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ELZA PAXECO MACHADO

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OLGA MOHANA

OLGA MOHANA

Elza Fernandes Paxeco (São Luís, 6 de Janeiro de 1912 — Lisboa, 28 de Dezembro de 1989) Foi professora, filóloga e escritora68 .

Vamos seguir, aqui, a apresentação que sua neta, Dra. Rosa Machado, fez69 :

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Nasceu em São Luís do Maranhão, a 06 de Janeiro de 1912 na Rua da Palma, nº 38 – na casa de seu avô materno Luís Manuel Fernandes, sócio da Firma “Luis Manuel Fernandes & Irmãos, importadores e exportadores”. Aí passou sua infância com seus pais, ele Manuel Fran Paxeco (1874-1952) 70 português de Setúbal - jornalista e diplomata, ela maranhense de São Luís que lhe propiciaram um ambiente requintado, culto, de padrão bastante elevado. Para além do ensino normal, aprendeu a tocar piano, a dizer poesia, a desenhar etc., com professores das especialidades71 .

68 https://pt.wikipedia.org/wiki/Elza_Paxeco Fontes Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, s.v. «Elza Paxeco». vol. 20, pgs. 696-967. Lello Universal: Dicionário Enciclopédico Luso-Brasileiro. Porto: Lello & Irmão, 1980, 2 vols., s.v. «Elza Paxeco», II vol. pg. 487. OLIVEIRA, A. Lopes de; VIANA, Mário Gonçalves. Dicionário Mundial de Mulheres Notáveis, s.v. «Elza Paxeco». Porto: Lello & Irmão, 1967, pg. 1038. PORBASE Base nacional de dados bibliográficos. A Universidade de Lisboa Séculos XIX e XX, Vol.II / Coord. Sérgio Campos Matos, Jorge Ramos do Ó [ et al.] Lisboa, Tinta da China, 2013. https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Elza_Fernandes_Paxeco_Machado.jpg https://www.facebook.com/418088872283919/posts/426860654740074/ https://aviagemdosargonautas.net/2012/01/06/homenagem-a-professora-elza-paxeco/ https://pt.linkfang.org/wiki/Elza_Paxeco#cite_ref-2 https://pt.linkfang.org/wiki/Elza_Paxeco#cite_ref-2 https://www.myheritage.com.br/names/elza_machado 69 MACHADO, Rosa Paxeco. In correspondência particular, via correio eletrônico, enviada em 1º de setembro de 2020, a pedido dom autor 70 https://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Fran_Paxeco http://www.academiamaranhense.org.br/manuel-francisco-pacheco/ https://www.wikiwand.com/pt/Manuel_Fran_Paxeco https://www.youtube.com/watch?v=YW0qjkslz_8 https://www.youtube.com/watch?v=ABZnuy10cIw https://www.youtube.com/watch?v=-qTepbtKZ-4 https://www.youtube.com/watch?v=-qTepbtKZ-4 http://cev.org.br/biblioteca/fran-paxeco-e-educacao-fisica-maranhao/ http://sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe7/pdf/05%20HISTORIA%20DA%20PROFISSAO%20DOCENTE/FRAN%20PAXECO%20LENTHE%20DA%20REVITAL IZACAO.pdf https://www.diretodoplanalto.com.br/2019/07/juiz-sem-juizo-o-caso-fran-paxeco-por.html 71 Informa Rosa Machado: Ainda não consegui saber onde ela terá estudado em criança, embora tenha andado a bater a várias portas; Colégio Santa Teresa, Secretaria da Educação, Inspecção Escolar, mas os arquivos não estão muito disponíveis.

Isabel Eugénia Cardoso de Almeida Fernandes (1879-1956) natural de São Luís, também era filha de um português, mas de Lamares, Vila Real e de uma maranhense de São Luís: Rosa Cândida Cardoso de Almeida Fernandes (1845-1912) que por sua vez também era filha de outro português (de Cascais) e de outra maranhense, mas de Santa Maria de Icatú. Ele, Máximo Cardoso de Almeida (1816-1876) foi dono de engenho de açúcar, capitão de longo curso, dono do barco “Rosabella” e ela, Ana Joaquina Jansen da Silva (1827-1872) era, segundo constam, sobrinha de “Donanna” Jansen. Quando sua família partiu definitivamente do Brasil para a Europa (em 1925), foi carregada de recordações poéticas, musicais, etnográficas; de estórias, cheiros e cores, sabores e sons... De que falará com saudade, desgosto, ciente que nunca mais voltaria a São Luís. Citava Gonçalves Dias mal chegava a Primavera... Inteligente, imaginativa, sonhadora, boa aluna, estudou com sucesso num convento católico jesuíta no Reino Unido, o Upton Hall School a Nordeste72, até entrar para a Universidade de Gales73, onde se formou em Filologia Românica e Filologia Germânica com altas classificações –Honours Summa cum Laudes.

Mais tarde, durante dois anos para a Universidade de Londres74 para fazer outro curso, de especialização, Master of Arts. Tudo para grande contentamento de seu Pai, que muito admirava e venerava; e de sua Mãe que lhe marcou muito a vida pelos objetivos demasiado ambiciosos que lhe traçou e que lhe marcaram toda a vida.

72 https://en.wikipedia.org/wiki/Upton_Hall_School_FCJ 73 https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_do_Pa%C3%ADs_de_Gales 74 https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_de_Londres

Quando foi para Portugal, frequentou durante dois anos a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa75, a fim de tirar as cadeiras de equivalência que lhe faltavam, as de Literatura e Filologia Portuguesas, História de Portugal e Descobrimentos. É nesta fase da sua nova vida académica que conhece outro aluno, que alguns anos mais tarde se tornaria seu marido: José Pedro Machado76, que frequentava o mesmo curso de Filologia Românica. Foi a primeira senhora doutorada pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (Outubro de 1938), tendo obtido aprovação por unanimidade. Era, nessa altura, o mais novo dos doutores, com apenas vinte e seis anos. Fez um estágio de dois anos no Liceu Pedro Nunes77 e foi chamada para a Faculdade de Letras da mesma Universidade, onde ensinou como leitora de Francês entre Fevereiro de 1940 e Outubro de 1948, quando foi exonerada a seu pedido; igualmente regera as cadeiras de Literatura Francesa e de Língua e Literatura Inglesa, tendo ainda feito parte de júris de admissão ao Ministério dos Negócios Estrangeiros78 . Casou em 04 de Setembro de 1940 com José Pedro Machado, tendo dessa união nascido três filhos: Maria Helena (1941), João Manuel (1943), Maria Rosa (1946).

Por indicação de Alfredo de Assis79, representou em Portugal a Associação das Academias Brasileiras de Letras80 . Foi eleita sócia correspondente da Academia Maranhense de Letras81, exatamente para a cadeira Número 5. No ano letivo de 1960-1961 ensinou Francês na Escola Industrial Afonso Domingues82, escola onde o seu marido era professor efetivo e nesta altura tinha o cargo de Diretor.

75 https://www.ulisboa.pt/unidade-organica/faculdade-de-letras 76 https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Pedro_Machado 77 https://pt.wikipedia.org/wiki/Liceu_Pedro_Nunes 78 https://www.portaldiplomatico.mne.gov.pt/ 79 http://www.academiamaranhense.org.br/alfredo-de-assis-castro/ 80 https://pt.wikipedia.org/wiki/Academia_Brasileira_de_Letras 81 http://www.academiamaranhense.org.br/ 82 https://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_Secund%C3%A1ria_Afonso_Domingues. A Escola foi fundada no dia 24 de

Novembro de 1884, funcionando numa casa alugada a João Cristiano Keil na Calçada do Grilo, nº 3-1º, que abriu com 53 alunos. Na altura a escola denominava-se Escola de Desenho Industrial Afonso Domingues, onde eram ministrados os cursos diurnos de Desenho Elementar e os cursos nocturnos de Desenho Industrial e,

Nunca deixou de ter contato com São Luís, nomeadamente com a família do Dr. Aníbal de Pádua, com quem sempre se correspondeu, através de quem ia tendo notícias da sua terra natal. Com a família Guedes de Azerêdo que também estava em Portugal, compartilhava laços de São Luís e também laços de família, pois Alfredo (filho) foi o padrinho de baptismo de Maria Helena, uma de suas filhas. Doou a esta cidade, mais propriamente à Associação Comercial do Maranhão, dois quadros pintados a óleo que lhe eram muito queridos, um representando o seu Avô, Luis Manuel Fernandes, da autoria de Franco de Sá, e o outro seu pai, Fran Paxeco, da autoria de Paula Barros, em duas grandes caixas ao Sr. José Tércio de Oliveira Borges que os trouxe para São Luís, isto em 1957. Era sócia da Sociedade de Geografia de Lisboa, da Sociedade de Língua Portuguesa. Faleceu na madrugada de 28 de Dezembro de 1989 na sua casa em Lisboa, na Rua Leite de Vasconcelos, vítima de uma úlcera no duodeno.

GATO PRETO EM TELHADO DE ALFAMA

Gato preto de Alfama no telhado Lá em baixo, ao longe. No terraço nu de ladrilho vermelho Cá em cima, ao lado Uns tufos pendentes verde-brancos hoje Folhas e flores no invernal e velho da Cerca Moura troço desencantado. Sorriso curvo de Reims, o do Anjo (Ou o da Gioconda, porém meio tortelho), Olhar longo de amêndoa voltado. Vê a trocista o vulto e lisonja: “Biche-biche” e já surge um espelho Verde radiante pró norte alçado Na cabeça virada tão séria do monge. Chispa o Raio verde do Sol sobranceiro Aos antigos Paços do Limoeiro.

Visto 26-XII-61 - Escrito 1-I-62

Filóloga e ilustre investigadora luso-brasileira, em Portugal, nem no Brasil parece ser recordada. E havia bons motivos para que o fosse; escreveu: - Alguns aspectos da poesia de Bocage (1937). - Acerca da tragicomédia de Dom Duardos (1937). - Essai sur l'oeuvre de Samain (1938) [1] - Graça de Júlio Dinis (1939). - O mito do Brasil-Menino, Coimbra: Coimbra Editora, (1942). - Camões e Elisabeth Barrett (1942). - Nótula sobre negações duplas em português. Lisboa: Separata da Revista da Faculdade de Letras de Lisboa, Nº10. (1944). - Um dos últimos trabalhos de Hércules (1944) - Estudos em Três Línguas. Lisboa: Pro Domo, (1945). - Aucassin e Nicolette. Lisboa: Minerva, 1946.[2] - Arte de trovar portuguesa. Lisboa: Separata da Revista da Faculdade de Letras,Nº 13,1947. - Da Glottica em Portugal (1948).

posteriormente, cursos profissionais. Como Director foi nomeado o professor e escultor João Vaz. A Escola foi oficialmente extinta a 23 de Março de 2010, por despacho de Secretário de Estado da Educação, tendo na altura da sua extinção uma história com 126 anos.

- Cancioneiro da Biblioteca Nacional: antigo Colocci-Brancuti. (Leitura, comentários, notas e glossário), em colaboração com seu marido, José Pedro Machado. [3] (1949-1964). https://sites.google.com/site/terresymteperfie1/3501351-36abinGEterven97 http://libris.kb.se/hitlist?d=libris&f=simp&spell=true&hist=true&p=1&m=50&q=faut%3A227 277 - Galicismos Arcaicos. Tese (concurso para professor extraordinário de Filologia Românica da

Faculdade de Letras) Univ. de Lisboa (1949). - À Margem do Dicionário Manual Etimológico. À Memória de Francisco Adolfo Coelho (1949). - A propósito do antigo nome arábico de Lisboa, com transcrições e traduções do árabe por José

Pedro Machado. Lisboa: Separata da "Revista de Portugal", Série A, Língua portuguesa, vol.33, (1968). - Os Paladinos da Linguagem. Separata Língua e Cultura, (1971).

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