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TRÊS POEMAS DE ROGÉRIO ROCHA CANTOS À BEIRA-MAR E GUPEVA – Prefácio ALL DILERCY ARAGÃO ADLER

1. BREVE BIOGRAFIA: NOME CIVIL/ARTÍSTICO: Dilercy Aragão Adler- Dilercy Adler FILIAÇÃO/FAMÍLIA: Filha de Francisco Dias Adler (Ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira-FEB) e Joana Aragão Adler, nasceu em 07 de julho de 1950, em São Vicente Férrer-Maranhão/Brasil. Do casamento tem três filhas: Danielle, Pedagoga; Milena, graduada em Ciências Contábeis e Michelle, Psicóloga. Tem sete netos Daniel Victor, João Marcelo, Caetano, Arthur, Lara, Diana e Gabriela.

ESCOLAS QUE FREQUENTOU; FORMAÇÃO: Aos seis anos de idade já sabia ler e escrever (foi alfabetizada em casa). Fez o curso primário de 1957 a 1961. Fez exame de admissão conseguindo aprovação para ingressar no curso ginasial do “Ginásio Estadual do Instituto de Educação” e se graduou em Professora Normalista, em 1968, no mesmo Instituto- Escola Normal do Instituto de Educação. Ao final desse mesmo ano foi para Brasília (Distrito Federal) para prestar vestibular para Psicologia. Na ocasião também se submeteu ao Concurso para Professor da Fundação Educacional do Distrito Federal. Conseguiu aprovação nos dois exames, de modo que em 1969 iniciou os seus estudos em Psicologia, no Centro de Ensino Unificado de Brasília-CEUB, hoje UniCEUB e o seu trabalho como professora primária da Rede Pública de Brasília. Em 1972 graduou-se em Bacharel e Licenciada em Psicologia no UniCEUB e, em 1973, obteve o grau de Psicóloga.

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Em nível de Pós-Graduação obteve os seguintes títulos: Doutora - Instituto Central de Ciências Pedagógicas-ICCP -Havana/Cuba, 2005. Revalidação do título: Universidade de Brasília-UnB- Brasília-Distrito Federal, 2006. Especialista-Curso de Especialização em Metodologia da Pesquisa em Psicologia- Universidade Federal do Maranhão-UFMA, São Luís/MA,1981. Curso de Especialização em Sociologia- Universidade Federal do Maranhão-UFMA, São Luís/MA,1982-1984. Mestre-Curso de Mestrado em Educação-Universidade Federal do Maranhão-UFMA, São Luís-MA,1988-1990.

Em nível de Aperfeiçoamento fez os seguintes cursos: Curso de Psicopatologia do Comportamento-Universidade Federal do Maranhão-UFMA (C.H.:180 hs), São LuísMA,1980. Curso Terapia Comunitária Sistêmica Integrativa-Universidade- Federal do Maranhão-UFMA (C.H.:120 hs), São Luís-MA,1997. Curso de Filosofia y Sociologia de la Educación (C.H.: 120 hs), Instituto Central de Ciencias Pedagogicas, HavanaCuba (1999). Curso de Postgrado “Problemas Teoricos y Metodologicos de La Psicologia Pedagogica”, (C.H.: 60 hs), HavanaCuba (1999). Curso de Postgrado “Metodologia de la Investigación Educativa”, (C.H.: 120 hs), Havana-Cuba (2000). Curso de Aperfeiçoamento e Treinamento para professores de Educação musical (587 horas, Brasília-DF.

EXERCÍCIO PROFISSIONAL: Na Fundação Educacional do Distrito Federal iniciou em 1969, como professora alfabetizadora, nas periferias de Brasília, desenvolvendo seu trabalho pedagógico com as camadas pobres. A seguir fez uma seleção para fazer um curso de Aperfeiçoamento e Treinamento para professores de Educação musical (587 horas) o qual possibilitou otimizar na sala de aula as condições do trabalho pedagógico e propiciava melhores desempenhos dos escolares, através das artes e, nos últimos dois anos, trabalhou no Ensino Especial, com alunos com necessidades especiais.

Ainda em Brasília foi monitora da disciplina de Didática Geral, durante o primeiro e o segundo semestres letivos de 1973, no UniCEUB e fez Estágios na área de Psicologia no Colégio D. Bosco (1973-1974) e no Instituto de Psicologia, Seleção e Orientação (1973-1974), data em que retornou ao Maranhão.

Em 1974 iniciou o trabalho clínico em consultório particular e, nesse mesmo ano, foi contratada para trabalhar na Fundação do Bem Estar Social do Estado do Maranhão, na função de psicóloga, onde ficou até 1976. Ainda em 1974 trabalhou no Departamento Estadual de Trânsito, como psicóloga credenciada, para fazer exames psicotécnicos para motorista (1974-1995).

Em 1978 foi contratada para trabalhar na Companhia de Desenvolvimento de Distritos Industriais do Maranhão CDI-MA, como Assessora Técnica, para prestar serviços no Sistema nacional de Emprego-SINE, onde ficou até 1980, época em que iniciou os seus trabalhos na Universidade Federal do Maranhão-UFMA.

Desenvolveu de 1974 a 1980 alguns trabalhos como voluntária-convidada ou sem vínculos empregatícios, entre eles: atendimento psicológico aos alunos da Associação de Pais e Amigos de Excepcionais-APAE; realizou exames psicotécnicos em militares do 24º Batalhão de Caçadores do IV Exército, 10ª Região Militar, a convite do Comandante do mesmo, por ser filha de Ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira-FEB, condecorado como “herói da Segunda Guerra Mundial”; fundou a Associação Profissional de Psicólogos do Estado do Maranhão, da qual foi a Presidente Fundadora (1986-1989). Foi representante do Conselho de Psicologia-2ª Região (1983-1992). Fez várias palestras e ministrou vários cursos em diversas empresas e instituições.

Na Universidade Federal do Maranhão trabalhou durante dezesseis anos (1980-1996) data da sua aposentadoria. Durante esse período coordenou vários projetos, como: “Pré-Escolar Comunitário da Vila Palmeira”, “Práticas Educativas nas séries iniciais do 1º Grau”, “Integração Universidade/Ensino de 1º Grau”, “Programa de Alfabetização: Compromisso da UFMA com o resgate/Conquista da Cidadania”, “Programa de Psico & Pedagogia”, “Em Busca da Reconstrução da Escola Normal”, “Psiquiatria Comunitária”, exerceu atividades de Direção em Campus Universitários. Elaborou Cartilha de Alfabetização: “Lendo com Malu e Nilo na Vila Palmeira”. Integrou a Comissão de Extensão Universitária e Bancas examinadoras de Concursos para ingresso no Colégio UniversitárioUFMA e de Apresentação de Monografias de alunos da Pós-Graduação da UFMA, como orientadora e como professora convidada. Ministrou vários cursos e palestras representando a Universidade em eventos diversos e em outras instituições. A grande maioria dos projetos desenvolvidos pela UFMA do qual participou era voltada para as camadas pobres de São Luís, ou do interior do Estado do Maranhão.

Foi professora dos Cursos de Graduação e Pós-Graduação e desenvolveu atividades de pesquisa na Graduação do Centro de Ensino Unificado do Maranhão-UniCEUMA. Integrou Bancas examinadoras de Seleção Docente e Apresentação de Monografias de alunos dos Cursos da Graduação e Pós-Graduação, como orientadora e, também, como professora convidada (1994 a 2002).

Em outubro de 1995, por meio de intercâmbio profissional firmado entre com a UFMA e Centro de Psiquiatria Social de Tradate-CPS-Itália desenvolveu serviços clínicos no Centro de Psiquiatria Social e ainda representou o Brasil, na “Távola Retonda: La salute mentale: um discorso transculturale, esperiense a confronto di psichiatria sociale”. Recebeu homenagens pelas palestras proferidas em várias Instituições, assim como participou de outros eventos na área da saúde mental na Região de Milão.

Em abril de 2001 faz conferência em Montevideo-Uruguai, no Encontro Internacional da aBrace, com o Tema: “A arte e a Poesia enquanto campo de conhecimento”.

Vários Cursos e Palestras foram ministrados ao longo desses anos de trabalho nas áreas da psicologia, social e da educação.

Dentre as disciplinas ministradas na Graduação e Pós-graduação, encontram-se: Graduação: Psicologia Geral Psicologia do Desenvolvimento Psicologia da Aprendizagem Introdução à Psicologia

Psicologia do Excepcional Sociologia Geral Sociologia da Educação Sociologia da Comunicação Sociologia aplicada ao Turismo Sociologia Jurídica

Pós-Graduação:

Estratégias de Aprendizagem Desenvolvimento Cognitivo Psicanálise e Educação Fundamentos da Psicologia analítica - A visão Junguiana do desenvolvimento afetivo Psicologia do Portador de Necessidades Especiais Projeto Político-Pedagógico: uma necessidade universitária Dimensão Afetiva do Desenvolvimento Afetividade na Educação Fundamentos da Língua: letramento e alfabetização As Etapas do Desenvolvimento Cognitivo: suporte para a compreensão dos temas literários e transversais, entre outras.

PARTICIPAÇÃO EM INSTITUIÇÕES CULTURAIS NACIONAIS E INERNACIONAIS

É Membro fundador e Presidente da Academia Ludovicense de Letras – ALL (Biênio 2016-2017), ocupando a Cadeira de nº 8. Titular da Cadeira Nº 1 do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão - IHGM. Presidente fundador da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão_SCL-MA(1987), Presidente da Sociedade de Cultura Latina do Brasil e Senadora da Cultura do Congresso da SCL do Brasil, Membro da Diretoria do Capítulo Brasil da Academia Norteamericana de Literatura Moderna, Membro das Academias e instituições que seguem: Titular da cadeira nº 13, patronímica de Henrique Coelho Neto do Quadro II, Correspondentes da Academia Irajaense de Letras e Artes-AILA, Rio de Janeiro; Correspondente da Academia de Letras Flor do Vale Ipaussu/São Paulo; Correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni, da Comissione di lettura Internazionale da Edizioni Universum, Trento/Itália; da International Writers And Artists AssociationOHIO/EUA; Correspondente da União de Escritores Brasileiros RJ-UBE-RJ; da Casa do Poeta do Rio de Janeiro; da Associação Profissional de Poetas e Escritores do Rio de Janeiro-APPERJ; da Associação dos Escritores do Amazonas-ASSEAM; Coordenadora Estadual no Maranhão do Proyecto Sur–Cuba; Representante da aBrace no Estado do Maranhão; Corresponsal Internacional da Sociedad Argentina de Letras, Artes y Ciencias S.A.L.A.C. Representante no Brasil do Periódico Porta Dell Uomo- Itália. Socia y Miembro Correspondiente de la Unión de Escritores y Artistas de Tarija-Bolívia. Grado Honorífico de Embajadora Universal de la Cultura del Estado Plurinacional de Bolivia: Gobernacion del Departamento de Tarija; Honorable Concejo Municipal de Tarija, Univerdidad Autonoma “Juan M. Saracho”, Unión de Escritores y Artistas de Tarija (UEAT), Union Latinoamericana de Escritores (ULATE) en Reconocimiento a la Produción Literaria, Educativa y Artística. Membro e Laureada pela Divine Académie Française des Arts Lettres et Culture. Delegada Cultural em Maranhão-Brasil do Liceo Poético de Benidorm (Espanha) e Embaixadora do Círculo Universal dos Embaixadores da Paz. 2ª Diretora de Cultura da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil- AJEB – MA, Membro Correspondente fundador da Academia de Belas Artes do Rio Grande do Sul-ABARS. Membro do Instituto Cultural D. Isabel I, , Sócia Titular do Pen Clube Brasil. Titular do Pen Clube Brasil. Membro Internacional do Institut Brésil Suisse Cultive.

Elaborou as seguintes Monografias, Artigos e livros: Cartilha de Alfabetização: “Lendo com Malu e Nilo na Vila Palmeira”, São Luís/Ma: Mimeo,1982. Monografia de Conclusão de Curso de Especialização em Sociologia, com o tema: “Hora e Vez da Criança Falar de Família”. São Luís-MA,1985. “A propósito da linguagem como comunicação”. São Luís-MA, 1989.

“A Escola Comunitária: algumas considerações”. Artigo publicado nos ”Cadernos de Pesquisa” v. 7 n.º 1 da PróReitoria e Pós-Graduação-UFMA,São Luís-MA, Jan/Jun/1991. “Alfabetização Integradora ou Desintegradora da Personalidade”. Artigo publicado em a “Extensão e Revista”, v. 1, n.º 1 da PREXAE-UFMA. São Luís-MA,1991. Dissertação de Mestrado com o tema: “Alfabetização e Pobreza: A Escola Paroquial Frei Alberto em São Luís (Maranhão) e a sua professora alfabetizadora da 1.ª série do turno diurno” - UFMA, São Luís-MA, 1995. “A Propósito da Contradição no Seio da Escola”. Artigo publicado em “CEUMA Perspectivas”, v.1 n.º 2 do CEUMA, São Luís-MA, julho/1997.

“A Afetividade na relação pedagógica: algumas considerações. Artigo publicado nos “Cadernos

Pedagogia do Movimento Político, n.º 02 do Centro de Estudos Político-Pedagógicos-CEPP, São Luís-MA, 1997.

“Enfoques Teóricos em Sociologia da Educação: estudos de sala de aula (organizadora). Trabalho publicado no “Caderno de Educação”,v.I ,n.º1, do Departamento de Educação do CEUMA, São Luís-MA, 1988.

“A identidade de classe do Professor do Ensino Tecnológico: algumas considerações”. Artigo publicado na revista” Nova Atenas” do Centro Federal de Educação Tecnológica do Maranhão-CEFET, v.1, n.º1, São

Luís-MA, 1988.

“O Caráter histórico-social da produção do conhecimento científico”. Artigo Publicado na revista

“CEUMA Perspectivas: Brasil 500 anos” ISSN-1415-3060, Ano4, v. 4, São Luís-MA, 2000.

“A dimensão político-pedagógica na prática docente no Ensino Fundamental, em São Luís-MA: investigação piloto” São Luís-MA, 2001.

“O valor do diploma na moderna sociedade capitalista”, Jornal “O Estado do Maranhão, São Luís-MA,

Janeiro de 2003.

“O (Des)crédito no Sistema de Ensino Brasileiro”, Jornal “O Estado do Maranhão”, Julho de 2003.

BIBLIOGRAFIA

2018 I Coletânea Poética da Sociedade de Cultura Latina do Brasil: Construindo Pontes (Org.) 2017 Cantos à beira-mar e Gupeva de Maria Firmina dos Reis (co - organizadora) 2017 Maria Firmina dos Reis: uma missão de amor 2016 Pelos Caminhos da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial: condições e contradições de uma época (org.) 2015 Sobre Maria Firmina dos Reis (co - organizadora.) 2015 Cento e noventa poemas para Maria Firmina dos Reis (co - organizadora.) 2015 Doses Homeopáticas de Poesias: Lua e Poesia num ato libidinosamente sensual 2014 Círculo de Fuego – Org. Feliciano Mejía Revista do Movimento Amaro/Peru com poesias de Dilercy Adler 2014 De subido à Deriva 2014 Maria Firmina dos Reis: ontem, uma maranhense; hoje uma missão de amor! 2014 Mil poemas para Gonçalves Dias: diário de viagem (co - organizadora) 2013 Mil poemas para Gonçalves Dias (co - organizadora)) 2013 Sobre Gonçalves Dias (co - organizadora) 2012 TINKUY 2011 Poesia feminina: estranha arte de parir palavras 2011 Uma história de Céu e estrelas 2008 Desabafos... flores de plástico... libidos e licores liquidificados 2005 Joana Aragão Adler: uma história de amor e de fé... uma história sem fim 2005 Tratamiento Pedagógico de los valores Morales: de la comprensión teórica a la práctica consciente (Tese de Doutorado)

2004 Coletânea Poética da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão LATINIDADE-IV (org) 2003 Carl Rogers no Maranhão: Ensaios Centrados (org) 2002 Alfabetização & Pobreza: A escola comunitária e suas implicações (Dissertação de mestrado) 2002 Coletânea Poética da Sociedade de Cultura Latina do

Estado do Maranhão LATINIDADE-III (org) 2001 Seme...ando dez anos 2000 Cinqüenta vezes Dois Mil human(as) idade(s) 2000 Genesis-IV Livro 2000 Coletânea Poética da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão LATINIDADE-II (org) 1999 Arte Despida 1998 Coletânea Poética da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão LATINIDADE-I (org) 1997 Poematizando o Cotidiano ou Pegadas do Imaginário 1996 Circuito de Poesia Maranhense (org) 1991 Crônicas & Poemas Róseos-Gris

Organização de Exposição:

Em 1995 organizou a Exposição “Circuito de Poesia Maranhense” (poesia e fotografia-100 poemasposters de 61 poetas maranhenses apresentada em vários Estados do Brasil e em países como: Itália, México, Cuba, Uruguai e Argentina) e publicou o Livro da exposição em 1996.

Participação em Antologias Nacionais e Internacionais:

1993 Oficina Cadernos de Poesia do n º 19 Rio de Janeiro/Brasil. 1994 Oficina Cadernos de Poesia do n º 20 Rio de Janeiro/Brasil. 1994 A Poesia Maranhense no Século XX, do Sioge/Imago, São Luís/MA; Rio de Janeiro/Brasil. 1994 2.ª Antologia Poética de “A Figueira”, Santa Catarina/Brasil 1995 Oficina Cadernos de Poesia do n º 21 Rio de Janeiro. 1995 Agenda 94 e 95 da Oficina Letras e Artes, Rio de Janeiro. 1995 3.ª Antologia Poética de “A Figueira”, Santa Catarina/Brasil. 1995 Mulher, Rio de Janeiro/Brasil. 1995 Catálogo da Produção Poética dos anos 90, Blocos Editora: Rio de Janeiro. 1995 Antologia Poética Del’Secchi”, vol. II, Rio de Janeiro/Brasil. 1996 Oficina Cadernos de Poesia do n º 22 Rio de Janeiro/Brasil. 1996 O Beijo, Líteris Editora, Rio de Janeiro/Brasil. 1996 Grandes Talentos, Líteris Editora, Rio de Janeiro/Brasil. 1996 Antologia Poética Del’Secchi” Volume IV. Rio de Janeiro/Brasil. 1996 Antologia Internacional de Poesia, v.2, do Movimento Poético de São Paulo/Brasil. 1996 Athena, 1.ª edição, da Edizioni Universum, Trento/Itália. 1997 Oficina Cadernos de Poesia do n º 23 Rio de Janeiro. 1997 Eros e Psique. Blocos Editora: Rio de Janeiro/Brasil. 1997 2.º Catálogo da Produção Poética dos anos 90, da Sociedade dos Poetas Vivos. Blocos: Rio de Janeiro. 1997 Planetária Multilingual Anthology, da Edizioni Universum, Trento/Itália. 1997 International Poetry Yearbook, International Writers and Artistis Association-OHIO/EUA. 1997 Primeira Antologia de Poetas Brasileiros, Editora do Poeta: Rio de Janeiro. 1998 Athena, Antologia di Litteratura Contemporanea Multilingue da Edizioni Universum, Trento-Itália. 1998 Jalons, nº 62, Nantes-França.

1998 Antologia “Mulher”, Produções Culturais Ltda., Engenho Novo-RJ/Brasil. 1999 Antologia de Poesias, Contos e Crônicas SCORTECCI para o Salão Internacional de São Paulo, Scortecci, São Paulo-SP/Brasil. 1999 Poesia Viva, Biblioteca Rosa Castro-SESC, São Luís-MA/Brasil. 2000 Laços de Cultura, Brasil Quinhentos Anos, da Sociedade de Cultura Latina do Estado de Goiás, Goìânia/Goiás/Brasil. 2000 Poesía de Brasil Proyecto Cultural Sur- Brasil Bento GonçalvesRS/Brasil. 2000 Antologia di Letteratura Contemporanea Multilingue “Globus”, Edizioni Universum, Trento-Itália. 2000 Reflexos da Poesia Contemporânea do Brasil, França, Itália e Portugal, Universitária EditoraLisboa/Portugal. 2000 Letras Derramadas: seleción de poesía erótica y amatoria, 2002, Montevidéo/Uruguai. 2001 Terceiro Milênio: Antologia da Sociedade de Cultura Latina do Brasil. ZMF Editora: Rio de Janeiro. 2002 Antologia “Terceiro Milênio” da Sociedade de Cultura Latina do Brasil, São Paulo/Brasil. 2002 Anthology “The XXIInd World Congress of Poets”, Iasi/Romania. 2002 Una Poesia per la vita, Edizioni Universum, Trento/Itália. 2005 Poetando para um mundo de Paz: Renza Agnelli, Dilercy Aragão Adler e Victor Corcoba. Edizioni Universon. Itália. 2008.Brasileiros em Prosa &Verso. Edições Alba: Varginha/Minas Gerais. 2009 Receita Poética. Lithograf: São Luís/ Maranhão. 2009 10 anos de aBrace. Movimiento Cultural aBrace, Organizadores: Roberto Bianche e Nina Reis.Uruguai. 2009Voces em Plenilunio; Antologia Latinoamericana. Casa de la Cultura Ecuatoriana /Universidad de Loja. Ecuador. 2011 Antologia Literária Cidade: verso e Prosa. Belém:L&A Editores 2011 Perfil da Associação Profissional de Poetas no Estado do Rio de Janeiro. APPERJ: Rio de Janeiro. 2011. Sobre o Amor. Sociedade Brasileira de Médicos Poetas- Maranhão. São Luís/Maranhão. 2011. Antologia da Associação Internacional Poetas Del Mundo. Life Editora/ Campo Grande/Mato Grosso do Sul. 2012 Oficina Agenda Literária Equinócio. Oficina Editores: Rio de Janeiro 2012 Poesía Cuentos y Vos 2012 Argentina. 2012 São Luís 4 Séculos de Beleza e Poesia. Sociedade Brasileira de Médicos Poetas- Maranhão. São Luís/Maranhão. 2015 Antologia Rio de Janeiro 450 anos de Verso e Prosa. Rio de Janeiro 2015 Terapia Poética. Sociedade Brasileira de Médicos Poetas- Maranhão. São Luís/Maranhão. 2015 RENOVARTE. Revista da União Brasileira de Escritores/RJ. 2015 Antologia da FALARJ. ZMF Editora: Rio de Janeiro. 2015 Varal Antológico 5. Designe Editora: Jaraguá do Sul/Santa Catarina. 2015 PERFIL: APPERJ 26 anos. Org. Sérgio Gerônimo. Rio de Janeiro. 2015. MESTURAS. Sacautos Cooperativa Gráfica. Espanha. 2016. AGENDA. Poetas del Mundo. Chile. 2016 HAY CURA PARA EL AMOR? Liceo Poético de Benidorm. Espanha. 2016 SIEMPRE EL AMOR-SEMPRE O AMOR.Org. Tunholo, Nazareth. Brasília 2016 Palavras 2016. Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil- AJEB. Evangraf: Porto Alegre. 2016 O Trem e o Imaginário IV: Verso e prosa. Academia Ferroviária de Letras. Rio de Janeiro. 2016 Coletânea Literária: a Arte de ser Mulher. Editora Sem Fronteira: Rio de Janeiro. 2016 Coletânea Literária: II Seminário Internacional Encontro das Américas: Literatura, Arte e Cultura em Terras Potiguares. Rio de Janeiro. 2016 Integração Cultural Interestadual: Coletânea Literária. Editora Sem Fronteira: Rio de Janeiro. 2018 aBrace Letras Poesia. Editora aBrace; Uruguai. 2018 100 Melhores Poetas Lusófonos Contemporâneos 2018. Literarte: Rio de Janeiro.

2018 Antologia Bilíngue Corazones Calientes/Corações Quentes. Revista Capital: Brasíla/DF 2018 Maria Firmina dos Reis: faces de uma precursora. Malê: Rio de Janeiro. 2019 Mulheres Extraordinárias. Coletânea Literária AJEB -Rio de Janeiro. 2020 Toda Forma de Ser Mulher. Antologia Literária AJEB - Coordenadoria do Maranhão-São Luís MA. 2020 – Antologia da Academia Capixaba de Letras e Artes de Poetas Trovadores. Espírito Santo. 2020 -Antologia -O Iguarense :175 anos de Vargem Grande. Academia Vargem-grandense de Letras e

Artes. 2020 -Antologia Literária-FALARJ/2020- Rio de Janeiro. 2021- Antologia Crisálidas: Literatura Feminina Maranhense – São Paulo. 2021- Dicionário de Escritores de Brasília, 4ª Edição. Brasília.

E-BOOKS

2020-Por que escrevemos: Coletânea Literária Organizada pela AJEB-MA.

2021- Coletânea Enluaradas I: Se Essa Lua Fosse Nossa-Ser MulherArte Selo Editorial/Alemanha.

Títulos Literários e Culturais: Prêmio de edição do “I Concurso Litteris de Cultura” com a poesia “O Beijo”, Litteris Editora, Rio de Janeiro/Brasil 1995. Colar do Mérito Cultural da Revista Brasília, Brasília/DF/Brasil, 1996. Medalha de Mérito pelos relevantes serviços prestados à Cultura e participação nas iniciativas do Grupo Brasília de Comunicação, Brasília/DF/Brasil, 1996. Diploma de “honour and excellence”, the International Writers and Artists Association and Bluffton College, Ohio/EUA, 1996. Prêmio de Publicação da Obra “Poematizando o Cotidiano ou Pegadas do Imaginário” do 1º Concurso Blocos de Poesia, Rio de Janeiro/RJ/Brasil, 1997. Título de melhor ativista Cultural do ano de 1997, pela Sociedade de Cultura Latina do Brasil, Mogi das Cruzes/São Paulo/Brasil, 1998. Título de Honra ao Mérito pela Sociedade de Cultura Latina do Brasil, Mogi das Cruzes/São Paulo/Brasil,1998. Menção Honrosa pela participação no livro “Mulher” no 3º salão de Artes Plásticas na Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro/RJ, 1998. Moção de Congratulação com louvor da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, pelo reconhecimento de seus grandes méritos à Literatura Brasileira, Rio de Janeiro/RJ, 1999. Diploma de Destaque em Literatura do ano de 1998, pela Sociedade de Cultura latina do Brasil, Mogi das cruzes/São Paulo/Brasil, 1999. Prêmio a Latinidade I da Sociedade de cultura Latina do Estado do Maranhão, como uma das melhores coletâneas do ano de 1998, pela Sociedade de Cultura Latina do Brasil, Mogi das Cruzes, /São Paulo/Brasil, 1999. Título “Autore dell’Anno”, da Edizioni Universum, Trento/Itália, 1999. Diploma de Participação no “I Encuentro Latinoamericano de Casas de Poetas y Congreso Brasileño de Poesía em Habana”, Habana/Cuba 1999. Diploma de participação no VII Encuentro Internacional en la Mixteca de Mujeres Poetas en el pais de las nubes, nas cidades de Huajuapan de León y Oaxaca/México, 1999. Título de Personalidade do Século XX por sua participação na Coletânea “Laços de Cultura, Brasil Quinhentos anos” e sua brilhante produção poética e integração ao Movimento Alternativo Cultural Brasileiro, pela Sociedade de Cultura latina do Estado de Goiás, Goiânia/Goiás/Brasil, 2000. Título de Honra ao Mérito, pelos relevantes serviços prestados à Cultura Brasileira e a esta entidade, durante a gestão de Joaquim Duarte Baptista, Mogi das Cruzes/São Paulo/Brasil, 2001.

Diploma de Participação no “III Encuentro Internaciol da aBrace” Montevideu/Urugua, 2001.

Prêmio Internazionale II Convivio dell’ anno 2001, nella sezione “Poesia” com la lírica “Desabafo”, da

Accademia Internazionale, II Convivio, Castiglione di Sicilia/ Itália, 2002.

Diploma di Merito per l’opera “Desejos espúrios, e Prêmio Internazionale “Una Poesia Per la vita,

Omaggio a Dennis Kann”, Edizione Universum, Trento/Itália, 2003.

Título e Troféu “Personalidade Destaque SCLB-2003” na categoria escritora- Sociedade de Cultura Latina do Brasil, Porto Alegre/Rio Grande do Sul/Brasil, 2003.

Diploma di riconoscimento di mérito al Prêmio “Filoteo Omodei” nella sezione poesia in portughese,

Pela Accademia Internazionale II Convívio, Castiglione di Sicília, 2004. Diploma de "The best of the year 2005 - Publications biography "Joana Aragão Adler''", International Writers and Artists Association-IWA, 2005. Prêmio Dia Internacional da Mulher "Categoria Psicologia", Atividade Eventos e Turismo, 2006. Mención de Honor – La Universidad Tecnica Luis Vargas Torres de Esmeraldas -Equador, 2008. Medalha do Mérito Cultural “Jorge Amado” Instituto Brasileiro de Culturas Internacionais- InBraSCI, 2012. Título de Embaixadora Universal de la Cultura – Estado Plurinacional de Bolivia. Tarija, 2012. Homenagem da Faculdade Cândido Mendes – Placa de Reconhecimento e Agradecimento “por todos os anos de parceria”, 2013. Diploma de Honra ao Mérito- Espaço Cultural Gonçalves Dias, Caxias-Maranhão, 2013. Diploma de Honra ao Mérito- Fundação Cultural Gonçalves Dias, Caxias-Maranhão, 2013. Diploma de Legionário -24º Batalhão de Caçadores, 2013. Diploma de "The best of the year - Publications “Mil Poemas para Gonçalves Dias", International Writers and Artists Association-IWA, 2013. Diploma de Congratulação -Senador do Congresso da Sociedade de Cultura Latina – Laje Muriaé, Rio de Janeiro, 2014.

Título de Embaixadora da Paz -Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix, Suisse / France, 2014.

Diploma de “The Best Editor of Brazil”, the International Writers and Artists Association and Bluffton College, Ohio/EUA, 2016. Homenagem da 1ª FLAEMA pela valiosa colaboração à literatura maranhense, 2016

Troféu Cecília Meireles 18º evento mulheres notáveis- Itabira – Minas Gerais, 2016.

Distinción “Botón Comunero”-Fundación Comuneros Arte e Cultura – Colombia, 2016.

Mención de Honor – El Alcade de Municipio de Barichara- Santander/ Colombia, 2016.

Moção de aplausos da câmara municipal de São Gonçalo, 2017.

Troféu Mulher do século XX – Enlace Museu Pós-Moderno de Educação/Museu de Arte ContemporâneaRio de Janeiro, 2017.

Comenda AMIGOS DA EDUCAÇÃO- ONG- Amigos da Educação. Vitória /ES, 2017. Comenda Infanto-juvenil

“Prof. Joadélio Codeço” - A.E.A.C., 2017.

Reconhecimento Cultural - Museu de Arte Contemporânea-Rio de Janeiro, 2017.

Menção honrosa da Prefeitura Municipal de São Gonçalo/Rio de Janeiro, 2017.

Medalha do “Mérito Força Expedicionária Brasileira” – Campo Grande, 2017.

Título de Excelência Literária - A.E.A.C. e Museu Pós- Moderno de Educação, Rio de Janeiro, 2017.

Medalha Destaque: “Orgulho Cultural Língua Portuguesa no Mundo” - Museu Pós-Moderno de Educação,

Rio de Janeiro, 2017.

Diploma do Mérito Cultural -pela Sociedade de Cultura latina do Brasil-SCLB, 2018. Diploma do Mérito Cultural - da Academia Brasileira de Trova, Rio de Janeiro (RJ), 2018. Título de Amiga da ABT - da Academia Brasileira de Trova, Rio de Janeiro (RJ), 2018.

- Medalha do Município, e Cidade de Valpaços (Valpaços/ Portugal), 2019. - Medalha da Vila de Carrazedo de Montenegro (Carrazedo de Montenegro/Portugal), 2019. - Medalha Joaquim Duarte Baptista da SCLB, 2019.

Diploma do “V Prêmio Literário Gonzaga de Carvalho” da Academia de Letras de Teófilo Otoni -MG, (3º lugar Poesia) 2020.

Entre os Encontros, Cursos e Congressos Internacionais podem ser citados: 1.ª Giornata di Studio “Aiutare ad Aiutarsi: Esperienze in Tema de Salute Mentale”, Milano-Itália, Outubro de 1995. 2.ª Giornata di Studio “Aiutare ad Aiutarsi: Esperienze in Tema de Salute Mentale”, Milano-Itália, (outubro/1995). VIII Encuentro Latinoamericano del Enfoque Centrado en la Persona, Aguascalientes-México, (Outubro/1996). Pedagogía 99-Encuentro por la unidad de los educadores latinoamericanos, Havana-Cuba (Fevereiro/1999). Curso de Filosofia y Sociologia de la Educación (C.H.: 120 hs), Instituto Central de Ciencias Pedagogicas, Havana-Cuba (1999). Curso de Postgrado “Problemas Teoricos y Metodologicos de La Psicologia Pedagogica”, (C.H.: 60 hs), Havana-Cuba (1999). Curso de Postgrado “Metodologia de la Investigación Educativa”, (C.H.: 120 hs), Havana-Cuba (2000).

III Encuentro Internaciol da aBrace” Montevideu/Urugua, 2001. IX Foro Internacional del ECP, Mar Del Plata-Argentina, 2004). Pedagogia 2005- Encuentro por la unidad de los educadores e 1º Congreso Mundial de Alfabetización, Havana-Cuba, 2005. Encuentro Internacional Equador, 2008. XI Fórum Internacional da Abordagem Centrada na Pessoa: A ACP em Tempos de Transição. Suzdal, Rússia, 2010. 49º Encuentro Internacional de Poetas “Oscar Guiñazú Álvarez”Villa. Dolores Argentina, 2010 V Encuentro Internacional de Escritores y Artistas. Tarija/Bolivia, 2012. I Congresso Internacional de Literatura Brasileira Nélida Piñon en la República de los Sueños, Salamanca/Espanha, 2018 X Encuentro Universal de Escritores (Brasil pais invitado de honor). Santander/ Colômbia, 2016. 20° Encuentro Internacional Literario aBrace, Uruguai. de 2018. III Encontro Internacional da Sociedade de Cultura Latina. Carrazedo de Montenegro/ Portugal (Organização). II Feira Literária Internacional do Xingu-FLIX: outras margens, Campus de Altamira-(UFPA) 2019. II Congresso Internacional de Literatura Brasileira. “Ana Maria Machado e o compromisso literário”. Salamanca/Espanha 2021 - (virtual). I Salon du livre et de la Culture de Genève – Cultive. Suisse, 2021- (virtual).

2. Quando e como começou a poetar/escrever sobre literatura?

R- A escrever poemas desde a adolescência, a publicar em 1991.

3. Pertenceu a algum movimento? de que geração você é ou se enquadra? quem eram os companheiros?

R- Tinha contatos frequentes com o “Poeme-se -Papoético”

Geração que me enquadro: Geração 1990.

Companheiros mais chegados: Paulo Melo Sousa, Gyl Pires, Ribamar (livraria) César Maranhão Rafael Oliveira

3. Qual a importância dos seguintes movimentos/grupos na sua formação como escritor/poeta: a. Geração de 45 b. Galeria dos Livros (década de 50/60) c. Antoponáutica/Guarnicê/LABORARTE d. Academia dos Párias e. Os Cadernos Alternativos/Vagalume

f. Poeme-se/Papoético (X) g. Poiesis/Curare/Carranca h. Circuito de Poesia Maranhense/Latinidade (X) i. Safra 90 – Início a publicar em 90 (X) j. Guesa Errante- (X)

É uma grande honra a Academia Ludovicense de Letras-ALL em parceria com o Instituto Histórico e Geográfico de Guimarães-IHGG realizarem este projeto de publicação, num único exemplar, de duas obras de Maria Firmina dos Reis, Cantos à Beira Mar e Gupeva. Cantos à Beira Mar teve apenas duas edições anteriores: a original, em 1871, e a 2ª Edição, Impressão FacSimilar publicada por José Nascimento Morais Filho, em 1976. O Gupeva conta com três publicações em jornais literários: em 1861, O Jardim dos Maranhense, inicia a publicação do conto indianista Gupeva, dividido em quatro capítulos; em 1863, nova edição do Gupeva pelo Jornal Porto Livre e, em 1865, o jornal literário Eco da Juventude. Mas a primeira edição em livro dá-se em 1975, no livro de Nascimento Morais Filho, intitulado: Maria Firmina: fragmentos de uma vida, no qual publica o Gupeva juntamente com outras obras da escritora. Como já foi referido, embora talvez não suficientemente, esta renomada autora maranhense, sem contar o montante da sua obra que aglutina várias vertentes da arte, não tem as suas obras literárias disponibilizadas no mercado editorial, com exceção do romance Úrsula, que já conta com seis edições em nível nacional e duas pela Academia Maranhense de Letras - AML. Com o intuito de preludiar de forma que traduza o mais próximo possível da riqueza e beleza destas obras, encantei-me de início com a Dedicatória de Maria Firmina para a sua mãe, no seu Cantos à Beira Mar: À MEMÓRIA DE MINHA VENERADA MÃE, e na primeira oração, me parece, de forma imperativa e doce, diz: Minha mãe – as minhas poesias são tuas (grifo meu). E continua...

É uma lágrima que verto sobre as tuas cinzas! – acolhe-as, abençoa-as para que elas possam te merecer. [..]verti lágrimas de pungente saudade, de amargura infinda sobre a tua humilde sepultura, como havia derramado sobre o teu corpo inanimado. [...]a dor era cada vez mais funda, mais agra e cruciante – tomei a harpa, - vibrei nela um único som, - uma nota plangente, saturada de lágrima e de saudade... [...]Este som, esta nota, são meus cantos à beira-mar. Ei-los! É uma coroa de perpétuas sobre a tua campa, - e uma saudade infinda com que meu coração te segue noite, e dia - é uma lágrima sentida, que dedico à tua memória veneranda. [..] Eis pois, minha mãe, o fruto dos teus desvelos para comigo; - eis minhas poesias: - acolhe-as, abençoa-as do fundo do teu sepulcro. E ainda uma lágrima de saudade, - um gemido do coração... Guimarães, 7 de abril de 1871. Maria Firmina dos Reis. (grifos meus).

Alguns podem achar um texto piegas, sentimental ao extremo; eu não comungo com essa interpretação. Traduzo nesses versos um amor profundo e adornado por muita admiração e gratidão de uma filha por sua mãe. Aí me vem a constatação de quão necessária é essa obra, porque vestida e revestida de sentimentos nobres e, nesse sentido, pouco usuais na nossa empobrecida contemporaneidade, na qual o consumismo e a necessidade de poder são exortados como condições indispensáveis de bem viver. Quem sabe assim possamos refletir acerca do quê estamos vivendo, para quê estamos vivendo e como estamos vivendo. Chama a atenção, que alguns poemas são oferecidos a pessoas de sua estima e admiração, inclusive a Gonçalves Dias, mas também outros para louvar Guimarães, a Praia de Cumã e ainda aqueles que tratam das questões amorosas do amor romântico e outras dores, como Queixas, Não quero amar a mais ninguém, A dor que não tem cura, Confissão, Esquece-a, Seu nome, Melancolia, entre tantos outros. Mas um poema que muito me enternece é: No Álbum de uma amiga. [...] Os crus dissabores que eu sofro são tantos, São tantos os prantos, que vivo a chorar,

É tanta a agonia, tão lenta e sentida, Que rouba-me a vida, sem nunca acabar. [...] Não queiras a vida Que eu sofro - levar, Resume tais dores Que podem matar.

E eu as sofro todas, e nem sei Como posso existir! Vaga sombra entre os vivos, - mal podendo Meus pesares sentir.

Excertos de: No Álbum de Uma Amiga In: CANTOS À BEIRA MAR, 1871.

Por sua vez, O Gupeva trata de um amor impossível com final trágico. Nas suas falas, fica claro todo um ranço de desamor expressos em preconceitos e intenção clara de dominação. Mas, concomitantemente e contraditoriamente, o amor também se impõe de forma contundente no casal protagonista, sobrepujando o que há de mais sombrio na estrutura da personalidade humana, o que na linguagem analítica Junguiana (Carl Jung) diz respeito ao arquétipo primordial, incluso na estrutura psíquica, o chamado, lado sombra de todo ser humano. Assim, esse conto também, inteligentemente, é entrecortado por descrições belíssimas do amor romântico, verdadeiro e puro, e também de descrições enfáticas de uma natureza mais virgem, no sentido da inexistência, ainda, da ação predadora do homem moderno sobre ela, a exemplo de:

[...]Era uma bela tarde; o sol de agosto animador, e grato declinava já seus fúlgidos raios; [...]Mas, as trevas eram já mais densas, e o coração do moço confrangia-se, e redobrava de ansiedade. Seus olhos ardentes pareciam querer divisar através dessas matas ainda quase virgens um objeto qualquer. [...] Gastão, disse procurando tomar-lhe entre as suas mãos, que loucura meu amigo - que loucura a tua te apaixonares por uma indígena do Brasil; por uma mulher selvagem, por uma mulher sem nascimento, sem prestígio: ora, Gastão sê mais prudente; esquece-a. - Esquecê-la! - exclamou o moço apaixonado, nunca! [...]Era pois na lua das flores, que à tarde um velho cacique, e um mancebo índio, do cume deste mesmo outeiro, lançavam um olhar de saudosa despedida, sobre o navio normando, que levava destas praias uma formosa donzela. [...]Como Paraguaçu, Épica havia recebido o batismo. Conquanto a jovem princesa do Brasil não poupasse esforços em chamar os homens do seu país ao grêmio da igreja; conquanto sua voz fosse persuasiva, suas palavras insinuantes; todavia foi a voz de Épica que rendeu o moço índio. Ele abraçou o Cristianismo, quando soube que Épica era cristã. Oh! mancebo, murmurou o tupinambá, quanto pode o amor, quando ele é santo, como o que há no céu! (grifos meus).

Gostaria de dar realce também à questão da relação entre os povos tratada de modo forte por Maria Firmina no conto Gupeva, ao colocar como protagonistas personagens da Europa e da Nação Tupinambá. E a esse respeito coloco num artigo meu intitulado: A POÉTICA NO DISCURSO DO DOMINADOR: a permanência dos franceses no Maranhão na narrativa de D’Abbeville, apresentado pela primeira vez no COLÓQUIO IBERO SUL- - AMERICANO DE HISTÓRIA: entre os dois lados do Atlântico, em Florianópolis, de 07 a 19 de setembro de 2009, e publicado na Revista Eletrônica do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, Volume 31 novembro de 2009. Introduzo a temática dizendo nas páginas 44 e 45:

Todos os colonizadores, sem exceção, apresentam, à primeira vista, uma lógica no discurso da dominação muito convincente e sempre permeada por uma nobreza incontestável.

Os portugueses, franceses e espanhóis engendravam o fio condutor dos seus discursos de dominação dos povos das Américas Central e do Sul, principalmente a partir da fé, ou seja, da necessidade de expandir o

Essas questões nos parecem distantes, mas continuam vigentes nas sociedades atuais, embora em algumas situações com nuances diferentes.

Desse modo, objetivando ampliar o conhecimento da obra da autora, inclusive com vista ao uso/estudo no ensino regular, é que disponibilizamos este livro que contempla essas duas obras de Maria Firmina dos Reis e esperamos que os frutos dessa leitura acrescente, além de mais conhecimento, mais amor na sua vida, caro leitor!

São Luís, 23 de outubro de 2017.

Dilercy Aragão Adler Membro fundador e Presidente da Academia Ludovicense de Letras-ALL Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, Cadeira Nº 01 Presidente da Sociedade de Cultura Latina do Brasil

A vida é cheia de grandes desafios e momentos que marcam as nossas vidas. As vezes ficamos com medo de enfrenta-los, outras vezes vamos à luta. Como desafio, aceitei a este convite de Dilercy, pois sei que sou um humilde mortal, sem pretensões de laçar-me na literatura. Aceitei, e como é difícil começar; as palavras fogem, mas, ela também chegam e aos poucos vão preenchendo esta folha, que fará a apresentação desta importante obra de uma mulher simples e visionária que viveu a maior parte da sua vida em Guimarães, no século XIX. Esta cidade do litoral norte maranhense, banhada pela Baia de Cumã, na qual está encantado o Poeta Gonçalves Dias, que no passado áureo tinha como base econômica, a plantação de cana de açúcar, grande produtor de farinha e algodão. Muitos eram os engenhos, muitos eram os povos africanos que vinham da África, de maneira desumana a derramar o seu sangue. Nesta terra, Guimarães, hoje conhecida como a terra mãe, nasceram grandes personalidades, como Sousândrade, Urbano Santos, Monsenhor Estrela, João Pedro Dias Vieira e tantos outros que estão imortalizados nas páginas da História do Nosso País, sem esquecer dos vimaranenses que continuam a escrever com brilho. Esta obra é conduzida por uma mulher extraordinária, a Dilercy Adler, uma imortal, Presidente da Academia Ludovicense de Letras, atualmente a pessoa mais capacitada para falar de Maria Firmina dos Reis, a nossa mestra Regia que deixou um grande legado, e aos poucos vai tornando-se conhecida, estudada, e levada aos quatro cantos do mundo. Neste livro, somos contemplados com duas grandes obras, Gupeva e Cantos a Beira Mar. A primeira, um conto indianista em que Firmina se dedica a a pensar o lugar do índio. Vamos descobrir o jovem marinheiro francês, apaixonado por uma nativa da Bahia. Uma paixão capaz de desafiar a todos e a própria natureza, mas com o passar das páginas, novas surpresas, novos momentos e o leitor fica ansioso, querendo chegar logo ao final, que não poderei contar, pois é surpreendente. Vivemos as cenas e os momentos, é como se estivéssemos ali, acompanhando de perto os passos das personagens, ou como se assistíssemos a um filme, uma telenovela. Gupeva, Alberto, Gastão, e Épica, personagens de um romance forte, uma paixão proibida e separada por dois mundos, duas culturas diferentes: a indígena e a europeia. Gupeva foi pulicado como um romance brasiliense, no periódico semanal, O jardim das Maranhenses, entre os meses de outubro de 1861 a janeiro de 1862. Depois nos anos de 1863 e 1865, no Jornal Porto Livre e outra publicação no jornal Eco da Juventude. Após esse período só vamos poder achar o romance no livro Fragmentos de Uma vida, de autoria de Nascimento Morais Filhos, o responsável pela descoberta da escritora, nos porões empoeirados da biblioteca. Passados 42 anos, uma nova edição do livro mostrará para esta sociedade que chamamos de moderna, que não preserva a natureza, extermina os seus nativos, uma história escrita há 166 anos, continua viva e fazendo refletir sobre a nossa existência e contribuindo como cidadão na preservação da natureza, na busca da liberdade e no respeito pela cultura do outro. A segunda obra que faz parte deste livro, Cantos a Beira Mar, poesias escritas por uma mulher apaixonada, uma idealista que sempre esteve à frente do seu tempo, não tendo medo de escrever a palavra “Liberdade”. Os moradores de Guimarães, cidade que em 19 de janeiro de 2018 completará 260 anos de fundação, e visitantes buscam revigorar as energias do corpo e da alma, no alto da Praça dos Sagrados Corações que avista toda a Baia de Cumã e uma parte do município de Alcântara, e nas noites o clarão da cidade de São Luís. Uma beleza ímpar admirada por todos. Local onde admiramos o nascer do sol ou da esplendida lua cheia, prateando as aguas da famosa baía, transformando-o num lugar magico e inspirador para qualquer poeta.,

E com toda certeza, desse mesmo local Maria Firmina dos Reis inspirou-se para escrever as suas poesias, que fazem parte do seu livro escrito em 1871, Cantos a Beira Mar. Livro este dedicado a sua falecida mãe: “Minhas Mãe! – as minhas poesias são tuas. É uma lágrima que verto sobre tuas cinzas! acolhe-as, abençoa-as para que elas te possam merecer”. (Cantos a Beira Mar, pág. ). Firmina em seu livro de poesias, homenageia pessoas, enaltece a lua, lembra dos combatentes vimaranenses na Guerra do Paraguai, dedica poemas às amigas, chora de saudade, chora de amor não correspondido, descreve uma tarde em Cumã, a expulsão dos índios que são obrigados a deixarem suas casas e tantas outras situações transformadas em versos. Esta mulher que nós homenageamos, completará no dia 11 de novembro, 100 anos de falecimento. Uma data que não podemos deixar passar em branco pela importância que foi para a Literatura. Atualmente seu nome já consta em raríssimos livros de literatura, seu nome já é mencionado em algumas rodas de conversa. Foi uma mulher forte, revolucionária, que desafiou o seu tempo ao romper as barreiras impostas por uma sociedade, paternalista e escravocrata. Foi além, ousada, determinada, algo que faz falta hoje.

Filha de uma escrava forra, um pai escravo, que não se sabe realmente se existiu. Tirou o negro da senzala, como diz Dilercy, “foi teimosa, ao insistir em desempenhar funções e papeis que não cabiam ´à mulher da sua sociedade”. (Sobre Maria Firmina, 32).

Morreu ao 95 anos, depois de um longo caminhar. Cega, sem poder ver a lua tão bela. Ficou esquecida por um por tempo, até ser lembrada e receber todas as honras que uma mulher maranhense possa receber por tudo que fez por um mundo melhor, mais justo e liberto!

Viva Maria Firmina dos Reis!!! Guimarães 30 de outubro de 2017. Osvaldo Gomes

Membro fundador e Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de GuimarãesIHGG, Vice -prefeito de Guimarães Professor de História

PRÉ-PROJETO BICENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE MARIA FIRMINA DOS REIS: a Rosa-de-Jericó (1822- 2022)

1 – IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

INSTITUIÇÃO PROPONENTE: Academia Ludovicense de Letras-ALL “Casa de Maria Firmina dos Reis” TÍTULO DO PROJETO: Bicentenário de Nascimento de Maria Firmina dos Reis, a Rosa-de-Jericó (1822) OBJETO: organizar a comemoração alusiva ao aniversário de 200 anos de nascimento de Maria Firmina dos Reis.

Instituições Parceiras: Instituto Histórico e Geográfico de Guimarães -IHGG, “Casa de Maria Firmina dos Reis”; Academia JoãoLisboense de Letras-AJL, “Casa de Maria Firmina dos Reis”; Universidade Federal do Maranhão: UFMA: Departamento de Letras, Reitoria; Universidade Estadual do Maranhão: UEMA: Departamento de Letras, Reitoria; Instituto Histórico e Geográfico da Maranhão-IHGM; Federação das Academias de Letras do Maranhão-FALMA; Sociedade de Cultura Latina do Brasil-SCLB; Sociedade de Cultura Latina do estado do Maranhão-SCLMA; Associação Maranhenses de Escritores Independentes-AMEI, Secretaria de Estado da Educação-SEDUC; Secretaria Municipal de Educação; Secretaria de Estado da Cultura; Secretaria Municipal da Cultura; Conselho Estadual de Cultura, Conselho Estadual de Educação, Conselho Municipal de educação; Conselho Municipal de Cultura, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional IPHAN-Maranhão; Fundação Municipal de patrimônio Histórico-FUMPH, Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão, Câmara Municipal de São Luís; Serviço Social do Comércio-SESC; Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial -SENAC.

2 JUSTIFICATIVA

Não há como ser refutada a grandiosidade da obra de Maria Firmina dos Reis. E no ano próximo, 2022, essa ilustre maranhense completará, no dia 11 de março, 200 anos de nascimento. Por outro lado, a Academia Ludovicense de Letras-ALL, Casa de Maria Firmina dos Reis, desde 2013, ano da sua criação (10 de agosto), vem buscando ocupar todos os espaços culturais locais, nacionais e internacionais possíveis, objetivando desenvolver e difundir a cultura e a literatura ludovicense, a defesa das tradições do Maranhão e, particularmente, de São Luís, considerando o nome de Maria Firmina dos Reis como missão precípua. A exemplo do ano de 1975, de grandes homenagens à ilustre escritora Maria Firmina dos Reis, intitulado por Adler (2017): “Ano Rosa-de-Jericó de Maria Firmina dos Reis: ano de verdejar”, neste bicentenário, a Academia Ludovicense de Letras com outras instituições parceiras se dispõem a organizar uma grande festa comemorativa alusiva ao aniversário de 200 anos de nascimento dessa ilustre maranhense. A Rosa-de-Jericó é também chamada de flor-da-ressurreição por sua impressionante capacidade de voltar à vida. As Rosas-de-Jericó podem ser transportadas por muitos quilômetros pelos ventos, vivendo secas, sem água, mesmo durante muito tempo, e ao encontrarem um lugar úmido, elas afundam raízes na terra e se abrem, voltando a verdejar! Vejo muita semelhança entre Maria Firmina e a Rosa-de-Jericó. Esta permanece seca e fechada aparentando estar totalmente sem vida por algum tempo, no entanto, basta algum contato com a umidade para ela estender suas folhas, espalhar suas sementes e retornar à vida, mostrando a sua beleza. Conforme Morais Filho (1975), em São Luís e Guimarães, no ano de 1975, foi comemorado o sesquicentenário de Maria Firmina. Muitas homenagens foram prestadas a ela, entre as quais, em São Luís: a participação de Horácio de Almeida, que veio para as comemorações e entregou um exemplar do Romance Úrsula (o único que se tem conhecimento), doado ao Governador do Estado, Osvaldo da Costa Nunes Freire; a inauguração do busto da escritora na Praça do Panteon (obra de Flory Gama); foi criado um carimbo em sua homenagem, uma marca filatélica produzida pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, com tempo determinado de utilização. Um detalhe digno de realce, é que, na parte inferior do carimbo consta

um grilhão de ferro rompido, como marca significativa da Campanha abolicionista que Maria Firmina empreendeu por meio da literatura, da música (compôs o Hino da Libertação dos escravos, 1988) e da própria postura, que retrata a sua orientação político-ideológica humanizada; a publicação da edição facsimilar do romance Úrsula, com Prefácio de Horácio de Almeida; além da criação, em sua homenagem, da Medalha de Honra ao Mérito pela Prefeitura Municipal de São Luís e por fim, a Assembleia Legislativa do Estado instituiu o dia do seu nascimento, como o “Dia da Mulher Maranhense”. Em Guimarães, também o ano de 1975 foi o marco inicial de maiores homenagens a ela dedicada, entre as quais:, além do desfile em sua homenagem nesse ano, o Centro de Ensino Nossa Senhora da Assunção, desde o ano de 2007, passou a promover a Semana Literária Maria Firmina dos Reis. E, ainda, o dia do aniversário de Maria Firmina foi instituído feriado Municipal e comemorado o “Dia da Mulher Vimarense.” Na atualidade, existe o desejo de consolidar a ressignificação da vida e obra de Maria Firmina efetivada por Nascimento Morais Filho, de modo a ocupar o lugar que lhe é devido na Historiografia Literário-Cultural Maranhense e Brasileira. Em São Luís, essa missão é capitaneada pela Academia Ludovicense de Letras e em Guimarães, pela Prefeitura e o Instituto Histórico e Geográfico de Guimarães. Convém enfatizar que foi nessa cidade que ela viveu a maior parte da sua vida e, por conseguinte, além de exercer a profissão de Mestra Régia (conforme aprovação em concurso para professora de primeiras letras do sexo feminino para a Vila de Guimarães), também escreveu toda a sua obra. Assim, devemos sempre lembrar que a despeito de todas as condições e características adversas vividas e experienciadas por Maria Firmina dos Reis: mulata, pobre, “bastarda”, mulher, tudo isso em um Brasil escravocrata no século XIX, ainda assim, com os mais admiráveis méritos se estabelece, reconhecidamente hoje, como uma das escritoras mais admiráveis de toda a Literatura Brasileira. Frente ao exposto, evidencia-se a necessidade de estabelecer estratégias contínuas e articuladas com instituições das esferas governamentais e privadas para garantir o efetivo funcionamento da Casa de Maria Firmina dos Reis, assegurando recursos financeiros para sua manutenção. Desse modo, viabilizará o cumprimento da função a que se destina por meio da veiculação de um acervo que represente a importância da produção histórico-cultural, em especial da literatura do Estado do Maranhão. Na perspectiva de divulgação do acervo histórico e cultural tornam-se necessárias a publicação e reedição de obras referentes a Maria Firmina dos Reis, voltadas para públicos diversos, a exemplo de estudantes desde a Educação Infantil ao Ensino Superior. Para o alcance exitoso das ações propostas, é imprescindível o comprometimento de todas as instituições parceiras e da instituição proponente, o que, por sua vez, possibilitará a sensibilização e mobilização da sociedade em geral, no tocante à compreensão do papel determinante da autora para a construção de uma sociedade que respeite e reconheça a mulher como protagonista. 5 OBJETIVOS 5.1 GERAL Comemorar o bicentenário da escritora maranhense Maria Firmina dos Reis: a Rosa de Jericó. 5.2 ESPECÍFICO

Consolidar a ressignificação da vida e a obra de Maria Firmina dos Reis efetivada por Nascimento Morais Filho. Fortalecer a divulgação da vida e obra de Maria Firmina dos Reis junto às instituições educacionais, literárias e demais segmentos da sociedade. Utilizar a obra de Maria Firmina dos Reis nas instituições educacionais potencializando a criatividade artística, escritora e leitora dos estudantes das diferentes etapas de ensino. Incentivar a publicação de obras sobre a autora destinadas aos estudantes dos Anos Iniciais. Reeditar a obra de Nascimento Morais Filho, importante precursor do renascimento de Maria Firmina dos Reis. Reconhecer a força da representação feminina num contexto sociocultural da sociedade patriarcal, valorizando o processo histórico de luta e resistência da mulher até os dias atuais. Reconhecer a importância das motivações que caracterizam a sua obra, tais como, o romantismo, o nacionalismo, a campanha abolicionista, a valorização dos povos que iniciaram a história do nosso país, entre os quais, os mais injustiçados, o negro e o índio.

Reconhecer a importância de Maria Firmina dos Reis como personalidade literária do Maranhão e do Brasil, destacando o contexto sociocultural em que viveu, seu posicionamento de vanguarda, seu pioneirismo e ousadia Compreender a necessidade de envolver as instâncias governamentais nos projetos, ações e atividades histórico-culturais como elementos importantes na construção da identidade e da cidadania das novas gerações. Garantir que as instâncias governamentais participem das estratégias e procedimentos de manutenção física e a administrativa da Academia Ludovicense de Letras-Casa de Maria Firmina dos Reis, por meio de provimento de recursos financeiros. 6 METODOLOGIA

A proposta de trabalho desse projeto pretende agregar instituições públicas e privadas para a viabilização das diversas ações, criando comissões e subcomissões conforme sua natureza. 7 PÚBLICO ALVO:

Público em geral: estudantes, professores, pais, gestores escolares de instituições públicas e privadas, sociedade civil e organizada, comunidade literária, METAS E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

1. Propor às instituições UFMA e UEMA a concessão do Título Dra. Honoris Causa (in memoriam) para Maria Firmina dos Reis e José Nascimento Morais Filho. Propor à Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão e à Câmara de Vereadores do Município de São Luís concessão de Títulos honoríficos (in memoriam) para a homenageada e José Nascimento Morais Filho. Propor à Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão e à Câmara de Vereadores do Município de São Luís Projeto de Lei para designar recurso financeiro para manutenção da Academia Ludovicense de Letras-ALL, Casa de Maria Firmina dos Reis. Articular junto à Assembleia Legislativa do Maranhão Projeto de Lei designando Maria Firmina dos Reis como patrona da educação maranhense. 5. Doação de um prédio para instalação da sede da Academia Ludovicense de Letras ALL pela Prefeitura Municipal de São Luís ou Governo do Estado do Maranhão.

6. Propor o nome de Maria Firmina dos Reis para designar praças, prédios públicos, escolas, ruas, avenidas.

7 Criar PLACAS PERSONALIZADAS (sinopse da vida e obra de Firmina) colocando-as em locais que marcam a vida da escritora em São Luís: - Casa onde Maria Firmina nasceu (operacionalizar pesquisa na rua São Pantaleão); - Tipografia Progresso (onde foi impresso o romance Úrsula) na rua de Santana, próximo ao fundo do Cine Éden (confirmar); escolas; ruas; avenida. 8. PUBLICAÇÃO Livros sobre Firmina para os Anos Iniciais (história infantil); livro para estudos com os dados da vida e obra da autora para os estudantes das demais etapas da Educação Básica; Reeditar o livro de Nascimento Morais Filho-Maria Firmina dos Reis: Fragmentos de uma vida; Edição fac-similar do livro Cantos à beira-mar; Toda obra de MFR impressa para distribuir em Bibliotecas e, se possível, nas bibliotecas escolares e Farol do Saber. 9. Propor aos Correios a criação de Selo Comemorativo do Bicentenário de nascimento da homenageada. 10. Produção de uma réplica da imagem de Firmina com um grilhão de ferro rompido na parte inferior do carimbo ou selo, como marca expressiva da Campanha abolicionista empreendida por Maria Firmina. 11. Comenda Maria Firmina: Galardoar aqueles que, por suas ações meritórias, façam jus ao reconhecimento que a outorga da Medalha “Maria Firmina” do Mérito Literário e Cultural representa. 12. Realizar em parceria com a SEDUC, SECMA, SEMED e SECULT o Concurso Artístico e Literário Maria Firmina dos Reis, com o objetivo de difundir as obras da escritora maranhense e seu pensamento. 13. Realizar atividades culturais: produções artísticas e literárias, realização de saraus, palestras, exposições, chá literário, encontros de pesquisadores, encontros de academias, Mostra de Literatura Maranhense.

6- CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

ATIVIDADE

ABRIL/JULHO 2021 Levantamento de informações sobre parceiros, . X Estudo e discussão de material bibliográfico. X Construção do Projeto

Reunião com parceiros para sistematização de ações. Planejamento de ações na perspectiva de envolver ......... Apresentação

7 AVALIAÇÃO O monitoramento será realizado durante a execução do projeto no intuito de garantir o cumprimento da eficácia e eficiência do mesmo, fazendo com que todas as ações propostas sejam executadas, garantindo a efetiva implementação das metas e ações propostas. Para realização da avaliação e monitoramento serão utilizados: Indicadores: Demandas propostas Demandas atendidas

REFERÊNCIAS

ADLER, Dilercy Aragão. MARIA FIRMINA DOS REIS: uma missão de amor. São Luís: ALL, 2017. MORAIS FILHO, José Nascimento. MARIA FIRMINA; fragmentos de uma vida. São Luís: SIOGE, 1975.

ATIVIDADES DE GUIMARÃES

FUNDAÇÃO DA ALL 8º ANIVERSÁRIO – MESA

MEU PATRONO - ANTÔNIO HENRIQUES LEAL, PLUTARCO DE CANTANHEDE, JUDAEL DE BABEL-MANDEB

IRANDI MARQUES LEITE

No espaço, mergulho no tempo, de volta ao século XIX Nas margens do caudaloso rio Itapecuru Olho meu patrono, Antônio Henriques Leal II Os ribeirinhos acompanham A natureza resplandece e reflete o canto dos pássaros A correnteza está forte, muitas embarcações. As palavras navegam e deslizam na superfície do rio Parecem bolhas de sabão, saltitantes, São palavras molhadas pela água divina Eu reconheço humildemente - Deus é o criador da engenharia hidráulica no universo. III Desço do barco e piso na terra molhada Bom dia meu Patrono - Ele coça a barba O sabiá canta O vento beija as flores com plasticidade -Antônio Henriques Leal! Parabéns Nasceste em 24 de julho de 1828. No povoado Candimbas, próximo à Vila de Itapecuru IV És Patrono da Cadeira 10 da Academia Maranhense de Letras És Patrono da Cadeira 9 da Academia Ludovicense de Letras Teus livros inspiram minha fala Pantheon Maranhense dribla meu corpo e toca minha alma

EDITORA DE IMPERATRIZ PUBLICA OBRAS DE AUTORES CAXIENSES

EDMILSON SANCHES

A Editora Estampa, de Imperatriz, amplia sua participação no mercado editorial maranhense com a publicação de obras literárias e técnicas de autores de todo o Estado, em especial do município de Caxias. Nesta semana e na anterior, mais dois livros de autores caxienses foram entregues pela Editora: são as obras “De Graça – Poetizando a Vida”, de Graça Assunção, e “Há Pedras e Poesia no Meu Habitat”, de Wybson Carvalho. A cidade caxiense, conhecida como “Princesa do Sertão Maranhense”, onde nasceram nomes de peso da Cultura brasileira como Gonçalves Dias e Coelho Netto, vem mantendo sua tradição de terra de poetas e outros escritores. Nos últimos anos, a Editora Estampa já publicou diversos autores caxienses, entre os quais Ana Lúcia Pinto Gonçalves (professora e escritora), Ana Rosária (professora universitária e poetisa), Arthur Almada Lima Filho (desembargador aposentado e escritor), Clara Lopes Jovita (professora aposentada e escritora), Edmilson Sanches (jornalista, administrador e escritor), Graça Assunção (psicóloga, assistente social, bancária aposentada e escritora), Maria José Vilanova Assunção (professora aposentada e escritora) e Quincas Vilaneto (administrador e poeta), este que dará entrada em nova obra nos próximos dias. De Grajaú, publicou obras do advogado, professor e historiador Raimundo Silva Costa e do advogado, pesquisador, político e acadêmico Sálvio Dino (falecido há um ano, em agosto de 2020). Sobre as duas novas obras recentemente entregues: GRAÇA ASSUNÇÃO: REFLEXÃO E MOTIVAÇÃO “DE GRAÇA” A Editora Estampa publica o segundo livro da autora caxiense Maria da Graça Barros de Assunção (Graça Assunção). Após “De Graça”, a escritora lança “De Graça – Poetizando a Vida”. Em ambos os livros, Graça Assunção traz reflexões e pensamentos de motivação sobre o ser humano e a vida. Segundo o escritor Edmilson Sanches, editor e prefaciador da obra, “por ser Graça Assunção psicóloga e assistente social, mas mormente por ser mulher dinâmica e antenada, autora e autêntica, que não admite o desperdício de Vida, os poemas, o livro, estão repletos de sugestões energizadoras, frases sensibilizantes, estímulos motivacionais. E tudo isso o mais das vezes apresentado assim de modo bem simples, pois que o que a Autora tem a dizer ela o diz de forma direta, sem metáforas, olho no olho, de alma para alma. Próprio de uma pessoa que, antes de escrever, viveu, vivenciou, deseja e desejou. Por isso, os textos brotaram -- e se apresentam -- assim, leves, límpidos, borbulhantes, como fonte entre flores”. A caxiense Graça Assunção já tem, pronto, o terceiro livro da série: “De Graça -- De Alma para Alma”, a ser lançado no próximo ano. Funcionária aposentada do Banco do Brasil, psicóloga e assistente social, a autora caxiense reside em São Luís. Residiu no Rio de Janeiro e trabalhou em vários Estados, entre os quais Maranhão, Pará, Sergipe, Bahia e Piauí. Tem dois filhos, Márcio e Mauro. Formada pela Universidade Federal do Maranhão, trabalhou como Assistente Social até 1984. Após sua aposentadoria, em 1999, estudou e formou-se em Psicologia, pela Universidade Ceuma, de São Luís. Logo após, fez pós-graduação em Saúde Mental e Atenção Psicossocial, na Faculdade Laboro. WYBSON CARVALHO: PEDRAS E POESIA Muito conhecido por seu ativismo cultural em Caxias, Wybson José Pereira Carvalho é formado em Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas, pela Universidade Federal de Pernambuco, em Recife. Pesquisador da História e Cultura caxienses, Wybson Carvalho foi presidente da Academia Caxiense de Letras, onde ocupa a Cadeira nº 30, patroneada pelo poeta caxiense João Vicente Leitão. Foi membro dos Conselhos Estadual e Municipal de Cultura. Como delegado representante da sociedade civil (câmara setorial do livro, leitura e literatura), participou das Conferências de Cultura nos âmbitos municipal, estadual e nacional, anos de 2005, 2010 e 2013, em Caxias, São Luís e Brasília, respectivamente. Foi homenageado pela Prefeitura e Secretaria de Educação de sua cidade com a Comenda Ubirajara Fidalgo (2018).

Um dos mais conhecidos poetas caxienses, manteve sólida amizade com poetas de grande expressão nacional e regional, como Nauro Machado, de São Luís, e os caxienses Deo Silva e Cid Teixeira de Abreu, que muito o influenciaram em seu fazer poético. Autor de onze livros, sua obra “Há Pedras e Poesia no Meu Habitat”, de 236 páginas, é uma coletânea poética que Wybson Carvalho preparou pessoalmente e fez questão de convidar seu conterrâneo e colega de Academia Edmilson Sanches para escrever o prefácio e editar seu novo livro. Em longo estudo sobre a poética wybsoniana, Sanches escreve: “É assim que, pela décima-segunda vez, o poeta caxiense apresentase em celulose e tinta, agora com uma seleção ampliada -- e a seu gosto -- com mais de cento e oitenta poemas, praticamente um terço do total que Wybson Carvalho já escreveu, poemas que se escondem e se eternizam em páginas de livros, revistas e jornais, inclusive poemas encontradiços nos bolsos de paletós e outras peças de vestuário do autor e poemas garatujados em papeis -- inclusive os de mesa de bar -- que repousam entre outros papeis que nem garrafas de vinhos envelhecem entre garrafas de vinhos. Envelhecer sem envilecer...”. Edmilson Sanches relaciona os temas mais frequentes na poesia de Wybson Carvalho, entre os quais amor e morte, intertextualidade, metapoemas, autorreferencialidade. Mas, segundo Sanches, o ponto mais altissonante da obra são os versos de crítica sociopolítica, centrados na cidade, Caxias, que Wybson Carvalho identifica como a “pólis lestiana”, a cidade de referência da região Leste maranhense. Sanches observa: “[...] o poeta está vivo e se movimenta. E apesar de olhares inquisitoriais, como os que se lançaram sobre a verdade heliocêntrica de Galileu no século 17, Wybson Carvalho não murmura seu desdém e seu desdito/discordância em relação à realidade circundante, citadina, de incompetências, inapetências, inconsistências e, até, indecências de caráter político, social, político-administrativo, cultural e coisa e tal. Sobre isto, o autor não murmura, não sussurra, não dissimula: ele grita, alerta, denuncia por intermédio da Poesia, porta-voz de seus sentimentos e verdades. E na polifonia temática a voz da crítica assoma e assume a primazia: é a de maior volume, altissonante, com destaque para os poemas -- verdadeiras bordoadas -que se referem à terra natal [...]”. Wybson Carvalho é casado com Felina Dolores Vidigal Carvalho, funcionária pública, aposentada, com quem tem três filhas -- Rita de Kássia, Ana Karla e Juliana Karem – e, até estes meados de 2021, avô de dois netos, Keyly Neto e José Benício, e uma neta, Ana Laura. (EDMILSON SANCHES) Fotos: Os autores e suas obras: Graça Assunção e Wybson Carvalho.

PREFÁCIO (ao livro “De Graça – Poetizando a Vida”, de Graça Assunção. Editora Estampa, 2021)

EDMILSON SANCHES

Em De Graça, seu anterior e primeiro livro, Graça Assunção optou, na forma, pela linearidade, pela horizontalidade dos textos -- escrevendo frases, fraseando pensamentos. Nesta sua segunda obra (De Graça – Poetizando a Vida), a Autora escolheu a verticalidade das palavras e de grupos delas, formando versos, versificando em formas, e “permitindo” mais leituras e (re)construções semânticas e simbólicas. Por ser Graça Assunção psicóloga e assistente social, mas mormente por ser mulher dinâmica e antenada, autora e autêntica, que não admite o desperdício de Vida, os poemas, o livro, estão repletos de sugestões energizadoras, frases sensibilizantes, estímulos motivacionais. E tudo isso o mais das vezes apresentado assim de modo bem simples, pois que o que a Autora tem a dizer ela o diz de forma direta, sem metáforas, olho no olho, de alma para alma. Próprio de uma pessoa que, antes de escrever, viveu, vivenciou, deseja e desejou. Por isso, os textos brotaram -- e se apresentam -- assim, leves, límpidos, borbulhantes, como fonte entre flores. Receituário... prontuário... mostruário... Os poemas de Graça Assunção são assim formulário do viver e exemplário do que foi vivido -- um vivido vívido, um existir ardente, animado, vivaz. Como está em “Gratidão”: “[...] É viver na graça Sentir-se pleno...” Não é sem razão que, por decisão consciente ou percepção extrassensorial, não há pontos -- sobretudo finais -- nas composições deste livro... Como no Ouroboros dos antigos egípcios (a serpente engolindo a própria cauda), o que se vê/lê remete à ideia de ir adiante, continuidade, evolução, infinitude... Veja-se, por exemplo, nos versos de “Dias melhores”: “[...] Navegando, remando Vou, às vezes Enfrentando tempestades [...]” Pode-se ler: “Navegando, remando vou, / às vezes enfrentando tempestades” -- é a Vida com seus óbices, problemas. Ou pode-se ler: “Navegando, remando vou, às vezes / enfrentando tempestades”. Na primeira leitura, as dificuldades (as tempestades) são infrequentes ou, se permanentes, só às vezes são enfrentadas. Na segunda leitura, as tempestades mantêm-se presentes, mas o navegador escolhe ou não remar, escolhe ou não deixar-se ir, ao sabor das ondas e procelas. Atrevida, mas sem imprudência; audaciosa, mas não petulante; arrojada, mas não irreflexiva, a mulher por trás da Autora tem (cons)ciência das “dúvidas paralisantes” e “incertezas sedutoras” e a elas contrapõe a ousadia, como se remarca em “Acontecer”: “[...] A ousadia Ah! A ousadia, sim

A ousadia faz Faz acontecer!” A Autora sabe: Quem não é ousado, é usado... Graça Assunção (con)firma-se (e)terna proclamadora do já, do aqui e agora, do hic et nunc latino. Vê-se isso em “Avesso”, onde ela diz não só a que veio mas onde, temporalmente, pode ser encontrada: “[...] Estou no presente Aí me instalo [...]” Também, em seu “Dia a dia”: “[...] Cada instante, único O segundo se abrindo [...]” Se palavras ou frases ou mesmo assuntos de poemas inteiros fazem-se com mais constância aparecedores, recorrentes, na obra de Graça Assunção, não é descuido: a Vida e suas consequências são seus maiores temas literários, seus dominantes leitmotiven literais. (Graça Assunção adota o modo brasileiro de escrever versos, isto é, com letra inicial maiúscula. Assim, as linhas com palavras iniciadas por minúscula, à espanhola, não são propriamente versos mas prolongamento deles. Pela contenção da página, não teve como o verso ser reproduzido em sua inteireza, em única linha. Achamos, a Autora e eu, que essas partições foram uma solução “elegante”). Em tudo e por tudo, a Vida – abundante, plena, sofrida mas soerguida, duradoura em seu desfim –, a Vida é o grande motivo deste livro e de sua Autora. A vida é ao mesmo tempo o vinho com que se brinda e o motivo do brinde. E, cá pra nós, Graça Assunção, de Vida – sólida e simbólica –... ...e de vinho – líquido e certo -... ela entende. Brindemos a ela e à Vida que ela poetiza e (nos) traz, em um livro que é a própria Autora: uma Graça... EDMILSON SANCHES Editor edmilsonsanches@uol.com.br Fotos: O livro e sua Autora.

Lançamento em Itapecuru Mirim, do terceiro número da coletanea PÚCARO LITRARIO. A obra é um projeto da Academia Itapecuruense de Letras, que este ano vem com o tema, PROTAGONISMO FEMININO, em homenagem aos 150 de nascimento da poeta, Mariana Luz.

PREFÁCIO (ao livro "Há Pedras e Poesia no Meu Habitat", de Wybson Carvalho, 2021)

EDMILSON SANCHES

Mais de trezentos anos depois de Aristóteles e seus alunos terem dito e escrito a pioneira e basilar "Arte Poética",(1) o romano Horácio, também manuscritamente, legou-nos seu pequeno grande tratado de criação literária em obra homônima (2) – pelo menos na tradução e referência de tantos autores e especialistas do mundo ocidental, a partir mesmo de Quintiliano (35—95), que a chamou "Ars Poetica". (3) Filho de um escravo liberto, que desempenhava atividade que possibilitou recursos para a sua educação, Horácio estudou Literatura em Roma e na Grécia e veio a ser protegido de Mecenas, rico político romano, de quem se tornou amigo e perto de cujo túmulo foi enterrado. Horácio escreveu sobre talento ("ingenium") e técnica ("ars") em Poesia, (4) em carta (“epístola”) endereçada à família dos “Pisones”, mencionadamente “pater et iuvenes patre digni”, “pai e filhos dignos de tal pai”. (5) No conjunto de preceitos aos Pisões, um, entre tantos e tantos, é ressaltado logo ali, nas primeiras dez linhas da pequena grande Arte Poética: “Os pintores e os poetas sempre tiveram da mesma forma o poder de ousar o que quisessem”. (6) Passaram-se mais de vinte séculos depois da Arte Poética horaciana e até hoje artistas dos pinceis vão além de partes de potros, penas e peixes no desenho de um corpo “humano”, em suas licenças, liberdades e surrealismos artísticos. (7) Por sua vez, os artistas das palavras, os que (de)têm a arte de escrever com arte, tanto compõem suas extravasões quanto até assumem pequenas extravagâncias e extraordinariedades. Assim, pois: ...há poemas que têm sete faces – Drummond; ( ...há poetas que têm diversos nomes – Pessoa; ( ...há o mesmo livro várias vezes diferente – Whitman; (9) ...há autor maiúsculo que prefere as minúsculas – cummings... (10) E, enfim, há poesias escritas com imagens e as há, também, pintadas com letras. A pintores e poetas, a plena liberdade... Deste modo, não estranhe o leitor se neste "Há Pedras e Poesia no Meu Habitat (coletânea poética)", do poeta caxiense Wybson Carvalho, der de olhos com uma paleta de variadas tintas poéticas, delas de grande aderência, sensível brilho e cores fortes (muitas das vezes, ácidas; outras vezes, agônicas). É assim que, pela décima-segunda vez, o poeta caxiense apresenta-se em celulose e tinta, agora com uma seleção ampliada – e a seu gosto – com mais de cento e oitenta poemas, praticamente um terço do total que Wybson Carvalho já escreveu, poemas que se escondem e se eternizam em páginas de livros, revistas e jornais, inclusive poemas encontradiços nos bolsos de paletós e outras peças de vestuário do autor e poemas garatujados em papeis – inclusive os de mesa de bar – que repousam entre outros papeis que nem garrafas de vinhos envelhecem entre garrafas de vinhos. Envelhecer sem envilecer... A paleta artística de Wybson Carvalho forneceu tintas e cores, tons e meios-tons, entretons e "ton sur ton", "fumée" e "dégradée" e outros matizes e nuanças mais, para a composição desta pessoal coletânea poética. Tão pessoal que, neste entremeado de tessituras, o “eu lírico”, a voz – e vez – do autor nos poemas, é a referência das mais presentes nos textos. Tão pessoal que temas ditos difíceis, como morte e espiritualidade (com prevalência da primeira), ocupam fácil uma terceira colocação no total de composições. Há uma relevante presença do que é fúnebre... lúgubre... O corpo do autor dói, mas é a alma do poeta que sofre... Entretanto, o poeta está vivo e se movimenta. “Eppur si muove”.(11) E apesar de olhares inquisitoriais, como os que se lançaram sobre a verdade heliocêntrica de Galileu no século 17, Wybson Carvalho não murmura seu desdém e seu desdito/discordância em relação à realidade circundante, citadina, de incompetências, inapetências, inconsistências e, até, indecências de caráter político, social, político-administrativo, cultural e

coisa e tal. Sobre isto, o autor não murmura, não sussurra, não dissimula: ele grita, alerta, denuncia por intermédio da Poesia, porta-voz de seus sentimentos e verdades. E na polifonia temática a voz da crítica assoma e assume a primazia: é a de maior volume, altissonante, com destaque para os poemas – verdadeiras bordoadas – que se referem à terra natal, Caxias, e na defesa dela, a pólis lestiana, a cidade referência do Leste do Maranhão, Princesa do Sertão. (Com a licença pre/vista por Horácio, o autor, pintor de palavras, trouxe ao quadro poético e urbano três novas unidades léxicas (neologismos), todas adjetivos: “lestiano/a”, “polislestiano/a” e “sabiano/a” – para quando se refere ao Leste regional, à cidade (pólis) jurisdicionadora desse Leste e ao sabiá, a ave símbolo de/cantada na “Canção do Exílio”, do igualmente caxiense Antônio Gonçalves Dias, 1823-1864). INTERTEXTUALIDADE - Além de transitar, livre e versilibrista, pelos poemas “de crítica”, por aqueles com a participação do eu lírico e pelas questões existenciais e espirituais, Wybson Carvalho trafega, senhor de si, pela metapoesia e concede um pouco – pauca, sed bona – de espaço poético para o amor, a mulher, a música... e referências aos poetas caxienses Gonçalves Dias e Déo Silva e aos são-luisenses Ferreira Gullar e Nauro Machado, este nosso amigo comum, falecido em 2015. Gonçalves Dias, homem e/ou obra, é lembrado a partir da dedicatória e em versos deste livro, como no poema “Canção ao exílio”, onde na primeira quadra Wybson Carvalho relembra:

“em minha terra havia palmeiras e o canto dos sabiás. nela, exalava o perfume dos jardins urbanos. dela, ouvia-se a linguagem singela do cotidiano. com a minha cidade crescia a romântica dos poetas...”

Nauro Machado, de muitas interações poéticas com Wybson, é credor dos encômios deste, que já lhe dedicou, mais que versos, uma obra inteira. Em "Há Pedras e Poesia no Meu Habitat", reproduz-se o poema “Nauroemcidade” (v. página 172), onde o autor, lembrando o poeta ludovicense morto, amalgama barro e sal, em que se juntam e se fundem indivisivelmente o poeta que cantava a cidade e a cidade que encantava o poeta. Aliás, é homem e cidade, gente e ambiente, o de que trata “Pertencimento simbiôntico”, poema onde, parece que por intertextualidade – mímesis ou imitatio e emulação (aemulatio) –, (12) Wybson Carvalho toca e/ou sente-se tocado pela poesia de Ferreira Gullar, que, em “Poema sujo”, de 1976, diz: “O homem está na cidade / como uma coisa está em outra / e a cidade está no homem / que está em outra cidade.”(13) Ambos maranhenses, ambos com vivências fora do torrão natal, não seria de estranhar que Wybson Carvalho também trouxesse o tema às letras e às linhas; entretanto, o homem, na poesia wybsoniana, está na cidade e ambos, homem e cidade, é que, por assim dizer, não se estão “encontrando”:

“o homem está dentro da cidade e carente dela a cidade está fora do homem [...] o homem deve estar na cidade assim como ela deve estar nele [...]” (“Pertencimento simbiôntico”)

O poeta caxiense Deo Silva, um dos de maior consistência na poética maranhense do século 20, é lembrança permanente em Wybson Carvalho e em mim, que o conhecemos. Wybson, de modo talvez pioneiro, traz neste livro sua versão de um famoso poema – não escrito, mas declamado – de Deo Silva. Esta é, até onde se sabe, a primeira vez que o curto e carregado poema de Deo Silva ganha contornos em livro, um verdadeiro resgate de uma composição que sobrevive em razão da memória de amigos poetas e boêmios. Esse poema, que Wybson intitula “Noite ludovicense”, sempre me lembra o título "A Bolsa & A Vida", de Carlos Drummond de Andrade, lançado em 1962. Em setembro de 2020, mantive longas conversas ao telefone e troca de mensagens com o advogado, ex-deputado federal, escritor e acadêmico caxiense Frederico José Ribeiro Brandão, amigo, colega de estudos, parceiro de boêmia e primo de Deo Silva. Atestou-

me por escrito ter ouvido inúmeras vezes Deo declamar o poema, a ponto de as exatas palavras lhe terem ficado indeléveis na memória conterrânea. Registre-se, aqui, então, à guisa de tributo iniciado por Wybson, a versão que escrevi (antes do contato com Frederico) e a reprodução textual dos versos deo-silvianos, conforme me disse e escreveu o confrade Frederico, confiável testemunha ocular e auricular, que assim relembra Deo: “Era uma pessoa alegre, comunicativa. Em São Luís juntou-se a um grupo de intelectuais e boêmios. Não mais saiu dessa ambiência que nem o casamento mudaria. O casamento foi encerrado. Perdeu o emprego”. Quanto ao poema: “Ouvi dele próprio! E, a meu pedido, outras vezes. Estou certo de que Deo não deixou isso em qualquer escrito seu. Deo foi meu colega de turma no Ginásio Caxiense. Meu primo, também. // Não guardo dúvidas sobre o que ouvi. Como também sei que Deo ‘recitava’ esse quase verso para muitos. E, como não o escreveu, os que ouviram...” Agora, sobre os famosos versos.

“NOITE LUDOVICENSE” (versão de Wybson Carvalho) “São Luís, um beco escuro, um ladrão e eu... ele – mãos ao alto; a bolsa ou a vida! eu – consulte-as; ambas estão vazias!”

* “A BOLSA OU A VIDA” (versão de Edmilson Sanches, baseada em lembranças do que ouvia no bar “Recanto dos Poetas”, em Caxias): Na rua, a escuridão. Eu e um ladrão.

“ – A bolsa ou a vida!” Ambas vazias.

Transcrição de Frederico Brandão, que reitera que os versos, sem título, nunca foram publicados. A partição em linhas (versos) foi por minha conta, observada a pontuação original: Na rua escura, eu e um ladrão. “A bolsa ou a vida”. Consultei-as. Ambas estavam vazias. Reconheça-se, pois, nos versos acima, a árvore Deo Silva, firmemente enraizada, e, nas duas reescritas antecedentes, as folhas deixadas cair, sazonais, e que Wybson e eu ousamos recolher e conservar... Como se vê e lê, pelo dedo se conhece o gigante... e Deo Silva, lembrando verso de Horácio, executou, com as declamações de seu poema, “um monumento mais duradouro que o bronze”.(14) Mais adiante, quando das anotações sobre eu lírico e autorreferencialidade, far-se-ão considerações acerca de outras cargas temático-poéticas wybsonianas, aí incluído o retorno de Gullar e Wybson, que voltam a se intertocar poeticamente. *

Há tempos que Wybson José Pereira Carvalho acalantava o sonho deste livro – e, gentilmente obstinado, fazia questão de que eu escrevesse o prefácio e fosse o editor da obra. Induziram-no ao erro dessa escolha nossos laços e traços comuns: Caxias, a Literatura, o Jornalismo, o bar “Recanto dos Poetas”, conterrâneos escritores “mais velhos” e nossos amigos (Vítor Gonçalves Neto, Cid Teixeira de Abreu, Déo Silva, João

Vicente Leitão, Luiz Leitão, Artur Cunha, Abreu Sobrinho, Sillas Marques Serra, Wilson Egídio dos Santos...), a Academia, as ideias e ideais... Com uma vida constante e consistentemente ligada à Cultura, à Comunicação, à Literatura – e, nesta, à Poesia –, Wybson Carvalho é referência quando a dúvida ou o assunto é Poesia e História caxienses. Foi presidente da Academia Caxiense de Letras, onde rotineiramente dá palestras para estudantes e outros públicos. Integrou os conselhos municipal e estadual da Cultura e nesse mister tornou-se dedicado participante de eventos da área em diversos pontos do País, tendo formado e firmado relacionamento com um rol de ricos nomes regionais, estaduais e nacionais da Cultura, das Letras, da Música e outros segmentos artísticos. Mais velho dos quatro filhos (duas mulheres, dois homens) de Dona Teresinha e Seu Francisco, Wybson estreou há trinta e quatro anos em livro, "Neófitos da Terra" (1987), que reuniu diversos nomes da "jeunesse dorée" caxiense, inclusive o outro irmão, Naldson Luiz Pereira Carvalho, advogado, também poeta e acadêmico. O “neófito” Wybson daquele primeiro livro sete anos depois deu corpo à sua primeira obra solo, "Eu Algum", de 1994. Assim, livro a livro, foi enfeixando seus poemas e se foi tornando o “veterano” autor, que agora, num esforço de Hércules, chega, literária e literalmente, à sua dúzia de trabalhos – não contadas as antologias, inclusive nacionais, de que participou, além de presença em espaços da Internet (sites, blogs, páginas...). Para chegar aos seus doze trabalhos, Wybson, também herculeamente, teve de matar leões em Nemeia, limpar estrebarias do argonauta Áugias, rei de Élida, e pegar – pelos chifres ou pelas presas – touros em Creta e javalis no Erimanto... (15) O EU LÍRICO / AUTORREFERENCIALIDADE - A poesia de Wybson Carvalho, mais que um ato de criação, parece um exercício de duplicação ou extensão do poeta, que, como ser matriz, tem na Poesia uma filial de si mesmo. Com “Pedaços de um eu algum”, ele abre o livro, se anuncia... e adverte: PEDAÇOS DE UM EU ALGUM há no meu eu o pulsar de um desejo e no qual há, ainda, o que, agora, almejo: que o fim do somatório da minha dor não interrompa os gritos do clamor, face a um pedaço ser bem emudecido em mim, e o meu outro resto é ouvido, mas ruim... a sinfonia que me invade desde o nada é bem-vinda, ainda que quase desafinada; e eu a quero para sempre almejada, ainda que pouco executada; face a um pedaço inaudível ser ilusão e o meu outro resto, não, mas real solidão... e os versos que, agora, eu escrevo que não sejam lidos e cantados com desvelo; mas como a unicidade do momento de um poeta imerso em seu eterno tormento, face a um pedaço ser calado em mim, mas o meu outro resto é ensurdecedor e ruim! A autorreferencialidade é recurso e realidade em muitos autores. Às vezes, inda que separados no tempo e pelo espaço, distantes na formação e experiência, o self, essa consciência de si e reflexão sobre si próprio, une autores ou estabelece (involuntariamente? inconscientemente?) pontos de contato entre eles, como antes se anotou aqui sobre intertextualidade. Por exemplo, os dois versos finais de cada uma das três sextilhas do poema wybsoniano anterior remetem ao “Traduzir-se”, do também maranhense Ferreira Gullar

(1930-2016), que, nos seis quartetos das sete estrofes do poema (a última é uma quintilha) vai mostrando o eu lírico gullariano: “Uma parte de mim / é todo mundo: / outra parte é ninguém: / fundo sem fundo. // Uma parte de mim / é multidão: / outra parte estranheza / e solidão. // [...] // Uma parte de mim / almoça e janta: / outra parte / se espanta. // [...]”. Em “Um sobrevivente à síndrome de Stevens-Johnson”, a autorreferenciação do poeta continua, agora particularizando e poetizando sobre um mal raro: UM SOBREVIVENTE À SÍNDROME DE STEVENS-JOHNSON houve um incêndio afótico dentro de mim. em trevas e sob a cremação da carne putrefata emergiu o emudecido veneno qual direito da alma se acasalar, puramente, em si, e sob correção ao estrago em cicatriz na natureza humano-espiritual. porém, haverá nova folhagem ao homem salvo pela Divindade Criadora que purificou e lapidou o bruto complexo psicofísico da criatura. então, a vida torna-se um fiel canto para o encanto de renascer... Observe-se que os sete primeiros versos são dor e aflição; as sete linhas seguintes, amor (divino) e remissão. No começo, o poeta na sua poesia chora – chora e sangra. O ser é frágil e incompleto, mas seu fazer literário (poíesis) é forte e inteiro. O poeta se recupera e se reergue. E com o poeta, também o homem, que espreme seu espírito e exprime na escrita seu espólio de dor e expiação, suportação e superação, resistência e fortaleza, arte e beleza. Os sentimentos e sensações do homem vão-se desentranhando do poeta e se entranhando em sua poesia. No poema “Fogueira à embriaguez”, o poeta está só e em vão agarra-se aos versos – que igualmente se vão partindo do veio que é a Poesia e da veia que é a Arte: FOGUEIRA À EMBRIAGUEZ estou tão só nesta sexta-feira. sinto tanto frio neste último dia útil. há dentro de mim uma sede ao álcool. meu coração quer se aquecer à margem de um vulcão, em erupção constante, que derrame larvas acesas a incendiar meu corpo acasalando solidão nos dias subsequentes do final de semana: sábado e domingo inúteis a um cotidiano de fogo algum. O CRÍTICO – Os olhos e a escrita do poeta são sensíveis ao que vê e ao que não vê, ao que se faz à cidade, ao que não se faz por ela e, também, ao que se desfaz nela. A falta que uma mesa farta faz trouxe “Fome” ao poeta (ele, que, poemas antes, já denunciara a “fome e sede do [rio] Itapecuru”, rio de nossa infância): FOME ausência de iguarias

nos recipientes à mesa do oferecimento aos desvalidos... presença do vazio nas vísceras do estômago embrulhado pelo papel da sociedade... A fome é quando o nada dói. Um nada autorizado por autoridades e avalizado por uma sociedade apática, atípica, estrábica... O eu lírico e espiritual do poeta prostra-se em oração, em “Perdão”. E a uma força superior, a “unicidade ubíqua em onipotência e onipresença”, reza um novo pai-nosso: o homem reconhece-se pecador, teme as trevas e espera a salvação do que foi com a bênção do que será: PERDÃO natureza e obra eternas, unicidade ubíqua em onipotência e onipresença, – caí em tentações pecaminosas! livrai-me de insidiosa luz do fogo. mas não me deixeis nas trevas. não sou digno de beber do vinho e comer do pão! porém, lavai-me as feridas com meu próprio sangue, aliviai-me a dor para que sacie a minha própria fé, e, então, salvai-me do que fui ao abençoardes o que [serei. rogai-me, amém. E o que dizem as linhas do desalinho em “Valsa do descompasso”? É o bêbado e seu andar trôpego, tropicando pelas ruas, entreolhado furtivamente por quem não pode sequer atirar a pedra primeira? VALSA DO DESCOMPASSO quando meus passos estiverem bailando de um lado para outro, a personalidade dos indivíduos será abalada ao prosseguir nas vias estáticas do comportamento social. Em “Oferta à vida” volta o poeta às escolhas existenciais: O que, à certeza de um caminho rico (onde “haveria prata, ouro e diamantes”), o fez preferir rumar “por veredas aziagas” onde, em seu “inferno existencial” e em sua existência infernal, a riqueza do poeta é só o exercício do direito de escolher ainda que de vestes desnudo, vestindo-se “do nada”? OFERTA À VIDA haveria prata, ouro e diamantes, se eu preferisse caminhar certo pelos tortos e estabelecidos caminhos pautados em tua ambiência. mas, vesti-me do nada e rumei por veredas aziagas do meu inferno existencial

a destruir ilações sobre nosso espaço. No poema “Sentenciado”, a letargia paralisa o poeta e o leva à desfinalização, ao não acabamento; leva-o ao “começo sem terminar” e à “espera sem fim” – e, de quebra, leva-o a perguntar: “ – por que crime fui julgado um ser ruim?”. O poeta se percebe: está “enfermo, desiludido e tão só...”. O poeta sofre por si e por sua cidade. Sua poesia é mais livre que ele e não sofre, pois que, louvada pelo porvir, está imunizada contra a ignorância do agora, ignorância que é desconhecimento e ignorância que é grosseria, mesmo! SENTENCIADO inculpado, mas transformado num ser; enfermo, desiludido e tão só... sem horizonte a seguir e com inércia se alimentando de mim! não preferi esse presente letárgico; começo sem terminar e espera sem fim: – por qual crime fui julgado como um ser ruim? A MORTE – Wybson Carvalho nem de perto é um admirador da morte. Não idolatra a dor. Mas, embora não clame pela morte,... declama-a. Aliás, nestes aspectos poético-tanatológicos consigne-se que, em Caxias, são de Wybson Carvalho as referências mais iterativas em relação ao bordão que afirma que “poeta não morre – encanta-se”. Aqui e acolá ouve-se Wybson Carvalho (re)citando essa frase – aliás, como escrevi em outro texto, frase de Guimarães Rosa, que creio ter origem em uma expressão latina: “Abiit, non obiit”, isto é, “Partiu, não morreu”, escrita como epitáfio em lápides da antiga Roma. Mas não há negar: o fúnebre, o lúgubre, o evocativo da morte passeia pela poesia wybsoniana, ausente o mau agouro: "Absit omen".(16) Nenhuma novidade: poetas e escritores adoram esse mister e mistério que é o morrer. Como anota Maria Luisa del Barrio Vega, professora da Universidad Complutense de Madrid, citada por Ana Paula Silva em "Morte, Vida, Persuasão e Poesia: “Son muy numerosas las reflexiones sobre la existencia humana, su brevidad y penalidades o la imprevisibilidade del destino”. (17) Vítor Manuel de Aguiar e Silva, professor, poeta, escritor português, laureado em 2020 com o Prêmio Camões, traz-nos, em sua volumosa "Teoria da Literatura", de 1969, a confirmação, atribuída à metafísica cristã, de que “[...] o homem é corpo e é espírito, é grandeza e é miséria, devendo a arte dar forma adequada a esta verdade essencial”. (18) O filósofo e poeta alemão Friedrich Nietzsche (1844—1900), no seu "Assim Falava Zaratustra", escreveu, já na primeira parte, que “louco é aquele que se agarra à vida” e que “todos encaram com seriedade a morte, mas morrer ainda não é uma festa”.(19) O caxiense Gonçalves Dias, em "Novos Cantos", diz-nos que “A morte é vária e multiforme, e muda / De trajes e de máscaras mais vezes / Qu’uma cansada atriz”. O poeta continua e nos revela que o diabo da morte, se não é bonita, tampouco é como dela se diz: “Nem sempre é, qual se pinta, o negro espectro / D’irônico sorriso e brancos dentes, / [...]”. Mais adiante, no poema “Visões – Passamento”, Gonçalves Dias exclama: “[...] / Morrer – loucura, insânia! [...]”. E finaliza, suplicante: “[...] / Oh! não quero morrer!...”.(20) O poeta português Fernando Pessoa também cuidou do tema, embora, como ressalva o professor universitário, crítico literário e ensaísta lisboeta Jacinto do Prado Coelho (1920—1984), tenha buscado “avidamente a felicidade como quem nasceu para ser feliz”. Mas, ainda assim: “Ninguém mais do que ele [Fernando Pessoa] experimentou a sensação pungente de estar condenado à solidão [...]”.(21) Prado Coelho exemplifica com os dois últimos versos de um poema pessoano, ortônimo, sem título, de três quadras, feito há noventa anos, em março de 1931: “A vida? Não acredito. / A crença? Não sei viver”.(22) Porém, uns doze anos antes desses versos, Pessoa escreveu, supostamente em março de 1919, uma oitava “carregada”: “Porque vivo, quem sou, o que sou, quem me leva? / Que serei para a morte? Para a vida o que sou? / A morte no mundo é a treva na terra. / Nada posso. Choro, gemo, cerro os olhos e vou. / Cerca-me o mistério, a ilusão e a descrença / Da possibilidade de ser tudo real. / O meu pavor de ser, nada há que te vença! / A vida como a morte é o mesmo Mal!” (23)

Mais perto de Wybson Carvalho, mencione-se, sobre a morte, trecho da monografia da escritora Arlete Nogueira da Cruz, citada pelo poeta (e marido dela) Nauro Machado, em texto constante da "Obra Poética", de Bandeira Tribuzi, de 2002. Segundo Arlete, que vai no contrafluxo de outras opiniões, “a morte não representa indagação, medo, absurdo. Significa paz, vizinha à liberdade na ressurreição [...]”.(24) Desse jeito arletiano, a morte, então, seria também um outro “monstre délicat”, tal qual o tédio grandemente (de)cantado e despetalado por Baudelaire logo de entrada, em suas "Flores do Mal"? 25 Wybson Carvalho, na temática da morte, poetiza em seu livro a talvez mais perturbadora das interrupções da vida: o suicídio – ato tão perturbador que levou o filósofo, jornalista e romancista franco-argelino Albert Camus (1913—1960) a escrever o conhecido O Mito de Sísifo, publicado em 1942, onde está a frase famosa: “Só existe um problema filosófico realmente sério: o suicídio”. E logo em seguida: “Julgar se a vida vale ou não vale a pena ser vivida é responder à pergunta fundamental da filosofia”.(26) O poeta caxiense apresenta, em “Um suicida”, um dos grandes textos deste livro: UM SUICIDA domínio da inconsciência caçador do ato imoral transformada aparência retrato do mal. imposto o desejo pecador guia do errante caminho tal ensejo destruidor de um animal sozinho. vil ilusão sem sorte começo da viagem enlouquecida coragem para a morte medo da vida. Como se lê, para os que se autoencaminham para a morte, Wybson Carvalho, sensível e criticamente, esculpiu, com palavras, uma lápide imorredoura, um obelisco eterno, onde também define – igualmente sem exaurir – o suicídio: “coragem para a morte / medo da vida”. Talvez tocado pela dolorosa, recorrente e surpreendente incidência de atos suicidas, o poeta compôs uma quase nênia, uma canção para os que se levaram (ou foram levados) à autoimolação. Sem esgotar, repita-se, o assunto, Wybson traz aos olhos e sentimentos do leitor um dos mais definidores e definitivos textos da Poética maranhense sobre o ser e o ato suicida. Em uma só estrofe, mas três quadras (delimitadas pelos esquemas rímicos abab, cdcd e efef – rimas alternadas), veem-se: a descrição do turbamento da consciência, condição para o fim próximo; desejo do autofindar-se se impondo e conduzindo ao “errante caminho” da (auto)destruição; e no último quarteto, o imparável começo do ato final para a desvida – dito/escrito com uma precisão sensível e suavemente crua, traduzida e encerrada pela assepsia e quase secura dos dois últimos versos da quadra final: “vil ilusão sem sorte / começo da viagem enlouquecida / coragem para a morte / medo da vida”. Observe-se também a expressão “[...] ensejo destruidor / de um animal sozinho”: é o suicida um ser ilhado, em ambiente externamente despovoado de outros seres, mas intimamente habitado por multidões de angústias, dores, dúvidas... Viver – ora, viver é para os fracos; é só seguir a turba... Mas morrer, morrer “por si mesmo”, é para os que se desnudam, se desaglomeram, “se livram” dos outros para, não estando em si, em gesto último, se livrarem de si. A PÓLIS – É quando se devota à sua cidade que Wybson Carvalho amplia a linguagem e amplifica a dicção do livro. "Ad augusta per angusta".(27) Veja-se:

SANEAMENTO SUPERFICIAL a alma da cidade é banhada em água servida corrente na sarjeta a céu aberto das vias públicas qual lágrima escorrida na vergonha lestiana dos transeuntes a inspirar o odor urbano: fezes e urina são a oferta sem saneamento. O poeta descobre e avisa: “na pólis há porções negras” (“Refeição à ganância”). Ele percebe: “a população / está na cidade / dentro e carente dela / [...]” (“Pólis lestiana sem alma”). Ele insiste: VESTUÁRIO DE FORÇAS há anos a pólis troca-se e se veste com a mesma roupa: concreto por sobre as múltiplas negras arestas urbanas. porém, os munícipes lestianos estão despidos da humanologia social e a sós. Em “Negação”, “o não entregue aos carentes / não sacia a ganância dos abastados / [...]”. É o quanto mais tem, mais quer – o muito para os que tanto têm, retirado dos muitos que tanto precisam. No poema, o “não” é a mais forte forma de fazer uma afirmativa. A pólis é o espaço em que o poeta habita e que é por ele habitado. Desse modo, sendo em igual tempo agente e usuário desse espaço, o poeta tem natural autoridade, direito e, mais que isso, dever de apontar omissões, denunciar agressões, externar emoções relacionadas ao que está sendo feito e ao que não se fez. Tem o direito (senão dever) de dessacralizar gentes e gentalhas, que se acreditam santificadas, que são tão pobres que só têm finito dinheiro e, muito mal usado, transitório poder. Em sua cidade, o poeta, à sua maneira, dessacraliza o “sagrado” , desmitifica o que se fez “mito” e desmistifica o que pura mistificação é. Desse modo, com a mais poderosa arma (a palavra), em sua melhor “embalagem” (a Poesia), Wybson Carvalho “manda ver” em quem não sabe ver e ainda assim manda... A série de poemas à pólis (Caxias, cidade-mãe e referência da região leste do Maranhão) é de uma bemvinda acidez cítrica e nitidez crítica, tudo contido em (in)contidas palavras e versos. De modo singular, talvez único na Literatura – especificamente na Poesia – caxiense, senão maranhense, Wybson Carvalho teceu, com os fios de suas emoções de cidadão, e escreveu, com a competência de quem sabe lavrar a dor, excepcionais poemas-denúncia, onde palavras e conceitos, de forma ímpar, parecem vir aos pares: desvalidos & necessitados, podridão & vergonha, sarjeta & esgoto, fezes & urina, carências & desencantos, parcos & poucos, mendigo & mendicância, desespero & desesperança. A Poesia também não foge à luta... Ao denunciar e defender sua terra, o poeta constrói um dos mais sólidos conjuntos poéticos de crítica social, política e moral (imoral). Corre o saudável risco, este conjunto poético, de tornar-se referência para estudantes e estudiosos e de reverência para seus conterrâneos (ainda que não coetâneos). Grande parte deste livro reflete assim a "via crucis, via lucis" (28) do poeta, ou seja, o caminho da cruz leva ao caminho da luz, o trilhar as dificuldades da cidade alimenta o ser em sua poeticidade. Aí, então, o poeta, com sua escrita, assesta a pontaria e acerta sua artilharia no alvo que é a asnaria e a barbaria instaladas, cuja omissão, inação e/ou incompetência depõem contra a qualidade de vida da cidade e o bem-estar de seus cidadãos. Santa ira poética! *

O jovem universitário – que, nas férias, saía de Recife (PE) e vinha para sua terra – foi inicialmente aprendendo com os bons: Déo, Vítor, Cid, os livros do Nauro Machado... Já o experiente poeta aprende com

a cidade, apreendendo-a. Como os antigos peripatéticos, que ensinavam/aprendiam no caminhar, Wybson Carvalho anda a cidade-berço enquanto seu corpo e olhar, ambos uma só antena sensível, captam as realidades e irrealidades, fluidez e concretude e as transportam para a efemeridade eterna dos poemas. A cidade é seu habitat sociocomunitário e dela o poeta extrai suas virtudes e vicissitudes, que ele intenta levar até ao habitante, para que este, tocado, possa melhor exercer sua cidadania. Como escreve Octavio Paz, nobilíssimo Prêmio Nobel de Literatura, “[...] as palavras do poeta, justamente por serem palavras, são suas e alheias. Por um lado, são históricas, pertencem a um povo e a um momento da fala desse povo [...]”. (29) A poesia de Wybson Carvalho, em sua dor e denúncia, amor e pronúncia, haverá de resistir e permanecer. Pois a Poesia – é Alfredo Bosi quem confirma – “resiste à falsa ordem, que é, a rigor, barbárie e caos. [...] Resiste aferrando-se à memória viva do passado; e resiste imaginando uma nova ordem que se recorta no horizonte da utopia”.(30) *

Wybson, há pedras e poesia em seu habitat. Ambas são igualmente sólidas. E podem ser úteis na construção de um mundo – e de uma cidade – melhor... Parabéns, Poeta. EDMILSON SANCHES Editor NOTAS / REFERÊNCIAS (E. S.) (1) Aristóteles nasceu e morreu na Grécia. Viveu 62 anos, de 384 a. C. a 322 a. C. Sua "Arte Poética", datada de entre 335 a. C. e 323 a. C., é resultado das anotações de seus alunos das aulas que ele dava. (2) Horácio (Quintus Horatius Flaccus) nasceu e morreu em Roma. Viveu 56 anos, de 65 a. C. a 8 a. C. O primeiro nome de sua "Arte Poética" (datada da segunda década antes de Cristo) é "Epístola aos Pisões", título relacionado à carta – em versos – que enviou a membros de uma família amiga, os Pisones. (3) Quintiliano (Marcus Fabius Quintilianus) nasceu e morreu em Roma. Foi professor, advogado, poeta. Viveu 61 anos, do ano 35 ao 96, no primeiro século da Era Cristã. Em obra sua, sobre oratória, faz referência à "Epístola aos Pisões', chamando-a "Arte Poética", como na obra aristotélica. Sobre isto, veja-se "Epistula ad Pisones", edição bilíngue organizada por Bruno Maciel, Darla Monteiro, Júlia Avelar e Sandra Blanchet (Belo Horizonte: FALE/UFMG, 2013). (4) Veja-se em "Epistula ad Pisones", op. cit. (5) Veja-se em “Ars Poetica de Horácio – O Texto Original”, de Lucia Sá Rabello, professora do Instituto de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, publicado na revista "Organon", vol. 29, nº 56, páginas 259 a 277 (Porto Alegre: UFRGS, janeiro/junho de 2014). (6) Em Latim: "Pictoribus atque poetis / Quidlibet audendi semper fuit aequa potestas". Optou-se pela tradução de Paulo Rónai, em "Não Perca o Seu Latim", 3ª edição (Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984). (7) Referência aos cinco primeiros versos da "Arte Poética" / "Epístola aos Pisões", de Horácio, em "Epistula ad Pisones", op. cit.: “Se um pintor desejasse unir um pescoço equino / a uma cabeça humana e revestir de variadas penas / membros reunidos de várias partes, de tal modo / que uma mulher formosa de rosto termine em um peixe / horrendamente negro, vendo tal quadro, seguraríeis o riso, amigos?" ( “Drummond” - referência ao “Poema de sete faces”, que abre o livro "Alguma Poesia" (1930), o primeiro do poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade. In: "Poesia Completa e Prosa" (Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1977). “Pessoa” - referência ao poeta português Fernando Pessoa (1888-1935) e seus diversos heterônimos, pseudônimos e outros nomes ou formas de assinar obras (livros e outros textos). Pesquisas feitas por estudiosos de três nacionalidades (portuguesa, holandesa e brasileira) chegam a perto de 130 nomes usados por Fernando Pessoa – que, além de poeta, foi astrólogo, comentarista político, correspondente comercial, crítico literário, dramaturgo, empresário, ensaísta, escritor, filósofo, inventor, publicitário e tradutor.

(9) Referência ao livro "Leaves of Grass" ("Folhas de Relva"), do poeta norte-americano Walt Whitman (18191992), lançado inicialmente em 1855, com 12 poemas e sucessivamente ampliado, a ponto de, 21 anos depois, na sexta edição (1876), a obra ser publicada em dois volumes. (10) Referência ao poeta, ensaísta, dramaturgo e pintor norte-americano Edward Estlin Cummings (1894— 1962), considerado um dos grandes nomes da inovação poética e literária em geral no século 20, que tinha por hábito escrever abreviadamente e em minúsculas seu nome (e. e. cummings) e seus poemas. Também usava minúsculas após pontos. (11) “Eppur si muove” (ou "E pur si muove") em Português: “Entretanto, se move [a Terra, ao redor do Sol]”. Frase latina atribuída ao cientista italiano Galileu Galilei (1564-1642), que, para não sofrer castigos maiores da Inquisição, a teria murmurado logo após negar que a Terra não girava em torno do Sol. (12) Sobre "mímesis" ou "imitatio" e emulação ("aemulatio"), veja-se, entre outros, a Arte Poética de Aristóteles e o Tratado de Imitação, de Dionísio de Halicarnasso, que escreveu ser a emulação “uma actividade do espírito que o move no sentido da admiração daquilo que lhe parece ser belo” (in "Tratado da Imitação", editado por Raul Miguel Rosado Fernandes, publicado em 1986 pelo Instituto Nacional de Investigação Científica e Centro de Estudos Clássicos das Universidades de Lisboa). (13) In "Poema Sujo", de Ferreira Gullar (Rio de Janeiro, José Olympio, 2006). (14) “Pelo dedo se conhece o gigante”: expressão latina – “Ex digito gigas”. “Um monumento mais duradouro que o bronze”: “Exegi monumentum aere perennius”, “Executei um monumento mais duradouro que o bronze”, verso que, no dizer de Paulo Rónai, op. cit., refletia o “justo orgulho” do poeta Horácio ao publicar os três primeiros livros das suas Odes, em 23 a. C. (o quarto sairia dez anos depois, em 13 a. C.; nesse intermédio se publicariam, entre outras obras horacianas, a "Epístola aos Pisões" ou "Arte Poética", aqui já referida). (15) Nemeia, Élida, Creta e Erimanto são locais em que, segundo a mitologia grega, o herói Hércules realizou alguns dos 12 trabalhos, em cumprimento a uma espécie de penitência. (16) “Absit omen”. Frase latina. Em Português, “Esteja ausente o mau agouro”, na tradução de Paulo Rónai, op. cit. (17) Veja-se em "Morte, Vida, Persuasão e Poesia: A Composição do Elogio Fúnebre em Don Luís de Góngora e Gregório de Matos", de Ana Paula Silva. São Paulo: Humanitas/FAPESP, 2012. (18) Veja-se em "Teoria da Literatura", 8ª edição, de Vítor Manuel de Aguiar e Silva. Coimbra: Almedina, 1988. (19) Veja-se em "Assim Falava Zaratustra", 3ª edição, de Friedrich Nietzsche. São Paulo: Escala, 2008. (20) Todas as citações em "Poesia e Prosa Completas", de Gonçalves Dias. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1998. (21) Veja-se em "Diversidade e Unidade em Fernando Pessoa", de Jacinto do Prado Coelho. São Paulo: Verbo/EDUSP, 1977. (22) Veja-se em "Diversidade e Unidade em Fernando Pessoa", de Jacinto do Prado Coelho. São Paulo: Verbo/EDUSP, 1977. (23) As citações e datas estão em "Obra Poética", de Fernando Pessoa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985. (24) Veja-se em "Obra Poética", de Bandeira Tribuzi. São Paulo: Siciliano, 2002. (25) Veja-se em "As Flores do Mal", 1ª edição, de Charles Baudelaire; tradução de Júlio Castañon Guimarães. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2019. (26) Veja-se em "O Mito de Sísifo", de Albert Camus. Rio de Janeiro: BestBolso, 2010. (27) "Ad augusta per angusta". Frase latina. Quer dizer que se chega “a resultados sublimes por caminhos estreitos”, na tradução de Paulo Rónai, op. cit. No prefácio, a alusão à composição de bons poemas que denunciam e criticam as más práticas contra a cidade. (28) "Via crucis, via lucis". Expressão latina da Idade Média: “O caminho da cruz [é] o caminho da luz” (Paulo Rónai, op. cit.). (29) Veja-se em "Signos em Rotação", de Octavio Paz. São Paulo: Perspectiva, 2003. (30) Veja-se em "O Ser e o Tempo da Poesia", de Alfredo Bosi. São Paulo: Cultrix, 1977.

Três poemas de Rogério Rocha - Literatura & Fechadura - revista de literatura contemporânea e arte (literaturaefechadura.com.br)

Rogério Rocha é filósofo, poeta, professor, nascido em São Luís/MA, Bacharelando em Letras pela Estácio de Sá, Bacharel em Direito e Licenciado em Filosofia pela UFMA, Especialista de Direito Constitucional pela Universidade Anhanguera/UNIDERP e em Filosofia pelo IESMA (Paradigmas da Pesquisa em Ética), Mestre em Criminologia pela Universidade Fernando Pessoa, ex-advogado, servidor do TJMA, produtor cultural, palestrante e membro fundador dos projetos Iniciativa EIDOS e do Duo Litera (núcleo de estudos e de divulgação de filosofia e literatura).

PÃO ETERNO Tu és pão no hoje Do meu dia. Flor no deserto cor que ardia Sonho desperto. Vives no hoje Qual pão eterno. Pão nosso de cada agora. Farto-me da luz Em olhos plácidos. Deito-me cedo E sorvo a aurora. És flor que alimenta a alma. Pão fornado em tarde calma.

CAOS Nexo 1: Estou no centro do mundo, Meio fecundo, vivendo, Dizendo e amando Do único modo Que posso Amar Meus vis olhos pardos, Meus calos, sapatos, Perturbam o sereno Gracejo da boca Que hoje Beijo. Estranho pessoas Que ocultam Suas dores E mastigam

Amargas Favas. Desejo sentir Minhas [tantas] Faltas Pairarem No ar

Nexo 2: Meus pulmões Perfurados Inspiram (in)senso. Minhas mãos Desonestas Despertam [abertas]. E às pressas Procuram [tarefas] Com que lidar. Correndo riscos, Reitero-me Em gestos neolíticos Largos, lentos, Polidos, Longos, [re]torcidos.

Nexo 3: O dia é todo hoje. O presente é fiel A si mesmo. E a toda hora Desperto e sou. Sou aqui, parcamente, Em meio a essa pobre gente Em meio a e-mails correntes Em meio ao vívido vulto Dos teenagers indolentes. Minha máquina de escrever Underwood 198, Meus velhos discos, Meus livros, Escritos apócrifos, Descansam [obtusos] Na hipermodernidade. A foto [que é tempo cristalizado] Traz meu rosto, Para sempre demarcado. Tudo é farto Como nunca foi!

Tudo é vago Como nunca foi! Tudo temos, tudo falta. Roupas sujas, Copos (e corpos) Alquebrados. Desejo e dor Entrechocados. Rompemos Sem pressa As amarras.

Nexo 4: Meu vício maior Naufraga Em fartos (an)seios. Pousa preciso E repousa. É magia virulenta Essa cousa Que nos toca Quando juntos E de súbito Assalta-nos. Atacados por incertezas Habitamos um ao outro Em arroubos acrobáticos. E num ballet performático Dançamos ao vento Borbulhando caos. Dissolvendo nossas faces Em meio aos medos E neurônios atônitos. Com som e fúria [esquecida a ternura] Brindamos à cegueira Em festas seminais.

NECRÓPOLE A cidade está morta E seu sono consagrado Vinde então e vê A hierofania elementar Das pedras e rochedos Que evocam com fervor Mistério, ardor e medos. Há pedras sagradas Em cemitérios góticos. Há velhos druidas Suspiros osmóticos

Ricos sarcófagos Com velhas cruzes Insculpidas. Menires e ossos Em sonhos nossos Jogados nas pias batismais.

Lendários colossos, Templários e antas, À beira dos poços No lume das santas. A velha máscara Corrói toda a carne Deflora na casca Nossa alma cósmica A vida (des)articula O sofrimento e a sorte. É gangorra que especula A hora do dia da morte. O temor da noite ronda O corpo da cripta escura No alto da torre redonda Todo silêncio é tortura.

LÉO LASAN

Assim como o passado a data foi ontem, como NÃO houve manifestações por essas bandas, lembro hoje. Desde 1998, ano do centenário de Rodrigo Melo Franco de Andrade, o dia 17 de agosto é dedicado ao Dia do Patrimônio Cultural. A data foi escolhida para homenagear o centenário do historiador e jornalista mineiro, nascido em 1898. A celebração e a importância desse dia estão na promoção e administração do processo de preservação dos bens culturais do país, no fortalecimento da identidade nacional, na garantia do direito à memória e na contribuição para o desenvolvimento socioeconômico do país. O Maranhão tem na capital São Luís, uma legado muito importante para comemoração, pois em 1997, recebeu o título de Patrimônio Cultural Mundial pela Unesco. A cidade de Alcântara, no interior do Estado, recebeu em 1948 o título de cidade Monumento Nacional, por meio de um decreto federal. Além de manifestações culturais, como o Bumba Meu Boi, que em 2019 foi reconhecido Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco. Mas além da ilha, as matracas das homenagens do dia não soam pelo resto do interior, o que se ver são monumentos culturais, abandonados e caindo aos pedaços em total desrespeito com a memória, que no futuro não haverá história para a geração “anita” (sic). Aqui nas bandas da Mesorregião do Leste Maranhense, bem na Microrregião das Chapadas do Alto Itapecuru (para os geógrafos) e sertão maranhense (para os políticos) e distante da capital (para as populações) não existe esse negócio de Patrimônio Cultural e IPHAN é uma sigla desconhecida pela maioria de quem olha os casarões e manifestações artísticas carcomidas pelo tempo e pela fata de interesse de políticos que de cultura só entendem se vislumbrar lucros nas urnas eletrônicas de siglas bancárias. Enquanto os prédios e manifestações culturais como a arte se desmoronam na ignorância de poucos que deveriam investir para no futuro ter memória histórica, o silêncio dos “poderoso” reina, pois “Patrimônio” mesmo, só os deles e de suas famílias, haja vista, é só andar por qualquer cidade desse fim do Estado para ver os nomes de ruas e prédios públicos... 17 de Agosto assim como sua data, vão desaparecendo nesse fim de mundo, onde quanto menos o povo souber melhor para os reis. A ignorância deve está de pé e reluzente bem à vista dos caolho$ de plantão. E viva a ‘curtura’ por que monumentos e manifestações culturais é coisa antiga, e o conhecimento deve ser dos privilegiados que segundo os mesmo deve conduzir o gado. Enquanto isso que caia sobre terra a história do nosso patrimônio, afinal quem se importa, deve se perguntar o rei. *********

A propósito do Dia 17 de Agosto, Rodrigo Melo Franco de Andrade seu homenageado, foi o maior responsável pela consolidação jurídica do tema Patrimônio Cultural no Brasil e pela criação do Iphan em 1937, que presidiu até 1967. O Iphan, como forma de honrar sua memória, premia ações de proteção, divulgação e preservação do patrimônio cultural brasileiro anualmente, com o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade. Já pensou se não houvesse memória para contar isso?

Neste ano de 1921 – assim como no ano anterior – alguns jornais que se referem à Fran Paxeco, em colunas e comentários de artigos publicados nos outros órgãos – Pacotilha, O Jornal, Diário de São Luis – fazem comentários, críticas, a artigos publicados por fran, em outro órgão; mas ao procurarmos esses artigos, não se os encontram, pois não estão assinbados como Fran Paxeco; como editor, ou repórtes, sem identificação? As polemicas são muitas, acusações e defesas de lado a lado, sem contudo saber-se do artigo que as originou... Veriuca-se, ainda, que muitas das notas se referem à Assistencia à Infancia, com as doações mensais que fazia para essa instituição, ora em seu nome ou de sua filha; participação em reuniões de escolas, e a partir de 1921, da primeira escola de datilografia, que era paraninfo desde a primeira turma formada, pelo incentivo que dava aos jovens, em especial, às mulhres, em se ‘profissionalizarem’ como dactilografas... As notas referentes à Faculdade de Direito de São Luis, que se referem à participação de Fran Paxeco, já foram publicadas.

O JORNAL, 08 DE JANEIRO DE 1921

PACOTILHA, 10 DE JANEIRO DE 1921

PACOTILHA, 11 DE JANEIRO

PACOTILHA, 21 DE JANEIRO

PACOTILHA, 26 DE JANEIRO

DIÁRIO DE SÃO LUIS, 31 DE JANEIRO DE 1921

PACOTILHA, 1º DE FEVEREIRO

PACOTILHA, 14 DE FEVEREIRO

PACOTILHA, 19 DE FEVEREIRO

PACOTILHA, 21 DE FEVEREIRO

DIÁRIO DE SÃO LUIS, 28 DE FEVEREIRO DE 1921

DIÁRIO DE SÃO LUIS, 02 DE MARÇO DE 1921

DIÁRIO DE SÃO LUIS, 04 DE MARÇO DE 1921

O JORNAL, 08 DE MARÇO DE 1921

PACOTILHA, 09 DE MARÇO

DIÁRIO DE SÃO LUIS, 12 DE MARÇO DE 1921

Pacotilha, 17 de março

PACOTILHA, 24 DE MARÇO

PACOTILHA, 04 DE ABRIL

PACOTILHA, 06 DE ABRIL

PACOTILHA, 21 DE ABRIL

PACOTILHA, 19 DE MAIO

VOLUME 65 – AGOSTO DE 2021 – NUMERO ESPECIAL 2

VOLUME 65 – AGOSTO DE 2021 – NUMERO ESPECIAL 1 – SEMANA DA LEITRATURA MARANHENSE

VOLUME 64 – AGOSTO DE 2021

VOLUME 63 – JULHO DE 2021 MARANHAY - Revista Lazeirenta - 63: JULHO 2021 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 62 – JUNHO DE 2021 MARANHAY - Revista Lazeirenta - 62 - JUNHO 2021 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 61 – MAIO DE 2021 MARANHAY - Revista Lazeirenta 61 - MAIO 2021 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 60 – ABRIL DE 2021 MARANHAY - Revista Lazeirenta (Revista do Léo) 60 - ABRIL 2021 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 59 – ABRIL DE 2021 MARANHAY : Revista Lazeirenta (Revista do Léo) 55, abril 2021 - Especial: ANTOLOGIA - ALHURES by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 58 – MARÇO DE 2021 MARANHAY 58 - ANTOLOGIA: OS ATENIENSES, março 2021 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 57 – MARÇO DE 2021 MARANHAY 57 - MARÇO 2021: EDIÇÃO ESPECIAL - OS ATENIENSES, VOL. III by Leopoldo Gil Dulcio Vaz -

issuu VOLUME 56 – MARÇO DE 2021 MARANHAY - (Revista do Léo ) - 56 - março 2021 - EDUÇÃO ESPECIAL: ANTOLOGIA - MULHERES DE ATENAS by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 55 – MARÇO DE 2021 MARANHAY - Revista Lazeirenta (Revista do Léo) 55, março 2021 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 54 – FEVEREIRO DE 2021 MARANHAY (Revista do Léo) 54 - FEVEREIRO 2021 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 53 – JANEIRO 2021 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_53_-_janeiro_2021 VOLUME 52 –DEZEMBRO – 2020 https://issuu.com/leovaz/docs/maaranhay_-_revista_lazerenta_52__2020b VOLUME 51 –NOVEMBRO – 2020 https://issuu.com/home/published/maaranhay_-_revista_lazerenta_51__2020b/file VOLUME 50 – OUTUBRO – 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_ -_revista_lazerenta_-_50_-_2020b VOLUME 49– SETEMBRO - 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_49_-__2020_VOLUME 48– AGOSTO - 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_48_-__2020_bVOLUME 47– JULHO - 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_47_-__2020_VOLUME 46– JULHO - 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_46_-__2020_-

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A PARTIR DESTE NÚMERO, CORRIGIDA A NUMERAÇÃO, COM SEQUENCIAL, DOS SUPLEMENTOS E EDIÇÕES ESPECIAIS:

VOLUME 28 – JANEIRO 2020 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_maranhay__28_-_janeiro____2020b VOLUME 29 – FEVEREIRO 2020 https://issuu.com/home/published/revista_do_leo_-_maranhay__29-_fevereiro___2020b

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