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GEANE LIMA FIDDAN

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OLGA MOHANA

OLGA MOHANA

Geane Lima Fiddan (MA). Poeta, professora e pesquisadora brasileira. Foi coordenadora do Projeto Rede de Escritores na Universidade Virtual do Maranhão. Licenciada em Letras, especialista em Linguística e Literatura Brasileira. Mestre em Língua, Literatura e Cultura Pela Universidade Nova de Lisboa. Membro do IEMO-Instituto de Estudos Modernistas e faz doutorado em Estudos Portugueses pela Universidade Nova de Lisboa. Tem publicado os livros Argos da Matéria e O Norte.

APESAR DE TUDO QUE AINDA ASSOLA

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Na flor do Delta cascatas são enaltecidas enquanto rios desembocam na intimidade de outros. Ali eu era apenas uma gotícula com lembranças da mãe Gaia e enfrentando as turbulências e perpassando as penínsulas e as rampas do planeta. Eu não quero saber de barro seco, amarras de vendedores de balas. A guerra não quer conversa comigo e eu em tempos atômicos quero é aprender com as argilas doces.

CONCOXA

Tangidos os genocídios, propagam nos seios das massas seres presos em raios in visíveis, cisnes no embolar de um papel imã. Não importam as cores dos cárceres enferrujados ou não parecem melanomas, espinhas de peixe na garganta. Esta folha já foi peça umbrática e tornou-se página branca. Não adormeço eclipse no âmago Para ver a matéria solta.

(………………………..) Antes de partir abrindo um sorriso no extremo norte caminho sequiosa de impulsos significativos. Um ser sensitivo entre as pedreiras

mexe com os pés de uma instância adormecida. No seio das partículas de ferro muitos bailarinos se tornam estátuas. Toque na frieza dos icebergs. É tão fácil ser um náutico e tão difícil quando mesmo as pontes não entendem os passageiros.

(………………………..) Ontem, tarde da noite, andei pela cidade como um poeta lírico nas andanças. Repentinamente, vi um velhinho sobre uma ponte falando sozinho. Então, parei e me aproximei do homem que tinha os cabelos de neve. Percebi que ele falava para o mar e dizia alto: – Susana! Susana! Onde está você? Subitamente, o sujeito ficou calado e eu perguntei a ele. Quem é Susana? Ele olhou para o mar e disse. – É aquela onda que parte todos os dias lá pra Alcântara!

ARES DE PEREGRINA

Saturada de pencas e brocas de Upaon-açu parto para as andanças cachos das manifestações no toco desse pendulo de bacaba a calma cheia do trágico que fecunda a alma desabrocha no agente de argila sai de fininho sem tino embarca na busca do inédito desembarcando nas panturrilhas de Rodin aparentemente só aparente mente são fúrias de um vulcão vagalume nordestino circunvagando na cidade luz não se surpreende quando uma certeza pinta um pára-brisa arrasando anda passageiros desandam

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