inclusivo

No Maranhão, o rugby tem ganhado popularidade e alguns times se destacam na promoção e desenvolvimento do esporte. Aqui estão os principais times de rugby no estado:

1. Associação Maranhão Rugby - Este é o primeiro clube de rugby do Maranhão e tem sido fundamental na promoção do esporte na região. Eles organizam treinos e competições locais, além de participar de eventos nacionais

2. A Associação Maranhão Rugby foi fundada com o objetivo de promover e desenvolver o rugby no estado do Maranhão. A iniciativa partiu de um grupo de entusiastas do esporte que desejavam criar uma estrutura para a prática e difusão do rugby na região Desde sua criação, a Associação tem trabalhado para aumentar a visibilidade do rugby, organizando treinos, competições locais e participando de eventos nacionais. Eles também têm se empenhado em formar novos atletas e promover o esporte entre jovens e adultos A Associação Maranhão Rugby é reconhecida por seu papel fundamental na gênese do rugby no Maranhão e continua a ser uma força motriz no desenvolvimento do esporte no estado Campeão do São Luís Seven's - A Associação Maranhão Rugby venceu o torneio São Luís Seven's, que é uma etapa do Circuito Interestadual de Rugby. Na decisão do título, o Maranhão Rugby derrotou o Acemira por 36 a 7 Promoção do Rugby no Maranhão - Além das vitórias em competições, a Associação tem sido fundamental na promoção e desenvolvimento do rugby no estado, organizando treinos, competições e eventos para aumentar a visibilidade do esporte

3. Amarulas Rugby - Um time feminino que treina regularmente e participa de competições locais e regionais. Eles são conhecidos por sua dedicação e espírito de equipe

Esses times têm trabalhado para aumentar a visibilidade do rugby no Maranhão e proporcionar oportunidades para novos atletas se envolverem no esporte.

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