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ANTONIO MARTINS DE ARAUJO
Doutor em Letras Vernáculas (Literatura Brasileira) pela UFRJ e professor aposentado de Língua Portuguesa também pela UFRJ; é graduado em letras neolatinas e em ciências jurídicas. Atualmente preside a Academia Brasileira de Filologia e é membro da Academia Maranhense de Letras, do Conselho Editorial da Revista do Centro de Estudos de Niterói, RJ; do Instituto Internacional de Língua Portuguesa (seção do Rio de Janeiro) e do Núcleo Internacional de Estudos Camonianos (NIEC / RJ). É pesquisador da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Letras e Linguística, ANPOLL, como coordenador do projeto Indexação das Revistas Brasileiras de Filologia do Século XIX, vinculado ao Grupo de Estudos em Historiografia da Linguística Brasileira, e elaborador dos Índices dos 35 números da Revista Filológica da Academia Brasileira de Filologia (RJ). Foi professor da Faculdade de Filosofia de São Luís; fundou o Colégio Getúlio Vargas e dirigiu o Colégio Estadual do Maranhão, antigo Liceu Maranhense. Na década de 1960, foi um dos pioneiros das aulas de português para o extinto exame do então chamado Artigo 99, na TV Continental e na TV Tupi, ambas do Rio de Janeiro (RJ). Entre suas principais obras estão: Arthur Azevedo – a Palavra e o Riso, Noel Rosa – Língua e Estilo (em parceria com Castelar de Carvalho) e A Herança de João de Barros e Outros Estudos. Pela Global Editora, selecionou e prefaciouMelhores Contos de Artur Azevedo. De Antônio Martins - chão de tempo. 2 ed. São Luis: Editora Instituto Geia, 2005. 154p. ISBN 8589786-10-2. Livro de poemas com traduções a treze línguas.
Da ilha e o rio
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Volta o frio ao rio, enquanto aureola a ilha o perene calor.
Viagem
Sobre fuso horário o jato veio esgarçando nuvens e esperanças. (JAL, 9.000 pés, novembro 89)
155 www.filologia.org.br http://www.uema.br/noticia/2014/04/22/uema-concede-ttulo-de-doutor-honoris-causa-ao-professor-antniomartins http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/maranhao/antonio_martins_de_araujo.html
Vazio
Pegadas na areia, lembranças do que passou sem novas da amada. (Rio, dez. 89)
Equador
Noites tais quais dias, invernos tais quais verões, órfão de estações. (Rio, dez. 89)
Do tempo
Quis fazer dos dedos uma ampulheta, e a areia escorreu dos dedos.
Do parado tempo
Passaram-se já dezoito anos, e pareço não sair daqui. (São Luis, 1982)
Do urubu
Todo contra o azul o urubu desenha um ponto-de-interrogação.
Provérbio – II
São as carambolas, ácidas; mas, fatiadas, fazem-se estrelas. (Rio, dez. 89)
Da cópula
Espadas embainhadas reconstroem o amanhã de novos futuros.
CANÇÃO DO EXÍLIO
Ah mar! ei ave! oh ilha, partilha, repartida, fletida, sofrida, sentida e consentida, ilha que se quis a ilha de São Luis;
se aqui em ti, um triz, eu fui feliz, a te te digo em mim vives — revives, ´té vir, dia após dia, o dia-dos-dias; e aí,
ao retornar, qual ave, aos altos mastros de teus barcos plurais;
ao ter de ser eu-mesmo, mesmo sem querer, tua poeira a esmo, tua tez;
eu-mar, hei de afagar-te, ah! mar de amar; eu-ave, hei de mirar-te, ave! oh ave; eu-ilha, hei de assumir-te, Ilha das ilhas;
e comigo-em-ti, e contigo em mim, em mar-ave-ilha, redimir-me ao fim.