MARANHAY - Revista Lazerenta -, n. 39, março 2020

Page 1

MARANHHAY REVISTA LAZERENTA

(REVISTA DO LÉO) EDITADA POR

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Prefixo Editorial 917536

NUMERO 39 – março - 2020 SÃO LUIS – MARANHÃO


A

presente obra está sendo publicada sob a forma de coletânea de textos fornecidos voluntariamente por seus autores, com as devidas revisões de forma e conteúdo. Estas colaborações são de exclusiva responsabilidade dos autores sem compensação financeira, mas mantendo seus direitos autorais, segundo a legislação em vigor.

EXPEDIENTE MARANHAY REVISTA LAZERENTA Revista eletrônica EDITOR Leopoldo Gil Dulcio Vaz Prefixo Editorial 917536 vazleopoldo@hotmail.com Rua Titânia, 88 – Recanto de Vinhais 65070-580 – São Luis – Maranhão (98) 3236-2076

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Nasceu em Curitiba-Pr. Licenciado em Educação Física (EEFDPR, 1975), Especialista em Metodologia do Ensino (Convênio UFPR/UFMA/FEI, 1978), Especialista em Lazer e Recreação (UFMA, 1986), Mestre em Ciência da Informação (UFMG, 1993). Professor de Educação Física do IF-MA (1979/2008, aposentado); Titular da UEMA (1977/89; Substituto 2012/13), Convidado, da UFMA (Curso de Turismo). Exerceu várias funções no IF-MA, desde coordenador de área até Pró-Reitor de Ensino; e Pró-Reitor de Pesquisa e Extensão; Pesquisador Associado do Atlas do Esporte no Brasil; Diretor da ONG CEV; tem 14 livros e capítulos de livros publicados, e mais de 320 artigos em revistas dedicadas (Brasil e exterior), e em jornais; Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Membro Fundador da Academia Ludovicense de Letras; Sócio-correspondente da UBE-RJ; Premio “Antonio Lopes de Pesquisa Histórica”, do Concurso Cidade de São Luis (1995); a Comenda Gonçalves Dias, do IHGM (2012); Premio da International Writers e Artists Association (USA) pelo livro “Mil Poemas para Gonçalves Dias” (2015); Premio Zora Seljan pelo livro “Sobre Maria Firmina dos Reis” – Biografia, (2016), da União Brasileira de Escritores – RJ; Diploma de Honra ao Mérito, por serviços prestados à Educação Física e Esportes do Maranhão, concedido pelo CREF/21-MA (2020); Foi editor das seguintes revista: “Nova Atenas, de Educação Tecnológica”, do IF-MA, eletrônica; Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, edições 29 a 43, versão eletrônica; editor da “ALL em Revista”, vol. 1 a 6, eletrônica, da Academia Ludovicense de Letras; Editor da Revista do Léo, a que esta substitui (2017-2019). Condutor da Tocha Olímpica – Olimpíada Rio 2016, na cidade de São Luis-Ma.


REVISTA DO LÉO NÚMEROS PUBLICADOS

VOLUME 1 – OUTUBRO DE 2017 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_1_-_outubro_2017 VOLUME 2 – NOVEMBRO DE 2017 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_2_-_novembro_2017 VOLUME 3 – DEZEMBRO DE 2017 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_3_-_dezembro_2017 VOLUME 4 – JANEIRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_4_-_janeiro_2018 VOLUME 5 – FEVEREIRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_5_-_fevereiro_2018h VOLUME 6 – MARÇO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_6_-_mar__o_2018 VOLUME 6.1 – EDIÇÃO ESPECIAL – MARÇO 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_especial__faculdade_ VOLUME 7 – ABRIL DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_7_-_abril_2018 VOLUME 8 – MAIO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_8_-_maio__2018 VOLUME 8.1 – EDIÇÃO ESPECIAL – FRAN PAXECO: VIDA E OBRA – MAIO 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_8.1_-__especial__fra VOLUME 9 – JUNHO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_9_-_junho_2018__2_ VOLUME 10 – JULHO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_10_-_julho_2018 VOLUME 11 – AGOSTO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_11_-_agosto_2018 VOLUME 12 – SETEMBRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_12_-_setembro_2018 VOLUME 13 – OUTUBRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_13_-_outubro_2018 VOLUME 14 – NOVEMBRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_l_o_-_numero_14_-_novemb VOLUME 15 – DEZEMBRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revisdta_do_l_o_15_-_dezembro_de_20? VOLUME 15.1 – DEZEMBRO DE 2018 – ÍNDICE DA REVISTA DO LEO 2017-2018 https://issuu.com/…/docs/3ndice_da_revista_do_leo_-_2017-201 VOLUME 16 – JANEIRO DE 2019 https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__16_-_janeiro_2019


VOLUME 16.1 – JANEIRO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: PESCA NO MARANHÃO https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__16_1__-_janeiro__20 VOLUME 17 – FEVEREIRO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_17_-_fevereiro__2019 VOLUME 18 – MARÇO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__18_-_mar_o_2019 VOLUME 19 – ABRIL DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__19-_abril_2019 VOLUME 20 – MAIO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__20-_maio_2019 VOLUME 20.1 - MAIO 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL – FRAN PAXECO E A QUESTÃO DO ACRE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__20.1_-_maio_2019_-_ VOLUME 21 – JUNHO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__21-_junho_2019 VOLUME 22 – JULHO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__22-_julho_2019 VOLUME 22.1 – JULHO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: CAPOEIRAGEM TRADICIONAL MARANHENSE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__22-_julho_2019_-_ed VOLUME 23 – AGOSTO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__23-_agosto_2019 VOLUME 23.1 – AGOSTO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: AINDA SOBRE A CAPOEIRAGEM MARANHENSE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__23.1-_agosto_2019_VOLUME 24 – SETEMBRO DE 2019 – LAERCIO ELIAS PEREIRA https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__24_-_setembro__2019_-_edi__o_espec VOLUME 24.1 – SETEMBRO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: IGNÁCIO XAVIER DE CARVALHO: RECORTES E MEMORIA https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__24_-_setembro__2019_-_edi__o_espec VOLUME 25 –OUTUBRO DE 2019 – https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__25_-_outubro__2019 VOLUME 26 –NOVEMBRO DE 2019 – https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__26_-_novembro__2019 VOLUME 27 – DEZEMBRO DE 2019 –

https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__27_-_dezembro___2019 VOLUME 27.1 – DEZEMBRO DE 2019 – suplemento – OS OCUPANTES DA CADEIRA 40 DO IHGM

https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__27.1_-_dezembro___2019 VOLUME 30 – edição 6.1, de março de 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_especial__faculdade_ VOLUME 31 – edição 8.1, de maio de 2018 EDIÇÃO ESPECIAL – FRAN PAXECO: VIDA E OBRA – MAIO 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_8.1_-__especial__fra VOLUME 32 – edição 15.1, de dezembro de 2018 ÍNDICE DA REVISTA DO LEO 2017-2018 https://issuu.com/…/docs/4ndice_da_revista_do_leo_-_2017-201 VOLUME 33 – edição 16.1, de janeiro de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: PESCA NO MARANHÃO https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__16_1__-_janeiro__20


VOLUME 34 - edição 20.1, de maio de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL – FRAN PAXECO E A QUESTÃO DO ACRE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__20.1_-_maio_2019_-_ VOLUME 35 – edição 22.1, de julho de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: CAPOEIRAGEM TRADICIONAL MARANHENSE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__22-_julho_2019_-_ed VOLUME 36 – edição 23.1, de agoto de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: AINDA SOBRE A CAPOEIRAGEM MARANHENSE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__23.1-_agosto_2019_VOLUME 37 – edição 24.1, de setembrp de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: I. XAVIER DE CARVALHO: RECORTES E MEMORIA https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__24_-_setembro__2019_-_edi__o_espec

MARANHAY – REVISTA LAZERENTA – 2020 VOLUME 28 – JANEIRO 2020 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_maranhay__28_-_janeiro____2020b VOLUME 29 – FEVEREIRO 2020 https://issuu.com/home/published/revista_do_leo_-_maranhay__29-_fevereiro___2020b A PARTIR DESTE NÚMERO, CORRIGIDA A NUMERAÇÃO, COM SEQUENCIAL, DOS SUPLEMENTOS E EDIÇÕES ESPECIAIS:

VOLUME 38 – FEVEREIRO DE 2020 – EDIÇÃO ESPECIAL – PRESENÇA AÇOREANA NO MARANHÃO https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_maranhay__39-_fevereiro___2020 VOLUME 39 – MARÇO 2020


EDITORIAL

A “MARANHAY – REVISTA LAZERENTA” é sucessora da “REVISTA DO LÉO”, e continua em seu formato eletrônico, disponibilizada através da plataforma ISSUU – https://issuu.com/home/publisher. Tomei a decisão de atualizar o número de revistas publicadas, passando – a partir do número anterior, 38, contar os suplementos e edições especiais -, o que toma esta o numero 39 – as edições publicadas, seja da REVISTA DO LÉO, e agora da MARANHAY – REVISTA LAZERENTA. A proposta é de ampliar o numero de colaboradores; quando da publicação da Revista do Léo o objetivo era resgatar o que fora publicado no Blog do Leopoldo Vaz, História do esporte no Maranhão, então disponibilizado pelo sistema Mirante de Comunicação – Globo Esporte.com, no G1/Maranhão. Após 10 anos de de colaboração, e dos 25 colaboradores iniciais, apenas eu ainda estava na ativa: resolveram tirar do ar. Ante a possibilidade de perder todo o acervo, então, os repliquei, ao longo desses dois anos últimos, pouco mais, incluindo, ampliando para outros assuntos, como literatura ludovicense e maranhense. Dei continuidade à construção do Atlas do Esporte no Maranhão... A partir de 2020, com as águas a correrem a brigar, contra a corrente, Maranhay, darei continuidade... A prioridade ainda é o Esporte, Educação Física, o Lazer, a Lúdica e o Movimento no/do Maranhão. Dai que crônicas do cotidiano, em que os colaboredes lembram sua infância, a(s) cidade(s), os lazeres, os fazeres, as História(s) do Maranhão. Continua a coleta de informações sobreos autores ludovicenses, na tentativa de contribuir com a feitura da Antologia Ludovicense. Estas são as minhas memórias...

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ EDITOR


SUMÁRIO 2 6 7 9

EXPEDIENTE EDITORIAL SUMÁRIO

LAZERICES/LAZERENTOS HAMILTON RAPOSO DE MIRANDA FILHO RITMOS, FESTAS E DANÇAS DO MARANHÃO

10 12

ESPORTE & EDUCAÇÃO FÍSICA SANDOW FEQUES AO CIDADÃO LUDOVICENSE LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ SOBRE A CAPEOEIRAGEM DO MARANHÃO (PALESTRA NA UFMA – 21/01/2020) LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ; DENISE MARTINS DE ARAÚJO QUANDO COMEÇAR A NATAÇÃO? DOCUMENTO DE INTERVENÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA APRESENTAÇÃO LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ NEGRO NO ESPORTE – MARANHÃO LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ O PROFESSOR ALEMÃO DE GYMNÁSTICA, ESGRIMA, E NATAÇÃO

13 14 67 79 87 148 183

HISTÓRIA(s) DO MARANHÃO JOSÉ DE OLIVEIRA RAMOS A MOCHILA E A VOLTA AO INÍCIO DA VIDA EDMILSON SANCHES “VIMARENSE"? "SAMBENTUENSE"? "RONDONPARAENSE"? TÁ CERTO ISSO? ANTÔNIO AUGUSTO RIBEIRO BRANDÃO A CORRIDA (OU A ‘PUXADA’) DO MASTRO FERNANDO BRAGA QUEM ERA O PROFESSOR GERMANO? [memórias]

185 188 190 191

HAMILTON RAPOSO DE MIRANDA FILHO HISTÓRIAS DE SÃO LUÍS AOS AMIGOS QUE SE EMBRIAGARAM COM RUM MONTILA NAS MATINAIS DO LITERO! FERNANDO BRAGA LEMBRANÇAS QUE JÁ VÃO LONGE...

NAVEGANDO COM JORGE OLIMPIO BENTO BANDEIRA DA MESTIÇAGEM BANDEIRA DE UMA CULTURA COMUM PENSAMENTOS

193 194 196 197 198 199 203

EXTRAINDO HISTÓRIAS COM O FARAÓ RAMSSÉS GENEALOGIA MARANHENSE

204

GAIRO GARRETO FAZENDA ESTRELA - ANAPURUS (1743)

205 209

SOBRE LITERATURA & LITERATOS OSMAR GOMES DOS SANTOS O BÁSICO QUE FALTA PARA EDUCAÇÃO BÁSICA EDMILSON SANCHES UM GIGANTESCO TALENTO MARANHENSE FERNANDO BRAGA O TRANSMONTANO POETA MIGUEL TORGA CERES COSTA FERNANDES DESEJOS ANTONIO AÍLTON SANTOS SILVA CECÍLIA MEIRELES: DOS ESPECTROS AOS ELOS COMUNITÁRIOS E COLETIVOS CERES COSTA FERNANDES O ALIENÍGENA

210 212 214 217 218 223


ALDY MELLO O TEMPO DO CONHECIMENTO

225 226

POESIAS & POETAS JOSÉ NÉRES O MARANHÃO É TERRA DE POETAS ARNALDO AFONSO O BELO NU FRONTAL (COM TARJA) DE LÚCIA SANTOS E O CONTRA-ATAQUE FULMINANTE DE AÍLA JOSÉ NUNES COMO ESCREVE MARCOS FÁBIO BELO MATOS JOSÉ NERES ANTONIO AÍLTON

227 230 235 246

NOVIDADES 247


LAZERICES & LAZERENTOS


RITMOS, FESTAS E DANÇAS DO MARANHÃO HAMILTON RAPOSO DE MIRANDA FILHO

Paga-se um preço muito alto por ser maranhense ou por viver no Maranhão. Morar no Maranhão é um motivo de agradecimento diário a Deus. São poucos os privilegiados, entretanto, com tantas benesses, folias e alegrias que Deus concede ao maranhense, ele exige dos nativos ou daqueles que por aqui aportam, um preparo físico excepcional e muita disposição para seguir tantos ritmos e musicalidade existentes nesta cidade e neste estado abençoado por uma cultura rica e diversificada. O Maranhão é um estado cosmopolita, e o ano começa parecido como em todos os estados da federação, a diferença começa logo na primeira semana de janeiro com a festa de Reis e a queimação de palhinha, uma tradição católica musicada por uma turma que faz festa o ano inteiro no bairro Madre Deus e hoje fazendo parte do calendário turístico e cultural de São Luís, a queimação de palhinha . Independentemente da tradição católica, neste mesmo período, começa o carnaval do Maranhão, o mais rico do Brasil, o mais bonito, o mais plural de todos os carnavais brasileiros; com seus ritmos, batuques e batucadas em uma indescritível singularidade. São tribos de índios, blocos tradicionais, blocos organizados ou charangas, blocos afros, blocos de sujo, escolas de samba com a mais autêntica de todas as escolas de samba do Brasil, o Fuzileiro da Fuzarca, a casinha da roça com um tambor afiado e o baralho, uma brincadeira afro-musical, agora devidamente miscigenada, que mistura reco-reco, pandeiro e violão. O tambor de crioula é patrimônio cultural do Maranhão e da humanidade. O ritmo, a batucada e a umbigada ocorrem durante o ano todo e mais precisamente em louvor a São Benedito, principalmente o Tambor de Crioula de Cururupu. O tambor de crioula é uma manifestação musical essencialmente comemorativa e sempre presente nas festas populares do Maranhão. O tambor de Mina é religioso, quando se dança na Mina é por questão religiosa e aí todo cuidado é pouco para não contrariar o santo ou a entidade. O tambor de Mina é único, só é tocado no Maranhão, e a Mina é a mais autêntica manifestação religiosa dos afros descendentes dos Daomés. Em maio acontece a festa do Divino Espírito Santo em São Luís, Alcântara, na baixada maranhense e na região dos cocais. As batidas das caixas e o canto das caixeiras transcendem a originalidade e expressam a religiosidade e a cultura do maranhense. O bumba meu boi de todos os sotaques, de pandeirões, matraca, costa de mão, zabumba e orquestra é orgulho do Maranhão e do Brasil, patrimônio cultural humanidade, é a nossa maior riqueza cultural. O baile de caixa acontece em Guimarães, Viana, Cajapió e Penalva e têm início durante as festas do Divino Espírito Santo e se estende por todo o período junino. Na região do Munim no período de junho a dezembro o maranhense dança o Pela-Porco de Rosário ou a dança do Lêle de São Simão. O Lêle de São Simão é patrimônio cultural da cidade de Rosário e mostra a influência francesa na cultura maranhense nesta belíssima dança de salão, musicada por diversos instrumentos musicais. O Cacuriá atual, de como ele é apresentado, parece que foi uma invenção de D. Teté, ela sem dúvida foi a grande divulgadora do ritmo e da dança. O Cacuriá faz parte das festas em homenagem ao Divino Espírito Santo. Coube a D. Teté a introdução de instrumentos musicais às tradicionais caixas e a expansão e popularização da dança durante as festas juninas. A festa ou dança de São Gonçalo é de origem portuguesa e uma homenagem ao Santo, tido como casamenteiro e dançarino. Conta a história que São Gonçalo convertia as donzelas dançando. A


dança de São Gonçalo no Maranhão se dá através de uma promessa ou devoção, e acontece sempre em frente ao altar com a imagem do Santo dançarino. Caixa, cuíca, cabaça, toadas improvisadas e muita animação, somada a beleza natural de Tutóia, pode acreditar que é a dança do caroço. Na região dos cocais, uma dança de roda em que os dançantes com côfo e machado, rodopiam animadamente ao som de pandeiros, cuícas, caixas e batida da palma das mãos, simulando de forma festiva e musical o trabalho nos babaçuais; se tem a dança do coco como ritmo e dança peculiares do médio sertão. O ano termina com os pastores no ciclo natalino, manifestação cultural que mescla canto, dança e drama, tudo ao som de clarinete, violão, violino, saxofone, pandeiro e trombone. A manifestação rítmica e cultural sempre é vista em Guimarães, Mirinzal, Cururupu, Humberto Campos, Alcântara e São Luís. E mesma turma animada que começa o ano na Madre Deus com a festa de Reis, encerra o ano com os Pastores do Natal. Viva o Maranhão, o estado mais rico em cultura do mundo!


ESPORTE & EDUCAÇÃO FÍSICA Espaço destinado às discussões sobre o Esporte e a Educação Física – antes, dedicado ao Atlas do Esporte no/do Maranhão.


AO CIDADÃO LUDOVICENSE

SANDOW FEQUES São Luís é uma das mais belas capitais do Brasil e o povo aqui tem o DNA esportivo, gosta de atividade física. Demonstra isso durante a realização dos eventos esportivos, em todas as manhãs e finais de tarde nos diversos lugares onde se pode fazer algum tipo de atividade física. Isso é fato. E a Atividade Física e o Esporte são um direito constitucional que todos têm. Essa prática precisa ser entendida como um INSTRUMENTO DE DESENVOLVIMENTO que passa pela EDUCAÇÃO, SAÚDE, CULTURA, TURISMO E SEGURANÇA. O Esporte não é simplesmente só o jogo ou a corrida. Por essa falta dessa visão, nós estamos pagando caro. É preciso urgentemente assegurar programas esportivos, garantir menos crianças em hospitais, menos jovens sendo envolvidos em crimes, menos desistência escolar. O Esporte é uma alternativa segura, que pode, sem dúvida alguma, possibilitar OPORTUNIDADE para muitos se desviarem das mazelas existentes por aí. É possível - sim - mudarmos essa realidade em SÃO LUIS. Precisamos mudar! ‘Esperar não é saber, quem sabe faz a hora e não espera acontecer’, já dizia Geraldo Vandré. Quem sabe faz. E São Luís tem todas as características de uma cidade esportiva, basta olhar em volta. E melhor, a grande maioria é NATURAL. Sem falar naquelas que estão em situação de abandono. Chegou a hora de fazermos e não esperar ainda mais. Começando por exigir melhorias nas praças esportivas que precisam de manutenção, colocando nos cargos de decisão pessoas com formação e conhecimento. São essas pessoas que sabem e podem fazer. Esse é o nosso grande desafio! Durante as campanhas eleitorais, assistimos muitos candidatos utilizando o Esporte como sustentação. Eles declaram os benefícios à comunidade, distribuem bolas, uniformes, medalhas, mas não asseguram – de verdade – todas essas promessas. Utilizam o esporte de forma perversa, enganosa e não valorizam com ações concretas. Nós não podemos deixar que nos enganem mais. É preciso estarmos de olhos bem abertos aos aproveitadores do Esporte. O Esporte pode sim contribuir - e muito - com o desenvolvimento de nossa São Luís. Deixando o povo mais saudável, mais alegre, mais confiante, mais seguro, mais educado e feliz. Isso tudo pode acontecer, desde que feito por pessoas comprometidas com você: cidadão ludovicense! Você não esqueça esse fato!


SOBRE A CAPEOEIRAGEM DO MARANHÃO LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Licenciado em Educação Física. Mesre em Ciência da Informação ACADEMIA LUDOVICENSE DE LETRAS INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO Estive na UFMA (21/01/2020) num bate-papo com os alunos do Curso de Férias ministrado pela Disciplina de Lutas, do Prof. Dr. Sérgio Sousa, sobre Capoeira. O tema foi: Capoeiragem Tradicional Maranhense – histórico e desenvolvimento, o Curso: Capoeira na Escola... Após a palestra, acertamos desenvolver um trabalho sobre a Capoeiragem Maranhense.

Faltou tempo para aprofundar alguns aspectos dessa Memória, o que procurarei esclarecer aqui:


SOBRE OS “MOVIMENTOS” DA CAPOEIRA(GEM) Prefiro o uso do termo ‘capoeiragem’, haja vista ser o mais tradicional, e o que reflete a capoeira do Maranhão: aquela que o Mestre André Lacé Lopes, do Quilombo do Leblon, refere-se como “uma luta dramática”, ao referir-se à capoeiragem do Rio de Janeiro, desenvolvida por Sinhozinho e Mestre Zuma, que teve, dentre seus precursores, reconhecido pela FICA, o maranhense Coelho Neto. Nos meus estudos, tenho feito esta distinção, para diferenciar da Capoeira soteropolitana, que difere da do Recôncavo, da carioca, da do Maranhão... Dessa forma, temos, sim, várias “Capoeiras”... Em troca de correspondência com Javier RUBIERA Cuervo, então presidente da FICA - e da possibilidade de desenvolvermos algumas pesquisas juntos, descortinando a memória da capoeiragem, chegamos à estas conclusões: Encontramos en nuestra pesquisa los artes marciales indicados en el mapa que se encuentran justamente en los lugares de las rutas de los navíos de los imperios coloniales así como en las ruta ancestra de los malayos e hindúes que poblaron Madagascar.


MORINGUE : Dança/Luta sagrada de Madagascar e Ilhas Reunião antigos protetorados Franceses, dessa prática surgiu a LADJA e o DAMYE na Martinica também antigo protetorado Francês. Como foram trazidos também escravos da África Oriental em especial de Moçambique e Madagascar é quase certo que o MORINGUE com sua movimentação similar a da capoeira e sua sonoridade possa ter grande influência na formação de nossa Arte Capoeira. https://www.facebook.com/watch/?v=426777287755764

Moraingy (Malgaxe) ou Moringue (francês) é um desarmado, estilo marcante bare-fisted da arte marcial tradicional que se originou durante a dinastia Maroseranana (1675-1896) do Sakalava Unido da costa oeste de Madagascar . Desde então se tornou popularizado em todo Madagascar, mas particularmente nas regiões costeiras, e se espalhou para vizinhos ilhas do Oceano Índico, incluindo Reunião , Mayotte , Ilhas Comores , Seychelles e Maurícias . A participação nesta forma de combate foi originalmente limitado a homens jovens, permitindo anciãos para julgar a sua aptidão física e força, proporcionando uma oportunidade para os jovens a ganhar prestígio e testar suas habilidades. Hoje, enquanto a idade média dos participantes ainda é entre 10 e 35, os jovens de ambos os sexos podem praticar o esporte. Os participantes são chamados kidabolahy (jovens) ou moraingy kidabo mpanao (jovens que praticam moraingy) e são amplamente respeitado e mesmo temido pelos aldeões. No Norte, eles são chamados Fagnorolahy , e os assistentes, magnafo . Moraingy corresponde obrigação pela tradição ser acompanhada por música (muitas vezes salegy ) para induzir um estado de transe nos combatentes e participantes, contribuindo para a experiência espiritual e comunitária da luta. Como parte desta experiência, os participantes geralmente se envolver em danças durante e entre os jogos que se destinam a provocar os apoiantes do partido de oposição, enquanto os aplausos da multidão e vaias alto. Uma competição típico moraingy consiste de uma série de jogos pitting dois combatentes, tipicamente a partir de diferentes aldeias, um contra o outro. Antes da luta, todos os lutadores


desfilar na arena ao ar livre (tipicamente um campo de futebol) para dimensionar e selecionar seus adversários potenciais, enquanto os espectadores que tocam a alegria campo, cantar e tentar provocar os lutadores. As partidas são anunciadas e cada clã canta seu próprio canto em apoio do lutador de sua aldeia. Cada jogo dura apenas uma rodada e termina quando um dos lutadores sai da arena, desmaia, não é mais capaz de se defender, é claramente desigual para o outro, ou está determinado a ser gravemente ferido. Os juizes de jogo declarar um vencedor e sem contestação da determinação é permitido; ambos os participantes são aplaudidos pelos espectadores para os seus esforços no jogo. Moraingy é considerado uma meia-distância ou esporte de combate de longo alcance com socos predominantes, mas com alguns chutes permitidos. Tipos de socos incluem socos em linha reta ( Mitso ), ganchos ( mandraoky ), socos inclinadas para baixo ( vangofary ) e um perfurador semelhantes a um soco ( vangomioriky ). Defesas incluem guarda e evita, mas nem os ataques nem defesas são padronizados, criando maior variabilidade entre os lutadores individuais e entre regiões do que no boxe internacional. Embora moraingy esteja concentrada principalmente nas regiões costeiras de Madagáscar onde foi historicamente popularizaram, os migrantes malgaxes levou o esporte com eles quando viajando no exterior. Na Ilha da Reunião, um território francês 500 quilômetros a leste de Madagascar, onde um grande número de pessoas malgaxes foram trazidos pelos franceses para trabalhar como escravos nas plantações de açúcar, o esporte se enraizou sob o nome moringue , ou Kreol Batay . Originalmente limitada aos trimestres do trabalhador das plantações de açúcar, em 2005, foi reconhecido pelo governo Reunion como um esporte oficial da ilha. A popularização do esporte é em parte devido a um reconhecimento crescente das origens malgaxes e africanos de comunidade crioula da ilha. A forma Reunionais de moraingy é menos violento e mais inspirado na coreografia e acrobacias de brasileira capoeira do que a forma malgaxe originais. O uso de saltos e pisoteando torna espetacular. Como em Madagascar, a música é tocada em todo partidas moringue, geralmente constituídos por percussão ou Reunionais maloya música. O reconhecimento do governo do desporto se destina a fomentar um sentimento de orgulho e identidade para a grande população jovem crioulo da ilha de Reunião. Moringue agora está organizada como outros esportes tradicionais, com cerca de 1000 licenciados, e recebe a atenção da mídia local. O mais célebre Reunionais moringue atleta é Jean-Rene Dreinaza. https://pt.qwe.wiki/wiki/Moraingy?ddexp4attempt=1 Ratsimbazafy, Ernest (2010). "Moraingy". Em verde, Thomas; Svinth, Joseph. Artes marciais do mundo: Uma Enciclopédia da História e Inovação, Volume 2 . Santa Barbara, CA: ABC CLIO. ISBN 978-1-59884-243-2 .

https://www.google.com/search?q=DIAMANGA&sxsrf=ACYBGNRsdWP1W2oLqjePZSN2avBRFsViMA:1579635278973&tbm=isch&source=iu&ictx= 1&fir=eblXdvDlSdCW-M%253A%252C6TCrKjw3oCffCM%252C_&vet=1&usg=AI4_-kTosrTdm-shZzHhQP1vwtDrsvRsQ&sa=X&ved=2ahUKEwji37X9t5XnAhULILkGHeueCgsQ9QEwBHoECAgQBw&biw=1847&bih=898&dpr=1.04#imgrc=eblXdvDlS dCW-M:


"Dentre elas 2.680 pertencem a procedências majoritários (guiné, mina e angola) e 272 a outras procedências minoritárias distribuídas entre 120 benguelas, 70 “caboverdes”,21 33 congos, 26 ganguelas, nove massanganas, quatro monjolos, três embacas, dois couranas, dois rebolas, um da Ilha de São Lourenço, um quissamã, um loanda. A contra-costa não faz parte da rota dos negreiros que abastecem o Brasil. Mesmo assim existem, segundo Antonil, “...alguns (escravos) de Moçambique, que vêm nas naus da Índia”.22 Entre os anos de 1720/1722, dezessete adultos da ilha de São Lourenço (antigo nome da ilha de Madagascar) são batizados na Sé. Neste período são também batizados dois adultos moçambiques. A concentração de dezenove batismos num período de três anos indica a escala de uma embarcação vinda da contra-costa. Mostra ainda que, quando se trata de proprietários que batizam seus escravos, estes recebem o sacramento num espaço de tempo relativamente curto. Dos dezessete escravos da ilha de São Lourenço quatro são batizados em 1720, onze em 1721 e apenas dois em 1722. Os dois moçambiques são batizados em 1720." http://www.historia.uff.br/labhoi/modules/rmdp1/uploads/May07mzCeIm6__mina_angola_guine. pdf


LE MORING, ART DE COMBAT AFRO-MALGACHE

Colloque « Expériences et mémoire : partager en français la diversité du monde » Bucarest, septembre 2006 Le Moring, art de combat afro-malgache : Une mémoire interculturelle de l’esclavage dans les petites îles du sud-ouest de l’océan Indien occidental, Sudel FUMA, Université de La Réunion, CRESOI. Le Moring, vecteur identitaire dans les Îles de l’océan Indien Dans les îles de l’océan Indien occidental, les systèmes de l’esclavage et de l’engagisme sont les principaux vecteurs de la propagation du Moring. Les témoignages historiques sur son expansion dans les petites îles permettent difficilement de dater avec précision les premières pratiques de Moring dans les petites îles. Toutefois, l’origine des populations esclaves transportées dans les îles – à dominante malgache au XVIIIe – ne laisse planer aucune ambiguïté sur sa présence avant l’abolition de l’esclavage à Bourbon. Nous pensons même que le Moring a été pratiqué à l’Île Maurice et aux Seychelles où il a complètement disparu aujourd’hui. Une danse guerrière qui reprend quelques techniques du Moring et qu’on appelle le « Tingue » existait autrefois aux Seychelles1. Le terme « Tingue » est lui-même à rapprocher du mot malgache « Ringa » qui signifie littéralement lutte ou combat. Le « Ringa », lutte traditionnelle malgache, se pratique dans le sud de Madagascar. Malgré la sévérité du système esclavagiste et l’interdiction des pratiques et coutumes représentant un danger pour l’ordre établi, la tradition des arts de combat a survécu dans la clandestinité des camps d’esclaves. Le Moring se pratiquait quand le maître et le personnel de surveillance des camps – régisseurs et commandeurs – étaient au repos. Les hommes de la plantation pouvaient alors se regrouper le soir ou en fin de semaine et retrouver – loin de la maison du maître – leur tradition favorite. Quels types de Moring étaient pratiqués ? Probablement les différentes variantes du Moring malgache et du mrengué de Mayotte qui fusionnent pour donner un Moring réunionnais. En effet, les esclaves du XVIIIe


siècle ont des origines diverses : sakalava, betsimisaraka, antandroy, annosy, comoriens, africains… En se retrouvant loin de leur terre d’origine, partageant le même labeur, les mêmes souffrances de la déportation, ils ont recomposé des pratiques culturelles, cultuelles, intégrant les divers apports régionaux. La survie du Moring a été très difficile dans l’univers carcéral de l’esclavage car l’autorité coloniale s’opposait à toute expression identitaire des esclaves. Le colon ne pouvait pas tolérait une pratique de combat pouvant se révéler dangereuse pour la sécurité de son environnement. Il ne comprend pas la signification de telles pratiques et porte un regard négatif sur les pratiques guerrières des adeptes du Moring. Déjà en 1658, Flacourt avait observé les luttes malgaches dans la région de l’Annosy. « Il arrive assez souvent » dit-il « qu’ils se battent dans les villages mais à coups de poings et font le mitoulou qui est la lutte de tant d’hommes contre hommes que femmes contre femmes. Ce sont des gens de bas aloi qui s’y prêtent »2. Ce témoignage, l’un des plus anciens qui existe sur les pratiques de combat à Madagascar, montre que l’Européen qui arrive dans les îles ne voit dans la lutte « mitolona » qu’un règlement de compte entre les gens de condition sociale modeste. http://www.celat.ulaval.ca/histoire.memoire/b2006/Fuma.pdf

""Ringa" ou lutte malgache" (""Ringa" or Malagasy wrestling match"). In sakalava or bara tribes wrestling matches are usual.

""Ringa" ou lutte malgache" (""Ringa" or Malagasy wrestling match"). In sakalava or bara tribes wrestling matches are usual. Title: Malagasy wrestling match, Ringa, Morombe(?), Madagascar, 1927(?) Record ID: impa-m7863 NOTA:1842-Pueblo Sakalava (Madagascar) practicante de Moringue trafican esclavos para Brasil Practica deportiva del Diamanga malgache dibujo: Diamanga malgaxe

journal: 1936/01/29 (A3,N144).


CHRONIQUE SPORTIVE par Drlbbllng • LE REMORDS DU CHAMPION Avant l'occupation française, les Malgaches pratiquaient !e sport, mais à leur façon. 11 y avait plusieurs sortes de sport, tels le « balahazo », le « tolona », le « totohondry », le « vikina » et le « diamanga». C'est ce dernier qui fut le plus eu vogue. Il consiste à se donner des coups de pied entre les adversaires. Le « diamanga » se dispute ou entre deux joueurs seule ment, ou entre deux groupes composés de plusieurs joueur.-. Chaque quartier dans ies villes et chaque village dans la campagne possèdent leurs champions. Et les rencontres entre champions constituent toujours des événements sensationnels pour les spectateurs qui vienuent quelquefois de loin pour assister aux combats exactement comme il se passe de nos jours à Tanana- rive lors des matches de rugby entre les équipes championnes de la capitale. formato original: http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k54276490.r=diamanga.langES formato:http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k54276490.texte.r=diamanga.f7.langES

CAPOEIRA ANGOLA: CULTURA POPULAR E O JOGO DOS SABERES NA RODA Pedro Rodolpho Jungers Abib - Origens de uma tradição... Desde a década de 1940, afirma Luiz Renato Vieira (1998), antropólogos como Herskovits têm apontado para a existência de “danças de combate” que trazem semelhanças com aquilo que conhecemos hoje como capoeira, não só na África - como o Muringue, em Madagascar -, como também em vários pontos da América, nos locais em que a diáspora negra se instalou. Relatos sobre o Mani em Cuba, e a Ladja na Martinica são dois exemplos dessas práticas. Sobre a Ladja, Vieira mostra a impressionante semelhança com a capoeira, verificada não somente do ponto de vista da execução de movimentos e golpes, como, o que é mais importante, o fato de congregar aspectos lúdicos, musicais (pratica-se ao som de atabaques) e de combate corporal. http://saladepesquisacapoeira.blogspot.com/2009/04/capoeira-angola_18.html DANMYÉ OU LADJA é uma luta da Ilha de Martinica que é semelhante à Capoeira brasileira e outras manifestações presentes em diferentes ilhas (Guadalupe, Haiti, Jamaica). É conhecida também sob outros nomes (Kokoyé, Wonpwen) ou grafias (Ag'ya) e, hoje, significa uma prática de confronto entre dois praticantes (danmyétè, majo ou jwa) em uma roda (won) formada pela platéia (atlaj) e assistência, e regulamentada por uma orquestra (Mizik-lo). A orquestra geralmente consiste de um tambor (Tambou) tocado tanto na pele e do corpo (ti-bwa), e acompanhado por cantos, às vezes improvisados, e palmas. Esta música está diretamente relacionado com as danças Kalennda-Bèlè. Uma das características de Danmyé é o uso de finta para enganar o adversário." Fontes: http://blakes.fr/danses-et-musiques-traditionnelles-des-an…/ https://fr.wikipedia.org/wiki/Danmy%C3%A9+ LADJA, DANMYÉ O AG'YA es una danza folclórica de combate de la isla de Martinica de origen africano, similar a la capoeira. Esta danza relacionada con la lucha, consiste en un juego de maña, habilidad y de la agilidad acrobática entre dos combatientes. El jefe en el círculo y los músicos controlan el tiempo de la competencia cantando, tocando los tambores y el otro instrumento que fue traído por los esclavos durante la colonización francesa a este territorio insular, que hoy constituye un departamento de ultramar de Francia. Se han planteado algunas incógnitas referentes a este arte como el posible parentesco que tiene con la capoeira pese a su lejanía con el Caribe o incluso que pueda ser el origen de ese arte brasileño. Como en todas las manifestaciones culturales de la música africana de la pendiente, la canción, la danza y la espiritualidad forman entonces una entera unificación. https://es.wikipedia.org/wiki/Ladja


Os BANTUS constituem um grupo etnolinguístico localizado principalmente na África subsariana e que engloba cerca de 400 subgrupos étnicos diferentes. A unidade desse grupo, contudo, aparece de maneira mais clara no âmbito linguístico, uma vez que essas centenas de grupos e subgrupos têm, como língua materna, uma língua da família bantu. Os bantus são provavelmente originários dos Camarões e do sudeste da Nigéria. Por volta de 2 000 a.C., começaram a expandir seu território na floresta equatorial da África central. Mais tarde, por volta do ano 1000, ocorreu uma segunda fase de expansão mais rápida, para o leste, e finalmente uma terceira fase, em direção ao sul do continente, quando os bantos se miscigenaram. Os bantos se misturaram então aos grupos autóctones e constituíram novas sociedades. Os bantos distribuem-se, no continente africano, no sentido oeste-leste, desde os Camarões e o Gabão às ilhas Comores; no sentido norte-sul, do Sudão à África do Sul, cobrindo toda a parte meridional da África, onde somente os bosquímanos e os hotentotes têm línguas de origens diferentes.



O TRÁFICO DE ESCRAVOS ENTRE PERNAMBUCO E A COSTA DA MINA

libro: Página 615 Manoel de Sousa Coutinho pa. q os Casados e mores, ...1663-Comercio entre Mozambique y Madagascar( Sao Lourenço) O tráfico de escravos entre Pernambuco e a Costa da Mina: notas e comentários à palestra Nas Margens da História: o tráfico de escravos e a economia de Pernambuco na dinâmica do Império atlântico português (1655-1755), de Gustavo Acioli. A primeira questão diz respeito ao argumento que apresenta como sendo oposto à historiografia brasileira da última década e que diz respeito ao facto do «tráfico bipolar encetado pelas capitanias do Brasil não constituir, aos olhos da coroa e seus agentes, um elemento contrário ao sistema colonial». Ou seja, que «o tráfico realizado pelos súbditos do Brasil [foi sempre] considerado como parte integrante da condição colonial e necessário à reprodução das estruturas do império português». Contudo, o argumento do tráfico bipolar, aqui transformado em teoria, não parece resistir aos estudos mais recentes sobre a dinâmica e a complexidade das construções económicas, políticas e sociais do império colonial português. Ao usar o conceito de tráfico bipolar entre as capitanias do Brasil e a Costa da Mina, ou a noção de comércio triangular e bilateral envolvendo também Portugal, Gustavo Acioli parece não ter em conta a fluidez das redes de financiamento do tráfico negreiro. O que existia era um enorme mercado ultramarino que se expandia e retraía com extrema maleabilidade, um mercado com múltiplos pólos de oferta e de procura de mercadorias: Lisboa, Rio de Janeiro, Baía, Pernambuco, Luanda, Moçambique, Goa e Macau. Um mercado que, em muitos pontos, extravasava mesmo o domínio ou a influência política portuguesa, em particular quando se situava nos sertões africanos, ou mesmo, em diversos portos da Índia, nomeadamente Surrate, Bombaim ou Bengala. http://64.233.183.132/search?q=cache:983_IAXKP5wJ:www2.iict.pt/%3Fidc%3D102%26idi%3 D13546+navios+por+ano+carregados+de+escravos&hl=es&ct=clnk&cd=16&gl=es


ALGUMAS IMAGENS DA CAPOEIRA(GEM) Prancha 18 – JOGO DA CAPOEIRA - 1820/1835 – publicada em 1835-

Comentário do autor da obra: “os negros tem ainda um outro folguedo guerreiro mais violento, a ‘capoeira’: dois campeões se precipitam contra o outro, procurando dar com a cabeça no peito do adversário que desejam derrubar. Evita-se o ataque com saltos de lado e paradas igualmente hábeis; mas lançando-se um contra o outro mais ou menos como bodes, acontece-lhes chocarem-se fortemente cabeça com cabeça, o que faz com que a brincadeira não raro degenere em briga e que as facas entrem em jogo, ensangüentando-a”.(p. 75)[...] Araújo e Jaqueira (2008) tecem o seguinte comentário: “Dentro do contexto da luta brasileira, este é a imagem mais referenciada em documentos de origens diversas, talvez por ser a primeira iconografia publicada, mas não a única, que mais explicitamente identificou a presença do jogo denominado Capoeira num dos períodos históricos brasileiros e, igualmente descrita pelo autor com uma série de adjetivações, que vão desde um folguedo guerreiro de cariz violento ou mesmo uma brincadeira e por fim um jogo, o que nos faz refletir sobre as suas possíveis características de expressividade no período colonial do Brasil – luta, jogo, dança”. (p. 75-76) ARAUJO, Paulo Coelho de; JAQUEIRA, Ana Rosa Fachardo. DO JOGO DAS IMAGENS ÀS IMAGENS DO JOGO – nuances de interpretação iconográfica sobre a Capoeira. Coimbra-Portugal: Centro de Estudos Biocinéticos, 2008 Prancha 27 - SÃO SALVADOR - 1820/1835 – publicada em 1835:

“A iconografia denominada São Salvador, apresenta-se como um dado histórico que nos possibilita interpretações de alguns factos dos costumes dos grupamentos marginais da sociedade imperial brasileira, mais concretamente da Capoeira [...] a imagem de Rugendas, busca fundamentalmente retratar uma panorâmica da cidade do Salvador, apresentando-nos em primeiro plano, uma cena característica de um dos costumes baianos, o jogo da Capoeira, tornando esta iconografia de capital importância para a reescrita e/ou reinterpretação da história desta expressão corporal, visto ser este tipo de documento dentre tantos outros, até ao momento, o primeiro, mas não o único que confirma ter


existido tal expressão corporal na sociedade soteropolitana, isto para os contextos históricos colonial, imperial e da 1ª república. [...]” (ARAUJO e JAQUEIRA, 2008m, p. 69)

PRENCHA 7 – NEGROS BRIGANDO NOS BRASIS (NEGROES FIGHTING, BRAZILS) 1822

Negroes fighting, Brazil”” c. 1824. Autor Augustus Earle (1793-1838) - Painting by Augustus Earle depicting an illegal capoeira-like game in Rio de Janeiro (1824) Comentário do apresentador da obra1: “Dois negros moços entregues ao ‘jogo da capoeira’, enquanto outros contemplam de uma casa própria e um policial colonial prepara-se para saltar uma cerca, afim de sustar a luta” Comentários sobre a obra: “[...] as figuras apresentadas por Rugendas foram e ainda são as mais representativas para o contexto da capoeira, principalmente aquela que foi acompanhada pela descrição [...] A imagem de Augustuis Earle [...] apesar de ter sido elaborada no mesmo período das iconografias de Rugendas, foi durante muito tempo relegada ao esquecimento [...] Earle retratou uma cena típica dos costumes urbanos da cidade do Rio de Janeiro [...] ao tipo de exercitação visualizada pela imagem [...] entendemos ser esta, manifestadamente, a expressão corporal denominada Capoeira [...] onde depreendemos estarmos diante de dois movimentos conhecidos no contexto atual da luta brasileira, como ginga e benção/escorão/chapa [...]”. (ARAÚJO e JAQUEIRA, 2008, p. 80-87)12 FIGURA 20, OBRA DO ANO DE 1832/1836, PUBLICADA EM 1984:

Negros que vão levar açoutes Briggs del. Litho. R.B. Rua do Ouvidor nº 118. Source: Biblioteca Nacional, acervo de gravuras sobre escravatura 1

Não foram encontradas descrições de Augustus Earle sobre a obra, mas somente, a denominação atribuída à imagem como sendo; “Negros brigando nos Brasil” – (Negros fighting, Brazils). ARAUJO e JAQUEIRA, 2009, p. 8081


Negros que vão levar açoutes, 1832/1836, publicada em 1984 Os autores se valem da obra de TURAZZI (2002) 2, que comenta: “Se as imagens podem ser tomadas como uma ‘narrativa’, as estampas de tipos de rua da Litografia Briggs nos permitem várias leituras [...] Para tanto, eles adotaram como estratégia uma figura de linguagem empregada com freqüência na fala dos cariocas. Mas a substituição de nome próprio por perífrase (isto é, a designação de alguém ou de algo que dê relevo a uma de suas qualidades, e não por seu nome) tem sido, historicamente, um dos traços mais marcantes da linguagem popular do Rio de Janeiro. Pois é exatamente esse estilo de linguagem, saído das ruas, o recurso adotado pelos litógrafos da oficina Briggs para representar e legendar as figuras de suas estampas”.( TURAZZI, 2002, citada por ARAÚJO e JAQUEIRA, 2008, p. 94-95) Capoeira – espécie de cesto feito de varas, onde se guardam capões, galinhas e outras aves (Rego, 1968):

“[...] os escravos que traziam capoeiras de galinhas para vender no mercado, enquanto ele não se abria, divertiam-se jogando capoeira. Por metonímia res pro persona, o nome da coisa passou para a pessoa com ela relacionada” (Antenor Nascimento, apud Rego, 1968, citados por Mano Lima – Dicionário de Capoeira; Brasília: Conhecimento, 2007, p. 79).

DEBRET – 1816/1831 http://hitchcock.itc.virginia.edu/Slavery/detailsKeyword.php?keyword=brasil&theRecord=71&recordCou nt=77

2

TURAZZI, Maria Inez (org.). Tipos e cenas do Brasil imperial: a Litografia Briggs na Coleção Geyer. Petrópolis: Museu Imperial, 2002.


MITO DAS ORIGENS REMOTAS3 No prefácio do catálogo de uma exposição de Neves e Sousa em Angola, no ano de 1966 - “Da minha África e do Brasil que eu vi”, Câmara Cascudo mencionava que o pintor “viu a ginástica do n´golo, batizada ‘capoeira’”. Estava se divulgando então, pela primeira vez no Brasil a teoria do ‘n´golo’ como luta ancestral da Capoeira. Encampada a teoria de Neves e Sousa por Câmara Cascudo em seu Folclore Brasileiro (1967) e as explicações no Dicionário do Folclore brasileiro (1972).

Para Assunção e Peçanha (2009) 4 o ‘n´golo’ acabou transformado num mito de origem – um “elo perdido” – da Capoeira. Até a década de 1960, ninguém tivera conhecimento dessa ancestralidade, quando Pastinha recebeu a visita do pintor angolano Albano Neves e Sousa. Este afirmou ter visto na África uma dança semelhante ao tipo de Capoeira que o Mestre baiano ensinava. A memória oral não registrava nenhuma prática ancestral específica. Em suas palestras pelo Brasil, Albano Neves e Sousa conseguiu convencer alguns brasileiros de sua teoria, entre eles o folclorista Câmara Cascudo, então presidente da Sociedade Brasileira de Folclore. 3

Mito das origens remotas. In VIEIRA, Luiz Renato; ASSUNÇÃO, Mathias Röhring. Mitos, controvérsias e fatos: construindo a história da capoeira. In ESTUDOS AFRO-ASIÁTICOS, 34, dezembro de 1998, p. 82-118

4

ASSUNÇÃO, Matthias Röhrig; PEÇANHA, Cinésio Feliciano (Mestre Cobra Mansa). Elo perdido: A dança da zebra. In REVISTA DE HISTÓRIA DA BIBLIOTECA NACIONAL. Março 2008, p. 14-21, disponível em www.revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=1445


Afirmam Assunção e Peçanha (2009) que se trata de um mito no mínimo questionável: “Para começar, não foi transmitido pelos mestres africanos aos seus alunos brasileiros via tradição oral. Aceitar literalmente o mito, um tremendo anacronismo, ou seja: como pode uma manifestação documentada apenas no século XX ser ‘a origem’ de uma capoeira que existe pelo menos desde o início do século XIX? Pensar que o n´golo teria sobrevivido inalterado desde a época do tráfico negreiro é ignorar as profundas mudanças pelas quais passaram as sociedades do território angolano nesse período”.[...] Surpreende que hoje, em Angola, o n´golo seja completamente desconhecido, assim como seu papel como mito fundador da capoeira.[...]”.


PRIMEIRAS NOTICIAS - SÉCULO XVII 1640 Início das invasões holandesas. Desorganização social no litoral brasileiro. Evasão dos escravos africanos para o interior do Brasil. Aculturação afro-indígena. Organização de dezenas de quilombos. Surgem as expressões: ‘negros das capoeiras’, ‘negros capoeiras’, e ‘capoeiras’. (Vieira, 2004, 2005). Com o advento das invasões holandesas, na Bahia e em Pernambuco, principalmente a partir de 1640, houve uma desorganização generalizada no litoral brasileiro, permitindo que muitos escravos fugissem para o interior do país, estabelecendo-se em centenas de quilombos, tendo como conseqüência o contato ora amistoso, ora hostil, entre africanos e indígenas. Tende-se a acreditar que o vocábulo, de origem indígena Tupi, tenha servido para designar negros quilombolas como “negros das capoeiras”, posteriormente, como “negros capoeiras” e finalmente apenas como “capoeiras”. Cabe ressaltar, que nunca houve nenhum registro da Capoeira em qualquer quilombo. Sendo assim, aquilo que antes etimologicamente designava “mato” passou a designar “pessoas” e as atividades destas pessoas, “capoeiragem”. (Vieira, 2005) 5. Pastinha (1988, p. 24-5) afirmou que entre os mais antigos mestres de Capoeira figura o nome de um português, José Alves, discípulo de africanos e que teria chefiado um grupo de capoeiristas na guerra dos Palmares (in Vieira e Assunção, 1998), muito embora esses autores considerem que não haja nenhum documento que permita concluir que os integrantes do famoso quilombo tenham praticado capoeira ou outra forma de luta/jogo; A origem africana da capoeira é defendida geralmente pelos praticantes da Capoeira Angola: ”Não há dúvidas de que a capoeira veio para o Brasil com os escravos africanos”. (Mestre Pastinha, 1988, p. 22, citado por Vieira e Assunção, 1998). A existência da capoeira parece remontar aos quilombos brasileiros da época colonial, quando os escravos fugitivos, para se defenderem, faziam do próprio corpo uma arma (Reis, 1997, p. 1) 6. SÉCULO XVIII 7 1769-1779 Joaquim Manoel de Macedo, em sua crônica “Memórias da Rua do Ouvidor”, relata fatos que aconteceram durante a administração do vice-rei, o Marques do Lavradio8; nelas, relata a famosa história do tenente Amotinado9, capoeirista que teria servido de auxiliar nas aventuras eróticas do vice-rei. Considera-se ser esta a primeira referência sobre a capoeira no Rio de Janeiro; provavelmente Macedo se aproveitou de memória oral de seu tempo (1820 a 1882), assim como de pasquins e cantigas que se fez a respeito na época. Em sua referência direta à capoeira Macedo (1988, p. 37) apenas comenta que “talvez fosse o mais antigo capoeira do Rio de Janeiro, jogando perfeitamente a espada, a faca, o pau e ainda e até de preferência a cabeçada e os golpes com os pés”. (Vieira e Assunção, 1998). 1770 a mais antiga referência da capoeira enquanto forma de luta surge neste ano, vinculado ao tempo do Vice-Rei Marquês do Lavradio no Rio de Janeiro, em que já havia o sentido de ‘amotinados’ aos seus praticantes (Edmundo, 1938, citado por Vieira, 2005). Afirma Hermeto Lima “[...] segundo os melhores cronistas, data a Capoeiragem, de 1770, quando para cá andou o Vice-Rei Marques do Lavradio. Dizem eles também que o primeiro capoeira foi um tenente chamado João Moreira, homem rixento, motivo porque o povo lhe apelidou de ‘amotinado’. Viam os negros escravos como o ‘amotinado’ se defendia 5

in www.capoeira-fica.org REIS, Letícia Vidor de Sousa. Capoeira, Corpo e História. In JORNAL DA CAPOEIRA, disponível em www.capoeira.jex.com.br, capturado em 14 de abril de 2005, artigo com base na dissertação de mestrado "Negros e brancos no jogo de capoeira: a reinvenção da tradição" (Reis, 1993). 7 Onde não está indicado o estado/cidade, refere-se a fatos ocorridos no Município da Corte – Rio de Janeiro. 6

8

https://pt.wikipedia.org/wiki/Marqu%C3%AAs_do_Lavradio https://www.facebook.com/CentroCulturalEscolaDeBambas/photos/esta-%C3%A9-a-hist%C3%B3ria1770-areferencia-mais-antiga-da-arte-capoeiracom-parte-da-hist/1054891948009520/ 9


quando era atacado por 4 ou 5 homens, e aprenderam seus movimentos, aperfeiçoando-os e desdobrando-os em outros dando a cada um o seu nome próprio. Como não dispunham de armas para sua defesa uma vez atacados por numeroso grupo defendiam-se por meio da ‘Capoeiragem’, não raro deixando estendidos por uma cabeçada ou uma rasteira, dois ou três de seus perseguidores” (Lima, Hermeto in “Os Capoeiras”, Revista da Semana 26 nº 42, 10 de outubro de 1925, citado por Vieira, 2004) 1788(?) as maltas dos capoeiras10 já inquietavam os cidadãos pacatos do Rio de Janeiro e se tornavam um problema para os vice-reis (Carneiro, 1977) 1789 12 de abril - primeiro aparecimento da palavra capoeira escrita no registro da prisão de Adão, pardo, escravo, acusado de ser capoeira. [Nireu Cavalcanti, O Capoeira, Jornal do Brasil, 15/11/1999, citando do códice 24, Tribunal da Relação, livro 10, Arquivo Nacional, Rio de Janeiro]. (texto disponível em www.capoeira-palmares.fr/histor

A(s) CAPOEIRA(s) Letícia Vidor de Souza Reis11, baseada em Câmara Cascudo, afirma que o “batuque baiano” era uma modalidade de capoeira que irá influenciar muito Manoel dos Reis Machado, o Mestre Bimba, na elaboração da Capoeira Regional Baiana12. Em entrevista ao Jornal Diário da Bahia, na sua edição de 13 de março de 1936, na matéria: “Titulo Máximo da Capoeiragem Bahiana”, Bimba, dá uma longa entrevista acerca de seus desafios públicos na divulgação da chamada Luta Regional. Da mesma destacamos o seguinte trecho: “Falando sobre o actual movimento d’aquele ramo de lucta, genuinamente nacional uma vez que difere bastante da Capoeira d’angola, o conhecido Campeão (Bimba) referindo-se a uma nota divulgada por um confrade matutino em que apparecia a figura do Sr. Samuel de Souza. Do Bimba, de referência aos tópicos ouvimos: Ao som do berimbau não podem medir forças dois capoeiras que tentem a posse de uma faixa de campeão, e isto se poderá constatar em Centros mais adiantados, onde a Capoeira assume aspectos de sensação e cartaz. A Polícia regulamentará estas exibições de capoeiras de acordo com a obra de Aníbal Burlamaqui (Zuma) editada em 1928 no Rio de Janeiro... . Nesta reportagem existem alguns itens que merecem uma atenção mais detalhada: (a) A confirmação da influencia de Zuma no trabalho implantado por Mestre Bimba; (b) O reconhecimento de Bimba ao trabalho de Zuma; (c) A afirmação de Bimba existia Centros mais adiantados em Capoeira que a Bahia, no caso, a Cidade de Rio de Janeiro; (d) O interesse de Bimba pela prática desportiva da “Luta Nacional”; (e) A integração de seu discípulo nesta inovação; (f) A adoção do regulamento de Zuma pela direção do Parque Odeon, onde se realizavam tais apresentações; (g) A liberação pela polícia, daquela forma de luta já existente no Rio de Janeiro. ( Fonte: Rego, op. cit., 1968. pág. 282 e 283; Diário da Bahia. Salvador 13 de março de 1936; Da Capoeira: Como Patrimônio Cultural - Prof. Dr. Sergio Luiz de Souza Vieira - PUC/SP 2004) 13 A afirmação traz um significado especial por tratar do batuque baiano na formação de Mestre Bimba, da qual seu pai era campeão na modalidade, porque implicava num jogo agressivo de 10

https://vermelho.org.br/coluna/a-capoeira-na-politica-as-maltas/ REIS, Letícia Vidor de Sousa. O MUNDO DE PERNAS PARA O AR: A CAPOEIRA NO BRASIL. 2. ed. São Paulo: Publisher Brasil/ FAPESP, 1997. v. 1. 12 in http://www.capoeira-fica.org/PDF/Annibal_Burlamaqui.pdf 11

13

Disponível em http://www.capoeira-fica.org/


pernas contra as pernas do oponente, já como uma forma característica de luta acompanhada por cânticos e instrumentos. Também há apontamentos de que o batuque se disputava entre “pernadas” durante os carnavais cariocas14. Quanto a Anibal Burlamaqui – Mestre Zuma 15 - foi um importante inventor desta nova capoeira carioca e afirmou que vários golpes foram extraídos dos “batuques” e “sambas”, como no caso do “baú”. Trata-se de um golpe dado no adversário com a barriga, sendo similar aos movimentos do “samba de umbigada”. O “baú” também era usado durante os “batuques lisos”, segundo Zuma, os mais delicados. O “rapa” havia sido um golpe usado nos “batuques pesados”. Ele também explica os golpes de “engano”, que serviam somente para burlar o adversário.

O carioca Anibal Burlamaqui,o Mestre Zuma, escreveu o primeiro método da aprendizagem da capoeira. o livro 16 "GYMNASTICA NACIONAL-CAPOEIRAGEM METODIZADA E REGRADA" , ele descreve a sua capoeira com regras semelhantes as do pugilismo e sem o uso de instrumentos e de musicalidade. deixando de lado a parte lúdica da pratica.

Mestre André Lacé, a esse respeito, lembra que a capoeira tradicional, na Bahia e pelo Brasil afora, tinham a mesma convivência com o batuque. Além do mais há registros autorizados jurando

14

FREGOLÃO, Mário Sérgio. A CAPOEIRA NA HISTÓRIA LOCAL: DA VELHA DESTERRO À FLORIANÓPOLIS DE NOSSOS DIAS. Florianópolis, julho 2008 disponível em http://www.capoeiraunb.com/textos/FREGOLAO,%20MS%20%20A%20capoeira%20na%20historia%20local.pdf 15 VIEIRA, Sérgio Luis de Souza. Da Capoeira: Como Patrimônio Cultural. São Paulo : PUC/SP, 2004.Tese de Doutorado. Disponível em http://www.capoeira-fica.org/PDF/Annibal_Burlamaqui.pdf - A Capoeira Desportiva é o mais antigo segmento organizado da Capoeira. Surgiu no Rio de Janeiro após a Proclamação da República, no Brasil, em 1889. É resultante do reaproveitamento da corporalidade da antiga capoeiragem, em seus gestos e movimentos, para a construção de um método ginástico caracterizado por uma forma de luta sistematizada. Em 1904 surgiu um livreto anônimo, sob o nome: Guia do Capoeira ou Gymnastica Brazileira, com algumas propostas deste reaproveitamento, no qual se encontram as letras ODC, que significam “ofereço, dedico e consagro”, no caso “à distinta mocidade”. Foi somente em 1928 que a Capoeira Desportiva foi metodizada e estruturada por seu precursor, Annibal Burlamaqui, conhecido pelo nome de Zuma, o qual elaborou a primeira Codificação Desportiva da Capoeira, sob o título de: Gymnastica Nacional (Capoeiragem) Methodizada e Regrada. 16 BURLAMAQUI, Annibal (Zuma). Gymnastica Nacional (Capoeiragem) – methodizada e regrada. Rio de Janeiro: Editora, 1928.


que a Regional nasceu da fusão da Angola com os melhores golpes das lutas europeias e asiáticas17.

http://saladepesquisacapoeira.blogspot.com/2009/03/bimba-cual-es-la-verdadera-historia.html LIBRO: Artes do corpo Escrito por Vagner Gonçalves da Silva

Agenor Sampaio – Sinhozinho 18- começa sua vida esportiva praticando a luta greco-romana:

“Comecei a minha vida sportiva – disse o Sinhôzinho, preliminarmente – em 1904, no Club Esperia de S. Paulo; como socio-alumno. Ahi me mantive até 1905, quando fui para o Club Athletico Paulistano, que foi o primeiro club do Brasil que teve piscina. [...] Houve um movimento dissidente no football de então, de modo que me transferi para a Associação Athletica das Palmeiras, que havia feito fusão com o Club de Regatas São Paulo. Ahi, em companhia de Itaborahy Lima, José Rubião, Hugo de Moraes e mais alguns amigos, comecei a praticar com enthusiasmo a gymnastica, tendo por exemplo Cícero Marques e Albino Barbosa, que eram, naquelle tempo, os maiores athletas do Brasil.[...] Mais tarde ” prosseguiu o nosso entrevistado ” com a vinda de Edú Chaves da Europa, novos ensinamentos nos foram ministrados, dos quaes a luta grecoromana, box francez (savata) e a gymnastica em apparelhos foram os mais importantes. [... ] Em 1907, ingressei no Club Força e Coragem, que obedecia à direcção do professor Pedro Pucceti. Continuei os exercícios que sabia e outros mais, que aprendera com o referido mestre. [...] em 1907, obtive os meus primeiros sucessos nesta luta e tive occasião de vencer o torneio da minha categoria. [...] Em 1908, mudei-me para esta capital, de onde jamais me afastei. O Rio é uma cidade encantadora pelos seus recursos naturaes e captivante pela lhaneza dos cariocas, que são extremamente hospitaleiros.[...] Fui um dos 17

LACÉ LOPES, André. Correspondência eletrônica enviada em 20 de agosto de 2009 a Leopoldo Gil Dulcio Vaz. https://en.wikipedia.org/wiki/Agenor_Moreira_Sampaio https://revistas.ufpi.br/index.php/cedsd/article/view/9911 18


fundadores do Centro de Cultura Physica Enéas Campello, que teve o seu período de fastigio no sport carioca. Ali, ao lado de João Baldi, Heraclito Max, Jayme Ferreira e o saudoso Zenha, distingui-me em diversas provas em que tomei parte.” (in “Clube Nacional de Gymnastica: Uma grande Promessa” Diário de Notícias, RIO, 1º de setembro de 1931)

Agenor Moreira Sampaio, mais conhecido como Sinhozinho, ao centro, e alunos. Ano: 1940 (Paulo Azeredo é o último à esquerda). Sinhozinho, que sempre enfatizou o treinamento de força, foi um grande treinador e formador de campeões na capoeira e em outros esportes no Rio de Janeiro, na primeira metade do século XX. A capoeira de Sinhozinho, também conhecida como Capoeira Utilitária, era uma capoeira voltada para a eficácia como luta, inspirada na violenta capoeira carioca e não era acompanhada por instrumentos musicais. http://capoeira-utilitaria-capoeiragem.blogspot.com/2010/02/1920-capoeira-utilitaria-de-sinhozinho.html

Para Lacé Lopes (2006), a origem africana, entretanto, é evidente e incontestável. Comprovada não apenas pelo perfil étnico predominante dos capoeiras brasileiros do passado, mas, sobretudo, pela existência na África, há séculos, de práticas similares. O Moringue no Oceano Índico – Ilha de Reunião, Madagascar, Moçambique etc. – sem dúvida, é um bom exemplo.


CAPOEIRAGEM EM SÃO LUIS/MARANHÃO Mestre Euzamor19 comenta que até 1930 só existia capoeira ou capoeiragem (palavreado maranhense). Era considerado esporte marginalizado devido à prática e ação de como era jogado. Distingue os tipos de capoeira como: Capoeira Regional que era praticado apenas no estado da Bahia e difundindo-se para as demais regiões, era jogada mais por pessoas que tinham certo poder aquisitivo; a Capoeira de Angola; memoriza na Capoeira de Angola a existência de três tipos de ritmo mais jogados hoje: Angola (fase de preparação, aquecimento), São Bento Pequeno (fase intermediária) e São Bento Grande (fase de roda). Explica o motivo que levou a esta escolha que foi origem, habitat, vindo do sangue sob o fato de ter nascido num lugar de sobrevivência cotidiana “Madre Deus”. A capoeira, naqueles anos – décadas de 30 a 50 – era feita às escondidas, nos quintais das casas dos seus praticantes, certamente devido à repressão policial. Mas havia as rodas de Mestre Diniz (anos 1950 em diante)...

Mestre Firmino Diniz – nascido em 1929 – teve os primeiros contatos com a capoeira na infância, através de seus tios Zé Baianinho e Mané. Mestre Diniz se referia ainda a outros Capoeiras da época de sua infância, como “Caranguejo”, apelido vindo de seu trabalho de vendedor dessa iguaria, que costuma tocar berimbau na “venda” de propriedade de sua mãe, localizada no bairro do Tirirical. Viu, algumas vezes, brigas desse capoeirista com policiais. (SOUZA, 200220, citado por MARTINS, 2005, p. 30) 21. Mestre Diniz teve suas primeiras lições no Rio de Janeiro com “Catumbi”, um capoeira alagoano. Diniz era o organizador das rodas de capoeira e foi um dos maiores incentivadores dessa manifestação na cidade de São Luís. Firmino Diniz, conhecido também como Velho Diniz, serviu a Marinha no Rio de Janeiro e seu mestre foi o alagoano Catumbi. Alguns capoeiras que treinavam com Serejo, e, posteriormente com Gouveia, passaram a frequentar as rodas realizadas pelo Mestre Diniz. Com isso, o mestre

19

Mestre ALBERTO EUZAMOR - ALBERTO PEREIRA ABREU (1962-2017), iniciou-se na Capoeira em 1969. IN VAZ, leopoldo Gil Dulcio. Livro-Álbum da capoeiragem no Maranhão, em entrevista concedida a José Lindberg A. Melo. E Fábio Luiz B. Silva 20 SOUSA, Augusto Cássio Viana de Soares. A CAPOEIRA EM SÃO LUÍS: DINÂMICA E EXPANSÃO NO SÉCULO XX DOS ANOS 60 AOS DIAS ATUAIS. Monografia (Graduação em História) – Universidade Federal do Maranhão, São Luís, 2002 21 BRITO, Nelson Brito. UMA ANÁLISE DAS CONTRIBUIÇÕES DE MESTRE SAPO PARA A CAPOEIRA EM SÃO LUÍS, monografia de graduação em Educação Física orientado pelo Prof° Drdo. Tarciso José Melo Ferreira, 2005


deu grande impulso para a popularização da capoeira, conseguindo instrumentos e organizando as rodas22. Sobre isso, Roberto Augusto A. Pereira diz que: (...) quando o Mestre Diniz chegou por aqui, as rodas eram feitas por poucas pessoas, sem uniforme, ao som de palmas, ou de no máximo, um pandeiro para marcar o compasso do jogo. Quem tinha instrumento nesse tempo? Atabaque era coisa rara, berimbau era mais difícil ainda de encontrar. (PEREIRA, 2009, p. 12) 23 Sobre os pioneiros dessa tradição da implantação da Capoeira nos anos 60, Greciano Merino (2015) coloca que: Pioneros de la tradición. Roberval Serejo era oriundo de Maranhão pero aprendió Capoeira en Rio de Janeiro con un maestro bahiano llamado Artur Emídio durante la época en que sirvió a la Marina de Guerra. Al retornar a su tierra natal, en 1958, comenzó a entrenar y a enseñar Capoeira para un grupo de amigos en el patio de su casa. Ese grupo sería el embrión de lo que vendría a constituirse como el primer grupo de capoeira en Maranhão, la ‘Academia Bantu’ . A pesar de definirse como academia, el Bantu, era simplemente un grupo de personas que se reunían para practicar capoeira. Es decir, no poseía ‘organización’ ni estructura formal, como existe actualmente, ese será un rasgo bien característico de la Capoeira local en esa época. (GRECIANO MERINO, 2015) Según el sargento de la policía militar Gouveia, el grupo estaría Integrado en ese primer momento por el propio Roberval Serejo, Bezerra, Fernando, Ubirajara, Teixeira y Babalú. GRECIANO MERINO, Alberto. IMAGEN-CAPOEIRA - UNA FENOMENOLOGÍA HERMENÉUTICA DE LA INTERFAZ EN LAS RODAS DE CAPOEIRAGEM DE LA ‘MARANHENSIDADE'. Tesis de doctorado: UNIVERSIDADE AUTONOMA DE BARCELONA. FACULTAD DE CIENCIAS DE LA COMUNICACIÓN. DEPARTAMENTO DE COMUNICACIÓN AUDIOVISUAL Y PUBLICIDAD. PROGRAMA DE DOCTORADO EN COMUNICACIÓN AUDIOVISUAL Y PUBLICIDAD. Dirigida por el catedrático Josep Maria Català Domènech. Año 2015.

De acordo com Kafure (2012)24, a história da capoeira no Maranhão está ligada principalmente a um mestre que foi discípulo de Pastinha, o conhecido Mestre Canjiquinha. Este foi responsável também por uma desconstrução da capoeira, a chamada capoeira contemporânea, que é uma mistura das modalidades regionais e angola. Canjiquinha ficou famoso por falar que dançava conforme o ritmo do berimbau, se ele tocava rápido era regional e se tocava devagar era angola. Essa era a sua ideologia que ao mesmo tempo reduzia a uma função rítmica as modalidades da capoeira, quando regional e angola eram distintas por muitos outros fatores tais como principalmente a nivelação social, já que os alunos de Bimba eram "brancos" enquanto os alunos de Pastinha eram compostos por proletários da região portuária, geralmente estivadores, pessoas que carregavam o peso das cargas que chegavam e embarcavam nos navios. Logo, Canjiquinha mesmo sendo considerado aluno do Mestre Pastinha, era tido como um bastardo. Já que as diferenças atuais entre a regional e a angola estão principalmente no discurso de que a angola é mais tradicional e que foi essencialmente seguida pelos principais alunos de Pastinha, os mestres João Grande e João Pequeno, este último veio a falecer no final de 2011. Considerando então uma 22

BOÁS, Marcio Aragão. O ENSINO DE MÚSICA EM ESCOLAS DE CAPOEIRA DE SÃO LUÍS – MA. Monografia apresentada ao curso de Música da Universidade Federal do Maranhão para obtenção de grau de Licenciado em Música. Orientadora: Profª. Dr. Maria Verónica Pascucci. São Luís 2011 PEREIRA, Roberto Augusto A. O Mestre Sapo, A passagem do Quarteto Aberrê por São Luís e a (Des)Construção do “Mito” da “reaparição” da capoeira no Maranhão dos anos 60. In: Recorde: Revista de História do Esporte. Vol. 3, n. 1. Rio de Janeiro, 2010. 23 PEREIRA, Roberto Augusto A. Roda de Rua: memórias da capoeira do Maranhão da década de 70 do século XX. São Luís: EDUFMA, 2009. 24 ROCHA, Gabriel Kafure da. AS DESCONSTRUÇÕES DA CAPOEIRA. In http://procaep07.blogspot.com.br/2012/03/texto-as-desconstrucoes-da-capoeira.html, publicado em segunda-feira, 5 de março de 2012


capoeira desconstruída, a capoeira baiana no Maranhão é trazida pelos discípulos de Canjiquinha, sendo caracterizada pelo termo "capoeiragem". Quanto à afirmação de que não havia descendência de Mestre Diniz, por exemplo, tomamos a graduação de Mestre Índio do Maranhão:

Mestre Índio Maranhão Graduado por mestre Diniz em 07 de setembro de 1996 na presença do irmão de capoeira o Mestre Patinho - ambos treinaram juntos na adolescência25. GENEALOGIA DE MESTRE DINIZ ZÉ BAIANINHO

MANÉ CATUMBI

JORGE NAVALHA

DINIZ

NILTINHO NEGÃO INDIO DO MARANHÃO BOCUDA

LEITÃO LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ, 2018

25 Fonte: http://saojorgerj.blogspot.com.br/2008/07/mestre-indio-maranho-vai-espanha.html


Há o retorno dos - agora reconhecidos - Mestres mais antigos, em torno dos quais a Capoeiragem de São Luís orbitava; as rodas de rua são revitalizadas, assim como há um movimento surgindo com novos grupos, novos nomes, nos bairros periféricos, e a retomada dos antigos locais de suas apresentações: (seu retorno se deu) através de Mestre Diniz, foi que continuou as Rodas (Mestre Paturi); as rodas de ruas (Deodoro, Olho D´Água, Gonçalves Dias 26. Através desses grupos eram realizadas rodas em praças públicas, amostras e competições [...] 27. Para Kafure (2017) 28, é possível dizer que a capoeira em São Luís passou por um grande processo de marginalização, e isso teve dois aspectos: 1 - os mestres treinavam escondidos no quintal de casa e desenvolviam uma identidade bem singular, 2 - houve uma grande descontinuidade por conta desse período, e muita gente boa se perdeu no meio do caminho, entregue principalmente a marginalidade e a pobreza. A existência de grupos – vamos dizer assim, já que àquela época, final dos anos 50, inicio dos anos 60, antes da passagem de Serejo e Sapo -, é confirmada por Mestre Paturi – ANTONIO ALBERTO CARVALHO – que diz: Comecei no Judô e Luta Livre em 1962 e logo em seguida passei para a CAPOEIRA, Comecei a treinar com MANOELITO, LEOCADIO E AUBERDAN, Vivíamos treinando pelo Rio das Bicas, Bairro de Fatima , Parque Amazonas, DEPOIS Passamos a treinar atrás da Itapemirim no bairro de Fátima e foi chegando Lourinho, Zeca Diabo, Fato Podre, Ribaldo Preto, Alô, Babalu, e as vezes Ribaldo Branco; também treinamos no Sá Viana e sempre participavam Cordão de Prata, Butão, Romário e Curador. Passei um Período treinando com SAPO, no Ginásio Costa Rodrigues, e depois no Alberto Pinheiro . Depois passei a treinar direto com ALÔ na 28, mais precisamente na CASA E BAR DO DEZICO. Mestre “Socó” 29 iniciou-se na pratica da capoeira em 1971, com mestre Raimundo Aprígio, no bairro Bom Milagre, no qual ele era aluno de mestre Gouvêia, que foi aluno de Roberval Cerejo [sic]. Treinávamos aos sábados e domingos. Desenvolvíamos uma capoeira chamada: “encima – embaixo”, um jogo no qual não era nem (Angola nem regional), era conhecido com “Capoeiragem”; Eram alunos: Miguel, “China”, Zé Mario, “Socó”, Beto, “Cabeca”, “Boi”, “Raspota”, Danclei, Messias, Batata, Nei, Roberval, Riba e muitos outros: Eu participava muito das rodas de capoeiras do mestre Diniz, no qual estavam: “Curador”, “Pelé”, “Didí”, “Cordão de Prata”, “Pesão’’, Miguel, “China”, D´Paula, “Mimoso’’, Alberto, Rui, “Jacaré’’, Mariano,”Boi’’, Nei,” Faquinha’’, Ze Melo, ‘’Pato’’, ‘’Aló’’, Sebastião e muitos outros. Fizemos muitas rodas no feriado de 7 de setembro, e nos festejos de Nossa Senhora da Conceição, também no dia do soldado no quartel do 24º BC, na Casas das Mina, Jorge Babalaô no dia 13 de maio, dia dos escravos no bairro da Fé em Deus, assim como nos sábados a tarde tínhamos no João Paulo, na casa do Beto na antiga Estrada de Ferro. No fim dos anos 70 foi feito um bloco carnavalesco por Afonso “Barba Azul”, que era aluno do finado mestre “Sapo”, era na Rua da Saúde, onde se reuniu a grande massa capoeirista, para desfilar no carnaval da João Lisboa. No ano de 1976, no bairro do Diamante centro, no estacionamento do “fomento”, (Ministério da Agricultura), treinávamos capoeira, com os alunos, “Biné”, Celso, Alex, Missinho, Déco, Mauro Jorge, 26

Depoimento dado a Leopoldo Gil Dulcio Vaz, pelo Grupo 1, formado pelos Mestres: PATURI; CURIÓ; BAÉ; TUTUCA; e ROBERTO. 27 Depoimento dado a Leopoldo Gil Dulcio Vaz pelo Grupo 2, formado pelos Mestres: MILITAR; NEGÃO; CM MÁRCIO; SENZALA; MARINHO. 28 ROCHA, 2017, obra citada. 29 EVANDRO DE ARAÚJO TEIXEIRA (1961); (1971 INICIA-SE NA cAPOEIRA). IN Depoimento a Leopoldo Gil Dulcio Vaz, para o Livro-Álbum dos Mestres capoeira do Maranhão, 2017.


Marcelo, “Uruca”,” Motor”, e muitos outros. Aprendiam a praticar a capoeira com Socó. Nessa época, não era necessário o reconhecimento como mestre para dar aula, bastava saber e conhecer na pratica o “jogo” da capoeira. Ouçamos Mestre Índio do Maranhão30: Eu como todo menino traquino, pulador e saltador, aos meus 9 para 10 anos já apresentava vocação para a luta. Gostava de brigar, “tarracar”, termo usado pelos mais velhos da época, por esta razão era chamado para “garrotiar” com os garotos do meu tope ou até maiores naquela época. Mas foi em 1970, assistindo na televisão, na TV Difusora canal 4, vi uma apresentação do Mestre Sapo, Anselmo Barnabé Rodrigues, fazendo uma chamada para matriculas na escolinha de capoeira no Ginásio Costa Rodrigues, no qual era o Mestre de Capoeira. Após assistir essa apresentação pela televisão, eu fiquei encantado, doido, queria muito aprender aquela capoeira que eu tinha visto na televisão. Filho de policial e mãe crente da Assembleia de Deus, eles jamais deixariam eu fazer capoeira, quando falei que queria fazer foi um terror a palavra capoeira para meus pais. Como eu em minha inocência, queria era praticar capoeira, toda tarde subia para o Alto de Fátima e ia correr, pular, saltar, fazer movimentos de minha cabeça, e nisso eu passei um bom tempo, saltando e pulando fazendo movimentos de capoeira, sem saber que todos os movimentos que executava eram de capoeira. Foi quando um companheiro me observando, um bom tempo, chegou pra mim e disse: - Tu quer fazer judô comigo? então lhe respondi: - Não, eu quero é capoeira. Ele então falou, eu faço judô lá no Ginásio Costa Rodrigues com Jorge Saito, um japonês, mas todo dia eu assisto o treino do Mestre Sapo, ai eu venho e te passo os nomes dos movimentos Na semana seguinte ele estava lá e já foi me falando, eu vou dá uma meia lua de frente e você se abaixa, o nome da defesa é cocorinha, eu vou dá um martelo e você faz assim....uma resistência. Essa atenção comigo durou de julho de 1971 a Abril de 1972, ele se chamava José de Ribamar, mas era conhecido como Hipopótamo, apelido que ele não gostava, foi esse rapaz que me iniciou na capoeira com os primeiros passos, porém ele não era capoeira. No dia 22 de junho, ano que eu me intitulo capoeira, foi após eu assistir uma roda de capoeira no Centro Comunitário do Bairro de Fátima, sob o comando do Mestre Manoel Peitudinho e os companheiros, Ribaldo Branco, Leocádio, Ribaldo Preto, Batista, Bambolê e Sansão. Após essa apresentação, o Cabral, que estava no comando da Radiola, colocou o disco de Oswaldo Nunes, com a letrada cantiga “ Você me chamou pra jogar capoeira na Beira do Mar”. Como eu já estava arrisco nos movimentos, convidei um amigo chamado Emidio, pra trocarmos movimentos de todo jeito e fomos cercados por um conjunto de pessoas que estavam no arraial esperando outras apresentações folclóricas, isto em 1972. Final de julho, começo de agosto, eu brincando de rouba bandeira na Rua Nossa Senhora de Fátima, bem em frente a garagem da extinta Itapemirim, estavam lá um pequeno grupo de capoeira fazendo roda ao som de um toca disco da época, e lá Mestre Paturi estava nesta roda junto á Babalú, Gouveia, Ribaldo Preto, Leocádio, Samuel e deste dia em diante comecei a ir olhar essa roda até que um dia o famoso 30

Mestre INDIO DO MARANHÃO - OSIEL MARTINS FREITAS (1957); iniciou-se na Capoeira em 1972. IN VAZ, leopoldo Gil Dulcio. Livro-Álbum dos Mestres capoeiras do Maranhão. Depoimentos, 2017


Babalú, de tanto me ver lá um dia, me chamou pra fazer um jogo. – Quer fazer um jogo? E eu um garoto meio envergonhado respondi: - Sim, eu quero, então entrei na roda e comecei a dá meus pulos com o Babalú. Então ele viu que eu levava jeito e me convidou para ir até a roda da Bom Milagre que era comandada pelo Velho Firmino Diniz. Quando Babalú chegou foi logo dizendo: - eu trouxe esse indiozinho pra jogar na roda com nós! Fiquei nervoso, mas quando berimbau tocou, o atabaque acompanhou, ai eu fiquei tonto, cai na roda com vontade, isso já em outubro de 1972. Daí em diante passeia a ser frequentador dessa roda e lá fui conhecendo muitos capoeiras, tais como o Velho Diniz, Babalú, Gouveia, Esticado, Raimundão, Alô, Elmo Cascavel, Murilo, Sansão, De Paula, Gordo, Teudas, Mimi, Volf, Alan, Rodolfinho, Ribaldo Branco, Til, Fato pode, Nelson galinha, Geraldo cabeça, Manoel pretinho, Cesar dentinho, Batista, Bambolê, Tião Carvalho, Jesse, Didi, Sócrates, Carlinhos, Louco, Patinho, Cordão de Prata, Sapo Cola, Faquinha, Valdecir, Cebola, Pelé, Sabujá Candinho, Boi, Mimoso, Carioca, Leocádio, Samuel, Paturi, Zeca diabo, Cabeça, Miguel, todos esses companheiros citados são da minha época de 1972 a 1976, quando eu migrei para o Rio de Janeiro. De outubro de 1972 eu comecei a participar das rodas de rua, indo para a casa do Velho Diniz na Rua Paulo de Frontin, próximo a Casa Inglesa, entrada da Liberdade. Em sua casa, Velho Diniz me dava aula de toques de berimbau, pandeiro e atabaque, mas me recomendando a treinar com Mestre Gouveia e Raimundão no fundo da casa de Raimundão, numa casa de conjunto Elca acima da Bom Milagre, e foi neste treinamento que aprendi muito com Gouveia e Raimundão, uma vez ou outra o Babalú e o Velho Diniz apareciam lá para ver os treinos. Foi através do velho Diniz que eu pude treinar com o Mestre Sapo cola em abril de 1973 até outubro do mesmo ano, não fui muito feliz por causa das pancadas que ele me dava, mais sempre acompanhando o velho Diniz nas rodas de rua,e sobre seu comando. Em 1976, precisamente no dia 19 de Abril, eu migro ou seja, eu viajo para o Rio de Janeiro e no dia 22 eu desembarco na Rodoviária Novo Rio, cidade onde eu conheci vários mestres, aonde o primeiro mestre o qual eu tive o meu primeiro contato, foi o Mestre Dentinho no Sindicato dos Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro, daí pra frente muitos mestres passaram a fazer parte do meu convívio, tais como Mestre Dentinho, Canela, Touro, Levi, já falecido Medeiros, mestre Dé, Mosquito, já falecido, mestre Peixinho da Senzala, já falecido Mais Velho, já falecido boca, Mestre Capa, Canela, Preguiça do Iê Capoeira, Titio, Chita, Beira mar, Djalmir, Sorriso, Rege Angola, Sorriso Senzala, Russo, Ramos, Gigante, Edgar, Gege, Pitu, Thiara, Mancha e tantos outros no Rio de Janeiro. Mas o mestre que me deu toda a orientação para eu me tornar um capoeira, foi o Velho Firmino Diniz a quem eu devo Saúde, dinheiro e obrigação, foi quem me ensinou a tocar o berimbau, pandeiro, atabaque e agogô e me ensinou a cantar e compor as minha músicas e letras, ele dizia: “ Indio aprenda a compor as suas cantigas de capoeira”, músicas da Bahia e da Bahia tem que cantar músicas nossas feitas por você, Babalú, Miguel e Patinho. Firmino Diniz é o meu Mestre porque o acompanhei desde 1972 a 1982, após a morte de Mestre Sapo, foi quando ele se afastou das rodas até a sua morte em 22 de dezembro de 2014, mesmo longe da capoeira, no dia 07 de Setembro, ele foi me entregar a corda de Mestre no Clube Nova Geração II, no bairro do Sá Viana, mesmo assim ele ainda marcou presença em alguns eventos de nossa cidade e de alguns companheiros.


Em outro depoimento, Mestre Índio do Maranhão (2015) 31 conta como eram essas rodas, que constituíam verdadeiros momentos de ensinamentos e troca de experiências, sem a formalidade de uma ‘escola/grupo de capoeira’ nos moldes atuais: tenho conhecimento da história da capoeira de São Luís do Maranhão, pois o Velho Diniz passava isso para a gente. Ele dizia que a história da capoeira lá no Maranhão, precisamente em São Luís, ela começa em 1885. Ele dizia que os estados mais antigos da capoeira, eram Salvador, Recife, Rio de Janeiro e Maranhão. A capoeira chega em 1885 no Maranhão, porque os escravos que eram enviados para lá, vinham do Rio de Janeiro, não vinham de outros estados, eram específicos do Rio de Janeiro, enviados para a cidade de Turiaçu, e de Turiaçu para São Luis. Deste período de 1885 a 1959, quando surgiu o primeiro grupo de capoeira, um grupo chamado Grupo Bantu de Capoeira, comandado por Roberval Cereja (sic), que era marinheiro, e foi do Rio de Janeiro para São Luís, e chegando lá montou esse trabalho de capoeira. Lembro muito bem do Velho Diniz contando isso para a gente, eram: Roberval Cereja, Babalu, Jese, Patinho, Bizerra, Manuel Peitudinho, Murilo, Lourinho, Elmo Cascavel e Alô, esse grupo de 10 pessoas. Era um grupo isolado, não saia muito até por causa do preconceito da época e da taxação que aquela rapaziada recebia de vagabundo, arruaceiro e etc, pois capoeira era tudo o que não prestava na boca da sociedade. Então nego se isolava muito, treinavam muito ali e às vezes saiam para as festas, onde aconteciam as brigas, ai eles quebravam a galera e os caras às vezes nem sabiam de quem estavam apanhando, anos depois vieram a saber, que eram da capoeira. Em 1966, um grupo chamado Aberrê, fez sua primeira viagem a São Luis, era comandado pelo Mestre Canjiquinha, acompanhado de Brasília, Vitor Careca e João Pequeno. Dois anos depois eles retornaram, isso em 1968, dessa vez com uma alteração no quarteto, tendo Canjiquinha como mentor, Sapo Cola, Brasília e João Pequeno, o Vitor Careca não foi. Assim eles ficaram como uma referência dos percussores da capoeira, sendo que o Sapo Cola, a convite do governador, permaneceu em São Luis. Dessa forma, até o José Sarney, querendo ou não, tem um dedo dele na capoeira do Maranhão, isso em 1968 quando ele foi governador do nosso estado. A roda de capoeira mesmo que me marcou, foi quando eu comecei a frequentar as rodas do Velho Diniz, que era uma roda lá na Bom Milagre, com vários companheiros que eu lembro até hoje o nome deles, que era o Velho Diniz como chefe da roda, Sargento Gouveia, Babalu, Jesse, Elmo Cascavel, Esticado, Raimundão, Alan, Gordo, Volf, Mimi, Ribaldo Branco, Ribaldo Preto, Zeca Diabo, Curador, Cordão de Prata, Sabujá, Patinho e Marreco, tinha mais ou menos uns 30 capoeiras que ele comandava essa galera todinha que comparecia lá nessa roda, e isso marcou a minha iniciação na capoeira, foi a roda da Bom Milagre, eu estava com uns 15 anos de idade na época, hoje estou com 58, daqui a 2 anos eu completo os 60 anos nesse mundo cão ai da capoeira. Mestre Curió32 dá seu depoimento: 31 Entrevista com Mestre Índio Maranhão: Conheça um pouco da história dos 43 anos de capoeira do Mestre Índio Maranhão por suas palavras. Saiba como ele conheceu a capoeira, como a vive e como aprendeu a história da capoeira do Maranhão na qual ele ensina aos seus alunos com alegria e dedicação. In http://www.rodadecapoeira.com.br/artigo/Entrevista-com-Mestre-Indio-Maranhao/1; Publicado em 19/11/2015, enviado por: jeffestanislau; grifos nossos 32

João Palhano Jansen, o Mestre Curió, casado com dona Joana Santos Reis Jansen, da qual teve quatro filhos, nasceu em 15 de fevereiro de 1956 na comunidade quilombola de São Carlos, povoado do município de Coroatá, no interior do Estado do Maranhão. Seus pais se chamavam Domingos PalhanoJansen e Antônia PalhanoJansen. Aos


Primeiro conheceu o karatê em 1975 por intermédio de um amigo por nome Luís, apelidado de Gigante. Luís lhe falou de outra luta chamada capoeira. Então, lembrou-se de que já havia visto essa luta no Arraial de Zé Cobertino, no bairro do João Paulo, no período das festas juninas um ano antes. Nessa roda testemunhou Manuel Peitudinho jogando e ao assistir a apresentação de capoeira imediatamente relacionou-a com a Punga dos Homens, uma brincadeira de sua terra. Pensava se tratar da mesma coisa, mas aos poucos percebeu que eram diferentes. No mesmo ano, em 1975, aos 19 anos de idade, já fazia alguns movimentos e golpes da capoeira, sem no entanto saber direito o que fazia. Passou a assistir as apresentações de capoeira na antiga Estrada de Ferro, na casa de um amigo conhecido como Beto do Cavaco. Começou a se motivar. Os dois ainda iniciantes, brincavam juntos tentando aprender alguma coisa. Por meio desse amigo entrou pela primeira vez numa roda, na Praça Duque de Caxias (no João Paulo). Foi quando Curador, um capoeirista dessa época, comprou o jogo e desferiu sobre ele vários golpes violentos sem levar em consideração que se tratava de um iniciante (esse mesmo Curador, conhecido por seus poderosos movimentos, martelo, meia-lua e ponteira, era um capoeirista marginalizado). Nesse momento outro colega, conhecido como João Matavó, interviu e disse pra não fazer isso com ele, ao que respondeu Curador: “Só entra em roda quem se garante!”. Este episódio ficou registrado na memória do Mestre Curió. Depois disso não entrou mais nas rodas, ia apenas para observar os capoeiristas jogando, analisando seus pontos fortes e fracos. A noite, ao chegar a casa do serviço, treinava sozinho no seu quintal os movimentos que aprendia olhando. Também treinava com alguns amigos em algumas ocasiões. Beto do Cavaco o levou para treinar com Raimundão. Treinou apenas dois meses, pois Raimundão precisou viajar para o Rio de Janeiro. Ali conheceu alguns capoeiras que também estavam aprendendo, Miguel, Tancrei, Boi, Caninana, Socó, dentre outros. Sem seu mestre, passou a treinar sozinho novamente, fazendo o que já sabia e esporadicamente pegando dicas com um e com outro, aprendendo a capoeira “no tempo”. Autodidata também não teve mestre de berimbau, aprendeu olhando e imitando. Quando ele conheceu a capoeira ainda morava na Jordoa, no João Paulo, e já com família, mulher e filhos, prosseguiu treinando. Em 1979 mudou-se para o bairro do Coroado, alguns meses depois para o bairro do Sacavém, e em 1980 já estava morando no bairro do Rio Anil, no Conjunto Bequimão. Na época em que Mestre Sapo ensinava nas escolas da cidade, Curió aprendia a arte da capoeira nos quintais e nas rodas de rua. Não conheceu pessoalmente o Sapo, só ouvia falar. Entretanto, conheceu personalidades da capoeira que não foram alunos de Sapo, mas de capoeiristas anteriores a ele. Mestre Baé33 também relata que, naqueles anos iniciais, a capoeira era praticada nos quintais, com os ‘mestres’ ensinando durante as rodas que ocorriam na cidade, sem uma formalização, do tipo ‘grupo’, ‘escola’, ou ‘academia’: Em 1974 conheci O SR. ANTONIO ALBERTO CARVALHO / BETINHO (MESTRE PATURI) na Avenida Kennedi em frente da Paulo Frontim pois foi o primeiro local onde fui morar e logo depois me mudei para o bairro de Fátima; morava ao lado do oito anos de idade foi para Santana, uma cidadezinha da região. Aos 10 anos de idade, sem saber, foi vendido para trabalhar em regime de escravidão numa fazendo do interior do Estado, mas sendo observador das coisas ao seu redor, percebeu que havia algo de errado e fugiu. Com 12 anos se mudou para a cidade de Coroatá. Aos 16 anos veio para São Luís, capital do Estado. In DEPOIMENTO a Leopoldo Gil Dulcio Vaz, para o LIVRO-ÁLBUM DOS MESTRES CAPOEIRAS DO MARANHÃO, 2017. Grifos meus 33 Mestre BAÉ - FLORIZALDO DOS SANTOS MENDONÇA COSTA. In DEPOIMENTO. VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. LivroAlbum dos Mestres capoeiras do Maranhão, 2005. entrevista realizada por: Raimunda Lourença Correa; Witaçuci Khlewdyson Reis Bezerra; Maria do Socorro Viana Rego; José César Sousa Freire; Hermílio Armando Viana Nina ; Roberval Santos Corrêa. Grifos meus.


bar da ZILOCA, que era um local muito freqüentado pelos amigos capoeiristas do Mestre Paturi, mas foi só em 1976 através de ALÔ que comecei a freqüentar os treinos do Mestre Paturi, na época não tinha academia para a gente treinar pois a gente treinava era nos locais combinados, ate porque tudo era bem escondido. Em outro depoimento34: Iniciei a capoeira em fevereiro de 1977, na feira do João Paulo com o finado Alô, depois passei a treinar com o mestre Paturi até conhecer o mestre Patinho tendo me afastado devido o mesmo ter se dedicado só à capoeira de angola, e meu objetivo eram me aprofundar mais na capoeira, pois a mesma está no sangue. Em 1989, comecei a praticar e estudar a capoeira regional pelo Brasil inteiro. Mestre Rui Pinto35 lembra que a maioria dos praticantes de capoeira, frequentadores das escolinhas, seja do Costa Rodrigues, seja nos diversos estabelecimentos de ensino, que participavam dos Festivais da Juventude, depois Jogos Escolares Maranhenses, faziam, também outras modalidades; ele mesmo praticava Handebol:

Em 1970, aos 10 anos de idade conheci a capoeira, e com os primos como Roberto Edeutrudes Pinto Cardoso, (conhecido como Jacaré) e outros amigos, brincávamos nos quintais de parentes, treinávamos sem orientação de um mestre. Com o passar do tempo, continuei na adolescência, aprendia apenas por ver os demais que tinham mais experiências praticando. Aos sábados à tarde, na casa de tia Dadá, no bairro do Bom Milagre e no parque do Bom Menino, reuníamos para treinarmos, tocar os instrumentos e cantar, em pouco tempo aprendemos a fazer os berimbaus e outros instrumentos. Em meio a minha iniciação à capoeira, já na adolescência, conhecemos Gouveia e Raimundão, que eram os adultos que viram o nosso interesse em aprender e praticar, passando a partir daí seus ensinamentos sobre a capoeira; para nós, em nossos encontros aos sábados, também no quintal de Raimundão. Mas esse treinamento durou pouco, pois nos matriculamos na escolinha de capoeira que funcionava no Ginásio Costa Rodrigues com Mestre Sapo (Anselmo Barnabé Rodrigues). Algum tempo depois fomos para o Instituto Tecnológico de Aprendizagem - (ITA), em um prédio ao lado do ginásio Costa Rodrigues, e demos continuidade aos nossos treinos com Mestre Sapo. Com o tempo o mesmo prédio onde funcionava o ITA, tornou-se o colégio MENG, onde o Mestre Sapo continuou dando aula. No mesmo período já com 15 anos, perto dos 16, comecei a jogar Handball com o professor Dimas no SESC Deodoro, na época os jovens que jogavam capoeira faziam outros esportes, por que a capoeira não era um esporte “olímpico” da época, o maior objetivo dos jovens em praticar outros esportes era o simples fato de que viajavam para competir em outros estados. As competições de capoeira chamadas de “A Grande Roda” só aconteciam em Salvador no mês de Dezembro de cada ano, e por falta de patrocínio poucos éramos os alunos que iam, pois os custos eram altos, a outra forma de ir era por conta própria, o que era muito difícil para alguns. Nesse período, como aluno do Mestre Sapo, participamos de diversos campeonatos tendo como parceiro, amigo e irmão de capoeira Alberto Euzamor, Marquinho, Didi, 34

Mestre BAÉ - FLORIZALDO DOS SANTOS MENDONÇA COSTA. In DEPOIMENTO a Leopoldo Gil Dulcio Vaz. LivroAlbum dos Mestres capoeiras do Maranhão, 2017. Grifos meus. 35 RUI PINTO, Mestre Rui. Depoimento a Leopoldo Gil Dulcio Vaz, durante o Curso de Capacitação dos Mestres Capoeira do Maranhão – UFMA/DEF 2017, para o LIVRO-ÁLBUM DOS MESTRES CAPOEIRA DO MARANHÃO.


Curador e outros, onde compartilhávamos as rodas celebradas nas festas religiosas como a do Divino Espírito Santo, na casa das Minas, seguido de 13 de Maio na casa de Jorge Babalaô, 8 de dezembro na igreja de nossa Senhora da Conceição, na praça Deodoro, onde era de costume se reunir as sextas- feiras a partir das 17:00 até as 23:00 horas. E não nos restringíamos a essas datas, tínhamos o período carnavalesco na Deodoro, Madre Deus, Praça da Saudade, Largo do Caroçudo, também no dia da Raça, 05 de setembro e Independência do Brasil, 07 de setembro, tradicionalmente em todas essas datas era realizada uma roda. Em 1979 aos 18 anos, entrei para o Exército, e mesmo servindo a Pátria, continuei com os amigos a nos encontrar para jogar, e nessa mesma época reencontrei amigos como D’Paula, capoeirista que tornou-se cabo do exército, e Roberval Sena que tornou-se sargento do exército, grande capoeirista da época. Com a morte de Mestre Sapo em 1982, a capoeira sofreu uma grande perda, causando a dispersão de muitos capoeiristas que o tinham como mestre, enfraquecendo assim a capoeiragem (congregação dos capoeiras), por um curto período de tempo. Até que movimentos começaram a ser criados renovando e incentivando a manutenção da capoeiragem, que, com esse incentivo fui em busca de mais informações em outros estados, como São Paulo, no DEF (Departamento de Educação Física - em Água Branca), e em União dos Palmares – Serra da Barrica – Alagoas, e dessa forma adquiri mais conhecimento. Hoje componho o Fórum Permanente dos Mestres de Capoeira, e faço parte do Curso de Capacitação de Mestres do Maranhão.


Para Mestre Mirinho36 – Casimiro José Salgado Corrêa - a origem da capoeira no Maranhão se deu com o finado Roberval Serejo, quando fundou o grupo “Bantus”, em época remota (anos 60). Este grupo praticava a capoeira na antiga Guarda Municipal, no Parque Veneza. Mestre Patinho relata o aparecimento desse grupo: bem aqui na Quinta, bem no SIOGE. Década de 60 era um grande reduto da capoeira principalmente na São Pantaleão, onde nasci... Pois bem, um amigo que tinha recém chegado do Rio de Janeiro, Jessé Lobão, que treinou com Djalma Bandeira na década de 60; Babalú, um apaixonado pela capoeira; outro amigo que era marinheiro da Marinha de Guerra, também aprendeu com o mestre Artur Emídio do Rio, Roberval Serejo; juntamos Jessé, Roberval Serejo, Babalú, Artur Emídio (sic) e eu formamos a primeira academia de capoeira, Bantú, e estava sem perceber fazendo parte da reaparição da capoeira no Maranhão. Também participou Firmino Diniz e seu mestre Catumbi, preto alto descendente de escravo. “Firmino foi ao Rio e aprendeu a capoeira com Navalha no estilo Palmilhada e com elástico, nos repassando.” (Antonio José da Conceição Ramos – Mestre Patinho – em entrevista concedida a Manoel Maria Pereira) 37.

GRUPO BANTUS | (Mestre Catumbi) Mestre Firmino Diniz

(Mestre Artur Emídio) Mestre Roberval Serejo

(Mestre Djalma Bandeira) Mestre Jessé Lobão

| Babalú Manuel Peitudinho Ubirajara Elmo Cascavel

Patinho

Gouveia Alô Didi

Roberval Serejo morre em 1970, enquanto mergulhava a trabalho na construção do Porto do Itaqui; seus alunos da academia Bantú passam a treinar com Mestre Sapo, que forma, então, seu grupo e passa a dar aulas em uma academia de musculação, localizada na Rua Rio Branco: “Acredita-se que Mestre Sapo, embora muito novo passe a ser a maior referência da capoeira de São Luís, respaldado por Mestre Diniz, que era o mais experiente de todos, mas que não tinha tempo de se dedicar ás aulas de capoeira em função de seu trabalho. No entanto, ainda continuava a promover suas rodas de capoeira”. (MARTINS, 2005).38 Patinho, aos nove anos, franzino, procurava uma atividade que lhe desse força nos braços e pernas. Ao observar um vizinho fazendo exercícios de capoeira, apaixona-se pela atividade e passa a observar seus movimentos e a imitá-los, aprendendo sozinho os vários golpes e movimentos. Depois de algum tempo, passa a ter aulas com ele. Mais tarde, teve outro mestre - um escafandrista chamado Roberval Serejo, com quem treinou por dois anos. Foi quando assistiu à

36

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. LIVRO ÁLBUM DOS MESTRES DA CAPOEIRA NO MARANHÃO, em entrevista concedida a Hermílio Armando Viana Nina aluno do Curso de Educação Física da UEMA, em fevereiro de 2005. 37 Antonio José da Conceição Ramos – Mestre Patinho – em entrevista concedida a Manoel Maria Pereira in VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. “LIVRO-ÁLBUM DOS MESTRES DE CAPOEIRA DO MARANHÃO”, trabalho de pesquisa apresentado a disciplina História da Educação Física e Esportes, do Curso de Educação Física da UEMA, turma C2005. Grifos meus 38 MARTINS, 2005, obra citada, p. 36, grifo nosso


demonstração dos baianos, no Palácio dos Leões... No ano seguinte, quando Sapo se estabeleceu no Maranhão, Patinho estava entre seus primeiros alunos 39: Daí por volta de 62 e 63 esteve aqui em São Luís o Quarteto Aberrê com o mestre Canjiquinha e seus discípulos: Brasília, hoje Mestre Brasília40, que mora em São Paulo; e o nosso querido Mestre Sapo; Vitor Careca41. Quando Vitor Careca e seus amigos chegaram aqui em São Luís não foram bem sucedidos. Por sorte do grupo, na Praça Deodoro, na apresentação, estava assistindo o Mestre Tacinho, que era marceneiro e trazia gaiola. Era campeão sul-americano de boxe no estilo médio ligeiro e gostava da capoeira. Vendo que o grupo tinha um total domínio da capoeira, apresentavam modalidades circenses, mas ligadas a capoeira, como navalha, faca, etc. Tacinho convidou-os para uma apresentação no Palácio do Governo, pois era motorista do Palácio. O Governador da época era Sarney, gostando muito da apresentação, convida um deles para ministrar aula de capoeira no Maranhão, pois não foi possível porque eram menor de idade. Anos depois, Mestre Barnabé (Mestre Sapo), Anselmo Barnabé Rodrigues, volta ao Maranhão. Por volta de 66 ou 67, está tendo uma roda de capoeira no Olho d Água com o Mestre Sapo, coincidentemente estando na praia, entrei na roda, conheci o Mestre Sapo e nos tornamos amigos e comecei a estudar com eles. Através do Professor Dimas. Como a capoeira era mal vista na época e cheia de preconceito, parti para a Ginástica Olímpica, volto para a capoeira e participo com o Mestre Sapo do 1º e 2º Troféu Brasil e fomos campeões, eu no peso pluma e Sapo no peso pesado. Identifiquei-me pela capoeira e fui para Pernambuco, Bahia e São Paulo, estudar capoeira. Eu recebi muita influência de Mestre Sapo, Artur Emídio, Catumbi e Djalma Bandeira que todos foram alunos de Aberrê.

39

In RODRIGUES, Inara. Patinho: vida dedicada à capoeira. In O ESTADO DO MARANHÃO, São Luís, 14 de setembro de 2003, Domingo, p. 6. Caderno de Esportes. 40 ANTÔNIO CARDOSO ANDRADE, mais conhecido como Mestre Brasília (Alagoinhas, 29 de maio de 1942) é um capoeira brasileiro. É discípulo de Mestre Canjiquinha que por sua vez aprendeu capoeira com Antônio Raimundo - o legendário Mestre Aberrê que aprendeu com o escravo Benedito. Mestre Brasilia treinou e conviveu também com mestres renomados como Mestre Bimba, Onça, Limão, Silvestre, Suassuna, Joel, Zé de Freitas entre outros.[carece de fontes]. É pioneiro da capoeira de São Paulo junto com o Mestre Suassuna. Fundou o grupo Cordão de Ouro com Mestre Suassuna e depois desligou-se criando a Associação de Capoeira São Bento Grande. https://pt.wikipedia.org/wiki/Mestre_Bras%C3%ADlia 41


Sapo, que participava do Quarteto Aberrê (nome em homenagem ao mestre de Canjiquinha), juntamente com Vitor Careca e Brasília, além do próprio Mestre Canjiquinha, líder do grupo baiano, de fato, depois de estabelecido em São Luís, a partir de 1966, segundo Roberto Augusto Pereira (2010)-42, passa a ministrar aulas de capoeira somente após cinco anos, no Ginásio Costa Rodrigues, já no governo Pedro Neiva de Santana. ABERRÊ | CANJIQUINHA JESSÉ LOBÃO

SAPO | PATINHO

ROBERVAL SEREJO

A partir de 1970, Mestre Sapo começou a formar seu grupo de capoeira, passando a ministrar aulas em uma academia de musculação localizada na Rua Rio Branco; é também nesse ano que se dá a morte de Roberval Serejo; seus alunos, da academia Bantú, passam a treinar com Mestre Sapo. Sapo – da linhagem de Canjiquinha – acabou desenvolvendo um trabalho de reeducação das lutas e ritos primitivos dos ‘valentões da ilha’ Em 1971, a Secretaria de Educação e Cultura do Estado, através do Departamento de Educação Física, Esportes e Recreação – DEFER/SÉC – coordenado por Cláudio Antônio Vaz dos Santos, criou um projeto que consistia na implantação de várias escolinhas de esportes no Ginásio Costa Rodrigues. Dentre as atividades esportivas, estava a capoeira, e o Mestre Sapo fora convidado para ministrar as aulas. A partir desse momento, houve um crescimento muito grande do número de praticantes de capoeira em São Luís, com várias turmas funcionando com aproximadamente 30 alunos cada. Mestre Sapo deu aula nessas turmas até o seu falecimento em 1982, mesmo com as trocas de Governos e Coordenadores43. Mestre Sapo passou a dar um caráter esportivizante à capoeira ensinada no supracitado ginásio, minimizando sua conotação enquanto manifestação da cultura popular. Atribuiu-se a esse processo de esportivização, dentre outros fatores, os objetivos do projeto e o contexto no qual estavam inseridos o mundo da educação física e o esporte, em que eram realizadas várias outras atividades como futsal, vôlei, handebol, basquete e caratê. Diante desse contexto, Mestre Sapo passou a sistematizar as aulas, adotando o uso de uniformes, e deu muita ênfase à preparação física dos alunos. Sapo vai se aplicar na ‘construção’ de um método educativo, desportivo, baseado em uma férrea disciplina de índole rústica e autoritária. Passa a utilizar – como todos os professores da época, o Método Desportivo Generalizado, introduzido, no Maranhão, por Laércio Elias Pereira44. 42

PEREIRA, Roberto Augusto. O Mestre Sapo, a passagem do Quarteto Aberrê por São Luís e a (des)construção do ‘mito’ da ‘reaparição’ da capoeira no Maranhão dos anos 60 RECORD, Revista de História, v. 3, n. 1, 2010, disponível em https://revistas.ufrj.br/index.php/Recorde/article/view/748 43 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio Vaz. CLÁUDIO VAZ, O ALEMÃO e o legado da geração de 53. São Luís, 2017 (inédito); VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; ARAÚJO, Denise Martins de. QUERIDO PROFESSOR DIMAS – Antonio Maria Zacharias Bezerra de Araújo e a Educação Física maranhense: uma biografia autorizada. São Luis: EPP, 2014, VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. CAPOEIRAGEM TRADICIONAL MARANHENSE. REV. LÉO, n. 3, Dezembro de 2017, p. 134. Disponível em: https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_3_-_dezembro_2017 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Capoeiragem tradicional maranhense. IN XV CONGRESSO BRASILEIROS DE HISTÓRIA DOS ESPORTES, ALZER E EDUCAÇÃO FÍSICA, i congresso internacional de história dos esportes, Curitiba, 06 a 09 de novembro de 2015, UFPR/Universidade Positivo, Tema Livre 44 O “Método Desportivo Generalizado” aparece no contexto educacional brasileiro a partir da década de 1950. Elaborado por professores do Institut National des Sports (França) na década de 1940, o Método Desportivo Generalizado tem por preceito a educação integral de jovens e adultos através de jogos e atividades desportivas. Para tanto, quatro princípios estabelecidos pelos autores tornam-se fundamentais na aplicação desta metodologia: Educação Física para todos; Educação Física orientada; Prevenção do mal e Aproveitamento das horas livres. Os


Com a inclusão da Capoeira no sistema de educação física escolar – escola formal – foi preciso uma adaptação de seu ensino, criando-se uma ‘metodologia de ensino de capoeira’, adaptada às exigências de disciplina curricular, com seus sistemas de promoção (avaliação escolar). Começa a profissionalização do capoeira, com o surgimento de um mercado de trabalho, para atender aos estabelecimentos de ensino, como uma demanda que se apresenta nas então surgentes academias de ginástica e/ou de musculação É dessa fase que se busca uma ‘identidade’, uma padronização: padronização dos uniformes, admissão de graduações internas, organização dos grupos e eventos, intercambio estaduais e a fundação de Federação; houve a expansão da Capoeira através do surgimento de vários grupos. Através desses grupos eram realizadas rodas em praças públicas, mostras e competições. A esse respeito, cumpre informar que Sapo foi beber direto na fonte: com o Prof. Dr. Laércio Elias Pereira45, que veio para o Maranhão em 1974 integrar a equipe de Cláudio Vaz dos Santos, quando da implantação das escolinhas esportivas, no Ginásio Costa Rodrigues. Dentre elas, estava a de Capoeira, sob a responsabilidade do prof. Anselmo – Sapo. Na época, vários esportistas foram selecionados para ficar à frente dessas escolinhas de esportes, pois o Maranhão não dispunha de um numero suficiente de professores de Educação Física. Esses ‘monitores’ foram selecionados e receberam treinamento para – no dizer de Laércio – falarem numa ‘linguagem única’, base de estabelecimento de uma tecnologia, que se estava implantando. Essa metodologia de ensino estava baseada no livro de Listello, do qual Laércio foi um dos tradutores e responsável pela sua implantação no Maranhão (VAZ e PERIERA, 2016) 46 A Capoeira do Maranhão se expandiu com a criação de vários grupos, em São Luís, passou a ser mais praticada em recintos fechados, como: escolas, associações, terreiros de Mina. Mestre Gavião47 lembra-se dos diversos lugares em que a ‘escola’ de Sapo passou, quando o acompanhou nas aulas de iniciação: ficamos sabendo que o Mestre Sapo dava aula na Escola Alberto Pinheiro e no antigo Costa Rodrigues, e fomos olhar a aula. Quando chegamos lá, para nossa surpresa a aula era escola de elite, só estudava quem tinha uma boa condição financeira. A sala era toda no tatame e cheia de alunos jogando de 2 em 2. E movidos pelo ritmo da música de capoeira do Mestre Caiçara; sem sermos convidados, começamos a jogar. Logo chamamos atenção de todos por ter o jogo desenrolado e cheio de floreio. jogos e as atividades desportivas, baseadas em tais princípios, proporcionariam aos educandos a possibilidade de apreenderem noções de trabalho em equipe, altruísmo, solidariedade, hábitos higiênicos para além do desenvolvimento físico (FARIA JR. Alfredo Gomes de. Introdução à didática de Educação Física. Rio de Janeiro: Honor Editorial Ldta. 1969. CUNHA, Luciana Bicalho da. A Educação Física Desportiva Generalizada no Brasil: primeiros apontamentos. IN apontamentos de estudo de doutoramento, iniciado neste ano de 2014 no Programa de Pós Graduação da Faculdade de Educação da UFMG. Disponível em https://anpedsudeste2014.files.wordpress.com/2015/04/lucianabicalho-da-cunha.pdf VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; PEREIRA, Laércio Elias. LISTELLO E A EDUCAÇÃO FÍSICA BRASILEIRA. In BLOG DO LEOPOLDO VAZ, 03 de março de 2016, disponível em http://www.blogsoestado.com/leopoldovaz/2016/03/03/12670/ 45 LAÉRCIO ELIAS PEREIRA - Professor de Educação Física da UFMG, aposentado. Mestrado na USP (dissertação: Mulher e Esporte) e doutorado na UNICAMP (a tese foi o CEV); membro do comitê executivo da Associação Internacional para a Informação Desportiva - IASI. Coordenador Geral do Centro Esportivo Virtual- ONG CEV. http://cev.org.br/qq/laercio/ Atuou no Maranhão por 30 anos, como professor de handebol, e da Universidade Federal do Maranhão. 46 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; PEREIRA, Laércio Elias. LISTELLO E A EDUCAÇÃO FÍSICA BRASILEIRA. In BLOG DO LEOPOLDO VAZ, 03 de março de 2016, disponível em http://www.blogsoestado.com/leopoldovaz/2016/03/03/12670/ VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; PEREIRA, Laércio Elias. LISTELLO E A EDUCAÇÃO FÍSICA BRASILEIRA. In CEV/COMUNIDADES/EDUCAÇÃO FISICA MARANHÃO, 03 de março de 2016, disponível em http://cev.org.br/comunidade/maranhao/debate/listello-e-a-educacao-fisica-brasileira/ ; VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; PEREIRA, Laércio Elias. LISTELLO E A EDUCAÇÃO FÍSICA BRASILEIRA. ALL EM REVISTA, vol. 3, n. 2, abril a junho de 2016. 47 MESTRE GAVIÃO – HÉLIO DE SÁ ALMEIDA. Depoimento a Leopoldo Gil Dulcio Vaz, durante o Curso de Capacitação dos Mestres Capoeira do Maranhão – UFMA/DEF 2017, para o LIVRO-ÁLBUM DOS MESTRES CAPOEIRA DO MARANHÃO.


Estávamos fazendo bastantes movimentos no jogo, quando o mestre Sapo nos abordou perguntando se éramos alunos da escola. Dissemos que não, então ele nos disse que não poderíamos jogar mais. No outro dia, curiosamente, Mestre Pato apareceu na minha casa conversando com meus pais para que me liberassem para treinar capoeira. Desde então comecei a treinar com mestre Pato que na época ainda era contramestre e eu tinha por volta de oito anos de idade. Treinamos na Rua Cândido Ribeiro, na antiga academia Real de Karatê do professor Zeca, e passado um tempo mudou-se para o antigo Lítero. Depois, mudamos para Rua da Alegria, e na Deodoro fazíamos bastantes rodas de apresentação com Mestre Sapo e M. Pato. Essas rodas reuniam todo o grupo. Esse tempo foram três anos de treinos e depois a academia acabou. Ao final desses anos 70, Mestre Sapo, em uma de suas viagens, conheceu o Mestre Zulú 48, em Brasília, que o graduou Mestre. Essa graduação não se deu de forma comum, ou seja, através de um Mestre para o seu discípulo, e sim através de cursos e exames para avaliar os seus conhecimentos. A partir de então, Mestre Sapo implantou em São Luís o sistema de graduação, através de cordas ou cordel, seguindo as cores adotadas pelo Mestre Zulú. A adoção do sistema de graduação para a capoeira foi um fenômeno comum nos anos 70, influenciado pelas artes marciais do oriente. Ainda em 1978, Mestre Sapo criou a Associação Ludovicense de Capoeira Angola com o intuito de oferecer uma melhor estrutura física e organizacional à capoeira em São Luís. No depoimento de José Ribamar Gomes da Silva (Mestre Neguinho), nos anos seguintes a 1978, Mestre Sapo, através da referida Associação, na qual era presidente, passou a realizar uma série de competições em São Luís. Nesse período, já aconteciam várias competições de capoeira pelo Brasil, assim como encontros, simpósios e seminários, com o objetivo de organizar e regulamentar a capoeira e suas competições. O Mestre Sapo, por sua vez, sempre viajava para esses eventos e sua participação nesse movimento trouxe mudanças para a capoeira ao longo dos anos 70 e início dos anos 80. Para Mestre Índio, [...] a capoeira no Maranhão teve uma mudança já dos anos 80 pra cá, após a morte do Mestre Sapo “Anselmo Barnabé Rodrigues”, vários capoeiras que estavam isolados, criaram seus grupos, eram grupinhos mesmos só para treinar, eu mesmo criei o meu nessa época. Antes disso se o Sapo soubesse que tinha capoeira ou roda de capoeira, ele ia lá e dava porrada em todo mundo. Por que ele queria ser o centro das atenções, capoeira era só ele, e o resto era o resto. E após a morte, vitima de um atropelamento em 29 de maio de 1982, após uma confusão muito grande que ele arranjou, enquanto ele foi em casa buscar um revolve, na travessia dele um carro em alta velocidade lhe deu uma trombada, e ele veio a óbito no dia 1 de junho sendo sepultado em 2 de junho, para esperar alguns parentes que moravam em outro estado. Como eu disse, após isso surgiram vários grupos, eu criei o meu que na época se chamava Filhos de Ogum, e tinha o Gayamus, Filhos de Aruanda, Aruandê, Cascavel, Escola de Capoeira Laborarte e outros que eu não lembro os nomes nesse momento. (Mestre Índio do Maranhão, in Entrevista, 2015) 49 Com a morte de Anselmo Barnabé Rodrigues – Sapo – encerra-se um ciclo da Capoeira do Maranhão. 48

https://pt.wikipedia.org/wiki/Mestre_Zulu https://www.mestrezulu.com/sobre

49 Entrevista com Mestre Índio Maranhão, disponível http://www.rodadecapoeira.com.br/artigo/Entrevista-com-Mestre-Indio-Maranhao/1. Publicado 19/11/2015, enviado por: jeffestanislau

em em


Era um dos ‘capitães da areia’ das histórias que Jorge Amado contou sobre os meninos que vivem nas praias de Salvador, deslocando um bico ou uma carteira, aqui e ali. Crescendo em Capoeira e fama ele agora sai nos livros: a ramificação da Capoeira no Maranhão, contada por Waldeloir Rego em ‘Capoeira Angola’ é Mestre Sapo. Ah! E como juiz nacional da nova ‘Ginástica Brasileira’[50] a sua capoeira que ele brigou tanto pra não virar ginástica olímpica.51.

50 51

MARINHO, Inezil Penna. A GINÁSTICA BRASILEIRA (Resumo do Projeto Geral). 2 ed. Brasília: 1982 PEREIRA, Laércio Elias. Tributo ao Mestre Sapo. São Luís, DESPORTO E LAZER, n. VII, ano II, maio/junho e julho de 1982, p. 17.


Patinho se apresenta como o herdeiro de Sapo, e o principal artífice da sistematização dessas ‘nova capoeira’, com característica genuinamente maranhense, fundando a sua própria escola de capoeira... Bem eu fundei a primeira escola de capoeira do mundo, que a capoeira ‘tava’ na academia e eu sempre me senti, insaciei (sic) com essa questão da academia porque eu já sentia ser restrito só a questão do corpo; então eu fui, fundei a primeira escola do mundo da capoeiragem, inclusive é o segundo grupo de capoeira angola registrado no mundo. Que o primeiro é o GECAP, dirigido pelo mestre Moraes, que é da Bahia; mas o GECAP foi fundado no Rio de Janeiro, e hoje em dia em Salvador, onde o coordenador e diretor é o mestre Moraes, que é uma pessoa muita querida e desenvolto também nessa questão da musicalidade, e dos fundamentos da capoeiragem, e a Escola de Capoeira Angola que eu criei no LABORARTE, que é o segundo grupo de capoeira angola registrado no mundo, dos mais antigos. E a primeira como escola, porque escola? Porque a gente não só trabalha a questão do corpo, a gente trabalha a história, a geografia, essa questão da musicalidade, a pesquisa e tal, e no intuito de formar pessoas com capacidade pra trabalhar com a capoeira como a educação escolar. (BOÁS, 2011) 52 . [...] então assim, eu acho que foi um período de reunião de adeptos. Logo, na minha concepção, a capoeira sempre existiu e é possível falar de capoeira antes desse período tanto no Maranhão quanto em tribos indígenas pelo Brasil e mesmo na África. O que ocorre, ao meu ver, é o processo de síntese de ritos primitivos pela capoeira baiana. Contudo, podemos dizer que o movimento inverso, de análise e desmembramento dessa própria capoeira sintética é superimportante para ressaltar os valores de identidade da capoeira de acordo com sua regionalidade. Logo, acredito que a capoeira maranhense realiza um movimento de retorno a sua ancestralidade principalmente com o Mestre Patinho, ele foi o grande estudioso da relação entre corpo X musicalidade X cultura, em outras palavras, ele deu o ritmo da capoeiragem maranhense (KAFURE, 2017). A partir da inclusão da Capoeira entre as atividades do LABORARTE, que se dá a aproximação da capoeiragem do Maranhão com a Capoeira Angola, de Pastinha. Como ele mesmo afirma, “[...] eu criei no LABORARTE (...) o segundo Grupo de Capoeira Angola registrado no mundo” 53. Em meados dos anos 80, para frente, após a morte de Sapo, começa uma movimentação para ‘restituir’ a Capoeira ao seu lugar – a rua. Esse movimento começa a partir da formação de grupos, em lugares considerados periféricos, como o eixo Itaqui-Bacanga. Para os Mestres-alunos, O movimento ‘pró-capoeira’ surgiu na área Itaqui-Bacanga através dos grupos ‘Aruandê’ do Mestre Pirrita, ‘Filho de Aruanda’, do Mestre Jorge, como forma de apresentações individuais dos grupos que fizeram parte desse movimento, entre eles ‘Cascavel’, ‘Filho de Ogum’, ‘Unidos dos Palmares’, e outros. Esse movimento teve como objetivo uma maior organização da Capoeira, pois a mesma se encontrava no anonimato; com a realização do movimento pró - capoeira surgiu, em São Luis, vários grupos de capoeira com objetivo de uma maior organização e expansão em toda São Luis54. Projeto “Capoeira nos Bairros”, e “Movimento Pró-Capoeira”; com os Mestres Jorge e Pirrita; com a mobilização de grupos de capoeira; para a organização e transformação dos grupos em associações, surgindo a partir daí, a Federação Maranhense de Capoeira – FMC -, no ano de 1990 55. Pela necessidade de revitalizar e divulgar a capoeira, que estava muito dispersa nas 52

https://pt.wikipedia.org/wiki/Mestre_Moraes ; http://www.iteia.org.br/laborarte BOÁS, MÁRCIO ARAGÃO. O ENSINO DE MÚSICA EM ESCOLAS DE CAPOEIRA DE SÃO LUÍS – MA. Monografia apresentada ao curso de Música da Universidade Federal do Maranhão para obtenção de grau de Licenciado em Música. Orientadora: Profª. Dr. Maria Verónica Pascucci. http://musica.ufma.br/ens/tcc/04_boas.pdf 53 ROCHA, 2017, obra citada. 54 O Grupo 4 é formado pelos Mestres: PIRRITA; RUI; TIL; SOCÓ; GENEROSO. 55 O Grupo 5 é formado pelos Mestres: JORGE NAVALHA; CACÁ; PEDRO; CANARINHO; REGINALDO.


periferias dando por sua vez uma nova fase a este movimento, tendo como protagonizadores Pirrita, Jorge, Neguinho do Pró-dança56. O período de 80/85 a 90/95 caracteriza a organização da Capoeira do Maranhão. A partir de 1985, com a formação de grupos, apresentando-se nos bairros, praças e locais públicos. Nos anos 90/95 foi a explosão da Capoeira Maranhense na mídia, tendo muita repercussão pelas emissoras de televisão. As lideranças: Mestres Jorge e Pirrita e Mestre Leles, Madeira, para a divulgação da organização dos grupos de capoeira no Maranhão57; Foi a Associação Aruandê, com os Mestres Jorge e Pirrita58; Pelos Mestres Pirrita e Jorge, com o objetivo de divulgação da capoeira. Muitos adeptos na prática da capoeira, a popularização da capoeira criando uma boa imagem da capoeira59. Percebe-se que houve uma evolução no formato, quanto à organização formal dos grupos e núcleos de capoeira existentes, e os formados a partir de meados dos anos 80, no Novecento. Com a interiorização e internacionalização dos Grupos – no dizer de Lacé Lopes, ‘grifes de capoeira’ -, houve a necessidade de uma estrutura legalizada, com estatutos, registro junto aos fiscos federal, estadual, municipal, com obtenção de CNPJ, Alvará de Funcionamento e Inscrição Estadual. Passam a se constituir em empresas prestadoras de serviços, outras, associações esportivas, núcleos artesanais – confecção de uniformes, instrumentos – notadamente berimbaus, caxixis, atabaques, reco-reco... – e uma forte conotação social, de proteção à criança e ao adolescente. Continuam, apesar disso, com a ‘informalidade’ das Rodas de Rua... Concordamos com Almeida e Silva (2012) 60, para quem a história da capoeira é marcada por inúmeros mitos e “semiverdades”, conforme nos esclarece Vieira e Assunção (1998) 61. Esses mitos e estórias dão base às tradições que se perpetuam e proporcionam a continuidade de um passado tido como apropriado. Na capoeira, a narrativa oral das suas “estórias” adquiriu uma força legitimadora tão forte que, por muitas vezes, podemos encontrar discursos acadêmicos baseados nelas62. Quero chamar a atenção para o entendimento de que as práticas culturais, como a Capoeira, não estão paradas no tempo e, por isso mesmo, a transformação constante é inevitável. As necessidades e os problemas dos (as) Capoeiras de outrora não são os mesmos de hoje. A cada dia se joga uma Capoeira diferente. A Capoeira de hoje é diferente da Capoeira de ontem e da de amanhã – esse exemplo de constante transformação demonstra suficientemente bem que a cultura está em permanente mudança. Assim, práticas culturais são aquelas atividades que movem um grupo ou comunidade numa determinada direção, previamente definida sob um ponto de vista estético, ideológico, etc. 63. Kafure (2012) 64 ao discutir o processo de “desconstrução da capoeira maranhense” apresenta a hipótese de que, no início, tudo era uma coisa só: capoeira, tambor de crioula, frevo, samba etc.; entende por desconstrução, primeiramente:

56

O Grupo 6 é formado pelos Mestres: MANOEL; LEITÃO; GAVIÃO; CM FORMIGA ATÔMICA. O Grupo 1 é formado pelos Mestres: PATURI; CURIÓ; BAÉ; TUTUCA; e ROBERTO. 58 O Grupo 2 é formado pelos Mestres: MILITAR; NEGÃO; CM MÁRCIO; SENZALA; MARINHO. 59 O Grupo 3 é formado pelos Mestres: MIZINHO; SOCÓ; CM DIACOCM BUCUDA; NILTINHO. 60 ALMEIDA, Juliana Azevedo de; SILVA, Otávio G. Tavares da. A CONSTRUÇÃO DAS NARRATIVAS IDENTITÁRIAS DA CAPOEIRA. Vitória; UFES. Rev. Bras. Ciênc. Esporte vol.34 no. 2 Porto Alegre Apr./June 2012. e-mail: julazal@yahoo.com.br 57

61

VIEIRA, Luiz Renato; ASSUNÇÃO, Mathias Röhring. Mitos, controvérsias e fatos: construindo a história da capoeira. In ESTUDOS AFRO-ASIÁTICOS, 34, dezembro de 1998, p. 82-118 62 Vieira e Assunção (1998) apontam esse fato no seu artigo. VIEIRA, Luiz Renato; ASSUNÇÃO, Mathias Röhring. Mitos, controvérsias e fatos: construindo a história da capoeira. In ESTUDOS AFRO-ASIÁTICOS, 34, dezembro de 1998, p. 82-118 63 COELHO, T. DICIONÁRIO CRÍTICO DE POLÍTICA CULTURAL. São Paulo: Iluminuras, 1999 64 ROCHA, Gabriel Kafure da. AS DESCONSTRUÇÕES DA CAPOEIRA. In http://procaep07.blogspot.com.br/2012/03/texto-as-desconstrucoes-da-capoeira.html, publicado em segundafeira, 5 de março de 2012


o tipo de transformação que se inicia no discurso acerca do folguedo ou cultura popular. Logo, um discurso sobre a capoeira começou a se formar a partir da repercussão dessa arte supostamente vinda da Bahia, com os mestres Bimba e Pastinha. Então podemos dizer que essa palavra mestre é a primeira desconstrução fundamental de toda a capoeira, pois sendo ela uma luta afro-brasileira transmitida pelos escravos vindos de angola e congo, questionamos até que ponto ela era ensinada por supostos "mestres", já que diversas origens rituais foram atribuídas a esta cultura. É de fato impossível encontrar uma origem específica desta brincadeira popular ou arte marcial... Esse autor se propõe: [...] a nível do Maranhão analisar(emos) a história da linhagem de mestres da capoeiragem de Patinho e suas metodologias, bem como as ligações com religiosidade, musicalidade e filosofia. (Kafure, 2012) 65. Segundo Greciano Merino (2015) 66, o Maranhão se caracteriza por ser um território afetado por fortes insurreições de negros e por uma vasta diversidade de rituais ligados à cultura popular (Tambor de Mina, Bumba-meu-boi, Tambor de Crioula, Festa do Divino Espírito Santo, Bambaê de Caixa, Festa de São Gonçalo, etc.) que foram fomentados principalmente durante a constante reorganização dos quilombos ou ‘Terras de Preto’. Antonio José da Conceição Ramos, mas conhecido como Mestre Patinho, se inicia na Capoeira em 1962 e vem desenvolvendo seu trabalho de una forma ininterrupta; por isso, na atualidade se o considera o praticante mais antigo desta atividade em São Luís de Maranhão: É ainda Greciano Merino (2015) que nos dá maiores explicações sobre essa simbiose entre a capoeira maranhense e as demais manifestações folclóricas que ocorrem no Maranhão: Algunos maestros de la capoeira ‘maranhense’ como Patinho, Tião Carvalho, Alberto Euzamor o Marco Aurelio indican dos personajes del cortejo del bumba meu boi como paradigmas que celan la expresión corporal de la capoeira durante esos años de fuerte represión: el ‘caboclo de pena’ y el ‘miolo del boi’. Los ‘caboclos de pena’ son una figura emblemática, imponente e impresionante; que situados al frente del cortejo despliegan una danza circular vigorosa abriendo espacio y anunciando la llegada del grupo. Los capoeiras, por su conocimiento de técnicas de lucha y guerra, habrían sido destinado a ocupar esas posiciones para proteger al grupo de los embates de otros grupos rivales. El ‘miolo del boi’ es como se designa a la persona que manipula la figura del boi, y su papel sería entrenar y mantener alerta a los integrantes del grupo a través de su cabezadas y coces. El maestro Patinho, durante la conferencia de apertura del VIII Iê Camará (2014)67, expresaba que: El caboclo de pena rescata la mandinga, la picardía y la malicia de la capoeira a través de la rasteira de mano. Y del miolo de boi destaca que tiene que tener una malicia y una ginga para inserir la cabezada y la coz, ésta última desde su opinión es la chapa de costas de la capoeira. Otro aspecto que en su opinión comparten estas manifestaciones serían las improvisaciones de los cánticos que relatan acciones del momento en que están ocurriendo los acontecimientos”68. En ese mismo acto, el maestro Marco Aurelio Haikel reforzaba que: “dentro del mosaico cultural brasileño los capoeiras eran guerreros temidos y admirados; necesarios como protectores lo que les permite participar y ser miembros de varias y diversas manifestaciones. Ese ‘lleva’ y ‘trae’ de informaciones quizá sea una de sus grandes contribuciones dentro de la cultura popular.Pues se convierte en el eslabón que conecta y agrega esas 65 ROCHA, Gabriel Kafure da. AS DESCONSTRUÇÕES DA CAPOEIRA. In http://procaep07.blogspot.com.br/2012/03/texto-as-desconstrucoes-da-capoeira.html, publicado em segunda-feira, 5 de março de 2012 66

GRECIANO MERINO, 2015, obra citada. Evento nacional de capoeira organizado por el grupo de Capoeira Angola Laborarte 68 Ramos, Antonio da Conceição. Batuques locais e suas influencias entre capoeiras. En VIII Iê Camará: Dialogo de Batuques, LABORARTE, São Luís do Maranhão, 2014. 67


informaciones y esa profusión de ritmos”69. El tambor de crioula es una danza genuinamente maranhense que, como señalábamos anteriormente, forma parte de las expresiones que surgen de la diáspora africana. La forma en que se despliega el ritual del tambor, la cadencia batuques”. Durante una semana se organizaron charlas, mesas redondas, presentaciones y diversas rodas de capoeira, tambor y samba donde se trató de profundizar sobre las vicisitudes de este mosaico cultural. Prossegue: En este sentido, el profesor Leopoldo Vaz 70 se hace eco de las posibles relaciones que se establecen entre ambas manifestaciones a través de la punga dos homens, que es un juego de lucha practicado dentro de los rituales del tambor71. Para ello, indica que la punga dos homens en Maranhão vendría a ocupar la misma función que la pernada carioca en Rio de Janeiro, el batuque en Bahía o el passo en Pernambuco. Todas estas manifestaciones serían formas complementarias donde se diluiría la capoeira. Pues, las medidas restrictivas que imponía el nuevo código penal de la República habría obligado a sus practicantes a encontrar nuevas formas de camuflar su práctica para ocultarse de la atención de las autoridades. Asimismo, Vaz trata de este carácter profano puede resultar paradójico cuando su manifestación se ejecuta como agradecimiento y promesa por las peticiones realizadas a San Benedito72. Asimismo adquiere un aspecto religioso cuando se ejecuta dentro de un terreiro de Mina provocando el trance de los Voduns o Caboclos, Gentis, Orixás.

Existe uma Capoeiragem (Tradicional) Maranhense/Ludovicense!!! A capoeira do Maranhão, genuína, singular, com uma prática quase bicentenária - tal qual nos outros locais onde surgiu, como o Recife, Salvador e Rio de Janeiro. Temos indícios de sua prática em São Luis do Maranhão a partir da segunda década dos 1800, embora menções de que de há muito ocorriam essas práticas da lúdica e do movimento dos negros aqui encontrados ocorriam na zona rural ou semiurbanas. Para ROCHA, 2012 [...] é o nome denominado pelos mestres da cidade de São Luís - MA para um jogo que mistura a Capoeira Angola com a Capoeira Regional, uma síntese das modalidades e estilos de capoeira. Essa miscigenação propiciou a caracterização do

69

HAIKEL, Marco Aurelio. Batuques locais e suas influencias entre capoeiras. En VIII Iê Camará: Dialogo de Batuques, LABORARTE, São Luís do Maranhão, 2014. 70 VAZ, Leopoldo y VAZ, Delzuite. A Carioca. Actas del III Simposio de Historia do Maranhão Oitocentista. Impressos no Brasil no seculo XIX. Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), São Luís, 2013. Extraído el 15 de marzo de 2015 dehttp://www.outrostempos.uema.br/oitocentista/cd/ARQ/34.pdf 71 En la década de 1950, el folclorista Camara Cascudo lo describirá de esta manera: "Las danzas denominadas ‘do Tambor’ se esparcen por Ibero-América. En Brasil, se agrupan y se mantienen por los negros y descendientes de esclavos africanos, mestizos y criollos, especialmente en Maranhão. Se conoce una Danza de Tambor, también denominada Ponga o Punga que es una especie de ‘samba de roda’, con solo coreográfico, (...) Punga es también una especie de pernada de Maranhão: batida de pierna contra pierna para hacer caer al compañero, a veces el Tambor de Crioula termina con la punga dos homens.". Camara Cascudo, Luis da. Diccionario do Folclore Brasileiro.Tecnoprint, Rio de Janeiro, 1972, p. 851. 72 Este carácter profano puede resultar paradójico cuando su manifestación se ejecuta como agradecimiento y promesa por las peticiones realizadas a San Benedito. Asimismo adquiere un aspecto religioso cuando se ejecuta dentro de un terreiro de Mina provocando el trance de los Voduns o Caboclos, Gentis, Orixás.


jogo maranhense de uma maneira singular, muito semelhante a uma capoeira antiga em que não havia uniformes ou obrigatoriedade do sapato.73. Greciano Merino (2015)74, refere-se a uma característica, singular, de ‘maranhensidade’75, que a mesma teria, em relação às Capoeiras Regional e Angola. Em sua hipótese de pesquisa considera ser a capoeira um jogo popular de interação comunicativa e caráter cultural que veicula um modelo de cidadania e expressa esteticamente como as relações entre o indivíduo, seu grupo e a comunidade na que se inserem podem gestar conhecimento social e sabedoria individual. Ao apresentar suas hipóteses, afirma que uma aproximação antropológica da visualidade na capoeira ‘maranhense’ permite delimitar aquelas dinâmicas sensitivas e sensoriais que, gestadas no devir das ecologias tecno-culturais, configuram um complexo imaginário social cuja fenomenologia é uma das mais influentes de nossa cultura. Esse autor caracteriza a capoeira maranhense como sendo aquela capoeira que se realiza na cidade de São Luís, capital do estado do Maranhão, em torno da comunidade representativa que se forma ao redor de Mestre Patinho – herdeiro de Sapo – e a metodologia de estudo desenvolvida por ele. Os Mestres Capoeira participantes do Curso de Capacitação dos Mestres Capoeira do Maranhão, organizado pela UFMA/DEF 2017, concordam com a existência de uma Capoeira genuinamente maranhense/ludovicense. E que esta se caracteriza pela forma de jogar, de se adaptar e não se define por ‘estilo’; a maior diferença da Capoeira Maranhense para a Angola, Regional, ou Contemporânea é a metodologia de ensino tradicional praticada no Maranhão, com suas influencias da cultura do Maranhão; exemplos: Bumba-meu-boi, Tambor de Crioula, Punga76. É o jogo solto, com floreios e movimentos oscilantes, jogo alto e rasteiro obedecendo ao toque do berimbau77. Esse jogo é executado nos três tempos (embaixo, no meio, e em cima); musicalidade e o seu espírito de jogo78. Portanto, concordam com a existência de uma Capoeira Maranhense, e tem uma característica própria, pois a mesma é jogada de forma diferenciada, sempre seguindo os toques executados. A Capoeira Maranhense se diferencia da Angola, Regional, e/ou Contemporânea porque é jogada de forma diferente, não seguindo as tradições das mesmas79, pois é jogada nos três tempos (ritmos): Angola, São Bento Pequeno e São Bento Grande; o que a diferencia são as influencias muito fortes da mossa cultura e da nossa região 80. Cinco, dos seis grupos formados, responderam que existe uma Capoeira Maranhense. Um dos grupos concorda com a existência de uma Capoeira Ludovicense:

73 ROCHA, 2012, In http://procaep07.blogspot.com.br/2012/03/texto-as-desconstrucoes-da-capoeira.html 74

GRECIANO MERINO, Alberto. IMAGEN-CAPOEIRA - UNA FENOMENOLOGÍA HERMENÉUTICA DE LA INTERFAZ EN LAS RODAS DE CAPOEIRAGEM DE LA ‘MARANHENSIDADE'. Tesis de doctorado: UNIVERSIDADE AUTONOMA DE BARCELONA. FACULTAD DE CIENCIAS DE LA COMUNICACIÓN. DEPARTAMENTO DE COMUNICACIÓN AUDIOVISUAL Y PUBLICIDAD. PROGRAMA DE DOCTORADO EN COMUNICACIÓN AUDIOVISUAL Y PUBLICIDAD. Dirigida por el catedrático Josep Maria Català Domènech. Año 2015. 75 BARROS. Antonio Evaldo Almeida. “A TERRA DOS GRANDES BUMBAS”: a maranhensidade ressignificada na cultura popular (1940-1960). Caderno Pós Ciências Sociais - São Luís, v. 2, n. 3, jan./jun. 2005 76 O Grupo 1 é formado pelos Mestres: ANTONIO ALBERTO CARVALHO (PATURI); JOÃO PALHANO JANSEN (CURIÓ); FLORIZALDO DOS SANTOS MENDONÇA COSTA (BAÉ); JOÃO CARLOS BORGES FERNANDES (TUTUCA); e ROBERTO JAMES SILVA SOARES (ROBERTO). 77 O Grupo 2 é formado pelos Mestres: CARLOS ADALBERTO ALMEIDA COSTA (MILITAR); JOSÉ TUPINAMBÁ DAVID BORGES (NEGÃO); MÁRCIO COSTA CORTEZ (CM MÁRCIO); LUIS AUGUSTO LIMA (SENZALA); AMARO ANTONIO DOS SANTOS (MARINHO). 78 O Grupo 3 é formado pelos Mestres: ALCEMIR FERREIRA ARAÚJO FILHO (MIZINHO); EVANDRO DE ARAUJO TEIXEIRA (SOCÓ); JOAQUIM ORLANDO DA CRUZ (CM DIACO); ANTONIO CARLOS DA SILVA (CM BUCUDA); JOSÉ NILTON PESTANA CARNEIRO (NILTINHO). 79 O Grupo 4 é formado pelos Mestres: VICENTE BRAGA BRASIL ( PIRRITA); RUI PINTO CHAGAS (RUI); GENTIL ALVES CARVALHO (TIL); EVANDO DE ARAUJO TEIXEIRA (SOCÓ); LUIS GENEROSO DE ABREU NETO (GENEROSO). 80 O Grupo 6 é formado pelos Mestres: JOSÉ MANOEL RODRIGUES TEIXEIRA (MANOEL); FRANCISCO RODRIGUES DA SILVA NETO (LEITÃO); HÉLIO DE SÁ ALMEIDA (GAVIÃO); SILVIO JOSÉ DA NATIVIDADE FERREIRA CRUZ (CM FORMIGA ATÔMICA).


[...] praticada na Ilha de São Luís, caracterizada pela ginga e aplicação de golpes e movimentos diferenciados da Capoeira Angola tradicional, da Capoeira Regional, e da Capoeira Contemporânea, por exemplo: não se tinha ritual, nem formações de bateria eram usadas toques da capoeira Angola, São Bento Pequeno de Angola, São Bento Grande de Angola, e samba de roda81.

81

O Grupo 5 é formado pelos Mestres: JORGE LUIS LIMA DE SOUSA (JORGE NAVALHA); CLÁUDIO MARCOS GUSMÃO NUNES (CACÁ); PEDRO MARCOS SOARES (PEDRO); NELSON DE SOUSA GERALDO (CANARINHO); REGINALDO PEREIRA DE SOUSA (REGINALDO).


CAPOEIRAS CITADOS PELOS ALUNOS-MESTRES EM SEUS DEPOIMENTOS RODAS DO VELHO DINIZ 1929-1914 / (40/50?) Catumbi Alô Babalú Boi Cordão de Prata Curador Didi Diniz Elmo Cascavel Esticado Faquinha Gouveia Índio do Maranhão Jacaré Jessé Lobão Luciel Rio Branco Miguel Mimoso Nei Patinho Paturi Pelé Pesão Raimundão Rui Sapo Sebastião Socó Tacinho Ubirajara Zé Melo Cara de Anjo PATINHO 1953-2017 / (1962) Sapo Babalu Bamba Bruno Barata Diniz Elma Jessé Lobão Júnior Marco Aurélio Nelsinho Roberval Serejo Sapo Serginho Tacinho

GRUPO BANTU ROBERVAL SEREJO Djalma Bandeira Alô Babalú Didi Diniz Elmo Cascavel Gouveia Jessé Lobão Patinho Raimundão Sapo Ubirajara

PATURI 1946 / (1962) Adalberto Alô Auberdan Babalu Baé Butão Carral Cordão de Prata Curador Fato Pode João Bicudo Leocádio Lourinho Manoelito Ramos Ribaldo Branco Ribaldo Preto Rola

QUARTETO ABERRÊ Canjiquinha

Brasília Sapo Vitor Careca

RIBALDO BRANCO ? / (?) Sapo Alô Babalu Cara de Anjo Diniz Garfo de Pau Gouveia Jessé Leocádio Luis Murilo Martins Raimundão Ribaldo Preto Sansão Til Zeca Diabo

SAPO (Grupo Bantu) Associação Ludovicense de Capoeira Angola 1948-1982 / (50?) Pelé/Canjiquinha/Zulu Afonso Barba Azul Alberto Euzamor Alô Babalú Didi Diniz Elmo Cascavel Gouveia Índio do Maranhão Jessé Lobão Patinho Paturi Raimundão Ribaldo Branco Rui Ubirajara

TIL 1955 / (1968) Ribaldo Branco Ribaldo Branco


Zé Raimundo Zeca Diabo ALBERTO EUZAMOR 1962-2017 / (1969) Luciel/Sapo/Rui Luciel Rio Branco Sapo Rui Pinto Cacá

RUI PINTO 1960 / (1970) Sapo Alberto Euzamor De Paula Didi Gouveia Jacaré Marquinhos Raimundão Roberval Sena

SOCÓ 1961 / (1971) Raimundão/Miguel Alberto Alcimar Alô Ball Batata Beto (Curió) Biné Bodinho Boi Cabeça Caco Carlos Cesar Celso Chicão China Cobra Negra Cordão de Prata Curador Curio Danclei De Paula Deco Didi Eduardo Faquinha Generoso Gouveia Irineu João Batata Juruna Marcelo Mauro Jorge Messias Miguel Arcangelo Mimoso Miro Mizinho Motor Nei Pato Pelé Pesão Português Raimundão Raspota Riba Roberval Roberval Serejo Rui Sebastião Travolta Uruca Valderez Wadson

ÍNDIO DO MARANHÃO 1957 / (1972) Diniz Alan Alô Babalú Bambolê Batista Boi Cabral Candinho Carioca Carlinhos Cebola Cesar Dentinho Cordão de Prata De Paula Didi Diniz Elmo Cascavel Emídio Esticado Faquinha Fato Pode Geraldo Cabeça Gordo Gouveia Jesse Leocádio Louro Manoel Peitudinho Manoel Pretinho Mimoso Murilo Nelson Galinha Patinho Paturi Pelé Raimundão Ribaldo Branco Ribaldo Preto Rodolfinho Sabuja Samuel Sansão Sapo Sócrates Teudas Tião Carvalho Til Valdecir Wolf Zeca Diabo


Zé Mário Zé Melo PIRRITA 1955 / (1971/72) Pezão Babalu Baiano Banana Bigu Borracha Brasil Candinho Cara de Anjo China Cícero Curador Curió De Aço De Paula Diniz Euzamor Evandro Gouveia Índio Jair João Bicudo Jorge Navalha Leonardo Madeira Magno Manoel Peitudinho Miguel Negão Neguinho Nelson Pato Pedro Pelé Pezão Ribaldo Preto Ribinha de Tapuia Rico Roquinho Ruston Ruy Pinto Sapo Suruba Tita Tucano Urucanga Vanio Zé da Madeira Zeca Zezão GAVIÃO 1967 / (1977) Madeira/Pirrita

JORGE NAVALHA 1963 / (1973) Pato Betinho Jacaré Pato Pirrita Roberval Sena

FORMIGA ATÔMICA 1973 / (1979) Madeira

CURIÓ 1956 / (1975) Raimundão Beto do Cavaco Boi Caninana Curador João Matavó Manoel Peitudinho Miguel Raimundão Sapo Socó Tancrei Zé Copertino

ROBERTO 1969 / (198?) Guda/Ciba/Baé

BAÉ ? / (1976) Paturi/Edybaiano /Bamba Alô Edibaiano Fred Iran Jacaré Marco Aurélio Pato Paturi Riba Telmo

TUTUCA 1967 / (1981) Evandro


Baiano Bigu Curador Didi Fábio Arara Louro Madeira Pato Pirrita Raimundinho Sapo Sócrates

Madeira Shell Braço Lôlô Otacílio Fábio Arara Herberth Pelezinho

Ademir Baé Ciba Guda Macaco Nato Filho

Evandro Cabeça Magão

LUIS SENZALA 1971 / (1981) Madeira Gavião Madeira

MILITAR 1971 / (1982) Bigodilho Abacate Alberto Euzamor Assis Batman Beleleco Bulão Cabecinha Cacá Candinho Careca Chicão Coquinho Cudinho Curador Daniel Dunga Evandro Jacaré Jorge Navalha Junior de Assis Juricabra Madeira Manoel Mata Rato Miguel Mizinho Neguinho Nijon Paturi Pirrita Robson Rui Pinto Ruso Tutuca Wilson

MIZINHO 1968 / (1982) Evandro Banana Beleleco Betinho Brinco Dourado Chicão Cláudio Danclay Euzamor Evandro Jota Jota Luisinho Manoel Miguel Patinho Rui Pinto Sabujá Sapo Toba Tutuca

LUIS GENEROSO 1074 / (1982?) Dunga / Madeira Beleleco Curador Gavião Madeira Miguel Pato Senzala Socó

PEDRO 1970 / (1983) Pirrita

NEGÃO 1966 / (1983) Pirrita Pirrita

MARINHO 1968 / (1983) Medicina Açougeiro Alberto Euzamor Betinho Cachorrão Ciba

Bigú Bira Cadico Cafezinho Ciba

CACÁ 1972 / (1984) Jorge Navalha Cadico Erasmo Indio Jorge Navalha Neguinho


Jair Jorge Jorge Navalha Juvenal Kaká Negão Nelson Neto Patinho Pedro Pezão Pirrita Presuntinho Reginaldo

NELSON 1966 / (1985) Jorge Navalha/Pirrita Jorge Navalha Pedro Pedro Marcos Pesão Pinta Pirrita

Dentinho Edybaiano Evandro Fernando Fred Gavião Indio Madeira Mizinho Nissim Notre Dame Patinho Paturi Ribaldo Sarará Simpson Terra Samba Til Tutuca DIACO 1963 / (1986) Pirrita Negão Pirrita

MANOEL 1975 / (1988) Evandro Evandro

PEZÃO 1956 / (?) Bartô Bartô

NILTINHO 1975 / (1989) indio Indio

DE PAULA 1956 / (1973) Sapo Gudemar Sapo Babalú Gouveia Cordão de Prata Curador Batista Magrinho

REGINALDO 1975 / (1986) Erasmo Cadico Erasmo Jorge Kaká

BOCUDA 1973 / (1989) Negão/Indio Negão Indio Jorge Navalha

Neto Patinho Robson Valderez

LEITÃO ? / (1986) Indio/Jorge Navalha Cacá Cadico Erasmo Indio Jorge Navalha Patinho MÁRCIO MULATO 1978 / (1994) Alberto/Curió/ Militar/Baé Alberto Euzamor Baé Bico Camaleão Camelo Curió Dedé Fafá Kaká Militar Ney Quebraossos Teodorinho

SENA 1976 / (?) Cbp-rj

AÇOUGUEIRO 1950 / (1967) Sapo Pinta Sapo


RAIMUNDÃO 1956 / (1976) Sapo

ZUMBI BAHIA 1953 / (1976) Bigode/Boa Gente

Sapo

FRED 1963 / (1980) Patinho Patinho Telmo

MIRINHO 1966 / (1982) Evandro/Baé Evandro Roberval Serejo

NELSINHO 1975 / (1986) Patinho Patinho

PUDIAPEN 1956 / (1989) Patinho/Acinho Patinho Assuero

BAMBA MARANHÃO 1966 / (1978) Patinho Euzamor Patinho Sapo MARCO AURÉLIO 1963 / (1984) Patinho Patinho

ABELHA 1967 / (1979) João Pequeno

DOMINGOS DE DEUS 1968 / (1985) Patinho Lelis Patinho


IDENTIFICAÇÃO DOS LOCAIS DE PRÁTICA DE CAPOEIRA PELOS MESTRES: RODAS, GRUPOS/NÚCLEOS MESTRE SAPO SEREJO

RODAS

DINIZ PATINHO

Praça Deodoro Praça Deodoro Olho d´Água Bom Menino

PATURI

Rio das Bicas Fátima Parque Amazonas

TIL EUZAMOR

Quintal de Casa

RUI

Quintal de casa Casa das Minas Jorge Babalo Deodoro Madre Deus Praça da Saudade Largo do Caroçudo Bom Milagre Fé em Deus João Paulo/Beto Fomento/Diamante

SOCÓ

ÍNDIO

Centro Comunitário/ Bairro de Fátima Bom Milagre/Diniz Paulo Frontin/Diniz

PIRRITA

Praça Deodoro Olho d’ Água Cada das Minas

JORGE CURIÓ

João Paulo Estrada de Ferro

GRUPOS/NUCLEOS Ginásio Costa Rodrigues Bantu/Sítio Veneza Bantu/Rua Cotovia Ginásio Costa Rodrigues Academia Senzala Laborarte Lítero Gladys Brenha Centro Cultural Mestre Patinho Mandingueiros Escola Criação Centro Matro-á Maré do Chão Brinquedo de Angola Ginásio Costa Rodrigues Alberto Pinheiro Casa e Bar do Dezico (28) Encruzilhada da UFMA Associação Comunitária Grupo de apoio à Capoeira Ginásio Costa Rodrigues Ginásio Costa Rodrigues ITA/MENG C ITA/MENG

Sede do PDT Grupo Arte Negra Grupo Arte Fiel Capoeira Escola Maria Helena Duarte Ginásio Costa Rodrigues Grupo de Capoeira Filhos de Ogum Associação Cultural de Capoeira São Jorge Ginásio Costa Rodrigues Praça Gonçalves Dias Grupo de Capoeira Aruandê Grupo Filhos de Aruanda Centro de Cultura Negra do Maranhão Grupo Cascavel Grupo Raízes de Palmares Grupo Argolonã Grupo Unidos de Angola Associação de Capoeira Filho de Aruanda Grupo de Capoeira Arte Negra

OUTROS DEFER

São Pantaleão

Bairro de Fátima, Areinha, Centro de Esportes (Vila Embratel) Igreja de Fátima São Bernardo

Madre Deus

Anjo da Guarda Itaqui-Bacanga FETIEMA SESC Bumba Meu Boi da Floresta Federação de Capoeira do Estado do Maranhão

Jordoa Sacavém


Praça Caxias

Duque

de

BAÉ

Paulo Frontin/Paturi Bar da Ziloca

GAVIÃO

Desterro Praia Grande Rua da Alegria 13 de Maio/Jorge Babalaô

FORMIGA ATOMICA

ROBERTO

TUTUCA

SENZALA

MILITAR

Grupo de Capoeira Angola São Miguel Arcanjo Instituto Funcional Viva Rio Anil Associação de Capoeira Regional do Mestre Edy Baiano Grupo Candieiro Escola Alberto Pinheiro Academia Real de Karatê Grupo Tombo da Ladeira

Anil Bequimão Federação Maranhense de Capoeira

Instituto de Arte e Cultura Liberdade Capoeira Casa de Festa Cajueiro FEBEM/Rua do Norte Academia Clube Center GRUPO AÚ CHIBATA Centro de Cultura Educacional Candieiro de Capoeira Associação Cultural e Desportiva Capoeira AREIAS BRANCAS Grupo Gira Mundo Capoeira

São Francisco

Academia Club Center/ Siri de Mangue Grupo Tombo da Ladeira Escola de Capoeira Angola Acapus

Praça Gonçalves Dias Praça Deodoro Praia da Ponta D`Areia Madre Deus

Grupo de Capoeira Angolano, Escola de Dança PróDança Grupo de Capoeira Quilombo dos Palmares Grupo Mara Brasil Grupo Maranhão Arte Grupo Gira Mundo Associação de Capoeira Aruandê Associação de Capoeira Aruanda Grupo Nagoas Grupo Liberdade Negra Grupo Ludovicense Associação de Apoio à Capoeira GRUPO K DE CAPOEIRA

Tutóia-MA

Associação da Caixa Econômica Federal do Maranhão (APCEF/MA), Luzern/ Suiça; Bordeaux, Lille, Paris, Marselle / França; Oviedo, Murcia/ Espanha; Colonia, Munique, Hamburgo/ Alemanha, Carinthian/Austria Movimento de Menino e Menina de Rua/ Casa João Maria, Funac, Cento de Cultura Negra, Cepromar. FEBEM/ Fonte do Bispo/ Madre Deus Escola São Lazaro Gincana Mirante Academia de karatê/Camboa Secretaria de Educação Promotoria de Infância e Juventude Projeto Capoeira Na Escola Projeto Curumim


MIZINHO

LUIS GENEROSO

PEDRO

NEGÃO

MARINHO

CACÁ

Beira-Mar

Academia do Mestre Socó Parque do Bom Menino/CCN Associação de Moradores da Liberdade Laborarte CSU do Habitacional Turú Grupo Mára-Brasil Grupo “ATUAL – Capoeira” (Aliança de Treinamento Unificado da Arte Luta Capoeira Grupo Nação Palmares de Capoeira GRUPO “MARANHÃO ARTE CAPOEIRA”,

Ginásio Castelão Maracanã Nova República Vila 2000 Quebra-Pote Fé em Deus Coroadinho Alemanha Cidade Operária, Santa Efigênia Vila Operária, Vila Luizão, Matinha, Vila Flamengo, Vila Cafeteira Filipinho; Bacabal, Imperatriz, Cururupu, Pinheiro, São João Batista, Viana, São Mateus Icatu, Santa Quitéria Bordeaux e Lille/ França

Grupo de Capoeira Jogo de Dentro Academia de Madeira

Caxias /DEFER

Associação Marabaiano Associação Filhos de Aruanda Liga de Educadores de Capoeira da Área Itaqui-Bacanga LECAIB Associação Aruandê Grupo Jêge-Nagô Grupo de Capoeira Congo-Aruandê ASSOCIAÇÃO CULTURAL AFRO-BRASILEIRA RAÍZES Associação de Capoeira Aruandê Associação de Mães de Vila Nova Programa Grupo de Capoeira Congo-Aruandê Associação Cultural Capoeira Raça Grupo Salve Axé

Anjo da Guarda São Raimundo Parque Botânico da Vale Teatro Itapicuraíba

Laborarte/Prodance Grupo São Jorge Associação Maranhense de Apoio e União Esportiva da Capoeira – AMARAUÊ - CAPOEIRA

Club da Alumar academia CIA DO CORPO academia Corpo Suor GIM Esporte Center academia MK3 Associação da Caixa JEM´s Teatro Itapicururiba União de Moradores/Clube de Mães do Sa Viana União de Moradores do Angelim Velho/Novo Angelim/novo tempo III – Angelim Conselho Cultural/Sede do Boi/Choperia Madre Deus


CANARINHO

Associação de Capoeira Itaqui Bacanga Raízes Grupo Marabaiano, Grupo Aruandê Grupo Filhos de Aruanda

CM DIACO

Associação Atlética Barcelona, em Matões Turú Grupo de Capoeira Aruandê Associação Maranhão Capoeira Grupo Amarauê Capoeira Grupo de Capoeira União e Consciência Negra grupo Filhos de Aruanda Laborarte Grupo Filhos de Ogum Grupo de Capoeira Malungos Associação Desportiva e Cultual Águas Puras dos Quilombos. Associação Mara-Brasil Capoeira Associação Cultural de Capoeira São Jorge Grupo de Capoeira União LABORARTE Associação de Capoeira JEJE NAGO

CM REGINALDO CM LEITÃO

MANOEL

NILTINHO

CM MARCIO

Grupo de Dança Afro Malungos – GDAM grupo Arte Negra do grupo de capoeira Candieiro

Colégio Militar do Corpo de Bombeiros – Vila Palmeira. Igreja Nossa Senhora Aparecida no Bairro Mauro Fecury II Fundação Assistencial da Criança e do Adolescente (FASCA) Federação Maranhense de Capoeira Programa de Erradicação do trabalho infantil (PETI) PACRIAMA LIGA DE EDUCADORES DA ÁREA ITAQUI BACANGA (LECAIB) grupo comunitário, Unidos Venceremos

Associação da União da Consciência Negra Complexo Cultural GDAM Projetos Jatobá e Embratel

Centro Social Urbano no Habitacional Turu. Academia Parati Fitness no Habitacional Turu Associação de Moradores do Bairro Sá Viana Federação de Capoeira do Estado do Maranhão – FECAEMA SESC – Serviço Social do Comercio Projeto Quinto Batalhão de Arte / Turma do Quinto FEBEM


QUANDO COMEÇAR A NATAÇÃO? LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ DENISE MARTINS DE ARAÚJO

Certo médico, pediatra i, escreveu uma série de artigos ii referindo-se à Natação Infantil, e a melhor idade para iniciá-la; lógico que o fez sob o ponto de vista ‘médico’, exclusivamente: Uma das grandes dúvidas, e consequentes insatisfações, que temos em consulta com os pais diz respeito à idade adequada para se colocar uma criança em aula de natação. [...] Quanto mais cedo melhor? Não. Essa resposta é quase sempre não. Há várias linhas de abordagem. Nas escolinhas de natação, o “quanto antes melhor” predomina. E a justificativa é sempre a de que os bebês já viviam dentro do útero em um meio líquido e isso é muito natural para eles. [...] Correto? Lógico que não. As condições são completamente diferentes entre dentro do útero e dentro de uma piscina. (Chencinski, 2015, http://guiadobebe.uol.com.br/natacao-para-bebes-ecriancas-quando-iniciar-parte-1/, grifos nossos)). Pergunta-se, então, o ilustre Pediatra: “Então por que razão os professores de natação insistem e sugere que se inicie a prática de natação o quanto antes? Desconhecimento? Não sei. Só para brigar com os pediatras? Espero que não. Rs.”. Aqui, a pergunta a ser respondida por nós, é: “Quando começar a Natação?”. Tomaremos por base as respostas dos membros da ABPNI iii e da INATI iv, haja vista que muitas dúvidas ainda rondam a prática do esporte: a idade mínima, por exemplo, não é um consenso entre os médicos, como veremos. Para a Profissional de Educação Física e Acadêmica da Academia Brasileira de Profissionais de Natação Infantil (ABPNI), Claudia Melemv, o termo “natação” não é comumente usado para bebês, uma vez que a criança vai realmente aprender a nadar a partir dos cinco anos, quando já tem desenvolvimento motor para entender o que lhe é ensinado: Para os bebês é uma adaptação do meio líquido e o desenvolvimento motor. Ensinamo-lo a sobreviver na água de alguma forma, seja bloqueando a respiração até alguém pegá-lo, se deslocando até algum material ou a borda da piscina etc. Por ser a natação um dos esportes eleitos por muitos pais como o ideal para os seus filhos, argumentando a escolha desde a segurança - já que saber nadar é também uma questão de sobrevivência - ao fato de ser uma atividade bastante completa, na medida em que movimenta todos os grupos musculares, desenvolvendo também a capacidade aeróbica e motora das crianças, e para além da parte física, favorece o lúdico, principalmente quando se trabalha em grupo, conforme afirma Beatriz Perondi, pediatra e médica do esporte do Instituto da Criança, do Hospital das Clínicas vi. Entretanto, muitos mitos e dúvidas rondam a prática da natação, principalmente na primeira infância. A idade recomendada para o início, por exemplo, já é controversa. Há pediatras que recomendam desde os seis meses e outros acham melhor esperar, pelo menos, até os dois anos de idade, senão mais. De modo geral, é entre três e quatro anos de idade que a criança vai obter um rendimento maior na natação: “Antes disso, a prática pode até ser recomendada mais como uma brincadeira, um momento prazeroso, inclusive entre pais e filhos. A criança muito pequena não entende o perigo da água, por isso é preciso ter cuidado para que ela não fique traumatizada”, constata Eliane Alfani, pneumonolista e pediatra do Hospital São Luiz vii.


A Academia Americana de Pediatria (AAP) tem defendido por muito tempo que as crianças com idade inferior a quatro anos não são consideradas "prontamente desenvolvidas" para aulas de natação viii. Segundo AAP a garotada pode desfrutar da água como recreação, pois o desenvolvimento de habilidades motoras e maturidade ainda não eram suficientes para realmente dominar as habilidades necessárias à natação propriamente dita ou mesmo ajudar a promover a segurança na água (sobrevivência). Porém, essa postura tem mudado nos últimos anos. A idade para o inicio da natação teria aumentado, alterando as estatísticas de prevenção do afogamento e promovendo a segurança na água? Não, cada vez mais um número crescente de programas de natação oferecem aulas de natação para bebês e crianças. A AAP agora concorda que as aulas de natação podem ajudar a aumentar a sensibilização para a segurança de água e evitar o afogamento. A maioria das aulas tem como objetivo não especificamente a técnica do nado, mas sim adaptação ao meio líquido, segurança e habilidades básicas, como o salto em águas profundas, sobrevivência, e sustentação ix. Aprender a flutuar e a respiração debaixo d'água foi citado pela AAP como elementos que devem ser consideradas parte de um plano global de segurança na água que inclui uma série de precauções (childproofing) em torno de uma piscina no quintal, banheira, ou em qualquer lugar onde a água é acessível a uma criança. Temos as seguintes orientações da AAP aos pais: Escolha um programa que enfatiza a segurança acima de aprendizagem específica estilos de natação para crianças com menos idade. Observe se as aulas são ministradas em pequenos grupos e mínimo de distrações. Pratique novos movimentos aprendidos ao longo do ano quando possível e não apenas durante os meses de verão (devido ao inverno rigoroso). Encontrar aulas e programas metodológicos sob medida para o seu filho. Aula para uma criança de 6 anos de idade, por exemplo, tem uma estrutura muito diferente da aula para uma de 2 anos. Verifique se há características de segurança adequadas à criança, seja em Parques de Diversão, academias ou casa. Continuemos com o Dr. Moisés, e suas preocupações e recomendações: Natação para bebês e crianças, quando iniciar? - parte 2 x, quando coloca que a idade correta para inicio da natação deverá levar em conta a segurança e a saúde da criança, quando novamente se pergunta: Então não seria melhor ensinar as crianças mais cedo para elas não se afogarem? Nosso cientista vai buscar ajuda em matéria publicada no blog da Sociedade Brasileira de Pediatria xi, pelo Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente da SBP, em crianças menores de quatro anos, em que o afogamento está entre as principais causas de óbitos externos no Brasil: Crianças menores que quatro anos de idade devem ser afastadas de qualquer reservatório de líquidos (baldes, banheiras, vaso sanitário, tanques e piscinas) que deverão ser esvaziados após uso. Nesta mesma faixa etária aulas de natação não são a prova de submersão e nunca deverão permanecer sozinhas na banheira. A criança maior deve aprender a nadar e conhecer regras de segurança de piscinas, assim como, de parques e esportes aquáticos.” [A conclusão da matéria aponta que] crianças pequenas podem se afogar em camadas líquidas de cinco cm. A presença de um adulto responsável sempre será fundamental. Embora não se comprove a eficácia das lições de natação em prevenir afogamentos, todo esporte é saudável e deve ser incentivado.


Volta a se referir à posição oficial da Academia Americana de Pediatria (AAP), para quem até 2010, era para evitar aulas de natação antes dos quatro anos de idade. Essa posição era baseada nos seguintes pontos: Falta de dados necessários para determinar se os programas de natação para crianças e bebês aumentavam ou diminuíam as chances de afogamento; Preocupação que esses programas causassem nos pais uma falsa sensação e segurança e os induzissem a uma supervisão inadequada quando a criança estivesse perto da água; Evidências de que iniciar aulas de natação precocemente não resulta em desenvolvimento mais precoce nas habilidades da natação. Preocupação que os programas de natação pudessem diminuir o medo da criança de água e involuntariamente as encorajasse a entrar na água sem supervisão. Citando dados referentes a afogamentos em várias partes do mundo para se justificar xii – mas eu moro no Brasil, e não na China e nos Estados Unidos -, utilizando-se ainda da APP para quem as evidências desses estudos não são suficientes para recomendar que todas as crianças entre um e quatro anos de idade recebam aulas e natação: “Deve ser enfatizado que, mesmo uma grande habilidade em nadar nem sempre previne o afogamento, e que as aulas de natação devem ser consideradas apenas no contexto de ampla segurança com supervisão constante e capacitada”. [Prossegue:] “Além disso, devem-se pesar muito cuidadosamente os benefícios de uma instrução de natação precoce contra os possíveis riscos como hipotermia, doenças infectocontagiosas, problemas pulmonares, alergias, otites e até afogamentos, mesmo com conhecimento das técnicas de natação”: Nos últimos anos, criou-se a informação e a habilitação de crianças menores de 12 meses, com a popularização de cursos para esse fim, tanto nos Estados Unidos como em outros países, inclusive o Brasil, através de filmes de bebês que foram ensinados a mergulhar e nadar embaixo da água e outras situações. Apesar desses relatos até de crianças se “salvando de morrerem afogadas”, não há nenhum estudo científico reconhecido que demonstrou claramente a segurança e a eficácia de programas de treinamento para bebês nessa faixa etária (abaixo de um ano de idade). (grifos nossos) xiii Dr. Moisés abre seu terceiro artigo da série xiv com a seguinte advertência: Quando iniciei essa matéria, que já foi motivo de grandes e calorosos debates em meu facebook, já imaginava que seria abordado por profissionais da área de educação física. Lógico que aconteceu de novo. Mas a abordagem foi tão educada, tão respeitosa, tão coerente, tão ética e tão útil que gostaria de trazer aqui, hoje, essa conversa. A seguir transcreve a intervenção da Profissional de Educação Física Flávia Helena Valentini: “Bom dia dr. Sempre acompanho matérias que escreve no site Guia do Bebê e li as duas últimas em que o assunto é natação para bebês quando iniciar! Entendo e concordo com algumas colocações médicas no quesito infecções e problemas que podem ser evidenciados com a prática de aulas de natação, porém discordo quando você cita que para a maioria das academias e escolas de natação a


indicação de se iniciar as aulas pode ser a partir dos 6 meses é feita sem qualquer argumento ou fundamento. Sou educadora física [sic] e entendo que nenhuma criança irá aprender a nadar antes dos seis anos (tecnicamente), porém iniciar a partir de bebê aumenta a vivência e suas habilidades no quesito psicomotricidade. E isso melhora muito o seu desenvolvimento como um todo. É claro que com uma boa orientação (profissional que entenda do assunto e não apenas queira vender um modismo) o bebê acaba se familiarizando com o meio líquido e aprendendo a se virar, porém nunca devemos ter a falsa impressão que uma vez soltinho ou ambientado, o mesmo pode ficar só em piscinas sejam elas to tamanho e profundidade que for. Cabe ao professor orientar os pais dos cuidados, pois ao aprender a se virar muitas vezes os mesmo pensam "agora posso ficar mais tranquilo"... E pelo contrário é preciso sempre estar por perto e atentos. Tanto é que os dados de afogamentos geralmente constatam a negligência nas proteções estruturais e de pessoas no momento do afogamento. Então penso que seria legal que colocasse que nem sempre o profissional fala sem conhecimento ou preparo e que conhecer mais sobre os benefícios da atividade aquática desde pequenos é algo que às vezes faz médicos de uma maneira geral subestimar os seus efeitos e benefícios, reforço novamente quando bem orientados e por profissionais sérios e conscientes do seu papel. Em resposta à Profissional de Educação Física, afirma que nunca – nunca – faz qualquer afirmação ou qualquer artigo sem embasamento teórico – como nunca emite opinião pessoal. Nos artigos em questão vale-se, como diz, da ‘opinião’ da: OMS, da Academia Americana de Pediatria, da Sociedade Brasileira de Pediatria, da ONG Criança Segura; e todas elas estão embasadas nas questões médicas. E mais, diz nosso cientista: “Alguns conceitos muito difundidos sobre os benefícios da natação colocam em risco a vida das crianças” xv. E a seguir passa a questionar os conhecimentos dos Profissionais de Educação Física que se dedicam à Natação Infantil: Frases como essas abaixo demonstram desconhecimento sobre o real desenvolvimento neurofisiológico de uma criança e, se mal interpretadas, trazem uma ideia errada sobre as capacidades que um bebê até um ano de idade pode desenvolver. “A partir dos seis meses de idade o bebê já pode iniciar as aulas de natação, devido ao fato de estar com o sistema imunológico mais preparado para conviver com um número maior de pessoas.” O sistema imunológico de um bebê de seis meses é absolutamente imaturo. Essa é uma das razões que fazem com que um bebê, nessa idade, quando entre em um berçário ou uma creche, tenha tantas doenças respiratórias. “Pedimos, por exemplo, que elas tragam uma camiseta para sentirem como é difícil nadar de roupa e aprenderem a tirá-la se algum dia acontecer o acidente de caírem na piscina.” Sabe com que idade uma criança começa a tirar e colocar sua própria roupa em casa, sem dificuldades? Entre três e quatro anos. Imagine fazer isso dentro da água. Algum de vocês, pais, já tentou fazer isso em uma piscina funda para vocês, sem apoiar os pés? “Nas aulas, uma criança com menos de um ano já pode aprender habilidades de sobrevivência que podem ser úteis em casos extremos, como conseguir segurar a


respiração sem engolir água por alguns segundos ou até mesmo realizar uma flutuação na posição dorsal.” Nenhuma criança consegue com toda certeza segurar a respiração por mais de 30 segundos quando dentro da água. Crianças se afogam em cinco cm de água. Engolir água não traz nenhum problema para ninguém, mesmo para crianças. “Respirar” água sim. [E conclui:] Assim como não me atrevo a comentar sobre técnicas de aprendizado de natação, até por não ser especialista na área, acredito que essas informações não deveriam ser passadas por quem, de fato, não conhece o desenvolvimento de uma criança. Após questionar os conhecimentos dos Profissionais de Educação Física, passa a apresentar suas alegações finais, utilizando-se de “Recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria” xvi: O Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente da SBP tem como recomendação que até os quatro anos de idade, “as aulas de natação não são à prova de submersão e nem na banheira elas devem permanecer sozinhas”. Muitas regras de segurança devem ser seguidas para evitar acidentes em piscinas (ou lagos, rios, praia), mesmo em crianças que “tenham aprendido e saibam nadar”. Algumas delas podem ser simples de se transmitir e nem sempre dependem da compreensão das crianças: Piscinas devem ser protegidas com cercas de no mínimo 1,5 m que não possam ser escaladas e portões com cadeados ou trava de segurança que dificultem o acesso dos pequenos; Alarmes e capas de piscina garantem mais proteção, mas não eliminam o risco de acidentes. Esses recursos devem ser usados em conjunto com as cercas e a constante supervisão dos adultos; Evitar brincadeiras agressivas ou de empurrar à beira da piscina ou dar “caldos” na piscina; É fundamental, independente de todos esses cuidados, a presença de um adulto responsável, sempre que houver uma piscina próxima. Respeitar as placas de proibição nas praias, os guarda-vidas e verificar as condições das águas abertas; Mas talvez a mais difícil de avaliar e de controlar seja: Nunca desafiar seus próprios limites. Em seguida apresenta as ‘recomendações’ que considera mais importantes da ONG Criança Seguraxvii Uma criança na banheira leva cerca de 10 segundos para ficar submersa; Uma criança submersa na banheira leva apenas 2 minutos para perder a consciência; Uma criança submersa na banheira ou na piscina entre 4 a 6 minutos pode ficar com danos permanentes no cérebro; Diferentemente dos adultos, as partes mais pesadas do corpo da criança pequena são a cabeça e os membros superiores. Por isso, elas perdem facilmente o equilíbrio ao se inclinarem para frente e consequentemente podem se afogar em baldes ou vasos sanitários e em piscinas; As boias de braços não oferecem a segurança que se imagina por poderem esvaziar durante o uso, sair dos braços da criança ou ela mesma resolver retirar e por risco de atrapalhar se a criança mergulhar;


As crianças não têm maturidade, nem experiência para sair de uma situação de emergência. Segundo a ONG Criança Segura, a idade recomendada para iniciar as aulas de natação é aos quatro anos de idade. Antes disso, os riscos pela imaturidade da criança e pelas necessidades de medidas de controle de riscos são grandes, não justificando a antecipação. Aulas de natação, sem submersão (cabeça fora da água), com escola e professores qualificados, com a presença dos pais, podem começar antes. QUANDO COMEÇAR A NATAÇÃO? O Projeto de Pesquisa “Natação na Primeira Infância” (JORGENSEN, 2013) xviii teve seu foco principal no exame dos possíveis benefícios que poderiam resultar da participação de crianças menores de cinco anos em aulas de natação. A Austrália, onde foi realizado ao longo de quatro anos, é o país onde a psique nacional é baseada em atividades aquáticas, seja como lazer ou torcendo pelos nadadores de elite na piscina: [...] fazer natação também traz benefícios para a saúde e o fitness. Porém, diferentemente de outros interesses físicos e intelectuais das crianças em idade préescolar, aulas de natação podem ser iniciadas quando são bem mais novos, em comparação a outras atividades. Atividades logo de familiarização com a água podem começar após o nascimento com o primeiro banho do bebê e aulas podem começar, em muitas escolas de natação para bebês, aos quatro meses. Nenhuma outra atividade de lazer para bebês começa em tão tenra idade. Como resultado, a indústria para aprender a nadar cresceu exponencialmente nos últimos trinta anos. (grifos nossos). Para Jorgensen (2013) xix, aprender a nadar é uma grande parte do aproveitar a água. Considera que houve poucos estudos sobre os impactos de aprender a nadar para crianças pequenas. O foco dessa pequena pesquisa foi em como a prática precoce da natação pode melhorar algumas habilidades motoras como equilíbrio e alcance (Sigmundsson & Hopkis 2010) xx e desenvolvimento motor em bebês logo após o nascimento, incluindo segurar a cabeça, sentar sozinhos e segurar objetos (Jun, Huang & Dan, 2005) xxi. Outros observaram o impacto da natação em crianças com dificuldades respiratórias como asma (Wang, 2009 xxii e Font-Ribera et al, 2011xxiii). Também houve bastante pesquisa sobre como atividades na água podem melhorar a mobilidade e a força aeróbica para crianças com deficiências físicas (por exemplo, FragalaPinkham et al, 2008xxiv; Hutzler et al, 2008xxv). No entanto, poucas são as pesquisas sobre o impacto das aulas de natação para alunos fisicamente capazes além de um extenso estudo alemão no final dos anos 70 (Diem, 1982) xxvi, quando a indústria das aulas de natação estava apenas começando. Não apenas as condições na Austrália são diferentes das condições na Europa, mas nas últimas três décadas aproximadamente, foram feitos avanços consideráveis nas técnicas e aulas de natação. Pedagogia da Natação – 122 aulas foram observadas nos locais visitados. As aulas tinham todas as faixas etárias. Há uma diferença clara entre as aulas para bebês/pais em relação às aulas em que a criança entra na piscina sem o pai/cuidador. Separaram-se esses dois tipos de aulas, já que são claramente diferentes em termos do que pode ser feito pelo professor. Foram analisadas aulas com/sem pais e pontuada essa dimensão: Dimensão Um: Orientação - As primeiras lições tinham como foco garantir que a criança se familiarizasse com a água e várias atividades acontecem, incluindo familiarização básica, submersão, segurança (virar-se para pegar na borda da piscina). Essas aulas acontecem com os pais ou cuidadores na piscina. Conforme a criança cresce e seu desenvolvimento físico aumenta, as aulas começam a se adaptar para as habilidades de coordenação motora grossa e fina da criança.


Os resultados foram reportados em três grupos. O primeiro grupo mostra a pontuação média das aulas para todas as crianças de cinco anos e abaixo. O segundo grupo foi nomeado Natação para Bebês e representa todas as crianças, geralmente menores de 2,5 anos, que têm aulas de natação acompanhadas por um pai/cuidador. Algumas escolas de natação não exigem que os pais entrem na água a partir dos dois anos, outras exigem que o pai participe ativamente até que a criança tenha quatro. O principal determinante aqui é a presença do/a pai/mãe. O terceiro grupo, nomeado Pré-escolares representa crianças, geralmente acima de 2,5 anos, que fazem as aulas sem acompanhante. Essas crianças podem ter até cinco anos de idade. A separação dos bebês e préescolares foi feita para reconhecermos as diferenças significativas na abordagem usada. Dimensão Dois: Aptidão Física - Essa dimensão do perfil é o negócio central da natação – poderíamos dizer que aulas de natação contribuem para a aptidão física das crianças. De acordo com os dados, os elementos dessa dimensão foram em aspectos do que é ensinado como parte do nadar. Essa dimensão engloba: • Coordenação: espera-se que a criança exercite vários movimentos físicos ao mesmo tempo. • Atividades Diferenciadas: sendo evidente a variação da destreza/habilidade/idade das crianças, várias atividades são usadas para suprir essa variedade. • Participação/fluxo: O professor mantém fluxo constante das atividades apresentadas na aula para que as crianças estejam o tempo todo engajadas em alguma forma de atividade específica com tempo limitado. • Progressão de Atividade: O professor planeja a aula de forma que as atividades se complementem progressivamente. • Estratégias de Comunicação Integrada: O professor usa várias estratégias de comunicação: falar, cantar, demonstrar, uso de recursos visuais (ex. brinquedos/acessórios de piscina). Dimensão Três: Valor Social - As aulas também foram avaliadas por como a pedagogia usada poderia contribuir com o valor social das crianças participantes. • Apoio Social O professor apresenta comportamentos, comentários e atitudes que estimulam o esforço, a participação e o arriscar-se para aprender. • Comprometimento da Criança As crianças apresentam comportamentos durante a atividade que sinalizam seu envolvimento/satisfação com a aula de natação, incluindo atenção, cumprimento das atividades pedidas, respeito à estrutura da aula, entusiasmo. • Comprometimento do Pai / Responsável O professor engaja pais/cuidadores nas atividades da aula. Pais/cuidadores apresentam comportamentos que mostram um investimento, incluindo atenção à criança/ao professor, interação com a criança, respeitando a estrutura da aula, entusiasmo. • Construção de Confiança, Bem Estar Emocional O professor emprega estratégias para construir a confiança e o bem estar emocional nas crianças. A abordagem é consistente e segura. O senso positivo de si mesmo e copiar habilidades de crianças. • Regrar-se O professor estimula a autorregulação dos alunos. Isso é demonstrado tanto pelas técnicas de gerenciamento de comportamento (através das quais pouco


tempo é direcionado a disciplinar o comportamento das crianças e as crianças mostram ter maior autorregulação) e, quando crianças não mostram autorregulação alta, técnicas de instrução que gentilmente relembram / reforçam o bom comportamento. Dimensão Quatro: Valor Intelectual - As aulas observadas também foram perfiladas de acordo com sua contribuição ao valor intelectual das crianças. As metodologias eram observadas em letramento, habilidades para a aritmética e “outras” áreas curriculares. • Letramento O professor incorpora técnicas instrucionais e/ou atividades em aula que desenvolvam a habilidade de ler e escrever (ex. técnicas instrucionais, desenvolvimento de habilidades auditivas, o uso de rimas em canções, formação de letras em cartões de instrução). • Habilidade Matemática O professor usa técnicas instrucionais e/ou atividades em aula que desenvolvam a habilidade para a aritmética. (ex. o uso de contagem enquanto instrui os alunos, usando apoio visual com representação de números). • Outras áreas curriculares O professor incorpora técnicas instrucionais e/ou atividades em aula que desenvolvam outras áreas do currículo (ex. música). Dimensão Cinco: Valor Linguístico - As aulas também eram perfiladas quanto a como o valor linguístico das crianças pode ser melhorado. Especificamente, elas foram perfiladas pela linguagem “rica” usada e o discurso instrucional usado. • Linguagem Rica O professor incorpora técnicas instrucionais ou atividades que tentam fazer uma relação entre o conhecimento de mundo da criança e o ambiente aquático. • Discurso Instrucional O professor incorpora técnicas instrucionais que desenvolvem várias habilidades nas crianças, que vão se beneficiar delas no ambiente escolar. Das “Conclusões e Recomendações do Projeto”, temos que parece de fato que crianças que fazem aulas de natação atingem vários marcos antes que as populações normais. É razoável presumir que a natação possa melhorar a aptidão física devido ao foco físico de nadar, principalmente em habilidades motoras grossas. Muitas das habilidades, disposições e do conhecimento que as crianças que nadam mostram tanto na pesquisa quanto nos testes são os que se esperaria como resultado de treino intenso de natação – isto é, sua aptidão física. No entanto, também notamos que crianças que nadam, como reportado pelos seus pais e através dos testes, também têm melhor desempenho que a população normal em outras áreas - seu valor linguístico e intelectual. Coletivamente, as duas fontes sugerem que as crianças que têm aulas de natação atingem vários marcos (habilidades, conhecimento e disposições) mais cedo que a população normal. Nossas observações de aulas de natação de qualidade sugerem que aulas de natação podem oferecer potencial considerável para agregar valor a crianças pequenas. Nas aulas de natação para primeira infância os pequenos aprendizes são expostos a novas experiências que ampliam seu repertório de habilidades, conhecimentos e disposições. A análise do ambiente de natação e das abordagens de ensino adotadas pelas escolas variou consideravelmente. Aparentemente, há vantagens para crianças pequenas que fazem aulas de natação na primeira infância. O foco na segurança na água e os benefícios físicos para quem participa de qualquer atividade são claros, mas esta pesquisa sugere que haja muitas áreas de diferença positiva entre crianças que nadam e a população normal. Muitas dessas diferenças serão vantagem para as


crianças na transição para o ambiente escolar ou pré-escolar. Elas desenvolveram muitas das atividades necessárias para a escola – acadêmica, social e pessoal. Já no Blog Bebê.com.xxvii ante a pergunta: A criança deve começar a nadar só depois de completar um ano? Temos como resposta: Não. Quanto mais cedo começar o trabalho dos estímulos sensoriais e a ambientação dos bebês na água, maior será o repertório motor e emocional dele — o que auxilia em um crescimento saudável, tanto mental como físico. Bebês a partir de seis meses já podem frequentar a piscina e fazer aulas de natação. Nessa fase, a criança já terá tomado parte das principais vacinas. (grifos nossos). Nesse mesmo blog, em postagem de Vanessa Sá (2013) xxviii, referindo-se a estudos publicados no periódico Child: Care Health and Development, revelou que pimpolhos que iniciaram as aulas com apenas 3 meses apresentavam mais equilíbrio e facilidade para pegar objetos em comparação com os que nunca haviam sido expostos a elas. A diferença persistiu até os 5 anos. O que leva à indagação: qual a idade certa para começar? Para a autora, após ouvir inúmeros especialistas, não há um consenso. Para a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), é a partir dos seis meses. A Academia Americana de Pediatria, por outro lado, recomenda iniciar a natação acima de um ano. E isso depois de rever sua posição de indicar apenas para crianças com mais de quatro anos, mantida até dois anos atrás. 6 a 12 meses - O foco para bebês dessa idade é aclimatá-los ao ambiente aquático e promover a interação com os pais, para que o primeiro contato com a piscina seja positivo. 12 a 24 meses - “A criança passa de uma atitude mais passiva para outra bastante ativa nas aulas. Ela está conquistando o equilíbrio, conhecendo seu corpo e interagindo com o meio”, esclarece Poli. Segundo ele, o bloqueio respiratório já é bem aplicado. E, apesar de a criança ainda não ter autonomia na água, ela consegue, por meio de movimentos rudimentares, fazer pequenos deslocamentos – por exemplo, do professor até o pai/mãe ou da borda da piscina até o professor/pai/ mãe. Já crianças de 2 anos conseguem girar dentro da água e ir até a borda por meio de pequenos deslocamentos. No Blog da Clinica Lenxxix encontramos que as aulas de natação, geralmente em escolas e academias especializadas, são permitidas para crianças a partir dos seis meses de idade (no Brasil). Nesta idade a criança já tem bastante prazer no contato com a água. Porém alguns pontos são importantes: A criança, mesmo que faça natação desde os seis meses de idade e saiba nadar perfeitamente NÃO PODE SER DEIXADA sem supervisão na piscina até cerca de 5 anos de idade. A criança familiarizada com piscina tem percentualmente mais chance de acidentes (por ter menos "medo" da piscina). As piscinas de natação em academias devem preferencialmente não ser tratadas com CLORO. As opções modernas, como a salinização e ozonização são melhores. O vapor do cloro em piscinas cobertas é um fator alergênico importante. O risco de infecções de vias aéreas - resfriados, rinites e otites - em crianças que fazem natação são maiores. Porém, na maioria das vezes este aumento é inexpressivo. Cada caso deve ser analisado individualmente. A natação recreativa, para crianças pequenas, não melhora os casos de asma e bronquite. Só há benefícios quando se pratica a natação de forma mais aeróbica, nadando centenas de metros, por bastante tempo.


POSIÇÃO DO INATI Rafaele Madorno (2015) xxx, em correspondência eletrônica distribuída aos membros do INATI, em resposta ao Blog do Dr. Moisés, informa que tomou conhecimento das informações veiculas sobre a natação infantil, e apresenta o posicionamento do INATI (www.inati.com.br). Após explanar os objetivos do Instituto, e as reuniões e encontros que promove anualmente e sobre a criação da Academia Brasileira de Profissionais de Natação Infantil – ABPNI -, grupo que congrega 16 reconhecidos profissionais da área, atuando em benefício da evolução conceitual e prática da natação infantil, apresenta a visão desses profissionais sobre a natação infantil. Coloca que a prevenção e acidentes, como afogamentos, não é a sua única e principal responsabilidade. Mas é apenas parte do processo. A seguir, apresenta o posicionamento de outras instituições, como a Fundação SAFER 3, americana – do qual o INATI é parceiro – que vem estimulando trabalhos das camadas de proteção, combatendo métodos que visam apenas a sobrevivência das crianças pela aprendizagem da técnica de flutuação dorsal, levando a Academia Americana de Pediatria aconselhar o inicio das aulas de natação após os quatro anos de idade. Informa ainda que, em 2010, esse parecer foi modificado, em função da existência de outras metodologias, e que estas buscam o desenvolvimento global da criança, e a transmissão correta de informações aos pais sobre a prevenção e segurança aquática, além de ensiná-la a nadar. A mudança de postura da AAP se deu depois de sua participação na Conferencia da Associação de Escolas de Natação dos EUA, em Outubro de 2014, devendo ser baixada essa idade. Refere-se ainda aos estudos da Griffith University, da Austrália, acima já discutido. Informa Madorno (2015) que o Brasil tem excelentes profissionais e programas de Natação Infantil que participam de eventos nacionais e internacionais, para demonstrar a seriedade do trabalho que aqui se desenvolve: “Nosso país é reconhecido como um dos países lideres da área pela comunidade científica internacional”, e aponta diversos estudos apresentados nesses congressos da área, aqui e algures (HTTP://www.inati.com.br/files/2013/06/Dados-bebesSaude.pdf) . E que o INATI mantém, como instituição, relacionamento próximo com as outras áreas da Saúde, visto que os Profissionais de Educação Física – e não ‘educadores físicos’... – especializados em Natação Infantil fazem parte dessa área. Desde o primeiro congresso, em 2008, que médicos pediatras, otorrinolaringologistas, psicólogos, psiquiatras, fonoaudiólogos, etc. tomam parte dos mesmos, se atualizando: [...] a natação infantil é muito mais do que uma atividade em que a criança vai ‘para aprender a não se afogar’. Encaramos essa atividade como potencializadora do desenvolvimento da criança e, o quanto antes puder usufruir dos benefícios da atividade na água, com profissionais preparados, em ambientes adequados, ela só se beneficiará, e por consequência a família, visto ser esta uma atividade que une pais e filhos e reforça seus laços afetivos. NA ACADEMIA Para Navega (2011) xxxi, até à década de 1970, a natação para bebes ainda era vista com muitos mitos e preconceitos. As primeiras publicações científicas surgiram em 1981xxxii, e a partir daí a situação foi revertida. O Brasil é considerado um país muito desenvolvido nesse campo e um dos melhores do mundo em relação aos seus praticantes, à qualidade, ao aperfeiçoamento dos professores e à excelência das academias especializadas (Kerbej, 2002) xxxiii. Para essa autora, a partir do 6º mês de vida, a adaptação do bebe no meio líquido já está explícita: Relativamente à idade ideal para se começar a nadar Damasceno, refere que existem várias discussões sobre a melhor idade para se iniciar a aprendizagem da natação,


todavia não existe uma idade ideal para se iniciar a aprendizagem nesta modalidade, posto que esse processo seja apenas uma continuidade, um prosseguimento, ou mesmo, um resgate à verdadeira origem do Homem, salientando que “as premissas do parto dentro da água sugerem, do ponto de vista pedagógico, que a contínua familiarização com o meio liquido dispensa maiores referências à idade ideal para se iniciar a aprendizagem da natação” (Damasceno, 1997, p.82) xxxiv. Velasco (1994) xxxv entende que a natação para bebes deverá ter início aproximadamente aos três meses de idade, afirmando que, “neste período o bebe já possui um bom número de anticorpos e sustenta melhor a cabeça. Essa maturidade cervical faz com que o bebe resista bem ao transporte na piscina e a mãe saiba manusear melhor o seu corpo”. Fontanelli e Fontanelli (1985)xxxvi, qualquer bebe, a partir dos três meses de idade e que seja considerado saudável, pode fazer uso da natação, desde que o estabelecimento possua condições de higiene satisfatórias, profissionais capacitados e piscinas aquecidas entre os 23° e 45°. Em OS BENEFÍCIOS DA NATAÇÃO PARA BEBÊS DE 6 A 24 MESES DE IDADE, Andréa Maria Pires Azevedo; Lidiane Caetano de Morais; Laís Kelly Silva Rodrigues; Marcella Manfrin Barbacena; Roseni Nunes de Figueiredo Grisi afirmam que a partir do 6° mês de vida, a adaptação do bebê no meio líquido já está indicada. Fouace (1980) xxxvii refere que as aulas de N.B. deverão ter o seu início aos três meses, dado que é a partir dessa idade que a criança passa a manter a cabeça na vertical e culminará aos 36 meses. Saakslahti (no prelo) xxxviii, indica como critérios para o início das aulas ter, no mínimo, três meses de idade e 5 Kg de peso. Perez (1987) xxxix, sustenta que os dois meses de idade é o ideal para se começar a praticar atividades aquáticas. Luque (1995) xl, refere a faixa etária entre os três meses e os 24 meses de idade como sendo consagrada às aulas de N.B.. Sarmento e Montenegro (1992) xli estabelecem os seis meses como sendo a idade para se iniciar a prática da atividade e os 36 meses para o seu términos. Barbosa (1999) xlii resume, apesar de não existir consenso sobre quando se pode começar e cessar a participação neste tipo de programas, parece que o início ocorrerá entre os três e os seis meses e, terminará entre os 24 e os 36 meses. Para esse autor: A justificação para a adopção deste intervalo de idades para se iniciar as aulas terá por base diversos motivos. Em primeiro lugar, antes de se começar a frequentar actividades aquáticas será necessário que o bebé aumente um pouco o seu peso. Isto tendo em vista que as probabilidades da criança exibir estados de hipotermia frequentes em águas com uma temperatura relativamente abaixo do normal - sejam menores. Em segundo lugar, dado que o sistema imunológico do recém-nascido é bastante deficitário, será necessário dar algum tempo para que esse mesmo sistema se desenvolva, antes de passar a frequentar um meio propenso à contracção de diversos tipos de problemas de saúde, como são os de foro vírológico, bactérológicos ou, micótico. [...] Ora, aparentemente, as crianças terminam a sua frequência às aulas de N.B., no período de transição da fase dos movimentos rudimentares para a fase dos movimentos fundamentais. Que é o mesmo que dizer que, em consequência da passagem da criança de uma fase de desenvolvimento motor para uma outra, os conteúdos, as metodologias e os princípios de trabalho a adoptar também serão alterados. Por outras palavras, dado que entre os 2 e os 3 anos ocorre um período de transição de uma fase do desenvolvimento motor para outro, isso significa que, os conteúdos a apresentar à criança deverão ser outros, de modo a que se adeqúem à nova fase de desenvolvimento do sujeito.


Bonacella (2015) xliii afirma que a Natação para bebês começa a ser pratica a partir dos seis meses: As aulas começam a ser praticadas, em geral, a partir dos seis meses, quando o bebê já tomou o ciclo completo de vacinas, sempre com a liberação do pediatra e a resposta aos exercícios vem com a melhora do sono, da alimentação e do desenvolvimento motor, além de alguns reflexos que serão notados apenas na vida adulta. Para melhor esclarecer essas questões, necessário se faz ouvir a posição dos 16 membros do INATI... e formar uma posição oficial!

AS NOTAS E REFERENCIAS ESTÃO AO FINAL DA REVISTA


DOCUMENTO DE INTERVENÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA APRESENTAÇÃO O Conselho Federal de Educação Física - CONFEF, pelas suas atribuições e comprometimento diante da sociedade brasileira, fundamentalmente pela consecução de uma EDUCAÇÃO FÍSICA DE QUALIDADE, de acordo com a competência de regulamentar a Lei que o instituiu, apresenta à sociedade o Documento que aponta e identifica a intervenção do Profissional de Educação Física. A Educação Física brasileira, bem como a Profissão de Educação Física, vivem momentos de transição e de mudanças de paradigmas, tornando-se cada vez mais necessário evidenciar, identificar e desenvolver suas dimensões sociais, culturais, econômicas e políticas. O presente Documento é referência para a atuação Profissional e vem sendo produzido, e desenvolvido, desde a promulgação da Lei nº 9696 de 01/09/1998, concorrendo para o estabelecimento de filosofia renovada, princípios, estratégias e procedimentos, adequados à realidade brasileira, tendo em vista os valores sociais e pedagógicos inerentes a sua ação na atividade física. Trata-se de um Documento construído ao longo do tempo, representando um desafio. Dada à relevância e significância do mesmo e, por tratar-se de um referencial, o CONFEF, entendeu ser imperioso amadurecer o processo antes de Legislar a respeito. Desde a criação do CONFEF buscou-se identificar, junto à comunidade acadêmica, científica, intelectual e profissional, quais as intervenções e atuações conjunturais específicas para o Profissional de Educação Física. Possuíamos a convicção de que, primeiramente, deveria ser definido o Código de Ética Profissional e elaborada a Carta Brasileira de Educação Física. Assim, seguros de que ao longo das discussões, antes de chegar-se ao produto final, surgiriam propostas e posicionamentos relativos as atividades próprias dos Profissionais de Educação Física, pusemo-nos a trabalhar o Documento. Em 1999, após a efetivação do Simpósio de Ética do Profissional, de consultas e da abertura a participação da categoria profissional, foi editado o Código de Ética do Profissional de Educação Física, fruto de um quase consenso dentre os vários setores da área de Educação Física. No ano de 2000, identificamos que a Classificação Brasileira de Ocupações - CBO estava em processo de modificação, tendo em vista o estabelecimento de nova Classificação, imediatamente, nos debruçamos sobre a matéria divulgando e informando à categoria profissional como seria esse processo e de que forma se poderia estar intervindo junto ao Ministério do Trabalho, visto que a Profissão de Educação Física, no Brasil, está mudando no sentido de acompanhar as transformações que se processam em nossa sociedade. Em Agosto de 2000 foi realizado o Fórum Nacional dos Cursos de Formação Profissional em Educação Física, na cidade de Belo Horizonte, quando foi promulgada a Carta Brasileira de Educação Física e, onde dentre outros assuntos a CBO foi destaque. Daí formou-se uma força catalisadora, atuando de maneira sinérgica com as Associações de Profissionais de Educação Física de diversos Estados e com as Instituições de Ensino Superior. A partir do arcabouço de idéias que surgiram ao longo dessas ações, resultado do esforço participativo, aflorava a imperiosa necessidade de que se identificasse as Intervenções específicas dos Profissionais de Educação Física. No ano de 2001, o Plenário do CONFEF designou uma Comissão Especial para estudar a questão da Intervenção Profissional, dando início concreto à elaboração do Documento, tendo como ponto inicial os estudos e contribuições anteriormente coletados. Assim, as mudanças no rumo do


desenvolvimento profissional e na busca de garantia de atendimento qualificado aos beneficiários, acabaram sendo levadas em consideração. O cronograma de trabalho estabelecido definia e, até mesmo, orientava para que os Conselhos Regionais de Educação Física promovessem amplas discussões sobre as Intervenções Profissionais, envolvendo todos os segmentos afins nas respectivas regiões. A construção do Documento de Intervenção Profissional tornou-se imprescindível, à medida que o Conselho Nacional de Educação - CNE, aponta com novos rumos através das Diretrizes Curriculares que, inclusive, repercutirão na formação de Profissionais de Educação Física. Impossível estabelecer uma formação fundamentada nos princípios de qualidade, competência e ética, sem a identificação para qual Intervenção Profissional se destina essa preparação. Por considerar que a Formação e a Intervenção devam caminhar juntas, entrelaçadas, sendo uma dependente da outra, é que ambas foram alvo de debates, discussões e análises desde o Fórum Nacional dos Cursos de Formação, em 2000. Os Conselhos Regionais de Educação Física - CREFs cumpriram a missão a eles designada, socializando as discussões relativas à Intervenção e a Formação Profissional. Os dois pontos foram relevantes nos Fóruns Regionais realizados em cada área de sua jurisdição, promovidos entre os meses de Junho e Agosto de 2001, envolvendo diferentes Cursos de Graduação em Educação Física, cabendo ressaltar que em mais de 60% (sessenta por cento) das regiões, a presença foi de 100% (cem por cento) e nos demais, a menor participação contou com 85% (oitenta e cinco por cento) do quantitativo de Cursos, da região. Trata-se de indicador do alto interesse das Escolas pelo assunto e de credibilidade do Sistema CONFEF/CREFs, junto à área acadêmica, como entidade intermediária entre as Instituições de Ensino e o Poder Público e decisório da categoria profissional. Entendemos que a credibilidade do Sistema CONFEF/CREFs é conseqüência da sua atuação de forma pró-ativa, eis que toda discussão, participação e debate resultam em ação objetiva e prática, em consonância com as expectativas mais elevadas da categoria profissional e da sociedade. Desses Fóruns, dos debates e das participações emergiram diversas posições pontuais, relacionadas à epistemologia, paradigmas, objeto de estudo e conceitos relativos à Educação Física e outros, o que exigiu enorme exercício de revisão da literatura, estudos históricos e outras providências. Nesse processo, foi possível concluir que a perplexidade em relação às duas áreas específicas de atuação (formal e não formal) não é peculiaridade atual, pois, já na Grécia antiga, como informa Marinho (1984, p.221), "o professor de ginástica para crianças chamava-se pedótribe (a forma pedótriba aparece em 1813, MORAIS)", enquanto o mestre de ginástica tinha função inteiramente distinta do pedótriba, pois, lhe era atribuído o ensino aos atletas e ele era chamado gumnasthV, denominação para a qual não se tem equivalente em português. A Comissão Especial do CONFEF elaborou uma Minuta de Documento disponibilizada na página virtual do Conselho, para análise e avaliação, e distribuída a diferentes setores da sociedade para que opiniões e sugestões fossem apresentadas. Coletadas as propostas e sugestões, inclusive da página virtual, foram sistematizadas pela Comissão Especial do CONFEF, que se apressou na formulação de uma nova Minuta do Documento. Na busca de garantir que os interessados na questão analisassem o novo projeto de Documento, foi remetido ofício aos Cursos de Graduação em Educação Física, às entidades do Sistema Desportivo, as APEFs, aos órgãos públicos vinculados ao setor e ao CBCE, solicitando análise, sugestões e contribuições, além de ser veiculado na página virtual do CONFEF. Para que não se cometesse nenhuma injustiça, deixou-se de apontar o nome das pessoas e entidades que encaminharam contribuições, garantindo que esses dados ficarão devidamente arquivados, servindo de memória na história da construção do Documento. Como resultado, temos um Documento contextualizado, que reflete as diversas Intervenções dos Profissionais da área e define a sua capacitação, competências e atribuições necessárias e possíveis para dinamização de atividades físicas, desportivas e similares, elaborado de forma democrática e participativa, que emergiu da manifestação das bases, de todos os setores e segmentos. Trata-se,


portanto, de Documento conjuntural que, ao longo do tempo, paralelamente à evolução histórica, social e profissional, poderá (e deverá) sofrer atualizações. Esse cuidado justifica-se, em função da notória importância da Educação Física, no encaminhamento de soluções para problemas sociais, educacionais e de promoção da saúde. A atividade física e o desporto constituem fenômeno educativo e sócio-cultural de valor inquestionável, desde que atenda ao requisito de ser conduzido, orientado e ministrado por profissionais qualificados e habilitados. A forma de se evitar que as diversas manifestações da atividade física, tais como: ginástica, dança, esportes, artes marciais, ioga, musculação, dentre outras, se transformem em riscos ou prejuízos de natureza física, moral ou social para crianças, jovens, adultos e idosos, além de se evitar a possibilidade do desenvolvimento de comportamentos duvidosos, é agir e garantir que essas atividades sejam conduzidas por profissionais com formação em cursos reconhecidos pelo Ministério da Educação e habilitados pelo Sistema CONFEF/CREFs, haja vista, que estes são pressupostos reais e socialmente reconhecidos quando se busca assegurar e resguardar o compromisso técnico, ético e social com o exercício profissional a ser desenvolvido. Diferentemente do que se percebe através de suposições incorretas e fruto de desinformação, cabe apontar que os Cursos de Graduação em Educação Física proporcionam ao formado, conhecimentos científicos, técnicos, pedagógicos e ético-profissionais favorecendo a prestação de uma intervenção adequada e eficaz nas diversas manifestações da atividade física. Ao sermos progressistas, colocamo-nos na vanguarda de nossa profissão, pela coragem de agir e de atuar em prol da instituição, do instrumento jurídico que a normatizou, rompendo dessa forma, com paradigmas comuns aos sectários e misoneístas. O trabalho que o CONFEF apresenta a comunidade é o resultado que expressa uma visão contextualizada e atual do Profissional de Educação Física objetivando perspectivar o futuro aprimoramento da qualidade dos serviços a serem prestados à sociedade. Registrando o envolvimento, as constantes reuniões e o esforço de todos os Membros do CONFEF e, em especial o trabalho, a dedicação e a paciência da Comissão Especial de Intervenção Profissional do CONFEF, cumpre expressar efusivos agradecimentos a todos que, direta e indiretamente, contribuíram para a elaboração deste Documento. INTRODUÇÃO O Conselho Federal de Educação Física - CONFEF, em cumprimento ao que determina a Lei Federal nº 9696, de 1º de Setembro de 1998, tem desenvolvido significativas ações na perspectiva do reconhecimento legal, da organização e da valorização social da Profissão Educação Física. Também, por determinação da Lei nº 9696/98, que regulamentou essa profissão, é prerrogativa do profissional graduado em Curso Superior de Educação Física (Licenciatura ou Bacharelado), com registro no Sistema CONFEF/CREFs, a prestação de serviços à população em todas as atividades relacionadas à Educação Física e nas suas diversas manifestações e objetivos. É, portanto, um campo profissional legalmente organizado, integrado a área da saúde e da educação, sendo necessário que, em todas as ocupações profissionais do campo de Educação Física, se considere esta nova realidade. Diante dessa realidade e na observância das suas responsabilidades sociais, o CONFEF realizou, no ano de 2000, na cidade de Belo Horizonte/MG, o Fórum Nacional dos Cursos de Formação Profissional em Educação Física do Brasil. Esse evento contou com a participação de 85% (oitenta e cinco por cento) das Instituições de Ensino Superior que oferecem Cursos de Graduação em Educação Física. Envolvendo Dirigentes de todas as regiões, o Fórum oportunizou a discussão de vários aspectos da formação profissional e consagrou-se como o mais importante e privilegiado espaço para o debate de questões dessa natureza no país. Considerando a necessidade identificada pelo CONFEF de desencadear uma discussão mais aprofundada sobre a nova realidade do mercado de trabalho dos Profissionais de Educação Física, diante da pluralidade de competências próprias desses profissionais e, principalmente, da


regulamentação da profissão ocorrida em 1998, uma das temáticas abordadas no Fórum de Belo Horizonte foi a da Intervenção Profissional, trazendo à tona um assunto, até então, pouco abordado no âmbito da formação superior. Outros momentos de debate sobre o tema ocorreram nos Fóruns Regionais de Educação Física, realizados nas várias regiões do país, nos meses de Junho, Julho e Agosto de 2001, possibilitando o envolvimento das Instituições de Ensino Superior nas discussões e apresentando novos subsídios para análise do tema. A importância atribuída pelo Sistema CONFEF/CREFs a problemática da intervenção profissional, levou-o a instituir a Comissão Especial de Intervenção Profissional, para sistematizar Documento referencial e orientador sobre a Intervenção Profissional na área de Educação Física. No contexto dos trabalhos implementados pela Comissão Especial de Intervenção Profissional, importa destacar a relevância das contribuições advindas do Conselho Regional de Educação Física da 6ª Região, com jurisdição no Estado de Minas Gerais - CREF6/MG, as quais foram sistematizadas em uma proposta que contou com a colaboração de especialistas de destaque, no cenário da Educação Física nacional, além de sugestões encaminhadas por profissionais da área. Essas contribuições, desde o início, balizaram o trabalho da Comissão. O Documento aqui apresentado, intitulado "Intervenção Profissional em Educação Física", tem como perspectiva, se constituir um dos instrumentos orientadores para a construção de projetos pedagógicos dos Cursos de Formação Superior na área da Educação Física, além de um instrumento norteador das ações de organização e de fiscalização do exercício da profissão. Para melhor posicionamento frente ao Documento aqui apresentado, cabe destacar o entendimento de que o atleta, profissional ou amador, é aquele que possuindo habilidade reconhecida, tem o esporte como arte ou ofício, da qual tira, ou não, o seu sustento, podendo, inclusive, manter vínculo empregatício conforme a CLT. Dessa forma, conforme o conceito de profissão regulamentada, como especifica a Lei nº 9696/98, o atleta não é considerado Profissional de Educação Física ou do desporto. Este entendimento é extensivo aos atletas de lutas e de artes marciais, bem como, aos dançarinos e bailarinos. Concepção similar pode ser adotada em relação ao árbitro esportivo. Este profissional é parte do esporte, do mesmo modo que o atleta. Assim sendo, como o atleta, o dançarino e o bailarino, o árbitro esportivo exerce uma função que exige conhecimento e habilidades específicas que não o caracterizam como Profissional de Educação Física. Dada a dimensão e a importância deste Documento, decorrente da realidade surgida com a regulamentação da profissão, espera-se que o mesmo traduza o entendimento da comunidade brasileira de Educação Física sobre a Intervenção dos Profissionais de Educação Física. A Comissão Especial de Intervenção Profissional agradece as várias e significativas contribuições que deram corpo e respaldo ao Documento aqui apresentado, reconhecendo o seu caráter dinâmico e a necessidade de articular, num exercício dialógico, os atores e os segmentos envolvidos, objetivando a sua permanente avaliação e reconstrução, de modo que possa traduzir, fielmente, a realidade da Educação Física brasileira. Comissão Especial de Intervenção Profissional do CONFEF: José Maria de Camargo Barros, SP Presidente; Iguatemy Maria de Lucena Martins, PB; Lamartine Pereira da Costa, RJ; Marino Tessari, SC; Paulo Roberto Bassoli, MG; Renato Madeiros de Morais, PE. I - PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA O Profissional de Educação Física é especialista em atividades físicas, nas suas diversas manifestações - ginásticas, exercícios físicos, desportos, jogos, lutas, capoeira, artes marciais, danças, atividades rítmicas, expressivas e acrobáticas, musculação, lazer, recreação, reabilitação, ergonomia, relaxamento corporal, ioga, exercícios compensatórios à atividade laboral e do cotidiano e outras práticas corporais, tendo como propósito prestar serviços que favoreçam o desenvolvimento da educação e da saúde, contribuindo para a capacitação e/ou restabelecimento de níveis adequados de desempenho e condicionamento fisiocorporal dos seus beneficiários,


visando à consecução do bem-estar e da qualidade de vida, da consciência, da expressão e estética do movimento, da prevenção de doenças, de acidentes, de problemas posturais, da compensação de distúrbios funcionais, contribuindo ainda, para a consecução da autonomia, da auto-estima, da cooperação, da solidariedade, da integração, da cidadania, das relações sociais e a preservação do meio ambiente, observados os preceitos de responsabilidade, segurança, qualidade técnica e ética no atendimento individual e coletivo. II - EDUCAÇÃO FÍSICA A Educação Física contempla, dentre outros, os significados: · O conjunto das atividades físicas e desportivas; · A profissão constituída pelo conjunto dos graduados habilitados, e demais habilitados, no Sistema CONFEF/CREFs, para atender as demandas sociais referentes às atividades físicas nas suas diferentes manifestações, constituindo-se em um meio efetivo para a conquista de um estilo de vida ativo dos seres humanos; · O componente curricular obrigatório, em todos os níveis e modalidades do ensino básico, cujos objetivos estão expressos em Legislação específica e nos projetos pedagógicos; · Área de estudo e/ou disciplina no Ensino Superior; · O corpo de conhecimentos, entendido como o conjunto de conceitos, teorias e procedimentos empregados para elucidar problemas teóricos e práticos, relacionados à esfera profissional e ao empreendimento científico, na área específica das atividades físicas, desportivas e similares. III - RESPONSABILIDADE SOCIAL NO EXERCÍCIO PROFISSIONAL 1 - DA INTERVENÇÃO PROFISSIONAL A Intervenção Profissional é a aplicação dos conhecimentos científicos, pedagógicos e técnicos, sobre a atividade física, com responsabilidade ética. A intervenção dos Profissionais de Educação Física é dirigida a indivíduos e/ou grupos-alvo, de diferentes faixas etárias, portadores de diferentes condições corporais e/ou com necessidades de atendimentos especiais e desenvolve-se de forma individualizada e/ou em equipe multiprofissional, podendo, para isso, considerar e/ou solicitar avaliação de outros profissionais, prestar assessoria e consultoria. O Profissional de Educação Física utiliza diagnóstico, define procedimentos, ministra, orienta, desenvolve, identifica, planeja, coordena, supervisiona, leciona, assessora, organiza, dirige e avalia as atividades físicas, desportivas e similares, sendo especialista no conhecimento da atividade física/motricidade humana nas suas diversas manifestações e objetivos, de modo a atender às diferentes expressões do movimento humano presentes na sociedade, considerando o contexto social e histórico-cultural, as características regionais e os distintos interesses e necessidades, com competências e capacidades de identificar, planejar, programar, coordenar, supervisionar, assessorar, organizar, lecionar, desenvolver, dirigir, dinamizar, executar e avaliar serviços, programas, planos e projetos, bem como, realizar auditorias, consultorias, treinamentos especializados, participar de equipes multidisciplinares e interdisciplinares, informes técnicos, científicos e pedagógicos, todos nas áreas das atividades físicas, do desporto e afins. O Profissional de Educação Física, pela natureza e características da profissão que exerce, deve ser devidamente registrado no Sistema CONFEF/CREFs - Conselho Federal/Conselhos Regionais de Educação Física, possuidor da Cédula de Identidade Profissional, sendo interventor nas diferentes dimensões de seu campo de atuação profissional, o que supõe pleno domínio do conhecimento da Educação Física (conhecimento científico, técnico e pedagógico), comprometido com a produção, difusão e socialização desse conhecimento a partir de uma atitude críticoreflexiva.


2- DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL O Profissional de Educação Física exerce suas atividades por meio de intervenções, legitimadas por diagnósticos, utilizando-se de métodos e técnicas específicas, de consulta, de avaliação, de prescrição e de orientação de sessões de atividades físicas e intelectivas, com fins educacionais, recreacionais, de treinamento e de promoção da saúde, observando a Legislação pertinente e o Código de Ética Profissional e, sujeito à fiscalização em suas intervenções no exercício profissional pelo Sistema CONFEF/CREFs. 3- DOS MEIOS DA INTERVENÇÃO PROFISSIONAL Na sua intervenção, o Profissional de Educação Física utiliza-se de procedimentos diagnósticos, técnicas e instrumentos de medidas e avaliação funcional, motora, biomecânica, composição corporal, programação e aplicação de dinâmica de cargas, técnicas de demonstração, auxílio e segurança à execução dos movimentos, servindo-se de instalações, equipamentos e materiais, música e instrumentos musicais, tecnicamente apropriados. 4 - DOS LOCAIS DE INTERVENÇÃO O exercício do Profissional de Educação Física é pleno nos serviços à sociedade, no âmbito das Atividades Físicas e Desportivas, nas suas diversas manifestações e objetivos. O Profissional de Educação Física atua como autônomo e/ou em Instituições e Órgãos Públicos e Privados de prestação de serviços em Atividade Física, Desportiva e/ou Recreativa e em quaisquer locais onde possam ser ministradas atividades físicas, tais como: Instituições de Administração e Prática Desportiva, Instituições de Educação, Escolas, Empresas, Centros e Laboratórios de Pesquisa, Academias, Clubes, Associações Esportivas e/ou Recreativas, Hotéis, Centros de Recreação, Centros de Lazer, Condomínios, Centros de Estética, Clínicas, Instituições e Órgãos de Saúde, "SPAs", Centros de Saúde, Hospitais, Creches, Asilos, Circos, Centros de Treinamento Desportivo, Centros de Treinamento de Lutas, Centros de Treinamento de Artes Marciais, Grêmios Desportivos, Logradouros Públicos, Praças, Parques, na natureza e outros onde estiverem sendo aplicadas atividades físicas e/ou desportivas. IV - CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL Considerando as exigências de qualidade e de ética profissional nas intervenções, o Profissional de Educação Física deverá estar capacitado para: 1 - Compreender, analisar, estudar, pesquisar (profissional e academicamente), esclarecer, transmitir e aplicar os conhecimentos biopsicossociais e pedagógicos da atividade física e desportiva nas suas diversas manifestações, levando em conta o contexto histórico cultural; 2 - Atuar em todas as dimensões de seu campo profissional, o que supõe pleno domínio da natureza do conhecimento da Educação Física e das práticas essenciais de sua produção, difusão, socialização e de competências técnico-instrumentais a partir de uma atitude crítico-reflexiva e ética; 3 - Disseminar e aplicar conhecimentos práticos e teóricos sobre a Educação Física (Atividade Física/Motricidade Humana/Movimento Humano), analisando-os na relação dinâmica entre o ser humano e o meio ambiente; 4 - Promover uma educação efetiva e permanente para a saúde e a ocupação do tempo livre e de lazer, como meio eficaz para a conquista de um estilo de vida ativo e compatível com as necessidades de cada etapa e condições da vida do ser humano; 5 - Contribuir para a formação integral de crianças, jovens, adultos e idosos, no sentido de que sejam cidadãos autônomos e conscientes;


6 - Estimular e fomentar o direito de todas as pessoas à atividade física, por vias formais e/ou não formais; 7- Promover estilos de vida saudáveis, conciliando as necessidades de indivíduos e grupos, atuando como agente de transformação social; 8- Conhecer e utilizar os recursos tecnológicos, inerentes à aplicação profissional. V - ESPECIFICIDADES DA INTERVENÇÃO PROFISSIONAL 1 - REGÊNCIA/DOCÊNCIA EM EDUCAÇÃO FÍSICA Intervenção: Identificar, planejar, programar, organizar, dirigir, coordenar, supervisionar, desenvolver, avaliar e lecionar os conteúdos do componente curricular/disciplina Educação Física, na Educação Infantil, no Ensino Fundamental, Médio e Superior e nas atividades de natureza técnico-pedagógicas (Ensino, Pesquisa e Extensão), no campo das disciplinas de formação técnico-profissional no Ensino Superior, objetivando a formação profissional. 2 - TREINAMENTO DESPORTIVO Intervenção: Identificar, diagnosticar, planejar, organizar, dirigir, supervisionar, executar, programar, ministrar, prescrever, desenvolver, coordenar, orientar, avaliar e aplicar métodos e técnicas de aprendizagem, aperfeiçoamento, orientação e treinamento técnico e tático, de modalidades desportivas, na área formal e não formal. 3 - PREPARAÇÃO FÍSICA Intervenção: Diagnosticar, planejar, organizar, supervisionar, coordenar, executar, dirigir, programar, ministrar, desenvolver, prescrever, orientar e aplicar métodos e técnicas de avaliação, prescrição e orientação de atividades físicas, objetivando promover, otimizar, reabilitar, maximizar e aprimorar o funcionamento fisiológico orgânico, o condicionamento e o desempenho físico dos praticantes das diversas modalidades esportivas, acrobáticas e artísticas. 4 - AVALIAÇÃO FÍSICA Intervenção: Diagnosticar, planejar, organizar, supervisionar, coordenar, executar, dirigir, programar, ministrar, desenvolver, prescrever, orientar, identificar necessidades, desenvolver coleta de dados, entrevistas, aplicar métodos e técnicas de medidas e avaliação cineantropométrica, biomecânica, motora, funcional, psicofisiológica e de composição corporal, em laboratórios ou no campo prático de intervenção, com o objetivo de avaliar o condicionamento físico, os componentes funcionais e morfológicos e a execução técnica de movimentos, objetivando orientar, prevenir e reabilitar o condicionamento, o rendimento físico, técnico e artístico dos beneficiários. 5- RECREAÇÃO EM ATIVIDADE FÍSICA Intervenção: Diagnosticar, identificar, planejar, organizar, supervisionar, coordenar, executar, dirigir, assessorar, dinamizar, programar, ministrar, desenvolver, prescrever, orientar, avaliar e aplicar atividades físicas de caráter lúdico e recreativo, objetivando promover, otimizar e restabelecer as perspectivas de lazer ativo e bem estar psicossocial e as relações sócio-culturais da população. 6 - ORIENTAÇÃO DE ATIVIDADES FÍSICAS


Intervenção: Diagnosticar, planejar, organizar, supervisionar, coordenar, executar, dirigir, assessorar, dinamizar, programar, desenvolver, prescrever, orientar, avaliar, aplicar métodos e técnicas motoras diversas, aperfeiçoar, orientar e ministrar os exercícios físicos, objetivando promover, otimizar, reabilitar e aprimorar o funcionamento fisiológico orgânico, condicionamento e o desempenho fisiocorporal, orientar para: o bem-estar e o estilo de vida ativo, o lazer, a sociabilização, a educação, a expressão e estética do movimento, a prevenção de doenças, a compensação de distúrbios funcionais, o restabelecimento de capacidades fisiocorporais, a autoestima, a cidadania, a manutenção das boas condições de vida e da saúde da sociedade. 7 - GESTÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTO Intervenção: Diagnosticar, identificar, planejar, organizar, supervisionar, coordenar, executar, dirigir, assessorar, dinamizar, programar, ministrar, desenvolver, prescrever, prestar consultoria, orientar, avaliar e aplicar métodos e técnicas de avaliação na organização, administração e/ou gerenciamento de instituições, entidades, órgãos e pessoas jurídicas cujas atividades fins sejam atividades físicas e/ou desportivas. VI - CONCEITUAÇÃO DE TERMOS 1- ATIVIDADE FÍSICA Atividade física é todo movimento corporal voluntário humano, que resulta num gasto energético acima dos níveis de repouso, caracterizado pela atividade do cotidiano e pelos exercícios físicos. Trata-se de comportamento inerente ao ser humano com características biológicas e sócioculturais. No âmbito da Intervenção do Profissional de Educação Física, a atividade física compreende a totalidade de movimentos corporais, executados no contexto de diversas práticas: ginásticas, exercícios físicos, desportos, jogos, lutas, capoeira, artes marciais, danças, atividades rítmicas, expressivas e acrobáticas, musculação, lazer, recreação, reabilitação, ergonomia, relaxamento corporal, ioga, exercícios compensatórios à atividade laboral e do cotidiano e outras práticas corporais. 2 - EXERCÍCIO FÍSICO Seqüência sistematizada de movimentos de diferentes segmentos corporais, executados de forma planejada, segundo um determinado objetivo a atingir. Uma das formas de atividade física planejada, estruturada, repetitiva, que objetiva o desenvolvimento da aptidão física, do condicionamento físico, de habilidades motoras ou reabilitação orgânico-funcional, definido de acordo com diagnóstico de necessidade ou carências específicas de seus praticantes, em contextos sociais diferenciados. 3 - DESPORTO/ ESPORTE Atividade competitiva, institucionalizado, realizado conforme técnicas, habilidades e objetivos definidos pelas modalidades desportivas, determinado por regras preestabelecidas que lhe dá forma, significado e identidade, podendo também, ser praticado com liberdade e finalidade lúdica estabelecida por seus praticantes, realizado em ambiente diferenciado, inclusive na natureza (jogos: da natureza, radicais, orientação, aventura e outros). A atividade esportiva aplica-se, ainda, na promoção da saúde e em âmbito educacional de acordo com diagnóstico e/ou conhecimento especializado, em complementação a interesses voluntários e/ou organização comunitária de indivíduos e grupos não especializados.


NEGRO NO ESPORTE – MARANHÃO Fui procurado por uma Professora de Educação Física para identificar os atletas negros do Maranhão que tiveram sucesso em suas respectivas modalidades. Para um trabalho junto aos alunos, sobre consciência negra – dia de Zumbi. Listei alguns, para que pudesse fazer entrevistas ou procurar mais dados. Acabei esquecendo do pessoal da Capoeira, pois fiquei em dúvida: arte? Dança? Esporte? Pois os mesmos têm se colocado, em função do estilo, como uma manifestação não-esportiva, não aceitando a competição; outros, a consideram, sim, esporte... daí: ATLETAS OLIMPICOS

CODÓ José Carlos Gomes Moreira nasceu em Codó (MA), em 28 de setembro de 1983, daí seu apelido. Jogava futebol no colégio e em uma competição escolar seu time foi desclassificado. Inscreveu-se na prova de atletismo e venceu a competição dos 100 metros e dos 200 metros. A partir desse campeonato, começou a treinar num projeto da Prefeitura de Codó. Em 2002, durante uma competição em Belém, foi convidado a treinar na equipe BM&F com o técnico Katsuhico Nakaya. Mudou-se para São Paulo em 2003, mas não apresentou resultados expressivos. No ano seguinte, passou a treinar em Londrina (PR), onde se destacou. Em 2006, foi campeão do Troféu Brasil nos 100 metros rasos. Passou a treinar em Presidente Prudente (SP), com o técnico Jaime Neto, momento em que conquistou a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007, no revezamento 4x100 metros. Participou dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, competindo nos 100 metros rasos e no revezamento 4 x 100 metros, prova em que alcançou a 4ª colocação. Embora não estivesse envolvido, a ocorrência dos casos de doping na equipe o fez perder a motivação para treinar. Voltou a competir em 2012, quando novamente ganhou o Troféu


Brasil e fez parte d equipe de revezamento que foi aos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, mas não competiu. Depois de sofrer duas lesões, passou a se dedicar aos treinamentos visando à preparação para os Jogos Olimpicos do Rio de Janeiro em 2016. (RUBIO, 2015, p. 67-68)82.

JOELMA DAS NEVES SOUSA nasceu em Timon (MA), em 13 de julho de 1984. Não gostava d sulas de educação física, porque não tinha habilidade com bola e as aulas eram sempre jogos. Começou a praticar atletismo aos 12 anos, em um projeto social da Prefeitura de sua cidade natal, motivada pela irmã Joseline, que também corria e tinha como técnico Antonio Nilson. No princípio, corria descalça, porque não tinha tênis. Em 2007, bateu o recorde da região NorteNordeste, resultado que lhe rendeu o convite par correr pela equipe BM&F Bovespa. Porém, antes da mudança, descobriu um tumor maligno no ovário que exigiu cirurgia e quimioterapia, dificultando sua preparação para as competições daquele ano. Em 2008, mudou-se para São Caetano. Nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, em 2011, fez parte da equipe de revezamento 4 x 400 metros que conquistou a medalha de ouro. No ano seguinte, foi aos Jogos Olímpicos de Londres. Atualmente, prepara-se para participar dos Jogos Olímpicos do Rio d Janeiro, em 2016. (RUBIO, 2015, p. 105) 83. BASQUETEBOL

82 83

RUBIO, Kátia. ATLETAS OLIMPICOS BRASILEIROS. São Paulo : SESC-SP, 2015. RUBIO, Kátia. ATLETAS OLIMPICOS BRASILEIROS. São Paulo: SESC-SP, 2015.


ISIANE CASTRO MARQUES nasceu em São Luis (MA), em 13 de março de 1982. Começou a jogar em 1994, no Colégio Batista, quando um Professor de Educação Física a identificou como talentosa. Conheceu o técnico de basquete Betinho, que iniciou efetivamente seu treinamento. Jogava pela seleção maranhense, quando foi convidada a se transferir para o BCN/Osasco, com a técnica Maria Helena. Lá ficou até os 19 anos. Foi, então, convocada para as seleções brasileiras de base. Participou do Campeonato Mundial da China, em 2002 e recebeu convite para atuar n Europa, pelas equipes: Yaya Maria Broegán, Perfumarias Avenidas, Hondarribia-Irun, Extragasa Vilagarcia, da Espanha; Pays d’ Aix Basket 13, da França; B. C. Euras Ekaterinburg spartk Moscow, da Rússia; USK, da Sérvia; Wisla Can-Pack, da Polonia; TTT Riga, da Letonia; Besiktas JK, da Turquia, e na sequencia, foi para os EUA onde jogou pelas equipes do Miami Sol, Phoeix Mercury, Seatle Storm, Atlanta Dream, Connecticut Sun, e Washington Mystics, todos da WNBA. Foi aos Jogos Olimpicos de Atenas, em 2004. Participou dos Mundiais: do Brasil, em 2006, terminando na 4ª colocação; e da Republica Tcheca, em 2010. No ano seguinte foi aos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara e conquistou a medalha de bronze. Atualmente joga no Maranhão Basquete. (RUBI, 2015, p. 151) 84 FUTEBOL

TANIA MARANHÃO Tânia Maria Pereira Ribeiro nasceu em São Luis (MA), em 3 de outubro de 1974. Iniciou sua carreira jogando futsal em sua cidade natal. Em 1993, transferiu-e para a Bahia para jogar futebol no Eurosport. Atuou, também, pelas equipes: Saad, São Paulo, e Rayo Vallecano, da Espanha. Foi aos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, em 2003, e do Rio de Janeiro, em 2007, tornando-se bi-campeã pan-americana. Disputou os Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1966. De Sidney, e 2000, de Atenas, em 2004, quando conquistou a medalha de prata; e de Pequim, em 2008, conquistando novamente a medalha de prata. Participou, ainda, das Copas do Mundo de 1999 e 2003 e sagrou-se vice-campeã na Copa da China, em 2007. Jogou pelo Vasco e, atualmente, joga pelo Botafogo e na equipe da Marinha, pela ATLETAS NÃO-OLIMPICOS

CARLOS ALBERTO BARATEIRO DA COSTA – BEBETO, CEL. BEBETO – Basquetebol, Futebol 1934 - Nascido em 25 de novembro, começou com o futebol, aos 14 anos de idade (1948), a contragosto de seu pai, "seu" Silvestre, no campo do Matadouro (Bairro da Liberdade); depois passou a treinar no campo do Santa Izabel, pelo MAC. Atuava, também, pelo Colégio Ateneu, onde estudava, e à noite dedicava-se ao Basquetebol, tendo começado, nesse esporte, no Nacional, passando para o Vera Cruz e, depois, Moto Clube de São Luís, chegando à seleção maranhense.

84

RUBIO, Kátia. ATLETAS OLIMPICOS BRASILEIROS. São Paulo: SESC-SP, 2015.


1952 - No futebol, tornou-se profissional aos 18 anos de idade ao entrar para o Exército. Foi para o Rio, fazer cursos, e lá não aceitou jogar pelo Fluminense, pois era flamenguista doente. Ao voltar para o Maranhão, passa a jogar pelo Moto Clube. 1960 - deixa o Exército e ingressa na Polícia Militar e deixa o futebol profissional. Em sua carreira militar, exerceu várias funções, 1975 - Interventor de Imperatriz, cidade onde desenvolveu os esportes, sendo um dos responsáveis pela implantação da educação física nas escolas municipais e um dos criadores da Olimpíada Colegial de Imperatriz, hoje, Jogos Escolares de Imperatriz. Fonte: BIGUÁ, Tânia; BIGUÁ, Edivaldo Pereira. ONDE ANDA VOCÊ ? BEBETO: do basquete ao futebol. O ESTADO DO MARANHÃO, São Luís, Segunda-feira, 13 de outubro de 1977, p. 4. Esporte. DESTERRO (Dentinho) – meio-fundista, seleção brasileira;

IVONE DIAS NAZARETH 1949 - Nasceu em São Luís em 18 de março; Filha do famoso maestro João Carlos Nazareth e da não menos famosa cantora Alcione, a Marron. Atleta versátil, jogava Voleibol, Basquetebol, e Handebol, além de praticar o, Atletismo (arremessadora). - Estudou no Instituto de Educação, sendo sua professora de Educação Física Ildenê Menezes – uma das pioneiras da educação física maranhense. Nos intervalos das aulas, permitiam que participasse das peladas de volei, das alunas mais velhas, dentre as quais, sua irmã mais velha, Alcione, além de Tânia Baé e sua irmã gêmea Telma, Jesus Mota, Eneida, dentre outras. As jogadas, eram o “revestréis” – meio de lado, para enganar a adversária -; e o saque “tesoura” – por baixo, com a bola batendo no polegar. - Suas principais parceiras, nas peladas, eram Telma e Remédinho. Um dia, resolveram desafiar as alunas do curso normal, para um jogo. A professora Ildenê serviu como árbitro; o jogo transcorria normalmente quando sua irmã, Alcione, por deboche, chamou-as de “as pirralhas do ginásio”. Ivone partiu para cima dela e o jogo terminou em pancadaria. O Maestro João Carlos foi informado e Ivone levou uma surra do pai... - No científico, já no Liceu Maranhense, continuou com o Voleibol, ao lado de Délia, Roseana (Sarney), Helena, sheila, socorro Ranheta, Leda, Conceição Nina, e teresa bandeira. Os treinos eram contra os rapazes – Gimba, Tribi (Sidney), Belira, Timóteo, Domngos Leal, Gutemberg, jaime, Jorge Duailibe. As mesmas atletas do Vôlei iniciaram o Basquete, tendo Dirceu – um jogador do Liceu – como técnico. Em um jogo contra o São Vicente de Paula, venceram por 2 x 0 !. Esse mesmo grupo foi disputar um Campeonato Brasileiro, em Feira de Santana – Bahia. Helena Bolota, atleta alta e forte, ganhou a bola e partiu com tudo em direção à cesta; errou o arremesso e as companheiras respiraram aliviadas, pois arremetera contra a própria cesta ! Mesmo sem terem qualquer preparo, tanto no basquete como no volei, continuaram a participar de competições, inclusive fora do Estado. Essa fase termina com a chegada de Gilmário Pinheiro, um atleta cearense que passa a treinar as equipes de voleibol feminina. Para Ivone, o voleibol feminino, em Maranhão, tem duas fases, antes e depois de Gil. - Ivone era canhota, raçuda, um bom bloqueio e ataque forte na saída da rede. Disputava os campeonatos regionais – zonais – ao lado de Telma, Rosângela, Rosão, Terezinha, Tânia Biguá, Fátima Rodrigues, Remédinho, e Carminha. 1974 - atuava como técnica, do Colégio Rosa Castro, indo para o Estado, dando aulas no Gonçalves Dias, de educação física e voleibol. Passou ainda pelo São Vicente de Paula, Divina pastora, Cardoso Amorim, Silva Martins, Liceu, Coelho Neto e Escola Técnica...

1977 - ingressou na primeira turma do Curso de Educação Física da UFMA, formando-se em 1980, ao lado de Joaquim, Beleleu (Reinaldo Conceição da Cruz, outro grande nome do basquete, e do atletismo maranhense), Osanilda, Cristiano Sá, Francisca, Osmar e Liana. A turma toda cabia no fusquinha do Beleleu ... 1981 - está de volta à UFMA, como professora de voleibol, efetivada no cargo em 1985. Fonte: BIGUÁ, Edivaldo Pereira; BIGUÁ, Tânia. Onde anda você ? Ivone Dias nazareth. O ESTADO DO MARANHÃO, São Luís, 18 de março de 2002, Segunda-feira, p. 4. Esportes.


JOSÉ DE RIBAMAR MIRANDA foi atleta de Basquetebol da Escola Técnica Federal do Maranhão, sagrando-se campeão brasileiro; foi Coordenador de Desportos da SEDEL, na administração Elir Gomes; graduado em Economia, exerce a função de assessor parlamentar do deputado Manoel Ribeiro, presidente do Sampaio Corrêa LUIZ GONZAGA BRAGA Professor de Educação Física da Escola Técnica Federal do Maranhão - ETFM - e um dos incentivadores e criadores dos Jogos Estudantis do Ensino Industrial - JEBEI - e Jogos Estudantis do Ensino Médio JEBEM -, na década de 60, nos quais a ETFM conseguiu alguns resultados expressivos MARIA DA GRAÇA RIBEIRO – velocista NILDES MARIA NOGUEIRA 1961 - Nasceu em São Luís - Estudante do CEMA, onde começou a treinar Atletismo, destacava-se nas provas de 400, 800, e 1.500 metros, além do salto em altura. 1980 - em Atlanta-USA, representando o Brasil, sagrou-se campeã mundial daquela competição, disputando contra a campeã americana, a campeã da África, e a da Europa. - Convocada para a Seleção Brasileira de Atletismo, para o campeonato sulamericano, disputado em Buenos Aires, sagrou-se campeã no Revezamento 4 x 400.

ROSANGELA DE JESUS SANTOS REIS – Rosa Reis – Handebol; cantora 1959 – nasceu em 06 de março, em São Luis (Rua da Inveja), filha de Rui de Jesus Reis e Tereza de Jesus Santos Reis 1973/79 – aos 14 anos, apaixona-se pelo esporte – antes, praticava balé no grupo de Reinaldo Faray -; estudante do Colégio Santa Teresa – da 5ª série ao 3º ano do segundo grau – conheceu o Handebol; - disputou vários JEM´s pelo Santa Teresa, participou dos JEBs, sendo convocada para a seleção brasileira, o que não aceitou; Fonte: Antonio Júnior. Rosa Reis – Perfil. O Estado do Maranhão, São Luís, 1º. De agosto de 2004 – domingo, p. 9

SEBASTIÃO RUBENS SOBRINHO PEREIRA – TIÃO – Handebol 1957 – nasceu em 20 de janeiro, em São Luís, Filho de Amadeu João Silva Pereira Década de 70 – inicia sua carreira de atleta nos Jogos Escolares Maranhenses – JEMs -, jogando pelas equipes do CEMA, Liceu Maranhense, e Colégio Batista 1973 – convocado para a Seleção Maranhense, em disputa de campeonato em Niteroi-RJ; quarta colocada 1974 – disputa o Campeonato Brasileiro Juvenil, em Osasco-SP, conquistando o 3º.lugar - mais uma convocação, para seleção adulta, conquistando mais uma vez o terceiro lugar 1976 – reconhecimento nacional, sendo considerado o melhor jogador de handebol do país, durante o Campeonato Brasileiro disputado no Rio de Janeiro; campeão brasileiro adulto - convocação para a seleção brasileira; no Mundial da França, foi chamado de”Maravilha negra”, pelo jornal L’Equipe - depois de encerrar a carreira de atleta, passa a atuar como técnico e árbitro; - anualmente, é disputada a Copa Tião de Handebol, em sua homenagem - o Ginásio de Esportes do Parque do Bom Menino leva seu nome 2005 - faleceu em 09 de novembro, vítima de infecção generalizada; ultimamente, dormia pelas praças da cidade, especialmente na praça da Bíblia, consumido pelo alcoolismo; internado no Socorrão, após sofrer crise causada por cirrose hepática, sendo atestado morte por desnutrição,pneumopatia, desidratação e alcoolismo.


OS CAPOEIRA

Como se vê na foto acima, a maioria dos Mestres capoeira do Maranhão são hifenizados – afrodescendentes! Aqui, temos os 30 mestres participantes do Curso de Capacitação do Mestre Capoeira, da UFMA, no ano de 2017:


MESTRE SAPO

ANSELMO BARNABÉ RODRIGUES 1948-1982 MESTRE Estilo

SAPO Angola/Regional ANSELMO BARNABÉ RODRIGUES DADOS (Salvador?) 21 de Abril de 1948 PESSOAIS morreu no domingo, 30 de maio, de 1982, em São Luis Pelé, de Salvador (Natalício Neves da Silva, nascido em 1934) Canjiquinha (Washington Bruno da Silva) Zulú, de Brasília (Antonio Batista Pinto Zulu) Mestre

HISTÓRIA DE VIDA

No dia 21 de Abril de 1948, nasceu Anselmo Barnabé Rodrigues, o Mestre Sapo, que em 1966 passou por São Luis, junto ao quarteto Aberrê (M.Canjiquinha, Vitor Careca, Brasília, Sapo), em uma viagem que mudou a história da capoeira do Maranhão. Em 1967 mestre Sapo retorna a São Luis para trabalhar na construção civil, e posteriormente na secretaria de agricultura. Em 1972, começou a dar aulas de capoeira, no ginásio Costa Rodrigues, e depois em diversos pontos da cidade. Mestre Sapo formou uma geração de capoeiristas, como Mestre Euzamor e Mestre Patinho, que preservam a linhagem de Mestre Aberrê e Cajiquinha. Mestre Sapo morreu no domingo, 30 de maio, de 1982, em São Luis, vítima de atropelamento. http://nzambiangola.blogspot.com.br/p/nossos-mestres.html

Em 1965, um quarteto baiano denominado Aberrê fez uma demonstração de Capoeira no Palácio dos Leões – sede do governo estadual. Desse grupo participavam Anselmo Barnabé Rodrigues – Mestre Sapo -, o lendário Mestre Canjiquinha, Vítor Careca, e Brasília. Após essa apresentação, receberam convite para permanecer no Estado, para ensinar essa arte marcial brasileira. Em 1966, Mestre Sapo – incentivado por Alberto Tavares, aceita o convite e passa a fazer parte do Departamento de Educação Física, Esportes e Recreação – DEFER -, onde trabalha até sua morte, em 1982. In RODRIGUES, Inara. Patinho: vida dedicada à capoeira. In O ESTADO DO MARANHÃO, São Luís, 14 de setembro de 2003, Domingo, p. 6. Caderno de Esportes

“Era um dos ‘capitães da areia’ das histórias que Jorge Amado contou sobre os meninos que vivem nas praias de Salvador, deslocando um bico ou uma carteira, aqui e ali. Vicem é muito otimismo; sobrevivem à margem da sociedade dando e pedindo esmola, como cantou outro baiano, Moraes Moreira.


“Daí até chegar à capoeira pra turista foi fácil, que a Capoeira era parte de seu dia-a-dia. Já tinha até arranjado um lugar de destaque junto a Mestre Canjiquinha, que fazia apresentações em bares e boates da Bahia de Todos os Santos. Com Canjiquinha apareceu na maioria dos filmes feitos sobre a Bahia pela Atlântica e se orgulhava de ter filmado com Anselmo Duarte. “Convidado, Canjiquinha fez uma excursão pelo Nordeste, e, no Maranhão, o garoto Sapo foi convidado para ficar. Era bom de luta e a política local precisava de guarda-costas. Foi a primeira investida da máquina, desta vez a política. Com a facilidade de manejar armas pela nova profissão Mestre Sapo teria aí uma de suas paixões: sempre tinha um trintaeoito ou uma bereta pra ‘botar no prego’ e recuperar quando aparecesse algum, pois a convivência com políticos não tinha deixado nada que o ajudasse no leite das crianças, a não ser o estudo, com que ele deu um rabo-de-arraias nas poucas letras trazidas de Salvador. Estudou muito. Até o cursinho, e se foi sem ter conseguido superar o vestibular que a Universidade teima em manter na área médica, pra Educação Física. Mas era professor de Educação Física: Professor Anselmo. Anselmo ??? Que nada! Mestre Sapo. Era a segunda investida da máquina: a administrativa. A modernização da pobreza também tenta tirar a originalidade das pessoas. Como Sapo não seria aceito; só como Anselmo. Essa parada contra a máquina ele ganhou: nunca deixou de ser Mestre Sapo. “Crescendo em Capoeira e fama ele agora sai nos livros: a ramificação da Capoeira no Maranhão, contada por Waldeloir Rego em ‘Capoeira Angola’ é Mestre Sapo. Ah! E como juiz nacional da nova ‘Ginástica Brasileira’ a sua capoeira que ele brigou tanto pra não virar ginástica olímpica. “Ia se aperfeiçoar e o sonho de fazer Educação Física ia ficando cada vez mais sonho. Mas tinha orgulho de sua forma física: ‘Fique calmo!’, ‘Olha o bíceps!’. “Ele gostava de domingo. Um dia malemolente pra se tomar cana e brigar. Brigar com os companheiros de briga. E foi num domingo, domingo de cachaça e briga, que ele recebeu a terceira e definitiva investida da máquina: o automóvel, que mostrava a ‘mais vaia’ de sua capacidade de competição contra os músculos do Homem. Os músculos bem treinados de Mestre Sapo nada puderam contra a máquina forte e estúpida, medida em cavalos. Mais de cincoenta. Uma máquina movida por um companheiro de profissão, um amigo, pra combinar com o domingo, com a briga e a cachaça. Jamais seria um desconhecido dirigindo a máquina da norte. Sapo era amigo de todo mundo”. in PEREIRA, Laércio Elias. Tributo ao mestre Sapo. São Luís, DESPORTO E LAZER, n. VII, ano II, maio/junho e julho de 1982, p. 17


Mestre PATURI

MESTRE ESTILO

DADOS

ANTONIO ALBERTO CARVALHO 1946 PATURI CAPOEIRA MISTA Capoeiragem Tradicional Maranhense ANTONIO ALBERTO CARVALHO São Luis – MA, 09 de novembro de 1946 Rua 04 Quadra 08 Casa 08 Av.Contorno Vila Embratel Filho de Antonio Carvalho e Isabel Silva Formação escolar: primário Mestre em 06 de Setembro de 1996 Manuelito Sapo Alô

MESTRE(s)

GRUPO/NÚCLEO Associação Comunitária de Apoio a Capoeira (1979) HISTÓRIA DE VIDA - CAPOEIRA Comecei no Judo e Luta Livre em 1962 e Logo em seguida passei para a CAPOEIRA, Comecei a treinar com MANOELITO, LEOCADIO E AUBERDAN, Vivíamos treinando pelo Rio das Bicas, Bairro de Fátima, Parque Amazonas, DEPOIS Passamos a treinar atrás da Itapemirim no bairro de Fátima e foi chegando Lourinho, Zeca Diabo, Fato Podre, Ribaldo Preto, Alô, Babalu, e as vezes Ribaldo Branco; também treinamos no Sá Viana e sempre participavam Cordão de Prata, Butão, Romário e Curador. Passei um Período treinando com SAPO, no Ginásio Costa Rodrigues, e depois no Alberto Pinheiro . Depois passei a treinar direto com ALÔ na 28, mais precisamente na CASA E BAR DO DEZICO. Meus primeiros alunos foram CURADOR, ADALBERTO, ZÉ RAIMUNDO, Meu Irmão JOÃO BICUDO, BAÉ, RAMOS, CARRAL e ROLA. Dei Aulas na Encruzilhada da UFMA, Bairro de Fátima, Areinha, Centro de Esportes que depois passou a se chamar Vila Embratel, Igreja do Bairro de Fátima, São Bernardo e voltei novamente para Vila Embratel.


CRIEI A ASSOCIAÇÃO COMUNITARIA GRUPO DE APOIO A CAPOEIRA Em 1979 Começando o processo de registro so em 1983. Me formei Mestre em 06 de Setembro de 1996 pela FMC- FEDERAÇÃO MARANHENSE DE CAPOEIRA, Mas Tenho como MEUS MESTRES; MANOELITO , SAPO E ALÕ . CAPOEIRÁ É: Para mim CAPOEIRA É DANÇA, JOGO, LUTA E DIVERSÃO .

Mestre ALBERTO EUZAMOR

MESTRE ESTILO DADOS PESSOAIS

ALBERTO PEREIRA ABREU 1962-2017 ALBERTO EUZAMOR ANGOLA ALBERTO PEREIRA ABREU São Luis – Ma – 15 de janeiro de 1962 (faleceu em 11 julho de 2017 Filiação Euzébio Ramos de Abreu – Maria da Conceição Pereira Abreu 2º. Grau na Escola do Comércio Centro Caixeiral mestreuzamor@yahoo.com

Luciel Rio Branco (falecido em 1984) Mestre Sapo (falecido em 1972) Mestre Rui Pinto MESTRE(S)

NÚCLEO OU GRUPO

Centro de Artes Japiaçú – Associação Cultural de Capoeira Angola Ludovicence – ACCAL

HISTÓRIA DE VIDA Entrevista realizada por José Lindberg A. Melo Funcionário público estadual; Concluiu o 2º. Grau na Escola do Comércio Centro Caixeiral; Alberto – Mestre Euzamor recebeu esse título em função de sua irmã que era conhecida pelo seu segundo mestre Anselmo Barnabé Rodrigues – mestre Sapo (falecido em 1972 (SIC) em envolvimento de acidente automobilístico). Iniciou a capoeira aos 07 (sete) anos de idade na escolinha do Costa Rodrigues, antigo ITA (Instituto Tecnológico de Aprendizagem) depois


passando a se chamar Meng, com seu primeiro mestre Luciel Rio Branco (falecido em 1984 vitima de homicídio), depois Mestre Sapo e por último o mestre e irmão Rui Pinto. Mestre Euzamor comenta que até 1930 só existia capoeira ou capoeiragem (palavreado maranhense). Era considerado esporte marginalizado devido à prática e ação de como era jogado. Distingue os tipos de capoeira como: Capoeira Regional que era praticado apenas no estado da Bahia e difundindo-se para as demais regiões, era jogada mais por pessoas que tinham certo poder aquisitivo; a Capoeira de Angola; Memoriza na Capoeira de Angola a existência de três tipos de ritmo mais jogado hoje: Angola (fase de preparação, aquecimento), São Bento Pequeno (fase intermediária) e São Bento Grande (fase de roda). Explica o motivo que levou a esta escolha que foi origem, habitat, vindo do sangue sob o fato de ter nascido num lugar de sobrevivência cotidiana “Madre Deus”. Com 35 anos dedicado a capoeira, agora e em primeiro momento foi formado o 1º. Mestrando que será chamado futuramente de mestre Cacá (Cláudio Lúcio), não costuma adotar a regra contramestre, e sim mestrando. Além desse, formou quatro discípulos. Fala que não vê a Capoeira como coisa aleatória, mas como um todo. Obtém como fonte inspiradora seus mestres: Luciel e Rui, este último como modelo de transparência, lealdade e responsabilidade e fora da Capoeira seu ídolo é o Steve Segal. É viajado pelo mundo afora, onde esteve duas vezes na Itália e duas na França, pretendendo voltar. Entrevista realizada por Fábio Luiz B. Silva O primeiro momento da existência na capoeira foi aos sete anos de idade com seu primeiro mestre: Luciel Rio Branco Rosa, depois com Mestre Anselmo Barnabé Rodrigues, vulgo Sapo. E, por último com Mestre Rui Pinto. Ensino médio completo, funcionário público estadual; motivo de escolha foi o sangue sob o fato de ter nascido num lugar de sobrevivência do dia-a-dia, ou seja “Madre-Deus”; até o momento formou um mestrando chamado Cláudio Lúcio, vulgo “Cacá” , além de quatro discípulos, não relacionados. Experiência de 35 anos dedicados a capoeira; distingue a capoeira em Regional (Mestre Bimba), mistura com outras técnicas de outras lutas; a Regional é mais competitiva, mais para lutar, disputar. Enquanto que a Capoeira Angola (Mestre Pastinha), o objetivo principal é formar cidadãos no todo, melhorar a auto-estima, além de proporcionar resistência muscular, mantendo o corpo com a mesma performance. Ritual da capoeira Angola ou ritmo: Angola (que é aquecer); São Bento Pequeno (que é a fase de intermédio); e São Bento Grande (que é o momento da roda). O objetivo do mestre em capoeira é deixar fluir o que tem dentro do ser, a fim de que possa identificar-se com o que realmente está querendo. A capoeira já lhe levou 2 vezes a Itália e duas a França, pretendendo voltar. Tem maior inspiração pelo seu irmão de afinidade, o mestre Rui Pinto, devido servir-lhe de modelo na transparência e responsabilidade.


Mestre RUI

RUI PINTO 1960 MESTRE ESTILO DADOS PESSOAIS

RUI CAPOEIRA MARANHENSE Capoeiragem Tradicional Maranhense Em 1970, aos 10 anos de idade conheci a capoeira, e com os primos como Roberto Edeutrudes Pinto Cardoso, (conhecido como Jacaré) e outros amigos, brincávamos nos quintais de parentes, treinávamos sem orientação de um mestre. Com o passar do tempo, continuei na adolescência, aprendia apenas por ver os demais que tinham mais experiências praticando. Aos sábados à tarde, na casa de tia Dadá, no bairro do Bom Milagre e no parque do Bom Menino, nos reuníamos para treinarmos, tocar os instrumentos e cantar, em pouco tempo aprendemos a fazer os berimbaus e outros instrumentos. Em meio a minha iniciação à capoeira, já na adolescência, conhecemos Gouveia e Raimundão, que eram os adultos que viram o nosso interesse em aprender e praticar, passando a partir daí seus ensinamentos sobre a capoeira; para nós, em nossos encontros aos sábados, também no quintal de Raimundão.Filho do mecânico de maquinas pesadas João Batista das Chagas, e a tecelã Maria de Jesus Vieira Pinto, Residente da Rua Santo Expedito nº 29, Coreia de Cima. Escolaridade: 2º Grau, Curso de Análises Químicas no Liceu Maranhense.

MESTRE

Sapo (Anselmo Barnabé Rodrigues).

GRUPO/NÚCLEO BIOGRAFIA DA MINHA VIDA NA CAPOEIRA Eu, Rui Pinto, nascido em 08 de Janeiro de 1960, São Luis – MA, filho do mecânico de maquinas pesadas João Batista das Chagas, e a tecelã Maria de Jesus Vieira Pinto, residente da Rua Santo Expedito nº 29, Coreia de Cima. Em 1970, aos 10 anos de idade conheci a capoeira, e com os primos como Roberto Edeutrudes Pinto Cardoso, (conhecido como Jacaré) e outros amigos, brincávamos nos quintais de parentes, treinávamos sem orientação de um mestre. Com o passar do tempo, continuei na adolescência, aprendia apenas por ver os demais que tinham mais experiências praticando. Aos sábados à tarde, na casa de tia Dadá, no bairro do Bom Milagre e no parque do Bom Menino, nos reuníamos para


treinarmos, tocar os instrumentos e cantar, em pouco tempo aprendemos a fazer os berimbaus e outros instrumentos. Em meio a minha iniciação à capoeira, já na adolescência, conhecemos Gouveia e Raimundão, que eram os adultos que viram o nosso interesse em aprender e praticar, passando a partir daí seus ensinamentos sobre a capoeira; para nós, em nossos encontros aos sábados, também no quintal de Raimundão. Mas esse treinamento durou pouco, pois nos matriculamos na escolinha de capoeira que funcionava no Ginásio Costa Rodrigues com Mestre Sapo (Anselmo Barnabé Rodrigues). Algum tempo depois fomos para o Instituto Tecnológico de Aprendizagem - (ITA), em um prédio ao lado do ginásio Costa Rodrigues, e demos continuidade aos nossos treinos com Mestre Sapo. Com o tempo o mesmo prédio onde funcionava o ITA, tornou-se o colégio MENG, onde o Mestre Sapo continuou dando aula. No mesmo período já com 15anos, perto dos 16, comecei a jogar Handball com o professor Dimas no SESC Deodoro, na época os jovens que jogavam capoeira faziam outros esportes, por que a capoeira não era um esporte “olímpico” da época, o maior objetivo dos jovens em praticar outros esportes era o simples fato de que viajavam para competir em outros estados. As competições de capoeira chamadas de “A Grande Roda” só aconteciam em Salvador no mês de Dezembro de cada ano, e por falta de patrocínio poucos éramos os alunos que iam, pois os custos eram altos, a outra forma de ir era por conta própria, o que era muito difícil para alguns. Nesse período, como aluno do Mestre Sapo, participamos de diversos campeonatos tendo como parceiro, amigo e irmão de capoeira Alberto Euzamor, Marquinho, Didi, Curador e outros, onde compartilhávamos as rodas celebradas nas festas religiosas como a do Divino Espírito Santo, na casa das Minas, seguido de 13 de Maio na casa de Jorge Babalaô, 8 de dezembro na igreja de nossa Senhora da Conceição, na praça Deodoro, onde era de costume se reunir as sextas- feiras a partir das 17:00 até as 23:00 horas. E não nos restringíamos a essas datas, tínhamos o período carnavalesco na Deodoro, Madre Deus, Praça da Saudade, Largo do Caroçudo, também no dia da Raça, 05 de setembro e Independência do Brasil, 07 de setembro, tradicionalmente em todas essas datas era realizada uma roda. Em 1979 aos 18 anos, entrei para o Exército, e mesmo servindo a pátria, continuei com os amigos anos encontrar para jogar, e nessa mesma época reencontrei amigos como D’Paula, capoeirista que tornou-se cabo do exército, e Roberval Sena que tornou-se sargento do exército, grande capoeirista da época. Com a morte de Mestre Sapo em 1982, a capoeira sofreu uma grande perda, causando a dispersão de muitos capoeiristas que o tinham como mestre, enfraquecendo assim a capoeiragem (congregação dos capoeiras), por um curto período de tempo. Até que movimentos começaram a ser criados renovando e incentivando a manutenção da capoeiragem, que, com esse incentivo fui em busca de mais informações em outros estados, como São Paulo, no DEF (Departamento de Educação Física - em Água Branca), e em União dos Palmares – Serra da Barrica – Alagoas, e dessa forma adquiri mais conhecimento. Hoje componho o Fórum Permanente dos Mestres de Capoeira, e faço parte do Curso de Capacitação de Mestres do Maranhão. Quando eu aprendi não tínhamos o entendimento de que existia dois estilos de capoeira, e sim que existia vários ritmos. Só passamos a ter informação de capoeira angola e regional com o tempo e viagens. Estilo é capoeira Maranhense, nós na época não aprendemos estilo, tínhamos a informação que angola é um toque seguido de um jogo em baixo (no chão), que significa mais lento e cadenciado, com malícia e molejo. Regional, um toque com jogo rápido, com velocidade dos movimentos com muita malícia e molejo, jogo em cima. Mestre com formação além de Sapo eu não tive, treinávamos separado da academia com alunos normais, do mesmo nível de conhecimento, para quando chegarmos na academia estarmos mais aperfeiçoados.


Com a morte de Mestre Sapo, demos continuidade ao trabalho dele; e fomos intitulado pela comunidade do movimento a Mestre. Fui reconhecido mestre por antiguidade, pelos trabalhos realizados como dos mais antigos. Não existiu uma data oficial de um lançamento para essa mestria, no meu caso como mais antigo. Pelos trabalhos realizados nas rodas, como comprometimento, altivez, compromisso, e liderança despertei destaque diante dos outros, que formalmente passaram a me intitular. O que é capoeira? Para mim, a definição mais que pessoal é de um esporte, que pode ser visto como lazer, ou um entretenimento, mas que vai além disso: é uma luta uma alegria um prazer. Minha forma de resistência, e manifestação da minha cultura perante a sociedade. É a exposição da minha raça diante dos povos, é a preservação de ritos antigos e perpetuados, é a graça e beleza dos atletas comprometidos com a única instituição importante para o momento, a cultura do legado.

Mestre CURIÓ

JOÃO PALHANO JANSEN 1956 MESTRE

CURIÓ Capoeira mista. ESTILO Capoeiragem Tradicional Maranhense JOÃO PALHANO JANSEN Comunidade quilombola de São Carlos, povoado do município de Coroatá, 15 de fevereiro de 1956 Filiação: Domingos Palhano Jansen e Antônia Palhano Jansen DADOS Não tendo formação escolar PESSOAIS 2000 – 25 de maio - Certificado de Contramestre dado pelo mestre Miguel pelo Grupo de Capoeira Angola São Miguel Arcanjo 2003 – reconhecido Mestre, pela FECAEMA RAIMUNDÃO MESTRE GRUPO/NÚCLEO Associação de Capoeira Arte Fiel. BIOGRAFIA DO MESTRE CURIÓ João Palhano Jansen, o Mestre Curió, casado com dona Joana Santos Reis Jansen, da qual teve quatro filhos, nasceu em 15 de fevereiro de 1956 na comunidade quilombola de São Carlos, povoado do município de Coroatá, no interior do Estado do Maranhão. Seus pais se chamavam Domingos Palhano Jansen e Antônia Palhano Jansen. Aos oito anos de idade foi para Santana, uma cidadezinha da região. Aos 10 anos de idade, sem saber, foi vendido para trabalhar em regime de escravidão numa fazendo do interior do Estado, mas sendo observador das coisas ao seu redor, percebeu que havia algo de errado e fugiu. Com 12 anos se mudou para a cidade de Coroatá. Aos 16 anos veio para São Luís, capital do Estado. Recebeu o apelido de “Curió” ainda criança, pois


gostava muito de criar esse pássaro. Vivendo em um contexto de trabalho rural, não pôde estudar quando criança, mas na cidade aprendeu a profissão de pedreiro. Já adulto e com família para sustentar, cada vez que se matriculava em uma escola sempre surgia algum serviço fora da cidade em que precisasse viajar e com isso nunca conseguia conciliar estudo e trabalho, não concluindo as séries iniciais. Não tendo formação escolar, entretanto formou-se na escola da vida. Primeiro conheceu o karatê em 1975 por intermédio de um amigo por nome Luís, apelidado de Gigante. Luís lhe falou de outra luta chamada capoeira. Então, lembrou-se de que já havia visto essa luta no Arraial de Zé Cobertinho, no bairro do João Paulo, no período das festas juninas um ano antes. Nessa roda testemunhou Manuel Peitudinho jogando e ao assistir a apresentação de capoeira imediatamente relacionou-a com a Punga dos Homens, uma brincadeira de sua terra. Pensava se tratar da mesma coisa, mas aos poucos percebeu que eram diferentes. No mesmo ano, em 1975, aos 19 anos de idade, já fazia alguns movimentos e golpes da capoeira, sem no entanto saber direito o que fazia. Passou a assistir as apresentações de capoeira na antiga Estrada de Ferro, na casa de um amigo conhecido como Beto do Cavaco. Começou a se motivar. Os dois ainda iniciantes, brincavam juntos tentando aprender alguma coisa. Por meio desse amigo entrou pela primeira vez numa roda, na Praça Duque de Caxias (no João Paulo). Foi quando Curador, um capoeirista dessa época, comprou o jogo e desferiu sobre ele vários golpes violentos sem levar em consideração que se tratava de um iniciante (esse mesmo Curador, conhecido por seus poderosos movimentos, martelo, meia-lua e ponteira, era um capoeirista marginalizado). Nesse momento outro colega, conhecido como João Matavó, interviu e disse pra não fazer isso com ele, ao que respondeu Curador: “Só entra em roda quem se garante!”. Este episódio ficou registrado na memória do Mestre Curió. Depois disso não entrou mais nas rodas, ia apenas para observar os capoeiristas jogando, analisando seus pontos fortes e fracos. A noite, ao chegar em casa do serviço, treinava sozinho no seu quintal os movimentos que aprendia olhando. Também treinava com alguns amigos em algumas ocasiões. Beto do Cavaco o levou para treinar com Raimundão. Treinou apenas dois meses, pois Raimundão precisou viajar para o Rio de Janeiro. Ali conheceu alguns capoeiras que também estavam aprendendo, Miguel, Tancrei, Boi, Caninana, Socó, dentre outros. Sem seu mestre, passou a treinar sozinho novamente, fazendo o que já sabia e esporadicamente pegando dicas com um e com outro, aprendendo a capoeira “no tempo”. Autodidata também não teve mestre de berimbau, aprendeu olhando e imitando. Quando ele conheceu a capoeira ainda morava na Jordoa, no João Paulo, e já com família, mulher e filhos, prosseguiu treinando. Em 1979 mudou-se para o bairro do Coroado, alguns meses depois para o bairro do Sacavém, e em 1980 já estava morando no bairro do Rio Anil, no Conjunto Bequimão. Na época em que Mestre Sapo ensinava nas escolas da cidade, Curió aprendia a arte da capoeira nos quintais e nas rodas de rua. Não conheceu pessoalmente o Sapo, só ouvia falar. Entretanto, conheceu personalidades da capoeira que não foram alunos de Sapo, mas de capoeiristas anteriores a ele. Boêmio, era frequentador das danceterias e dos clubes de reggae espalhados pela ilha, o Pop Som da Jordoa, o Espaço Aberto do São Francisco, na praia da Ponta da Areia, etc., entre o reggae e as rodas de rua, sua capoeira foi vivenciada num ambiente de periferia e de muita marginalização. Aproximadamente, dez anos depois, quando já se sentia suficientemente preparado para entrar na roda, jogou novamente com Curador e retribuiu a “lição”, caiu dentro dele atropelando seus martelos e meia-luas, jogando-o no chão. Caído, Curador exclamou: “Mestre! Mestre!”, ao que respondeu Curió: “Tu que é meu mestre!”. Desde então, o Mestre Curió sempre diz de forma irônica que seu mestre foi Curador, pois despertou nele o que precisava em sua aprendizagem. No afã de sua própria aprendizagem começaram a se reunir a ele amigos e vizinhos no seu quintal para aprenderem um pouco do que ele já sabia, isso por volta dos anos 80 no bairro do Rio Anil. Numa época em que ainda era incerta a definição de “mestre” no universo capoeirando ludovicense, sua aprendizagem se confundia com o ensinamento propriamente dito, “amigo” e


“discípulo” não eram categorias muito diferenciadas, o que de fato existia era uma relação de troca de conhecimentos e experiências em diversos espaços da cidade (ruas, praças e quintais). Entretanto, por meio de sua ética e humildade, conquistou o respeito e admiração das pessoas, de maneira que o título de “mestre”, dado a ele, foi obra da experiência do tempo. Foi aprendendo e ensinando ao mesmo tempo, que o Mestre Curió desenvolveu no bairro uma trajetória de 40 anos de capoeira. Na década de 90 criou o Grupo de Capoeira Arte Negra. Em 25 de maio de 2000 o mestre Curió juntamente com o mestre Socó recebeu um certificado de contra-mestre dado pelo mestre Miguel pelo Grupo de Capoeira Angola São Miguel Arcanjo. Mais tarde também foi reconhecido formalmente pela Federação Maranhense de Capoeira. Depois em 2004 o Mestre Curió viajou para o Rio de Janeiro em busca de melhores condições financeiras. O grupo ficou sob a direção de Bal (na época ainda era Contra-mestre) e de Português (na época professor). Durante este tempo, longe de São Luís, se tornou evangélico, primeiramente frequentando a Igreja Assembleia de Deus, depois a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Nesse período se afastou completamente da capoeira, mas esta permaneceu no sangue. Ao som do berimbau seu corpo estremecia. Com o passar do tempo a saudade da arte superou o preconceito. Em 2014, de volta a São Luís, por incentivo dos amigos e discípulos, revitalizou o grupo de capoeira mudando o nome para Arte Fiel, em alusão ao seu ideal evangélico. Em 2015, em parceria com seu filho Roberto, fundou o Instituto Funcional Viva Rio Anil, uma entidade sem fins lucrativos que engloba várias atividades esportivas e culturais. Hoje, aos 61 anos de idade, o Mestre Curió ainda desenvolve um excelente trabalho de capoeira com crianças, adolescentes, jovens e adultos no bairro. Dono de uma natural sensibilidade ética, gosta de sintetizar sua filosofia de vida na frase: “Respeito não se compra, se conquista!”. Falando sobre a capoeira ele diz: “Eu não vejo capoeira como agressão […] o capoeirista não é para agredir as pessoas, o capoeirista é pra educar, apenas descobrir o talento de cada aluno, aperfeiçoar o aluno, por que o aluno já tem o talento, vai só aperfeiçoar o aluno. Cada dia ele vai passando e vai mostrando o que ele é capaz de fazer assim como o mestre passou pra ele. Então ele não é pra atacar ninguém [...] o mestre [...] quanto mais tu ensina mais tu aprende, quanto mais tu ensina, mais tu recebe, por que tu tá dando não é de graça? Daí de graça e recebei de graça, por que tu faz aquilo por amor [...] minha experiência é de mim mesmo. Eu não tive mestre, meu mestre me ensinou dois meses, entendeu? E os alunos que eu tinha em qualquer lugar que ele chega ele joga capoeira. Cada um tem sua capoeira. Vanio tem a capoeira dele, eu tenho a minha, Alberto a dele, mas cada um tem sua capoeira. O teu estilo é tu que faz. Tu tem um aluno, mas ele joga num estilo diferente de tu. Tu vai só [...] não é obrigado tu ser mestre dele e ele jogar do teu jeito. Não. Tu vai descobrindo ele, ele pode criar o jeito dele diferente. Não é obrigado tu jogar a capoeira do meu jeito. Mas eu que te dei o incentivo pra tu treinar. O mestre é isso aí. Só que eu dó um soco e tu dá três ao mesmo tempo [...] ‘Ah o mestre é o melhor’, não. Ele treina o aluno pra ficar melhor. Ele é criativo, o mestre é mais criativo. Ele tem coisa pra criar mais passando mais, mais, mais, entendeu? O mestre nunca tá perfeito, sempre tá aprendendo mais... Nós como mestre de capoeira, por que o Mestre Verdadeiro [Jesus Cristo] é perfeito. Ele veio como filho [...] tudo que ele fazia ele dizia, não sou eu quem faço, mas o pai faz em mim [...]” O mestre Curió não vê a capoeira somente como uma luta corporal, mas como uma luta espiritual. Segundo ele a luta do capoeirista é consigo mesmo, a capoeira é uma luta para a educação do próprio capoeirista. O mestre descobre o aluno e busca encontrar nele suas maiores qualidades. O mestre nunca está perfeito, os alunos ensinam o mestre, eles estimulam o mestre a buscar conhecimentos para passar pra eles. O mestre não deve atacar o aluno, o mestre é pra ser atacado e mostrar equilíbrio e paciência. O herói não é aquele que briga com dez, mas é aquele que diante dos agressores sabe se comportar de maneira que não ataque ninguém. O mestre aprende com os alunos e para os alunos. Quanto mais tu ensinas mais tu recebe. O mestre é criativo e tem sempre coisa pra passar e pra aprender. O mestre é um educador, deve trabalhar com as pessoas mais difíceis, deve conquistar as pessoas com paciência e carinho.


O QUE É CAPOEIRA: O mestre Curió não vê a capoeira somente como uma luta corporal, mas como uma luta espiritual. Segundo ele a luta do capoeirista é consigo mesmo, a capoeira é uma luta para a educação do próprio capoeirista. O mestre descobre o aluno e busca encontrar nele suas maiores qualidades. O mestre nunca está perfeito, os alunos ensinam o mestre, eles estimulam o mestre a buscar conhecimentos para passar pra eles. O mestre não deve atacar o aluno, o mestre é pra ser atacado e mostrar equilíbrio e paciência. O herói não é aquele que briga com dez, mas é aquele que diante dos agressores sabe se comportar de maneira que não ataque ninguém. O mestre aprende com os alunos e para os alunos. Quanto mais tu ensinas mais tu recebe. O mestre é criativo e tem sempre coisa pra passar e pra aprender. O mestre é um educador, deve trabalhar com as pessoas mais difíceis, deve conquistar as pessoas com paciência e carinho. Mas resumindo, ele vê a capoeira não apenas como uma luta corporal, mas principalmente uma luta espiritual, onde em sua prática ele elabora um sentido ético-moral e trata ela (a capoeira) como um instrumento educacional. Entretanto ele fala essas coisas com palavras muito simples, mas poderosas. Ele sempre repete: "Essa luta é com nós mesmos."

Mestre BAÉ

MESTRE ESTILO

DADOS PESSOAIS

FLORIZALDO DOS SANTOS MENDONÇA COSTA 1960 (1966?) BAÉ CAPOEIRA MISTA/REGIONAL Capoeiragem Tradicional Maranhense FLORIZALDO DOS SANTOS MENDONÇA COSTA Penalva – MA, 01 de novembro de 1960 (identidade de 1966) Rua de Santa Rosa n.82 Bairro Forquilha Filho de Florizaldo dos Reis Costa e Inez das Graças Mendonça Formação escolar: Ensino Médio formado a Mestre em 15 de Janeiro de 2008 pelo Mestre Edybaiano PATURI (ANTONIO ALBERTO CARVALHO / BETINHO) EDY BAIANO (EDMUNDO DA CONCEIÇÃO) BAMBA (Salvador) (RUBENS COSTA SILVA)

MESTRE(s)

Associação de Cultura Educacional Candieiro de Capoeira (17 DE Fevereiro de 1999) HISTÓRIA DE VIDA - CAPOEIRA Em 1974 conheci O SR. ANTONIO ALBERTO CARVALHO / BETINHO (MESTRE PATURI) na Avenida Kennedi em frente da Paulo Frontim pois foi o primeiro local onde fui morar e logo GRUPO/NÚCLEO


depois me mudei para o bairro de Fátima; morava ao lado do bar da ZILOCA, que era um local muito freqüentado pelos amigos capoeiristas do Mestre Paturi, mas foi só em 1976 através de ALÔ que comecei a freqüentar os treinos do Mestre Paturi, na época não tinha academia para a gente treinar pois a gente treinava era nos locais combinados, ate porque tudo era bem escondido. No começo de 80 ainda treinei um período com o Mestre Jacaré e Depois por motivo de local de trabalho e estudo, ainda passei um período com o Mestre Pato, na época meus parceiros de treinos com Pato eram; Marcos Aurélio, Fred, Telmo, Riba e Iram. Ainda na década de 80, comecinho de 88, passei a treinar com EDMUNDO DA CONCEIÇÃO (MESTRE EDYBAIANO) ASSOCIAÇÃO DE CAPOEIRA REGIONAL DO MESTRE EDY BAIANO E SEUS ALUNOS, onde me encontro até os dias de hoje. Mas a partir de 1993, o Mestre Edy Baiano me passou para também treinar em Salvador na ASSOCIAÇÃO DE CAPOEIRA MESTRE BIMBA Com o SR, RUBENS COSTA SILVA (MESTRE BAMBA), Onde todo ano tenho que visitar e participar das suas atividades. Fui formado a Mestre em 15 de Janeiro de 2008 pelo Mestre Edybaiano. Mas eu já havia criado o GRUPO CANDIEIRO DESDE 17 DE Fevereiro de 1999. Trabalho este que hoje vem Supervisionando outros Grupos criados por alunos meus em outras Cidades com a minha Autorização dando liberdade para que cada um possa colocar em pratica seus desejos de como trabalhar a CAPOEIRA. CAPOEIRÁ É: Acima de qualquer conceito para mim a Capoeira é uma filosofia de vida.

Mestre GAVIÃO

HELIO DE SÁ ALMEIDA 1967 MESTRE ESTILO

DADOS PESSOAIS

MESTRE

GAVIÃO capoeira angola e regional Capoeiragem Tradicional Maranhense HELIO DE SÁ ALMEIDA São Luis, 05 de novembro de 1967 Filho de Alcino Almeida e Francisca das Chagas Almeida 1992 - Formado Professor (Mestre Madeira) e Mestre reconhecido pela comunidade capoeirista e formalizado com o mestre Pirrita através de um certificado. Madeira Pirrita


GRUPO/NUCLEO Grupo Tombo da Ladeira (Desterro, fundado em 1992) BIOGRAFIA Eu, Helio de Sa Almeida, filho de Alcino Almeida e Francisca das Chagas Almeida, nascido no dia 05 de novembro de 1967, em São Luís –MA, no bairro do Desterro, onde tive meu primeiro contato com a capoeira em 1977. Numa época, quando tudo se focava no Centro Histórico: comércio, malandragem, etc. entre o Desterro e a Praia Grande, veio para o bairro um trabalho social liderado por Tácito Borralho que oferecia: teatro, música e capoeira. Tentavam contar a história da igreja do Desterro aos turistas que vinham visitar a área. Nessa feita conheci Raimundinho, o responsável pelas aulas de capoeira através do projeto. Ele era conhecido na capoeira como: “Raio”. Foi ele quem me deu os primeiros passos na capoeira, considerando que eu já gostava de arte marcial, mesmo antes começar a capoeira. As aulas eram realizadas na Igreja do Desterro e como criança se desenvolve rápido, começamos a fazer as rodas de capoeira, onde recebíamos diversos visitantes, dentre eles o Mestre Sapo, Pato, Louro, Baiano, Sócrates (irmão de Didi), Curador e outros capoeiristas da época. Meu primeiro parceiro na capoeira foi Bigu. Passamos 3 anos treinando juntos no projeto, quando nosso professor Raimundinho teve que ir embora para São Paulo e o projeto social acabou. Nós continuamos treinando, sem professor e ficamos sabendo que o Mestre Sapo dava aula na Escola Alberto Pinheiro e no antigo e fomos olhar a aula. Quando chegamos lá, para nossa surpresa a aula era escola de elite, só estudava quem tinha uma boa condição financeira. A sala era toda no tatame e cheia de alunos jogando de 2 em 2. E movidos pelo ritmo da música de capoeira do Mestre Caiçara, sem sermos convidados, começamos a jogar. Logo chamamos atenção de todos por ter o jogo desenrolado e cheio de floreio. Estávamos fazendo bastante movimentos no jogo, quando o mestre Sapo nos abordou perguntando se éramos alunos da escola. Dissemos que não, então ele nos disse que não poderíamos jogar mais. Nesse dia voltamos pra casa muito tristes. No outro dia, curiosamente, Mestre Pato apareceu na minha casa conversando com meus pais para que me liberassem para treinar capoeira. Meu pai não via com bons olhos a capoeira. Para ele era coisa de marginal, mas minha vó-mãe liberou pra que eu pudesse treinar. Desde então comecei a treinar com mestre Pato que na época ainda era contramestre e eu tinha por volta de oito anos de idade. Treinamos na rua Cândido Ribeiro, na antiga academia Real de Karatê do professor Zeca, e passado um tempo mudou-se para o antigo Lítero. Depois mudamos para Rua da Alegria e na Deodoro fazíamos bastantes rodas de apresentação com Mestre Sapo e M. Pato. Essas rodas reuniam todo o grupo. Esse tempo foram 3 anos de treinos e depois a academia acabou. Fiquei treinando sozinho numa fábrica; por volta dos meus 17 anos fui treinar Karatê na academia Real. Quando cheguei lá, eram aulas de capoeira com Mestre Madeira. Cheguei numa quinta-feira e passei pelo primeiro teste: uma “bênção” e um” galopante” no ouvido. No outro dia ele falou que era apenas um teste pra saber se queríamos mesmo treinar capoeira. E isso eu pagando a mensalidade que na época custava R$ 5 cruzeiros! Começou a me levar para as rodas. Fomos a roda da 13 de Maio, na casa de Jorge Babalao, e nas rodas da Deodoro, foi onde eu conheci meu segundo parceiro na capoeira: Fabio Arara. Pagamos um preço alto para treinarmos capoeira, até fome passamos. O mestre era muito rigoroso na sua aula. Treinamos durante 15 anos juntos, quando comecei a dar aulas no bairro do Desterro, na sede da Flor do Samba, em 1992. Infelizmente tive que romper com meu mestre devido a sua ignorância. Ele nos visitou na sede com alunos mais velhos e começou a machucar meus alunos que eram praticamente crianças. Eu nunca havia enfrentado meu mestre, sempre lhe fui muito obediente, mas precisei tomar uma postura frente a essa situação grotesca. Eu, sozinho, chamei para mim a responsabilidade, e joguei


com todos. Foi um dia difícil, mas não poderia deixar meus alunos apanharem violentamente. A partir daí criei meu próprio grupo o Tombo da Ladeira, que já tem seus 26 anos de existência e resistência na capoeira. Já viajei por muitos estados brasileiros a procura de capoeira, e sempre busquei manter minhas raízes e só absorvendo o que achava interessante para enriquecer minha capoeira. Certa vez, um mestre em um evento em São Paulo, me viu jogando e me perguntou: “Oh Mestre essa sua capoeira é africana” Hoje já tenho meus 40 anos de capoeira, onde já tenho uma certa vivência e posso afirmar que, se não fosse a capoeira, provavelmente não estaria vivo agora. Para mim capoeira é: arte, esporte, lazer, luta e cultura. A capoeira maranhense é mista: joga em cima e joga em baixo.

Contramestre SÍLVIO FORMIGA ATÔMICA

SÍLVIO JOSÉ DA NATIVIDADE PEREIRA CRUZ 1973 CONTRAMESTRE SÍLVIO FORMIGA ATÔMICA CAPOEIRA, sou obediente ao berimbau: o que ele tocar eu jogo, se ESTILO Angola, Regional, Contemporânea ou Benguela Capoeiragem Tradicional Maranhense DADOS SÍLVIO JOSÉ DA NATIVIDADE PEREIRA CRUZ PESSOAIS São Luis, 08 de setembro de 1973 Filho de José Ribamar Sá Cruz e Otacília Domingues Pereira Casado com a Senhora Joedite de Fátima Sales Cruz, tem 03 filhas, Gabriela de Fátima Sales Cruz, Poliana Samara Sales Cruz e Rayanne Fonseca Cruz e uma Neta Julia De Fátima Pinheiro Cruz. Técnico em Eletromecânica Superior incompleto em Pedagogia MESTRE

GRUPO/NÚCLEO

MADEIRA Instituto de Arte e Cultura Liberdade Capoeira - 2011

NOME: Sílvio José da Natividade Pereira Cruz, nome dado por uma tia, chamada Tia Teté.


Casado com a Senhora Joedite de Fátima Sales Cruz, tem 03 filhas, Gabriela de Fátima Sales Cruz, Poliana Samara Sales Cruz e Rayanne Fonseca Cruz e uma Neta Julia De Fátima Pinheiro Cruz. ORIGEM DO SEU NOME  SÍLVIO: Escolhido por sua tia avó, irmã da mãe do seu pai  JOSÉ: Nome do seu Pai  NATIVIDADE: Por sua tia ser muito católica e eu ter nascido no dia 08 de Setembro, no dia de Nossa Senhora da Natividade, ela colocou esse nome.  PEREIRA: Sobrenome da sua mãe  CRUZ: Sobrenome do seu pai. Filho de José Ribamar Sá Cruz e Otacília Domingues Pereira, nasceu no dia 08 de Setembro de 1973, na Avenida Cajazeiras, na maternidade Benedito Leite no Centro, São Luís – MA. O apelido “Formiga Atômica” foi um de vários que o seu mestre Madeira lhe deu. Por ser de estatura pequena, mas considerado muito forte para sua pequena estatura, e muito pulador, os outros apelidos foram: Borracha e Tamanduá, ficando mesmo Formiga Atômica, mas é mais conhecido como (CM Sílvio ou Silvinho) Meus primeiros contatos coma a capoeira foi no final dos anos 70, através da novela Escrava Isaura, comecei a fazer meus primeiros movimentos por volta de 1979, com um amigo de nome Fernando que ensinava um grupo de crianças em um quarto de chão batido no fundo de sua casa, foi quando comprei um saco de açúcar na quitanda do Sr. Joãozinho e pedi para uma vizinha chamada Tereza fazer minha primeira calça meia canela de capoeira, depois de ficar quase uma semana de molho para poder largar o açúcar. Por volta de 1983, comecei a treinar com dois irmãos de nome: Michael Clean Cruz Alves seu apelido (Shell) e o Flávio de Arruda Cruz (seu apelido “Braço”, por ter o braço quebrado) que treinaram com Aldo (Lôlô) e Otacílio que também eram irmãos e que vieram treinar com Leles que mais tarde se tornaria o mestre Madeira, nesse período o nosso local de treino era uma casa de festa chamada Cajueiro, localizada no São Francisco, travessa da rua 02 que mais tarde se chamaria de Espaço Aberto um clube de reggae chamado também de “ casa da música”, tivemos que parar com os treinos porque o proprietário “ Sr Ferreirinha” na época não permitiu que continuássemos com os treinos no clube, assim ocasionou o término do grupo. Por volta de 1985 começo a treinar no Centro Comunitário, localizado na Rua 03 no Bairro do São Francisco e quem dava aula nesta época era o jovem Fabio Gonçalves Filho, que era chamado e Fabinho e mais tarde se tornaria mestre “Fabio Arara” com quem aprendi vários movimentos, que por sua vez já treinava com o mestre ”Madeira” e ainda no Centro Comunitário, conheci um português de nome Lincon, professor Lincon que nos ensina ginástica olímpica, foi com quem aprendi executar meus primeiros saltos, após esse período eu fui matriculado em uma instituição para menores “ FEBEM” – Fundação Estadual do Bem Estar do Menor, localizada na Rua do Norte, próximo ao cemitério do Gavião em São Luís –MA, nesta fundação passava o dia todo fazia oficina de mecânica e treinava capoeira com um professor que se chamava Herbeth; na ocasião levava meu irmão caçula, o Marcilio José, a quem o professor chamava de lambisgoia por ele ser muito magrinho, depois o mestre Madeira trocou esse apelido para Pelezinho. Em 1987 com 14 anos de idade eu já estava registrado profissionalmente, consegui um emprego de zelador em uma conservadora (Conservadora Timbira Serv. Gerais) foi quando eu conheci o mestre Madeira e me matriculei em sua academia na Rua Humberto de Campos, era um sobrado de piso de taco, pois já tinha condições financeiras para pagar as mensalidades. Seu nome José Raimundo Leles da Silva, filho de Raimundo Ferreira da Silva e Teresinha de Jesus Leles da Silva. O nome da sua academia era Clube Center onde ele ensina karatê e Capoeira, sem demora ele viaja para São Paulo se forma professor e recebe uma autorização para dar aula pela ‘Cordão de Ouro’ do mestre Suassuna, vindo de São Paulo, ele viaja para Bahia e conhece o mestre Canjiquinha, formado a mestre por esses dois mestres, conhece também o mestre Waldemar Rodrigues da Paixão quem lhe ensinou muita coisas segundo ele o mestre Waldemar


teve quatro mestres que foram: Calabi, Piri Piri, Canário Pardo e Siri de Mangue e dos mestres que ele teve o que ele mais gostou foi Siri de Mangue e por isso em homenagem ao mestre Waldemar o mestre Madeira mudou o nome do seu grupo para (Siri de Mangue Capoeira). Em 2011, me ausentei do Siri de Mangue e fundei o Instituto de Arte e Cultura Liberdade Capoeira, grupo do qual sou presidente-fundador até os dias atuais e continuo ligado ao Siri de Mangue também junto com o meu mestre Madeira. A minha escolaridade é superior incompleto em Pedagogia, sou Técnico em Eletromecânica, continuo trabalhando, estudando e dando aula. Tenho participado de vários eventos, viagens em prol da capoeira, em uma dessas conheci o mestre Suassuna, Jogo de Dentro, Cobra Mansa entre outros em Ilhéus - BA O meu principal desafio na capoeira foi viajar sozinho para Bahia sem conhecer nada e ninguém, aos 18 anos, e hoje faço parte da primeira turma do Curso de Capacitação para Mestres e Contramestres da Capoeira do Maranhão, na UFMA Universidade Federal do Maranhão,Organizado pelo Fórum da Capoeira do Estado. O meu estilo de CAPOEIRA, eu costumo dizer que sou obediente ao berimbau o que ele tocar eu jogo, se Angola, Regional, Contemporânea ou Benguela. Sou CAPOEIRISTA, eu toco todos os instrumentos da Capoeira, eu canto, eu Jogo, eu fabrico Instrumentos ligados à Arte, ensino e ainda faço composições, pesquiso, tento ser completo. A capoeira pra mim é meu vício, meu esporte, lazer, minha arte, minha filosofia de vida, é o que eu vivo. Sílvio José da Natividade PereiraCruz (Formiga Atômica) Liberdade Capoeira Siri de Mangue – Mestre Madeira 08/2017

Mestre TUTUCA

JOÃO CARLOS BORGES FERNANDES 1967 MESTRE ESTILO

DADOS PESSOAIS

TUTUCA Capoeira Capoeiragem Tradicional Maranhense JOÃO CARLOS BORGES FERNANDES São Luís – MA, 25 de novembro de 1967 Filho de João Alves Fernandes e de Conceição de Maria Borges Escolaridade: 2º Grau – Escola Humberto Teixeira Formado a contra mestre de capoeira em 08 de Março de 1994 pela associação de capoeira Mara Brasil.


Formado a contra mestre pela Federação Maranhense de Capoeira em 10 de abril 1994 Formado a Mestre em 23 de Março de 2002 pelo seu próprio Mestre Evandro

MESTRE

EVANDRO GRUPO/NUCLEO Grupo Gira Mundo Capoeira (fundado em 23/04/1998) HISTÓRIA DE VIDA - CAPOEIRA Iniciei a Capoeira no ano de 1981com o Mestre Evandro aos 12 anos de Idade, no Laborarte Hoje Mestre e fundador do Grupo Gira mundo Capoeira fundado em 23 de abril de 1998; Atualmente sua sede funciona na Associação da Caixa Econômica Federal do Maranhão (APCEF/MA), desde 1998, tendo alguns núcleo nos bairros periféricos da cidade de São Luis, aulas ministrada por alunos graduado a Estagiários, Monitores, Formados, instrutores, Contra Mestres. Na comunidade da Vila Kiola, João Paulo, Sol e Mar, São José de Ribamar, Vicente Fialho. Graduados Envolvidos: Estagiário Marquinho, Monitor Deivid, Formado Malheiros, Instrutora Neta, Instrutor Ronald. Contra Mestre formados por mim: CABEÇA, MAGÃO. - Arbitro pela Federação de Capoeira do Estado do Maranhão( FECAEMA) e pela Federação Maranhense de Capoeira. (FMC). PARTICIPAÇÃO EM EVENTO: - Festival de HAUSTS DE GARONNE 15 de julho de 2000 na cidade de BORDEAUX (França) - 5º encontro mundial de capoeira FICAG realizado em comemoração aos 20 anos de que acontece no período do dia 09 a 14 de julho 2012 na cidade de Belo Horizonte/MG. - IIIº Movimento Pró – Capoeira do Maranhão - IV Movimento Pró – Capoeira Filhos de Aruanda, Aruandê e Clube Center. - Projeto Cultura Capoeira nos Bairros, promovido pelas associações de capoeira Aruandê e Filhos de Aruanda. - Roda de Capoeira Vamos ver realizada pela associação de capoeira Angola. - 2º Encontro Estadual de Capoeira realizado pelo Grupo Candieiro. - 1º, 2º, 3ºEncontro nacional de capoeira realizado pela associação de capoeira São Jorge. - 1º Tem Sinhá na Roda, realizado pela Federação Maranhense de Capoeira. - Oficina de Movimentos e Instrumentação de Capoeira realizada pela associação de Capoeira São Jorge. - Oficina de percussão Ministrada pelo mestre Pezão. - Clinica FECAEMA de capoeira. - Copa ceut realizada pelo grupo Raizes do Brasil. - Copa cajuína realizada pelo grupo Raizes do Brasil Cursos: - Fundamento da Malicia (FECAEMA) - Capoterapia, (FMC) - Capoeira Inclusa (ASSOCIAÇÃO VOLTA AO MUNDO).


- Capacitação de Mestres do Estado do Maranhão Pela (UFMA). - Capoeira inclusa para deficiente visual e auditivos. - 1º Festival de capoeira nos Bairros realizado pela associação FILHO DE OGUM. - Batizados e troca de cordas em outros estado como Rio de Janeiro, Belém, Teresina, Fortaleza, Belo Horizonte, Campinas – SP. - Batizados e troca de cordas no Estado do Maranhão. Eventos Organizados: - 1º Oficina de Capoeira Ginga da Solidariedade, 1º 2º, 3º, 4º - Festival Ludovicense de Capoeira com os mestres da cidade. - 1º Festival de Canto de Ladainha. - Batizados com Oficinas e cursos de Capoeira com Mestres de outros Estado e do Estado do Maranhão. HOMENAGEM: Pelo reconhecimento a importância do seu nome na capoeira maranhense. GRUPO CANDIEIRO. HONRA AO MÉRITO: ao apoio em reconhecimento a capoeira e a cultura brasileira através desta entidade. CAPOEIRÁ É: Capoeira: é a luta de um povo disfarçada em dança para confundir seu opressor no tempo da Escravidão. Mestre Tutuca!

Mestre LUIZ SENZALA

LUIS AUGUSTO LIMA 1971 MESTRE ESTILO

DADOS PESSOAIS

MESTRE

LUIS SENZALA CAPOEIRA ANGOLA LUIS AUGUSTO LIMA São Luís, 8 de abril de 1971 FILHO DE AUGUSTO DOS ANJOS LIMA E MARIA MADALENA LIMA ESCOLARIDADE 2° GRAU COMPLETO ESCOLA RONALD DA SILVA CARVALHO Diploma de honra ao mérito recebido pela Câmara Municipal de São Luis MADEIRA


FABIO ARARA

GRUPO/NUCLEO Escola de Capoeira Angola Acapus, fundada em 1998 HISTÓRIA DE VIDA - CAPOEIRA Iniciei a Capoeira no ano de 1981 com o Mestre Madeira na Academia Club Center, hoje Siri de Mangue, aos 11 anos de Idade. Também fiz parte do grupo Tombo da Ladeira do Mestre Gavião. Atualmente, sou Mestre da Escola de Capoeira Angola Acapus fundada em 1998, com sede própria na Travessa Marcelino Almeida 173 A. Centro Historico – Praia Grande. Ministro aulas que abordam musicalidade, fabricação de instrumentos, história da Capoeira, aulas práticas (com a preocupação de preservar e difundir os rituais e fundamentos da Capoeira/ Tradição); Realiza atividades na Sede da Escola de Capoeira Angola ACAPUS: Palestras com Mestres convidados; rodas e aulas praticas abertas a comunidade. Realização de vivencias em bairros de São Luis e intercambio com praticantes de outras nacionalidades. Ministro oficinas de fabricação de berimbau, pandeiro, reco-reco, atabaque, agogô, caxixi, e repassamos como a matéria prima é adquirida e como preserva-la; Realizamos palestras com mestres e pesquisadores convidados e aulas teóricas sobre a história da Capoeira, com temas diversificados, principalmente sobre os personagens que fizeram parte dos primeiros registros da Capoeira em São Luis e no Maranhão. Ministrei aulas em Luzern/ Suiça; Bordeaux, Lille, Paris, Marselle / França; Oviedo, Murcia/ Espanha; Colonia, Munique, Hamburgo/ Alemanha, Carinthian/Austria Trabalhos sociais no Movimento de Menino e Menina de Rua, Casa João Maria, Funac, Cento de Cultura Negra, Cepromar. Diploma de honra ao mérito recebido pela Câmara Municipal de São Luis pelos trabalhos sócioeducativos desenvolvidos em prol da comunidade Ludovicense atraves da Capoeira. CAPOEIRA É :A ARTE DE SABER VIVER AO REDOR DO MUNDO. EM OUTRAS PALAVRAS, CAPOEIRA É MINHA VIDA. Na minha biografia eu acho que esqueci de colocar uns dos professores na epoca que eu treinava com mestre Madeira, o nome do mestre Fabio Araara, por favor coloque o nome dele na minha biografia, por gentileza, obrigado. O mestre era Madeira e na ausencia dele quem dava aula para nós eram o professores Gavião e Fabio Arara, hoje mestres de capoeira. O mestre Madeira chamava nós de o quarteto na época: Mestre Madeira Mestre Gaivão Mestre Fabio Arara Mestre Luis Senzala


Mestre MILITAR

CARLOS ADALBERTO ALMEIDA COSTA 1971 MESTRE ESTILO

MILITAR Regional CARLOS ADALBERTO ALMEIDA COSTA Cândido Mendes – MA, 19 de maio de 1971 Filiação: Sebastião de Jesus Costa e Marilourdes Almeida Nogueira Costa Escolaridade: 2º Grau 1994 9 de janeiro - Contra-Mestre pela Associação de Apoio à Capoeira. Associação - Antonio Alberto Carvalho (Mestre Paturi)

DADOS PESSOAIS

2001 - Formado e Reconhecido a Mestre - Sr. Reinaldo Santana (O Mestre Bigodinho) 2003- Reconhecido a Mestre pela Federação de Capoeira do Rio de Janeiro (FCERJ) e pela Federação Nacional de Capoeira do Brasil (FNC do BR). Profissional de Educação Física reconhecido pelo Conselho Regional de Educação Física Sistema CONFEF/CREF-05 RG:000479 - P/MA mestremilitar@hotmail.com / mestremilitarmaranhao@yahoo.com.br / https://www.facebook.com/mestremilitar BIGODILHO

MESTRE

GRUPO/NÚCLEO GRUPO K DE CAPOEIRA HISTORICO DO MESTRE MILITAR – SÃO LUIS – MARANHÃO – BRASIL. Carlos Adalberto Almeida Costa (MESTRE MILITAR) nascido em 19 de maio de 1971 em Cândido Mendes – MA, iniciou na Capoeira em 1982 com 11 anos de idade com o Mestre Neguinho no Grupo de Capoeira Angolano, na Escola de Dança Pró-Dança, que era localizada na Rua 13 de Maio no Centro. Onde treinei como bolsista por quatro anos, por intermédio de Marco Antônio Vieira da Silva (Dirigente da Rádio e TV Cidade). Eu não tinha como pagar, meus pais não gostarem da capoeira. E como minha mãe trabalhou para ele, e sempre falava que o pessoal que faziam sua segurança todos eram Capoeiristas como: Mestre Rui Pinto, Batman, mestre Alberto (Euzamor) e outros. Resolvi pedir seu apoio. Minhas aulas eram à noite, sempre que saia da escola já ia direto para academia, sem o consentimento dos meus pais. Até rodas para eu participar, muitas vezes tinha que fugir de casa para participar. Nestas pequenas fugas de casa


conheci vários capoeiristas e passei a ter contato com o Mestre Coquinho que hoje faz parte do quadro de Mestres da Associação Grupo “K” de capoeira. Na época o Mestre Coquinho lecionava na extinta FEBEM, localizada na Fonte do Bispo, na Madre Deus no Centro. O Mestre Neguinho nunca tomou conhecimento, que paralelamente, eu treinava Capoeira de Rua. Deixei de treinar com o mestre Neguinho porque o mesmo não quis mais saber de Capoeira e deixou de dar aulas. Em 1987 – Tive a Participação no XV Jem’s , no governo de Cafeteira, através do Profº Robson, Professor de Ed. Física e Capoeirista da Escola São Lazaro, na qual eu era estudante. Nesse meio Tempo, tive contato também com o Mestre Madeira (Siri de Mangue) onde treinei por um tempo. Resolvi sair e procurar o Professor Robson que já não tinha interesse pela capoeira, mas através dele, passei a ter contato com alguns Capoeiristas que já tinham nome no cenário da Capoeira do Maranhão; Como: Candinho e Batman – os mesmos eram vizinhos do Profº Robson e da Escola que eu estudava. Ambos sempre me levavam para as rodas de Capoeira, que era realizada por eles aos Domingos pela Manhã. Na Coroa da Praça Gonçalves Dias, em frente à Igreja dos Remédios. Roda que só entrava para jogar, quem tinha muito axé ou era apadrinhado. RsRs Rs. Também através do Candinho que passei a participar das Rodas na Praça Deodoro. Logo após fui fazer parte do Grupo de Capoeira Quilombo dos Palmares, do Centro de Cultura Negra, que era composto por Evandro (hoje Mestre do Grupo Mara Brasil), Militar, Nijon, Manoel, Mizinho (hoje Mestre Mizinho do grupo Maranhão Arte), Tutuca (hoje Mestre Tutuca do Gira Mundo) Careca, Wilson, Assis e outros. Através deste Grupo, eu participei da: 1ª Mostra de Capoeira do Maranhão. Organizada pelo Centro de Cultura Negra do Maranhão - CCN. Após 1 Ano e Meio, resolvi sair.

Em março de 1988, participei do 1º Campeonato Inter - Bairro realizado pela Associação de Capoeira Aruandê de Mestre Pirrita e Aruanda do Mestre Jorge Navalha.

A 1ª Gincana Mirante – na Praia da Ponta D`Areia, como a Participação de Vários Grupos da Capital. No mesmo ano, fui treinar com o Mestre Roberto, Conhecido como Mestre Jacaré que lecionava em uma academia de karatê que era localizada na Rua 18 de novembro, no bairro da Camboa até o ano de 1990.


Em 1991, dei formação ao grupo Nagoas que era sediado provisoriamente na Associação de Moradores na rua da Brasília - Bairro da Liberdade, este grupo tinha em sua formação muitos bons capoeiristas, oriundo de outros grupos como: Careca, Juricabra, Abacate, Cudinho, Mata rato, Daniel, Wilson, Junior de Assis, Cabecinha (hoje Contra-Mestre do Grupo Liberdade Negra), e o Cacá (hoje Contra-Mestre do Grupo Ludovicense) entre outros. Apesar de bons capoeiristas fazerem parte do grupo na época, nós constantemente estávamos envolvidos em confusões no Centro da Cidade. Criávamos badernas em festas e praças só para ter o prazer de testar a potência de nossos golpes. Não sabia que essa atitude que era comum em muitos dos Capoeira da Minha época, iria render a muitos do grupo, inclusive a mim, a fama de desordeiro. (Marginal) Só depois de muitas Inimizades, que me conscientizei. E passei olhar a Capoeira de forma diferente. Vi também que a educação que meus Pais e Mestres me passaram, estava sendo manchada por atos involuntários, apenas pela empolgação da arte e copiando o que costumava ver outros capoeiristas fazendo. muitas foram as vezes que acabávamos com as rodas de outros grupos. Esse tipo de ato já não me trazia Satisfação. Analisei e vi que para eu ser um boa capoeira não precisaria de má fama e sim ser um bom educador. Em 1993 deixei de compor o grupo Nagôas e no mesmo ano dei formação ao Grupo “K” de Capoeira com o objetivo de Resgate e Profissionalização da Capoeira em nosso estado. Ainda no Ano de 1993, embora eu nunca tenha sido aluno do Mestre Antônio Alberto Carvalho (Mestre Paturi), mas sempre que ele precisava eu me coloquei a disposição para ajudá-lo na realização de Apresentações de seu Grupo, e pelo Respeito, o procurei para me formar. Eu já tinha trabalhos Reconhecidos e queria me profissionalizar ainda mais. No dia 09 de janeiro de 1994 me formei a Contra-Mestre pela Associação de Apoio à Capoeira. Associação dirigida por Antonio Alberto Carvalho (Mestre Paturi) .

Criei e Realizei vários Projetos em São Luís do Maranhão:


Projeto Curumim: Nos Bairros: Maiobão, Coroadinho, Parque dos Nobres, Ilhinha, Diamante, Liberdade e Camboa. Com objetivo de educar e socializar Crianças e Jovens em situação de risco. Projeto Capoeira na Praça: deu – se no intenção de resgate das rodas que ocorriam na Praça Deodoro e nos Carnavais de Rua na Madre deus. Esse projeto foi realizado de 1995 a 2013. Capoeira na Escola – que foi Executado em Várias Escolas Estaduais com o Apoio do Governo Estadual e o Projeto Alvorada do Governo Federal. Projeto Capoeira para Turista Ver: este era realizado com a finalidade de ultrapassar Barreiras Internacionais fazendo apresentações em Hotéis, em período de visitação Turísticas com objetivo da valorização da Arte Capoeira praticada no Maranhão. Com o objetivo de conhecer outros capoeiras e expandir meu trabalho em outras cidades do Estado e outros Estados, passei a fazer viagens. Nessas Viagens resolvi conhecer Salvador – BA. No ano 2000 sai Rumo a Salvador onde conheci bons Capoeiristas e Mestres como: Neco, Boa Gente, Boca Rica, Lua hasta, Cebolinha, Nenel (filho de Bimba), Cafuné e muitos outros alunos de Bimba que compõem a Fundação Mestre Bimba.

Também tive a oportunidade de conhecer o Sr. Reinaldo Santana (O Mestre Bigodinho). O único Aluno do Mestre Waldemar da Paixão vivo na Época.

Pelo qual em 2001 fui formado e Reconhecido a Mestre Sr. Reinaldo Santana (O Mestre Bigodinho) Sei que a Capoeira que tenho é uma Mescla de cada Mestre por quem passei, vi e tive a oportunidade de jogar. A cada um devo o que aprendi. Ao meu Mestre devo Dinheiro, Saúde e Obrigação!! Foi ele que me ensinou a caminha, a ser Racional e Construir o melhor pela minha Arte. Hoje em todos os lugares que passo, divulgo não só o meu trabalho mais também o nome de meu Mestre. Reinaldo Santana (Mestre Bigodinho). Através de Trabalhos realizados junto a Secretaria de Educação e outros Órgãos como a Promotoria de Infância e Juventude. Fiz o Diferencia em levar a Capoeira para os Desfiles Junto a Forças Armadas. Não pelo prazer de ser o único Mestre de Capoeira a repetir a mesma façanha de Mestre Bimba. Mas para contar mais um Ganho da nossa Capoeira.


Desfile : 07 de Setembro de 2006, junto as Forças Armadas e apresentação para o governador José Reinaldo e Milhares de Pessoas.

Esse feito já tinha sido realizado em outros anos por escolas que trabalhei e realizando projetos Sociais como: O Projeto Capoeira Na Escola e O Projeto Curumim.

Sou Reconhecido a Mestre desde 2003, também pela Federação de Capoeira do Rio de Janeiro (FCERJ); E a pela Federação Nacional de Capoeira do Brasil (FNC do BR).

. Sou Profissional de Educação Física reconhecido pelo Conselho Federal e Estadual de E.D. Fisica CONFEF e CREF-05 RG:000479 - P/MA PROJETOS QUE PARTICIPEI: PROJETO ORFÃO DE MIM - COM A 1ª PROMOTORIA DE INFANCIA. PROJETO CAPOEIRA EM SENA - COM O SESC - MARANHÃO. PROJETO ESCOLA DE VIDA - COM A SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO. PROJETO 2º TEMPO - SECRETARIA DOS ESPORTES DO ESTADO DO MARANHÃO E O MINISTERIO DOS ESPORTES. PROJETO ESCOLA ABERTA - SECRETARIA DE ED. DO ESTADO E DO MUNICIPIO. PROJETO MAIS EDUCAÇÃO - SECRETARIA DE ED. DO MUNICIPIO.


LECIONEI NAS ESCOLAS: NO LICEU MARANHESE, CEGEL, FILIPE CONDURU, JOSUÉ MONTELO, RUBEM ALMEIDA, SOUSANDRADE, BACELAR PORTELA, DARCY RIBEIRO, CIDADE DE SÃO LUIS CONTATO : WhatsApp 098 - 98862 - 2162 OU PELO E-MAIL: mestremilitar@hotmail.com / mestremilitarmaranhao@yahoo.com.br / https://www.facebook.com/mestremilitar

O que é a capoeira: A CAPOEIRA É UMA EXPRESSÃO CULTURAL BRASILEIRA, QUE TRABALHADA MESMO O SEU POTENCIAL DE LUTA MARCIAL E ESPORTE. LIGANDO ELA A EDUCAÇÃO E AO SOCIAL, ELA PODE MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA DE QUALQUER INDIVIDUO.

MESTRE MILITAR CAPOEIRA REGIONAL ;

CORREÇAO :

A 1ª Gincana Mirante – na Praia da Ponta D`Areia, como a Participação de Vários Grupos da Capital. No mesmo ano, fui treinar com o Mestre Roberto ( Grupo Cordel Branco ), Conhecido como Mestre Jacaré que lecionava em uma academia de karatê que era localizada na Rua 18 de novembro, no bairro da Camboa até o ano de 1990. Com o Mestre Jacaré, no Evento realizado no CSU do Bairro da Cohab, Recebi a 3ª Corda Amarela.( o meu Padrinho- Mestre Patinho ). Em 1991, dei formação ao Grupo Nagoas que era sediado provisoriamente na Associação de Moradores na rua da Brasília - Bairro da Liberdade, este grupo tinha em sua formação muitos bons capoeiristas, oriundo de outros grupos como: Careca, Juricabra, Abacate, Cudinho, Mata rato, Daniel, Wilson, Junior de Assis, Cabecinha (hoje Contra-Mestre do Grupo Liberdade Negra), e o Cacá (hoje Contra-Mestre do Grupo Ludovicense) entre outros. através do Grupo Nagoas, realizávamos tradicionalmente Rodas todas as Sextas - Feiras na Praça do Bairro Camboa. também Revitalizamos uma Roda tradicional do Bairro do Monte Castelo ( Largo da Conceição ) roda que ocorria durante todos os dias nos Festejos de Nossa Senhora da Conceição. no Mês de Dezembro. lá participaram várias Gerações de Capoeiras, dentre eles : Miguel, Evandro, Bulão, Dunga, Ruso, Beleleco, Chicão, Curador e outros. Apesar de bons capoeiristas fazerem parte do grupo na época, nós constantemente estávamos envolvidos em confusões no Centro da Cidade. Criávamos badernas em festas e praças só para ter o prazer de testar a potência de nossos golpes. Não sabia que essa atitude que era comum em muitos dos Capoeira da Minha época, iria render a muitos do grupo, inclusive a mim, a fama de desordeiro. (Marginal)


Mestre MIZINHO

ALCEMIR FERREIRA ARAÚJO FILHO 1968 MESTRE ESTILO

DADOS PESSOAIS

GRUPO/NUCLEO

MIZINHO CAPOEIRA CONTEMPORÂNEA ALCEMIR FERREIRA ARAÚJO FILHO São Luis – MA, 21 de setembro de 1968 Filiação ALCEMIR FERREIRA ARAÚJO e AMÉLIA VITÓRIA MARQUES ESCOLARIDADE: ENSINO MÉDIO 1994 formado Contramestre pelo Mestre Evandro. 1999 graduado Mestrando pelo Mestre Evandro 11 de outubro de 2003 formado Mestre pela “FECAEMA” GRUPO: “MARANHÃO ARTE CAPOEIRA”, 15 de março de 2006

MESTRE

EVANDRO HISTÓRIA DE VIDA Meu primeiro contato com a Capoeira foi em 12 de outubro de 1978, quando fui levado pelo meu primo “Chico” ao Teatro Arthur Azevedo para assistir uma peça de bonecos sobre o dia das crianças. Ao final da peça, com um foco de luz, surge um homem de cabelos lisos e longos, de corpo esbelto e que ao som de um instrumento desconhecido (berimbau), começa a se movimentar seguindo o som do ritmo do tal instrumento tocado. Fiquei pasmo, sem acreditar que uma pessoa pudesse fazer tudo aquilo com o corpo e perguntei para meu primo o que era aquilo e ele me respondeu: - “Se chama Capoeira”. Esse homem se chamava Antônio José da Conceição Ramos, conhecido como “Mestre Patinho”. Quando cheguei em casa, disse à minha mãe que queria treinar, mas ela não concordou e disse para que eu não falasse mais nisso, que era coisa praticada por marginais, e assim fiquei calado e esqueci. Passaram três anos, na ocasião em que eu tinha um professor particular chamado “João Evangelista”, no qual minha mãe continha a maior confiança. E certo dia cheguei para estudar e ele falou para fazermos uma cópia e um ditado pois ele precisaria sair mais cedo. Eu comecei a fazer a cópia e ele pegou um arco, começou a armar esticando um arame, botando depois uma cabaça e no instante que começou a tocar aquele instrumento eu logo reconheci que era o som da apresentação que eu havia assistido no Teatro, e perguntei: - “O que é isso? ” Ele respondeu: “Um berimbau, serve para jogar Capoeira. ” Perguntei: - “ Você treina isso? ” Ele disse: - “Eu


treino.”Daí pedi a ele que pedisse à minha mãe para treinar com ele pois ela tinha total confiança nele. E assim João foi e teve quase uma hora de conversa com minha mãe e ela acabou cedendo com uma condição, que ele me levasse e me trouxesse, e assim ele concordou. Meu início na Capoeira foi em 1982, na academia do Mestre Socó, na rua 24 de outubro, no bairro do Monte Castelo, onde treinamos por (07) sete meses. Conheci vários capoeiristas que faziam parte da história da Capoeira Maranhense da época: Rui Pinto, Beleleco, Sabujá, Miguel, Brinco Dourado, Euzamor, Toba, Banana, Cláudio, Dan Clay e Chicão. Neste período conheci Mestre Evandro, o qual posteriormente se tornaria meu Mestre. Saímos do Monte Castelo, já como seu aluno, indo para o Parque do Bom Menino para treinar com ele. Passei (19) dezenove anos com ele, passando por vários lugares. Em 1982 treinamos na Associação de Moradores da Liberdade durante um ano mais ou menos, depois migramos para o Laborarte (Laboratório de Artes), em 1983, até meados do ano de 1986, e nesse mesmo ano fui convocado para disputar o JEB’s (Jogos Escolares Brasileiro). Viajamos para disputar, na cidade de Vitória – ES, tendo como meu técnico o “Luisinho” (aluno do Mestre Sapo). No final de 1986, fomos para o CCN (Centro de Cultura Negra), onde fui campeão de uma Mostra de Capoeira organizada e realizada por esta mesma instituição, enquanto o Mestre Evandro se formou a Mestre com o Mestre Canjiquinha indo à Salvador - BA. No ano de 1987 retomamos nossos treinamentos no CSU do Habitacional Turú, no qual treinamos até o final de 1994, ano em que fui formado a Contramestre pelo Mestre Evandro. Em 1995 passamos a treinar no Estádio Castelão, onde comecei a auxiliar na administração do Grupo MáraBrasil, em que participava, criado pelo Mestre Evandro, e quando dei início às viagens para eventos no interior do Estado em cidades como: Bacabal, Imperatriz, Cururupu, Pinheiro, São João Batista, Viana, São Mateus, etc. Em seguida, profissionalmente, transpus os limites maranhenses viajando para outros Estados para ministrar cursos e arbitrar campeonatos em Piauí, Pará, Ceará, Rio de Janeiro, São Paulo, etc. Em 31 de maio de 1997 participei do “Festival de Cantigas” realizado pelo Laborarte ganhando o 2º Lugar na categoria de chulas, recebendo um brinde de um LP de Capoeira pelo grande Mestre Brasília. No ano de 1999 fui graduado a Mestrando pelo Mestre Evandro. No entanto, no começo do ano 2000 saí do Grupo do Mestre Evandro, o Mára-Brasil, e decididamente com o Contramestre JotaJota e Contramestre Manoel, fundamos a ‘Associação Nação Palmares Capoeira, me tornando coordenador-geral, permanecendo neste cargo por 05 (cinco) anos. Neste período obtive minha primeira viagem internacional, com destino a duas cidades: Bordeaux e Lille, na França na Europa. Nesta viagem, foram uma equipe de 04 (quatro) capoeiristas: Contramestre Mizinho, Contramestre Tutuca, Contramestre Manoel e o Monitor Betinho, através da ajuda do Contramestre Jota-Jota que já se encontrava na França. Ficamos na cidade de Bordeaux por um mês, e depois CM Tutuca, CM Manoel e Monitor Betinho voltaram para o Brasil enquanto continuei na cidade de Lille, com o CM Jota-Jota para realizar outro trabalho, onde me mantive por mais um mês. Em 11 de outubro de 2003 fui formado a Mestre pela “FECAEMA” (Federação de Capoeira do Estado do Maranhão) numa solenidade no “Convento das Mercês”. No ano de 2005 recebi da Câmara de Vereadores de São Luís uma comenda pelos bons serviços prestados pela valorização da Capoeira numa cerimônia no interior da Plenária da Câmara de Vereadores juntamente com outros Mestres de Capoeira. Ao sentir a necessidade de pôr em prática meus conhecimentos através de todo o aprendizado que adquiri da Capoeira e sendo capaz de oferecer uma grande contribuição na arte, na cultura, no esporte até mesmo no meio educacional para a formação do caráter de crianças, adolescentes e na profissionalização de adultos, decidi fundar em 15 de março de 2006 o “Centro Cultural Educacional Maranhão Arte de Capoeira”. Hoje o “Maranhão Arte Capoeira” desenvolve um trabalho com uma equipe de 17 (dezessete) professores, 01 (um) Monitor, 06 (seis) alunos formados e 10 (dez) estagiários. De todos, 11 (onze) são da cidade de São Luís e 08 (oito) do


município de Icatu - MA. Através da qualificação de Mestre desses profissionais promovo aulas 02 (duas) vezes na semana e capacitações práticas e teóricas uma vez ao ano. Atualmente nosso trabalho abrange 15 (quinze) bairros em São Luís: Maracanã, Nova República, Vila 2000, Quebra-Pote, Fé em Deus, Coroadinho, Alemanha, Cidade Operária, Santa Efigênia, Vila Operária, Vila Luizão, Matinha, Vila Flamengo, Vila Cafeteira e Filipinho; e em 03 (três) municípios maranhenses: Icatu, Santa Quitéria e Cururupu. Fora do Brasil, tenho trabalho com dois alunos na Europa, na cidade de Bordeaux com o Mestre Betinho do Grupo “ATUAL – Capoeira” (Aliança de Treinamento Unificado da Arte Luta Capoeira) e na cidade de Torcoing com o Mestre Mão de Onça do Grupo Nação Palmares de Capoeira, ambos na França. E assim finalizo essa resumida escrita autobiográfica relatando e registrando minha humilde contribuição para o mundo desta maravilhosa arte capoeira durante estes 36 anos desde aluno a profissional renomado, reconhecendo e acreditando no poder que a Capoeira tem em sua essência, através das suas múltiplas qualidades e no serviço que pode oferecer a quem a usufrui e a vivencia. CAPOEIRA É: É o jogo atlético de ataque e defesa, baseado em movimentações de animais,de origem afro-brasileira com grande influência indígena, nascido em senzalas brasileiras por negros africanos como forma de defesa contra seus opressores. Tem início desde a descoberta do Brasil, perpassa o período escravocrata colonial e imperial e segue até os dias de hoje, sendo usada como ferramenta de inclusão social, terapia, lazer, arte e luta. É reconhecida atualmente uma atividade que se confunde até mesmo com o fato histórico do descobrimento do Brasil.

Mestre PEDRO

PEDRO MARCOS SOARES 1970 MESTRE ESTILO

DADOS PESSOAIS

PEDRO Capoeirista maranhense, capoeira jogada nos três tempos (Angola, São Bento Pequeno de Angola e São Bento Grande Angola) seguindo os ensinamentos dos meus dois mestres, o Pirrita e o Jorge Navalha. Capoeiragem Tradicional Maranhense PEDRO MARCOS SOARES Povoado quilombola Santa Maria em Cedral - MA, (atualmente Porto Rico do Maranhão – MA), em 29 de Junho de 1970 Filiação: Maria Lilásia Soares e José Zacarias Sales. Colégio Marquês de Tamandaré ( Ensino Primário) Centro Educacional do Maranhão – CEMA (Ensino Fundamental II) Centro de Ensino Anjo da Guarda ( Ensino Médio) - Técnico em Contabilidade Consagrado Mestre no dia 18 de Julho de 2015, pelo Mestre Pirrita da Associação Aruandê. vivameudeus@bol.com.br


PIRRITA

MESTRE

ASSOCIAÇÃO CULTURAL AFRO-BRASILEIRA RAÍZES Grupo ou nucleo C.N.P.J.: 05.354.315/0001-50 - São Luís/MA Vida na Capoeira: Iniciei a capoeira no ano de 1983 com o Mestre Jair da Associação Marabaiano e o Mestre Bira irmão do Mestre Pezão, no Bairro Anjo da Guarda, treinei também com o falecido Professor Bigú no Bairro São Raimundo do segundo semestre do ano de 1984 ao primeiro trimestre do ano de 1985, no mesmo ano comecei a treinar com o Mestre Jorge Navalha da Associação Filhos de Aruanda, devido a ida do Professor Bigú para a cidade de São Paulo – SP; onde permaneci treinando até o final da década de 80, onde neste período comecei treinar com o Mestre Pirrita da Associação Aruandê, onde permaneci até o ano de 1995, devido ao afastamento do mestre Pirrita, nesse de 1995 a Associação Aruandê foi desativada, e a partir de outubro de 1996 juntamente com o Mestre Nelson fundamos o "Grupo de Capoeira Raízes", no bairro Vila Mauro Fecury II no eixo Itaqui-Bacanga, onde mais tarde em julho de 2002 se tornaria a Associação Cultural Afrobrasileira Raízes no bairro Anjo da Guarda, também no eixo Itaqui-Bacanga, onde permaneço até a presente data, coordenando as atividades da Associação Raízes, sem o mestre Nelson que se afastou para fundar uma outra associação. Na frente da coordenação da Associação Cultural Afro-brasileira Raízes, o Mestre Pedro fui levado à graduação de Aluno Formado (Professor) no ano de 1998 e no ano de 2002 à graduação de Contramestre, pelo mestre Jorge Navalha, juntamente com o mestre Nelson, sendo consagrado a mestre de capoeira no ano de 2015, pelo mestre Pirrita. Ao longo desse período realizei vários atividades voltadas para a capoeira, em parceria com o mestre Nelson e outros mestres de capoeira do eixo Itaqui-Bacanga, dentre elas podemos mencionar o 1º e 2º Venha Ver, mostras de capoeira que homenagearam os mestre Patinho (falecido) e Jorge nos anos de 2002 e 2003 respectivamente, em 2002 criação da Liga de Educadores de Capoeira da Área Itaqui-Bacanga - LECAIB, composta pelos mestres Pedro e Nelson (Raízes), Kaká e Cadico (Amarauê), Juvenal (Jêge-Nagô), Negão (Congo -Aruandê), Jorge (Filhos de Aruanda), pelos contramestres Presuntinho (Marabaiano), Neto e Reginaldo (Amarauê) e Cafezinho( Escorpiões). A LECAIB foi criada devidos os coordenadores de grupos de capoeira da Área Itaui-Bacanga não concordarem com a maneira que se conduziam as Federações de capoeira de nosso estado, pois por muitas vezes as reuniões dessas entidades acabavam em discussões divergentes entres seus afiliados, e não se definia nada em prol da capoeira, sendo quando uma das federação fazia algum evento a outra não participava, e com isso quem perdia era a capoeira, daí resolveu-se criar a liga de educadores, onde nos dois primeiros eventos chegou a reunir mais de 600 participantes, mas caiu no mesmo erro das federações, o ego individual de alguns falou mais alto do que o objetivo que era de fazer uma capoeira forte e unida em nossa capital, principalmente na área aonde ela atuava, vindo a extintor dois anos após a sua fundação. Continuando a nossa participação na realização podemos citar também o 1º e 2° Festival Balneário de Capoeira, realizado na cidade de São José de Ribamar nos anos de 2007 e 2008, o 1° e Festival de Cantigas Inéditas, que prestou homenagem aos mestre Ciba (falecido) e Pirrita, realizados no Parque Botânico da Vale e Teatro Itapicuraíba, ambos no bairro Anjo da Guarda. Quanto ao Estilo de Capoeira que sigo prefiro dizer que não tenho estilo definido, sou capoeirista maranhense, onde adotamos a capoeira jogada nos três tempos (Angola, São Bento Pequeno de Angola e São Bento Grande Angola) seguindo os ensinamentos dos meus dois mestres, o Pirrita e o Jorge Navalha.


Atualmente temos apenas um núcleo funcionado no bairro Anjo da Guarda, com ênfase voltada para a educação e inclusão social através principalmente da capoeira, bem como, de outras atividades afro-brasileiras, como a dança do facão, samba de roda, etc. Finalizando gostaria de dizer que a capoeira só me trouxe ganhos, tanto fisicamente, quanto mentalmente, pois fiz muitos amigos, e quem tem amigos, tem tudo nessa vida, por isso sou feliz por ser capoeirista e se a minha felicidade depender da capoeira, então a minha felicidade vai durar por muito tempo, pois enquanto o senhor Deus me der forças não largarei a capoeira. "Dê uma rasteira nas drogas, pratique capoeira" São Luís, 03 de agosto de 2017 Pedro Marcos Soares Mestre de Capoeira O QUE É CAPOEIRA:

Mestre NEGÃO

JOSÉ TUPINAMBA DAVID BORGES 1966 MESTRE ESTILO

DADOS PESSOAIS

NEGÃO Capoeira angola maranhense jogada em três tempos Capoeiragem Tradicional Maranhense JOSÉ TUPINAMBA DAVID BORGES São Luis-MA, 15 de janeiro de 1966 Filiação: José de Ribamar Costa Borges e Maria do Carmo David Borges Escolaridade: Ensino Médio Completo 2009 - Árbitro de Capoeira - 28 a 30 de Agosto - FECAEMA. 2012 - Árbitro e mesário de Capoeira. 21 de maio de 2012 – 2012 - Reciclagem do curso de arbitro, mesário e instrumentista. 25 e 26 de 05 de 13 - FMC. 2005 - Mestre de Capoeira - Associação de Capoeira Aruandê e Sociedade Cultural de Capoeira Congo-Aruandê do Estado do MA;15 de Janeiro de 2005 - Vicente Braga Brasil (Mestre Pirrita) Diploma de Honra ao Mérito - Câmara Municipal de São Luís; Agosto de 2008. Endereço: Av. José Sarney N° 51 – Vila Nova. Email: mestrenegao2009@hotmi.com Fone: (98) 98780-8200 / Zap: 98285-3067

MESTRE

Pirrita (Vicente Braga Brasil)


Sociedade Cultural de Capoeira Congo Aruandê do Estado do Maranhão (Grupo de Capoeira Congo-Aruandê). 15 de maio de 1988 Inicio de treinamento: 17 de janeiro de 1983 na associação de capoeira Aruandê do mestre Pirrita. Inicio de ensinamento: 15 de maio do ano de 1988 na escola comunitária Mariana no bairro de Vila Nova São Luis MA. Fundador: Sociedade Cultural de Capoeira Congo Aruandê do Estado do Maranhão (Grupo de Capoeira Congo-Aruandê). 15 de maio de 1988 GRUPO/NUCLEO

Cursos: Árbitro de Capoeira. de 28 a 30 de Agosto de 2009. Organização: Federação de Capoeira do Estado do MA. (FECAEMA). Árbitro e mesário de Capoeira. 21 de maio de 2012. Reciclagem do curso de arbitro, mesário e instrumentista. 25 e 26 de 05 de 13. Organização: Federação Maranhense de Capoeira (FMC). Formação Continuada: Organização: SEMED (Programa Mais Educação). Período: Junho a dezembro de 2015. Abril a novembro de 2016. -Seminário: Construindo Caminho Para a Educação Integral em São Luís. Período: 23 de maio de 2016. Experiências profissionais: - Promotor de eventos culturais e esportivos relacionados com a capoeira. - Mestre fundador e coordenador do grupo de capoeira Congo-Aruandê. Período: 1988 aos dias atuais, - Mestre de Capoeira na Associação de Mães de Vila Nova Programa Pete Período: 2001 a 2016. - Mestre de capoeira no Instituto São José do Bom Fim. Período: 2004 aos dias atuais. - Mestre na Escola Carlos SAADS. Programa Mais Educação Período: 2009 a fevereiro de 2017. - Mestre no Centro Educacional Portal do Saber: Julho de 2014 aos dias atuais. - Atuação em todos eventos de competição da FMC. - Atuação como Arbitro Nos JEMS Jogos Escolares Maranhense. Ano. 2011, 2012, 2013, 2014 e 2016 Capoeira pra mim É uma luta de resistência, contra a opressão e discriminação de uma raça, sendo ensinada na roda a historia, instrumentação, cânticos e movimentos físicos que nos proporciona equilíbrio físico mental através do toque do berimbau. Pastinha já dizia capoeira é tudo que a boca come. Então capoeira é vida.


Mestre CACÁ

CLÁUDIO MARCOS GUSMÃO NUNES 1972 MESTRE ESTILO

DADOS PESSOAIS

CACÁ Capoeira Maranhense Capoeiragem Tradicional Maranhense CLÁUDIO MARCOS GUSMÃO NUNES; São LuiS – Ma, 17 de fevereiro de 1972; Pai: Antônio José Nunes; - Mãe: Telma Gusmão Nunes; Cresceu no Bairro do Sá Viana; Curso Técnico – IFMA Superior- UFMA – Licenciatura em Física Especialização – UEMA – Ensino de Física Especialização9 – Faculdade Santa Fé – Gestão e supervisão escolar Mestrando – IFMA – Ciências dos Materiais Profissão: Professor de Física Militar do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (oficial – 1º tenente). 2002 consagrado Contramestre pelo mestre Jorge Navalha 2001, 2 de setembro de 2003 - Curso de Formação de Arbitro e Mesário, organizado pela Federação Maranhense de Capoeira, 2009 Mestre de capoeira, pelo mestre Jorge Navalha. Jorge Navalha (JORGE LUIS LIMA DE SOUSA)

MESTRE

Amarauê – Capoeira GRUPO/NUCLEO

HISTÓRIA DE VIDA Estudei o ensino primário na Unidade Escolar José Giorcele Costa (Madre Deus); ginásio na escola Silva Martins - 5ª e 6ª serie (Rua do Passeio - Centro), escola Benedito Leite - 7ª serie (Praça Santo Antônio - Centro), Colégio Henrique de La Roque - 8ª serie (Rua do Passeio Centro); segundo grau na Escola Técnica - atual IFMA (Av. Getúlio Vargas - Monte Castelo); curso superior na Universidade Federal do Maranhão – UFMA; pós – graduação na Universidade Estadual do Maranhão - UEMA (especialização em Ensino de Física), Faculdade Santa Fé – FSF (especialização em Gestão e Supervisão Escolar); mestrado no IFMA (Ciência dos Materiais – incompleto).


- Profissão: Professor de Física e militar do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (oficial – 1º tenente). *Iniciei na capoeira em 1984, aos 12 anos de idade, no Colégio Silva Martins, com Valderez (atualmente, sargento da Polícia Militar do Maranhão) e Robson (professor de educação física), treinei até o final de 1985, com participação nos JEM’S – 1984 e 1985; em 1986 treinei por algumas semanas com mestre Patinho (no Laborarte), depois com o mestre Neguinho (no Prodance) e com o mestre Jorge Navalha (no teatro Itapicuraiba). No ano de 1986 treinei, simultaneamente, com o mestre Jorge Navalha e com mestre Erasmo (na época, recruta do exército). Os treinos com Erasmo duraram até o início de 1987, quando o mestre Índio se mudou do Bairro de Fatima para o Sá Viana – como o mestre Índio, que na época era considerado professor (considerado, porque naquele tempo não tinha professores, contramestres e mestres de capoeira no Maranhão – existiam os capoeiristas mais experientes), assumiu os treinamentos de capoeira no Sá Viana. Então treinei com o mestre Índio de 1987 até 2001; fui batizado em 1987 (apelido de batismo – Marreta) e formado professor em 1994– pelo mestre Índio. Em 2001, houve um desentendimento do mestre Índio com Cadico (hoje, mestre Cadico), na oportunidade o mestre Índio afastou Cadico da diretoria do grupo (na época – Associação de Capoeira Filhos de Ogum– hoje, Grupo São Jorge), então, como éramos muito unidos, resolvemos sair do grupo, Cadico, Neto e Eu. Nesse mesmo ano fundamos a Associação Maranhense de Apoio e União Esportiva da Capoeira – AMARAUÊ - CAPOEIRA. No ano de 2002 fui consagrado contramestre e, em 2009 mestre de capoeira, pelo mestre Jorge Navalha. - De 1993 até 2001, dei aulas de capoeira na União de Moradores/Clube de Mães do Sa Viana, juntamente com Cadico (hoje, mestre Cadico), pois o mestre Índio passava muito tempo no Rio de Janeiro. De 2001 a 2006 dei aulas de capoeira na União de Moradores do Angelim Velho/Novo Angelim/novo tempo III - Angelim, e em um casarão na Rua da Estrela – centro (onde atualmente funciona a Casa da França no Brasil); de 2007 até os dias atuais dou aulas de capoeira na Madre Deus (Conselho Cultural/Sede do Boi/Choperia Madre Deus) e no Colégio Militar do Corpo de Bombeiros – Vila Palmeira. Cursos/Participações/Trabalhos em prol da capoeira - Em 26 de junho de 1994, sagrei-me campeão do I Torneio de Capoeiristas Imperatrizenses. - Em 7 de setembro de 2002, ajudei a organizar a primeira palestra sobre a Importância do Alongamento/Aquecimento para a Pratica da Capoeira, na programação do I ENCONTRO CULTURAL AMARAUÊ-CAPOEIRA. - Em 2 de setembro de 2003 conclui o Curso de Formação de Arbitro e Mesário, organizado pela Federação Maranhense de Capoeira. - Em 19 de setembro de 2003 participei do JEM’S como arbitro. - Todos os anos, em 8 de setembro, ajudo a organizar, através do Amarauê - Capoeira a “caminha da melhoridade”, na Avenida Principal do Bairro Sá Viana.A caminhada serve para incentivar as pessoas da terceira idade a praticar capoeira e sair da ociosidade. O evento faz parte da programação de aniversário do Amarauê-Capoeira. - Em 2002, juntamente com os capoeiristas Pedro, Nelson, Cadico, Negão, Presentinho, Juvenal, Jorge Navalha, Reginaldo e cafezinho fundamos a LECAIB – liga de educadores de capoeira da área Itaqui – Bacanga, cujo propósito era reativar, divulgar e aproximar a comunidade capoeirista da área Itaqui- Bacanga e de São Luiz. Em junho de 2002 promovemos a I CAPOEIRA VENHA VER – TAÇA MESTRE PATO. Em 2003 promovemos a II CAPOEIRA VENHA VER – TAÇA MESTRE JORGE e em 2004 promovemos III CAPOEIRA VENHA VER – TAÇA UNIÃO. O que é a capoeira: A capoeira é minha filosofia de vida! / É minha luta, é minha dança, é minha arte, depende do momento! / É meu recarregar de bateria! / É minha dívida eterna! / É o alicerce da minha fortaleza! São Luís – MA, 3 de agosto de 2017 Cláudio Marcos Gusmão Nunes - Mestre Cacá


Contramestre DIACO

CONTRAMESTRE ESTILO DADOS PESSOAIS

JOAQUIM ORLANDO DA CRUZ 1963 DIACO Capoeira Angola do estado do Maranhão - capoeira mista. Capoeiragem Tradicional Maranhense JOAQUIM ORLANDO DA CRUZ Bequimão-MA, 16 de agosto de 1963 Filho de Margarida Borges Nogueira e José Lorenço da Cruz. Residente: R.09, QD 26 ,CS 09 Alto Turu II - São José de Ribamar – MA Ensino Médio

MESTRE

GRUPO/NÚCLEO

PIRRITA Associação Atlética Barcelona, em Matões - Turú

A trajetória na capoeira comecei assim, devido alguns convites do Tupi ou melhor Davi, como era chamado no Grupo de Capoeira Aruandê (hoje, Associação de Capoeira Aruandê), com o mestre Pirrita, Capoeira Angola do estado do Maranhão a capoeira mista. Cursei o ensino médio, eu comecei a ir assistir algumas aulas e fui gostando, me escrevi e comecei a treinar nos dias de terças-feiras, quintas – feiras e sábados, isto em 8 de abril de mil novecentos e oitenta e seis. Então treinei 6 anos direto, até então, morava no bairro Vila Nova, rua São Mateus, onde já começou o meu primeiro trabalho em 11/06/2003 no grupo comunitário, Unidos Venceremos. Já nesse período o mestre não estava presente, pois tinha viajado à serviço. Eu estava indo nas rodas que Negão quem fazia era Negão aos domingos. Às vezes em um treino além do mais mudei da Vila Nova para Vila Palmeira, aí ficou difícil mais treinar, mas enquanto estava na Vila Nova. Comecei um novo trabalho com a capoeira na associação já a do bairro São Francisco, em 10/06/2004, esse trabalho durou 1 ano e 7 meses , mas tive que mudar de novo para mais distante, onde resido até hoje, no bairro Alto Turú II – São José de Ribamar, onde desenvolvo este trabalho ,comecei a dar aulas em baixo de um pé de manga depois fui para a Associação Atlética Barcelona em Matões Turú.


Contramestre REGINALDO

REGINALDO FERREIRA DE SOUSA 1975 CONTRAMESTRE REGINALDO Mista ESTILO Capoeiragem Tradicional Maranhense REGINALDO FERREIRA DE SOUSA Piripiri-PI, 20 d novembro de 1975 Filiação – Luis Nunes de Sousa e Maria Dilosa lima de ousa DADOS Fundamental PESSOAIS 2001 -30 de novembro – formado professor de capoeira pelos Mestres Cadico e Kaká. 2009 - 06/09 - graduado à Contra-Mestre pelo Mestre Jorge. MESTRE Erasmo Associação Maranhão Capoeira (2013) GRUPO/NUCLEO Em 1986 comecei a praticar a capoeira na Associação da União da Consciência Negra, no bairro do Sá Viana com 11 anos de idade com o Mestre Erásmo. A associação realizava os treinamentos no clube de mães. De lá pra cá venho praticando capoeira, 30 de novembro de 2001 fui formado a professor de capoeira pelos Mestres Cadico e Kaká. No dia 06/09/2009 fui graduado à Contra-Mestre pelo Mestre Jorge. Em 2013 sair do grupo Amarauê Capoeira e fundei a minha própria Associação Maranhão Capoeira. Aonde já administro um trabalho na área Itaqui Bacanga à 17 anos, aonde tenho um trabalho em Rosário – MA . A capoeira para mim é uma filosofia de trabalho.

Mestre MANOEL

MESTRE

JOSE MANOEL RODRIGUES TEIXEIRA. 1975 MANOEL


Capoeirara do Maranhão jogo Misto ESTILO Capoeiragem Tradicional Maranhense JOSE MANOEL RODRIGUES TEIXEIRA Humberto de Campos – MA, 08 de março de 1975 DADOS PESSOAIS

Pai: Jose Manoel Teixeira; Mãe: Julia Rodrigues Teixeira. Escolaridade: superior Completo em Pedagogia. Profissão: Motorista.

MESTRE

Evandro Costa GRUPO/NÚCLEO Associação Desportiva e Cultual Águas Puras dos Quilombos. INICIO À CAPOEIRA: Iniciei a treinar à capoeira em 13/11/1988 no antigo Centro Social Urbano no Habitacional Turu. Hoje sou membro fundador da Associação Desportiva e Cultual Águas Puras dos Quilombos. Escolaridade: superior Completo em Pedagogia. Dou aulas na Academia Parati Fitness no Habitacional Turu, em São Benedito do Rio Preto no Club Cecresbe. Sou discípulo de: Mestre Evandro Costa. Fundador da Associação Mara-Brasil Capoeira de onde são minhas raizes. Sou Capoeira do Maranhão jogo Misto. Capoeira para mim é o meu jeito de ser de inspiração de Deus.

Mestre NILTINHO

MESTRE ESTILO

JOSE NILTON PESTANA CARNEIRO 1975 NILTINHO Capoeira Mista


DADOS PESSOAIS

Capoeiragem Tradicional Maranhense JOSE NILTON PESTANA CARNEIRO São Luis (?), 02 de setembro de 1975 Filho: Zelino Carneiro e Terezinha de Jesus Pestana Carneiro Escolaridade: Pedagogo 2007 - Mestrando de capoeira em 29 de Julho - Mestre Índio Maranhão 2012 - MESTRE de capoeira em 11 de Novembro - Mestre Índio Maranhão 2010 - eleito Presidente da Federação de Capoeira do Estado do Maranhão – FECAEMA INDIO

MESTRE

GRUPO/NUCLEO Associação Cultural de Capoeira São Jorge HISTÓRIA DE VIDA - CAPOEIRA Iniciei a Capoeira em Janeiro de 1989 com o Índio Maranhão aos 13 anos de Idade, na Associação de Moradores do Bairro Sá Viana. Ao longo de 28 anos de Capoeira venho ativamente contribuindo a capoeira do Estado, bem como os trabalhos da Associação Cultural de Capoeira São Jorge, entidade fundada pelo Mestre Índio, e que hoje tem núcleos em várias bairro de São Luís e em outro estado, como por exemplo, no Rio de Janeiro onde o mestrando Messias toma de conta desse trabalho, Em 2010 fui eleito Presidente da Federação de Capoeira do Estado do Maranhão – FECAEMA, em 2013 Coordenei os Jogos Escolares Maranhense na modalidade CAPOEIRA, em 2014 fui Diretor de Arbitragem dos Jogos Escolares Maranhense na modalidade CAPOEIRA em 2015 novamente Coordenei os Jogos Escolares Maranhense na modalidade CAPOEIRA. PARTICIPAÇÃO EM EVENTO: Em 27/08/1993 Participei do I FESTIVAL SESC DE CAPOEIRA realizado pelo SESC – Serviço Social do Comercio Em 26/07/1994 Participei do I ENCONTRO DE CAPOEIRA IMPERATRIZENSE realizado pelo Grupo de Capoeira União e Avelar apoiado pelo Mestre Babalu. Em 27/08/1994 Participei do II FESTIVAL SESC DE CAPOEIRA “TROFEU MESTRE SAPO” realizado pelo SESC – Serviço Social do Comercio Em 31/05/1997 Participei do VI FESTIVAL DE CANTICO DE CAPOEIRA realizado pelo LABORARTE Em 29/09/2002 Participei do FESTIVAL MARANHENSE DE CAPOEIRA realizado pelo FECAEMA – Federação de Capoeira do Estado do Maranhão. Em 22/11/2008 Participei do I FESTIVAL DE LADAINHA 10º SEMANA JEJE NAGO realizado pelo Associação de Capoeira JEJE NAGO Em 27/12/2008 Participei do I INTERCAMBIO CULTURAL DE CAPOEIRA –ALTO DO PARNAIBA-MA realizado pela Associação Cultural de Capoeira Congo Aruande do Estado do Maranhão


Em 01/04/2009 Participei do ENCONTRO DE CAPOEIRA DENDE DE OURO realizado pelo ASCCDOPI – Associação de Capoeira Cordão de Ouro do Piauí Em 30/07/2011 Participei do ENCERRAMENTO OFICIAL DAS ATIVIDADES CULTURAIS DO PONTO DE CULTURADO ANO LETIVO DE 2010 realizado pelo Associação de Capoeira ZAMBI CAPOEIRÁ É: A força de expressão de um povo oprimido em busca de sua liberdade, e que se tornou símbolo de resistência desse povo escravizado, ela é Arte, cultura, destreza corporal, esporte é lazer.

Contramestre BOCUDA

ANTONIO CARLOS DA SILVA 1973 CONTRAMESTRE BOCUDA) capoeira contemporânea ESTILO Capoeiragem Tradicional Maranhense ANTONIO CARLOS DA SILVA São Luis, 16 de agosto de 1973 DADOS Filho de Terezinha Ribeiro Silva e Francisco José da Silva. PESSOAIS 2002 - formado a professor – Mestre Negão 2010 - contra-mestre – Mestre Indio Maranhão Negão (José Tupinambá) Índio do Maranhão

MESTRE

GRUPO/NUCLEO Nasceu em 16 de agosto de 1973 na cidade de São Luís – MA, Filho de Terezinha Ribeiro Silva e Francisco José da Silva. Iniciou na capoeira aos 16 anos de idade no ano de 1989 com o mestre Jorge Navalha, onde comecei a dar os primeiros passos, mais não dei continuidade com o mesmo. No mesmo ano passei a treinar com José Tupinambá (Mestre Negão), no grupo de capoeira congo aruande onde passei 18 anos no ano de 2002, fui formado a professor. Em 2007 não fazendo mais parte do congo-aruande, comecei a visitar outros grupos, iniciando uma nova caminhada com o mestre Indio Maranhão. Durante 03 anos acompanhando o mestre, o mesmo me deu o título de contra-mestre em 2010.


Hoje sigo a minha própria jornada como (contra-mestre), dedicando-me a ensinar meus filhos, passando obediência e respeito da forma que aprendi durante 28 anos de capoeira. Meu Estilo é a capoeira contemporânea criada na década de 70, os fatores mais importantes da angola e regional com movimentos acrobáticos deu-se o estilo misto, então toda capoeira que não segue angola ou regional, é misto. Capoeira para mim é minha filosofia de vida, é meu aprendizado, é minha história onde expresso minha felicidade.

Contramestre MARCIO MULATO

CONTRAMESTRE MÁRCIO MULATO Capoeira mista ESTILO Capoeiragem Tradicional Maranhense MÁRCIO COSTA CORREA DADOS São Luis – Ma, 17 de abril de 1978, no Lira Filho de Maria Raimunda Costa Cutrim e Pedro de Jesus Correa Ensino Médio, Técnico em Laboratório curso de arbitragem pela FECAEMA 2001 - graduação de Aluno formado -Mestre Curió 2005 - Instrutor - Mestre Baé (Florisvaldo Santos) 2010 - professor - Mestre Baé 2013 - Contramestre (primeiro estágio) roxo e marron - Mestre Baé (Florisvaldo Santos). Alberto Euzamor MESTRE Curió (João Palhano) Militar (Carlos Adalberto) Baé (Florisvaldo Santos)

GRUPO/NÚCLEO

Projeto Quinto Batalhão de Arte / Turma do Quinto

Márcio Costa Correa (Contra Mestre Marcio- Mulato), nascido no dia 17 de abril de 1978, filho de Maria Raimunda Costa Cutrim e Pedro de Jesus Correa. nascido no bairro do Lira. Estudei nos colégios, Sadock, Instituto São Lazaro, Sousândrade e Gonçalves Dias onde conclui o ensino Médio como Técnico em laboratório. Fui criado no Bairro do Goiabal, meu pai, sargento da Polícia Militar, me pegou de minha mãe para ser criado por ele, mas como não tinha tempo, pagava uma senhora cujo nome era Maria da


Conceição Gomes, conhecida como dona Cocota para cuidar de mim. Mas com a morte do meu pai, fui criado por dona Cocota no bairro do Goiabal. Cresci em meio da cultura popular, em especial no bairro da Madre de Deus no qual obtive meu primeiro contato com a capoeira na antiga FEBEM, onde eu almoçava frequentemente, com outras jovens da minha comunidade. Comecei a praticar capoeira em 1994, no Parque do Bom Menino, com algumas pessoas que ali sempre treinavam tais como Bico, Ney, Dedé, Didi, Fafá, Militar e dentre outros. Fui aluno do Mestre Alberto Euzamor com quem treinei no Grupo de Dança Afro Malungos – GDAM - ali no parque do Bom Menino, juntamente com Serafim, mas conhecido atualmente como mestre Kaka, bem como outros, como Camelo, Quebra ossos, Camaleão, Teodorinho... Deixei de treinar com o Mestre Euzamor em função da finalização dos trabalhos junto ao Grupo de Dança Afro Malungos – GDAM. Em 1997, entrei para o grupo “K” de capoeira do Mestre Militar, onde permaneci até o final do ano de 2001, quando fui para o grupo Arte Negra do Mestre Curió (João Palhano), aonde conquiste a graduação de Aluno formado. Em 2002 com a mudança do mestre Curió para o Rio de Janeiro, fui convidado pelo Mestre Baé (Florisvaldo Santos) a fazer parte do grupo de capoeira Candieiro, onde conquistei as seguintes graduações de: Instrutor em 2005, professor em 2010 e de contra-mestre (primeiro estágio) roxo e marron em 2013 e pratico a Capoeira mista. Neste tempo participei de vários eventos no Estado do Maranhão tais como, Jem´s, como arbitro e técnico, Iê Camará, curso de arbitragem pela FECAEMA, batizados e trocas de cordas e festivais. Atualmente, faço parte da primeira turma do Curso de Capacitação de Mestre de Capoeira do Maranhão, realizado pela UFMA, bem como, estou integrado à S.R.C.E.S. Turma do Quinto, o qual inserido como instrutor no Projeto Quinto Batalhão de Arte, assim como dou continuidade ao trabalho do Mestre Baé em suas andanças no mundo da capoeira. A capoeira hoje em minha vida tem uma representação significativa ao longo da minha formação, além do encanto da ginga, da beleza bem como da musicalidade, da coragem do ataque e da astúcia na defesa. Assim, a capoeira me ensinou a agregar valores, a respeitar e a lutar com dignidade e responsabilidade em prol de um mundo melhor, de um Brasil mais digno onde se possa colocar a educação substituindo assim a violência que atualmente assola nossa cidade e que o respeito seja substituído pelo preconceito. A Capoeira é: acima de tudo, um instrumento de educação assim como também de inclusão social onde o rico e o pobre são tratados de maneira homogênea, ou seja, sem separação de classe social sem nenhum tipo de discriminação social. ( Capoeira, mais que Arte, Luta e Cultura é Filosofia de vida.) Márcio Costa Correa


Mestre PEZÃO

JOSÉ DE RIBAMAR TEIXEIRA SILVA

MESTRE ESTILO DADOS PESSOAIS

MESTRE GRUPO/NÚCLEO

Mestre Mestre Bartô (José Paulo) PEZÃO Regional (Mista) Capoeiragem Tradicional Maranhense JOSÉ DE RIBAMAR TEIXEIRA SILVA São Luís – Ma – 26 de dezembro de 1956 Filiação: Humberto Silva e Maria de Nazaré Teixeira Silva Endereço Rua Paquyistão, c 01, q. 35B – Anjo da Guarda Fone 3242 - 2272 Bartô (José Paulo)

HISTÓRIA DE VIDA Desde rapazinho tive vocação por capoeira só que não tinha condição financeira e nem alimentação adequada , fazia o que podia. Para melhorar seu potencial viajou pra avaria cidades, morou em Brasília, onde passou 16 anos; participou de várias rodas de capoeira, voltou a São Luís contando história; já trabalhou com James Adler e Otávio Leão (academia). Se acha um vencedor por ter passado por vários obstáculos. Hoje só treina de vez em quando, faz uma roda de capoeira. Tem participação no CD “Capoeira 500 anos” com duas músicas de sua autoria – Sacode Negra e Tanta mentira; outro CD da Associação de capoeira Ave Branca “Dia de Roda”. Tem uma filha e, perguntado se a colocaria na capoeira, respondeu que não, porque hoje a capoeira é muita violenta, não é mais tranqüila, não tem mais aquele prazer de jogar aquela agilidade. A capoeira regional foi criada por Mestre Bimba (Manoel dos Reis Machado) na década de 30. Participou das seguintes rodas e campeonatos: - VI Grande Roda de Capoeira - Troféu Beribazu – 3º lugar - Brasília-DF, 1981 - Absoluto de 82 – 4º lugar – - Troféu GPT FN Brasília – julho de 83 - Grupamento Fuzileiro Naval - Brasília - DF - RBC Adulto - Vice-campeão - Brasília – 1983 - Exibição coletiva e 2º combate - Campeão Brasília 85 - IX ENCA/99 – Mestre Gilvan Brasília - DF - Circuito Maranhense de Lutas (Mira Sport) Campeão invicto – quatro lutas - I Festival de Canto de Capoeira (Ladainha) APCEF-MA 3º lugar


Mestre DE PAULA

FRANCISCO DE PAULA BEZERRA MESTRE ESTILO DADOS PESSOAIS

DE PAULA Regional e Angola FRANCISCO DE PAULA BEZERRA São Luis, 02 de abril de 1956 Filiação: João Bezerra e Maria de Lourdes Bezerra Formado em administração de empresa MESTRE SAPO HISTÓRIA DE VIDA Foi aluno de Mestre Sapo, e treinou dois estilos, o Regional e Angola, se destacando melhor no estilo Angola; pertence a academia e possui dois alunos, inclusive é mestre de Mestre Gudemar e atualmente apenas pratica na academia, sempre conciliando com o serviço de Policia Civil. Me chamo: Francisco de Paula Bezerra, filho de João Bezerra e Maria de Lourdes Bezerra, natural de São Luis-Ma, nascido em 02 de Abril de 1956, formado em administração de empresa. A minha intimidade com a capoeira nasceu em 1973, quando conheci o mestre “Anselmo Barnabé Rodrigues, conhecido como Mestre Sapo", o mesmo ensinava capoeira pela SEDEL " Secretaria de Esporte e Lazer, que na época era uma secretaria que lidava com esporte do estado, e o mestre Sapo era funcionário do órgão, e usava o Ginásio para praticar e lecionar a capoeira , foi ai que comecei a fazer uso e treinar no ginásio, nos horários das 18: 00 horas , nos dias : SEGUNDA , QUARTA E SEXTA. Na época tinha uma amizade construtiva com mestre, existia um respeito grande, que já não vê ultimamente; existia as rodas como: Praça Gonçalves Dias, e outras, onde alguns capoeiristas sempre fazia presente como : Babalú, Gouveia (falecido) Cordão de Prata, Curador, Batista, Magrinho, e muitos outros, como também participei de campeonatos, eventos enfim, foi onde tive oportunidade de vivenciar o mundo da capoeira. Hoje participo de poucos encontros, isso porque existem tantas pessoas se titulando mestre, e a capoeira perdeu sua essências" A minha intimidade com a acapoeira foi com 16 anos, em 1974, quando passei a treinar com mestre Sapo, com o decorrer do tempo comecei a participar das rodas de capoeira, onde o mestre DINIZ fazia em determinados pontos da ilha, como: Parque do Bom menino, Praça Gonçalves Dias, Veneza (Alemanha) e outros..pois na época o único que tinha instrumento , como atabaque e berimbaus. O meu estilo era regional e angola "



Mestre ZUMBI BAHIA

MESTRE ESTILO DADOS PESSOAIS

MESTRE GRUPO/NÚCLEO

ZUMBI BAHIA ANGOLA Adalberto Conceição da Silva Salvador, 18 de agosto de 1953 Mãe: Maria Conceição da Silva – Pai: Humberto Alves da Silva Formação: Licenciatura em Pedagogia; Habilitação em Magistério Superior e Gestão Educacional; Especialização em Docência do Ensino Superior; ProfessorAcadêmico; Coordenador Pedagógico do Instituto Officina Affro/MA; Angoleiro, Coreógrafo, Vocalista, Compositor, Percussionista. Patrimônio Cultural Imaterial Vivo – Prêmio conferido pelo IPHAN (2010), pela implantação e atividades de preservação da Capoeira Angola, na Paraíba e Recife. 1977 - consagrado Mestre de Capoeira - Zumbi Bahia - pelo Mestre Boa Gente, embora, o meu Mestre por consideração seja o Mestre Bigode de Santo Amaro, já falecido.

Mestre Bigode de Santo Amaro Mestre Boa Gente Instituto Officina Affro

MA

à S OL UÍ RAN H S ÃO

Nome completo: Adalberto Conceição da Silva – Mestre Zumbi Bahia Dia e Local de nascimento: 18/08/1953–Salvador – Bahia Mãe: Maria Conceição da Silva – Pai: Humberto Alves da Silva Formação: Licenciatura em Pedagogia; Habilitação em Magistério Superior e Gestão Educacional; Especialização em Docência do Ensino Superior; ProfessorAcadêmico; Coordenador Pedagógico do Instituto Officina Affro/MA; Angoleiro, Coreógrafo, Vocalista, Compositor, Percussionista. Patrimônio Cultural Imaterial Vivo – Prêmio conferido pelo IPHAN (2010), pela implantação e atividades de preservação da Capoeira Angola, na Paraíba e Recife. Capoeira: catimba (inteligência) de negro em ânsia de liberdade. As minhas experiências profissionais tiveram início em 1976 no Centro Educacional de Periperi em Salvador – Bahia, como professor de Folclore, que dentre outras manifestações, ensinava a arte da Capoeira Angola, momento pelo qual (1977) fui consagrado Mestre de Capoeira e obtive o apelido de Zumbi Bahia. A minha consagração foi pelo Mestre Boa Gente, embora, o meu Mestre por consideração seja o Mestre Bigode de Santo Amaro, já falecido. Cheguei à Paraíba entre (1977 até 1979)


A minha vida capoeirística na Paraíba, deu-se início em 1977, na cidade de João Pessoa, quando a convite do senhor Tenente Lucena, passei a ministrar a Capoeira no SESC/PB para 50 alunos. A arte ganhou repercussão quando levei a “brincadeira” para o Ponto de Cem Reis e para a praia de Tambaú, congregando assim mais adeptos. Em 1978 e 1979, ministrei capoeira para crianças de Colônia de Férias da UFPB. Houve o lançamento oficial da capoeira na Reitoria e lecionei também a capoeira, visando incluir como disciplina (1 e 2) no Curso de Educação Física daquela universidade. Aos 33 anos, depois, fui convidado para um Simpósio de Memórias da Capoeira e lá em Recife me encontrei com os remanescentes da arte de Zumbi dos Palmares (meus antigos alunos atuais Mestres), para celebrar a resistência de preservação tanto na Paraíba quanto na capital pernambucana. Quando chegou a Pernambuco: Cheguei a Recife entre (1979 até 1992) Ações com a capoeira em Recife: Estava na cidade de João Pessoa (PB.), no final de 1978, quando o professor de música da UFPB, naquela época, o Antônio Carlos Nóbrega me convidou para ministrar algumas aulas esporádicas de capoeira, na sede do Grupo Boi Castanho Reino do Meio Dia, localizada na Rua Real do Poço em Casa Forte. Nas turmas estavam incluído o próprio Antônio Carlos Nóbrega, batizado pelo apelido de “Avestruz”, também o “Meia Noite”, o “Branco Aluanda”, o “Silê” e outros que não recordo o nome. No primeiro semestre de 1979 eu me mudei definitivamente para a capital pernambucana e dava aula no bairro de Casa Forte e também no SESI. Comecei a pesquisar os pequenos núcleos de capoeira ainda existentes, de pouca visibilidade, e foi quando encontrei Mestre Pirajá, no Morro da Conceição, que já me conhecia de outra época no Rio de Janeiro. Mestre Pirajá comandava um pequeno grupo composto pelo capoeirista Teté, Espinhela, entre outros, que se apresentavam na festa de N. S. da Conceição. Depois conheci Paulo Guiné, que ensinava capoeira aos parentes e amigos próximos, no quintal de sua casa e aprimorava os conhecimentos nas areias da praia de Prazeres. E, bem mais tarde, fui apresentado ao Mestre Coca-Cola, Mestre Mulatinho, o Bigode e Mestre Lázaro. Foram com estes que a gente formou a primeira Associação Pernambucana de Capoeira, que funcionava, na Rua Gervásio Pires – Centro – Recife. Ainda no primeiro semestre de 1979, me dediquei à difusão da Capoeira. E junto a UFPE, foi organizado o lançamento da capoeira em Recife, após 90 anos de exílio, com um grupo constituído de meus alunos paraibanos e recifenses, com direito a divulgação na TV afiliada à Rede Globo e o jornal Diário de Pernambuco. No mês de março e abril de 1979 foi realizado a 1ª Roda de Capoeira, no Ginásio Poliesportivo do SESC, de Santo Amaro, reunindo alunos e seus respectivos Mestres, pelos quais já tínhamos contatos. No dia 26 de agosto do mesmo ano, foi realizado o 1º Batismo de Capoeira também realizado no Ginásio Poliesportivo do SESC de Santo Amaro, com 60 capoeiristas paraibanos e recifenses. Naquela época tínhamos um controle do que acontecia no mundo da capoeira, pois sabíamos quem era iniciante e quem era veterano, havia um acompanhamento na formação daqueles capoeiristas, de modo, que as graduações eram realizadas de seis em seis meses, outorgadas pela Associação Pernambucana de Capoeira. Já por volta de 1982 houve um desacordo na Associação Pernambucana de Capoeira em que me afastei. Nesta época eu já estava ministrando capoeira na Escola Antônio Heráclio do Rego, pela Fundação Guararapes, no bairro de Água Fria, bem como, no CSU de Campina do Barreto e também no SESC, SESI e a LBA. Foi no SESI de Casa Amarela onde a capoeira serviu de base para ser criado o Balé Primitivo de Arte Negra e em 1985 a capoeira sustentou as técnicas necessárias para a criação das coreografias do Balé de Arte Negra de Pernambuco. Saí de Recife em 1992 e fui para Bahia e em 1994 radicalizei-me em São Luís do Maranhão e criei com a professora Waldecy Vale o Instituto Officina Affro associado ao então Grupo de Dança Como Ver, fundado em 1982 na UFMA. Segue outras informações no meu currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/3058394618602038

ADALBERTO CONCEIÇÃO DA SILVA - -MEMORIAL - São Luís – Maranhão - 2017 O presente memorial refere-se a uma parte integrante da documentação necessária que estabelece as inscrições para a seleção ao Curso de Mestrado em Educação,conforme o Edital PPPGI Nº19, publicado pela Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação da Universidade Federal do


Maranhão. Pretendo contemplar análise das minhas experiências profissionais e acadêmicas, relacionadas às razões da escolha do objeto de estudo. Inclusive,às expectativas em relação ao Curso e às perspectivas profissionais após a minha conclusão. Sou Adalberto Conceição da Silva, RG nº 045286702012-6 SSP/MA e CPF nº 284265504-44, nascido no dia 18 de agosto de 1953, natural da cidade de Salvador, capital do estado da Bahia, atualmente, resido na Travessa Padre Manoel da Nóbrega nº 07, bairro do Apeadouro (CEP: 65.036-500) em São Luis do Maranhão. Tenho graduação em Licenciatura em Pedagogia, Habilitação em Magistério Superior dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e Gestão Educacional, concluído em 2007, no Instituto de Ensino Superior Franciscano e Pós-Graduação em Docência na Educação Superior, concluído em 2009, na Faculdade Santa Fé em São Luís – Maranhão. Possuo ainda Pós-Graduação com acesso ao Mestrado em Ciências da Educação (ISEC, 2012)eEspecialização Lato Sensu em Gestão Educacional pela Faculdade Mário Schenberg, Brasil(2013). As minhas experiências profissionais tiveram início em 1976 no Centro Educacional de Periperi em Salvador – Bahia, como professor de Folclore, que dentre outras manifestações, ensinava a arte da Capoeira, momento pelo qual (1977) fui consagrado Mestre de Capoeira e obtive o apelido de Zumbi Bahia. Atividade que em 1978 passei a ministrar no Serviço Social do Comércio – SESC em João Pessoa na Paraíba, até o mês de agosto de 1979. Acerca deste mesmo ano, em Recife – Pernambuco, assumir o cargo de professor de Capoeira no Serviço Social do Comércio – SESC, também como Auxiliar de Recreação e Mestre de Capoeira(1980 – 1985)no Serviço Social da Indústria – SESI/PE. Instrutor de Folclore na Fundação Legião de Assistência/PE e ainda como Instrutor de Artes e Mestre de Capoeira na Fundação Guararapes/PE.,entre 1982 e 1990. A Fundação Guararapes era uma subsidária da Secretaria Municipal de Educação do Recife, que se encarregava, dentre outras ações, com as atividades de ensino, inclusive a contratação e capacitação de pessoal docente e técnico-administrativo. Foi através dessa Instituição que trabalhei na Escola Paulo VI e na U.E. Antônio Heráclito do Rêgo, no Bairro de Água Fria,

a proposta pedagógica da capoeira no cotidiano escolar,com vistas a privilegiar o ensino enquanto construção do conhecimento, o desenvolvimento pleno das potencialidades dos praticantese sua inserção no ambiente social. Foi utilizado para isso, o referencial dos conteúdos curriculares da base nacional comum e a diversificada e, ainda os temas transversais, trabalhados em sua contextualização, fazendo uma conversão dos recursos didáticos tradicionais da escola formal, com o conjunto de tópicos da arte e cultura afro-brasileira. A Capoeira associada às distintas áreas de conhecimentos: Estudos Sociais, História, Geografia, Ciências, Matemática, Português, Artes e a Educação Física, muito antes de ser sancionada a Lei nº10.639/2003 na Educação Básica. Ao longo desses doze anos, participei do Movimento Social Negro e já com o registro de coreógrafo outorgado pelo Departamento Regional do Trabalho em Pernambuco (DRT-PE) sob o nº. 24330-004733/87 tive a responsabilidade em fundar o Balé Primitivo de Arte Negra e o Balé Arte Negra de Pernambuco, que produziram belíssimos espetáculos exibidos em Recife, em outros estados e até no Paraguai (Festival Folclórico Recuerdo de Ypacaraí). Foram experiências por demais valiosas, que renderam suporte para a minha nova etapa profissional, por conseguinte no Estado do Maranhão. Foi 1994 em que passei a fazer parte do Instituto Como Ver Officina Affro do Maranhão.A função era realizar um trabalho pedagógico, onde as culturas negras seriam os próprios materiais didáticos, por meio de cursos: de capoeira, dança afro, percussão, confecção de instrumentos musicais da cultura maranhense, montagem de espetáculos e oficina de música percussiva. Também se utiliza do material cênico e instrumental para interagir com as disciplinas curriculares – frutos adquiridos na capital pernambucana – e ainda havia, como até hoje, um trabalho sócio educativo na prevenção do uso de drogas, gravidez prematura e doenças sexualmente transmissíveis. O Instituto promove o estímulo à leitura, que faculta aos integrantes do grupo e à comunidade em geral o estudo e a compreensão teórica da realidade social e da questão do negro na sua totalidade. Em 2006 houve um contrato para trabalhar na Universidade do Sul do Maranhão (UNISULMA) lecionando a disciplina Fundamentos de Lutas (Capoeira) para nível de graduação, no Curso de Licenciatura em Educação Física. Também em 2006 ocorreu a minha participação como onde eu criei


Professor/Formador na capacitação de docentes do Ensino Médio, acerca dos Referenciais Curriculares, realizada pela Secretaria de Estado da Educação do Maranhão, em diversos municípios do Estado. Por volta de 2011, obtive o convite para lecionar a disciplina “Práticas Corporais Afrodescendentes” no curso de Educação Física Licenciatura, na então Faculdade de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas de São Luis (atual Faculdade Estácio de São Luís). Como iniciativa pioneira no Estado, na pretensa de ministrar valores relativos à pluralidade étnica e cultural da sociedade brasileira. No mesmo ano foi organizado, como projeto de extensão a Iª Feira Acadêmica da Consciência Negra. O evento versa sobre a disseminação de pesquisas e seus resultados na área de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, com a pretensa de ampliar o desenvolvimento intelectual e cultural dos acadêmicos da Faculdade Estácio São Luís e a população em geral, bem como o processo sistemático de construção do conhecimento. É uma proposta elaborada na intenção de atender os requisitos de contextualização de práticas corporais afrodescendentes aplicados em sala de aula orientada pela então disciplina do mesmo nome, em parceria com o Instituto Officina Affro do Maranhão. O projeto tem como um dos objetos de pesquisa o estudo do movimento, do ritmo e expressão e do ensino e aprendizagem das manifestações afrodescendentes. Com vistas à efetuação das Leis que preconizam o ensino de conteúdos étnico-raciais nos currículos oficiais dos estabelecimentos de ensino superior e de educação básica (públicos e particulares) de todo o Brasil. Em 2012, sob a minha orientação foi realizada uma pesquisa de campo, com a colaboração de 35 alunos visando revelar como a temática História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena estavam sendo ministradas nas escolas públicas e privadas na cidade de São Luís. Teve como amostra o total de 137 professores da Educação Básica, onde apesar de 70% já terem conhecimento sobre as leis de reparação, observou-se que 107 dos entrevistados, até aquele momento, não tinha conseguido inseri-la nos seus programas de curso. E, muito menos aplicados em suas aulas conteúdos étnico-raciais de conformidade com o conjunto de normas determinadas pela LDBEN–Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Participação em trabalhos de conclusão de curso de graduação na Faculdade Estácio São Luís: SILVA, A. C.; LIMA, B. S.; SILVA, M. R.. Participação em banca de Jossandro Santos Dutra.O Eixo Lutas na Educação Física das Escolas de São Luís: Perspectivas dos Professores e dos Alunos, 2013.

SILVA, A. C.; SILVA, M. R.; SOARES, R. B.. Participação em banca de José Paulo Sampaio Santos.A dificuldade do Professor de Educação Física, em Trabalhar o Conteúdo Lutas nas Aulas Práticas e Teóricas, 2013. SILVA, A. C.; BATISTA, J.; PONTES, R.. Participação em banca de Diogo Paulo Paz Fernandes.A Importância do Conteúdo Lutas no Âmbito Escolar: visão dos futuros professores de Educação Física da Faculdade Estácio São Luis, 2013. SANTIAGO, M. R. G.; OLIVEIRA, M. I. P.; SILVA, A. C.. Participação em banca de Paulo Henrique de Oliveira Lima.O Conteúdo Lutas como Aprendizado da Educação Física nas Escolas, 2013. LAPIS, E. C.; SANTOS FILHO, J. A. A.; SILVA, A. C.. Participação em banca de Hianne Suelen Ferreira Pimenta.O Tambor de Crioula como Possibilidade pedagógica na Educação Física Escolar: estudo de caso em uma escola pública de São Luís, Maranhão, 2013. SILVA, A. C.; COSTA, A. V.; BATISTA, J.. Participação em banca de Itaceni de Araújo Sousa.A Caracterização do Ensino da Capoeira: um estudo realizado na Escola Maria Mônica Vale. 2012.

SILVA, A. C.; COSTA, A. V.. Participação em banca de Reinaldo de Jesus Araújo Júnior.O Ensino do Karatê na Escola: um estudo sobre sua metodologia utilizada, 2012. SILVA, A. C.; LAPIS, E. C.; ROCHA, M. F, S.. Participação em banca de Josué Licar da Silva.A Educação das Relações Étnico-Raciais na Educação Física Através das Práticas Corporais em Escolas Públicas de São Luís do Maranhão, 2012.

SILVA, A. C.; LAPIS, E. C.; FERREIRA, M. L. S.. Participação em banca de Claudionísio Amorim Carvalho.Desafios da Educação Física na Educação de Jovens e Adultos em São Luís do Maranhão, 2012. Destacam-se os artigos publicados em periódicos como:


SILVA, A. C.; SANTOS FILHO, J. A. A. ; VALE, W. D. V. .A Religiosidade da Capoeira no Maranhão. Revista Sapientia, v. IV, p. Editorial, 2012. SILVA, A. C.; SANTOS FILHO, J. A. A. .Disciplina Afrodescendente no Maranhão. Revista Sapientia, v. III, p. Editorial, 2011.

Livros publicados BAHIA, Z. e AVESTRUZ. História da Capoeira no Recife. Recife – PE: MS/Xilogravura, 1979. SILVA, A. C.; VALE, W. D. V. Legados Africanos na Cultura Brasileira.1. ed. Recife: Universitária - UFPE, 2014. v. 1. 163p.

Quanto às atividades profissionais desenvolvidas na área de gestão de ensino podem-se citar as experiências em sala de aula, quando foram administradas as seguintes disciplinas: em 2013, Professor/Formador na capacitação de docentes de Pós-Graduação no curso de Docência do Ensino Superior, ministrando a disciplina Didática Do Ensino Superior, na cidade de Barra do Corda e na cidade de Buriti Bravo, municípios do Estado do Maranhão, assim como Metodologia Da Investigação Em Educação, na cidade de Vigia de Nazaré, município do Estado do Pará. Na qualidade de professor acadêmico na Faculdade Estácio São Luis no Curso de Educação Física Licenciatura,eu ministrei a disciplina História da Educação no Brasil; História e Fundamentos da Educação Física; Teorias e Práticas dos Esportes de Luta,e, em 2017-1, Prática de Ensino e Estágio Supervisionado em Educação Física I.

Em outra instância, entre 2010 e 2011, foi ministrada a disciplina de História Geral, no nível de Ensino Médio, no Centro Educacional Professor Machadinho – Paço do Lumiar – Maranhão, bem como, no Ensino Fundamental II e Ensino Médio (2012), na Unidade Escolar General Artur Carvalho, também na função de professor de História. PRÊMIOS E TÍTULOS 2010–Prêmio Viva Meu Mestre – Patrimônio Imaterial Vivo – IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Referente ao trabalho de implementação da Capoeira em João Pessoa/PB e Recife/PE. 1982–Troféu Recuerdos de Ypacaraí, XII Festival Del Lago Ypacaraí. PRODUÇÃO ARTÍSTICO-CULTURAL Artes Cênicas

SILVA, A. C.; VALE, W. D. V. Espetáculo: 170 Anos da Balaiada X 120 Anos da Abolição. 2009. Produção Coreográfica com mais de 300 participantes, na maioria com alunos de Escolas Públicas da Rede Estadual de Ensino. Outras produções artísticas/culturais SILVA, A. C.; VALE, W. D. V. Bloco de Carnaval Officina Affro. Desde 1999 (Cultura Popular). O Bloco Officina Affro no Carnaval maranhense de 2017 mostrou a força negra em defesa do meio ambiente, com o tema “Oxum das Águas Doces”. O Officina Affro, animado pela sua orquestra percussiva composta de instrumentos populares e étnicos, foi para a avenida, praças e bairros de São Luís a fim de chamar a atenção para o problema de escassez da água no Brasil e no Maranhão. A música oficial do tema/enredo de autoria do compositor Mestre Zumbi Bahia, tornou-se expressiva com a seguinte letra: “Oxum perdão, perdoa os seus filhos Oxum, sem consciência poluem os seus rios sem se preocupar. Eles não lembram que a água é a fonte da vida, pois daqui a poucos anos a água pode se acabar...”. O Bloco de natureza afro-maranhense, através da arte de suas indumentárias, músicas e danças pretendem de maneira gostosa e agradável promover a conscientização do valor da preservação dos mananciais hidrográficos brasileiros, em particular, os maranhenses, para que a população não venha sofrer com a falta de um bem tão precioso. Produção Fonográfica: CD Ritmos Nos Quilombos. Composto de 17 faixas, que contam em forma musicada a história do Quilombo de Frechal, localizado a 390 km da capital São Luís, após dois anos de pesquisa. Grande parte das músicas foi composta e, interpretadas por mim, além da


participação percussiva tocando Timbau e outros instrumentos. produções ganharam valores de identidade e de preservação cultural.

Todas estas

EXPERIÊNCIAS COM PROJETOS SOCIAIS E DE EXTENSÃO PROJETO BATUCADA MARANHENSE– (2000) Objetivos: Confecção de Bandinhas Rítmicas Pedagógicas com Instrumentos étnicos e populares, para crianças da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I. Local de Realização: Núcleo de Cultura Officina Affro. Bairro do Bequimão – São Luís/MA. PROJETO ATABAQUES E BATUQUES – (2002) Objetivos: Capacitar jovens em confecção e uso de instrumentos musicais percussivos da cultura popular. Faixa Etária: 16 a 21 anos. Local de Realização: Núcleo de Cultura Officina Affro. Bairro do Apeadouro – São Luís/MA. PROJETO TOQUE CIDADÃO – (2002) Objetivos: Capacitar jovens no uso prático da percussão com instrumentos artesanais étnicos e populares, como meio alternativo de Educação Complementar. Faixa Etária: 16 a 21 anos. Local de Realização: Núcleo de Cultura Officina Affro. Bairro do Apeadouro – São Luís/MA. PROJETO BATUCADA MIRIM– (2002-2003) Objetivos: Capacitar crianças através do artesanato e da percussão, como meio alternativo de Educação Complementar. Faixa Etária: a partir dos 7 anos. Local de Realização: Núcleo de Cultura Officina Affro. Bairro do Apeadouro – São Luís/MA. PROJETO SAURÊ-NUPE: Núcleo de Práticas Esportivas na Estácio São Luís– (2016-17). Objetivos: Conhecer e intervir na realidade de aptidões e condicionamentos físicos dos acadêmicos e da população que habita nos arredores da Faculdade, por meio de práticas esportivas de diversas modalidades. Local de Realização: Faculdade Estácio São Luís, Escola Estado do Pará e Ministro Mário Andreazza(Bairro da Liberdade) – São Luís/MA. Considerações: O Saurê-Nupe visa fomentar as práticas esportivas comunitárias no Curso de Educação Física, tendo como desígnio contribuir para o fortalecimento da missão institucional da Faculdade, voltada para uma educação

transformadora dimensionando assim seu compromisso com a sociedade e as comunidades em seu entorno. A sua preparação foi constituída de seleção de estagiários para trabalhar na comissão organizadora, assim como aqueles que iriam atuar como oficineiros. O Projeto Saurê-Nupe participou da Ação Social no dia 29/04/17 ocorrida na Escola Ministro Mário Andreazza e no Ginásio Poliesportivo do bairro da Liberdade. Além de vários atendimentos houve oficinas de Jogos e Brincadeiras africanas, Basquete, Vôlei, Futsal e Zumba.


Mestre BAMBA

KLEBER UMBELINO LOPES FILHO MESTRE ESTILO DADOS PESSOAIS

BAMBA DO MARANHÃO Angola KLEBER UMBELINO LOPES FILHO São Luís – 12 de abril de 1966 Filiação - Kleber Umbelino Lopes - Marinildes Pinheiro Braga Endereço: Rua João Vital 0 Beco da pacotilha -129 – Centro Histórico quilombomusica@bol.com.br centromandiqueira@bol.com.br

MESTRE

Patinho

GRUPO/NÚCLEO Escola de Capoeira Mandigueiros do Amanhã HISTÓRIA DE VIDA Começou na capoeira aos 12 anos de idade. A partir de 1995 conheceu o Mestre Patinho com quem aprendeu as técnicas. Ele trabalha com a capoeira Angola. Na capoeira Angola seu título através dos graus e pela comunidade. Há um grande respeito pela comunidade. Jána capoeira Regional seu título vem através de cordéis que dependendo da graduação vai mudando de cor. Entrevista concedida a Manoel Maria Pereira Em 1978, eu tinha 12 anos via a capoeira como uma forma de brincadeira; como sou baixinho e magro, na época eu tinha 39 quilos mais ou menos, os meninos do bairro impunham a soberania, não podia jogar bola que apanhava, até para ir na quitanda, eu tinha que arrudiar (sic) uma pracinha que tinha em frente da minha casa, por que tinha um menino que se eu passasse por lá, apanhava. Eu via a capoeira na rua com o som dos birimbaus (sic), a música, a ginga, a movimentação, me fascinava. Como morei sempre na Madre-Deus, um bairro periférico, na época mais ainda, eu sentia a necessidade de me proteger mais ainda. Na época de 60 e 70 tinha a imagem de malandragem e vagabundagem que perdura até hoje, não com a mesma intensidade. Os pais não deixavam aos filhos entrarem, sempre morei com a minha mãe e dois irmãos; só fui ter o apoio de minha mãe depois de ser contra-mestre e fundar a academia e trabalhar com crianças do bairro; antes vinha a cobrança para estudo, mas o meu padrinho era aluno do Mestre Sapo, o Mestre Eusamô, hoje. Me levava para as rodas e me iniciou na capoeira. O Mestre Sapo, para mim, foi o Mestre que mais propagou a capoeira no Maranhão na década de 80. O que trouxe de benefício?


As melhores coisas de minha vida. Um rico sem dinheiro no bolso. Antes de viver da capoeira não tinha nada. Com a capoeira tive a felicidade de conhecer a minha esposa que me deu dois filhos e me fez superar a morte de minha mãe. O espírito foi superado com a capoeira. A Valdira Barros me deu força para superar a capoeira, não ficando só no jogar pernas para o alto. Jandira Barros é a minha esposa. Me incentivou a pesquisar, me integrar a modernidade e não esquecendo de onde a capoeira surgiu. Antigamente um mestre para chegar a mestre, treinava 4 a 5 anos, montava uma academia e se intitulava mestre, com a modernização isso mudou. Existe duas vertentes. A capoeira regional que tem algumas linhas intitulada de capoeira contemporânea, criada pelo Mestre Bimba na década de trinta. Como é o negro na capoeira? A capoeira de 1880 a elite era branca e sempre praticou, no Rio de janeiro na década de 30. O Mestre Bimba, por participar e ter uma influencia branca de amizade na sociedade, a capoeira Regional era praticada por influencia do mestre Bimba, que trouxe seus amigos para a prática, levando a capoeira para o lado do esporte. Enquanto a Angola, praticada por 80% dos negros se constituía cada vez mais como arte afrobrasileira, como forma de brincadeira lúdica,pois a Angola é mais próxima a religiosidade, e o negro, que se escondia para praticar suas religiões, mostrava também na capoeira suas crenças, em formas de suas músicas e ladainhas. Na década de 30 a 50, com a adoção do estilo de educação física francesa, a capoeira foi se levando mais para o gueto. Valorizando uma herança que é nossa, o capoeirista só, não pode esperar ela se valorizar, caindo do céu. Apesar de não ser universitário, mas com o trabalho social que faço, me adequando ao que tenho, me valorizo. Existe academia que vê mais o corpo, eu ao contrário trabalho mais a mente, no natural, não importando se você e alto, magro, baixo, gordo o importante é você aprender além dos meios de fazer é entender como fazer. Eu após conhecer o Mestre Pato é que fui seguir a linha da mentalidade correta da pratica da capoeira na roda, até mesmo na briga. Após conhecer o Mestre Pato é que me transformei em um devoto da capoeira Entrevista realizada por Ismênia de Abreu Mendes Mayara Mendes de Azevedo Sâmia Valéria Madeira Irineu José Maranhão Diniz Manoel Maria Pereira


Mestre ABELHA

MESTRE ESTILO DADOS PESSOAIS

MESTRE

JULIO SÉRVIO COELHO SERRA ABELHA ANGOLA JULIO SÉRVIO COELHO SERRA Viana-Ma, 23 de setembro de 1967 Professor de Capoeira Angola 1999 – Mestre Capoeira Angola - João Pequeno de Pastinha Mestre João Pequeno de Pastinha (João Pereira Dos Santos)

GRUPO/NUCLEO Escola Cortiço do Abelha Me chamo Julio Sérvio Coelho Serra, nasci na cidade de Viana-Ma em 23 de setembro de 1967. Criei-me em São Luis do Maranhão, no mundo da capoeira sou conhecido como Mestre Abelha. Comecei a praticar a capoeira com os meus 12 anos em São Luis. Em 1998- fui pra Salvador a convite do senhor João Pereira Dos Santos, o ilustre Mestre João Pequeno de Pastinha, onde ele me acolheu em sua casa, conseqüentemente me formando professor de capoeira Angola, na sua (academia de João Pequeno de Pastinha Centro Esportivo de Capoeira Angola ) no Lago do Carmo no Forte Santo Antonio e dando o nome da minha escola ( Cortiço do Abelha ). Em 1999- o Cortiço do Abelha realiza a I Clinica de Capoeira Angola em São Luis do Maranhão trazendo o seu tutor o ilustre Mestre João Pequeno de Pastinha, onde eu tive o privilegio de ser reconhecido (mestre de capoeira Angola, por ele.) 2001- começo a viajar pelo mundo ministrando oficinas e dando palestras sobre a capoeira Angola, incluindo Brasil, Itália, França, Bélgica, Suíça, Holanda, Áustria, Alemanha e Grécia. 2013- eu faço moradia definitiva em Atenas-Grécia, onde organizo a Escola de Capoeira Angola Cortiço do Abelha na Grécia, Brasil, Itália, Austrália e França.


MESTRE EVANDRO


MESTRE UBIRACI


MESTRE MÃO DE ONÇA


O PROFESSOR ALEMÃO DE GYMNÁSTICA, ESGRIMA, E NATAÇÃO LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão Academia Ludovicense de Letras Em 1903, o Governo do Estado instituiu o Departamento de Educação Física, contratando um professor estrangeiro para assimi-lo, além das aulas de Gymn´[astica, Esgrima e natação da Escola Normal, e em inúmeros outros estabelecimentos de ensino: Miguel Hoerhann. Num jornal de 21 de maio de 1903, ACampanha, tece uma crítica pela contratação desse professor ‘alemão’, em duas matérias:





A outra matĂŠria:



Djard MARTINS (1989) registra em seu já clássico “Esporte, um mergulho no tempo” 85 o nascimento das atividades esportivas no Maranhão e traz Miguel Hoerhann como o primeiro professor de Educação Física, atuando na Escola Normal, Escola Modelo, Liceu Maranhense, Instituto Rosa Nina, nas escolas estaduais e até nas municipais, estimulando a prática da cultura física: "E para coroar de êxito esse idealismo, esteve à frente da fundação do Club Ginástico Maranhense..." (MARTINS, 1989).

É o próprio Miguel quem confirma essa condição86, em nota publicada no jornal “O Paiz” em 21 de novembro de 1909, no Rio de Janeiro: ‘EDUCAÇÃO PHYSICA 85

MARTINS, Dejard. ESPORTE, um mergulho no tempo. São Luís: SIOGE, 1989. 86 Prezado Sr. Leopoldo Vaz, boa noite. Tomei a liberdade de lhe contatar quando soube de suas dúvidas, pelo pessoal do Arquivo Histórico de Ibirama SC, acerca de Miguel Hoerhann, meu tataravô. Resido em São José, cidade vizinha de Florianópolis, capital de Santa Catarina e recém doutorei-me em História. Justamente trabalhei com a nacionalização dos Xokleng, comunidade indígena de SC, a qual o filho de Miguel, Eduardo Hoerhann dedicou toda a sua vida. Eduardo Hoerhann nasceu em Petrópolis em 1896. Filho de Miguel, (no anexo você consegue algumas informações sobre ele) e de Carolina, sobrinha-neta do Duque de Caxias. Alguns dados do Museu estão equivocados. Há uns anos, vi que os senhores disponibilizaram digitalizado, o livro Esgrima de Baioneta, de autoria do Miguel Hoerhann. Fiquei muito contente descobrir isso, e uma pena que ainda não consegui imprimi-lo em capa dura, mas parabéns pelo capricho. O sr enviou para a sra. Aparecida um diploma assinado pelo Miguel. Há possibilidade de enviar para mim numa resolução maior? Está ilegível em 9 k. No mais, espero poder ter ajudado em algo. Infelizmente, muitas informações se perderam. Cordialmente, Rafael Hoerhann. Disponível em http://www.blogsoestado.com/leopoldovaz/2013/02/27/miguel-hoerhan-nosso-pioneiro-professorde-educacao-fisica/


CARTÃO COMEMORATIVO DE 20 ANOS DE TRABALHO NO BRASIL Mens sana in corpore sano; / vita non este vivere;/ sede vivere Miguel Hoerhann, capitão-tenente honorário da armada nacional, professor de educação física da Escola Naval, Colégio Militar, Externato Aquino, e professor de ginástica e esgrima do Automóvel Club do Brasil – Ex-professor dos colégios Brasileiro-Alemão, Abílio Rouanet, João de Deus, Instituto Benjamin Constant, e Instituto Nacional de Surdos Mudos, no Rio de Janeiro. Ex-professor dos colégios São Vicente de Paulo, Notre Dame de Sion, Ginásio Fluminense e Escola Normal Livre; sócio-fundador e 1º. Turnwart do Turnerein Petrópolis, em Petrópolis. Ex-professor da Escola Normal e grupos escolares Menezes Vieira e Barão de Macaúbas e do colégio Abílio, em Niterói. Ex-diretor do serviço de Educação Física; ex-professor da Escola Normal, escola modelo Benedito Leite; Instituto Rosa Nina, Liceu Maranhense, e escolas estaduais e municipais; fundador e 1º presidente e 1º diretor dos exercícios do Club Ginástico Maranhense; em S. Luis do Maranhão. Exprofessor do Ginásio São Bento e ex-secretário do I. e R. Consulado da Áustria e Hungria, em São Paulo. 20 anos de devotado trabalho no Brasil (de 24 até 44 anos de idade, desde 1889 a 1909). Ex-Instrutor da imperial e real marinha de guerra da Áustria, condecorado com a medalha militar de bronze, conferida por sua imperial e real majestade apostólica Francisco Jose I, Imperador da Áustria-Hungria (desde 15 até 23 anos de idade, 1880-1888). “AOS MEUS DISCIPULOS Caros discípulos! Vivamente me tenho lembrado de vós! Recordando, um por um, os numerosos estabelecimentos de ensino, desde o sul até o extremo norte, de nossa vasta e grande Republica, onde, cônscio de minha nobre e útil missão, sempre lecionei com ardor, vos vi, na imaginação, todos reunidos formando legiões de muitos e muitos milhares. Estas reminiscências decorrem do inicio de minha carreira, abrangendo todos os fatos que se passaram, ate a presente data da minha vida de professor neste belo pais. E – folgo em dizê-lo – causaram-me uma grande e indescritível alegria: o supremo tribunal que temos no nosso intimo, o tribunal da consciência, aprovou os meus atos. Na verdade, a mais alta felicidade e alegria residem no intimo, na consciência perfeitamente tranquila e na certeza de havermos, digna e devotadamente, cumprido os nossos deveres. Do trabalho provem os mais altos gozos da vida! e este sentimento de felicidade e alegria me impeliu a expandir-me, publicando o presente. Eis porque vos incito a prosseguirdes vossa nobre obra de regeneração de vós mesmos -: Tão preciosos bens, como a saúde e o vigor físico, só se conseguem – bem o sabeis – pelo esforço próprio. Muitos de vós já sois pais e mães de família. A uns e outros aconselho, pois: “Cuida da educação física e moral dos vossos filhos”. A humanidade esta ilustrando uma área inteiramente nova; importantes e formidáveis cometimentos nos aguardam num futuro bem próximo; e para resistir, para vencer, se faz necessária uma geração sadia e forte: – no físico, e principalmente no caráter. Tão preciosas qualidades são indispensáveis, não só ao vosso bem estar e felicidades pessoais, como ao serviço da família, da pátria e da humanidade. Desejando-vos longa e bem preenchida existência, vos saúdo cordial e efusivamente.


Em 21 de novembro de 1909 Miguel Hoerhann 3, Rua Pedro Domingues, Encantado, Rio“(grifos nossos) A primeira referencia que se tem desse professor de educação física é de um diploma dado a diversas autoridades e intelectuais, dentre os quais a Fran Paxeco, Cônsul Honorário de Portugal no Maranhão; consta ‘aos propugnadores da educação physica’ e está assinada por Miguel Hoerhann, Diretor da Educação Physica, e foi passado em 18 de maio de 1904:


Miguel Hoerhann foi instrutor de artilharia do império austro-húngaro, professor de esgrima e ginástica sueca nos estados do Maranhão e Rio de Janeiro. Nesta cidade, a ginástica era voltada para o treinamento militar dos novos cadetes e oficiais da Marinha Brasileira e do Colégio Militar. Miguel tem vasta produção de artigos em periódicos e é autor do livro Esgrima de Baioneta, publicado no Maranhão em 190487:

Fica-se sabendo que se trata de reimpressão de edição de 1896:

87

O livro digitalizado está disponível link: http://www.cultura.ma.gov.br/portal/bpbl/acervodigital/Main.php?MagID=37&MagNo=68

no


Na construção da biografia desse professor encontramos uma carta de apresentação datada de 28 de maio de 1912, e escrita pelo Dr. Generino dos Santos, destinada a Manuel Tavares Miranda, Chefe da 2a Secção do Serviço de Proteção aos Índios – SPI; o jovem Eduardo88 era, na ocasião, filho único do Capitão-Tenente Miguel Hoerhann: “Tenho o prazer de apresentar-lhe o meu jovem amigo Eduardo Hoerhan, filho único e extremecido do meu dedicado amigo o Capitão-Tenente Miguel Hoerhan, emerito professor de educação physica na Escola Naval e Collegio Militar.” (WIESE, 2007) 89 . De acordo com Dagnoli (2008); e Gomes (2009): 88

Eduardo de Lima e Silva Hoerhann, sobrinho-bisneto do Duque de Caxias é personagem da história catarinense, liderou a equipe responsável pela cessão da violência física entre colonos alemães e Xokleng em 1914. Esta sociedade indígena era frequentemente atacada pelos invasores de suas terras tradicionais e por tal motivo tornou-se hostil e incomunicável até sua inserção no meio, pelo Serviço de Proteção aos Índios. Eduardo Hoerhann serviu nesta instituição federal por 42 anos. Disponível em https://www.clube38.com.br/site/empresa/. Acessado em 27/02/2013. 89 WIESE, Harry. Terra da fartura: história da colonização de Ibirama. Ibirama: Edigrave, 2007, p. 319-320.


“[...] Miguel Hörhann (Miguel Hoerhann) nasceu na Áustria e faleceu no Rio de Janeiro; foi instrutor de Artilharia na Imperial e Real Marinha de Guerra da Áustria até 1884, e Capitão-Tenente da Armada Nacional. Sua mãe, Carolina de Lima e Silva Aveline, pertencia à aristocracia militar do Estado do Rio de Janeiro, neta do Duque de Caxias.” 90, 91,92. Mas é dada outra nacionalidade a Miguel Hoerhann – francesa: “O pai de Eduardo, era Miguel Hoerhan, francês, oficial da alta corte da marinha francesa, casado com Dona Carolina de Lima e Silva, (esta então, sobrinha de Luís Alves de Lima e Silva, o “o grande soldado brasileiro: Duque de Caxias”) “ 93. Rafael Hoerhann, em outra correspondência, esclarece essas dúvidas: Miguel veio da cidade de Sankt Pölten na Baixa Áustria. Francês era seu sogro, Guilherme Plaxton Aveline94, também oficial da Marinha95. Em nova correspondência – 10/10/2014 – informa: Consegui algumas informações a mais sobre MH. Uma prima minha de segundo grau fluente em alemão encontrou uma parente na Áustria que contou o seguinte: MH Nasceu em Oberndorf an der Melk - Niederösterreich. Ele teve três irmãos: Anton, Ignaz e Leopold. Ela no caso é bisneta do Leopold. Veio para o Brasil porque foi sempre muito individualista, independente e estranho. E que não se sentia bem no lugar onde nasceu. E que não era fácil na época a vida. A informante austríaca é Eva Hoerhann e o nome de minha prima é Edeli Kubin Sardá, bisneta materna de Miguel. Envio-te uma foto do Miguel quando jovem de 1884 quando exercia a profissão de Instrutor de Artilharia na Imperial e Real Marinha de Guerra da Áustria que na época formava o grande Império Austro-húngaro (1867 - 1918).

90

DAGNONI, Cátia. O CHOQUE ENTRE DOIS MUNDOS O CONTATO ENTRE O ÍNDIO E O BRANCO NA COLONIZAÇÃO DO VALE DO ITAJAÍ – um estudo sobre a interpretação do imigrante europeu a respeito dos Xokleng 1850 – 1914. Blumenau, 2008, Dissertação de Mestrado, Universidade Regional de Blumenau http://proxy.furb.br/tede/tde_arquivos/3/TDE-2009-02-18T080906Z-442/Publico/Diss%20Catia%20Dagnoni.pdf 91 http://pagfam.geneall.net/2762/pessoas.php?id=1168057 92 GOMES, Iraci Pereira. OS XOKLENG E A COLONIZAÇÃO DO VALE DO ITAJAÍ: ANÁLISE DE UMA CARTA DE EDUARDO DE LIMA E SILVA HOERHANN - ENCARREGADO DO SERVIÇO DE PROTEÇÃO AOS ÍNDIOS (SPI) IV Congresso Internacional de História, 9 a 11 de setembro de 2009, Maringá. http://www.pph.uem.br/cih/anais/trabalhos/748.pdf 93 Reflexão. Índios. http://www.estudosabc.blogspot.com.br/ 94 Maria Eulália de Lima e Silva (2°)29,30 nasceu em 24 julho 1841 em Rio de Janeiro (RJ). Maria casou-se com William (Guilherme) Plaxton Aveline31, filho de Thomas Aveline e Mary Isabella Pacy, em 27 agosto 1859 em Rio de Janeiro (RJ). William foi batizado em 25 outubro 1834 em Rio de Janeiro (RJ). No livro "Achegas Genealógicas à Ascendência Brasileira de Luiz Alves de Lima e Silva, Duque de Caxias" do autores Cel.Carlos Sayão Dantas & Dr.Carlos G.Rheingantz, aparece com sobrenome "Avelone" ou "Aveline". http://www.genealogiabrasileira.com/cantagalo/cantagalo_piedegache-andregm.htm 95 Sr. Leopoldo, cordiais saudações. Deveras fico contente com sua alegria, é sempre uma satisfação poder ajudar. Porém a única foto que tenho do Miguel Hoerhann (com dois Ns) é a que te envio anexa. Seu filho Eduardo a tirou em 1912 conforme escrito no verso da mesma. Miguel era austríaco, de acordo com a certidão de nascimento do Eduardo, e veio da cidade de Sankt Pölten na Baixa Áustria. Tanto que a língua alemã chegou até mim pela família. Francês era seu sogro Guilherme Plaxton Aveline, também oficial da Marinha. Para o momento, seria isto. Um ótimo dia, Rafael. (Correspondência pessoal recebida em 27/02/2013 via correio eletrônico.)


1884 – Michael Horhänn quando jovem - exercia a profissão de Instrutor de Artilharia na Imperial e Real Marinha de Guerra da Áustria que na época formava o grande Império Austro-húngaro (1867 - 1918). Fonte: acervo Edeli Kubin Sardá, bisneta materna de Miguel.

Nasceu a 03 de abril de 1865; conforme mensagens de felicitações publicadas em 1900 (03/04) e 1901 (04/04) na Gazeta de Petrópolis:


Esclarecendo a origem de sua mãe, e o parentesco de Miguel com a família Lima e Silva, tem-se que Miguel Hoerhann (Miguel Hörhann) foi casado com Carolina de Lima e Silva Hoerhann, filha de Guilherme Plaxton Aveline e de Maria Eulália de Lima e Silva96, com quem teve Eduardo de Lima e Silva Hoerhann (este, casado em primeiras núpcias com Francisca de Lima e Silva Hoerhann (1919 - 1939) e depois se casou com Francisca Marlen Irmgard Brodersen (1941? - 1976)). Eduardo Hoerhann nasceu na freguesia de São Francisco Xavier do Engenho Velho em Petrópolis, Rio de Janeiro, em 1896. Filho de Miguel e de Carolina, sobrinha-neta do Duque de Caxias.

Dentre os familiares, destaque para José Joaquim de Lima e Silva, que pertenceu a Ordem de Avis, fundada no século XII, dos cavaleiros templários lusitanos, combatentes dos mouros em Portugal. Seu filho, Francisco de Lima e Silva foi um dos regentes do Império do Brasil, durante a minoridade de Dom Pedro II, e seu neto, Luis Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, patrono do Exército Brasileiro. João Manuel de Lima e Silva, tio de Duque de Caxias, teve seu papel de destaque na Revolução Farroupilha acontecida no Rio Grande do Sul, no século XIX97. Miguel foi casado em segundas núpcias, com Adelina Figueira Cordeiro, com quem teve outros três filhos: Arria Hoerhann, e Hermani Paulo Figueira Cordeiro Hoerhann, e Miguelzinho que morreu aos dois anos de idade98. Foi Capitão-Tenente Honorário da Armada. Como consta de sua declaração, Miguel foi Instrutor da Imperial e Real Marinha de Guerra da Áustria de 1880 a 1888 - dos 15 até 23 anos de idade. Desde o ano de 1894 em Petrópolis, em 1898 estava exibindo-se como esgrimista, em “desafios”, conforme anúncios publicados no jornal “Gazeta de Petrópolis”99:

96 Era filha José Joaquim de Lima e Silva, primeiro e único visconde de Majé, (24 de julho de 1788 — 24 de agosto de 1855) militar brasileiro. Por um breve período, em 1823, foi presidente da então Província da Bahia. Descendente de ilustre família de militares que posteriormente alcançaria o status de nobreza no Brasil, era filho do marechal-de-campo José Joaquim de Lima e Silva, comendador da Ordem de Avis, e de Joana Maria da Fonseca Costa; neto paterno do sargento-mor de infantaria João da Silva da Fonseca Lima e de Isabel Maria Josefa Brandão Ivo – que, segundo pesquisas, era descendente de um irmão de Santo Ivo, canonizado pelo Papa Clemente VII no ano de 1348, membro de uma das primeiras famílias da Bretanha, em França. Era, portanto, irmão do barão de Barra Grande e tio do Duque de Caxias. Casou-se com Maria Eulália Lima Fonseca no Rio de Janeiro, em 05.10.1825. Tomou parte nas lutas da Guerra da Independência do Brasil, na Província da Bahia, onde lançou uma proclamação às tropas portuguesas sob o comando do Governador das Armas, Inácio Luís Madeira de Melo. http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Joaquim_de_Lima_e_Silva 97 https://www.clube38.com.br/site/empresa/ 98 http://pagfam.geneall.net/2762/pessoas.php?id=1168057 99 Gazeta de Petropolis Periodicidade: Trissemanal, Fundado em 2 junho 1892 por Bartholomeu Ferreira Sudre, Formato tabloide, Designação cronológica: Ano 1,n.1(jun.1892)-Imprenta: Petropolis,RJ : [s.n.], 1892- Local: Petropolis RJ , disponível em: http://catcrd.bn.br/scripts/odwp032k.dll?t=bs&pr=diper3_pr&db=diper3_db&use=ti&disp=list&ss=NEW&arg=gazet a|de|petropolis


Observa-se que atuou como professor de esgrima, ginástica, e natação em Petrópolis, 100 depois em Niterói, antes de vir para o Maranhão. Deu aulas particulares, e em escolas particulares, antes do ingresso em escolas públicas, naquelas duas cidades:

Além de aulas de ginástica, ensinava também esgrima, como parte do currículo. Nas férias, aos alunos internos, se ofereciam essas atividades, inclusive o curso de esgrima era pago à parte, conforme se depreende de anuncio de inicio das aulas do ano de 1896: 100

Anúncios publicados no jornal “Gazeta de Petrópolis”, por várioas edições e anos, conforme arquivos disponíveis em http://hemerotecadigital.bn.br/; http://memoria.bn.br/hdb/periodico.aspx, acessados em 7 e 8 de março de 2013.


Na edição de 26 de março de 1896, e seguintes, aparece colaboração de Miguel Hoerhann, discutindo a importância da ginástica médica:


Em 1898, volta a participar dos ‘desafios’ de esgrima, enfrentando diversos oponentes. Essas demonstrações – certamente para atrair alunos para sua escola – ocorriam no teatro da cidade:


Ainda nesse ano de 1898, na mesma Gazeta de Petrópolis aparece nova colaboração de nosso Miguel Hoerhann, mas desta feita na área da literatura, escrevendo um conto que teve por titulo “A Ressurreição”, publicado em capítulos, como era costume na época, na forma de folhetim:


Juntamente com outros cidadãos austríacos, alemães, húngaros, comparece à missa de Francisco José I, Imperador da Áustria, conforme registrado na Gazeta de Petrópolis; ali, informa-se ser ele cônsul em disponibilidade do Império. No dia 03 de abril de 1900 aparece anuncio de felicitações ao Sr. Miguel Hoerhann, distinto professor de ginástica do Ginásio Fluminense, ao mesmo tempo em que aparecem anúncios do curso de ginástica pedagógica, e esgrima, que iniciava no Salão Floresta:


No ano de 1900, em dezembro, por decreto é nomeado para a Guarda Nacional, lotado no Rio de Janeiro, no posto de capitão:

No mesmo jornal, de janeiro de 1901 em que é publicado o Decreto de seu ingresso na Guarda Nacional com o posto de capitão, aparece sua eleição para a diretoria do Clube Alemão:

E anuncio, do dia 24 de abril, de licença dada ao professor da Escola Normal de Niterói, por 20 dias:


Em 1902, março, ainda estava em Niterói, conforme anuncio de uma subscrição a favor de um conterrâneo, que morreu de febre amarela; estava subscrevendo uma lista para ajuda à família:

Novo anuncio, desta vez informando sua nomeação em 1903, como professor de ginástica da Escola Normal de Niterói:

Na Gazeta de Petrópolis, edição de 15 de setembro de 1903, informa-se que Miguel Hoerhann estava em São Luis, nomeado que fora Diretor da Educação Physica, conforme a edição 204 de “A Pacotilha”, da capital do Maranhão:


Na edição de 19 de maio de 1903, de A Pacotilha – Jornal da Tarde – é anunciada a chegada do Sr. Miguel Hoerhann, contratado pelo Governo do Estado para reorganizar o serviço de educação física, voltado para o Liceu, Escola Normal e Modelo, escolas estaduais e do município:

No Diário, de 19 de maio também e anunciada a chegada do novo professor de Ginástica:


No dia 20 de maio, as aulas têm início:

Em maio, a educação física é tornada obrigatória em todos os estabelecimentos de ensino, não apenas no Liceu e Escola Normal, e Escola Modelo:


Logo a seguir, são distribuídas as aulas de ginástica para as diversas escolas do município:

Em 6 de julho é anunciada a chegada de sua família :


Em 11 de agosto, o Professor Miguel recebe os aparelhos de ginástica, solicitados para o Liceu Maranhense, conforme oficio:

No dia 04 de junho de 1903 aparece anuncio n´A Pacotilha em que Miguel Hoerhann, como já fizera em Petrópolis e Niterói, oferece seus serviços como professor particular de ginástica:

Logo no dia 05/06, anuncia o inicio das aulas:


A 30 de junho, outro aviso, convocando os alunos inscritos:

No mês de agosto novo anuncio em A Pacotilha, do dia 31, já assinado como Diretor da Divisão de Educação Física do Maranhão, sobre a realização de um concurso poético, tendo por tema a Ginástica. Verifica-se que se referia ao Turnen101, haja vista a citação dos “4 Fs”, como a divisa da ginástica: “Abre-se aos cultores das musas uma produção poética, em que entrem as palavras que constituem a divisa da gymnastica: FIRMA, FORTE, FRANCO, FIEL, e que tenha por tema a glorificação da abnegação, do trabalho perseverante e nobre, do vigor do espírito como consequência dos exercícios physicos [...]”

101

Turnen: expressão do idioma alemão traduzido como “ginástica” por Tesch (2011), mas que além da ginástica com aparelhos (atual ginástica artística) englobava a corrida, jogos, esgrima, entre outras práticas. MAZO, Janice Zarpellon; PEREIRA, Ester Liberato. PRIMORDIOS DO ESPORTE NO RIO GRANDE DO SUL: os imigrantes e o associativismo esportivo. IN GOELLNER, Silvana Vilodre; MÜHELEN, Joanna Coelho von. MEMORIA DO ESPORTE E LAZER NO RIL GRANDE DO SUL. Porto Alegre, 2013. Vol. 1. Disponível em http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/83615/000906885.pdf?sequence=1 TESCH Leomar. Turnen: transformações de uma cultura corporal europeia na América. Ijuí: Ed. Unijuí, 2011


O anuncio se repete nos meses seguintes, sendo que a 26 de setembro aparece um poema exaltando a ginástica, de autor anônimo. Conforme a redação, não querendo participar do concurso, mesmo assim faz seu poema:


Em outubro de 1903, reabria as aulas de ginรกstica:


Em 1904, Fran Paxeco escreve artigo louvando a iniciativa de Miguel Hoerhann em promover o concurso poético, e divulgando a ginástica entre a juventude.

O Governador do Estado, em mensagem ao Congresso do Estado, apresenta seu relatório de atividades do exercício do ano anterior, e refere-se à Educação Physica:


As aulas de GinĂĄstica sĂŁo suspensas nas escolas municipais


No mês de agosto de 1904, Miguel faz publicar anuncio em A Pacotilha (22 de agosto) em que pretende comprar armas de índios:

Em setembro, convocam-se os sócios do Clube Ginástico Maranhense. Nota-se o símbolo dos “4 Fs” :

Em anuncio sobre os exames que se realizariam com os alunos da Escola Normal, Miguel Hoerhann fez parte da banca examinadora da Disciplina de Desenho; será que além de Ginástica, ensinava naquele estabelecimento também desenho:


O Governador do Estado, em mensagem ao Congresso do Estado, apresenta seu relatório de atividades do exercício do ano anterior, e refere-se à Educação Physica:


As aulas de GinĂĄstica sĂŁo suspensas nas escolas municipais


Ao que parece, em 1911 Miguel Hoerhann já estava no Rio de Janeiro. Fran Paxeco escreve novo artigo sobre “jinastica’ (sic), ressaltando o trabalho de nosso professor de educação física:


Em 1911, Miguel Hoerhan ministrava “exercícios de gymnastica sueca, de esgrima, de espada e florete” no Colégio Militar – Rio de Janeiro. É listado junto com outros professores – “dirigidos pelos instructores professor Miguel Hoerhan, tenente Migrel Ayres e capitão Valério Falcão” – durante visita dos membros do Conselho Superior de Ensino. (Diário Oficial da União (DOU) de 12/08/1911), Pg. 14. Seção 1).


HISTÓRIA(S) DO MARANHÃO



A MOCHILA E A VOLTA AO INÍCIO DA VIDA JOSÉ DE OLIVEIRA RAMOS

Nunca atrasava ou adiantava. O ônibus da empresa Expresso de Luxo, da família Paula Joca fazia a linha intermunicipal entre Pacajus e Fortaleza. Saindo de Fortaleza na “Cidade das Crianças” rigorosamente às 15:30 h, sempre e pontualmente às 16:00 estava parando no Olho d´Água, hoje Horizonte. E, não havia demora, por que o tráfego pela BR-116, ainda era pequeno, e a estrada de boa qualidade facilitava o percurso de pouco mais de 40 Km. Desci do ônibus e, como fiz por muitos anos durante as férias, peguei a direção da estrada vicinal, de areia pura e frouxa, que levava à casa da minha Avó. Mochila nas costas, ainda pensei em tirar o tênis e percorrer a distância de uns 6 Km descalço. Mas, logo vi que, ainda que sendo a mesma, a estrada não tinha mais tanta areia. Segui caminho. O sol começara a esfriar, e logo entendi que não havia necessidade de andar rápido, pois Vovó e Vovô me receberiam bem na hora que eu chegasse. Andava e andava, tendo sempre a atenção voltada, de repente, para algo que acontecia. A mesma cerca velha feita de toras de sabiá (mimosa caesalpiniaefolia) construída há dezenas de anos. Quase tudo igual. Longe dali, mas tão perto para a captação dos ouvidos, a rolinha cantava chorosa, fogopagooooouuuuu, fogo-pagoooooouuuu, num lamentável cântico que tornava o fim de tarde mais triste ainda. E tome estrada. Aquela mesma que, antes tão distante, agora era percorrida com apenas um “salto” (dizer da Vovó). Caminhando, sozinho, sequer sentia o peso ou o incômodo da mochila. Não demorou, e cheguei na porteira corrediça da casa da Tia Maria e ainda me atrevi a avisar: - Ô de casa, tô chegando! Tô passando, mas depois eu volto! E continuava a caminhada, que tinha o objetivo de atingir e atravessar a mata fechada antes da noite chegar. Precisaria caminhar por mais de meia hora mata à dentro, antes de atingir a porteira do destino. Não era recomendável atravessar, andando no escuro aquele matagal, sempre avisou o meu Avô. E, poucos metros antes de entrar na mata, o susto veio através do vôo repentino no “inhambu”, despertando um medo que até então não existia. Mas, era seguir em frente, e deixar pra lá as crendices nas assombrações e lobos maus. Mata atravessada, eis a porteira à frente. Longe, dava para escutar o toque-toque da mão do pilão, pilando fubá de milho torrado, ou café: - toque, toque, toque tão ritmado que mais parecia um ensaio de bateria de escola de samba do Rio de Janeiro! Provavelmente, o rangido feito pela dobradiça enferrujada, ao abrir o portão-porteira, despertou o cachorro Bimba, até então em sono profundo, enquanto deitado sobre o forro do cambito encostado na parede da sala. Desesperado e balançando o rabo, veio ao meu encontro. Cheirou. Conferiu o faro, e me deixou entrar sem alarido ou latido. Subi o batente, abri a porta de baixo, pois a de cima estava sempre aberta. Apesar do silêncio, arrisquei um cumprimento: - Ô de casa! Tem alguém aí? Vó, a senhora tá em casa?


Resolvi entrar e, como conhecia a casa em todos os cômodos, fui até a cozinha e vi o fogo do fogão aceso e, sobre a bancada, a fumaça do café que estava sendo preparado (provavelmente para a novidade que estava chegando – eu!), ainda fora do bule. Já demonstrando preocupação, voltei a chamar. Vóóóóó, a senhora está em casa? Tá onde? Como, provavelmente, ela estaria em casa, pois era a hora de preparar o dicumê para o Vovô, resolvi procurar também no quintal, onde talvez ela tivesse ido pegar uma toras de lenha para atiçar o fogo. Descendo o batente da porta da cozinha, logo percebi as galinhas ciscando o chão à procura de milho, ou algo para comer. Eram muitas as galinhas criadas no sistema “meeiro” com o dono das terras – e a netaiada, crescida e morando na capital, nem vinha mais aos domingos, suscitando o abate das penosas. A tendência era aumentar o rebanho. Se eram tantas as galinhas, com certeza em alta postura, dava para imaginar a quantidade de ovos guardados nas cuias da Vovó dentro da camarinha – esperando alguém para levar pros meninos na cidade grande, ou para fazer aquela gemada gostosa, caso alguém precisasse. Como continuei chamando e não fui atendido, deduzi que não havia ninguém em casa. Coisa lógica. Continuei passeando pelo quintal, quando avistei, ao lado do antigo girau, aquela mesma porca pintada na cara, comendo babugens ao lado dos dois bacurins – e esses me deram a impressão que continuavam do mesmo tamanho de mais de 50 anos atrás. Interessante que, um dos bacurins tinha a cara “cagada e cuspida” do Zé Luciano, um primo, que não dispensava nada. Comia até buraco na cerca, ou na parede. Nem me admiro que tenha emprenhado a coitada da porca. Se é que isso seria possível. Embora já se fizesse escutar, a cantata das cigarras e dos grilos, ainda havia claridade. Como não aparecia ninguém, continuei passeando pelo quintal, matando a saudade da convivência com os bichos criados por Vovó. Foi quando percebi que, uma pata pastoreava os onze patinhos que acabara de alimentar, e agora os levara à beber água. Um pato, mais afoito, acabou caindo dentro da bacia improvisada de bebedouro. Todos, inclusive a pata, levantaram os olhos para mim, admirados pela presença – depois, descobri que fazia muito tempo não recebiam o incômodo de ninguém. Segui o passeio, e ninguém dava o ar da graça. Comecei me sentir “só”, necessitando entender o porque de, até aquele momento, não ter aparecido ninguém. E a noite começava a dar o ar de sua presença. Pelo menos eu teria que me preparar para enfrentar a noite, sozinho, enquanto Vovó ou Vovô não chegavam de volta para casa. Ali mesmo onde estava, escutei (ou imaginei ter escutado) um latido de Bimba. Era a senha que eu precisava, para ter a certeza que alguém chegava de volta em casa. Fui até a portas de entrada e, percebi que não era ninguém menos que o jumento Policarpo, querendo entrar – e ele mesmo, com certeza, como se acostumara fazer durante todos aqueles anos, caminhou até encontrar o buraco da cerca por onde entrava para dormir ao lado do chiqueiro das cabras. Assim, continuei andando, agora, curioso para conhecer as novidades. E, aparentemente não havia muita coisa nova naquela casa com ares de abandonada, embora o fogo do fogão se mantivesse acesso e o coador do café ainda fumegasse. E, daquela forma, quem havia jogado milho para as galinhas; ou, quem havia servido água da bacia para os patinhos? Antes de resolver parar para entrar e procurar uma lamparina, percebi o que para mim era uma novidade, sim. A moita de “mofumbo” havia crescido, e dessa feita, os catraios haviam posto muitos ovos – e nenhuma cobra se atreveu a come-los. Ligeira, a noite chegou e me pegou desprevenido. Como e onde encontrar uma lamparina que iluminasse aquela casa até a chegada da Vovó?


Eis que, enquanto procurava a lamparina, tropecei, e me dei conta que, nas costas, carregava uma mochila. Perguntei para mim mesmo: de onde saiu essa mochila? Eu nunca possui ou usei mochila, quando era criança! O barulho do carro que faz a coleta do lixo de dois em dois dias, me acordou. Só então consegui perceber que tudo aquilo não passara de um sonho. De um bom e saudoso sonho. Mas, e o cheirado de Bimba, o cachorro; o fogo aceso no fogão e o café fumegante; o milho para as galinhas; a água para os patinhos, e a chegada da noite? Como explicar tudo isso? (JOR)


“VIMARENSE"? "SAMBENTUENSE"? "RONDONPARAENSE"? TÁ CERTO ISSO? EDMILSON SANCHES edmilsonsanches@uol.com.br

Tempos atrás, passei dois dias em Guimarães (MA), junto com pessoas de diversos países, brasileiros de diversos estados e conterrâneos de diversos municípios maranhenses. Participávamos do “Projeto Gonçalves Dias 190 Anos”, uma iniciativa do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, em conjunto com a Federação das Academias de Letras do Maranhão e a Sociedade de Cultura Latina, do Brasil e do Maranhão, além do apoio e participação da Academia Caxiense de Letras, Universidade Federal do Maranhão, Universidade Estadual do Maranhão, prefeituras de Caxias e Guimarães, Câmara de Dirigentes Lojistas de Caxias e outros. O Projeto comemorou os 190 anos de nascimento do poeta Antônio Gonçalves Dias, ocorrido em Caxias (MA), em 10 de agosto de 1823. Fui perguntado sobre o adjetivo gentílico que se lia aqui e acolá na cidade de Guimarães: “vimarense”. Respondi que era uma forma paralela, reduzida -- por síncope -- do adjetivo “vimaranense”, este que veio junto com o nome “Guimarães” de Portugal. Também há o gentílico “guimarantino”. “Mas tá certo isso?” -- insistiu meu interlocutor. A insistência permitiu-me lembrar de alguns casos de formação “espontânea”, “popular”, de adjetivos para designar aquele que nasce, que habita, que é natural de um determinado lugar. Uma das primeiras formas -- que testemunhei -- de desenvolvimento “espontâneo” de um adjetivo para qualificar o morador de um município foi o termo “rondonparaense” [sic], com que a maioria dos filhos ou habitantes de Rondon do Pará (PA) querem ser (re)conhecidos. Até onde fiquei sabendo, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), órgão oficial do Governo Federal, nem tomou conhecimento dessa opção e freqüência vocabular. Ele dá para o município paraense o gentílico “rondonense”. (Não confundir com “rondoniense” -- com a vogal “i” após a consonantal “n”--, que se refere a um distrito de Porto Velho (RO) e ao estado, ambos nominados “Rondônia”). Outro caso é “sambentuense”, adjetivo para os nascidos e para os moradores de São Bento (MA). Até a Academia de Letras do município, do alto de seus quase 18 anos de existência, se assina “sambentuense” [sic] e registra, em escritas, notícias, "são-bentuense". O IBGE dá “sãobentoense”, que, apesar da proximidade de pronúncia com "são-bentuense" e “sambentuense”, guarda mais aproximação com o padrão do idioma na formação de adjetivos gentílicos. O que se estranha, no caso do adjetivo do município maranhense, é este adjetivo não ser o mesmo para pelo menos outras seis cidades brasileiras também chamadas “São Bento”. Pernambuco, Santa Catarina, Rio Grande do Norte e Paraíba têm cidades chamadas “São Bento”; entretanto, o adjetivo para elas é “são-bentense”. Para confundir ainda mais, a uma cidade de São Bento em Minas Gerais deu-se o gentílico “são-bentista”!... Creio que o IBGE e a Academia Brasileira de Letras deveriam se juntar e traçar algumas regras mais uniformes ou mais claras para o caso específico de formação de adjetivos gentílicos. Claro que nessas regras haveria espaço para a tradição, o uso e costume popular, ainda que estes destoassem do que seria o óbvio gramatical, a norma culta, a gramática normativa, a regra padrão, o sistema linguístico etc. etc. Caso, por exemplo, do topônimo “Bahia”, que preserva grafia histórica e tradicional, embora retorne à grafia padrão quando da formação do adjetivo gentílico: “baiano” -- sem o “h”, evidentemente. Tenho para mim que, se a população de Guimarães usa intensiva e resolutamente o adjetivo “vimarense”, caberia uma formalização mínima. Sei que não se criam palavras por decreto, nem


por este se impõe um uso ou costume, mas poderia a Câmara Municipal (ou a Prefeitura ou a população, por indicação) iniciar uma lei que, em sua justificativa, dissesse que, em razão do uso massificado da forma contraída “vimarense”, com que se autodesignam os habitantes de Guimarães, fica adotada a forma paralela “vimarense” como opcional para o próprio qualificativo gentílico, além das formas históricas “vimaranense” e “guimarantino”. Pronto! Simples assim. Após a sanção ou promulgação da lei, a Municipalidade enviaria uma cópia do documento para o IBGE (no Rio de Janeiro), para que esse Órgão federal incluísse nos seus registros o adjetivo nascido da própria fala e da própria vontade e da própria prática dos filhos de Guimarães. Lembre-se que “vimarense” é forma contrata de “vimaranense”. “Vimaranense” é adjetivo derivado de “Vimaranes”, nome que vem de Vimara Peres, o fidalgo da Galícia (comunidade autônoma da Espanha; sua capital é a célebre Santiago de Compostela) que, no século 9, fundou uma localidade a que, em homenagem ao fundador, foi dado o nome de “Vimaranis”, depois chamada, por evolução fonética, “Guimaranis” e, por fim, “Guimarães”, considerada a cidadeberço de Portugal. O nome “Vimara”, por sua vez, tem origem em “Vigmarr”, que significa, em antiga língua germânica, “famoso na batalha” (“vig” = “batalha”; e “marr” = “famoso”). Sou da opinião de que os adjetivos “rondonparaense”, “sambentuense” e “vimarense” têm uso corrente e cada um deles, em sua respectiva comunidade, tornou-se a opção majoritária. Se isso ainda não ocorreu, os tempos vindouros confirmarão a preferência. A questão de fixação ortográfica e gramatical seria o passo seguinte. Para a adoção formal dos adjetivos de origem popular, pequenas concessões devem ser feitas e cobradas. Por exemplo, São Bento admitiria as formas “são-bentoense” e “sambentoense” (sem “u”) e Rondon do Pará conviveria com “rondonense” e “rondon-paraense” (com hífen). Parece-me que a índole da Língua Portuguesa e o amparo etimológico se mantêm nesses designativos. O povo sabe. O povo tá certo. O povo merece.


A CORRIDA (OU A ‘PUXADA’) DO MASTRO ANTÔNIO AUGUSTO RIBEIRO BRANDÃO

A festa tradicional de São Sebastião, no dia 20 de janeiro de cada ano, remonta muito tempo atrás e, ainda hoje, é cada vez mais cultuada pela população caxiense e de cidades vizinhas. Em 1953, em Caxias, não sei bem se era assim que denominavam a retirada da árvore das terras do Inhamun, em louvor ao Santo, na época da sua festa; só sei que, naquele ano, participei dessa verdadeira ‘procissão’ na qualidade de Atirador n° 15 do então Tiro de Guerra n° 194, sob o comando do Sargento Zerlino Prado de Souza, chefiados pelo Tenente Aluízio de Abreu Lobo, representante da 10º Região Militar. Naquela época essa busca era uma tarefa exclusiva dos Atiradores e hoje em dia existe até comissão organizadora e fiscais da reserva ecológica, para definição da árvore a ser cortada e da tecnologia utilizada na sua derrubada. A sede do Tiro ficava ao lado da Igreja do Santo: uma porta, várias janelas, área avarandada, um pequeno jardim ao lado, terreno ao fundo, à frente mangueiras frondosas marcadas pelo tempo há 67 anos decorridos. Os Atiradores, nos dias que antecediam à grande Festa, tinham a grata missão de, em marcha-batida, caminhar até as matas do Inhamun e de lá trazer o grande Mastro. Eram os “mateiros” da época: obedeciam à crendice popular que impõe sacrifícios em memória do Santo, da forma como teria sido flagelado antes de morrer, e deveriam buscar a remissão dos pecados cada um ajudando a carregar a sua cruz. Nossa tarefa naquele ano foi num domingo antecedente ao dia da Festa. Após vários quilômetros de marcha, cansados, mas entusiasmados, entramos na mata à procura da árvore que tivesse o tronco mais reto e mais alto; achada (Imbiriba do Brejo?), a madeira era cortada na base e totalmente desgalhada, para facilitar o transporte até a sede do TG. Daí por diante, precisaríamos de muita Fé e devoção, além de muito espírito esportivo, para vencer o percurso de volta ao largo do Santo. Muitos ficavam para trás, não aguentavam o peso na distância. A trajetória era feita sob táticas militares: cronometragem do tempo de cada grupo, palavras de ordem e de incentivo; revezamento de posições, substituição dos mais exaustos, tudo em função do objetivo maior de servir ao Santo. O Mastro era tido como um verdadeiro troféu ao chegar à sede do Tiro: os devotos aplaudiam o feito dos Atiradores e louvavam a homenagem ao Santo. Nos próximos dias, nossa tarefa diária seria mente-lo sempre ensebado, sob sol, chuva e sereno, para torna-lo o mais liso possível e assim dificultar a disputa dos concorrentes aos prêmios, colocados no topo. Depois da Missa, no Largo cheio de atrações, começava a concorrência pelos prêmios. Podem acreditar: ninguém conseguia subir até o topo do Mastro, mesmo com sacos umedecidos e areia nos pés; era uma diversão só e, ainda que abusando das regras estabelecidas, ninguém conseguia galgar nem que fosse alguns metros acima. Salve São Sebastião, salve!


QUEM ERA O PROFESSOR GERMANO? [memórias] FERNANDO BRAGA in ‘Conversas Vadias’ [Toda prosa], antologia de textos do autor. [Para Joaquim Itapary e Luiz Raimundo Azevedo, ex-alunos do mestre Germano]. Já com o entendimento firmado de que “tropeços são amor de Deus para nos polir”, minha mãe, a criatura mais importante da minha vida, a qual até hoje, apesar da resignação que Deus me tem dado pela saudade e falta que tenho dela, sempre fora preocupada e atenta com meus quefazeres, em virtude das peraltices que cometia, tendo um belo dia, me aconselhado a matricular-me em aulas particulares de inglês com o professor Germano, no intuito de que eu prestasse exames para o Instituto Rio Banco [Itamaraty] e ingressasse na carreira diplomática, se apegando, para isso, como tábua de salvação, com as santas proteções de minha madrinha, Nossa Senhora da Vitória, padroeira de São Luís, já que esta tem uma ampla folha de serviços prestados a ‘pródigos e estroinas’ , cultuada como amparadora e protetora dos portugueses, ao expulsar os franceses da Ilha, na histórica ‘Batalha de Guaxenduba’... E ao meu padrinho, o milagroso São José de Ribamar, padroeiro da nossa orla marítima. O professor Germano morava na Rua do Outeiro, um antigo e aprazível lugar conhecido por ‘Tabocal’, onde o genial José Ribamar Oliveira, o famosíssimo ‘Canhoteiro’, jogador de futebol do São Paulo e da seleção brasileira, aprendera o divino dom de jogar bola... Pois bem, ali vivia em um bangalô, à sombra de um caramanchão coberto de flores, o mestre Germano em companhia de uma mulher de cor negra, estatura pequena e compleição frágil, chamada Rosa e conhecida, devido a esse seu aspecto miúdo, pelo abrandamento afetivo de Rosinha, que o professor dizia ser sua governanta; Rosinha usava vestidos estampados, e ao pescoço vários colares multicoloridos, conhecidos por guias, utilizadas em cerimônias e rituais de Umbanda. Rosinha trazia uma rosa de seu nome presa aos cabelos e gostava de beber uns tragos de aguardente em uma quitanda na Rua do Passeio, onde eu morava, ali pertinho da casa do velho preceptor ; e quando ela extrapolava os limites, se punha a ‘receber espíritos’, a dançar e a cantar ‘pontos de cabocos’. Sempre que Rosinha se ‘encantava’ nesses transes, bipartidos em cachaça e espíritos, o professor Germano era informado e ia buscá-la, colocando-a ao ombro como se a desventurada Rosinha fosse uma simples toalha de banho. Diziam os mais antigos que ela já muito tinha feito por ele, o que agora se invertiam os papéis. Por ser o professor muito introvertido e Rosinha arisca, nunca pude clarear, como tentei, aquele mistério, o qual, por isso, nunca pude desvendá-lo. O professor Germano que dizia chamar-se Hermínio, [Germano é um nome com dois possíveis étimos, um a partir do latim Germanu, outro da palavra germânica ‘wehrmann’; já Herminio, significa o "que nasceu ou viveu em uma região próxima ao rio Ariminus"], era alemão, falava o português correto, mas com acentuada pronúncia, era alto e forte, sempre de terno, com chapéu à cabeça e sem o uso da gravata; tinha um andar lento, quase preguiçoso, como a disfarçar, possivelmente, uma lesão na perna; não conversava com ninguém e pouco , com os vizinhos e, quando por mim passava, apenas maneava a cabeça com um cumprimento discreto; só andava a pé e não aceitava caronas; era um homem com uma cultura feita, uma enciclopédia guardada em um ser simples e misterioso, diferente do Otto Wolfang, um patrício seu, que era radio-técnico estabelecido na Praia Grande, o qual, segundo meu pai, nunca aprendera português e esquecera o alemão... Confesso que não cheguei a aprender o que minha mãe sonhara, pois ainda não traduzia a contento os primeiros versos do ‘Tigre’ de William Black, ou um outro de Walt Whitman, uma lástima, porque meu tirocínio ao invés de se manter nos ensinamentos do velho Germano e na gramática da língua inglesa de Frederico Fitzgerald, [de cor verde e com o ‘Big-Bem’ de Londres na capa], se


punha a viajar no meu imaginário, e nesse transporte, via o mestre Germano como um pacato judeu de algum daqueles países reféns do socialismo, incrustados no Leste Europeu, fugitivo de um campo de concentração, chegado como clandestino à América do Sul, que por alguma circunstância foi parar no Maranhão, tendo ficado escondido nalgum lugar até o fim da guerra... Essa alternativa, sinceramente, não tinha muito crédito nas fantasias que criava, por que se tal fosse, o professor, até por uma questão natural do instinto, à adaptação ao meio, e de preponderância, far-se-ia mais extrovertido, mesmo que seu temperamento tivesse de lutar, e muito, com o outro seu lado não muito visível. Outro tipo de visão que me caia no imaginário, esse com total possibilidade de acerto, até mesmo pelo estado misterioso que o professor transmitia, era vê-lo fardado de oficial da SS, com aquela águia de um lado do peito, a cruz de ferro do outro e o símbolo fantasmagórico da suástica no braço, que para São Luís fora disfarçado, a cumprir alguma missão, e que lá chegou em algum avião suspeito a driblar as forças aliadas acantonadas na Base Aérea do Tirirical; ou ainda num avião anfíbio que o deixou nalguma praia das largas costas maranhenses e, depois da derrocada do Eixo ficou literalmente ilhado sem mais poder voltar, a valer-se dos seus conhecimentos intelectuais para ministrar aulas como meio de sobrevivência; Essa hipótese era a mais viável de todas. O professor Germano teria chegado ao Maranhão como tripulante daquele submarino U-99 que partira do porto de Cuxhaven, a 100 quilômetros a Oeste de Hamburgo, sob o comando do Capitão Hans Kurt Öyster, encarregado de manter distante de atentados, o Führer e sua mulher Eva Brow, protegidos e isolados em lugar seguro e desconhecido, como enredo de uma história fantástica na qual textualiza seu autor, o escritor maranhense Joaquim Itapary no seu fantástico livro ‘Hitler no Maranhão ou o Monstro de Guimarães’, editado em 2011, para as edições da Academia Maranhense de Letras, já comentado aqui por mim, numa outra ‘Conversas Vadias’, a saber-se, contudo, que aquele submarino fantasma passou pela Linha do Equador, adentrando o Hemisfério Sul às 22 horas do dia 3 de agosto de 1944, estacionando no dia seguinte ao meio dia a 2° 07’ 57 de Lat. S e 44° 36’ 04 de Long. W – Coordenadas geográficas da cidade de Guimarães, no Maranhão, Brasil, segundo provas das Cartas Náuticas apresentadas pela Capitania dos Portos de São Luís. Essa, pelos dados técnicos apresentados, é a mais provável chegada ao Maranhão do professor Germano ou Hermínio, dados esses que meu imaginário nunca pode alinhavar, à época, porque só cheguei a conhecer esses detalhes cinquenta anos depois (1961-2011), lapso temporal de quando fui aluno do mestre, a reflexionar sobre tais possibilidades, à publicação do livro de Joaquim Itapary, oportunidade em que tive a felicidade de lê-lo, talvez para encontrar a chave da questão, cujo autor ao escrevê-lo, mesmo tendo sido também aluno particular do velho Germano, nem por longe tivesse passado pelos surtos ficcionais de suas fantasias cinematográficas, pretensões outras, senão, e tão somente, ao enredo a que se propôs. Estava desvendado, pelo menos para meu intimismo e sossego cerebral, aquele mistério que me não deixou aprender o idioma inglês, mas que me faz repetir hoje, feliz da vida, a parafrasear Manuel Bandeira: “[...] fiz-me diplomata, não pude, sou poeta menor, perdoai...” Levado pelos acertos e desacertos, pelos encontros e desencontros, quando saí de São Luís, já não mais tinha nenhuma notícia do professor Germano e de Rosinha. Foram esses apenas momentos que se passaram pela minha vida, assim, de repente, sem me terem ditos como chegaram e sem me terem acenado quando partiram..


HISTÓRIAS DE SÃO LUÍS AOS AMIGOS QUE SE EMBRIAGARAM COM RUM MONTILA NAS MATINAIS DO LITERO! HAMILTON RAPOSO DE MIRANDA FILHO

A minha adolescência se passou em uma São Luís tranquila com pouco mais de 300 mil habitantes. A efervescência cultural e social restringia-se pelas tardes e noites esportivas do Clube Recreativo Jaguarema ou do Grêmio Litero Recreativo Português. Nos períodos de férias, funcionava nestes clubes uma boate sempre aos finais de semanas, e todos os namoros da minha geração começavam e terminavam no Litero ou no Jaguarema. Durante o período escolar a cidade adormecia as 22 horas após as novelas Saramandaia, Ossos do Barão ou após as peripécias políticas e sexuais do prefeito Odorico Paraguaçu na novela o BemAmado. Frequentávamos obrigatoriamente nos finais de tarde a Rua Grande, o nosso shopping center da época, e nas manhãs tínhamos as nossas obrigações colegiais no Marista, Liceu, Escola Normal, Rosa Castro, Santa Teresa, Atheneu, São Luís, São Vicente, Cardoso Amorim, Escola Técnica ou Centro Caixeral, as escolas que existiam ou as de maior tradição. A rotina da cidade começou a se perturbar quando alguns automóveis com descarga aberta ou sem o abafador começaram a circular pelas ruas sem engarrafamento, sem semáforos ou qualquer tipo de fiscalização, surgia o “playboy” maranhense. Sempre arrumado e com cheiro de Vitess, o “playboy” maranhense fazia sucesso entre as garotas, principalmente entre as garotas do Colégio Santa Teresa. Alguns setores sociais começavam a organizar festas e surgem na década de 1970 as primeiras boates fora do contexto juvenil clubista. Diversas turmas se formaram(as tribos da década de 1970), como a turma do muro, turma da Rua das Hortas e figuras sociais marcantes como Sérgio Costa, Garrido, Pedro Henrique, Gilman, Sérgio Santos, Paulo Juca Chaves, Zé Peru, Nazaré, José Aniesse, Zé Nilson, Tampinha, Perereca, Xerebreu, Silvinho boca de bilha e tantos outros que agitaram a vida social da cidade e marcaram uma época lúdica e inocente de São Luís. As turmas ou grupos sociais comandavam a farra e os principais acontecimentos sociais, e foi com eles que surgiram todos os modismos que seriam seguidos e incorporados pela provinciana sociedade. As garotas da época? Estas ficarão para uma outra história. A cidade se guardava e se preparava para o carnaval, e todos se pervertiam na matinais précarnavalescas do Grêmio Litero Recreativo Português e nas festas noturnas de sábado e segundafeira de carnaval do Clube Recreativo Jaguarema. Lembram-se de que todos os namoros começavam no Jaguarema? E todos os namoros indubitavelmente acabavam nas matinais précarnavalesca do Litero. Nenhum namoro “mais sério” resistia as matinais do Litero e a explosão sonora de Nonato e seu conjunto ou dos Fantoches. As festas do Litero e do Jaguarema tinham o cheiro de lança-perfume e o gosto de Rum Montilha com Coca-Cola. Não havia mais confete e serpentina, começava a onda de Maisena. A juventude de São Luís começava a dar sinais de rebeldia e a inocência típica das cidades provincianas se perdia com o crescimento urbano da cidade. Foi o fim da festa, fim de uma época e de um sonho. São Luís tinha mudado!


LEMBRANÇAS QUE JÁ VÃO LONGE... FERNANDO BRAGA in ‘Conversas vadias’ [Toda prosa], antologia de textos do autor.

Estes lances aqui narrados, não aconteciam apenas em frescas madrugadas, mas no dia-a-dia de São Luís, cidade que “nunca será vencida, nem nos combates por armas, nem na nobreza por atos”, conforme os versos de Gonçalves Dias, o nosso poeta maior; aonde a aurora é saudada pelos tambores de Mina e de Crioula; e aonde se “servem ótimos crepúsculos”, segundo o gosto poético e boêmio de Lago Burnet. Aquele que ali passa a dirigir seu carro, é de fato e de direito um cidadão fidalgo, é o Dr. Joaquim Sales de Oliveira Itapary Filho, a pitar seu cachimbo, e a soltar bem na curva do Centro Caixeiral com a Rua de Nazaré e Odylo, um rolo de fumaça que vai deixando na algaravia poética do bar e restaurante ‘Aliança’, um cheiro inglês de fumo achocolatado, sem imaginar que um dia viria a escrever ‘Hitler no Maranhão ou o Monstro de Guimarães’, um dos grandes livros da ficção brasileira e ‘Armário de palavras’, uma coletânea de crônicas, ricas pelo conteúdo, pelos temas e pela elegância do estilo. No Bar e restaurante ‘Aliança’, a figura sempiterna e querida do seu proprietário, o lusitano Antônio Tavares, natural da Vale de Cambra, bela cidade no distrito de Aveiro, entre o Douro e o Vouga, aonde tive a oportunidade de comer uma ‘caldeirada de enguias’’, regada a um bom e maduro branco da região, punha-se atento às proveitosas conversas vindas das mesas onde se encontravam os jornalistas e poetas José Chagas, Nauro Machado, Agnor Lincoln da Costa e Amaral Raposo, e onde perpassava, de quando em vez, o advogado Clineu Coelho de Sousa e o irrequieto Arimathéa Ataíde, ambos móveis e utensílios da bem querença da Cidade. Aquele canto, como se diz em São Luís, da Rua de Nazaré e Odylo com Palma, é uma ‘via crucies’ obrigatória de jornalistas, radialistas, políticos e mais uma gama de gente que por ali passa em seus afazeres diários, ou simplesmente para ouvirem as reivindicações sociais do escritor e poeta Nascimento Moraes Filho [José] que, em um dos ângulos da praça, estabeleceu seu ‘Beco do Protesto’ de onde bravejava com sua voz metálica, contra os absurdos praticados ao meio ambiente...e Zé Moraes, como era carinhosamente chamado, tinha cacife para fazê-lo, vez que é o autor imortal de ‘O Clamor da Hora Presente’, desabrolhado no país inteiro, com endosso da grande crítica brasileira, e do senso estético de Otto Maria Carpeaux, como um grito em defesa dos menos aquinhoados na vida. E as pessoas ali se multiplicavam para ouvirem os protestos e trocarem ideias com o poeta, dentre eles, flagrados certa vez, os queridos amigos Manoel da Cruz Evangelista, Alfredo Luiz Bacelar Viana e João Carlos Lobo, o ‘Canhotinho’, funcionários do Banco do Brasil, que na hora da folga, ou do lanche iam trocar pernas pelas redondezas... De repente, a atravessar a pracinha Benedito Leite, lá vai o Dr. Antônio José Muniz, requintadamente vestido, em direção à Avenida Pedro II, sobre o qual não deixarei a primazia para o querido e saudoso Bernardo Coelho de Almeida de falar, somente ele, em seu livro ‘Éramos Felizes e não Sabíamos,’ das qualidades funcionais dessa queridíssima figura que é, sem dúvida nenhuma, o nosso amigo e companheiro Muniz, como é conhecido pelos íntimos e pela torcida do Flamengo e do Sampaio Correia, clubes de seu coração. Sem muitas falácias, confesso que pelas minhas andanças funcionais em gabinetes e assessorias que se fizeram pedaços de minha história, onde tive a oportunidade de cruzar com muita gente boa de serviço e competência funcional, o que de alguma forma me proporciona condições de aferição, apraz-me dizer aqui, de corpo presente, sem receio de erro, que ninguém encontrei superior ao meu amigo Antônio José Muniz, e se assim me refiro é porque tenho condição de ter mais uma média para esta avaliação, vez que, com ele, tive a oportunidade e a alegria de trabalhar no gabinete de uma Secretaria de Estado, em São Luís, quando à disposição, a tais préstimos, mesmo


por pouquíssimo tempo, foi o suficiente para endossar em gênero, número e grau o que diz textualmente Bernardo Coelho de Almeida, “ser Muniz o funcionário público de maior competência que já vira por toda sua vida”. E eu também! Aproveito o gancho de ‘Éramos Felizes e não Sabíamos’, onde Bernardo Almeida, com sua elegância ao escrever, aponta um homem que passa pela rua trajando terno de linho branco e levando à destra, uma pequena malinha... Era o médico pediatra João Mohana, recém-chegado da Universidade da Bahia, sempre a pé, que iria com certeza atender alguma criança, sua paciente... Eu, por minha vez, o acompanho e o vejo [ou o via], sem mais o terno branco e a pequena malinha de médico, mas agora [algum tempo depois], chegado do Seminário Maior de Viamão, na região metropolitana de Porto Alegre, a trajar calças pretas e blusa cáqui de mangas compridas, portando uma pasta, talvez com originais de livros, anotações de pesquisas e tarefas eclesiásticas, já que é Vigário Geral da Igreja da Sé. Tenho muitas saudades de João Mohana, um intelectual de finíssima estirpe, autor imortal de ‘Maria tempestade’ e de ‘Abrahão e Sara’, e um dedicado levita de Deus! Aquel’outro que ali vai, é o Engenheiro e Deputado Federal Domingos Freitas Diniz, o ‘Dominguinhos’ para os mais íntimos, um oposicionista ferrenho e um grande parlamentar, que por querelas políticas, como sempre, encontra-se às voltas com uma confusão com Sarney... Parece que o TRE despachou hoje um ’sursis’ a seu favor... E os curiosos na Praça João Lisboa o rodeiam à cata de novidades. Enquanto isso, uma pequena aglomeração se formava na porta do ‘Bar do Castro’, era o jornalista Erasmo Dias engalfinhado na porrada com o artista plástico Antônio Almeida, sob às vistas gozadoras de populares; e o amontoado de curiosos crescia com a saída da vesperal do ‘Teatro Artur Azevedo’, arrendado pelo Zecão Dualibe para funcionar também como cinema; as senhoras e senhoritas que deparavam aquela cena se assustavam, dentre elas, as jovens estudantes Ceres Costa Fernandes, Ana Maria Gandra e Ana Maria Santana Neiva, se apressavam horrorizadas com as mãos levadas ao rosto; enquanto a rapaziada logo se aglomerava em redor, foi quando Erasmo, apenas em cuecas, porque as calças lh’as tinham caído no desespero da briga, gritava lá para dentro do Bar, onde estava no Caixa o Manuel Castro, filho do proprietário: “Maneco, vem cá depressa suspender minhas calças que eu detesto o ridículo”, apelo pelo qual o nosso amigo e tolerante ‘Manelão’ respondia na mesma velocidade ritmada: “Erasmo, vai pra puta que te pariu!” E a cena de pugilato só terminou quando surgiu na esquina da Faculdade de Direito, a figura respeitável do Dr. Djalma Marques, e também pela intercessão dos jovens Cleon Furtado, Luiz Raimundo Azevedo e Evandro Carvalho, que jogavam sinuca no ‘Bar do Henrique Gago”, ali apegado, que correram para desapartar os contendores, enquanto o poeta Salomão Rovedo gritava: “Aos vencedores as batatas!” Vivia-se intensamente! o Éramos felizes e... Não sei se sabíamos! Tínhamos, talvez, consciência de que éramos... E como vivíamos... Entretanto, Sérgio Brito afirmava que “tínhamos convicção de que éramos...” Não havia enganos entre os céus das três praças políticas, literárias e boêmias, a João Lisboa, o Largo do Carmo e a Benedito Leite, trinas na forma, no gesto e na grandeza. Hoje nada mais há, porque existe uma outra cidade depois da ponte, bem ali onde o Rio Anil deságua no boqueirão de São Marcos; e a cidade velha, chamada de ‘Centro Histórico’, continua sozinha com as ‘Mangudas dos Remédios’, com as visagens da ‘Carruagem de Donana Jansen’ e com os sortilégios da velha Serpente que rodeia a Ilha. Por favor, não perguntem por ninguém, porque, â salva de poucos, morreram todos, dizem os cadeados nas cancelas!


NAVEGANDO COM O JORGE OLIMPIO BENTO


BANDEIRA DA MESTIÇAGEM Sim, a bandeira da lusofonia que desfraldamos com entusiasmo é a da descoberta da nossa identidade. Falo como português, mas já não sou apenas isso. O papel que nos tocou desempenhar na história da Humanidade ri-se da soberba, da jactância e da pretensa superioridade do hemisfério norte, branquinho e louro. A via-sacra da nossa aventura ingente, anota e bem Adroaldo Gaya, deixou-nos na pele uma nova tatuagem e o sudário de uma condição desgarrada; transformou-nos em arlequins de roupa multicolorida. Somos híbridos, mestiços, polimorfos, ubíquos, divididos e perdidos na lonjura e na distância. Uma colcha debruada de motivos, de matizes e retalhos, reveladores da unidade da espécie humana.102 Antes tínhamos só as marcas da terra de origem; hoje temos traços de outras culturas, somos também africanos, asiáticos, angolanos, brasileiros, cabo-verdeanos, guineenses, moçambicanos, macaenses, timorenses, goeses etc. Temos a pátria aumentada e gememos por todas as suas parcelas no desespero duma opção impossível.103 Somos duplos ou múltiplos? É claro que não somos duplos nem múltiplos, somos isso sim um ser por inteiro, mais humano, mais solidário, mais comunitário. Somos, sim, um sujeito mais universal, um cidadão global e planetário. Como um Cristo de braços amplos e abertos. A isso chama-se ser lusófono e ser humano. O vento que enfuna as velas desta hora já não é o de outrora. Todavia a matriz desse vento é a mesma. É o vento, por exemplo, de um produto híbrido luso-brasileiro como foi o Padre António Vieira (1608-1697), que não se cansou de apelar a uma tolerância que acolhesse índios, negros e judeus. É o vento que leve as dores que persistem nos povos que, ao lado da cruz dita evangelizadora, conheceram a espada do esbulho e da conquista. Que leve desencontros e ofensas e renove os encontros, as aproximações e paixões, os amores e o sexo, desde os primórdios, insubmissos a pudores da epiderme e a arrogâncias biológicas, redundando em casamentos que misturaram os genes, o sangue e o nome e geraram laços e afetos. Por exemplo, os Campeonatos Africano ou Europeu ou Sul-americano ou o Mundial de Futebol são prova insofismável da corrente de solidariedade entre nós. ‘Torcemos’ uns pelos outros. Durante eles ergue-se, em todas as latitudes, a chama resplandecente da alma lusófona, grávida e acrescida de sonho e futuridade. Eles mostram à saciedade que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa tem raízes fundas no sentir dos povos que a perfazem, sendo até uma realidade bem mais sólida e visível nas atitudes das pessoas do que no vocabulário político. O nosso lugar certo e natural é, portanto, na imensidão lusófona. É nela que podemos encontrar arrimo e lamber as feridas provocadas pelas mordidelas e patadas dos canzarrões que defecam no Mundo. Viva a pátria multicolorida! Viva a pátria lusófona!

102

Adroaldo Gaya, A reinvenção dos corpos: por uma Pedagogia da Complexidade. In: Sociologias, ano 8, nº 15 jan/jun 2006, p. 250-272, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. 103 O Padre António Vieira tirou bem o retrato dos portugueses, ao dizer que Deus lhes deu pouca terra para nascer e o mundo inteiro para morrer. O português vive o insolúvel dilema da saudade e do amor igual à terra onde nasceu e à terra que o acolheu; morre, muitas vezes, a meio do caminho, no trânsito entre as duas.


BANDEIRA DE UMA CULTURA COMUM Temos uma cultura que ostenta a marca da abertura. Fez-se ganhando conteúdo e forma na dissolução e mistura. Completando-se fora de si mesma, animada mais pela apetência da assimilação do que pela obstinação da destruição dos elementos alheios. Fundada no lirismo franciscano e na disposição de confraternizar com o novo e o exótico nos planos religioso, ético, social, cultural e natural, sem abandonar o familiar e prosaico. Na aptidão para acrescentar, ao lastro tradicional, valores indígenas de natureza africana, americana e asiática. Há por isso nas deambulações da nossa errância histórica - no dizer de Edson Nery da Fonseca e também de Gilberto Freyre (1900-1987) - um panlusismo de sinais e sentimentos. Expresso na ânsia de caminhos perdidos, num messianismo com os mais distintos nomes e matizes, no imorredouro sebastianismo, na procura eterna de um ponto de apoio, de uma directriz e de um ideal inacessíveis. Numa música inundada de acentos nostálgicos, de dor e saudade sem fim. Numa arte de todos os sentidos, feita de deuses humanos, de Nossas Senhoras do Ó, assim ditas para não lhes chamar grávidas e ofender a Imaculada Conceição, de santos namoradeiros e casamenteiros, de figuras angélicas contracenando com o diabo. Numa culinária de petiscos, gostos e sabores incomparáveis. Numa vida de prazeres pequenos e frugais, mas imensamente saborosos e humanos. No desbragamento e no calão da linguagem, na maledicência e incontinência das anedotas e ditos populares que não poupam nada nem ninguém. Na poesia que nos transporta para o alto, sem trair a fidelidade à terra; que nos eleva o espírito para compensar os infortúnios e falhas do corpo e do quotidiano.104 Essa cultura pede que desfraldemos as velas do orgulho, da comunhão e generosidade. Que associemos a nós todos quantos são a outra face do nosso rosto e alma. E que prossigamos, agora consciente e volitivamente juntos e agarrados uns aos outros, a viagem até ao fim.

104

Edson Nery da Fonseca, Uma cultura sempre ameaçada. In: Uma Cultura Ameaçada: A Luso-Brasileira. Recife: Gabinete Português de Leitura de Pernambuco, 1980.


PORQUE ESCREVO? Escrevo todos os dias, como exercício de recriação de mim e domínio do mundo. Sei bem que é um ato de teimosia e resistência, contra a corrente. A barbárie foi sempre inimiga dos livros. Não teve pejo em queimá-los em várias eras, na inquisição, no nazismo e nos múltiplos fascismos. O livro continua a ter inimigos, que o combatem objetivamente, uns de maneira sofisticada, outros de modo ostensivo. A lista de prejuízos é extensa e amarga. Os livros são 'escrevivências', expressão de evasões, pausas e respirações para pensar e questionar. São dialogantes e inquietantes, inauguram conversas e reflexões sobre temas que levam além da superficialidade e trivialidade, buscando compreender o que acontece ao nosso redor e a nós mesmos. Abrem a via da liberdade, ‘livram’ de diversas formas da alienação e ignorância. Eles fizeram e fazem a Humanidade. Estou muito grato a quem lê e publica o que escrevo.

EM TRÂNSITO Somos seres ‘descontentes’. É por isso que estamos em trânsito: para cumprir o destino de Homo Viator e melhorar quem somos. Alcançaremos a condição de Homo Performator, a forma bela e admirada? Não há bula que desobrigue dessa caminhada. Já andamos muito, mas é longa a distância que falta andar, para atingir a meta da Humanidade. A ‘razão’ é simples: somos melhores a erguer muros do que a lançar pontes em direção ao Outro. O nosso labor de andarilhos e fotógrafos jamais termina. Caminhamos apressadamente, buscando captar luz e eliminar sombras. Consumimos dia e noite e nem sequer chegamos ao meio do caminho. É pouco e insuficiente o que captamos e temos para oferecer. Ao final, escrevemos um relatório resumido da viagem: de tudo, o mais importante é a vida, nunca bastante, sempre escassa, magra e minguante.

DEUS, SEMPRE DEUS... Alguém, obeso de piedosas intenções, desmentidas por hipócritas palavras e falsas ações, perguntou ao ateu José Saramago: "Como é que pessoas sem Deus podem ser boas?" O escritor respondeu à provocação com esta pergunta de exclamação: "Como é que pessoas com Deus podem ser tão más?!" A carapuça serve a muita gente. Deus merece melhores apóstolos. Afinal, a religião é um grande veículo para o caminho do aperfeiçoamento, da iluminação e salvação.

NÃO É MILAGRE! Há um pequeno país, deitado à beira-mar e habitado por um povo com uma alma que não cabe dentro dele. Teve navegadores e descobridores que revelaram a diversidade do mundo e abriram estradas de comunicação e esperança por entre os cabos e mares dos receios e das tormentas. Enriqueceu o património da Humanidade com escritores e poetas de dimensão universal. Andava esquecido da história, mas lembrou-se dela. Decidiu que se treinasse podia chegar ao pódio. Assim tem feito e o resultado está à vista. Há dias, contra tudo e contra todos, derrotou a França na fase final do campeonato europeu de Andebol. Para que não sobrassem dúvidas e alguém invocasse o acaso, ontem foi a Malmoe e infligiu à Suécia a maior derrota (35-25) alguma vez sofrida em casa. Portugal não tem tamanho; é incomensurável. O meu coração canta à flor da pele!

QUEM É PROFESSOR? Ambos têm o nome de professor: o que leciona na escola de uma localidade periférica e problemática, frequentada por alunos oriundos de famílias carenciadas; e o que ensina numa escola dotada de ótimas instalações e cursada por adolescentes sem problemas económicos e sociais. O docente da Universidade, com gabinete próprio e bem equipado, com salas de aula providas de avançados meios tecnológicos, e


com estudantes apostados em adquirir a formação para o exercício da profissão almejada, também se chama professor. Mas, em rigor, não têm o mesmo trabalho. E há notórias diferenças no exercício da função. Não deprecio nenhum; todavia, o meu profundo respeito e a minha subida admiração voltam-se para o primeiro. Com o barro frágil, humilde e quebradiço esculpe criaturas belíssimas, de carne e osso. É um herói, merecedor de enaltecimento e reconhecimento. A sociedade devia tirar o chapéu diante dele.

DA SAUDADE E DO FADO A saudade é a sina da vida. Radica na nossa condição filosófica, psicológica e orgânica, na solidão ontológica de cada um. Dentro da própria espécie e do grupo, estamos sempre sozinhos; não temos companhia nas inquietudes, no pensar, no sentir, no ser, somos ilhas e indivíduos. Esta singularidade perfaz a nossa alma e entranha-se no corpo. Temos saudade da família, dos lugares, dos tempos, dos amigos, dos encontros, daquilo que sonhamos para o futuro. E isso deixa marcas no rosto, nos olhos, na curvatura do peito, no pulsar do coração. A saudade é a nossa ‘doença’ existencial e profunda; e não tem cura! Porque o EU está sempre em movimento para algo novo, e nunca podemos ‘reviver’ verdadeiramente o que vivemos em situações irrepetíveis. Engolimos as lágrimas no caminho dorido e magoado, e suavizamos a ausência, cantando e rezando o fado.

DO MILAGRE DA EDUCAÇÃO Oh professor, posso fazer-te um pedido?! Diz à pedra granítica, dura e pesada, que ela é folha leve, pluma suave do peito de um pássaro! Diz-lhe que, se ela tiver vontade, tu a ajudarás a levantar vôo. Subirá nos céus, onde os raios do sol a tornarão multicolorida. Nas alturas adquirirá olhos e ouvidos para ver e compreender o mundo inteiro. Sim, se conseguires que ela receba o teu sopro, acredite na transformação e desenvolva o correspondente labor, o milagre acontecerá. A pedra será estrela!

OS ÍNDIOS ESTÃO ‘EVOLUINDO’! “Cada vez mais o índio é um ser humano igual a nós” – eis uma afirmação cuja autoria não carece de ser referida, porquanto ela soma-se a muitas de idêntico jaez, oriundas da mesma fonte e sobejamente conhecidas. Ah, como o Padre António Vieira deve ter dado voltas na tumba e ficado contente com tal declaração! A realidade subjacente é merecedora de um solene ‘Te Deum’. A tirada em causa e o contexto, que a inspira, trazem à lembrança e comprovam a razão do ‘Epílogo’ de Bertolt Brecht: “O ventre, que gerou a coisa imunda, continua fértil.”

RELATÓRIO Desculpa, Pedro Álvares Cabral! Desta vez não vou elaborar um relatório minucioso da minha estadia no Brasil. É deveras difícil. Prefiro falar do estado do mundo. O diagnóstico é fácil, embora cause estupefação. Sabes quem continua a ir para o cesto no alto do mastro, que tem aquele nome terminado em alho? E quem manobra os remos, quando o vento não insufla as velas das naus? Os mesmos trouxas de sempre! São eles que aplaudem e elegem os representantes das elites argentárias; como paga, apanham no lombo, mas não aprendem nada, nem se importam.


Porra, meu, vive-se uma era de rebimba o malho! Já ouviste falar em 'democracia'? Não sei explicar o que ela significa, tal a perversão a que chegou. Há quem diga que estamos a andar para trás. Quanto à Terra de Santa Cruz, fica tranquilo. A noite e o lusco-fusco escondem o verde-amarelo. Todavia, apesar da escuridão e de símbolos e sinais preocupantes, a luz não desaparece; em breve trará de volta a manhã de um novo dia. Assim o creio convictamente. A esperança está viva e não vai faltar à chamada. O Brasil humano, fraternal e universal vencerá a parada. Será sempre a casa do nosso deslumbramento.

AS MÃOS MARAVILHOSAS DE HITLER… Martim Heidegger é, quiçá, o maior filósofo da sua era, devido à obra ‘Ser e Tempo’ e à tese da ‘tecnicização do mundo’, hoje sobejamente comprovada. A grandeza intelectual não obstou à pequenez pessoal. A adesão ao nazismo, a troco do cargo de reitor da Universidade de Friburgo, mostra quão baixo é o preço pelo qual pessoas respeitáveis traem e se vendem. A conduta de Heidegger foi abafada durante anos. Todavia, a nódoa mancha a sua vida e reputação. Um dia, o médico e filósofo Karl Jaspers perguntou-lhe: “Como é que uma pessoa tão sem cultura como Hitler pode governar a Alemanha?” (Wie soll ein so ungebildeter Mensch wie Htler Deutschland regieren?). Heidegger respondeu: “Olhe apenas as suas mãos maravilhosas!” (Sehen Sie nur seine wunderbaren Hände an!) Ou seja, o resto não interessa. No discurso de posse como reitor, exibiu um ramalhete de tiradas nazis e atirou-se aos direitos da universidade e dos académicos. Exerceu o mandato nessa conformidade. Ademais, advogou a prevalência da soberania do Chefe de Estado sobre a norma jurídica da constituição. Não, por último, atribuiu aos universitários alinhados com o nazismo a função de “guardiões do pensamento”. Na última conversa com Jaspers, ‘justificou’ a traição, afirmando: “Existe uma perigosa associação internacional de judeus.” Quando adveio a queda do nazismo, não se sentiu responsável, mas sim vítima. Desculpou-se com o receio de que os russos tomassem conta da Europa e ele sofresse represálias dos comunistas e socialistas. Qualquer semelhança com a realidade atual não é mera coincidência. Mãos como as de Hitler, que assinaram ordens para matar milhões de seres humanos, continuam a ter admiradores. E desculpas parecidas às de Heidegger são dadas por muitos académicos e intelectuais, não poucos vivendo a milhares de quilómetros da Alemanha. EVOCAÇÃO DO NASCIMENTO DO PADRE ANTÓNIO VIEIRA Faz hoje anos que o Padre António Vieira nasceu (1608) em Lisboa. Para assinalar o facto, prestase bem um excerto do 'Sermão do Bom Ladrão', pregado em 1655 na Igreja da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa: "Não são só ladrões os que cortam bolsas, ou espreitam os que se vão banhar, para lhes colher a roupa; os ladrões, que mais própria e dignamente merecem este título, são aqueles a quem os Reis encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das Províncias, ou a administração das Cidades, os quais, já com manha, já com força, roubam e despojam os povos. Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam Cidades e Reinos; os outros furtam debaixo do seu risco, estes sem temor nem perigo; os outros, se furtam, são enforcados; estes furtam e enforcam. Diógenes, que tudo via com mais aguda vista, viu que uma grande tropa de varas e Ministros de justiça levava a enforcar uns ladrões, e começou a bradar: Lá vão os ladrões grandes a enforcar os pequenos."


Ah, quanta falta faz o desassombrado pregador e imperador da língua portuguesa! CURSO SOBRE A FELICIDADE A felicidade implica vida ‘boa’ e ‘correta’, assim postulou Aristóteles. Ora a vida cumpre-se entre seres humanos. Logo deve ser boa e correta para todos, para nós e os outros. Se não for deste jeito, ainda será vida, mas não humana. É dentro destas baias que fazemos o trajeto da existência. Chegamos ao fim, sem ter aprendido, de modo bastante, os fundamentos, as práticas e regras do ‘trato humano’ de nós e do outro. Por isso, a felicidade anda, tantas vezes, arredia do nosso caminho e cede o lugar à depressão e exaustão. Corremos contra o belo e o bom. Nesta conformidade, é urgente criar um curso universitário sobre a felicidade. Gostava que a minha Faculdade fosse pioneira, quer porque o desporto é uma forma de trabalho permeado por momentos de intensa felicidade, quer porque a necessidade desta e as angústias do presente oferecem um largo campo de empregabilidade.


Extraindo histรณrias com o faraรณ

RAMSSES DE SOUSA SILVA


GENEALOGIA MARANHENSE

Nas pesquisas que tenho feito sobre Genealogia no Maranhão fica claro que, apesar do Estado ter colonização muito antiga com reinóis, açorianos e africanos, que se entrelaçaram com indígenas, essencialmente no litoral Norte, Noroeste, Baixada, vale do Munim e do Itapecuru, a maioria de sua gente atual descende mesmo de cearenses, piauienses, pernambucanos e baianos, que vieram buscar melhores condições de plantio e criação no Centro-sul e Baixo-Parnaíba, dos anos 1700 pra cá.


FAZENDA ESTRELA - ANAPURUS (1743) Pesquisa: Gairo Garreto Fonte: Conselho Ultramarino de Portugal Este é o Requerimento feito por Anna Maria Cavalcante de Albuquerque, do famoso clã pernambucano, ao Rei Dom João V, pedindo carta de confirmação de Data de Sesmaria entre os Rios Estiva e Limpeza, no caminho da Casa Forte do Iguará para a Capitania do Piauí. A Sesmaria media 3 léguas de comprido por 1 légua de largo entre os referidos rios que hoje são, respectivamente, o Riacho Estrela (que corta Anapurus) e o Riacho Limpeza (que fica a caminho de Brejo). A rodovia federal que corta Anapurus ao meio era, no Período Colonial, um antigo caminho de boiadas. Inclusive, Anna Maria Cavalcante de Albuquerque explorou a criação de gado vaccum nesta propriedade, provavelmente de modo a suprir o mercado de produção de charque na Capitania do Piauí. E as "Casas Fortes" nada mais eram, segundo especialistas, do que antigas fortificações provisórias de madeira ao estilo romano, que garantiam a segurança do transporte de animais e produtos nessas antigas rotas contra o ataque de indígenas. Existem registros encontrados pelo pesquisador Gairo Garreto de, pelo menos, duas Casas Fortes no Maranhão Colonial, uma no Iguará (atual município de Nina Rodrigues) e outra no município de Anajatuba. Esta Sesmaria, posteriormente, passou para a propriedade de Antônio Raulino Garrett, filho de Antônio Garrett (mercador de escravos e administrador da Cafúa das Mercês) e fundador da Fazenda Estrela, onde cultivava algodão na virada do séc. XVIII para o séc. XIX, às margens do Riacho Estrela, exatamente próximo de onde existiu a sede da Sesmaria de Anna Maria Cavalcante. Junto da propriedade, existe um cemitério bicentenário chamado de Cemitério dos Vieira, muito usado pela referida família durante todo o séc. XX porém, o local de sepultamentos remonta a, pelo menos, final do séc. XVIII, sendo usado não só pelos contemporâneos de Antônio Raulino Garrett como, provavelmente, também pelos contemporâneos de Anna Maria Cavalcante de Albuquerque. Ao redor da fazenda logo surge uma povoação denominada Arraial Estrela que, posteriormente, virou um distrito de Brejo chamado Povoado Estrela, e que deu origem ao atual município de Anapurus. Não temos notícia do paradeiro de Anna Maria Cavalcante de Albuquerque, se abandonou as terras, se apenas vendeu a Antônio Raulino Garrett, se morreu por aquelas terras porém, quanto ao último, ainda possui muitos descendentes na região; são a família Garreto, muito numerosa em Anapurus e no Baixo Parnaíba.





SOBRE LITERATURA & lITERATOS


O BÁSICO QUE FALTA PARA EDUCAÇÃO BÁSICA OSMAR GOMES DOS SANTOS Juiz de Direito da Comarca da Iha de São Luís. Membro das Academias Ludovicense de Letras; Maranhense de Letras Jurídicas e Matinhense de Ciências, Artes e Letra

Há muito tempo a educação é um tema que me fascina, o que pode ser comprovado nos mais diferentes escritos sobre os quais me debrucei ao longo da vida. Desde pequenino senti na pele a dificuldade do acesso à educação, o que me fez deixar a Cidade de Cajari em busca de uma vida melhor na capital, alternativa, ainda hoje, tida como a única para centenas de conterrâneos. O exemplo deste município de pequenas dimensões geográficas, encravado na Baixada Maranhense, retrata bem a realidade de outros milhares espalhados Brasil afora, especialmente no Norte e Nordeste. Cidades inteiras onde a educação é tratada sem qualquer prioridade, servindo apenas ao discurso eleitoreiro e até mesmo como mais uma área na qual impera a lógica dos desvios de verba pública. Enquanto o país enfrenta uma grave crise ética e moral, com a população levantando a voz no anseio de mudanças que coloque definitivamente a nação nos trilhos do desenvolvimento, casos de corrupção continuam sendo rotina em pequenas prefeituras. Corrupção esta que acaba com os sonhos e a esperança de uma vida de oportunidades. A Constituição Federal preconiza que a educação é um direito social, cabendo à União, aos Estados e aos Municípios a sua promoção. Família e sociedade também tem seu peso significativo no desenvolvimento do indivíduo, mas é o poder público o grande responsável pelas ações substanciais na formação de crianças e jovens. Por essa razão o Brasil funciona em um sistema de distribuição das responsabilidades na esfera educacional e a aplicação das verbas deve seguir legislação vigente, que obriga cada ente federado à aplicação de um percentual mínimo de suas receitas em educação. Recursos esses que deveriam servir para promover uma educação sob os princípios da universalização, gratuidade, igualdade de acesso e de permanência, baseando-se no pluralismo de ideais e primando pelo ensino e aprendizado crítico. A qualidade deve ser garantida com estrutura adequada e professores qualificados e bem remunerados. O modelo ideal deveria estar alicerçado nestes pilares, mas a realidade – comprovada em diversas avaliações – mostra o contrário. Em nível internacional, o Brasil amarga as últimas posições em diversos estudos sobre educação, a exemplo da OCDE. Enquanto isso, as avaliações internas comprovam a incapacidade de alunos do 5º ano em reconhecer figuras geométricas, interpretar textos e solucionar simples operações matemáticas. Embora eu seja da linha que defende mais verbas para educação, tenho que concordar que não se trata apenas de aumentar os repasses, mas de planejar a aplicação e tornar mais eficientes os mecanismos de controle. Mesmo não sendo suficientes, os recursos disponíveis atualmente poderiam refletir a prestação de uma educação de mais qualidade. Lamentavelmente o que se vê ainda são escândalos envolvendo desvios do dinheiro que, de forma prática, deveria pagar a infraestrutura para um ensino minimamente de qualidade. Na maioria dos pequenos municípios, educação básica sequer oferece o básico, uma vez que predomina a falta de vagas, de transporte, de merenda, de mobiliário, de livros e de escolas.


Muitos deles ainda apresentam casebres de parede de pau a pique cobertos de palha, onde se amontoam crianças de séries distintas. São as chamadas salas multisseriadas, nas quais apenas um professor precisa se desdobrar para atender às necessidades de ensino das classes ali reunidas. O resultado disso já se sabe qual é. Ressalta-se que apesar do piso nacional da educação, os professores ainda estão entre os profissionais mais mal remunerados quando comparado à responsabilidade que possui na formação de uma nação. Em muitos municípios pequenos, foco desta minha análise, sequer passam por programas de formação continuada, o que é essencial para a melhoria contínua do ensino. Os recursos existem. Embora seja relevante o debate sobre aumento dessas verbas, elas estão lá nos cofres públicos esperando a sua correta aplicação. De onde vem esse dinheiro? De pessoas como eu e você que neste momento lê este artigo. Está nos impostos, como IPTU, ISS, ITBI, ICMS e no recebimento devido do Fundo de Participação do Município, que por sua vez também é constituído de encargos ao contribuinte. Fato é que o Brasil gasta como país rico em números absolutos, mas seus indicadores – o resultado obtido com a educação pública fornecida – são de países pobres. Nesse jogo paradoxal, eterniza-se discurso que é preciso gastar mais para recuperar toda estrutura educacional. Aumento este que tem sido gradativo desde o ano 2000, mas o efeito prático desse gasto ficou perdido em algum lugar pelo caminho. Daí a necessidade de se incluir a sociedade no processo de aplicação dos recursos, atendendo ao espaço constitucional que lhe cabe. Exigir que, apesar de muitas vezes baixo, os valores destinados a obras e ao aparelhamento educacional sejam efetivamente aplicados, a exemplo do Fundeb. Urge resgatar a importância da educação para o país. Sociedade, gestores públicos e órgãos de controle e fiscalização trabalhando juntos para o desenvolvimento de um sistema educacional transformador, tal como preconiza a pedagogia de Paulo Freire, tão deturpada por aqueles que nada ou pouco entendem de educação. Jovens somente serão futuro da nação se forem educados e preparados para serem protagonistas. E não falo de um ou outro que eventualmente se destaca, mas de oportunidades iguais a todos indistintamente, conforme princípio do acesso universal. Portanto, é dever do Estado e de toda a sociedade garantir o correto uso dos recursos destinados à educação, para que assim seja possível a construção de seres críticos, edificadores da sua própria realidade e comprometidos com as mudanças que levarão o país a um estágio superior na escala de desenvolvimento.


UM GIGANTESCO TALENTO MARANHENSE EDMILSON SANCHES

No dia 24 de janeiro, em 1799, nascia em São Luís (MA) Manuel Odorico Mendes, que morreria aos 65 anos em Londres, em 17 de agosto de 1864. Odorico Mendes foi escritor, poeta, político, mas ficou conhecido na Inteligência brasileira como tradutor das obras do grego Homero (autor de "Ilíada" e "Odisseia"), do romano Virgílio (autor de "Eneida", "Geórgicas" e "Éclogas") e do francês Voltaire (autor de "Mérope", "Tancredo" e "Cândido"), entre muitas outras traduções. O mundo intelectual brasileiro o classifica como o precursor da moderna tradução criativa. (Tradução criativa -- também chamada "transcriação" -- é aquela em que são "traduzidas" as ideias, e não necessariamente as palavras estrangeiras que as representam no texto original. Como já disse o tradutor e escritor Haroldo de Campos, a tradução criativa é o "avesso da chamada tradução literal" -- que é quando os termos de uma língua estrangeira são traduzidos para outro idioma um por por um). Odorico Mendes também é considerado como "o mais acabado humanista lusófono", ou seja, o melhor nos estudos clássicos, literários e filosóficos em Língua Portuguesa. Tão grande é o valor de Odorico Mendes que uma das melhores universidades brasileiras, a UNICAMP (Universidade de Campinas), de São Paulo, por intermédio de seu Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), criou o "Grupo Odorico Mendes", formado de professores altamente especializados, e o projeto "Odorico Mendes", que, em autodefinição em sua página na Internet (https://www.unicamp.br/iel/projetos/OdoricoMendes/) "tem por meta principal a divulgação da obra do maranhense Manuel Odorico Mendes (1799-1864), sobretudo de suas traduções dos clássicos gregos e latinos, (todo Homero e todo Virgílio em decassílabos)". Diz ainda que o Projeto "nasceu do empenho de um grupo de professores e alunos do Departamento de Lingüística do IEL que, estudiosos de latim e grego, somam seus esforços ao empenho recente para resgatar uma obra que já foi alvo de críticas pelo menos discutíveis, quando não absolutamente equivocadas". Acerca de um dos trabalhos do Projeto, anota-se que "a edição [...] estampou também as notas do próprio Odorico Mendes, que revelam seu cuidado filológico com a compreensão precisa do texto, assim como alguns de seus critérios como tradutor - uma espécie de 'ars' [arte] tradutória, ligeiramente esboçada aqui e ali". O texto também destaca "o modo como o tradutor [Odorico Mendes] soluciona criativamente os desafios do texto original, reproduzindo em português melodioso e escorreito efeitos de som, ritmo e sintaxe". Veja um trecho do que escreveu Machado de Assis, em crônica de 26/09/1864, ao saber da morte de Odorico Mendes: "[...] Odorico Mendes é uma das figuras mais imponentes de nossa literatura. Tinha o culto da antiguidade, de que era, aos olhos modernos, um intérprete perfeito. Naturalizara Virgílio na língua de Camões; tratava de fazer o mesmo ao divino Homero. De sua própria inspiração deixou formosos versos, conhecidos de todos os que prezam as letras pátrias. E não foi só como escritor e poeta que deixou um nome; antes de fazer a sua segunda 'Odisseia', escrita em grego por Homero, teve outra, que foi a das nossas lutas políticas, onde ele representou um papel e deixou um exemplo." E Machado de Assis destaca ainda, sobre o fato de Odorico ser maranhense: "Era filho do Maranhão, terra fecunda de tantas glórias pátrias, e tão desventurada a esta hora, que as vê fugir, uma a uma, para a terra da eternidade."


Com uma dimensão intelectual como essa, Odorico Mendes não parece sobreviver em sua terra, afora em restritíssimos círculos, mesmo ante os 220 anos de nascimento do Pai da Tradução Criativa no Brasil, completados no ano recém-findo (2019). O Maranhão continua abandonando seu maior patrimônios: os grandes, enormes, gigantescos talentos que nossa terra viu nascer.


O TRANSMONTANO POETA MIGUEL TORGA FERNANDO BRAGA, in ‘Conversas Vadias’ [Toda prosa], antologia de textos do autor. Miguel Torga foi um escritor português, um dos mais importantes poetas do século XX, em língua portuguesa. Destacou-se também como contista, ensaísta, romancista e dramaturgo, deixando mais de cinquenta obras publicadas. Miguel Torga era o pseudônimo de Adolfo Correia da Rocha, nascido em São Martinho de Anta, Vila Real, capital de Trás-os-Montes, em Portugal, em 12 de agosto de 1907 e falecido em Coimbra, Portugal, em 17 de janeiro de 1995. Ainda criança foi para a cidade do Porto trabalhar em funções compatíveis com sua pouca idade; em 1918 foi mandado para o seminário de Lamego, onde não se demorou muito, decidido terminantemente a não ser padre. E o porquê do pseudônimo? “Foi em 1934, aos vinte e sete anos, que Adolfo Correia Rocha criou o pseudônimo: ‘Miguel’ em homenagem a dois grandes vultos da cultura ibérica: Miguel de Cervantes e Miguel de Unamuno, e ‘Torga’ referente a uma planta brava da montanha, que deita raízes fortes sob a aridez da rocha, de flor branca, arroxeada ou cor de vinho, com um caule incrivelmente retilíneo”, contam seus biógrafos. Em 1920, o poeta viajou para o Brasil para trabalhar numa fazenda de café, de um tio, em Leopoldina, no Estado de Minas Gerais, aonde foi matriculado no Ginásio daquela cidade [ginásio era o antigo curso de humanidades, que no Brasil, equivalia ao Liceu, em Portugal]. Miguel Torga, pouco tempo depois, regressou a Portugal acompanhado desse seu Cireneu e tio que, a perceber a inteligência e a boa vontade do sobrinho, se prontificou a custear seus estudos em Coimbra durante aquele período que lhe restava de Liceu. Em 1928 o poeta prestou exames para a Faculdade de Medicina e iniciou sua vida literária, publicando seus primeiros livros de poemas, ‘Ansiedade’, 1928; ‘Rampa’, 1930; ‘Tributo’, 1931, e ‘Abismo’, 1932, para, no ano seguinte, concluir seu curso de medicina. De volta para São Martinho de Anta, em Vila Real, o jovem médico Adolfo Correia da Rocha inicia o exercício da profissão, e 1934, publica ‘A Terceira Voz’, quando passa a usar o pseudônimo de ‘Miguel Torga’ que o imortalizou. Deixou em sua bibliografia uma extensa obra, em poesia, prosa, romance e teatro. Era um cidadão de índole reservada, com horror a movimentos políticos e literários, a expressar sempre uma revolta diante de injustiças e abusos de poder, reflexos que se bem notam em suas produções literárias. Ouçamo-lo nestes dois belos poemas: Mãe Que desgraça na vida aconteceu, que ficaste insensível e gelada? Que todo o teu perfil se endureceu muma linha severa e desenhada? Como as estátuas, que são gente nossa cansada de palavras e ternura, assim tu me pareces no teu leito. Presença cinzelada em pedra dura, que não tem coração dentro do peito. Chamo aos gritos por ti - não me respondes. Beijo-te as mãos e o rosto - sinto frio. Ou és outra, ou me enganas, ou te escondes Por detrás do terror deste vazio.


Mãe: Abre os olhos ao menos, diz que sim! Diz que me vês ainda, que me queres. Que és a eterna mulher entre as mulheres. Que nem a morte te afastou de mim! Quase um poema de amor Há muito tempo já que não escrevo um poema de amor. E é o que eu sei fazer com mais delicadeza! A nossa natureza Lusitana tem essa humana graça feiticeira de tornar de cristal a mais sentimental e baça bebedeira. Mas, ou seja, que vou envelhecendo e ninguém me deseje apaixonado, ou que a antiga paixão me mantenha calado o coração num íntimo pudor, -- Há muito tempo já que não escrevo um poema de amor. Por fim, ouçamo-lo em ‘Liberdade', in 'Diário XII': Liberdade — Liberdade, que estais no céu... Rezava o padre-nosso que sabia, A pedir-te, humildemente, O pio de cada dia. Mas a tua bondade omnipotente Nem me ouvia. — Liberdade, que estais na terra... E a minha voz crescia De emoção. Mas um silêncio triste sepultava A fé que ressumava Da oração. Até que um dia, corajosamente, Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado, Saborear, enfim, O pão da minha fome. — Liberdade, que estais em mim, Santificado seja o vosso nome.


A dá-se por merecer a homenagem que noticiamos abaixo, o poeta Miguel Torga tinha um carinho especial com o vinho e com toda a magia que a divina bebida envolve: Esperança Tantas formas revestes, e nenhuma Me satisfaz! Vens às vezes no amor, e quase te acredito. Mas todo o amor é um grito Desesperado Que apenas ouve o eco… Peco Por absurdo humano: Quero não sei que cálice profano Cheio de um vinho herético e sagrado. *** Notas: Necessário se faz dizer que, à parte desses apontamentos, que esta homenagem, ‘sui generis’ e de muito bom gosto, aposta abaixo, referente à ilustração deste texto, foi prestada ao poeta pela ‘Adega Cooperativa de Sabrosa’, homenagem esta que nos associamos, vez que, além de terna, por estampar um grande carinho pelo poeta, revela a todos a magnifica qualidade do bom vinho ali produzido. Eis o texto da homenagem, ‘ipsis literis’, conforme o que imprime o ‘jornal de Vila Real’: *Ilustração: “O poeta e escritor Miguel Torga, afirmava que o Douro era um “Reino Maravilhoso”. Em reconhecimento ao seu trabalho e o amor que devotava ao Douro, a ‘Adega Cooperativa de Sabrosa’ fez uma homenagem a este ilustre filho da terra. E nada melhor do que o fazer com vinho. A homenagem foi concretizada por uma edição especial e limitada de um conjunto de quatro garrafas do tinto ‘Reserva Douro 2012, Fernão de Magalhães’. Os rótulos são diferentes, contudo, ostentando pinturas dedicadas ao poeta e à sua obra. Esta edição especial foi limitada de 200 caixas de quatro garrafas [sic]. __________________________


DESEJOS CERES COSTA FERNANDES Há os sonhos/desejos por etapa de vida. Os não materializados escondem-se em nossa mente; por vezes sonhamos com eles inda frescos como se, novamente, os desejássemos. Na mais tenra infância, juntamente com o desejo de ser atriz, prontamente frustrado pela mãe no dizer que as atrizes passavam ferro quente no rosto para tirar rugas e depois prendiam a pele sobrante com alfinetes, havia o sonho de casar com o príncipe da Noruega, provocado pelo pai, Aonde essa menina vai parar crescendo assim, só casando-a com um norueguês. E, para ele, apenas um príncipe mereceria a sua filha, logo, o marido seria o príncipe da Noruega. Desencanto, não veio nenhum pedido da Casa Real Norueguesa. Já mais idosa, aos sete anos, sobreveio a paixão por uma pulseira de ouro com pedras coloridas, entrevista na vitrine de uma joalheria. Foilhe oferecida, mais tarde, como moeda de troca. Perdeu o timing, e foi-se o desejo. Desejos vão e vêm, o ano nascente pede reformular desejos, recuperar sonhos, promessas de novas ações. Entretanto, desejos escapam-nos e os perdemos; o que importa hoje não é o que importava ontem; coisas imprescindíveis? Rimos delas. Se amores, dizemos depois da paixão, como pude ...? Amores diluem-se no tempo, sonhos de ter e ser transmudam-se, perdem o valor qual papel-moeda amarelecido entre colchões. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, já dizia Camões. E ela desejou príncipes mais próximos, a Noruega é muito fria, desdenha a raposa, vale contar que encontrou uns príncipes, que se foram, coaxando, até descobrir que a palavra certa era companheiro e não principe; desejou fortemente um automóvel azul-bebê, cor que, graças aos céus, saiu de moda quando pôde comprar um; desejou um catamarã, que se chamaria Brilha-nas-Ondas, qual o bumba-boi de São Bento lembrado pela mãe, “Chegou Brilha-nas-Onda fazendo a terra tremer”, e a mãe cantava, “Ê passarinho, quantas pena furta-cor, com teu biquinho encarnado e teus olhinho matadô.” Realizou o desejo através dos filhos e, hoje, teme por eles no mar. Presa na torre de Rapunzel, tranças cortadas, sonhou voltar a estudar mais que tudo, pesadelos e pesadelos de estar na rua de uniforme e descalça; na sala de aula, sem livros e cadernos; expulsa por estar grávida; punida por freiras implacáveis; caindo em abismos. Esse desejo não se perdeu, foi perseguido, sem tréguas. Libertas Quae Sera Tamem. Dos três desejos exigidos ao ser humano pensante, alcançou todos, plantou livros e bordou jornais, colheu filhos e netos à mancheia, escreveu as árvores que encontrou e persegue flores. Os demais deixam de merecer registro, vieram e foram sem deixar marcas. Às vezes, a cafona pulseirinha flutua em algum sonho, deve ser símbolo de algo que lhe escapa. Em 2020, quais sonhos, desejos, resoluções retomaremos? Quanto a mim, além da Paz Universal, equilibrada na ponta das espadas de mandatários aloprados, ansiada por todos, serei modesta, contentar-me-ei com a volta de um tanto de saúde que vem nos escapando, a mim e ao meu companheiro, desde o ano velho e, se a tanto me permitirem o engenho e a arte, apreciarei o desencantar dos meus livros já escritos e não publicados, antes que saiam de uso e apreço os livros de papel


CECÍLIA MEIRELES: DOS ESPECTROS AOS ELOS COMUNITÁRIOS E COLETIVOS* ANTONIO AÍLTON SANTOS SILVA** A poesia de Cecília Meireles105 chega até nós, de modo geral, como pertencente ao regime do fugidio, do alheamento, do inefável, da imaterialidade espectral. Recusa ao mundo exterior em seu sentido experiencial e cotidiano, as nuvens, as sensações musicais de ritmos ora leves ora solenes, o mar antigo e absoluto, o imemorial, nos conduzem para além da premência diária, irônica e prosaica que caracteriza um dos lados do modernismo brasileiro. Na introdução à Poesia Completa de Cecília, organizada por Antonio Carlos Secchin, o crítico Miguel Sanches Neto (2001) reconhece sobre essa poesia um "projeto voltado para a ascensão universalizante", e reafirma o predicado de "espiritualista" à poeta. Cecília estreou, realmente, com um grupo místico-espiritualista, neossimbolista, o grupo Festa, nos anos 1920. Interligou-se, portanto, aos pressupostos de uma arte já tardia, arredia à materialidade, à objetividade e aos fatos cotidianos – o Simbolismo. O crítico Alfredo Bosi, por sua vez, vê ainda na poesia ceciliana aspectos da memória e do enigma, identificando como linha mestra na obra da autora, desde o livro Viagem, de 1939, até Solombra, de 1963, um "sentimento de distância do eu lírico em relação ao mundo", seguindo uma declaração da própria autora, que via em si, como maior defeito, "uma certa ausência do mundo". Deparamo-nos, por conseguinte, com uma poesia que elege como seu território uma temporalidade suspensiva, durativa, universal e coleante, cujas paisagens, experiências evocadas e escolhas de linguagem distanciam-se da temporalidade fática e da experiência da vida pedestre. Nessa temporalidade suspensiva – aquela mesma que encontramos nos lirismos que cultivam o Ideal da própria poesia e da linguagem poética –, a memória, a nostalgia, o esquecimento e a fluidez dão acesso a uma dimensão poética que procura unir a palavra a seu sussurro musical e íntimo, experiencial e sensível, de modo que resgate seu encontro com o primordial, como na voz da poeta: [...] quem é que me leva a mim, que peito nutre a duração desta presença, que música embala a minha música que te embala, a que oceano se prende e desprende a onda da minha vida, em que estás como rosa ou barco...?106

**Publicado em catalão no QUADERNS DE VERSÀLIA, IX – dez. 2019, L’Estruch, Sabadell, e disponível em: http://www.papersdeversalia.com/publicacions/quaderns/quaderns_esp.htm *Antonio Aílton (1968). Poeta, ensaísta, professor. Doutor em Teoria da Literatura, pela Universidade Federal de Pernambuco. Tem publicados os livros: Cerzir (2019) Martelo & Flor: horizontes da forma e da experiência na poesia brasileira contemporânea (Tese-ensaio, 2018); Compulsão Agridoce (Poesia, 2015); Os dias perambulados e outros tOrtos girassóis (Poesia, 2008); Humanologia do Eterno Empenho (Ensaio, 2003). Membro efetivo da Academia Ludovicense de Letras – ALL (São Luís do Maranhão, Brasil) 105 Cecília Benevides de Carvalho Meireles, nascida em 1901, no Rio de Janeiro, onde também faleceu, em 1964. Considerada a primeira grande voz feminina da brasileira. 106 Desamparo. Viagem, p. 247. Os poemas e respetivos livros citados neste texto fazem parte da extensa antologia Poesia Completa de Cecília Meireles, v. I e II, organizada por Antonio Carlos Secchin (2001). Essa obra reúne 27 livros de poesia, entre publicados e alguns inéditos, escritos de 1919 até 1965, além de uma seção de poemas dispersos escritos entre 1918 e 1964. Por questão de comodidade, citarei o título do poema, o livro em que foi publicado e a página referente no Poesia Completa.


Apesar desse entendimento, torna-se necessário redimensionarmos o olhar no sentido de compreender aspectos da poesia ceciliana que mostram, justamente, formas de conexão com a realidade mundanal e manifestações de pertencimento ao coletivo. Isto porque não se trata, em Cecília, como em grande parte da arte de tendência simbolista, de transladar suas imagens significativas e suas paisagens poéticas para um reino feérico, de fauna mítica e inumana, nem de optar por florestas cerradas de símbolos enigmáticos. Suas imagens e paisagens são evocativas de um corpo – até por vezes comunitário e social –, alma e voz coletivas transfiguradas como pertencentes ao cunho da duração e da eternidade. São aspectos que a autora não apenas evoca, no sentido de trazer à tona suas reminiscências e afetividades, mas também convoca, no sentido de que os configura e os instrumentaliza no poema. O objetivo deste texto é, justamente, tratar dessa relação entre a poética de Cecília, por via de suas temporalidades, e aspectos de coletividades nela configurantes. O primeiro ponto desse discernimento é o fato de que não podemos compreender tal fenômeno senão dentro da própria temporalidade que se estabelece como suspensiva e transcendente ao aquiagora em que a poeta canta, ou seja: ao instante. Ora, incrivelmente (ou melhor, paradoxalmente) é esse instante (contingente, factível) que motiva o canto em Cecília, conforme lemos em seu Motivo: "Eu canto porque o instante existe/ e minha vida está completa/ não sou alegre, nem sou triste,/ sou poeta"107. Porque o instante é a cronologia, a factualidade: a própria morte e poeira do tempo em sua efêmera exiguidade. O corpo, mortal, habita o instante e só nele pode cantar: "E um dia sei que estarei mudo:/ – mais nada."108, conclui, no mesmo poema, mas somente depois de afirmar a eternidade do canto, capaz de superar a existência pontual: "Sei que canto. E a canção é tudo./ Tem sangue eterno e asa ritmada"109. É, portanto, a ação (de cantar) que trará a cada instante sensível a abertura para a transcendência, a transfiguração para a eternidade presa no sopro de um corpo que emudece e nadifica-se. O cantar cessa, mas a canção permanece. Constitui-se aí o contraste entre o tempo ínfimo, mensurado, e a duração instaurada no ser, a qual se revelará, em Cecília, como canto e/ou poesia. O instante torna-se espaço, lugar de encontro para o provir, revir e porvir, a retenção e a proteção – e, portanto, da fagulha poética. Podemos entender essa colocação de Cecília a partir da noção de contemporaneidade expressa pelo pensador italiano Giorgio Agamben (2009) e de suas concepções sobre o ser do poeta. Para esse autor, a contemporaneidade é justamente uma inaderência, dissociação, anacronia em relação ao tempo [presente], o que amplia a visão do poeta em relação à sua época porque nesse afastamento ele interpreta o evento, percebe o seu escuro, sua cerração. O contemporâneo não se deixa cegar pela clareza quase sempre enganadora do momento em que vive, do seu "instante". Ancorando-nos nesse pensamento, podemos entender que Cecília, como poeta contemporânea ao instante coloca-se sempre como uma alma absoluta acima deste instante, ou deste ponto – fatal –, numa temporalidade suspensiva que a permite tornar-se fluida, anacrônica, e desembocar numa outridade: condição de diferença, na qual é também lugar – lugar este construído, em sua poesia, através tanto de um repertório simbólico, tal como o mar, a viagem, o barco, o vento, a nuvem, a (vaga) música, quanto da possibilidade suspensiva de "postar-se além", de onde possa postar-se para considerar os homens e suas preocupações diárias e mesquinhas, suas guerras – como no poema Jornal, longe: Que faremos destes jornais, longe do mundo e dos homens?/Este recado de loucura perde o sentido entre a terra e o céu110 – ou, ainda, através das temporalidades que invoca nas experiências alegóricas do distanciamento, no espelho, na face da morta, nos outros corpos, na voz dos ausentes e nas formas poéticas às quais ela recorre. É preciso lembrar que, numa poesia cuja simbólica mais forte seja a liquidez (marinha) e a fluidez (melódica), as descobertas, assim como as passagens temporais não se dão em saltos e fragmentos, mas em movimentos, fluídicos, inclusive da linguagem. As epifanias dos sujeitos de sua lírica são coleantes, como as nuvens que, acima dos mares, dos rios ou dos desertos, são ao mesmo tempo 107

Viagem, p. 227. Idem. 109 Idem. 110 Mar absoluto e outros poemas, p. 581. 108


espelhos e transcendências contíguas à sua condição de derramamento, presente em todos os estados ou que podem tocar todas as dimensões, porque tudo, aí sim, se correspondem ou se tocam. Tais simbólicas e tais sentidos podem ser percebidos num poema que podemos compreender como epifânico, como este A MENINA ENFERMA I A menina enferma tem no seu quarto formas inúmeras que inventam espantalhos para os seus olhos sem ilusão [...] II A mão da menina enferma refratou-se também na água pura como, outras vezes, sua voz nesses rios do céu. [...] III A menina enferma passeia no jardim brilhante, de plantas úmidas, de flores frescas, de água cantante, com pássaros sobre a folhagem. A menina enferma apanha o sol nas mãos magrinhas: seus olhos longos têm o desenho de andorinhas num rosto sereno de imagem. A menina enferma chegou perto do dia tão mansa e tão simples como a lágrima sobre a esperança. E acaba de descobrir que as nuvens também têm movimento. Olha-as como de muito mais longe. E com um sorriso de saudade põe nesses barcos brancos seu sentimento de eternidade e parte pelo claro vento.111

Neste poema, os elementos vão sutilmente seguindo uma revelação dada pelas dimensões das formas, dos sujeitos, da água cristalina que percorre o poema, acendendo sua frescura e extravasando-se em iluminação. Tudo passa do corpo e da mente dessa menina enferma, até mesmo de sua voz, de forma inconsútil e natural para os elementos ao derredor, para o mundo e para as descobertas, que ela vai integrando (epifanicamente: "E acaba de descobrir que as nuvens também têm movimento./ Olha-as como de muito mais longe. E com um sorriso de saudade), até transportar-se imaginativamente, em contraste com seu infortúnio limitador, ao movimento das nuvens pelo claro vento, navegando nas asas etéreas que a transladam de sua fragilidade. É essa possibilidade de correspondência com o transcendente a si, da fluidez e da temporalidade suspensiva que abre portas para evocações e convocações de uma coletividade que, não obstante a transcendência ao real e a etérea subjetividade nessa poesia, nela se fará presente pelo menos de três modos. Em primeiro lugar, na forma de imaginários de uma coletividade memorial, de consanguinidade portuguesa, cancioneira, que se lhe torna [con]temporânea no canto – os avós, o passado, a ancestralidade portuguesa navegadora, a qual, por sua vez, remete a povos marinheiros, à 111

(Viagem, p. 312-314)


navegação e às relações com o mar. De outro lado, também através de um discurso que remete a um ser social idealizado e esperançoso, açambarcado por uma pureza altiva latente na visão do sujeito lírico, ao mesmo tempo nostálgica e pedagógica, tornando necessária uma relação entre ideal poético e ideal social, apesar da constante afirmação de insulamento do sujeito lírico e seu pendor de morte, ante a crueza do instante e da vida comum. Um terceiro movimento dessa poesia transcendente rumo à coletividade fática e histórica dá-se de maneira ainda mais precisa, quando Cecília escolhe abordar entre suas temáticas um fato da história do Brasil, a Inconfidência Mineira112, de modo a ressignificá-la e elevá-la à condição de matéria sensível, memorial e eterna. Passo a tratar agora dessas três formas de presença coletiva na poesia de Cecília Meireles. A presença da voz portuguesa ocorre nessa poesia ora de maneira clara ora de maneira difusa. Conhecemos aí explícitas referências ao universo português em vários poemas e dedicatórias de poemas, as quais servem também como endereçamento de leitura, como se constata em muitos pomas de Vaga Música, e a própria ligação atávica às origens portugueses, que rondam a saudade e a orfandade real de Cecília. Constatamos também uma proliferação de alegorias e simbólicas do mar ou da navegação (motivo emprestado já da cultura e da poesia portuguesa), aparecendo de maneira forte em Mar Absoluto – conforme já percebe Sanches Neto (2001, p. xliii): "Portugal entra neste volume pela homenagem a poetas lusos, referências a topônimos e aproveitamento de estruturas tradicionais da lírica portuguesa [e citando a poeta:] Barqueiro do Douro,/tão largo é teu rio/tão velho é teu barco,/tão velho e sombrio/ teu grave cantar", entre outras ligações. Faz-se, pois, necessário dizer que talvez o que haja de mais forte formalmente na poesia ceciliana seja seu lastro de escolhas aprendido da lírica portuguesa, conforme já falado, mas de um empréstimo trovadoresco galego-português, que resgata não apenas um universo de albas e barcarolas, ritmos e medidas medievalistas das canções redondilhas, a ocorrência da paralelística, a linguagem simples e acessível, a sensorialidade, a saudade, a presença daquele "ai" tão suspiroso, que se localiza entre a dor e a dó, o lamento, a nostalgia e a melancolia, tão presente na fatura da canção trovadoresca. Talvez seja impossível pensar a poesia de A a Z de Cecília sem esse resgate da forma cancioneira, que aí se torna voz da coletividade portuguesa: "Pela estrada de Santiago,/ dura estrada!/ vou caminhando em meu sangue/ como quem vai a cavalo.// Ordena-me a estrela que ande; alta estrela!/ Ai, por ordens de bem longe/ morremos a cada instante"113. O leitor de Cecília também deve esperar, eventualmente, quando não textos inteiramente de cunho ludo-pedagógico, obras voltadas para o mundo infantil, tal como A Festa das Letras (1937), livro feito em parceria com Josué de Castro e que, conforme dizem na apresentação da obra, "procura ser um pretexto agradável para fazer chegar às crianças, revestidos de certo encantamento, [esses] primeiros preceitos de higiene alimentar. De caráter muito mais acentuadamente lúdico temos o levíssimo e belo Ou Isto ou Aquilo, de 1964. Neste Cecília recorre também às formas dos travalínguas, das parlendas infantis, das cirandas, dos joguinhos de palavras – formas, aliás, presentes também em sua poesia "para adultos" – formas de um imaginário infanto-ludo-pedagógico e de uma inocência com a qual os adultos devem aprender. É possível entender obras como estas e outras ainda em que há um ensaio de temas sociais, como "Morena, pena de Amor" (1939) dentro de certo caráter professoral e da experiência pedagógica de Cecília, que foi professora de profissão, formada pela Escola Normal do Rio de Janeiro, e produziu vasta obra em prosa voltada para a educação, aqui não abordada. Este aspecto torna-se injuntivo para obra de Cecília, na medida em que seu discurso poético acaba por aspirar a um ideal do belo, da leveza, do cuidado e da pureza. Por fim, embora de maneira muito limitada (uma vez que adoto aqui um caráter mais panorâmico), não podemos deixar de considerar esta grande inserção de Cecília na história do Brasil, ainda tão presente e ressonante nestes tempos de neocolonialismos e descolonialismos, que é o antológico 112

A Inconfidência Mineira ou Conjuração Mineira foi um forte motim separatista ocorrido no século XVIII em favor da independência do Brasil, no estado de Minas Gerais, em revolta contra altos tributos impostos pelo trono português. O movimento foi desbaratado em 1789 pelos portugueses, e os líderes aniquilados, esquartejados em praça pública ou degredados. Dois desses líderes se destacaram: o dentista e ativista José Joaquim da Silva Xavier, chamado o Tiradentes, que foi despedaçado sob espetáculo público, corpo espalhado nos sítios da província, e o traidor do movimento, Joaquim Silvério dos Reis. 113 Caminho. Retrato Natural, p. 651.


Romanceiro da Inconfidência, uma obra sem sombra de dúvidas fundamental em todos os aspectos para a poesia, [mesmo para] a história e para a memória brasileiras. E, acerca disso, este foi o ato maior de Cecília: partir de um fato histórico já por si significativo e impressionante para elevá-lo à condição simbólica humana e a herança memorial identitária, criando um legado que emerge de maneira vívida e exemplar a qualquer ponto da eternidade, no estarrecedor reino dos homens. Isso porque, se esse reino insano é enredado por promessas e palavras lançadas ao vento, estas também pode ser potencializadas para transfigurar e eternizar o fato: Ai, palavras, ai, palavras, que estranha potência a vossa! Ai, palavras, ai, palavras, todo o sentido da vida principia à vossa porta; o mel do amor cristaliza seu perfume em vossa rosa; sois o sonho e sois audácia, calúnia, fúria, derrota...114 Na poesia de Cecília Meireles, o campo do real e as injunções coletivas e sociais tornam-se, assim, uma sombra, presença que espia pelas frestas etéreas das palavras, ou um espectro que conta as horas, som de martelo determinante e importuno, ao derredor.

REFERÊNCIAS AGAMBEM, Giorgio. O que é o contemporâneo? e outros ensaios. Trad. Vinícius N. Honesko. Chapecó, SC (BR): Editora Argos, 2009. BOSI, Alfredo. Em torno da poesia de Cecília Meireles. In: ______. Céu, inferno: ensaios de crítica literária e ideológica. São Paulo: Duas Cidades; Ed. 34, 2003. p. 123-144. MEIRELES, Cecilia. Poesia Completa. Org. Antonio Carlos Secchin. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. SANCHES NETO, Miguel. Cecília Meireles e o tempo inteiriço. In: MEIRELES, Cecilia. Poesia Completa. Org. Antonio Carlos Secchin. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

114

Romance LIII ou Das palavras aéreas. Romanceiro da Inconfidência, p. 879


O ALIENÍGENA

CERES COSTA FERNANDES Acordou no meio da noite sentindo aquele cheiro. Um cheiro que não sabia definir. Nem bom nem ruim, talvez estranho. Um odor vindo de algum lugar ou de um corpo. Um corpo desconhecido. Sempre tivera o olfato aguçado, melhor dizendo, um faro quase animal. Reconhecia seu próprio cheiro e o dos familiares em peças de roupa ou objetos. Sabia reconhecer quem se aproximava pelo cheiro que precede as pessoas, mesmo quando este era um sutil, quase imperceptível aroma. Mas esse agora era um odor não identificado. Certamente não provinha do marido dormindo pesadamente a seu lado. O cheiro dele lhe era familiar. Súbito, veio-lhe a revelação: o cheiro desconhecido vinha de seu próprio braço, ainda apoiado na testa, posição habitual de dormir. Mais precisamente de certo ponto do antebraço. Sim, isso mesmo. Como aquele cheiro teria ido parar ali? Foi lavar o antebraço na pia do banheiro. Esfregou bem o sabonete antes de enxaguar. Cheirou novamente. O cheiro continuava. Tornou a lavar e repetiu o teste. Seria possível? Mais uma tentativa. O mesmo resultado. Voltou para a cama, precisava dormir, o dia seguinte seria pesado. Vai ver, de manhã... Dormiu com dificuldade, acordando várias vezes, farejando e constatando que ele permanecia ali. Pela manhã, abriu os olhos e logo conferiu: o alienígena ainda estava lá. Seria resultado do calor senegalês que assolava São Luís? Ué, por que senegalês? Sei lá, li em algum lugar, chaleur au Sénègal, está quente como nunca, um calor como esse de agora, viscoso, grudento, úmido, merece um nome assim. Levado pelo calor, talvez, o cheiro migrou para sua nuca. E agora, havia aquela desconfortável impressão de um cheirinho safado e um tantinho azedo desprendendo-se do seu cangote. Principalmente quando sacudia os cabelos ou se alguém se aproximava par lhe dar os indefectíveis dois beijinhos. Encurtou os cabelos e passou a lavá-los, primeiro, todos os dias, depois, duas a três vezes por dia. O inominável continuava no cangote. A solução seria raspar a cabeça, Pensando bem, não sou dolicocéfala. Ficarei só nariz e orelhas. Além do mais, expor a cabeça pelada a este sol equatorial poderia resultar – quem sabe, em queimaduras graves. Careca com bolhas, que horror! A não ser que fizesse como vovô, careca total, fora de casa não tirava o chapéu Ramenzoni por nada. Nem sei por que não se usa mais chapéu no Brasil. É bonito, e com esse sol e a fobia atual do câncer de pele, bem que a moda podia voltar. Antes que promovesse a tosa completa, o cheiro saiu da nuca e migrou para o vão entre os seios. A proximidade em linha reta fazia-lhe arder as narinas, mas havia uma vantagem, ele não lhe escapava como quando na nuca. Sutiãs eram mudados, perfumes e desodorantes esfregados na área e as blusas mantidas fechadas até o pescoço. Não demorou, o cheiro deu de mudar constantemente de lugar, como a zombar dela. Ardiloso, cheio de truques, percorria todo o seu corpo, das virilhas aos sovacos, do umbigo ao cotovelo, por vezes escondiase em nichos inconfessáveis. Pomadas, banhos de ervas, buchas. Uma tarde inteira de molho numa banheira de água quente com detergente proporcionou-lhe mil irritações. E nada. Quase careca, pele escalavrada de tantos produtos, afastada do emprego por não permanecer mais que dez minutos em sua carteira sem levantar para lavar as mãos ou coisa semelhante, quase enlouquecida e, de repente, ele se foi. Assim, sem mais. Alívio total, quase felicidade. Ia recomeçar a viver! Durou pouco a paz, logo começou a agir estranhamente. Farejava minuciosamente seu corpo para sentir em que recôndito teria o danado se escondido. Inutilmente. Desconfiou que ele pudesse ter migrado para outra pessoa e começou a farejar também corpos alheios, escancaradamente com o paciente marido e sutilmente com amigos e até estranhos. Por mais discreta que fosse, as pessoas, ao notarem aquele seu leve, porém perceptível arfar das narinas, começavam disfarçadamente a farejar o próprio corpo e, por vezes, até a examinar as solas dos sapatos. Amigos e conhecidos desconfiados de que ela os achava fedidos, afastaram-se. O fato não a preocupou, após a constatação que dentre eles o cheiro não se ocultava.


Mutilada e incompleta, sentia falta daquele cheiro que se tornara, agora o sabia, parte integrante de si própria. Finalmente, compreendeu que precisava buscá-lo, a qualquer custo. E decidiu partir. Deixou uma mensagem que, para os desavisados, poderia aparecer uma desesperada declaração amorosa a alguém ausente: Parto porque não posso viver sem ele. Vou procura-lo onde estiver. Não tentem me impedir, estou em busca da própria vida. Adeus.


O TEMPO DO CONHECIMENTO ALDY MELLO A evolução das ciências e o uso ininterrupto do método científico fizeram do homem um ser criativo e inovador, através de um processo recíproco, onde homem, conhecimento e história levaram as civilizações a buscar o abrigo necessário para suas existências. Sem a presença desses três elementos, não se poderia medir e avaliar a história dos povos nem a história do tempo. Como sabemos, a história não se subordina à finalidades do tempo e em cada fase da vida humana ela registra os avanços científicos ou não decorrentes dos conhecimentos que são acrescidos. São conhecimentos que podem transformar a realidade vivida ou mesmo se adaptarem a ela. O mapa do mundo deixou de ser desenhado pelos cartógrafos e passou a ser reconhecido pela globalização, pela geração dos chips. Assim é o novo espelho do tempo, onde num ritmo veloz se reproduzam as mudanças contando com o esforço dos pesquisadores. É o tempo da pesquisa no processo de reprodução do novo conhecimento. A Era do Conhecimento foi escrito para aqueles que entendem o presente e acreditam no futuro sem a interferência das crenças religiosas, as consequências de um destino ou as afirmações de tantas pitonisas existentes pelo mundo afora. Acreditar no futuro é crer na força da ciência, na evolução do conhecimento e na competência do homem. O homem, como ser universal e humano, foi sempre criador e inovador. Dentre os seus diversos papéis a desempenhar, está o de fazer nascer o novo conhecimento e realimentar a ciência, contribuindo para o crescimento da humanidade e o progresso do mundo. Vivemos a era dos excessos impostos pela pós-modernidade. O novo ritmo de vida nos é marcado como consumidores, celebridades efêmeras, instantâneas e direcionadas, tudo embalado pelo som do imediatismo tornando-nos objetos de anseios e devaneios de outros. Somos dominados pela cultura do vazio, o que nos leva a buscar as coisas do poder e do prazer. O mundo do contexto dos mercados nos traz profundas mudanças estruturais em que se busca eficiência e lucro. Os autores hoje escrevem muito sobre educação para a mudança e preparação para o futuro. No século XVII, o Padre Antônio Vieira, abordando seu tema preferido, o Quinto Império, já dizia que a crença e a descrença andam por caminhos diferentes. Quinto Império era o retorno de Portugal ao centro do poder mundial, tratado em uma das obras proféticas de Vieira. O conhecimento acompanhou a trajetória da história e teve o homem como seu principal condutor. Não se trata especificamente de um estudo de adaptação com vistas ao futuro, mas de uma reflexão em que homem-conhecimento-história desempenham papéis que lhes são atribuídos no espaço e no tempo em que viverem e registrarem seus feitos. As ocorridas mudanças, baseadas nos conhecimentos novos, mostram o quanto é importante conhecer melhor a realidade e os próprios homens. Sobre o futuro não podemos ficar na dependência dos oráculos de televisão e da mídia que derramam uma avalanche de concepções sobre o que virá. Devemos tomar o caminho certo, aquele que considera o futuro dentro das perspectivas da história. Para isso não precisamos ser profetas, embora as profecias tenham sua validade, baseadas na certeza da fé, na verdade com a certeza teológica e na verdade com certeza provável. Como na Chave dos Profetas de Vieira Clavis Prophetatum - alicerçada na história do homem e do mundo, o futuro pode ser uma utopia, mas tem seus caminhos certos e rumos definidos. E lá chegaremos!


POESIAS & POETAS


O MARANHÃO É TERRA DE POETAS JOSÉ NÉRES Parece que em cada esquina há alguém burilando um verso, uma estrofe, um poema... Trago aqui uma espécie de aperitivo com poemas curtos de autores diversos. Aproveitem e busquem a obra original. Dá um pouquinho de trabalho selecionar, fazer a arte e postar, mas sempre vale a pena... É sempre bom divulgar nossos autores. Antes que alguém questione os critérios de escolha, seleciono apenas poemas curtos de livros que tenho em casa. Não se trata de uma antologia, mas sim de uma seleção pessoal.

José Carlos Gonçalves Filho é escritor e professor da rede estadual de ensino, pinheirense, um dos cinco filhos de José Carlos Gonçalves (Zé Carrinho) e D. Maria José. Formado em Letras Modernas pela UFMA, estudou no Colégio Pinheirense nos anos 80. Vive em São Luís, onde atua profissionalmente como professor de Língua Portuguesa, produção textual, literatura brasileira e portuguesa. Além de escritor, Zé Carlos atua também como revisor e letrista, numa trajetória praticamente desconhecida em Pinheiro. Saudosismo, crítica social combinados com elementos de lirismo e melancolia, traduzem a infância, traços familiares, afetos e memória do autor a serem descobertas pelos leitores. Esse conjunto, compõe a poesia de ‘Canto Calado”, que inova na linguagem e na forma de como as palavras se relacionam para transmitir uma ideia, para construir o espaço por onde trafegam estilo e jeito de ser de Zé Carlos. https://vandovalrodrigues.com/escritor-pinheirense-lanca-livros-na-aplac/


Samarone Marinho é maranhense, formado em Geografia e Economia pela Universidade Federal do Maranhã (UFMA), e Doutor em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente é professor universitário em Cabo Verde. Atrás da vidraça é seu livro de estreia, e foi premiado em 1º lugar na Categoria Texto do 18º Programa Nascente (2010)/USP.


Lúcia Santos (Arari, 18 de novembro de 1964) é uma escritora[1] e poeta brasileira. Chegou a cursar Serviço Social, Letras e Filosofia na Universidade Federal do Maranhão, mas não concluiu os cursos. Em 1986, ganhou o Prêmio Poesia da Fundação Bandeira Tribuzzi-MA. Em 1991, seu poema Clara Manhã foi classificado no VII Festival Maranhense de Poesia Falada – UFMA.[2]. Venceu o XXIII Concurso Literário Artístico Cidade de São Luís, na categoria poesia, com o livro Batom Vermelho[3]. Publicou quatro livros e participou de diversas antologias, sendo que vários dos seus poemas foram musicados por intérpretes brasileiros. Seu nome é citado no Dicionário Crítico de Escritoras Brasileiras, de Nelly Novaes Coelho. https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%BAcia_Santos 1992 - Quase Azul Quanto Blue 1997 - Batom Vermelho 2006 - Uma Gueixa Para Bashô 2016 - Nu Frontal com Tarja


O BELO NU FRONTAL (COM TARJA) DE LÚCIA SANTOS E O CONTRA-ATAQUE FULMINANTE DE AÍLA ARNALDO AFONSO https://emais.estadao.com.br/blogs/sarau-luau-e-o-escambau/o-belo-nu-frontal-com-tarja-de-luciasantos-e-o-contra-ataque-fulminante-de-aila/ Não sei se é por causa do feriado, mas esse post tá pra lá de agitado. É só ler e correr pro abraço: tem o livraço da Lúcia Santos, tem o discaço da Aíla e o novo site do baita poeta Ademir Assunção. Tem o filme do Buzo no festival In-Edit, tem um grupo de ‘chorinho de bar’ fazendo niver. Tem Nina, Daniela Alcarpe, Zé de Riba e mais artistas legais na agendinha. Tem até um seminário de críticos musicais conversando sobre nós e eles, elos & nós culturais, discutindo a relação. Sem drama, mas com paixão. Senão, melhor não.

Na quinta-feira passada, a editora Reformatório lançou o ‘Nu Frontal com Tarja‘, livro de frases, poemas, crônicas e microcontos da talentosa escritora e compositora Lúcia Santos. Como trabalho à noite e não poderia ir, encarreguei minha representante para assuntos literários, Marici Silva (brincadeira, Mari), de comprar meu exemplar (que já li) devidamente autografado. O encontro que reuniu leitores, artistas, parceiros e amigos aconteceu no bar do Julinho, em Pinheiros. Estavam presentes, entre outros: Adolar Marin, Solange Rocco, Kleber Albuquerque, Vivi Correa, Vanessa Bumagny, Gabriel de Almeida Prado, Léo Nogueira, Zeca Baleiro, Vlado Lima, Sander Mecca, André Bedurê, Andréa Catrópa, Marcelo Nocelli, Oswhaldo Rosa, Susie Mathias, Osvaldo Borgez e muita gente legal. Abaixo, algumas fotos (que roubei da página da Lúcia) e uns links, textos, frases e poemas. Curte aí.

Não sei dizer exatamente quando a conheci. Acho que foi através do poeta Vlado Lima, numa edição do Sopa de Letrinhas. Lembro dela declamando bem, conquistando a atenção da plateia com a entonação firme dos que têm algo a dizer. Ou talvez a tenha conhecido quando dei de procurar tudo o que havia do Kleber Albuquerque na net e achei a bela canção ‘All Star’, parceria deles que sempre escuto (clipe abaixo). Ou vai ver que foi no facebook mesmo, pelos muitos compartilhamentos de seus poemas curtos e densos (concisos, melhor dizendo). Só sei que quando ela foi ao Sarau da Maria, eu já a conhecia e


admirava em tudo: métrica, música, rimas e aliterações com conteúdo. Descobri depois que essa Lúcia poeta era letrista de vários artistas que eu gostava. Inclusive o grande Zeca Baleiro (de quem já falei AQUI), que eu nem sabia que era seu irmão. Família danada de boa essa que nos deu o Maranhão (e vice-versos). Mas Lúcia é na dela, é mais ela, independente, ímpar. Se equilibra na afiada linha da poesia ousada e malabarista: sua escrita é consciente e, por vezes, quase depressiva, mas salta contente. É crítica e feminista, sem deixar de ser romântica. Sempre. Ela não teme as drogas variegadas que a vida dá: toma, viaja e volta louca pra nos contar. Não foge da dor de amar e carrega o peso do pensar, sem deixar de sorrir. Lúcia lúcida-lúdica, trinca-brinca e nos ajuda a refletir. Quando está tudo bem, ela desconfia, não se fia em felicidade à-toa. Prestes a sucumbir, abre os braços e voa. Resiste e questiona. ‘O amor é uma gangorra e eu não consigo me equilibrar nessa porra’. Lúcia é cética, mas não quer perder a esperança de um dia poder ficar só de boa. Ou: só, de boa. Não sei se me fiz entender. Não sou bom de explicar e ela é tão boa de ler. Leia Lúcia, literatura astuta que dá prazer. ……… VISCERAL te devo um nu frontal com tarja: proibido para menores já as maiores dores cortadas do meu umbigo exibo amoral tome meus versos minhas vísceras devore-os com toda a libido ‘Difícil dizer de que é feita a poesia. Qualquer coisa pode ser impactante para o olhar atento do poeta: uma pedra, para Drumond ou João Cabral, uma lesma para Manoel de Barros, um gato para Ferreira Gullar, uma pescaria para Adélia Prado… Coisas simples, corriqueiras, podem conter muita poesia. Precisa observação, inquietação, ou qualquer sentimento que nos mova, seja ele bom ou ruim. Não acredito numa atmosfera propícia para que surja um bom poema. Ele pode surgir do caos, do descompasso, até mesmo da falta do que dizer. A lapidação do poema, sim, carece de bom tempo’. (Lúcia Santos) NENHUMA CANTIGA nenhuma canção de ninar acordei com a boca cheia de palavras formigas e a orfandade de um menino de rua numa tarde fria e tanto faz se é domingo ……… INÉDITO esqueça os seus amores pretéritos relembre as nossas noites homéricas receba o meu amor quilométrico os meus desejos exóticos


minha visão esotérica e ainda todos os créditos dos meus poemas inéditos entrego a você pague pra ver ………

A poeta e atriz maranhense Lúcia Santos é autora dos livros ‘Quase azul quanto blue’, ‘Batom Vermelho’ e ‘Uma gueixa pra Bashô’. Ela cursou teatro e ao lado de atores, músicos e poetas, roteirizou e apresentou vários recitais performáticos, como: Batom Vermelho, Cordel Technicolor, Eros&Escrachos, Dentro da Palavra, Cochichos de Bruxas, Ménage à Trois, Papas na Língua, Nu Frontal com Tarja e Companhia Ausente. Como letrista, tem parcerias com Dudu Caribé, Kléber Albuquerque, Cássio Gava, Kana do Brasil, Nosly, Rubens Kurin e Zeca Baleiro, entre outros. Participou das coletâneas, como Mulheres Emergentes (BH), Circuito de Poesia Maranhense, Afluências (RS) e Ekos (RS). Lúcia tem inéditos crônicas e histórias infantis, além de dois outros livros de poemas. Também participa do Clube Caiubi de Compositores.


Paulo Rodrigues nasceu em Caxias-MA, em 16 de fevereiro de 1978. É Professor de Língua Portuguesa e de Latim. Foi Secretário de Educação de Santa Inês. Escritor, poeta, jornalista. Obras: Dissonâncias Poéticas em Poemas Acidentais (Poesia/ Editora 360º), em 2013; Crônicas da Cidade e Outras Narrativas (Crônicas/ Editora 360º), em 2014; Apenas um sujeito lírico (Poesia/ Editora 360º), em 2015; O Abrigo de Orfeu (Poesia/Penalux), em 2017. https://www.literaturaefechadura.com.br/2018/07/12/tres-poemas-de-paulo-rodrigues/ http://ruidomanifesto.org/paulorodrigues/


Marcos Fábio Belo Matos é pós-doutorando em Comunicação Social pela Unisinos, doutor em Linguística e Língua Portuguesa pela Unesp-Araraquara, mestre em Comunicação e Cultura pela ECO/UFRJ, especialista em Língua Portuguesa pela Fama, Licenciado em Língua Portuguesa pelo CEFET-MA e bacharel em Comunicação Social – Jornalismo pela UFMA. É professor adjunto IV do Curso de Comunicação Social – habilitação em Jornalismo, da UFMA-Imperatriz. Autor de 18 obras, entre as quais: ...E o cinema invadiu a Athenas: a história do cinema ambulante em São Luís (1898-1909), ganhadora do XXIV Prêmio Literário e Artístico Cidade de São Luís, categoria ''pesquisa histórica'', em 2002; Crônicas de menino, ganhadora do Prêmio BNB de Cultura, em 2005, e Contos cáusticos, publicada pela Editora CRV, em 2016. É membro das academias Bacabalense e Imperatrizense de Letras.


COMO ESCREVE MARCOS FÁBIO BELO MATOS José Nunes https://comoeuescrevo.com/marcos-fabio-belo-matos/ Marcos Fábio Belo Matos é professor dos cursos de Jornalismo e Pedagogia da Universidade Federal do Maranhão, membro da Academia Imperatrizense de Letras e autor de “O 18º. Andar”.

Como você começa o seu dia? Você tem uma rotina matinal? Como eu sou professor universitário, eu sempre começo o meu dia fazendo coisas relativas à minha rotina de professor: corrigindo provas, enviando material para os alunos (textos, pdfs, slides, esquemas para orientação de monografias). Não tenho uma rotina matinal no que se refere ao ato de escrever; escrever, para mim, ainda se concentra no campo das não sistematicidades. Escrever, para mim, ainda fica muito associado a momentos de prazer e de inspiração. Em que hora do dia você sente que trabalha melhor? Você tem algum ritual de preparação para a escrita? Em geral, eu costumo escrever mais à noite, porque dou aulas pela tarde. A manhã é muito corrida e a tarde reservo para a universidade. Não tenho ritual, mas, quase sempre, quando sento para escrever literatura, a ideia já está maturada – já pensei sobre ela, seja um poema, uma crônica, um conto ou o capítulo do livro que estou escrevendo. Você escreve um pouco todos os dias ou em períodos concentrados? Você tem uma meta de escrita diária? Não tenho meta diária de escrita, não. Eu costumo escrever em períodos concentrados mesmo – seja sentando para escrever um conto, seja sentando para escrever um capítulo de livro. Quase sempre, quando sento já estou com a ideia mentalmente desenvolvida. Como é o seu processo de escrita? Uma vez que você compilou notas suficientes, é difícil começar? Como você se move da pesquisa para a escrita? Não é difícil começar, não. Eu sento e escrevo tudo de uma vez. Muitas vezes, o que fica difícil é terminar o texto. No caso dos textos mais longos, eu costumo me esforçar para fechar capítulos inteiros “em uma sentada”. Como você lida com as travas da escrita, como a procrastinação, o medo de não corresponder às expectativas e a ansiedade de trabalhar em projetos longos? Como a escrita não é uma atividade profissional, para mim, esses medos não me massacram muito. Exemplo: estou, neste exato momento, ocupado em escrever um romance, que me propus a fazer depois de ter publicado a minha primeira narrativa mais longa – uma novela, cujo título é “O 18º. Andar”, um texto de 18 capítulos, com 72 páginas. Mesmo sendo esse um grande desafio, ele não me pesa, não fico pensando em que eu preciso superar a expectativa de que ele seja melhor que a novela. Eu vou apenas escrevendo. No fim, eu vejo como ficou. Quantas vezes você revisa seus textos antes de sentir que eles estão prontos? Você mostra seus trabalhos para outras pessoas antes de publicá-los? Eu costumo fazer assim: quando escrevo textos para publicar pelas redes sociais ou em jornal (contos, poemas, crônicas), eu faço, em geral, uma escrita e uma única revisão. Mas quando eu vou publicar textos


na forma de livros (sejam e-books ou livros impressos), aí me preocupo, sim, em fazer mais de uma revisão – inclusive, contrato um revisor para revê-los. Mas o que eu, às vezes, faço é: quando vou republicar um texto, eu em geral faço uma ou outra alteração. Já cheguei até a mudar nomes de personagens de contos, por exemplo. A revisão ou refacção de textos literários é uma coisa que acompanha sempre quem escreve. Como é sua relação com a tecnologia? Você escreve seus primeiros rascunhos à mão ou no computador? Eu escrevo diretamente no computador, no word mesmo. Ainda não consigo escrever textos literários, como crônicas, contos, poemas, novelas, romances, em plataformas digitais. Apenas pequenos versinhos e pensamentos que eu escrevo diretamente no celular, porque os jogo, imediatamente depois de escritos, na internet – Facebook, Instagram, WhatsApp. De onde vêm suas ideias? Há um conjunto de hábitos que você cultiva para se manter criativo? Minhas ideias nascem de coisas que vejo, outras são desdobramentos de experiências pessoais (relações afetivas, minha vida particular, meus hábitos, etc). Mas muita coisa nasce também a partir das leituras que eu vou fazendo. Sou um bom leitor e gosto de ler autores os mais diversos. Vou dos clássicos aos desconhecidos. Muitas vezes, a ideia do texto surge a partir da invenção de um título. Exemplo: tenho um conto que se chama “O Piano”. Eu o fiz a partir deste título, mas levei uns dez anos para, depois do título feito, poder construí-lo. Outro conto que também nasceu assim foi “O aniversário do papai”. Muitas crônicas que já publiquei nasceram depois de eu ter criado os seus títulos. Gosto da sonoridade das palavras e, às vezes, os títulos acabam por provocar o nascimento dos textos. O que você acha que mudou no seu processo de escrita ao longo dos anos? O que você diria a si mesmo se pudesse voltar à escrita de seus primeiros textos? Acho que mudou minha forma de escrever, de resolver os conflitos nas narrativas, de construir concisões nas frases, nos períodos, de dar mais fluidez e velocidade aos parágrafos. Atribuo essa mudança à minha formação em Jornalismo. Quando comecei a escrever, eu era muito mais formalista, os textos tinham um ar um tanto pesado, com palavras mais ortodoxas, com mais volteios verbais. Hoje minha escrita está mais direta, mais seca, mais sintética – porém, bem mais expressiva. Se eu pudesse dizer algo para aquele jovem escritor, que começou a escrever aos 15 anos, em 1987, eu diria: rapaz, leia mais os bons contistas brasileiros: Rubem Fonseca, Dalton Trevisan, Fernando Sabino, Luiz Vilela, Carlos Faraco. Leia esses caras e aprenda a escrever de modo mais seco, mas mais expressivo. Mas creio que tudo na vida serve de aprendizado. E é bom, hoje, poder constatar a evolução na minha forma de me expressar literariamente. Que projeto você gostaria de fazer, mas ainda não começou? Que livro você gostaria de ler e ele ainda não existe? Tenho dois projetos que gostaria de fazer. Um deles é um livro de poemas, uma reunião dos poemas que já fiz até agora (acho que uns 200 ou 250). Já tem até título provisório. Minha vida literária começou com a publicação de um livrinho, impresso em xerox, que eu chamei de “Anonimato”, era um livro de poemas, isso quando eu tinha 18 anos. Nunca mais voltei à poesia em forma de livro e acho que esse projeto poderia ser encarado como um reencontro – ou um epitáfio, o que me couber melhor. O segundo projeto é um romance. Sempre achei que eu tivesse bloqueio para escrever narrativas mais longas, mas a novela me fez ver que eu posso, sim, construir textos mais consistentes, de narrativa mais ampla. O romance até já foi começado, mas segue a passos de cágado. Vamos ver no que vai dar. Tenho outros projetos, mas estes mais como editor: fazer uma coletânea de textos de “novos escritores da região tocantina”, onde moro e participo da Academia Imperatrizense de Letras, por exemplo.


Maranhense de São Luís, Fernando Abreu também é letrista de música popular, tendo entre seus parceiros, Chico César, e os maranhenses Chico Nô, Neto Peperi, Gerson da Conceição, Zeca Baleiro e Nosly. Os três últimos gravaram parcerias com o autor em seus discos, sendo as mais conhecidas, Alma Nova, Rock do Cachorro Doido e Guru da Galera, lançadas por Zeca Baleiro. Livros anteriores de poesia: Relatos do Escambau (Exodus, 1998) e O Umbigo do Mudo (Clara Editora, 2003). Editou a revista de poemas Uns & Outros, com os integrantes do grupo Akademia dos Párias. http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/maranhao/fernando_abreu.html

ABREU, Fernando. Aliado involuntário. São Luis, MA: Êxodus, 2011. 97 p. 18,5x29 cm. m Ilustrações de Geetesh (Coleção Probocara, técnica original: acrílico sobre vidro). Diagramação e projeto gráfico: Francisco Rogero. Exemplar autografado. Col. A.M.


“(...( comecei a experimentar algumas ideias que me pareceram instigantes, marcadas por associações mais livres, abertura para sugestões do inconsciente e da intuição. Confiança na lógica interna do poema, em sua funcionalidade como matéria verbal autônoma.” Fernando Abreu ANUNCIAÇÃO Não é o mal quem te espreita sob a pele Quando afagas os desvãos do rosto Explorando a estatuária paciente Que só no alvo dos dentes se revela Ritual de mútuo reconhecimento Onde jamais falsidade se admite Nenhuma lâmina elide esse momento Nem estátua de sal corrompe o mito Aos poucos um sorriso se insinua Músculos que estalam em degelo Espelhos secretos que se instalam Entre a cal da carne e a alma nua Até que toda a tua face se ilumina Luz que te reveste feito um manto Disfarce para os dias transparentes Blindagem para as noites mais escuras.

A LOUCURA MOSTRA AS UNHAS Sempre que a loucura mostra as unhas de gato Para arranhar teus ossos sob a paz do beco Deixa elétrica dor dizer na lata e a seco Vida de gado na mesmice desse mato Fingindo ser farinha de outro saco Cão e gato se lambem à luz do gueto Erguendo brindes comem o mesmo naco Da tua carcaça crua em branco & preto Exposto assim ninguém aguenta o tranco Entrega os pontos antes do último ato Um pirata perneta caolho troncho e manco Surge do fundo para afundar teu barco Dança com esse lobo até soltar o pêlo No fim tem sempre um olho atrás do palco Uiva de escalpo em punho e fim de papo Pouco importa saber quem paga o pato.


Nasceu no sítio Olho d’Água do Melão, município de Baixio-CE, a 2 de março de 1944. Filho de Cícero Moreira da Silva e de Raimunda Alodias Duarte. Fez o primário em Cajazeiras-PB e o secundário nos Aspirantados Salesianos de Recife, Carpina e Jaboatão. Em São Paulo, frequentou a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena. Abandonando a vida religiosa, radicou-se no Maranhão, a partir de 1965. Licenciado em Filosofia e Pedagogia, é professor aposentado da Universidade Federal do Maranhão, onde ingressou em 1972. Mestre em Administração Universitária pela Universidade do Alabama, e doutor em Literatura Latino-Americana pela Universidade de Illinois, nos Estados Unidos. No Brasil, exerceu atividades docentes e administrativas em universidades do Maranhão e da Paraíba. Foi visiting scholar das universidades de San Diego, na Califórnia, e de Illinois (Urbana-Champaign), além de professor da Universidade do Tennesse, em Knoxville, nos Estados Unidos. Tem publicado diversos trabalhos em periódicos educacionais e literários do Brasil e do exterior. Entre 1999 e 2001 foi um dos colaboradores da coluna Sacada, de O Imparcial. Coordenador editorial da coleção Maranhão Sempre, pela qual foram publicados 24 títulos da bibliografia maranhense, com o selo da Editora Siciliano (SP) e sob o patrocínio do Governo do Estado do Maranhão. Atualmente presta colaboração editorial ao Instituto Geia, pelo qual tem trabalhado em numerosas publicações. http://www.academiamaranhense.org.br/sebastiao-moreira-duarte/


Mario Luna Filho |São Luís, 27.07.1950|. Poeta, contista e ensaísta brasileiro. Membro da Academia Ludovicense de Letras (ALL). É, ainda, médico, cirurgião-pediatra e membro da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores – Regional do Maranhão – SOBRAMES/MA. Vencedor de vários concursos em território nacional. É o autor de Do sapato ao pé descalço (poesia), um pingo para o seu devido i (Ensaio Literário), Chão Azul (Conto) e Do Granito ao Infinito (Poesia). https://quatete.wordpress.com/2019/12/07/4-poemas-de-mario-luna-filho/ Informações sobre o autor Nome completo: Mario Luna Filho Nascimento: 1950 - São Luís, MA Descrição: Poeta. Fonte(s) dos dados COUTINHO, Afrânio; SOUSA, José Galante de. Enciclopédia de literatura brasileira. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional; Academia Brasileira de Letras, 2001. 2 v. ISBN 8526007238 https://www.literaturabrasileira.ufsc.br/autores/?id=9079



Nasceu e mora em São Luis do Maranhão desde 2 de março de 1953. Publicou muitos livros de poesia, sempre bem recebidos pela crítica.


Carvalho Junior (Caxias/MA, 1985). Professor e poeta brasileiro. Vencedor do Troféu Nauro Machado (categoria poesia) no I Festival Maranhense de Conto e Poesia promovido pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA/São Luís, 2015). É o autor de Dança dos dísticos (2014) e No alto da ladeira de pedra (2017), ambos pela Editora Patuá. Tem poemas publicados em antologias, jornais e revistas literárias nacionais. Edita a revista digital QUATETÊ. |professorcarvalhojunior@gmail.com|


Paulo Melo Sousa (São Luís /MA). Poeta, jornalista, escritor, designer, pesquisador de cultura popular, ambientalista, membro fundador da Sociedade de Astronomia do Maranhão e da Academia Ludovicense de Letras. Mestre em Ciências Sociais, detentor da Medalha do Mérito Timbira, grau de Comendador do 4º Centenário de São Luís, pelos relevantes serviços prestados à cultura maranhense. É ainda presidente da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão. Autor de sete livros, quatro deles de poesia, todos premiados, dentre os quais Vi (s) agem, Banzeiro e Vespeiro. Integra a antologia A Poesia Maranhense do Século XX, organizada por Assis Brasil. https://quatete.wordpress.com/2018/05/30/4-poemas-de-paulo-melo-sousa/ http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/maranhao/paulo_melo_souza.html


LINDA BARROS – É professora, atriz, escritora, pós-graduada em Língua Portuguesa, em Dança Educacional e em Artes Cênicas. Faz parte do Grupo Teatro Improviso e da Ribalta Produções Artísticas. Autora de “Palavras ao vento” http://www.academiamaranhense.org.br/conversa-literaria-em-familia/


Nasceu a 10 de abril de 1945 em Turiaçu-MA. Filha de Jamil Miguel Damous e Dolores Estrela Damous. Em São Luís estudou no Colégio Santa Teresa, de onde saiu como professora normalista. Cursou Filosofia na Universidade Federal do Maranhão. Ocupou cargos em órgãos públicos ligados a atividades culturais. Foi Diretora do Teatro Arthur Azevedo, Superintendente de Interiorização da Cultura, e Secretária de Estado da Cultura, entre 1987 e 1989, quando desenvolveu o programa de municipalização da cultura, responsável pela implantação de 36 Secretarias Municipais de Cultura, revitalização e inauguração do Centro de Criatividade Odylo Costa, filho. Foi ainda Subchefe da Casa Civil do Governo do Maranhão. Atualmente, exerce o cargo de Gestora de Programas Especiais da Casa Civil do Governo do Estado. Integrou o Conselho Estadual da Cultura, quando Secretária de Estado da Cultura. Entre outras distinções, recebeu as seguintes comendas do Governo do Estado do Maranhão: Medalha do Mérito Timbira, Medalha do Mérito Grã-Cruz da Ordem Timbira, Medalha do Mérito Cultural João Lisboa e Medalha Comemorativa aos 400 anos de São Luís. Foi agraciada com Medalha Comemorativa 400 anos de São Luís pela Assembleia Legislativa do Maranhão. Professora Honoris Causa da Faculdade de São Luís. Sua obra, como escritora, é inteiramente dedicada à poesia, já havendo publicado os seguintes livros: Brevíssima canção do amor constante, São Luís: Sioge, 1987; Traje de luzes, São Luís: Sioge, 1993; Cimitarra, São Luís: UEMA, 2001; Arabesco, 2010. Inventário dos sentidos: poesia reunida. São Luís: Editora 360º, 2013. Participa da antologia Poesia maranhense no século XX, organizada por Assis Brasil (Rio de Janeiro/São Luís: Imago/Sioge, 1994) e do Dicionário crítico de escritoras brasileiras, de Nelly Novaes Coelho (São Paulo: Escrituras Editora, 2002), dentre outras. http://www.academiamaranhense.org.br/laura-ameliadamous-duailibe/


Além de tudo, uma pessoa íntegra e com um coração de ouro


NOVIDADES a maior comunidade acadêmica e de pesquisa em Educação Física, Esportes e Lazer da Internet.

http://cev.org.br/Educação Física no Maranhão  

comunidades quem é quem biblioteca eventos educação sobre o cev contato

Comunidades Ponto de encontro para troca de informações sobre conceitos, livros, congressos e artigos entre pesquisadores, professores e estudantes da área de Educação Física, Esportes e Lazer. Comunidade Participantes Anatomia em Educação Física ANPPEF - Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Educação Física APEF - Associações de Profissionais em Educação Física Aprendizagem Motora Artes Atividade Física no Programa Saúde na Família Atividade Motora Adaptada Atletismo Avaliação em Educação Física e Esporte Dança Dança e Educação Física: Diálogos Desportos Aquáticos Dirigentes de IES em Educação Física e Esporte Dopagem na Atividade Física e Esportes

Badminton Basquete Biblioteconomia e Ciência da Informação em EF & Esportes Biomecânica Bioquímica do Exercício

Capoeira Ciclismo Corpo e Educação Indígena Corporeidade - Estudos Transdisciplinares Criança

EAD - Educação a Distância Economia Editores de Publicações Científicas Educação Educação Física do Trabalhador & Ergonomia Educação Física e Circo Educação Física e Esporte Educação Física Escolar Educação Física Militar

Educação Física na Paraíba Educação Física no Acre Educação Física no Amapá Educação Física no Amazonas Educação Física no Ceará Educação Física no Distrito Federal Educação Física no Espírito Santo Educação Física no Maranhão

Educação Física no Mato Grosso Educação Física no Mato Grosso do SulEducação Física no Pará Educação Física no Paraná Educação Física no Piauí Educação Física no Rio de Janeiro Educação Física no Rio Grande do Norte Educação Física no Rio Grande do Sul Educación Física en Latinoamerica Gênero e Esporte Genética e Atividade Física Gestão Desportiva Ginástica Ginástica Laboral

Educação Física em Alagoas Educação Física em Goiás Educação Física em Minas Gerais Educação Física em Pernambuco Educação Física em Rondônia Educação Física em Roraima Educação Física em Santa Catarina Educação Física em São Paulo Educação Física em Sergipe Educação Física na Bahia Esporte Escolar Esporte para Todos Esporte Universitário Esportes de Aventura Esportes Diferenciados Esportes Náuticos Esportes Paralímpicos Estudos Olímpicos Ética e Moral no Esporte Handebol História da Educação Física e dos Esportes

Fisiologia do Exercício Fisioterapia Esportiva Fitness e Qualidade de Vida Futebol Futsal Filosofia do Esporte Idoso Instalações Esportivas Legislação Desportiva - CEVLeis Lusofonia Nutrição em Educação Física e Esportes

Jiu-Jitsu Judô Marketing Esportivo Mídia e Esportes Musculação Oftalmologia Esportiva ONGs e Esporte

Rádio CEV Recreação e Lazer Rugby

Sociologia do Esporte Surfe

Volei

Wushu

Karate Lusofonia

Pedagogia do Esporte Políticas Públicas Professores Universitários em EF Psicologia do Esporte Tecnologia no Esporte Tênis Tênis de Mesa Treinamento Desportivo Triathlon Xadrez


Newsletter Você também pode receber todas as Novidades do CEV, uma vez por dia, no seu e-mail. Basta informa-lo no formulário abaixo: assinar

Seu E-mail:

Acompanhe:

Perfil da Carga de Treinamento no Voleibol de Alto Rendimento: Um Estudo de Caso Aplicac¸ão das Leis 10.639/03 e 11.645/08 nas Aulas de Educac¸ão Física: Diagnóstico da Rede Municipal de Fortaleza/ce Deep Water Running na Melhoria da Capacidade Funcional em Universitários Obesos: Estudo Piloto O Lazer na Constituição do Ideário Ambiental Os Campos Acadêmicos do Lazer e Educação e Suas Interfaces Educação Para/pelo Lazer no Programa Minas Olímpica Geração Esporte – Fha Capoeira: Contexto de Desenvolvimento Humano Recreio Escolar: Espaço/tempo de Controle ou Liberdade? Ruas de Recreio na Cidade de Belo Horizonte (fim da Década de 1950 Até 1980) Práticas Culturais, Alteridade, Lazer e Políticas Sociais em Contextos Indígenas e Quilombolas Políticas Públicas de Lazer e Minorias Sociais: Um Olhar Sobre os Distritos e Povoados de Um Município Baiano Academia da Cidade em Belo Horizonte: Uma Relação Entre Cidade, Lazer e Saúde Aproximação Entre as Gestões dos Setores de Saúde e Esporte/lazer em Vitória/es La Oferta Cultural Pública Como Instrumento Innovador Para La Generación de Valores Lazer e Representação Social: Pista Para Uma Construção Metodológica Para Avaliação de Política Pública O Lazer Como Direito:identificando Possibilidades, Compreendendo o Paradoxo Educação Física na Escola Básica: Debates Contemporâneos Introdução à Pedagogia das Atividades Circenses 1 Introdução à Pedagogia das Atividades Circenses 2 Política Pública de Turismo em Maringá: Omissão ou Expansão? A Identidade Cultural de São Paulo: Cidade do Trabalho e do Entretenimento Recursos Culturais e Patrimônio Histórico do Município de Santana de Parnaíba e Sua Relação com o Lazer e Turismo Mochileiros: Transgressões e Aprendizagens Frente Ao Sistema Capitalista O Lazer do Brasileiro: Discussão dos Dados Coletados em Escolaridade, Renda, Classes Sociais e Cor/raça Lazer e Turismo na Fronteira: Considerações a Partir das Cidades Gêmeas Jaguarão (rs, Brasil) e Río Branco (cerro Largo, Uruguai) O Protagonismo Comunitário no Planejamento Público de Lazer e Turismo na Cidade de São Paulo Os Jogos da Terceira Idade no Sesc/mg Lazer Sobre Rodas no Cartão Postal: Identidades e Socialização no Skatepark em Aracaju/se Juventudes e Jovens Negros nos Estudos do Lazer: Onde Estão? Futebol e Lazer: Assistência Aos Jogos no Bar Identidades do Torcedor no Futebol a Partir do Olhar de Zygmunt Bauman


Hoje é Dia de Jogo, Mas Também Têm Outras Coisas: Notas Etnográficas Sobre o ‘tempo de Lazer’ de Mulheres Jogadoras de Voleibol Máster Adolescentes do Ensino Médio e as Práticas de Lazer: Relações Entre o Usual e Ilícito Posted:

Do Real Ao Virtual: o Uso dos Espaços de Lazer na Cidade Escola: Um Estudo Sobre as Possibilidades Culturais Nesse Equipamento Espaços e Equipamentos Públicos de Esporte e Lazer de Barcelona: Acessibilidade Vista Sob a ótica dos Usuários O Lugar do Skatista no Parque da Juventude A Importância do Espaço de Lazer na Cidade: Uma Análise do Parque da Jaqueira e do Calçadão de Boa Viagem Lazer, Megaeventos Esportivos e Ações de Infraestrutura Relacionadas à Copa do Mundo de 2014 em Belo Horizonte O Lúdico e a Reabilitação em Instituições Públicas de Florianópolis (sc) Lazer, Saúde e Formação Profissional no Contexto da Intervenção com Pessoas Idosas O Lazer e a Formação do Professor de Educação Física: Reflexões e Desafios Atuais Lazer e Grupos Religiosos: a Dimensão do Lazer no Sistema Cultural do Crente Brasileiro Culturas de Rua e Espaço Urbano: Primeiros Diálogos Recorde: Revista de História do Esporte - v. 12, n. 2 (2019) Sumário Artigos A PESQUISA SOBRE SKATE NOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DO BRASIL: PDF PANORAMA E PERSPECTIVAS Leonardo Brandão, Giancarlo Marques Carraro Machado BARES DE FUTEBOL/TORCIDAS DE FUTEBOL NA AMÉRICA LATINA. UM ESTADO DA PDF SITUAÇÃO Onésimo Rodríguez Aguilar, Luis Diego Soto Kiewit, Cindy Zúñiga Valerio O PROGRAMA DE CULTURA DOS JOGOS RIO2016: A DISPUTA SOBRE O NÃO FEITO Juliana Carneiro

PDF

“É UMA COISA INDECENTE, IMORAL E ESCANDALOSA”: OS PRIMEIROS RELATOS SOBRE PDF FOOTBALL FEMININO NA IMPRENSA DO RIO DE JANEIRO (1910-1920) Kelen Katia Prates Silva PROCESSO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO DO FUTEBOL FEMININO NO URUGUAI Tiago Sales de Lima Figueiredo

PDF

DEFESA DA HONRA E A CIVILIZAÇÃO DOS COSTUMES: CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DO PDF CÓDIGO IRLANDÊS DE DUELO COM PISTOLAS DE 1777 Narayana Astra van Amstel, Carlos Alberto Bueno dos Reis Júnior, Leonardo do Couto Gomes, Ricardo João Sonoda Nunes MUAY THAI – A PRESENÇA DE UMA CULTURA CORPORAL NO CINEMA TAILANDÊS

PDF


Ivo Lopes Müller Junior, André Mendes Capraro SHUAIJIAO O JUDÔ CHINÊS OU JUDÔ O SHUAIJIAO JAPONÊS: A INFLUÊNCIA DO PDF WRESTLING CHINÊS SOB O JUDÔ DE JIGORO KANO Everton de Souza da Silva BOLICHES E DISCURSO ESPORTIVO: A DISTINÇÃO E AS DISPUTAS ENVOLVENDO OS PDF JOGOS DE AZAR NA SÃO PAULO DOS ANOS 1930 Samuel Ribeiro dos Santos Neto, Edivaldo Góis Junior O TREM-DE-FERRO E O CINEMA EM MONTES CLAROS-MG: A PROJEÇÃO DE UM PDF DIVERTIMENTO PELOS TRILHOS DO SERTÃO MINEIRO Rogério Othon Teixeira Alves, Georgino Jorge de Souza Neto, Luciano Pereira da Silva ORGANIZAÇÃO SOCIAL, FUTEBOL E JUVENTUDE: A ATUAÇÃO DO FOTO BRASIL FC EM PDF CAMPINAS/SP (1973-1985) Luiz Antonio C. Norder Resenhas ESPORTE E CIDADE, NOVAS PERSPECTIVAS HISTORIOGRÁFICAS: NOTAS SOBRE O LIVRO PDF “ESPORTES NOS CONFINS DA CIVILIZAÇÃO: GOIÁS E MATO GROSSO, C.1866-1966” Mariana de Paula, Letícia Cristina Lima Moraes, Leonardo do Couto Gomes, Marcelo Moraes e Silva NARRATIVAS HISTORIOGRÁFICAS E ANTROPOLÓGICAS SOBRE AS DINÂMICAS PDF TAUROMÁQUICAS NA PENÍNSULA IBÉRICA, NO BRASIL E EM MOÇAMBIQUE: REFLEXÕES SOBRE O LIVRO “POIS TEMOS TOUROS: TOURADAS NO BRASIL DO SÉCULO XIX” Leonardo do Couto Gomes, Duilio Queiroz de Almeida, Marcelo Moraes e Silva LIVE LIKE LINE: RESENHA DO FILME “UMA RAZÃO PARA VENCER” Miguel Archanjo de Freitas Junior, Edilson de Oliveira, Tatiane Perucelli, Bruno Pedroso Shuaijiao o Judô Chinês ou Judô o Shuaijiao Japonês: a Influência do Wrestling Chinês Sob o Judô de Jigoro Kano Muay Thai – a Presença de Uma Cultura Corporal no Cinema Tailandês Defesa da Honra e a Civilização dos Costumes: Considerações a Respeito do Código Irlandês de Duelo com Pistolas de 1777 Live Like Line: Resenha do Filme Uma Razão Para Vencer Narrativas Historiográficas e Antropológicas Sobre as Dinâmicas Tauromáquicas na Península Ibérica, no Brasil e em Moçambique: Reflexões Sobre o Livro Pois Temos Touros: Touradas no Brasil do Século Xix Esporte e Cidade, Novas Perspectivas Historiográficas: Notas Sobre o Livro Esportes nos Confins da Civilização: Goiás e Mato Grosso, C.1866-1966 Brazil and Argentina Survey of Fitness Trends for 2020 Educação Física na Escola Básica: Debates Contemporâneos Organização Social, Futebol e Juventude: a Atuação do Foto Brasil Fc em Campinas/sp (1973-1985) Boliches e Discurso Esportivo: a Distinção e as Disputas Envolvendo os Jogos de Azar na São Paulo dos Anos 1930


Determinantes do Ganhar ou Perder em Humanos: Um Estudo com Atletas de Judô Pornolazer na Sociedade Contemporânea Like a Pro: Dinâmicas Sociais no e-Sport As Carapuças do Padre Lopes Gama Como Elementos Para Se Pensar as Histórias do Tempo Livre e do Lazer no Brasil (1832-1842) O Lazer Sob o Jugo Totalitário O Trato com o Conhecimento da Ginástica na Escola: Contribuições para uma Proposta Pedagógica Pautada na Abordagem Crítico-superadora da Educação Física O Kegel Club-indícios da Prática do Bolão em Juiz de Fora/mg Mato Virgem: os Primórdios das Práticas Corporais na Natureza na Cidade de Ilhéus, Bahia/brasil Foot-ball e Imprensa em Bello Horizonte: Um Olhar Sobre as Notas Periódicas de 1904 Olavo Bilac e a Geografia Moral da Cidade: a Vida Divertida nos Subúrbios do Rio de Janeiro (1906) Das Ruas Para as Academias: Notas Sobre os Primeiros Movimentos da Capoeira na Cidade de Belo Horizonte Serious Leisure Inventory And Measure (slim): a Construção de Um Questionário e a Lapidação de Um Olhar Para o Lazer Fala Juventude: a Relação dos Jovens de Bairros Populares com os Eventos e Equipamentos de Lazer e Cultura na Cidade de Belo Horizonte Equipamento de Lazer na Periferia de São Paulo: Programa Fábrica de Cultura – Vila Curuçá Entre Saltos, Equilíbrios e Rotações: a Trajetória de Formação e a Produção Científica de Professoras de Ginástica do Ensino Superior Entre Saltos, Equilíbrios e Rotações: a Trajetória de Formação e a Produção Científica de Professoras de Ginástica do Ensino Superior Vivências em Atividades Diversificadas de Lazer: Processos Educativos Decorrentes de Uma Práxis Dialógica em Construção Recreação do Clube de Desbravadores: Entre o Meio Rural e Urbano O Download de Música Como Prática de Lazer na Internet: Breve Análise de Notícias do G1 Motociclismo Como Prática de Lazer: Peculiaridades no Estado de Minas Gerais O Museu Parque Seringal em Ananindeua – Pará e as Práticas de Lazer na Natureza Vivências de Lazer na Natureza: as Crianças no Igarapé Quatro-rosas na Vila do Apeú em Castanhal – Pa As Crianças, os Museus e Seus Gestores: Dilemas e Desafios em Espaços Museais de Juiz de Fora. A Experiência no Esporte: Considerações na Vida da Pessoa com Deficiência A Educação Física Inclusiva e a Atuação do Professor Junto Aos Alunos A Bocha Paralímpica no Campeonato Regional Nordeste 2019: Um Relato Dessa Estratégia Como Inclusão e Bem-estar Para a Pcd. A Atuação do Professor de Educação Física em Relação à Inclusão Escolar de Alunos com Transtorno do Espectro Autista (tea) Formação Contínua de Professores de Educação Física Face à Perspectiva Inclusiva: Impacto nas Percepções de Competência e Qualidade da Experiência Anais do VIII Congresso Brasileiro de Atividade Motora Adaptada Anais do 16 Simpósio Internacional de Atividade Física Adaptada - Isapa Anais do VI Congresso Brasileiro de Atividade Motora Adaptada Inclusão de Alunos com Deficiência nas Aulas de Educação Física: Atitudes de Professores nas Escolas Regulares


Estratégias de Professores de Educação Física Para Promover a Participação de Alunos com Deficiência Auditiva nas Aulas Avaliação do Controle Postural e do Tipo do Pé de Pessoas com Deficiência Visual Programa de Equoterapia: Intervenção com Um Praticante com Deficiência Visual Elaboração de Questionário Para Aferir Concepções Sobre Inclusão de Aluno com Deficiência em Aulas de Educação Física Editorial A Pessoa Portadora de Necessidades Especiais no Contexto das Políticas Sociais: Perspectivas da Modernidade Análise das Características da Recepção e do Levantamento no Jogo de Voleibol Sentado de Alto Nível

Natação: Boa Forma Sem Suor Pule Corda e Entre em Forma. Pedalar, Que Alegria! Caminhar, o Mais Antigo dos Exercícios Justiça Desportiva Antidopagem. Código Brasileiro Antidopagem CBA - Notas e Legislação Complementar O mundo aeróbico. Oxigênio à Vontade Para o Organismo Emagrecimento: Olho na Balança Boa Forma Rima com Boa Alimentação Contusões. A Dor, Essa Má Companheira Equipamento. Com Que Roupa Você Vai 16 Conselhos do Dr. Matsudo. Para Ler Antes de Correr Consultório: Ponto de Partida Obrigatório Muitos Motivos Para Entrar em Forma 0 Passo-a-passo da Aptidão Física Descubra Sua Freqüência Cardíaca Como Avaliar Sua Capacidade Respeito por Você: Isso é a Aptidão Física Saúde e Juventude Sem Sacrifícios Nunca é Tarde Para Começar. Depoimento do Dr. Euriclydes de Jesus Zerbini A Participação nas Aulas de Educação Física e a Pratica Esportiva na Escola Podem Influenciar a Orientação Esportiva Paralímpica em Pessoas com Deficiência Severa ? Um Estudo Retrospectivo. Notas Sobre a Profissionalização do Professor de Educação Física: a Abertura de Cursos em Nível Superior Segundo Inezil Penna Marinho (1952 a 1954) O Esporte a Serviço da Pátria. A Relação Entre o Esporte e a Ginástica Para a Prática do Dá a Bola e Deixa Jogar!: o Papel do Nacional Desenvolvimento Brasileiro (1946 a 1964) na Crise de Identidade da Educação Física Escolar A Influência da Cadeira de Rodas nos Aspectos da Vida de Praticantes de Basquetebol A Inclusão de Pessoas com Deficiência nas Aulas de Educação Física


i Dr. Moises Chencinski - Médico especializado em pediatria e homeopatia; Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo com título de especialista em pediatria pela Associação Médica Brasileira (AMB). Formado pelo CEPAH – Centro de Pesquisa e Aperfeiçoamento em Homeopatia com título de especialista em homeopatia pela Associação Médica Homeopática Brasileira (AMHB). Autor dos livros HOMEOPATIA mais simples que parece e GERAR E NASCER um canto de amor e aconchego. Editor responsável pela revista Doses Mínimas, sobre homeopatia. Membro participante do grupo Aleitamento Materno Solidário. Membro do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP). Membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP). www.doutormoises.com.br. Facebook: http://www.facebook.com/doutormoises.chencinski.: https://twitter.com/doutormoises ii http://guiadobebe.uol.com.br/natacao-para-bebes-e-criancas-quando-iniciar-parte-1/ http://guiadobebe.uol.com.br/natacao-para-bebes-e-criancas-quando-iniciar-parte-2/ http://guiadobebe.uol.com.br/natacao-para-bebes-e-criancas-quando-iniciar-parte-3/ http://guiadobebe.uol.com.br/natacao-para-bebes-e-criancas-quando-iniciar-parte-4/ iii ACADEMIA BRASILERIA DE PROFISSIONAIS DE NATAÇÃO INFANTIL iv INSTITUTO DE NATAÇÃO INFANTIL; www.inati.com.br v Natação para bebês garante melhora do desenvolvimento motor e previne lesões na vida adulta. In PORTAL DA EDUCAÇÃO FÍSICA, disponível em http://www.educacaofisica.com.br/escolas/crescimento-edesenvolvimento2/natacao-para-bebes-garante-melhora-do-desenvolvimento-motor-e-previne-lesoes-na-vidaadulta/ vi HOSSI, Carla. Crianças pequenas podem praticar natação? especial para o iG São Paulo . Disponível em http://delas.ig.com.br/filhos/criancas-pequenas-podem-praticar-natacao/n1597021450539.html , acessado em 09/04/2015. vii HOSSI, 2015. Disponível em http://delas.ig.com.br/filhos/criancas-pequenas-podem-praticarnatacao/n1597021450539.html , acessado em 09/04/2015. viii MELEM, Cláudia. As aulas de natação para crianças muito pequenas ajuda a diminuir o risco de afogamento? Disponível em tudosobrenatacao.blogspot.com.br/2011/03/as-aulas-de-natacao-para-criancas-muito.html ix TUDO SOBRE NATAÇÃO, 2011, disponível em tudosobrenatacao.blogspot.com.br/2011/03/as-aulas-de-natacaopara-criancas-muito.html x http://guiadobebe.uol.com.br/natacao-para-bebes-e-criancas-quando-iniciar-parte-2/ xi http://www.conversandocomopediatra.com.br/website/paginas/materias_gerais/materias_gerais.php?id=193& content=detalhe xii Li Yang, Quan-Qing Nong, Chun-Ling Li, Qi-Ming Feng, Sing Kai Lo. Risk factors for childhood drowning in rural regions of a developing country: a case–control study. In http://injuryprevention.bmj.com/content/13/3/178.abstract?ijkey=b93f67e68f220d1698cb2dad3cf1f9c7089ae3 e6&keytype2=tf_ipsecsha; Ruth A. Brenner, MD, MPH; Gitanjali Saluja Taneja, PhD; Denise L. Haynie, PhD; Ann C. Trumble, PhD; Cong Qian, MS; Ron M. Klinger, MBA; Mark A. Klebanoff, MD, MPH. Association Between Swimming Lessons and Drowning in ChildhoodA Case-Control Study. Arch Pediatr Adolesc Med. 2009;163(3):203-210. doi:10.1001/archpediatrics.2008.563. Disponível em http://archpedi.jamanetwork.com/article.aspx?articleid=381058 xiiihttp://guiadobebe.uol.com.br/natacao-para-bebes-e-criancas-quando-iniciar-parte-2/ xiv http://guiadobebe.uol.com.br/natacao-para-bebes-e-criancas-quando-iniciar-parte-3/ xv http://guiadobebe.uol.com.br/natacao-para-bebes-e-criancas-quando-iniciar-parte-4/ xvi http://www.conversandocomopediatra.com.br/website/paginas/materias_gerais/materias_gerais.php?id=193& content=detalhe xvii http://criancasegura.org.br/page/dicas-de-prevencao-afogamento xviii JORGENSEN, Robyn. Natação na primeira infância. Agregando Valor a Jovens Australianos. Relatório Final. Agosto 2013. Email: earlyyearsswimming@griffith.edu.au. Web: www.griffith.edu.au/education/early-yearsswimming . Este relatório foi publicado pelo Instituto Griffith de Pesquisa Educacional Campus Mt Gravatt, Universidade de Griffith. Tradução para o português: Daniela Seabra xix JORGENSEN, 2013, www.griffith.edu.au/education/early-years-swimming xx Sigmundsson, H. & Hopkins, B. (2010) Baby swimming: exploring the effects of early intervention on subsequent motor abilities. Child: Care, Health and development, 36 (3), 428-430. In JORGENSEN, 2013, www.griffith.edu.au/education/early-years-swimming xxi Jun, D., Huang, L. & Dan, Z. (2005) The effects of infant swimming on the passage of the meconium. Journal of Nursing Science, 2005. In JORGENSEN, 2013, www.griffith.edu.au/education/early-years-swimming xxii Wang, J-S. The effects of a swimming intervention for children with asthma. Respirology. (Carlton, Vic). 14 (6), 2009, p. 838. In JORGENSEN, 2013, www.griffith.edu.au/education/early-years-swimming..


xxiii Font-Ribera, L., Villanueva, C. M., Nieuwenhuijsen, M.J., Zock, J-P., Kogevinas, M. & Henderson, J. (2011). Swimming Pool Attendance, Asthma, Allergies, and Lung Function in the Avon Longitudinal Study of Parents and Children Cohort. American Journal of Respiratory Critical Care Medicine. March 1; 183(5): 582–588. In JORGENSEN, 2013, www.griffith.edu.au/education/early-years-swimming. xxiv Fragala-Pinkham, M., Haley, S. & O’Niell, M. (2008). Group aquatic aerobic exercise for children with disabilities. Developmental Medicine and Child Neurology, 50 (11), 822-827. In JORGENSEN, 2013, www.griffith.edu.au/education/early-years-swimming. xxv Hutzler, Y., Chacham, A., Bergman, U. & Szeunberg, A. (2008) Effects of movement and swimming program on vital capacity and water orientation skills of children with cerebral palsy Developmental Medicine and Child Neurology, 40 (30), 176-181. . In JORGENSEN, 2013, www.griffith.edu.au/education/early-years-swimming. xxviDiem, L. Early motor stimulation and personal development. A study of Four-to-Six-Year-Old German Children. Journal of Physical Education, Recreation and Dance, 53, 1982, p. 23-25. In JORGENSEN, 2013, www.griffith.edu.au/education/early-years-swimming xxvii AGOSTINHO, Ana Júlia. Natação para bebês. Disponível em http://bebe.abril.com.br/materia/natacao-parabebes. Fontes: Mariella Bosquirolli, assessora da Metodologia Gustavo Borges, Newton Brussi, pediatra, e Márcia Tabacow, obstetra. xxviii http://bebe.abril.com.br/materia/natacao-para-os-bebes xxixhttp://www.clinicalen.com.br/detalhes-pediatriasaude.php?cod_pediatria_saude=89&cod_pediatria_saude_categoria=7 xxx MADORNO, Rafaele. Correspondência Eletrônica. Resposta ao Blog. 26 de março de 2015. Para Denise Martins de Araújo e outros. INATI. xxxi NAVEGA, Sara Ferreira. Progressões Pedagógicas de Natação para Crianças dos 0 aos 6 anos de Idade. Dissertação apresentada à UTAD, no DEP – ECHS, como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física dos Ensino Básico e Secundário, cumprindo o estipulado na alínea b) do artigo 6º do regulamento dos Cursos de 2ºs Ciclos de Estudo em Ensino da UTAD, sob a orientação dos professores António Silva e Daniel Marinho. UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO, 2011 xxxii Bresges, L. (1980). Natação para seu nenén. Rio de Janeiro: Ao livro técnico S/A. Lenk, M. (1982). Braçadas e abraços. Rio de Janeiro: Bradesco. Fonseca, V. (1983). Psicomotricidade. São Paulo: Martins Fontes. Fontanelli, M. & Fontanelli, J. (1985). Natação para bebés: entre o prazer e a técnica. São Paulo: Ground. Catteau, R. & Garoff, G. (1988). O ensino da natação. São Paulo: Manole. Depelseneer, Y. (1989). Os bebés nadadores e a preparação pré-natal aquática. São Paulo: Manole. Rebelato, J. & Conceição, J. (Janeiro de 1989). Natação para bebés: considerações educacionais e fisiológicas. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 10 (2), pp.60Araújo Jr, B. (1993). Natação: saber fazer ou fazer sabendo?. Campinas: Grisi, R. (1994). Natação para bebés: uma abordagem psicológica das relações pais e filhos no processo ensinoaprendizagem. Monografia de Especialização em Ciências da Natação e Hidroginástica, Universidade Gama Filho, Rio de Janeiro, Brasil. Sarmento, P. (Out-Dez de 1994). Aprendizagem da natação – perspectivas pedagógicas. Ludens, 14, pp.31-35. Nascimento, R. (1994). A natação segundo a psicomotricidade. Rio de Janeiro: Sprint. Damasceno, L. (1997). Natação para bebes: dos conceitos fundamentais à prática sistematizada. Rio de Janeiro: Sprint. Madormo, S. (1997). Natação e bebes – um capítulo especial. In C. Velasco (2ª ed.). Natação segundo a psicomotricidade. Rio de Janeiro: Sprint. Faria, A. (1998). Desenvolvimento da criança e do adolescente segundo Piaget (4ª ed., capítulo 1 e 3). São Paulo: Ática. Nakamura, O. & Silveira, R. (1998). Natação para bebes. São Paulo: Ícone. Azevedo, A., Morais, l., Rodrigues, l., Barbacena, M. & Grisi, R. (2008). Os benefícios da natação para bebes de 6 a 24 meses de idade. Em: XI encontro de iniciação à docência. Universidade Federal da Paraíba, 9-11 de Abril, Centro de Ciências da Saúde/Departamento de Educação Física/Monitoria, Paraíba, Brasil, pp.1-7. xxxiii Kerbej, F. Natação: algo mais que os 4 nados. São Paulo: Manole, 2002. xxxiv Damasceno, L. Natação para bebés: dos conceitos fundamentais à prática sistematizada. Rio de Janeiro: Sprint, 1997 xxxv Velasco, C. Natação segundo a psicomotricidade. Rio de Janeiro: Sprint, 1994. xxxvi Fontanelli, M. & Fontanelli, J. Natação para bebés: entre o prazer e a técnica. São Paulo: Ground, 1985. xxxviiFOUACE, J. (1980). Nadar antes de andar. Los niños anfibios. Editorial CEDEl. Barcelona. xxxviii SAAKSLAHTI, A. (no prelo). Infant swimming in Finland. In: K.L. Keskinen, P.V. Komi e, A.P. Hollander (eds.). Biomechanics and Medicine in Swimming VIII. Gummerus Printing. Jyvaskyla. xxxix PEREZ, R. (1987). Desarrollo motor y actividades físicas. Editorial Gymnos. Madrid. xl LUQUE, R. (1995). Guía de las actividades acuáticas. Editorial Paidotribo. Barcelona.


xli SARMENTO, P. e MONTENEGRO, M. (1992). Adaptação ao meio aquático. Edição da Associação Portuguesa de Técnicos de Natação. Lisboa xlii BARBOSA, Tiago. PARA UMA CLARIFICAÇÃO DOS OBJECTIVOS OS PROGRAMAS DE NATAÇÃO PARA BEBÉS. In Lecturas: Educación Física y Deportes · http://www.efdeportes.com/ revista digital · Año 4 · Nº 15 | Buenos Aires, 08/99 xliii BONACELLA, Paulo Henrique. As aulas de natação para crianças muito pequenas ajuda a diminuir o risco de afogamento? Disponível em tudosobrenatacao.blogspot.com.br/2011/03/as-aulas-de-natacao-para-criancasmuito.html


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.