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MARANHAY “ÁGUAS REVOLTAS QUE CORREM CONTRA A CORRENTE”
REVISTA LAZEIRENTA NUMERO 70 – FEVEREIRO – 2022 LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ - EDITOR Prefixo Editorial 917536
MIGANVILLE-MA / DOIS VIZINHOS-PR
A presente obra está sendo publicada sob a forma de coletânea de textos fornecidos voluntariamente por seus autores, com as devidas revisões de forma e conteúdo. Estas colaborações são de exclusiva responsabilidade dos autores sem compensação financeira, mas mantendo seus direitos autorais, segundo a legislação em vigor.
EXPEDIENTE MARANHAY REVISTA LAZEIRENTA Revista eletrônica EDITOR Leopoldo Gil Dulcio Vaz Prefixo Editorial 917536 vazleopoldo@hotmail.com Rua Titânia, 88 – Recanto de Vinhais 65070-580 – São Luis – Maranhão (98) 3236-2076 CHANCELA
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Nasceu em Curitiba-Pr. Licenciado em Educação Física (EEFDPR, 1975), Especialista em Metodologia do Ensino (Convênio UFPR/UFMA/FEI, 1978), Especialista em Lazer e Recreação (UFMA, 1986), Mestre em Ciência da Informação (UFMG, 1993). Professor de Educação Física do IF-MA (1979/2008, aposentado); Titular da FEI (1977/1979); Titular da FESM/UEMA (1979/89; Substituto 2012/13), Convidado, da UFMA (Curso de Turismo). Exerceu várias funções no IFMA, desde coordenador de área até Pró-Reitor de Ensino; e Pró-Reitor de Pesquisa e Extensão; Pesquisador Associado do Atlas do Esporte no Brasil; Diretor da ONG CEV; tem 14 livros e capítulos de livros publicados, e mais de 405 artigos em revistas dedicadas (Brasil e exterior), e em jornais; Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Membro Fundador da Academia Ludovicense de Letras; Membro da Academia Poética Brasileira; Sóciocorrespondente da UBE-RJ; Premio “Antonio Lopes de Pesquisa Histórica”, do Concurso Cidade de São Luis (1995); a Comenda Gonçalves Dias, do IHGM (2012); Premio da International Writers e Artists Association (USA) pelo livro “Mil Poemas para Gonçalves Dias” (2015); Premio Zora Seljan pelo livro “Sobre Maria Firmina dos Reis” – Biografia, (2016), da União Brasileira de Escritores – RJ; Diploma de Honra ao Mérito, por serviços prestados à Educação Física e Esportes do Maranhão, concedido pelo CREF/21-MA (2020); Foi editor das seguintes revista: “Nova Atenas, de Educação Tecnológica”, do IF-MA, eletrônica; Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, edições 29 a 43, versão eletrônica; Editor da “ALL em Revista”, eletrônica, da Academia Ludovicense de Letras; Editor da Revista do Léo, a que esta substitui (2017-2019), hoje MARANHAY – Revista Lazeirenta. Condutor da Tocha Olímpica – Olimpíada Rio 2016, na cidade de São Luis-Ma.
MARANHAY REVISTA LAZEIRENTA “ÁGUAS REVOLTAS QUE CORREM CONTRA A CORRENTE”
NUMERO 70 – FEVEREIRO - 2022 “PRESIDENCIA”
“DIRETORIA”
“SÓCIOS-ATLETA EM CAMPO”
EDITORIAL A “MARANHAY – REVISTA LAZEIRENTA” é sucessora da “REVISTA DO LÉO”, e continua em seu formato eletrônico, disponibilizada através da plataforma ISSUU – https://issuu.com/home/publisher. Como já comunicado, estou em Dois Vizinhos-Paraná acompanhando meu neto Davi Gil em sua nova jornada e vida: frquentando ao vivo e à cores a Universidade Federal Tecnológica do Paraná-Campus Dois Vizinhos... o período de aulas online acabou... o estou acompanhando para a instalação e ver as condições por aqui; quem sabe, não venhamos a morar – voltar – para o Paraná? Iniciei esta jornada em São Luis, e daqui estou dando continuidade à construção da Revista... somente as novas tecnologias da informação permitem essas realizações. Nosso foco continua sendo o Maranhão... Duas notícias: uma maranhense, de Paraibano, que joga na Noruega, convocada para a seleção brasileira de handebol, para o novo ciclo olímpico... e a outra, a morte de Olimpio Guimarães... Dr. Olimpio foi um atleticano doente, fanático, exercendo a pres8dencia dom clube por várias vezes... trabalhei com ele na implantação da SEDEL-MA, onde ele era o coordenador-geral. Homem de difícil trato, irredutível em suas convicções, e raro em homens públicos, hoje: honesto!!! Tivemos grandes embates, grandes discussões, de ordem de implantação/execução de politicas públicas de estado, e de governo. Habituado às lides futebolísticas, pensava que no esporte amador era a mesma coisa. Quase... mas estava-se no período de implantação de uma secretaria de estado, nova em todo o Brasil, precisando de diretrizes coadunadas com os novos tempos do ‘amadorismo’ que se avizinhava... Fui para o MAC levado pelas suas mãos, para coordenar o Atletismo e implantar as demais modalidades olímpicas... formamos uma boa equipe, e tínhamos todo o apoio. O Mac foi grande também no esporte amador, em sua época... Por divergências, sai da SEDEL, retornando para a SEDUC, mas colaborando, ainda, com o Dr. Elir... Hoje, o esporte maranhense perde um grande incentivador... Vá em paz, Dr. Olimpio... Áureo Mendonça, meu colega do IF-MA, geógrafo e agora pesquisador, escreve sobre suas lembranças em Viana; tem sido um sócio-atleta constante, e hoje nos tras mais um capitulo da história do futebol vianense... Voltamos a discutir quem trouxe que modalidade para o Maranhão: os leite continuam a afirmar que fopram eles... como? Se se tem noticias de sua prática desde o inicio dos 1900? 50 anos antes? Difícil aceitar a História... Noberto nos tras mais um capítulo da histíra da Ilha... Miganville está lá... Assim como um artigo antigo, reproduzido, que foi mencionado estes dias, no Facetube: O jogo das Argolinhas – o inicio dos esportes no Maranhão... LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ EDITOR
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EXPEDIENTE EDITORIAL SUMÁRIO
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ESPORTE(S) & EDUCAÇÃO FÍSICA & LAZER NOK EN SPILLER PÅ LANDSLAGSSAMLING!
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OUTRO JOGADOR NA REUNIÃO DA SELEÇÃO NACIONAL!
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MORRE OLIMPIO DE SOUSA GUIMARÃES ELEIÇÃO NA FEDERAÇÃO DE HANDEBOL ZÉ CARLOS DE ZEZICO: UM ILUSTRE VIANENSE ÁUREO VIEGAS MENDONÇA O JUDÔ MASTER ( OU VETERANOS ) BERNARDO LEITE O JOGO DAS ARGOLINHAS: O INÍCIO DO ESPORTE EM MARANHÃO LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ
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NAVEGANDO COM JORGE OLIMPIO BENTO ACONTECENDO:
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ARAÇAGI, O CAJUEIRO DO PAPAGAIO ANTONIO NOBERTO
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BIOQUE MESITO, POETA, FALA SOBRE OUTRO GRANDE POETA: IMORTAL APB, PAULO RODRIGUES
FRAN PAXECO: MEMÓRIAS & RECORTES NUMEROS PUBLICADOS
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EDUCAÇÃO FÍSICA ESPORTE(s) LAZER NO MARANHÃO
NOK EN SPILLER PÅ LANDSLAGSSAMLING! OUTRO JOGADOR NA REUNIÃO DA SELEÇÃO NACIONAL! Tekst: Gjerpen HK Skien04/02/2022 Det brasilianske håndballandslaget har tatt ut sin tropp til samling og der kan man finne et kjent navn for de som følger Gjerpen HK Skien og norsk 1. divisjon i håndball. A seleção brasileira de handebol tirou seu time para o encontro e lá você pode encontrar um nome familiar para quem acompanha Gjerpen HK Skien e a 1ª divisão norueguesa no handebol.
Anna Clara Fjellheim pronta para novas experiências! Foto: Kristian Holtan, TA Gjerpens egen Anna Clara Fjellheim er tatt ut til det brasilianske landslaget og skal møte til samling i Brasil fra 01. til 06. mars 2022. Anna Clara har hatt en forrykende sesong for Gjerpen HK Skien så langt, og dette har nå gitt belønning gjennom å bli kalt opp til sin aller første landslagssamling på seniornivå. A própria Anna Clara Fjellheim, de Gjerpen, foi selecionada para a Seleção Brasileira e se reunirá no Brasil a partir de 01 de março de 2022. Anna Clara teve uma temporada tremenda para Gjerpen HK Skien até agora, e isso agora valeu a pena ao ser convocada para sua primeira reunião da seleção nacional em nível sênior. «Dette er min første innkalling til en landslagssamling. Jeg synes det er veldig stas, og det er en spennende mulighet for meg. Det å vite at de følger med på mine prestasjoner er veldig gøy», fortalte Anna Clara da innkallingen først kom. "Esta é minha primeira convocação para uma reunião da seleção nacional. Eu acho que é muito teimoso e é uma oportunidade excitante para mim. Saber que estão assistindo minha performance é muito divertido", lembrou Anna Clara quando a convocação chegou. Anna Clara er nå den fjerde landslagsaktuelle spilleren som Gjerpen HK Skien har i stallen og hun håper å kunne bruke det brasilianske landslaget godt i perioden fremover. «Det har vært litt kontakt mellom oss de siste ukene, men det var litt overraskende at alt skjedde så fort. Jeg håper å kunne bli en del av det brasilianske landslaget på sikt og bruke disse mulighetene til å utvikle meg som en håndballspiller», sa Anna Clara om spørsmål om var forberedte på dette steget med internasjonal håndball.
Houve um pouco de contato entre nós nas últimas semanas, mas foi um pouco surpreendente que tudo aconteceu tão rápido. Espero fazer parte da Seleção Brasileira a longo prazo e aproveitar essas oportunidades para se desenvolver como jogadora de handebol", disse Anna Clara quando perguntada se estava preparada para essa etapa do handebol internacional.
Anna Clara Fjellheim jogou muito pelo Gjerpen até agora nesta temporada! Foto: Kristian Holtan, TA Anna Clara e o resto das meninas Gjerpen estão finalmente prontas para continuar a temporada depois que foi interrompida em dezembro. Já na quarta-feira, 9 de fevereiro, ele está pronto para a batalha em Skienshallen novamente. Então nordstrand vem visitar e em Anna Clara parece que as meninas Gjerpen estão ansiosas para começar novamente. "Começamos a temporada muito bem, mas com um pouco de lesões leves e um mergulho de forma não conseguimos os resultados que queríamos para o Natal. No entanto, agora estamos cheios de energia e prontos para dar tudo para que possamos avançar logo após a temporada atual", o discurso claro de Fjellheim para o "novo início da série". Gjerpen HK Skien vs. Norstrand será disputado na quarta-feira, 9 de fevereiro, em Skienshallen. Pontapé inicial em 1900. Encorajamos o público a ir para Skienshallen, as portas abrem às 18:00.
MORRE OLIMPIO GUIMARÃES TODOS OS MAQUEANOS ESTÃO DE LUTO , DEPOIS DE TER TODO O SEU PATRIMONIO ROUBADO, MORREU HOJE AS 9:00 NO HOSPITAL SÃO DOMINGOS O ULTIMO VELHO GUERREIRO OLIMPIO SOUSA GUIMARÃES PRESIDENTE POR MAIS DE 12 VEZES DO BODE GREGÓRIO ! HOJE O CÉU ESTARA ATLETICANO , LA OS ESTARÃO ESPERANDO : NICOLAU ,RAIMUNDO SILVA , NESTOR , CEL GOULART, NONATO OLIVEIRA, E OUTROS QUE A TRISTREZA NÃO DEIXA LEMBRAR !
A FEDERAÇÃO MARANHENSE DE HANDEBOL TEM NOVA DIRETORIA.
O PROFESSOR GASTÃO FOI REELEITO PARA MAIS UM MANDATO. DIRETORIA - PRESIDENTE ANTÔNIO GASTÃO VICE PRESIDENTE Sr. JOÃO VICTOR.
ZÉ CARLOS DE ZEZICO UM ILUSTRE VIANENSE
ÁUREO VIEGAS MENDONÇA
No período da minha infância todos os dias a caminho do grupo Escolar São Sebastião onde estudava, passava em frente a loja de tecidos do Senhor Zezico Costa, era anos 1970, época em que, na pacata cidade de Viana, as pessoas eram identificadas pelo sobrenome; os Costa, umas das tradicionais família de Viana se destacavam no comércio da cidade; nesse período conheci José Carlos Pereira Costa, conhecido na cidade de Viana como Zé Carlos Costa ou simplesmente Zé Carlos de Zezico. Pertencente à tradicional família Costa, Zé Carlos nasceu em Viana no dia 17 de outubro de 1952; era contador e tinha seu próprio escritório na Rua Dr. Castro Maia; lembro também do professor Zé Raimundo que fazia parte da sua equipe e trabalhava também no escritório. Zé Carlos também foi professor de Contabilidade no então Ginásio Bandeirante e na Escola Normal N. S. da Conceição. Lembro que em 1982, foi presidente do Grêmio Cultural e Recreativo Vianense e, nessa época, os carnavais no Grêmio eram bem frequentados pelos vianenses - os bailes noturnos, os matinais e vesperais eram animados pela orquestra de Nonato Travassos e também pela orquestra do senhor Astolfo. Zé Carlos era filho de José Ribamar de Oliveira Costa conhecido como Zezico Costa e dona Terezinha de Jesus Pereira Costa, e irmão do ex-prefeito de Viana Dr. Messias Costa, Zé Carlos era casado com a professora Maria do Socorro Aragão Costa e pai de três filhos. Zé Carlos construiu muitas amizades na cidade de Viana e se destacou na politica: foi vereador de Viana por três mandatos, e ocupou cargos de gestão no poder executivo, foi contador na administração do prefeito Batista Luzardo, seu primeiro mandato de Vereador foi em 1982 na época do segundo mandato do prefeito Walber Dualilibe, e nessa legislatura foi eleito para a presidência da Câmara Municipal de Viana, também exerceu o cargo de Secretário de Educação de Viana na administração Walber Duailibe e foi reeleito em 1988 para vereador na eleição do prefeito Djalma Campos, nesses dois mandatos de vereador o mesmo foi o mais votado em Viana, também foi Secretário de Finanças na administração Djalma Campos. Foi coordenador politico nas administrações do prefeito Messias Costa. Exerceu o cargo de Secretário de Administração, nas duas administrações do prefeito Rilva Luis. Também militou na politica no município vizinho de Pedro do Rosário onde concorreu ao cargo de vice-prefeito no ano de 2004 e prefeito na eleição seguinte, cidade que
tinha um apreço especial. Seu terceiro mandato de Vereador em Viana foi nas eleições de 2016, quando foi eleito pelo PC do B na eleição do prefeito Magrado Barros, mandato que não exerceu em sua plenitude devido ao seu problema de saúde. Zé Carlos era um amante do esporte e grande incentivador do futebol amador.
No ano de 1975, tinha meus dez anos de idade, e me recordo que Zé Carlos jogou futebol na Seleção Viana. Nessa época, Viana tinha grandes jogadores como: Vavá, João de Catarino, Diquinho Abreu, Walmir, Marreco, Pedro de Estevão, Zé Raimundo, Chucho além de outros craques. Também foi treinador da seleção de Viana na década de 1980, época que o time era o seguinte: goleiro Ribamar de Dulino, Vavá, Augusto Campelo (Canhão), Pedro de Estêvão, Zé Soeiro, João de Catarino (Passarela), Fernando, Jambu (Café), Betinho Piteira, Messias, Galdino, Pixiu, Doval, Zequinha Vitória, Jarbas, Zequinha de Neném Cutrim e Cleiton e tinha como roupeiro Carrapeta. Em 1981, essa seleção ganhou do Moto Clube de 2 x 0 e o time do Moto tinha acabado de ser o campeão maranhense nesse ano. Lembro que nessa época todas as tardes no período do verão às 16 horas me deslocava até o campo de futebol no final da Rua da Conceição, às margens do lago de Viana, para acompanhar os treinos da seleção vianense e o campo era cercado de bambu e forrado com palhas, pois nesse período ainda não existia o Estádio Municipal Djalma Campos. Também na década de 1980 Zé Carlos fundou o time de futebol Associação Atlética Vianense, que era um timaço e a base da seleção de Viana. O Time era assim formado: Goleiro Ezequias, João de Catarino (Passarela), Jambu (Café), Muniz, e Betinho Piteira. Pelé, Doval, Zequinha Geladeira, Zé Soeiro, Pixiu e Zequinha de Neném Cutrim. Foi no futebol profissional que Zé Carlos Costa alcançou o maior destaque ao participar efetivamente da organização e fundação do Esporte Clube Viana. Presidiu o Esporte Clube Viana, time profissional nos tempos áureos que o time fez importantes campanhas em competições a nível estadual e nacional e conseguiu elevar o nome do futebol vianense a um patamar jamais alcançado em toda a sua história, durante quase uma década o Esporte Clube Viana participou do campeonato maranhense da primeira divisão e foi um dos clubes maranhenses a disputar o Campeonato Brasileiro da 3ª divisão, para delírio da torcida do leão da baixada. Zé Carlos faleceu em 22 de fevereiro de 2018 aos 65 anos de idade, deixando boas lembranças e eternas saudades aos familiares e aos vianenses. Fotos: Vandoval Rodrigues, Site da AVL, Fonte da Pesquisa: Blog Vandoval Rodrigues, Blog vianensidades, Site da AVL
O JUDÔ MASTER ( OU VETERANOS ) BERNARDO LEITE No Facetube, escreveu: O Judô Master ( ou Veteranos ) compreende os judocas a partir de 30 anos acima, sem limite de idade ou graduação ( faixa ). No Maranhão essa classe surgiu a partir do pioneirismo do sensei Marco Leite -5° Dan ( sobrinho do saudoso Paulo Leite, introdutor da modalidade no Estado)* que retornou às competições no ano de 2013 na Copa Internacional Cidade de Fortaleza. Em 2014 o Maranhense participou do Mundial da classe em Málaga Espanha. Ao retornar convidou os alunos e amigos para fundar o movimento Judô Master Maranhão. Em 2015 e 2016 conquistou o bicampeonato do Brasil Open no RS. Estimulados pelos resultados do amigo, os judocas maranhenses atenderam à convocação para os treinos em conjunto. A princípio os encontros eram mensais, depois quinzenais e atualmente semanais. O objetivo é mudar o paradigma equivocado de que a prática do judô seria só para crianças e jovens. No Veteranos antigos amigos se reencontram e podem confraternizar através da prática do Judô. A associação Judô Master Brasil é a entidade que organiza essa turma no Brasil. Em 2017 o Maranhão esteve representado por 3 atletas no Mundial da classe na Itália : Marco Leite,Márcio Barbosa e José Góes. O melhor resultado foi o honroso 5° lugar de Góes. Dessa forma, vários judocas estão retornando: treinam durante a semana em suas academias e aos sábados reúnem para o treino de Veteranos. Enir Cantanhede retornou há pouco tempo e sagrou-se Campeão Brasileiro em 2017. Marcelo Barbosa, parado há vinte anos, tirou o kimono da gaveta para conquistar o ouro na Copa Internacional Cidade de Fortaleza. Há vários encontros de gerações no Veteranos: sensei Bernardo Leite voltou a treinar e competir, seu filho Bernardo Jr que já é veterano se inspirou e retornou também. Ambos servem de inspiração para o netinho Davi Leite de apenas 05 anos. É o Judô para toda a vida!
Cometário
do
Editor:
Leopoldo Gil Dulcio Vaz Familia Leite: o Judô, como o conhecemos, foi introduzido no Maranhão ainda no inicio dos anos 1900, sob a forma de jujutsu desenvolvido por Kano; depois, temos registros nos anos 30, 40, 50, e, finalmente, 60, quando aparecem os Leite. É fato documentado, conhecido; ninguém tira os méritos do ressurgimento na decada de 60 e a participação dessa familkia, e o muito que fazem, desde então.
O JOGO DAS ARGOLINHAS: O INÍCIO DO ESPORTE EM MARANHÃO LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Mestre em Ciência da Informação Academia Poética Brasileira Academia Ludovicense de Letras Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão Professor de Educação Física do IF-MA, aposentado Uma função essencial do calendário é a de ritmar a dialética do trabalho e do tempo livre. Trata-se de permitir o entrecruzamento do tempo mais disciplinado, mais socialmente controlado, com o tempo cíclico das festas e, mais flexível, do jogo. Outra, está em articular os tempos de trabalho e de não-trabalho, ou ainda, articular o tempo linear-regular do trabalho com o tempo cíclico da festa, do jogo e, do mesmo modo, do esporte. O calendário seria o resultado complexo de um diálogo entre a natureza e o homem; diálogo este não estranho ao lazer, ao esporte e ao jogo. (Le GOFF, 1992; GEBARA, 1997, 1998). Em São Luís do Maranhão, a Câmara tinha que mandar celebrar, além da procissão de Corpus Christis, quatro festas anuais: a de São Sebastião em janeiro, a do anjo Custódio em julho, a da Senhora da Vitória em novembro, e a da restauração de D. João IV, chamado especialmente el-rei, em dezembro. Fora essas datas, só se realizavam cerimônias festivas quando assumia um novo governador ou, depois, quando chegava um novo bispo Esses tempos de festa serviam para regular o calendário do trabalho. Ao contrário do uso do tempo após a revolução industrial, o tempo era regulado pela natureza. O ritmo do trabalho era dado pelo ritmo do homem no comando de ferramentas e instrumentos de trabalho (GEBARA, 1997, 1998). Em 1678, D. Gregório de Matos - primeiro bispo do Maranhão (1679-1689) - foi recebido com uma festa. Teve lugar, no adro da igreja, uma comediazinha. Finda ela, foi D. Gregório para a casa de Manuel Valdez, onde, por oito dias consecutivos, ou mais, houve representações de encamisadas a cavalo, danças e outros gêneros de demonstrações de festas e alegria. (MEIRELES, 1977). A tradição de desfile a cavalo em festas oficiais é imemorial, tendo se tornado indispensável em Roma, durante as procissões cívicas, triunfos e mesmo festividades sacras. Em Portugal, desde velho tempo a cavalhada era elemento ilustre nas festas religiosas ou políticas e guerreiras. Mesmo nas vésperas de São João havia desfile de que fala um documento da Câmara de Coimbra, citado por Viterbo, aludindo em 1464, à cavalhada na véspera de São João com sino e bestas muares. No Brasil aparecem desde o século XVII com as características portuguesas. (CÂMARA CASCUDO,1972). Esse autor registra o termo "cavalhada" referindo-se a desfile a cavalo, corrida de cavaleiros, jogo das canas, jogo de argolinhas ou de manilha (CÂMARA CASCUDO,1972). Estes jogos foram um produto do feudalismo e da cavalaria, como afirma Grifi (1989), ao referir-se às atividades esportivas do medievo, período em que os jogos cavalheirescos se destacavam entre as manifestações atléticas e esportivas. Ao descrever as distrações na Idade Média, Oliveira Marques ensina que, uma vez a cavalo, o nobre medieval podia entrega-se a uma série de exercícios desportivos. Desses, os mais vistosos e conhecidos eram sem dúvida as justas e os torneios, embora seja difícil distinguí-los. Em princípio, a justa travava-se entre duas pessoas, enquanto o torneio assumia foros de contenda múltipla. No dizer de Grifi (1989), a "giostra" era disputada somente entre dois cavaleiros, diferente do torneio que era combate em times. Eram usadas "armas corteses", isto é, armas desapontadas ou cobertas por uma defesa. O confronto consistia de uma corrida a cavalo de um contra o outro, lança em riste, com o objetivo de desequilibrar o adversário, melhor ainda, de fazer cair, ao mesmo tempo, cavalo e cavaleiro.
Em torno do século XIV espalhou-se o mau costume de usar lanças ou armas desapontadas. Variante das justas eram as chamadas canas. Em vez de lanças, os jogadores, a cavalo, serviam-se de canas pontiagudas com que se acometiam. O jogo possuía as suas regras, evidentemente muito diferentes das que regiam os torneios. Popularíssimos no fim da Idade Média mostrava-se espetáculo quase obrigatório nos festejos públicos, ao lado das justas e das touradas. O jogo das canas, de antiga tradição nacional, continuou em uso, nos séculos XVII e XVIII, com grande aparato e luzimento, quando nele intervinham pessoas da alta nobreza. Da cavalaria medieval, que durante longo tempo conservou a tradição dos exercícios viris da antiga efebia e cuja decadência foi um dos consectários do aperfeiçoamento das armas, ficou em Portugal, de onde veio para o Brasil com os primeiros Governadores, o gosto pelo jogo das canas. As cavalhadas constituíram nos tempos coloniais e no Império um atraente exercício. Embora quase privativo dos jovens afortunados. Ao povo habituado à pasmaceira elas valeram por oferecerem espetáculos ou, como Fernando Azevedo escreveu, ‘memoráveis torneios de opulência aristocrática’. Será preciso distinguir as cavalhadas que os mancebos ricos disputavam daqueles outros jogos que no Rio de Janeiro foram conhecidos como o jogo das manilhas e em tantos outros cantos do país com o jogo das argolinhas. A argolinha é encontrada desde o século XV em Portugal e, de acordo com GRIFI (1989), a corrida dall'anello - corrida do arco - consistia de corrida a cavalo, lançado a galope, durante as quais os cavaleiros deviam enfiar a lança ou a espada em um arco suspenso. Vencia quem conseguia enfiar o maior número de arcos. No Brasil, desde o século XVI se corre a argolinha, e chegou a estender-se até meados do século XIX. Marinho (s.d.) refere-se a uma cavalhada realizada em abril de 1641, no Recife. Portugal estava sob o domínio da Espanha e esta em guerra com a Holanda. Os holandeses haviam invadido o Brasil quando sobreveio a trégua entre estes e os espanhóis, a qual, naturalmente, se estendeu às colônias. Para festejá-la, foram organizados torneios eqüestres em que portugueses e brasileiros competiram contra holandeses. Já Câmara Cascudo (1972) registra uma encamisada realizada em março desse mesmo ano, no Rio de Janeiro, por ocasião da aclamação de D. João IV. Foram encontradas provas de que, além de em São Luís, também em Alcântara se realizavam essas cavalhadas, não havendo informações de até quando foram praticadas no Maranhão. Para Lopes (1975), nesses torneios do tempo colonial os corcéis eram árdegos, de viçosa estampa e traziam arreios de preço. Os cavaleiros e seus 'peões' vestiam com esmero trajes de cores vivas e os primeiros, montados à gineta ou bastarda, exibiam a sua destreza na arte nobre de bom cavalgar. Além dos encamisados, jogaram, decerto, a cana e a argolinha (LOPES, 1975). Concluindo, encontramos no Maranhão, ainda no Século XVII, como parte da herança cultural portuguesa, além das danças e comédias representadas no adro das igrejas, o entrudo e as cavalhadas, estas sob as formas de encamisadas, do jogo das canas e do jogo das argolinhas. É a argolinha a primeira "manifestação esportiva" praticada por brancos em terras maranhenses, pois possuía caráter competitivo, como registra Frei Manuel Calado (citado por Câmara Cascudo , 1972), referindo-se à mais famosa corrida realizada no Brasil, promovida por Maurício de Nassau, em janeiro de 1641 - ou abril, conforme Marinho (s.d.) -, por ocasião da aclamação de D. João IV. Foi vencida pelos portugueses.
NAVEGANDO COM JORGE OLIMPIO BENTO "As armas e os barões assinalados / Que da ocidental praia Lusitana / Por mares nunca de antes navegados / Passaram ainda além da Taprobana / Em perigos e guerras esforçados / Mais do que prometia a força humana / E entre gente remota edificaram / Novo Reino, que tanto sublimaram".
A consagração do direito a uma vida digna, realizada no caminho de perseguição da felicidade, implica a presença acrescida do desporto, a renovação das suas múltiplas práticas e do seu sentido. Sendo a quantidade e qualidade do tempo dedicado ao cultivo do ócio criativo (do qual o desporto é parte) o padrão aferidor do estado de desenvolvimento da civilização e de uma sociedade, podemos afirmar, com base em dados objetivos, que nos encontramos numa era de acentuada regressão civilizacional. Este caminho, que leva ao abismo, tem que ser invertido urgentemente.
BOM DIA A TODOS, A TODAS E A 'TODES'!!! Desejo-lhes um ótimo dia. Mas não emprego o léxico ridículo, nascido no ventre fecundo da estapafúrdia ideologia do género. Valha-nos Deus contra a sandice! O rei vai nu. Nunca fui politicamente correto. E burro velho não toma andadura. Ou, se a toma, pouco lhe dura. GUARDIÕES DO SISTEMA Cumprem, sem o menor escrúpulo, o ofício de paus-mandados do sistema financeiro e ultraliberal vigente. Mesmo não tendo ganho as eleições os seus favoritos, o transtorno é diminuto, fácil e habilmente contornado pela sua infinita artimanha. Renovarão o seu papel na tragicomédia da subserviência e manipulação, que tão bem sabem representar. Continuarão a servir quem lhes dá de comer, obedecendo à lei de sobrevivência dos animais de baixa espécie. Habituados a estar sentados ao redor da manjedoura, onde se come do bom e bebe do fino, os comentadores de pacotilha não precisam de esforço para construir ‘novas’ e estapafúrdias narrativas. VACINA RECUSADA! O mestre era assim: poupadinho e remediado, contas em dia, guardador de moedinhas no porquinhomealheiro, avesso a gastar e investir. A falsa virtude sustentava-se com o recurso ao autoritarismo desmedido. O resultado é sobejamente conhecido: o Portugal dos pequeninos, oprimido, atrasado, esquecido e invisível no cenário internacional, condenado à emigração, à ignorância, à pobreza e miséria. Deixou discípulos, mesmo que não admitam ser apontados como reminiscências daquela escola. Andam por aí, sem arrojo e mundividência, iguais a merceeiros provincianos, ávidos de ascender ao poder com essa mentalidade salazarenta. Ela basta para administrar uma casa ou família, mas não para governar nações e instituições. Ontem o país recusou tomar esta vacina. DO OLHO ‘ANALÍTICO’ Quais os olhos usados pela maioria dos comentadores mediáticos? Serão os da lucidez e inteligência ou os da esperteza e oportunismo, os da vergonha na cara ou o da falta de luz noutro lugar? As análises mudam da noite para o dia, com uma facilidade estonteante. E não é devido a modificação das convicções, mas a um calculismo que causa vómitos. Basta consultar, por exemplo, o jornal Público de hoje para tirar a prova dos nove. Assim são os magos da 'endireitização' e do 'empatão'! APRENDENDO COM OS 'SÁBIOS' Há horas felizes. Ontem à noite liguei o Porto-Canal e aprendi imenso. Pudera, eram três sábios, daqueles que despejam carradas de certezas absolutas, sem qualquer indício de fadiga! Estavam ressabiados e raivosos. Com o quê? Com o facto do PSD não ter ganho as eleições, devido ao erro de continuar a insistir que é de centro-esquerda e não fazer uma aliança inclusiva da IL e do Chega. Os sabichões esqueceram a porra de um ínfimo pormenor: no dia em que deitar fora o ornamento social-democrata (e não o cultiva realmente!), o PSD perderá militantes e simpatizantes. Conheço muitos que o associam a essa matriz e não gostariam de tal involução. Se for por esse caminho, então terá que disputar o terreno ocupado pelos rivais da direita e extrema-direita e adotar a versão trumpista. Que edificante desígnio! Na política e na Pólis não há o paraíso. Mas podemos diminuir o purgatório e o inferno. Foi isto que levou muitos cidadãos a concentrar o voto no PS. GRUPOS IDENTITÁRIOS - O HUMANO E UNIVERSAL
A polícia do pensamento mete medo. Porém, tenho medo maior do não pensar. Assim, proponho que discutamos as conotações e implicações dos movimentos identitários que insistem em ocupar o espaço público da reivindicação política. Rotulamos de ‘ultraliberalismo’ a visão ideológica que abjura o social e entroniza o individual. Mas...não pertencem a idêntico extremismo a bandeira da ‘ideologia do género’ e outras afins? A causa, que as move, inspira-se numa ideia global da sociedade, contraria a fragmentação e destruição desta? Os diversos grupos identitários não se fecham em si, não são excludentes dos restantes? Conheço gente que se bate ardorosamente pela dita ideologia. Nunca a vi tomar posição contra as gritantes injustiças que arruínam milhões de vidas, envenenam a convivência e consomem o mundo. Sempre a vi explorar o tema como meio de afirmação e poder pessoal. É tempo de dar um salto em frente, de retirar da pauta assuntos que o não são mais, de enfrentar questões abrangentes e urgentes. A edificação de um novo Humanismo e de uma acurada Consciência Humana, face às premências da crise ecológica e ética, exige que abatamos os muros do particular e local, à luz de desafios e padrões universais. Sob pena de fazermos o jogo dos cavaleiros do reacionarismo e da regressão civilizacional, escondidos atrás de moitas pseudoliberais, interessados em que se exacerbe o acessório e esqueça o fundamental. PELO RAYAN Sei pouco. Mas é o bastante para proclamar que o mundo precisa urgentemente de ser decente e humano. Carecemos de formar um espírito atento, que aprenda a olhar para as circunstâncias e a colocar-se na pele do outro. Sei que é possível fazer da Terra um palco da hospitalidade e solidariedade. Com canções que incendeiem a alma, com imagens que desacorrentem lágrimas nos olhos, com atitudes que semeiem trigo no rosto, com partilhas que multipliquem o pão e o vinho na boca, com encontros onde a felicidade se concretize e transborde. Sei que é possível dar forma ao espanto desmedido. Tornar intenso e visível o seu traço. Afirmar, cantar e viver o Paraíso sonhado e construído. Lutar por ele e com ele encher o tempo e o espaço. NÃO AGUENTO MAIS! Se não aguentas, porque é que não deitas fora a canga e a albarda? És um burro trágico: sucumbes sob a carga de um sistema ideológico cujos mantras veneras e repetes até à exaustão. A frustração não te detém na marcha acelerada para a autodestruição. Recebes, pois, a paga da tua atitude. DO SABER E DO INVERSO O conhecimento é precursor do entendimento, da inteligência e sabedoria; não chega lá, quando se basta com a autossatisfação narcísica e enforca no laço que esta tece. O saber é precário e conjetural; não dá certezas, apenas funda convicções e conjeturas, formuladas com a humildade enunciada por Sócrates. Na verdade, não sabemos nada; elaboramos hipóteses, declarações e proposições, cientes de que são tentativas de diminuir o erro e de lhe colocar limites. Ademais, o saber é transitório; requer ser posto em questão e testado continuamente. O caminho do saber (e da ciência) é, pois, desconfortável. Não se faz com ‘achismos’ e ‘se-calhares’, certezas e verdades; está cheio de desafios, dúvidas e inquietudes. São estas que afastam do erro eterno. Confortável é o caminho da fé e do fanatismo, onde nada foi testado e, por isso, nunca provado. Enfim, há palavras impróprias do léxico de um quadro com formação superior. Sendo ditas num exame ou escritas num texto, deveriam ocasionar a reprovação do seu utente. Seria assim menor o número dos gurus que poluem o espaço público.
DOS GURUS Somos influenciáveis pelas circunstâncias, pelo curso da vida, pelos acontecimentos e situações, pela natureza e pelas instituições, pelo outro e até pelas coisas e objetos. Na infância recebi influências determinantes dos meus pais, da professora primária e da religião. No ensino secundário e no superior foram marcantes os livros e professores de eleição, as aulas e conferências magistrais, os eventos e rituais socioculturais. Nesta era os grandes influenciadores são os gurus, travestidos com diversa roupagem. Enxameiam as redes sociais e pastoreiam um extenso rebanho de néscios, famintos e sequiosos de proclamações vazias de sentido e falhas de lógica. Conhecem pouco, mas ‘sabem’ de tudo. Há os que pregam o abandono de filósofos do passado e do presente, por serem de outro contexto geográfico; as ideias deles devem dar o lugar, por exemplo, a princípios e valores ‘do sul’. Os onzeneiros não têm uma visão ‘universalista’; ao invés, o seu ‘regionalismo’ constitui versão requentada da xenofobia. Discutir com gurus é correr o risco de chamuscar a seriedade na fogueira da demagogia. Quando questionados, as respostas driblam o teor das perguntas; fogem para o alçapão da ignorância e insanidade, de portas trancafiadas à lucidez. Manda, pois, o bom-senso que os deixemos à vontade no afã de empanturrar de palha o gado asinino. ESPETÁCULO DEPRIMENTE Protagonizado por profissionais de futebol de onze. Uma conduta inaceitável e uma ofensa ao civismo e ao desporto! Não há árbitro que consiga meter na ordem sujeitos com tão baixo índice de civilidade. ‘INDÚSTRIA’ DA BARBÁRIE E INDECÊNCIA Uma viagem às fontes matriciais do desporto revela-nos que este • Nasceu de um casamento natural com fins, normativos, princípios, referenciais, rituais e símbolos axiológicos, éticos e estéticos; • Encerra um sentido civilizatório, ecuménico e universalista. A assistência a alguns jogos de futebol de onze e aos programas televisivos, em que é debatido, mostra que ele se afasta, a passos largos, do estádio grego, divorcia da cultura, abeira do circo romano e descamba para a barbárie e indecência. São incontáveis os milhões de indivíduos que se deleitam com esta ‘indústria’. SENHOR, LIVRA-ME DE MIM! (Oração escrita por Fernando Pessoa em 1912) “Senhor, dá-me alma para te servir e alma para te amar. Dá-me vista para te ver sempre no céu e na terra, ouvidos para te ouvir no vento e no mar, e mãos para trabalhar em teu nome. Torna-me puro como a água e alto como o céu. Que não haja lama nas estradas dos meus pensamentos nem folhas mortas nas lagoas dos meus propósitos. Faz com que eu saiba amar os outros como irmãos e servirte como a um pai. Minha vida seja digna da tua presença. Meu corpo seja digno da terra, tua cama. Minha alma possa aparecer diante de ti como um filho que volta ao lar. Torna-me grande como o Sol, para que eu te possa adorar em mim; e torna-me puro como a Lua, para que eu te possa rezar em mim; e torna-me claro como o dia para que eu te possa ver sempre em mim e rezar-te e adorar-te. Senhor, protege-me e ampara-me. Dá-me que eu me sinta teu. Senhor, livra-me de mim.”
DO PORTO Primeiro, estranha-se; depois, entranha-se! Nas ruas do Porto toca, em permanência, a banda da liberalidade. Não há muralhas ou cadeados nas palavras e nos gestos. Fala-se alto; o calão anda à solta, não respeita as passadeiras e atravessa de um lado para o outro com toda a naturalidade. Sobe-se à cúpula da Torre dos Clérigos por degraus graníticos, talhados por pedreiros da secularidade. De lá contempla-se o céu, o casario, o rio e o mar; mas não se descobre a santidade. Isto aqui é Cidade. Como seria bom o paraíso, se houvesse nele tanta Humanidade!
JIMMY CARTER: NA CONTRAMÃO Pouco se fala dele; mas foi um Presidente verdadeiramente humanista e universalista. Durante o seu mandato (1977-1981), o Egito e Israel celebraram um acordo de paz, os EUA estabeleceram relações diplomáticas com a China, não invadiram qualquer país, nem dispararam uma bala contra quem quer que seja. Não admira que não tenha sido reeleito para um segundo mandato. O insigne filantropo dedicou-se, após a função presidencial, a campanhas voltadas para a paz, à denúncia do envenenamento dos solos e alimentos por fertilizantes produzidos por multinacionais poderosas, à defesa dos direitos humanos e à erradicação de doenças em países subdesenvolvidos, para além de criticar as políticas de agressividade externa praticadas pelos sucessores. Muito justamente recebeu o Prémio Nobel da Paz (2002). Ademais cultiva heresias como esta: o direito à habitação é tão fundamental como o da liberdade de expressão e religião. Enfim, é um Ser Humano que não encaixa no figurino oficial norteamericano. AMANHÃ NA MEALHADA Uma orquestra de violinos vai interpretar a melodia "o desporto precisa de todos". A mim cumpre-me dar algumas pancadas no bombo. Estou muito grato pelo convite.
DIA MÁGICO Já tinha saudades de estar com tantas pessoas estimáveis e tantos Amigos caríssimos. A CMM-Câmara Municipal da Mealhada, através do Prof. Luís Simões, operou um milagre nesta era crepuscular, ocasionada pela pandemia e pelo descaso do pensamento e da necessidade de parar e escutar: encheu o Cineteatro Messias de ouvintes e deu o palco a oradores despidos de ornamentos, mas com muitas coisas para contar e encantar. E assim aconteceu. Para mim foi um dia de escuta, de encantamento e aprendizagem. Encantei-me e aprendi com as abordagens feitas por colegas experimentados na já longa caminhada, por dirigentes que são expoentes da conjugação da reflexão e ação, por um selecionador que traz a transcendência nos olhos, por jovens que estão a realizar um trajeto maravilhosos e têm as mãos refulgentes de estrelas. E regozijei-me com a atitude da plateia, perscrutante de tudo quanto foi posto em cena. A todos bato palmas e abraço cordialmente, porque excederam em muito a vulgaridade. E saúdo igualmente, com gratidão, a Sra. Vice-Presidente da CMM, pela sua visão e pela hospitalidade com que nos acolheu. Bem hajam os autores e companheiros desta jornada prenhe de inquietude e interrogações! Até sempre!
O GRANDE INQUISIDOR E O REBANHO NIILISTA Ler Dostoievski é um exercício exigente. Todas as palavras têm que ser lidas, nenhuma pode ser perdida, para adentrar na profundidade da alma humana, esquadrinhada pelo escritor russo com a perícia de quem procede à autópsia de um cadáver. Nascido a 11 de novembro de 1821, Dostoievski viveu numa época de crise da razão e ascensão do niilismo. Trouxe a palco os injustiçados, humilhados e ofendidos, pobres e miseráveis e promoveu-os, pela primeira vez na história da literatura, a personagens principais. As suas obras configuram cenários arrebatadores, onde a luta entre o bem e o mal é tão forte que galga as margens da imaginação. Cada cena da narrativa equivale a um painel de fotografias que põem à mostra as entranhas da Humanidade e cortam a respiração. ‘Crime e Castigo’ é o mais conhecido dos seus livros, todo ele um manancial de retratos da sociedade daquela era, repetida na nossa. Sucede o mesmo em todas as suas obras. Por exemplo, em ‘Os Irmãos Karamazov’ há um capítulo intitulado ‘O Grande Inquisidor’ que transporta para a Inquisição espanhola e acorda para a permanência da barbárie na contemporaneidade. O enredo é tecido com a volta de Jesus à Terra no século XVI. Numa praça de Sevilha ele opera um milagre e vê-se rodeado por enorme multidão. O Grande Inquisidor (Torquemada) está à espreita e apressa-se a intimidar as pessoas e a ordenar que vão para casa. Cheias de medo, elas submetem-se às ordens do verdugo, sem uma palavra ou gesto de insurgência. Não satisfeito com isso, o Inquisidor manda prender Jesus e ameaça queimá-lo no dia seguinte. Cristo não reage e é enfiado numa cela. Durante a noite, o Inquisidor dirige-se à cadeia para cumprir a formalidade de interrogar o preso. Centra-se nas tentações de Jesus no deserto e acusa-o de ter desobedecido ao Diabo. Porque não transformaste as pedras em pão? Porque escolheste a liberdade, sabendo que as criaturas preferem mil vezes o pão e que a liberdade assusta como um abismo? Porque não te atiraste do pináculo do Templo, sabendo que o milagre levaria as multidões a seguir-te para todo o lado? Porque preferiste que te seguissem por amor e convicção? Porque recusaste a posse de todos os reinos e preferiste o desprendimento ao poder, sabendo que as gentes preferem a mordaça, a obediência e a sujeição? As perguntas e acusações do Inquisidor fazem sentido. Os mandantes e paus-mandados, cientes, de cor e salteado, das fragilidades dos humanos, avocam a missão de emendar os ‘erros’ de Jesus e de lhes dar pão e circo, em vez de coragem e esperança, liberdade e saber. É exatamente para isso que detêm e exercem o poder. O Inquisidor e os seus confrades são e sabem-se niilistas: não acreditam na Humanidade, nem tampouco em Deus, em Jesus e no teor do cristianismo. Talvez nem acreditem na vida eterna, mas apenas na terrena.
Acreditam na conveniência de manter no logro o rebanho da humanidade, para este não descobrir que o aguarda o nada e se entregar a agitações e revoltas pelo mundo fora. O Inquisidor também não acredita no que diz ao prisioneiro. Ferve de impaciência para que ele o contradiga e faça um milagre que abale o seu fanatismo tresloucado. Todavia, Jesus não profere uma palavra; dá ao atormentador de corpos e almas um beijo que lhe queima o coração, vai embora e deixa-o na cela com a porta aberta, até hoje. Se olharmos bem, veremos que Torquemada continua por aí, renascido nas ditaduras e tiranias económicas, financeiras e políticas, nos extremismos e neofascismos, nos biltres e pregadores do estado mínimo e do mercado máximo. Igualmente anda por aí o gado acuado e submisso. Os seguidores de energúmenos e psicopatas escolhem a escravidão, renunciam à liberdade, enforcam-se na cegueira. Enfim, o nosso tempo é crepuscular e niilista, sem projeto e submerso pelas trevas. NA ESTEIRA DE ERASMO DE ROTERDÃO Um dia, alguém inquiriu Erasmo de Roterdão (1466-1536) acerca do “Grande Cisma do Ocidente” ou “Cisma Papal”, que se estendeu de 1378 até 1417, com o papado da Igreja Católica sediado em Avinhão e Roma. O indagador queria saber qual seria a opção de Erasmo em relação aos dois papas, se tivesse vivido naquela altura. O filósofo humanista respondeu: “Navega bem quem passa a igual distância de dois males extremos”. Provavelmente daria hoje a mesma resposta, se fosse desafiado a optar entre o Czar de Moscovo e o potentado que olha o mundo como um quintal seu. Contaria com o meu aplauso; não aceito nenhuma versão da Pax Romana, seja russa ou norte-americana. ESTUDOS INSERVÍVEIS Em 2017 circulou na internet uma proclamação feita por cientistas dos EUA, do Reino Unido, da Holanda e de outros países que classificava a maioria dos ‘papers’ publicados pelos académicos como ‘estudos inservíveis’. Obviamente, eles servem para alguma coisa: para alimentar o ganancioso mercado das revistas em língua inglesa, para alguns dos autores se pavonearem e galgarem degraus na carreira profissional, mas não para os qualificar como quadros referenciais. Os ‘papers’, que perfazem as dissertações escritas segundo o modelo dito ‘escandinavo’, evidenciam o inquietante abaixamento do nível linguístico, científico, cognitivo, crítico, racional, intelectual, espiritual e cultural dos pós-graduados. Estes são formatados por uma ‘instrução funcionalizante’ que os rebaixa a técnicos de investigação; de cientistas e intelectuais têm pouco. Se a Universidade quer ser a casa do espírito livre e do intelecto clarividente, então tem que abandonar o atual caminho, retomar e renovar o antigo. Sob pena de se tornar cada vez mais insignificante no delinear de rumos para a vida e para o mundo. Há dias, num seminário na Mealhada, avivei a convicção de que ela dispõe de pessoas aptas a operar a reconversão; basta que os dirigentes usem o verbo para apontar essa direção.
ACONTECENDO...
ARAÇAGI, O CAJUEIRO DO PAPAGAIO ANTONIO NOBERTO
Não se destrói um povo enquanto não se extermina a sua cultura e o seu legado. Esta assertiva pode ser bem ilustrada na determinação do competente Secretário de estado do reino de Portugal, Sebastião José de Carvalho e Melo (1699 – 1782), o Marquês de Pombal, que na segunda metade dos anos mil e setecentos proibiu no Brasil o uso de qualquer outra língua que não o português. A decisão, aparentemente, era a pá de cal na língua nativa, a mais falada no Brasil à época. O que se viu depois foi a continuação da dizimação através da depreciação e aviltamento de vários termos indígenas, a exemplo de cunhã (que pode significar prostituta), curumim (moleque, pivete), pindaíba (pobreza extrema), pajelança (atitude destrambelhada), dentre outros, que foram e continuam sendo sistematicamente modificados com o objetivo principal de encobrir um passado virtuoso corrompendo a língua dos primeiros habitantes do Brasil. Soma-se a isto a cobiça de jogar no fosso os outros dois concorrentes do colonizador: o negro e, principalmente, o estrangeiro, primeiro a trazer a cultura escrita para a terra Papagalis, quando colocou no papel e imortalizou a língua, além de muito dos usos e costumes da população autóctone. E um dos termos desvirtuados é a palavra Araçagi, que representa uma das localidades mais antigas e importantes da Ilha de São Luís, habitada por franceses e tupinambás desde o final dos anos mil e quinhentos. O estudo desta simples palavra de origem tupi nos remete ao mundo mágico e de harmonia vivido pelos mais antigos moradores do lugar, que, mesmo em tempos tão remotos, produziam e exportavam riquezas do tipo urucum e açúcar para lugares bem distantes.
Não faz muito tempo que a quase totalidade dos maranhenses pronunciava errônea e grosseiramente “Campo de Perizes”, em referência aos dezenove quilômetros por onde passa a BR 135, na saída / entrada da Ilha de São Luís. A escrita e pronúncia corretas em tupi, ligeiramente aportuguesada, é Campo dos Peris ou Campo de Peris, vez que a palavra originária do tupi é “piri”, que representa o junco ou capim que cobre o lugar alagado. E nas oxítonas terminadas em “i” forma-se o plural acrescentando-se apenas o “s”. Importante destacar que muitas outras localidades e acidentes geográficos no Maranhão e Piauí também foram nomeados a partir da maciça presença deste capim, a exemplo de Peritoró, Piripiri, Peri Mirim e Pericumã. A recente divulgação da grafia correta permitiu que muita gente e a maior parte da mídia abandonasse a aberração “perizes” e adotasse a forma correta, convergindo, assim, para a máxima de que “Em São Luís se fala o melhor português do Brasil”. Outro termo curioso que vale a pena se debruçar e buscar a raiz etimológica e a história do lugar é Araçagi, que em tempos muito iniciais era um “país a parte”, com porto, produção e vida própria, era também uma espécie de hiato ou meio caminho entre a desembocadura do “Rio Maranhão” – o Itapucuru, e a foz do rio Mearim. Nos primórdios do lugar, entre o final dos mil e quinhentos e início dos mil e seiscentos o Araçagi estava localizado entre duas fortalezas francesas existentes à época: o Forte Sardinha, situado na então Ilha do São Francisco, que guarnecia a entrada da Ilha e Miganville (atual Vinhais Velho) e o porto de Jeviré (na Ponta d’Areia). Este ancoradouro tinha caráter mais internacional, pois especializado em receber mercadorias dos portos franceses de Rouen, Dieppe, Saint-Malo, La Rochele e Havre de Grace, e as riquezas vindas da região amazônica e do rio Mearim, a exemplo do sal (de salinas, na Baixada). Este complexo ou reduto gaulês está descrito na tela “São Luís antes da fundação”, que compõe o acervo da exposição França Equinocial para sempre. A outra fortaleza era o Forte de Itapari, depois reformado em pedra por Daniel de la Touche, quando recebeu o nome de Le Fort de Caillou (o forte de pedra), que virou Caur e hoje é Caúra, em São José de Ribamar. Do pouco que é possível encontrar sobre o Araçagi nas literaturas em tão distante período, pode-se extrair que o lugar era dinâmico, produtor e bastante movimentado, com localização bem próxima à Ilha de Curupu e do porto, onde hoje está a imagem de São José. Neste ancoradouro da baía de Guaxenduba aconteciam muitas movimentações da produção que descia o rio Itapecuru ou da Ilha Grande pelos pequenos portos de Jussatuba, Quebra Pote, Arraial, etc. O Araçagi era, portanto, o elo entre os dois fortes e os dois maiores portos da Ilha Grande, e possuía o que seria o único engenho de açúcar de Upaon Açu, os demais estavam no rio Itapucuru Mirim. Em vários textos, livros e mapas é possível encontrar o nome do lugar grafado de diferentes formas, a exemplo de araju, araçaju, arasaju, arasagi, arassagi, araçoagi, arassoagi e araçagy. Mas enfim, qual a grafia original e o significado da palavra Araçagi? Verificando mapas (ver detalhes dos mapas dos anos mil e seiscentos), livros e a própria história, chega-se ao termo original aracaju (ara = papagaio + caju), que em português quer dizer “cajueiro do papagaio”. É a mesma origem etimológica do nome da capital sergipana. As principais variações se dão pela troca do “c” pelo “s”, do “j” pelo “g” e do “u” pelo “i” (o “u” no francês pronuncia-se “i”), como acontece no nome do rio “ItapUcuru”, pronunciado “ItapIcuru”. Araçagi é, portanto, Aracaju, o cajueiro do papagaio. Considerando que o termo Araçagi já é uma tradição oral e escrita do tupi aportuguesado, quem preza ou tem apreço pela cultura nativa deve, ao menos, escreve-la sempre com “i” no final, pois a grafia com “y” termina por tutelar e encobrir uma história antiga vivida por franceses e tupinambás que habitavam, comercializavam e viviam em paz no “país do Aracaju”, região da Ilha Grande que mais cresce nos últimos anos.
BIOQUE MESITO, POETA, FALA SOBRE OUTRO GRANDE POETA: IMORTAL APB, PAULO RODRIGUES Sobre: Cinelândia (Editora Folheando, 2021) Por: Mhario LincolnFonte: Paulo Rodrigues
Bioque Mesito sobre Paulo Rodrigues - Paulo Rodrigues e sua obra. ROTEIRO DE ESPERANÇAS O poeta Paulo Rodrigues, desde O abrigo de Orfeu (Penalux, 2017), seguido de Escombros de ninguém (Penalux, 2018) e Uma interpretação para São Gregório (Prêmio Alvares de Azevedo/UBE-RJ-2019, Penalux, 2019), vem ganhando notoriedade em sua obra. Digo obra, e não um conjunto de poemas, pois há muito tempo já abandonou essa postura de colecionar poemas, e, sim, construir seu trabalho literário em livros cada vez mais próximos de uma densa atmosfera poética. Uma interpretação para São Gregório já demonstra um aporte mais apurado do que seus livros anteriores para a busca do estético. Explico. O que quero aproximar com o conceito de estético é que Rodrigues busca alinhar suas fontes internas com o que o mundo apresenta em seus olhos, ou seja, a metafísica do olhar deste poeta já brilha em condensar com mais poder de atração seus versos. Neste seu novo trabalho literário Cinelândia (Editora Folheando, 2021), observa-se que o cantar de grande parte dos poemas é o que André Cancian chama de metafísica moderna, pautada na investigação da realidade sem separar a natureza dos seres ou dos objetos, mantendo a compreensão mais próxima do leitor, como no enxuto e eficaz Roliúde, um dos melhores poemas do livro: sentava-se na esquina/de costas pra rua./a mesma camisa,/a mesma calça,/os mesmos sapatos./era um homem/invisível./catava feijão./nunca ouviu falar/em mais valia./sonhou com um barranco,/na Serra Pelada./curou-se da doença./não do feijão. (p.34). Paulo Rodrigues é sagaz e caminha pela densa busca do conceito de Antoine Saint-Exupéry que ensina que “A perfeição é atingida não quando não há mais nada a acrescentar, mas quando não há mais nada para tirar”. Porém, essa perfeição que denominamos de busca pelo apuro estético, é sofrida. Mas o homem nunca conseguirá a iluminação, o sucesso, a liberdade, o amor, o estranhamento... se não for pela senda do sofrer. Rodrigues escolheu o caminho das chagas, o olhar naureano do consumir toda a existência. Busca por fazer
uma obra, repito: uma obra e não um amontoado de poemas e versos, para tentar colocar o corpo no paraíso da poesia. Este seu Cinelândia é seco. Perambula pelo ontológico, pelo existencial, pelo realismo fantástico, liquefeito em histórias de heróis e anti-heróis, um bem elaborado roteiro de personagens que não são moradores da Europa, pequeno burgueses, pautados na fuga das sagas medievais ou no sertão sofrido, tão já mastigado por tantos autores nestes últimos tempos. Rodrigues narra seres urbanos, moradores próximos à realidade, o que tempera e deixa gostosa a leitura e a releitura deste livro. Vejamos, então: Alex cabeça de Gato Bebeu pingos de chuva Nas calçadas do Rio de Janeiro (Ninguém disfarça o azulejo quebrado, p. 40). Ou: A vida, às vezes, é uma esponja de aço. Pior que bala. Ela fere. Arranha. Mete o ferro imperialista, entre a pele e a alma (Carta ao metalúrgico, p. 45). Ou ainda: Iriana mora na rua. foi comida pelo pai; pariu cinco filhos nas calçadas. (Gaia, p. 55) Paulo Rodrigues cria um livro que muito bem poderia encenar trajetórias de roteiros de películas de Glauber Rocha, Quentin Tarantino ou Woody Allen, personas sofridas, identificadas com a existência e o cotidiano trágico. A observação pelos atrativos da Praça Floriano (Cinelândia-RJ) e seu entorno serviram como molde de barro para esta obra homônima: um canto de desespero, um sonhar com um mundo mais justo, um levitar de nossos piores medos. Bioque Mesito, poeta
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ
FRAN PAXECO:
recortes & memórias
Segundo informação que nos chegou, irá ser lançada em breve, em São Luís do Maranhão (Brasil), a obra “Quatro estudos de Fran Paxeco” – organização de Carlos Gaspar, Presidente da Academia Maranhense de Letras, que reúne um conjunto de artigos, do nosso ilustre conterrâneo Fran Paxeco, publicados nos finais do século XIX e início do seguinte –, a mesma informação dá-nos conhecimento de que se trata de uma obra de excelente qualidade gráfica. Sabemos, também, que o Dr. Carlos Gaspar tem em preparação uma biografia de Fran Paxeco, personalidade extraordinária, que foi o único estrangeiro admitido no quadro dos membros fundadores da Academia Maranhense de Letras.
NÚMEROS PUBLICADOS: VOLUME 70 – FEVEREIRO 2022 VOLUME 69 – JANEIRO 2022
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