3 minute read

OSWALDINO MARQUES

Next Article
WELITON CARVALHO

WELITON CARVALHO

17 de outubro de 1916 # Brasilia, 13 de maio de 2003

Em sua terra natal, Oswaldino Marques escreveu seu primeiro artigo para a imprensa (sobre futebol) e fundou o Cenáculo Graça Aranha, onde eram discutidas as idéias modernistas. Em 1936, mudou-se para o Distrito Federal. Um dos fundadores da UNE, trabalhou como bibliotecário e tradutor, tendo sido um dos responsáveis pela divulgação da poesia moderna estadunidense no Brasil. Em 1965, mudou-se para Brasília onde assumiu a cátedra de Teoria da Literatura na Universidade de Brasília (UnB). Todavia, com o agravamento da ditadura militar no Brasil, pediu demissão do cargo. Durante um período de cinco anos, chegou a dar aulas em Madson, Wisconsin, EUA. Reintegrado à UnB em 1991 pelo reitor Cristovam Buarque, Marques viveu os últimos anos praticamente isolado em seu apartamento em Brasília, onde dedicava seus dias à leitura e a audição de discos de música clássica. Em 1999, numa entrevista ao Correio Braziliense, afirmou que desconhecia "a Internet e essas coisas todas". Ateu, deixou registrado em cartório que não desejava qualquer tipo de cerimônia religiosa quando de seu sepultamento, o que foi seguido à risca por seus filhos..[1]

Advertisement

PARA ASSIS BRASIL (1994)276, NA DECADA DE 1930, ATRAVÉS DO CENÁCULO GRAÇA ARANHA:

275 http://pt.wikipedia.org/wiki/Oswaldino_Ribeiro_Marques CARNEIRO, Alberico. O poeta Oswaldino Marques fundador do modernismo maranhense. In GUESSA ERRANTE, disponível em http://www.guesaerrante.com.br/2013/6/3/o-poeta-oswaldino-marques-fundador-do-modernismomaranhense-5453.htm http://severino-neto.blogspot.com.br/2012/03/poesia-segundo-oswaldino-marques.html http://www.jornaldepoesia.jor.br/1omarques01c.html http://www.limacoelho.jor.br/index.php/O-sonho-ressonhado-na-poesia-de-Oswaldino-Marques/ 276 BRASIL, Assis. A POESIA MARANHENSE DO SECULO XX. Rio de Janeiro: IMAGO; são Luis: SIOGE, 1994, p. 111-113 http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/maranhao/oswadino_marques.html

[...] TENTAVA INFUNDIR NA PROVINCIA AS NOVAS IDEIAS ESTETICAS DO MODERNISMO DE 1922. ESTREANDO COM POEMAS QUASE DISSOLUTOS, OS CRÍTICOS LITERÁRIOS VÃO SITUÁ-LO NA GERAÇÃO DE 45, QUE CORRESPONDERIA, NO MARANHÃO, EM COMPARAÇÃO LIGEIRA., À GERAÇÃO DE 50, A QUE DE FATO ESTABELECEU UMA DIMENSÃO NOVA PARA A POESIA.

OBRAS: POEMAS QUASE DISSOLUTOS, 1946; CANTOS DE WALT WHITMAN, 1946; A DANÇARINA E O HORIZONTE (1977). LIED PERDIDO EM DEVANEIOS NO EXTENSO LITORAL, SÓ E TIMIDO SOB A AMPLA E CONCAVA TARDE, PLENA DO GRAVE CORAL DAS VAGAS ESTUANTES E DO RITMO VIOLENTO DAS AVIDAS GAIVOTAS, VOLTEI MEUS OLHOS ESPANTADOS PARA TI, Ó SOL, E ME DEIXEI BANHAR NAS TUAS CASCATAS CINTILANTES. LÁ PODERIA TER-ME ENVOLVIDO NA SOBRA VIOLÁCEA DAS MONTANHAS

E À HORA DO POENTE CINGIR-ME COM UMA COROA DE ESTRELAS. LÁ PODERIA TER-ME DISSIPADO NA BRUMA DA RESSACA, OU INSENSIVELMENTE ACEITAR DOS ROCHEDOS O DOCE CONVITE À INCONCIENCIA.

OU FRAGMENTAR-ME EM LIMPIDAS CONCHAS E REFLETIR TEUS RAIOS CRIADORES.

TIVE FORÇAS, PORÉM, PARA TE ABANDONAR. PARTI – SOBRE A AREIA DEIXEI APENAS O NOME DE ALGUÉM ESCRITO. (POEMAS QUASE DISSOLUTOS/1946)

POEMA OSCILANTE COM DELÍRIO

No volátil abril Labaredas e espelho Oscilo no gume de lúcida viagem. Aderno, de chofre, Ao refugir-me o passo Ao fluido cardume De vôos altos pássaros

Frechados para o azul Aos gritos sobre a espuma De uma mar paralisado Que se recrispa e espluma.

É o doido tonteio Do sonho ressonhado Em pleno meio-fio Sob o céu rasgado

De onde jorra o êxtase Labareda e espelho Sobre o homem que sangra No abril delirante. Soneto Branco

SONETO BRANCO

Esse rugir do mar não te transporta Para antes dos anjos, dos mitos ofuscados? Não te remete a paragens anteriores Nos rios de cinza, às chuvas de granizo? Esse longo rolar de vozes graves Não te despoja d’ódio convulsivo? Não te faz esquecer o desenlace Das fontes, da brancura das origens?

Pois a mim me faz recuar a auroras De êxtases, cantigas e presságios Com violinos comovendo feras,

E cruzeiros de aves, as redes se abrindo No alto, ameaçando peixes e estrelas, — Oh, penedos! Oh, ventos! Oh, nostalgia!

This article is from: