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TOK
Revista do léo REVISTA LAZEIRENTA LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ - EDITOR – Prefixo 917536
NUMERO 75 – JULHO – 2022
MIGANVILLE – MARANHA-Y “ÁGUAS REVOLTAS QUE CORREM CONTRA A CORRENTE”
A presente obra está sendo publicada sob a forma de coletânea de textos fornecidos voluntariamente por seus autores, com as devidas revisões de forma e conteúdo. Estas colaborações são de exclusiva responsabilidade dos autores sem compensação financeira, mas mantendo seus direitos autorais, segundo a legislação em vigor.
EXPEDIENTE REVISTA DO LÉO REVISTA LAZEIRENTA Revista eletrônica EDITOR Leopoldo Gil Dulcio Vaz Prefixo Editorial 917536 vazleopoldo@hotmail.com Rua Titânia, 88 – Recanto de Vinhais 65070-580 – São Luis – Maranhão (98) 3236-2076 CHANCELA
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ
Nasceu em Curitiba-Pr. Licenciado em Educação Física (EEFDPR, 1975), Especialista em Metodologia do Ensino (Convênio UFPR/UFMA/FEI, 1978), Especialista em Lazer e Recreação (UFMA, 1986), Mestre em Ciência da Informação (UFMG, 1993). Professor de Educação Física do IF-MA (1979/2008, aposentado); Titular da FEI (1977/1979); Titular da FESM/UEMA (1979/89; Substituto 2012/13), Convidado, da UFMA (Curso de Turismo). Exerceu várias funções no IFMA, desde coordenador de área até Pró-Reitor de Ensino; e Pró-Reitor de Pesquisa e Extensão; Pesquisador Associado do Atlas do Esporte no Brasil; Diretor da ONG CEV; tem 14 livros e capítulos de livros publicados, e mais de 405 artigos em revistas dedicadas (Brasil e exterior), e em jornais; Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Membro Fundador da Academia Ludovicense de Letras; Membro da Academia Poética Brasileira; Sóciocorrespondente da UBE-RJ; Premio “Antonio Lopes de Pesquisa Histórica”, do Concurso Cidade de São Luis (1995); a Comenda Gonçalves Dias, do IHGM (2012); Premio da International Writers e Artists Association (USA) pelo livro “Mil Poemas para Gonçalves Dias” (2015); Premio Zora Seljan pelo livro “Sobre Maria Firmina dos Reis” – Biografia, (2016), da União Brasileira de Escritores – RJ; Diploma de Honra ao Mérito, por serviços prestados à Educação Física e Esportes do Maranhão, concedido pelo CREF/21-MA (2020); Foi editor das seguintes revista: “Nova Atenas, de Educação Tecnológica”, do IF-MA, eletrônica; Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, edições 29 a 43, versão eletrônica; Editor da “ALL em Revista”, eletrônica, da Academia Ludovicense de Letras; Editor da Revista do Léo, a que esta substitui (2017-2019), hoje MARANHAY – Revista Lazeirenta, já voltando ao antigo título de “Revista do Léo”; Editor do IHGM EM REVISTA, revista eletrônica do IHGM, gestão 2021/2023; . Condutor da Tocha Olímpica – Olimpíada Rio 2016, na cidade de São Luis-Ma.
UM PAPO
O Pereira me escreve perguntando a possibilidade de se imprimir o ATLAS DO ESPORTE NO MARANHÃO, tal e qual feito pela SEDEL em 2014... em edição comemorativa do CEV/MARANHÃO. Vamos em frente... quem sabe? Aproveito para (re)lembrar antigo projeto, proposto pelo Pereira desde os idos de 1979 – século passado – e até hoje não implementado. Fazia parte do decálogo que havíamos elaborado, para orientar nossa atuação na SEDEL, então recém-criada – a primeira do Brasil!!! O projeto foi se aprimorando, com o passar do tempo, quando o Joaquim Haikel, então Secretário, pediu-nos um projeto para um museu do esporte. Apresentamos esse... nunca saiu do papel... antes, o Joaquim deixou a SEDEL... Voltamos à carga!!!! Cada vez mais difícil falar de esporte no Maranhão... parece-me que há uma intenção em manter tudo às escondidas. Em pleno período de realização de Jogos Escolares, municipais, e alguns regionais, nada se divulga. Nada aparece na imprensa, jornal, TV... parece que já não existem mais... Apenas um ou outro técnico divulga via facebook ou Instagram o resultado de suas equipes, e olha lá... Nossa imprensa esportiva morreu, junto com o futebol, dito profissional, maranhense? Nos nossos cursos superiores de Educação Física – em especial o da UFMA – não se está produzindo nada? Apenas aulas? E as pesquisas? Cade todos aqueles grupos que se batiam por espaços? Se aposentaram? Com a chegada de novos profissionais – todos professores-doutores! – pensava-se que esse quadro iria mudar; com a pos-graduação, também, e nada acontece? Ou não há interesse em divulgar para os da casa? O espaço está aberto a todos!!!! E como está difícil fazer os registros históricos!!! Construir a memória, para se fazer a história; reproduzo artigo de 10/11 anos, sobre a arte de se escrever a História... Procurei um grupo, dedicado a um esporte em franca ascenção no Maranhão. Inúmeras ‘escolinhas’ abertas, pelo estado todo; a resposta? Não temos interesse... pois pedira para que atualizassem o Capítulo do Atlas... Se os próprios interessados/praticantes não se interessam em divulgar, em relatar a memoria da modalidade porque insistir??? Tento usar outros canais e outras perguntas – palavras-chave – para o resgate e tenho encontrado informes oficiais de prefeituras e secretarias de esportes de diversos municípios. Oficialmente, nada!!! Onde andam as Federações ditas especializadas com seus informes e divulgação de ações? Já escrevi a diversos ‘presidentes’ e nada respondem... LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ EDITOR
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EXPEDIENTE EDITORIAL SUMÁRIO
ESPORTE(S) & EDUCAÇÃO FÍSICA & LAZER MEMÓRIA DO ESPORTE NO MARANHÃO – (projeto utópico...) ATLAS DO ESPORTE NO MARANHÃO - SEGUNDA EDIÇÃO – REVISTA E ATUALIZADA - 2022 LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ; LAÉRCIO ELIAS PEREIRA (ORGANIZADORES) ATLAS DO ESPORTE LAMARTINE DACOSTA, HELOISA NOGUEIRA E EVLEN BISPO. ATLAS DE ESPORTE NO MARANHÃO: ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO TEXTO 02 - CLUSTER ESPORTIVO DE SÃO LUIS DO MARANHÃO Leopoldo Gil Dulcio Vaz 03 - CENÁRIO DE BASES GEOGRÁFICAS DO ESPORTE E ATIVIDADES FÍSICAS: MARANHÃO GILMAR MASCARENHAS 04 - INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS E CIENTÍFICAS I - ESPORTE, EDUCAÇÃO FÍSICA, ATIVIDADES FÍSICAS E LAZER NO MARANHÃO DIRCEU GAMA 05 - INICIO DA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO NA EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTO NO MARANHÃO - Palestra apresentada na III Jornada de Iniciação Científica da Educação Física da UFMa, 1995. 06 - RAÍZES - JOGOS TRADICIONAIS INDIGENAS CORRIDAS NATAÇÃO CANOAGEM JOGOS E BRINCADEIRAS JOGOS E BRINCADEIRAS INFANTIS EM DIVERSAS LOCALIDADES BURITI BRAVO CANTANHEDE COELHO NETO CURURUPU GUIMARÃES MATINHA MIRADOR PEDREIRAS SÃO DOMINGOS DO MARANHÃO JOGOS DOS POVOS INDÍGENAS PUNGA DOS HOMENS / TAMBOR-DE-CRIOULO (A) - “PUNGA DOS HOMENS” CONTRIBUIÇÃO DOS AÇORIANOS PARA A CULTURA MARANHENSE: O CASO DO “TARRACÁ”
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NAVEGANDO COM JORGE OLIMPIO BENTO ACONTECENDO:
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SOBRE A VIDA, A MORTE E A AMIZADE - Por Rogério Rocha DE DAOMÉ À CASA DAS MINAS, A ROTA DE ESCRAVIDÃO DA RAINHA FÉLIX ALBERTO LIMA ESCOLA DE GESTÃO LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ
FRAN PAXECO: MEMÓRIAS & RECORTES NUMEROS PUBLICADOS
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EDUCAÇÃO FÍSICA ESPORTE(s) LAZER NO MARANHÃO
MEMÓRIA DO ESPORTE NO MARANHÃO
"Preservar os testemunhos do passado é, substancialmente, dar-lhes condições de continuarem a ser utilizados no presente em toda sua potencialidade" (SUANO, citado por MARQUES JÚNIOR, 1991, p. 101). Tendo em mente esta perspectiva, propõe-se a criação da "SALA MEMÓRIA DO ESPORTE no MARANHÃO", que terá como objetivo geral: coletar, armazenar, preservar, organizar e divulgar os documentos referentes à memória do ESPORTE MODERNO no MARANHÃO, dos grandes atletas maranhenses, e dos eventos esportivos relevantes. As ações para operacionalização desse projeto podem ser divididas basicamente em duas frentes de trabalho: a pesquisa documental (incluindo a documentação histórica, a produção intelectual e as publicações geradas), e a coleta da memória oral. A pesquisa histórica - na qual se incluem, dentre outros, os trabalhos ligados à memória institucional caracteriza-se predominantemente pelo uso de dados primários. Ao lado da história oral, constituída por testemunhos de pessoas que viveram e presenciaram mais de perto os fatos narrados, pode-se afirmar que os chamados documentos de arquivo representam as fontes básicas para atividades de pesquisa histórica e, em especial, para a recuperação da memória de uma instituição. De acordo com SCHELLENBERG (citado por MARQUES JÚNIOR, 1991, p. 102), documento de arquivo é todo aquele material produzido e acumulado em decorrência de desempenho das funções administrativas relacionados aos objetivos de qualquer instituição pública ou privada, que tenha sido considerado de valor - e preservado - para fins de referência e pesquisa. Nessa categoria, incluem-se, dentre outros registros, as correspondências, as normas e regulamentos, os relatórios, as atas de reuniões, etc. A "Sala Memória do Esporte no Maranhão" terá como objetivos específicos: 1. recuperar, preservar, organizar e armazenar os documentos relevantes para a história do esporte moderno em Maranhão; 2. recuperar e preservar, fisicamente, os documentos importantes relativos à memória, utilizando técnicas adequadas a cada tipo de material; 3. analisar e indexar as correspondências, as normas e regulamentos, os relatórios, as atas de reuniões, etc., das diversas instituições dirigentes do esporte em Maranhão; 4. recuperar, preservar, organizar e armazenar os documentos referentes à produção intelectual da comunidade acadêmica referentes aos esportes, a educação física e ao lazer no Maranhão; 5. recolher a memória oral através de entrevistas com pessoas que vivenciaram os grandes momentos esportivos no Maranhão ; 6. fazer um esboço da História do Esporte no Maranhão, a partir das informações obtidas; 7. divulgar os documentos da memória do esporte no Maranhão, dos grandes atletas, dos dirigentes, técnicos e professores, e das instituições esportivas maranhenses através de publicações, catálogos e exposições. O projeto Memória será constituído, para sua operacionalização, dos seguintes sub-projetos:
a) Documentação histórica: a.1. Abrangência: • atas de fundação dos clubes esportivos, federações esportivas, órgãos públicos ligados aos esportes, lazer e educação física maranhense, com seus respectivos índices; • depoimentos de pessoas consideradas como importantes em alguma modalidade esportiva, praticada em Maranhão, que possa contribuir para a escrita de sua historia ; • coleção de fotografias, plantas arquitetônicas, cartazes, convites, discursos, programas de eventos, etc...; • levantamento de notícias publicadas na imprensa local e nacional (recortes de jornais) sobre os esportes maranhenses Liceu, sobre os grandes atletas do Maranhão;
a.2. Metodologia: A metodologia básica a ser adotada consiste em leitura de atas e sua indexação, levantamento, organização e tratamento de documentos, coleta de depoimentos. a.3. Produtos: a) b) c) d) e)
coleção de atas, armazenadas na memória; índice por assuntos, remetendo para livro e página; arquivo de documentos importantes referentes a assuntos registrados nas atas; coleção de fitas (e transcrição) de depoimentos de pessoas ligadas ao esporte no Maranhão; coleção de plantas arquitetônicas, fotografias, programas, cartazes, discursos, etc., sobre os esportes maranhenses, sobre os atletas, dirigentes, treinadores; f) índices para recuperação da informação contida nesse material; g) arquivo de recortes de notícias sobre os esportes maranhense e sua comunidade; h) esboço de uma História do Esporte no Maranhão.
b) Produção intelectual: b.1. Universo • atletas, dirigentes, técnicos e funcionários técnico-administrativos, em exercício, aposentados, falecido b.2. Abrangência: • livros, artigos, capítulos de livros, trabalhos apresentados em eventos, textos didáticos, monografias, resenhas, traduções, prefácios...; • teses de conclusão de curso, de mestrado, de doutorado, livre docência e memoriais; • projetos e relatórios de pesquisa.
b.3. Metodologia: • Levantamento do universo, consulta a documentos, entrevistas. b.4. Produtos: • • • •
acervo de livros, monografias, teses, dissertações e projetos e relatórios de pesquisa; arquivo de cópias de artigos, capítulos de livros, trabalhos em eventos, relatórios de pesquisa, etc.; catálogos de referências bibliográficas e resumos; elaboração da publicação : Produção Intelectual sobre o Esporte Maranhense.
c) Publicações geradas c.1. Abrangência: • documentos sobre o Esporte Maranhense; jornais, revistas e boletins publicados c.2. Metodologia: • análise documental. c.3. Produtos: • coleção de documentos sobre o Esporte Maranhense, coleção de jornais, revistas e boletins publicados; • catálogo dos documentos sobre o Esporte Maranhense, em ordem alfabética de títulos.
d) Divulgação. • • • •
constituição de uma "Sala Memória"; divulgação dos documentos da memória através de publicações, catálogos e exposições; exposição permanente do material coletado e produzido; criação de um Prêmio, específico sobre o Esporte no Maranhão.
Sugere-se a criação de um grupo de estudos - no âmbito do próprio SESP, reunindo uma equipe interdisciplinar de professores de História, de Literatura, de Bibliotecários e de Supervisores, com apoio da Secretaria -, para dar prosseguimento ao levantamento de documentos e possibilitando a criação de uma "Sala Memória do Esporte Maranhense", onde possam estar disponíveis para estudos e conhecimento das futuras gerações.
Trajano e Braga, jogadores do Football Athletic Club (1920). Créditos: Hugo Enes
TIME E SELEÇÃO DE PARAIBANO NOS IDOS 78 A 80 & POUCO. Na foto os técnicos Sêu Nélio Vieira (pai do Gil) e Moacir Furtado (pai do Moacizim). A escalação da seleção deixo com os internautas para ver se reconhecem alguém... bons tempos no campo de poeira lá atrás do cemitério (onde hoje está o hospital, câmara municipal, INSS, secretaria de educação... Eu era moleque mais lembro da torcida tomando cachaça depois do jogo no cabaré "Cantim do Céu" ou uma cerveja Antártica bem fria na geladeira a gás no Bar do Sêu Luis, lá do lado da trave de baixo ÊÊta... o lugar que antigamente era só de alegrias, hoje é só de sofrimento, hospital, câmara de vereadores, INSS fantasma e educação.....vixee, manda pra escanteio!!! Kkkk... Fotos de Léo Lasan tiradas de album da família....
DIÁRIO DE SÃO LUIS – 1948 – 24 DE JANEIRO
1949 – 22 DE MARÇO – DIÁRIO DE SÃO LUIS
06 JUNHO 1950 – O COMBATE – FUNDAÇÃO DA FEDERAÇÃO DE VOLEI E BASQUETEBOL
VINHAIS VELHO, 1979 Vinhais Velho é um dos lugares que tem uma importância histórica enorme para o Maranhão, é um dos sítios arqueológicos que precisa a proteção do Estado, das instituições e o zelo dos moradores. A História do Vinhais Velho vai desde antes da colonização e continua até hoje com os descendentes dos antigos moradores: Os indígenas. Na década de 1970, já havia matérias em jornais que exigia do poder público um olhar mais atento para a região do Vinhais Velho, coisa que só viria muito tempo depois. Em 2012, há dez anos atrás, a população do Vinhais enfrentava uma das suas maiores lutas e mobilização em pró da preservação do Vinhais Velho na época da construção da Via Expressa. Vinhais Velho poderia ter desaparecido, mas resistiu e hoje é um dos sítios Arqueológicos de suma importância para o Maranhão. Vale visitar o Largo, a Igreja e o memorial onde estão os achados Arqueológicos. Imagem: Diário do Povo, 1979
ATLAS DO ESPORTE NO MARANHÃO SEGUNDA EDIÇÃO – REVISTA E ATUALIZADA 2022
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ LAÉRCIO ELIAS PEREIRA (EDITORES/ORGANIZADORES)
ATLAS DO ESPORTE NO MARANHÃO SEGUNDA EDIÇÃO – REVISTA E ATUALIZADA - 2022 LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ LAÉRCIO ELIAS PEREIRA (ORGANIZADORES) Decidimos (re)organizar o ATLAS DO ESPORTE NO MARANHÃO. A última versão foi a publicação de 2013 patrocinada pela SEDEL, edição em papel/CD-ROM. Após sua inclusão no CEV/BIBLIOTECAS, vimos atualizando seus diversos capítulos sempre que possível. Chegou a hora de apresentar uma segunda edição, revista, ampliada e atualizada, na medida do possível. A organização dessa obra se dá a partir de disponibilizar a memória do esporte – e da educação física, do lazer, dança... – no Maranhão a um público mais específico: professores, profissionais e alunos de educação física que estudem a História do Maranhão. Sua origem, está no ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL (2006), que recebeu um Capítulo: “Cluster Esportivo de São Luís do Maranhão”; e um segundo, referente ao CENTRO ESPORTIVO VIRTUAL, em coautoria com o Laércio. O Atlas (2005) recebeu uma versão em papel, editada pelo Sistema CONFEF/CREF, e uma edição eletrônica: www.atlasesportebrasil.org.br, que receberia atualizações – de preferência anuais; o que não aconteceu. Nós, do Maranhão, continuamos a remeter ao Dr. Lamartine DaCosta as novas descobertas e achados, num total de 23 novos capítulos e que foram atualizando a edição eletrônica; quando o CEV/Biblioteca disponibilizou o “Atlas do Maranhão”, as atualizações foram sendo feitas e disponibilizadas. Nesta nova versão – idealizada pelo Laércio em comemoração de alguma data, acredito que espera uma edição impressa, a ser ‘trabalhada’ junto a possíveis patrocinadores – senão, vai para o CEV/BIBLIOTECA mesmo e, quem sabe, uma edição eletrônica através da ferramenta ISSUU, decidimos por disponibilizar um dos primeiros documentos que registra a memória do esporte no Maranhão: o Diagnóstico da Educação Física no Maranhão, de 1978. Alguns capítulos de referencia ao Maranhão, e rever todosos outros capítulos, com acréscimos, quando ao desenvolvimento, e atualização nos capítulos dos esportes – ficáramos nos anos 1970; infelizmente, o que pretendíamos, não aconteceu: que alunos dos diversos cursos de educação física se preocupassem com a memória/história, fizessem suas monografias, dissertações, teses, artigos, e dai atualizaríamos o Atlas... não deu!!! Mesmo provocados!!! E as Federações, então, não se preocupam com a sua História, nem em atualizar seus capítulos... é um problema... agora, estamos tentando recuperar esses anos...
ATLAS DO ESPORTE1 LAMARTINE DACOSTA HELOISA NOGUEIRA EVLEN BISPO. ORIGEM e DEFINIÇÕES Em correspondência eletrônica o Prof. Dr. Lamartine Pereira DaCosta 2 enviou-me os “PADRÕES PARA A ELABORAÇÃO DOS ATLAS ESTADUAIS, DE REGIÕES E CIDADES”, 3ª. Versão (de 22 de agosto de 2005), propostas por: Lamartine DaCosta, Heloisa Nogueira e Evlen Bispo. De acordo com os proponentes, os padrões para elaboração do Atlas Estadual seguem o do “Atlas do Esporte do Brasil” na versão nacional, livro lançado em dezembro de 2004 e datado para publicação em 2005. As adições e reformulações ora propostas estão estipuladas de modo a atender à elaboração dos Atlas de Estados, regiões e cidades do Brasil, como também dar formato básico ao ATLAS - Sistema de Informações e Gestão em Esporte e Atividades Físicas composto de vários segmentos e caracterizações. ATLAS Sistema de Informações e Gestão em Esporte e Atividades Físicas: Oferta pública de informações produzidas por voluntários, abrangendo atividades físicas esportivas, de educação física, de saúde e de lazer, usando a Internet como meio de acesso principal e outros meios eletrônicos (CD, DVD etc.) que possam ampliar a oferta de conhecimentos e facilitar a gestão de empreendimentos nas atividades descritas e analisadas. O objetivo principal das descrições e análises do Atlas é observar os significados econômicos e sócio-culturais do esporte em suas diferentes manifestações no Brasil. “Atlas do Esporte, Educação Física e Atividades Físicas de Lazer e Saúde no Brasil” (2005): Livro que atua como ponto de partida e modelo experimental do Sistema ATLAS de Informações Esportivas, produzido por 410 autores voluntários e 19 editores (14 voluntários), abrangendo três centenas de temas relacionados com as atividades físicas em suas diversas modalidades de prática, de gestão em esporte e de produção de conhecimento. Esta publicação em papel está próximo ao limite do formato livro com 924 páginas tamanho duplo, com 4,8 kg de peso, indicando a necessidade de desenvolvimentos futuros por meios eletrônicos ou por livro de partes selecionadas do Sistema ou dos Atlas de Estados, regiões e cidades. (ver www.atlasesportebrasil.org.br “Perguntas mais frequentes”) Atlas Estadual: Versão reduzida e complementar do Atlas nacional de 2005 (dados de 2003/2004) que focaliza um Estado em particular, reunindo basicamente capítulos dedicados a municípios com maiores detalhes do que o Atlas nacional, com adição de capítulos com temas de maior significado para o Estado em foco, seja específico ou de readaptação/atualização local de temas já encontrados no nacional. Estes Atlas se organizam em princípio para uso em formatos eletrônicos, porém poderão ter versão em papel de acordo com interesses e possibilidades locais. Atlas regional e de cidades: Versões que seguem os padrões dos Atlas estaduais, mas focalizam partes de determinado Estado. FreeAtlas: Processo de gestão de pesquisa científica exercida basicamente com voluntários cujos resultados são de domínio público e impedidos de uso para obtenção de lucro (patentes freeware internacionais requeridas). Este processo de gestão foi gerado a partir do projeto Atlas em rotinas, formatos e programas planejados e testados inicialmente no Brasil e por autores brasileiros. O FreeAtlas inspirou-se no software Linux quanto ao seu desenvolvimento contínuo por voluntários, distinguindo-se entretanto por ter objetivos de geração autônoma de conhecimento, deixando os seus 1 2
www.atlasesportebrasil.org.br Coordenador do Atlas do Esporte no Brasil.
produtores livre de pressões institucionais e imposições ideológicas e acadêmicas. Sendo uma ferramenta de gestão com responsabilidade social, o FreeAtlas segue o princípio ético da participação voluntária visando a benefícios coletivos e da remuneração justa no trabalho para entidades privadas e governamentais. Para a elaboração dos Atlas regionais não há necessidade de se usar inicialmente os roteiros do FreeAtlas em face as orientações simplificadas e práticas que formam os presentes padrões. O Atlas é um documento de memória (registros descritivos e datados) e não de história (processo de interpretação sob forma de narrativa com base temporal). Daí não caber digressões nem análises pormenorizadas. Ou seja: trabalha-se com marcos histórico, mas não se faz história. O Atlas, em resumo, oferece base para o trabalho de historiadores embora seja focado para a gestão do esporte e atividades similares. Há que então reduzir ou evitar juízos de valor do autor (es) sobre o tema enfocado, isto é, comentários de que algo é bom ou mau no presente ou para o futuro contextualizado do tema. Outra abordagem a evitar é a de críticas ou denúncias diretas a pessoas ou instituições, que não são próprias de um banco de dados com registros a serem interpretados por terceiros com interesses múltiplos e que está proposto para contínua revisão de dados. A base de conteúdo de cada capítulo é a ordem cronológica dos fatos descritos começando por referência ao ano (s) do acontecimento, a décadas se o período focalizado é mais longo, ou até mesmo século(s) em casos excepcionais. Não se usa hífen depois da data na abertura de cada fato examinado: ano, década e século são subtítulos no Atlas. O padrão geral de formato dos capítulos sugere uma listagem cronológica de fatos relevantes que tiveram conseqüências no desenvolvimento (crescimento, mudança de direção, estagnação e/ou retrocesso) do esporte ou da manifestação relacionada à educação física ou atividade física de saúde e/ou lazer. O parágrafo inicial de cada capítulo também é padrão, levando o título de "Origem(s) e Definição (ões)" ou Definições primeiro e depois Origens. Se aceita também a separação entre "Origem" e "Definição", pois às vezes há maior clareza quando há dois enfoques. Ao final da ordem cronológica temos "Situação Atual" que não deve ser conclusão. O Atlas não trabalha com conclusões, mas, sobretudo com tendências. Em síntese, "Situação Atual" refere-se a um conjunto de dados que oferece uma idéia de como se desenvolve presentemente o tema examinado no capítulo. Em certos casos é tolerável uma pequena interpretação dos dados destacados, ou alguma crítica que possa explicar uma determinada situação. Não se pode priorizar, entretanto a crítica porque os capítulos devem ser bem mais descritivos do que analíticos, dando pouca margem a interpretações pormenorizadas. Em termos do modelo Atlas para orientação de conteúdos, a crítica não é própria porque se lida com um banco de dados de amplo acesso e consultas variadas. O Atlas, assim sendo, oferece bases para críticas, mas evita aprofundamentos críticos, não se tratando de um espaço de discussão acadêmica, política, religiosa ou ideológica. Contudo, a margem válida de interpretações dos autores incide sobre etapas selecionadas do desenvolvimento no tempo do esporte, atividade ou área de saber ou de suporte de atividades físicas. Este tipo de análise deve ser bem resumida e bem objetiva, posta no texto com título de parágrafo "Décadas de tal a tal - Interpretações" ou mesmo "Interpretações das décadas de tal a tal", se assim for opção do autor (es). O Atlas não é diagnóstico nem plano, portanto não cabem nos capítulos sugestões ou projeções para o futuro. As abordagens projetivas são responsabilidades das pessoas que consultam o Atlas para trabalhos diversos. Porém, algumas interpretações trazem à luz evidências e tendências, e estas, se resumidas, podem ser mantidas uma vez que se referem a interpretações do desenvolvimento. Nesta opção de roteiro de redação não se deve eliminar dados numéricos mesmo que aparentem inconsistência, pois estes constituem um dos objetivos principais do Atlas (base para estudos econômicos na área esportiva). Assim, aceitam-se estimativas rotulando-as sempre como provisórias. Note-se que todos os dados são submetidos a cruzamentos e revisão continuamente nas diferentes versões do Atlas, o que oferece segurança no trato quantitativo dos temas. As revisões e atualizações deverão progressivamente melhorar a base de dados, tendo a versão livro de 2005 uma função demarcadora. Comentários sobre o grau de fidedignidade de certos dados são pertinentes, sobretudo
quando são provenientes de fonte confiável (geralmente especializada e identificada) e há condições de se verificar o modo de coleta, organização e/ou tratos estatísticos. Cada capítulo ou Box, por padrão, termina com o subtítulo “Fontes”, excetuados aqueles que constituem experiência pessoal, descrição direta ou levantamento e pesquisa presencial produzidos pelo(s) autor (es) do texto (levantamento de academias ou clubes em determinado município, por exemplo). Como o Atlas é um repositório de memória em contínua revisão, as fontes incluem testemunhos pessoais e indícios em objetos, edifícios, monumentos etc., além de documentos, jornais, livros e outros meios de fidedignidade mais evidentes. As fontes são relacionadas nos capítulos por qualquer meio de referenciação ou normatização, sugerindo-se, entretanto sempre que possível seguir os padrões ABNT (nacional) e o APA (internacional). As fontes de testemunhos pessoais são relacionadas pelo(s) nome(s) do(s) informante(s) e data da obtenção da informação. A referenciação dos Atlas regionalizados como unidade de publicação (site, livro, CD etc.), entretanto, deve seguir a ABNT e a APA, tendo seus editores ou organizadores citados em conjunto com o título “Atlas do Esporte no Rio Grande do Sul” (assumindo-se o exemplo do primeiro Estado a produzir uma versão local). Padrões do Atlas: Referências gerais ou específicas para elaboração de contribuições para o Sistema Atlas, sujeitas a reformulações sucessivas de acordo com necessidades surgidas na editoração das informações, nos procedimentos de programação visual e nos ajustes à mídia de cada versão em preparo (formatos e softwares). Dados do Atlas: Informações produzidas por fonte identificada que são re-elaboradas em forma, mantidas no seu conteúdo e verificadas sempre que necessário, e possível pelo Sistema Atlas. O propósito básico é de coletar e expor informações como memória e para uso seletivo de interessados, constituindo basicamente um meio de gestão. Direitos autorais: O Sistema Atlas tem como marcos conceitual a legislação em vigor no Brasil sobre direitos autorais e sobre a atuação de voluntários conforme descrito no Atlas livro, versão 2005, página 6. Cevatlas: Lista de discussão do Centro Esportivo Virtual - CEV (visitar em www.cev.org.br) que opera como ponto de encontro dos participantes e dos interessados no ATLAS - Sistema de Informações e Gestão em Esporte e Atividades Físicas, cuja primeira manifestação foi o livro “Atlas do Esporte no Brasil” e que na fase atual se desdobra em outras mídias e diversos segmentos de localização geográfica, memória e temas de abordagem. A inscrição no Cevatlas é feita via http://listas.cev.org.br/mailman/listinfo/cevatlas Esporte: Expressão genérica, eventualmente completada com palavras de significados congêneres – em especial das áreas de lazer, saúde e educação física -, usada no Sistema Atlas como síntese das atividades físicas praticadas como manifestação pessoal, grupal e comunitária, ou como promoção de instituições privadas e públicas. Por padrão, esta expressão adota a grafia mais comum de ser encontrada no Brasil: “esporte” (sem o “d” da palavra “desporto”). TEMAS Em linhas gerais, os temas abordados pelos Atlas estaduais, regionais e de cidades são os mesmos do Atlas nacional, edição 2005, porém respeitando-se a especificidade local está prevista a adição de novos temas nestas novas versões do Atlas no caso de existir informações suficientes para um capítulo próprio. Como a base dos Atlas estadual é constituída de municípios, as informações sobre determinada atividade / esporte ou meio de geração de conhecimento (Ensino Superior de Educação Física, associações científicas, áreas de saber etc.) podem ser alocadas nos municípios onde acontecem se não houver condições de se organizar um capítulo próprio. Inovações locais na prática de esportes, invenções de equipamentos e protocolos, biografias de atletas de renome regional, história de cursos locais de formação em educação física, memória de clubes e de entidades esportivas, e outras formas de resgate da identidade local esportiva são exemplos a realçar para a pauta de trabalhos de um Atlas regionalizado.
CAPÍTULOS A unidade básica dos Atlas de Estado, região ou cidade, é o ‘capítulo’ tal como acontece no Atlas nacional em livro, cujo conteúdo é mantido na versão na Internet que dá formato básico ao Sistema ATLAS. Porém, ao contrário do Atlas nacional que se regulou por tamanho padrão (10.500 – 10.700 caracteres contando espaços), os seus desdobramentos seguintes poderão ser maiores ou menores. Tanto a expansão como e a redução apoiam-se na experiência do projeto Atlas original pelo qual se demonstrou a existência de alguns temas cujo tamanho padrão limitava ou excedia em demasia sua compreensão; outro motivo prende-se ao fato de que na Internet não há limitações de tamanhos de texto como no formato livro. Assim, o capítulo nos Atlas regionalizado possui tamanho variado dependendo da existência de conteúdo e disponibilidade de autoria e editoração. E o padrão, nestas circunstâncias, é ditado por um texto mínimo que possa dar validade à criação de um capítulo e atribuir importância ao tema focalizado, ou seja: 10.500 caracteres contando espaços. Os complementos de cada capítulo adotam o formato Box (caixa) e podem se desdobrar na medida em que surjam atualizações e reajustes. A disposição dos capítulos em seções temáticas tal como encontrada no Atlas nacional, pode ser seguida nas versões regionalizadas, contudo a especificidade de cada Estado, região ou cidade, indica a pertinência de flexibilidade nestes temas e da adoção do município como base. Nestes termos, por padrão, a seção principal do Atlas de cada Estado e de região, inclui todos os municípios pesquisados (cada município, um capítulo), numa composição similar às seções “Lazer – Cidades e Regiões” encontradas no Atlas nacional de 2005. Os capítulos relacionados a municípios incluem dados sobre clubes, instalações esportivas, academias, locais para atividades físicas de lazer e de saúde, registros históricos sobre atividades e instituições esportivas e de lazer locais, levantamentos e estimativas de número de participantes, faculdades de educação física e outras circunstâncias também mapeadas na seção “Lazer – Cidades e Regiões” do Atlas nacional. Além de documentos e registros, os dados coletados serão aqueles disponíveis no município ou estimados por dirigentes, líderes, técnicos, professores, atletas veteranos e outras pessoas com experiência de vida no esporte e lazer locais. Para auxiliar esta pretendida coleta, um dos futuros documentos de padrões será orientado como roteiro para obtenção de dados no município (Base: estudos de Antônio Carlos Bramante – SP e Ademir Muller – RS). A única ilustração permitida em cada capítulo é o mapa do município, da cidade ou da região focalizada em seus vários municípios, consolidando padrão já adotado no Atlas nacional. Por sua vez, as fotos e figuras coletadas serão incluídas numa seção final à parte, denominada de “Quem fez acontecer – Fotos e figuras” (ver seção original no Atlas nacional), que no Sistema Atlas via Internet aglutinarão as fotos e figuras por Estado, destacando-se regiões e cidades quando apropriado. A prioridade absoluta, neste caso, pertence a fotos e figuras de mais de 50 anos na temática esportiva, de educação física, lazer e saúde, que constituem os registros de maior possibilidade de perda na atualidade.
ATLAS DE ESPORTE NO MARANHÃO ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO TEXTO 1 – Cada capítulo pode ser iniciado por “Definição(ões)” se a modalidade esportiva, atividade física, instituição, área de conhecimento, meio de intervenção, etc. em foco, necessita ser delimitada além do conhecimento comum e circulante nos meios profissionais (futebol ou natação, por exemplo, não necessitam de maiores esclarecimentos). Descrição sucinta e objetiva é recomendada nesta abertura do texto. As atividades físicas e outros enfoques que estão em processo de diversificação ou mudança de seu sentido original necessitam de distinções em face às novas versões (Surfe, por exemplo). 2 – “Origem” é a abordagem seguinte, sempre obrigatória, com data e local no Rio Grande do Sul do ponto de partida da atividade ou tema correlato enfocado. Este item deve ser o primeiro do texto se não houver “Definição”. Se o ano de início não é disponível, delimitar período (década, início / meio / fim do século 19 ou 20). Nome(s) de pessoas e entidades geradoras dos fatos iniciais são também importantes para menção. Condições peculiares da origem são pertinentes de citação ou mesmo de descrição resumida. 3 – Os demais parágrafos até o item “Situação Atual” são iniciados por ano, década ou período em décadas usando-se negrito (por exemplo: 1817, 1913, Década de 1920, Décadas 1860 – 1890). Estes parágrafos correspondem a uma cronologia de marcos históricos - em anos ou/e décadas, de acordo com o discernimento do(s) autor(es) no tema focalizado – ou períodos em que ocorreram mudanças com consequências discerníveis nos estágios seguintes de expansão, estagnação, retrocesso e outros impactos. Citação de líderes e pessoas vinculados aos marcos de referência é pertinente, inclusive quando relacionada ao próprio colaborador (caso de vários capítulos). 4 – As interpretações do autor(es) sobre sentido e natureza do desenvolvimento da(s) manifestação(ões) focalizada(s) em cada capítulo devem ser introduzidas em determinadas décadas ou anos definidos como marcos históricos. Observe-se que “desenvolvimento” tem vários modos de ser interpretado, mas a metodologia do mapping usada pelo Atlas é meramente descritiva no tempo e no espaço, focalizando-se alterações do entorno sociocultural e econômico de uma região e/ou do próprio país. 5 – “Situação Atual” é o item que encerra o texto do capítulo sendo constituído por simples e resumidas descrições e alguns dados numéricos que dão fundamento às circunstâncias abordadas. Em adição a esta síntese final que contrasta o presente com o passado, uma conclusão sobre o atual estado de coisas no tema focalizado tem pertinência em termos de mapeamento. Sugere-se, neste caso, que a conclusão defina a direção que o desenvolvimento está tomando no tema estudado (desaparecimento, transformação, diversificação, crescimento, estagnação etc.). Note-se, ainda, que um dos objetivos centrais do Atlas é delinear a importância econômica das atividades físicas e áreas correlatas no Rio Grande do Sul, sendo para isso necessário observar o sentido dos impactos, quando identificados. Nestas condições, número de participantes – mesmo estimado grosso modo – é um dado vital na quase totalidade dos temas abordados pelo Atlas. 6 – Os dados numéricos gerais devem constar na “Situação Atual” e os demais de maior detalhamento podem ser expostos no mapa, sempre que possível vinculando-os por ponto localizado a uma região do Rio Grande do Sul, cidade, portos, rios etc. Estes dados demonstrativos de crescimento ou mudanças devem ser organizados em quadros de maior simplicidade e objetividade possível. 7 – Ao se dar indicações para a elaboração do mapa, quadros que transmitem evolução no tempo ou comparações entre regiões são recomendados como prioritários. Pequenas descrições de fatos importantes ocorridos, ou em processo podem ser incluídos por meio de um vínculo a uma determinada localização. Estas informações serão organizadas pelo programador gráfico do Atlas sob supervisão da Organizadora de acordo com indicações do autor(es) de cada capítulo. Estas indicações devem ser enviadas à parte do texto, não sendo necessário remeter desenhos ou rascunhos.
8 – O resumo que será adicionado em cada capítulo será produzido pela Organizadora e/ou equipe designada para a tarefa, antecedendo a versão para o inglês, seguindo o padrão: origem, desenvolvimento caracterizado e localizado, e situação atual. O limite deste resumo é de 1000 caracteres (contando espaços). 9 – A identificação dos colaboradores em cada capítulo será unicamente pelo nome. Mas a última parte do Atlas apresentará por listagem em ordem alfabética todos estes autores com suas referências (tel., fax, email, endereço postal), títulos (acadêmicos, ocupacionais etc) e biografia reduzida. Após o término de cada capítulo (versão final aprovada), cada colaborador receberá um roteiro padrão para preenchimento e devolução de acordo com instruções anexadas. 10 – Recomenda-se, finalmente, que o(s) autor(es) tenham em conta os públicos-alvo do Atlas, o objetivo da obra e a metodologia escolhida, ao fazer(em) suas interpretações entre os marcos de desenvolvimento selecionados. Sendo mais um registro de memória do que de história, tanto quanto mais uma exposição descritiva do que uma análise de profundidade, solicita-se que reduzam ao mínimo os juízos de valor em suas abordagens. Como a perspectiva do Atlas é panorâmica incluindo múltiplas atividades e formas de intervenção profissional e voluntária, a opção de trabalho adotada é a do significado e proporções das atividades físicas no Rio Grande do Sul. Assim sendo, cada capítulo será um exercício de síntese delimitado por 10500 caracteres (contando espaços).
02 - CLUSTER ESPORTIVO DE SÃO LUIS DO MARANHÃO LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Origens e Definição São Luís do Maranhão foi fundada em 8 de setembro de 1612, como uma colônia francesa – a França Equinocial. Retomada pelos portugueses, em 1616, foi invadida pelos holandeses no período de 1640-43; novamente retomada pelos portugueses, se constituiu na cabeça do Estado Colonial do Maranhão, até 1808 (chegada da Família Imperial ao Brasil), até ser “anexada” ao Império brasileiro, em 1823. Desde então recebeu as denominações de “Atenas brasileira”, “Jamaica brasileira” e outras até perder sua tradição de vínculos externos ao mundo lusófono. Nesta perda incluiu-se o esporte que se expandiu ao longo de século XIX e início do XX por influência de pessoas e ideias vindas da Europa – Inglaterra em especial -, mas depois se dissolvendo em sua proeminência diante da retração econômica que passou a dominar a região. O impulso do esporte acompanhou o surto da indústria têxtil na cidade e o crescimento da sua movimentação portuária. Tal expansão decorreu da Guerra Civil dos EUA na década de 1860, quando o algodão maranhense substituiu em parte a demanda industrial deste produto pela Inglaterra. Este cluster de natureza econômica, com consequências sociais e esportivas, repercutiu até a década de 1950, que marca o término da era têxtil de São Luís e a decadência de seu porto. Mas tal retrocesso teve sua primeira sinalização com o fechamento do Clube Euterpe Maranhense, em 1910, uma associação da elite social e econômica da cidade, que tinha os jogos e esportes como sua principal atividade. A partir deste evento, o esporte foi deixando progressivamente de ser uma atividade de um pequeno grupo de pessoas abastadas e se popularizou, ajustando-se a uma tendência de ordem nacional. A definição do cluster esportivo de São Luiz refere-se, assim sendo, à geração de um polo de influência socioeconômica que deu surgimento a uma variedade de práticas esportivas de lazer e de competição. Os clubes que ofertavam estas atividades foram sempre importantes na cidade, mas restritos em participação e sujeitos a oscilações e crises. Contudo, foram manifestações similares às que ocorriam na mesma época no Rio de Janeiro e São Paulo – então os centros urbanos de maior importância do Brasil -, embora em menores proporções e notoriedade. PERÍODO PRÉ-COLONIAL Atividades corporais com características lúdicas, pelas quais permeiam os mitos e os valores culturais, que requerem um aprendizado específico de habilidades motoras, estratégias e/ou chances. Visa, também, a preparação dos jovens para a vida adulta, a socialização, a cooperação e/ou a formação de guerreiros, ocorrendo em períodos e locais determinados, com regras estabelecidas, não havendo limite de idade para os jogadores. Em diferentes culturas e diferentes épocas houve alguma forma de manifestação do movimento representado pela corrida e esta sempre teve primeiro, um caráter de sobrevivência. Ritualizada passa a fazer parte da cultura onde representa os valores e as normas sociais, o mesmo ocorrendo quando levada para a esfera do lazer (lúdico). CATHARINO, José Martins, ao fazer uma análise do “Trabalho índio em terras de Vera ou Santa Cruz e do Brasil” (Rio de Janeiro: Salamandra, 1995), refere-se, dentre esses trabalhos a dois que nos interessam particularmente: “O trabalho desportivo” e “O Trabalho locomotor”. Ao analisar o trabalho desportivo, consideram que nesse mundo, antes da chegada dos brancos, a sobrevivência exigia qualidades atléticas, exercícios constantes, com descanso e repouso intercalados, de duração sumamente variável. Por isso, os índios se tornavam atletas naturais, para sobreviver, pois tinham que, em terra, andar, correr, pular, trepar, arremessar, carregar, e, na água, nadar, mergulhar e remar. Realizar trabalho-meio, auto locomotor, com suas próprias forças, apenas e/ou, também, com auxílio de instrumentos primitivos, para obtenção de
produtos necessários: “Entre prática guerreira e desportiva há um nexo de causalidade circulativo, proporcionalmente inverso. Mais prática desportiva, menos guerra. Mais guerra, menos aquela. Causas produzindo efeito repercutindo sobre a causa. Nexo fechado, de recíproca causalidade e efeito. O trabalhomeio, autolocomotor, servia de aprendizado e adestramento – atlético que era – ao competitivo”. Entre a infância e a puberdade, e a adolescência e a virilidade ou maioridade, entre os 8 e 15 anos, a que chamamos mocidade, os kunnumay, nem miry nem uaçu, tomavam parte no trabalho dos seus pais imitando o que vêem fazer. Não se lhes manda fazer isto, porém eles o fazem por instinto próprio, como dever de sua idade, e já feito também por seus antepassados: “Trabalho e exercício, esses mais agradáveis do que penosos, proporcionais à sua idade, os quais os isentavam de muitos vícios, ao qual a natureza corrompida costuma a prestar atenção, e a ter predileção por eles. Eis a razão porque se facilita à mocidade diversos exercícios liberais e mecânicos, para distraí-la da má inclinação de cada um, reforçada pelo ócio, mormente naquela idade”. Após essas explicações, o Autor informa que essa seção – o trabalho desportivo – é dedicada ao trabalho competitivo entre índios, embora caçando e pescando, competissem amiúde com outros animais, considerados irracionais, o que faziam desde a infância. Sem falar nos jogos educativos: “... jogos e brinquedos (Métraux) dedicou um só parágrafo, quase todos graças a d’Evreux, acerca dos feitos pelos Tupinambás. “Tratava-se de ‘arcos e flexas proporcionais às suas forças’. O jogo, educativo para a caça, pesca e guerra, era possível porque reunidos plantavam, e juntavam cabaças, que serviam de alvo, ‘adextrando assim bem cedo seus braços’. Assim, brincavam os meninos de 7 a 8 anos. Kunumys-mirys. As meninas, na mesma faixa etária, Kugnantins-myris, além de ajudarem suas mães, faziam ‘uma espécie de redesinhas como costuma por brinquedo, e amassando o barro com que imitam as mais hábeis no fabrico de potes e panelas’. Ao descrever as atividades da educação física no Brasil colonial, MARINHO (s.d.) afirma serem a "pesca, a natação, a canoagem e a corrida a pé processos indispensáveis para assegurar a sobrevivência de nossos índios". Os primeiros registros de atividades corporais, no Maranhão, datam da chegada dos franceses, em 1612, e aparecem nas crônicas de Abeville e deEvreux. 1614 “História da Missão dos padres capuchinhos na Ilha do Maranhão e terras circunvizinhas”, por Claude d´Abbeville, publicada pela primeira vez em 1614. 1864 “Viagem ao norte do Brasil feita nos anos de 1613 a 1614”, por Yves D´Evreux, publicada pela primeira vez em 1864. CORRIDAS Desde 3.000 a.C as corridas (Atletismo) aparecem no Maranhão anterior ao período colonial, através da Corrida de Toras – pertencente ao grupo de provas de revezamentos – dos Índios Kanelas Finas – pertencente à etnia Jê, presentes por estas terras há pelo menos cinco mil anos. A ocupação do território maranhense se deu através de três correntes migratórias - Lácidas, Nordéstidas e Brasílidas, nessa ordem. Os Lácidas, descendentes dos australóides, atingem o Maranhão. Das famílias lingoculturais suas descendentes, destaca-se a JÊ, grupo mais populoso; de maior expansão territorial; e de melhor caracterização étnica. Os Jês caracterizam-se pela ausência da cerâmica e tecelagem, aldeias circulares, organização clânica e grande resistência à mudança cultural, mesmo depois de contato, como se observa entre os Kanelas, ou RANKAKOMEKRAS como se denominam os índios da aldeia do Escalvado (DICKERT & MEHRINGER, 1989). Os Jê são conhecidos no Maranhão com a denominação de "TIMBIRAS", e se dividem em dois ramos principais, segundo seu habitat - Timbiras do Mato e Timbiras do Campo -, estes apelidados de canelas finas "pela delicadeza de suas pernas e pela velocidade espantosa que
desenvolvem na carreira pelos descampados", conforme afirma TEODORO SAMPAIO (1912, apud CORREIA LIMA & AROSO, 1989, p. 41), confirmando SPIX e MARTIUS (1817, citados por CORREIA LIMA & AROSO, 1989, p.59) quando afirmam, sobre os Canelas, "... gaba-se a sua rapidez na corrida, na qual igualariam a um cavalo.". 1946 NIMUENDAJÚ estuda os Kanelas, e descreve a corrida de toras como sendo uma forma de honrar as almas mortas. 1964 SCHULTZ segue a interpretação de NIMUENDAJÚ (1946), em suas investigações sobre os Krass, mas enfatiza também o "caráter esportivo". Os RANKAKOMEKRAS confirmam que a tora seria uma alma dos mortos. Mas "... a alma do morto (megaro) teria se transformada numa moça e agora se encontraria na palmeira Buriti...". 1969 STAHLE, ao estudar os Kanelas, encontrou a corrida de toras como "culto da morte", pois “... todas as toras são consideradas 'representantes dos mortos' e a corrida de toras possibilita uma 'ressuscitação das toras como forma de garantia da vida para além da morte para os mortos"; estabeleceu que a época das corridas correspondesse ao início das chuvas. 1984 JUNG & BRUNS ao analisarem os aspectos rituais das corridas de longa duração em diferentes culturas e épocas afirmam ser “outra forma de corrida religiosa... a chamada corrida do tronco dos índios Jês no Brasil meridional... A corrida podia ser um rito ou também ter caráter profano. Os participantes podiam ser homens, mulheres ou inclusive crianças". Não descartam o contexto ritualista da corrida, que marcam os "ritos de iniciação, o regresso à aldeia após uma caçada ou também como prova de matrimônio", não havendo surpresa em que essas corridas fossem executadas às vezes diariamente. Segundo os regulamentos, duas equipes, - representação dual da sociedade Canela onde as duas metades da aldeia, a ocidental e a oriental se "opõe" (DICKERT & MEHRINGER, 1989a) - teriam que carregar os troncos de madeira (palmeira buriti) - (DICKERT & MEHRINGER, 1989b) - em uma corrida por um caminho previamente traçado, até uma meta estabelecida, quase sempre fixada na praça da aldeia. As "corridas de aldeia" eram realizadas com mais freqüência, sempre por volta das 6 horas da manhã e/ou à tarde, pelas 4 horas, no caminho circular de 850 metros. Cada equipe carrega um tronco que é trocado com freqüência, já que é muito pesado para ser levado por um só corredor durante o longo trajeto percorrido. O tronco é passado do ombro de um corredor para o de outro, repetindo-se a cada 50 a 100 metros: “O objetivo da competição é transportar a tora, fazendo trocas entre os corredores - carregadores - o mais rápido possível, entre a partida e a chegada, onde ela deve ser jogada primeiro. Isso só pode ser feito quando cada membro do grupo dispor tanto de uma boa condição para a corrida como também de uma boa força para o transporte. Além disso deve acontecer uma constante combinação entre os corredores (atitude tática), sobre quando deveria ser feita a troca da tora. Além disso não pode haver perda de tempo na troca da tora de um ombro para outro. Deve-se por esgotamento do carregador ou durante a troca. Assim sendo, sempre se combinam as coisas no grupo antes da corrida ...". (DIECKERT & MEHRINGER, 1989a, p.13). Verifica-se, pelas regras principais, que se trata de uma corrida de revezamento aonde toda a equipe vai correndo atrás de quem leva o tronco, e têm um caráter competitivo entre os dois grupos adversários, onde o objetivo sério é: vencer (DICKERT & MERINGER, 1989a, 1989b). No entanto não há nem elogios para o ganhador, nem críticas para o perdedor (JUNG & BRUNS, 1984), pois conforme informou um dos corredores a DIECKERT e MEHRINGER (1989a) "(...) ele sempre procura não correr muito mais rápido do que o adversário. Isso poderia causar inveja e, também, haveria o perigo de um 'feiticeiro' (bruxo curandeiro mau) castigá-lo..." (p. 14). 1989 DIECKERT & MEHRINGER afirmam que as corridas de toras são realizadas durante os cinco diferentes ciclos festivos "que ocorrem na época das secas, de março a setembro". As formas de movimento dos índios Canelas se manifestam num contexto de ritual (DICKERT & MEHRINGER, 1989a, 1989b; JUNG & BRUNS, 1984). Por ser uma sociedade dual - onde as duas metades da aldeia se opõem -, o que determina
a conseqüente formação de grupos (DICKERT & MEHRINGER, 1989a, 1989b), situações de conflito são resolvidas, por exemplo, com a realização da "corrida de toras" (FEITOSA, 1983). Nela se manifestam os valores e as normas sociais (DICKERT & MEHRINGER, 1989a). São as festas que aproximam os jovens dos valores e normas culturais, que lhes permite "vivenciar" o mundo de acordo com suas leis (DICKERT & MEHRINGER, 1989b). Parece verdadeira a interpretação de ser a corrida de tronco um culto aos antepassados (DICKERT & MEHRINGER, 1989a, 1989b; JUNG & BRUNS, 1984), pois as regras da corrida foram ensinadas 'pelos bisavós' e ainda são respeitadas (DICKERT & MEHRINGER, 1989a, 1989b). Há um sentido mais profundo na realização da corrida, pois aquele que "quiser viver como caçador e coletor e também como guerreiro tem que apresentar uma excelente condição física". Por isso, essa "necessidade de sobrevivência" foi formulada "(...) enquanto 'objetivo de ensino' para os jovens, num contexto cultural, a fim de garantir a continuação da tribo." (DICKERT & MEHRINGER, 1989a). Observa-se que em diferentes culturas e diferentes épocas houve alguma forma de manifestação do movimento representado pela corrida (DICKERT & MEHRINGER, 1989a, 1989b; JUNG & BRUNS, 1984) e esta sempre teve, primeiro, um caráter de sobrevivência. Ritualizada, passa a fazer parte da cultura onde representam os valores e as normas sociais, o mesmo ocorrendo quando levadas para a esfera do lazer (lúdico). Os Canelas, ao codificarem as corridas realizadas em suas aldeias - regras dos bisavós -, estão repetindo o que fizeram outras culturas. Se for aceita a codificação das regras de corridas pelos Gregos em seu período clássico como precursora das regras atuais do Atletismo, também se deve aceitar a corrida entre os Canelas como a primeira manifestação desse esporte em terras maranhenses, pois quando as diversas nações européias modernas aqui chegaram por volta dos anos 1.500 já encontram diversas outras nações, sendo a mais antiga delas os Canelas. NATAÇÃO CATHARINO, José Martins ao fazer uma análise do “Trabalho índio em terras de Vera ou Santa Cruz e do Brasil” (Rio de Janeiro: Salamandra, 1995), acredita ser inconcebíveis vida e cultura índias sem locomoção pelas próprias forças. Por isso, os índios fazem exercícios constantemente. Essa constante movimentação concorria para sua higidez, robustez e estado atlético, tornando-os mais aptos a enfrentar as naturais dificuldades do meio, e a manterem-se sadios. Tinham profunda intimidade com a água, nela se sentindo à vontade, para o que, por certo, concorria o costume das mães banharem seus filhos logo após tê-los. Não admira soubessem nadar. Os costeiros e os do interior. De todas as idades, mais ainda os meninos e as meninas, moços e moças. Quando da chegada dos primeiros portugueses, relata Vespúcio: “... e antes que chegássemos a terra, muitos deles lançaram-se a nadar e vieram nos receber a um tiro de nesta no mar (equivalente a 150 metros), que são grandíssimos nadadores... Continua o Autor: “Nadam fora de toda expectativa, e melhor as mulheres que os homens, porque os encontramos e vimos muitas vezes duas léguas adentro do mar sem apoio algum iram nadando”. Serve-se de vários autores, para ilustrar o quanto nossos índios dominavam a arte da natação: “... Ramirez: ‘ellos som mui ligeros é mui buenos nadadores ... Lopez: ‘E vinham apoz de nós, hús a nado e outros em almadias, que nadam mais que golfinhos; ... Knivet: ‘Levou-me esse cannibal pela praia, e fomos ter a uma penha que sahe ao mar; tomou-se então elle às costas, e, tendo nadado comigo por fóra dos parceis, continuámos a nossa viagem ... D’Abeville:Vimos maravilhados inúmeros índios se lançarem-se a nado (Tupibambá) para nos encontrar e trazer seus agrados. Jaboatam, acerca dos gentios Goyatacá: ‘Costumavão, por não Ter outro modo, andar de nado pelas ribeiras do mar esperando os Tubarões, com um pau muito aguçado na mão, e em remetendo o tubarão a eles, lhes engastavão a ponta pela garganta a dentro, com tanta força, que o affogavão, e morto assim o traziam à terra...”. Não eram apenas exímios nadadores. Também sabiam mergulhar. Sobre os índios do Maranhão, como acima a nota de Claude D’Abeville citada, serem os
“Tupinambás grandes nadadores e mergulhadores, chegando a nadar três a quatro léguas. Se de noite não tem com que pescar, se deitam na água, e como sentem o peixe consigo, o tomam às mãos de mergulho; e da mesma maneira tiram polvos e lagostins das concavidades do fundo do mar, ao longo da costa... “Eram, os Tupinambás, extremados marinheiros, como os metem nos barcos e navios, onde todo o tempo ninguém toma a vela como eles; e são grandes remadores, assim nas suas canoas, que fazem de um só pau, que remam em pé vinte a trinta índios, com o que as fazem voar ...”. CANOAGEM Os índios, aqui estabelecidos de há mais de 5.000 anos, já praticavam o Remo, conforme se depreende dos cronistas da época e historiadores. CATHARINO informa que Soares já elogiava os Tupinambá como excelentes marinheiros, ninguém tomando a vela melhores do que eles. Já Caminha, em sua carta acerca dos achamentos dos portugueses referia-se às almadias – canoas feitas de tronco ou casca de árvore - e jangadas, com que se deslocavam pelas águas – mares e rios: igará era denominação genérica; ubá a feita de uma só casca de árvore; igaraçú, as grandes, de um só tronco; igaritê, as pequenas. Igaratim chamavam aquelas canoas em que iam os morobixabas e se diferenciavam das demais por levarem à prôa um maracá – maracatim dos Igaraunas, do Maranhão. No Maranhão, faziam-se, e ainda se fazem balsas de talo de buriti – periperis; delas tomou nome o considerável afluente que o Parnaíba recebe pelo lado esquerdo. Pode-se afirmar que os índios também impulsionavam periperi com remos. Aos remos – apecuitá; ao leme – yacumá; à pá do leme, iacumã. Em sendo o leme peça fixada na popa, para ser a embarcação governada e dirigida, ficou a dúvida se ela existia em canoa, ou se, como leme, era usado remo, sendo mais provável esta hipótese. Quanto ao trabalho de remar, variava em conformidade com o tamanho e a capacidade das canoas; variável também o número de transportados e dos remadores. Falando da ida dos Tupinambá para a guerra, Léry disse que vogam em pé, com um remo de pás duplas, ao qual seguram pelo meio. A descrição indica remo usado para impulsionar caiaque, o que permite remar metendo na água alternadamente cada pá por cada borda. Os Igaraunas, do baixo Maranhão, são tidos em conta dos melhores remeiros do país porque a este exercício se afazem desde a infância. Foram eles, que à força de remos, levaram o comboio do capitão Teixeira desde o Oceano até à costa dos Andes. Esses índios tinham suas canoas de guerra de quarenta a cinqüenta pés de comprimento e feitas de um só tronco de árvore, a qual davam o nome de maracatins. DANÇA E MÚSICA 1815 PAULA RIBEIRO descreve uma das principais "manifestações do lúdico e do movimento" - para usar uma expressão de DIECKERT & MEHRINGER (1989b) -, na cultura Jê, referindo-se à música e à dança: "... enquanto as muitas mulheres guizam as comidas, dançam eles e cantam ao som de buzinas, maracás e outros instrumentos... esta dança e música noturna, melhor repetida depois da ceia, dura quase sempre até as cinco da manhã...". JOGOS E BRINCADEIRAS Foram observados na aldeia dos Canela, da aldeia Escalvado diversos brinquedos, brincadeiras e jogos que as crianças praticam em sua vida cotidiana como pular corda; batalha de pião (Cuhtõj Tere); uma espécie de jogo de bola de gude utilizando coquinhos (Crowkâ); bente-altas ou taco (Ihcahyrxà); perna de pau (Pàr Xô Hyre, Texware); estilingue (H?caper Xá), a peteca (Põ-hyhpr?), zumbidor (Ihkjênxà), a cama de gato (H?hkra To Hapac Tu Xá), dobraduras retratando animais, inclusive com movimento, e brinquedos construídos com
a polpa de buriti, estes dois últimos com movimento. Foi observado ainda o quebra-cabeça Anel Africano (Ihkã Cahhêc Xá). Trata-se do quebra-cabeça muito difundido em todo o mundo, considerado um clássico pela simplicidade da idéia e engenhosidade da solução. Nos livros de jogos, o quebra-cabeça é mais conhecido pelo nome de Anel Africano. Trata-se de um desafio que deu origem a centenas de outros quebracabeças em todos os continentes.(in Projeto Jogos Indígenas do Brasil, disponível em http://www.jogosindigenasdobrasil.art.br/port/campo.asp#canela) PERÍODO COLONIAL 1679 O jogo da argolinha é a primeira manifestação recreativa-esportiva com registro histórico relacionado à cidade de São Luís. Em outras fontes há menção a uma “Casa de Instrução e Recreio” do século 18, que os jesuítas mantinham, nos arrabaldes da cidade – hoje Bairro da Madre Deus –, destinada às recreações dos alunos do Colégio Máximo. 1817 Aparece na cidade o bilhar francês; a partir de 1902, com campeonatos e torneios, no Café Richie; no Clube Euterpe Maranhense, fundado em 1904; e no Fabril Atletic Clube – FAC, fundado em 1907, já no auge do pólo algodoeiro e portuário de São Luis. E em 1827, o Jogo da Péla (que daria origem ao law tennis e ao squash) PERÍODO IMPERIAL 1841 Anúncio de uma apresentação de Ginástica (sic) no Teatro de São Luís, por um discípulo de Amóros – líder do movimento em prol da Educação Física na França -, Mister Willis, e um seu auxiliar. 1844 – 1864 Aparecimento da Educação Física, em 1844, com a fundação do primeiro colégio feminino (nas escolas masculinas, só aparece a partir de 1864) de São Luiz, pela fidalga espanhola D. Martinha Alvarez de Castro Abranches - o “Colégio Nossa Senhora das Graças”, mais conhecido como o Colégio das Abranches - juntamente com sua filha Amância Leonor que se tornou pretensamente a primeira professora desta atividade educacional no Brasil. 1861 Com a criação da Escola de Aprendizes Marinheiros na cidade, em 1861, o esgrima passa a fazer parte da instrução militar dos alunos, embora praticada desde 1829 por manifestações eventuais. Posteriormente, após 1907, os Aprendizes Marinheiros costumavam se apresentar nos eventos esportivos promovidos pelo FAC que incluem futebol e combates com armas brancas (baioneta, espada, florete). 1870 Na casa da família Abranches, foi montada uma academia de ginástica, com pesos, onde os companheiros do Liceu de Dunshee de Abranches iam se exercitar. A partir de fins dos anos de 1880 a elite maranhense passa a praticar a ginástica sueca. 1881 Em 9 de agosto, houve uma primeira tentativa de implantar o Turfe, pelo comerciante inglês Septimus Summer, fundador do “Racing Club Maranhense”. Esse clube durou até dezembro daquele ano. PERÍODO REPUBLICANO 1893 Em janeiro deste ano, por iniciativa de Virgílio Albuquerque, no bairro do João Paulo, ergueu-se o Prado Maranhense. Decorridas dez programações, foi realizada a última corrida a 28 de maio de 1893. Nova tentativa, sem sucesso, só nos anos 1950. 1900 Os "sportmen" de São Luiz implantam o remo na cidade, utilizando-se dos rios Anil e Bacanga. É fundado o "Clube de Regatas Maranhense", por Alexandre Collares Moreira Nina. Sua prática, com
alguma dificuldade, sobreviveu até 1929. Ainda neste ano, uma outra modalidade começa a ter suas primeiras manifestações, o ciclismo 1907 Este ano marca a culminância da prática esportiva em São Luiz, por influência dos jovens portadores de "idéias novas", filhos de uma elite industrial local em conjunto com empregados das diversas companhia inglesas instaladas na cidade. Entre estes destacou-se Joaquim Moreira Alves dos Santos Nhosinho Santos – que estudou na Inglaterra, e retornando em 1905, trouxe diversos implementos para a prática dos esportes; assumindo a direção técnica da fábrica têxtil da família, fundou o FAC. Nhozinho Santos introduziu em São Luiz o foot-ball association, o atletismo, o cricket, o crockt, e reabilitou law tennis local. 1910 Em 2 de setembro, o ciclismo já existente na cidade, ganha impulso pela fundação da "União Velocipédica Maranhense", com seu velódromo instalado no Tívoli (hoje, Bairro dos Remédios). Como de outras tentativas de introdução de uma modalidade esportiva, durou pouco, até o final dos anos 20. 1915 Surge a figura do cônsul inglês Charles Clissold, que se junta aos dirigentes do FAC, e passa a incentivar a prática de vários esportes. O clube revive seus grandes dias sendo oferecidas várias modalidades em atletismo, como salto em altura simples, com vara, distância; corridas de velocidade, de resistência, com obstáculos; lançamento de peso, de disco, do martelo; além de tênis; placekick (pontapé na bola, colocando-a na maior distância); cricket; crockt; ping-pong (tênis de mesa); bilhar; luta de tração, etc. Década de 1910 Desaparece o hábito de repousar nos fins de semana, substituído pelas festas, corridas de cavalo, partidas de tênis, regatas, corso nas avenidas, matinês dançantes, e pelo futebol. A "gymnástica" e a esgrima eram praticadas pelas elites, que contratavam aulas particulares, conforme se depreende de anúncios publicados nos jornais. Antes deste estágio, o Clube Euterpe já difundia outras atividades esportivas, como tiro ao alvo (sic), tênis, tênis de mesa (ping-pong), etc. Também no ano marco de 1910, Miguel Hoerhan começa a prestar seus serviços como professor de Educação Física da Escola Normal, Escola Modelo, Liceu Maranhense, Instituto Rosa Nina, e em diversas escolas estaduais e municipais. Ele funda também o Club Ginástico Maranhense que foi o pioneiro do boxe no Estado do Maranhão. É ainda nesse ano que o esporte maranhense experimenta a primeira de suas inúmeras crises: alguns sócios do FAC se desentendem e se afastam, fundando novas agremiações. Gentil Braga funda diversas equipes de futebol, para a população pobre e no final da década, cria a “Liga dos Pés Descalços” - reunindo os clubes que praticavam o esporte nas ruas e praças de São Luís. Década de 1920 O movimento popular de futebol põe-se em oposição à Liga Maranhense de Futebol (fundada em 1917) que reunia os clubes das elites – dos industriais e comerciantes estrangeiros, especialmente ingleses -, pois a população, de um modo geral, não participava dessas atividades. A base de suporte deste movimento liderado por Gentil Braga deslocou-se para um clube denominado de Onze Maranhense (fundado em 1911) que, além do futebol, antes desenvolvera outras atividades esportivas: tênis, crocket, basquetebol, bilhar, boliche, ping-pong e o xadrez. O futebol acabou por predominar e surgiram várias equipes de competição. Porém, o movimento sobreviveu apenas até o final desta década. Os novos clubes de futebol da Liga dos Pés Descalços afinal tornaram-se também meios de socialização – como o Sampaio Corrêa Futebol Clube, fundado em 1927 – e formaram uma liga formal com nove clubes disputantes. Portanto, os anos de 1920 podem ser considerados de transição com o esporte e o lazer deslocando-se de seu cluster relacionado à elite industrial para grupos menos abonados da cidade e mais dispersos em hábitos e interesses. Década de 1930 Consolidou-se o futebol no Maranhão, com o surgimento de vários clubes, como o Moto Clube de São Luís. Esta associação foi fundada em 1932, por César Abboud, industrial que adquirira a fábrica da família de Nhozinho Santos, utilizando-se das instalações do FAC. Posteriormente foram fundados o Maranhão Atlético Clube e a Sociedade Esportiva Tupã, clubes de notoriedade local. O basquetebol surgiu com suas próprias equipes e campeonatos; o voleibol expandiu-se na mesma década
a partir das praias da cidade; e o motociclismo teve com ponto de partida a fundação do Ciclo Moto Clube de São Luís; finalmente, Durval Paraíso, praticante do Jiu-Jitsu, introduz o Judô. Década de 1940 Fase da culminância do futebol já popularizado no Maranhão, com seus clubes destacandose nacionalmente e revelando jogadores para as principais equipes do sul, inclusive para a seleção nacional. No final desse período, em 1948, começa-se a praticar o futebol de salão. Deste período em diante, o esporte maranhense passa a ser compreendido pela cultura regional e nacional em suas essencialidades. Mas na década de 1970 funda-se no Maranhão a primeira Secretaria de estado, no Brasil, dedicada aos Esportes e Lazer, sugerindo que ainda era sobrevivente o empreendedorismo esportivo em São Luiz.
BOX - SÃO LUÍS JÁ TEVE José Ribamar Martins “Nas minhas andanças em busca do passado, parei no cruzamento das ruas Grande e do Passeio, quando resolvi testar até que ponto os atuais habitantes têm intimidade com sua cidade. Perguntei a três pessoas diferentes que por ali circulavam onde ficava o Canto da Viração. Nenhuma soube dizer e estavam exatamente ali. O antigo deu lugar ao novo. Pó sinal, a origem do nome é muito controvertida. Houve até quem tentasse explicar que é assim chamado porque naquele local as pessoas costumavam se virar para conquistar parceiros amorosos. Outros dizem que é porque ali havia o mais importante cruzamento de linhas de bondes da cidade. Já tive oportunidade de conversar com pessoas antigas e ler alguma coisa a respeito, prevalecendo a opinião de que o nome se deve `a freqüente brisa (ou viração) que sopra formando redemoinhos, comprometendo o recato das donzelas de saia que por lá passavam. Acredito ser esta última a versão verídica e fico com ela. Será que alguém ainda se lembra da primeira quadra de tênis que existiu em São Luís? Talvez uns poucos. Foi construída por ingleses que moravam e trabalhavam na capital. Ficava na beira-mar, onde hoje existe a sede do Casino Maranhense. Ao lado, de canto com a “Montanha Russa”, existia e ainda existe desativada há muito tempo, uma edícula onde um maquinário processava os dejetos recolhidos de parte da cidade antes de lançá-lo ao mar. Teria sido uma das primeiras usinas de tratamento de esgotos da capital do Maranhão. A outra fic ava na Praia do Desterro, onde outrora existiu uma rampa e atracadouro de embarcações, em frente do antigo e movimentado armazém do “Aracati Campos”. Muito recentemente foram construídos dois modernos terminais com essa destinação no Jaracati e no Bacanga. Também foram os ingleses do Cabo Submarino (The Western Telegraph Company), que construíram nas suas instalações localizadas no Olho d’Água uma quadra de “squach”. Provavelmente foi a primeira e única que já existiu em São Luís. Bem a propósito de coisas que já existiram em nossa tão querida “Upaon-Açú”, o jornalista Nonato Masson cita diverso, em um de seus trabalhos: um parque permanente de diversões, na Rua dos Remédios, chamado “Tívoli”, que possuía carrossel, cosmorama, tiro ao alvo, bilhares, circo, roda-gigante; o “Velódromo Maranhense”, de iniciativa de Joaquim Moreira Alves dos Santos, o popular Nhozinho Santos, que também introduziu o futebol no Maranhão; Jardim Botânico, situado na atual Praça Benedito Leite, anteriormente chamada Praça João Velho do Vale, Praça 13 de Maio, Praça da Assembléia e, mais recentemente, apenas “Pracinha”; metrô de superfície (o primeiro do Brasil, segundo afirma), que percorria a extinta Estação de Bondes ao Anil; hipódromo, com pista de areia e grama, no João Paulo, próximo da atual feira, criado por um banqueiro chamado João Batista Prado; Escola Agrícola de São Luís, fundada pelo presidente da província João Lustosa da Cunha Paranaguá, nas imediações do riacho Cutim; fábrica de chumbo e pregos, na Rua da Viração; Fábrica de Fósforos do Norte e a Empresa Maranhense de Cortumes Ltda., na Jordoa; Companhia Lanifícia do Maranhão, que industrializava lã e seda, na Madre Deus e, posteriormente, transferiu-se para a Rua das Crioulas, onde também fabricava casimiras; fábrica de cigarros Elba, no Caminho Grande; Escola de Aprendizes Marinheiros, que funcionou no Largo dos Remédios; jardim zoológico, inaugurado pelo governador Luiz Domingues, em 24 de fevereiro de 1911, em espaço interno do Palácio dos Leões; Clube de Regatas Athenas, fundado pelos remadores José Teixeira Rego e Sílvio Fonseca, com sede na Praia do Jenipapeiro, que disputava as regatas no Rio Anil.” In SÃO LUIS ERA ASSIM (minha terra tem palmeiras, já nem tantos sabiás) RELEMBRANDO LANCHAS E O MEARIM. Brasília: Equipe, 2007 (Capitulo XV, p. 67-69).
Fontes VAZ, Leopoldo. Introdução do Esporte (moderno) em Maranhão. VIII Congresso de História da Educação Física, Esporte, Lazer e Dança. Ponta Grossa, 2002.
03 - CENÁRIO DE BASES GEOGRÁFICAS DO ESPORTE E ATIVIDADES FÍSICAS: MARANHÃO GILMAR MASCARENHAS3 Definições A definição das bases geográficas do esporte e atividades físicas consiste essencialmente no estudo de suas dimensões espaciais quer de competição, lazer ou saúde, que requerem localização apropriada de acordo com tradições, necessidades, princípios e aspirações de cada tipo de prática, como também o exame dos condicionantes físicos e humanos que regem a distribuição das práticas sociais e sua interação com o meio (ver capítulo “Geografia do Esporte” no Atlas). Assim sendo, este Cenário está proposto para examinar os dados em exposição neste Atlas segundo um quadro básico de análise geográfica. Esta disposição preliminar consiste na análise resumida dos capítulos anteriores desta obra, seguindo os seguintes tópicos: (1) Quadro natural e ecologismo; (2) Ocupação do Território e dinâmica espacial; (3) Aspectos demográficos; e (4) Urbanização e Infra-estrutura. Esta apreciação, em síntese, está elaborada por tendências gerais na perspectiva de futuros planejamentos urbano e regional com zoneamento esportivo, definindo áreas com suas potencialidades e carências específicas. 1 – Quadro natural e ecologismo 1.1 - o Brasil conta com o fator tropicalidade a favorecer amplamente as práticas ao ar livre, prevalecendo amenidades climáticas o ano inteiro. Considerando-se que poucas modalidades esportivas dependem de situações indoor no país, o Brasil se apresenta como país de vasto potencial esportivo, apenas explorado em larga escala como recreação. Campos de futebol se disseminam por todo o espaço habitado, mesmo nas mais remotas localidades, e é elevado o uso de bicicletas no país. A tropicalidade favorece mesmo a natação, modalidade e prática recreativa na qual o Brasil se destaca mundialmente em desempenho e amplitude de praticantes. 1.2 – O vasto litoral (8.500 quilômetros – no Maranhão, são 640 quilômetros, contando linearmente as “entrâncias”, que se ‘esticadas’, estendem-se por mais de 1.100 quilômetros), conjugado à tropicalidade, permite o pleno desenvolvimento dos esportes náuticos a motor, vela, de praia, mar e ar em toda a sua extensão. Destaca-se como exemplo o vôlei de praia, o surf e o beach soccer; tem projeção em bodyboard e jet ski; e modalidades muito recentes como outrigger (canoagem oceânica) se encontram em plena expansão. Já no capítulo “Esporte de praia” descreve-se a existência de uma “cultura de praia” no Brasil, que se expressa basicamente por meio de esportes e atividades físicas recreativas em suas essências. 1.3 – A diversidade de meios morfo-climático-botânicos, associada à baixa densidade demográfica, oferece uma variedade de recursos naturais e paisagísticos, com várias opções/vocações de uso em modalidades radicais e de aventura, como o off-road (o Rally Internacional dos Sertões e nossos pilotos têm projeção internacional), o trekking e práticas afins (desfrutando do relevo suavemente ondulado e da vastidão de espaços verdes), o rapel etc., todos em plena expansão de participantes e com boas perspectivas mercadológicas. 1.4 – O grande volume de águas fluviais, associado ao relevo, propicia a larga existência de corredeiras, ideal para esportes de aventura conjugados ao turismo ecológico, como rafting, bóia cross e acquaride (criado no Brasil), todos com grande expansão recente. Notar que o mapa de opções de turismo esportivo situa-se entre os de maior cobertura territorial entre todos os mapas apresentados no Atlas. Já os rios apreciados isoladamente favorecem a pesca artesanal – que se confunde com a esportiva no Brasil – propiciando a existência de 25 milhões de pescadores 3
in DaCOSTA, Lamartine (Org.). Atlas do Esporte no Brasil. Rio de Janeiro: CONFEF, 2006, 21.30.
ocasionais no Brasil. Além deste uso esportivo-utilitário, em alguns rios de grande porte do Pará e do Maranhão, deram-se início à prática do “surfe da pororoca” como inovação local e produto da variedade fluvial brasileira. 1.5 – O ecologismo, em âmbito mundial, apresenta grande crescimento nas últimas décadas, e vem suscitando a adesão maciça aos esportes de aventura, em busca do contato direto com a natureza em estado preservado. Todavia, considerando-se no Brasil a vulnerabilidade do meio ambiente, o insatisfatório grau de consciência ecológica e, sobretudo a “incerteza territorial” destas novas práticas a dificultar sobejamente seu monitoramento, sua expansão coloca em risco a natureza, não obstante os esforços recentes das organizações em evitá-lo. Esta feição negativa de certos esportes ganha importância no Brasil pela adesão manifesta aos rallies automobilísticos (ver Capítulos “Automobilismo” e “Off road” no Atlas) conhecidos como anti-ecológicos, mas com compensações relacionadas aos esportes “amigos da natureza” como a vela e os radicais que não usam impulsão a motor (ver Da Costa, Environment and Sport, University of Porto-IOC, 1997). 2 – Ocupação do Território e Dinâmica Espacial 2.1 – O processo de colonização, face à imensidão do território, a precariedade de recursos e a natureza agroexportadora da empresa colonial, imprimiu ao Brasil um caráter de elevada maritimidade, sendo os portos as principais cidades do país. Por eles penetravam as ordens e modismos metropolitanos, dentre eles as inovações esportivas, no final do século XIX. Os clusters de São Luís, Belém, Rio Grande-Pelotas, Rio de Janeiro, Niterói e Santos, atestam a importância dos portos no processo de adoção da prática esportiva, como se pode verificar nos capítulos correspondentes a estes pólos de desenvolvimento esportivo (ver seção “Clusters esportivos”). 2.2 – A precariedade da rede de comunicações no interior do vasto território, conformando ao longo de séculos de colonização a tradicional “economia de arquipélago”, manteve grandes áreas sob isolamento e gerou assim certo regionalismo no Brasil. Este quadro propiciou a formação de culturas regionais por vezes persistentes, com seu universo particular de práticas lúdicas: a vaquejada, que não se rendeu ao moderno rodeio em toda a metade norte do país (ver “Rodeio” no Atlas); a herança da lida com cavalos na Campanha Gaúcha, que faz ainda hoje o RS o estado com maior número de hipódromos no Brasil, conforme descrito em “Turfe”, no Atlas. 2.3 – As conexões internacionais do território brasileiro – sobretudo através do imperialismo inglês, que favoreceu o contato com diversas modalidades esportivas pioneiras e de grande apelo popular à época (turfe, remo, ciclismo e futebol) –, seja através de investimentos britânicos no Brasil (ferrovias, fábricas, minas, infraestrutura urbana), ou pelos imigrantes alemães, italianos, japoneses etc. Também contribuiu o envio de jovens aristocráticos a estudar na Europa, portadores no retorno ao Brasil das últimas e bem-vindas “novidades da civilização” (ver “Cluster de São Luís do Maranhão” no Atlas). Por fim, a presença de missionários religiosos, como maristas e jesuítas, cuja pedagogia incluía a prática esportiva, com atuação decisiva em pequenas localidades, não atingida pela influência britânica. A 8ª seção, que trata de clubes esportivos neste Atlas levanta a memória da influência inglesa no esporte brasileiro, como também de diversos grupos de imigrantes. A presença religiosa tem registros de memória em “Religião e esporte”, capítulo no Atlas. 2.4 – A política de integração do território nacional, apoiada pela burguesia industrial e efetivamente empreendida a partir do Estado Novo (1937-1945), permitiu a difusão por todo o território brasileiro de modalidades que se tornaram esportes nacionais, como o futebol, que antes havia encontrado resistências. A partir da década de 1930 com a difusão do rádio, e nas décadas seguintes (1960 e 1970) com a TV, os modernos meios de comunicação possibilitaram em âmbito nacional a adoção de diversas práticas esportivas (ver “Esporte e Mídia”), mesmo as de origem recente, como o bicicross, ou tradicionalmente reprimidas, como a capoeira. 3 – Aspectos demográficos 3.1 – A composição étnica da população brasileira revela uma experiência singular de miscigenação e aporte de contribuições culturais diversas. No plano lúdico e esportivo, esta característica se expressa na pluralidade de práticas, e explica, por exemplo, a área de incidência da bocha como jogo comunitário na vasta região que recebeu imigração italiana; o fato da região sul manter a maioria das associações esportivas (clubes) como herança da contribuição alemã, também responsável pelos clubes de tiro; a presença de jogos de origem indígena como a peteca, e tantos outros. 3.2 – A concentração demográfica persistente no Centro-Sul e litoral nordestino faz deste trecho o predominante em praticamente todos os mapas do Atlas. Todavia, os movimentos populacionais se dirigem para o Norte e Centro-
Oeste, sugerindo uma tendência, lenta e gradual, de expansão de práticas esportivas e de atividades físicas nesta direção (ver os Cenários da presente seção). O mesmo se aplica as cidades com grande crescimento demográfico atual, como Florianópolis, cuja participação no panorama esportivo nacional vem aumentando sensivelmente. 3.3 – A estrutura da população brasileira aponta uma transição veloz na pirâmide etária. O envelhecimento gradual sugere, para as próximas décadas, mudanças substanciais de atitude na sociedade. Atividades saudáveis como natação, corridas a pé e caminhadas provavelmente seguirão sua expansão. Modalidades importantes do esporte de alta competição, que dependem do vigor da mocidade, como o futebol e o atletismo, verão muito reduzida sua taxa de adesão e consequentemente sua base de recrutamento de novos talentos. Estas previsões têm tendências factuais como se pode examinar no Atlas, no já citado “Cenário Geral de Esportes e Atividades Físicas de Saúde e de Lazer”. 4 – Urbanização e Infraestrutura 4.1 – A plena urbanização é um fenômeno recente no Brasil, país de tradição agrária, em que até meados do século XIX os esportes tinham pouca penetração na sociedade. Sendo as cidades um ambiente de encontro social e difusão de inovações, o alto índice de urbanização favorece a adoção de novos esportes, contribuindo para a recente pluralidade de práticas, que tipifica hoje a população brasileira, como se identifica em “Cenário Geral de Esportes e Atividades Físicas de Saúde e de Lazer”. Com raras exceções, lazer e esportes modernos aportaram no Brasil pelas cidades, e se difundiram pela rede urbana (ver “Clusters”). 4.2 – A cidade, por seu amplo mercado consumidor, permite a concentração de infraestrutura e facilidades para a prática físico esportiva (os equipamentos, instalações, escolas, academias, associações diversas, parques etc.) e a eventual formação de clusters, como em Rio Claro, Franca, Juiz de Fora e muitos outros. Com a perspectiva de continuidade de crescimento urbano, e, sobretudo de ampliação de instalações esportivas, instituições de ensino etc., a tendência natural é a da continuidade na expansão da prática esportiva e físico-recreativa no Brasil. 4.3 – A natureza caótica da urbanização brasileira e os interesses imobiliários suscitam na classe média a autossegregação, e com ela a expansão de práticas esportivas menos populares como o squash e o boliche, que se concentram justamente em São Paulo e interior paulista (áreas afluentes), enquanto o ciclismo tradicional apresenta retração, associável ao sentimento de agorafobia. Promove também o grande crescimento de modalidades de aventura realizadas fora da cidade indesejada, junto à natureza. A expansão do uso do automóvel vem reduzindo a disponibilidade de espaços francos, comprometendo práticas populares, como o tradicional futebol varzeano, enquanto o futsal se expandiu de modo incomum nas últimas décadas, no bojo do crescimento das atividades indoor (ver “Clubes do Brasil” e “Futsal”).
04 - INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS E CIENTÍFICAS I DIRCEU GAMA
ESPORTE, EDUCAÇÃO FÍSICA, ATIVIDADES FÍSICAS E LAZER NO MARANHÃO Origens O aparecimento de inovações técnicas no universo esportivo, não obstante circunscritas às esferas da intervenção pedagógica, médica, competitiva, ou de lazer, não é de modo algum um fenômeno recente. Em grande medida, as primeiras contribuições de que se têm registro quanto a isso no mundo ocidental derivam dos legados fornecidos pela civilização helênica. 2004 Na Universidade Federal do Maranhão, em São Luís - MA, a designer e educadora especial Sharlene Serra concebeu um jogo de xadrez com textura e relevo em linguagem braille. Inicialmente proposto como recurso pedagógico destinado a facilitar o ensino-aprendizado do xadrez junto a portadores de deficiências visuais, seu invento também foi adotado com sucesso em programas de reeducação motora de crianças com paralisia cerebral.
(Fonte Dirceu Gama. Inovações tecnológicas e científicas, in DaCOSTA, Lamartine Pereira (Org..). Atlas do Esporte no Brasil. Rio de Janeiro: CONFEF, 2006, p. 18.74)
05 - INICIO DA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO NA EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTO NO MARANHÃO Palestra apresentada na III Jornada de Iniciação Científica da Educação Física da UFMa, 1995. Introdução: O sistema de informação científica e tecnológica utiliza fundamentalmente dois canais de comunicação: os canais formais – ou de literatura – e os canais informais – ou pessoais. O principal universo da atividade científica e tecnológica é informação verbalmente codificada (periódicos, anais de congressos, etc.) e seu produto essencial também é informação verbalmente codificada (artigos publicados em revistas científicas, comunicação em congressos), constituindo insumo para outras pesquisas científicas, e assim sucessivamente (AGUIAR, 1991). Conhecimento novo, resultado de pesquisa, é registrado na literatura científica. A análise da ciência através da produção escrita é objeto de estudo de historiadores, sociólogos e cientistas da informação. A Bibliometria, ou cientometria, ocupa-se da análise estatística dos processos de comunicação escrita, tratamento quantitativo (matemático e estatístico) das propriedades e do comportamento da informação registrada (FIGUEIREDO, 1977), oferecendo possibilidades de análise quantitativa da produção literária. Como ciência da ciência, tem um caráter puramente teórico e como finalidade, aplicar recursos da ciência na análise da própria ciência; como técnica, tem aplicação no campo da documentação científica (SÁ, 1978). A Bibliometria tem os seguintes objetivos: (1) analisar o tamanho (extensão), crescimento e distribuição da bibliografia; e (2) estudar a estrutura social dos grupos que produzem e utilizam a literatura científica ( LOPES PIÑERO, 1972, citado por LIMA, 1986). É possível trabalhar, no campo da documentação científica, com quatro temas: (a) crescimento e envelhecimento da literatura científica; (b) a dispersão das publicações científicas; (c) a produtividade dos autores científicos e a “visibilidade “de seus trabalhos; e (d) a relação entre autores (cientistas), descobrimentos múltiplos e a transmissão de ideais através de publicações (comunicação científica, “gatekeepers”, colégio invisível…) (LIMA, 1986). Literatura esportiva na América Latina SONNESCHEIN (1980, citado por VAZ & PEREIRA, 1992) constatou que a literatura esportiva disponível na América Latina é escassa, cara, de pouca atualidade e na sua maioria ignora as condições socioeconômicas, biomédicas e culturais predominantes nos esportes e na educação física do subcontinente. O que provoca a elaboração de trabalhos de pesquisa desassociados da realidade prática; da docência; da organização; e da administração, pois são realizados em grande parte com fundamentos de informação técnica inadequados ou nulos. Essa carência é explicada pelo baixo volume de produção; acessibilidade limitada e altos custos de venda de material bibliográfico, pois à exceção da Argentina, México e Cuba, os demais países importam entre 90% e 100% de sua literatura. Essa literatura padece de atualidade, considerando que cerca da metade dos textos disponíveis são traduzidos de outros idiomas. Esse autor encontrou um espaço de quatro a seis anos entre a publicação de livros no idioma original e a sua tradução. Se se considerar que o conhecimento científico tarda em média dois anos desde a sua concepção até a sua publicação em uma revista e quatro anos até sua publicação em forma de livro, e que se passem outros quatro anos mais até que apareça a versão em espanhol ou português, encontramo-nos ante o fato de que conhecimentos científicos e técnicos publicados em forma de livros sofram um atraso de dez anos. O aparecimento de artigos traduzidos em publicações periódicas é de cerca de cinco anos.
Sugere, então, que se amplie a bibliografia disponível e se estabeleçam centros de documentação e informação, cuja tarefa principal seria a seleção e elaboração de literartura adaptada às condições do meio e a disseminação massiva dessa literatura. Produtividade e elitismo na educação física brasileira: VAZ, PEREIRA & SANTOS (1993), ao estudarem a produtividade de periódicos brasileiros dedicados às ciências do esporte e a elite de autores da área, indexaram 5.014 artigos de periódicos publicados no período de 1936 a 1992 em 13 revistas devotadas à educação física e aos esportes. Utilizaram-se da Lei de BRADFORD (citado por LIMA, 1986, p. 128): “se periódicos científicos forem dispostos em ordem decrescente de produtividade de artigos sobre determinado tema, pode-se distinguir um núcleo de periódicos mais particularmente devotados a este tema e vários grupos ou zonas que incluem o mesmo número de artigos que o núcleo, sempre que o número de periódicos existente no núcleo e nas zonas sucessivas seja de ordem de 1: n : n2: n3: n4…” . Para determinar o núcleo de periódicos mais produtivos, estabeleceu-se como “tema determinado” as áreas caracterizadas por GONÇALVES & VIEIRA (1989): segmentos biomédico, humanístico e gimnicodesportivo. Para a determinação da elite de autores, utilizaram o “Princípio de Elitismo”, de SOLA PRICE (1965, citado por LIMA, 1986), segundo o qual “toda a produção de tamanho N tem uma elite igual à raiz quadrada de N”. Para LIMA (1986), quando se trata de autores, produtividade e elitismo, observa-se que “...a produtividade é mais acentuada em alguns autores que produzem 2/3 da literatura registrada em determinado campo do conhecimento. Este grupo de mais produtivos pode ser a elite quantificável através do Princípio do Elitismo”. Encontrou-se, como a década mais produtiva, a de 80, em que aparecem 45,61% dos artigos, publicados em 10 revistas. Dos periódicos analisados, pode-se determinar as Revistas Brasileira de Ciências do Esporte e Educação Physica como as mais importantes da área, seguindo-se a Revista Brasileira de Educação Física e Desportos, a Brasileira de Ciência e Movimento, a Sprint, o Boletim da FIEP e os Arquivos da Escola nacional de Educação Física. A elite de autores se constitui daqueles que produziram pelo menos 11 artigos. Ao se distribuir essa produção por área, temos como pertencentes à elite de autores aqueles com uma produção de, no mínimo, nove artigos na área Humanística; sete artigos na área Biomédica; e seis artigos na área Gímnico-desportiva. Encontrou-se, dentre os autores pertencentes à elite, um autor que manteve uma produção ao longo de 50 anos (décadas de 40 a 80): Inezil Penna Marinho; e dois autores que mantiveram uma produção ao longo de quatro décadas: (Waldemar Areno (dos anos 40 aos 70) e Alfredo Gomes de Faria Junior (60 a 90). Confirma-se o grupo do CELAFISCS – com Victor Matsudo à frente, com 103 artigos publicados no período -, como o mais produtivo núcleo de pesquisadores na área das Ciências do Esporte. Verifica-se que a elite de autores (2,07%) produziu 46,44% dos artigos indexados. Produção do conhecimento: Educação Física e Esportes no Maranhão VAZ & VAZ (1995), ao identificarem as recreações praticadas pelos ludovicenses durante o período imperial – 1823/1899 – utilizando-se de cronistas de épocas e de historiadores, encontraram uma primeira referência à produção do conhecimento na área da educação física e dos esportes no Maranhão. Trata-se da “Informação
das recreações do Rio Munin do Maranhão”, do padre jesuíta JOÃO TAVARES, publicado em meados do século XVIII. CORRÊA (1993), ao comentar carta desse mesmo João Tavares, descrevendo as paisagens da Ilha, afirma a um superior seu, ante a chegada possível de missionários europeus ao Maranhão, que aqueles religiosos deixariam as delícias da Itália, não pelos trabalhos, mas pelas recreações do Maranhão: “Como a Ilha Grande foi decantada pelo espaço contrário aos trabalhos (os quais, no mínimo, resguardaria), antieticamente haveria de apresentar expressiva contenção de exercícios corporais, enquanto expressão de labuta, de fadiga e de descanso decorrentes de deligência em atividade física. Permitiria – na contrapartida da terra da gente excepcional – a alternativa das reecreações para o cultivo e o requinte do espírito. Desdobrado da hipótese das recreações coletivas, o raciocínio desenclausurado outro não é, senão o de que, no Maranhão, seria comunitária a amizade pelas luzes, pela razão, pela sabedoria, etc., considerada a educação do pensamento e de sentimento um fragmento indispensável das recreações. “(p. 39-40). São Luís do Maranhão, no período do Império, localizada em uma ilha geográfica, torna-se uma ilha cultural, pois era tão mais fácil ir à Europa que ao Rio de Janeiro. As poderosas famílias maranhenses podiam manter suas ligações culturais com Portugal, mandando os filhos estudarem em Coimbra, o que contribuiu para a formação de uma elite cultural, um tipo de “intelligenzia” regional composta de poetas, novelistas, dramaturgos, oradores, teoristas, historiadores, publicistas e políticos – são desse período Manoel Odorico Mendes, Francisco Sotero dos Reis, João Francisco Lisboa, Trajano Galvão e sobretudo Antônio Gonçalves Dias; mais tarde aparecendo Artur e Aluízio Azevedo, Sousândrade, dentre outros – a quem São Luís, seguindo a linha tradicional e romântica do século XIX, obcecada por comparações com o Velho Mundo, deve o epíteto de “Atenas Brasileira”. Registra-se, nesse período, o aparecimento de inúmeros jornais – segundo RAMOS (1986; 1992), 183, entre os anos de 1821 a 1860 – a grande maioria de caráter político. Com o objetivo de recrear – de caráter literário, recreativo, científico e/ou instrutivo -, foram 28, dentre os quais, “O RECREIO DOS MARANHENSES”, de 1839 e o “JORNAL DE INSTRUÇÃO E RECREIO”, de 1845, sendo que este continha muitos artigos de ensino – métodos e sistematizações de estudo. Foi a voz do romantismo no Maranhão. Aluísio Azevedo, tanto em “O Mulato“, quanto em várias crônicas publicadas na imprensa maranhense, lá pelos anos 1870-80, pregava a necessidade de uma educação positivista, incluindo-se a educação física feminina: “… é dar à mulher [maranhense] essa bela educação positivista, que se baseia nas ciências naturais e tem por alvo a felicidade comum dos povos. É preciso educá-la física e moralmente, prepará-la por meios práticos e científicos … evitra a diástese nervosa como fonte de mil desgraças, dar-lhe uma boa ginástica e uma alimentação conveniente à miotilidade de seus músculos, instruí-la e obrigá-la principalmente a trabalhar.” (ALUÍSIO AZEVEDO, CRÔNICA, “O PENSADOR”, São Luís, 10.12.1880, citado por VAZ & VAZ, 1995). DUNSHEE DE ABRANCHES (1941), nascido em 1867, em seu livro de memórias “O Captiveiro“, lembra que o “Club dos Mortos”, constituído por alunos do “Lyceo Maranhense” seus colegas de preparatórios (o Liceu foi fundado em 1838), reunia-se no porão de sua casa – o Solar dos Abranches -, no início da Rua dos Remédios: “… e como não era assoalhado nem revestido de ladrilhos, os meus paes alli instalaram apparelhos de gymnastica e de força para exercícios physicos…” (p. 187). MARTINS (1989) em “Esportes – um mergulho no tempo“, registra que as atividades esportivas têm um renascimento na primeira década de século XX, quando Nhozinho Santos – JOAQUIM MOREIRA ALVES
DOS SANTOS – retorna da Ingleterra e introduz o futebol e o atletismo no Maranhão, com a fundação, em 27 de outubro de 1907, do Fabril Athletic Club, da Fábrica Santa Izabel: “… várias atrações foram organizadas … na corrida, sairam vencedores Joaquim Belchior e M. Lopes. No ‘place-kick’, E. Dolber tirou o primeiro lugar, ficando Jasper (Moon) em segundo. No concurso de peso, vitória de Jasper (Moon), que lançou o peso à distância de 9 l/2 jardas…”. (O IMPARCIAL, 29 de outubro de 1907, p. 5, citado por VAZ, 1992). De acordo com VAZ (1991), esta foi, provavelmente, a primeira competição de atletismo registrada no Brasil, disputada por brasileiros. 1907. E a CBAt reconhece como a primeira, uma competição disputada em São Paulo em 1918. Nosso primeiro professor de Educação Física – de acordo com MARTINS (1989) – foi Miguel Hoerhan, que lecionava em inúmeros estabelecimentos de ensino, em 1910. Não custa lembrar que desde 1842, no “Colégio das Abranches”, para meninas, a educação física fazia parte do regulamento. Quem teria sido o professor ? as tias de Dunshee de Abranches, D. Martinha ou D. Amância Leonor de Castro Abranches ? Então seria uma delas – ou ambas – a primeira professora de educação física. Não é de admirar que aquele ilustre maranhense tivesse aparelhos de ginástica e de pesos no porão de sua casa, para exercitar-se, lá pelo final de 1870, início de 1880. Na década de 1940, são enviados para o Rio de Janeiro alguns jovens, para estudarem na Escola Nacional de Educação Física – dentre estes, Rubem Teixeira Goulart. Logo após, a Profa. Mary Santos, Prof. Dimas… Na década de 70, é fundado o Curso de Educação Física desta Universidade, e são criados os Jogos da Juventude (1972), logo mudado de denominação, para Jogos Escolares Maranhenses. Em 1979, é criada a Secretaria de Desportos e Lazer – SEDEL. Em sua estrutura, havia duas divisões de estudo e pesquisa, uma para os desportos e outra para o lazer. O objetivo, era produzir pesquisas na área, para serem utilizados, seus resultados, para melhoria do desempenho de nossos atletas, nos Jogos Brasileiros, e resgatar as manifestações do lúdico e do movimento no Maranhão. Parece-me que só passou de intenção. Em 1980, foi realizada a I Conferência sobre Documentação e Informação Esportiva na América Latina, na Colômbia. Participou, representando a SEDEL, o Prof. Laércio Elias Pereira, então professor desta Universidade. A segunda Conferência seria realizada em 1982, em São Luís do Maranhão. Mas o que apresentar ? Qual era nossa produção científica ? A SEDEL, com sua Divisão de Estudos e Pesquisa não estudava nada e não pesquisava nada, embora contasse com um quadro de funcionários lotados; a UFMA estava ainda se debatendo com a formação de seu quadro de professores. Lembro que em 1976, quando cheguei ao Maranhão, haviam apenas cinco professores com formação superior; em 1980, esse número aumentara em 100%, éramos 10 … Partiu-se então, para produzir alguns trabalhos que pudessem ser apresentados naquele evento. Surgiu, então, na área da documentação, o “ÍNDICE DA REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS”, do Prof. Laércio Pereira, publicado pelo MEC em 1983; o “ÍNDICE DA REVISTA STADIUM”, dos Prof. Leopoldo G. D. Vaz e Laércio Pereira, publicado pela SEDEL, em microficha, em 1984; o Prof. Sidney Zimbres iniciou uma pesquisa sobre aptidão física de jogadores de volibol; a profa. Tânia Araújo, sobre menarca de atletas; o prof. Demóstenes, sobre aptidão física, o Vicente Calderoni – acho que ainda era acadêmico à época, começa a resgatar a história do Handebol maranhense … E a conferência não aconteceu. Em 1980 apareceu a “Revista Desportos & Lazer“, editada pela SEDEL, tendo o Prof. Sebastião Jorge como Editor-Chefe e o Laércio Pereira como responsável – ambos professores desta UFMA. Durou nove números, apenas (foi publicata até 1983), mas teve uma boa repercussão a nível nacional, com inúmeros trabalhos de pesquisa divulgados. O primeiro trabalho de pesquisa publicado foi o do Prof. Sidney Zimbres; apareceu no no. 2, janeiro/março de 1981, p. 20-23: “Futuros campeões do volibol passam pela análise científica“. Mais recente, é o “Cadernos ‘Viva Água'”, da Escola de Natação da Denise Araújo e Osvaldo Teles; alguns artigos científicos sobre natação foram publicados.
Não podemos esquecer a contribuição do Edivaldo “Biguá” e da Tânia Araújo, com suas páginas dedicadas ao esporte amador – publicadas no “Imparcial”, e hoje no “O ESTADO DO MARANHÃO”, que sempre abriram espaço para publicação de trabalhos de pesquisa. Ainda em 1980, foi realizado em São Luís o Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte – Região Norte/Nordeste, no período de 10 a 13 de setembro; trabalhos de pesquisa foram apresentados: Isidoro Cruz Neto (Ascensão social do negro através do desporto); Lino Castellani Filho (Análise dos aspectos do desenvolvimento política/desporto, face aos XXII Jogos Olímpicos); Demóstenes Montovani (Prescrição de treinamento aeróbico levando em consideração somente a distância percorrida); Sidney Zimbres (Volibol infanto-juvenil do Maranhão: características das qualidades físicas, dados antropométricos e aspectos gerais). Pode-se estabelecer como o ano de 1980 como o do início das atividades de pesquisa científica no âmbito da UFMA, da SEDEL e da então Escola Técnica Federal do Maranhão, hoje CEFET-MA. Referências bibliográficas: ABRANCHES, João Dunshee de. O Captiveiro (Memórias). Rio de Janeiro : (s.e.), 1941. AGUIAR, Afrânio Carvalho. Informação e atividades de desenvolvimento científico, tecnológico e industrial: tipologia proposta com base em análise funcional. Ciência da Informação, Brasília, v. 20, n. 1, p. 7-15, jan./jun., 1991. ARAÚJO, Vania Maria Hermes de. Estudo de canais informais de comunicação técnica: seu papel na transferência de tecnologia e na inovação tecnológica. Ciência da Informação, Brasília, v.8, n. 2, p. 79-100, jul./dez., 1979. CORRÊA, Rossini. Formação social do Maranhão: o presente de uma arqueologia. São Luís : SIOGE, 1993. FIGUEIREDO, Nice Menezes de. Biblioteconomia e bibliometria. in Tópicos modernos em Biblioteconomia. Brasília : ABDF, 1977, p. 17-25. GONÇALVES, Aguinaldo & VIEIRA, Paulo Cesar Trindade. Uma caracterização da produção científica da área de Educação Física e Esportes no Brasil: avaliação trienal de seu comportamento no âmbito do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 10, n. 2, p. 50-59, janeiro de 1989 LIMA, Regina Célia Montenegro de. Bibliometria: análiswe quantitativa da literatura como instrumento de administração em sistemas de informação. Ciência da Informação, Brasília, v. 15, n. 2, p. 59-80, jul./dez., 1986. LOPES PIÑERO, J.M. El análisis estatistico y sociométrico de la literatura científica. Valencia : Facultad de Medicina, 1972, citado por LIMA, Regina Célia Montenegro de. Bibliometria: análise quantitativa da literatura como instrumento de administração em sistemas de informação. Ciência da Informação, Brasília, v. 15, n. 2, p. 59-80, jul./dez., 1986. MARTINS, Djard. Esporte: um mergulho no tempo. São Luís : SIOGE, 1989. MOURA e CASTRO, Cláudio de. Há produção científica no Brasil ? in SCHARTZMAN, Simon & MOURA e CASTRO, Cláudio. (org). Pesquisa universitária em questão. São Paulo : Ícone; Campinas: UNICAMP, CNPq, 1986, p. 190-224. RAMOS, Clóvis. Os primeiros jornais do Maranhão – 1821 – 1830. São Luís : SIOGE, 1986. RAMOS, Clóvis. Opinião pública maranhense (1831 a 1860). São Luís : SIOGE, 1992. SÁ, Elizabeth Schneider de. Evolução bibliométrica. in SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 1, Niterói, 1978. Anais…. Niterói, 1978. SONNESCHEIN, Werner. Literatura deportiva en latinoamerica. Educacion Fisica Y Deporte, Medellin, v. 2, n. 2, p. 29-37, maio de 1980, citado por VAZ, Leopoldo G. D. & PEREIRA, Laércio E. Organização da informação em Ciências do Esporte: a experiência do CEDEFEL-MA. in SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS DO ESPORTE, 18, São Caetano do Sul-SP, outubro de 1992. Anais… São Caetano do Sul, 1992. VAZ, Leopoldo G.D. A história do atletismo maranhense . O IMPARCIAL, São Luís, 29 de maio de 1991, segunda-feira, p. 9, Caderno de Esportes. VAZ, Leopoldo G. D. & PEREIRA, Laércio E. Organização da informação em Ciências do Esporte: a experiência do CEDEFEL-MA. in SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS DO ESPORTE, 18, São Caetano do Sul-SP, outubro de 1992. Anais… São Caetano do Sul, 1992.
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6 - RAÍZES Leopoldo Gil Dulcio Vaz Reúne abordagens de jogos e versões esportivas nativas do Brasil (tradições indígenas e também atividades de criação regional – Maranhão – ou aculturadas localmente de origens diversas):
JOGOS TRADICIONAIS INDIGENAS DEFINIÇÃO do Atlas do Esporte no Brasil (2005, p. 33/34), são atividades corporais com características lúdicas, pelas quais permeiam os mitos e os valores culturais, que requerem um aprendizado específico de habilidades motoras, estratégias e/ou chances. Visa, também, a preparação dos jovens para a vida adulta, a socialização, a cooperação e/ou a formação de guerreiros, ocorrendo em períodos e locais determinados, com regras estabelecidas, não havendo limite de idade para os jogadores. Em diferentes culturas e diferentes épocas houve alguma forma de manifestação do movimento representado pela corrida e esta sempre teve primeiro, um caráter de sobrevivência. Ritualizada passa a fazer parte da cultura onde representa os valores e as normas sociais, o mesmo ocorrendo quando levada para a esfera do lazer (lúdico). CATHARINO, José Martins, ao fazer uma análise do “Trabalho índio em terras de Vera ou Santa Cruz e do Brasil” (Rio de Janeiro: Salamandra, 1995), refere-se, dentre esses trabalhos a dois que nos interessam particularmente: “O trabalho desportivo” e “O Trabalho locomotor”. Ao analisar o trabalho desportivo, consideram que nesse mundo, antes da chegada dos brancos, a sobrevivência exigia qualidades atléticas, exercícios constantes, com descanso e repouso intercalados, de duração sumamente variável. Por isso, os índios se tornavam atletas naturais, para sobreviver, pois tinham que, em terra, andar, correr, pular, trepar, arremessar, carregar, e, na água, nadar, mergulhar e remar. Realizar trabalho-meio, autolocomotor, com suas próprias forças, apenas e/ou, também, com auxílio de instrumentos primitivos, para obtenção de produtos necessários: “Entre prática guerreira e desportiva há um nexo de causalidade circulativo, proporcionalmente inverso. Mais prática desportiva, menos guerra. Mais guerra, menos aquela. Causas produzindo efeito repercutindo sobre a causa. Nexo fechado, de recíproca causalidade e efeito. O trabalho-meio, autolocomotor, servia de aprendizado e adestramento – atlético que era – ao competitivo”. Entre a infância e a puberdade, e a adolescência e a virilidade ou maioridade, entre os 8 e 15 anos, a que chamamos mocidade, os kunnumay, nem miry nem uaçu, tomavam parte no trabalho dos seus pais imitando o que vêem fazer. Não se lhes manda fazer isto, porém eles o fazem por instinto próprio, como dever de sua idade, e já feito também por seus antepassados: “Trabalho e exercício, esses mais agradáveis do que penosos, proporcionais à sua idade, os quais os isentavam de muitos vícios, ao qual a natureza corrompida costuma a prestar atenção, e a ter predileção por eles. Eis a razão porque se facilita à mocidade diversos exercícios liberais e mecânicos, para distraí-la da má inclinação de cada um, reforçada pelo ócio, mormente naquela idade”.
Após essas explicações, o Autor informa que essa seção – o trabalho desportivo – é dedicada ao trabalho competitivo entre índios, embora caçando e pescando, competissem amiúde com outros animais, considerados irracionais, o que faziam desde a infância. Sem falar nos jogos educativos: “... jogos e brinquedos (Métraux) dedicou um só parágrafo, quase todos graças a d’Evreux, acerca dos feitos pelos Tupinambás. “Tratava-se de ‘arcos e flexas proporcionais às suas forças’. O jogo, educativo para a caça, pesca e guerra, era possível porque reunidos plantavam, e juntavam cabaças, que serviam de alvo, ‘adextrando assim bem cedo seus braços’. Assim, brincavam os meninos de 7 a 8 anos. Kunumys-mirys. As meninas, na mesma faixa etária, Kugnantins-myris, além de ajudarem suas mães, faziam ‘uma espécie de redesinhas como costuma por brinquedo, e amassando o barro com que imitam as mais hábeis no fabrico de potes e panelas’.
Ao descrever as atividades da educação física no Brasil colonial, MARINHO (s.d.) afirma serem a "pesca, a natação, a canoagem e a corrida a pé processos indispensáveis para assegurar a sobrevivência de nossos índios". Os primeiros
registros de atividades corporais, no Maranhão, datam da chegada dos franceses, em 1612, e aparecem nas crônicas de Abeville e deEvreux.
1614 “História da Missão dos padres capuchinhos na Ilha do Maranhão e terras circunvizinhas”, por Claude d´Abbeville, publicada pela primeira vez em 1614. 1864 “Viagem ao norte do Brasil feita nos anos de 1613 a 1614”, por Yves D´Evreux, publicada pela primeira vez em 1864.
CORRIDAS Desde 3.000 as corridas (Atletismo) aparecem no Maranhão anterior ao período colonial, através da Corrida de Toras – pertencente ao grupo de provas de revezamentos – dos Índios Kanelas Finas – pertencente à etnia Jê, presentes por estas terras há pelo menos cinco mil anos. A ocupação do território maranhense se deu através de três correntes migratórias - Lácidas, Nordéstidas e Brasílidas, nessa ordem. Os Lácidas, descendentes dos australóides, atingem o Maranhão. Das famílias lingoculturais suas descendentes, destaca-se a JÊ, grupo mais populoso; de maior expansão territorial; e de melhor caracterização étnica. Os Jês caracterizam-se pela ausência da cerâmica e tecelagem, aldeias circulares, organização clânica e grande resistência à mudança cultural, mesmo depois de contato, como se observa entre os Kanelas, ou RANKAKOMEKRAS como se denominam os índios da aldeia do Escalvado (DICKERT & MEHRINGER, 1989). Os Jê são conhecidos no Maranhão com a denominação de "TIMBIRAS", e se dividem em dois ramos principais, segundo seu habitat - Timbiras do Mato e Timbiras do Campo -, estes apelidados de canelas finas "pela delicadeza de suas pernas e pela velocidade espantosa que desenvolvem na carreira pelos descampados", conforme afirma TEODORO SAMPAIO (1912, apud CORREIA LIMA & AROSO, 1989, p. 41), confirmando SPIX e MARTIUS (1817, citados por CORREIA LIMA & AROSO, 1989, p.59) quando afirmam, sobre os Canelas, "... gaba-se a sua rapidez na corrida, na qual igualariam a um cavalo.". 1946 NIMUENDAJÚ estuda os Kanelas, e descreve a corrida de toras como sendo uma forma de honrar as almas mortas. 1964 SCHULTZ segue a interpretação de NIMUENDAJÚ (1946), em suas investigações sobre os Krass, mas enfatiza também o "caráter esportivo". Os RANKAKOMEKRAS confirmam que a tora seria uma alma dos mortos. Mas "... a alma do morto (megaro) teria se transformada numa moça e agora se encontraria na palmeira Buriti...". 1969 STAHLE, ao estudar os Kanelas, encontrou a corrida de toras como "culto da morte", pois "...todas as toras são consideradas 'representantes dos mortos' e a corrida de toras possibilita uma 'ressuscitação das toras como forma de garantia da vida para além da morte para os mortos"; estabeleceu que a época das corridas corresponderia ao início das chuvas. 1984 JUNG & BRUNS ao analisarem os aspectos rituais das corridas de longa duração em diferentes culturas e épocas afirmam ser “outra forma de corrida religiosa... a chamada corrida do tronco dos índios Jês no Brasil meridional... A corrida podia ser um rito ou também ter caráter profano. Os participantes podiam ser homens, mulheres ou inclusive crianças". Não descartam o contexto ritualista da corrida, que marcam os "ritos de iniciação, o regresso à aldeia após uma caçada ou também como prova de matrimônio", não havendo surpresa em que essas corridas fossem executadas às vezes diariamente. Segundo os regulamentos, duas equipes, - representação dual da sociedade Canela onde as duas metades da aldeia, a ocidental e a oriental se "opõe" (DICKERT & MEHRINGER, 1989a) - teriam que carregar os troncos de madeira (palmeira buriti) - (DICKERT & MEHRINGER, 1989b) - em uma corrida por um caminho previamente traçado, até uma meta estabelecida, quase sempre fixada na praça da aldeia. As "corridas de aldeia" eram realizadas com mais freqüência, sempre por volta das 6 horas da manhã e/ou à tarde, pelas 4 horas, no caminho circular de 850 metros. Cada equipe carrega um tronco que é trocado com freqüência, já que é muito pesado para ser levado por um só corredor durante o longo trajeto percorrido. O tronco é passado do ombro de um corredor para o de outro, repetindo-se a cada 50 a 100 metros: “O objetivo da competição é transportar a tora, fazendo trocas entre os corredores - carregadores - o mais rápido possível, entre a partida e a chegada, onde ela deve ser jogada primeiro. Isso só pode ser feito quando cada membro do grupo dispor tanto de uma boa condição para a corrida como também de uma boa força para o transporte. Além disso deve acontecer uma constante combinação entre os corredores (atitude tática), sobre quando deveria ser feita a troca da tora. Além disso
não pode haver perda de tempo na troca da tora de um ombro para outro. Deve-se por esgotamento do carregador ou durante a troca. Assim sendo, sempre se combinam as coisas no grupo antes da corrida ...". (DIECKERT & MEHRINGER, 1989a, p.13).
Verifica-se, pelas regras principais, que se trata de uma corrida de revezamento aonde toda a equipe vai correndo atrás de quem leva o tronco, e têm um caráter competitivo entre os dois grupos adversários, onde o objetivo sério é: vencer (DICKERT & MERINGER, 1989a, 1989b). No entanto não há nem elogios para o ganhador, nem críticas para o perdedor (JUNG & BRUNS, 1984), pois conforme informou um dos corredores a DIECKERT e MEHRINGER (1989a) "(...) ele sempre procura não correr muito mais rápido do que o adversário. Isso poderia causar inveja e, também, haveria o perigo de um 'feiticeiro' (bruxo - curandeiro mau) castigá-lo..." (p. 14). 1989 DIECKERT & MEHRINGER afirmam que as corridas de toras são realizadas durante os cinco diferentes ciclos festivos "que ocorrem na época das secas, de março a setembro". As formas de movimento dos índios Canelas se manifestam num contexto de ritual (DICKERT & MEHRINGER, 1989a, 1989b; JUNG & BRUNS, 1984). Por ser uma sociedade dual - onde as duas metades da aldeia se opõem -, o que determina a conseqüente formação de grupos (DICKERT & MEHRINGER, 1989a, 1989b), situações de conflito são resolvidas, por exemplo, com a realização da "corrida de toras" (FEITOSA, 1983). Nela se manifestam os valores e as normas sociais (DICKERT & MEHRINGER, 1989a). São as festas que aproximam os jovens dos valores e normas culturais, que lhes permite "vivenciar" o mundo de acordo com suas leis (DICKERT & MEHRINGER, 1989b). Parece verdadeira a interpretação de ser a corrida de tronco um culto aos antepassados (DICKERT & MEHRINGER, 1989a, 1989b; JUNG & BRUNS, 1984), pois as regras da corrida foram ensinadas 'pelos bisavós' e ainda são respeitadas (DICKERT & MEHRINGER, 1989a, 1989b). Há um sentido mais profundo na realização da corrida, pois aquele que "quiser viver como caçador e coletor e também como guerreiro tem que apresentar uma excelente condição física". Por isso, essa "necessidade de sobrevivência" foi formulada "(...) enquanto 'objetivo de ensino' para os jovens, num contexto cultural, a fim de garantir a continuação da tribo." (DICKERT & MEHRINGER, 1989a). Observa-se que em diferentes culturas e diferentes épocas houve alguma forma de manifestação do movimento representado pela corrida (DICKERT & MEHRINGER, 1989a, 1989b; JUNG & BRUNS, 1984) e esta sempre teve, primeiro, um caráter de sobrevivência. Ritualizada, passa a fazer parte da cultura onde representam os valores e as normas sociais, o mesmo ocorrendo quando levadas para a esfera do lazer (lúdico). Os Canelas, ao codificarem as corridas realizadas em suas aldeias regras dos bisavós -, estão repetindo o que fizeram outras culturas. Se for aceita a codificação das regras de corridas pelos Gregos em seu período clássico como precursora das regras atuais do Atletismo, também se deve aceitar a corrida entre os Canelas como a primeira manifestação desse esporte em terras maranhenses, pois quando as diversas nações européias modernas aqui chegaram por volta dos anos 1.500 já encontram diversas outras nações, sendo a mais antiga delas os Canelas.
NATAÇÃO CATHARINO, José Martins ao fazer uma análise do “Trabalho índio em terras de Vera ou Santa Cruz e do Brasil” (Rio de Janeiro: Salamandra, 1995), acredita ser inconcebíveis vida e cultura índias sem locomoção pelas próprias forças. Por isso, os índios fazem exercícios constantemente. Essa constante movimentação concorria para sua higidez, robustez e estado atlético, tornando-os mais aptos a enfrentar as naturais dificuldades do meio, e a manterem-se sadios. Tinham profunda intimidade com a água, nela se sentindo à vontade, para o que, por certo, concorria o costume das mães banharem seus filhos logo após tê-los. Não admira soubessem nadar. Os costeiros e os do interior. De todas as idades, mais ainda os meninos e as meninas, moços e moças. Quando da chegada dos primeiros portugueses, relata Vespúcio: “... e antes que chegássemos a terra, muitos deles lançaram-se a nadar e vieram nos receber a um tiro de nesta no mar (equivalente a 150 metros), que são grandíssimos nadadores... Continua o Autor: “Nadam fora de toda expectativa, e melhor as mulheres que os homens, porque os encontramos e vimos muitas vezes duas léguas adentro do mar sem apoio algum iram nadando”.
Serve-se de vários autores, para ilustrar o quanto nossos índios dominavam a arte da natação: “... Ramirez: ‘ellos som mui ligeros é mui buenos nadadores ... Lopez: ‘E vinham apoz de nós, hús a nado e outros em almadias, que nadam mais que golfinhos; ... Knivet: ‘Levou-me esse cannibal pela praia, e fomos ter a uma penha que sahe ao mar; tomou-se então elle às costas, e, tendo nadado comigo por fóra dos parceis, continuámos a nossa viagem ... D’Abeville:Vimos maravilhados inúmeros índios se lançarem-se a nado (Tupibambá) para nos encontrar e trazer seus
agrados. Jaboatam, acerca dos gentios Goyatacá: ‘Costumavão, por não Ter outro modo, andar de nado pelas ribeiras do mar esperando os Tubarões, com um pau muito aguçado na mão, e em remetendo o tubarão a eles, lhes engastavão a ponta pela garganta a dentro, com tanta força, que o affogavão, e morto assim o traziam à terra...”.
Não eram apenas exímios nadadores. Também sabiam mergulhar. Sobre os índios do Maranhão, como acima a nota de Claude D’Abeville citada, serem os “Tupinambás grandes nadadores e mergulhadores, chegando a nadar três a quatro léguas. Se de noite não tem com que pescar, se deitam na água, e como sentem o peixe consigo, o tomam às mãos de mergulho; e da mesma maneira tiram polvos e lagostins das concavidades do fundo do mar, ao longo da costa... “Eram, os Tupinambás, extremados marinheiros, como os metem nos barcos e navios, onde todo o tempo ninguém toma a vela como eles; e são grandes remadores, assim nas suas canoas, que fazem de um só pau, que remam em pé vinte a trinta índios, com o que as fazem voar ...”.
CANOAGEM Os índios, aqui estabelecidos de há mais de 5.000 anos, já praticavam o Remo, conforme se depreende dos cronistas da época e historiadores. CATHARINO informa que Soares já elogiava os Tupinambá como excelentes marinheiros, ninguém tomando a vela melhores do que eles. Já Caminha, em sua carta acerca dos achamentos dos portugueses referia-se às almadias – canoas feitas de tronco ou casca de árvore - e jangadas, com que se deslocavam pelas águas – mares e rios: igará era denominação genérica; ubá a feita de uma só casca de árvore; igaraçú, as grandes, de um só tronco; igaritê, as pequenas. Igaratim chamavam aquelas canoas em que iam os morobixabas e se diferenciavam das demais por levarem à prôa um maracá – maracatim dos Igaraunas, do Maranhão. No Maranhão, faziam-se, e ainda se fazem balsas de talo de buriti – periperis; delas tomou nome o considerável afluente que o Parnaíba recebe pelo lado esquerdo. Pode-se afirmar que os índios também impulsionavam periperi com remos. Aos remos – apecuitá; ao leme – yacumá; à pá do leme, iacumã. Em sendo o leme peça fixada na popa, para ser a embarcação governada e dirigida, ficou a dúvida se ela existia em canoa, ou se, como leme, era usado remo, sendo mais provável esta hipótese. Quanto ao trabalho de remar, variava em conformidade com o tamanho e a capacidade das canoas; variável também o número de transportados e dos remadores. Falando da ida dos Tupinambá para a guerra, Léry disse que vogam em pé, com um remo de pás duplas, ao qual seguram pelo meio. A descrição indica remo usado para impulsionar caiaque, o que permite remar metendo na água alternadamente cada pá por cada borda. Os Igaraunas, do baixo Maranhão, são tidos em conta dos melhores remeiros do país porque a este exercício se afazem desde a infância. Foram eles, que à força de remos, levaram o comboio do capitão Teixeira desde o Oceano até à costa dos Andes. Esses índios tinham suas canoas de guerra de quarenta a cinqüenta pés de comprimento e feitas de um só tronco de árvore, a qual davam o nome de maracatins.
DANÇA E MÚSICA 1815 PAULA RIBEIRO descreve uma das principais "manifestações do lúdico e do movimento" - para usar uma expressão de DIECKERT & MEHRINGER (1989b) -, na cultura Jê, referindo-se à música e à dança: "... enquanto as muitas mulheres guizam as comidas, dançam eles e cantam ao som de buzinas, maracás e outros instrumentos... esta dança e música noturna, melhor repetida depois da ceia, dura quase sempre até as cinco da manhã...".
JOGOS E BRINCADEIRAS Foram observados na aldeia dos Canela, da aldeia Escalvado diversos brinquedos, brincadeiras e jogos que as crianças praticam em sua vida cotidiana como pular corda; batalha de pião (Cuhtõj Tere); uma espécie de jogo de bola de gude utilizando coquinhos (Crowkâ); bente-altas ou taco (Ihcahyrxà); perna de pau (Pàr Xô Hyre, Texware); estilingue (H?caper Xá), a peteca (Põ-hyhpr?), zumbidor (Ihkjênxà), a cama de gato (H?hkra To Hapac Tu Xá), dobraduras retratando animais, inclusive com movimento, e brinquedos construídos com a polpa de buriti, estes dois últimos com movimento. Foi observado ainda o quebra-cabeça Anel Africano (Ihkã
Cahhêc Xá). Trata-se do quebra-cabeça muito difundido em todo o mundo, considerado um clássico pela simplicidade da idéia e engenhosidade da solução. Nos livros de jogos, o quebra-cabeça é mais conhecido pelo nome de Anel Africano. Trata-se de um desafio que deu origem a centenas de outros quebra-cabeças em todos os continentes.(in Projeto Jogos Indígenas do Brasil, disponível em http://www.jogosindigenasdobrasil.art.br/port/campo.asp#canela)
JOGOS DOS POVOS INDÍGENAS 1994 O INDESP promoveu uma reunião de trabalho, em Brasília, sob a coordenação de Jairo R. P. Bamberg para discutir “o que é desporto com identidade cultural?”. Participou da reunião Silvino Santin; Leila Mirtes Santos de Magalhães Pinto; Lamartine Pereira da Costa; Paulo Vicente Guimarães; Muniz Sodré; Priscila Ribeiro Ferreira; Maria Hilda Barqueiro Paraíso; e Leopoldo Gil Dulcio Vaz. Dentre as várias ações propostas, constava a de realização de jogos esportivos que contemplassem as tradições indígenas – uma olimpíada indígena; essa proposta foi apresentada por Leopoldo Gil Dulcio Vaz, endossada por Lamartine Pereira da Costa, Muniz Sodré e Hilda Paraíso, e seria levada às lideranças indígenas. 1996 I Jogos dos Povos Indígenas, realizados na cidade de Goiânia – GO, de 16 a 20 de outubro de 1996, patrocínio do então Ministério Extraordinário do Esporte e do Instituto Nacional de Desenvolvimento do esporte - INDESP, em parceria com a Secretaria de Esportes e Lazer de Goiás e com o apoio da FUNAI e do Comitê Intertribal. Do Maranhão, participaram os Kanela, que levaram três dias para chegar, de ônibus, da aldeia até Goiânia. No entanto, nem as oito mulheres do grupo, que encararam o desfile de abertura com os seios à mostra, davam sinais de cansaço. Jogos dos Povos Indígenas – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org) Ediçã o
I Jogos dos Povos Indígena s
II Jogos dos Povos Indígena s
An o
1996
1999
Períod o
de 16 a 20 de outubro
de 14 a 20 de outubro
Localidade
Etnias
Modalidades
Goiânia, Goiás
Bakairi - MT; Bororo- MT; Fulni-ô - PE; Gavião RO; Guarani - SP e MS; Guató - MS; Kadiwéu MS; Kaingang - SP, SC e RS; Kamayurá - Xingu MT; Karajá - TO e GO; Kaiowá - MS; Krahô TO; Krikati MA; Sateré-Mawé AM; Ofaié MS; Paresi - MT; Terena - MS; Tukano - AM; Xucuru Kariri AL; Yawalapiti, Xingu MT; Kuikuro; Wuará; Xavante MT, Kalapalo; Trumai; Mehinaku; Kaiapó PA; Javaé - TO; Kanela - MA.[2]
Futebol, voleibol, atletismo e natação, a canoagem, o arco e flecha, o arremesso de lança, as demonstrações de lutas e a corrida de tora.
Guaíra, Paraná (na fronteira Argentina-Paraguai)
Guarani - SP; Potiguara - PB; Pankararu - PE; Maxacalí - MG; Krenak - MG; Xacriabá - MG; Paresi - MT; Umutina - MT; Kaingang-SC; Kaiowá - MS; Kadiwéu - MS; Bakairi - MT; Bororo - MT; Erikbaktsa - MT; Kanela - MA; Matis - AM; Krahô - TO; Kayapó - PA; Xavante - MT; Karajá - TO; Jawaé - TO; Kuikuro, Xingu - MT; Kamaiurá, Xingu - MT; Yawalapiti, Xingu - MT, Suyá, Xingu - MT; Waurá, Xingu - MT e Terena - MS.[3]
Futebol, atletismo, arco e flecha, canoagem, natação, lutas corporais e corridas de tora.
Bororo - MT; Bakairi - MT; Xavante - MT; Xickin - MT; Arara - PA; Munduruku - PA; Krahô - TO; Tembé PA; Suruí - PA; Kaapor - PA; Parakanã - PA; Matis AM; Kaiowá - MS; Guarani - SP; Mbyá - PA; Kaingang - PR; Pataxó - BA; Karajá - TO; Asurini - PA; Gavião Parkatejê - PA; Terena - MS; Kanela - MA; Wai Wai PA; Yawalapiti, Xingu - MT; Kuikuru, Xingu - MT, Kamayura, Xingu - MT; Kalapalo, Xingu - MT; Waurá, Xingu - MT; Mehinaku, Xingú- MT; Erikbatsa - MT; Jawaé - TO; Suyá, Xingu - MS; Arawete - PA; Assurini - PA e Kayapó - PA.[4]
Arco e flecha, zarabatana, cabo de guerra, arremesso e canoagem, futebol e a natação.
III Jogos dos Povos Indígena s
2000
de 15 a 21 de outubro
Marabá, Pará (na Amazônia brasilei ra)
IV Jogos dos Povos
2001
de 20 a 27 de outubro
Campo Grande, Mato Grosso do Sul, região do Pantanal)
Ediçã o
An o
Períod o
Localidade
Etnias
Modalidades
Indígena s
V Jogos dos Povos Indígena s
VI Jogos dos Povos Indígena s
VII Jogos dos Povos Indígena s
VIII Jogos dos Povos Indígena s
2002
2003
2004
2005
de 14 a 21 de setembro
de 01 a 08 de novembro
de 20 a 27 de novembro
de 18 e 26 de novembro
Marapanim, Pará
Araweté, Arara, Asurini, Bakairi, Bororo, Erikbaktsa, Fulni-ô, Gavião (RO), Gavião Parkatejê- PA, Guarani Mbya, Guató, Javaé, Kadiwéu, Kayapó, Kaingang, Kaiowá, Kalapalo, Kamayurá, Kanela, Karajá, Kariri, Krahô, Krenak, Krikati, Kuikuro, Matis, Maxacali, Mbya, Mehinaku, Munduruku, Ofaié, Pankararu, Parakanã, Paresi, Pataxó, Potiguara (PB), SaterêMaués, Suruí (PA), Suyá, Tembé, Terena, Trumai, Tukano, Umutina, Wai Wai, Wuará, Xacriabá, Xavante, Xicrin, Xucuru, Yawalapiti.
Arco e flecha, arremesso de lança, natação com travessia de rio, cabo de guerra, canoagem, corrida de tora, futebol masculino e feminino, corrida de velocidade (100m), corrida de fundo (5.000m), cabo de guerra, demonstrações de Zarabatana, Ronkrã,Kagót, Jãmparty Kaipy, Akô, Inssitró, Katulaywa, Jawari, Xikunahity e Tihimore.
Palmas, Tocantins
Awá (Guajá)/MA; Aikewara/PA; Apinajé/TO; AváCanoeiro/GO; Aweti/MT; Bakairi/MT; Bororo/MT; Cinta Larga/RO; Enawenê-nawê /MT; Gavião Kyikatêjê/PA; Guarani/PA; Hixkariana/AM; Javaé/TO; Ka'apor/MA; Kaiwá/MS Kalapalo/MT; Kamayurá/MT; Kanela Ramkokamekra/MA; Karajá/TO; Kayabi/MT; Kayapó/PA; Krahô/TO; Kuikuru/MT; Matis/AM; Nambikwára/RO; Parakanã/PA; Paresi/MT; Pataxó/BA; Rikbatsa/MT; Suruí/RO; TapirapéTO/MT; Tembé-PA/; Terena/MS; Uru-Eu-Wau-Wau/RO; Wai Wai/PA; Waiãpi/AC; Waimri Atroari/AM; Waura/MT: Xavante/MT; Xerente/TO; Xikrin/PA; Xucuru Kariri/AL; Yanomami/RR; Yawalapití/MT.[5]
Futebol, voleibol, atletismo, natação,canoagem, arco e flecha, arremesso de lança, lutas corporais, corrida de tora, corrida de velocidade (100m), corrida de fundo (5.000m), Zarabatana, Ronkrã, Kaipy, Akô, Inssitró, Katulaywa, Jawari, Xikunahity e Tihimore.
Porto Seguro, Bahia, chegada dos portugueses
Aikewara, Asurini do Xingu, Awá Guajá, Aweti, Bakairi, Bororo, Enawenê-Nawê, Etnias Australianas, Etnias Canadenses, Gavião do Pará, Guajajara, Guarani, Ikpeng, Irantxe, Javaé, Kaapor, Kadiwéu, Kaigang. Kaiwá, Kalapalo, Kamayurá, Kanela, Kantaruré, Karajá, Kayabi, Kayapó, Kiriri, Krahô, Krenak, Kuikuro, Matis, Maxakali, Nambikwara, Pankararé, Pankararu, Paresi, Pataxó, Rikbaktsa, Suruí, Tapirapé, Terena, Tuxá, Wai Wai, Waiãpi, Waimiri Atroari, Waura, Wayapi Guiana Francesa, Xakriabá, Xavante, Xerente, Xikrin, Xukuru Kariri, Yanomami, e Yawalapiti.
Arco e Flecha; Canoagem; Arremesso de Lança; Cabo de força; e Corrida de Tora , Lutas Corporais; Zarabatana; Xikunahity; Tihimore; Katulaya; Akô; e Jãmparti Futebol de Campo; Atletismo; Natação/Travessia; Corrida de fundo.
Aikewara, Asurini, Awá Guajá, Aweti- MT, Bakairi, Bororo, Enawenê-Nawê, Gavião, Guajajara, Guarani Mbya, Javaé, Kaiowá, Kalabaça/CE Kalapalo, Kamayurá, Kanela, Kanindé/CE, Karajá, Kayabi, Krahô, Kuikuro, Iratinxe Manoki/MT, Matis, Nambikwara, Parakanã, Paresi, Pataxó, Pitaguary ou Potiguara CE/PB, Suruí - RO, Tapeba/CE, Tapirapé, Tembé, Terena, Tobajara/CE, Tremembé/CE:, Wai Wai, Xavante, Xerente, Xikrin, Yawalapiti.
Futebol; arco e flecha, arremesso de lança, cabo de força, corrida de tora, atletismo, natação e corrida de fundo de 5 mil metros, lutas corporais, corrida de tora, zarabatana, jikunahiti, ronkrã, katulaywa, akô, gâamparti, kaipy, tihimora, hipipi, iwavary, qagõt, insintró e peikrâ.
local da "caraíbas"
Praia de Iracema, Fortaleza, Ceará
AIKEWARA, ASSURINI, ASHANINKÁ, ATIKUM,BAKAIRI,BORORO,FULNI-Ô,GAVIÃO KYIKATÊJÊ / PARKATÊJÊ, IX Jogos dos Povos Indígena s
2007
de 24 de novembro a 01 de dezembro
Olinda, Pernambuco
KARITIANA,KAXINAWÁ,KAYAPÓ,KRAHÔ, KUIKURO,JAVAÉ, KAINGANG,KANELA RÃMKOKAMEKRA, KAMBIWÁ,KAPINAWÁ,KARAJÁ, MANCHINERI, MATIS, PANKARÁ,PANKARARU,PARECI HALITI, PATAXÓ,PIPIPÃ, RIKBAKSTA,SHANENAWÁ,TAPIRAPÉ, TENHARIM, TERENA, TRUKÁ, TUXÁ, UMUTINA, XAVANTE, XERENTE, XIKRIN, XOKLENG, XUKURU, WAI WAI
Futebol masculino e feminino, voleibol, natação/travessia, canoagem, arco e flecha, arremesso de lança, corrida de tora, corrida de velocidade (100m), corrida de fundo (5.000m), cabo de força, Lutas Corporais, Zarabatana, Ronkrã, Xikunahity, Akô, Katulaya, , Jãmparty Kaipy e Tihimore.
Ediçã o
X Jogos dos Povos Indígena s
An o
Períod o
Localidade
2009
de 31 de outubro a 07 de novembro
Paragominas, Pará[6]
XI Jogos dos Povos Indígena s
2011
de 8 a 15 de outubro[7]
Porto Nacional, Tocantins
XII Jogos dos Povos Indígena s
2013
de 10 a 18 de outubro[8]
Cuiabá, Mato Grosso
XIII Jogos dos Povos Indígena s
2015
de 15 a 19 de julho[9]
Parque Indígena do Xingu, Mato Grosso
Etnias AIKEWARA (PA), ASSURINI (PA), BAKAIRI (MT), BORORO BOE (MT),ENAWENE-NAWE (MT), GAVIÃO KYIKATÊJÊ / PARKATÊJÊ(PA), JAVAÉ (TO), KAIGANG (PR), KA’APOR (MA), KAMAYURÁ (MT), KANELA RÃMKOKAMEKRA (MA),KARAJÁ (TO), KAYAPÓ (PA), KRAHÔ (TO), KUIKURO (MT), MANOKI IRANTXE (MT), MATIS (AM), PARECI HALITI (MT), PATAXÓ (BA), RIKBAKSTA (MT),SHANENAWÁ (AC), TAPIRAPÉ (MT), TERENA (MS), TEMBÉ (PA), UMUTINA (MT), XAVANTE (MT), XERENTE (TO), XIKRIN (PA), XOKLENG (SC),WAIWAI (PA), YAUANAUWÁ (AC).
Modalidades
Arco e flecha, arremesso de lança, cabo de força, canoagem, corrida de 100 metros, corrida de fundo, corrida de tora, futebol (masculino e feminino), natação/travessia .[6]
Futebol, natação, arremesso de lança, arco e flecha, corrida e cabo de força
2017 - Santarém deixa de ser sede da edição 2017 dos Jogos dos Povos Indígenas // Segundo a Prefeitura de Santarém, decisão foi tomada em comum acordo e por conta dos atropelos no cronograma. Evento contaria com cerca de 10 modalidades de disputa
A edição 2017 dos Jogos dos Povos Indígenas não será mais realizada em Santarém, como o anunciado no fim de 2016. A informação foi confirmada pela Prefeitura de Santarém, por meio do Núcleo de Esporte e Lazer (NEL) da Secretaria Municipal de Educação (Semed). Segundo a nota do NEL, a não realização do evento se deu em comum acordo entre o Ministério dos Esportes, o Comitê Intertribal - Memória e Ciência Indígena (ITC) e a empresa que organiza os jogos. Isto tudo por conta de atropelos no cronograma que havia sido traçado pela coordenação. Ainda de acordo com o NEL, o município lamentou o ocorrido, mas acatou a decisão superior dos órgãos de levar os jogos para outra cidade brasileira. O evento é realizado desde 1996, e não acontece desde 2009, sendo que no retorno dos jogos, a previsão era que a cidade de Bertioga (SP) fosse o palco das disputas. No entanto, isto não aconteceu e Santarém foi escolhida, o que acabou não se concretizando. Se os jogos fossem realizados em Santarém, era prevista a disputa de 10 modalidades esportivas: Arco e Flecha, Arremesso de lança, Cabo de força, Corrida 100 metros, Corrida de fundo, Corrida de Tora, Futebol Feminino, Futebol Masculino e Natação/Travessia.
2017 - Porto Seguro sedia 9ª edição dos Jogos Indígenas 2019 2021 Jogos dos Povos Indígenas são interrompidos pela pandemia de Covid-19 Imagem dos Jogos Mundiais Indígenas de 2015, em Palmas. Foto: Christophe Simon/AFP via Getty Images Iniciados em 1996 e organizados pelo Comitê Intertribal – Memória e Ciência Indígena (ITC), com suporte do Ministério dos Esportes, hoje parte do Ministério da Cidadania, os Jogos dos Povos Indígenas (JPI) possuem como lema: “o importante não é competir, e sim, celebrar”; portanto unificam povos indígenas de diversas partes do Brasil, mas também atraem povos de outros países para os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas (JMPI). Entretanto, diferente de Tóquio 2020, a pandemia de Covid-19 causou o cancelamento das edições de 2020 e 2021. Marcos Terena, Presidente do ITC e Coordenador Internacional dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas recorda em relato ao Yahoo Brasil o “nascimento” do evento, quando os líderes Carlos Terena, Jeremias Xavante, Tabata Kuikuro, Iuraru Karajá e ele, todos atletas, ainda organizavam atividades esportivas junto a sociedade não indígena de Brasília, a ideia foi se desenvolvendo com a “possibilidade de reunir vários povos com suas formas de flechas, bordunas e corridas de tora para apresentar a força natural do índio brasileiro”.
JOGOS TRADICIONAIS E BRINCADEIRAS INFANTIS
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Definição - Jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatória dotada de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e de alegria e de uma consciência de ser diferente da “vida cotidiana”. (Huizinga, l180, p. 33). Abrange jogos de força e de destreza, jogos de sorte, de adivinhação, exibições de todo gênero.
Por definição do Atlas do Esporte no Brasil (Alexandre Marcos de Mello, 2005, p. 35-36), jogos e esportes tradicionais são atividades lúdicas, competitivas e/ou cooperativas, que refletem a identidade cultural de um determinado grupo étnico, distinguindo-se dos esportes de apelo internacional sujeito a padrões organizacionais e regras universais. Já os jogos e brincadeiras tradicionais infantis são atividades passadas de geração a geração, em geral aprendidas pelas crianças mais novas com as de mais idade, durante ato de brincar. Também denominados de jogos populares.
PAPAGAIO Papagaio de papel, coruja, arraia. Na descrição do Dicionário Morais: folhas de papel, ou lenço, estendidas sobre uma cruz de canos, e cortados em figura oval, com um rabo na parte fina, que se soltam ao ar, e lá se mantêm, seguras por um cordel ou barbante. Os portugueses trouxeram o papagaio do oriente, Japão, e China, onde é popular. No Brasil chama de raia ou arraia, em alusão a forma ramboidal do peixe (Câmara Cascudo, 1972, p. 669-670). No Maranhão, usam-se as denominações: papagaio, pipa, bode, sura e curica.
Papagaio – a tala do meio é maior – longitudinal maior – rabo de algodão amarrado na linha; Pipa – tala transversal é maior, rabo de papel amarrado num fio – a pipa é de uso mais recente; Bode – papagaio grande, com rabo de algodão; Sura – papagaio grande, sem rabo;é “selado”; Curica – papel de jornal ou grosso, com talo, e rabo do próprio papel, geralmente usados pelos garotos menores.
O papagaio, ou pipa, em São Luís, é lançado geralmente no período invernoso (chuva) quando o vento é mais ameno.
Pipódromo – locais de prática de empinar pipas – Vinhais, Cohab, Areinha e São José de Ribamar.
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Este Capitulo tem a co-autoria do Prof. Reinaldo Conceição Cruz.
BOXE – PAPAGAIOS por José Ribamar Martins
“A propósito de lazer, na época de fortes ventos de agosto a setembro os grandes empinadores de papagaio da cidade se reuniam nas tardes de domingo para sensacionais lanceadas. Muito tempo antes, porém, a brincadeira limitava-se apenas aos moradores dos bairros da periferia, como Madre Deus, Codozinho e outros mais. Descoberta depois [década de 1940] por representantes da classe média adquiriu estatus de esporte nobre. Primeiramente nas imediações do Largo de Santiago, reduto de grandes fabricantes de papagaio (Zezé Caveira, Aristides Barbosa), bodes (Alfredinho Guanaré) e jamantas (Zeca Barbosa). Para maior comodidade no empinar, chegaram até a construir armações de madeira ou até de alvenaria nos quintais. Assim o fizeram Zeca Barbosa e Zezé Caveira. Além destes citados, muitos outros praticavam a brincadeira, como dr. Carneiro Belfort, Arlindo Silva, Cel. Belchior, Itanite, Cabeludo, Tonzinho (filho de Zezé), Zé Santos (cunhado de Joãozinho Trinta), Edson Bastos, Luís Santos, João Pé de Bola (filho de J. Araújo, conceituado comerciante do bairro), o quitandeiro Guilherme, Arlindo Menezes, Wilson Portelada e seu irmão Betinho, Jorge Meireles e seus irmãos Orlando e Clóvis Meireles, Fausto, Allan Maranhão, Joseli, Armandinho Correia Lima, Bibi Fala Inglês m(que por causa do defeito de dicção ganhou o apelido), Tripinha, Miro Fedor e outros. Mais tarde, com a total ocupação do Largo de Santiago por um conjunto residencial, o palco de apresentações foi transferido para a Praça do Quartel (Praça Deodoro) e Campo d´Ourique. Usavam o cerol como arma para cortar a linha dos inimigos. A meninada vadia, de bode (neste caso o bode era um pedaço de linha resistente com uma pedra ou pedaço de pau amarrado em uma das extremidades) em punho, acompanhava atentos os papagaios esticados. A princípio aquele ingrediente cortante era preparado coma porcelana – principalmente de isoladores elétricos - ou vidro de lâmpadas fluorescentes queimadas, trituradas em almofarizes de cobre ou de ferro, peneirado o mais fino possível, e que mistura com o grude era espalhado na linha. Posteriormente ficou evidenciado que os bondes substituíam com enorme vantagem os almofarizes. Os motorneiros não aprovavam muito esse procedimento, mas colaboravam. O processo de colar o cerol na linha era simples: ela era esticada ao ar livre e o produto aplicado apenas nas primeiras braças. Rapidamente ficava m secas e o papagaio estava em condições de ser empinado. A partir daquele ponto já encerado, o empinador continuava o trabalho aos poucos, à medida que o brinquedo ia se distanciando, levado pelo vento, deixando a linha correr por entre sua mão bem fechada cheia da mistura. Atualmente muito difundido, o cerol era praticamente desconhecido em quase todo o país até pouco tempo. Em alguns estados era comum utilizarem-se lâminas de barbear amarradas na linha e no rabo – este confeccionado com pequenas tiras de tecido – com a mesma finalidade. Talvez por desconhecimento da correta técnica de utilização, o cerol tem provocado acidentes graves em muitas cidades. Para a preparação do cerol, era fundamental a utilização do grude. Este era uma mistura muito simples, preparada com a tapioca de goma e água levadas ao fogo. Deixava-se ferver, sempre mexendo, para não embolar, até ao ponto em que a viscosidade ideal era comprovada. O pó de vidro era misturado depois, já com o grude resfriado. Esse produto era muito utilizado por sapateiros, que costumavam acrescentar à sua composição umas gotas de suco de limão. Com isso e convenientemente depositado em cumbucas de sapucaia, tinham vida útil prolongada. Os nossos papagaios são geralmente muito bem feitos e, quando fabricados por especialistas do naipe de Zezé Caveira – o mestre maior, como considerado pela maioria dos entendedores – eram verdadeiras obras de arte. Têm o rabo confeccionado artisticamente com bolas de algodão amarradas em rápidas laçadas a um pedaço de linha, que vão se tornando mais finas à medida que se aproxima da ponta. Um fato curioso sobre a importância que o assunto despertava nos aficionados do esporte: o Zezé fez com muito carinho um papagaio com a figura de caveira estampada no papel. Em uma lanceada, Zeca Barbosa “matou e cortou” a peça, para tristeza do perdedor, que ofereceu uma recompensa em dinheiro a quem conseguisse reavê-lo. Faísca, que era neto do vencedor, quando soube do prêmio não pensou duas vezes: surrupiou o troféu e o devolveu ao primitivo dono, que muito feliz o dependurou na parede da sala, de onde nunca mais saiu. Interessante notar que, mesmo sem qualquer calendário estabelecido, as brincadeiras aconteciam em épocas certas do ano. O papagaio ainda tinha como justificativa a temporada dos grandes ventos, mas e as outras? Como explicar o tempo do “chucho”, da peteca? Certamrente muitos não sabem mais que nossa peteca nada tinha a ver com a peteca almofadada e empenada, jogada com as palmas da mão e que freqüentam as quadra s
esportivas dos clubes sociais; que a nossa peteca nada mais é que a nacionalmente conhecida bolinha de gude, ou de vidro.” In SÃO LUIS ERA ASSIM (minha terra tem palmeiras, já nem tantos sabiás) RELEMBRANDO LANCHAS E O MEARIM. Brasília, Equipe, 2007 (Capitulo XVI, p. 71-73).
PETECA Gude: jogo infantil com bolinhas de vidro, que se deve fazer entrar em três buracos, ganhando o jogador que chegar em primeiro lugar, de volta ao primeiro buraco (Câmara Cascudo, 1972, p. 440-441). No Maranhão, recebe o nome de Peteca: bolinha de gude; jogada no período de chuva, porque é mais fácil de fazer a borroca (buraco).
Borroca – jogado em número de três buracos, feitos com o calcanhar; jogo de ida e volta, para começar a matança. A peteca é jogada do primeiro para o terceiro buraco; não havendo distancia definida, mas usa-se aproximadamente 2 a 2,5 metros, de um para o outro; quem fica mais próximo da barroca, ou acerta-a, começa o jogo, indo e voltando e, após esse percurso, sem errar os buracos, começa a “matança”, isto é, acertar a peteca dos outros jogadores; dependendo do acerto entre os jogadores, antes do início do jogo, a “paulada” vale um certo número de “petecas”. Triângulo – como o nome diz, usa-se a figura de um triângulo, para definir a área de matança. Os jogadores colocam certo número de petecas no seu interior; é estabelecido duas linhas, a aproximadamente 5 a 2 metros de distância, em lados opostos; os jogadores se posicionam em uma das linhas, jogam suas petecas para acertar a linha contrária, ou o mais próximo, possível desta, para determinar quem inicia o jogo; aqueles que a ultrapassem, ficam por ultimo, na mesma ordem inversa da distância; o primeiro, começa a “espirrar”a bola dos outros - acertar as petecas que estão no interior do triângulo, procurando projetá-las para fora das linhas, e ao mesmo tempo, que a sua não fique no seu interior – começando o “mata-mata” - pode continuar matando as bolas dos adversários, até errar ou tirar todas; ganha quem conseguir o maior número de petecas.
AMARELINHA De acordo com Câmara Cascudo (1972, p. 25-26) também chamada Academia ou cademia. Jogo ginástico infantil, muito antigo e muito espalhado por todo o Brasil. Em outras regiões, da América Latina, denomina-se de La Pelegrina, e é idêntico ao Jogo das Odres, dos romanos e às Ascólias, dos gregos.
ELÁSTICO Jogo de destreza; que consiste em ultrapassar um elástico, de aproximadamente 3 a 5 metros, colocado a determinadas alturas, começando pela altura do quadril, seguro por dois competidores; o saltador projeta-se para cima, procurando ultrapassar o elástico, sem tocá-lo; a uma determinada altura, geralmente na altura do peito, pode utilizar-se do pé, apoiando por sobre – parte de cima – o elástico, puxando-o para baixo, ao mesmo tempo que o ultrapassa – pulando para o outro lado. Geralmente é brincado pelas meninas, mas meninos participam.
XUXO ou CHUCHO Jogo de destreza; consiste em “fincar” uma pequena aste de ferro fino no chão, por dois ou mais competidores, que fazem desenhos no chão, geralmente um triângulo, do local onde a aste fincou no chão, em linha reta, até o seguinte arremesso. BETE-OMBRO
Jogo em que participam duas duplas, dois atacantes e dois defensores, de uma casa – hoje, utiliza-se garrafa de plástico, antigamente, a casinha era constituída e três paus, em triângulo, apoiados um no outro – delimitada por um círculo, em que o objetivo é derrubar a casa, com uma bola – hoje, de borracha (frescobol), antigamente, de pano -. Os defensores devem rebater a bola, jogando-a longe, o que possibilita trocarem de lado. Cada troca de lado, vale certo numero de pontos; ganha quem atinge um determinado numero, conforme combinação previa. Quando os atacantes conseguem derrubar a casa do adversário, invertem-se os papéis. Jogado geralmente nas férias escolares.
PIÃO Pinhão, brinquedo de madeira, periforme, com uma ponta de ferro, por onde gira pelo impulso do cordão enrolado na outra extremidade e puxado com violência e destreza. Os trombos dos gregos e o turbo dos romanos, é o mesmo jogo do pião das crianças de hoje. No Brasil, a maioria das condições para o jogo é semelhante à registrada em Portugal (Câmara Cascudo, 1972, p. 712-713). Também denominado de finca.
JOGOS E BRINCADEIRAS LOCALIDADES
INFANTIS
EM
DIVERSAS
BURITI BRAVO As crianças divertem-se brincando de corridas, peteca, cancão, boca-de-forno, pular corda. Etc.
CANTANHEDE Na década de 1970, o Futebol de Quintal - - o futebol era a maior diversão de Cantanhede, mas o futebol jogado no fundo de quintal, como o de Tó, onde a movimentação começava lá pela uma da tarde, onde se iniciava a brincadeira dos meninos; mais tarde, por volta das duas horas, iniciava-se o jogo dos adultos. Faziam-se presentes as famílias Aguiar e Patico (Tó, Cassiano, Ambrósio, Valdemiro, Genivaldo, Josiel Franco, Agnaldo, Abraão (Abraão Teixeira, de que tomamos os dados, nasceu em 1965...), Gerson, Nonato, Tista, etc,). Por volta das três da tarde, a maioria tomava e retornava ao seu trabalho. Existiam outros quintais, onde os outros jovens costumavam brincar, como o da Prefeitura – Chico do Carlos Sousa, Cheiroso, Dimas, Marconi, Carlito Amaral, Louro e outros; no quintal do Maneco aconteceu uma época de bom futebol onde Edivaldo, Gessy, Tinha, Santos, Itamar, Francisco, Caio, etc., e enquanto uns jogavam outros aguardavam o desafiado comendo manga, jaca, e outras frutas.
COELHO NETO Brinquedos populares: usa-se o talo do buriti, lata ou madeira para fazer brinquedos populares, como: carros, mesinhas, cadeirinhas, camas, etc.; confeccionam-se ainda bonecas de pano, pipas;
CURURUPU Lúdica popular – as crianças do município divertem-se com as brincadeiras bola queimada, bola ao túnel, soltar a vara porteiro. Os adultos distraem-se com jogos de salão, como dominó, dama, baralho, gamão e xadrez.
GUIMARÃES BRINCADEIRAS INFANTIS – papagaio (pipa); peteca (bola de gude); corda, boca de forno, pião, cai no poço, pata cega. Cantigas de roda.
MATINHA Brinquedos populares: são fabricados pelas próprias crianças, sendo os preferidos – cata-vento, flauta de taboca ou mamão; caninhos de bambu; gangorra; pião; avião de tala de cerca; perna de pau; burra de imbaúba; papagaio de papel; carrinho de madeira; gaiola; pultriqueiro de madeira e aviãozinho de lata.
MIRADOR Lúdica popular: as crianças do município têm poucos divertimentos, que são: brincadeira do cancão, da boca de forno, de pular corda, do baralho, que é utilizado para jogos de “três sete”, “pife”, “buraco”, “bisca”, etc.
PEDREIRAS Lúdica popular – as brincadeiras populares praticadas pelos adultos são os jogos de baralho, dama, dominó, etc., enquanto as crianças se divertem brincando de roda, peteca, cancão, etc.
SÃO DOMINGOS DO MARANHÃO
Lúdica popular: as crianças do Município têm poucas opções de lazer, passando seu tempo livre com brincadeiras de rua como: cancão; boca de forno; pular cordas; bambo.
PUNGA DOS HOMENS / TAMBOR-DE-CRIOULO (A) “PUNGA DOS HOMENS” LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ
Origens – Informa Mestre Bamba - Kleber Umbelino Lopes Filho – que no município de Itapecurú-Mirim, junto a remanescentes quilombolas, no Povoado de Santa Maria dos Pretos encontrou uma variação do Tambor-de-Crioula em que os homens participam da roda de dança – “Punga dos Homens” - em que utilizam movimentos semelhantes ao da capoeira. Mestre Bamba identificou semelhança entre esses movimentos com os descritos por Mestre Bimba. Descreve assim essa manifestação: os "desafiantes" ficam dentro da roda, um deles agachado, enquanto o outro gira em torno, "provocando", através de movimentos, como se o "chamando", e aplica alguns golpes com o joelho a punga: - Pungada na Coxa - também chamado "bate-coxa", aplicado na coxa, de lado, para derrubar o adversário; segundo Bamba, achou-o parecido com a "pernada carioca" ou mesmo com o "batuque baiano"; - Pungada Mole -o mesmo movimento, aplicado nos testículos, de frente; aquele que recebe, protege "as partes baixas" com as mãos ... - Pungada Rasteira/Corda -semelhante à "negativa de dedos (sic)", de Bimba; - Queda de Garupa - lembra o Balão Costurado, de Bimba. De acordo com Mestre Marco Aurélio, a Punga era prática de homens, antigamente; após a abolição e a aceitação da mulher no convívio em sociedade, que passa a ser dançada por mulheres, apenas.
1820 há referencia à Punga, com a participação unicamente de/por homens: “Há registro da punga dos homens, nos idos de 1820, quando mulher nem participava da brincadeira sendo como movimentos vigorosos e viris, por isso o antigo ditado a respeito: "quentado a fogo, tocado a murro e dançado a coice" (Mestre Marco Aurélio, em correspondência eletrônica, em 10 de agosto de 2005).
Informa que há uma referência em Dunshee de Abranches, porém não a encontramos. Em “O Captiveiro”, Dunshee de Abranches se refere ao “Club dos Mortos”, e que os membros desse clube se envolveram nas disputas entre caixeiros e estudantes por causa de duas artistas de um circo, instalado no Tívoli. Para enfrentar os empregados do comércio, na sua maioria homens feitos, os preparatorianos (estudantes do Liceo) reuniram-se no pátio do colégio para selecionar os melhores atletas para a defesa. Fundaram, assim, o Club Roncador, que guardavam suas armas na casa dos Abranches: “... Veio dahi uma grande amizade dos campeões dos murros e dos cambitos (synonimo de rasteira naquella época) pelo Club dos Mortos”. (p. 190-191). (grifos meus). Rasteira? Seria a capoeira? Nada sobre o Tambor-de-crioula e a punga dos homens, nada em “A Setembrada”, nem n’ “A Esfinge do Grajaú”...
PUNGA Em Câmara Cascudo no verbete “punga” consta: dança popular no Maranhão, capital e interior... Que é a mesma “dança do tambor”. A punga é também chamada “tambor de crioula”. Há também referencia a grafia “ponga”, que como se sabe é um jogo. Crê Câmara Cascudo que punga é um termo em uso apenas no Maranhão e significa na dança em questão, a umbigada, a punga. A punga seria uma dança cantada, mas sem versos próprios, típicos. Geralmente são improvisados na hora, quando as libações esquentam a cabeça e despertam a “memória” do “tiradô” de versos. Após descrever o que seria a dança do tambor-de-crioula, informa que pong provirá do tupi – soar, bater, ou antes, soar por percussão. “O que fervia era o lundum, e estalavam as umbigadas com o nome de ‘pungas’” (p. 742-743).
TAMBOR Remete a Tambor: “... mas a autonomia dos tambores indígenas e sua existência pré-cabralina parecem-me indiscutíveis no Brasil. Dança do Tambor, Tambor-de-Mina, Tambor-de-Crioulo [Tambor-de-Crioulo?]. As danças denominadas ‘do Tambor’ espalham-se pela Ibero-América. No Brasil, agrupam-se e são mantidas pelos negros e descendentes de escravos africanos, mestiços e crioulos, especialmente no Maranhão. [grifos meus]. Conhece-se uma Dança do Tambor, também denominada Ponga ou Punga que é uma espécie de samba, de roda, com solo coreográfico, e os Tambor-de-Mina e Tambor-de-Crioulo, [chamo atenção novamente para a grafia, em masculino], série de cantos ao som de um ferrinho (triangulo), uma cabaça e três tambores, com danças cujo desempenho ignoro.” (p. 850-851).
Informa o ilustre pesquisador, ainda, que uma missão cultural colheu exemplos das músicas utilizadas tanto no Tambor-de-Mina quanto no de Crioulo, em 1938. Estão ligados esses tambores-de-mina-e-de-crioulo às manifestações religiosas dos “terreiros”, ao passo que: “... a punga (dança e batida) parecem alheias ao sincretismo afro-brasileiro na espécie... o Tambor-de-Crioula [já passa a usar no feminino...] é o Bambelô do Maranhão, mas com a circunstância de que só dançam as mulheres. Passa-se a vez de dançar com a punga, que é um leve bater de perna contra perna. Punga é também espécie de pernada do Maranhão: batida de perna contra perna para fazer o parceiro cair. Às vezes o Tambor-de-Crioula termina com a punga dos homens.”. (p. 851).
PERNADA Por “Pernada”, registra: jogo ginástico, brincadeira de agilidade, entre valentões, malandros e capadócios. É uma simplificação da capoeira... Sua descrição, assemelha-se à da “pungada dos homens”, do Tambor-de-Crioulo(a) (p. 709). Já “bambelô” é descrito como samba, côco de roda, danças em círculo, cantada e acompanhada a instrumentos de percussão (batuque), fazendo figuras no centro da roda um ou dois dançarinos, no máximo. O ético é o vocábulo quimbundo mbamba, jogo, divertimento em círculo (p. 113).
2005 a 10 de agosto houve uma reunião do Matroá, escola de capoeira de Mestre Marco Aurélio. Mestre Patinho esteve presente, assim como Mestre Didi. Uma verdadeira aula de cultura maranhense. Presentes, também, Domingos de Deus, Luis Senzala, Bamba, Vespasiano, Aziz, Same... Conversas sobre os artigos do Jornal do Capoeira, sobre a Punga dos Homens, e novas informações e esclarecimentos... Desafiados para colocarem no papel suas pesquisas – mais de oito anos – sobre essa manifestação: “Há cerca de oito anos, eu e mais outros capoeiras estamos pesquisando a punga, e posso lhe afirmar que apesar da correlação de alguns golpes com a capoeira, esta pode até ter similaridade, mas daí afirmar que é capoeira é outra coisa.” (in correspondência pessoal, de 10 de agosto de 2005).
Uma certeza: punga não é capoeira, embora alguns movimentos se assemelhem... Informa Marco Aurélio: “Ano passado, participei em Salvador, de um Encontro Internacional de capoeira "GINGAMUNDO". Onde coordenei um grupo do Maranhão, com 25 (vinte e cinco) pessoas entre estas, o Mestre Felipe e outros pungueiros, entre pessoas de um Povoado de Rosário e mais outros coreiros e coreiras, algumas capoeiras angola. Lá, estavam presentes representantes de outras lutas de origem africana, de países como Angola e Madagascar, porém, a grande vedete do encontro foi a Punga dos Homens... Estavam presentes neste encontro, além de mestres antigos, tais como João Pequeno, João Grande, Mestre Boa Gente, também havia pesquisadores de renome como Jair Moura, Carlos Líbano Soares, Fred Abreu, Mathias Röhring Assunção, etc”.(in correspondência pessoal).
BATE-COXA Prosseguindo, sobre as origens da Punga, Câmara Cascudo registra o termo “Bate-coxa”, uma manifestação das Alagoas: uma dança ginástica: “a dança do bate-coxa não se confunde com a capoeira. Os praticantes são da mesma origem, descendentes de escravos”. Acredita Câmara Cascudo que o bate-coxa seja mais violento, onde os dois contendores, sem camisa, só de calção, aproximam-se, colocando peito a peito, apoiando-se só nos ombros, direito com direito. Uma vez apoiados os ombros, ao som do canto de um grupo que está próximo, ao ouvir-se o ê boi, ambos os contendores afastam a coxa o mais que podem e chocam-se num golpe rápido. Depois da batida, a coxa
direita com a coxa direita, repete a esquerda, chocando-se bruscamente ao ouvir o ê boi do estribilho. A dança prossegue até que um dos contendores desista e se dê por vencido.
CAPOEIRA Por “capoeira” registra: jogo atlético de origem negra, ou introduzida no Brasil por escravos bantos5 de Angola, defensivo e ofensivo, espalhado pelo território e tradicional no Recife, cidade de Salvador e Rio de Janeiro, onde são reconhecidos os mestres, famosos pela agilidade e sucessos. Informa o grande folclorista que, na Bahia, a capoeira luta com adversários, mas possui um aspecto particular e curioso, executando-se amigavelmente, ao som de cantigas e instrumentos de percussão, berimbaus, ganzá, pandeiro, marcando o aceleramento do jogo o ritmo dessa colaboração musical. No Rio de Janeiro e Recife não há, como não há notícia noutros Estados, a capoeira sincronizada, capoeira de Angola e também o batuque-boi. Refere-se, ainda, à rivalidade dos guaiamus e nagôs, seu uso por partidos políticos e o combate a eles pelo chefe de Polícia, Sampaio Ferraz, no Rio de Janeiro, pelos idos de 1890. O vocábulo já era conhecido, e popular, em 1824, no Rio de Janeiro, e aplicado aos desordeiros que empregavam esse jogo de agilidade. No ano de 1926, foi publicada uma série de artigos sobre “Capoeira e Capoeiragem” no jornal Rio Sportivo, edições de 16/06, 19/07, 6 e 16/09, 18/10, escritos por Adolfo Morales de Los Rios. [Miltinho, acredito que André Lace poderia recuperar esses artigos e incluí-los em “Literatura Clássica”, com comentários...]
BATUQUE Por “Batuque” – dança com sapateados e palmas, ao som de cantigas acompanhadas só de tambor quando é de negros ou também de viola e pandeiro “quando entra gente mais asseada”. Batuque é denominação genérica de toda dança de negros na África. Batuque é o baile. De uma descrição de um naturalista alemão, em visita às Gerais, em 1814/15, ao descrever a dança, fala da umbigada [punga]. Com o nome de “batuque” ou “batuque-boi” há uma luta popular, de origem africana, muita praticada nos municípios de Cachoeira e Santo Amaro e capital da Bahia, uma modalidade de capoeira. A tradição indica o batuque-boi como de procedência banto, talqualmente a capoeira, cujo nome tupi batiza o jogo atlético de Angola. É descrita por Edson Carneiro (Negros Bantos) – a luta mobilizava um par de jogadores, de cada vez; dado o sinal, uniam as pernas firmemente, tendo o cuidado de resguardar o membro viril e os testículos. Dos golpes, cita o encruzilhada, em que o lutador golpeava coxa contra coxa, seguindo o golpe com uma raspa, e ainda o baú, quando as duas coxas do atacante devam um forte solavanco nas do adversário, bem de frente. Todo o esforço dos lutadores era concentrado em ficar de pé, sem cair. Se, perdendo o equilíbrio, o lutador tombasse, teria perdido a luta. Por isso mesmo, era comum ficarem os batuqueiros em banda solta, equilibrando-se em uma única perna, e outra no ar, tentando voltar aposição primitiva. Do vocábulo “batuque-boi”, registra: espécie de Pernada. Bahia. Voltemos a Pernada. Câmara Cascudo informa que assistiu a uma pernada executada por marinheiros mercantes, no ano de 1954, em Copacabana, Rio de Janeiro. Diziam os marinheiros, que era carioca ou baiana. É uma simplificação da capoeira. Zé da Ilha seria o “rei da pernada carioca”; é o bate-coxa das Alagoas. Ainda Edson Carneiro (Dinâmica do Folklore, 1950) informa ser o batuque ou pernada, bem conhecido na Bahia e Rio de Janeiro, não passa de uma forma complementar da capoeira. Informa, ainda, que na Bahia, somente em arraiais do Recôncavo se batuca, embora o bom capoeira também saiba largar a perna. No Rio de Janeiro já se dá o contrário – a preferência é pela pernada, que na verdade passou a ser o meio de defesa e ataque da gente do povo. O batuque na Bahia se chama batuque, batuque-boi, banda, e raramente pernada – nome que assumiu no Rio de Janeiro... Ficaram famosos como mestres na arte do batuque, Angolinha, Fulo, Labatut, Bexiga Braba, Marcelino Moura... A orquestra das rodas de batuque era a mesma das rodas de capoeira – pandeiro, ganzá, berimbau.
Fontes: Carlos Carvalho Cavalheiro; Luís da Câmara Cascudo - “Dicionário do Folclore Brasileiro”. 3 ed. Rio de janeiro: Tecnoprint, 1972; Marco Aurélio Haickel. Jornal do Capoeira. Bantos – grupo de cerca de 50 milhões de homens na África Central e SE, falando 254 línguas e dialetos aparentados. Banto é família lingüística e não etnográfica ou antropológica. 5
TAMBOR-DE-CRIOULO (A) por Marco Aurélio Haickel O Tambor de Crioula, manifestação popular genuinamente afro maranhense, de caráter lúdico, é tradicionalmente identificada como "festa de preto", assim como onde houvesse instrumentos de sopro, tinha-se como "festa de branco". Dessa forma, à exceção do período da quaresma “hoje em dia, até nesta época” toca-se o tambor de crioula durante o ano inteiro, seja festa ou o evento que for: Carnaval, aniversário, Divino, nascimento, São João, São Pedro, falecimento, ou mesmo uma simples confraternização de fundo do quintal. A festa de São Benedito ocorre entre agosto e novembro, tendo em vista os costumes de cada lugar, mas, sempre durante a fase da lua cheia. Apesar de o aspecto lúdico prevalecer, brincantes (coreiros e coreiras) mais antigos, na sua quase totalidade é devoto de São Benedito, a constatar pelas centenas de grupos de tambor de crioula existentes: "Brincadeira de S. Benedito", "Unidos de S. Benedito", "Filhos de S. Benedito", "Orgulho de S. Benedito", etc., acrescentando-se que ao início de cada "brincada", a primeira salva é dirigida ao Santo, que no culto religioso de influência africana, hegemônico no Maranhão, Mina (com tradição Jeje-Nagô), é relacionada à divindade Vodun, Avêrêkête. Os tambores, em número de 03 (três), constituem o que se denomina parelha, assim definidos: tambor do meio, meião ou socador, o tambor menor, pererengue, merengue ou crivador, seguido do tambor grande, sulador, ou roncador. O meião inicia e, marca o toque, seguido do pererengue, que faz o contratempo, logo após o tambor grande entra, com o seu roncado característico, definindo a punga. Conforme as regiões do Estado onde o tambor de crioula se faz presente, define-se o sotaque (forma apropriada de tocar, cantar, dançar, pungar e se expressar). O sotaque, que pode representar sutis diferenças, ou mesmo nem ser percebido pelos leigos, demonstra uma forte característica entre os brincantes, assim, a depender do sotaque, o meião só começa a tocar, após o início do canto, e conforme o ritmo empreendido pelo cantador (acelerado ou compassado), ou o contrário, o meião inicia dando o ritmo e, o cantador acompanha-o, puxando o canto, mas em todo o caso, o pererengue sempre entra após o meião, fazendo o contra-tempo, logo em seguida, o tambor grande se faz ouvir, e livre para solar, evolui numa diversidade de toques até alcançar seu ápice, a punga. Entre os sotaques mais conhecidos está o "de Guimarães", "Alcântara", ou "do litoral", neste, a "brincadeira" acontece num pique frenético, outro, é o sotaque "da Baixada", mais compassado e de rica variedade rítmica, há ainda os sotaques "de Rosário" e "do Munim", que por fazerem parte dos caminhos dos boiadeiros, trazendo e levando gado de norte a sul, sofreram fortes influências destes, com seus aboios. Os cantos seguem a mesma tendência, podendo ser guturais ou bem definidos. O sotaque define ainda, o uso ou não de baquetas, as quais, quando se fazem presentes são repenicadas na costa do tambor grande, com mais raridade, algumas "brincadeiras" utilizam baquetas (finas e flexíveis) no couro do pererengue. Os tipos de madeira para a confecção dos tambores são diversos, variando quanto ao peso e sonoridade, sendo umas mais leves e outras mais pesadas, a exemplo do mangue branco ou siriba, pequiá, faveira, etc. A feitura dos mesmos requer um certo ritual, que compreende desde a identificação da árvore, o sangramento desta, durante certa fase da lua, bem como outras particularidades. Conforme o lugar, a exemplo de São Luís, a dança é exclusividade das mulheres, há, no entanto, homens que dançam, mas neste caso, requer usarem saia. A dança das mulheres se reveste de pura sensualidade e com belas evoluções, onde o ápice acontece quando a mulher, após saldar os tambores menores dançando, mostra-se de frente ao tambor grande, e os dois como que numa simbiose evoluem desafiando-se, até realizarem a punga. O toque dos tambores é predominantemente realizado por homens, apesar de que em alguns lugares a mulher toca, porém, quando se trata de tocar o tambor grande, aquela o faz ao lado deste, nunca sobre, mas, é na capital, onde já há grupos constituídos exclusivamente por jovens, que as mulheres se fazem mais presentes na batida dos tambores. A punga dos homens, ao contrário da punga das mulheres (umbigada), não acontece em todas as "brincadas de tambor", sendo encontrada mais comumente em comunidades rurais. Acontece ao lado da roda das mulheres, geralmente em areal, e conforme o lugar é aplicado com mais ou menos intensidade, quando mais vigorosa, não é raro ver homens ao chão, com menos vigor, acontece somente um leve bater de coxas, no entanto, vale ressaltar
que nos lugares onde ocorrem as derrubadas, com o avançar das horas, os coreiros já sob os efeitos da cachaça, intensificam-nas em quantidade e vigorosidade, sem que haja, no entanto, qualquer incidente grave. O Maranhão, pelas suas características geográficas, em tempos remotos era um manancial natural de alimentos (até hoje, apesar do desmatamento), tornando-se morada de inúmeras nações indígenas, atualmente, espalhadas ao longo do Brasil Central. Acolheram levas de escravos insurgentes, seja nas aldeias, ou tolerando a formação de (inúmeros) quilombos, mas o certo é que desses ajuntamentos, formou-se o que comumente se reconhece como terras de índio (que não são áreas indígenas) e, terras de preto, entre estas últimas, muitas foram identificadas como verdadeiros quilombos (Projeto "Vida de Negro", da Sociedade de Defesa dos Direitos Humanos) daí, que as características físicas de muitos habitantes de inúmeras comunidades rurais maranhenses, demonstram de forma singular, expressões indígenas e africanas. A forte miscigenação ocorrida entre as populações africanas e ameríndias, somadas à cultura européia, em menor escala, derivou numa profusão de manifestações populares onde, em relação ao som, predominou a cultura africana com seus ritmos e tambores, no movimento, o predomínio tornou-se da cultura indígena, pois esteja o som sob um embalo mais frenético ou compassado, aquele se faz miúdo, e por último, não há como negar a preponderância do guarda roupa europeu, tendo em vista o pudor deste em relação à nudez indígena e, à sensualidade africana. Vale ressaltar, que ainda há muitas pesquisas a serem feitas, mas esses três elementos culturais são evidentes. A cantoria do tambor dá-se por um cantador/puxador e, um coro respondendo, seu conteúdo, diverso e revestido de picardia, onde os cantadores costumam saudar São Benedito, fazerem choça uns com os outros, cantarem seus lugares, etc., tudo, dentro do ritmo e de uma métrica, que se não for respeitada, é simplesmente desconsiderada. Como todas as tradições, o tambor sofreu alterações, uma delas a participação de mulheres, como forma de abrandar a repressão, uma vez que era reconhecida pela sua agressividade, sendo vista inclusive como luta, pelas "autoridades" da época. Tem-se que o termo tambor de crioula é mais recente do que a própria manifestação, uma vez que antes de 13 de maio de 1888, as mulheres com raridade, participavam, pois sendo extremamente vigorosa sua prática traduzia uma maneira de deixar os guerreiros em forma, capazes de enfrentar as adversidades da época, talvez daí tenha-se originado um ditado antigo, ainda hoje pronunciado a respeito em relação à manifestação: tocado a murro, dançado a coice e afinado a fogo. Enquanto manifestação, não há como dissociar homens e mulheres, vez que para acontecer a brincadeira requer a participação de todos tocando, cantando, dançando, evoluindo e pungando, uma verdadeira festa, que contagia quem estiver presente.
CONTRIBUIÇÃO DOS AÇORIANOS PARA MARANHENSE: O CASO DO “TARRACÁ”
A
CULTURA
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ
Segundo o Prof. Dr. Jorge Olímpio Bento (2019), Trás-os-Montes tem algo no Maranhão, levado pelos açorianos. Informa que a maior parte das ilhas dos Açores foi povoada basicamente por gente originária de Trás-os-Montes, excetuando Santa Maria e São Miguel: Estava agora tentando enviar-lhe uma canção tradicional açoriana - São Macaio - que fala no Maranhão: S. Macaio, S. Macaio deu à costa Ai deu à costa nos baixos da urzelina Toda a gente, toda a gente se salvou Ai se salvou, só morreu uma menina S. Macaio, S. Macaio deu à costa Ai deu à costa lá na ponta dos mosteiros Toda a gente, toda a gente se salvou Ai se salvou, só morreu dois passageiros S. Macaio, S. Macaio deu à costa Ai deu à costa nas pedras da fajazinha Toda a gente, toda a gente se salvou Ai se salvou, só morreu uma galinha S. Macaio, S. Macaio deu à costa Ai deu à costa nos baixos do Maranhão Toda a gente, toda a gente se salvou Ai se salvou, só o S. Macaio não. “SÃO MACAIO” é uma canção dançada nos Açores. Foi, sobretudo na Ilha Terceira onde se generalizou a sua tradição. Tudo leva a crer que o seu nome original seja São Macário e que o nome com que ficou conhecido seja já uma degeneração do primeiro. Acredita-se que São Macário seria um navio que andava entre as ilhas e o Brasil e que teria naufragado numa das suas viagens. Pois como diz a canção: “São Macaio, deu à costa... toda a gente se salvou...(...) só o São Macaio é que não”.
A relação do Maranhão com os Açores É ANTIGA... Buscando a “Ilha Encantada”, desde 1325 circulavam em Portugal lendas e mapas sobre uma terra assinalada como Hy-Brazil situada além-mar. O historiador português Armando Cortesão sugere uma hipotética eventualidade do conhecimento tardo-medieval dos Açores, do Atlântico Central, dos arquipélagos das Caraíbas ou Antilhas, bem como do continente americano, pelos portugueses.
A Ilha do Brasil, ou mais comumente a Ilha do Brazil; Ilha de São Brandão; Brasil de São Brandão ou Hy Brazil é uma das ilhas míticas do Oceano Atlântico ligada à tradição de São Brandão das terras afortunadas sitas a oeste do continente europeu. A presença desta ilha mítica na cartografia fixa o topônimo em data muito anterior a 1500, a data da descoberta "oficial" das Terras de Santa Cruz, o atual Brasil, e invalida de todo a teoria de que o nome estaria ligado ao vermelho do pau-brasil. A procura da Ilha do Brasil foi uma constante nas navegações renascentistas do Atlântico até 1624. A busca pela Ilha Encantada possibilitou a descoberta dos Açores, Madeira, Brasil, e claro, Maranhão... Durante os 1500 as viagens e descobertas passavam pelos Açores e vinha descambar no do hoje Brasil.
Maranhão – costa Norte
Mas o que nos interessa aqui é a ocupação do Maranhão, a partir da retomada do território, 1615, por migrantes açorianos, muito embora os contatos sejam anteriores. Vejamos: Quando da primeira tentativa para expulsar os franceses do Ceará e do Maranhão foi a do bandeirante açoriano Pêro Coelho de Sousa que chegou de Pernambuco em 1603 e desembarcou no Ceará com 65 soldados e mais de 200 índios (FREIRE, 2016, p. 111). Logo após essa tentativa de se chegar ao Maranhão, houve, em 1607, outra, com dois padres jesuítas, o açoriano Francisco Pinto, de Angra, Ilha Terceira, de cinquenta e três anos e o alentejano Luís Figueira, de Almodávar, que desembarcaram na foz do rio Ceará e foram trucidados pelos índios, com Francisco Pinto sendo devorado. A história da colonização açoriana no Brasil, portanto, pode ser dividida em duas etapas, na medida em que ela teve o seu início no Norte, ainda no século XVII, e prosseguiu no outro extremo da Colônia um século depois. No primeiro caso, a bibliografia que trata do assunto ainda é relativamente escassa e não constam nos dias atuais marcas claramente associadas à presença dos referidos imigrantes na Região, diferentemente do Sul do País, onde não somente a literatura a respeito é mais farta como permanecem vivos alguns traços culturais herdados dos ilhéus. Não obstante esta constatação convém destacar um aspecto ao menos curioso, qual seja a semelhança arquitetônica existente entre o casario do século XVIII do Centro Histórico de São Luís do Maranhão e o da cidade de Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira, o que permitiu a ambas o reconhecimento pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade. A imigração açoriana para o Maranhão e o Grão-Pará se efetivou mediante três correntes, tendo lugar as duas primeiras ainda durante o século XVII e a terceira no século XVIII: A primeira corrente imigratória se deu entre os anos de 1619 e 1632. 1615 – Jorge Lemos de Bettencourt inicia o primeiro projeto de imigração 1616 – Edificação do Forte do Presépio – foz do Amazonas, núcleo inicial de Belém 1618 – 200 casais (mais de mil indivíduos – chegam 95 casais ou 561 indivíduos 1621 – Antonio Lemos de Bittencourt – 40 casais ou 148 indivíduos 1625, mediante contrato celebrado com o governo português, o novo capitão-mor do Maranhão, Francisco Coelho de Carvalho, trouxe mais algumas dezenas de açorianos. 1632, encerrando essa primeira corrente, chegariam mais outras dezenas.
A segunda corrente de açorianos teria ocorrido nos anos de 1675 e 1676 e o motivo principal se deveu à erupção de um vulcão na Ilha do Faial, o que deixou um grande contingente de ilhéus em sérias dificuldades (Lisboa, 1866; Wiederspahn,1979 e Berredo, 1988). WIEDERSPAHN, H. O. ) 1648 – 52 casais ou 365 individuos 1666 – 80 casais ou 250 individuos 1674 – 100 casais ou 500 individuos 1675 – 50 casais ou 234 individuos – 50 casais, 100 individuos
1677 – 50 homens, 47 mulheres e 126 pessoas de família 1750 – 96 casais ou 486 individuos 1752 – 430 individuos 1753 – 900 soldados Uma terceira leva de açorianos destinada à Região Norte do Brasil ocorreu no período entre 1752 e 1756, quando o todo poderoso ministro Sebastião José de Carvalho e Melo - o Marquês de Pombal - procurou empreender uma corrente migratória para o Grão-Pará e o Maranhão, tomando como ponto de partida, mais uma vez, o Arquipélago dos Açores. A partir daí, as migrações concentraram-se nos atuai Pará e Amapá... Num período de 135 anos, chegaram 6.254 indivíduos (MARQUES, 2005): Emblemática, é a história da família Garret na Amazônia, descrita por Gairo Garreto em “Garrett, traficante de escravos”. Originários da Espanha, três jovens irmãos, duas moças e um rapaz, chegam à década de 1730 à vila de Horta, Ilha do Faial. Antonio Bernardo Garret, quase aos 70 anos de idade, deixa suas propriedades nas ilhas do Pico e Faial sob a responsabilidade de um procurador, e dirige-se para São Luis; em 1787 já residida aqui, pois, ao que parece, chegara no ano anterior, e aparece como negociando uma sumaca, visto ser capitão de navio. No início de 1787 encontra-se registro mostrando-o como traficante de escravos... Mas esta é outra história... No século XIX continuou a chegada de portugueses – em especial, açorianos – ao Maranhão... Para Maria Eduarda Fagundes, em OS ESCRAVOS BRANCOS AÇORIANOS (2010): Desde o nascimento como povo, os açorianos conheceram a escravidão. À princípio como vítimas e presas de piratas nas lutas religiosas entre cristãos e muçulmanos e mais tarde como mão-de-obra barata e escrava em terras de novo mundo. Com a proibição do tráfico de escravos no século XIX, os grandes plantadores brasileiros viram-se na condição premente de arranjar gente para trabalhar a terra. Foi na imigração que a politica tentou resolver o problema. Formaram-se grupos legais para contratos de trabalho no exterior, amparados pelos governos. Os portugueses e italianos mais pobres e necessitados eram os mais encontrados para fazerem esse tipo de transação. Assim, toda a região amazônica, do Maranhão ao Pará, do Amazonas ao Amapá foi constituída por esse lastro político açoriano que forjou os costumes, a cultura, as festas, o modo de ser e de estar açoriano, os bailados, as lendas, os mitos e as superstições, o jeito de falar e a alma alegre que se incorporou ao saber local, tornando-se aspectos comuns às duas culturas desde então, resultado da intensidade religiosa milenar e devocional, a moralidade única da palavra dada, o sentido de insularidade e a cultura folclórica que sustentam, ao longo dos séculos, o imaginário popular (MARQUES, 2005). Passados quatro séculos desde a primeira leva de imigrantes, ainda é possível observar vestígios dessa presença em todos os cantos do Maranhão. Vamos ver o caso do “tarracá”... Como “São Macaio”, uma corruptela de “São Macário”, “Tarracá” também é uma corruptela, de “atarracar, atarracado”, expressão que identifica uma forma de luta corporal, pertencente aos Jogos Tradicionais, praticada no Maranhão. VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. TARRACÁ, ATARRACAR, ATARRACADO... Palestra apresentada no Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão em 27 de abril de 2011; publicado na Revista do IHGM 37, março 2011. Os Jogos Tradicionais podem proporcionar estudos diversificados no âmbito da História, da Historiografia, da Psicologia, da Sociologia, da Pedagogia, da Etnografia e da Linguística, entre outros. Este tipo de jogos varia de região para região e possui um significado de natureza mágico-religiosa. É normalmente praticado em épocas bem determinadas do ano ou em intervalos do trabalho agrícola, contribuindo de modo saudável para a ocupação das horas livres.
Em conclusão, pode-se dizer que os jogos tradicionais são criados pelos seus praticantes a partir do reportório dos mais velhos e adaptados às características do local. A denominação de cada um deles evoca por si mesma as suas características e regras principais. Graça Guedes (1989), in http://folclore.pt/jogo-popular-jogos-tradicionais/ Dentre as correntes esportivas contemporâneas, encontramos, dentre outros, os Esportes Tradicionais, esportes consolidados pela prática durante muito tempo - os Esportes das Artes Marciais – provenientes da Ásia, inicialmente praticadas militarmente pelos guerreiros feudais, e hoje práticas esportivas: jiu-jitsu, judô. Karatê, taekwondo; os Esportes de Identidade Cultural, que são aqueles com vinculação cultural: no Brasil, a Capoeira principalmente; são identificadas outras modalidades esportivas de criação nacional, de prática localizada nos seus ”lócus”, inclusive as indígenas: Uka-uka, Corrida de Toras, etc., sem preocupações de práticas por manifestação. “Como acontece com os adversários naturais, Luta Livre elementos absorvidos do jiu-jitsu, assim, como jiu-jitsu elementos absorvidos luta livre no processo de tornar-se "Bjj". Muitos especialistas do jiu-jitsu lutaram profissionalmente no contexto pro-wrestling. Entre algumas das culturas de luta presentes no contexto brasileiro, tendo algum impacto sobre a luta livre brasileira, podemos considerar wrestling huka huka (dos povos indígenas amazônicos), marajoara wrestling (praticado nas areias da Ilha do Marajó), tarracá (praticado no Maranhão) e capoeiragem (especialmente a partir da tradição praticada no Rio de Janeiro). Enquanto alguns especialistas mais antigos vieram do "greco-romano" wrestling contexto, a luta livre também recebeu algumas de suas influências” “Wrestling” (lit. luta) é uma arte marcial que utiliza técnicas de agarramento como a luta em “clinch”, arremessos e derrubadas, chaves, pinos e outros golpes do “grappling”. Uma luta de “wrestling” é uma competição física entre dois (às vezes mais) competidores ou parceiros de “sparring”, que tentam ganhar e manter uma posição superior. Há uma grande variedade de estilos, com diferentes regras tanto nos estilos tradicionais históricos, quanto nos estilos modernos: Técnicas de wrestling foram incorporadas por outras artes marciais, bem como por sistemas militares de combate corpo-a-corpo. Como esporte, com exceção do atletismo, o wrestling é o esporte mais antigo de que se tem conhecimento, e que se pratica ininterruptamente ao longo dos séculos de maneira competitiva. “Grappling” é o nome que se dá a uma técnica de imobilização, ou uma manobra evasiva, a qual se dá por meio do domínio do oponente. Forma de combate muito utilizada em táticas policiais e esportes de contato, como o “wrestling”. O catch wrestling é um estilo tradicional de wrestling que tem várias origens, os mais famosos são os estilos tradicionais da Europa como “collar-and-elbow“, wrestling de Lancashire ou “catch-as-catch-can”, submission wrestling, entre outros, além dos estilos asiáticos pehlwani e jujutsu. “Wrestling” tradicional (em inglês: folk wrestling; lit. luta tradicional) é denominação geral de várias disciplinas de “wrestling” ligadas a um povo ou a uma cultura, que podem ou não ser codificados como um esporte moderno. A maioria das culturas humanas desenvolveu seu próprio tipo de estilo de “grappling”, único se comparado a outros estilos praticados. Enquanto diversos estilos na cultura ocidental podem ter suas raízes na Grécia Antiga, outros estilos, particularmente os da Ásia, foram desenvolvidos de forma independente.
SENHORAS E SENHORES PERMITAM-ME APRESENTAR-LHE… TARRACÁ. […] ladies and gentlemen, let me introduce you to…Tarracá. It was used by a Vale Tudo fighter who called himself “Rei Zulu” in the early 80´s here in Brazil; he kicked (better yet, throwed around) quite a few asses before getting tapped out by Rickson in 1984 (Senhoras e senhores, permitam-me apresentar-lhe… Tarracá. Ela foi usada por um lutador Vale Tudo que se autodenominava “Rei Zulu” no início dos anos 80 aqui no Brasil, ele chutou (melhor ainda, jogou ) um grande número de bundas poucos antes de ser derrotado por Rickson em 1984.) MEU INTERESSE PELO ‘TARRACÁ’ DEVE-SE A UMA CONSULTA DE UM ALUNO DE NOSA UFMA, SE EU TINHA ALGUM CONHECIMENTO DESSE ESTILO DE LUTA, PRATICADA POR REI ZULÚ. ESTAVA A PROCURA DE UM TEMA PARA SEU MESTRADO.
RESPONDI QUE NÃO. E ENTÃO FUI BUSCAR. ELE MESMO ME DEU ALGUMAS INFORMAÇÕES: Durante algum tempo venho interessado em estudar e investigar sobre o TARRACÁ, aparentemente uma luta praticada na baixada que foi “popularizada” pelo Rei Zulú. O Sr. já ouviu falar a respeito? Fala-se que é uma luta indígena praticada em comunidades ribeirinhas. Amigos meus de Pinheiro já confirmaram a existência do tarracá enquanto uma manifestação lúdica, uma brincadeira comum entre pescadores da região. Estou louco para ir até lá e investigar e tentar a posteriori compor um projeto de mestrado referente à temática. O que é o TARRACÁ? Não sei! Nunca ouvira falar, até agora! Mas remeti a questão a alguns Mestres Capoeiras - Mestre Marco Aurélio Haickel, Baé, Mizinho - que certamente darão alguma notícia. Marco Aurélio certamente vai investigar, também, junto ao Mestre Patinho, Mestre Nelsinho, Mestre Índio do Maranhão – apenas citando alguns – que poderão dar notícias do Tarracá. O que se sabe? Apenas aquilo que o Prof. Mayrhon coloca, em sua mensagem: 1. uma luta indígena praticada em comunidades ribeirinhas. 2. uma manifestação lúdica, uma brincadeira comum entre pescadores da região (Baixada) 3. luta praticada na Baixada que foi “popularizada” pelo Rei Zulú.
Temos um ponto de partida! Mestre Baé – da Federação de Capoeira – responde e informa sobre o “ATARRACAR” em correspondência eletrônica, Recebi seu Email, Com relação ao tema ATARRACAR; posso lhe adiantar o seguinte: desde criança tenho ouvido falar, assim como quase todos que também como eu sou da Baixada maranhense, grande parte da minha família é de Viana, Penalva, e Municípios vizinhos. Minha família sempre foi voltada para criação de gado e pescaria no interior, quando éramos crianças sempre a gente se atarracava um com o outro na beira do curral ou do rio e até no campo para ver quem era melhor de queda e isso porque a gente via os mais velhos fazerem também ,meus avós e tios/avós falavam que isso sempre existiu o nome ATARRACAR e conhecido em vários interiores do Maranhão mas nunca ouvir dizer que era uma LUTA ou eu tenho lido algo afirmando ser luta, sempre foi o nome dado a forma de nos pegarmos para dar uma queda no outro em um corpo a corpo mais nunca foi denominado como luta até porque era baseada mais na força física e jeito de cada um pegar e arremessar o outro no chão através de uma queda. Luta pelo que eu tenho conhecimento possui técnica, bases, nomenclatura de movimentos, regras e etc.. Em outra correspondência, recebida de Mestre Marco Aurélio, em que indaguei sobre a busca da origem do “TARRACÁ”, estilo de luta livre (hoje seria MMA) adotado pelo lutador maranhense Zuluzinho, que aprendera com seu pai, o Rei Zulú; Zulu, criado em Pontal, no interior do Maranhão, onde aprendera uma luta cabocla praticada e ensinada por índios e negros da região: o Tarracá: Quanto ao Atarracado, desconheço sua presença no centro-sul do Maranhão, apesar de poder haver, mas é uma prática muito comum no centro-norte, pelo menos na região do Pindaré e na Baixada, nesta última, pelo que já ouvi de alguns capoeiras originárias daquela região das águas falarem-me a respeito. No que diz respeito à sua presença na região do Pindaré é fato, pois eu mesmo a praticava bastante, tendo sido ao longo do tempo, na qualidade de menino, e aí vai até meus doze (12) anos, a base de tudo o que sabia nas minhas ”brigas de rua”. Apesar de ter nascido em São Luís, me criei, desde bebê, até os sete (07) anos de idade, na cidade de Pindaré-Mirim, outrora, Engenho Central, e em sua origem, Vila São Pedro. Como toda criança ribeirinha, as brincadeiras eram em torno do rio, dos lagos e igarapés, ou então nas várzeas, e aí, não faltavam os embates. Lembro-me que a minha afinidade com a prática era bastante estreita, talvez, por desde pequenino ter sido corpulento, de maneira que não era muito afeito à briga “corpo fora”, como se dizia, mas, mais no “atarracado“, ou “corpo dentro”,
o que se dava a partir de uma cabeçada. A ponto de quando ousava me aventurar pelo “corpo fora”, na maioria das vezes saía perdendo… Quanto à origem do Atarracado – Tarracá -, Mestre Marco Aurélio diz: [...] não sei afirmar, se indígena ou africano, quiçá, até mesmo européia, nesta senda, somente pesquisando-se para buscar referências. Posso afirmar, no entanto, o que não quer dizer que a priori seja africana, é que tive oportunidade de ver, em um evento internacional de lutas de origem africana, em Salvador/BA, em 2005, quando levamos daqui, a “Punga dos Homens” , uma prática que existe rasteiras e desequilibrantes, no tambor de crioula, um pessoal de Angola/África, apresentar a Bassúla, uma luta, a despeito de alguns golpes diferentes, muito semelhante ao Atarracado, pois imediatamente, quando vi os angolanos praticando-a, eu achei bastante parecida com o Atarracado, impressão esta, também denunciada pelo Mestre Alberto Eusamor, que lá estava comigo, assim como tantos outros, representando o Maranhão. No que diz respeito a uma influência indígena direta, e que é uma brincadeira da região do Pindaré e, acho, da região Norte como um todo, é o “Cangapé”, uma espécie de rabo de arraia e outros molejos que se pratica lançando-se para cima do contrário, na água. Em outra mensagem eletrônica, Mestre Marco Aurélio acrescenta:
Falei de como o atarracado tem semelhança com a Bassúla, luta de um país africano (Angola) e, no entanto, não me lembrei, na oportunidade, de falar de uma luta de origem indígena, o que se faz necessário, para ponderarmos, tratase do Uka-Uka, um embate indígena, que consiste em fazer com que o contrário ponha um dos ombros no chão, hoje, ocorrente durante o “Quarup” um grande evento-cerimonial existente entre os povos do Alto-Xingú. Mas poderiam perguntar o que uma prática existente entre povos indígenas do Alto-Xingú tem a ver com uma prática ocorrente no Maranhão? Segundo Roberto da Mata, desculpem-me não dispor da referência bibliográfica, os povos Krahô e Xavante saíram em uma corrente migratória, a partir do Maranhão, para onde se encontram hoje, respectivamente, Tocantins e Alto-Xingú. Daí há de notar-se que o Maranhão em razão de ser banhado por inúmeras e grandes bacias hidrográficas era e é um celeiro de alimentos, o que deve ter sido berço de inúmeros povos indígenas, entre atuais, extintos e migrantes. Talvez, esse berçário, para os que possuem uma visão míope, e consideram que o maranhense tenha uma cultura ”preguiçosa” é por desconhecerem exatamente esse manancial de alimentos que é e, que outrora, tenha sido ainda mais. Sobre o Uka-uka, andando por esses interiores, fui encontrar em Carutapera o estilo ‘onça pintada’, introduzido na região por um mestre paraense – Mestre Zeca – baseado em luta de antiga tradição marajoara – o agarre marajoara – conforme Campos, Pinheiro, Gouveia, luta marajoara (2019); lembrando que muitas das nações indígenas que se estabeleceram na Ilha do Marajó foram ‘desterradas’ do Maranhão durante o período colonial; inclusive, há certa semelhança entre as cacarias encontradas nas estearias do lago Cajari com motivos marajoaras: Turiaçu fica bem próximo de Carutapera, na mesma região do Turi. O grupo de Carutapera denomina-se ACANP – Associação Capoeira Arte Nossa Popular – fundada por Mestre Zeca, de Belém do Pará – Jose Maria de Matos Moraes. A ACANP é filiado da Federação Paraense de Capoeira; o estilo praticado é o “Angola com Regional”, estando desenvolvendo, em Maracassumé, e introduzindo em Caratupera, o estilo desenvolvido pelo Mestre Zeca, que denominam de “Onça Pintada” – que seria uma fusão da Regional com o Agarre Marajoara. De acordo com Álvaro Adolpho, de Belém do Pará, ex-diretor do Departamento de Educação Física do Pará, o “Agarre Marajoara” é uma luta desenvolvida pelos índios da Ilha do Marajó – que guarda uma certa semelhança com o Ukauka - havendo registro de sua pratica ha mais de 300 anos. De acordo com o Prof. Álvaro, talvez seja a primeira lutaesporte com registro de sua pratica no Brasil. Wing Chun Lawyer se posiciona, em sítio dedicado ao MMA: Eu sinto que não tenha dados mais concretos sobre Zulu. Ele lutava dependente basicamente de sua força impressionante, e foi-me dito que ele conseguiu lançar Rickson fora do ringue um par de vezes antes de serem apresentados. Principalmente o que eu encontrar on-line são posts no fórum com informações úteis ou não mais confiáveis, em inglês ou em português. Eu pensei que era um assunto interessante porque, bem, parece que Tarracá
foi criado do zero – as habilidades de boxe de Rei Zulu realmente estranhas, seus movimentos são estranhos, e olhar áspero - embora alguns dos seus lances faria muita inveja a um judoca. Só sei ele afirma ter criado Tarracá do zero porque eu achei uma entrevista muito curta sobre um blogspot, aparentemente ainda luta e executa um ginásio onde ele ensina Tarracá. Rei Zulú é a maior referência do “Vale Tudo” no/do Maranhão. Nascido Casimiro de Nascimento Martins, em 09 de junho de 1947 é um lutador de Vale-Tudo: “criado em Pontal, no interior do Maranhão. Lá, aprendeu a Tarracá, luta cabocla praticada e ensinada por índios e negros da região. Como seus 17 irmãos, nunca frequentaram a escola. Cresceu forte e brincalhão. Aos 14 anos, mudouse com a família para a Vila Ilusão (sic, Luisão), na Ilha de São Luís.” (LAROCHE, 2010) (grifos nossos). É pai do também lutador Zuluzinho. Em entrevista (Budo International, Blackbelt) Zuluzinho enumera seu jiu-jítsu (faixa-roxa) e Vale Tudo, afirma ter aprendido Tarracá com seu pai, responsável pelo método de treinamento utilizado pelo lutador em todos esses anos. Rei Zulu nunca praticou artes marciais, desenvolveu seu estilo próprio que se aproxima de brigas de ruas: Eu só sei que ele afirma ter criado Tarracá a partir do zero, porque eu encontrei uma entrevista muito curto em um blogspot, aparentemente, ele ainda luta e corre uma academia onde ensina Tarracá. (WingChun Lawyer) Mauricio Kubrusly, em “Me leva Brasil” entrevistou Rei Zulu em São Luis do Maranhão, onde reside: Quem primeiro me treinou foi meu pai. E tem a prática com zorras, os pneus… é que no interior chama zorras. E ele conhecia também o tarracá, a luta dos índios. Marc Magapi, em outra reportagem, descreve o ritual do Rei Zulú em suas lutas, como também informa ser seu pai o criador do estilo que “desenvolveu”: Rei Zulú (Eu como até ferro derretido) – Nascido em São Luiz, Maranhão, este folclórico lutador, é protagonista de inúmeras histórias por conta das décadas em que praticou o vale tudo (um cartel com mais de 250 lutas). Zulú entrava no ginásio, seguindo um ritual, que tinha início com uma volta olímpica, na qual saudava o público presente, sempre com o braço esquerdo estendido. Ao subir no ringue, o maranhense jogava-se no chão, rolava para o lado, dava cambalhotas, movimentava os ombros para frente e para trás e fazia inúmeras caretas. Zulú tinha a característica de zombar de seus adversários, acreditando sempre em sua força descomunal para vencê-los no momento que bem quisesse. Um autodidata do mundo das lutas, que sempre se disse representante do “Tarracá”; estilo criado por seu pai, que consistia basicamente em se “atracar” com o adversário, nunca teve aulas de jiu-jitsu, capoeira ou luta livre em uma academia. Esse mesmo autor informa ter havido em São Luís do Maranhão uma “arena de lutas”, denominada de “Terreiro Tarracá”, no Bairro do João Paulo, onde era disputado um campeonato semanal de Vale Tudo, conforme se vê em “O encontro de Magapi com Rei Zulú” : 1997 São Luis - MA - tem uma faixa lá no João Paulo (bairro) chamando as pessoas para assistir o (pásmem!!!) semanal campeonato de vale tudo do Tarracá e dizendo que o Rei Zulú vai lutar movimentadas com uma média de 3 minutos para cada uma [...] nesse local tinha luta todo final de semana mesmo [...] Era um sábado, o local era escuro, a entrada era R$5,00 e no programa estavam confirmadas 6 lutas. O nome do local é Arena do Tarracá ou Baixada do Tarracá. Além da correspondência do Marco Aurélio, recebo de Javier Cuervo, lá das Astúrias (Espanha) um comentário, de que no Calahari sub-sahariano, entre os bosquímanos, luta semelhante àquela apresentada pelo Rei Zulu; mandou-me vídeo via iutube, demonstrando as semelhanças, comparando-se com o da luta de Rei Zulu e Rickson Gracie , nos anos 80…, disponível em vídeo do link anexo: E “Batuque duro” do Kalahari -1930. Encontrei, ainda, descrição de luta-jogo semelhante, trazida por vaqueiros portugueses - de origem açoriana - durante o período colonial, a Galhofa - o “wrestling tradicional transmontano” - que se define como um desporto de combate. É tida como a única luta corpo a corpo com origens portuguesas. Tradicionalmente, este tipo de luta era parte de um ritual que marcava a passagem dos rapazes a adultos, tinha lugar durante as festas dos rapazes e as lutas tinham lugar à noite num curral coberto com palha. Em depoimento de Álvaro (Vavá) Melo, de Osvaldo Pereira Rocha, e de Edomir Martins, jovens nos seus mais de 80 anos, que quando crianças e adolescentes, costumavam praticar o ‘atarracado’ e o ‘atarracar’, na região da baixada, onde morava; Osvaldo Rocha, ilustre pesquisador e historiador, disse-me que, embora franzino, costumava ganhar
algumas das ‘brincadeiras’, pois o segredo era a agilidade em agarrar a perna do adversário e levá-lo ao chão; tão logo autorizado o combate, a rapidez com que se lançava ao adversário era fundamental. Já Álvaro Mello, Vavá, presidente da Federação das Academias de Letras do Maranhão, cronista do Arari e de São Bento, deu seu depoimento, ressaltando que os embates se davam na beira do rio, e os combatentes saiam cobertos de lama; O mesmo disse Aymoré Alvim – ilustre pesquisador hoje aposentado, da nossa UFMA/Medicina. De Barreirinhas, em conversa com alguns professores de educação física de algumas comunidades do interior daquele município, falaram-me haver por ali, ainda, um jogo/luta semelhante ao descrito, mas que ali, denominavam de ‘queda’. Coincidentemente, no mesmo dia em que retornei daquela cidade recebi do Javier o material abaixo:
UMA CONCLUSÃO POSSÍVEL Rei Zulú, que praticava o que denominou de “tarracá” em sua infância, como atividade corriqueira, jogo/luta de sua infância, e dada suas características físicas, em um dado momento, ainda no quartel, vale-se de ambas – a forma de ‘luta’ e a força – para conquistar um espaço, que vem a se tornar uma profissão. Para justificar seu estilo peculiar – força bruta – e por não ‘pertencer’ a uma escola do então Vale Tudo, ‘inventa’ a tradição de luta aprendida dos índios, TARRACÁ – atarracar, segundo Baé, ou atarracado, segundo Marco Aurélio – que vai se constituir em um estilo - maranhense – disseminado tanto por Zulu, em suas investidas no mundo da luta livre pelo mundo afora, como por seu filho Zuluzinho, quando coloca que seu estilo fora criado por seu pai – quem o treinava - e se chamaria ‘Tarracá’, de tradição indígena e negra, maranhense… Encontrado que em diversas regiões do Maranhão, ainda hoje se pratica essa luta, que recebe diversas denominações – tarracá, atarracado, atarracar, queda... – de origem possível portuguesa, trazida por vaqueiros açorianos.
CREF21 – MARANHÃO DENISE MARTINS DE ARAÚJO LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ 1998 - criação do Sistema CONFEF/CREF’s, definida a meta de criar 27 Conselhos Regionais de Educação Física, possibilitando aos diversos estados da federação terem os seus próprios órgãos de representatividade da categoria. Contudo, foram estabelecidos os princípios de que os CREF’s seriam criados à medida que se comprovasse a sustentabilidade financeira, administrativa e política. 1999 - Com a regulamentação da profissão e estabelecimento do Sistema CONFEF/CREFs, o Maranhão foi inserido no CREF5 que abrangia todos os estados da região Norte e Nordeste. 2001 - efetivada a criação de quatro novos CREFs e o CREF5 passou a abranger apenas os estados do Ceará, Maranhão, Piauí, Bahia, Sergipe, Pernambuco e Alagoas. 2003 - Em razão do desenvolvimento constante do Sistema CONFEF/CREFs, fez-se possível a criação de mais dois novos CREFs: CREF12/PE-AL e CREF13/BA-SE. Com isso, o CREF5 passou a ter área de abrangência nos estados do Ceará, Maranhão e Piauí. 2015, com o crescimento da Educação Física em todo o Brasil, houve a necessidade da criação de uma regional do CREF5 no Piauí, quando o Maranhão se tornou Seccional do CREF15/ PI-MA. 2019, o Maranhão deu um passo em direção ao fortalecimento da profissão no estado, feito muito comemorado. “Gostaria de agradecer o voto de confiança do Sistema CONFEF/CREFs e a toda minha equipe que esteve comigo durante todos esses anos, sem desistir, acreditando nas minhas palavras de que um dia nosso CREF sairia. Demorou, mas saiu”, celebrou a representante do órgão. Telefone 98 3304-2149 · 99230-2149 Endereço Ed. São Luís Multiempresarial Av. Colares Moreira salas 1008 e 1009 Jardim Renascença II São Luís · MA · CEP 65075-441 E-mail cref21@cref21.org.br
CREF21/MA | Conselho Regional de Educação Física 2019 - CREF21/MA é criado no Maranhão: A profissionalização dos serviços, as exigências administrativas, especificidades e demandas da região indicavam a necessidade do sistema se expandir e chegar cada vez mais perto dos profissionais. No dia 25 de outubro de 2019, o CREF21/MA deu um passo definitivo para sua consolidação. Na ocasião, foram empossados 28 Conselheiros Regionais (20 ativos e oito suplentes) para a gestação 2019-2021. A Presidente da então Seccional Maranhão, Denise Martins [CREF 000080-G/MA], foi eleita para conduzir o órgão pelo próximo mandato. Para Denise, a criação do CREF21/MA é um anseio antigo. “O Maranhão é um estado grande, com 217 municípios. Por isso, enquanto seccional, todas as vezes que precisávamos de fiscalização, de informações mais detalhadas, tínhamos dificuldade, porque estávamos atrelados a um CREF responsável pelo Ceará, que já é grande, ́ “Podem esperar comprometimento e lealdade com os interesses da sociedade e da além do Piauí”. profissão, pautados no cumprimento do nosso código de ética e seguindo criteriosamente o nosso Estatuto”
2020 - CREF21 e PROCON-MA realizam fiscalização conjunta em São Luís: Com a retomada das atividades em academias, boxes e estabelecimentos afins, o CREF21 realizou, em parceria com o PROCON-MA, uma série de fiscalizações. O objetivo é verificar se as orientações previstas na nota técnica do Conselho e as determinações da Prefeitura de São Luís estão sendo seguidas. Entre as principais irregularidades encontradas, estão: » Ausência de lembretes/cartazes contendo as orientações para os alunos; » Ausência de kits de limpeza em quantidade suficiente para higienização dos equipamentos. “Respeitando as regras exigidas, vamos evitar retomar o quadro de contaminação e conter a transmissão da doença, através do cumprimento das normas decretadas. Precisamos entender que neste momento todos estamos aprendendo mas, para isso, contamos com a colaboração das pessoas”, disse a profª Denise Araújo. 2021 - Semana do Profissional de Educação Física reforça importância dos profissionais para a saúde da população no pós-pandemiaor CREF21/MA Conselho Regional de Educação Física da 21ª Região
24/09/2021 Eles também são considerados profissionais de saúde e tem papel fundamental na saúde pública pós-pandemia. Os profissionais de Educação Física vem mostrando sua importância na sociedade e o Conselho Regional de Educação Física da 21ª Região – CREF21 deu grande contribuição nesse sentido, através da segunda edição da Semana do Profissional. O presidente do CREF21, prof Ubiracy Campos, vem destacando que “com o efeito devastador da pandemia, muitas pessoas se deram conta de quão fundamental é a prevenção, de quanto faz diferença ter hábitos saudáveis, e parte desses hábitos é a prática de atividade física. E nesse contexto, os profissionais de Educação Física vem sendo fundamentais, mesmo com as limitações”, disse. O evento conseguiu ser ainda mais bemsucedido que a edição de 2020, e trouxe pesquisadores de renome nacional para cursos e palestras, realizadas em formatos híbridos, voltadas para profissionais e estudantes da área. Entre os participantes, estavam o Prof. Dr. Antônio Ricardo Catunda, referência na área de Educação Física Escolar, Prof. Me. Jorge Steinhilber, ex-presidente do CONFEF e o mineiro Prof. Dr. Rodrigo Gonçalves Dias, vencedor do Prêmio Jovem Cientista. Além da capital, São Luís, programações como aulas de dança, recreação, café da manhã e encontros aconteceram simultaneamente em diversos municípios, como Bacabal, Caxias, Balsas, Colinas, São João dos Patos e Imperatriz, esta última recebendo o encerramento da semana. A conselheira federal, profª Denise Araújo, relembrou a luta
de décadas pela regulamentação e reconhecimento da profissão, destacando que “quando começamos na luta pela regulamentação da profissão, há 22 anos, o esporte existia, a Educação Física existia, mas não no lugar onde deveria estar. E hoje temos um evento como este, que mostra a trajetória que percorremos e como cada dia mais nossa profissão é importante, principalmente neste momento pós-pandemia”. 2021 - ABRIL - Confira as ações realizadas pelo CREF Itinerante na Baixada Maranhense: Em mais uma edição do CREF Itinerante, o Conselho esteve na Baixada Maranhense nos dias 26 e 27 de abril, levando ações que foram apresentadas em balanço. Nas 10 cidades visitadas, foram realizadas 15 empresas fiscalizadas e 85 atendimentos a profissionais e empresas, além de encontros importantes com representantes das classes nos municípios. “O diálogo permanente com profissionais de todas as regiões do estado e a oferta de serviços são os motivos pelos quais o CREF Itinerante foi criado e segue sendo realizado, obedecendo aos protocolos sanitários. Em breve, estaremos na estrada novamente, com essa ação tão importante”, destacou o presidente do CREF, Ubiracy Campos.
MAIO - CREF divulga balanço da itinerância na região dos Cocais: oEm mais uma edição do CREF Itinerante, o Conselho esteve na região dos Cocais entre os dias 10 e 14 de maio, levando ações que foram hoje apresentadas em balanço. Nas 3 cidades visitadas, Timon, Caxias e Codó, foram realizadas 39 fiscalizações e 53 atendimentos a profissionais e empresas, além de encontros importantes com representantes das classes nos municípios. “O diálogo permanente com profissionais de todas as regiões do estado e a oferta de serviços são os motivos pelos quais o CREF Itinerante foi criado e segue sendo realizado, obedecendo aos protocolos sanitários. Em breve, estaremos na estrada novamente, com essa ação tão importante”, destacou o presidente do CREF, Ubiracy Campos.
- CREF Itinerante Imperatriz: O Conselho esteve em Imperatriz, na Região Tocantina, com os serviços administrativos e a fiscalização em mais uma edição do CREF Itinerante. Novos registros profissionais e de empresas, atendimentos e visitas a estabelecimentos, além de reuniões com os conselheiros da região e autoridades locais para discutir avanços para classe e aproximando o Conselho de quem faz a Educação Física acontecer! INFORMATIVOS CREF - Informativos | CREF21/MA
Por C MA Conselho Regional de Educação Física da 21ª Região
RUGBY LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Origens O Rugby surgiu na Inglaterra em 1823, sendo o marco de memória sempre citado, a criação, nesta data, da Rugby School of England. Em 1871, foi organizada, também na Inglaterra a Rugby Union, uma instituição que deu partida à expansão do esporte nos países de língua inglesa, e depois no âmbito internacional. Hoje (2006) há 80 países que apresentam iniciativas de Rugby, cuja característica comum é a manutenção do amadorismo. No Brasil, a modalidade apareceu também na segunda metade do século XIX, naturalmente praticado por ingleses e/ou seus descendentes brasileiros. Em 1950, Tomás Mazzoni escreveu um livro sobre as memórias do futebol em que confirma tal fato, atribuindo uma origem comum a ambos os esportes no país. Segundo o historiador Paulo Várzea, o primeiro clube de esportes que adotou a modalidade no Brasil foi fundado em 1875, por H. L. Wheatley, C. D. Simmons, A. MacMillian, Amaral, Robinson e Cox, recebendo, posteriormente, a denominação de Paissandu Cricket Clube. Neste clube, deficiências do campo para a prática do football contribuíram para a realização dos primeiros exercícios de Rugby. Em 1891 foi criado, também no RJ, o Clube Brasileiro de Futebol Rugby, o primeiro a cultivar efetivamente este esporte no Brasil. Os fundadores foram Alfredo Amaral Fontoura, Virgílio Leite, Oscar Vieira de Castro, Edwin Ral, Sidney Cox, Augusto Amara e Luiz Leonel Moura. Este último era recém-chegado da Inglaterra, onde fora educado e aprendera o Rugby. Em 1896, ainda segundo Mazzoni, regressava dos EUA o professor Augusto Shaw, do Mackenzie College, mais um que passou a desenvolver o esporte no país. O próprio futebolista Charles Muller – um dos pioneiros do soccer no Brasil – foi um jogador de Rugby, tendo organizado, em 1895, o primeiro time em São Paulo. Rugby CARLOS JOSÉ BARCELLOS DE OLIVEIRA E FERNANDO LUÍS DE OLIVEIRA. IN DACOSTA, LAMARTINE (ORG.). ATLAS D O ESPORTE NO BRASIL. RIO DE JANEIRO: CONFEF, 2006 10.33. Características técnicas do Rugby / Rugby: basic rules - O Rugby é disputado nos mesmos campos de grama utilizados pelo futebol. Para o seu exercício, a modalidade exige grandes áreas perpendiculares após ambas as linhas de fundo, além de traves, em forma de um grande H. Aproveitando as balizas que existem nos inúmeros campos de futebol em todo o país, para jogar o Rugby instalam-se dois postes, nos mais diversos materiais. Alguns materiais de proteção ao corpo podem ser utilizados pelos jogadores como capacete, ombreiras, boqueiras e caneleiras. O jogo decorre em dois tempos de 40 minutos, além de incluir um terceiro tempo de jogo durante o qual, independentemente do resultado, os jogadores se confraternizam com a troca de presentes, bebidas, música e brincadeiras. As equipes são compostas por 15 jogadores, distribuídos entre as oito primeiras posições avançadas, conhecidas como “forwards” e pelas sete restantes, chamadas de “linha”. Suas características básicas são o uso das mãos e pés e tem sua pontuação da seguinte forma: “Try”: significa apoiar a bola na região atrás da linha de fundo adversária “in-goal”: vale 05 pontos. Conversão: após um “try”, a equipe tem o direito a um chute, em qualquer ponto da reta ortogonal, ao local de contato da bola no “ingoal”, perpendicular à linha de fundo. O chute vale 02 pontos se a bola passar por cima do H. “Drop-Kick”: é um chute de bate pronto. Chutar, após a bola bater no chão, durante o jogo, e se a bola passar por cima do H, vale 03 pontos. “Penalty”: consiste em chute direto, de bola parada, para o H, após a equipe ter sofrido uma infração grave. Neste caso, a equipe pode optar pelo chute, havendo a conversão por cima do H; vale 03 pontos. A dinâmica do jogo está na condução das bolas com as mãos, com os passes obrigatoriamentepara trás, exceto quando chutada ou conduzida com os pés, respeitando-se as leis de impedimento. Neste caso, somente podem participar da jogada, além dos adversários, apenas os jogadores que estavam atrás da linha do chutador, no momento do chute. Somente o jogador que estiver portando a bola fica sujeito a ser derrubado por seu adversário, num lance conhecido com “tackle”, ou seja, o choque direto, restando ao portador a alternativa de se esquivar ou aplicar o “hand–off”, que é o uso de uma das mãos para se defender do golpe. Existem ainda os dois tipos de agrupamentos de, no mínimo 02 jogadores, como procedimentos normais de defesa e conhecidos como “maul” e “ruck” realizados, respectivamente, em pé e no solo, sem que haja a interrupção pelo árbitro. Enquanto existir condições de prosseguimento da partida, não há infração das regras do jogo. A saída de jogo corresponde a um chute que parte do meio do campo em direção à equipe adversária e o jogador fica obrigado a ultrapassar a distância de, no mínimo, 10 metros para frente. Na hipótese do não
cumprimento e, a critério do adversário, sujeita-se a uma nova saída, idêntica ou através de um “scrum” no meio do campo, com a posse invertida para o adversário. 10.34 DACOSTA, LAMARTINE (ORG.). ATLAS D O ESPORTE N O BRASIL . RIO DE JANEIRO: CONFEF, 2006 Rugby 7s ou rugby de sete é uma variante do rugby sancionada pela World Rugby jogado com apenas sete jogadores em cada time e em dois tempos de sete minutos cada. Essa variação do esporte é bem popular na Europa, na Oceania e em alguns países da Ásia. Em geral, a variação exige mais destreza dos jogadores, por essa razão eles geralmente são mais leves e rápidos comparados aos do rugby XV. A grande vantagem que o rugby de sete possui é o fato do jogo e das competições serem disputadas em um curto período de tempo, uma competição de rugby de sete dura geralmente 1 ou 2 dias. Em países em que o rugby tem pouca popularidade geralmente usa-se o rugby de sete em jogos de exibição para promover o esporte. Campo do Melrose Rugby Football Club na Escócia, onde nasceu o rugby sevens. O rugby sevens foi criado em 1883 por Ned Haig na cidade Melrose na Escócia como um evento de arrecadação de fundos para o seu clube o Melrose Rugby Football Club que também incluía outras competições associadas ao rugby como corridas com a bola, campeonato de drop kicks, campeonato de dribles, além da Melrose Cup de rugby sevens como campeonato principal onde participaram 8 clubes. O grande sucesso do campeonato fez com que a modalidade se espalhasse por outras cidades. Até hoje a Melrose Cup ainda é disputada anualmente na Escócia como parte do circuito Borders Sevens contando inclusive com a participação de equipes do Japão, do Uruguai e da África do Sul. https://pt.wikipedia.org/wiki/Rugby_sevens
A Liga Nordeste de Rugby XV, também conhecida como Campeonato Nordestino de Rugby, ou simplesmente Nordestão, é um torneio disputado anualmente por times de categoria adulto masculino dos estados do nordeste do Brasil, que se enfrentam para ver quem é o campeão nordestino. O campeão da Liga qualifica-se para a Copa do Brasil de Rugby. Caso o vencedor já esteja na Copa do Brasil, o classificado será o próximo da tabela de classificação.[1] O Campeonato: O torneio é aberto a todos as equipes de rugby do Nordeste que confirmem participação. O objetivo principal é o desenvolvimento do esporte nessa região, servindo de instrumento para a diversão dos envolvidos e formação de árbitros, treinadores e dirigentes. Porém com o crescimento da modalidade no Brasil inteiro, se espera a adição de novas equipes de outros estados nordestinos na competição para as próximas edições.
Maranhão Fundação
Equipe Associação Maranhão Rugby "Bumba Rugby" Facebook
14/05/2011
Sampaio Rugby (Associação Atlética Upaon Açu) Facebook 25/03/1923 (rugby SET/2012)
Cidade São Luís São Luís
Confederação Brasileira de Rugby (brasilrugby.com.br) RUGBY NO MARANHÃO Fonte: GOMES, Leandro Olívio Carvalho. ASSOCIAÇÃO MARANHÃO RUGBY – a gênese do Rugby no Maranhão. São Luís: EDUFMA, 2015. 2011 – um grupo de cerca de 20 pessoas se reuniu na Praia de São Marcos, próximo à Barraca Paradise para a prática despretensiosa do Rugby; pensada, inicialmente, a formação de uma equipe – Maranhão Rugby Clube - , definindo-se por Associação Maranhão Rugby. - Juan Frota, após ver reportagem sobre esse primeiro jogo, pelo jornalismo esportivo da Mirante/Globo esporte, resolveu conhecer o grupo que praticava Rugby na praia.; Jogava essa modalidade desde os anos 2.000, quando residiu na Austrália, tendo participado, também, de outras equipes no Brasil, passando a ser treinador e capitão do time.
- AGOSTO – os treinos passaram a ser realizados no campo da Associação de Moradores do Cohajap e no campo da Associação dos Magistrados do Maranhão - SETEMBRO – realizado jogo amistoso com o time do Piauí Rugby; o primeiro jogo acabou sendo um desafio interestadual, realizado no dia 24 de setembro, no campo da Associação dos Moradores do Cohajap. Partida organizada pelos próprios atletas. Vencida pelo Piauí, pelo placar de 19 x 5. - A Associação Maranhão Rugby retribuiria a visita, jogando em Teresina, sua segunda partida, também vencida pelos piauienses, criando-se uma grande rivalidade entre os estados. - NOVEMBRO, 11 - realizada uma ultima partida amistosa, tendo como adversário da Associação Maranhão Ragby – Bumba Rugby – o Acemira Rugby, de Belém do Pará, realizada a partida no campo da AERCA – Associação Esportiva Recreativa Carajás, vencendo por 62 x 5. 2012 – A Associação Maranhão Rugby se prepara para participar da Liga Nordeste de Rugby FEVEREIRO, 11 – a AMARU – Associação Maranhão Rugby –realiza sua primeira competição oficial, contra o time cearense Centuriões Rugby Clube. O confronto ocorreu no campo do SESI Araçagy, com o resultado de 31 x 0 para a AMARU. Os tries foram marcados por Marcos Bispo, Carlos Marvel, Jhonatan Meir e Joel Félix, e três conversões de Marcelo Cintra. - a segunda partida pela Liga Nordeste foi contra a forte equipe do Piauí Rugby, com a primeira vitória dos maranhenses sobre o Piauí, pelo placar de 13 x 10, jogo realizado no estádio Ananias Silva, em São Luis. - no jogo decisivo, realizado em Teresina, contra o time cearense Sertões Rugby; MAIO - Fim de semana especial para a Associação Maranhão Rugby. Jogando em Teresina o “Bumba Rugby” conseguiu, neste sábado (12), a classificação para a final da Liga Nordeste de Rugby XV, o “Nordestão”. O jogo que decidiu o representante do Grupo Norte da Liga foi entre Maranhão Rugby e Sertões Rugby (CE). Em uma partida disputada, onde as duas equipes tinham chances de classificação, os maranhenses levaram a melhor, vencendo o confronto com um placar de 25 x 17. O Maranhão Rugby irá decidir o título com o vencedor do Grupo Sul que será conhecido na partida entre Potiguar Rugby e Recife Rugby, marcada para o dia 20. em Natal-RN.
JULHO, 14 – na final da Liga Nordeste, jogo realizado em Natal-RN, contra o Alecrim Futebol Clube, perdendo por 45 x 0, após uma estafante viagem de 24 horas, de ônibus. - a AMARU passou ase concentrar para a temporada de Rugby Sevens, versão que conta com apenas sete (7) atletas em campo, e com dimensões menores. Há que se ressaltar que nessa versão, se disputam váris partidas em um mesmo dia, geralmente 4 a 5 jogos. JULHO, 21 – participação da AMARU em torneio realizado em Teresina, etapa do Circuito Nordeste de Rugby Feminino, quer marca a estreia da equipe feminina da AMARU. Ao mesmo0 tempo, acontece torneio paralelo, Taça Osmar Teixeira de Rugby Sevens, também a primeira partida de Rugby Sevens da equipe masculina
SETEMBRO, 7 e 8 – organização da São Luis Sevens, realizada no campo do SESI Araçacy, com a participação de cinco equipes masculinas e três equipes femininas. A AMARU sagrou-se campeã, rerrotando na final a forte equipe do Acenira Rugby, do Pará, por 26 x 12. OUTUBRO - após essa competição, uma série de polemicas, discordâncias e disputas políticas envolveu o Rugby maranhense, levando a uma cisão, surgindo uma segunda equipe, a Associação Atlética UpaoAçu, que formaria parceria com o Sampaio Correa Futebol Clube, formando assim o Sampaio Rugby OUTUBRO, 9 – A AMARU se organiza, e em reunião no Edifício Saint Louis, no São Francisco, aprova seu Estatuto Social, realizando a primeira eleição de diretoria, tendo Fabricio Gomes na presidência e Frederick Brandão como vice. 2013 – JANEIRO – realizados cursos técnicos de arbitragem, organizados pela Confederação Brasileira de Rugby FEVEREIRO, 23 – primeiro embate entre as duas equipes de Rugby maranhense, na fase de grupo da Liga Nordeste, com a AMARU levando vantagem, vencendo o primeiro derby por 22 x 8, em jogo realizdo0 no campo do SESI Araçagy; no jogo de volta, nova vitória pelo placar de 27 x 21. - Devido à cisão, ambas equipes ficaram enfraquecidas, perdendo, então, as quatro partidas realizadas contra a equipe do Piauí Rugby - Ano de reformulação, busca de novos atletas, possibilitou a participação de três equipes da AMARU no Circuito Interestadual de Rugby Sevens, na etapa Teresina. OUTUBRO – realizada a etapa maranhense do Circuito de Rugby Sevens, no campo do IPEM, com a segunda edição do São Luis Sevens. 2014 – Na Liga Nordeste 2014, a AMARU perdeu todos os seus jogos MARÇO, 12 – por motivos acadêmicos, o presidente Fabricio Gomes afastou-se da direção, definica uma nova diretoria com Markus Trinta eleito presidente, e Marcos Bispo como vice. MAIO, 3 – realizado um evento internacional de Rugby, com a AMARU enfrentando o Vie Bagaj, time de veteranos da Guiana Francesa, vencedor da partida por 47 x 9 - Realizadas as etapas do Circuito Interestadual de Rugby Sevens, com a primeira etapa em Teresina; a segunda, realizada em São Luis
Diretora do Ana Neri Educação Profissional, Loutegards Pereira, e coordenadora de comunicação, Luana Carvalho, recebem a atleta Rafaela Silva
2017 - O Maranhão estará bem representado no Circuito Brasileiro Feminino de Rugby. A atleta maranhense Rafaela Silva, conquistou com o time Delta Rugby, do Piauí, uma das quatro vagas para o Super Sevens, o equivalente ao Campeonato Brasileiro da modalidade, e terá vaga garantida nas seis etapas do torneio nacional este ano. O classificatório foi disputado entre os dias 25 e 26 de março, em Florianópolis (SC). Destaque do rugby maranhense nos últimos anos, Rafaela Silva reside em São Luís, mas disputa competições pelo Delta (PI), para o qual foi convidada depois de se destacar pelo ex-clube, o Maranhão
Rugby. A jogadora vive um ótimo momento no cenário local e nacional na modalidade. Atualmente, é a única maranhense que treina com a seleção brasileira. “Estou muito feliz pelo resultado, tenho pela frente mais este desafio e o meu objetivo é subir no pódio e representar bem o meu estado. Agora é foco total nos treinos”, destacou Rafaela. Conhecida pelo apelido de Rafinha, Rafaela Cindy de Sousa Silva, de 21 anos, que já se destacou também no judô, reside em São Luís, mas disputa competições pelo Delta Rugby Teresina, para onde foi convidada depois de se destacar pelo ex-clube, o Maranhão Rugby. Ela começou a jogar rugby em 2015 e não parou mais. “Nos primeiros treinos fiquei fascinada pelo esporte. O tempo foi passando e eu continuei frequentando os treinos. Acabei me envolvendo completamente com o esporte e quando percebi já estava realizando viagens com o time e até participando de campeonatos, que em um deles me garantiram o título de melhor jogadora’’, relembra. A rugbista, que é estudante de Educação Física, diz que um dos desafios é conciliar a vida corrida de atleta com os estudos. “Como eu treino diariamente e estou estudando, preciso sempre conciliar meus horários. Mas eu estou muito feliz por tudo o que está acontecendo.”
2021 - Após um ano e meio sem competições oficiais neste final de semana o rugby volta a se movimentar no estado e com direito a representantes de outros estados para fomentar a pratica da modalidade. O Teresina Sevens acontece no dia 28 de agosto, no estádio Lindolfo Monteiro. A competição terá cinco equipes nas disputas masculinas e três no naipe feminino e envolverá times do Piauí, Maranhão, Ceará e Pará. Equipes Masculinas: ASA BRANCA RUGBY – CE; DELTA RUGBY – PI;TERESINA RUGBY – PI; PARANHÃO RUGBY - PA/MA; PARNAIBA RUGBY – PI. Equipes Feminina: AÇAÍ RUGBY – PA; DELTA RUGBY – PI; FORTAL RUGBY - CE
IRMÃS COSTA: AS GÊMEAS MARANHENSES DO RUGBY BRASILEIRO As gêmeas do Maranhão da seleção brasileira de rugby sevens (olympics.com)
Thalia e Thalita estão entre as Yaras convocadas para os Jogos de Tóquio 2020 em 2021 Virgílio Franceschi Neto
Rugby Sevens
Foto: Rafael Bello/COB Thalia começou no atletismo e há pouco mais de 4 anos conheceu o Rugby. Participou de um treino, gostou e passou a jogar. Meses mais tarde foi a vez da irmã Thalita apaixonar-se pela bola oval. Tal como no esporte, Thalia veio mais cedo ao mundo por 2 minutos e, assim, as gêmeas ludovicenses seguiram na modalidade em uma trajetória de grandes desafios, em que o apoio da família tem sido fundamental. Permanecem mais do que nunca unidas, desta vez na seleção brasileira feminina de rugby sevens, conhecida como "as Yaras", ambas convocadas para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 em 2021. Realizam um sonho. A mãe é a inspiração. Querem proporcionar orgulho à família e querem ver o rugby do Brasil no topo. O Olympics.com conversou com Thalia e Thalita às vésperas de Tóquio 2020. Nascemos juntas. Vamos morrer juntas. - Thalia Costa Thalia São Luís é a cidade capital do estado do Maranhão, localizada em uma ilha e única do Brasil fundada pelos franceses, em 1612. Está distante dos principais centros econômicos e esportivos do país, tendo o Rugby chegado bem tarde por lá, com o primeiro clube fundado apenas em 2011, a AMARU (Associação Maranhão Rugby). Foi lá que Thalia - a que iniciou primeiro - começou a jogar. Outrora do atletismo, era especialista em provas de 100 e 200 metros, até que um dia o amigo Leonardo fez o convite para conhecer aquele - em um primeiro momento - curioso esporte da bola oval. Sem resultados no atletismo e depois de muita insistência do amigo e para matar a curiosidade, foi ao treino da AMARU em 17 de fevereiro de 2017. O resultado: paixão à primeira vista. "Nunca tinha tido contato com um esporte coletivo. Um pouco no vôlei, mas bem pouco. O que me chamou a atenção para o rugby foi a questão dos valores, as pessoas, o acolhimento do time, como se fosse realmente uma família". - Thalia, sobre o primeiro contato com o rugby
No entanto a relação com a AMARU foi breve. Ainda em 2017, em um torneio de beach rugby (rugby de praia), foi convidada pelo treinador Carlos Marvel a fazer parte da equipe do Delta, da cidade de Teresina, capital do estado vizinho do Piauí, equipe esta que jogava os campeonatos nacionais com mais frequência. Passou a atuar com o time piauiense, mas surgiu um convite de fazer um sonhado curso superior em Pernambuco (Recife), com bolsa de estudos, desde que competisse pela equipe de atletismo da universidade, o que a fez pensar. No entanto, o treinador Marvel pediu para que considerasse o rugby por conta do seu talento, do futuro que poderia se abrir para ela. "Comecei a refletir se queria ir para Recife, se era aquela vida que queria para mim. E certa vez me dei conta que queria o rugby, até mesmo porque tentei no atletismo e não havia dado certo. Me permiti a algo novo, que foi o rugby". - Thalia Costa, sobre quando teve que optar para seguir em uma modalidade E o futuro se abriu. Tudo aconteceu muito rapidamente e, observada por todo o rugby do Brasil nas atuações pelo Delta em torneios nacionais, em 2018 surgiu o convite para Thalia fazer parte da seleção brasileira feminina de rugby sevens, que tem os treinamentos centralizados em São Paulo. Era a primeira das duas que se mudava para a capital paulista. Thalita Influenciada pela irmã 2 minutos mais velha, Thalita chegou no rugby 6 meses depois de Thalia, em agosto de 2017. No entanto, em uma história semelhante, o convite para atuar em Teresina não demorou para surgir e ela passou a defender o Delta. As viagens de São Luís para Teresina passaram a ser bem mais frequentes e assim foi durante toda a temporada de 2018. "Nosso treinador (Carlos Marvel) sempre ia lá em casa, conversava com a nossa mãe, deixava tudo muito claro, então eu ia para o fim-de-semana e voltava na segunda-feira, nunca houve problemas". - Thalita Costa, sobre a relação do antigo treinador com a família O convite para fazer parte do núcleo da seleção brasileira feminina de rugby sevens veio no final de 2018. No começo de 2019 já estava integrada ao grupo, de maneira permanente, em São Paulo. Era, com isso, a segunda das irmãs que se mudava para a capital paulista. Para ela, o principal obstáculo é a distância da família. Há horas em que a saudade bate forte. O silêncio e a introversão acabam sendo inevitáveis. No entanto, a presença da irmã e a conexão com a religião se fazem muito importantes, ajudam a passar por esses momentos que hora ou outra aparecem e que não consegue lidar sozinha. Quando perguntada sobre uma frase, um texto que a inspira, ela não hesita e menciona uma passagem da Bíblia: "Josué, capítulo 1, versículo 9: Não fui eu que ordenei a você? Seja forte e corajoso! Não se apavore nem desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar". - Thalita Costa, sobre uma frase ou texto inspirador. As gêmeas das Yaras Já tivemos irmãs e irmãs que vestiram as camisas das seleções do Brasil, quer seja na equipe feminina (as Yaras), quer seja na equipe masculina (os Tupis). Alguns exemplos são as irmãs Futuro (Cris e Beatriz "Baby") e os irmãos Duque (Lucas e Moisés). Atualmente entre os homens temos os Sancery, também gêmeos, como as irmãs Costa. "A preocupação é em dobro. Quando estou em campo, fico preocupada com a minha performance, mas quando não estou, me preocupo por ela". - Thalia Costa, sobre jogar com a irmã pelas Yaras Para ambas, é um grande privilégio jogar uma ao lado da outra, que se conhecem e se amam desde sempre. Thalia destaca em Thalita a força. Já Thalita tem Thalia como grande exemplo, uma vez que sempre se dispôs a lutar e correr atrás do que queria. Estas características fizeram com que o antigo treinador, Carlos Marvel, de Teresina, desse a ela a alcunha de Mulan, personagem do filme de animação que fala sobre a guerreira que se pôs a lutar pelos familiares.
"Thalia é minha inspiração. Sempre a vi correndo atrás do que queria. Ter a oportunidade de viver este sonho de disputar os Jogos Olímpicos com ela, é a minha maior realização". - Thalita Costa, sobre a irmã Família Para as irmãs, a família é o porto seguro e nunca faltou apoio. Por Thalia estar no esporte há muito tempo, os parentes habituaram-se à rotina das distâncias e viagens de longa duração. É comum os familiares e amigos organizarem festas e confraternizações quando elas voltam para São Luís de férias ou depois de longas digressões. Em uma das recepções, uma pessoa próxima fez uma faixa com a seguinte frase: "Mais real do que fazer da vida um sonho, é fazer de um sonho, realidade". Frase colocada em uma faixa durante recepção às irmãs Costa, em São Luís (MA) A mãe, Ivanilde, nunca impediu as filhas de seguirem os sonhos, entende os compromissos que elas têm e já compreende o jogo. Claro que quando Thalita mudou-se para São Paulo, ficou mais difícil, porque elas eram muito caseiras. Entretanto os telefonemas por vídeo e as redes sociais são maneiras dos dois lados (o que está na capital paulista e o que está na capital maranhense) enganarem a saudade. É o que faz a sobrinha, Hyana Ayumi, que diz sentir muito orgulho quando vê os vídeos dos lances das tias pelas Yaras, como o abaixo: Ademais, uma pessoa mencionada quando perguntadas de alguém que havia sido importante para as suas carreiras, elas não se esquecem do padrasto, Geovanito Lemos, que proporcionou muito para que elas alcançassem onde hoje estão. Thalia, por exemplo, lembra das chuteiras dadas por ele. O futuro O futuro muito reserva para as irmãs Costa, sem dúvida alguma. Com apenas 24 anos de idade, recém completados no dia 30 de maio, há muito pela frente. Thalia tem vontade de disputar uma Copa do Mundo de rugby sevens, mas já olha para fora dos gramados: estuda para em breve se formar em fisioterapia, profissão que ela se encanta. "A idade vai avançando e precisamos ter outras coisas em mente para fazer quando for para parar de jogar". Thalia Costa, quando perguntada sobre o futuro. Já Thalita, também estudante - mas de educação física -, já não olha tanto para fora de campo como a irmã. Quer jogar em alto nível por no mínimo 10 anos. Pretende adquirir bastante experiência e conhecimento dentro do rugby de rendimento para ajudar a desenvolver o esporte. Aliás, desenvolver esta modalidade esportiva no Brasil. Neste ponto as irmãs coincidem. Ambas querem que o rugby cresça e farão o que puderem para que isso aconteça. Elas têm a consciência da importância que possuem em inspirar outras pessoas por conta da experiência e trajetória. Querem sobretudo que o rugby seja o berço do esporte para todos os brasileiros. Querem colocar o rugby do Brasil no topo. Não importa quando, com elas em campo ou não. Na vontade e no tempo de Deus, que está à frente, como elas mesmas dizem. MARANHAO LIMA DA SILVA BRAZIL Full name Daniel Lima da Silva Born January 1, 1998, Sao Luis, MA Current age 24 years 186 days Major teams Brazil Position Scrum-half Height 5 ft 6 in
Weight 180 lb Test Career Span
Mat Start Sub Pts Tries Conv Pens Drop Won Lost Draw %
All Tests 2011-2021
15
10
5
35
7
0
0
0
4
11
0
Career Statistics Test debut
Brazil v Kenya at Dubai, Dec 10, 2011 match details
Last Test
Brazil v Chile at Montevideo, Jul 11, 2021 match details
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26.66
TIRO COM ARCO (ARCO E FLECHA) LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Definição e Origens O tiro com arco é uma modalidade esportiva que tem sua origem no arco e na flecha. Para competições, o esporte é regulamentado internacionalmente pela Fedération Internacionale de Tir à l’Arc- FITA que organiza as provas outdoor e indoor, que são as mais competitivas entre outras opções de prática. A descoberta do arco não tem data precisa, mas pinturas em cavernas e outros achados arqueológicos comprovam a sua utilização desde o período Paleolítico, Idade da Pedra Lascada. Foi uma das descobertas mais importantes do ser humano, comparável à descoberta e utilização do fogo, da linguagem e da roda. Há relatos de que Assírios, Babilônios, Egípcios, Mongóis usaram com sucesso o arco e a flecha em guerras que datam de 3.000 AC. A Inglaterra é a principal responsável pela evolução do arco e flecha, pelo desenvolvimento do famoso “arco longo” ou “longbow” e das flechas bem emplumadas, permitindo grande precisão de tiro. A descoberta da pólvora e o desenvolvimento das armas de fogo tornaram inúteis o arco e flecha como armas em guerras. Porém, durante a Guerra do Vietnã, o arco e flecha foram novamente utilizados como arma bélica e desenvolvidos para o uso em florestas, dando origem ao arco composto atual. Silencioso e menor que o “longbow”, não denunciava sua localização ao inimigo. Historicamente, além de sua utilização em guerras, era usado para caça e pesca e também por nobres que, unidos pela mesma paixão, passaram a ter o arco e a flecha como lazer e até culto religioso e faziam entre si desafios de habilidades. Destas contendas surgiu o esporte do tiro com arco, que hoje é disputado em duas categorias: individual e por equipes. Para vencer, o competidor tem de somar o maior número possível de pontos. O alvo é formado por 10 círculos concêntricos. O círculo central, “a mosca”, vale 10 pontos e cada círculo seguinte perde 1 ponto em valor. O diâmetro do alvo é de 80 cm para tiros disparados com distâncias até 50 m e 1,22 m para distâncias maiores. De acordo com a FITA, o arqueiro realiza 144 disparos com 12 séries de 3 flechas para cada uma das 4 distâncias regulamentadas (90, 70 50 e 30 – masculino; 70, 60, 50 e 30 – feminino). NO BRASIL DÉCADA DE 1950 - O tiro com arco chegou ao Brasil na década de 1950, graças a um comissário de vôo da Panair do Brasil chamado Adolpho Porta. Enquanto passeava por um evento em Lisboa conheceu um marceneiro que tinha um stand de tiro com arco e, percebendo seu interesse pelo esporte, convidou-o a fazer parte de seu clube. Ao retornar ao Brasil, Adolpho trouxe arcos e flechas fabricadas pelo amigo e também um regulamento da FITA. Para divulgar o esporte, foi ao Fluminense-RJ onde conheceu um componente do Clube de Tiro que passou a promover a modalidade. 1955 Adolpho Porta introduziu no Brasil os primeiros arcos e flechas e o regulamento da FITA. 1958 Fundada a Federação Metropolitana de Arco e Flecha, no Rio de Janeiro-RJ. 1955 – NOVEMBRO, 5 - aconteceu a primeira competição masculina e feminina no Brasil, realizada na Quinta da Boa Vista-RJ e patrocinada pelo Clube do Tiro e pelo Diário de Notícias. O Fluminense foi representado por uma equipe feminina. A prova foi disputada na distância de 25 metros e o vencedor foi Adolpho Porta, com 119 pontos. O jornal O Globo instituiu a prova “Flecha de Prata”, com cartazes espalhados pelas vitrines do comércio do Rio de Janeiro. Neste estágio pioneiro, os arqueiros de maior destaque foram: Adolpho Porta, Jamil Ajuz, Bento Belpomo e Nelson Bastos. No Rio de Janeiro-RJ, os primeiros clubes a promover o esporte foram: Clube Carioca de Tiro, Andaraí Atlético Clube, Clube de Regatas Vasco da Gama, Riachuelo Tenis Clube, Fluminense Futebol Clube e Clube Municipal. Desde este período, quando Adolpho Porta criou as primeiras associações no Rio de Janeiro, o tiro com arco expandiu-se para Minas Gerais e São Paulo, onde Sudário Ribeiro Gonçalves e Otto Alfredo Rehder, respectivamente, fundaram as federações de seus estados.
Situação Atual (2006) Atualmente existem no Brasil federações nos seguintes estados: SP, MG, PE, MT, RS, RJ, ES, GO, DF sendo as de SP, MG e RJ as que mais se destacam. 1994 O então existente Instituto Nacional de Desenvolvimento do Esporte-INDESP promoveu uma reunião de trabalho, em Brasília, sob a coordenação de Jairo R. P. Bamberg para discutir “o que é esporte com identidade cultural?”. Participaram da reunião Silvino Santin (RS), Leila Mirtes Santos de Magalhães Pinto (MG), Lamartine DaCosta (RJ), Paulo Vicente Guimarães (DF), Muniz Sodré (RJ), Priscila Ribeiro Ferreira (SP), Maria Hilda Baqueiro Paraíso (PE) e Leopoldo Gil Dulcio Vaz (MA). Dentre as várias ações propostas constava a realização de jogos esportivos que contemplassem as tradições indígenas – uma olimpíada indígena. Esta proposta foi apresentada por Leopoldo Gil Dulcio Vaz, endossada por Lamartine DaCosta, Muniz Sodré e Hilda Paraíso, e seria levada às lideranças indígenas. Um dos resultados deste encontro foi a produção de um livreto com textos técnicos sobre prática de atividades físicas por índios brasileiros, com os especialistas citados atuando como autores http://www.atlasesportebrasil.org.br/textos/189.pdf
Jogos dos Povos Indígenas - Arco e Flecha Os povos indígenas usavam muito esse instrumento como arma de guerra. Atualmente, é usado para a caça, pesca e rituais, e tornou-se também uma prática esportiva, sendo disputada entre aldeias e até com não indígenas. Na maioria das tribos indígenas brasileiras, o arco é feito do caule de uma palmeira chamada tucum, de cor escura, muito encontrada próxima aos rios. O povo Gavião, do Pará, o confecciona com a madeira de cor vermelha, chamada aruerinha. Os povos do Xingu utilizam o pau-ferro, o aratazeiro, o pau d'arco e o ipê amarelo. Os índios do alto Amazonas usam muito a pupunha, e as tribos da língua tupi são as únicas que, às vezes, utilizam a madeira das palmeiras. O padrão do tamanho do arco obedece à necessidade de seu uso, de acordo com a cultura de cada povo. A flecha é feita de uma espécie de bambu, chamada taquaral ou caninha. A ponta é feita de acordo com a tecnologia de cada etnia. Há aquelas flechas mais longas e as pontas tipo serra, muito usada para a pesca. Outras pontas são feitas com a própria madeira da flecha. Alguns povos colocam ossos e mesmo dentes de animais. Há outras flechas praticamente sem ponta, mas com uma espécie de esfera (coquinhos), usada na caça aos pássaros. O objetivo é abater a ave e evitar ferimentos na pele ou danos às plumas e penas. Há também um outro armamento semelhante ao arco, em que se arremessa pedra, chamada bodoque. A prática como esporte A primeira atividade no âmbito esportivo intertribal que se tem notícia ocorreu em 1997, no I Jogos dos Povos Indígenas, realizado em Goiânia. A iniciativa, idealizada pelo índio Carlos Terena, resultou do patrocínio do Ministério dos Esportes e da parceria com o governo do Estado de Goiás do Comitê Intertribal e do apoio da FUNAI. Nessa primeira edição dos Jogos Indígenas foram usadas as flechas cedidas pela organização dos jogos, não havendo um grande aproveitamento na precisão dos lançamentos. Nos outros jogos que se seguiram nas cidades de Guaíra-PR (1999) e Marabá-PR (2000), cada competidor trouxe os seus próprios arcos e flechas. Segundo Terena, "ao trazer seu próprio equipamento, o atleta aprimorou sua demonstração e possibilitou o uso mais apurado, pois sendo um objeto de uso pessoal, permitiu o exercício da técnica de cada guerreiro ao retesar a corda, na calibragem da flecha e na habilidade de seu lançamento". Terena explicou que a variedade de arcos e flechas ganha um único objetivo que é o alvo. Para associá-lo às culturas, os índios se reuniram e decidiram que o alvo seria o desenho de uma anta, muito caçada tanto no centro-oeste quanto no sul (I Jogos, em Goiânia, e II, em Guairá, no Paraná). Em Marabá, onde os Jogos foram realizados na beira do Rio Tocantins, praia do Tucunaré, os indígenas optaram pelo desenho de um peixe, o tucunaré, abundante nos rios da região.
Como modalidade nos jogos Prova: O Arco e Flecha é uma prova individual masculina . Cada delegação indígena deverá inscrever no máximo 02 (dois) atletas, sendo essa modalidade uma competição individual. Cada atleta terá o direito a 03 (três) tiros, e deverá trazer o seu próprio equipamento (arcos e flechas). Caso haja algum problema no equipamento, o atleta poderá substituí-lo ou solicitar tempo para reparo. O alvo será o desenho de um peixe e a distância será de aproximadamente 30 metros. A contagem de pontos reunirá a soma de acertos em cada área do alvo, com pontuação variadas e previamente definidas pela Comissão Técnica. Haverá uma primeira etapa eliminatória, que classificará para a segunda. Nessa fase, inicia-se uma nova contagem de pontos, que irá definir o primeiro, o segundo e o terceiro colocados. Somente 12 atletas, com as melhores pontuações, disputam a final. Outros detalhes serão definidos no Congresso Técnico da modalidade. http://www.educacaofisica.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=218; FUNAI. JOGOS DOS POVOS INDÍGENAS. Disponível em http://www.funai.gov.br/indios/jogos/novas_modalidades.htm#005 1997 - I Jogos dos Povos Indígenas, realizado em Goiânia, com a participação de uma equipe do Maranhão, composta por índios Canela. 1999 - Uma promoção recente da CBTARCO refere-se ao “arco nativo”, que é uma modalidade desenvolvida no Brasil com a finalidade de valorizar as origens nacionais, pois consiste basicamente em um arco indígena. Com regras específicas, o arco nativo foi apresentado em Mato Grosso, de onde provém a maioria dos seus praticantes e, como tal, já foi incluído no calendário anual da CBTARCO. O primeiro Campeonato Brasileiro foi realizado em Contagem, Minas Gerais, em 1999, sendo disputado nas distâncias de 15, 20, 25 e 30 metros. Os arcos e flechas não podem conter material sintético, ou seja, têm de ser manufaturados exclusivamente com material natural. A CBTARCO entende que esta modalidade, por sua simplicidade, poderá dar um grande impulso na popularização do tiro com arco no Brasil. MICHELE HEINEN. Tiro com arco. IN DACOSTA, LAMARTINE (ORG.). ATLAS D O ESPORTE N O BRASIL . RIO DE JANEIRO: CONFEF, 2006 8.97. Disponível em http://www.atlasesportebrasil.org.br/textos/61.pdf NO MARANHÃO Século XVI – XIX Os primeiros relatos de jogos indígenas constam dos registros de missionários, cronistas e viajantes, geralmente europeus. ABBEVILLE, Claude d´. História da Missão dos padres Capuchinhos na Ilha do Maranhão e terras circunvizinhas. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: EDUSP, 1975; EVREUX, Ives d´. Viagem ao Norte do Brasil feitas nos anos de 1613 a 1614. São Paulo: Siciliano, 2002; Ver ainda: NIMUENDAJÚ, Curt. A corrida de toras dos timbira. Mana v.7 n.2 Rio de Janeiro oct. 2001; PAULA RIBEIRO, Francisco de. Memórias Dos Sertões Maranhenses. São Paulo: Siciliano, 2002; Projeto Jogos Indígenas do Brasil. in http://www.jogosindigenasdobrasil.art.br/port/campo.asp#canela; ; VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. A história do atletismo maranhense. "O Imparcial, 27 de maio de 1991, p. 9.; VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. A corrida entre os índios canelas – contribuições à história da educação física maranhense. In SOUSA E SILVA, José Eduardo Fernandes de (org.). Esporte Com Identidade Cultural: Coletâneas. Brasília: INDESP, 1996, p. 106-111; VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. A corrida entre os índios canelas – contribuições à história da educação física maranhense. In Revista “Nova Atenas” de Educação Tecnológica, São Luís, v.4, n. 2, jul/dez 2001, disponível em www.cefet-ma.br/revista. Catharino (1995) ao fazer uma análise do “Trabalho índio em terras de Vera ou Santa Cruz e do Brasil” referese, dentre esses trabalhos a dois que nos interessam particularmente: “O trabalho desportivo” e “O trabalho locomotor”. Ao analisar o trabalho desportivo considera que nesse mundo, antes da chegada dos brancos, a sobrevivência exigia qualidades atléticas, exercícios constantes, com descanso e repouso
intercalados, de duração sumamente variáveis. Por isso, os índios se tornavam atletas naturais, para sobreviver, pois tinham que, em terra, andar, correr, pular, trepar, arremessar, carregar, e, na água, nadar, mergulhar e remar. Realizar trabalho-meio, autolocomotor, com suas próprias forças, apenas e/ou, também, com auxílio de instrumentos primitivos, para obtenção de produtos necessários: “Entre prática guerreira e desportiva há um nexo de causalidade circulativo, proporcionalmente inverso. Mais prática desportiva, menos guerra. Mais guerra, menos aquela. Causas produzindo efeito repercutindo sobre a causa. Nexo fechado, de recíproca causalidade e efeito. O trabalho-meio, autolocomotor, servia de aprendizado e adestramento – atlético que era – ao competitivo”. Entre a infância e a puberdade, e a adolescência e a virilidade ou maioridade, entre os 8 e 15 anos, a que chamamos mocidade, os kunnumay, nem miry nem uaçu, tomavam parte no trabalho dos seus pais imitando o que vêem fazer. Não se lhes manda fazer isto, porém eles o fazem por instinto próprio, como dever de sua idade, e já feito também por seus antepassados: “Trabalho e exercício, esses mais agradáveis do que penosos, proporcionais à sua idade, os quais os isentavam de muitos vícios, ao qual a natureza corrompida costuma a prestar atenção, e a ter predileção por eles. Eis a razão porque se facilita à mocidade diversos exercícios liberais e mecânicos, para distraí-la da má inclinação de cada um, reforçada pelo ócio, mormente naquela idade”. (CATHARINO, José Martins. Trabalho Índio em Terras da Vera ou Santa Cruz e do Brasil, tentativa de resgate ergológico. Rio de Janeiro: Salamandra, 1995).. Após essas explicações, o Autor informa que essa seção – o trabalho desportivo – é dedicada ao trabalho competitivo entre índios, embora caçando e pescando, competissem amiúde com outros animais, considerados irracionais, o que faziam desde a infância. Sem falar nos jogos educativos: [...]“... jogos e brinquedos (Métraux) dedicou um só parágrafo, quase todos graças a d’Evreux, acerca dos feitos pelos Tupinambás. “Tratava-se de ‘arcos e flexas proporcionais às suas forças’. O jogo, educativo para a caça, pesca e guerra, era possível porque reunidos plantavam, e juntavam cabaças, que serviam de alvo, ‘adextrando assim bem cedo seus braços’. Assim, brincavam os meninos de 7 a 8 anos. [...] CATHARINO, José Martins. Trabalho Índio em Terras da Vera ou Santa Cruz e do Brasil, tentativa de resgate ergológico. Rio de Janeiro: Salamandra, 1995, in VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. A corrida entyre os índios Canela. Disponível em http://cev.org.br/biblioteca/a-corrida-entre-os-indioscanelas-1/ VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Jogos tradicionais indígenas no Maranhão. In http://www.atlasesportebrasil.org.br/textos/189.pdf 1820-1830 - Garcia de Abranches - o Censor -, nas primeiras décadas do século XIX, gostava de praticar o tiro. Quando em fins de semana passados em seu sítio, costumava sair à caça e, quando imaginava dar uma batida às pacas, pouco se importava do sol e da chuva: não regressava a casa antes de trazer as vítimas visadas. Seu filho, Frederico Magno de Abranches - o Fidalgote – era “... Atirador emético e adestrado nos jogos atléticos, alto, magro e ágil, trepava como um símio até os galhos mais finos das árvores para apanhar uma fruta cobiçada pelas jovens ali presentes. Encantava-as também a precisão dos seus tiros ao alvo...” (DUNSHE DE ABRANCHES, 1970, p. 28) 1908 - O Fabril Athletic Clube – fundado um ano antes, como clube esportivo -, em uma das reformas de seus estatutos, incluí o manejo de armas - prática do tiro - entre suas atividades, com o fim de prestar um serviço às juventude, valendo-se da Lei do Sorteio Militar. Com a ajuda do então tenente Luso Torres, foi fundada uma seção de Instrução Militar, a fim de preparar os sócios que nela quisesse tomar parte e gozar dos favores da referida lei. - O Clube Euterpe – primeiro clube social e esportivo fundado em São Luís, no ano de 1904, e extinto em 31 de dezembro de 1910 - passou a difundir, dentre outras atividades esportivas, o "tiro ao alvo", a partir de 1908, valendo-se da Lei do Sorteio Militar. 1909 Fundado o “Tiro Maranhense”, para se beneficiar da Lei do Srteio Militar e livrar os jovens da elite maranhense da instrução militar; informava que já chegava a 120 o número de pessoas inscritas naquela
Sociedade. Em 10 de abril é anunciada a posse da diretoria, na Câmara Municipal. (O MARANHÃO, sábbado, 03 de abril de 1909). 1911 O Casino Maranhense – sucessor do Clube Euterpr -fundado em 1911, continuou com a promoção das festas dançantes, das palestras e das competições esportivas. 1954 informa ANTONIO MARIA ZACHARIAS BEZERRA DE ARAÚJO – PROF. DIMAS, em sua biografia - “Do Tiro ao Alvo ao Pentatlo Militar – afirma: “Disputei o Campeonato das Forças Armadas, de tiro rápido de pistola, foi em segundo lugar, da 1ª Região Militar, mas de todas as Forças Armadas; o campeão foi até um sargento da Aeronáutica; só que ele atirava com uma arma especial para tiro, e eu fiz meu tiro com uma pistola do dia a dia, de fazer patrulha, que se dava patrulha, aquelas pistolas, Colt 45, e mesmo assim eu ainda fui segundo lugar, isso eu acredito que tenha sido uma habilidade nata que eu não tinha esses amores por arma, não tinha hábito de atirar, só usava estilingue na fazenda, só baladeira; mas a prova é que depois novamente eu me submeti a uma prova de tiro no Pentatlo Moderno; uma das provas é tiro rápido de pistola e eu me sair bem em tiro não sei nem porque, eu não tinha hábito de atirar e nem tenho, nem arma eu uso.” (DIMAS, entrevistas). 1957 Fundação do Clube de Caça, Pesca e Tiro do Maranhão – CAPETIM -, em 19 de abril 1975 É fundado o Clube de Atiradores do Maranhão; sua fundação se deu para poder-se criar a federação de Tiro; - 1º. De junho – realizada reunião no Clube Recreativo Jaguarema, os presidentes do Iate Clube Ponta D'areia, do Clube de Atiradores do Maranhão, Clube Lítero Recreativo Português e do próprio Clube Jaguarema, decidiram pela criação de uma federação que congregasse, ordenasse e estimulasse a prática do tiro esportivo no Maranhão. Foi criada a então Federação de Tiro ao Alvo do Maranhão, tendo como seu primeiro presidente o Sr. Abílio Francisco de Lima Filho, com mandato de 01/06/1975 a 07/12/1977 “Ao primeiro dia do mês de junho do ano de mil novecentos e setenta e cinco, nesta cidade de São Luís, capital do estado do Maranhão, reuniram-se em assembleia, o presidente daquela associação, Dr. Antonio Carlos Vaz dos Santos e os presidentes do Grêmio Lítero Recreativo Português, Sr. Antonio de Oliveira Maia, do Iate Clube Ponta D'Areia, Dr. José Venancio Braga Diniz e do Clube de Atiradores do Maranhão, Sr. José Costa Nogueira com o objetivo de fundarem uma federação para congregar aqueles clubes na prática e difusão do tiro ao alvo, em suas diversas modalidades no Maranhão.” 1975 - A História da Federação Maranhense de Tiro Esportivo iniciou no dia 1º de junho de 1975, quando em uma reunião no Clube Recreativo Jaguarema, os presidentes do Iate Clube Ponta D'areia, do Clube de Atiradores do Maranhão, Clube Lítero Recreativo Português e do próprio Clube Jaguarema, decidiram pela criação de uma federação que congregasse, ordenasse e estimulasse a prática do tiro esportivo no Maranhão. Foi criada a então Federação de Tiro ao Alvo do Maranhão, tendo como seu primeiro presidente o Sr. Abílio Francisco de Lima Filho. Sem muitos registros, pouco se sabe da vida da Federação até o ano de 1998, quando, ela em uma nova fase, com novos atiradores e novo ânimo, experimenta um crescimento rápido e significativo, resultando em muitas competições internas, atletas competindo em outros estados e colocados nas primeiras posições do ranking nacional, e em inspiração para construção de novos estandes tanto no Capetim (10 postos com minoteria), quanto no 24º BC (um estande de ar comprimido [o 1º do Maranhão] e um com minoteria). Além disso, a confiança e determinação passada por nossos atletas e dirigentes, determinou o apoio recebido tanto da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo quanto do 24º BC para a realização, pela 1ª vez na História do Maranhão, de competições de Tiro constantes no calendário nacional da CBTE. 1977 O Sr. Abílio Francisco de Lima Filho é reeleito para um segundo mandado, de 07/12/1977 a 30/12/1977. 1979 Murilo Antonio Furtado Sarney Costa é eleito para exercer a presidência de 30/12/1979 a 26/12/1981. 1981 Reeleição de Murilo Sarney para seu segundo mandato, de 26/12/1981 a 17/01/1984.
1984 Manuel Octávio de Souza Soares é eleito presidente, para exercer mandado no período de 17/01/1984 a 15/01/1986. 1986 Abílio Francisco de Lima Filho é eleito para exercer seu terceiro mandato, de 15/01/1986 a 10/12/1987. 1987 Abílio Francisco de Lima Filho reeleito, para seu quarto mandato, de 10/12/1987 a 10/12/1989. 1988 – 1992 Jurgen Dieckert e Jacob Nehringer pesquisam in loco a cultura corpóreo-ludicomotora do grupo Canela, no Maranhão. Em seus trabalhos científicos e documentários em vídeo fazem uma interface entre as áreas de Educação Física e Antropologia. http://www.atlasesportebrasil.org.br/textos/3.pdf DIECKERT, Jurgen & MEHRINGER, Jakob. A corrida de toras no sistema cultural dos índios brasileiros Canelas (relatório de pesquisa provisório). Zeitgschift Muncher Beltrdzur Vulkerkunde, julho, 1989. DIECKERT, Jurgen & MEHRINGER, Jakob. Cultura do lúdico e do movimento dos índios Canelas. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 11, n. 1, p. 55-57, set. 1989. DIECKERT, Jurgen & MEHRINGER, Jakob. . A corrida de toras no sistema cultural dos índios brasileiros Canelas. Revista Brasileira de Ciências do Esporte - v.15 - n.2 - 1994; 1989 Eleição de Leonidas Araújo da Silva ,para exercer mandato de 10/12/1989 a 27/03/2000. 1999 Realização do I Campeonato Brasileiro de Provas Especiais, primeira prova de caráter Nacional realizada no Maranhão. 1999/2000 - O sucesso do I Campeonato Brasileiro de Provas Especiais (outubro de 1999) e da I Copa São Luís de Tiro Esportivo (setembro de 2000) é a prova de que a FMTE cresceu e amadureceu, mostrando ao resto do Brasil sua capacidade de realização e organização, e com isso, credenciando o Tiro do Maranhão a enfrentar preparado, os novos desafios que se apresentarem. 2000 Assume a Federação Wissam Elias Maalouf, com mandato de 27/03/2000 a 27/03/2002.
2001 2002 Wissam Maalouf é reeleito em 27/03/2002 com mandato até 03 de março de 2006.
2003 2004 É fundado o Clube Balsense de Tiro, em fevereiro; seu primeiro presidente é Selmo Marmett.
RESULTADO • RESULTADO • RESULTADO • RESULTADO -
2005
ARMAS CURTAS ARMAS LONGAS ESPECIAL TIRO PRÁTICO
• PROGRAMA • RESULTADO - CARABINA 3X40 MASCULINO • RESULTADO - CARABINA DE AR FEMININO • RESULTADO - CARABINA DE AR MASCULINO • RESULTADO - CARABINA DEITADO MASCULINO • RESULTADO - FOGO CENTRAL MASCULINO • RESULTADO - PISTOLA DE AR FEMININO • RESULTADO - PISTOLA DE AR MASCULINO • RESULTADO - PISTOLA LIVRE MASCULINO • RESULTADO - PISTOLA SPORT FEMININO • RESULTADO - PISTOLA STANDART MASCULINO • RESULTADO - PROVAS ESPECIAIS • RESULTADO - TIRO RÁPIDO MASCULINO
2006 • RESULTADO • RESULTADO • RESULTADO • RESULTADO • RESULTADO • RESULTADO • RESULTADO • RESULTADO • RESULTADO • RESULTADO
-
• PROGRAMA CARABINA 3X40 MASCULINO CARABINA DE AR MASCULINO CARABINA DEITADO FEMININO CARABINA DEITADO MASCULINO FOGO CENTRAL MASCULINO PISTOLA DE AR MASCULINO PISTOLA LIVRE MASCULINO PISTOLA SPORT MASCULINO PROVAS ESPECIAIS TIRO RÁPIDO MASCULINO
2007
2008
• CONVITE - TORNEIO DE EQUIPES • CONVITE - VIII COPA SÃO LUIS • I CAMPEONATO UNIVERSITÁRIO • LOGOMARCA • RESULTADO - CARABINA 3X20 FEMININO • RESULTADO - CARABINA 3X40 MASCULINO • RESULTADO - CARABINA DE AR FEMININO • RESULTADO - CARABINA DE AR MASCULINO • RESULTADO - CARABINA DEITADO FEMINI NO • RESULTADO - CARABINA DEITADO MASCULINO • RESULTADO - CIRCUITO COMBATE • RESULTADO - FOGO CENTRAL MASCULINO • RESULTADO - NRA RÁPIDO • RESULTADO - PISTOLA DE AR FEMININO • RESULTADO - PISTOLA DE AR MASCULINO • RESULTADO - PISTOLA LIVRE MASCULINO • RESULTADO - PISTOLA SPORT FEMININO • RESULTADO - PISTOLA SPORT MASCULINO • RESULTADO - PISTOLA STANDART MASCULINO • RESULTADO - PROVAS ESPECIAIS • RESULTADO - SILHUETA METÁLICA • RESULTADO - TIRO RÁPIDO MASCULINO • RESULTADO - TORNEIO EQUIPES • RESULTADO - TRAP • RESULTADO - XXXVIII CAMPEONATO NORTE-NORDESTE
• PROGRAMA • RESULTADO - CARABINA 3 POSIÇÕES FEMININO • RESULTADO - CARABINA 3 POSIÇÕES MASCULINO • RESULTADO - CARABINA DE AR FEMININO • RESULTADO - CARABINA DE AR MASCULINO • RESULTADO - CARABINA DEITADO FEMININO • RESULTADO - CARABINA DEITADO MASCULINO • RESULTADO - CARABINA MIRA ABERTA 25M • RESULTADO - CARABINA MIRA ABERTA 50M • RESULTADO - CARABINA MIRA ABERTA DE AR • RESULTADO - DUELO 20 SEGUNDOS • RESULTADO - PISTOLA 25M FEMININO • RESULTADO - PISTOLA 25M MASCULINO • RESULTADO - PISTOLA 50M MASCULINO • RESULTADO - PISTOLA DE AR FEMININO • RESULTADO - PISTOLA DE AR MASCULINO • RESULTADO - PISTOLA FOGO CENTRAL MASCULINO • RESULTADO - PISTOLA STANDART MASCULINO • RESULTADO - PISTOLA TIRO RÁPIDO MASCULINO • RESULTADO - TIRO PRÁTICO
• PROGRAMA
2009 • RESULTADO • RESULTADO • RESULTADO • RESULTADO • RESULTADO • RESULTADO • RESULTADO • RESULTADO • RESULTADO • RESULTADO • RESULTADO • RESULTADO • RESULTADO • RESULTADO • RESULTADO
-
CARABINA 3X40 CARABINA DE AR OLÍMPICA CARABINA DEITADO CARABINA MIRA ABERTA 25M CARABINA MIRA ABERTA 50M CARABINA MIRA ABERTA DE AR DUELO 20 SEGUNDOS PISTOLA DE AR PISTOLA FOGO CENTRAL PISTOLA LIVRE PISTOLA SPORT PISTOLA STANDART PISTOLA TIRO RÁPIDO TIRO PRÁTICO TRAP
2010
2011 RESULTADO - XII COPA SÃO LUIS 2015 – Criado o clube Arqueria Imperial em maio de 2015, por Gawaine Lisboa e Manuela Freitas, tem o objetivo de expandir e divulgar o esporte que é novo no Maranhão. Os instrutores do nosso clube possuem certificado reconhecido pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e pela Confederação Brasileira de Tiro com Arco (CBTArco) para darem aulas de arco e flecha, e possuímos árbitros estaduais também certificados pela CBTarco. Além disso todos os nossos instrutores e assistentes obtiveram treinamento com um dos melhores arqueiros do Brasil, Mariano Lisboa, campeão diversas vezes representando o Rio de Janeiro em campeonatos Estaduais e Brasileiros, com mais de 30 anos de experiência no esporte e atualmente morando em São Luís - MA. Nosso clube organiza todo mês palestras, exposições fotográficas, campeonatos com distâncias oficiais (World Archery e IFAA) além de treinos especiais nos diversos campos espalhados por São Luís. O Clube | arqueriaimperial MAIO, 27 - O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado do Esporte e Lazer (Sedel), dialogou com representantes da Federação Maranhense de Arco e Flecha (Femarco) sobre ações de incentivo dessa modalidade no Maranhão. A Secretaria de Estado do Esporte e Lazer irá ceder espaço para exibição da modalidade durante os Jogos Escolares Maranhenses (JEMs) 2015. Durante a visita à Sedel, os representantes da federação falaram sobre o pedido de parceria com o Governo do Estado no sentido de fomentar a prática do arco e flecha, inserindo o Maranhão em grandes competições. “Nosso foco é inserir esse esporte nas escolas e a federação já dispõe de recursos necessários para isso. Temos o apoio da Confederação Brasileira de Arco e Flecha, Comitê Olímpico Brasileiro e Ministério dos Esportes, além de treinadores certificados e material de alto nível de competição e treino escolar. Nossa necessidade diz respeito a espaço adequado para realização dos treinos”, complementou a presidente.
2016 2017 2018 – JULHO, 27 - A Federação Maranhense de Arco e Flecha (FEMARCO) recebe em São Luís, até o próximo domingo, 29, a técnica da seleção brasileira de Tiro com Arco, Dirma Miranda. A vinda dela tem o objetivo de promover o treinamento de atletas de base e tem acontecido nos centros de treinamento dos clubes filiados a FEMARCO, o Maranhão é o terceiro estado do Nordeste a receber a visita da premiada técnica 2022 - SERVIDORA DA CÂMARA DE SÃO LUÍS VAI DISPUTAR CAMPEONATO BRASILEIRO DE TIRO COM ARCO. Arqueira Nizete Cristina Gedeon vai representar o Maranhão, nesta competição nacional, na categoria Master. Servidora da Câmara de São Luís vai disputar Campeonato Brasileiro de Tiro com Arco (isaiasrocha.com.br)
RECORDES CARABINA 3 POSIÇÕES FEMININO (ATÉ 2021) Categoria Atleta
Pts
Dama
217
Rosinete Nascimento Teixeira
CARABINA 3 POSIÇÕES MASCULINO (ATÉ 2021) Categoria Atleta Única
Pts
Rui Manuel da Costa Duarte
Pts
Única
585
CARABINA CMP SPORTER - MIRA FECHADA Categoria Atleta
Pts
Única
587
Pablo Eduardo Silva Santos
CARABINA DE AR FEMININO Categoria Dama
Atleta
Juliane Chaves Ferreira
CARABINA DE AR MASCULINO Categoria
Local
Local
10ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R Luís - MA
Local
10ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R Luís - MA
Pts 578
Atleta
41º Torneio Norte Nordeste - Recife - PE
1101 2ª Etapa do Campeonato Brasileiro de Car/Pst/RF 2020 - C
CARABINA CMP SPORTER - MIRA ABERTA Categoria Atleta Pablo Eduardo Silva Santos
Local
Pts
Local
8ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/RF - MA
Local
Júnior Masculino
Sérgio Anthony de Mesquita Guimarães
564
9ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R Luís - MA
Máster
Rui Manuel da Costa Duarte
573
9ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R Luís - MA
Sênior
Marcelo Alves Duarte
583
8ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R - MA
Sênior
Alysson Marquezelli Simeão Almeida
583
3ª Etapa do Campeonato Brasileiro de Car/Pst 2013
CARABINA DEITADO MASCULINO Categoria Única
Atleta
Júpiter Neewler Lopes Duarte
Pts 586
Local Torneio da Amazônia 2012 - CCPETI - Imperatriz
CARABINA F-CLASS - F-T/R Categoria Única
Atleta
Pts
Alessandro Oliveira de Arruda
276
CARABINA MIRA ABERTA 10M Categoria
Atleta
Pts
Local
1ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R MA
Local
Júnior Masculino
Sérgio Anthony de Mesquita Guimarães
327
1ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R - MA
Máster
Edgar César Cordeiro Ferreira
321
8ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R Luís - MA
Para-atleta
Raimundo Jones Borralho dos Santos
278
10ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R Luís - MA
Sênior
Marcelo Alves Duarte
328
6ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R Luís - MA
CARABINA MIRA ABERTA 25M - CUSTOM Categoria Atleta
Pts
Dama
Juliane Chaves Ferreira
339
9ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R Luís - MA
Júnior Masculino
Sérgio Anthony de Mesquita Guimarães
325
4ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R Luís - MA
Máster
Edgar César Cordeiro Ferreira
336
8ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R Luís - MA
Para-atleta
Francisco Raimundo de Brito Filho
297
2ª Etapa do Campeonato Brasileiro Car/Pst/RF 2020 - CAPET
Sênior
Marcelo Alves Duarte
345
8ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R Luís - MA
Local
CARABINA MIRA ABERTA 25M - SPORTER Categoria Atleta
Pts
Dama
Juliane Chaves Ferreira
338
Campeonato Brasileiro Car/Pst/RF 2020 - CNTE - Rio de Jane
Júnior Masculino
Sérgio Anthony de Mesquita Guimarães
327
9ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R Luís - MA
Máster
Edgar César Cordeiro Ferreira
335
8ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R Luís - MA
Para-atleta
Francisco Raimundo de Brito Filho
301
2ª Etapa do Campeonato Brasileiro Car/Pst/RF 2020 - 24ºBIS
Sênior Classe A Marcelo Alves Duarte
350
3ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R Luís - MA
Sênior Classe B Raimundo de Sousa Pereira
314
Final do Campeonato Brasileiro 2021 - 50ª Edição - CNTE - R
CARABINA MIRA ABERTA 50M - CALIBRE MAIOR Categoria Atleta
Pts
Dama
Vera Lúcia Caldeira do Amaral
177
8ª Etapa do Campeonato Brasileiro de Car/Pst/RF 2013 - CM
Júnior Masculino
Júlio César Costa Ferreira Neto
187
3ª Etapa Campeonato Maranhense 2008 - 24º BC
Máster
Edgar César Cordeiro Ferreira
188
6ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R Luís - MA
Sênior
Júpiter Neewler Lopes Duarte
197
5ª Etapa do Campeonato Brasileiro de Car/Pst/RF 2011
Local
Local
CARABINA MIRA ABERTA 50M - CALIBRE MENOR CUSTOM Categoria Atleta
Pts
Dama
Juliane Chaves Ferreira
195
5ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R Luís - MA
Júnior Masculino
Sérgio Anthony de Mesquita Guimarães
188
1ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R Luís - MA
Máster
Rui Manuel da Costa Duarte
189
2ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R Luís - MA
Para-atleta
Francisco Raimundo de Brito Filho
166
9ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R Luís - MA
Sênior
Marcelo Alves Duarte
196
10ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R Luís - MA
Local
CARABINA MIRA ABERTA 50M - CALIBRE MENOR SPORTER Categoria Atleta
Pts
Dama
Juliane Chaves Ferreira
189
Campeonato Brasileiro Car/Pst/RF 2020 - CNTE - Rio de Jane
Júnior Masculino
Sérgio Anthony de Mesquita Guimarães
189
2ª Etapa do Campeonato Brasileiro Car/Pst/RF 2020 - CAPET
Máster
Edgar César Cordeiro Ferreira
191
7ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R Luís - MA
Para-atleta
Francisco Raimundo de Brito Filho
167
7ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R Luís - MA
Sênior Classe A Marcelo Alves Duarte
196
8ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R Luís - MA
Sênior Classe B Wesley Casimiro de Cirqueira
174
8ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R Luís - MA
CARABINA NRA SPORTING - MIRA METÁLICA Categoria Atleta
Pts
Única
296
José Augusto Lima Carvalho
CARABINA NRA SPORTING - MIRA ÓTICA Categoria Atleta
Pts
Única
295
José Augusto Lima Carvalho
CARABINA USBR ESPECIAL 100M - CUSTOM Categoria Atleta
Pts
Única
195
Wissam Elias Maalouf
CARABINA USBR ESPECIAL 100M - FUZIL Categoria Atleta
Pts
Única
200
Paulo Max Vieira Marques
CARABINA USBR ESPECIAL 100M - PUMA Categoria Atleta
Pts
Única
184
Júpiter Neewler Lopes Duarte
CARABINA USBR ESPECIAL 100M - PUMA LUNETA Categoria Atleta
Pts
Local
Local
Etapa do Campeonato Maranhense 2018 - 24º BIS - São Lu
Local
Etapa do Campeonato Maranhense 2018 - 24º BIS - São Lu
Local Etapa do Campeonato Maranhense 2010 - 24º BC
Local
Etapa do Campeonato Maranhense 2018 - 24º BIS - São Lu
Local Etapa do Campeonato Maranhense 2010 - 24º BC
Local
Única
Ivan Luiz Fogaça Netto
189
IV Torneio de Tiro Esportivo do Cerrado Maranhense - CBT
CARABINA USBR ESPECIAL 100M - SPORTER Categoria Atleta
Pts
Única
José Augusto dos Reis
199
Etapa do Campeonato Maranhense 2011 - 24º BC
Única
Júpiter Neewler Lopes Duarte
199
Etapa do Campeonato Maranhense 2010 - 24º BC
Local
CARABINA WRABF AR COMPRIMIDO - HEAVY VARMINT Categoria Atleta
Pts
Local
Única
743
49º Torneio Norte Nordeste - Fortaleza - CE
CARABINA WRABF AR COMPRIMIDO - LIGHT VARMINT Categoria Atleta
Pts
Local
Única
749
Gilles Renner de Oliveira Lopes
Rui Manuel da Costa Duarte
CARABINA WRABF AR COMPRIMIDO - SPRINGER Categoria Atleta
Pts
Única
232
Luiz Henrique Auerhahn D´Avila
7ª Etapa do Campeonato Brasileiro de Car/Pst/RF 2016 - C
Local Etapa do Campeonato Brasileiro de Carabina, Pistola e Rifl RJ
CARABINA WRABF AR COMPRIMIDO - UNLIMITED Categoria Atleta
Pts
Única
Rui Manuel da Costa Duarte
250
9ª Etapa do Campeonato Brasileiro de Car/Pst/RF 2016 - C
Única
Rui Manuel da Costa Duarte
250
7ª Etapa do Campeonato Brasileiro de Car/Pst/RF 2016 - C
CARABINA WRABF FOGO CIRCULAR - CUSTOM Categoria Atleta
Pts
Única
243
Rui Manuel da Costa Duarte
CARABINA WRABF FOGO CIRCULAR - SPORTER Categoria Atleta
Pts
Única
233
José Augusto dos Reis
CARABINA WRABF FOGO CIRCULAR - UNLIMITED Categoria Atleta
Pts
Única
245
Rui Manuel da Costa Duarte
Local
Local
4ª Etapa do Campeonato Brasileiro de Car/Pst/RF 2015 - C
Local 3ª Etapa do Campeonato Brasileiro de Car/Pst 2013
Local
5ª Etapa do Campeonato Brasileiro de Car/Pst/RF 2015 - C
DUELO 20 SEGUNDOS - PISTOLA CALIBRE MAIOR Categoria Atleta
Pts
Dama
Vera Lúcia Caldeira do Amaral
135
Etapa do Campeonato Maranhense 2011 - 24º BC
Júnior Masculino
João Boabaid de Oliveira Itapary Neto
126
Etapa do Campeonato Maranhense 2011 - CTJIN
Máster
Edgar César Cordeiro Ferreira
196
6ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R Luís - MA
Para-atleta
Francisco Raimundo de Brito Filho
149
Etapa do Campeonato Maranhense 2018 - 24º BIS - São Luís
Sênior
Edilano Mota Cardoso
198
4ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R
DUELO 20 SEGUNDOS - PISTOLA CALIBRE MENOR Categoria Atleta
Local
Pts
Local
Dama
Vera Lúcia Caldeira do Amaral
184
48º Torneio Norte Nordeste - 24ºBIS - São Luís - MA
Júnior Masculino
Sérgio Anthony de Mesquita Guimarães
193
Final do Campeonato Brasileiro 2021 - 50ª Edição - CNTE
Máster
Edgar César Cordeiro Ferreira
198
5ª Etapa do Campeonato Brasileiro Car/Pst/RF 2020 - CA
Sênior
Júpiter Neewler Lopes Duarte
200
Final do Campeonato Brasileiro de Car/Pst 2011 - CNTE -
Sênior
Júpiter Neewler Lopes Duarte
200
3ª Etapa do Campeonato Brasileiro de Car/Pst/RF 2011
DUELO 20 SEGUNDOS - REVÓLVER CALIBRE MAIOR Categoria Atleta
Pts
Dama
Márcia Aparecida Rosseto Netto
138
Torneio da Amazônia 2010 - CCPETI - Imperatriz
Júnior Masculino
Gustavo Costa de Oliveira Itapary
139
Etapa do Campeonato Maranhense 2011 - CTJIN
Máster
Edgar César Cordeiro Ferreira
194
5ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R Luís - MA
Para-atleta
Francisco Raimundo de Brito Filho
123
Campeonato Brasileiro Car/Pst/RF 2020 - CNTE - Rio de Jane
Sênior
Sérgio Paulo Ferreira Guimarães
198
9ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R Luís - MA
Sênior
Júpiter Neewler Lopes Duarte
198
3ª Etapa do Campeonato Brasileiro de Car/Pst/RF 2011
Local
DUELO 20 SEGUNDOS - REVÓLVER CALIBRE MENOR Categoria Atleta
Pts
Dama
Márcia Aparecida Rosseto Netto
166
Torneio da Amazônia 2009 - CCPETI - Imperatriz
Máster
Edgar César Cordeiro Ferreira
193
7ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R Luís - MA
Para-atleta
Francisco Raimundo de Brito Filho
182
Campeonato Brasileiro Car/Pst/RF 2020 - CNTE - Rio de Janeir
Sênior
Sérgio Paulo Ferreira Guimarães
197
9ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R Luís - MA
Sênior
Edilano Mota Cardoso
197
1ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/RF
Sênior
Ruan Alberto Serra Pinto Boaid
197
10ª Etapa do Campeonato Brasileiro 2019 - CAPETIM - São Luí
Sênior
Júpiter Neewler Lopes Duarte
197
Torneio da Amazônia 2011 - CCPETI - Imperatriz
Sênior
Júpiter Neewler Lopes Duarte
197
5ª Etapa do Campeonato Brasileiro de Car/Pst/RF 2011
Sênior
Edgar César Cordeiro Ferreira
197
3ª Etapa Campeonato Maranhense 2007 - 24º BC
DUELO 20 SEGUNDOS - REVÓLVER SNUBBY Categoria Atleta
Pts
Máster
Edgar César Cordeiro Ferreira
196
10ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R Luís - MA
Máster
Edgar César Cordeiro Ferreira
196
7ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/RF 2 - MA
Sênior
Sérgio Paulo Ferreira Guimarães
196
Final do Campeonato Brasileiro 2021 - 50ª EDIÇÃO - CNTE - RIO
Local
Local
DUELO 20 SEGUNDOS 10M - PISTOLA CALIBRE MAIOR Categoria Atleta
Pts
Dama
Kamilla Brandão Ericeira Baima
87
Etapa do Campeonato Maranhense 2021 - CLAM - São Luís - M
Máster
Edgar César Cordeiro Ferreira
112
5ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R Luís - MA
Para-atleta
Raimundo Jones Borralho dos Santos
101
Etapa do Campeonato Maranhense 2021 - CLAM - São Luís - M
Local
Sênior Classe Onildo Osmar de Sampaio Júnior A
116
2ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/RF MA
Sênior Classe Rafael Rivello Poloniato B
116
Etapa do Campeonato Maranhense 2021 - Torneio Nagib Fere
DUELO 20 SEGUNDOS 10M - PISTOLA CALIBRE MENOR Categoria Atleta
Pts
Dama
Irenne Apinagés de Oliveira
103
9ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/RF Dutra - MA
Máster
João José Cordeiro Nogueira
115
Etapa do Campeonato Maranhense 2021 - CLAM - São Luís - M
Sênior Classe Diego Mamede Barbosa Vieira A
117
Etapa do Campeonato Maranhense 2021 - CLAM - São Luís - M
Sênior Classe Vinicius Silva Sousa B
110
Etapa do Campeonato Maranhense 2021 - CLAM - São Luís - M
Local
DUELO 20 SEGUNDOS 10M - REVÓLVER CALIBRE MAIOR Categoria Atleta
Pts
Dama
Leyla Cristina Paiva Costa
86
7ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R - MA
Máster
João José Cordeiro Nogueira
114
Etapa do Campeonato Maranhense 2021 - Torneio Nagib F MA
Sênior Classe Wissam Elias Maalouf A
115
Etapa do Campeonato Maranhense 2021 - Torneio Nagib F MA
Sênior Classe Rafael Rivello Poloniato B
108
8ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R - MA
Local
DUELO 20 SEGUNDOS 10M - REVÓLVER CALIBRE MENOR Categoria Atleta
Pts
Dama
Leyla Cristina Paiva Costa
101
Etapa do Campeonato Maranhense 2021 - Torneio Nagib Fere
Máster
João José Cordeiro Nogueira
113
8ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/RF - MA
Para-atleta
Raimundo Jones Borralho dos Santos
94
Etapa do Campeonato Maranhense 2021 - CLAM - São Luís -
Sênior Classe Wissam Elias Maalouf A
115
5ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/RF - MA
Sênior Classe Laedson Lima de Paula B
110
8ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/RF - MA
Local
DUELO 20 SEGUNDOS 10M - REVÓLVER SNUBBY Categoria Atleta
Pts
Dama
Kamilla Brandão Ericeira Baima
77
Etapa do Campeonato Maranhense 2021 - CLAM - São Luís - M
Máster
Edgar César Cordeiro Ferreira
109
9ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R Luís - MA
Sênior
Sérgio Paulo Ferreira Guimarães
111
9ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R Luís - MA
FIELD TARGET - COM LUNETA Categoria Sênior
Marcelo Alves Duarte
FIELD TARGET - MIRA ABERTA
Atleta
Local
Pts 9
Local 1ª Etapa do Campeonato Maranhense 2008 - CAPETIM
Categoria
Atleta
Pts
Local
Júnior Masculino
José Raimundo dos Santos Neto
8
1ª Etapa do Campeonato Maranhense 2008 - CAPETIM
Máster
José Augusto dos Reis
8
1ª Etapa do Campeonato Maranhense 2008 - CAPETIM
Sênior
Rui Manuel da Costa Duarte
15
1ª Etapa do Campeonato Maranhense 2008 - CAPETIM
HUNTING TARGET - .22 Categoria
Atleta
Pts
Local
Dama
Naira Cristina Sandri
11
XI Torneio de Tiro Esportivo do Cerrado Maranhense - CBT
Júnior Masculino
Sérgio Anthony de Mesquita Guimarães
14
XI Torneio de Tiro Esportivo do Cerrado Maranhense - CBT
Máster
João Alexandre Paes de Assis
8
Etapa do Campeonato Maranhense 2019 - 24º BIS - São Lu
Para-atleta
Francisco Raimundo de Brito Filho
11
Etapa do Campeonato Maranhense 2019 - 24º BIS - São Lu
Sênior
Emir Wendler
19
8ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst - MA
Sênior
Emir Wendler
19
Etapa do Campeonato Maranhense 2019 - CBTD - Balsas -
Sênior
Jonhy Rene Gumiero
19
XI Torneio de Tiro Esportivo do Cerrado Maranhense - CBT
HUNTING TARGET - .22 TELESCOPE Categoria
Atleta
Pts
Local
Júnior Masculino
Sérgio Anthony de Mesquita Guimarães
11
XII Torneio de Tiro Esportivo do Cerrado Maranhense - C
Júnior Masculino
Sérgio Anthony de Mesquita Guimarães
11
XI Torneio de Tiro Esportivo do Cerrado Maranhense - C
Máster
José Augusto dos Reis
12
Etapa do Campeonato Maranhense 2019 - 24º BIS - São
Máster
José Augusto dos Reis
12
Etapa do Campeonato Maranhense 2018 - 24º BIS - São
Sênior
Sérgio Paulo Ferreira Guimarães
17
XI Torneio de Tiro Esportivo do Cerrado Maranhense - C
HUNTING TARGET - .38 Categoria
Atleta
Pts
Local
Dama
Kamilla Brandão Ericeira Baima
8
Etapa do Campeonato Maranhense 2019 - 24º BIS - São
Júnior Masculino
João Pedro Lopes de Souza
9
XII Torneio de Tiro Esportivo do Cerrado Maranhense - C
Máster
José Augusto dos Reis
12
Etapa do Campeonato Maranhense 2019 - 24º BIS - São
Sênior
Alessandro Oliveira de Arruda
16
Etapa do Campeonato Maranhense 2019 - CBTD - Balsas
HUNTING TARGET - AIR Categoria
Atleta
Pts
Local
Dama
Alessandra Mendes Lopes
12
Etapa do Campeonato Maranhense 2018 - 24º BIS - São
Júnior Masculino
Sérgio Anthony de Mesquita Guimarães
15
XI Torneio de Tiro Esportivo do Cerrado Maranhense - C
Máster
João José Cordeiro Nogueira
10
Etapa do Campeonato Maranhense 2018 - 24º BIS - São
Para-atleta
Francisco Raimundo de Brito Filho
10
Etapa do Campeonato Maranhense 2019 - 24º BIS - São
Sênior
Johnson Willis da Silva Lopes
18
Etapa do Campeonato Maranhense 2019 - 24º BIS - São
NRA RÁPIDO - PISTOLA LIGHT Categoria Única
Atleta
Pts
Miguel Francisco Silva Barbosa
219
Local X Copa São Luís de Tiro Esportivo
NRA RÁPIDO - PISTOLA STANDARD Categoria Única
Atleta
Pts
Miguel Francisco Silva Barbosa
226
NRA RÁPIDO - REVÓLVER Categoria Única
Atleta
Pts
Miguel Francisco Silva Barbosa
232
PISTOLA DE 25M FEMININO Categoria
Atleta
Local XII Copa São Luís de Tiro Esportivo
Local 1ª Etapa Campeonato Maranhense 2009 - 24º BC
Pts
Local
Dama
Camila Wissam Maalouf
474
8ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R Luís - MA
Dama
Márcia Aparecida Rosseto Netto
485
XII Copa São Luís de Tiro Esportivo
PISTOLA DE AR FEMININO Categoria
Atleta
Pts
Local
Dama
Analia Valeria Garrido de Sousa Araújo
496
6ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/R Luís - MA
Júnior Feminino
Camila Wissam Maalouf
506
9ª Etapa do Campeonato Maranhense On-Line de Car/Pst/RF - MA
PISTOLA DE AR MASCULINO Categoria
Atleta
Pts
Local
Júnior Masculino
Samuel Alves da Cruz
367
3ª Etapa do Campeonato Brasileiro 2019 - Santos - SP
Para-atleta
Raimundo Jones Borralho dos Santos
514
Etapa do Campeonato Maranhense 2021 - CLAM - São L
Sênior
Francisco Guilherme de Farias
550
Torneio da Amazônia 2013 - CCPETI - Imperatriz - MA
PISTOLA DE FOGO CENTRAL MASCULINO Categoria Atleta
Pts
Única
551
Francisco Guilherme de Farias
PISTOLA DE TIRO RÁPIDO MASCULINO Categoria Atleta
Pts
Única
512
Francisco Guilherme de Farias
PISTOLA LIVRE Categoria Única
Atleta José Raimundo dos Santos Júnior
PISTOLA STANDARD Categoria Única PUMA 3X7 Categoria
Atleta
Francisco Guilherme de Farias
Pts 514
Pts 527
Local XII Copa São Luís de Tiro Esportivo
Local
5ª Etapa do Campeonato Brasileiro de Car/Pst/RF 2015 - C
Local XXXIX Torneio Norte Nordeste - Fortaleza - CE
Local 5ª Etapa do Campeonato Brasileiro de Car/Pst 2013
Atleta
Pts
Local
Dama
Rosinete Nascimento Teixeira
144
Torneio da Amazônia 2007 - CCPETI - Imperatriz
Júnior Masculino
Arthur Bernardo Duque Bacelar
187
XV Torneio Guilherme Paraense - AMAN - Resende - RJ
Máster
José Augusto dos Reis
188
Etapa do Campeonato Maranhense 2010 - 24º BC
Sênior
Wissam Elias Maalouf
191
V Copa 10ª RM - Sniper Clube de Tiro - Fortaleza - CE
Sênior
Rui Manuel da Costa Duarte
191
V Open Mr. Gun de Tiro Esportivo - Fortaleza - CE
SAQUE RÁPIDO - PISTOLA LIGHT Categoria Única
Atleta
Adailton José Moreira Garcez
Pts 479
Local Etapa do Campeonato Maranhense 2010 - CTJIN
SAQUE RÁPIDO - PISTOLA STANDARD Categoria Atleta
Pts
Única
Arthur Bernardo Duque Bacelar
471
Etapa do Campeonato Maranhense 2011 - 24º BC
Única
Miguel Francisco Silva Barbosa
471
Etapa do Campeonato Maranhense 2010 - 24º BC
SAQUE RÁPIDO - REVÓLVER Categoria Única
Atleta
Júpiter Neewler Lopes Duarte
SILHUETA METÁLICA - 22 Categoria
Atleta
Local
Pts 467
Local Etapa do Campeonato Maranhense 2010 - 24º BC
Pts
Local
Dama
Márcia Aparecida Rosseto Netto
16
IV Torneio de Tiro Esportivo do Cerrado Maranhense - C
Dama
Márcia Aparecida Rosseto Netto
16
Etapa do Campeonato Maranhense 2010 - CBTD - Balsas
Júnior Masculino
Júlio César Costa Ferreira Neto
20
1ª Etapa Campeonato Maranhense 2009 - 24º BC
Máster
Rui Manuel da Costa Duarte
19
Etapa do Campeonato Maranhense 2011 - 24º BC
Sênior
Júpiter Neewler Lopes Duarte
20
Etapa do Campeonato Maranhense 2009 - 24º BC
Sênior
Edgar César Cordeiro Ferreira
20
IV Copa São Luís de Tiro Esportivo
SILHUETA METÁLICA - 22 LUNETA Categoria
Atleta
Pts
Dama
Vera Lúcia Caldeira do Amaral
18
Etapa do Campeonato Maranhense 2011 - 24º BC
Júnior Masculino
Júlio César Costa Ferreira Neto
20
1ª Etapa Campeonato Maranhense 2007 - 24º BC
Máster
José Augusto dos Reis
17
Etapa do Campeonato Maranhense 2011 - 24º BC
Máster
José Augusto dos Reis
17
Etapa do Campeonato Maranhense 2010 - 24º BC
Máster
José Augusto dos Reis
17
Etapa do Campeonato Maranhense 2010 - 24º BC
Máster
José Augusto dos Reis
17
Etapa do Campeonato Maranhense 2010 - 24º BC
Sênior
Alysson Marquezelli Simeão Almeida
20
Etapa do Campeonato Maranhense 2011 - 24º BC
Sênior
Júpiter Neewler Lopes Duarte
20
Etapa do Campeonato Maranhense 2010 - 24º BC
SILHUETA METÁLICA - 38 Categoria
Local
Atleta
Pts
Local
Dama
Vera Lúcia Caldeira do Amaral
15
Etapa do Campeonato Maranhense 2010 - 24º BC
Júnior Masculino
Júlio César Costa Ferreira Neto
18
1ª Etapa Campeonato Maranhense 2009 - 24º BC
Júnior Masculino
Marcelo Alves Duarte
18
II Copa São Luís de Tiro Esportivo
Máster
José Augusto dos Reis
17
Etapa do Campeonato Maranhense 2010 - 24º BC
Sênior
Nagib Jorge Feres
19
Etapa do Campeonato Maranhense 2010 - 24º BC
Sênior
Edgar César Cordeiro Ferreira
SILHUETA METÁLICA - 38 LUNETA Categoria
Atleta
19
1ª Etapa Campeonato Maranhense 2009 - 24º BC
Pts
Local
Máster
José Augusto dos Reis
16
Etapa do Campeonato Maranhense 2010 - 24º BC
Sênior
José Olavo Gonçalves Reis
12
Etapa do Campeonato Maranhense 2011 - 24º BC
SILHUETA METÁLICA DE AR Categoria
Atleta
Pts
Dama
Vera Lúcia Caldeira do Amaral
15
Torneio da Amazônia 2011 - CCPETI - Imperatriz
Júnior Masculino
Júlio César Costa Ferreira Neto
19
1ª Etapa Campeonato Maranhense 2008 - 24º BC
Máster
Rui Manuel da Costa Duarte
19
Etapa do Campeonato Maranhense 2011 - 24º BC
Sênior
Alysson Marquezelli Simeão Almeida
20
Etapa do Campeonato Maranhense 2011 - 24º BC
Sênior
Edgar César Cordeiro Ferreira
20
1ª Etapa Campeonato Maranhense 2009 - 24º BC
Sênior
Júpiter Neewler Lopes Duarte
20
1ª Etapa Campeonato Maranhense 2009 - 24º BC
TRAP NACIONAL DOUBLE Categoria
Atleta
Local
Pts
Local
Júnior Masculino
Gabriel Blatt
43
XII Torneio de Tiro Esportivo do Cerrado Maranhense - C
Máster
Valmor Sacoman Crepaldi
77
Etapa do Campeonato Maranhense 2017 - CBTD - Balsas
Sênior
Gilmar Blatt
85
Regional Centro-Oeste - Trap - GO
TRAP NACIONAL TOP 100 Categoria
Atleta
Pts
Dama
Vera Lúcia Caldeira do Amaral
79
Etapa do Campeonato Maranhense 2014 - CBTD - Balsas
Júnior Masculino
Rudyere Darlan Nunes Fucina
78
II Torneio do Cerrado Maranhense de Tiro Esportivo
Máster
Valmor Sacoman Crepaldi
95
Etapa do Campeonato Maranhense 2014 - CBTD - Balsas
Máster
Francisco Guilherme de Farias
95
9ª Etapa do Campeonato Brasileiro de Trap 2014 - CCPET
Sênior
Anderson Gomes Pereira
100
3ª Etapa do Campeonato Brasileiro de Trap 2009 - Aragu
TRAP NACIONAL TOP 200 Categoria
Atleta
Pts
Local
Local
Júnior Masculino
Rudyere Darlan Nunes Fucina
149
Torneio da Amazônia 2008 - CCPETI - Imperatriz
Máster
Danísio Iran Marabuco de Sousa
183
9ª Etapa do Campeonato Maranhense On-line de Trap 2
Máster
Francisco Guilherme de Farias
183
IV Torneio de Tiro Esportivo do Cerrado Maranhense - C
Sênior
Anderson Gomes Pereira
197
3ª Etapa Camp. Brasileiro de Trap 2009 - Araguaína - TO
Maranhão 98) 9913-5231 •
•
http://www.arqueriabs.com.br
Clube Arqueria Imperial (São Luís, bairro Recanto dos Vinhais)
(98) 9891-1613 •
contato@arqueriabs.com.br
arqueriaimperial@gmail.com
http://www.facebook.com/arqueriaimperial
Federação Maranhense de Arco (São José de Ribamar, bairro Residencial Limeira) – (98) 991137881 Universidade Federal do Maranhão (São Luís, Campus Dom Delgado)
(98) 9913-52310
francisco.navarro@ufma.br
CLUBE BALSENSE DE TIRO DESPORTIVO - CBTD Presidente: Emir Wendler Fazenda Santa Rita - BR 230 - Balsas Telefone: (99) 9852-92109 E-Mail: cbtd@outlook.com CLUBE DE ATIRADORES DO MARANHÃO - CLAM Presidente: Nagib Jorge Feres Rua Afonso Pena, 290 - Centro - São Luís Telefone: (98) 3221-4941 E-Mail: clubedeatiradores.ma@gmail.com CLUBE DE CAÇA, PESCA E TIRO DE IMPERATRIZ - CCPETI Presidente: Antônio Carlos Mota Bandeira Av. Circular, s/n - Parque Alvorada - Imperatriz E-Mail: acmbandeira@uol.com.br Site: http://www.ctiroitz.com.br CLUBE DE CAÇA, PESCA E TIRO DO MARANHÃO - CAPETIM Presidente: José Ribamar de Melo Bonfim Av. Mascarenhas de Moraes, 1100 - Tijupá Queimado - São José de Ribamar Telefone: (98) 99906-6239 / 98204-8322 CLUBE DE TIRO GUERRA - CTG Presidente: Irenne Apinagés de Oliveira Avenida José Olavo Sampaio, nº 100 - Centro - Presidente Dutra CEP: 65760-000 Telefone: (99) 9818-11062 E-Mail: clubedetiroguerra@gmail.com CLUBE DE TIRO JOAQUIM ITAPARY NETO - CTJIN Presidente: Joaquim Sales Oliveira Itapary Rua Rio Claro, s/n, Lotes 10/11, Jardim Paulista - Olho D´água - São Luís CEP: 65065-390 Telefone: (98) 99211-9006 E-Mail: jitaparyneto@elo.com.br Site: http://www.ctjin.com.br
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CLUBE DE TIRO KOBRA - CTK Presidente: Luiz Marcelo Silva Pinto Rua Santo Antônio, nº 175 A - Centro - Trizidela do Vale CEP: 65727-000 Telefone: (99) 9813-19366 E-Mail: clubedetirokobra@hotmail.com Site: http://www.clubekobra.com.br CLUBE IMPERATRIZENSE DE TIRO ESPORTIVO 7.62 - CITEP Presidente: Rogério Cardoso Macedo Avenida Castelo Branco, n⁰ 425 - Vila Vitória - Imperatriz CEP: 65918-003 E-Mail: contato@clubedetiro762.com.br Site: http://www.clubedetiro762.com.br
ACONTECEU
A skatista Imperatrizense, Rayssa Leal, vai compor a lista de participantes da primeira etapa do Mundial de Skate Street de 2022, Os nome dos 41 atletas foram divulgados pelo Street League Skateboarding (SLS), nesta quarta-feira (13). Ao todo, 10 brasileiros foram convocados, sendo cinco homens e cinco mulheres. O evento está marcado para acontecer no próximo final de semana, nos dias 16 e 17 de julho, na cidade de Jacksonville, no estado da Flórida. A segunda etapa irá acontecer em Seattle nos dias 13 e 15 de agosto. Enquanto a terceira será realizada em Las Vegas nos dias 8 e 9 de outubro. Já a final, também conhecida como Super Crown, será no Rio de Janeiro nos dias 5 e 6 de novembro. Por: Lucas Aquino
NAVEGANDO COM JORGE OLIMPIO BENTO "As armas e os barões assinalados / Que da ocidental praia Lusitana / Por mares nunca de antes navegados / Passaram ainda além da Taprobana / Em perigos e guerras esforçados / Mais do que prometia a força humana / E entre gente remota edificaram / Novo Reino, que tanto sublimaram".
A consagração do direito a uma vida digna, realizada no caminho de perseguição da felicidade, implica a presença acrescida do desporto, a renovação das suas múltiplas práticas e do seu sentido. Sendo a quantidade e qualidade do tempo dedicado ao cultivo do ócio criativo (do qual o desporto é parte) o padrão aferidor do estado de desenvolvimento da civilização e de uma sociedade, podemos afirmar, com base em dados objetivos, que nos encontramos numa era de acentuada regressão civilizacional. Este caminho, que leva ao abismo, tem que ser invertido urgentemente.
DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS Se um vulgar cidadão proferir ordinarices, os circunstantes zurzem nele sem dó nem piedade. Mas se elas forem ditas por alguém estrelado, então o aplauso é geral, a concordância está garantida e os jornais e televisões abrem fileiras para saudar o 'herói'. E ai de quem ouse manifestar desacordo! Necessitamos de coragem intelectual, cívica e moral para não ir por aí. Os fins não justificam os meios. O caminho virtuoso é o do meio; passa a igual distância de dois males extremos. PARTIDAS... Da estação de Sendas partiu o avô, aos 11 anos, para uma aventura de cujo itinerário e desenlace ele não fazia a menor ideia. Já não existe a linha férrea que ia de Bragança ao Tua. A Adriana parte, nesta madrugada, do aeroporto de Lisboa para Cabo Verde. Vai cuidar das tartarugas durante três meses. Com ela vão os pais e os avós; e também lágrimas furtivas, porque uma neta é mil vezes filha.
DAS SANÇÕES As sanções são como a pimenta. No rabo dos outros são refresco agradável. No nosso causam ardor insuportável. Aplicá-las a outrem é medida justa e responsável. Receber o troco é chantagem terrorista e inaceitável. Enfim, no primeiro caso merecem louvor e aclamação; no segundo suscitam raiva e indignação. Haja Deus e que Ele me ajude a compreender as diatribes irracionais dos comentadores e escribas maniqueístas das televisões e dos jornais! FORNO TRANSMONTANO Estou de regresso ao forno. O do calor dos dias e da quentura das noites de verão. E, sobretudo, o da mística cozedura do pão. Este amassado pelas mãos diligentes da minha mãe, aqueloutro aceso e aquecido com giestas, carquejas, estevas e urzes, e abençoado com benzeduras e rezas fervorosas. A bola sovada e a normal, comida ainda quente, regada com azeite e polvilhada com açúcar, eram o paraíso na nossa boca. A peregrinação ao forno transmontano traz-me à memória o divino, que é a exaltação do simplesmente humano. Quantas lembranças persistem cá dentro! SE PODES VER... Repara na farsa de hipocrisia e indigência moral e espiritual, levada à cena pela corja de corruptos e larápios, ladrões não só de dinheiro, mas sobretudo da confiança, esperança e ingenuidade dos povos! Repara no manto de aldrabice, desonra, indecência e ignomínia com que os vigaristas ultraliberais, ao serviço da barbárie internacional e da sua pança insaciável, cobrem de lodo e luto a política e a democracia! Repara no despudor dos pulhas e safados que se atrevem a invocar princípios, como se estes pudessem sentir-se bem na sua boca imunda e no seu coração sujo! Repara que os sacripantas têm o diabólico atrevimento de envernizar a canalhice e a imundície, invocando o nome de Deus e os valores da família! Repara no modo como ages e andas neste atoleiro! Só devemos reverenciar e saudar quem pratica atos de grandeza e nobreza ética e estética. ORAÇÃO A SANTA LUZIA Convém rezar diariamente, sobretudo em tempos de peste e guerra, para receber a graça de ver os perigos que nos espreitam e fugir deles a sete pés..
Ó milagrosa Santa Luzia, concedei-nos uma boa vistinha! Acrescentai aos nossos olhos, que são fraquinhos e tendem a gastar-se, um cérebro. Por mais pequeno que este seja, enxerga melhor, tanto ao perto como ao longe. Sem ele não logramos divisar o essencial; tropeçamos, a toda a hora, nos calhaus da estupidez. Deus não devia permitir que a gente venha ao mundo desprovida desse órgão, e incapaz de o aumentar durante a vida. Há cegos e imbecis em todos os cantos e esquinas da terra, apesar desta ser redonda. Ora, isto não se assemelha a obra divina. Bendita Santa Luzia, dai-nos a luz de um olhar tão apurado que até consigamos ver-nos a nós, por dentro e por fora, a maldade que acolhemos, as tristes figuras que fazemos, aquilo que não somos nem imaginamos e imensa falta nos faz. Amém! PROFISSÕES COM FUTURO O panorama das profissões está sujeito a constante mutabilidade. Umas extinguem-se ou renovam os modos e ofícios, outras surgem, em razão da evolução das necessidades existenciais e sociais. Ao longo da vida assistimos, pois, ao desaparecimento e nascimento de não poucas ocupações profissionais. Não há oráculos com a capacidade de prever com rigor o que espera amanhã as crianças de hoje. Essa varinha mágica está por inventar. Assim, o critério da empregabilidade, no tocante à acreditação e organização dos cursos do ensino superior, carece de fiabilidade. Todavia, algumas previsões merecem apreço. Byung-Chul Han chama a atenção para a urgência de criar a profissão de ‘ouvinte’, tais são o afastamento e surdez desta era em relação ao outro. Creio que a relevância dos ‘arquivistas’, ‘alfarrabistas’ e ‘bibliotecários’ tende igualmente a crescer. Nas páginas dos livros quase desfeitos, abandonados em bibliotecas e sótãos poeirentos, encontram-se guardadas as chaves da decifração e cura de muitos segredos e problemas que afetam o mundo contemporâneo e o porvir. O futuro tem um coração antigo. E o presente também. SENSATEZ Se estivermos atentos, a vida dá-nos preciosas lições de sabedoria em todas as idades. Ultimamente reaprendi que é deveras sensato ignorar os sacripantas, as suas javardices e ofensas. Não porque agir assim seja justo, mas por convir à nossa integridade, saúde e tranquilidade. Por mais que os cães graúdos ou rafeiros ladrem, devemos seguir em frente, como se não ouvíssemos os seus latidos. Amanhã, Ulisses, será outro dia: Éolo soltará os ventos da decência! DA LUCIDEZ Não nos deixemos apanhar na esparrela de discutir com indivíduos amorais, avessos à lógica e afeitos à imbecilidade! Eles são peixes dentro da água da estultícia, logo no seu habitat. Se cairmos no engodo de alimentar e prolongar discussões daquele teor, assemelhamo-nos a médicos idiotas que prescrevem remédios para mortos. Já fiz, não poucas vezes, esse papel. Obviamente, não ganhei nada; só dei trambolhões na necedade. DA COMUNIDADE Não é praça acabada e fortificada. É um espaço aberto e frágil, sempre em construção e reinvenção, onde todos podemos criar o bem comum, ampliá-lo e diversificá-lo. Nele somos tanto mais livres e autênticos, quanto mais damos as mãos uns aos outros. É para isso que as temos. E para abrir cada uma das folhas do volumoso e tão ignorado livro da humanidade e felicidade. Na comunidade aprende-se a arte e a gramática dialogal do Ser. Este nasce e floresce na escada da hospitalidade. ÁRVORES E ANIMAIS
Amo as árvores. Grandes ou pequenas, frondosas ou contidas, erguem-se do chão para o céu, da rasura para a altura, enfrentam a chuva e o vento, o calor e o frio, têm porte de dignidade. É uma pena vê-las arder. Detesto muitos animais. Rebaixam-se perante quem os indromina com simulacros de festas ou coisa tais. Isso basta-lhes; não aspiram a mais. Gastam a existência acuados. É uma desgraça vê-los multiplicar. RELATOS DA ORIGEM DO ÓDIO O juiz pergunta ao executante do atentado (06.10.1981) contra o ex-presidente egípcio Moḥamed Anwar al Sadat: - Porque é que matou o presidente? Resposta do inquirido: - Porque ele era um secular. O juiz insiste: - O que significa ‘secular’? O criminoso responde: - Não sei! No caso da tentativa de assassinato (1994) de Naguib Mahfouz, Nobel da Literatura em 1988, o juiz questiona o sicário: - Porque é que o esfaqueou? O terrorista esclarece: - Por causa do romance ‘Filhos de Gebelawi’. O juiz volta à carga: - Leu esse livro? Reação pronta do incriminado: - Não! Outro juiz questiona o sujeito que matou (08.06.1992) o escritor Farag Foda: - Porque é que assassinou Farag? O réu explica: - Porque era um infiel! O juiz indaga: - Como soube que ele era infiel? O acusado retruca: - Devido aos livros que escreveu. O juiz redargue: - Qual dos livros o levou a crer que ele era infiel? O matador confessa: - Não li nenhum! O juiz fica espantado: - Como assim? O culpado assume: - Não sei ler nem escrever! Conclusão: o ódio não nasce do conhecimento; surge da ignorância. Muitas vezes, esta floresce entre gente que sabe ler e escrever e até exibe um diploma de curso superior. RANKING ENFULIJADO Ó luminoso e fidedigno espelho meu, diz-me se há alguém mais cientista, produtivo e eficiente do que eu?! – Implora o pesquisador e docente falsificado. Absolutamente ninguém! – Corresponde o vidro enfarruscado. Então sou o número um no ranking aclamado! – Exclama ufano o imbecil deslumbrado. Sem dúvida, só tu és astro aceso no universo apagado! – Confirma o albardeiro do burro encilhado. O génio julga-se Prometeu e é Epimeteu com rabo comprido e cérebro minguado. Cuida ter asas e arrasta um cadeado.
“É PRECISO REINVENTAR A SOCIEDADE”
Fico profundamente reconhecido ao Prof. Doutor Afonso Pinhão Ferreira pelo belo, eloquente e generoso texto que escreveu, como recensão do livro “Para um Novo Normal”. A recensão foi publicada no jornal ‘As artes entre as letras’, do passado dia 13. Bem haja em todo o tempo e lugar!
PT.SCRIBD.COM É Preciso Reinventar a Sociedade, de Afonso Pinhão Ferreira Artigo de autoria do Professor Doutor Afonso Pinhão Ferreira, publicado no Jornal as Artes Entre as Letras - n.º 318 - 13.07.20222
MOÇÃO DE CENSURA Sou cidadão da União Europeia, profundamente comprometido com ela. Por isso estou obrigado ao exercício ativo e vigilante da cidadania. Esta manda censurar os dirigentes incapazes de impedir a guerra entre a Rússia e os EUA, que se trava na Ucrânia. E nada fazem que obste à sua continuidade. Ao invés, assemelhamse a uma locomotiva, sem maquinista, que avança insanamente para o precipício. Brincam à III Guerra Mundial "aos bocadinhos", como diz o Papa Francisco. Levam-nos para a desgraça económica, o caos social e a regressão civilizacional. A subserviência atirou a UE para a irrelevância política; nas tribunas do mundo anda a falar sozinha. DOS IMPOSTOS E DOS IMPOSTORES Os impostos são o dízimo democrático que pagamos para manter as instituições e acudir um pouco aos mais carentes. Todavia, muitos abastados mostram indisponibilidade para os pagar; não sentem a obrigação de ajudar os menos afortunados e de contribuir para o bem comum. O evangelho cristão chama a atenção para esse mandamento; mas alguns crentes estão infetados pelo individualismo e iliberalidade. Nos rebanhos dos putativos tementes a Deus cresce uma refinada hipocrisia: doam côngruas para as igrejas e o enriquecimento obsceno dos pastores; no entanto batem-se pela anulação das cobranças devidas ao Estado. Os desfavorecidos que se amanhem, entregues à míngua e ao ofício de pedintes; e a comunidade não existe! Eis o teor do seu cristianismo e da sua cidadania. REBELIÃO CONTRA A GUERRA Estou completamente de acordo com as palavras e posições do Papa Francisco, em todos os assuntos abordados na mensagem que dirigiu ontem aos jovens europeus. Assino por baixo e com letras maiúsculas. NÃO À GUERRA! DIA DE SÃO BENTO O calendário católico celebra a 11 de julho o Dia de São Bento. A Ordem de São Bento ou dos Beneditinos tem nele o grande impulsionador. Foi o elaborador do regulamento da vida monástica, inspirador de ordens religiosas (como a de Cister) que influenciaram a criação de comunidades e nações cristãs na Europa, inclusive o nosso país. Não por acaso, o papa Paulo VI designou-o patrono da Europa em 1964. Nascido, à volta do ano 480, no seio de uma nobre família romana da região de Núrsia, é enviado para Roma, com o intuito de estudar retórica e filosofia. Desiludido com a decadência moral da cidade, no ano de 500 retira-se para Enfide (atual Affile) e instala-se numa gruta, vivendo como eremita dedicado à oração e ao
sacrifício. Descoberto por pastores que divulgam a sua santidade, é visitado constantemente por pessoas em busca de conselhos de teor espiritual, o que conduz à sua nomeação para abade de um mosteiro em Vicovaro, no centro da Itália. Por causa do regime de vida exigente, que instituiu, os monges tentaram envenená-lo. Um dia, no momento em que benzia a hóstia, saiu do cálice, que continha vinho envenenado, uma serpente. O vaso desfez-se em pedaços. São Bento resolve deixar o convento e retornar à vida solitária. Em 503 recebe muitos discípulos e funda doze pequenos mosteiros. Em 529, por causa da inveja de um monge chamado Florêncio, muda-se para o Monte Cassino, onde cria o mosteiro que viria a ser a base da expansão da Ordem Beneditina. Florêncio enviou-lhe de presente um pão envenenado, mas Bento deu-o a um corvo, que todos os dias vinha comer nas suas mãos, e ordenou-lhe que o levasse para onde ninguém o pudesse encontrar. Quanto a Florêncio, costumava ir a uma varanda contemplar o horizonte e saborear o gozo da partida de Bento. A varanda ruiu e ele morreu. Um dos antigos discípulos de Bento decide então pedir ao mestre que retorne, pois o frade inimigo havia morrido. Bento chorou pela morte deste e pela reação festiva do discípulo, a quem impôs uma penitência por se regozijar com o infortúnio de Florêncio. Em 534 começou a escrever a ‘Regula Monasteriorum’ (Regra dos Mosteiros). Faleceu em 21 de março de 547, tendo pré-anunciado a alguns monges que iria morrer. Seis dias antes do falecimento, mandou abrir a sepultura. As representações de São Bento mostram geralmente, junto a ele, o livro da Regra, um cálice quebrado e um corvo com pão na boca, em memória do pão envenenado, oferecido pelo invejoso Florêncio. Associo ao quadro os Florêncios da atualidade.
É JÁ AMANHÃ! A vida tem parecenças com um rio que corre entre várias pandemias. Devemos encará-las como Ítalo Calvino concebe o relacionamento com o inferno. Elas são causadas pelo facto de vivermos juntos e sermos portadores e transmissores de vírus uns aos outros. Há duas maneiras de as abordar. A primeira é a recusa de nos apercebermos delas, de as ver e denunciar; afeiçoamo-nos e tornamo-nos assim parte delas. A segunda é tentar perceber quem e o quê, no ambiente pandémico, não são pandemia, dar-lhes voz, amplitude e durabilidade. É para isso que há professores e estes fazem da docência um diário aberto, semeado de inquietudes e tomadas de posição.
À SOMBRA DO PASSADO A nossa vida não acontece somente projetada para o futuro. A memória inclina-nos para a contemplação e revisão do que ficou para trás. É nessa procura de iluminação e reflexão dos caminhos andados, por nós e pelos outros, que ela se consome. A existência é, pois, uma constante meditação, rememoração e reinvenção do passado. Este revive assim; torna-se intenso presente e nunca morre. DO MANICÓMIO DOS RANKINGS E QUEJANDOS Mais uma vez, a comunicação social, cumprindo o ritual inscrito no evangelho desta era insana, inunda-nos com a droga dos rankings das escolas. O que fazer? Fechar os olhos e sacudir os ombros ou denunciar a manobra opiácea? Os padrões instituídos para avaliar as instituições de educação, formação e investigação, os docentes e pesquisadores são parte do sofisticado arsenal de técnicas de cosmética e propaganda, promovido pela globalização neoliberal. Não são indicadores fiáveis ou louváveis da qualidade do labor desenvolvido, do bem ou mal-estar sentido; enviesam problemas de fundo, devido à falta de escrutínio esclarecido. Não, não pode ser! A escola não é fábrica taylorista; não existe para juntar alunos e professores e pô-los a trabalhar, numa competitividade infrene, para os rankings. Que loucura! A sua incumbência social é outra. É uma entidade humanógena, vocacionada para educar Seres Humanos genuínos, não para produzir o animal eficiens e laborans, nem vermes ou insetos ou outros entes rastejantes e subjugados. Deve ser
estruturada para honrar e corresponder ao significado etimológico do termo escola (‘scholé’): lugar de admiração e aprendizagem do belo, elevado e nobre, da bondade e generosidade, para lá do útil e do necessário. Nela deve haver espaço e tempo para descobrir e celebrar a Humanidade compartilhada, para cantar e exaltar a vida, cultivar a calma e demora no conhecer e pensar, para tornar familiares as bitolas inspiradoras do aperfeiçoamento da civilização e existência, para contemplar as coisas superiores e virtuosas, o fulgor da verdade e da beleza. Para semear a ilusão e colher vivências de felicidade. Utopia? Sim, é! Mas os caminhos, que desviam dela, levam à catástrofe. Muita gente parece cega ao óbvio; tem cura, conquanto tome remédios adequados. Um deles é a leitura de livros que pensam e respiram fora da caixa oficial (p. ex., ‘A Tirania do Mérito’, de Michael Sandel). Para quê? Para abrir vias não trilhadas, em vez de prosseguir no mesmo. A procura de saída do ambiente mórbido é, desde logo, um sinal de sanidade. QUEM SOMOS? Contemplo as ruínas da casa onde nasci e assaltam-me perguntas: Quem somos, afinal? Como se conserva a vida dos mortos na memória dos vivos? A resposta implica saber donde vimos, o trajeto percorrido, a quantidade e diversidade de proveniências misturadas no nosso DNA. É impossível um cálculo rigoroso do extenso caminho e dos respetivos andantes; e não dispomos de terminologia para os designar. Contento-me em abrir uma janela para o passado, correndo o risco da imprecisão. Antecedeu-nos uma inapreensível e indizível multidão de indivíduos: 2 pais, 4 avós, 8 bisavós, 16 trisavós, 32 tetravós, 64 pentavós, 128 hexavós, 256 heptavós, 512 octavós, 1 024 enavós, 2 048 decavós, 4 096 unodecavós, 8 192 duodecavós e por aí fora. Estes números consideram só alguns séculos, havendo muitíssimos antes deles! Quem foram aquelas pessoas longínquas e os nossos milhões de parentes, de que terras vieram, como se juntaram e viveram? O que comiam? Que feições tinham? Como se chamaram e vestiram? Conheci somente os pais e a avó materna. Pensemos no mistério maravilhoso que toda essa gente encerra. Olhemo-nos por fora e por dentro e reconheçamos que somos apenas o minúsculo ponto de uma linha. Não temos noção do momento em que ela começou e até onde vai. Resta-nos agradecer e justificar o pontinho que nela representamos, honrar os predecessores e não poluir a cadeia do nome recebido e legado aos vindouros. ELEGÂNCIA E GENTILEZA A arte da vida é a do seu porfiado embelezamento. Cumpre-nos ser amáveis, elegantes e gentis com as pessoas. Ajudamos assim o mundo a florir, a encher de aroma o espaço e tempo, a tecer com o fio do encanto e harmonia as relações, o que reverte em nosso favor. Mas não o devemos ser com os trauliteiros e vigaristas. Temos o dever de lhes destinar atitudes e palavras iguais a espelhos refletores do que são. Se agirmos com eles de outro jeito, cometemos traição a essa altruística obrigação; negamo-nos a contribuir para a sua emenda e correção. NASCIMENTO DO INCONFORMADO Não se sabe exatamente em que dia da criação foi, mas deve ter sido logo no começo! Após criar os humanos, Deus pensou: “Concedo a todos o dom do livre-arbítrio, embora ciente de que muitos irão usá-lo para o mal. Por isso vou prover alguns com a capacidade e a coragem de denunciar os abusos e de falar em nome dos abandonados, dos famintos, dos injustiçados, dos oprimidos, dos que não têm voz; é ainda dever deles empenhar-se na vinda e defesa do progresso, arrancar água, pão e vinho das fragas.” O Criador dirigiu-se então a Trás-Os-Montes e sentou-se no alto de uma penedia. Olhou, olhou em redor e escolheu um casal de transmontanos. Passados nove meses, nascia o primeiro inconformado! INVETIVA
A disponibilidade para a escuta e observação é um bem cada vez mais escasso. Mas faz um esforço; torna-te observador e ouvinte do Outro e da realidade. Não vês a guerra contra os frágeis e os pobres? Consegues ver alguma contra a injustiça e a pobreza? Não tens nenhuma causa pela qual lutar? Então fazes o quê na vida?! Não precisas dela para nada. Estás morto e não te dás conta disso. És um inútil e, portanto, descartável. CARAS DE PAU Os líderes da UE, da NATO e do G7 primam pela coerência; por isso merecem estimação. Num dia dizem que não compram nada à Rússia; no outro tabelam os preços acima dos quais não comprarão. E só impõem sanções para atingir a putinesca nação; o quotidiano dos europeus fica à margem da danação. Desmentidos pela brutal subida do custo de vida, juram, a pés juntos, que o mal vem para nosso bem e salvação. Enganados todos nós, inclusive os ucranianos, quem mais eles enganarão? E se fossem brincar com o que lhes deu a feição?! DO ESTADO BÉLICO Temos defensores da paz e apologistas da guerra. Uns e outros, talvez movidos por bons propósitos, esgrimem argumentos e razões, afirmam a grandeza e sacralidade dos fins. Em nome destes são tidos em menor conta os custos de vária ordem. O Padre António Vieira, há trezentos e sessenta anos, tomou o seguinte partido: “É a guerra aquele monstro que se sustenta das fazendas, do sangue, das vidas, e quanto mais come e consome, tanto menos se farta. É a guerra aquela tempestade terrestre, que leva os campos, as casas, as vilas, os castelos, as cidades, e talvez em um momento sorve os reinos e monarquias inteiras. É a guerra aquela calamidade composta de todas as calamidades, em que não há mal algum que, ou se não padeça, ou se não tema, nem bem que seja próprio e seguro. O pai não tem seguro o filho, o rico não tem segura a fazenda, o pobre não tem seguro o seu suor, o nobre não tem segura a honra, o eclesiástico não tem segura a imunidade, o religioso não tem segura a sua cela; e até Deus nos templos e nos sacrários não está seguro.” Se o crisóstomo luso-brasileiro voltasse hoje à terra, qual seria o julgamento da situação vigente? A besta da crispação instalou-se e cavalga à rédea solta em todos os setores. A agressividade invadiu as palavras e os atos, os discursos oficiais, as relações laborais e interpessoais, as posições e proclamações políticas, os títulos e textos das notícias e os debates nos telejornais. O ambiente é de crescente refrega, sem final à vista. O ar está empestado de violência física e verbal; é irrespirável. O estado bélico reina no mundo; este tornouse imundo, um horror. Como viver nele?! CRESCENDO DA 'APOROFOBIA' EM TODA A PARTE No mundo humano somente existe o que tem nome. Ora, os pobres e a hostilidade para com eles são evidentes. A 'aporofobia', designação estranha mas apropriada, nomeia a realidade e fobia que cobrem de ignomínia a Humanidade. Os partidos ditos socialistas e ou social-democratas desistiram dos pobres e dos que, com muita dor e privação, apenas sobrevivem do seu trabalho; os neoliberais e os de direita assumida e extrema-direita encoberta consideram-nos marginais e fazem deles sacos-de-boxe do populismo. Os factos não mentem. A democracia e a política hodiernas estão de costas voltadas para a axiologia; afundam-se assim na imoralidade. Esta vai explodir um dia; e não será de maneira branda. ARTE E HISTÓRIA EM SÃO PEDRO DE RATES Há dias magníficos. A exposição 'Manifestação Genética', do Prof. Doutor Afonso Pinhão Ferreira, levou-nos ontem a São Pedro de Rates. Usufruímos a excelsitude da arte de combinar cores e formas. E avivamos a história.
Em Rates estão os alvores do cristianismo no noroeste peninsular e as origens da diocese de Braga. Bem mais tarde nasceu ali Tomé de Sousa, o primeiro Governador Geral do Brasil. De quem era filho? Do abade de Rates! Isso mesmo. A sexualidade e a fecundidade são a fonte da humanidade; e não atentam contra a divindade e santidade, antes as elevam. Tal como a arte, que inspira e arde contra a mesmidade. LIÇÃO DE ALENTEJANO Um alentejano está a comer ao balcão de um restaurante sito à beira da estrada. Eis que entram três motoqueiros do tipo 'abutres' (aqueles gajos tatuados que vestem roupas de couro preto, cheias de objetos cromados, e que gostam de mostrar valentia, quando estão em bando). O primeiro dirige-se para junto do alentejano, apaga o cigarro no prato deste e vai sentar-se na ponta do balcão. O segundo também se encaminha até ao alentejano, cospe no copo dele e vai sentar-se na outra ponta do balcão. O terceiro vira o prato do alentejano e senta-se ao pé de um dos compinchas. Sem dizer uma palavra de protesto, o alentejano levanta-se, põe o boné, já gasto, na cabeça e vai-se embora. Depois de algum tempo, um dos motoqueiros diz ao empregado do restaurante: - Aquele gajo não tem tomates! - É mesmo um banana, remata o segundo motoqueiro. - Um merdas, conclui o terceiro. O empregado comenta: - E é um péssimo motorista. Acabou de passar com o camião TIR por cima de três motas que estavam ali paradas !!! … Este texto, de autor desconhecido, contém uma lição aplicável aos trambiqueiros que perturbam o trânsito da nossa vida. Conheço alguns; acreditam demasiado na sorte e na impunidade. DAS CORES DO SANGUE Há sangue ou sangues de distintas cores; cada uma delas com diferente cotação. A mais valorizada é a azul, exclusiva de uma casta especial, embora esta não seja tipicamente endémica como a touriga nacional. Em seguida vem a branca; reclama um estreito parentesco com a azul. Atenção, não estou a falar de baleias! Garantem-me que o sangue de barata também está muito bem cotado, por conter genes constitutivos do oportunismo garantidor de sucesso. É requisito para chegar ao topo em carreiras que obrigam a amordaçar as inquietudes da alma e as dúvidas da consciência. O meu vem mesmo no finzinho do ranking das notações: é o da plebe e ralé; e tem cor vermelha. Vale-me, como risonha consolação, o facto de ser o único aceite para doação e transfusão. OBRIGATORIEDADES Consta por aí que várias ‘coisas’ vão ser, em breve, decretadas obrigatórias. A primeira obrigatoriedade é a da vacina contra a estupidez. A medida merece louvores. Porém, algumas instituições reputadíssimas correm o risco de fechar, devido à reação alérgica, provocada em não poucos dos seus dirigentes e membros. A segunda visa impedir que os indivíduos passem a vida toda sem respirar o oxigénio da liberdade. Aplaudese com ambas as mãos. Todavia há um importante senão: o oxigénio em demasia também pode matar! Muita gente não aguenta um ar com esse teor.
A terceira traz uma subtil alteração nos Dez Mandamentos: “Não ames o próximo, ama já este!” É bem provável que inúmeros sujeitos aproveitem o ensejo para se declarar cegos. E não existem oftalmologistas à altura da extensão e gravidade da doença.
CONVIDADOS-MEMBROS DA ACADEMIA POÉTICA BRASILEIRA Por: Mhario LincolnFonte: Rogério Rocha/APB
Rogério Rocha/Marco Rodrigues Conceito Editorial do FACETUBES: ***** DIA DE ROGÉRIO ROCHA: 1 vídeo e um Texto Entrevista com o filósofo Marco Rodrigues - sobre o livro Hermenêutica da Angústia Neste vídeo uma conversa sobre o novo livro do filósofo Marco Rodrigues, que inaugura uma nova linha de estudos em torno da temática da angústia, na obra de Nauro Machado. É uma entrevista exclusiva. Resgatada do Canal do Yotube do confrade Rogério Rocha, APB, seccional MA, uma entrevista exclusiva com o filósofo, sob autorização. Abaixo: "> ------------------------------------------------------------------------------SOBRE A VIDA, A MORTE E A AMIZADE Por Rogério Rocha Ilustração não original do Texto: MHL Os seres humanos sempre foram fascinados pelo mistério da vida e da morte. O que acontece quando morremos? O que acontece com a nossa alma? Existe vida após a morte? Essas são perguntas que tem sido feitas ao longo da história sem que tenhamos ainda respostas concretas. O que sabemos é que a morte é parte natural do processo de viver. É o fim de nossa existência física, o encerramento do ciclo biológico, consciencial e histórico de um indivíduo. Até aqui, tudo certo. Mas não sabemos realmente o que acontece com nossa consciência após a morte. Com a alma, ou espírito, com a mente, enfim. Sobre tais aspectos pesam ainda mais dúvidas que certezas.
Ilust: MHL Ficamos, assim, com posições que variam do total ceticismo na vida pós-morte à crença fervorosa que nos tem sido pelas tradições sapienciais, espiritualistas e religiosas, que apontam para a continuidade da vida em novos mundos. Neste sentido, há os que acreditam que nossa alma vai para outro reino, plano ou dimensão, enquanto para outros nós simplesmente deixamos de existir, voltando ao nada que éramos antes de nascer. Não há como saber ao certo o que acontece após a vida – em que pesem experiências místico-religiosas fundamentais, pródigas em relatar indícios e possibilidades –, mas uma coisa é certa: a morte da nossa estrutura biológica – aquela que recebe nossa forma vital concreta – é definitiva. É o fim de nossa passagem neste planeta. Nunca mais voltaremos à existência que tínhamos, a esta que temos no aqui e agora, dentro do invólucro físico chamado corpo. Este pode ser um conceito de difícil aceitação, mas é importante lembrar que a morte também faz parte da vida. Faz parte de um processo natural que acontece com todos desde o início dos tempos. Podemos não gostar, temer, odiar, praguejar contra, mas é inevitável. Uma das melhores maneiras de lidar com a realidade da morte, além de buscar uma vida de equilíbrio, boa e feliz, é ter bons amigos. Os amigos estão dentre aqueles que nos fornecem apoio e conforto em tempos difíceis. Eles podem nos ajudar a lembrar dos bons momentos e a nos concentrar nos aspectos positivos da vida, através dos laços de afetividade e companheirismo, do suporte material e emocional decisivos para a boa constituição de nossa saúde, inclusive mental. Bons amigos são um bem valioso e, por isso, devemos apreciá-los. Então, certifique-se de dizer aos seus amigos e amigas o quanto você os aprecia. Deixe-os saber que eles são importantes para você e que os valoriza, necessitando da participação deles em sua jornada pessoal. A morte é, portanto, esse mistério por vezes assustador, mas também é uma das peças que compõem o grande teatro da existência. É um evento único, doloroso, e por vezes sem sentido, mas que todos teremos que enfrentar. Aceitando a morte e valorizando nossas amizades, podemos aproveitar ao máximo nosso tempo na Terra.
DE DAOMÉ À CASA DAS MINAS, A ROTA DE ESCRAVIDÃO DA RAINHA FÉLIX ALBERTO LIMA
Rio - Ao perceber a presença de maranhenses na fila de autógrafos do terceiro volume da série Escravidão (editora Globo Livros), o historiador Laurentino Gomes foi logo chamando a atenção para um capítulo especial do livro dedicado a Nã Agotimé. Na noite de ontem estávamos eu, o poeta Salgado Maranhão e meu filho João Vítor com a namorada Jorgeanna na Livraria da Travessa, no lançamento da obra que fecha a trilogia e faz um recorte temporal da Independência do Brasil à Lei Áurea. Laurentino bebe nas fontes do historiador Alberto da Costa e Silva e dos antropólogos Pierre Verger (também etnógrafo e fotógrafo) e Sérgio Ferretti para associar a história da rainha africana Nã Agotimé às origens do Querebentan de Zomadonu, a popular Casa das Minas que resiste ao tempo na rua de São Pantaleão, no Centro de São Luís. Não obstante o volume de segredos e mistérios guardados nos rituais de culto afro no Brasil, respeitados na maioria dos estudos antropológicos, Nã Agotimé teria fundado a Casa das Minas no Maranhão depois ser vendida ao Brasil como escrava durante guerra familiar pela sucessão do trono de Daomé (atual Benim) no final do século XVIII. Oficialmente, a Casa das Minas foi fundada por Maria Jesuína, em nome de quem está a escritura mais antiga do imóvel, datada de 1847. Há quem diga, porém, que Maria Jesuína nunca teria existido. Seria apenas um codinome para esconder “a verdadeira responsável pela criação desse local de culto, cuja identificação por razões obscuras se manteria até hoje como um segredo muito bem guardado pelas suas sucessoras”. Nã Agotimé foi uma das muitas esposas do rei Agonglô. Nã tomou partido de um dos filhos para assumir o reinado após a morte de Agonglô. Mas a guerra civil levou ao trono Adandozan, um rei vingativo e sanguinário que governou Daomé por duas décadas. A Casa das Minas seria, portanto, um pedaço do reino daometano – exatamente aquele em contraposição a Adandozan – transportado para o outro lado do Atlântico pela rainha exilada. Laurentino Gomes chama a atenção, com essa e outras histórias da trilogia, para o fato de que a escravidão afetava não somente pobres, mas pessoas ricas e poderosas. “A perversa engrenagem do tráfico negreiro não poupava ninguém”. Segundo ele, a exemplo do caso de Nã Aglotimé, uma fatia representativa da nobreza africana foi lançada nos porões de navios “rumo a um destino muitas vezes anônimo e misterioso no cativeiro no Brasil”. Em 2005, o terreiro da Casa das Minas fora tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Ao longo do tempo, sem a renovação de filhas e mães de santo, os rituais e segredos – como o culto aos chamados vuduns – deixaram de ser passados de uma geração para outra. Em 2015 morreu a última chefe da casa, Deni Prata Jardim, aos 89 anos. De acordo com pesquisas de Laurentino Gomes, em seis anos de viagens por doze países, no período de chegada da rainha Nã Agotimé ao Brasil o Maranhão era uma das principais rotas do comércio negreiro no continente americano. De 1741 a 1842, aproximadamente 100 mil africanos desembarcaram em São Luís.
Como na definição de José Bonifácio de Andrada e Silva, destacada em boa hora no livro de Laurentino Gomes – que lança um olhar de estudioso, mas também de agudeza crítica, sobre triste período da história da humanidade – a escravidão era “um cancro que contaminava e roía as entranhas da sociedade brasileira”. Por fim, ao finalizar a leitura do capítulo recomendado por Laurentino, sobre a rainha Nã Agotimé, deixo aqui o registro de uma composição memorável da música produzida no Maranhão que retrata com poesia e engenho melódico o eco dos tambores de choro da Casa das Minas. Trata-se do enredo Do Daomé à Casa das Minas – a origem de um povo, de Betto Pereira e Augusto César Maia, um dos mais belos da história dos carnavais maranhenses defendido em 1980 pela escola Flor do Samba. Foi Nã quem deu origem ao Daomé E de lá pra cá a África se transportou Guardadas no comé da Casa das Minas Memórias de um povo exaltado ao som de um tambor Uma família Davice Aqui impõe sua cultura e tradição Acolhe escravos, cresce forte E a nação gege rompe a aurora dos seus deuses Pra Zomadono com todo seu panteão Negro dança a noite inteira Cantando lamentos, de pés no chão Toca o tambor de choro É mais um negro que se vai Morre um negro nasce outro Deixa o negro em sua paz Negra Fulô era feirante do amor E o negrinho Cosme, imperador dos bem-te-vis E ostentou toda uma raça, Catarina Mina Negros brotaram das raízes do reinado do Abomei Mãe Andressa encheu de amor todo Querebentan Evoca o teu orixá e oferenda abobó, caruru e cuxá Roda saia preta mina Que o atabaque ecoou Mostra a beleza e a nobreza Que o povo fon te deixou
ESCOLA DE GESTÃO LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ
“[...] Outro conceito essencial da gestão do milênio é o de organizações que aprendem, mudando o paradigma de uma organização que trabalha rotineiramente para o de uma organização que aprende, adotando uma filosofia permanente que permeia e envolve toda a empresa, tendo como técnicas de gestão o compartilhamento da informação, do conhecimento, a disseminação das melhores práticas, o empowerment6 e o aprendizado permanente” (CORTE REAL, on line) 7
Gestão é atividade empreendedora de alguém que está engajado num empreendimento, reconhece viável uma idéia para um produto ou serviço, um negócio, e o leva adiante. O comprometimento com o empreendedorismo leva à inovação, que se nutre na mudança para criar valor. Vivemos em uma sociedade de caráter empreendedor, em uma economia empreendedora – o que conduz a uma gestão empreendedora, pois o empreendedor não é apenas um dinamizador: é também um gestor eficiente (CORTE REAL)1. Os principais responsáveis pelo processo de aperfeiçoamento da organização são os administradores, executivos, planejadores, projetistas e gerentes. Estes agentes executam atividades eminentemente intelectuais. Os recursos intelectuais são as ferramentas básicas que os agentes do processo de aperfeiçoamento não podem deixar de usar, se desejam executar suas tarefas com proficiência: • • •
as informações gerenciais necessárias para apoiar a tomada de decisões adequadamente fundamentadas; os conhecimentos de interesse sobre os processos que a organização precisa realizar, indispensáveis para definir as informações relevantes para gerenciá-la; a linguagem organizacional, que descreve a realidade da organização, reflete os conhecimentos por ela dominados, permite expressar as informações relevantes e dá suporte à Comunicação Organizacional.
ORGANIZAÇÃO 6
delegação de autoridade, é uma abordagem a projetos de trabalho que se baseia na delegação de poderes de decisão, autonomia e participação dos funcionários na administração das empresas. Analisa-se o desenvolvimento, ou grau de maturidade, do empowerment na organização avaliando o estágio evolutivo em que se encontram as áreas de gestão, as configurações organizacionais, as estratégias competitivas, a gestão de recursos humanos e a qualidade. O empowerment se assenta em quatro bases principais: Poder – dar poder às pessoas, delegando autoridade e responsabilidade em todos os níveis da organização. Isso significa dar importância e confiar nas pessoas, dar-lhes liberdade e autonomia de ação. Motivação – proporcionar motivação às pessoas para incentivá-las continuamente. Isso significa reconhecer o bom desempenho, recompensar os resultados, permitir que as pessoas participem dos resultados de seu trabalho e festejem o alcance de metas. Desenvolvimento – dar recursos às pessoas em termos de capacitação e desenvolvimento pessoal e profissional. Isso significa treinar continuamente, proporcionar informações e conhecimento, ensinar continuamente novas técnicas, criar e desenvolver talentos na organização. Liderança - proporcionar liderança na organização. Isso significa orientar as pessoas, definir objetivos e metas, abrir novos horizontes, avaliar o desempenho e proporcionar retroação. 7 http://pt.shvoong.com/business-management/management/1689378-gest%C3%A3o-empresarial-conceito-gest%C3%A3o/
Organização8 é o modo como se organiza um sistema. É a forma escolhida para arranjar, dispor ou classificar objetos, documentos e informações. Em Administração9, organização tem dois sentidos: •
Combinação de esforços individuais que tem por finalidade realizar propósitos coletivos. Exemplo: empresas, associações, órgãos do governo, ou seja, qualquer entidade pública ou privada. As organizações são compostas de estrutura física, tecnológica e pessoas.
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Modo como foi estruturado, dividido e sequenciado o trabalho.
Segundo Montana (2003, p. 170) organizar é o processo de reunir recursos físicos e humanos essenciais à consecução dos objetivos de uma empresa. A estrutura de uma organização é representada através do seu organograma. Segundo Maximiano (1992) uma organização é uma combinação de esforços individuais que tem por finalidade realizar propósitos coletivos. Por meio de uma organização torna-se possível perseguir e alcançar objetivos que seriam inatingíveis para uma pessoa. Uma grande empresa ou uma pequena oficina, um laboratório ou o corpo de bombeiros, um hospital ou uma escola são todos exemplos de organizações. Segundo Robbins (1990), a organização é "uma entidade social conscientemente coordenada, com uma fronteira relativamente identificável, que funciona numa base relativamente contínua para alcançar um objectivo ou objectivos comuns". Uma organização é constituída por pessoas – para que ela mude, também as pessoas têm que mudar. No entanto, o ser humano é único e, como tal, cria o seu próprio pensamento individual, quer por antecipação, quer por reacção. A forma como estes pensamentos e correspondentes acções se reflectem no contexto organizacional poderá ganhar uma dimensão tal, que torna a reacção do sistema imprevisível . Uma organização é formada pela soma de pessoas, máquinas e outros equipamentos, recursos financeiros e outros.A organização então é o resultado da combinação de todos estes elementos orientados a um objetivo comum. Organizar compreende atribuir responsabilidades às pessoas e atividades aos órgãos (unidades administrativas). A forma de organizar estes órgãos chama-se de departamentalização. DEPARTAMENTALIZAÇÃO Tem suas origens na Teoria Clássica, corrente filosófica administrativa iniciada pelo teórico francês Henri Fayol, que pregava a ênfase na Estrutura Organizacional como forma de aumentar a eficiência e aprimorar as relações entre cada segmento de uma empresa10. Era uma abordagem de conceito verticalizado que segue hierarquicamente da direção para a execução das tarefas. Sob abordagem econômica, entretanto, a Divisão de Trabalho apregoada por Adam Smith como fundamental para a geração de riquezas, constitui-se na genese dessa idéia.
8 Do grego "organon", organização significa instrumento, utensílio. De acordo Bilhim (2006) "a organização é uma entidade social, conscientemente coordenada, gozando de fronteiras delimitadas que funcionam numa base relativamente contínua, tendo em vista a realização de objectivos comuns". Sobrevivência e crescimento (metas e objectivos) é o que a maioria ambiciona. Objectivos que exigem grupos de duas ou mais pessoas, que estabelecem entre eles relações de cooperação, acções formalmente coordenadas e funções diferenciadas, hierarquicamente hierárquica. 9 Administração ou gestão de empresas supõe a existência de uma instituição a ser administrada ou gerida, ou seja, um agrupamento de pessoas que se relacionem num determinado ambiente, físico ou não, orientadas para um objetivo comum que é a empresa. Empresa, aqui significa o empreendimento, os esforços humanos organizados, feitos em comum, com um fim específico, um objetivo. As instituições (empresas) podem ser públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos. Atualmente se utiliza esta palavra para designar os estabelecimentos comerciais, industriais, de serviços, etc., grandes ou pequenos, o que não revela seu sentido no título da profissão. 10 Uma empresa é um conjunto organizado de meios com vista a exercer uma atividade particular, pública, ou de economia mista, que produz e oferece bens e/ou serviços, com o objetivo de atender a alguma necessidade humana.
Em Teoria da Organização, a Departamentalização tem como alternativa as chamadas Adhocracias.11 A Departamentalização Matricial ou Organização Matricial, é um tipo híbrido de Departamentalização, no qual equipes compostas por pessoas de diversas especialidades, são reunidas com o objetivo de realizar tarefas com características temporárias. Ela evoluiu a partir da Departamentalização Funcional tradicional, aliada a dinamicidade das estruturas de projeto ou produto.
GESTÃO DO CONHECIMENTO É uma disciplina que tem suscitado cada vez mais atenção nas últimas décadas, tendo originado inúmeros trabalhos de investigação e investimentos cada vez mais significativos por parte das organizações que reconhecem a sua crescente importância. A investigação na área da gestão do conhecimento está ligada à várias disciplinas, entre as quais, a gestão estratégica, a teoria das organizações, os sistemas de informação, a gestão da tecnologia e inovação, o marketing, a economia, a psicologia, a sociologia, etc.(Georg van Krogh, 2002)
11 Segundo Alvin Toffler, a adhocracia ou "adocracia" é um sistema temporário variável e adaptativo, organizado em torno de problemas a serem resolvidos por grupo de pessoas com habilidade e profissões diversas e complementares. Constitui-se em uma opção à tradicional Departamentalização. O termo teve origem nas “forças-tarefas” militares para enfrentar situações de forma rápida. Toffer estabeleceu que no futuro a sociedade será extremamente dinâmica e mutável e que as organizações que quiserem sobreviver terão que ser inovadoras, temporárias, orgânicas e anti-burocráticas. Outras referências definem o termo como a organização baseada em projetos, uma alternativa para a antiga Organização Departamental (baseada na divisão racional do trabalho) e para a intermediária Organização Matricial (que juntaria elementos da Departamentalização com a Gerência de Projetos). A característica central da adhocracia são os grupos e equipes cooperativos que resolvem problemas e desempenham o trabalho. As posições e as tarefas não são permanentes e as formas organizacionais são livres.
A principal preocupação dos investigadores na área da gestão do conhecimento reside na busca da melhoria de desempenho das organizações através de condições organizacionais favoráveis, processos de localização, extracção, partilha e criação de conhecimento, assim como através das ferramentas e tecnologias de informação e comunicação. De forma geral, acredita-se que uma boa prática de gestão do conhecimento influencia directa e indirectamente o bom desempenho organizacional e financeiro de uma organização. Entre as diversas vantagens de uma boa gestão de conhecimento, reconhecem-se as seguintes: • • • • • • • • •
Vantagem competitiva em relação à concorrência Redução dos custos e tempo de produção e desenvolvimento de produtos Rápida comercialização de novos produtos Aumento do valor das acções Maximização do capital intelectual/activos intelectuais Melhoria dos processos internos e maior fluidez nas operações Processos de tomada de decisões mais eficientes e melhores resultados Melhoria na coordenação de esforços entre unidades de negócios Melhoria da prestação de serviços (agilidade), da qualidade dos produtos e da qualidade do serviço cliente
Vários autores (Drucker, 1993; Davenport et al., 1996; Staples et al., 2001; Holsapple, 2008, etc.) afirmam que boas iniciativas e práticas de gestão do conhecimento contribuem para a sustentabilidade das vantagens competitivas das organizações que as empreendem. A Gestão do conhecimento possui ainda o objetivo de controlar, facilitar o acesso e manter um gerenciamento integrado sobre as informações12 em seus diversos meios. Entende-se por conhecimento13 a informação 12 Informação é o resultado do processamento, manipulação e organização de dados, de tal forma que represente uma modificação (quantitativa ou qualitativa) no conhecimento do sistema (pessoa, animal ou máquina) que a recebe. Informação enquanto conceito, carrega uma diversidade de significados, do uso cotidiano ao técnico. Genericamente, o conceito de informação está intimamente ligado às noções de restrição, comunicação, controle, dados, forma, instrução, conhecimento, significado, estímulo, padrão, percepção e representação de conhecimento. É comum nos dias de hoje ouvir-se falar sobre a Era da Informação, o advento da "Era do Conhecimento" ou sociedade do conhecimento. Como a sociedade da informação, a tecnologia da informação, a ciência da informação e a ciência da computação em informática são assuntos e ciências recorrentes na atualidade, a palavra "informação" é freqüentemente utilizada sem muita consideração pelos vários significados que adquiriu ao longo do tempo. 13
Conhecimento é o ato ou efeito de abstrair idéia ou noção de alguma coisa, como por exemplo: conhecimento das leis; conhecimento de um fato (obter informação); conhecimento de um documento; termo de recibo ou nota em que se declara o
aceite de um produto ou serviço; saber, instrução ou cabedal científico (homem com grande conhecimento). O tema "conhecimento" inclui, mas não está limitado a, descrições, hipóteses, conceitos, teorias, princípios e procedimentos que são ou úteis ou verdadeiros. O estudo do conhecimento é a gnoseologia. Hoje existem vários conceitos para esta palavra e é de ampla compreensão que conhecimento é aquilo que se sabe de algo ou alguém. Isso em um conceito menos específico. Contudo, para falar deste tema é indispensável abordar dado e informação. Dado é um emaranhado de códigos decifráveis ou não. O alfabeto russo, por exemplo, para leigos no idioma, é simplesmente um emaranhado de códigos sem nenhum significado especifico. Algumas letras são simplesmente alguns números invertidos e mais nada. Porém, quando estes códigos até então indecifráveis, passam a ter um significado próprio para aquele que os observa, estabelecendo um processo comunicativo, obtém-se uma informação a partir da decodificação destes dados. Diante disso, podemos até dizer que dado não é somente códigos agrupados, mas também uma base ou uma fonte de absorção de informações. Então, informação seria aquilo que se tem através da decodificação de dados, não podendo existir sem um processo de comunicação. Essas informações adquiridas servem de base para a construção do conhecimento. Segundo esta afirmação, o conhecimento deriva das informações absorvidas.Se constrói conhecimentos nas interações com outras pessoas, com o meio físico e natural. Podemos conceituar conhecimento da seguinte maneira: conhecimento é aquilo que se admite a partir da captação sensitiva sendo assim acumulável a mente humana. Ou seja, é aquilo que o homem absorve de alguma maneira, através de informações que de alguma forma lhe são apresentadas, para um determinado fim ou não. O conhecimento distingue-se da mera informação porque está associado a uma intencionalidade. Tanto o conhecimento como a informação consistem de declarações verdadeiras, mas o conhecimento pode ser considerado informação com um propósito ou uma utilidade. A definição clássica de conhecimento, originada em Platão, diz que ele consiste de crença verdadeira e justificada. O conhecimento não pode ser inserido num computador por meio de uma representação, pois neste caso seria reduzido a uma informação. Assim, neste sentido, é absolutamente equivocado falar-se de uma "base de conhecimento" num computador. No máximo, podemos ter uma "base de informação", mas se é possível processá-la no computador e transformar o seu conteúdo, e não apenas a forma, o que nós temos de facto é uma tradicional base de dados. Associamos informação à semântica. Conhecimento está associado com pragmática, isto é, relaciona-se com alguma coisa existente no "mundo real" do qual temos uma experiência directa. O conhecimento pode ainda ser aprendido como um processo ou como um produto. Quando nos referimos a uma acumulação de teorias, idéias e conceitos o conhecimento surge como um produto resultante dessas aprendizagens, mas como todo produto é indissociável de um processo, podemos então olhar o conhecimento como uma atividade intelectual através da qual é feita a apreensão de algo exterior à pessoa. A definição clássica de conhecimento, originada em Platão, diz que ele consiste de crença verdadeira e justificada. Aristóteles divide o conhecimento em três áreas: científica, prática e técnica. Além dos conceitos aristotélico e platônico, o conhecimento pode ser classificado em uma série de designações/categorias: Conhecimento Sensorial: É o conhecimento comum entre seres humanos e animais. Obtido a partir de nossas experiências sensitivas e fisiológicas (tato, visão, olfato, audição e paladar). Conhecimento Intelectual: Esta categoria é exclusiva ao ser humano; trata-se de um raciocínio mais elaborado do que a mera comunicação entre corpo e ambiente. Aqui já pressupõe-se um pensamento, uma lógica. Conhecimento Vulgar/Popular: É a forma de conhecimento do tradicional (hereditário), da cultura, do senso comum, sem compromisso com uma apuração ou análise metodológica. Não pressupõe reflexão, é uma forma de apreensão passiva, acrítica e que, além de subjetiva, é superficial. Conhecimento Científico: Preza pela apuração e constatação. Busca por leis e sistemas, no intuito de explicar de modo racional aquilo que se está observando. Não se contenta com explicações sem provas concretas; seus alicerces estão na metodologia e na racionalidade. Análises são fundamentais no processo de construção e síntese que o permeia, isso, aliado às suas demais características, faz do conhecimento científico quase uma antítese do popular. Conhecimento Filosófico: Mais ligado à construção de idéias e conceitos. Busca as verdades do mundo por meio da indagação e do debate; do filosofar. Portanto, de certo modo assemelha-se ao conhecimento científico - por valer-se de uma metodologia experimental -, mas dele distancia-se por tratar de questões imensuráveis, metafísicas. A partir da razão do homem, o conhecimento filosófico prioriza seu olhar sobre a condição humana. Conhecimento Teológico: Conhecimento adquirido a partir da fé teológica, é fruto da revelação da divindade. A finalidade do Teólogo é provar a existência de Deus e que os textos Bíblicos foram escritos mediante inspiração Divina, devendo por isso ser realmente aceitos como verdades absolutas e incontestáveis. A fé pode basear-se em experiências espirituais, históricas, arqueológicas e coletivas que lhe dão sustentação. Conhecimento Intuitivo: Inato ao ser humano, o conhecimento intuitivo diz respeito à subjetividade. Às nossas percepções do mundo exterior e à racionalidade humana. Manifesta-se de maneira concreta quando, por exemplo, tem-se uma epifania. 1.Intuição Sensorial/Empírica: “A intuição empírica é o conhecimento direto e imediato das qualidades sensíveis do objeto externo: cores, sabores, odores, paladares, texturas, dimensões, distâncias. É também o conhecimento direto e imediato de estados internos ou mentais: lembranças, desejos, sentimentos, imagens.” (in: Convite à Filosofia; CHAUÍ, Marilena).
interpretada, ou seja, o que cada informação significa e que impactos no meio cada informação pode causar de modo que a informação possa ser utilizada para importantes ações e tomadas de decisões. Sabendo como o meio reage às informações, pode-se antever as mudanças e se posicionar de forma a obter vantagens e ser bem sucedido nos objetivos a que se propõe. Em uma definição resumida pode-se dizer que Gestão do Conhecimento é um processo sistemático, articulado e intencional, apoiado na geração, codificação, disseminação e apropriação de conhecimentos, com o propósito de atingir a excelência organizacional. A gestão do conhecimento tem como objetivos: •
Tornar acessíveis grandes quantidades de informação organizacional, compartilhando as melhores práticas e tecnologias;
•
Permitir a identificação e mapeamento dos ativos de conhecimento e informações ligados a qualquer organização, seja ela com ou sem fins lucrativos (Memória Organizacional);
•
Apoiar a geração de novos conhecimentos, propiciando o estabelecimento de vantagens competitivas.
•
Dar vida aos dados tornando-os utilizáveis e úteis transformando-os em informação essencial ao nosso desenvolvimento pessoal e comunitário.
•
Organiza e acrescenta lógica aos dados de forma a torná-los compreensíveis.
•
Aumentar a competitividade da organização através da valorização de seus bens intangíveis.
O conhecimento pode ser implícito (tácito) ou explícito. Segundo Larry Prusak, a unidade de análise do conhecimento não deve ser a organização, nem o indivíduo, mas sim grupos com contextos comuns. DIKW É uma hierarquia informacional utilizada principalmente nos campos da Ciência da Informação14 e da Gestão do Conhecimento, onde cada camada acrescenta certos atributos sobre a anterior. Os seus componentes, em ordem crescente de importância e normalmente dispostos em um sistema de coordenadas cartesianas, são os seguintes: •
Dados (Data) é o nível mais básico;15
•
Informação (Information) acrescenta contexto e significado aos dados;
•
Conhecimento (Knowledge) acrescenta a forma como usar adequadamente a informação;
•
Sabedoria (Wisdom) acrescenta o entendimento de quando utilizá-los16.
2.Intuição Intelectual: A intuição com uma base racional. A partir da intuição sensorial você percebe o odor da margarida e o da rosa. A partir da intuição intelectual você percebe imediatamente que são diferentes. Não é necessário demonstrar que a “parte não é maior que o todo”, é a lógica em seu estado mais puro; a razão que se compreende de maneira imediata. 14 Ciência da Informação é a ciência que estuda a informação desde a sua gênese até o processo de transformação de dados em conhecimento. Estuda ainda a aplicação da informação em organizações, seu uso, e estuda as interações entre pessoas, organização e sistemas de informação. 15 Os dados referem-se a uma recolha de informações organizadas, normalmente o resultado da experiência ou observação de outras informações dentro de um sistema de computador, ou um conjunto de instalações. Os dados podem consistir em números, palavras ou imagens, as medições e observações de um conjunto de variáveis; informações, registro que identifica alguma coisa tanto objeto ou animal. 16 Sabedoria humana seria a capacidade que ajuda o homem a identificar seus erros e os da sociedade e corrigi-los. Sabedoria divina será provavelmente a capacidade de aprofundar os conhecimentos humanos e elaborar as versões do Divino e questões semelhantes.
Desta forma, a hierarquia DIKW é um modelo teórico que se mostra útil na análise e no entendimento da importância e limites das atividades dos trabalhadores do conhecimento. INTELIGÊNCIA ORGANIZACIONAL é a capacidade coletiva disponível em uma organização para identificar situações que justifiquem iniciativas de aperfeiçoamento, conceber, projetar, implementar e operar os sistemas aperfeiçoados, utilizando recursos intelectuais, materiais e financeiros. Proposta por Couto e Macedo-Soares, essa definição tem como base o conceito do senso comum que reconhece a inteligência como a capacidade de identificar e de resolver problemas novos. Estratégias para desenvolver a Inteligência Organizacional interessam diretamente a praticantes, consultores, pesquisadores e estudantes das áreas de Administração, Planejamento, Gerência de projetos, Gerência de operações, Comunicação organizacional, Ciência da informação e Tecnologia da informação, entre outras. O tema apresenta interesse para organizações produtoras da Agropecuária, da Indústria e do Setor de Serviços, sejam elas empresas da iniciativa privada ou entidades do setor público. A questão geral da inteligência é amplamente discutida por numerosos estudiosos. Em Brown encontram-se vários estudos sobre o que o autor chama Inteligência Organizacional Computadorizada. Segundo Choo, podese dizer que uma organização é "inteligente" quando ela identifica, captura, disponibiliza e usa de forma extensiva a informação e o conhecimento. A identificação dos recursos intelectuais facilita a proposição de estratégias para desenvolver a Inteligência Organizacional. GESTÃO ESTRATÉGICA DE EMPRESAS É um termo que se refere às técnicas de gestão, avaliação e ao conjunto de ferramentas respectivas (como software) concebidas para ajudar empresas na tomada de decisões estratégicas de alto nível17. Tipicamente é utilizado um sistema de informação estratégico (SIE) para gerir a informação e assistir no processo de decisão estratégica. Os SIE representam a evolução natural dos sistemas de informação de gestão18 face às necessidades das empresas em tirar partido da informação recolhida e processada por forma a ganhar vantagem competitiva19 e quiçá redefinir os objetivos da empresa para reajustá-la às alterações ambientais. Sabedoria é a utilização do conhecimento na construção da felicidade. Sabedoria (em grego Σοφία, "sofía") é o que detém o "sábio" (em grego σοφός, "sofós"). Desta palavra derivam várias outras, como por exemplo, φιλοσοφία -"amor à sabedoria" (filos/sofia). Há também o termo "Phronesis" - usado por Aristóteles na obra Ética a Nicômaco para descrever a "sabedoria prática", ou a habilidade para agir de maneira acertada". É um conceito diferente de "inteligência" ou de "esperteza". Mesmo para "sophia" há conceitos diferentes: muitos fazem distinção entre a "sabedoria humana" e a "sabedoria divina" (teosofia). 17 (em língua inglesa: strategic enterprise management — SEM) 18 Sistema de Informação de Gestão ou Sistema de Informações Gerenciais (SIG) (do inglês, Management Information System – MIS) é um sistema de informação, tipicamente baseado em computadores, utilizado no seio de uma organização. A WordNet descreve um sistema de informação como "um sistema que consiste na rede de canais de comunicação numa organização". 19 VC geralmente se origina de uma competência central do negócio. E que para ser realmente efetiva, a vantagem precisa ser: 1. difícil de imitar 2. única 3. sustentável 4. superior à competição 5. aplicável a múltiplas situações Exemplos de características de empresas que poderiam constituir uma vantagem competitiva incluem: 1. foco no cliente, valor para o cliente 2. qualidade superior do produto 3. distribuição ampla
Um sistema de informação estratégico foi definido como "O sistema de informação que suporta ou altera a estratégia20 da empresa" por Charles Wiseman (Strategy and Computers 1985). Sprague definiu três classificações destes sistemas: 1. Sistema competitivo 2. Sistema cooperativo 3. Sistema de operações de mudança na organização
Os conceitos chave na gestão estratégica de empresas são: • • • •
Estabelecer objetivo melhorar a posição da companhia, em oposição a objetivos genéricos, como o aumento de lucro ou redução de custos. Avaliação da performance em termos dos objetivos estabelecidos, e disponibilização da informação a quem toma as decisões estratégicas. Avaliação e gestão do "capital intelectual", aptidões e experiência da força de trabalho das companhias. Gestão baseada em atividades (ABM, activity based management), que busca avaliar clientes e projetos nos termos de seus custo e benefícios totais à organização, melhor que supor que os projetos mais importantes são aqueles que trazem o rendimento mais elevado.
4. alto valor de marca e reputação positiva da empresa 5. técnicas de produção com baixo custo 6. patentes, direitos autorais e de propriedade industrial 7. proteção do governo (subsídios e monopólio) 8. equipe gerencial e de funcionários superior 20 Cinco P da definição estratégica de Mintzberg (1987): Estratégia como Plan (plano): forma de ganhar um jogo com regras pré-estabelecidas, através de um processo formal, com forte carácter analítico e de certa maneira determinístico. Nesta vertente da estratégia podem enquadrar-se a Escola do Planeamento e a Escola de Design, entre outras; Estratégia como Pattern (padrão): consistência de comportamentos, jogo entre actores internos e externos, processo de aprendizagem, incrementalismo e construtivismo, modelo de adaptação evolutiva. Nesta vertente da estratégia enquadram-se a Escola de Recursos e a Escola do Poder, entre outras; Estratégia como Position (posição): ajustamento entre o exterior e o interior da empresa, definindo o que se deve fazer e o que não se deve fazer. Aqui, enquadram-se a Escola do Posicionamento e Escola do Planeamento. Estratégia como Perspective (perspectiva): modo próprio da empresa ver o mundo, agindo de acordo com essa visão, inbuída de um espírito colectivo. Incluem-se, nesta vertente, a Escola Empreendedora e a Escola do Conhecimento. Estratégia como Ploy (artimanha): manobra intencional ou não intencional, modo de acção pré-determinado ou emergente. Nesta vertente podem incluir-se os graus de liberdade de que a empresa pode usufruir e as armas que detém para poder jogar o jogo da sobrevivência e sustentação, incluindo então a Escola Ambiental.
BILHIM, João Abreu de Faria. Teoria Organizacional: Estruturas e Pessoas. ed. ISCSP, 2006. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. 4ª Edição, Ed. Makron Books. COLENGHI, Vitor Mature. O&M e Qualidade Total: uma integração perfeita. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1997. GIGLIOTI, Francisco. Administração, organização e conceitos. 2 ed. Campinas, SP: LZN Editora, 2006, 198 p. LACOMBE, F.J.M.; Heilborn, G.L.J. Administração: princípios e tendências. 1.ed. São Paulo: Saraiva, 2003 MONTANA, Patrick J. Administração. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. MORGAN, Gareth. Imagens da Organização, 1ª Edição, 1996, Editora Atlas, pags 58-59.ISBN 85-224-1341-X.
DJALMA CAMPOS UM VIANENSE NA POLITICA E NO FUTEBOL
ÁUREO VIEGAS MENDONÇA
O futebol e política sempre estiveram juntos, para Djalma essas atividades estiveram mais próximas ainda, Djalma dos Santos Campos nasceu na cidade de Viana em 05 de junho de 1946, ainda menino se mudou com a família para a capital São Luís e foi morar no tradicional bairro do Desterro, no centro histórico de São Luís, com 12 anos de idade começou a bater peladas com outros colegas no campo de futebol improvisado em frente à igreja do Desterro que é a primeira igreja construída em São Luís e no Estado do Maranhão, seu pai Djalma Gomes Campos o incentivou a jogar futebol, jogou em alguns clubes amadores e como profissional iniciou no Moto Club e depois passou a defender a equipe do Sampaio Corrêa, os dois maiores rivais e clubes do Estado do Maranhão. O vianense Djalma Campos foi campeão Brasileiro da série B em 1972 pelo Sampaio Corrêa, na época chamado de “Brasileirinho” (2ª Divisão, atual série B), derrotando nos pênaltis o Campinense da Paraíba, na grande final e um detalhe curioso nessa época somente um jogador batia os cinco pênaltis e coube ao zagueiro Neguinho do Sampaio Corrêa cobrar e converter os cinco pênaltis, Djalma Campos é considerado como um dos melhores jogadores do futebol maranhense de todos os tempos. Quando ele defendia o Sampaio Corrêa o time de maior torcida do Maranhão em 1970 resolveu entrar para a política e concorreu a uma vaga na Câmara Municipal de São Luís, foi eleito vereador na capital com uma votação em torno de 2.500 votos, uma boa votação nessa época e ficou entre os primeiros colocados. A partir de então passou a dividir suas atenções entre a política e o futebol. Após o seu primeiro mandato Djalma Campos se candidatou a reeleição para a Câmara Municipal e se elegeu novamente para vereador de São Luís com uma votação estupenda na época acima de 4.500 votos. Ainda em seu segundo mandato como vereador Djalma Campos concorreu a uma vaga de deputado estadual e foi eleito obtendo o terceiro lugar como deputado mais votado, obteve em torno de 14 mil votos e seu mandato como deputado estadual foi no período de 1975-1979. Terminando o seu primeiro mandato como Deputado estadual resolveu tentar novamente outro mandato de deputado estadual, porém não se elegeu. Após encerrar sua carreira como jogador de Futebol, no ano seguinte foi eleito Presidente do Sampaio Corrêa. Durante sua carreira obteve os seguintes títulos como jogador: Campeão Maranhense em 1968
(Moto), 1972 e 1975 (Sampaio), campeão da Segunda Divisão (Brasileirinho, atual série B do campeonato Brasileiro) pelo Sampaio, em 1972 e como presidente foi Campeão Maranhense em 1976 pelo Sampaio Corrêa. Ao longo de sua vida assumiu outros cargos públicos e no setor esportivo foi diretor executivo e vicepresidente do Instituto de Previdência do Estado do Maranhão (Ipem). Foi também assessor da presidência da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão, na época do Presidente Deputado Manoel Ribeiro, foi gerente Regional da Baixada, Também exerceu o cargo de Diretor do Departamento de Futebol do Sampaio Corrêa juntamente com o desportista Humberto Trovão. Em 1988 concorreu às eleições para prefeito de Viana apoiado pelo grupo liderado por Walber Duailibe e venceu, obteve 5.393 votos e teve como vice prefeito Luís Gonzaga Carvalho e exerceu o cargo de prefeito de Viana com mandato de 01 de janeiro de 1989 a 31 Dezembro de 1992. Djalma Campos como gestor municipal construiu e inaugurou a Avenida Manoel Campos de Sousa, que foi prefeito de Viana no período de 23/03/1944 a 07/03/1945 que era conhecido como “Manico Campos” que era pai do ex-senador João Alberto de Souza e que anos depois através de projeto de Lei na câmara municipal de Viana que não sei informar qual vereador fez essa proposição mudando o nome da Avenida para “Avenida Prefeito Luís de Almeida Couto”. Djalma Campos também construiu no início da década de 90, o Terminal Rodoviário de Viana, que conforme proposição do então vereador Ismael Abreu, aprovada pela Câmara Municipal em 2005 recebeu o nome de terminal rodoviário “Acrísio Mendonça” em cerimônia realizada no dia 21 de novembro de 2014, que mesmo aprovado em 2005, somente em 2014 foi tirado do papel. Djalma Campos também investiu na urbanização da cidade, calçando com pedras varias ruas dos bairros da cidade de Viana e como desportista contribuiu para o desenvolvimento do futebol na zona rural e realizou o campeonato municipal de Viana. Durante a gestão Djalma Campos o Secretário de Educação do município foi José Carlos Muniz Barros que fez um bom trabalho frente à educação do município. Djalma Campos foi um grande homem público e exerceu o cargo de prefeito com desenvoltura a prova é que o seu grupo político elegeu seu sucessor mesmo numa disputa acirrada. Na Gestão do Prefeito Daniel do Nascimento Gomes Filho “o Danielzinho” prefeito que sucedeu Djalma Campos foi construído o estádio Municipal Daniel Filho e em outubro de 2009 o então vereador John Kennedy Oliveira Alves apresentou o Projeto de Lei nº 071/2009 que foi aprovado na Câmara Municipal de Viana e virou lei mudando nome do estádio para estádio Municipal de Viana Djalma dos Santos Campos em homenagem ao ex-prefeito Djalma Campos, atualmente o estádio possui capacidade de público de 8.000 lugares. Depois do seu mandato como Prefeito de Viana Djalma Campos ocupou alguns cargos públicos, e anos depois junto com Isaias Pereirinha “ o Pereirinha” ex-presidente da Câmara Municipal de São Luís e do também o desportista Humberto Trovão fundaram em 10 de agosto de 2008 o time de Futebol IAPE que tem como mascote o canário e ficou conhecido como o canário da ilha. O Instituto de Administração de Projetos Educacionais Futebol Clube, um clube brasileiro de futebol, da cidade de São Luís, no estado do Maranhão, um dos clubes mais recente do futebol maranhense e que foi campeão maranhense da segunda divisão no ano de sua fundação 2008 e voltou a ser campeão maranhense da segunda divisão novamente em 2020. Djalma faleceu no dia 06 de agosto de 2009, aos 63 anos de idade, na noite anterior, o ex-jogador e exprefeito de Viana esteve no estádio municipal Nhozinho Santos, junto com Isaías Pereirinha assistindo o jogo em que o IAPE derrotou o Sampaio Corrêa por 2 X 1. Djalma, que era diretor de futebol teria dito ao final do jogo: “velho, missão cumprida". Como se soubesse que seria sua despedida do estádio onde brilhou nos gramados e foi campeão brasileiro. O ex-prefeito de Viana foi velado na Rua da Palma, no bairro do Desterro, próximo à igreja do Desterro e o sepultamento aconteceu no cemitério Parque da Saudade em São Luís.
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ
FRAN PAXECO:
recortes & memórias
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