![](https://static.isu.pub/fe/default-story-images/news.jpg?width=720&quality=85%2C50)
2 minute read
MANOEL NUNES PEREIRA
NUNES PEREIRA 1892 # 1985
Nascido no Estado do Maranhão, foi um antropólogo e ictiólogo que viveu grande parte de sua vida em Manaus, e, posteriormente, na cidade do Rio de Janeiro, tendo viajado seguidamente ao interior da Amazônia. Foi, ao lado de escritores como José Chevalier, Péricles de Moraes e Benjamin Lima , um dos fundadores da Academia Amazonense de Letras.
Advertisement
Nunes Pereira foi veterinário do Ministério da Agricultura até a sua aposentadoria e teve alguns de seus opúsculos científicos editados pela Div. de Caça e Pesca do M.A. (O pirarucu, A tartaruga verdadeira do Amazonas e O peixe-boi da Amazônia, tendo sido este último artigo científico publicado, em 1944, no Boletim do Ministério da Agricultura). Escreveu diversos livros, sendo a sua obra mais conhecida Moronguetá - um decameron indígena, conjunto monumental de pesquisas, apresentado por Thiago de Mello (dois tomos), onde constam reproduções de páginas de cartas a Nunes Pereira emanadas de cientistas sociais como Roger Bastide e Claude Lévi-Strauss. Com esses estudiosos o antropólogo maranhense-amazonense travou contato pessoal, quando da passagem deles pelo Brasil. Carlos Drummond de Andrade escreveu, no Jornal do Brasil, uma crônica sobre o autor de Os índios maués, um dos primeiros pesquisadores mestiços brasileiros - era cafuzo, descendente de índios, negros e brancos - a obter reconhecimento científico internacional. Em São Miguel das Missões, Rio Grande do Sul, existe uma rua Nunes Pereira. No centenário de seu nascimento foi inaugurada, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, uma placa de bronze cuja confecção foi providenciada pelo último secretário do cientista, o pesquisador ítalobrasileiro Savério Roppa, sócio-correspondente do IGHA (Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas). Na ocasião, Savério Roppa proferiu um discurso ao grupo de intelectuais, em sua maioria amazonenses, presentes, como Ulysses Bittencourt, da Academia Amazonense de Letras e cronista de A Crítica, de Manaus, Cosme Alves Neto, então conservador da Cinemateca do MAM (Museu de Arte Moderna) do Rio de Janeiro, além de membros da diretoria do Jardim Botânico. Posteriormente, a administração superior do Jardim Botânico conferiu a denominação Nunes Pereira à aléa onde se situa a placa. Foi casado com a Sra. Maria Nunes Pereira, de quem enviuvou quando estava com mais de 80 anos de idade, tendo o casal deixado numerosa prole, entre filhos, netos e bisnetos. Obras do autor A Casa das Minas: contribuição ao estudo das sobrevivências do culto dos voduns, do panteão Daomeano, no Estado do Maranhão. Sociedade Brasileira de Antropologia e Etnologia, 1947 (2.ed Petrópolis: Vozes, Rio de Janeiro, 1979)
Moronguetá - Um Decameron Indígena. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1967. 2 vols. (Coleção Retratos do Brasil, nº 50) Panorama da alimentação indígena: comidas, bebidas e tóxicos na Amazônia Brasileira. Rio de Janeiro: Livraria São José, 1974 Os índios maués. Rio de Janeiro: Organização Simões, 1954 Curt Nimuendaju, síntese de uma vida e de uma obra, 1946 O sahiré e o marabaixo: tradições da Amazônia. 2ª ed. Recife: Fundação Joaquim Nabuco / Ed. Massangana, 1989 (Série Estudos e Pesquisa, nº 64). Apresentação de Savério Roppa A Ilha de Marajó: estudo econômico-social. Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura, 1956 (Série Estudos Brasileiros, n. 8) Barbosa Rodrigues: um naturalista brasileiro na Amazônia O pirarucu. Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura, Divisão de Caça e Pesca (Opúsculo) A tartaruga verdadeira do Amazonas (resumo informativo). Reedição. Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura, Divisão de Caça e Pesca, 1954 (Opúsculo) ["Este livreto [A tartaruga verdadeira do Amazonas] de 17 páginas foi elaborado pelo veterinário Nunes Pereira e trata-se uma obra bastante interessante e extremamente difícil de ser encontrada nas bibliotecas e acervos públicos".