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GENTIL HOMEM DE ALMEIDA BRAGA
25 de Março de 1835 / 25 de Julho de 1876
GENTIL BRAGA ou Flávio Reimar (pseudônimo) nasceu em São Luis, (1834173 ou 1835, conforme a fonte)174 - nasceu a 25 de Março de 1835 e faleceu a 25 de Julho de 1876175. Formou-se em direito na Faculdade de Recife. Foi advogado, lente de retórica e filosofia e deputado provincial de geral. Promotor Público (entre 1855 e 1858) de Codó, Caxias e Alto Mearim (São Luís Gonzaga)176. Trabalhou com folhetins o que o tornou bastante popular. Entre suas obras literárias destacam-se o “`Parnaso Maranhense”, “Três Liras” e “Entre o Céu e a Terra”, o poema conhecido como Clara Verbana. Em sua residência, Gentil Braga movimentava a sociedade da época com o talento de artistas, poetas e intelectuais da época. É um dos patronos da Academia Maranhense de Letras. OBRAS Sonidos - livro de poemas. Entre o Céu e a Terra - folhetim. A Casca da Caneleira: (steeplechase) romance por uma boa dúzia de Esperanças2 .
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O ORVALHO177
Nas flores mimosas, nas folhas virentes Da planta, do arbusto, que surge do chão, Reúnem-se as gotas do orvalho nitentes, Tombadas à noite da aérea solidão.
. Provindas dos ares, dos astros caídas Em globos argentos de um puro brilhar, Descansam nas flores, às folhas dão vida, Remontam-se aos astros, erguendo-se ao ar. . A luz das estrelas, do vidro mais fino O trêmulo, incerto, brilhante luzir, Não tem maior beleza, fulgor mais divino, Nem pode mais claro, mais belo fulgir. .
173 http://pt.wikipedia.org/wiki/Gentil_Homem_de_Almeida_Braga 174 http://www.cultura.ufma.br/paginas.php?cod=5 175 http://expressoespoeticasuniversais.blogspot.com.br/2013/07/o-orvalho-por-gentil-homem-de-almeida.html http://www.literaturabrasileira.ufsc.br/autores/?id=12593 176 http://www2.mp.ma.gov.br/memorial/indememorialgaleriapromotpublicoimperio_gentil.asp 177 http://www.jornaldepoesia.jor.br/gbraga01.html http://www.escritas.org/pt/poemas/gentil-braga
E o sol, que rutila no manto dourado, Feitura sublime das nuvens do céu, Beijando estas gotas com um beijo inflamado, Desfaz tais prodígios nos beijos que deu. . Quem foi que as vertera, quem foi que as chorara, Quem, límpido orvalho, do céu vos lançou? Quem pôs sobre a terra beleza tão rara? Quem foi que nos ares o orvalho formou? . Dos anjos, que outrora baixaram da esfera, Morada longínqua dos anjos de Deus, São prantos o orvalho, que amor os vertera, Depois que perdidos volveram-se aos céus. . Baixados à terra, sedentos de amores, Gozaram delícias de um breve durar. Depois em lembrança dos tempos melhores Os anjos à noite costumam chorar. . E o pranto saudoso dos olhos vertido Converte-se em chuva de fino cristal; Procura das flores o cálix querido, Recai sobre as plantas do monte ou do val. . E os anjos sozinhos vagueiam no espaço, Buscando as imagens, que o céu lhes roubou, Seguidos das nuvens, do lúcido traço, Que o brilho das asas trás eles deixou. . E a voz que dos lábios lhes sai suspirante Semelha um queixume pungente de dor. E o ar, que circula girando incessante, Repete os suspiros só filhos do amor. . Em vão tai suspiros, tão tristes endeixas, Pesares tão fundos são todos em vão. Ninguém os escuta; carpidos ou queixas Vai tudo sumido na etérea solidão.
. E os anjos, que outrora viveram de amores, Gozaram delícias de extremos sem par, Saudosos relembram seus tempos melhores E tem por consolo seu triste chorar. . E o pranto saudoso dos olhos vertido Converte-se em chuva de fino cristal; Procura das flores o cálix querido, Recai sobre as plantas do monte ou do val.