MARANHA Y 27- MARÇO 2025

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MARANHAY

A presente obra está sendo publicada sob a forma de coletânea de textos fornecidos voluntariamente por seus autores, com as devidas revisões de forma e conteúdo. Estas colaborações são de exclusiva responsabilidade dos autores sem compensação financeira, mas mantendo seus direitos autorais, segundo a legislação em vigor.

EXPEDIENTE

MARANHA-Y REVISTA DE HISTÓRIA(S) DO MARANHÃO

Revista eletrônica

EDITOR

Leopoldo Gil Dulcio Vaz

Prefixo Editorial 917536 vazleopoldo@hotmail.com

Rua Titânia, 88 – Recanto de Vinhais 65070-580 – São Luís – Maranhão (98) 3236-2076 98 9 82067923

CHANCELA

Nasceu em Curitiba-Pr. Licenciado em Educação Física (EEFDPR, 1975), Especialista em Metodologia do Ensino (Convênio UFPR/UFMA/FEI, 1978), Especialista em Lazer e Recreação (UFMA, 1986), Mestre em Ciência da Informação (UFMG, 1993). Professor de Educação Física do IF-MA (1979/2008, aposentado); Titular da FEI (1977/1979); Titular da FESM/UEMA (1979/89; Substituto 2012/13), Convidado, da UFMA (Curso de Turismo). Exerceu várias funções no IF-MA, desde coordenador de área até Pró-Reitor de Ensino; e Pró-Reitor de Pesquisa e Extensão; Pesquisador Associado do Atlas do Esporte no Brasil; Diretor da ONG CEV; tem 16 livros e capítulos de livros publicados, e mais de 430 artigos em revistas dedicadas (Brasil e exterior), e em jornais; Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Membro Fundador da Academia Ludovicense de Letras; Membro da Academia Poética Brasileira; Sócio correspondente da UBE-RJ; Premio “Antonio Lopes de Pesquisa Histórica”, do Concurso Cidade de São Luís (1995); a Comenda Gonçalves Dias, do IHGM (2012); Prêmio da International Writers e Artists Association (USA) pelo livro “Mil Poemas para Gonçalves Dias” (2015); Prêmio Zora Seljan pelo livro “Sobre Maria Firmina dos Reis” – Biografia, (2016), da União Brasileira de Escritores – RJ; Diploma de Honra ao Mérito, por serviços prestados à Educação Física e Esportes do Maranhão, concedido pelo CREF/21-MA (2020); Foi editor das seguintes revista: “Nova Atenas, de Educação Tecnológica”, do IF-MA, eletrônica; Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, edições 29 a 43, versão eletrônica; Editor da IHGM EM REVISTA, desde 2023; Editor da “ALL em Revista”, eletrônica, da Academia Ludovicense de Letras, números 1 a 10; Editor da Revista do Léo, desde 2017, e desta MARANHAY – Revista Lazeirenta, dedicada à(s) História(s) do Maranhão; Editor da Revista Ludovicus, dedicada à literatura ludovicense/maranhense, desde 2024; Condutor da Tocha Olímpica – Olimpíada Rio 2016, na cidade de São Luis-Ma.

Quando me resolvi a editar uma Revista Eletrônica dedicada à(s) História(s) do Maranhão, pensei também em recuperar aas nossas memórias, nossas origens. Daí, buscar artigos que retratem essa condição de “ser maranhense” - a maranhensidade: identidade cultural única e características dos habitantes do Maranhão, um estadono nordestedo Brasil.Envolveas tradições, valores epráticas sociais quedefinem opatrimônio cultural da região. Este conceito é frequentemente discutido no contexto da educação, política e políticas culturais, destacando a importância de preservar e promover a cultura local. OMaranhãoé consideradoum entegeográficoúnicodevido asuahistóriadistintaecaracterísticas geográficas específicas. Durante o período colonial, o Maranhão fazia parte da Capitania do Maranhão e Grão-Pará, enquanto o restante do Nordeste estava dividido em outras capitanias. Essa divisão administrativa resultou em diferentes contextos políticos, econômicos e culturais. Além disso, o Maranhão está localizado em uma área de transição entre as regiões Norte e Nordeste do Brasil. Sua geografia diversa, influências culturais de populações indígenas e africanas, e a história de disputas territoriais entre portugueses, franceses e outros povos europeus contribuíram para a formação de uma identidade cultural única. Esses fatores históricos e geográficos fazem com que o Maranhão seja visto como um estado com características distintas dentro do contextobrasileiro,com umaricatapeçariacultural,influenciadapordiversasculturasaolongodesuahistória.

Durante o período das grandes navegações e descobrimentos, vários exploradores desempenharam papéis cruciais na expansão do conhecimento geográfico e na colonização de novas terras. Aqui estão alguns dos principais exploradores da época:

Cristóvão Colombo (1451-1506): Navegador genovês que, em 1492, liderou a expedição que resultou na descoberta das Américas para a Europa

Vasco da Gama (1469-1524): Explorador português que, em 1498, foi o primeiro europeu a chegar à Índia navegando ao redor do continente africano

Fernão de Magalhães (1480-1521): Navegador português que liderou a primeira expedição a circunavegar o globo, embora tenha morrido durante a viagem

Pedro Álvares Cabral (1467-1520): Explorador português que é creditado com a descoberta do Brasil em 1500

Hernán Cortés (1485-1547): Conquistador espanhol que liderou a expedição que resultou na queda do Império Asteca e na colonização do México

Francisco Pizarro (1478-1541): Conquistador espanhol que liderou a conquista do Império Inca no Peru

Esses exploradores foram fundamentais para a expansão das fronteiras europeias e para o estabelecimento de colônias em várias partes do mundo.

Antes do estabelecimento das capitanias hereditárias em 1534, houve algumas tentativas de colonização do Maranhão, embora não tenham sido bem-sucedidas. Aqui estão os principais eventos:

ExploraçõesIniciais:NoiníciodoséculoXVI,exploradoresportuguesescomeçaramamapearacosta norte do Brasil, incluindo o Maranhão. Essas expedições eram principalmente de reconhecimento e não resultaram em colonização efetiva

Tentativas Isoladas: Houve algumas tentativas isoladas de estabelecer assentamentos na região, mas essas iniciativas enfrentaram resistência indígena e dificuldades logísticas

Interesse Europeu: Além dos portugueses, outras potências europeias, como os franceses, mostraram interesse na região. No final do século XVI, os franceses começaram a explorar o litoral norte brasileiro, preparando o terreno para a fundação da França Equinocial em 1612

Essas tentativas iniciais de colonização foram marcadas por desafios significativos, incluindo resistência indígena, dificuldades de navegação e competição com outras potências europeias. A colonização efetiva do Maranhão só ocorreu com a criação das capitanias hereditárias e a subsequente fundação de São Luís pelos franceses em 1612.

Durante o período das capitanias hereditárias, se tentou a conquista do Maranhão, período marcado por desafios e tentativas de colonização: Criação da Capitania do Maranhão (1534): A Capitania do Maranhão

foi uma das capitanias hereditárias criadas pelo rei de Portugal, Dom João III, em 1534. Foi concedida a João de Barros, Aires da Cunha e Fernando Álvares de Andrade. Primeiras Tentativas de Colonização (1535): Aires da Cunha liderou uma expedição para colonizar a região, mas enfrentou resistência dos indígenas e dificuldades naturais. A expedição resultou em um desastre, com a morte de Aires da Cunha e o retorno dos sobreviventes a Portugal

Após a tentativa fracassada de Aires da Cunha em 1535, houve outras tentativas de colonização do Maranhão antes da ocupação francesa em 1612. Aqui estão alguns dos principais eventos:

Expedição de João de Barros e Fernão Álvares de Andrade (1538): Após a morte de Aires da Cunha, João de Barros e Fernão Álvares de Andrade tentaram novamente colonizar a região. No entanto, essa expedição também enfrentou dificuldades, incluindo resistência indígena e problemas logísticos, resultando em mais um fracasso

Tentativas Isoladas de Colonização: Durante o final do século XVI, houve várias tentativas isoladas de colonização por parte de pequenos grupos de colonos portugueses. Essas tentativas, no entanto, não tiveram sucesso significativo devido à falta de apoio e recursos

União Ibérica (1580-1640): Durante a União Ibérica, quando Portugal e Espanha estavam sob um único monarca, houve um interesse renovado na colonização do Maranhão. No entanto, as disputas atlânticas e a competição com outras potências europeias, como franceses, ingleses e holandeses, dificultaram esses esforço

Essas tentativas de colonização foram marcadas por desafios significativos, incluindo resistência indígena, dificuldades logísticas e competição com outras potências europeias. A colonização efetiva do Maranhão só ocorreu com a fundação de São Luís pelos franceses em 1612 e a subsequente expulsão dos franceses pelos portugueses em 1615.

Fundação de São Luís (1612): A colonização efetiva do Maranhão só ocorreu em 1612, quando os franceses fundaram a cidade de São Luís. No entanto, a presença francesa foi curta.

Expulsão dos Franceses (1615): Em 1615, uma expedição portuguesa liderada por Jerônimo de Albuquerque Maranhão foi enviada paraexpulsaros franceses.Após um cerco ao forte francês, os portugueses conseguiram retomar o controle da região e consolidar a presença portuguesa no Maranhão Esses eventos foram fundamentais para a consolidação do controle português sobre o Maranhão e para a formação da identidade cultural e histórica da região.

Francesa: São Luís foi fundada pelos franceses em 1612, e essa influência ainda pode ser vista na arquitetura e em alguns aspectos culturais da cidade. A influência francesa no Maranhão, especialmente em São Luís, vai além da fundação da cidade. Aqui estão alguns dos principais legados deixados pelos franceses:

Arquitetura: A arquitetura colonial francesa é visível em vários edifícios históricos de São Luís. Exemplos notáveis incluem o Palácio dos Leões, que combina elementos arquitetônicos franceses com adaptações tropicais e o Teatro Arthur Azevedo, que reflete o estilo europeu da época

Cultura e Festividades: A influência francesa também se manifesta nas tradições culturais e festividades. As festas e celebrações em São Luís muitas vezes incorporam elementos da cultura francesa, como danças e músicas

Gastronomia: Aculináriamaranhense teminfluênciasfrancesas, especialmentena formacomo certos pratos são preparados e servidos, deixando uma marca significativa, apesar da breve presença dos franceses na região. Aqui estão algumas das principais influências: Técnicas Culinárias: Os franceses introduziram técnicas de preparo e apresentaçãode alimentos queforam incorporadas à culinárialocal. Isso inclui métodos de cozimento e tempero que aprimoraram os pratos maranhenses; Ingredientes: Alguns ingredientes franceses foram adotados na culinária maranhense. Por exemplo, o uso de ervas finas e temperos como o alho e a cebola, que são comuns na cozinha francesa, se tornaram parte dos pratos locais; Pratos: A influência francesapode servista em pratos como o peixeescabeche e a torta de camarão, que refletem a combinação de ingredientes locais com técnicas francesas; Estilo de Servir: A maneira de servir os alimentos, com atenção à apresentação e ao sabor, também foi influenciada pelos franceses. Isso ajudou a elevar a gastronomia maranhense a um nível mais refinado

Linguagem e Costumes: Embora a língua oficial seja o português, alguns termos e expressões francesas podem ser encontrados no vocabulário local. Além disso, certos costumes e práticas sociais têm raízes na cultura francesa Esses elementos ajudam a manter viva a herança francesa em São Luís, tornando a cidade um lugar único e culturalmente rico.

Portuguesa: A colonização portuguesa trouxe a arquitetura colonial, visível nos casarões e igrejas de São Luís, além de influenciar a culinária e as festas religiosas, como o Divino Espírito Santo. Essa influência é profunda e multifacetada, refletindo-se em vários aspectos da vida cotidiana e das tradições do estado.

Arquitetura: A arquitetura colonial portuguesa é uma das marcas mais visíveis em São Luís, a capital do Maranhão. Edifícios históricos, como o Palácio dos Leões e o Convento das Mercês, exibem características típicas da arquitetura portuguesa, com azulejos decorativos e fachadas coloridas

Culinária: A gastronomia maranhense foi fortemente influenciada pelos portugueses. Pratos como o arroz de cuxá, que combina ingredientes locais com técnicas culinárias portuguesas, são exemplos dessa fusão

Religião: A religião católica, trazida pelos colonizadores portugueses, desempenha um papel central na vida cultural do Maranhão. Festividades religiosas, como o Festejo do Divino Espírito Santo, são celebradas com grande devoção e incorporam elementos da tradição portuguesa

Literatura e Artes: A literatura maranhense também foi influenciada por Portugal. Poetas como Gonçalves Dias, que é um dos mais importantes da literatura brasileira, têm raízes culturais portuguesas

Folclore e Festividades: Muitas das festas populares do Maranhão, como o Bumba Meu Boi, têm influências portuguesas misturadas com elementos africanos e indígenas. Essas celebrações são uma expressão vibrante da cultura sincrética do estado

Essas influências portuguesas, combinadas com as contribuições africanas e indígenas, criaram uma cultura única e rica no Maranhão.

Indígena: As culturas indígenas, como os Tupinambás, deixaram um legado significativo nas tradições, na culinária e na língua do Maranhão. Muitos nomes de lugares e práticas culturais têm origem indígena A cultura indígena teve uma influência profunda e duradoura na formação do Maranhão:

Linguagem: Muitas palavras do vocabulário maranhense têm origem indígena, especialmente do tronco linguístico Tupi-Guarani. Nomes de cidades, rios e lugares, como Itapecuru, Cururupu e Bacabal, são exemplos dessa herança

Culinária: A alimentação maranhense foi fortemente influenciada pelos hábitos indígenas. Ingredientes como a mandioca, o tucupi e o urucum são amplamente utilizados na culinária local. Pratos como o peixe moqueado e a farinha d'água são legados diretos das tradições indígenas

Ritmos e Danças: A música e a dança no Maranhão também refletem a influência indígena. Ritmos como o Tambor de Crioula têm raízes nas tradições indígenas, misturadas com influências africanas

Crenças e Mitos: Muitas lendas e mitos maranhenses têm origem indígena. Histórias sobre seres míticos e a relação com a natureza são comuns no folclore local

Artesanato: O artesanato indígena, como a produção de cerâmica, cestos e outros objetos feitos de materiais naturais, continua a ser uma parte importante da cultura maranhense

Esses elementos mostram como a cultura indígena é uma parte integral da identidade maranhense, contribuindo para a diversidade e riqueza cultural do estado.

Africana: A influência africana é marcante, especialmente nas manifestações culturais como o Tambor de Crioula e o Bumba Meu Boi. A música, a dança e a religiosidade afro-brasileira são elementos centrais na cultura maranhense, especialmente devido ao grande número de africanos trazidos como escravos durante o período colonial:

Religião: A religião afro-brasileira é uma parte central da cultura maranhense. Terreiros de tambor de mina, como a Casa das Minas, são dedicados ao culto dos voduns, divindades africanas. Essas práticas religiosas mantêm vivas as tradições africanas e são uma forma de resistência cultural

Música e Dança: A música e a dança no Maranhão são fortemente influenciadas pela cultura africana. O Tambor de Crioula, por exemplo, é uma dança tradicional que celebra a herança africana com tambores, cantos e danças circulares O Bumba Meu Boi também incorpora elementos africanos, misturados com influências indígenas e portuguesas

Culinária: A gastronomia maranhense tem fortes raízes africanas. Ingredientes como o azeite de dendê, o camarão seco e a farinha de mandioca são comuns em pratos típicos como o arroz de cuxá e o vatapá.

Folclore e Festividades: Muitas das festas populares do Maranhão, como o Bumba Meu Boi e o TambordeCrioula, têminfluências africanas. Essas celebrações sãouma expressãovibranteda cultura sincrética do esta

Artesanato: O artesanato maranhense, como a produção de cerâmica e cestos, também reflete a influência africana. Esses objetos são feitos de materiais naturais e são uma parte importante da cultura local.

Esseselementosmostramcomoaculturaafricanaéumaparteintegraldaidentidademaranhense,contribuindo Outras influências europeias: Além dos portugueses e franceses, o Maranhão também teve influências de outros povos europeus, como os holandeses e espanhóis, que contribuíram para a diversidade cultural do estado

A influência dos holandeses na formação do Maranhão foi relativamente breve, mas teve impactos significativos. Os holandeses invadiram o Maranhão em 1641, durante o período das invasões holandesas no Brasil. Engenhos de Açúcar: Durante a ocupação, os holandeses tomaram controle de vários engenhos de açúcar, que eram fundamentais para a economia da região Eles introduziram técnicas avançadas de produção e refino de açúcar, que continuaram a ser usadas após sua expulsão; Fortificações: Os holandeses construíram e reforçaram várias fortificações, como a Fortaleza do Calvário, para proteger seus interesses na região. Essas estruturascontribuíramparaadefesadoterritóriocontrafuturasinvasões;TáticasdeGuerrilha:Aresistência portuguesa contra os holandeses, liderada por Muniz Barreiros, utilizou táticas de guerrilha para retomar o controle dos engenhos e fortificações Essas táticas influenciaram as estratégias militares na região. Impacto Cultural: Embora a ocupação tenha sido curta, a presença holandesa deixou marcas na cultura local, especialmente nas técnicas agrícolas e na organização social dos engenhos. A expulsão dos holandeses consolidou o controle português sobre o Maranhão, evitando a fragmentação do território colonial A influência dos espanhóis na formação do Maranhão ocorreu principalmente durante o período da União Ibérica (1580-1640), quando Portugal e Espanha estavam sob um único monarca. Aqui estão alguns dos principais aspectos dessa influência: Exploração e Conquista: Durante a União Ibérica, os espanhóis participaram das disputas atlânticas pela conquista do Maranhão. Em 1612, o governo espanhol recebeu informações sobre as atividades francesas na região, o que acelerou os projetos de conquista desse território Geopolítica: A presença espanhola no Maranhão foi parte de um esforço maior para controlar as fronteiras entre o norte do Brasil e as Índias de Castela. Isso envolveu a competição com outros poderes europeus, como franceses, ingleses e holandeses. Influência Militar: Os espanhóis contribuíram para a defesa e fortificação da região, ajudando a proteger o território contra invasões de outros países europeus Impacto Econômico: A ocupação espanhola também teve impactos econômicos, especialmente na exploração de recursos naturais e na organização do comércio internacional. Embora a influência espanhola tenha sido menos duradoura que a portuguesa, eladesempenhouum papel importantenas disputasterritoriais e naformaçãoinicialdoMaranhão. A conquista do Maranhão foi um processo complexo e envolveu várias disputas entre potências europeias. Aqui está um resumo dos principais eventos: Invasão Francesa (1612): Em 1612, os franceses, liderados por Daniel de La Touche, chegaram à ilha de Upaon-Açu (atual São Luís) e fundaram a França Equinocial. Eles construíram o Forte de São Luís em homenagem ao rei francês Luís XIII; Reação Portuguesa (1615): Em resposta à invasão francesa, os portugueses, liderados por Jerônimo de Albuquerque Maranhão, organizaram uma expedição para retomar o território. Com o apoio de tribos indígenas locais, os portugueses conseguiram expulsar os franceses em 1615; União Ibérica (1580-1640): Durante a União Ibérica, quando Portugal e Espanha estavam sob um único monarca, os espanhóis também participaram das disputas atlânticas pela conquista do Maranhão. A presença espanhola ajudou a consolidar o controle português na região; Fortificações e Defesa: Após a expulsão dos franceses, os portugueses reforçaram as fortificações e estabeleceram uma presença militar mais forte para proteger o território contra futuras invasões

Esses eventos foram fundamentais para a consolidação do controle português sobre o Maranhão e para a formação da identidade cultural e histórica da região. Essas influências se misturaram ao longo dos séculos, criando uma cultura única e vibrante. O Maranhão possui diversos edifícios históricos que são testemunhas vivas de sua rica herança cultural. Aqui estão alguns dos principais:

Casa das Minas: Situada no bairro da Madre Deus, esta casa é um símbolo da resistência e preservação das tradições africanas no Brasil Mantém vivas as práticas religiosas e culturais do povo Jeje, um dos grupos étnicos africanos que tiveram uma influência significativa na formação cultural do Maranhão. Originários da região que hoje corresponde ao Benim, Togo e partes do Gana, os Jejes foram trazidos ao Brasil durante o período da escravidão No Maranhão, os Jejes estabeleceram importantes centros culturais e religiosos, como a Casa das Minas, que é um dos terreiros de tambor de mina mais antigos e respeitados do Brasil. Este terreiro é dedicado ao culto dos voduns, divindades da religião Jeje, e desempenha um papel crucial na preservação das tradições religiosas e culturais africanas. Além da Casa das Minas, a influência Jeje pode ser vista em várias práticas culturais, como o Tambor de Crioula, que mistura elementos africanos com tradições locais. A música, a dança e os rituais religiosos são formas importantes de manter viva a herança Jeje no Maranhão. Especialmente na Casa das Minas, vários voduns são cultuados. Alguns dos mais conhecidos incluem:

1. Averequete: Um vodum associado à guerra e à proteção.

2. Doçu: Conhecido por sua ligação com a justiça e a ordem.

3. Poliboji: Um vodum relacionado à agricultura e à fertilidade.

4. Sobô: Associado ao trovão e à tempestade, semelhante ao orixá Xangô no candomblé

Além desses, há muitos outros voduns cultuados na Casa das Minas e em outros terreiros de tambor de mina no Maranhão, totalizando mais de 60 divindades

Teatro Arthur Azevedo: Fundado em 1817, é o segundo teatro mais antigo do Brasil Localizado na Rua do Sol, no Centro Histórico de São Luís, continua sendo palco de grandes espetáculos.

Palácio La Ravardière: Outro edifício histórico importante, localizado no centro de São Luís É conhecido por sua beleza arquitetônica.

Pelourinho de Alcântara: Situado na cidade de Alcântara, este monumento é um marco da história colonial e da escravidão no Brasil. .

Rico em tradições culturais que refletem sua história e diversidade, as mais marcantes incluem:

Bumba Meu Boi: Uma das manifestações culturais mais famosas do Maranhão, o Bumba Meu Boi é uma festa que mistura dança, música e teatro para contar a história da morte e ressurreição de um boi. É celebrado com muita cor e alegria, especialmente durante o mês de junho.

Tambor de Crioula: Uma dança afro-brasileira tradicional, realizada em homenagem a São Benedito. É caracterizada por tambores, cantos e danças circulares, onde as mulheres usam saias rodadas e coloridas.

Festas Juninas: As festas juninas são muito populares no Maranhão, com destaque para as quadrilhas, fogueiras, comidas típicas e danças tradicionais. As celebrações são especialmente animadas em São Luís, a capital do estado.

Culinária: A gastronomia maranhense é uma tradição à parte, com pratos típicos como o arroz de cuxá, feito com vinagreira, camarão seco e farinha de mandioca, e o peixe frito com molho de camarão.

Carnaval: O carnaval no Maranhão é conhecido por suas batucadas, blocos de rua e desfiles de escolas de samba. A festa é marcada pela alegria e pela participação popular.

Joaquim Silvério dos Reis Montenegro Leiria Grutes (Monte Real, Leiria, c.1756 São Luís, Maranhão, 17 de fevereiro de 1819) foi um dos delatores dos inconfidentes mineiros. Esposo de Bernardina Quitéria de Oliveira Belo, por sua vez prima de Francisco Antônio de Oliveira Lopes e tia de Duque de Caxias e do Conde de Tocantins.

Joaquim Silvério dos Reis era Coronel Comandante do Regimento de Cavalaria Auxiliar de Borda do Campo, contratador de entradas, fazendeiro e proprietário de minas, mas, devido aos altos impostos cobrados pela Coroa Portuguesa, estava falido. Foi por esse motivo que Francisco Antônio de Oliveira Lopes convidou-o a participar da Inconfidência Mineira - a mesma motivação da maioria dos envolvidos.

Sua participação no movimento é recheada de controvérsias e mistérios. A princípio, Joaquim Silvério dos Reis aceitou mas, diante da possibilidade de ter suas dívidas perdoadas pela Coroa, resolveu delatar os inconfidentes. Ganhou, por isso, 30 moedas de ouro; o cancelamento de seu débito; o cargo público de tesoureiro da bula de Minas Gerais, Goiás e Rio de Janeiro; uma mansão como morada; pensão vitalícia; título de fidalgo da Casa Real; fardão de gala e hábito da Ordem de Cristo; além de ter sido recebido pelo príncipe regente Dom João em Lisboa. Antes disso permaneceu preso na Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, entre maio de 1789 e janeiro de 1790.

Silvério dos Reis teria sofrido atentados no Brasil e voltado a Portugal, mas nunca desistiu de fixar residência no país onde construiu a imagem de traidor que o perseguiu durante o resto da vida. Um exemplo é citado no livro O Corpo de Bombeiros No Pará, de autoria do escritor e jornalista José Pantoja de Menezes. Em sua página 20, o autor relata que "Vale citar também que quase vítima de um

incêndio foi o delator da Inconfidência Mineira, o Coronel Joaquim Silvério dos Reis, contra o qual se levantara o ódio do povo da cidade do Rio de Janeiro.

Ele próprio narrou sua desdita em carta dirigida ao Ministro Martinho de Melo e Castro: Depois destes fatos aconteceu aproximadamente que morando eu por cima de um armazém onde estavam quantidades de barris de alcatrão, introduziram uma mecha de pano de linho com azeite e fogo, que foi Deus servido que, pelas 8 horas da noite se descobrisse aquele incêndio, o qual se atalhou por serem ainda horas em que todos estavam de pé. Eu não tenho notícia de quem foi o agressor deste delito, nem certeza de que este mal se destinava para mim, porém como me vejo cercado de inimigos, sempre vivo em aflição e desconfiança".

Entre idas e vindas, retornou ao Brasil em definitivo quando da transferência da corte real portuguesa para o Brasil, em 1808.

Silvério dos Reis veio para o Maranhão em 1809 afastado de seus inimigos em Minas Gerais e no Rio de Janeiro

Já em São Luís, Silvério dos Reis teve uma vida de regalias, afinal , era mais uma autoridade portuguesa. “Sua importância na história do Maranhão se dá, na verdade, por conta de ter se tornando um personagem histórico célebre e que passou o resto de sua vida aqui em São Luís. Silvério dos Reis foi Coronel de Milícias, agraciado com o hábito de cavaleiro da Ordem de Cristo, o título de fidalgo da Casa Real e viveu em São Luís como membro da elite portuguesa local”, conta Euges Lima.

Conforme revela o historiador, estão registrados em Assentos de Batismos que Silvério dos Reis teve dois filhos em São Luís com sua esposa D. Bernardina Quitéria dos Reis, o Luiz, nascido em 1811 e o José, nascido em 1815, este, teve como padrinho o Doutor Físico Mor Antônio José da Silva Pereira e madrinha, D. Vicência Rosa, casada com o Tenente Coronel de Milícias Isidoro Rodrigues Pereira, influente e rico comerciante, politico que depois de viúvo, iria casar-se com Ana Jansen. “Ao se mudar para o Maranhão, Silvério do Reis, passou a assinar, acrescentando Montenegro ao seu nome que era um dos sobrenomes de seu pai, mas que até então não usava.

No referido Assento, está registrado que o Coronel de Milícias Joaquim Silvério dos Reis Montenegro, natural da freguesia da Sé da Cidade de Leiria, Patriarcado de Lisboa, faleceu no dia 17 de fevereiro de 1819, em São Luís, e que foi sepultado na Igreja de São João Batista”, diz o historiador Euges Lima.

O documento foi lavrado pela Catedral da Sé de São Luís. Porém, o túmulo de Silvério dos Reis que durante muito tempo foi identificado por uma lápide na Igreja de São João, localizada no Centro, devido a sucessivas reformas, acabou desaparecendo.

É TEMPO DE CARNAVAL :

Onde tudo começou...

ENTRUDO

O Carnaval chegou ao Brasil por meio da prática do entrudo, uma brincadeira muito popular em Portugal. Essa prática estabeleceu-se no Brasil, na passagem do século XVI para o XVII, e foi muito popular até o século XIX, desaparecendo do país em meados do século XX, por meio da repressão que se estabeleceu contra essa brincadeira.

O entrudo poderia ser realizado de diversas maneiras, como manifestações de zombarias públicas. A forma mais conhecida era o jogo das molhadelas, realizado alguns dias antes da Quaresma e que consistia em uma brincadeira de molhar ou sujar as pessoas que passavam pela rua. Poderia ser realizado publicamente, mas também poderia ser realizado de maneira privada no jogo das molhadelas, produziam-se recipientes que eram preenchidos de determinado líquido. Esse líquido poderia ser aromatizado, mas também poderia ser malcheiroso e, neste caso, o recipiente era preenchido com água suja de farinha ou café, por exemplo, e até mesmo urina no século XIX, houve uma intensa campanha contra o entrudo. Como resultado da passagem da monarquia para a república, da atuação mais consistente do Estado em ações de gentrificação (expulsão das camadas populares dos centros das cidades) e da repressão a manifestações populares, a prática perdeu forças no começo do século XX.

Galeria de Arte:

Tela em aquarela: Cena de Carnaval de Jean Baptiste Debret 1823

A HISTÓRIA OCULTA DO BRASIL: FENÍCIOS, ATLANTES E MISTÉRIOS

A história oficial do Brasil afirma que o país permaneceu desconhecido até a chegada dos portugueses em 1500. Contudo, pesquisadores como Ludovico Schwennhagen, historiador austríaco, apresentam uma visão alternativa, sugerindo que civilizações antigas, como os fenícios, cartagineses e até egípcios, cruzaram os oceanos muito antes disso. Schwennhagen, em seu livro História Antiga do Brasil - De 1100 a.C. a 1500 d.C. (1928), argumenta que os fenícios chegaram ao Brasil em 1100 a.C., com o rei Hirão de Tiro explorando a Amazônia em busca de riquezas, possivelmente associadas ao Ophir bíblico.

Além disso, vestígios arqueológicos reforçam essa hipótese, incluindo inscrições fenícias, sumérias, egípcias e etruscas encontradas em diversas regiões do Brasil, como Piauí, Paraíba e Minas Gerais. Entre os achados mais intrigantes estão os petrógrafos da Pedra da Gávea (RJ) e as ruínas de Sete Cidades (PI), que alguns acreditam serem vestígios de uma civilização muito mais antiga.

Outro pesquisador, Bernardo de Azevedo da Silva Ramos, também documentou mais de duas mil inscrições rupestres espalhadas pelo Brasil, muitas escritas em alfabetos de civilizações mediterrâneas, como fenícios, egípcios e sumérios. Esses achados sugerem um contato milenar entre essas culturas e o continente americano.

Pesquisadores como Schwennhagen acreditam que essas evidências foram ignoradas ou ocultadas pela historiografia oficial. O historiador Diodoro da Sicília, da Antiguidade, também descreveu viagens de frotas cartaginesas a um continente rico em ouro e madeira, localizado além do Atlântico.

Bônus

ATUALMENTE HÁ UMA CORRENTE QUE ACRESCENTA AS INFORMAÇÕES ABAIXO AS QUAIS TERIAM OCORRIDOS HÁ 26 MIL ANOS:

A relação entre Atlântida e o Brasil é um tema fascinante que combina mitologia, esoterismo e hipóteses alternativas sobre a história do nosso planeta. Muitos pesquisadores e espiritualistas sugerem que Atlântida não era apenas um continente isolado no meio do Oceano Atlântico, mas sim uma civilização avançada que influenciou várias partes do mundo, incluindo o que hoje conhecemos como Brasil.

Atlântida e a Conexão com o Brasil: Hipóteses e Evidências

1. O Brasil como uma Extensão da Atlântida

Algumas teorias sugerem que partes do Brasil, especialmente a região amazônica e o litoral nordeste, poderiam ter sido colônias ou mesmo remanescentes da antiga civilização atlante. Há quem acredite que antes do afundamento de Atlântida, grupos de atlantes migraram para terras mais altas da América do Sul, influenciando as culturas pré-colombianas.

2. Os Registros de Platão e a Geografia Atlante

Platão descreveu Atlântida como uma ilha localizada além das Colunas de Hércules (atualmente o Estreito de Gibraltar). Algumas interpretações sugerem que Atlântida poderia ter sido um grande continente que se estendia pelo Atlântico, conectando a África e a América do Sul antes de seu colapso. Isso poderia significar que partes da antiga Atlântida sobreviveram como fragmentos geológicos no Brasil e na América Central.

3. Amazônia e as Lendas sobre Civilizações Perdidas

O coração da Amazônia guarda muitos mistérios, incluindo relatos de civilizações avançadas que poderiam estar ligadas aos atlantes. Existem vestígios arqueológicos de cidades antigas, redes de estradas e estruturas geométricas que indicam um conhecimento sofisticado de engenharia e urbanismo. Algumas lendas indígenas falam sobre um povo ancestral que possuía conhecimentos avançados e desapareceu misteriosamente.

4. O Mito de Akakor e as Cidades Subterrâneas

Há relatos esotéricos sobre a existência de cidades subterrâneas no Brasil, como Akakor e Akahim, que seriam remanescentes atlantes. Supostamente, esses locais abrigariam descendentes da civilização perdida, que teriam se refugiado no subsolo antes do cataclismo.

5. Ocupação Atlante e as Linhagens Genéticas

Alguns espiritualistas afirmam que os atlantes tinham conhecimento sobre manipulação genética e que parte dessa herança sobrevive no DNA de certas populações indígenas da América do Sul. Essa teoria sugere que os atlantes teriam se misturado com povos nativos antes de seu desaparecimento definitivo.

6. Cristais de Atlântida e a Energia no Brasil

Algumas correntes esotéricas defendem que Atlântida utilizava cristais como fonte de energia e que ainda existem resquícios dessa tecnologia em locais específicos do Brasil, como a Chapada Diamantina e o Vale do Amanhecer. Essas regiões seriam pontos de alta vibração energética, onde se encontrariam vestígios da sabedoria atlante.

7. O Mistério da Trindade e do Povo Tupiniquim

Alguns relatos sugerem que os tupiniquins e outros povos nativos brasileiros possuíam lendas sobre uma grande terra que desapareceu no oceano e sobre deuses que vieram do mar. Essa conexão mítica pode ser interpretada como uma recordação ancestral da existência de Atlântida.

8. A Pedra da Gávea e os Supostos Hieróglifos Atlantes

No Rio de Janeiro, a Pedra da Gávea tem sido alvo de teorias que apontam inscrições supostamente fenícias ou atlantes, sugerindo que povos antigos que tiveram contato com Atlântida poderiam ter navegado até o Brasil e deixado marcas de sua passagem.

Conclusão: O Brasil como Guardião do Legado Atlante?

A influência da Atlântida pode ter se estendido para além do Oceano Atlântico, moldando civilizações e deixando rastros na cultura e na geografia do Brasil. O país poderia ser um dos últimos guardiões desse legado oculto, escondendo segredos que ainda precisam ser descobertos.

Sugestões de Livros sobre o Tema:

• Antiga História do Brasil – Ludovico Schwennhagen

• Inscrições e Tradições da América Pré-Histórica – Bernardo de Azevedo da Silva Ramos

• História das Américas antes de Colombo – Jacques de Mahieu

• América antes: A Chave para a Civilização Perdida – Graham Hancock

" O Popol Vhu ou o livro sagrado e os mitos da antiguidade americana Na dissertação preliminar ou comentário XII. Quatro cartas sobre o México, quarta carta, número 15 Relação das coisas do Yucatán, introdução Capítulo X. Este autor (BRASSEUR DE BOURBOURG), consequente ao seu sistema quanto à origem da primitiva população americana, considera que os Caras que chegaram ao Equador pertenciam a essa raça de navegantes ousados cujas pegadas se encontram no antigo e no novo continente e aos quais a História designa com os diversos nomes de Carios na Europa e na Ásia e das Caraíbas e Guaranies na América. "O nome de Caras ou Carios depois que eles desapareceram, foi preservado aplicado a um grande número de cidades e lugares da Ásia Menor, na África e na Índia, mas em nenhum lugar se espalhou tanto como na América, onde mais de mil nomes de aldeias, de tribos, de cidades e de alguns tinham o afixo car, cal, gal, etc, na época de Colombo; e entre esses nomes encontrareis todos os que os Carios tinham deixado na Ásia"

Retirado da História Geral da República do Equador. Frederico Gonzalez Suarez.

Transcrição: Maurício Quirós

VAMOS CONHECER A ETIMOLOGIA DE 20 DELES:

1. Angola – Do Kimbundu, vem de N’gola, título dos Reis do Ndongo.

2. Benin – Do Iorubá, Ile-ibinu significa "casa de aborrecimento".

3. Burkina Faso - Em More e Dioula, significa "Terra dos Homens Íntegros".

4. República Democrática do Congo – Do Kikongo, N’kongo significa "caçadores".

5. República do Congo – Mesmo nome do Reino do Kongo, influente na África Central.

6. Eswatini – Em Swati, significa "Terra dos Swazi". Mudou de Swazilândia em 2018.

7. Gabão – Nome dado por portugueses, significa "Manto", referência ao rio Komo.

8. Lesotho – Em Sesoto, significa "Terra do povo Basotho".

9. Mali – Do Mandinka, significa "Hipopótamo", ligado ao poderoso Império do Mali.

10. Malawi - Do Chewa/Nianja, significa "Sol Nascente", inspirado no reflexo no Lago Malawi.

11. Mauritânia – Do Berbere, "Mauros", referindo-se ao povo mouro.

12. Uganda – Do Swahili/Luganda, "Terra dos Ganda", referência ao Reino de Buganda.

13. Sudão – Do Copta, significa "Terra dos Negros", ligado à antiga Núbia.

14. Sudão do Sul – Mesmo significado do Sudão, mas separado após independência.

15. Togo – Do Ewe, significa "Água", relacionado às tribos costeiras.

16. Ruanda – Do Kinyarwanda, homenagem ao povo Banyarwanda.

17. Tanzânia – União de Tanganica e Zanzibar para formar o país.

18. Quênia – Do Kikuyu, Kere Nyaga significa "Montanha Branca", referência ao Monte Quênia.

19. Zimbábue - Do Xona, Dzimba-dze-mabwe significa "Casa de Pedras", ligado à civilização do Grande Zimbábue.

20. Namíbia – Do Nama, significa "Lugar vasto e árido", referência ao deserto do Namibe. Esses nomes contam a história do continente e as suas raízes profundas!

SAUDADE SÓ DEIXOU SAUDADE

– Carnaval bom era no Lítero, Jaguarema, Casino, Araçagy Praia Clube e Califórnia Clube de Campo por Walkir Marinho

https://horaextra.slz.br/2025/03/01/saudade-so-deixou-saudade-carnaval-bom-era-no-literojaguarema-casino-aracagy-praia-clube-e-california-clube-de-campo/

A exceção de associações da classe bancária como AABB, APCEF e BASA, que continuam promovendo suas festas carnavalescas, em São Luís já não são mais realizados bailes, vesperais e matinais em salões de clubes sociais. No máximo, uma festa temática ao período de carnaval no Iate Clube e talvez, em associação ou união de moradores de algum bairro da capital maranhense.

Fachada da Sede Esportiva do Grêmio Lítero Recreativo Português no Bairro do Anil (Foto Internet) No entanto, é bom que se diga que até meados da década de 1990 era comum os principais clubes sociais de São Luís disponibilizarem rica programação carnavalesca nos quatro ou mais dias do “reinado de momo”. O movimento nos salões era grande diante de uma legião de foliões que circulava, pulava e dançava ao ritmo de marchinhas carnavalescas e sambas de enredo “puxados” por grupos musicais como Nonato & Seu Conjunto, Os Fantoches, Reprise, O Peso ou Banda Voo Livre.

Grêmio Lítero Recreativo Português e Clube Recreativo Jaguarema, no bairro do Anil, eram os principais destinos desse frenético público. Tinha ainda como alternativa festiva, o Casino Maranhense, no Centro da cidade e o movimentado Araçagy Praia Clube, com seu pomposo e atraente parque aquático, no bairro do mesmo nome.

Legenda: Movimentadas festas carnavalescas nos clubes sociais de São Luís (Foto Internet)

Os mais antigos devem lembrar do Califórnia Clube de Campo situado na Estrada de Ribamar, já próximo da “Cidade Balneária”. Era lá que se dava o pontapé inicial para o tradicional Carnaval do Lava Pratos de São José de Ribamar.

Não se deve esquecer de citar a movimentação carnavalesca daquela bela época, em bairros populares da capital maranhense, fomentada pela realização de bailes e vesperais. Clubão da Cohab (antiga AMCCA), UBRA no Anil, URBV no Bairro de Fátima, Clube Quilombo no São Francisco, Associação Renascença no bairro homônimo, Associação dos Moradores da Cohama, AABEM na Forquilha, Clube Palmeirinha na Aurora, Clube Montese no João Paulo, Clube Estrela no São Cristóvão e União dos Moradores da Areinha eram alguns desses espaços onde a folia carnavalesca imperava.

Fachada da Sede Esportiva do Clube Recreativo Jaguarema no Anil (Foto Internet).

Enfim, o tempo passou, costumes e tradições mudaram e o ritmo da batida agora é outro. Desses antigos pontos de entretenimento e lazer restaram lembranças e dos seus salões apenas ruínas, tal qual a tradição do hoje minguado “carnaval de clube”.

Como diz o samba enredo da União da Ilha do Governador (1988), em homenagem ao sambista e radialista mineiro Ary Barroso, “Saudade só deixou saudade…“

SENTIDO DO ENGAJAMENTO

Já publiquei essa fotografia no ano passado, uma das fotografias mais bonitas. É um Caboclo de Pena do Bumba Meu Boi, de São José de Ribamar. Essa fotografia foi retirada da famosa Revista Quatro Rodas, edição de Março de 1964. Uma fotografia dos anos 1960 do Maranhão, em cores, coisa rara. Revista Quatro Rodas é uma revista da Editora Abril, é sobre carros e também sobre turismo, trilhas e viagens. Essa foto faz parte de Ilustrações sobre o Maranhão numa reportagem que explorava lugares do Ceará até o Maranhão. Na legenda desta foto, retirada da revista, diz que o nome desse Caboclo de Pena é Vavá e ele fazia parte de um Bumba Boi de São José de Ribamar. Pelo menos a revista identificou a pessoa, pois boa parte de fotografias antigas de Bumba Meu Boi feitas por profissionais não identificam as pessoas fotografadas ou o grupo de Bumba Meu Boi que está sendo retratado. Boa parte dessas fotos antigas estão fora do Maranhão, ainda não têm o retorno para os nossos olhares. Eu olho uma foto dessa, com pensamento de que esse homem fotografado tem um nome, uma ocupação e tem uma família. Essa foto tem que retornar, nem que seja nesse formato digital.

Mas pelo menos essa foto do Caboclo de Pena tem informações de que ele era chamado de Vavá e era de São José de Ribamar. A partir dessas informações, fiquei na esperança de saber se tem algum parente do Vavá ou alguém que o conheceu. Não sei se o Vavá recebeu uma cópia dessa fotografia, eu não sei se ele tinha a edição da Revista Quatro Rodas que tinha essa sua foto. Tive que rezar para os logaritmos e para o engajamento me abençoar para que essa foto chegasse até as pessoas que conheceram o Vavá e familiares. E consegui, a minha missão foi cumprida. Aqui está o grande Valentim Paixão Correia, conhecido como Vavá. Um abraço para os amigos e familiares desse Caboclo de Pena. Um agradecimento às pessoas que engajaram essa fotografia para que chegasse aos familiares. Essa página não tem sentido sem a coletividade. Eu quero que as coisas sejam vistas, sejam compartilhadas, sejam comentadas. Servir ao público, servir ao povo da minha terra.

- King Pink

VOCÊ SABIA QUE UMA TRIBO DA AMAZONAS DESAFIA TUDO O QUE SABEMOS SOBRE LINGUAGEM E CULTURA? Conheça a fascinante história dos PIRAHÃ no Brasil.!!

Nas profundezas da floresta amazônica, em uma região remota do Brasil, vive um grupo indígena que desconcertou antropólogos, linguistas e cientistas durante décadas: os Pirahã. Isolados do resto do mundo por gerações, esses indígenas conseguiram manter uma cultura e uma língua que quebram com muitas das regras que acreditávamos universais na humanidade.

A vida dos Pirahã parece ser guiada por uma filosofia simples, mas radical: vivem intensamente o presente, sem necessidade de se preocupar com o futuro ou refletir sobre o passado. Isso reflecte-se de forma surpreendente na sua linguagem, que não tem tempos verbais que marcam o passado ou o futuro. Para eles, a vida é o que acontece agora, o que você pode ver e experimentar no momento. Um dos aspectos mais intrigantes da língua deles é que eles não têm números. Enquanto na maioria das culturas a contagem é essencial, os Pirahã não usam nenhuma palavra para expressar quantidades específicas. Eles nem sequer têm um conceito para "um" ou "dois". Em vez disso, eles usam termos imprecisos como "poucos" ou "muitos", o que levou os investigadores a repensar a importância da linguagem numérica na vida quotidiana.

Outra característica incrível é que a língua Pirahã não tem termos para descrever cores. Enquanto nós vemos e nomeamos um espectro de cores, eles se referem aos objetos baseados em suas propriedades físicas, como sua textura ou aparência, sem lhes atribuir uma cor específica.

Além de sua linguagem peculiar, os Pirahã desafiam as crenças tradicionais sobre a estrutura social e religiosa. Diferente de muitas culturas, eles não têm mitos ou histórias que passam de geração em geração. Eles também não têm uma religião organizada nem um conceito claro de deuses ou seres superiores. Os Pirahã só falam sobre o que viram diretamente, o que limita qualquer narrativa baseada em experiências alheias ou em eventos do passado distante.

Seu estilo de vida também é notavelmente diferente. Vivem em pequenas comunidades nas margens do rio Maici e subsistem principalmente da caça, pesca e colheita. Eles não acumulam alimentos nem possuem bens materiais além do necessário para o seu dia a dia. Esta ligação direta com a natureza e seu ambiente reforça o foco no presente e na autossuficiência.

Os Pirahã resistiram à influência externa por séculos. Embora alguns missionários tentassem convertê-los ao cristianismo, eles rejeitaram qualquer tipo de religião estrangeira. Eles também resistiram à aprendizagem do português ou de outras línguas, mantendo firme a sua própria língua e cultura.

Esta comunidade, que desafia as regras estabelecidas sobre linguagem, matemática e religião, continua a ser um enigma para muitos especialistas. Apesar dos estudos realizados ao longo de décadas, os Pirahã continuam a viver como vivem há gerações, em um estado de harmonia com o seu ambiente e com uma visão do mundo que nos lembra da incrível diversidade da experiência humana

(DO LIVRO CRÔNICAS DAS MINHAS MEMÓRIAS).

Em 1969 os meus pais decidiram que eu deveria estudar na mais tradicional escola do Maranhão, o Liceu Maranhense. Assim tive que deixar o Colégio Zoé Cerveira, uma escola menor, onde fiz uma parte do ginásio. O Zoé Cerveira era de propriedade de uma família de intelectuais e de renomados professores, a família Nascimento de Moraes. Ali fui aluno de grandes mestres, como o professor e intelectual Paulo Nascimento de Moraes, um dos maiores conhecedores da geopolítica israelense e do mundo árabe; Raimundo Nascimento de Moraes, excelente matemático, que, com sua formidável didática, fazia com que os alunos se apaixonassem por equações, contas e números; dona Nadir, era um caso a parte: rígida e extremamente disciplinadora, ensinava Geografia e o com seu vozeirão nos fazia conhecer o mundo; e por fim o imortal poeta, um dos primeiros ambientalistas brasileiros e esquerdistas de carteirinha, Nascimento de Moraes Filho, que fazia da sala de aula uma reunião da academia de letras, recitava poemas e ensinava Português, por meio de obras de inestimável valor literário. A eles sou eternamente grato.

Por causa deles adquiri uma certa base escolar, mas precisava de um reforço para enfrentar o dificílimo exame de admissão do Liceu Maranhense, espécie de vestibular para o colegial; no meu caso para a 4ª série do ginásio. Eram cinquenta vagas para mais de mil inscritos. Tinha necessidade de conhecimento adicional, sobretudo, nas disciplinas de Português e Matemática. Coube às professoras Ceci Mota e Maria da Graça Jorge, todas renomadíssimas, a tarefa de me ensinarem todos os macetes de Matemática e Português, respectivamente, para enfrentar o exame de admissão do Liceu Maranhense.

As aulas de Matemática da professora Ceci Mota, eram ministradas na sala de jantar de sua residência, uma casa muito simpática, situada na Rua do Pespontão. A professora Ceci Mota tinha um irmão que divertia a todos os alunos com sua malandragem e picardia, um boêmio e contador de histórias e de estórias. Conheci-o pelo apelido de “Maneta”. Ele dava o seu show à parte, antes de iniciar a aula preparatória, que acontecia duas vezes por semana, às terças e quintas-feiras, pela manhã.

As aulas de Português da professora Maria da Graça Jorge, uma renomada professora maranhense e reconhecida pela disciplina e saber linguístico, eram ministradas também em sua residência, uma bela casa de dois andares, situada no Caminho da Boiada. Neste imóvel havia um pequeno cômodo adaptado para sala de aula, com carteiras e um quadro verde, diferente dos quadros negros do Colégio Zoé Cerveira. As aulas, muito rígidas e disciplinadas, aconteciam também duas vezes por semana, no período vespertino.

Chegou o dia do tão esperado exame de admissão, eu me sentia preparadíssimo para as provas da seleção. Fui até o local das provas acompanhado da minha mãe, dona Helena, que não deixaria jamais o seu filho, conhecido pela sua hiperatividade, ir sozinho se submeter a tão importante exame para o mais tradicional colégio do Maranhão.

Fiz a seleção em janeiro, e quinze dias depois, na véspera de um carnaval, saiu o tão esperado resultado. Era enfim um liceista, tinha sido aprovado com louvor para o Liceu Maranhense.

ESTÁDIO MUNICIPAL CASTELO BRANCO!

(SOCIEDADE SPORTIVA CINQUENTENÁRIO)

EM PÉ " ZEZÉ, MEDEIROS,RIBA DE DUZIN,BIDOCA, ROBERTO ABREU E OZIRES "ACHAGADOS MANOELZINHO, TOTOCA,BUCHUDO, VALDENOR E NESTOR PEDREIRAS/MA(1986)

COMO AS MUDANÇAS URBANAS REDEFINEM

O FUTEBOL DE VÁRZEA

Modalidade esportiva se transforma diante do crescimento das cidades e da escassez de terrenos para jogos

os finais de semana, o Campo de Marte, no bairro paulistano da Casa Verde, reúne centenas de pessoas em torno de seis campos de futebol de terra batida. Calcula-se que ao menos 200 partidas são disputadas ali aos sábados e domingos, enquanto torcedores acompanham os jogos em cadeiras dobráveis e crianças correm pelo espaço. Alguns times chegam uniformizados, outros jogam sem camisa e certos atletas arriscam entrar nas partidas descalços. Essas cenas, que há mais de um século se repetem país afora, estão se tornando cada vez mais raras, na medida em que as cidades crescem e a especulação imobiliária avança. Assim, o futebol de várzea, que nasceu da ocupação espontânea de terrenos e da mobilização comunitária, precisa lidar com a escassez de áreas disponíveis para jogos e disputar espaço com condomínios, estacionamentos e centros comerciais.

Os primeiros registros da prática de futebol no Brasil datam do final do século XIX. Nessa época, migrantes, imigrantes, afrodescendentes e operários organizavam partidas em campos improvisados nas várzeas de rios, ao lado de linhas de trem ou em terrenos baldios. No caso de São Paulo, uma das primeiras partidas noticiadas em jornais aconteceu em 1895, quando o brasileiro de ascendência britânica Charles William Miller (1874-1953) promoveu um jogo na Várzea do Carmo, no bairro do Cambuci. “Esse espaço, que mais tarde se tornou um reduto do futebol amador paulistano, marcou o início da difusão do esporte pela cidade”, afirma o geógrafo Alberto Luiz dos Santos, um dos curadores da mostra Vozes da várzea, em cartaz no Museu do Futebol, em São Paulo, até o final de abril.

Essa fotografia foi cedida por familiares de Oswado Paraíso. Acreditamos que seja entre os anos 1930/1940, é uma imagem que mostra Oswaldo Paraíso todo elegante de branco na calçada de alguma rua da nossa cidade. Ao lado do Oswaldo Paraíso, aparece um menino descalço usando uma calça curta e uma camisa aberta. Quem seria esse menino? Que classe social pertencia esse menino? Não se sabe... Mas é notável a imagem do menino na fotografia.

E essa pose de Oswaldo Paraíso? Parece que está andando, mas não está, é uma antiga pose de fotografia bem conhecida nos álbuns antigos, uma fotografia sua na rua, você finge que anda, mas não anda para a fotografia pegar. Você finge que está andando, mas está parado para a fotografia pegar com foco a sua imagem na rua. Será que algum seguidor tem aqueles álbuns antigos de família, alguma fotografia da sua mãe, seu pai, seus avós com essa mesma pose da foto de Oswaldo Paraíso? Uma fotografia de rua com essa mesma pose?

Como foi dito anteriormente, Oswaldo Paraíso foi farmacêutico, abriu um laboratório de análises clínicas que se chamava Laboratório Paraíso. Além de farmacêutico, Oswaldo Paraíso era fotógrafo amador, tinha seu próprio estúdio caseiro onde revelava as suas fotografias. Os familiares de Oswaldo Paraíso nos cederam algumas de suas fotografias, a página São Luís Memória contou algumas histórias sobre esse farmacêutico que faz parte da História da Fotografia Maranhense. Oswaldo Paraíso tinha vários amigos que eram também amantes da fotografia, alguns desses nomes a gente já citou como: Sócrates Balga Mendes, Glacymar Marques, Mário Araújo, Mário Calheiros(um dos melhores amigos de Oswaldo Paraíso), Antônio de Moraes Correia, Leôncio Machado, Raimundo Vieira da Silva e entre outros. A gente quer também contar mais a história desses outros nomes, a relação deles com a fotografia e mostrar também suas fotografias.

: Álbum de Oswaldo Paraíso via @nyanaparaiso

: Texto e Pesquisa: São Luís Memória(@slzmemoria)

AO MESTRE COM CARINHO.

LEO LASAN

Minha família me chama de "Haroldinho" em uma clara e carinhosa referência ao intelectual Haroldo Coelho (na foto comigo)... Há cinco anos, no dia 18-julho-2018, fui convidado pela amiga Rosa Coêlho (esposa do Sr. Haroldo) para tomar um cafezinho com o mestre... daquele 'breakfast' saiu uma conversa maravilhosa e rica em cultura sobre nossa cidade e região, daqueles "papos" que a gente ouve encantado... e aprendi muito, como por exemplo, sobre os dois primeiros prefeitos eleitos em Paraibano (Nicéas Mendes e Antônio Ribeiro seu vice que assumiria a prefeitura logo após o fatídico suicídio de Nicéas), ambos eram piauienses...

O primeiro, Nicéas, natural de Floriano-PI e o segundo, seu vice-prefeito, Antônio Ribeiro, de Amarante-PI.

Sobre essa campanha politica em que Nicéas e Antonio Ribeiro foram vitoriosos, a história do Sr. "Abelha", assessor de Dona Nóca que apoiava Niceias, é uma das passagens marcantes da política de Paraibano. No dia da eleição, houve muita confusão para o resultado das urnas. Após encenações de foguetes e brigas entre os grupos, o Sr. Abelha, aproveitando da confusão lascou um facão na urna de madeira e a partiu no meio, para ver as cédulas e assim ter a apuração dos votos... (Essa história está na entrevista que fiz com Dona Docarmo Coelho -in memoriam) e postado no meu canal do YOUTUBE.

Essas e tantas outras histórias contadas pelo Mestre Haroldo, em uma manhã memorável sob a sombra de um frondoso pé de jambo no quintal de sua casa.... Haroldo ainda contou que uma tia do ex-governador do Maranhão e atual Ministro da Justiça, Flávio Dino, teve parentesco com o pessoal da Serra Negra, local onde familiares de Haroldo moraram. Essa tia de Flavio Dino morou na Serra Negra.

A entrevista que foi toda gravado por este ouvinte, está nos meus arquivos da real história de Paraibano.. Para um dia virar livro, quem sabe!!!??

De uma cultura vasta, Haroldo Coelho entre outros prazeres era assíduo leitor e amante da música erudita, de compositores como Beethoven, Chopin, Mozart, Bach, Vivaldi, entre outros. Passar em frente à casa de Haroldo e ouvir essas sinfonias, para nós leigos, era tipo " Festa estranha com gente esquisita" como diria Renato Russo.

Mestre Haroldo, caminhava diariamente, lia compulsivamente, ouvia músicas infinitamente, "Para que o cérebro não morra" disse-me uma vez.

Na madrugada deste domingo, 05/03/2023, Haroldo Coelho, faleceu aos 90 anos, levando consigo uma vasta cultura do nosso povo e do mundo. Que seja recebido por Deus e as sinfonias, dos grandes músicos e intelectuais.

Aqui conosco no plano inferior, fica o legado do incentivo de que “Um povo sem conhecimento, sapiência de seu passado histórico, origem e cultura é como uma árvore sem raízes.” como diria Bob Marley, cantor e compositor jamaicano.

Para os familiares, meus pêsames pela enorme perda do Mestre Haroldo Coêlho.

Que Deus conceda o conforto e força à todos nesta hora tão difícil.

DO SERTÃO (do livro Crônicas das Minhas Memórias).

HAMILTON RAPOSO DE MIRANDA FILHO

Zilda Raposo é uma prima de Mirador e há algum tempo atrás, bem antes do coronavírus, presenteoume com uma lata de doce de leite. Os doces feitos no sertão, principalmente em Mirador, são sempre guardados em uma lata ou em um pote de vidro de Nescafé. Zilda, uma das maiores quituteiras do sertão, ao presentear-me, passou todas as explicações na arte do preparo daquela maravilha láctea, desde o processo de fabricação até a sua improvisada embalagem. A experimentação do doce de leite foi divina, um encontro mágico com Deus.

O doce de leite de Mirador deve seguir algumas regras de degustação, e pela minha experiência, deve ser degustado em pequenas quantidades e/ou misturado com farinha d’água e se acrescentarmos uma banana a porção do doce, posso confessar que todos os nossos pecados serão perdoados. Come-se de joelhos!

Os doces do sertão são inigualáveis, não existe no Maranhão ou no Brasil nenhuma região capaz produzir doces tão saborosos e diversificados como no sertão maranhense. O doce de laranja da terra ou da casca da laranja, cristalizados ou em compota é indescritível. Mamão com abóbora, mamão verde, limão, língua de bacuri, goiaba em massa ou em calda, caju e buriti. É quase impossível enumerar a quantidade e a qualidade desses doces, todos de fabricação caseira, feitos em tacho e no fogareiro.

Fiz um parágrafo proposital para render todas homenagens ao imperador dos doces sertanejos, o melhor dos doces, aquele que Deus antes de descansar após a criação do mundo com certeza se deliciou, o doce de cajuí. O cajuí é uma fruta do cerrado e com risco de extinção devido o avanço inescrupuloso do agronegócio no sertão maranhense. Quem já experimentou aqueles minúsculos cajus, sabem da doçura e do maravilhoso sabor deste doce. Degustado, sempre com farinha d'água, assim é a minha preferência como bom maranhense, é um manjar dos deuses.

As lembranças do sertão, as viagens a Caxias ou a Buriti Bravo, as férias infantis do mês de julho, trazem na lembrança sertaneja as amizades, doces, galinhas de parida, carne de sol, paçoca e pequi. E entre todas estas delícias, havia uma preciosidade rara, as linguiças feitas na região.

Dentre todas as farturas comestíveis, havia uma que era trazida em mãos, como se fosse a mais delicada das porcelanas, as pêtas e as empadinhas feitas por tia Antonieta em Caxias. Quem trazia esta joia da culinária caxiense era tia Maricota Costa, irmã do meu avô Zippo. Tia Maricota fazia a viagem de Caxias para São Luís anualmente nos trens fumegantes da REFFESA, era uma viagem longa e cansativa, e durante a viagem fazia o que toda mulher sertaneja era obrigada a fazer: crochê e bordado. Era perfeita na arte do crochê.

Teodoro Santos era um compadre-irmão do meu pai, sertanejo rústico e homem de palavra empenhada. Sempre que vinha a São Luís, costumava trazer as inigualáveis linguiças de Buriti-Bravo, doces de laranja da terra, lima, bolo frito e paçoca. Seu Teodoro quando chegava na nossa casa, costumava fazer uma “merenda” que meu pai adorava, torresmo frito com farinha de puba.

A psicóloga, amiga e ex-aluna Cristiane Fonseca, sertaneja de Mirador, certa vez me presenteou com uma relíquia da região, a cachaça do Ibipira. Suave, levemente adocicada e sem ardor residual, como dizem os apreciadores da aguardente. A suavidade da aguardente contrasta com a rudez do agreste e com a beleza peculiar da região. Até as flores do sertão são diferentes, são rústicas, espinhosas e duradouras, entre estas a flor do cacto da serra do paraibano é soberana.

Confesso não reconhecer especificamente o trecho retratado. Pensei em dois ângulos opostos: dos Remédios em direção ao Palácio dos Leões (o mar é o rio Anil), ou de São Pantaleão até a Madre Deus (o mar é o rio Bacanga). De qualquer maneira, para mim é uma imagem inédita.

O postal foi passado em São Luís, conforme o registro dos Correios, apesar da data errada. Consta 1810, o que é absurdo, e, portanto, um erro na numeração do carimbo.

Prédios desabando, ruas esburacadas e calçadas feias e cheias de obstáculos. Muitos ludovicenses já ousam designar a localidade com a alcunha de "subúrbio", vejam só!

Nem parece que trata-se do berço da capital maranhense e que tem parte de seu acervo tombado e nomeado "Patrimônio da Humanidade". Um território riquíssimo em história e arquitetura, além do fato de ser o local que abriga os poderes executivo (estadual e municipal), judiciário e eclesiástico. Quanto poder junto!

Mas, nenhum destes elementos influencia no que acontece por lá... este pedaço da cidade sofre com a omissão, exatamente, de quem deveria cuidá-lo: o poder público (municipal, estadual e federal). Sem citar o descaso de alguns empresários proprietários de imóveis, que deixam o casario descuidado, na esperança de vê-lo desabar para lucrar com estacionamento. Que dor!

Contudo, num pedacinho do bairro, bem cuidado por seus moradores, alguns instalados há décadas, surge uma lufada de beleza e capricho. Uma paulistana, apaixonada por São Luís e recém-chegada a esta área, encontrou uma maneira delicada e funcional, para evitar o que nem o órgão público responsável (SMTT) consegue: coibir o estacionamento de carros nas calçadas, que atrapalham o trânsito na rua apertada e dificultam a passagem de pedestres. Detalhe: no trecho em questão já existe a linha amarela que, claramente, proíbe a prática, porém não é respeitada pelos motoristas. A aposentada paulistana, Ana Brandão, professora por ofício e artista por vocação, que se mudou para o local há apenas alguns meses, criou estes pinos (fotos), inspirados nos casarões ducentenários para barrar a prática corriqueira. Há quem vá alegar a legalidade da ação... se a gente estivesse em um país civilizado além de existir o respeito às calçadas, espaço exclusivo de pedestres, atitudes como a de Ana seria motivo de admiração por seu talento e iniciativa. Por aqui, em terras tupiniquins, haverá quem apareça para reclamar, criticar e até apontar com reprovação.

Fato é que, além de atender aos seus propósitos, os pinos criados por Ana Brandão, são uma homenagem honesta de uma pessoa de outro estado, à história e arquitetura singulares da nossa São Luís. Espero que as autoridades, que hoje "dormem", despertem para incentivar quem tem apreço e o demonstra com firmeza e graça.

Que tal apoiar e aprimorar, hein?

CAPELA DE SÃO JOSÉ DAS LARANJEIRAS, EM SÃO LUIZ DO MARANHÃO

Tombada pelo IPHAN, também conhecida como Capela da Quinta das Laranjeiras e Capela de São José da Quinta das Laranjeiras. A Capela de São José das Laranjeiras é um exemplar da arquitetura religiosa predominante no Maranhão no século XIX. Trata-se também, da única edificação religiosa de São Luís que possui o copiar, uma área avarandada que servia como espaço de transição entre o interior (sagrado) e o exterior (profano) dos templos.

As imagens em sépia são das décadas de 1950 e 1960. A Capela passou por restaurações que reconduziram seu interior ao aspecto da época de sua construção, e é aberta à visitação pública.

As imagens atuais são de Carlos Henrique.

Eu tinha 12 anos de peteca, peões, peladas, papagaios, de esconde-esconde, amarelinha, cabo de guerra, banhos de rios e outras coisas que tais. Explode a Copa do Mundo, Suécia, 1958, narrador Edson Leite, comando técnico da seleção canarinho Vicente Feola, dupla do cão, o endiabrado Garrincha e Pelé, camisa 10, artilheiro mais jovem das Copas. Rádio Transglobe que só o Tituna tinha em Arari, no canto da casa, no alto da calçada, população ao redor, atenta, gritos, aplausos, tudo era só alegria. Dormi com a sensação de que o Transglobe de Tituna deu uma senhora ajuda à seleção campeã do mundo!

Tituna pontificava em quase tudo: sumo pontífice da medicina naquele tempo, curava corpos, almas, fazia partos, apartava brigas, enterrava defuntos, punha-se à frente dos carabineiros nas lutas cívicopolíticas de nossa terra, cavalheiro distinguido entre as mulheres, cavaleiro de boa montada, dava aulas de qualquer disciplina, peça de teatro que se prezasse teria de tê-lo como ator principal, exímio comerciante de vendas fiado (clientes levavam os remédios e não pagavam nunca, vinham de novo e de novo levavam o que necessitavam tal a generosidade do farmacêutico). Muito depois é que veio a merchandising de que “fiado só amanhã”. Na época, fiado era no mesmo dia. Que pena!

Tínhamos três quintais: um mais próximo à casa grande, onde ficava o fogão grande movido à lenha para assar bolos de tapioca cobertos com folhas de bananeira pela mamãezinha; outro, menor, perto dos três armazéns, que terminava no jenipapeiro - e que, imagino, desembocou nos saborosos licores de jenipapo de hoje - de onde se avistava o Rio Mearim. Ali reinavam os porcos, o galo e as galinhas; um outro quintal grandão, que dava para a Rua da Beira, onde plantávamos o milho de todo ano, sob orientação do Tituna. Neste último, goiabeira ao fundo, tamarineiro do vizinho ao lado, do senhor Militão, lugar preferido pela Telma que se escondia para não apanhar mercê de suas travessuras. Neste quintal, mais distante da casa, a masturbação corria solta aquecida pelas saias levantadas ao sabor dos ventos da pororoca.

Era uma festa o dia da matança do porco. Seu Júlio, marido da Maricota, era logo chamado para enfiar a faca no pescoço do bicho aí pela madrugada. Depois, a tecnologia avança e o rifle chega. Moderno, único, com o qual Tituna acertava o porco na testa, logo sangrado pelo seu Júlio, não sem antes acertar num ou noutro urubu que vigiava a cena para roubar-nos a bexiga do porco, ave que se emplumava em cima dos altos coqueiros da vizinhança. A bexiga era o nosso prêmio, Tituna a arrancava das entranhas do animal vencido, nos entregava, e a inflávamos com sopro, para a pelada que rolava sem hora para terminar.

O galinheiro era outra coisa: o galo imponente, todo senhor de si, paramentado feito um sultão, passeava ao redor das concubinas do seu harém, dando a todas cobertura infalível. Nenhuma deixava de ser atendida. Todo dia era dia de gala. Foi ali que compreendi que a monogamia era defeso ao macho e apropriado para as fêmeas. Rica lição que o Tituna nos dava através da natureza, sem necessidade de qualquer palavra. Lição que parece ter seguido à risca e que transmitiu com louvor aos varões da família que tanto ama e por ela é amado.

Morríamos de medo do Manoel Processo, Maria Pequena (virava porca), de Vicente sem Dono, de Pio, V-8, Ovídio, Antônio Grande (era grande mesmo, só a Tituna respeitava), Maria Cangalha, Diolinda, Teófila (virava bicho). Quando anunciavam a chegada de um deles, só Tituna nos salvava. Não precisávamos correr para seus largos braços, bastava-nos nele mirar ainda que de soslaio e o medo desaparecia. Era mágico!

Lá se vinha o Baúna exibindo seu peão de coco babaçu. Não dava pra ninguém, só ele ganhava, e não se dignava a jogar com qualquer um. Me aceitava como competidor somente pelo respeito ao Tituna, e por já me sentir derrotado antes da disputa. Quebrava nossos peões pebas pelo forte soco que

imprimia nas suas jogadas. Ria de boca fechada e seguia para tocar o sino de nossa igreja, ou caminhava para outras competições. Era um craque!

Tínhamos a obrigação de buscar a carne no mercado, o Leão e eu. Uma semana para cada qual. A carne do Tonico Santos já estava devidamente separada pelo magarefe de plantão. Patinho, posta d’água, fígado, filé, chã de dentro, carne trazeira sempre, tudo do bom e do melhor. De lá não saíamos sem tomar os dois copos do mingau de milho da dona Lucas, já pagos na conta corrente que o Tituna mantinha com ela. Mingaus com sabor de salgado, que essa coisa de mingau com sabor doce do leite condensado é coisa modernosa, que horror!

Duas brincadeiras que Tituna gostava de compartilhar conosco: o ping-pong e o baralho. Era uma festa! No 1º caso, ele de um lado e todos nós do outro. Como muitos colegas não sabiam jogar, a derrota era certa; no 2º caso, a BISCA era o que jogávamos, já que o BURACO com ele só tivemos contato um pouco mais tarde, e aí tornou-se nossa brincadeira preferida. Noite de chuva, sentávamonos perto dele, éramos só alegria. O mistério é que, em regra, ele conseguia mais ases do que nós, que ficávamos com os reis, valetes e rainhas, e assim acumulava mais pontos e ganhava, ganhava uma, duas, três vezes; nós perdíamos uma, duas, três vezes. Adorávamos esse passatempo, Tituna, com tantas coisas a fazer ainda nos presenteava com parte do seu precioso tempo. Glória!

Um dia ou outro nos conduzia ao banho do Mearim, que atravessava a largas braçadas. Nadava de uma margem a outra, voltava como se estivesse nas olimpíadas e, para nosso espanto, repetia isso sem cansaço. Ainda hoje guardo essa imagem fantástica na memória!

De semana em semana vou à sua casa. Entro, peço-lhe a bênção, beijo-lhe a testa, pergunto como está, ele me responde com alguma coisa engraçada, uma ou outra vez me diz que está esperando a hora. Desde os 90 anos que ele a espera. Não vem. Digo-lhe, então, com o coração meio apertado, que de velhice ele não morre. Jamais morrerá. Por certo TITUNA viverá para sempre entre nós.

Para mim, Tituna é a referência de homem, de pai, de chefe de família, de generosidade, de trabalho, portando, do caminho, de caráter, de coerência, de dignidade, de transparência, por isso da verdade, e por tudo que é, que realizou e realiza, de vida.

ÁUREO VIEGAS MENDONÇA

Nasceu em Viana-MA, em 1965. Pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci, obteve a graduação como Geógrafo e pós-graduação lato sensu em Metodologia do Ensino em Geografia. Experiência na área de Ciências Sociais Aplicadas com ênfase em Gestão de Pessoas. Pesquisador, servidor público, ocupa o cargo de Técnico Administrativo em Educação, no IFMA Campus São Luís Monte Castelo. Em sua árvore genealógica, Áureo tem descendência paterna do tronco português, em Sebastião José de Carvalho e Melo – o “Marquês de Pombal” que foi Secretário de Estado do Reino, durante o Reinado de Dom José I, sendo considerado uma das figuras mais controversas e carismáticas da história portuguesa. O autor é herdeiro da veia literária de Sávio Mendonça, autor do livro “História de um menino pobre”, e neto da famosa bordadeira de “lombo de boi” Olívia Mendonça.

tem se destacado por suas iniciativas para preservar e promover a história de Viana. Ele tem trabalhado em projetos que visam documentar e divulgar a história local, incluindo a publicação de artigos e a organização de eventos culturais. Além disso, ele tem colaborado com instituições locais para a preservação de documentos históricos e a promoção do patrimônio cultural da cidade.

Essas ações têm sido fundamentais para manter viva a memória histórica de Viana e para educar as novas gerações sobre a importância do patrimônio cultural da região.

Já recebeu diversos reconhecimentos por seu trabalho em Viana. Ele foi homenageado por instituições locais e regionais por suas contribuições para a preservação da história e cultura da cidade. Além disso, seu trabalho tem sido destacado em publicações e eventos acadêmicos, reforçando a importância de suas iniciativas para a comunidade.

Esses reconhecimentos são um testemunho do impacto positivo que ele tem tido em Viana e da importância de seu trabalho para a preservação do patrimônio cultural da região.

Publicou vários artigos e obras sobre a história de Viana. Um dos destaques é o livro “Resgate histórico de Viana”, lançado em 2022. Este livro é uma importante fonte de pesquisa sobre a história, os costumes e a cultura de Viana1 Além disso, ele tem contribuído com artigos em revistas acadêmicas e participado de eventos como palestrante, compartilhando suas descobertas e insights sobre a cidade23 .

Memórias de carnaval.

Carnaval de Viana ano de 1951 a orquesta "São Benedito" comandada por Ozias Mendonça irmão da minha avó OliviaMendonça era umasdas orquestras que animavam os foliões. Os músicos componentes dessaépoca eram: Capão, Zé Piteira, Antônio Reis, Juarez, Diobede, Gregório, Carlos Mendonça, Júlio Piolho, Mundico de Vitória, Garça, Zé Fugido e Zé Campelo.

A profissão de professor está na base do desenvolvimento moral, psicológico, intelectual, social e cultural das demais atividades laborais, quando valorizamos os professores estamos valorizando o conjunto da sociedade, eles plantam a semente do conhecimento científico, do respeito, da ética, da diversidade estética, do companheirismo e da liberdade.

Ser professor é mais que um dom, é um verdadeiro ato de amor ao próximo. Tem professora que agente nunca esquece e marcam a nossa vida e a nossa formação.

Tenho muito orgulho de ter sido aluno da professora Maria Sousa, um exemplo de professora que amava o que fazia que amava dar aulas e que inspirou seus alunos para os mesmos alcançarem seus objetivos. A professora Maria Sousa foi um divisor de águas em nossa cidade de Viana, uma excelente profissional que marcou a vida de muitos alunos de Viana, da minha e outras tantas gerações de conterrâneos, ela fez seus alunos se sentirem especiais e pessoas capazes de alcançar sonhos, as lições que aprendi com Maria Sousa estarão sempre comigo.

Maria Sousa foi a professora que lecionou para todas as séries do primário, era respeitada pelos alunos e pelos pais dos alunos, por sua competência, e foi responsável pelo sucesso da minha vida profissional e de muitos outros filhos de nossa cidade de Viana.

AProfessoraMariadeRibamarSousaCostanasceuem19/02/1945nacidadeViana.FilhadoSenhorBenedito Gomes de Sousa e Maria Andrelina Serra de Sousa, o casal além de Maria Sousa teve também mais três filhos sendo: Margarida do Espírito Santo Serra de Sousa, conhecida como “Doninha”, Antônio de Pádua Sousa, conhecido como “Tote” e Maria Raimunda Sousa conhecida como “Moreninha”. Seus avós paternos Antônio Abade de Sousa e Isidora Gomes de Sousa e avós maternos Basílio Magno Serra que era músico e Raimunda Oliveira Serra. Maria Sousa residiu em Viana na Rua Honório Belo, casa 47. Iniciou seus estudos onde concluiu o antigo primário no Grupo Escolar São Sebastião, depois estudou no Ginásio Professor Antônio Lopes e fez o Magistério no curso de formação Docência na Escola Normal Nossa Senhora da Conceição. Em 28 de janeiro de 1965, as irmãs canadenses chegaram a Viana para a fundação da Escola Normal N. S. da Conceição, a convite do então Bispo da Diocese de Viana, Dom Hamleto di Angelis. A Escola Normal Nossa Senhora da Conceição Centro de Ensino do Segundo Grau Nossa Senhora da Conceição na cidade de Viana foi inaugurado em 02 de março de 1967 na época a sua primeira diretora foi a Professora Rosa Maria Pinheiro Gomes.

Maria Sousa fez parte da primeira turma de alunos da Escola Normal em 1968, turma composta só por mulheres e suas colegas de turma foram Margarete Aragão, Socorro Soeiro, Derci Carvalhal, Norma Zenni, Eponina, Maria da Conceição Mendonça, Maria Lucinda Moreno e Maria das Graças. Suas primeiras professoras foram as irmãs canadenses Mônica Dallaire, Eileen Pratt, Juliêta Filiatrault, Laurence Doyon e Lucille Labarre, que assumiram o ensino de várias disciplinas. A partir do segundo ano teve como seus professores Luís Carlos Pereira, De Jesus Piedade, Zeíla Cunha Lauleta, entre outros. Na época da conclusão do Magistério na Escola Normal Maria Sousa estava com 23 anos de idade.

Maria Sousa fez o curso superior na antiga Federação das Escolas Superiores do Maranhão atual UEMAUniversidade Estadual do Maranhão, no campus Caxias onde fez o curso de Pedagogia, com Especialização em Administração Escolar, curso modular entre os anos de 1972 a 1974.

Sua trajetória na educação como professora começou lecionando na Escola Dr. Castro Maia em 1963 como contratada, a referida escola ficava localizada no Canto do Galo na casa de Etelvina Pinheiro conhecida como professora “Santoca” onde atualmente é a Assembleia de Deus, depois a escola se transferiu para o prédio conhecido como Carioca prédio histórico que conheci ainda intacto na minha infância e ficava defronte a casa do senhor João Alves da Silva o Bibi Silva, nessa época a escola já estava sendo administrada pela professora Lurdinha Cardoso.

Após a sua formatura na Escola Normal lecionou por um ano de experiência na referida escola, depois foi professora da extinta Escola Paroquial D. José Delgado (o Colégio dos padres), também foi professora do Grupo Escolar São Sebastião, do Ginásio Bandeirantes, do Centro de Ensino Raimundo Marcelino Campelo "o complexo", e do antigo Ginásio Professor Antônio Lopes, atual Centro de Ensino Dr. José Pereira Gomes.

Durante quatro anos a professora Maria Sousa residiu na cidade de Santa Inês onde lecionou no Grupo Escolar Estado de Pernambuco.

Foi Diretora na extinta Escola Paroquial D. José Delgado (Colégio dos Padres) de 1970 a 1972; na Escola Normal N.S. da Conceição foi diretora por 10 anos e sendo a sexta diretora da escola.

A professora Maria Sousa é divorciada e tem um casal de filhos Martha Regina Sousa Costa e Marynalldo Di Ribamar Sousa Costa, ambos também são professores formados pela UFMA – Universidade Federal do Maranhão.

Foram vários anos de amor e dedicação a Educação em nosso município, se aposentou em 1995, atualmente reside em São Luís e tem satisfação de seus ex-alunos que ocupam relevantes cargos em várias cidades do país.

Presto essa homenagem pelos relevantes serviços em prol da educação vianense. Gratidão professora Maria Sousa pelas suas contribuições na Educação de Viana e por acreditar que você contribuiu para minha formação, pois sei o quanto você lecionou por amor dedicando parte da sua vida à causa da educação.

(*) Áureo Mendonça é geógrafo, pesquisador, escritor e membro fundador do IHGV

Fotos: Arquivo da família Sousa.

Adriano Augusto Bruce Barradas nasceu aproximadamente em 1820, no Maranhão, Brasil, filho do Comendador Joaquim Da Costa Barradas e Maria Amália Freire Bruce.

Ele era neto de Miguel Ignácio dos Santos Freire e Bruce (1° Governador do Maranhão após a independência), irmão do Ministro do STF Joaquim da Costa Barradas Júnior, e irmão de Isabel Maria Bruce Barradas, esposa do Dr. Affonso Saulnier de Pierrelevée.

Adriano era, portanto, tio do Dr. Eduardo Saulnier de Pierrelevée, e tio-avô de Alberto Afonso Estienne Saulnier de Pierrelevée.

Ele foi Capitão da Guarda Nacional, Vereador em São Luís do Maranhão, Deputado Provincial (Estadual), Vice-Cônsul da Argentina no Estado do Maranhão, e Secretário do Tribunal de Relação (TJ-MA).

Curiosidades:

Adriano Barradas sucedeu o seu pai, o Comendador Joaquim da Costa Barradas no Tribunal de Relação do Maranhão (TJ-MA), como Secretário, o cargo antes era de Guarda-Mor, e foi sucedido no mesmo cargo pelo seu sobrinho, o Dr. Eduardo Saulnier de Pierrelevée.

Adriano e o cunhado, o Dr. Afonso Saulnier de Pierrelevée, foram testemunhas no caso do homicídio cometido pelo Desembargador Pontes Visgueiro, de cujo acusado, Saulnier era médico pessoal.

Créditos: @familia_saulnier

ALDEIA TUPINAMBÁ. ILUSTRAÇÃO DE ZACHARIAS WAGENER CA. 1634-1641.

O viajante neerlandês Johan Nieuhof, observou em 1640 a diferença gritante entre os índios aldeados e os nãos cristãos, os índios tupis aldeados não andavam nus, estavam sempre vestidos com mantos de algodão ou de linho que cobriam suas partes íntimas . Também não usavam marcas tribais ou tatuagens.

Os Índios catequizados que viviam em proximidade com os portugueses participavam ativamente da economia. Muitos saiam de suas aldeias para trabalharem nos engenhos que pertenciam aos jesuítas como assalariados, também iam para as cidades e vilas onde trabalhavam como empregados domésticos ou eram recrutados como soldados para guarnecer as cidades.

JOÃO BOSCO GASPAR

– poeta, pesquisador e historiador. Filho de Gerardo Vieira Gaspar e Perpétua das Neves Gaspar. Nasceu nos alcantis paradisíacos da Serra Grande (em Tianguá-Ce), numa manhã de inverno tipicamente fria e neblinada, no dia 14 de janeiro de 1964, precisamente na residência da parteira Alcety Moita, no quadrilátero que circunda a atual catedral de Santana.

De origem humilde, estudou no Ginásio Municipal de Tianguá e na Escola de 2º Grau Regina Coeli. Graduado em Língua Portuguesa pela Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA, e Pós-Graduado (Lato Sensu) em História, Cultura e Patrimônio pelas Faculdades INTA (Instituto Superior de Teologia Aplicada), ambas de Sobral-CE. É casado com a Sra. Angelita Fontenele Magalhães, pai de dois filhos (João Victor e João Arthur Fontenele Magalhães Gaspar) e trabalha no Cartório do 1º ofício (Registro Civil das Pessoas Naturais e Tabelionato de Notas) da comarca de Tianguá, como Tabelião Substituto. Foi chefe do Grupo de Escoteiros Mons. Agesilau de Aguiar (hoje Dom Timóteo); apresentador de programa de rádio; projetista cinematográfico (Cine Santana); representante da juventude da Paróquia de Santana, junto à diocese de Tianguá; membro fundador da Pastoral de Juventude do Meio Popular (PJMP) na diocese de Tianguá; participou deváriosencontros,seminários, palestras, assembleias e cursosrepresentandoajuventude da diocese de Tianguá junto ao Regional Nordeste I da CNBB; foi presidente do Centro Cívico da Escola de 2º Grau Regina Coeli; membro fundador do Grupo de Artes e Tradições Folclóricas Serra Grande; presidente da comissão permanente de licitação e assessor administrativo da câmara municipal de Tianguá; foi membro da Comissão Censitária municipal de Tianguá em 2007, e é membro do Conselho de Sentença do Tribunal Popular do Júri da Comarca de Tianguá.

Foi um dos autores da Lei Municipal nº 473/2007, que dispõe sobre a preservação mediante tombamento, do patrimônio (material e imaterial) histórico, artístico, ambiental e cultural do município de Tianguá, e “autor” da Lei Municipal nº 487/2007 que instituiu o Ipê-Amarelo (Pau-D’arco-Amarelo) como árvore símbolo do município de Tianguá. É autor do pedido de tombamento da tanajura como patrimônio imaterial do município de Tianguá.

Os índios da nação tabajara galgaram os alcantis da Ibiapaba no ocaso do século XV, após vários meses de perigosa viagem entre o litoral da Bahia e a parte setentrional da imensa cordilheira conhecida como "Terra Talhada". Arribaram de sua terra natal após serem derrotados em disputas tribais com "outros principais mais poderosos", conforme relataram ao padre Ascenso Gago. Após perigosa caminhada através dos "sertões de dentro", avistaram, enfim, o imenso cordão montanhoso que compõe o que hoje chamamos de Serra Grande. Os tabajaras que abandonaram o litoral da Bahia faziam parte de três grupos distintos. Um grupo partiu em direção a Chapada do Araripe, outro grupo fixou residência nos altiplanos da Ibiapaba e o último grupo rumou para as terras do "rio do Maranhão".

Por João Bosco Gaspar, pós-graduado em História, Cultura e Patrimônio, Tianguá Ceará. Imagem: Trecho das vertentes orientais da Ibiapaba, no município de Tianguá Ceará.

O SEPULTAMENTO DO PADRE FRANCISCO PINTO... AO PÉ DA SERRA DA YBIAPABA... NO LUGAR ABAYÁRA... ANO DE 1608.

“(...) tinhase achado hua roupeta minha a qual lhe vestimos, e lavãdolhe o rosto e cabessa cheya de sangue e terra e feita em pedaços o cõpusemos em hua rede p.a o trazermos p.a o pe da serra (...). Cõ isto me fui e deci da serra trazendo diante de my o corpo do p.e, e ao pe da serra o enterrey (...). Depois q’ enterrey o p.e ao pe daquella alta serra da Ybiapaba em hu logar q’ particularmente se chama Abayára ao longo de hu rio dentro de hu mato (...)”.

Fonte: Documento "Relação do Maranhão" RIC.

Por João Bosco Gaspar, pós-graduado em História, Cultura e Patrimônio, Tianguá Ceará

Imagens: 01 e 02, ilustração; 03 e 04 trechos da "Relação do Maranhão" escrita pelo padre Luís Figueira em 1608.

GRAFIA DA PALAVRA "YBIAPABA" no documento "Relação do Maranhão" escrito no ano de 1608 pelo padre Luís Figueira, no contexto da Missão ao Rio do Maranhão. Os jesuítas Francisco Pinto e Luís Figueira estiveram nos altiplanos da Ibiapaba no período de 1607 e 1608, em demanda ao Maranhão. Essa viagem foi interrompida em janeiro de 1608 após a morte do padre Francisco Pinto nas proximidades da Aldeia de Diabo Grande (Ibiapina-Ce).

UM CAMINHO DO MARANHÃO PARA O BRASIL...

No ano de 1698 o jesuíta (e cartógrafo) Jacobo Cocleo, concluiu o mapa do "novo caminho entre São Luís e Salvador" via Vale do Itapecuru e sertões do Piauhy. Esse "novo caminho" afastou os aldeamentos indígenas da Serra da Ibiapaba da órbita do Estado do Maranhão, abrindo caminho para, no século seguinte, os lusopernambucanos se estabeleceram nas terras do Siará-Grande.

Fonte: Arquivo Histórico do Conselho Ultramarino de Portugal, AHU-MA, cx. 9, doc. 957, ano de 1698.

O

FORTE HOLANDÊS DA FOZ DO RIO COREAÚ, EM CAMOCIM CEARÁ.

Na década de 1640, no contexto da invasão holandesa, os batavos construiram uma robusta fortificação na foz do Coreaú, naqueles idos chamado de "rio Camosy". No ano de 1728, quando João da Maia da Gama (ex-governador do Estado Colonial do Maranhão) retornava ao reino, encontrou muitos resquícios da presença batava na barra do Coreaú. Maia da Gama informou - textualmenteem seu relatório que o forte holandês esteve localizado na praia das "Barreiras", hoje zona urbana de Camocim.

Por João Bosco Gaspar, pós-graduado em História, Cultura e Patrimônio, Tianguá Ceará

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