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FRUTUOSO FERREIRA
FRUTUOSO FERREIRA262 1846 (?) # 10 de outubro de 1910 Tinha o mesmo nome que o pai, o livreiro Francisco Frutuoso Ferreira. Fez as Humanidades no Liceu Maranhense. Celebatário, misantropo de poucas amizades, tudo isso serviu para passar mais ou menos anônimo como poeta durante a vida. Não publicou livro em vida, desenvolvendo proveitosa e significativa atividade jornalística, época em que vieram à luz alguns de seus poemas.
SOUSA ANDRADE263
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Erguem brumas do mar do etéreo brilhantismo, Num faustoso Ocidente umas exéquias grandes... Loira tarde no céu. Desse cristal dos Andes Rola um Sol a cair nas vastidões do Abismo.
E na augusta amplidão daquela tarde enorme Surge um vulto de azul de esplêndida safira: É a bela Guimarães... A Pátria que delira Na opala sideral do Ocaso que ali dorme.
É que entra nos Panteons da cérula turquesa, O Gênio imorredoiro, escultural do Guesa, O Gênio que entre nós chamou-se Sousa Andrade.
Como as que ele sonhara eternamente belas, Possam novas coroas desfolhar-lhe estrelas, Por sobre a noite azúlea da ampla Eternidade.
(De Jornal Pacotilha -São Luís em 20-4-1902)
15 DE NOVEMBRO
Repúblicas dos céus tão belas, tão faustosas... Oh! Quem vos concebera as formas grandiosas? - Quem fora esse Escultor dos vossos alabastros E o Fáon que acendera os fogos desses astros? Sereias ou vestais de uns esplendores lácteos, Em meio às amplidões de aéneos céus, eufráteus, Por entre o oiro e o azul de siderais Elêusis, Vossos seios, em flor, de apocalípticos deuses, Entre a pompa a escander, dos arrebóis ardentes E o deserto e o negror das noites arquialgentes: - Quem vos alcandorara as negridões nevosas, Repúblicas dos Céus... Valquírias... Nebulosas? ... Minhalma é vaga e loira assim como as Quimeras, Eu ouço a meIo pé ia ardente das esferas, Eu sigo no Infinito os grupos das visões ..................................................................
Eu sou como Aassvero, eu venho de outras plaga Remotas, de outros céus azúleos como as vagas, Exausto e já cansado atrás das harmonias, Deixai banhar-me aí ao sol das Utopias, Nas vossas regiões adúleas, peregrinas,
(De Jornal Pacotilha -São Luís em j15-11-1904)
NOITE BRAHMA
Corre a Noite de Brahma... A Eternidade avulta... Aí junto à Porta de Oiro o grande Arcanjo exulta Na voragem sem fim dos êxtases deiformes; Estruge o vendaval dos céus pelagiformes E o Arcanjo vencedor enfrenta os temporais, Cheio desse esplendor das glórias eternais E Ele vibra da epopéia azul dos cataclismas, Nas lavas colossais dos Etnas das cismas.
Corre a Noite de Brahma... O espírito da Flor Desdobra um madrigal - a apoteose do Amor, O Amor - Guerreiro audaz - Sol de inefável luz, Que se tornara um Deus, assim como Jesus: Pompeiam céus, a flux, chispantes de arrebóis E a Noite, em flor de Brahma acorda os seus Heróis; Este que vem fulgindo assim como os cristais, É um daqueles milhões de assinalados tais.
(Jornal Verdade e Paz/São Luís/ 15-12-1906, completado nas edições de 21 de janeiro e 20 de abril de 1907.)