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ESPORTE(S) & EDUCAÇÃO FÍSICA

SKATE STREET

SOLUÇO NA MADRUGADA

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ANTONIO CARLOS LIMA

Conheço muita gente que não conseguiu conter as lágrimas no instante que Rayssa, essa menina de quem o mundo inteiro agora fala, subiu ao pódio para receber, nesta madrugada, a sua medalha de prata por sua performance histórica nas Olimpíadas do Japão. Eu mesmo escondi o rosto sutilmente no cobertor, para que minha mulher, que não conseguia dizer uma frase sem se engasgar de emoção, não percebesse que eu também enxugava o rosto molhado na hora em que Rayssa beijou e ergueu o troféu e recebeu a corbeille reservada aos campeões. Situação semelhante ocorreu com muitos outros, inclusive com você, que também ficou acordado para ver. Não somente porque ali estivesse uma linda menininha de treze anos de cabelos cacheados, aparelho nos dentes e um sorriso mágico no rosto. Ou porque se tratasse de uma brasileira do pobre e espoliado Norte do Brasil. Nem somente, em nosso caso, porque naquele pódio estava uma conterrânea, maranhense de Imperatriz, como segunda melhor atleta do mundo nessa nova modalidade de esporte. Era por causa de tudo isso, mas também em razão do carisma de Rayssa, de sua alegria e descontração permanentes, de seus passinhos de fada, agora fadinha do mundo, com seu pó de pirlimpimpim espargindo alegria e felicidade desde a casa humilde em que vive em Imperatriz até os confins mais remotos da Terra.

Eu, que nem sou fã de skate e nem aprecio os esportes radicais, assisti há cinco anos ao vídeo que tornou Rayssa conhecida e deu novo rumo à sua vida. Ela, vestida de fadinha, já impressionando a todos por sua habilidade com um esporte pouco praticado no seu meio. Apaixonou meio mundo. Desde então, falávamos em casa: essa menina tem um grande futuro. Mas, sinceramente, não tinha esperanças, melhor, certezas, de que chegaria a tanto. Haveria, no Japão, Estados Unidos, Filipinas, atletas mais preparados tecnicamente do que ela. Ela, no entanto, já havia tatuado no braço, a palavra Olimpíada porque sabia que ali estava o seu destino. Ela tinha um sonho. E tornou esse sonho real.

A vida de Rayssa só não é exatamente um conto de fadas, desses q povoam a literatura infantil, porque, para o seu triunfo, não houve mágica nem varinha de condão. Ela venceu pelo talento, aliado à determinação de estudar, treinar, se superar. Quem ficou acordado nesta madrugado sabe o tamanho da emoção e do orgulho q todos sentimos com a vitória de Rayssa. O que explica as duas lágrimas furtivas escondidas no cobertor

Ana Paula joga muito e é uma das grandes artilheiras do handebol mundial. O país Maranhão tá bem nas Olimpíadas de Tóquio.

LEOAS CAEM DIANTE AS FRANCESAS Após um empate na estreia, uma vitória e duas derrotas, a seleção brasileira feminina somou 3 pontos e foi para o último jogo da fase de classificação precisando pontuar. Pelo caminho as atuais vice campeãs olímpicas, as francesas. Conhecido jogo francês foi característico os 60 minutos. No ataque, linha de 9m extremamente física e agressiva, buscando bolas pra chute. Defensivamente, o centro de quadra dominado pela Edwige estava fechado para balanço! Caímos na arapuca francesa e fomos para o embate. Ofensivamente, buscamos o 1x1 ao invés de atacar os espaços. Atacávamos insistentemente para o centro de quadra. Jogo era para fora, abrindo a defesa francesa fazendo com que uma hora o jogo de ajuda cansasse. Primeiro tempo francês impecável com extrema intensidade nos dois lados da quadra. Paty Matieli entrou e deu mais mobilidade ao ataque brazuca e quando explorou a curva da quadra, tinha sucesso com ótimas bolas para fora e continuidade com as pontas. Bom jogo de Ale, Doce e principalmente, Lari. Início do segundo tempo Brasil baixou para apenas 3 gols a vantagem adversária, mas as francesas seguiam encaixando ótimas ações de 9m e conexões com Foppa no pivô. Com muita autoridade, França fechou em 29 a 22 e conquistou a vaga às quartas de final. Seleção brasileira se despede precocemente dos jogos. Sabíamos das dificuldades. Grupo da seleção brasileira com mais 5 européias e com as duas seleções medalhistas olímpicas, de ouro e prata. Elenco verde amarelo 10 jogadoras estreantes em Jogos Olímpicos e o conhecido equilíbrio brutal no naipe feminino. Ainda não foi dessa vez, mas o recado está dado: ESSA MEDALHA OLÍMPICA VIRÁ EM BREVE! PARABÉNS, LEOAS!! GOLS NA PARTIDA : Bruna (4), Alexandra (6), Babi (1), Lari (3), Doce (4), Samara (2), Paty Matieli (2).

Fim de mais um ciclo olímpico vestindo a camisa da seleção brasileira, a que sempre honrei e honro. Deixei até aqui a minha inteira dedicação, muito suor e amor em estar aqui representando o meu país. Nunca faltou garra, força de vontade e resiliência neste grupo. Aqui somos pessoas, temos nossas famílias, amigos, que funcionam como um time todo por trás de cada uma. As vezes nós mesmas pecamos muito em ficar nos culpando por não conseguir chegar mais longe, mas no fundo nos damos conta de que do outro lado está sendo feito um trabalho (na maioria das vezes muito mais bem feito que o que tivemos do lado de cá), e que existem lá, atletas tão competentes quanto, disputando três euros no intervalo desses jogos olímpicos, por exemplo. Isso é uma super preparação, quem nos dera. Enfim... Chegar aqui é uma super vitória. Eu tenho muito orgulho do que fiz aqui com as minhas companheiras. Saio tranquila e serena. Obrigada #leoas Obrigada torcida do Brasil, a maior! E muitíssimo obrigada a melhor torcida deste mundo, a do bairro da Liberdade! Obrigado especial à minha família e amigos que nunca deixaram de acreditar nesse time. Agradeço também à família de cada uma de nós, que estão sempre junto nos mantendo fortes e positivas. GRATIDÃO por mais uma olimpíada com as cores do meu país.

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