ALL EM REVISTA - v. 6, n. 3 - JUL/SET 2019 - SUPLEMENTO: RECORTES & MEMÓRIA: MARANHÃO SOBRINHO

Page 1

ALL EM REVISTA REVISTA (ELETRÔNICA) DA ACADEMIA LUDOVICENSE DE LETRAS

EDITOR: LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Prefixo Editorial 917536

SUPLEMENTO MARANHÃO SOBRINHO & OUTROS POETAS Volume 6, Numero 3 – JULHO - SETEMBRO - 2019 SÃO LUIS – MARANHÃO


SUPLEMENTO MARANHÃO SOBRINHO & OUTROS POETAS


SUPLEMENTO MARANHÃO SOBRINHO & OUTROS POETAS


2014– ano de MARIA FIRMINA DOS REIS

2016 – ANO DE COELHO NETO

2018 – ANO DE GRAÇA ARANHA

2015 – ano de MÁRIO MARTINS MEIRELES

2017 - ANO DE JOSUÉ MONTELO

2019 – ANO DE MARANHÃO SOBRINHO


A presente obra está sendo publicada sob a forma de coletânea de textos fornecidos voluntariamente por seus autores, com as devidas revisões de forma e conteúdo. Estas colaborações são de exclusiva responsabilidade dos autores sem compensação financeira, mas mantendo seus direitos autorais, segundo a legislação em vigor.

EXPEDIENTE ACADEMIA LUDOVICENSE DE LETRAS COMISSÃO DE BIBLIOGRAFIA

COMISSÃO DE PUBLICAÇÃO E EVENTOS SANATIEL PEREIRA (PRESIDENTE) ANTONIO AÍLTON DILERCY ADLER CLORES HOLANDA CONSELHO EDITORIAL SANATIEL PEREIRA (PRESIDENTE) ANTONIO AÍLTON DILERCY ADLER

EDITOR Leopoldo Gil Dulcio Vaz Prefixo Editorial 917536 vazleopoldo@hotmail.com Rua Titânia, 88 – Recanto de Vinhais 65070-580 – São Luis – Maranhão (98) 3236-2076 # (98) 8119 1322 ENDEREÇO ACADEMIA LUDOVICENSE DE LETRAS Palácio Cristo Rei – UFMA / Sala do Memorial Gonçalves Dias Praça. Gonçalves Dias, 351 - Centro: São Luís - MA. CEP: 65042-240. TELEFONES: (98)3272-9651/9659

ALL EM REVISTA Revista (eletrônica) da Academia Ludovicense de Letras A Academia Ludovicense de Letras – ALL –, fundada em 10 de agosto de 2013, “tem por finalidade o desenvolvimento e a difusão da cultura e da literatura ludovicense, a defesa das tradições literárias do Maranhão e, particularmente, de São Luís, a perpétua renovação e revitalização do legado da Atenas Brasileira, o culto às origens da cidade e à sua formação pelas letras, a valorização do vernáculo e o intercâmbio com os centros de atividades culturais do Maranhão, do Brasil e do exterior” (Art. 2º, do Estatuto Social). Em seu artigo 58, “Além de outras que venham a ser criadas, constituem o rol permanente das publicações oficiais da Academia a Revista, os Perfis Acadêmicos e a Antologia.”. Esta Revista, apresentada em formato eletrônico, destina-se à divulgação do fazer literário dos membros da Academia Ludovicense de Letras – ALL . Está dividida em sessões, que conterão os: DISCURSOS E PRONUNCIAMENTOS dos sócios da Instituição, e de literatos convidados, não pertencentes ao seu quadro social; ALL NA MÍDIA resgata as colaborações nas diversas mídias, quando identificados como membros da ALL; ARTIGOS, CRÔNICAS, OPINIÕES manifestas pelos membros da Academia; POESIAS de autoria de seus membros. Haverá uma sessão DE ICNOGRAFIA, registrandose as atividades da ALL, e aquelas em que seus membros tenham participado, assim como a divulgação de nosso CALENDÁRIO DE EVENTOS. Poderá, ainda, conter ASSUNTOS ADMINISTRATIVOS, referentes a questões estatutárias, regulamento, e avisos. As colaborações não poderão ultrapassar 30 laudas – formato A4, Times New Roman, em Word, espaço único, com ilustrações. Normas de publicação ABNT. Os contatos são feitos através de seu Editor, pelo endereço eletrônico vazleopoldo@hotmail.com

NOSSA CAPA: Escudo da ALL

Exposição das obras de maranhão sobrinho no 6º aniversário da all


ALL EM REVISTA Revista (eletrônica) da Academia Ludovicense de Letras ENDEREÇO PARA CORRESPONDENCIA: EDITOR Leopoldo Gil Dulcio Vaz Prefixo Editorial 917536 vazleopoldo@hotmail.com Rua Titânia, 88 – Recanto de Vinhais 65070-580 – São Luis – Maranhão (98) 3236-2076 #

NUMEROS PUBLICADOS – ENDEREÇO ELETRONICO 2014 V.1, n. 1, 2014 (janeiro/março) http://issuu.com/leovaz/docs/all_em_revista_volume_1_numero_1_ma V.1, n. 2, 2014 (abril/junho) http://issuu.com/leovaz/docs/all_em_revista_-_volume_1_numero_2_ V.1, n. 3, 2014 (julho/setembro) http://issuu.com/leovaz/docs/all_em_revista_-_vol_1__n_3__julho-_34d409e2ef5b18 V. 1, n. 4, 2014 (outubro a dezembro). http://issuu.com/leovaz/docs/all_em_revista_-_vol._1__n._4__set./1?e=1453737/10958981

2015 V. 2, n. 1, 2015 (janeiro a março) http://issuu.com/leovaz/docs/all_em_revista_-_vol._2__no V. 2, n. 2, 2015 (abril a junho). http://issuu.com/leovaz/docs/all_em_revista_-_vol._2__no_ad17bb277a03b8 V. 2, n. 3, 2015 (julho a setembro) http://issuu.com/leovaz/docs/all_em_revista_-_volume_2_numero_3_ V. 2, n. 4, 2015 (outubro a dezembro). http://issuu.com/leovaz/docs/all_em_revista_-_volume_2__numero_4

2016 V.3, n.1, 2016 (janeiro a março) https://issuu.com/leovaz/docs/all_em_revista_-_vol._3__no._1__ja?utm_source=conversion_success&utm_campaign=Transactional&utm_medium=email V.3, n.2, 2016 (abril a junho) http://issuu.com/leovaz/docs/all_em_revista_-_volume_3__n__mero_?workerAddress=ec2-52-90-195118.compute-1.amazonaws.com


V.3, n.3, 2016 (julho a setembro) http://issuu.com/leovaz/docs/all_em_revista_-_volume_3__numero_3?workerAddress=ec2-54-209-15202.compute-1.amazonaws.com V.3, n.4, 2016 (outubro a dezembro) https://issuu.com/leovaz/docs/all_em_revista_-_volume_3__numero_4

2017 V.4, n.1, 2017 (janeiro-março) https://issuu.com/leovaz/docs/all_em_revista_-_volume_4__numero_1

V.4, n.2, 2017 (abril a junho) https://issuu.com/leovaz/docs/all_em_revista_-_volume_4__numero_2

V.4,n.3,2017 (julho a setembro) https://issuu.com/leovaz/docs/revista_all__n.4__v._3__julho-setem V.4,N4, 2017 (outubro a dezembro) https://issuu.com/leovaz/docs/revista_all__n.4__v.4__outubro-deze

2018 V.5, n. 1, 2018 (janeiro a março) https://issuu.com/leovaz/docs/revista_all__n.5__v.1__janeiro-mar_ V.5, n. 2, 2018 (abril a junho) https://issuu.com/leovaz/docs/revista_all__n.5__v.2__abril-junho_ V.5, n. 3, 2018 (julho a setembro) https://issuu.com/leovaz/docs/revista_all__n.5__v.3__julho-setemb V.5, n. 4, 2018 (outubro a dezembro) https://issuu.com/leovaz/docs/revista_all__n.5__v.4__outubro-deze

2019 V.6, n. 1, 2019 (janeiro a março) https://issuu.com/…/docs/revista_all__n.6__v1__janeiro-mar_o V.6, n. 2, 2019 (abril a junho) https://issuu.com/leovaz/docs/revista_all__n.6__v2__abril-junho_2 V.6, n. 3, 2019 (julho a setembro)

V.6, n. 3, 2019 (julho a setembro) - SUPLEMENTO

V.6, n. 4, 2019 (outubro a dezembro)


ACADEMIA LUDOVICENSE DE LETRAS Fundada em 10 de agosto de 2013 Registrada sob no. 48.091, de 09 de janeiro de 2014 – Cartório Cantuária de Azevedo CNPJ 20.598.877/0001-33

CHAPA 1 “MARIA FIRMINA” – BIÊNIO 2018 – 2019 MEMBROS DA DIRETORIA: ANTÔNIO JOSÉ NOBERTO DA SILVA – Presidente; ANA LUIZA ALMEIDA FERRO – Vice-Presidente; CLORES HOLANDA SILVA – Secretária-Geral DANIEL BLUME PEREIRA DE ALMEIDA – Primeiro Secretário; CERES COSTA FERNANDES – Segundo Secretário; OSMAR GOMES DOS SANTOS – Primeiro Tesoureiro; e, RAIMUNDO GOMES MEIRELES – Segundo Tesoureiro. CONSELHO FISCAL: ÁLVARO URUBATAN MELO; ARQUIMEDES VIEGAS VALE; e, SANATIEL DE JESUS PEREIRA. CONSELHO DOS DECANOS DECANO CONSELHEIRA CONSELHEIRO CONSELHEIRO CONSELHEIRO

ARTHUR ALMADA LIMA FILHO - 17.10.1929 MARIA THEREZA DE AZEVEDO NEVES – 12.11.1932 ANTÔNIO AUGUSTO RIBEIRO BRANDÃO - 08.11.1934 ROQUE PIRES MACATRÃO - 13.11.1935 JOSÉ DE RIBAMAR FERNANDES - 30.01.1938

COMISSÃO DE PUBLICAÇÕES E EVENTO

SANATIEL PEREIRA (PRESIDENTE) ANTONIO AÍLTON DILERCY ADLER CLORES HOLANDA

CONSELHO EDITORIAL

SANATIEL PEREIRA (PRESIDENTE) ANTONIO AÍLTON DILERCY ADLER

EDITOR DA ALL EM REVISTA LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

CADEIRA 21 Prefixo Editorial 917536


SUMÁRIO Expediente

5

Sumário

9

AGENDA: 6º ANIVERSÁRIO DA ACADEMIA LUDOVICENSE DE LETRAS

10

2019: Ano de MARANHÃO SOBRINHO

27

AML MARANHÃO SOBRINHO PELAS MÃOS DE JOMAR MORAES LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ RECORTES & MEMÓRIA: MARANHÃO SOBRINHO OUTROS POETAS LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ A PRIMEIRA POETA MARANHENSE, NA OPINIÃO DE ANTONIO LOPES LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ O POETA PASCACIO: I. XAVIER DE CARVALHO

30 32 131 132 156


AGENDA











Com o confrade da ACL, Wibson Carvalho, nas comemorações do aniversário da ALL, hoje, no Palácio Cristo Rei.



1. Palestra da Dra Elimar Figueiredo de Almeida Silva sobre os 170 anos de nascimento do abolicionista Celso de MagalhĂŁes;




2. Declamação de poesia pela confreira Ana Luiza Almeida Ferro;


3. Apresentação pelo ator Uimar Junior, que interpretou o promotor Celso de Magalhães encenando o julgamento da baronesa de Grajaú, fato ocorrido em 1876. A apresentação contou ainda com a participação de Clores Holanda e com um corpo de jurados.


2019: Ano de MARANHÃO SOBRINHO


Depois de muitos anos de pesquisa e de consulta a inúmeros documentos, o professor, poeta e ativista cultural Kissyan Castro, membro da Academia Barro-cordense de Letras e um dos maiores conhecedores da vida e da obra do poeta simbolista Maranhão Sobrinho, finalmente concluiu seu livro Maranhão Sobrinho: o poeta maldito de Atenas. A obra será lançada no dia 08 de agosto de 2019, a partir das 17:30, na Casa de Cultura Huguenote Daniel de la Touche, na rua Djalma Dutra, 128 – Centro – São Luís do Maranhão. O referido lançamento faz parte das comemorações pelo sexto aniversário da Academia Ludovicense de Letras e, na ocasião, haverá uma mesa-redonda sobre a vida e a obra de Maranhão Sobrinho.



MARANHÃO SOBRINHO PELAS MÃOS DE JOMAR MORAES http://www.academiamaranhense.org.br/maranhao-sobrinho-pelas-maos-de-jomar-moraes/

28 de maio de 2016 Pesquisador reúne obra do simbolista no livro “Maranhão Sobrinho – Poesia Reunida” que traz, além de dos três livros de sua produção, poesias esparsas publicadas na imprensa da época

Jomar Moraes pesquisou a obra de Maranhão Sobrinho (Foto: Flora Dolores/ De O Estado) Após anos de dedicada pesquisa e garimpos literários em São Luís, Belém e Manaus, o escritor Jomar Moraes acaba de tirar do forno o livro “Maranhão Sobrinho – Poesia Reunida”, do qual é o organizador. Trata-se da reunião, como o nome sugere, de grande parte da lavra poética do simbolista maranhense que publicou três livros entre a primeira e segunda décadas do século passado, além de vasto material em jornais e revistas que circulavam nas três capitais nas quais morou. Ainda sem data de lançamento, o livro sai pelo selo da Editora UFMA (EdUfma) e reúne a produção de Maranhão Sobrinho publicada nos livros “Papéis Velhos”, de 1908; “Estatuetas”, de 1909 e “VitóriasRégias”, de 1911. Os dois primeiros foram publicados em São Luís, já o último, em Manaus. “Esta influência amazônica fica explícita já no título do livro de Sobrinho, que nasceu em Barra do Corda em 30 de dezembro de 1879, morou em São Luís, Belém e Manaus, cidade na qual morreu, em 25 de dezembro de 1915”, diz Jomar Moraes. Além das reedições dos livros, “Maranhão Sobrinho – Poesia Reunida” traz ainda dezenas de poemas escritos e publicados pelo simbolista em periódicos da época. “Ainda ficou alguma coisa de fora deste livro que acrescentaria em número mas não em qualidade”, destaca Jomar Moraes. Sobre isto, o escritor Sebastião Moreira Duarte escreve na orelha do livro: “Eis, finalmente, a Obra Completa de Maranhão Sobrinho, sabendo-se que toda boa edição da espécie é a que, a rigor, resta incompleta, pela rigorosa seleção de quem discerne o que, fora dela, é o que fica porque não deve permanecer como selo de perpetuidade do criador de uma obra de arte literária de alto teor”, diz Moreia Duarte. Importante O pesquisador Jomar Moraes conta que acabou sendo impelido para o trabalho de garimpagem e reunião dos escritos de Maranhão Sobrinho por ter consciência da importância do poeta para as letras maranhenses e brasileiras. “Ele é um dos grandes poetas do Maranhão, nosso maior simbolista e que tem um certo reconhecimento aqui, o que falta nacionalmente”, frisa o pesquisador que espera que com o livro, esta lacuna seja preenchida. Em seu texto de introdução da obra, Jomar Moares explica alguns equívocos acerca da biografia de Maranhão Sobrinho como por exemplo a data de seu nascimento e nome completo, bem como a inclusão de seus trabalhos em antologias e estudos sobre literatura brasileira. O organizador explica que a obra não tem a pretensão de exaurir a biografia do poeta, muito embora dê ao leitor informações relevantes sobre a vida de


Maranhão Sobrinho. Para completar estas informações, Jomar Moraes indica a obra do escritor Kyssian Castro, intitulada “Maranhão Sobrinho: poesias esparsas”. Após concluir os primeiros estudos em Barra do Corda, Maranhão Sobrinho mudou-se para São Luís. Na capital, publica poesias em jornais, integra a Oficina dos Novos. Na virada do século, o poeta muda-se para Belém. Ali também colabora na imprensa local e, tempos depois, segue para Manaus. Anos depois regressa a São Luís, ocasião em que ingressa na Academia Maranhense de Letras, como membro-fundador e titular da cadeira nº 19. Retornou a Manaus, onde morreu “sozinho, em condições precárias, numa casinha no subúrbio de Manaus na noite de Natal de 1915 com apenas 36 anos de idade”, destaca Jomar Moraes.


RECORTES & MEMÓRIA: MARANHÃO SOBRINHO

(José Américo Augusto Olímpio Cavalcanti dos Albuquerques Maranhão Sobrinho) LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Academia Ludovicense de Letras Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão Professor de Educação Física – Mestre em Ciência da Informação

Em 2012, por ocasição do quartocentenário da cidade de São Luis, iniciamos um projeto de recuperar a memória de alguns escritores maranhenses: o Projeto Gonçalves Dias 1. Teve prosseguimento com o resgate da Maria Firmina dos Reis2. A seguir, resgatamos a memoria de Fran Paxeco – ainda em contrução -, com eventos ocorridos na ALL, palestra e publicação de edição especial da Revista do Leo 3 E por último, o resgate de memoria de Ignácio Xavier de Carvalho4. Como a ALL estabeleceu este ano o de Maranhão Sobrinho, vamos proceder da mesma forma: resgatar o que foi publicdo sobre esse autor barracordense nos jornais das cidades por onde passou, dentro da série “RECORTES & MEMÓRIA”. Ao se buscar os lugares da memória, entendemos que podem ser considerados como movimentos que têm por função evitar que o presente se transforme num processo do esquecimento e da perda de identidades5. Os jornais ocupam um lugar privilegiado como armazenadores e formadores da memória social. A partir dessa 1

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; ADLER, Dilercy Aragão (Organizadores). SOBRE GONÇALVES DIAS. São Luis: EDUFMA, 2012 ADLER, Dilercy Aragão; VAZ, Leopoldo Gil Dulcio (Organizadores) . 1.000 POEMAS PARA GONÇALVES DIASa. São Luis: EDUFMA, 2012. ADLER, Dilercy Aragão; VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. DIÁRIO DE VIAGENS. São Luis: ALL, 2014 2 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; ADLER, Dilercy Aragão (Organizadores). SOBRE MARIA FIRMINA DOS REIS. São Luis: ALL, 2014 ADLER, Dilercy Aragão; VAZ, leopoldo Gil Dulcio (Organizadores). 190 POEMAS PARA MARIA FIRMINA DOS REIS. São Luís: ALL, 2014 3 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio (Editor) REVISTA DO LEO, VOLUME 8.1 – EDIÇÃO ESPECIAL – FRAN PAXECO: VIDA E OBRA – MAIO 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_8.1_-__especial__fra VAZ, Leopoldo Gil Dulcio (Editor) REVISTA DO LEO, VOLUME 20.1 - MAIO 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL – FRAN PAXECO E A QUESTÃO DO ACRE. https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__20.1_-_maio_2019_-_ 4 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio (Editor) REVISTA DO LEO, VOLUME 24.1 – SETEMBRO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: IGNÁCIO XAVIER DE CARVALHO: RECORTES E MEMORIA. https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__24.1_-_setembro__2019__edi__o_esp 5 COSTA, Márcia Cordeiro. ESQUERDA E FOLHA ACADÊMICA COMPONDO A HISTÓRIA DO ENSINO SUPERIOR DO MARANHÃO: impressos estudantis lugares de memória. Outros Tempos, www.outrostempos.uema.br, ISSN 1808-8031, Vol. 1 esp., 2007, p. 46-63 disponível em https://scholar.google.com.br/scholar?start=20&q=%22faculdade+de+direito+do+maranh%C3%A3o%22+&hl=ptBR&as_sdt=0,5


ótica, os jornais poderiam ser pensados como construtores de lugares de memória, no sentido dado por Pierre Nora (1993, citado por Ribeiro, 1966) 6. Mais precisamente seriam eles, se não os lugares de memória, com certeza espaços privilegiados no arquivamento e produção da memória histórica, pois a imprensa, no processo histórico, deixa vestígios, marcas e produtos ao longo da trajetória socioeconômica e cultural da humanidade (GALVES, 2008) 7 Servimo-nos, assim, de fontes provenientes da imprensa escrita. Ao estabelecer a metodologia para a pesquisa, nos ativemos à proposta por DaCosta (2005)8; Vaz, (2014)9. Como no Atlas, aqui se trabalha com marcos históricos10, mas não se faz história11. Assim, ao se utilizar desta fonte – primária – devem-se levar em conta todos os periódicos disponíveis para consulta: utilizamo-nos da Hemeroteca da Biblioteca Nacional12: Maranhão13: Pacotilha (MA) - 1910 a 1938

179

Pacotilha (MA) - 1880 a 1909

102

Diario do Maranhão (MA) - 1855 a 1911

79

O Imparcial (MA) - 1926 a 1946

49

O Jornal (MA) - 1916 a 1923

35

Diario de S. Luiz (MA) - 1920 a 1949

32

O Combate (MA) - 1925 a 1965

28

Correio da Tarde : Folha Diaria (MA) - 1909 a 1911

22

A Campanha : Orgão de interesses populares (MA) - 1902 a 1904

21

Pacotilha : O Globo (MA) - 1949 a 1962

9

Jornal de Caxias : Orgão Commercial e Noticioso (MA) - 1895 a 1908

3

Folha do Povo (MA) - 1923 a 1927

3

Jornal do Maranhão : Semanario de Orientação Catolica - Jornal a serviço da Familia e do Povo (MA) - 1954 a 1971

2

Centro Caixeral : Edição Especial - Orgão da Sociedade Centro Caixeiral (MA) - 1902

2

O Combate : Orgão em Prol da Verdade, da Instrucção e da Justiça (MA) - 1906 a 1909

2

Noticias (MA) - 1933 a 1934

2

Gazeta Caxiense : Orgão dos Interesses Publicos (MA) - 1893 a 1895

1

Almanaque de A Fita (MA) - 1921 a 1922

1

O Paiz (MA) - 1863 a 1889

1

A Cruzada : Diario Politico-Religioso, Litterario, Commercial e Noticioso (MA) - 1890 a 1892

1

Publicador Maranhense (MA) - 1842 a 1885

1

Relatorios dos Presidentes dos Estados Brasileiros (MA) - 1890 a 1930

1

A Revista do Norte (MA) - 1902

1

Maranhão : Semanario da União de Moços Catholicos (MA) - 1937 a 1950

1

O Norte (MA) - 1889

1

6

RIBEIRO, A. P. G. A história do seu tempo: a imprensa e a produção do sentido histórico. Rio de Janeiro, Dissertação (Mestrado em Comunicação) – Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1996, citado por COSTA, Márcia Cordeiro, obra citada. 7 GALVES, M. C. Jornais e políticos no município de Avaré. São Paulo: UNESP, 2000, citado por COSTA, Márcia Cordeiro, obra citada. 8 DaCOSTA, Lamartine Pereira (org).ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL. Rio de Janeiro: SHAPE, 2005http://www.confef.org.br/arquivos/atlas/atlas.pdf 9 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. ATLAS DO ESPORTE NO MARANHÃO. São Luis: SEDEL, 2014, disponível em http://cev.org.br/biblioteca/atlas-esporte-maranhao/ 10 Memória - registros descritivos e datados; não é diagnóstico nem plano. 11 História - processo de interpretação sob forma de narrativa com base temporal. 12 http://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/ 13

http://memoria.bn.br/DocReader/docmulti.aspx?bib=%5Bcache%5Drosa_537002390863.DocLstX&pesq=MARANH%C3%83O%2 0SOBRINHO


Mensagens do Governador do Maranhão para Assembléia (MA) - 1890 a 1930

1

Nos jornais do Amazonas temos as seguintes ocorrencias: Jornal do Commercio (AM) - 1905 a 1979

88

Correio do Norte : Orgão do Partido Revisionista do Estado do Amazonas (AM) - 1906 a 1912

23

Jornal do Commercio (AM) - 1980 a 2007

13

A Lanceta (AM) - 1912 a 1915

3

Jornal Pequeno (AM) - 1911

2

A Capital (AM) - 1917 a 1918

1

A Encrenca : critico, litterario e noticioso (AM) - 1915 a 1917

1

A União (AM) - 1914

1

Cinco d'Outubro (AM) - 1911

1

O Maritimo : orgão da Liga Naval da Amazonia (AM) - 1911

1

E nos do Pará: Diário do Pará (PA) - 1982 a 1990

6

Estado do Pará : Propriedade de uma Associação Anonyma (PA) 1921

6

O Industrial (PA) - 1901 a 1903

1

Naturalmente, nem todas as referencias se referem ao nosso homenageado. Muitas das referencias são de endereço – Rua Maranhão Sobrinho, em São Luis e Barra do Corda -, ou de escola – Escola Maranhão Sobrinho. Maranhão Sobrinho - na Wikipédia -, e na AML14: José Américo Augusto Olímpio Cavalcanti dos Albuquerques Maranhão Sobrinho (Barra do Corda, 20 de dezembro de 1879 — Manaus, 25 de dezembro de 1915) foi um escritor e jornalista brasileiro, fundador da Academia Maranhense de Letras. Boêmio notório e de vida inteiramente desregrada, Maranhão Sobrinho "foi o mais considerável poeta do seu tempo, no extremo Norte, e o simbolista ortodoxo, o satanista por excelência do movimento naquela região", segundo o crítico Andrade Murici. Criado em Barra do Corda, no interior do Maranhão, conta-se que quando criança era irrequieto, brincalhão e levado mesmo da breca, no dizer dos seus contemporâneos. Frequentou irregularmente os primeiros estudos no conceituado colégio do Dr. Isaac Martins, educador de excepcionais qualidades, ardoroso propagandista republicano e abolicionista. Em 15 de agosto de 1899, com o auxílio paterno, embarcou para São Luís, onde no ano seguinte funda a "Oficina dos Novos" e matricula-se com o nome de José Maranhão Sobrinho na antiga Escola Normal, em 1901, tendo para isso obtido a ajuda de uma pequena bolsa de estudo, naqueles tempos denominada pensão. Por motivo de se haver indisposto com alguns professores, em seguida abandonava o curso normal e, sem emprego, aos poucos entregou-se à vida boêmia. Em 1903, impressionados com a vida boêmia que levava em São Luís, alguns amigos mais dedicados o embarcaram, quase à força, para Belém do Pará, na esperança de que ali mudasse de procedimento, trabalhasse e arranjasse meios de publicar seus livros. Na capital paraense, colocou-se no jornal Notícias e passou a colaborar na tradicional Folha do Norte. Bem depressa, tornou-se popular nas rodas boêmias e nos meios intelectuais. Colaborou também em jornais e outras publicações de São Luís e de vários Estados, incluindo-se entre estas a Revista do Norte, de Antônio Lôbo e Alfredo Teixeira. Em 1908 funda Academia Maranhense de Letras, unido à plêiade de escritores e poetas locais. 14

https://pt.wikipedia.org/wiki/Maranh%C3%A3o_Sobrinho http://www.academiamaranhense.org.br/maranhao-sobrinho-2/


Nisso transfere-se para a Amazônia onde, residindo em Manaus, passa a colaborar com a imprensa local e torna-se membro fundador da Academia Amazonense de Letras. Sua vida sempre foi boêmia e desregrada, escrevendo seus versos em bares, mesas de botequim ou qualquer ambiente em que predominasse álcool, papel e tinta. Despreocupado pela sorte dos seus poemas, publicou seus livros em péssimas edições sem capricho ou conservação, aos cuidados de amigos e admiradores, deixando esparsa grande parte do que escreveu em jornais, revistas e folhas de cadernos de venda. Novamente muda-se mas para Belém, onde conhece o poeta Carlos D. Fernandes, que havia sido amigo de Cruz e Sousa e pertencera ao grupo da revista Rosa-Cruz. Dois anos depois, de retorno a Manaus, lá fixa-se como funcionário público do Estado, onde vem a falecer em plena noite de natal, no dia 25 de dezembro de 1915, com apenas 36 anos de idade. Em Barra da Corda, o seu nome é lembrado oficialmente em uma única praça e pela Academia BarraCordense de Letras. Estilo literário - A poesia de Maranhão Sobrinho é de fato colorida e fantasiosa, por vezes cheia de um resplendor de pedrarias, quando muito se revela satânica e, em alguns momentos, penetrada do amargor de Cruz e Sousa. "… É o representante mais completo da escola simbolistano Maranhão", diz Antônio Reis Carvalho, e de fato, segundo os críticos literários, é notória a influência dos poetas franceses Mallarmé, Verlaine e Baudelaire. Na poesia de Maranhão Sobrinho a ideia é simbólica, o sentimento é romântico e a forma é parnasiana, afirma o literato Reis Carvalho. Literariamente batizado na escola simbolista, Maranhão Sobrinho é conhecido pelos críticos e estudiosos de literatura como um dos três melhores poetas simbolistas brasileiros, ao lado de Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimarães. Obras: 1908 - Papéis Velhos… Roídos pela Traça do Símbolo; 1909 - Estatuetas; 1911 - VitóriasRégias. Ou conforme consta no sitio de Antônio Miranda15: MARANHÃO SOBRINHO (1879-1915) Fundador com Antônio Lobo, I. Xavier de Carvalho e Corrêa de Araújo, entre outros, do movimento de renovação literária denominado Os Novos Atenienses, que em fins do século XIX e início do século XX sacudiu o meio intelectual de São Luís com idéias e conceitos vanguardistas, Maranhão Sobrinho foi o mais singular poeta de sua geração. Boêmio, por vezes até mesmo desbragadamente ébrio, José Américo Augusto Olimpio Cavalcanti dos Albuquerques Maranhão Sobrinho nasceu em Barra do Corda, interior do Estado, em 25 de dezembro de 1879, e morreu ainda jovem, em Manaus, no mesmo dia em que completava 36 anos. Nesse breve espaço de tempo, encarnou como poucos a figura trágica do poeta dominado por suas angústias existenciais - viveu rápido e intensamente: suas dores, reais ou imaginadas, lançaram-no na sôfrega busca pelo prazer e no caminho da autodestruição. Mas se ele era essa espécie de romântico trágico na vida pessoal, sua poesia está em outro patamar. Simbolista ortodoxo, foi um visionário capaz de construir imagens perturbadoras em versos admiravelmente bem urdidos, sensualmente mórbidos, onde por trás de cada palavra flutua, não muito distante, a imensa sombra de um amargo pessimismo com o mundo e com as pessoas. Sem dispor de recursos financeiros, publicou seus trabalhos com grande dificuldade. Foram ao todo três livros editados de modo bastante precário, com circulação restrita à província. Além disso, apenas colaborações esparsas, ainda que numerosas, em revistas e jornais de São Luís. Muito embora sua obra ainda não tenha sido objeto de um estudo mais aprofundado, a crítica nela destaca uma bem assimilada influência de Baudelaire e Verlaine, considerando-o ao mesmo tempo um dos luminares do movimento simbolista no Brasil - quase no mesmo nível ocupado por Cruz e Souza e Alfonsus Guimaraes, expoentes máximos da escola. De qualquer sorte, coube a Maranhão Sobrinho ser um poeta representativo do período de transição da literatura maranhense - teve o talento amplamente reconhecido, tanto pelo público quanto por seus pares, foi um dos fundadores da Academia Maranhense de Letras, mas sofreu estilisticamente na difícil tarefa de buscar uma síntese convincente entre o Romantismo ainda em voga, o Parnasianismo e o Simbolismo. Reflexos dessa luta estéril são visíveis em seus poemas. 15

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/maranhao/maranhao_sobrinho.html Antônio Lisboa Carvalho de Miranda é um professor e escritor brasileiro, membro da Academia de Letras do Distrito Federal. Nascimento: 5 de agosto de 1940 (idade 79 anos), Bacabal, Maranhão; Livros: Ni robot ni bufón: manual para la crítica de arquitectura. https://www.google.com/search?q=Antonio+Miranda&oq=Antonio+Miranda&aqs=chrome..69i57j0l4j69i60.5135j0j8&sourcei d=chrome&ie=UTF-8


Houvesse vivido mais alguns anos, talvez sua obra conseguisse escapar dessa armadilha literária, atingindo novas e inesperadas dimensões. Ainda assim, figura em destaque no Panteon dos poetas maranhenses de todos os tempos.

Já Romildo de Azevedo escreve, no sitio Recanto das Letras16: MARANHÃO SOBRINHO - Um Simbolista Sonhador O universo da literatura é repleto de sonhos e de sonhadores que, vivendo aquém e além do tempo e do espaço, projetam e constroem um mundo orientado pela Ética e pela Estética. Trilham o caminho do certo e do belo para realizar o Amor. Amor Universal. Só assim os sonhadores conseguem, mesmo contingenciado por adversidades tidas por muitos como insuperáveis, singrar por revoltos mares. E ao navegar, às vezes sem norte, sem vento ou contra o vento, alcançam paragens onde reina a emoção mais pura e bela. Maranhão Sobrinho é o paradigma de vate que marcou o caminho do Simbolismo de forma indelével. A beleza de seus versos é realmente inquestionável e reconhecida pelos estudiosos da literatura pátria. A propósito, Raimundo de Menezes, membro da Academia Maranhense de Letras, em seu rico Dicionário Literário Brasileiro, segunda edição, LTC, Rio de Janeiro, página 406, dedica ao poeta barra-cordense verbete que merece transcrição na íntegra: "Maranhão Sobrinho (José Augusto Américo dos Albuquerque) - N, em Barra do Corda (MA), a 25 de dezembro de 1879, filho de modesto lavrador. Ao lado de Xavier de Carvalho, Antônio Lobo, Astolfo Marques Correia de Araújo, fundou, em 1900, a Oficina dos Novos; em 1908, a Academia Maranhense de Letras. Com Artur Lemos, diretor de A Província do Pará, participa de movimento literário na capital do Estado. Na ocasião, entrou em contato com Carlos D. Fernandes. Boêmio, escrevia "em qualquer parte em que houvesse álcool, papel e tinta". Seus versos tiveram grande popularidade no Norte. No dizer de Antônio Reis Carvalho, se simbolismo "é menos extravagante, mais sensato, menos bizarro, e mais enigmático e mais sentimental: lembra a musa de Verlaine, talvez o mais poeta dos poetas malditos. Mas se nele a idéia é simbólica, o sentimento é romântico e a forma parnasiana". Publicou parte de sua obra literária, bastante volumosa, apesar de desigual. O resto permanece esparso nos jornais e revistas. F. em Manaus (AM), no dia do aniversário, 25 de dezembro de 1915. Bibliografia: Papéis velhos ...roídos pela traça do símbolo, Maranhão, 1908. Estatuetas, Maranhão, 1909. Vitórias-régias, Maranhão, 1911. Por sua vez, Jomar Moraes, da Academia Maranhense de Letras, em seu excelente livro Apontamentos da Literatura Maranhense, fonte de consulta obrigatória para os amantes das letras, registra: "José Américo Olimpio Cavalcante dos Albuquerques Maranhão Sobrinho nasceu em Barra do Corda (MA), a 20 de dezembro de 1915. Fundou, na Academia Maranhense de Letras, a cadeira 19, de que é patrono Teófilo Dias. Após sua morte, foi escolhido patrono da cadeira 21." Barra do Corda se tornou pequena diante da genialidade e do espírito irrequieto de Maranhão Sobrinho. A falta de opção em sua terra o levou a buscar novos rumos. Corria o ano de 1900. Jovem, aos 21 anos, o aedo muda-se para São Luís, em procura de condições mais favoráveis a seu crescimento cultural. De São Luís parte para Santa Maria de Belém do Bom Pará, onde participa do movimento literário sob a liderança de Artur Lemos. Na época publicou poesias no jornal A Província do Pará. Ficou pouco tempo em Belém. Levantou vôo rumo a Manaus. Em 1911, Manaus vivia uma quadra de intensa atividade econômica e cultural. Foi quando Maranhão Sobrinho publicou seu último livro, Vitória-Régia. Foi mais um sonho realizado pelo poeta de estro marcado pelo uso intenso de substantivos e adjetivos. Em brilhante artigo publicado no jornal O Imparcial, em 01.01.1937, o renomado escritor Josué Montello, literato de inexcedível saber, afirma sobre Maranhão Sobrinho: "Não era, 'como toda gente, um bacharel formado.' Estudou para o magistério primário, diplomando-se pela Escola Normal de São Luís, mas o que ele verdadeiramente ensinou foi a arte de fazer belos versos, desses que, na declaração original de Anatole France, lembram dedos delicadíssimos ternamente tangendo a harpa de nossa emotividade." E prossegue dizendo que o que distingue Maranhão Sobrinho é a clareza simbólica, para depois, em conclusão, registrar: "Escreveu muito, em Manaus, e eu mesmo li, na coleção de um amigo, uns versos inéditos do grande aedo, por sinal que escritos num caderno ordinário de compras de balcão." Como se vê, Maranhão Sobrinho, mesmo tendo partido para o Oriento Eterno com apenas 36 anos, 16

https://www.recantodasletras.com.br/biografias/872951 https://www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=32825


nos legou uma obra poética que merece um lugar de destaque no cenário das letras. Cabe, portanto, aos operadores da cultura divulgar os sonhos do grande ícone do Simbolismo no Brasil.

Kissyan Castro17 lançou, em 2015, o livro “Maranhão Sobrinho – Poesia Esparsa”, em que reúne 105 poemas inéditos, coletados de sua vasta produção dispersa em publicações da imprensa18. O autor esclarece: O livro é uma edição alusiva ao Centenário da Morte de Maranhão Sobrinho. Assim, pensei em incluir também um apêndice que contivesse informações pertinentes ao evento, como por exemplo: Que repercussão teve sua morte? Houve de fato algum projeto que concedeu perpetuidade à sua sepultura? E por que, então, essa lei foi violada? Maranhão Sobrinho deixou algum trabalho inédito? Onde se encontra hoje o seu espólio literário? O que dele disseram os amigos de convívio e a crítica nacional? O trabalho é complementado por uma extensa biografia do poeta, a que preferi chamar de “Itinerário Biográfico”, tanto pelo duplo circuito São Luís-Belém-Manaus, como pelo caráter dinâmico das raras “paradas” de Maranhão Sobrinho.

Ao organizar a parte biográfica incluiu o máximo de elementos novos e, entre esses, algumas grandes descobertas. Por exemplo, quando ele deixa Barra do Corda, sua intenção era seguir para o Rio de Janeiro, onde pretendia cursar engenharia na Escola Militar, mas acaba mudando de ideia. Fica um tempo em São Luís e depois vai para Belém. Ali, num primeiro momento, envolve-se no jornalismo engajado, político, militante, em protesto às injustiças sociais. Acreditava-se que a vida inteira de Maranhão Sobrinho girava em torno do sonho jamais realizado de transferir-se para a capital do país e publicar ali sua “obra-prima. No entanto, quando a tão esperada oportunidade lhe é oferecida pelo governador Luís Domingues 19, amigo de Urbano Santos20, então vice-presidente da República, rejeita e prefere seguir para Manaus: Até então acreditávamos que a atuação poética de Maranhão Sobrinho limitava-se ao seu estado natal, Pará e Amazonas, mas acabei encontrando poemas e artigos de jornais e revistas também no Ceará, Pernambuco, Alagoas, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, dentre outros, onde já usufruía, mesmo em vida, do respeito e reconhecimento do seu gênio poético.

Para Castro (2015), há mais diferenças que semelhanças de estilo entre esses poemas inéditos e os que se conhecem dos três livros publicados do poeta, assim como acontece entre os três livros que publicou em vida, e por que não dizer dentro de uma própria obra, como é o caso do bloco de poemas intitulado “Cromos”, pastoris, que destoam dos demais, de predominância simbolista, no livro "Papéis Velhos": Como deixo claro numa nota introdutória, meu livro não constitui uma seleção oficial de Maranhão Sobrinho, nem possui caráter antológico, no sentido de extrair o “suprassumo” da sua obra, mas mostrar sua trajetória poética desde a fase temporã de suas lucubrações estéticas, fase tida como condoreira, a partir de 1896, até o salto soberbo na produção de sonetos magistrais que lhe renderam a fama de “o mais completo sonetista da língua”, como nos informa o Jornal do Brasil, de 10 de janeiro de 1939. 17 Nasceu em Barra do Corda, Maranhão, em 1979. Poeta e escritor. Atualmente assina uma coluna às quintas-feiras no jornal virtual www.turmadabarra.com. publicou em poesia: “Vau do Jaboque” (2005)e “Bodas de Pedra” (2012). Tem inéditos os livros: “Rio Conjugal” e “Farelos”. “Você, em seus versos, imprime metalinguagem que não é de iniciantes, e dispensa de sua palavra o lugar comum; é hermético e conciso, e isso lhe dá fôlego e magia. (...) Você é como me disse certa vez o poeta de Martim Cererê, Cassiano Ricardo: ‘Todo mundo faz poesia aos vinte anos, mas você a fará pela vida inteira...’.”FERNANDO BRAGA. http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/maranhao/kyssian_castro.html 18 BORGES, Celso. Produção inédita de Maranhão Sobrinho. IN O ESTADO DO MARANHÃO, 04/12/2015, disponível em https://imirante.com/oestadoma/noticias/2015/12/04/producao-inedita-de-maranhao-sobrinho/ 19 Luís Antônio Domingues da Silva (Turiaçu, 11 de junho de 1852 — São Luís, 11 de julho de 1922) foi um jurista e político brasileiro. Foi deputado geral do Império e presidente do Maranhão, de 1 de março de 1910 a 1 de março de 1914. https://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_Ant%C3%B4nio_Domingues_da_Silva 20 Urbano Santos da Costa Araújo, mais conhecido por Urbano Santos (Guimarães, 3 de fevereiro de 1859 — Rio de Janeiro, 7 de maio de 1922), foi um jurista, promotor e político brasileiro, que foi governador do Maranhão e Vice-presidente da República no governo de Venceslau Brás, entre 1914 e 1918. Filho de Antônio Brício de Araújo, formou-se pela Faculdade de Direito do Recife, em 1882 na mesma turma em que se formaram Clóvis Beviláqua e J.X.Carvalho de Mendonça, autor do Tratado de Direito Comercial Brasileiro, em dez volumes. Foi redator da Gazeta Acadêmica de Ciências e Letras. Foi promotor público em Baixo Mearim (atual Vitória do Mearim), Mirador e Rosário, e juiz municipal da cidades maranhenses de Coroatá, São Bento e São Vicente Ferrer. Foi ainda juiz de casamentos e do comércio na capital do estado, além de juiz de direito de Campos Novos (SC). Morreu em viagem entre o Maranhão e o Rio de Janeiro, em 7 de maio de 1922. https://pt.wikipedia.org/wiki/Urbano_Santos_da_Costa_Ara%C3%BAjo


Como Kassyan Castro já coletou essas poesias que apareceram na nossa imprensa 21, não as replicaremos aqui, haja vista já estarem identificadas e publicadas em livro. Nos limitaremos a recuperar aspectos de sua atuação no cenário literário maranhense, e do Norte – Belém e Manaus. No ano de 1895, informa ‘A Gazeta Caxiense’ (25/12), que Maranhão Sobrinho está entre os eleitores daquela cidade interiorana e subscreve um manifesto em favor do dr. Francisco Dias Carneiro22. O ‘Diário do Maranhão’ do ano de 1896 começa a publicar suas poesias... 1891, ‘A Cruzada’ de 19 de dezembro traz o resultado dos exames gerais a que submeteu:

Também neste ano, uma edição especial do ‘Centro Caixeiral’ (02 de março), é publicado um comentário assinado por Fabrício Diniz, em que se pergunta se Maranhão Sobrinho era um pseudônimo e compara sua poesia à de Castro Alves: 21

Todos os jornais pesquisados, tanto do Maranhão, quanto do Pará e Amazonas, além de outros estados, trazem poemas de Maranhão Sobrinho. Quase que diariamente os Jornais Diário de São Luis e O Jornal, logo após sua morte, tinham uma sessão de poesia, em que era publicado, não só ele, mas outros também. 22 Francisco Dias Carneiro - Pseudônimo(s): Stepheni Von Ritter; Nascimento: 1837 - Pastos Bons, MA; Morte: 1896 - Caxias, MA; Advogado, deputado, poeta, prosador, patrono número 27 da Academia Maranhense de Letras. Segundo Coutinho, nasceu em Passagem Franca, Maranhão.




O ‘Diário do Maranhão’ de 3 de dezembro de 1899 traz sua nomeação como autoridade policial do município de Caxias, como suplente de subdelegado do 3º Distrito. ‘Diário do Maranhão’ de 2 de setembro de 1900 registra sua chegada de Barra do Corda, com destino ao Rio de Janeiro, onde pretende dar continuidade aos seus estudos na Escola Militar de Engenharia:

A 17 de setembro, o ‘Diário do Maranhão’ registra o recebimento de ‘A Atualidade’ de numero quatro, onde já aparece colaborações de Maranhão Sobrinho, assim como a de numero 5. Nas edições seguintes continuava o anuncio do aparecimento dessa publicação, com as poesias de Maranhão Sobrinho:


Pretendendo mudar-se para o Rio de Janeiro para dar continuidade aos estudos, queria cursar Engenharia, não se sabe as circusntancias que o impediram de faxze-lo, permanecendo em São Luis, onde fez concurso para a Escola Normal, logrando aprovação (Diário do Maranhão, 19 de janeiro de 1901):


Conforme consta nesse jornal, edição de 19 de janeiro de 1901 solicita ajuda para o Governo, de uma bolsa de pensionista, para poder cursar a Escola Normal:

‘O Diário...’ edição de 19 de março de 1901 publica este pequeno conto, assinado por Maranhão Sobrinho:



‘A Campanha’ (04 de abril de 1901) anuncia reunião da Oficina dos Novos:


Para Benedito Buzar23, foi a visita do escritor Coelho Neto a São Luís, em junho de 1899, que fez com que os intelectuais maranhenses, que se encontravam anestesiados e desencantados com a literatura, acordassem e procurassem revitalizar o meio literário da Atenas Brasileira: [...] A oportuna presença de Coelho Neto e a chegada de outra figura importante a São Luís, o português Fran Paxeco, sacudiram a nossa intelectualidade, que adquiriu alma nova e a movimentar-se para o Maranhão recuperar o prestígio cultural de antanho. [...] Como resultado dessa nova fase de agitação cultural, fundaram-se várias agremiações, salientandose, em primeiro plano, a Oficina dos Novos, criada a 28 de julho de 1900, patroneada por Gonçalves Dias, e com a participação de intelectuais do porte de Francisco Serra, João Quadros e Astolfo Marques. No rastro da Oficina dos Novos, surgiram outras entidades culturais, dentre as quais a Renascença Literária, o Grêmio Literário Maranhense, a Cooperação Sotero dos Reis, o Clube Nina Rodrigues e o Grêmio Odorico Mendes, que promoviam conferências, publicavam livros, jornais e revistas e lançavam concursos literários, tudo isso sob o impulso de uma nova geração de escritores, ávidos de ressuscitar os tempos da Atenas Brasileira. Nesse cenário de plena fermentação literária, nasce a 10 de agosto de 1908 a Academia Maranhense de Letras, solenemente instalada a 7 de setembro daquele ano, tendo como patrono Gonçalves Dias, fato 23

BUZAR, Benedito. A oficina dos novos e a AML. 29 de julho de 2017. Blog da AML, disponível em http://www.academiamaranhense.org.br/blog/a-oficina-dos-novos-e-a-aml/


que levou muita gente imaginar que o aparecimento dessa instituição seria para ocupar o lugar da Oficina dos Novos. [...]Credita-se à migração de alguns membros da Oficina dos Novos para os quadros da Academia Maranhense de Letras, que teve como fundadores doze renomados intelectuais, da estirpe de José Ribeiro do Amaral, Barbosa de Godois, Clodoaldo Freitas, Domingos Barbosa, Correia de Araújo, Vieira da Silva, Costa Gomes, Maranhão Sobrinho, Astolfo Marques, Alfredo de Assis, Inácio Xavier de Carvalho, Godofredo Viana, Fran Pacheco e Antônio Lobo, alguns dos quais sócios da Oficina dos Novos, nos seus primeiros anos de vida.

O ‘Diário do Maranhão’ de 19 de abril de 1901 publica requerimento de Maranhão Sobrinho solicitando o pagamento da pensão que alegava ter direitos, para cursar a Escola Normal; logo a seguir, sai o despacho da petição:

Começam a serem publicados os resultados dos exames gerais da Escola Normal, como este de 24 de outubro de 1901, em que é aprovado na cadeira de Ginástica:

Nos números seguintes outros resultados aparecem, logrando aprovação. Em abril de 1902, a Oficina dos Novos promove um recital, no Teatro Artur Azevedo, em que representaria o Grêmio estudantil. Logo a seguir, em outra reportagem falando sobre esse recital, tece elogios a Maranhão Sobrinho, pela sua participação, com uma poesia de sua própria lavra: América.


‘A Campanha’, de 06 de agosto de 1902, traz a seguinte reportagem, sobre um quisto que apareceu no rosto de Maranhão Sobrinho:

O ‘Diário de São Luis’ informa que fora operado do estranho cisto sebáceo que lhe aparecera na face (16 de maio de 1902). O ‘Diário de São Luis’ em 1º de outubro desse mesmo ano publica uma nota, falando de sua partida para Belém:


‘A Campanha’, de 31 de março de 1903, traz reportagem em que um jornal mineiro faz referencia à edição do ‘Centro Caixeiral’; segue um poema, intitulado A Escola



Informa o ‘Diário do Maranhão’ de 07 de maio de 1903, o recebimento de numero de revista literária, publicada em Manaus, em que consta como colaborador Maranhão Sobrinho:

Nascimento Moraes24, em ‘A Campanha’, a partir da edição de 8 de setembro de 1903, assina uma série de artigos, analisando a obra de Maranhão Sobrinho: 24

José Nascimento Moraes (São Luís (Maranhão), 19 de março de 1882 - 22 de fevereiro de 1958) foi um escritor, poeta, romancista, cronista, ensaísta e jornalista brasileiro. O autor foi uma grande figura do cenário maranhense do início do século XX, destacando-se por suas obras jornalísticas e literárias, que focavam, sobretudo, a contraposição das questões elitistas e abolicionistas. Lutou contra os conceitos racistas da época, atraindo aliados e inimigos à sua causa. De suas obras publicadas, destaca-se “Vencidos e Degenerados”, cujo tema central é o retrato da sociedade maranhense em vista às questões sociais, como o preconceito e a pobreza extrema. A obra projetou nacionalmente o autor como um dos melhores retratistas sociais da época, igualado a nomes como Lima Barreto e Aluísio Azevedo. Foi professor do Liceu Maranhense e presidente da Academia Maranhense de Letras. Teve alunos, hoje conhecidos, como José Sarney e Ferreira Gullar, também atuantes nas temáticas sociais brasileiras. Nascimento Moraes teve um filho, batizado com o mesmo nome, que seguiu a mesma trajetória literária e jornalística e foi defensor dos direitos da população negra, com a mesma dedicação que o seu pai teve à causa. Sobre o pai, Nascimento Moraes Filho afirma que, além das obras de cunho naturalista e revolucionário, a contribuição principal está no fato de que seu pai foi um exemplo vivo da superação de preconceitos. Para ele, o pai foi um vitorioso em sua profissão, reconhecido em seu estado e em todo o país. José Nascimento Moraes faleceu no dia 22 de fevereiro de 1958 com 76 anos. https://pt.wikipedia.org/wiki/Nascimento_Moraes




O jornal paraense ‘O Industrial’, edição de 29 de outubro de 1903, ao relatar as comemorações de aniversário de Lauro Sodré informa que fora editada um suplemento especial do ‘Patriota’

O ‘Diário do Maranhão’ de 13 de novembro de 1903 traz uma carta endereçada à Maranhão Sobrinho por Domingos Barbosa25

25

Domingos Quadros Barbosa Álvares nasceu na cidade de São Bento, a 28 de novembro de 1880, e faleceu no Rio de Janeiro, a 26 de dezembro de 1946. Dirigiu a Imprensa Oficial do Estado em três ocasiões: 1908, 1912 e 1913, foi secretário-geral do Estado, no Governo Benedito Leite (1906-1910). Essencialmente prosador, firmou seu nome literário como contista, havendo publicado três livros de contos no relativamente curto espaço temporal que vai de 1908 a 1911. Orador de grandes recursos, representou o povo maranhense na Câmara dos Deputados, havendo desempenhado o mandato de deputado federal nas legislaturas: 1921-1923, 1924-1926, 1927-1929 e 1929-1930. Jornalista, colaborou em diversos órgãos da imprensa maranhense, entre os quais o jornal Pacotilha, Revista do Norte e Atenas. http://www.academiamaranhense.org.br/domingos-quadrosbarbosa-alvares/


‘JORNAL DO COMÉRCIO’ (Ano 1904\Edição 00109) traz novo artigo de Maranhão Sobrinho – “Cartas do Pará”


:



O ‘Diário de Maranhão’ de 17 de março de 1905 anuncia o reaparecimento do jornal ‘O Patriota’, do Pará, com Maranhão Sobrinho ocupando sua secretaria

O ‘Jornal do Comercio’ em sua edição de 23 de agosto de 1906 publica um conto: ‘Hassar”, dedicado a Alcides Bahia



Na edição de 15 de abril de 1907, o ‘Diário do Comercio’ (Manaus) anuncia breve aparecimento da tradução das fábulas de La Fontaine26 e das poesias de Lessing27:

A 10 de junho de 1907, o ‘Diário do Comércio’ anuncia uma conferencia a ser proferida por Maranhão Sobrinho:

Anunciado (Jornal do Comércio, 04/04/1908) o casamento de Maranhão Sobrinho, com uma distinta moça da sociedade – sem dizer o nome – e que em seguida, iriam em viagem de núpcias a Iquitos: 26

Jean de La Fontaine (Château-Thierry, 8 de julho de 1621 — Paris, 13 de abril de 1695) foi um poeta e fabulista francês. Era filho de um inspetor de águas e florestas, e nasceu na pequena localidade de Château-Thierry. Estudou teologia e direito em Paris, mas seu maior interesse sempre foi a literatura. Por desejo do pai, casou em 1647 com Marie Héricart. Embora o casamento nunca tenha sido feliz, o casal teve um filho, Charles. Em 1652, La Fontaine assumiu o cargo de seu pai, mas alguns anos depois colocou-se a serviço do ministro das finanças Nicolas Fouquet, mecenas de vários artistas, a quem dedicou uma coletânea de poemas. Escreveu o romance "Os Amores de Psique e Cupido" e tornou-se próximo dos escritores Molière e Racine. Com a queda do ministro Fouquet, La Fontaine tornou-se protegido da Duquesa de Bouillon e da Duquesa d'Orleans. Em 1668 foram publicadas as primeiras fábulas, num volume intitulado "Fábulas Escolhidas". O livro era uma coletânea de 124 fábulas, dividida em seis partes. La Fontaine dedicou este livro ao filho do rei Luís XIV. As fábulas continham histórias de animais, magistralmente contadas, contendo um fundo moral. Escritas em linguagem simples e atraente, as fábulas de La Fontaine conquistaram imediatamente seus leitores. Em 1683 La Fontaine tornou-se membro da Academia Francesa, a cujas sessões passou a comparecer com assiduidade. Na famosa "Querela dos antigos e dos modernos", tomou partido dos poetas antigos. Várias novas edições das "Fábulas" foram publicadas em vida do autor. A cada nova edição, novas narrativas foram acrescentadas. Em 1692, La Fontaine, já doente, converteu-se ao catolicismo. A última edição de suas fábulas foi publicada em 1693. Antes de vir a ser fabulista, foi poeta, tentou ser teólogo. Além disso, também entrou para um seminário, mas aí perdeu o interesse. Está sepultado no cemitério Père-Lachaise, em Paris, ao lado do dramaturgo Molière. Obras: A sua grande obra, “Fábulas”, escrita em três partes, no período de 1668 a 1694, seguiu o estilo do autor grego Esopo, o qual falava da vaidade, estupidez e agressividade humanas através de animais. La Fontaine é considerado o pai da fábula moderna. Sobre a natureza da fábula declarou: “É uma pintura em que podemos encontrar nosso próprio retrato”. Algumas fábulas escritas e reescritas por ele são A Lebre e a Tartaruga, O Homem, A Cegonha e a Raposa, O Menino e a Mula, O Leão e o Rato, e O Carvalho e o Caniço, a Raposa e a Uva. https://pt.wikipedia.org/wiki/Jean_de_La_Fontaine 27 Gotthold Ephraim Lessing (Kamenz, Saxônia, 22 de janeiro de 1729 — Braunschweig, 15 de fevereiro de 1781) foi um poeta, dramaturgo, filósofo e crítico de arte alemão, considerado um dos maiores representantes do Iluminismo, conhecido também por sua crítica ao anti-semitismo e defesa do livre pensamento e tolerância religiosa. Suas peças e seus escritos teóricos exerceram uma influência decisiva no desenvolvimento da Literatura Alemã moderna, da qual é considerado fundador. https://pt.wikipedia.org/wiki/Gotthold_Ephraim_Lessing


Noticias vindo de Belém, em nota do ‘Jornal do Comercio’ em sua edição de 9 e abril e 1910, de surra que Maranhão Sobrinho levara do secretário da ‘Folha do Norte’:

Em 1910, conforme a ‘Campanha’ de 14 de janeiro, estava a caminho de Belém, pelo “Ceará”, indo trabalhar na “Folha do Norte”. ‘A Pacotilha’, também de 14 de janeiro desse ano de 1910, traz-nos um artigo sobre o livro ‘Papéis Velhos’, tecendo muitos elogios, citando alguns poemas, porém apontando vários erros de publicação, que precisariam ser corrigidos:



Na edição de 4 de fevereiro de 1910, de ‘A Pacotilha’, uma declaração de que fora curado de reumatismo, tomando determinado elixir; esse anuncio vai se repetir em várias edições seguintes do jornal:

Noticiado (Pacotilha, 3 de março de 1910) o aparecimento do livro de poesias “Kermesse de Rozas”, pela editora de Pinto Fonseca, reproduzindo nota de ‘A Folha do Norte’. Novo artigo de Nascimento Moraes publicado uma primeira parte, em a ‘Campanha’ de 16 de junho de 1910


A 17 de junho, a continuação da matéria:



A matĂŠria continua:















No ‘Correio da Tarde’ de 06 de agosto de 1910, continua a crítica aos ‘Novos Atenienses’, desta vez escrita por Valério Santiago28:

28

Pseudônimo de Nascimento de Moraes. Nome completo: José do Nascimento Moraes - Pseudônimo(s): Valério Santiago. https://www.literaturabrasileira.ufsc.br/autores/?id=5221




Na edição de 17 de agosto, volta à carga, acusando Antônio Lobo de utilizar-se de palavras que Maranhão Sobrinho não disse:





O jornal manauara ‘Correio do Norte’, após vir publicando suas poesias, em primeira página, desde 1909, anuncia que Maranhão Sobrinho, a partir daquela data, 12 de outubro de 1910, passaria ao seu corpo de colaboradores:


Já em 1911, após sua partida de São Luis, suas poesias eram recitadas em quase todos os eventos culturais acontecidos na cidade. Viriato Corrêa, em discurso na Assembleia Legislativa, falando sobre a estátua de João Lisboa, refere-se à vários poetas maranhenses, destacando Maranhão Sobrinho (Pacotilha, 12 de abril de 1911):

A partir de 1911 constamos o aparecimento de seus poemas em jornais publicados no Amazonas. Como já dito anteriormente, deixamos de reproduzi-los, haja vista terem sido recuperados por Kyssian Castro, em seu ultimo livro; ateremos-nos, tão somente, às noticias sobre o poeta. Aparecem no jornal ‘O Marítimo’, ‘Cinco de Outubro’, ‘A União’, dentre outros. O ‘Jornal Pequeno’, de Manaus, em sua edição de 11 de julho de 1911, avisa sobre o lançamento de novo livro de poemas de Maranhão Sobrinho:


Maranhão Sobrinho assina artigo publicado em ‘O Correio do Norte’, edição de 20 de julho de 1911 sobre o Brasil e Portugal:

A 6 de agosto, anuncia-se o aparecimento de ‘Vitórias Régias’:


São publicados dois poemas dedicados à Maranhão Sobrinho, nos meses de agosto e setembro de 1911:



Em 1 de outubro de 1911 aparece outro artigo de Maranhão Sobrinho, da série prevista pelo jornal ‘Correio do Norte’, sobre a Nossa História:



No dia 15 de outubro de 1911 sai um libelo contra MaranhĂŁo Sobrinho nos seguintes termos:




A 18 de outubro de 1911, esta outra nota, referindo-se a MaranhĂŁo Sobrinho como uma lesma social


Jornal do Comercio de 14 de outubro de 1911 publica em seu ‘ineditoriais’ a seguinte carta de Maranhão Sobrinho:


Anunciada a criação da ‘Sociedade Familiar 28 de Julho’, em que Maranhão Sobrinho fazia parte da diretoria, como orador oficial:

No ‘Estado do Pará’, edição de 27 de outubro de 1911, sai um longo artigo falando sobre as perdas do Maranhão, por morte – no caso, do poeta Euclydes Farias


e mudança de seus intelectuais,

O jornal ‘A Lanceta’, de Manaus, edição de 23 de outubro de 1912 anunciava que, a partir daquela data, contava com a colaboração de Maranhão Sobrinho entre seus colaboradores:


Maranhão Sobrinho leva nova surra, desta vez, de um policial, conforme nota do ‘Jornal do Comércio’ de 15 de outubro de 1913:

O ‘Estado do Pará’ traz uma matéria em que se discute a autoria de alguns versos, considerando que alguém cometeu plágio (ed. 06/03/1914):


‘O Jornal’, edição de 10 de janeiro de 1915 traz a seguinte nota:


O ‘Jornal do Comercio’ em sua edição de 19 de agosto de 1915 traz-nos a seguinte nota:

Na edição de 27 de dezembro sai a nota de falecimento de Maranhão sobrinho:


O jornal manauara ‘A Encrenca’, edição de 2 de janeiro de 1916 traz a seguinte nota de pesar:


O jornal ‘A Capital’, em sua edição de 11 de janeiro de 1918, ao tratar da inauguração da Sociedade Amazonense dos Homens de Letras, fala da importância dessa instituição, cita os diversos ocupantes das cadeiras e, dentre osd patronos, consta Maranhão Sobrinho:

Nascimento de Moraes escreve em ‘O Jornal’, edição de 4 de janeiro de 1917 sobre a morte de Maranhão Sobrinho, em artigo intitulado ‘Vespasiano Ramos”.



A 10 de maio de 1917 é anunciada a entrada de Raimundo Lopes 29 na Academia Maranhense de Letras. Escolheu, para seu patrono, Maranhão Sobrinho: 29

Raimundo Lopes da Cunha (Viana, 28 de setembro de 1894 — Rio de Janeiro, 08 de setembro de 1941) foi um jornalista e geógrafo maranhense. Filho do Promotor Público Manuel Lopes da Cunha (1855-1924) e de Maria de Jesus Sousa Lopes da Cunha, sendo seus avôs paternos o ex-deputado provincial pelo Maranhão, na legislatura de(1848/1849), José Mariano [2] da Cunha e de Maria Quitéria Magalhães da Cunha . Aos seis anos de idade, Raimundo em companhia da família,muda-se de Viana para residir em São Luís. Já na capital maranhense, foi matriculado na Escola Modelo Benedito Leite, onde estudou até o ano letivo de 1903. Após isso sua família decidiu mudar para o Rio de Janeiro, onde Raimundo permaneceu um período e retornando ao Maranhão onde estudaria no Liceu Maranhense. Era bacharel em Letras. Assinou colunas em jornais como O Diário do Maranhão e a Pacotilha. Era também sobrinho de Celso de Magalhães. Foi membro da Academia Maranhense de Letras, tendo fundado a cadeira de nº 21, do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão e da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro. Sob a orientação de Raimundo Lopes, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) fez o primeiro tombamento nacional no Maranhão. Trata-se do sítio arqueológico sambaqui do Pindaí. Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 8 de setembro de 1941. Obras: O Torrão Maranhense (1916, 1ª ed.; 1960, 2ª ed.; 2017, 3ª ed.: Os Fortes Coloniais de São Luís (1917); O Ciclo da Independência (1923); A Civilização Lacustre do Brasil (1924); Um Aparelho Sintético de Antropologia (1925); Aspectos da Formação Sertaneja (1926)/ Entre a Amazônia e o Sertão (1931)/ Os Tupis do Gurupi (1932)/ O Homem em Face da Natureza (1933); Ouro Preto e a Conjuração Mineira (1934)/ Pesquisa Etnológica sobre a Pesca Brasileira no Maranhão (1938)/ Ensaio Etnológico sobre o Povo Brasileiro (s/d)/ As Regiões Brasileiras (s/d)/ Uma Região Tropical (s/d)/ Peito de Moça (romance)/ Antropogeografia; https://pt.wikipedia.org/wiki/Raimundo_Lopes


‘Diário de São Luis’, edição de 21 de setembro de 1921, artigo sobre Maranhão Sobrinho, dando conta de sua morte, no Amazonas, e perguntando por seus versos:



Corrêa de Araújo30, no ‘Almanaque A Fita’, de 1922, traz-nos o seguinte poema, em que se refere à Vespasiano e Maranhão Sobrinho:

No ‘Diário de São Luis’ – 17 de abril de 1922 – é lembrado um dos ‘porres’ que Maranhão Sobrinho tomara: 30

Raimundo Corrêa de Araújo (Pedreiras, 29 de maio de 1885 - 24 de agosto de 1951) foi um escritor maranhense e fundador da cadeira nº 16 da Academia Maranhense de Letras. Era filho do coronel Raimundo Nonato de Araújo e dona Antônia Corrêa de Araújo, foram destacados pioneiros da então povoação de Pedreiras. https://pt.wikipedia.org/wiki/Raimundo_Corr%C3%AAa_de_Ara%C3%BAjo


Em Barra do Corda, segundo o ‘Diário de São Luis’ de 25 de maio de 1922, fundara-se o ‘Gremio Literário Maranhão Sobrinho’, numa tentativa de reavivar o movimento literário daquela cidade:


A 27 de fevereiro de 1923 sai a seguinte nota, no ‘Diário de São Luis’, falando de Nunes Pereira 31, que iria escrever um artigo sobre seu colega de boemia Maranhão Sobrinho: 31

Manoel Nunes Pereira, também conhecido como Nunes Pereira (1892 — 1985), nascido no Estado do Maranhão, foi um antropólogo e ictiólogo que viveu grande parte de sua vida em Manaus, e, posteriormente, na cidade do Rio de Janeiro, tendo viajado seguidamente ao interior da Amazônia. Foi, ao lado de escritores como José Chevalier, Péricles de Moraes e Benjamin Lima, um dos fundadores da Academia Amazonense de Letras. Nunes Pereira foi veterinário do Ministério da Agricultura até a sua aposentadoria e teve alguns de seus opúsculos científicos editados pela Div. de Caça e Pesca do M.A. (O pirarucu, A tartaruga verdadeira do Amazonas e O peixe-boi da Amazônia, tendo sido este último artigo científico publicado, em 1944, no Boletim do Ministério da Agricultura). Escreveu diversos livros, sendo a sua obra mais conhecida Moronguetá - um decameron indígena, conjunto monumental de pesquisas, apresentado por Thiago de Mello (dois


Em carta recebida do Rio de Janeiro, publicada no ‘Diário’ em 21 de julho de 1924, havia uma questão levantada por Humberto de Campos na ABL sobre os notáveis escritores esquecidos do Maranhão. Propunha, então, reimprimir toda a obra desses poetas, e escrevera ao Governador, que até aquela altura, não lhe respondera. A de Maranhão Sobrinho estava relacionada entre aqueles maranhenses notáveis, desconhecidos no Rio de janeiro... Nova carta, dirigida aos ‘Athenienses do Maranhão’ comentando o livro ‘Sonetos maranhenses’, publicado pela ‘Távola do Bom Humor’32. Escreve a missiva Assis Memória, dizendo que tomara conhecimento da publicação somente agora (27 de junho 1924, Diário de São Luis) após regresso de viagem à Minas Gerais: tomos), onde constam reproduções de páginas de cartas a Nunes Pereira emanadas de cientistas sociais como Roger Bastide e Claude Lévi-Strauss. Com esses estudiosos o antropólogo maranhense-amazonense travou contato pessoal, quando da passagem deles pelo Brasil. Carlos Drummond de Andrade escreveu, no Jornal do Brasil, uma crônica sobre o autor de Os índios maués, um dos primeiros pesquisadores mestiços brasileiros - era cafuzo, descendente de índios, negros e brancos - a obter reconhecimento científico internacional. Em São Miguel das Missões, Rio Grande do Sul, existe uma rua Nunes Pereira. https://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Nunes_Pereira 32 Tavola do bom humor, Sonetos maranhenses. São Luiz: Imprensa Oficial do Maranhão, 1923. 190 p, 21 x 13,5 cm. A apresentação do livro é assinada por Cypriano Marques da Silva, Eder Santos, José Augusto Vieira dos Reis, Arnaldo de Jesus Ferreira, Chrysostomo de Souza, Joaquim de Souza Martins e José de Ribamar Teixeira Leite. https://digital.bbm.usp.br/handle/bbm/7036, https://digital.bbm.usp.br/bitstream/bbm/7036/1/45000017457_Output.o.pdf


O MAR 33 Ouve ! O mar, escarpando as rochas, na agonia do sol, parece ter na voz o humano accento de dôr ! Resa, talvez. Vai recolher-se. O dia se ajoelha e a tarde, em sonho, abraça o firmamento Como nós, pôde ser que a tristeza e a alegria o mar sinta também; precisa, em, movimento, trazer um coração.. Quem sabe o que irradia, no seu intimo, em doce e azul recolhimento ! Escuta ! uma onde vem beijar-te os pés. Não ha de calma os seios rasgar sobre os basaltos. Quérulas as ondas todas são. Ouve-lhe a voz. Piedade ! O mar leva-me a crer que tem paixões mortaes, em que rolam, brilhando, as lagrimas das pérolas e palpita, fervendo, o sangue dos coraes... Maranhão Sobrinho.

A 17 de novembro de 1925, o Fabril Atlético Clube34 promovia um sarau poético com a poetisa Maria Sabina de Albuquerque35. Na segunda parte da programação, recital de poesias de vários escritores maranhenses, dentre os quais, Maranhão Sobrinho. Na edição de ‘O Combate’ de 29 de dezembro de 1929, publicada crítica à atuação dos Novos Atenienses, assinada por Theophile Gautier, já em sua III parte: 33

TÁVOLA DO BOM HUMOR – Sonetos https://digital.bbm.usp.br/bitstream/bbm/7036/1/45000017457_Output.o.pdf

Maranhenses,

p.

94.

34 35

Maria Sabina (Barbacena,Minas Gerais, 1898 - 1991) foi uma escritora, professora, declamadora,jornalista e feminista brasileira. Foi autora de um conjunto expressivo de obras. https://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_Sabina.



Astolfo Serra36, em homenagem à mulher maranhense, publica um extenso discurso que ocupa duas páginas em ‘O Combare’ de 19 de setembro de 1931. Dentre os poetas que cita, consta Maranhão Sobrinho 36

Astolfo Serra (Matinha, 22 de maio de 1900 — Rio de Janeiro, 19 de fevereiro de 1978) foi um ministro e escritor brasileiro. Filho do professor Joaquim Inácio Serra e de Judite de Barros Serra, Astolfo Serra, fez o primário e o ginásio em São Luís e estudou depois no Seminário de Santo Antônio, pelo qual se formou em ciências eclesiásticas. Ordenou-se padre secular em março de 1925, tornando-se vigário de Mirador, onde fez contato com a Coluna Prestes quando da passagem desta pela pequena cidade. A partir de 1929 militou na Aliança Liberal e no ano seguinte participou da Revolução de 1930, o que lhe


Também em ‘O Combate’, de 27 de fevereiro de 1934, ao transcrever discurso de Venturilli Sobrinho 37 em a ‘Hora do Inverno’, fala ao ‘Povo da Brasiliense Atenas’, cita Maranhão Sobrinho, dentre tantos outros. ‘O Combate’ de 25 de dezembro de 1946 traz a seguinte nota: rendeu a nomeação para interventor federal no Maranhão pelo Governo Provisório de Getúlio Vargas. Empossado no dia 9 de janeiro de 1931, em substituição ao major Luso Torres, mandou prender elementos oposicionistas sob a acusação de serem comunistas e agitadores, criando dessa forma um clima de instabilidade na política estadual. Em maio renunciou aos votos eclesiásticos e em julho foi suspenso de suas ordens pelo arcebispo do Maranhão, dom Otaviano Pareira de Albuquerque, que se opunha a seu governo. Em agosto transmitiu a interventoria ao comandante do 24º Batalhão de Caçadores, tenente-coronel Joaquim Guadie de Aquino Correia, que ficaria no cargo até a escolha do novo interventor. Durante o Estado Novo mudou-se para o Rio de Janeiro, então Distrito Federal, onde foi nomeado em 1942 diretor do Departamento de Turismo e Publicidade da Estrada de Ferro Central do Brasil. Após a redemocratização do país, foi diretor do Departamento Nacional do Trabalho, de fevereiro a novembro de 1946, e presidente da Comissão Técnica de Orientação Sindical do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, de fevereiro e setembro do mesmo ano, além de exercer, interinamente, a presidência da Comissão de Imposto Sindical desse órgão. Foi também presidente da Comissão de Enquadramento Sindical, no mesmo ministério, e membro da Comissão Permanente de Direito Social, onde ficou até 1947. Em 1949 foi nomeado ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), do qual foi presidente em 1964. Em 1966 tornou-se corregedor-geral da Justiça do Trabalho. Faleceu no Rio de Janeiro em 19 de fevereiro de 1978. https://pt.wikipedia.org/wiki/Astolfo_Serra 37 Venturelli Sobrinho (José) (pai do Magnífico Trovador José Otávio Venturelli)nasceu em 30 de março de 1900, em Pedralva (antiga São Sebastião da Pedra Branca) sul de Minas Gerais, filho de Antonio Venturelli e de D. Paolina Castellani Venturelli. Sua infância humilde só lhe deu as primeiras letras na adolescência, quando fez o primário já com 16 anos. Trabalhou na enxada, vendeu doces e pastéis na Estação de Trem quando menino, e seu único brinquedo foi uma locomotiva de madeira e lata feita por ele mesmo. Seu primeiro trabalho poético foi uma trova para sua namorada. Sentou Praça no 8º R.A.M./75 em Pouso Alegre (MG) em 1925, escalando os postos de Anspeçada, Cabo e Sargento, sendo então aprovado no Concurso para Escola Militar de Realengo, de onde saiu Aspirante em 1928. Em 1926 lançou seu primeiro livro de poesias - ALVORECER apadrinhado pelo grande Osório Duque Estrada, tendo deixado mais de 30 livros. Aprendeu e dominou dez idiomas; Professor de Línguas Latinas, Engenheiro Civil; Piloto de pequenos aviões; Comendador Internacional, Pintor, Escultor e Desenhista, Músico e Maestro-Instrumentista de quase todos os instrumentos de corda, inclusive Piano. Tocava flauta doce... (sua paixão) Era também pintor e escultor, tendo deixado mais de cem obras. Por falar e escrever fluentemente o Árabe, foi o tradutor do grande poeta libanês Fauzi Maluf em seu livro "No Tapete do Vento". Traduziu em versos a Divina Comédia de Dante, enquanto se restabelecia de um infarto... Atingiu o Generalato em 1958. Faleceu no Rio de Janeiro, a 30 de julho de 1981. http://falandodetrova.com.br/venturellisobrinho


O ‘Suplemento Cultural’ de no. 6, do ‘Diário de São Luis’, de 10 de julho de 1948 traz-nos a seguinte matéria:


Em 1950, o Governo do Maranhão pretendia imprimir, em livros, os poemas de Maranhão Sobrinho, assim como o de Mário Meireles, sobre literatura (O Maranhão, 13 de agosto). ‘O Jornal do Comércio’, de Manaus, em sua edição de 10 de julho de 1955, publica uma nota de despedida do poeta Ildefonso Pinheiro, recordando os bons tempos que passaram em Manaus, Dentre suas lembranças, a convivência com Maranhão Sobrinho, que destaca:

Esse mesmo Ildefonso Pinheiro38 publica no ‘Jornal do Comercio’ - Suplemento, em sua edição de 29 de dezembro de 1957 suas recordações dos natais passados em Manaus, e refere-se à Maranhão Sobrinho: 38

Ildefonso da Silva Pinheiro nasceu em 21 de janeiro de 1900, na Serra de Baturité – Ceará. Era um homem extraordinário, quase único, que viveu e se doou ao Estado do Amazonas e tanto fez pelos desvalidos”. E, agora, digo eu: sua história, que começou trágica e findou rotulada de virtudes, é um poema de longo fôlego. O sofrimento deixou-lhe profundos traços, mas transformou-o em um ser possuído pelo sentimento de caridade e de amor ao próximo. Esse homem manso e humilde de coração faleceu a 7 de novembro de 1978. https://www.franciscogomesdasilva.com.br/saudacao-academica/


No ‘Suplemento do Jornal do Comércio’, de Manaus, de sua edição de 14 de maio de 1961, ao traçar a biografia de um dos membros da Academia Amazonense, informa que, dentre as obras daquele autor, constava um ensaio sobre Maranhão Sobrinho:


Em 1962, o ‘Jornal do Comércio’, de Manaus, continuava a publicar as poesias de Maranhão Sobrinho... Em 1965, a Academia Amazonense cria seus prêmios, sendo que o de poesia levaria o nome de “Maranhão Sobrinho” (Jornal do Comercio, Manaus, 4 de agosto). O Padre Nonato Pinheiro39 publica um soneto em homenagem à Maranhão Sobrinho, por ocasião do cinquentenário de sua morte:

39

Raimundo Nonato Pinheiro (Manaus, 1922 - 1994), também conhecido como Padre Nonato Pinheiro, foi um sacerdote, poeta, filólogo, latinólogo, jornalista, professor e escritor brasileiro. Membro da Academia Amazonense de Letras e do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas, exerceu, no IGHA, a função de orador. O Pe. Nonato Pinheiro, erudito católico que se dedicou, em profundidade, aos estudos filológicos e à crítica literária, foi um cultor da língua portuguesa. Dedicou-se também a estudos relacionados à história religiosa da Região Norte do Brasil. Contribuiu com regularidade nos jornais de Manaus, tendo sido recebido na Academia Amazonense de Letras pelo médico e escritor Djalma Batista. O mais conhecido dos livros que publicou é uma biografia do terceiro bispo do Amazonas, Dom João da Matta (1956), obra republicada em 2008 pela Editora Valer, de Manaus. Em 1954, a Editora Vozes havia publicado seu livro intitulado "Dom José Pereira Alves: fulgores do Episcopado". Raimundo Nonato Pinheiro prefaciou, entre outras obras, o "Vocabulário Etimológico Tupi do Folclore Amazônico", de Anisio Mello (Manaus: Editora da Universidade do Amazonas / Suframa, 1983). Em grande quantidade de artigos, ensaios e discursos, o Pe. Nonato Pinheiro divulgou seus estudos sobre obras clássicas das literaturas portuguesa e brasileira, que considerava como modelos perfeitos de boa linguagem. https://pt.wikipedia.org/wiki/Raimundo_Nonato_Pinheiro


Em artigo publicado no ‘Jornal do Comércio’ (22/01/1966), Genesino Braga traça um histórico das ruas de Manaus, identificando os homenageados, com uma pequena biografia, justificando a sua denominação. Esse mesmo artigo érepublicdo em 1994:

O decreto que alterou os nomes das ruas é o de no. 6, de 26 de janeiro de 1966, em que a rua Pereira da Silva passa a se denominar Rua Maranhão Sobrinho. O Padre Nonato Pinheiro (Jornal do Comercio, Manaus, 22 de maio de 1966), em suas ‘novas considerações sobre a poesia’ refere-se à obra de Maranhão Sobrinho nesses termos:


Em 1968, o ‘Jornal do Maranhão’, edição de 1º de setembro, em seu ‘Suplemento Literário’ traz artigo de Carlos Cunha com o título de ‘Maranhão: ontem e hoje’, em que coloca Maranhão Sobrinho entre os grandes poetas brasileiros:

O ‘Jornal do Comércio’, de Manaus (ed. 14/12/1969) traz matéria sobre o poeta maranhense Raimundo Nonato Pinheiro (pai)40, ressaltado que fora grande amigo de Maranhão Sobrinho, e um dos poucos que acompanhou seu enterro, partindo do casebre onde morava no bairro Cachoeirinha:

40

http://www.taquiprati.com.br/cronica/478-em-nome-do-padre


Kyssian Castro tem artigo que resgata esse poeta esquecido...41 Já em 1972, Ildefonso Pinheiro (Jonal do Comercio, 10/12), ‘recordando o passado’, fala sobre Maranhão Sobrinho:

41

https://issuu.com/kissyan/docs/revista_20da_20literatura_20barra-c


Em 1979, sai decreto estabelecendo datas comemorativas de centenário de personalidades que contribuíram para as artes e a cultura amazonense. Maranhão Sobrinho estava entre aqueles que deveriam ser homenageados, com atividades em todas as escolas públicas do amazonas:

Em edição de 30 de maio de 1993, o ‘Jornal do Comercio’, de Manaus, Mario Ypiranga Monteiro publica um artigo ‘Notas à margem do JC de ontem’, em que fala de um episodio ocorrido com Maranhão Sobrinho, quando fizera concurso para agente alfandegário, ainda em 1913:


O ‘Jornal do Comercio’, em sua edição de 03 de janeiro de 1996, em sua coluna ‘Fazendo História’, publicava nota sobre o falecimento de Maranhão Sobrinho, ocorrido Oitenta anos atrás:



Assim como, na edição de 7 de janeiro de 1996, Mario Ypiranga Monteiro, em sua coluna sobre as publicações do próprio JC, refere-se ao falecimento de Maranhão Sobrinho:

Nas comemorações dos 100 anos do ‘Jornal do Comercio’, de Manaus, edição de 2 de janeiro de 2004, em artigo escrito pelo acadêmico Tenorio Telles sobre a literatura amazonense destacada naquele jornal, coloca como seu colaborador, dentre outros instituais amazonenses, o maranhense Maranhão Sobrinho


Na edição do ‘JC’ de Manaus do dia 27 de outubro de 2004, referencia à cadeira da Academia Amazonense de Letras da qual Maranhão Sobrinho e o patrono, assim como de outro maranhense, Graça Aranha:

Na edição dupla, 24 e 25 de outubro de 2005, em comemoração aos 396 da fundação de Manaus, Zemaria Pinto, ao escrever sobre a poesia amazonense, também coloca Maranhão Sobrinho como o grande poeta que deu visibilidade ao modernismo no Amazonas, junto com outros nordestinos, que para lá se dirigiram em função do ciclo da borracha.


A importância de Maranhão Sobrinho para a poesia manauara é tamanha, que até recentemente seus poemas vêm sendo publicados nos seus principais jornais... assim como outros maranhenses deram sua contribuição...


OUTROS POETAS...


A PRIMEIRA POETA MARANHENSE, NA OPINIÃO DE ANTONIO LOPES LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Buscando informações publicadas nos jornais maranhenses do século passado sobre alguns de nossos poetas – I. Xavier de Carvalho e Maranhão Sobrinho – deparei-me com artigo publicado por Antônio Lopes em “Diário do Maranhão” edição de 05 de junho de 1909, falando sobre a inexistência de poetas mulheres no Maranhão. Traz-nos então alguns nomes, pseudônimos, e identificando quem escreveu algumas belas poesias que apareciam, então. É a seguinte a nota:





LEONETE OLIVEIRA Lima Rocha42 nasceu em , em São Luís, Maranhão, em 17 de julho de 1888, filha de Gentil Homem de Oliveira e Luiza Fernandes de Oliveira. Foi Professora e Bibliotecária. Ingressou na Academia Maranhense de Letras. Residia no Rio de Janeiro, onde veio a falecer. Publicou "Flocos", "Folhas de Outono" e muitos outros. Leonete Oliveira virou nome de rua em São Luís, no bairro Cohab Anil II. Se à tua porta um mendigo vem bater, pedindo pão, mais que o pão, dá-lhe um abrigo no teu próprio coração. Para jamais te enganares, não sejas juiz de ninguém. - Como os outros tu julgares, serás julgado também... Naquele beijo inocente, que os nossos lábios uniu, meu coração,de repente, para o teu peito fugiu. É dolorosa a verdade, mas eu sempre assim senti: tenho raiva da saudade que lembra o bem que perdi. Do que penso e do que sinto, você quer tudo saber. Mas, pode crer, eu não minto: sei sentir, não sei dizer... 42

http://falandodetrova.com.br/leonete https://www.literaturabrasileira.ufsc.br/autores/?id=2941 https://www.literaturamaranhense.ufsc.br/documentos/?action=midias&id=222031&locale=en


Título: Leonete OliveiraAutor/ Colaborador:Garnier, M.J. Data:[189-?] Descrição:bico de pena Assuntos:Authors, Brazilian - Portraits Oliveira, Leonete de Portraits B869.8 Oliveira, Leonete de, n.1888 - RetratosEscritores brasileiros - RetratosT ipo: Desenho Idioma: Português

SUPLÍCIO DE TÂNTALO Nasci de asas cortadas, no infinito dos meus sonhos de glória e de ventura, tentei em vão subir, no impulso aflito de quase desespero ou de loucura… Olhando o espaço, o coração contrito, das belezas da vida ando à procura, e penso, e sinto, e sofro, e choro, e grito , no anseio de vencer esta tortura… Diante de mim os pomos de ouro avisto e querendo alcançá-los fico inerme, sem saber se estou morta ou ainda existo… E vendo em tudo um luminoso véu, eu continuo qual se fora um verme, rastejando na terra e olhando o céu! Leonete de Oliveira, in “Folhas de outono”


Conforme notas publicadas nos diversos jornais de São Luis, no ano de 1909 Leonete de Oliveira participava de eventos acontecidos, cívicos e religiosos, tanto em São Luis como no interior, como uma festa em Cajapió em honra ao Menino Jesus. Chegou a dar conferencias na Universidade Popular Maranhense, abordando o tema “A Mulher”. Nesse mesmo ano foi aceita como sócia correspondente da Academia Maranhense de Letras:

Como a publicar seus poemas

A Pacotilha de 18 de janeiro de 1910 informa que o livro de Leonete Oliveira entrara na gráfica, e traz mais um poema inédito:





Única publicação de 2011:

O Correio da Tarde, edição de 22 de julho de 1910 traz sua nomeação para a Biblioteca Pública, como auxiliar do Diretor, Ribeiro do Amaral. 43 A Pacotilha de 6 de abril de 1914 traz a sua exoneração do cargo de auxiliar da diretoria da Biblioteca Pública. Na edição de 10 de julho, pede o comparecimento dos rementes de jornais à repartição postal, para verificarem as remessas, dentre elas, a de Leonete Oliveira, para São Paulo. A Gazeta de Noticias, do Rio de Janeiro, em sua edição de 14 de novembro de 1914, noticia que estava fixando residência no Rio de Janeiro a poetisa maranhense Leonete Oliveira, procedente de São Paulo:

43

http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=388459&pesq=LEONETE%20OLIVEIRA


M. Nogueira da Silva publica na Gazeta de Noticias, edição de 29 de novembro de 1914 meia página dedicada à poetisa Leonete Oliveira, recém se estabelecida no Rio de janeiro:






O Jornal, de 2 de julho de 1917, anuncia o aparecimento

Antonio Lopes, em A Pacotilha, edição de 2 de agosto de 1917, ao comentar os livros lançados recentemente, além de comentar o do Barão de Studart sobre O Movimento de 17 no Ceará, dedica um espaço para um segundo, de autoria de nossa poeta:


Lima Barreto, na Revista Contemporânea (31/08/1918)44, sob o título “Um poeta e uma poetisa” – Hermes Fontes e Leonete Oliveira =- e tece as seguintes considerações:

44

http://memoria.bn.br/DocReader/Hotpage/HotpageBN.aspx?bib=351130&pagfis=415&url=http://memoria.bn.br/docreader#




Nogueira da Silva, no Jornal das Moças (1917) traz-nos a seguinte crítica:45 Leonete Oliveira O nome, que encima estas linhas, não é desconhecido das gentis leitoras do Jornal das Moças. No numero 107 sahiu, acompanhado de seu retrato, um lindo e bem feito soneto, intitulado Vaidosa, um magmüco inédito aue,-por feliz acaso, nos vem as mãos. No numero seguinte, logo tivemos também oportunidade de dar um outro soneto, como o primeiro marcado de excellente e então arrancado das fulgurantes paginas do seu primeiro livro de versos— Flocos.. , . 45

http://memoria.bn.br/pdf/111031/per111031_1917_00110.pdf


Leonete Oliveira é a maior e a mais d rilhante poetisa maranhense, que ao lado de Gilka Machado, Julia Lopes da bilva, Laura da Fonseca e Silva, Julia Cortines, Rosalia Sandoval, Ibrantina Cardone, Julieta e Revocata de Mello, Leonor Posada, Violeta Odette e outras, forma na vanguarda das letras femininas no Brasil. O seu livro Flocos deu-lhe immediatamente um logar de proeminencia na literatura, destacando-se, com brilho, dentre a pleiade de poetas e homens de letras do Maranhão. Agora Leonete Oliveira, tendo melhor afinado a sua lyra divina e melhor acentuado os seus dotes poéticos, brinda-nos com um segundo livro. Veiu de Lisboa para Fortaleza, onde se encontra actualmente residindo a distincta poetisa maranhense. Intitula-se Cambiantes e contem as ultimas produções da festejada escriptora patricia. O novo livro de Leonete Oliveira vem confirmar inteiramente os conceitos externados do seu valor e de suas virtudes literarias, quando foi do aparecimento do seu primeiro volume de versos. Inteligente, culta, sabendo rimar com propriedade e metrificar com elegância, os versos da formosa poetisa maranhense merecem todos os nossos encomios. O espaço não nos permitte especificar e citar, mas sempre apontamos as seguintes peças: Cambiayites, Creio, Nunca mais, Sol-pôr, Beijos, Os nossos arrufos, Vitima carta, Vaidosa, A uma arvore seca, A um coração, Cantar es e Um ramalhete, alem de outras, que» serão sempre lidas com uma grande, uma sentida, uma funda emoção. Versos de amor, de saudade, de ventura e de tristeza, elles fazem rir e chorar, elles fazem soffrer e pensar. Nisso, parece-nos, reside todo o elogio que se possa fazer desse interessante e encantador volume que nos enviou a distincta poetisa maranhense. E quanto a citações, faremos apenas duas. Esta linda e profunda quadra: Segredos ha no coração, Que a gente cala e nunca diz... De um lado o amor, doutro a razão, Quem pôde assim viver feliz ? que separamos da poesia Cantares e que vale por uma philosophia, vibrando como um jóia delicada, uma minúscula obra-prima do pensamento. E agora este magniüco soneto, “Beijo”; que lembra a musa sensual e impecável de Raymundo Correia, perieito, sentido, encantador : Beijo de amor que abraza o sangue e acende Um fogo ardente e liquido nas veias, Beijo que á tua a minha bocca prende, Por que eu anceio e por que tu anceias • Essa loucura que ninguém comprehende, De que sentimos as nossas almas cheias, Esse calor divino que se estende Por sobre nós como doiradas teias: São desses beijos que nós dois trocamos, E que á força de serem repetidos, Vão comnosco a cantar por onde andamos , . . Inexgotavel fonte de desejos, —


Que os nossos lábios vivam sempre unidos, E sempre vivam permutando beijos ! E não precisamos dizer mais do valor e dos méritos excepcionaes da poetisa Leonete Oliveira. Os seus versos dizem mais e mais alto e mais eloqüente, que os nossos pobres conceitos. Organisando o seu novo livro, a grande poetisa maranhense juntou aos novos versos, algumas poesias e sonetos do volume intitulado Flocos, que são estes: Mãe, A louca, Só, Suprema dor, A meu violão, A caza do vaqueiro, Gotas de pranto, Noite, Venus e Volúvel. Isso deu, de algum modo, certo realce as Cambiantes, pois a formosa poetisa escolheu precizamente as melhores peças do seu primeiro livro. Mas, que o não fizesse. Não era precizo. O seu segundo livro é, sob todos os pontos de vista, melhor que o primeiro e vem confirmar brilhantemente o posto que nas letras brasileiras, a applaudida poetisa maranhense conquistou, muito justamente,com a publicação dos seus primeiros versos. M. Nogueira da Silva liihliogrupliia A mulher: conferência. Maranhão, Imprensa Oficial, 1909, in-é° de 23 pp. Flocos: poesias.'Maranhão, Ti/p. Teixeira, 1910, in-8o de 108 pp. Cambiantes: poesias. Lisboa, Casa Vem tura Abrantes, 1917, in-8° de 126 pp. Inéditos Miragens: versos. Liyro azul : contos. Colaboração Na Pacotilha, S. Luiz; Gazeta de Noticias, Rio ; Cruzada, Rio : etc , etc, N. O soneto publicado no Jornal das Moças:


Logo a seguir, nessa mesma revista, aparece uma nota em que consta como sendo pianista, residindo em Fortaleza, assinando uma composição, que enviara à publicação, como Leonete Oliveira Rocha O Jornal, edição de 26 de julho de 1918 publica o seguinte poema:


A Pacotilha de 11 de fevereiro de 1919 traz outro poema de Leonete, mas desta vez, acrescentando Rocha ao seu sobrenome: Leonete Oliveira Rocha:


Na edição seguinte, outro poema:


E mais outro:


O Jornal de 14 de abril de 1919 fala sobre concurso promovido pela Revista Maranhense, destacando, entre seus colaboradores, a poetisa Leonete Oliveira. Outro soneto, publicado em O Jornal, de 26 de abril de 1921

Logo a seguir, 14 de junho, essa nota:

Na edição de 29 de março de 1919 é publicado soneto sobre a seca


Sobre os ultimos versos da poetisa Leonete Oliveira ĂŠ o titulo de crĂ­tica assinada por N. Nogiueira da Silva, transcrito do Boletim Mundial:



A 11 de abril de 1924, A Pacotilha traz a seguyinte denúncia de plágio:

No Diário de Notícias, do Rio de janeiro, edição de 5 de novembro de 1959, sai a seguinte nota:



Em artigo de Diomar das Graças Mota46 - Mulheres professoras maranhenses: memória de um silêncio, publicado em 200847 - consta a seguinte biografia: Leonete Oliveira (1888–1969), professora normalista, lecionava Português em casa, principalmente para mulheres, e foi a precursora do ensino de Estenografia, em São Luís. Acreditava ser esta uma das alternativas para o acesso, principalmente da mulher, ao mercado de trabalho. Poetisa, publicando em 1910 sua primeira obra, intitulada Flocos, em seguida publicou em Portugal Folhas de outono, posteriormente Cambiantes, em Fortaleza, onde integrou a ala feminina da Casa de Juvenal Galeno, instituição literária idealizada e fundada em 1942.

QUEM FORAM: JÚLIA VALENTIM DA SILVEIRA LOPES DE ALMEIDA (Rio de Janeiro, 24 de setembro de 1862 — Rio de Janeiro, 30 de maio de 1934) foi uma escritora, cronista, teatróloga e abolicionista brasileira. Foi uma das idealizadoras da Academia Brasileira de Letras. Tem uma produção grande e importante para a literatura brasileira, de literatura infantil a romances, crônicas, peças [5][6] de teatro e matérias jornalísticas. Foi casada com o poeta português Filinto de Almeida, e mãe dos também escritores Afonso Lopes de Almeida, Albano Lopes de Almeida e Margarida Lopes de Almeida. Nascida na cidade do Rio de Janeiro em 1862, era filha do médico Valentim José da Silveira Lopes, mais tarde Visconde de São Valentim, e de Adelina Pereira Lopes, ambos portugueses emigrados para o Brasil. Mudou-se ainda na infância para a cidade de Campinas, no estado de São Paulo, onde 1881 publicou seus primeiros textos na Gazeta de Campinas, apesar de na época a literatura não ser vista como uma atividade própria para mulheres. Numa entrevista concedida a João do Rio entre 1904 e 1905, confessou que adorava escrever versos, mas o fazia às escondidas. Três anos depois, em 1884, começa a escrever também para o jornal carioca O País, trabalho que durou mais de três décadas. Em 1886, mudou-se para Lisboa, onde se lança como escritora e junto de sua irmã publica Contos Infantis, em 1887. Em 28 de novembro de 1887 casou-se com Filinto de Almeida, à época diretor da revista A Semana Ilustrada, editada no Rio de Janeiro. Passou a ser colaboradora sistemática da publicação. Também escreveu para a [ revista Brasil-Portugal (1899-1914). Júlia retornou ao Brasil em 1888, onde publica seu primeiro romance, Memórias de Marta, que sai em folhetins em O País. Seu textos em jornais da época tratam sempre de temas pertinentes como a República, a abolição e direitos civis. Pioneira da literatura infantil no Brasil, seu primeiro livro, Contos Infantis (1886), foi uma reunião de 33 [5] textos em verso e 27 em prosa destinados às crianças, escrito em parceria com sua irmã, Adelina Lopes Vieira. Um ano depois, publicou Traços e Iluminuras, o primeiro dos seus 10 romances Escreveu também para teatro, com dois volumes publicados e cerca de 10 textos inéditos. Foi presidenta honorária da Legião da Mulher Brasileira, sociedade criada em 1919. Sua coletânea de contos Ânsia Eterna, 1903, sofreu influência de Guy de Maupassant e uma das suas crônicas veio a inspirar Artur Azevedo ao escrever a peça O dote. Em colaboração com o marido, escreveu, em folhetim do Jornal do Commercio, seu último romance, A Casa Verde, em 1932 Fundação da ABL Júlia Lopes de Almeida integrava o grupo de escritores e intelectuais que planejou a criação da Academia Brasileira de Letras. Seu nome constava da primeira lista dos 40 "imortais" que fundariam a entidade, elaborada por Lúcio de Mendonça Na primeira reunião da ABL, porém, seu nome foi excluído. Os fundadores optaram por manter a Academia exclusivamente masculina, da mesma forma que a Academia Francesa, que lhes servia de modelo. No lugar de Júlia Lopes entrou justamente o seu marido, Filinto de Almeida, que chegou a ser chamado de "acadêmico consorte". O veto à participação de mulheres só terminou em 1977, com a eleição de Rachel de Queiroz para a cadeira nº 5. Morte Júlia Lopes de Almeida faleceu em 30 de maio de 1934, na cidade do Rio de Janeiro, por complicações renais e linfáticas decorrentes da febre 46

Doutora em Educação pela Universidade Federal Fluminense – UFF, docente do Departamento de Educação II e dos Programas de Pós-Graduação: Mestrado em Educação e Mestrado Materno-Infantil da Universidade Federal do Maranhão – UFMA. E-mail: diomar@elo.com.br. 47 EDUCAÇÃO & L INGUAGEM • ANO 11 • N. 18 • 123-135, JUL.-DEZ. 2008


amarela. Ela foi sepultada no cemitério São Francisco Xavier. Postumamente, no mesmo ano, foi publicado seu último romance, Pássaro Tonto. https://pt.wikipedia.org/wiki/J%C3%BAlia_Lopes_de_Almeida JÚLIA CORTINES (Rio Bonito, 12 de dezembro de 1868 — Rio de Janeiro, 1948) foi uma poeta, e cronista brasileira. É considerada uma das mais vigorosas poetisas fluminenses do século passado, comparada às ilustres Narcisa Amália e Ibrantina Cardona. Com pouco mais de 20 anos começou a publicar suas obras, e, em 1894, seu livro intitulado "Versos" alcançou algum sucesso. O segundo, "Vibrações", lançado em 1905 constituiu-se numa revelação para o famoso crítico literário José Veríssimo, que afirmou na época: "Os poemas de Júlia Cortines distanciam-se magnificamente da poesia de água-de-cheiro e de pó-dearroz da musa feminina brasileira, e revelam em Júlia, mais que uma mulher que sabe sentir, alguém que sente com alma e coração e de forma que disputa primazias com nossos melhores poetas contemporâneos." https://pt.wikipedia.org/wiki/J%C3%BAlia_Cortines FRANCISCA JÚLIA CÉSAR DA SILVA MÜNSTER (Xiririca, 31 de agosto de 1871 - São Paulo, 1 de novembro de 1920) foi uma poetisa brasileira. Nasceu em Xiririca, hoje Eldorado Paulista. Colaborou no Correio Paulistano e no Diário Popular, que lhe abriu as portas para trabalhar em O Álbum, de Artur Azevedo, e A Semana, de Valentim Magalhães, no Rio de Janeiro. Foi lá que lhe ocorreu um fato bastante curioso: ninguém acreditava que aqueles versos fossem de mulher e o crítico literário João Ribeiro, acreditando que Raimundo Correia usava um nome falso, passou a "atacá-lo" sob o pseudônimo de Maria Azevedo. No entanto a verdade foi esclarecida após carta de Júlio César da Silva enviada a Max Fleiuss. A partir daí João Ribeiro empenha-se para que o primeiro livro da autora seja publicado e, em 1895, Mármores sai pela editora Horácio Belfort Sabino. Já a essa altura era Francisca Júlia considerada grande poetisa nos círculos literários. Olavo Bilac louvou-lhe o culto da forma, a língua, remoçada "por um banho maravilhoso de novidade e frescura", sua arte calma e consoladora. Sua consagração se refletiu nas inúmeras revistas que começaram a estampar-lhe o retrato. https://pt.wikipedia.org/wiki/Francisca_J%C3%BAlia_da_Silva CARMEM DOLORES - Emília Moncorvo Bandeira de Melo nasceu no Rio de Janeiro, em 11 de março de 1852, e morreu em 13 de agosto de 1911. Jornalista, romancista, contista e dramaturga, ela se dedicou também à poesia e à crítica. Colaborou em jornais e revistas, entre as quais A Vida Elegante. Usava o pseudônimo Júlio de Castro para escrever contos em O Paiz, jornal de maior tiragem da América do Sul, na época. Como Leonel Sampaio escrevia artigos de crítica literária. No jornal Étoile de Sud, assinava como Célia Márcia, mas foi como Carmem Dolores que se destacou e que durante cinco anos, de 1905 a 1910, assinou suas crônicas na coluna dominical A Semana, na primeira página de O Paiz. Publicou, em 1897, o livro de contos Gradações. Em 1910, lançou Ao esvoaçar da ideia, reunião de crônicas. Publicou Lendas brasileiras, uma coleção de 27 contos para crianças. Recebeu homenagem póstuma em 1934, com a publicação de Almas complexas. Coube a ela escrever o editorial do primeiro número da revist A vida elegante. https://bndigital.bn.gov.br/dossies/periodicos-literatura/personagens-periodicos-

literatura/carmem-dolores/ Ángela Grassi (Cromá, 2 de agosto de 1823 - Madrid, 17 de septiembre de 1883) fue una escritora romántica española del siglo XIX. https://es.wikipedia.org/wiki/%C3%81ngela_Grassi


O POETA PASCACIO: I. XAVIER DE CARVALHO LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

Para traz Quando um dia eu parti de alegre Ermida Das minha puras ilusões da Infancia, Esta alma toda a transpirar fragancia, Nem presentio os transes da partida... Andei... Um dia, a estremecer com ancia, Pondo os olhos na estrada percorrida, Vi meus Sonhos cahindo de vencida, Apagados nas brumas da distancia... E eu quiz ir para traz, num doudo assomo... Ah! mas toda a extensão da estrada encalma Via-a entulhada por montões de escombros... — Queres voltar, meu coração, mas como? Se tens tantos Vesuvios dentro d’alma Em um milhão de Termópilas nos hombros? (“Missas negras”) – X. de Carvalho

Ao resgatar a memória de I. Xavier de Carvalho48 nos deparamos com inúmeros ataques à sua pessoa, chamando-o ‘poeta pascacio’ e acusando-o de fraude: teria plagiado seus pareceres jurídicos, que vinha publicando nos jornais. PASCÁCIO49: 1 cretino, lorpa, otário, pacóvio, papalvo, parvo, pato, sonso, tanso, tantã, toleirão, tolo, tonto. Indivíduo que é muito bobo; quem tende a ser extremamente simplório; parvo ou pateta. Pascácio é sinônimo de: cretino, lorpa, otário, pacóvio, papalvo, parvo, pato, sonso, tanso, tantã,toleirão, tolo, tonto Eliana (Shir) Ellinger (2015) 50 traz-nos uma sua biografia, em que destaca não haver maiores informações sobre sua juventude – “Não há registros confiáveis sobre sua juventude. Com certeza, sabe-se apenas que estudou Direito em Recife, de onde retornou para o Maranhão”: Poeta, Inácio Xavier de Carvalho nasceu em São Luís no dia 26 de agosto de 1871. Integrou, juntamente com Antônio Lobo e Fran Paxeco, entre outros, a Oficina dos Novos, movimento de renovação literária empreendido por um grupo de escritores maranhenses no início do século XX.

Muito embora essa pesquisadora afirme ter sido colaborador assíduo dos jornais de sua época, - “deixou escritos dispersos no Pará, Amazonas e Maranhão, tendo publicado pouca coisa em livro” – não 48

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; SILVA, Antonio Aílton Santos. IGNÁCIO XAVIER DE CARVALHO: RECORTES E MEMÓRIA. IN Revista do Léo, no. 24.1, setembro de 2019, disponível em https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__24.1_-_setembro__2019__edi__o_esp 49 https://www.dicio.com.br/pascacio/ 50 ELLIGER, Eliana. XAVIER DE CARVALHO. IN Blog Clube do Poeta, 30 de junho0 de 2015, disponível em http://clubedepoetashomenagens.blogspot.com/2015/06/xavier-de-carvalho.html, utilizando como fonte de pesquisa www.patrimonioslz.com.br/; www.antoniomiranda.com.br


encontramos nos jornais pesquisados, esses escritos, a não ser dois poemas. O que existe, são sentenças proferidas quando dos casos que julgou como Juiz – Municipal, Federal – e editais, que assina, quando no exercício da função. Procuramos como “Ignácio Xavier de Carvalho” apareceram algumas centenas de ocorrências; buscamos também por outros parentes, como seu pai, Francisco Xavier de Carvalho, e. ao buscar pela forma como assinava – I. Xavier de Carvalho – então encontramos informações sobre todos os que levavam o nome “Xavier de Carvalho”, constituindo-se em milhares, então, as ocorrências. Sabe-se que em 1893 – quando retorna do Recife, após concluir a Faculdade de Direito, aos 23 anos de idade, lança sua primeira obra intitulada ‘Frutos Selvagens’. O meio literário de São Luís vivia momento marcado pela mudança e pela ruptura, com uma renovação artística representada principalmente por Antônio Lobo, insurgindo-se contra a herança da poesia fácil dos cultores do romantismo, movimento que ainda permanecia em voga entre os poetas locais ( ELLINGER, 2015) 51: A estreia de Inácio Xavier de Carvalho em livro contribuiu para inaugurar uma nova fase na literatura maranhense, embora tenha ele próprio causado certa reação entre os renovadores da Oficina dos Novos por conta de sua inclinação para o simbolismo, visto por alguns destes como uma escola decadente e estéril. Cultor do soneto e detentor de grande domínio técnico, Xavier de Carvalho foi um poeta suave, impregnado pelo verso simbolista, contido, mas também parnasiano em muitas passagens, o que certamente contribuiu para dar corpo ao equívoco crítico de considerá-lo um romântico tardio. Na verdade, ele foi, antes de tudo, um artista perfeitamente integrado à corrente poética de seu tempo, marcada pela difícil convivência entre o parnasianismo e o simbolismo.

No Diário de São Luiz, edição de 09 de abril de 1921, sai a seguinte nota: IGNÁCIO XAVIER DE CARVALHO. - O poeta das “Missas Negras” e o príncipe da poesia maranhense, consagrado, por Guerra Junqueira, em uma carta que lhe fizera, em agradecimento a sua produção ou obra literária e que modesto, como é, bem poucos o apreciam e conhecem. Sofrendo a ingratidão dos seus conterrâneos acha-se hoje em posição de destaque em Belém, Neste laconismo, se encerra todo o seu valor, como professor de literatura.

Em 1943 (Diário de São Luis, 02 de setembro), Antônio de Oliveira ao falar da poesia maranhense, comentando livro recém-lançado de João do Rio, afirma: [...] Com a poesia, entretanto, não se deu aqui o mesmo fenômeno. Não houve propriamente colapso. A poesia não desapareceu com o maior de todos, o excelso Cantor dos Timbiras. Gerações de poetas se sucederam uma às outras, mantendo viva na terra maranhense a tradição de berço de poetas. Houve mesmo uma época em que brilhou formosa plêiade de vates, mais ou menos parnasianos, mais ou menos simbolistas, conforme a classificação ao gosto dos nossos historiadores literários. Ignácio Xavier de Carvlho, Maranhão Sobrinho, Vespasiano Ramos, Correa deAraujo, Assis garrido e outros menores, cujos nomes aos poucos se vão apagando, foram componentes dessas gerações, alguns dos quais ainda vivem.

De sua biografia publicada pela Academia Maranhense de Letras – AML 52 - diz-se que: [...] foi quem marcou, com o livro de estreia publicado em 1894, o início do ciclo “decadentista” nas letras maranhenses, nas quais avulta como uma das expressões mais fortes. Dominando com segurança a arte e sabendo trabalhá-la com mestria, foi, sem favor, dos melhores sonetistas que temos tido, de um alto poder de idealização e de expressão estética (Antônio Lôbo),

Quanto à bibliografia registra-se: “Frutos Selvagens” – São Luís, 1893; “Missas Negras” – Manaus, 1902, 48, p.; “Parábolas e Parábolas”, versos humorísticos – Pará, 1919, 32 p. Consta que sua ultima publicação, em livro, data de 1919, quando lançou ‘Parábolas e Parábolas”. Em 1924, sabe-se que tinha uma filha adotiva, Olga Lauande, professora primária, filha de Salim Lauande e sua 51

ELLIGER, Eliana. XAVIER DE CARVALHO. IN Blog Clube do Poeta, 30 de junho0 de 2015, disponível em http://clubedepoetashomenagens.blogspot.com/2015/06/xavier-de-carvalho.html, utilizando como fonte de pesquisa www.patrimonioslz.com.br/; www.antoniomiranda.com.br 52 http://www.academiamaranhense.org.br/inacio-xavier-de-carvalho/


mulher Adelia Lauande. O jornal refere-se a irmãos, ao apresentar os pêsames à família. :Publica, então, o seguinte poema, em sua memória:

O Diário do Maranhão de 18 de outubro de 1893 o traz como membro da diretoria do Clube Iracema. Também nesse ano começa a advogar, instalando seu escritório. Em nota de agradecimento, o Diário do Maranhão – edição de 18 de outubro de 1894 – noticia o lançamento de seu livro de poesias Frutas Selvagens: Foi-nos ofertado um exemplar do livro de poesias Frutas selvagens, de que é autor o sr. Dr. Ignácio Xavier de Carvalho, o talentoso e mimoso poeta maranhense, de que temos por vezes apresentado as mais recomendáveis produções. O trabalho tipográfico é do nosso colega da Pacotilha. Agradecemos o mimo.

Para as comemorações do 03 de novembro, o Gremio Literário João Lisboa indica, dentre os organizadores, Ignácio Xavier de Carvalho, como membro da comissão. Na sessão solene do dia 25/11, é proposto como sócio honorário dessa agremiação estudantil. Em 26 de novembro foi lida correspondência que aceitava a honraria. Possivelmente sua carreira de jornalista tenha se iniciado como correspondente de jornal de Manaus, como deixa ver esta nota, publicada em 04 de abril de 1897, em A Pacotilha:


O Diário do Maranhão de 27 de dezembro de 1900 registra sua chegada à São Luis, em gozo de férias, e dá outras informações, sobre sua atuação no Amazonas, colaborando com alguns jornais, e, também, falando de suas qualidades como poeta:

Do relatório do Diretor do Liceu Maranhense, referente ao ano de 1902, já constava como Professor de Literatura:

Tira licença de três meses:

Retornando de Manaus, e nomeado para o Liceu, em maio de 1902, solicita a permuta de cadeira, passando a responder pela de Frances:


O Diário do Maranhão, edição de 17 de janeiro de 1902, agradece o envio de um exemplar de seu livro Missas Negras:

Em 1903, vamos encontra-lo como professor da cadeira de Francês do Liceu Maranhense

Informa-nos o Diário do Maranhão de 17 de março de 1903 que assumira a presidência de “A Renascença Literária”


No Diario do MaranhĂŁo de 08 de outubro de 1903, participa do Festival Rayol, declamando suas poesias


Em 1904, é lançada uma coletânea de poesias: Sonetos Brasileiros, por Laudelino Freire; seu nome aparece entre os grandes poetas do Maranhão – dentre os 19 selecionados -, conforme nota do Diário do Maranhão de 26 de setembro:

No ano de 1905, aparece como examinador do Colégio São Sebastião e do Colégio do Sagrado Coração de Maria. No ano de 1907 aparece dentre os professores do Instituto Nascimento de Moraes. Em 1911, segundo chamada em A Pacotilha, edição de 21 de dezembro, constava como examinador do Instituto São José O Diário do Maranhão, edição de 9 de outubro de 1906, publica uma resposta de Antonio Lobo à artigos publicados no A Imprensa, sobre uma aula daquele, em que o critica:



No dia 12 de outubro, no Diรกrio do Maranhรฃo, novas notas, uma dirigida aos doutores em medicina, outra a Ignรกcio Xavier de Carvalho, sobre o mesmo assunto:


Em 25 e outubro, O Diário informa que o sr. Ignacio Xavier de Carvalho, juntamente com o tenente-coronel José Ribeiro Oliveira, deixava a redação de A Imprensa. Em dezembro de 1905 é lançado “A Imprensa”, que o tem como um de seus redatores, conforme informa A Pacotilha do dia 15 daquele ano, quando de sua primeira publicação:


Logo a 24 de outubro de 1906, deixa a redação desse jornal, conforme informa nota em A Pacotilha:

O Diário do Maranhão, edição de 25 de setembro de 1906, agradece o envio de vários exemplares do jornal O Século, do Rio de Janeiro. Ignacio consta como seu correspondente:


Em 31 de maio de 1907, em A Pacotilha, sai a seguinte nota, envolvendo-o em um imbrรณglio:


Publicado em A Pacotilha – Jornal da Tarde, edição de 22 de julho de 1908, extensa nota assinada por Antônio Lobo, em resposta, sobre a literatura maranhense:






http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/maranhao/xavier_de_carvalho.html

Outra questão, envolvendo os irmãos Carvalho, publicado em A Pacotilha, edição de 10 de outubro de 1908:





Reunida a confraria da Academia Maranhense de Letras, da qual Xavier de Carvalho participava, para reforma de seus Estatutos:




Correa de Araújo publica em A Pacotilha, edição de 19 de agosto de 1910 o seguinte:


Ainda sob ataque, o autor de inumeras notas apontando um dedo a Xavier de Carvalho chama-o ‘poeta pascacio’, conforme publicação dos dias 14, 17, 18, 19, 20, 21 de dezembro de 2010, em A Pacotilha:

Georges Renard foi um jurista e professor de Direito francês, nascido em 1876, e falecido em 1943, autor das seguintes obras53: Notre œuvre sociale, Nancy, Au Sillon lorrain, 1902, 2e éd., 1905 Pour connaître le Sillon, Paris, Au Sillon, 1906 Contribution à l’histoire de l’autorité législative du Sénat romain : le senatus consulte sur le quasi-

usufruit, Nancy, Berger-Levrault, 1898 Etude historique sur la législation des concordats jusqu’au concordat de Bologne, Nancy, Imp. A.

Crépin-Leblond, 1899 Sept conférences sur la démocratie, Paris, Au Sillon, 2e éd., 1910 Le Parlement et la législation du travail, Paris, Librairie de « La Démocratie », 1913 Gallica Notions très sommaires de droit public français, Paris, Sirey, 1920 Cours élémentaires de droit public. Droit constitutionnel, droit administratif, droit financier, Sirey,

1922 Le droit de la profession pharmaceutique, Sirey, 1924 Le Droit, la Justice et la Volonté, Paris, Sirey, 1924 Le Droit, la Logique et le Bon sens, Paris, Sirey, 1925 Le Droit, l’Ordre et la Raison, Paris, Sirey, 1927 La valeur de la loi. Critique philosophique de la notion de loi. Pourquoi et comment il faut obéir à la

loi, Paris, Sirey, 1928 La Théorie de l’Institution. Essai d’ontologie juridique, Paris, Sirey, 1930 Gallica L’institution : fondement d’une rénovation de l’ordre social, Flammarion, 1933 Gallica La Philosophie de l’Institution, Paris, Sirey, 1939

53

https://fr.wikisource.org/wiki/Auteur:Georges_Renard_(1876-1943)


A Pacotilha de 1º de dezembro de 1911 traz uma longa nota assinada por Augusto Correa Guterres dirigida ao Governador do Estado, sobre o comportamento do “Juiz Impagável”, semelhante ao ocorrido no ano anterior, também envolvendo uma menor e a sua tutela.


Segundo esse mesmo jornal, em 02 de maio de 2014 é reconduzido ao cargo. A 25, assume o juizado de direito, no impedimento de seu titular. Em novembro (Pacotilha, 11/11/2014), Antônio Lobo publica, sob numero IV, réplica de uma nota saída truncada no dia anterior: Em 1916, durante apresentação de uma peça musical, é homenageado, dentre outros jornalistas e autores maranhenses, pela troupe que aqui se apresentava (Pacotilha, 18?07/1916):

A Pacotilha (08/11/1917) publica uma oração proferida por Ignácio Xavier de Carvalho em homenagem à Gonçalves Dias:



Em O Jornal, edição de 16 agosto de 1917, Pery, ao falar do novo livro de Antonio Lopes, refere-se à Academia de Letras e aos seus membros, referindo-se, dentre os acadêmicos, a I. Xavier de Carvalho


Em 1917, também em edição de O Jornal (22 de outubro), era anunciada a criação do Grêmio Teatral Artur Azevedo, e Xavier de Carvalho constava como seu membro honorário:


No ano de 1918, durante a realização do Festival Helena Nobre, seria cantada a modinha “A lua se desata”, musicada pelo maestro Adelman Correa:

Na edição de O Jornal de 03 de julho de 1918 aparece este Ofertório:


No ano de 1919, em A Pacotilha (23 de maio), uma crítica à Antonio Lopes, em que Xavier de Carvalho é citado:

De Belém, em 1923, envia nota publicada no Diário de São Luis, sobre o raid Rio-Belém, em que aparece uma pequena quadra:


No ano de 1928, escreve crítica sobre a obra do padre Astolpho Serra, lançado em Belém, fazendo grandes elogios ao jovem poeta.54

54

O IMPARCIAL, 24 de abril de http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=107646&pesq=IGNACIO%20XAVIER%20DE%20CARVALHO

1928,


Segundo o Paiz (18 de julho de 1935) do Rio de Janeiro, estava inscrito para prestar concurso para o cargo de Juiz no Acre. Saindo o resultado, dos nove candidatos à vaga, apenas cinco aprovados, e o nosso Xavier de \carvalho passou em quinto lugar. Em 1936, é reconduzido à função de Juiz Federal Substituto, em Belém do Para55. No ano de 1938 foi nomeado inspetor federal da faculdade de Direito do Pará para, logo a seguir, ser destituído da função. Nesse mesmo ano, 1938, mudanças na composição da administração pública federal, e dentro dessa, do Ministério da Justiça, extinta a função de juiz federal substituto, passou para os quadros da previdência, na qualidade de inspetor, tendo reclamado de sua classificação, por vários requerimentos, todos negados. EU! (Aos que me não compreendem) Vamos, pobre infeliz! Muda em asas teus braços! Desfere o vôo teu, no anseio profundo, Para o local que houver mais alto nos espaços, Para o trecho do céu mais distante do mundo! E uma vez lá chegando, errante e vagabundo, Desta vida cruel liberta-te dos laços E atira-te, a cantar, do precipício ao fundo... Quero ver-te cair dividido em pedaços! Morre como um herói! Deixa que o Meio brama! Fecha o ouvido ao Elogio e os olhos fecha à Fama E despreza da Inveja as pérfidas alfombras... E morre, coração! Pois, ao morrer, enquanto Tens Injustiças de uns, tens bênçãos de outro tanto... – Morrerás como o Sol – entre Luzes e Sombras!

55

O IMPARCIAL,08 de junho de http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=107646&pesq=IGNACIO%20XAVIER%20DE%20CARVALHO

1936


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.