REVISTA DO LEO REVISTA ELETRONICA EDITADA POR
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Prefixo Editorial 917536
SÃO LUIS – MARANHÃO NUMERO 2 – NOVEMBRO DE 2017
A presente obra está sendo publicada sob a forma de coletânea de textos fornecidos voluntariamente por seus autores, com as devidas revisões de forma e conteúdo. Estas colaborações são de exclusiva responsabilidade dos autores sem compensação financeira, mas mantendo seus direitos autorais, segundo a legislação em vigor.
EXPEDIENTE REVISTA DO LEO Revista eletrônica EDITOR Leopoldo Gil Dulcio Vaz Prefixo Editorial 917536 vazleopoldo@hotmail.com Rua Titânia, 88 – Recanto de Vinhais 65070-580 – São Luis – Maranhão (98) 3236-2076
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Nasceu em Curitiba-Pr. Licenciado em Educação Física, Especialista em Metodologia do Ensino, Especialista em Lazer e Recreação, Mestre em Ciência da Informação. Professor de Educação Física do IF-MA (1979/2008, aposentado; Titular da UEMA (1977/89; Substituto 2012/13), Convidado, da UFMA (Curso de Turismo). Exerceu várias funções no IF-MA, desde coordenador de área até Pró-Reitor de Ensino; e de Pesquisa e Extensão); Pesquisador Associado do Atlas do Esporte no Brasil; Diretor da ONG CEV; tem 14 livros publicados, e mais de 250 artigos em revistas dedicadas (Brasil e exterior), e em jornais; Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Membro Fundador da Academia Ludovicense de Letras; Recebeu: Premio “Antonio Lopes de Pesquisa Histórica”, do Concurso Cidade de São Luis (1995); a Comenda Gonçalves Dias, do IHGM; Premio da International Writers e Artists Association (USA) pelo livro “Mil Poemas para Gonçalves Dias” (2015); Premio Zora Seljan pelo livro “Sobre Maria Firmina dos Reis” – Biografia, (2016), da União Brasileira de Escritores – RJ; Foi editor das seguintes revista: “Nova Atenas, de Educação Tecnológica”, do IF-MA, eletrônica; Revista do Instituto Histórico e geográfico do Maranhão, edições 29 a 43, versão eletrônica; ALL em Revista, eletrônica, da Academia Ludovicense de Letras, vol 1, a vol 4, 12 16 edições. Condutor da Tocha Olímpica – Olimpíada Rio 2016, na cidade de São Luis-Ma.
EDITORIAL A “REVISTA DO LÉO”, eletrônica, é disponibilizada, através da plataforma ISSUU https://issuu.com/home/publisher. É uma revista dedicada à duas áreas, de meu interesse, que se configuraram na escolha de minha profissão – a educação física, os esportes e o lazer, e na minha área de concentração de estudos atual, de resgate da memória; comecei a escrever/pesquisar sobre literatura, em especial a ludovicense, quando editor responsável pela revista da ALL. Estou resgatando minhas publicações, disponibilizadas através do “Blog do Leopoldo Vaz”, que por cerca de 10 anos esteve na plataforma do G1/Mirante, recentemente retirado do ar, quando da reestruturação daquela mídia de comunicação; perdeu-se o registro, haja vista que o arquivo foi indisponibilizado. Quase a totalidade do que ali foi publicado apareceu, também, nas Comunidades do CEV – Centro Esportivo Virtual, http://cev.org.br/ - Educação Física no Maranhão, História, Atletismo, Capoeira, as quais sou administrador, e agora, no Facebook, https://www.facebook.com/groups/cevefma/. Do “Atlas do Esporte no Maranhão”, colocarei seus capítulos, no atual estado-da-arte, e sempre que houver algum fato novo, a sua atualização. No campo da Literatura ludovicense/maranhense, permanece aberta às contribuições, em especial, a construção da “Antologia Ludovicense”. Esta, a proposta... Está totalmente aberta às contribuições... LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ EDITOR
SUMÁRIO EXPEDIENTE EDITORIAL SUMÁRIO MEMÓRIA DA EDUCAÇ]AO FÍSICA, ESPORTES E LAZER USO SOCIAL DOS ESPAÇOS ABERTOS URBANOS O DIREITO AO LAZER (E AOS DEMAIS DIREITOS SOCIAIS) DOS MENINOS E MENINAS DE RUA TEMPO LIVRE, LAZER E PLANEJAMENTO EM EDUCAÇÃO FÍSICA ATLAS DO ESPORTE NO MARANHÃO BASQUETEBOL REINALDO CONCEIÇÃO CRUZ BASQUETEBOL – DÉCADA DE 1970 EM DIANTE CARLOS ROBERTO TINOCO SILVA BASQUETEBOL MASCULINO PAULO ROBERTO TINOCO SILVA BASQUETEBOL FEMININO CLÁUDIA LIMA VIANA, MARIA BENEDITA DE CARVALHO BACABAL ARTENÍSIA GOMES MONTEL, DIANA RODRIGUES DO NASCIMENTO; DIRICE DE SOUSA MENDES, LEIDE FRANCISCA DE OLIVEIRA DOM PEDRO ANTONIA MARIA FARIAS, CLARICE MOREIRA MACIEL, DENILDES TEIXEIRA FRANÇA GUIMARÃES BILHAR / SINUCA BOXE ARTIGOS, CRÔNICAS, DISCUSSÕES, OPINIÕES LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ 30 ANOS DO I SIMPÓSIO BRASILEIRO DE INFORMÁTICA EM EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES (19 a 20-11-1987 - Brasil. Campinas – SP) – 27/11/2017: CONSTRUÇÃO DE UM TESAURUS EM EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES JOSÉ DE OLIVEIRA RAMOS COURO DE SALIÊNCIA MARCO AURELIO HAIKEL SOBRE CULTURA POPULAR E MEMÓRIAS FERNANDO BRAGA COMO ‘GRAÇA-PEGA’ SE ENCANTOU NUMA MADRUGADA DE SEXTA-FEIRA VICTOR ANDRADE DE MELO MACHADO DE ASSIS, JOÃO DO RIO, OLAVO BILAC E OS NOVOS PADRÕES CORPORAIS NO RIO DE JANEIRO DA TRANSIÇÃO DOS SÉCULOS XIX E XX NA(S) ACADEMIA(S) – LITERATURA LUDOVICENSE/MARANHENSE FERNANDO BRAGA PERDE O MARANHÃO UM DOS GRANDES POETAS BRASILEIROS DA GERAÇÃO DE 45 POR QUE SÃO LUÍS, NO MARANHÃO, É A ‘JAMAICA BRASILEIRA’? LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ AINDA UMA VEZ MAIS - MARIA FIRMINA DOS REIS E O ERRO DE SEU RETRATO
MEMÓRIA DA EDUCAÇ]AO FÍSICA, ESPORTES E LAZER Artigos, crônicas, publicadas nas diversas mídias – jornais, revistas dedicadas, blogs – pelo Editor, resgatadas... Serão replicadas na ordem em que escritas e divulgadas.
USO SOCIAL DOS ESPAÇOS ABERTOS URBANOS 1 por LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Mestre em Ciência da Informação Centro Federal de Educação Tecnológica do Maranhão RESUMO O uso dos espaços abertos urbanos é essencial para o desenvolvimento de atividades comunitárias de caráter recreativo, pois além de permitir o uso social desses espaços por uma parcela da população, permite a urbanização e manutenção de áreas consideradas como problemas para as administrações públicas. Após análise do processo histórico do surgimento de parques públicos, apresenta-se sugestões do uso de espaços abertos urbanos para atividades de recreação pública. Introdução: As grandes cidades brasileiras vem crescendo sem o necessário planejamento urbano. Suas zonas centrais, geralmente tombadas pelo Patrimônio Histórico, não permitem o estabelecimento de um plano de ocupação dos espaços abertos sob pena de descaracterizá-las. As novas áreas residenciais que vêm sendo criadas apresentam inúmeras áreas institucionais - chamadas de "áreas verdes" - que não recebem urbanização quando da entrega dos conjuntos residenciais. Outras áreas, públicas ou particulares, também não recebem qualquer tratamento. Constituem-se problemas - como centros de procriação de ratos, baratas e outros inconvenientes, quando não o são simplesmente invadidas por um contingente populacional proveniente das migrações da zona rural. As sugestões ora apresentadas visam sanar alguns desses problemas, com o uso social dos espaços abertos urbanos, planejando-se ambientes para o lazer. Espaço aberto urbano: origens: Na Inglaterra, antes da era industrial, grande parte da recreação ao ar livre se realizava em terrenos que se consideravam de propriedade comum. Os jovens nadavam despidos nos rios e canais; os esportes eram praticados em terrenos informalmente reservados para uso comum; as pessoas caçavam e passeavam em locais sem se importarem a quem pertenciam. Isto se modificou com a industrialização do país. Em algumas aldeias em desenvolvimento, os ricos conseguiram estabelecer zonas para seu uso exclusivo. Muitas dessas áreas eram antes ocupadas por pessoas comuns para sua recreação. Considera-se que essa situação levou o trabalhador a utilizar-se cada vez mais das tabernas como lugar para empregar seu tempo livre. Segundo CUNNINGHAN (apud GODBEY, 1986): "(...) o espaço que até então era considerado comum e público, um núcleo de atividades comunitárias, foi expropriado para o uso (ou de acordo com os parâmetros morais) de uma classe exclusivamente. O crescimento das cidades trouxe consigo a segregação de classes e uma ruptura com o sentido de comunidade usuais". Nos Estados Unidos, como na Inglaterra, antes do desenvolvimento dos parques urbanos, a recreação era realizada em pequenas porções de terras que estavam disponíveis - pátios de colégios, ruas, jardins de tabernas, ou qualquer outro local. Quando os primeiros parques urbanos foram desenvolvidos entraram em concorrência com os parques de diversão. De modo geral foram criados sobre terrenos que eram 1
Conferência apresentada no Seminário de Recreação da UFMa, I, setembr o de 1989;
inapropriados para outros usos - terrenos pantanosos, dunas de areia, barrancos, solos rochosos - eram convertidos em parques. Segundo CRAZ (citado por GODBEY, 1986), o desenvolvimento do parque urbano pode ser dividido em quatro etapas históricas: 1. O Parque de Prazer: desenvolvido por Frederic OLMSTED e outros, representavam uma tentativa de recuperar a vida do campo na cidade, com o intuito de dar condições opostas à vida urbana. Se caracterizavam por terem lagos artificiais, gramados aparados, caminhos para carruagens. Os edifícios eram considerados um horror nestes locais, mas às vezes eram necessários. O ideal era permanecer o dia todo no parque, por isso necessitavam de locais para as pessoas se refrescarem, tomarem banho e outras necessidades. Igualmente surgiu a necessidade de se estabelecer ordem nesses parques, o que conduziu a muitas regras e regulamentações, reforçada pela polícia; 2. O Parque Reformatório: entre 1900 e 1930 as crianças foram um ponto importante no planejamento dos parques urbanos. O Parque Reformatório não constituía um substituto da zona rural, seno da rua. Era para uso diário, porém não para todo o dia. Impulsionaram a natação - para promover o banho entre as classes trabalhadoras -, os hortos infantis, a venda de leite puro, as artes manuais, os bailes populares, os serviços de biblioteca e a promoção do atletismo foram características dos Parques Reformatórios, planejados para melhorar a vida física, intelectual e moral dos habitantes das cidades; 3. As Facilidades Recreativas: durante essa etapa, os parques perderam a característica de melhoramento ou controle social. Os parque se voltaram para a vida urbana. Os sistemas de parques e de recreação começaram a guiar-se pelo conceito de "demanda" em vez de servir a considerações éticas ou morais demanda significava o que as pessoas faziam ou queriam fazer durante suas horas de lazer. Os programas de recreação eram planejados para grupos comunitários, cujos interesses eram em uma única atividade, como a fotografia, treinamento de cães, tiro com arco e flexa; 4. O Sistema de espaço aberto urbano: esta etapa inicia-se em 1965 e se caracterizou pelo vazio filosófico a respeito da razão de ser dos parques. Por iniciativa de Thomas HORING, diretor de Recreação e Parques de Nova Iorque, os parques se tornaram cenários de concertos de "rock" e outros eventos de massa. A etapa de Sistema de Espaço Aberto representou, em certos aspectos a incapacidade de se estabelecer algum ideal de significado de espaço. Espaço aberto é definido simplesmente como "toda terra e água de uma área urbana que não está coberta de construção" - (GOLD, apud GODBEY, 1986). Se tornou um conceito quase genérico, concebido para ser aplicado indistintamente a todas as áreas urbanas. Para GODBEY (1986), o processo de desenvolver parques urbanos não é tanto assunto tecnológico senão de descobrimento cultural. Tendências atuais: Os locais para a prática de atividades de lazer são, em quase sua totalidade, construídos sob a perspectiva de atividade física de lazer e seguem as exigências do esporte de competição e elaborados a partir somente dos conhecimentos de arquitetos e engenheiros, que tornam esses ambientes monofuncionais e não oferecidos para a maioria da população. O cidadão comum tem outros objetivos, interesses e desejos do que o atleta, pois procura primeirammente a alegria, o prazer, a interação e comunicação com seus amigos e bem estar para seu corpo, através da prática das atividades físicas de lazer. É necessário planejar as construções esportivas respeitando as condições do homem, desenvolvendo outros tipos de instalações esportivas e recreativas de que as piscinas, estádios e ginásios tradicionais para a execução do esporte de alto nível. É necessário, nesse caso, considerar os critérios do movimento denominado " Esporte para Todos". Segundo PEREIRA DA COSTA (1981)
"Esporte para Todos - EPT - é apenas um nome entre vários que convergem para pontos de identificação comum - esporte de massa; desporto de lazer; esporte recreativo; esporte comunitário; lazer esportivo; iniciação esportiva; educação física permanente...". A seguir so apresentadas algumas sugestões para ocupação de espaços abertos: 3.1. Parque "Esporte para Todos": iniciado na Alemanha, o "Programa Trimm Dich" corresponde ao projeto " Esporte para Todos", e desenvolve programas com corridas, passeios a pé, de bicicleta. Foi desenvolvido também um programa denominado "TRIMM PARK" para aproveitamento de áreas disponíveis em todos os centros urbanos. O "Trimm Park" é constituído de: 1 percursos de 1.000 a 3.000 metros, aproveitando a topografia do terreno; 2 um total de 1.000 a 3000 metros quadrados para um grupo de aparelhos naturais feitos de troncos de árvores, cordas, argolas e construções simples; 3 áreas definidas para grandes jogos e descanso; 4 pequenas construções rústicas para proteção contra chuva, fiscalização do Parque.
lanchonete, vestiários, sanitários e
Na Suíça foi montado um projeto padrão de nome "Vita Parcour" e se constitui de um percurso de 2.000 a 3.000 metros e 20 estações intercalando o percurso. Finlândia e França, com seus projetos " Cross Promenade" e "Parcour" procuraram percursos variáveis mais simples de diversos tipos de pisos (terra, areia, grama, etc) aproveitando obstáculos naturais dentro do percurso. O Parque "Esporte para Todos" é constituído de um conjunto de áreas, equipamentos e instalações que proporcionam aproveitamento total de áreas verdes disponíveis com objetivos de : lazer, esporte, ginástica e saúde. Constitui-se em um percurso de 1 a 3 quilômetros, acompanhado de estações (pequenas áreas livres para exercícios com e sem aparelhos); áreas para utilização de construções de apoio; vestiários, chuveiros, sanitários, salão de jogos recreativos, lanchonete, que deverão ser feitas de material rústico; áreas de grandes jogos: de acordo com o tamanho da área disponível e o número de freqüentadores, serão demarcadas áreas para realização de jogos que dispensem o uso de quadras oficiais; áreas para desenvolvimento de costumes regionais; áreas para "play-ground" e estacionamento. 3.2. Praças e Quadras de Esportes: projeto implantado pelo arquiteto Jaime LERNER em Curitiba-Pr, e estendido a outras cidades, como Florianópolis-SC, consiste na construção de equipamentos esportivos e de recreação em praças e quadras, com atividades voltadas para a comunidade. Os programas de Praças e Quadras de Esporte têm como objetivos: 1. oportunizar a iniciação esportiva e a recreação orientada para as mais variadas faixas etárias; 2. orientar a prática esportiva e recreacional ao ar livre, principalmente às crianças, de maneira a darem valor e a preservarem áreas verdes, parques, quadras e praças; 3. criar oportunidade de melhoria de saúde do povo, no que se refere à prática de atividades físicas de lazer. Funcionando nos períodos de 8 a 12 horas e das 14 as 18 horas para as populações infantil e juvenil e das 18 as 22 horas para a adulta, a programação proporciona o funcionamento de Escolinhas de Esportes (atletismo, basquete, futebol suíço, ginástica olímpica, handebol, volibol); Recreação (jogos e brincadeiras); Criatividade (desenho, pintura, colagem); Torneios inter e intra praças e quadras (visando a integração dos participantes) e outras atividades. Todas as atividades so orientadas por professores de Educação Física, mantidos pela Prefeitura Municipal, que organizam as turmas, respeitando as faixas etárias e desenvolvendo atividades de acordo com as mesmas.
3.3. O Quintal Comunitário: se constitui em uma ação conjunta entre o poder público municipal e a comunidade, na ocupação social de terrenos baldios existentes numa comunidade densamente povoada e com falta de equipamentos urbanos de lazer. A ocupação social de terrenos baldios, iniciativa pioneira da Prefeitura Municipal de Sorocaba-SP, projeto idealizado pelo Prof. Dr. Antônio Carlos BRAMANTE, tem como objetivo: 1. oferecer à população equipamentos de baixo custo e alta eficácia de utilização comunitária; 2. minorar os problemas decorrentes da existência de terrenos baldios em áreas povoadas; 3. oferecer uma opção social de utilização de terrenos baldios a seus proprietários, quando o terreno não tem destinaçãoimediata ou mediata; 4. oferecer uma opção de urbanização. Para se atingirem esses objetivos, utilizou-se da seguinte metodologia: 1. levantamento sumário, numa aço conjunta entre o poder público municipal e associação de moradores, dos terrenos baldios existentes num bairro densamente povoado e com falta de equipamentos urbanos de caracterização social; 2. realização de um pequeno esboço do que poderia ser colocado no terreno, dependendo de sua localização, perímetro e condições topográficas; 3. discussão, com o poder público municipal, sobre a maneira mais viável de realização de serviços necessários - ou por meio de aço direta do poder público municipal ou através de ação conjunta, mutirão comunitário, etc.; 4. localização, via Prefeitura, do proprietário da terra, quando área particular; 5. discussão e apresentação para o proprietário do terreno, visando a autorização de uso da área; 6. elaboração de contrato entre o proprietário e o poder público municipalm contendo as finalidades do uso e o tempo pretendido para a utilização. Com essas ações busca-se diminuir o custo/benifício ao atendimento à demanda da população aos locais onde se possam desenvolver atividades de lazer, possibilitando a integração familiar e criando oportunidades para que a comunidade participe de todos os passos de implantação, execução, manutenção e avaliação. Os equipamentos implantados tem de ser de baixo custo operacional, podendo se constituir em: minicampo de futebol (20x40m); quadra de volibol de areia; circuito de "jogging"; aparelhos para exercícios físicos; quiosques de 6 m de diâmetro, aberto, com bancos de madeira ou de cimento ao redor; tanques de areia com 4 metros de diâmetro, etc... A partir de um certo número de equipamentos, e dependendo da área, será necessária a contratação de um professor de Educação Física para coordenar as atividades do "Quintal Comunitário". Conclusão: O crescimento das cidades só é possível com o desenvolvimento de áreas periféricas, com a construção de novos bairros. No traçado urbanístico dessas novas áreas são previstos espaços destinados ao uso comum - as chamadas áreas institucionais ou verdes - as quais não vem recebendo a urbanização necessária ou são abandonadas pelo poder público municipal, após recebê-las e incorporá-las ao seu patrimônio. Inúmeras áreas particulares sem a ocupação a que se destinam - construções residenciais ou comerciais - também se constituem em problemas. Estes espaços podem ser ocupados com equipamentos e
facilidades que permitam a integração da vida comunitária, melhorando não só as condições de vida - a urbanização dessas áreas evitará a procriação de ratos e baratas e impedirá que se façam uso das mesmas como esconderijos de marginais e pessoas desocupadas - como se constituirão em ambientes para o lazer, melhorando as condições de saúde da população, com a substituição do sedentarismo urbano por uma vida ativa. Bibliografia: BORGES, Maria Izolina. Quintal Comunitário. Comunidade Eportiva, n. 23, p. BRASIL, Ministério da Educação. Parque " Esporte para todos". Brasília :
14-16, 1983.
MEC/USP, 1979.
DIECKERT, Jurgen & MONTEIRO, Floriano Dutra. Parque de lazer e de esporte para todos. Brasília : MEC/SEED, 1983. GODBEY, Geoffrey. Espaço Aberto Urbano - perspectivas norte-americanas. in ENCONTRO INTERNACIONAL DE PESQUISADORES DE LAZER, I, Bertioga-SP, 1986. Anotações de conferência.GUIMARÃES, Hélio.O Lazer. Comunidade Esportiva, n.8, p.8-10, 1980. PEREIRA DA COSTA, Lamartine (ed). Teoria e prática do esporte comunitário e de massa. Rio de Janeiro : Palestra, 1981. PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA, Secretaria de Educação e Saúde. terrenos baldios.Comunidade Esportiva. n. 24/25/26, p. 20-21, 1983. REIS, Sérgio Roberto dos. Praças e quadras de esporte para todos em Esportiva, n. 14, p. 9
A ocupação social de
Florianópolis-SC. Comunidade
THARGA, Jacintho F. O esporte e a família. Comunidade Esportiva. n. 21, p. 8-22, 1982. TRAPP, Wilton Orlando. Ambiente de esporte de lazer em escola. Uma investigação sobre o planejamento de um modelo com a participação dos futuros usuários. Comunidade Esportiva n. 33, p. 1624, 1985.
O DIREITO AO LAZER (E AOS DEMAIS DIREITOS SOCIAIS) DOS MENINOS E MENINAS DE RUA 2 por LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Mestre em Ciência da Informação Centro Federal de Educação Tecnológica do Maranhão "É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à alimentação, à educação, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão." (Art. 227, da Constituição da República Federativa do Brasil). Introdução: Ao se ler nossa Constituição pode-se até acreditar não haver necessidade de criação de qualquer outro dispositivo que assegure aqueles direitos à criança e ao adolescente. É norma jurídica que uma lei maior tenha preponderância sobre uma menor. A Constituição é a maior das leis de um país. Um dispositivo constitucional não assegura seu cumprimento se outros mecanismos não forem criados. O maior problema dos Meninos e Meninas de Rua é justamente o não-cumprimento dos deveres da família, da sociedade e mesmo do Estado, constitucionais ou não, para com os mesmos. Uma sociedade justa não se cria por leis. Banir a violência da face da terra, conseguir igualdade e fraternidade entre os homens são princípios sobre os quais se fundamentam uma Sociedade Justa. Uma Teoria do Direito Justa - (JUS JUSTUM) seria meramente especulativa se não se apoiasse nesses princípios. Ensina MARINHO (1979) que a "Justiça Social caracteriza-se por tender a corrigir as grandes distorções ocorridas em uma sociedade, diminuindo as distâncias e diferenças entre as diversas classes que a constituem ... A Sociedade Justa caracteriza-se por estar estruturada para assegurar a cada membro o mínimo de que ele carece, individual e socialmente, não apenas para sobreviver, mas para viver condignamente ...".(p.20) O direito ao lazer: Assegura a Constituição da República, o Direito ao Lazer: "São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição." (Art. 6:). MAHEU (apud JORDÃO RAMOS, 1978, p. 21) afirma que "desde a velha Grécia sente-se afinidade entre a cultura e o desporto, duas fontes do mesmo humanismo, pois ambas procedem da mesma origem, o lazer". Lazer é um termo impregnado de sentido sociológico, devido ao papel preponderante que o mesmo desempenha na sociedade. Da mesma forma que o homem tem o direito ao trabalho, faz juz ao lazer.
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Documento apresentado à Comissão Estadual dos Meninos e Meninas de Rua, como subsídio para a elaboração na Nova Constituição Estadual, São Luís, 1990.
O Direito ao Lazer era reconhecido mesmo aos escravos romanos, consagrado pelos hábitos e costumes, sob sua forma consuetudinária (2). Lazer deriva do latim "licere", que significa ser lícito, ser permitido. MARINHO (1979) analisa as origens jurídicas do lazer quando propõe uma codificação do Direito ao Lazer: "Na escravidão primitiva, entre os povos orientais e mesmo entre os gregos, os escravos no tinha horas de folga, trabalhando incessantemente. Os romanos, sobretudo, com a influência do estoicismo grego, ao fim da República, e do Cristianismo, durante o Império, adotaram várias medidas protecionistas, dentre as quais, a mais importante foi a Lei Petôtnica, que proibiu aos senhores destinar seus escravos para as lutas com as feras, nos circos, salvo quando o fizessem como penalidades e com autorização do magistrado. Antônio Pio estabeleceu que o senhor que tirasse a vida do próprio escravo seria considerado homicida; Cláudio retirou ao senhor o direito de propriedade sobre o escravo, que abandonasse velho ou doente; Justiniano conferiu a cidadania ao escravo doente, abandonado por seu senhor. O instituto da manumisco (manumissio) regulamentou o processo de obtenção de liberdade dos escravos. Os romanos racionalizaram o trabalho dos escravos, procurando preservá-los e valorizá-los, facultandolhes o desenvolvimento das habilidades de que, por ventura, fossem dotados. Para isso, permitiram-lhes que, após suas tarefas habituais ou trabalhos específicos, dispusessem de um tempo livre, para cuidarem de si próprios, para zelarem por suas coisas, para cultivarem suas artes e dons. Estas eram as horas de lazer (de licere), isto é, as horas disponíveis para atividades voluntárias, que nada tinham a ver com a jornada de trabalho a que o escravo estava obrigado ou a atividades que lhe era própria. Este direito ao lazer tornou-se consuetudinário (...)".(p. 17-18). O Lazer tomou a dimensão atual após a Revolução Industrial, quando então a jornada de trabalho começou a diminuir paulatinamente, muito embora os fundamentos históricos do lazer sejam anteriores à sociedade industrial, porque sempre existiu o trabalho e o não-trabalho em qualquer sociedade (4, 5). A conquista de oito horas de trabalho, oito horas de descanso e oito horas de lazer marcou o início da humanização do trabalho e transformou a recreação e o lazer como um fato social (2, 4, 5). Para DUMAZEDIER (1979), Lazer "é um conjunto de ocupações as quais os indivíduos podem entregar-se de livre vontade seja para repousar, divertir-se, recrear-se, entreter-se, ou ainda, desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária, ou sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais." Conclusão: "A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho". (art. 205). "O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional (...)". (Art. 215). É dever do estado fomentar a prática desportiva formais e um (...)." (art. 217).
não-formais, como direito de cada
A Constituição da República Federativa do Brasil assegura o direito à Educação (art. 6, 205 e 227), o direito à Cultura (art. 215 e 227), o direito ao Desporto (art. 217) e o direito ao Lazer (art. 6, 215, 217, 227).
Lembremo-nos das palavras de Renê MAHEU quando afirma que tanto a cultura quanto o desporto procedem da mesma origem, o lazer (3). Lembremo-nos da origem da palavra escola: "Scholé, traduz o dicionário, significa tempo livre, parada, descanso, ócio, falta de trabalho, pausa, ocupação das horas que se tornam livres do trabalho e dos negócios, estudo, conversação e acaba por significar 'o lugar onde se utiliza o tempo livre' a scholé precisamente, a escola, que hoje se interpreta somente como o lugar na qual o tempo livre é utilizado para ensinar e aprender". (TOTI, 1975, p.9). Busca-se, pois, para os Meninos e Meninas de Rua o respeito aos direitos já assegurados na Constituição da República. Propostas: Que seja assegurado, aos Meninos e Meninas de Rua: o ensino fundamental, e a formação de professores para atendê-los; escolas alternativas e professores que possam atuar nas mesmas; recursos suficientes que garanta a instalação de escolas especializadas, equipadas adequadamente para o seu funcionamento a fim de atingir os objetivos específicos a nível de profissionalização, junto à realidade social; recursos que assegurem o funcionamento de entidades que garantam os direitos de alimentação, de educação, de saúde, de profissionalização e sobretudo de dignidade, respeito e liberdade aos Meninos e Meninas de Rua; respeito aos direitos assegurados nos artigos 6, 205, 215, 217 e 227 da Constituição da República Federativa do Brasil.
Referências Bibliográficas
1. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília : Congresso Nacional, 1988 2. MARINHO, Inezil Penna. O direito ao lazer. Brasília : (s.e.), 1989. 3. DUMAZEDIER, Jofre.
TEMPO LIVRE, LAZER E PLANEJAMENTO EM EDUCAÇÃO FÍSICA por LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Mestre em Ciência da Informação Centro Federal de Educação Tecnológica do Maranhão
Sobre caracóis e tecnologia: O caracol tem sua concha de tal tamanho que lhe permite nela viver enquanto precise e ao mesmo tempo pode transportá-la a todos os lugares que lhe convém. Se a concha do caracol fosse dez ou vinte vezes maior que o necessário para suas necessidades, o animal pereceria, uma vez que não teria forças, nem capacidade para, com ela, transladar-se em busca de alimentos e de companhia, a menos que conseguisse desenvolver ao mesmo tempo seu cérebro, musculatura e coração de tal forma que o permitisse ajustar-se às complexidades relacionadas com esta nova situação. Ao se tratar do planejamento da Educação Física surgem problemas decorrentes da adequação do local e de material disponíveis para o desenvolvimento das atividades propostas. Se o planejamento não estiver adequado às situações que se apresentarem, vive-se uma situação parecida com a do caracol. O planejamento deve prever todas as situações possíveis para o desenvolvimento das atividades. As propostas apresentadas decorrem de três aspectos a serem levados em conta: 1- Unidade de ensino em que existem locais adequados para a prática da Educação Física; 2- Unidade de ensino em que existem espaços para realizar atividades, mas esses espaços não são adequados para a prática da Educação Física; 3- Unidades de ensino em que não existem espaços nem locais, adequados ou não, para a prática da Educação Física. Diante destes fatos, o planejamento deve prever atividades condizentes com o espaço existente, adequados ou não. Para o caso de unidades correspondentes ao item dois, têm-se previsto Atividades de Lazer, com o objetivo de "ocupar o tempo ocioso". Apresenta-se, assim, a preocupação de simples "ocupação do tempo letivo", esquecendo-se que a Educação Física deve ser vista como "um elemento de expressão individual e de integração social" (1,2). Ao se propor a utilização do Lazer como forma de "ocupação do tempo ocioso", em substituição à prática da Educação Física, algumas questões têm que ser discutidas. A primeira delas é a aceitação da Educação Física enquanto disciplina curricular, numa "sociedade que atrofia o físico e afasta o homem da natureza, esquecendo-se que o homem precisa educar sua liberdade para desfrutá-la naquele tempo que, por oposição ao tempo de trabalho produtivo, se chama livre" (3), e não ocioso. Torna-se imprescindível uma retomada dos objetivos visados pela escola e a orientação de uma variedade de meios para atingí-los. Planejar e orientar as atividades de lazer na escola, de maneira a estabecer critérios de seleção daquelas atividades, considerando as condições peculiares de cada unidade, a variedade de interesses e necessidades dos seus alunos também é imprescindível para a busca do ponto de equilíbrio entre "disciplina e prazer" (3,4). Propor mudanças nos currículos escolares - lazer no lugar de educação física - pode trazer algumas dificuldades:
1 o de colocar títulos novos em antigas atividades, sem mudanças na prática dos educadores; 2 o de dar atenção demasiada às práticas do lazer, conduzindo a educação para o lazer a um simples estímulo às tendências de massa, que muitas vezes são ditadas por interesses irresponsáveis; 3 ter cuidado em invocar o lazer para solucionar problemas da educação. O problema parece estar no fato de se saber até onde os educadores devem ir ao preparar as pessoas para o tempo livre. Tempo livre e lazer: Embora pareça uma proposta nova, não é de agora que a Educação Física se refere ao tempo livre. Em fins do século passado e início deste, a mobilização de grandes massas de jovens e adultos, através de campanhas de recreação, serviram de base para uma educação extra-escolar, sendo incluída, nesse movimento, a Educação Física (5). O lazer tomou a dimensão de hoje após a Revolução Industrial, quando então a jornada de trabalho começou a diminuir paulatinamente, muito embora os fundamentos do lazer sejam anteriores à sociedade industrial, porque sempre existiu o trabalho e o não-trabalho, em qualquer sociedade (6). A conquista de oito horas de trabalho, oito horas de descanso e oito horas de lazer marcou o início da humanização do trabalho e transformou a recreação e o lazer em um fato social (6,7,8,9). Com o reconhecimento das horas livres entre uma e outra jornada de trabalho, dos repousos semanais remunerados, das férias anuais e da cessação da vida de trabalho (aposentadoria) (10,11), gerou-se, então, tempo de lazer compulsório (7,8). Aristóteles afirmava que o tempo livre não é o final do trabalho; é o trabalho que limita o tempo livre. Este deve consagrar-se à arte, à ciência e, preferentemente, à filosofia (12): "A palavra grega para indicar o tempo livre é, a propósito, significativa e perturba a relação que nos é familiar entre o termo e o sentido que se lhe atribui correntemente. Scholé - traduz o dicionário - significa tempo livre, parada, descanso, ócio, falta de trabalho, pausa, ocupação das horas que se tornam livres do trabalho e dos negócios, estudo, conversação e acaba por significar 'o lugar onde se utiliza este tempo livre', a scholé precisamente, a escola, que hoje se interpreta somente como o lugar no qual o tempo livre é utilizado para ensinar e aprender". (12, p. 9). As dificuldades decorrentes da industrialização e da formação de concentrações urbanas, além do esvaziamento da zona rural, gerando imensos problemas, servem de incentivo para a formação de grupos, que se preocupam com o aproveitamento adequado das horas livres para atividades de lazer (5). Numa análise das atividades de lazer na civilização industrial, seguindo o pensamento de Jean-Marie BROHN, CAVALCANTI (1981, p. 310) apresenta-nos dois pontos de vista: um, econômico, que vê as atividades de lazer como uma exigência da sociedade capitalista, ressaltando os aspectos da compensação e de ajustamento; o outro, político, visto sob o ponto de vista de "fuga da realidade" quando o sistema promove atividades físicas de lazer para preservar a capacidade do indivíduo para o trabalho, destacando que as atividades de tempo livre, na realidade, constituem a melhor maneira de "neutralizar intelectualmente as massas": "Considerar tempo para o lazer um tempo 'socialmente' permitido após o cumprimento de todas as obrigações do indivíduo para com a sociedade não é levar em consideração que a maioria das atividades sociais do indivíduo, principalmente as de ordem profissional, são deficitárias no que diz respeito à saúde -'bem estar total, físico e social'. Se o sistema usufrui da força de trabalho do indivíduo por que não se responsabiliza diretamente por essa recuperação?". (p. 311).
A falta de habilidade apropriada para a utilização do lazer é lembrada por Robert MacIVER (appud REQUIXA, 1976), quando diz: "Para muitos homens, o trabalho tornou-se uma rotina não muito onerosa, não muito compensadora, e de forma alguma absorvente - uma rotina diária até que a sineta toque e os torne novamente livres. Mas livres para que ? É uma libertação maravilhosa para aquelesque aprenderam a usa-lá; há muitas formas de fazê-la. Mas é um grande vazio para aqueles que no aprenderam a usá-la". (p.15). LeBOUCH (1983) destaca a importância da aprendizagem psicomotora durante a escolaridade secundária " com vistas à inserção social do futuro adulto", destacando os problemas atuais de adaptação de mão-de-obra evidenciada na carência da formação física dos jovens (p.23). Mais adiante, no plano da preparação para o lazer, destaca que a organização do trabalho, ligada ao progresso dos métodos e ao progresso da mecanização, cria necessidade de descontração de um lado e, por outro lado, de lazeres que as satisfaçam. Perspectiva recreativa da educação física escolar: Enquanto a Educação Física é conhecida como atividade escolar, a educação para a saúde e a educação para o tempo livre ainda não são aceitas como tal. Isto dá oportunidade ao Professor de Educação Física para considerar assuntos relativos ao tempo livre e à saúde no ensino do esporte, isto é, pode levar o lazer e a saúde em relação ao esporte. Cabe assinalar, então, que o tempo livre e a saúde abrangem ainda outros aspectos, além do esportivo, como por exemplo, o das artes em relação ao lazer e o da alimentação com relação à saúde. (14). Para esclarecer a relação entre esporte e tempo livre, HAAG (1981) analisa o que entendemos por esporte. "A palavra provém do verbo latino 'deportare', distrair-se, e logo se substantivou em francês e inglês na forma de 'desport' ou 'sport', o que significa diversão" (p.91). Apoiando-se neste conceito, o lúdico aparece como sua característica básica, visto que: "O termo tinha, então, a conotação de prazer, divertimento, descanso. E, apesar das diversas nuances que o esporte assumiu ao longo do nosso século, as pessoas continuam fieis ao seu sentido original, na medida em que o esporte será sempre um jogo, antes de mais nada". (15, p.75). Dessa forma, o processo ensino-aprendizagem da educação física deve se apoiar na ludicidade (16,17), encontrando espaço significativo para a aplicação do jogo, elemento fundamental da cultura humana (17,18,19) à importância que se dá ao resultado esportivo de alto nível. MOREIRA (1985), ao analisar o conceito de lazer de Joffre DUMAZEDIER, quando discute " a educação física definindo uma forma de lazer", considera a função do "desenvolvimento da personalidade" como a que deverá ocupar um espaço preponderante na utilização do lazer nas aulas de Educação Física, revertendo as funções de descanso e divertimento "de seu papel educativo-consciente" onde espera, dessa forma, que " o lazer possa se transformar em aprendizagem voluntária e prática de uma conduta criadora, em se tratando de execução de atividade física" (p.27). LeBOUCH (1983), citando FRIEDMAN, afirma que: "A preparação para um lazer mais rico é uma questão pedagógica ou, num sentido mais amplo, de formação, e não dos menores. A nossa civilização tecnológica exige que ao assumir a nobre função de educar na plenitude do termo o cidadão, a escola esteja em todos os níveis preocupada em prepará-lo não apenas para o trabalho, mas também e cada vez mais para o lazer". (p. 23).
MOREIRA (1985), como LeBOUCH (1983), destaca o aspecto do aperfeiçoamento pessoal, pois além de representar uma simples distração ou uma forma de compensar a sedentariedade, as atividades ao ar livre e determinadas atividades estéticas à base da expressão corporal, podem também tornarem-se verdadeiras atividades culturais. OLIVEIRA (1985) considera que a educação física escolar ressente-se de uma fundamentação filosófica que a oriente em direção às suas finalidades educativas, impedindo que ela, educação física, transforme-se " em uma máquina de não fazer nada". Citando a obra de Celestino F. M. PEREIRA, faz uma análise da educação física contemporânea, onde destaca as orientações que esta vem assumindo diante do problema de formação da juventude. Considera, entre outras, "a concepção utilitária social da educação física", devido à importância que o aspecto recreativo assume na sociedade moderna, "na medida em que a industrialização tendeu a privar o homem de seus gestos naturais, aparecendo a necessidade de ocupação do tempo livre". Conclusão: A educação para o lazer é uma tarefa difícil. Significa educar a criança a ser ela mesma, ser autônoma, auto realizadora (3). O método de ensino adequado para ensinar a gostar de fazer coisas, não para apresentação exterior e sim por satisfação é o modelo que envolve a aprendizagem pela descoberta, com as vantagens de ensinar a compreender o todo e a possibilidade de permitir uma participação ativa do aluno, de maneira que ele se veja estimulado a solucionar problemas práticos. O desenvolvimento de metodologias que estimulem a criatividade e o trabalho independentes (17,19,22) leva-nos a preconizar uma educação física voltada para os princípios da uma educação permanente, com base no esforço comunitário, em substituição à tônica da aptidão física, presente na década passada (23). Assim, "a Educação para o Tempo Livre" se constitui num caminho a seguir, buscando seus fundamentos filosóficos na concepção utilitária e social (PEREIRA, apud OLIVEIRA, 1985; VAZ, 1987), onde a esfera do lazer possa ser tão produtiva e valiosa quanto a esfera do trabalho. Sem perder de vista o disposto na legislação vigente, no que tange à educação física, a escola deve atender às necessidades, interesses e motivações de seus alunos, onde o aspecto do lazer deve ser levado em consideração quando do planejamento das atividades a serem desenvolvidas, pois trabalho e tempo livre, tal como a educação intelectual e a educação física, não podem ser consideradas partes separadas de nossas vidas. Referências bibliográficas: 1- EMERENCIANO, M.S.J. Preparação para o trabalho. Brasília : EC/SEPS, 1984. 2- BRUM, E.F.F. & OUTROS. Educação Física. in O artigo 7º na Lei 5692/71 no ensino do 2º grau. Brasília : MEC/DEM, 1978, p. 31- 41. 3- GAELZER, L. Ensaio à liberdade: uma introdução à educação para o tempo livre. Porto Alegre: Original do autor, 1985. 4- MARCELLINO, N.C. Lazer e educação. Campinas : Papirus, 1987 5- TOLKMITT, H.C. Sugestões alternativas para a filosofia do Ensino. Comunidade Esportiva. n.35, p. 2-8, nov-dez. 1985. 6- CAVALCANTI, K.B. A função cultural do esporte e suas ambigüidades sociais. in PEREIRA DA COSTA, L. (ORG). Teoria e prática do esporte comunitário e de massa. Rio de Janeiro: Palestra, 1981, p. 301.316. 7- MARINHO, I.P. Raízes etimológica, históricas e jurídicas do lazer. Brasília : (s.e.), 1979.
8- _______. Introdução ao estudo da filosofia da educação física e do desporto. Brasília : Horizonte, 1984. 9- CUNHA, N. A felicidade imaginada: a negação do trabalho e do lazer. São Paulo: Brasiliense, 1987. 10- REQUIXA, R. As dimensões sociais do lazer São Paulo: SESC, 1969. 11- __________. Trabalho e lazer. in ________. As dimensões sociais do lazer. São Paulo, SESC, 1976. 12- TOTI, G. Tiempo livre y explotacion capitalista. México: Cultura Popular, 1975. 13- LeBOUCH, J. A educação pelo movimento: a educação psicosinética na idade escolar. Porto Alegre : Artes Médicas, 1983 14- HAAG, H. Deport y tiempo libre. in KOCH, K. Hacia una ciência del deporte. Buenos Aires :Kapelusz, 1981. 15- OLIVEIRA, V.M. O que é educação física ? São Paulo : Brasiliense, 1983. 16- THOMAZ, F.M. A revolução metodológica da educação física. Comunidade Esportiva, n. 14, p. 2 - 4, maio-junho, 1981. 17- SANTIN, S. Educação física: uma abordagem filosófica da corporeidade. Ijuí : INIJUÍ ED.1987. 18- HUIZINGA, J. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura humana. São Paulo : Perspectiva, 1971. 19- ESCOBAR, M.O. & TAFFAREL, C.N.Z. Metodologia esportiva e psicomotricidade. Recife: Gráfica Recife, 1987. 20- MOREIRA, W.W. Prática da educação física na universidade. Campinas: UNICAMP,1985. 21- OLIVEIRA, V.M. Educação física humanística. Rio de Janeiro: Ao Livro
Técnico, 1985.
22- BRESSANE, R. Uma nova maneira de pensar educação física. Comunidade Esportiva, v. 23, p. 3-7, maio-abr., 1983. 23- VAZ, L.G.D. Concepção utilitária da Educação Física. São Luís: UFMA, 1987. (Monografia de Especialização em Recreação e Lazer).
ATLAS DO ESPORTE NO MARANHÃO Replicando os capítulos do Atlas do Esporte do Maranhão, em sua versão atualizada, até o presente momento, e ainda em construção. A partir daqui, as atualizações serão acrescidas em postagens adicionais, e depois incorporadas no texto definitivo, na medida em que novas descobertas se apresentarem.
AUTOMOBILISMO LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ
Origens e definições A paixão pela velocidade nasceu junto com o automóvel (Scali, 2001). E este se tornou um meio de competição logo após a construção dos primeiros veículos que usavam motores de explosão e derivados de petróleo como combustível. Em 1894, a revista Le Petit Journal de Paris organizou a primeira disputa entre estes novos veículos para determinar melhores performances, tal como ocorreu logo após com os primeiros aviões. No ano seguinte, houve a primeira corrida de sentido esportivo entre veículos automotores: a travessia Paris – Bordeaux. Também em 1895, aconteceu a primeira corrida automobilística nos EUA, uma competição na distância de 54,36 milhas promovida em Chicago. O vencedor, Frank Duryea, fez o tempo de 10h23m, superando três carros a petróleo e dois a eletricidade. Entretanto, a França dominou este estágio inicial das corridas de automóveis por ter uma indústria mais avançada neste setor, como também uma entidade muito atuante na promoção de eventos: o Automóvel Clube de França-ACF. O ACF dedicava-se então a organizar competições em estradas entre Paris e outras cidades da França ou da Europa. Em 1903, Marcel Renault morreu num acidente durante a travessia Paris – Madrid, o que provocou a proibição de competições automobilísticas em estradas. A partir de então, as corridas passaram a ser especializadas por classes de veículos e por locais próprios de competição, em cada classe. Em 1904, foi criada a Federation Internacionale de L’Automobile-FIA que deu início à gestão de corridas de automóveis consolidando classes e trajetos próprios em escala mundial. Este critério ainda prevalece nos dias presentes, como por exemplo no caso da Confederação Brasileira de AutomobolismoCBA (fundada em 1961), que administra as modalidades de Corrida, Rallye, Kart, Fora-de-estrada, Arrancada e Autocross, ou seja: as provas de velocidade e pista, estrada e fora de estrada. Portanto, a partir da primeira década do século XX, os fatos de memória do motor esporte passaram a se vincular a tipos de veículos e trajetos, como se registra a seguir com o foco posto no Brasil. http://www.atlasesportebrasil.org.br/textos/171.pdf CORRIDAS DE AUTOMÓVEL - Kart - Arrancada ORIGEM 1905 Em novembro, quando Joaquim Moreira Alves dos Santos, Nhozinho Santos como era chamado pela família e pelos amigos, trouxe da Inglaterra o primeiro automóvel com motor a explosão que trafegou pelas ruas e ladeiras de São Luís. Circulando a notícia do que se encontrava a bordo do navio surto no ancoradouro da Beira-Mar, a maioria dos ludovicenses acorreu àquele logradouro para assistir o desembarque da grande maravilha tecnológica surgida na Europa no final do século XIX. O automobile, em português brasileiro, automóvel. Esse automóvel era um Speedwell, fabricação inglesa, modelo Phaeton (un open touring car ou um carro descapotável para passeio), de quatro lugares, equipado com motor De Dion Boutton, monocilíndrico, de 16 HP, a gasolina. O veículo estava acondicionado em duas caixas de madeira. Uma com o chassi e a outra com a carroceria. Concluída a montagem do carro no próprio navio, o Capitão dos Portos proibiu terminantemente o desembarque, sob a alegação de que não havendo ninguém habilitado para conduzir essa máquina, vários acidentes poderiam ocorrer. O que fez Nhozinho Santos? Apresentou àquela autoridade, três “Carteiras de Chauffeur” resultantes da sua aprovação nos exames que prestara em Portugal, França e Inglaterra. Revogada a ordem, já estando o carro no cais, Nhozinho Santos assomou ao volante, deu partida no motor e seguiu pelas
ruas da Praia Grande. Comerciantes e empregados dos armazéns deixaram seus afazeres e sob aplausos, saudavam a passagem daquela “carruagem sem cavalos”. Otaciano (Otácio) Machado da Silva e Sebastião Raimundo dos Santos, funcionários da Fabril, foram selecionados pelo patrão Nhozinho Santos para aprender com ele a dirigir um automóvel. Nhozinho Santos estudou em Portugal e na Inglaterra, formando-se Técnico em indústria têxtil na cidade de Liverpool. Em São Luís recebeu o título honorífico de coronel da Guarda Nacional. Foi cônsul dos Estados Unidos, comerciante e industrial de expressão. Assumiu a direção dos negócios da família em virtude do falecimento prematuro de seu pai, o emigrante português Crispim Alves dos Santos, único proprietário da Fabril a partir de 1896, titular da casa comercial Crispim Santos & Cia., diretor e principal acionista do Banco Comercial e Hipotecário do Maranhão e da Companhia de Seguros Maranhense, co-fundador da Companhia Telefônica do Maranhão, vice-presidente da Associação Comercial do Maranhão, procurador e benfeitor da Santa Casa de Misericórdia, vice-cônsul de Portugal e cônsul da república da Colômbia. 1908 Chegada de dois automóveis Peugeot. Um para Nhozinho Santos e o outro para José da Cunha Santos Guimarães; 1912 primeiros acidentes de trânsito (17 de janeiro); também o segundo acidente de trânsito (24 de dezembro); inaugurada a primeira empresa de ônibus (J.A.Bastos); 1913 primeira Lei de Trânsito (n°.185, de 17 de fevereiro); instalação da primeira Oficina Mecânica (15 de fevereiro), no quintal do Seminário de Santo Antonio, pelo senhor Georges Guinard, engenheiro construtor da armada francesa, diplomado pela Escola de Artes e Ofícios de Paris; 1914 primeiro atropelamento com morte da vítima (l7 de abril); primeiro exame para condutores de automóveis. “Nomeados examinadores os cidadãos, coronel Joaquim Moreira Alves dos Santos e o engenheiro eletricista Antonio Nogueira Vinhais (06 de maio), ficando designado o dia 07 do corrente mês, às 9 horas, para início dos respectivos trabalhos”. Foram aprovados 66 candidatos; 1918 5 de maio
1930 20 chauffeuses encontravam-se habilitadas para dirigir automóvel, sendo pioneiras as senhoras Graça de Freitas Jorge Martins, Maria José (Zezé) de Freitas Jorge, Albertina de Viveiros Marques, Maria Benedita F. Gomes e Zélia Andrade Martins. Anne Isler, cidadã americana, esposa de Mr.Isler, administrador da Ullen Management Company, conseguia subir com facilidade a íngreme ladeira da “Montanha Russa”, em sua baratinha Ford 1929 apesar do curso da gasolina do tanque para o carburador ser impulsionada por gravidade; 1939 na frota automotiva de São Luís predominavam veículos made in USA;
1944 primeira viagem interestadual. São Luís para Fortaleza, via terrestre, pelo caminhão placa 415, de propriedade de João Azevêdo; 1946 começaram a chegar a São Luís, veículos pós-guerra, fabricados na Europa e na América do Norte (Estados Unidos e Canadá); 1948 a Polícia Civil comprou moderna camionete-prisão marca Ford, Modelo F-1, logo apelidada de “Chiquita Bacana”, em alusão à modinha de sucesso lançada no carnaval daquele ano; 1949 Amélio Smith inaugurou um serviço de DELIVERY, isto é, entrega de encomendas através de duas Station Wagon da marca Standard Vanguard. Na parte externa das camionetes estava pintada a sigla S.E.U. (serviço de entrega urgente). Fone 11-12; Carlos Pindobuçu Santos (Oldsmobile modelo 88, placa 11-11); Manuel Gonçalves dos Santos Silva (Dadeco) (Chrysler Windsor); Sebastião Raimundo dos Santos (Mercury); Justino Serejo (Nash Ambassador) Valter Fontoura (Hudson Commodore), Vicente Serêjo Dias (Kaiser) eram proprietários dos mais reluzentos “carros de praça” da cidade de São Luís. Fonte (FERNANDO SILVA, ex-presidente de Silva Linhares, S/A) DÉCADA DE 50 merece destaque especial no que diz respeito à nossa frota automotiva que cresceu, significativamente, em relação ao passado. Havia automóveis de muitas marcas. Algumas, até então desconhecidas por estas plagas. Também cresceu o interesse de senhoras e senhoritas para aprender a dirigir automóvel. O motorista profissional Jacinto França era o instrutor mais requisitado para desempenhar esse mister. Nessa época, dirigiam automóveis as jovens Mary Jorge (Packard conversível), Maria da Graça Jorge Martins (Dodge Fluid Drive), Ruth Archer (Chevrolet conversível), Teresa Bello (Chrysler), Eliana e Heloisa Guimarães (Ford F-l); Eline Barros (Cadillac) Regina Gomes (Hudson) Fabriciana Mendes (Austin A-70); Ana Maria Aguiar (Plymouth Cranbrook); Elza Maria Aguiar Martins (Plymouth DeLuxe); Gipsey Penha (Standard Vanguard); Roselys Reis (Ford Custom); Mariana Godinho (Chevrolet Bel Air); Anna Maria Belo Ferreira (Chevrolet); Cléa Furtado (Chevrolet PowerGlide); Concita Mendonça (Hillman); Vicenir Costa (Chevrolet conversível); e Maria Lucinda Sales (Oldsmobile). E as senhoras Maria de Jesus Carvalho Branco Ribeiro (Pontiac Chieftan, coupê, com kit continental); Enei Santana (Ford Custom) Marú Pereira (Standard Vanguard); Ida Silva (Chevrolet StyleLine); Hildenê Meneses (Hillman); ( Santinha Furtado (Chevrolet Power Glide); Santinha Mendes (Cadillac conversível); Ilva Gomes Saldanha (Nash Rambler); Anica Aranha Vasconcelos (Ford Zephyr Six); Julinha Moraes Rego Borgneth (Studebaker Commander conversível); Iná Rêgo (Willys); Helena Moraes Corrêa (Mercury 51); Genú Moraes Corrêa (Mercury 52); Fonte (FERNANDO SILVA, ex-presidente de Silva Linhares, S/A) 1955 realização de uma gincana automobilistica, promovida pelos alunos dos Maristas
DÉCADA DE 60 novas chauffeuses, dentre elas, Ana Lúcia Silva (Aero Willys); Maria de Fátima Silva (Chrysler); Marucha Aguiar (Plymouth); Ana Elvira Cunha Pereira (Chevrolet FleetLine); Lúcia Martins (DKW); Ana Margarida Jansen da Silva (Rural Willys). Fonte (FERNANDO SILVA, ex-presidente de Silva Linhares, S/A) Pós-guerra até início dos anos 60 alguns jovens demonstravam destreza ao volante de um automóvel. Entre eles: José Evandro Barros (Austin Jensen conversível); Tenente Nélio Pereira (Studebaker); Tenente Nunes (Ford Custom); Tenente Coutinho (Kaiser); Maneco e Danilo Nunes dos Santos (Studebaker Pick Up); (Armando Castro (Hillman); Marcelo Sardinha (Opel Olympia); Michel Nazar (Hudson); José Teixeira de Araújo (Hillman); Jesus Gomes Filho (Standard Vanguard) Alfredo Penha (Standard Vanguard); José Saraiva (Jeep Land Rover); Godofredo, Celso e Mário Pires Leal (Nash Air Flite); Walter Dias (Chevrolet); Antonio José Jorge Martins (Dodge Fluid Drive); José Segundo e José Terceiro Borges (Chevrolet); Neon Oscar Pereira (Dodge); Francisco Aguiar Neto (Jeep Willys); José Frassineti Couto (Jeep Willys); Eduardo José Cunha Pereira (Jeep Willys); Gabriel Cunha (Buick); Eliézer Moreira (Ford Custom); José Gonçalves dos Santos Filho(Ford Prefect); José Marques (Frazer); Fernando Bello (Chrysler); Eraldo Guimarães (Ford F-1); Cláudio Macieira (Plymouth); José Eneas Frazão (Oldsmobile);Murilo Sarney (Pick UP Dodge Fluid Drive) ; Gastão Franklin da Costa (Dodge SW); Jorge Mendes (Chevrolet PowerGlide) Cleon Furtado (Chevrolet Power Glide); Antonio José Belo Ferreira (Chevrolet); Manoel Castro (Kaiser); Fernando Lima (Kaiser); José Antonio Itapary (Kaiser); Cláudio Vaz dos Santos (Kaiser);Tote Leite (Standard Vanguard); Luiz Augusto Rêgo (Willys); Samuel Viana Pereira (Jeep Willys); Joaquim Itapary (Hillman); Márcio e Marcelo Viana Pereira (Ford Custom); Miguel e Dionísio Nunes (Chrysler); Sérgio Moreira (Studebaker Commander); Cláudio Moreira (Nash Ambassador); Simão Feliz (Nash Ambassador); Zequinha Marão (Buick); José Manuel Martins e João Martins Neto (Plymouth); João Guy Martins (Studebaker); Antonio Carlos e Antonio Joaquim Vinhas (Studebaker); Jose, Carlos, Antonio e Raimundo Gaspar (Studebaker); Fernando Belfort (Triumph MayFlower); Paulo Abreu Filho (Cadillac); Sérgio Faray (Jeep Willys); José Maria Romão dos Santos (Dodge Fluid Drive); Jaime Santana (Ford Custom); Zezinho e Guilherme Fecury (Studebaker); Luiz Augusto e Luizinho Fiquene (Austin A-40); Zequinha Mendes (Austin A-70 conversível; Sérgio Santana Costa (Aero Willys); Eduardo Casal (Volkswagen); Fernando Casal Teixeira (Plymouth); João Carlos Belo Ferreira (Chevrolet); José Mendonça (Rural Willys); Hiltinho Paiva (SIMCA Presidence); Cláudio Pinto Reis (Ford Consul); José Serra (Rural Willys); Fabiano Soares (Rural Willys); Railton Santos (Pick-Up Chevrolet); Francisco Gonçalves (Hillman) José Francisco Lobato (Fiat conversível); Cesar Moreira (Ford Zephyr Six) e Fernando Silva (Humber Hawk). Fonte (FERNANDO SILVA, ex-presidente de Silva Linhares, S/A) A Companhia de Aviação AERONORTE era proprietária de uma pick up inglesa marca Siddley Armostrong, cujo câmbio funcionava da seguinte maneira: primeiro se colocava a alavanca na marcha desejada para depois fazer a embreagem. Esquisito, não? Numa época em que o automóvel ficava com o mesmo proprietário por um período de 5 a 10 anos, contrariavam essa “regra”, Antonio Arôso Mattos Pereira, Gentil Lopes Costa, José dos Santos Lima e Chiquinho Rocha, que trocavam de automóvel com assiduidade impressionante. Na Praça João Lisboa, em frente à Mercearia Aliança ou ao Moto Bar, dependendo da posição do sol, J. Nascimento e seu sócio Valois faziam rifa de automóveis. O lusitano Joaquim Lourenço trouxe de Belém do Pará, um ônibus com carroceria imitando um Zeppelin, montada sobre chassis de caminhão Dodge. As poltronas eram semelhantes a de avião.O coletivo era conduzido pelo seu proprietário, vestido numa farda nos moldes da usada pelos comandantes de aeronave civil. Com elegância, “seu” Joaquim conduzia aquele veículo lotado de passageiros que o utilizavam como digressão pelo centro e bairros da cidade. Certamente por muitos já esquecidos, mas por mim sempre lembrados, gostaria de, ao final desta matéria, prestar sincera homenagem a Azevêdo, Piloto e Leôncio, integrantes da Guarda Civil e responsáveis pelo ordenamento do trânsito da cidade, homenagem que se estende a Francisco Cândido Maximiniano das Chagas e ao Major José Pereira dos Santos que durante muitos anos exerceram
competentemente o cargo de Inspetor Estadual de Trânsito. Fonte (FERNANDO SILVA, ex-presidente de Silva Linhares, S/A)
BASQUETEBOL LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Origem e Definições O Brasil foi o primeiro país da América do Sul e o quinto do mundo a conhecer o Basquetebol. Em 1896, o Professor americano Auguste Farnham Shaw (1865-1939) introduziu este esporte no Mackenzie College, na cidade de São Paulo. Posteriormente o basquetebol passou a integrar os programas de atividades físicas da Associação Cristã de Moços-ACM de São Paulo, sendo praticado pelos sócios após as aulas de ginástica (Daiuto, 1991). Nos anos seguintes, e já passado um século de vivências com o basquetebol, a cultura esportiva brasileira inclui esta modalidade entre seus melhores esteios de tradição e exemplo de criatividade e rigor técnico na busca de vitórias. A trajetória de memória do basquetebol brasileiro, por sua vez, indica que este esporte, em sua versão de alto nível de competição, pode ser identificado no país por se apoiar em três elementos de sustentação: liderança carismática do Técnico da Seleção Nacional, atletas de qualidade excepcional que definem o empenho da representação brasileira, e a formação de base de jogadores para a renovação da Seleção. A falta ou deficiência de qualquer destes elementos tem gerado retrocessos na prática em geral e nos resultados internacionais. http://www.atlasesportebrasil.org.br/textos/48.pdf No Maranhão: 1910 Fundação do ONZE MARANHENSE, que, além do futebol, desenvolveu outras atividades esportivas: tênis, crocket, basquetebol, bilhar, boliche, ping-pong (tênis de Mesa), xadrez, e a luta livre, introduzida por Álvaro Martins. 1916 o FAC amplia a oferta de esportes, introduzindo o Basquetebol, o Boliche e continua a prática do futebol, do tênis, do tênis de mesa, do crockt, do críckt, do bilhar e dos atletismo (jogos olímpicos). 1919 no dia 25 de agosto, os diversos representantes dos clubes entram em um acordo, unindo as diretorias das duas ligas – a de Esportes e a de Futebol, criando-se a Confederação Maranhense de Desportos: CLUBES REPRESENTANTES Atenas Benedito Ciríaco Colombo Pedro Mendes FAC Alcindo Oliveira Nacional João Krubusly Baluarte Francisco Furiato Marcílio Dias Tent. Dias Vieira Hércules Humberto Fonseca Espartano Tancredo Matos Mignon Eliude de Sousa Marques São Cristóvão Almir valente América Herman Belo Barroso Nilton Aranha União Antenor Rodrigues da Mota DÉCADA DE 1920/30 há registro de que SIMÃO FÉLIX - maranhense de Grajaú, onde nasceu em 3 de maio de 1908 -, um dos um dos grandes atletas do passado, praticava, além do basquetebol, futebol, voleibol, motociclismo, natação, remo, e muitas outras modalidades. SIMÃO FÉLIX 1915 Veio para São Luís quando tinha 7 anos de idade, localizando-se na Rua da Palma. Largo das Mercês e Quartel da Polícia [onde hoje é o Convento das
Mercês]; foram os seus primeiros locais de diversão. Em tais locais, começou a chutar "bola de meia" e aprender a correr, em vista de aproximação dos policiais. Depois do futebol, passou a ser remador. Construiu a piscina do Genipapeiro, em companhia de outros colegas e fez daquele local o seu ponto de recreio. Possuía um bom "yole" e remava com relativa facilidade. Como futebolista, jogava pelo Sírio. - Faltava um guardião para o time da Montanha Russa e Simão, que era bamba no basquete e volei, foi encarregado de guarnecer a cidadela do Sírio. No dia da estréia do grêmio árabe, Simão fez defesas espetaculares, chegando a defender três penalidades. O Sírio venceu o Libertador por 1 x 0. Antonhinho, Simão, Fuad Duailibe, Chafi Heluy, César Aboud, Amintas Pires de Castro, Silva e Jaime também colaboraram bastante. Simão disputou várias partidas pelo Sírio, porém devido a seu estado de saúde deixou de praticar esportes por algum tempo, indo para o interior do Estado. Quando não quis mais jogar como goleiro, João Muchareck estava fazendo misérias no arco, Simão passou a zaga, até a extinção do Sírio, abandonando o futebol. Continuou apenas com a prática da bola-ao-cesto, bola ao ar (volei?), atletismo, motociclismo, tênis, remo e outros esportes. 1947 Simão Félix deixou de praticar o basquete e o volei em 1947, quando figurou na equipe do Pif-Paf, num campeonato interno organizado pelo Moto Clube. 1921 – 26 de setembro – DIÁRIO DO MARANHÃO
- João Mouchreck, na década de 30, praticava esse esporte, junto com o motociclismo, futebol, atletismo, voleibol e boxe; foi um dos fundadores do Moto Clube de São Luís. 1931 O COMBATE 14 DE OUTUBRO
1932 é criado o GREMIO “8 DE MAIO”, por estudantes do Liceu Maranhense, liderados por Tarcísio Tupinambá Gomes. Como entidade representativa dos estudantes junto à direção do Liceu, foi um fracasso, por falta de interesse da rapaziada, que só queria se divertir. Mas os outros fundadores, dentre eles Paulino Rodrigues De Carvalho Neto e Dílio Carvalho Lima resolveram levar o Grêmio para o esporte, com o intuito de jogar Voleibol, pois as opções de esportes para os jovens da época eram, além do futebol, o voleibol. O pessoal do “8 de Maio” também se envolvia com o Basquetebol. - Rubem Goulart chega a São Luís, vindo de Guimarães, para estudar no Colégio São Luís; passa a praticar esportes, com destaque para o Basquetebol
1933 - 18 de novembro
– 1º de Dezembro – A PACOTILHA
1934 - 18 de outubro - A PACOTILHA, Coluna DESPORTOS:
1935 encontrada uma primeira participação de Ronald da Silva Carvalho no esporte, passando a disputar o Basquetebol pela equipe do Ateneu 1936 – 16 de setembro - A PACOTILHA
- 1º de Outubro
- 27 de novembro - A PACOTILHA
1937 - 7 JANEIRO
- 17 DE FEVEREIRO
- 8 DE ABRIL
- 9 de Junho, A PACOTILHA
- 19 DE JUNHO
- 22 DE JULHO
1938 O Grêmio “8 de Maio” representou o Maranhão em um Campeonato Brasileiro de Basquete disputado em Belém do Pará; viajaram de navio. Paulino largou tudo em 1942, deixando o Grêmio “8 de Maio” para a nova geração, liderada por Rubem Goulart e Zé Rosa... 1939 Cesar Aboud recebe convite do capitão Vítor Santos para dirigir o Moto Clube de São Luís (fundado em 1937) uma de suas maiores paixões, tendo sido seu presidente por 15 anos. Reestruturou o clube, ampliou o quadro associativo, criou os departamentos de Voleibol, e Basquetebol. - Ronald Carvalho passa para o Colégio Cisne, na Rua 13 de maio, onde treinava Basquetebol na quadra de piçarra da escola; funda o Clube Brasil, que passa a disputar torneio intercolegial, entre os alunos do Maristas e Liceu Maranhense.
DÉCADA DE 40 1941 RINALDI LASSALVIA LAULETA MAIA começa a praticar o Basquetebol, tendo ao lado Gontran Brenha e Eurípedes Chaves e outros, defendendo as cores do Vera Cruz. Nessa época, não havia campeonatos de bola-ao-cesto, contudo, era público e notório que o Vera Cruz era o campeão da cidade. O grêmio do saudoso Gontran apenas tinha como adversário perigoso o quadro do "Oito de Maio". Nas disputas de Volei levava sempre a pior, porém, vencia todos os encontros de bola-ao-cesto. O Vera Cruz era um campeão autêntico. 1945 Disputado um Campeonato de basquetebol, com a participação do Moto Clube, Vera cruz e “8 de Maio”; O Liceu tinha uma equipe de Basquete e participou desse campeonato. 1946 Realização de um Torneio de Basquete, entre o Maranhão e Pará; o Moto Clube representou o Maranhão; 1948 Mas não era só em São Luís que o Basquetebol era praticado. Em algumas cidades do interior é introduzido por Eurípedes Bezerra. Em sua passagem como delegado de Brejo (1948), é objeto de notícia pelo jornal "O Esporte", que anuncia que ele, Eurípedes, pretendia continuar seu trabalho com os esportes: "Além de bons quadros de futebol e de basquete pretende desenvolver outras modalidades de esporte, porém não participará do torneio intermunicipal". - CARLOS ALBERTO BARATEIRO DA COSTA – BEBETO, CEL. BEBETO (nascido em 25 de novembro de 1934) começou com o futebol, aos 14 anos de idade, a contragosto de seu pai, "seu" Silvestre, no campo do Matadouro (Bairro da Liberdade); depois passou a treinar no campo do Santa Izabel, pelo MAC. Atuava, também, pelo Colégio Ateneu, onde estudava, e à noite dedicava-se ao Basquetebol, tendo começado, nesse esporte, no Nacional, passando para o Vera Cruz e, depois, Moto Clube de São Luís, chegando à seleção maranhense.
1947 – 9 de agosto –
1948 – O COMBATE publica apenas a chamada do 21º Torneio Inicio:
1949 o Campeonato Estadual de Basquetebol estava sendo disputado na quadra do Liceu entre os grupos do Grêmio “8 de Maio” (de Rubem Goulart e Ronald Carvalho), Moto Clube de São Luís, Vera Cruz (de Rinaldi Maia) e o Nacional. - o Vera Cruz excursiona para Fortaleza
DÉCADA DE 1950 - A melhor fase do Basquetebol no Maranhão ocorreu nos anos 50 até meados dos anos 60. Era admirável como jogavam Rubem Goulart; Raimundinho Vieira da Silva; Ronald da Silva Carvalho; Raul Guterrez; os irmãos Mauro e Miguel Fecury; Fabiano Vieira da Silva (filho de Raimundinho); Canhotinho (João Carlos de Sousa Martins); Zé Reinado Tavares... É nessa década que surge uma nova geração de esportistas – a qual estou designando como a “geração de 53” - que aprendem esportes com a geração anterior, a dos “erres” – Rubem, Ronald, Zé Rosa, Rinaldi, a qual vai se juntar, depois Raul Guterrez - constituída pelo grandes nomes do Basquetebol maranhense, de todos os tempos. Um desses jovens, Cláudio Vaz dos Santos – o Alemão – fala de sua iniciação nos esportes:“Nós tivemos uma quadra, onde eu pratiquei basquete, foi no "8 de Maio", atrás do Cassino Maranhense; hoje... ali era um matagal, o 8 de Maio, comandado por Rubem Goulart, era o time dos “ erres”..., Rubem, Ronald, Raul Guterres ... - o Grêmio 8 de Maio, de Rubem Goulart, excursiona em Fortaleza - Nas aulas de Educação Física, o Basquete era jogado numa correria só, muito parecido com o Futebol Americano, em que o aluno pegava a bola e saia correndo em direção à cesta, sem drible. – havia uma equipe denominada Cisne Banco, de José Gonçalves da Silva – Zequinha -, treinador do MAC e árbitro de futebol, lembra Nilson Ferreira Santiago, que jogava no Cisne Branco; após a extinção deste, passa a jogar pelo Moto Clube - JOAQUIM ITAPARY SALES DE OLIVEIRA foi um dos maiores árbitros de Basquete que o Maranhão teve; começou a carreira de árbitro no início dos anos 50, aos 18 anos; 1946 tendo chegado de São Bento, quando o pai Joaquim Itapary assumiu o cargo de Secretário de Estado e Chefe de Polícia no governo Saturnino Bello; veio para estudar nos Maristas (aos 10 anos) e logo no ano seguinte estava no São Luís; Joaquim viveu na nova escola a prática da educação física como saúde; depois dos exercícios físicos, quem tinha alguma aptidão para algum esporte passava à prática e aprimoramento em
aulas específicas, como Voleibol, Basquetebol, Atletismo e Boxe; Joaquim optou pelo Basquete, enturmando-se com os atletas da equipe escolar do São Luís e do Liceu: Janjão e Cláudio Alemão, Zé Couto, Eliézer Moreira, Vancrílio Gonçalves, Valoyzinho, Lázaro, Pacheco, Estrelinha, Pará, Luis Alvim, Hugo Fonseca, Murilo Gago ... Criaram o time Os Milionários, que mais tarde, como clube, viria a disputar competições estaduais; considerando-se jogador fraco, dedica-se à arbitragem. 1950 – 25 de abril – O COMBATE
– 20 de maio – O COMBATE –
1950 – 6 de junho – O COMBATE
1952 início da carreira esportiva de Cláudio Vaz dos Santos; ao ingressar no Colégio de São Luís, do Prof. Luis Rego; nesse ano, participa dos Jogos Olímpicos Secundaristas, organizado pelo jornalista Mario Frias, como atleta de Basquetebol, Voleibol, Futebol de Campo, Atletismo e Natação.
- 1º de julho – O COMBATE
- 24 DE JULHO – O COMBATE
- 12 de agosto – O COMBATE
- 12 de setembro – O COMBATE
- 11 de novembro – O COMBATE
1953 Cláudio Alemão, junto com outros atletas da época, de várias escolas, funda a equipe dos “Milionários”, que faz história no esporte maranhense, especialmente no Basquetebol, por mais de 20 anos; a equipe era formada por Gedeão Matos, os irmãos Mauro e Miguel Fecury, Aziz Tajra, Raimundinho Sá, Poé, Denizar, Canhotinho, Fabiano Vieira da Silva, Cleon Furtado, Jaime Santana, os irmãos Zé Reinaldo e Silvinho Tavares, Wilson Bello, Sá Valle, Joaquim Itapary, Henrique Moreira Lima, Márcio Viana Pereira; com a extinção d´ “Os Milionários”, fundam o “Cometas”, que além de basquete e vôlei, participam dos jogos de Futebol de Salão: "O Milionários... nós fomos participar de volei e basquetebol, sábado à tarde no Colégio São Luís, e na quadra coberta que tinha no Liceu, onde jogava o Milionário, o Colégio São Luiz, jogava 08 de Maio; nós jogávamos na quadra do Colégio São Luiz,... assim que nós jogávamos à tarde e jogávamos o Campeonato Maranhense de Basquete, já no Santa Isabel, que era a única quadra iluminada que tinha em São Luís; ... era os Milionários e era um contra-senso; não tínhamos um tostão, mas como tinha aquele time os Milionários, e nós tivemos a idéia de fazer nossa equipagem, nós saímos da Praia Grande, pedindo dinheiro no comércio da Praia Grande. Na rua Portugal, a gente chegava e vendia os nossos ingressos, mandava fazer ingresso de jogo, quando dinheiro arrecadava, mandava fazer nossa equipagem de jogo.." - O Combate de 15 de maio traz reportagem assinada por P. Seguins sobre Bacabal, em que informa haver na cidade dois clubes de basquete e futebol e outros tantos moços praticando o atletismo.
- É organizado um Campeonato Juvenil; o Moto Clube era formado por Cândido, Dilson Lago, Roberto Oliveira, João Botão, Paraibano, Benjamim, Coqueiro, e Bandeira -; só perderam para “Os Milionários”, que contava com Mauro e Miguel Fecury, Alcy, Poé (Palmério César Maciel de Campos); Canhotinho (João Carlos de Sousa Martins). Quando os dois times se enfrentavam, era uma verdadeira guerra entre Mauro Fecury (14 anos, 1,84 metros de altura), dos Milionários; e Dilson Lago, (15 anos, 1,84 m), do Moto Clube. Os campeonatos eram disputados em uma quadra de cimento, do Moto, no Estádio Santa Isabel; usavam uma bola de couro. Nesses jogos, havia grande afluência de público... 1955 houve uma primeira convocação de uma seleção juvenil, para a disputa de um Campeonato Brasileiro, em Guaratinguetá – SP. Foram chamados os cinco titulares do Moto e os cinco do Milionários – Cândido fora dispensado. Ao retornarem – sem um resultado expressivo – os atletas foram defender seus colégios, nos Jogos Intercolegiais. Cândido foi conduzido à condição de titular do Liceu, ao lado de Nonato Cassas; Ney Belo; Rogério; e César Bragança. - “Os Milionários” foram os campeões juvenis desse ano, com Januário de Sillos Oliveira Goulart, Williame, Canhotinho, Murica, Bita, Edeir, Ney Bello, Mário Brazuca, Aziz Tajra. - Ronald da Silva Carvalho, junto com Rubem Goulart, Rinaldi Maia, Carlos Vasconcelos e Tent. Alves fundam uma associação para reerguer o Basquetebol; essa associação foi a semente para a criação da Federação Maranhense. – Realizado os Jogos Universitários do Norte e Nordeste, em São Luís, com a participação dos estados do CE, PI, PA, AM, além do MA, sendo disputadas as modalidades de Voleibol, Basquetebol e Atletismo; 1956 Antonio Maria Zacharias Bezerra de Araújo – chegou a jogar Basquetebol, pelo Moto Clube de São Luís, na década de 50, disputando o Campeonato Brasileiro de 1956; lembra de outros clubes famosos e seus atletas: "Nessa mesma época eu jogava Basquetebol pelo Moto Clube; Quando eu retornei, passei a jogar Basquetebol, pelo Moto Clube, no [Campo do] Santa Isabel, tanto que ai nós fomos disputar um campeonato em 54... 55 e em 56 eu fui seleção maranhense para disputar o Brasileiro em Recife, eu, Rubem Goulart; Antônio Bento; Vieirão, Major Vieira; Bebeto [Carlos Alberto Barateiro da Costa], também da Policia; Willame Najas, filho Titico. "Nessa época, Mauro Fecury era Juvenil, quando eu jogava basquetebol, depois ele já teve um destaque muito grande e ele, Miguel Fecury - o irmão dele -, eles, pode se dizer, que foram os meus juvenis, os aspirantes..."nós disputamos o campeonato - era Moto Clube, o time que eu jogava -, era o Vera Cruz, o Oito de Maio - que era de Rubem Goulart -, o General Severiano [Sampaio], que era do Exército; Tiradentes, que era o time Militar [Polícia Militar], e os Milionários, dos jovens – Alemão [Cláudio Vaz] e Poé, esta turma nova, Jesus Itapary, esta turma.... do Liceu, do São Luís, basicamente, o Liceu, São Luís e Maristas.., foi essa turma que nos acompanhou, que acompanhou os adultos que já jogavam, que era Os Milionários..". 1957 O Gremio “8 de Maio” conquista o campeonato adulto, numa melhor de três partidas contra o Moto Clube, de Bebeto (Carlos Alberto Barateiro da Costa), Mozart Tavares, Dilson Lago, Murica, Bita. Naquela época, os jogos de basquetebol eram realizados a portão fechado, com cobrança de ingresso, grande torcida e afluência de público. - O Liceu reunia uma equipe de Basquete de talento, bi-campeã dos Jogos Intercolegiais em 57/58: Januário e Silvino Goulart, Mauro e Miguel Fecury, José Reinaldo Tavares, Jaime Santana, Nego Fulô, César Bragança, Aziz Tajra; o técnico era o Sargento Geraldo – da Marinha -, que introduziu alguns esquemas táticos e revolucionou com suas jogadas ensaiadas, novidade para o basquete que se iniciava no Maranhão. 1957 Aldemir Carvalho de Mesquita, outro "menino do Liceu", também lembra do Professor José Rosa, com muito carinho, com quem aprendeu a gostar da educação física:
“... o prof. Zé Rosa, que foi o diretor de Liceu, e uns dos professores de educação física. Esse foi um dos incentivadores. Quando eu era garoto - 9, 10 anos (1957) -, mas eu ouvia falar muito do prof. Zé Rosa - era treinador de basquete daqui dentro de São Luís, no Liceu, Colégio São Luís Então, essas pessoas, essas que têm que ser lembradas, temos que citar os seus nomes de Mary Santos, Braga, Rubem Goulart... No basquete, todo mundo sabia, pelo menos quando cheguei do interior (1957), era o Rubem Goulart. Todo mundo sabia a paixão que o prof. Braga tinha pelo boxe. No basquete falava muito bem do prof. Zé Rosa... (MESQUITA, Aldemir Carvalho de. Entrevistas). 1958 A Federação Maranhense de Basquetebol foi fundada em 1958, tendo RONALD DA SILVA CARVALHO como um de seus fundadores. Ronald foi um exímio jogador de Basquete - esporte que praticava desde 1939; fundou ainda a Associação Atlética do curso de Direito (1951), base para a Federação Atlética Maranhense de Esportes - FAME. - Os campeonatos adulto e juvenil foram disputados por oito equipes – “8 de Maio”, Vera cruz, General Sampaio, Tiradentes, Cisne Branco, Milionários, e Moto Clube, organizados por Bruno Tolentino e Noske castelo Branco, com arbitragem de Joaquim Itapary e Cel. Vieira. O “8 de Maio” foi novamente campeão, com Januário Goulart, César Bragança, Lázaro, Bandeira, Rubem Goulart,João Bragança,Miron e Silvino Goulart. - 17 de outubro – O COMBATE
- 20 de outubro - O COMBATE – REUNIÃO DOS PRESIDENTES : Os presidentes dos clubes filiados à Federação de Basket-Ball estão convocados para uma reunião amanhã às 18 horas no Palácio dos Esportes. / O Sr. Bruno Tolentino, presidente da entidade gonçalvina dirigirá os trabalhos. / Entre outros assuntos de interesse dos clubes filiados e da entidade será debatido o caso do campeonato maranhense de 1958. - 28 de outubro - O Combate – BASKET NA QUADRO DO MOTO CLUBE – Graça Aranha x Sampaio Corrêa: amanhã à noite, jogarão na quadra do Moto Clube de S. Luis os quadros de basket-ball do Graça Aranha Esporte Clube e do Sampaio Correa. Na preliminar será travado o primeiro embate do volley-ball feminino patrrocinado pela Federação Maranhense de Volley-Ball feminino. / Juizes para o jogo principal – O Departamento Técnico da Federação Maranhense de Volley-Ball, na sua ultima sessão designou os juízes para o embate entre Graça Aranha e Sampaio, o Tenente Vieira e Joaquim Bapari serão os árnitros. / Rosa Castro x Graça Aranha: O jogo de volley-ball feminino marcará a estréia do Graça Aranha Esporte Clube, que enfrentará o Instituto Rosa Castro, campeão invicto do campeonato “Alfredo Colombo e do Torneio
- 29 de outubro – O COMBATE
- 4 de novembro – O COMBATE
DÉCADA DE 1960 - No final da década de 60, o Basquetebol era praticado apenas em algumas escolas... Os treinamentos se constituíam basicamente em peladas, jogadas na quadra do Santa Isabel – Moto Clube – ou na quadra do Quartel da PMMA, no Convento das Mercês, reunindo os estudantes contra soldados e oficiais. A equipe de Basquete do Liceu Maranhense treinava lá, às 5 da manhã, para as Olimpíadas Colegiais daquele ano de 68; destacavam-se Fabiano Vieira da Silva, Nega Fulo, Sá Valle, Salim Lauande, Jaime Tavares, dentre outros
1966 – Inauguração do Ginásio Costa Rodrigues
1968 No Governo Sarney, as atividades no Ginásio Costa Rodrigues foram reestruturadas, incluindo em sua programação outras atividades esportivas, além do Futebol de Salão, dentre outras, o Basquetebol passou a ser praticado diariamente. - a final dos Jogos Inter-colegiais terminou com o placar de 1 x 0. Essa partida foi realizada no Casino Maranhense, entre o Colégio Batista x Colégio de São Luís. Jaime Santana e Mário Brazuca eram os árbitros; nos aros, não havia a rede. Os irmãos Leite - Olivar, Adalberto e Alvinho - comandavam o time do São Luís; Luís Fernando Figueiredo, Raul Guterrez, Wagner, Alex e Estevinho, defendiam o Batista. Alguns arremessos foram feitos dos dois lados e algumas bolas caíram no aro. Mas os árbitros, na dúvida se a bola era boa ou não, não validavam os pontos. Numa cobrança de lance livre, Olivar Leite acabou convertendo um arremesso e a partida acabou em 1 x 0, para o São Luís. De acordo com Hermílio Nina, o aro do Casino era menor do que o oficial, mais a falta da rede, dificultava aos árbitros a certeza de que a bola tinha entrado, ou não. Antes, foram jogadas duas outras partidas: o primeiro jogo, na Escola Técnica Federal do Maranhão, terminou com a vitória do Batista, por 18 x 14; a segunda partida, realizada no 24º BC, vitória do São Luís, por 20 x 16; a terceira - a do Casino - naquele 1 x 0, para o São Luís, que sagrou-se campeão daquele Intercolegial de 1968. 1969 Seleção Maranhense disputa o Brasileiro Infantil em Feira de Santana-Ba Década de 1970 1970 O Maranhão participa dos XXVII Campeonato Brasileiro Adulto, no Rio Grande do Sul 1971 Campeonato Brasileiro de Basquetebol Juvenil, em Brasília. 1972 o Basquetebol a nível maior, era o juvenil; para o Campeonato Brasileiro de Juvenil, Dimas foi chamado para ser o técnico da Seleção Maranhense que ia para Brasília disputar o Campeonato Brasileiro “o Basquetebol era de juvenil, então eram aqueles meninos daquela época que jogavam tudo, jogavam volei, jogavam futebol, jogavam basquetebol, que era aqueles mesmos, era Gafanhoto, Paulão, Carlos, Phil, esses eram tudo... os Ninas. Então eu fui para Brasília, como técnico com esse pessoal...”; a equipe era formada por Paulo e Carlos Tinoco; Hermílio e Zeca Nina; Olivar e
Álvaro Leite; e contava ainda com Zé Costa, Luis Fernando, Phil, Raul Goulart, Albino Lindoso (cunhado dos Ninas). - A ETFM conquista o campeonato de basquete dos FEJ 1974 A ETFM conquista o Vice-campeonato Brasileiro de Basquetebol, nos JEBEM, disputados em Natal, com Gafanhoto, Hermilio, Paulão, Pintinho, Zé Costa, Albino, Paul Goulart, Carlos Tinoco, Felipe; e o campeonato maranhense, dos FEJ - JEBs – São Paulo – campeão do torneio consolação – 9º. Lugar no geral; - Campeonato Brasileiro Juvenil – Natal-RN – 6º. Colocado – Hermílio Nina é convocado para a Seleção Brasileira Juvenil 1975 A ETFM conquista o campeonato brasileiro de Basquete, dos IV JEBEM, disputados em Campos-RJ, com Hermilio, Gafanhoto, Paulão, Albino, Binga, Pintinho, Felipe, Marcio Tanajura, Nogueira, Elinaldo, Beleleu, Zé Costa; - Zonal Norte Juvenil – Belém-Pa, Campeão - Zonal Norte Adulto – Belém-Pa, campeão - JEBs – Brasília – 3º. Lugar - geração de Fátima Diniz, Rosangela, Venina, Silvana, Roud, Zezé, Roud, Antonia Amélia, Janete, etc. 1976JEBs – Porto Alegre-RS – 6º. Lugar 1977 JEBs – Brasília-DF, 4º. Lugar - Campeonato Brasileiro Juvenil Feminino – Cornélio Procópio-PR – vice-campeão 1978 JEBs – Aracajú-SE – vice-campeão - geração de Antonia Amélia, Silvana, Roud, Raquel, Rosanina, Rosemary, Teresa Sousa, Janete, Elizabeth, Rosanira Martins.Fatima,Roselia,Ana Luiza,Paula,etc, 1979 JEBs – Brasília-DF, 2º. Lugar - Campeonato Brasileiro Juvenil – 3º. Lugar - Campeonato Brasileiro Adulto Feminino – São Luís-MA – vice-campeão; final com São Paulo, que contava com Paula, Hortência, Vânia, Suzete, Cristina Punko, etc – técnico: Barbosa; pelo Maranhão jogaram Roud, Raquel, Silvana, Rosemeire, Ionete, Paula,Teresa Sousa, Elizabeth (Neneca),Antonia Amelia, Rosanira Brito, tec. Paulão; DÉCADA DE 80 - [após as décadas de 50 a 60, da geração de 53; e a década de 70, da geração JEMs e da geração de ouro da ETFM] destacam-se as equipes do colégio Meng – dirigida por Carlos Tinoco (Murilo, Leandro, Fernando, Eduardo, Zé Paulo, Chiquinho, Jovino, Celso, Mariano, etc), pela equipe da ETFM/CEFET-MA, dirigida por Reinaldo Conceição da Cruz – Beleleu –(Gersão, Gersinho, Espirro, Negão, etc); e Dom Bosco; - Carlos Tinoco ressalta que neste período pós-geração de ouro da ETFM, apenas as duas equipes – Meng (dirigida por Carlos e depois o Dom Bosco) e ETFM (dirigida por Beleleu) – se destacaram; depois disso, as gerações masculinas passaram por um grande hiato de resultados expressivos, talvez por falta de investimentos por parte das equipes – escolares ou federadas – e, principalmente, pela parada prematura dos componentes das gerações de ouro – 50/60 e 70 – ocasionando uma falta de “espelho” as gerações posteriores – entre-safra?. – nesses vinte anos, o Basquetebol feminino do Maranhão manteve-se entre as quatro melhores equipes do Brasil, obtendo todos os títulos regionais de todas as categorias disputadas; nas competições nacionais, era a quarta força em algumas categorias, e conquistando a terceira colocação nos Brasileiros Infanto-Juvenil feminino disputdos em Recife-PE, e Itanhaém-SP; - surgiam atletas de grande talento, principalmente nas equipes dos colégios Meng, Dom Bosco, Batista e ETFM/CEFET, nos clubes A. D. Mirante, Grêmio “8 de Maio”, e Lítero [que tinham por base as equipes escolares dos colégios citados]: Meng/Dom Bosco - Karla, Alcidesia, Silvia, Conceição, Lucia, Mayara, Fernanda, Rita, Cristiane, Amanola, Fabriny, Rosane, Cristiana, .; do Batista: Daniele, Genilce, Jarle, Ametista, Isiane, etc; do CEFET: Conceição (Ceiça), Carmen Veras; - Isiane mudou-se para São Paulo e, três anos após sua transferência, foi convocada para a seleção brasileira; convocadas para a seleção brasileira foram também: Silvana, Rosemary, Roud, Raquel, Paula, Benedita (Benê, hoje em Bacabal), e Daniele; as duas ultimas foram convocadas para o sul-
americano de cadetes (infanto-juvenil), partindo diretamente de São Luísa, sem passar por estágio em São Paulo; - a A.D. Mirante, dirigida por Paulo Tinoco foi terceira colocada na Taça Brasil Adulto Feminino, realizado no Paraná; campeã – Minercal de Hortência; Vice: UNIMEP, de Paula; o Maranhão contou com Benê, Alcidira, Carmen, Ceiça, Sidalina, etc.; -no final da década de 80 e início da de 90, houve grande queda de resultados; a Federação tinha na presidência Hermílio Nina, e depois Eduardo Macieira, nesse período alguns resultados, dentre os quais o de campeão brasileiros da segunda divisão; ANOS 90 – somente no final desta década e inicio do novo século começam a aparecer algumas equipes masculinas de destaque –[no esporte estudantil...] -, como a do Dom Bosco, 14 anos campeão dos JEMs, dirigida por Carlos Tinoco.
BASQUETEBOL – DÉCADA DE 1970 EM DIANTE Reinaldo Conceição Cruz PERÍODO DE 1969 A 1971 - Pedro Neiva de Santana assume o Governo do Estado do Maranhão; seu filho, Jaime Manoel Tavares Neiva de Santana – Jaime Santana – é destacado desportista, [da Geração de 53], atleta de basquetebol e voleibol; - Cláudio Vaz dos Santos – [o Cláudio Alemão, líder da Geração de 53] – assume o Departamento de Educação Física, Eesportos e Recreação - DEFER -, [a convite de Jaime de Santana, então secretário de governo de seu pai, Governador do Estado]; - José Alberto Belfort de Moraes Rego [Geografia] assume a presidência da Federação Maranhense de Basquetebol; - Joaquim Itapary [outro jovem da Geração de 53] assume a Superintendência de Desenvolvimento do Maranhão – SUDEMA; - chega ao Maranhão o técnico Francisco Cunha – o Chico Mineiro, com uma história vendedora no basquetebol nordestino – trazido pelo Governo, através da SUDEMA, para dirigir a Seleção Maranhense Adulta Masculina, que iria disputar o Campeonato Brasileiro da categoria, em Porto Alegre-RS; Chico traz junto jogadores oriundos do basquetebol paraense: Nelson Maves, Pelé, Cabeça [mais tarde, vai ser diretor da ETFPa] e Cláudio Dias; que juntos com os maranhenses vão representar o Estado no Campeonato Brasileiro Adulto; dentre outros, enfrentaram o quinteto paulista formado pela geração bicampeã mundial, Wlamir, Amaury, Rosa Branca, Sucar, Ubiratan,etc.; - Chico Cunha também dirige a Seleção Juvenil, no Campeonato da categoria realizado na Bahia – Gafanhoto, Hermínio, Ricardo Murad, Elisaldo, Moura, Zena Nina, Zé Costa...; - chegam ao Maranhão os irmãos Paulo e Carlos Tinoco, vindos do Pará; o pai, oficial da Aeronáutica, fora transferido para são Luís, vindo assumir a Secretaria de Segurança Pública e o Departamento Estadual de Trânsito,no final do Governo Sarney; os irmãos eram atletas de voleibol e basquetebol, além de praticarem outras modalidades – natação, atletismo, judô, tênis de mesa; - chega ao Maranhão o cearense Dirceu Costa Lima, oficial do Exército, que passa a dirigir as seleções maranhenses masculinas de basquetyebol, além de jogar pela mesma na categoria adulta; - o Prof. Dimas – Antoniuo Maria Zacharias Bezerra de Araújo - assiste aos Jogos Escolares Brasileiros – JEBs – de Belo Horizonte, convidado pelo também maranhense Ary Façanha de Sá; ao voltar de Belo Horizonte, apresenta seu relatório ao então recém nomeado diretor do DEFER, Cláudio Vaz dos Santos; desses Jogos, Dimas voilta apaixonado pelo Handebol e pela Ginástica Olímpica, e é considerado seu introdutor e maior incentivador no Estado; Período de 1971 a 1973 - começa uma nova fase do esporte maranhense; é criada a Coordenação de Desportos, sob o comando de Cláudio Vaz dos Santos; são criadas as “Escolinhas de Esportes” no Ginásio Costa Rodrigues [iniciativa de Cláudio Vaz dos Santos, assessorado por Dimas]; eram professores dessas escolinhas, além de Dimas (Ginástica Olímpica e Handebol); Cel. Alves (Voleibol e Basquetebol); Prof. Rinaldi Maia (Basquetebol e Futebol); Profa. Dagmar (Basquetebol); Profa. Zezé; - é realizado o I FEJ – Festival Esportivo da Juventude -, em São Luís [a partir do terceiro, e por analogia com os JEBs, muda o nome para Jogos Escolares Maranhenses – JEMs]; os FEJ tiveram duas edições,com o Colégio de São Luís como campeão geral; dentre outras modalidades, foi campeão de voleibol e basquetebol, tendo os irmãos Tinoco (Paulo e Carlos) e os irmãos Leite como atletas em várias modalidades, além das duas; - chega ao Maranhão Dagberto Taranto, carioca de Olaria, subúrbio do Rio de Janeiro, onde dirigia o time do mesmo nome; junto o técnico Heleno, que dirigiu a Seleção Maranhense juvenil no Campeonato Brasileiro da categoria, realizado em Fortaleza-CE; - O Maranhão vai participar pela primeira vez dos Jogos Escolares Brasileiros – JEBs -, realizados em Maceió-AL, no mês de julho;
- a Seleção Maranhense Feminina é formada por alunas provenientes das Escolinhas da modalidade, dirigidas pelos Professores Cel. Alves e Dagmar; essa seleção foi dirigida por Sérgio Schicchet, paranaense chegado ao Maranhão para trabalhar com Basquetebol; dirigiu a seleção maranhense no Campeonato Brasileiro realizado em Maringá-PR e no JEB´s de Brasília, em 1973; essas seleções contaram com: Ivone, Telma, Fátima, Rosangela, Venina, Rosa, Cleuse, Fátima Diniz, Lúcia Pereira; - esse ano (73) foi o último de Carlos Tinoco como atleta; a partir do ano seguinte passa a dirigir as seleções de basquetebol femininas do Estado; - forma-se pelas mãos do Prof. Luis Gonzaga Braga, da Escola Técnica Federal do Maranhão – ETFM, hoje CEFET-MA – [um dos criadores dos JEBEI e JEBEM] a melhor equipe de Basquetebol Masculino estudantil que o Maranhão já teve: Gafanhoto; Binga; Carlos Tinoco; Paulo Tinoco; Hermínio Nina; Raul Goulart; Albino; Elinaldo Baldez; Elinaldo Magrão; Nogueira; Sultão; Zé Costa, dentre outros; essa equipe foi dirigida, em 74, nos Jogos Brasileiros do Ensino Médio [JEBEM – Natal-RN] por Dirceu Lima, e sagraram-se vice-campeões brasileiros; em 75, dirigida por Sérgio Schicchet, nos jogos de Campos-RJ foram campeões brasileiros, em uma final eletrizante contra a equipe de São Paulo, que tinha em sua equipe jogadores da seleção brasileira das categorias afins; esta equipe, montada em 73, ficou invicta regionalmente durante quatro anos, dirigida pelo Prof. Furtado.
BASQUETEBOL MASCULINO Carlos Roberto Tinoco Silva 1974 EM DIANTE - com o desenvolvimento das práticas esportivas, dos Jogos Escolares maranhenses e o investimento dos colégios na prática das diversas modalidades esportivas, o Basquetebol maranhense alcançou um grande impulso, o que gerou o aparecimento de grandes equipes: - Seleção Maranhense masculina - com Tentativa, Ulisses, Paulo, Hermílio, Alfinete, Carlos, Antonio, Zeca, Albino, Murilo, Eduardo, Binga -, campeões da Zonal Norte e depois sexto lugar no Brasileiro; - Seleção Maranhense Juvenil Masculina – Carlos, Ricardo, Binga, Almir, Airton, Murilo, Alexandsre, etc.) – em uma final da Zonal Norte, disoutada em Belém-Pa, contra os donos da casa; - a equipe da ETFM – Paulo, Carlos, Hermínio, Zeca, Gafanhoto, Albino, Binga, Elinaldo Baldez, Reinaldo Beleleu Cruz, Elinaldo Magrão, Nogueira, Sultão, etc -, vice-campeões brasileiros (74) e campeões brasileiros (75), nos Jogos Escolares do Ensino Médio – JEBEM- equipes como a dos Maristas – Edgar, Alvanir, Airton, Charles, Alexandre, Aristeu, Mario, Leonardo, Egeu, Silvino, Santana, Ferreirinha, Evandro Sarney Neto, etc. -; outras equipes formadas nos colégios Batista, Zoe Cerveira; base das diversas seleções estaduais, sejam estudantis, sejam dos campeonatos federados; [observa-se no Basquete, como em outras modalidades esportivas, que a base do esporte maranhense era o estudantil, com muitas equipes de escolas vestindo as camisas de equipes tradicionais – MAC, Moto, Sampaio, Ferroviário, e mesmo de clubes esportivos e recreativos, como Lítero e Jaguarema e ainda, do esporte classista, como A.A. Alumar e Mirante];
BASQUETEBOL FEMININO Paulo Roberto Tinoco Silva Origem O Basquetebol teve iniciada sua prática no Brasil no ano de 1896, no Mackenzie College, instituição de ensino anglo-americana, situada na cidade de São Paulo – SP, através do professor norteamericano Auguste Farnham Shaw. Inicialmente o novo esporte foi praticado por mulheres, alunas internas do Mackenzie e, logo a seguir, pelas alunas do Instituto de Educação Caetano de Campos, também na cidade de São Paulo. Este início ajustou-se às concepções de James Naismith, criador da modalidade, que considerava o basquetebol um jogo perfeitamente adequado ao sexo feminino. Tanto é, que as duas primeiras publicações sobre o basquetebol no Brasil foram dirigidas particularmente às mulheres. O primeiro artigo sobre o tema foi editado em 1905 no Brasil, publicado na então existente “Revista do Ensino” de autoria de Carolina G. Smith. O texto apresentava as origens e as regras do jogo de basquetebol, bem como enaltecia os benefícios que a modalidade de esporte proporcionava às mulheres. Em 1911, o mesmo artigo foi impresso em folheto pela Editora Siqueira, Nagel & Cia. Em 1915, Estevan Lange Adrien e José Campos Camargo publicaram o livro “Jogos Gymnasticos”, o qual apresenta as regras e regulamentos do jogo de basquetebol, orientadas especificamente para o público feminino. Diante destes fatos, Moacir Daiuto (1991) confirma que o basquetebol, por ser um jogo cuja natureza inibe os empurrões e o maior contato físico, realmente tenha se apresentado como ideal para o sexo feminino. A mesma fonte – hoje clássica no basquetebol brasileiro – cogita que a difusão do jogo foi ligeiramente prejudicada em algumas partes do mundo, justamente em razão de ter sido considerado um “esporte para moças”. Desde então, muitas tentativas foram feitas no Brasil, assim como em outros países, no sentido de alterar as regras que prevalecem no jogo feminino em relação ao masculino. A diminuição da altura do aro, por exemplo, teria o propósito de deixar o jogo mais atraente tanto para as praticantes quanto para os espectadores. As propostas ainda encontram resistências e, portanto, as mulheres continuam jogando em nosso país e em qualquer parte, de acordo com as regras da Federação Internacional de Basketball - FIBA, utilizando a mesma regulamentação das equipes masculinas, incluindo o tamanho e peso da bola. http://www.atlasesportebrasil.org.br/textos/47.pdf NO MARANHÃO 1974 EM DIANTE - o Basquetebol feminino pode ser dividido em dois períodos bem distintos; o primeiro, o da iniciação, das escolinhas e das primeiras seleções que começam a disputar fora do estado [período anterior, 1969 a 1973]; em 1974, Paulo Tinoco assume as equipes femininas, e dá uma nova dimensão à categoria, tratando de expandir os locais de prática [para além das escolinhas do Costa Rodrigues], ao mesmo tempo em que procura aumentar o número de técnicos em atuação; começa a convidar jovens estudantes de diversos colégios que se destacam por seu biótipo e “jeito” (olhômetro) que andavam pela Rua Grande – verdadeira passarela dos estudantes, da época, como os shoppings centers de hoje – alunas do Santa Teresa, Maristas, Liceu, São Luís, Rosa castro, Zoe Cerveira, etc., e mesmo de colégios mais afatastados - – Batista, São Vicente, CEMA, Gonçalves Dias, etc.-, sempre davam um jeito de comparecer à passarela da Rua Grande; da geração anterior, menos de 10% foi aproveitada; e a partir daí passou a ser formada a base da primeira das gerações que viriam a seguir; - quanto aos técnicos; Paulo fazia uma clínica com duração de 30 dias de iniciação/massificação em determinado colégio e convidava um atleta e/ou ex-atleta para continuar o trabalho como assistente [seguindo os exemplos da Ginástica Olímpica (Dimas) e do Handebol (Laércio)]; à época, dirigia as equipes do Colégio dos Maristas; foi assim como a equipe do Santa Teresa (Hermílio Nina); Rosa Castro (Antonio Carioca); São Vicente (Alfinete e Tentativa); no Liceu, nãolembra quem ficou; - dessa forma, aumentou o número de praticantes e técnicos, massificando a modalidade e daí surgiram os talentos, naturalmente; essas atletas que se destacam, eram convocadas para as seleções permanentes, da modalidade, com treinamento o ano todo no Ginásio Costa Rodrigues, dirigidospor Paulo e alguns assistentes;
- depois dos Maristas, Paulo foi para o Meng, levando Josemar Prazeres como assistente;no Batista, seus assistentes foram Mauricio, no Masculino (filho de Dimas) e Betinho, no Feminino, sendo os dois efetivados como técnicos, com a ida de Paulo Tinoco para a Seleção Brasileira (Mundial da Coréia, 1979) e para a Prudentina, de São Paulo; - João de Sousa Bezerra foi seu melhor assistente, destacando-se como técnico do Liceu Maranhense e dos Maristas, quando efetivado.
OUTRAS CIDADES BACABAL Por Cláudia Lima Viana, Maria Benedita de Carvalho 1996 Laumir Moura de Miranda veio passear em Bacabal, e no mesmo ano foi convidado a dar aulas de educação física esportiva na escola Monteiro Lobato o observou que não se jogava basquete na escola e também na cidade, a partir deste ano começou a treinar os times dessa escola, de 5ª a 8ª serie e 1° ano a 3° do ensino médio sendo o pioneiro a praticar o basquete. 1997 setembro – O Basquete é incluído nos Jogos Interclasse daquela Escola. Só se joga internamente nos chamados jogos escolares que acontecem todos os anos na mesma data. - É praticado amadoramente entre os sócios da AABB (Associação Atlética Banco do Brasil) e na Koping. BOX Professor Laumir Moura de Miranda, natural da cidade de Carolina – MA começou a praticar basquete no Exército – 50 Bis Batalhão de Infantaria de Selva- na cidade de Imperatiz-Ma, no ano de 1995. Relatou que o jogo era elitizado só quem jogava basquete era de tenente ou patente superior. Participou das olimpíadas do quartel chamada olimpíada tocantina as quais se realizaram na cidade de Imperatriz-Maranhão Maria Benedita de Carvalho – Benor – Bene – seleção brasileira de Basquetebol
DOM PEDRO Por Artenísia Gomes Montel, Diana Rodrigues do Nascimento; Dirice de Sousa Mendes, Leide Francisca de Oliveira 1992 o empresário Charles Antonio R. de Lima funda o Náutic Club, instalando material básico para a prática do Basquete; 1993 Joab C. P. Barreto e alguns amigos começam a jogar basquete de maneira rústica na Praça Teixeira de Freitas, Rua Engenheiro Rui Mesquita; 1994 o grupo de Joab se fortalece com a presença de Márcio Rodney C. P. Barreto, Ric hard Harrisson R. de Lima, João conhecido como Dandão, Roberto Ferreira Valverde e outros, que passam a jogar no Nautic Club; 1995/1996 com o fechamento do Nautic Club, e alguns componentes do grupo irem estudar fora, o grupo deixa de jogar; 1999 os estudantes Luis Paulo R. de Sousa, Evandro Barros e Paulo Henrique resolvem improvisar um aro e jogar Basquete (Arremessos) na rua Jorge Fernandes, em frente ao Clube Pindorama; a atividade durou apenas três meses.
GUIMARÃES Por Antonia Maria Farias, Clarice Moreira Maciel, Denildes Teixeira França 1970 o Basquete foi trazido para esta cidade por um canadense chamado Jorge, que começou a treinar com grupos de pessoas aos finais de tarde, como forma de lazer. 1980 Vespasiano Abreu da Hora, funcionário da SEDEL, ministrou um curso de educação física para professores, incluindo dentre as modalidades, o Basquetebol. 1981 Realizada a primeira Mini-Olimpiada na unidade escolar Nossa Senhora da Conceição, havendo competições inter-classes, sendo organizada pelos professores Rui Moreira, Pereira, Izabel Pinheiro, Regina Assunta e outros. 1982/2004 – o Basquete continua sendo praticado nas escolas somente com competições escolares, no período de campeonatos de ano em ano. 2005 as competições continuam sendo importantes, levando os alunos a terem um desempenho máximo para defenderem suas equipes, com as disputas acontecendo entre classes e turnos
BILHAR / SINUCA LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ DELZUITE DANTAS BRITO VAZ 1822 Ainda nesse ano de 1822, Eleutério Varela, um dos proprietários do Teatro União – fundado em 1817 - (hoje, Arthur Azevedo) mandava publicar, na sessão de avisos: “Quem quizer arrendar a Salla do Theatro da Silva Lopes Varella co-proprietário do mesmo desta cidade, com hum bilhar, e seus pertences, fale com Eleutherio Theatro”. (O CONCILIADOR, 22 de junho de 1822). 1825 É o Censor - Garcia de Abranches - que relata a existência de outro bilhar, quando de um passeio por São Luís do Maranhão, ao retornar do exílio a que fora submetido: “Depois de examinar outros edifícios novos e bem formados, também de puças, que aquella praça goarnecem; voltei pela praia grande, e quaze o fundo da calçada divizei noutra rua sobre o lado esquerdo huma formoza caza de cantaria fina com uma larga baranda na frente em mea lua ao gosto da Corte, que me dissero ser de Faustino Antônio da Rocha, e que havia ganhado o jogo aquelle chão a hum herdeiro lá das Perguiças, o que eu não pude crer; e que ainda conservava hum bilhar e hum botequim de que elle se não desprezava, por não ser tolo, e que também era puça, e que não uzava de vara e covado por pertencer á classe de liquidos...". (O CENSOR MARANHENSE, no. 2, sábbado, 5 de fevereiro de 1825, p. 29). 1836 publicado aviso n’ ”O Investigador Maranhense “em que era colocado à venda “um bilhar novo com todos os seus pertences”; os interessados deveriam se dirigir à “esta Typographia que se dirá quem vende”. (O INVESTIGADOR MARANHENSE, no. 24, Sexta-feira, 29 de abril de 1836, p. 96). Em julho, na edição do dia 15, (n. 115, p. 180), é publicado novo aviso. 1836 Para VIEIRA FILHO (1971), desde 1836 havia um bilhar funcionando junto ao Largo do Carmo, conforme informa o autor da "Breve história das ruas e praças de São Luís". Por essa época, os moradores se recolhiam cedo, pois a cidade mal iluminada e sem vigilância noturna, não oferecia a menor margem de segurança, de sorte que o toque de recolher às nove, era quase desnecessário: "apenas na botica do padre Tezinho, no largo do Carmo, onde havia um bilhar francês, restavam alguns cavaquistas renitentes.”(VIEIRA FILHO, 1971, p. 16) . A botica do Padre Tezinho de há muito funcionava em São Luís. Garcia de ABRANCHES (1980) anunciava, em 1826, que os números anteriores de "O Censor" poderiam ser adquiridos naquele estabelecimento. (O CENSOR MARANHENSE, no. 10, sábbado, 25 de fevereiro de 1826). DUNSHE DE ABRANCHES (1931) em seu festejado “a Setembrada”, refere-se à Botica desse Padre, relatando as reuniões que ocorriam como era de hábito - à porta desse estabelecimento, como a ocorrida na noite de 6 de setembro de 1822. 187? Dunshee de ABRANCHES (1941), em suas memórias, lembra que o "Velho Figueiredo, o decano dos fígaros de São Luís" (p. 155), mantinha em sua barbearia um bilhar. Este estabelecimento funcionava, a princípio, na rua Formosa e depois foi mudada para o Largo do Carmo, onde: "ahí que se reuniam os meninos do Lyceo depois das aulas, e, às vezes, achavam refúgio quando a polícia os expulsava do pátio do Convento do Carmo por motivos de vaias dadas aos presidentes da Província e outras autoridades civis e militares. Essas vaias era quasi diárias...". (p. 157). 1902 - O "Café Richie" se constituiu em outro centro de difusão do bilhar, o que justifica a existência de "bons de taco" nos clubes depois fundados. Localizado no Largo do Carmo esquina com o Beco da Pacotilha, Lino Moreira, seu proprietário - cunhado do governador Newton de Barros Belo - promovia reuniões de caráter esportivo, sempre com início às 18 horas, estendendo-se até às 22: "CAFÉ RICHIE - é quem possue melhores qualidades de bebidas vindas diretamente da Europa. Neste café existem três bilhares, onde se podem a vontade gosar boas partidas. Aviam-se com presteza todos os pedidos e prima pelo asseio. Largo do Carmo". (JORNAL DO COMMÉRCIO, Sexta-feira, 1º de janeiro de 1907, p. 3). Faziam-se apostas, valendo caixas de cerveja, de charutos, licores, e outros prêmios, destinados
a motivar as jornadas. Bilhar e chope - predominava o da "Cervejaria Maranhense", de firma Chaves, Cristino e Cia, ao preço de 200 réis o copo - identificavam-se com as apostas. Não era permitido a presença de menores: "Havia dois preços para o tempo do bilhar: 1$000 (um mil réis) a hora, nos turnos diurnos e 1$400 (um mil e quatrocentos réis) nos turnos noturnos. Eram assíduos freqüentadores: T. Matos, João Vital de Matos, Adolfo e Artur Paraíso, J. C. Fernandes, Costa ferreira, Manoel Barros, Fran Pacheco, e N. Jansen e outros apreciadores do bilhar. 1904 Em dezembro, era fundado em São Luís o Clube Euterpe Maranhense, funcionando a princípio no Palacete que pertenceu ao Comendador Leite - pai de Benedito Leite -, na rua Formosa - onde por muitos anos funcionou a redação de "O Imparcial". Seu objetivo era "derreter o gelo", quebrar a monotonia então dominante na cidade, proporcionar um centro onde a sociedade pudesse reunir-se numa grande família (MARTINS, 1989). Idealizado por um grupo de jovens de nossa melhor sociedade, tinha como dirigente máximo Paulino Lopes de Sousa, contando, ainda, com a participação de Altino Quarto de Mourão Rego (sic), Orfila Machado Cavalcanti, Pedro Leão Viana e Joaquim Alves Júnior (MARTINS, 1989, p. 241). Promoviam-se festas dançantes, conferências, debates, com os membros do chamado "Clube dos Novos" utilizando-se de seus salões para apresentarem suas idéias. Como esporte, jogava-se o bilhar, pois o clube dispunha de um magnífico salão de recreação, com os apetrechos adquiridos na França. Realizavam-se torneios, que monopolizavam a juventude, destacando-se os irmãos Artur e Adolfo Paraíso, João Neves. 1915 quando o futebol maranhense mergulhou em série crise, quase paralisando de vez, o bilhar ganhou um grande impulso." (MARTINS, 1989, p. 243) Foi Lino Moreira quem idealizou o "tempo de graça" - quem perdia ficava na obrigação de pagar o tempo de jogo. 1919 – 17 de dezembro A PACOTILHA – UM TORNEIO DE BILHAR – O jogo do bilhar possue virtudes ginásticas e também educativas de que poucos outros jogos podem afanar-se. Distende os músculos, disciplina os sentidos, desenvolve a destreza. / Reconhecendo isto, a diretoria do Cazino Maranhense resolveu promover um campeonato de bilhar, o qual se iniciará amanhã, pelas 19 horas. Abri-lo-ão dois dos nossos melhores jogadores, seguindo-se mais nove pares.O torneio deverá concluir-se a 27. Proclamar-se-á vencedor o que obtiver maior numero de pontos, sobre o companheiro. // A diretoria do conceituado clube cogita de estabelecer um premio para quem ganhar. / è de presumir que a bela diversão desperte as atenções gerais, conquanto se viva numa fase de football. DÉCADAS DE 1930 EM DIANTE o bilhar sobreviveu em alguns bares da cidade, mas em torneios organizados. Atualmente, em alguns clubes esportivos mantém-se mesas para sua disputa, com organização de torneios internos, como acontece no Grêmio Lítero Recreativo Português, AP-CEF, AABB, SESI Clube, e em alguns bares localizados na Avenida Litorânea.
BOXE LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ
Definições O boxe é uma prática esportiva que consiste em golpear o adversário com os punhos cerrados, gerando-se vantagens ou penalidades de acordo com um código. 1500 anos a.C Algumas evidências sugerem a existência primitiva desta prática em diversas regiões da Europa, Mediterrâneo e Ásia, ressurgindo afinal na Inglaterra onde recebeu o formato atual ao término do século XVIII. Século XVIII A palavra boxe foi formada a partir do verbo inglês to box, cujo significado original era “bater”. Mas, por volta do ano 1500 d.C. passou a denotar “bater com os punhos”. Em latim, a palavra pugillus indica o punho fechado, em forma de soco. A partir deste nexo foi criada a palavra pugillatus (pugilato, em português) para indicar o antigo boxe romano. Nos tempos atuais, na prática, o termo pugilismo indica qualquer luta em que se usam principalmente os punhos, como o boxe inglês, o savate, o pugmachia, o mala-yudha, etc. 1743 A palavra boxe freqüentemente apenas se refere ao boxe inglês praticado a partir das Regras de Broughton (criadas em 1743), e a palavra pugilismo, no caso, denota qualquer “boxe” anterior a esse período. 1867 O nobre inglês Marquês de Queensbury, entusiasta do boxe, resolveu dar-lhe determinadas regras tornando-o mais justo, equilibrado e menos violento a partir do uso de luvas. Geograficamente falando, a história do boxe inglês teve três grandes etapas: 1000-1850 origens e desenvolvimentos iniciais: Inglaterra; 1850-1920 centrado nos EUA: de porque os lutadores ingleses queriam permanecer lutando sem luvas, o que era coibido na Inglaterra; e 1920 EM DIANTE difundido pelo resto do mundo, a partir de 1920, aproximadamente. Os grandes estudiosos da História do Boxe costumam dividi-la em, no mínimo, dois grandes períodos: 1740 o período do “pugilismo inglês”, 1740 aos dias atuais o do genuíno “boxe inglês”. Origens A história do boxe é muito longa. Enquanto que o uso dos punhos como arma em brigas de rua deve remontar aos primórdios da Humanidade, os mais antigos documentos evidenciando a prática de pugilismo como esporte têm entre 4.000 a 5.000 anos, e foram encontrados na Suméria (civilização que se desenvolveu na região do atual Iraque) e no Egito. Os gregos incluíram o boxe nos Jogos Olímpicos no final do século VII a.C. Para proteger mãos e antebraços os boxeadores gregos usavam ataduras de couro macio que, em Roma muito tempo depois, foram substituídas por um tipo de luva carregada com metal, especialmente chumbo. Conseqüentemente, pode-se verificar que existem, ou ao menos existiram, muitos estilos de pugilismo: o dos sumérios e babilônios, o egípcio, o minóico, o grego, o etrusco, o romano, o francês, o chinês, vários tipos de boxe indianos (o boxe muki, o malla-yudha, etc ) entre muitos outros. A história das lutas de boxe foi interrompida com a queda do Império Romano. As lutas que usavam punhos começaram a reaparecer com mais força por volta de 1400, quando o progresso comercial ativou um processo de crescimento rápido de Londres que, em poucas gerações, transformaram uma cidadezinha de 40.000 habitantes no maior centro Boxe. 1882 Primeira luta legalizada de boxe profissional ocorreu em 7 de fevereiro de 1882, nos Estados Unidos.
Este trajeto se repetiu no Brasil, país em que a capoeira já existia e predominava quando o boxe surgiu no final do século XIX. Lutar era sempre associado à coisa de capoeiristas e, então, à marginalidade. Esse preconceito era especialmente forte entre os membros da elite dirigente do país. As primeiras exibições de boxe em solo brasileiro ocorreram naquela época e só reforçaram esse preconceito: foram feitas por marinheiros europeus, que tinham aportado em Santos e no Rio de Janeiro, e naquela época os marinheiros eram recrutados das classes mais humildes. Entretanto, esta versão livre do boxe brasileiro passou a se subordinar a regras nos anos de 1920, quando surgiram no país as primeiras entidades normativas e de gestão da luta. Tais entidades interventoras manifestaram-se inicialmente em níveis locais (municipal e estadual) desde que não existiam ainda leis federais relacionadas ao esporte à época. Assim sendo, criou-se a Comissão de Boxe do Rio de Janeiro (1925), a Federação Carioca de Boxe (1933), a Federação Paulista de Pugilismo Amador (1936) e a Federação Gaúcha de Pugilismo (1944). Embora somente em 1941, com Decreto Lei 3199, o Governo Federal tenha inaugurado seu papel de agente regulador de esporte brasileiro, em 1935 o boxe já assumia uma postura nacional com a inauguração da Federação Brasileira de Pugilismo, que congregou inicialmente as federações do RJ, SP e MG. Os fatos de memória que se seguem acompanham o trajeto da codificação e organização institucional do boxe no Brasil, enfatizando personalidades influentes neste processo e circunstâncias significativas nele identificadas. MARIO FEITOSA, NÍVEA LEITE E AMANDA LIMA. IN DACOSTA, LAMARTINE (ORG.). ATLAS D O ESPORTE N O BRASIL . RIO DE JANEIRO: CONFEF, 2006 8.89, disponível em http://www.atlasesportebrasil.org.br/textos/353.pdf NO MARANHÃO 1910 – fundação do Club Ginástico Maranhense, dentre as modalidades desenvolvidas, constava o Boxe. 1918 27 de abril, O Jornal
1925 é publicado reportagem condenando o boxe:
1929 Anúncio em “O Imparcial”, edição de 10 de fevereiro, de que “encontra-se, há dias, nesta Capital, o boxeuer Manoel Maya, conhecido nos círculos sportivos como Cara de Tigre. Desejando bater-se com alguns dos nossos amadores do Box, o Cara de Tigre, cujo nome é largamente conhecido, lança, por nosso intermédio, um desafio a qualquer boxeur maranhense, com especialidade, porém, ao Sr. Rubem Pereira, campeão maranhense. Cara de Tigre tem as seguintes características:peso médio, 66 kg., altura, 1,73m, braços 75 cm. O lutador cearense luta com luvas de qualquer espessura.”.
SIMÃO FÉLIX - maranhense de Grajaú, onde nasceu em 3 de maio de 1908, praticou o futebol, o basquetebol, voleibol, motociclismo, natação, remo e muitas outras modalidades. Era um autêntico campeão. Veio para São Luís em 1915, quando tinha 7 anos de idade, localizando-se na Rua da Palma. Largo das Mercês e Quartel da Polícia [onde hoje é o Convento das Mercês]; foram os seus primeiros locais de diversão. O crack praticou também o box, tendo disputado uma luta no Éden (cine Éden, onde hoje é a loja Marisa, na Rua Grande) contra um pugilista cearense. DÉCADA DE 30 João Mouchreck praticava esse esporte, junto com o motociclismo, futebol, atletismo, basquete e voleibol 1933 13 de maio O COMBATE
1933 11 de junho O COMBATE
1933 16 de junho O COMBATE
1933
1936 17 de marรงo O COMBATE
DÉCADA DE 40 Joaquim Itapary Sales de Oliveira – aos 18 anos chegando de São Bento em 1946, quando o pai Joaquim Itapary assumiu o cargo de Secretário de Estado e Chefe de Polícia no governo Saturnino Bello; veio para estudar nos Maristas (aos 10 anos) e logo no ano seguinte estava no São Luís; Joaquim viveu na nova escola a prática da educação física como saúde; depois dos exercícios físicos, quem tinha alguma aptidão para algum esporte passava à prática e aprimoramento em aulas específicas, como Voleibol, Basquetebol, Atletismo e Boxe.
1947 – 6 DE SETEMBRO – O COMBATE
DÉCADA DE 40/50 – Cláudio Vaz dos Santos – o Cláudio Alemão, “da Geração de 53” - em entrevista ao Autor, discorre de como foi o reinicio do Boxe, nos anos 50: C – Boxe, eu tive oportunidade qualquer coisa que eu fale, eu sempre tive, eu fiquei conhecido, tem um livro do Benedito Buzar é política e politicagem, Pedro Neiva foi um homem, trabalhei com o Pedro Neiva, no Governo dele eu e o Buzar (o Escritor Benedito Buzar) e eu tive a felicidade quando era garoto; Lupercino [Almeida] era um lutador de boxe do Maranhão e eu era, sempre fui entusiasmo pela prática do esporte, eu acordava cedo, eu ia para a Beira-Mar, onde eu morava, caminhar, correr, tudo o que eu conheci, o Lupercino, que era um lutador de boxe e eu tive a felicidade, na época, de ser a primeira pessoa a aprender a técnica do boxe aprender a bater : ponta de queixo, coração, fígado, baço, estômago, supercílio, aquilo tudo ele me ensinou os movimentos. L – Em que ano isso? C – Eu ainda era garoto, esse tempo foi em 1945, tu falou em boxe, eu tive que ir lá, eu aprendi uma técnica que nessa época ninguém tinha a briga aqui era de cabeça naquele tempo a briga era um negócio saudável quando se decidia alguma rivalidade era uma coisa saudável, amanhã estava tudo bem, era uma briga sem nenhuma maldade e o que aconteceu Lupecínio me ensinou a bater, eu transformei essa técnica futuramente numa defesa que eu fui ter e foi como é que vai .... Olha o atleta aí e foi aí que veio quando nós fizemos a (???) do Oton Mondego foi o primeiro professor da escolinha que nós tínhamos de boxe no Maranhão, Professor Oton Mondego, que depois foi assassinado por Hiluy, (José de Ribamar Hiluy, Juiz de Direito), que teve um problema com ele. Década de 70 C - Academia do Joe foi mais na frente, e foi um dos bons professores de boxe que teve aqui no Maranhão. Ele já foi aluno de, eu acho se a memória não me falhar, ele foi o primeiro a montar uma academia de boxe particular, acho que ele foi aluno do Oton, acho que foi o Oton o primeiro professor nosso em 1971, 72, lá no Costa Rodrigues, tínhamos toda modalidade, funcionava as
escolinhas todas, funcionava judô, Karatê, que foi o primeiro a introduzir uma escolinha aqui foi o professor Ribamar e ele está até hoje aí... você sabe quem é o Ribamar? C – Ele veio de Belém e foi o primeiro a ter uma Escola Academia de Karatê no Maranhão, foi lá dentro do Costa Rodrigues com ele. Dimas era Ginástica Olímpica, Handebol, também tem ligação com o Dimas... Total funcionou, mas... Aí já é outra etapa que nós estamos pegando. 1961 – 14 de dezembro – O COMBATE
ARTIGOS, CRÔNICAS, DISCUSSÕES, OPINIÕES Nesta sessão, publicadas as novidades: os novos artigos, a partir deste outubro de 2017, data da fundação da Revista do Léo. Os artigos do Editor, de colaboradores, com espaço aberto aos pesquisadores que desejem fazer uso deste espaço. Não restrito aos esportes, educação física e lazer, mas também à História/Memória do Maranhão.
30 ANOS DO I SIMPÓSIO BRASILEIRO DE INFORMÁTICA EM EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES (19 a 20-11-1987 - Brasil. Campinas – SP) – 27/11/2017 CONSTRUÇÃO DE UM TESAURUS EM EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES. Leopoldo Gil Dulcio Vaz - Escola Técnica Federal do Maranhão
1987. E já falávamos em tesauro3 na área da Educação Física e Esportes (VAZ e PEREIRA, 1986; 1990 a, b) 4. Até então trabalhávamos com um dicionário controlado (LANCASTER, 1993) 5, utilizado na indexação de revistas dedicadas à educação física e esportes em língua portuguesa (PEREIRA, 1983; VAZ e PEREIRA, 1986) 6. Indexamos mais de 5.000 artigos, de 13 revistas dedicadas, abrangendo o período de 1932 a 1992 (VAZ e PEREIRA, 1986; VAZ, 1987 a, b, c; VAZ e PEREIRA, 1988 a, b; VAZ e PEREIRA, 1990; VAZ, 1990; VAZ, 1991) 7. 3
Tesauro, também conhecido como dicionário de idéias afins, é uma lista de palavras com significados semelhantes, dentro de um domínio específico de conhecimento. Por definição, um tesauro é restrito. Não deve ser encarado simplesmente como uma lista de sinônimos, pois o objetivo do tesauro é justamente mostrar as diferenças mínimas entre as palavras e ajudar o escritor a escolher a palavra exata. Tesauros não incluem definições, pelo menos muito detalhadas, acerca de vocábulos, uma vez que essa tarefa é da competência de dicionários. https://pt.wikipedia.org/wiki/Tesauro. 4 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio & PEREIRA, Laércio Elias. Coleta de bibliografia para processamento por computador. ENCONTRO DE PESQUISADORES DA UEMA, I, São Luís, 1986. ANAIS... São Luís, 1986. VAZ, Leopoldo Gil Dulcio & PEREIRA, Laércio Elias & Outros. Indexação: em busca da construção de um thesaurus em Ciências do Esporte. ENCONTRO DE PESQUISADORES DO MARANHÃO, I, São Luís, 1990. ANAIS... São Luís, 1990. PEREIRA, Laércio Elias; VAZ, Leopoldo Gil Dulcio, e Outros. Organização da Informação em Ciências do Esporte veiculada em periódicos de língua portuguesa. ENCONTRO DE PESQUISADORES DO MARANHÃO, I, São Luís, 1990. ANAIS...São Luís: UFMA, 1990. 5 Um vocabulário controlado é essencialmente uma lista de termos autorizados, elaborada dentro de uma estrutura semântica. Essa estrutura se destina a: Controlar sinônimos; Diferenciar homógrafos; Reunir ou ligar termos cujo significado apresente uma relação mais estreita LANCASTER, F. W. INDEXAÇÃO E RESUMOS: TEORIA E PRÁTICA. Brasília: Briquet de Lemos, 1993. 6 PEREIRA, Laércio Elias. INDICE DA REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS. Brasília : SEED/MEC, 1983. VAZ, Leopoldo Gil Dulcio & PEREIRA, Laércio Elias. Coleta de bibliografia para processamento por computador. ENCONTRO DE PESQUISADORES DA UEMA, I, São Luís, 1986. ANAIS... São Luís, 1986. 7 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio & PEREIRA, Laércio Elias. ÍNDICE DA REVISTA STADIUM. São Luís: SEDEL, 1984 (edição em microficha). VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. ÍNDICE DA REVISTA CORPO & MOVIMENTO. São Luís: UEMA, 1987. (mimeog). (inédito). VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. ÍNDICE DA REVISTA DESPORTOS & LAZER. São Luís: UEMA, 1987. (mimeog.). (inédito). VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. ÍNDICE DA REVISTA COMUNIDADE ESPORTIVA. São Luís: UEMA, 1987. mimeog.). (inédito). VAZ, Leopoldo Gil Dulcio & PEREIRA, Laércio Elias. Índice da Revista Brasileira de Ciências do Esporte. REVISTA BRASLEIRA DE CIÊNCIAS DO ESPORTE, Campinas, v. 10, n. 1: 33-45, set. 1988. VAZ, Leopoldo Gil Dulcio & PEREIRA, Laércio Elias. Handebol - bibliografia básica. ENCONTRO DE TREINADORES DE HANDEBOL, I, Campinas, 1988. ANAIS... Campinas, 1988. VAZ, Leopoldo Gil Dulcio & PEREIRA, Laércio Elias. ÍNDICE DA REVISTA KINESIS. Santa Maria : UFSM, 1990. (mimeog.). (Inédito). VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Natação - bibliografia básica. CADERNOS VIVA ÁGUA, São Luís, vol. 2, 1990. VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Psicologia aplicada ao Esporte. CADERNOS VIVA ÁGUA, São Luís, vol. 3, 1991.
Para Kroeff e Leoneti (2012) 8 Tesauro é uma lista estruturada de termos associados, empregada por analistas de informação e indexadores, para descrever um documento com a desejada especificidade, em nível de entradas, e para permitir aos pesquisadores a recuperação da informação que procura. Os tesauros geralmente apresentam relacionamentos hierárquicos (do geral para o específico); de equivalência (termos sinônimos) e de associação (termos relacionados) entre os termos. São usados principalmente para a indexação de documentos em catálogo e bases de dados. Ainda não existe no Brasil um tesauro que atenda a demanda de necessidades das Ciências do Esporte.
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Fonte: BARRETO, 2010 Um Tesouro Construído de Palavras
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KROEFF, Márcia Silveira; LEONETI, Fabiano Contart. ESTUDO PRELIMINAR DO TESAURO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DO ESPORTE. REVISTA ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis (Brasil) - ISSN 1414-0594, v. 17, n. 1 (2012). 9 BARRETO, Aldo. UM TESAURO CONSTRUIDO COM PALAVRAS. In VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. CEV/BIBLIOTECONOMIA E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO EM EF & ESPORTES; 13/09/2010, disponível em http://cev.org.br/comunidade/biblioteca/debate/umtesouro-construido-palavras/ - O Thesaurus de Roget teve grande sucesso de público nos países de língua inglesa e foi também traduzido para diversas línguas. A palavra thesaurus etimologicamente significa tesouro tendo sido usado durante muitos séculos para designar um léxico, ou um tesouro de palavras. Esta palavra popularizou-se a partir da publicação do Thesaurus of English Words and Phrases, de Peter Mark Roget, em Londres, 1852. O subtítulo de seu dicionário expressa bem o objetivo: classsified and arranged so as to facilitate the expression of ideas and to assist in literary composition (Roget, 1925) O sentido actual da palavra remete a um catálogo classificado de palavras, reunindo-as pela ordem alfabética, de acordo com as “ideias que exprimem: conceitos abstractos, espaço, matéria, intelecto, vontade e afeição. O Thesaurus de Roget expressa bem o que o autor pretendia com sua obra: classificar e ordenar para facilitar a expressão de ideias e auxiliar na narrativa. A questão é colocada da seguinte forma:um catálogo de palavras mostrando significados análogos vai sugerir, por associação, outras imagens de pensamento. Na adaptação da obra de Roget para o francês o seu título ficou Dictionnaire idéologique: recueil des mots, des phrases, des idiotismes et des proverbes de la langue française classés selon l’ordre des idées. Assim nos países de língua latina os thesaurus e dicionários analógicos são também conhecidos como dicionários ideológicos no sentido de aumentação de ‘ideias’. O Thesaurus de Roget é um peça
Para atacar o problema da dispersão da Informação em Ciências do Esporte foi desencadeado um trabalho de indexação de artigos de revistas no início da década de 80 que serviu de base para a implantação de um Centro de Estudos e Documentação em Educação Física, Esportes e Lazer - CEDEFEL. As ações do CEDEFEL estavam voltadas para um processo de criação de um modelo de "Centro Referencial" informação sobre a informação - com o objetivo de recuperar e organizar as informações básicas em Educação Física, Esportes e Lazer e efetivar a comunicação entre especialistas (VAZ, PEREIRA, 1992) 10. 11
Memórias da Documentação Esportiva No/do Brasil
A Documentação Esportiva no Brasil tem um nome: LAÉRCIO ELIAS PEREIRA! O nosso Prof. Laércio – ex-professor da UFMA!!! Embora a Profa. Versezzi, da USP, tenha iniciado o trabalho, foi Laércio que se empenhou no funcionamento do SIBRADID12, que acabou indo para a UFMG – de triste atuação, chegando ao ponto de proibir pesquisadores da área das ciências do esporte de fazer… pesquisa!!! – fui um dos proibidos de entrar na Biblioteca da Escola de Educação Física da UFMG, no tempo em que fiz meu mestrado em Ciência da Informação; a então bibliotecária -chefe, que também era responsável pelo SIBRADID ficou com medo de que eu viesse a assumir seu lugar na sua operacionalização… A ida do Laércio para a UFMG se deu pelo fato de a sede do SIBRADID ter sido instalada lá. Depois, fui eu, para o Mestrado em Ciência da Informação, em busca de um referencial teórico melhor, para sua operacionalização… nem Laércio, nem eu, tivemos chance devido ao corporativismo das bibliotecárias da UFMG, embora tivéssemos inúmeros trabalhos já publicados sobre Informação e Documentação Esportiva… (VAZ, ANDRADE FILHO, FERREIRA NETO, 1991; VAZ, PEREIRA, 1993, a, b; VAZ, PEREIRA, LOUREIRO, 1993; VAZ, 1995; PEREIRA, VAZ, 1995) 13
importante na história da informação e sua técnicas e pode ser visto ou baixado integralmente no site: Roget’s Thesaurus of English Words and Phrases. http://www.gutenberg.org/files/10681/10681-h-body- pos.htm 10
VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. PEREIRA, Laércio Elias. ORGANIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO EM CIÊNCIAS DO ESPORTE: A EXPERIÊNCIA DO CEDEFEL-MA. Tema livre apresentado no XVIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CI ÊNCIAS DO ESPORTE, São Caetano do Sul, outubro de 1992
11 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Memórias da Documentação Esportiva No/do Brasil. In CEV/BIBLIOTECONOMIA E CIENCIA DA
INFORMAÇÃO EM EF & ESPORTES; 06/05/2016, disponível em http://cev.org.br/comunidade/biblioteca/debate/arquivo/tema/tesauro 12 SIBRADID - O Sistema Brasileiro de Documentação e Informação Desportiva - SIBRADID é uma rede de informações cuja unidade central, está sediada na Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG. A parceria com Instituições de ensino superior e de pesquisa (denominados Centros Cooperantes) é realizada através da assinatura de convênios de cooperação técnica. O objetivo da unidade central é prestar serviços e fornecer produtos de informação em Ciências do Esporte, Educação Física e áreas afins à comunidade e aos demais setores da sociedade, promovendo e disseminando o uso das informações contidas nas bases de dados do Sistema, possibilitando a prestação de serviços de acesso a documentos através da Comutação Bibliográfica (Biblioteca da EEFFTO). O principal serviço do Sistema é disponibilizar, através da Internet, a seguinte base de dados: SIBRA - Base de Dados Bibliográficos Nacional – que contém referências bibliográficas da produção científica nacional (monografias, artigos de periódicos, capítulos de livros, anais de congressos, dissertações e teses). https://www.bu.ufmg.br/bu/index.php/base-de-dados/sibradid . Oficiamente o SIBRADID teve as suas atividades encerradas no dia 5 de dezembro de 2011, conforme ata da congregação da EEFFTO. PEREIRA, Laércio Elias. O Sibradid Encerrou Suas Atividades em Dezembro de 2011. CEV/ Biblioteconomia e Ciência da Informação em EF & Esportes, 04/05/2014, http://cev.org.br/comunidade/biblioteca/debate/o-sibradidencerrou-suas-atividades-dezembro-2011/ 13 VAZ, L. G. D. ; ANDRADE FILHO, S. S. ; FERREIRA NETO, F. D. Implantação da Informática no CEFET-MA. Seminario De Informatização Da UEMA, I, 1991. VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; PEREIRA, Laércio Elias. A produção do conhecimento na Escola de Educação Física da UFMG. ANAIS Da 45ª Reunião Anual Da SBPC, Recife, 11 a 16 de julho de 1993, Vol. 1 p. 394, A.11 Motricidade Humana e Esportes, 6- A. 11 (Resumo). VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; PEREIRA, Laércio Elias. A produção do conhecimento na Escola de Educação Física da UFMG. ANAIS CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DO ESPORTE, Belém – Pará, 06 a 10 de setembro de 1993, Universidade Federal do Pará, p. 136 (Resumo) VAZ, L. G. D. ; PEREIRA, L. E. ; LOUREIRO, Luis Henrique. Protocolo De Indexação De Periódicos Dedicados A Educaçao Fisica, Esportes E Lazer Em Lingua Portuguesa. 1993. Software sem registro de patente
Ainda em 1979, quando Laércio e eu planejávamos o que fazer na SEDEL, em uma reunião na casa dele, e ouvindo Som Brasil – com o Rolando Boldrin, e ao fundo Chitãozinho e Xororó e Pena Branca e Xavantinho, criamos um Decálogo, do que seria nossa atuação naquela recém-criada Secretaria de Desportos e Lazer do Maranhão... Não sei onde esta esse documento, mas foi por ele que baseamos nosso trabalho desde essa época; e um deles estava a criação de um sistema (ferramenta) para disseminação de informação – dai o CEDEFEL… Os Primeiros Trabalhos Acadêmicos – Até onde nossa revisão avançou, é possível afirmar que as primeiras iniciativas acadêmicas sobre o tema tesauro e Educação Física no Brasil foram registradas em 198714; em 90, apresentamos durante o I Encontro de Pesquisadores do Maranhão nossa proposta de trabalho – que vínhamos realizando já desde 1980 (ANDRADE FILHO; PERREIRA NETO; VAZ; PEREIRA, 199015; PEREIRA; VAZ; REIS; ANDRADE FILHO; PERREIRA NETO, 199016; VAZ; PEREIRA; REIS, 1990)17. O Laércio pensava num “centro referencial” – informação sobre a informação. Hoje, vejo que já estava pensando o CEV18. O Pereira sempre foi de “unir as pontas”. O que admiro é a sua capacidade de idealizar as coisas – rápido, num piscar de olhos, enquanto fala…; e a sua incapacidade de “fazer as coisas”. O negocio dele é pensar, e arranjar quem coloque em prática. Desde que o conheço – desde 1976… – foi assim. Acho que por isso nosso trabalho junto deu tão certo. Esse “juntar pontas” consiste a principal atuação do Laércio. Veio da Sociologia, do jornalismo, de sempre ouvir as duas partes… Quem sabe o que e quem precisa dessa informação; como colocar os dois em contato. Isso é o CEV! (PEREIRA, VAZ, 2005)19. Consiste na formação de um grande “colégio invisível”20 – hoje, chamaríamos de ‘colégios virtuais’, em que aqueles que “pensam”, os que agem na ‘fronteira do VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Produção do conhecimento em Educação Física e Desportos no Nordeste Brasileiro. JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA DA UFMA, III, São Luis, 05 a 08 de dezembro de 1995. in REVISTA MOVIMENTO HUMANO 7 SOCIEDADE, n. 5, ano II, Edição Especial. ANAIS…, p. 14-21 PEREIRA, L. E. ; VAZ, L. G. D. . Centro Esportivo Virtual – CEV. In: Lamartine Pereira da Costa. (Org.). ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL. 1 ed. Rio de Janeiro: Shape, 2005, v. 1, p. 769-770. 14 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. CONSTRUÇÃO DE UM TESAURUS EM EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES. IN I SIMPÓSIO BRASILEIRO DE INFORMÁTICA EM EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES De 19 a 20-11-1987 - Brasil. Campinas - SP 15 ANDRADE FILHO, Santiago Sinésio; PEREIRA NETO, Francisco Dias; VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; PEREIRA, Laércio Elias. Programa de implantação de um banco de dados bibliográfico em ciências do Esporte. In: ENCONTRO DE PESQUISADORES DO MARANHÃO, 1., 1990, São Luís. Anais… São Luís: EDUFMA, 1990. v.1, p. 47. 16 PEREIRA, Laércio Elias; VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; REIS, Lúcia; ANDRADE FILHO, Santiago Sinésio; PEREIRA NETO, Francisco Dias. Organização da informação em ciências do esporte veiculada em periódicos de língua portuguesa. In: ENCONTRO DE PESQUISADORES DO MARANHÃO, 1., 1990, São Luís. Anais… São Luís: EDUFMA, 1990. v.1, p. 49. 17 PEREIRA, Laércio Elias. CENTRO ESPORTIVO VIRTUAL: Um Recurso de Informação em Educação Física e Esportes na Internet. Tese apresentada a Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas como requisito para a obtenção do titulo de Doutor em Educação Física, área de Educação Motora, por Laércio Elias Pereira, Orientador Prof. Dr. Joao Batista Andreotti Gomes Tojal, Campinas, 1998. Disponível em http://cev.org.br/biblioteca/centro-esportivo-virtual-um-recursoinformacao-educacao-fisica-esportes-internet/ VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; PEREIRA, Laércio Elias; REIS, Lúcia. Indexação: em busca da construção de um tesauro em ciências do esporte. In: ENCONTRO DE PESQUISADORES DO MARANHÃO, 1., 1990, São Luís. Anais… São Luís: EDUFMA, 1990. v.1, p. 50. 18 O Centro Esportivo Virtual (CEV) é uma ONG brasileira sem fins econômicos de gestão do conhecimento em Educação Física, esportes e lazer. Ele tem o objetivo de ser a porta de entrada para a informação esportiva nacional e internacional, dando suporte gratuito a esportistas e estudantes com interesse geral até pesquisadores e profissionais das Ciências do Esporte. Como recurso mais valioso, os grupos de discussão são importantes ferramentas para o desenvolvimento da Educação Física nos países de língua portuguesa. https://pt.wikipedia.org/wiki/Centro_Esportivo_Virtual 19 PEREIRA, L. E. ; VAZ, L. G. D. . Centro Esportivo Virtual – CEV. In: Lamartine Pereira da Costa. (Org.). ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL. 1 ed. Rio de Janeiro: Shape, 2005, v. 1, p. 769-770. 20 A expressão Colégio Invisível, ou muitas vezes encontrada no plural como "colégios invisíveis", foi criada pelo físicoquímico irlandês Robert Boyle (1627-1691), e define um grupo de pesquisadores que trabalham juntos, mas não estão fisicamente próximos, não trabalham na mesma instituição, podendo ter nacionalidades diferentes e falar línguas diversas. O que os une é o objeto da pesquisa. Hoje pode-se também usar a expressão "colégios virtuais". https://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%A9gio_invis%C3%ADvel ; MOREIRA, Walter. Os colégios virtuais e a nova configuração da comunicação científica. Ci. Inf. [online]. 2005, vol.34, n.1 [cited 2011-03-19], pp. 57-63 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-19652005000100007&lng=en&nrm=iso>. ISSN 0100-1965. doi: 10.1590/S0100-19652005000100007.
conhecimento’ comunicam-se entre si, e trocam idéias antes que essas idéias – teorizações – cheguem ao “grande público”, nós pobres mortais na ponta oposta, na sala-de-aula… Eu, um professor de uma escola publica da periferia (estou no Maranhão…) consigo saber do Nélio – técnico da Maureen – um detalhe para minha aula de atletismo que estou dando para os alunos do primeiro ano do curso de design que estão fazendo educação física… Essa a grande sacada! Tiro minhas duvidas com aquele que é o “bam-bam-bam do pedaço”! Mas vai mais além, trata-se de juntar os “gatekeepers” 21 – os sentinelas da tecnologia22. Não o professor que esta se graduando, ou fazendo sua especialização, ou o seu mestrado. Mas aqueles que estão no pósdoutorado – lembro que é tão recente essa especialização em nossa área… Aqueles que estão fazendo pesquisas de ponta, não interessando se ela esteja “nas humanas e sociais” ou nas “gias”, na área medicabiológica…
COMUNICAÇÃO
CONSTRUÇÃO
USO
Figura 1- O ciclo da informação Fonte: LE COADIC, 1996, p. 11.
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a person whose job is to open and close a gate and to prevent people enteringwithout permission. http://dictionary.cambridge.org/pt/dicionario/ingles/gatekeeper. Gatekeepers em inglês significa porteiro, ou seja, o que controla o fluxo dos que entram e saem. Em comunicação, conota o indivíduo que controla o fluxo de informações vindas de fora, aquele que está em contato com muitas pessoas no mundo exterior e na sua organização e veicula informações a seus colegas. 22 SANTANA, Celeste Maria de Oliveira Santana. A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA NA COMUNIDADE CIENTÍFICA DO CENTRO DE PESQUISAS GONÇALO MONIZ/FIOCRUZ: OS “COLÉGIOS INVISÍVEIS E OS “ GATEKEEPERS ” DA CIÊNCIA. Síntese da dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Ciência da Informação da Universidade de Brasília. LE COADIC, Yves François. A CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO. Tradução de Maria Yêda F. S. de Filgueiras Gomes. Brasília, DF: Briquet de Lemos/Livros, 1996. CEPEDA, L.M.R. O processo da transferência da informação científica entre os profissionais da área da saúde. CIÊNCIA E CULTURA, [S.l.], v.38, n.1, p.86-92, 1986. ACOSTA-HOYOS, L.E. Colégios invisíveis: uma nova alternativa para o problema de informação técnico-científica. Brasília: EMBRAPA, Departamento de Informação e Documentação, 1980. Apud GUEDES, 1993. FIGUEREDO, Nice M. O processo de transferência da informação. CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, Brasília, v.8, n.2, p.119-138, 1979. GUEDES, Maria das Graças Targino M.; BARROS, Antonio Teixeira de. Comunicação informal do corpo docente da Universidade Federal do Piauí. TRANSINFORMAÇÃO, Campinas, v.5, n.1/2/3, p.43-71, jan./dez. 1993.
Figura 2 - Ciclo da informação na pesquisa Fonte: JORDAN apud CEPEDA 1986, p. 87 FONTE: SANTANA 1999
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Alias, há cerca de 38 anos, naquele papo ao som de Pena Branca e Xavantinho, “decidimos” que trataríamos a Educação Física – ou as Ciências do(s) Esporte(s) – como da área da Antropologia, e não da Medicina… Eu sempre preferi o termo mais tradicional, “Educação Física” e o ManoPereira sempre o das “Ciências”… acho que influencia do Manoel Sergio… Criamos – Laércio e eu – um Centro de Estudos24 que funcionou em uma pasta de papelão que tínhamos, e era itinerante – funcionava onde estávamos – em minha casa, na casa dele, na SEDEL, na ETFM, na UFMA, na UEMA. Locais onde trabalhávamos – era um “centro virtual”, pois só existia em nossa mente – dai considerar como a base do CEV25. Laércio jamais abandonou a idéia e a aprofundou… Mas fizemos acontecer… A idéia surgiu da necessidade. Laércio foi para um congresso internacional de documentação esportiva acontecido na Colômbia – Medelín; por conta disso, o 2º viria para o Brasil – Maranhão… Nunca aconteceu… Como não sei se aconteceram os demais conforme programado…26 Mas o Heiz Guiberhienz do Convenio Colômbia-Alemanha (veio, junto com o Ulrich Jonathan – técnico da seleção olímpica de atletismo da Alemanha; viveu alguns anos da Argentina…) …chegaram a vir ao Maranhão para tratar desse assunto e vendo o trabalho de ‘organização da informação’ que fazíamos, propôs outros convênios… (1980) 27
O CEDEFEL-MA – Centro de Estudos e Documentação em Educação Física, Esportes e Lazer do Maranhão, integrado pelas UFMA e SEDEL (Laércio) e ETFM e UEMA (eu) teve uma importante e vasta 23
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SANTANA, Celeste Maria. Estudo dos canais de comunicação utilizados pela comunidade científica do Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz – CPqGM/FIOCRUZ, Salvador-Bahia, Brasil. 1999. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Universidade de Brasília, Brasília, DF, 1999.
VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. PEREIRA, Laércio Elias. ORGANIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO EM CIÊNCIAS DO ESPORTE: A EXPERIÊNCIA DO CEDEFEL-MA. Tema livre apresentado no XVIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS DO ESPORTE, São Caetano do Sul, outubro de 1992 25 PEREIRA, Laércio Elias. CENTRO ESPORTIVO VIRTUAL: Um Recurso de Informação em Educação Física e Esportes na Internet. Tese apresentada a Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas como requisito para a obtenção do titulo de Doutor em Educação Física, área de Educação Motora, por Laércio Elias Pereira, Orientador Prof. Dr. Joao Batista Andreotti Gomes Tojal, Campinas, 1998. Disponível em http://cev.org.br/biblioteca/centro-esportivo-virtual-umrecurso-informacao-educacao-fisica-esportes-internet/ 26 “DECLARACION DE MEDELLIN...”, em seu Acuerdo 2, decide-se pela realização dos próximo eventos: 1981 II conferencia en SAN Luis, Maranhão, Brasil; 1982 III Conferencia em BUENOS AIRES, Argentina; 1983 IV Conferencia en CARACAS, Venezuela. (p. 255 (in. MAIER, Jürgen (Editor). I CONFERENCIA SOBRE DOCUMENTACION E INFORMACION DEPORTIVA EM LATINOAMERICA, Medellín – Colômbia, 04 a 07 de feveriero de 1980. ANAIS... 27 Dos acordos – 1981 – II Conferencia en São Luis –Maranhão – Brasil!!!! I CONFERENCIA SOBRE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO DESPORTIVA NA AMERICA LATINA; Literatura Desportiva latino-americana; Declaração de Medellín. EDUCACIO FISICA Y DEPORTE – n.2, ano 2, maio 1980 – Órgão oficial do Instituto de Ciências do Desporto – Universidade de Antioquia – Convenio Colombia-Alemanha;
produção científica… cinco trabalhos apresentados naquele I Encontro de Pesquisadores; depois, dois trabalhos na SBPC, e mais dois trabalhos apresentados nos encontros do CELAFICS, além de alguns CONBRACEs… tudo virtual, de dentro daquela pastinha… Começamos a elaborar a indexação de periódicos especializados – o primeiro saiu da minha coleção da Revista Brasileira de Educação Física, editado pela SEED/MEC e feito pelo Laércio, publicado pelo MEC/SEED; depois comecei a adquirir a coleção da Stadium, um ano por mês, e a indexar – fizemos 23 anos da revista… (PEREIRA, 1983)28. Por fim, junto com o pessoal da ETFM (VAZ, ANDRADE FILHO, FERREIRA NETO, 1991) 29, criamos um banco de dados, utilizando (dinossauro) DBase, depois o DBase III, e utilizando Clipper e DBase III Plus; o LTI da EB-UFMG – Luizinho – ajudou muito na fase final, com os programas e as ferramentas computacionais (VAZ, PEREIRA; LOUREIRO, 1993)30; lembro que a Escola de Engenharia da UFMG tinha acesso, já, à Internet; fizemos nossos endereços e começamos a utilizá-la; depois já era possível o acesso através do LTI-EB e por fim, da EEF/SIBRADID… Chegamos a ter 5.013 artigos indexados, de 13 revistas dedicadas em português/Brasil… ( VAZ, PEREIRA, 1993, a, b)31. O principal problema era o resgate da informação; dai termos desenvolvido empiricamente, um tesauro – somente eu dominava, pois era o responsável pela catilografia(gração) (hoje, seria digitação); começamos com aquelas fichinhas de referência bibliográfica, que se aprende nos cursos de iniciação a pesquisa, depois passamos a utilizar um COBRA 286 – o máximo da tecnologia da época; e poderia haver consulta on line via MANDIC – quem lembra? era pré-internet, só depois (final de 92) havia acesso via internet…. Para os primeiros trabalhos de indexação foi criada uma “ficha de Coleta de Bibliografia” a partir do modelo e das sugestões oferecidas pela Sra. Ofélia Sepúlveda, documentalista do BIREME32. 28
PEREIRA, Laércio Elias. INDICE DA REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS. Brasília : SEED/MEC, 1983 VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Indice Da Revista Stadium. São Luis: SEDEL, 1984 (Edição em microficha). A “Stadium”, da Argentina, cujo índice foi publicado no formato de microficha, e distribuído através de um ‘clube de microficha’ inventado pelo Prof. Laércio Elias Pereira e distribuída a edição por todo o Brasil, aos “assinantes”; VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Indice Da Revista Corpo & Movimento. São Luis: UEMA, 1987 (inedito); VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Indice Da Revista Desportos & Lazer. São Luis: UEMA, 1987 (inédito); VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Indice Da Revista Comunidade Esportiva. São Luis: UEMA, 1987 (inédita); VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Índice da Revista Brasileira de Ciências do Esporte. Revista Brasileira De Ciencias Do Esporte 10 (1): 33-45, set. 1988. VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Handebol – Bibliografia básica. Encontro De Treinadores De Handebol, I, Campinas, 1988. ANAIS..., Campinas, 1988. VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Indice Da Revista Kinesis. Santa Maria: UFSM, 1990. VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Natação – Bibliografia Básica. Cadernos Viva Água, São Luis, Escola de natação Viva Água, 1991, vol. 1 VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Natação – Bibliografia. Cadernos Viva Água, São Luis, Escola de natação Viva Água, 1991, vol. 2 VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Psicologia aplicada ao esporte. Cadernos Viva Água, São Luis, Escola de natação Viva Água, 1991, vol. 3 Seguiram-se as indexações dos seguintes periódicos: ‘Arquivos’ da Escola Nacional de Educação Física (1992); ‘Boletim da FIEP’ (1992); ‘Artus’ (1992); ‘Homo Sportivus’ (1992); ‘Motrivivencia’ (1993), e o vol 4 dos “Cadernos Viva Água”, sobre Natação para Crianças, com a produção de Stephen Langersdorff (1994). 29 VAZ, L. G. D. ; ANDRADE FILHO, S. S. ; FERREIRA NETO, F. D. Implantação da Informática no CEFET-MA. SEMINARIO DE INFORMATIZAÇÃO DA UEMA, I, 1991. 30 VAZ, L. G. D. ; PEREIRA, L. E. ; LOUREIRO, Luis Henrique. Protocolo De Indexação De Periódicos Dedicados A Educaçao Fisica, Esportes E Lazer Em Lingua Portuguesa. 1993. Software sem registro de patente. 31 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; PEREIRA, Laércio Elias. A produção do conhecimento na Escola de Educação Física da UFMG. ANAIS Da 45ª REUNIÃO ANUAL DA SBPC, Recife, 11 a 16 de julho de 1993, Vol. 1 p. 394, A.11 Motricidade Humana e Esportes, 6A. 11 (Resumo). VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; PEREIRA, Laércio Elias. A produção do conhecimento na Escola de Educação Física da UFMG. ANAIS CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DO ESPORTE, Belém – Pará, 06 a 10 de setembro de 1993, Universidade Federal do Pará, p. 136 (Resumo) 32 BIREME – Centro Latino americano e do Caribe de Infortmação em Ciências da Saúde, é um Centro Especializado da Organização Pan Americana de Saúde - OPAS, estabelecido no Brasil desde 1967, em colaboração com Ministério de Saúde, Ministério da Educação, Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo e Universidade Federal de São Paulo. In http://www.bireme.br/local/Site/bireme/homepage.htm)
Os artigos eram indexados33 com ate cinco palavras-chave, que poderiam ser recuperadas, remetendo ao artigo; e por autores:
ATLETISMO – CORRIDAS – VELOCIDADE – TREINAMENTO – TECNICA – numa ordem hierárquica, da mais ampla para a mais especifica – recuperável por qualquer uma das palavras…
BASQUETEBOL – FUNDAMENTOS – PASSES – PASSE DE PEITO – TREINAMENTO
EDUCAÇÃO FISICA – METODOLOGIA DE ENSINO – JOGOS PRE-DESPORTIVOS – JOGOS COM BOLA – MINI-HANDEBOL
Desde o início o trabalho sofreu a dificuldade da inexistência de um tesauro34 que servisse de repertório para obtenção de palavras-chave essenciais à indexação. Construiu-se um glossário a partir da listagem acumulada em 20 anos de experiência da Escola de Educação Física da USP pela documentalista Maria Stella Vercesi da Silva35, que recebeu modificações por parte dos dois autores, já que a “Terminologia aplicada à Educação Física ”36 de Tubino (1985)37 se mostrou insuficiente. Silva (1989), em seu estudo, refere-se a trabalho anterior também desenvolvido na USP, com a extensão da classe 796 da CDD, já insuficiente para atender a uma biblioteca específica. Essa extensão foi apresentada por Irene Meneses Dória, durante o I Congresso Paulista de Educação Física, realizado no ano de 194038, aplicada na Biblioteca do Departamento de Educação Física e Esportes. Durante 15 anos essa extensão atendeu às necessidades de classificação de livros da Biblioteca da EEF/USP: “Há algum tempo, com o acumulo de novos documentos ficou patente o desdobramento de itens que estavam defasados na área de Educação Física e Recreação. Este fato levou-me a idealizar uma nova ampliação, em colaboração com Olga S. Martucci39, que atendesse à demanda atual. Essa ampliação das classes 790 e 796 é divulgada com o intuito de auxiliar os bibliotecários que atuam na área de Educação Física e Esportes (p. 43) “[...] O Índice de Assuntos, inicialmente foi adotado o ‘Sears listo f subject headings’ (Frick, 59 e Westby, 72)40 que foi idealizado para auxiliar as bibliotecárias e unificar os assuntos nas Bibliotecas, mas a convivência na área fez sentir a necessidade de inúmeras adaptações para atender o interesse do usuário. Criou-se um Thesaurus, vocabulário específico de uma área do conhecimento, apropriado para Educação 33
A indexação é a operação que consiste em descrever e caracterizar um documento com o auxilio de representações dos conceitos contidos nesses documentos, isto é, em transcrever para linguagem documental os conceitos depois de terem sido extraídos dos documentos por meio de uma análise dos mesmos. A indexação permite uma pesquisa eficaz das informações contidas no acervo documental (in http://joaquim_ribeiro.web.simplesnet.pt/Arquivo/pdf/class_index_pdf.pdf). 34 O tesauro tem sido considerado como uma linguagem de indexação. Isto é verdade, quando ele está em uso num serviço de recuperação de informação, e destinado ao uso para o qual é desenvolvido, com regras para sua utilização. (in GOMES, Hagar Espanha; CAMPOS, Maria Luiza de Almeida. Tesauro e normalização terminológica: o termo como base para intercâmbio de informações. DATAGRAMAZERO - Revista de Ciência da Informação - v.5 n.6 dez/04, disponível em http://www.dgzero.org/dez04/Art_02.htm) 35 SILVA, Maria Stella Vercesi. Adaptação da Classificação Decimal de Dewey para Educação Física. Revista Paulista De Educação Física, 3 (4): 43-49, jun. 1989. 36 Terminologia, em sentido amplo, refere-se simplesmente ao uso e estudo de termos, ou seja, especificar as palavras simples e compostas que são geralmente usadas em contextos específicos. Terminologia também se refere a uma disciplina mais formal que estuda sistematicamente a rotulação e a designação de conceitos particulares a um ou vários assuntos ou campos de atividade humana, por meio de pesquisa e análise dos termos em contexto, com a finalidade de documentar e promover seu uso correto. Este estudo pode ser limitado a uma língua ou pode cobrir mais de uma língua ao mesmo tempo (terminologia multilíngüe, bilíngüe, trilíngüe etc.). (in BARROS, L. A. Curso Básico De Terminologia. 2002. KRIEGER, Maria da Graça; FINATTO, Maria José B. Introdução À Terminologia. São Paulo: Contexto, 2004). 37 TUBINO, Manoel José Gomes. Terminologia Aplicada Á Educação Física. São Paulo: IBRASA, 1985. 38 DORIA, Irene Meneses. Sugestões para uma classificação decimal de educação física e esporte. In Congresso Paulista De Educação Física, 1, São Paulo, 1940. ANAIS. São Paulo, 1942, p. 243-6. 39 Bibliotecário Supervisor de Seção do SSD da EEFUSP. 40 FRICK, B. M. Sears List F Subject Headings. 8. ed. New York, H. W. Wilson, 1959; WESTBY, B. M. Sears List F Subject Headings. 10a. ed. New York, H. W. Wilson, 1972, citados por SILVA, 1989.
Física e Esportes, que poderá ser solicitado à Biblioteca da Escola de Educação Física da Universidade, pelos interessados”. (p. 45). (grifos nossos). Iniciou-se então um cotejamento41, primeiro com o tesauro da EEFUSP, e, depois com o “Thesaurus em Ciências do Esporte” da UNESCO, o da IASI42, e outros43 , dos quais tomaram conhecimento a partir daquela participação do Prof. Dr. Laércio Elias Pereira na “I Conferencia sobre Documentacion e Informacion Deportiva em Latinoamerica”. Lá, se discutiram problemas relacionados com a “Terminologia deportiva” 44, e foi apresentado um “Informe sobre La X reunión internacional de la comisión ‘Thesaurus’ de la I.A.S.I. - 11 a 17 de nov., 79. Macolin (Suiza)45: “El Thesaurus del deporte em lengua alemana – proyecto de investigacion a cargo de W. Kneyer – BISP (Colônia); “Control por computadora del Thesaurus Basico y de Facetas terminadas em IBM-Viena”; e “Solicitud de financiacion del proyecto ‘Thesaurus multilíngüe’ por El CIEPS-UNESCO” (p. 97-98). Ainda, daquele informe, foi apresentado o programa de trabalho para o biênio 1980-1981 (item 2) dos aspectos e resultados mais importantes da 10ª Reunião da Comissão “Thesaurus”: elaboração e aprovação da estrutura básica (Thesaurus Básico) do Thesaurus e suas partes e facetas, as normas para confecção das distintas facetas (já em fase de conclusão); e o inicio de uma segunda fase, cujos aspectos fundamentais seriam terminar o Tesauro do esporte em língua alemã; e traduzir o Tesauro alemão a outros idiomas. O Item (3) referia-se ao “Tesauro do esporte em língua alemã, projeto de pesquisa a cargo de Kneyer, em colaboração com o Instituto Federal de Ciências do Esporte/Colônia”; e o item (4) “Generacion y control em computadora del Thesaurus Básico, a ser desenvolvido pela IBM-Viena sob a direção de Lang”. Ouvia-se falar, no âmbito das Ciências do Esporte no Brasil, de “Thesaurus”. Estava lançada a semente... Assim, descobrimos depois, poderia vir a ser um tesauro – cheguei a apresentar um trabalho na UFMG sobre isso…; tomamos conhecimento da IASI; depois, do trabalho de uma bibliotecária da USP, o que levou o Laércio para a UFMG – estava-se implantado o SIBRADID -; e depois, eu, para o Curso de Mestrado em Ciência da Informação…(VAZ, 2009, a, b)46 A então bibliotecária da EEF/UFMG, responsável pelo núcleo do SIBRADID – já mudara a bibliotecária e entrara a Jane – ficou com medo de perder o emprego e de todas as formas, boicotou nosso trabalho… 41
VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Organização da Informação em Ciências do Esporte - a experiência do CEDEFEL-MA. In: Encontro De Bibliotecários Do Estado Do Maranhão, 8, 1991, São Luis - MA. Anais - APBEM. São Luís: CRB-13, 1991. V. 1; VAZ, L. G. D. ; PEREIRA, L. E.; LOUREIRO, Luis Henrique. Protocolo De Indexação De Periódicos Dedicados A Educação Física, Esportes E Lazer Em Língua Portuguesa. 1993. (Software sem registro de patente). 42 INTERNATIONAL ASSOCIATION FOR SPORTS INFORMATION. World Index Of Sportperiodicals. Holanda: IASI, 1984. 43 BUNDSINSTITUT FÜR SPORTWISSENCHAFT KLN. Literatur der Sportwissenchaft. Sportdokumentation 1/78. COMITE DE INFORMACION Y DOCUMENTACION DEPORTIVA DE LATINO AMERICA. Declaracion de Medellín sobre información y documentación deportiva en Latinoamérica. Educación Física Y Deporte 2 (2): 39-43, maio de 1980. GARCIA ZAPATA, Francisco; MAIER, Jorge; MEDINA, Baltazar; SONNESCHEIN, Werner.. Bibliografia Deportiva: Artículos De Revistas. Medellín: Universidad de Antioquia, 1979. Serie Bibliografia 2; SONNESCHEIN, Werner. Literatura deportiva em latinoam,erica. Educacion Física Y Deporte 2 (2): 29-37, maio 1980. BRASIL, Universidade Federal de Minas Gerais. Introdução Ao Sistema Minisis. Belo Horizonte: EEF/UFMG, 1989 (Mimeo). GASPAR, Anaiza Caminha. Biblioteca. Curso De Atualização Em Documentação E Ciência Da Informação. São Luis: UFMA; Brasília: Associação dos Arquivistas Brasileiros, 1989 (Mimeo). GOMES, Hagar Espanha (Coord.). Manual De Elaboração De Tesauros Monolíngües. Brasília: Programa nacional de Bibliotecas de Instituições de Ensino Superior, 1990. 44
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SCHWARZ, Erika. Terminologia deportiva. Características y problemas en el área de habla española. in. MAIER, Jürgen (Editor). Conferencia Sobre Documentacion E Informacion Deportiva Em Latinoamerica, I, Medellín – Colômbia, 04 a 07 de fevereiro de 1980. ANAIS... p. 81-93. SCHWARZ, Erika; ROMERO, Daniel. Informe sobre La X reunión internacional de La comisión ‘Thesaurus’ de La I.A.S.I. - 11 A 17 DE NOV., 79. Macolin (Suiza). In MAIER, Jürgen (Editor). Conferencia Sobre Documentacion E Informacion Deportiva Em Latinoamerica,, I, Medellín – Colômbia, 04 a 07 de fevereiro de 1980. ANAIS... p. 97-100
VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. DEPOIMENTO. In CEV/BIBLIOTECONOMIA E CIENCIA DA INFORMAÇÃO EM EF & ESPORTES. 03/08/2009, DISPONÍVEL EM HTTP://CEV.ORG.BR/COMUNIDADE/BIBLIOTECA/DEBATE/DEPOIMENTO-1/ VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. PIONEIRISMO. In CEV/BIBLIOTECONOMIA E CIENCIA DA INFORMAÇÃO EM EF & ESPORTES. 03/08/2009, DISPONÍVEL EM HTTP://CEV.ORG.BR/COMUNIDADE/BIBLIOTECA/DEBATE/PIONEIRISMO/
Migrei para outra área, não fiz minha dissertação em documentação esportiva e a proposta de um tesauro, mudei o rumo de meus estudos e fui trabalhar com produção do conhecimento na área tecnológica… fim! Ainda tenho esse material, em disquete de 8! (quem lembra?) e depois em cinco de 3 1/2! O máximo da tecnologia – caros…; perdi o arquivo, junto com um com-puta-dor que tinha – um 286! Perdi na mudança de tecnologia, para um 386!!! E nunca mais vi quando fui para um 486… Mas ainda guardo os artigos em casa, brigando com o mofo e as traças e cupins… Tenho alguns dos índices em papel… Depois, vi trabalho semelhante sendo apresentado pelo Victor Melo (1998, a, b)47… Estava-se reinventando a roda… Quem manda trabalhar na periferia? (Maranhão…) Agora, quase 38 anos depois – começamos em 1979!!! Voltamos a ouvir falar em tesauro em educação física… Há um trabalho da década de 40 do século passado, proposto pela biblioteca da USP não levado a efeito – acréscimo à CDD48; depois outro na década de 80, da Stela Vercesi, dando continuidade àquele trabalho da década de 40, também na biblioteca da USP, com novos acréscimos à CDD 49; o do Tubino, sobre terminologia aplicada50; a nossa proposta, do fim dos anos 80 inicia dos 90 – que seria cotejada com o tesauro da IASI via SIBRADID… Como Mestre (Capoeira e em Administração) André Lacé disse, repete-se sempre o PRIMEIRO, a cada nova tentativa… I SIMPÓSIO PAULISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA (CEV) I Simpósio Paulista de Educação Física De 20-07-1940 até 22-07-1940 Programa I SEÇÃO – Educação Física no Ensino
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Maria Lucia Sampaio Pinto – A Educação fisica no ensino.
Inezil Penna Marinho – A Educação Física nos estabelecimentos de ensino secundário, ênfase dos preceitos legais que o regulamentam.
Alaor Pacheco Ribeiro – Projeto de reorganização do Serviço de Educação Física no ensino profissional do Estado
Mario Miranda Risa – Ensino secundário oficial do Estado de São Paulo.
Cezar de Fonseca e Silva – Sugestões para a resolução do problema da educação física nos estabelecimentos de ensino.
Inezil Penna Marinho – Que exigências devem satisfazer quanto à Educação Física, os estabelecimentos que desejam obter a inspeção peliminar
Ermida Vial Ribeiro – Educação física infantil.
GENOVEZ, PATRICIA DE FALCO, MELO, VICTOR ANDRADE DE. Bibliografía brasileña sobre Historia de la Educación Física y del Deporte. LECTURAS: EDUCACION FÍSICA Y DEPORTES, Buenos Aires, ano 2, n.10, 1998 PAIVA, Fernanda Simone Lopes de; GOELLNER, Silvana Vilodre; MELO, Vitor Andrade de. Revista Brasileira de Ciência do Esporte – Bibliografia e perfil. RBCE, número especial, 20 anos CBCE, setembro 1998. PAIVA, Fernanda Simone Lopes de; GOELLNER, Silvana Vilodre; MELO, Vitor Andrade de. Revista Brasileira de Ciência do Esporte – Bibliografia e perfil. LECTURAS: EDUCACION FÍSICA Y DEPORTES, Buenos Aires, Año 3. Nº 11. Buenos Aires, Octubre 1998, http://www.efdeportes.com/ 48 DORIA, Irene Meneses. Sugestões para uma classificação decimal de educação física e esporte. In CONGRESSO PAULISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA, 1, São Paulo, 1940. ANAIS. São Paulo, 1942, p. 243-6. 49 SILVA, Maria Stella Vercesi. Adaptação da Classificação Decimal de Dewey para Educação Física. REVISTA PAULISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA, 3 (4): 43-49, jun. 1989. Maria Stella Vercesi Silva lembra que o trabalho iniciou a partir de 1962, quando da [re] organização da Biblioteca da Escola de Educação Física da Universidade de São Paulo, quando foi então adotada a 16ª edição do Sistema de Classificação de Dewey e notou-se que a classe 796 não era suficiente para atender a uma biblioteca específica. (In SILVA, Maria Stella Vercesi. Adaptação da Classificação Decimal de Dewey para Educação Física. Revista Paulista De Educação Física, 3 (4): 43-49, jun. 1989, p. 43). 50 UBINO, Manoel José Gomes. TERMINOLOGIA APLICADA Á EDUCAÇÃO FÍSICA. São Paulo: IBRASA, 1985.
II SEÇÃO – Ensino Da Educação Física O artigo que falei que foi um dos primeiros a tratar do assunto, não com um tesauro, mas com um vocabulário controlado – lembrei do termo! – que estávamos construindo, a partir do estudo da Stella Vercesi publicada na revista Paulista de Educação Física vol.3, n. 4, jun 198951. Lembrando: Em 1979 foi criada a Secretaria de Desportos e Lazer do Maranhão – SEDEL – a primeira do Brasil, com um Departamento de Estudos e Pesquisas; Laércio era assessor especial; eu estava na Coordenação de Esportes, depois passei a assessorar o assessor… Sai em 1981 – voltei para a Secretaria de Educação, mas continuei prestando ‘consultoria’ – isto é, trabalhando sem receber… Logo em 1980 a I Conferencia Latino-americana de Informação e Documentação Esportiva – a segunda seria em São Luis, em 1981… O Laércio foi um dos representantes do Brasil – fez uma exposição sobre o CBCE e sobre o CEDEFEL-MA – ai que ele passou a existir… Foi ‘inventado’ para esse encontro, na Colômbia52 O problema seguinte – O CEFEL-MA e a SEDEL-MA, junto com a UFMA, UEMA, e CEFET-MA seriam os responsáveis pela organização do evento – seja, Laércio e eu… Mas… Não tínhamos pesquisas… Passamos a incentivar alguns professores a produzirem alguma coisa para apresentar no ano seguinte… Foi o inicio da pesquisa em Educação Física e Esportes no Maranhão 53… O Indice da Revista Brasileira de Educação Física e Desportos54 saiu em 1983, assinada pelo Laércio (a coleção utilizada, do n. 1 ao 50, foi a minha…); garimpávamos os números que faltavam… Especialmente os últimos; dai já procurávamos unificar a linguagem – controlar o vocabulário – com revisões constantes dos termos de indexação… A seguir, fizemos o Índice da Revista Stadium55, da Argentina – passei a adquirir as revistas, já encadernadas, com os números correspondentes ao ano, de uma livraria de Curitiba… Ate que a Receita Federal se intrometeu – uma época em que estavam proibidos gastos em dólares no exterior – importação particular; tive que levar as notas fiscais, de que as havia adquirido em dinheiro da época, brasileiros – nem lembro mais qual era – e com a nota fiscal emitida por uma empresa brasileira; todo mês era a mesma coisa; e nessa época, já passara a assinar a revista, recebendo os números mensalmente. Já havíamos esgotados os números publicados; diante dessa dificuldade – e a malha fina que se seguiu, não mais renovei a assinatura e ficamos nos primeiros 23 anos da revista… Depois, já num trabalho do CEDEFEL-MA, começamos a reunir outras publicações, muitas doações, algumas aquisições, e outros empréstimos – não devolvidos… E indexamos 13 revistas dedicadas56…
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SILVA, Maria Stella Vercesi. Adaptação da Classificação Decimal de Dewey para Educação Física. REVISTA PAULISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA, 3 (4): 43-49, jun. 1989. 52 I CONFERENCIA SOBRE DOCUMENTACION E INFORMACION DEPORTIVA EM LATINOAMERICA, Medellín – Colômbia, 04 a 07 de feveriero de 1980. MAIER, Jürgen (Editor). I CONFERENCIA SOBRE DOCUMENTACION E INFORMACION DEPORTIVA EM LATINOAMERICA, Medellín – Colômbia, 04 a 07 de feveriero de 1980. ANAIS... 53 “DECLARACION DE MEDELLIN...”, em seu Acuerdo 2, decide-se pela realização dos próximo eventos: 1981 II conferencia en SAN Luis, Maranhão, Brasil; 1982 III Conferencia em BUENOS AIRES, Argentina; 1983 IV Conferencia en CARACAS, Venezuela. (p. 255 (in. MAIER, Jürgen (Editor). I CONFERENCIA SOBRE DOCUMENTACION E INFORMACION DEPORTIVA EM LATINOAMERICA, Medellín – Colômbia, 04 a 07 de feveriero de 1980. ANAIS... 54 PEREIRA, Laércio Elias. INDICE DA REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS. Brasília : SEED/MEC, 1983 55 VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Indice Da Revista Stadium. São Luis: SEDEL, 1984 (Edição em microficha). A “Stadium”, da Argentina, cujo índice foi publicado no formato de microficha, e distribuído através de um ‘clube de microficha’ inventado pelo Prof. Laércio Elias Pereira e distribuída a edição por todo o Brasil, aos “assinantes” 56 VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Índice Da Revista Corpo & Movimento. São Luis: UEMA, 1987 (inedito); VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Índice Da Revista Desportos & Lazer. São Luis: UEMA, 1987 (inédito); VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Índice Da Revista Comunidade Esportiva. São Luis: UEMA, 1987 (inédita); VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Índice da Revista Brasileira de Ciências do Esporte. Revista Brasileira De Ciências Do Esporte 10 (1): 33-45, set. 1988. VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Handebol – Bibliografia básica. Encontro De Treinadores De Handebol, I, Campinas, 1988. ANAIS..., Campinas, 1988. VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Índice Da Revista Kinesis. Santa Maria: UFSM, 1990.
Algumas feitas já em 1992/93, quando já estava no Mestrado, e antes da proibição de entrar na Biblioteca da Escola de Educação Física – veja só, um pesquisador proibido de entrar numa biblioteca de uma universidade publica para fazer… Pesquisa! Alguns artigos publicados pelo Boletefe57 – jornal de parede editado pelo Laércio – sobre a produção da pesquisa na educação física da UFMG perturbaram… Esses dados foram transformados em informação e viraram artigos apresentados em congressos58… Ainda era o CEDEFEL-MA funcionando em Belorizonte… Fiz um trabalho sobre o SIBRADID, para uma das disciplinas do Mestrado em Ciência da Informação do qual a Bibliotecaria-Chefe da EEF-UFMG não gostou e o corporativismo das bibliotecárias fez o resto – o curso era na Escola de Biblioteconomia… Cessaram, assim, os trabalhos referentes à construção do tesauro em educação física e esportes… Nem ao mesmo me matriculei na disciplina, extra, que poderia fazer no curso de graduação da EB/UFMG – não fui aceito! E Laércio acabou se aposentando do Serviço Público, lá mesmo pela UFMG… o sonho, acabara… Sobre a Conferencia de Medellin – foi de 4 a 7 de fevereiro de 1980. Lá foram representados vários centros: Espanha – INEF; Paulo Medina – Centro de Documentação e Informação do ISEFL (1971/72) (Portugal?); Juan Angel Maañon – a informação e documentação esportiva na Argentina; Jesus Diaz Zurita – idem, Venezuela; Eduardo Garraez – idem, México; Alberto Pereja Castro – Centro de documentação e informação desportiva do Instituto de Ciências do Esporte – Colômbia Há um tópico que fala do glossário e da terminologia técnica: glossário consiste em um catalogo ou vocabulário de palavras técnicas, obscuras ou em desuso, com definição ou explicação detalhada de cada uma delas. A unificação de critérios e fator fundamental para o resultado que se espera obter do nos leitores, portanto, o uso de termos técnicos que criam confusão e/ou dupla interpretação, exige uma definição clara e completa. Ha uma Declaração de Medellín sobre a informação e documentação desportiva na América Latina. Assinam-na, pelo Brasil: Laércio Elias Pereira (SEDEL-MA) e Manfred Loecken (SEED/MEC) -. adido cultural da Alemanha que prestava consultoria à SEED/MEC na época Do/pelo Brasil:
VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Natação – Bibliografia Básica. Cadernos Viva Água, São Luis, Escola de natação Viva Água, 1991, vol. 1 VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Natação – Bibliografia. Cadernos Viva Água, São Luis, Escola de natação Viva Água, 1991, vol. 2 VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Psicologia aplicada ao esporte. Cadernos Viva Água, São Luis, Escola de natação Viva Água, 1991, vol. 3 Seguiram-se as indexações dos seguintes periódicos: ‘Arquivos’ da Escola Nacional de Educação Física (1992); ‘Boletim da FIEP’ (1992); ‘Artus’ (1992); ‘Homo Sportivus’ (1992); ‘Motrivivencia’ (1993), e o vol 4 dos “Cadernos Viva Água”, sobre Natação para Crianças, com a produção de Stephen Langersdorff (1994). 57 BOLETEFE era um jornal mural que Laércio Elias Pereira criara já, no Maranhão, e servia para comunicação de eventos e notícias, na UFMA; quando foi para a UFMG, levou o BOLETEFE para as paredes da Escola de Educação Física. Crescia como ‘rabo de cavado’: as notas eram coladas uma abaixo da outra, formando uma longa tira... renovada semanalmente... 58 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; PEREIRA, Laércio Elias. A produção do conhecimento na Escola de Educação Física da UFMG. ANAIS Da 45ª REUNIÃO ANUAL DA SBPC, Recife, 11 a 16 de julho de 1993, Vol. 1 p. 394, A.11 Motricidade Humana e Esportes, 6A. 11 (Resumo). VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; PEREIRA, Laércio Elias. A produção do conhecimento na Escola de Educação Física da UFMG. ANAIS CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DO ESPORTE, Belém – Pará, 06 a 10 de setembro de 1993, Universidade Federal do Pará, p. 136 (Resumo)
Laércio Elias Pereira – O CBCE – inicia em 1968: olimpíada escolar Tijucurru Clube – São Caetano; 1972 I Simpósio de esporte escolar; CELAFISCS; 1977 Congresso Brasileiro de Medicina Desportiva; os professores de educação física não poderiam se filiar à Federação Brasileira de Medicina Desportiva – surge a idéia do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte – VI Simpósio de esporte escolar 1978 e criado o CBCE59
Laércio Elias Pereira – Centro de Estudos e Documentação em Educação Física, Desportos e Recreação do Maranhão – CEDEFEL60
Renate V. H. Sindermann – Documentação e Informação do esporte no Brasil –CEDIME (Porto Alegre) – Inicia em 1974 – CEDIME – Centro de Documentação e Informação em medicina desportiva – Porto Alegre – DeRose, Henrique61
Maria Licia Bastos Marques e Manfred Loecken – Situação atual da documentação em ciências do desporto no Brasil62: ( Bibliotecaria-chefe da EEF-UGMG) – ate cinco anos atrás, produção, coleta, organização e difusão da informação bibliográfica em ciência do desporto era desconhecida (1975)
Maria Licia Bastos Marques – Documentação para ciência do desporto – um problema brasileiro; – artigo Suplemento Apoio do Boletim Informativo da Escola de Educação Física da UFMG (ano 1, n. 3)63
Dos acordos (2) – 1981 – II Conferencia en São Luis –Maranhão – Brasil!!!! Educacio Fisica y Deporte – n.2, ano 2, maio 1980 – Órgão oficial do Instituto de Ciências do Desporto – Universidade de Antioquia – Convenio Colombia-Alemanha; I Conferencia sobre Documentação e Informação Desportiva na America Latina; Literatura Desportiva latino-americana; Declaração de Medellín O Processo de Tradução do SIRCThesaurus – Entre os anos de 1994 e 1996, a professora Hagar Espanha Gomes coordenou a primeira tradução do Tesauro do SIRC para o português brasileiro, para ser usado pelo Sistema Brasileiro de Documentação e Informação Desportiva (SIBRADID) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).64 Criação da Lista Cevtesauro- Em 2007, Laércio Elias Pereira, Rafael Guimarães Botelho e Cristina da Cruz de Oliveira criaram e coordenaram a lista de discussão Tesauro em Educação Física e Esportes (cevtesauro), que surgiu como lista privada no Centro Esportivo Virtual (CEV). No início de 2008, a lista foi aberta à comunidade científica. O escopo principal da lista era retomar a ideia de Criação do Tesauro Brasileiro em Educação Física e Esporte e, ao mesmo tempo, verificar a demanda de inscrições na lista. Como houve apenas uma inscrição na lista, decidimos convidar alguns participantes. Durante o período ativo da lista, que reuniu um total de 15 pessoas, o fluxo de informação gerado foi de 20 mensagens, enviadas por quatro participantes (os três coordenadores e o professor Leopoldo Gil Dulcio Vaz). Isto, 59
PEREIRA, Laércio Elias. O Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte. In MAIER, Jürgen (Editor). Conferencia Sobre Documentacion E Informacion Deportiva Em Latinoamerica,, I, Medellín – Colômbia, 04 a 07 de fevereiro de 1980. ANAIS... P. 191-193. 60 PEREIRA, Laércio Elias. Centro de estúdios y documentacion em Educacion Física, Deportes y Recreacion de Maranhão. In MAIER, Jürgen (Editor). Conferencia Sobre Documentacion E Informacion Deportiva Em Latinoamerica,, I, Medellín – Colômbia, 04 a 07 de fevereiro de 1980. ANAIS... p. 197-198. 61 SINDERMANN, Renate V. H. Documentacion e Informacion Del Deporte em El Brasil. In MAIER, Jürgen (Editor). Conferencia Sobre Documentacion E Informacion Deportiva Em Latinoamerica,, I, Medellín – Colômbia, 04 a 07 de fevereiro de 1980. ANAIS... p. 169-173. 62 BASTOS M., Maria Licia; LOECKEN, Manfred. Situação atual da documentação em ciência do desporto no Brasil. In MAIER, Jürgen (Editor). Conferencia Sobre Documentacion E Informacion Deportiva Em Latinoamerica,, I, Medellín – Colômbia, 04 a 07 de fevereiro de 1980. ANAIS... p. 177-182; 63 BASTOS M., Maria Licia. Documentação para ciência do desporto – um problema brasileiro. In MAIER, Jürgen (Editor). Conferencia Sobre Documentacion E Informacion Deportiva Em Latinoamerica,, I, Medellín – Colômbia, 04 a 07 de fevereiro de 1980. ANAIS... p. 185-187; MARQUES, Maria Lícia Bastos. Situação atual da informação desportiva na America Latina. Revista Brasileira De Ciências Do Esporte, 11(2): 123, jan. 1990. 64 GOMES, Hagar Espanha (Coord.). MANUAL DE ELABORAÇÃO DE TESAUROS MONOLÍNGÜES. Brasília: Programa nacional de Bibliotecas de Instituições de Ensino Superior, 1990.
decerto, nos levou a interromper a lista temporariamente e a repensar a melhor estratégia para disseminação do tema em âmbito nacional.65 Iniciativas Acadêmicas sobre o Tema Tesauro e Educação Física Em dezembro de 2008, foi realizada a oficina Tesauro em Educação Física e Esportes (MOURA, 2008), como parte do segundo Congresso Brasileiro de Informação e Documentação Esportiva (CONBIDE) 66. Ivone Job (2006) 67 e Job e Alvarenga (2008)68 procederam à análise de perfis de 16 professores e 1.171 citações de teses do Programa de Pós-graduação em Ciências do Movimento Humano (PPGCMH) da Escola de Educação Física (EsEF) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), defendidas nos anos de 2003 e 2004, com os objetivos de: detectar as características das fontes de informação utilizadas pelos doutores; contribuir para aos estudos epistemológicos do campo; caracterizar elementos textuais e explorar suas potencialidades, visando ao conhecimento do campo científico da educação física. Em 2009, durante o do II Encontro de Gestão da Informação e do Conhecimento em Acervos Esportivos no Estado de São Paulo foram apresentadas as palestras Tesauros internacionais existentes em Educação Física, por Rafael Guimarães Botelho e Critérios a considerar para a construção de tesauros e aplicação à área da Educação Física, por Cristina da Cruz de Oliveira. Não conseguimos acesso à esse material... Lazzarotti Filho, Silva, Cesaro, Antunes, Salles, Silva, Oliveira Leite (2010) 69 publicam “O termo práticas corporais na literatura científica brasileira e sua repercussão no campo da Educação Física” , buscando identificar os significados/sentidos com os quais o termo práticas corporais vem sendo utilizado na literatura acadêmica brasileira, mediante análise de conteúdo de 260 artigos e 17 teses/dissertações, capturados com o uso de palavras-chave em sistemas de busca e bases de dados. De acordo com Kroeff e Leoneti (2012) 70 ainda não existe no Brasil um tesauro que atenda a demanda de necessidades das Ciências do Esporte. Por meio de um estudo preliminar esses autores desenvolveram um Tesauro Brasileiro destinado às Ciências do Esporte, com as divisões do tesauro seguindo o estabelecido por Tubino (2011)71, Tubino e Garrido (2007, cap.16) 72 e Barbanti (2003)73 . O tesauro foi elaborado por meio do software livre TheW33, de autoria de Tim Craven. O Tesauro tem sua estrutura descrita em formato ALFA e TREE. O tesauro deverá ser disponibilizado eletronicamente, para consulta aos usuários, em versão on-line, disponível na World Wide Web (WWW). e dessa forma foi subdividido de acordo com a 65
CASTELANNI, Alexandre Moreno. Tesauro Agora é Tema na Comunidade Biblioteca. CEV/BIBLIOTECONOMIA E CIENCIA DA INFORMAÇÃO EM EF & ESPORTES. 02/07/2009. DISPONÍVEL EM HTTP://CEV.ORG.BR/COMUNIDADE/BIBLIOTECA/DEBATE/TESAURO-AGORA-TEMA-COMUNIDADE-BIBLIOTECA/ Ver também http://cev.org.br/comunidade/biblioteca/debate/arquivo/tema/tesauro 66 MOURA, Maria Aparecida. Tesauro em Educação Física e Esportes – Coord. Sibradid/ECI UFMG [Oficina]. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO ESPORTIVA, 2., 2008, Belo Horizonte. Programação… Belo Horizonte: UFMG, 2008. 67 JOB, Ivone. Educação física no PPGCMH/UFRGS : uma visão a partir da análise de citações e perfil dos pesquisadores. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Minas Gerais. Escola de Ciência da Informação. Programa de PósGraduação em Ciência da Informação. http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/7771?show=full, 2006 68 JOB, Ivone; ALVARENGA, Lídia. Citações presentes em teses e perfis de pesquisadores: fontes de indícios para se estudar a área da educação física. PERSPECT. CIÊNC. INF. vol.13 no.3 Belo Horizonte Sept./Dec. 2008. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-99362008000300010 69 Lazzarotti Filho, Ari, Silva, Ana Marcia, Cesaro Antunes, Priscilla de, Salles da Silva, Ana Paula, Oliveira Leite, Jaciara, O termo práticas corporais na literatura científica brasileira e sua repercussão no campo da Educação Física. MOVIMENTO [en linea] 2010, 16 (Enero-Marzo) : [Fecha de consulta: 4 de septiembre de 2017] Disponible en:<http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=115312527002> ISSN 0104-754X 70 KROEFF, Márcia Silveira; LEONETI, Fabiano Contart. ESTUDO PRELIMINAR DO TESAURO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DO ESPORTE. REVISTA ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis (Brasil) - ISSN 1414-0594, v. 17, n. 1 (2012). Disponível em https://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/825 71 TUBINO, Manoel José Gomes . EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE: DA TEORIA PEDAGÓGICA AO PRESSUPOSTO DO DIREITO. Disponível em: . Acesso em: 6 jul.2011. 72 ENCONTRO DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO EM ACERVOS ESPORTIVOS NO ESTADO DE SÃO PAULO, 2., 2009, São Paulo. Anais… São Paulo: Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação, 2009. Disponível em: <http://portal.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/esportes/servicos/biblioteca/0038>. 73 BARBANTI, V.J. DICIONÁRIO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE. 2.ed. Barueri, SP: Manole, 2003.
demarcação científica aceita internacionalmente, ou seja, as áreas estabelecidas por Herbert Haag e pelo International Council of Sport Science and Physical Education. Santos (2013) 74 apresenta TCC de graduação em Biblioteconomkia com o tema: Indexação sobre futebol: estudo de caso em Biblioteca Universitária, com o objetivo de diagnosticar o processo da indexação na Biblioteca Universitária da Universidade Federal de Santa Catarina (BU/UFSC), na área de esportes, para o termo ‘futebol’. A pesquisa foi fundamentada na literatura científica, referente aos princípios, as ferramentas e os métodos adotados na indexação da área da Biblioteconomia e Ciência da Informação. A pesquisa ainda, externa sobre o histórico, os aspectos sociais e a contribuição em publicação cientifica do futebol. Delgado (2016)75 disserta sobre o tratamento da informação em uma coleção particular de 55 jogos de Nintendo 64, objetivando levantar discussões sobre a representação da informação desses tipos de recursos eletrônicos, através dos fundamentos teóricos e práticos da representação temática e descritiva. Este trabalho foi dividido em duas etapas: a primeira tratou dos aspectos teóricos e práticos da representação descritiva, abordando os itens mais relevantes sobre descrição dos recursos eletrônicos, sob a perspectiva da AACR2 campos mais relevantes; a segunda, dos aspectos teóricos e práticos da representação temática da informação, sob a égide da indexação e da análise de assunto e respectivas etapas de processo, para definição dos seus escopos / categorias (gêneros e temas), tomando como base a linguagem desenvolvida e registrada em plataformas colaborativas (wiki's) no ciberespaço. Santos (2017) 76 analisa a preservação da memória dos clubes de futebol, a partir da construção de um repositório digital, levando-se em conta a aplicação da descrição arquivística e contando com a participação do torcedor do Esporte Clube Vitória, clube de Salvador-BA.
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SANTOS, Andrea dos. INDEXAÇÃO SOBRE FUTEBOL: ESTUDO DE CASO EM BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA. TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, Curso de Biblioteconomia. https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/103790 75 DELGADO, Vitor Rabelo. A representação da informação em games: um acervo particular de jogos de Nintendo 64. 2016. 94 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Faculdade de Biblioteconomia, Instituto de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2016. 76 SANTOS, Luciano Souza. Repositórios digitais na preservação da memória de clubes de futebol: a descrição arquivística na análise do Esporte Clube Vitória. Dissertações Mestrado Acadêmico (POSICI), UFBA, Instituto de Ciência da Informação - Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação. http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/21751
COURO DE SALIÊNCIA JOSÉ DE OLIVEIRA RAMOS Mão na bola ou bola na mão? Não. Não é tudo a mesma coisa. Muito menos é “uma questão de interpretação”, como procuram justificar aqueles que não aprenderam. Editado desde que a bola rola pelo chão e recebeu o nome de “foot-ball association”, o livro das 17 regras do futebol, de autoria do mestre Leopoldo Santana já dizia: 1 – Quando, na cobrança de um tiro direto ou indireto, estando na formação de uma barreira, a bola tocar nas mãos do defensor que esteja (ou não) compondo essa mesma barreira e as mãos estejam com a frente voltada para a genitália ou rosto desse defensor, caracterizando que a intenção é de proteção, o Árbitro mandará o jogo seguir; 2 – Na mesma situação, estando o defensor com a frente das mãos voltada para a bola, caracterizando que o jogador está esperando a bola em vez de tentar se defender, o Árbitro deverá marcar a infração intencional, e advertir o faltoso com cartão amarelo (e vermelho em seguida, se esse for o segundo da série). Infelizmente, o que se tem visto é o desconhecimento da Regra e a aplicação equivocada. É corriqueiro o fato da Arbitragem marcar infração (penal), até mesmo quando o defensor, de costas para o lance (e para a bola) essa vai de encontro ao seu braço – e ninguém venha querer dizer que, de costas para a bola, o defensor teve a intenção de cometer a infração. Da mesma forma, a Arbitragem tem dito com todas as letras para que vai a campo, quando, numa jogada aérea na grande área, o goleiro salta para agarrar a bola, e é chargeado na jogada por um companheiro do mesmo time, marcando falta. Falta de quem em quem, “cara pálida”? Você está é mal intencionado! Pois, mais parecendo uma partida de futebol com diferentes interpretações, tem sido essa “coisa” do entra-esai na Prefeitura Municipal de Bacabal. Afinal, as decisões são tomadas a partir de que e de quais leis? Por que as interpretações são tão diferentes – e em prejuízo único para o Município? Desde quando isso vem acontecendo, e vai até quando? (JOR).
SOBRE CULTURA POPULAR E MEMÓRIAS MARCO AURELIO HAIKEL A Cultura Popular faz parte do meu imaginário desde menino, quando pelas ruas de PindaréMirim, saia a brincar, sob os ritmos e batuques de bumba-bois e blocos tradicionais, cada qual no tempo devido, uns, durante os festejos juninos, outros, nos carnavais. Durante o São João os olhinhos das crianças ficavam acesos com tanta profusão de cores e arte em veludo. As mais belas e ricas vestes, entre os mais diversos batalhões, pois Pindaré, pela sua importância não ficava restrito aos bumbas locais, uma vez que para ali se dirigiam batalhões, os mais lindos e diversos, de Monção, Cajari, Viana, Penalva, cada qual, de um sem número de povoados e quilombos. A profusão não era somente de cores, mas tanto quanto, de ritmos!! Ecoava o sotaque da Baixada, ou, Pindaré. Não à toa, sua cantoria retumba mais forte dentro de mim, no que ressoa um canto melancólico e uma propensão para esse estilo. A minha avó materna, quando eu a escutar música ao seu lado, fossem ritmos nossos, ou psicodélicos do "Pink Floyd", dizia-me, Marquinho, meu neto, como podes tu ser um menino cheio de alegria e só gostar de músuca triste!? Tão belos e retumbantes eram os blocos carnavalescos - tradicionais - entre os quais, dois se destacavam, não sei se pela minha pequena esfera de atuação territorial, ou, se pela força e beleza de dois grandes, cujos nomes me fogem à memória, mas não os de seus líderes, autoridades que eram no que faziam, seus nomes perpassam o tempo, em Pindaré, um, "Seo" Pedro Bahia, o outro, "Seo" Euzamar. Rivais, mas não inimigos carreavam fãs, a acompanhá-los pelas ruas da cidade. Nós, as crianças, ainda não tomadas pelas paixões dos adultos queríamos apenas acompanhar aquelas batucadas encantadoras. Os blocos se distiguiam, também, pelas cores, o do primeiro mestre, amarelo e preto e; o do segundo, azul e branco, a percorrer as ruas do Pindaré. Os bumba-bois, com suas cores e fardamentos espetaculares, porque revestidos de milhares de milhares de canutilhos, miçangas e outros adereços característicos iluminavam os olhos dos infantes e tornavam os dos adultos, de crianças. Era lindo demais!!! Com as devidas ressalvas, até hoje é! A Bahia, estado de Graça. Terra que sempre me causou admiração, passei a ter amor e respeito, quando lá vivi quase três anos. Em Salvador morei na Pituba, Chapada do Rio Vermelho, Graça, Calafate/San Martins e Pernambués, enfim, residi na orla, favela e periferia e pude ver que seja onde for a gentr baiana é encantada com o que é seu. Porém, mesmos os baianos, pelo menos os que comigo vieram para aqui, bem como, os diversos mestres que aqui estiveram durante as diversas versões do "IÊ, CAMARÁ!", evento da Escola de Capoeira Angola do Laborarte, essa gente boa, tanto em pessoa, como em arte e batucada, o que muitas vezes fazem com que se "imaginem sozinhos no Universo", em termos de ritmos e batucadas, uma vez no Maranhão - ao virem no São João, ou, no Carnaval, passam a reverenciar e respeitar o Maranhão, por verem e sentirem nesta terra a força da Ancestralidade! O que mais dói em tudo isso é que com um manancial enorme, nenhuma universidade daqui tem uma faculdade de dança; ou incorre em respaldar esses artitas plásticos escondidos e invisíveis nos mais diversos bairros da periferia dos município da Ilha, bem como, dos municípios do interior do estado
COMO ‘GRAÇA-PEGA’ SE ENCANTOU NUMA MADRUGADA DE SEXTA-FEIRA FERNANDO BRAGA, in ‘Toda Prosa’ [contos], antologia de textos do autor.
A toda, descia a ladeira da Rua Jansen Müler em rumo à Praia do Caju, a carroça alvoroçada de ‘Graça-pega’, levando-o sentado em tábuas trespassadas, à frente, como um argonauta de miríficas criações. Vestido em calças de pano de saco e cosicadas, de pés descalços, a mostrar os dedos abertos cheios de frieiras daquelas que se coçam nos punhos da rede, nu da cintura para cima, a carregar aos ombros uma chibata de coro cru, com a qual açoitava impiedosamente o seu castanho burro, ferido ao lombo e de viseiras às fuças, quando não sopapeado pelo pescoção rude e certeiro do aloprado carreiro, que o fazia quando o pobre animal, por seu ânimo natural, emburrava, só mesmo não se esparramando ao chão por causa do refreio das argolas que o atrelavam ao carro. O sofrido animal de carga que puxava a carroça de ‘Graça-pega’ se parecia muito, no instinto, com aquele burrico do texto narrado pelo Conselheiro Aires, e contado por Machado de Assis no livro ‘Esaú e Jacó’, que em certa altura diz que “quando o velho diplomata ao vir os olhos redondos de um burro que puxava uma carroça a atrapalhar o trânsito na travessa São Francisco, no Rio de Janeiro, e neles uma expressão profunda de ironia e paciência, leu no animal este monólogo: “Anda patrão, atulha a carroça de carga para ganhar o capim de que me alimentas. Vive de pé no chão para comprar as minhas ferraduras. Nem por isso me impedirás que te chame um nome feio, mas eu não te chamo nada; ficas sendo sempre o meu querido patrão. Enquanto te esfalfas em ganhar a vida, eu vou pensando que o teu domínio não vale muito, uma vez que me não tiras a liberdade de teimar...” A bondade e a paciência do burro de ‘Graça-pega’, que nunca lhe dera um merecido coice, que nada exigia, mas que também tinha a liberdade de teimar era filosófica, igual ao do analisado pelo Conselheiro Aires, a suplantar, e muito, o que se chama de racional, trazido consigo pelo seu pusilânime dono, o carreiro. ‘Graça-pega’ era um negro quase azul, forte, alto e espadaúdo, bebedor de tiquira na quitanda de Nastier, no Beco dos Barqueiros, com uma quimba de cigarro apagada e grudada nos beiços grossos e, por vezes, para aliviar-lhe ‘a cabeça’, como dizia, guardada atrás da orelha, uma ‘beata’ de maconha, que em São Luis chamam carinhosamente de diamba, comprada na boca de fumo do ‘Nhágura’, conhecida figura que transitava pela Praça da Saudade a se aproveitar de incautos e detraquês e a vender pontos de tômbolas e bilhetes de rifas de objetos que não existiam, a desafiar, assim, os mais comezinhos princípios da traficância e do estelionato. Com as puxadas sufocantes da erva, os olhos de ‘Graça-pega’ ficavam mais vermelhos, a realçarem no branco das órbitas, como tochas de fogo, numa aparência com o ‘demo’, que só não se fazia perfeita por faltar-lhe o rabo a cair-lhe pela bunda abaixo, e os chifres a saírem-lhe das têmporas angulosas de sua cabeça grande que mais se parecia um coité. Justiça se lhe faça – diziam todos -, afora esses defeitos e hipertrofias, ‘Graça- Pega’ era o melhor carroceiro de toda São Luis, rápido e preciso nos horários, a correr pelas ruas da cidade, a gritar seu cognome em alto e bom tom, ‘Graaaaaaaça-peeeeeega’ não sei donde advindo, mas conhecido pelas crianças que o associavam, atemorizadas em horas de dormir, aquela sua estranheza com as entidades que habitavam os mangues dos Rios Anil e Bacanga, isso por conta de quem lhes passava o terrível imaginário. Foi assim que ‘Graça-pega’ passou a figurar nas sagas dos sortilégios, por inteira responsabilidade das amas secas que o invocavam para as crianças – depois das traquinagens do dia -, se retorcerem de medo em seus colos apaziguadores, a fazerem-nas dormir, sem trabalhos, aconchegados ao som fanhoso das escápulas das redes a balançar. Ao descer a ladeira da Jansen Müler, em rumo da Praia do Caju, itinerário costumeiro, a carroça puxada pelo castanho burro e assolada a toda por ‘Graça-pega’, acompanhava os trilhos dos bondes, para seguir, depois da Estação de trens, pela Beira-Mar, contornando as muralhas do Cais da Sagração, passando
pela Rampa de Palácio, bem perto do velho coreto, ponto de descanso de barqueiros, para, na mesma disposição desenfreada, virar à Rua do Trapiche e apear-se cheio de ‘mumunhas’ na Feira da Praia Grande. Ali, luzindo ao sol de ainda a pino, ‘Graça-pega’ recomeçava a sua luta – do meio dia para a tarde -, como falava grave e solene, transportando mercadorias dos armazéns de estivas e levando-as para os barcos ancorados nas praias do Desterro e Portinho, ou para ali mesmo na velha Rampa de Palácio, dependendo da maré como enfatizava, ao longo de seus conhecimentos adquiridos com práticos mareantes, os tarimbados canoeiros ‘Pedro Olhudo’ e ‘João Bolinha’, que em horas de folga na travessia de passageiros para a Ponta d’Areia, faziam ganhos como catraieiros, a transportarem mercadorias para as velhas dragas e alvarengas da capatazia, e destas, para os navios cargueiros, balouçantes no canal da Baia de São Marcos, para de ali, naqueles canais, conduzidos e amarrados pela pericia de Severino, o ‘Prático da Barra’, zarparem pra o mundo. No Largo Fran Paxeco, antigo Largo do Comércio, se posta a Feira da Praia Grande, antiga ‘Casa das Túlias’, construída nos albores dos bons lucros mercantis do século XIX, em cujo postigo de ferro do velho portão de entrada, lê-se o ano de 1874, hoje apenas dedicada ao mercado de secos e molhados, e espaço de gente das mais variadas gamas de comportamentos e aflições, uns, à procura de aconchegos, outros, brincantes de tragédias e fulias, mas também compradores, entre os turistas admiradores da variedade existente na Feira, e mais vadios, trabalhadores e transeuntes, a se perderem nos rebuliços contagiantes e nos pregões dos vendedores de peixes e camarões, expostos em largos cofos; tapiocas e farinha d’água em paneiros, à mostra; cachaças de diversos lugares do interior, mais tiquira do Munim, da boa, azulada para atarantar a idéia dos que gostam e para a cura de outros, como remédios; fumos de corda, doces típicos com fruta da terra, e guloseimas como bolos de fubá, manuês e mingau de milho, que em São Luis, por ser a mais lusíada das cidades brasileiras, não poderia fugir à condição de trocista por chamá-lo também de ‘chá de burro’; redes para um bom descanso, artesanadas ao bom gosto das rendeiras de São Bento, cidade que as melhor tecem em todo o Maranhão, e chamadas de ‘tapurama’, como bem trabalham o doce de leite e o queijo, que se bem parecem com aqueles portugueses da Serra da Estrela; recordações folclóricas da cidade e apetrechos para despachos de macumbas. Era ou continua assim esse palco de ação, divertimento e mercancia em que ‘Graça-pega’ vivia apressado da vida, arreliado com o burro, amigável com os companheiros, e generoso com as mulheres dos cortiços da redondeza, amorosas lobas adestradas ao ganho fácil. E sem o beneplácito da dúvida, ‘Graça-pega’ não tinha horas para trabalhar, mas obedecia, creio que por superstições e também por ossos do ofício, as enchentes e as vazantes das marés. Mas como tudo pode acontecer numa fresca madrugada, como diz Horácio, o tragediado habitante de Ratenas, aconteceu com ‘Graça-pega’ que às tantas, de uma sexta-feira, ao voltar para casa, no bairro do Goiabal, e sem assuntar para nada, encantou-se como em passe de mágica às visíveis consciências cumpridoras de penitências do fantasmagórico ‘Corso de dona Ana Jansen’ que naquele instante passava pela Rua do Passeio com o seu coche de ouro, justo naquele instante, puxado por cavalos também de ouro e sem cabeças, tendo às rédeas, escravos, os quais em vida foram mártires da matriarca perversa, a lampejar arrepios a quem tivesse olhos de vê-los naquela pantominia alegórica de horror; um outro escravo, cônscio de sua condição, o que em São Luis se chama apropriadamente de ‘visage’, batia, mais atrás, dolentemente, um pesado surdo, na cadência barulhenta das correntes que se arrastavam pelo chão de paralelepípedos... O som de percussão se fazia cada vez mais próximo, como também mais próximo estava o barulho das correntes. Não sei ao certo, só sei que ainda meio atordoado e sonso de sono, levantei-me para fechar a janela do meu quarto que dava para a rua deserta por onde entrava um forte vento de chuva a levar em rodopios as pesadas folhas caídas das velhas amendoeiras do ‘Campo do Luso’, quando deparei com um bizarro moleque da Ingazeira, do outro lado, escorado ao poste de ferro da iluminação pública, a batucar com o oco das mãos um ritmo sonolento de bongô...
MACHADO DE ASSIS, JOÃO DO RIO, OLAVO BILAC E OS NOVOS PADRÕES CORPORAIS NO RIO DE JANEIRO DA TRANSIÇÃO DOS SÉCULOS XIX E XX VICTOR ANDRADE DE MELO Março de 1871 (no tempo da ficção, já que a obra foi escrita nos anos finais do século XIX). Bentinho e Capitu uma vez mais deixam sua casa na Glória para jantar na residência de Escobar e Sancha, na Praia do Flamengo. Em certo momento da noite, na janela a ouvir o barulho do mar em ressaca (como os olhos de Capitu, conforme sugeria o protagonista), perdido em pensamentos, Bentinho percebe o amigo se aproximar: – O mar amanhã está de desafiar a gente, disse-me a voz de Escobar, ao pé de mim. – Você entra no mar amanhã? – Tenho entrado com mares maiores, muito maiores. Você não imagina o que é um bom mar em hora bravia. É preciso nadar bem, como eu, e ter estes pulmões disse ele batendo no peito, e estes braços; apalpa. .
Banhistas na Praia do Flamengo/década de 1910 . Bentinho assume que, a princípio, em Sancha lembrou quando apalpou o braço de Escobar. Todavia, logo uma sensação constrangedora lhe acometeu: “achei-os mais grossos e fortes que os meus, e tive-lhes inveja; acresce que sabiam nadar”. No retorno à Glória, inebriado pelo forte ruído do oceano, Bentinho se dá conta do incômodo que lhe causava a figura de Escobar, materializado numa fotografia que possuía em casa. Entre tantas leituras possíveis, podemos ver em Dom Casmurro um embate entre modelos de masculinidade. Machado de Assis, na composição de seu personagem “másculo”, o destaca, entre outras características, pela compleição muscular e pelo hábito de praticar um esporte. O comerciante e empreendedor Escobar enfrenta mares bravios com seus bons pulmões e braços fortes. Morre não por covardia, mas sim por ousadia. Bentinho, ao contrário, toma ciência de sua fraqueza e inveja o amigo: sabese débil em muitos sentidos. Podemos também considerar que se trata de uma dramatização de um embate entre o homem da tradição bacharelesca, que só se dedica às coisas da “mente” e do “espírito”, e o novo burguês, que expressa com seu corpo os comportamentos e posturas que marcam uma personalidade disposta a aceitar desafios. Enfrentar o oceano com seus próprios braços é um sinal definidor do perfil desse homem. .
Remadores na Praia do Flamengo/Década de 1920 . O que bem capta Machado de Assis são as mudanças de perfil e de padrão de exposição corporal na cena fluminense das últimas décadas do século XIX, tão bem definidas por João do Rio alguns anos mais tarde. No início do século XX, ele sugeriu que “Fazer esporte há 20 anos ainda era para o Rio uma extravagância. As mães punham as mãos na cabeça, quando um dos meninos arranjava um altere. Estava perdido. Rapaz sem um pincenez, sem discutir literatura dos outros, sem cursar as academias – era um homem estragado”. A contrário disso, na virada de centúrias, segundo seu olhar, Rapazes discutiam “muque” em toda parte. Pela cidade, jovens, outrora raquíticos e balofos, ostentavam largos peitorais e a cinta fina e a perna nervosa e a musculatura herculeana dos braços. Era o delírio do rowing, era a paixão dos esportes. Os dias de regatas tornavam-se acontecimentos urbanos. .
Regata na Enseada de Botafogo/1ª década do século XX . Não que o esporte fosse uma novidade na cidade. Desde a primeira metade do século XIX, diversas modalidades já vinham se estruturando, em conjunto com outras práticas corporais (ginástica, dança, patinação), expressões da valorização crescente de uma vida pública, materializada, inclusive, pela conformação progressiva de um mercado ao redor dos entretenimentos. Naquela transição de séculos, contudo, no quadro de um Rio de Janeiro em mudanças, no qual se percebe ainda maior adesão ao ideário e imaginário da modernidade, bem como fortalecimento das relações com parâmetros simbólicos do continente europeu, as atividades físicas deixaram de ser uma exceção,
venceram resistências culturais e, incorporando preocupações com a saúde e higiene, tornaram-se valorizadas por um significativo estrato da população, consideradas mesmo como um modelo de um novo padrão de vida que deveria se desejar para que o país pudesse progredir. .
Remadores do Clube Boqueirão do Passeio . Os homens, como bem observa Luiz Edmundo, “já começam a mostrar corpos rijos e bem desenhados de músculos, muito orgulhosos de suas linhas, exibindo-se em calções, mas dos longos, dos que vão abaixo da linha do joelho” (1957, p. 840). Os remadores se tornam um exemplo. .
Remadores do Vasco da Gama . O remo era representado como o esporte do “exercício physico”, termo-chave sempre usado pelos que defendiam e propagavam os benefícios dessa prática. Era encarado como o esporte da saúde; do desafio, contra o outro e contra o mar, que educa o músculo e a moral. Seria supostamente uma prática adequada para forjar uma juventude altiva, forte e com “liberdade de espírito” suficiente para conduzir a nação ao progresso necessário. Olavo Bilac, ardoroso defensor do progresso e da modernização do país, celebrava: Essa geração, que está se educando no mar, face a face com o perigo, criando a energia muscular e energia moral, já é mais bela, mais forte, mais nobre do que a minha. Os adolescentes de hoje já não são como os de ontem, magros e tristes, macambúzios e histéricos, criados entre o rigor do carrancismo paterno e a brutalidade dos mestres boçais, entre sustos e palmadas, sem exercício físico e sem liberdade de espírito (…) os meninos de hoje já são bravos como homens.
Assim, sempre que se falava dos atletas de remo, procurava-se destacar suas formas físicas, sua vigorosidade, sua “saúde”. O remador campeão brasileiro de 1903 era apresentado física e moralmente como uma figura próxima da perfeição: “Arthur Amendoa, é de estatura mediana, moreno, bela estatura, bela complexão de atleta, bastante musculoso, dotado de muito bom gênio e no trato é cortes; excelente companheiro e amigo leal”. As fotos de remadores exibem para o grande público a nova formação corporal que melhor expressava o que se esperava dos novos tempos. .
Remadores do Clube de Regatas Gragoatá . Para mais informações MELO, Victor Andrade de Melo. Cidade sportiva. Rio de Janeiro: Relume Dumará/Faperj, 2001. MELO, Victor Andrade de Melo. Corpos, bicicletas e automóveis: outros esportes na transição dos séculos XIX e XX. In: PRIORE, Mary del, MELO, Victor Andrade de (org.). História do esporte no Brasil: do Império aos dias atuais. São Paulo: Editora Unesp, 2009. p. 70-106. MELO, Victor Andrade de Melo. O corpo esportivo nas searas tupiniquins – um panorama histórico. In: PRIORE, Mary del, AMANTINO, Marcia. (orgs.). História do corpo no Brasil. São Paulo: Editora da Unesp, 2011. p. 123-145. MELO, Victor Andrade de Melo. Novas performances masculinas: o esporte, a ginástica, a educação física (século XIX). In: PRIORE, Mary del, AMANTINO, Marcia (orgs.). História dos homens no Brasil. São Paulo: Editora da Unesp, 2013. p. 119-152.
NA(S) ACADEMIA(S) – LITERATURA LUDOVICENSE/ MARANHENSE ESTA SESSÃO É DESTINADA AOS ARTIGOS SOBRE LITERATURA LUDOVICENSE/MARANHENSE, E O REGISTRO DE SUA MEMÓRIA
PERDE O MARANHÃO UM DOS GRANDES POETAS BRASILEIROS DA GERAÇÃO DE 45 FERNANDO BRAGA
Faleceu na noite passada, 3 de novembro de 2017, em São Luis do Maranhão, depois de longa enfermidade, o poeta Manoel de Jesus Lopes, nascido em Dom Pedro, Maranhão, a 2 de outubro de 1929 e criado em Pedreiras-MA, onde fez seus estudos iniciais. Cursou Humanidades no Seminário de Santo Antonio, em São Luis; Era Bacharel em Letras Clássicas pela Universidade Federal do Ceará. Jornalista iniciou-se em ‘O Combate’, Trabalhou. depois no ‘Jornal do Povo’, do Dia e no Diário da Manhã, onde, além de responsabilidades editoriais e de secretaria, coordenou páginas e suplementos literários. Lecionou Português e Latim em vários estabelecimentos de ensino de São Luís, e foi vice diretor do Ginásio Codoense. Diretor do Sindicato dos jornalistas profissionais de São Luis; Diretor de Relações Públicas da Secretaria de Agricultura; Diretor da Comissão de Planejamento Econômico do Estado. Em 1962 mudou-se para Recife , onde passou a compor o quadro de técnicos da Sudene, órgão em que desempenhou diversas atividades nos setores de cooperativismo, recuros humanos, organização agrária e artesanato. Como bolsista da OEA, fez, em 1964, curso de especialização em cooperativismo e colonização no Centro de Estudos Cooperativos y Laborales de Telaviv, Israel. Participou sob o patrocínio do Ministério do Interior, na Cepal e em outros órgãos, de cursos e treinamentos ligados a problemas de desenvolvimento regional. Retornou São Luis em 1975. Posto, pela Sudene, à disposição da Universidade Federal do Maranhão, exerceu as funções de Assessor Especial e Coordenador do Programa de Interiorização dessa Instituição de ensino superior. Após aposentar-se como Técnico da Sudene, chefiou o Gabinete do Reitor da Universidade Estadual do Maranhão. É membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; agraciado com a Medalha do Mérito Timbira. Publicou, também, por algum tempo, uma crônica semanal na seção Sacada, de O Imparcial. Bibliografia: Poesia: Voz no silêncio, 1953 [prêmio José Albano, da Prefeitura de Fortaleza]; Poemas de agosto, São Luis, 1955; Um homem à beira do rio, São Luis, 1961 [Prêmio Sousândrade, de 1957]; Ofício no escuro, São Luis, 1977 [Prêmio Gonçalves Dias] Campo-ilha-urbs ou canto puro, com muito amor, para São Luis do Maranhão, 1977 [Prêmio Gonçalves Dias, 1967]; Canção itinerária, São Luis, edições da AML, 1989; Esses livros, acrescidos de O breviário de Laila ou A reinvenção na tarde, 2001, foram reunidos no volume O verbo contido; Poesias até aqui, São Paulo: Siciliano, 2002 [Coleção Maranhão Sempre].
Trabalhos técnicos: Política para o desenvolvimento do cooperativismo no Nordeste, Recife/Sudene, 1966/70; Estimativa da oferta de emprego pelos projetos governamentais para o Nordeste, Recife/Sudene, 1975. Manuel Lopes é co-autor, com Mário Meireles e José Chagas, de São Luis com ’S’, AML/UFMA, 1984; e autor do Breve histórico do Palácio de La Ravardière, São Luis, 1987 [Ed. Comemorativa dos 375 anos da fundação da Cidade de São Luis]. Ocupava a Cadeira nº 18 da Academia Maranhense de Letras, patroneada por Joaquim de Sousa Andrade – Sousândrade, fundada por Clodoaldo de Freitas, tendo como antecessor, Astolfo Serra. Manuel Lopes foi eleito em 26.7.78 e recebido em 13.11.78 pelo acadêmico e jurista Carlos Alberto Madeira Mais pobre ficou o nosso Maranhão com a morte de Manuel Lopes, um brilhante homem de letras e um divinizado na arte de ser humano... Morreu em 3 de novembro, no mesmo dia da morte de António Gonçalves Dias, o ‘Poeta da Raça’. ________________ Fonte: ‘Perfis Acadêmicos, 5ª edição, pesquisa, organização e textos de JOMAR MORAES, Edições AML, 2014.
POR QUE SÃO LUÍS, NO MARANHÃO, É A ‘JAMAICA BRASILEIRA’? HTTPS://WWW.FACEBOOK.COM/ENQUANTOISSONOMARANHAO/?HC_REF=ARRRY3CC154RKICEW9C9S4W4EFRPWW_7DCPXLR GZIG6LNL69DJFJHGQVWFL2UQM2JUU
Há várias teorias sobre como o estilo chegou ao Maranhão. Uma das mais difundidas é a de que foi atravé de ondas de rádio do Caribe na década de 1970, que traziam também outros ritmos, como calipso e zouk. “Várias pessoas na faixa de 50 e 60 anos contam que ouviam música jamaicana na rádio mesmo quando nem sabiam o que era reggae”, afirma a jornalista e antropóloga Karla Freire, autora do livro “Onde o Reggae é a Lei”, lançado em 2012. Em sua tese de doutorado “Jamaica Brasileira: a política do Reggae em São Luís, Brasil, 1968-2010”, pela Universidade de Pittsburgh, o historiador Kavin Paulraj escreve que ritmos caribenhos chegaram ainda antes na cidade, entre as décadas de 1950 e 1960. “Apesar de sua exclusão dos salões de dança da alta sociedade, os setores populares de São Luís podiam igualmente ouvir a boleros de sucesso nas rádios AM. E eles rapidamente encontraram outras fontes de música caribenha graças à proximidade geográfica. Apesar de serem difíceis de verificar, há muitos relatos de entusiastas de ondas-curtas do Maranhão e do Pará captando sinais caribenhos de rádio.” Também foi importante para essa importação de ritmos a atuação de marinheiros, especialmente contrabandistas de café brasileiro para as Guianas. Enquanto as rotas por terra até a isolada ilha de São Luís eram traiçoeiras, o tráfego por navio era relativamente simples. Era comum que embarcações vindo ou partindo do Suriname e da Guiana Francesa aportassem em Belém e São Luís. Além de contrabando, os marinheiros também traziam música, lembra Paulraj. Em sua tese, ele argumenta que essas primeiras trocas foram importantes para criar um público ávido por música caribenha que depois solidificaria a preferência pelo reggae. A partir do golpe de 1964, essas rotas entre São Luís e o Caribe foram fortemente combatidas, e o consumo da música caribenha passou a depender mais das ondas de rádio e dos discos de produção nacional. Na década de 1970, o reggae começou a ser difundido em festas. Inicialmente, o ritmo era tocado no final de uma sequência de ritmos agitados como forró, lambada, merengue e salsa, com o intuito de “desacelerar” o público. Em sua tese de doutorado, Paulraj afirma que os discos de reggae tinham o status de raridade, o que ajudou a alavancar os promotores de festas do final da década de 1970, que podiam vender aquele som como um produto exclusivo. Foi nesse contexto que se formou a chamada “massa regueira”, o imenso público de reggae difundido pela periferia de São Luís. A partir da décadas de 1980, programas de rádio e televisão dedicados ao reggae já ajudavam a difundir o ritmo. Na década de 1990, eram mais de oitenta salões e clubes de reggae pela cidade. (Jornal Nexo) Leopoldo Gil Dulcio Vaz Em sua tese de doutorado “Jamaica Brasileira: a política do Reggae em São Luís, Brasil, 19682010”, pela Universidade de Pittsburgh, o historiador Kavin Paulraj escreve que ritmos caribenhos chegaram ainda antes na cidade, entre as décadas de 1950 e 1960.
Co-orientei essa tese, a pedido de meu amigo John Freccione, do Centro de Estudos Latinoamericano da Universidade de Pittsburgh, o Tarcisio Selektah também contribuiu... CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO MARANHÃO CARTA DE APRESENTAÇÃO
Eu, LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ, Licenciado em Educação Física; Mestre em Ciência da Informação; pesquisadorassociado do projeto “Atlas do Esporte do Brasil” (www.atlasesportebrasil.org.br); sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão – IHGM -, cadeira no. 40; Professor de Ensino de 1º. E 2º. Graus, Classe Especial, do quadro permanente do Ministério da Educação, lotado no CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO MARANHÃO/Diretoria de Ensino-Departamento Acadêmico de Ciências da Saúde (www.cefet-ma.br), na cidade de São Luís, Estado do Maranhão, Brasil, DECLARO que conheço KAVIN DAYANANDAN PAULRAJ, aluno do Doutorado da Universidade de Pittsburgh, a mim recomendado pelo meu correspondente do Centro de Estudos LatinoAmericanos, Prof. Dr. John Frechione, daquela Universidade americana. Declaro que tenho conhecimento de seu trabalho de pesquisa sobre a Cultura maranhense, que tem como tema o ‘reggae’, e sua história/memória no Maranhão e no Brasil, objeto de sua tese de doutoramento. Declaro ainda que, por recomendação do Prof. Dr. John Frechione, atuarei como facilitador das pesquisas sobre a História do Maranhão, cultura maranhense, e acesso à bibliografia disponível, durante o período de 2009 a 2010. Informo que o trabalho desenvolvido pelo referido Doutorando é de suma importância para a história/memória desse aspecto da cultura e da história maranhense, vindo contribuir para o resgate da identidade e do modo de vida do povo maranhense. São Luis, Maranhão-Brasil, 15 de agosto de 2008 LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Professor do CEFET-MA/DCS Sócio Efetivo do IHGM
AINDA UMA VEZ MAIS - MARIA FIRMINA DOS REIS E O ERRO DE SEU RETRATO LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Academia Ludovicense de Letras Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão Novamente, em nossa imprensa – O IMPARCIAL edição de 20 de novembro, em reportagem assinada por Patricia Cunha com o título “Poesia inédita de Maria Firmina dos Reis” - referindo-se à pesquisa do Professor Luiz de Mello, que a encontrou em reportagem de O Federalista, edição de 19/05/1903 – o retrato estampado NÃO É DE MARIA FIRMINA DOS REIS!!!
Suposto retrato de Maria Firmina dos Reis, publicado por O Imparcial
Já chamamos a atenção de nossa Imprensa para esse fato, toda vez que sai matéria abordando a primeira escritora brasileira, de que houve um equivoco na divulgação de seu “retrato falado”. Já dizia eu, acerca de
reportagem neste mesmo periódico, ante a proximidade da Feira de Livro de São Luis 2017, que a teria como Patrona: “O que quero chamar atenção – em especial à quem vai escrever, nos próximos meses, em especial reportagens de cunho jurnalístico-informativo – como recente reportagem na imprensa local – em que é estampada uma gravura como se de Maria Firmina o fosse...” Tem sido comum essa confusão. A foto – retrato – estampada é de uma poetisa gaucha... Foi publicada aqui, como sendo de Maria Firmina, encontrada na tese de doutorado da Profª. Algemira de Macedo Mendes, professora da Universidade Estadual do Piauí. O título da tese é “Maria Firmina dos Reis e Amélia Beviláqua na História da Literatura Brasileira77. Nesse trabalho consta esse retrato atribuído a Maria Firmina com a seguinte legenda abaixo da foto: “Um dos poucos registros de Maria Firmina, encontrado na Biblioteca Pública de São Luís-MA”. O artista plástico Rogério Martins – induzido ao erro - pintou o quadro da escritora gaúcha Maria Benedita Borman, conhecida pelo pseudônimo de “Délia”, como se fosse da romancista Maria Firmina dos Reis. O quadro encontra-se atualmente na Câmara Municipal. O bico-de-pena da página 193 do livro “Mulheres Illustres do Brazil”, de 1899, revela o rosto da escritora Maria Benedita Borman, que escrevia sob o pseudônimo “Délia”, e não da escritora Maria Firmina dos Reis. Reeditado no ano de 1996, pela Editora Mulheres, com sede em Florianópolis-SC, onde se encontra, na página 193, o bico-de-pena com o rosto da escritora Maria Benedita Borman, e que postamos aqui. Observa-se que é o mesmo utilizado pelo artista plástico em sua obra, que se encontra em exposição na Câmara Municipal - site onde também se pode confirmar o mesmo bico-de-pena com o rosto de Maria Benedita Borman, utilizado pelo pintor na sua Obra 78
A palavra “Délia”, na página do lado direito, abaixo do bico-de-pena, revela o pseudônimo da escritora gaúcha Maria Benedita Borman.
O escritor Nascimento Moraes, pesquisador que descobriu Maria Firmina na Biblioteca Benedito Leite, no início da década de 1970, afirmava que não foi encontrada nenhuma foto dela. Ele morreu em fevereiro de 2009 e até essa data aqui em São Luís não houve nenhuma divulgação em jornais da descoberta da fotografia de Maria Firmina. O busto da escritora Maria Firmina dos Reis, de autoria do escultor maranhense Flory Gama, foi esculpido a partir das informações prestadas por vimarenses que conviveram com a mestra-régia, como dona Nhazinha Goulart, criada pela romancista na residência da Praça Luís Domingues, e por dona Eurídice Barbosa, procedente da Fazenda Nazaré, que foi aluna de Maria Firmina na Escola Mista de Maçaricó. O busto foi colocado no ano de 1975 na Praça do Panteon, em frente à Biblioteca Pública Benedito Leite, na Capital junto a outros 17 intelectuais maranhenses. Posteriormente, os 18 bustos do Panteon Maranhense foram transferidos para os jardins do Museu Histórico e Artístico do Maranhão, localizado na Rua do Sol, em São Luís, onde se encontram até hoje 77 78
Disponível em ” www.fapepi.pi.gov.br Disponível em :www.normatelles.com.br/coleção_rosas_de_leitura.html
Com base nessas descrições, e no busto conhecido, a Academia Ludovicense de Letras mandou elaborar um selo comemorativo aos 190 anos de nascimento da ilustre ludovicense, pelo artista gráfico Gustavo Ferreira:
Abaixo, outro retrato falado de Maria Firmina, elaborado pelo artista plástico Tony Alves79
Para a Academia Ludovicense de Letras, estes são o ‘retrato’ oficial da escritora: o do selo comemorativo, e o do retratista Tony Alves. Além do busto idealizado
por Flory Gama... e outro, mandado confeccionar, a pedido da ALL, pela Secretaria de Educação do Estado, pela artista plástica Marlene barr4os, que será colocado na Praça Maria Firmina dos Reis, recém inaugurada, ali na Camboa...
Também queremos chamar atenção para a data de nascimento de Maria Firmina dos Reis – 11 de março de 1825, sendo seu pai João Pedro Esteves, de cor negra, e sua mãe, Leonor Felipa dos Reis, que não era branca (mulata), apesar da origem portuguesa, conforme publicado em 11 de novembro de 2017, em reportagem de Samartony Martins, no mesmo Imparcial, e em outros matutinos de nossa cidade.