MARANHHAY REVISTA LAZERENTA (REVISTA DO LÉO) EDITADA POR
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Prefixo Editorial 917536
NUMERO 29 – FEVEREIRO 2020 SÃO LUIS – MARANHÃO
A
presente obra está sendo publicada sob a forma de coletânea de textos fornecidos voluntariamente por seus autores, com as devidas revisões de forma e conteúdo. Estas colaborações são de exclusiva responsabilidade dos autores sem compensação financeira, mas mantendo seus direitos autorais, segundo a legislação em vigor.
EXPEDIENTE MARANHAY REVISTA LAZERENTA Revista eletrônica EDITOR Leopoldo Gil Dulcio Vaz Prefixo Editorial 917536 vazleopoldo@hotmail.com Rua Titânia, 88 – Recanto de Vinhais 65070-580 – São Luis – Maranhão (98) 3236-2076
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Nasceu em Curitiba-Pr. Licenciado em Educação Física (EEFDPR, 1975), Especialista em Metodologia do Ensino (Convênio UFPR/UFMA/FEI, 1978), Especialista em Lazer e Recreação (UFMA, 1986), Mestre em Ciência da Informação (UFMG, 1993). Professor de Educação Física do IF-MA (1979/2008, aposentado); Titular da UEMA (1977/89; Substituto 2012/13), Convidado, da UFMA (Curso de Turismo). Exerceu várias funções no IF-MA, desde coordenador de área até Pró-Reitor de Ensino; e Pró-Reitor de Pesquisa e Extensão; Pesquisador Associado do Atlas do Esporte no Brasil; Diretor da ONG CEV; tem 14 livros e capítulos de livros publicados, e mais de 320 artigos em revistas dedicadas (Brasil e exterior), e em jornais; Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Membro Fundador da Academia Ludovicense de Letras; Sócio-correspondwntw da UBE-RJ; Premio “Antonio Lopes de Pesquisa Histórica”, do Concurso Cidade de São Luis (1995); a Comenda Gonçalves Dias, do IHGM (2012); Premio da International Writers e Artists Association (USA) pelo livro “Mil Poemas para Gonçalves Dias” (2015); Premio Zora Seljan pelo livro “Sobre Maria Firmina dos Reis” – Biografia, (2016), da União Brasileira de Escritores – RJ; Foi editor das seguintes revista: “Nova Atenas, de Educação Tecnológica”, do IF-MA, eletrônica; Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, edições 29 a 43, versão eletrônica; editor da “ALL em Revista”, eletrônica, da Academia Ludovicense de Letras. Condutor da Tocha Olímpica – Olimpíada Rio 2016, na cidade de São Luis-Ma.
REVISTA DO LÉO NÚMEROS PUBLICADOS
VOLUME 1 – OUTUBRO DE 2017 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_1_-_outubro_2017 VOLUME 2 – NOVEMBRO DE 2017 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_2_-_novembro_2017 VOLUME 3 – DEZEMBRO DE 2017 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_3_-_dezembro_2017 VOLUME 4 – JANEIRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_4_-_janeiro_2018 VOLUME 5 – FEVEREIRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_5_-_fevereiro_2018h VOLUME 6 – MARÇO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_6_-_mar__o_2018 VOLUME 6.1 – EDIÇÃO ESPECIAL – MARÇO 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_especial__faculdade_ VOLUME 7 – ABRIL DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_7_-_abril_2018 VOLUME 8 – MAIO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_8_-_maio__2018 VOLUME 8.1 – EDIÇÃO ESPECIAL – FRAN PAXECO: VIDA E OBRA – MAIO 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_8.1_-__especial__fra VOLUME 9 – JUNHO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_9_-_junho_2018__2_ VOLUME 10 – JULHO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_10_-_julho_2018 VOLUME 11 – AGOSTO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_11_-_agosto_2018 VOLUME 12 – SETEMBRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_12_-_setembro_2018 VOLUME 13 – OUTUBRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_13_-_outubro_2018 VOLUME 14 – NOVEMBRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_l_o_-_numero_14_-_novemb VOLUME 15 – DEZEMBRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revisdta_do_l_o_15_-_dezembro_de_20? VOLUME 15.1 – DEZEMBRO DE 2018 – ÍNDICE DA REVISTA DO LEO 2017-2018 https://issuu.com/…/docs/3ndice_da_revista_do_leo_-_2017-201 VOLUME 16 – JANEIRO DE 2019 https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__16_-_janeiro_2019
VOLUME 16.1 – JANEIRO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: PESCA NO MARANHÃO https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__16_1__-_janeiro__20 VOLUME 17 – FEVEREIRO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_17_-_fevereiro__2019 VOLUME 18 – MARÇO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__18_-_mar_o_2019 VOLUME 19 – ABRIL DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__19-_abril_2019 VOLUME 20 – MAIO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__20-_maio_2019 VOLUME 20.1 - MAIO 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL – FRAN PAXECO E A QUESTÃO DO ACRE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__20.1_-_maio_2019_-_ VOLUME 21 – JUNHO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__21-_junho_2019 VOLUME 22 – JULHO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__22-_julho_2019 VOLUME 22.1 – JULHO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: CAPOEIRAGEM TRADICIONAL MARANHENSE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__22-_julho_2019_-_ed VOLUME 23 – AGOSTO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__23-_agosto_2019 VOLUME 23.1 – AGOSTO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: AINDA SOBRE A CAPOEIRAGEM MARANHENSE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__23.1-_agosto_2019_VOLUME 24 – SETEMBRO DE 2019 – LAERCIO ELIAS PEREIRA https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__24_-_setembro__2019_-_edi__o_espec VOLUME 24.1 – SETEMBRO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: IGNÁCIO XAVIER DE CARVALHO: RECORTES E MEMORIA https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__24_-_setembro__2019_-_edi__o_espec VOLUME 25 –OUTUBRO DE 2019 – https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__25_-_outubro__2019 VOLUME 26 –NOVEMBRO DE 2019 – https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__26_-_novembro__2019 VOLUME 27 – DEZEMBRO DE 2019 –
https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__27_-_dezembro___2019 VOLUME 27.1 – DEZEMBRO DE 2019 – suplemento – OS OCUPANTES DA CADEIRA 40 DO IHGM
https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__27.1_-_dezembro___2019 VOLUME 30 – edição 6.1, de março de 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_especial__faculdade_ VOLUME 31 – edição 8.1, de maio de 2018 EDIÇÃO ESPECIAL – FRAN PAXECO: VIDA E OBRA – MAIO 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_8.1_-__especial__fra VOLUME 32 – edição 15.1, de dezembro de 2018 ÍNDICE DA REVISTA DO LEO 2017-2018 https://issuu.com/…/docs/4ndice_da_revista_do_leo_-_2017-201 VOLUME 33 – edição 16.1, de janeiro de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: PESCA NO MARANHÃO https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__16_1__-_janeiro__20
VOLUME 34 - edição 20.1, de maio de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL – FRAN PAXECO E A QUESTÃO DO ACRE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__20.1_-_maio_2019_-_ VOLUME 35 – edição 22.1, de julho de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: CAPOEIRAGEM TRADICIONAL MARANHENSE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__22-_julho_2019_-_ed VOLUME 36 – edição 23.1, de agoto de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: AINDA SOBRE A CAPOEIRAGEM MARANHENSE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__23.1-_agosto_2019_VOLUME 37 – edição 24.1, de setembrp de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: IGNÁCIO XAVIER DE CARVALHO: RECORTES E MEMORIA https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__24_-_setembro__2019_-_edi__o_espec
MARANHAY – REVISTA LAZERENTA – 2020 VOLUME 28 – JANEIRO 2020 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_maranhay__28_-_janeiro____2020b VOLUME 29 – FEVEREIRO 2020
A PARTIR DESTE NÚMERO, CORRIDA A NUMERAÇÃO, COM SEQUENCIAL, DOS SUPLEMENTOS E EDIÇÕES ESPECIAIS:
VOLUME 38 – FEVEREIRO DE 2020 – EDIÇÃO ESPECIAL – PRESENÇA AÇOREANA NO MARANHÃO https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_maranhay__39-_fevereiro___2020 VOLUME 39 – MARÇO 2020
EDITORIAL
A “MARANHAY – REVISTA LAZERENTA” é sucessora da “REVISTA DO LÉO”, e continua em seu formato eletrônico, disponibilizada através da plataforma ISSUU – https://issuu.com/home/publisher. A mudança de nome deve-se à mudança do objeto. Antes, dedicada à Educação Física, Esporte e Lazer no/do Maranhão, em seu resgate de memória, e, ainda, à literatura ludovicense, agora dedicada ao Lazer: Esporte Cultura. Preferentemente, ao que ocorre no Maranhão... De ora em diante, aberta à contribuições, com variações sobre os temas: Lazerentos & Lazeirices; Esporte & Educação Física; História(s) do Maranhão; e crônicas, opiniões, comentários... alguns ‘colunistas’ fixos, outros esporádicos, sem tratar de temas áridos como do dirito ou economia – exceto quando pertinentes aos esportes, lazer, cultura... Espera-se mesmo a contribuição dos lazerentos, dos esportistas, dos comentaristas, dos cronistas... Quando da “Revista do Léo”, tinha por objetivo o resgate dos quase dez anos de contribuição no Blog Esportes, so sistema Mirante: G1/Esporte/Mirante... e das publicações nas revistas do IHGM e da Academia Ludovicence de letras, assim como os capítulos do Atlas do Esporte no Maranhão. Foram mais de 320 artigos (papers) publicados... Terminado parte desse registro, pois muita coisa se perdeu, continuo com a edição de uma revista dedicada aos temas do Maranhão, em especial, dentro de minhas áreas de interesse: Esportes e Literatura ludovicense/maranhense, haja vista pertencer ao IHGM e à ALL... Escrevo para apreder! Muito do que coloco no papel não é inédito, pois fruto de leituras de um determinado tema do momento, para sua melhor compreensão. Inédito é a abordagem, já que me valho de trabalhos acadêmicos, publicações, comentários, noticias de jornais – em especial os mais antigos, desde os anos 1800, disponíveis na Hemeroteca de Biblioteca Nacional. Resolvi adequar a numeração da Revista, em razão de publicação de suplementos de alguns números, e a publicação de números especiais. Assim, dos oito números suplementares, renumerei, e pulei para o numero 38, edição especial de fevereiro 2020, e a presente, que recebe o numero 29...
Basta uma provocação...
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ
EDITOR
SUMÁRIO 2 6 7 9
EXPEDIENTE EDITORIAL SUMÁRIO
LAZERICES/LAZERENTOS LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ PERNAS PARA O AR, QUE NINGUÉM É DE FERRO EUCLIDES MOREIRA NETO A QUESTÃO DA CRISE CARNAVALESCA LOCAL: O TOSTÃO X O MILHÃO EUCLIDES MOREIRA NETO HÁ ALGO ESTRANHO NO CAMPO DA CULTURA POPULAR EM NOSSA TERRA MARCO AURELIO HAIKEL LEMBRANÇAS DA INFÂNCIA EM UMA CIDADE À BEIRA-RIO. CLORES HOLANDA A RAINHA DO PAPEL DE BOMBOM OSMAR GOMES DOS SANTOS ARTE PARA TODOS
10 11 12 16 18 20 22
ESPORTE & EDUCAÇÃO FÍSICA LAMARTINE PEREIRA D COSTA O QUE UNE O FILÓSOFO YUVAL HARARI AO ÍCONE DO ESPORTE MODERNO PIERRE DE COUBERTIN ? EDMILSON SANCHES EPIFÂNIO DA BADIA, O FREI BOM DE BOLA COLETIVO DA SALVAGUARDA DA CAPOEIRA DO MARANHÃO REGIMENTO INTERNO JOSÉ DE OLIVEIRA RAMOS DO FUTEBOL DE PALADAS AO PROFISSIONAL JOSÉ DE OLIVEIRA RAMOS CATARINA MACÁRIO – melhor jogadora Universitária dos EUA é maranhense e começou na AABB São Luís SANDOW FEQUES AOS ESPORTISTAS DO MARANHÃO AVABMA HISTÓRICO SOBRE A CRIAÇÃO DA AVABMA JOSÉ DE OLIVEIRA RAMOS CULTURA E ESPORTE – OS FILHOS BASTARDOS LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ CAPOEIRAGEM TRADICIONAL MARANHENSE: Histórico e Desenvolvimento
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(Palestra UFMA/EF 21/01/2020) 70
HISTÓRIA(s) DO MARANHÃO EDMILSON SANCHES CAXIAS, MARANHÃO: O QUE O BRASIL DEVE A ESSA CIDADE EDMILSON SANCHES A PARTIR DE TRESIDELA HAMILTON RAPOSO SÃO LUÍS E SUAS HISTÓRIAS: CASAS E RESIDÊNCIAS FERNANDO BRAGA NOTAS À GUISA DE PESQUISA - [EXCERTOS A QUEM POSSA INTERESSAR] CLORES HOLANDA O CAJUEIRO DE MINHA INFÂNCIA
NAVEGANDO COM JORGE OLIMPIO BENTO DA DESCOBERTA DA NOSSA IDENTIDADE ESCRITO COM FOGO NA CONSCIÊNCIA
71 73 76 77 79 81 82 85
DO DEUS JANO E DA JANELA DESTA HORA
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EXTRAINDO HISTÓRIAS COM O FARAÓ RAMSSÉS FAZENDA PRATA - ROSÁRIO (SÉC. XIX) - Texto e pesquisa: Breno Lima
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TORQUATO COELHO DE SOUSA E O QUILOMBO DO FRECHAL.
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87 91
SOBRE LITERATURA & LITERATOS JOAQUIM HAICKEL FÁTIMA E QUÍRON LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ ELITISMO NA ACADEMIA LUDOVICENSE DE LETRAS
122FERNANDO BRAGA HITLER NO MARANHÃO E O MONSTRO DE GUIMARÃES CERES COSTA FERNANDES UNS BRAÇOS ALDY MELLO ANO NOVO: sonhos novos BIOQUE MESITO LITERATURA DO DIA: RAPEL OU OS DADOS DE DEUS
92 94 122 124 125 126 129
POESIAS & POETAS JOÃO BATISTA DO LAGO AS FLORES DO MAL FERNANDO BRAGA O PURO LONGE CARVALHO JUNIOR 4 POEMAS DE FRANCISCO TRIBUZI ROBERTO FRANKLIN VOCE ME DÁ A VIDA BIOQUE MESITO MÍNIMO MÁQUINA
130 131 132 134 135
NOVIDADES 136
EU E A CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ; LAÉRCIO ELIAS PEREIRA ORGANIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO EM CIÊNCIAS DO ESPORTE: A EXPERIÊNCIA DO CEDEFEL-MA LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ FONTES DE INFORMAÇÃO NA ÁREA TECNOLÓGICA LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ, LAÉRCIO ELIAS PEREIRA A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO NA ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ; LAÉRCIO ELIAS PEREIRA; LUIZ HENRIQUE LOUREIRO DOS SANTOS PRODUTIVIDADE E ELITISMO NA EDUCAÇÃO FÍSICA BRASILEIRA LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO NA EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTO NO MARANHÃO LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ ELITISMO NO IHGM LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ INDICE REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO - ARTIGOS PUBLICADOS – 1926/2012 LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ ELITISMO NO IHGM - FASE DE REVISTA ELETRONICA LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ ; DELZUITE DANTAS BRITO VAZ CONSTRUÇÃO DE UMA ANTOLOGIA DE TEXTOS DESPORTIVOS DA CULTURA BRASILEIRA: PROPOSTA E CONTRIBUIÇÕES
139 140 151 161 187 214 221 230 255 258
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ SOBRE A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO 30 ANOS DO I SIMPÓSIO BRASILEIRO DE INFORMÁTICA EM EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES (19 a 20-11-1987 - Brasil. Campinas – SP) – 27/11/2017
265
271 CONSTRUÇÃO DE UM TESAURUS EM EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES. Leopoldo Gil Dulcio Vaz - Escola Técnica Federal do Maranhão DEPOIMENTO DE LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ – MEMÓRIA ORAL
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LAZERICES & LAZERENTOS
“PERNAS PARA O AR, QUE NINGUÉM É DE FERRO” Hora de comer – ¡comer! Hora de dormir – ¡dormir! Hora de vagar – ¡vagar! Hora de trabalhar? –Pernas para o ar que ninguém é de ferro Ascenso Ferreira (18951965)
“Lazerices & Lazerentos” é uma sessão destinada aos fazeres e haveres do Lazer - para usar uma expressão, no dizer de Giuliano Pimentel, criada por Antonio Carlos Bramante: ‘lazerentos’, ao se referir àqueles que se dedicam aos estudos do Lazer. Aqui, na “nova” Revista do Léo – Maranhay, que na língua geral significa ‘águas que correm a brigar”: pororoca, se publicarão opiniões, estudos, crônicas que se referem aos lazeres das gentes maranhense – e brasileira, portanto – que indiquem aqueles momentos de prazer, divertimento, e desenvolvimento – no falar maranhense: as brincadeiras... Pois para o maranhense, em especial, o ludovicense, tudo é brincadeira... as Festas se constituem os maiores momentos de lazer da população. Aqui, tudo é festa!!! Começa pela virada do ano... passada nas praias e, logo no primeiro sábado do ano, com os blocos “de sujos”, as bandas, que saem de diversos locais, sendo o mais tradicional do da Saudade: sai da Praça do Cemitério!!! E percorre as ruas do mais boêmio dos bairros de São Luis – a Madre de Deus. Em diversos bairros, hoje, já está virando rotina a saída desses blocos, assim como no Centro, vários blocos saem às ruas. Esse peiodo vai até o s[abado anterior à semana do Carnaval. Daí, vem o Carnaval propriamente dito!!! Começa já na quarta e segue até a outra quareta, de Cinzas... para em seguida vir o Lava-Pratos, em São José de Ribamar. É o Carnaval pós-carnaval, que, hoje, já dura três dias de mais folia... Terminado o período momesco, começa o período Joanino!!! Sim, porque o São João no Maranhão/São Luis não se limita ao dia de Santo Antonio até o dia de São Pedro!!! Vai aquém e além. Logo após o,Lava-Pratos, começam os preparativos para os ensaios dos Bois. Junta-se a tropiada, descute-se as músicas, os temas, a indumentária daquele ano, o couro do boi e haja ensaios!!! Abertos ao grande público... quase uma religião!!! Cada boi tem seus seguidores... as mutucas... Enfim, os poderes públicos decretam o inicio dos festejos: agora, começa já na ultima semana de Maio!!! E dia de Santo Antonio, os batizados e segue o baile até o São Pedro e, njo dia seguinte, a grande apoteose: o São Marçal, no João Paulo... ultimo dia de junho... Pensa que terminou? Vem a terceira fase: a morte do Boi, que se estende até o inicio de setembro... quando não em outubro... Um intervalo paera a semana da fundação de São Luis, 8 de setembro... Encerrado o período joanino, começa o da Micareta: o carnaval fora de época!!! Em outubro!!! Daí, vem a fase natalina – armação dos presépios, os festejos do fim do ano, o Dia de Reis – com os reisados... Durante esse tempo, de festas e comemorações, temos a Festa do Divino – Maio -; os Tambores de Crioula – agora, o ano inteiro, inclusive no Carnaval... as de São Sebastião, da Conceição, de São João, e as tradicionais Rodas de Capoeira, com seus inúmeros núcleos, com seus festejos,
quase mensais, de aniversário, comemoração a nível Nacional... Capoeira, aqui, também é uma religião... Então, discute-se os Lazeres, e os seus promotores, os Lazerentos, neste espaço...
A QUESTÃO DA CRISE CARNAVALESCA LOCAL: O TOSTÃO X O MILHÃO EUCLIDES MOREIRA NETO Professor Mestre em Comunicação e Investigador Cultural Já mencionei por mais de uma vez que a crise que envolve os grupos carnavalescos maranhenses se relacionam a duas medidas fomentadas pela SECULT - Secretaria Municipal de Cultura/Prefeitura de São Luís, que, desrespeitando toda uma tradição histórica, dá indícios de que intesões de manipular o resultado do carnaval para beneficiar determinados grupos, pois esse equipamento da gestão municipal acaba de tirar a responsabilidade, dos grupos e das entidades que lhes representa, de escolher os jurados do concurso oficial da Passarela do Samba, e, ao fato, de ser uma única entidade do terceiro setor denominada de IMCEL – Instituto Maranhense de Cultura, Esporte e Lazer, em ser, suspeitamente, contemplada, em quase todas as demandas licitatórias oriundas daquela Secretaria. Para complicar ainda mais a questão, o apoio financeiro recebido pelos grupos carnavalescos são considerados muito baixos e totalmente fora da realidade atual, pois o investimento feito por cada grupo supera em muito essa ajuda oficial. Só para exemplificar, no caso dos Blocos Tradicionais do Maranhão, a Prefeitura concede somente R$ 10.000,00 (dez mil reais), divididos em três parcelas; e para as Escolas de Samba a ajuda chega a 60.000,00 (sessenta mil reais), que também fica muito abaixo das expectativas dos diretores das escolas. Assim o descontentamento é geral, sem contar que esses grupos mobilizam uma enorme cadeia produtiva que beneficia o turismo local e proporciona trabalho e renda para centenas de maranhenses. Só para se mensurar essa questão financeira, a Prefeitura de Macapá, capital do Estado do Amapá, concede a cada Escola de Samba do grupo especial (de um total de 10) daquela cidade apoio financeiro de 170.000,00 (cento e setenta mil reais) e, para as Escolas de Samba do grupo B (lá tem dois grupos), o apoio é de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais). Aqui em São Luís, o valor concedido pela Prefeitura local, em qualquer um dos casos o valor não chega a metade do concedido pela Prefeitura da capital amapaense, que há rigor tem muito menos tradição que São Luís. Ressalte-se que nesta analise que faço, não incluo o valor concedido pelo Governo Maranhão, que somado ao valor da Prefeitura de São Luís, não supera o valor concedido pela gestão amapaense. Isso é fato. Para agravar a situação, os grupos de Blocos Tradicionais do Maranhão, esses grupos há cerca de um ano e meio foram reconhecidos pelo Governo do Estado como manifestação Cultural Imaterial do Maranhão, por meio de projeto apresentado pelo então deputado estadual Bira do Pindaré, mas, infelizmente esse título não está rendendo nenhum beneficio esperado pelos organizadores e praticantes dessa manifestação – só para exemplificar, o Governo do Maranhão e a Prefeitura acabam de promover a Réveillon na virada do ano e nenhum grupo de BTM ou bateria de Escola de Samba foi incluída na referida programação. Isso é no mínimo inabilidade dos gestores dos equipamentos públicos de nossa terra, pois reclamam os praticantes de nossas manifestações de cultura popular que, os dirigentes preferem convocar atrações “consideradas nacionais”, gastando somas financeiras altíssimas, em detrimento de contratar os nossos grupos, cujo valor das apresentações é muito mais acessível que as chamadas atrações que estão no top da mídia da indústria cultural. É fato que temos uma diversidade cultural fantástica e de qualidade, por isso, caberia aos dirigentes de equipamentos públicos valorizar nossas manifestações sem pensar duas vezes, mas, conforme reclamam os praticantes das manifestações culturais da nossa terra, há forças estranhas (ocultas) trabalhando para ir à contramão das aspirações de nossos artistas, de nossos grupos e demais manifestações do campo cultural. Até quando vamos que ter conviver com esses conflitos. São Luís-MA., 8.01.2020
HÁ ALGO ESTRANHO NO CAMPO DA CULTURA POPULAR EM NOSSA TERRA EUCLIDES MOREIRA NETO Professor Mestre de Comunicação e investigador cultural. Passei pelo espaço em que se monta o espaço sagrado dos desfiles de nossos grupos de cultura popular na região da Areinha – A Passarela do Samba – e percebi que já foi desmontada a minguada estrutura que ali existe para viabilizar a montagem da estrutura que acolhe o público ludovicense nos festejos carnavalescos, ou seja, a estrutura da passarela do samba propriamente dito. Só para se ter uma ideia, os postes de concreto que acolhem a iluminação daquele espaço já foram jogados ao chão, literalmente, todas as torres foram serradas e retirada daquele espaço e estamos há menos de dois meses do esperado desfile de Escolas de Samba , Blocos Tradicionais, Blocos Organizados, Tribos de Índios, Blocos Afros, etc. Quando o poder público toma uma iniciativa como esta, de retirar a pouca estrutura que alí existe, é de se esperar que algo novo e diferente seja colocado no lugar, mas, o estranho em tudo isso é que os grupos interessados sequer foram comunicados e consultados sobre essa ação. Se já não bastassem as ações de improbidade que muitos agentes sociais do campo cultural vem denunciando no nosso meio, o referido poder público plasmado de sua peculiar arrogância, agora inova com o desmonte do que existe. Para piorar a choradeira de sempre, mais uma vez este mesmo poder público está a atuar no nosso meio cultural e como sempre, a corda tende a quebrar para aqueles que são considerados mais fracos, que neste caso, são os grupos populares de nossa terra, que heroicamente vem resistindo ao longo do tempo as mais diferentes investidas dos arrogantes detentores do poder político. Nunca, em momento tão recente as nossas agremiações carnavalescas sofreram tanto para viabiliza-se enquanto agente protagonista de uma cultura vista como fator indenitário de um povo e que nos torna diferenciados. Há uma ameaça concreta no nosso meio cultural e os gestores públicos parecem desdenhar da gente simples e humilde de nossa terra ao impor novos modelos de se brincar e curtir o carnaval maranhense, sem promover uma discussão aberta, ampla e democrática com os interessados nessa discussão. A atual gestão da cidade de São Luís só para lembrar, começou seu primeiro ano cancelando o desfile oficial do nosso carnaval, no ano de 2013, e foi um desastre para os praticantes desse campo de atuação e para a própria população local que viu uma temporada sem vida, morna e totalmente incongruente com a alegria e o modo de se divertir da gente que aqui vive. Naquela ocasião, os prejuízos foram enormes. O poder público com a desculpa de que havia uma crise na gestão da cidade, resolveu transferir a maior parte dos recursos do carnaval para a área da saúde e esqueceu que o bem estar da população é um investimento saudável, que evita depressão, tristeza e doenças diversas, causando, por conseguinte, prejuízos aos cofres públicos, quando faz parcela dessa população procurar os deficitários serviços de saúde pública da cidade e do estado em que vivemos. É uma prática, que tem sem dúvida, prejuízos ou benfeitorias, que só o tempo e as investigações sérias e científicas podem comprovar, embora esses fatos são facilmente perceptíveis a olhos nus. Agora, passados sete anos da gestão do atual Prefeito da cidade, caminha-se para a sua última investida com a formatação do carnaval local, com a aquiescência do poder estadual. Em meios a denuncias de favorecimentos de um grupo empresarial que promove práticas ilícitas, beneficiando segmentos da gestão, integrantes de igrejas evangélicas, manipulação de resultados, etc., os organizadores veem-se indignados com a falta de decoro da gestão pública com os diversos grupos do campo da cultura popular. O pior de tudo isso, é que o Ministério Público não faz nada. Até quando vamos ter que conviver com esses absurdos?
Só para se ter uma noção do que estar a acontecer, mais de 20 grupos de Blocos Tradicionais já decidiram que não participarão do concursos oficial promovido pela Secretaria Municipal de Cultura. O principal argumento é a moralização do carnaval e da prática do concurso, que mais uma vez está corroída e sem transparecia com o objetivo de promover as mesmas ilegalidades que vem se verificando há sete anos por aquele órgão público de cultura. Basta! Já está na hora de ouvir os atores que efetivamente fazem a nossa cultura popular local. Há muitos outros pontos a serem destacados, mas vamos tratar desse mais há frente, pois queremos iniciar uma discussão de forma direta e objetiva com os atores de nosso carnaval e da cultura local. Enquanto isso, esperamos que os gestores deixem suas vaidades de lado de olhem para quem aqui vive e merecem respeito. Impor modelos de carnaval de outras partes do país não atende as nossas necessidades. Há e não esqueçam que os organizadores, praticantes e apreciadores do meio cultural também votam e elegem seus representantes, lembro isso porque estamos às vésperas de um pleito de escolhas do nossos novos gestores.
LEMBRANÇAS DA INFÂNCIA EM UMA CIDADE À BEIRA-RIO. MARCO AURELIO HAIKEL
A cidade, Pindaré-mirim! Antes, Vila de São Pedro, depois Engenho Central e, finalmente laureada com nome do rio que a banha: Pindaré foi a primeira cidade do Brasil a possuir energia elétrica e, a terceira, a ter via férrea. Tal fato, em razão do portentoso engenho central construído - com a mais alta tecnologia da época - especialmente para beneficiamento de cana de açúcar. A sua arquitetura, inglesa, ao tempo resistiu e, apesar de algumas intempéries manteve-se de pé o suficiente para que recentemente pudesse ser restaurado pelo IPHAN e entregue ao governo do estado, aonde funciona um centro cultural, o qual torcemos para tornar-se mais e mais promissor, com toda sua cultural potencialidade. A vila foi criada com o fim de avançar, a partir dali, a fronteira agrícola; ao mesmo tempo intensificar a presença institucional em uma região habitada, hegemônica e ancestralmente pelos povos Pindorâmicos, da nação Guajajaras, de etnia Tupi. Pindaré, pode-se dizer é porta de entrada da imensa e peculiar pré-Amazônia - situada no oeste do Maranhão e leste do Pará - cujo ambiente, próprio, se difere do resto da Amazônia tanto pela fauna, como pela flora, aonde certas espécies são encontrados somente ali, a exemplo da "ararajuba" que, pelas suas cores verde-amarela - de tonalidades tão vibrantes como os da bandeira nacional - por muitos considerada, pássaro-símbolo, nacional. Estratégico e importante posto e entreposto de importação e exportação de ervas e produtos da floresta, na medida em que a fronteira agrícola foi se expandindo - apesar da bravura e capacidade de resistência dos Guajajaras - veio a tornar-se a mais promissora região produtora de arroz, fato que pode se denotar ao observar-se as letras de poetas populares, anônimos, no Tambor de Crioula, como na Capoeira (letra de quem das terras baianas) cujas cantorias, antigas, nos ensinam o que representava Pindaré, para o povo maranhense - e para o resto do Brasil, uma vez que outrora o estado competia par em par com Goiás, o segundo lugar na produção de tal produto - nos refrões das cantorias, a saber: "Mearim chorou, Mearim chorou; Pindaré não deu arroz, Mearim, chorou..." "Ôôh, nêga o que vende aí?...ou é arroz, de Maranhão!" Com o aumento da produção de arroz intensificou-se o tráfego de embarcações tornando a cidade de Pindaré um importante porto de exportação do produto e, em contrapartida, importação de outros bens, o que implicou na implantação de grandes industrias beneficiadoras de arroz e entrepostos de negocios do mesmo, de maneira que lanchas de grande porte aportavam levando e trazendo gentes e mercadorias, estas, as mais diversas. Lembranças de meus cinco/seis anos ainda são nítidas, como o mais delicioso pão de toda a minha memória gustativa, o saboroso e pequenino pãozinho feito por Pimentinha, o que para torná-lo ainda mais saboroso e especial, vovó - mãe de minha mãe - o colocava na grelha, sobre uma das bocas do seu fogão à lenha. Lembranças do período interminável das chuvas, intensas, sob cujas águas nos esbaldávamos com os banhos nas biqueiras dos telhados das usinas dos Maluf - seu Tufi e seu Leão - maravilhas da criançada, que se resfetelava com as massagens que a força ďágua se fazia sobre nós, a partir
daquelas enormes calhas. Verdadeiras massagens que nos renovava, para novas e inocentes travessuras. O período chuvoso, enquanto era uma delícia para mil estripulias, se tornava uma época de tensão para as mães, em geral. É que os banhos de rio com as fortes correntezas tornavam o leito mais caudaloso e, por conseguinte, perigoso, em razão do transbordamento dos igarapés e, com isso, os temores de "cesão" - malária - poraquês, que desciam os rios para se aconchegarem em grotões formados no leito do rio; o quê de quando em vez as águas reclamavam, ditos por uns, encantaria, ou mesmo afogamento, uns polpados pelo forte Pindaré; outros, sem a mesma sorte, seus corpos pequeninos as águas traziam-nos de volta, a boiar. Dos banhos de rio demorados, por horas e horas que a criançada, por conta das brincadeiras ia esquecendo de voltar para casa, na chegada a surra era certa. Aterrorizadas com nossos sumiços, as nossas mães, ao surgirmos em casa perguntavam afirmando: "minino, tu tava no rio, não era!?", para ouvirem de nós, a mentira mais descarada e deslavada: "não mamãe! Estávamos só tomando banho nas biqueiras das usinas". E como para nos provarem que não estavam sendo injustas pelas surras que levaríamos, geralmente, de galho de goiabeira, elas tomavam nossos pequeninos braços riscando-os com suas unhas para o cinzento produzido pela água do rio surgir de imediato. A taca era certa! Ainda da beira do rio, quando dos deliciosos e alegres dias de verão - período não chuvoso - como eram belos poéticos os coloridos e intensos momentos em que a beira do rio ficava lotada de gente com a chegada das canoas repletas de peixes, os mais diversos tipos trazidos pelos pescadores. Tudo de uma beleza ímpar; éramos, todos/as, de uma alegria esfuziante, frente àquelas cores, sorrisos e anuncio da fartura que do rio advinha. Tudo se transformava em verdadeira e feliz algazarra E a neblina que pairava sobre Pindaré, salvo engano, nos meses de final de abril até idos de agosto, de manhã cedinho até umas 7h!?? Ahhh, era bonito demais...quem ia para a beira do rio, ia; muitas crianças iam comprar pão, para depois irem às aulas, à espera das férias de julho, e, novas brincadeiras. Quando após os sábados de alelúia, os tambores rufavam cortando o silêncio das noites estreladas, ou, enluaradas. Eram os ensaios dos bumbas-boi, ou, dos batuques dos terecôs, das festas de cabôco; ou de Santo ocorridas nos terreiros. Nas noites, os medos de "cavalacanga"; das gentes que viravam animais; das almas; e das encantarias; que os adultos nos contavam, assim passavam os contos e as tradições, bem como, nos faziam querer dormir mais cedo. As mais diversas brincadeiras: pião; pescaria; chucho; empinar papagaios; jogos de combates de origem afroameríndia, como "atarracado", "cabeçada", "cangapé" - o que hoje, na condição de capoeira percebo relações diretas entre a desenvoltura de muitos amigos, a influência cultural e as marradas aplicadas pelos miolos de boi, quando se caía pra dentro do cordão na provocação aos mesmos -; do jogos de bolinha de gude, entre estes, o mais nobre, s.m.j., chamado "buraco", o qual consistia em uma reta de três distantes - uns dos outros - de pequeninos sulcos redondinhos na terra, sendo que chegava-se ao ápice do mesmo, no momento em que era ouvida pelo adversário uma temida expressão: "casa ou bola, porco-leitão?"; dos passeios e piqueniques que fazíamos com os pais e as mães da gente pelo lago e, aos banhos no "Açúcar"; das "carreiras" que tomávamos de bois criados nas soltas, à margem do rio, os quais, por serem deixados soltos pelos seus donos ficavam brabos, de maneira que ao verem gente saiam a correr atrás, cujo final de linha era o rio, que nos salvava de perigosas marradas; das deliciosas frutas existentes nas matas ciliares, entre elas, uma de divino néctar: a "aguapéua"! Enfim, momentos da intensa, alegre e inocente infância de pindareenses, por gerações vivida intensamente.
A RAINHA DO PAPEL DE BOMBOM CLORES HOLANDA
No passado, sabe-se que o bombom nem sempre foi um doce acessível, fazia parte apenas do cotidiano aristocrático, em razão da exclusividade do plantio de cacau, na Europa, no século XVI, que permitia o consumo do chocolate aos integrantes da realeza. Com o aumento das plantações de cacaueiro, atraiu novos consumidores no velho continente. Já no Brasil, ele chegou no século XVII, pelas mãos dos colonizadores portugueses. Desde o surgimento das primeiras casas importadoras de chocolates franceses e suíços, por aqui, os bombons eram considerados os produtos mais nobres. E por falar em bombom, hoje, veio à tona memórias que guardo nos arquivos de minha vida sobre uma das brincadeiras que gostava muito quando era criança: Sair às ruas de Presidente Dutra à procura de papel de bombom com o objetivo de concorrer à Rainha do Papel de Bombom. A brincadeira consistia da seguinte maneira: Anunciava-se entre as primas, sobrinhas e amigas sobre a abertura do concurso para concorrer à Rainha do Papel de Bombom. As regras eram estabelecidas verbalmente; e ganhava a que conseguisse juntar a maior quantidade de papel de bombom, os quais deveriam ser armazenados em sacos grandes de plástico sem amassamento. Cada candidata podia escolher pessoas para lhes ajudar nessa missão. Iniciando o processo da campanha eleitoral para a escolha da Rainha do Papel de Bombom havia o envolvimento das crianças, sempre se colocando à disposição das candidatas ajudando-as em busca desses papeis descartados nas ruas de minha cidade, geralmente nas proximidades das grandes mercearias que funcionavam como os supermercados de hoje. Nos balcões dessas mercearias eram colocadas grandes bombonieres, sortidas dos mais variados tipos dessas guloseimas a nos seduzir, onde posso lembrar esses docinhos com sabor de infância citando: Bala Chita, Bala de Anis, Chiclete, Ping Pong, pirulitos, bombom de hortelã Extramite, Ploc, Bala de Banana, Bala de Morango, Caramelo Embaré, Bala Juquinha, Bombom de Morango, etc. Lembro da grande Mercearia que meu pai, Geraldo Holanda possuía onde um dos itens à venda em maior quantidade eram os bombons; pois, além de estarem expostos nas bombonieres ficavam em diversas latas grandes lacradas empilhadas umas sobre as outras todas lacradas. Mas dizem que Santo de Casa não faz milagre é verdade. Só ganhávamos bombons aos domingos. No desejo de saborear esses bombons, na calada da noite eu e minha sobrinha Nazaré fomos roubar bombons das latas que ficavam em cima. Este episódio provocou um acidente; pois ela caiu e espalhou latas de bombons em todos os lados causando uma cicatriz em seu nariz até hoje marcando nossa peraltice. Com o barulho meu pai acordou e nos escondemos debaixo do balcão que ficavam as bombonieres. Ele nunca nos encontrou. Naquela época vivemos grandes momentos na ambição dessas pequenas delícias marcando nossa infância. Simbolicamente no momento de abrir a embalagem do bombom, a gente ganhava vida. E, nós, aos recolhermos esses papéis de bombons estávamos, sem ter consciência, agindo ecologicamente corretos; ajudando o meio ambiente na coleta desses papeis tão bonitos e reluzentes transformando nossas vidas numa fantasia. Encerrado o prazo da coleta dos papeis providenciávamos a contagem dos mesmos. A amiga Benedita Araújo, conhecida como Dita colocava a sua casa a nossa disposição para a contagem dos papeis de bombons. Ela é quem se encarregava de montar toda a estrutura do ambiente contendo cadeiras e palco com cortina como se fosse um pequeno teatro. Aquele simples papel de bombom traduzia um sentimento puro e inocente que aflorava em nosso corações grandes emoções. Os convidados lotavam a plateia na expectativa de saber quem seria a nova Rainha do Papel de Bombom. As concorrentes eram chamadas a subirem no palco trazendo consigo seus papeis de bombons. Num clima de torcida organizada começava-se a contagem dos papeis de bombons das candidatas. Cada resultado era anotado num caderninho com o total de votos de cada uma. Encerrada a contagem dos papeis de bombons, anunciava-se a vencedora do concurso e as cortinas
se fechavam com o aplauso de todos. Depois, as cortinas do palco novamente se abriam e surgia a Rainha eleita com sua vestimenta confeccionada de papel crepom enfeitada de areia brilhante e logo em seguida sua antecessora colocava em sua cabeça uma bela coroa; feita de cartolina e toda coberta com areia brilhante, na cor prateada sendo aclamada como a nova Rainha do Papel de Bombom. E assim, continuamos nossa missão usando o palco da vida para realizarmos o nosso sonho de valsa, recheado e embrulhado de emoções representando com afinco o nosso verdadeiro papel, sem deixar que a ambição apague essas lembranças doces. Convido as crianças de minha época a recordarem esses papéis de bombons, balas, chicletes, pirulitos, etc. para que essas delícias não se apaguem de nossa memória. Em cada um deles ficou o gosto da saudade impregnado de saliva que lubrificou o interior de nossas bocas. Hoje quase não se vê papel de bombom nas ruas. Na passarela do tempo nunca conquistei o título de Rainha do Bombom. Fecho as cortinas da imaginação e surjo vestida de azul rezando a Salve Rainha. São Luís, 15 de janeiro de 2020.
ARTE PARA TODOS
OSMAR GOMES DOS SANTOS Membro das Academias Ludovicense de Letras; Maranhense de Letras Jurídicas e Matinhense de Ciências, Artes e Letra. Juiz de Direito da Comarca da Iha de São Luís.
Um debate travado de forma intensa – ora nos bastidores, ora disseminado junto à opinião pública – tem fomentado muitas reflexões sobre arte. Em alguns momentos essa discussão chega ao seu nível máximo, devido declarações de pessoas com grande notoriedade na sociedade e no próprio meio artístico. Na semana que se encerra, em encontro com alguns amigos, tive a oportunidade de mais uma vez discorrer sobre o assunto, o que me incentivou trazer aqui esse embate. Primeiramente, entendo que é preciso definir o que na academia convencionou-se chamar de lugar de fala dos sujeitos envolvidos e o conceito que carregam acerca de um dado, digamos, objeto, seja ele tangível ou intangível. Essas premissas definem conceitos que cada indivíduo constrói do contato com sua realidade e busca perpassar a outrem, estando fundadas nas relações de significação e de poder na produção dos discursos. Da mesma forma, na busca de uma acepção mais moderna da palavra, arte não pode ser vista como uma técnica puramente imitativa, acabada em si, fechada em definições exatas. Contrariamente, dentro dela cabem conceitos amplos e representativos, que devem ser considerados sob o prisma inclusivo da criatividade, de pertencimento de indivíduos dos mais diferentes segmentos da sociedade, conforme sua compreensão de mundo. É a apropriação do conhecimento que se faz para a reprodução de aspectos da atividade humana, permitindo-se a transfiguração do pensamento, da reflexão, do raciocínio, que dão vida a coisas tangíveis, representadas de forma escultural, plástica, musical, cênica, teatral. Arte é uma manifestação cultural, enraizada em tradições e externadas a partir das compreensões de mundo que se têm. De forma particular, restrinjo esta abordagem para uma das manifestações artísticas mais presentes e criticadas nos últimos tempos em nossa sociedade: a música. Uma concretização de ideias e pensamentos que embalam os mais diversos momentos de nossas vidas, resgatando sentimentos adormecidos, extravasando aqueles mais efusivos. A musicalidade nos inspira, em qualquer situação, da erudita sinfonia ao molejo do arrocha. Em dado momento, nessa roda de conversa, lembrei que em setembro do ano passado o compositor e intérprete Milton Nascimento criticou as músicas que hoje são feitas. Para ele, a música brasileira está uma “m...” (termo omitido em respeito ao meu leitor). Uma afirmação um tanto carregada e fora de qualquer senso para quem lutou e foi censurado por um regime opressor e negador da pluralidade, que por vezes lhe tolheu a liberdade de expressão. Estilos de músicas diferentes, produzidas em geral por artistas vindos das periferias, começaram a fazer sucesso e a ganhar espaço, concomitantemente passaram a ser alvos da crítica mais elitizada e de artistas que outrora defendiam a liberdade de expressão e de pensamento. Um tanto paradoxal, visto que a arte reflete identidades e está presente no jogo de representações de uma sociedade, ainda que fracionada em um sem número de segmentos nela diluídos. Tais opiniões não passam de puro preconceito, enrustido em quase perfeita retórica que pretende estabelecer critérios do que seja arte. Talvez não vai além de uma simples dor de cotovelo de quem se vê longe dos holofotes. Gastam tempo para debater, criticar, atacar, impor aquilo que denomino de censura intelectual, fundada em preceitos defendidos por alguns que se acham no direito de dizer rotular com uma
tarja de classificação o que pode ou não ser consumido enquanto cultura. Pura perca de tempo, visto que a sociedade por si só se regula. Ficam os bons. Não para mim ou para você, mas bons para quem se apropria do produto artístico e dele faz uso. A licença poética cabe para todos, do erudito ao popular. Mas há que se respeitar, também, a licença cultural, social, antropológica, religiosa, étnica, de escolhas. Tal como, ironicamente, falava a canção que na América ouvi, “todo artista tem de ir aonde o povo está”, de autoria do próprio Milton Nascimento e Fernando Brant. Verso que soa democracia, liberdade de se manifestar, de buscar a autorealização, de cantar. Portanto, não há espaço para a elitização da arte, para dela querer se apropriar e lapidá-la conforme conveniência própria ou de seleto grupo. A arte é organismo vivo, está em cada pensamento, é refletido em cada ação. Não precisa, e não deve ser o objetivo, agradar a todos. Em contrapartida, o respeito de todos deve existir para com o artista, cuja arte respeite as normas e preceitos de conduta amplamente aceitas e praticadas. Querer impor a arte com um padrão definido, fora do qual não pode haver criação, é o mesmo que adotar a linha de censura praticada pelo mesmo regime ditatorial tão atacado pelos artistas da época. Se branco da zona sul, preto da favela, homossexual, alto, baixo, magro, gordo, com boa voz ou nem tanto, o espaço é democrático e seletivo, sobressaindo-se quem possui algum talento para “cair no gosto” do público. Se há por parte da mídia maior cobertura de algumas representações em detrimento de outras, entendo que cabe um debate, mas sob outra ótica que não a de atacar o que ora é apresentado. Jamais desqualificar, subjugar, classificar como subcultura. Não posso utilizar minha régua para medir aquilo que é apreciado e aceito por outro, sob a premissa popular de que gosto não se discute. Talvez, no máximo emitir uma opinião, sem ofender. De forma mais extrema, basta que eu não “consuma” determinadas produções artísticas que não se alinham ao meu gosto musical, tal como seleciono apenas aqueles produtos de minha preferência quando vou a um supermercado. Tudo é arte. Música é arte. Arte é para todos. Afinal, viver não é uma arte?
ESPORTE & EDUCAÇÃO FÍSICA Espaço destinado às discussões sobre o Esporte e a Educação Física – antes, dedicado ao Atlas do Esporte no/do Maranhão.
O QUE UNE O FILÓSOFO YUVAL HARARI AO ÍCONE DO ESPORTE MODERNO PIERRE DE COUBERTIN ? LAMARTINE PEREIRA D COSTA Harari é um pensador da atual era digital e Coubertin é um pensador do passado que restaurou os Jogos Olímpicos na passagem do século XIX para o XX. Mas embora tantas diferenças existam entre esses intelectuais públicos há pelo menos uma concepção que hoje iguala ambos: a globalização – nomeada por Coubertin como “internacionalismo” – deve substituir o nacionalismo sem submissão mas como cooperação entre nações. Em outras palavras, enquanto Coubertin prescreveu por toda vida a idéia de “all sports, all nations”, hoje Harari defende uma política internacionalizada em cada país que possa tornar a globalização econômica mais justa entre países. Ou seja: a globalização construtiva que Coubertin construiu com a proposta dos Jogos Olímpicos pode ser considerada um ensaio da tese da internacionalização justa de Harari; isto porque Coubertin não abordou os Jogos Olímpicos (globalização de grandes empenhos econômicos e de gestão) isoladamente desde que sua política de criação de Comitês Olímpicos nacionais sempre teve a mesma prioridade em face aos megaeventos esportivos. Daí a validade da expressão “atualidade de Pierre de Coubetin” tão a gosto de seus seguidores dos dias presentes. Leia mais: Textos de Coubertin em português (Muller & Todt et al. – eds): https://www.researchgate.net/publication/282709647_Pierre_de_Coubertin_18631937_Olimpismo_-_Selecao_de_Textos Interpretação textos de Coubertin: DaCosta, L. Olympic Studies (2002): http://www.sportsinbrazil.com.br/livros/olympic_studies.pdf
EPIFÂNIO DA BADIA, O FREI BOM DE BOLA EDMILSON SANCHES esanches@jupiter.com.br
Frei Epifânio da Badia -- que dá nome ao estádio municipal de Imperatriz (MA), oficializado por projeto do à época vereador Edmilson Sanches -- nasceu em 15 de dezembro de 1916 em uma pequena cidade italiana de menos de 2.500 habitantes. Essa cidade se chama Badia Calavena. É daqui que veio o nome religioso do frade desportista: Frei Epifânio da Badia. Portanto, é assim que se deve escrever o nome religioso do frei: Frei Epifânio da Badia. Não é “Abadia” nem “da Abadia” nem “d’Abadia”. E qual o porquê do nome? Desde antigamente, as pessoas que se devotam ao mundo espiritual escolhem ou têm seu próprio nome religioso. É como se “morressem” para o mundo material, secular, e “renascessem” para um novo mundo, o espiritual, com novo nome. Geralmente o novo nome do religioso faz referência ao nome da cidade onde ele nasceu. Cite-se, por exemplo, São Francisco de Assis, da cidade de Assis, Itália. O nome "oficial" de São Francisco de Assis é Giovanni di Pietro di Bernardone. Assim também é com Cristo, chamado “Jesus de Nazaré”, pois o Filho de Deus procedia da cidade de Nazaré, em Israel. Maria Madalena, filha da cidade de Magdala (Israel). Paulo de Tarso, o apóstolo, era filho da cidade de Tarso, na Turquia. Santa Teresa d’Ávila, padroeira de Imperatriz (MA), era filha de Ávila, cidade da Espanha. E mais uma: Madalena de Canossa, que dá nome a uma escola pública municipal de Imperatriz, era uma rica princesa italiana, da cidade de Canossa, que abandonou tudo para se dedicar aos pobres. Com 22 anos Frei Epifânio foi ordenado sacerdote. Veio para o Brasil em 1947 e chegou ao município de Imperatriz em 10 de outubro de 1952. Ficou em Montes Altos, que ainda era distrito imperatrizense. Foi pároco de Montes Altos (que, após breve período como município, de 1955 a 1957, é extinto pelo Supremo Tribunal Federal, voltou a ser distrito de Imperatriz e, nova e definitivamente, torna-se município em 1958, com instalação em março de 1959). No final dos anos 1960, Frei Epifânio vem para a cidade de Imperatriz, onde morreu em 1982. Frei Epifânio gostava de futebol e o praticava. Era conhecedor de técnicas e táticas. Jogou de batina até conseguir autorização da Igreja para jogar de calção. Foi um frei que prestou muitos serviços para o município de Imperatriz: foi responsável por duas grandes paróquias (São Francisco e Fátima), dirigiu e construiu igrejas, organizou clubes de futebol e, entre outras atividades e realizações, dirigiu o Ginásio Bernardo Sayão.
COLETIVO DA SALVAGUARDA DA CAPOEIRA DO MARANHÃO REGIMENTO INTERNO
Capítulo I Do Regimento Art. 1º - O presente Regimento Interno disciplina o funcionamento do Coletivo da Salvaguarda da Capoeira do Maranhão fixando normas para participação de seus membros e organização do Coletivo. Art. 2º - A obrigatoriedade do cumprimento das normas aqui expostas será absoluta por parte dos membros. Capítulo II Da Denominação, Sede, Foro e Duração Art. 3º - Sob a denominação de “Coletivo da Salvaguarda da Capoeira do Maranhão” fica constituído por um Grupo de Trabalho, um Conselho de Mestres e um Fórum para a Salvaguarda da Capoeira, sem fins lucrativos, que atuam com a Capoeira no Maranhão, que será regido pelo presente Regimento. Art. 4º - O Coletivo da Salvaguarda da Capoeira do Maranhão tem sede na cidade de São Luís, estado do Maranhão, e foro na cidade de São Luís. Art. 5º - O Coletivo da Salvaguarda da Capoeira do Maranhão terá duração indeterminada, gozará de autonomia administrativa e disciplinar, nos termos do presente Regimento e na forma da lei. Capítulo III Da Finalidade Art. 6º - O Coletivo da Salvaguarda da Capoeira do Maranhão tem por finalidade: I. Contribuir para o processo de preservação, valorização e revitalização de todas as formas, fundamentos, rituais e tradições da Capoeira do Maranhão; II. Debater, refletir, desenvolver, propor e assessorar ações e medidas para preservação e revitalização da Capoeira durante os processos de salvaguarda desenvolvidos pelos poderes públicos federal, estadual e municipal; III. Elaborar e executar projetos de pesquisa, extensão, produção cultural e ensino para preservação e revitalização da Capoeira do Maranhão durante todo processo de salvaguarda em parceria com os grupos de Capoeira; IV. Articular projetos sociais e de desenvolvimento sustentável com instituições governamentais e não-governamentais; V. Contribuir para o fortalecimento, a consolidação e autonomia dos grupos de Capoeira do estado do Maranhão; VI. Contribuir, em parceria com os grupos de Capoeira, para a formação, capacitação e treinamento de seus integrantes nas áreas de gestão, produção cultural, elaboração de projetos, captação de recursos, marketing, comunicação, arte-educação, pesquisa histórica e sociocultural, bem como na confecção de instrumentos e uniforme dessa manifestação cultural;
VII. Incorporar ao Plano de Salvaguarda da Capoeira no Maranhão grupos dos municípios de todo o estado; VIII. Criar instrumentos e projetos formais, de acordo com as possibilidades de cada instituição e entidade colaboradora, que viabilizem a disponibilidade de recursos financeiros, de infraestrutura e de logística para o desenvolvimento de ações em parceria com os grupos de Capoeira; IX. Apoiar as atividades de incentivo ao intercâmbio cultural de promoção da cidadania; X. Promover ou apoiar eventos, atividades e projetos que visem à consecução dos objetivos e finalidades do Coletivo da Salvaguarda da Capoeira do Maranhão; XI. Atuar em cooperação com a política estabelecida para o patrimônio cultural imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, pela Secretaria de Estado da Cultura e pelos órgãos municipais de cultura do estado do Maranhão. XII. Atuar em cooperação com as políticas desenvolvidas no âmbito das Secretarias de Estado da Educação, de Saúde, da Assistência Social, do Esporte, Extraordinário de Igualdade Racial cujas ações estejam direcionadas à prática da Capoeira. Art. 7º - Para a concretização de suas finalidades o Coletivo deverá: I. Reunir esforços para assegurar mais visibilidade e representação no âmbito nacional e internacional da Capoeira do Maranhão perante a administração pública e as associações congêneres de todo o mundo; II. Promover, por sua iniciativa ou em parceria com o sistema educativo, ações de educação patrimonial de acordo com as necessidades detectadas; III. Mobilizar a comunidade para o apoio à proteção e continuidade da Capoeira do Maranhão assim como às atividades de pesquisa, documentação e difusão cultural por meio de permanente aperfeiçoamento de suas condições de atuação; IV. Inventariar os grupos de Capoeira nos municípios do estado do Maranhão; V. Programar e organizar congressos, exposições temporárias e itinerantes, cursos, seminários, palestras, conferências, jornadas, intercâmbio e outras atividades congêneres sobre temas relacionados à Capoeira no Maranhão e áreas afins; VI. Colaborar na captação de recursos financeiros ou de contribuições de qualquer natureza para programas e projetos de interesse da Capoeira do Maranhão; VII. Divulgar as ações do Coletivo através da publicação de boletins informativos mensais destinados aos grupos de Capoeira, aos órgãos do poder público e entidades que atuam com a cultura popular maranhense e à sociedade em geral; VIII. Estabelecer parcerias para captação de recursos financeiros junto a pessoas físicas e jurídicas, ou seja, instituições públicas e entidades privadas, para aplicação em ações de interesse da Capoeira no Maranhão; IX. Firmar parceria com órgãos governamentais e pessoas jurídicas de direito privado nacionais e estrangeiras para o desenvolvimento de programas e projetos voltados para a Capoeira do Maranhão; X. Executar, mediante parceria com instituições públicas ou privadas, inclusive internacionais, atividades em todos os campos que venham contribuir para o desenvolvimento científico e cultural da Capoeira do Maranhão; XI. Promover encontros do Coletivo com pessoas e órgãos públicos e/ou privados para a execução de programas e projetos propostos para a Capoeira no Maranhão. Capítulo IV Da Composição e das Competências
Art. 8º - O Coletivo da Salvaguarda da Capoeira do Maranhão será formado por três instâncias: Grupo de Trabalho, Conselho de Mestres e Fórum da Salvaguarda da Capoeira. I. O Grupo de Trabalho tem função executiva e será composto por 05 (cinco) membros detentores da Capoeira, eleitos na plenária do Fórum para a Salvaguarda da Capoeira, obedecendo aos critérios de: disponibilidade para as reuniões e outras atividades e conhecimento da Capoeira; e um representante da Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Maranhão. II. O Conselho de Mestres tem função consultiva e será composto por cinco mestres da Capoeira, eleitos na plenária do Fórum para a Salvaguarda da Capoeira com atuação por dois anos, obedecendo aos critérios de: maior idade, maior tempo de prática e notório conhecimento da Capoeira e disponibilidade. III. O representante da Superintendência do IPHAN será o responsável pelo apoio técnico e administrativo ao processo de Salvaguarda da Capoeira no Maranhão. IV. O Fórum para a Salvaguarda da Capoeira tem função deliberativa e suas decisões são soberanas. Será composto por detentores da Capoeira do Maranhão, pesquisadores, estudiosos, entidades da sociedade civil e do poder público, por livre e espontânea vontade e com atuação por tempo indeterminado. § 1º - O Fórum terá a composição dos seguintes membros eleitos ou indicados: a. 01 técnico da Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Maranhão; b. 01 membro da Superintendência do Patrimônio Imaterial da Secretaria de Estado da Cultura do Maranhão; c. 01 membro da Coordenação do Patrimônio Imaterial da Secretaria Municipal de Cultura de São Luís; d. 01 membro Secretaria de Estado da Educação; e. 01 membro Secretaria de Estado da Saúde; f. 01 membro Secretaria de Estado da Assistência Social; g. 01 membro Secretaria de Estado de Esporte e Lazer; h. 01 membro Secretaria Igualdade Racial; i. 05 membros do Grupo de Trabalho da Salvaguarda da Capoeira; j. 05 membros do Conselho de Mestres da Salvaguarda da Capoeira; k. 01 representante da Mesorregião Norte Maranhense, sendo um titular ou um suplente; l. 01 representante da Mesorregião Centro Maranhense, sendo um titular ou um suplente; m. 01 representante da Mesorregião Leste Maranhense, sendo um titular ou um suplente; n. 01 representante da Mesorregião Oeste Maranhense, sendo um titular ou um suplente; o. 01 representante da Mesorregião Sul Maranhense, sendo um titular e um suplente. § 2º - Os membros do Poder Público serão indicados pelas suas respectivas secretarias, sendo responsáveis pela realização de parcerias e desenvolvimento de ações em consonância com o Plano de Salvaguarda da Capoeira: a. Secretaria de Estado da Educação: ações ligadas à educação patrimonial; b. Secretaria de Estado da Saúde: ações ligadas à prática da Capoterapia, para a prevenção de doenças ligadas ao sedentarismo e psicológicas como a depressão e combate ao uso de entorpecentes; c. Secretaria de Estado da Assistência Social: ações ligadas às pessoas em vulnerabilidade social ou reabilitação de pessoas com deficiência;
d. Secretaria de Estado de Esporte e Lazer: atividades lúdicas e jogos; e. Secretaria de Estado Extraordinária da Igualdade Racial: projetos em áreas quilombolas relacionados à população afrodescendente e à prática da Capoeira. § 3º - Os representantes das Mesorregiões serão eleitos em Fóruns compostos por membros dos Municípios de suas respectivas Mesorregiões, sendo os responsáveis pela mobilização dos detentores e suas demandas, sempre articulado às orientações estabelecidas no Plano de Salvaguarda. Art. 9º - Compete ao Grupo de Trabalho: I. Elaborar a minuta do Plano de Salvaguarda da Capoeira do Maranhão; II. Definir as pautas das reuniões com o Conselho de Mestres e sua convocação bimensalmente. III. Elaborar o Regimento interno em conjunto com o Conselho de Mestres para submissão à Plenária. IV. Elaborar o Plano Anual de Trabalho e calendário de reuniões; V. Apoiar a Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Maranhão na execução das ações relativas à Salvaguarda da Capoeira no estado; VI. Dar suporte técnico às ações da Salvaguarda da Capoeira; VII.Divulgar as ações do Coletivo; VIII. Coordenar as ações do Coletivo e tomar as iniciativas necessárias para a realização de seus objetivos; IX. Elaborar planos e estudos visando o desenvolvimento das atividades do Coletivo; X. Coordenar a elaboração de propostas, contratos e convênios referentes à realização de pesquisas e oficinas; XI. Manter contatos e desenvolver ações junto a entidades públicas e privadas para o estabelecimento de acordos e convênios que beneficiem a Capoeira; XII.Responder a todas as propostas, sugestões e solicitações de caráter geral ou específicas enviadas pelos representantes de grupos de Capoeira; XIII. Prestar todas as informações solicitadas e apresentar a qualquer membro que as requeira, papéis e informações de interesse do Coletivo; XIV. Convocar os membros do Coletivo para as Plenárias do Fórum; XV.Elaborar relatórios das reuniões mensais, dos Fóruns e de atividades anuais do Coletivo; XVI. Manter atualizado o Banco de Dados de grupos de Capoeira no Maranhão; XVII. Coordenar e secretariar as reuniões do Fórum da Salvaguarda da Capoeira do Maranhão; XVIII. Articular parcerias para as ações programadas pelo Coletivo; XIX. Elaborar documentos demandados pelos acordos celebrados com o Coletivo; XX.Manter Banco de Dados de instituições públicas e privadas para eventuais parcerias com o Coletivo; XXI. Executar ou fazer executar as decisões tomadas nos fóruns; XXII. Exercer outras atribuições necessárias ao bom funcionamento do Coletivo. Art. 10 - Compete ao Conselho de Mestres: I. Dirigir, orientar, acompanhar e avaliar a execução das atividades do Coletivo da Salvaguarda da Capoeira do Maranhão;
II. Divulgar as ações do Coletivo; III. Responder a todas as propostas, sugestões e solicitações de caráter geral ou específicas enviadas pelos representantes de grupos de Capoeira; IV. Prestar todas as informações solicitadas e apresentar a qualquer membro que as requeira, papéis e informações de interesse do Coletivo; V. Colaborar na elaboração de propostas, contratos e convênios referentes à realização de pesquisas e oficinas; VI. Fazer a abertura dos Fóruns para a Salvaguarda da Capoeira do Maranhão. VII.Coordenar e secretariar as reuniões do Fórum da Salvaguarda da Capoeira do Maranhão. VIII. Dirimir conflitos existentes ao andamento da Salvaguarda e nas decisões do Coletivo da Capoeira. Art. 11 - Compete ao Fórum para a Salvaguarda da Capoeira do Maranhão: I. Decidir sobre a admissão de membros do Grupo de Trabalho e do Conselho de Mestres; II. Julgar as faltas em que tiverem incorrido os membros do Grupo de Trabalho e do Conselho de Mestres e aplicar as penalidades cabíveis; III. Cumprir e fazer cumprir o presente Regimento e as diretrizes do Coletivo; IV. Orientar na aplicação dos recursos dos projetos da Salvaguarda da Capoeira; V. Zelar pelo bom emprego dos recursos alocados para o Plano de Salvaguarda; VI. Discutir e aprovar, no início de cada exercício, e sempre que se fizer necessário, o programa geral de atividades do Coletivo; VII.Votar sobre as inclusões, alterações, supressões e aprovação do Regimento Interno. VIII. Decidir sobre os casos omissos. Art. 12 - Os membros do Coletivo não serão remunerados a qualquer título, nem tampouco serão atribuídos quaisquer privilégios pela participação. Art. 13 - O Coletivo contará com a assessoria técnica e administrativa do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, através do Departamento do Patrimônio Imaterial e da Superintendência do Iphan no Maranhão. 1º - Nos casos da existência de políticas voltadas ao Patrimônio Imaterial, a nível estadual ou municipal, cabe aos gestores responsáveis o alinhamento de ações em conformidade ao Departamento do Patrimônio Imaterial do IPHAN e da Superintendência do IPHAN no Maranhão. Art. 14 - Os membros do Grupo de Trabalho e do Conselho de Mestres serão excluídos do Coletivo quando: I - Deixarem de comparecer a três reuniões ordinárias consecutivas ou cinco alternadas no período de um ano, sem justificativa; II - Tiverem atuação pública e notória contrária aos interesses do Coletivo ou das ações em favor da Capoeira do Maranhão; III - Nos casos definidos no inciso II deste artigo, cabe o direito de defesa do membro do Coletivo. § 1º - A exclusão será decidida pelo voto dos membros do Coletivo, em Plenária do Fórum, por maioria simples de votos. § 2º - A exclusão nos casos citados neste artigo será comunicada pelo Coletivo ao membro – instituição/entidade ou pessoa física – a quem caberá:
a. Às instituições públicas federal, estadual e municipais indicarem novo representante que deve ser informado ao Coletivo por ofício; b. Ao Fórum para a Salvaguarda da Capoeira eleger os membros do Grupo de Trabalho e do Conselho de Mestres oficializando em ata; c. Aos membros das mesorregiões elegerem seus representantes em reunião convocada pelo Coletivo da Capoeira, cuja comprovação será a ata na qual foi eleito o representante. § 3º - O membro poderá apresentar justificativa ao Fórum que decidirá, ainda em última instância, pela exclusão ou permanência. Art. 15 - Aos membros do Coletivo da Salvaguarda da Capoeira do Maranhão cabe observar as normas do presente Regimento Interno, devendo abster-se da prática de quaisquer atos contrários à finalidade deste Coletivo. § 1º Serão excluídos do Fórum os membros que atentarem contra a honra e integridade física dos participantes do Coletivo, sendo comunicado por escrito os motivos da exclusão e avalizado pelo Conselho de Mestres. Art. 16 – Os membros do Coletivo deverão comunicar obrigatoriamente, por escrito, sua desistência, em caso de desligamento espontâneo. Capítulo V Das Plenárias Art. 17 - O Fórum deliberará de forma colegiada. Parágrafo Único - As deliberações do Coletivo dar-se-ão por maioria simples dos votos e, em caso de empate, caberá ao Conselho de Mestres, o voto de qualidade. Art. 18 - As Plenárias só serão realizadas com a presença de, pelo menos, 01 membro do Grupo de Trabalho e 01 membro do Conselho de Mestres. Art. 19 - As Plenárias do Fórum serão abertas por um membro do Conselho de Mestres e um membro do Grupo de Trabalho, escolhidos entre os presentes. Art. 20 - O Coletivo realizará três tipos de encontros: I. Reuniões do Grupo de Trabalho; II. Reuniões do Conselho de Mestres; III. Plenárias do Fórum para a Salvaguarda da Capoeira; Art. 21 - A Plenária do Fórum se reunirá ordinariamente a cada trimestre e, extraordinariamente, quando houver necessidade, por convocação mínima de 15 (quinze) dias de antecedência. § 1º - A Plenária do Fórum acontecerá em dia e hora definidos no calendário anual de reuniões, salvo em caso de alteração da data, horário ou local habituais ou por omissão regimental. § 2º - A Plenária do Fórum será iniciada com a informação da pauta. Art. 22 - As reuniões regionais serão itinerantes nas mesorregiões com a participação, no mínimo, de 01 representante do Grupo de Trabalho, 01 representante do Conselho de Mestres, o representante do IPHAN e os detentores dos municípios que compreendem a mesorregião. § 1º - As reuniões regionais terão caráter informativo e deliberativo. § 2º - A periodicidade e as datas das reuniões regionais serão estabelecidas pelo Grupo de Trabalho em calendário definido no início de cada ano. § 3º - As reuniões itinerantes nas mesorregiões serão convocadas por uma das instâncias do Coletivo.
Art. 23 - A Plenária do Fórum para a Salvaguarda da Capoeira com os detentores da Capoeira poderá ser ordinária ou extraordinária. § 1º - A Plenária do Fórum terá caráter de assembleia geral e deliberará sobre assuntos técnicos relacionados à Salvaguarda da Capoeira do Maranhão constantes da pauta da convocação respectiva; § 2º - A Plenária extraordinária do Fórum será convocada pelo Grupo de Trabalho por divulgação em redes sociais de membros do Grupo de Trabalho e do Conselho de Mestres. § 3º - A Plenária do Fórum será instalada por um membro do Conselho de Mestres em primeira convocação, com a maioria simples dos representantes dos grupos de Capoeira com direito a voz e voto e, em segunda convocação, com qualquer número, decorridos 30 (trinta) minutos da primeira; § 4º - As deliberações da Plenária do Fórum com os detentores da Capoeira dar-se-ão por maioria simples dos votos. Capítulo VI Das Disposições Finais Art. 24 - A responsabilidade pela aplicação do disposto no presente Regimento Interno caberá ao Coletivo. Art. 25 - O presente Regimento poderá ser alterado no todo ou em parte, pela maioria absoluta dos membros do Coletivo em reunião convocada para esse fim por meio de divulgação em redes sociais do Grupo de Trabalho e Conselho de Mestres no prazo mínimo de 15 dias corridos. § Único - O Grupo de Trabalho providenciará a remessa de circular contendo texto de proposta de alteração do Regimento. Art. 26 - O presente Regimento entrará em vigor após aprovado pelo Coletivo, pela maioria absoluta dos membros do Fórum, em reunião convocada para esse fim por meio de divulgação em redes sociais dos membros do Grupo de Trabalho e Conselho de Mestres no prazo mínimo de 30 dias corridos. Art. 27 - Os casos omissos serão resolvidos pelo Conselho de Mestres. São Luís (MA), 03 de dezembro de 2019
DO FUTEBOL DE PALADAS AO PROFISSIONAL JOSÉ DE OLIVEIRA RAMOS Faz tempo que nossas tardes eram tomadas pelas peladas jogadas nas ruas. Ruas sem calçamento de paralelepípedos ou asfalto. Tudo improvisado. Os traves eram as camisas dos peladeiros, as quais eram emboladas e afixadas no chão com pedras ou tijolos. As partidas eram iniciadas sempre às 15 horas, e terminadas quando a noite chegava e a bola não era mais vista. Numa fase mais evoluída, o campo de futebol, com traves normais, mas sem marcação. Sem Árbitro, as faltas eram marcadas na base do “parou – é falta!”. Penalidades não precisavam, ainda, consultar o VAR. É pênalti! E estava marcada a penalidade. Fora dali, entre os times chamados “profissionais”, as diferenças eram quase nenhuma. Quase tudo era improvisado para os treinamentos. A habilidade individual era aperfeiçoada controlando bolas de borracha Mercur – os dribles faziam parte da competência de cada um. Cada um desenvolvia seus dribles preferidos, e ainda não existia a frescura de hoje, de considerar que, driblar é humilhar, ofender. O futebol daquele tempo, improvisado e amador, era praticado por homens – se alguém guardava alguma coisa no armário, ficava para si próprio, e não chegava ao orgasmo em revelar publicamente a sua preferência sexual. Mas, colocados os três primeiros parágrafos, quero relembrar o início da “profissionalização da preparação física” para o atleta, e para o grupo. Cláudio Coutinho, José Roberto Francalacci, Sebastião Lazaroni e outros tantos se fizeram de Don Quixote e abriram as porteiras para a entrada do profissionalismo da preparação física, com o reforço indispensável da tecnologia captada da Europa. Aos europeus faltavam, a malicia latina, o jogo de cintura, os dribles e o improviso individual na conclusão das jogadas. Eles aprenderam muito com os latinos que contrataram para suas competições domésticas. Desenvolveram a tecnologia da preparação física e a aplicaram ao futebol. À isso, de forma competente, acrescentaram o poderio financeiro e hoje dominam o mundo. E, agora, faço uma pergunta: quem seguraria (com a intenção de “marcar”) Garrincha, Canhoteiro, Eusébio, Di Stefano, Tostão, Puskas, Mario Kempes, Alex ou Mário Sérgio, se esses tivessem sido “preparados fisicamente” com o auxílio da tecnologia que hoje é aplicada pelos principais clubes do mundo? Alguém se atreveria a apontar, nessa metamorfose gloriosa que levou o Flamengo ao atual estágio técnico, quantas vezes algum jogador rubro-negro ficou fora da escalação por conta de problema muscular ou outro tipo de lesão? Foram tão poucas, que quase ninguém se atreve a contar. Lembro de uma contusão sofrida por Rafinha, com solução tão fácil quanto profissional. Em qualquer outro clube brasileiro, aquela contusão teria levado à cirurgia; da cirurgia à um período de recuperação; e após esses período de recuperação, ouro período que hoje estão chamando de “transição”. Sei! Transição. No Maranhão, a preparação física totalmente profissional, com aplicação auxiliada pela tecnologia, ainda vai demorar, não se sabe quanto tempo. Lembro que, cerca de cinco ou seis anos atrás, quando o Sampaio Corrêa tinha como técnico o Flávio Araújo, a equipe que o acompanhava na Comissão Técnica, em entrevista, afirmou que, “as muitas contusões musculares dos jogadores “bolivianos” estavam sendo provocadas pela má condição do campo do Castelão (duro e inadequado para treinos diários). Campo próprio apenas para jogos. Nunca para treinos diários.
As informações vieram da “tecnologia profissional”. Alguns gênios que não conseguem fazer uma caminhada de 500 metros, afirmaram que aquilo era frescura dos preparadores físicos da Comissão Técnica. Pois sim! (JOR)
CATARINA MACÁRIO
– melhor jogadora Universitária dos EUA é maranhense e começou na AABB São Luís JOSÉ DE OLIVEIRA RAMOS
Muitos poucos sabem, a AABB (Associação Atlética Banco do Brasil) de São Luís, ao abrir suas portas para o “Sócio Comunitário”, começou a prestar grande e relevante serviço para a comunidade da capital. Atualmente, a AABB congrega mais de 50% de sócios comunitários – não funcionários do Banco do Brasil – no seu quadro titular de sócios. Não faz tanto tempo assim, o então Presidente Antônio Félix Pinto resolveu investir num lazer direto e assistido, para os filhos dos sócios, comunitários ou não. Implantou uma Escolinha de Futebol e entregou o comando do projeto ao Técnico Rogério Jansen. Nos primeiros meses de funcionamento dessa escolinha, em diversas faixas etárias, chamava a atenção de todos, principalmente dos pais que acompanhavam os filhos, a destreza e desinibição de uma “menina” – jogando muito bem, e se fazendo respeitar pelas demais crianças que compunham o seu time da faixa etária.
Era CATARINA MACÁRIO. Passados alguns anos, com Catarina mudando definitivamente para os Estados Unidos com a família, as notícias começaram chegar em São Luís, dando conta da aceitação e do destaque positivo, da agora “jogadora Universitária”, defendendo a camisa do Stanford Cardinals, time representativo da Universidade de Stanford, na Califórnia, EUA.
Eis que, neste ano, a AABB recebeu a boa notícia que dava conta que, CATARINA MACÁRIO, aquela menininha travessa que chamava atenção entre os meninos no Campo 1 da AABB, em São Luís, foi eleita para receber o Troféu Hermann Trophy, que cabe à melhor jogadora universitária dos Estados Unidos. Parabéns para a AABB, parabéns para Rogério Jansen, parabéns para Félix Pinto, responsáveis pela iniciativa de abrir espaço para a iniciação de meninos e meninas. (JOR)
AOS ESPORTISTAS DO MARANHÃO. SANDOW FEQUES
Uso esse canal de comunicação para me manifestar e pedir apoio a todos os Profissionais de Educação Física e desportista em geral para mostrar minha indignação com a mudança de endereço da Secretaria de Estado do Esporte e Lazer do Maranhão. A casa do Esporte Maranhense trocou de endereço e não encontro explicação para tal atitude tomada pelo governo do Estado. Tínhamos um endereço onde o acesso para todos era facilitado e praticamente dentro do complexo esportivo Canhoteiro. Facilitando assim sua administração e cuidado por ele. É preciso que nossa classe se manifeste pela falta de compromisso para com o esporte maranhense. Estamos praticamente sem nenhuma estrutura esportiva funcionando, do complexo esportivo já perdemos a pista de atletismo, parque aquático, ginásio e as duas quadras cobertas sem manutenção nenhuma, ginásio Guioberto Alves abandonado e o Eu em Goulart precisando de muitos reparos. Portanto, estamos perdendo tudo que foi construído com muito trabalho e dificuldade. Chega...... Vamos tomar a iniciativa de nos posicionar de contrária a esse situação, ninguém fala, ninguém reclama e assim estamos indo pro final da fila. Basta, queremos respeito por parte dos gestores, respeito pelo trabalho de muitos que hoje não estão mais entre nós, respeito por muitos que iniciaram esse trabalho que nós continuamos. É preciso dizer não aqueles que não exergam o esporte como instrumento de desenvolvimento de um povo. As Federações Esportivas são entidades jurídicas responsáveis pelo desenvolvimento de cada modalidade esportiva. Essa é sua missão: desenvolver cada modalidade. Todas têm um papel importante no contexto, sem elas não há desenvolvimento esportivo. Independentemente de governos, elas têm esse papel: não podem deixar de se manifestar diante dessa situação absurdamente lamentável. Todas devem se unir em prol de um desenvolvimento com os poderes. Sabemos que todas dependem do aparelho estatal e o Estado tem o dever de fomentar esse segmento através de políticas públicas que venham a garantir a todas as Federações as condições necessárias ao cumprimento de sua missão. A nossa constituição é bem clara " É dever do Estado o fomento às diversas manifestações do esporte" . Cabendo as entidades esportivas ( Federações ) desenvolve-las. As Federações não podem assistir de maneira passiva a destruição de toda nossa estrutura esportiva, não cobrando as melhorias necessárias às nossas instalações esportivas. Cadê vocês ? AOS SENHORES VEREADORES E DEPUTADOS. O Esporte é um tema que contagia ricos, pobres, negros, brancos, índios, homens, mulheres, católicos, evangélicos, espírita, todos. Às vezes, parece REMÉDIO para todos os problemas da juventude e do homem. Consegue unir todos. Atenua conflitos mundiais. Políticos utilizam para se aproximar do povo, mas não levam o esporte a sério. Durante as campanhas, declaram todos os benefícios a comunidade, distribuem bolas, uniformes, medalhas, mas não o asseguram a essa
mesma comunidade. Utilizam o esporte de forma perversa, enganosa e não valorizam com ações concretas para assegurar o acesso a essa prática. Assistem passivamente às nossas estruturas esportivas sendo destruída e nos deixando sem condições de utilizar para materializar todas as maravilhas que o esporte pode proporcionar. Todos vocês que tiveram a ajuda do esporte para alcançarem seus objetivos políticos, cadê vocês? Cadê os discursos? Cadê a defesa ao esporte? Ninguém se manifesta pela situação vergonhosa de nossas praças esportivas, ninguém se manifesta pela falta de um política concreta de esporte para o nosso Estado. Ninguém direciona emenda parlamentar, tão pouco fazem algo concreto para o esporte do Maranhão. Nosso esporte está na UTI e, vocês políticos, simplesmente fazem de conta que nada está acontecendo. Tá na hora também de todos nós nós lembrarmos disso na hora de votar e esse ano tem. Você, desportista, não esqueça esse fato!
HISTÓRICO SOBRE A CRIAÇÃO DA AVABMA AVABMA Os primeiros jogos de basquetebol de veteranos no Maranhão aconteceram no ginásio do Uniceuma, no bairro Renascença, em 1994. Idealizados por Mauro Fecury eram realizados às quartas-feiras com antigos amigos de Mauro Fecury como Jose Reinaldo Tavares, Cláudio Vaz, Miguel e Clovis Fecury, Aziz Tajra, Fabiano e Marcos Vieira da Silva. Em seguida, a estes se uniram outros pioneiros: Fernando Sarney, Ricardo Zenni, Hermílio, Zeca e Filomeno Nina, Rubem e Raul Goulart, Eduardo e Antonio Macieira, Joaquim Nagib, Tainha e Paulo D’Ávila, Alexandre Falcão, Spirro, Luis Fernando Figueirêdo, Olivar, Bernardo e Álvaro Leite.
Plantada a semente, de imediato vieram os frutos. A partir de então os encontros das quartas-feiras tornaram-se uma religião. Cada vez mais amigos se juntavam aos primeiros, formando uma nova legião de companheiros, alguns mais jovens, mas apaixonados pelo basquete, resultando na participação como fator primordial para a real necessidade da existência desses encontros. Graças a esses encontros no Uniceuma e à necessidade de participações em eventos regionais e nacionais, foi necessário a fundação da Avabma em 27 de fevereiro de 1996, com o principal objetivo de promover a prática do basquetebol entre em ambiente de confraternização e amizade, estimulando a iniciação de jovens e incentivando o retorno às quadras de ex-atletas do basquetebol maranhense. O nível de organização de nossa associação obteve o reconhecimento das demais associações filiadas à FBBM - Federação Brasileira de Basquetebol Máster, a ponto de ser escolhida para sediar, com enorme sucesso importantes eventos: 03 Campeonatos Brasileiros (2004, 2011 e 2014), e 03 Campeonatos Norte Nordeste (2003, 2009 e 2017).
OBS. AGUARDANDO OS INFORME DO GILSON NINA PARA COMPLEMENTAR O ATLAS
ATLAS DO ESPORTE NO MARANHÃO BASQUETEBOL DE VETERANOS NO MARANHÃO AVABMA
1994 - Os primeiros jogos de basquetebol de veteranos no Maranhão aconteceram no ginásio do Uniceuma, no bairro Renascença, idealizados por Mauro Fecury. Eram realizados às quartas-feiras com antigos amigos de Mauro Fecury como Jose Reinaldo Tavares, Cláudio Vaz, Miguel e Clovis Fecury, Aziz Tajra, Fabiano e Marcos Vieira da Silva. Em seguida, a estes se uniram outros pioneiros: Fernando Sarney, Ricardo Zenni, Hermílio, Zeca e Filomeno Nina, Rubem e Raul Goulart, Eduardo e Antonio Macieira, Joaquim Nagib, Tainha e Paulo D’Ávila, Alexandre Falcão, Spirro, Luis Fernando Figueirêdo, Olivar, Bernardo e Álvaro Leite. 1996 - fundação da AVABMA em 07 de fevereiro, com o principal objetivo de promover a prática do basquetebol entre veteranos no Maranhão, estimulando a iniciação de jovens e incentivando o retorno às quadras de ex-atletas do basquetebol maranhense. O nível de organização da associação obteve o reconhecimento das demais associações filiadas à FBBM - Federação Brasileira de Basquetebol Máster, a ponto de ser escolhida para sediar, com enorme sucesso importantes eventos: 03 Campeonatos Brasileiros (2004, 2011 e 2014), e 03 Campeonatos Norte Nordeste (2003, 2009 e 2017). A Diretoria da AVABMA vem desenvolvendo as atividades constantes do Calendário Anual, promovendo a realização de Copas e Torneios Internos, além de ter efetiva participação nos Encontros Regionais e Nacionais e colaboração com outras entidades que se dedicam, fomentam e estimulam a prática do Basquete Master em São Luis, como a FMB, AABB, APCEF, IFMA, AMA, ABI e em Imperatriz a AIBM 1997 1998 1999 - A primeira participação do Maranhão em Encontros Nacionais de Master, em Natal-RN. Na foto os pioneiros: Em pé Nagib, Pezê, Hermilio e Espirro. Agachados, Dudu, Paulo D'Ávila e Antonio Macieira (falecido). 2000 2001 2002 2003 - Campeonatos Norte Nordeste, em São Luis 2004 - Campeonatos Brasileiros, em São Luis 2005 2006 2007 2008 2009 - Campeonatos Norte Nordeste, em São Luis 2010 2011 - Campeonatos Brasileiros, em São Luis 2012 2013
2014 - Campeonatos Brasileiros, em São Luis 2015 2016 - Realização dos I JEMS de Basquetebol Master 2017 - Campeonatos Norte Nordeste, em São Luis Realização dos II JEMS de Basquetebol Master 2018 - Realização dos III JEMS de Basquetebol Master - I Open Barreirinhas de Basquetebol Master 2019 – XXXV CAMPEONATO BRASILEIRO MASTER DE BASQUETEBOL 2019 RIO DE JANEIRO - RJ. ABRIL - NOTA DE PESAR - FERNANDO ELIAS CARVALHO -Associação de Veteranos e Amigos do Basquetebol do Maranhão - AVABMA e a comunidade do basquete lamentam profundamente o falecimento do ex-jogador FERNANDO ELIAS CARVALHO, ocorrido na noite de ontem, (28/abril). Fernando Elias foi um dos melhores jogadores de basquete do Maranhão, jogador da seleção Maranhense juvenil, adulta e master, sempre se destacou nos diversos campeonatos que participou. Fernando era uma pessoa simples e admirado por todos. Fernando ajudou muito o Basquete Maranhense e durante anos, defendeu com muito brilho o Colégio MENG e as seleções maranhenses adulta e de master. – Realização dos IV JEMS de Basquetebol Master JUNHO - II Open Barreirinhas de Basquetebol Master - realizada de 20 a 23 de junho, no ginásio Waldir Soares. Duas categorias em disputa, a 50+ e 40+, ambas no masculino. APCEF, TURMA, AABB, BATISTA, ETFMA e AVAB estarão em quadra em busca de um lugar no pódium. - XIII CAMPEONATO NORTE NORDESTE DE BASQUETEBOL MASTER FORTALEZA CE 2019, - Copa Antonio Macieira. 2020 - a Diretoria da AVABMA vem se preparando para sediar pela quarta vez o Campeonato Norte Nordeste de 2020. Antecedendo este grande evento, promoveremos Copas e Torneios Internos, além de incentivar a preparação de nossas equipes, que tem a parceria de entidades, associações e clubes importantes de São Luis como a Secretaria de Esportes e Lazer do Estado do Maranhão(SEDEL), Associação Atlética Banco do Brasil(AABB), Associação de Pessoal da Caixa Econômica Federal(APCEF), Instituto Federal e Tecnológico do Maranhão(IFMA) com treinos preparatórios em diversos ginásios.
CULTURA E ESPORTE – OS FILHOS BASTARDOS JOSÉ DE OLIVEIRA RAMOS
Faz tempo. Faz muito tempo. Já vai longe o tempo que Cultura e Esporte significavam alguma coisa para os gestores públicos – Governador e Prefeito da capital, que pensam, exclusivamente, em plastificar a Ilha com asfalto. De péssima qualidade, frise-se. Sem tirar o foco das “próximas eleições”. O Esporte como um todo, e não apenas o futebol, recebeu atenção especial de Epitácio Cafeteira, que nem maranhense era, e alcançou feitos dignos da recompensa e esforços dispendidos. Não apenas por ter sido sede de evento nacional, mas, pela qualidade técnica e trabalho realizado com eficiência, subiu ao lugar mais alto do pódio dos JEBs/1988. A competência de Cafeteira e o amor por um lugar onde sequer nasceu, encaminharam a nomeação de alguém “do ramo”, em vez de mais um curioso para a Secretaria de Esportes, e os resultados vieram pelas mãos do comando de Carlos Guterres (Carrinho) que soube montar uma equipe de professores das mais competentes até o presente momento. Claro que não seria justo esquecer o esforço da Família Rodrigues, na lucidez e visão das equipes de várias modalidades montadas para defender o nome Dom Bosco. E o Dom Bosco ganhou, sempre, quase tudo. Depois, anos depois, veio Jackson Lago, que praticamente reconstruiu a estrutura do Castelão – realizando ali uma obra que, com certeza, evitou alguma catástrofe. Se os resultados nas quadras, nos campos e nas piscinas não foram repetidos, ficou gravada a melhoria e a manutenção da estrutura física aos que querem fugir da violência do dia a dia. Alguém já se prontificou a reparar a quantas andou naqueles períodos o índice da violência urbana praticada por jovens? Pesquisem, reparem e entendam que, “a prática de esportes, ocupando o tempo ocioso do jovem que caminha para a facilidade das drogas, será sempre um eficiente combate à violência como um todo; e a agricultura familiar, garantindo a permanência do homem no trabalho da terra, em vez de praticar o êxodo para a cidade grande à procura de nada”, jamais terão substitutos. Agora, quem só pensa em eleições, não terá jamais tempo para enxergar isso. Como está nos dias atuais o Complexo Esportivo do Outeiro da Cruz? Qual significado está tendo essa homenagem (???!!!) ao nosso José Ribamar Oliveira, o Canhoteiro? Mas, quem é do meio, e não apenas um curioso no desempenho do cargo, sabe que o Esporte não se limita apenas ao Complexo. Há muito o que fazer. E só não diz isso, aqueles que, de alguma forma tem o “rabo preso”. Não é muito diferente na Cultura. Menos mal que a Educação está alguns anos-luz distante na frente, graças à competência do “Atleta da Natação” (avaliem isso!) Felipe Costa Camarão, enes vezes campeão nas piscinas em defesa da camisa do Dom Bosco de São Luís – Felipe Camarão também não nasceu no Maranhão. Que coisa, né? Concursos literários? Para que? Mas, infelizmente, muitos ainda pensam que “Cultura” se restringe apenas à “Cultura Popular”. (JOR)
CAPOEIRAGEM TRADICIONAL MARANHENSE: Histórico e Desenvolvimento1 LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão Academia Ludovicense de Letras RESUMO Em evento em São Paulo, perguntou-se a um Capoeira maranhense se aquela capoeira que praticava era africana, dada a sua singularidade. Não, é a Capoeiragem tradicional maranhense/ludovicense. Descendente das capoeiras primitivas que se praticava no Maranhão, até o advento da capoeira baiana, na década de 1960, com a chegada de Mestre Sapo, miscigenou-se com os ritmos maranhenses, adquirindo novas características, adotando-se, agora, a denominação de Capoeiragem Tradicional Maranhense, após estudos, e depoimentos dos 30 mais importantes mestres maranhenses.
Existe uma Capoeiragem (Tradicional) Maranhense/Ludovicense!!! A capoeira do Maranhão, genuína, singular, com uma prática quase bicentenária - tal qual nos outros locais onde surgiu, como o Recife, Salvador e Rio de Janeiro. Temos indícios de sua prática em São Luís do Maranhão a partir da segunda década dos 1800, embora menções de que de há muito ocorriam essas práticas da lúdica e do movimento dos negros aqui encontrados ocorriam na zona rural ou semiurbanas. Abrindo parente: uso o termo “negros’, e não ao politicamente correto ‘afrodescendentes’, haja vista que para cá vieram não só africanos escravizados, mas também negros oriundos de outras províncias, traficados, a partir de algumas das revoltas e fugas em massa ocorridas no Brasil – e digo Brasil, pois por muito tempo tivemos dois estados coloniais – o Maranhão e o Brasil, até a chegada da família real, no 1808 e a anexação do Maranhão ao Império Brasileiro, em 1823... fecha o parente... Concordamos com Kafure (2012) 2, quando trata do processo de “desconstrução da capoeira maranhense”, de que no início tudo – aqui - era uma coisa só: capoeira, batuque, punga, tambor de crioula, tambor de mina, bumba-meu-boi – e frevo, samba, cangapé, etc. alhures... Por desconstrução, entenda-se que [...] o tipo de transformação [...da] capoeira começou a se formar a partir da repercussão dessa arte supostamente vinda da Bahia, com os mestres Bimba e Pastinha. Esse autor se propõe: [...] em nível do Maranhão analisar a história da linhagem de mestres da capoeiragem de Patinho e suas metodologias, bem como as ligações com religiosidade, musicalidade e filosofia. (Kafure, 2012). Esse autor reconhece a existência de uma “Capoeiragem Ludovicense”, pois [...] é o nome denominado pelos mestres da cidade de São Luís - MA para um jogo que mistura a Capoeira Angola com a Capoeira Regional, uma síntese das modalidades e estilos de capoeira. Essa miscigenação propiciou a caracterização do jogo maranhense de uma maneira singular, muito semelhante a uma capoeira antiga em que não havia uniformes ou obrigatoriedade do sapato. 1 Palestra ministrada no Curso de Educação Física da UFMA em 21 de janeiro de 2020, no Curso “Capoeira”, ministrado por Sérgio Souza. VAZ, Leopoldo Gil Dulcio, CHRONICA DA CAPOEIRAGEM. São Luis: Ed. Do autor, eletrônica, disponível em https://issuu.com/leovaz/docs/cronica_da_capoeiragem_-_leopoldo_g VAZ, Leopoldo Gil Dulcio, CHRONICA DA CAPOEIRAGEM. São Luis: Ed. Do autor, eletrônica, disponível em https://issuu.com/leovaz/docs/cronica_da_capoeiragem_-_issuu 2 ROCHA, Gabriel Kafure da. AS DESCONSTRUÇÕES DA CAPOEIRA. In http://procaep07.blogspot.com.br/2012/03/texto-as-desconstrucoes-da-capoeira.html, publicado em segundafeira, 5 de março de 2012
Outro estudioso, Greciano Merino (2015) 3, refere-se a uma característica, singular, de ‘maranhensidade4, que a mesma teria, em relação às Capoeiras Regional e Angola. Em sua hipótese de pesquisa considera ser a capoeira um jogo popular de interação comunicativa e caráter cultural que veicula um modelo de cidadania e expressa esteticamente como as relações entre o indivíduo, seu grupo e a comunidade na que se inserem podem gestar conhecimento social e sabedoria individual. Ao apresentar suas hipóteses, afirma que uma aproximação antropológica da visualidade na capoeira ‘maranhense’ permite delimitar aquelas dinâmicas sensitivas e sensoriais que, gestadas no devir das ecologias tecno-culturais, configuram um complexo imaginário social cuja fenomenologia é uma das mais influentes de nossa cultura. Esse autor caracteriza a capoeira maranhense como sendo aquela capoeira que se realiza na cidade de São Luís, capital do estado do Maranhão, em torno da comunidade representativa que se forma ao redor de Mestre Patinho – herdeiro de Sapo – e a metodologia de estudo desenvolvida por eles. Os Mestres Capoeira participantes do Curso de Capacitação dos Mestres Capoeira do Maranhão, organizado pela UFMA/DEF 2017, concordam com a existência de uma Capoeira genuinamente maranhense/ludovicense. E que esta se caracteriza pela forma de jogar, de se adaptar e não se define por ‘estilo’; a maior diferença da Capoeira Maranhense para a Angola, Regional, ou Contemporânea é a metodologia de ensino tradicional praticada no Maranhão, com suas influencias da cultura do Maranhão; exemplos: Bumba-meu-boi, Tambor de Crioula, Punga5. É o jogo solto, com floreios e movimentos oscilantes, jogo alto e rasteiro obedecendo ao toque do berimbau6. Esse jogo é executado nos três tempos (embaixo, no meio, e em cima); musicalidade e o seu espírito de jogo7. Portanto, concordam com a existência de uma Capoeira Maranhense, e tem uma característica própria, pois a mesma é jogada de forma diferenciada, sempre seguindo os toques executados. A Capoeira Maranhense se diferencia da Angola, Regional, e/ou Contemporânea porque é jogada de forma diferente, não seguindo as tradições das mesmas 8, pois é jogada nos três tempos (ritmos): Angola, São Bento Pequeno e São Bento Grande; o que a diferencia são as influencias muito fortes da mossa cultura e da nossa região 9. Cinco, dos seis grupos formados, responderam que existe uma Capoeira Maranhense. Um dos grupos concorda com a existência de uma Capoeira Ludovicense: [...] praticada na Ilha de São Luís, caracterizada pela ginga e aplicação de golpes e movimentos diferenciados da Capoeira Angola tradicional, da Capoeira Regional, e da Capoeira Contemporânea, por exemplo: não se tinha ritual, nem formações de
3 GRECIANO MERINO, Alberto. Imagen-Capoeira - Una fenomenología hermenéutica de la Interfaz en las rodas de capoeiragem de la ‘maranhensidade'. Tesis de doctorado: UNIVERSIDADE AUTONOMA DE BARCELONA. FACULTAD DE CIENCIAS DE LA COMUNICACIÓN. DEPARTAMENTO DE COMUNICACIÓN AUDIOVISUAL Y PUBLICIDAD. PROGRAMA DE DOCTORADO EN COMUNICACIÓN AUDIOVISUAL Y PUBLICIDAD. Dirigida por el catedrático Josep Maria Català Domènech. Año 2015. 4 BARROS. Antonio Evaldo Almeida. “A TERRA DOS GRANDES BUMBAS”: a maranhensidade ressignificada na cultura popular (1940-1960). Caderno Pós Ciências Sociais - São Luís, v. 2, n. 3, jan./jun. 2005 5 O Grupo 1 é formado pelos Mestres: ANTONIO ALBERTO CARVALHO (PATURI); JOÃO PALHANO JANSEN (CURIÓ); FLORIZALDO DOS SANTOS MENDONÇA COSTA (BAÉ); JOÃO CARLOS BORGES FERNANDES (TUTUCA); e ROBERTO JAMES SILVA SOARES (ROBERTO). 6 O Grupo 2 é formado pelos Mestres: CARLOS ADALBERTO ALMEIDA COSTA (Militar); JOSÉ TUPINAMBÁ DAVID BORGES (Negão); MÁRCIO COSTA CORTEZ (CM Márcio); LUIS AUGUSTO LIMA (Senzala); AMARO ANTONIO DOS SANTOS (Marinho). 7 O Grupo 3 é formado pelos Mestres: ALCEMIR FERREIRA ARAÚJO FILHO (Mizinho); EVANDRO DE ARAUJO TEIXEIRA (Socó); JOAQUIM ORLANDO DA CRUZ (CM Diaco); ANTONIO CARLOS DA SILVA (CM Bucuda); JOSÉ NILTON PESTANA CARNEIRO (Niltinho). 8 O Grupo 4 é formado pelos Mestres: VICENTE BRAGA BRASIL ( Pirrita); RUI PINTO CHAGAS (Rui); GENTIL ALVES CARVALHO (Til); EVANDO DE ARAUJO TEIXEIRA (Socó); LUIS GENEROSO DE ABREU NETO (Generoso). 9 O Grupo 6 é formado pelos Mestres: JOSÉ MANOEL RODRIGUES TEIXEIRA (MANOEL); FRANCISCO RODRIGUES DA SILVA NETO (leitão); HÉLIO DE SÁ ALMEIDA (GAVIÃO); SILVIO JOSÉ DA NATIVIDADE FERREIRA CRUZ (CM FORMIGA ATÔMICA).
bateria eram usados toques da capoeira Angola, São Bento Pequeno de Angola, São Bento Grande de Angola, e samba de roda.10 Mestre Baé (2017) 11, em correspondência pessoal, informou-me de que, em reunião, a maioria dos Mestres Capoeira, sobretudo os que se declaram como estilo praticado a capoeira/capoeiragem mista, que de ora em diante passarão a adotar “Capoeiragem Tradicional Maranhense”... Estudos demonstram que a Capoeira – no Brasil - tenha surgido – como a entendemos -, e com esse nome, lá pelo final dos 1700, quando aparece o nome do Tenente Amotinado - João Moreira 12 , e de um negro chamado Adão, pardo, escravo, preso por ser “capoeira”, em 12 de abril de 1789 13 , embora desde o ano anterior - 1788 - as maltas dos capoeiras já inquietavam os cidadãos pacatos do Rio de Janeiro e se tornavam um problema para os vice-reis 14. Cabe, neste momento, definir o que se entende por Capoeira: “Desporto de Criação Nacional, surgido no Brasil e como tal integrante do patrimônio cultural do povo brasileiro, legado histórico de sua formação e colonização, fruto do encontro das culturas indígena, portuguesa e africana, devendo ser protegida e incentivada”. Federação Internacional de Capoeira – FICA15 ) “um jogo de destreza corporal, com uso de pernas, braços e cabeça, praticado em duplas, baseado em ataques, esquivas e insinuações, ao som de cânticos e instrumentos musicais (berimbau, atabaque, agogô e reco-reco). Enfocado em sua origem como dança-luta acabou gerando desdobramentos e possibilidades de emprego como: ginásticas, dança, esporte, arte marcial, folclore, recreação e teatro, caracterizando-se, de modo geral, como uma atividade lúdica”. (VIEIRA, 2005)16. A “regulamentação” da Capoeira como atividade física dá-se nas primeiras décadas do século passado – os 1900. Segundo Reis (2005) 17, e Vidor e Reis (2013) 18 foram nos anos 30 e 40, em Salvador, que se abriram as primeiras "academias" com licença oficial para o ensino da capoeira como uma prática esportiva, destacando-se dois mestres baianos - negros e originários das camadas pobres da cidade -, Bimba - criador da Capoeira Regional Baiana, não verá nenhum inconveniente em "mestiçar" essa luta, incorporando à mesma movimentos de lutas ocidentais e orientais (tais como Box, catch, savate, jiu-jítsu e luta greco-romana -, e Pastinha contemporâneo de Bimba e igualmente empenhado na legitimação dessa prática, reagindo àquela 10 O Grupo 5 é formado pelos Mestres: JORGE LUIS LIMA DE SOUSA (Jorge Navalha); CLÁUDIO MARCOS GUSMÃO NUNES (Cacá); PEDRO MARCOS SOARES (Pedro); NELSON DE SOUSA GERALDO (Canarinho); REGINALDO PEREIRA DE SOUSA (Reginaldo). 11 BAÉ, Mestre – in Correspondência eletrônica pessoal, para Leopoldo Gil Dulcio Vaz, em 26 de setembro de 2017 12 Lima, Hermeto in “Os Capoeiras”, Revista da Semana 26 nº 42, 10 de outubro de 1925, citado por VIEIRA, Sérgio Luis de Sousa. Capoeira – origem e história. Da Capoeira: Como Patrimônio Cultural. PUC/SP – Tese de Doutorado – 2004. disponível em http://www.capoeira-fica.org/. 13 In CAVALCANTI, Nireu. O Capoeira, Jornal do Brasil, 15/11/1999, citando do códice 24, Tribunal da Relação, livro 10, Arquivo Nacional, Rio de Janeiro]. (texto disponível em www.capoeira-palmares.fr/histor) 14 CARNEIRO, Edson. Capoeira. In CADERNOS DE FOLCLORE 1. Rio de Janeiro: MEC/FUNARTE, 1977 15 Aprovados em Assembléia Geral de fundação da Federação Internacional de Capoeira - FICA - ocorrida por ocasião do I Congresso Técnico Internacional de Capoeira, realizado nos dias 03, 04, 05 e 06 de junho de 1999 na Cidade de São Paulo, SP, Brasil, revisados na Assembléia Geral Extraordinária ocorrida na Cidade de Lisboa, Portugal, em 02 de julho de 2001 e pelo II Congresso Técnico Internacional de Capoeira, realizado na Cidade de Vitória, ES, Brasil, nos dias 15, 16 e 17 de novembro de 2001. 16 VIEIRA, Sérgio Luiz de Souza. Capoeira. in PEREIRA DA COSTA, Lamartine (org.). ATLAS DE ESPORTES NO BRASIL. Rio de Janeiro : Shape, 2005, p. 39-40. 17 REIS, Letícia Vidor de Sousa. Capoeira, Corpo e História. In JORNAL DA CAPOEIRA, disponível em www.capoeira.jex.com.br, capturado em 14 de abril de 2005, artigo com base na dissertação de mestrado "Negros e brancos no jogo de capoeira: a reinvenção da tradição" (Reis, 1993). 18 VIDOR, Elisabeth; REIS, Letícia Vidor de Sousa. CAPOEIRA – herença cultral afro-brasileira. São Paulo: Selo Negro, 2013
"mestiçagem" da capoeira, afirmando a "pureza africana" da luta, difundindo o estilo da Capoeira Angola e procurando distingui-lo da Regional. Para Reis (2005) 19, e Vidor e Reis (2013) 20, Bimba e Pastinha elaboraram, através da Capoeira, estratégias simbólicas e políticas diferenciadas que visavam em última instância, ampliar o espaço político dos negros na sociedade brasileira e propõem dois caminhos possíveis para a inserção social dos negros naquele momento histórico. Quando do reconhecimento da Capoeira como Patrimônio Imaterial do Povo Brasileiro 21 foi considerada: Arte que se confunde com esporte, mas que já foi considerada luta. Sendo definida como uma arte multidimensional, um fenômeno multifacetado - ao mesmo tempo dança, luta, jogo e música - que tem na roda o ritual criado pelos capoeiristas para desenvolver esses vários aspectos22. Compreender a Capoeira como sendo uma prática cultural representa um salto qualitativo para além das visões essencialistas, que, por vezes, apelam para um mito de origem reivindicando a pureza ou a tradição de certo antigamente da Capoeira. Quero chamar a atenção para o entendimento de que as práticas culturais, como a Capoeira, não estão paradas no tempo e, por isso mesmo, a transformação constante é inevitável. As necessidades e os problemas dos (as) Capoeiras de outrora não são os mesmos de hoje. A cada dia se joga uma Capoeira diferente. A Capoeira de hoje é diferente da Capoeira de ontem e da de amanhã – esse exemplo de constante transformação demonstra suficientemente bem que a cultura está em permanente mudança23. O que é ‘capoeira’? Verniculização do tupi-guarani caá-puêra: caá = mato, puêra = que já foi; no Dialeto Caipira de Amadeu de Amaral: Capuêra, s.f. – mato que nasceu em lugar de outro derrubado ou queimado. Data de 1577 primeiro registro do vocábulo “capoeira” na língua portuguesa: Padre Fernão Cardim (SJ), na obra “Do clima e da terra do Brasil”. Conotação: vegetação secundária, roça abandonada (Vieira, 2005) 24. Por Capoeira deve-se entender “individuo(s) ou grupo de indivíduos que promoviam ações criminosas que atentavam contra a integridade física e patrimonial dos cidadãos, nos espaços circunscritos dos centros urbanos ou área de entorno“? conforme a conceitua Araújo (1997) 25 ao se perguntar “mas quem são os capoeiras? e por capoeiragem como: [...] a acção isolada de indivíduos, ou grupos de indivíduos turbulentos e desordeiros, que praticam ou exercem, publicamente ou não, exercícios de agilidade e destreza corporal, com fins maléficos ou mesmo por divertimento oportunamente realizado? (p. 69); e capoeirista, como sendo: os indivíduos que praticam ou exercem, publicamente ou não, exercícios de agilidade e destreza corporal conhecidas como Capoeira, nas vertentes lúdica, de defesa pessoal e desportiva? (p. 70). 19 REIS, Letícia Vidor de Sousa. Capoeira, Corpo e História. In JORNAL DA CAPOEIRA, disponível em www.capoeira.jex.com.br, capturado em 14 de abril de 2005, artigo com base na dissertação de mestrado "Negros e brancos no jogo de capoeira: a reinvenção da tradição" (Reis, 1993). 20 VIDOR, Elisabeth; REIS, Letícia Vidor de Sousa, 2013, obra citada 21 Capoeira é registrada como patrimônio imaterial brasileiro - África 21 - Da Redação - 16/07/2008 http://www.cultura.gov.br/site/2008/07/16/capoeira-e-registrada-como-patrimonio-imaterial-brasileiro/ 22 CORTE REAL, Márcio Penna. A Capoeira na perspectiva intercultural: questões para a atuação e formação de educadores(as). 2004 23 CORTE REAL, Márcio Penna. A Capoeira na perspectiva intercultural: questões para a atuação e formação de educadores(as). 2004 24 VIEIRA, Sérgio Luiz de Souza. Capoeira. in PEREIRA DA COSTA, Lamartine (org.). ATLAS DE ESPORTES NO BRASIL. Rio de Janeiro : Shape, 2005, p. 39-40. 25 ARAUJO, Paulo Coelho de. ABORDAGENS SÓCIO-ANTROPÓLIGAS DA LUTA/JOGO DA CAPOEIRA – de uma actividade guerreira para uma actividade lúdica. (S.L.): PUBLISMAI – Departamento de Publicações do Instituto Superior Maia (Porto), 1997.
Ou devemos entendê-la como: [...] Desporto de Criação Nacional, surgido no Brasil e como tal integrante do patrimônio cultural do povo brasileiro, legado histórico de sua formação e colonização, fruto do encontro das culturas indígena, portuguesa e africana, devendo ser protegida e incentivada” (Regulamento Internacional da Capoeira) 26; assim como Capoeira, em termos esportivos, refere-se a [...] um jogo de destreza corporal, com uso de pernas, braços e cabeça, praticado em duplas, baseado em ataques, esquivas e insinuações, ao som de cânticos e instrumentos musicais (berimbau, atabaque, agogô e reco-reco). Enfocado em sua origem como dança-luta acabou gerando desdobramentos e possibilidades de emprego como: ginásticas, dança esporte, arte marcial, folclore, recreação e teatro, caracterizando-se, de modo geral, como uma atividade lúdica. (Atlas do Esporte no Brasil, 2005, p. 39-40) 27. “Capoeiragem”, de acordo com o Mestre André Lace: ”uma luta dramática” (in Atlas do Esporte no Brasil, 2005, p. 386-388)28. “Carioca” uma briga de rua, portanto capoeiragem (no sentido apresentado por Lacé Lopes) – outra denominação que se deu à capoeira, enquanto luta praticada no Maranhão, no século XIX e ainda conhecida por esse nome por alguns praticantes no início do século XX. 29 Para a Capoeira, apresentam-se três momentos importantes: finais do século XIX, quando a prática da capoeira é criminalizada; décadas de 30/40, quando ocorre sua liberação; década de 70, quando se torna oficialmente um esporte. A Capoeira(gem) praticada no Maranhão é singular, aparece no Estado desde o período colonial, recebendo a denominação ora de ‘batuque’, ‘punga’, ‘carioca’, ‘capoeiragem’, finalmente, ‘capoeira’, tão somente... Pode-se identificar que a Capoeira do Maranhão tem quatro fases: (1) de sua aparição, pelo início dos anos 1800 até meados da década de 1930; (2) desse período até a década de 1950; (3) da década de 1960 até por volta de meados de 1980; (4) e daí, até os dias atuais.
26 Aprovados em Assembléia Geral de fundação da Federação Internacional de Capoeira - FICA - ocorrida por ocasião do I Congresso Técnico Internacional de Capoeira, realizado nos dias 03, 04, 05 e 06 de junho de 1999 na Cidade de São Paulo, SP, Brasil, revisados na Assembléia Geral Extraordinária ocorrida na Cidade de Lisboa, Portugal, em 02 de julho de 2001 e pelo II Congresso Técnico Internacional de Capoeira, realizado na Cidade de Vitória, ES, Brasil, nos dias 15, 16 e 17 de novembro de 2001. 27 PEREIRA DA COSTA, Lamartine. ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL. Belo Horizonte: SHAPE, 2005, VIEIRA, Sérgio Luis de Sousa - Capoeira - http://www.atlasesportebrasil.org.br/textos/1.pdf; VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Capoeira no/do Maranhão http://www.atlasesportebrasil.org.br/textos/181.pdf LOPES, André Luis Lacé. Capoeiragem -http://www.atlasesportebrasil.org.br/textos/69.pdf também disponível em http://www.confef.org.br/arquivos/atlas/atlas.pdf; http://www.atlasesportebrasil.org.br/escolher_linguagem.php; 28 LOPES, André Luis Lacé. Capoeiragem -http://www.atlasesportebrasil.org.br/textos/69.pdf também disponível em http://www.confef.org.br/arquivos/atlas/atlas.pdf 29 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio Vaz. A CARIOCA. in BOLETIM DO IHGM, no. 31, novembro de 2009, edição eletrônica em CD-R (pré-print). VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Capoeira no/do Maranhão http://www.atlasesportebrasil.org.br/textos/181.pdf VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Capoeira no Maranhão – afinal, o que é Capoeiragem? In JORNAL DO CAPOEIRA, disponível em www.jornalexpress.com.br/noticias/detalhes.php?id_jornal=13170&id_noticias=379 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. O que é a Capoeira ? In www.jornalexpress.com.br/noticias/detalhes.php?id_jornal=13170&id_noticias=675 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. ATLAS DO ESPORTE NO MARANHÃO. São Luis: SEDEL, 2014, em DC
Mestre Euzamor (2006) 30 comenta que até 1930 só existia capoeira ou capoeiragem (palavreado maranhense). Era considerado esporte marginalizado devido à prática e ação de como era jogado. Mário Martins Meireles (2012) 31 traz – embora se questione o uso da palavra capoeira em seu texto – que, por volta de 1702, [...] enquanto os escravos de ambos – do Bispo e do Prior – cruzando-se nas ruas tentavam decidir o desentendimento de seus senhores a golpes de capoeira.[...] (p. 98), referindo-se à chegada do Bispo D. Timóteo do Sacramento (1697-1702) homem intolerante -, e às suas brigas com a população, excomunhões, e enfrentamentos, inclusive físico – brigas nas ruas de seus correligionários e opositores, alguns de outras ordens religiosas. Segundo Coelho (1997, p. 5) 32 o termo capoeira é registrado pela primeira vez com a significação de origem linguística portuguesa (1712), não se visualizando qualquer relação com o léxico tupiguarani. Em 1757 é encontrada primeira associação da palavra “capoeira” enquanto “gaiola grande”, significando “prisão para guardar malfeitores”. (OLIVEIRA, 1971, citado por ARAÚJO, 1997, p. 5) 33, em correspondência do então Governador do Estado do Maranhão e Grão-Pará e o Ministro de D. José I. Marcos Carneiro de Mendonça34 em “A Amazônia na era Pombalina”, traznos carta de Mendonça Furtado35 a seu irmão, o Marques de Pombal, datada de 13 de junho de 1757, dando conta da desordem acontecida no Arraial do Rio Negro, com as tropas mandadas àquelas paragens, quando da demarcação das fronteiras entre as coroas portuguesa e espanhola. Mundinha Araújo36 fala de manifestação de negros em São Luís, através da prática do Batuque, aparecido lá pelo início dos 1800, referencia que encontrou no Arquivo Público do Estado, órgão que dirigiu. Perguntada sobre o que havia sobre ‘capoeira’ no Arquivo, respondeu que, além do ‘batuque’, encontrara apenas uma referência sobre a Capoeira: no Código de Posturas de Turiaçú, do ano de 1884: 1884 - em Turiaçú é proclamada uma Lei – de no. 1.341, de 17 de maio – em que constava: “Artigo 42 – é proibido o brinquedo denominado Jogo Capoeira ou Carioca. Multa de 5$000 aos contraventores e se reincidente o dobro e 4 dias de prisão”. (CÓDIGO DE POSTURAS DE TURIAÇU, Lei 1342, de 17 de maio de 1884. Arquivo Público do Maranhão, vol. 1884-85, p. 124, grifos meus) 37. Encontrei, ainda que, em 1829, era publicada queixa ao Chefe de Polícia: Há muito tempo a esta parte tenho notado um novo costume no Maranhão; propriamente novo não é, porém em alguma coisa disso; é um certo Batuque que, nas tardes de Domingo, há ali pelas ruas, e é infalível no largo da Sé, defronte do palácio do Sr. Presidente; estes batuques não são novos porque os havia, há muito, nas fábricas de arroz, roça, etc.; porém é novo o uso d”elles no centro da cidade; indaguem isto: um batuque de oitenta a cem pretos, encaxaçados, póde recrear alguém ? um batuque de danças deshonestas pode ser útil a alguém?“(ESTRELLA 30 MESTRE EUZAMOR in VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Livro-Álbum dos Mestres Capoeiras do Maranhão, ATLAS DO ESPORTE NO MARANHÃO. São Luis: SEDEL, 2014, em DC (anexo II) 31 MEIRELRES, Mário. ‘A cidade cresce e é posta sob interdito pelo Bispo (1697-1702)”. In Historia de São Luis (org. de Carlos Gaspar e Caroline Castro). São Luis: Licar, 2012, edição da Faculdade Santa Fé, póstuma, p. 93-99. 32 ARAÚJO, 1997, obra citada. 33 ARAÚJO, 1997, obra citada, 34 MENDONÇA, Marcos Carneiro de. A Amazonia na era pombalina. Tomo III. Brasilia: Senado Federal, 2005, volume 49-C. 35 Francisco Xavier de Mendonça Furtado (1700 — 1769) foi um administrador colonial português. Irmão do Marquês de Pombal e de Paulo António de Carvalho e Mendonça. Foi governador geral do Estado do Grão-Pará e Maranhão de 1751 a 1759 e secretário de Estado da Marinha e do Ultramar entre 1760 e 1769. http://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Xavier_de_Mendon%C3%A7a_Furtado 36 Mundinha Araújo é fundadora do Centro de Cultura Negra do Maranhão (1979) e, desde então, vem desenvolvendo pesquisas sobre a resistência do negro escravo no Maranhão (fugas, quilombos, revoltas e insurreições); Coordenou o Mapeamento dos povoados de Alcântara” (1985-1987) e foi diretora do Arquivo Público do Estado do Maranhão (APEM), de 1991 a 2002. In Nota de orelha de livro, ARAUJO, Mundinha. Negro Cosme – Tutor e Imperador da Liberdade. Imperatriz: Ética, 2008 37 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. A CARIOCA. In REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO, São Luís, n. 31, p. 54-75, disponível em http://issuu.com/leovaz/docs/ihgm_31_novembro_2009
DO NORTE DO BRASIL, n. 6, 08 de agosto de 1829, p. 46, Coleção de Obras Raras, Biblioteca Pública Benedito Leite; grifos meus). Para Mestre Marco Aurélio (Marco Aurélio Haickel), desde 1820 têm-se registros em São Luís do Maranhão de atividades de negros escravos, como a “punga dos homens”. Esclarece que, antigamente, a Punga era prática de homens e que após a abolição e a aceitação da mulher no convívio em sociedade passa a ser dançada por mulheres, apenas. De acordo com Mestre Bamba do Maranhão, jogo que utiliza movimentos semelhantes aos da capoeira. Encontrou no Povoado de Santa Maria dos Pretos, próximo a Itapecurú-Mirim, uma variação do Tambor-de-Crioula, em que os homens participam da roda de dança – “Punga dos Homens”. Para Mestre Bamba esses movimentos foram descritos por Mestre Bimba - os "desafiantes" ficam dentro da roda, um deles agachado, enquanto o outro gira em torno, "provocando", através de movimentos, como se o "chamando", e aplica alguns golpes com o joelho - a punga38. Para Ferreti (2006) 39, a umbigada ou punga é um elemento importante na dança do Tambor de Crioula40. No passado foi vista como elemento erótico e sensual, que estimulava a reprodução dos escravos. Hoje a punga é um dos elementos da marcação da dança, quando a mulher que está dançando convida outra para o centro da roda, ela sai e a outra entra. A punga é passada de várias maneiras, no abdome, no tórax, nos quadris, nas coxas e como é mais comum, com a palma da mão. Em alguns lugares do interior do Maranhão, como no Município de Rosário, ou em festas em São Luís, com a presença de grupos de tambor de crioula, costuma ocorrer a “punga dos homens” ou “pernada”, cujo objetivo é derrubar ao solo o companheiro que aceita este desafio. Algumas vezes a punga dos homens atrai mais interesse do que a dança das mulheres. Por ter certa semelhança com uma luta, a “pernada” ou “punga dos homens” tem sido comparada à capoeira. A pernada que se constata no tambor de crioula do interior, lembra a luta africana dos negros bantus chamada batuque, que Carneiro (1937, p. 161-165) descreve em Cachoeira e Santo Amaro na Bahia e que usava os mesmos instrumentos e lhe parece uma variante das rodas de capoeira. Mestre André Lacé 41 lembra que a capoeira tradicional, na Bahia e pelo Brasil afora, tinham a mesma convivência com o batuque. Além do mais há registros autorizados jurando que a Regional nasceu da fusão da Angola com os melhores golpes das lutas européias e asiáticas42, 43. 38 http://www.jornalexpress.com.br/ 39 FERRETI, Sérgio. Mário De Andrade E O Tambor De Crioula Do Maranhão. (Trabalho apresentado na MR 07 - A Missão de Folclore de Mário de Andrade, na VI Reunião Regional de Antropólogos do Norte e Nordeste, organizada pela Associação Brasileira de Antropologia, UFPA/MEG, Belém 07-10/11/1999. In REVISTA PÓS CIÊNCIAS SOCIAIS São Luís, V. 3, N. 5, Jan./Jul. 2006, disponível em http://www.pgcs.ufma.br/Revista%20UFMA/n5/n5_Sergio_Ferreti.pdf 40 O Tambor de Crioula é uma dança de origem africana praticada por descendentes de negros no Maranhão em louvor a São Benedito, um dos santos mais populares entre os negros. É uma dança alegre, marcada por muito movimento dos brincantes e muita descontração. Os motivos que levam os grupos a dançarem o tambor de crioula são variados podendo ser: pagamento de promessa para São Benedito, festa de aniversário, chegada ou despedida de parente ou amigo, comemoração pela vitória de um time de futebol, nascimento de criança, matança de bumba-meu-boi, festa de preto velho ou simples reunião de amigos. Não existe um dia determinado no calendário para a dança, que pode ser apresentada, preferencialmente, ao ar livre, em qualquer época do ano. Atualmente, o tambor de crioula é dançado com maior freqüência no carnaval e durante as festas juninas. Em 2007, o Tambor de Crioula ganhou o título de Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro. Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Tambor_de_crioula". 41 LACÉ LOPES, André Luiz. A VOLTA AO MUNDO DA ARTE AFRO-BRASILEIRA DA CAPOEIRAGEM - Ação Conjunta com o Governo Federal – Estratégia 2005 - Contribuição do Rio de Janeiro - Minuta de André Luiz Lace Lopes, com sugestão de Mestre Arerê (ainda sem revisão). LACÉ LOPES, André Luiz. In RIBEIRO, Milton César – MILTINHO ASTRONAUTA. (Editor). JORNAL DO CAPOEIRA, Sorocaba-SP, disponível em www.capoeira.jex.com.br (Artigos publicados) LACÉ LOPES, André. Capoeiragem.in PEREIRA DA COSTA, Lamartine (org.). ATLAS DE ESPORTES NO BRASIL. Rio de Janeiro: Shape, 2005, p. 386-388
Neste primeiro momento da História da Capoeira do Maranhão, encontramos várias referencias em jornais publicados em São Luís, e em outras cidades do interior, que fazem referencia ‘aos capoeiras’, sempre relacionados com distúrbios em locais públicos, que exigiram a interferência da polícia; também em alguns contos e crônicas publicadas, nesses mesmos jornais, ao descreverem-se alguns tipos, são descritos aqueles que se identificam como ‘praticantes de capoeira’; outra forma que aparece, é a desqualificação de algum político, indicando-se ser ele individuo de má índole, portanto, ‘capoeira’. Mas, já por essa época, a Capoeira recebia um tratamento como “esporte”, como se vê de notícias de jornais, assim como consta de livro sobre a História do Esporte no Maranhão, do grande jornalista esportivo Dejarde Martins: 1877 MARTINS (1989). In ESPORTES: UM MERGULHO NO TEMPO44. São Luís: (s.n.), aceita a capoeira como o primeiro “esporte” praticado em Maranhão tendo encontrado referência à sua prática com cunho competitivo por volta de 1877. "JOGO DA CAPOEIRA - Tem sido visto, por noites sucessivas, um grupo que, no canto escuro da rua das Hortas sair para o largo da cadeia, se entretém em experiências de força, quem melhor dá cabeçada, e de mais fortes músculos, acompanhando sua inocente brincadeira de vozarios e bonitos nomes que o tornam recomendável à ação dos encarregados do cumprimento da disposição legal, que proíbe o incômodo dos moradores e transeuntes". (179). Ou anúncio, de 1884, em que havia um desafio entre um “Sansão do século XIX; cabe ressaltar que era comum, desde a fundação de nosso teatro, a apresentação de espetáculos de força nos palcos, com ‘artistas’ se apresentando, identificando-se como discípulos de Amoros. Nascimento de Moraes45, em uma crônica que retrata os costume e ambientes de São Luís em fins do século XIX e início do XX, publicada em 1915, utilizam o termo capoeiragem (in MARTINS, 2005) 46. A segunda fase – que identificamos – é a dos anos 30/40, indo até meados dos anos 50. Não existem evidencias de que fosse ainda praticada, a não serem algumas que dizem serem os estivadores da Rampa Campos Melo praticantes da “carioca”, assim como lembranças de que em Codó – sem precisar-se o período -, também era praticada com esse nome; Cururupu também é mencionada, como cidade onde se praticava “a carioca”, nas palavras de um senhor, negro, à época da declaração, com mais de 80 anos: praticava na juventude, mas não era conhecida, aquela manifestação do movimento, como capoeira... Mestre Diniz diz que via os carregadores, no porto, praticando ‘capoeira’, quando vinha à cidade, junto com seu pai para fazerem compras; ficava na canoa, o aguardando; tinha, conforme dizia, entre 7 e 9 anos; como nascido em 1929, deveria ser lá pelo final dos anos 30: 1936/1938. Mestre Firmino Diniz teve os primeiros contatos com a capoeiragem lá pelos seus 7-9 anos de idade, através de seus tios Zé Baianinho e Mané. Lembra ainda de outro capoeirista daquela época: Caranguejo; depois, Mestre Diniz vem a ter lições no Rio de Janeiro com “Catumbi”, um capoeira alagoano. Diniz era o organizador das rodas de capoeira e foi um dos maiores incentivadores dessa manifestação na cidade de São Luís, lá pelos anos 1950. Greciano Merino (2015)47, referindo-se às perseguições que a Capoeira recebera do período da Proclamação da República até mesmo o Estado Novo, não obstante a sua ‘legalização’ através das
LACÉ LOPES, André Luiz. PÁGINA PESSOAL : http://andrelace.cjb.net/ LACÉ LOPES, André Luiz. CAPOEIRAGEM. Palestras e entrevistas de André Lacé Lopes, edição eletrônica em CD-R. Rio de Janeiro, 2006. 42 LACÉ LOPES, André. Correspondência eletrônica enviada em 20 de agosto de 2009 a Leopoldo Gil Dulcio Vaz. 43 SILVA, Vagner Gonçalves da (org.), Artes do corpo 0 memóriA AFRO BRASILEIRA. São Paulo, Selo Negro Edições, 2004. 44 MARTINS, Dejarde Ramos. ESPORTE: UM MERGULHO NO TEMPO. São Luís, s/e, 1989(?) 45 NASCIMENTO DE MORAES. Vencidos e Degenerados. 4 ed. São Luís : Cento Cultural Nascimento de Moraes, 2000. 46 MARTINS, Nelson Brito. UMA ANÁLISE DAS CONTRIBUIÇÕES DE MESTRE SAPO PARA A CAPOEIRA EM SÃO LUÍS. São Luís: UFMA, 2005. Monografia de Graduação em Educação Física (Licenciatura), defendida em abril de 2005 47 GRECIANO MERINO, 2015, obra ciatada.
atitudes de Getúlio Vargas, afirma que no Maranhão esta hostilização foi além do período do Estado Novo (1937-1945), mantendo a Capoeira no ostracismo até entrando nos anos 60. Como podemos observar, há uma ‘primeira fase’ da Capoeiragem praticada no Maranhão, de seu aparecimento, no inicio dos anos 1800, e que vai até os anos 30/40, quando aparece no relato de alguns dos, hoje reconhecidos, Mestres mais antigo, em especial verificado pela ‘história de vida’ de Mestre Diniz, que se refere aos seus tios, e a outros capoeiras que vira ‘jogar’ em sua infância. Parte dos Mestres participe do Curso da UFMA/DEF 2017 desconhece, ou têm pouca informação, sobre a capoeiragem praticada antes de chegada de Serejo, do Grupo Aberrê, e logo em seguida, Sapo. A maioria tem algum conhecimento, embora restrito, e na maioria das vezes, se limita ao ‘ouvir dizer’, de antes das Rodas de Rua organizadas pelo Velho Diniz, ou mesmo Caranguejo. Kafure (2017) 48 não sabe dizer quem eram os líderes daquelas rodas de rua, mas sabe “[...] que existiam as práticas do Tarracá49 e da Pernada ou Punga dos Homens50”. Podemos estabelecer que, naquele final dos anos 50, quando da chegada de Roberval Serejo de volta à cidade, que o Velho Diniz já mantinha suas ‘rodas’ em alguns lugares da cidade. Para Boás (2011) 51, a capoeira começou realmente a dar as caras na década de 1960, aparecendo vários praticantes que ficaram conhecidos. Nessa época começou a circular pela cidade o nome de Roberval Serejo, que estava de volta a São Luís, pois estava servindo a Marinha no Rio de Janeiro, e lá aprendeu capoeira com o mestre baiano Arthur Emídio. Com o tempo, Serejo foi reunindo amigos e admiradores e formou um pequeno grupo de capoeira, que fazia seus treinamentos nos quintais de suas casas e na rua mesmo. O grupo foi crescendo e, em 1968, criou-se a primeira academia de capoeira de São Luís, chamada Bantu. Esse grupo contava com Roberval Serejo, o Capitão Gouveia (sargento da polícia militar), Babalu, Bezerra, Ubirajara, Jessé Lobão, Patinho, dentre outros. A primeira sede do grupo foi o Sítio Veneza, onde hoje funciona a Guarda Municipal, no bairro da Alemanha. Depois se mudou para a casa de Babalu, na Rua da Cotovia, próximo a Igreja de São Pantaleão. Roberval Serejo era escafandrista e morreu em 1971, quando trabalhava mergulhando, durante as obras do Porto do Itaqui. Com a sua morte, muitos de seus alunos deixaram de treinar, mas outros continuaram e o que mais se destacou e continuou a dar aulas foi o Sargento Gouveia.
48 ROCHA, Gabriel Kafure da. DEPOIMENTO a Leopoldo Gil Dulcio Vaz através de mensagem eletrônica, datada de 25 de agosto de 2017. 49 Ver: VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. “Wrestling” tradicional MARANHENSE – O TARRACÁ: A LUTA DA BAIXADA. VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. TARRACÁ, ATARRACAR, ATARRACADO... Palestra apresentada no Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão em 27 de abril de 2011; publicado na Revista do IHGM 37, março 2011. VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. REI ZULU E SEU ESTILO DE MMA – O “TARRACÁ” VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. . SAPO x ZULU. DEU ZULU... 50 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. “PUNGA DOS HOMENS” VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. SOBRE A “PUNGA” – VISITAÇÃO A CÂMARA CASCUDO VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. PUNGA DOS HOMENS / TAMBOR-DE-CRIOULO(A) VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. CADA QUÁ, NO SEU CADA QUÁ – A PUNGA DOS HOMENS NO TAMBOR DE CRIOULA VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. CHRONICA DA CAPOEIRA(GEM) REVISITANDO A PUNGA: “QUENTADO A FOGO, TOCADO A MURRO E DANÇADO A COICE” VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. “QUENTADO A FOGO, TOCADO A MURRO E DANÇADO A COICE": Notas sobre a Punga dos Homens - Capoeiragem no Maranhão. In Jornal do Capoeira - Edição 43: 15 a 21 de Agosto de 2005, EDIÇÃO ESPECIALCAPOEIRA & NEGRITUDE, disponível em http://www.capoeira.jex.com.br/noticias/detalhes.php?id_jornal=13170&id_noticia=609 Disponível também em http://www.capoeiravadiacao.org/index.php?option=com_content&view=article&catid=10%3Abiblioteca&id=46 %3Apunga-dos-homens-tambor-de-criouloa-qpunga-dos-homensq&Itemid=38 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Notas sobre a Punga dos Homens - Capoeiragem no Maranhão. In JORNAL DO CAPOEIRA, 14/08/2005, disponível em http://www.capoeira.jex.com.br/cronicas/notas+sobre+a+punga+dos+homens+-+capoeiragem+no+maranhao 51 BOÁS, Marcio Aragão. O ENSINO DE MÚSICA EM ESCOLAS DE CAPOEIRA DE SÃO LUÍS – MA. Monografia apresentada ao curso de Música da Universidade Federal do Maranhão para obtenção de grau de Licenciado em Música. Orientadora: Profª. Dr. Maria Verónica Pascucci. São Luís 2011
Segundo ‘Seu’ Gouveia [José Anunciação Gouveia] esse pequeno grupo [de capoeira, liderado por Roberval Serejo], não tinha um local nem horário fixo para seus treinamentos, sendo que, por volta de 1968, criou-se a primeira academia de capoeira em São Luís, denominada Bantú, quando passou a contar com vários alunos, como Babalú, Gouveia, Ubirajara, Elmo Cascavel, Alô, Jessé Lobão, Patinho e Didi. (MARTINS, 2005, p. 31) 52. Greciano Merino (2015)53 ao discorrer da (re)introdução da capoeira no Maranhão faz referencia às mudanças conjunturais sócio-politicas que acometiam o Maranhão naquele período, com a substituição das oligarquias dominantes – Vitorinismo54 e depois, pelo Sarneysmo55 – e a ‘formação de um Maranhão Novo”: [...] En esa coyuntura socio-política la capoeira, desde el campo de las representaciones y del imaginario, encuentra su espacio dentro de las dinámicas, conflictos e interacciones de los procesos que modelan, adaptan y transforman la identidad maranhense. Souza (2002)56, Martins (2005)57, Vaz (2005)58 y Pereira (2009)59, destacan la figura de tres capoeiras como los principales responsables por esa reconstitución: Roberval Serejo, Firmino Diniz (Mestre Diniz) y Anselmo Barnabé Rodrigues (Mestre Sapo). Mais adiante, sobre os pioneiros dessa tradição da implantação da capoeira nos anos 60, coloca que: Pioneros de la tradición. Roberval Serejo era oriundo de Maranhão pero aprendió Capoeira en Rio de Janeiro con un maestro bahiano llamado Artur Emídio60 durante la época en que sirvió a la Marina de Guerra. Al retornar a su tierra natal, en 1958, comenzó a entrenar y a enseñar Capoeira para un grupo de amigos en el patio de su casa. Ese grupo sería el 52 MARTINS, 2005, obra citada. 53 GRECIANO MERINO, 2015, obra citada 54 VITORINISMO - Sistema político-administrativo que dominou o Maranhão de 1945 a 1965, que teve no senador Vitorino Freire a sua figura de realce. BUZAR, Benedito. EU E O VITORINISMO, domingo, 23 de novembro de 2014. In Blog do Buzar, https://www.blogsoestado.com/buzar/2014/11/23/eu-e-o-vitorinismo/ Para CALDEIRA (1978, p, 60) “o vitorinismo, com efeito, foi um coronelismo. Das suas formas de ação excluiu-se a propensão para a dominação econômica. Nesse caso (ao nível de Estado), essa dominação se processava de forma indireta, ou seja, por meio do apoio que dispensava às suas bases de sustentação, através da concessão de garantias específicas. No plano político propriamente dito – esfera exclusiva do interesse do vitorinismo – a sua ação se centrava em torno do controle dos partidos políticos e das sub-lideranças políticas com ele identificadas que, juntamente com os coronéis do estado davam a configuração real do vitorinismo”. CALDEIRA, José de Ribamar. Estabilidade social e crise política: o caso do Maranhão. Revista Brasileira de Estudos Políticos, Belo Horizonte, n. 46, p. 55-101, 1978. 55 SARNEISMO Sistema político-administrativo que dominou o Maranhão de 1965 até os dias atuais, que teve no Presidente José Sarney Costa a sua figura de realce. https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Sarney http://atlas.fgv.br/verbete/4909 A era Vitorinista perdurou até 1965, quando entra em voga o nosso próximo monarca: Sarney, que toma posse em 1966 no Governo do Estado. A era Sarney iniciou-se em 1965, no entanto, o crescimento do seu nome começou na eleição de 1960 com a ascensão de Newton de Barros Belo, eleito governador pelo PSD-PTB-UDN. Nesta época, Vitorino começa a perder prestígio junto ao governo de Jânio Quadros e cresce o de José Sarney. Assim, Sarney passa a ser o principal interlocutor entre Newton Belo e o Palácio do Planalto. http://blogdocontrolesocial.blogspot.com.br/2012/06/um-breve-relato-da-historia-oligarquica.html 56 SOUSA, Augusto Cássio Viana de Soares. A capoeira em São Luís: dinâmica e expansão no século XX dos anos 60 aos dias atuais. Monografia (Graduação em História) – Universidade Federal do Maranhão, São Luís, 2002. 57 MARTINS, 2005, obra citada. 58 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Capoeira no/do Maranhão http://www.atlasesportebrasil.org.br/textos/181.pdf 59 PEREIRA, Roberto Augusto A. Roda de Rua; Memoria da capoeira do Maranhão da década de 70 do seculo XXI. Edufma, São Luís, 2009. 60 Capoeira de Itabuna, al sur del Estado de Bahía, que se trasladó a Rio de Janeiro a principio de los años cincuenta donde desarrollaría un importante liderazgo en el desarrollo de la capoeira de vertiente mas deportiva. (Greciano Merino, 2015)
embrión de lo que vendría a constituirse como el primer grupo de capoeira en Maranhão, la ‘Academia Bantu’ 61. A pesar de definirse como academia, el Bantu, era simplemente un grupo de personas que se reunían para practicar capoeira. Es decir, no poseía ‘organización’ ni estructura formal, como existe actualmente, ese será un rasgo bien característico de la Capoeira local en esa época. (GRECIANO MERINO, 2015) Esse pesquisador caracteriza a capoeira praticada nessa época, que não possuía ‘organização’, apesar de ser definida a “Bantu” como ‘academia’, pois esta não tinha uma estrutura formal, como as atuais escolas/academias e/ou grupos/núcleos de Capoeira: La capoeira era practicada de una forma empírica sin metodologías definidas ni lugares preparados, surgía en los patios de las casas, en la sala de estar de algún iniciado o iniciante y en espacios de la calle apartados de lugares muy transitados. (GRECIANO MERINO, 2015). A Capoeira, por essa época, era marginalizada, conforme já dito em diversos depoimentos. Afirma Greciano Merino (2015): No debemos olvidar que la capoeira estaba todavía bastante discriminada y existía un amplio prejuicio a su alrededor. En este sentido el Maestro Til (Gentil Alves) afirma que “(...) en aquella época entrenábamos casi escondidos, porque a la policía no le gustaba, decían que era cosa de delincuentes”62; o como afirma el Maestro Indio: “Cuando comencé en 1972 y hasta 1984, la capoeira era marginalizada dentro de São Luís, todo capoeira era considerado vagabundo, marginal, ‘porrero’, alborotador”63. La capoeira, como se percibe a través de estos testimonios, no despertaba el interés de una población aprensiva y estaba lejos de cualquier reconocimiento por parte de los poderes estatales y de las autoridades. Por eso, la intención de Serejo al formar este grupo sería realizar exhibiciones públicas “con pantalón, camiseta y calzado (conga) de la misma forma que había aprendido con el maestro Artur Emídio en Rio de Janeiro”64. (GRECIANO MERINO, 2015). O desconhecimento de uma história da capoeira no Maranhão, antes da chegada de Roberval Serejo – final dos anos 50 – vem de criar o ‘mito’ de que esse “Renascimento” da capoeira em São Luís se dá justamente com a sua chegada e, logo após, a criação do Grupo “Bantus“ (PEREIRA, 2010; KAFURE, 2012, GRECIANO MERINO, 2015) 65, do qual participava além do próprio Mestre Roberval Serejo, graduado por Arthur Emídio, os Mestre Diniz (aluno de Catumbi, de Alagoas), Mestre Jessé Lobão (aluno de Djalma Bandeira), de Babalú; Gouveia [José Anunciação
61 Según el sargento de la policía militar Gouveia, el grupo estaría Integrado en ese primer momento por el propio Roberval Serejo, Bezerra, Fernando, Ubirajara, Teixeira y Babalú. Véase: Pereira, Roberto Augusto A. Roda de Rua; Memoria da capoeira do Maranhão da década de 70 do seculo XXI. Edufma, São Luís, 2009, p. 5. (Greciano Merino, 2015) 62 Véase: Pereira, Roberto Augusto A. O mestre Sapo, a passagem do quarteto Aberrê por São luís e a (des)construção do “mito” da “reaparição” da capoeira no Maranhão dos anos 60. Recorde: Revista de História do Esporte, Vol. 3, número 1, junio de 2010, p. 6. (Greciano Merino, 2015) 63 Véase: Sousa, Augusto Cássio Viana de Soares. A capoeira em São Luís: dinâmica e expansão no século XX dos anos 60 aos dias atuais. 72 f. Monografia (Graduação em História) – Universidade Federal do Maranhão, São Luís, 2002. p. 50. 64 Pereira, Roberto Augusto A. Op. Cit., 2009, p. 6. 65 PEREIRA, Roberto Augusto A. O Mestre Sapo, A passagem do Quarteto Aberrê por São Luís e a (Des)Construção do “Mito” da “reaparição” da capoeira no Maranhão dos anos 60. In: Recorde: Revista de História do Esporte. Vol. 3, n. 1. Rio de Janeiro, 2010. ROCHA, 2012, obra citada GRECIANO MERINO, 2015, obra citada.
Gouveia]; Ubirajara; Elmo Cascavel; Alô; Patinho [Antonio José da Conceição Ramos]; e Didi [Diógenes Ferreira Magalhães de Almeida]66. Mestre PATURI, em depoimento relata que: Comecei no Judô e Luta Livre em 1962 e logo em seguida passei para a CAPOEIRA, Comecei a treinar com MANOELITO, LEOCADIO E AUBERDAN, Vivíamos treinando pelo Rio das Bicas, Bairro de Fátima, Parque Amazonas, DEPOIS Passamos a treinar atrás da Itapemirim no bairro de Fátima e foi chegando Lourinho, Zeca Diabo, Fato Podre, Ribaldo Preto, Alô, Babalu, e as vezes Ribaldo Branco; também treinamos no Sá Viana e sempre participavam Cordão de Prata, Butão, Romário e Curador. (ANTONIO ALBERTO CARVALHO , 2017, Depoimentos) 67. Firmino Diniz, conhecido também como Mestre Diniz ou Velho Diniz também serviu a Marinha no Rio de Janeiro e seu Mestre foi o alagoano Catumbi. Alguns capoeiras que treinavam com Serejo e posteriormente com Gouveia passaram a frequentar as rodas realizadas pelo Mestre Diniz. Com isso, o Mestre deu grande impulso para a popularização da capoeira, conseguindo instrumentos e organizando as rodas: (...) quando o Mestre Diniz chegou por aqui, as rodas eram feitas por poucas pessoas, sem uniforme, ao som de palmas, ou de no máximo, um pandeiro para marcar o compasso do jogo. Quem tinha instrumento nesse tempo? Atabaque era coisa rara, berimbau era mais difícil ainda de encontrar. (PEREIRA, 2009, p. 12) 68. Augusto Pereira (2010) 69 destaca, ainda, como antecessor de Mestre Sapo, Firmino Diniz, aluno de Mestre Catumbi, no Rio de Janeiro. Posteriormente, tornar-se-ia um dos expoentes mais expressivos e fomentadores da capoeira em rodas de rua realizadas em praças da capital70 . Grciano Merino identifica os frequentadores dessas rodas promovidas pelo Velho Diniz, segundo depoimentos que colheu: Sargento Gouveia, Babalu, Alô, Ribaldo Branco, Leocádio, Ribaldo Preto, Ribinha, Sururu, Alan, Gordo, Theudas, Mimi, Raimundão, Sansão, Pavão, Naasson (‘cara de anjo’), Faquinha, Valdeci, Curador, Paturi, Rui Pinto, Alberto Euzamor, Elmo Cascavel, Patinho, Bambolê, Manoel Peitudinho, Cural, De Paula, Didi, Miguel, Joãozinho (Wolf), Cordão de Prata, Esticado, La Ravar... entre otros. (Greciano Merino, 2015). Sem dúvidas, que Diniz foi figura fundamental porque conseguiu inserir a capoeira no sistema de pensamento da cidade. Em 1966, um quarteto baiano denominado Aberrê fez uma demonstração de Capoeira no Palácio dos Leões – sede do governo estadual. Desse grupo participavam Anselmo Barnabé Rodrigues – Mestre Sapo -, o lendário Mestre Canjiquinha, Vítor Careca, e Brasília. Após essa apresentação, receberam convite para permanecer no Estado, para ensinar essa arte marcial brasileira71. 66 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. CRONICA DA CAPOEIRAGEM. São Luis: edição do autor, 2013; 2015 (2ª Ed. Revista e atualizada), disponível em http://www.capoeira.jex.com.br/cronicas/notas+sobre+a+capoeira+em+sao+luis+do+maranhao ; issuu.com/leovaz/docs/cronica_da_capoeiragem_-_leopoldo_g SOUSA, Augusto Cássio Viana de Soares. A capoeira em São Luís: dinâmica e expansão no século XX dos anos 60 aos dias atuais. 72 f. Monografia (Graduação em História) – Universidade Federal do Maranhão, São Luís, 2002. MARTINS, Nelson Brito. Uma análise das contribuições de Mestre Sapo para a capoeira em São Luís. 58 f. Monografia (Graduação em Educação Física) – Universidade Federal do Maranhão, São Luís, MA, 2005. 67 MESTRE PATURI – ALNTONIO ALBERTO CARVALHO. Depoimento a Leopoldo Gil Dulcio Vaz, para o Livro-Álbum dos Mestres Capoeira do Maranhão, durante o Curso de Capacitação dos Mestres Capoeira do Maranhão, UFMA/DEF 2017. 68 PEREIRA, 2009, obra citada. 69 PEREIRA, 2010, obra citada 70 ALLEX, Fábio. O CAPOEIRA. POETA DAS EXPRESSÕES CORPORAIS. Publicada no Jornal Pequeno em 11 de fevereiro de 2012), disponível em http://fabio-allex.blogspot.com.br/2012/02/o-capoeira-poeta-das-expressoes.html 71 In RODRIGUES, Inara. Patinho: vida dedicada à capoeira. In O ESTADO DO MARANHÃO, São Luís, 14 de setembro de 2003, Domingo, p. 6. Caderno de Esportes
Mestre Canjiquinha [Washington Bruno da Silva, 1925-1994], e seu Grupo Aberrê passam pelo Maranhão, apresentando-se em Bacabal, no teatro de Arena Municipal; e em São Luís do Maranhão: Palácio do Governador; Jornal Pequeno; TV Ribamar; Residência do Prefeito da capital; Ginásio Costa Rodrigues. (Acompanhavam Mestre Canjiquinha Sapo [Anselmo Barnabé Rodrigues]; Brasília [Antônio Cardoso Andrade]; e Vitor Careca, os três, ‘a época, menores de idade: - Locais das exibições de Canjiquinha fora da Bahia, dentre elas: “1966 – Maranhão – Bacabal, no teatro de Arena Municipal; São Luís do Maranhão: Palácio do Governador; Jornal Pequeno; TV Ribamar; Residência do Prefeito da Capital; Ginásio Rodrigues Costa”. (Rego, 1968, p. 277 citado por MARTINS, 2005) 72. Em 1966, Mestre Sapo, incentivado por Alberto Tavares, aceita o convite e, em 1967 Mestre Sapo retorna a São Luís para trabalhar na construção civil, e posteriormente na Secretaria de Agricultura. Em 1972, começou a dar aulas de capoeira, no ginásio Costa Rodrigues, e depois em diversos pontos da cidade. Mestre Sapo formou uma geração de capoeiristas, como Mestre Euzamor e Mestre Patinho, que preservam a linhagem de Mestre Aberrê e Cajiquinha. Mestre Sapo morreu no domingo, 30 de maio, de 1982, em São Luis, vítima de atropelamento73. De acordo com Kafure, a história da capoeira no Maranhão está ligada principalmente a um mestre que foi discípulo de Pastinha, o conhecido Mestre Canjiquinha. Este foi responsável também por uma desconstrução da capoeira, a chamada capoeira contemporânea, que é uma mistura das modalidades regionais e angola. Canjiquinha ficou famoso por falar que dançava conforme o ritmo do berimbau, se ele tocava rápido era regional e se tocava devagar era angola. Essa era a sua ideologia que ao mesmo tempo reduzia a uma função rítmica as modalidades da capoeira, quando regional e angola eram distintas por muitos outros fatores tais como principalmente a nivelação social, já que os alunos de Bimba eram "brancos" enquanto os alunos de Pastinha eram compostos por proletários da região portuária, geralmente estivadores, pessoas que carregavam o peso das cargas que chegavam e embarcavam nos navios. Logo, Canjiquinha mesmo sendo considerado aluno do Mestre Pastinha, era tido como um bastardo. Já que as diferenças atuais entre a regional e a angola estão principalmente no discurso de que a angola é mais tradicional e que foi essencialmente seguida pelos principais alunos de Pastinha, os mestres João Grande e João Pequeno, este último veio a falecer agora no final de 2011. Considerando então uma capoeira desconstruída, a capoeira baiana no Maranhão é trazida pelos discípulos de Canjiquinha, sendo caracterizada pelo termo "capoeiragem". (Kafure, 2012) 74 Patinho, em depoimento a Martins (2005) 75, diz que conheceu Sapo através do Professor Dimas, que o recrutou para a Ginástica Olímpica, procurando pessoas para essa modalidade entre alguns capoeira que a praticavam no Parque do Bom Menino – Raimundão estava entre eles... -; acontece que Dimas só vem a implantar a Ginástica Olímpica em 1972/7376... O Grupo de Mestres (seis, conforme divisão para os depoimentos, em comum), assim se manifesta sobre esse período de transição, dos anos 60 – chegada de Serejo e Sapo – até o meado dos anos 80, já com a morte de ambos: Quanto à definição: Era Capoeira de Rua (fundo de quintal) 77; Capoeira de Rua78; Nesse período definimos como ‘capoeiragem’, com as características de realizações de rodas de rua, praças e praias e logradouros79. 72 REGO, Waldeloir. Capoeira Angola: ensaio sócio-etnográfico. Salvador: Itapuã, 1968) 73 http://nzambiangola.blogspot.com.br/p/nossos-mestres.html 74 ROCHA, 2012, obra citada 75 MARTINS, 2005, obra citada 76 VAZ, ARAÚJO, 2014, obra citada. 77 O Grupo 1 é formado pelos Mestres: PATURI; CURIÓ; BAÉ; TUTUCA; e ROBERTO. 78 O Grupo 2 é formado pelos Mestres: Militar; Negão; CM Márcio; Senzala; Marinho.
Quanto às características: o jogo era feito ao som do disco vinil na porta de casa 80; se caracterizava como capoeira objetiva (luta) 81; Como a capoeira maranhense ficou a característica de Angola e da Capoeiragem82; Como uma capoeira educativa, sua característica: a inclusão de floreios acrobáticos, uma formação de bateria e seus cânticos83. Quanto às principais lideranças: a partir da Escolinha do Mestre Sapo 84; Praticada por Serejo e seu Grupo Bantu85; os principais líderes: Sapo, Serejo, e Diniz86; tendo como principal liderança o Mestre Sapo87. Podemos falar, a partir daí, de uma Capoeira do Maranhão – ou Maranhense e/ou Ludovicense -? Não88. sim, com certeza: a partir dessa época temos dados que comprovam a organização e formação da Capoeira do Maranhão89. Sim, podemos dizer que a partir daí surge uma capoeira ludovicense90 Kafure (2017) 91, em correspondência pessoal, confirma a existência de uma capoeiragem maranhense, mas que não se trata de uma modalidade (estilo?), mas sim, uma identidade; afirma: Pelo o que eu entendo existe a capoeiragem maranhense, que não é uma modalidade da capoeira, mas sim uma identidade. Nesse sentido, a capoeiragem maranhense é como se fosse uma camada da realidade da capoeira no Maranhão, é como se ela sempre existiu e continua existindo, mas fica por trás das segmentações de angola, regional ou contemporânea. Ou seja, ela existe na maneira do capoeirista lidar com o outro e expressar o seu próprio amor pela cultura capoeirística. Prossegue: Eu acredito que existam três ou quatro períodos, basicamente o antes de Sapo, o de Sapo, o de Patinho e o de depois de Patinho. Por essa via, não sei dizer como está atualmente, mas a atividade da capoeira, pelo menos no centro de São Luís, esteve muito ligada ao Tambor de Crioula e a boêmia que envolvia esse círculo de pessoas (KAFURE, 2017) 92 As rodas de rua de São Luís continuaram acontecendo durante boa parte da década de 70, lideradas pelo Mestre Diniz e frequentada pelos capoeiras remanescentes da Bantu e pelos alunos mais velhos e experientes do Mestre Sapo, como: Jessé, Alô, Loirinho e Manuel Peitudinho. Segundo Mestre Pato, “Mestre Sapo proibia seus alunos mais jovens de participarem das rodas de rua, pois os que a frequentavam eram os que já tinham mais autonomia”. Mestre Rui lembra de que nesse período, como aluno do Mestre Sapo, participavam de diversos campeonatos, tendo como parceiro, amigo e irmão de capoeira Alberto Euzamor, Marquinho, Didi, Curador e outros, [...] onde compartilhávamos as rodas celebradas nas festas religiosas como a do Divino Espírito Santo, na Casa das Minas, seguido de 13 de Maio na casa de Jorge Babalaô, 8 de dezembro na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, na praça Deodoro, onde era de costume se reunir as sextas- feiras a partir das 17:00 até as 23:00 horas. E não nos restringíamos a essas datas, tínhamos o período carnavalesco 79 O Grupo 5 é formado pelos Mestres: Jorge Navalha; Cacá; Pedro; Canarinho; Reginaldo. 80 O Grupo 1 é formado pelos Mestres: PATURI; CURIÓ; BAÉ; TUTUCA; e ROBERTO. 81 O Grupo 3 é formado pelos Mestres: Mizinho; Socó; CM DiacoCM Bucuda; Niltinho. 82 O Grupo 4 é formado pelos Mestres: Pirrita; RUI; Til; Socó; Generoso. 83 O Grupo 6 é formado pelos Mestres: MANOEL; leitão; GAVIÃO; CM FORMIGA ATÔMICA. 84 O Grupo 1 é formado pelos Mestres: PATURI; CURIÓ; BAÉ; TUTUCA; e ROBERTO. 85 O Grupo 2 é formado pelos Mestres: Militar; Negão; CM Márcio; Senzala; Marinho. 86 O Grupo 4 é formado pelos Mestres: Pirrita; RUI; Til; Socó; Generoso. 87 O Grupo 6 é formado pelos Mestres: MANOEL; leitão; GAVIÃO; CM FORMIGA ATÔMICA. 88 O Grupo 1 é formado pelos Mestres: PATURI; CURIÓ; BAÉ; TUTUCA; e ROBERTO. 89 O Grupo 3 é formado pelos Mestres: Mizinho; Socó; CM DiacoCM Bucuda; Niltinho. 90 O Grupo 5 é formado pelos Mestres: Jorge Navalha; Cacá; Pedro; Canarinho; Reginaldo. 91 ROCHA, 2017, obra citada. 92 ROCHA, 2017, obra citada.
na Deodoro, Madre Deus, Praça da Saudade, Largo do Caroçudo, também no dia da Raça, 05 de setembro e Independência do Brasil, 07 de setembro, tradicionalmente em todas essas datas era realizada uma roda. Em 1979 aos 18 anos, entrei para o Exército, e mesmo servindo a pátria, continuei com os amigos anos encontrar para jogar, e nessa mesma época reencontrei amigos como D’Paula, capoeirista que tornou-se cabo do Exército, e Roberval Sena que tornou-se sargento do Exército, grande capoeirista da época93. A partir de 1970, Mestre Sapo começou a formar seu grupo de capoeira, passando a ministrar aulas em uma academia de musculação localizada na Rua Rio Branco; é também nesse ano que se dá a morte de Roberval Serejo; seus alunos, da academia Bantú, passam a treinar com Mestre Sapo. Kafure (2017) 94 acredita que Sapo – da linhagem de Canjiquinha – acabou desenvolvendo um trabalho de re-educação das lutas e ritos primitivos dos ‘valentões da ilha’: Eu já ouvi os mais velhos falarem, de como Sapo veio da linhagem de Canjiquinha e que consequentemente acabou escolhendo se estabelecer no Maranhão, onde desenvolveu um importante trabalho de uma re-educação das lutas e ritos primitivos dos valentões da ilha, por assim dizer. Em 1971, a Secretaria de Educação e Cultura do Estado, através do Departamento de Educação Física, Esportes e Recreação – DEFER/SÉC – coordenado por Cláudio Antônio Vaz dos Santos95, criou um projeto que consistia na implantação de várias escolinhas de esportes no Ginásio Costa Rodrigues. Dentre as atividades esportivas, estava a capoeira96, e o Mestre Sapo fora convidado para ministrar as aulas. A partir desse momento, houve um crescimento muito grande do número de praticantes de capoeira em São Luís, com várias turmas funcionando com aproximadamente 30 alunos cada. Mestre Sapo deu aula nessas turmas até o seu falecimento em 1982, mesmo com as trocas de Governos e Coordenadores. Mestre Sapo passou a dar um caráter esportivizante à capoeira ensinada no supracitado ginásio, minimizando sua conotação enquanto manifestação da cultura popular. Atribuiu-se a esse processo de esportivização, dentre outros fatores, os objetivos do projeto e o contexto no qual estavam inseridos o mundo da educação física e o esporte, em que eram realizadas várias outras atividades como futsal, vôlei, handebol, basquete e caratê. Diante desse contexto, Mestre Sapo passou a sistematizar as aulas, adotando o uso de uniformes, e deu muita ênfase à preparação física dos alunos. Segundo Mestre Índio (Oziel Martins Freitas), ele utilizava exercícios como corrida, polichinelo e flexões para essa preparação. Perguntado se Mestre Sapo se definia como ‘angoleiro’ ou ‘regional’, encontramos o seguinte: 9 alunos responderam angoleiro e os outros 6 responderam que ele não se definia unicamente como angola ou regional, pois ensinava as duas vertentes. De acordo com Antônio Alberto de Carvalho (Mestre Paturi), ele falava em capoeira de angola, mas ensinava misto, ou seja, angola e regional. Segundo o Mestre Pato, ele se definia somente como capoeira e que ensinava “as três alturas, as três distâncias e os três ritmos”. Nestes aspectos, ele se referia ao jogo alto, baixo e médio; ao 93 RUI PINTO, Mestre Rui. Depoimento a Leopoldo Gil Dulcio Vaz, durante o Curso de Capacitação dos Mestres capoeira do Maranhão, para o LIVRO-ÁLBUM DOS MESTRES CAPOEIRA DO MARANHÃO. 94 ROCHA, 2017, obra citada. 95 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio Vaz. CLÁUDIO VAZ, O ALEMÃO e o legado da geração de 53. São Luís, 2017 (inédito) 96 VAZ, ARAÚJO, 2014, obra citada.
longe, perto e o médio; e aos toques de angola (lento), São Bento pequeno (médio) e São Bento grande (acelerado). Acreditamos que esses fundamentos em capoeira que Mestre Sapo praticava são heranças de seu Mestre (Canjiquinha) que também os usava, de acordo com a confirmação de Mestre Pato. Além dessas influências, Mestre Sapo utilizava alguns movimentos da Capoeira Regional que ganhou muito mais projeção na década de 70 do que a de angola. (MARTINS, 2005) 97. Mestre Rui Pinto lembra que a maioria dos praticantes de capoeira, frequentadores das escolinhas, seja do Costa Rodrigues, seja nos diversos estabelecimentos de ensino, que participavam dos Festivais da Juventude, depois Jogos Escolares Maranhenses, faziam, também outras modalidades; ele mesmo praticava Handebol. Mestre Gavião98 lembra dos diversos lugares em que a ‘escola’ de Sapo passou, quando o acompanhou nas aulas de iniciação: [...] ficamos sabendo que o Mestre Sapo dava aula na Escola Alberto Pinheiro e no antigo Costa Rodrigues, e fomos olhar a aula. Quando chegamos lá, para nossa surpresa a aula era escola de elite, só estudava quem tinha uma boa condição financeira. A sala era toda no tatame e cheia de alunos jogando de 2 em 2. E movidos pelo ritmo da música de capoeira do Mestre Caiçara; sem sermos convidados, começamos a jogar. Logo chamamos atenção de todos por ter o jogo desenrolado e cheio de floreio. Estávamos fazendo bastante movimentos no jogo, quando o mestre Sapo nos abordou perguntando se éramos alunos da escola. Dissemos que não, então ele nos disse que não poderíamos jogar mais. No outro dia, curiosamente, Mestre Pato apareceu na minha casa conversando com meus pais para que me liberassem para treinar capoeira. Desde então comecei a treinar com mestre Pato que na época ainda era contramestre e eu tinha por volta de oito anos de idade.Treinamos na Rua Cândido Ribeiro, na antiga academia Real de Karatê do professor Zeca, e passado um tempo mudou-se para o antigo Lítero. Depois, mudamos para Rua da Alegria, e na Deodoro fazíamos bastantes rodas de apresentação com Mestre Sapo e M. Pato. Essas rodas reuniam todo o grupo. Esse tempo foram três anos de treinos e depois a academia acabou. No ano de 1978, Mestre Sapo, juntamente com o seu discípulo Pato, participaram do primeiro Troféu Brasil, o que seria o primeiro campeonato brasileiro de capoeira, promovido pela Confederação Brasileira de Boxe (CBB). Ambos foram vice-campeões em suas respectivas categorias, sendo que o resultado do Mestre Sapo foi muito contestado pelo público e pelos Mestres presentes, fazendo com que a organização do evento lhe homenageasse com uma medalha de ouro. Segundo Mestre Pato99: Como a capoeira era mal vista na época e cheia de preconceito, parti para a Ginástica Olímpica, volto para a capoeira e participo com o Mestre Sapo do 1º e 2º Troféu Brasil e fomos campeões, eu no peso pluma e Sapo no peso pesado. Identifiquei-me pela capoeira e fui para Pernambuco, Bahia e São Paulo, estudar capoeira. Eu recebi muita influência de Mestre Sapo, Artur Emídio, Catumbi e Djalma Bandeira que todos foram alunos de Aberrê. Quando eu conheci Sapo, eu me defini no estilo Capoeiragem da Remanecença (sic), fundamentada. Eu vivo do fundamento de que, apesar de ser baixo, mas na capoeira se vive pela altura. Existem três alturas, três distâncias e três ritmos.
97 MARTINS, 2005, obra citada. 98 MESTRE GAVIÃO – HÉLIO DE SÁ ALMEIDA. Depoimento a Leopoldo Gil Dulcio Vaz, durante o Curso de Capacitação dos Mestres Capoeira do Maranhão – UFMA/DEF 2017, para o LIVRO-ÁLBUM DOS MESTRES CAPOEIRA DO MARANHÃO. 99 MESTRE PATO – ANTONIO JOSÉ DA CONCEIÇÃO RAMOS. Depoimento dado a Leopoldo Gil Dulcio Vaz, para o LIVRO-ÁLBUM DOS MESTRES CAPOEIRAS DE SÃO LUIS, 2006.
Ainda nesse ano de 1978 que Mestre Sapo criou a Associação Ludovicense de Capoeira Angola com o intuito de oferecer uma melhor estrutura física e organizacional à capoeira em São Luís. No depoimento de José Ribamar Gomes da Silva (Mestre Neguinho), nos anos seguintes a 1978, Mestre Sapo, através da referida Associação, na qual era presidente, passou a realizar uma série de competições em São Luís. Nesse período, já aconteciam várias competições de capoeira pelo Brasil, assim como encontros, simpósios e seminários, com o objetivo de organizar e regulamentar a capoeira e suas competições. O Mestre Sapo, por sua vez, sempre viajava para esses eventos e sua participação nesse movimento trouxe mudanças para a capoeira ao longo dos anos 70 e início dos anos 80. Ao final desses anos 70, Mestre Sapo, em uma de suas viagens, conheceu o Mestre Zulú, em Brasília, que o graduou Mestre. Essa graduação não se deu de forma comum, ou seja, através de um Mestre para o seu discípulo, e sim através de cursos e exames para avaliar os seus conhecimentos. A partir de então, Mestre Sapo implantou em São Luís o sistema de graduação, através de cordas ou cordel, seguindo as cores adotadas pelo Mestre Zulú. A adoção do sistema de graduação para a capoeira foi um fenômeno comum nos anos 70, influenciado pelas artes marciais do oriente. Com a morte de Anselmo Barnabé Rodrigues – Sapo – encerra-se um ciclo da Capoeira do Maranhão. Com a inclusão da Capoeira no sistema de educação física escolar – escola formal – foi preciso uma adaptação de seu ensino, criando-se uma ‘metodologia de ensino de capoeira’, adaptada às exigências de disciplina curricular, com seus sistemas de promoção (avaliação escolar). Começa a profissionalização do capoeira, com o surgimento de um mercado de trabalho, para atender aos estabelecimentos de ensino, como uma demanda que se apresenta nas então surgentes academias de ginástica e/ou de musculação. É dessa fase que se busca uma ‘identidade’, uma padronização: [...] padronização dos uniformes, admissão de graduações internas, organização dos grupos e eventos, intercambio estaduais e a fundação de Federação100 [...] contudo houve a expansão da Capoeira através do surgimento de vários grupos. Através desses grupos eram realizadas rodas em praças públicas, amostras e competições101. A Capoeira do Maranhão se expandiu com a criação de vários grupos, em São Luís. Com a criação de grupos, a capoeira passou a ser mais praticada em recintos fechados, como: escolas, associações, terreiros de Mina. Retorna com uma padronização de uniformes, instrumentação e disciplina. Implantação do sistema de graduação pelo Mestre Pezão, na década de (19)90102. [...] os capoeiristas buscam uma nova organização, criando grupos, academia e começam a divulgar a capoeira mais frequente103. Após a morte de Sapo, começou o movimento de surgimento de grupos de capoeira, sim, a capoeira saiu das ruas, começou a se organizar, passando a ser desenvolvida em espaços fechados, como escolas, academias e clubes. O período de 80/85 a 90/95 caracteriza a organização da Capoeira do Maranhão 104. A partir de 1985, com a formação de grupos, apresentando-se nos bairros, praças e locais públicos. Nos anos
100 O Grupo 1 é formado pelos Mestres: PATURI; CURIÓ; BAÉ; TUTUCA; e ROBERTO. 101 O Grupo 1 é formado pelos Mestres: PATURI; CURIÓ; BAÉ; TUTUCA; e ROBERTO. 102 O Grupo 3 é formado pelos Mestres: Mizinho; Socó; CM DiacoCM Bucuda; Niltinho. 103 O Grupo 4 é formado pelos Mestres: Pirrita; RUI; Til; Socó; Generoso. 104 O Grupo 5 é formado pelos Mestres: Jorge Navalha; Cacá; Pedro; Canarinho; Reginaldo.
90/95 foi a explosão da Capoeira Maranhense na mídia, tendo muita repercussão pelas emissoras de televisão105. De acordo com Greciano Merino (2015)106, Sapo vai se aplicar na ‘construção’ de um método educativo, desportivo, baseado em uma férrea disciplina de índole rústica e autoritária: [...] que sintonizaba con las formas que la dictadura militar proyectaba en el seno de la sociedad107. La rigidez de ese método, según explican sus alumnos 108, se aplicaba a través de una fuerte preparación física109 y de la incesante repetición de secuencias de movimientos. El alumno para demostrar que había asimilado el fundamento de esos movimientos debía aplicarlos correctamente en la roda, y si no era capaz de cumplir con las exigencias de su grado la respuesta inmediata era un golpe correctivo que le alertase de que debía depurar aún más su jogo. Debido a la dureza de los entrenamientos mucha gente abandonaba las aulas, lo que propiciaba una amplia rotatividad de alumnos en la escuela y que ésta estuviese separada en dos grupos diferenciados: los iniciantes y los veteranos. Esa división propiciaba, a través de un estímulo competitivo, que los primeros se esforzasen por conquistar un lugar en el grupo de los avanzados y que éstos mantuviesen una gran tensión para mantenerse como los referentes del grupo. O “Método Desportivo Generalizado” aparece no contexto educacional brasileiro a partir da década de 1950. Elaborado por professores do Institut National des Sports (França) na década de 1940, o Método Desportivo Generalizado tem por preceito a educação integral de jovens e adultos através de jogos e atividades desportivas. Para tanto, quatro princípios estabelecidos pelos autores tornam-se fundamentais na aplicação desta metodologia: Educação Física para todos; Educação Física orientada; Prevenção do mal e Aproveitamento das horas livres. Os jogos e as atividades desportivas, baseadas em tais princípios, proporcionariam aos educandos a possibilidade de apreenderem noções de trabalho em equipe, altruísmo, solidariedade, hábitos higiênicos para além do desenvolvimento físico (FARIA JR, 1969, CUNHA, 2014) 110. [...] ‘Educação pelas atividades físicas, esportivas e de lazer’, de 1979, foi escrita originalmente em francês por Listello e traduzida pelo então professor da USP Antonio Boaventura da Silva e colaboradores. Esta obra parece ter sido uma adaptação do MDG para a realidade brasileira, pois foi publicada após quase duas
105 O Grupo 6 é formado pelos Mestres: MANOEL; leitão; GAVIÃO; CM FORMIGA ATÔMICA. 106 107 Debemos destacar que durante el período dictatorial brasileño se refuerza ese proceso que impulsó la capoeira en los años 30, o sea, el gobierno pasa a estrechar los lazos con los practicantes de la capoeira. Así, en 1972, la capoeira es reconocida oficialmente como deporte por el Ministerio de Educación y Cultura, incluyéndose en un proceso de institucionalización y burocratización que busca promover la homogeneización de esta práctica a nivel nacional. Dos años después se crea en São Paulo la primera federación de capoeira de Brasil, procurando difundir la capoeira como arte marcial brasileña. Este hecho es cuestionado por algunos segmentos que entendían que ese proceso de “marcialización” de la capoeira infringía principios básicos de esta práctica. En 1975, se realiza, en São Paulo, el primer torneo nacional de capoeira, para su realización se construye un reglamento técnico [...] (Greciano Merino, 2015) 108 Informaciones extraídas deI “Encuentro de Mestres”, evento organizado por la Associação Centro Cultural de Capoeiragem Matroa, el día 1/04/2013. Con la participación de Antonio José da Conceição Ramos “mestre Patinho”, Jose Ribamar Gomes da Silva “mestre Neguinho”, João José Mendes da Silva “Mestre Açougueiro”, Nasson de Souza “Cara de Anjo”. (Greciano Merino, 2015) 109 Que Sapo definía como Educación Física Generalizada, en la que integraba aparatos de gimnasia como el plinto y las colchonetas. (Greciano Merino, 2015). 110 FARIA JR. Alfredo Gomes de. Introdução à didática de Educação Física. Rio de Janeiro: Honor Editorial Ldta. 1969. CUNHA, Luciana Bicalho da. A Educação Física Desportiva Generalizada no Brasil: primeiros apontamentos. IN apontamentos de estudo de doutoramento, iniciado neste ano de 2014 no Programa de Pós Graduação da Faculdade de Educação da UFMG. Disponível em https://anpedsudeste2014.files.wordpress.com/2015/04/luciana-bicalho-da-cunha.pdf
décadas de contato com o Brasil e em parceria com uma universidade brasileira. (Cunha, 2014?)111. A esse respeito, cumpre informar que Sapo foi beber direto na fonte: com o Prof. Dr. Laércio Elias Pereira112, que veio para o Maranhão em 1974 integrar a equipe de Cláudio Vaz dos Santos, quando da implantação das escolinhas esportivas, no Ginásio Costa Rodrigues. Dentre elas, estava a de Capoeira, sob a responsabilidade do prof. Anselmo – Sapo. Na época, vários esportistas foram selecionados para ficar à frente dessas escolinhas de esportes, pois o Maranhão não dispunha de um numero suficiente de professores de Educação Física. Esse ‘monitores’ foram selecionados e receberam treinamento para – no dizer de Laércio – falarem numa ‘linguagem única’, base de estabelecimento de uma tecnologia, que se estava implantando. Essa metodologia de ensino estava baseada no livro de Listello, do qual Laércio foi um dos tradutores e responsável pela sua implantação no Maranhão (VAZ e PERIERA, 2016) 113 . Há o retorno dos - agora reconhecidos - Mestres mais antigos, em torno dos quais a Capoeiragem de São Luís orbitava; as rodas de rua são revitalizadas, assim como há um movimento surgindo com novos grupos, novos nomes, nos bairros periféricos, e a retomada dos antigos locais de suas apresentações: (seu retorno se deu) através de Mestre Diniz, foi que continuou as Rodas (Mestre Paturi); as rodas de ruas (Deodoro, Olho D´Água, Gonçalves Dias [...]114; Através desses grupos eram realizadas rodas em praças públicas, amostras e competições [...] 115. Para Kafure (2017)116, é possível dizer que a capoeira em São Luís passou por um grande processo de marginalização, e isso teve dois aspectos: 1 - os mestres treinavam escondidos no quintal de casa e desenvolviam uma identidade bem singular, 2 - houve uma grande descontinuidade por conta desse período, e muita gente boa se perdeu no meio do caminho, entregue principalmente a marginalidade e a pobreza. Patinho se apresenta como o herdeiro de Sapo, e o principal artífice da sistematização dessas ‘nova capoeira’, com característica genuinamente maranhense, fundando a sua própria escola de capoeira... Bem eu fundei a primeira escola de capoeira do mundo, que a capoeira ‘tava’ na academia e eu sempre me senti, insaciei (sic) com essa questão da academia porque eu já sentia ser restrito só a questão do corpo; então eu fui, fundei a primeira escola do mundo da capoeiragem, inclusive é o segundo grupo de capoeira angola
111 CUNHA, 2014, obra citada 112 LAÉRCIO ELIAS PEREIRA - Professor de Educação Física da UFMG, aposentado. Mestrado na USP (dissertação: Mulher e Esporte) e doutorado na UNICAMP (a tese foi o CEV); membro do comitê executivo da Associação Internacional para a Informação Desportiva - IASI. Coordenador Geral do Centro Esportivo Virtual- ONG CEV. http://cev.org.br/qq/laercio/ Atuou no Maranhão por 30 anos, como professor de handebol, e da Universidade Federal do Maranhão. 113 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; PEREIRA, Laércio Elias. LISTELLO E A EDUCAÇÃO FÍSICA BRASILEIRA. In BLOG DO LEOPOLDO VAZ, 03 de março de 2016, disponível em http://www.blogsoestado.com/leopoldovaz/2016/03/03/12670/ VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; PEREIRA, Laércio Elias. LISTELLO E A EDUCAÇÃO FÍSICA BRASILEIRA. In CEV/COMUNIDADES/EDUCAÇÃO FISICA MARANHÃO, 03 de março de 2016, disponível em http://cev.org.br/comunidade/maranhao/debate/listello-e-a-educacao-fisica-brasileira/ ; VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; PEREIRA, Laércio Elias. LISTELLO E A EDUCAÇÃO FÍSICA BRASILEIRA. ALL EM REVISTA, vol. 3, n. 2, abril a junho de 2016. 114 O Grupo 1 é formado pelos Mestres: PATURI; CURIÓ; BAÉ; TUTUCA; e ROBERTO. 115 O Grupo 2 é formado pelos Mestres: Militar; Negão; CM Márcio; Senzala; Marinho. 116 ROCHA, 2017, obra citada.
registrado no mundo. Que o primeiro é o GECAP, dirigido pelo mestre Moraes117, que é da Bahia; mas o GECAP foi fundado no Rio de Janeiro, e hoje em dia em Salvador, onde o coordenador e diretor é o mestre Moraes, que é uma pessoa muita querida e desenvolto também nessa questão da musicalidade, e dos fundamentos da capoeiragem, e a Escola de Capoeira Angola que eu criei no LABORARTE118, que é o segundo grupo de capoeira angola registrado no mundo, dos mais antigos. E a primeira como escola, porque escola? Porque a gente não só trabalha a questão do corpo, a gente trabalha a história, a geografia, essa questão da musicalidade, a pesquisa e tal, e no intuito de formar pessoas com capacidade pra trabalhar com a capoeira como a educação escolar. (BOÁS, 2011) 119. Kafure considera que o modelo de capoeira baiano foi talvez a condição de sobrevivência da prática da ética da malandragem: [...] então assim, eu acho que foi um período de reunião de adeptos. Logo, na minha concepção, a capoeira sempre existiu e é possível falar de capoeira antes desse período tanto no maranhão quanto em tribos indígenas pelo Brasil e mesmo na África. O que ocorre, ao meu ver, é o processo de síntese de ritos primitivos pela capoeira baiana. Contudo, podemos dizer que o movimento inverso, de análise e desmembramento dessa própria capoeira sintética é super importante para ressaltar os valores de identidade da capoeira de acordo com sua regionalidade. Logo, acredito que a capoeira maranhense realiza um movimento de retorno a sua ancestralidade principalmente com o Mestre Patinho, ele foi o grande estudioso da relação entre corpo X musicalidade X cultura, em outras palavras, ele deu o ritmo da capoeiragem maranhense (KAFURE, 2017) 120. A partir da inclusão da Capoeira entre as atividades do LABORARTE, que se dá a aproximação da capoeiragem do Maranhão com a Capoeira Angola, de Pastinha. Como ele mesmo afirma, “[...] eu criei no LABORARTE (...) o segundo Grupo de Capoeira Angola registrado no mundo”: [...] a escola funciona no Laborarte, nós temos nove pontos, pra você entender melhor nós temos aqui a nossa árvore genealógica (...) olha, aqui está a minha trajetória, a raiz vem ser onde eu comecei, quem foram meus netos e tal... e aqui nos temos aqui a Escola de Capoeira do Laborarte e hoje eu estou aqui no Centro Cultural Mestre Patinho, então quem são as pessoas que estudam no centro cultural, quem está dando aula, quem são os alunos formados, que aqui é sobre a minha trajetória. É a árvore
117 MESTRE MORAES - Pedro Moraes Trindade é um notório mestre e difusor da Capoeira Angola pós-Pastinha. Seu pai também era capoeirista praticante de Capoeira Angola. Começou a treinar por volta dos oito anos na academia de Mestre Pastinha que já cego e sem dar aula, passou o controle da academia para seus alunos. Moraes foi aluno de Mestre João Grande, que junto de João Pequeno eram grandes discípulos de Pastinha. Por volta dos anos 80, na intenção de preservar e transmitir os ensinamentos de seus mestres, fundou o GCAP Grupo de Capoeira Angola Pelourinho - na tentativa de resgatar a filosofia da capoeira em suas raízes africanas, que havia perdido seu valor para o lado comercial das artes-marciais. Atualmente vive em Salvador, Bahia e divide seu tempo entre lecionar Inglês e Português numa escola pública, e presidir os projetos culturais da GCAP. https://pt.wikipedia.org/wiki/Mestre_Moraes 118 O Laborarte é um grupo artístico independente, com 35 anos de trabalhos culturais desenvolvidos no Maranhão, produzindo nas áreas de teatro, dança, música, capoeira, artes plásticas, fotografia e literatura. O grupo está sediado num casarão colonial no centro de São Luís e desenvolve atividades culturais permanentes: oficina de cacuriá, oficina de teatro, oficina de ritmos populares do Maranhão, além de manter uma escola de capoeira angola. Anualmente realiza o "Iê! Camará- Encontro de Capoeira Angola". http://www.iteia.org.br/laborarte 119 BOÁS, MÁRCIO ARAGÃO. O ENSINO DE MÚSICA EM ESCOLAS DE CAPOEIRA DE SÃO LUÍS – MA. Monografia apresentada ao curso de Música da Universidade Federal do Maranhão para obtenção de grau de Licenciado em Música. Orientadora: Profª. Dr. Maria Verónica Pascucci. http://musica.ufma.br/ens/tcc/04_boas.pdf 120 ROCHA, 2017, obra citada.
genealógica dos nossos trabalhos, hoje aqui nós somos sabe quantas escolas no Maranhão? somos nove escolas no Maranhão regidas pela escola do Laborarte... 121 [...] Aí você vai ver aqui Mandingueiros do Amanhã; quem é, Escola do Laborarte quem é? Nelsinho, e todos eles vão passando, Escola Criação quem é o cara? Mestre Serginho; Aí aqui, Centro Matroá? Marco Aurélio e contra-mestre Júnior, então assim tu vai vendo aonde agente ‘tá’ aqui no Maranhão, e lá fora uma mestra Elma que trabalha em Brasília, Florianópolis e Rio Grande do Sul, e também a galera nossa que está dando aula lá fora como o Bruno Barata que está no Rio de Janeiro, que está trabalhando com a capoeira, aí tem uma galera da gente que ‘tá’ trabalhando aí, e a gente que mora em São Luís, que vai nos Estados Unidos e volta, em Portugal e volta, mas não fazemos questão de estarmos lá, porque o importante é que a gente estude a capoeira no Brasil ‘pra’ entender o que é jogar capoeira,’ pra’ depois ir lá fora fazer uma oficina porque vai ser difícil ‘pra’ ver o que vai ser mal empregado lá fora 122 . Mestre Alberto Euzamor123 fala que se desconhecia a existência de estilos de capoeira. Explica que: Capoeira Regional que era praticado apenas no estado da Bahia e difundindo-se para as demais regiões, era jogada mais por pessoas que tinham certo poder aquisitivo; a Capoeira de Angola; Memoriza na Capoeira de Angola a existência de três tipos de ritmo mais jogado hoje: Angola (fase de preparação, aquecimento), São Bento Pequeno (fase intermediária) e São Bento Grande (fase de roda). Mestre Rui124 confirma que não se conhecia, por aqui, a divisão da Capoeira por estilos: Angola e Regional, pois Quando eu aprendi não tínhamos o entendimento de que existia dois estilos de capoeira, e sim que existia vários ritmos. Só passamos a ter informação de capoeira angola e regional com o tempo e viagens.Estilo é capoeira Maranhense, nós na época não aprendemos estilo, tínhamos a informação que angola é um toque seguido de um jogo em baixo (no chão), que significa mais lento e cadenciado, com malícia e molejo. Regional, um toque com jogo rápido, com velocidade dos movimentos com muita malícia e molejo, jogo em cima. O mesmo diz Mestre Socó125, pois para ele desenvolvíamos uma capoeira chamada: “encima – embaixo”, um jogo no qual não era nem Angola nem regional, era conhecido como “Capoeiragem. Entre os praticantes mais novos, como Mestre Roberto126, não havia conhecimento de estilos na capoeira praticada no Maranhão, pois afirma: Não tínhamos estilo determinado para jogarmos capoeira e sem nenhum fundamento e conceito daquela capoeira jogada na época; sentindo a necessidade de evoluir com
121 In BOÁS, MÁRCIO ARAGÃO. O ENSINO DE MÚSICA EM ESCOLAS DE CAPOEIRA DE SÃO LUÍS – MA. Monografia apresentada ao curso de Música da Universidade Federal do Maranhão para obtenção de grau de Licenciado em Música. Orientadora: Profª. Dr. Maria Verónica Pascucci. http://musica.ufma.br/ens/tcc/04_boas.pdf 122 In BOÁS, MÁRCIO ARAGÃO. O ENSINO DE MÚSICA EM ESCOLAS DE CAPOEIRA DE SÃO LUÍS – MA. Monografia apresentada ao curso de Música da Universidade Federal do Maranhão para obtenção de grau de Licenciado em Música. Orientadora: Profª. Dr. Maria Verónica Pascucci. http://musica.ufma.br/ens/tcc/04_boas.pdf 123 MESTRE ALBERTO EUZAMOR - ALBERTO PEREIRA ABREU. Depoimento a Leopoldo Gil Dulcio Vaz, quando da construção do Livro-Álbum Mestres de Capoeira de São Luis, 2006 124 RUI PINTO, Mestre Rui. Depoimento a Leopoldo Gil Dulcio Vaz, durante o Curso de Capacitação dos Mestres Capoeira do Maranhão – UFMA/DEF 2017, para o LIVRO-ÁLBUM DOS MESTRES CAPOEIRA DO MARANHÃO. 125 MESTRE SOCÓ – EVANDRO DE ARAUJO TEIXEIRA. Depoimento a Leopoldo Gil Dulcio Vaz, durante o Curso de Capacitação dos Mestres capoeira do Maranhão, para o LIVRO-ÁLBUM DOS MESTRES CAPOEIRA DO MARANHÃO. 126 MESTRE ROBERTO – ROBERTO JAMES SILVA SOARES. Depoimento a Leopoldo Gil Dulcio Vaz, durante o Curso de Capacitação dos Mestres capoeira do Maranhão, para o LIVRO-ÁLBUM DOS MESTRES CAPOEIRA DO MARANHÃO.
os demais grupos da época, comecei a ler mais sobre a Capoeira, pois éramos muito fechados e não recebíamos visitas. Para Mestre Índio, [...] a capoeira no Maranhão teve uma mudança já dos anos 80 pra cá, após a morte do Mestre Sapo “Anselmo Barnabé Rodrigues”, vários capoeiras que estavam isolados, criaram seus grupos, eram grupinhos mesmos só para treinar, eu mesmo criei o meu nessa época. Antes disso se o Sapo soubesse que tinha capoeira ou roda de capoeira, ele ia lá e dava porrada em todo mundo. Por que ele queria ser o centro das atenções, capoeira era só ele, e o resto era o resto. E após a morte, vitima de um atropelamento em 29 de maio de 1982, após uma confusão muito grande que ele arranjou, enquanto ele foi em casa buscar um revolve, na travessia dele um carro em alta velocidade lhe deu uma trombada, e ele veio a óbito no dia 1 de junho sendo sepultado em 2 de junho, para esperar alguns parentes que moravam em outro estado. Como eu disse, após isso surgiram vários grupos, eu criei o meu que na época se chamava Filhos de Ogum, e tinha o Gayamus, Filhos de Aruanda, Aruandê, Cascavel, Escola de Capoeira Laborarte e outros que eu não lembro os nomes nesse momento. (Mestre Índio do Maranhão, in Entrevista, 2015) 127 Por não ter um estilo definido, ou não se filiar aos estilos hoje reconhecidos: Angola, Regional e/ou Contemporânea, foi perguntado aos Mestres como eles chamariam, ou definiriam a capoeira praticada, hoje, no Maranhão e o que é “jogar nos três tempos”, e se essa era a principal característica da Capoeira do Maranhão: - a denominaria “Capoeira Tradicional Maranhense”, com seu: “jogo baixo, intermediário e em cima”, as três alturas ou as três distancias, considerando ser essa a sua principal característica. “É definida em grupos, associações, Federações, sendo que cada um tem seu estilo de jogo e sistema de graduação”. a denominam como “capoeira mista”, ou seja, incutir o novo no velho sem molestar as raízes: “Jogar em um determinado toque as três alturas - Angola, São Bento Pequeno e São Bento Grande”. Como a Capoeira Maranhense se joga nos três tempos e joga no toque de Angola, São Bento Pequeno e São Bento Grande de Angola - jogo em baixo, no meio, e em cima -, essa é a característica maranhense. ’Capoeira mista’, jogada nos três tempos, que significa os três toques do berimbau, Angola, S.B. P. de Angola, e S.B.G de Angola” . [...] uma capoeira mista, por assim ser jogada em três tempos: jogo de chão, malícia: 2º no São Bento pequeno, que um jogo de muita acrobacia e destreza e, 3º o São Bento Grande, que é um jogo em cima rápido e de combate. Patinho128 sintetiza a Capoeira do Maranhão: [...] buscando sempre a forma indígena que tem na capoeira, pois estudei com os índios samangó - só o berimbau dos instrumentos participa e tem uma só batida de marcação iúlna (sic) - a batida do berimbau é mudada e tem uma formação de entrada dos instrumentos. O Mestre chama, colocando ritmo e ordenando a entrada
127 Entrevista com Mestre Índio Maranhão, disponível em http://www.rodadecapoeira.com.br/artigo/Entrevistacom-Mestre-Indio-Maranhao/1. Publicado em 19/11/2015, enviado por: jeffestanislau 128 MESTRE PATO – ANTONIO JOSÉ DA CONCEIÇÃO RAMOS. Depoimento dado a Leopoldo Gil Dulcio Vaz, para o LIVRO-ÁLBUM DOS MESTRES CAPOEIRAS DE SÃO LUIS, 2006.
de cada instrumento - agogô, atabaque, berimbau contrabaixo, berimbau viola, berimbau violinha, reco-reco e pandeiro; entra também as palmas. Santa Maria - uma batida que diferencia das outras duas é que tem duas batidas de marcação, sempre acompanha com as palmas. Marvana - com três palmas Caudaria - com dois toques e três batidas Samba de roda - neste ele explica que não precisa tocar bem, pois cabe a cada um o seu interesse pelo aperfeiçoamento. Angola - é mais compassada e cheia de ginga. Cabe ressaltar que a "iúna" é destinada a recepção de pessoas na roda e momentos fúnebres. Ladainha - é uma louvação a Deus e as formas de vida e espírito que queiram citar. Segundo Greciano Merino (2015) 129, o Maranhão se caracteriza por ser um território afetado por fortes insurreições de negros e por uma vasta diversidade de rituais ligados à cultura popular (Tambor de Mina, Bumba-meu-boi, Tambor de Crioula, Festa do Divino Espírito Santo, Bambaê de Caixa, Festa de São Gonçalo, etc.) que foram fomentados principalmente durante a constante reorganização dos quilombos ou ‘Terras de Preto’. Antonio José da Conceição Ramos, mas conhecido como Mestre Patinho, se inicia na Capoeira em 1962 e vem desenvolvendo seu trabalho de una forma ininterrupta; por isso, na atualidade se o considera o praticante mais antigo desta atividade em São Luís de Maranhão. É ainda Greciano Merino (2015) que nos dá maiores explicações sobre essa simbiose entre a capoeira maranhense e as demais manifestações folclóricas que ocorrem no Maranhão: Algunos maestros de la capoeira ‘maranhense’ como Patinho, Tião Carvalho, Alberto Euzamor o Marco Aurelio indican dos personajes del cortejo del bumba meu boi como paradigmas que celan la expresión corporal de la capoeira durante esos años de fuerte represión: el ‘caboclo de pena’ y el ‘miolo del boi’. Los ‘caboclos de pena’ son una figura emblemática, imponente e impresionante; que situados al frente del cortejo despliegan una danza circular vigorosa abriendo espacio y anunciando la llegada del grupo. Los capoeiras, por su conocimiento de técnicas de lucha y guerra, habrían sido destinado a ocupar esas posiciones para proteger al grupo de los embates de otros grupos rivales. El ‘miolo del boi’ es como se designa a la persona que manipula la figura del boi, y su papel sería entrenar y mantener alerta a los integrantes del grupo a través de su cabezadas y coces. El maestro Patinho, durante la conferencia de apertura del VIII Iê Camará (2014)130, expresaba que: “El caboclo de pena rescata la mandinga, la picardía y la malicia de la capoeira a través de la rasteira de mano. Y del miolo de boi destaca que tiene que tener una malicia y una ginga para inserir la cabezada y la coz, ésta última desde su opinión es la chapa de costas de la capoeira. Otro aspecto que en su opinión comparten estas manifestaciones serían las improvisaciones de los cánticos que relatan acciones del momento en que están ocurriendo los acontecimientos”131. En ese mismo acto, el maestro Marco Aurelio Haikel reforzaba que: “dentro del mosaico cultural brasileño los capoeiras eran guerreros temidos y admirados; necesarios como protectores lo que les permite participar y ser miembros de varias y diversas manifestaciones. Ese ‘lleva’ y ‘trae’ de informaciones quizá sea una de sus grandes contribuciones dentro de la cultura popular.Pues se convierte en el eslabón que conecta y agrega esas 129 GRECIANO MERINO, 2015, obra citada. 130 Evento nacional de capoeira organizado por el grupo de Capoeira Angola Laborarte 131 Ramos, Antonio da Conceição. Batuques locais e suas influencias entre capoeiras. En VIII Iê Camará: Dialogo de Batuques, LABORARTE, São Luís do Maranhão, 2014.
informaciones y esa profusión de ritmos”132. El tambor de crioula es una danza genuinamente maranhense que, como señalábamos anteriormente, forma parte de las expresiones que surgen de la diáspora africana. La forma en que se despliega el ritual del tambor, la cadencia batuques”. Durante una semana se organizaron charlas, mesas redondas, presentaciones y diversas rodas de capoeira, tambor y samba donde se trató de profundizar sobre las vicisitudes de este mosaico cultural. Prossegue: En este sentido, el profesor Leopoldo Vaz 133 se hace eco de las posibles relaciones que se establecen entre ambas manifestaciones a través de la punga dos homens, que es un juego de lucha practicado dentro de los rituales del tambor134. Para ello, indica que la punga dos homens en Maranhão vendría a ocupar la misma función que la pernada carioca en Rio de Janeiro, el batuque en Bahía o el passo en Pernambuco. Todas estas manifestaciones serían formas complementarias donde se diluiría la capoeira. Pues, las medidas restrictivas que imponía el nuevo código penal de la República habría obligado a sus practicantes a encontrar nuevas formas de camuflar su práctica para ocultarse de la atención de las autoridades. Asimismo, Vaz trata de este carácter profano puede resultar paradójico cuando su manifestación se ejecuta como agradecimiento y promesa por las peticiones realizadas a San Benedito135. Asimismo adquiere un aspecto religioso cuando se ejecuta dentro de un terreiro de Mina provocando el trance de los Voduns o Caboclos, Gentis, Orixás. Kafure (2017) considera que essa característica de jogar nos três tempos é gananciosa, mas não deixa de ser o ideal de um "super capoeirista": [...] e isso para mim é impossível. Justamente porque a vida tem três tempos, a infância, a maturidade e a velhice e o ritmo de cada um desses tempos é diferente. Então assim, eu acho que o tempo da capoeiragem maranhense é o tempo médio, pois nem é devagar demais nem rápida demais, como se encontra em alguns grupos na Bahia (lá existem bem visível os extremos). Eu acho que uma das grandes belezas e riquezas da capoeiragem maranhense é a multiplicidade de grupos e rodas em um território pequeno. Pelo menos quando eu morava em São Luís, quase todo dia era dia de roda, pelo o que eu me lembro, de quarta à sábado (curioso que no domingo quase nunca tinha). Enfim, geralmente nas capitais do Brasil, roda de capoeira é de sexta à domingo. Então acho que essa pluralidade de rodas, mesmo com os zumzumzum entre grupos e mestres, ainda assim dava uma perspectiva muito boa de aprendizado para alguém que realmente queira aprender a ser um bom capoeira.
132 Haikel, Marco Aurelio. Batuques locais e suas influencias entre capoeiras. En VIII Iê Camará: Dialogo de Batuques, LABORARTE, São Luís do Maranhão, 2014. 133 VAZ, Leopoldo y VAZ, Delzuite. A Carioca. Actas del III Simposio de Historia do Maranhão Oitocentista. Impressos no Brasil no seculo XIX. Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), São Luís, 2013. Extraído el 15 de marzo de 2015 dehttp://www.outrostempos.uema.br/oitocentista/cd/ARQ/34.pdf 134 En la década de 1950, el folclorista Camara Cascudo lo describirá de esta manera: "Las danzas denominadas ‘do Tambor’ se esparcen por Ibero-América. En Brasil, se agrupan y se mantienen por los negros y descendientes de esclavos africanos, mestizos y criollos, especialmente en Maranhão. Se conoce una Danza de Tambor, también denominada Ponga o Punga que es una especie de ‘samba de roda’, con solo coreográfico, (...) Punga es también una especie de pernada de Maranhão: batida de pierna contra pierna para hacer caer al compañero, a veces el Tambor de Crioula termina con la punga dos homens.". Camara Cascudo, Luis da. Diccionario do Folclore Brasileiro.Tecnoprint, Rio de Janeiro, 1972, p. 851. 135 Este carácter profano puede resultar paradójico cuando su manifestación se ejecuta como agradecimiento y promesa por las peticiones realizadas a San Benedito. Asimismo adquiere un aspecto religioso cuando se ejecuta dentro de un terreiro de Mina provocando el trance de los Voduns o Caboclos, Gentis, Orixás.
Sapo não definia sua metodologia nem como Angola nem como Regional; de sua perspectiva de ensino, a capoeira estava formada por uma serie de fundamentos de jogo que se aplicavam em função das circunstancias que a roda requeria 136. Su capoeira se enfoca hacia un aspecto más deportivo, pasando a examinar a sus alumnos a través de series de movimientos secuenciados que se correspondían con una escala de cuerdas de colores, como ocurre en las artes marciales. Participó en eventos, simposios y torneos nacionales en diversos Estados e incentivó a sus alumnos para que completasen su formación participando de los cursos de arbitraje y viajasen a Rio de Janeiro para estudiar con Inezil Penna Marinho137. Asimismo, batalló mucho para conseguir que la capoeira formase parte de los Jogos Escolares Maranhenses (JEM’s) como un deporte de competición. Todo eso sin dejar de explorar ese lado folclórico de la capoeira que le había llevado hasta São Luís138. Por tanto, su profunda dedicación al estudio del arte de la capoeira139627 le llevan a convertirse en un profesional de reconocido prestigio por la sociedad. Ese reconocimiento unánime motivó que asumiese el papel de celador de la capoeira en São Luís, mostrando su intolerancia hacia las rodas de calle (que no fuesen las suyas o las del maestro Diniz) y hacia la abertura de grupos que no fuesen suyos. (GRECIANO MERINO, 2015) Em meados dos anos 80, para frente, após a morte de Sapo, começa uma movimentação para ‘restituir’ a Capoeira ao seu lugar – a rua. Esse movimento começa a partir da formação de grupos, em lugares considerados periféricos, como o eixo Itaqui-Bacanga. Para os Mestres-alunos, o movimento ‘pró-capoeira’ surgiu na área Itaqui-Bacanga através dos grupos ‘Aruandê’ do Mestre Pirrita, ‘Filho de Aruanda’, do Mestre Jorge, como forma de apresentações individuais dos grupos que fizeram parte desse movimento, entre eles ‘Cascavel’, ‘Filho de Ogum’, ‘Unidos dos Palmares’, e outros. Esse movimento teve como objetivo uma maior organização da Capoeira, pois a mesma se encontrava no anonimato; com a realização do movimento pró - capoeira surgiu, em São Luís, vários grupos de capoeira com objetivo de uma maior organização e expansão em toda São Luis140. Projeto “Capoeira nos Bairros”, e “Movimento Pró-Capoeira”; com os Mestres Jorge e Pirrita; com a mobilização de grupos de capoeira; para a organização e transformação dos grupos em associações, surgindo a partir daí, a Federação Maranhense de Capoeira – FMC -, no ano de 1990 141. Pela necessidade de revitalizar e divulgar a capoeira, que estava muito dispersa nas periferias dando por sua vez uma nova fase a este movimento, tendo como protagonizadores Pirrita, Jorge, Neguinho do Pró-dança142. 136 El Maestro Sapo seguía una especie de mezcla de las dos vertientes, sus enseñanzas consistían en una práctica que estuviese de acuerdo con el ritmo que dictaba el toque de berimbau: Angola (jogo lento y rastrero), São Bento Pequeno (jogo que mezclaba movimientos altos con rastreros en una cadencia intermedia) y São Bento Grande (jogo practicado encima y en una cadencia acelerada). Los 3 berimbaus tocaban la misma célula. (GRECIANO MERINO, 2015). 137 Inezil Penna Marinho publica en 1945 el libro “Subsídios para o Estudo da Metodologia do Treinamento da Capoeiragem”, esta obra fue explícitamente inspirada en la “Ginastica nacional (capoeiragem) metodizada e regrada” de Aníbal Burlamaqui. (GRECIANO MERINO, 2015). 138 Entre los años 1977-1979 Sapo formó un cuadro folclórico de exhibición con juego de luces que presentaba principalmente en el recinto ferial (EXPOEMA), durante los festejos juninos, y en algunos terreiros durante determinadas fiestas de santo. Entre las actividades que se presentaban destacan el samba de roda y el maculele que se entrenaba con palos de escobas y después se ejecutaba con machetes. . (GRECIANO MERINO, 2015). 139 Cabe destacar que en una época que las informaciones eran escasas debido a los limitados y precarios medios de comunicación, el maestro Sapo poseía un importante acervo de libros discos y recortes de prensa con informaciones de lo que acontecía en varios Estados. . (GRECIANO MERINO, 2015). 140 O Grupo 4 é formado pelos Mestres: Pirrita; RUI; Til; Socó; Generoso. 141 O Grupo 5 é formado pelos Mestres: Jorge Navalha; Cacá; Pedro; Canarinho; Reginaldo. 142 O Grupo 6 é formado pelos Mestres: MANOEL; leitão; GAVIÃO; CM FORMIGA ATÔMICA.
As lideranças: Mestres Jorge e Pirrita e Mestre Leles, Madeira, para a divulgação da organização dos grupos de capoeira no Maranhão143; Foi a Associação Aruandê, com os Mestres Jorge e Pirrita144; Pelos Mestres Pirrita e Jorge, com o objetivo de divulgação da capoeira. Muitos adeptos na prática da capoeira, a popularização da capoeira criando uma boa imagem da capoeira145. ONDE ACONTECEU? QUAIS OS RESULTADOS? - Sá Viana, Bairro de Fátima, Anjo da Guarda, Coroadinho, Liberdade, etc.; foi positivo no sentido de fortalecer a interação entre os grupos146; - [...] na área Itaqui-Bacanga, no Teatro Itaqui-Cucuiba, e teve como resultado o fortalecimento da Capoeira; a partir daí, outros grupos da cidade passaram a realizar outros eventos, em prol da Capoeira147;. - Foi feito o Pré-capoeira no Bairro do Anjo da Guarda, no Teatro Itapicuraíba148. - O movimento ‘pró-capoeira’ surgiu na área Itaqui-Bacanga [...] com a realização do movimento pró - capoeira surgiu, em São Luis, vários grupos de capoeira com objetivo de uma maior organização e expansão em toda São Luis149. - Projeto “Capoeira nos Bairros”, e “Movimento Pró-Capoeira”; [...] com a mobilização de grupos de capoeira; para a organização e transformação dos grupos em associações, surgindo a partir daí, a Federação Maranhense de Capoeira – FMC -, no ano de 1990150. Percebe-se que houve uma evolução no formato, quanto à organização formal dos grupos e núcleos de capoeira existentes, e os formados a partir de meados dos anos 80, no Novecento. Com a interiorização e internacionalização dos Grupos – no dizer de Lacé Lopes, ‘grifes de capoeira’ -, houve a necessidade de uma estrutura legalizada, com estatutos, registro junto aos fiscos federal, estadual, municipal, com obtenção de CNPJ, Alvará de Funcionamento e Inscrição Estadual. Passam a se constituir em empresas prestadoras de serviços, outras, associações esportivas, núcleos artesanais – confecção de uniformes, instrumentos – notadamente berimbaus, caxixis, atabaques, reco-reco... – e uma forte conotação social, de proteção à criança e ao adolescente. Continuam, apesar disso, com a ‘informalidade’ das Rodas de Rua, com a formalidade É ainda em 2001 que se dá a realização do 1º CONGRESSO TÉCNICO DA FACAEMA, na Academia de Mestre Edmundo. Neste congresso que se tomou a decisão de caracterizar, através da formação da orquestra, a Capoeira do Maranhão/Ludovicense: No ano de 2001, reuniu-se na Academia de Mestre Edmundo representantes da Capoeira de vários segmentos, para a padronização de uma bateria, que seria única, nos grupos filiados à FECAEMA. Estavam presentes, da Capoeira Angola: Marco Aurélio, Abelha, Piauí; de outros segmentos: Índio, Baé, Mizinho, Paturi, Ciba, Edmundo. Decidimos cantar no Gunga e no Médio151.
143 O Grupo 1 é formado pelos Mestres: PATURI; CURIÓ; BAÉ; TUTUCA; e ROBERTO. 144 O Grupo 2 é formado pelos Mestres: Militar; Negão; CM Márcio; Senzala; Marinho. 145 O Grupo 3 é formado pelos Mestres: Mizinho; Socó; CM DiacoCM Bucuda; Niltinho. 146 O Grupo 1 é formado pelos Mestres: PATURI; CURIÓ; BAÉ; TUTUCA; e ROBERTO. 147 O Grupo 2 é formado pelos Mestres: Militar; Negão; CM Márcio; Senzala; Marinho. 148 O Grupo 3 é formado pelos Mestres: Mizinho; Socó; CM DiacoCM Bucuda; Niltinho. 149 O Grupo 4 é formado pelos Mestres: Pirrita; RUI; Til; Socó; Generoso. 150 O Grupo 5 é formado pelos Mestres: Jorge Navalha; Cacá; Pedro; Canarinho; Reginaldo. 151 Mizinho; Socó; CM Diaco; CM Bucuda; Niltinho.
Fonte: Greciano Merino, 2015 Ainda temos a registrar a atuação do “Forum Permanente da Capoeira do Maranhão”. Concordamos com Almeida e Silva (2012) 152, para quem a história da capoeira é marcada por inúmeros mitos e “semiverdades”, conforme nos esclarece Vieira e Assunção (1998) 153. Esses mitos e estórias dão base às tradições que se perpetuam e proporcionam a continuidade de um passado tido como apropriado. Na capoeira, a narrativa oral das suas “estórias” adquiriu uma força legitimadora tão forte que, por muitas vezes, podemos encontrar discursos acadêmicos baseados nelas154. Mestre Gavião já viajou por muitos estados brasileiros a procura de capoeira, e sempre buscou manter suas raízes, só absorvendo o que achava interessante para enriquecer sua capoeira. Certa vez, um mestre em um evento em São Paulo, o viu jogando e perguntou: “Oh Mestre, essa sua capoeira é africana?” Poderia – ou deveria! – ter respondido: “Não, é Capoeira do Maranhão, de São Luís, ludovicense!!!” É a “Capoeiragem Tradicional Maranhense” 155...
152 ALMEIDA, Juliana Azevedo de; SILVA, Otávio G. Tavares da. A CONSTRUÇÃO DAS NARRATIVAS IDENTITÁRIAS DA CAPOEIRA. Vitória; UFES. Rev. Bras. Ciênc. Esporte vol.34 no. 2 Porto Alegre Apr./June 2012. e-mail: julazal@yahoo.com.br 153 VIEIRA, Luiz Renato; ASSUNÇÃO, Mathias Röhring. Mitos, controvérsias e fatos: construindo a história da capoeira. In ESTUDOS AFRO-ASIÁTICOS, 34, dezembro de 1998, p. 82-118 154 Vieira e Assunção (1998) apontam esse fato no seu artigo. VIEIRA, Luiz Renato; ASSUNÇÃO, Mathias Röhring. Mitos, controvérsias e fatos: construindo a história da capoeira. In ESTUDOS AFRO-ASIÁTICOS, 34, dezembro de 1998, p. 82-118 155 Assim a denominaram os Mestres Capoeiras partícipes do Curso de Capacitação dos Mestres Capoeiuras mdo Maranhão, adeptos da denominada ‘capoeira mista’, após os estudos realizados, passando de ora em diante a
HISTÓRIA(S) DO MARANHÃO
assim denominar seu estilo de luta, conforme correspondência pessoal, via Facebook, de Mestre Baé, em 28 de setembro de 2017.
CAXIAS, MARANHÃO: O QUE O BRASIL DEVE A ESSA CIDADE EDMILSON SANCHES Uma cidade há no nosso país que todo brasileiro dela sabe -- embora, muitas das vezes, sem saber dela. Trata-se de Caxias, no Maranhão, município com 5.196 quilômetros quadrados e 164 mil habitantes, além de uma economia superior a R$ 1,714 bilhão (2017). Mas não são os números que tornam Caxias grande. Esses números apenas dizem que Caxias é a 5ª maior cidade do Estado e a de número 170 no país em população. Por sua vez, a economia coloca o município caxiense em 5º lugar no Maranhão e o classifica entre os 500 maiores municípios brasileiros, ou exatamente o de número 492, logo abaixo de Mairiporã (SP) e acima de nada menos que 5.078 outras cidades, dentre os 5.570 municípios brasileiros. Embora os dados demográficos e econômicos por si sós já lhe garantam uma posição digamos “confortável” no “ranking” nacional, não são os números -- repita-se -- que conferem grandeza ao quadricentenário município (há registros de que o início da história caxiense dar-se-ia com expedição que se assentou às margens do rio Itapecuru, em terras caxienses, logo na primeira metade do século 17). A grandeza de Caxias vem da quantidade e, em especial, da qualidade dos filhos que nela nasceram. Eles, pelo vigor de seus talentos, pelo destemor com que iniciaram lutas e ideias, pelo entusiasmo com que realizações sonhos e ideais, tornaram-se pioneiros e referências para toda a História do Brasil. Na Literatura, no Direito, na Política, na Administração Pública, na Música, na Religião, na Pintura e Escultura e outras diversas áreas da Cultura e das atividades humanas, filhos de Caxias legaram uma contribuição tão precursora e consistente que até hoje -- e para sempre -- o Brasil e os brasileiros lhe são devedores. Na LITERATURA, mais que escritores de grandes obras, Caxias deu autores de escolas literárias, estudadas em cursos superiores (Letras, por exemplo) e em escolas de Ensino Médio . Com efeito, o Indianismo tem no escritor, advogado e etnólogo caxiense Gonçalves Dias seu maior símbolo. O advogado, jornalista e escritor Teófilo Dias é o introdutor do Parnasianismo no Brasil. O escultor e escritor Celso Menezes introduziu o Modernismo nas Artes Plásticas brasileiras; era professor em universidade do Rio de Janeiro e entre seus admiradores declarados estavam Otto Lara Resende, Manoel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade. No DIREITO, avulta João Mendes de Almeida, que é autor de vasta obra jurídica e linguística e é também autor da Lei do Ventre Livre, que fez nascerem livres os filhos de escravos (lei assinada pela Princesa Isabel, como se sabe). Também, Teixeira Mendes, que redigiu a lei, aprovada no Congresso Nacional, que fez a separação Igreja--Estado e estabelecendo a liberdade de culto, de fé religiosa e até de não tê-la. O caxiense Teixeira Mendes é mais conhecido por ser o autor da Bandeira Nacional brasileira e suas ideias, vigorosamente manifestadas e defendidas na Imprensa, resultaram na criação da Funai e de leis pioneiras na defesa e estabelecimento de direitos da mulher trabalhadora, do jovem trabalhador e dos doentes mentais. Na CIÊNCIA registre-se Aderson Ferro, considerado na sua classe a “Glória da Odontologia Brasileira”, autor da primeira obra científica na especialidade. O caxiense Coelho Netto foi por si mesmo um grande contribuidor da Cultura e do Esporte brasileiros. Além de ter sido eleito “Príncipe dos Prosadores Brasileiros”, Coelho Netto foi indicado nada menos do que três vezes para o Prêmio Nobel de Literatura. Cabe a ele, senão a autoria, a divulgação e fixação do epíteto “Cidade Maravilhosa” à capital do Rio de Janeiro; o nome foi título de crônica, de programa de rádio, de livros e de música popular oficializada hino
municipal carioca. Coelho Netto, desportista, capoeirista, foi responsável pela elevação da capoeira no Brasil e foi o introdutor da palavra “torcedor” com significado de adepto de um time de futebol. Seu filho João, o Preguinho, foi autor do primeiro gol da Seleção Brasileira em Copa do Mundo. Coelho Netto também foi o introdutor do cinema seriado no Brasil, tendo sido roteirista e diretor de cinema. Na POLÍTICA e ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, o caxiense Sinval Odorico de Moura foi um raro caso de brasileiro que administrou quatro Estados. Por outro lado, João Christino Cruz, agrônomo e político, foi o criador do Ministério da Agricultura e é o presidente de honra da Sociedade Nacional de Agricultura. O médico, militar e político caxiense Joaquim Antônio Cruz contribuiu para a demarcação de fronteiras do Brasil com a Argentina e votou pela lei que aboliu os castigos corporais nas Forças Armadas. Joaquim José de Campos da Costa de Medeiros e Albuquerque foi o caxiense que, como gestor de unidade no IBGE, no Rio de Janeiro, fez a primeira contagem da população total do Brasil, em 1872. Em 2020 teremos novamente o Censo Demográfico geral. Na RELIGIÃO, agiganta-se o nome de Andresa Maria de Sousa Ramos, a Mãe Andresa, sacerdotisa de culto afro-brasileiro de renome internacional, última princesa da linhagem direta “fon”, estudada por escritores, sociólogos e antropólogos do Brasil e do Exterior. No TEATRO, Caxias entra com Ubirajara Fidalgo da Silva, o primeiro dramaturgo negro do país, criador do teatro Profissional do Negro, reconhecido e homenageado em grandes centros como Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Brasília. A ele o Governo Federal dedicou o 2016 como o “Ano Ubirajara Fidalgo da Cultura”. O caxiense José Armando de Almeida Maranhão é considerado “A Pedra Angular do Teatro Paranaense”. Teatrólogo, professor, escultor e caricaturista, Armando Maranhão estudou em países como Inglaterra, França, Itália, Portugal, Espanha, Suíça, Bélgica e Holanda e teve aulas com notáveis do Cinema e Artes Cênicas do porte de Luchino Visconti, Federico Fellini, Roberto Rosselini, Michelangelo Antonioni e Lawrence Olivier. Na MÚSICA, avulta Elpídio Pereira, com formação na França, onde conduziu orquestras e foi aplaudido. No Brasil, seu trabalho é conhecido e publicado em estados da Amazônia. Em sua terra natal, mal conhecemos a música do Hino oficial do município de Caxias. Deixemos para futuros textos a continuação do rol de ilustres conhecidos e desconhecidos caxienses cujos trabalhos contribuíram para a construção e fortalecimento da História, da Cultura e da Identidade brasileira. EDMILSON SANCHES jornalista, administrador e consultor edmilsonsanches@uol.com.br Do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão Do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias Da Academia Caxiense de Letras e das Academias de Letras de: Açailândia, João Lisboa e Santa Inês e, como correspondente, de Rondon do Pará. Da Academia Sertaneja de Letras, Educação e Artes do Maranhão Dos Conselhos Regionais de Administração e de Contabilidade do Maranhão https://edmilson-sanches.webnode.com/
A PARTIR DE TRESIDELA ---------------------------CAXIAS -- ÚNICA, ÍMPAR, SINGULAR, EXCLUSIVA, SIMPLESMENTE CAXIAS
EDMILSON SANCHES edmilsonsanches@uol.com.br
Neste 10 de janeiro de 2020, um caxiense por adoção, nascido em Parnaíba (PI), escreve-me: “Edmilson, você que já deve ter lido muito, adquirido muito conhecimento, tira uma dúvida de um curioso-teimoso, que não concorda com o Mílson Coutinho [desembargador e historiador maranhense, nascido em Coelho Neto], quando ele fala que a origem da palavra ”Trizidela” [sic] é de 03 aldeias, que ficavam do outro lado do rio aqui em Caxias. Aí eu pergunto: Será que em Pedreiras, Codó, Coroatá, na Maioba, tinham 03 aldeias também? Aí já vi também que falam: “O que fica do outro lado do rio”. Mas como pode ser, se Caxias começou pela Trizidela? Aí outros falam: “A parte menos importante da cidade, a terça parte”; e eu pergunto: Índio sabia fazer cálculo matemático? Só não vejo uma Trizidela ficar do lado direito do rio, só do esquerdo. Há poucos dias eu estava em Pedreiras e discutíamos sobre isso. O que você sabe sobre?” O fato de Codó, Coroatá, Pedreiras e até municípios brasileiros fora do Maranhão terem bairros, distritos, povoados ou outros lugares com o nome “Tresidela” apenas confirma a influência de Caxias na região, no Estado, no País. A fundação oficial de Codó é de 1896, embora com registros de povoamento a partir de 1780. A fundação de Coroatá é de 1920, mas desde 1843 que fora desmembrada do território de Caxias. Pedreiras também foi fundada em 1920, mas há registros como vila desde 1889. Portanto, o ano mais antigo entre os seis acima é o de 1780, início da chegada a Codó de portugueses, fazendeiros maranhenses, africanos escravizados, índios e imigrantes da Síria e do Líbano. Por sua vez, a palavra “tresidela” tem primeiro registro documentado a partir de 1757 -- pelo menos 23 anos antes de 1780 e dezenas (senão centenas) de anos antes de uma localidade codoense, coroataense e pedreirense ser batizada com o nome “Tresidela”. “Tresidela”, afirmo (até provas em contrário), é nome, é palavra genuinamente caxiense, pois Caxias tem história cujo início vem da segunda década de século 17, lá por 1612, mais ou menos. Como havia três aldeias na área da hoje Tresidela, o caxiense Gonçalves Dias, grande estudioso de etnografia, tupinólogo, pesquisador, autor de dicionário de língua indígena, foi o primeiro a afirmar e registrar que a palavra “tresidela” é corruptela da expressão “três aldeias”. Grandes dicionários, como o brasileiro “Houaiss” (o maior da Língua Portuguesa), também creditam essa etimologia à palavra “tresidela”, cujo significado é sempre relacionado a uma posição geográfico, um aspecto topográfico, ou seja, uma localidade, uma povoação, um bairro, situados em um dos lados de um rio e próximos a um lugar maior, geralmente uma cidade, a sede de um município. O “Houaiss” define o substantivo comum “tresidela” como “localidade ribeirinha vizinha à cidade mais importante, na margem oposta do rio”. Desconheço qualquer registro que ligue a palavra “tresidela” à expressão fracionária “terça parte”, ainda que, epidermicamente, uma ou outra pessoa queira relacionar a uma fração as letras iniciais (“tres-“) ou a sílaba equivocadamente grafada “tri-“. Nesse campo da imaginação e da superficialidade nem é bom entrar...
Também, a palavra “tresidela”, como denominadora de bairro ou povoação (e, no Maranhão, nome até de município -- Tresidela do Vale), nada tem a ver com a localização de uma ou da outra margem de um rio, se direita ou esquerda. Como está nas definições, “tresidela”, além de um localismo (vocábulo próprio de um lugar), é palavra de indicação geográfica, geoterritorial. Nascido em Caxias, o termo "tresidela", até pela baita influência econômica e sociocultural -- mas sobretudo econômica -- da cidade, migrou para outros municípios e territórios, onde também deu nome, por identidade geográfica, à região na outra margem de um rio e contígua, fronteiriça ao local sede do município, assemelhado ao que era/é na terra caxiense onde teve origem a palavra. Assim, e finalmente, até provas em contrário: a) “tresidela” (substantivo comum) ou "Tresidela" (nome próprio -- topônimo e politônimo) é palavra com pelo menos 263 anos de existência documentada, pois há registro de uso dela desde 1757; b) a etimologia da palavra “tresidela”, segundo registrou Gonçalves Dias, vem da aglutinação e corruptela da expressão “três aldeias”, que identificava uma região de aldeias próxima ao rio Itapecuru, no início de Caxias -- "início" conforme a história contada e escrita por nós, os “brancos”, embora saibamos que naquele território bem há mais tempo viviam populações autóctones, indígenas. Ressalve-se que há quem discorde do processo de formação da palavra "tresidela" como oriunda de "três aldeias", mas também não se propôs nenhuma alternativa etimológica; c) para quem respeita a própria Língua que utiliza, a grafia da palavra deve ser, sempre, "tresidela" ou “Tresidela”, onde remanescem as letras do predecessor numeral “três”, da primitiva expressão com função toponímica “três aldeias”. A ideia da expressão "três aldeias" esteve em parte presente -- sem o numeral -- nos diversos topônimos e politônimos que nomearam Caxias ao longo de sua história: São José das Aldeias Altas, Freguesia das Aldeias Altas, Arraial das Aldeias Altas, Distrito de Caxias das Aldeias Altas (criado antes de 1735), Vila de Caxias das Aldeias Altas (criada por alvará de 31 de outubro de 1811) e, por força da Lei Provincial nº 24, de 5 de julho de 1836, apenas Caxias, cujo topônimo, pela importância histórica, cultural, social e econômica do município, foi escolhido para dar nome a títulos de nobreza (como o de Duque de Caxias) e a grandes cidades das regiões Sul e Sudeste: Caxias do Sul, no estado do Rio Grande do Sul, e Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. A propósito, historie-se que a hoje gaúcha Caxias do Sul, que tanto quis ser só “Caxias”, chamava-se inicialmente “Campo dos Bugres”, nome que perdurou até 1877. A partir de 11 de abril de 1877, em homenagem ao militar Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, passou a chamar-se “Colônia de Caxias”, assim permanecendo até 1884. Neste ano foi denominada “Santa Teresa de Caxias”, topônimo que ficou até 20 de junho de 1890, quando, na condição de vila, passou a chamar-se “Caxias”, nome que manteve em sua elevação à categoria de cidade pela Lei Estadual nº 1607, de 1º de junho de 1910. Trinta e quatro anos depois, com o Decreto-Lei Estadual nº 720, de 29 de dezembro de 1944, a cidade foi redenominada, passando oficialmente a chamarse “Caxias do Sul”, não sem antes ter feito persistentes e infrutíferas tentativas para obrigar nossa Caxias, do Maranhão, a mudar de nome -- o que, como se sabe, não aconteceu e o que, como também se sabe, seria um desrespeito a tantas lutas e conquistas históricas, culturais, políticas, econômicas etc. da cidade maranhense e seus filhos. Por outro lado, fundada em 1943, a fluminense cidade de Duque de Caxias era um local de estação ferroviária conhecido até 1931 como “Meriti”, que integrava o 8º distrito do município de Nova Iguaçu. O governo do Rio de Janeiro, pelo Decreto nº 2.559, de 14 de março de 1931, criou, na antiga região de Meriti, o distrito a que se denominou “Caxias”. Doze anos depois, em 31 de dezembro de 1943, o Decreto-Lei nº 1.055 elevava o distrito de Caxias à categoria de município, com o nome de “Duque de Caxias”. Lembre-se que à época havia norma legal no País que proibia que dois municípios tivessem o mesmo nome. Daí que tanto Caxias do Sul (RS) quanto Duque de Caxias (RJ), que originariamente chegaram a se chamar apenas “Caxias”, tiveram, eles, de mudar de denominação...
...pois, no Brasil, assim como a caxiensidade da denominação “Tresidela”, a única, ímpar, singular, exclusiva, só e simplesmente Caxias é a nossa cidade-mãe, cujo início de formação histórica remonta a mais de quatro séculos... Como se dizia n’outros tempos: antiguidade é posto...
SÃO LUÍS E SUAS HISTÓRIAS: CASAS E RESIDÊNCIAS HAMILTON RAPOSO São Luís resiste a todas as descaracterizações, desorganizações, modismos e omissão do poder público. A capacidade de resistência da cidade só pode ser explicada pela proteção Divina, sem esta força a cidade já teria afundado e engolida pela serpente há muito tempo. São séculos maus tratos. Nas décadas de 1950 e 1960 diversas residências foram construídas no centro de São Luís ou em bairros próximos e emergentes que ainda guardam a opulência e beleza das construções. Algumas foram completamente desfiguradas, outras transformadas em pontos comerciais, estacionamentos, repartições públicas ou simplesmente abandonadas. Outras, garbosamente desafiam o tempo e o desrespeito pela história, e esteticamente resistem. Exemplificando, temos na Rua de Santa Rita, nas proximidades da Praça da Alegria, as residências das famílias de Heitor Franklin da Costa e de José Ateniense Libério, que se enquadram perfeitamente neste contexto estético da cidade. Na Rua dos Remédios esquina com a Rua dos Afogados tem um dos mais belos exemplares da arquitetura maranhense, a residência do Dr. Ernane Barros e na Rua das Hortas podemos ainda admirar o prédio da Justiça Federal em frente a Praça Odorico Mendes e a residência de Dr. Gabriel Cunha, hoje Fundação Josué Montelo. Na Rua do Sol chamam atenção a beleza das residências das famílias Francis e Dualibe e na Avenida Beira-Mar o encantamento do por do sol é realçado com as residências das famílias de Dr. Pedro Neiva de Santana e do Dr. Haroldo Tavares. Saindo do centro da cidade, exatamente no Canto da Fabril, uma casa resiste ao tempo e ao abandono, a antiga residência do Dr. Cesar Aboud. Construída toda em pré-moldados, importados da Inglaterra, este exemplar da arquitetura resiste a pouca importância que os gestores públicos dão a história e o respeito devido que cidade merece. Esta casa conta a história da indústria têxtil do Maranhão e não entendo como se joga ao abandono a história de um passado progressista. No bairro do Monte Castelo a residência de Dr. Eduardo Aboud, hoje uma clínica médica, é um outro exemplo de descaracterização e mesmo assim, merece ser vista e admirada pela beleza e importância social. política e histórica. A residência da família Mendonça, chamada “casa das bolinhas”, foi adquirida de um famoso maçom maranhense, cujo arquiteto ousou na configuração das “bolinhas” retratar os triângulos referentes a simbologia maçônica. Ainda na Avenida Getúlio Vargas, um pouco acima do Monte Castelo, no conhecido Apeadouro ou Caminho Grande, se encontra um conjunto de casas representativas e que simbolizam a importância social do período, ali estão as antigas residências das famílias Moraes Correia, Gentil e Noris Garrido, Robert Abreu, Carlos e Zelinda Lima e do político e empresário da época Manduca Bogéa, com a imponente águia, guardando a entrada da casa e a importância histórica do lugar. Vê São Luís, é ter olhos e capacidade em sentir a história e a beleza da cidade. Veja São Luís com bons olhos e uma boa semana a todos!
NOTAS À GUISA DE PESQUISA - [EXCERTOS A QUEM POSSA INTERESSAR] FERNANDO BRAGA in ‘Conversas Vadias’ [Toda prosa], antologia de textos do autor. Aos meus queridos amigos, pesquisadores portugueses, Rosa Machado, António Bento da Cunha, António Quaresma e Rui Canas Gaspar.
Sim, como preâmbulo desta pesquisa, para situar-me neste cenário, e como meada a este dedo de prosa, a resultar nestas notas de pesquisa, a quem possa interessar, digo que meu pai, o marco destes meus apontamentos, chamava-se José Ernani dos Santos [Gamelas], nascido na cidade de Aveiro, no Concelho da Glória, Portugal, em 17 de outubro de 1910, doze dias depois de implantada a República Portuguesa, numa morada da Rua São Martinho, n° 5 [Rua entre as traseiras [sic] da Escola Industrial e Comercial de Aveiro e o portão lateral Sul do Liceu Nacional de Aveiro, hoje jardim público junto ao Hotel Afonso V]. Os detalhes entre colchetes vim a confirmá-los no livro ‘O Apelido Gamelas – um patrimônio histórico e sociológico de Aveiro’, do primo Francisco Gemelas. Conhecemos, eu e meu filho Nando essa indicação, por passarmos lá tantas vezes, uma bela Rua, inteiramente plantada com choupos e plátanos perto da ‘Fonte das Cinco Bicas’, como o jardim onde içavam as famosas ‘quatro casas’, de propriedade de sua família. Dizia-me ele que Aveiro era também conhecida por ‘Talábriga Lusitana’... Certo dia, no facebook, encontrei um comentário de um senhor chamado Carlos Andino a explicar um postal da Cidade de Coimbra, com o seguinte texto: “Coimbra ou ‘Aeminium’ tal como foi o nome que recebeu quando foi fundada pelos romanos, uma questão que se leva em conta é que a mesma cidade tenha sido fundada por sob castros pré-romanos [possivelmente lusitanos ou tartésios], fato que se confirma pelo antigo nome, ‘Coninbriga’, onde a terminologia – ‘briga’ remete a povoado na antiga língua luso-celta”. Um dos meus primos, o João, na minha mais recente viagem a Portugal me deu de presente um livro intitulado ‘365 dias com histórias da História de Portugal’, onde o autor Luís Almeida Martins diz com muita propriedade que “Conímbriga não foi a maior das cidades romanas do nosso território [lê-se português], mas é a que está hoje mais bem conservada [...] Muralhada do tempo das invasões bárbaras, saqueada pelos Suevos, ‘Conímbriga’ continuou, no entanto, a ser habitada até ao século VII d.C. mudando-se depois aos poucos a sua população para a vizinha ‘Aeminium’ [a atual Coimbra], para onde se transferiu também a sede episcopal. Esquecida durante séculos, ‘Conímbriga’ só começou a renascer da terra em 1899, quando principiaram as escavações arqueológicas patrocinadas pela rainha Dona Amélia. Em meados do século XX intensificou-se o ritmo dos trabalhos, mas... ainda só cerca de uma décima da antiga cidade se encontra a descoberto”. Diz Luís Almeida Martins, in ‘365 dias com histórias da História de Portugal’. Fui mais à busca e encontrei alguma coisa sobre ‘Talábriga’, e o que pude apurar em termos de notas para esta curiosidade são as seguintes: “Talábriga [em latim: Talabriga] foi uma cidade lusoromana, o principal centro urbano do Baixo Vouga na época imperial romana. Situada no Marnel [Lamas do Vouga, Águeda], junto ao cruzamento da estrada romana com o Vouga, e muito próximo da antiga foz deste rio, a sua história está arqueologicamente documentada desde a Idade do Bronze [segundo milénio a.C.]. À chegada dos romanos, o litoral a norte do Tejo era ocupado pelos túrdulos, povo cuja cultura era essencialmente mediterrânica. Tal como no Sul, mais efectivamente colonizado por gregos e cartagineses, também aqui o espaço se organizava em torno de cidades. ‘Talábriga’ era a que ficava mais ao norte, já na região do Vouga. A sobrevivência de um substrato mais antigo, de raiz
indo-europeia, documenta-se no sufixo ‘briga’, que significava 'povoação fortificada'. Para o interior e para o norte, o espaço era ocupado por povos com uma cultura mais primitiva, de tipo castrejo e pastoril e predominantemente de matriz indo-europeia”. Assim ocorreu-me fazer aqui tais anotações, já que o nome ‘Talábriga’ que meu pai informava, tem todo sentido, vez que, ainda, a palavra é complementada pelo sufixo ‘briga’, como é referido nessa observação que tive a felicidade de achar. [Tala+briga]. Em resumo, a ‘Talábriga lusitana’, atualmente Aveiro, ficava, mais precisamente, aonde se estende hoje o pitoresco e agradável Concelho de Albergaria-a-Velha, ou no lugar denominado ‘Fundão’ onde o primo Artur Cadete tem lá uma quinta que é sua morada. O nome Setúbal: Desconhece-se a origem do topónimo 'Setúbal'. No entanto existe a tese de que o nome da cidade resultou da cisão de dois nomes bíblicos: Seth (3º filho de Adão) e Tubal (neto de Noé). A tese parece ser da autoria do historiador da época filipina Frei Bernardo de Brito. O topónimo já existe em 'Cetóbriga' [Cetoba ou Cetobra, designação celta briga para povoação]. A exemplo de outras cidades ibéricas e do sul da Europa, o topónimo 'Setúbal' pode estar relacionado com o hidrónimo do rio [Sado ou Sadão] que banha a povoação, referido pelo geógrafo árabe Edrisi [Muhammad Al-Idrisi], como denominar-se Xetubre [sendo esta a tese do Prof. José Hermano Saraiva]. E, neste caso do topónimo Setúbal estar relacionado com o hidrónimo a sua origem pode estar na palavra Ketovion como sugere Montexano. Também o nome vem referida uma das nações estrangeiras, identificada na História dos Hebreus, de Flávio Josefo, com os iberos, teria dado origem à cidade. Seja como for, o topónimo ‘Setúbal’ e a cidade perdem-se no rasto dos tempos. E que é linda... ah, isto é! As cinco capitais de Portugal: O papel de Guimarães desempenhado na formação da nacionalidade portuguesa confere-lhe uma singularidade, muito marcada no contexto turístico nacional, um estatuto simbólico que mantém desde há séculos. Primeira capital do Condado Portucalense e do país é uma das mais importantes memórias vivas, da afirmação e independência de Portugal. Coimbra renasce e torna-se a cidade mais importante abaixo do rio Douro, capital de um vasto condado governado pelo moçárabe Sesnando. Com o Condado Portucalense, o conde D. Henrique e a rainha D. Teresa fazem dela a sua residência, e viria a ser na segurança das suas muralhas que alguns autores pensam que nasceu o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, que fez dela a capital do condado, substituindo Guimarães [é aliás esta mudança da capital para os campos do Mondego que se virá a revelar vital para viabilizar a independência do novo país, a todos os níveis: económico, político e social]. Qualidade que Coimbra conservará até 1255, quando a capital passa a ser Lisboa. Durante as invasões francesas, a capital do Reino de Portugal foi estabelecida na capital do Estado do Brasil, a cidade do Rio de Janeiro, registrando-se o que alguns historiadores denominam de "inversão metropolitana", ou seja, da antiga colónia passou a ser exercida a governação do império ultramarino português. No século XIX, Angra do Heroísmo constitui-se em centro e alma do movimento liberal em Portugal. Tendo abraçado a causa constitucional, aqui se estabeleceu em 1828 a Junta Provisória, em nome de Maria II de Portugal. Foi nomeada capital do reino por Decreto de 15 de março de 1830. Portanto, ao longo dos seus 900 anos de histórias, Portugal já teve cinco cidades como capital: Guimarães, Coimbra, Lisboa, Rio de Janeiro e Angra do Heroísmo.
O CAJUEIRO DE MINHA INFÂNCIA CLORES HOLANDA Hoje me transporto na viagem do tempo em pensamentos voltados para a infância vivida em torno de um frondoso Cajueiro, que reinava no quintal de minha casa em meio a grandes árvores frutíferas, todas plantadas e cultivadas pelas mãos de minha amada e saudosa mãe, Zazá Holanda. Lembro da Pitangueira, da Mangueira, do Coqueiro, do Mamoeiro, da Limeira, da Laranjeira e do Cajazeiro. Mas, nada se comparava a esse amigo inseparável, o Cajueiro. Fui criada brincando à sombra de suas frondosas folhas. Uma das maiores emoções sentidas era quando subia no Cajueiro. Era como escalar a montanha da imaginação fincada em raízes da inocência. O seu tronco era bem grosso. De seus caules feridos escorria uma resina transparente tão cheirosa! Parecia mel e tinha gosto de fel. Quantas lembranças guardo do cajueiro de minha infância! Como queria ter raízes com ele. Nos separamos quando tinha 12 anos de idade, ao sair de minha terra natal, Presidente Dutra – Maranhão para morar em Aracajú, Capital do Estado de Sergipe. Desde então ficou na memória momentos inesquecíveis vividos em torno dessa árvore frutífera produtora de fruto tão doce e ao mesmo tempo travoso. Em seu entorno acontecia grandes encontros da criançada da família e dos amigos. A farra era total. A disputa para galgar um local em cima do velho cajueiro e nos espaços demarcados por grandes raízes expostas era acirrada. De repente a criançada tomava conta do Cajueiro fazendo traquinagem imitando o canto da cigarra e suas folhas começavam a bailar. Era uma convivência sadia sem nada a comparar. Quando chegava o mês de setembro acontecia a tão esperada “chuva do caju”. Isso significava um bom sinal para se obter uma boa produção do caju. A criançada logo se alegrava e dizia: “breve vamos ter caju”.... E assim, começavam a aparecer os primeiros cachos de flores miúdas e arroxeadas anunciando os frutos do cajueiro. As flores se transformavam em castanhas, de tamanho avantajado, na tonalidade de um verde cana representando o símbolo da esperança. Em pouco tempo começava a crescer o famoso fruto do cajueiro, o Caju. À proporção do amadurecimento da fruta, sua cor ia se transformando, até chegar a tonalidade do amarelo, destacando cores de nossa pátria. Enfim, a castanha amadure e passa a ter a tonalidade de cinza; e, isso significa dizer que podemos colher e saborear essa fruta tropical. Como o Cajueiro da minha infância ficava viçoso atraindo dezenas de passarinhos, destacando as rolinhas, os vinvins e as pipiras de cor verde e papo amarelo! Estes, se alimentavam devorando os cajus, restando apenas as castanhas, despencadas no chão de areia branca. A partir daí começa a colheita do caju. Entra na concorrência os amantes do Caju, as crianças. E salve-se quem puder. Muitas histórias tenho a contar. Acordar cedo e correr para colher os cajus que amanheciam caídos no chão se constituía numa grande alegria. Cada um se apressava para colher a maior quantidade possível de caju. Depois, os cajus eram lavados e as suas castanhas retiradas para serem armazenas em latas de flandres. Antes, se comia caju até saciar a vontade. O restante, a saudosa Raimunda Romana (ajudou a nos criar) fazia doce com cravo da Índia. A convivência com o Cajueiro se deu de forma constante; se aprofundando no período da safra do caju, que por coincidência ocorria no período das férias escolares. O seu fruto, além de alimentar o nosso corpo, alimentava nossa alma, de forma lúdica, através da brincadeira de Boliche: A castanha era colocada num monte de areia e quem conseguisse derrubá-la primeiro ficava com todas as castanhas arremessadas. Amava essa brincadeira. E assim, a gente brincava sem medo de ser feliz. Ao final das férias íamos contar as castanhas para saber quem conseguiu juntar ou ganhar mais; e, novamente, à sombra do Cajueiro confeccionávamos uma trempe, feita com tijolos de barro, colocávamos galhos secos e em cima deles espalhávamos o querosene para acender o fogo. Na hora que o fogo pegava, a gente colocava uma tampa de lata de flandres toda furada com prego e as castanhas em cima para serem assadas.
De longe, exalava o cheiro gostoso da castanha quando estava sendo assada, atraindo a cobiça da vizinhança, porque ninguém possuía um Cajueiro. Durante o processo de assamento das castanhas todo o cuidado era pouco; pois a castanha crua em contato direto com o fogo soltava um óleo inflamável, e com isso fazia com que as castanhas pegassem fogo, podendo provocar um incêndio. Daí pegávamos um pau de madeira para mexer as castanhas, a fim de evitar queimaduras na gente. Depois das castanhas assadas quando ficavam bem pretinhas deixávamos esfriar e íamos quebrar com uma pedra, em cima de outra pedra, e colocávamos em uma lata. Era uma sensação gostosa. Da castanha assada também fazíamos paçoca pilada num pilão bem grande de madeira, misturada com açúcar e farinha. Era uma delícia! O tempo passou. Um dia resolvi ir a Presidente Dutra na intenção de visitar a casa onde nasci e poder rever o Cajueiro. Lá chegando, de imediato providenciei a concretização deste desejo. Confesso a vocês da emoção sentida ao adentrar a casa onde moramos enquanto crianças. Era como se eu estivesse de volta ao passado; pois, a casa praticamente não tinha sofrido nenhuma modificação. Mas, a curiosidade maior era saber se o Cajueiro ainda existia. Ao abrir a porta que dá acesso ao quintal a decepção tomou conta de mim: O Cajueiro não mais existia; restou apenas o terreno tomado pelo mato e sem nenhuma fruteira. Até hoje não sei o porquê do sumiço do cajueiro de minha infância. Nunca mais pude vê-lo. Ficaram as lembranças de uma infância feliz vivida à sombra do amado Cajueiro. São Luís, 13 de janeiro de 2020.
NAVEGANDO COM O JORGE OLIMPIO BENTO
DA DESCOBERTA DA NOSSA IDENTIDADE Quando apelamos à consolidação da comunidade lusófona, não é para advogar a uniformidade ou porque sejamos sósias uns dos outros. Não somos, nem nos move nada disso; temos muitas e essenciais diferenças que devemos evidenciar e aproveitar como traços de união. A nossa matriz e riqueza provêm da pluralidade e diversidade que nos tornam interdependentes e intercomplementares. Uns são mais propensos à contemplação do que à ação, mais ao consciencializar do que ao fazer, mais dados à abstração e à reflexão, mais ativos intelectualmente do que manualmente, têm o segredo da medida, o lastro da experiência, a receita tradicional de alguns valores que vão estiolando por obra da filoxera que se entranha na vinha do progresso. Outros, mais inclinados à exteriorização e às coisas práticas, podem dar aos restantes um pouco da sua juventude, da sua irreverência e impetuosidade social. Por exemplo, no Brasil, revelado à lupa por Miguel Torga, encontramos “uma maneira original de olhar e sentir as coisas, amável e tolerante, confiada e solidária, que resolve numa síntese de esperança as mais desanimadoras contradições. Há um calor inédito nos atos e nas relações, uma cordialidade profunda, que vem dessa combustão íntima de lenhas variadas, desde a cepa lusa ao embondeiro negro, do pau de cânfora asiático ao ipé indígena. E temos o colorido, a multiplicidade, a graça e a originalidade dum povo inteiro que inventa diariamente novos ritmos na alegria de viver. Uma alegria sã, inocente, criadora, que dura de manhã à noite, adormece, e se levanta sem remorsos no dia seguinte”. Não “há complexos na alma dos Brasileiros. Nada de recalcamentos pessoais ou coletivos”. Esta mesma análise pode ser transposta para o continente africano.156 Os portugueses serão mais fechados e compenetrados, terão mais vigiado e contido o espírito, mais escolhidas e apertadas as palavras, mais afivelados e comprimidos o rosto e os gestos, mais engomado o colarinho da camisa, melhor delineado o nó da gravata e mais puxado o brilho dos sapatos. Mas isso é algo postiço para arremedarem o melhor que podem; eles revelam a sua autenticidade, quando se desamarram e transplantam para o brasileiro, que é, na boca de Eça de Queirós (1845-1900), de Machado de Assis (1839-1908) e de Agostinho da Silva (1906-1994), o português à solta. Se espraiarmos o olhar pelo Brasil afora e pela África e Ásia adentro, vemos gente nova, de camisa aberta, com multiplicação das formas do corpo ou das faces da alma, em lúdica confraternização com as sombras que a acompanham. Vemos terras e gentes do otimismo, em que as obras são por vezes precárias e provisórias, porque ainda se anda à procura da medida que convém a todos e a tudo. Vemos pessoas esmagadas pelo peso da sua ternura humana e do seu generoso coração. Vemos uma grandeza de alma condicionada pelo tamanho telúrico dos lugares de nascimento e crescimento Por ação da mistura e fusão de glóbulos de origens tão distintas, a uns e a outros carateriza-nos um agudo e subtil sentido psicológico, uma superior dose de humor para iludirmos e fintarmos as incertezas, as ingratidões, as rasteiras e agruras da vida. Não obstante tudo isto de somenos, o passado e o presente certificam-nos uma inegável capacidade realizadora, própria de quem vai temerariamente a uma luta aparentemente impossível de vencer e a ganha, ergue cidades descomunais, constrói represas e pontes gigantescas, adestra a mão a semear e produzir em grande, se torna cosmopolita e polimórfico e concita a atenção e o aplauso universais na ciência, na cultura, nas artes, na literatura, na música e no desporto.157 Ah!, e temos um património comum deveras importante: é a língua que partilhamos e que, em conjunto, transformamos e ajudamos a desenvolver e evoluir. Ela também nos transforma e faz 156
Miguel Torga, ibidem. Chamo a atenção dos distraídos para a capacidade ingente de edificar, nos trópicos escaldantes, cidades como Belém e Manaus. Que outros povos e países se podem orgulhar de um feito igual? 157
crescer, porquanto cada língua instala numa sentimentalidade específica e esta por sua vez condiciona a nossa visão do mundo, da vida, do outro e de nós mesmos. As subtilezas relativas à questão da espiritualidade, da saudade, da mordacidade, das emoções, dos afetos não fluem de modo igual em todos os idiomas. O nosso é um canto exaltante e dorido daquilo que somos e daquilo que nos falta ser. Uma língua autêntica e sincera dos nossos feitos e defeitos, das nossas suficiências e deficiências, das nossas virtudes e incompletudes. Uma língua do fado dorido que atinge toda a Humanidade e somente é dizível, de maneira tão explícita, nas palvras e dobrados da nossa fala. Cantamos, rezamos e dialogamos numa língua que anda, há oitocentos anos, a dar voz ao mar, a lançar nele aumentado o apelo menor que dele vinha. E a dar na poesia visibilidade ao incognoscível, às angústias e dramas, às emoções e sentimentos, ao sofrimento e à esperança. Não é, por mero acaso, que onde o português chegou a primeira casa que edificou foi a igreja, para cuidar da alma; e a segunda foi o hospital, para cuidar do corpo. E ambas foram abertas aos outros; não foram reservadas para exclusivo uso próprio. Estas obras de misericórdia – e concórdia – são um inegualável distintivo civilizacional. Muito se tem feito e continua a fazer para desprestigiar, ridicularizar e desmoralizar o nosso modo de ser e de estar. Sim, é isso que perpassa na mente de muitos auto-convencidos reformistas da educação, da saúde, da segurança social e da universidade! Enaltece-se bovinamente a superioridade do estrangeiro e esquece-se que falta lá fora muito da Humanidade em que somos pródigos. Há países e povos que se consideram, com todo o fundamento e a nossa aquiescência, o farol científico e tecnológico da Humanidade. São, por certo, “senhores de técnicas mais desenvolvidas, de disciplinas cívicas mais estruturadas, de criações artísticas mais amplas, dum pensamento abstrato mais alto” e elaborado.158 Todavia não tenhamos complexos de inferioridade, mas antes uma profunda noção de autoestima daquilo que valemos, somos e podemos dar para um mundo novo e uma nova gente. Para ajudarmos a matar a sede sem fim da secura universal. Porque nós, povos lusófonos, somos humanamente o sal da terra e poeticamente a superpotência do mundo. Ergamos, pois, essa bandeira da nossa infantil convivialidade!
158
Miguel Torga, ibidem.
ESCRITO COM FOGO NA CONSCIÊNCIA Na Amazónia há cerca de 350 povos e 160 idiomas. Alguns desses povos estão em vias de extinção, dado o escasso número de indivíduos que os perfazem e dadas as políticas agressivas que são obrigados a enfrentar. O Padre António Vieira conseguiu do rei D. João IV que os índios brasileiros não fossem sujeitos à escravidão. Isso não pôs fim à hostilidade contra eles. Paradoxalmente, após a independência do Brasil, os indígenas não viram diminuir as práticas opressoras. E hoje os ventos também não sopram a seu favor, antes pelo contrário. O desaparecimento de povos e idiomas é crime hediondo que ofende a Humanidade e a Divindade, empalidece e empobrece o arco-íris e o património da diversidade. Precisamos de muitas ‘Pirralhas’ para incendiar as consciências e denunciar a barbárie e a iniquidade.
DO DEUS JANO E DA JANELA DESTA HORA O dia 1 de janeiro assinala o início de uma nova etapa das nossas vidas. É altura de rever o trajeto percorrido e de perspetivar o que agora começa. Não por acaso. O nome do mês provém de Jano, deus do panteão romano. Com duas caras implantadas na cabeça, simbolizadoras da capacidade de ver e ponderar para trás e para a frente, ele era o porteiro do céu, cujas portas abria ou fechava aos suplicantes, segundo o balanço dos resultados apresentados e o projeto dos sonhos a realizar. Esta alegoria encerra outra vertente, que devemos lembrar sempre, sobretudo nas horas difíceis: é com os ensinamentos do passado que se compreende o presente e edifica o futuro. Também é oriunda de Jano a palavra ‘janela’, existente apenas na língua portuguesa (e em idiomas orientais, como legado da errância lusitana). Ela incorpora o dom atribuído à divindade: abre-se para o interior e exterior, prolonga o olhar para além de nós, para as circunstâncias e os outros, onde nos integramos e revemos, adquirimos nome e figura. Debruçado no parapeito da conjuntura, invoco os bons auspícios de Jano no dealbar de 2020. Formulo votos pela melhoria do mundo, e para que se renovem as oportunidades de concretização das aspirações que habitam o vosso ânimo. O bem geral beneficia cada um, enriquece-nos a todos.
NÃO É MILAGRE! Há um pequeno país, deitado à beira-mar e habitado por um povo com uma alma que não cabe dentro dele. Teve navegadores e descobridores que revelaram a diversidade do mundo e abriram estradas de comunicação e esperança por entre os cabos e mares dos receios e das tormentas. Enriqueceu o património da Humanidade com escritores e poetas de dimensão universal. Andava esquecido da história, mas lembrou-se dela. Decidiu que se treinasse podia chegar ao pódio. Assim tem feito e o resultado está à vista. Há dias, contra tudo e contra todos, derrotou a França na fase final do campeonato europeu de Andebol. Para que não sobrassem dúvidas e alguém invocasse o acaso, ontem foi a Malmoe e infligiu à Suécia a maior derrota (35-25) alguma vez sofrida em casa. Portugal não tem tamanho; é incomensurável. O meu coração canta à flor da pele!
Extraindo histรณrias com o faraรณ
RAMSSES DE SOUSA SILVA
Fazendas Históricas do Maranhão FAZENDA PRATA - ROSÁRIO (SÉC. XIX) Texto e pesquisa: Breno Lima Depois de pertencer a Antonio Pires Seabra, passou para o comandante da Guarda Nacional na Vila do Rosário Augusto Cezar da Rocha, que viveu por décadas numa área de extensão maior do que o panorama da vila fronteira. Ladeando o rio Itapecuru pela direita, se estendia do igarapé Nambuaçu (paralelo à povoação Itamirim) até o Mangueiro, nas imediações da sesmaria de Pai Simão. Augusto Rocha estruturou-a para fabricar obras de olaria e caieira, conter roças e indústria de cana, e mandou levantar sua vivenda assobradada. Teve outras terras na província, a exemplo do Engenho Bombaim com a nascente que hoje é de utilidade coletiva no Peri de Baixo, município de Bacabeira. Enlace na capital e poder político Em 2 de fevereiro de 1852, Augusto Cezar da Rocha tomava como esposa a jovem Anna Ludogera Jansen de Carvalho Pereira (São Luís, 28.06.1833), neta da riquíssima Anna Jansen pela parte de Izidoro Jansen Pereira. Mas, tão logo, a jovem Anna — que ficou órfã de mãe aos 3 anos e 4 meses, e desde então aos cuidados da avó — sairia da companhia de ambos: ao completar 1 ano, 6 meses e 18 dias de casada, sofrera “de um ataque de apoplexia” (20.08.1853) em Rosário, sem deixar geração e sendo sepultada na Matriz local no dia seguinte, como era o tolerável. Em 57, a avó Donana perderia uma filha também chamada Ana. Augusto Rocha exerceu vereança e presidiu a Câmara de Rosário, cuja instituição equivalia a uma administração pública no Império do Brasil. No regime republicano, é nomeado presidente da Intendência em 1890, igual se passou com tantos ex-monárquicos. Sua influência ainda levou-lhe ao folhetim do jornal O Paiz (07.11.1880), através do poeta Euclydes Faria: O velho coronel Augusto, na sua fazenda do Prata, vive rosado e robusto; a todo o mundo elle tracta com a mais extrema franqueza; convida, chama p’ra a meza, todo manjar se vê nella, desde arroz branco cozido até carne de vitella. É homem muito polido, que mette a gente no peito, p’ra mim só tem um defeito — é não ser do meu partido; em tudo mais é perfeito, tem illustres ascendentes da mais antiga nobreza, tanto assim que, à sobremeza, ficamos sendo parentes. De 1899 a atualidade A Prata passou do Augusto de Mello Rocha (prole do coronel) ao negociante Miguel Emiliano Serejo, ao seu filho Bertholino e, posteriormente, ao seu neto Paulino. Daí em diante, para o
industrial e político Ivar Figueiredo Saldanha (1921–1999), que criava gado bubalino dentro do estabelecimento nos anos 70. Seu filho Raimundo João Pires Saldanha Neto (1947–2016), por sua vez, recebendo-o de herança, realizou a venda dos lotes, o que ocasionou a população da BR-402 após a ponte sobre o rio. Em fins dos anos 80 a construção dessa ponte, pelo governador Epitácio Cafeteira, fez uma nova rodagem alcançar a Prata e facilitou a ida ao Munim e aos Lençóis Maranhenses. Fonte: Hemeroteca da Biblioteca Nacional; Maranhão 1908. 2ª ed. São Luís: AML, 2008 / Gaudêncio Cunha; Óbitos do FamilySearch; Inventário Cultural Rosário-Santa Rita-Bacabeira. Iphan, 2013 / Petrobras. Texto e pesquisa: Breno Lima
TORQUATO COELHO DE SOUSA E O QUILOMBO DO FRECHAL. Torquato Coelho de Sousa nasceu em 1804 na Fazenda Pindobal em Guimarães Maranhão. Filho do colonizador açoriano Manoel Coelho de Sousa e de Maria Francisca da Pureza Gomes, fundadores das fazendas guimarantinas Pindobal, Frechal e Haiti. Estudou em São Luís e voltou pra administrar as fazendas de seus pais junto de seus irmãos José e Francisco Coelho de Sousa, produzindo algodão, cana de açúcar, mandioca, casa comercial em Gepuba e fábrica de cal (Frechal).
Em 1853, funda a Colônia Santa Isabel às margens do Rio Urú, para onde mandou trazer alguns casais de açorianos e outros brasileiros para desenvolver a agricultura. A Colônia existe até hoje com o nome de Povoado Colônia, em Mirinzal e, por lá, ainda vivem muitos descendentes destes colonizadores. Após o seu falecimento em 1860, a fazenda Frechal foi passando aos descendentes de Torquato Coelho de Sousa. Um deles, Antônio Coelho de Sousa, doou as terras aos descendentes dos africanos ali escravizados. A doação não foi formalizada e, tempos depois, os afrodescendentes sofreram o regime de servidão com novos proprietários das terras. Somente no governo Fernando Collor de Mello a comunidade ainda residente no povoado conseguiu o título definitivo da antiga fazenda e hoje o povoado é conhecido mundialmente como Quilombo do Frechal, símbolo de resistência negra, onde desenvolvem atividades sócio-culturais. Fica atualmente no município de Mirinzal, a poucos quilômetros da rodovia estadual. Fonte: Jerônimo de Viveiros
O Município de Guimarães viveu o seu apogeu econômico com o cultivo da cana-de-açúcar e a instalação de engenhos durante o período imperial, ocupando o segundo lugar no Maranhão na produção do açúcar mascavo, superado apenas pelo Vale do Pindaré. O Almanaque da Província
do Maranhão, do ano de 1861, de autoria de João Cândido de Moraes Rego, registra a relação de donos de engenho da época, quando também integravam o Município de Guimarães os hoje Municípios de Central do Maranhão, Mirinzal, Porto Rico e Cedral:
Dr. Agostinho Moreira Guerra Júnior (Santa Maria), Coronel Antônio Joaquim Braga (São Joaquim), Tenente-Coronel Antônio Praxedes Cordeiro (Timbó), Major Francisco Coelho de Souza (Mondego), Coronel José Coelho de Souza (Haity) Capitão Joaquim Leonílio da Costa Santos (Montevidéo), José Lucas da Costa Santos (Floresta), José Daniel Gomes de Castro (Campinho), Capitão João Fausto da Costa (Santana), Capitão José Ribeiro da Cruz Sobrinho (São Tomé), Capitão Joaquim Ribeiro da Cruz (Monteiro), Capitão Manoel Ignácio Vieira (Lago), Tenente Joaquim Antônio Ribeiro da Fonseca (Tapera), José Joaquim Albino e irmãos (Santa Catarina), José Antônio da Silva Barros (Monte Alegre), José Miguel Cardoso de Sampaio (Longal), Luís Antônio Gomes de Castro (Nazaré), Manoel de Azevedo (Monte Carmo), Herdeiros de Dona Maria Arcângela da Silva Quintanilha (Monte Cristo), Capitão Joaquim Manoel de Azevedo (Bom Jesus), Dona Liberata Genoveva de Araújo (Suassu), Manoel Martins de Souza (Canavial), Matheus Severino de Avelar (Moreira), Coronel Antônio Onofre Ribeiro (Muritituba), Dona Ana Francisca Diniz de Sá (Perisinho), Antônio Franco de Sá Ribeiro (Perimã), Comendador Joaquim Mariano Franco de Sá (Jutaizal), Capitão Joaquim Antônio Viana (Pindaíba), Capitão Luís Manoel Ferreira Guterres (Guapiaçu), Capitão Antônio Correia de Azevedo Coutinho (Monte Caseros) e Coronel José Coelho de Souza Sobrinho (Frechal). (Extraído do Almanaque da Província do Maranhão - 1861, pp. 94-96, de João Cândido de Moraes Rego)
SOBRE LITERATURA & lITERATOS
FÁTIMA E QUÍRON JOAQUIM HAICKEL Há dois anos tive a ideia de escrever aquele que seria meu primeiro e único romance, uma vez que não pretendia me embrenhar definitivamente nesta seara, pois tenho consciência que sou eminentemente um contista que escreve crônicas com alguns toques de poesia. Romance é coisa pra gente GRANDE! Naquele dia, como faço todas as manhãs até hoje, acordei!... E como quase sempre, acordo com uma ideia na cabeça, como se durante a noite um anjo ou quem sabe um demônio, se é que eles existem, tivesse semeado na cera de meus ouvidos uma ideia para que eu desenvolvesse e acabasse por colocá-la no papel. A ideia que me veio naquela manhã foi escrever algo no estilo de meu bom amigo Mário Prata, um texto ágil, sofisticado, cheio de referências pessoais e culturais, que falasse de pessoas, traçasse seus perfis, desenhasse seus habitats, dissecasse seus relacionamentos, tudo sempre com muito bom humor, mas também com grande elegância e precisão literária. Imaginei um conto grande, com todas as ondulações que levasse os leitores a subir e a descer as ladeiras da efervescente curiosidade e da satisfação de identificarem os detalhes que estivessem em comum com os personagens. Achei muita responsabilidade para alguém que como eu reconhece suas limitações, qualidade da qual não abro mão e não me acho cabotino ao evocar pra mim. A história que me veio à cabeça naquela manhã, já pronta e acabada, foi a de Fátima, uma ludovicense do Desterro que desejava ser artista e fugiu de casa para tentar o sucesso no Rio de Janeiro. Queria ser atriz ou cantora, mas acabou se tornando apenas e tão somente uma das mais belas mulatas do Sargentelli. Os personagens saiam de minha cabeça como que por mágica. Seu marido, Lindoval, Lindo para umas e Doval para outros, ganhava a vida imitando Sidney Magal; sua irmã, Nazareth, essa sim com talento para a música, uma cantora pronta e acabada, era também uma grande cozinheira, além de Filha de Santo. Naquela manhã, criei de estalo uma dúzia de personagens periféricos que viriam para encher de brilho aquela constelação. O tempo se passou, as carnes amoleceram, Sargentelli morreu, e Fátima tinha que continuar a vida. Como aprendera a jogar Tarô, passou a dar consultas em seu minúsculo apartamento, em Copacabana. Era uma embusteira. O que sabia dessa arte era meramente mímica e papagaiagem. Existem muitos outros detalhes sobre essa história! São tantas coisas, que não dá pra contar em uma crônica de fim de semana. O certo é que antes mesmo de terminar de escrever o primeiro capítulo do tal romance, ele se transformou em uma minissérie em duas temporadas de 12 episódios de 26 minutos, que versará sobre a história da mesma Fátima, cujo nome será Arcanos, pois usarei os arcanos maiores do Tarô para contar a história dos personagens que desfilarão pelo cenário. Já fiz o argumento da série, escrevi as sinopses dos 24 episódios e registrei na Biblioteca Nacional para resguardar meus direitos de criador e autor, mas precisarei de muita pesquisa e ajuda de consultores e outros roteiristas para que possa realizar esse que tenho certeza será um belíssimo trabalho, que deverá ser realizado em parceria com uma grande produtora do sul do país. Recentemente, quando fazia pesquisas sobre esse assunto, revisitei uma passagem que sempre me emociona, algo com o qual me identifico muito. Como bom sagitariano, sinto uma afinidade muito grande com um ser mitológico, o centauro Quíron, a quem tenho como uma espécie de padrinho. Segundo a lenda, Quíron é filho do Titã
Cronos e da Ninfa Filira, e foi mestre de vários heróis gregos, como Teseu, Hércules, Jasão, Aquiles e Enéas. Quíron é descrito como um grande preceptor. Inteligente, sábio e culto, era um gênio das artes, da filosofia, da magia e da medicina, além de um grande guerreiro. Era civilizado, pacífico e bem humorado, o que o diferenciava dos demais centauros, tidos com beberrões e sátiros. Em uma desavença na caverna de Folo, no monte Pélion, durante a execução do quarto dos 12 trabalhos de Hércules, este teria atingido Quíron em uma das pernas com uma flecha banhada no veneno da Hidra de Lerna. Imortal, Quíron sobreviveu, mas a ferida envenenada lhe causava dores violentas. Então, Hércules, apiedou-se dele e pediu a Zeus que trocasse a imortalidade de Quíron pela mortalidade de Prometeu, o senhor do fogo, cujo fígado era devorado por uma águia todos os dias e se regenerava todas as noites. Zeus fez o que Hércules pediu, trocou a imortalidade de Quíron pela de Prometeu, mas tomou a alma do centauro para formar, no céu, a constelação de Sagitário. Bem, com um patrono como este, não será difícil dar vida a Fátima e sua turma!?...
ELITISMO NA ACADEMIA LUDOVICENSE DE LETRAS LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Licenciado em Educação Física; Mestre em Ciência da Informação ACADEMIA LUDOVICENSE DE LETRAS INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGR´FICO DO MARANHÃO
O objetivo deste estudo é de verificar quais os colaboradores mais produtivos da “ALL EM REVISTA” - revista eletrônica da Academia Ludovicense de Letras, ALL. Foram publicadas 24 (vinte e quatro) edições, com periodicidade trimestral, nos seis anos de fundação dessa instituição. Utilizou-se da “Lei de Lotka”159, e a variação proposta por Price160, para determinar a Elite de Autores. Foram publicados 1.635 artigos/poesias por 210 autores, constituindo-se a Elite aqueles com mais de 14,9 contribuições, num total de 21 colaboradores. PRODUTIVIDADE DE AUTORES A medição da ciência tem seu início com Paul Otlet161, em 1934 e podemos nos referir ainda aos trabalhos de Hulme (1922)162 e Cole e Eales (1917)163. Outro grande pesquisador da área foi Ranganathan164 (1948) 165. A “Lei de Lotka”, ou “Lei do Quadrado Inverso”166, relacionada à produtividade de autores é fundamentada na premissa básica de que “alguns pesquisadores publicam muito e muitos publicam pouco” -, aponta para a medição da produtividade de autores, mediante um modelo de distribuição tamanho-frequência dos diversos autores em um conjunto de documentos. 159
LOTKA, A. J. The frequency of distribuition of scientific productivity. JOURNAL OF THE WASHINGTON ACADEMY OF SCIENCES, v. 16, n.12, p. 317-323, 1926; 160 PRICE, Derek de Solla. O desenvolvimento da ciência: análise histórica, filosófica, sociológica e econômica. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1976. 161 [1] PAUL MARIE GISLAIN OTLET (Bruxelas, 23 de agosto de 1868 — Bruxelas, 10 de dezembro de 1944) foi autor, empresário, visionário, advogado e ativista da paz; ele é uma das pessoas que são consideradas os pais da ciência da informação, uma área que ele chamava de "documentação". Otlet criou a Classificação Decimal Universal, um dos exemplos mais proeminentes de documentação facetada. https://pt.wikipedia.org/wiki/Paul_Otlet 162 EDWARD WYNDHAM HULME foi o bibliotecário do British Patent Office em Londres, o primeiro a introduzir o termo bibliografia estática e garantia literária, ou seja , verificabilidade baseada em texto. nasceu em dezembro de 1859 em Londres. https://wikisofia.cz/wiki/Edward_Wyndham_Hulme 163 COLE, F. J.; EALES, Nellie B. The history of comparative anatomy: a statistical analysis of the literature. Science Progress, n. 11, p. 578-596, 1917. 164 SHIYALI RAMAMRITA RANGANATHAN (9 de agosto de 1892, Sirkali, Tamil Nadu - 27 de setembro de 1972, Bangalore, Índia) foi um matemático e bibliotecário da Índia, considerado o pai da biblioteconomia no país. 1. Five Laws of Library Science (1931); 2. Colon Classification (1933); 3. Classified Catalogue Code (1934); 4. Prolegomena to Library Classification (1937); 5. Theory of the Library Catalogue (1938); 6. Elements of Library Classification (1945); 7. Classification and International Documentation (1948); 8. Classification and Communication (1951); 9. Headings and Canons (1955). https://pt.wikipedia.org/wiki/Shiyali_Ramamrita_Ranganathan FONSECA, E. N. Bibliografia estatística e bibliometria: uma reivindicação de prioridades. CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, Brasília, v. 2, n.1, p. 5-7, 1973;
165
FONSECA, E. N. (Org.). Bibliometria: teoria e prática. São Paulo : EDUSP, 1986; RAVICHANDRA RAO, I. K. Métodos quantitativos em biblioteconomia e ciência da informação. Brasília : ABDF, 1986.. 166
LOTKA, A. J. The frequency of distribuition of scientific productivity. JOURNAL OF THE WASHINGTON ACADEMY OF SCIENCES, v. 16, n.12, p. 317-323, 1926, citado por GUEDES, Vania L. S.; BORSCHIVER, Suzana. Bibliometria: uma ferramenta estatística para a gestão da informação e do conhecimento, em sistemas de informação, de comunicação e de avaliação científica e tecnológica.
Voos (1974)167 enuncia que a relação entre o número de autores e o número de artigos publicados por esses, em qualquer área científica, segue a “Lei do Inverso do Quadrado” - 1/n2. Isto é, em um dado período de tempo, analisando um número n de artigos, o número de cientistas que escrevem dois artigos seria igual a ¼ do número de cientistas que escreveram um. O número de cientistas que escreveram três artigos seria igual a 1/9 do número de cientistas que escreveram um, e assim sucessivamente. Já a “Lei de Bradford”, ou “Lei de Dispersão”168, permite, mediante a medição da produtividade das revistas, estabelecerem o núcleo e as áreas de dispersão sobre um determinado assunto em um mesmo conjunto de revistas: A Lei de Bradford, relacionada à dispersão da literatura periódica científica, enuncia que “se periódicos científicos forem ordenados em ordem decrescente de produtividade de artigos sobre determinado assunto, poderão ser divididos em um núcleo de periódicos mais particularmente dedicados ao assunto e em vários grupos ou zonas, contendo o mesmo número de artigos que o núcleo. O número de periódicos (n), no núcleo e zonas subsequentes, variará na proporção 1:n:n2 [...] Pergunta-se, então, de que maneira é possível fazer este diagnóstico? Uma das possibilidades consiste na utilização de métodos que permitam medir a produtividade dos pesquisadores, grupos ou instituições de pesquisa. Para tanto, torna-se fundamental o uso de técnicas específicas de avaliação que podem ser quantitativas ou qualitativas, ou mesmo uma combinação entre ambas. Para Vanti (2002) 169, a avaliação da produtividade científica deve ser um dos elementos principais para o estabelecimento e acompanhamento de uma política nacional de ensino e pesquisa, uma vez que permite um diagnóstico das reais potencialidades de determinados grupos e/ou instituições, existindo diversas formas de medição, voltadas para avaliar a ciência e os fluxos da informação 170, dentre estas, a bibliometria, a cienciometria, a informetria, e a webometria. A Bibliometria é uma ferramenta estatística que permite mapear e gerar diferentes indicadores de tratamento e gestão da informação e do conhecimento, especialmente em sistemas de informação e de comunicação científicos e tecnológicos, e de produtividade, necessários ao planejamento, avaliação e gestão da ciência e da tecnologia, de uma determinada comunidade científica ou país. O termo “bibliometria” foi cunhado por Pritchard171 em 1969. Pode-se definir a bibliometria como: “[...] o estudo dos aspectos quantitativos da produção, disseminação e uso da informação registrada. A bibliometria desenvolve padrões e modelos matemáticos para 167 VOSS, Henry. Lotka and information Science. Journal of the American Society for Information Science Volume 25, Issue 4, July/August 1974, Pages 270-272. ttps://doi.org/10.1002/asi.4630250410. disponível em https://asistdl.onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/asi.4630250410 168
BRADFORD, S. C. Sources of information on specific subjects. ENGINEERING, [s.l.], v.137, p. 85-86, 1934. (BROOKES, 1969, citado por GUEDES, Vania L. S.; BORSCHIVER, Suzana. Bibliometria: uma ferramenta estatística para a gestão da informação e do conhecimento, em sistemas de informação, de comunicação e de avaliação científica e tecnológica.
169
VANTI, Nadia Aurora Peres. Da bibliometria à webometria: uma exploração conceitual dos mecanismos utilizados para medir o registro da informação e a difusão do conhecimento. IN CI. INF., Brasília, v. 31, n. 2, p. 152-162, maio/ago. 2002, p. 152-162
170
“A palavra avaliar vem do latim ‘valere’. Esta apresenta, entre outras acepções, a de ser merecedor ou digno de alguma coisa. A avaliação, dentro de um determinado ramo do conhecimento, permite dignificar o saber quando métodos confiáveis e sistemáticos são utilizados para mostrar à sociedade como tal saber vem-se desenvolvendo e de que forma tem contribuído para resolver os problemas que se apresentam dentro de sua área de abrangência.” (VANTI, 2002, p. 152, op. Cit.)
171
PRITCHARD, A. Statistical bibliography or bibliometrics? Journal of Documentation, [s. l.], v. 25, n.4, p. 348-349, Dec. 1969.
medir esses processos, usando seus resultados para elaborar previsões e apoiar tomadas de decisões”. Já a “cienciometria” surgiu na antiga URSS e Europa Oriental e foi empregado especialmente na Hungria. Originalmente, referia-se à aplicação de métodos quantitativos para o estudo da história da ciência e do progresso tecnológico. As primeiras definições consideravam a cienciometria como “a medição do processo informático”, onde o termo “informático” significava “a disciplina do conhecimento que estuda a estrutura e as propriedades da informação científica e as leis do processo de comunicação”. Este termo alcançou notoriedade com o início da publicação, em 1977, da revista Scientometrics, editada originalmente na Hungria e atualmente na Holanda. (VANTI, 2002) 172. “Cienciometria é o estudo dos aspectos quantitativos da ciência enquanto uma disciplina ou atividade econômica. A cienciometria é um segmento da sociologia da ciência, sendo aplicada no desenvolvimento de políticas científicas. Envolve estudos quantitativos das atividades científicas, incluindo a publicação e, portanto, sobrepondo-se à bibliometria”. O termo informetria foi proposto pela primeira vez por Otto Nacke 173, 1979. Este termo foi adotado imediatamente pelo mesmo VINITI174, instituição que impulsionou a criação de um comitê com este nome na Federação Internacional de Documentação: o FID/IM – Comitte on Informetry. Sua aceitação definitiva data de 1989, quando o Encontro Internacional de Bibliometria passou a se chamar Conferência Internacional de Bibliometria, Cienciometria e Informetria. Alguns autores apresentam tais termos como sinônimos, porém outros consideram que a informetria compreende um campo mais amplo que a cienciometria e que englobaria, também, a bibliometria. (VANTI, 2002). “Informetria é o estudo dos aspectos quantitativos da informação em qualquer formato, e não apenas registros catalográficos ou bibliografias, referente a qualquer grupo social, e não apenas aos cientistas. A informetria pode incorporar, utilizar e ampliar os muitos estudos de avaliação da informação que estão fora dos limites da bibliometria e cienciometria”. Esse termo designa uma extensão recente das análises bibliométricas tradicional ao abarcar o estudo das modalidades de produção da informação e de comunicação em comunidades não acadêmicas. A informetria se distinguiria claramente da cienciometria e da bibliometria no que diz respeito ao universo de objetos e sujeitos que estuda, não se limitando apenas à informação registrada, dado que pode analisar também os processos de comunicação informal, inclusive falada, e dedicar-se a pesquisar os usos e necessidades de informação dos grupos sociais desfavorecidos, e não só das elites intelectuais. “... a informetria é um subcampo emergente da ciência da informação, baseada na combinação de técnicas avançadas de recuperação da informação com estudos quantitativos dos fluxos da informação”
172 173
VANTI, 2002, obra citada;
Otto Nacke (nascido em 18 de maio de 1915 em Detmold , † 17 de outubro de 2006 em Ehrsen ) era um médico alemão que se destacou principalmente nas áreas de documentação médicocientífica , estatística e processamento de dados . O termo Informetrie remonta a Nacke . 174 VINITI (Russian: ВИНИТИ; All-Russian Institute for Scientific and Technical Information; Russian: Всероссийский институт научной и технической информации former All-Union Institute for Scientific and Technical Information) is a subsidiary of the Russian Academy of Sciences devoted to gathering scientific and technical information from sources throughout the world and disseminating this information to Russian scientific community https://en.wikipedia.org/wiki/VINITI
e encontra sua utilidade na administração de coleções em bibliotecas, no desenvolvimento de políticas científicas e pode ajudar na tomada de decisões em relação ao desenho e manutenção de sistemas de recuperação de informação. (VANTI, 2002) A webometrics ou webometria consiste na aplicação de métodos informétricos à World Wide Web. Além do termo webometrics, também se encontra na literatura a expressão cybermetrics, que corresponde ao nome da revista apresentada oficialmente durante a VI Conferência Internacional de Cienciometria e Informetria, em Jerusalém, no ano de 1997. (VANTI, 2002) Em termos genéricos, estas são algumas possibilidades de aplicação dessas técnicas:
identificar as tendências e o crescimento do conhecimento em uma área; identificar as revistas do núcleo de uma disciplina; mensurar a cobertura das revistas secundárias; identificar os usuários de uma disciplina; prever as tendências de publicação; estudar a dispersão e a obsolescência da literatura científica; prever a produtividade de autores individuais, organizações e países; medir o grau e padrões de colaboração entre autores; analisar os processos de citação e co-citação; determinar o desempenho dos sistemas de recuperação da informação; avaliar os aspectos estatísticos da linguagem, das palavras e das frases; avaliar a circulação e uso de documentos em um centro de documentação; medir o crescimento de determinadas áreas e o surgimento de novos temas.
ELITISMO - “POUCOS COM MUITO E MUITO COM POUCOS” O padrão de distribuição das leis e princípios bibliométricos segue a máxima conhecida como “Efeito Mateus na Ciência”, que diz: “aos que mais têm será dado em abundância e, aos que menos têm até o que têm lhes será tirado” 175. Trata-se de uma abordagem ao efeito Mateus mediante a análise de processos psicossociais, que afetam o sistema de avaliação e distribuição de recompensas científicas. Por exemplo: cientistas altamente produtivos, de universidades mais conceituadas, obtêm frequentemente mais reconhecimento que cientistas igualmente produtivos, de outras universidades. Para se verificar quais são os colaboradores mais produtivos da ALL EM REVISTA se utilizará da Lei de Lotka 176, e a variação de Price177, sem as variações apresentadas por Alvarado (2003) 178. Price179, a partir de estudos realizados entre 1965 e 1971 concluiu que 1/3 da literatura é produzida por menos de 1/10 dos autores mais produtivos, levando a uma média de 3,5 documentos por autor e 60% dos autores produzindo um único documento. Logo depois foi formulada a “lei do elitismo de Price”: o número de membros da elite corresponde à raiz quadrada do número total de autores, e a metade do total da produção é considerado o critério para se saber se a elite é produtiva ou não.
175
MERTON, R. K. The Mathew effect in science. SCIENCE, [s. l.], v. 159, n. 3810, p. 58, Jan. 1968, citado por GUEDES, Vania L. S. Análise bibliométrica do discurso científico e tecnológico: contribuição ao refinamento da indexação automática da informação científica e tecnológica, em meios eletrônicos. 2006
BORSCHIVER, Suzana. Bibliometria: uma ferramenta estatística para a gestão da informação e do conhecimento, em sistemas de informação, de comunicação e de avaliação científica e tecnológica; 176
LOTKA, 1926, obra citada; PRICE, 1976, obra citada; 178 ALVARADO, Rubén Urbizagástegui. A Llei de Lotka: o modelo Lagrangiano de Poisson aplicado à produtividade de autores. IN PERSPECT. CIENC. INF., Belo Horizonte, v. 8, n. 2, p. 188-207, jul./dez. 2003; 179 PRICE, 1976, obra citada. 177
No geral, os autores concordam que, para uma correta aplicação do modelo de Lotka, devem-se seguir as seguintes recomendações180: a) Selecionar um campo específico de produção científica. Quanto mais específico o campo, melhor o resultado; b) Selecionar uma bibliografia existente ou elaborar uma bibliografia sobre o campo específico cuja cobertura seja exaustiva. Quanto mais extensa e exaustiva melhor. Sugerese que a cobertura dessa bibliografia seja maior ou igual a dez anos; c) Contar a produtividade de cada autor, considerando-se também os coautores. Isso significa que se deve adotar o método da contagem completa; d) Ordenar os dados coletados em uma tabela de frequências para facilitar a visualização dos mesmos; e) Selecionar o modelo estatístico mais adequadamente sugerido pelos dados tabulados; f) Calcular os valores esperados ou teóricos, seguindo as especificações do modelo estatístico escolhido; g) Estabelecer as hipóteses a serem testadas e a região de rejeição dessas hipóteses no nível de significância de a = 0.05; h) Testar a qualidade do ajuste dos dados, usando-se o teste do quiquadrado ou KolmogorovSmirnov.
A REVISTA ELETRÔNICA DA ACADEMIA LUDOVICENSE DE LETRAS Por ocasião do quarto centenário de “fundação” da cidade de São Luís, capital do Estado do Maranhão, um grupo de intelectuais ligados ao Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão se propôs a implementar antiga aspiração, manifestada através de uma série de artigos de autoria de Wilson Pires Ferro, propondo a fundação de uma academia de letras da cidade de São Luís. Naquela ocasião, tendo sido já fundada a Federação das Academias de Letras do Maranhão – FALMA -, tendo à frente os acadêmicos Álvaro Urubatan Melo (Vavá) e Roque Pires Macatrão propunham a fundação da academia da cidade -, aliaram-se à poetisa Dilercy Aragão Adler – então presidente da Sociedade de Cultura Latina do Brasil/Seccional do Maranhão -, e que coordenava, junto com o acadêmico Leopoldo Gil Dulcio Vaz o projeto “Mil Poemas para Gonçalves Dias”; finalizado naquela ocasião, uniram-se às ideias e propósitos, lançando-se, então, à fundação da tão sonhada Academia Ludovicense de Letras. Conforme relatam Adler e Vaz (2014)181 : Foram feitos eventos preparatórios para a concretização do projeto [Mil poemas para Gonçalves Dias] 182, a saber: o primeiro, no dia 28/ 01/2012, que ficou conhecido
180
CAFÉ, Lígia; BRÄSCHER, Marisa. ORGANIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO E BIBLIOMETRIA. ENC. BIBLI: R. ELETR. BIBLIOTECON. CI. INF., Florianópolis, n. esp., 1º sem. 2008;
ALVARADO, Rubén Urbizagástegui. A Lei de Lotka: o modelo Lagrangiano de Poisson aplicado à produtividade de autores. IN PERSPECT. CIENC. INF., Belo Horizonte, v. 8, n. 2, p. 188-207, jul./dez. 2003; VANTI, Nadia Aurora Peres. Da bibliometria à webometria: uma exploração conceitual dos mecanismos utilizados para medir o registro da informação e a difusão do conhecimento. IN CI. INF., Brasília, v. 31, n. 2, p. 152-162, maio/ago. 2002, p. 152-162; MOSTAFA, Solange Puntel. Citações epistemológicas no campo da educomunicação. COMUNICAÇÃO & EDUCAÇÃO, São Paulo, (24): 15 a 28, maio/ago. 2002; WORMELL , Irene. Informetria: explorando bases de dados como instrumentos de análise. CI. INF., Brasília, v. 27, n. 2, p. 210-216, maio/ago. 1998; TESTA James, A base de dados ISI e seu processo de seleção de revistas. CI. INF., Brasília, v. 27, n. 2, p. 233-235, maio/ago. 1998 181 ADLER, Dilercy Aragão; VAZ, Leopoldo Gil Dulcio (Organizadores). MIL POEMAS PARA GONÇAÇLVES DIAS – DIÁRIO DE VIAGEM. São Luis: Academia Ludovicense de Letras, 2014. 182 ADLER, Dilercy Aragão; VAZ, Leopoldo Gil Dulcio (Organizadorees). MIL POEMAS PARA GONÇALVES DIAS. São Luis: UFMA/IHGM, 2012
como o “I Encontro Gonçalvino Caxias - São Luís”, realizado em Caxias. “II Encontro Gonçalvino São Luís-Caxias”, com a “Louvação a Gonçalves Dias” (em São Luís), no dia 25/04/2012, dentro da programação do “Seminário 3 do Ciclo de Estudos/debates sobre a Formação do Maranhão e Fundação de São Luís”, também com vasta programação. O 3º evento realizou-se na Escola Paroquial Frei Alberto EPFA, no dia 25/05/2012, ocasião em que ficou evidente o carinho, o engajamento total e irrestrito da Escola ao Projeto. O 4º evento foi no Palácio Cristo Rei, no dia 05/09/2012, dentro da Programação do “Seminário 6 do Ciclo de Estudos/debates sobre a Formação do Maranhão e Fundação de São Luís”, também com vasta programação. A “V Semana Literária Maria Firmina dos Reis” foi realizada pelo “Centro de Ensino Médio Nossa Senhora da Assunção”, tendo à frente o seu Diretor, O professor e vereador Osvaldo Gomes, o qual atendeu à minha solicitação [de Dilercy] no sentido de incluir na Programação do dia 30 de novembro, uma homenagem a Gonçalves Dias. [...] Foram feitas também divulgação presencial do Projeto Mil Poemas para Gonçalves Dias, no Peru (2012) e na Bolívia (2012), a poetas e Instituições desses dois países. Durante todos esses dias e noites, pacientes e firmemente trabalhávamos para a consecução dos objetivos traçados. Outras iniciativas já havia, mas não deram resultados, ou não se faziam efetivas, e aqueles proponentes não quiseram se juntar, então, à coordenação que então se formava. A Academia Ludovicense de Letras – ALL, fundada em 10 de agosto de 2013, Registrada sob no. 48.091, de 09 de janeiro de 2014, do Cartório Cantuária de Azevedo, CNPJ 20.598.877/0001-33: ATA DE FUNDAÇÃO DA ACADEMIA LUDOVICENSE DE LETRAS // Aos dez dias do mês de agosto de dois mil e treze, com o fito de fundarem uma Academia de Letras para cidade de São Luís reuniu-se no Palácio Cristo Rei, sito na Praça Gonçalves Dias, nesta cidade de São Luis – MA [...] Os trabalhos foram iniciados às dez horas e vinte minutos, sob a direção do presidente da Comissão Organizadora, Sr. Roque Pires Macatrão que após compor a mesa com os demais membros: Dilercy Aragão Adler, Leopoldo Gil Dulcio Vaz, Álvaro Urubatan Mello, e Clores Holanda Silva informou o motivo que levou a Comissão a convidar os presentes ao ato fundacional destaca-se a homenagem aos 190 anos de nascimento do poeta Antônio Gonçalves Dias. Submetido a ideia à apreciação do plenário, com a concordância geral, ficou decidido que seria denominada Academia Ludovicense de Letras – ALL. Para proceder a instalação e legalização da entidade foi aclamado um grupo constituído dos senhores: Leopoldo Gil Dulcio Vaz, Álvaro Urubatan Melo, Roque Pires Macatrão, e Dilercy Aragão Adler, Clores Holanda Silva. Nada mais havendo a tratar, o presidente declarou criada a entidade, encerrou os trabalhos e mandou que eu, Clores Holanda Secretária ad-doc presente ata que depois de lida e achada conforme, será assinada por mim, pelo presidente e todos demais participantes. São Luís, 10 de agosto de 2013. Roque Pires Macatrão/ Presidente da Assembléia de Fundação da ALL; Clores Holanda Silva / Secretária Ad-Doc; Alvaro Urubatan Mello; Dilercy Aragão Adler; Leopoldo Gil Dulcio Vaz Constituída a comissão para elaboração do Estatuto Social e do Regimento Interno – Ana Luiza Almeida Ferro, Aldy Mello de Araujo, e Leopoldo Gil Dulcio Vaz, foi submetida e aprovada em Assembleia Geral, e eleita a primeira diretoria: ATA DE APROVAÇÃO DO ESTATUTO E DE ELEIÇÃO DA PRIMEIRA DIRETORIA E DO PRIMEIRO CONSELHO FISCAL DA ACADEMIA LUDOVICENSE DE LETRAS VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; ADLER, Dilercy Aragão (Organizadores). SOBRE GONÇALVES DIAS. São Luis: UFMA/IHGM, 2012.
Ata da Sessão Plenária de Aprovação do Estatuto e de Eleição da primeira Diretoria e do primeiro Conselho Fiscal da Academia Ludovicense de Letras, realizada no dia 14 (quatorze) do mês de dezembro do ano de 2013 (dois mil e treze). Aos14 (quatorze) dias do mês de dezembro do ano de 2013 (dois mil e treze), às 09h30min, no auditório dos Colegiados Superiores do Palácio Cristo Rei, situado no Largo dos Amores (Praça Gonçalves Dias), nº 351, Centro, CEP 65.042-240, nesta cidade, reuniram-se em Sessão Plenária de Aprovação do Estatuto e de Eleição da primeira Diretoria e do primeiro Conselho Fiscal os senhores membros fundadores da Academia Ludovicense de Letras – ALL, cognominada Casa de Maria Firmina dos Reis, em número de 21 (vinte e um) de um total de 25 (vinte e cinco), assim considerados os que se haviam feito presentes, na posição de organizadores ou mediante convite da presidência da Federação das Academias de Letras do Maranhão – FALMA e da Comissão promotora do evento, integrada por representantes do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão – IHGM e da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão e do Brasil – SCLMA/SCLB, na cerimônia de fundação da Academia, realizada no mesmo auditório dos Colegiados Superiores do Palácio Cristo Rei a 10 (dez) de agosto de 2013.
Registrando-se a presença de Aldy Mello de Araújo, Álvaro Urubatan Melo, Ana Luiza Almeida Ferro, André Gonzalez Cruz, Antônio Augusto Ribeiro Brandão, Arquimedes Viegas Vale, Aymoré de Castro Alvim, Clores Holanda Silva, Dilercy Aragão Adler, João Batista Ericeira, João Francisco Batalha, José Cláudio Pavão Santana, José de Ribamar Fernandes, Leopoldo Gil Dulcio Vaz, Michel Herbert Alves Florêncio, Raimundo da Costa Viana, Raimundo Gomes Meireles, Raimundo Nonato Serra Campos Filho, Roque Pires Macatrão, Sanatiel de Jesus Pereira e Wilson Pires Ferro, conforme as assinaturas apostas no Livro de Presenças. Assumiu a presidência dos trabalhos, por aclamação unânime, o senhor Roque Pires Macatrão, convidada a Sra. Clores Holanda Silva para secretariar a sessão; foi lida a ordem do dia para a qual fora convocada, com o seguinte teor: Apreciar a convocação datada de 07 (sete) de dezembro de 2013 (dois mil e treze), consoante Edital de Convocação – ALL, comunicado via e-mail e/ou telefone a todos os 25 (vinte e cinco) membros fundadores do sodalício, além de publicado na edição do Jornal Pequeno de 9 (nove) de dezembro do mesmo ano, que teve como finalidade: a) Discussão e aprovação do Estatuto Social; b) Eleição da primeira Diretoria e do primeiro Conselho Fiscal da Academia; c) Outros assuntos relacionados com o pleno funcionamento da associação. Iniciados os trabalhos, o Presidente lembrou a todos que a Academia fora fundada em 10 (dez) de agosto deste ano com o propósito de desenvolvimento e difusão da cultura e da literatura ludovicense, defesa das tradições literárias do Maranhão e, particularmente, de São Luís, perpétua renovação e revitalização do legado da Atenas Brasileira, culto às origens da cidade e à sua formação pelas letras e valorização do vernáculo, explicando que a presente sessão era o último passo para tornar a Academia uma associação não apenas de fato, mas também de direito, com a aprovação de seu Estatuto e a eleição de sua primeira Diretoria e de seu primeiro Conselho Fiscal. Em seguida o Presidente passou a palavra à Comissão de Elaboração do Estatuto, constituída de três membros (Ana Luiza Almeida Ferro, Aldy Mello de Araújo e Leopoldo Gil Dulcio Vaz), presidida pela Confreira Ana Luiza, a qual passou à exposição do trabalho da Comissão e da concepção geral do Estatuto e à leitura de alguns dispositivos pontuais, uma vez que todos os presentes já tinham conhecimento de seu texto integral, previamente divulgado por e-mail e sites mencionados no Edital de Convocação – ALL.
A Presidente da Comissão ressaltou que o Estatuto era produto de um extenso trabalho de pesquisa, contendo dispositivos originais e também outros inspirados, sobretudo nos Estatutos da Academia Paulista de Letras – APL, da Academia Maranhense de Letras Jurídicas – AMLJ e do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão – IHGM, bem como no Regimento Interno da Academia Maranhense de Letras – AML, sempre respeitando o disposto no art. 54 do Código Civil e em outras normas aplicáveis ao assunto; frisou que, em relação ao texto de conhecimento dos presentes, fora feita uma pequena alteração no teor do art. 92, § 1º, para fins de coerência sistemática do Estatuto, passando a redação de “residência deste em São Luís” para “residência deste na ilha de Upaon-Açu, mais conhecida como de São Luís”, a qual foi acolhida sem contestação; lembrou que a lista dos Patronos, contida no art. 4º, fora definida na reunião dos membros organizadores da Academia, realizada no dia 5 (cinco) de outubro de 2013 (dois mil e treze), a partir de cuidadoso trabalho de pesquisa do Prof. Wilson Pires Ferro, um dos fundadores e idealizadores da ALL, apresentando uma relação de 70 (setenta) nomes ilustres da vida literária e cultural ludovicense e maranhense, elencados por lugar de nascimento (ludovicenses e nãoludovicenses), enriquecida pela indicação das obras de cada um, a qual seria submetida à votação dos presentes naquela reunião, daí emergindo a escolha de 39 (trinta e nove) Patronos, completando-se a lista com mais um nome prévia e oportunamente sugerido pelos Confrades Leopoldo Gil Dulcio Vaz e Antonio José Noberto da Silva, ainda na fase de debates e proposições. A Presidente da Comissão então fez a leitura de algumas partes do Estatuto, para explicar algumas escolhas da Comissão ou para esclarecer algum ponto suscitado pelos presentes. Finda a exposição, o Estatuto foi submetido à apreciação e discussão, ficando decidido, a partir de sugestão de alguns presentes, que a discussão não seria feita artigo a artigo, mas, por questão de celeridade e previsão no próprio Edital de Convocação, a partir de propostas pontuais sobre dispositivos específicos do Estatuto, iniciando-se, então, a inscrição dos proponentes: - Antônio Augusto Ribeiro Brandão suscitou questão sobre o processo da eleição da Diretoria e do Conselho Fiscal, referindo a possibilidade de que fosse feita em outra data, com abertura de prazo para apresentação de chapas, mas ficou decidido que seria atendida a previsão do Edital de Convocação, obedecendo-se às normas mínimas sobre a eleição, previamente encaminhadas a todos os membros fundadores, pelo Confrade Leopoldo. - Álvaro Urubatan Melo propôs a retirada da expressão “idealizada pelos professores Wilson Pires Ferro e Dilercy Aragão Adler” do corpo do art. 1º do Estatuto, sob o argumento principal de que a Academia tivera outros idealizadores, como o Confrade Roque Pires Macatrão, ao que se opôs a Confreira Dilercy, lembrando que, na reunião do dia 5 de outubro, que fora apenas para as Comissões, ela explicara que a ideia genérica de fundação de uma Academia de Letras de São Luís tivera muitos idealizadores ao longo do tempo, mas a Academia de fato fundada em 10 de agosto, sem qualquer demérito para o Dr. Roque Macatrão, a quem expressava o seu respeito, fora especificamente resultante dos seguintes fatos: o Projeto “Mil poemas para Gonçalves Dias” previa, além do lançamento das antologias, o incentivo a outras atividades culturais, entre as quais a criação de entidades e organizações culturais; após ler um artigo do Prof. Wilson Pires Ferro sobre a necessidade de mais Academias no Maranhão, intitulado “Faltam Academias” (O Estado do Maranhão, 24.01.2013), reacendeu uma ideia antiga e anterior (de fundar a Academia de Letras de São Luís); a AML foi criada também no aniversário de 85 (oitenta e cinco) anos de Gonçalves Dias; assim, compreendeu a grande oportunidade de também homenagear o poeta criando a Academia Ludovicense de Letras no seio do Projeto a ele dedicado; essa ideia foi logo compartilhada com Ana Luiza Almeida Ferro (que lhe enviara o artigo do pai) e, a partir daí, foi divulgada a intenção, compartilhada esta com outros membros da Comissão e considerou-se conveniente passar à FALMA, entidade também promotora do Projeto, a coordenação dessa atividade, considerando a qualidade da sua natureza e finalidade, à semelhança do papel mediador desempenhado pelo IHGM na criação do IHGG (Guimarães); a Confreira Dilercy lembrou, ainda, que isto ficara assentado na reunião do dia 5 de outubro, contando com o assentimento dos presentes naquela ocasião quanto aos fatos por ela expostos; que fazia essas considerações por questão de fidelidade à História, para que fosse registrada a História como ela ocorrera, fazendo jus à participação fundamental do Prof. Wilson Ferro;
- Roque Macatrão reforçou a proposição do Confrade Álvaro, alegando que ninguém deveria figurar como idealizador, porque a Academia tivera outros idealizadores, que não se tornariam fundadores, como aqueles que haviam frequentado a sua casa em encontros versando sobre esse tema da fundação de uma Academia de Letras em São Luís, - Ana Luiza Almeida Ferro ponderou que não podia ser idealizador desta Academia em particular quem nem sequer fora seu fundador; - Roque Macatrão também lembrou que sempre defendeu a ideia de uma Academia de Letras em São Luís, que, inclusive, sempre pensou em uma Academia que reunisse pessoas de valor que não integrassem a Academia Maranhense de Letras, do mesmo modo que propusera que a Academia tivesse patronos exclusivos, que não fossem patronos da AML; - Ana Luiza Ferro suscitou que já era matéria discutida e objeto de consenso no seio das Comissões a definição dos patronos da ALL, o que se refletira no art. 4º do anteprojeto do Estatuto, o mesmo valendo para a possibilidade de admissão de escritores na ALL, independentemente de sua vinculação a qualquer outra Academia; - Wilson Ferro pediu a palavra apenas para mencionar que o seu artigo “Faltam Academias”, publicado em 24 de janeiro de 2013 no jornal O Estado do Maranhão, não foi o primeiro sobre o tema, uma vez que também publicara o artigo “Falta uma Academia” em 2012 no mesmo jornal; - em sequência, João Batista Ericeira expressou a sua opinião de que a menção aos idealizadores não deveria constar do Estatuto, mas sim de uma ata; - após mais algumas manifestações, submetida a proposta de Álvaro Melo à votação, restou decidida, por maioria de votos, a retirada da expressão “idealizada pelos professores Wilson Pires Ferro e Dilercy Aragão Adler” do corpo do art. 1º do Estatuto; - Dilercy Adler solicitou que a menção constasse da presente ata, juntamente com todo o teor de sua manifestação anterior, por questão de fidelidade aos fatos históricos e justiça ao Prof. Wilson Ferro, o que foi acolhido, ficando decidido que seriam acrescidos os nomes dos Confrades Álvaro Urubatan Melo e Roque Pires Macatrão à menção, de forma que fica registrado que a Academia Ludovicense de Letras foi idealizada por Wilson Pires Ferro, Dilercy Aragão Adler, Álvaro Urubatan Melo e Roque Pires Macatrão; - Álvaro Melo ainda fez outra proposta, no sentido de que fosse esclarecido o teor do art. 29, XVI, do Estatuto, uma vez que não deveria caber ao Plenário aprovar as atas das reuniões da Diretoria, até pela questão do quorum, ao que a Confreira Ana Luiza Almeida Ferro, Presidente da Comissão, explicou que o inciso “discutir e aprovar as atas das sessões” se refere tão somente às atas das reuniões do Plenário (sessões), não àquelas da Diretoria, além do que a competência do Plenário era, in casu, restrita, o que já significava quorum mínimo, incluindo, pelo menos, 2 (dois) componentes da Diretoria (art. 20, § 3º), argumentando, por derradeiro, que qualquer eventual caso omisso encontrava solução no disposto no art. 89 do Estatuto; debatida a questão, ficou decidida a manutenção do dispositivo em tela do Estatuto sem alteração, sendo acolhida a sugestão de Antônio Augusto Ribeiro Brandão de que qualquer menção específica a respeito da aprovação das atas das reuniões da Diretoria fosse incluída, caso julgada pertinente, no Regimento Interno. - Superado esse ponto, Aymoré de Castro Alvim propôs nova redação ao art. 3º, § 5º, do Estatuto, com o acréscimo dos fatores da idade e da incapacidade por doença como motivos para a transferência de um membro efetivo para a categoria de membro honorário; aberto o debate, Dilercy Adler reforçou a proposta quanto ao fator idade; a Confreira Ana Luiza Almeida Ferro explicou que não tinha óbice a opor quanto ao acréscimo do fator da idade, por exemplo mais de 75 (setenta e cinco) anos ou mais de 80 (oitenta) anos, mas que o acréscimo do fator da incapacidade por doença contrariaria o caráter de perpetuidade ostentado pelos membros efetivos (art. 3º, § 8º, do Estatuto), já que a mudança de categoria autorizada pelo § 5º somente pode ser voluntária, de maneira que Ana Luiza Ferro consultou Aymoré Alvim se não autorizava que a sua proposta de acréscimo se limitasse tão somente ao fator da idade, no caso, mais de 80 (oitenta) anos, deixando de lado o motivo da doença, ao que este manifestou a sua concordância;
- Aldy Mello de Araújo defendeu a permanência do dispositivo como originalmente proposto pela Comissão, isto é, apenas com o fator de 25 (vinte e cinco) anos de serviços prestados, sob o mesmo fundamento do caráter de perpetuidade; submetida a proposta reformulada de Aymoré Alvim, foi esta aprovada, por maioria de votos, ficando a nova redação do art. 3º, § 5º, da seguinte forma: “Poderão migrar para a categoria de membros honorários os membros efetivos com mais de 25 (vinte e cinco) anos de serviços prestados à Academia ou com mais de 80 (oitenta) anos de idade.” - André Gonzalez Cruz propôs o acréscimo da expressão “a pedido” depois do verbo “migrar” no corpo do mesmo art. 3º, § 5º, do Estatuto, alegando que, conquanto o Estatuto conduzisse à conclusão de que aquele não era um caso de transferência de categoria à revelia do membro efetivo, tal interpretação não estaria contida no inciso em questão, dependendo de interpretação sistemática, o que poderia suscitar dúvidas; na defesa da redação da Comissão, com a contribuição da proposta aprovada de Aymoré Alvim, Ana Luiza Ferro destacou que não fazia sentido alterar o dispositivo, exatamente pelo fato de que a interpretação sistemática deixava claro o ponto objeto de preocupação de André, particularmente o teor do art. 12 do Estatuto, explicitando os casos de exclusão de membro (“por justa causa”), no qual não figura motivo de idade, e ainda pelo fato de que, em princípio, não há palavras inúteis em Direito; submetida à votação a proposta de André Gonzalez, foi esta, por maioria de votos, rejeitada, permanecendo a redação impugnada. Analisadas e votadas todas as propostas, foi o Estatuto da Academia Ludovicense de Letras aprovado por unanimidade, com as modificações acima especificadas, que passam a integrar o seu teor definitivo. Com a aprovação do Estatuto, cada membro fundador, presente ou ausente, foi considerado automática e oficialmente empossado na cadeira de sua escolha, nos termos do art. 90 do Estatuto, a saber: Cadeira nº 1 – CLAUDE D’ABBEVILLE (Frei): Antonio José Noberto da Silva; Cadeira nº 2 – ANTÔNIO VIEIRA (Padre): João Batista Ericeira; Cadeira nº 3 – Manuel ODORICO MENDES: Sanatiel de Jesus Pereira; Cadeira nº 4 – Francisco SOTERO DOS REIS: Antônio Augusto Ribeiro Brandão; Cadeira nº 5 – JOÃO Francisco LISBOA: Raimundo Nonato Serra Campos Filho; Cadeira nº 6 – CÂNDIDO MENDES de Almeida: Roque Pires Macatrão; Cadeira nº 7 – Antônio GONÇALVES DIAS: Wilson Pires Ferro; Cadeira nº 8 – MARIA FIRMINA DOS REIS: Dilercy Aragão Adler; Cadeira nº 11 – CELSO Tertuliano da Cunha MAGALHÃES: André Gonzalez Cruz; Cadeira nº 12 – José RIBEIRO DO AMARAL: Michel Herbert Alves Florêncio; Cadeira nº14 – ALUÍSIO Tancredo Gonçalves de AZEVEDO: Osmar Gomes dos Santos; Cadeira nº 16 – Antônio Batista BARBOSA DE GODOIS: Aymoré de Castro Alvim; Cadeira nº 17 – CATULO DA PAIXÃO Cearense: Raimundo Gomes Meireles; Cadeira nº 18 – Henrique Maximiano COELHO NETO: Arthur Almada Lima Filho; Cadeira nº 19 – João DUNSHEE DE ABRANCHES Moura: João Francisco Batalha; Cadeira nº 20 – José Pereira da GRAÇA ARANHA: Arquimedes Viegas Vale; Cadeira nº 21 – FRAN PAXECO (Manuel Francisco Pacheco): Leopoldo Gil Dulcio Vaz; Cadeira nº 23 – DOMINGOS Quadros BARBOSA Álvares: Álvaro Urubatan Melo; Cadeira nº 27 – HUMBERTO DE CAMPOS Veras: José de Ribamar Fernandes; Cadeira nº 30 – ODYLO COSTA, FILHO: Clores Holanda Silva; Cadeira nº 31 – MÁRIO Martins MEIRELES: Ana Luiza Almeida Ferro; Cadeira nº 32 – JOSUÉ de Souza MONTELLO: Aldy Mello de Araújo; Cadeira nº 33 – CARLOS Orlando Rodrigues DE LIMA: Paulo Roberto Melo Sousa; Cadeira nº 36 – JOÃO Miguel MOHANA: Raimundo da Costa Viana; Cadeira nº 39 – BANDEIRA TRIBUZI (José Tribuzi Pinheiro Gomes): José Cláudio Pavão Santana. Encerrada a primeira parte da sessão, a Presidente da Comissão de Elaboração do Estatuto passou então a palavra a Leopoldo Vaz, para que explicasse as normas mínimas, previamente divulgadas, sobre o processo de eleição da primeira Diretoria e do primeiro Conselho Fiscal da Academia,
para a gestão do biênio 2013-2015. Assumiu a presidência dos trabalhos eleitorais Antônio Augusto Ribeiro Brandão, que era o membro efetivo presente mais idoso, assistido por mais dois confrades. Em sequência, após a indicação de nomes para os cargos disponíveis e a manifestação dos indicados quanto à aceitação ou não da apresentação de suas respectivas candidaturas, procedeu-se à eleição da Diretoria e do Conselho Fiscal da ALL, para o primeiro período de gestão, a qual providenciará o registro de nossa Academia Ludovicense de Letras nos órgãos competentes, chegando-se ao seguinte resultado: Presidente – Roque Pires Macatrão (eleito por maioria de votos, tendo como concorrente Dilercy Aragão Adler); Vice-Presidente: Dilercy Aragão Adler (por aclamação); Secretário-Geral: Leopoldo Gil Dulcio Vaz (por aclamação); 1º Secretário: Álvaro Urubatan Melo (por aclamação); 2º Secretário: Ana Luiza Almeida Ferro (por aclamação); 1º Tesoureiro: Raimundo Nonato Serra Campos Filho (por aclamação); 2º Tesoureiro: Clores Holanda Silva (por aclamação); Conselho Fiscal, composto por 3 (três) membros: Aldy Mello de Araújo, Aymoré de Castro Alvim e José de Ribamar Fernandes (todos por aclamação). Após a realização da eleição, foi dada aos eleitos imediata posse para suas funções e atribuições, com início nesta data. Além da composição da gestão administrativa da Academia, fica registrada a composição do Conselho dos Decanos, órgão apenas consultivo, composto pelos 5 (cinco) membros efetivos mais antigos, no caso os mais idosos, da Academia, nos termos do art. 52 do Estatuto: Arthur Almada Lima Filho, Antônio Augusto Ribeiro Brandão, Roque Pires Macatrão, Wilson Pires Ferro e José de Ribamar Fernandes (por ordem decrescente de idade).
Do Estatuto Art. 1° A Academia Ludovicense de Letras – ALL, cognominada Casa de Maria Firmina dos Reis, fundada em 10 de agosto de 2013, aos 190 (cento e noventa) anos de nascimento do poeta Gonçalves Dias, como parte da programação do evento "Mil poemas para Gonçalves Dias", promovido pelo Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão – IHGM, pela Federação das Academias de Letras do Maranhão – FALMA e pela Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão e do Brasil – SCLMA/SCLB, em celebração final do aniversário dos 400 (quatrocentos) anos da fundação da cidade de São Luís, é uma pessoa jurídica de direito privado, associação de prazo de duração indeterminado e fins não econômicos, com sede e foro na cidade de São Luís, capital do Estado do Maranhão, submetendo-se às normas do presente Estatuto, de seu Regimento Interno e da legislação vigente no país, no que for pertinente. Art. 2° A Academia tem por finalidade o desenvolvimento e a difusão da cultura e da literatura ludovicense, a defesa das tradições literárias do Maranhão e, particularmente, de São Luís, a perpétua renovação e revitalização do legado da Atenas Brasileira, o culto às origens da cidade e à sua formação pelas letras, a valorização do vernáculo e o intercâmbio com os centros de atividades culturais do Maranhão, do Brasil e do exterior.
Em seu art. 55 prevê, além das comissões temporárias, constituídas para a execução de encargos específicos e com prazo determinado de funcionamento, poderão ser criados outros órgãos ou comissões permanentes.
Art. 57. Serão criadas, no âmbito da Academia, preferencialmente em caráter permanente, a Comissão de Bibliografia e a Comissão de Publicações e Eventos. [...] § 2º À Comissão de Publicações e Eventos incumbirá: I – preparar e executar as atividades culturais e os eventos da Academia; II – escolher, auxiliado pelo 2º Secretário, os trabalhos destinados à publicação na Revista da Academia, bem como obras a serem editadas pela Academia, elaborando as notas e os prefácios, quando for o caso; III – tratar da publicação e do lançamento da Revista, entre outras obras. Art. 58. Além de outras que venham a ser criadas, constituem o rol permanente das publicações oficiais da Academia a Revista, os Perfis acadêmicos e a Antologia.
Temos, pois, como órgão oficial, a “Revista da ALL”; por divergências entre os membros, em Assembleia Geral, decidiu-se pela manutenção de duas publicações: uma, eletrônica, sob a responsabilidade de editoração do então Secretário-Geral, de caráter oficioso – “ALL EM REVISTA” -, e a “Revista da Academia Ludovicense de Letras”, sob a responsabilidade, em conformidade com o Estatuto, em seu artigo 57, do 2º Secretário, publicada, esta, no formato tradicional, isto é, em papel, e que teria periodicidade semestral – duas por ano – podendo aproveitar matéria publicada na edição eletrônica. A “ALL EM REVISTA”, de caráter oficioso, registra os atos e fatos ocorridos no dia-a-dia da Academia, com as participações de seus membros em publicações em outras mídias – jornais e revistas -, ou artigos escritos especialmente para a Revista, assim como a participação de seus membros em eventos culturais, científicos, e outros, em que é solicitada a participação da Academia, representada pelo seu Presidente. Para a publicação da revista eletrônica, utilizou-se da plataforma ISSUU – https://issuu.com/home/publisher. A utilização dessa plataforma possibilita a inserção da revista na “nuvem”, através da conta de Leopoldo Gil Dulcio Vaz, que a utiliza desde sua versão beta, tendo publicado a revista eletrônica do IF-MA, e já nessa plataforma, a do IHGM. Até o presente, com as diversas publicações através de sua conta – Revista do IHGM, ALL EM REVISTA, e alguns livros disponibilizados eletronicamente, tem-se 54.233 Reads e 1.793.607 Impressions e 71 Followers (https://issuu.com/home/statistics): ESTATÍSTICAS: ALL EM REVISTA PUBLICADAS - ATÉ 28/12/2019 REVISTA
DATA
READS
IMPRESSIONS
TOTAL
1.1.
JAN/MAR 2014
301
13.653
13.954
1.2.
ABR/JUN 2014
354
9.073
9.427
1.3.
JUL/SET 2014
383
19.225
19.558
1.4.
OUT/DEZ 2014
856
29.953
30.809
2.1.
JAN/MAR 2015
816
34.429
35.245
2.2.
ABR/JUL 2015
365
16.764
17.027
2.3.
JUL/SET 2015
329
20.475
20.794
2.4.
OUT/DEZ 2015
599
23.024
23.623
3.1.
JAN/MAR 2016
986
68.970
69.956
3.2.
ABR/JUN 2016
967
53.075
54.042
3.3.
JUL/SET 2016
1.353
87.137
88.490
3.4.
OUT/DEZ 2016
1.240
38.121
39.365
4.1.
JAN/MAR 2017
259
6.065
6.324
4.2.
ABR/JUL 2017
640
21.834
22.474
4.3.
JUL/SET 2017
549
14.112
14.661
4.4.
OUT/DEZ 2017
358
8110
8.468
INDICE 2016/17
DEZ 2017
173
77.680
77.853
5.1.
JAN/MAR 2018
195
5.561
5.757
5.2.
ABR/JUN 2018
377
9.516
9.893
5.3.
JUL/SET 2018
485
25.210
25.695
5.4.
OUT/DEZ 2018
495
12.804
13.299
INDICE 2018
DEZ 2018
24
4.393
4.417
6.1.
JAN/MAR 2019
558
10.402
10.960
6.2.
ABR/JUN 2019
323
7.533
7.856
6.3.
JUL/SET 2019
91
1.238
1.329
6.3.
1
JUL/SET 2019
45
1.452
1.487
6.4.
2
OUT/DEZ 2019
29
134
163
DEZ 2019
13
70
83
INDICE 2018/19 1. 2. 3.
Suplemento Revista publicada em 25/12/2019, e em 3 dias com 163 acessos Índice publicado em 27/12/2019, e em 1 dia já teve 83 acessos.
acessadas nos países indicados em vermelho:
A ALL EM REVISTA foi dividida em sessões, sendo uma delas dando destaque à participação da Academia e/ou de seus membros em diversos eventos, próprios ou de outras instituições, e que foram publicadas, essas participações, nas mídias: ALL na mídia. Uma segunda parte, dedicada aos textos escritos por seus membros, para a Revista e/ou publicadas em outras mídias – jornais e revistas, entrevistas; e uma terceira parte, dedicada à poesia, em que seus membros poetas pudesse publicar sua produção. Para cada inserção, será considerada uma colaboração, independente do número de poesias que apresentaram: Poesias & Poetas. As matérias, ou inserções, de caráter informativo, de autoria do Editor, não serão aqui consideradas, para efeito de produção intelectual. Quando o artigo publicado tiver mais de um autor, será considerado, para efeito de estatística, contribuição de cada um dos autores, contando-se, assim, duas vezes o mesmo artigo, como se fossem independentes: ALL EM REVISTA VOLUME 1 – 2014 – AUTORES X ARTIGOS REVISTAS AUTORES 1.1 1.2 1.3 1.4 TOTAIS T P T P T P T P
Aymoré de Castro Alvim
1
1
7
1
6
1
3
1
21
Leopoldo Gil Dulcio Vaz
3
-
1
-
6
-
5
-
15
Antonio Augusto Ribeiro Brandão
2
-
4
-
4
-
4
Ana Luiza Almeida Ferro
1
-
3
-
1
2
4
Dilercy Aragão Adler
2
1
1
1
1
4
1
Antonio Noberto
2
-
2
-
2
-
2
-
8
João Batista Ericeira Filho
-
-
4
-
2
-
1
-
7
Sanatiel de Jesus Pereira
-
-
2
-
1
-
2
-
5
Ana Maria Costa Felix Garjan
-
-
-
-
1
1
2
-
4
Arquimedes Vale
-
-
-
-
1
1
2
-
4
Wilson Peres Ferro
2
1
1
-
-
-
-
-
4
Ceres Costa Fernandes
-
-
1
-
1
-
1
-
3
Aldy Mello de Araujo
1
-
-
-
1
-
-
-
2
Álvaro Urubatan Melo
1
-
1
-
-
-
-
-
2
André Gonzalez Cruz
-
-
-
-
1
-
1
-
2
Clores Holanda Silva
-
1
-
-
-
-
-
1
2
João Francisco Batalha
-
-
1
-
-
-
1
-
2
Mário Luna Filho
-
-
-
-
-
-
1
1
2
Raimundo Nonato Serra Campos Filho
-
-
-
-
-
-
2
-
2
Dinacy Corrêa
-
-
-
-
-
-
1
Edmilson Sanches
-
-
-
-
-
-
1
-
1
Fernando Braga
-
-
-
-
-
-
1
-
1
Flavio Cardoso Pereira
-
-
1
-
1
Gustavo dos Reis Gazzola
-
-
1
-
1
Hamilton Raposo Miranda Filho
-
-
-
-
-
-
1
-
1
Isla Caroline Barbare Leite
-
-
-
-
-
-
1
-
1
Joana Bittencourt
-
-
1
-
João Batista Ribeiro Filho
-
-
1
-
-
-
-
-
1
José de Oliveira Ramos
-
-
-
-
-
-
1
-
1
José Marcelo do Espírito Santo
-
-
-
-
-
-
1
-
1
José Neres
-
-
-
-
-
-
1
-
1
Linhares de Araujo
-
-
-
-
-
-
1
-
1
Maria Firmina dos Reis
-
-
-
-
-
1
-
-
1
Osvaldo Gomes
-
-
-
-
1
-
-
-
1
Paulo Melo e Sousa
-
-
-
-
-
-
1
-
1
Raimundo da Costa Viana
-
-
-
-
-
-
1
-
1
Raimundo Gomes Meireles
-
-
-
-
-
-
1
-
1
Samuel Barreto
-
-
-
1
Teresinka Pereira
-
-
-
-
-
-
-
1
1
Vanda Lucia da Costa Salles
-
-
-
-
-
-
1
-
1
Wybson Carvalho
-
-
-
-
-
-
1
-
1
TOTAIS
15 4 19
32 3 35
14 1
12 11
1
1
1
29 10 45 5 39 50
133
T= textos; P= poesias
41 autores publicaram 111 artigos e 22 poesias, num total de 133, sendo em acordo com sua produtividade: Aymoré de Castro Alvim, com 21 contribuições; Leopoldo Gil Dulcio Vaz, com 15; Antonio Augusto Ribeiro Brandão, com 14; Ana Luiza Almeida Ferro, com 12; Dilercy Aragão Adler, com 11; Antonio Noberto com 8, João Batista Ericeira Filho: 7, Sanatiel de Jesus Pereira: 5; a seguir vem dois autores com 4: Wilson Pires Ferro, e Ana Maria Costa Felix Garjan; e Ceres Costa Fernandes com 3; um grupo de cinco autores com duas: Aldy Mello de Araujo, Álvaro Urubatan Melo, André Gonzalez Cruz, Clores Holanda Silva, e Mário Luna Filho; os demais, com uma contribuição nesse primeiro ano: Dinacy
Corrêa, Edmilson Sanches, Fernando Braga, Flavio Cardoso Pereira, Gustavo dos Reis Gazzola, Hamilton Raposo Miranda Filho, Isla Caroline Barbare Leite, Joana Bittencourt, João Batista Ribeiro Filho, José de Oliveira Ramos, José Marcelo do Espírito Santo, José Neres, Linhares de Araujo, Maria Firmina dos Reis, Osvaldo Gomes, Paulo Melo e Sousa, Raimundo da Costa Viana, Raimundo Gomes Meireles, Samuel Barreto, Teresinka Pereira, Vanda Lucia da Costa Salles, e Wybson Carvalho. Alguns dos colaboradores não pertencem, ou não pertenciam, ao quadro de sócios fundadores da ALL, num total de 21 (vinte e um), sendo que alguns deles, posteriormente, viriam a compor o quadro de membros efetivos (2) ou correspondentes (2). Maria Firmina é patrono de uma cadeira, e da academia. ALL EM REVISTA VOLUME 2 – 2015
T
P
REVISTA 2.2 2.3 2.4 T P T P T P
14
-
5
-
5
-
11
-
35
Antonio Augusto Ribeiro Brandão
5
-
1
-
5
-
6
-
17
Aymoré de Castro Alvim
2
1
2
1
4
1
2
1
14
Dilercy Aragão Adler
6
1
-
1
4
-
1
1
14
Ana Luiza Almeida Ferro
3
1
1
-
3
-
-
1
9
Fernando Braga
2
-
-
-
1
-
5
-
8
Raimundo da Costa Viana
=
=
3
-
2
-
2
-
7
Antonio Noberto
4
-
-
-
2
-
Sanatiel de Jesus Pereira
3
-
3
-
-
-
Ana Maria Feliz Garjan
1
1
1
-
1
1
Andre Gonzalez Cruz
2
-
1
-
1
-
Dinacy Corrêa
-
-
2
-
3
-
5
Clores Holanda da Silva
-
-
-
1
3
-
4
João Batista Ericeira
2
-
1
-
1
-
-
-
4
Aldy Mello de Araujo
-
-
1
-
-
-
2
-
3
Ceres Costa Fernandes
2
-
1
-
Hamilton Raposo Miranda Filho
1
-
-
-
2
-
Herotildes de Sousa Milhomem-
-
-
1
1
-
1
-
-
3
José Neres
-
-
1
-
-
-
2
-
3
Mhario Lincoln
-
-
-
-
1
-
2
-
3
Adão Lopes de Souza
-
-
-
1
-
1
-
-
2
Alvaro Urubatan Melo
1
-
1
-
-
-
-
-
2
Francisca Girlene da Silva
-
-
2
-
Manoel dos Santos Neto
1
-
-
-
1
-
-
-
2
Michel Herberth Florencio
=
1
-
1
-
-
-
-
2
Raimundo Nonato Serra Campos Filho
-
-
2
-
-
-
-
-
2
Rpssini Correa
-
-
-
-
-
-
1
1
2
Saulo Barreto
=
=
1
1
-
-
-
-
2
Weberson Crizoste
-
-
-
-
-
-
2
-
2
Adriele Marciano Martins
-
-
1
-
-
-
-
-
1
Andréa Gonçalves
1
-
Carlos Tadeu Gaspar
-
-
-
-
1
-
Celso Borges
-
-
-
-
-
-
Daniel Blume
1
-
Edmilson Sanches
-
-
-
-
-
-
1
-
1
Elisa Brito Neves
-
-
-
-
-
-
-
1
1
Feliciano Mejia
-
-
-
-
1
-
AUTORES Leopoldo Gil Dulcio Vaz
2.1
TOTAIS
6 -
-
1
-
6 5 5
3 3
2
1 1 1
-
1 1
1
Gladyz Alves
-
-
-
-
-
-
1
-
1
Henrique Borralho Irandi Marques Leite
-
-
-
-
-
-
1
-
1
-
1
-
-
-
-
-
-
1
Jaime Vitor Nicols
-
-
-
-
-
-
1
-
1
Joaquim Salles de Oliveira Itapary Filho
-
-
-
-
1
-
-
-
1
José de Ribamar Carneiro Sobrinho
1
-
-
-
-
-
-
-
1
José Fernandes
=
=
1
-
-
-
-
-
1
Juliene Hildefonso
-
-
1
-
-
-
-
-
1
Marcos Saldanha
-
-
-
-
1
-
-
-
1
Maria Esterlina melo Pereira
-
-
-
-
1
-
-
-
1
Maria Thereza Azevedo Neves
1
-
-
-
-
-
-
-
1
Mario Luna Filho
1
-
-
-
-
-
-
-
1
Osmar Gomes dos Santos
1
-
-
-
-
-
-
-
1
Paulo Melo Sousa
1
-
-
-
-
-
-
-
1
Perolina Mariani Bensabath
-
-
-
-
1
-
Raimndo Gomes meireles
-
-
1
-
-
-
-
-
1
Raimundo Nonato Medeiros da Silva
-
1
-
-
-
-
-
-
1
Reinaldo Coqueiro Rodrigues
=
1
-
-
-
-
-
-
1
Roque Pires Macatrão
-
-
1
-
-
-
-
-
1
Rosa Machado
-
-
-
-
1
-
-
-
1
Vanda Sales
-
1
-
-
-
-
-
-
1
Wilson Pires Ferro
1
-
-
-
-
-
-
-
1
Wybson Carvalho
-
-
-
-
1
-
-
-
1
57 9 66
TOTAIS
35 7 42
47 4 51
1
40 5 45
206
Na administração de Roque Macatrão – 2014/2015, revistas 1 e 2, num total de 8 números, contamos com 75 autores, com um total de 339 contribuições. Sendo os mais produtivos: Leopoldo Gil Dulcio Vaz – 50; Aymoré de Castro Alvim – 35; Antonio Augusto R. Brandão – 31; Dilercy Aragão Adler – 25; Ana Luiza Almeida Ferro – 21; Antonio Noberto – 14; João Batista Ericeira Filho e Sanatiel de Jesus Pereira – 11 cada. A Revista de volume 3, com seus 4 números, já na administração Dilercy Adler teve as seguintes contribuições: ALL EM REVISTA VOLUME 3 - 2016 AUTORES
3.1
3.2
REVISTA 3.3 T P
T
P
T
P
Leopoldo Gil Dulcio Vaz
40
-
25
-
39
Antonio Augusto Ribeiro Brabdão
5
-
8
-
Aldy Mello
6
-
2
-
Ceres Costa Fernandes
-
-
1
Aymoré de Castro Alvim
5
1
Dilercy Aragão Adler
2
Fernando Braga José Neres
3.4
TOTAIS
T
P
-
55
-
159
10
-
8
-
31
5
-
1
-
14
-
5
-
3
-
9
2
1
4
1
2
-
15
-
5
-
4
-
3
-
14
1
1
1
-
4
-
5
-
12
1
-
-
-
4
-
1
-
6
Sanatiel de Jesus Pereira
2
-
2
-
4
-
2
-
10
Herbert de Jesus Santos
1
-
-
-
3
-
2
-
6
Raimundo Nonato Serra Campos Filho
-
-
2
-
3
-
3
-
8
Ana Luiza Almeida Ferro
2
1
3
-
2
-
3
-
11
Antonio Noberto
-
-
1
-
2
-
-
-
3
Edmilson Sanches
5
-
2
-
2
=
7
1
17
João Francisco Batalha
-
-
-
-
2
-
2
-
4
Nonato Reis
-
-
-
-
2
-
1
-
3
Agostinho Ramalho Marques
-
-
-
-
1
-
-
-
1
Alexandre Maia Lago
-
-
-
-
1
-
-
-
1
Alvaro Urubatan Mello
1
-
-
-
1
-
-
-
2
Arquimedes Viegas Vale
-
-
-
-
1
-
1
-
2
Artur Almada Lima Filjo
-
-
-
-
1
-
-
-
1
Carvalho Junior
-
-
-
-
1
-
-
-
1
Celso Borges
-
-
-
-
1
-
-
-
1
Elizabeth Rodrigues
-
-
-
-
1
-
-
-
1
Fernando Abreu
-
-
-
-
1
-
-
-
1
Hamilton Raposo
3
-
-
-
1
-
-
-
4
Joana Bittencourt
-
-
-
-
1
-
-
-
1
Kleber Lago
-
-
-
-
1
-
-
-
1
Muricy, Andrade
-
-
-
-
1
-
-
-
1
Paulo Oliveira
-
-
-
-
1
-
-
-
1
Raimundo Viana
-
-
-
-
1
-
1
-
2
Rosemary Rego
-
-
-
-
1
-
-
-
1
Adalberto Franklin
-
-
-
-
-
-
1
-
1
Adenildo Bezerra
-
-
-
-
-
-
1
-
1
Ana Maria Felix Garjan
-
-
2
-
-
-
1
-
3
Antonio Aílton
1
=
-
-
-
-
-
1
2
Antonio Mirnda
-
-
-
-
-
-
1
Benedito Buzar
1
-
-
-
-
-
-
-
1
Beto Pereira
-
-
-
-
-
-
1
-
1
Carlos Gaspar
-
-
1
-
-
-
-
-
1
Carlos Nejar
-
-
-
-
-
1
-
-
1
Celito Medeiros
1
-
-
-
-
-
-
-
1
Clevane Araujo
1
-
-
-
-
-
-
-
1
Clores Holanda
-
1
1
-
-
1
1
-
4
Coelho Neto
-
-
-
-
-
-
-
1
1
Cristiane Lago
-
-
-
-
-
-
1
-
1
Daniel Blume de Almeida
1
-
1
-
-
1
2
1
6
Delzuite Dantas Brito Vaz
1
-
3
-
-
-
-
-
4
Demetrio Galvão
1
-
-
-
-
-
-
-
1
Dinacy Corrêa
3
-
1
-
-
-
1
-
5
Dino Cavalcante
1
-
-
-
-
-
-
-
1
Eliza Brito Neves
-
1
-
-
-
1
-
-
2
Eneida Ostria de Cañedo
-
-
-
-
-
-
4
-
4
Felix Alberto Lima
1
-
1
-
-
-
-
-
2
Fernando Sah
-
-
-
-
-
-
-
1
1
Ferreira Gular
-
-
-
-
-
-
-
1
1
Francisca Girlene da Silva
1
-
-
-
-
-
-
-
1
Francisco Alarcón
-
1
-
-
-
-
-
-
1
Francisco Pinheiroo
1
-
-
-
-
-
-
-
1
Francisco Tribuzi
-
-
-
-
-
-
1
1
2
Helena Damasceno
1
-
-
-
-
-
-
-
1
Heloi Melonio
1
-
-
-
-
-
-
-
1
Ivone Gomes de Assis
-
-
1
-
-
-
-
-
1
-
1
Jandira Zanchi
-
-
-
-
-
1
-
-
1
João Batista Ericeira
-
-
-
-
-
-
3
-
3
Joaquim Haickel
-
-
-
-
-
-
1
-
1
Joaquim Itapary
-
-
-
-
-
-
1
-
1
Jorge Bento
-
-
-
-
-
-
1
-
1
Jorge Leão
1
-
-
-
-
-
-
-
1
José de Oliveira Ramos
-
-
1
-
-
-
6
-
7
José Rafael de Oliveira
-
-
1
-
-
-
-
-
1
Juçara Valverde
-
1
-
-
-
-
-
1
2
Kyssian Castro
1
-
-
-
-
-
-
-
1
Lenita Estrela de Sá
-
-
-
-
-
-
2
-
2
Leo Lasan
-
-
-
-
-
-
1
-
1
8
1
Luis Augusto Cassas
1
-
-
-
-
-
-
-
1
Malu Otero
-
-
-
-
-
-
-
1
1
Manoel de Páscoa Medeiros Teixeira
1
-
-
-
-
-
-
-
1
Mario Luna Filho
-
-
-
-
-
-
1
2
3
Mhário Lincoln
6
-
2
-
-
-
2
-
10
Michel Herbert
-
1
-
-
-
-
-
1
2
Moisés Abilio
-
-
-
-
-
1
-
-
1
Osmar Gomes dos Santos
-
-
2
-
-
-
-
-
2
Osvaldo Gomes
1
-
-
-
-
-
-
-
1
Patricia Cunha
-
-
-
-
-
-
1
-
1
Paulo Melo e Sousa
-
-
-
-
-
-
4
1
5
Ramsses de Souza Silva
2
=
2
-
-
-
-
-
4
Ricardo Leão
-
-
-
-
-
-
1
2
3
Rosa Machado
-
-
-
-
-
-
1
-
1
Rubens Lima
1
-
-
-
-
-
-
-
1
Sergio Sayeg
-
1
-
-
-
-
-
-
1
Telma Reinaldo
-
-
-
-
-
-
16
-
16
Teresinka Pereira
-
-
-
-
-
1
-
1
2
Vanda Lucia Costa salles
1
-
-
1
-
-
-
-
2
Weberson Grizoste
-
-
-
-
-
-
1
-
1
Wilson Pires Ferro
-
1
-
-
-
-
-
-
1
Wybson Carvalho
-
-
-
-
-
-
1
-
1
Zenilton de Jesus Gaioso Miranda
-
-
-
-
-
-
1
-
1
Leopoldo Gil Dulcio Vaz
TOTAIS
105 10 73 2 115 75
111 7 118
160 16 176
487
ALL EM REVISTA VOLUME 4 - 2017 AUTORES Leopoldo Gil Dulcio Vaz Antonio Augusto Ribeiro Brandão Aymoré Alvim Fernando Braga Dilercy Aragão Adler Aldy Melo
4.1 T 5 7 9 4 1 6
P 1 1 -
REVISTA 4.2 4.3 T P T P 9 - 10 7 7 7 1 4 1 2 2 1 1 6 1 5 5 -
4.4 T 9 8 3 9 3 -
P 1 1 1 -
TOTAIS 33 29 25 19 15 16
João Francisco Batalha Felipe Camarão Ricardo Leão Antonio Ailton Edmilson Sanches Antonio Noberto Daniel Blume Mhario Lincoln José Neres Michel Herberth Florencio Paulo Melo Sousa Raimundo Fontenele Sanatiel de Jesus Pereira Ceres Costa Fernandes Jucey Santos Santana Manoel dos Santos Neto Osmar Gomes dos Santos Samartony Martins Terezinska Pereira Bruno Tomé Fonseca Clores Holanda Dinacy Correa José de Oliveira Ramos Mario Luna Filho Raimundo Viana Sergio Ximenes Vanda Lucia da Costa Salles Vicente Alencar Viriato Gaspar Bruna Meneguetti José Geraldo da Rocha Nelson Melo Filho Raimundo Gomes Meireles Weberson Grizoste Adelia Figueiroa Senise Alfred de Así Alex Palhano Alexandre Maia Lago Alvaro Urubatan Melo Annabel Vilar Antonio Miranda Edivaldo Holanda Junior Elza Paxeco Flavio Dino Hamilton Raposo Hello Dangelo
3 1 2 1 1 2 1 2 1 1 1 1 1 1 -
1 1 1 1 1 1 1 -
4 3 1 2 1 1 1 1 4 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 -
1 1 2 1 1 -
2 2 3 2 1 3 2 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 -
1 1 1 1 1 1 = 1 1 1 -
1 4 2 1 2 3 -1 3 1 1 3 1 1 1 1 1
1 1 1 -
10 9 8 6 6 5 5 5 4 4 4 4 4 3 3 3 3 3 3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Irandi Marques Leite Jean Paul Mestras João Batista Ericeira Joãozinho Ribeiro Jorge Bento Josué Montello Julio Pavaneti Leonardo Nascimento Luis Augusto Guterres Maria Madalena Dib Meres Greco Marcelo Chawiniski Marco Duailibe Miguel Veiga Miriam Angelim Ruhan dos Reis Wellington Corlet dos Santos Zenilton de Jesus Gayoso Miranda totais
1 1 1 1 55 9 64
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 = 1 1 66 10 63 15 62 8 76 78 70
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 288
Os anos de 2018 e 2019 correspondem à administração Antonio Noberto, sendo publicadas os volumes 5 e 6:
ALL EM REVISTA VOLUME 5/2018 AUTORES Leopoldo Gil Dulcio Vaz Ceres Costa Fernandes Fernando Braga Antonio Augusto Ribeiro Brandão Osmar Gomes dos Santos Dilercy Aragão Adler João Batista Ericeira Antonio Noberto Aymoré Alvim Edmilson Sanches Antonio Ailton Alexandre Maia Lago Bruno Tomé Ana Luiza Almeida Ferro Jucey Santana Dinacy Correia Eneida Ostria de Canedo Irandi Marques Leite João Batista Gomes do Lago João Francisco batalha
5.1 T 3 4 3 1 1 1 1 1 -
5.2 P 1 -
T 8 11 8 3 8 3 5 1 3 1 2
P 3 1 1 2 1 -
REVISTA 5.3 5.4 T P T 29 32 7 8 9 6 13 8 5 10 1 1 4 7 1 4 2 2 1 1 1 7 2 1 4 2 1 1 1 2 2 1 -
P 1 1 1 1 -
TOTAIS 72 30 26 25 23 13 13 8 8 8 6 5 4 3 3 2 2 2 2 2
Joãozinho Ribeiro José Neres Ricardo Leão Sergio Vitor Temer Wilson Marques Antonio Carlos Lima Arquimedes Vale Felipe Camarão Lourival Serejo Michel Herberth Natalino Salgado Filho Sebastião Moreira Duarte Adilson Ribeiro Batista Alvaro Urubatan Melo Andreya Mendes de Almeida Scherer Navarro
Beija-Flor Bioque Mesito Celso Borges Cleones Cunha Daniel Blume Evandro Nunes Francisco Tribuzi Franklin Santod Graça Aranha Hagamenon de Jesus Joabe Rocha José Maria Nascimento Lilian Porto Lygia de Moares Rassi Manoel Serrão Mario Luna Filho Mhario Lincoln Natercia Garrido Orlanda Luiza Pai Rodney Pedro Jorge Renata Barcelos Roberto Franklin Rosemary Rego Rossini Correa Sanatiel de Jesus Pereira Sandra regina Rodrigues dos Santos Tereza Cristina Santos Viriato Gaspar Waleria de Jesus Barbosa Soares Wybson Carvalho
1 1 = 1 -
= -
2 1 1 1 1 1 -
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 -
1 1 1 1 1 1 1 1 -
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 -
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
1 -
2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
19 1 20
Totais
61 19 88 14 100 5 80 102 106
308
ALL EM REVISTA VOLUME 6/2019 AUTORES
6.1 T
P
Osmar Gomes dos Santos
11
-
Antonio Augusto Ribeiro Brandão
6
-
Leopoldo Gil Dulcio Vaz
18
-
Ceres Costa Fernandes
8
-
Fernando Braga
6
-
Aldy Melo
4
-
Aymoré Alvim
-
1
Dilercy Aragão Adler
1
1
Edmilson Sanches
6
-
Antonio Noberto
2
-
João Batista do Lago
4
1
José Nunes
-
-
Carvalho Junior
-
-
Clores Holanda
-
1
João Francisco Batalha
1
-
Jorge Olimpio Bento
-
-
Jucey Santana
1
1
Michel Herberth Florencio
-
-
Alexandre Maia Lago
3
-
Joseth Coutiunho Martins
3
-
Paulo Melo e Sousa
-
-
Roberto Franklin
-
-
Ana Luiza Almeida Ferro
-
-
Antonio Ailton
-
-
Arquimedes Vale
-
-
Assis Brasil
1
-
Daniel Blume
-
-
Jomar Moraes
2
-
Mario Meireles
2
-
Paulo Rodrigues
-
-
Luiza Lobo
-
-
Manoel dos Santos Neto
-
-
Nelson Melo
-
-
Ramsses de Souza Silva
-
-
Tom Farias
-
-
Wybson Carvalho
-
-
Alexandra Vieira de Almeida
-
-
Antonio Miranda
1
=
Arlete Nogueira de Carvalho
1
-
REVISTA 6.2 6.3 6.4 T P T P T P 13 11 10 9 4 12 2 8 3 6 6 6 2 6 9 2 3 7 4 1 4 1 1 1 2 1 1 4 1 3 1 2 2 3 -1 1 3 1 1 3 1 1 2 2 1 4 1 1 1 2 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 -
TOTAIS 45 31 31 26 23 16 13 12 10 9 7 5 4 4 4 4 4 4 3 3 3 3 2 2 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Bioque Mesito
-
-
-
1
-
-
-
Bruno Tomé
-
-
1
-
-
-
-
Celso Borges
1
-
-
-
-
-
-
Clovis Ramos
1
-
-
-
-
-
-
Delzuite Dantas Brito Vaz
-
-
-
-
-
-
1
Euges Lima
1
-
-
-
-
-
-
Felipe Camarão
1
-
-
-
-
-
-
Heitor Pieedade Junior
-
-
1
-
-
-
-
Irandi Marques leite
-
-
-
-
-
-
1
Joãozinho Ribeiro
=
=
1
-
-
-
-
Krisnamurti Goes de Araujo
-
-
1
-
-
-
-
Kyssian Castro
-
-
1
-
-
-
-
Maranhão Sobrinho
1
-
-
-
-
-
-
Mario Luna Filho
-
-
-
-
-
1
-
Nonato Masson
1
-
-
-
-
-
-
Raimundo Gomes meireles
1
-
-
-
-
Romildo AQzevedo
-
-
1
-
-
-
-
Samuel Marinho
-
1
-
-
-
-
-
Sanatiel de Jesus Pereira
-
-
1
-
-
-
-
Sergio Barcelos Ximenes
1
-
-
-
-
-
-
Sonia Almeida
-
1
-
-
-
-
-
Teresinska Pereira
-
-
-
1
-
-
-
Thaisa Lima
-
-
1
-
-
-
-
Tomé Madeira
-
-
-
-
-
-
1
Wanda Cunha
1
-
-
-
-
-
-
90 7 97
totais
73 8 81
-
57 7 64
67 70
-
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
3
212
ALL EM REVISTA VOLUMES 2014/2019 - AUTORES X REVISTAS X CONTRIBUIÇÕES REVISTAS AUTORES 2014
2015
ST
2016
2017
ST
2018
2019
ST
TG
Leopoldo Gil Dulcio Vaz
15
35
50
159
33
192
72
31
103
345
Antonio A. R. Brandão
14
17
31
31
29
60
25
31
56
147
Aymoré de Castro Alvim
21
14
35
15
25
40
8
13
21
96
Fernando Braga
1
8
9
12
19
31
26
23
49
89
Dilercy Aragão Adler
11
14
25
14
15
29
13
12
25
79
Ceres Costa Fernandes
3
3
6
9
3
12
30
26
56
74
Osmar G dos Santos
-
1
1
2
3
5
23
45
68
74
Edmilson Sanches
1
1
2
17
6
23
8
10
18
53
Aldy Mello de Araujo
2
3
5
14
16
30
-
16
16
51
Antonio Noberto
8
6
14
3
5
8
8
9
17
39
Ana Luiza Almeida Ferro
12
9
21
11
-
11
3
2
5
37
João Francisco Batalha
2
-
2
4
10
14
2
4
6
32
João Batista Ericeira Filho
7
4
11
3
1
4
13
-
13
28
Sanatiel de Jesus Pereira
5
6
11
10
4
14
1
1
2
27
Daniel Blume
-
1
1
6
5
11
1
2
3
20
Mhario Lincoln
-
3
3
10
5
15
1
-
1
19
Antonio Ailton
-
-
-
2
6
8
6
2
8
16
Clores Holanda Silva
2
4
6
4
2
6
-
4
4
16
José Neres
1
3
4
6
4
10
Paulo Melo e Sousa
1
1
2
5
4
11
2
-
2
16
-
3
3
16
Telma Reinaldo
-
-
-
16
-
16
-
-
-
16
Dinacy Corrêa
1
5
6
5
2
7
2
-
2
15
Michel Herbert Florencio
-
2
2
2
4
6
1
4
5
13
Ricardo leão
-
-
-
3
8
11
2
-
2
13
Ana M. C. Felix Garjan
4
5
9
3
-
3
-
-
-
12
Raimundo da C Viana
1
7
8
2
2
4
-
-
-
12
Raimundo N. S. Campos
2
2
4
8
-
8
-
-
-
12
Felipe Camarão
-
-
-
-
9
9
1
1
2
11
Alexandre Maia Lago
-
-
-
1
1
2
5
3
8
10
João Batista G do Lago
-
-
-
-
-
-
2
8
10
10
José de Oliveira Ramos
1
-
1
7
2
9
-
-
-
10
Mário Luna Filho
2
1
3
3
2
5
1
1
2
10
Álvaro Urubatan Melo
2
2
5
2
1
3
1
-
1
9
Arquimedes Vale
4
-
4
2
-
2
1
2
3
9
Hamilton Raposo M. Fo
1
3
4
4
1
5
-
-
-
9
Wellington C Santos
-
-
-
-
1
1
-
-
-
8
Wilson Peres Ferro
4
1
5
1
-
1
-
-
-
8
André Gonzalez Cruz
2
5
7
-
-
-
-
-
-
7
Bruno Tomé Fonseca
-
-
-
-
2
2
4
1
5
7
Teresinka Pereira
1
1
1
2
3
5
-
1
1
7
Eneida Ostria de Cañedo
-
-
-
4
-
4
2
-
2
6
Herbert de Jesus Santos
-
-
-
6
-
6
-
-
-
6
Jucey Santana
-
-
-
-
3
3
3
-
3
6
Vanda Lucia da C Salles
1
1
2
2
2
4
-
-
-
6
Delzuite Dantas Brito Vaz
-
-
-
4
-
4
-
1
1
5
Irandi Marques leite
-
1
1
-
1
1
2
1
3
5
João Batista Ribeiro Filho
1
-
1
-
1
1
2
1
3
5
José Nunes
-
-
-
-
-
-
-
5
Manoel dos Santos Neto
-
1
1
-
3
3
-
1
1
5
Wybson Carvalho
1
1
2
1
-
1
1
1
2
5
Celso Borges
-
1
1
1
-
1
1
1
2
4
Carvalho Junior
-
-
-
-
-
-
-
4
4
4
Jorge Olimpio Bento
-
-
-
-
-
-
-
4
4
4
Raimundo Fontenelle
-
-
-
-
4
4
-
-
-
4
Raimundo G Meireles
1
1
2
-
1
1
-
1
1
4
Ramsses de Souza Silva
-
-
-
4
-
4
-
-
-
4
Roberto Franklin
-
-
-
-
-
-
1
3
4
4
Weberson Crizoste
-
2
2
1
1
2
-
-
-
4
Antonio Miranda
-
-
-
1
1
2
-
1
1
3
Elisa Brito Neves
-
1
1
2
-
2
-
-
-
3
Francisca Girlene
-
2
2
1
-
1
-
-
-
3
Francisco Tribuzi
-
-
-
2
-
2
1
-
1
3
Herotildes S. Milhomem
-
3
3
-
-
-
-
-
-
3
Joseth Coutinho Martins
-
-
-
-
-
-
-
3
3
3
Nonato Reis
-
-
-
3
-
3
-
-
-
3
Rossini Correia
-
2
2
-
-
-
1
-
1
3
Samartoni Martins
-
-
-
-
3
3
-
-
-
3
5
5
Samuel Barreto
1
2
3
-
-
-
-
Saulo Barreto
-
2
2
Sergio Ximenes
-
-
-
Viriato Gaspar
-
-
Adão Lopes da Silva
-
Assis Brasil
-
Bioque Mesito
-
-
Carlos Tadeu Gaspar
-
1
Felix Alberto Lima
-
-
Joana Bittencourt
1
Joaquim Itapary
-
-
3
1
-
1
-
-
2
2
-
-
-
3
1
1
3
-
-
2
2
1
-
1
3
2
2
-
-
-
-
-
-
2
-
-
-
-
-
-
2
2
2
-
-
--
1
1
-
-
1
1
2
2
1
-
-
-
2
-
2
-
2
-
-
-
2
-
1
1
-
1
-
-
-
2
-
1
1
1
-
1
-
-
-
2
Jomar Moraes
-
-
-
-
-
-
-
2
2
2
Jorge Bento
-
Juçara Valverde
-
-
-
1
1
2
-
-
-
2
-
-
2
-
2
-
-
-
2
Kyssian castro
-
-
-
1
-
1
-
1
1
2
Lenita Estrela de Sá
-
-
-
2
-
2
-
-
-
2
Mario Meireles
-
-
-
-
-
-
-
2
2
2
Nelson Melo Filho
-
-
-
-
1
1
-
1
1
2
Osvaldo Gomes
1
1
1
1
-
1
-
-
-
2
Paulo Rodrigues
-
-
-
-
-
-
-
2
2
2
Rosemary Rego
-
-
-
1
-
1
1
-
1
2
Sebastião M Duarte
-
-
-
-
1
1
-
-
-
2
Sergio Temer
-
-
-
-
2
2
-
-
-
2
Vicente Alencar
-
-
-
-
2
2
-
-
-
2
Zenilton de J G Miranda
-
-
-
1
1
2
-
-
-
2
Adalberto Franlin
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
Adelia Sinise
-
-
-
-
1
1
-
-
-
1
Adenildo Bezerra
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
Adilson Pereira Batista
-
-
-
-
-
-
1
-
1
1
Adriele M Martins
-
1
1
-
-
-
-
-
-
1
Agostinho R. Marques
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
Alexandre V Almneida
-
-
-
-
-
-
-
1
1
1
Alfred de Así
-
-
-
-
1
1
-
-
-
1
Alex Palhano
-
-
-
-
1
1
-
-
-
1
Andrea Gonçalves
-
1
1
-
-
-
-
-
-
1
Andreya M A S Navarro
-
-
-
-
-
-
1
-
1
1
Annabel Vilar
-
-
-
-
1
1
-
-
-
1
Antonio Carlos Lima
-
-
-
-
-
-
1
-
1
1
Arlete Nogueira da Cruz
-
-
-
-
-
-
-
1
1
1
Artur Almada Lima Filho
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
Beija Flor
-
-
-
-
-
-
1
=
1
1
Benedito Buzar
-
-
-
1
-
1
-
--
Beto Pereira
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
Carlos Nejar
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
Carvalho Junior
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
Celito Medeiros
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
Clevane Araujo
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
Cleones Cunha
-
-
-
-
-
-
1
-
1
1
Clovis Ramos
-
-
-
-
-
-
-
-1
1
1
Coelho Neto
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
1
Cristiane Lgo
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
Demetrio Galvão
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
Dino Cavalcante
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
Edivaldo Holanda Junior
-
-
-
-
1
1
-
-
-
1
Elizabeth Rodrigues
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
Elza Pacheco
-
-
-
-
1
1
-
-
-
1
Euges Lima
-
-
-
-
-
-
-
1
1
1
Evandro Nunes
-
-
-
-
-
-
1
-
1
1
Feliciano Mejia
-
1
1
-
-
-
-
-
-
1
Fernando Abreu
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
Fernando Sah
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
Ferreira Gular
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
Flavio Cardoso Pereira
1
-
1
-
-
-
-
-
-
1
Flavio Dino
-
-
-
-
1
1
-
-
-
1
Francisco Alarcón
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
Francisco Pinheiro
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
Franklin Santos
-
-
-
-
-
-
1
-
1
1
Gladys Alves
-
1
1
-
-
-
-
-
-
1
Graça Aranha
-
-
-
-
-
-
1
-
1
1
Gustavo dos Reis Gazzola
1
-
1
-
-
-
-
-
-
1
Hagamenon de Jesus
-
-
-
-
-
-
1
-
1
1
Heitor Piedde Junior
-
-
-
-
-
-
-
1
1
1
Helena Damasceno
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
Heloi Melonio
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
Hello Dangelo
-
-
-
-
1
1
-
-
-
1
Henrique Borralho
-
1
1
-
-
-
-
-
-
1
Isla Caroline B Leite
1
-
1
-
-
-
-
-
-
1
Ivone Gomes de Assis
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
Jaime Vitor Nicols
-
1
1
-
-
-
-
-
-
1
Jandira Zanchi
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
Jean Paul Mestras
-
-
-
-
1
1
-
-
-
1
Joabe Rocha
-
-
-
-
-
-
1
-
1
1
Jorge Leão
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
José de R. Carneiro Sob
-
1
1
-
-
-
-
-
-
1
José Fernandes
-
1
1
-
-
-
-
-
-
1
José Geraldo da Rocha
-
-
-
-
1
1
-
-
-
1
José Marcelo do E. Santo
1
-
1
-
-
-
-
-
-
1
José Maria Nascimento
-
-
-
-
-
-
1
-
1
1
José Rafael de Oliveira
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
-
-
-
1
1
-
-
-
1
Josué Monello Juliene Hildefonso
-
1
1
-
-
-
-
-
-
1
Julio Pavarelli
-
-
-
-
1
1
-
-
-
1
Kleber Lago
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
Krisnamurti G de Araujo
-
-
-
-
-
-
-
1
1
1
Leo Lasan
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
Leonardo Nascimento
-
-
-
-
1
1
-
-
-
1
Lilian Porto
-
-
-
-
-
-
1
-
1
1
Lourival Serejo
-
-
-
-
-
-
1
-
1
1
Linhares de Araujo
1
-
1
-
-
-
-
-
-
1
Luis Augusto Cassas
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
Luis Augusto Guterres
-
-
-
-
1
1
-
-
-
1
Luiza Lobo
-
-
-
-
-
Lygia Moraes Russi
-
-
-
-
-
-
-
1
1
1
-
1
-
1
1
Malu Otero
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
Manoel de Pascoa. M
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
Manoel Serrão
-
-
-
-
-
1
1
-
-
1
Maranhão Sobrinho
-
Marcelo Chawinski
-
-
-
-
-
-
-
1
1
1
-
-
-
1
1
-
-
-
1
Marco Duailibe
-
-
-
-
1
1
-
-
-
1
Maria Esterlina
-
1
1
-
-
-
-
-
-
1
Maria Firmina dos Reis
1
-
1
-
-
-
-
-
-
1
Maria Madalena Greco
-
-
-
-
1
1
-
-
-
1
Maria Thereza Neves
-
1
1
-
-
-
-
-
-
1
Miguel Veiga
-
-
-
-
1
1
-
-
-
1
Miriam Angelim
-
-
-
-
1
1
-
-
-
1
Moises Abilio
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
Murici Andrade
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
Natalino Salgado Filho
=
=
=
=
1
1
-
-
-
1
Natercia Garrido
-
-
-
-
-
-
1
-
1
1
Nonato Masson
-
-
-
-
-
-
-
1
1
1
Orlanda Luiza
-
-
-
-
-
-
1
-
1
1
Pai Rodney
-
-
-
-
-
-
1
-
1
1
Patricia Cunha
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
Paulo Oliveira
-
-
-
1
-
1
--
-
-
1
Pedro Jorge
-
-
-
-
-
-
1-
-
1
1
Perolina Bensabath
-
1
1
-
-
-
-
-
-
1
Raimundo N. Medeiros
-
1
1
-
-
-
-
-
-
1
Reinaldo C. Rodrigues
-
1
1
-
-
-
-
-
-
1
Ramsses
-
-
-
-
-
-
-
1
1
1
Renata Barcelos
-
-
-
-
-
-
1
=
1
1
Romildo Azevedo
-
-
-
-
-
-
-
1
1
1
Roque Pires Macatrão
-
1
1
-
-
-
-
-
-
1
Rosa Machado
-
1
1
1
-
1
-
-
-
1
Rubens Lima
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
Ruhan dos Reis
-
-
-
-
1
1
-
-
-
1
Sandra R R Santos
-
-
-
-
-
-
1
-
1
1
Sergio Sayeg
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
Sonia Almeida
-
-
-
-
-
-
-
1
1
1
Samuel Marinho
-
-
-
-
-
-
-
1
1
1
Tereza Cristina Santos
-
-
-
-
-
-
1
-
1
1
Thaisa Lima
-
-
-
-
-
-
-
1
1
1
Tome Madeira
-
-
-
-
-
-
-
1
1
1
Tom Farias
-
-
-
-
-
-
-
1
1
1
Waleria de J B Soares
-
-
-
-
-
-
1
-
1
1
Wanda Cunha
-
-
-
-
-
-
-
1
1
1
Wilson Marques
-
-
-
-
-
1
1
-
-
1
Joaquim Haickel
-
-
-
1
-
1
-
-
-
1
Marcos Saldanha
-
1
1
-
-
-
-
-
-
1
133
206
339
488
288
776
308
212
520
1635
totais
NÚMERO DE AUTORES x NUMERO DE ARTIGOS A
B
AXB
%
1
345
345
0,47
21,10
1
147
147
0,47
8,99
1
96
96
0,47
5,87
1
89
89
0,47
5,44
1
79
79
0,47
4,83
2
74
148
0.95
9,05
1
53
53
0,47
3,24
1
51
51
0,47
3,11
1
39
39
0,47
2,38
1
37
37
0,47
2,26
1
32
32
0,47
1,95
1
28
28
0,47
1,71
1
27
27
0,47
1,65
1
20
20
0,47
1,22
1
19
19
0,47
1,16
5
16
80
2,38
4,89
1
15
15
0,47
0,91
2
13
26
0.95
1,59
3
12
36
1,42
2,20
1
11
11
0,47
0,67
4
10
40
1,90
2,44
2
8
16
0.95
0,97
3
7
21
1,42
1,28
4
6
24
1,90
1,46
6
5
30
2,85
1,83
6
4
24
2,85
1,46
13
3
39
6,19
2,38
21
2
42
10,00
2,56
123
1
123
58,57
7,52
210
-
1635
100
100
A (autores) x B (contribuições) = Total
A Elite de Autores é constituída daqueles que contribuíram com 14,9 artigos/poesias ou mais. São eles: Leopoldo Gil Dulcio Vaz (345); Antonio A. R. Brandão (147); Aymoré de Castro Alvim (96); Fernando Braga (89); Dilercy Aragão Adler (79); Ceres Costa Fernandes (74); Osmar G dos Santos (74); Edmilson Sanches (53); Aldy Mello de Araujo (51); Antonio Noberto (39); Ana Luiza Almeida Ferro (37); João Francisco Batalha (32); João Batista Ericeira Filho (28); Sanatiel de Jesus Pereira (27); Daniel Blume (20); Mhario Lincoln (19); Antonio Ailton (16); Clores Holanda Silva (16); José Neres (16); Paulo Melo e Sousa (16); Telma Reinaldo (16); Dinacy Corrêa (15). Dentre essa Elite nove (nove) colaboradores publicaram em todos os números da revista Leopoldo Gil Dulcio Vaz, Antonio A. R. Brandão; Aymoré de Castro Alvim. Fernando Braga, Dilercy Aragão Adler. Ceres Costa Fernandes. Edmilson Sanches, Antonio Noberto, Sanatiel de Jesus Pereira. Dos colaboradores pertencentes `Elite de Autores’, três não pertencem ao quadro de membros da ALL.
HITLER NO MARANHÃO E O MONSTRO DE GUIMARÃES FERNANDO BRAGA Conversas Vadias / Documentos Maranhenses Recebi pelas festas de Natal [lê-se de 2011], do meu querido amigo Joaquim Itapary, com fraternal dedicatória, o livro ‘Hitler no Maranhão e o monstro de Guimarães’, publicado pelas edições da Academia Maranhense de Letras. Confesso que a prosa de Joaquim Itapary me encanta pela sua magia, o que me faz de logo abalançar-me para o texto e lê-lo ferozmente, como aconteceu com este seu livro, que me retirou, por certo, daquele cenário de guerra, para levar-me para outras paragens mais amenas, com gosto e cheiro de mato e salitre. Tanto ele como eu atravessamos as etapas da vida, da infância à juventude, ouvindo dos nossos pais, professores e dos mais velhos, as terríveis histórias dessa guerra [1939-45], e ainda, também, lendo o que escreviam sobre bombardeios, tomadas de cidades e dos horripilantes campos de concentração, a ficar no nosso imaginário, os horrores dessas operações e daqueles símbolos diabólicos, como a Cruz de Ferro, SS, Suástica, etc., e dentro desse cenário, críamos, com certeza, que tudo vindo de Hitler poderia ser possível acontecer... Até ficção! Com os traços dessas linhas, sinceramente, esse livro de Joaquim Itapary nos coloca em dúvida, se é realmente uma ficção, devido ao que acabei de dizer e se é apenas produto do seu grande talento criativo... Sabe-se que Hitler, de um simples aprendiz de pintor, numa Áustria culta e artística, envolta nos misteriosos bosques de Viena, chegou a Ministro do III Reich, para depois ser castigado dolorosamente pela sua própria insânia, vendo transformar-se em cinzas seu projeto ‘Mein Kampf’ [Minha Luta], para depois ser fulminado pela lástima, a cometer ambicídio com Eva, com a ingestão do ‘cianureto de potássio’, nos subterrâneos da Chancelaria... Diante de tudo isso nada mais se sabe o que pode ser real ou ficção... Sobre esse assunto, diz o jornalista crítico de arte Salomão Rovedo, em ‘A Beira do Abismo’, belíssima apresentação do livro, ‘Hitler no Maranhão e o monstro de Guimarães’, de que “tudo é invenção e tudo também é verdade”. E foi aqui, pelo que se sabe, numa noite de luar de agosto que, de repente, e não mais que de repente, entrou pela baia de Cumã uma enorme cobra submersa que deixava às vistas, nas lâminas d’água, dos que juram que viram, fortes escamas como se de um lombo de uma enorme serpente... Nascia aí para os pescadores, o monstro de Guimarães, e para a História, o mistério, comprovado por fotografias de hidroavião. Essa enorme serpente vista, nada mais era do que um submarino alemão, o famoso U-99 que partira do porto de Cuxhaven, a 100 quilômetros a Oeste de Hamburgo, sob o comando do Capitão Hans Kurt Öyster, um militar discreto e de alta confiança, encarregado de manter o Führer e sua mulher, Eva Brow, isolados em lugar seguro e desconhecido, num daqueles arrepios da guerra, como enredo de uma história fantástica, vez que estavam fugindo de um atentado em Berlim, deslindado pelo notável historiador Heine Krügger, decano da ‘Leipzig Universität’ que num artigo na revista alemã ‘Der Spiegel’ informa que “ em 20 de julho de 1944, um grupo denominado ‘Círculo de Kreisan’, liderado pelo conde Von Moltke, contrário ao nazismo, perpetra um atentado à vida de Adolf Hitler. Houve o atentado e o almirante Karl-Jesco Von Puttkamer foi gravemente ferido, sendo o ditador advertido pelo ‘Sichereitsdienst’ [Serviço de Segurança], que havia fortes possibilidades de que novos atentados ocorreriam. Foi assim e por isso que Adolf Hitler e Eva Brow chegaram ao Maranhão, quem suspeitaria? Soube-se depois também que o U-99 passou pela Linha do Equador, adentrando o Hemisfério Sul às 22 horas do dia 3 de agosto de 1944, estacionando no dia seguinte ao meio dia a 2° 07’ 57 de
Lat. S e 44° 36’ 04 de Long. W – Coordenadas geográficas de Guimarães, no Maranhão, Brasil, segundo dados do diário de bordo, manuseado pelo venerando historiador Heine Krügger, de Leipzig, tendo o submarino ficado parado um tempão no lugar chamado ‘Guarita’, defronte da Boca do Rio Pericumã, registros estes comprovados pelas cartas náuticas da Capitania dos Portos de São Luís. Pois bem, à noite de 4 de agosto daquele ano da graça de 1944, o casal de psicopatas [Adolf e Eva], longe dos olhos do mundo [?] e da tripulação foi visto a tomar banhos de mar, talvez comparando a beleza e as temperaturas das águas de Cumã com as do Báltico... E os dois brincavam como crianças inocentes, enquanto o sargento da Armada Klauss Shöenner, que falava um pouquinho de português, negociava com o pescador José Inácio Coutinho e com um outro conhecido por João Pontes que, com seu barco ‘Nazaré’, levavam mantimentos de boca para a tripulação alemã, alimentos como camarões e peixe seco, ovos, açúcar, mel, feijão, enfim, acepipes, e mais doces e frutas da terra, como cajus e cocos, e mais água potável, para variar com o que estava estocado no submarino ali escondido do mundo; da velha Europa, dos Estados Unidos e do Japão que pegava fogo... De fato “há mistérios no universo, incógnitas tão grandes e desafiadoras que nosso imaginário leva ao desconhecimento e não logra sondá-los ou conhecê-los”, diz Itapary, talvez em dúvida do que estivesse escrito, se era mentira ou verdade, o que também se pergunta Salomão Rovedo... Se era ficção ou realidade, ambas foram geniais, ou no mundo real, ou no mundo de polichinelo...” Eu ao ler o livro e a rascunhar estes apontamentos, confesso também a minha enorme dúvida, sem saber se estou a escrever sobre um fato real ou se um sonho em cores. Só sei dizer que a história é cheia de aventuras e de romantismos, e as provas de sua veridicidade são incontestáveis... E agora? Fica aqui, portanto, a certeza da dúvida com o jornalista e escritor Benedito Buzar ao confessar depois ao autor: “Melhor do que você fez, só dinheiro achado!” Sintonizado com o ditado de que “matos têm olhos e paredes têm ouvidos”, o escritor Joaquim Itapary, autor do livro, aproveitando os dias de folga de um período de Carnaval, foi a cidade de Alcântara, aonde vivia [ou vive] o médico Airton Viegas, seu ex-colega de colégio, e ex-prefeito da cidade, já sendo esperado em casa deste, pelo mateiro Benedito Leodônio Leite, alcunhado por ‘Zé Pato’, para levá-lo até a Vila de ‘Urubuoca’, uma ilhota a três léguas de Alcântara, onde residia a professora aposentada Afonsina Goulart Coutinho, filha do pescador Inácio Coutinho, aquele que era intermediado pelo sargento da armada, o marujo que falava um pouquinho de português...Joaquim Itapary, nas muitas conversas [todas gravadas] que teve com Afonsina, nesse retiro do Carnaval, tomou conhecimento dos presentes que foram dados ao pescador, como uma pistola ‘Luger’, um fuzil ‘Mauser’, um par de binóculos, caixas de biscoitos, várias fotografias, pulseiras com símbolos nazistas e bilhetes de agradecimentos de Eva Brown que falava em nome de Hitler e de toda a tripulação, traduzidos ali, para Afonsina, por ele, Itapary, graças ao tanto de alemão que aprendera com o professor Germano, o qual também, noutro trabalho, o distingo num dedo de prosa...E a professora aposentada, Afonsina Coutinho, depois de toda essa conversa investigativa que ambos encetaram durante sua temporada ali, despediu-se do escritor Joaquim Itapary, dizendo: “Doutor Itapary pode ficar certo da verdade que lhe contei, e escrever sem susto, que o casal Adolf Hitler e Eva Brown, tomava banho à noite nas águas mornas da praia da baía de Cumã...” Pelo que vimos, o exposto vem a dar azo, naturalmente, de que tudo pode acontecer numa fresca madrugada.
UNS BRAÇOS Ceres Costa Fernandes
Venâncio apoia-se no parapeito do bar para apreciar a queima de fogos saudando o Ano Novo. Árvores de fogo riscam o negro do céu; cascatas douradas pontilhadas de flores coloridas derramam-se sobre a praia. Uma luz se anuncia com forte estrondo, abrindo um clarão no negrume, expandindo-se mais e mais, tal como o Big Bang primordial. É bonito isso! Até parece que não acontece todos os anos e em todos os lugares. Havia uma cascata dourada de renda no vestido de Francisca. Em que parte do mundo estaria ela? Francisca dos alvos e perfeitos braços nus contrastando com o tomara-que–caia de renda preta e dourada, a emergir da longa e rodada saia de tule negro. Perfeita, naquela noite de réveillon do Grêmio Lítero Recreativo Português. Nome pomposo para um pequeno clube, o melhor da cidade. A imagem do rosto de Francisca não lhe vem com tanta força como seus braços nus. Sorri do curioso toque machadiano no foco de sua lembrança. Os braços foram cantados em prosa e verso em várias épocas. Nos anos de 1950, a moda apontava para os braços torneados. Ombros cheinhos, arredondados eram objeto de desejo. Saboneteiras? Nem pensar. Francisca, estola de náilon nos ombros, ladeada pelo marido, adentra o Lítero, não sem antes passar pelo sereno. O sereno!... Esse era um capítulo à parte. Muito em voga nos Anos Dourados, era parte integrante da festa. Media-se a importância do evento pela quantidade e qualidade do público que aguardava a chegada dos convidados. Festa de merecer consideração era aquela em que os melhores lugares de observação dos convidados eram ocupados desde cedo. Pessoas de todas as classes sociais apertavam-se nos degraus da Igreja da Sé ou nos espaços em frente aos clubes. De fora, por sua pouca idade, crianças e mocinhas engrossavam o contingente à espera do desfile de modas das damas do Café Soçaite. Venâncio sorri lembrando algumas dessas damas. Leonor, solteira e nem tão dama assim, corpo violão, longos cabelos negros e ondulados, qual atriz mexicana, gostava de vestir roupas justas até o meio da perna, onde a saia se abria em folhos. Era o chamado modelo rabo-de-peixe. A chegada de Leonor sempre causava frisson. Ainda havia as Dez Mais Elegantes, as dez mais isso, mais aquilo. As listas organizadas pelo colunista Benito Neiva eram esperadas com ansiedade e faziam imenso sucesso. Lá vem Dona Fulana, mulher do senador, lugar cativo nas listas. “Sou de dentro da casa dela e sei que as luvas ¾ de cetim helanca vieram de São Paulo. Mas os sapatos e a carteira, iguais ao vestido, foram confecção de seu Luz, da sapataria detrás da Igreja de São João. Giselle Bündchen, braços descarnados e longuíssimos, de cotovelos ossudos, se lá estivesse, mereceria as seguintes considerações: Coitada, tão fanadinha, esquelética, deve ter saído de uma longa enfermidade (em voz baixa), quem sabe uma tuberculose? Uma superalimentação poderia ajudar. Anorexia, bulimia, dieta, que coisas seriam essas? Mulheres belas e elegantes sucediam-se na entrada do baile. Nenhuma como Francisca. E foi nessa mesma noite de ano Novo, em que eu a fitava seguidamente, tentando atrair, com o ardor do meu olhar, uma nesga que fosse do seu, que ela me concedeu aquele olhar, o primeiro e o último. Um olhar reto e seguro, que não se furtou ao meu, ao contrário, parecia ter a intenção de atraí-lo. Diria que seus olhos semelhavam-se a buracos negros a sugar-me as forças. Foi apenas uma eternidade ou um breve momento, logo Francisca desviou os olhos, suspendendo a minha inexorável execução. Dos olhos, que entraram nesta história como Pilatos no Credo, volto aos braços de minha musa, à recordação de suas linhas puríssimas. Mulher feita, à época, deve ser agora uma anciã. Não importa. A imagem da minha Francisca, tal qual acontece com a Gioconda de Da Vinci, permanece cristalizada e inalterada na perfeição do instante na minha retina amante. Eternamente. Ou enquanto houver festas de Ano Novo.
ANO NOVO: sonhos novos ALDY MELLO A linguagem dos sonhos é simbólica e instiga cada vez mais a nossa curiosidade. Segundo os psicanalistas, podemos realizar nos sonhos os nossos desejos reprimidos. Numa sociedade heterogênea como a atual, a juventude precisa de sonhos para solidificar seus ideais, fortalecer seus sentimentos e desejos humanos. É preciso mudar as certezas do passado com as perspectivas do futuro. Os jovens devem mudar o estado de conformismo, despacotar as comodidades e buscar gerir um novo patamar de hábitos e costumes que garantam no futuro maior liquidez nos ideais Os sonhos são combustíveis indispensáveis às diversas lutas que os jovens enfrentam pelas mudanças. A juventude não é um simples prefácio de um livro que se chama vida. Ela é o amanhã, o início de conquistas que estão nos ideais dos jovens e foi a grande razão de Rui Barbosa dirigirse aos moços de sua época, fazendo uma extraordinária oração. É preciso acreditar na juventude, nos seus desejos, nos seus anseios e não destruir seus sonhos. Ser idealista é ser alguém que não tem compromisso com a mentira, que descobre a vida e por ela luta. Ser jovem é acreditar no amor, é estar aberto ao mundo, é não perder o encanto pela vida, é ter esperança e sonhar. O jovem não aprecia a vida apenas como um espetáculo, ele quer vê-la diferente por isso luta pelas mudanças. A juventude provoca a sociedade quanto aos desafios do presente e mostra caminhos novos que levam ao futuro. Os jovens representam uma grande expressão da existência humana e uma forma nova de participação na construção da sociedade e do mundo. Há, sem dúvidas, uma competição entre a juventude e as gerações anteriores. Enquanto as gerações do passado tiveram um futuro e por ele lutaram, a juventude luta por um futuro que ainda virá, um porvir. Ambas, as gerações do passado e a atual, construíram e constroem seus futuros baseado nos seus valores, ideais e nos seus projetos de vida. Os mais velhos sentem-se ameaçados pelos mais novos, e o futuro de ontem não é o futuro de hoje porque os conceitos foram mudados, as reivindicações foram modeladas ao tempo e novas definições surgiram criando novos horizontes. Entre gerações ocorrem mudanças sociais, culturais, políticas, onde cada indivíduo, em sua geração própria, expressa suas dimensões e projeta seus sonhos de vida. A juventude busca a verdade e despreza a mentira, a ponto de ela tornar-se um ideal tipicamente jovem. É baseado nesse ideal que o jovem faz o seu discernimento entre o bem e o mal, julga, pune, sentencia e declara a sua guerra. Sua verdade é condutora principal de sua luta pela mudança em defesa da vida. É alicerçada na verdade que o jovem constrói sua personalidade e faz a sua identidade própria. Ele luta contra os valores tradicionais, os hábitos e costumes do passado e os valores defasados. A juventude despreza a hipocrisia e a fama vã. Para ela, sucesso é conquista é ter êxito e vencer barreiras que lhe foram impostas. Ao entrar numa universidade é muito importante que se tenha na memória o que disse Albert Einstein em sua obra Como vejo o Mundo. “Lembrai-vos de que as coisas que ireis aprender nas vossas escolas são obras de muita geração, levadas a cabo por todos os países do mundo, à custa de muito esforço e muita dor. Tudo é depositado em vossas mãos como uma herança, para que a aceitem, honrem, desenvolvam e as transmitem facilmente um dia a vossos filhos. Assim nós, embora mortais, somos imortais nas obras duradouras que criamos em comum. Se tiverem essa ideia sempre em mente, encontrarão algum sentido na vida e no trabalho e poderão formar uma opinião justa em relação aos outros e aos outros tempos”.
LITERATURA DO DIA: RAPEL OU OS DADOS DE DEUS
BIOQUE MESITO
& daí se a vida fosse apenas a vida dentro de um livro de poesia? A obra de um poeta é sempre uma incógnita. Muitos preferem romances de mil e poucas páginas ou crônicas que falam do cara mijando pela manhã e comendo a mulher no final da noite (mera obviedade, infelizmente). Eu prefiro a poesia. Minha predileção é por bons livros de poesia. Sebastião Ribeiro, em pleno século vinte e um, presenteia-nos com um livro de poesia. Que loucura! No mundo de modismos, de novas tecnologias, de pensamentos zen-isso ou aquilo, de padrões estéticos… Ele nos apresenta um livro de poesia. Sua estreia. Talvez, por eu ser um misantropo assumido e goste de excentricidades, atento-me para os livros. Um livro de poesia é um cosmo de orgasmos. A música que toca dentro de um livro de poesia, o perfume, a simetria, a vida e tudo que se possa imaginar são indescritíveis. Tudo vem deste & (livro espaçonave, bálsamo, canto, silêncio, pausa, grito), livro de estreia do poeta Sebastião Ribeiro. Se por acaso, mas só por um momento, acharem que estou exagerando, então abram as páginas iniciais deste. É como uma revoada de pássaros, um monte de beleza e delírio, um som que quer explodir. Invenções fora do padrão, uma missa orgástica, a cruz dos dias que passamos parados no quarto escuro & a saída para tudo isso. No poema Provisório, começa a confissão de suas sensatas e belas inquietudes: “o poema consome parte do tempo que me faria pegar um lotado menos cheio / o poema consome o homem abatido / queimando seu espírito fora do prazo de validade”. Até nas metalinguagens, Sebastião Ribeiro não derrapa. Digo isso, pois, o estilo já fora muito rebuscado e é sempre bom que se encontre outras saídas. Apesar de que em poesia tudo ou nada cabe. O poema Rubrica é um deboche/ode não simplória aos vates: (...) O poeta na gaveta da meia-noite inteira sem nada nos dedos O poeta com medo de não ser convidado O poeta que está nunca o sendo O poeta cantando no último ônibus O poeta e o corte social O poeta azul na garrafa de vodka cansaço e refrigerante O poeta possível na sala mal-iluminada O poeta crível no incandefluorescente O poeta merecido ao escuro movediço O poeta na trilha do boy que o deixou em slow-mo (...) O poeta na calçada e o nada metafórico que ali o respondia O poeta e o modo de usar dos dentes permitidos O poeta e o anti-histamínico quando da volta do açougue
atrás dum cão conhecido (...) O poeta é a senhora de pernas tortas vivendo a lição que ressurreição alguma trouxe.
O ritmo quebrado de Sebastião Ribeiro é fantástico. É na imperfeição que se encontra a poesia. Versos belos, palavras belas, contextos belos fujam de nós pelo amor do divino. Estamos falando de poesia e não de buquê de flores. A feiura, o distorcido, a assimetria, a discordância dos moldes prontos é a mais pura poesia. Então, quando Sebastião Ribeiro quebra o ritmo, o faz da forma mais simples e consciente possível. Não tem medo de ousar, conferir palavras está fora de cogitação em suas crias. Ainda bem. & tem o espírito de um jovem com cabeça de quarenta e poucos. Pois, destila poesia vinda de um ainda menino de vinte e poucos, mas com os pés e as mãos livres para dar continuidade a um projeto de vida, que é a sua poesia. O seu livro de estreia não poderia ser mais bem arquitetado. Tem conhecimento, vida, tesão, (des)esperança, tem poesia. É um primeiro livro, mas não é qualquer um. Tem pontuação. Quem abre e lê o & está pisando em uma rota de gratidão. Neste livro, os poemas que se destacam, segundo o nosso olhar, são: Ninho, Balancete, Matricídio, Pedágio, 28.12.2011, quarta-feira, 11:31, Contumaz réquiem dos vivos, Mula, Meio expediente, Este lado para cima, Dízimo, Homofobia, O que fazem as mariposas quando chove, Calopsia, Ritmo, Fast forward e Futuro: curto-circuito. Porém, o suprassumo do livro, o que mais desperta para um caminho de grandeza literária são três poemas: Mote (& foi-se o tempo dos épicos / & foi-se em seu inverso-interior aluminado o meu tempo / hoje é a luz receitando meus olhos/ hoje é todos os espaços contornáveis preenchidos por dúvida); Inevitáveis fotogramas na mente de uma ave de granja (dia / teu único olho / a boca me despe / 32 fouettés en tournant / na casa escura / eternos // inventas algo de frio / tamborilas um crânio que pende / num corpo de espuma) e o mais profundo e apaziguador poema de todos do livro: Voltas: i. 5 da manhã copo d’água ou banho frio quem se apropria de quem eu sou Macabéa com alguma esperança ii. na única vez que criança fui à praia o que se afogou persiste túmido mas eclipse de um mistério habitante desses que se vê no olhar do motorista das 5 30 antes sentir falta da areia dormir em caravelas agora há vazio no imóvel que não tenho na calvinkleinjeans que não uso na alegria suposta em servir o Laboratório Jesus
embalando sua água sanitária já poderia fingir fingir a vida eficaz e exata (feito um copo d’água ou um banho de madrugada) se pudesse sumir rio ou me esconder salino em Bengala ou Guiné mas não antes disso é preciso a certidão de meu estado roxo e suspenso sob a lâmina derretida do estuário qualquer iii. A ÚNICA ESPERANÇA que me ocorre na cabeça de menino pedubó habita este planeta-estrela à minha frente enquanto banho no quintal às 5 num meio de fevereiro Agora é sonhar maquinalmente e fingir fingir não saber dessa conversa de água e morte até receber meu soldo
POESIAS & POETAS
JOÃO BATISTA DO LAGO AS FLORES DO MAL Vago-me como “Coisa” plena pelo labirindo que me cidadeia meus passos são versos inacabados há sempre uma pedra no meio do caminho: tropeços disruptivos que me quedam na dupla face das estradas espelhos imbricados na memória experencial dos meus tempos Vago-me como “Mercadoria” plena atuando no teatro citadino a comédia trágica dos atos que não findam um “Severino” ou um “Werther” autoassassinos transeuntes de suas identidades perdidas pelas ruas das cidades onde me junto e me moro nos antros cosmológicos de experiências e memórias Vago-me como o “Amor” sempre punido tonto e perdido no meio da sociedade donde me alimento do escarro possível onde “sujeitos” sem experiência e sem memória negociam os amores vendidos na fauna de “humanos” prostitutos segredados nos prostíbulos das igrejas: lavouras de todas as flores do mal
FERNANDO BRAGA O PURO LONGE A vida é mais lírica em um cais porque ele é feito de saudade e esperas. Estou só, no tombadilho do meu barco, a rasgar as franjas das águas em rumo do puro longe. Nada há em meu redor a não ser um rondó de expectativas... O puro longe para onde vou, não é apenas um poema marítimo, mas uma ode silenciosa. Oh, Peso imenso! Ó mar sem fundo e sem margens, onde nada acho de mim, senão nada em tudo.
4 POEMAS DE FRANCISCO TRIBUZI CARVALHO JUNIOR
Francisco Tribuzi (São Luís/MA, 24 de janeiro de 1953). Poeta brasileiro. Autor do livro Verbo Verde (1978), também dos inéditos: Azulejado (poesia), Tempoema (poesia) e Sob a ponte (contos). Possui publicações em jornais, revistas e antologias, como Hora de Guarnicê, Poetas da Ponte, A Poesia Maranhense no Século XX (org. Assis Brasil) e Atual Poesia do Maranhão (org. Arlete Nogueira Machado). A produção literária de F.T. foi destacada em As Lâmpadas do Sol (ensaio de Carlos Cunha) e Um degrau (revista literária da UFMA). Filho do poeta Bandeira Tribuzi. Prepara uma publicação que reúne seus trabalhos inéditos.
Domingo Existe um perfume de tristeza nas tardes de domingo. Um ar mórbido, Um silêncio de finados, O badalar dos sinos da igreja da São Pantaleão, acordando o segredo das coisas. Uma sensação de angústia, Um medo repentino, Como se a qualquer hora, por cima dos telhados, banhados pela chuva-lágrima(s) do tempo Uma rasga mortalha desaparecesse o dia.
Ausência Por esconderes tua boca Nos grilhões da noite, Quebrei meu beijo no mural de vidro E derramei paixão nas sarjetas do silêncio. Tu te mudaste ontem e já se vão mil luas… Que os lugares comuns parecem ruínas.
Por esconderes tua boca Nos grilhões de vidro, Quebrei meu beijo no mural da noite.
o museu e a ponte Lá dentro guardam-se histórias… Aqui fora a ponte guarda em segredo os vultos que adentraram as glórias e as memórias dos gestos sem medo. De cada ângulo vista como que a jorrar passado a ponte em si despista o conteúdo sonhado. E o que ela inspira: estética e formosura traduz o belo que delira em gesto e arquitetura.
Poema limitado para o poeta infinito (p/ Nauro Machado) A metamorfose da Praia-Grande transformada no que já era dilacera o cego vaga-lume luzindo a inexistente primavera Só ele vaga, soturno decifrando ruas, azulejos deglutindo indormidos desejos do delírio noturno Esta cidade que ele navega porto-verso-embriaguez malditamente o nega embora esteja no que o fez Parido poeta que rume auroras nascidas do vão poeta-profeta-perfume da flor solidão Amamos teu silêncio soluçante, digno: teu grito mudo teu verbo raro, brilhante teu poema é tudo o que nos resta de concreto para a festa do absoluto.
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EU E A CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Cientista da Informação
Outro dia, no Facebook, um certo “filósofo” estava a criticar a poesia ludovicense e maranhense, por consequência, afirmando que deveria se colocar todos num liquifificador, e os liquifazer, já que não sabiam escrever. Não havia poesia contemporânea no Maranhão!!! Dentro de suas inúmeras intervenções, achegou a informar que, com as modernas TIC, não sabiam mais escrever e se comunicar. Que não havia quem escrevesse, dada as novas tecnologias existentes, perdendo o seu poder criador, todos os poetas, e o senso de críticva, todos os críticos literários. Havia uma nova crise de produção no horizonte. Disse mais, que no Maranhão, não havia seguidores dos Poetas, dos Literatos, por isso, não existiam! Que não haviam Cientistas que trabalhavam com as modernas TIC... o que protestei, afinal, sou um Cientista da Informação! O que o dito ‘filósofo’ desdenhou... Disse-lhe, então, pois, que meu título acadêmico é, sim de Cientista da Informação, pois sou Mestre em Ciênhcia da Informação, pela Universidade Federal de Minhas gerais, título obtido em 1993 – uau! Quase 30 anos, já!... e que também sou Especialista em Lazer e Recreação – e que ele vá ver o sentido lato da palavra “lazer”, para poder entender do que falo... e minha formação básica é em Educação Física, licenciatura... não mais disse nada... mas continuou atacando a produção literária da Ilha Encantada... Hoje, num dia qualquer de janeiro de 2020, revendo alguns escritos, encontrei alguns artigos apresentados em alguns eventos ciuentíficos, que tratam desse assunto...
ORGANIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO EM CIÊNCIAS DO
ESPORTE: A EXPERIÊNCIA DO CEDEFEL-MA
183
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ LAÉRCIO ELIAS PEREIRA
184 185
RESUMO Para atacar o problema da dispersão da Informação em Ciências do Esporte foi desencadeado um trabalho de indexação de artigos de revistas no início da década de 80 que serviu de base para a implantação de um Centro de Estudos e Documentação em Educação Física, Esportes e Lazer CEDEFEL. As ações do CEDEFEL estão voltadas para um processo de criação de um modelo de "Centro Referencial" - informação sobre a informação - com o objetivo de recuperar e organizar as informações básicas em Educação Física, Esportes e Lazer e efetivar a comunicação entre especialistas.
Surgimento do serviço de informação científica: Já a algum tempo discute-se a função da biblioteca. Alguns a tem como o local onde se reunem as coleções de livros, revistas, jornais, filmes, discos e outros documentos, de forma que as informações neles contidas possam vir a ser úteis em situações diversas. Dadas as exigências do conhecimento científico, a biblioteca vem se especializando e deixa de ser um "depósito" de livros e outros documentos impressos, passando a se constituir em uma prestadora de serviços de informações. Essa mudança se dá quando surgiram, ainda no século XIX, as chamadas sociedades eruditas entidades que reuniam os estudiosos das ciências e da engenharia com o objetivo de usufruirem das experiências recíprocas. Essas sociedades publicavam revistas, que davam ampla divulgação dos artigos que descreviam as ciências. Dado o crescente volume de publicações, essas mesmas sociedades criam bibliotecas para reuní-las e armazená-las, o mesmo acontecendo com algumas indústrias, especialmente as ligadas às grandes sociedades e instituições científicas cujos membros se haviam habituado a utilizar a literatura como fonte de informações a fim de suplementar conhecimentos adquiridos pela própria experiência. A dificuldade de acesso à informação se fez sentir em alguns países, quando se viram tolhidos de obter determinados componentes para o fabrico de produtos industriais, por ocasião da Primeira Grande Guerra. Tinham que se valer, especialmente a Inglaterra, de conhecimentos de outros povos, havendo a necessidade de se romper as barreiras do sigilo e da livre comunicação entre os pesquisadores. As indústrias passaram, então, a formar suas próprias bibliotecas. Com o aparecimento das bibliotecas especializadas muda o conceito da função da biblioteca: esta deveria colaborar na tarefa de proporcionar informações aos pesquisadores, sem ficar a espera de que eles as pedissem - deveriam tanto reunir quanto disseminar informações. Esse novo papel 183
Tema livre apresentado no XVIII Simpósio Internacional de Ci ências do Esporte, São Caetano do Sul, outubro de 1992. 184 Professor de Educação Física do CEFET-MA; Mestre em Ciência da Informação; 185 Professor de Educação Física da UFMG; Mestre em Educação Física.
baseava-se em duas exigências fundamentais: necessidade de organizar a literatura a fim de fazer ressaltar sua importância, do ponto de vista do assunto e a necessidade de se manter continuamente a par do fluxo de informações sobre trabalhos recém-publicados, dentro de determinada especialidade, sem que fosse necessária uma solicitação das mesmas (6).
Indexação: ROGET (apud GOMES, 1990), secretário da "ROYAL SOCIETY", com o objetivo de facilitar suas atividades literárias, publica em 1852 o seu "THESAURUS OF ENGLISH WORDS AND PHRASES", onde "... as palavras não são agrupadas segundo ordem alfabética, mas de acordo com as idéias que elas exprimem". Chamou a seu dicionário de "thesaurus" e, de to original na sua apresentação, que o termo ficou associado à forma de organização do vocabulário de indexação/recuperação (9).
A organização de acervo bibliográfico vem se constituindo um grande problema da biblioteca especializada. SILVA (1989), quando da reorganização da Biblioteca da Escola de Educação da Universidade de São Paulo - FEF/USP - , em 1962, adotou a Classificação Decimal de Dewey, 16a. edição, - CDD -, e verificou que esta não atendia à especificidade de uma biblioteca especializada, muito embora tenha utilizado a extensão da classe 796, feita por DORIA (1942, citada por SILVA, 1989) (14). Para FOSKETT (1969) a CDD, antiquada e ineficiente, é uma verdadeira camisa de força, onde os novos conhecimentos são enfiados e confinados. Algumas bibliotecas têm adotado a Classificação da Biblioteca do Congresso ou a Classificação Bibliográfica de Bliss, enquanto outras adotam a Classificação Decimal Universal - CDU -; a Classificação de Assuntos de J. P. Brown, ou ainda a Classificação de Dois Pontos, de S. R. RANGANATHAN. Já outras elaboram e aplicam esquemas próprios de classificação. (6). Essa profusão de sistemas causa confusão. Alguns estudiosos consideram que um sistema de classificação será tão ou mais útil quanto sua estrutura se aproximar da estrutura existente no mundo real - "a ordem da natureza" (6): "O mundo real consiste em matéria e processo; nenhuma parte dele existe isolada, mas todas as partes estão sujeitas a se interpretar, a influenciar e modificar as outras. Ao estudar esses fenômenos, escreve-se sobre eles, e é esse registro que o bibliotecário deve classificar, a fim de colocá-lo em seu lugar na biblioteca onde seja descoberto, ou 'recuperado', por aqueles que também estiverem estudando os mesmos fenômenos." (6).
Para esse autor, apenas a classificação facetada proporciona os meios de realizar isso - basta fazer uma relação dos termos componentes que podem ocorrer em uma das facetas desses assuntos; esses termos podem, então, ser combinados de acordo com os requisitos da literatura. A cada termo encontrado é necessário fazer-se uma notação - um conjunto de símbolos de codificação -, a fim de mecanizar o arranjo dos documentos classificados pelo sistema. Qualquer tipo de "código de notação" pode ser criado, desde que possibilite sua recuperação, pois o tipo de notação não tem influência no método de procedimento. (6). Depreende-se, pois, que todo esquema de classificação é, mais ou menos, arranjo sistemático de assuntos, pois os leitores estão interessados em informações sobre assuntos. Como os tipos de documentos passíveis de indexação são muito variados, não se pode baixar regras rígidas e seguras, exceto a de que os canais de acesso de uma biblioteca especializada - portanto
classificada por assuntos - deve possuir um índice de assuntos e de autores, partes essenciais de um catálogo sistemático, cuja função é a de servirem de registro de propriedade e de guias de localização. Na "Indexação Coordenada", TAUBE & Colaboradores utilizaram-se de uma série de fichas encimadas por um unitermo - cabeçalho de assunto escolhido numa lista especial -, em que cada documento indexado recebe um número. A seguir, analisa-se o conteúdo, atribuindo-lhe os unitermos apropriados e se iscreve seu número respectivo em cada uma das fichas, cujos cabeçalhos sejam os unitermos escolhidos. Após a indexação de inúmeros documentos, cada ficha registra vários números. Sua utilização consiste em analizar o assunto proposto segundo os unitermos, selecionar e comparar as fichas respectivas. Os números em cada uma das fichas indicarão os documentos pertinentes (6). O sistema de classificação da "BRITISH NATIONAL BIBLIOGRAPHY" adota o método de indexação proposto por RANGANATHAN, conhecido como "processo em cadeia" que, para dar o rendimento esperado, precisa ser aplicado em combinação com a classificação facetada. Esse método utiliza-se de um índice alfabético de assuntos. Ao classificar o assunto de um documento, suas partes devem ser dispostas numa seqüência deteminada, sendo que a faceta que vier em primeiro lugar determina aquela na qual o documento será armazenado (6).
Informação em Ciências do Esporte: A organização da informação em Ciências do Esporte teve seu início em 1947, na Europa. Em 1959 foi criada a "INTERNATIONAL ASSOCIATION FOR SPORTS DOCUMENTATION" IASI -, sendo Cuba o primeiro país latino-americano a se filiar (1964), seguindo-se o México, Colômbia, Venezuela e Brasil, em 1981 (11). SONNESCHEIN (1980) constatou que a literatura esportiva disponível na América Latina é escassa, cara, de pouca atualidade e na sua maioria ignora as condições sócio-econômicas, biomédicas e culturais predominantes no esporte e na educação física do sub-continente, o que provoca a elaboração de trabalhos de pesquisa desassociados da realidade da prática, da docência, da organização e administração, pois são realizados em grande parte com fundamentos de informação técnica inadequados ou nulos. Essa carência é explicada pelo baixo volume de produção, acessibilidade limitada e altos custos de venda de material bibliográfico, pois à exceção da Argentina, México e Cuba, os demais países importam entre 90% e 100% de sua literatura. Essa literatura padece de atualidade, pois cerca da metade dos textos disponíveis são traduzidos de outros idiomas. O referido autor encontrou um espaço de quatro a seis anos entre a publicação de livros no idioma original e a sua tradução. Se se considerar que o conhecimento científico tarda em média dois anos desde a sua concepção até sua publicação em uma revista e quatro anos até sua publicação em forma de livro, e que se passem outros quatro anos mais até que apareça a verso em espanhol ou português, encontramo-nos ante o fato de que conhecimentos científicos e técnicos publicados em forma de livros sofram um atraso de dez anos. O aparecimento de artigos traduzidos em publicações periódicas é de cerca de cinco anos. Sugere, então, que se amplie a bibliografia disponível e se estabeleçam centros de documentação e informação, cuja tarefa principal seria a seleção e elaboração de literatura adaptada às condições do meio e a disseminação massiva dessa literatura. As conclusões de SONNESCHEIN (1980) são basicamente as mesmas do COMITÊ DE INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO ESPORTIVA DA AMÉRICA LATINA , apresentadas durante a Ia. CONFERÊNCIA SOBRE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO ESPORTIVA NA AMÉRICA LATINA, realizada em Medellin, no ano de 1980 (17, 4).
GARCIA ZAPATA & Outros (1979), com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento da Educação Física e dos Esportes por meio da documentação e informação esportiva, criaram um serviço de documentação e informação. Elaboraram um índice de periódicos, já que so os artigos de revistas que trazem as informações mais atualizadas na área. O processo utilizado foi: a) seleção das revistas; b) seleção, leitura e classificação dos artigos de cada uma das revistas; c) elaboração de resenhas descritivas de cada um dos artigos; d) organização de todas as resenhas por cabeçalhos de assunto; e) organização do índice de autores. Os artigos são classificados segundo aspectos teóricos e práticos da área, derivando-se tal disposição de um conceito interdisciplinar do que hoje se tem chamado de "Ciências do Esporte". A classificação dos artigos dá-se através do uso de cabeçalhos, que cobrem os aspectos teóricos, críticos, técnicos, e metodológicos da área da Educação Física e de outras ciências aplicadas a esta:
História do Esporte Medicina do Esporte Pedagogia do Esporte Psicologia do Esporte Sociologia do Esporte Teoria do Treinamento Teoria do Movimento Administração Esportiva Construções Esportivas Educação Física - Programas Recreação seguindo-se uma relação de modalidades esportivas, encontradas nas revistas indexadas. Artigo sobre Filosofia, Teoria das Ciências, Estatística, etc., são ordenados sob o cabeçalho "Pedagogia do Esporte". Os artigos cujos conteúdos requerem classificação em mais de um assunto aparecem duas ou mais vezes na bibliografia. Como seu uso destina-se à Colômbia, as referências são elaboradas segundo classificação das Normas de Catalogação para Bibliotecas Universitárias, do Instituto Colombiano para Fomento de Educação Superior, com os seguintes dados de entrada:
AUTOR. "Título do Artigo". NOME DA REVISTA. Local de publicação. Volume (número) : página onde se encontra, data. O sistema utilizado pelo Instituto de Ciências del Deporte, da Universidad de Antioquia Colômbia (7), baseia-se na classificação apresentada pelo "SPORTWISSENCHAFT" (1978), que traz os seguintes cabeçalhos:
CIÊNCIA DO ESPORTE Antropologia, Filosofia, Teologia Biomecânica Ciência do Esporte (? - Allgemein) História do Esporte Pedagogia do Esporte Psicologia do Esporte Sociologia do Esporte Teoria do Movimento Teoria do Treinamento ÁREAS DO ESPORTE Esporte de Idosos Esporte de Lazer Esporte Escolar Esporte para Deficientes Esporte Universitário MODALIDADES ESPORTIVAS Atletismo Esporte de Força Artística Esporte de Gelo Esporte de Luta Boxe Karatê Luta Livre Esporte de Vôo Esportes Aquáticos Esqui (na neve) Ginástica Olímpica Hipismo Jogos Esportivos Basquetebol Handebol (ETC) Mergulho (esporte de) Pequenos Jogos Rugbi Tênis Tênis de Mesa (ETC) Remo Vela (? - Esporte de); (Iatismo ?) INSTALAÇES DE LAZER E ESPORTIVAS Formas Combinadas
Ginásios Esportivos Instalaçes ao Ar Livre Instalaçes Aquáticas Instalaçes de Lazer e Esportivas em geral Instalaçes Auxiliares. O "SPORTDOKUMENTATION" apresenta: a) listagem de periódicos indexados, com o respectivo sumário; b) listagem de novas aquisições; c) índice de assuntos; e d) índice de autores.
A numeração que aparece após cada cabeçalho ou autor remete à referência. Após cada referência é apresentado um resumo. Já o "WORD INDEX OF SPORTPERIODICALS" (IASI, 1984) - surgido da necessidade levantada durante o encontro da "COMISSIOM INFORMATION SOURCES" da IASI, realizada na Holanda em 1979, concluído em 1984 - apresenta 2.196 títulos de periódicos da área das Ciências do Esporte de 54 diferentes países. É organizado combinando-se título do periódico e país de origem, sob uma entrada principal. Neste índice aparecem apenas os títulos das revistas, endereço, periodicidade, país de origem. Há uma relação de unitermos (keywords) utilizados e um índice de assuntos, onde o número de entrada, da IASI, remete às referências (10). No Brasil, a organização da informação na área tem seu início com o Centro de Documentação e Informação do ISEFL. De acordo com MEDINA (1980), em 1940 foi criado o Instituto Nacional de Educação Física e em 1964 foi instalado o seu setor de Documentação, Informação e Divulgação, com recursos do Fundo de Fomento do Desporto Nacional. Em 1972 este setor é transformado em Centro de Investigação, Documentação e Informação e, em 1974, recebe nova denominação: Centro de Documentação e Informação, com o objetivo de: a) fornecer apoio documental aos cursos, trabalhos de pesquisa e às ações de formação permanente de docentes; b) editar documentação de caráter científico, técnico e pedagógico no âmbito da Educação Física e Esportes; e c) manter relações de intercâmbio com centros congêneres nacionais e internacionais (12). Ainda em 1974 é criado, pela Federação Brasileira de Medicina do Esporte, o Centro de Documentação e Informação de Medicina do Esporte - CEDIME -, com sede em Porto Alegre-RS, hoje Centro de Documentação e Informação das Ciências do Esporte. De acordo com SIDERMANN (1980) os objetivos do CEDIME são: a) organizar e fomentar a informação e documentação das Ciências do Esporte e influir na pesquisa, ensino e prática profissional; b) coletar, organizar e divulgar bibliografias; c) publicar com regularidade um bibliografia seletiva; e d) editar a Revista de Medicina do Esporte. (16)
O SISTEMA BRASILEIRO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO DESPORTIVA SIBRADID - , funcionando junto à Biblioteca da Escola de Educação Física da Universidade Federal de Minas Gerais - EEF/UFMG - desde 1985 utiliza um sistema de informação bibliográfica denominado de "MINISIS", adotado pela IASI e pelo "SPORT INFORMATION RESOURCE CENTER" - SIRC -, base de dados localizada no Canadá (2). Há uma tentativa de implantação do programa "MICRO-ISIS" pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia - IBICT - com a finalidade de padronizar o uso do computador por parte das universidades universitárias (8). A adoção do MINISIS pelo SIBRADID dificulta o acesso à maioria das universidades brasileiras, pois só funciona num determinado tipo de equipamento HP 3000 -. O sistema adotado pelo SIBRADID utiliza terminologia extraída do SportThesaurus do SIRC e permite interagir com seus usuários, fornecendo e recebendo dados (2), através de uma rede de vinte núcleos regionais e setoriais (11), sendo a base central a EEF/UFMG, interligada ao SIRC/Canadá. De acordo com o "SCIENTIFIC SPORT DATABASE - TECHINICAL MANUAL" (SIRC, 1986) o MINISIS permite: a) entrada de novos registros; b) modificações dos registros já existentes; c) impresso dos registros existentes, na base ou em seu terminal à distância; d) busca de informações, na base da EEF/UFMG ou SIRC/Canadá. São os seguintes os dados de entrada: - tipo de documento; país onde foi publicado; ano de publicação; código representativo dos assuntos, retirados do SPORT THESAURUS do SIRC, língua em que foi publicado; língua original, quando se trata de tradução; nome de autores, editores ou compiladores; - referenciação da publicação; - número do ISSN (International Standart Serial Number); - palavras-chave - atribuídas a assuntos, lugares geográficos, corporações, etc., extraídas do Thesaurus do SIRC; - resumo do artigo, em inglês; - é dado o nível de importância do documento: "A" (avançado) se contiver mais de dez referências bibliográficas; "I" (intermediário) se contiver mais de cinco; e "B" (básico) se contiver até cinco referências; - os títulos em inglês so transcritos normalmente. Se o título aparece em outro idioma deverá ser feita a versão para o inglês, entre parênteses. A recuperação das informações pode ser feita por assuntos ou autores, dentre as mais de 300.000 citações disponíveis na EEF/UFMG-SIBRADID.
Centro de Estudos e Documentaço em Educaço Física, Esportes e Lazer - CEDEFEL: Para atacar o problema da dispersão da informação técnico-científica em Educaço Física, Esportes e Lazer foi criado, em 1980, o Centro de Estudos e Documentação em Educação Física, Esportes e Lazer do Maranhão - CEDEFEL-MA-, que reuniu profissionais da Universidade Federal do Maranhão - UFMA ; da Escola Técnica Federal do Maranhão - hoje Centro Federal de Educação Tecnológica do Maranhão, CEFET-MA; da Universidade Estadual do Maranhão - UEMA; e da
Secretaria de Desportos e Lazer do Maranhão - SEDEL-MA, sob a coordenação dos professores Laércio Elias Pereira e Leopoldo Gil Dulcio Vaz (13, 14, 19, 24). A formação desse grupo de trabalho deu-se pelo fato de a II CONFERÊNCIA SOBRE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO DESPORTIVA NA AMÉRICA LATINA ter sido programada para São LuísMa, em 1982. A conferência não foi realizada, mas estudos sobre documentação esportiva foram levados adiante, aparecendo, em 1983, o "ÍNDICE DA REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS", seguindo-se o "ÍNDICE DA REVISTA STADIUM" (1986). (13, 19). Para essas indexações foi criada uma "Ficha de Coleta de Bibiografia" - a partir do modelo e das sugestões oferecidas pela Sra. Ofélia SEPLVEDA, documentalista do BIREME -, onde foram coletados os seguintes dados: NÚMERO AUTOR(ES) TÍTULO DO ARTIGO (na língua em que foi publicado) REVISTA, Volume (número) : página, data PALAVRA-CHAVE (até cinco).
As referências dos artigos aparecem em ordem de publicação, daí a necessidade de se ter disponível a coleção completa da revista selecionada, sendo elaboradas duas listas, de "ASSUNTOS" e de "AUTORES", ordenadas alfabéticamente. As listas remetem às "REFERÊNCIAS", com a possibilidade de recuperação por até cinco palavras-chave, por seus autores e co-autores. Quando da indexação da REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS DO ESPORTE sentiu-se necessidade de modificação da "Ficha de Coleta", incluindo-se outros dados, para melhor análise dos artigos - número de referências bibliográficas e instituição à qual o autor é vinculado. A partir desse índice mais uma lista foi incluída, a de "INSTITUIÇÕES DE ORIGEM", ordenada por Estado (24). O volume de informações acumuladas já compreendia mais de dois mil artigos indexados e a atualização exigia que se refizessem as listas de Assuntos, Autores e Instituições de Origem, esta última da RBCE. Desde o início previa-se a utilização de um sistema computadorizado para armazenamento dos dados (26). Tentou-se a elaboração de um sistema junto com os técnicos do Centro de Processamento de Dados da UEMA, não se passando dos estudos preliminares (20). Apesar das dificuldades, pois o trabalho era feito manualmente, foram elaborados os "ÍNDICE DA REVISTA CORPO & MOVIMENTO" (1987); "ÍNDICE DA REVISTA DESPORTOS & LAZER"(1987); "ÍNDICE DA REVISTA COMUNIDADE ESPORTIVA"( 1987); e "ÍNDICE DA REVISTA KINESIS" (1990) (21, 22, 23, 27). Criou-se, então, com o auxílio de técnicos do CEFET-MA um sistema gerenciador de arquivos com o objetivo de ARMAZENAMENTO, ATUALIZAÇÃO, LEVANTAMENTO e LISTAGEM de referências bibliográficas. Compilado em "CLIPPER", versão summer 87, o sistema trabalha com cinco arquivos de indexação e três arquivos de dados, distribuídos em "REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS", "ASSUNTOS", "AUTORES" e "INSTITUIÇÕES DE ORIGENS", dispondo de opções de Cadastro, Consultas, Impressão, Atualização (1). A consulta é realizada em telas que oferem opções através de menus de barras (light bars) por Assunto e Autores. Já foram elaboradas três bibliogrfias básicas, de Handebol, Natação e Psicologia aplicada ao Esporte (25, 28, 29).
Conclusão: A criação de um modelo de Centro Referencial - informação sobre a informação - para facilitar a comunicação entre especialistas e a procura de formas alternativas de editoração, que permitam a apropriação de grandes quantidades de informações pelos centros de menor poder aquisitivo é a proposta do CEDEFEL-MA, crfiando em 1980 (14). O desenvolvimento de um sistema gerenciador de banco de dados próprio solucionou uma das principais dificulades encontradas na indexação de periódicos. A utilização de uma listagem de palavras-chave, acumulada pela Escola de Educação Física da USP e que vem recebendo modificações nos últimos anos, resolveu em parte outra dificuldade, a inexistência de um "thesaurus" em Ciências do Esporte (5, 15, 26). O que se pretende agora é dar continuidade à indexação de periódicos - está-se atualizando os Índices da Stadium, da Revista Brasileira de Ciências do Esporte, da Revista Kinesis; concluiu-se a indexação do Boletim FIEP, da Revista Brasileira de Ciência e Movimento e da Revista Coletânea-EEF/UFMG, estas em fase final de revisão - e iniciar um cotejamento com com o "SPORTS THESAURUS" do SIRC para construir/adaptar um "thesaurus" brasileiro em Ciências do Esporte.
Rererências bibliográficas: 1 - ANDRADE FILHO, Santiago S. & OUTROS. Programa de implantação de um banco de dados bibliográfico em Ciências do Esporte. (IN) Encontro de Pesquisdores do Maranhão, I, São Luís, 1990. ANAIS... São Luís : UFMA, 1990. 2 - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Introdução ao sistema MINISIS. Belo Horizonte : EEF/UFMG, 1989 (mimeog). 3 - BUNDSINSTITUT FUR SPORTWISSENCHAFT KLN. Literatur der Sportwissenchaft. SPORTDOKUMENTATION 1/78. 4 - COMITÊ DE INFORMACION Y DOCUMENTACION DEPORTIVA DE LATINO AMÉRICA. Declaracion de Medellin sobre informacion y documentacion deportiva em latinoamerica. Educacion Fisica y Deporte, Medellin, v. 2, n. 2 : 39-43, maio 1980. 5 - DORIA, Irene Meneses. Sugestões para uma classificação decimal de Educação Física e Esportes. (IN) CONGRESSO PAULISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA, I, São Paulo, 1940. ANAIS... São Paulo, 1942, p. 243-246 (citada por SILVA, Maria Stela Vercesi, op. cit.). 6 - FOSKETT, Douglas John. Serviço de informação em biblioteca. São Paulo : Polígono, 1969. 7 - GARCIA ZAPATA & OUTROS. Bibliografia deportiva . Medellin : Universidad de Antioquia, 1979. 8 - GASPAR, Anaiza Caminha. Biblioteca. CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM DOCUMENTAÇÃO E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, São Luís : UFMA/ Associação dos Arquivistas Brasileiros, 1989. (anotações de aula).(mimeog). 9 - GOMES, Hagar Espanha (Coord.). MANUAL DE ELABORAÇÃO DE TESAUROS MONOLiINGUES. Brasília : Programa Nacional de Bibliotecas de Instituições de Nível Superior, 1990. 10 - INTERNATIONAL ASSOCIATION FOR SPORTS INFORMATION. WORLD INDEX OF SPORTSPERIODICALS. Holanda : IASI, 1984.
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29 - VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Psicologia aplicada ao Esporte. CADERNOS VIVA São Luís, vol. 3, 1991.
ÁGUA,
FONTES DE INFORMAÇÃO NA ÁREA TECNOLÓGICA por LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Mestre em Ciência da Informação Centro Federal de Educação Tecnológica do Maranhão RESUMO A diferença entre ciência e tecnologia é evidenciada em relação ao uso de fontes de informação durante o processo de produção do conhecimento. O objetivo deste estudo é identificar essas fontes na área tecnológica
INTRODUÇÃO: Faz-se ciência por dois motivos - curiosidade intelectual e interesse em fins utilitários. O interesse neste último move a realização de ciência aplicada (tecnologia). FREIRE-MAIA (1991, p. 24-25) afirma que antigamente era tida como ciência pura aquela que não tivesse preocupações e nem possibilidades previsíveis de aplicação e como ciência aplicada aquela diretamente voltada para solução de problemas práticos e, como tal, apresentava uma perspectiva próxima de aplicação. Como várias pesquisas da antiga "ciência pura" acabam tendo aplicação e outras tantas da chamada "ciência aplicada" terminaram não produzindo os frutos esperados, prefere-se, em geral, dizer ciência básica e aplicação da ciência, isto é, tecnologia. A primeira não visa diretamente ao seu aproveitamento na área da utilização prática, mas pode vir a encontrá-la; isto significa que ela se faz com a única preocupação de resolver problemas de conhecimento, sem excluir a possibilidade de que possa vir a ter poderosa influência no setor que não foi procurado de início. A tecnologia, por outro lado, visa, de início e durante todo o seu trajeto, a procura de uma aplicação. Não há, pois, dois tipos de ciência - uma "pura" e outra "aplicada". O que há é ciência e aplicação da ciência. O que há é a pesquisa básica (que pode gerar aplicação) e a pesquisa tecnológica (que diretamente visa a essas aplicações). Para MORAIS (1988), nos dias correntes, "... torna-se cada vez mais difícil discernir ciência de tecnologia ... os cientistas precisam de recursos técnicos para execução de suas pesquisas e a tecnologia tem a sua sobrevivência estabelecida pelos avanços científicos (pois) não é raro que sejam encontrados cientistas que embora não sendo cientistas puros não se julguem tecnólogos, pela real predominância das pesquisas intrinsecamente científicas em sua vida profissional. Ainda que lance mão de recursos da tecnologia, ele é um cientista. E as mesmas coisas podem ser ditas a respeito dos tecnólogos". (p.17).
O objetivo deste estudo é o de identificar as fontes de informação na área tecnológica.
INFORMAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Para AGUIAR (1991) existem duas grandes classes a serem consideradas no âmbito das atividades de ciência e tecnologia e de desenvolvimento industrial:
(a) informação científica e tecnológica, que compreende todo tipo de informação que serve de matéria-prima (new material information) ou insumo para a geração de conhecimentos científicos e de tecnologia; e (b) informação industrial e tecnológica, que engloba todas as informações cuja função é contribuir para a aplicação desses conhecimentos para o desenvolvimento econômico, incluído então o desenvolvimento industrial.
Esse autor faz uma revisão conceitual do que seja "informação científica e tecnológica" utilizando-se da abordagem funcional, onde apresenta a seguinte definição para “Informação em Ciência e Tecnologia” - ICT - : "é constituída de elementos simbólicos utilizados para comunicar o conhecimento científico e técnico, independente de seu caráter (numérico, textual, icônico, etc.), dos suportes materiais, da forma de apresentação ... [empregando-se também para] designar tanto a mensagem (conteúdo e forma) quanto sua comunicação (ação). Quando necessário, distingue-se entre informação bruta (fatos, conceitos, representações) e os documentos em que se acha registrada." UNESCO/UNISIT II (p. 8).
Já “Informação Tecnológica” é:
“ todo conhecimento de natureza técnica, econômica, mercadológica, gerencial, social, etc. que, por sua aplicação, favoreça o progresso na forma de aperfeiçoamento e inovação." - COMITÊ DE INFORMAÇÃO PARA A INDÚSTRIA DA FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE DOCUMENTAÇÃO. (p. 8).
Para “Informação para a Indústria”: " é todo esforço intelectual para estimular os administradores e técnicos de uma dada empresa, pública ou privada, no sentido de aperfeiçoar suas operações e inovar métodos, processos, produtos e serviços, através da conversão, em resultados práticos, de toda a forma de conhecimentos obtidos por qualquer meio." KLINTOE,1972 (p. 8).
A “Informação Industrial”: " é o esforço de coletar, avaliar e tornar disponíveis informações sobre o setor industrial e suas operações produtivas, gerando dados técnico-econômicos, informações sobre tecnologias utilizadas, a estrutura industrial, a produtividade setorial, estudos de viabilidade, dados de investimento e retorno, implantação de indústrias, transferência de tecnologia, dentre outros."- KLINTOE, 1972 (p. 8).
Tem-se, assim, a informação como insumo para atividades de pesquisa científica e tecnológica e informação para aplicação em desenvolvimento econômico e industrial (MAUTORT, citado por AGUIAR, 1991). Tomando por base a afirmação de Allen (1979) de que "a informação é a própria essência da atividade científica", AGUIAR (1991) afirma que os resultados de uma pesquisa científica precisam ser formalmente divulgados para assegurar a autoria de quem a desenvolveu, na medida em que se busca fundamentalmente gerar conhecimentos novos sobre o universo e sobre os fenômenos sociais que nele se desenvolvem: "... o principal universo da atividade científica é informação verbalmente codificada (periódicos, anais de congressos, etc.) e que seu produto essencial também é informação verbalmente codificada (artigo publicado em revista científica, comunicação em congressos), constituindo insumo para outras pesquisas científicas e assim sucessivamente." (AGUIAR, 1991, p. 9).
Prossegue, afirmando que as atividades de desenvolvimento tecnológico necessitam de informação - a tecnologia é uma grande consumidora de informação verbalmente codificada (publicações, relatórios, comunicações informal) mas "... que ao contrário da ciência, seu produto principal não é informação verbalmente codificada, - que é apenas um subproduto constituído por patentes, relatórios, manuais e instruções de operações, etc. - mas sim uma mudança no 'hardware' físico do universo representado por novos processos de produção." (p. 9).
A pesquisa tecnológica engloba, em certos casos, "atividades enquadráveis como pesquisa aplicada, além das atividades de desenvolvimento experimental". Se aproxima daquela nas situações em que "conhecimento novo deve ser previamente buscado para, a seguir, ser aplicado no desenvolvimento de novos produtos e novos processos" (AGUIAR, 1991). Assim, informação científica é "todo conhecimento que resulta - ou está relacionado com o resultado - de uma pesquisa científica", servindo para (a) divulgar o conhecimento novo; (b) constituir insumo para um novo projeto de pesquisa científica; (c) explicitar a metodologia empregada na execução do projeto de pesquisa. Já a informação tecnológica é "todo tipo de conhecimento relacionado com o 'modo de fazer' um produto ou prestar um serviço, para colocá-lo no mercado", servindo para (a) (b) (c) (d) (e) (f)
constituir insumo para o desenvolvimento de pesquisa tecnológica; assegurar o direito de propriedade industrial; difundir tecnologias de domínio público; subsidiar o processo de gestão tecnológica; acompanhamento e avaliação de tendências de desenvolvimento tecnológico; e permitir a avaliação do impacto econômico, social e ambiental das tecnologias.
O termo "informação em ciência e tecnologia" é empregado para:
"...englobar as informações que, além de cumprirem as funções relacionadas como específicas da informação científica ou da informação tecnológica, servem ainda para cumprir e apoiar a atividade de planejamento e gestão em ciência e tecnologia: avaliar o resultado do esforço aplicado em atividades científicas e tecnológicas e subsidiar a formulação de política, diretrizes, planos e programas de desenvolvimento científico e tecnológico." (AGUIAR, 1991, p. 12).
FLUXO DE INFORMAÇÃO EM CIÊNCIA Para ALLEN (1979), a pesquisa científica caracteriza-se pela produção do conhecimento ( = informação), conduzido segundo "método científico" e se dá de forma cumulativa - os resultados são registrados na literatura e têm valor universal, pois a ciência é "supranacional" . A propriedade intelectual é assegurada a quem primeiro a divulga e este deve ser aceito pela comunidade científica a qual pertence o pesquisador, - a quem cabe propor os planos de pesquisa, bem como modificá-los. Os resultados não visam necessariamente a uma aplicação prática.
Figura 1 - Fluxo de informação em Ciência INSUMO: PROCESSO Informação verbalmente PESQUISA CIENTÍFICA codificada Fonte: ALLEN (1979), adaptado por AGUIAR, 1991.
PRODUTO: Informação verbalmente codificada codificada
FLUXO DE INFORMAÇÃO EM TECNOLOGIA
Já a pesquisa tecnológica caracteriza-se pela aplicação prática de seus resultados - novo produto ou processo -, pois a tecnologia é, em si, um bem - possue valor de troca, depende de viabilidade econômica e de mercado (fatores de caráter regional). Por ser desenvolvida por encomenda propriedade industrial (patente) - está sujeita ao sigilo. A autoria individual raramente é explicitada e a publicação de resultados em canais formais não é prioritária.
Figura 2 - Fluxo de informação em Tecnologia INSUMO: Informação verbalmente codificada
PROCESSO PESQUISA TECNOLÓGICA
PRODUTO: Transformação no ‘hardware” físico (novos produtos e processos) SUBPRODUTO: Informação verbalmente codificada - relatórios, patentes, etc Fonte: ALLEN (1979), adaptado por AGUIAR, 1991.
CANAIS DE COMUNICAÇÃO: LUCAS (1987) aponta para algumas generalizações que se podem fazer entre cientistas e tecnólogos como usuários de informação:
Quadro 1 - Necessidade e tipos de canais que as satisfazem USUÁRIOS
NECESSIDADES
TIPOS DE CANAIS DE INFORMAÇÃO TECNOLOGISTAS resposta rápida / rede de gatekeepers; ENGENHEIROS imediata orientados documentos não publicados; para uma missão catálogos técnicos, vendedores clientes; solução de problemas exposições/seminários (ênfase nos canais informações restritas de informação CIENTISTAS atualização constante periódicos; |cobertura total colégios invisiveis; pares; fronteiras do congressos/conferências conhecimento documentos publicados (informação aberta) (canais formais + informais Fonte: ARAÚJO,1979 adaptado por LUCAS, 1987 : 183
Verifica-se que a comunicação da informação em ciência e tecnologia - ICT - se processa através de dois tipos de canais - Canais Formais e Canais Informais (GARCIA, 1980; KREMER, 1980a, 1980b, 1981; CURVO,1983; VALOIS e Outros,1989; COELHO e outros, 1989). Entende-se por comunicação informal a comunicação direta pessoa a pessoa, em oposição à comunicação formal através de livros, artigos científicos, boletins, relatórios técnicos, etc. Resultados de pesquisa têm comprovado que o contato pessoal direto é o mais importante canal para informações técnicas formando uma rede de comunicação interpessoal. Segundo CURVO (1983) os indivídos-chave na estrutura da rede de comunicação informal são denominados de "líderes de opinião" (Lazarsfeld, 1944; Rogers e Shomaker, 1971); "gatekepeers" (Allen, 1979; Kremer, 1980a, 1980b ); "inovadores" (Coleman, Katz e Manzel, 1966); "liaisons - elementos de ligação" (Amend, 1971); "comunicadores de alto nível - high communicators" (Shapero e Outros, 1978); e ao pequeno grupo de indivíduos-chave se convencionou chamar de "colégio invisível" (Price e Beaver, 1966; Crane. 1969; Crawfors, 1971).
Quadro 2 - Canais de comunicação CANAIS FORMAIS Publicações primárias, Secundárias, terciárias Centros/Serviços de Informação Bibliotecas - compreendem livros, periódicos; obras de refência; artigos de revisão, etc
CANAIS INFORMAIS Intercambio pessoal: Colégios invisíveis / Gatekeepers - comportam conversas / trocas de correspondência entre os pares; reuniões locais regionais internacionais; contato interpessoais; visitas institucionais, etc Fonte: KREMER, 1980a, 1980b, 1981; CURVO, 1983; GARVEY E GRIFFITH, 1979; MIKHAISLOV at alii, 1983, citados por VALOIS e Outros, 1989 : 31.
O uso predominante de um ou de outro tipo está relacionado com a especialidade científica ou técnica e, dentro destas, pelos diversos níveis de competência e de atuação (GARCIA, 1980), formando o que LIONBERGER e Outros (citados por CURVO, 1983) denominam de
"macrossistema de informação". O macrossistema de informação científica e tecnológica é constituído de diversos grupos de profissionais trabalhando em pesquisa e na disseminação de seus resultados e subdivide-se em
(a) subsistemas de geração de informação; (b) subsistema de disseminação da informação; e (c) subsistema de adoção. FONTES DE INFORMAÇÃO NA ÁREA TECNOLÓGICA Afirma CASTRO (1986) que produzir pesquisa é uma coisa, publicar é outra. Parte da hipótese de que a produção científica de um país é algo que pode ser avaliada e contada: ao captar-se os fluxos de publicação de uma instituição está-se, "ipso facto", medindo sua produção científica em um período anterior. Afirma, ainda, que fazer pesquisa não é a mesma coisa que fazer ciência, dado que esta última é mais abrangente, não se limitando à pesquisa convencional. Em seu estudo não se detém na avaliação das atividades tecnológicas. Para essa matéria ainda não há indicadores agregados que se possam comparar às publicações, haja vista que não se pode avaliá-la como um todo antes que se criem registros de sua geração. Tecnologia deve ser avaliada mais pelo seu impacto do que pelo processo de sua criação. Em muitas áreas profissionais os resultados mais importantes ou mesmo mais úteis não se materializam em publicação. As atividades tecnológicas têm sua própria lógica, que não pode ser corretamente retratada pela bibliometria, cujo desenvolvimento liga-se às tradições científicas (p. 192). Ao analisar as medidas da ciência brasileira, alerta que não existem estatísticas confiáveis que possam confirmar o modelo internacional, por não se poder estimar o pouco que se produz no Brasil, pois os números geralmente utilizados referem-se aos registros da CAPES e estes não incluem pesquisas executadas em instituições particulares de ensino superior e por instituições de pesquisa, sobretudo aquelas ligadas às grandes empresas. PACHECO (1991), ao analisar as principais características das empresas dos setores industriais nacionais e os fatores envolvidos na formulação de indicadores de desempenho tecnológico relaciona alguns critérios a serem considerados no processo de seleção e cadastramento das fontes de informação sobre a indústria. Propõe algumas atividades a serem desenvolvidas por um serviço de informação. Divide-as em duas áras de atuação: a) PRODUTO:
elaboração de boletins para a dissiminação de informação; publicação de obras técnicas (manuais e monografias); elaboração de guias de fontes de informação que indiquem, entre outras, informações sobre os principais periódicos nacionais e estrangeiros, obras de referência relevantes, instituições de apoio tecnológico no país e no exterior, pesquisas em andamento, consultores, tradutores, equipamentos, etc. (p. 30). b) SERVIÇOS:
disseminação da informação documentária, através da divulgação, em boletim, de resumos de artigos técnicos, de congressos e cursos, de notícias técnicas, patentes, equipamentos, pesquisas em andamento, inovações tecnológicas, etc...; elaboração de bibliografias sobre temas específicos; levantamento bibliográfico sob encomenda e atendimento de solicitação de cópias de
documentos; disseminação de informação não bibliográfica ou não convencional, através do atendimento a consultas sobre dados estatísticos, comércio, exportação, preços, mercados, patentes, normas técnicas, especificações de produtos, catálogos, fabricantes, etc.; serviço de atendimento a consultas técnicas, através de acolhimento de uma demanda de informação do setor produtivo, realizado por meio de um serviço de pergunta/resposta e executado por um especialista. (p. 30).
Identifica, ainda, um conjunto de parametros que podem interferir na configuração do sistema proposto, destacando-se a complexidade e tipo de informação tecnológica; graus diferenciados de sofisticação tecnológica dos vários setores industriais; dispersão das fontes de informação tecnológica visando a subsidiar a tarefa de determinação desta relação. Cabe analisar os seguintes aspectos: em primeiro lugar, os tipos de informações necessárias aos usuários; em segundo, a relação existente entre as diversas fontes de informação e o tipo de informação contida nos mesmos (p. 31). Quanto ao primeiro aspecto: "- Informação Gerencial - destina-se a industriais e administradores e refere-se, entre outros, aos seguintes assuntos: planos governamentais de desenvolvimento setoriais, dados estatísticos sobre produção e mercado, gestão industrial e tecnológica, produção e comércio, importação e exportação, fontes de aquisição de equipamentos e matéria-prima, comércio nacional e internacional, relações empregadores/empregados, etc.; - Informação tecnológica - destina-se, básicamente, a engenheiros e outros profissionais de nível superior. Estes conhecimentos não estão disponíveis na literatura convencional, podendo ser obtidos, entre outros documentos, em normas técnicas, patentes, documentação tecnológica não patenteada, relatórios técnicos, especificações de produto e equipamentos, ou através de consultorias e assistência técnica; - Informação Operacional - destina-se, principalmente, a técnicos de nível médio e operários, especializados ou não, não estando disponíveis na literatura, sendo, portanto, necessária sua criação, seja através de elaboração de manuais de procedimento destinados às diversas categorias de usuários, ou mesmo através de implantação de treinamentos operacionais, feitos por meio de cursos ou no próprio serviço." (p. 31).
PACHECO (1991) vale-se de AGUIAR (1985) para identificar a relação existente entre fontes e tipos de informação que contém:
Quadro 3 - Relação existente entre fonte e tipos de informação que ontém (continua) TIPOS DE INFORMAÇÃO EQUIPAMENTOS
FONTES DE INFORMAÇÃO catálogo de equipamentos, feiras e exposições; boletins de notícias tipo news-letters;
PROCESSOS PRODUTIVOS
CAPACIDADE DE EQUIPAMENTOS, QUALIDADE, TIPO DE MANUTENÇÃO REQUERIDA, TIPO E QUALIDADE DE MÃO-DEOBRA PREÇOS DE TECNOLOGIA
IMPLICAÇÕES SOCIAIS LICENÇAS
PATENTES
revistas técnico-comerciais; patentes; manuais de operação; patentes; revistas técnicas; relatórios técnicos; boletins técnicos tipo news- letters; catálogo de equipamentos; relatórios técnicos; espionagem industrial
fornecedores de tecnologia; espionagem industrial; serviços de órgàos governamentais apropriados, como o INPI, p.ex. relatórios técnicos; revistas técnicas serviços de órgos governamentais apropriados, como, p. ex., INPI, boletins de notícias tipo news-letters; boletins de patentes; serviços automatizados e não automatizados sobre patentes, como p.ex., IMPADOC, U.S. PATENT OFFICE, INPI;
CONSULTORES
cadastro de empresas de consultores,como p.ex., FINEP; serviços de bases de dados fornecidos por órgãos governamentais, como sistema SELAP/CNPq;
CENTROS DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA
guias de fontes de informação; cadastro entidades atuantes em ciência e tecnologia; serviços de referência providos por centros de informações especializadas
FORNECEDORES DE TECNOLOGIA
guias de fontes de informação; cadastro entidades atuantes em ciência e tecnologia; serviços de referência rovidos por centros de informações especializadas
LEIS REGULADORAS DO USO E AQUISIÇÃO DE TECNOLOGIAS NO PAÍS
serviços de órgãos governamentais apropriados; base de dados automatizadas sobre legislação, como p.ex., PRODASEN, do Senado Federal.
Fonte: AGUIAR (1985) adaptado por PACHECO, 1991
CONCLUSÃO O fluxo de informação na área tecnológica está relacionada com a radicalidade das transformações tecnológicas e seus impactos sociais. As pesquisas desenvolvidas, geralmente por demanda, possuem um valor comercial - inovação tecnológica ou novos processos fabris têm um valor de troca - e por isso caracterizam-se como propriedade privada. A literatura disponível, geralmente de caráter reservado, exige digestores especializados, notadamente quando se trata de patentes ou de inovações tecnológicas. As idéias sobre produtos e processos, novos ou modificados, provém das mais diversas fontes como, por exemplo, vendedores, consumidores, fornecedores, concorrentes, administradores, empresários, pessoal de pesquisa e desenvolvimento, de produção, de controle de qualidade, etc.
Canais informais são de grande importância, principalmente no interior de grupo de trabalho, devido à formalidade de que o mesmo se reveste, uma vez que "o objetivo da pesquisa tecnológica é buscar e organizar conhecimentos de todo tipo para produzir efeitos práticos. (BARBIERI, 1990).
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A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO NA ESCOLA DE
EDUCAÇÃO FÍSICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (1) Leopoldo Gil Dulcio Vaz (2) Laércio Elias Pereira (3)
O presente estudo tem por objetivo resgatar a produção científica dos docentes da Escola de Educação Física da UFMG, publicada no período de 1968-1991, e determinar a sua linha de pesquisa, através dessa produção.
1. Introdução: A qualidade da ciência produzida em universidades e instituições de pesquisa vem de exigir, com mais freqüência e rigor, rotinas de avaliação. Essas práticas não são iguais entre países, instituições de fomento ou disciplinas, o que torna a avaliação, em países em desenvolvimento, influenciada pela experiência dos países cientificamente mais adiantados. O início da avaliação da pesquisa como prática sistemática se dá no pós-guerra e sua origem é militar, sendo formalizada, inicialmente, pelo "Office for Naval Research", nos Estados Unidos. Atualmente existem duas grandes vertentes nos processos de avaliação, sendo a mais usual a avaliação pelos pares; a outra deriva de critérios mais quantitativos, desembocando na bibliometria e cientometria (CASTRO, 1986). Para esse autor, a avaliação pelos pares (peer review) baseia-se no "conhecimento acumulado pelos cientistas considerados em condições privilegiadas para julgar as pesquisas e instituições na área". As avaliações quantitativas obedecem critérios mais desvinculados de julgamentos subjetivos e imediatos, tendo sido desenvolvidas técnicas de apreciação da ciência baseadas no acompanhamento de publicações e de suas citações por outros pesquisadores. Neste caso estabeleceu-se como critério um número de citações superior a 10 como o de ter produzido um salto qualitativo naquela área da ciência. Para CASTRO (1986), a primeira tentativa de avaliação conjunta das universidades americanas deve-se a HUGGES e data de 1928. A partir da década de 60, quando começam a escassear os recursos para financiamento de pesquisa, esses mecanismos começam a florescer. ------------------------------(1) Tema-livre apresentado Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, 45, Recife-Pe, julho de 1993; Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte, 8, Belém-Pa, setembro de 1993; (2) Professor de Educação Física do CEFET-MA; Mestre em Ciência da Informação; (3) Ex-professor EEF/UFMG; Doutorando em Educação Física/UNICAMP.
Os grandes avanços nessa área foram feitas por CARTTER, em 1966 e ROOSE & ANDERSON em 1970. Nesse tipo de avaliação - da pós-graduação norte-americana - é solicitado a um grupo de professores universitários que coloquem cursos e universidades em ordem decrescente de sua excelência. Essas classificações são consolidadas em escalas que permitem hierarquizar os cursos. A "National Science Foundation" utiliza-se de consultores externos, que emitem um parecer e uma nota final, que são posteriormente analisadas, em conjunto, pelos "pesquisadores-burocratas" da própria instituição, que emitem uma nota final. Não obstante os vários sistemas de avaliação existentes, pode-se chegar, basicamente, a utilização de (1) uso de julgamento pelos pares; (2) comparações entre instituições similares; e (3) uso de publicações e suas citações como indicadores de produtividade. O objetivo deste estudo é o de determinar a linha de pesquisa da Escola de Educação Física da Universidade Federal de Minas Gerais, utilizando-se da produção científica de seus professores, distribuída no período de 1968 a 1991.
2. Ranking "Playboy" das melhores faculdades brasileiras: CASTILHO & Colaboradores (1992) utilizaram-se da avaliação pelos pares e de pareceres de profissionais ligados ao mercado de trabalho como critério para a avaliação dos cursos das diversas áreas do conhecimento, para a elaboração do ranking da Revista Playboy. Para determinar a posição dos cursos de graduação em Educação Física, ao longo dos 11 anos em que é publicado o "Ranking Playboy", PEREIRA & VAZ (1991) elaboraram uma escala, atribuindo pontos de 10 a 1, segundo a posição em que as faculdades de educação física aparecem classificadas, do primeiro ao décimo lugar, conforme se observa na TAB. 1:
TABELA 1 POSIÇÃO DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA RANKING PLAYBOY - 1982-1992 CLASSIFICAÇÃO NOS ANOS DE Clas
ESCOLAS
8 4
8 5
8 6
8 7
8 8
8 9
9 0
9 1
9 2
9 3
9 4
9 5
9 6
TOTAL
1
USP
1
1
1
1
1
1
1
1
1
90
2
U.F. SANTA MARIA
4
2
2
2
2
2
2
2
2
79
3
UGF
2
3
3
3
3
4
3
3
3
72
4
UFRJ
3
4
4
4
5
6
5
4
-
60
5
U.F. VIÇOSA
6
6
5
5
4
3
4
5
5
56
6
UFMG
7
7
6
6
9
8
8
8
8
32
7
U.E. LONDRINA
-
-
-
8
8
7
6
6
6
25
8
UFRGS
1
5
7
9
7
1
9
9
9
24
0
0
9
UNICAMP
-
-
-
-
-
6
5
7
7
23
10
UnB
5
9
8
1 0
-
9
1 0
-
-
15
11
UFSC
-
8
1 0
7
-
-
-
-
-
8
12
UF PELOTAS
9
1 0
1 0
-
-
-
-
-
-
4
13
UFPR
-
-
9
-
1 0
-
-
-
-
3
14
UE MARINGÁ
-
-
-
-
-
-
-
1 0
1 0
2
* Nos anos de 1982-83 a Educação Física não aparece no Ranking FONTES - PEREIRA & VAZ, 1991; REVISTA PLAYBOY, mar. 1992. O curso de graduação da EEF/UFMG ocupa a sexta posição, entre as 117 Escolas de Educação Física do país e já a quatro anos aparece em 8º lugar, conforme se observa no GRAF. 1: ---------------------------------------1 2 3 4 5 6 _____ 7 _____/ \ 8 \ ________ 9 \/ 10______________________________________ 82 83 84 85 86 87 88 89 89 91 92 GRÁFICO 1 - Posição da EEF/UFMG no Ranking Playboy FONTE:PEREIRA & VAZ, 1991; REVISTA PLAYBOY,marçode 1992
3. Produção científica dos docentes da EEF/UFMG:
No âmbito da UFMG, a avaliação da produtividade dos docentes é realizada pelo Conselho de Pesquisa, utilizando-se do método quantitativo, sendo solicitado aos autores os artigos científicos publicados em periódicos, em anais de congressos e encontros científicos. No catálogo da "Produção Científica da UFMG" são incluídos: livros, capítulos de livros, artigos de revistas e jornais, relatórios técnicos, dissertações e teses defendidas por docentes na própria UFMG ou em outras instituições. De acordo com o "Boletim UFMG" nº 918, "a produção científica dos docentes da UFMG cresceu mais de cinco vezes na década de 80 ...", crescimento este atribuído principalmente ao aumento da qualificação do corpo docente.
Em o "PEREBA" nº 25, edição de maio de 1992, foi publicada a seguinte nota: "EM BUSCA DE INDICADORES Agora que não estamos mais olhando só para o próprio umbigo podemos prestar mais atenção na UFMG. Ela já tá olhando (certamente com dó) faz tempo. No catálogo de Produção Científica da UFMG (1980-88) somos apenas 0,57%. Aliás, esta é a medida que a Universidade costuma usar na hora das verbas. DEF 0,21%; DE 0,27% e DFTO 0,09%." A Escola de Educação Física contribuiu com 57 dos 9.898 trabalhos catalogados no período de 1980 a 1988, data da última publicação do registro da memória da UFMG, conforme se observa na TAB. 2: TABELA 2 Produção científica dos profissionais da EEF registrada no Catálogo de "Produção científica da UFMG" - 1980/1988 /----------------------------------------------------------------------------\ | | PRODUÇÃO CIENTÍFICA | | |-------------------------------------------------------------------| |A N O | | Departamentos da EEF/UFMG | EEF | | | UFMG | Ed. Física | Esportes | F & TO | total | | | total | nº | % | nº | % | nº | % | nº | % | |---------|-------------------|-------|-----|--------|------|--------|-----------| | 1980 | 227 | - | - | - | - | - | | - | -| | 1981 | 401 | - | - | - | - | - | | - | -| | 1982 | 778 | 1 | 0,12 | - | - | - | | 1 |0,12| | 1983 | 589 | 4 | 0,67 | - | - | - | | 4 |0,67| | 1984 | 1.290 | 1 | 0,07 | 2 | 0,15 | - | | 3 |0,23| | 1985 | 1.507 | 1 | 0,06 | 3 | 0,19 | - | | 4 |0,26| | 1986 | 1.417 | 3 | 0,21 | 7 | 0,49 | - | | 10 |0,70| | 1987 | 1.964 | 3 | 0,15 | 6 | 0,30 | 4 | 0,20 | 13 |0,66| | 1988 | 1.824 | 8 | 0,43 | 9 | 0,49 | 5 | 0,27 | 22 |l,20 | |---------|-------------|-----|--------|-----|--------|------|--------|-----|------| |totais | 9.898 | 21| 0,21 | 27 | 0,27 | 9 | 0,09 | 57 |0,57| \------------------------------------------------------------------------------FONTE - "Produção Científica da UFMG" 1980-1988.
Para este estudo procedeu-se ao levantamento do número de trabalhos publicados por profissionais ligados à Escola de Educação Física da Universidade Federal de Minas Gerais - EEF/UFMG - em seis periódicos: a) Boletim Técnico Informativo - (1968 - 1969), sucedendo-o a Revista Brasileira de Educação Física e Desportos (1970 - 1982), editada pelo Ministério da Educação; b) Boletim da FIEP -(1977-1989), edição em língua portuguesa, sob a responsabilidade da Delegacia da Federação Internacional de Educação Física no Brasil;
c) Revista Brasileira de Ciências do Esporte (1978-1991), órgão oficial de Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte, entidade que reúne cerca de 4.000 pesquisadores na área; d) Revista Comunidade Esportiva (1980 - 1986) editada pela Fundação Mobral, que chegou a ter edição com 120.000 exemplares; e) Revista Brasileira de Ciência e Movimento (1987-1991), órgão oficial de divulgação científica da FEF do ABC e CELAFISCS; f) Revista Coletânea (1988-1991), editada pelo Departamento de Esportes da EEF/UFMG
-
O Departamento mantém uma revista - "Coletânea"-, onde são publicados trabalhos realizados por docentes daquele Departamento, tendo sido editados até o momento dois números, nos anos de 1988 e 1990, com um total de 26 artigos e resumos de dissertações e teses. Além destes periódicos utilizou-se do catálogo da "Produção Científica da UFMG", abrangendo o período de 1980 a 1988, último ano publicado. Encontrou-se, no período de 1968-69, quatro trabalhos publicados no antigo Boletim Técnico Informativo, do Ministério da Educação. Registre-se que o primeiro artigo publicado nesta revista, em 1968, é de autoria de professor da EEF/UFMG. Na década de 70 encontrou-se 14 artigos, em duas das publicações pesquisadas, totalizando 18 artigos no período de 1968-1979. No quadro 3 é apresentada a produção científica dos docentes da EEF/UFMG, publicada no Boletim Técnico e Informativo/Revista Brasileira de Educação Física e Desportos e no Boletim da FIEP:
TABELA 3 Produção científica dos docentes da EEF/UFMG publicada no período de 1970 - 1979 -------------------------------------------------------------------------------------------| ANOS | PERIÓDICO |70|71|72|73|74|75|76|77|78|79| total -------------------------------------------|---|---|---|----| --|---|----|---|---|---|--------Bol.Tec.Inf/Rev.Bras.Ed. | | | | | | | | | | | Fis. e Desportos (1) | | -| -| 2| 4| -| -| -| - | 2| 8 Boletim da FIEP (2) | * |* | * |* | *| | | 1| 3| 2| 6 -------------------------------------------| --| --|- -|- -| --| --|- -| --| --| --|--------TOTAL | -| -| -| 2| 4| -| -| 1| 3| 4| 14 ---------------------------------------------------------------------------------------------(1) publicado no período de 1968 a 1982 (2) publicado no período de 1977 a 1989 FONTES - PEREIRA, 1983; PEREIRA & VAZ, 1992..
Na década de 80 houve um aumento significativo no número de trabalhos publicados, aparecendo em seis periódicos e uma coletânea, conforme pode-se observar na TAB. 4:
TABELA 4 Produção científica dos docentes da EEF/UFMG publicada no período de 1980 - 1989 ------------------------------------------------------------------------------| ANOS PERIÓDICO |80|81|82|83|84|85|86|87|88|89|total ------------------------------------|---|---|---|---|---|---|---|---|---|----|----Bol.Tec.Inf./Rev.Bras. | | | | | | | | | | -| Ed.Fis.Desportos (1) | 4| -| 1| *| *| *| *| *| *| -*| 5 Boletim da FIEP (2) | -| -| -| -| -| 4| 1| 1| 1| -1| 8 Rev.Bras.Ci.Esporte (3) | -| -| -| -| 5| 6| -| 3| -| --| 14 Prod.Ci.UFMG (4) | -| -| 1| 4| 1| 1| 6|10|19| --| 42 Com.Esportiva (5) | - | -| -| -| -| -| 1|**|**|**| 1 Rev.Bras.Ci.Movim.(6) |**|**|**| **|**|**|**| -| 3| 2| 5 Rev. Coletânea (7) |**|**|**|**|**|**|**|**|15| -| 15 --------------------------------------------------------------------------------totais | 4| -| 2| 4| 6|11| 8|14|38| 3| 90 --------------------------------------------------------------------------------(1) - período de 1968 a 1982; (2) - período de 1977 a 1989; (3) - período de 1978 a 1991; (4) - período de 1980 a 1988; (5) - período de 1980 a 1986; (6) - período de 1987 a 1991; (7) - período de 1988 a 1990. FONTE - PEREIRA, 1983; PEREIRA & VAZ, 1992; VAZ & PEREIRA, 1988; REV. BRAS. CI. ESPORTE; PRODUÇÃO CIENTÍFICA DA UFMG 1980-1988; VAZ, 1987; PEREIRA & VAZ, 1992. Enquanto a produção científica da UFMG cresceu pouco mais de cinco vêzes na década de 80 (UFMG, 1992), a produção da EEF teve um crescimento de 6,4 vezes em relação ao período anterior. Nos primeiros anos da década de 90, encontrou-se 17 trabalhos publicados: - quatro na Revista Brasileira de Ciências do Esporte, sendo um em 1990 e três em 1991; - dois na Revista Brasileira de Ciência e Movimento, um em 1990
e outro em 1991; e
- 11 na Coletânea, de 1990. Além dos periódicos pesquisados, outras revistas e um jornal têm aceito trabalhos de professores da EEF/UFMG, inclusive estrangeiras, conforme se observa na TAB. 5:
TABELA 5 Periódicos que publicaram artigos dos docentes da EEF/UFMG além dos pesquisados ----------------------------------------------------------------------------------------------------PERIÓDICO NÚMERO DE ARTIGOS ----------------------------------------------------------------------------------------------------BICISPORT 1 CANADIAN JOURNAL OS SPORT AND SCIENCE (Canadá) 1 JORNAL "O ESTADO DE MINAS" 2 FALA GALBA 1 RESEARCH QUARTERLY (USA) 1 REVISTA BRASILEIRA DE OBSTETRÍCA E GINECOLOGIA 1 REVISTA PAULISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA 1 REVISTA SPRINT 2 REVISTA STADIUM (ARGENTINA) 2 ----------------------------------------------------------------------------------------------------FONTE - Produção Científica da UFMG - 1980-1988. Quanto ao número de autores, foram encontrados 70, o que nos dá uma média de 1,8 artigos por autor, conforme a tabela abaixo: TABELA 6 Trabalhos x Autores por ano ------------------------------------------------------------------| | AUTORES | |----------------------------ANOS | Nº TRABALHOS | 1 | 2 | TOTAL -----------|-------------------------|---- -|------|---------------68/69 | 4 | 3 | - | 3 70/79 | 14 | 9 | - | 9 80/89 | 90 | 30 | 21 | 51 90/91 | 17 | 5| 2 | 7 -----------|-------------------------|------|------|------------------Totais | 126 | 47 | 23 | 70 ----------------------------------------------------------------------OBS. 1 - autoria única ou autor principal 2 - co-autoria.
Nas TABELAS 7, 8, 9 e 10 verifica-se a distribuiço desses autores, pelo ano em que tiveram seus trabalhos publicados:
TABELA 7 Distribuição da produção científica publicada - período de 1968 a 1979 ---------------------------------------------------------------------------------
| A N O S | TOTAIS AUTORES |-------------------------------------------|-------------|68|69|70|71|72|73|74|75|76|77|78|79| 1| 2| T ---------------------|---|---|---|----|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|--RASO, S. | 2| | | | | | | | | | 2| | -4| -| 4 FURTADO, F.C. | 1| | | | | | | | | | | | 1| -| 1 GOMES, M. | 1| | | | | | | | | | | | 1| -| 1 -------------- ------|---|---|---|----|---|---|---|---|---|----|---|---|---|---|-------CORREA F., A.A | | | | | 1| | | | | | | 1 | -| 1 GUILHERME, A. | | | | | 1| | | | | | | 1| -| 1 BECKER, G.M. | | | | | 1| | | | | | 1| -| 1 VEADO F., P.A. | | | | | | 1| | | | | | 1| | 1 RASO, L. | | | | | | 1| | | | | | 1| -| 1 ASSUNÇãO, M.D. | | | | | | 1| | | | | | 1| -| 1 SILVEIRA, O.A. | | | | | | | | | 1| 1| 1| 3| -| 3 DUTRA, H.A. | | | | | | | | | | | 2| 2| -| 2 SOUSA, E.S. | | | | | | | | | | | 1| 1| -| 1 ----------------------------------------------------------------------------------1 - Autoria única ou autor principal 2 - Co-atoria. Encontrou-se tres autores nos anos de 1968/69, com um total de quatro trabalhos. Na década de 70 tem-se nove novos autores, com uma produção de 14 artigos. Verifica-se que apenas um autor Prof. Raso, S. - publica no período, do grupo de autores encontrados no período de 1968-69:
TABELA 8 Distribuição da produção científica publicada - período de 1980-1989 -------------------------------------------------------------------------------------|total | A N O S | TOTAIS |68/79 | | AUTORES |--------|-----------------------------------|---------------| 1 | 2 |80|81|82|83|84|85|86|87|88|89| 1| 2| T -------------------------|----|---|---|---|---|---|---|----|---|---|---|---|---|--|---------RASO, L. | 1| | | | | | | | 1| | 1| | 3| -| 3 ASSUNÇO, M.D. | 1| | | | | | | | | | 1| | 2| -| 2 DUTRA, H.A. | 2| | 3| | 1| | | | | | | | 6| -| 6 SOUSA, E.S. | 1| | | | | | | | | | 2| | 3| 2| 5 ---------------------- --|----|---|---|---|----|---|---|--|--|--|--|--|--SAMULSKI, D. | 1| | | | | | | | 4| 1| 6| -| 6 SOUZA SOBRINHO, P.A. | | | 1| | | | 1| | 2| | 4| -| 4 SILAMI-GARCIA, E. | | | | 2| | | 1| 2| 3| 1| 9| 6|15 RODRIGUES, L.O.C. | | | | 2| 2| 2| | 3| 3| |12| 6|18 VIANNA JR., N.S. | | | | | 1| | | | | | 1| -| 1 PAULA FILHO, U. DE | | | | | 1| 1| | | | | 2| 2| 4 CAMPOS JR., J.L. | | | | | 1| 1| 2| 3| 2| | 9| -| 9
SOARES, I.M. | | | | | 1| | | | 2| | 3| -| 3 SZMUCHOWSKI, L. | | | | | | 3| | | 2| | 5| -| 5 VIANA, A.R. | | | | | | 1| | | | | 1| -| 1 SALES, R. DA S. | | | | | | 1| | | | | 1| -| 1 NATIVIDADE, T.S.S. | | | | | | 1| | | | | 1| -| 1 MORAIS, M.L. | | | | | | 1| | | | | 1| -| 1 PINTO, L.M. DE M. | | | | | | | 1| | 1| | 2| 1| 3 RODRIGUES, J.B. | | | | | | | 1| | | | 1| -| 1 SAFRIT, M. | | | | | | | 1| | 1| | 2| -| 2 MARIANI, M.E. | | | | | | | | 1| | | 1| -| 1 GRECO, P.J. | | | | | | | | 1| 3| 1| 5| -| 5 BRASIL, V.S. | | | | | | | | 1| 1| | 2| -| 2 COSTA, A.M.D. | | | | | | | | 1| 3| | 4| -| 4 JIMMENEZ, H.A.H. | | | | | | | | 1| | | 1| 1| 2 MENDES, S. | | | | | | | | 1| | | 1| -| 1 MARQUES, M.L.B. | | | | | | | | | 1| | 1| -| 1 ESPOSITO, R. DE C. | | | | | | | | | 1| | 1| -| 1 MESQUITA, M.A. | | | | | | | | | 1| | 1| -| 1 OLIVEIRA | | | | | | | | | 1| | 1| -| 1 TEIXEIRA, M.M. | | | | | | | | | 1| | 1| 1| 2 RESENDE, M.A. | | | | | | | | | 1| | 1| -| 1 MACHADO, R.P. | | | | | | | | | 1| | 1| -| 1 MORAES, L.C. | | | | | | | | | 1| | 1| -| 1 ---------------------------------------------------------------1 - autoria única ou autor principal 2 - co-autor Verifica-se um crescimento de 7,3 vezes no número de autores, comparando-se as décadas de 70 e 80. Aparecem 51 novos profissionais com alguma produção no período, sendo 21 como coautores, evidenciando-se uma produção em equipe, diferente da década anterior, onde se destacavam apenas trabalhos individuais. TABELA 9 Distribuiço da produço científica publicada no período de 1990-1991 ----------------------------------------------| totais |ANOS | TOTAIS |70/79|80/89| | A U T O R E S |-----|-----|-----|---------| 1| 2| 1| 2|90|91| 1| 2| t ------------------|--|--|--|--|--|--|--|--|---ASSUNÇO, M.D. | 1| -| 1| -| 1| | 3| -| 3 SOUSA, E.S. | 1| -| 2| 2| | | 3| 3| 6 ------------------------|--|--|--|--|--|--|---SAMULSKI, D. | 6| -| 1| 1| 8| -| 8 SILAMI-GARCIA, E. | 9| 6| 1| |10| 6| 16
CAMPOS JR., J.L. | 9| -| 1| |10| -| 10 SOARES, I.M. | 3| | 1| | 4| -| 4 SZMUCHOWSKI, L. | 5| -| 1| | 6| -| 6 PINTO, L.M. DE M. | 2| 1| | 1| 3| 1| 4 GRECO, P.J. | 5| -| 1| | 6| -| 6 MARQUES, M.L.B. | 1| -| 1| | 2| -| 2 MORAES, L.C. | 1| | 2| -| 3| -| 3 ------------------------------|--|--|--|--|---BOMFIM, I. DE M. | 1| | 1| -| 1 BOMFIM, T.R. | 1| | 1| -| 1 VAGO, T.M. | 1| | 1| -| 1 ROSSETE, E.DE F.C. | | 1| 1| -| 1 PINTO, R.M. | | 1| 1| -| 1 ----------------------------------------------1 - autoria única ou autor principal 2 - co-autor..ls2 Apenas dois autores aparecem com uma produção no período de 70-91; nove publicam na década de 80 e prosseguem nos anos seguintes - 90/91 - e 5 novos autores publicam neste período. Na TAB. 10 registram-se as co-autorias:
TABELA 10 Co-autoria no período de 1980-1991 -------------------------------------------------------------| A N O S | TOTAL |-----------------------------------| |80|81|82|83|84|85|86|87|88|89|90|91| ------------------|--|--|--|--|--|--|--|--|--|--|--|--|------SOUSA, E.S. | | | | | | | | | 3| | | | (3) SILAMI-GARCIA, E. | | | | 2| 3| | | | 1| | | | (6) RODRIGUES, L.O.C. | | | | 2| 2| 1| 1| | | | | | (6) PAULA FILHO, U. DE| | | | 1| | 1| | | | | | | (2) PINTO, L.M. DE M. | | | | | | | | | 1| | | | (1) JIMMENEZ, H.A.H. | | | | | | | | 1| | | | | (1) TEIXEIRA, M.M. | | | | | | | | | | | 1| | (1) ------------------| | | | | | | | | | | | |------LIMA, N.R. | | | | 4| 2| | | | | | | | 6 OLIVEIRA, D.G.DE | | | | 1| | | | | | | | | 1 CORREA, E. | | | | | 1| | | | | | | | 1 CAMARA, A.M.S. | | | | | 1| | | | | | | | 1 PEREIRA, S.M. | | | | | 1| | | | | | | | 1 GIANNICHI, R. | | | | | | 1| | | | | | | 1 MELO, W.A.DE | | | | | | 1| | | | | | | 1
CANÇADO, U. | | | | | | 3| | | | | 1| | 4 CORTEZ, M.L. | | | | | | 2| | | | | | | 2 COSTA, M.G. | | | | | | | 1| | 6| | | | 7 HOPPER, L.M. | | | | | | | 1| | | | | | 1 HAYMES, E.M. | | | | | | | | 1| 1| | | | 2 RODRIGUES, N.A.A. | | | | | | | | | 1| | | | 1 REZENDE, Y.M.R. | | | | | | | | | 2| | | | 2 PRADO, L.S. | | | | | | | | | 1| | | | 1 PATTERSON, L. | | | | | | | | | 1| | | | 1 EHLERT, S.A. | | | | | | | | | 1| | | | 1 FELICETTI, R.F. | | | | | | | | | 1| | | | 1 REZENDE, R. DE | | | | | | | | | 1| | | | 1 GROSSI, F.T. | | | | | | | | | 1| | | | 1 NAKAMURA, M. | | | | | | | | | 1| | | | 1 GUIMARAES, M.T. | | | | | | | | | | | 1| | 1 LEUCAS, C.B. DE | | | | | | | | | | | 1| | 1 -------------------------------------------------------------.ls2 Verifica-se que sete dos co-autores também aparecem nos quadros de autoria única e/ou autor principal. Vinte e três profissionais aparecem apenas como co-autores. No período de 1968-1979 não apaerecem trabalhos com autoria múltipla. 3. Linha de pesquisa da EEF/UFMG: Utilizando-se da lei de Bradford (FAIRTHORNE, 1970; LEIMKUHLER, 1970; PINHEIRO, 1983) pode-se determinar as linhas de pesquisa adotadas pelos profissionais ligados à EEF/UFMG e a ênfase dada a essas pesquisas, nos últimos anos, através da determinação do núcleo de autores mais produtivos: TABELA 11 Relaço entre autores e número de trabalhos --------------------------------------------------------|NMERO DE|NMERO DE|TOTAL DE|Nº CUMULATIVO|NºCUMULATIVO| | AUTORES |TRABALHOS|AUTORES |DE AUTORES |DE TRABALHOS| |---------|---------|--------|-------------|------------| | 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | | A | T | A x T |Somatório A |SomatórioAxT| |---------|---------|--------|-------------|------------| | 1 | 18 | 18 | 1 | 18 | | 1 | 16 | 16 | 2 | 34 | | 1 | 10 | 10 | 3 | 44 | | 1 | 8 | 8 | 4 | 52 | | 1 | 7 | 7 | 5 | 59 | | 5 | 6 | 30 | 10 | 89 | | 7 | 4 | 28 | 17 | 117 | | 4 | 3 | 12 | 21 | 129 |
| 7 | 2 | 14 | 28 | 143 | | 42 | 1 | 42 | 70 | 185 | |-------------------------------------------------------| | 70 | | | | | ------------------------------------------------------Não é feita distinção entre autoria única e múltipla, registrando-se todos os autores. Destes, com artigos que aparecem com duas citações, na publicação original e no catálogo da "Produção Científica da UFMG", fez-se um único registro, não se contando, assim, duas vezes o mesmo artigo, para efeito da determinação da produtividade. Bradford declara que: "se periódicos científicos foram ordenados em ordem de produço decrescente de artigos pertinentes a um determinado assunto, esses periódicos podero ser divididos em um número mais estreitamente devotados a esse assunto e em vários grupos ou zonas contendo o mesmo número de artigos que o núcleo ... Dessa forma, os periódicos que constituírem a primeira zona ou núcleo sero os mais significativos..." (FAIRTHORNE, 1970; LEIMKUHLER, 1970; BROOKS, 1970, PINHEIRO, 1983). Verifica-se que existem seis núcleos de autores: TABELA 12 Diviso em zonas de produtividade ---------------------------------------------zona | nº trabalhos | nº autores ----------|-------------------|--------------1 | 34 | 2 2 | 31 | 4 3 | 32 | 6 4 | 32 | 9 5 | 32 | 35 6 | 14 | 14 ----------------------------------------------.ls2 Para determinação da linha de pesquisa adotada pelos profissionais da EEF/UFMG adota-se a classificação proposta por FARIA JUNIOR (1987), em que são identificadas seis áreas de pesquisa na Educação Física brasileira: - Filosófica; - Sócio-antropológica; - Pedagógica; - Técnica (treinamento esportivo) - Biológica; e - Médico-fisiológica.
Tem-se, na primeira zona ou núcleo, dois autores, com um total de 34 trabalhos:
(1) RODRIGUES, L.O.C., com 18; e (2) SILAMI-GARCIA, E., com 16.
(11) RODRIGUES, J.B. (1) (12) PRADO, L.S. (1) (10) CORTEZ, M.L. (2) ( 8) SALES, R. DA S. (1) ( 1) ( 9) CANÇADO, U.L. (4) ( 3) PAULA FILHO, U. DE (4) ( 4) LIMA, N.R.V. (6) ( 5) OLIVEIRA, R.G. (1)
( 2)
(15) GUIMARES, M.T. (1) (16) LEUCAS, C.B. (1) ( 6) VIANA JR., N.S. (1) ( 7) CORREA, E. (1) (13) HAYMES, E. (2) (14) TEIXEIRA, M.M. (1).ls2
Deve-se acrescentar à esse núcleo principal, composto de dois autores, outros 14 que se relacionam com os mesmos. Os trabalhos estão classificados como partencentes à área médicofisiológica. Na segunda zona, ou núcleo, tem-se quatro autores com 31 trabalhos: (17) CAMPOS JUNIOR, J.L., com 10; (18) SAMULSKI, D., com 8; (19) COSTA, M.G., com 7; e (20) DUTRA, H.A., com 6 sendo que COSTA, M.G. aparece apenas como co-autora em todos os 7 trabalhos: (21) SAFRIT, M. (2) (22) HOPPER, L.M. (1) (29) PATTERSON, L. (1) (30) EHLERT, SSS.A. (1)
(25) SOUSA, E.S. (6)
(23) ESPOSITO, R. DE C. (1)
(19)
(24) RODRIGUES, N.A.A. (1)
(27) PINTO, L.M.S.DE (4) (28) REZENDE, Y.M.P. (2) (31) FELICETTI, R.F. (1) (32) REZENDE, R. (1) (26) MESQUITA, M.A. (1).ls2 Esta autora relaciona-se com 12 outros. Os outros três autores deste núcleo apresentam autoria única. A ênfase da produção nesta zona está na área Técnica (18) e na Pedagógica (13), muito embora DUTRA, H.A. tenha se dedicado à publicação de bibliografias, e se o classificou como dentro desta área. Na zona 3 encontrou-se 6 autores, com 32 trabalhos: (25) SOUSA, E.S., com 6; (33) SZAMUCHOWSKI, L., com 6; (34) GREGO, P.J., com 6; ( 4) LIMA, N.R., com 6; (35) RASO, S.J., com 4; (36) SOUSA SOBRINHO, P.A., com 4..ls2 Desses autores apenas SOUSA, E.S. mantém um núcleo de outros autores em torno de sí: (19) COSTA, M.G. (7) (23) ESPOSITO, R.DE C. (1) (24) RODRIGUES, N.A.A. (1) (27) PINTO, L.M.S.DE M.(4) (28) REZENDE, Y.M.R. (2) (25) (31) FELICETTI, R.F. (1) (32) RESENDE, R. DE (1) (37) VAGO, T.M. (1) Nesta zona tem-se 12 trabalhos na área Técnica, 10 na área Pedagógica e 10 na área Médicofisiológica. Na zona 4 apresentam-se nove autores, com um total de 32 trabalhos, assim distribuidos: ( 3) PAULA FILHO, U. DE, com 4;
(38) COSTA, A.M.D., com 4; (39) SOARES, I.M., com 4; (27) PINTO, L.M.D. DE M., com 4; ( 9) CANÇADO, U., com 4; (40) SILVEIRA, O.A., com 3; (41) RASO, L., com 3; (42) MORAES, L.C., com 3; e (43) ASSUNÇO, M.D., com 3 sendo que quatro têm um grupo de outros autores em torno de sí: (3); (9); (39); e (27). A ênfase é na área Técnica, com 14 trabalhos, seguindo-se a Médico-fisiológica, com oito. Quanto à distribuição desse conhecimento, nas TABELAS 13 e 14 são apresentados os canais utilizados: TABELA 13 Produço científica no período de 1968-1979 ---------------------------------------------------------------| ANOS | TIPO DE DOCUMENTO |-----------------------------------|TOTAL |68|69|70|71|72|73|74|75|76|77|78|79| ---------------------|--|--|--|--|--|--|--|--|--|--|--|--|-----ARTIGO DE PERIDICO: | | | | | | | | | | | | | - NACIONAL | 4| | | | | 2| 4| | | 1| 3| 4| 18 -----------------------------------------------------------------.ls2 Neste período utilizou-se apenas de publicação em periódicos nacionais para divulgação dos trabalhos produzidos. No período seguinte, 1980-1992, outros canais foram utilizados, como se observa na TAB. 14: TABELA 14 Produço científica no período de 1980-1992 ---------------------------------------------------------------| ANOS | TIPO DE DOCUMENTO |-----------------------------------|TOTAL |80|81|82|83|84|85|86|87|88|89|90|91| ---------------------|--|--|--|--|--|--|--|--|--|--|--|--|-----ARTIGO DE PERIDICO: | | | | | | | | | | | | | - NACIONAL | 4| | 1| | 2| 6| 4| 5|21| 3|13| 1| 70 - INTERNACIONAL | | | | | | | 1| 1| 2| | | | 4 ARTIGO EM JORNAL | | | | | 1| | 1| | | | | | 2 DISSERTAÇO MESTRADO | | | 1| | | | | | | | | | 1 TESE DE DOUTORADO | | | | | | | | 2| | | | | 2 COMUNICAÇES EM EVEN-| | | | | | | | | | | | | CIENTµFICOS: | | | | | | | | | | | | |
- NACIONAL | | | | 3| 3| 5| 1| 5|13| | | 3| 33 - INTERNACIONAL | | | | | | | 1| | 2| | | | 3 LIVROS | | | | 1| | | | | 1| | | | 2 CAPµTULO DE LIVRO | | | | | | | | 1| | | | | 1 ---------------------|--|--|--|--|--|--|--|--|--|--|--|--|-----TOTAIS | 4| | 2| 4| 6|11| 8|14|39| 3|13| 4| 108 ----------------------------------------------------------------.ls2 Dos trabalhos publicados na revista Coletânea, da EEF/UFMG, seis são resumo de dissertação de mestrado e um de tese de doutorado. Verifica-se que os profissionais ligados à EEF/UFMG valem-se da publicação em periódicos (94) e comunicações em eventos científicos (36) para distribuir o conhecimento, o que os aproxima do perfil internacional do cientista, quando da escolha do canal de comunicação.
4. Conclusão: A produção do conhecimento na EEF/UFMG tem se revelado expressiva, notadamente na década de 80, podendo-se determinar que a linha de pesquisa adotada é a Médico-fisiológica, havendo, ainda, uma produço científica nas áreas Técnica e Pedagógica. Com a determinação dos núcleos de autores mais produtivos pode-se identificar aqueles que se constituem os "gatekepeers" da EEF/UFMG: - RODRIGUES, L.O.C. e SILAMI-GARCIA, E. aparecem como os autores principais na área médico-fisiológica, destacando-se, ainda, nesta área, PAULA FILHO, U. de; CANÇADO, U.L. e LIMA, N.R.V. - COSTA, M.G. e SOUSA, E.S. destacam-se na área Pedagógica, aparecendo, ainda, PINTO, L.M.S de M.. Na área Técnica, a segunda em número de pesquisas e "papers" produzidos, observa-se uma tendência para trabalhos individuais, não se observando a formação de um núcleo de autores trabalhando em projetos comuns. Embora a EEF/UFMG tenha-se valido, nos últimos anos, de professores-visitantes, a produção científica destes professores dá-se em caráter individual autoria única, não se formando em torno dos mesmos núcleos de pesquisa, como pode se observar nos trabalhos publicados. 3 . Referências bibliográficas: BROOKS, B.C. Bradford's law and the bibliography of science. in SARACEVIC, Tefko ed.)Introduction to information science. New York : R.R. Bonker Company, 1970. p. 515-520. CASTILHO, Ricardo & Colaboradores. 11o. Ranking - as melhores faculdades do Brasil. Revista Playboy, So Paulo, ed. de março de 1992. CASTRO, Cláudio Moura. A questo da qualidade. in SCHARTZMAN,Simon & _____. Pesquisa universitária em questo. Campinas : UNICAMP; So Paulo : Icone; CNPq., 1986. p. 151-172.
FAIRTHORNE, Robert A. Empirical hyperbolic distributions (Bradford-Zipf-Mandelbrot) for bibliometric description and prediction. in SERACEVIC, Tefko (ed.) Introduction to information science. New York : R.R. Bonker Company, 1970, p. 521-534. KREMER, Jeannette M. Curso de Métodos e Técnicas de Pesquisa em Ciência da Informaço. in Curso de Mestrado em Ciência da Informaço. Belo Horizonte : Escola de Biblioteconomia/UFMG, 1992. Anotaçes de aula. LEIMKUHLER, Ferdinand F. The Bradford distribution. in SERACEVIC, Tefko (ed.). Introduction to information science. New York : R.R. Bonker Company, 1970, p. 509-514. LUCAS, Clarinda Rodrigues. O papel do sistema de informaço no processo de transferência de tecnologia. Ciência da Informaço , Brasília, v. 16, n. 2, p. 181-191, jul./dez. 1987. PEREIRA, Laércio Elias. µndice da Revista Brasileira de Educaço Física e Desportos. Brasília : MEC/SEED, 1983. PEREIRA, Laércio Elias & VAZ, Leopoldo Gil Dulcio (org). µndice do Boletim da FIEP - Ediço brasileira: março de 1977 a dezembro de 1990. Belo Horizonte : EEF/UFMG, 1992 (inédito). PEREIRA, Laércio Elias & VAZ, Leopoldo Gil Dulcio (org) . Nós na revista de mulher pelada : a Educaço Física no "Ranking Playboy" das melhores faculdades brasileiras 1982-1991. So Luís : (s.e.), 1991 (inédito) PEREIRA, Laércio Elias & VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. µndice da Revista Brasileira de Ciências e Movimento. Belo Horizonte :EEF/UFMG; EB/UFMG, 1992 (inédito) PEREIRA, Laércio Elias & VAZ, Leopoldo Gil Dulcio (org). µndice da Revista Coletânea. Belo Horizonte :EEF/UFMG; EB/UFMG, 1992 (inédito) PEREIRA, Laércio Elias (ed.).Em busca de indicadores. Jornal Pereba - Publicaço no oficial (informativo aberto do pessoal da EEF/UFMG), Belo Horizonte, n. 25, 27 maio de 1992 PINHEIRO, Lena Vania Ribeiro. Lei de Bradford: umareformulaço conceitual. Ciência da Informaço, Brasília, v. 12, n. 2, jul./dez. 1983, p. 59-80. SMITH, Gerald R. Inadequacies in research proposals. Library Trends, Champaign/Illinois, v. 13, n. 1, july 1964, p. 68-83. TARGINO, Maria das Graças & CALDEIRA, Paulo da Terra. Análise da produço científica em uma instituiço de nível superior: o caso da Universidade Federal do Piauí. Ciência da Informaço, Brasília, v. 17, n. 1,jan./jun. 1988, p. 15-25. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Produço científica cresceu cinco vezes na década de 80. Boletim Informativo da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, v. 19, n. 918, 29 maio 1992. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Conselho de Pesquisa. Produço Científica UFMG. Belo Horizonte, 1980-1988. 8 vol. VAZ, Leopoldo Gil Dulcio & PEREIRA, Laércio Elias. µndice da Revista Brasileira de Ciências do Esporte. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 10, n. 1, set. 1988, p. 33-45. VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. µndice da Revista Comunidade Esportiva. So Luís : UEMA, 1987 (inédito)
6. Apêndice:
PRODUÇÃO CIENTÍFICA DOS DOCENTES DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
A seguir são relacionados os trabalhos publicados nas revistas pesquisadas. Sobre cada referência bibliográfica aparece um número, de indexação, que remete ao índice das revistas. O catálogo "Produção Científica da UFMG" também utiliza-se de um número para indexação dos trabalhos alí registrados, começando a cada uma nova sequencia. Assim, neste catálogo, a cada ano, reinicia-se a númeração, ao contrário dos índices das revistas, que seguem uma ordem de publicação ao longo dos anos. Considerando que algumas referências aparecem duas vezes, referindo-se ao mesmo artigo, utiliza-se de (*) para dar destaque aos trabalhos indexados no "Produção Científica da UFMG".
1968 001 RASO, Sylvio. Medicina física na obesidade. Boletim Tecnico Informativo, v. 1, n. 1, p. 1120, jan./fev., 1968. 032 RASO, Sylvio. Uma apreciaço sobre o novo método altitude training. Boletim Técnico Informativo, n. 4, p. 111-124, jul./ago. 1968 033 FURTADO, Fernando C. A educaço física em estabelecimentos de ensino secundário. Boletim Técnico Informativo, n. 4, p. 125-134, jul./ago. 1968. 041 GOMES, Marluce C. Exercícios progressivos de agilidade. Boletim Técnico Informativo, n. 5, p. 105-106, set./out 1968 1973 139 CORREA FILHO, Albano A. Judô infantil. Revista Brasileira de Educaço Física e Desportos, n. 17, p. 6-21, set./out. 1973 143 GUILHERME, Adolfo. Observaçes sobre detalhes técnicos em problemas de voleibol e demais esportes coletivos. Revista Brasileira de Educaço Física e Desportos, n. 17, p. 54-63, set./out. 1973 1974 155 BECKER, Guiomar M. O professor de educaço física fase apadagogia moderna. Revista Brasileira de Educaço Física e Desportos, n. 19, p. 43-49, jan./fev. 1974 158 VEADO FILHO, Pedro A. Educaço física e desportos na escola. Revista Brasileira de Educaço Física e Desportos, n. 19, p. 60-63, jan./fev. 1974 166 RASO, Lincoln. Programaço para praças de esportes. Revista Brasileira de Educaço Física e Desportos, n. 20, p. 56-65, mar./abr. 1974
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A revista editada pelo Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte foi indexada sómente até o volume 9, número 1. Dos números referentes aos anos de 1988 a 1991, o vol. 10, nº 1 ainda no foi editado.
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010SILAMI-GARCIA, Emerson. Correlation between performance in the 800 meter run and selected physiological parameters. Coletânea, Belo Horizonte, v. 1, p. 101, 1988 (Dissertaço de mestrado, resumo) 011SILAMI-GARCIA, Emersom. Effects of repeated short term cold exposures on selected physiological respnses of women to a standart cold stress. Coletânea, Belo Horizonte, v. 1, p. 103, 1988 (Tese de doutorado - resumo) 012GRECO, Pablo. Wahrnehmungs und entschidungsverhallen im Handball. Coletânea, Belo Horizonte, v. 1, p. 105, 1988 (Dissertaço de mestrado - resumo) 013MACHADO, Ricardo P. A manual of teachinh the full-court zone pressure defenses in Basketball - Manual de ensino das defesas zona-presso quadra toda em Basquetebol.Coletânea, Belo Horizonte, v. 1, p. 107, 1988 (Dissertaço de mestrado - resumo) 014MORAES, Luiz Carlos. The relationship between anxicty and performance of brazilian judokas. Coletânea, Belo Horizonte, v. 1, p. 109, 1988 (Dissertaço de mestrado - resumo) 015SOUZA SOBRINHO, Pedro Américo. Estimulaço sensomotora de crianças portadoras dse paresia cerebral e de disfunço cerebral mínima. Coletânea, Belo Horizonte, v. 1, p. 111, 1988 1989 566GRECO, Pablo. Fundamentaço do treinamento técnico no esporte. Boletim da FIEP, v. 59, n. 3/4, p. 19-27, set./dez. 1989 167SILAMI-GARCIA, Emerson & TEIXEIRA, Maria Maura. Efeito do cigar ro/nicotina/monoxico de carbono sobre alguns parametros fisio logicos: reviso de literatura. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, So Caetano do Sul, v. 3, n. 2, p. 32-39, abr. 1989. 203SAMULSKI, Dietmar. Psicologia do esporte na República Federal da Alemanha.Revista Brasileira de Ciência e Movimento, So Caetano do Sul, v. 3, n. 4, p. 42-49, out. 1989.
1990 ???MARQUES, Maria Lúcia Bastos. Situaço atual da informaço desportiva na América Latina. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 11, n. 2, p. 123, jan. 1990. 234MORAES, Luiz Carlos. Ansiedade e desempenho no esporte. Revissta Brasileira de Ciência e Movimento, So Caetano do Sul, v. 4, n. 2, p. 51- 56, abr. 1990 016ASSUMPÇO, Maria Duarte de. Nataço para bebês. Coletânea, Belo Horizonte, v. 2, p. 3-11, 1990 017BOMFIM, Ivany de Moura. Rendimento esportivo - um problema pedagógico.Coletânea, Belo Horizonte, v. 2, p. 13-20, 1990 018BOMFIM, Therezinha Ribeiro. A outra face do esporte - uma reflexo psicopedagógica.Coletânea, Belo Horizonte, v. 2, p. 21-25, 1990 019SILAMI-GARCIA, Emerson; GUIMARES, Maria Treza; CANÇADO, Ubirajara Lopes; LEUCAS, Claudia B. de. Avalaiaço da composiço corporal: uma nova proposta para o uso de dobras cutâneas. Coletânea, Belo Horizonte, v. 2, p. 27-37, 1990 020GRECO, Pablo Juan. Treinamento de alto nível com crianças e adolescentes.Coletânea, Belo Horizonte, v. 2, p. 39-50, 1990 021CAMPOS JUNIOR, José Leo. Os esteróides anabolizantes e o desempenho desportivo.Coletânea, Belo Horizonte, v. 2, p. 51-55, 1990 022MORAES, Luiz Carlos Couto de Albuquerque. O estudo da Psicologia dos Esportes nos EEUU (Parte I).Coletânea, Belo Horizonte, v. 2, p. 57-65, 1990 023SAMULSKI, Dietmar. Sistema básico de treinamento esportivo. Coletânea, Belo Horizonte, v. 2, p. 67-72, 1990
024SOARES, Isabel Montondon. Das verhaltnis von Lehrepersonlichkert und unterrischtssitil. Coletânea, Belo Horioznte, v. 2, p. 73-74, 1990 (Dissertaço de mestrado - resumo) 025SZMUCHROWSLI, Leszek. Sistemas de formaço desportiva. Coletânea, Belo Horizonte, v. 2, p. 75-81, 1990 026VAGO, Tarcinio Mauro; SOUZA, Eustáquia Salvadora de. A educaço física, o movimento e a criança. Coletânea, Belo Horizonte, v. 2, p. 83-87, 1990 1991 ??PINTO, Leila Mirtes Santos Magalhes. Conceito e significado do ritmo do movimento humano.Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 13, n. 1, p. 225, out. 1991. ???ROSSETE, Elizabete de Fátima Costa. O ritmo na identidade e no movimento da Ginástica Rítmica Desportiva.Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 13, n. 1, p. 226, out. 1991. ???PINTO, Renato Magalhes. A educaço musical na educaço ritmica do movimento humano.Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 13, n. 1, p. 227, out. 1991. 304SAMULSKI, Dietmar. Esporte e desenvolvimento da personalidade. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, So Caetano do Sul, v. 5, n. 3, p. 24-28, jul. 1991.
PRODUTIVIDADE E ELITISMO NA EDUCAÇÃO FÍSICA
BRASILEIRA186 por LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Mestre em Ciência da Informação; CEFET-MA LAÉRCIO ELIAS PEREIRA Doutorando em Educação Física - UNICAMP LUIZ HENRIQUE LOUREIRO DOS SANTOS Mestrando em Ciência da Informação - UFMG RESUMO A análise da ciência, através da produção escrita, é objeto de estudo de historiadores, sociólogos e cientistas da informação. A Bibliometria, ou Cientometria, tem por objetivo a análise do tamanho (extensão), crescimento e distribuição da bibliografia e o estudo da estrutura social dos grupos que produzem e utilizam a literatura científica. A relação entre artigos de interesse de um especialista e os periódicos em que possam ocorrer esses artigos foram estabelecidos por BRADFORD, em 1934 (Lei de Bradford). O índice de produtividade de autores foi estabelecido por LOTKA, em 1926 (Lei de Lotka). SOLA PRICE , estudando a Lei de Lotka estabeleceu o Princípio do Elitismo, segundo o qual "toda produção de tamanho N tem uma elite igual a Vn (raiz quadrada de n)".
O objetivo deste estudo (em andamento) é: (i) resgatar a memória da produção científica da Educação Física e das Ciências do Esporte disseminada através de periódicos; (ii) caracterizar a produção científica da Educação Física e dos Esportes no Brasil; (iii) determinar os periódicos mais produtivos e a elite de autores na área, identificados através dessa produção. Foram indexados 5.014 artigos, publicados no período de 1936 a 1992 em 13 revistas devotadas à educação física e às ciências do esporte. Os artigos foram caracterizados em três áreas Biomédica, Humanística e Gímnico-desportiva, de acordo com a classificação dada por GONÇALVES e VIEIRA (1989). Utilizou-se da Lei de Bradford para a determinação dos periódicos mais produtivos e do Princípio de Elitismo, de Sola Price, para a determinação da elite de autores.
Introdução: O sistema de informação científica e tecnológica utiliza fundamentalmente dois canais básicos de comunicação - os canais formais ou de literatura e os canais informais ou pessoais. O principal universo da atividade científica é informação verbalmente codificada (periódicos, anais de congressos, etc.) e seu produto essencial também é informação verbalmente codificada (artigos publicados em revistas científicas, comunicação em congressos), constituindo insumo para outras pesquisas científicas, e assim sucessivamente ( AGUIAR, 1991) . Conhecimento novo, resultado de pesquisa, é registrado na literatura científica. 186
Tema-livre apresentado no Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte, Belém-PA, setembro de 1993;
Tanto ARAÚJO (1979) quanto CASTRO (1986), chamam-nos atenção para o fato de, de todos os cientistas registrados até o momento, cerca de 80% a 90% estão vivos. Enquanto em 1760 existiam apenas 10 revistas científicas em todo o mundo, em 1962 haviam 35.000, com uma publicação anual de cerca de um milhão de artigos. Cinco anos após, 1967, estimou-se que haviam 127 mil autores em todo o mundo. Hoje existem 100 mil periódicos em todo o mundo. A análise da ciência através da produção escrita é objeto de estudo de historiadores, sociólogos e cientistas da informação . A Bibliometria, ou cientometria, ocupa-se da análise estatística dos processos de comunicação escrita, tratamento quantitativo (matemático e estatístico) das propriedades e do comportamento da informação registrada (FIGUEIREDO, 1977), oferecendo possibilidades de análise quantitativa da produção literária. Como ciência da ciência, tem um caráter puramente teórico e como finalidade aplicar recursos da ciência na análise da própria ciência; como técnica, tem aplicação no campo da documentação científica (SÁ, 1978). Para LOPES PIÑERO (1972, citado por LIMA, 1986) a bibliometria tem os seguintes objetivos:
1. analisar o tamanho (extensão), crescimento e distribuição da bibliografia; 2. estudar a estrutura social dos grupos que produzem e utilizam a literatura científica.
Ainda de acordo com esse autor, é possível trabalhar, no campo da documentação científica, com quatro temas: 1. crescimento e envelhecimento da literatura científica; 2. a dispersão das publicações científicas; 3. a produtividade dos autores científicos e a "visibilidade" de seus trabalhos; e 4. relação entre autores (cientistas), descobrimentos múltiplos e a transmissão de idéias através de publicações (comunicação científica, "gatekeepers", colégio invisível ...).
BRADFORD estabeleceu, em 1934, a relação entre artigos de interesse de um especialista e os periódicos em que podem ocorrer estes artigos (LEIMKUHLER, 1970; BROOKS, 1970; PINHEIRO, 1983; CUNHA, 1985). A análise da dispersão da literatura, iniciada por Bradford, permite estabelecer as tendências da pesquisa em diferentes assuntos. O índice de produtividade de autores foi estabelecido por LOTKA, em 1926. Constatou que uma grande proporção da literatura é produzida por um pequeno número de autores (LIMA, 1986). Estudando a lei de Lotka, SOLA PRICE (1965, apud LIMA, 1986) inferiu que 1/3 da literatura levantada é produzida por menos de 1/10 dos autores, levando uma média de 3,5 documentos por autor e 60% dos autores produzindo um único documento. Considerando-se que no ambiente da educação física os periódicos ainda não têm a mesma penetração dos livros (BRACHT, 1992), estabeleceu-se como objetivos deste estudo:
(1) resgatar a memória da produção científica da educação física e das ciências do esporte disseminada através de periódicos; (2) caracterizar a produção científica da educação física e dos esportes no Brasil; (3) determinar os periódicos mais produtivos e a elite de autores na área, identificados através
dessa produção.
Caracterização da produção científica em Educação Física e Ciências do Esporte: FARIA JÚNIOR (1987), em seu trabalho de pós-doutorado, avalia a produção científica da educação física brasileira através das dissertações de mestrado e teses de doutorado, classificando as áreas de pesquisa em Educação Física em: - Médico-fisiológica - Filosófica; - Sócio-antropológica; - Pedagógica; - Técnica (treinamento esportivo) - Biológica.
GONÇALVES e outros (1992), ao analisarem a educação física na perspectiva da saúde/atividade física caracterizam a produção científica nesta área basicamente em três linhas: 1) epidemiologia das lesões desportivas; 2) saúde coletiva e atividade física; e 3) instância da produção do conhecimento em Educação Física/Ciências do Esporte. No âmbito do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq -, a Educação Física apresenta-se como componente do setor saúde, o que, "por razões históricas, tem ocorrido também nas Universidades, onde a área normalmente está vinculada ao setor biomédico" (GONÇALVES e VIEIRA, 1989, p. 50). Estes autores procederam à caracterização quantitativa da produção científica na área da educação física e esportes no Brasil no triênio 19841986, subsidiada pelo CNPq. Para efeito de classificação, procederam à distribuição dos temas em três segmentos: biomédico, humanístico e gímnico-desportivo. No QUADRO I é apresentada a distribuição dos temas segundo os segmentos:
QUADRO 1 DISTRIBUIÇÃO DOS TEMAS SEGUNDO A ÁREA, SUBÁREA E ESPECIFICAÇÃO SEGUNDO CARACTERIZAÇÃO ESTABELECIDA POR GONÇALVES E VIEIRA SEGMENTO
SUBÁREA
ESPECIFICAÇÃO
BIOMÉDICO
Medicina Desportiva
Relação Treinamento,
e Ciência do Exercício
Qualidades Físicas Efeitos fisiológicos, Performance Avaliação funcional laboratório Bioquímica Reabilitação
e
Atividade
de
Nutrição e Performance Traumatismo Aprendizagem motora e Performance Aprendizagem Motora
Postura e Locomoção Deficientes e Deficiências individuais
Desportos e Genética Cineantropometria
Crescimento, Maturidade Desenvolvimento motor Estudos antropométricos idade e sexo
em
e relação
à
Fatores de risco Saúde e Nutrição Biomecânica
Diagnósticos Biomecânica aplicada à do Treinamento Desporti vo
Metodologia
Formação do Professor Desporto, Psicológicos
Exercício,
Efeitos
Psicologia Desportiva HUMANÍSTICO
Pedagogia
Formação do Professor Processo de Ensino Laboratório pedagógico Currículo
GÍMNICO-
Antropologia
Antropologia e Educação
Filosofia
Ideologia
História
Evolução histórica na Educação Física
Ginástica e Dança
Estudos genéricos
DESPORTIVO
Dança Programa de massa
FONTE: GONÇALVES e VIEIRA, 1989, p. 55
Metodologia:
Foram indexados 5.014 artigos de periódicos publicados no de período de 1936 a 1992 em 13 revistas devotadas à Educação Física e às Ciências do Esporte (TAB. 2). Caracterizou-se os artigos indexados em três áreas - Biomédica; Humanística; e Gímnico-desportiva (TAB. 2), para a determinação do assunto. Quando o mesmo artigo teve que ser classificado em mais de uma área, procedeu-se à caracterização do mesmo em duas ou mais áreas, e o descritor correspondente foi associado à estas áreas de caracterização, associando-o ao(s) autor(es). Utilizando-se a Lei de BRADFORD foi determinado o núcleo de periódicos mais produtivos no período estudado, estabelecendo-se como "tema determinado" as áreas caracterizadas pelo estudo de GONÇALVES e VIEIRA (1989). BROOKS (1970) apresenta a seguinte formulação para a lei de Bradford: "Se periódicos científicos forem dispostos em ordem decrescente de produtividade de artigos sobre determinado tema, pode-se distinguir um núcleo de periódicos mais particularmente devotados a este tema e vários grupos ou zonas
que incluem o mesmo número de artigos que o núcleo, sempre que o número de periódicos existente no núcleo e nas zonas sucessivas seja de ordem de 1:n:n2:n3:n4...".(citado por LIMA, 1986, p. 128).
Os estudos de SOLA PRICE (1965, citado por LIMA, 1986) baseados na Lei de LOTKA, apontam para o chamado "Efeito Mateus" - da parábola dos talentos, do princípio de que sucesso atrai sucesso e fracasso atrai fracasso -, onde os autores mais produtivos produzem sempre mais. Estabeleceu o "Princípio do Elitismo", segundo o qual "toda a produção de tamanho N tem uma elite igual a VÑ (raíz quadrada de N)" (p. 130). Para LIMA (1986) quando se trata de autores, produtividade e elitismo observa-se que "... a produtividade é mais acentuada em alguns autores que produzem 2/3 da literatura registrada em determinado campo do conhecimento. Este grupo de mais produtivos pode ser a elite quantificável através do Princípio do Elitismo" (p. 130).
Análise dos resultados:
Produtividade de Periódicos:
Foram utilizadas as coleções particulares dos autores; as coleções da Biblioteca da Escola de Educação Física da UFMG; a coleção dos Boletins da FIEP do prof. Herbert A. Dutra; o da KINESIS do prof. Renan Sanpedro, sendo indexadas as coleções completas das revistas:
REVISTA ARQUIVOS
EDITOR ESCOLA NACIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA
REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS - antigo BOLETIM TÉCNICO INFORMATIVO
DED/MEC
BOLETIM DA FIEP
FIEP
REVISTA COMUNIDADE ESPORTIVA
Fundação MOBRAL
REVISTA CORPO & MOVIMENTO
APEF/SP
REVISTA DESPORTOS & LAZER
SEDEL-MA
REVISTA COLETÂNEAS
Departamento de Esportes da Escola de Educação Física da UFMG.
Das revistas - EDUCAÇÃO PHYSICA; - ESPORTE & EDUCAÇÃO, não se teve à disposição as coleções completas, indexando-se os números disponíveis. Todas estas já deixaram de ser publicadas. Das revistas
REVISTA
EDITOR
BRASILEIRA DE CIÊNCIAS DO ESPORTE
Colégio Brasileiro de do Esporte
Ciências
BRASILEIRA DE CIÊNCIA & MOVIMENTO
CELAFISCS e UNIFEC
SPRINT
Palestra Edições
KINESIS
Universidade Federal de Santa Maria
utilizou-se os números publicados desde seu aparecimento até o ano de 1992. No QUADRO 2 são apresentados os períodos de publicação dessas revistas:
QUADRO 2
PERIÓDICOS ANALISADOS TÍTULOS DOS PERIÓDICOS PHYS ARQU RBED ES&E FIEP RBCE COME DE&L SPRI CO&M KINE RBCM COLE
PERÍODO DE PUBLICACÃO
Revista Educação Physica * Revista Arquivos da Escola Nacional de Educação Física e Desportos ** Boletim Tecnico e Informativo/ Revista Brasileira de Educação Fisísica e Desportos ** Revista Esporte & Educaço Boletim da Federação Internacional de Educação Física ** Revista Brasileira de Ciências do Esporte ** Revista Comunidade Esportiva *** Revista Desportos & Lazer ** Revista Sprint Revista Corpo & Movimento ** Revista Kinesis ** Revista Brasileira de Ciência & Movimento ** Coletâneas **
1936 a 1943 1945 a 1972 1968 a 1984 1969 a 1971 1977 a 1989 1979 a 1992 1980 a 1986 1980 a 1983 1982 a 1990 Revista 1983 a 1985 1984 a 1990 1987 a 1992 1988 a 1990
* Início da publicaçao: 1932, sendo que para este estudo se teve à disposição do vol 6 em diante, alguns volumes; ** Coleção completa *** Comunidade Esportiva até o número 7 apareceu em formato de jornal, sendo indexado a partir do oitavo, em forma de revista.
Foram analisadas 13 revistas, publicadas ao longo de 56 anos - 1936 a 1992 -, abrangendo o período de publicação: 27 anos : 16 anos : 13 anos : 9 anos : 7 anos : 6 anos : 4 anos : 3 anos :
Arquivos Brasileira de Educação Física e Desportos; FIEP; Brasileira de Ciências do Esporte; Sprint (incompleta); Educação Physica (incompleta); Comunidade Esportiva (fase de revista); Kinesis; Brasileira de Ciência e Movimento; Desportos & Lazer; Esporte & Educação (incompleta); Corpo & Movimento; Coletâneas.
Considerou-se todos os artigos publicados - inclusive editoriais, cartas, consultas, normas para publicação, notas, notícias diversas... - de autoria única, múltipla e/ou institucional. Nos artigos de autoria múltipla, no momento da indexação, não foi possível, neste primeiro momento da pesquisa, registrar-se todos os autores, aparecendo, quando mais de três, o termo "OUTROS" em substituição aos nomes. A determinação da produtividade, pela Lei de Bradford, só é possível pelo uso de autores individuais, eliminando-se as autorias múltiplas e coletivas. Na indexação dos 5.014 artigos não se levou em consideração esta regra, aparecendo na TAB. 1 todos os artigos, independente de a autoria ser individual, múltipla ou institucional:
TABELA 1 PERIÓDICOS ANALISADOS E SUA PRODUÇÃO DE ARTIGOS, NO PERÍODO DE 1936 A 1992 TÍTULOS DOS PERIÓDICOS
NÚMERO DE ARTIGOS
%
1.039 871
20,73 17,37
566
11,29
RBCM Revista Brasileira de Ciência & Movimento * RBED Boletim Técnico e Informativo/ Revista Brasileira de Educação Física e Desportos *
508 450
10,13 8,97
SPRI Revista Sprint COME Revista Comunidade Esportiva *
431 310
8,59 6,18
ARQU Revista Arquivos da ENEFD *
287
5,72
ES&E Revista Esporte & Educação DE&L Revista Desportos & Lazer *
209 110
4,18 2,19
KINE Revista Kinesis *
109
2,18
CO&M Revista Corpo & Movimento *
98
1,95
COLE Revista Coletâneas *
26
0,52
5.014
100,0
PHYS Revista de Educação Physica RBCE Revista Brasileira de Ciências do Esporte * FIEP
Boletim da FIEP *
TOTAL
* Coleção completa
Dos 13 periódicos indexados, oito já deixaram de ser publicados. Na TAB. 2 apresenta-se o "nascimento" dos periódicos analisados:
TABELA 2 "NASCIMENTO" DOS PERIÓDICOS ANALISADOS PERÍODO
NÚMERO DE TÍTULOS Até
%
1939
1
7,70
1940 a 1949
1
7,70
1950 A 1959 1960 A 1969
2
15,38
1970 A 1979
1
15,38
1980 A 1989
7
53,84
1990 A 1992
-
-
TOTAL
13
100,0
Na TAB. 3 tem-se o total de artigos indexados, por década: TABELA 3 PERIÓDICOS ANALISADOS E SUA PRODUÇÃO DE ARTIGOS, POR DÉCADA 1936 A 1939
1940 a 1949
1950 a 1959
1960 a 1969
1970 a 1979
1980 a 1989
1990 a 1992
total
PHYS RBCE
641 -
398 -
-
-
42
593
236
1.039 871
FIEP
-
-
-
-
194
372
-
566
RBCM
-
-
-
-
-
212
296
508
RBED SPRI
-
-
-
74 -
271 -
105 376
55
450 431
COME
-
-
-
-
-
310
-
310
ARQU ES&E
-
55 -
117 -
105 76
10 133
-
-
287 209
DE&L
-
-
-
-
-
110
-
110
KINE
-
-
-
-
-
96
13
109
CO&M COLE
-
-
-
-
-
98 15
11
98 26
TOTAIS
641
453
117
255
650
.2.287
611
5.014
PERIÓDICOS
NO PERÍODO DE 1936 A 1992 Verifica-se que na década de 80 aparecem 45,61% dos artigos publicados e 76,92% das revistas indexadas. Na TAB. 4 aparecem o total de títulos e o total de artigos que cada revista publicou por década:
TABELA 4 DISTRIBUIÇÃO DE TÍTULOS E ARTIGOS PUBLICADOS POR DÉCADA PERÍODO
No. DE TÍTULOS
%
No. DE TÍTULOS
%
1936 a 1939
1
7,70
641
12,78
1940 a 1949 1950 a 1959
2 1
15,38 7,70
453 117
9,04 2,35
1960 a 1969
3
23,07
255
5,08
1970 a 1979 1980 a 1989
5 10
38,46 76,92
650 2.287
12,96 45,61
1990 a 1992
5
38,46
611
12,18
13*
207,69*
5.014
100,0
TOTAIS
* Número superior a 100% porque alguns periódicos aparecem ao longo de mais de uma década.
Nas TAB. 5, 6, 7 e 8 apresenta-se essa distribuição por área, considerando-se a caracterização estabelecida por GONÇALVES e VIEIRA (1989), adotada para este estudo. Foram excluidas as autorias múltipla e da institucional, aquelas assinadas pelos Editores das revistas. Os artigos foram
indexados por até cinco palavras-chave, e o assunto tratado nos artigos classificado em mais de uma área, quando tal o exigiu:
TABELA 5 PERIÓDICOS ANALISADOS E SUA PRODUÇÃO DE ARTIGOS NA ÁREA BIOMÉDICA, POR DÉCADA, NO PERÍODO DE 1936 A 1992 PERIÓDICOS
1936 a 1937
1940 a 1949
1950 a 1959
1960 a 1969
1970 a 1979
1980 a 1989
1990 a 1992
TOTAIS
RBCE
-
-
-
-
39
385
80
504
RBCM PHYS
135
103
-
-
-
131 -
193 -
324 238
SPRI
-
-
-
-
-
137
33
170
FIEP
-
-
-
-
29
96
-
125
RBED ARQU
-
21
32
12 47
75 3
35 -
-
122 103
KINE
-
-
-
-
-
44
8
52
COME ES&E
-
-
-
5
11
41 -
-
41 16
CO&M
-
-
-
-
-
14
-
14
COLE
-
-
-
-
-
3
4
7
135
124
32
64
157
6 892
318
6 1.722
DE&L TOTAIS
TABELA 6 PERIÓDICOS ANALISADOS E SUA PRODUÇÃO DE ARTIGOS NA ÁREA HUMANÍSTICA, POR DÉCADA, NO PERÍODO DE 1936 A 1992 PERIÓDICOS RBCE
1936 1937 -
a 1940 1949 -
a 1950 1959 -
a 1960 1969 -
a 1970 a 1980 a 1990 a TOTAIS 1979 1989 1992 16 322 199 537
PHYS
294
180
-
-
-
-
-
474
FIEP
-
-
-
-
181
259
-
440
RBCM RBED
-
-
-
43
156
142 66
145 -
287 265
COME
-
-
-
-
-
233
-
233
ARQU SPRI
-
31 -
80 -
61 -
6 -
133
11
178 144
ES&E
-
-
-
45
73
-
-
118
COM&M
-
-
-
-
-
90
-
90
DE&L KINE
-
-
-
-
-
82 64
4
82 68
COLE
-
-
-
-
-
7
3
10
TOTAIS
294
211
80
149
432
1.398
362
2.926
TABELA 7 PERIÓDICOS ANALISADOS E SUA PRODUÇÃO DE ARTIGOS
NA ÁREA GÍMNICO-DESPORTIVA NO PERÍODO DE 1936 A 1992 PERIÓDICOS
1936 a 1937
1940 a 1949
1950 a 1959
1960 a 1969
1970 a 1979
1980 a 1989
1990 a 1992
TOTAIS
PHYS
378
145
-
-
-
-
-
523
RBED RBCE
-
-
-
55 -
207 17
65 221
68
327 306
SPRI
-
-
-
-
-
230
35
265
COME
-
-
-
-
-
221
-
221
FIEP RBCM
-
-
-
-
69 -
112 82
99
181 181
ES&E
-
-
-
45
75
-
-
120
ARQU DE&L
-
13 -
31 -
30 -
3 -
73
-
77 73
KINE
-
-
-
-
-
32
5
37
CO&M
-
-
-
-
-
36
-
36
COLE TOTAIS
378
158
31
130
371
7 1.079
7 214
14 2.361
Observa-se predominância de trabalhos na área Humanística (58,35%), seguindo-se a Gímnico-desportiva (47,08%) e a Biomédica (34,34)
TABELA 8 FREQUENCIA DE ARTIGOS PRODUZIDOS POR ÁREA, POR DÉCADA, NO PERÍODO DE 1936 A 1992
ÁREAS
1936 a 1939
%
1940 a 1949
%
1950 a 1959
%
1960 a 1969
%
HUMANÍSTICA GÍMICO-DESPORTIVA
294 378
36,43 46,84
211 158
42,80 32,05
80 31
55,95 21,67
149 130
43,45 37,90
BIOMÉDICA
135
16,73
124
25,15
32
22,38
64
18,65
TOTAIS
807
100
493
100
143
100
343
100
ÁREAS
1936 a 1939
%
1940 a 1949
%
1950 a 1959
%
1960 a 1969
%
HUMANÍSTICA GÍMICO-DESPORTIVA
432 371
45,00 38,65
1.398 1.079
41,50 32,00
362 214
40,15 23,67
2.926 2.361
58,35 47,08
BIOMÉDICA
157
16,35
892
26,47
328
36,28
1.722
34,34
TOTAIS
960
100
3.369
100
904
100
7.009
100
OBS. O total é superior à 100% em função de um mesmo artigo ser indexado em mais de uma área.
No período de 1936 a 1939 predominou a área Gímnico-desportiva (46,84%), enquanto nos períodos seguintes houve predominância da área: Humanística:
1940 - 49 1950 - 59 1960 - 69
42,80% 55,95% 43,45%
1970 - 79 1980 - 89 1990 - 92
45,00% 41,50% 40,15%
A área Gímnico-desportiva aparece a seguir, na segunda posição quanto ao número de artigos publicados, nos períodos de 1940 - 49 1960 - 69 1970 - 79 1980 - 89
32,05% 37,90% 38,65% 32,03%
enquanto os trabalhos da área Biomédica representaram 16,73% 25,15% 22,38% 18,65% 16,35% 26,47% e aparece na segunda posição no período de 1990-92, com
no período de 1936 a 1939; (1940 - 49) (1950 - 59) (1960 - 69) (1970 - 79) (1980 - 89) 36,28%
Nas TAB. 9, 10, 11 é mostrada a frequência da distribuição dos artigos nos periódicos analisados, por área:
TABELA 9 FREQUÊNCIA NA DISTRIBUIÇÃO DOS ARTIGOS ÁREA BIOMÉDICA NÚMERO DE TÍTULOS
NÚMERO DE ARTIGOS
TOTAL DE TÍTULOS
SOMATÓRIO DE TÍTULOS
NÚMERO CUMULATIVO DE ARTIGOS
T 1 - RBCE
A 355
TXA 355
{T 1
{ (T X A) 355
1a.
1 - RBCM
261
261
2
616
ZONA
1 - SPRI 1 - PHYS
154 152
154 152
3 4
770 922
2 - RBED
118
236
6
1.158
FIEP
ZONA
2a. ZONA
1 - ARQU 1 - KINE
102 52
102 52
7 8
1.260 1.312
1 - COME
38
38
9
1.350
1 - ES&E 1 - CO&M
14 13
14 13
10 11
1.364 1.377
1 - COLE
7
7
12
1.383
1 - DE&L
3
3
13
1.387
13
1.387
3a. ZONA
Na área BIOMÉDICA tem-se duas revistas como as mais devotadas - REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS DO ESPORTE e REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIA & MOVIMENTO -, aparecendo na segunda zona cinco revistas - SPRINT; EDUCACÃO PHYSICA; BRASILEIRA DE EDUCACÃO FÍSICA E DESPORTOS; BOLETIM DA FIEP; e ARQUIVOS -
TABELA 10 FREQUÊNCIA NA DISTRIBUIÇÃO DOS ARTIGOS ÁREA HUMANÍSTICA NÚMERO DE TÍTULOS T
NÚMERO DE ARTIGOS A
TOTAL DE TÍTULOS TXA
SOMATÓRIO DE TÍTULOS {T
NÚMERO CUMULATIVO DE ARTIGOS { (T X A)
1 - RBCE
445
4455
1
445
1a.
1 - FIEP
346
346
2
801
ZONA
1 - PHYS 1 - RBED
319 249
319 249
3 4
1.120 1.369
1 - RBCM
241
241
5
1.600
1 - COME 1 - ARQU
169 159
169 159
6 7
1.769 1.928
1 - SPRI
139
139
8
2.067
1 - COM&M
65
65
9
2.132
1 - KINE 1 - ES&E
59 53
59 53
10 11
2.191 .2.244
1 - DE&L
26
26
12
2.270
3a.
1 - COLE
10
10
13 13
2280 2.280
ZONA
ZONA
2a. ZONA
Na área HUMANÍSTICA tem-se, na zona 1, três revistas (REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS DO ESPORTE; BOLETIM DA FIEP e EDUCACÃO PHYSICA) como as mais devotadas, aparecendo na segunda zona oito periódicos.
TABELA 11 FREQUÊNCIA NA DISTRIBUIÇÃO DOS ARTIGOS ÁREA GÍMNICO-DESPORTIVA NÚMERO DE TÍTULOS
NÚMERO DE ARTIGOS
TOTAL DE TÍTULOS
SOMATÓRIO DE TÍTULOS
NÚMERO CUMULATIVO DE ARTIGOS
T
A
TXA
{T
{ (T X A)
1 - PHYS
387
387
1
387
1a.
2 - RBED 1 - SPRI
308 247
308 247
2 3
695 942
ZONA 2a.
1 - RBCE 1 - COME
235 170
235 170
4 5
1.177 1.347
ZONA
2 - FIEP
150
300
7
1.647
100
100
8
1747
ZONA
RBCM 1 - ES&E
3a.
1 - ARQU
75
75
9
1.822
1 - KINE
37
37
10
1.859
1 - CO&M 1 - DE&L
34 19
34 19
11 12
1.893 1912
1 - COLE
14
13
13
1.926
13
1.926
ZONA
Já na área GÍMNICO-DESPORTIVA aparecem as revistas EDUCAÇÃO PHYSICA e BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS como as mais importantes quanto ao número de artigos publicados na área (zona 1), seguindo-se - zona 2 - com três revistas, a SPRINT; REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS DO ESPORTE e COMUNIDADE ESPORTIVA.
4.2. Elitismo: Utilizando-se do Princípio do Elitismo, pode-se determinar que os autores constantes da zona 1 constituem-se a elite da Educação Física e das Ciências do Esporte no Brasil, aparecendo na zona 2 o segundo grupo em importância, na zona 3 o terceiro em importância... Para a determinação da elite de autores, utilizou-se os 5.014 artigos indexados. Quando de autoria única, procedeu-se o registro do autor relacionando-o com os termos de indexação, caracterizados por área. Quando o mesmo artigo exigiu a caracterização em mais de uma área, assim se procedeu. Das autorias múltiplas, foram eliminados aqueles artigos que apareceram como de "E OUTROS", quando no foi possível resgatar o nome de todos os co-autores; dos artigos com autoria múltipla foram considerados os co-autores, relacionando-os com os artigos, como se de autoria individual fossem. Das autorias institucionais, foram eliminados os assinados pelos Editores dos periódicos. Daí a diferença nos números totais de artigos apresentados. Na TAB. 12 observa-se a frequência dos autores:
TABELA 12 FREQUÊNCIA NA DISTRIBUIÇÃO DOS AUTORES MAIS PRODUTIVOS (continua) NÚMERO DE TÍTULOS
NÚMERO DE ARTIGOS
TOTAL DE TÍTULOS
SOMATÓRIO DE TÍTULOS
NÚMERO CUMULATIVO DE ARTIGOS
T 1
A 103
TXA 103
{T 1
{ (T X A) 103
1
89
89
2
192
1
79
79
3
271
1 1
45 42
45 42
4 5
316 358
1
40
40
6
398
1 1
36 33
36 33
7 8
434 467
2
28
56
10
523
1
27
27
11
550
1
25
25
12
575
ZONA
1a.
1 2
23 22
23 44
13 15
598 642
zona
2
20
40
17
682
4
19
76
21
748
1 4
18 17
18 68
22 26
776 844
4
15
60
30
904
2 6
14 13
28 78
32 38
932 1.010
4
12
48
42
1.058
6
11
66
48
1.124
15 15
10 9
150 135
63 78
1.274 1.409
19
8
152
97
1.561
22 21
7 6
154 126
119 140
1.715 1.841
54
5
270
194
2.111
34
4
136
220
2.247
28 130
4 3
112 390
256 386
2.389 2.749
3a.
308
2
616
694
3.365
zona
7 1615
1 1
7 1615
801 2.316
3.372 4.987
2a. zona
Na zona 1, dos autores mais produtivos (elite), temos 2,07% dos autores produzindo 46,44% dos artigos. Na TAB. 13 apresenta-se esta elite e na TAB. 14 a distribuição por década:
TABELA 13 ELITE DE AUTORES (continua) AUTOR MATSUDO, V.K.R. SANTOS, N. SEURIN, P. CONTURSI, E.B. F.I.E.P. (COMITE EXECUTIVO) ARENO, W. MARINHO, I.P. HOLLANDA LOYOLA DUARTE, C.R. VALE JUNIOR, M.P. DO FRANÇA, N.M. DE JORDAO RAMOS, J. PEREGRINO JUNIOR ANDRADE, D.R. ARAUJO, C.G.S. DE FANALI, O.A.C. TARGA, J.F.
NÚMERO DE TRABALHOS 103 89 79 45 42 40 36 33 28 28 27 25 23 22 22 20 20
FARIA JUNIOR, A.G. DE FIGUEIRA JUNIOR, A.J. LOTUFO, J. MEC R. NETTO, A. BRAMANTE, A.C. MELLO, P.R.B. DE PEREIRA DA COSTA, L. TUBINO, M.J.G. ANDREWS, J.C. GONCALVES, A. PERNAMBUCANO, R. RIVET, R. CANTARINO FILHO, M.R. PEREIRA, M.H.N. ANJOS, L.A. DOS FERREIRA, M. LATORRE DE FARIA, A. MORAES, C.A. SILVA, O.E. VIANA, A.R. CALLEJA, C.C. GUEDES, D.P. MATSUDO, S.M.M. OLIVEIRA, R. AUSTREGESILO, A. D'ALBUQUERQUE, A.T. DIANNO, M.V. PELLEGRINOTTI, I.L. PEREIRA, L.E. SOARES, J.
19 19 19 19 18 17 17 17 17 15 15 15 15 14 14 13 13 13 13 13 13 12 12 12 12 11 11 11 11 11 11
TABELA 14 DISTRIBUIÇÃO DA ELITE DE AUTORES POR DÉCADA (continua) AUTOR
30
40
50
60
70
80
90
TOTAL
SANTOS, N.
89
-
-
-
-
-
-
89
R, NETTO, A PERNAMBUCANO, R
18 15
-
-
-
-
-
-
18 15
MORAES, C.A.
13
-
-
-
-
-
-
13
SILVA, O.E. D’ALBUQUERQUE, A.T.
13 11
-
-
-
-
-
-
13 11
LOTUFO, J.
17
2
-
-
-
-
-
19
HOLLANDA LOYOLA
15
18
-
-
-
-
-
33
AUSTREGESILO, A. MEC
4 1
7 -
-
-
8
10
-
11 19
PELEGRINO JUNIOR
-
9
14
-
-
-
-
23
ARENO, W. MARINHO, I.P.
-
7 12
16 14
15 1
2 3
6
-
40 36
JORDÃO RAMOS, J.
-
-
2
10
13
-
-
25
VALE JUNIOR, M.P. DO TARGA, J.F.
-
-
-
7 2
21 7
11
-
28 20
PEREIRA DA COSTA, L.
-
-
-
3
7
7
-
17
TUBINO, M.J.G.
-
-
-
1
7
9
-
17
CANTARINO FILHO, M. FARIA JUNIOR, A.G.
-
-
-
2 6
4 4
8 7
2
14 19
SEURIN, P.
-
-
-
-
41
38
-
79
DUARTE, C.P. ARAUJO, C.G.S. DE
-
-
-
-
2 3
26 19
-
28 22
FANALI, C.A.C.
-
-
-
-
3
17
-
20
CALLEJA, C.C.
-
-
-
-
11
-
1
12
MATSUDO, V.K.R. BRAMANTE, A.C.
-
-
-
-
4 1
64 13
35 3
103 17
ANDREWS, J.C.
-
-
-
-
4
10
1
15
GUEDES, D.P. SOARES, J.
-
-
-
-
1 1
10 7
1 3
12 11
FIEP
-
-
-
-
-
42
-
42
MELLO, P.R.B. DE
-
-
-
-
-
17
-
17
CONTURSI, E.B. FRANÇA, N.M. DE
-
-
-
-
-
39 17
6 10
45 27
ANDRADE, D.R.
-
-
-
-
-
3
19
22
FIGUEIRA JUNIOR, A.J. GONÇALVES, A.
-
-
-
-
-
8 5
11 10
19 15
RIVET, R.
-
-
-
-
-
14
1
15
PEREIRA, M.H.N.
-
-
-
-
-
11
3
14
ANJOS, L.A. DOS FERREIRA, M.
-
-
-
-
-
10 2
3 11
13 13
VIANA, A.R.
-
-
-
-
-
12
1
13
OLIVEIRA, R. DIANNO, M.V.
-
-
-
-
-
7 6
5 5
12 11
PELLEGRINOTTI, I.L.
-
-
-
-
-
8
3
11
PEREIRA, L.E.
-
-
-
-
-
10
1
11
196
58
54
49
147
473
12 147
12 1.124
MATSUDO, S.M.M. TOTAIS
Nas TAB. 15, 18 e 21 é determinada a frequência na distribuição dos autores mais produtivos por área; nas TAB. 16, 19 e 22 são identificados esses autores enquanto nas TAB. 17, 20 e 23 observase a distribuição dessa elite por década:
TABELA 15 FREQUÊNCIA NA DISTRIBUIÇÃO DOS AUTORES MAIS PRODUTIVOS ÁREA BIOMEDICA NÚMERO DE
NÚMERO DE
TOTAL DE
SOMATÓRIO DE
NÚMERO CUMULATIVO DE
ZONA
TÍTULOS T
ARTIGOS A
TÍTULOS TXA
TÍTULOS {T
ARTIGOS { (T X A)
1
87
1
87
87
1
24
2
24
111
1 1
22 19
3 4
22 19
133 152
1
15
5
15
167
4 4
12 11
9 13
48 44
215 259
5
10
18
50
309
3
9
21
27
336
9 4
8 7
30 34
72 28
408 436
9
7
43
63
499
14 11
6 5
57 68
84 55
583 638
12
5
80
60
698
20
4
100
80
778
3a.
1 35
3 3
101 136
3 105
781 886
zona
34
3
170
102
988
169 841
2 1
339 1.180
338 841
1.326 2.167
1a. zona
2a. zona
A elite de autores da área Biomédica - 7,79% - produziu 54,45% dos artigos.
TABELA 16 ELITE DE AUTORES NA ÁREA BIOMÉDICA AUTOR MATSUDO, V.K.R. DUARTE, C.R. FRANCA, N.M. DE ARAUJO, C.G.S. DE ARENO, W. GUEDES, D.P. MATSUDO, S.M.M. PEREGRINO JUNIOR RIVET, R. ANJOS, L.A. DOS MELLO, P.R.B. DE PEREIRA, M.H.N. VIANA, A.R. D'ANGELO, M.D. FIGUEIRA JUNIOR, A.J. FRACCAROLI, J.L. GONCALVES, A. SOARES, J. ANDRADE, D.R. DUARTE, M. DE F.S. RODRIGUES, L.O.
NÚMERO DE TRABALHOS 87 24 22 19 15 12 12 12 12 11 11 11 11 10 10 10 10 10 9 9 9
AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE DE ROSE, E.H. NUNES, V.G. DA S. OSES, A. PEREIRA, L.F.R. PIRES NETO, C.S. ROMERO, E. SAMULSKI, D. SEURIN, P. BRANDAO, M.R.F. CAVASINI, S.M. DIANNO, M.V. FONTANA, K.E. GOMES, P.S.C. GUIMARAES, A.C.S. MENDES, O.C. MYIOTIN, E. PELLEGRINOTTI, I.L. PEREGRINO, A. PETROSKI, E.L. PINTO, J.R. VOLP, C.M.
8 8 8 8 8 8 8 8 8 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7
TABELA 17 DISTRIBUIÇÃO DA ELITE DA ÁREA BIOMÉDICA POR DÉCADA 30
40
50
60
70
80
90
TOTAL
PEREGRINO JUNIOR ARENO, W.
AUTOR
-
5 3
7 6
5
1
-
-
12 15
PEREGRINO, A.
-
-
1
6
-
-
-
7
FRACCAROLI, J.L.
-
-
2
4
4
-
-
10
PINTO, J.R. DUARTE, C.R.
-
-
-
2 -
2 2
3 22
-
7 24
ARAUJO, C.J.S. DE
-
-
-
-
3
16
-
19
DUARTE. M. DE F.S. DE ROSE, E.H.
-
-
-
-
1 6
8 2
-
9 8
OSES, A.
-
-
-
-
1
7
-
8
SEURIN, P.
-
-
-
-
5
3
-
8
CAVASINI, S.M. MATSUDO, V.K.R.
-
-
-
-
1 4
6 53
30
7 87
GUEDES, D.P.
-
-
-
-
1
10
1
12
SOARES, J. GOMES, P.S.C.
-
-
-
-
1 1
7 3
2 3
10 7
MELLO, P.R.B. DE
-
-
-
-
-
11
-
11
VIANA, A.R.
-
-
-
-
-
11
-
11
RODRUGUES, L.O. NUNES, V.G. DA S.
-
-
-
-
-
9 8
-
9 8
PEREIRA, L.F.R.
-
-
-
-
-
8
-
8
FONTANA, K.E. GUIMARÃES, A.C.S.
-
-
-
-
-
7 7
-
7 7
MENDES, O.C.
-
-
-
-
-
7
-
7
MYIOTIN, E. PETROSKI, E.L.
-
-
-
-
-
7 7
-
7 7
VOLP, C.M.
-
-
-
-
-
7
-
7
FRANÇA, N.M. DE
-
-
-
-
-
16
6
22
RIVET, R. ANJOS, L.A. DOS
-
-
-
-
-
11 8
1 3
12 11
PEREIRA, M.H.N.
-
-
-
-
-
8
3
11
DÁNGELO, M.D. FUGUEIRA JUNIOR, A.J.
-
-
-
-
-
9 5
1 5
10 10
GONÇALVES, A.
-
-
-
-
-
4
6
10
ANDRADE, D.R.
-
-
-
-
-
3
6
9
AMERICAN COLLEGE PIRES NETO, C.S.
-
-
-
-
-
6 7
2 1
8 8
ROMERO, E.
-
-
-
-
-
6
2
8
SAMULSKI, D. BRANDÃO, M.R.F.
-
-
-
-
-
5 3
3 4
8 7
DIANNO, M.V.
-
-
-
-
-
5
2
7
PELLEGRINOTTI, I.L.
-
-
-
-
-
6
1
7
MATSUDO, S.M.M. TOTAL
-
8
16
17
33
331
12 94
12 499
TABELA 18 FREQUÊNCIA NA DISTRIBUIÇÃO DOS AUTORES MAIS PRODUTIVOS ÁREA HUMANÍSTICA NÚMERO DE TÍTULOS
NÚMERO DE ARTIGOS
TOTAL DE TÍTULOS
SOMATÓRIO DE TÍTULOS
NÚMERO CUMULATIVO DE ARTIGOS
T
A
TXA
{T
{ (T X A)
1 1
73 52
1 2
73 52
73 125
1
41
3
41
166
1
38
4
38
204
1 1
36 35
5 6
36 35
240 275
1
32
7
32
307
1 1
30 22
8 9
30 22
337 359
1
19
10
19
378
1
18
11
18
396
1a.
4 2
16 15
15 17
64 30
460 490
zona
1
14
18
14
504
2 2
13 12
20 22
26 24
530 554
1
11
23
22
565
5
10
28
50
615
9 2
9 9
37 39
81 18
696 714
ZONA
8 9
8 7
47 56
64 63
778 841
13
6
69
78
919
5
5
74
25
944
25 12
5 4
99 111
125 48
1.069 1.117
25
4
136
100
1.217
67 180
3 2
203 383
201 360
1.418 1.778
1.005
1
1.388
1.005
2.784
Nesta área, 5,31% dos autores (elite) produziram 49,87% dos artigos TABELA 19 ELITE DE AUTORES DA ÁREA HUMANÍSTICA AUTOR SEURIN, P. SANTOS, N. CONTURSI, E.B. F.I.E.P. (COMITE EXECUTIVO) MARINHO, I.P. MATSUDO, V.K.R. HOLLANDA LOYOLA ARENO, W. JORDAO RAMOS, J. MEC FARIA JUNIOR, A.G. DE ANDRADE, D.R. FANALI, O.A.C. PEREIRA DA COSTA, L. TARGA, J.F. BRAMANTE, A.C. FRANCA, N.M. DE DUARTE, C.R. CANTARINO FILHO, M.R. PEREGRINO JUNIOR ANDREWS, J.C. MORAES, C.A. PEREIRA, L.E. AZEVEDO, F. BRUHNS, H.T. FERREIRA, M. FIGUEIRA JUNIOR, A.J. GONCALVES, A. ARAUJO, C.G.S. DE AUSTREGESILO, A. BOHME, M.T.S. CASTELLANI FILHO, L. DECKER, R. MOREIRA, W.W. R. NETTO, A.
NÚMERO DE TRABALHOS 73 52 41 38 36 35 32 30 22 19 18 16 16 16 16 15 15 14 13 13 12 12 11 10 10 10 10 10 9 9 9 9 9 9 9
2a, zona
3a. zona
RIVET, R. TAFFAREL, C.N.Z. TUBINO, M.J.G. VALE JUNIOR, M.P. DO
9 9 9 9
TABELA 20 DISTRIBUIÇÃO DA ELITE DA ÁREA HUMANÍSTICA POR DÉCADA 30
40
50
60
70
80
90
TOTAL
SANTOS, N.
AUTOR
52
-
-
-
-
-
-
52
MORAES, C.A.
12
-
-
-
-
-
-
12
R. NETTO, A. HOLLANDA LOYOLA
9 15
17
-
-
-
-
-
9 32
AZEVEDO. F.
7
3
-
-
-
-
-
10
AUSTREGESILO, A. MEC
2 1
7 -
-
-
8
10
-
9 19
PEREGRINO JUNIOR
-
5
8
-
-
-
-
13
ARENO, W.
-
6
12
11
1
-
-
30
MARINHO, I.P. JORDÃO RAMOS, J.
-
12 -
14 1
1 8
3 13
6 -
-
36 22
VALE JUNIOR, M.P. DO
-
-
-
4
5
-
-
11
PEREIRA DA COSTA, L. TARGA, J.F.
-
-
-
3 2
6 7
7 7
-
16 16
CANTARINO FILHO,M.R
-
-
-
1
4
8
-
13
FARIA JUNIOR, A.G. DE
-
-
-
5
4
7
-
18
SEURIN. P. FANALI, O.A.C.
-
-
-
-
39 1
34 15
-
73 16
DUARTE, C.R.
-
-
-
-
1
13
-
14
ARAUJO, C.G.S. DE DECKER, R.
-
-
-
-
1 8
8 1
-
9 9
TUBINO, M.J.G.
-
-
-
-
3
6
-
9
MATSUDO, V.K.R.
-
-
-
-
1
24
10
35
ANDREWS, J.C. FIEP
-
-
-
-
4 -
7 38
1 -
12 38
BOHME, M.T.S.
-
-
-
-
-
9
-
9
CASTELANI FILHO, L. RIVET, R.
-
-
-
-
-
9 9
-
9 9
CONTURSI, E.B.
-
-
-
-
-
35
6
41
ANDRADE, D.R.
-
-
-
-
-
2
14
16
BRAMANTE, A.C. FRANÇA, N.M. DE
-
-
-
-
-
12 9
3 6
15 15
PEREIRA, L.E.
-
-
-
-
-
10
1
11
BRUHNS, H.T. FERREIRA. M.
-
-
-
-
-
5 2
5 8
10 10
FIGUEIRA JUNIOR, A.J.
-
-
-
-
-
4
6
10
GONÇALVES, A.
-
-
-
-
-
3
7
10
MOREIRA, W.W. TAFFAREL, C.N.Z.
-
-
-
-
-
5 7
4 2
9 9
98
50
35
35
109
312
75
714
TOTAL
TABELA 21 FREQUÊNCIA NA DISTRIBUIÇÃO DOS AUTORES MAIS PRODUTIVOS
ÁREA GÍMNICO-DESPORTIVA NÚMERO DE TÍTULOS T
NÚMERO DE ARTIGOS A
TOTAL DE TÍTULOS TXA
SOMATÓRIO DE TÍTULOS {T
NÚMERO CUMULATIVO DE ARTIGOS { (T X A)
1
68
1
68
68
1
39
2
39
107
1 1
28 26
3 4
28 26
135 161
1
18
5
18
179
1 4
15 13
6 10
15 52
194 246
4
12
14
48
294
2
11
16
22
316
2 3
10 9
18 21
20 27
336 363
6
8
27
48
411
9 1
7 6
36 37
63 6
474 480
11
6
48
66
546
25
5
73
125
671
2a.
1 27
4 4
74 101
4 108
675 783
zona 3a.
10
3
111
30
813
zona
67 198
3 2
178 376
201 396
1.024 1.410
1.006
1
1.382
1.006
2.416
7,70% dos autores (elite) produziram 57,16% dos artigos, nesta área. TABELA 22 ELITE DE AUTORES DA ÁREA GÍMNICO-DESPORTIVA AUTOR SANTOS, N. MATSUDO, V.K.R. SEURIN, P. VALE JUNIOR, 26 LOTUFO, J. PERNAMBUCANO, R. DUARTE, C.R. JORDAO RAMOS, J. MARINHO, I.P. SILVA, O.E.
NÚMERO DE TRABALHOS
M.P.
DO
68 39 28 18 15 13 13 13 13 12 12
ZONA
1a. zona
ARAUJO, C.G.S. DE BRAMANTE, A.C. CALLEJA, C.C. PEREIRA DA COSTA, L. HOLLANDA LOYOLA RIVET, R. R. NETTO, A. REEBERG, W. ARENO, W. BROWN, F. SILVA, S.C. DA ANDRADE, M.M. BARROS, N. BATTAGLIA, V. COFRE, M. MEC MORAES, C.A. COFRE, M. MEC MORAES, C.A. BOAVENTURA DA SILVA, A. DANTAS, E.H.M. DIANNO, M.V. KNOPLICH, J. LATORRE DE FARIA, A. MELLO, P.R.B. DE OSES, A. PELLEGRINOTTI, I.L. TARGA, J.F. D'ANGELO, M.D. DE ROSE JUNIOR, D. FANALI, O.A.C. FERREIRA, R. GUERIOS, S.F.M. MOREIRA, W.W. SAMULSKI, D. SOUZA, M.T. TUBINO, M.J.G. VIANA, A.R. VOLP, C.M. WILLIAMS, C.E.
12 12 11 11 10 10 9 9 9 8 8 8 8 8 8 8 8 8 7 7 7 7 7 7 7 7 7 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6
TABELA 23 DISTRIBUIÇÃO DA ELITE DA ÁREA GÍMNICO-DESPORTIVA POR DÉCADA AUTOR
30
40
50
60
70
80
90
TOTAL
SANTOS, N.
68
-
-
-
-
-
-
68
PERNAMBUCANO, R. SILVA, O.E.
15 13
-
-
-
-
-
-
15 13
R. NETTO,A. BROWN, F.
10 9
-
-
-
-
-
-
10 9
MORAES, C.A.
8
-
-
-
-
-
-
8
LOTUFO, J.
17
1
-
-
-
-
-
18
HOLLANDA LOYOLA WILLIAM, C.E.
4 4
7 2
-
-
-
-
-
11 6
LATORRE DE FARIA, A.
-
2
5
-
-
-
-
7
ARENO, W. MARINHO, I.P.
-
3 4
3 5
2 -
1 1
3
-
7 13
JORDÃO RAMOS, J.
-
-
2
4
7
-
-
13
VALE JUNIOR, M.P. DO
-
-
-
7
19
-
-
26
BARROS, N. BATTAGLIA, V.
-
-
-
3 5
5 3
-
-
8 8
FERREIRA, R.
-
-
-
3
3
-
-
6
GUERIOS, S.F.M. PEREIRA DA COSTA, L.
-
-
-
4 3
2 4
5
-
6 12
TARGA, J.F.
-
-
-
1
4
2
-
7
TUBINO, M.J.G.
-
-
-
1
3
2
-
6
CALLEJA, C.C. REEBERG, W.
-
-
-
-
11 10
-
1 -
12 10
ANDRADE, M.M.
-
-
-
-
8
-
-
8
SEURIN, P. DUARTE, C.R.
-
-
-
-
14 1
14 12
-
28 13
ARAUJO, C.G.S. DE
-
-
-
-
2
10
-
12
MEC
-
-
-
-
5
3
-
8
SILVA, A. BOAVENTUR. OSES, A.
-
-
-
-
4 1
3 6
-
7 7
FANALI, O.A.C.
-
-
-
-
3
3
-
6
MATSUDO, V.K.R. BRAMANTE, A.C.
-
-
-
-
1 1
26 10
12 1
39 12
DE ROSE JUNIOR, D.
-
-
-
-
1
-
5
6
SILVA, S.C. DA
-
-
-
-
-
4
5
9
COFRE, M. DANTAS, E.H.M.
-
-
-
-
-
8 7
-
8 7
KNOPLICH, J.
-
-
-
-
-
7
-
7
MELLO, P.R.S. DE D’ANGELO, M.D.
-
-
-
-
-
7 6
-
7 6
VOLP, C.M.
-
-
-
-
-
6
-
6
RIVET, R.
-
-
-
-
-
10
1
11
PELLEGRINOTTI, I.L. DIANNO, M.V.
-
-
-
-
-
4 6
3 1
7 7
MOREIRA, W.W.
-
-
-
-
-
3
3
6
SAMULSKI, D.
-
-
-
-
-
3
3
6
SOUZA, M.T. VIANA, A.R.
-
-
-
-
-
4 5
2 1
6 6
148
19
15
33
114
179
38
546
TOTAL
Resultados preliminares:
A década mais produtiva foi a de 80, em que aparecem 45,61% dos artigos, publicados em 10 periódicos. Na década de 30 a ênfase na produção estava na área Gímnico-desportiva e a partir dos anos 40 passa a ser a área Humanística. A área Biomédica, durante o período de 1936 a 1989 ocupou a terceira posição em importância quanto à produção científica, superando a Gímnico desportiva apenas nos anos 90. Dos periódicos analisados, pode-se determinar as revistas: BRASILEIRA DE CIÊNCIAS DO ESPORTE; e EDUCAÇÃO PHYSICA
como as mais importantes da área, seguindo-se a revista: BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS
e um terceiro núcleo com as revistas: BRASILEIRA DE CIÊNCIA & MOVIMENTO, SPRINT, BOLETIM DA FIEP
e a ARQUIVOS aparecendo num quarto núcleo. Considerando-se as áreas de caracterização, temos as revistas BRASILEIRA DE CIÊNCIAS DO ESPORTE e BRASILEIRA DE CIÊNCIA & MOVIMENTO
como as mais importantes na área Biomédica; na área Humanística, as revistas BRASILEIRA DE CIÊNCIAS DO ESPORTE, EDUCAÇÃO PHYSICA e BOLETIM DA FIEP;
e na área Gímnico-desportiva as revistas
EDUCAÇÃO PHYSICA e BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS.
A elite de autores se constitui daqueles que produziram pelo menos 11 artigos. Ao se distribuir essa produção por área temos como pertencentes à elite de autores aqueles como uma produção de no mínimo: - 9 artigos na área Humanística;
- 7 artigos na área Biomédica; - 6 artigos na área Gímnico-desportiva. Encontrou-se, dentre os autores pertencentes à elite, um autor que manteve uma produção ao longo de 50 anos: MARINHO, I.P.
anos 40 anos 50 anos 60 anos 70 anos 80 -
- 12 artigos; - 14 artigos; - 1 artigo; - 3 artigos; 6 artigos;
e dois autores que mantiveram uma produção ao longo de quatro décadas: ARENO, W.,
anos 40 anos 50 anos 60 anos 70 -
- 7 artigos; - 16 artigos; - 15 artigos; 2 artigos;
FARIA JUNIOR, A.G. DE
anos 60 anos 70 anos 80 anos 90 -
6 artigos; 4 artigos; 7 artigos; 2 artigos.
Confirma-se o grupo do CELAFISCS - MATSUDO, V.K.R. à frente com 103 artigos publicados no período - como o mais produtivo núcleo de pesquisadores na área das Ciências do Esporte. Verifica-se que a elite de autores (2,07%) produziu 46,44% dos artigos indexados. Ao se considerar a produção dessa elite por área de caracterização, temos: BIOMÉDICA
7,79% dos autores com
54,45% dos artigos
HUMANÍSTICA
5,31% dos autores com
49,87% dos artigos
GÍMNICO-DESPORTIVA
7,70% dos autores com
57,16% dos artigos.
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A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO NA EDUCAÇÃO
FÍSICA E DESPORTO NO MARANHÃO 187 LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ 188 Introdução: O sistema de informação científica e tecnológica utiliza fundamentalmente dois canais de comunicação: os canais formais - ou de literatura - e os canais informais - ou pessoais. O principal universo da atividade científica e tecnológica é informação verbalmente codificada (periódicos, anais de congressos, etc.) e seu produto essencial também é informação verbalmente codificada (artigos publicados em revistas científicas, comunicação em congressos), constituindo insumo para outras pesquisa científicas, e assim sucessivamente (AGUIAR, 1991). Conhecimento novo, resultado de pesquisa, é registrado na literatura científica. A análise da ciência através da produção escrita é objeto de estudo de historiadores, sociólogos e cientistas da informação. A Bibliometria, ou cientometria, ocupa-se da análise estatística dos processos de comunicação escrita, tratamento quantitativo (matemático e estatístico) das propriedades e do comportamento da informação registrada (FIGUEIREDO, 1977), oferecendo posibilidades de análise quantitativa da produção literária. Como ciência da ciência, tem um caráter puramente teórico e como finalidade, aplicar recursos da ciência na análise da própria ciência; como técnica, tem aplicação no campo da documentação científica (SÁ, 1978). A Bibliometria tem os seguintes objetivos: (1) analisar o tamanho (extensão), crescimento e distribuição da bibliografia; e (2) estudar a estrutura social dos grupos que produzem e utilizam a literatura científica ( LOPES PIÑERO, 1972, citado por LIMA, 1986). É possível trabalhar, no campo da documentação científica, com quatro temas: (a) crescimento e envelhecimento da literatura científica; (b) a dispersão das publicações científicas; (c) a produtividade dos autores científicos e a "visibilidade"de seus trabalhos; e (d) a relação entre autores (cientistas), descobrimentos múltiplos e a transmissão de idéias através de publicações (comunicação científica, "gatekeepers", colégio invisível...) (LIMA, 1986).
Literatura esportiva na América Latina SONNESCHEIN (1980, citado por VAZ & PEREIRA, 1992) constatou que a literatura esportiva disponível na América Latina é escassa, cara, de pouca atualidade e na sua maioria ignora as condições sócio-econômicas, bio-médicas e culturais predominantes nos esportes e na educação física do sub-continente. O que provoca a elaboração de trabalhos de pesquisa desassociados da realidade prática; da docência; da organização; e da administração, pois são realizados em grande parte com fundamentos de informação técnica inadequados ou nulos. Essa carência é explicada pelo baixo volume de produção; acessibilidade limitada e altos custos de venda de material bibliográfico, pois à exceção da Argentina, México e Cuba, os demais países importam entre 90% e 100% de sua literatura. Essa literatura padece de atualidade, considerando
187
Palestra apresentada na III Jornada de Iniciação Científica da Educação Física da UFMa, 1995.
188
Professor de Educação Física do CEFET-MA; Mestre em Ciência da Informação
que cerca da metade dos textos disponíveis são traduzidos de outros idiomas. Esse autor encontrou um espaço de quatro a seis anos entre a publicação de livros no idioma original e a sua tradução.
Se se considerar que o conhecimento científico tarda em média dois anos desde a sua concepção até a sua publicação em uma revista e quatro anos até sua publicação em forma de livro, e que se passem outros quatro anos mais até que apareça a versão em espanhol ou português, encontramonos ante o fato de que conhecimentos científicos e técnicos publicados em forma de livros sofram um atraso de dez anos. O aparecimento de artigos traduzidos em publicações periódicas é de cerca de cinco anos. Sugere, então, que se amplie a bibliografia disponível e se estabeleçam centros de documentação e informação, cuja tarefa principal seria a seleção e elaboração de literartura adaptada às condições do meio e a disseminação massiva dessa literatura.
Produtividade e elitismo na educação física brasileira: VAZ, PEREIRA & SANTOS (1993), ao estudarem a produtividade de periódicos brasileiros dedicados às ciências do esporte e a elite de autores da área, indexaram 5.014 artigos de periódicos publicados no período de 1936 a 1992 em 13 revistas devotadas à educação física e aos esportes. Utilizaram-se da Lei de BRADFORD (citado por LIMA, 1986, p. 128): “se periódicos científicos forem dispostos em ordem decrescente de produtividade de artigos sobre determinado tema, pode-se distinguir um núcleo de periódicos mais particularmente devotados a este tema e vários grupos ou zonas que incluem o mesmo número de artigos que o núcleo, sempre que o número de periódicos existente no núcleo e nas zonas sucessivas seja de ordem de 1: n : n2: n3: n4...” .
Para deteminar o núcleo de periódicos mais produtivos, estabeleceu-se como "tema determinado" as áreas caracterizadas por GONÇALVES & VIEIRA (1989): segmentos biomédico, humanístico e gimnico-desportivo. Para a determinação da elite de autores, utilizaram o "Princípio de Elitismo", de SOLA PRICE (1965, citado por LIMA, 1986), segundo o qual "toda a produção de tamanho N tem uma elite igual à raiz quadrada de N". Para LIMA (1986), quando se trata de autores, produtividade e elitismo, observa-se que "...a produtividade é mais acentuada em alguns autores que produzem 2/3 da literatura registrada em determinado campo do conhecimento. Este grupo de mais produtivos pode ser a elite quantificável através do Princípio do Elitismo".
Encontrou-se, como a década mais produtiva, a de 80, em que aparecem 45,61% dos artigos, publicados em 10 revistas. Dos periódicos analisados, pode-se determinar as Revistas Brasileira de Ciências do Esporte e Educação Physica como as mais importantes da área, seguindo-se a Revista Brasileira de Educação Física e Desportos, a Brasileira de Ciência e Movimento, a Sprint, o Boletim da FIEP e os Arquivos da Escola nacional de Educação Física. A elite de autores se constitui daqueles que produziram pelo menos 11 artigos. Ao se distribuir essa produção por área, temos como pertencentes à elite de autores aqueles com uma produção de,
no mínimo, nove artigos na área Humanística; sete artigos na área Biomédica; e seis artigos na área Gímnico-desportiva.
Encontrou-se, dentre os autores pertencentes à elite, um autor que manteve uma produção ao longo de 50 anos (décadas de 40 a 80): Inezil Penna Marinho; e dois autores que mantiveram uma produção ao longo de quatro décadas: (Waldemar Areno (dos anos 40 aos 70) e Alfredo Gomes de Faria Junior (60 a 90). Confirma-se o grupo do CELAFISCS - com Victor Matsudo à frente, com 103 artigos publicados no período -, como o mais produtivo núcleo de pesquisadores na área das Ciências do Esporte. Verifica-se que a elite de autores (2,07%) produziu 46,44% dos artigos indexados.
Produção do conhecimento: Educação Física e Esportes no Maranhão VAZ & VAZ (1995), ao identificarem as recreações praticadas pelos ludovicenses durante o período imperial - 1823/1899 - utilizando-se de cronistas de épocas e de historiadores, encontraram uma primeira referência à produção do conhecimento na área da educação física e dos esportes no Maranhão. Trata-se da "Informação das recreações do Rio Munin do Maranhão", do padre jesuita JOÃO TAVARES, publicado em meados do século XVIII. CORRÊA (1993), ao comentar carta desse mesmo João Tavares, descrevendo as paisagens da Ilha, afirma a um superior seu, ante a chegada possível de missionários europeus ao Maranhão, que aqueles religiosos deixariam as delícias da Itália, não pelos trabalhos, mas pelas recreações do Maranhão: "Como a Ilha Grande foi decantada pelo espaço contrário aos trabalhos (os quais, no mínimo, resguardaria), antieticamente haveria de apresentar expressiva contenção de exercícios corporais, enquanto expressão de labuta, de fadiga e de descanso decorrentes de deligência em atividade física. Permitiria - na contrapartida da terra da gente excepcional - a alternativa das reecreações para o cultivo e o requinte do espírito. Desdobrado da hipótese das recreações coletivas, o raciocínio desenclausurado outro não é, senão o de que, no Maranhão, seria comunitária a amizade pelas luzes, pela razão, pela sabedoria, etc., considerada a educação do pensamento e de sentimento um fragmento indispensável das recreações. "(p. 39-40).
São Luís do Maranhão, no período do Império, localizada em uma ilha geográfica, torna-se uma ilha cultural, pois era tão mais fácil ir à Europa que ao Rio de Janeiro. As poderosas famílias maranhenses podiam manter suas ligações culturais com Portugal, mandando os filhos estudarem em Coimbra, o que contribuiu para a formação de uma elite cultural, um tipo de "intelligenzia" regional composta de poetas, novelistas, dramaturgos, oradores, teoristas, historiadores, publicistas e políticos - são desse período Manoel Odorico Mendes, Francisco Sotero dos Reis, João Francisco Lisboa, Trajano Galvão e sobretudo Antônio Gonçalves Dias; mais tarde aparecendo Artur e Aluízio Azevedo, Sousândrade, dentre outros - a quem São Luís, seguindo a linha tradicional e romântica do século XIX, obcecada por comparações com o Velho Mundo, deve o epíteto de "Atenas Brasileira". Registra-se, nesse período, o parecimento de inúmeros jornais - segundo RAMOS (1986; 1992), 183, entre os anos de 1821 a 1860 - a grande maioria de caráter político. Com o objetivo de recrear
- de caráter literário, recreativo, científico e/ou instrutivo -, foram 28, dentre os quais, "O RECREIO DOS MARANHENSES", de 1839 e o "JORNAL DE INSTRUÇÃO E RECREIO", de 1845, sendo que este continha muitos artigos de ensino - métodos e sistematizações de estudo. Foi a voz do romantismo no Maranhão. Aluísio Azevedo, tanto em "O Mulato", quanto em várias crônicas publicadas na imprensa maranhense, lá pelos anos 1870-80, pregava a necessidade de uma educação positivista, incluindose a educação física feminina: "... é dar à mulher [maranhense] essa bela educação positivista, que se baseia nas ciências naturais e tem por alvo a felicidade comum dos povos. É preciso educá-la física e moralmente, prepará-la por meios práticos e científicos ... evitra a diástese nervosa como fonte de mil desgraças, dar-lhe uma boa ginástica e uma alimentação conveniente à miotilidade de seus músculos, instruí-la e obrigá-la principalmente a trabalhar." (ALUÍSIO AZEVEDO, CRÔNICA, "O PENSADOR", São Luís, 10.12.1880, citado por VAZ & VAZ, 1995).
DUNSHEE DE ABRANCHES (1941) , nascido em 1867, em seu livro de memórias "O Captiveiro", lembra que o "Club dos Mortos", constituído por alunos do "Lyceo Maranhense" seus colegas de preparatórios (o Liceu foi fundado em 1838), reunia-se no porão de sua casa - o Solar dos Abranches -, no início da Rua dos Remédios: "... e como não era assoalhado nem revestido de ladrilhos, os meus paes alli instalaram apparelhos de gymnastica e de força para exercícios physicos..." (p. 187). MARTINS (1989) em "Esportes - um mergulho no tempo", registra que as atividades esportivas têm um renascimento na primeira década de século XX, quando Nhozinho Santos - JOAQUIM MOREIRA ALVES DOS SANTOS - retorna da Ingleterra e introduz o futebol e o atletismo no Maranhão, com a fundação, em 27 de outubro de 1907, do Fabril Athletic Club, da Fábrica Santa Izabel: "... várias atrações foram organizadas ... na corrida, sairam vencedores Joaquim Belchior e M. Lopes. No 'place-kick', E. Dolber tirou o primeiro lugar, ficando Jasper (Moon) em segundo. No concurso de peso, vitória de Jasper (Moon), que lançou o peso à distância de 9 l/2 jardas...". (O IMPARCIAL, 29 de outubro de 1907, p. 5, citado por VAZ, 1992).
De acordo com VAZ (1991), esta foi, provávelmente, a primeira competição de atletismo registrada no Brasil, disputada por brasileiros. 1907. E a CBAt reconhece como a primeira, uma competição disputada em São Paulo em 1918. Nosso primeiro professor de Educação Física - de acordo com MARTINS (1989) - foi Miguel Hoerhan, que lecionava em inúmeros estabelecimentos de ensino, em 1910. Não custa lembrar que desde 1842, no "Colégio das Abranches", para meninas, a educação física fazia parte do regulamento. Quem teria sido o professor ? as tias de Dunshee de Abranches, D. Martinha ou D. Amância Leonor de Castro Abranches ? Então seria uma delas - ou ambas - a primeira professora de educação física. Não é de admirar que aquele ilustre maranhense tivesse aparelhos de ginástica e de pesos no porão de sua casa, para exercitar-se, lá pelo final de 1870, início de 1880.
Na década de 1940, são enviados para o Rio de Janeiro alguns jovens, para estudarem na Escola Nacional de Educação Física - dentre estes, Rubem Teixeira Goulart. Logo após, a Profa. Mary Santos, Prof. Dimas... Na década de 70, é fundado o Curso de Educação Física desta Universidade, e são criados os Jogos da Juventude (1972), logo mudado de denominação, para Jogos Escolares Maranhenses. Em 1979, é criada a Secretaria de Desportos e Lazer - SEDEL. Em sua estrutura, haviam duas divisões de estudo e pesquisa, uma para os desportos e outra para o lazer. O objetivo, era produzir pesquisas na área, para serem utilizados, seus resultados, para melhoria do desempenho de nossos atletas, nos Jogos Brasileiros, e resgatar as manifestações do lúdico e do movimento no Maranhão. Parece-me que só passou de intenção. Em 1980, foi realizada a I Conferência sobre Documentação e Informação Esportiva na América Latina, na Colômbia. Participou, representando a SEDEL, o Prof. Laércio Elias Pereira, então professor desta Universidade. A segunda Conferência seria realizada em 1982, em São Luís do Maranhão. Mas o que apresentar ? Qual era nossa produção científica ? A SEDEL, com sua Divisão de Estudos e Pesquisa não estudava nada e não pesquisava nada, embora contasse com um quadro de funcionários lotados; a UFMA estava ainda se debatendo com a formação de seu quadro de professores. Lembro que em 1976, quando cheguei ao Maranhão, haviam apenas cinco professores com formação superior; em 1980, esse número aumentara em 100%, éramos 10 ... Partiu-se então, para produzir alguns trabalhos que pudessem ser apresentados naquele evento. Surgiu, então, na área da documentação, o "ÍNDICE DA REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS", do Prof. Laércio Pereira, publicado pelo MEC em 1983; o "ÍNDICE DA REVISTA STADIUM", dos Prof. Leopoldo G. D. Vaz e Laércio Pereira, publicado pela SEDEL, em microficha, em 1984; o Prof. Sidney Zimbres iniciou uma pesquisa sobre aptidão física de jogadores de volibol; a profa. Tânia Araújo, sobre menarca de atletas; o prof. Demóstenes, sobre aptidão física, o Vicente Calderoni - acho que ainda era acadêmico à época, começa a resgatar a história do Handebol maranhense ... E a conferência não aconteceu. Em 1980 apareceu a "Revista Desportos & Lazer", editada pela SEDEL, tendo o Prof. Sebastião Jorge como Editor-Chefe e o Laércio Pereira como responsável - ambos professores desta UFMA. Durou nove números, apenas (foi publicata até 1983), mas teve uma boa repercussão a nível nacional, com inúmeros trabalhos de pesquisa divulgados. O primeiro trabalho de pesquisa publicado foi o do Prof. Sidney Zimbres; apareceu no no. 2, janeiro/março de 1981, p. 20-23: "Futuros campeões do volibol passam pela análise científica". Mais recente, é o "Cadernos 'Viva Água'", da Escola de Natação da Denise Araújo e Osvaldo Teles; alguns artigos científicos sobre natação foram publicados. Não podemos esquecer a contribuição do Edivaldo "Biguá" e da Tânia Araújo, com suas páginas dedicadas ao esporte amador - publicadas no "Imparcial”, e hoje no "O ESTADO DO MARANHÃO", que sempre abriram espaço para publicação de trabalhos de pesquisa. Ainda em 1980, foi realizado em São Luís o Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte - Região Norte/Nordeste, no período de 10 a 13 de setembro; trabalhos de pesquisa foram apresentados: Isidoro Cruz Neto (Ascensão social do negro através do desporto); Lino Castellani Filho (Análise dos aspectos do desenvolvimento política/desporto, face aos XXII Jogos Olímpicos); Demóstenes Montovani (Prescrição de treinamento aeróbico levando em consideração somente a distância percorrida); Sidney Zimbres (Volibol infanto-juvenil do Maranhão: características das qualidades físicas, dados antropométricos e aspectos gerais).
Pode-se estabelecer como o ano de 1980 como o do início das atividades de pesquisa científica no âmbito da UFMA, da SEDEL e da então Escola Técnica Federal do Maranhão, hoje CEFET-MA.
Referências bibliográficas: ABRANCHES, João Dunshee de. O Captiveiro (Memórias). Rio de Janeiro : (s.e.), 1941. AGUIAR, Afrânio Carvalho. Informação e atividades de desenvolvimento científico, tecnológico e industrial: tipologia proposta com base em análise funcional. Ciência da Informação, Brasília, v. 20, n. 1, p. 7-15, jan./jun., 1991. ARAÚJO, Vania Maria Hermes de. Estudo de canais informais de comunicação técnica: seu papel na transferência de tecnologia e na inovação tecnológica. Ciência da Informação, Brasília, v.8, n. 2, p. 79-100, jul./dez., 1979. CORRÊA, Rossini. Formação social do Maranhão: o presente de uma arqueologia. São Luís : SIOGE, 1993. FIGUEIREDO, Nice Menezes de. Biblioteconomia e bibliometria. in Tópicos modernos em Biblioteconomia. Brasília : ABDF, 1977, p. 17-25. GONÇALVES, Aguinaldo & VIEIRA, Paulo Cesar Trindade. Uma caracterização da produção científica da área de Educação Física e Esportes no Brasil: avaliação trienal de seu comportamento no âmbito do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 10, n. 2, p. 50-59, janeiro de 1989 LIMA, Regina Célia Montenegro de. Bibliometria: análiswe quantitativa da literatura como instrumento de administração em sistemas de informação. Ciência da Informação, Brasília, v. 15, n. 2, p. 59-80, jul./dez., 1986. LOPES PIÑERO, J.M. El análisis estatistico y sociométrico de la literatura científica. Valencia : Facultad de Medicina, 1972, citado por LIMA, Regina Célia Montenegro de. Bibliometria: análise quantitativa da literatura como instrumento de administração em sistemas de informação. Ciência da Informação, Brasília, v. 15, n. 2, p. 59-80, jul./dez., 1986. MARTINS, Djard. Esporte: um mergulho no tempo. São Luís : SIOGE, 1989. MOURA e CASTRO, Cláudio de. Há produção científica no Brasil ? in SCHARTZMAN, Simon & MOURA e CASTRO, Cláudio. (org). Pesquisa universitária em questão. São Paulo : Ícone; Campinas: UNICAMP, CNPq, 1986, p. 190-224. RAMOS, Clóvis. Os primeiros jornais do Maranhão - 1821 - 1830. São Luís : SIOGE, 1986. RAMOS, Clóvis. Opinião pública maranhense (1831 a 1860). São Luís : SIOGE, 1992. SÁ, Elizabeth Schneider de. Evolução bibliométrica. in SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 1, Niterói, 1978. Anais.... Niterói, 1978. SONNESCHEIN, Werner. Literatura deportiva en latinoamerica. Educacion Fisica Y Deporte, Medellin, v. 2, n. 2, p. 29-37, maio de 1980, citado por VAZ, Leopoldo G. D. & PEREIRA, Laércio E. Organização da informação em Ciências do Esporte: a experiência do CEDEFEL-MA. in SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS DO ESPORTE, 18, São Caetano do Sul-SP, outubro de 1992. Anais... São Caetano do Sul, 1992. VAZ, Leopoldo G.D. A história do atletismo maranhense . O IMPARCIAL, São Luís, 29 de maio de 1991, segunda-feira, p. 9, Caderno de Esportes. VAZ, Leopoldo G. D. & PEREIRA, Laércio E. Organização da informação em Ciências do Esporte: a experiência do CEDEFEL-MA. in SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS DO ESPORTE, 18, São Caetano do Sul-SP, outubro de 1992. Anais... São Caetano do Sul, 1992.
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CONSTRUÇÃO DE UMA ANTOLOGIA DE TEXTOS
DESPORTIVOS DA CULTURA BRASILEIRA: PROPOSTA E CONTRIBUIÇÕES LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Centro Federal de Educação Tecnológica do Maranhão DELZUITE DANTAS BRITO VAZ Centro de Ensino Médio "Liceu Maranhense" Resumo
Através do resgate e do registro de manifestações culturais esportivas na literatura brasileira, procura-se reconstruir a história do esporte, do lazer e da educação física no Brasil. A exemplo do que acontece em França, Itália, Espanha e Portugal, propõem-se reunir textos literários da cultura brasileira, com o objetivo de reconstituir a trajetória do esporte em nosso país, com a construção de uma antologia brasileira de textos esportivos. Palavras-chave: Educação Física. Esportes. Literatura. História Abstract Through the rescue and the registration of sportive cultural manifestations in bra\ilian literature, one tries to reconstruct the history of sport, leisure and physical education in Brazil. From the example of what happens in France, Italy, Spain and Portugalit is proposed to gather in our country, with the construction of a brazilian anthology of sport texts. Key-words: Physical Education. Sports. Literature. History.
Introdução: Em 1994, o Ministério da Educação e do Desporto - MEC - constituiu Grupo de Trabalho (MEE/INDESP, 1996) para elaborar a aproximação conceitual de Esporte e Cultura, iniciando-se, no Brasil, uma discussão sobre “Esporte de Criação Nacional”. Com a identificação do problema conceitual, se fez necessário desenvolver a dissecação do título. No instante em que se separa a idéia “Esporte” de um lado e “Criação Nacional” de outro, percebe-se a possibilidade de um desdobramento fértil. Enquanto o “esporte” pode ser entendido como um jogo, uma brincadeira, uma dança, um ritual, etc., o atributo de “criação nacional” por sua vez, pode ser entendido como de “Criação Cultural”, ou com “Identidade Cultural” (SANTIN, 1996). SILVA (1987), ao levantar a questão da perda dos valores culturais e da identidade cultural, afirma que somos um povo mesclado pelas mais diversas influências raciais, cujos traços são refletidos nas mais variadas formas de expressão artística: “Neste aspecto, é importante relembrar que os jesuítas foram os primeiros a transformar os hábitos culturais dos nossos índios, obrigando-os, pelo processo de catequese, a aprenderem os hinos e os sermões da Igreja Católica e, justamente com isso, os falsos preceitos de pecado e moral.
“Assim como os índios, nossos irmãos escravos, vindos da África, sofrendo sob as garras da opressão dos senhores de engenho, tiveram de fazer seus cultos e brincadeiras às escondidas, sob a ameaça dos chicotes. Em suma, a cultura ibérica, através dos portugueses, infiltrou-se e aculturou-se na nossa realidade, clima e vegetação. “Sobre a questão da perda dos valores culturais, é importante deixar claro que a nossa atitude passiva de receptores de outras culturas é histórico, pois até hoje guardamos o peso dessa herança advinda da colônia que parece ainda não ter passado...”. (p. 20-21)
Considera, ainda, que a perda da identidade cultural traz como conseqüência a minimização da criatividade popular, tornando, assim, a sociedade imitativa e caricaturista de valores culturais estrangeiros, com o que concordam DIECKERT; KURZ & BRODTMANN (1985) quando afirmam que no Brasil deve haver uma educação física brasileira e critica o modelo internacional do esporte corporal do povo brasileiro, que possui a capoeira como uma das maiores riquezas, além de outros jogos, danças e ritmos. DIECKERT (1987) destaca ainda o quanto é importante que essas manifestações sejam resgatadas, para não se transformarem em peças de museu. Da mesma forma, Manuel Sérgio VIEIRA E CUNHA (1985), ao analisar um tipo de esporte baseado na cultura, enfatiza o significado dos jogos tradicionais das diversas formas de desporto popular e ainda das pequenas agremiações locais, que cedem lugar ao imperialismo do desporto-instituição, reprodutor e multiplicador das “taras do ter”. Para SILVA (1987), a perda desses valores levou a sociedade a explorar o corpo dos cidadãos como se fosse objeto e não sujeito, imprimindo-lhe gestos e movimentos ginástico-desportivos padronizados, reduzindo o acesso às danças e aos jogos da lúdica popular e resultando na perda da ludicidade, que deve ser compreendida como o estado de espírito que dispõe o homem a ser alegre e brincar livremente. O primeiro grande impasse surge quando se pergunta o que se entende por esporte e por lazer, dada a abrangência dos termos. Deve-se entender como esporte apenas as atividades lúdicas praticadas sob a orientação da ciência e da técnica? Apesar do costume vigente de tratar o esporte, o jogo e o brinquedo como três categorias distintas de atividades, não restam dúvidas de que se pode unificá-las sob o manto da criação cultural, embora reflitam valores culturais diversificados (HUIZINGA, 1980; SILVA, 1987; SANTIN, 1996; DAMASCENO, 1997). O esporte, como tema literário, aparece pela primeira vez com Píndaro, embriagado pelos feitos atléticos dos campeões olímpicos: "Durante a realização dos Jogos, desaguavam em Olímpia tudo o que na Grécia havia de artístico, filosófico e desportivo. Os poetas escancaravam o que lhes medrava na alma, os sofistas dialogavam com auditórios eruditos e os atletas competiam entre sí. Enfim, arte, filosofia e desporto num conúbio que muito enriqueceu a literatura grega. Já Homero poetizara as corridas de carros, mas literatura centrada no desporto... foi Píndaro o primeiro" (VIEIRA E CUNHA & FEIO, s.d: 9).
Depois dele, muitos outros. "E no gaiato tagarelar das ruas de Atenas, o desporto nascia como verdadeiro fenômeno cultural". Virgílio, Horácio, Tíbulo, Propércio, em Roma; Dante e Petrarca,
na Idade Média; Rebelais, Cervantes, Camões, Francisco de Quevedo, Jeronimo Mercurialis, Rousseau, na Idade Moderna. VIEIRA E CUNHA & FEIO (s.d.) justificam a feitura de uma antologia portuguesa de textos esportivos afirmando que o desporto, ao contrário do senso-comum que se tem dessa manifestação, não se resume a "uma atividade meramente corporal que, no setor da ciência, se confunde com a Medicina, no campo da convivência, com a expresso apaixonada da agressividade natural e manifestando o mais redondo desconhecimento pelo mundo da cultura" (p. 7). Afirmam ser o desporto uma pujante afirmação de cultura; uma síntese original de criação artística e de contemplação estética; um meio de educação e de comunicação de excepcional valia; e um "fenômeno social capaz de concorrer à Paz, à Saúde, à Tolerância, à Liberdade, à Dignidade Humana" (p. 8): "Ainda integrado na luta pela compreensão do desporto, permitimo-nos recordar que a Cultura Física é uma Ciência do Homem e como tal deve ser analisada, estudada, praticada, difundida e... defendida! Daí que, ao nível da interdisciplinaridade com outros ramos do saber, não seja demasiado encarecer quanto à educação física e os desportos dialecticamente se relacionam, quer com as outras Ciências do Homem, quer com as Ciências da Natureza e as Ciências Lógico-Dedutivas..." (VIEIRA E CUNHA & FEIO, s.d.: 8).
Também na Literatura Brasileira é significativa a presença de escritores a evidenciarem uma simpatia pela prática desportiva. O objetivo deste estudo é o de, articulando-se o trabalho de investigação e o trabalho de resgate, recuperar e organizar fontes literárias e documentais, procurando reagrupá-las, tornando-as pertinentes, para constituírem um conjunto através do qual a memória coletiva passe a ser valorizada, instituindo-se em patrimônio cultural (FAVERO, 1994).
A Atenas brasileira Na literatura dos viajantes, ABBEVILLE (1975:236) foi quem primeiro registrou, no Maranhão, as atividades dos primitivos habitantes da terra. Para esse autor é por não terem ambições materiais que os índios da Ilha do Maranhão têm na dança o primeiro e principal exercício; além da dança, têm como exercício a caça e a pesca. Já SPIX e MARTIUS afirmam serem os Jês hábeis nadadores, havendo o registro de serem também grandes corredores: "... timbiras de canela fina (corumecrãs)... famosos pela velocidade na corrida, esses índios enrolavam suas pernas com fios de algodão que acreditavam afinarlhes as pernas e proporcionar-lhes leveza para correr..." (citados por CALDEIRA, 1991:77-78).
A literatura maranhense tem início com o surgimento da imprensa. RAMOS (1986), escrevendo sobre o seu aparecimento no Maranhão registra, no período colonial, que "... jornalista era o magnífico João Tavares com sua 'Informação das recreações do Rio Munin do Maranhão'...". No período imperial registra-se o aparecimento de inúmeros jornais políticos e literários, coletâneas de poesia e de peças teatrais, sendo publicados entre 1821 e 1860, 183 jornais (RAMOS, 1986, 1992), a grande maioria de caráter político. Os jornais com objetivo de recrear - de caráter literário, recreativo, científico e/ou instrutivo foram: a "Folha Medicinal", de 1822; o "Minerva", de 1827; "A Bandarra", 1828. Apenas esses dois últimos, dos 21 jornais do período de 1821 a 1830 dedicaram-se a divulgar literatura. Alguns
periódicos tiveram contribuições de Sotero dos Reis, Odorico Mendes, João Lisboa (RAMOS, 1986). RAMOS (1992) ainda registra o aparecimento em 1831, do "Atalaia dos Caiporas"; em 1839, do "O Recreio dos Maranhenses”; 1840, de "A Revista"; "O Jornal Maranhense" aparece em 1841. Periódico oficial, trazia como epígrafe uma frase de Tímon: "a verdadeira educação de um Povo livre faz-se nos jornais". De 1842, são o "Museu Maranhense", " O Publicador Maranhense"; de 1845, o "Jornal de Instrução e Recreio",. "O Almazém"; de 1846, "O Arquivo Maranhense", contando com Gonçalves Dias, ainda jovem e interessado em teatro, dentre seus colaboradores. Escreveu em seu primeiro número: "Fiéis ao nosso programa, o nosso fim continua a ser - a Instrução e o Recreio -..." (RAMOS, 1992: 121). De 1849, a "Revista Universal Maranhense”. O "Jornal de Tímon", publicado em fascículos de 1852 a 1854, foi, no dizer de Viveiros de Castro (citado por RAMOS, 1992), "revista literária, de publicação mensal, na qual João Francisco Lisboa conquistou muito justamente a nomeada de um dos primeiros prosadores da língua portuguesa" (p. 189). Ainda desse ano de 1852, "A Marmotinha". Nos anos seguintes aparece "A Violeta" (1853); "O Botão de Ouro" e "A Sentinela" (1854); de 1855 é o "Diário do Maranhão"; em sua edição de 23.10.1855, número 41, é informado que "tivemos a satisfação de ler um novo jornal recreativo intitulado "A Saudade", dedicado ao belo sexo maranhense". (RAMOS, 1991: 213). De 1857 é "A Estrela da Tarde"; de 1858, o "Jornal do Comércio. O "Verdadeiro Marmota", jornal literário, foi saudado, em 1860, nestes termos elogiosos: "reaparece este interessante jornal, depois de ter por algum tempo, pela indolência e lassidão, que geralmente ataca os jornais recreativos nesta província..." (citado por RAMOS, 1992:237). Em 1860, contando com uma população de 35 mil pessoas, São Luís tinha matriculado em suas escolas primárias 2 mil rapazes e 400 moças e no secundário, 180. Esses poucos números mostram que era muito reduzido o número de pessoas que acediam à leitura. O ensino primário havia se desenvolvido desde a independência. Em 1838 é inaugurado o "Liceu Maranhense", dirigido pelo famoso gramático Francisco Sotero dos Reis. O Liceu passou a substituir os preceptores dos filhos da burguesia comercial e da oligarquia rural (MÉRIAN, 1988). No entender de Dunshee de Abranches, a fundação desse colégio, logo seguido do colégio das Abranches, do Colégio do Dr. Perdigão e de tantos outros, contribuiu para com o progresso da educação mental da juventude, levando o Maranhão tornar-se, de fato e de direito, a Atenas brasileira.
Dois autores maranhenses Dunshee de Abranches João Dunshee de Abranches Moura nasceu à Rua do Sol, 141, em São Luís do Maranhão. Advogado, polimista, historiador, sociólogo, crítico, romancista, poeta, jornalista, parlamentar e internacionalista. Dentre seus escritos, destaca-se a trilogia constituída pelo “A Setembrada”, “O Captiveiro”, e “A Esfinge do Grajaú” (GASPAR, 1993). Em “A Setembrada”, escrita sobre a forma de romance histórico, relata de forma viva e humana a face maranhense da Revolução Liberal de 1831. Publicado em 1933, confere uma atuação de primeiro plano a dois ascendentes seus: Garcia de Abranches, seu avô e Frederico Magno de Abranches, seu tio. Referindo-se ao Fidalgote, como era conhecido Frederico Magno, seu sobrinho relembra que: “... Os dois namorados [Frederico e Maricota Portinho] tiveram assim, momentos felizes de liberdade e de alegria, fazendo longos passeios pelos bosques, em companhia de Milhama, ou passando horas inteiras a jogar a péla
de que o Fidalgote era perfeito campeão” (DUNSHEE DE ABRANCHES, 1970:31).
GRIFI (1989), ao se referir aos jogos de bola, encontrou que Galeno, “o famoso médico grego”, recomendava tal prática para fins higiênicos e até mesmo escreveu um tratado específico sobre “o jogo da pequena bola”. Mas os jogos de bola, na Grécia, já aparecem nos poemas homéricos (p. 68). Mais adiante, afirma que nos séculos XIV, XV, e XVI destacou-se mais que os outros os jogos da bola, que se se fundiu às manifestações folclorísticas, no novo contexto das estruturas renascentistas: “Na França, particularmente, a bola (de dimensões maiores da normal), nascido no tardo-medievo, como instrumento de contenda incruenta, torna-se momento lúdico e agonístico, aberto a todos. Os jogos mais conhecidos são a paume, o pallone, a soule, a crosse, aos quais seguiram-se, na Itália, o calciofiorentino, o pallone al bracciale, a pallacorda, a palla al vento, a palla-maglio, o tamburello (...) A paume (jeu de paume) consiste em bater a bola com a mão e substituiu os ludus pilae cum palma romano; conhecido já no século XII foi jogado melhor no período sucessivo, até dar vida ao atual tênis. “ (p. 188).
O “O Captiveiro”, não é apenas um livro de memórias. Escrito em 1938 para comemorar o cinqüentenário da abolição da escravatura e o centenário da Balaiada, trava-se, na verdade de registros de acontecimentos políticos e sociais do Maranhão (GASPAR, 1993). Numa de suas passagens, descreve as lutas entre brasileiros (cabras) e portugueses (puças), republicanos e monarquistas, abolicionistas e negreiros, que para defenderem seus ideais, passam a criar periódicos e grêmios recreativos de múltiplas denominações para defesa de seus ideais. Dessa mania surge a "Arcadia Maranhense", e de uma sua dissidência, a "Aurora Litteraria". Para ridicularizar os membros desta última, aparece um jornaleco denominado "Aurora Boreal": "... só faltava fundar-se o Club dos Mortos. E justificou [Raymundo Frazão Cantanhede] tão original proposta dizendo que, se tal fizéssemos, iríamos além dos positivistas: ficaríamos mortos-vivos e assim seríamos governados por nós mesmos". (ABRANCHES, 1941:174). O Clube dos Mortos reunia-se no porão da casa dos Abranches, no início da Rua dos Remédios, conforme relata Dunshee de ABRANCHES (1941) em suas memórias: "E como não era assoalhado nem revestido de ladrilhos, os meus paes alli instalaram apparelhos de gymnastica e de força para exercícios physicos (...) E, não raras noites, esse grupo juvenil de improvisdos athletas e plumitivos patriotas acabava esquecendo os seus planos de conjuração e ia dansar na casa do Commandante Travassos ... Apezar de só ter uma filha, agasalhava na sua hospitaleira residência uma parentella basta e jovial, em que superabundava o sexo frágil. Não faltavam pianistas, violinistas, e cantores nesse grupo variegado de moças casadeiras e gentis. Os saraus ali se succediam desde as novenas de N. S. dos Remédios á véspera de Reis. Era que, todos os annos, a família Travassos armava um presépio. Os ensaios das Pastorinhas iniciavam-se desde fins de Outubro; e, depois delles fatalmente seguiam-se dansas até á meia-noite...". (p. 187-188).
Nessa mesma obra, Dunshee de ABRANCHES (1941) lembra que o "Velho Figueiredo, o decano dos fígaros de São Luís" (p. 155), mantinha em sua barbearia - a princípio na Rua Formosa e depois mudada para o Largo do Carmo - um bilhar, onde "ahí que se reuniam os meninos do Lyceo depois das aulas, e, às vezes, achavam refúgio quando a polícia os expulsava do pátio do Convento do Carmo por motivos de vaias dadas aos presidentes da Província e outras autoridades civis e militares. Essas vaias era quasi diárias...". (p. 157).
Em “A Esfinge do Grajaú”, também livro de memórias (ABRANCHES, 1993), deparamo-nos como uma abordagem eminentemente política, tendo como pano de fundo as teses republicanas (GASPAR, 1993). Lembra dos passeios a cavalo que fazia pelas manhãs, acompanhando o Dr. Moreira Alves, então Presidente da Província:
"... Adestrado cavaleiro, possuindo um belo exemplar de montaria, incumbira-se ele (Anacleto Tavares) na véspera de conseguir para o ilustre político pernambucano um valente tordilho, pertencente ao solicitador Costa Santos e considerado o mais veloz esquipador da capital. Para fazer frente a esses reputados ginetes, Augusto Porto, meu futuro cunhado e sportman destemido, havia-me cedido o seu Vesúvio... Moreira Alves ganhara logo fama de montador insigne... o novo Presidente da Província conhecia a fundo a equitação... Para o espírito estreito de certa parte da sociedade maranhense, afigurava-se naturalmente estranho que fosse escolhido para ocupar a curul presidencial da Província um homem que se vestia pelos últimos figurinos de Paris, usava roupas claras, gostava de fazer longos passeios a pé pelas ruas comerciais...". (p. 16-17).
Aluísio de Azevedo Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo nasceu em 14 de abril de 1857 em São Luís do Maranhão. Em sua infância e adolescência foi caixeiro e guarda-livros, demonstrando grande interesse pelo desenho. Torna-se caricaturista, colaborando em “O Fígaro”, “O Mequetrefe”, “ZigZag” e “A Semana Ilustrada”, jornais do Rio de Janeiro. Obrigado a retornar ao Maranhão, em 1878, pela morte do pai, abandona a carreira de caricaturista e inicia a do escritor. Publica em 1879 “Uma lágrima de mulher”. Com a publicação de “O Mulado”, em 1881, introduz o Naturismo no Brasil. Publica, ainda : Memórias de um condenado (1882); Mistério da Tijuca (1882); Casa de Pensão (1884); Filomena Borges (1884); O Homem (1887); O Coruja (1990); O Cortiço (1890); Demônios (1893); A Mortalha de Alzira (1894); Livro de Uma sogra (1895). Em 1895, abandona a carreira de escritor e torna-se diplomata (AZEVEDO, 1996). Aluísio Azevedo, em conto autobiográfico, afirma que, aos doze anos, estudante do Liceu, havia uma coisa verdadeiramente série para ele: "era brincar, estabelecendo-se entre minha divertida pessoa e a pessoa austera de meus professores a mais completa incompatibilidade". Narra as estripulias da época, em companhia dos amigos de infância: "Criado a beira-mar na minha ilha, eu adorava a água. Aos doze anos já era valente nadador, sabia governar um escaler ou uma canoa, amarrava com destreza a vela num temporal, e meu remo não se deixava bater facilmente pelo
remo de pá de qualquer jacumariba pescador de piabas." (citado por MÉRIEN, 1988: 47).
Um dos fundadores de “O Pensador” (1879), jornal anticlerical, publica várias crônicas onde traça um perfil da mulher maranhense, e sua condição de mulher em uma sociedade escravocrata, cujo papel reservado era apenas o de mãe. Compara a mulher da burguesia maranhense à lisboeta desocupada, denunciando o ócio em que viviam. Como igualmente denunciava "o ócio dos padres que viviam do trabalho de pessoas honestas e crédulas" (MÉRIEN, 1988:158), sendo estes, os padres, também "culpados pelo atraso da instrução pública" (p. 159). Aluísio considerava que todo o mal vinha do ócio e da preguiça das mulheres e apenas uma mudança na educação e na concepção do casamento poderia permitir a realização da mulher: "Do procedimento da mulher (...) depende o equilíbrio social, depende o equilíbrio político, depende todo o estado patológico e todo o desenvolvimento intelectual da humanidade (...) Para extinguir essa geração danada, para purgar a humanidade desse sífilis terrível, só há um remédio: é dar à mulher uma educação sólida e moderna, é dar à mulher essa bela educação positivista, que se baseia nas ciências naturais e tem por alvo a felicidade comum dos povos. É preciso educá-la física e moralmente, prepará-la por meios práticos e científicos para ser boa mãe e uma boa cidadã; torná-la consciente de seus deveres domésticos e sociológicos; predispor-lhe o organismo para a procriação, evitar a diásteses nervosa como fonte de mil desgraças, dar-lhe uma boa ginástica e uma alimentação conveniente à metiolidade de seus músculos, instruí-la e obrigá-la principalmente a trabalhar... “. (Aluísio AZEVEDO, Crônica, "O Pensador", São Luís, 10.12.1880, citado por MÉRIEN, 1988:166, 167).
O mesmo tema é retomado quando da publicação de "O Mulato", criando-se enorme polêmica na imprensa, ora acusando o autor, ora vozes se levantando para defendê-lo acerca de sua posição sobre a condição feminina. Aluísio tinha consciência que parte dos leitores em potencial era constituída pelas mulheres da pequena burguesia portuguesa e maranhense da cidade e pelas filhas dos fazendeiros que encontravam na leitura uma diversão contra o tédio que pesava sobra a vida cotidiana e ociosa que tinham. No entender de MÉRIEN (1988), os discursos de Raimundo sobre a condição feminina, o papel da esposa e da mãe na educação das crianças, são dirigidos mais a elas do que a Manuel Pescada: "O senhor tem uma filha, não é verdade? Pois bem! Logo que essa filha nasceu o senhor devia ter em vista prepará-la para vir a ser útil... dar-lhe exercícios, alimentação regular, excelente música, estudos práticos e principalmente bons exemplos; depois evitar que ela fosse como é de costume aqui, perder nos bailes o seu belo sono de criança...". (Aluizio AZEVEDO, O Mulato, 1881).
Dois amigos de Aluísio Azevedo, Paulo Freire e Luís de Medeiros, fazem publicar cartas sob pseudônimo - Antonieta (carta a Julia, "Diário do Maranhão", São Luís, 6.6.1881) e Júlia (carta a Antonieta, "Pacotilha", São Luís, 9.6.1881), respectivamente - falando “de suas impressões e do impacto que o livro lhes causara" sobre a condição de vida de Ana Rosa, que lembrava a vida que
as mocinhas maranhenses levavam (MÉRIEN, 1988:291). Julia/Luís de Medeiros faz longas considerações sobre a condição da mulher maranhense, "lastimando-se da educação retrógrada que recebera em sua família e no colégio" (p. 290), onde fora do português, não se ensinava mais nada às moças além de algumas noções de francês, de canto, de piano e de bordado. Para ela, "a falta de exercícios físicos é a origem das perturbações do sistema nervoso que atingem a maioria das moças maranhenses" (p. 290). A preocupação social é um traço marcante na obra de Aluízio, que buscava, com aguda capacidade de observação, compreender científicamente os elementos determinantes da realidade do Brasil. Em "O Mulato", faz uma descrição permenorizada dos costumes da São Luís nos idos de 1880, época em que aparece seu romance: "As crianças nuas, com as perninhas tortas pelo costume de cavalgar as ilhangas maternas, as cabeças avermelhadas pelo sol, a pele crestada, os ventres amarelentos e crescidos, corriam e guinchavam, empinando papagaios de papel." (p. 9). Conclusão A literatura ajuda-nos a compreender melhor o mundo que nos cerca, quando descreve a sociedade em que a história se passa. Pode ser usada como fonte de pesquisa, ao se identificar, na narrativa, as manifestações de caráter esportivo, recreativo e de lazer. Buscou-se em dois autores maranhenses - Aluízio Azevedo e Dunshe de Abranches - trechos em que se referem à cultura corporal no Maranhão, no século XIX, com o objetivo de reconstituir a trajetória do esporte em nosso país, com a construção de uma antologia brasileira de textos esportivos.
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SEMINÁRIO O MARANHÃONA PRIMEIRA DÉCADA DO SÉCULO XXI São Luís, 04 a 06 de agosto de 2009
ELITISMO NO IHGM LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Sócio efetivo Cadeira 40
Ao ingressar no IHGM fui apresentado como Professor de Educação Física, atuando em escola de rede pública federal. Portanto, não pertenço à Universidade... Minha formação básica é a Licenciatura em Educação Física e Esportes189. Quando de minha apresentação pelo confrade Padre Dr. Raimundo Meireles, foi lido meu currículo 190, e lá consta “MestradoemCiênciadaInformação”191,comáreadeconcentraçãoem“InformaçãoemCiência eTecnologia” 192; assim, sou um cientista dainformação.Minhateseversousobrea“produção do conhecimento na área tecnológica”, afinal, sou professor em uma escola de formação profissional – o Centro Federal de Educação Tecnológica do Maranhão – CEFET-MA -, a antiga Escola Técnica. Quando digo que sou Mestre em Ciência da Informação, as pessoas logo pensam que trabalho com Informática; não, trabalho com ‘informação’193... Minha passagem pela UFMG deve-se, à época, estar interessado em como se processa a disseminação da informação na área das ciências do esporte. Vinha desenvolvendo pesquisas em documentação esportiva194. Cheguei a
189
Licenciatura em Educação Física pela Escola de Educação Física e Desportos do Paraná, turma de 1975. http://lattes.cnpq.br/2105898668356649 191 “a ciência da informação é um campo dedicado às questões científicas e à prática profissional voltadas para os problemas de efetiva comunicação do conhecimento e de seus registros entre os seres humanos, no contexto social, institucional ou individual do uso e das necessidades de informação”. (Saracevic, 1996, p.47, citado por LIMA, Gercina Ângela Borém. Interfaces entre a ciência da informação e a ciência cognitiva. Ci. Inf., Brasília, v. 32, n. 1, p. 77-87, jan./abr. 2003 192 Mestrado em Ciência da Informação, pela Escola de Biblioteconomia da Universidade Federal de Minas Gerais, 1993; título da Dissertação: “Produção do conhecimento nos Centros Federais de Educação Tecnológica”; orientadora: Janeth Krammer. 193 Informação é o resultado do processamento, manipulação e organização de dados de tal forma que represente uma modificação (quantitativa ou qualitativa) no conhecimento do sistema (pessoa, animal ou máquina) que a recebe. 194 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; PEREIRA, Laércio Elias. Organização da Informação em Ciências do Esporte – a experiência do CEDEFEL-MA com revistas especializadas. ANAIS do XVIII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS DO ESPORTE, São Caetano do Sul (SP), 08 a 11 de outubro de 1992, p. 105 190
apresentar alguns trabalhos na área195,dentreeles“ProdutividadeeelitismonaEducaçãoFísica brasileira”,utilizando-nos das leis de Lotka, Bradford e o princípio de elitismo de Sola-Price196. O objetivo deste estudo é de se verificar quais são os colaboradores mais produtivos da Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. Para tal se utilizará da Lei de Lotka, na sua formulação original197.
PRODUTIVIDADE DE AUTORES A Lei de Lotka, ou Lei do Quadrado Inverso198, aponta para a medição da produtividade de autores, mediante um modelo de distribuição tamanho-freqüência dos diversos autores em um conjunto de documentos. Já a Lei de Bradford, ou Lei de Dispersão199, permite, mediante a medição da produtividade das revistas, estabelecer o núcleo e as áreas de dispersão sobre um determinado assunto em um mesmo conjunto de revistas. Pergunta-se, então, de que maneira é possível fazer este diagnóstico? Uma das possibilidades consiste na utilização de métodos que permitam medir a produtividade dos pesquisadores,
195
VAZ, Leopldo Gil Dulcio; PEREIRA, Laércio Elias. A produção do conhecimento na Escola de Educação Física da Universidade Federal de Minas Gerais. ANAIS da 45ª. REUNIÃO ANIAL DA SBPC, Recife (PE), 11 a 16 de julho de 1993, p. 54; VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; PEREIRA, Laércio Elias. A produção do conhecimento na Escola de Educação Física da Universidade Federal de Minas Gerais. ANAIS do VIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DO ESPORTE, Belém (PA), o6 a 10 de setembro de 1993, p. 136. VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; PEREIRA, Laércio Elias; SANTOS, Luis Henrique. Produtividade e elitismo na Educação Física Brasileira (1993), in Produção do conhecimento em Educação Física e Desportos no Nordeste Brasileiro. ANAIS do III JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA DA UFMA, São Luis, 05 a 08 de dezembro de 1995, p. 14-21. 196 Lei do Elitismo utiliza-se de citações e destina-se a estimar o tamanho da elite de determinada população de autores. A Lei do Elitismo enuncia que toda população de tamanho N tem uma elite efetiva tamanho √ N (PRICE, 1965). Price, em “Little Science, Big Science, observou que, para as ciências em geral, o número de autores decresce 3 mais rapidamente que o inverso do quadrado, mais aproximadamente à Lei do Inverso do Cubo 1/n . (PRICE, Derek J. De Solla. Networks of scientific papers. Science, [s.l.], v. 149, n.3683, p. 56-64, July 1965. citado por GUEDES, Vania L. S.; BORSCHIVER, Suzana. Bibliometria: uma ferramenta estatística para a gestão da informação e do conhecimento, em sistemas de informação, de comunicação e de avaliação científica e tecnológica. 197 LOTKA, A. J. The frequency of distribuition of scientific productivity. Journal of the Washington Academy of Sciences, v. 16, n.12, p. 317-323, 1926; 198 A Lei de Lotka, relacionada à produtividade de autores e fundamentada na premissa básica de que “alguns pesquisadores publicam muito e muitos publicam pouco” (VOOS, 1974), enuncia que “a relação entre o número de autores e o número de artigos publicados por esses, em qualquer área científica, segue a Lei do Inverso do 2 Quadrado 1/n . Isto é, em um dado período de tempo, analisando um número n de artigos, o número de cientistas que escrevem dois artigos seria igual a ¼ do número de cientistas que escreveram um. O número de cientistas que escreveram três artigos seria igual a 1/9 do número de cientistas que escreveram um, e assim sucessivamente. LOTKA, A. J. The frequency of distribuition of scientific productivity. Journal of the Washington Academy of Sciences, v. 16, n.12, p. 317-323, 1926, citado por GUEDES, Vania L. S.; BORSCHIVER, Suzana. Bibliometria: uma ferramenta estatística para a gestão da informação e do conhecimento, em sistemas de informação, de comunicação e de avaliação científica e tecnológica. 199 A Lei de Bradford, relacionada à dispersão da literatura periódica científica, enuncia que “se periódicos científicos forem ordenados em ordem decrescente de produtividade de artigos sobre determinado assunto, poderão ser divididos em um núcleo de periódicos mais particularmente dedicados ao assunto e em vários grupos ou zonas, contendo o mesmo número de artigos que o núcleo. O número de periódicos (n), no núcleo e zonas subseqüentes, 2 variará na proporção 1:n:n [...]” (in BRADFORD, S. C. Sources of information on specific subjects. Egineering, [s.l.], v.137, p. 85-86, 1934. (BROOKES, 1969, citado por GUEDES, Vania L. S.; BORSCHIVER, Suzana. Bibliometria: uma ferramenta estatística para a gestão da informação e do conhecimento, em sistemas de informação, de comunicação e de avaliação científica e tecnológica.
grupos ou instituições de pesquisa. Para tanto, torna-se fundamental o uso de técnicas específicas de avaliação que podem ser quantitativas ou qualitativas, ou mesmo uma combinação entre ambas. Para Vanti (2002)
200
, a avaliação da produtividade científica deve ser um dos elementos
principais para o estabelecimento e acompanhamento de uma política nacional de ensino e pesquisa, uma vez que permite um diagnóstico das reais potencialidades de determinados grupos e/ou instituições, existindo diversas formas de medição, voltadas para avaliar a ciência e os fluxos da informação201, dentre estas a bibliometria, a cienciometria, a informetria e a webometria. Otermo“bibliometria”foi cunhado por Pritchard em 1969. A medição da ciência tem seu início com Paul Otlet, em 1934 e podemos nos referir ainda aos trabalhos de Hulme (1922) e Cole e Eales (1917). Outro grande pesquisador da área foi Ranganathan (1948)
202
. Pode-se definir a
bibliometria como: “[...] o estudo dos aspectos quantitativos da produção, disseminação e uso da informação registrada. A bibliometria desenvolve padrões e modelos matemáticos para medir esses processos, usando seus resultados para elaborar previsões e apoiar tomadas de decisões”. Jáa“cienciometria”surgiu na antiga URSS e Europa Oriental e foi empregado especialmente na Hungria. Originalmente, referia-se à aplicação de métodos quantitativos para o estudo da história da ciência e do progresso tecnológico. As primeiras definições consideravam a cienciometria como“amediçãodoprocesso informático”,ondeotermo“informático”significava“a disciplina do conhecimento que estuda a estrutura e as propriedades da informação científica e as leis do processo de comunicação”. Este termo alcançou notoriedade com o início da publicação, em 1977, da revista Scientometrics, editada originalmente na Hungria e atualmente na Holanda. (VANTI, 2002). “Cienciometria é o estudo dos aspectos quantitativos daciência enquanto uma disciplina ou atividade econômica.A cienciometria é um segmento da sociologia da ciência, sendo aplicada no desenvolvimento de políticas científicas. Envolve estudos quantitativos das atividades científicas, incluindo a publicação e, portanto, sobrepondo-se à bibliometria”.
200
VANTI, Nadia Aurora Peres. Da bibliometria à webometria: uma exploração conceitual dos mecanismos utilizados para medir o registro da informação e a difusão do conhecimento. IN Ci. Inf., Brasília, v. 31, n. 2, p. 152-162, maio/ago. 2002, p. 152-162 201 “A palavra avaliar vem do latim valere. Esta apresenta, entre outras acepções, a de ser merecedor ou digno de alguma coisa. A avaliação, dentro de um determinado ramo do conhecimento, permite dignificar o saber quando métodos confiáveis e sistemáticos são utilizados para mostrar à sociedade como tal saber vem-se desenvolvendo e de que forma tem contribuído para resolver os problemas que se apresentam dentro de sua área de abrangência.” (VANTI, 2002, p. 152, op. Cit.) 202 FONSECA, E. N. Bibliografia estatística e bibliometria: uma reivindicação de prioridades. Ciência da Informação, Brasília, v. 2, n.1, p. 5-7, 1973; FONSECA, E. N. (Org.). Bibliometria: teoria e prática. São Paulo : EDUSP, 1986; RAVICHANDRA RAO, I. K. Métodos quantitativos em biblioteconomia e ciência da informação. Brasília : ABDF, 1986..
O termo informetria foi proposto pela primeira vez por Otto Nacke, 1979. Este termo foi adotado imediatamente pelo mesmo VINITI, na antiga URSS, instituição que impulsionou a criação de um comitê com este nome na Federação Internacional de Documentação: o FID/IM – Comitte on Informetry. Sua aceitação definitiva data de 1989, quando o Encontro Internacional de Bibliometria passou a se chamar Conferência Internacional de Bibliometria, Cienciometria e Informetria. Alguns autores apresentam tais termos como sinônimos, porém outros consideram que a informetria compreende um campo mais amplo que a cienciometria e que englobaria, também, a bibliometria. (VANTI, 2002). “Informetria é o estudo dos aspectos quantitativos da informação em qualquer formato, e não apenas registros catalográficos ou bibliografias, referente a qualquer grupo social, e não apenas aos cientistas. A informetria pode incorporar, utilizar e ampliar os muitos estudos de avaliação da informação que estão fora dos limites da bibliometria e cienciometria”. Esse termo designa uma extensão recente das análises bibliométricas tradicional ao abarcar o estudo das modalidades de produção da informação e de comunicação em comunidades não acadêmicas. A informetria se distinguiria claramente da cienciometria e da bibliometria no que diz respeito ao universo de objetos e sujeitos que estuda, não se limitando apenas à informação registrada, dado que pode analisar também os processos de comunicação informal, inclusive falada, e dedicar-se a pesquisar os usos e necessidades de informação dos grupos sociais desfavorecidos, e não só das elites intelectuais. “...ainformetriaéum subcampo emergente da ciência da informação, baseada na combinação de técnicas avançadas de recuperação da informação com estudos quantitativos dos fluxos da informação” e encontra sua utilidade na administração de coleções em bibliotecas, no desenvolvimento de políticas científicas e pode ajudar na tomada de decisões em relação ao desenho e manutenção de sistemas de recuperação de informação. (VANTI, 2002) A webometrics ou webometria consiste na aplicação de métodos informétricos à World Wide Web. Além do termo webometrics, também se encontra na literatura a expressão cybermetrics, que corresponde ao nome da revista apresentada oficialmente durante a VI Conferência Internacional de Cienciometria e Informetria, em Jerusalém, no ano de 1997. (VANTI, 2002) Em termos genéricos, estas são algumas possibilidades de aplicação dessas técnicas:
identificar as tendências e o crescimento do conhecimento em uma área; identificar as revistas do núcleo de uma disciplina; mensurar a cobertura das revistas secundárias; identificar os usuários de uma disciplina; prever as tendências de publicação; estudar a dispersão e a obsolescência da literatura científica; prever a produtividade de autores individuais, organizações e países; medir o grau e padrões de colaboração entre autores; analisar os processos de citação e co-citação; determinar o desempenho dos sistemas de recuperação da informação; avaliar os aspectos estatísticos da linguagem, das palavras e das frases; avaliar a circulação e uso de documentos em um centro de documentação; medir o crescimento de determinadas áreas e o surgimento de novos temas.
ELITISMO - “POUCOS COM MUITO E MUITO COM POUCOS” . O padrão de distribuição das leis e princípios bibliométricos segue a máxima conhecida como “Efeito Mateus na Ciência”, que diz: “aos que mais têm será dado em abundância e, aos que menos têm até o que têm lhes será tirado”
203
. Trata-se de uma abordagem ao efeito Mateus
mediante a análise de processos psicossociais, que afetam o sistema de avaliação e distribuição de recompensas científicas. Por exemplo: cientistas altamente produtivos, de universidades mais conceituadas, obtêm freqüentemente mais reconhecimento que cientistas igualmente produtivos, de outras universidades. Para se verificar quais são os colaboradores mais produtivos da Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão se utilizará da Lei de Lotka, na sua formula original204, sem as variações apresentadas por ALVARADO (2003) 205. No geral, os autores concordam que, para uma correta aplicação do modelo de Lotka, devem-se seguir as seguintes recomendações206: a) Selecionar um campo específico de produção científica. Quanto mais específico o campo, melhor o resultado; b) Selecionar uma bibliografia existente ou elaborar uma bibliografia sobre o campo específico cuja cobertura seja exaustiva. Quanto mais extensa e exaustiva melhor. Sugere-se que a cobertura dessa bibliografia seja maior ou igual a dez anos; c) Contar a produtividade de cada autor, considerando-se também os co-autores. Isso significa que se deve adotar o método da contagem completa; d) Ordenar os dados coletados em uma tabela de freqüências para facilitar a visualização dos mesmos; e) Selecionar o modelo estatístico mais adequadamente sugerido pelos dados tabulados; f) Calcular os valores esperados ou teóricos, seguindo as especificações do modelo estatístico escolhido; g) Estabelecer as hipóteses a serem testadas e a região de rejeição dessas hipóteses no nível de significância de a = 0.05; h) Testar a qualidade do ajuste dos dados, usando-se o teste do quiquadrado ou Kolmogorov-Smirnov.
203
MERTON, R. K. The Mathew effect in science. Science, [s. l.], v. 159, n. 3810, p. 58, Jan. 1968, citado por GUEDES, Vania L. S.; BORSCHIVER, Suzana. Bibliometria: uma ferramenta estatística para a gestão da informação e do conhecimento, em sistemas de informação, de comunicação e de avaliação científica e tecnológica; 204 LOTKA, A. J. The frequency of distribuition of scientific productivity. Journal of the Washington Academy of Sciences, v. 16, n.12, p. 317-323, 1926; 205 ALVARADO, Rubén Urbizagástegui. A Llei de Lotka: o modelo Lagrangiano de Poisson aplicado à produtividade de autores. IN Perspect. cienc. inf., Belo Horizonte, v. 8, n. 2, p. 188-207, jul./dez. 2003; 206 CAFÉ, Lígia; BRÄSCHER, Marisa. ORGANIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO E BIBLIOMETRIA. Enc. Bibli: R. Eletr. Bibliotecon. Ci. Inf., Florianópolis, n. esp., 1º sem. 2008 ALVARADO, Rubén Urbizagástegui. A Lei de Lotka: o modelo Lagrangiano de Poisson aplicado à produtividade de autores. IN Perspect. cienc. inf., Belo Horizonte, v. 8, n. 2, p. 188-207, jul./dez. 2003; VANTI, Nadia Aurora Peres. Da bibliometria à webometria: uma exploração conceitual dos mecanismos utilizados para medir o registro da informação e a difusão do conhecimento. IN Ci. Inf., Brasília, v. 31, n. 2, p. 152-162, maio/ago. 2002, p. 152-162 MOSTAFA, Solange Puntel. Citações epistemológicas no campo da educomunicação. Comunicação & Educação, São Paulo, (24): 15 a 28, maio/ago. 2002. WORMELL , Irene. Informetria: explorando bases de dados como instrumentos de análise. Ci. Inf., Brasília, v. 27, n. 2, p. 210-216, maio/ago. 1998 TESTA James, A base de dados ISI e seu processo de seleção de revistas. Ci. Inf., Brasília, v. 27, n. 2, p. 233-235, maio/ago. 1998
O INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO E SUA REVISTA O hoje Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão – IHGM – foi fundado em dezembro de 1925, por Antonio Lopes da Cunha207: “Em 1925, tomei a iniciativa de reunir alguns homens de boa vontade na livraria de Wilson Soares, expondo-lhes a minha idéia de se comemorar o centenário do nascimento de D. Pedro II com a inauguração, nesta capital, de um Instituto de História e Geografia. Os que prestaram apoio à idéia foram: Justo Jansen, Ribeiro do Amaral, José Domingues, Barros e Vasconcelos, Domingos Perdigão, José Pedro Ribeiro, José Abranches de Moura, Arias Cruz, Wilson Soares e José Ferreira Gomes. Mais tarde incorporou-se a esse grupo João Braulino de Carvalho. Ausentes de S. Luís apoiaram calorosamente a idéia Raimundo Lopes, Fran Pacheco, Carlota Carvalho e Antonio Dias, que também foram considerados sócios fundadores do Instituto. (p. 110) “A 20 de novembro realizou-se a sessão inicial, sendo apresentado, discutido e votado os estatutos e eleita a diretoria, cujo presidente foi Justo Jansen. José Ribeiro do Amaral foi eleito presidente da assembléia geral. (p. 111)208. Denominava-se“InstitutodeHistóriaeGeografiadoMaranhão”209, e tinha como objetivos: (a) O estudo e difusão do conhecimento da história, da geografia, da etnografia, etnologia; e arqueologia, especialmente do Maranhão; (b) O incremento à comemoração dos vultos e fatos notáveis de seu passado; e (c) A conservação de seus monumentos 210: Em seu Artigo IV211 constava: “para a publicação dos seus actos sociaes, das investigações que realizar e dos trabalhos de seus sócios sobre assumptos que se relacionarem às siciencias (sic) de que se deverá ocupar, assim como de contribuições de igual gênero enviadas por investigadores competentes, o Instituto manterá uma Revista bimensal ou trimestral.” (p. 62). Assim,emagostode1926surgiaa“HISTÓRIA E GEOGRAFIA - Revista trimestral do Instituto de História e Geographia do Maranhão”, anno I - 1926 – num. 1, julho a setembro, com 97 páginas, contendo ilustrações, e impressa na Typ. Teixeira - São Luiz 212. Era seu Diretor Antonio Lopes (da Cunha). Contou, naquele primeiro número com as seguintes colaborações:
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Antônio Lopes da Cunha nasceu na cidade de Viana – Maranhão -, em dia 25 de maio de 1889 e faleceu em São Luís a 29 de novembro de 1950. Filho do desembargador (e futuro governador do Estado) Manuel Lopes da Cunha e D. Maria de Jesus Sousa Lopes da Cunha. Foi o fundador e secretário perpétuo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. 208 LOPES DA CUNHA, Antônio. Instituto histórico. In ESTUDOS DIVERSOS. São Luís: SIOGE, 1973. 209 Art. II do Regimento Interno, publicado na Revista do Instituto de História e Geografia do Maranhão, ano I, no. 1, julho a setembro, 1926, p. 61; 210 Art. I do Regimento Interno, publicado na Revista do Instituto de História e Geografia do Maranhão, ano I, no. 1, julho a setembro, 1926, p. 61; 211 Do Regimento Interno, publicado na Revista do Instituto de História e Geografia do Maranhão, ano I, no. 1, julho a setembro, 1926, p. 61-64. 212 HISTÓRIA E GEOGRAFIA- Revista trimestral do Instituto de História e Geographia do Maranhão, São Luís, ano I, n. 1, julho/setembro, 1926
Antonio Lopes – Marília e Dirceu (p. 9-14); O Diccionário Histórico e Geographico do Maranhão (p. 41-46); e Armorial Maranhense (p. 47-53); B. Vasconcelos – O Maranhão fabuloso (17-20)-; J. de Abranches Moura – A Ilha de S. Luiz (p. 21-27); e Ribeiro do Amaral – Nobiliarchia Maranhense (p. 38-41).
Daredação,os“editoriais”“O primeiro número”(p.5-6),e“Maranhão-Piauhy”(p.7-8); além de Notas Várias (p. 65-88), estas contando com diversos colaboradores. Ainda são publicadas as seguintes colaborações: de Wilson Soares, as paginas 31-38 publica-seoartigo“Subsídios a bibliographia maranhense”;dapágina55a59,constaarelaçãodesócios 213; e da pagina 61 a 64 o Regimento Interno (estatuto)do“InstitutodeHistóriaeGeographiadoMaranhão”.Apartir da pagina 89, um Apêndice com o artigo “As tribus do Rio Javary”, de João Braulino de Carvalho. O segundo número da Revista – “GEOGRAFIA E HISTÓRIA – Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão”, aparece 22 anos após, em Novembro de 1948 214. Conforme seu Diretor Antonio Lopes na apresentação (p. 3), a Revista do IHGM não circulou desde pouco antes de 1930: “Não poucos reveses saltearam o Instituto na vigência do regime político instaurado em fins daquele ano 215. Uma administração do município de S. Luis 213
Diretoria 1926-1927: - Dr. Justo Jansen Ferreira – presidente; Dr. José Domingues da Silva – vice-presidente; Dr. Antonio Lopes da Cunha – secretário-geral; Wilson da Silva Soares – tesoureiro; ainda foram criadas as seguintes Comissões: de Geografia – José Domingues, Abranches de Moura, Justo Jansen; de História: Ribeiro do Amaral, B. Vasconcelos, Ferreira Gomes; de Bibliografia: Domingos Perdigão, Arias Cruz, José Pedro. Quadro Social – Sócios efetivos Fundadores – Antonio Lopes (da Cunha); Arias Cruz (Padre); Abranches Moura (José Eduardo de); Barros de Vasconcelos (Desembargador Benedito de); Domingos de Castro Perdigão; José Domingues (da Silva); José Ferreira Gomes (Padre); José Pedro Ribeiro; Justo Jansen Ferreira; Ribeiro do Amaral (José); Wilson (da Silva) Soares. Sócios Efetivos: Antonio (Lopes) Dias; Carlota Carvalho; Fran Pacheco (Manoel Francisco Pacheco); Raymundo Lopes (da Cunha); Virgilio Domingues (da Silva); Domingos Américo de Carvalho. Sócios Correspondentes: Amazonas – João Braulino de Carvalho Filho (maranhense); Piauí: Abdias Nascimento; Ceará: Barão de Studart; Rio de Janeiro: J. Capistrano de Abreu; Rocha Pombo; Viveiros de Castro (Maranhense); Rodolpho Garcia; Tasso Fragoso (maranhense); Dunshee de Abranches (maranhense); Mas Fleuiss; Nogueira da Silva (maranhense); Alcides Bezerra; S. Paulo: Paulo Prado; Santa Catarina: Miranda Carvalho; Estados Unidos: Oliveira Lima; Portugal: J. Lúcio de Azevedo. Não foram preenchidos 13 vagas de sócio e de 13 de correspondentes. Com o se observa, foram criadas 30 cadeiras de sócios efetivos e 30 de correspondentes. Após a nominação de cada sócio efetivo, há uma pequena biografia de cada um com sua produção científico-literária. Dos sócios correspondentes, a indicação do estado onde residem e indicação daqueles que são maranhenses. (in HISTÓRIA E GEOGRAFIA- Revista trimestral do Instituto de História e Geographia do Maranhão, São Luís, ano I, n. 1, julho/setembro, 1926, p. 55 a 59; Ver. Geo. E Hist., ano 2, n. 1, novembro de 1948, p. 148) 214 GEOGRAFIA E HISTÓRIA – Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, São Luís, ano 2, n. 1, novembro, 1948 215 Revolução de Trinta, movimento armado que, a 24 de outubro de 1930 depôs o Presidente Washington Luiz Pereira de Sousa (1926/1930). No Maranhão, de acordo com MEIRELES (1980), se efetivara com antecedência de uma quinzena (8/10). Tomou parte na Junta Provisória (24/10 a 09/11/1930), o General Tasso Fragoso – maranhense. O Poder é entregue a Getúlio Vargas, que nomeia interventores para os estados, sendo que para o Maranhão são designados: o Major Luso Torres (15 a 17/11/1930); José Maria dos Reis Perdigão (27/11/1930 a 09/01/19310), Padre Astolfo de Barros Serra (09/01 a 18/08/1931); Capitão Lourival Serôa da Mota (08/09/1931 a 10/02/1933), Antonio Martins de Almeida (29/06/1933 a 22/07/1935). Com a reconstitucionalização de 1934/35, assume o Governo do Estado o Dr. Achiles Farias Lisboa; para Prefeito de São Luis foi indicado Manuel Vieira Azevedo (1935/1936); Paulo Martins de Sousa Ramos (15/08/1936 a 24/11/1937). Em 1937, Getulio Vargas instala novo período intervencional, com o chamado Estado-Novo, permanecendo como Interventor Paulo Ramos até 1945. (in MEIRELES, M. História do Maranhão. 2 ed. São Luís: Fundação Cultural do Maranhão, 1980, p. 356-380.)
retirou o parco auxílio com que eram custeadas as despesas com a revista (...). Vinte e dois anos depois de ter vivido muito e muito desajudado do Maranhão, e apesar de hostilidades e indiferenças, o Instituto sente que ainda são oportunas aquelas palavras. 216”. Como se nota das palavras do Secretário Perpétuo do IHGM, o subsídio para publicação da revista foi retirada durante o período do Estado-Novo217. Colaboram com artigos: ALMEIDA, R.; CARVALHO, B. de; DINO, N.; FERNANDES, H. C.; FERNANDES, J. S.; FIALHO, O.; LEMERCIER, J. M.; LOPES DA CUNHA, A; LUZ, J. V. da; SOARES, O.; TEIXEIRA, L.; e VASCONCELOS, B.; além das notas da Redação. Três anos se passam, após a redemocratização, até os problemas havidos durante aquele período sanarem-se e sair novo número da Revista – o ano 2, número 1... Às páginas 146-154 há um relatório das atividades do Instituto no período dos 22 anos de ausência da Revista. Consta a relação da diretoria eleita para o biênio de 15 de julho de 1948 a 15 de julho de 1949: Presidente: João Braulino de Carvalho; Vice-Presidente: Henrique Costa Fernandes; Secretário Geral e Perpétuo: Antonio Lopes da Cunha; Segundo Secretario: Rubem Ribeiro de Almeida; Tesoureiro: Fernando Eugênio dos Reis Perdigão. Consta, ainda, a relação dos ocupantes das diretorias anteriores, sendo: PERÍODO 20/11/1925 20/07/1929 20/07/1931
FUNÇÃO Presidente Vice-Presidente Presidente: Vice-Presidente: Presidente:
OCUPANTE Justo Jansen Ferreira José Domingos da Silva José Domingos da Silva Henrique Costa Fernandes João Braulino de Carvalho
Extrai-se súmula das atas da Assembléia Geral do Instituto218, contidas no Livro I, onde:
1ª. sessão foi realizada em 20 de novembro de 1925, que foi a de fundação, aprovação dos estatutos, e eleição da primeira Diretoria;
2ª. sessão realizou-se em 09 de fevereiro de 1926, tratando-se das providencias para o recebimento e instalação da Coleção Artística Gonçalves Dias, prometida ao Instituto
Na sessão de 20 de julho de 1939 é feita uma exposição dos fatos que abalaram a vida do Instituto e o destituíram da sede, em conseqüência da revolução de 1930; voto de protesto contra os atos praticados contra o Instituto, inclusive a retirada dos auxílios que recebia e a desorganização de seu Museu. 216 As palavras a que se refere seu diretor são do artigo que abriu o primeiro número: “Compreenderão os maranhenses dos trabalhos desta associação, que ela viverá? Talvez. E, se o compreenderem, não lhe negarão, por certo, o seu apoio”. (Rev. IHGM, ano 1, n. 1, julho/setembro, 1926, p. 5). 217 Note-se que havia entre os membros da Junta Provisória (24/10 a 09/11/1930) instalada um membro do próprio Instituto: o General Tasso Fragoso, sócio correspondente, residente então no Rio de Janeiro à época da fundação do Instituto 218 SUMULAS DAS ATAS DA ASSEMBLÉIA GERAL DO INSTITUTO CONTIDAS NO LIVRO I. Geografia e História – Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, São Luis, ano 11, n. 1, novembro de 1948, p. 148-154.
pelo presidente Magalhães de Almeida. Em nota de pé-de-página consta que a coleção não foi recebida por falta de espaço na sede social;
3ª. sessão – 11 de março de 1926, tomou-se ciência de que Antonio Lopes, quando do exercício do cargo de prefeito municipal de São Luis, apresentou ao legislativo proposta sancionada depois, de uma subvenção ao Instituto; resolve-se permitir o funcionamento da Escola de Belas Artes no prédio (alugado) do Instituto; e ainda institui-se uma contribuição mensal dos sócios para os cofres da sociedade;
4ª. sessão – 04 de junho de 1926, Domingos Perdigão solicita dispensa de suas funções de secretario da Assembléia Geral, passando esta a ser ocupada, então pelo secretário geral; marcadas as eleições para o período de 28/06/1926 a 28/06/1927; reeleitos os presidentes da Assembléia Geral e diretoria, o secretário geral e o tesoureiro, assim como as comissões. Aceitos como sócios efetivos: Virgílio Domingues da Silva, Domingos Américo de Carvalho, e Parsondas de Carvalho. Sócios correspondentes: Oliveira Lima e Francisco Guimarães; 5ª. sessão – 29 de julho de 1926 – posse da nova diretoria eleita;
6ª. sessão – 04 de dezembro de 1926 - trata-se da publicação da Revista, incumbindo-se a Antonio Lopes sua organização e direção, com plenos poderes. Proposto e eleitos sócios efetivos os correspondentes Raimundo Lopes, Antonio Dias e Fran Pacheco;
7ª. sessão – 15 de maio de 1927 – eleições de presidente da assembléia geral, diretoria e comissões. Eleitos sócios correspondentes Bernardino de Sousa e Costa Filho;
8ª. sessão – 29 de junho de 1927 – posse da diretoria eleita;
9ª. sessão – 29 de julho de 1927 – discussão, votação e aprovação do projeto de reforma do Estatuto; prorrogação do mandato da diretoria, do presidente da assembléia geral e comissões até 19 de julho de 1929;
10ª. sessão – 31 de julho de 1927 – eleitos sócios efetivos Clarindo Santiago e Costas Fernandes;
11ª. sessão - 04 de agosto de 1927 – renuncia do presidente da assembléia geral e eleição de Domingos Américo; concedido a Antonio Lopes o título de secretário perpétuo;
12ª. sessão – 20 de julho de 1929 – eleições para presidente da assembléia geral, diretoria, e comissões; posse dos eleitos;
13ª. sessão – 20 de julho de 1931 - eleições para presidente da assembléia geral, diretoria; posse dos eleitos;
14ª. sessão – 20 de julho de 1933 - eleições para presidente da assembléia geral, diretoria, e comissões; posse dos eleitos;
15ª. sessão – 20 de julho de 1939 – exposição dos fatos que abalaram a vida do instituto e o destituíram da sede, em conseqüência da revolução de 1930; voto de protesto contra os atos praticados contra o Instituto, inclusive a retirada dos auxílios que recebia e a desorganização de seu Museu; eleições e posse da diretoria e presidente da assembléia geral;
16ª. sessão – 20 de julho de 1941 – eleição e posse da diretoria e presidente da assembléia geral;
17ª. sessão – 15 de agosto de 1941 – aprovado o quadro de trinta cadeiras, com seus patronos, para os sócios fundadores e efetivos do Instituto, cujo número não poderá ser aumentado.
A partir de 1948, são realizadas as sessões magnas em que os sócios eleitos fazem o elogio do Patrono de sua cadeira. Assim, em 28 de setembro daquele ano monsenhor José Maria Lemercier e Joaquim Vieira da Luz fazem o elogio dos seus patronos – Claude d´Abeville e Yves d’Évreux; discursou Leopoldino Lisboa saudando os empossados. Em 1º. de novembro, nova sessão magna, em homenagem a memória de Gonçalves Dias, na Semana Gonçalvina, sobe a presidência do governador do Estado, coronel Sebastião Archer da Silva, e orador oficial do Instituto, Rubem Almeida. Também discursaram o escritor maranhense Franklin de Oliveira e o folclorista Néri Camelo. Naquele ano de 1948, completou-se o quadro de sócios efetivos, sendo eleitos novos sócios correspondentes. Apresentou-se o quadro dos sócios fundadores e efetivos (anexo 1). Novonúmeroda“RevistadoInstitutoHistóricoeGeográficodoMaranhão,sóem1951,emseu ano XXVIII, n. 3, de agosto, sendo seu diretor Rubem Almeida219. Colaboram com a revista: CARVALHO, B. de; PINTO, F.; DINO, N.; REIS, L. G. dos; VIVEIROS, J. de; CORREIA LIMA, O. A Revista apresenta novo formato, dividida em sessões: uma primeira parte com as contribuições dos colaboradores, transcrições de documentos, bibliografia maranhense, sendo que esta subdividida nos registros propriamente, de autores maranhenses, registro bibliográfico refere-se aos documentos recebidos, noticiário, e anúncio histórico; ao final, apresenta-se o sumário da revista. Não houve editorial... Uma nova diretoria passa a responder pelo Instituto, eleita para o período de 1951 a 1953: Presidente: Vice-Presidente Secretário Geral Tesoureiro Bibliotecário Diretor de Museu Diretor do Serviço de Divulgação Assembléia Geral – Presidente Secretário Geral
João Braulino de Carvalho Leopoldino Lisboa Jerônimo de Viveiros José de Mata Roma Odilon Soares Oswaldo Soares Rubem Almeida Nicolao Dino Olavo Correia Lima
Publicam-se às páginas 145-154 os novos Estatutos Sociais, aprovados em 22 de abril de 1951, permanecendo em seu Art. VII “editar uma publicação periódica, em cujas páginas sejam insertos os trabalhos apresentados às reuniões e registradas as atividades do Instituto”. No Art. X, “reeditar ou promover a reedição de obras de autores maranhenses antigos, publicar as ainda inéditas, ou empenhar-se pela sua publicação”.
219
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO, São Luís, ano 28, n.3, agosto de 1951.
Estimula-se a elaboração de monografias e estudos sobre assuntos previamente escolhidos e postos em concurso, com a criação de premio (Art. IX). Essas ações a cargo do “Diretor do ServiçodeDivulgação”(Art.6º.): “Art. 26 – compete ao Diretor do Serviço de Divulgação superintender as publicações, reunir os artigos para a “Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão”, fazer a propaganda, enviar à imprensa resenha das ocorrências das sessões, e atender a todos os assuntos que se relacionam com a imprensa”. Em seu Art. II o número de sócios efetivos é aumentado para 50 (cinqüenta); os correspondentes, honorários e beneméritos, em número ilimitado. Embora conste que a relação dos sócios estaria anexa aos Estatutos e “não possa ser alterada” seja em sua ordem das cadeiras e a sua distribuição pelos ocupantes falecidos e atuais, esta não é publicada na Revista (Art. 31, # primeiro). Em junho de 1952, vimos aparecer nova edição da Revista220, de número 4. Colaboraram: REIS, L. G. dos; CORREIA LIMA, O.; VIVEIROS, J. de; VIEIRA FILHO, D.; DINO, N.; MEIRELES, M. M.; BASTIDE, R.; VIANA, F.; FERREIRA, A.; FIALHO, O.; BARBOSA, T.; DINIZ, E. F.; RODRIGUES, N.; MIRANDA, L.; ABREU, S. F.; FREYRE, G.; COSTA, C. R. A Revista 5 com data de dezembro de 1952221 aparece, na realidade, em 1953, conforme se vê na sua primeira página. Ruben Almeida é seu diretor e conta com os seguintes colaboradores: VIVEIROS, J. de; VIEIRA FILHO, D.;CORREIA LIMA, O.; DOMINGUES, V.; RÊGO COSTA; HIMUENDAJU, C.; WAGLEY, C. A Revista de número 6 tem a data de dezembro de 1956222, tendo como diretor Olímpio Machado. Assinam seus artigos: CARVALHO, J. B. de; VIVEIROS, J. de; DOMINGUES FILHO, V.; CORREIA LIMA, O.; DINO, N.; XEVEZ, S. M.; OLIMPIO FILHO; BARBOSA, T.; SALLES CUNHA, E.; FERREIRA, A.; Em 1984, no mês de dezembro, aparece o numero 07 da Revista223.
Após 22 anos de
ausência! “O Instituto Histórico Geográfico do Maranhão realiza, hoje, importante reunião para promover o lançamento do numero sete de sua Revista oficial, que a partir desta data voltará a circular trimestralmente, com regularidade. “Convém assinalar nesta oportunidade que a cerca de vinte e dois anos achava-se suspensa a circulação de tão importante órgão da cultura maranhense por absoluta falta de cursos materiais.” (Nascimento, 1985)224. CORREIA (1984) também saúda o reaparecimento, manifestando sua satisfação ao retorno da publicação,
220
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO, São Luís, ano IV, n. 4, junho de 1952. 221 Rev. IHGM, São Luís, ano IV, n. 05, dezembro de 1952 222 Rev. IHGM, São Luís, anoVII, no. 06, dezembro de 1956 223 Rev. IHGM, São Luís, ano LIX, n. 07, dezembro de 1984 224 NASCIMENTO, Jorge. Ausência restituída. In Rev. IHGM, São Luís, ano LIX, n. 07, dezembro de 1984, nota de orelha do livro.
“... suspenso que estava há mais de duas décadas, pela ausência do suporte material indispensável para a sua aparição regular, agora, entretanto, conquistado, ensejando o compromisso de que ressurgirá com periodicidade trimestral, passando rapidamente quer a resgatar, quer a prolongar, a sua presença na cultura maranhense”.225. O então Presidente, José de Ribamar Seguins, lembra, em seu editorial que o último número que veio a publico, 6 (seis), fora em 1961. Ressalta a ajuda dada pelo SIOGE, na edição do ‘numerodasorte,osete’226. A Diretoria do IHGM, gestão 1984-1986 estava assim constituída: Presidente Vice-Presidente 1º. Secretário 2º. Secretário 1º. Tesoureiro 2º. Tesoureiro Bibliotecária Diretor do Serviço de Divulgação
José Ribamar Seguins João Freire de Medeiros Joseth Coutinho Martins de Freitas Eloy Coelho Netto Pedro Rátis de Santana Ilzé Vieira de Mello Cordeiro Ariceya Moreira Lima Silva Raimundo Nonato Travassos Furtado
Éapresentadoo“PlanoEditorialdoIHGM”227: “I – O PLANO EDITORIAL DO IHGM é destinado, exclusivamente para os seus associados, no sentido de: a) Defender e velar o patrimônio histórico e cultural do Maranhão; b) Estimular o estudo e cooperar na publicação prioritariamente, de questões sobre História, Geografia e Ciências afins referentes ao Brasil e, especialmente, ao Maranhão; c) Cooperar com os Poderes Públicos nas medidas que visem ao engrandecimento científico e cultural do Maranhão. II – O PLANO EDITORIAL usará o seu órgão especial – a REVISTA – para as publicações trimestrais de trabalhos previamente selecionados. III – Os Associados poderão usar o PLANO EDITORIAL nas publicações de outros gêneros como romances, peças teatrais, ensaios, críticas, versos, novelas, crônicas, contos e monografias, quando os referidos assuntos forem previamente escolhidos em concursos e promoções realizadas pelo IHGM. IV – Será estabelecido premio anunciado com antecipação, além de medalha de ‘honra ao mérito, apoio e cobertura da solenidade de lançamentos da obra. V - As inscrições serão feitas de 1o. a 15 do primeiro mês década trimestre, com apresentação de original inédito, titulo da obra d o nome do autor. VI – A Diretoria do IHGM designará anualmente por portaria três (3) membros de seu quadro de sócios efetivos com três (3) suplentes para comporem a Comissão de Leitura, sendo o julgamento por votação com parecer escrito considerado irrevogável. Os suplentes serão, automaticamente, convocados pela ordem, quando houver impedimento de quaisquer dos membros efetivos da mencionada Comissão. 225
CORREIA, Rossini. In Rev. IHGM, São Luís, ano LIX, n. 07, dezembro de 1984, nota de orelha do livro. SEGUINS, José de Ribamar. Nossa Revista. In Rev. IHGM, São Luís, ano LIX, n. 07, dezembro de 1984, p. 3. 227 SEGUINS, José de Ribamar. Plano Editorial do IHGM. In Rev. IHGM, São Luís, ano LIX, n. 07, dezembro de 1984, p. 83-84 226
VII – Os casos omissos serão decididos de comum acordo pela Diretoria do IHGM e pela Comissão de Leitura e, em ultima Instancia pela Assembléia Geral do IHGM. São Luís, 05 de outubro de 1984 JOSÉ RIBAMAR SEGUINS Presidente do IHGM.” Colaboraram com artigos: SEGUINS, J. R.; FURTADO TRAVASSOS; GUIMARÃES, R. C.; ELIAS FILHO, J.; CRUZ, O.;COELHO NETTO, E.; FREITAS, J. C. M. de; SOARES, L. A. N. G.; REIS, J. R.; COSTA, B. E. Março de 1985, surge o numero 8 da Revista228; a parceria com o Governo do Estado, através do SIOGE permite cumprir a periodicidade de edição. NASCIMENTO (1985), na apresentação, fala do êxito alcançado pela revista 7229. Foram os seguintes os colaboradores: NASCIMENTO, J.; CUNHA, C.; ; SEGUINS, J. M.; VASCONCELOS, A.; SEGUINS, J. R.; CORREIA LIMA, O.; AROSO, O. C. L.; COSTA, J. P. da; VIANA, O. P.; FREITAS, J. C. M. de; COELHO NETTO, E. Em junho de 1985 surge o numero 09230.José Ribamar Seguins é o Presidente e Travassos Furtado o Diretor de Divulgação. Em orelha do livro, a Equipe de Pesquisa e Jornalismo do SIOGE – responsável por essa edição e pela apresentação da Revista – lembra que em 1925 era fundada, no Maranhão, uma casa de Cultura e que em seus primeiros anos procurou-se organizá-la e dar forma à mesma, necessitando, para isso, de um instrumento capaz de deixar gravada a sua invejosa trajetória; assim, em 1926 é lançado o primeiro número de sua revista. Infelizmente, relatam os pesquisadores, “por motivos vários, esta Revista não conseguiu percorrer o seu caminho sem interdições, e, por isso, passou uns bons tempos estagnada...”.As duas ultimas edições – numero 8 e 9, esta - foram bancadas pelo Governo do Estado. É quase que uma edição ‘comemorativa’ da posse de seu diretor, Francisco Camelo, no IHGM... Colaboram com artigos: TRAVASSOS FURTADO; CAMELO, F.; ROCHA, L.; SEGUINS, J. R.; CORREIA LIMA, O.; VASCONCELOS, A.; RAPOSO, J. B.; MOURA, C. de S.; MEDEIROS, J. F.; VIANA, O. P. O número 10 aparece em outubro de 1985
231
; Ribamar Seguins responde pela presidência do
IHGM, e Travassos Furtado é o seu Diretor de Divulgação (editor). Colaboraram: SEGUINS, J. R.; TRAVASSOS FURTADO; MELO, M. de O.; ELIAS FILHO, J.; SOARES, L. A. N. G.; FREITAS, J. C. de; SANTANA, P. R. de; GUIMARÃES, R. C.; COSTA, B. E.; VIANA, O. P.; CARDOSO, C.; CORREIA LIMA, O.; MILHOMEM, W.; CARVALHO, R. da S. Março de 1986, número 11232. Autores: CORREIA LIMA; CORREIA LIMA, O.; e AROSO, O. C. L.; JORGE, S.; MEDEIROS, J. F.; FREITAS, J. C. M. de; VIANA, O. P.; ELIAS FILHO, J.; MAGALHÃES, M. dos R. B. C.; SANTANA, P. R. de; TRAVASSOS FURTADO Há uma Revista sem identificação de data, número, ou qualquer referencia; alguns artigos publicados estão datados do ano de 1986(?) 228
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, e alguns outros homenageiam Humberto de
Rev. IHGM, São Luís, Ano LIX, n. 8, março 1985 NASCIMENTO, Jorge. Apresentação. In Rev. IHGM, São Luís, Ano LIX, n. 8, março 1985, p. 3-4 230 Rev. IHGM, São Luis, ano LIX, n. 9, junho de 1985 231 Revista do IHGM, São Luís, ano LIX, no. 9, outubro de 1985. 232 Revista do IHGM, São Luís, ano LX, no. 11, março de 1986 229
Campos no centenário de seu nascimento. Provavelmente se trate do número 12, ano LX. Os seguintes sócios contribuíram para sua feitura: COELHO NETTO, E.; VIEIRA, J. A. M.; ELIASFILHO, J.; CORREIA LIMA, O.;CUNHA, C.; SOUSA, D.; SANTANA, P. R. de; TRAVASSOS FURTADO; MAGALHÃES, M. dos R. B. C.; SOARES, L. A. N. G.; MEDEIROS, J. F.; JORGE, S.; VIANA, O. P.; FREITAS, J. C. de. Em 1987, no mês de dezembro, aparece o número 13 da Revista do IHGM234. Logo nas primeiras páginas, Noticiário – agradecimento ao Presidente do SIOGE Mauro Bezerra por propiciar a edição do presente número, após um ano de espera, de decisão/autorização para se publicar a revista; mudanças na direção do SIOGE, e nas diretrizes do Governo. O número 14 só vem aparecer em 1991, no mês de março235. Mais uma vez paralisada sua publicação por falta de recursos e mais uma vez acudida pelos Poderes Públicos – Governo do Estado, na pessoa de seu Governador João Alberto de Sousa, e do SIOGE.
Artigos de:
FREITAS, J. C. M. de; CORREIA LIMA, O.; MOURA, C.; SOUSA, D. de; VIANA, O. P.; SILVA, A. R. da; COUTINHO, M.; CARVALHO, A. S. de; COELHO NETTO, E.; PEREIRA, J. da C. M.; SEGUINS, J. R. A Revista 15 é editada em janeiro de 1992236, também patrocinada pelo Governo do Estado do Maranhão, através da Secretaria de Estado da Cultura. A Comissão da Revista estava formada por José Ribamar Seguins – Presidente do IHGM -, e Orlandex Pereira Viana, Diretor do Serviço de Divulgação do IHGM. A diretoria estava composta, além desses dois sócios efetivos, por João Freire Medeiros (Vice-Presidente); Joseth Coutinho Martins de Freitas (1º. Secretário); Eloy Coelho Netto (2º. Secretário); José Ribamar Fernandes (1º. Tesoureiro); Ilzé Vieira de Melo Cordeiro (2º. Tesoureiro); Aricéya Moreira Lima (Bibliotecária). Seus editores, ao fazerem os “agradecimentos especiais” falam do atraso de seu aparecimento, e a esperança de que o Governo do Estado continue a bancar a edição através do SIOGE; dizem que a revista deveria ser trimestral, conforme rezam os Estatutos Sociais, art. VIII e X, ao tratar do título e das finalidades: “editar revista periódica, em cujas páginas sejam insertos os trabalhos deste Instituto; promover a edição e reedição de obras de autores maranhenses, preferentemente as antigaseinéditas”. A Revista 16 aparece em 1993237; é informada que a mesma deveria ser trimestral, mas que por força maior, passa a ser anual (a de numero 15 foi composta em janeiro de 1992, e esta, em abril de 1993), só possível a publicação pela vontade inabalável do diretor do SIOGE. A diretoria do período de 1992 a 1994 estava assim constituída: José Ribamar Seguins Ronald da Silva Carvalho Joseth Coutinho Martins de Freitas Sebastião Barreto Brito
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Presidente Vice-Presidente 1º. Secretário 2º. Secretário
Revista do IHGM, São Luis, (ano LX, n. 12, 1986) Revista do IHGM, São Luís, ano LXI, n. 13, dezembro de 1987 235 Revista do Inst. Hist. E Geog. do Maranhão, São Luís, ano LXII, n. 14, março de 1991 236 Rev. do Inst. Hist. e Geog. do Maranhão, São Luis, a. LXII, n. 15 jan. 1982 237 Revista do Inst. Hist. E Geog. do Maranhão, São Luís, ano LXIII, n. 16, 1993 234
Hédel Jorge Azar José da Costa Mendes Pereira Aricéya Moreira Lima Orlandex Pereira Viana
1º. Tesoureiro 2º. Tesoureiro Bibliotecária Diretor do Serviço de Divulgação
Colaboraram com artigos, notas: COELHO NETTO, E.; ZAJCIW, D.; BOGÉA, L.; FREITAS, J. C. M. de; PEREIRA, J. da C. M.; CAÑEDO, E. V. da S. O. de; SOARES, L. A. N. G.; RAMOS, C. P.; CORREIA LIMA, O.; CARVALHO, A. S. de; MOURA, C.; FERNANDES, J.; VIANA, O. P.; LIMA COELHO, C. A.; GASPAR, C. T. P.; BRITO, S. B. de; ROCHA, S. P. Revista 17, de 1996238. Impressa as expensas do próprio IHGM, sem ajuda dos poderes públicos, conforme é informado. A comissão foi formada por Hédel Jorge Ázar então presidente do IHGM, Ronald da Silva Carvalho (vice-presidente) e Carlos Alberto Lima Coelho, Diretor do Serviço de Divulgação. Os outros membros da Diretoria, da gestão 1994-1996 foram: Antonio Rufino Filho (1º. Secretário); Joseth Coutinho Martins de Freitas (2º. Secretário); Sebastião Barreto de Brito (1º. Tesoureiro); José da Costa Mendes Pereira (2º. Tesoureiro); Aricéya Moreira Lima da Silva (Bibliotecária). Lima Coelho na apresentação informa que após dois anos a revista volta a circular, depois de mais de 700 dias de tentativas junto aos poderes públicos, para conseguir Oe recursos, sem sucesso. As promessas de ajuda não foram cumpridas e ainda, retidas todo o material da revista no SIOGE por aproximadamente um ano. A presente edição só foi possível de publicação devido aos esforços do Presidente e demais membros da Diretoria. Foram os seguintes os colaboradores: COELHO NETO, E.; MARANHÃO, H.; COUTINHO, M.; SANTOS, H. de J.; CARVALHO,R. da S.; FERNANDES, J.; CORREIA LIMA,O.; VIANA, O. P.; SOARES, L. A. N. G.; FREITAS, J. C. M. de; MOURA, C.; CARVALHO, A. S. de; FEITOSA, A. C.; OLIVEIRA, E. M. de; OLIVEIRA, E. M. de; SANTOS, M. L. F. O número 18239 surgeem1997,umavezmaiscomrecursospróprios,graçasaoempenho“dos homens e mulheres que fazemoIHGM”.AlutaanunciadaéadareformadoprédiodaRuada Paz, onde por algum tempo esteve instalado o Instituto. Os colaboradores: DOMINGOS, G. A.; COELHO NETTO, E.; OLIVEIRA, E. M. de; FREITAS, J. C. M. de; SOUSA, E. de; LIMA, C. de; BUESCU, A. I.; FERNANDES, J.; LIMA COELHO, C. A.; FERREIRA, M.; CARVALHO, A. S. de. Ainda em 1997 aparece à revista 19240 (duas no ano), mais uma vez o Instituto assume os custos de impressão. Artigos assinados por: COUTINHO, M.; BUZAR, B.; OLIVEIRA, E. M. de; CARVALHO, A. S. de; CARVALHO, R. da S.; COELHO NETTO, E.; MOHANA, K.; FREITAS, J. C. M. de; GASPAR, C.; SOARES, L. A. N. G.; FERNANDES, J.; MOURA, C.; ROCHA, S. P. A Revista 20 aparece em 1998241, a quarta da gestão de Hedel Jorge Azar, e contou com a colaboração de
238
239
FERREIRA, M. da C.;
Revista do Inst. Hist. E Geog. do Maranhão, São Luís, ano LXIv, n. 17, 1996
Rev. Do IHGM, São Luís, no. 18, 1997 Rev. Do IHGM, São Luís, no. 19, 1997 241 Rev. Do IHGM, São Luís, no. 20, 1998 240
CARVALHO, A. S. de; FERNANDES, J. de R.;
OLIVEIRA, E. M. de; CHAGAS, J.; MEIRELES, M. M.; BRITO, S. B. de; CARVALHO, A. S. de; HOLANDA, L. T. C.; HORTENCIA, L.; ALVES, L. N.; SOARES, L. A. N. G.; MOURA, C.; FREITAS, J. C. M. de; MOHANA, K. Ainda em 1998, saiu o número 21242, contando com as seguintes colaborações: SARNEY, J.; ROCHA, S. P.; BRITO, S. B. de; FREITAS, J. C. M..; SOUSA, E. de; FERNANDES, J.; LIMA COELHO, C. A.; REIS, J. R. S. dos LIMA, C. de; COELHO NETTO, E.; SOARES, L. A. N. G.; ELIAS FILHO, J.; MAGALHÃES, M. dos R. B.; SÁ VALE FILHO; CARVALHO, A. S. de; FERREIRA, M. da C.; CARVALHO, R. da S.; VIANA, O. P.; LIMA, C. de; FEITOSA, R.; OLIVEIRA, E. M. de. O número 22 sai em 1999243, com a edição bancada pelo Governo do Estado, tendo com o colaboradores: CARVALHO, R. da S.; FERREIRA, M. da C.; SOARES, O.; SOARES, L. A. N. G.; CARVALHO, R. da S.; OLIVEIRA, E. M. de; CARVALHO, A. S. de; ROCHA, O. P. Em 2000, ainda tendo como presidente do IHGM o Sr. Hedel Azar, sai o numero 23244, edita com recursos próprios. Diz, uma vez mais, esse dirigente, que “poucas vezes nos foi possível merecer a atenção das autoridades constituídas para a publicação desta importante fonte de informação”.Informa,ainda,queestáconcluídoseusegundomandato consecutivo, e teria que deixarocargodandooportunidadeaoutrosmembrosdeconduziroInstituto.“Osrecursospara a manutenção do IHGM são oriundos apenas das contribuições dos sócios, portanto, ineficientes para alçarmos vôos mais altos”. Os presentes 245inqüen contou com as seguintes colaboradores: SOARES, L. A. N. G.; BRITO, S. B. de; OLIVEIRA, E. M. de; CAÑEDO, E. V. da S. O. de; ROCHA, O. P.; FREITAS, J. C. de; BUZAR, B.; CARVALHO, R. da S.; SOUSA, E. Muitos dos artigos são republicações de artigos aparecidos em jornais da capital. Em 2000, foi eleita nova Diretoria, para o período de 2000/2002: Presidente: Vice-Presidente: 1º. Secretário 2º. Secretário 1º. Tesoureiro 2º. Tesoureiro Bibliotecário Diretor de Assuntos de Divulgação
Edomir Martins de Oliveira Osvaldo Rocha Pereira Joseth Coutinho Martins de Freitas José Fernandes Salomão Rocha Pereira Hédel Jorge Azar Eneida Ostria de Canedo Kalil Mohana
E em 2001, saiu o número 24 da Revista245, em novo formato, em comemoração ao primeiro ano de mandato, tendo como colaboradores: OLIVEIRA, E. M. de; LINCOLN, M.; SOARES, L. A. N. G.; FREITAS, J. C. M. de; CORDEIRO, I.; ALMEIDA E SILVA, E. F. de; ROCHA, O. P.; LIMA NETO, B. M.; PEREIRA, M. E. M.; ROCHA, S. P. da; BURITY, E.; CAÑEDO, E. O.; BRITO, S. B. de; MARQUES, J. P.; RÊGO, T.
242
Rev. Do IHGM, São Luís, no. 21, 1998 Rev. Do IHGM, São Luís, no. 22, 1999 244 Rev. Do IHGM, São Luís, no. 23, 2000 245 Rev. Do IHGM, São Luís, no. 24, São Luís, setembro de 2001 243
A Revista 25246 não tem data de publicação! Na “Palavra do Presidente” este manifesta sua alegria em entregar mais um numero, o de numero 25, e lembra que, ao tomar posse em julho de 2000, fez circular a revista 23, que a administração anterior não tivera tempo de divulgar, por atraso na entrega da mesma pela gráfica; a de numero 24 saiu em edição comemorativa ao primeiro ano de administração, edição em policromia, porém muito cara para os cofres do Instituto; a atual, volta ao formato normal, estilo tradicional das publicações, e fruto do esforço e colaboração efetiva dos membros do IHGM: LEITE, J. M. S.; BRITO, S.; OLIVEIRA, E. M. de; ROCHA, O. P.; SOARES, L. A. N. G.; RUFINO FILHO, A.; FREITAS, J. C. M. de; ROCHA, S. P.; CAÑEDO, E. V. da S. O. de; SALGADO FILHO, N.; SEGUINS, J. R.; SILVA, E. F. de A. Em 2002, é publicada a de numero 26247. O que nos faz supor que o número anterior seja ainda doanode2001(?),hajavistaquenas“PalavradoPresidente”esteafirmaque,já estando findo o mandato da diretoria eleita para o período de 2000/2002, em julho próximo o passariam à nova diretoria, enfim vencidas as dificuldades e conseguido os recursos para mais uma publicação. Publicaram-se artigos dos seguintes colaboradores: RUFINO FILHO, A.; OLIVEIRA, E. M. de; ARAÚJO, R. T. de; FREITAS, J. C. M. de; SOUSA, F. E. de; ROCHA, O. P.; OLIVEIRA, E. M. de; SOUSA, P. F. da S.; SOARES, L. A. N. G.; OLIVEIRA, E. M. de; SOUSA, F. E. de; OLIVEIRA, E. M. de; CAÑEDO, E. V. da S. O. de; SALGUEIRO, M. C.; LEITE, J. M. S.; BURITY, E. de A.; VIEIRA DA Silva, R. E. de C.; FERREIRA, M. da C.; VIEIRA, A. G.; SALGADO FILHO, N.; BRITO, S. B. de; SARDINHA, C. G. V.; SARDINHA, A. H. L.; ROCHA, S. P. Temos mais uma lacuna; a revista 27248 aparece apenas em 2007, na administração da Profa. Eneida Vieira da Silva Ostria de Cañedo. Novamente socorreu o Instituto o Governo do Estado. Compõem a Revista 17 contribuições: CAÑEDO, E. V. da S. O. de; FREITAS, J. C. M. de; ROCHA, O. P.; MOHANA, K.; PEREIRA, M. E. M.; OLIVEIRA, E. M. de; RAMOS, A. V.; VIEIRA DA SILVA, R. E. de C.; LEITE, J. M. S.; SARAIVA, J. C. V.; ADLER, D. A.; PEREIRA, M. E. M.; REGO, T. de J. A. Nesses nos, o IHGM foi presidido por:
1925/1929 1929/1933 1933/1937 1937/1943 1943/1945 1945/1947 1947/1953 1953/1957 1957/1961 1961/1967 1967/1972 1972/1994 246
Justo Jansen Ferreira José Ribeiro do Amaral Parsondas de Carvalho Elizabeto Barbosa de Carvalho Leopoldino Lisboa Astolfo Serra João Braulino de Carvalho Jerônimo de Viveiros Domingos Vieira Filho Luiz de Moraes Rego Ruben Ribeiro de Almeida José Ribamar Seguins
Rev. do IHGM, no. 25, São Luís, (s.d) Rev. do IHGM, no. 26, São Luís, 2002 248 R. IHGM, São Luís, n. 27, jul. 2007 247
1994/2000 2000/2002
Hedel Jorge Ázar Edomir Martins de Oliveira
2006/2008
Eneida Vieira da Silva Ostria de Cañedo
ELITISMO NO IHGM O campo selecionado foi História, Geografia, e Ciências afins, conforme expresso nos Estatutos do IHGM, com a produção acadêmica dos sócios efetivos, colaboradores e direção do Instituto divulgado através de sua Revista, editada com esse fim (bibliografia selecionada). A recomendaçãoédea“...cobertura seja exaustiva. Quanto mais extensa e exaustiva melhor.” No que se refere ao tempo de publicação – “Sugere-se que a cobertura dessa bibliografia seja maior ou igual a dez anos” – a primeira revista aparecem em1926. Embora desde sua criação a periodicidade devesse ser de quatro números anuais (trimestral), desde o início a Diretoria do Instituto não conseguiu cumpri-la, por falta de recursos, conforme se observa dos Editoriais. Publicada algumas vezes com a ajuda dos Poderes Públicos, outras, com recursos próprios. Daí ao longo desses mais de 80 anos deu-se conhecimento de apenas 27 edições. Outra recomendação – a de contar a produtividade de cada autor, considerando-se também os co-autores -, significa que se deve adotar o método da contagem completa; o que foi cumprido, excetonasnotasadministrativas,queaparecemcomosendo“DaRedação”– seus editores, ora o Presidente, ora o Secretário, ora o Diretor de Serviço de Divulgação -, não se considerando os ocupantes dos respectivos cargos das diversas diretorias.
Os
dados
coletados
estão
ordenados em duas tabelas de freqüência, possibilitando a visualização dos mesmos. Em Anexos, se apresentam os artigos publicados, ordenados por número/ano de publicação da Revista. Nesses 83 anos (1925/2008) da existência do IHGM, foram editadas 27 (vinte e sete) revistas. Pelos Estatutos – considerando que deveria ser trimestral -, deveriam ter sido publicadas mais de três centenas, isto porque em alguns anos, foi posto que a edição devesse ser, pelo menos, anual.
TABELA 1 – EDIÇÕES DAS REVISTAS DO IHGM EDIÇÃO
NÚMERO DE ARTIGOS
NÚMERO DE AUTORES
No. 01, 1926
20
7
No. 02, 1948
23
13
No. 03, 1951
20
7
No. 04, 1952
28
18
No. 05, 1952
16
8
No. 06, 1956
28
16
No. 07, 1984
22
12
No. 08, 1984
25
13
No. 09, 1984
23
11
No. 10, 1985
22
17
No. 11, 1986
11
12
No. 12, 1986
23
15
No. 13, 1987
20
14
No. 14, 1991
15
13
No. 15, 1992
16
11
No. 16, 1993
28
18
No. 17, 1996
26
17
No. 18, 1997
15
12
No. 19, 1997
16
14
No. 20, 1998
17
16
No. 21, 1998
25
21
No. 22, 1999
14
8
No. 23, 2000
18
9
No. 24, 2001
19
14
No. 25, (s.d)
16
13
Mo. 26, 2002
27
20
No. 27, 2007
18
12
TOTAIS
551
361
Em algumas revistas, alguns dos colaboradores aparecem com mais de uma contribuição. Foi considerado o autor com sua(s) contribuição, para o estabelecimento do número de artigos x número de autores. Quando o artigo é assinado por dois colaboradores, foram contados ambos: TABELA 2- DISTRIBUIÇÃO DAS FREQÜÊNCIAS OBSERVADAS DOS ARTIGOS PRODUZIDOS POR AUTOR No. DE AUTORES
No. DE CONTRIBUIÇÕES POR AUTOR
No. DE ARTIGOS
% DE AUTORES
% DE ARTIGOS
x 1 1
Y
xy
%y
% xy
144 26
144 26
1
20
20
2 1
18 16
36 16
1
15
15
2 1
13 11
26 11
1
10
10
1
9
9
3 1 2 5 6 10 20 76 135
8 7 6 5 4 3 2 1
24 7 12 25 24 30 40 76 551
Os números das Tabelas 1 não são os mesmos da Tabela 2 devido ao expurgo de alguns artigos e autores, haja vista que em alguns artigos aparecem dois autores; em outros, como nas notas dos editores – 144 NO TOAL -, aparecem vários colaboradores; ao se relacionarem as revistas, muitos autores aparecem em várias delas; ao se relacionarem os autores (Tab.2), aparecem apenas os artigos relacionados a esses autores, sem a repetição dos nomes, como ocorre na Tab.1. A maior quantidade de contribuições foi atribuída aos Editores (Da Redação), que tratam de atos da presidência, notas administrativas, legislação, normas, estratos de atas e reuniões, além de alguns informes, como eleição, posse, discursos e notas de falecimento de sócios, além de se apresentarem alguns estudos de caráter histórico e/ou geográfico. No sprimeiros números, percebe-se que a maioria dessas notas é de autoria do Secretário Perpétuo do Instituto, Antonio Lopes – em alguns, ao final, aparece suas iniciais (AL), mas ao mesmo tempo aparecem outras notas“assinadas”porinicialdeoutroscolaboradores,nãosendopossívelidentificá-los; por isso, optou-se em dar a autoria dessas notas aos editores da Revista:
ARTIGOS, NOTAS, ATOS DE AUTORIA DOS EDITORES DA REVISTA O primeiro número
05-06
Maranhão-Piauhy
07-08
Notas Várias: Parsondas de Carvalho (A.L.); O Curso de Estudos maranhenses; Um explorador maranhense (A.L.); O oiro do Alto Pindaré (Jeronymo de Viveiros); Documentos históricos; Um achado archeologico;
Ano I, n. 1, julho-setembro 1926
65-88
A questão da Tutoya; As collecções do Instituto; DA REDAÇÃO
Material bibliographico (A.L.; W.S.); Francisco Guimarães. EDITORIAL
03-04
Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão PRESIDENCIA – ATOS
147-154
Notas Finais – A eterna questão; As obras de Raimundo Lopes; O Dicionário de César Marques; Trabalhos históricos e geográficos; Proteção a natureza e aos monumentos;
Ano 2, n. 1, novembro de 1948
155-160
Bibliografia; Inéditos do Instituto; Páginas esquecidas; O Museu do Instituto Relação de cartas geográficas do Maranhão
03-10
Os mortos do Instituto: - Antonio Lopes da Cunha – 29.11.50; - Candido Pereira de Sousa Bispo – 15.07.50; - Joseph Marie Lemercier – 09.12.48;
Ano 28, n. 3, agosto de 1951
137-140
- Wilson da Silva Soares – 09.12.49; - Alfredo Bena – 11.05.50; - Liberalino Pinto de Almeida – 05.02.51; - Aquiles de Faria Lisboa – 12.04.51; - Adalberto Accioli Sobral – 24.05.51; Novos Membros do Instituto; Registros bibliográficos Congressos Científicos
141-144
Estatutos
145-154
Anuncio histórico
155-156
Sumario
157
Concessões para a exploração e lavra de minerais
98-99
Bibliografia maranhense – - Ribeiro do Amaral;
117-120
- Raimundo Lopes; - Clarindo Santiago Registro bibliográfico Noticiário – O Museu do Instituto;
Ano IV, n. 4, junho de 1952
Congressos e encontros;
121-126
127-131
Novos sócios; História do Comércio do Maranhão Anúncio histórico
132-136
Sumário
137
Bibliografia Maranhense: - Justo Jansen Ferreira; - Domingos de Castro Perdigão; - Parsondas de Carvalho; - Sousa Bispo Registro bibliográfico (publicações recebidas)
133-137 Ano IV, n. 5, dezembro de 1952
Noticiário – Brigadeiro Hugo da Cunha Machado;
140 145-146
Novos sócios: Fernando Viana, Cesário Veras SUMÁRIO
147
Nossa Homenagem
03-05
Quadro social do Instituto
110-114
Novos sócios do Instituto
115-117
Noticiário – Honra ao Mérito; 250in. Benedito Barros e Vasconcelos;
121-138
Reforma da sede do Instituto; Ponte Antonio Muniz Barreiros Bibliografias:
Ano VII, n. 6, dezembro de 1956
- História do Comércio do Maranhão – Jerônimo de Viveiros
139-140
- Panorama da literatura maranhense – Mário Meireles
141-142
- Alma – Ribamar Pereira
143
- 250inqüenta250a médico-social do filho sadio do lázaro – Olavo Correia Lima
143
- Espiritismo e mediunismo no Maranhão – Waldomiro Reis 143 Diretoria do IHGM Nossos sócios fundadores, o grande benemérito
Ano LIX, n. 07, dezembro de 1984
05-20 21-22
Nossos sócios honorários
25
Calendário social
91-93
Datas memoráveis para o IHGM
95
Nossos sócios efetivos e seus patronos
97-103
Nossos sócios correspondentes
105-107
Plano editorial do IHGM.
83-84
Homenagem a Bequimão
85-86
Ato Normativo especial
87-89
A bandeira do Maranhão
13
O Hino maranhense
14-15
José Adirson de Vasconcelos de Santana de Araújo (biografia)
16
O Instituto Histórico rejubila-se com a eleição de Sarney
29-30
Governador Luiz Rocha no Salão Nobre do IHGM
31-32
Rosa Mochel Martins (necrologia)
Ano LIX, n. 08,
35-36
Olavo Correia Lima (biografia)
março de 1985
37
Carlos Cunha (biografia)
60
Orlandex Pereira Viana (biografia)
66
Wilson da Silva Soares – sócio fundador (tradicional família Soares recebe justas homenagens do IHGM)
75-82
A fala do imortal – (Carvalho Guimarães)
83-84
IHGM agracia SIOGE e equipe
85-86
Francisco Alves Camelo eleito para o IHGM
87-88
Convicção de idealismo
03-04
Festa da cultura na posse de Francisco Camelo a presença do Governador
05-10
Invertida a ordem dos trabalhos “A REVOLTA DE BEQUIMÃO” Outro evento importante
17 Ano LIX, n. 9, junho de 1985
24-26 27
Apresentações e congratulações pela posse de Francisco Camelo
28-32
MOMATRO de mãos dadas com o IHGM prestam homenagem a Corrêa de Araújo
104
IHGM – Balanço financeiro geral 1984
105
Novos sócios do IHGM; Sócios falecidos; Sociais
106-107
Festa de intelectuais na Praça do Panteon A Coluna Prestes é tema de livro Carlos Cardoso (biografia)
03-10 Ano LIX, n. 10, outubro de 1985
22 59
Sociais
98
251inqüen fotográfica da visita de João José de Mota Albuquerque e Mauro Mota
99
Cronologia de Halley
Ano LX, n. 11, março de 1986
Requerimento – concessão de sócio benemérito ao Governador do Estado Luiz Rocha IHGM homenageia Governador Luiz Rocha Notas Diversas - A cidade de Coelho Neto na história do Maranhão; - Homenagem ao Governador Luiz Rocha; - Brasil república;
03-04 19-20
ano LX, n. 12,
20-21
1986 ? 100-106
- Dr. José de Ribamar Seguins; - Uma poetisa serviço do IHGM; Calendário social do IHGM; Endereços atualizados dos sócios efetivos Noticiário Lançamento de livros IHGM faz lançamento de livro Notas e notícias
Ano LXI, n. 13, dezembro de 1987 Ano LXII, n. 14, março de 1991
Agradecimentos especiais Notas e Notícias Lembrando Dr. João Freire de Medeiros
03 05 75-76 11-12 6
Ano LXII, n. 15, janeiro de 1992
IHGM – Regimento Interno
09-11 13 100-104
Notas e Notícias
09-12
In Memoriam do saudoso Domingos Chateaubriand de Sousa
13-16
Endereços dos sócios efetivos do IHGM Quadro dos Patronos, primeiros ocupantes e ocupantes atuais do IHGM Notas e Notícias
137-142 Ano LXIII, n. 16, 1993
In Memoriam do saudoso Domingos Chateaubriand de Sousa
143-153 09-12 13-16
Endereços dos sócios efetivos do IHGM
137-142
Quadro dos Patronos, primeiros ocupantes e ocupantes atuais do IHGM
143-153
Apresentação
05
Resenhas IHGM comemora 70 anos Fotos das comemorações dos 70 anos
11-12 Ano LXIV, n. 17, 1996
Quadro dos sócios efetivos e respectivos endereços e calendário social do IHGM
Eventos de março IHGM – sócios efetivos “Ação e Trabalho” eleita por aclamação Maranhão tem destaque no Encontro dos Institutos no Rio
19-25 No. 18, 1997 No. 19, 1997 No. 21, 1998
Nota – republicações de artigos do numero 1 Regimento do Instituto de História e Geografia do Maranhão
Estatutos do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão
105-111 86-87 95-100 05-07 42-43 50
No. 22, 1999
Lançamento e posse movimentam o IHGM Dados históricos do IHGM
26-35 151-160
Lançamentos do Instituto Histórico Instituto histórico e Geográfico do Maranhão –sócios efetivos
16-18
51-54 100
No. 25, (s.d.) No. 27, julho de 2007
150-154 129-139
Dentre aqueles mais produtivos – que constituem a elite – temos aqueles que produziram acima de 11,61 artigos: 1. Um autor com 26 artigos – FREITAS, J. C. M. de; 2. Um autor com 20 artigos – SOARES, L. A. N. G.;
3. Dois autores com 18 artigos – CORREIA LIMA, O.; e OLIVEIRA, E. M. de; 4. Um autor com 16 artigos – ROCHA, O. P.; 5. Um autor com 15 artigos - CARVALHO, A. S. de 6. Dois autores com 13 artigos – COELHO NETTO, E.; e SEGUIS, J. R.; Esses Autores – incluindo-se os artigos dos Editores – produziram 60,23% dos artigos publicados. Temos, ainda, como produtivos um bloco intermediário, com um autor com 11 artigos – MOURA, C.; um autor com 10 artigos – VIANA, O.P.; um autor com nove artigos – CARVALHO, R. da S.; tres autores com oito artigos – BRITO, S. B.; CAÑEDO, E. V. da S. O. de; TRAVASSOS FURTADO; e um autor com sete artigos – ROCHA, S. P.; dois autores com seis artigos - FERNANDES, J.; e FERREIRA, M. de C. Esse grupo produziu 13,24% dos artigos publicados. Com cinco artigos: COUTINHO, M.;CUNHA, C.; ELIAS FILHO, J.; LOPES DA CUNHA, A.; VIVEIROS, J. de. Enquanto com quatro artigos aparecem: DINO, N.; LEITE, J. M. S.; PEREIRA, J. da C. M.; SANTOS, M. L. F.; SILVA, A. R. da; VIEIRA FILHO, D.; e três artigos com parecem: BARBOSA, T.; GUIMARÃES, R. C.; LIMA COELHO, C. A.; LIMA, C. de; MAGALHÃES, M. dos R. B. C.; MEDEIROS, J. F.; MOHANA, K.; PEREIRA, M. E. M.; SANTANA, P. R. de; SOUSA, E.; e com duas colaborações: AROSO, O. C. L. ; BURITY, E. de A.; BUZAR, B.; CARVALHO, B. de; CARVALHO, J. B. de; COSTA, B. E.; FERREIRA, A.; FIALHO, O.; GASPAR, C. T. P.; JORGE, S.; MEIRELES, M. M.; REGO, T. de J. A.; REIS, L. G. dos; RUFINO FILHO, A; SALGADO FILHO, N.; SOARES, O.; SOUSA, F. E. de; VASCONCELOS, A.; VASCONCELOS, B.; VIEIRA da SILVA, R. E. de C. Os demais contribuíram com um artigo cada. A identificação dos autores foi dificultada tendo em vista que nem sempre o nome foi grafado corretamente. Muitas das vezes, abreviado, aparecendo o primeiro e ultimo nome apenas; como muitos sócios e colaboradores têm nomes parecidos, isso dificulta saber quem é quem, constando, assim, as grafias que aparecem e, muitas das vezes, podem se referir a mesma pessoa. Assim como, quando foi possível identificar esses nomes como sendo da mesma pessoa, foi considerado o mais completo. Da mesma forma – o que pode causar algum problema nessa identificação optou-se pela grafia de Sobrenome em caixa alta, e os demais apenas a letra, em maiúsculo. Nos Quadros Anexo – 1. ARTIGOS PUBLICADOS – 1926/2008 apresentam-se toda a produção dos sócios e colaboradores do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão que apareceram nas revistas publicadas. Nos quadros seguintes recupera-se o 2. QUADRO DOS SÓCIOS FUNDADORES E EFETIVOS – 1948; e 3. SÓCIOS CORRESPONDENTES – 1948, que aparecem nos dois primeiros números da Revista do IHGM. Tivemos 30 (trinta) Patronos, com 42 (quarenta e dois) sócio-efetivos,
ocupantes dessas primeiras cadeiras, e 40 (quarenta) sócios correspondentes, dos quais quatro foram tornados efetivos e 18 (dezoito) haviam morrido entre as indicações no período de 1925/27 e 1948, de acordo com as informações constantes nas duas primeiras edições da Revista de História e Geografia. A partir desses quadros, e com a publicação de novos números, construiu-se os quadros 4. QUADRO DOS SÓCIOS FUNDADORES E EFETIVOS – 1948/ 2001, 5. SÓCIOS HONORÁRIOS (2001), e 6. SÓCIOS CORRESPONDENTES – 1948/2001. Nesse período, 1948/2001, o número de patronos passou para 50 (cinqüenta) e depois para os atuais 60 (sessenta), enquanto que os ocupantes, desde 1925, foram 165 ocupantes – ou 179, já que em algumas cadeiras consta que houve um primeiro ocupante, mas este não foi identificado, constando, assim o nome do segundo ocupante em diante. Na primeira fase do Instituto, até 1948, tivemos 112 ocupantes para as 30 cadeiras ate então existentes. Foram concedidos títulos de sócio honorário a 32 pessoas, das quais 16 antes estavam no quadro de sócio-efetivo. Quatro pessoas receberam o título de Presidentes de Honra ou Honorário - Roseana Sarney Murad; João Braulino de Carvalho (1953); José Sarney; e José Ribamar Seguins; duas expresidentes do IHGM. Quanto aos correspondentes, até 2001 havia 158, sendo admitidos no período de 1925 a 1948, 40; de 1948 a 2001, 118, sendo três de cidades do interior do Maranhão (Pinheiro, Caxias, e Carolina). 14 do exterior (França: 3; Inglaterra: 1; Estados Unidos: 3; Portugal: 7); do Brasil, aparecem 11 sem identificação do Estado, e temos do Rio de Janeiro – 30 sócios correspondentes; Ceará e Pernambuco: 11 cada; Brasília: 8; Pará e Paraná – 5 cada; Bahia – 4; Amazonas, Piauí, e São Paulo - 3; Mato Grosso e Sergipe: 2; e com um sócio correspondente, aparecem o Amapá, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, e Rio Grande do Sul. No Quadro 7 lista-se os autores em ordem alfabética identificando-se seus artigos e contribuições.
ANEXOS 1. ARTIGOS PUBLICADOS – 1926/2008 2. QUADRO DOS SÓCIOS FUNDADORES E EFETIVOS – 1948 3. SÓCIOS CORRESPONDENTES – 1948 4. QUADRO DOS SÓCIOS FUNDADORES E EFETIVOS – 1948 – 2001 5. SÓCIOS HONORÁRIOS (2001) 6. SÓCIOS CORRESPONDENTES – 1948- 2001 7. AUTORES COLABORDORES DA REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO – ordem alfabética
INDICE DA REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E
GEOGRÁFICO DO MARANHÃO: ARTIGOS PUBLICADOS – 1926/2012 ORGANIZADO POR LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ SÃO LUIS – DEZEMBRO - 2012
APRESENTAÇÃO “a ciência da informação é um campo dedicado às questões científicas e à prática profissional voltadas para os problemas de efetiva comunicação do conhecimento e de seus registros entre os seres humanos, no contexto social, institucional ou individual do uso e das necessidades de informação”. (SARACEVIC, 1996)1
Ao termino deste ano de 2012 se encerra um ciclo da revista do IHGM. A Presidente Telma Bonifácio dos Santos Reinaldo nomeou uma Comissão Editorial, que irá determinar o novo norte da publicação. Nesse período a Revista IHGM teve três fases: a do período pioneiro, em que o Secretário Perpétuo Antonio Lopes da Cunha dirigiu a Revista. Um segundo momento em que se procurou obedecer as diretrizes traçadas, não escritas; e o terceiro quando da gestão da Profa. Eneida Vieira da Silva Ostria de Cañedo – seguindo seus passos a Presidente Telma quando de sua primeira gestão -, aparece em seu formato eletrônico. Este período sob minha responsabilidade, por delegação dos Diretores de Divulgação José Fernandes, e depois Manoel dos Santos Neto. Por um breve período – primeiro semestre de 2012 – foi nomeado Comissão, que não chegou a atuar. Quando de meu ingresso no IHGM esta foi a tarefa que me foi dada pela então Presidente, Profa. Eneida: organizar a Revista, publica-la; sugeriu-se o formato eletrônico por não custar nada aos combalidos cofres do IHGM. Até que se pudesse passa-la no formato tradicional – papel!!! Sua edição é feita de maneira rudimentar, apresentada inicialmente em Word, depois em PDF, no formato eletrônico, tendo como suporte um CD-R; depois se utilizou de uma ferramenta de editoração, disponibilizando a Revista na “nuvem” - ISSUU. Tentou-se por todos os meios incluíla no IBICT, quando este iniciou a sistematização das revistas cientificas acadêmicas; não se conseguiu; depois quando do lançamento do sistema SEER novas tentativas,todas infrutíferas. Daí que vem aparecendo neste formato... As diretrizes, foram as de uma portaria da administração Seguins; seguindo-se sua apresentação de ate então, adotada desde 1926. O conteúdo, no inicio, era submetido à Diretoria; depois em voto de total confiança, que colocasse a Revista no ar, quando estivesse pronta, dentro do calendário estabelecido, sem passar por uma revisão. Estava de antemão aprovada... Agora, com o quadro social completo, muitos ‘experts’ em editoração científica adentraram ao IHGM; perde sentido a forma solitária – entendem alguns ‘ditatorial’ - em que a revista é publicada. Na AGO que aprovou a constituição do Conselho Editorial sugeriu-se atualizar as normas de publicação, que haja efetivamente analise através do ‘duplo cego’. Submissão à
avaliação pelos pares!2 Dizem que a revista deve assumir um caráter acadêmico, científico, adotando-se as normas de apresentação vigentes nas universidades... Concordo, em parte, pois já é feito em artigos de fundo... Será que não vai matar a Revista? Afinal a grande maioria dos sócios não é historiador, geógrafo, cientista social ‘de carteirinha’... nem passaram pela ditadura do ‘publique ou pereça’... Seus escritos podem ser classificados como ‘memórias’; utilizam de uma linguagem coloquial, algumas vezes jornalísticas – forma que se utilizam para divulgar seus estudos, dada que a Revista... Muitas das contribuições são frutos de palestras; a maioria, discursos de posse em que se faz o elogio ao Patrono e uma breve referencia aos ocupantes anteriores. Cabe ai ‘duplo cego’? para se certificar que o ‘artigo’ (paper) é cientifico? Só o tempo dirá... ou, ‘quem viver, verá’... Aqui trago minha contribuição de resgate do que foi publicado, por quem, quando... um repertorio... e um ‘quem é quem’... Analise dessa contribuição foi feita em dois artigos que publiquei – “Elitismo no IHGM”, onde procurei determinar a Elite de Autores do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, através da aplicação da “Lei do Elitismo” (PRICE, 1965)3, e da “Lei de Lotka” (1926)4. A primeira se utiliza de citações e destina-se a estimar o tamanho da elite de determinada população de autores. Enuncia que “toda população de tamanho N tem uma elite efetiva tamanho √N”. Observa-se que, para as ciências em geral, o número de autores decresce mais rapidamente que o inverso do quadrado, mais aproximadamente à Lei do Inverso do Cubo 1/n3. Já a Lei de Lotka, relacionada à produtividade de autores e fundamentada na premissa básica de que “alguns pesquisadores publicam muito e muitos publicam pouco”, enuncia que “a relação entre o número de autores e o número de artigos publicados por esses, em qualquer área científica, segue a Lei do Inverso do Quadrado 1/n2”. Utilizei das 27 revistas publicadas pelo IHGM no período de 1926 a 2007. A Elite dos Autores se constitui daqueles que produziram acima de 11,61 artigos; 51,35% dos artigos publicados. Verificou-se que seguiu o padrão de distribuição das leis e princípios bibliométricos, condizente com a máxima conhecida como “Efeito Mateus na Ciência”, que diz: “aos que mais têm será dado em abundância e, aos que menos têm até o que têm lhes será tirado” 5. Trata-se de uma abordagem ao efeito Mateus mediante a análise de processos psicossociais, que afetam o sistema de avaliação e distribuição de recompensas científicas. Por exemplo: cientistas altamente produtivos, de universidades mais conceituadas, obtêm frequentemente mais reconhecimento que cientistas igualmente produtivos, de outras universidades. Recuperei a memória do Instituto, com seus quadros de patronos, sócios – efetivos, correspondentes, honorários, benemérito -, e relacionando os artigos publicados, com seus autores, por edição. Neste ano de 2012, nos últimos dias, dediquei-me a recuperar a memória da terceira fase da Revista, a eletrônica. Bem mais fácil, pois todos os índices e artigos já estavam organizados, guardados na memória de meu computador.6 Fez-se apenas o cotejamento, dando continuidade ao registro da produção dos sócios – e convidados – do IHGM.
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Sócio efetivo – Cadeira 40
11 p.47, citado por LIMA, Gercina Ângela Borém. Interfaces entre a ciência da informação e a ciência cognitiva. Ci. Inf., Brasília, v. 32, n. 1, p. 77-87, jan./abr. 2003 2 “A palavra avaliar vem do latim ‘valere’. Esta apresenta, entre outras acepções, a de ser merecedor ou digno de alguma coisa. A avaliação, dentro de um determinado ramo do conhecimento, permite dignificar o saber quando métodos confiáveis e sistemáticos são utilizados para mostrar à sociedade como tal saber vem-se desenvolvendo e de que forma tem
contribuído para resolver os problemas que se apresentam dentro de sua área de abrangência.” (VANTI, Nadia Aurora Peres. Da bibliometria à webometria: uma exploração conceitual dos mecanismos utilizados para medir o registro da informação e a difusão do conhecimento. IN CI. INF., Brasília, v. 31, n. 2, p. 152-162, maio/ago. 2002, p. 152-162 3 PRICE, Derek J. De Solla. Networks of scientific papers. Science, [s.l.], v. 149, n.3683, p. 5664, July 1965. citado por GUEDES, Vania L. S.; BORSCHIVER, Suzana. BIBLIOMETRIA: UMA FERRAMENTA ESTATÍSTICA PARA A GESTÃO DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO, EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO, DE COMUNICAÇÃO E DE AVALIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA 4 LOTKA, A. J. The frequency of distribuition of scientific productivity. JOURNAL OF THE WASHINGTON ACADEMY OF SCIENCES, v. 16, n.12, p. 317-323, 1926, citado por GUEDES, Vania L. S.; BORSCHIVER, Suzana. Bibliometria: uma ferramenta estatística para a gestão da informação e do conhecimento, em sistemas de informação, de comunicação e de avaliação científica e tecnológica. 5 MERTON, R. K. The Mathew effect in science. SCIENCE, [s. l.], v. 159, n. 3810, p. 58, Jan. 1968, citado por GUEDES, Vania L. S.; BORSCHIVER, Suzana. Bibliometria: uma ferramenta estatística para a gestão da informação e do conhecimento, em sistemas de informação, de comunicação e de avaliação científica e tecnológica; 6 “Informetria é o estudo dos aspectos quantitativos da informação em qualquer formato, e não apenas registros catalográficos ou bibliografias, referente a qualquer grupo social, e não apenas aos cientistas. A informetria pode incorporar, utilizar e ampliar os muitos estudos de avaliação da informação que estão fora dos limites da bibliometria e cienciometria”. (VANTI, 2002).
ELITISMO NO IHGM – FASE DE REVISTA ELETRONICA LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ
O objetivo deste estudo é de verificar quais os colaboradores mais produtivos da Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão – IHGM – em sua fase de publicação no formato eletrônico. Para tal se utilizará da Lei de Lotka, na sua formulação original249.
PRODUTIVIDADE DE AUTORES A Lei de Lotka, ou Lei do Quadrado Inverso250 - relacionada à produtividade de autores é fundamentada na premissa básica de que “alguns pesquisadores publicam muito e muitos publicam pouco -, aponta para a medição da produtividade de autores, mediante um modelo de distribuição tamanho-freqüência dos diversos autores em um conjunto de documentos. Voos (1974) enuncia que a relação entre o número de autores e o número de artigos publicados por esses, em qualquer área científica, segue a Lei do Inverso do Quadrado 1/n2. Isto é, em um dado período de tempo, analisando um número n de artigos, o número de cientistas que escrevem dois artigos seria igual a ¼ do número de cientistas que escreveram um. O número de cientistas que escreveram três artigos seria igual a 1/9 do número de cientistas que escreveram um, e assim sucessivamente. Já a Lei de Bradford, ou Lei de Dispersão251, permite, mediante a medição da produtividade das revistas, estabelecerem o núcleo e as áreas de dispersão sobre um determinado assunto em um mesmo conjunto de revistas: A Lei de Bradford, relacionada à dispersão da literatura periódica científica, enuncia que “se periódicos científicos forem ordenados em ordem decrescente de produtividade de artigos sobre determinado assunto, poderão ser divididos em um núcleo de periódicos mais particularmente dedicados ao assunto e em vários grupos ou zonas, contendo o mesmo número de artigos que o núcleo. O número de periódicos (n), no núcleo e zonas subsequentes, variará na proporção 1:n:n2 [...] Pergunta-se, então, de que maneira é possível fazer este diagnóstico? Uma das possibilidades consiste na utilização de métodos que permitam medir a produtividade dos pesquisadores, grupos ou instituições de pesquisa. Para tanto, torna-se fundamental o uso de técnicas específicas de avaliação que podem ser quantitativas ou qualitativas, ou mesmo uma combinação entre ambas. Para Vanti (2002) 252, a avaliação da produtividade científica deve ser um dos elementos principais para o estabelecimento e acompanhamento de uma política nacional de ensino e pesquisa, uma vez que permite um diagnóstico das reais potencialidades de determinados grupos e/ou instituições, existindo 249
LOTKA, A. J. The frequency of distribuition of scientific productivity. JOURNAL OF THE WASHINGTON ACADEMY OF SCIENCES, v. 16, n.12, p. 317-323, 1926; 250 LOTKA, A. J. The frequency of distribuition of scientific productivity. JOURNAL OF THE WASHINGTON ACADEMY OF SCIENCES, v. 16, n.12, p. 317-323, 1926, citado por GUEDES, Vania L. S.; BORSCHIVER, Suzana. Bibliometria: uma ferramenta estatística para a gestão da informação e do conhecimento, em sistemas de informação, de comunicação e de avaliação científica e tecnológica. 251
BRADFORD, S. C. Sources of information on specific subjects. ENGINEERING, [s.l.], v.137, p. 85-86, 1934. (BROOKES, 1969, citado por GUEDES, Vania L. S.; BORSCHIVER, Suzana. Bibliometria: uma ferramenta estatística para a gestão da informação e do conhecimento, em sistemas de informação, de comunicação e de avaliação científica e tecnológica.
252
VANTI, Nadia Aurora Peres. Da bibliometria à webometria: uma exploração conceitual dos mecanismos utilizados para medir o registro da informação e a difusão do conhecimento. IN CI. INF., Brasília, v. 31, n. 2, p. 152-162, maio/ago. 2002, p. 152-162
diversas formas de medição, voltadas para avaliar a ciência e os fluxos da informação 253, dentre estas a bibliometria, a cienciometria, a informetria e a webometria. O termo “bibliometria” foi cunhado por Pritchard em 1969. A medição da ciência tem seu início com Paul Otlet, em 1934 e podemos nos referir ainda aos trabalhos de Hulme (1922) e Cole e Eales (1917). Outro grande pesquisador da área foi Ranganathan (1948) 254. Pode-se definir a bibliometria como: “[...] o estudo dos aspectos quantitativos da produção, disseminação e uso da informação registrada. A bibliometria desenvolve padrões e modelos matemáticos para medir esses processos, usando seus resultados para elaborar previsões e apoiar tomadas de decisões”. Já a “cienciometria” surgiu na antiga URSS e Europa Oriental e foi empregado especialmente na Hungria. Originalmente, referia-se à aplicação de métodos quantitativos para o estudo da história da ciência e do progresso tecnológico. As primeiras definições consideravam a cienciometria como “a medição do processo informático”, onde o termo “informático” significava “a disciplina do conhecimento que estuda a estrutura e as propriedades da informação científica e as leis do processo de comunicação”. Este termo alcançou notoriedade com o início da publicação, em 1977, da revista Scientometrics, editada originalmente na Hungria e atualmente na Holanda. (VANTI, 2002). “Cienciometria é o estudo dos aspectos quantitativos da ciência enquanto uma disciplina ou atividade econômica. A cienciometria é um segmento da sociologia da ciência, sendo aplicada no desenvolvimento de políticas científicas. Envolve estudos quantitativos das atividades científicas, incluindo a publicação e, portanto, sobrepondo-se à bibliometria”. O termo informetria foi proposto pela primeira vez por Otto Nacke, 1979. Este termo foi adotado imediatamente pelo mesmo VINITI, na antiga URSS, instituição que impulsionou a criação de um comitê com este nome na Federação Internacional de Documentação: o FID/IM – Comitte on Informetry. Sua aceitação definitiva data de 1989, quando o Encontro Internacional de Bibliometria passou a se chamar Conferência Internacional de Bibliometria, Cienciometria e Informetria. Alguns autores apresentam tais termos como sinônimos, porém outros consideram que a informetria compreende um campo mais amplo que a cienciometria e que englobaria, também, a bibliometria. (VANTI, 2002). “Informetria é o estudo dos aspectos quantitativos da informação em qualquer formato, e não apenas registros catalográficos ou bibliografias, referente a qualquer grupo social, e não apenas aos cientistas. A informetria pode incorporar, utilizar e ampliar os muitos estudos de avaliação da informação que estão fora dos limites da bibliometria e cienciometria”. Esse termo designa uma extensão recente das análises bibliométricas tradicional ao abarcar o estudo das modalidades de produção da informação e de comunicação em comunidades não acadêmicas. A informetria se distinguiria claramente da cienciometria e da bibliometria no que diz respeito ao universo de objetos e sujeitos que estuda, não se limitando apenas à informação registrada, dado que pode analisar também os processos de comunicação informal, inclusive falada, e dedicar-se a pesquisar os usos e necessidades de informação dos grupos sociais desfavorecidos, e não só das elites intelectuais. “... a informetria é um subcampo emergente da ciência da informação, baseada na combinação de técnicas avançadas de recuperação da informação com estudos quantitativos dos fluxos da informação” e encontra sua utilidade na administração de coleções em bibliotecas, no desenvolvimento de políticas científicas e pode ajudar na tomada de decisões em relação ao desenho e manutenção de sistemas de recuperação de informação. (VANTI, 2002) A webometrics ou webometria consiste na aplicação de métodos informétricos à World Wide Web. Além do termo webometrics, também se encontra na literatura a expressão cybermetrics, que 253
“A palavra avaliar vem do latim ‘valere’. Esta apresenta, entre outras acepções, a de ser merecedor ou digno de alguma coisa. A avaliação, dentro de um determinado ramo do conhecimento, permite dignificar o saber quando métodos confiáveis e sistemáticos são utilizados para mostrar à sociedade como tal saber vem-se desenvolvendo e de que forma tem contribuído para resolver os problemas que se apresentam dentro de sua área de abrangência.” (VANTI, 2002, p. 152, op. Cit.)
254
FONSECA, E. N. Bibliografia estatística e bibliometria: uma reivindicação de prioridades. CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, Brasília, v. 2, n.1, p. 5-7, 1973; FONSECA, E. N. (Org.). Bibliometria: teoria e prática. São Paulo : EDUSP, 1986; RAVICHANDRA RAO, I. K. Métodos quantitativos em biblioteconomia e ciência da informação. Brasília : ABDF, 1986..
corresponde ao nome da revista apresentada oficialmente durante a VI Conferência Internacional de Cienciometria e Informetria, em Jerusalém, no ano de 1997. (VANTI, 2002) Em termos genéricos, estas são algumas possibilidades de aplicação dessas técnicas:
identificar as tendências e o crescimento do conhecimento em uma área; identificar as revistas do núcleo de uma disciplina; mensurar a cobertura das revistas secundárias; identificar os usuários de uma disciplina; prever as tendências de publicação; estudar a dispersão e a obsolescência da literatura científica; prever a produtividade de autores individuais, organizações e países; medir o grau e padrões de colaboração entre autores; analisar os processos de citação e co-citação; determinar o desempenho dos sistemas de recuperação da informação; avaliar os aspectos estatísticos da linguagem, das palavras e das frases; avaliar a circulação e uso de documentos em um centro de documentação; medir o crescimento de determinadas áreas e o surgimento de novos temas.
ELITISMO - “POUCOSCOMMUITOEMUITOCOMPOUCOS” O padrão de distribuição das leis e princípios bibliométricos segue a máxima conhecida como “Efeito Mateus na Ciência”, que diz: “aos que mais têm será dado em abundância e, aos que menos têm até o que têm lhes será tirado” 255. Trata-se de uma abordagem ao efeito Mateus mediante a análise de processos psicossociais, que afetam o sistema de avaliação e distribuição de recompensas científicas. Por exemplo: cientistas altamente produtivos, de universidades mais conceituadas, obtêm frequentemente mais reconhecimento que cientistas igualmente produtivos, de outras universidades. Para se verificar quais são os colaboradores mais produtivos da Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão – publicações eletrônicas - se utilizará da Lei de Lotka, na sua formula original256, sem as variações apresentadas por Alvarado (2003) 257. No geral, os autores concordam que, para uma correta aplicação do modelo de Lotka, devem-se seguir as seguintes recomendações258: i)
255
Selecionar um campo específico de produção científica. Quanto mais específico o campo, melhor o resultado;
MERTON, R. K. The Mathew effect in science. SCIENCE, [s. l.], v. 159, n. 3810, p. 58, Jan. 1968, citado por GUEDES, Vania L. S.; BORSCHIVER, Suzana. Bibliometria: uma ferramenta estatística para a gestão da informação e do conhecimento, em sistemas de informação, de comunicação e de avaliação científica e tecnológica; 256 LOTKA, A. J. The frequency of distribuition of scientific productivity. JOURNAL OF THE WASHINGTON ACADEMY OF SCIENCES, v. 16, n.12, p. 317-323, 1926; 257 ALVARADO, Rubén Urbizagástegui. A Llei de Lotka: o modelo Lagrangiano de Poisson aplicado à produtividade de autores. IN PERSPECT. CIENC. INF., Belo Horizonte, v. 8, n. 2, p. 188-207, jul./dez. 2003; 258 CAFÉ, Lígia; BRÄSCHER, Marisa. ORGANIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO E BIBLIOMETRIA. ENC. BIBLI: R. ELETR. BIBLIOTECON. CI. INF., Florianópolis, n. esp., 1º sem. 2008; ALVARADO, Rubén Urbizagástegui. A Lei de Lotka: o modelo Lagrangiano de Poisson aplicado à produtividade de autores. IN PERSPECT. CIENC. INF., Belo Horizonte, v. 8, n. 2, p. 188-207, jul./dez. 2003; VANTI, Nadia Aurora Peres. Da bibliometria à webometria: uma exploração conceitual dos mecanismos utilizados para medir o registro da informação e a difusão do conhecimento. IN CI. INF., Brasília, v. 31, n. 2, p. 152-162, maio/ago. 2002, p. 152-162; MOSTAFA, Solange Puntel. Citações epistemológicas no campo da educomunicação. COMUNICAÇÃO & EDUCAÇÃO, São Paulo, (24): 15 a 28, maio/ago. 2002; WORMELL , Irene. Informetria: explorando bases de dados como instrumentos de análise. CI. INF., Brasília, v. 27, n. 2, p. 210-216, maio/ago. 1998; TESTA James, A base de dados ISI e seu processo de seleção de revistas. CI. INF., Brasília, v. 27, n. 2, p. 233-235, maio/ago. 1998
j)
k) l) m) n) o) p)
Selecionar uma bibliografia existente ou elaborar uma bibliografia sobre o campo específico cuja cobertura seja exaustiva. Quanto mais extensa e exaustiva melhor. Sugere-se que a cobertura dessa bibliografia seja maior ou igual a dez anos; Contar a produtividade de cada autor, considerando-se também os coautores. Isso significa que se deve adotar o método da contagem completa; Ordenar os dados coletados em uma tabela de frequências para facilitar a visualização dos mesmos; Selecionar o modelo estatístico mais adequadamente sugerido pelos dados tabulados; Calcular os valores esperados ou teóricos, seguindo as especificações do modelo estatístico escolhido; Estabelecer as hipóteses a serem testadas e a região de rejeição dessas hipóteses no nível de significância de a = 0.05; Testar a qualidade do ajuste dos dados, usando-se o teste do quiquadrado ou KolmogorovSmirnov.
INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO E SUA REVISTA O hoje Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão – IHGM – foi fundado em dezembro de 1925, por Antonio Lopes da Cunha259: “Em 1925, tomei a iniciativa de reunir alguns homens de boa vontade na livraria de Wilson Soares, expondo-lhes a minha idéia de se comemorar o centenário do nascimento de D. Pedro II com a inauguração, nesta capital, de um Instituto de História e Geografia. Os que prestaram apoio à idéia foram: Justo Jansen, Ribeiro do Amaral, José Domingues, Barros e Vasconcelos, Domingos Perdigão, José Pedro Ribeiro, José Abranches de Moura, Arias Cruz, Wilson Soares e José Ferreira Gomes. Mais tarde incorporou-se a esse grupo João Braulino de Carvalho. Ausentes de S. Luís apoiaram calorosamente a idéia Raimundo Lopes, Fran Pacheco, Carlota Carvalho e Antonio Dias, que também foram considerados sócios fundadores do Instituto. (p. 110) “A 20 de novembro realizou-se a sessão inicial, sendo apresentado, discutido e votado os estatutos e eleita a diretoria, cujo presidente foi Justo Jansen. José Ribeiro do Amaral foi eleito presidente da assembléia geral. (p. 111)260. Denominava-se “Instituto de História e Geografia do Maranhão” 261, e tinha como objetivos: (a) O estudo e difusão do conhecimento da história, da geografia, da etnografia, etnologia; e arqueologia, especialmente do Maranhão; (b) O incremento à comemoração dos vultos e fatos notáveis de seu passado; e (c) A conservação de seus monumentos 262: Em seu Artigo IV263 constava: “para a publicação dos seus actos sociaes, das investigações que realizar e dos trabalhos de seus sócios sobre assumptos que se relacionarem às siciencias (sic) de que se deverá ocupar, assim como de contribuições de igual gênero enviadas por investigadores competentes, o Instituto manterá uma Revista bimensal ou trimestral.” (p. 62).
259
Antônio Lopes da Cunha nasceu na cidade de Viana – Maranhão -, em dia 25 de maio de 1889 e faleceu em São Luís a 29 de novembro de 1950. Filho do desembargador (e futuro governador do Estado) Manuel Lopes da Cunha e D. Maria de Jesus Sousa Lopes da Cunha. Foi o fundador e secretário perpétuo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. 260 LOPES DA CUNHA, Antônio. Instituto histórico. In ESTUDOS DIVERSOS. São Luís: SIOGE, 1973. 261 Art. II do Regimento Interno, publicado na REVISTA DO INSTITUTO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO MARANHÃO, ano I, no. 1, julho a setembro, 1926, p. 61; 262 Art. I do Regimento Interno, publicado na REVISTA DO INSTITUTO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO MARANHÃO, ano I, no. 1, julho a setembro, 1926, p. 61; 263 Do Regimento Interno, publicado na REVISTA DO INSTITUTO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO MARANHÃO, ano I, no. 1, julho a setembro, 1926, p. 61-64.
Assim, em agosto de 1926 surgia a “HISTÓRIA E GEOGRAFIA - Revista trimestral do Instituto de História e Geographia do Maranhão”, anno I - 1926 – num. 1, julho a setembro, com 97 páginas, contendo ilustrações, e impressa na Typ. Teixeira - São Luiz 264, seguindo-se:
GEOGRAFIA E HISTÓRIA – REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO, São Luís, ano 2, n. 1, novembro, 1948 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO, São Luís, ano 28, n.3, agosto de 1951. REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO, São Luís, ano IV, n. 4, junho de 1952. REV. IHGM, São Luís, ano IV, n. 05, dezembro de 1952 REV. IHGM, São Luís, anoVII, no. 06, dezembro de 1956 REV. IHGM, São Luís, ano LIX, n. 07, dezembro de 1984 REV. IHGM, São Luís, Ano LIX, n. 8, março 1985
REV. IHGM, São Luis, ano LIX, n. 9, junho de 1985 REVISTA DO IHGM, São Luís, ano LIX, no. 9, outubro de 1985. REVISTA DO IHGM, São Luís, ano LX, no. 11, março de 1986 REVISTA DO IHGM, São Luis, (ano LX, n. 12, 1986) REVISTA DO IHGM, São Luís, ano LXI, n. 13, dezembro de 1987 REVISTA DO INST. HIST. E GEOG. DO MARANHÃO, São Luís, ano LXII, n. 14, março de 1991 REV. DO INST. HIST. E GEOG. DO MARANHÃO, São Luis, a. LXII, n. 15 jan. 1982 REVISTA DO INST. HIST. E GEOG. DO MARANHÃO, São Luís, ano LXIII, n. 16, 1993 REVISTA DO INST. HIST. E GEOG. DO MARANHÃO, São Luís, ano LXIv, n. 17, 1996 REV. DO IHGM, São Luís, no. 18, 1997 REV. DO IHGM, São Luís, no. 19, 1997 REV. DO IHGM, São Luís, no. 20, 1998 REV. DO IHGM, São Luís, no. 21, 1998 REV. DO IHGM, São Luís, no. 22, 1999 REV. DO IHGM, São Luís, no. 23, 2000 REV. DO IHGM, São Luís, no. 24, setembro de 2001 REV. DO IHGM, São Luís, no. 25, (s.d) REV. DO IHGM, São Luis, no. 26, 2002 REV. DO IHGM, São Luís, no. 27, jul. 2007 A Elite dos Autores se constitui daqueles que produziram acima de 11,61 artigos. Esses Autores – nove (6,68%), incluindo-se os artigos “dos Editores” (144 – 26,14%, QUADRO acima) – produziram 51,35% dos artigos publicados. Temos como pertencentes a essa Elite: QUADRO 3 - ELITE DE AUTORES DO IHGM – 1926/2007 NÚMERO DE AUTORES 264
NÚMERO DE ARTIGOS
NOME
HISTÓRIA E GEOGRAFIA- REVISTA TRIMESTRAL DO INSTITUTO DE HISTÓRIA E GEOGRAPHIA DO MARANHÃO, São Luís, ano I, n. 1, julho/setembro, 1926
1
26
FREITAS, J. C. M. de
1
20
SOARES, L. A. N. G.
2
18
1
16
ROCHA, O. P
1
15
CARVALHO, A. S. de
2
13
CORREIA LIMA, O. OLIVEIRA, E. M. de
COELHO NETTO, E.; SEGUINS, J. R.
Temos, ainda, um bloco intermediário com outros nove autores (6,67%), que produziram 13,25% dos artigos publicados:
QUADRO 4 – ELITE INTERMEDIÁRIA DE AUTORES DO IHGM – 1926/2007 NÚMERO DE AUTORES
NÚMERO DE ARTIGOS
1
11
MOURA, C.
1
10
VIANA, O.P.
1
9
CARVALHO, R. da S.
3
8
BRITO, S. B. CAÑEDO, E. V. da S. O. de TRAVASSOS FURTADO
1
7
ROCHA, S. P.
2
6
FERNANDES, J. FERREIRA, M. de C.
NOME
Com cinco artigos - COUTINHO, M.; CUNHA, C.; ELIAS FILHO, J.; LOPES DA CUNHA, A.; VIVEIROS, J. de.
Enquanto com quatro artigos aparecem: DINO, N.; LEITE, J. M. S.; PEREIRA, J. da C. M.; SANTOS, M. L. F.; SILVA, A. R. da; VIEIRA FILHO, D.;
e três artigos com parecem: BARBOSA, T.; GUIMARÃES, R. C.; LIMA COELHO, C. A.; LIMA, C. de; MAGALHÃES, M. dos R. B. C.; MEDEIROS, J. F.; MOHANA, K.; PEREIRA, M. E. M.; SANTANA, P. R. de; SOUSA, E.;
e com duas colaborações: AROSO, O. C. L. ; BURITY, E. de A.; BUZAR, B.; CARVALHO, B. de; CARVALHO, J. B. de; COSTA, B. E.; FERREIRA, A.; FIALHO, O.; GASPAR, C. T. P.; JORGE, S.; MEIRELES, M. M.; REGO, T. de J. A.; REIS, L. G. dos; RUFINO FILHO, A; SALGADO FILHO, N.; SOARES, O.; SOUSA, F. E. de; VASCONCELOS, A.; VASCONCELOS, B.; VIEIRA da SILVA, R. E. de C. Esse grupo de 41 autores (30,35%) produziu 119 artigos (30,35%).
Os demais – 76 autores, 56,30% - contribuíram com um artigo cada, totalizando 13,80% da produção acadêmica registrada. A identificação dos autores foi dificultada tendo em vista que nem sempre o nome foi grafado corretamente. Muitas das vezes, abreviado, aparecendo o primeiro e ultimo nome apenas; como muitos sócios e colaboradores têm nomes parecidos, isso dificulta saber quem é quem, constando, assim, as grafias que aparecem e, muitas das vezes, podem se referir a mesma pessoa. Quando foi possível a identificação, foi considerado o mais completo. Da mesma forma – o que pode causar algum problema nessa identificação -, optou-se pela grafia de Sobrenome em caixa alta, e os demais em maiúsculo. A‘NOVA’REVISTADOIHGM
- FORMATO ELETRÔNICO
A partir do numero 28, a revista do IHGM começa a ser disponibilizada em formato eletrônico, sendo que este número – o 28 – foi publicado no formato tradicional – papel. Nessa nova fase, com as facilidades das ferramentas disponíveis, foi possível atingir a meta de publicação trimestral – quatro edições ao ano.
NUMERO
DATA DE PUBLICAÇÃO
NUMERO DE ARTIGOS
NUMERO DE AUTORES
17
14
DEZEMBRO
26
17
AGOSTO
20
15
NOVEMBRO
34
13
MARÇO
35
16
JUNHO
20
17
SETEMBRO
22
12
35
DEZEMBRO
37
13
36
MARÇO
57
23
JUNHO
37
21
SETEMBRO
55
57
39
DEZEMBRO
55
27
40
MARÇO
33
24
JUNHO
64
39
SETEMBRO
87
43
ANO 28 29 30 31
2008 2009
32 33 34
37 38
41 42 43
2010
2011
2012
MES
DEZEMBRO
SOBRE A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO Como sabem, minha formação básica é em Educação Física. Sou licenciado, pela então Escola de Educação Física e Esportes do Paraná – hoje, UFPR – turma de 1975. Cursava, junto, a Faculdade de Direito de Curitiba, bacharelato que abandonei... Depois, fiz duas especializações – Metodologia do Ensino (1977-78); Lazer e Recreação (1986); Mestrado em Ciência da Informação (1992-93); e iniciei um Doutorado em Ciências Pedagógicas. Minha dissertação de mestrado versou sobre produção do conhecimento na área tecnológica; a tese de doutorado – pronta antes mesmo de iniciar o curso – sobre memória/história do esporte, lazer e educação no Maranhão... Mas o que tem a ver com produção do conhecimento? Sirvo-me de artigo publicado hoje, para dar uma ideia do que está por vir nas novas diretrizes da revista do IHGM, segundo o pensamento corrente: Martins e Valentim, em DataGramaZero - Revista de Informação - v.14 n.1 fev/13 publicam um interessante artigo sobre os Indicadores e modos cognitivos de produção da realidade: evidências da aplicação da sociometria na Ciência da Informação. Os autores buscam colocar em cena novos elementos que acreditam terem recebido, até o momento, pouca atenção no campo da Ciência da Informação. Para isto, começam com alguns questionamentos sobre a visão de ciência produtora de um determinado modelo cognitivo que domina esse campo hoje e novas possibilidades de compreensão sobre o saber científico. Na sequência, resgatam uma visão sobre o surgimento histórico da sociometria, as forças que movimentaram a sua história e seus desdobramentos a partir da criação de modelos matemáticos para sua leitura. Por fim, discutem a sociometria no mundo hoje e caminhos que consideram que ela possa seguir. Algumas ideias: sobre Metafísica e a Ciência hoje - é relevante levantar o questionamento sobre movimentos que constituíram a ciência tal como ela é compreendida hoje: Almeida (2005) diz que Heidegger, em sua obra “El ser y el tiempo” (1927/1984), caracteriza o modo do pensamento ocidental compreender o ser como metafísico, vendo na ciência e na técnica moderna suas manifestações mais imediatamente reconhecíveis. Critelli (2007), retomando o pensamento metafísico desde Platão e Aristóteles também a partir do olhar de Heidegger, assinala que foi Aristóteles que estabeleceu uma compreensão do pensar como um processo de produção de ideias, no qual seus procedimentos lógicos seriam seus sistemas de operação e instrumentos. Isto porque, para estes autores, o ser reúne em si mesmo sua substância (forma/essência) e seus acidentes (matéria). A Forma é compreendida como as qualidade genéricas e específicas e, portanto, universais da coisa. A Matéria, por sua vez, é expressa pelos acidentes, correspondendo ao peso, volume, cor, formato, entre outros caracteres da coisa tangível e individual. A Forma, essência, é perceptível pelo intelecto, mediante a abstração de caracteres acidentais dos entes. A essência está na sombra do aparente, pois o que se ilumina à frente da percepção é apenas o individual não universalizado, sem generalização, na sua concretude individual. Nessa linha, Platão e Aristóteles denunciam o mundo sensível e aparente como um mundo enganoso, já que é múltiplo, diverso, mutável e corruptível. O ser como conceito não poderia estar sujeito a estas leis do mundo sensível, a nenhuma degeneração e mutação. Ou seja, a aparência das coisas era vista como extremamente problemática e encobridora do ser, por não o apresentar em sua unicidade, nem na sua estabilidade, nem na sua permanência. O acesso ao conceito, para Aristóteles, seria trabalho do intelecto. Com este autor, fala-se pela primeira vez num método para a conquista do conhecimento verdadeiro do mundo. Este método
controlaria o pensamento para que ele cientificamente definisse as coisas em seu “verdadeiro” ser, além de por a prova os juízos já formulados. Critelli (2007), Descartes, posteriormente, apresenta o modelo sobre o qual nossas ciências atuais tomam fôlego. Para o pensamento cartesiano, a substância das coisas é concedida aos homens pela razão mesma dos homens. O que se mostra seguro para este pensador, enquanto procedimento da razão, é a certificação de certos aspectos da coisa que podem ser precisados mediante um controle baseado na observação, na mensuração, na classificação das coisas. Fora deste controle preciso e metodológico a razão não pode ter segurança de mais nada. Assim, para a metafísica, o critério que põe as coisas e os temas como adequados ou não para o conhecimento, e os identifica como reais ou não, é a sua pureza e capacidade de permanecer ao longo do tempo. E foi especialmente após as indicações de Descartes que a área do saber que se encarrega por responder a questão do ser deixa de ser a Filosofia para ser a Física. Aparece no cenário do pensamento a matematização da natureza, através da física moderna, como aquilo que vai tomar o lugar da filosofia diante desse tema. Nesse movimento do pensamento cartesiano, constrói-se a noção de objetivação. É percebido como objetivo aquilo que está separado do homem, que é coisa em si e que pode ser mensurada, calculada, controlada e, portanto, coisa a respeito da qual a razão se assegura. O que passa a ser importante é o processo de precisão das coisas serem o que são. E é essa precisão que, em sua vulgarização, passa a ser conotada como verdade: a verdade de algo estaria na precisão de sua mensuração. Sendo assim, a precisão metodológica do conceito toma até mesmo o lugar do objeto empírico, em termos de importância para dedicação, pois a representação é muito mais controlável do que o próprio objeto a que ela se refere. A objetividade é, portanto, um atributo da representação e não da coisa em si. A objetividade é conceitual e não da coisa mesma. Essa construção do pensamento produz a não existência do objeto empírico em si mesmo, mas apenas e na medida da sua reconstrução pelo pensamento logicamente parametrizado sobre a base da certificação. Diante desta construção do pensamento metafísico, a fenomenologia se erige como uma genuína alteridade que se estabelece entre uma e outra dimensão epistemológica. A fenomenologia vêm trazer uma compreensão de mundo na qual as coisas são o que são na relação com o homem. Para a metafísica, o ser (substância, identidade) das coisas está nelas mesmas e precisa ser descoberto pela técnica mais perfeita. Para a fenomenologia, o ser de tudo o que há está no estar sendo dos homens no mundo, falando e interagindo com os outros. E é por isto que as coisas, para a fenomenologia, só existem quando aparecem para o testemunho dos homens. O jogo do aparecer é um movimento do ente parecer ser tal ou qual, deste ou daquele modo para espectadores e jamais aconteceria sem estes últimos. A Sociometria trata do indivíduo e o grupo social – traçando cartografias grupais; o vocábulo grupo aparece por meados do século XVII e começa a significar reunião de pessoas, o grupo se torna uma instituição - uma composição de linhas que ao se atravessarem produzem campos de saber, redes de poder, especialismos. Taylor - índice de produtividade. Ford - sistema da linha de montagem Western Electric Company - foco as relações humanas.
E. Mayo - sentimento de pertencimento a um grupo. Isto inaugura a visão do grupo como fator de rendimento e solução para conflitos que ultrapassam os aspectos físicos-ambientais, detectados pelas propostas tayloristas e fordistas. O trabalho com grupos se configura, então, como uma tecnologia a ser empregada especialmente frente a situações de conflito, criando então técnicos que passam a gerir tais espaços. Moreno - sociometria - mapear as relações de simpatia, antipatia e indiferença estabelecidas entre os seres humanos. O sociograma seria a representação gráfica dessas redes de preferência e rejeição, revelando hierarquias, sistemas de poder. Kurt Lewin - campo social: a unidade do todo do grupo e as relações dinâmicas estabelecidas entre os elementos que o compõem, cunha o termo dinâmica de grupo. Além disto, cria hipóteses que são até hoje muito fortes no mundo grupalista, tais como: o grupo é mais do que a soma de suas partes; quando há modificação de uma das partes, a estrutura do grupo se modifica; entre outras. Lewin, Alex Bavelas - cálculo dos elementos mais centrais de uma rede de conexão entre pessoas, surgindo daí a ideia e a formalização do cálculo de centralidade de uma pessoa em uma rede: “Ele acreditava que em qualquer organização o grau pelo qual um indivíduo dominava a sua comunicação – o grau no qual ele era central nessa rede – afetava sua eficiência, sua moral e a influência percebida de cada ator em relação aos demais.” (Freeman, 2004) Nota-se que a visão de mundo dá o tom que constrói e desenvolve o indicador matemático que começa a servir de operador de abstração e de construtor de visibilidade de como os grupos se relacionavam entre si. Análise Estrutural de Redes - A análise estrutural de redes surge baseada na premissa de que o padrão de conexão formada por uma estrutura de relacionamentos humanos transmite comportamentos, atitudes, informações e bens, sejam materiais ou imateriais. Teoria dos Grafos - 1736, Leonard Euler publica seu artigo sobre o problema das pontes de Konigsberg. O problema consistia em encontrar uma forma de como atravessar sete pontes que interligavam uma ilha com o continente (ver figura 1) de maneira a atravessar as pontes apenas uma única vez. Essencialmente um problema de topologia, da forma como visto por Euler, que consistia em encontrar uma forma possível de organizar o movimento no território. Figura 1. Pontes de Konigsberg.
Fonte: Wikipedia
A inovação na solução proposta por Euler, que acabou dando origem a Teoria dos Grafos, foi a maneira como ele imaginou modelar o problema. Sua modelagem transformou os caminhos em linhas e as pontes em vértices, como apresentado na figura 2. Figura 2. Grafo das Pontes de Konigsberg.
Fonte: Wikipedia A teoria dos grafos foi útil para a análise de redes sociais nos seguintes aspectos (Wasserman e Faust, 1994, p. 93):
fornece um vocabulário que pode ser utilizado para nomear muitas propriedades das estruturas sociais; fornece um conjunto de operações matemáticas e ideias sobre como essas propriedades podem ser quantificadas e mensuradas; fornece o rigor matemático necessário para a produção de teoremas e simulações relacionadas a padrões que representem estruturas sociais. Rigor matemático dos fenômenos sociais - análise estrutural de redes - indicadores de centralidade e filiação dos nós em uma rede. A forma que permite analisar o número de conexões de cada nó é chamada de centralidade. A medida de centralidade tem por objetivo investigar quais seriam as pessoas “mais importantes” de uma rede. A hipótese utilizada para o grau de importância de uma pessoa é de que quanto mais relações e articulação de relações ela tenha numa rede, mais importante ela é para o padrão estrutural que é denotado pela rede (Wasserman e Faust, 1994, p. 169). Três medidas que são utilizadas para o cálculo de centralidade dos vértices em uma rede: grau de centralidade da rede, grau de centralidade por interposição (betweenness) e o grau de centralidade por proximidade (closeness) (Fellman e Wright, 2008, p. 145). A análise estrutural de redes chama essas relações estabelecidas entre pessoas a partir da adesão aos mesmos espaços sociais de afiliação - expressa arranjos organizacionais e institucionais que
podem afetar de forma significativa a estrutura social da qual esses arranjos fazem parte. As pessoas tendem a se filiar a vários desses arranjos organizacionais ao longo de sua vida, seja nas relações de trabalho, de lazer, de voluntariado ou mesmo no local onde moram. Muitas delas acabam por se tornar pontes que conectam diferentes organizações, possibilitando o intercâmbio entre elas, gerando zonas de influência, articulação e potencial mobilização social. O conceito de afiliação está diretamente ligado a uma forma de categorização de grafos a partir de modos, também gerando aquilo que é chamado de redes bipartite. Nos grafos modo 1, os vértices são representados por relações diretas entre os atores na mesma rede. Nos grafos modo 2, os vértices são divididos em dois conjuntos, o conjunto das organizações e o conjunto dos atores que se relacionam a essas organizações. Vemos um exemplo de rede modo 2 na figura 3, onde os vértices em amarelo representam instituições e os vértices em verde representam nomes de pessoas. Figura 6. Exemplo de rede modo 2.
Fonte: Nooy, Mrvar, Batagelj (2005). Normalmente, os dados de afiliação das pessoas a grupos sociais não são tão difíceis de se obter, pois muitos eventos, clubes e organizações registram a participação de seus afiliados. O conceito de afiliação e a utilização de redes modo-2 é utilizado quando desejamos estudar a relação de um determinado grupo social com os arranjos organizacionais nos quais estão inseridos, ou quando desejamos avaliar como um grupo de organizações impacta e produz uma estrutura de articulação social. Os mesmos cálculos estruturais que vimos até aqui podem ser utilizados para as redes modo-2, havendo apenas ajustes necessários na distinção dos tipos de vértices presentes na rede. Dois modos de compreendermos o fazer científico - a metafísica e fenomenologia. a análise de redes sociais mais do que descrever uma determinada realidade de funcionamento de uma rede específica, produz o próprio objeto rede, lhe dá forma, consistência, concretude visual, métrica e matemática, fundindo-se com o próprio objeto empírico, tornando-se a metodologia da própria rede. Desse modo, pode atuar como operador metafísico, servindo ele como estrutura de representação da realidade. Estar atento a esse uso, questionando suas limitações e construindo um uso crítico da metodologia nos parece um passo fundamental nas pesquisas e análises em desenvolvimento na área da Ciência da Informação. Referências Bibliográficas Almeida, F.M. Ser Clínico como Educador. 2005. 221 fl. Tese (Doutorado em Psicologia) – Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005. Barros, R.B. Grupo: a afirmação de um simulacro. 2a ed. Porto Alegre: Editora da
UFRGS, 2009. Critelli, D.M. Analítica do sentido: uma aproximação e interpretação do real de orientação fenomenológica. 2.ed. São Paulo: Brasiliense, 2007. Fellman, P. V., Wright R. Modelando redes terroristas. In: O tempo das redes. Duarte, F., Quandt, C., Souza, Q. (orgs). 1ª ed. São Paulo: Perspectiva. 2008. 259p. Freeman, L. C. The development of social network analysis: a study in the sociology of science. 1ª ed. Vancouver: Empiracal Press. 2004. 205p. Martins, D. A emergência da análise de redes sociais como campo de pesquisa: perspectiva da análise da produção científica em português e espanhol a partir do Google Acadêmico. Alexandri@ Revista de Ciencias de la Información, v. 8, p. 17-30, 2011. Maturana, H., Yãnez, X. Habitar humano: em seis ensaios de biologia-cultural. São Paulo: Palas Athena. 1ª ed. 2009. 317p. Nooy, W., Mrvar, A., Batagelj, V. Exploratory Social Networks Analysis with Pajek. Cambridge: Cambridge University Press, 1st edition. 2005. 334p. Wasserman, S., Faust, K. Social Network Analysis: methods and applications. Structural analysis in social the social sciences series. Cambridge: Cambridge University Press, 1st edition. 1999. 825p. Sobre o autor / About the Author: [1] Dalton Lopes Martins e [2] Gustavo Giolo Valentim dmartins@gmail.com e gus.valentim@gmail.com [1] Doutorando em Ciência da Informação, Universidade de São Paulo. Professor Assistente da Faculdade de Tecnologia de São Paulo. [2] Mestrando em Psicologia, Universidade de São Paulo.
30 ANOS DO I SIMPÓSIO BRASILEIRO DE INFORMÁTICA EM EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES (19 a 20-11-1987 - Brasil. Campinas – SP) – 27/11/2017
CONSTRUÇÃO DE UM TESAURUS EM EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES. Leopoldo Gil Dulcio Vaz Escola Técnica Federal do Maranhão 1987. E já falávamos em tesauro (265) na área da Educação Física e Esportes (VAZ e PEREIRA, 1986; 1990 a, b) (266). Até então trabalhávamos com um dicionário controlado (LANCASTER, 1993) (267), utilizado na indexação de revistas dedicadas à educação física e esportes em língua portuguesa (PEREIRA, 1983; VAZ e PEREIRA, 1986) (268). Indexamos mais de 5.000 artigos, de 13 revistas dedicadas, abrangendo o período de 1932 a 1992 (VAZ e PEREIRA, 1986; VAZ, 1987 a, b, c; VAZ e PEREIRA, 1988 a, b; VAZ e PEREIRA, 1990; VAZ, 1990; VAZ, 1991) (269). 265
Tesauro, também conhecido como dicionário de idéias afins, é uma lista de palavras com significados
semelhantes, dentro de um domínio específico de conhecimento. Por definição, um tesauro é restrito. Não deve ser encarado simplesmente como uma lista de sinônimos, pois o objetivo do tesauro é justamente mostrar as diferenças mínimas entre as palavras e ajudar o escritor a escolher a palavra exata. Tesauros não incluem definições, pelo menos muito detalhadas, acerca de vocábulos, uma vez que essa tarefa é da competência de dicionários. https://pt.wikipedia.org/wiki/Tesauro. 266 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio & PEREIRA, Laércio Elias. Coleta de bibliografia para processamento por computador. ENCONTRO DE PESQUISADORES DA UEMA, I, São Luís, 1986. ANAIS... São Luís, 1986. VAZ, Leopoldo Gil Dulcio & PEREIRA, Laércio Elias & Outros. Indexação: em busca da construção de um thesaurus em Ciências do Esporte. ENCONTRO DE PESQUISADORES DO MARANHÃO, I, São Luís, 1990. ANAIS... São Luís, 1990. PEREIRA, Laércio Elias; VAZ, Leopoldo Gil Dulcio, e Outros. Organização da Informação em Ciências do Esporte veiculada em periódicos de língua portuguesa. ENCONTRO DE PESQUISADORES DO MARANHÃO, I, São Luís, 1990. ANAIS...São Luís: UFMA, 1990. 267 Um vocabulário controlado é essencialmente uma lista de termos autorizados, elaborada dentro de uma estrutura semântica. Essa estrutura se destina a: Controlar sinônimos; Diferenciar homógrafos; Reunir ou ligar termos cujo significado apresente uma relação mais estreita LANCASTER, F. W. Indexação e resumos: teoria e prática. Brasília: Briquet de Lemos, 1993. 268 PEREIRA, Laércio Elias. INDICE DA REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS. Brasília : SEED/MEC, 1983. VAZ, Leopoldo Gil Dulcio & PEREIRA, Laércio Elias. Coleta de bibliografia para processamento por computador. ENCONTRO DE PESQUISADORES DA UEMA, I, São Luís, 1986. ANAIS... São Luís, 1986. 269 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio & PEREIRA, Laércio Elias. ÍNDICE DA REVISTA STADIUM. São Luís: SEDEL, 1984 (edição em microficha).
Para Kroeff e Leoneti (2012) (270) Tesauro é uma lista estruturada de termos associados, empregada por analistas de informação e indexadores, para descrever um documento com a desejada especificidade, em nível de entradas, e para permitir aos pesquisadores a recuperação da informação que procura. Os tesauros geralmente apresentam relacionamentos hierárquicos (do geral para o específico); de equivalência (termos sinônimos) e de associação (termos relacionados) entre os termos. São usados principalmente para a indexação de documentos em catálogo e bases de dados. Ainda não existe no Brasil um tesauro que atenda a demanda de necessidades das Ciências do Esporte.
Fonte: BARRETO, 2010 Um Tesouro Construído de Palavras271
VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. ÍNDICE DA REVISTA CORPO & MOVIMENTO. São Luís: UEMA, 1987. (mimeog). (inédito). VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. ÍNDICE DA REVISTA DESPORTOS & LAZER. São Luís: UEMA, 1987. (mimeog.). (inédito). VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. ÍNDICE DA REVISTA COMUNIDADE ESPORTIVA. São Luís: UEMA, 1987. mimeog.). (inédito). VAZ, Leopoldo Gil Dulcio & PEREIRA, Laércio Elias. Índice da Revista Brasileira de Ciências do Esporte. REVISTA BRASLEIRA DE CIÊNCIAS DO ESPORTE, Campinas, v. 10, n. 1: 33-45, set. 1988. VAZ, Leopoldo Gil Dulcio & PEREIRA, Laércio Elias. Handebol - bibliografia básica. ENCONTRO DE TREINADORES DE HANDEBOL, I, Campinas, 1988. ANAIS... Campinas, 1988. VAZ, Leopoldo Gil Dulcio & PEREIRA, Laércio Elias. ÍNDICE DA REVISTA KINESIS. Santa Maria : UFSM, 1990. (mimeog.). (Inédito). VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Natação - bibliografia básica. CADERNOS VIVA ÁGUA, São Luís, vol. 2, 1990. VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Psicologia aplicada ao Esporte. CADERNOS VIVA ÁGUA, São Luís, vol. 3, 1991. 270 KROEFF, Márcia Silveira; LEONETI, Fabiano Contart. ESTUDO PRELIMINAR DO TESAURO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DO ESPORTE. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis (Brasil) - ISSN 1414-0594, v. 17, n. 1 (2012). 271 BARRETO, Aldo. UM TESAURO CONSTRUIDO COM PALAVRAS. In VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. CEV/Biblioteconomia e Ciência da Informação em EF & Esportes; 13/09/2010, disponível em
Para atacar o problema da dispersão da Informação em Ciências do Esporte foi desencadeado um trabalho de indexação de artigos de revistas no início da década de 80 que serviu de base para a implantação de um Centro de Estudos e Documentação em Educação Física, Esportes e Lazer CEDEFEL. As ações do CEDEFEL estavam voltadas para um processo de criação de um modelo de "Centro Referencial" - informação sobre a informação - com o objetivo de recuperar e organizar as informações básicas em Educação Física, Esportes e Lazer e efetivar a comunicação entre especialistas (VAZ, PEREIRA, 1992) 272. Memórias da Documentação Esportiva No/do Brasil (273) A Documentação Esportiva no Brasil tem um nome: LAÉRCIO ELIAS PEREIRA! O nosso Prof. Laércio – ex-professor da UFMA!!! Embora a Profa. Versezzi, da USP, tenha iniciado o trabalho, foi Laércio que se empenhou no funcionamento do SIBRADID(274,) que acabou indo para a UFMG – de triste atuação, chegando ao ponto de proibir pesquisadores da área das ciências do esporte de fazer… pesquisa!!! – fui um dos proibidos de entrar na Biblioteca da Escola de Educação Física da UFMG, no tempo em que fiz meu mestrado em Ciência da Informação; a então bibliotecária -chefe, que também era responsável pelo SIBRADID ficou com medo de que eu viesse a assumir seu lugar na sua operacionalização… http://cev.org.br/comunidade/biblioteca/debate/um-tesouro-construido-palavras/ - O Thesaurus de Roget teve grande sucesso de público nos países de língua inglesa e foi também traduzido para diversas línguas. A palavra thesaurus etimologicamente significa tesouro tendo sido usado durante muitos séculos para designar um léxico, ou um tesouro de palavras. Esta palavra popularizou-se a partir da publicação do Thesaurus of English Words and Phrases, de Peter Mark Roget, em Londres, 1852. O subtítulo de seu dicionário expressa bem o objetivo: classsified and arranged so as to facilitate the expression of ideas and to assist in literary composition (Roget, 1925) O sentido actual da palavra remete a um catálogo classificado de palavras, reunindoas pela ordem alfabética, de acordo com as “ideias que exprimem: conceitos abstractos, espaço, matéria, intelecto, vontade e afeição. O Thesaurus de Roget expressa bem o que o autor pretendia com sua obra: classificar e ordenar para facilitar a expressão de ideias e auxiliar na narrativa. A questão é colocada da seguinte forma:um catálogo de palavras mostrando significados análogos vai sugerir, por associação, outras imagens de pensamento. Na adaptação da obra de Roget para o francês o seu título ficou Dictionnaire idéologique: recueil des mots, des phrases, des idiotismes et des proverbes de la langue française classés selon l’ordre des idées. Assim nos países de língua latina os thesaurus e dicionários analógicos são também conhecidos como dicionários ideológicos no sentido de aumentação de ‘ideias’. O Thesaurus de Roget é um peça importante na história da informação e sua técnicas e pode ser visto ou baixado integralmente no site: Roget’s Thesaurus of English Words and Phrases. http://www.gutenberg.org/files/10681/10681-h-body- pos.htm 272 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. PEREIRA, Laércio Elias. ORGANIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO EM CIÊNCIAS DO ESPORTE: A EXPERIÊNCIA DO CEDEFEL-MA. Tema livre apresentado no XVIII Simpósio Internacional de Ci ências do Esporte, São Caetano do Sul, outubro de 1992 273 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Memórias da Documentação Esportiva No/do Brasil. In CEV/Biblioteconomia e Ciencia da Informação em EF & Esportes; 06/05/2016, disponível em http://cev.org.br/comunidade/biblioteca/debate/arquivo/tema/tesauro 274 SIBRADID - O Sistema Brasileiro de Documentação e Informação Desportiva - SIBRADID é uma rede de informações cuja unidade central, está sediada na Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG. A parceria com Instituições de ensino superior e de pesquisa (denominados Centros Cooperantes) é realizada através da assinatura de convênios de cooperação técnica. O objetivo da unidade central é prestar serviços e fornecer produtos de informação em Ciências do Esporte, Educação Física e áreas afins à comunidade e aos demais setores da sociedade, promovendo e disseminando o uso das informações contidas nas bases de dados do Sistema, possibilitando a prestação de serviços de acesso a documentos através da Comutação Bibliográfica (Biblioteca da EEFFTO). O principal serviço do Sistema é disponibilizar, através da Internet, a seguinte base de dados: SIBRA - Base de Dados Bibliográficos Nacional – que contém referências bibliográficas da produção científica nacional (monografias, artigos de periódicos, capítulos de livros, anais de congressos, dissertações e teses). https://www.bu.ufmg.br/bu/index.php/base-de-dados/sibradid . Oficiamente o SIBRADID teve as suas atividades encerradas no dia 5 de dezembro de 2011, conforme ata da congregação da EEFFTO. PEREIRA, Laércio Elias. O Sibradid Encerrou Suas Atividades em Dezembro de 2011. CEV/ Biblioteconomia e Ciência da Informação em EF & Esportes, 04/05/2014, http://cev.org.br/comunidade/biblioteca/debate/o-sibradid-encerrou-suas-atividades-dezembro-2011/
A ida do Laércio para a UFMG se deu pelo fato de a sede do SIBRADID ter sido instalada lá. Depois, fui eu, para o Mestrado em Ciência da Informação, em busca de um referencial teórico melhor, para sua operacionalização… nem Laércio, nem eu, tivemos chance devido ao corporativismo das bibliotecárias da UFMG, embora tivéssemos inúmeros trabalhos já publicados sobre Informação e Documentação Esportiva… (VAZ, ANDRADE FILHO, FERREIRA NETO, 1991; VAZ, PEREIRA, 1993, a, b; VAZ, PEREIRA, LOUREIRO, 1993; VAZ, 1995; PEREIRA, VAZ, 1995) (275) Ainda em 1979, quando Laércio e eu planejávamos o que fazer na SEDEL, em uma reunião na casa dele, e ouvindo Som Brasil – com o Rolando Boldrin, e ao fundo Chitãozinho e Xororó e Pena Branca e Xavantinho, criamos um Decálogo, do que seria nossa atuação naquela recémcriada Secretaria de Desportos e Lazer do Maranhão... Não sei onde esta esse documento, mas foi por ele que baseamos nosso trabalho desde essa época; e um deles estava a criação de um sistema (ferramenta) para disseminação de informação – dai o CEDEFEL… Os Primeiros Trabalhos Acadêmicos – Até onde nossa revisão avançou, é possível afirmar que as primeiras iniciativas acadêmicas sobre o tema tesauro e Educação Física no Brasil foram registradas em 1987(276); em 90, apresentamos durante o I Encontro de Pesquisadores do Maranhão nossa proposta de trabalho – que vínhamos realizando já desde 1980 (ANDRADE FILHO; PERREIRA NETO; VAZ; PEREIRA, 1990277; PEREIRA; VAZ; REIS; ANDRADE FILHO; PERREIRA NETO, 1990278; VAZ; PEREIRA; REIS, 1990)279. O Laércio pensava num “centro referencial” – informação sobre a informação. Hoje, vejo que já estava pensando o CEV(280). O Pereira sempre foi de “unir as pontas”. O que admiro é a sua 275 VAZ, L. G. D. ; ANDRADE FILHO, S. S. ; FERREIRA NETO, F. D. Implantação da Informática no CEFET-MA. Seminario De Informatização Da UEMA, I, 1991. VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; PEREIRA, Laércio Elias. A produção do conhecimento na Escola de Educação Física da UFMG. ANAIS Da 45ª Reunião Anual Da SBPC, Recife, 11 a 16 de julho de 1993, Vol. 1 p. 394, A.11 Motricidade Humana e Esportes, 6- A. 11 (Resumo). VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; PEREIRA, Laércio Elias. A produção do conhecimento na Escola de Educação Física da UFMG. ANAIS Congresso Brasileiro De Ciências Do Esporte, Belém – Pará, 06 a 10 de setembro de 1993, Universidade Federal do Pará, p. 136 (Resumo) VAZ, L. G. D. ; PEREIRA, L. E. ; LOUREIRO, Luis Henrique. Protocolo De Indexação De Periódicos Dedicados A Educaçao Fisica, Esportes E Lazer Em Lingua Portuguesa. 1993. Software sem registro de patente VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Produção do conhecimento em Educação Física e Desportos no Nordeste Brasileiro. Jornada De Iniciação Científica Da Educação Física Da Ufma, III, São Luis, 05 a 08 de dezembro de 1995. in Revista Movimento Humano 7 SOCIEDADE, n. 5, ano II, Edição Especial. ANAIS…, p. 14-21 PEREIRA, L. E. ; VAZ, L. G. D. . Centro Esportivo Virtual – CEV. In: Lamartine Pereira da Costa. (Org.). Atlas do Esporte no Brasil. 1 ed. Rio de Janeiro: Shape, 2005, v. 1, p. 769-770. 276 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Construção de um Tesaurus em Educação Física e Esportes. in I Simpósio Brasileiro de Informática em Educação Física e Esportes De 19 a 20-11-1987 - Brasil. Campinas - SP 277 ANDRADE FILHO, Santiago Sinésio; PEREIRA NETO, Francisco Dias; VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; PEREIRA, Laércio Elias. Programa de implantação de um banco de dados bibliográfico em ciências do Esporte. In: ENCONTRO DE PESQUISADORES DO MARANHÃO, 1., 1990, São Luís. Anais… São Luís: EDUFMA, 1990. v.1, p. 47. 278 PEREIRA, Laércio Elias; VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; REIS, Lúcia; ANDRADE FILHO, Santiago Sinésio; PEREIRA NETO, Francisco Dias. Organização da informação em ciências do esporte veiculada em periódicos de língua portuguesa. In: ENCONTRO DE PESQUISADORES DO MARANHÃO, 1., 1990, São Luís. Anais… São Luís: EDUFMA, 1990. v.1, p. 49. 279 PEREIRA, Laércio Elias. CENTRO ESPORTIVO VIRTUAL: Um Recurso de Informação em Educação Física e Esportes na Internet. Tese apresentada a Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas como requisito para a obtenção do titulo de Doutor em Educação Física, área de Educação Motora, por Laércio Elias Pereira, Orientador Prof. Dr. Joao Batista Andreotti Gomes Tojal, Campinas, 1998. Disponível em http://cev.org.br/biblioteca/centro-esportivo-virtual-um-recurso-informacao-educacao-fisica-esportes-internet/ VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; PEREIRA, Laércio Elias; REIS, Lúcia. Indexação: em busca da construção de um tesauro em ciências do esporte. In: ENCONTRO DE PESQUISADORES DO MARANHÃO, 1., 1990, São Luís. Anais… São Luís: EDUFMA, 1990. v.1, p. 50. 280 O Centro Esportivo Virtual (CEV) é uma ONG brasileira sem fins econômicos de gestão do conhecimento em Educação Física, esportes e lazer. Ele tem o objetivo de ser a porta de entrada para a informação esportiva nacional e internacional, dando suporte gratuito
capacidade de idealizar as coisas – rápido, num piscar de olhos, enquanto fala…; e a sua incapacidade de “fazer as coisas”. O negocio dele é pensar, e arranjar quem coloque em prática. Desde que o conheço – desde 1976… – foi assim. Acho que por isso nosso trabalho junto deu tão certo. Esse “juntar pontas” consiste a principal atuação do Laércio. Veio da Sociologia, do jornalismo, de sempre ouvir as duas partes… Quem sabe o que e quem precisa dessa informação; como colocar os dois em contato. Isso é o CEV! (PEREIRA, VAZ, 2005)(281). Consiste na formação de um grande “colégio invisível”(282) – hoje, chamaríamos de ‘colégios virtuais’, em que aqueles que “pensam”, os que agem na ‘fronteira do conhecimento’ comunicam-se entre si, e trocam idéias antes que essas idéias – teorizações – cheguem ao “grande público”, nós pobres mortais na ponta oposta, na sala-de-aula… Eu, um professor de uma escola publica da periferia (estou no Maranhão…) consigo saber do Nélio – técnico da Maureen – um detalhe para minha aula de atletismo que estou dando para os alunos do primeiro ano do curso de design que estão fazendo educação física… Essa a grande sacada! Tiro minhas duvidas com aquele que é o “bam-bam-bam do pedaço”! Mas vai mais além, trata-se de juntar os “gatekeepers” (283) – os sentinelas da tecnologia (284). Não o professor que esta se graduando, ou fazendo sua especialização, ou o seu mestrado. Mas aqueles que estão no pós-doutorado – lembro que é tão recente essa especialização em nossa área… Aqueles que estão fazendo pesquisas de ponta, não interessando se ela esteja “nas humanas e sociais” ou nas “gias”, na área medica-biológica…
a esportistas e estudantes com interesse geral até pesquisadores e profissionais das Ciências do Esporte. Como recurso mais valioso, os grupos de discussão são importantes ferramentas para o desenvolvimento da Educação Física nos países de língua portuguesa. https://pt.wikipedia.org/wiki/Centro_Esportivo_Virtual 281 PEREIRA, L. E. ; VAZ, L. G. D. . Centro Esportivo Virtual – CEV. In: Lamartine Pereira da Costa. (Org.). Atlas do Esporte no Brasil. 1 ed. Rio de Janeiro: Shape, 2005, v. 1, p. 769-770. 282 A expressão Colégio Invisível, ou muitas vezes encontrada no plural como "colégios invisíveis", foi criada pelo físico-químico irlandês Robert Boyle (1627-1691), e define um grupo de pesquisadores que trabalham juntos, mas não estão fisicamente próximos, não trabalham na mesma instituição, podendo ter nacionalidades diferentes e falar línguas diversas. O que os une é o objeto da pesquisa. Hoje pode-se também usar a expressão "colégios virtuais". https://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%A9gio_invis%C3%ADvel ; MOREIRA, Walter. Os colégios virtuais e a nova configuração da comunicação científica. Ci. Inf. [online]. 2005, vol.34, n.1 [cited 201103-19], pp. 57-63 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010019652005000100007&lng=en&nrm=iso>. ISSN 0100-1965. doi: 10.1590/S0100-19652005000100007. 283 a person whose job is to open and close a gate and to prevent people enteringwithout permission. http://dictionary.cambridge.org/pt/dicionario/ingles/gatekeeper. Gatekeepers em inglês significa porteiro, ou seja, o que controla o fluxo dos que entram e saem. Em comunicação, conota o indivíduo que controla o fluxo de informações vindas de fora, aquele que está em contato com muitas pessoas no mundo exterior e na sua organização e veicula informações a seus colegas. 284 SANTANA, Celeste Maria de Oliveira Santana. A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA NA COMUNIDADE CIENTÍFICA DO CENTRO DE PESQUISAS GONÇALO MONIZ/FIOCRUZ: OS “COLÉGIOS INVISÍVEIS E OS “ GATEKEEPERS ” DA CIÊNCIA. Síntese da dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Ciência da Informação da Universidade de Brasília. LE COADIC, Yves François. A Ciência da Informação. Tradução de Maria Yêda F. S. de Filgueiras Gomes. Brasília, DF: Briquet de Lemos/Livros, 1996. CEPEDA, L.M.R. O processo da transferência da informação científica entre os profissionais da área da saúde. Ciência e Cultura, [S.l.], v.38, n.1, p.86-92, 1986. ACOSTA-HOYOS, L.E. Colégios invisíveis: uma nova alternativa para o problema de informação técnico-científica. Brasília: EMBRAPA, Departamento de Informação e Documentação, 1980. Apud GUEDES, 1993. FIGUEREDO, Nice M. O processo de transferência da informação. Ciência da Informação, Brasília, v.8, n.2, p.119-138, 1979. GUEDES, Maria das Graças Targino M.; BARROS, Antonio Teixeira de. Comunicação informal do corpo docente da Universidade Federal do Piauí. Transinformação, Campinas, v.5, n.1/2/3, p.43-71, jan./dez. 1993.
COMUNICAÇÃO
CONSTRUÇÃO
USO
Figura 1- O ciclo da informação Fonte: LE COADIC, 1996, p. 11.
Figura 2 - Ciclo da informação na pesquisa Fonte: JORDAN apud CEPEDA 1986, p. 87
FONTE: SANTANA 1999285
Alias, há cerca de 38 anos, naquele papo ao som de Pena Branca e Xavantinho, “decidimos” que trataríamos a Educação Física – ou as Ciências do(s) Esporte(s) – como da área da Antropologia, e não da Medicina… Eu sempre preferi o termo mais tradicional, “Educação Física” e o ManoPereira sempre o das “Ciências”… acho que influencia do Manoel Sergio… Criamos – Laércio e eu – um Centro de Estudos286 que funcionou em uma pasta de papelão que tínhamos, e era itinerante – funcionava onde estávamos – em minha casa, na casa dele, na SEDEL, na ETFM, na UFMA, na UEMA. Locais onde trabalhávamos – era um “centro virtual”, pois só existia em nossa mente – dai considerar como a base do CEV (287). Laércio jamais abandonou a idéia e a aprofundou… Mas fizemos acontecer…
285 SANTANA, Celeste Maria. Estudo dos canais de comunicação utilizados pela comunidade científica do Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz – CPqGM/FIOCRUZ, Salvador-Bahia, Brasil. 1999. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Universidade de Brasília, Brasília, DF, 1999. 286 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. PEREIRA, Laércio Elias. ORGANIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO EM CIÊNCIAS DO ESPORTE: A EXPERIÊNCIA DO CEDEFEL-MA. Tema livre apresentado no XVIII Simpósio Internacional de Ciências do Esporte, São Caetano do Sul, outubro de 1992 287 PEREIRA, Laércio Elias. CENTRO ESPORTIVO VIRTUAL: Um Recurso de Informação em Educação Física e Esportes na Internet. Tese apresentada a Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas como requisito para a obtenção do titulo de Doutor em Educação Física, área de Educação Motora, por Laércio Elias Pereira, Orientador Prof. Dr. Joao Batista Andreotti Gomes Tojal, Campinas, 1998. Disponível em http://cev.org.br/biblioteca/centro-esportivo-virtual-um-recurso-informacao-educacao-fisica-esportes-internet/
A idéia surgiu da necessidade. Laércio foi para um congresso internacional de documentação esportiva acontecido na Colômbia – Medelín; por conta disso, o 2º viria para o Brasil – Maranhão… Nunca aconteceu… Como não sei se aconteceram os demais conforme programado…(288) Mas o Heiz Guiberhienz do Convenio Colômbia-Alemanha (veio, junto com o Ulrich Jonathan – técnico da seleção olímpica de atletismo da Alemanha; viveu alguns anos da Argentina…) …chegaram a vir ao Maranhão para tratar desse assunto e vendo o trabalho de ‘organização da informação’ que fazíamos, propôs outros convênios… (1980) (289) O CEDEFEL-MA – Centro de Estudos e Documentação em Educação Física, Esportes e Lazer do Maranhão, integrado pelas UFMA e SEDEL (Laércio) e ETFM e UEMA (eu) teve uma importante e vasta produção científica… cinco trabalhos apresentados naquele I Encontro de Pesquisadores; depois, dois trabalhos na SBPC, e mais dois trabalhos apresentados nos encontros do CELAFICS, além de alguns CONBRACEs… tudo virtual, de dentro daquela pastinha… Começamos a elaborar a indexação de periódicos especializados – o primeiro saiu da minha coleção da Revista Brasileira de Educação Física, editado pela SEED/MEC e feito pelo Laércio, publicado pelo MEC/SEED; depois comecei a adquirir a coleção da Stadium, um ano por mês, e a indexar – fizemos 23 anos da revista… (PEREIRA, 1983) (290). Por fim, junto com o pessoal da ETFM (VAZ, ANDRADE FILHO, FERREIRA NETO, 1991) (291), criamos um banco de dados, utilizando (dinossauro) DBase, depois o DBase III, e utilizando Clipper e DBase III Plus; o LTI da EB-UFMG – Luizinho – ajudou muito na fase final, com os programas e as ferramentas computacionais (VAZ, PEREIRA; LOUREIRO, 1993) (292); lembro que a Escola de Engenharia da UFMG tinha acesso, já, à Internet; fizemos nossos endereços e começamos a utilizá-la; depois já era possível o acesso através do LTI-EB e por fim,
288 “DECLARACION DE MEDELLIN...”, em seu Acuerdo 2, decide-se pela realização dos próximo eventos: 1981 II conferencia en SAN Luis, Maranhão, Brasil; 1982 III Conferencia em BUENOS AIRES, Argentina; 1983 IV Conferencia en CARACAS, Venezuela. (p. 255 (in. MAIER, Jürgen (Editor). I Conferencia sobre Documentacion e Informacion Deportiva em Latinoamerica, Medellín – Colômbia, 04 a 07 de feveriero de 1980. ANAIS... 289 Dos acordos – 1981 – II Conferencia en São Luis –Maranhão – Brasil!!!! I Conferencia sobre Documentação e Informação Desportiva na America Latina; Literatura Desportiva latino-americana; Declaração de Medellín. Educacio Fisica y Deporte – n.2, ano 2, maio 1980 – Órgão oficial do Instituto de Ciências do Desporto – Universidade de Antioquia – Convenio Colombia-Alemanha; 290 PEREIRA, Laércio Elias. INDICE DA REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS. Brasília : SEED/MEC, 1983 VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Indice Da Revista Stadium. São Luis: SEDEL, 1984 (Edição em microficha). A “Stadium”, da Argentina, cujo índice foi publicado no formato de microficha, e distribuído através de um ‘clube de microficha’ inventado pelo Prof. Laércio Elias Pereira e distribuída a edição por todo o Brasil, aos “assinantes”; VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Indice Da Revista Corpo & Movimento. São Luis: UEMA, 1987 (inedito); VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Indice Da Revista Desportos & Lazer. São Luis: UEMA, 1987 (inédito); VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Indice Da Revista Comunidade Esportiva. São Luis: UEMA, 1987 (inédita); VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Índice da Revista Brasileira de Ciências do Esporte. Revista Brasileira De Ciencias Do Esporte 10 (1): 33-45, set. 1988. VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Handebol – Bibliografia básica. Encontro De Treinadores De Handebol, I, Campinas, 1988. ANAIS..., Campinas, 1988. VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Indice Da Revista Kinesis. Santa Maria: UFSM, 1990. VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Natação – Bibliografia Básica. Cadernos Viva Água, São Luis, Escola de natação Viva Água, 1991, vol. 1 VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Natação – Bibliografia. Cadernos Viva Água, São Luis, Escola de natação Viva Água, 1991, vol. 2 VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Psicologia aplicada ao esporte. Cadernos Viva Água, São Luis, Escola de natação Viva Água, 1991, vol. 3 Seguiram-se as indexações dos seguintes periódicos: ‘Arquivos’ da Escola Nacional de Educação Física (1992); ‘Boletim da FIEP’ (1992); ‘Artus’ (1992); ‘Homo Sportivus’ (1992); ‘Motrivivencia’ (1993), e o vol 4 dos “Cadernos Viva Água”, sobre Natação para Crianças, com a produção de Stephen Langersdorff (1994). 291 VAZ, L. G. D. ; ANDRADE FILHO, S. S. ; FERREIRA NETO, F. D. Implantação da Informática no CEFET-MA. Seminario De Informatização Da UEMA, I, 1991. 292 VAZ, L. G. D. ; PEREIRA, L. E. ; LOUREIRO, Luis Henrique. Protocolo De Indexação De Periódicos Dedicados A Educaçao Fisica, Esportes E Lazer Em Lingua Portuguesa. 1993. Software sem registro de patente.
da EEF/SIBRADID… Chegamos a ter 5.013 artigos indexados, de 13 revistas dedicadas em português/Brasil… ( VAZ, PEREIRA, 1993, a, b) (293). O principal problema era o resgate da informação; dai termos desenvolvido empiricamente, um tesauro – somente eu dominava, pois era o responsável pela catilografia(gração) (hoje, seria digitação); começamos com aquelas fichinhas de referência bibliográfica, que se aprende nos cursos de iniciação a pesquisa, depois passamos a utilizar um COBRA 286 – o máximo da tecnologia da época; e poderia haver consulta on line via MANDIC – quem lembra? era préinternet, só depois (final de 92) havia acesso via internet…. Para os primeiros trabalhos de indexação foi criada uma “ficha de Coleta de Bibliografia” a partir do modelo e das sugestões oferecidas pela Sra. Ofélia Sepúlveda, documentalista do BIREME (294). Os artigos eram indexados (295) com ate cinco palavras-chave, que poderiam ser recuperadas, remetendo ao artigo; e por autores: ATLETISMO – CORRIDAS – VELOCIDADE – TREINAMENTO – TECNICA – numa ordem hierárquica, da mais ampla para a mais especifica – recuperável por qualquer uma das palavras… BASQUETEBOL – FUNDAMENTOS – PASSES – PASSE DE PEITO – TREINAMENTO EDUCAÇÃO FISICA – METODOLOGIA DE ENSINO – JOGOS PRE-DESPORTIVOS – JOGOS COM BOLA – MINI-HANDEBOL Desde o início o trabalho sofreu a dificuldade da inexistência de um tesauro (296) que servisse de repertório para obtenção de palavras-chave essenciais à indexação. Construiu-se um glossário a partir da listagem acumulada em 20 anos de experiência da Escola de Educação Física da USP pela documentalista Maria Stella Vercesi da Silva297, que recebeu modificações por parte dos dois autores, já que a “Terminologia aplicada à Educação Física ” (298) de Tubino (1985) (299) se mostrou insuficiente.
293 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; PEREIRA, Laércio Elias. A produção do conhecimento na Escola de Educação Física da UFMG. ANAIS Da 45ª Reunião Anual Da SBPC, Recife, 11 a 16 de julho de 1993, Vol. 1 p. 394, A.11 Motricidade Humana e Esportes, 6- A. 11 (Resumo). VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; PEREIRA, Laércio Elias. A produção do conhecimento na Escola de Educação Física da UFMG. ANAIS Congresso Brasileiro De Ciências Do Esporte, Belém – Pará, 06 a 10 de setembro de 1993, Universidade Federal do Pará, p. 136 (Resumo) 294 BIREME – Centro Latino americano e do Caribe de Infortmação em Ciências da Saúde, é um Centro Especializado da Organização Pan Americana de Saúde - OPAS, estabelecido no Brasil desde 1967, em colaboração com Ministério de Saúde, Ministério da Educação, Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo e Universidade Federal de São Paulo. In http://www.bireme.br/local/Site/bireme/homepage.htm) 295 A indexação é a operação que consiste em descrever e caracterizar um documento com o auxilio de representações dos conceitos contidos nesses documentos, isto é, em transcrever para linguagem documental os conceitos depois de terem sido extraídos dos documentos por meio de uma análise dos mesmos. A indexação permite uma pesquisa eficaz das informações contidas no acervo documental (in http://joaquim_ribeiro.web.simplesnet.pt/Arquivo/pdf/class_index_pdf.pdf). 296 O tesauro tem sido considerado como uma linguagem de indexação. Isto é verdade, quando ele está em uso num serviço de recuperação de informação, e destinado ao uso para o qual é desenvolvido, com regras para sua utilização. (in GOMES, Hagar Espanha; CAMPOS, Maria Luiza de Almeida. Tesauro e normalização terminológica: o termo como base para intercâmbio de informações. DATAGRAMAZERO - Revista de Ciência da Informação v.5 n.6 dez/04, disponível em http://www.dgzero.org/dez04/Art_02.htm) 297 SILVA, Maria Stella Vercesi. Adaptação da Classificação Decimal de Dewey para Educação Física. Revista Paulista De Educação Física, 3 (4): 43-49, jun. 1989. 298 Terminologia, em sentido amplo, refere-se simplesmente ao uso e estudo de termos, ou seja, especificar as palavras simples e compostas que são geralmente usadas em contextos específicos. Terminologia também se refere a uma disciplina mais formal que estuda sistematicamente a rotulação e a designação de conceitos particulares a um ou vários assuntos ou campos de atividade humana, por meio de pesquisa e análise dos termos em contexto, com a finalidade de documentar e promover seu uso correto. Este estudo pode ser limitado a uma língua ou pode cobrir mais de uma língua ao mesmo tempo (terminologia multilíngüe, bilíngüe, trilíngüe
Silva (1989), em seu estudo, refere-se a trabalho anterior também desenvolvido na USP, com a extensão da classe 796 da CDD, já insuficiente para atender a uma biblioteca específica. Essa extensão foi apresentada por Irene Meneses Dória, durante o I Congresso Paulista de Educação Física, realizado no ano de 1940 (300), aplicada na Biblioteca do Departamento de Educação Física e Esportes. Durante 15 anos essa extensão atendeu às necessidades de classificação de livros da Biblioteca da EEF/USP: “Há algum tempo, com o acumulo de novos documentos ficou patente o desdobramento de itens que estavam defasados na área de Educação Física e Recreação. Este fato levou-me a idealizar uma nova ampliação, em colaboração com Olga S. Martucci (301), que atendesse à demanda atual. Essa ampliação das classes 790 e 796 é divulgada com o intuito de auxiliar os bibliotecários que atuam na área de Educação Física e Esportes (p. 43) “[...] O Índice de Assuntos, inicialmente foi adotado o ‘Sears listo f subject headings’ (Frick, 59 e Westby, 72) (302) que foi idealizado para auxiliar as bibliotecárias e unificar os assuntos nas Bibliotecas, mas a convivência na área fez sentir a necessidade de inúmeras adaptações para atender o interesse do usuário. Criou-se um Thesaurus, vocabulário específico de uma área do conhecimento, apropriado para Educação Física e Esportes, que poderá ser solicitado à Biblioteca da Escola de Educação Física da Universidade, pelos interessados”. (p. 45). (grifos nossos). Iniciou-se então um cotejamento303, primeiro com o tesauro da EEFUSP, e, depois com o “Thesaurus em Ciências do Esporte” da UNESCO, o da IASI304, e outros305 , dos quais tomaram conhecimento a partir daquela participação do Prof. Dr. Laércio Elias Pereira na “I Conferencia sobre Documentacion e Informacion Deportiva em Latinoamerica”. Lá, se discutiram problemas relacionados com a “Terminologia deportiva” (306), e foi apresentado um “Informe sobre La X etc.). (in BARROS, L. A. Curso Básico De Terminologia. 2002. KRIEGER, Maria da Graça; FINATTO, Maria José B. Introdução À Terminologia. São Paulo: Contexto, 2004). 299 TUBINO, Manoel José Gomes. Terminologia Aplicada Á Educação Física. São Paulo: IBRASA, 1985. 300 DORIA, Irene Meneses. Sugestões para uma classificação decimal de educação física e esporte. In Congresso Paulista De Educação Física, 1, São Paulo, 1940. ANAIS. São Paulo, 1942, p. 243-6. 301 Bibliotecário Supervisor de Seção do SSD da EEFUSP. 302 FRICK, B. M. Sears List F Subject Headings. 8. ed. New York, H. W. Wilson, 1959; WESTBY, B. M. Sears List F Subject Headings. 10a. ed. New York, H. W. Wilson, 1972, citados por SILVA, 1989. 303 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Organização da Informação em Ciências do Esporte - a experiência do CEDEFEL-MA. In: Encontro De Bibliotecários Do Estado Do Maranhão, 8, 1991, São Luis - MA. Anais - APBEM. São Luís: CRB-13, 1991. V. 1; VAZ, L. G. D. ; PEREIRA, L. E.; LOUREIRO, Luis Henrique. Protocolo De Indexação De Periódicos Dedicados A Educação Física, Esportes E Lazer Em Língua Portuguesa. 1993. (Software sem registro de patente). 304 INTERNATIONAL ASSOCIATION FOR SPORTS INFORMATION. World Index Of Sportperiodicals. Holanda: IASI, 1984. 305 BUNDSINSTITUT FÜR SPORTWISSENCHAFT KLN. Literatur der Sportwissenchaft. Sportdokumentation 1/78. COMITE DE INFORMACION Y DOCUMENTACION DEPORTIVA DE LATINO AMERICA. Declaracion de Medellín sobre información y documentación deportiva en Latinoamérica. Educación Física Y Deporte 2 (2): 39-43, maio de 1980. GARCIA ZAPATA, Francisco; MAIER, Jorge; MEDINA, Baltazar; SONNESCHEIN, Werner.. Bibliografia Deportiva: Artículos De Revistas. Medellín: Universidad de Antioquia, 1979. Serie Bibliografia 2; SONNESCHEIN, Werner. Literatura deportiva em latinoam,erica. Educacion Física Y Deporte 2 (2): 29-37, maio 1980. BRASIL, Universidade Federal de Minas Gerais. Introdução Ao Sistema Minisis. Belo Horizonte: EEF/UFMG, 1989 (Mimeo). GASPAR, Anaiza Caminha. Biblioteca. Curso De Atualização Em Documentação E Ciência Da Informação. São Luis: UFMA; Brasília: Associação dos Arquivistas Brasileiros, 1989 (Mimeo). GOMES, Hagar Espanha (Coord.). Manual De Elaboração De Tesauros Monolíngües. Brasília: Programa nacional de Bibliotecas de Instituições de Ensino Superior, 1990. 306 SCHWARZ, Erika. Terminologia deportiva. Características y problemas en el área de habla española. in. MAIER, Jürgen (Editor). Conferencia Sobre Documentacion E Informacion Deportiva Em Latinoamerica, I, Medellín – Colômbia, 04 a 07 de fevereiro de 1980. ANAIS... p. 81-93.
reunión internacional de la comisión ‘Thesaurus’ de la I.A.S.I. - 11 a 17 de nov., 79. Macolin (Suiza) (307): “El Thesaurus del deporte em lengua alemana – proyecto de investigacion a cargo de W. Kneyer – BISP (Colônia); “Control por computadora del Thesaurus Basico y de Facetas terminadas em IBM-Viena”; e “Solicitud de financiacion del proyecto ‘Thesaurus multilíngüe’ por El CIEPS-UNESCO” (p. 97-98). Ainda, daquele informe, foi apresentado o programa de trabalho para o biênio 1980-1981 (item 2) dos aspectos e resultados mais importantes da 10ª Reunião da Comissão “Thesaurus”: elaboração e aprovação da estrutura básica (Thesaurus Básico) do Thesaurus e suas partes e facetas, as normas para confecção das distintas facetas (já em fase de conclusão); e o inicio de uma segunda fase, cujos aspectos fundamentais seriam terminar o Tesauro do esporte em língua alemã; e traduzir o Tesauro alemão a outros idiomas. O Item (3) referia-se ao “Tesauro do esporte em língua alemã, projeto de pesquisa a cargo de Kneyer, em colaboração com o Instituto Federal de Ciências do Esporte/Colônia”; e o item (4) “Generacion y control em computadora del Thesaurus Básico, a ser desenvolvido pela IBM-Viena sob a direção de Lang”. Ouvia-se falar, no âmbito das Ciências do Esporte no Brasil, de “Thesaurus”. Estava lançada a semente... Assim, descobrimos depois, poderia vir a ser um tesauro – cheguei a apresentar um trabalho na UFMG sobre isso…; tomamos conhecimento da IASI; depois, do trabalho de uma bibliotecária da USP, o que levou o Laércio para a UFMG – estava-se implantado o SIBRADID -; e depois, eu, para o Curso de Mestrado em Ciência da Informação…(VAZ, 2009, a, b) (308) A então bibliotecária da EEF/UFMG, responsável pelo núcleo do SIBRADID – já mudara a bibliotecária e entrara a Jane – ficou com medo de perder o emprego e de todas as formas, boicotou nosso trabalho… Migrei para outra área, não fiz minha dissertação em documentação esportiva e a proposta de um tesauro, mudei o rumo de meus estudos e fui trabalhar com produção do conhecimento na área tecnológica… fim! Ainda tenho esse material, em disquete de 8! (quem lembra?) e depois em cinco de 3 1/2! O máximo da tecnologia – caros…; perdi o arquivo, junto com um com-puta-dor que tinha – um 286! Perdi na mudança de tecnologia, para um 386!!! E nunca mais vi quando fui para um 486… Mas ainda guardo os artigos em casa, brigando com o mofo e as traças e cupins… Tenho alguns dos índices em papel… Depois, vi trabalho semelhante sendo apresentado pelo Victor Melo (1998, a, b) (309)… Estavase reinventando a roda… Quem manda trabalhar na periferia? (Maranhão…) Agora, quase 38 anos depois – começamos em 1979!!! Voltamos a ouvir falar em tesauro em educação física… Há um trabalho da década de 40 do século passado, proposto pela biblioteca da USP não levado a efeito – acréscimo à CDD (310); depois outro na década de 80, da Stela Vercesi, dando 307 SCHWARZ, Erika; ROMERO, Daniel. Informe sobre La X reunión internacional de La comisión ‘Thesaurus’ de La I.A.S.I. - 11 A 17 DE NOV., 79. Macolin (Suiza). In MAIER, Jürgen (Editor). Conferencia Sobre Documentacion E Informacion Deportiva Em Latinoamerica,, I, Medellín – Colômbia, 04 a 07 de fevereiro de 1980. ANAIS... p. 97100 308 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. DEPOIMENTO. In CEV/Biblioteconomia e Ciencia da Informação em EF & Esportes. 03/08/2009, disponível em http://cev.org.br/comunidade/biblioteca/debate/depoimento-1/ VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. PIONEIRISMO. In CEV/Biblioteconomia e Ciencia da Informação em EF & Esportes. 03/08/2009, disponível em http://cev.org.br/comunidade/biblioteca/debate/pioneirismo/ 309 GENOVEZ, PATRICIA DE FALCO, MELO, VICTOR ANDRADE DE. Bibliografía brasileña sobre Historia de la Educación Física y del Deporte. Lecturas: Educacion Física Y Deportes, Buenos Aires, ano 2, n.10, 1998 PAIVA, Fernanda Simone Lopes de; GOELLNER, Silvana Vilodre; MELO, Vitor Andrade de. Revista Brasileira de Ciência do Esporte – Bibliografia e perfil. RBCE, número especial, 20 anos CBCE, setembro 1998. PAIVA, Fernanda Simone Lopes de; GOELLNER, Silvana Vilodre; MELO, Vitor Andrade de. Revista Brasileira de Ciência do Esporte – Bibliografia e perfil. Lecturas: Educacion Física Y Deportes, Buenos Aires, Año 3. Nº 11. Buenos Aires, Octubre 1998, http://www.efdeportes.com/
continuidade àquele trabalho da década de 40, também na biblioteca da USP, com novos acréscimos à CDD311; o do Tubino, sobre terminologia aplicada312; a nossa proposta, do fim dos anos 80 inicia dos 90 – que seria cotejada com o tesauro da IASI via SIBRADID… Como Mestre (Capoeira e em Administração) André Lacé disse, repete-se sempre o PRIMEIRO, a cada nova tentativa… i simpósio paulista de educação física (cev) I Simpósio Paulista de Educação Física De 20-07-1940 até 22-07-1940 Programa I SEÇÃO – Educação Física no Ensino Maria Lucia Sampaio Pinto – A Educação fisica no ensino. Inezil Penna Marinho – A Educação Física nos estabelecimentos de ensino secundário, ênfase dos preceitos legais que o regulamentam. Alaor Pacheco Ribeiro – Projeto de reorganização do Serviço de Educação Física no ensino profissional do Estado Mario Miranda Risa – Ensino secundário oficial do Estado de São Paulo. Cezar de Fonseca e Silva – Sugestões para a resolução do problema da educação física nos estabelecimentos de ensino. Inezil Penna Marinho – Que exigências devem satisfazer quanto à Educação Física, os estabelecimentos que desejam obter a inspeção peliminar Ermida Vial Ribeiro – Educação física infantil. II SEÇÃO – Ensino Da Educação Física O artigo que falei que foi um dos primeiros a tratar do assunto, não com um tesauro, mas com um vocabulário controlado – lembrei do termo! – que estávamos construindo, a partir do estudo da Stella Vercesi publicada na revista Paulista de Educação Física vol.3, n. 4, jun 1989 (313). Lembrando: Em 1979 foi criada a Secretaria de Desportos e Lazer do Maranhão – SEDEL – a primeira do Brasil, com um Departamento de Estudos e Pesquisas; Laércio era assessor especial; eu estava na Coordenação de Esportes, depois passei a assessorar o assessor… Sai em 1981 – voltei para a Secretaria de Educação, mas continuei prestando ‘consultoria’ – isto é, trabalhando sem receber… Logo em 1980 a I Conferencia Latino-americana de Informação e Documentação Esportiva – a segunda seria em São Luis, em 1981… O Laércio foi um dos representantes do Brasil – fez uma
310 DORIA, Irene Meneses. Sugestões para uma classificação decimal de educação física e esporte. In Congresso Paulista De Educação Física, 1, São Paulo, 1940. ANAIS. São Paulo, 1942, p. 243-6. 311 SILVA, Maria Stella Vercesi. Adaptação da Classificação Decimal de Dewey para Educação Física. Revista Paulista De Educação Física, 3 (4): 43-49, jun. 1989. Maria Stella Vercesi Silva lembra que o trabalho iniciou a partir de 1962, quando da [re] organização da Biblioteca da Escola de Educação Física da Universidade de São Paulo, quando foi então adotada a 16ª edição do Sistema de Classificação de Dewey e notou-se que a classe 796 não era suficiente para atender a uma biblioteca específica. (In SILVA, Maria Stella Vercesi. Adaptação da Classificação Decimal de Dewey para Educação Física. Revista Paulista De Educação Física, 3 (4): 43-49, jun. 1989, p. 43). 312 UBINO, Manoel José Gomes. Terminologia Aplicada Á Educação Física. São Paulo: IBRASA, 1985. 313 SILVA, Maria Stella Vercesi. Adaptação da Classificação Decimal de Dewey para Educação Física. Revista Paulista De Educação Física, 3 (4): 43-49, jun. 1989.
exposição sobre o CBCE e sobre o CEDEFEL-MA – ai que ele passou a existir… Foi ‘inventado’ para esse encontro, na Colômbia (314) O problema seguinte – O CEFEL-MA e a SEDEL-MA, junto com a UFMA, UEMA, e CEFETMA seriam os responsáveis pela organização do evento – seja, Laércio e eu… Mas… Não tínhamos pesquisas… Passamos a incentivar alguns professores a produzirem alguma coisa para apresentar no ano seguinte… Foi o inicio da pesquisa em Educação Física e Esportes no Maranhão (315)… O Indice da Revista Brasileira de Educação Física e Desportos (316) saiu em 1983, assinada pelo Laércio (a coleção utilizada, do n. 1 ao 50, foi a minha…); garimpávamos os números que faltavam… Especialmente os últimos; dai já procurávamos unificar a linguagem – controlar o vocabulário – com revisões constantes dos termos de indexação… A seguir, fizemos o Índice da Revista Stadium (317), da Argentina – passei a adquirir as revistas, já encadernadas, com os números correspondentes ao ano, de uma livraria de Curitiba… Ate que a Receita Federal se intrometeu – uma época em que estavam proibidos gastos em dólares no exterior – importação particular; tive que levar as notas fiscais, de que as havia adquirido em dinheiro da época, brasileiros – nem lembro mais qual era – e com a nota fiscal emitida por uma empresa brasileira; todo mês era a mesma coisa; e nessa época, já passara a assinar a revista, recebendo os números mensalmente. Já havíamos esgotados os números publicados; diante dessa dificuldade – e a malha fina que se seguiu, não mais renovei a assinatura e ficamos nos primeiros 23 anos da revista… Depois, já num trabalho do CEDEFEL-MA, começamos a reunir outras publicações, muitas doações, algumas aquisições, e outros empréstimos – não devolvidos… E indexamos 13 revistas dedicadas (318)… Algumas feitas já em 1992/93, quando já estava no Mestrado, e antes da proibição de entrar na Biblioteca da Escola de Educação Física – veja só, um pesquisador proibido de entrar numa biblioteca de uma universidade publica para fazer… Pesquisa! 314 I Conferencia sobre Documentacion e Informacion Deportiva em Latinoamerica, Medellín – Colômbia, 04 a 07 de feveriero de 1980. MAIER, Jürgen (Editor). I Conferencia sobre Documentacion e Informacion Deportiva em Latinoamerica, Medellín – Colômbia, 04 a 07 de feveriero de 1980. ANAIS... 315 “DECLARACION DE MEDELLIN...”, em seu Acuerdo 2, decide-se pela realização dos próximo eventos: 1981 II conferencia en SAN Luis, Maranhão, Brasil; 1982 III Conferencia em BUENOS AIRES, Argentina; 1983 IV Conferencia en CARACAS, Venezuela. (p. 255 (in. MAIER, Jürgen (Editor). I Conferencia sobre Documentacion e Informacion Deportiva em Latinoamerica, Medellín – Colômbia, 04 a 07 de feveriero de 1980. ANAIS... 316 PEREIRA, Laércio Elias. INDICE DA REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS. Brasília : SEED/MEC, 1983 317 VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Indice Da Revista Stadium. São Luis: SEDEL, 1984 (Edição em microficha). A “Stadium”, da Argentina, cujo índice foi publicado no formato de microficha, e distribuído através de um ‘clube de microficha’ inventado pelo Prof. Laércio Elias Pereira e distribuída a edição por todo o Brasil, aos “assinantes” 318 VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Índice Da Revista Corpo & Movimento. São Luis: UEMA, 1987 (inedito); VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Índice Da Revista Desportos & Lazer. São Luis: UEMA, 1987 (inédito); VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Índice Da Revista Comunidade Esportiva. São Luis: UEMA, 1987 (inédita); VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Índice da Revista Brasileira de Ciências do Esporte. Revista Brasileira De Ciências Do Esporte 10 (1): 33-45, set. 1988. VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Handebol – Bibliografia básica. Encontro De Treinadores De Handebol, I, Campinas, 1988. ANAIS..., Campinas, 1988. VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Índice Da Revista Kinesis. Santa Maria: UFSM, 1990. VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Natação – Bibliografia Básica. Cadernos Viva Água, São Luis, Escola de natação Viva Água, 1991, vol. 1 VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Natação – Bibliografia. Cadernos Viva Água, São Luis, Escola de natação Viva Água, 1991, vol. 2 VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Psicologia aplicada ao esporte. Cadernos Viva Água, São Luis, Escola de natação Viva Água, 1991, vol. 3 Seguiram-se as indexações dos seguintes periódicos: ‘Arquivos’ da Escola Nacional de Educação Física (1992); ‘Boletim da FIEP’ (1992); ‘Artus’ (1992); ‘Homo Sportivus’ (1992); ‘Motrivivencia’ (1993), e o vol 4 dos “Cadernos Viva Água”, sobre Natação para Crianças, com a produção de Stephen Langersdorff (1994).
Alguns artigos publicados pelo Boletefe (319) – jornal de parede editado pelo Laércio – sobre a produção da pesquisa na educação física da UFMG perturbaram… Esses dados foram transformados em informação e viraram artigos apresentados em congressos (320)… Ainda era o CEDEFEL-MA funcionando em Belorizonte… Fiz um trabalho sobre o SIBRADID, para uma das disciplinas do Mestrado em Ciência da Informação do qual a Bibliotecaria-Chefe da EEF-UFMG não gostou e o corporativismo das bibliotecárias fez o resto – o curso era na Escola de Biblioteconomia… Cessaram, assim, os trabalhos referentes à construção do tesauro em educação física e esportes… Nem ao mesmo me matriculei na disciplina, extra, que poderia fazer no curso de graduação da EB/UFMG – não fui aceito! E Laércio acabou se aposentando do Serviço Público, lá mesmo pela UFMG… o sonho, acabara… Sobre a Conferencia de Medellin – foi de 4 a 7 de fevereiro de 1980. Lá foram representados vários centros: Espanha – INEF; Paulo Medina – Centro de Documentação e Informação do ISEFL (1971/72) (Portugal?); Juan Angel Maañon – a informação e documentação esportiva na Argentina; Jesus Diaz Zurita – idem, Venezuela; Eduardo Garraez – idem, México; Alberto Pereja Castro – Centro de documentação e informação desportiva do Instituto de Ciências do Esporte – Colômbia Há um tópico que fala do glossário e da terminologia técnica: glossário consiste em um catalogo ou vocabulário de palavras técnicas, obscuras ou em desuso, com definição ou explicação detalhada de cada uma delas. A unificação de critérios e fator fundamental para o resultado que se espera obter do nos leitores, portanto, o uso de termos técnicos que criam confusão e/ou dupla interpretação, exige uma definição clara e completa. Ha uma Declaração de Medellín sobre a informação e documentação desportiva na América Latina. Assinam-na, pelo Brasil: Laércio Elias Pereira (SEDEL-MA) e Manfred Loecken (SEED/MEC) -. adido cultural da Alemanha que prestava consultoria à SEED/MEC na época Do/pelo Brasil: Laércio Elias Pereira – O CBCE – inicia em 1968: olimpíada escolar Tijucurru Clube – São Caetano; 1972 I Simpósio de esporte escolar; CELAFISCS; 1977 Congresso Brasileiro de Medicina Desportiva; os professores de educação física não poderiam se filiar à Federação Brasileira de Medicina Desportiva – surge a idéia do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte – VI Simpósio de esporte escolar 1978 e criado o CBCE (321)
319 BOLETEFE era um jornal mural que Laércio Elias Pereira criara já, no Maranhão, e servia para comunicação de eventos e notícias, na UFMA; quando foi para a UFMG, levou o BOLETEFE para as paredes da Escola de Educação Física. Crescia como ‘rabo de cavado’: as notas eram coladas uma abaixo da outra, formando uma longa tira... renovada semanalmente... 320 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; PEREIRA, Laércio Elias. A produção do conhecimento na Escola de Educação Física da UFMG. ANAIS Da 45ª Reunião Anual Da SBPC, Recife, 11 a 16 de julho de 1993, Vol. 1 p. 394, A.11 Motricidade Humana e Esportes, 6- A. 11 (Resumo). VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; PEREIRA, Laércio Elias. A produção do conhecimento na Escola de Educação Física da UFMG. ANAIS Congresso Brasileiro De Ciências Do Esporte, Belém – Pará, 06 a 10 de setembro de 1993, Universidade Federal do Pará, p. 136 (Resumo) 321 PEREIRA, Laércio Elias. O Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte. In MAIER, Jürgen (Editor). Conferencia Sobre Documentacion E Informacion Deportiva Em Latinoamerica,, I, Medellín – Colômbia, 04 a 07 de fevereiro de 1980. ANAIS... P. 191-193.
Laércio Elias Pereira – Centro de Estudos e Documentação em Educação Física, Desportos e Recreação do Maranhão – cedefel (322) Renate V. H. Sindermann – Documentação e Informação do esporte no Brasil –CEDIME (Porto Alegre) – Inicia em 1974 – CEDIME – Centro de Documentação e Informação em medicina desportiva – Porto Alegre – DeRose, Henrique (323) Maria Licia Bastos Marques e Manfred Loecken – Situação atual da documentação em ciências do desporto no Brasil (324): ( Bibliotecaria-chefe da EEF-UGMG) – ate cinco anos atrás, produção, coleta, organização e difusão da informação bibliográfica em ciência do desporto era desconhecida (1975) Maria Licia Bastos Marques – Documentação para ciência do desporto – um problema brasileiro; – artigo Suplemento Apoio do Boletim Informativo da Escola de Educação Física da UFMG (ano 1, n. 3) (325) Dos acordos (2) – 1981 – II Conferencia en São Luis –Maranhão – Brasil!!!! Educacio Fisica y Deporte – n.2, ano 2, maio 1980 – Órgão oficial do Instituto de Ciências do Desporto – Universidade de Antioquia – Convenio Colombia-Alemanha; I Conferencia sobre Documentação e Informação Desportiva na America Latina; Literatura Desportiva latinoamericana; Declaração de Medellín O Processo de Tradução do SIRCThesaurus – Entre os anos de 1994 e 1996, a professora Hagar Espanha Gomes coordenou a primeira tradução do Tesauro do SIRC para o português brasileiro, para ser usado pelo Sistema Brasileiro de Documentação e Informação Desportiva (SIBRADID) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). (326) Criação da Lista Cevtesauro- Em 2007, Laércio Elias Pereira, Rafael Guimarães Botelho e Cristina da Cruz de Oliveira criaram e coordenaram a lista de discussão Tesauro em Educação Física e Esportes (cevtesauro), que surgiu como lista privada no Centro Esportivo Virtual (CEV). No início de 2008, a lista foi aberta à comunidade científica. O escopo principal da lista era retomar a ideia de Criação do Tesauro Brasileiro em Educação Física e Esporte e, ao mesmo tempo, verificar a demanda de inscrições na lista. Como houve apenas uma inscrição na lista, decidimos convidar alguns participantes. Durante o período ativo da lista, que reuniu um total de 15 pessoas, o fluxo de informação gerado foi de 20 mensagens, enviadas por quatro participantes (os três coordenadores e o professor Leopoldo Gil Dulcio Vaz). Isto, decerto, nos levou a interromper a lista temporariamente e a repensar a melhor estratégia para disseminação do tema em âmbito nacional. (327) 322 PEREIRA, Laércio Elias. Centro de estúdios y documentacion em Educacion Física, Deportes y Recreacion de Maranhão. In MAIER, Jürgen (Editor). Conferencia Sobre Documentacion E Informacion Deportiva Em Latinoamerica,, I, Medellín – Colômbia, 04 a 07 de fevereiro de 1980. ANAIS... p. 197-198. 323 SINDERMANN, Renate V. H. Documentacion e Informacion Del Deporte em El Brasil. In MAIER, Jürgen (Editor). Conferencia Sobre Documentacion E Informacion Deportiva Em Latinoamerica,, I, Medellín – Colômbia, 04 a 07 de fevereiro de 1980. ANAIS... p. 169-173. 324 BASTOS M., Maria Licia; LOECKEN, Manfred. Situação atual da documentação em ciência do desporto no Brasil. In MAIER, Jürgen (Editor). Conferencia Sobre Documentacion E Informacion Deportiva Em Latinoamerica,, I, Medellín – Colômbia, 04 a 07 de fevereiro de 1980. ANAIS... p. 177-182; 325 BASTOS M., Maria Licia. Documentação para ciência do desporto – um problema brasileiro. In MAIER, Jürgen (Editor). Conferencia Sobre Documentacion E Informacion Deportiva Em Latinoamerica,, I, Medellín – Colômbia, 04 a 07 de fevereiro de 1980. ANAIS... p. 185-187; MARQUES, Maria Lícia Bastos. Situação atual da informação desportiva na America Latina. Revista Brasileira De Ciências Do Esporte, 11(2): 123, jan. 1990. 326 GOMES, Hagar Espanha (Coord.). Manual De Elaboração De Tesauros Monolíngües. Brasília: Programa nacional de Bibliotecas de Instituições de Ensino Superior, 1990. 327 CASTELANNI, Alexandre Moreno. Tesauro Agora é Tema na Comunidade Biblioteca. CEV/Biblioteconomia e Ciencia da Informação em EF & Esportes. 02/07/2009. disponível em http://cev.org.br/comunidade/biblioteca/debate/tesauro-agora-tema-comunidade-biblioteca/
Iniciativas Acadêmicas sobre o Tema Tesauro e Educação Física Em dezembro de 2008, foi realizada a oficina Tesauro em Educação Física e Esportes (MOURA, 2008), como parte do segundo Congresso Brasileiro de Informação e Documentação Esportiva (CONBIDE) (328). Ivone Job (2006) (329) e Job e Alvarenga (2008) (330) procederam à análise de perfis de 16 professores e 1.171 citações de teses do Programa de Pós-graduação em Ciências do Movimento Humano (PPGCMH) da Escola de Educação Física (EsEF) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), defendidas nos anos de 2003 e 2004, com os objetivos de: detectar as características das fontes de informação utilizadas pelos doutores; contribuir para aos estudos epistemológicos do campo; caracterizar elementos textuais e explorar suas potencialidades, visando ao conhecimento do campo científico da educação física. Em 2009, durante o do II Encontro de Gestão da Informação e do Conhecimento em Acervos Esportivos no Estado de São Paulo foram apresentadas as palestras Tesauros internacionais existentes em Educação Física, por Rafael Guimarães Botelho e Critérios a considerar para a construção de tesauros e aplicação à área da Educação Física, por Cristina da Cruz de Oliveira. Não conseguimos acesso à esse material... Lazzarotti Filho, Silva, Cesaro, Antunes, Salles, Silva, Oliveira Leite (2010) (331) publicam “O termo práticas corporais na literatura científica brasileira e sua repercussão no campo da Educação Física” , buscando identificar os significados/sentidos com os quais o termo práticas corporais vem sendo utilizado na literatura acadêmica brasileira, mediante análise de conteúdo de 260 artigos e 17 teses/dissertações, capturados com o uso de palavras-chave em sistemas de busca e bases de dados. De acordo com Kroeff e Leoneti (2012) (332) ainda não existe no Brasil um tesauro que atenda a demanda de necessidades das Ciências do Esporte. Por meio de um estudo preliminar esses autores desenvolveram um Tesauro Brasileiro destinado às Ciências do Esporte, com as divisões do tesauro seguindo o estabelecido por Tubino (2011) (333), Tubino e Garrido (2007, cap.16) (334) e Barbanti (2003) (335) . O tesauro foi elaborado por meio do software livre TheW33, de autoria de Tim Craven. O Tesauro tem sua estrutura descrita em formato ALFA e TREE. O tesauro deverá ser disponibilizado eletronicamente, para consulta aos usuários, em versão on-line, Ver também http://cev.org.br/comunidade/biblioteca/debate/arquivo/tema/tesauro 328 MOURA, Maria Aparecida. Tesauro em Educação Física e Esportes – Coord. Sibradid/ECI UFMG [Oficina]. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO ESPORTIVA, 2., 2008, Belo Horizonte. Programação… Belo Horizonte: UFMG, 2008. 329 JOB, Ivone. Educação física no PPGCMH/UFRGS : uma visão a partir da análise de citações e perfil dos pesquisadores. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Minas Gerais. Escola de Ciência da Informação. Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação. http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/7771?show=full, 2006 330 JOB, Ivone; ALVARENGA, Lídia. Citações presentes em teses e perfis de pesquisadores: fontes de indícios para se estudar a área da educação física. Perspect. ciênc. inf. vol.13 no.3 Belo Horizonte Sept./Dec. 2008. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-99362008000300010 331 Lazzarotti Filho, Ari, Silva, Ana Marcia, Cesaro Antunes, Priscilla de, Salles da Silva, Ana Paula, Oliveira Leite, Jaciara, O termo práticas corporais na literatura científica brasileira e sua repercussão no campo da Educação Física. Movimento [en linea] 2010, 16 (Enero-Marzo) : [Fecha de consulta: 4 de septiembre de 2017] Disponible en:<http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=115312527002> ISSN 0104-754X 332 KROEFF, Márcia Silveira; LEONETI, Fabiano Contart. ESTUDO PRELIMINAR DO TESAURO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DO ESPORTE. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis (Brasil) - ISSN 1414-0594, v. 17, n. 1 (2012). Disponível em https://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/825 333 TUBINO, Manoel José Gomes . Educação física e esporte: da Teoria Pedagógica ao pressuposto do direito. Disponível em: . Acesso em: 6 jul.2011. 334 ENCONTRO DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO EM ACERVOS ESPORTIVOS NO ESTADO DE SÃO PAULO, 2., 2009, São Paulo. Anais… São Paulo: Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação, 2009. Disponível em: <http://portal.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/esportes/servicos/biblioteca/0038>. 335 BARBANTI, V.J. Dicionário de educação física e esporte. 2.ed. Barueri, SP: Manole, 2003.
disponível na World Wide Web (WWW). e dessa forma foi subdividido de acordo com a demarcação científica aceita internacionalmente, ou seja, as áreas estabelecidas por Herbert Haag e pelo International Council of Sport Science and Physical Education. Santos (2013) (336) apresenta TCC de graduação em Biblioteconomkia com o tema: Indexação sobre futebol: estudo de caso em Biblioteca Universitária, com o objetivo de diagnosticar o processo da indexação na Biblioteca Universitária da Universidade Federal de Santa Catarina (BU/UFSC), na área de esportes, para o termo ‘futebol’. A pesquisa foi fundamentada na literatura científica, referente aos princípios, as ferramentas e os métodos adotados na indexação da área da Biblioteconomia e Ciência da Informação. A pesquisa ainda, externa sobre o histórico, os aspectos sociais e a contribuição em publicação cientifica do futebol. Delgado (2016) (337) disserta sobre o tratamento da informação em uma coleção particular de 55 jogos de Nintendo 64, objetivando levantar discussões sobre a representação da informação desses tipos de recursos eletrônicos, através dos fundamentos teóricos e práticos da representação temática e descritiva. Este trabalho foi dividido em duas etapas: a primeira tratou dos aspectos teóricos e práticos da representação descritiva, abordando os itens mais relevantes sobre descrição dos recursos eletrônicos, sob a perspectiva da AACR2 campos mais relevantes; a segunda, dos aspectos teóricos e práticos da representação temática da informação, sob a égide da indexação e da análise de assunto e respectivas etapas de processo, para definição dos seus escopos / categorias (gêneros e temas), tomando como base a linguagem desenvolvida e registrada em plataformas colaborativas (wiki's) no ciberespaço. Santos (2017) (338) analisa a preservação da memória dos clubes de futebol, a partir da construção de um repositório digital, levando-se em conta a aplicação da descrição arquivística e contando com a participação do torcedor do Esporte Clube Vitória, clube
336 SANTOS, Andrea dos. Indexação sobre futebol: estudo de caso em Biblioteca Universitária. TCC (graduação) Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, Curso de Biblioteconomia. https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/103790 337 DELGADO, Vitor Rabelo. A representação da informação em games: um acervo particular de jogos de Nintendo 64. 2016. 94 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Faculdade de Biblioteconomia, Instituto de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2016. 338 SANTOS, Luciano Souza. Repositórios digitais na preservação da memória de clubes de futebol: a descrição arquivística na análise do Esporte Clube Vitória. Dissertações Mestrado Acadêmico (POSICI), UFBA, Instituto de Ciência da Informação - Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação. http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/21751
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DEPOIMENTO DE LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ – MEMÓRIA ORAL – (Sobre os trabalhos apresentados em 1990): Não escrevemos um “paper” sobre o assunto, apenas os resumos, pois as apresentações seriam orais e teríamos como nos 'defender' dado o pouco tempo que tivemos para preparar o material. Apenas existem os resumos, que estou enviando... Posteriormente, fizemos outros, para serem apresentados na SBPC do Recife339 e do Congresso do Victor, em São Caetano... Criamos - Laércio e eu - um Centro de Estudos que funcionou em uma pasta de papelão que tínhamos, e era itinerante - funcionava onde estávamos - em minha casa, na casa dele, na SEDEL, na ETFM, na UFMA, na UEMA. Locais onde trabalhávamos - era um “centro virtual”, pois só existia em nossa mente - dai considerar como a base do CEV. Laércio jamais abandonou a idéia e a aprofundou... Mas fizemos acontecer... A idéia surgiu da necessidade. Laércio foi para um congresso internacional de documentação esportiva acontecido na Colômbia - Medelín; por conta disso, o 2º viria para o Brasil - Maranhão... Nunca aconteceu... Como não sei se aconteceram os demais conforme programado... Mas o Heiz Guiberhienz do Convenio Colômbia-Alemanha (veio, junto com o Ulrich Jonathan - técnico da seleção olímpica de atletismo da Alemanha; viveu alguns anos da Argentina...) ...chegaram a vir ao Maranhão para tratar desse assunto e vendo o trabalho de ‘organização da informação’ que fazíamos, propôs outros convênios... O CEDEFEL-MA - Centro de Estudos e Documentação em Educação Física, Esportes e Lazer do Maranhão, integrado pelas UFMA e SEDEL (Laércio) e ETFM e UEMA (eu) teve uma importante e vasta produção cientifica... cinco trabalhos apresentados naquele I Encontro de Pesquisadores; depois, dois trabalhos na SBPC, e mais dois trabalhos apresentados nos encontros do CELAFICS, alem de alguns CONBRACEs... tudo virtual, de dentro daquela pastinha... Começamos a elaborar a indexação de periódicos especializados - o primeiro saiu da minha coleção da Revista Brasileira de Educação Física, editado pela SEED/MEC e feito pelo Laércio, publicado pelo MEC/SEED; depois comecei a adquirir a coleção da Stadium, um ano por mês, e a indexar - fizemos 23 anos da revista... Por fim, junto com o pessoal da ETFM340, criamos um banco de dados, utilizando (dinossauro) DBase, depois o DBase III, e utilizando Clipper e DBase III Plus; o LTI da EB-UFMG – Luizinho – ajudou muito na fase final, com os programas e as ferramentas computacionais341; lembro que a Escola de Engenharia da UFMG tinha acesso, já, à Internet; fizemos nossos endereços e começamos a utilizá-la; depois já era possível o acesso através do LTI-EB e por fim, da EEF/SIBRADID... Chegamos a ter 5.013 artigos indexados, de 13 revistas dedicadas em português/Brasil... O principal problema era o resgate da informação; dai termos desenvolvido empiricamente, um tesauro somente eu dominava, pois era o responsável pela catilografia(gração) (hoje, seria digitação); começamos com aquelas fichinhas de referência bibliográfica, que se aprende nos cursos de iniciação a pesquisa, depois passamos a utilizar um COBRA 286 - o máximo da tecnologia da época; e poderia haver consulta on line via MANDIC - quem lembra? era pré-internet, só depois (final de 92) havia acesso via internet.... Os artigos eram indexados com ate cinco palavras-chave, que poderiam ser recuperadas, remetendo ao artigo; e por autores: 339
VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; PEREIRA, Laércio Elias. A produção do conhecimento na Escola de Educação Física da UFMG. ANAIS Da 45ª Reunião Anual Da SBPC, Recife, 11 a 16 de julho de 1993, Vol. 1 p. 394, A.11 Motricidade Humana e Esportes, 6- A. 11 (Resumo). VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; PEREIRA, Laércio Elias. A produção do conhecimento na Escola de Educação Física da UFMG. ANAIS Congresso Brasileiro De Ciências Do Esporte, Belém – Pará, 06 a 10 de setembro de 1993, Universidade Federal do Pará, p. 136 (Resumo) 340 VAZ, L. G. D. ; ANDRADE FILHO, S. S. ; FERREIRA NETO, F. D. Implantação da Informática no CEFET-MA. Seminario De Informatização Da UEMA, I, 1991. 341 VAZ, L. G. D. ; PEREIRA, L. E. ; LOUREIRO, Luis Henrique. Protocolo De Indexação De Periódicos Dedicados A Educaçao Fisica, Esportes E Lazer Em Lingua Portuguesa. 1993. Software sem registro de patente
ATLETISMO - CORRIDAS - VELOCIDADE - TREINAMENTO – TECNICA - numa ordem hierárquica, da mais ampla para a mais especifica - recuperável por qualquer uma das palavras... BASQUETEBOL - FUNDAMENTOS - PASSES - PASSE DE PEITO - TREINAMENTO EDUCAÇÃO FISICA - METODOLOGIA DE ENSINO - JOGOS PRE-DESPORTIVOS - JOGOS COM BOLA - MINIHANDEBOL Assim, descobrimos depois, poderia vir a ser um tesauro - cheguei a apresentar um trabalho na UFMG sobre isso...; tomamos conhecimento da IASI; depois, do trabalho de uma bibliotecária da USP, o que levou o Laércio para a UFMG - estava-se implantado o SIBRADID -; e depois, eu, para o Curso de Mestrado em Ciência da Informação... A então bibliotecária da EEF/UFMG, responsável pelo núcleo do SIBRADID - já mudara a bibliotecária e entrara a Jane - ficou com medo de perder o emprego e de todas as formas, boicotou nosso trabalho... Migrei para outra área, não fiz minha dissertação em documentação esportiva e a proposta de um tesauro, mudei o rumo de meus estudos e fui trabalhar com produção do conhecimento na área tecnológica... fim! Ainda tenho esse material, em disquete de 8! (quem lembra?) e depois em cinco de 3 1/2! O máximo da tecnologia - caros...; perdi o arquivo, junto com um com-puta-dor que tinha - um 286! Perdi na mudança de tecnologia, para um 386!!! E nunca mais vi quando fui para um 486... Mas ainda guardo os artigos em casa, brigando com o mofo e as traças e cupins... Tenho alguns dos índices em papel... Depois, vi trabalho semelhante sendo apresentado pelo Victor Melo, junto com a Fernanda... Estava-se reinventando a roda... Quem manda trabalhar na periferia? (Maranhão...) Agora, quase 30 anos depois - começamos em 1979!!! Voltamos a ouvir falar em tesauro em educação física... Ha um trabalho da década de 40 do século passado, proposto pela biblioteca da USP não levado a efeito – acréscimo à CDD; depois outro na década de 80, da Stela Vercesi, dando continuidade àquele trabalho da década de 40, também na biblioteca da USP, com novos acréscimos à CDD; o do Tubino, sobre terminologia aplicada; a nossa proposta, do fim dos anos 80 inicia dos 90 - que seria cotejada com o tesauro da IASI via SIBRADID... Como Mestre (Capoeira e em Administração) André Lacé disse, repete-se sempre o PRIMEIRO, a cada nova tentativa... Espero que você tenha acesso à documentação que enviei... Os alemães são muito organizados... O artigo que falei que foi um dos primeiros a tratar do assunto, não com um tesauro, mas com um vocabulário controlado - lembrei do termo! - que estávamos construindo, a partir do estudo da Stella Vercesi publicada na revista Paulista de Educação Física vol.3, n. 4, jun 1989 - que estou mandando. Deu um bocado de trabalho achar, pois tive que mexer nos artigos acumulados nesses quase 30 anos de estudos – mais curiosidade, vejo agora, sobre o assunto - dos quais nos dedicamos uns 10 anos efetivamente... Lembrando: Em 1979 foi criada a Secretaria de Desportos e Lazer do Maranhão - SEDEL - a primeira do Brasil, com um Departamento de Estudos e Pesquisas; Laércio era assessor especial; eu estava na Coordenação de Esportes, depois passei a assessorar o assessor... Sai em 1981 – voltei para a Secretaria de Educação, mas continuei prestando ‘consultoria’ – isto é, trabalhando sem receber... Logo em 1980 a I Conferencia Latino-americana de Informação e Documentação Esportiva - a segunda seria em São Luis, em 1981... O Laércio foi um dos representantes do Brasil - fez uma exposição sobre o CBCE e sobre o CEDEFEL-MA - ai que ele passou a existir... Foi 'inventado' para esse encontro, na Colômbia O problema seguinte - O CEFEL-MA e a SEDEL-MA, junto com a UFMA, UEMA, e CEFET-MA seriam os responsáveis pela organização do evento - seja, Laércio e eu... Mas... Não tínhamos pesquisas... Passamos a incentivar alguns professores a produzirem alguma coisa para apresentar no ano seguinte... Foi o inicio da pesquisa em Educação Física e Esportes no Maranhão342... O Indice da Revista Brasileira de Educação Fisica e Desportos saiu em 1983, assinada pelo Laércio (a coleção utilizada, do n. 1 ao 50, foi a minha...); garimpávamos os números que faltavam... Especialmente 342
VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Produção do conhecimento em Educação Física e Desportos no Nordeste Brasileiro. Jornada De Iniciação Científica Da Educação Física Da Ufma, III, São Luis, 05 a 08 de dezembro de 1995. in Revista Movimento Humano 7 SOCIEDADE, n. 5, ano II, Edição Especial. ANAIS..., p. 14-21
os últimos; dai já procurávamos unificar a linguagem - controlar o vocabulário - com revisões constantes dos termos de indexação... A seguir, fizemos o Índice da Revista Stadium, da Argentina - passei a adquirir as revistas, já encadernadas, com os números correspondentes ao ano, de uma livraria de Curitiba... Ate que a Receita Federal se intrometeu - uma época em que estavam proibidos gastos em dólares no exterior - importação particular; tive que levar as notas fiscais, de que as havia adquirido em dinheiro da época, brasileiros nem lembro mais qual era - e com a nota fiscal emitida por uma empresa brasileira; todo mês era a mesma coisa; e nessa época, já passara a assinar a revista, recebendo os números mensalmente. Já havíamos esgotados os números publicados; diante dessa dificuldade - e a malha fina que se seguiu, não mais renovei a assinatura e ficamos nos primeiros 23 anos da revista... Depois, já num trabalho do CEDEFEL-MA, começamos a reunir outras publicações, muitas doações, algumas aquisições, e outros empréstimos - não devolvidos... E indexamos 13 revistas dedicadas... Algumas feitas já em 1992/93, quando já estava no Mestrado, e antes da proibição de entrar na Biblioteca da Escola de Educação Física - veja só, um pesquisador proibido de entrar numa biblioteca de uma universidade publica para fazer... Pesquisa! Alguns artigos publicados pelo Boletefe - jornal de parede editado pelo Laércio - sobre a produção da pesquisa na educação física da UFMG perturbaram... Esses dados foram transformados em informação e viraram artigos apresentados em congressos - já mandei os resumos... Ainda era o CEDEFEL-MA funcionando em Belorizonte... Fiz um trabalho sobre o SIBRADID, para uma das disciplinas do Mestrado em Ciência da Informação do qual a Bibliotecaria-Chefe da EEF-UFMG não gostou e o corporativismo das bibliotecárias fez o resto - o curso era na Escola de Biblioteconomia... Cessaram, assim, os trabalhos referentes à construção do tesauro em educação física e esportes... Nem ao mesmo me matriculei na disciplina, extra, que poderia fazer no curso de graduação da EB/UFMG - não fui aceito! A Conferencia de Medellin foi de 4 a 7 de fevereiro de 1980. La foram representados vários centros: Espanha – INEF; Paulo Medina - Centro de Documentação e Informação do ISEFL (1971/72) (Portugal?); Juan Angel Maañon - a informação e documentação esportiva na Argentina; Jesus Diaz Zurita - idem, Venezuela; Eduardo Garraez - idem, México; Alberto Pereja Castro - Centro de documentação e informação desportiva do Instituto de Ciência s do Esporte - Colômbia - ha um tópico que fala do glossário e da terminologia técnica: glossário consiste em um catalogo ou vocabulário de palavras técnicas, obscuras ou em desuso, com definição ou explicação detalhada de cada uma delas. A unificação de critérios e fator fundamental para o resultado que se espera obter donos leitores, portanto, o uso de termos técnicos que criam confusão e/ou dupla interpretação, exige uma definição clara e completa Ha uma Declaração de Medellín sobre a informação e documentação desportiva na America Latina. Assinam-na, pelo Brasil: Laércio Elias Pereira (SEDEL-MA) e Mandred Loecken (SEED/MEC) -ps. adido cultural ( ?) da Alemanha que prestava consultoria à SEED/MEC na época (eh isso, Laércio?) Do/pelo Brasil: Laércio Elias Pereira - O CBCE - inicia em 1968: olimpíada escolar Tijucurru Clube - São Caetano; 1972 I Simpósio de esporte escolar; CELAFISCS; 1977 Congresso Brasileiro de Medicina Desportiva; os professores de educação física não poderiam se filiar à Federação Brasileira de Medicina Desportiva surge a idéia do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte - VI Simpósio de esporte escolar 1978 e criado o CBCE Laércio Elias Pereira - Centro de Estudos e Documentação em Educação Física, Desportos e Recreação do Maranhão - cedefel Renate V. H. Sindermann - Documentação e Informação do esporte no Brasil - CEDIME (Porto Alegre) - Inicia em 1974 - CEDIME - Centro de Documentação e Informação em medicina desportiva - Porto Alegre - DeRose, Henrique Maria Licia Bastos Marques e Manfred Loecken - Situação atual da documentação em ciências do desporto no Brasil: ( Bibliotecaria-chefe da EEF-UGMG) - ate cinco anos atrás - produção, coleta, organização e difusão da informação bibliográfica em ciência do desporto era desconhecida (1975) Maria Licia Bastos Marques - Documentação para ciência do desporto - um problema brasileiro; - artigo Suplemento Apoio do Boletim Informativo da Escola de Educação Física da UFMG (ano 1, n. 3)
Dos acordos (2) - 1981 - II Conferencia en São Luis –Maranhão - Brasil!!!! Educacio Fisica y Deporte - n.2, ano 2, maio 1980 - Órgão oficial do Instituto de Ciências do Desporto Universidade de Antioquia - Convenio Colombia-Alemanha; I Conferencia sobre Documentação e Informação Desportiva na America Latina; Literatura Desportiva latino-americana; Declaração de Medellín Leopoldo Ps. ainda em 1979, quando Laércio e eu planejávamos o que fazer na SEDEL, em uma reunião na casa dele, e ouvindo Som Brasil - com o Rolando Boldrin, e ao fundo Chitãozinho e Xororó e Pena Branca e Xavantinho, criamos um Decálogo, do que seria nossa atuação na SEDEL... Não sei onde esta esse documento, mas foi por ele que baseamos nosso trabalho desde essa época; e um deles estava a criação de um sistema (ferramenta) para disseminação de informação - dai o CEDEFEL... O Laércio pensava num “centro referencial” – informação sobre a informação. Hoje, vejo que já estava pensando o CEV. O Pereira sempre foi de “unir as pontas”. O que admiro é a sua capacidade de idealizar as coisas – rápido, num piscar de olhos, enquanto fala...; e a sua incapacidade de “fazer as coisas”. O negocio dele é pensar, e arranjar quem coloque em prática. Desde que o conheço – desde 1976... - foi assim. Acho que por isso nosso trabalho junto deu tão certo. Esse “juntar pontas” consiste a principal atuação do Laércio. Veio da Sociologia, do jornalismo, de sempre ouvir as duas partes... Quem sabe o que e quem precisa dessa informação; como colocar os dois em contato. Isso é o CEV!343 Consiste na formação de um grande “colégio invisível”, em que aqueles que “pensam”, os que agem na ‘fronteira do conhecimento’ comunicam-se entre si, e trocam idéias antes que essas idéias – teorizações – cheguem ao “ao grande público”, nós pobres mortais na ponta oposta, na sala-de-aula... Eu, um professor de uma escola publica da periferia (estou no Maranhão...) consigo saber do Nélio – técnico da Maureen – um detalhe para minha aula de atletismo que estou dando para os alunos do primeiro ano do curso de design que estão fazendo educação física... Essa a grande sacada! Tiro minhas duvidas com aquele que é o “bam-bam-bam do pedaço”! Mas vai mais alem, trata-se de juntar os “gatekeepers” – os sentinelas da tecnologia. Não o professor que esta se graduando, ou fazendo sua especialização, ou o seu mestrado. Mas aqueles que estão no posdoutorado – lembro que é tão recente essa especialização em nossa área... Aqueles que estão fazendo pesquisas de ponta, não interessando se ela esteja “nas humanas e sociais” ou nas “gias”, na área medicabiologica... Alias, há cerca de 30 anos, naquele papo ao som de Pena Branca e Xavantinho, “decidimos” que trataríamos a Educação Física – ou as Ciências do(s) Esporte(s) – como da área da Antropologia, e não da Medicina... Eu sempre preferi o termo mais tradicional, “Educação Física” e o ManoPereira sempre o das “Ciências”... acho que influencia do Manoel Sergio... No inicio, era o verbo... Éramos três: O Laércio e o Lino “teorizando”, e eu, ouvindo e prestando muita atenção... Ambos são os Mestres deste pequeno Gafanhoto...
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PEREIRA, L. E. ; VAZ, L. G. D. . Centro Esportivo Virtual - CEV. In: Lamartine Pereira da Costa. (Org.). Atlas do Esporte no Brasil. 1 ed. Rio de Janeiro: Shape, 2005, v. 1, p. 769-770.