A presente obra está sendo publicada sob a forma de coletânea de textos fornecidos voluntariamente por seus autores, com as devidas revisões de forma e conteúdo. Estas colaborações são de exclusiva responsabilidade dos autores sem compensação financeira, mas mantendo seus direitos autorais, segundo a legislação em vigor. EXPEDIENTE
MARANHA-Y REVISTA DE HISTÓRIA(S) DO MARANHÃO Revista eletrônica
EDITOR
Leopoldo Gil Dulcio Vaz
Prefixo Editorial 917536 vazleopoldo@hotmail.com
Rua Titânia, 88 – Recanto de Vinhais
65070-580 – São Luís – Maranhão (98) 3236-2076
98 9 82067923
Nasceu em Curitiba-Pr. Licenciado em Educação Física (EEFDPR, 1975), Especialista em Metodologia do Ensino (Convênio UFPR/UFMA/FEI, 1978), Especialista em Lazer e Recreação (UFMA, 1986), Mestre em Ciência da Informação (UFMG, 1993). Professor de Educação Física do IF-MA (1979/2008, aposentado); Titular da FEI (1977/1979); Titular da FESM/UEMA (1979/89; Substituto 2012/13), Convidado, da UFMA (Curso de Turismo). Exerceu várias funções no IF-MA, desde coordenador de área até Pró-Reitor de Ensino; e Pró-Reitor de Pesquisa e Extensão; Pesquisador Associado do Atlas do Esporte no Brasil; Diretor da ONG CEV; tem 16 livros e capítulos de livros publicados, e mais de 430 artigos em revistas dedicadas (Brasil e exterior), e em jornais; Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Membro Fundador da Academia Ludovicense de Letras; Membro da Academia Poética Brasileira; Sócio correspondente da UBE-RJ; Premio “Antonio Lopes de Pesquisa Histórica”, do Concurso Cidade de São Luís (1995); a Comenda Gonçalves Dias, do IHGM (2012); Prêmio da International Writers e Artists Association (USA) pelo livro “Mil Poemas para Gonçalves Dias” (2015); Prêmio Zora Seljan pelo livro “Sobre Maria Firmina dos Reis” – Biografia, (2016), da União Brasileira de Escritores – RJ; Diploma de Honra ao Mérito, por serviços prestados à Educação Física e Esportes do Maranhão, concedido pelo CREF/21-MA (2020); Foi editor das seguintes revista: “Nova Atenas, de Educação Tecnológica”, do IF-MA, eletrônica; Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, edições 29 a 43, versão eletrônica; Editor da IHGM EM REVISTA, desde 2023; Editor da “ALL em Revista”, eletrônica, da Academia Ludovicense de Letras, números 1 a 10; Editor da Revista do Léo, desde 2017, e desta MARANHAY – Revista Lazeirenta, dedicada à(s) História(s) do Maranhão; Editor da Revista Ludovicus, dedicada à literatura ludovicense/maranhense, desde 2024; Condutor da Tocha Olímpica – Olimpíada Rio 2016, na cidade de São Luis-Ma.
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ
CHANCELA
UM PAPO
Mês passado, publiquei o último número da REVISTA DO LÉO... o descaso do(s) Governo(s) para com os Esportes, Lazeres, e a Educação Física no/do Maranhão, com a destruição da Pista de Atletismo Prof. Manoel Furtado, para a “construção” de um arraial, para o dito ‘são joão do maranhão’ – vai tudo em minúscula, menos, pela pequenez do ato – e a consequente morte de um jovem de 13 anos de idade, obrigado a treinar Atletismo na rua, pois a pista, destruída, não mais servia para o treinamento das equipes que se preparavam para os Jogos Escolares Ludovicenses...
A impropriedade do acontecido, atletas terem que treinar em rua, escura, quando se tinha uma das mais modernas pistas de atletismo do Brasil, dada o seu traçado, mas completamente abandonada, em estado de calamidade... reformar? Nunca!!! Recuperar? Nunca!!!! Destruir? Sempre!!!
Assim como muitas outras praças esportivas, nesta cidade, seja de responsabilidade do Estado e/ou do Municipio. Constroem, mas não reservam dinheiro para manutenção nem funcionamento...
Aquele jovem atleta que morreu morava no Maracanã; vinha treinar no complexo esportivo da Vila Palmeira... a escola onde estudava, não tinha equipamento para os treinamentos esportivos, embora o Atletismo, na forma em que está abandonado, atualmente, vinha se servindo de ruas e espaços abertos urbanos...
Então, por que uma revista dedicada? Mas a História não se apaga... usarei este espaço para alguns registros na área, pois é história/memória...
Atletas mobilizam protesto após morte de adolescente atropelado em São Luís
Devido ao desaparecimento da pista de atletismo, as pessoas correm nos arredores do Castelão, onde aconteceu o acidente
Por Jéssica Almeida
Mais de 50 atletas se mobilizam para protestar pela morte de Victor Gabriel Caldas Batista, 13 anos, atropelado por um carro nos arredores do estádio Castelão, no Complexo Esportivo Canhoteiro, no bairro Outeiro da Cruz, em São Luís.
O adolescente estava treinando para participar dos Jogos Escolares Ludovicenses e para outra competição quando ocorreu o acidente, registrado na noite desta quinta-feira (23). Na ocasião, o motorista foi detido e conduzido até o Plantão das Cajazeiras para prestar esclarecimentos.
O atleta Renato Cruz disse que o protesto visa apoiar a família do menino e mostrar que a comunidade do esporte está insatisfeita com as obras que estão acontecendo no local. O percurso do protesto começa no local onde aconteceu o acidente e vai para o sentido da pista.
“Esse garoto treinava, tinha um projeto do próprio governador, até de talentos, que treinavam lá na pista. E simplesmente eles tiraram esse pessoal da pista e não deram uma satisfação. A gente quer fazer lá de onde começou para a gente ter a pista”, afirmou.
O professor e ex-presidente da Federação do Atletismo do Maranhão, Márcio Batista Miguens, pontuou que os atletas que se preparam para disputar provas usam as vias do entorno do Castelão.
Segundo disse ao Difusora News, como a pista de atletismo ‘desapareceu’ para dar lugar ao espaço para as festas do São João do Governo do Maranhão, a comunidade opta por locais alternativos para prática esportiva.
“A gente estava sem local para treinar, por isso buscamos um lugar alternativo para realizar as atividades. Mas, independentemente disso, o local do acidente sempre foi usado pelas pessoas para treinar’, afirmou
o professor e ex-presidente da Federação do Atletismo do Maranhão, Márcio Batista Miguens, responsável pelo treino.
Nas redes sociais, algumas pessoas disseram que o local estava em completa escuridão.
A tia de Victor, Larissa da Silva, muito emocionada, contou ao Difusora News o quanto a família está triste pela perda do garoto.
“É uma dor que nunca vai passar. Uma dor que só a gente tá sentindo por ser tia, por ser mãe. De ver meu sobrinho aqui, deitado em um caixão, por culpa de imprudência de condutor. De saber que ele tá solto, de saber que ele pode dormir tranquilamente na casa dele. E a gente nunca mais vai poder dormir em paz. Que a gente nunca mais vai voltar a ser como era antes. Porque ele era um menino alegre, perfeito, estudioso. Tirou a vida de um rapaz inocente… que estava só apenas treinando… fazendo o que gosta… pra competir… essa dor nunca vai passar…” relatou Larissa.
O portal Difusora News tentou entrar em contato com o Governo do Estado para prestar esclarecimentos, mas até o momento não tivemos respostas.
FelipeCamarão,ogovernadorgeraldosíndiosdoBrasil
Filipe Camarão, também conhecido como Antônio Filipe Camarão, foi um indígena brasileiro e herói da Insurreição Pernambucana. Nascido como Poti ou Potiguaçu na Capitania do Rio Grande (atualmente, Rio Grande do Norte) por volta de 1600/1601, ele desempenhou um papel crucial na luta contra os invasores holandeses no Brasil12
Educado pelos jesuítas, Filipe Camarão sabia ler e escrever em português e tinha algum conhecimento de latim. Ele era considerado cortês, respeitado e extremamente religioso. Casou-se com Clara Camarão, que esteve ao seu lado em numerosas batalhas contra os holandeses e permaneceram juntos por toda a vida3
Aqui estão alguns destaques da vida de Filipe Camarão:
Reconquista do Maranhão (1614): Acompanhou o capitão Jerônimo de Albuquerque Maranhão na reconquista da capitania do Maranhão, onde os franceses haviam fundado a cidade de São Luís. Sua tropa de índios e portugueses saiu vitoriosa, e após a expulsão dos franceses da “França Equinocial”, iniciou-se a reconstrução de São Luís3.
Reconquista da Bahia (1624): Participou da defesa de Salvador, que estava sendo atacada pelos holandeses. Sua ação foi essencial para conter o avanço dos invasores1.
Batalha dos Guararapes (1648): Distinguiu-se na Primeira Batalha dos Guararapes, comandando a ala direita do exército rebelde. Por seus feitos, foi agraciado pelo Rei D. João IV com o título de “Cavaleiro da Ordem de Cristo” e o de "Capitão-Mor de Todos os Índios do Brasil"1.
Filipe Camarão deixou um legado significativo na história do Brasil, demonstrando coragem e liderança em tempos de conflito e resistência1. ����
O índio potiguar Potiguaçu, ou Camarão Grande, nasceu em 1580, em uma aldeia na margem norte do rio Potengi, chamada Velha Igapó, segundo Tavares de Lyra, não obstante seu berço de nascimento ser disputado por outros estados, como o Ceará, Paraíba e Pernambuco. Tinha 19 anos quando os portugueses chegaram e fundaram a cidade do Natal, na margem oposta que os índios habitavam. Aquela época, os índios, amigos dos franceses, eram inimigos dos portugueses e atacaram muitas vezes os acampamentos brancos causando severos prejuízos e mortes, liderados pelo pai de Potiguaçu. Porém, os jesuítas organizaram rapidamente uma embaixada de paz que, em 1604, ofereceu a Potiguaçu, o novo líder potiguar, algo que ele estava muito interessado: educação.
Além da educação mundana, Potiguaçu foi catequizado e em 1614, aos 34 anos, converteu-se ao cristianismo, junto a sua esposa Maíra, que batizaram-se, ele como Antônio e ela como Clara, e casaram-se na igreja de São Miguel do aldeamento Guajiru (atual município de Extremoz), seguindo o rito cristão.
Antônio ainda teve a ideia de adotar o nome de Felipe, em homenagem ao rei de Espanha, que governava Portugal aquele período, devido a União Ibérica. Ali ele tornara-se Antônio Felipe Camarão (sendo o sobrenome por causa da tribo potiguar, “comedores de camarão”).
No mesmo ano de seu batismo, Jerônimo de Albuquerque Maranhão, que havia sido capitão-mor do Rio Grande (1603-1610), é convocado pelo rei espanhol para conquistar o Maranhão e convida Felipe para participar, junto a ele, desta aventura. Felipe levou 200 dos seus melhores guerreiros juntos consigo, que se somaram aos 300 portugueses. A batalha foi ferrenha, já que os franceses, que já ocupavam a ilha de São Luiz, tinham em seu exército 300 europeus e 2 mil índios, porém a tropa dos índios potiguares saiu vitoriosa, em 19 de novembro de 1614, na Batalha de Guaxenduba. A batalha foi decisiva para expulsão dos franceses da França Equatorial e consolidação da ocupação portuguesa na região norte do Brasil.
De sua esposa, Clara Camarão, também índia, não há registros de seu nome potiguar. Clara era responsável por comandar um exército de mulheres que teve atuação decisiva na batalha de Porto Calvo, em 1637
Clara Filipa Camarão foi uma indígena potiguara, nascida na metade do século XVII, às margens do rio Potengi, na região onde se localiza o bairro de Igapó, em Natal (Rio Grande do Norte)1. Ela se destacou em batalhas ocorridas durante as invasões holandesas em Olinda e no Recife1.
Maria Clara Filipa Camarão é uma mulher conhecida na história brasileira pela sua participação nas batalhas contra as invasões holandesas no Nordeste1. Indígena do povo potiguar, ela se notabilizou como uma das grandes líderes das forças militares indígenas, ao lado do seu marido, Filipe Camarão, um índio Poti no qual origina seu sobrenome1.
Devido à escassez de fontes, é difícil saber qual foi a efetiva atuação de Clara Camarão nestas batalhas1. Depois de casada a potiguara se envolveu e acompanhou o marido nos combates, tendo papel
fundamental e decisivo em determinados conflitos, liderando um grupo de guerreiras indígenas na luta contra os holandeses1
Segundo relatos históricos, participou da escolta de algumas famílias de colonos que fugiam do ataque holandês na cidade de Porto Calvo em 16371. Com o falecimento de seu marido, pouco tempo após a batalha dos Guararapes, não há mais registros sobre sua vida1
Clara Camarão foi uma das primeiras guerreiras do Brasil. Infelizmente, como é comum na biografia de muitas mulheres, suas realizações quase não contam com registros históricos2 Seu nome está inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, que homenageia personagens que tiveram papel fundamental na construção do Brasil3
Clara Camarão é reconhecida na história brasileira pela sua participação na luta para a expulsão dos holandeses do nordeste colonial, sendo reconhecida notadamente pelo seu domínio com arco e flecha, lança e tacape. Apesar disso, há pouca informação sobre ela, ao contrário do seu marido, Felipe Camarão, cuja vida foi melhor documentada.[3]
Se sabe apenas, segundo o general flamengo Arciszewsk, que em todos os 40 anos de batalha deste, apenas um inimigo abateu a guerreira: a morte de seu esposo pela malária, no qual resultou em seu profundo resguardado e contribuiu para o anonimato da indígena, que se especula ter retornado a sua aldeia onde viveu mais alguns anos.[3]
Junto a outros heróis brasileiros, foi elogiada em versos pelo poeta Natividade Saldanha. A Refinaria Potiguar Clara Camarão, localizada no Rio Grande do Norte, recebeu seu nome em sua homenagem. A artista brasileira Tereza Costa Rêgo representou em uma de suas obras a Batalha de Tejucupapo, na qual retrata um grupo de mulheres liderando a luta contra os holandeses, proposta artística revolucionária visto que, na maioria das vezes, apenas os homens foram retratados como sujeitos ativos nesse conflito.[3]
Clara Camarão também foi homenageada como nome de rua em várias cidades, dentre elas em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro; Campinas, em São Paulo; Xanxerê, em Santa Catarina; Natal, Rio Grande do Norte e em Delmiro Gouveia em Alagoas. Seu nome também foi dado a uma escola estadual em Natal no Rio Grande do Norte.[3]
Em 27 de março de 2017, em virtude da Lei Nº 13.422/2017, o nome de Clara Camarão foi inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, localizado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília [4]
Foi reconhecida como heroína pela prefeitura de Natal em 2018.[3]
Nas primeiras décadas do século XXI, a figura de Clara Camarão e sua história estão presentes em materiais com temáticas infantis e didáticas. No ano de 2021 a indígena protagonizou um episódio da série infantil Mytikah: o livro dos heróis . no qual são contadas as histórias de personagens brasileiros como por exemplo: Clarice Lispector, Chiquinha Gonzaga e Santos Doumont. A série foi patrocinada pela Agência Nacional de Cinema.[3]
Clara Camarão também é encontrada no site “Plenarinho”, uma pagina voltada para o publico infantil criada pela Câmara dos Deputados. No site existem alguns conteúdos de personagens brasileiros diferenciados, como por exemplo Daiane dos Santos e Irmã Dulce. Na pagina de Clara Camarão ela é intitulada como a primeira heroína indígena brasileira e sua historia é contada de maneira simples e sucinta já que é voltada para o publico infantil.[3]
Mapa representando forças militares indígenas aliadas dos holandeses. Note-se a presença de mulheres, ao final da formação, carregando mantimentos e insumos para a guerra. Prefectura De Paraiba, Et Rio Grande, 1665.
No quadro é possível ver o terço dos indígenas comandado pelo marido de Clara Camarão, em uma imagem que reconhece a importância dos povos indígenas e africanos nas forças armadas do Brasil colônia. Ambos grupos estão representados na parte inferior da obra. Note-se que os terços indígenas, localizados no canto inferior direito, estão descalços e vestidos com os trajes típicos dos aldeamentos jesuítas. Ex-voto representando a Batalha de Guararapes, autor desconhecido, 1758. Museu Histórico Nacional
Mapa da atual região de Natal, Estado do Rio Grande do Norte, antiga capitania do "Rio Grande", onde se localizava a "Aldeia Camarão". Mapa de autoria atribuída a João Teixeira Albernaz I.
"VAI
100 ANOS DE MESTRE FELIPE
Gostava de ouvir esta e outras expressões que o mestre dizia. Apesar da falta de escolaridade, Felipe era um sábio. Tinha uma forma muito especial de falar as coisas e, não raro, as expressava relacionando-as à natureza. Natural de São Vicente de Ferrer, carpinteiro dos bons, aqui em São Luis fez de um tudo. Foi faxineiro, trabalhou no Hotel Central, na construção civil, empregou sua mão de obra nas mais diversas atividades para dar sustento aos seus. Mas nunca abandonou as manifestações populares, que vieram de berço, pois sabia que eram nelas que ele deixava de ser mais um na multidão dos excluídos para ser ele, filho de dona Maria Cândida e de seu Sebastião Noguêra. "Quando papai chegou na família de mamãe, mamãe já tinha 6 filhos. Aí, papai chegou e gritou como um garrote: deu um estrondo assim na malhada! Bezerro abriro e não entrou mais um garrotinho, ficou só o garrote velho. Teve dez. Chegou e teve dez filhos!" (Trecho retirado do livro produzido por Sergio Costa e Marco Aurelio Haikel, Felipe por ele mesmo, e que tive a grata participação nas entrevistas que deram origem à publicação).
Comecei a participar do Tambor de Mestre Felipe em 1995, depois da oficina de tambor que fizemos no LABORARTE, com o Mestre. Ali demos início a uma amizade repleta de respeito, picardia, galhofas e afetos. Sempre o tratei com deferência, mas sem a idiotice de tentar colocá-lo em um lugar inacessível. Felipe não queria isto. Gostava de se relacionar de igual pra igual. Assim fez com todos: políticos, professores, intelectuais, artistas, a todos mantinha a horizontalidade no olhar.
Além do livro, conseguimos registrar suas músicas em dois cds e viajamos pelo país, e para fora daqui, para mostrar a sua arte. No FITEI, Festival Internacional de Teatro e Expressões Ibéricas (Porto-PT), pude ver nos olhos dos gringos o encanto e a perplexidade daqueles gajos ao se depararem com uma força da natureza como a de Felipe.
Era um líder e sua autoridade era natural.
E por ser assim, tinha o respeito de todos, até dos bebuns que ao passarem dos limites, eram convidados a irem para outro lugar.
Sinto saudade de ir à sua casa, que ele insistia dizer que nao era sua, e sim de sua companheira, Dona Mundica, exímia dançarina e mestra na arte de sorrir e levar alegria aonde fosse, na Vila Conceição, tomar um café, jogar conversa fora e falar mal do nosso time, o Tubarão, a bolívia querida, o Sampaio Correia. Sua maior paixão, sem dúvida. Certa vez, dei uma camisa autografada pelos jogadores do Sampaio e ganhei seu coração definitivamente.
Ao receber um convite do então ministro Gilberto Gil para ser condecorado pelo Ministério da Cultura, pediu que eu o acompanhasse até a Capital Federal. Foi um dos maiores privilégios vivenciar o momento da entrega da honraria, quando Gilberto Gil, ao ler o nome do Mestre, saiu do púlpito e levou até o Mestre e entregou com lagrimas nos olhos. Não fez isto a mais ninguém. Gil sabia com quem estava lidando. Sabia de quem se tratava. Sabia que Mestre Felipe era um verdadeiro herdeiro das tradições do Povo Preto, seu povo, sua etnia, sua família de origem, seu sangue.
PROFESSORA MARIA SOUSA (*)
A profissão de professor está na base do desenvolvimento moral, psicológico, intelectual, social e cultural das demais atividades laborais, quando valorizamos os professores estamos valorizando o conjunto da sociedade, eles plantam a semente do conhecimento científico, do respeito, da ética, da diversidadeestética,docompanheirismoedaliberdade.
Ser professor é mais que um dom, é um verdadeiro ato de amor ao próximo. Tem professora que agentenuncaesqueceemarcamanossavidaeanossaformação.
Tenho muito orgulho de ter sido aluno da professora Maria Sousa, um exemplo de professora que amavaoquefazia queamavadaraulasequeinspirouseusalunosparaosmesmosalcançaremseus objetivos.AprofessoraMariaSousafoiumdivisordeáguasemnossacidadedeViana,umaexcelente profissional que marcou a vida de muitos alunos de Viana, da minha e outras tantas gerações de conterrâneos,elafezseusalunossesentiremespeciaisepessoascapazesdealcançarsonhos,aslições queaprendicomMariaSousaestarãosemprecomigo.
Maria Sousa foi a professora que lecionou para todas as séries do primário, era respeitada pelos alunos e pelos pais dos alunos, por sua competência, e foi responsável pelo sucesso da minha vida profissionaledemuitosoutrosfilhosdenossacidadedeViana.
AProfessoraMariadeRibamarSousaCostanasceuem19/02/1945nacidadeViana.FilhadoSenhor BeneditoGomesdeSousaeMariaAndrelinaSerradeSousa,ocasalalémdeMariaSousatevetambém mais três filhos sendo: Margarida do Espírito Santo Serra de Sousa, conhecida como “Doninha”, Antônio de Pádua Sousa, conhecido como “Tote” e Maria Raimunda Sousa conhecida como “Moreninha”.SeusavóspaternosAntônioAbadedeSousaeIsidoraGomesdeSousaeavósmaternos BasílioMagnoSerraqueeramúsicoeRaimundaOliveiraSerra.MariaSousaresidiuemViananaRua Honório Belo, casa 47. Iniciou seus estudos onde concluiu o antigo primário no Grupo Escolar São Sebastião,depoisestudounoGinásioProfessorAntônioLopesefezoMagistérionocursodeformação DocêncianaEscolaNormalNossaSenhoradaConceição.
Em28dejaneirode1965,asirmãscanadenseschegaramaVianaparaafundaçãodaEscolaNormal N. S. da Conceição, a convite do então Bispo da Diocese de Viana, Dom Hamleto di Angelis. A Escola NormalNossaSenhoradaConceiçãoCentrodeEnsinodoSegundoGrauNossaSenhoradaConceição na cidade de Viana foi inaugurado em 02 de março de 1967 na época a sua primeira diretora foi a ProfessoraRosaMariaPinheiroGomes.
MariaSousafezpartedaprimeiraturmadealunosdaEscolaNormalem1968,turmacompostasópor mulheres e suas colegas de turma foram Margarete Aragão, Socorro Soeiro, Derci Carvalhal, Norma Zenni, Eponina, Maria da Conceição Mendonça, Maria Lucinda Moreno e Maria das Graças. Suas primeiras professoras foram as irmãs canadenses Mônica Dallaire, Eileen Pratt, Juliêta Filiatrault, LaurenceDoyoneLucilleLabarre,queassumiramoensinodeváriasdisciplinas.Apartirdosegundo ano teve como seus professores Luís Carlos Pereira, De Jesus Piedade, Zeíla Cunha Lauleta, entre outros. Na época da conclusão do Magistério na Escola Normal Maria Sousa estava com 23 anos de idade.
Maria Sousa fez o curso superior na antiga Federação das Escolas Superiores do Maranhão atual UEMA - Universidade Estadual do Maranhão, no campus Caxias onde fez o curso de Pedagogia, com EspecializaçãoemAdministraçãoEscolar,cursomodularentreosanosde1972a1974.
Sua trajetória na educação como professora começou lecionandona Escola Dr. CastroMaiaem 1963 como contratada, a referida escola ficava localizada no Canto do Galo na casa de Etelvina Pinheiro conhecida como professora “Santoca” onde atualmente é a Assembleia de Deus, depois a escola se transferiuparaoprédioconhecidocomoCariocaprédiohistóricoqueconheciaindaintactonaminha infância e ficava defronte a casa do senhor João Alves da Silva o Bibi Silva, nessa época a escola já estavasendoadministradapelaprofessoraLurdinhaCardoso.
ApósasuaformaturanaEscolaNormallecionouporumanodeexperiêncianareferidaescola,depois foi professora da extinta Escola Paroquial D. José Delgado (o Colégio dos padres), também foi
Foi Diretora na extinta Escola Paroquial D. José Delgado (Colégio dos Padres) de 1970 a 1972; na EscolaNormalN.S.daConceiçãofoidiretorapor10anosesendoasextadiretoradaescola.
A professora Maria Sousa é divorciada e tem um casal de filhos Martha Regina Sousa Costa e Marynalldo Di Ribamar Sousa Costa, ambos também são professores formados pela UFMA –UniversidadeFederaldoMaranhão.
Foram vários anos de amor e dedicação a Educação em nosso município, se aposentou em 1995, atualmente reside em São Luís e tem satisfação de seus ex-alunos que ocupam relevantes cargos em váriascidadesdopaís.
Prestoessahomenagempelosrelevantesserviçosemproldaeducaçãovianense.Gratidãoprofessora MariaSousapelassuascontribuiçõesnaEducaçãodeVianaeporacreditarquevocêcontribuiupara minha formação, pois sei o quanto você lecionou por amor dedicando parte da sua vida à causa da educação.
EM JOGO EMOCIONANTE, ALICE JACINTO VENCE DE VIRADA E CONQUISTA TÍTULO NA CATEGORIA SUB-13 DO TMB PLATINUM - CICLO I
Jogadora do Mege-MA perde os dois primeiros sets, mas consegue recuperação fantástica para ficar com o ouro
Alice Jacinto se emocionou e caiu em lágrimas após título suado - Foto: Mauricio
Por João Santana 29/02/2024 19h21
Emumjogoemocionante,detirarofôlego,AliceJacintoconquistouotítulonacategoriasub-13feminina doTMB Platinum - Ciclo I. Aatleta do Mege-MA venceu a final contraValentina Saravi (São Caetano do Sul/Bunka-SP) e ficou com o ouro em triunfo de virada por 3 sets a 2 após estar perdendo por 2 a 0. As parciais do jogo foram de 5/11, 8/11, 11/9, 11/3 e 11/9.
Com cerca de 1.300 atletas para esta edição, o TMB Platinum - Ciclo I- São Paulo 2024 é a maior competiçãodeTênisdeMesadasAméricas.Otorneioreunemesa-tenistasdetodoopaísemcincodias dejogos no Centro deTreinamento Paralímpico(CPB).Namesa,alémdalutapelas medalhas,osatletas disputam pontos para subirem cada vez mais no ranking nacional. AcompetiçãocontacomatransmissãodocanaloficialdaCBTMnoYoutube.
ATLETA MARANHENSE IRÁ REPRESENTAR O
BRASIL EM CAMPEONATO SULAMERICANO DE TÊNIS DE MESA
ByJuliana Santana
Um sonho maranhense!
A pequena Alice Jacinto, de apenas 11 anos, que mora em Imperatriz, irá representar o Brasil no Campeonato Sul-Americano de Tênis de Mesa na categoria Sub 13, que acontecerá na Bolívia e está precisando de apoio financeiro para as despesas como passagem, hospedagem e alimentação durante a competição.
No ano passado, no mesmo campeonato, ela trouxe quatro medalhas para o Brasil. A pequena começou a fazer parte da seleção com apenas 9 anos. Em fevereiro, com medalha de ouro, ela conquistou sua vaga na seleção pela terceira vez, para competir no Sul-Americano e no Pan-Americano.
No momento, a atleta não tem patrocínio, sua família deu entrada na lei de incentivo ao esporte, porém o projeto está parado. Por isso, quem quiser apoiar o sonho dessa pequena atleta maranhense, pode ajudar por meio da chave: 98981419455, no nome de Diogo Santos Jacinto, pai de Alice.
A história da pequena atleta começou durante a pandemia do COVID-19. No isolamento em casa, Alice via seu pai, Diogo Santos, jogando na mesa que possuíam e pediu para que ele a ensinasse. Não demorou muito para que Diogo visse o grande potencial da filha. Foi quando ele investiu em cursos na área para se tornar técnico de tênis de mesa.
Diogo largou a profissão de empresário e gestor portuário, para conseguir acompanhar a filha nas competições como técnico e pai. Hoje, ao lado dela, Diogo a treina para seguir e realizar o sonho de ser uma grande campeã e representar o Maranhão no mundo todo.
CIDADE DE COCHABAMBA, NA BOLÍVIA
A atleta Alice Jacinto, de 11 anos, ganhou duas medalhas na competição do Campeonato Sul-Americano de Tênis de Mesa, que aconteceu na cidade de Cochabamba, na Bolívia. A pequena atleta conquistou uma medalha de prata e uma de bronze nas categorias Sub-11 e Sub-13.
Alice garantiu as medalhas ao lado de sua colega de equipe, Valentina Nabarro, do estado de São Paulo. As duas jogaram juntas depois de ganharem o Brasileirão em fevereiro deste ano. Com a conquista no Campeonato Sul-Americano, a atleta garantiu uma vaga na competição do Pan-Americano que ocorrerá em agosto, na República Dominicana.
Parabéns, @alicejacintotm desejamos muito sucesso e muitas vitórias!!!
Por Pedro Bertoldo
No momento, a atleta não tem patrocínio, sua família deu entrada na lei de incentivo ao esporte, porém o projeto está parado.
Na então pacata cidade de Viana na década de 1970 e início dos anos 1980 houveram muitas pessoas que marcaram a minha infância e outras gerações, algumas famosas e outras bem populares, nessa época era muito comum se chamar as pessoas por apelidos e muitos não sabíamos se quer o seu verdadeiro nome. Os apelidos alguns derivados de animais como Zé Gato, Zé Piaba e Pedro Macaco, outros de vegetais como Bacaba, Cabaca e Cheiro, outros de origem incerta como Canguelo, Zé Fugido e Aluísio Caretão e outros com indicação materna como Totó de Irene, Dico de Estefânia e até o meu pai Chico de Olívia.
Em frente ao poço do Pará em Viana morava uma senhora de cor parda, estatura mediana e cabelos longos conhecida pelo apelido de Neli Cofo, mãe de dois filhos um conhecido pelo apelido de Cheiro e outro de nome Jairo, pessoa simples, bem divertida e amigável que marcou a história de muitos vianeneses, sempre alegre e de bom humor, costumava visitar algumas famílias e frequentemente visitava a casa da minha avó paterna Olivia Mendonça, gostava muito de conversar e habitualmente mastigava fumo de rolo, era uma pessoa muito conhecida na cidade de Viana do Caminho Grande à Praça da Matriz todos conheciam Neli Cofo.
Foto da casa: Caio Marcelo
BENEDITO DE OLIVEIRA GOMES (*)
Descendente da tradicional família Gomes, o eminente conterrâneo foi um dos maiores homens público de Viana, chefe político de grande prestígio que adquiriu a confiança e consideração do povo vianense. Foi deputado Constituinte e como Deputado Estadual teve uma atuação de grande destaque na Assembleia Legislativa do Maranhão. Foi deputado por vários mandatos, era amigo pessoal de Vitorino Freire e do Presidente da República Eurico Gaspar Dutra. Benedito Gomes foi consignatário da Constituição de 1947. Seu amigo Vitorino Freire foi Deputado Federal e Senador, seu grupo político elegeu os governadores Sebastião Archer e Eugênio Barros, e vários deputados e senadores entre eles Genesio Rêgo. A hegemonia do Vitorinismo terminou em 1965 quando o Deputado Federal José Sarney se elegeu governador do Maranhão.
A Constituinte de 1947 foi promulgada em cerimônia cívica que se realizou no teatro Artur Azevedo no dia 28 de julho de 1947, além do deputado Benedito de Oliveira Gomes tinha outro deputado vianense que se elegeu para o primeiro mandato como Constituinte, o deputado Travassos Furtado. Após a promulgação da Carta Magna, a Assembleia Constituinte transformou-se em Assembleia Legislativa.
Benedito de Oliveira Gomes nasceu na cidade de Viana em 11 de março de 1887 filho de Belarmino Nascimento Gomes e de Maria Antônia Oliveira Gomes, seu pai possuía uma fazenda na Enseada de Belo, Benedito Gomes foi sucessor do seu pai na política, foi casado com a senhora Maria Antera Cunha Gomes, conhecida como Maroca Cunha. O casal residiu por muitos anos na Rua Antônio Lopes, na casa que hoje pertencente aos herdeiros de João Gouveia e também foi residência do governador do Maranhão o vianense Manoel Lopes da Cunha, no centro histórico de Viana.
Benedito Gomes foi um cidadao honrado tendo prestado relevantes serviços à cidade de Viana, era irmão de Ezequiel de Oliveira Gomes que foi duas vezes prefeito de Viana e uma vez vice prefeito.
Benedito de Oliveira Gomes faleceu em 06 de maio de 1965, com 78 anos de idade e está sepultado no Cemitério São Sebastião na cidade de Viana, por coincidência seu falecimento foi no mesmo dia mês e ano da data do meu nascimento.
Fotos: Pedro Pedro Castro Castro
(*) Áureo Mendonça é pesquisador escritor e membro fundador do IHGV ocupante da cadeira número 8 que tem como Patrono Sálvio Mendonça.
Antônio Pinheiro Gaspar, mais conhecido como Antônio Gaspar nasceu em Viana no dia 28 de abril de 1943, descente de português, filho de Armando Oliveira Gaspar que foi proprietário da fábrica Santa Maria que funcionou no Sobrado Amarelo e Conceição Maria Pinheiro Gaspar. Antonio cursou Farmácia e Bioquímica na Faculdade de Farmácia e Odontologia São Luís Maranhão, Pós-graduação em Bioquímica UFCE, Fortaleza 1984.
Foi no meio acadêmico que o vianense deu seus primeiros passos na política, sendo membro ativo de movimento estudantil e tendo, inclusive, assumido a presidência da União Maranhense de Estudantes Secundaristas durante o período, entre 1962 e 1964.
Exerceu o mandato de Deputado Federal constituinte pelo Maranhão no período de 1º de fevereiro de 1987 a 31 de janeiro de 1991.
Seu primeiro partido foi o PMDB, pelo qual foi eleito deputado federal, com 24.189 votos, nas eleições de 1986. Na Câmara dos Deputados participou do processo de elaboração da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. É autor do Projeto de Lei 5646/1990 que disciplina o exame das contas dos municípios pelos contribuintes.
Teve destaques em atividades Parlamentares como ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE: Subcomssão da Ciência e Tecnologia e da Comunicação, da Comissão da Família, da Educação, Cultura e Esportes, da Ciência e Tecnologia e da Comunicação: Titular, 1987; Subcomissão do Sistema Financeiro, da Comissão do Sistema Tributário, Orçamento e Finanças: Suplente,1987.
Para as eleições de 1990, mudou de partido, deixando o PMDB e ingressando no PSDB. Antônio Gaspar tentou a reeleição para o cargo de deputado federal, mas não obteve sucesso. Seis anos depois, Gaspar pleiteou a vaga de prefeito de Viana, sua cidade natal pelo partido PSDB, porém foi derrotado por Messias Costa Neto, do Partido dos Trabalhadores.
Antônio Gaspar foi fundador da Rádio Maracu, em 16 de setembro de 1996, o Ministério das Comunicações publicou no Diário Oficial da União um Decreto outorgando o canal 11 VHF de Viana ao exdeputado federal Antônio Gaspar (na época, candidato à prefeitura de Viana) A emissora de TV já existia anteriormente desde final dos anos 80, mas só como RTV.
Logo após as eleições de 1996, Gaspar anunciou a venda da concessão da TV e a rádio Maracu AM (no ar desde 1990).
Após perder a eleição municipal em Viana, voltou ao cargo de professor universitário e de empresário bem sucedido em suas empresas do grupo Gaspar, entre elas o Laboratório Gaspar, que o empresário já possuía antes mesmo de entrar na política.
Em 2013, Antônio Gaspar esteve entre os homenageados na Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Maranhão, pela participação na Assembleia Nacional Constituinte de 1987.
(*) Áureo Mendonça é pesquisador, escritor e membro fundador do IHGV ocupante da cadeira número 8 que tem como Patrono Sálvio Mendonça.
Antônio de Albuquerque Coelho , nascido no Maranhão em 1682, era filho do fidalgo português, Antônio de Albuquerque de Coelho de Carvalho, que foi governador de Minas Gerais e do Maranhão; sua mãe, Angela de Barros, era uma mestiça de Pernambuco de sangue Ameríndio e Africano, (era descendente da Princesa Tupi que se casou com Jerônimo de Albuquerque, o "Adão Pernambucano", Muyrã Ubi Arcoverde, sendo motivo de muito orgulho para a família.) Como muitos militares do Brasil da época, decidiu se aventurar no Oriente, e serviu como soldado durante oito anos e meio em Goa e Macau.
Em 1710 antes de ser governador de Macau, Antônio de Albuquerque se casou com Maria de Moura, uma portuguesa da família mais rica da cidade. Assim como seu marido, Maria de Moura tinha sangue mestiço, era bisneta de uma Japonesa Cristã de Nagasaki, que encontrou refúgio em Macau das perseguições aos católicos de sua terra e se casou com um português da família Moura Vasconcelos. Devido a seu prestígio como fidalgo e o apoio público dos jesuítas, Albuquerque Coelho conseguiu a aprovação da família de
Maria de Moura, então com apenas 11 anos de idade, e se casaram na Igreja de Santo Agostinho em 1710. A união dos dois ganhou fama entre os macaenses pois de acordo com relatos da época, Maria havia ameaçado se matar caso não pudesse se casar com seu "Amado do Brasil". Maria de Moura morreu tragicamente aos 15 anos de idade em 1714 durante o parto da única filha do casal, Luísa Diniz
Depois de muitas promoções tornou-se governador e comandante de Macau, posto em que serviu de 1717 a 1719.
Antônio de Albuquerque Coelho foi um dos Governadores mais queridos pelo povo de Macau, pelo seu carisma e competência administrativa, renovou os fortes da cidade, que também viveu um novo período de prosperidade nunca antes visto desde a Guerra com os Holandeses um Século Antes. em 1718 o comerciante escocês Alexander Hamilton (ca.1688 - ca.1733) visitou Macau e anotou: "O Governador Português de Macau, que curiosamente tem sangue mestiço dos índios da América, é muito amado pelo povo dessa pequena Ilha, ele nos deu uma idéia refletida de sua antiga Grandeza, pois na primeira parte do século XVII (...) foi o maior porto de comércio da Índia ou da China."
Em 1721 completado seu mandato o fidalgo maranhense foi enviado para ser um dos primeiros governadores do Timor Português, que na época estava sob a ameaça de uma invasão holandesa. Quatro anos depois voltou a Macau onde recebido com festas, tocando todos os sinos das igrejas da cidade. Devido a sua experiência militar foi enviado em 1727 para a Mombasa, na África Oriental na tentativa de expulsar os árabes do Império Omani que ocupavam o Forte Jesus construído pelos portugueses anos antes, mas não obteve sucesso. Antônio de Albuquerque Coelho saiu de sua terra natal em São Luís do Maranhão em 1702 para nunca mais voltar, nos últimos anos de sua vida, considerado o principal militar português do Oriente, renunciou ao titulo de General e viveu entre os Franciscanos de Goa ate sua morte aos 73 anos de idade em 1745, com fama de Herói e Protetor do Império Português no Oriente.
Fonte: China tropical: e outros escritos sobre a influencia do Oriente na cultura luso-brasileira. Por Gilberto Freyre/ A vida marítima de Macau no século XVIII/ Women in Iberian Expansion Overseas, 1415-1815. Por C. R. Boxer
O mês de junho é uma das épocas mais animadas do ano, desde o século XVII no Brasil comemoram-se as chamadas festas Juninas, que possuem esse nome por estarem associadas ao referido mês.
Sabemos que, além daquilo que caracteriza tais festas, como trajes específicos, comidas, bebidas, fogueiras, fogos de artifício e outros artefatos feitos com pólvora, há também a associação com santos católicos, notadamente: Santo Antônio, São João e São Pedro.
Várias festas no nordeste são bastante conhecidas e populares. Mas, sem sombra de dúvidas, a comemoração do bumba-meu-boi, que acontece no Estado do Maranhão, é uma das mais tradicionais de todas.
O Período junino é o mais importante para a cultura popular da cidade histórica de Viana. O Bumba-meuboi de Viana possui uma tradição, riqueza e diversidade na cultura da baixada maranhense, e o ritual do Boi passa fogo é a maior originalidade dos festejos juninos na cidade.
Era bem pequeno, mas recordo-me quando se aproximava essa época de junho, período da minha infância na década de 1970 a casa da minha avó Olivia Mendonça no período que antecedia os festejos juninos se transformava no maior ateliê de bumba-meu-boi da baixada maranhense, onde se confeccionava lombos de boi e demais adereços do folclore junino com bordados no veludo com miçangas e canutilhos.
Os grupos de bumba-meu-boi brincavam durante o período noturno nas portas das residências de pessoas influentes na cidade e também nos terreiros particulares como o de Josias Carreiro e demais da cidade, além do Arraial localizado na Praça da Matriz na pacata cidade de Viana, para celebrar e saudar os festejos juninos em homenagem a São João e São Pedro. No arraial as barracas eram construídas de palha começavam a ser confeccionadas uma semana antes do início dos festejos e como toda criança ficava curioso e sempre ia apreciar o grupo de pessoas munido de materiais com a missão de montar as barracas, enquanto que outros participantes abriam as palhas para cobrir as barracas.
Os festejos se iniciavam dia 23 véspera de São João e se estendiam até o dia 29 quando se festejava São Pedro, no arraial existiam apresentações de bumba meu boi, danças do Lelê, danças portuguesas e quadrilhas que tomavam conta da quadra localizada no centro da Praça da Matriz com grande celebração e alegria, festança promovida com o apoio do poder público municipal.
Um dos pontos fortes do festejo eram as apresentações do bumba-meu-boi da sede os chamados Bois de promessa como os tradicionais Bois de Josias Carreiro, de Catarino de Sá, de Faustina Careca e de Palestra entre outros, dentre os bois da zona rural se destacavam o Boi do João Luís (povoado de Matinha) e o Boi de São Cristóvão. Nas residências onde aconteciam as apresentações da brincadeira e nos terreiros tinham o acendimento de fogueiras no período noturno. Também tinham as comidas típicas como a pamonha e canjica feitas de milho verde, mingau de milho, além de frutas da época como tangerina e laranja, e a criançada gostava de pipoca lembro-me que meu avô Áureo de Sousa Mendonça foi um dos primeiros a possuir um carrinho de pipoca na cidade e o João de Mocinha, da família de João Curuba era quem vendia no largo em frente à Igreja da Matriz as pipocas no carrinho do meu avô durante os festejos.
Como toda criança tinha muito medo do cazumba ou cazumbá personagem que é um ser lúdico, curandeiro e zombeteiro e, no auto do bumba meu boi, tem a função de afastar os maus espíritos, quando ocorre a pajelança para ressuscitar o boi que foi sacrificado pelo vaqueiro Pai Francisco, para satisfazer os desejos da sua amada Catirina que estava grávida. Os cazumbas tinham amarrados em suas cinturas um côfo com tampinhas cervejas que quando se movimentavam faziam um barulho, de longe já se identificava os cazumbas, causavam medos e imaginação na criançada com suas caretas assustadoras e horripilantes. Outra atração eram os fogos de artifícios, as bombas caseiras e carretilhas fabricadas pelo senhor Bastico que também era músico e tocava tuba, sua fabrica era nos fundos do quintal de sua residência na Rua Dr. Castro Maia em frente à casa de Senhor Penha.
Um fato que marcou a minha vida foi o falecimento da minha saudosa avó Olívia Mendonça em pleno festejo junino, ela que era devota de São João, dia 22 de junho de 1977 há 47 anos a minha avó Olivia Mendonça que era uma artesã e fabricava os lombos de boi partiu para a eternidade deixando eternas saudades que jamais esquecerei, pois as pessoas que amamos permanecem na memória e no coração da gente.
(*) Áureo Mendonça é pesquisador, escritor e membro fundador do IHGV ocupante da cadeira número 8 que tem como Patrono Sálvio Mendonça.
GUILHERME CORTEZ
Pioneiro da aviação comercial em Imperatriz
Fotos: Guilherme Cortez com Dª Maria e a grande família.
Hoje, 25 de junho, marca o nascimento, em 1904, de Guilherme Cortez. Ele foi o primeiro agente da Condor, empresa pioneira na aviação comercial em Imperatriz, em 1939.
Guilherme Cortez ficou no cargo até 1967, quando a Condor já se chamava Cruzeiro do Sul e deixou de operar no município. A partir de 1968, agenciou passagens para a Varig, a segunda empresa de aviação comercial a operar na cidade.
Além da aviação, Seu Guilherme desenvolveu por muito tempo as atividades de comerciante e de pecuarista. Em 1931, fundou a empresa "Cortezia Popular", que ganhou destaque no comércio local nas décadas de 1940 e 1950 e depois passou a ser administrada por um neto seu, Júlio Cortez.
Guilherme Cortez foi nomeado primeiro suplente de juiz de Direito, em 1932. Sua participação sociocomunitária em Imperatriz registra Seu Guilherme como um dos fundadores do Rotary Club (do qual foi tesoureiro), da Associação Comercial e Industrial de Imperatriz (diretor em 1960) e do Sindicato Rural de Imperatriz.
Casou-se em maio de 1931 com Maria da Rocha Miranda, que lhe deu 11 filhos, entre eles o médico Mário da Rocha Cortez, imperatrizense pioneiro da oftalmologia em Imperatriz e região.
Guilherme Cortez nasceu em 25 de junho de 1904, em Imperatriz, na Fazenda Repartição, mesmo local onde se deu seu batismo. Fixou residência na sede do município em 1923, acompanhando os pais, Marcelino de Paula Cortez e Isabel Pereira Lima. Morreu em 11 de março de 1994, em razão de problemas cardíacos, em Brasília (DF). Neste 2024, portanto, completaram-se 30 anos de seu falecimento.
Quando sua mulher, Dª Maria, faleceu, fui visitar o Sr. Guilherme. Ele estava sentado em uma cadeira, à porta de sua residência, na antiga Rua 15 de Novembro, na região mais histórica de Imperatriz. Conversamos um pouco, apresentei minhas condolências e, de repente, Seu Guilherme diz uma frase sobre a esposa:
" Ela não morreu. Ela mudou de vida."
Homem de raciocínio rápido, Guilherme Cortez sabia dar resposta ali na hora. Exemplo disso, contado por um de seus filhos, meu amigo e colega de Rotary Licínio da Rocha Cortez (falecido em 24 de agosto de 2012), é o de quando, certa vez, o avião de sua companhia estava atrasado. Um dos passageiros que esperavam embarcar indaga o agente:
" E aí, Seu Guilherme, o avião, nada?"
Guilherme Cortez, polidamente e em cima da bucha responde,: