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ROSEMARY RÊGO

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VENÚSIA NEIVA

VENÚSIA NEIVA

Maranhense de São Luís, graduada em Letras, pela Fama (Faculdade Athenas Maranhense), militante no campo do magistério, Rosemary Rego pertencente à já convencionada geração de 90 (séc. 20), da Poesia Maranhense. Precocemente dedicada à criação literária, produzindo, a princípio, peças teatrais, é na Poesia que vem a ser reconhecida e apreciada, ainda na referida década, no cenário das Letras ludovicenses onde, no seu grande poder de percepção, sua admirável sensibilidade para captar e traduzir, poeticamente, o mundo, atua como produtora e grande incentivadora da arte da palavra. Em 1998, por exemplo, apresenta, na Rádio Cidade, o programa Som da Ilha, voltado para a literatura, constando, este, de entrevistas e recitais de poesia. Participou, também, na TVE do Maranhão, de clips do Tempo de Poesias, declamando poemas de sua autoria. Entre essas e outras atividades do gênero, vale lembrar sua participação no grupo Poiesis (Universidade Federal do Maranhão), nos famosos recitais Canto & Verso, ao lado de outros poetas, como Geane Fiddan, Bioque Mesito, Antônio Ailton. Sem falar nos Festivais – como o Festival de Poesia Falada (Ufma), em cuja 11ª. edição, arrebatou o primeiríssimo lugar. Em 1997, vem a integrar a Antologia Poética Safra 90, período em que também integra o grupo Curare que, como o Poeisis, põe em discussão a produção literária maranhense da época.

ABRIL

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Ontem flores germinavam sobre mim O onírico prazer de esculpir a vida me transformou no fruto do carbono. O duro ofício de lapidar o pão carrega nas pálpebras o abominável cansaço da alma. Amanhã que seja cedo ou tarde sorrisos repousarão sobre o meu cadáver. (REGO, 2004, p. 43)

SIGLO

Um final de século flui no peito XX séculos, repousa à eterna idade O cair de folhas secas é charge de um horizonte azul.(REGO, 2004, p.36)

Ouvi baladas Dentro da noite veloz Estrelas da vida inteira. A poesia é canto geral Masmorra Didática Na her me ti ci da de da vida. Anjos malditos Beijam as flores do mal O ócio desperta os canhões do silêncio! (REGO, 2004, p. 10)

Amargo silêncio o poema é a meta linguagem do acaso Faca decepando o sol de final de tarde a rua é ócio dor tudo é passional menos o poema essência de tudo de nada do tempo das cinzas. (REGO, 2004, p. 12)

CANÇÃO ONTOLÓGICA PARA SÃO LUÍS

Sol de setembro o sorriso da cidade abre em feição ontológica

a cidade impregnada nela mesma relíquia do tempo as horas o devir

os dias existem neles a cidade se edifica pedra do tempo

O acaso é a metalinguagem do tempo obra-prima de Deus o tempo não morre renasce Comemos pizza e brigadeiro como quem jamais

envelhece

O tempo plantou em nós o devir, transformação única de nossa história que um dia escrevemos no asfalto a giz de carvão. Ninguém Leu nossas palavras A flor que jogamos

no tempo

desabrochou!

REMINISCÊNCIA

Sente minha carne a dor da morte pela ida dos meus dias cobertos de vime Silenciaram os Anjos que sacudiram a minha alma diante do Leviatã.

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