REVISTA DO LÉO, n. 4 - janeiro de 2018

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REVISTA DO LEO REVISTA ELETRONICA EDITADA POR

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Prefixo Editorial 917536

SÃO LUIS – MARANHÃO NUMERO 4 – JANEIRO DE 2018


A presente obra está sendo publicada sob a forma de coletânea de textos fornecidos voluntariamente por seus autores, com as devidas revisões de forma e conteúdo. Estas colaborações são de exclusiva responsabilidade dos autores sem compensação financeira, mas mantendo seus direitos autorais, segundo a legislação em vigor.

EXPEDIENTE REVISTA DO LEO Revista eletrônica EDITOR Leopoldo Gil Dulcio Vaz Prefixo Editorial 917536 vazleopoldo@hotmail.com Rua Titânia, 88 – Recanto de Vinhais 65070-580 – São Luis – Maranhão (98) 3236-2076

CAPA: Leopoldo Gil Dulcio Vaz, Liana – Presidente da Federação de Ginástica, e o Prof. Dimas, quando do lançamento do livro QUERIDO PROFESSOR DIMAS,

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Nasceu em Curitiba-Pr. Licenciado em Educação Física, Especialista em Metodologia do Ensino, Especialista em Lazer e Recreação, Mestre em Ciência da Informação. Professor de Educação Física do IF-MA (1979/2008, aposentado; Titular da UEMA (1977/89; Substituto 2012/13), Convidado, da UFMA (Curso de Turismo). Exerceu várias funções no IF-MA, desde coordenador de área até Pró-Reitor de Ensino; e de Pesquisa e Extensão); Pesquisador Associado do Atlas do Esporte no Brasil; Diretor da ONG CEV; tem 14 livros publicados, e mais de 250 artigos em revistas dedicadas (Brasil e exterior), e em jornais; Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Membro Fundador da Academia Ludovicense de Letras; Recebeu: Premio “Antonio Lopes de Pesquisa Histórica”, do Concurso Cidade de São Luis (1995); a Comenda Gonçalves Dias, do IHGM; Premio da International Writers e Artists Association (USA) pelo livro “Mil Poemas para Gonçalves Dias” (2015); Premio Zora Seljan pelo livro “Sobre Maria Firmina dos Reis” – Biografia, (2016), da União Brasileira de Escritores – RJ; Foi editor das seguintes revista: “Nova Atenas, de Educação Tecnológica”, do IF-MA, eletrônica; Revista do Instituto Histórico e geográfico do Maranhão, edições 29 a 43, versão eletrônica; ALL em Revista, eletrônica, da Academia Ludovicense de Letras, vol 1, a vol 4, 12 16 edições. Condutor da Tocha Olímpica – Olimpíada Rio 2016, na cidade de São Luis-Ma.


EDITORIAL A “REVISTA DO LÉO”, eletrônica, é disponibilizada, através da plataforma ISSUU https://issuu.com/home/publisher. É uma revista dedicada à duas áreas, de meu interesse, que se configuraram na escolha de minha profissão – a educação física, os esportes e o lazer, e na minha área de concentração de estudos atual, de resgate da memória; comecei a escrever/pesquisar sobre literatura, em especial a ludovicense, quando editor responsável pela revista da ALL. Estou resgatando minhas publicações, disponibilizadas através do “Blog do Leopoldo Vaz”, que por cerca de 10 anos esteve na plataforma do G1/Mirante, recentemente retirado do ar, quando da reestruturação daquela mídia de comunicação; perdeu-se o registro, haja vista que o arquivo foi indisponibilizado. Quase a totalidade do que ali foi publicado apareceu, também, nas Comunidades do CEV – Centro Esportivo Virtual, http://cev.org.br/ - Educação Física no Maranhão, História, Atletismo, Capoeira, as quais sou administrador, e agora, no Facebook, https://www.facebook.com/groups/cevefma/. Do “Atlas do Esporte no Maranhão”, colocarei seus capítulos, no atual estado-da-arte, e sempre que houver algum fato novo, a sua atualização. No campo da Literatura ludovicense/maranhense, permanece aberta às contribuições, em especial, a construção da “Antologia Ludovicense”. Esta, a proposta... Está totalmente aberta às contribuições...

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ EDITOR


SUMÁRIO EXPEDIENTE

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EDITORIAL

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SUMÁRIO

4 MEMÓRIA DA EDUCAÇ]AO FÍSICA, ESPORTES E LAZER

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LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ ATÉ ONDE PARA AS CRIANÇAS ? LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ ATIVIDADES DE LAZER NO MARANHÃO - SÉCULO XVII LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ LAÉRCIO ELIAS PEREIRA A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO NA ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ LAÉRCIO ELIAS PEREIRA A EXPERIÊNCIA DO CEDEFEL-MA LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ DA TECHNÉ À TECNOLOGIA; DA EPISTHÉME THEORETIKÉ À CIÊNCIA MODERNA ATLAS DO ESPORTE NO MARANHÃO

6 8 14

42 52 65

ESGRIMA

66

ESPORTE MILITAR ESPORTE UNIVERSITÁRIO

74 77

FUTEBOL DE MESA

79

FUTEBOL DE SALÃO / FUTSAL

80 85

ARTIGOS, CRÔNICAS, DISCUSSÕES, OPINIÕES LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ O POTENGI, O RIFOLES E A OCUPAÇÃO DO MARANHÃO LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ FIM DE UM MITO LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ OS 423 ANOS DA VILA (VELHA) DE VINHAIS NA(S) ACADEMIA(S) – LITERATURA LUDOVICENSE/MARANHENSE LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ O BRADO DE REGINALDO TELLES DE SOUSA: “ACORDA MOCIDADE! ACORDA ATENIENSE!” E O ATENIENSE ACORDOU... LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ FRAN PAXECO E A FUNDAÇÃO DA FACULDADE DE DIREITO DO MARANHÃO LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ POESIA MARANHENSE CONTEMPORÂNEA

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MEMÓRIA DA EDUCAÇ]AO FÍSICA, ESPORTES E LAZER Artigos, crônicas, publicadas nas diversas mídias – jornais, revistas dedicadas, blogs – pelo Editor, resgatadas... Serão replicadas na ordem em que escritas e divulgadas.


ATÉ ONDE PARA AS CRIANÇAS ? Leopoldo Gil Dulcio Vaz 1

Esta pergunta será respondida nos dias 28 a 30 de junho próximo, quando a Escola de Educação Física da UFMG realizará o I SIMPÓSIO MINEIRO DE TREINAMENTO ESPORTIVO DE CRIANÇAS. Assume capital importância o evento quando se observam inúmeras corridas rústicas sendo realizadas, que aceitam a participação de crianças de 10, 11, 12 anos e, às vezes, até de menos idade. Não que o talento esportivo não deva ser desenvolvido. Deve-se é atentar para a exploração de pessoas que se dizem "técnicos" fazem dos jovens corredores. Pessoas que não sabem, e nem têm noção, de como conduzir um treinamento, de como conduzir uma criança no esporte, em especial no Atletismo. Para tal requer-se uma cuidadosa seleção para a entrada em competições de longa distância, de modo a eliminar todas as anomalias que possam aparecer, notadamente no sistema ósseo, impedindo o crescimento normal da criança. Recentemente a FIAA - Federação Internacional de Atletismo Amador - pronunciou-se a respeito (TRACK AND FIELD, 1988). Partindo da questão "deve-se permitir que crianças corram grandes distâncias?", o Comitê Médico daquela Federação considerou vários aspectos dos esportes e treinamento para crianças até 14 anos e, em particular, observou os eventos nos programas atléticos que so dirigidos a este grupo etário. Conclui que, para o desenvolvimento harmônico, mental e social de uma criança, deve ser praticada uma variedade de esportes incluindo jogos de equipe. No que tange à prática do Atletismo, quando se deseja especializar uma criança na idade de 12 anos, devem ser tentados, de modo geral, uma variedade de corridas, com a distância mais longa variando de 600 a 800 metros. Um treinamento super-intensivo leva perigo à constituição física da criança, podendo ocorrer repercussões com o deslocasmento de cartilagem de crescimento, na região púbica, nos joelhos e tornozelos, nas extremidades de ossos longos. SORZY, GOLEBIEWSKI & JORWJAK, em seu estudo "Limites mínimos de idade para jovens corredores de maratona" (NEWS STUDIES IN ATHLETICS 4, 1986) enfatizam que há um efeito negativo, sobre o esqueleto, de um esforço excessivo feito durante idades abaixo de 17 anos. Pesquisando jovens corredores de idade entre 14 e 17 anos, com treinamento semanal de 50 a 120 quilômetros, encontraram alterações de coluna, de quadril, de joelhos, de pés.

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* Professor de Educação Física do CEFET-MA; Mestrando em Ciência da Informação UFMG; Bolsista da FAPEMA.


Todos com seu ciclo de crescimento prejudicados pelos excessos de treinamento. Como enfatizam os autores, é após os 20 anos de idade que o sistema ósseo tem seu término de crescimento. É particularmente urgente enfatizar estes fatos, pois as corridas rústicas estão se tornando cada dia mais populares em todos os países, e pais e professores são tentados a incentivar a participação de crianças nesses eventos e mesmo em maratonas. É opinião do Comitê Médico da FIAA que não devem ser incentivados treinamentos e competições de longa distância em eventos de pista e corridas rústicas às crianças. Até 12 anos sugere-se que não devam ser corridos mais de 800 metros em competições.


ATIVIDADES DE LAZER NO MARANHÃO - SÉCULO XVII LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ CEFET-MA - Mestre em Ciência da Informação RESUMO O objetivo deste trabalho é o de resgatar as primeiras manifestações de lazer no maranhão colonial, através da leitura de "cronistas de época" e historiadores, sob a ótica da utilizacão do tempo livre, identificando as atividades do lúdico e do movimento praticados pelos primeiros colonizadores. No campo do lúdico foram encontrados os cerimoniais religiosos: procissões, canto coral, música, comédias ("representadas por noviços no átrio das igrejas"), festas religiosas. O entrudo carnaval que durava até oito dias - e as dancas: congadas, chegancas. No campo do movimento, as cavalhadas, as mascaradas, as encamisadas e os jogos de cana e da argolinha, este último considerado a primeira manifestação de "esporte" no maranhão, praticado já por volta de 1660.

ABBEVILLE (1975) foi quem primeiro registrou, no Maranhão, as atividades dos primitivos habitantes da terra. Para esse autor é por não terem ambições materiais que os índios da Ilha do Maranhão"... vivem alegres e satisfeitos ... quando não estão em guerra, passam a vida no ócio, empregando o resto na dança, na cauinagem, na caça e na pesca, mais para alimentar-se do que para juntar riquezas ... A dança é o primeiro e principal exercício dos maranhenses."(p. 236). Registra ainda que "... além da dança, têm como exercício a caça e a pesca." SPIX e MARTIUS (apud CALDEIRA,1991) afirmam serem os Jês, habitantes entre os rios Tocantins e Capim, hábeis nadadores. Sobre as atividades de corridas, há registro de serem os Timbiras grandes corredores: "... timbiras de canela fina (corumecrs) - hordas nômades que se movimentam entre as áreas banhadas pelos rios Mearim, Alpercatas e Itapecurú; famosos pela velocidade na corrida, esses índios enrolavam suas pernas com fios de algodão que acreditavam afinar-lhes as pernas e proporcionar-lhes leveza para correr ...".(p. 77-78). Além da dança, natação e das corridas a pé, realizadas pelos índios, BETTENDORF (citado por LOPES, 1975) nos dá conta que em 1678, quando da chegada do primeiro bispo ao Maranhão "... fizeram-se várias representações de encamisadas a cavalo". Para MEIRELES (1977) a Igreja teve um importante papel na colonização do Maranhão, indo além do mundo espiritual, representando o único freio moral de uma população brutalizada e ignorante. É nessa mesma igreja que essa população encontra "... uma diversão e uma alegria que quebrasse a monotonia desesperada de uma vida prenhe de perigos e vazia ...". Essa alegria era presentada pela beleza litúrgica do cerimonial religioso, "O Te-Deum, a missa, o sermão, a novena, a procissão, o canto coral, a música do cravo no coro, o repicar dos sinos nas torres e a comédia que os noviços representavam em dias de festas, no adro dos templos, eram a única distração e a única alegria que regularmente se concedia àquela gente."(p.65). Essas festas eram realizadas em datas consagradas a algum santo. LISBOA (1990) nos relata que a Câmara de São Luís tinha que mandar celebrar, além da procisso de Corpus Christis, quatro festas anuais "... a saber a de São Sebastião em janeiro, a do anjo Custódio em julho, a da Senhora da Vitória em novembro, e a da restauração de D. João IV, chamado especialmente el-


rei, em dezembro ...". Fora essas datas, só se realizavam cerimonias festivas "... quando assumia um novo governador ou, depois, quando chegava um novo bispo" (MEIRELES, 1977). Foi o que ocorreu com D. Gregório de Matos (1679-1689), recebido com uma festa que durou mais de oito dias e "... foi, no pode haver dúvidas...um verdadeiro carnaval" : "O carnaval já existia no Maranhão a esse tempo, haja vista que BETTENDORF informou, por exemplo, que tendo Pedro Cesar de Menezes governado quase cinco anos sucedeu-lhe Inácio Coelho da Silva, no começo de 1678 pelo entrudo; em outra passagem, referindo-se à Revolta de Bequimo, diz que a primeira conjura do Convento de Santo Antonio foi uma dominga antes do entrudo do ano de 1684, que foi a 15 de fevereiro." (MEIRELES, 1977, p.81) CÂMARA CASCUDO (1972) afirma ser o entrudo "o tempo do divertimento que compreende os três dias que antecedem a Quarta-feira de Cinzas". Lembranças das saturnálias, februálias, florais, festas orgásticas assírias, medo-persas, babilônicas, revivem no Carnaval. Voltemos à festa de D. Gregório. Registra MEIRELES (1977) que teve lugar, a seguir, no adro da igreja, "... uma comediazinha ... finda ela, foi D. Gregório para a casa de Manuel Valdez ... onde, por oito dias consecutivos, ou mais, houve representações de encamisadas a cavalo, danças e outros gêneros de demonmstrações de festas e alegria." (p. 76). As encamisadas constituiam-se, outrora, um cortejo carnavalesco que saía às segundasfeiras, com seus componentes vestidos de longas camisas e mascarados de branco, fazendo momices. CÂMARA CASCUDO (1972) registra que "... primativamente foi ataque de guerreiro, onde os soldados punham camisas sobre as couraças como disfarce. Depois, mascarada noturna, com archotes. Tornou-se desfile, incluído nas festividades públicas". (p. 368): "Em Portugal, desde velho tempo a cavalhada era elemento ilustre nas festas religiosas ou políticas e guerreiras. Mesmo nas vésperas de São João havia desfile de que fala um documento da Câmara de Coimbra, citado por Viterbo, aludindo em 1464, 'à cavalhada na véspera de São João com sino e bestas muares'. No Brasil apareeu desde o século XVII com as características portuguesas". (p 259). CÂMARA CASCUDO (1972) registra o termo "cavalhada" referindo-se a desfile a cavalo, corrida de cavaleiros, jogo das canas, jogo de argolinhas ou de manilha. "Esses jogos eram um produto do feudalismo e da cavalaria", afirma GRIFI (1989), ao referir-se às atividades esportivas do medievo, período em que os jogos cavalheirescos se destacavam entre as manifestações atléticas e esportivas. De acordo com esse autor, os principais e mais famosos jogos cavalheirescos eram: o torneio, o bigorno, a giostra, o carosello, o passo d'arma, a gualdana, a quintana, a corrida dall'anello. ALMEIDA (1928), ao descrever os costumes e aspectos sociais nos anos 1500-1600, em sua História de Portugal, registra uma encamisada realizada em 1619: "Encamisadas (cavalhadas) - Jogo das canas. - Em ocasiões de festa, um grupo de cavaleiros marchavam a cavalo, cobertos de branco e com tochas, constituíam a encamisada. Em 1619 projectava-se uma encamisada para as recepções de Felipe III de Espanha e, Lisboa...". Para MARINHO (s.d.), as primeiras cavalhadas realizadas no Brasil aconteceram em abril de 1641, no Recife:


"Portugal estava sob o domínio da Espanha e esta em guerra com a Holanda. Os holandeses haviam invadido o Brasil quando sobreveio a trégua entre estes e os espanhóis, a qual, naturalmente, se estendeu às colonias. Para festejá-las, foram organizadas torneios equestres em que os portugueses e brasileiros competiram contra os holandeses.'(p. 17). Já CÂMARA CASCUDO (1972) r registra uma encamisada realizada em março de 1641, no Rio de Janeiro, por ocasião da aclamação de D. João IV, onde "... foi o princípio das festas uma Encamisada em que passaram mostra alegrando todas as ruas da cidade cento e dezesseis cavaleiros ". Afirma que as encamisadas a cavalo eram "... muito citada na Portugal do século XVII, notadamente como desfile-de-pregão de festas, cortejo-de-anúncio. Descreve Nelson Vianna:' Já na véspera, houvera as impressionantes e tradicionais encamisadas. E os entusiasmados cavaleiros que iam ter a honra de tomar parte nas cavalhadas, haviam percorrido, a luz dos archotes, as principais ruas da cidade, numa demonstração antecipada da magnificência que iriam ostentar as comemorações." (p. 368). Para LOPES (1975), além dos encamisados, "Jogaram, decerto, a cana e a argolinha. E nesses torneios do tempo colonial os corcéis eram árdegos, de viçosa estampa e traziam arreios de preço. Os cavaleiros e seus 'peões' vestiam com esmero trajes de cores vivas e os primeiros, montados à gineta ou bastarda, exibiam a sua destreza na arte nobre de bom cavalgar." (p. 49). A argolinha é encontrada desde o século XV em Portugal e, de acordo com GRIFI (1989), a corrida dall'anello - corrida do arco - consistia de corrida a cavalo, lançado a galope, durante as quais os cavaleiros deviam enfiar a lança ou a espada em um arco suspenso. Vencia quem conseguia enfiar o maior número de arcos. Originária de antiguíssima justa, desde o século XVI que se corre a argolinha no Brasil: "Pendendo de um arco ou poste enfeitado, uma argolinha deve ser tirada pela ponta da lança do cavaleiro, em desfilada. A argolinha enfiada em lança era oferecida a uma autoridade ou às moças e senhoras, havendo prêmios ... No meio do circo levantam-se dois postes aos quais se prende uma corda ou um arame um pouco frouxo; e deste arame pende uma ponta de um fio ou de uma fita uma pequena argola, mas presa por tal feitio que, sendo tocada ou antes enfiada por uma lança, imediatamente se desprende na ponta da lança. Feito isto, todos os cavaleiros se colocam em fila, defronte e bem longe da agolinha; e cada um por sua vez saindo da fila, firma-se na sela, enrista a lança e fazendo o cavalo disparar, passa entre os dois postes onde está a argolinha e tenta tirá-la." (CÂMARA CASCUDO, 1972, p. 103). MORAES (1989) ao registrar as festas de São Luís em seu "Guia", informa que "cavalhadas, congadas, fandangos, cheganças e mascaradas, tivemo-los durante o período colonial .... De épocas mais recentes, apesar de virtualmente desaparecidas, so tambor de taboca, lindéo, caninha-verde (...)" (p. 178). CÂMARA CASCUDO (1972), em seu Dicionário do Folclore Brasileiro, registra o verbete "Cana-Verde" ou "Caninha-Verde", mas referindo-se a uma


dança cantada, originária de Portugal, da região do Minho. Consta de uma roda de homens e mulheres que se defrontam, cantando e permutando de lugares. Não se trata, naturalmente, da mesma manifestação, visto ser a "cana" um jogo do grupo das cavalhadas, conforme registra o Conde de Sabugosa: "...pela transformação da arte militar acabaram as escaramuças, os jogos de canas e os desafios de cartel em que os mantenedores e aventureiros de armas brancas ao som de trombetas, sacabuchas, charamelas, pífanos e tambores defendiam em combates simulados as belas Celindaxas...Justamente com a cavalaria a gineta e o trajar pomposo do sçeulo passado, morreram as cavalhadas, a argolinha, a cabeça-de-turco e o pato...". (p. 37). Prossegue, ao enumerar as virtudes de D. João II - neto de D. Duarte, o autor do "Livro de ensinança de bem cavalgar toda sella": "E as festas eram d'elle com grande venerançam, e sempre n'ellas se vestia ricamente, e com grande estado real guardava os antigos costumes dos reys seus antecessores convem a saber, no Natal consoada, na Páscoa Ressurreiçam, dia de Corpus Christi procissão e touros, véspeas de S. João grandes fogueiras, e no dia cannas reaes." (p. 38). Ao descrever as distrações na Idade Média, Oliveira Marques ensina que "uma vez a cavalo, o nobre medieval podia entregar-se a uma série de exercícios esportivos". Desses, os mais vistosos e conhecidos eram sem dúvida as justas e os torneios, embora seja difícil distinguílos, Em princípio, a justa travava-se entre duas pessoas, enquanto o torneio assumia foros de contenda múltipla. No dizer de GRIFI (1989) a giostra era disputada somente entre dois cavaleiros, diferente do torneio que era combate em times. Eram usadas armas corteses, isto é, armas desapontadas ou cobertas por uma defesa. O confronto consistia de uma corrida a cavalo de um contra o outro, lancá em riste, com o objetivo de desiquilibrar o adversário, melhor ainda, fazer cair, ao mesmo tempo, cavalo e cavaleiro. Em torno do século XIV espalhou-se o mau costume de usar lancás ou armjas desapontadas. Variante das justas eram as chamadas canas: "Em vez de lanças, os jogadores, a cavalo, serviam-se de canas pontiagudas com que se acometiam. O jogo possuía as suas regras, evedentemente muito diferentes das que regiam os torneios. Popularíssimos no fim da idade média, mostrava-se espetáculo quase obrigatório nos festejos públicos, ao ladodas justas e das touradas. Houve canas no casamento de D. Leonor, em 1450, como as houve no do príncipe D. Afonso, em 1490, e em muitas outras festividades." HADDAD (1985) no conto "Gazul", pertencente ao Romanceiro Mourisco, surgido na Andaluzia nos séculos XVII e XVIII, escritas por poetas espanhóis, depois que os mouros foram expulsos de Granada, refere-se também aos jogos das canas: "Na praça de Sanlucar, Gazul desce vestido de branco, de violeta e verde. Dirigese ao jogo das canas em Gelves,onde o governador dá festas pelo dia dos reis ... Quarta-feira, ao meio-dia, Gazul entra em Gelves; vai logo à praça e toma parte no jogo de canas." (p. 162-163).


Quanto ao fandango e as cheganças, são originários das tradições portuguesas, com personagens vestindo fardas de oficiais da Marinha, lembrança da odisséia marítima. Ocorre a presença de mouros que atacam a nau. Vencidos, são batizados. Denominam-se também Barca ou Nau Catirineta e é um auto do ciclo do Natal, orquestrado. Já a congada é um auto popular de origem africana, que rememora a luta da Rainha Ginga contra os portugueses. CÂMARA CASCUDO (1972) afirma ser "trabalho da escravaria já nacional com material negro, tal qual ocorre com o fandango, dança em Espanha e Portugal, e auto no Brasil, ao derredor da 'Nau Catirineta'". Essas manifestações, registradas por MORAES (1989), pertencem a um período mais recente. No século XVII o fandango pode ter sido dançado, em par, como ocorria na Espanha, onde se originou. Essa distinção é necessária devido à controvérsia de quando se deu a introdução do africano no Maranhão, pois há quem registre o ano de 1686. Outros do notícia do ano de 1680, mas com certeza foi após 1661 e antes de 1671, embora Cesar MARQUES (apud MEIRELES, 1980) a dê em 1761 (sic). Ainda há o registro da Festa do Divino Espírito Santo, trazida para o Brasil já no século XVI (IBGE, 1980). Em Portugal a Festa do Divino aparece desde as primeiras décadas do século XIV e foi estabelecida pela Rainha D. Izabel (1271-1336), casada com D. Diniz de Portugal (12611325) e começou com a construção da Igreja do Espírito Santo em Alenquer (CÂMARA CASCUDO, 1972). O cerimonial conta de passeios pela cidade, levantamento do mastro enfeitado de frutas naturais, feita por um grupo de caixeiras (tocadoras de caixa) (IBGE, 1980). Esta festa até hoje é realizada em Alcântara, com muita pompa e honraria. CONCLUSÃO No século XVII, como manifestações do lúdico e do movimento - usando uma expresso de DICKERT & MERHINGER (1989) - encontramos no Maranhão, como parte da herança cultural portuguesa, além das danças e comédias representadas no adro das igrejas, o entrudo e as cavalhadas, essas sob as formas de encamisadas, do jogo das canas e do jogo das argolinhas. Muito embora as cavalhadas fossem conhecidas desde o século XV em Portugal e tenham sido praticadas desde os primórdios da colonização, no Maranhão só tiveram início após 1660/1665, época em que o cavalo foi introduzido na Ilha (LOPES, 1975). É a argolinha a primeira "manifestação esportiva" praticada por brancos em terras maranhenses, pois possuia caráter competitivo, como registra Frei Manuel CALADO (apud CÂMARA CASCUDO, 1972) referindo-se à mais famosa corrida realizada no Brasil, promovida por Maurício de Nassau, em janeiro de 1641, por ocasião da aclamação de D. João IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ABBEVILLE, Claude d'. História da missão dos padres capuchinhos na Ilha do Maranhão e terras circunvizinhas.Belo Horizonte : Itatiaia; São Paulo : EDUSP, 1975. ALMEIDA, Fortunato de. História de Portugal. IN VIEIRA E CUNHA, Manuel Sérgio & FEIO, Noronha. Homo ludicus - antologia de textos desportivos da cultura portuguesa. Lisboa : Compendium, (s.d.), p. 86-94. CALDEIRA, José de Ribamar C. O Maranhão na literatura dos viajantes do século XIX. São Luís : AML/SIOGE, 1991. CÂMARA CASCUDO, Luís da. Dicionário do folclore brasileiro. 3a. ed. atual. Rio de Janeiro Tecnoprint, 1972.

:

DICKERT, Jurgen & MERHINGER, Jacob. Cultura do lúdico e do movimento dos índios Canelas. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 11, n. 1, set. 1989, p. 5557.


INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Janeiro : IBGE, 1980, vol. I.

Mapa cultural,.

Rio de

HADDAD, Jamil Almansur (org). Contos árabes. Rio de Janeiro : Tecnoprint, 1985. HUIZINGA, Johan. Pespectiva, 1980.

Homo Ludens: o jogo como elemento da cultura.

2a. ed. São Paulo :

JUNG, K. & BRUNS, U. Aspectos rituales e las carreras de larga distância en diferentes culturas y epocas. Stadium, Buenos Aires, v. 18, n. 105, jun. 1984, p. 26-29. LISBOA, João Francisco. Jornal de Tímon: apontamentos, notícias e observações para servirem de história do Maranhão. São Luís : AML/ALUMAR, 1990. Tomo II, vol. 2. LOPES, Antonio. Meios de transporte na Ilha de So Luís. in:___. Dois estudos maranhenses. São Luís : Fundação Cultural do Maranhão, 1975. p. 45-48. Coleção São Luís 7. MAGNANI, José Guilherme Cantor. Festa no pedaço: cultura popular e lazer na cidade. São Paulo : Brasiliense, 1984. MARINHO, Inezil Penna. História da educação física no Brasil. São Paulo : Cia. Brasil Ed. [197?] MARTINS, Djard. Esporte: um mergulho no tempo. São Luís : [s.n.], 1989. MEIRELES, Mário M. História da arquidiocese de São Luís do Maranhão. São Luís : UFMA/ SIOGE, 1977. __________. História do Maranhão. 2a. ed. São Luís : Fundação 1980.

Cultural do Maranhão,

MORAES, Jomar. Guia de São Luís. São Luís : Legenda, 1989. SABUGOSA, Conde de. Embrechados. IN VIEIRA E CUNHA, Manuel Sérgio & FEIO, Noronha. Homo ludicus - antologia de textos desportivos da cultura portuguesa. Lisboa : Compendium, (s.d.), p. 36-54. SOUSA, Antonio Caetano. História Genealógica. IN VIEIRA E CUNHA, Manuel Sérgio & FEIO, Noronha. Homo ludicus - antologia de textos desportivos da cultura portuguesa. Lisboa : Compendium, (s.d.), p. 36-54. VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. A história do atletismo maranhense. in: O IMPARCIAL, São Luís, 27 de maio de 1001, p. 9, Esportes _______. A corrida entre os índios Canelas. São Luís : CEFET-MA, (inédito).

1991. (Mimeog.)

VIEIRA E CUNHA, Manuel Sérgio & FEIO, Noronha. Homo ludicus - antologia de textos desportivos da cultura portuguesa. Lisboa : Compendium, (s.d.).

SUMMARY

In this paper one tries to recover the first manifestations of leisure in the colonial times of Maranho through the reading of reports of historians and chronicles. It is also tried to get the ludical activity and moviments exerciseted by the first settlers.


A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO NA ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS 2 3

Leopoldo Gil Dulcio Vaz Laércio Elias Pereira 4

O presente estudo tem por objetivo resgatar a produção científica dos docentes da Escola de Educação Física da UFMG, publicada no período de 1968-1991, e determinar a sua linha de pesquisa, através dessa produção. 1. Introdução: A qualidade da ciência produzida em universidades e instituições de pesquisa vem de exigir, com mais freqüência e rigor, rotinas de avaliação. Essas práticas não são iguais entre países, instituições de fomento ou disciplinas, o que torna a avaliação, em países em desenvolvimento, influenciada pela experiência dos países cientificamente mais adiantados. O início da avaliação da pesquisa como prática sistemática se dá no pós-guerra e sua origem é militar, sendo formalizada, inicialmente, pelo "Office for Naval Research", nos Estados Unidos.5 Atualmente existem duas grandes vertentes nos processos de avaliação, sendo a mais usual a avaliação pelos pares; a outra deriva de critérios mais quantitativos, desembocando na bibliometria e cientometria (CASTRO, 1986). Para esse autor, a avaliação pelos pares (peer review) baseia-se no "conhecimento acumulado pelos cientistas considerados em condições privilegiadas para julgar as pesquisas e instituições na área". As avaliações quantitativas obedecem critérios mais desvinculados imediatos, tendo sido desenvolvidas técnicas de apreciação acompanhamento de publicações e de suas citações por outros estabeleceu-se como critério um número de citações superior a 10 salto qualitativo naquela área da ciência.

de julgamentos subjetivos e da ciência baseadas no pesquisadores. Neste caso como o de ter produzido um

Para CASTRO (1986), a primeira tentativa de avaliação conjunta das universidades americanas deve-se a HUGGES e data de 1928. A partir da década de 60, quando começam a escassear os recursos para financiamento de pesquisa, esses mecanismos começam a florescer. Não obstante os vários sistemas de avaliação existentes, pode-se chegar, basicamente, a utilização de (1) uso de julgamento pelos pares; (2) comparações entre instituições similares; e (3) uso de publicações e suas citações como indicadores de produtividade.

2

Tema-livre apresentado Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, 45, Recife-Pe, julho de 1993; Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte, 8, Belém-Pa, setembro de 1993; 3 Professor de Educação Física do CEFET-MA; Mestre em Ciência da Informação; 4 Ex-professor EEF/UFMG; Doutorando em Educação Física/UNICAMP. 5 Os grandes avanços nessa área foram feitas por CARTTER, em 1966 e ROOSE & ANDERSON em 1970. Nesse tipo de avaliação da pós-graduação norte-americana - é solicitado a um grupo de professores universitários que coloquem cursos e universidades em ordem decrescente de sua excelência. Essas classificações são consolidadas em escalas que permitem hierarquizar os cursos. A "National Science Foundation" utiliza-se de consultores externos, que emitem um parecer e uma nota final, que são posteriormente analisadas, em conjunto, pelos "pesquisadores-burocratas" da própria instituição, que emitem uma nota final.


O objetivo deste estudo é o de determinar a linha de pesquisa da Escola de Educação Física da Universidade Federal de Minas Gerais, utilizando-se da produção científica de seus professores, distribuída no período de 1968 a 1991.

2. Ranking "Playboy" das melhores faculdades brasileiras:

CASTILHO & Colaboradores (1992) utilizaram-se da avaliação pelos pares e de pareceres de profissionais ligados ao mercado de trabalho como critério para a avaliação dos cursos das diversas áreas do conhecimento, para a elaboração do ranking da Revista Playboy. Para determinar a posição dos cursos de graduação em Educação Física, ao longo dos 11 anos em que é publicado o "Ranking Playboy", PEREIRA & VAZ (1991) elaboraram uma escala, atribuindo pontos de 10 a 1, segundo a posição em que as faculdades de educação física aparecem classificadas, do primeiro ao décimo lugar, conforme se observa na TAB. 1: TABELA 1 POSIÇÃO DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA RANKING PLAYBOY - 1982-1992 CLASSIFICAÇÃO NOS ANOS DE Cla 8 8 8 8 8 8 9 9 9 9 9 9 9 TOTA ESCOLAS s 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3 4 5 6 L 1 USP 1 1 1 1 1 1 1 1 1 90 2 U.F. SANTA MARIA 4 2 2 2 2 2 2 2 2 79 3 UGF 2 3 3 3 3 4 3 3 3 72 4 UFRJ 3 4 4 4 5 6 5 4 60 5 U.F. VIÇOSA 6 6 5 5 4 3 4 5 5 56 6 UFMG 7 7 6 6 9 8 8 8 8 32 7 U.E. LONDRINA - - - 8 8 7 6 6 6 25 8 UFRGS 1 5 7 9 7 1 9 9 9 24 0 0 9 UNICAMP - - - - - 6 5 7 7 23 10 UnB 5 9 8 1 - 9 1 - 15 0 0 11 UFSC - 8 1 7 - - - - 8 0 12 UF PELOTAS 9 1 1 - - - - - 4 0 0 13 UFPR - - 9 - 1 - - - 3 0 14 UE MARINGÁ - - - - - - - 1 1 2 0 0 * Nos anos de 1982-83 a Educação Física não aparece no Ranking FONTES - PEREIRA & VAZ, 1991; REVISTA PLAYBOY, mar. 1992. O curso de graduação da EEF/UFMG ocupa a sexta posição, entre as 117 Escolas de Educação Física do país e já a quatro anos aparece em 8º lugar, conforme se observa no GRAF. 1: ---------------------------------------1


2 3 4 5 6 _____ 7 _____/ \ 8 \ ________ 9 \/ 10______________________________________ 82 83 84 85 86 87 88 89 89 91 92 GRÁFICO 1 - Posição da EEF/UFMG no Ranking Playboy FONTE:PEREIRA & VAZ, 1991; REVISTA PLAYBOY,marçode 1992 3. Produção científica dos docentes da EEF/UFMG: No âmbito da UFMG, a avaliação da produtividade dos docentes é realizada pelo Conselho de Pesquisa, utilizando-se do método quantitativo, sendo solicitado aos autores os artigos científicos publicados em periódicos, em anais de congressos e encontros científicos. No catálogo da "Produção Científica da UFMG" são incluídos: livros, capítulos de livros, artigos de revistas e jornais, relatórios técnicos, dissertações e teses defendidas por docentes na própria UFMG ou em outras instituições. De acordo com o "Boletim UFMG" nº 918, "a produção científica dos docentes da UFMG cresceu mais de cinco vezes na década de 80 ...", crescimento este atribuído principalmente ao aumento da qualificação do corpo docente. Em o "PEREBA" nº 25, edição de maio de 1992, foi publicada a seguinte nota: "EM BUSCA DE INDICADORES Agora que não estamos mais olhando só para o próprio umbigo podemos prestar mais atenção na UFMG. Ela já tá olhando (certamente com dó) faz tempo. No catálogo de Produção Científica da UFMG (1980-88) somos apenas 0,57%. Aliás, esta é a medida que a Universidade costuma usar na hora das verbas. DEF 0,21%; DE 0,27% e DFTO 0,09%." A Escola de Educação Física contribuiu com 57 dos 9.898 trabalhos catalogados no período de 1980 a 1988, data da última publicação do registro da memória da UFMG, conforme se observa na TAB. 2:


TABELA 2 Produção científica dos profissionais da EEF registrada no Catálogo de "Produção científica da UFMG" - 1980/1988 /----------------------------------------------------------------------------\ | | PRODUÇÃO CIENTÍFICA | | |-------------------------------------------------------------------| |A N O | | Departamentos da EEF/UFMG | EEF | | | UFMG | Ed. Física | Esportes | F & TO | total | | | total | nº | % | nº | % | nº | % | nº | % | |---------|-------------------|-------|-----|--------|------|--------|-----------| | 1980 | 227 | - | - | - | - | - | | - | -| | 1981 | 401 | - | - | - | - | - | | - | -| | 1982 | 778 | 1 | 0,12 | - | - | - | | 1 |0,12| | 1983 | 589 | 4 | 0,67 | - | - | - | | 4 |0,67| | 1984 | 1.290 | 1 | 0,07 | 2 | 0,15 | - | | 3 |0,23| | 1985 | 1.507 | 1 | 0,06 | 3 | 0,19 | - | | 4 |0,26| | 1986 | 1.417 | 3 | 0,21 | 7 | 0,49 | - | | 10 |0,70| | 1987 | 1.964 | 3 | 0,15 | 6 | 0,30 | 4 | 0,20 | 13 |0,66| | 1988 | 1.824 | 8 | 0,43 | 9 | 0,49 | 5 | 0,27 | 22 |l,20 | |---------|-------------|-----|--------|-----|--------|------|--------|-----|------| |totais | 9.898 | 21| 0,21 | 27 | 0,27 | 9 | 0,09 | 57 |0,57| \------------------------------------------------------------------------------FONTE - "Produção Científica da UFMG" 1980-1988. Para este estudo procedeu-se ao levantamento do número de trabalhos publicados por profissionais ligados à Escola de Educação Física da Universidade Federal de Minas Gerais EEF/UFMG - em seis periódicos: a) Boletim Técnico Informativo - (1968 - 1969), sucedendo-o a Revista Brasileira de Educação Física e Desportos (1970 - 1982), editada pelo Ministério da Educação; b) Boletim da FIEP -(1977-1989), edição em língua portuguesa, sob a responsabilidade da Delegacia da Federação Internacional de Educação Física no Brasil; c) Revista Brasileira de Ciências do Esporte (1978-1991), órgão oficial de Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte, entidade que reúne cerca de 4.000 pesquisadores na área; d) Revista Comunidade Esportiva (1980 - 1986) editada pela Fundação Mobral, que chegou a ter edição com 120.000 exemplares; e) Revista Brasileira de Ciência e Movimento (1987-1991), órgão oficial de divulgação científica da FEF do ABC e CELAFISCS; f) Revista Coletânea (1988-1991), editada pelo Departamento de Esportes da EEF/UFMG

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O Departamento mantém uma revista - "Coletânea"-, onde são publicados trabalhos realizados por docentes daquele Departamento, tendo sido editados até o momento dois números, nos anos de 1988 e 1990, com um total de 26 artigos e resumos de dissertações e teses. Além destes periódicos utilizou-se do catálogo da "Produção Científica da UFMG", abrangendo o período de 1980 a 1988, último ano publicado. Encontrou-se, no período de 1968-69, quatro trabalhos publicados no antigo Boletim Técnico Informativo, do Ministério da Educação. Registre-se que o primeiro artigo publicado nesta revista, em 1968, é de autoria de professor da EEF/UFMG.


Na década de 70 encontrou-se 14 artigos, em duas das publicações pesquisadas, totalizando 18 artigos no período de 1968-1979. No quadro 3 é apresentada a produção científica dos docentes da EEF/UFMG, publicada no Boletim Técnico e Informativo/Revista Brasileira de Educação Física e Desportos e no Boletim da FIEP: TABELA 3 Produção científica dos docentes da EEF/UFMG publicada no período de 1970 - 1979 -------------------------------------------------------------------------------------------| ANOS | PERIÓDICO |70|71|72|73|74|75|76|77|78|79| total -------------------------------------------|---|---|---|----| --|---|----|---|---|---|--------Bol.Tec.Inf/Rev.Bras.Ed. | | | | | | | | | | | Fis. e Desportos (1) | | -| -| 2| 4| -| -| -| - | 2| 8 Boletim da FIEP (2) | * |* | * |* | *| | | 1| 3| 2| 6 -------------------------------------------| --| --|- -|- -| --| --|- -| --| --| --|--------TOTAL | -| -| -| 2| 4| -| -| 1| 3| 4| 14 ---------------------------------------------------------------------------------------------(1) publicado no período de 1968 a 1982 (2) publicado no período de 1977 a 1989 FONTES - PEREIRA, 1983; PEREIRA & VAZ, 1992..

Na década de 80 houve um aumento significativo no número de trabalhos publicados, aparecendo em seis periódicos e uma coletânea, conforme pode-se observar na TAB. 4:

TABELA 4 Produção científica dos docentes da EEF/UFMG publicada no período de 1980 - 1989 ------------------------------------------------------------------------------| ANOS PERIÓDICO |80|81|82|83|84|85|86|87|88|89|total ------------------------------------|---|---|---|---|---|---|---|---|---|----|----Bol.Tec.Inf./Rev.Bras. | | | | | | | | | | -| Ed.Fis.Desportos (1) | 4| -| 1| *| *| *| *| *| *| -*| 5 Boletim da FIEP (2) | -| -| -| -| -| 4| 1| 1| 1| -1| 8 Rev.Bras.Ci.Esporte (3) | -| -| -| -| 5| 6| -| 3| -| --| 14 Prod.Ci.UFMG (4) | -| -| 1| 4| 1| 1| 6|10|19| --| 42 Com.Esportiva (5) | - | -| -| -| -| -| 1|**|**|**| 1 Rev.Bras.Ci.Movim.(6) |**|**|**| **|**|**|**| -| 3| 2| 5 Rev. Coletânea (7) |**|**|**|**|**|**|**|**|15| -| 15 --------------------------------------------------------------------------------totais | 4| -| 2| 4| 6|11| 8|14|38| 3| 90 --------------------------------------------------------------------------------(1) - período de 1968 a 1982; (2) - período de 1977 a 1989; (3) - período de 1978 a 1991; (4) - período de 1980 a 1988; (5) - período de 1980 a 1986; (6) - período de 1987 a 1991; (7) - período de 1988 a 1990. FONTE - PEREIRA, 1983; PEREIRA & VAZ, 1992; VAZ & PEREIRA, 1988; REV. BRAS. CI. ESPORTE; PRODUÇÃO CIENTÍFICA DA UFMG 1980-1988; VAZ, 1987; PEREIRA & VAZ, 1992.


Enquanto a produção científica da UFMG cresceu pouco mais de cinco vêzes na década de 80 (UFMG, 1992), a produção da EEF teve um crescimento de 6,4 vezes em relação ao período anterior. Nos primeiros anos da década de 90, encontrou-se 17 trabalhos publicados: - quatro na Revista Brasileira de Ciências do Esporte, sendo um em 1990 e três em 1991; - dois na Revista Brasileira de Ciência e Movimento, um em 1990

e outro em 1991; e

- 11 na Coletânea, de 1990. Além dos periódicos pesquisados, outras revistas e um jornal têm aceito trabalhos de professores da EEF/UFMG, inclusive estrangeiras, conforme se observa na TAB. 5:

TABELA 5 Periódicos que publicaram artigos dos docentes da EEF/UFMG além dos pesquisados ----------------------------------------------------------------------------------------------------PERIÓDICO NÚMERO DE ARTIGOS ----------------------------------------------------------------------------------------------------BICISPORT 1 CANADIAN JOURNAL OS SPORT AND SCIENCE (Canadá) 1 JORNAL "O ESTADO DE MINAS" 2 FALA GALBA 1 RESEARCH QUARTERLY (USA) 1 REVISTA BRASILEIRA DE OBSTETRÍCA E GINECOLOGIA 1 REVISTA PAULISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA 1 REVISTA SPRINT 2 REVISTA STADIUM (ARGENTINA) 2 ----------------------------------------------------------------------------------------------------FONTE - Produção Científica da UFMG - 1980-1988. Quanto ao número de autores, foram encontrados 70, o que nos dá uma média de 1,8 artigos por autor, conforme a tabela abaixo: TABELA 6 Trabalhos x Autores por ano ------------------------------------------------------------------| | AUTORES | |----------------------------ANOS | Nº TRABALHOS | 1 | 2 | TOTAL -----------|-------------------------|---- -|------|---------------68/69 | 4 | 3 | - | 3 70/79 | 14 | 9 | - | 9 80/89 | 90 | 30 | 21 | 51 90/91 | 17 | 5| 2 | 7 -----------|-------------------------|------|------|------------------Totais | 126 | 47 | 23 | 70 ----------------------------------------------------------------------OBS. 1 - autoria única ou autor principal 2 - co-autoria.


Nas TABELAS 7, 8, 9 e 10 verifica-se a distribuiço desses autores, pelo ano em que tiveram seus trabalhos publicados:

TABELA 7 Distribuição da produção científica publicada - período de 1968 a 1979 --------------------------------------------------------------------------------| A N O S | TOTAIS AUTORES |-------------------------------------------|-------------|68|69|70|71|72|73|74|75|76|77|78|79| 1| 2| T ---------------------|---|---|---|----|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|--RASO, S. | 2| | | | | | | | | | 2| | -4| -| 4 FURTADO, F.C. | 1| | | | | | | | | | | | 1| -| 1 GOMES, M. | 1| | | | | | | | | | | | 1| -| 1 -------------- ------|---|---|---|----|---|---|---|---|---|----|---|---|---|---|-------CORREA F., A.A | | | | | 1| | | | | | | 1 | -| 1 GUILHERME, A. | | | | | 1| | | | | | | 1| -| 1 BECKER, G.M. | | | | | 1| | | | | | 1| -| 1 VEADO F., P.A. | | | | | | 1| | | | | | 1| | 1 RASO, L. | | | | | | 1| | | | | | 1| -| 1 ASSUNÇãO, M.D. | | | | | | 1| | | | | | 1| -| 1 SILVEIRA, O.A. | | | | | | | | | 1| 1| 1| 3| -| 3 DUTRA, H.A. | | | | | | | | | | | 2| 2| -| 2 SOUSA, E.S. | | | | | | | | | | | 1| 1| -| 1 ----------------------------------------------------------------------------------1 - Autoria única ou autor principal 2 - Co-atoria. Encontrou-se tres autores nos anos de 1968/69, com um total de quatro trabalhos. Na década de 70 tem-se nove novos autores, com uma produção de 14 artigos. Verifica-se que apenas um autor - Prof. Raso, S. - publica no período, do grupo de autores encontrados no período de 196869:


TABELA 8 Distribuição da produção científica publicada - período de 1980-1989 -------------------------------------------------------------------------------------|total | A N O S | TOTAIS |68/79 | | AUTORES |--------|-----------------------------------|---------------| 1 | 2 |80|81|82|83|84|85|86|87|88|89| 1| 2| T -------------------------|----|---|---|---|---|---|---|----|---|---|---|---|---|--|---------RASO, L. | 1| | | | | | | | 1| | 1| | 3| -| 3 ASSUNÇO, M.D. | 1| | | | | | | | | | 1| | 2| -| 2 DUTRA, H.A. | 2| | 3| | 1| | | | | | | | 6| -| 6 SOUSA, E.S. | 1| | | | | | | | | | 2| | 3| 2| 5 ---------------------- --|----|---|---|---|----|---|---|--|--|--|--|--|--SAMULSKI, D. | 1| | | | | | | | 4| 1| 6| -| 6 SOUZA SOBRINHO, P.A. | | | 1| | | | 1| | 2| | 4| -| 4 SILAMI-GARCIA, E. | | | | 2| | | 1| 2| 3| 1| 9| 6|15 RODRIGUES, L.O.C. | | | | 2| 2| 2| | 3| 3| |12| 6|18 VIANNA JR., N.S. | | | | | 1| | | | | | 1| -| 1 PAULA FILHO, U. DE | | | | | 1| 1| | | | | 2| 2| 4 CAMPOS JR., J.L. | | | | | 1| 1| 2| 3| 2| | 9| -| 9 SOARES, I.M. | | | | | 1| | | | 2| | 3| -| 3 SZMUCHOWSKI, L. | | | | | | 3| | | 2| | 5| -| 5 VIANA, A.R. | | | | | | 1| | | | | 1| -| 1 SALES, R. DA S. | | | | | | 1| | | | | 1| -| 1 NATIVIDADE, T.S.S. | | | | | | 1| | | | | 1| -| 1 MORAIS, M.L. | | | | | | 1| | | | | 1| -| 1 PINTO, L.M. DE M. | | | | | | | 1| | 1| | 2| 1| 3 RODRIGUES, J.B. | | | | | | | 1| | | | 1| -| 1 SAFRIT, M. | | | | | | | 1| | 1| | 2| -| 2 MARIANI, M.E. | | | | | | | | 1| | | 1| -| 1 GRECO, P.J. | | | | | | | | 1| 3| 1| 5| -| 5 BRASIL, V.S. | | | | | | | | 1| 1| | 2| -| 2 COSTA, A.M.D. | | | | | | | | 1| 3| | 4| -| 4 JIMMENEZ, H.A.H. | | | | | | | | 1| | | 1| 1| 2 MENDES, S. | | | | | | | | 1| | | 1| -| 1 MARQUES, M.L.B. | | | | | | | | | 1| | 1| -| 1 ESPOSITO, R. DE C. | | | | | | | | | 1| | 1| -| 1 MESQUITA, M.A. | | | | | | | | | 1| | 1| -| 1 OLIVEIRA | | | | | | | | | 1| | 1| -| 1 TEIXEIRA, M.M. | | | | | | | | | 1| | 1| 1| 2 RESENDE, M.A. | | | | | | | | | 1| | 1| -| 1 MACHADO, R.P. | | | | | | | | | 1| | 1| -| 1 MORAES, L.C. | | | | | | | | | 1| | 1| -| 1 ---------------------------------------------------------------1 - autoria única ou autor principal 2 - co-autor Verifica-se um crescimento de 7,3 vezes no número de autores, comparando-se as décadas de 70 e 80. Aparecem 51 novos profissionais com alguma produção no período, sendo 21 como coautores, evidenciando-se uma produção em equipe, diferente da década anterior, onde se destacavam apenas trabalhos individuais.


TABELA 9 Distribuiço da produço científica publicada no período de 1990-1991 ----------------------------------------------| totais |ANOS | TOTAIS |70/79|80/89| | A U T O R E S |-----|-----|-----|---------| 1| 2| 1| 2|90|91| 1| 2| t ------------------|--|--|--|--|--|--|--|--|---ASSUNÇO, M.D. | 1| -| 1| -| 1| | 3| -| 3 SOUSA, E.S. | 1| -| 2| 2| | | 3| 3| 6 ------------------------|--|--|--|--|--|--|---SAMULSKI, D. | 6| -| 1| 1| 8| -| 8 SILAMI-GARCIA, E. | 9| 6| 1| |10| 6| 16 CAMPOS JR., J.L. | 9| -| 1| |10| -| 10 SOARES, I.M. | 3| | 1| | 4| -| 4 SZMUCHOWSKI, L. | 5| -| 1| | 6| -| 6 PINTO, L.M. DE M. | 2| 1| | 1| 3| 1| 4 GRECO, P.J. | 5| -| 1| | 6| -| 6 MARQUES, M.L.B. | 1| -| 1| | 2| -| 2 MORAES, L.C. | 1| | 2| -| 3| -| 3 ------------------------------|--|--|--|--|---BOMFIM, I. DE M. | 1| | 1| -| 1 BOMFIM, T.R. | 1| | 1| -| 1 VAGO, T.M. | 1| | 1| -| 1 ROSSETE, E.DE F.C. | | 1| 1| -| 1 PINTO, R.M. | | 1| 1| -| 1 ----------------------------------------------1 - autoria única ou autor principal 2 - co-autor..ls2 Apenas dois autores aparecem com uma produção no período de 70-91; nove publicam na década de 80 e prosseguem nos anos seguintes - 90/91 - e 5 novos autores publicam neste período. Na TAB. 10 registram-se as co-autorias:


TABELA 10 Co-autoria no período de 1980-1991 -------------------------------------------------------------| A N O S | TOTAL |-----------------------------------| |80|81|82|83|84|85|86|87|88|89|90|91| ------------------|--|--|--|--|--|--|--|--|--|--|--|--|------SOUSA, E.S. | | | | | | | | | 3| | | | (3) SILAMI-GARCIA, E. | | | | 2| 3| | | | 1| | | | (6) RODRIGUES, L.O.C. | | | | 2| 2| 1| 1| | | | | | (6) PAULA FILHO, U. DE| | | | 1| | 1| | | | | | | (2) PINTO, L.M. DE M. | | | | | | | | | 1| | | | (1) JIMMENEZ, H.A.H. | | | | | | | | 1| | | | | (1) TEIXEIRA, M.M. | | | | | | | | | | | 1| | (1) ------------------| | | | | | | | | | | | |------LIMA, N.R. | | | | 4| 2| | | | | | | | 6 OLIVEIRA, D.G.DE | | | | 1| | | | | | | | | 1 CORREA, E. | | | | | 1| | | | | | | | 1 CAMARA, A.M.S. | | | | | 1| | | | | | | | 1 PEREIRA, S.M. | | | | | 1| | | | | | | | 1 GIANNICHI, R. | | | | | | 1| | | | | | | 1 MELO, W.A.DE | | | | | | 1| | | | | | | 1 CANÇADO, U. | | | | | | 3| | | | | 1| | 4 CORTEZ, M.L. | | | | | | 2| | | | | | | 2 COSTA, M.G. | | | | | | | 1| | 6| | | | 7 HOPPER, L.M. | | | | | | | 1| | | | | | 1 HAYMES, E.M. | | | | | | | | 1| 1| | | | 2 RODRIGUES, N.A.A. | | | | | | | | | 1| | | | 1 REZENDE, Y.M.R. | | | | | | | | | 2| | | | 2 PRADO, L.S. | | | | | | | | | 1| | | | 1 PATTERSON, L. | | | | | | | | | 1| | | | 1 EHLERT, S.A. | | | | | | | | | 1| | | | 1 FELICETTI, R.F. | | | | | | | | | 1| | | | 1 REZENDE, R. DE | | | | | | | | | 1| | | | 1 GROSSI, F.T. | | | | | | | | | 1| | | | 1 NAKAMURA, M. | | | | | | | | | 1| | | | 1 GUIMARAES, M.T. | | | | | | | | | | | 1| | 1 LEUCAS, C.B. DE | | | | | | | | | | | 1| | 1 -------------------------------------------------------------.ls2 Verifica-se que sete dos co-autores também aparecem nos quadros de autoria única e/ou autor principal. Vinte e três profissionais aparecem apenas como co-autores. No período de 1968-1979 não apaerecem trabalhos com autoria múltipla.

3. Linha de pesquisa da EEF/UFMG:

Utilizando-se da lei de Bradford (FAIRTHORNE, 1970; LEIMKUHLER, 1970; PINHEIRO, 1983) pode-se determinar as linhas de pesquisa adotadas pelos profissionais ligados à EEF/UFMG e a ênfase dada a essas pesquisas, nos últimos anos, através da determinação do núcleo de autores mais produtivos:


TABELA 11 Relaço entre autores e número de trabalhos --------------------------------------------------------|NMERO DE|NMERO DE|TOTAL DE|Nº CUMULATIVO|NºCUMULATIVO| | AUTORES |TRABALHOS|AUTORES |DE AUTORES |DE TRABALHOS| |---------|---------|--------|-------------|------------| | 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | | A | T | A x T |Somatório A |SomatórioAxT| |---------|---------|--------|-------------|------------| | 1 | 18 | 18 | 1 | 18 | | 1 | 16 | 16 | 2 | 34 | | 1 | 10 | 10 | 3 | 44 | | 1 | 8 | 8 | 4 | 52 | | 1 | 7 | 7 | 5 | 59 | | 5 | 6 | 30 | 10 | 89 | | 7 | 4 | 28 | 17 | 117 | | 4 | 3 | 12 | 21 | 129 | | 7 | 2 | 14 | 28 | 143 | | 42 | 1 | 42 | 70 | 185 | |-------------------------------------------------------| | 70 | | | | | ------------------------------------------------------Não é feita distinção entre autoria única e múltipla, registrando-se todos os autores. Destes, com artigos que aparecem com duas citações, na publicação original e no catálogo da "Produção Científica da UFMG", fez-se um único registro, não se contando, assim, duas vezes o mesmo artigo, para efeito da determinação da produtividade. Bradford declara que: "se periódicos científicos foram ordenados em ordem de produço decrescente de artigos pertinentes a um determinado assunto, esses periódicos podero ser divididos em um número mais estreitamente devotados a esse assunto e em vários grupos ou zonas contendo o mesmo número de artigos que o núcleo ... Dessa forma, os periódicos que constituírem a primeira zona ou núcleo sero os mais significativos..." (FAIRTHORNE, 1970; LEIMKUHLER, 1970; BROOKS, 1970, PINHEIRO, 1983). Verifica-se que existem seis núcleos de autores: TABELA 12 Diviso em zonas de produtividade ---------------------------------------------zona | nº trabalhos | nº autores ----------|-------------------|--------------1 | 34 | 2 2 | 31 | 4 3 | 32 | 6 4 | 32 | 9 5 | 32 | 35 6 | 14 | 14 ----------------------------------------------.ls2


Para determinação da linha de pesquisa adotada pelos profissionais da EEF/UFMG adota-se a classificação proposta por FARIA JUNIOR (1987), em que são identificadas seis áreas de pesquisa na Educação Física brasileira: - Filosófica; - Sócio-antropológica; - Pedagógica; - Técnica (treinamento esportivo) - Biológica; e - Médico-fisiológica. Tem-se, na primeira zona ou núcleo, dois autores, com um total de 34 trabalhos:

(1) RODRIGUES, L.O.C., com 18; e (2) SILAMI-GARCIA, E., com 16.

(11) RODRIGUES, J.B. (1) (12) PRADO, L.S. (1) (10) CORTEZ, M.L. (2) ( 8) SALES, R. DA S. (1) ( 1) ( 9) CANÇADO, U.L. (4) ( 3) PAULA FILHO, U. DE (4) ( 4) LIMA, N.R.V. (6) ( 5) OLIVEIRA, R.G. (1)

( 2)

(15) GUIMARES, M.T. (1) (16) LEUCAS, C.B. (1) ( 6) VIANA JR., N.S. (1) ( 7) CORREA, E. (1) (13) HAYMES, E. (2) (14) TEIXEIRA, M.M. (1).ls2

Deve-se acrescentar à esse núcleo principal, composto de dois autores, outros 14 que se relacionam com os mesmos. Os trabalhos estão classificados como partencentes à área médicofisiológica. Na segunda zona, ou núcleo, tem-se quatro autores com 31 trabalhos: (17) CAMPOS JUNIOR, J.L., com 10; (18) SAMULSKI, D., com 8; (19) COSTA, M.G., com 7; e (20) DUTRA, H.A., com 6 sendo que COSTA, M.G. aparece apenas como co-autora em todos os 7 trabalhos: (21) SAFRIT, M. (2) (22) HOPPER, L.M. (1) (29) PATTERSON, L. (1) (30) EHLERT, SSS.A. (1)

(25) SOUSA, E.S. (6)


(19)

(23) ESPOSITO, R. DE C. (1) (24) RODRIGUES, N.A.A. (1) (27) PINTO, L.M.S.DE (4) (28) REZENDE, Y.M.P. (2) (31) FELICETTI, R.F. (1) (32) REZENDE, R. (1) (26) MESQUITA, M.A. (1).ls2

Esta autora relaciona-se com 12 outros. Os outros três autores deste núcleo apresentam autoria única. A ênfase da produção nesta zona está na área Técnica (18) e na Pedagógica (13), muito embora DUTRA, H.A. tenha se dedicado à publicação de bibliografias, e se o classificou como dentro desta área. Na zona 3 encontrou-se 6 autores, com 32 trabalhos: (25) SOUSA, E.S., com 6; (33) SZAMUCHOWSKI, L., com 6; (34) GREGO, P.J., com 6; ( 4) LIMA, N.R., com 6; (35) RASO, S.J., com 4; (36) SOUSA SOBRINHO, P.A., com 4..ls2 Desses autores apenas SOUSA, E.S. mantém um núcleo de outros autores em torno de sí: (19) COSTA, M.G. (7) (23) ESPOSITO, R.DE C. (1) (24) RODRIGUES, N.A.A. (1) (27) PINTO, L.M.S.DE M.(4) (28) REZENDE, Y.M.R. (2) (25) (31) FELICETTI, R.F. (1) (32) RESENDE, R. DE (1) (37) VAGO, T.M. (1) Nesta zona tem-se 12 trabalhos na área Técnica, 10 na área Pedagógica e 10 na área Médicofisiológica. Na zona 4 apresentam-se nove autores, com um total de 32 trabalhos, assim distribuidos: ( 3) PAULA FILHO, U. DE, com 4; (38) COSTA, A.M.D., com 4; (39) SOARES, I.M., com 4; (27) PINTO, L.M.D. DE M., com 4; ( 9) CANÇADO, U., com 4; (40) SILVEIRA, O.A., com 3;


(41) RASO, L., com 3; (42) MORAES, L.C., com 3; e (43) ASSUNÇO, M.D., com 3 sendo que quatro têm um grupo de outros autores em torno de sí: (3); (9); (39); e (27). A ênfase é na área Técnica, com 14 trabalhos, seguindo-se a Médico-fisiológica, com oito. Quanto à distribuição desse conhecimento, nas TABELAS 13 e 14 são apresentados os canais utilizados: TABELA 13 Produço científica no período de 1968-1979 ---------------------------------------------------------------| ANOS | TIPO DE DOCUMENTO |-----------------------------------|TOTAL |68|69|70|71|72|73|74|75|76|77|78|79| ---------------------|--|--|--|--|--|--|--|--|--|--|--|--|-----ARTIGO DE PERIDICO: | | | | | | | | | | | | | - NACIONAL | 4| | | | | 2| 4| | | 1| 3| 4| 18 -----------------------------------------------------------------.ls2 Neste período utilizou-se apenas de publicação em periódicos nacionais para divulgação dos trabalhos produzidos. No período seguinte, 1980-1992, outros canais foram utilizados, como se observa na TAB. 14: TABELA 14 Produço científica no período de 1980-1992 ---------------------------------------------------------------| ANOS | TIPO DE DOCUMENTO |-----------------------------------|TOTAL |80|81|82|83|84|85|86|87|88|89|90|91| ---------------------|--|--|--|--|--|--|--|--|--|--|--|--|-----ARTIGO DE PERIDICO: | | | | | | | | | | | | | - NACIONAL | 4| | 1| | 2| 6| 4| 5|21| 3|13| 1| 70 - INTERNACIONAL | | | | | | | 1| 1| 2| | | | 4 ARTIGO EM JORNAL | | | | | 1| | 1| | | | | | 2 DISSERTAÇO MESTRADO | | | 1| | | | | | | | | | 1 TESE DE DOUTORADO | | | | | | | | 2| | | | | 2 COMUNICAÇES EM EVEN-| | | | | | | | | | | | | CIENTµFICOS: | | | | | | | | | | | | | - NACIONAL | | | | 3| 3| 5| 1| 5|13| | | 3| 33 - INTERNACIONAL | | | | | | | 1| | 2| | | | 3 LIVROS | | | | 1| | | | | 1| | | | 2 CAPµTULO DE LIVRO | | | | | | | | 1| | | | | 1 ---------------------|--|--|--|--|--|--|--|--|--|--|--|--|-----TOTAIS | 4| | 2| 4| 6|11| 8|14|39| 3|13| 4| 108 ----------------------------------------------------------------.ls2 Dos trabalhos publicados na revista Coletânea, da EEF/UFMG, seis são resumo de dissertação de mestrado e um de tese de doutorado. Verifica-se que os profissionais ligados à EEF/UFMG valem-se da publicação em periódicos (94) e comunicações em eventos científicos (36) para distribuir o conhecimento, o que os aproxima do perfil internacional do cientista, quando da escolha do canal de comunicação.


4. Conclusão: A produção do conhecimento na EEF/UFMG tem se revelado expressiva, notadamente na década de 80, podendo-se determinar que a linha de pesquisa adotada é a Médico-fisiológica, havendo, ainda, uma produço científica nas áreas Técnica e Pedagógica. Com a determinação dos núcleos de autores mais produtivos pode-se identificar aqueles que se constituem os "gatekepeers" da EEF/UFMG: - RODRIGUES, L.O.C. e SILAMI-GARCIA, E. aparecem como os autores principais na área médico-fisiológica, destacando-se, ainda, nesta área, PAULA FILHO, U. de; CANÇADO, U.L. e LIMA, N.R.V. - COSTA, M.G. e SOUSA, E.S. destacam-se na área Pedagógica, aparecendo, ainda, PINTO, L.M.S de M.. Na área Técnica, a segunda em número de pesquisas e "papers" produzidos, observa-se uma tendência para trabalhos individuais, não se observando a formação de um núcleo de autores trabalhando em projetos comuns. Embora a EEF/UFMG tenha-se valido, nos últimos anos, de professores-visitantes, a produção científica destes professores dá-se em caráter individual autoria única, não se formando em torno dos mesmos núcleos de pesquisa, como pode se observar nos trabalhos publicados. 3 . Referências bibliográficas:

BROOKS, B.C. Bradford's law and the bibliography of science. in SARACEVIC, Tefko (ed.)Introduction to information science. New York : R.R. Bonker Company, 1970. p. 515-520. CASTILHO, Ricardo & Colaboradores. 11o. Ranking - as melhores faculdades do Brasil. Revista Playboy, So Paulo, ed. de março de 1992. CASTRO, Cláudio Moura. A questo da qualidade. in SCHARTZMAN,Simon & _____. Pesquisa universitária em questo. Campinas : UNICAMP; So Paulo : Icone; CNPq., 1986. p. 151-172. FAIRTHORNE, Robert A. Empirical hyperbolic distributions (Bradford-Zipf-Mandelbrot) for bibliometric description and prediction. in SERACEVIC, Tefko (ed.) Introduction to information science. New York : R.R. Bonker Company, 1970, p. 521-534. KREMER, Jeannette M. Curso de Métodos e Técnicas de Pesquisa em Ciência da Informaço. in Curso de Mestrado em Ciência da Informaço. Belo Horizonte : Escola de Biblioteconomia/UFMG, 1992. Anotaçes de aula. LEIMKUHLER, Ferdinand F. The Bradford distribution. in SERACEVIC, Tefko (ed.). Introduction to information science. New York : R.R. Bonker Company, 1970, p. 509-514. LUCAS, Clarinda Rodrigues. O papel do sistema de informaço no processo de transferência de tecnologia. Ciência da Informaço , Brasília, v. 16, n. 2, p. 181-191, jul./dez. 1987. PEREIRA, Laércio Elias. µndice da Revista Brasileira de Educaço Física e Desportos. Brasília : MEC/SEED, 1983.


PEREIRA, Laércio Elias & VAZ, Leopoldo Gil Dulcio (org). µndice do Boletim da FIEP - Ediço brasileira: março de 1977 a dezembro de 1990. Belo Horizonte : EEF/UFMG, 1992 (inédito). PEREIRA, Laércio Elias & VAZ, Leopoldo Gil Dulcio (org) . Nós na revista de mulher pelada : a Educaço Física no "Ranking Playboy" das melhores faculdades brasileiras 1982-1991. So Luís : (s.e.), 1991 (inédito) PEREIRA, Laércio Elias & VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. µndice da Revista Brasileira de Ciências e Movimento. Belo Horizonte :EEF/UFMG; EB/UFMG, 1992 (inédito) PEREIRA, Laércio Elias & VAZ, Leopoldo Gil Dulcio (org). µndice da Revista Coletânea. Belo Horizonte :EEF/UFMG; EB/UFMG, 1992 (inédito) PEREIRA, Laércio Elias (ed.).Em busca de indicadores. Jornal Pereba - Publicaço no oficial (informativo aberto do pessoal da EEF/UFMG), Belo Horizonte, n. 25, 27 maio de 1992 PINHEIRO, Lena Vania Ribeiro. Lei de Bradford: umareformulaço conceitual. Ciência da Informaço, Brasília, v. 12, n. 2, jul./dez. 1983, p. 59-80. SMITH, Gerald R. Inadequacies in research proposals. Library Trends, Champaign/Illinois, v. 13, n. 1, july 1964, p. 68-83. TARGINO, Maria das Graças & CALDEIRA, Paulo da Terra. Análise da produço científica em uma instituiço de nível superior: o caso da Universidade Federal do Piauí. Ciência da Informaço, Brasília, v. 17, n. 1,jan./jun. 1988, p. 15-25. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Produço científica cresceu cinco vezes na década de 80. Boletim Informativo da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, v. 19, n. 918, 29 maio 1992. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Conselho de Pesquisa. Produço Científica UFMG. Belo Horizonte, 1980-1988. 8 vol. VAZ, Leopoldo Gil Dulcio & PEREIRA, Laércio Elias. µndice da Revista Brasileira de Ciências do Esporte. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 10, n. 1, set. 1988, p. 33-45. VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. µndice da Revista Comunidade Esportiva. So Luís : UEMA, 1987 (inédito) .lm1


6. Apêndice:

PRODUÇÃO CIENTÍFICA DOS DOCENTES DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

A seguir são relacionados os trabalhos publicados nas revistas pesquisadas. Sobre cada referência bibliográfica aparece um número, de indexação, que remete ao índice das revistas. O catálogo "Produção Científica da UFMG" também utiliza-se de um número para indexação dos trabalhos alí registrados, começando a cada uma nova sequencia. Assim, neste catálogo, a cada ano, reinicia-se a númeração, ao contrário dos índices das revistas, que seguem uma ordem de publicação ao longo dos anos. Considerando que algumas referências aparecem duas vezes, referindo-se ao mesmo artigo, utiliza-se de (*) para dar destaque aos trabalhos indexados no "Produção Científica da UFMG". 1968 001 RASO, Sylvio. Medicina física na obesidade. Boletim Tecnico Informativo, v. 1, n. 1, p. 11-20, jan./fev., 1968. 032 RASO, Sylvio. Uma apreciaço sobre o novo método altitude training. Boletim Técnico Informativo, n. 4, p. 111-124, jul./ago. 1968 033 FURTADO, Fernando C. A educaço física em estabelecimentos de ensino secundário. Boletim Técnico Informativo, n. 4, p. 125-134, jul./ago. 1968. 041 GOMES, Marluce C. Exercícios progressivos de agilidade. Boletim Técnico Informativo, n. 5, p. 105-106, set./out 1968 1973 139 CORREA FILHO, Albano A. Judô infantil. Revista Brasileira de Educaço Física e Desportos, n. 17, p. 6-21, set./out. 1973 143 GUILHERME, Adolfo. Observaçes sobre detalhes técnicos em problemas de voleibol e demais esportes coletivos. Revista Brasileira de Educaço Física e Desportos, n. 17, p. 54-63, set./out. 1973 1974


155 BECKER, Guiomar M. O professor de educaço física fase apadagogia moderna. Revista Brasileira de Educaço Física e Desportos, n. 19, p. 43-49, jan./fev. 1974 158 VEADO FILHO, Pedro A. Educaço física e desportos na escola. Revista Brasileira de Educaço Física e Desportos, n. 19, p. 60-63, jan./fev. 1974 166 RASO, Lincoln. Programaço para praças de esportes. Revista Brasileira de Educaço Física e Desportos, n. 20, p. 56-65, mar./abr. 1974 175 ASSUNÇO, Maria D. Nataço sincronizada. Revista Brasileira de Educaço Física e Desportos, n. 21, p. 55-69, mai./jun. 1974 1977 002 SILVEIRA, Olavo Amaro. Consideraçes acerca da ediço brasileira do Boletim da FIEP. Boletim da FIEP v. 47, n. 1, p. 8, mar. 1977

1978 090 RASO, Sylvio José. Prescriço de atividades físicas. Boletim da FIEP, v. 48, n. 3, p. 24-32, set. 1978 093 SILVEIRA, Olavo Amaro. Assembléia Geral da FIEP - 1978 - relatório. Boletim da FIEP v. 48, n. 3, p. 35-38, set. 1978 107 RASO, Sylvio José. Prescriçes de atividades físicas (estudo fisiátrico). Boletim da FIEP v. 48, n. 4, p. 6-16, dez. 1978 1979 335 DUTRA, Herbert Almeida. Seço bibliográfica. Revista Brasileira de Educaço Física e Desportos n. 42, p. 80, jul./set. 1979 345 DUTRA, Herbert Almeida. Bibliografia. Revista Brasileira de Educaço Física e Desportos, n. 43, p. 77-80, out./dez. 1979 126 SILVEIRA, Olavo Amaro. A situaço da Delegacia Geral da FIEP em face das mudanças na educaço física e desportos no Brasil. Boletim da FIEP, v. 49, n. 1, p. 11-12, mar. 1979 145 SOUSA, Eustáquia S. Crítica intelectual aos Jogos Olímpicos. Boletim da FIEP, v. 49, n. 2, p. 22-28, jan. 1979


1980 354 DUTRA, Herbert Almeida. Seço bibliográfica. Revista Brasileira de Educaço Física e Desportos, n. 44, p. 77-80, jan./mar. 1980 360 DUTRA, Herbert Almeida. Seço bibliográfica. Revista Brasileira de Educaço Física e Desportos, n. 45, p. 77-80, abr./jun. 1980 361 SAMULSKI, Dietmar. Imaginaço do movimentro e treinamento mental. Revista Brasileira de Educaço Física e Desportos, n. 46, p. 4-12, jul./set. 1980 367 DUTRA, Herbert Almeida. Bibliografia. Revista Brasileira de Educaço Física e Desportos, n. 46,p. 69-73, jul./set. 1980 1982 394 DUTRA, Herbert Almeida. Atividade física na infância. Revista Brasileira de Educaço Física e Desportos, n. 49, p. 7, jan./mar. 1982 * 301 SOUZA SOBRINHO, Pedro Américo de. Forderung der sensomotorik bei kinden mit rebebralporese und minimaler cerebraler dysfunktion. Frankfurt: Institut fur Sport und Sportwissenchaften der Uni versitat Frankfut, 1982. (Dissertaço de Mestrado) 1983 * 265 SILAMI-GARCIA, Emerson; LIMA, Nilo Resende Viana; RODRIGUES, Luiz Oswaldo Carneiro. O uso da composiço corporal e da tabela de peso x altura para se estimar a obesidade. in CONGRESSO DAS ASSOCIAÇES MÉDICAS DE MINAS GERAIS, 16, Belo Horizonte, 1983. Anais.... Belo Horizonte, 1983, p. 191. * 266 GARCIA-SILAMI, Emerson; RODRIGUES, Oswaldo Carneiro; LIMA Nilo Resende Viana; PAULA FILHO, Ulisses de. Estudo do perfil lipi dico do sangue em universitários. in CONGRESSO DAS ASSOCIAÇES MÉDICAS DE MINAS GERAIS, 16, Belo Horizonte, 1983. Anais... Belo Horizonte, 1982, p. 192. * 267 RODRIGUES, Luiz Oswaldo Carneiro; SILAMI-GARCIA, Emerson; LIMA, Nilo Resende Viana; OLIVEIRA, Décio Gomes de. A hipertenso arterial reativa e suas relaçes com o reflexograma aquileu. in CONGRESSO DAS ASSOCIAÇES MÉDICAS DE MINAS GERAIS, 1983. Anais....Belo Horizonte, 1983, p. 189. * 268 RODRIGUES, L. O. C.; LIMA, N.R.V.; SILAMI-GARCIA, E. Estudo da relaço presso arterial x tenso muscular e funç respirató ria. Belo Horizonte : EEF/UFMG, 1983.


1984 239 (*526) LOR, Luiz Osvaldo Carneiro Rodrigues; SILAMI-GARCIA, Emerson; LIMA, Nelo Resende Viana. Respostas respiratórias e circulató rias a diferentes níveis de tenso muscular. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, So Caetano do Sul, v. 5, n. 3, p. 77-89, maio 1984. 240 (*528) SOARES, Isabel Montandon & Outros. Perfil de jogadoras de hande bol de alto nível. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, So Caetano do Sul, v. 5, n. 3, p. 85-89, maio 1984. 253 VIANNA JUNIOR, Newton Santos; CORREA, Eliana; GARCIA-SILAMI, Emerson. Estimativa e medida do consumo máximo de oxigênio. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, So Caetano do Sul, v. 5, n. 3 - Suplemento, p. 14, maio 1984. 257 LOR, Luiz Osvaldo Carneiro Rodrigues. Controle de ventilaço pulmonar durante o exercício. Revista Braileira de Ciências do Esporte, So Caetano do Sul, v. 5, n. 3 - Suplemento, p. 15, maio 1984. 261 PAULA FILHO, Ulisses de; LOR, Luiz Oswaldo Carneiro Rodrigues. estudo do efeito da cafeína em diferentes niveis de exercício. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, So Caetano do Sul, v. 5, n. 3 - Suplemento, p. 16, maio 1984. * 527 CAMPOS JUNIOR, José Leo. Estudo da composiço corporal da equipe de futebol profissional do Clube Atlético Mineiro. O Estado de Minas, 1 maio 1984. 1985 441 (*766) (*734/86) SZMUCHROWSKI, Laszek. Planejamento e controle dos saltos atléticos. Boletim da FIEP, v. 55, n. 1, p. 44-50, mar. 1985 454 (*767) SZMUCHROWSKI, Leszek. Teoria e técnica do salto em altura. Boletim da FIEP, v. 55, n. 2/3, abr./set. 1985 462 (*733/86) SZMUCHROWSKI, Leszek. Exercícios específicos para técnica do salto em altura. Boletim da FIEP, v. 55, n. 4, p. 19-23, dez. 1985 468 (*728/86) CAMPOS JUNIOR, José Leo. Alteraçes na estrutura muscular, ossea e tecidos de conexo que acompanham o treinamento muscular. Boletim da FIEP, v. 55, n. 4, p. , dez. 1985 287 (*765) PAULA FILHO, Ulisses de; LOR, Luiz Oswaldo Carneiro Rodrigues. Estudo do efeito da cafeína em diferentes níveis de exercício. Revista Brasileira de Ciências do Essporte So Caetano do Sul, v. 6, n. 2, p. 139-146, jan. 1985. 291


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A revista editada pelo Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte foi indexada sómente até o volume 9, número 1. Dos números referentes aos anos de 1988 a 1991, o vol. 10, nº 1 ainda no foi editado. * 884


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GRECO, Pablo. Wahrnehmungs und entschidungsverhallen im Handball. Coletânea, Belo Horizonte, v. 1, p. 105, 1988 (Dissertaço de mestrado - resumo) 013 MACHADO, Ricardo P. A manual of teachinh the full-court zone pressure defenses in Basketball - Manual de ensino das defesas zona-presso quadra toda em Basquetebol.Coletânea, Belo Horizonte, v. 1, p. 107, 1988 (Dissertaço de mestrado - resumo) 014 MORAES, Luiz Carlos. The relationship between anxicty and performance of brazilian judokas. Coletânea, Belo Horizonte, v. 1, p. 109, 1988 (Dissertaço de mestrado - resumo) 015 SOUZA SOBRINHO, Pedro Américo. Estimulaço sensomotora de crianças portadoras dse paresia cerebral e de disfunço cerebral mínima. Coletânea, Belo Horizonte, v. 1, p. 111, 1988 1989 566 GRECO, Pablo. Fundamentaço do treinamento técnico no esporte. Boletim da FIEP, v. 59, n. 3/4, p. 19-27, set./dez. 1989 167 SILAMI-GARCIA, Emerson & TEIXEIRA, Maria Maura. Efeito do cigar ro/nicotina/monoxico de carbono sobre alguns parametros fisio logicos: reviso de literatura. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, So Caetano do Sul, v. 3, n. 2, p. 32-39, abr. 1989. 203 SAMULSKI, Dietmar. Psicologia do esporte na República Federal da Alemanha.Revista Brasileira de Ciência e Movimento, So Caetano do Sul, v. 3, n. 4, p. 42-49, out. 1989. 1990

??? MARQUES, Maria Lúcia Bastos. Situaço atual da informaço desportiva na América Latina. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 11, n. 2, p. 123, jan. 1990. 234 MORAES, Luiz Carlos. Ansiedade e desempenho no esporte. Revissta Brasileira de Ciência e Movimento, So Caetano do Sul, v. 4, n. 2, p. 51- 56, abr. 1990 016 ASSUMPÇO, Maria Duarte de. Nataço para bebês. Coletânea, Belo Horizonte, v. 2, p. 3-11, 1990 017 BOMFIM, Ivany de Moura. Rendimento esportivo - um problema pedagógico.Coletânea, Belo Horizonte, v. 2, p. 13-20, 1990 018 BOMFIM, Therezinha Ribeiro. A outra face do esporte - uma reflexo psicopedagógica.Coletânea, Belo Horizonte, v. 2, p. 21-25, 1990 019


SILAMI-GARCIA, Emerson; GUIMARES, Maria Treza; CANÇADO, Ubirajara Lopes; LEUCAS, Claudia B. de. Avalaiaço da composiço corporal: uma nova proposta para o uso de dobras cutâneas. Coletânea, Belo Horizonte, v. 2, p. 27-37, 1990 020 GRECO, Pablo Juan. Treinamento de alto nível com crianças e adolescentes.Coletânea, Belo Horizonte, v. 2, p. 39-50, 1990 021 CAMPOS JUNIOR, José Leo. Os esteróides anabolizantes e o desempenho desportivo.Coletânea, Belo Horizonte, v. 2, p. 51-55, 1990 022 MORAES, Luiz Carlos Couto de Albuquerque. O estudo da Psicologia dos Esportes nos EEUU (Parte I).Coletânea, Belo Horizonte, v. 2, p. 57-65, 1990 023 SAMULSKI, Dietmar. Sistema básico de treinamento esportivo. Coletânea, Belo Horizonte, v. 2, p. 67-72, 1990 024 SOARES, Isabel Montondon. Das verhaltnis von Lehrepersonlichkert und unterrischtssitil. Coletânea, Belo Horioznte, v. 2, p. 73-74, 1990 (Dissertaço de mestrado - resumo) 025 SZMUCHROWSLI, Leszek. Sistemas de formaço desportiva. Coletânea, Belo Horizonte, v. 2, p. 75-81, 1990 026 VAGO, Tarcinio Mauro; SOUZA, Eustáquia Salvadora de. A educaço criança. Coletânea, Belo Horizonte, v. 2, p. 83-87, 1990

física, o movimento e a

1991 ?? PINTO, Leila Mirtes Santos Magalhes. Conceito e significado do ritmo do movimento humano.Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 13, n. 1, p. 225, out. 1991. ??? ROSSETE, Elizabete de Fátima Costa. O ritmo na identidade e no movimento da Ginástica Rítmica Desportiva.Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 13, n. 1, p. 226, out. 1991. ??? PINTO, Renato Magalhes. A educaço musical na educaço ritmica do movimento humano.Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 13, n. 1, p. 227, out. 1991. 304 SAMULSKI, Dietmar. Esporte e desenvolvimento da personalidade. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, So Caetano do Sul, v. 5, n. 3, p. 24-28, jul. 1991.


A EXPERIÊNCIA DO CEDEFEL-MA

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LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ LAÉRCIO ELIAS PEREIRA

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RESUMO Para atacar o problema da dispersão da Informação em Ciências do Esporte foi desencadeado um trabalho de indexação de artigos de revistas no início da década de 80 que serviu de base para a implantação de um Centro de Estudos e Documentação em Educação Física, Esportes e Lazer - CEDEFEL. As ações do CEDEFEL estão voltadas para um processo de criação de um modelo de "Centro Referencial" - informação sobre a informação - com o objetivo de recuperar e organizar as informações básicas em Educação Física, Esportes e Lazer e efetivar a comunicação entre especialistas.

Surgimento do serviço de informação científica: Já a algum tempo discute-se a função da biblioteca. Alguns a tem como o local onde se reunem as coleções de livros, revistas, jornais, filmes, discos e outros documentos, de forma que as informações neles contidas possam vir a ser úteis em situações diversas. Dadas as exigências do conhecimento científico, a biblioteca vem se especializando e deixa de ser um "depósito" de livros e outros documentos impressos, passando a se constituir em uma prestadora de serviços de informações. Essa mudança se dá quando surgiram, ainda no século XIX, as chamadas sociedades eruditas - entidades que reuniam os estudiosos das ciências e da engenharia com o objetivo de usufruirem das experiências recíprocas. Essas sociedades publicavam revistas, que davam ampla divulgação dos artigos que descreviam as ciências. Dado o crescente volume de publicações, essas mesmas sociedades criam bibliotecas para reuní-las e armazená-las, o mesmo acontecendo com algumas indústrias, especialmente as ligadas às grandes sociedades e instituições científicas cujos membros se haviam habituado a utilizar a literatura como fonte de informações a fim de suplementar conhecimentos adquiridos pela própria experiência. A dificuldade de acesso à informação se fez sentir em alguns países, quando se viram tolhidos de obter determinados componentes para o fabrico de produtos industriais, por ocasião da Primeira Grande Guerra. Tinham que se valer, especialmente a Inglaterra, de conhecimentos de outros povos, havendo a necessidade de se romper as barreiras do sigilo e da livre comunicação entre os pesquisadores. As indústrias passaram, então, a formar suas próprias bibliotecas. Com o aparecimento das bibliotecas especializadas muda o conceito da função da biblioteca: esta deveria colaborar na tarefa de proporcionar informações aos pesquisadores, sem ficar a espera de que eles as pedissem - deveriam tanto reunir quanto disseminar informações. Esse novo papel baseava-se em duas exigências fundamentais: necessidade de organizar a literatura a fim de fazer ressaltar sua importância, do ponto de vista do assunto e a necessidade de se manter continuamente a par do fluxo de informações sobre trabalhos recém-publicados, dentro de determinada especialidade, sem que fosse necessária uma solicitação das mesmas (6). Indexação:

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Tema livre apresentado no XVIII Simpósio Internacional de Ci ências do Esporte, São Caetano do Sul, outubro de 1992. Professor de Educação Física do CEFET-MA; Mestre em Ciência da Informação; 8 Professor de Educação Física da UFMG; Mestre em Educação Física. 7


ROGET (apud GOMES, 1990), secretário da "ROYAL SOCIETY", com o objetivo de facilitar suas atividades literárias, publica em 1852 o seu "THESAURUS OF ENGLISH WORDS AND PHRASES", onde "... as palavras não são agrupadas segundo ordem alfabética, mas de acordo com as idéias que elas exprimem". Chamou a seu dicionário de "thesaurus" e, de to original na sua apresentação, que o termo ficou associado à forma de organização do vocabulário de indexação/recuperação (9). A organização de acervo bibliográfico vem se constituindo um grande problema da biblioteca especializada. SILVA (1989), quando da reorganização da Biblioteca da Escola de Educação da Universidade de São Paulo - FEF/USP - , em 1962, adotou a Classificação Decimal de Dewey, 16a. edição, - CDD -, e verificou que esta não atendia à especificidade de uma biblioteca especializada, muito embora tenha utilizado a extensão da classe 796, feita por DORIA (1942, citada por SILVA, 1989) (14). Para FOSKETT (1969) a CDD, antiquada e ineficiente, é uma verdadeira camisa de força, onde os novos conhecimentos são enfiados e confinados. Algumas bibliotecas têm adotado a Classificação da Biblioteca do Congresso ou a Classificação Bibliográfica de Bliss, enquanto outras adotam a Classificação Decimal Universal - CDU -; a Classificação de Assuntos de J. P. Brown, ou ainda a Classificação de Dois Pontos, de S. R. RANGANATHAN. Já outras elaboram e aplicam esquemas próprios de classificação. (6). Essa profusão de sistemas causa confusão. Alguns estudiosos consideram que um sistema de classificação será tão ou mais útil quanto sua estrutura se aproximar da estrutura existente no mundo real - "a ordem da natureza" (6): "O mundo real consiste em matéria e processo; nenhuma parte dele existe isolada, mas todas as partes estão sujeitas a se interpretar, a influenciar e modificar as outras. Ao estudar esses fenômenos, escreve-se sobre eles, e é esse registro que o bibliotecário deve classificar, a fim de colocá-lo em seu lugar na biblioteca onde seja descoberto, ou 'recuperado', por aqueles que também estiverem estudando os mesmos fenômenos." (6).

Para esse autor, apenas a classificação facetada proporciona os meios de realizar isso basta fazer uma relação dos termos componentes que podem ocorrer em uma das facetas desses assuntos; esses termos podem, então, ser combinados de acordo com os requisitos da literatura. A cada termo encontrado é necessário fazer-se uma notação - um conjunto de símbolos de codificação -, a fim de mecanizar o arranjo dos documentos classificados pelo sistema. Qualquer tipo de "código de notação" pode ser criado, desde que possibilite sua recuperação, pois o tipo de notação não tem influência no método de procedimento. (6). Depreende-se, pois, que todo esquema de classificação é, mais ou menos, arranjo sistemático de assuntos, pois os leitores estão interessados em informações sobre assuntos. Como os tipos de documentos passíveis de indexação são muito variados, não se pode baixar regras rígidas e seguras, exceto a de que os canais de acesso de uma biblioteca especializada portanto classificada por assuntos - deve possuir um índice de assuntos e de autores, partes essenciais de um catálogo sistemático, cuja função é a de servirem de registro de propriedade e de guias de localização. Na "Indexação Coordenada", TAUBE & Colaboradores utilizaram-se de uma série de fichas encimadas por um unitermo - cabeçalho de assunto escolhido numa lista especial -, em que cada documento indexado recebe um número. A seguir, analisa-se o conteúdo, atribuindo-lhe os unitermos apropriados e se iscreve seu número respectivo em cada uma das fichas, cujos cabeçalhos sejam os unitermos escolhidos. Após a indexação de inúmeros documentos, cada ficha registra vários números. Sua utilização consiste em analizar o assunto proposto segundo os unitermos, selecionar e comparar as fichas respectivas. Os números em cada uma das fichas indicarão os documentos pertinentes (6). O sistema de classificação da "BRITISH NATIONAL BIBLIOGRAPHY" adota o método de indexação proposto por RANGANATHAN, conhecido como "processo em cadeia" que, para dar o rendimento esperado, precisa ser aplicado em combinação


com a classificação facetada. Esse método utiliza-se de um índice alfabético de assuntos. Ao classificar o assunto de um documento, suas partes devem ser dispostas numa seqüência deteminada, sendo que a faceta que vier em primeiro lugar determina aquela na qual o documento será armazenado (6). Informação em Ciências do Esporte: A organização da informação em Ciências do Esporte teve seu início em 1947, na Europa. Em 1959 foi criada a "INTERNATIONAL ASSOCIATION FOR SPORTS DOCUMENTATION" IASI -, sendo Cuba o primeiro país latino-americano a se filiar (1964), seguindo-se o México, Colômbia, Venezuela e Brasil, em 1981 (11). SONNESCHEIN (1980) constatou que a literatura esportiva disponível na América Latina é escassa, cara, de pouca atualidade e na sua maioria ignora as condições sócio-econômicas, biomédicas e culturais predominantes no esporte e na educação física do sub-continente, o que provoca a elaboração de trabalhos de pesquisa desassociados da realidade da prática, da docência, da organização e administração, pois são realizados em grande parte com fundamentos de informação técnica inadequados ou nulos. Essa carência é explicada pelo baixo volume de produção, acessibilidade limitada e altos custos de venda de material bibliográfico, pois à exceção da Argentina, México e Cuba, os demais países importam entre 90% e 100% de sua literatura. Essa literatura padece de atualidade, pois cerca da metade dos textos disponíveis são traduzidos de outros idiomas. O referido autor encontrou um espaço de quatro a seis anos entre a publicação de livros no idioma original e a sua tradução. Se se considerar que o conhecimento científico tarda em média dois anos desde a sua concepção até sua publicação em uma revista e quatro anos até sua publicação em forma de livro, e que se passem outros quatro anos mais até que apareça a verso em espanhol ou português, encontramo-nos ante o fato de que conhecimentos científicos e técnicos publicados em forma de livros sofram um atraso de dez anos. O aparecimento de artigos traduzidos em publicações periódicas é de cerca de cinco anos. Sugere, então, que se amplie a bibliografia disponível e se estabeleçam centros de documentação e informação, cuja tarefa principal seria a seleção e elaboração de literatura adaptada às condições do meio e a disseminação massiva dessa literatura. As conclusões de SONNESCHEIN (1980) são basicamente as mesmas do COMITÊ DE INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO ESPORTIVA DA AMÉRICA LATINA , apresentadas durante a Ia. CONFERÊNCIA SOBRE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO ESPORTIVA NA AMÉRICA LATINA, realizada em Medellin, no ano de 1980 (17, 4). GARCIA ZAPATA & Outros (1979), com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento da Educação Física e dos Esportes por meio da documentação e informação esportiva, criaram um serviço de documentação e informação. Elaboraram um índice de periódicos, já que so os artigos de revistas que trazem as informações mais atualizadas na área. O processo utilizado foi: a) seleção das revistas; b) seleção, leitura e classificação dos artigos de cada uma das revistas; c) elaboração de resenhas descritivas de cada um dos artigos; d) organização de todas as resenhas por cabeçalhos de assunto; e) organização do índice de autores. Os artigos são classificados segundo aspectos teóricos e práticos da área, derivando-se tal disposição de um conceito interdisciplinar do que hoje se tem chamado de "Ciências do Esporte". A classificação dos artigos dá-se através do uso de cabeçalhos, que cobrem os aspectos teóricos, críticos, técnicos, e metodológicos da área da Educação Física e de outras ciências aplicadas a esta: História do Esporte


Medicina do Esporte Pedagogia do Esporte Psicologia do Esporte Sociologia do Esporte Teoria do Treinamento Teoria do Movimento Administração Esportiva Construções Esportivas Educação Física - Programas Recreação seguindo-se uma relação de modalidades esportivas, encontradas nas revistas indexadas. Artigo sobre Filosofia, Teoria das Ciências, Estatística, etc., são ordenados sob o cabeçalho "Pedagogia do Esporte". Os artigos cujos conteúdos requerem classificação em mais de um assunto aparecem duas ou mais vezes na bibliografia. Como seu uso destina-se à Colômbia, as referências são elaboradas segundo classificação das Normas de Catalogação para Bibliotecas Universitárias, do Instituto Colombiano para Fomento de Educação Superior, com os seguintes dados de entrada: AUTOR. "Título do Artigo". NOME DA REVISTA. Local de publicação. Volume (número) : página onde se encontra, data. O sistema utilizado pelo Instituto de Ciências del Deporte, da Universidad de Antioquia Colômbia (7), baseia-se na classificação apresentada pelo "SPORTWISSENCHAFT" (1978), que traz os seguintes cabeçalhos: CIÊNCIA DO ESPORTE Antropologia, Filosofia, Teologia Biomecânica Ciência do Esporte (? - Allgemein) História do Esporte Pedagogia do Esporte Psicologia do Esporte Sociologia do Esporte Teoria do Movimento Teoria do Treinamento ÁREAS DO ESPORTE Esporte de Idosos Esporte de Lazer Esporte Escolar Esporte para Deficientes Esporte Universitário MODALIDADES ESPORTIVAS


Atletismo Esporte de Força Artística Esporte de Gelo Esporte de Luta Boxe Karatê Luta Livre Esporte de Vôo Esportes Aquáticos Esqui (na neve) Ginástica Olímpica Hipismo Jogos Esportivos Basquetebol Handebol (ETC) Mergulho (esporte de) Pequenos Jogos Rugbi Tênis Tênis de Mesa (ETC) Remo Vela (? - Esporte de); (Iatismo ?) INSTALAÇES DE LAZER E ESPORTIVAS Formas Combinadas Ginásios Esportivos Instalaçes ao Ar Livre Instalaçes Aquáticas Instalaçes de Lazer e Esportivas em geral Instalaçes Auxiliares.

O "SPORTDOKUMENTATION" apresenta: a) listagem de periódicos indexados, com o respectivo sumário; b) listagem de novas aquisições; c) índice de assuntos; e d) índice de autores. A numeração que aparece após cada cabeçalho ou autor remete à referência. Após cada referência é apresentado um resumo. Já o "WORD INDEX OF SPORTPERIODICALS" (IASI, 1984) - surgido da necessidade levantada durante o encontro da "COMISSIOM INFORMATION SOURCES" da IASI, realizada na Holanda em 1979, concluído em 1984 - apresenta 2.196 títulos de periódicos da área das


Ciências do Esporte de 54 diferentes países. É organizado combinando-se título do periódico e país de origem, sob uma entrada principal. Neste índice aparecem apenas os títulos das revistas, endereço, periodicidade, país de origem. Há uma relação de unitermos (keywords) utilizados e um índice de assuntos, onde o número de entrada, da IASI, remete às referências (10). No Brasil, a organização da informação na área tem seu início com o Centro de Documentação e Informação do ISEFL. De acordo com MEDINA (1980), em 1940 foi criado o Instituto Nacional de Educação Física e em 1964 foi instalado o seu setor de Documentação, Informação e Divulgação, com recursos do Fundo de Fomento do Desporto Nacional. Em 1972 este setor é transformado em Centro de Investigação, Documentação e Informação e, em 1974, recebe nova denominação: Centro de Documentação e Informação, com o objetivo de: a) fornecer apoio documental aos cursos, trabalhos de pesquisa e às ações de formação permanente de docentes; b) editar documentação de caráter científico, técnico e pedagógico no âmbito da Educação Física e Esportes; e c) manter relações de intercâmbio com centros congêneres nacionais e internacionais (12). Ainda em 1974 é criado, pela Federação Brasileira de Medicina do Esporte, o Centro de Documentação e Informação de Medicina do Esporte - CEDIME -, com sede em Porto Alegre-RS, hoje Centro de Documentação e Informação das Ciências do Esporte. De acordo com SIDERMANN (1980) os objetivos do CEDIME são: a) organizar e fomentar a informação e documentação das Ciências do Esporte e influir na pesquisa, ensino e prática profissional; b) coletar, organizar e divulgar bibliografias; c) publicar com regularidade um bibliografia seletiva; e d) editar a Revista de Medicina do Esporte. (16) O SISTEMA BRASILEIRO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO DESPORTIVA SIBRADID - , funcionando junto à Biblioteca da Escola de Educação Física da Universidade Federal de Minas Gerais - EEF/UFMG - desde 1985 utiliza um sistema de informação bibliográfica denominado de "MINISIS", adotado pela IASI e pelo "SPORT INFORMATION RESOURCE CENTER" - SIRC -, base de dados localizada no Canadá (2). Há uma tentativa de implantação do programa "MICRO-ISIS" pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia - IBICT com a finalidade de padronizar o uso do computador por parte das universidades universitárias (8). A adoção do MINISIS pelo SIBRADID dificulta o acesso à maioria das universidades brasileiras, pois só funciona num determinado tipo de equipamento - HP 3000 -. O sistema adotado pelo SIBRADID utiliza terminologia extraída do SportThesaurus do SIRC e permite interagir com seus usuários, fornecendo e recebendo dados (2), através de uma rede de vinte núcleos regionais e setoriais (11), sendo a base central a EEF/UFMG, interligada ao SIRC/Canadá. De acordo com o "SCIENTIFIC SPORT DATABASE - TECHINICAL MANUAL" (SIRC, 1986) o MINISIS permite: a) entrada de novos registros; b) modificações dos registros já existentes; c) impresso dos registros existentes, na base ou em seu terminal à distância; d) busca de informações, na base da EEF/UFMG ou SIRC/Canadá.


São os seguintes os dados de entrada: - tipo de documento; país onde foi publicado; ano de publicação; código representativo dos assuntos, retirados do SPORT THESAURUS do SIRC, língua em que foi publicado; língua original, quando se trata de tradução; nome de autores, editores ou compiladores; - referenciação da publicação; - número do ISSN (International Standart Serial Number); - palavras-chave - atribuídas a assuntos, lugares geográficos, corporações, etc., extraídas do Thesaurus do SIRC; - resumo do artigo, em inglês; - é dado o nível de importância do documento: "A" (avançado) se contiver mais de dez referências bibliográficas; "I" (intermediário) se contiver mais de cinco; e "B" (básico) se contiver até cinco referências; - os títulos em inglês so transcritos normalmente. Se o título aparece em outro idioma deverá ser feita a versão para o inglês, entre parênteses. A recuperação das informações pode ser feita por assuntos ou autores, dentre as mais de 300.000 citações disponíveis na EEF/UFMG-SIBRADID. Centro de Estudos e Documentaço em Educaço Física, Esportes e Lazer CEDEFEL: Para atacar o problema da dispersão da informação técnico-científica em Educaço Física, Esportes e Lazer foi criado, em 1980, o Centro de Estudos e Documentação em Educação Física, Esportes e Lazer do Maranhão - CEDEFEL-MA-, que reuniu profissionais da Universidade Federal do Maranhão - UFMA ; da Escola Técnica Federal do Maranhão - hoje Centro Federal de Educação Tecnológica do Maranhão, CEFET-MA; da Universidade Estadual do Maranhão UEMA; e da Secretaria de Desportos e Lazer do Maranhão - SEDEL-MA, sob a coordenação dos professores Laércio Elias Pereira e Leopoldo Gil Dulcio Vaz (13, 14, 19, 24). A formação desse grupo de trabalho deu-se pelo fato de a II CONFERÊNCIA SOBRE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO DESPORTIVA NA AMÉRICA LATINA ter sido programada para São Luís-Ma, em 1982. A conferência não foi realizada, mas estudos sobre documentação esportiva foram levados adiante, aparecendo, em 1983, o "ÍNDICE DA REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS", seguindo-se o "ÍNDICE DA REVISTA STADIUM" (1986). (13, 19). Para essas indexações foi criada uma "Ficha de Coleta de Bibiografia" - a partir do modelo e das sugestões oferecidas pela Sra. Ofélia SEPLVEDA, documentalista do BIREME -, onde foram coletados os seguintes dados: NÚMERO AUTOR(ES) TÍTULO DO ARTIGO (na língua em que foi publicado) REVISTA, Volume (número) : página, data PALAVRA-CHAVE (até cinco). As referências dos artigos aparecem em ordem de publicação, daí a necessidade de se ter disponível a coleção completa da revista selecionada, sendo elaboradas duas listas, de "ASSUNTOS" e de "AUTORES", ordenadas alfabéticamente. As listas remetem às "REFERÊNCIAS", com a possibilidade de recuperação por até cinco palavras-chave, por seus autores e co-autores. Quando da indexação da REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS DO ESPORTE sentiu-se necessidade de modificação da "Ficha de Coleta", incluindo-se outros dados, para melhor análise


dos artigos - número de referências bibliográficas e instituição à qual o autor é vinculado. A partir desse índice mais uma lista foi incluída, a de "INSTITUIÇÕES DE ORIGEM", ordenada por Estado (24). O volume de informações acumuladas já compreendia mais de dois mil artigos indexados e a atualização exigia que se refizessem as listas de Assuntos, Autores e Instituições de Origem, esta última da RBCE. Desde o início previa-se a utilização de um sistema computadorizado para armazenamento dos dados (26). Tentou-se a elaboração de um sistema junto com os técnicos do Centro de Processamento de Dados da UEMA, não se passando dos estudos preliminares (20). Apesar das dificuldades, pois o trabalho era feito manualmente, foram elaborados os "ÍNDICE DA REVISTA CORPO & MOVIMENTO" (1987); "ÍNDICE DA REVISTA DESPORTOS & LAZER"(1987); "ÍNDICE DA REVISTA COMUNIDADE ESPORTIVA"( 1987); e "ÍNDICE DA REVISTA KINESIS" (1990) (21, 22, 23, 27). Criou-se, então, com o auxílio de técnicos do CEFET-MA um sistema gerenciador de arquivos com o objetivo de ARMAZENAMENTO, ATUALIZAÇÃO, LEVANTAMENTO e LISTAGEM de referências bibliográficas. Compilado em "CLIPPER", versão summer 87, o sistema trabalha com cinco arquivos de indexação e três arquivos de dados, distribuídos em "REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS", "ASSUNTOS", "AUTORES" e "INSTITUIÇÕES DE ORIGENS", dispondo de opções de Cadastro, Consultas, Impressão, Atualização (1). A consulta é realizada em telas que oferem opções através de menus de barras (light bars) por Assunto e Autores. Já foram elaboradas três bibliogrfias básicas, de Handebol, Natação e Psicologia aplicada ao Esporte (25, 28, 29). Conclusão: A criação de um modelo de Centro Referencial - informação sobre a informação - para facilitar a comunicação entre especialistas e a procura de formas alternativas de editoração, que permitam a apropriação de grandes quantidades de informações pelos centros de menor poder aquisitivo é a proposta do CEDEFEL-MA, crfiando em 1980 (14). O desenvolvimento de um sistema gerenciador de banco de dados próprio solucionou uma das principais dificulades encontradas na indexação de periódicos. A utilização de uma listagem de palavras-chave, acumulada pela Escola de Educação Física da USP e que vem recebendo modificações nos últimos anos, resolveu em parte outra dificuldade, a inexistência de um "thesaurus" em Ciências do Esporte (5, 15, 26). O que se pretende agora é dar continuidade à indexação de periódicos - está-se atualizando os Índices da Stadium, da Revista Brasileira de Ciências do Esporte, da Revista Kinesis; concluiu-se a indexação do Boletim FIEP, da Revista Brasileira de Ciência e Movimento e da Revista Coletânea-EEF/UFMG, estas em fase final de revisão - e iniciar um cotejamento com com o "SPORTS THESAURUS" do SIRC para construir/adaptar um "thesaurus" brasileiro em Ciências do Esporte.

Rererências bibliográficas: 1 - ANDRADE FILHO, Santiago S. & OUTROS. Programa de implantação de um banco de dados bibliográfico em Ciências do Esporte. (IN) Encontro de Pesquisdores do Maranhão, I, São Luís, 1990. ANAIS... São Luís : UFMA, 1990. 2 - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Introdução ao sistema MINISIS. Belo Horizonte : EEF/UFMG, 1989 (mimeog). 3 - BUNDSINSTITUT FUR SPORTWISSENCHAFT KLN. Literatur der Sportwissenchaft. SPORTDOKUMENTATION 1/78.


4 - COMITÊ DE INFORMACION Y DOCUMENTACION DEPORTIVA DE LATINO AMÉRICA. Declaracion de Medellin sobre informacion y documentacion deportiva em latinoamerica. Educacion Fisica y Deporte, Medellin, v. 2, n. 2 : 39-43, maio 1980. 5 - DORIA, Irene Meneses. Sugestões para uma classificação decimal de Educação Física e Esportes. (IN) CONGRESSO PAULISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA, I, São Paulo, 1940. ANAIS... São Paulo, 1942, p. 243-246 (citada por SILVA, Maria Stela Vercesi, op. cit.). 6 - FOSKETT, Douglas John. Serviço de informação em biblioteca. São Paulo : Polígono, 1969. 7 - GARCIA ZAPATA & OUTROS. Bibliografia deportiva . Medellin : Universidad de Antioquia, 1979. 8 - GASPAR, Anaiza Caminha. Biblioteca. CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM DOCUMENTAÇÃO E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, São Luís : UFMA/ Associação dos Arquivistas Brasileiros, 1989. (anotações de aula).(mimeog). 9 - GOMES, Hagar Espanha (Coord.). MANUAL DE ELABORAÇÃO DE TESAUROS MONOLiINGUES. Brasília : Programa Nacional de Bibliotecas de Instituições de Nível Superior, 1990. 10 - INTERNATIONAL ASSOCIATION FOR SPORTS INFORMATION. WORLD INDEX OF SPORTSPERIODICALS. Holanda : IASI, 1984. 11 - MARQUES, Maria Lícia Bastos. Situação atual da informação desportiva na América Latina. REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS DO ESPORTE, Campinas, v. 11, n. 2 : 123, jan. 1990. 12 - MEDINA, Paulo. O Centro de Documentação e Informação do ISEFL. CONFERÊNCIA SOBRE DOCUMENTACION I INFORMACION DEPORTIVA EN LATINOAMERICA, I, Medellin, 1980. ANAIS... Medellin : Convenio Colombo-Aleman de Educacion Fisica, Deporte y Recreacion, 1980, p. 135-153. 13 - PEREIRA, Laércio Elias. ÍnµNDICE DA REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS. Brasília : SEED/MEC, 1983. 14 - PEREIRA, Laércio Elias e Outros. Organização da Informação em Ciências do Esporte veiculada em periódicos de língua portuguesa. ENCONTRO DE PESQUISADORES DO MARANHÃO, I, São Luís, 1990. ANAIS...São Luís: UFMA, 1990. 15 - SILVA, Maria Stela Vercesi. Adaptação da classificação decimal de Dewey para Educação Física. REVISTA PAULISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA, São Paulo, v. 3, n. 4 : 43-46, jun. 1989. 16 - SINDERMAN, Renate. Documentacion y informacion del deport en el Brasil. CONFERÊNCIA SOBRE DOCUMENTACION E INFORMACION DEPORTIVA EN LATINOAMERICA, I, Medellin, 1980. ANAIS... Medellin : Convenio Colombo -Aleman de Educacion Fisica, Deporte y Recreacion, 1988, p. 135-153. 17 - SONNESCHEIN, Werner. Literatura deportiva en latinoamerica. EDUCACION FISICA Y DEPORTE, Medellin, v. 2, n. 2 : 29-37, maio 1980. 18 - SPORT INFORMATION RESOURCE CENTER. SCIENTIFIC SPORT DATABASE TECHINICAL MANUAL. Ottawa : SIRC, 1986. 19 - VAZ, Leopoldo Gil Dulcio & PEREIRA, Laércio Elias. ÍNDICE DA REVISTA STADIUM. São Luís : SEDEL, 1984 (edição em microficha). 20 - VAZ, Leopoldo Gil Dulcio & PEREIRA, Laércio Elias. Coleta de bibliografia para processamento por computador. ENCONTRO DE PESQUISADORES DA UEMA, I, São Luís, 1986. ANAIS... São Luís, 1986. 21 - VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. ÍNDICE DA REVISTA CORPO & MOVIMENTO. São Luís : UEMA, 1987. (mimeog). (inédito). 22 - VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. ÍNDICE DA REVISTA DESPORTOS & LAZER. São Luís UEMA, 1987. (mimeog.). (inédito). 23 - VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. ÍNDICE DA REVISTA COMUNIDADE ESPORTIVA. São Luís : UEMA, 1987. (mimeog.). (inédito).


24 - VAZ, Leopoldo Gil Dulcio & PEREIRA, Laércio Elias. Índice da Revista Brasileira de Ciências do Esporte. REVISTA BRASLEIRA DE CIÊNCIAS DO ESPORTE, Campinas, v. 10, n. 1 : 33-45, set. 1988. 25 - VAZ, Leopoldo Gil Dulcio & PEREIRA, Laércio Elias. Handebol - bibliografia básica. ENCONTRO DE TREINADORES DE HANDEBOL, I, Campinas, 1988. ANAIS... Campinas, 1988. 26 - VAZ, Leopoldo Gil Dulcio & PEREIRA, Laércio Elias & Outros. Indexação: em busca da construção de um thesaurus em Ciências do Esporte. ENCONTRO DE PESQUISADORES DO MARANHÃO, I, São Luís, 1990. ANAIS... São Luís, 1990. 27 - VAZ, Leopoldo Gil Dulcio & PEREIRA, Laércio Elias. ÍNDICE DA REVISTA KINESIS. Santa Maria : UFSM, 1990. (mimeog.). (Inédito). 28 - VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Natação - bibliografia básica. CADERNOS VIVA ÁGUA, São Luís, vol. 2, 1990. 29 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Psicologia aplicada ao Esporte. CADERNOS VIVA ÁGUA, São Luís, vol. 3, 1991.


DA TECHNÉ À TECNOLOGIA; DA EPISTHÉME THEORETIKÉ 9 À CIÊNCIA MODERNA Leopoldo Gil Dulcio Vaz10 Introdução A separação entre o "saber" - característica da ciência (conhecimento) - e o "fazer" característica da técnica (habilidade) - implícita na afirmação de que "tecnólogos não são cientistas" (ALLEN, apud AGUIAR, 1992) - é fruto de uma distinção teórica e tradicional que há muitos séculos se faz. De acordo com MORAIS (1988) o que deteve a ciência grega foi o divórcio entre a técnica e a teoria, entre o técnico e o pensador e não a presença de erros de teorias e de métodos, haja vista que o germe de muitas teorias atualmente vigentes aparece nas obras dos sábios gregos. PRICE (1976) afirma ser necessário rever a posição de se ver os gregos como "intelectuais que desdenhavam o trabalho manual ou que rejeitavam a tecnologia" (p. 53) dada à descoberta do mecanismo de Antiquetera, pois homens que o fizeram poderiam construir quaisquer outro aparelho mecânico. MONDOLFO (apud ROSSI, 1989, p. 121-122) esclarece que o desprezo pelo trabalho manual e pelas artes mecânicas, na Grécia, provém das classes militares e caracteriza exatamente as sociedades e os Estados militaristas em sua oposição às sociedades e Estados industriais. O desprezo ao trabalho manifestado por Platão, Aristóteles e os médicos póshipocráticos foi estendido a toda a Antiguidade clássica, o que não corresponde com a realidade, haja vista a existência de uma vasta corrente espiritual no mundo antigo que honrava o trabalho manual e as artes mecânicas. Afirma ainda que na cultura do mundo antigo acabou predominando justamente a oposição radical entre a técnica e ciência "contra a qual haviam se colocado os médicos da escola hipocrática e os cínicos". Ainda de acordo com esse autor, essa antítese tinha origem na própria estrutura econômica de uma sociedade escravagista onde a abundância de 'máquinas vivas' tornava supérflua a construção de máquinas que tendessem a substituir o trabalho humano, e onde o desprezo que se sente pelo escravo (ou por quem execute atividades manuais) estende-se à própria atividade. Segundo VARGAS (1985), no mundo grego as técnicas evoluíram do estado de saberes sagrados e mágicas até a techné, já que a técnica é tão velha quanto a humanidade, tendo origem na descoberta do fogo, no polimento das pedras, no cozimento dos alimentos, ainda no período paleolítico. Já a ciência surge na Jônia e data do século VI a.C., tendo origem num tipo de saber teórico. A palavra epistemé significa "saber", mas um saber adjetivado de theoretiké saber teórico. Theoria vem do verbo theorein que quer dizer "ver". Epistemé theoretiké é um "saber adquirido pelos 'olhos do espírito': capazes ... de descobrir a verdade como ela na verdade é" (p. 14). Para os gregos, teoria liga-se assim à alethéia - verdade - o que está des-coberto. Quando a teoria é descoberta, o saber passa a ser demonstrativo e comprovado, aparecendo, assim, a necessidade de edificar teorias não só sobre as propriedades dos números e figuras geométrica como também para o conhecimento da physis - natureza. "Quase todos os primeiros tratados filosóficos gregos intitulavam-se Perí physis - A respeito da Natureza" (p. 16). Em o "Timeu", que tinha como subtítulo "Perí physis", Platão trata de explicar o mundo a partir da teoria sobre a realidade. Esta obra "dominou o conhecimento humano sobre a natureza por quase dois milênios, considerando-se ter sido o único tratado sobre a natureza conhecido pelo Ocidente medieval" (p. 16). As "idéias", em Platão, não são símbolos abstratos - são reais. São "arquétipos" das coisas, semelhantes ao que hoje se chama de modelo, mas

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"... é preciso frisar que um modelo pode ser um simples símbolo, enquanto que as idéias platônicas são reais. Por isso a teoria de Platão é chamada de 'realismo das idéias' ... as idéias das coisas estão fora do mundo e as aparências do mundo imitam as idéias ... hoje existe a possibilidade de se aceitar que só é real aquilo que é organizado pela mente. Pensar dessa maneira é pensar por meio de modelos mentais. A ciência moderna é plena de pensamento baseado em modelos." (p. 17).

Ainda de acordo com VARGAS (1985), outra teoria grega que se impôs foi a de Aristóteles. "O que a inteligência 'vê': por trás das aparências cambiantes, são as substâncias - o que está por trás: o elemento inteligível da realidade". A passagem de "potência" ao "ato" explica todas as transformações que se dão na natureza - as "causas". A doutrina aristotélica, baseada na crença de que "tudo que existe são substâncias, as quais, embora só possam ser vistas pelos 'olhos do espírito', não se separam dos objetos percebidos - é o primeiro modelo do que se chama de realismo" (p. 17). Esse autor afirma, mais adiante, não ser apenas sobre a natureza que se pode fazer teoria," sendo reais certos objetos formais que não existem na natureza - como, por exemplo, os da matemática" (p. 18). "Estabeleceu-se desde então o princípio do conhecimento teórico que poderia ser expresso da seguinte forma: para conhecer tanto as formas do pensamento quanto a natureza não procurar o conhecimento das próprias coisas a partir de suas idéias ou sua substância, separada ou não dos objetos visíveis, que as torna inteligíveis. Em linguagem moderna: procurar algo que simbolize o que se quer conhecer e, por meio do qual, se possa trabalhar com o intelecto. Só então será possível trabalhar com o intelecto. Só então será possível atuar cientificamente, conhecer a realidade e a verdade. Pois teoria, realidade e verdade são conceitos conexos. Conhecer a verdade e a realidade das coisas em si é misticismo e não ciência" (p. 18).

Prossegue VARGAS (1985), é com Tales, no ano 600 a.C. que "descobre-se a maneira de saber que se chama, até hoje, de teoria". A partir do ano 200 a.C. Alexandria se torna o centro do saber, do que se chamou cultura helênica, ou helenística, conjugando-se, ali, as culturas egípcia antiga, grega e judaica. No Museu de Alexandria existiu uma "escola de investigação que foi a primeira a separar o saber em especialidades" (p. 20). "O saber que se desenvolveu em Alexandria não é mais puramente teórico, no sentido contemplativo da epistéme grega. Ele recebe da magia egípcia o caráter de procurar intervir na natureza para modificar-lhe o curso ... A teoria é o processo mental pelo qual se substitui a realidade por um modelo inteligível; nas este não é suficiente para fazer ciência, no sentido moderno da palavra. A magia tem uma outra função: a de dirigir-se para o domínio da natureza ... é o princípio da Alquimia, ausente na epistéme theoretiké. Quando a geometria é aplicada como agrimensura, no Egito e na Babilônia, tem um caráter eminentemente mágico e não de epistéme. A conjugação da magia com a teoria torna-se, assim, extremamente importante para que se possa entender o que vem a ser a ciência de hoje." (p. 22-23).

O Museu de Alexandria é destruído por volta do ano 400. O saber helenístico sobre a natureza, herdado pelos romanos, é "degredado a uma técnica que tinha muito mais de arte que de ciência". Até os anos 1600 a teoria perdurou como teoria de Deus - Teologia -, baseada na revelação cristã, porém apoiada na lógica grega. No Renascimento a magia reaparece pois "se descobre uma série de tratados mágicos de Alexandria através de manuscritos trazidos por fugitivos de Bizâncio", reacendendo o interesse pelo domínio da natureza "o que é uma condição básica para o restabelecimento da ciência moderna". A síntese de teoria, como contemplação de idéias (modelo) e da vontade de atuação sobre a natureza, é a ciência de hoje (p. 22-23).


"Atentando para o que faz quando se faz tecnologia ou engenharia (a mais material de todas as profissões) verifica-se que no se está preocupado com as coisas materiais: o concreto armado ou o solo de fundação. O que preocupa o técnico é aquilo que nesse materiais, é traduzível por formas, dimensões, ou números. Mesmo quando se constrói ou se misturam materiais o que mais interessa so as quantidades mensuráveis, portanto símbolos; em linguagem grega: idéias e substâncias." (p. 18). "Assim se abre o mundo da 'prática', no qual a realidade aparece sob um novo aspecto" (p. 18).

Essa realidade é que se constitui como objeto da ciência. Mas quando, prossegue, "se opõe à vontade dos homens e pode, por eles, ser transformada - no sentido de que se chamou de 'prática' - constitui-se como objeto da técnica. A atitude de quem faz tecnologia é a combinação de ambas." (p. 19). Techné X episthemé theoretiké O que se verificou na evolução da técnica, desde a Grécia, foi diferente do que aconteceu com a ciência. Desde que os homens passaram a fazer uso de instrumentos, à medida que a produção de instrumentos vai-se desenvolvendo, aparece a necessidade de certos homens encarregarem-se delas - os artesãos - e, com eles, certa consciência técnica. Junto com o artesão, a necessidade do aprendizado, nascendo as categorias de mestres (ou sacerdotes) e aprendizes (ou acólitos), formando-se as sociedades fechadas (ou seitas religiosas), com seus segredos e sua tradição. É essa a origem das technei gregas. "Ela é ... o saber humano que pode ser transmitida de homem a homem (pela educação) de como realizar algo (que seja material ou espiritual) de uma maneira eficiente." (VARGAS, 1985, p. 19). Um dos livros de Hipócrates chamava-se justamente "Téchne" e tinha, como finalidade, "... transmitir aos aprendizes como fazer, bem e eficientemente, medicina. É um tratado que parte do princípio de que, na medicina, no se deve tomar como objeto de preocupação explicar a doença, mas sim curar o doente... Evidentemente a medicina grega era muito rudimentar em relação à nossa e ainda muito contaminada pela magia. Serve, porém, como notável exemplo do que hoje em dia se pode chamar de técnica: um saber dirigido a um determinado fim prático e que, evidentemente, pode ser conduzido pela teoria." (VARGAS, 1985, p. 19-20)

Os romanos desenvolveram a arquitetura e a medicina a um grau jamais atingido pelos gregos. Obras como o De architectura, de Vitrúvio e De re medicina, de Celso comprovam o grau técnico a que chegaram as artes romanas. Durante toda a Idade Média esse tipo de saber não só preservou-se, como também desenvolveu-se, sob o nome latino de "Artes" - sete eram as "artes mecânicas": tecelagem, forjaria, navegação, agricultura, caça, medicina e a guerra. "Essa várias artes e nelas se incluíam, além da Arquitetura a Agricultura, a Navegação, a Caça, as Artes Militares, não apenas a Medicina, mas também o Direito. Aliás, essas duas 'artes' disputavam entre si, nas universidades da Alta Idade Média, a primazia da formação humana. Todas elas mantinham, entretanto, aquelas características, apontadas por Hipócrates, como necessárias para uma téchne - isto é, um saber dirigido não para a contemplação da realidade, mas para um determinado fim prático." (VARGAS 1985, p. 20)

A Idade Média foi uma época de grandes progressos nas técnicas da tecelagem, da navegação, do uso da força motriz das rodas-d'água, dos moinhos e da atrelagem dos cavalos,


mantendo-se a medicina e o direito como centros dos interesses medievais e, não houve o hiato de interesse que se verificou nas ciências da natureza. A controvérsia grega, entre epistéme theoretiké e techné deixou de ter sentido durante a Idade Média, não havendo, então, como contrapor a Teologia (como teoria) e as "artes" (como técnica); porém recrudesceu nos tempos modernos, entre ciência e técnica. (VARGAS, 1985; GAMA, 1989). ROSSI (1989) afirma que alguns dos temas tratados em Europa durante os anos 1400 e 1700 aparecem ligados à discussão sobre as artes mecânicas. Nesse período "... os técnicos da emergente Idade Moderna escreveram e publicam livros, expressaram idéias sobre as artes, as ciências e suas relações, tentaram enfrentar polemicamente a tradição, opuseram seu tipo de saber e abordagem da realidade natural àqueles teorizados e praticados nas universidades" (p. 10).

É da atividade técnica medieval que surgem duas funções: a do técnico ou artesão aquele que sabe fazer ou por experiência própria ou por aprendizado - e a do servo "alheios aos instrumentos, os quais são fabricados pelos próprios artesãos, para sua utilização pessoal" (VARGAS, 1985,p. 70). Essas funções evoluíram para as que distinguem a técnica moderna. Esta baseia-se na existência do técnico, com educação eventualmente científica, capaz de projetar e fabricar máquinas, as quais são manobradas pelos operários - dos quais não se exigem, necessariamente conhecimentos técnico-científicos, mas somente a habilidade manual de operar as máquinas (p. 70-71). Durante o Renascimento amadureceram "as mentalidades que se alimentavam igualmente do saber da técnica e do saber teórico das ciências" (p. 71). De acordo com ROSSI (1989) a literatura dos séculos XV e XVI é extraordinariamente rica em Tratados de caráter técnico, correspondendo a um interesse renovado pelas obras matemáticas e técnicas da Antiguidade clássica, aparecendo inúmeras edições de Euclides, Arquimedes, Apolônio, Diofano, Papo, Heron, Aristarco..., edições estas acrescidas de comentários "tornando-se cada vez mais orgânicos e amplos, aos quais se acrescentam sempre novas noções e onde freqüentemente se procede a uma verdadeira integração do texto" (p. 31). Tanto VARGAS (1988) quanto ROSSI (1989) destacam que os progressos das "Artes" e o aparecimento da "Nova Ciência" deve-se às mudanças culturais provocadas pelas navegações ibéricas. A descoberta de novas terras e o alargamento dos limites do mundo "... permitiam 'experimentar' e, de certa forma, sentir de modo palpável a limitação das doutrinas dos antigos" (ROSSI, 1989, p.64). Para esse autor, é no século XVI, nos textos de "artesãos superiores" e "engenheiros", que se encontram presentes as primeiras formulações do novo conceito de ciência e do progresso científico. Para ZILSEL (citado por ROSSI, 1989, p. 68), a oficina, o arsenal e o ateliê - locais onde os homens trabalham juntos - se contrapõem à cela do monge e ao gabinete do humanista, extraindo-se dessa oposição "... que o nascimento do capitalismo e a concorrência econômica levaram esses homens [os técnicos] a teorizar, para seu trabalho, finalidades muito diferentes e certamente mais impessoais do que as de santidade individual ou a imortalidade literária". Para ROSSI (1989) toda a obra de Francis Bacon se destina a substituir uma cultura do tipo retórico-literário por uma do tipo técnico-científico: as invenções, o reflorescimento das artes mecânicas, as descobertas geográficas, as viagens de exploração, as novas condições políticas da Europa modificaram as condições de vida de toda a terra, compreendendo, ainda, a transformação no modo de pensar, na filosofia. Escreve Bacon (apud ROSSI, 1989, p. 75-76): "seria vergonhoso para os homens se, depois de terem desvendado e elucidado o aspecto do globo material, isto é, das terras, mares, astros, os limites do globo intelectual continuassem confinados dentro dos estreitos limites das descobertas dos antigos... Aconteceu que, por dois mil anos, as ciências permaneceram paradas e se mantêm sempre quase nas mesmas condições, sem realizar nenhum progresso digno de nota; pelo contrário, floresceram ao máximo com seu primeiro autor e em seguida declinam. Ao invés


disso, nas artes mecânicas, que se fundam na natureza e na luz da experiência, vemos suceder o contrário: elas [...] como se penetradas por um espírito vital, continuamente crescem e progridem: antes toscas, depois convenientes, enfim refinadas, sempre progredindo".

Não apenas Bacon mas Campanella, Bruno, Alessandro Tassoni, Pierre Borel, Charles Perrault, Boileau, Fontenelle, Jonathan Swift, George Hakewill, Joseph Glanvill, Henry Stubbe, William Wotton, John Edwards, entre outros, defendiam a tese de superioridade dos modernos e o argumento da perfectibilidade das artes e ciências: "As conquistas da ciência e da técnica so testemunhos vivos da superioridade dos modernos; elas oferecem a prova mais evidente do caráter progressivo do conhecimento. O saber 'transmissível' (e, portanto, sempre reutilizável e suscetível de aperfeiçoamento) é superior a todas as formas de sabedoria espiritual solitária. Para o homem de cultura ... nascera naqueles anos uma nova tarefa: a colaboração intelectual. Desse ideal de um saber resultante da colaboração originam-se as constantes relações entre os eruditos, os grandiosos epistolários, as grandes academias e sociedades científicas do século XVII". (ROSSI, 1989, p. 84).

Ainda de acordo com ROSSI (1989), Descartes, em vários de seus textos, se ocupou com máquinas e artifícios. Em seu "Regulae" é encontrada a afirmação de que o método "imita aquelas artes mecânicas que no necessitam de ajuda de outras, mas dizem elas mesmas como se devem fabricar seus instrumentos" (p. 91). No fim de sua vida, Descartes elaborou o projeto de uma grande escola de artes e ofícios, "que teria a tarefa de estabelecer contatos efetivos entre o trabalho dos cientistas e o dos artesãos e técnicos" (p. 95). Segundo esse autor é em Galileu que, pela primeira vez, encontramos historicamente realizada a plena convergência entre a tradição que desemboca nas experiências e na prática dos artesãos e técnicos e a grande tradição teórica e metodológica da ciência europeia (p. 97). Para Leonard OLSCHKI (citado por ROSSI, 1989, p. 97), a investigação teórica da mecânica prática e sua transformação em ciência so obra de Galileu: em sua obra se fundem, num sólido conjunto de conhecimento teórico, a mecânica empírica e a ciência do movimento. VARGAS (1988) lembra que Galileu, antes mesmo de estar nas universidades está nos arsenais de Veneza. NOGUEIRA (1990) serve-se de A. León para lembrar que: “... é somente a partir do século XVIII, em particular após os artigos da Enciclopédia de Diderot e D'Alembert consagrados às descrições dos ofícios (e que se tornaram o símbolo do ingresso da técnica no universo fechado da cultura), que a tecnologia passa a ser colocada como uma disciplina 'racional e universal', e que seu ensino passa a ser progressivamente associado ao estudo das ciências. Todavia, considera-se geralmente que o caráter científico da tecnologia é relativamente recente, visto que o 'pensamento técnico viveu independente do pensamento científico até o século XIX. Foi somente no alvorecer do século XX que se propagaram, de modo fulminante, as maravilhas de uma tecnologia fundada e sistematizada pela ciência" .

Ainda de acordo com essa autora, o ensino das técnicas produtivas sempre existiu, pois "... as corporações medievais transmitiam exotéricamente os saber-fazer da profissão". Essa autora define o ensino tecnológico como "um estudo sistemático dos procedimentos de produção" (p. 172-173). O termo tecnologia foi empregado pela primeira vez por Johann Beckmann, professor de ciências econômicas em Gottingen. Iniciador das disciplinas de Comércio e Tecnologia nas escolas, é considerado o "pai da tecnologia", tendo trabalhado na coleta e explanação científica, das artes, das técnicas e artesãos. "A escolarização ajudará a incrementar os negócios" era seu


lema. (KLEMM, 1978, apud GAMA, 1985, p. 8.). Na "Introdução sobre Tecnologia", de 1777, Beckmann afirma, ainda no subtítulo, seu conceito de tecnologia: "Para conhecimento dos ofícios, fábricas e manufaturas, especialmente daquelas que têm contato estreito com a agricultura, a administração pública e as ciências camaralísticas" (GAMA, 1985, p. 6). Para BECKMANN "a história das artes pode dedicar-se a enumerações das invenções, ao progresso e ao curso habitual de uma arte ou de um trabalho manual, mas é a tecnologia que explica de maneira completa, clara e ordenada, todos os trabalhos, assim como seus fundamentos e suas conseqüências" (apud GAMA, 1985, p. 7) No século XVIII surge, em Paris, a "École Polytechnique", cuja finalidade era ensinar a aplicação das matemáticas aos problemas de engenharia civil, militar e naval. Cumpre lembrar que é no século XVIII que se começa a utilizar o termo "engenheiro" para designar aqueles que faziam técnicas baseando-se em princípios científicos. Na Inglaterra, por essa época, era constituída a "The Lunar Society", que reunia inventores, cientistas e escritores, isto é, promovia a aproximação da prática com a inteligência inglesa, resultando dessa união os progressos técnicocientíficos da Revolução Industrial. Nos países de língua além a aproximação das técnicas civis, mecânicas e navais das ciências físico-matemáticas deu-se pela criação das Escolas Técnicas Superiores: a de Praga, fundada em 1806; a de Viena, em 1815; a de Karlsruhe, em 1825; a de Munique, em 1827; o "Eidgenossische Technische Hochschule", de Zurique, fundado em 1854 modelos para o "Massachusetts Institute of Technology" (1865), a "Escola Politécnica de So Paulo" (1898), o "Carnegie Institute of Technology" (1905), o "California Institute of Technology" (1919). De acordo com GAMA (1985) foi José Bonifácio de Andrada e Silva o primeiro a empregar o termo "tecnologia" em língua portuguesa, no ano de 1793, em relatório apresentado à Academia de Ciências de Lisboa. Andrada e Silva já enfatizava a necessidade de se eliminar a oposição entre teoria e prática em sua obra "Memória sobre a necessidade e utilidade do plantio de novos bosques em Portugal". "A técnica atual - como sucessora da techné e das artes romanas - além de ser um saber apoiado em teorias científicas, é assessorada por uma nova disciplina, a Tecnologia ... a essência da técnica moderna e da Tecnologia é a sua conjugação com as teorias científicas. Essa conjugação é to forte que no há mesmo, hoje em dia, critério algum para se estabelecer distinção entre ciência e técnica. A separação entre ciência pura, ciência aplicada e suas aplicações técnicas deixou de ter sentido." (VARGAS, 1985, p. 25).

SPENGLER (1933) apresenta uma comparação entre o saber de um cientista e o saber de um técnico: "A visão de um cientista é comparável ao olhar de um boi. Um olhar parado, periscópio, abrangendo todo o horizonte. É um olhar que no valoriza nada - vê tudo com igual interesse ou igual indiferença. A viso do técnico entretanto é semelhante ao olhar da águia: direto para a presa e no vê nada além dela. No vê mais nada quando se lança para a presa - só lhe aparece um ponto de interesse: onde agarrar a presa. Essa é uma imagem da diferença do saber teórico, incapaz de valorizar diferentemente algo. Para o cientista vale tanto a pata de uma pulga quanto uma galáxia inteira sob o ponto de vista do conhecimento. Para o técnico, entretanto, só o objeto que pretende manusear interessa. Esquece-se de tudo e aplica todas as suas forças em resolver o problema particular. Portanto, a técnica é um saber que no se preocupa em explicar; mas, somente, em fazer ou conseguir algo." (apud VARGAS, 1985, p. 21).

Inúmeros autores (GRAMSCI, 1978; SOARES, 1982; KUENZER, 1988, 1988b, 1989, 1992; FRIGOTTO, 1989; SILVA JUNIOR, 1990; NOGUEIRA, 1990; FOGAÇA, 1992) consideram que nas modernas sociedades capitalistas essa separação se dá a nível ideológico, havendo a


necessidade de demonstrar-se que o saber obtido com a prática é inferior ao saber oficial obtido na escola. "Esse movimento é inerente ao próprio modelo capitalista, que se caracteriza por uma separação permanente entre teoria e prática, concepção e execução, pensamento e aço. Não obstante a realidade capitalista ser dialética, no existindo essa separação ao nível da práxis, ela precisa ser produzida e justificada, como condição necessária de dominação do capital sobre o trabalho ... é preciso negar o trabalho como a forma pela qual o homem produz o conhecimento, no conjunto das relações sociais, construindo-se a si mesmo e à História e sendo construído por ambos, enquanto apreende, compreende e transforma a natureza, num processo em que reflexo e aço, atividade intelectual e manual no se separam." (KUENZER, 1989, p. 137).

MARX (1980) já afirmava ser próprio do modo de produção capitalista separar diferentes trabalhos e, portanto, o trabalho intelectual e manual. Este processo de dissociação começa "... com a cooperação simples, onde o capitalista representa frente aos trabalhadores individuais a unidade e a vontade do corpo social do trabalho. O processo segue avançando na manufatura que mutila o trabalhador, ao convertê-lo em trabalhador parcial. E culmina na grande indústria, onde a ciência é separada do trabalho como potência independente de produção e resulta a serviço do capital." (apud SOARES, 1982, p. 24).

Para KUENZER (1989) isto é possível pela negação do trabalho como local privilegiado de produção do saber pois "...ao separar-se ao nível das relações sociais o que é absolutamente inseparável ao nível da práxis - pensamento e aço ..." desloca-se para outra instância e para outros agentes a produção do saber, negando-se o seu caráter de produção coletiva: as escolas, os centros de pesquisa, as universidades, com seus intelectuais. (p. 138). SANTOS (1988) considera ser necessário ter-se uma visão das tendências gerais que seguem o desenvolvimento das forças produtivas, das tecnologias e da ciência contemporânea, para que se possa ter, assim, "uma noção de nosso (Brasil) atraso educacional, de nosso atraso científico e tecnológico" (p. 56). A revolução técnico-científica é a forma pela qual avança e se organiza a produção contemporânea e que "...desde a Segunda Guerra Mundial a humanidade ingressou numa nova fase de desenvolvimento das forças produtivas e de sua capacidade de produção. Até então a produção se baseava fundamentalmente em formas pragmáticas, empíricas, em tentativas em que a ciência tinha sido sempre um fator complementar da produção. Eventualmente o desenvolvimento da tecnologia aplicou o conhecimento científico, mas era uma aplicação no sistemática. Simplesmente se aproveitava o conhecimento científico eventualmente para o avanço da tecnologia e da produção ... [após a segunda Guerra Mundial] vimos o aparecimento de novos ramos de produção que so aplicação direta da ciência. No so ramos de produção que eventualmente usam o conhecimento científico, mas que só podem existir como aplicação direta da ciência ... Depois que nós [a humanidade, no o Brasil] começamos a conquistar o espaço [1957] ... entramos em uma outra configuração científica e tecnológica ... esse fato de que a tecnologia se converte numa ciência aplicada, muda a relação entre a ciência e a produção. Isto gera um fenômeno novo na história da humanidade, o aparecimento dos centros de pesquisa junto à produção." (p. 57-58).

MARCELINO (1985), em seu "Descentralização da ciência e tecnologia" utiliza-se de Price, para afirmar: "já há mais de 20 anos, que as bases da riqueza dos países estavam se deslocando da qualidade das terras de cultura e depósito de minerais para recursos menos tangíveis: o


conhecimento científico e tecnológico" (p. 11). No entendimento de MARCELINO (1985) a atividade científica e tecnológica é "... toda atividade sistemática relacionada à geração, fomento, disseminação e aplicação do conhecimento científico nos domínios das Ciências Exatas e Naturais, nas Ciências Agropecuárias, nas Ciências de Engenharia, nas Ciências da Saúde e nas Ciências Sociais e Humanas. Ela apresenta os progressos que so obtidos no estado da arte, tendo em vista aumentar ... o composto de conhecimentos utilizáveis que uma sociedade pode aplicar e dirigir para a consecução dos seus objetivos econômicos, sociais e culturais." (p. 15).

Tecnologia diferente de Ciência ? A multiplicidade de pontos de vista sobre a definição de ciência e tecnologia leva-nos a buscar opinião de abalizados educadores para estabelecer uma conceituação desses termos. Para os autores do "Relatório de avaliação dos CEFETs..." (MEC, 1992), ciência e tecnologia são entidades distintas, que se relacionam entre si, interagindo de maneira complexa. A natureza desse interrelacionamento é controvertida, e tem merecido crescente atenção por parte de filósofos, historiadores, cientistas e engenheiros. "Os dicionaristas definem ciência como 'um ramo do conhecimento ou de estudos que trata de fatos ou verdades sistematicamente ordenados apresentando-se sob a operação de leis gerais'... Tratando-se das Ciências Naturais, as leis gerais obviamente serão as leis da natureza ...Tecnologia é definida pela maioria dos dicionaristas, e é percebida pela sociedade, como ' o estudo científico das artes industriais' ou a 'aplicação da ciência à indústria', ou simplesmente 'ciência aplicada' ... Tecnologia pode também ser compreendida como a 'teoria de uma técnica', entendendo-se por técnica o conjunto dos métodos e permenores práticos essenciais à execução perfeita de uma profissão. Ás vezes, por metonímia, tecnologia é empregada por técnica ou por conjunto de técnicas" (p. 8).

Para MARCELINO (1985) à medida que se passa da pesquisa básica, voltada para a busca do conhecimento, para a pesquisa aplicada e o desenvolvimento, passa-se de Ciência à Tecnologia. Afirma, ainda, utilizando-se de Sabato (1978) que "... a Ciência gera o conhecimento visando o valor de uso. Cabe à Tecnologia partir do valor de uso e alcançar o valor comercial." (p. 17). Ainda de acordo com MARCELINO (1985), tecnologia significava, originalmente, o conhecimento sistemático das artes industriais. "Esse conhecimento era então implementado através das técnicas." (p. 17). " Tecnologia é o conjunto de conhecimentos da sociedade que diz respeito às artes industriais. Mudança tecnológica é o avanço da tecnologia, avanço este freqüentemente sob a forma de novos métodos de produção, novas concepções que permitem a produção de produtos dotados de novas características importantes e novas técnicas de organização, mercadologia e administração." (MANSFIELD, 1968, apud MARCELINO, 1985, p. 17).

LONGO (1979), numa definição já clássica, afirma que ciência "é o conjunto organizado dos conhecimentos relativos ao universo objetivo, envolvendo seus fenômenos naturais, ambientais e comportamentais" (p. 3). Define tecnologia como "o conjunto ordenado de todos os conhecimentos - científicos, empíricos ou intuitivos - empregados na produção e comercialização de bens e serviços" (p. 4).


Para este estudo, compartilha-se das definições de FREIRE-MAIA (1991), para quem fazse ciência por dois motivos - curiosidade intelectual e interesse em fins utilitários. O interesse neste último move a realização de ciência aplicada (tecnologia). Para esse autor, a ciência pode ser realizada sob dois aspectos fundamentais: Ciência-disciplina - ciência já feita (tal como é ensinada): " conjunto de descrições, interpretações, leis, teorias, modelos, etc., que visa ao conhecimento de uma parte da realidade e que resultam da aplicação de uma metodologia especial (metodologia científica). É a ciência formalizada - disciplina - que o professor ministra aos seus estudantes e estes devem aprender na linha pela qual é ensinada para que possam fazer exames e ser aprovados" (p. 17).

Ciência-processo - ciência em vias de fazer-se: é aquela que o cientista realiza e que pode ser dividida em duas fases: a própria pesquisa (isto é, os procedimentos de investigação) e a divulgação de seus resultados (isto é, sua publicação original). "Ciência-processo: primeiro estágio - atividade, na base de uma metodologia especial (metodologia científica), que visa à formulação de descrições, interpretações, leis, teorias, modelos, etc., sobre uma parcela da realidade; segundo estágio - divulgação dos resultados assim obtidos" (p. 18).

Mais adiante, define ciência como "um conjunto de descrições, interpretações, teorias, leis, modelos, etc., visando ao conhecimento de uma parcela da realidade, em contínua ampliação e renovação, que resulta da aplicação deliberada de uma metodologia especial (método científico)" (FREIREMAIA, 1991, p. 24).

Afirma, ainda, que antigamente era tida como ciência pura aquela que no tivesse preocupações e nem possibilidades previsíveis de aplicação e como ciência aplicada aquela diretamente voltada para solução de problemas práticos e, como tal, apresentava uma perspectiva próxima de aplicação. "Como várias pesquisas da antiga 'ciência pura' acabam tendo aplicação e outras tantas da chamada 'ciência aplicada' terminaram não produzindo os frutos esperados, prefere-se, em geral, dizer ciência básica e aplicação da ciência, isto é, tecnologia. A primeira não visa diretamente ao seu aproveitamento na área da utilização prática, mas pode vir a encontrála; isto significa que ela se faz com a única preocupação de resolver problemas de conhecimento, sem excluir a possibilidade de que possa vir a ter poderosa influência no setor que não foi procurado de início. A tecnologia, por outro lado, visa, de início e durante todo o seu trajeto, à procura de uma aplicação" (p. 24-25)

Não há, pois, dois tipos de ciência - uma "pura" e outra "aplicada". O que há é ciência e aplicação da ciência. O que há é a pesquisa básica (que pode gerar aplicação) e a pesquisa tecnológica (que diretamente visa a essas aplicações) (FREIRE-MAIA, 1991). Nos dias correntes, "... torna-se cada vez mais difícil discernir ciência de tecnologia ... os cientistas precisam de recursos técnicos para execução de suas pesquisas e a tecnologia tem a sua sobrevivência estabelecida pelos avanços científicos [pois] não é raro que sejam encontrados cientistas que embora não sendo cientistas puros não se julguem tecnólogos,


pela real predominância das pesquisas intrinsecamente científicas em sua vida profissional. Ainda que lance mão de recursos da tecnologia, ele é um cientista. E as mesmas coisas podem ser ditas a respeito dos tecnólogos". (MORAIS, 1988, p.17).

De acordo com SANTOS (1988), a grande renovação do conhecimento científico e das novas formas de conhecimento não diretamente científicos, da literatura, dos mais distintos campos, não só do conhecimento como também da produção cultural, não permitem mais pensar a educação independente da pesquisa, com o que concorda DEMO (1991) ao considerar que quem ensina carece pesquisar; quem pesquisa carece ensinar. "Não se atribui a função de professor a quem não é basicamente pesquisador" (p. 15). Para esse autor necessário se faz desmistificar a separação artificial entre ensino e pesquisa. A imagem de "universidades que apenas ensinam" (p. 12) está ligada ao fato de a grande maioria dos professores só ensina, "seja porque não domina sofisticações técnicas da pesquisa, mas sobretudo porque admite a cisão como algo dado. Fez 'opção' pelo ensino, e passa a vida contando aos alunos o que aprendeu de outrem..." (p. 13). No lado oposto está o pesquisador exclusivo, "que já considera o ensino como atividade menor" (p. 13). O importante, afirma DEMO, é compreender que sem pesquisa não há ensino. A ausência de pesquisa degrada o ensino a patamares típicos da reprodução imitativa. Para esse autor o móvel estrutural e histórico da pesquisa é sua raiz política, pois informação garante poder. Cita como exemplo a pesquisa tecnológica, que adquiriu o primeiro lugar como estratégia de acumulação do capital, pois o capitalismo avançado, sem sair do contexto da maisvalia, descobriu que a maneira mais efetiva de fazer o capital crescer é a criação de conhecimento novo via tecnologia. Segundo SANTOS (1988) "se a própria produção material se liga à pesquisa, a produção do conhecimento e das pessoas preparadas para a vida e as atividades produtivas não pode se separar do campo da pesquisa. A atividade tecnológica depende cada vez mais do conhecimento científico. Não podemos mais pensar numa atividade tecnológica desempenhada por pessoas que não tenham uma formação científica básica. Daí que as escolas técnicas têm um problema grave. Elas poderão preparar pessoas para a função de controle, observação etc., mas, para um mínimo de capacidade tecnológica exige-se uma formação científica sólida. Pensar um técnico que não tenha uma sólida formação científica é muito precário para o nível de desenvolvimento das forças produtivas que se avizinha" (p. 61-62).

Conclusão FOGAÇA (1992), ao tratar da crise da educação brasileira tendo como referencial os novos requisitos educacionais e o processo de modernização da economia, analisa as relações entre economia e educação na perspectiva das propostas neoliberais, que refletem o aprofundamento da internacionalização da produção, o que por sua vez, é o resultado da atual revolução tecnológica. Afirma ser necessário adequar o sistema educacional brasileiro a essa nova fase do desenvolvimento econômico, num paradigma tecnológico que muda substancialmente o papel da educação (p. 15) e confere aos sistemas de ensino maior responsabilidade no que se refere à inserção dos indivíduos na esfera produtiva. O novo paradigma aparece em função da introdução de novas tecnologias, de base microeletrônica, resultante da incorporação do avanço científico e tecnológico às esferas da organização do trabalho e do processo de produção. "As inovações que caracterizam essa nova fase do capitalismo implicam na eliminação de algumas ocupações tradicionais e na criação de novas ocupações, assim como criam novas possibilidades de organização do trabalho, que podem levar tanto à reviso da própria distribuição espacial das áreas de produção nas indústrias, como a uma mudança nas hierarquias ocupacionais. No conjunto, essas inovações e as transformações organizacionais e ocupacionais delas decorrentes


compõem um novo paradigma de organização do trabalho e do processo de produção, que tem por base a automação flexível e que sucede ao paradigma fordista/taylorista, baseado na automação rígida" (p. 18). Considera que do paradigma da automação flexível deve emergir um novo conceito de qualificação que não se resume ao domínio de habilidades motoras para o exercício de tarefas mecânicas e repetitivas mas ao contrário, "... se coloca como produto dos conhecimentos científicos e tecnológicos". (p. 20). As inúmeras reformas educacionais ocorridas em vários países nos anos 60 e 70 representaram uma tentativa de adaptar o ensino superior a novas condições e requisitos provenientes daquilo que se chamou de transição do ensino de elite para o ensino de massa. Como tentativa de respostas a esses desafios fundamentais, e como mecanismo de interligação dos vários setores da sociedade, tendo em vista um quadro de rápida aceleração das mudanças sociais e tecnológicas, foram criados os centros de educação tecnológica. O modelo CEFET - Centro Federal de Educação Tecnológica - visou ampliar as possibilidades de acesso ao nível superior, alterando a estrutura de ofertas de cursos e diversificando os currículos para o atendimento de uma clientela mais heterogênea rompendo o sistema perverso de acesso às instituições públicas onde as camadas mais favorecidas economicamente acabam tendo o monopólio das vagas. "O fato dos CEFETs serem voltados à educação tecnológica não significa que neles a componente científica seja excluída ou minimizada. Pelo contrário, uma forte base científica permeia todos os currículos dos cursos oferecidos pelos CEFETs, dentro do princípio de que a tecnologia nada mais é do que ciência aplicada" (MEC, 1992, p. 7). BIBLIOGRAFIA: AGUIAR, Afranio Carvalho. in CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO. Belo Horizonte: UFMG, 1992. ALLEN, Thomaz J. Disthinguishing engeneers from scientists. (s.l., s.e, s,d.) citado por AGUIAR, Afrânio Carvalho. INFORMAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA. Belo Horizonte : UFMG, 1992. (Notas de aula)

COMÊNIO. DIDACTICA MAGNA. 2 ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, (1976?) DEMO, Pedro. INTRODUÇÃO À METODOLOGIA DA CIÊNCIA. São Paulo : Atlas, 1991 FOGAÇA, Azuete. Modernização industrial: um desafio ao sistema industrial brasileiro. In DESEP-CUT. A EDUCAÇÃO E OS TRABALHADORES. São Paulo : CUT; Página aberta, 1992, p. 13-46.

FREIRE-MAIA, Newton. A CIÊNCIA POR DENTRO. Petrópolis : Vozes, 1991. FRIGOTO, Gaudêncio. A PRODUTIVIDADE DA ESCOLA IMPRODUTIVA. Um (re) exame das relações entre educação e estrutura econômica-social capitalista. 3ª ed. São Paulo : Cortez, 1989. GADOTTI, Moacir. HISTÓRIA DAS IDÉIAS PEDAGÓGICAS. São Paulo : Ática, 1993 GAMA, Ruy. HISTÓRIA DA TÉCNICA E DA TECNOLOGIA. São Paulo : T. ª Queiroz : EDUSP, 1985 GAMA, Ruy. A TECNOLOGIA E O TRABALHO NA HISTÓRIA. São Paulo : Nobel : EDUSP, 1986. GAMA, Ruy (org.). CIÊNCIA E TÉCNICA (antologia de textos históricos. São Paulo : T. A, Queiroz, 1992. GAMA, Ruy. As "modas" tecnológicas. REVISTA POLITÉCNICA, São Paulo, n. 204/205, p. 85-95, jan./jun., 1992. GRAMSCI, Antônio. OS INTELECTUAIS E A ORGANIZAÇÃO DA CULTURA. Rio de Janeiro : Civilização Brasileira, 1978. MARCELINO, Gileno. DESCENTRALIZAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA. São Paulo : Cortez; Brasília: CNPq, 1985.


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VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Centro Federal de Educação Tecnológica do Maranhão: esboço histórico. In REVISTA “NOVA ATENAS DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA” v. 2, n. 1 – jul.-dez. 1998 – “, disponível em www.cefet-ma.br/revista VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. “Educação Tecnológica em Maranhão: um esboço histórico para alunos e professores do CEFET-MA. In REVISTA “NOVA ATENAS DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA”, v. 3, n. 2, jul.-dez. 2000, disponível em www.cefet-ma.br/revista.


ATLAS DO ESPORTE NO MARANHÃO Replicando os capítulos do Atlas do Esporte do Maranhão, em sua versão atualizada, até o presente momento, e ainda em construção. A partir daqui, as atualizações serão acrescidas em postagens adicionais, e depois incorporadas no texto definitivo, na medida em que novas descobertas se apresentarem.


ESGRIMA LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ DEFINIÇÕES De acordo com o ATLAS DO ESPORTE NO BVRASIL (2006), a esgrima é um esporte olímpico em que duas pessoas de diferentes pesos, altura ou idade se enfrentam diretamente com iguais chances de vitória. Tratase, em síntese, da arte de jogar com armas brancas através da utilização de movimentos coordenados. É também a arte marcial mais antiga do Ocidente, cuja versão esportiva moderna põe três armas em competição: florete, espada e sabre. ORIGENS A esgrima começou como uma forma de combate bem antes de Cristo. Alto-relevos no templo de Madinet-Habu próximo a Luxor, no Egito, que datam de aproximadamente 1190 a.C. mostram esgrimistas competindo. Muitas outras antigas civilizações como as da China, Japão, Pérsia, Babilônia e Grécia praticaram a luta de espada como forma de treinamento para combate. A esgrima como esporte iniciou-se no século XIV ou XV na Itália ou na Alemanha (ambos reivindicam para si a origem do esporte). Os mestres de esgrima alemães organizaram as primeiras associações no século XV, especialmente, a Marxbruder de Frankfurt em 1480. Em 1570 Henri Saint-Didier da França deu nomes aos movimentos e golpes mais importantes. A maior parte daquela nomenclatura ainda é usada. Do século XVI ao XVIII lutas de espada e duelos eram comuns. Os participantes destes duelos usavam uma variedade de armas incluindo espadas de madeira, espadas de uma só lâmina e varas com ferro nas pontas. As lutas eram freqüentemente sangrentas e algumas vezes fatais. Três inovações do século XVII fizeram da esgrima um esporte popular: (i) o desenvolvimento de uma arma para a prática leve, com uma ponta achatada ou folheada, acolchoada para reduzir risco de ferimentos: o florete (ii) o desenvolvimento de um conjunto de regras que limitava o alvo para certas áreas do corpo; e (iii) a criação de uma máscara de malha de ferro que protegia o rosto e fazia da esgrima uma atividade segura. A luta de espada existe desde o antigo Egito. E desde então tem sido praticada de várias maneiras e por diferentes culturas. Embora os torneios e combates de espada tenham sido um protótipo de esporte popular na Europa da Idade Média, a esgrima moderna foi influenciada mais pelos duelos realizados a partir do século XVI, do que pelos combates militares e torneios (justas) praticados pelos cavaleiros medievais. O termo “esgrima” vem de escrime ou escrima, originado da palavra germânica “skirmjan”. A partir do século XVIII, a espada evoluiu para um formato mais simples, curto e leve, que se popularizou na França como “Espada de Côrte” ou “Espada pequena”. Embora essa espada possuísse fio, este era mais usado para impedir que o adversário agarrasse a lâmina com as mãos; os golpes eram dados, quase em sua totalidade, de ponta. Mestres franceses desenvolveram uma escola baseada na sutileza do movimento, contra-tempos e nos ataques compostos. Em conseqüência, a Escola Francesa é a base da maioria das teorias da esgrima moderna, desde que, juntamente com a Itália, escrevia e estudava as técnicas do manejo das armas. A partir da metade do século XIX o duelo, como meio de resolver disputas pessoais entra em declínio, principalmente porque a vitória poderia conduzir o duelista à prisão e às penas da lei. A ênfase nos duelos é deslocada para se derrotar o oponente sem necessariamente matá-lo. As formas de duelos menos fatais evoluíram usando a espada de duelo. Esta é a base da Espada moderna. Os duelos praticamente desapareceram após a Primeira Guerra Mundial. Mas há registros de duelos realizados para resolver disputas levantadas durante a Olimpíada de 1920, em Antuérpia. Em perspectiva histórica, a esgrima passou por três períodos bem demarcados em seu trajeto de arte marcial transformando-se também em um esporte. O período antigo caracteriza-se por uma esgrima de impacto, causado pelo choque de pesadas espadas nos oponentes, levava-os primeiro ao chão para depois matá-los. O período moderno foi marcado pelo desenvolvimento da técnica, por regras escritas e rituais de jogo justo. O desenvolvimento da proteção da face, a máscara, marca o período contemporâneo que permanece até os dias presentes. Neste último estágio, a introdução de equipamento elétrico, e mais tarde eletrônico, provocou importante mudança na maneira de se julgar e jogar esgrima. Recentemente essas mudanças foram notadas no sabre. Em retrospecto, as armas utilizadas na esgrima são três nas quais um esgrimista joga apenas uma delas, e que definem a sua vez por meio de regras e competições específicas. Em um campeonato, em primeiro lugar os participantes são divididos em grupos de 5, 6 ou 7 esgrimistas chamados de Pule (escolhidos através do ranking), em seguida os esgrimistas de cada grupo combatem entre si (tem combates que vão até cinco pontos). Ao término, há uma classificação após o Turno de Pules que seleciona para as chaves eliminatórias (em combates que vão a quinze pontos) até que se chegue ao campeão. No Brasil, a esgrima origina-se de tradições militares que remontam ao início do século XIX, quando era uma disciplina formativa de oficiais do Exército e da Marinha de Guerra. Do mesmo modo que aconteceu com o tiro e o hipismo, a esgrima já era considerada um esporte na segunda metade do século XIX e como tal praticado também por civis. Segunda metade do século XIX


No Brasil, práticas esportivas de esgrima são registradas no Clube Naval do Rio de Janeiro, em clubes de São Luís do Maranhão e clubes de imigrantes alemães do Rio Grande do Sul, além de instituições militares. Esta distribuição geográfica e a variedade de praticantes sugerem que a esgrima era uma das opções esportivas do país, embora não popular. No Exército, o grupo de elite da esgrima situava-se na Escola Militar da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro. No Maranhão 1841 - um aviso publicado por Manoel Dias de Pena, que se propunha a “... encinar com toda a prefeição o jogo de espada, e assim roga a todos os Snrs. que quizerem aprender esta Arte, tão útil a mocidade, se dirija a esta Typographia que se dirá aonde mora o annunciante”. (JORNAL MARANHENSE, n. 48, Sexta-feira, 31 de dezembro de 1841). E mais adiante, nessa mesma edição, “Vendas – Antonio Joaquim d’Araújo Guimarães & Sobrinhos tem para vender .... espadas com copos dourados ...”. JORNAL MARANHENSE, n. 48, Sexta-feira, 31 de dezembro de 1841). (Grifos nossos). 1861 já se tinha, no Maranhão, a cadeira de Esgrima e Ginástica, conforme se depreende de anúncio do Instituto de Humanidades:

- No guia de profissionais, do Almanaque do Maranhão, aparece como Professor de Esgrima e ginástica Alfredo Hall, residente na Rua do Alecrim, 17:


1853 na legislação de ensino da época, já constava, dentro do núcleo das Belas Artes, que compreendia o desenho, música, dança, esgrima, e ginástica:

1877 em comentário do dia 1 de setembro, no Jornal Diário do Maranhão, dentre as novidades de São Luis, evidenciando a chegada do progresso, temos a instalação de clubes de ginástica; nesse mesmo jornal apareciam avisos das aulas:

1899 18 de outubro anunciado a aprovação do estatuto do Clube de Ginática e Esgrima e sessão para eleição de sua diretoria

23 de outubro anuncio de atividades relacionadas à esgrims e á ginástica


1900 “... um esplêndido exercício na educação dos músculos; a ginástica e a esgrimagem, um meio excepcional para desenvolver todo o corpo de forma racional e completa. Tudo isso era muito importante, e até era um princípio filosófico, porque ensejaria a formação do um corpo bem desenvolvido, proporcional e harmonioso...". (MARTINS, 1989, p. 229-30). - 5 de fevereiro convocação de reunião do Club de Ginástica e Escrima, ficando-se sabendo do local de sua sede, na Praça do Carmo:

- 26 de março O Jornal A pacotilha anuncia que recebera o Estatuto do Clube de Ginástica e Esgrima, e a relação de seus principais dirigentes:

- 4 de abril convocação da reunião (mensal) do Clube de Ginástica e Esgrima,

1903/1910 Miguel Hoerhan se estabelece em São Luis, contratado como chefe do Departamento de Educação Física, professor de esgrima da Escola Normal, e de vários colégios de São Luis: em nota publicada no jornal “O Paiz” em 21 de novembro de 1909, no Rio de Janeiro: ‘EDUCAÇÃO PHYSICA CARTÃO COMEMORATIVO DE 20 ANOS DE TRABALHO NO BRASIL


Mens sana in corpore sano; vita non este vivere; sede vivere Miguel Hoerhann, capitão-tenente honorário da armada nacional, professor de educação física da Escola Naval, Colégio Militar, Externato Aquino, e professor de ginástica e esgrima do Automóvel Club do Brasil – Ex-professor dos colégios Brasileiro-Alemão, Abílio Rouanet, João de Deus, Instituto Benjamin Constant, e Instituto Nacional de Surdos Mudos, no Rio de Janeiro. Ex-professor dos colégios São Vicente de Paulo, Notre Dame de Sion, Ginásio Fluminense e Escola Normal Livre; sócio-fundador e 1º. Turnwart do Turnerein Petrópolis, em Petrópolis. Exprofessor da Escola Normal e grupos escolares Menezes Vieira e Barão de Macaúbas e do colégio Abílio, em Niterói. Ex-diretor do serviço de Educação Física; ex-professor da Escola Normal, escola modelo Benedito Leite; Instituto Rosa Nina, Liceu Maranhense, e escolas estaduais e municipais; fundador e 1º presidente e 1º diretor dos exercícios do Club Ginástico Maranhense; em S. Luis do Maranhão. Ex-professor do Ginásio São Bento e ex-secretário do I. e R. Consulado da Áustria e Hungria, em São Paulo. 20 anos de devotado trabalho no Brasil (de 24 até 44 anos de idade, desde 1889 a 1909). Ex-Instrutor da imperial e real marinha de guerra da Áustria, condecorado com a medalha militar de bronze, conferida por sua imperial e real majestade apostólica Francisco Jose I, Imperador da Áustria-Hungria (desde 15 até 23 anos de idade, 1880-1888). Miguel Hoerhann foi instrutor de artilharia do império austro-húngaro, professor de esgrima e ginástica sueca nos estados do Maranhão e Rio de Janeiro. Nesta cidade, a ginástica era voltada para o treinamento militar dos novos cadetes e oficiais da Marinha Brasileira e do Colégio Militar. Miguel tem vasta produção de artigos em periódicos e é autor do livro Esgrima de Baioneta, publicado no Maranhão em 190411: 1903 Na Gazeta de Petrópolis, edição de 15 de setembro de 1903, informa-se que Miguel Hoerhann estava em São Luis, nomeado que fora Diretor da Educação Physica, conforme a edição 204 de “A Pacotilha”, da capital do Maranhão:

- também em A PACOTILHA, edição de 19 de maio de 1903, é anunciada a chegada do Sr. Miguel Hoerhann, contratado pelo Governo do Estado para reorganizar o serviço de educação física, voltado para o Liceu, Escola Normal e Modelo, escolas estaduais e do município: 11

O livro digitalizado está disponível no link: http://www.cultura.ma.gov.br/portal/bpbl/acervodigital/Main.php?MagID=37&MagNo=68


1904 Publica, no MaranhĂŁo seu livro sobre Esgrima de Bayoneta


Ao Excelentíssimo Senhor Coronel Alexandre Colares Moreira. Digníssimo Governador do Estado do Maranhão. Respeitosamente oferece o autor

Fica-se sabendo que se trata de reimpressão de edição de 1896:


Em 1911, Miguel Hoerhan ministrava “exercícios de gymnastica sueca, de esgrima, de espada e florete” no Colégio Militar – Rio de Janeiro. É listado junto com outros professores – “dirigidos pelos instructores professor Miguel Hoerhan, tenente Migrel Ayres e capitão Valério Falcão” – durante visita dos membros do Conselho Superior de Ensino. (Diário Oficial da União (DOU) de 12/08/1911), Pg. 14. Seção 1). 1907 Nhozinho Santos funda um “club sportivo” nos terrenos da sua Fábrica Santa Isabel – o Fabril Athetic Club -, introduz várias atividades esportivas. Nos festivais esportivos realizados aos domingos, havia a presença de crianças e jovens estudantes que, do exemplo dos mais velhos, vinham a participar dessas matinées. Assim, no dia 26 de dezembro daquele ano, é registrada uma partida de futebol entre alunos da Escola de Aprendizes Marinheiros, como parte de sua preparação física. O futebol, além de outras modalidades e atividades, principiava a se utilizado como prática de educação física nas escolas: "Aprendizes Marinheiros: "Hontem, às 4 horas da tarde, os aprendizes marinheiros, fizeram exercícios de 'foot-ball' na arena do Fabril Athletic Club e um assalto simulado de florete, sob a direção do respectivo instructor da Escola. "Os alumnos revelaram-se disciplinados e agiram com muito garbo e desembaraço. "Domingo próximo, às 5 horas da manhã, haverá novo exercício no mesmo local". (O MARANHÃO, 26 de dezembro de 1907). ATUALMENTE - não há registro de prática desde a década de 1910.


ESPORTE MILITAR 1922 – O JORNAL



EXÉRCITO 1947 – 6 DE SETEMBRO – O COMBATE


ESPORTE UNIVERSITÁRIO O esporte universitário no Maranhão tem inicio em 21 de maio de 1919, quando em A Pacotilha sai uma nota convocando os alunos do Curso Anexo da Faculdade de Direito para a formação do “team” acadêmico

1952 - 12 de agosto – O COMBATE



FUTEBOL DE MESA 1937 – 14 DE FEVEREIRO


FUTSAL - Leopoldo Gil Dulcio Vaz

ORIGENS – muito embora alguns ex-atletas, em seus tempos de colegiais, informem em suas memórias de que foi na década de 40 que o Futebol de Salão teve início em São Luís, na realidade jogava-se com bola de futebol, nos pátios dos colégios, pois somente na década de 1950 que foi introduzido, seguindo-se as regras e com material oficial. Cláudio Vaz, o Cláudio Alemão, afirma que no final da década de 40 que João Rosa cria a Liga de Futebol de Salão; no período de 1957 a 1974, o esporte atinge o auge em São Luís. Várias equipes são formadas – e desaparecem – revelando inúmeros craques da bola pesada. João Rosa morava na rua dos Afogados e a sede era na casa dele, então ali que começou o futebol de salão... na quadra do Casino Maranhense (a quadra descoberta, lá tinha duas quadras, depois fizeram a outra do lado da casa do Pedro Neiva, essa quadra era ao lado da quadra de tênis dos Ingleses, que praticavam Tênis, e ao lado fizeram futebol de salão. Já RAUL GUTERRES, nascido em 1927, iniciou-se no esporte com 15 anos de idade, jogando futebol. Em 1942, foi campeão estudantil, pelo Ateneu, jogando no gol. Em 1943, ingressou no FAC e com a extinção deste, passou para o MAC (1943), quando foi campeão. Como estava na casa de João Rosa para fundar o Futsal, terminou sendo goleiro da bola pesada, saindo-se campeão pelo Santelmo, nos anos de 48/49/50 (sic). Além do Futsal e do futebol, jogava basquete, volei, e praticava atletismo. 1954 - O Coronel Eurípedes Bezerra diz ser o introdutor do Futebol de Salão em São Luís e que Dimas continuou o seu trabalho, quando retornou do Rio de Janeiro (1954). Naturalmente que o Prof. Eurípedes cometeu um engano, pois Dimas só se envolve com o Futsal quando de sua volta do Pindaré, em 1969, e começa a trabalhar no SESC,em substituição ao Cel. Eurípedes. Dimas informa que, nessa época, os esportes, em São Luís, limitavam-se, nas escolas, apenas ao Futsal e Futebol: DÉCADA DE 1950 - outra versão diz que a Liga Maranhense de Futebol de Salão foi fundada por Jaffé Mendes Nunes, Coronel Vieira (Vieirão) e João Rosa Filho – filho de João Rosa. Jaffé Mendes Nunes foi o grande incentivador do Futebol de Salão nos anos 50. Locutor esportivo e professor da modalidade na então Escola Técnica Federal do Maranhão – ETFM, hoje, CEFET-MA -; o trabalho de Jaffé na rádio contribuiu para a massificação do esporte, especialmente no meio estudantil. 1955 – é neste ano que se deu, efetivamente, a introdução do Futebol de Salão em São Luís, pelo professor de física do Liceu Maranhense Pedro Lopes dos Santos, quando fundou a equipe do Próton, primeira equipe formada por alunos daquele estabelecimento de ensino – e também a do Elétron, (segunda equipe?). O Prof. Pedro trouxe a primeira bola e as regras da modalidade. Jogavam no Próton, além de Januário Goulart, como atacante, Rogério Baima, Chico Tetê, Rui, Nonato Cassas, Ernani Cantanhede. No primeiro jogo interestadual - disputado na quadra do Liceu -, contra o América, de Fortaleza (CE), houve empate de 2 x 2. - o que é confirmado por Januário Goulart: afirma que quem introduziu o Futebol de Salão em São Luís foi um professor de Física do Liceu Maranhense, Pedro Lopes dos Santos, quando fundou a equipe do Próton, primeira equipe de Futsal de São Luís formada por alunos daquele estabelecimento de ensino – e também a do Elétron. Foi o Prof. Pedro quem trouxe para São Luís a primeira bola e as regras da modalidade. - Nilson Ferreira Santiago também confirma que foi trazido pelo professor de Física, Pedro Lopes dos Santos (1955); fundou o Próton, formado inicialmente por Chico Tetê, Ernani Coutinho, Nonato Cassas, e Rogério Baima. Nessa época, aqueles que se descobria que não podiam jogar futebol de campo, iam para a quadra, jogar salão. Logo, surgiram outras equipes. Os irmãos Ferdinand (Ferdic) Carvalho e Constâncio Carvalho Neto fundaram a Sociedade Esportiva Sparta; além dos dois, jogavam ainda Nilson, os irmãos Bira e Juca Abreu, Airton, Paulinho, Nervalzinho, Paru (Miguel Arcanjo Vale dos Santos), Milson Cordeiro, Ruibasco (Ribasco), Inésio e Roberto Babão. Mais grupos foram surgindo, como o Saturno (de Samuel Goberl, Zequinha Goulart, e Heitor Heluy), e Nilson passou a jogar nele, ao lado de César Bragança, Januário Almeida, Márcio Viana Pereira, Hamilton, tendo como técnico o Capitão Medeiros. Nilson nasceu em 1940, e era filho de Nerval Lebre Santiago, secretário do Liceu por 42 anos; foi um dos fundadores do Sparta, time que marcou época. Nilson, daquele grupo que estudava no Liceu, viu nascer o futsal


- João Pinheiro Cunha – o Manga – é outro craque dessa mesma época foi, nascido no ano de 1941, no dia 12 de julho. Também confirma que o prof. Pedro Lopes dos Santos, de Física, em uma de suas viagens ao sul do país, acabou se apaixonando pela modalidade e trouxe para São Luís uma bola e um livro de regras. Em 1955, selecionou uma equipe dentre os peladeiros da escola e fundou o Próton. Daquele grupo que jogava futebol, o único selecionado foi Nonato Cassas. Desse primeiro grupo, a primeira formação do Próton, além de Cassas, figuravam Rogério Bayma (goleiro), Chico Tetê, Ruy Poxo, Ernani Catinga. Quando entrou para o Liceu Maranhense teve contato com o pessoal das peladas, jogadas na hora do recreio e após as aulas (1954): Vilenô, Nonato e Elias Cassas, Nonato Sabock, Guilherme Saldanha, Mota, Januário Goulart, Silvinho Goulart, José Reinado Tavares, César Bragança, Nerval e Nilson Santiago, Milson Cordeiro, e outros. - Joacy Fonseca Gomes - outro que escreveu o nome nos anais do Futsal Maranhense, nascido em Cururupu em 12 de junho de 1938. Em 1953, então com 15 anos, veio para São Luís, onde fez o ginásio e o científico no Liceu Maranhense, destacando-se no futebol, indo jogar no Flamengo do Monte Castelo. Em 1958, estava disputando o campeonato de Futebol de Salão, em uma competição organizada pela Liga que havia sido fundada por João Rosa Filho e o jornalista Jaffé Mendes Nunes; jogava pelo T8 (Tê Oito). - Os clubes de futsal que se destacam eram: Spartakus (Nilson Santiago, Ribarco e Paru); Graça Aranha (Albino Travincas, Canhoteiro, Wallace e Jafer); Santelmo (Cleon Furtado, Poé, Mozart, Biné, Murilo Gago); Rio Negro; Vitex (Enemêr, Luís Portela, Walber, e Vavá); Drible (dos irmãos Saldanha, Zé Augusto Lamar, Manteiga, Mota); SAELTIPA (a companhia de água); e América; depois, vieram Próton, Saturno, Cometas, Flamengo do Monte Castelo. Os jogos eram disputados nas quadras do Lítero e do Casino. Havia uma rivalidade muito grande entre as equipes de Futebol de Salão do Liceu (Marinaldo, Guilherme Saldanha, Josenil Souza, e Jacy) e Atheneu (Mota e companheiros); havia o grupo do Colégio São Luís (Biné, Chedão, Jaime Tavares) e dos Maristas (Garrincha, e os irmãos Nonato e Cury Baldez). - Luís Carlos Motta, nascido em 1941, é considerado, até hoje, um “mestre do futsal”. Estudante do Colégio Ateneu de 1952 a 1956 (ganhou uma bolsa de estudos, pela sua habilidade com a bola), passou para o Liceu Maranhense, foi sete vezes campeão do Campeonato Maranhense de Estudantes – tetra pelo Ateneu, e tri pelo Liceu. Sua habilidade técnica como pivô valeu um convite para ingressar no Drible (1959), time dos irmãos Saldanha, recém inaugurado (1958). Em 1961, deixa o Drible e passa para o Santelmo, sagrando-se campeão naquele ano; retorna ao Drible (1962), após uma temporada, conquistando diversos títulos, como o de campeão invicto do Torneio Carneiro Belfort (62); do Torneio do Jaguarema (63); além dos Torneios Major Mota e do “3º aniversário do Elmo” (65). Pelo Drible, foi ainda, hepta-campeão – 66 a 72 -, ano em que o Drible encerrou suas atividades. Motta, em 1974, abandona os esportes, devido a um acidente – foi atropelado por um ônibus. - Palmério César Maciel de Campos – Poé - Nasceu em Guimarães, no ano de 1938. Aos 16 anos (54) a família transferiu-se para São Luís, onde fez contato com o esporte. Jogou Futebol de Campo, Futebol de Praia, depois Futsal e Basquete, sempre se destacando como craque de bola ... 1957 - passa a jogar futsal pelo Santelmo – recémcriado -, convidado por Cleon Furtado e João Rosa e que contava, ainda, com Raul Guterrez, Murilo Gago, Biné (Benedito Moraes Ribeiro), Mouzart (de Sá Tavares), Ivaldo. Com esse time, foram campeões de 1958 e 1959. A final do campeonato desse ano, foi entre o Santelmo e o Próton, decidida em melhor de cinco pontos; a primeira partida, disputada no Casino, o Próton venceu por 5 x 2; o segundo jogo, na AABB (sede da Rua Grande, depois vendida aos Maristas), o Santelmo saiu vencedor, por 3 x 0; e a terceira partida, também no Casino, empate em 2 x 2; e a quarta e última, disputada no Lítero, 5 x 1, para o Santelmo.- 1960 - estava no Próton, convidado pelo Prof. Pedro Santos, jogando ao lado dos irmãos Cassas, Coronel Vieira, Cadico, Canhotinho, César Bragança. O Santelmo conquistou o tetra-campeonato – 58, 59, 60, e 61. 1962 - Santelmo e o Próton foram extintos, fundando-se o Cometas, formando uma verdadeira seleção: Poé, Lobão, Enemê (goleiro) Dunga, Nonato e Elias Cassas, Coronel Márcio (Matos Viana Pereira), Luisinho, Canhotinho, César Bragança, Murilo Matos, e Vavá. Essa formação jogou de 62 a 66 sem conquistar nenhum título ... No final de 66, deixa de jogar futsal. Os times da época eram bons demais: Graça Aranha, Atenas, Drible, Sampaio... Segundo Poé, o futsal viveu duas fases; a primeira, foi da espontaneidade, onde tudo era nativo, não existindo tática, só técnica; a segunda, iniciou depois que o time cearense Francisco Lerda passou por aqui e ensinou tática. Juntaram técnica e tática. 1955 -Surge a Sociedade Esportiva Sparta, dos irmãos Ferdinand (Ferdic) e Constâncio Carvalho; jogavam ainda: os irmãos Nilson e Nervalzinho Santiago, os irmãos Bira e João Abreu, Paulista, Piauí (Miguel Arcanjo Vale dos Santos), Milson Cordeiro, Enésio, Roberto Babão. 1955 Saturno, de Samuel Gobel, Zequinha Goulart e Heitor Heluy, contou com Nilson Ferreira, César Bragança, Januário, Almeida, Marcio Viana Pereira, Hamilton, e o técnico era o capitão Medeiros.


1955 - Surge a Sociedade Esportiva Sparta, dos irmãos Ferdinand (Ferdic) e Constâncio Carvalho; jogavam ainda: os irmãos Nilson e Nervalzinho Santiago, os irmãos Bira e João Abreu, Paulista, Piauí (Miguel Arcanjo Vale dos Santos), Milson Cordeiro, Enésio, Roberto Babão. - o Saturno, de Samuel Gobel, Zequinha Goulart e Heitor Heluy, contou com Nilson Ferreira, César Bragança, Januário, Almeida, Marcio Viana Pereira, Hamilton, e o técnico era o capitão Medeiros. 1957 – é fundado o Santelmo, de convidado por Cleon Furtado e João Rosa e que contava, ainda, com Raul Guterrez, Murilo Gago, Biné (Benedito Moraes Ribeiro), Mouzart (de Sá Tavares), Ivaldo. Com esse time, foram campeões de 1958 e 1959

1958 - Em janeiro, os irmãos Saldanha – Sérgio, Guilherme e Roberto – fundaram a Associação Esportiva Drible. O novo time viria a fazer frente às equipes de elite do futsal de então – o Santelmo e o Próton (este, do Liceu Maranhense). Mesmo sem dinheiro, conseguem formar uma das maiores equipes que o futsal maranhense já viu jogar. (MOREIRA, Carlos). - realizado o campeonato de Futebol de Salão, em uma competição organizada pela Liga que havia sido fundada por João Rosa Filho e o jornalista Jaffé Mendes Nunes - Anos 60 – - Aldemir Carvalho de Mesquita - um dos grandes goleiros de futsal do passado - chegou a jogar como profissional do Maranhão Atlético Clube, aos 16 anos de idade -, lembra dessa fase do futebol de salão maranhense: "O futebol de salão, daqui de São Luís, na época que eu cheguei (1959, aos 10 anos de idade), era um sucesso. Talvez no Nordeste fosse a segunda força, porque tínhamos muitos craques, como Silvinho, Luisinho, Pula-Pula... Se fosse hoje como era divulgado o esporte do Maranhão era primeiro. Como eu vejo, assisto craques como esse da seleção brasileira, Manoel Tobias que é o melhor craque do Brasil. Conheci Djalma, conheci o Jaiminho, o próprio Biné Carcaço que trabalha na parte de esporte lá do Ipem, craque de bola; o Manoel Tobias - vamos usar a expressão de futebol -, não amarrava chuteira, talvez não fosse banco, se tivesse que escolher os três, ele não seria nem a 4º opção do treinador dentro dessa escala." (MESQUITA, Aldemir Carvalho de. Entrevistas). - Cláudio Vaz dos Santos – o Alemão - vinha se dedicando ao Futebol de Salão desde 1960, jogando (como reserva) no Athenas, Drible e Santelmo. Após um acidente e se envolver numa briga, refugia-se no Rio de Janeiro entre 1965 a 1969, quando retorna a São Luís, já como praticante de Judô. No final dos anos 60, se forma em Economia pela UFMA; em 1971, inicia sua carreira de dirigente esportivo, sendo nomeado Coordenador de Esportes, primeiro do Município de São Luís, depois do Estado, e Presidente do CRD; sua primeira providência foi colocar em funcionamento as Escolinhas de Esportes: futebol de campo, futebol de salão, Voleibol, Basquetebol, Judô, Boxe, Capoeira, Karatê, Xadrez, Ginástica Olímpica, Atletismo, Natação... Alguns desses esportes foram introduzidos por ele, nos meios escolares; os treinos começavam às cinco horas da manhã, estendendo-se pela madrugada. 1960/61 – Cauby da Costa Celestino é levado por Graccho Bolívar para o Athenas Futebol de Salão, grupo formado por Gia e Ruibarco (goleiros), Pedrinho, Jaiminho, Lamar, Graccho, Silvinho, Wilson, Milson Cordeiro, Delfin, Walter, Cláudio Alemão; o técnico era Jaffé Mendes Nunes. O Athenas acabou em 1962. 1962 – Extinção do Santelmo e do Próton, surgindo o Cometas 1963 – Surge o Vitex, dirigido por Brocotó – Cel. Bebeto, como é conhecido Carlos Alberto Barateiro da Costa, atleta de basquete e futebol -; faziam parte do Vitex: Cauby, Goiabeira, Zuza, Sergio faray, Santana, Jouberth. 1965 – O Futsal é introduzido em São Bento, por funcionários do BEM (Banco do Estado do Maranhão, hoje incorporado ao Bradesco), no campo da antiga Prefeitura, hoje CAEMA; depois, na quadra da Carlos Reis. Contou com forte apoio do Padre Lourenço; sobressaíram no futebol de salão em São Luís: Elisés Sanches (Deto) e Jesus Itapary (goleiros) (Fontes: MELO, Álvaro. SÃO BENTO DOS PERIS: água e vida. São Luís: Academia Sambentuense, 2005. v. 1) 1966 – Inauguração do Ginásio Costa Rodrigues


1969 – a Seleção Maranhense disputa o Campeonato Norte e Nordeste, em Fortaleza-CE.

(Fonte: LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ e DELZUITE DANTAS BRITO VAZ. A INTRODUÇÃO DO ESPORTE (MODERNO) EM MARANHÃO IN VIII CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA, ESPORTES, LAZER E DANÇA, Ponta Grossa – Paraná (Brasil), 14 a 17 de novembro de 2002. Coletâneas ... Ponta Grossa-Pr : UEPG, 2002. ( Publicado em CD-Room). Ver, também, “O lúdico e o movimento em Maranhão”, VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. In Lecturas: Educación Física y Deportes, Buenos Aires, ano 7, no. 37, junho de 2001, disponível em www.efdeportes.com).



ARTIGOS, CRÔNICAS, DISCUSSÕES, OPINIÕES Nesta sessão, publicadas as novidades: os novos artigos, a partir deste outubro de 2017, data da fundação da Revista do Léo. Os artigos do Editor, de colaboradores, com espaço aberto aos pesquisadores que desejem fazer uso deste espaço. Não restrito aos esportes, educação física e lazer, mas também à História/Memória do Maranhão.


O POTENGI, O RIFOLES E A OCUPAÇÃO DO MARANHÃO LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão Academia Ludovicense de Letras

Antonio Noberto apresenta-nos o quadro ‘O Potengi e o Rifoles”, quadro idealizado por ele, após pesquisa, e pintado em espátula pelo grande artista plástico Rogério Martins. Retrata a região da foz do rio Potengi por volta de 1594, onde alguns anos depois foi fundada Natal, a capital do Rio Grande do Norte. No detalhe do canto inferior direito, observa-se o Rifoles, ancoradouro onde atracavam as naus do capitão francês Jacques Riffault, de onde partiu para começar a colonização do Maranhão.

Fonte: Reportagem sobre a França Equinocial nos 403 anos de São Luís. https://www.youtube.com/watch?v=kQ-SpiIYRwo

Publiquei artigos em meu Blog, e depois replicados na revista da ALL 12, que Jacques Riffault, Charles des Vaux, David Migan - natural de Vienne, no Delfinado, e Adolphe de Montville, na companhia de centenas 12

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. QUEM, AFINAL, FUNDOU SÃO LUÍS? PODEMOS CONSIDERAR RIFFAULT, DES VAUX, E DAVI MIGAN COMO OS PRÉ-FUNDADORES ? ALL EM REVISTA, v. 2, n. 3, jul./set., 2015, p. 106. http://issuu.com/leovaz/docs/all_em_revista__volume_2_numero_3_ VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. FRANCESA, PORTUGUESA... ou FENÍCIA?? ALL EM REVISTA, V. 2, n. 4, out./dez., 2015, p. 187, disponível em http://issuu.com/leovaz/docs/all_em_revista_-_volume_2__numero_4 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. A FUNDAÇÃO DO MARANHÃO. ALL EM REVISTA, V. 2, n. 4, out./dez., 2015, p. 208, disponível em http://issuu.com/leovaz/docs/all_em_revista_-_volume_2__numero_4


de outros navegadores e selvagens de diferentes tribos, se faziam presentes nos mais diversos recantos do Norte e Nordeste brasileiro, entre o Potengi e o Amazonas. Diferenciando ocupação de incursão, as primeiras tentativas de ocupação de sítios na área tenham ocorrido depois do fracasso da França Antártica - empurrados do sul os franceses se fixaram no litoral norte-riograndense, especialmente no estuário do Potengi. Quando os franceses foram lançados do Rio de Janeiro (1567) passou-se para Cabo Frio e daí para o Rio Real, entre Bahia e Sergipe. Escorraçados dessas paragens, procuraram estabelecer-se nas costas da Paraíba e do Rio Grande do Norte. Foi identificada numa área rural, distante cerca de 2 km da foz do rio Pirangi, os restos de uma casa-forte que fora utilizada pelos franceses, como sugere Jerônimo de Barros em documento enviado ao rei de Portugal, e semelhante a uma por eles deixadas em Cabo Frio depois da malfadada experiência da França Antártica.

Essa estância pertenceu a Jacques Riffault mais conhecido por Refoles. Foi o mesmo Refoles quem negociou antes da descoberta do Brasil (sic) com os índios potiguares espelhos, tintas e outros objetos em troca de pau-brasil, de modo especial as existentes na margem direita do rio Potengí. Essa foto mostra o local onde ficava o corsário francês a negociar com os silvícolas. Longe da colonização de Natal, Jacques Riffault negociou toda sorte de suprimentos e até as mulheres índias que partiram para a França13

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. A “DESCOBERTA” DO MARANHÃO, ALL EM REVISTA, V.3,N.2, abr/jun 2016, p. 252, http://issuu.com/leovaz/docs/all_em_revista_-_volume_3__n__mero_?workerAddress=ec2-52-90-195-118.compute1.amazonaws.com VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. MARCO ZERO: É NECESSÁRIO DETERMINAR?, ALL EM REVISTA, V.3,N.2, abr/jun 2016, p. 336, http://issuu.com/leovaz/docs/all_em_revista_-_volume_3__n__mero_?workerAddress=ec2-52-90-195-118.compute1.amazonaws.com VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. MARCO ZERO – UMA PROPOSTA..., ALL EM REVISTA, V.3,N.2, abr/jun 2016, p. 342, http://issuu.com/leovaz/docs/all_em_revista_-_volume_3__n__mero_?workerAddress=ec2-52-90-195-118.compute1.amazonaws.com 13

CAMARA CASCUDO, Luis da. REFOLES http://www.flickr.com/photos/alderico/7159126836/ FERREIRA, Laélio. DE RIFFAULT AO REFOLES - OS FRANCESES . Postado por Manoel de Oliveira Cavalcanti Neto http://nataldeontem.blogspot.com.br/2010/11/de-riffault-ao-refoles-os-franceses.html http://nataldeontem.blogspot.com.br/2009/02/jacques-riffault-refoles.html


Corsários franceses firmavam acordos com os índios, recebendo em troca presentes como: espelhos, tintas além de outros objetos sem valor. Para os indígenas, aqueles "presentes" eram coisa de suma importância. Para os franceses, não valia nada. De acordo com Frei Vicente do Salvador14, no Rio Grande os

[...]franceses iam comerciar com os potiguares, e dali saíam também a roubar os navios que iam e vinham de Portugal, tomando-lhes não só as fazendas mas as pessoas, e vendendo-as aos gentios para que as comessem [...].

A Capitania do Rio Grande constituiu o segundo lote doado a João de Barros e a Aires da Cunha, da foz do rio Jaguaribe a norte, até à Baía da Traição, a sul. Tendo o empreendimento de ambos sido direcionado ao primeiro lote (a Capitania do Maranhão), devido às dificuldades ali encontradas em 1535, este segundo lote permaneceu abandonado15. O principal porto frequentado pelos franceses na Capitania do Rio Grande era o rio Potengi, onde também se detinham navios ingleses. Naquele ancoradouro se procediam aos reparos necessários nas embarcações e obtinham-se provisões frescas ("refrescos") 16. Dentre os corsários que estiveram por esses lados, estava Jacques Riffault que, com o passar do tempo, o local onde ancorava a sua nau, no Potengi, passou a ser chamado de Refoles ou mesmo Rifoles 17. Num mapa francês datado de 1579 se identifica as terras do hoje Rio Grande do Norte, com os acidentes geográficos, das tribos e de produtos econômicos, ficando evidenciado que os franceses tinham maiores conhecimentos dessa terra que os próprios portugueses18.

Carte de la côte du Brésil - Dieppe, 1579, par Jacques de Vau de Claye. En français. Une carte, manuscrit enluminé sur vélin. http://expositions.bnf.fr/marine/gallica/atlantique.htm https://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7a_Equinocial http://www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/outra-tentativa 14 SALVADOR, Frei Vicente do. HISTÓRIA DO BRASIL. Edição revista por Capistrano de Abreu. Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2010. 15 http://pt.wikipedia.org/wiki/Capitania_do_Rio_Grande 16 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. CONTRIBUIÇÕES PARA A HISTÓRIA DE CAMOCIM – CEARÁ. 17 http://pt.wikipedia.org/wiki/Invas%C3%B5es_francesas_do_Brasil 18 Alderico Leandro Jacques Riffault - Refoles, disponível em http://nataldeontem.blogspot.com.br/2009_02_01_archive.html http://historiarn.blogspot.com.br/2011/05/os-franceses-no-litoral-sul-do-rn.html https://it.wikipedia.org/wiki/Scuola_cartografica_di_Dieppe


Jacques Riffault negociou madeiras, como o pau brasil, que existia em abundância na margem esquerda do rio Potengi e, principalmente pelo lado direito onde havia a chamada Mata Atlântica. Levaram madeiras do Rio Grande do Norte e até do Rio de Janeiro. Na hoje Natal, a boa amizade com que Riffault tratava os índios, dava-se à falta de colonização efetiva do território. Só no final do século XVI os portugueses se armaram e expulsaram os franceses de Natal - que nem tinha ainda esse nome. A conquista do Norte foi uma operação de limpeza contra franceses que queriam fixar-se nestas partes da América. Era tão forte a presença francesa que muitos recantos de nossa costa foram batizados com nomes como porto Velho dos Franceses e porto Novo dos Franceses (ambos no Rio Grande do Norte), rio dos Franceses (na Paraíba), baía dos Franceses (em Pernambuco), boqueirão dos Franceses (em Porto Seguro), ou praia do Francês (próximo à atual Maceió, em Alagoas). Outro ponto no qual os navios normandos ancoravam com muita freqüência era a praia de Búzios, no Rio Grande do Norte, a cerca de 25 km ao sul de Natal. Ao porto localizado na praia de Búzios podiam “surgir navios de 200 toneladas”. Os franceses usavam o porto da desembocadura do rio Pirangi (aproximadamente 25 km de Natal) para o “resgate do pau” como os portugueses se referiam aos locais de corte e estocagem de pau- brasil. Em 1590, Jacques Riffault, depois de Natal, veio para São Luis, no Maranhão. É dele a primeira idéia de ocupação do Maranhão. Em 1594, animado pelas boas relações que mantinha com o chefe selvagem Uirapive, se associou a outros aventureiros, e, com meios suficientes, recrutou e veio para o Brasil em três navios, aportando no Maranhão, longe do local do objetivo inicial, mas decidiu fixar-se ali como base de partida para outras incursões ao longo do litoral brasileiro19. Para Bueno (2012) 20, Riffault - em 1593 -, retornando à França depois de ter inspecionado a então denominada ilha do Maranhão, conseguiu convencer um rico cavalheiro francês, Charles de Vaux, a investir seu dinheiro numa expedição colonizadora. Em 15 de março de 1594, Riffault e Des Vaux partiram para o Maranhão, com cerca de 150 colonos e soldados a bordo de três navios. Um naufrágio e uma série de outras dificuldades fizeram fracassar a empresa (p. 84). Sua estada na região do Maranhão tinha começado por um acidente: já fazia viagens regulares à região havia alguns anos, e perdera ali um de seus navios e fora obrigado a deixar parte de sua tripulação. De acordo com o sitio “NAUFRÁGIOS NO BRASIL/MARANHÃO” consta que o naufrágio da nau de Jacques Riffault se deu em 159021.

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INVASÕES FRANCESAS NO RIO DE JANEIRO E MARANHÃO http://www.ahimtb.org.br/confliext2.htm DAHER, Andrea. A conversão dos Tupinambá entre oralidade e escrita nos relatos franceses dos séculos XVI e XVII. Horiz. antropol. [online]. 2004, vol.10, n.22, p. 67-92. ISSN 0104-7183. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-71832004000200004. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010471832004000200004&script=sci_arttext SILVA, Paulo Napoleão Nogueira da. A FRANÇA NO BRASIL. 20 BUENO, Eduardo. BRASIL, uma História. 2ª reimpressão. Rio de Janeiro: Leya, 2012 21 “NAUFRÁGIOS do BRASIL/MARANHÃO” http://www.naufragiosdobrasil.com.br/maranhao.htm https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_Maranh%C3%A3o


(Diário do Maranhão, 7 de agosto de 1881)

Já em 1594, Jacques Riffault, depois de Natal, veio para São Luis, no Maranhão. Junto com Charles des Vaux aporta na Ilha Grande, atual Ilha de São Luis, no Maranhão22. O navio de Jacques Riffault naufraga nos baixios da ilha, mais tarde denominada Sant´Ana. Desse naufrágio, os tripulantes de dois navios franceses, dos três que formavam a frota de Jacques Riffault, ficaram perdidos na ilha de Santana, e conviveram pacificamente com os índios Tupinambás. Des Vaux foi um dos que ficaram com a gente de Uirapive – chefe tupi com quem Riffault tinha selado aliança23. Aqui desembarcados, fundam um estabelecimento que se tornou o "refúgio dos piratas” 24. Mas para os seus planos, um simples estabelecimento não significava grande obra; pensaram em aí fundar uma colônia: a França Equinocial. Charles Des Vaux aprendeu a língua dos índios e prometeu trazer-lhes outros franceses para governá-los e defendê-los. De volta à França, Des Vaux conseguiu do rei Henrique IV que Daniel de la Touche, senhor de La Ravardière, o acompanhasse ao Maranhão, para verificar as maravilhas que lhe narrara, e prometeu-lhe a conquista da nova terra para a França.25 A segunda invasão acontece no Maranhão, a partir de 1594. Depois de naufragar na costa maranhense, os aventureiros Jacques Riffault e Charles des Vaux estabelecem-se na região. Diante do lucro obtido com o escambo, conseguem o apoio do governo francês para a criação de uma colônia, a França Equinocial. Em 1612, uma expedição chefiada por Daniel de la Touche desembarca no Brasil centenas de colonos, constrói casas e igrejas e levanta o forte de São Luís, origem da cidade de São Luís do Maranhão.26 Para Rubem Almeida (Diário de São Luis, 28 de julho de 1923 - No decorrer de 424 anos – ligeira synthese histórica do Maranhão), esta se constitui a terceira etapa da conquista do Maranhão:

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http://pinheiroempauta.blogspot.com.br/2012/09/distribuicao-das-sesmarias-em-cuma.html http://pinheiroempauta.blogspot.com.br/2012/09/distribuicao-das-sesmarias-em-cuma.html http://www.consciencia.org/ocupacao-do-litoral.a-conquista-do-norte-e-a-penetracao-da-amazonia-historia 25 http://planeta-brasil-turismo.blogspot.com.br/2010/05/maranhao-historia.html 26 A invasão francesa no Maranhão. http://deywison3d.blogspot.com.br/2009/04/invasao-francesa-no-maranhao.html 23 24


Data de 1596 a visita de um Capitão Guérard, que armou dois navios, sendo um deles para o Maranhão – Poste (atual Camocim) 27 -, – estabelecendo com regularidade as visitas à terra de corsários de Dieppe28, de La Rochelle29 e de Saint Malo 30. É nesse ano que o Ministro Signeley toma como ponto de partida dos direitos da França nesta região, funcionando como uma linha regular de navegação entre Dieppe e a costa leste do Amazonas. Na virada do século, segundo o padre e cronista Luis Figueira 31, que escreveu sua penosa saga na Serra de Ibiapaba32, os franceses no Maranhão contavam, inclusive, com “duas fortalezas na boca de duas grandes ilhas”. Uma destas fortificações, por certo, era o Forte do Sardinha, localizado no atual bairro Ilhinha, nos fundos do bairro Basa em São Luís. Esta, em mãos portuguesas, foi nomeada de Quartel de São Francisco, que deu nome ao bairro. Servia de proteção ao lugar, em especial, a Uçaguaba33, reduto de Migan. Datado de 26 de julho de 1603 há um arresto do tenente do Almirantado em Dieppe relativo a mercadorias trazidas do Maranhão, ilha do Brasil, pelo Capitão Gérard. Meireles (1982, p. 34) 34 traz também Du Manoir em Jeviré; Millard e Moisset, também encontrados na Ilha Grande. Os comandados de Du Manoir e Gérard chegam a quatrocentos; há esse tempo já dois religiosos da Companhia de Jesus haviam estado no Norte do Brasil. Entre 1603-1604 Jacques Riffault percorre o litoral do Ceará, quando o Capitão-mor Pero Coelho de Souza35 recebeu Regimento, passado pela Coroa ibérica, que lhe determinava:

"[...] descobrir por terra o porto do Jaguaribe, tolher o comércio dos estrangeiros, descobrir minas e oferecer paz aos gentios" e "fundar povoações e Fortes nos lugares ou portos que melhores lhe parecerem".

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Não seria POTE Dieppe ou, na sua forma portuguesa, Diepa[2] é uma comuna francesa na região administrativa da Alta Normandia, no departamento do Sena Marítimo. https://pt.wikipedia.org/wiki/Dieppe 29 La Rochelle [2] [3] [4] [5] (raramente aportuguesada como Rochela ou Arrochela[6] ) é uma comuna francesa, situada no departamento de Charente-Maritime, na região de Poitou-Charentes.[7] Foi um importante porto no período colonial, junto com Havre, Honfleur e Bordéus. https://pt.wikipedia.org/wiki/La_Rochelle 30 Saint-Malo (Bretão: Sant-Maloù) é uma comuna francesa situada no departamento de Ille-et-Vilaine, na região Bretanha. https://pt.wikipedia.org/wiki/SaintMalo 31 Luís Figueira (1574 ou 1576, Almodôvar, Portugal - outubro de 1643, Ilha de Joanes, Brasil colônia), foi um padre jesuíta de destacada atuação no Brasil colonial. Foi autor de uma das primeiras gramáticas da língua tupi, denominada Arte da Lingua Brasilica. Entre 1607 e 1608, acompanhou Francisco Pinto e 60 índios numa trágica expedição ao Maranhão. Inicialmente chegaram a uma aldeia na Chapada de Ibiapaba (atual Ceará), e dali seguiram à aldeia de Jurupariaçu, onde receberam notícias sobre a presença de franceses e índios hostis. [2] Dali partiram para o Maranhão, mas foram atacados por índios, instigados pelos franceses. O padre Francisco Pinto foi morto pelos indígenas em 10 de janeiro de 1608; Luís Figueira conseguiu escapar e foi depois resgatado por outro jesuíta, Gaspar de Samperes, regressando a Pernambuco. Estes fatos são bem conhecidos pela Relação do Maranhão, escrita por Luís de Figueira em 1609, na qual são descritos em detalhe as peripécias da viagem. https://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_Figueira 28

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O topônimo "Ibiapaba" é oriundo do termo tupi yby'ababa, que significa "terra fendida" (yby, terra + 'ab, cortar + aba . A Serra da Ibiapaba, também conhecida como Serra Grande, Chapada da Ibiabapa e Cuesta da Ibiapaba, é uma região montanhosa que localiza-se nas divisas dos estados do Ceará e Piauí. Uma região atraente em riquezas naturais que já era habitadas por diversas etnias indígenas. Os povos que viviam já negociavam diversos produtos naturais com povos europeus, tais como os franceses, antes mesmos da chegadas dos portugueses. Habitada inicialmente por índios tabajaras e tapuias, como a índia Iracema que se banhava na bica do ipu foi bastante retratada no livro Iracema de José de Alencar. A cidade mais antiga da serra é Viçosa do Ceará, que foi colonizada pelos jesuítas da Companhia de Jesus a partir do século XVI. Também encontram-se as cidades do Tianguá, Ubajara - onde existe a Gruta de Ubajara. https://pt.wikipedia.org/wiki/Serra_de_Ibiapaba

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Segundo Capistrano de ABREU , “EUSSAUAP - nom do lieu, c'est à dire le lieu ori on mange les Crabes”. - Bettendorf leu em Laet Onça ou Cap, que supôs Onçaquaba ou Oçaguapi; mas tanto na edição francesa, como na latina daquele autor, o que se lê, é EUSS-OUAP. Na história da Companhia de Jesus na extinta Província do Maranhão e Pará, do Padre José de Morais, está Uçagoaba, que com melhor ortografia é Uçaguaba composto de uçá, nome genérico do caranguejo, e guaba, particípio de u comer: o que, ou “onde se come caranguejos”. ABBEVILLE, Claude d´. HISTÓRIA DA MISSÃO DOS PADRES CAPUCHINHOS NA ILHA DO MARANHÃO E TERRAS CIRCUNVIZINHAS. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: EDUSP, 1975 34 MEIRELES, Mário Martins. FRANÇA EQUINOCIAL. 2 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; São Luis: Secretaria de Cultura do Maranhão, 1982 35 Pero Coelho de Sousa foi um explorador português, oriundo dos Açores, primeiro representante da Coroa a desbravar os territórios da capitania do Ceará no início do século XVII. Em 1603, requereu e obteve da Corte Portuguesa por intermédio de Diogo Botelho, oitavo Governador-geral do Brasil, o título de Capitão-mor para desbravar, colonizar e impedir o comércio dos nativos com os estrangeiros que a anos atuavam na capitania do "Siará Grande". Após uma série de lutas, conquistou a região da Ibiapaba vencendo os franceses e indígenas. Depois dessa vitória ele tentou entrar mais na região na direção do Maranhão, mas devido à rebelião de seus homens, retornou à barra do rio Ceará onde ergueu o Fortim de São Tiago da Nova Lisboa. http://pt.wikipedia.org/wiki/Pero_Coelho_de_Souza


Riffault fora buscar recursos e permissão na Europa, partindo para a França, divulgando as grandes riquezas da terra e facilidades de conquista. Charles Des Vaux ficara em terra conquistando a confiança dos tupinambás, para aprender a sua língua. Encontramos em Evaristo Eduardo de Miranda (2007, p. 162) 36 que essa concessão fora dada pela Regente Maria de Medicis, com o apoio do Conde de Danville, almirante de França e Bretanha, a 1º de outubro de 1610 a Charles dês Vaux, para o estabelecimento de uma colônia ao sul do Equador, com a extensão de 50 léguas para cada lado do forte que ai erigisse. É Charles dês Vaux, segundo esse autor, quem se associa a Nicolas de Harlay e ao almirante Razilly... Em “A Pacotilha”, de 25 de novembro de 1927, de Fulgêncio Pinto o que segue37 - Um conto de Natal: “Era o ano de 1609, em Saint Malo, ilha de França, cidade dos corsários. Numa taberna reuniam-se muitos homens a gritar, a falar alto.” [...] De repente surge um cavalheiro de olhos azues, porte esbelto e fidalgo, vestindo um gibão escarlate, trazendo sob a cinta de couro de serpente, um punhal de cabo de prata. Ele chegava de longe, de outras terras, de lugares desconhecidos. - De onde vem? - Quem será ele? - Para onde irá? - Parece-me que o conheço!... - Creio que fazia parte da tripulação de Jacques Riffault. - Não estás enganado? - Por Deus, que não. Não me são estranhos, este roto e esta voz. Eram estes os commentarios em torno d figura simpatica daquele homem que ali entrara, pedira um copo de cidra, e o esquecera em cima da mesa, entretendo-se a examinar um velho mapa. Ele havia chegado em companhia de alguns indios, dois dias antes numa das naus que ali estavam ancoradas no porto. Ali viam-e homens de todos os aspectos, de todas as raças, de todas as nacionalidades, de todas as cores, desde os mais ferozes até os mais pacíficos. Misturavam-se as línguas; ora ouviam dialetos sonoros, ora idiomas duros e quasi imperceptíveis. A fumaça dos cigarros diluindo-se no éter deitava uma iaca enjoativa, acre, misturando-se com o cheiro de alcatrão e da maresia. Aquela velha casa onde se reunia tanta gente, era a taberna cuja porta encimava garbosamente este letreiro’Au rendez vous dês corsaires’ sobre uma grossa chapa de ferro. Em frente desdobrava-se uma paizagem marítima, banhada pela margem do oceano aformoseando o horizonte, quer nas manhãs magníficas quer nas tardes silenciosas, quando o sol com seus aparatos de riquezas sumiam-se no mundo do sonho e do nada. Quatro mesas enormes estavam cercadas de bancos de carvalho. Apesar da grita o homem que entrara ha pouco, esquecia-se da cidra e continuava a estudar o mapa com muita atenção. - Diabo! Quem será aquele cavalheiro? Gritou um corsário. - Não o incomodeis berrou Tricon, pronto para fazer calar com um murro, o curioso. A’ porta da taberna assomaram mais dois cavalheiros. Um era François Dupré, filho único de um rico armador de Saint Malo, que havia conquistado nome e fortuna no Corso; o outro Raul Renaud, antigo professor em Paris, na Universidade de Sorbona, conhecido como sábio em sciencias naturaes. 36

MIRANDA, Evaristo Eduardo de. QUANDO O AMAZONAS CORRIA PARA O PACÍFICO – uma história desconhcida da Amazônia. 2 ed. Petrópolis: Vozes, 2007 37 PINTO, Fulgêncio. Um conto de Natal. In A PACOTILHA, São Luis, 27 de novembro de 1927


Entram e sem dirigir palavras aos demais que ali se embebedavam, tomam assento justamente, diante do desconhecido que lia o mapa. - Carlos Des Vaux!... Vós aqui! Já vos tínhamos como morto!... gritou admirado Dupré. O homem, espantadoouvia-lo o seu nome levantou a vista, e reconhecendo no jovem, o pequeno Dupré, o garoto que deixara ainda imberbe quanto partira para as suas correrias pelo oceano, poz-se de pé e estendeu-lhe as mãos entusiastamente. - Bravo Dupré! Estaes um perfeito homem. - Onde andaveis vós? - Cruzando os mares – responde o pirata. - O que tanto vos prende a esse papel - Um sonho, pequeno. - De amor? - Não, de conquista. - Que papel é esse Des Vaux?, Um mapa? - Sim, um mapa. - E que sonho de conquista será esse? Dupré apresentou-lhe o seu velho amigo e mestre Raul Renaud. -Ouçam-me o grande sonho – pediu Des Vaux. Contentes achegaram os bancos de carvalho, e debruçados da mesa, quedaram-se sobre o mapa que Carlos Des Vaux tinha entre as mãos, apontando-lhes ali, num belo discurso, os encantos de uma terra prodigiosa e moça, para la do oceano, em que ele havia havia habitado por muito tempo entre os índios. Quinze anos eram decorridos, desde o naufrágio de Jacques Riffault num dos baixios ao norte do Brasil, nas proximidades da costa do Maranhão. Quinze anos aquele homem de olhos azues, cor bronzeada, pele queimada pelo sol caustigante dos trópicos, que ali estava a conversar animadamente, errara pelas matas da formosa terra moça pelos litoraes, pelos ínvios sertões, e depois de haver alcançado Victoria brilhantes ao lado dos índios nos conflitos de Hibiapaba, resolvera fixar residência no ponto mais pitoresco numa ilha arborizada, seguro da amizade dos Tupinambás, tornando-se o homem de confiança de toda a tribo, que lhe adirava a bravura e a bondade do coração. Era ali a formosa ilhados Tupinambás, ilha d sol, vivendo na exuberância da sua luz, tecendo magníficos cortinados nas franças dos arvoredos selvagens, cheia de mistérios e explendores, flora maravilhosa, vales rumorosos, que ao revelhar-lhes os encantos, o pirata, sentia uma certa transfiguração de espirito, e o cérebro embriagava-se de sonhos magníficos. Era ali que Japiassú grande amigo e aliado de Des Vaux, era chefe, principal, irradiando o seu alto poder, de Juniparan, a aldeia mais notal de quantas existiam na ilha. Terminada a narração ele o pirata explicou aos amigos que voltava à pátria afim de oferecer à sua magestade cristianíssima Henrique IV, rei de França e senhor de Navarra, não só a posse do território fertilíssimo como também a amizade e obediência dos Tupinambas. Os três homens esquecidos do tudo quanto os cercava, confabularam em armar uma expedição, em demanda da terra previlegiada, expedição UE mais tarde foi levada a efeito auxiliada pelo conde de Sulley, então governador da Bastilha, conselheiro de sua magestade Henrique IV, sob o comando do senhor de La Ravardiere, que foi ali fundar uma cidade em honra a Luis XIII, na regência de Maria d Medicis. [...] onde fica essa formosa terra tão linda, tão moça de Carlos dês Vaux. [...] essa formosa terra moça e previlegiada é S. Luis é o Maranhão [...] - É Maranhão!... - E quem era Carlos Des Vaux?


Era um Frances, amigo do Maranhão que sacrificara tudo, para fundar aqui a França Equinocial!

O interior do Maranhão era bem conhecido por eles. O Mearim, Itapecuru, Munim, Grajaú, Tocantins e tantos outros eram vias utilizadas que ligavam o interior maranhense com o litoral e a Europa. Nos outros recantos, a história faz menção a eles no constante comércio com os potiguaras, no porto do Rifoles – na margem direita do Rio Potengi; nos dois ataques à Fortaleza do Cabedelo, na Paraíba, realizadas em 1591 e 1597. Nesta última, Migan foi gravemente ferido, mas sobreviveu. Foram eles que fundaram o núcleo urbano de Viçosa do Ceará38, sendo que a cidade ainda hoje conserva os topônimos do legado francês. O Pará e o Rio Amazonas eram lugares bem conhecidos destes navegadores. Quando Francisco Caldeira Castelo Branco partiu do Maranhão para fundar Belém (1615) levou consigo Des Vaux e Rabeau para auxiliarem na navegação e nos primeiros contatos com os índios de lá. Quando a esquadra de Daniel de La Touche, Francisco de Rasilly e o Barão de Sancy a 6 de agosto de 1612 vêem fundear frente a Jeviré (ponta de São Francisco), ali encontraram as feitorias de Du Manoir e do Capitão Guérard. Du Manoir, Riffault, Des-Vaux e os piratas de Dieppe, encontravam-se fundeados no porto, confirmam a presença continuada dos exploradores de todas as procedências nas costas do Maranhão, e do Norte em geral: uma companhia holandesa presidida pelo burgomestre de Flessingue39, ingleses, holandeses e espanhóis negociando com os índios o pau-brasil; armadores de Honfleur40 e Dieppe; o Duque de Buckigham41 e o conde de Pembroke42 e mais 52 associados fundaram uma empresa para explorar o Brasil; espanhóis de Palos43. Tanto comércio fez com bretões e normandos se estabelecessem com feitorias na Ilha Grande, e um desses lugares era a aldeia de Uçaguaba/Miganville (atual Vinhais Velho), misto de aldeia e povoação européia. O porto usado nessas atividades era o de Jeviré (Ponta d'Areia).

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Viçosa do Ceará é o primeiro município criado na Serra da Ibiapaba, inicialmente habitada por índios Tabajaras pertencentes ao ramo Tupi, anacé, arariú ecroatá do ramo Tapuia. Viçosa foi antiga aldeia de índios dirigida por padres da Companhia de Jesus(Veja Missão da Ibiapaba). Foi desbravada ao findar o século XVI, quando do contato dos índios com os franceses, vindos do Maranhão entre 1590 e 1604, data em que foram expulsos por Pero Coelho de Sousa, quando este fazia tentativas de colonização portuguesa no Ceará.. https://pt.wikipedia.org/wiki/Vi%C3%A7osa_do_Cear%C3%A1 39 Jan de Moor, burgomestre de Flessingue, dirigia uma companhia de conquista na Amazônia. Jayme I, da Inglaterra, concedia cartas-patentes a John Rovenso, Thomas Challomer e Roberto Marcourt, para o senhoreamento da região entre o Essequibo e o Amazonas. http://www.brasiliana.com.br/obras/pontos-de-partida-para-a-historia-economica-do-brasil/pagina/73 40 Honfleur é uma comuna francesa na região administrativa da Baixa-Normandia, no departamento Calvados. https://pt.wikipedia.org/wiki/Honfleur 41 Os títulos de Marquês e Duque de Buckingham, referindo-se à Buckingham, foram criados várias vezes nos pariatos Inglaterra, Grã-Bretanha, e no Reino Unido. https://pt.wikipedia.org/wiki/Ducado_de_Buckingham 42 El Condado de Pembroke, asociado con el Castillo de Pembroke, en Gales, fue creado por el rey Esteban de Blois. En varias ocasiones la línea se extinguió y el Condado hubo de ser recreado, empezando la cuenta de nuevo con el primer nuevo conde. El 1 de septiembre de 1533, Enrique VIII, ascendió a su esposa Ana 1 Bolena creando para ella el rango de marqués de Pembroke, en señal de honor, ya que su tío abuelo Jasper Tudor había sido Conde de Pembroke y el padre de Enrique VIII, Enrique VII, había nacido allí. Ana Bolena, reina consorte de Inglaterra por su matrimonio con Enrique VIII y primera marqués de Pembroke. El actual conde también ostenta el título de Conde de Montgomery, creado en 1605, para el hijo más joven del Henry Herbert, II conde de la octava creación antes de que él ascendiera como IV conde en 1630. Los actuales condes ostentan también los títulos subsidiarios de Barón Herbert de Cardiff, de Cardiff, en el Condado de Glamorgan (1551), Barón Herbert de Shurland, de Shurland, en la Isla de Sheppey, en el Condado de Kent (1605), y Barón Herbert de Lea, de Lea, en el Condado de Wilts (1861). Todos están en el rango de nobleza de Inglaterra excepto la Baronía de Herbert de Lea, que está en el rango de nobleza del Reino Unido. La sede familiar está en la Casa Wilton, en Wiltshire. https://es.wikipedia.org/wiki/Condado_de_Pembroke 43 Palos de la Frontera é um município da Espanha na província de Huelva, comunidade autónoma da Andaluzia. https://www.google.com.br/?gws_rd=cr&ei=NLTMVuXUKMTFwASa5I2ICQ#q=Palos


DETALHE DO MAPA HOLANDÊS ATRIBUIDO A FRANZ POST. A SETA AZUL APONTA PARA A LOCALIZAÇÃO DO FORTE DE SÃO 44 FRANCISCO, ANTIGO FORTE SARDINHA DOS FRANCESES – NOBERTO, 2016

FORTE DO SARDINHA

É quase inimaginável que todo esse aparato comercial existisse sem uma forte proteção das armas. Some-se que o chefe maior de tudo isso era David Mingan, o Minguão, o "chefe dos negros" (daí o nome de Miganville), que tinha a seu dispor cerca de 20 mil índios e era "parente do governador de Dieppe". Por fim, a localização da fortaleza está exatamente no lugar certo de proteção do Porto de Jeviré e da entrada do rio Maiove (Anil), que protegeria Miganville.

44 NOBERTO

DA SILVA, Antonio. SÃO LUÍS ANTES DA FUNDAÇÃO. IN ALL EM REVISTA, vol. 3, n. 3, julho a setembro de 2016, p. 237-240, préprint. Palestra apresenta por ocasião das comemorações dos 404 anos de fundação de são Luis, promovida pela Academia Ludovicense de Letras, em 8 de stembro, na casa de Cultura Huguenote Daniel de La Touche.


Fonte: PIANZOLA, 1968, p. 34

Pianzola, em sua obra “OS PAPAGAIOS AMERELOS – os franceses na conquista do Brasil (1992) 45 apresenta decalque de mapa datado de 1627, cujo original desapareceu, feito em torno de 1615 pelo português João Teixeira Albernaz46, cosmógrafo de sua Majestade, certamente feito a partir daquele que LaRavardiére deu ao Sargento- Mor Diogo de Campos Moreno47 durante a trégua de 1614.

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PIANZOLA, Maurice. OS PAPAGAIOS AMARELOS - os franceses na conquista do Brasil. São Luis: SIOGE, 1992. João Teixeira Albernaz, também referido como João Teixeira Albernaz I ou João Teixeira Albernaz, o Velho (Lisboa, último quartel do século XVI — c. 1662), para distingui-lo do seu neto homónimo, foi o mais prolífico cartógrafo português do século XVII. A sua produção inclui dezanove atlas, num total de duzentas e quinze cartas. Destaca-se pela variedade de temas, que registam o progresso das explorações marítimas e terrestres, em particular no que respeita ao Brasil. João Teixeira Albernaz I pertenceu a uma destacada família de cartógrafos cuja actividade se estende desde meados do século XVI até ao fim do século XVIII, incluindo o seu pai Luís Teixeira, o tio Domingos Teixeira, o irmão Pedro Teixeira Albernaz e o neto João Teixeira Albernaz, o Moço além de Estevão Teixeira. https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Teixeira_Albernaz,_o_Velho 47 Diogo de Campos Moreno (Tânger, 1566 – 1617) foi um militar português. Após ter combatido na Flandres, seguiu para o Brasil em 1602, com o posto de sargento-mor, junto com Diogo Botelho. No Maranhão juntou-se a Jerônimo de Albuquerque Maranhão e a Alexandre de Moura na luta contra os franceses e seus aliados indígenas, estabelecidos na chamada França Equinocial, conseguindo a vitória em 1615. Com base nas suas experiências no Brasil redigiu o "Livro que Dá Razão ao Estado do Brasil" (1612) e a "Jornada do Maranhão" (1614), obras que não assinou. Nesta última, Moreno relata a conquista do território, embora tenha enaltecido os seus próprios feitos. Foi tio de Martim Soares Moreno. https://pt.wikipedia.org/wiki/Diogo_de_Campos_Moreno 46


O autor chama atenção para os nomes constantes dos mapas, entre os quais muitos de origem francesa, ‘traduzidos’ para o português. Vê-se, na Grande Ilha dentre outros, Migao-Ville, propriedade do intérprete de Dieppe, David Migan, seguramente um psudônimo, no entender de Pianzola: “[...] No último quartel daquele século, o que era apenas um posto de comércio, sem maior raiz, tornou-se morada definitiva dos corsários gauleses, vindos de Dieppe, Saint-Malo, Havre de Grace e Rouen, que aqui deixavam seus trouchements (tradutores) que viviam simbioticamente com os tupinambá (escreve-se sem “s” mesmo). Entre estes estava David Migan, o principal líder francês desta época. Ele era o “chefe dos negros” (índios) e “parente do governador de Dieppe”. Tinha a seu dispor cerca de vinte mil guerreiros silvícolas e residia na poderosa aldeia de Uçaguaba (atual Vinhais Velho), apelidada de Miganville[...].(NOBERTO SILVA, 2011).

A partir da França Equinocial o Maranhão passou compreender parte do Ceará (desde o Buraco das Tartarugas – Jericoacoara), o que foi referendado pelo governador geral do Brasil e, poucos anos depois, quando da divisão do Brasil, em 1621, estendendo o território até o Mucuripe, serviu de marco para a criação do Estado do Maranhão, com capital em São Luís compreendendo ainda o Ceará e o Grão-Pará. Tal divisão era praticamente igual aos limites extra-oficiais do empreendimento capitaneado por La Ravardière, conquistado por Riffault, Des Vaux, e Davi Migan...


FIM DE UM MITO LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ48 Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão Academia Ludovicense de Letras Vieira afirmou que os Tupinambá e Tabajara contaram-lhe que os povos Tupi migraram para o Norte do Brasil pelo mar, vindos de um país que não mais existia, e que o país Caraíba teria desaparecido progressivamente, afundando no mar. Os tupis salvaram-se, rumando para o continente. Os tabajaras diziam-se o povo mais antigo do Brasil e se chamavam de "tupinambás", (homens da legítima raça tupi), desprezando parte dos outros tupis, com o insulto "tupiniquim" e "tupinambarana", (tupis de segunda classe), e sempre conservaram a tradição de que os tupis eram originados de sete tribos; e que o povo tapuia, do povo tupi, eram os verdadeiros indígenas brasileiros (RAHME, 2013). O arqueólogo maranhense Arkley Bandeira (2013) traz que a ocupação do Vinhais Velho – na Ilha de Upaon-Açú, ou de São Luis – é datada de pelo menos 3.000 anos. As datações obtidas, para as ocupações humanas que habitaram o Vinhais Velho, possibilitaram construir uma cronologia para a presença humana nesta região da Ilha de São Luis, que data desde 2.600 anos atrás se estendendo até a chegada dos colonizadores (1590-1612?). Essas datações se relacionam com os três períodos de ocupação humana no Vinhais Velho em tempos pré-históricos: ocupação sambaqueira/conchífera - durou até 1.950 atrás, com uma permanência de 650 anos. (p. 76); ocupação ceramista com traços amazônicos - em torno de 1840 anos atrás foi novamente ocupada por grupos humanos bastante diferentes dos povos que ocuparam o sambaqui. Esses grupos produziam uma cerâmica muito semelhante às encontradas em regiões amazônicas, sendo prováveis cultivadores de mandioca. (p. 76). Esses grupos habitaram a região do Vinhais Velho até o ano 830 antes do presente, totalizando uma ocupação de 1.010 anos. A provável origem dos grupos ceramistas associados à terra preta é a área amazônica, possivelmente o litoral das Guianas e do Pará. (p. 76). Por último, a ocupação Tupinambá (p. 75) ocorreu em torno de 800 anos antes do presente e durou até o período de contato com o colonizador europeu, já no século XVII. Trata-se de povos Tupinambás, que ocuparam essa região, possivelmente vindos da costa nordestina, nas regiões do atual Pernambuco e Ceará. A ocupação Tupi, a julgar pelas datações durou pouco mais de 800 anos (p. 76). Nos anos 1970, outro pesquisador deu visibilidade à ocupação humana pré-histórica da Ilha de São Luís - Mário Ferreira Simões, ligado ao Museu Paraense Emílio Goeldi que realizou o Projeto São Luís. A pesquisa inspecionou oito sambaquis com o objetivo de comparar os sítios residuais de São Luís com os do litoral leste e litoral paraense. Essas pesquisas resultaram nas primeiras datações para os assentamentos humanos pré-históricos do Estado do Maranhão, em torno de 2.686 anos antes do presente. Outro pesquisador, Ludwig Schwennhagen (1924) afirma que a migração dos povos Tupi ao Norte do Brasil pode ser calculada para a data de 3000 a 2000 a.C. As ultimas levas entraram quando se quebraram as terras do golfo do México e do mar Caraibico. Assim se pode colocar a ocupação e cultivação da ilha do Maranhão na época de 2000 anos a.C., ou 3500 anos antes da chegada dos europeus. Para esse pesquisador, todos os momentos geográficos e etnográficos indicam que a ilha do Maranhão constituía, na primeira época das grandes navegações, isto é, entre 3500 a 1000 anos antes da era cristã, um empório marítimo e comercial. Essa época começou naquele momento em que se completou o desmoronamento do antigo continente Atlantis e que os povos que lá se refugiaram no ocidente, quer dizer na America Central, ou no oriente, nos países ao redor do mar Mediterrâneo. Enéas Barros (s.d.), ao analisar a obra de Ludwig Schwennhagen, considera que “Tupi” significa “Filho de Tupã”, e foi dado aos povos indígena que habitavam a antiga Atlântida. Eram sete tribos, que fugiram para outra grande ilha, a Caraíba (situada no Mar das Antilhas), em função do desmoronamento da Atlântida. Essa outra ilha teve o mesmo fim, fazendo com que os indígenas fugissem para a região da Venezuela. 48

http://www.blogsoestado.com/leopoldovaz/2016/10/06/fim-de-um-mito/ http://cev.org.br/comunidade/maranhao/debate/fim-de-um-mito/


O país Caraíba todos os anos desligava-se em pedaços até que desapareceu inteiramente afundado no mar. Contam que os tupis salvaram-se em pequenos botes, rumando para o continente onde já está a República da Venezuela... Quando chegaram os primeiros padres espanhóis na Venezuela, contaram-lhes os piegas aqueles acontecimentos do passado. Disseram que a metade da população das ilhas, ameaçadas pelo mar, retirou-se em pequenos navios para a Venezuela, mas que morreram milhares na travessia. A outra metade foi levada em grandes navios para o Sul onde encontraram terras novas e firmes. Ao tomarem conhecimento da existência desses povos na Venezuela, os fenícios conseguiram levá-los em seus navios para o norte do Brasil. O local para a ordem e Congresso dos povos Tupis foi batizado pelos piagas (pagés) de Piagui, de onde originou-se Piauhy. Geograficamente, o lugar era Sete Cidades. Para Ludwig, a palavra Piauí significa terra dos piagas, condenando a interpretação de que o nome provém do peixe piau, abundante nas águas do Rio Parnaíba. Varnhagem, Visconde de Porto Seguro, confirma na sua História Brasileira, que essa tradição a respeito da emigração dos Caris-tupis, da Caraíba para o Norte do continente sul-americano, vive ainda entre o povo indígena da Venezuela. Para Ludwig Schwennhagen os fenícios transportaram os tupis, palavra que significa filho de Tupan, de lugar onde está hoje o Mar das Caribas onde havia”um grande pedaço de terra firme, chamado Caraíba (isto é, terra dos caras ou caris). Nessa Caraíba e nas ilhas em redor viviam naquela época as sete tribos da nação tupi que foram refugiados da desmoronada Atlântida, chamaram-se Caris, e eram ligados aos povos cários, do Mar Mediterrâneo... Justifica-se a origem do nome Tupi pela língua dos Cários, Fenícios e Pelasgos, onde o substantivo Thus, Thur, Tus, Tur e Tu significa sacrifícios de devoção. O infinitivo do verbo sacrificar é, no fenício, tuna, originando tupã. “A origem de Tupã, como nome de Deus onipotente, recua à religião monoteísta de Car”, afirma Ludwig. Por volta do ano 1.000, os territórios amazônicos haviam sido conquistados pelos movimentos de expansão dos povos tupi-guaranis, aruaques e caribes, principalmente. É por essa época que a Amazônia provavelmente atingiu uma das maiores densidades demográfica. (MIRANDA, 2007, p. 15). Luciara Silveira de Aragão e Frota (2014) afirma que a dispersão da grande família Tupi-guarani parece ter sido das mais remotas. Bem mais remota que a verificada com os Aruaques. Sua origem seria dos protomalaios que, em várias correntes, acostaram no istmo do Panamá. Os tabajaras diziam-se os povos mais antigos do Brasil, isso quer dizer que eles foram aquela tribo dos tupis que primeiro chegou ao Brasil , e que conservou sempre as suas primeiras sedes entre o rio Parnaíba e a serra da Ibiapaba. Desse relato é, pois de se encaminhar para a conclusão de que os tabajaras foram precedidos pelos cariris no povoamento do Ceará, e antecederam aos potiguares dentro da divisão denominada de grupo Brasília (POMPEU SOBRINHO1955). Repetindo, o padre Antonio Vieira, o grande apóstolo dos indígenas brasileiros, assevera em diversos pontos de seus livros, que os Tupinambás, como os Tabajaras, contaram-lhe que os povos tupis imigraram para o Norte do Brasil pelo mar, vindos dum país que não existia mais”, com os primeiros emigrantes teriam aportado em Tutóia e daí se dividiram em três povos: Tabajaras, entre o rio Parnaíba e a serra da Ibiapaba; os Potiguares além do rio Poti, e Cariris que tomaram as terra da Ibiapaba para o nascente. A segunda leva de emigrantes veio dar a um segundo ponto - escolhido pelos fenícios- a ilha do Maranhão que denominaram Tupaon (burgo de Tupan). Os Tabajaras duvidaram da legitimidade de tupi de tais emigrantes, pois eles trouxeram antigos indígenas Caraíbas que para eles trabalhavam. Adotaram eles então o nome referencial de Tupinambás [...]. Pois bem, esse o mito da primeira ocupação da Ilha do Maranhão – a terra sem males... Mito que começa a ser desvendado pela recente divulgação (2013; 2016) de uma descoberta do ano de 2000 ocorrida a noroeste da costa de Cuba - um grupo de cientistas canadenses descobriu uma cidade perdida a 700 metros de profundidade https://www.youtube.com/watch?v=-gKEU3kkeMQ., quando um robô submarino tirou as fotografias das ruínas de edifícios, quatro pirâmides gigantes e um objeto parecido com uma esfinge. Especialistas sugerem que os edifícios pertencem ao período pré-clássico do Caribe e da história da América Central. A antiga cidade podia ser habitada por uma civilização semelhante aos habitantes de Teotihuacán (cidade fantasma de cerca de 2000 anos, localizada a 50 km da cidade do México). Já


pesquisadores independentes afirmam que as ruínas provavelmente são de Atlântida, o lendário continente desaparecido mencionado pela primeira vez pelo filósofo Platão.

https://www.youtube.com/watch?v=-gKEU3kkeMQ. https://piramidal.net/2013/03/13/antiga-cidade-submersa-e-encontrada-no-triangulo-das-bermudas-seria-atlantida/; http://paralelosexperimentais-rubensurue.blogspot.com.br/2013/05/gigantesca-cidade-submersa-descoberta.html; http://descobertasarqueologicas.blogspot.com.br/2016/03/antiga-cidade-submersa-encontrada-no.html; http://thoth3126.com.br/atlantida-restos-de-uma-imensa-cidade-encontrada-na-costa-de-cuba/

BANDEIRA, Arkley Marque. VINHAIS VELHO: ARQUEOLOGIA, HISTÓRIA E MEMÓRIA. São Luis: Edgar Rocha, 2013. BANDEIRA, Arkley Marques. OS REGISTROS RUPESTRES NO ESTADO DO MARANHÃO, BRASIL, UMA ABORDAGEM BIBLIOGRÁFICA. In http://www.naya.org.ar/congreso2002/ponencias/arkley_marques_bandeira.htm BANDEIRA, Arkley Marques. POVOAMENTO PRÉ-HISTÓRICO DA ILHA DE SÃO LUÍS-MARANHÃO: SÍNTESE DOS DADOS ARQUEOLÓGICOS E HIPÓTESES PARA COMPREENSÃO DESSA PROBLEMÁTICA. Anais do V encontro do Núcleo Regional Sul da Sociedade de Arqueologia Brasileira – SAB/Sul. De 20 a 23 de novembro de 2006, na cidade de Rio Grande, RS. http://www.anchietano.unisinos.br/sabsul/V%20%20SABSul/comunicacoes/59.pdf BANDEIRA, Arkley Marques. A PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO EM ARQUEOLOGIA: hipóteses sobre o povoamento pré-colonial na Ilha de São Luís a partir das campanhas arqueológicas de Mário Ferreira Simões. Outros Tempos, www.outrostempos.uema.br, ISSN 1808-8031, volume 03, p. 18-36 25 BANDEIRA, Arkley M. UM PANORAMA SOBRE OS REGISTROS RUPESTRES NO ESTADO DO MARANHÃO. Monografia apresentada ao Curso de História como requisito para conclusão do mesmo. Universidade Estadual do Maranhão. Campus Paulo VI, São Luís, 2003.


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OS 423 ANOS DA VILA (VELHA) DE VINHAIS 49 LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão Academia Ludovicense de Letras O IHGM, em evento recente, (re)lançou “Dois estudos”, de José de Ribamar Caldeira, por ocasião da doação de sua biblioteca àquela instituição de pesquisa e guardiã da memória/história do Maranhão. O Discurso de Japi-açu e Momboré-uaçu é o que nos interessa. Ao transcrever – e analisar – os dois discursos, dá-nos informações de que A "ilha de Maranhão" e suas cercanias haviam sido povoadas tardiamente pelos Tupinambá. Claude d'Abbeville afirma haver encontrado testemunhas oculares daquela primeira vaga migratória, ocorrida provavelmente entre 1560 e 1580. Muitos desses índios ainda viviam e se recordavam de que, tempos após a sua chegada na região, fizeram uma festa, ou vinho, a que dão o nome de cauim. Em seu discurso, Japi-açu alude ao domínio dos portugueses, que os forçou a abandonar sua terra (Pernambuco e Potiu) e a refugiar-se aqui (Upaon-açú). Existem inúmeras outras narrativas concordantes com a de Claude d'Abbeville, a fim de assegurar-se do período provável dessa primeira migração (entre 1560 e 1580). A costa atlântica, do Amazonas à Paraíba, era povoada pelos Tapuia. Essa primeira migração é a única que teve como resultado uma nova extensão dos Tupi, que para escaparem do convívio com os portugueses optaram por migrar para Oeste – em busca da Terra sem males – fixando-se no Maranhão após terem combatido e expulsado para distante de si outros grupos indígenas por eles aqui encontrados. Os franceses incluíram visitas constantes de alguns de seus líderes às aldeias, nas quais pronunciavam discursos louvando as virtudes dos franceses e estimulando o ódio dos índios pelos portugueses, além de promessas de proteção aos indígenas contra estes, e orientação e assistência religiosa. Era encarregado de tais pronunciamentos Françoise de Rasilly e Charles dês Vaux, aventureiro huguenote que estivera no Maranhão por longo período de tempo no final do século XVI e que fora um dos principais incentivadores, junto à corte francesa, para a organização de expedição destinada à instalação da França Equinocial. Charles des Vaux, junto com Jacques Riffault, David Migan, e Adolphe de Montville, na companhia de centenas de outros navegadores e selvagens de diferentes tribos, se faziam presentes nos mais diversos recantos do Norte e Nordeste brasileiro, entre o Potengi e o Amazonas. Em 1583, dois capitães franceses disseram a sir Walter Ralegh conhecer o Maranhão, mas nunca se saberá se se tratava do Maranhão ilha ou do Maranhão rio. Já em 1594, Jacques Riffault, depois de Natal, veio para São Luis, no Maranhão. Junto com Charles des Vaux aporta na Ilha Grande, atual Ilha de São Luis, no Maranhão. O navio de Jacques Riffault naufraga nos baixios da ilha, mais tarde denominada Sant´Ana. Riffault e Des Vaux aqui desembarcados fundam um estabelecimento que se tornou o "refúgio dos piratas". Mas para os seus planos, um simples estabelecimento não significava grande obra; pensaram em aí fundar uma colônia: a França Equinocial. Data de 1596 a visita de um Capitão Guérard, que armou dois navios, sendo um deles para o Maranhão, estabelecendo com regularidade as visitas à terra de corsários de Dieppe, de La Rochelle e de Saint Malo. É nesse ano que o Ministro Signeley toma como ponto de partida dos direitos da França nesta região, funcionando como uma linha regular de navegação entre Dieppe e a costa leste do Amazonas. Na virada do século, segundo o padre e cronista Luis Figueira, que escreveu sua penosa saga na Serra de Ibiapaba, os franceses no Maranhão contavam, inclusive, com “duas fortalezas na boca de duas grandes ilhas”. Uma destas fortificações, por certo, era o Forte do Sardinha, localizado no atual bairro Ilhinha, nos fundos do bairro Basa em São Luís. Esta, em mãos portuguesas, foi nomeada de Quartel de São Francisco, que deu nome ao bairro. Servia de proteção ao lugar, em especial, a Uçaguaba, reduto de Migan. Datado de 26 de julho de 1603 há um arresto do tenente do Almirantado em Dieppe relativo a mercadorias trazidas do Maranhão, ilha do Brasil, pelo Capitão Gérard. Tem-se noticias também de Du 49

Publicado em http://maranhaomaravilha.blogspot.com.br/2016/09/vila-velha-de-vinhais-422-anos.html 17 de outubro de 2016


Manoir em Jeviré; Millard e Moisset, também encontrados na Ilha Grande. Os comandados de Du Manoir e Gérard chegam a quatrocentos; há esse tempo já dois religiosos da Companhia de Jesus haviam estado no Norte do Brasil. Entre 1603-1604 Jacques Riffault percorre o litoral do Ceará, quando o Capitão-mor Pero Coelho de Souza recebeu Regimento, passado pela Coroa ibérica, que lhe determinava descobrir por terra o porto do Jaguaribe, tolher o comércio dos estrangeiros, descobrir minas e oferecer paz aos gentios" e "fundar povoações e Fortes nos lugares ou portos que melhores lhe parecerem". Riffault fora buscar recursos e permissão na Europa, partindo para a França, divulgando as grandes riquezas da terra e facilidades de conquista. Charles Des Vaux ficara em terra conquistando a confiança dos tupinambás, para aprender a sua língua. O interior do Maranhão era bem conhecido por eles. O Mearim, Itapecuru, Munim, Grajaú, Tocantins e tantos outros eram vias utilizadas que ligavam o interior maranhense com o litoral e a Europa. O Pará e o Rio Amazonas eram lugares bem conhecidos destes navegadores. Quando Francisco Caldeira Castelo Branco partiu do Maranhão para fundar Belém (1615) levou consigo Des Vaux e Rabeau para auxiliarem na navegação e nos primeiros contatos com os índios de lá. Foram eles que fundaram o núcleo urbano de Viçosa do Ceará, sendo que a cidade ainda hoje conserva os topônimos do legado francês. Quando a esquadra de Daniel de La Touche, Francisco de Rasilly e o Barão de Sancy a 6 de agosto de 1612 vêem fundear frente a Jeviré (ponta de São Francisco), ali encontraram as feitorias de Du Manoir e do Capitão Guérard. Du Manoir, Riffault, Des-Vaux e os piratas de Dieppe, encontravam-se fundeados no porto, confirmam a presença continuada dos exploradores de todas as procedências nas costas do Maranhão, e do Norte em geral: uma companhia holandesa presidida pelo burgomestre de Flessingue, ingleses, holandeses e espanhóis negociando com os índios o pau-brasil; armadores de Honfleur e Dieppe; o Duque de Buckigham e o conde de Pembroke e mais 52 associados fundaram uma empresa para explorar o Brasil; espanhóis de Palos.

FORTE DO SARDINHA

O Forte Sardinha, edificado em local estratégico, elevado e fronteiro ao porto de Jeviré, dava proteção a este ancoradouro (onde atualmente acontece desembarque de quem chega de Alcântara), à feitoria implantada pelo capitão Jacques Riffault e pelo imediato Charles d’Esternou des Vaux, e à povoação onde residia o tradutor e parente do governador de Dieppe, David Migan, no atual Vinhais Velho. E vigiava também a entrada do rio Anil, principal via aquática para o interior. O nome Ilhinha, aliás, sugere o óbvio, que toda aquela região formava uma pequena ilha, pois margeada por um lado pelo Igarapé da Jansen, que no início dos mil e seiscentos ficou conhecido como rio da Olaria, que se juntava a Lagoa, ao Renascença e ao Jaracati, até se encontrar com o rio Maioba ou Cutim, que mais tarde receberia o nome de rio Anil, ao pé da ponte Bandeira Tribuzzi. A pequena ilha era o abrigo ideal contra invasões, pois enquanto dificultava qualquer ataque inimigo, permitia escape para o interior da Ilha Grande em direção à aldeia de Uçaguaba, que se tornou a Miganville do tradutor francês David Migan, primeira povoação europeia do Maranhão e de toda a região. Tanto comércio fez com bretões e normandos se estabelecessem com feitorias na Ilha Grande, e um desses lugares era a aldeia de Uçaguaba/Miganville (atual Vinhais Velho), misto de aldeia e povoação européia. O porto usado nessas atividades era o de Jeviré (Ponta d'Areia). É quase inimaginável que todo esse aparato comercial existisse sem uma forte proteção das armas. Some-se que o chefe maior de tudo isso era David Mingan, o Minguão, o "chefe dos negros" (daí o nome de


Miganville), que tinha a seu dispor cerca de 20 mil índios e era "parente do governador de Dieppe". Por fim, a localização da fortaleza está exatamente no lugar certo de proteção do Porto de Jeviré e da entrada do rio Maiove (Anil), que protegeria Miganville.

DETALHE DO MAPA HOLANDÊS ATRIBUIDO A FRANZ POST. A SETA AZUL APONTA PARA A LOCALIZAÇÃO DO FORTE DE SÃO FRANCISCO, ANTIGO FORTE SARDINHA DOS FRANCESES – NOBERTO, 2016

Pianzola, em sua obra “OS PAPAGAIOS AMERELOS – os franceses na conquista do Brasil (1992) apresenta decalque de mapa datado de 1627, cujo original desapareceu, feito em torno de 1615 pelo português João Teixeira Albernaz, cosmógrafo de sua Majestade, certamente feito a partir daquele que LaRavardiére deu ao Sargento- Mor Diogo de Campos Moreno durante a trégua de 1614. O autor chama atenção para os nomes constantes dos mapas, entre os quais muitos de origem francesa, ‘traduzidos’ para o português. Vê-se, na Grande Ilha dentre outros, Migao-Ville, propriedade do intérprete de Dieppe, David Migan


[...] No último quartel daquele século, o que era apenas um posto de comércio, sem maior raiz, tornou-se morada definitiva dos corsários gauleses, vindos de Dieppe, Saint-Malo, Havre de Grace e Rouen, que aqui deixavam seus trouchements (tradutores) que viviam simbioticamente com os tupinambá (escreve-se sem “s” mesmo). Entre estes estava David Migan, o principal líder francês desta época. Ele era o “chefe dos negros” (índios) e “parente do governador de Dieppe”. Tinha a seu dispor cerca de vinte mil guerreiros silvícolas e residia na poderosa aldeia de Uçaguaba (atual Vinhais Velho), apelidada de Miganville[...].(NOBERTO SILVA, 2011). Quando da implantação da França Equinocial esse complexo passou para mãos oficiais. Uçaguaba/Miganville passou a ser chamada pelos cronistas Claude Abbeville e Yves d'Evreux de "o sítio Pineau" em razão de Louis de Pèzieux, primo do Rei, ter adotado o local como moradia. Japi-açu, através de Migan, convida Françoise de Rasily para ter com ele em sua aldeia para tratar de assuntos importantes; lá Japi-açu diz que já estavam começando, os indígenas, a se aborrecer por não chegarem os guerreiros franceses sob o comando de um grande morubixaba; que já tinham resolvido abandonar a região com receio dos perós. Afinal, já estavam cansados de negociar com os naturais de Dieppe, “pobres marinheiros e negociantes”, que lhes prometiam a vinda de um grande chefe para os proteger dos portugueses. Japi-açu percebe que os integrantes da frota destinada a instalar a França Equinocial não eram ‘pobres marinheiros e negociantes’ – como os que viviam no Maranhão entre os indígenas desde o final do século XVI -, ‘nossos bons amigos’, referindo-se àqueles que viviam desde certo tempo entre os Tupinambá, mas um exercito de ‘bravos soldados’ para a defesa contra os inimigos. Do discurso de Momboré-uaçu – capitulo XXIV, intitulado Do que ocorreu em Eussauap durante a nossa visita, acontecida num domingo (20 de outubro de 1612...), após a realização de missa à qual compareceram os “habitantes de Eussauap juntamente com os franceses– este afirma que vira a chegada dos perós em Pernambuco e Potiú; e da mesma forma que com os portugueses, aconteceu com os franceses. Poucos meses depois o então ativo complexo bélico-portuário-comercial sob a proteção do Forte Sardinha foi esvaziado e substituído pelo momento oficial estabelecido no Maranhão da França Equinocial pelos generais La Ravardière e Razilly: Tem-se, pois, que a ocupação do Maranhão com o estabelecimento de uma povoação ininterruptamente ocupada por europeus, em especial, franceses, se deu em 1594, com o estabelecimento de Miganville, mais junto á aldeia de Uassap - Eussauap – hoje, Viva Velha de Vinhais; e a missa, celebrada aquela primeira, se deu na capelinha ali construída, no dia 20 de outubro de 1612... Na falta de uma data fixada naquele ano de 1594 – seria março? – comemora-se os 423 anos da ‘fundação’ de Miganville/Onçaguaba - Uassap - Eussauap/Aldeia da Doutrina (1617 ou 1622, dos Jesuítas)/Vila (Nova) de Vinhais (1755-1835)... Temos o dia 20 de outubro como data de comemoração, quando dos 405 anos da primeira missa rezada e chantada a cruz... ABBEVILLE, Claude d’. HISTÓRIA DA MISSÃO DOS PADRES CAPUCHINOS NA ILHA DO MARANHÃO E TERRAS CIRCUNVIZINHAS. Belo Horizonte: Itatiaia, 1975. CALDEIRA, José de Ribamar Chaves. DOIS ESTUDOS: os discursos de Japi-açu e Momboré-uaçu e Vdiagem no Maranhão, 1800-1850. São Luis: EDUFMA, 2004 DAHER, Andrea. A conversão dos Tupinambá entre oralidade e escrita nos relatos franceses dos séculos XVI e XVII, HORIZ. ANTROPOL. vol. 10 no. 22. Porto Alegre. July/Dec. 2004 http://dx.doi.org/10.1590/S0104-71832004000200004 EVANDRO JUNIOR. : Saint Louis Capitale de La France Equinoxiale Riqueza histórica esquecida. IN Jornal O Estado do Maranhão em 18.12.11, disponível em http://maranhaomaravilha.blogspot.com/2011/12/saint-louis-capitale-de-lafrance.html . MEIRELES, Mário Martins. FRANÇA EQUINOCIAL. 2 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; São Luis: Secretaria de Cultura do Maranhão, 1982 NOBERTO DA SILVA, Antonio. SÃO LUÍS ANTES DA FUNDAÇÃO. IN ALL EM REVISTA, vol. 3, n. 3, julho a setembro de 2016, p. 237-240, pré-print. Palestra apresenta por ocasião das comemorações dos 404 anos de fundação de são Luis, promovida pela Academia Ludovicense de Letras, em 8 de setembro, na casa de Cultura Huguenote Daniel de La Touche. NOBERTO DA SILVA, Antonio. SÃO LUÍS ANTES DA FUNDAÇÃO. IN JORNAL PEQUENO, SÃO LUIS, 8 DE SETEMBRO DE 2016 NOBERTO DA SILVA, Antonio. SÃO LUÍS ANTES DA FUNDAÇÃO. IN O IMPARCIAL, SÃO LUIS, 8 DE SETEMBRO DE 2016 NOBERTO DA SILVA, Antônio. O Maranhão francês sempre foi forte e líder. In http://www.netoferreira.com.br/poder/2011/11/omaranhao-frances-sempre-foi-forte-e-lider/, 05/11/2011 14h25 05/11/2011 14h25. PIANZOLA, Maurice. OS PAPAGAIOS AMARELOS - os franceses na conquista do Brasil. São Luis: SIOGE, 1992.


VAZ Leopoldo Gil Dulcio. UM DISCURSO, UMA CERTEZA... DOS 422 ANOS DA VILA (VELHA) DE VINHAIS. In ALL EM REVISTA, vol. 3, n. 3, julho a setembro de 2016, p. 237-240, pré-print.VAZ Leopoldo Gil Dulcio. DOS 422 ANOS DA VILA (VELHA) DE VINHAIS. In BLOG DO Leopoldo Vaz, sexta-feira, 16 de setembro de 2016 às 16:47, disponível em http://www.blogsoestado.com/leopoldovaz/2016/09/16/dos-422-anos-da-vila-velha-de-vinhais/


NA(S) ACADEMIA(S) – LITERATURA LUDOVICENSE/ MARANHENSE ESTA SESSÃO É DESTINADA AOS ARTIGOS SOBRE LITERATURA LUDOVICENSE/MARANHENSE, E O REGISTRO DE SUA MEMÓRIA


O BRADO DE REGINALDO TELLES DE SOUSA: “ACORDA MOCIDADE! ACORDA ATENIENSE!” E O ATENIENSE ACORDOU... LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Academia Ludovicense de Letras Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão Escrevi, na apresentação do livro de poesias de Reginaldo Telles que sua nora, Denise Martins de Araújo, chamara-me à sua sala, na Academia Viva Água dizendo-me precisar que editasse um livro de poesias. De Reginaldo Telles... Perguntou-me se o conhecia. Ao que respondi que sim, conhecia-o pai do Osvaldo e da Regina; Sim, o político, ligado ao Dr. Jackson e ao Neiva Moreira; Sim, o jornalista brilhante, de uma geração em que se fazia um jornalismo sério, sem paixão – sem a paixão político-partidária, a soldo de quem paga mais para ‘criar’ verdades e macular biografias... Não. Não conheço o poeta! Mas sei que todo maranhense nasce poeta. Que todo poeta busca no jornalismo um meio de sobrevivência, para poder poetar... Mais tarde, ao buscar material para a construção de uma Antologia Ludovicense, para a Academia Ludovicense de Letras, deparei-me com outro Reginaldo Telles... Aquele jovem liceista, da mesma geração de Tribuzzi, Lago Burnett, José Sarney, que bebiam de Neiva Moreira, Ignácio Rangel, Josué Montello, Oswaldino Marques, Franklin de Oliveira, Odylo Costa, filho, Antonio de Oliveira, Manoel Caetano Bandeira de Mello, Erasmo Dias, Mário Meireles e Nascimento Moraes. Rossini Corrêa (1989) 50 vai identificá-los como a Geração de 30. Daquela jovem Geração de 30, que se vai congregar no Cenáculo Graça Aranha, estimulada que foram pelo Mestre Antonio Lopes da Cunha, professor do Liceu Maranhense. Josué Montello foi o orador na solene fundação do Cenáculo) 51, 52. Terminada a década de 30, os principais entusiastas da mocidade intelectual maranhense estavam radicados no Rio de Janeiro, onde acreditavam ter perspectivas de reconhecimento nacional como escritores e estudiosos; outros permaneceram no Maranhão... Há que se destacar que, entre as décadas de 30 e 40, o fenômeno de aliciamento de poetas, romancistas e ensaístas foi um fenômeno nacional53. Com Paulo Ramos, a máquina do Estado foi expandida. Houve um crescimento das instituições públicas. Surgiu um mercado de trabalho mais típico dos intelectuais. Estes, antes “reclusos à existência vacilante da boemia, de mestre-escola e do jornalismo provinciano” passaram a “compartilhar das responsabilidades administrativas do Estado” (CORRÊA, 1993) 54 . Para Corrêa (2001), talentos ressalvados, Edmo Leda e Sebastião Corrêa morreram precocemente, e Erasmo Dias e Paulo Nascimento Moraes não construíram, de maneira organizada, obras literárias. Cedo também desapareceu Viana Guará. E alguns, como costumeiro, não confirmaram a vocação matinal, não deixando vestígio na história da literatura maranhense. Foi Corrêa da Silva quem sustentou o fogo do combate - afirma Corrêa (2001) 55 – minimizadas as fileiras da falange erguida por Antonio Lopes, nas páginas do Diário do Norte, com o suplemento “Renovação”, que substitui tanto o Cenáculo Graça Aranha, quanto o Centro Maranhense de Artes e Letras. “Renovação” extingue-se com a debandada de quase todos os seus fundadores para fora da ilha, não deixando maiores frutos, mas deve ser lembrado pelo que representou para um punhado de jovens talentosos.

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CORRÊA, Rossini. O MODERNISMO NO MARANHÃO. Brasília: Corrêa & Corrêa, 1989. CORRÊA, Rossini. ATENAS BRASILEIRA; A CULTURA MARANHENSE NA CIVILIZAÇÃO NACIONAL. Brasília: Thesaurus; Corrêa & Corrêa, 2001 CORRÊA, Rossini. ATENAS BRASILEIRA; A CULTURA MARANHENSE NA CIVILIZAÇÃO NACIONAL. Brasília: Thesaurus; Corrêa & Corrêa, 2001 53 BARROS, Antonio Evaldo Almeida. INVOCANDO DEUSES NO TEMPLO ATENIENSE: (Re) inventando tradições e identidades no Maranhão (1940-1960). Outros Tempos, www.outrostempos.uema.br, volume 03, p.156-181 54 CORRÊA, Rossini. FORMAÇÃO SOCIAL DO MARANHÃO: O PRESENTE DE UMA ARQUEOLOGIA. São Luis: SIOGE, 1993. 55 CORRÊA, Rossini. ATENAS BRASILEIRA; A CULTURA MARANHENSE NA CIVILIZAÇÃO NACIONAL. Brasília: Thesaurus; Corrêa & Corrêa, 2001 51 52


Barros (2005, 2013?) 56, ao analisar a literatura maranhense num recorte temporal de 1930 a 1960, afirma que, politicamente, podemos afirmar a existência de dois momentos: Primeiro, entre fins da década de 30 e metade da década de 40. Em 1939 aparece o primeiro número da “Revista Athenas” – dirigida por J. Pires -, e, nas palavras de Nascimento Moraes (1939) 57, tratar-se-ia de “uma arrancada” comprovadora de que “A Athenas Brasileira vive. Não é menos vigorosa a sua expressão mental”. Este é um momento em que a noção de cultura – e tradição – indicada pelo desejo da afirmação do termo “Atenas” ainda continua a apontar, sobretudo para uma tradição que valoriza a Europa, um texto velho, mas continuamente revitalizado: [...] em se tratando de uma publicação maranhense, feita no Maranhão, levará os leitores daquela ‘Athenas’ do tempo de Perycles, de Sócrates, de Xenophonte, de Phidias [...] E dirão que ‘Athenas’ é hoje synonimo de escombros, de ruínas, e é o nome que forçará o espírito a recordar um passado de glórias e a physionomia moral de um povo que já deu o que podia dar. Entretanto [...] digam que se transmudam, que se reformam, que se reorganizam, e que tomam novas directrizes. Mas não se verificam desornamentos nas edificações feitas. O que ficou construído servirá de alicerce a novas edificações [...] A Athenas Brasileira vive. Não é menos vigorosa a sua expressão mental. (MORAES, 1939, 58p. 1-2, grifos nossos, citado por Barros, 2005, p. 80)59. Nesse período, além da chamada Geração de 30, ou sob sua interferência/influencia, aparece o Centro Cultural Gonçalves Dias. No dizer de Corrêa (1989) 60, organizada com a participação de intelectuais experimentados, como Luso Torres, Manoel Sobrinho, Clodoaldo Cardoso, Bacelar Portela e Nascimento de Moraes (pai), acrescido pelos representantes da mocidade, como Nascimento Morais Filho, Vera Cruz Santana, Arimatéia Atayde, José Figueiras, Agnor Lincoln da Costa, Antonio Augusto Rodrigues, José Bento Nogueira Neves e Haroldo Lisboa Olimpio Tavares. E, claro, Reginaldo Telles de Sousa... Corrêa (1989, p. 66) traz o depoimento de um dos fundadores do Centro: “Sentimos que a Academia Maranhense de Letras atravessava uma fase de silencio e que a juventude não recebia estímulos no plano literário. Resolvemos, por isso, fundar uma agremiação que pudesse acordar a Academia e, ao mesmo tempo, oferecer aos jovens, nos encontros semanais, oportunidade para o despertar de tendências. A entidade significou, assim, um movimento de reencontro com a tradição literária do Estado e de estímulo às iniciativas no plano das letras”. Outro dos fundadores declara que, teoricamente, o Centro já estava fundado, pois se reuniam no Bar Paulista, e à noite, na Galeria do Carmo, para declarar poesias e discutir literatura. Não era um movimento de escola literária, declara outro integrante a Corrêa (1989): o movimento era cultural, portanto, global. Envolvia tudo – não havendo nunca antes no Maranhão, um movimento neste sentido. Os encontros centristas aconteciam, então, já, no Casino Maranhense, no Clube Litero Recreativo Português, e na Escola Benedito Leite e, as solenidades mais representativas, no teatro Artur Azevedo. 56

BARROS, Antonio Evaldo Almeida. INVOCANDO DEUSES NO TEMPLO ATENIENSE: (Re) inventando tradições e identidades no Maranhão (1940-1960). Outros Tempos, www.outrostempos.uema.br, volume 03, p.156-181, O tema enfocado neste artigo foi discutido na monografia “Renegociando Identidades e Tradições: cultura e religiosidade popular ressignificadas na maranhensidade ateniense”, defendida no curso de História da UFMA, em julho de 2005 (BARROS, 2005) e também em eventos (BARROS, 2004a, 2004b, 2004c). As fontes históricas citadas podem ser localizadas na Biblioteca Pública Benedito Leite (Setor Arquivo), em São Luís/MA. Disponível em http://www.outrostempos.uema.br/volume03/vol03art10.pdf, acessado em 02/05/2014 57 MORAES, José Nascimento de. Uma arrancada. REVISTA ATHENAS, São Luís, p. 1-2, jan. 1939, citado ,por BARROS (S.D.). 58 MORAES, Nascimento de. Uma arrancada. REVISTA ATHENAS, São Luis, n. 1, p. 1-2, jan. 1939, citado por BARROS, Antonio Evaldo Almeida. “ACORDA ATENIENSE! ACORDA MARANHÃO!”: identidade e tradição no Maranhão de meados do século XX (1940-1960). In CIÊNCIAS HUMANAS EM REVISTA, São Luis, v. 3, n. 2, dezembro de 2005, p. 73-92 59 BARROS, Antonio Evaldo Almeida. “ACORDA ATENIENSE! ACORDA MARANHÃO!”: identidade e tradição no Maranhão de meados do século XX (1940-1960). In CIÊNCIAS HUMANAS EM REVISTA, São Luis, v. 3, n. 2, dezembro de 2005, p. 73-92 60 CORRÊA, Rossini. O MODERNISMO NO MARANHÃO. Brasília: Corrêa & Corrêa, 1989.


A publicação de revistas, enquanto veículos culturais foram duas, abarcando os ângulos histórico – Caderno Histórico – e literário – Caderno Literário. A deferência de Sebastião Archer da Silva, possibilitando a publicação das revistas, significou um passaporte para a chegada ao aparelho de comunicação de Victorino de Britto Freire, então já senador da república. Assim foi que o Diário de São Luís, do extinto Partido Social Trabalhista, começou a circular seu suplemento literário, sob a direção de Nascimento Morais Filho. O suplemento cultural já estava com 40 números publicados quando Lago Burnett e Ferreira Gullar assumiram a sua direção. E diferentemente de Nascimento Morais Filho, passam a exercer censura, decidindo que “Toda a matéria que não for solicitada deverá passar pela nossa censura” (CORRÊA, 1989, p. 89): “Refletiam, decerto, o contexto do CCGD, relacionado com as exigências da redação do Diário de São Luis. Entretanto, sob disfarce, o sarcasmo da história se processava, e José Sarney, polemicando sobre o poético com os centristas, começava a escrever para o publico, sob beneplácito do Senador Victorino Freire, o qual na década seguinte, o lançaria na política e a quem viria a combater e suceder historicamente”. José Sarney61, em entrevista a O Imparcial diz que, na sua geração eram formados dois grupos: no Centro Cultural Gonçalves Dias, onde se reuniam Nascimento Moraes Filho, Ferreira Goulart, Lago Burnet. [...] os ‘neo-modernistas’ nos encontrávamos na Movelaria do pintor Pedro Paiva. Éramos os escritores Bandeira Tribuzi, Evandro Sarney, Carlos Madeira, Domingos Vieira Filho, Bello Parga, Nivaldo Macieira, Lucy Teixeira e eu, e os pintores Floriano Teixeira, Figueiredo, Antonio Almeida, Cadmo Silva, Amorim. Gular e Burnett depois se uniram a nós e acabaram partindo para o Rio de Janeiro. [Sobre a criação do Suplemento Literário de São Luis] Foi o primeiro e por muito tempo não tive outro. Tínhamos colaboração do Brasil inteiro, fazíamos muito sucesso, dinamizamos o movimento cultural. Depois, de meados da década de 40 até meados da década de 60, período correspondente à oligarquia vitorinistai,62 que será substituída por outra, a oligarquia Sarney, em 1965. Informa Barros (2005) 63: Neste cenário, terão papel fundamental membros da chamada “Geração de 45” e, em ambos os momentos, vozes se levantarão para pintar o Maranhão como decadente, mas pronto para reerguer-se revivendo supostos tempos áureos e prósperos de Atenas. Grêmios e centros estudantis de escolas e faculdades davam sua parcela de contribuição no processo de tentativa de não esquecimento e de remomoração do Maranhão-Atena, através da publicação de jornais e de realização de cerimônias. Barros (2005, p. 88)64 identifica, na Biblioteca Púbica Benedito Leite “A Juventude” com nove exemplares publicados em 1957, “Alvorada” também cm nove edições publicadas entre 1954 e 1955; “Êxito” teve dois números publicados em 1950; “Folha Escolar” com 12 publicações entre 1944 e 1949, “Folha Estudantil”, um exemplar em 1951; “O Grêmio”, um exemplar, de 1955; “Estudante de Atenas”, sete exemplares publicados entre 1956 e 1957; e “O Liceu” teve dois exemplares publicados entre 1957 e 1958.

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CUNHA, Patrícia. “O IMPARCIAL MARCOU MINHA VIDA” – ENTREVISTA COM José Sarney. O IMPARCIAL, São Luis, 1º de maio de 2015, Caderno Especial. COSTA, Wagner Cabral da. O SALTO DO CANGURU: DITADURA MILITAR E REESTRUTURAÇÃO OLIGÁRQUICA NO MARANHÃO PÓS-1964. CIÊNCIAS HUMANAS EM REVISTA, São Luís, UFMA/CCH, v. 2, n. 1, p. 183-192, 2004. 63 BARROS, Antonio Evaldo Almeida. INVOCANDO DEUSES NO TEMPLO ATENIENSE: (Re) inventando tradições e identidades no Maranhão (1940-1960). Outros Tempos, www.outrostempos.uema.br, volume 03, p.156-181 64 BARROS, 2005, p. 88-89, em nota (9), p. 89. 62


O jornal “Folha Estudantil” tinha por redatora e gerente os alunos da Escola Benedito Leite, Margarida Ferreira e Mário S. Mesquita e a direção das professoras Benedita Rosa Soares e Silva e Elda Archer Serra Martins (FOLHA ESCOLAR, 1949, citado por BARROS, 2005, p. 81). Importante lembrar que “Alvorada”, jornal do “Liceu Maranhense”, então principal escola de Ensino Médio do Estado, é um dos principais jornais que significa a maranhensidade a partir dos motivos da velha Atenas de Gonçalves Dias. Em sua primeira edição, em 10/05/1945, está a poesia “Alvorada”, de Reginaldo Teles de Sousa65: Acorda Mocidade! Acorda Ateniense! Alça teu vôo pelo espaço e nas alturas, Recorda o teu passado e, em teu presente, vence, Batendo o ostracismo e as sombras mais escuras Acorda Ateniense! Acorda Mocidade! Sobre glorias dormiste e glorias em dezenas... É tempo de acordar, despertando a verdade, Clareando o horizonte e iluminando Atenas! Acorda Mocidade! Acorda Maranhão! E mostra que depois de sonhos, despertado Sorris, como um Gigante, um Gigante ateniense Que vem haurir num templo imenso edificado Desperta Ateniense! Os cânticos são belos! Desperta Mocidade!... É fresca a madrugada O sol da inteligência enloira os teus castelos! Há sorrisos e luz, cambieantes de alvorada! (SOUSA, 1945, p. 1)66. Dois anos depois retoma o poema Alvorada, escrevendo um excerto: Acorda Mocidade! O mundo ouça teu grito! O oceano se agira em convulsões tamanhas... [...] Tens a força latente e o valor dos gigantes. Em teu seio borbulha o esplendor dos teus anos, Ès mais forte que o forte em duelos constantes, [...] Do teu passado escuta a voz altissonante Que te fala num brado e pela natureza. (SOUSA, 1947, p. 4)67 .

Além do “Alvorada’, o Liceu Maranhense tinha o órgão oficial de seu grêmio, o jornal “O Estudante de Atenas”. Os jornais que eram publicados, então, tinham vida curta. A cada nova tentativa, os mesmos órgãos reviam seus nomes, suas formas, mas, depois, sucumbiam aos dias (BARROS, 2005):

65

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. UMA APRESENTAÇÃO NECESSÁRIA ÀS POESIAS NECESSÁRIAS, de ontem e hoje: REGINALDO TELLES. In ALL EM REVISTA, V. 2, N. 1, 2015, SÃO LUIS – MARANHÃO – JANEIRO A MARÇO, p. 306-311. 66 SOUSA, Reginaldo Telles de. Alvorada. ALVORADA, São Luis, 10 de maio de 1945, citado por BARROS, 2005, obra citada, p. 83. 67 SOUSA, Reginaldo Telles de. Alvorada - excerto. ALVORADA, São Luis, 14 de jul. de 1947, citado por BARROS, 2005, obra citada, p. 83.


O poeta e, naquele momento, a dois anos de tonar-se imortal da AML, José Carlos Lago Burnett, salientava que um dos principais empecilhos para o desenvolvimento de escritores jovens era a falta de apoio das autoridades maranhenses que, ‘sem nenhuma originalidade, fazem o mesmo que as demais autoridades do Brasil: põem a cultura em plano secundário e desconfiam dos literários, justamente por sabê-los superiores’ (BURNETT, 195268). [Continua Barros] Para o escritor, existiam apenas duas revistas ‘dignas de registro’ no Maranhão: ‘A Ilha’, dirigida por José Sarney Costa, Bandeira Tribuzi e Luis Carlos Belo Parga, e “Afluente”, dirigida por Ferreira Gular e ele próprio. Lago Burnett e Ferreira Gullar, agindo como autônomos em relação ao CCGD partem para a publicação da revista Saci – ilustrada por Cadmo Silva e o próprio Lago Burnett, com tiragem de 3.000 exemplares, aceitava colaboração... A geração seguinte foi a “geração de 45”. Para Rego (2010) 69, também denominada de “Movimento da Movelaria Guanabara”, onde: O contexto literário da capital maranhense vai-se dinamizar a partir de encontros realizados na Movelaria Guanabara, de propriedade do artista plástico Pedro Paiva. A Movelaria Guanabara servia como espaço para a realização de encontros e debates que, segundo Rossini Corrêa, ali eram traçados caminhos imediatos de intervenção intelectual na realidade maranhense. Já o “Folha Estudantil”, órgão do Grêmio Liceista, publicado em 1951, tem um primeiro número paradigmático, rememorando um passado miticamente construído, denunciando um presente supostamente decadente e vislumbrando um futuro pelo espectro daquele passado: Avante, MOCIDADE ATENIENSE Volvendo a memória ao passado, revivemos os dias áureos dos nossos ascendentes, quando a gleba maranhense se sobressaiu, pelas letras, entre as demais glebas do solo pátrio. [...] Não podemos esquecer a vida e os relevantes serviços de nossos primeiros irmãos que honraram o nome e a história de nossa gente [...] para frente! Mocidade Maranhense! Com a mesma cadencia que desenvolviam os maranhenses de ontem; para que a tua plaga não só patenteie esta tradição que é o orgulho do Maranhão, mas de todo o Brasil (BASTOS, 1951, p. 2, citado por BARROS, 2005, P. 82) 70. Nos anos 50/60, Cruz (Machado) (2006) 71 refere-se à Galeria dos Livros, do emblemático Antonio Neves, onde eram lançados os livros, nas famosas noites de autógrafos. Era Arlete Cruz quem organizava as ‘noitadas’, distribuindo os convites, o coquetel, no espaço cedido, sem custos, para aqueles então jovens literatos, artistas, intelectuais: Formávamos, assim, um grupo de artistas, ou de pessoas ligadas à arte, com várias tendências e gerações, não chegando a se constituir um movimento organizado (nem sequer éramos da Academia Maranhense de Letras, excetuando-se um ou dois), com alguns mais participativos do que outros, mas todos amigos: Bernardo Almeida, José Chagas, Antonio Almeida, Nauro Machado, João Mohana, Carlos Cunha, Paulo Moraes, Venúsia Neiva, Luiz de Mello, Bandeira Tribuzzi, Manoel Lopes, Fernando Moreira, Henrique Augusto Moreira Lima, Olga Mohana, Ubiratan Teixeira, Bernardo Tajra, Déo Silva, Lourdinha Lauande,, Murilo Ferreira, Sérgio Brito, Reynaldo Faray, José Frazão, Maia Ramos, José Maria Nascimento, Jorge Nascimento, Helena Barros, Antonio Garcez, Fernando Braga, Moema Neves, José Caldeira, Erasmo Dias, José Martins, Yedo Saldanha, Domingos Vieira Filho, Lucinda dos Santos, Márcia Queiroz 68

BURNETT, José Carlos Lago. Novidades transcreve uma entrevista dada pelo poeta à “Revista Branca”, do Rio de Janeiro. NOVIDADES, São Luís, 02 de agosto de 1952. 69 REGO, Rosemary. A “geração de 45” - (Ou o Movimento da Movelaria Guanabara), In GUESA ERRANTE, edição 221, publicado em 10 de setembro de 2010, disponível em http://www.guesaerrante.com.br/2010/10/13/Pagina1235.htm 70 BASTOS, J. Avante, mocidade ateniene. FOLHA ESTUDANTIL, São Luis, 13 de jun. De 1951, citado por BARROS, 2005, p.82. 71 CRUZ (MACHADO), Arlete Nogueira da. SAL E SOL. Rio de Janeiro: Imago, 2006.


minha mãe Enói, que me acompanhava sempre), Dagmar Desterro, Mário Meireles, Nascimento Morais Filho, José Sarney – e, claro Reginaldo Telles [... continua] alguns mais tarde se juntariam a nós, como Pedro Paiva, e Ambrósio Amorim (ambos de volta a São Luis), Chagas Val, Virginia Rayol, Alberico Carneiro, Lucia e Leda Nascimento, Othelino Filho, Aldir Dantas, Carlos Nina, Péricles Rocha, José de Jesus Santos, Laura Amélia Damous, Luis Augusto Cassas, Lenita de Sá, Luiz Carlos Santos, Nagy Lajos, Aurora da Graça,, dentre outros. (p. 97). Embora ainda freqüentando os meios literários, dedica-se mais ao jornalismo. Adormece o poeta? Não, mas guarda suas produções, que só agora aparecem. Com o titulo POESIAS NECESSÁRIAS: Ontem & Hoje… De nossas conversas, diz que os guarda de muitos anos, desde os tempos de Liceu, e os escreve toda vida... Leu-me alguns. Emocionado. Aos do tempo da juventude, com lágrimas a rolar as faces marcadas pelo tempo. Mas as lembranças permanecem vivas, como se tivessem acontecendo naquele momento, o encantamento... Pergunto: - “quem foi Elis?” sorri, disfarça, olha para a nora e o neto... os olhos marejam... E em resposta diz: “como sabes de Elis?” Respondo: “já li seus poemas...” e fiquei intrigado: “quem foi Elis?” retomo... sorri, pega o calhamaço de poesias, e seleciona uma: fala de Elis; outra, que também fala de Elis... Mas não responde: “quem foi Elis?” ou “o que foi Elis...” Não precisa responder. Basta sentir a emoção em declamar “Agora, é a frustração [...] agora, é o fracasso [...] agora, é a sensação de viuvez [...] agora, é o sino sem som [...] agora, é a solidão...” ou ‘está dando cupim dentro de mim [...] é assim na “ausência de Elis...” Mar, sol, sal, solidão... Uma constante. Uma vez Poeta, sempre Poeta… SOLIDÃO Agora, é a frustração do rio insatisfeito Que se infiltra e se acaba Nas areias do seu próprio leito E se esgota em si mesmo, vazio. Agora, é o fracasso da torrente, É o ímpeto que se ressente, Sem caudal, sem afluente Não tem força De chegar ao mar. Agora, é a sensação de viuvez, No estar sozinho É a dor da morte De quem enterra a própria sorte Afinal, sem vez. Agora, é o sino sem som, Torre sem campanário, Contida a vocação, Praia deserta, Rio sem estuário, Águas insossas E o verão sem fim. Agora, é a solidão


Deixa-me ultrapassar Estes limites Dรก-me tua mรฃo, Elis, Vamos para o mar. Mas ainda quero saber, Poeta, quem, ou o que, foi Elis...


FRAN PAXECO E A FUNDAÇÃO DA FACULDADE DE DIREITO DO MARANHÃO LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

GRUPO CONSTITUÍDO POR DIVERSOS ALUNOS DA PRIMEIRA TURMA DA FACULDADE DE DIRITO DO MARANHÃO. O ORIGINAL SE ENCONTRA EM PODER DA FAMÍLIA DE FRAN PAXECO Na primeira fila, sentados, da esquerda para a direita: Djalma Sacramento, José Façanha, João Victor Ribeiro, FRAN PAXECO, Humberto Fontenelle, Francisco Mendes dos Reis e Fulgencio Pinto. Em pé, na 2ª fila: Castro e Silva, Ismael Hollanda, José Mata Roma, Zildo Maciel, Othon Mello, José Monteiro, Edison Brandão e Astrolabio Caldas. Na 3ª. Fila: Waldemiro Vianna, João Guilherme de Abreu, Raimundo Eugenio de Lima, Clemente Guedes, Octavio Bandeira de Melo e Arentino Ribeiro. Fonte: VIEIRA DA LUZ, 1957

Em uma das reuniões da Academia Ludovicense de Letras – ALL –, no final de 2016, um confrade chamou-me a um canto e disse-me de sua intenção de elaborar projeto para as comemorações do Centenário de Fundação do Curso de Direito no Maranhão – 2018 estava já à porta! Cardozo (2015) 72 diz que as comemorações têm a função de celebrar datas e, principalmente, de construir uma lembrança (uma memória) que busca implantar raízes, firmar, ou forjar uma identidade. Pergunta-se: depois de um século, como os meios de comunicação abordaram o aparecimento da Faculdade de Direito do Maranhão? Qual foi a contribuição de Fran Paxeco? Servimo-nos, assim, de fontes provenientes da imprensa escrita. Sálvio Dino (1996) utilizou desse expediente, pois como diz,

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também de

[...] à luz de pacientes pesquisas em jornais e revistas da época, já que as fontes oficiais são inteiramente precárias, fizemos significativas descobertas a respeito dos passos iniciais da velha Faculdade (p. 27).

A cobertura diária dos eventos da cidade, por si só, já seria de grande valia ao historiador, mas, além disso, soma-se ainda o fato de os jornais serem um dos principais meios pelos quais as pessoas tomaram conhecimento dos fatos relevantes, pois: 72

CARDOZO, Simone Bezerril Guedes. 1808: a ritualização do passado na/pela pauta jornalística. In PICCOLO, Mônica; OMRAN, Muna. IMPRENSA, CINEMA E HISTÓRIA: NOVOS OBJETOS E MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA. São Luis: EDUEMA, 2015, p. 43-73, em nota de pé-de-página. 73 DINO, Sálvio. A FACULDADE DE DIREITO DO MARANHÃO. São Luis : EDUFMA, 1996.


[...] os historiadores têm fácil acesso – o rádio e a televisão, apesar de terem alcance mais abrangente, ainda permanecem distantes de historiadores, como misteriosos ideogramas que ainda não conseguimos decifrar sua leitura. No entanto, apesar de seu uso massivo, as fontes de imprensa ainda são, por diversas vezes, utilizadas como reconstruções do passado; como excertos de um mundo acontecido, que foram reproduzidos fidedignamente pelos valorosos e isentos jornalistas do período em questão. (DRUMOND, 2016).74

Esse Autor diz que a utilização de fontes de imprensa esteja declinando dentro do campo acadêmico da História (do Esporte), ela ainda pode ser encontrada com freqüência em trabalhos ditos acadêmicos, e por vezes aparecem em propostas de artigos. Trabalhos interessantes se fragilizam devido ao uso inadequado de fontes históricas. Considera que duas variáveis, mas não únicas, devem ser levadas em consideração ao trabalharmos com fontes jornalísticas: seus silêncios e seus olhares: Por “silêncios“, me refiro a fatos não mencionados, esquecidos ou escondidos das páginas dos jornais, e por “olhares“, entende-se os diferentes pontos de vista e as posições defendidas e/ou advogadas pelos meios de imprensa.75

Assim, ao se utilizar desta fonte – primária – devem-se levar em conta todos os periódicos disponíveis para consulta; utilizamo-nos da Hemeroteca da Biblioteca Nacional 76, que possibilita busca por local: MA, período 1910-1919, periódicos: Todos, pesquisa: Faculdade de Direito. Encontrou-se, no período pesquisado: Nome

Descrição

Ocorrências

168319_02

Pacotilha - 1910 a 1938 - PR_SPR_00010_168319

388

720593 720011

O Jornal - 1916 a 1923 - PR_SPR_00536_720593 Diario do Maranhão - 1855 a 1911 - PR_SPR_00169_720011

163 11

388459

Correio da Tarde - 1909 a 1911 - PR_SPR_00537_388459

9

Ao buscarmos os primeiros cursos superiores implantados no Maranhão, encontramos o Colégio Máximo do Maranhão, funcionando desde os anos 1622; desde 1709 transformado em Colégio Máximo nomenclatura usada pelos discípulos de Loyola para seus estabelecimentos normais de estudos superiores; nesse colégio funcionavam as faculdades próprias dos antigos colégios da Companhia: Humanidades, Filosofia e Teologia, e, mais tarde, com graus acadêmicos, no chamado curso de Artes. O Colégio de Nossa Senhora da Luz, em curto espaço de tempo, tornou-se excepcional centro de estudos filosóficos e teológicos da ordem no Estado (universitate de artes liberais - “universitates magistrorum” ou “universitates scholorum”, isto é, aquelas que hoje chamamos universidades, associações particulares dedicadas à produção de bens intelectuais típicos das Artes Liberais (trívio e quadrívio e depois também Teologia e Direito, e mais tarde ainda, Medicina). Era o que melhores condições de estudos ofereciam. Outorgava graus de Bacharel, Licenciado, Mestre e Doutor, como se praticava em Portugal e na Sicília, segundo os privilégios de Pio IV e Gregório XIII. Em 1896, Sousândrade tenta implantar sua Universidade Nova Atenas – antes, chamara de Atlântida - e nela, o curso de Direito, que chegou a funcionar em sua Quinta da Vitória.

74

DRUMOND, Maurício. Silêncios e Olhares: algumas observações sobre o uso da imprensa como fonte na História do Esporte, BLOG HISTÓRIA(S) DO SPORTE, publicado em 20/12/2016, disponível em In https://historiadoesporte.wordpress.com/2016/12/20/silencios-e-olhares-algumas-observacoes-sobre-o-uso-da-imprensa-comofonte-na-historia-do-esporte/, acessado em 20 de dezembro de 2016. 75 Destaques do Autor 76

http://memoria.bn.br/DocReader/docmulti.aspx?bib=%5Bcache%5D2406539118.DocLstX&pasta=ano%20191&pesq=faculda de%20de%20direito


A primeira escola superior isolada foi, de fato, a Faculdade de Direito do Maranhão, idealizada por Domingos de Castro Perdigão desde 1908, implantada em 1918. Segundo Borralho (2011) 77, coube à AML a fundação da Faculdade de Direito do Maranhão, em 1918, liderada por Domingos Perdigão, depois de não ter logrado êxito no século XIX. Hoje, no Maranhão, existem 23 cursos presenciais de Direito e um curso à distância, autorizado a ser oferecido pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL). Os cursos presenciais são oferecidos por duas instituições públicas: UFMA – 02, em São Luís e em Imperatriz; e UEMA – 02, em São Luís e em Bacabal (DOUGLAS, 2013) 78. Outras 16 instituições privadas oferecem 19 cursos presenciais de Direito na capital e em outros 04 municípios do estado: a) Em Balsas (01) – UNIBALSAS - 01 curso; b) Em Timon (01) – Faculdade Maranhense São José dos Cocais – 01; c) Em Caxias (03) – FACEMA – 02 cursos e Faculdade Vale do Itapecuru (FAI) – 01 curso; d) Em Imperatriz (03) – Instituto de Ensino Superior do Sul do Maranhão (IESMA), Faculdade de Educação Santa Terezinha (FEST) e Faculdade de Imperatriz (FACIMP); e) Em São Luís (11) – UNICEUMA- 03 cursos (Anil, Cohama e Renascença), Pitágoras, Instituto Florense, IMEC, FACEM, FACAM, UNDB, Faculdade São Luís/Estácio de Sá e Faculdade Santa Teresina (CEST) – 01 curso oferecido por cada instituição. FRAN PAXECO E A FACULDADE DE DIREITO Na área cultural, surgiu em 1908 um movimento literário liderado pelos intelectuais: Antonio Lobo, Fran Paxeco e Domingos de Castro Perdigão que, na tentativa de manter a tradição de "Atenas do Brasil" para o Maranhão, criou a Academia Maranhense de Letras e, posteriormente, o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (1926). Desta elite intelectual partiu a iniciativa de criação e implantação das primeiras instituições de ensino superior no Maranhão (BUZAR, 1982) 79: Nesse sentido, Domingos de Castro Perdigão, integrante do movimento literário e diretor da Biblioteca Pública do Estado, tendo conhecimento da criação e funcionamento de escolas de nível superior em vários Estados brasileiros, não se conformava com o fato de São Luís, em sendo a Atenas Brasileira, não possuir uma instituição de ensino superior.

Mário Meireles (1981; 1995), em “O Ensino Superior no Maranhão”, (utilizamo-nos da 2ª edição atualizada) 80, afirma que as primeiras tentativas de instalação de cursos superiores no Maranhão surgiram pouco a pouco, a partir da adesão formal à República (18/11/1889), através de unidades isoladas, todas elas, de princípio, particulares, depois de desfazer-se o sonho, prematuro, do poeta Sousândrade. A primeira escola superior isolada foi, de fato, a Faculdade de Direito do Maranhão, que desde 1908 trabalhava nesse sentido Domingos de Castro Perdigão: [...] com só, de inicio, o incentivo do então deputado federal, e depois Senador, José Euzébio Carvalho de Oliveira; e as dissensões e intransigências da estreita e intolerante política partidária estadual, que 77

BORRALHO, José Henrique de Paula. INSTITUTO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO MARANHÃO (IGHM): PATRIMÔNIO, MEMÓRIA E HISTÓRIA COMO PRINCÍPIOS DE PERPETUAÇÃO DA IMAGEM DE UM MARANHÃO GRANDIOSO. IN PATRIMONIO E MEMORIA, UNESP – FCLAs – CEDAP, v.7, n.1, p. 19-37, jun. 2011, 78 DOUGLAS, Franklin. Qual o melhor curso de Direito do Maranhão? In JORNAL PEQUENO, São Luis, 17 de novembro de 2013, disponível em https://edicao.jornalpequeno.com.br/impresso/2013/11/17/qual-o-melhor-curso-de-direito-do-maranhao/, acessado em 25 de janeiro de 2017. 79 BUZAR, Solange Silva. OS ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS DO CURSO DE PEDAGOGIA DA UNIVERSIDADE FED ERAL DO MARANHÃO. Tese submetida como requisito parcial para obtenção do de Mestre em Educação. FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS grau INSTITUTO DE " ESTUDOS AVANÇADOS EM EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO DE SISTEMAS EDUCACIONAIS Rio de Janeiro 1982. Disponível em https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/9338/000049166.pd 80

MEIRELES, Mário. O ensino superior do Maranhão; esboço histórico. In DEZ ESTUDOS HISTÓRICOS. São Luis: ALUMAR, 1995, p.. 45-94


talvez tenha concorrido a que não conseguisse o apoio, que pleiteou e não obteve, do Governador Herculano Nina Parga (1814/18) e do Presidente do Tribunal de Justiça, Desembargador Lourenço Valente de Figueiredo (1913/18), não o descoroçoaram de todo, até que conquistou um forte e decisivo aliado na pessoa do Cônsul de Portugal no Maranhão, o escritor Fran Paxeco. (MEIRELES, 1981) 81.

Joaquim Vieira da Luz (1957) 82, em seu monumental “Fran Paxeco e outras figuras maranhenses”, ao traçar a biografia de Domingos de Castro Perdigão também se refere ao fato de ele acalentar por muito tempo a idéia de criar uma Faculdade de Direito no Maranhão; transcreve a História da Faculdade, relatada pelo próprio biografado (p. 42): Encontrava assim o desanimo por todos os lados. A esperança de melhores dias conservou no meu espírito essa idéia fixa, que só se tornou realizável com o regresso, em 1917, do ilustre cônsul de Portugal, Sr. Manoel Fran Paxeco. Ao despedir-se, um ano antes, perguntara-me em que parava o projeto da faculdade. Espírito iluminado e laborioso, decidido sempre a servir as causas úteis, trouxe a energia necessária para por em marcha este ideal. Não o procurei. Conhecedor do meu plano, interessou-se pelo mesmo e ali, na Biblioteca Pública, se assentaram, num dia, as bases da nova instituição. (VIEIRA DA LUZ, 1957, p.. 42-43)

Vieira da Luz (1957) diz que, como resultado de tão louvável persistência, na Biblioteca Pública, Domingos Perdigão, que então a dirigia, sediada à Rua do Egito (atual Tarquínio Lopes), funda, em memorável reunião a 28 de abril de 1918, a sonhada Faculdade de Direito do Maranhão (p. 43). No entanto, Solange Buzar (1982) data foi outra:

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trás, segundo a Revista da Faculdade de Direito, que essa

A 12 de maio, segundo a Revista da Faculdade de Direito do Maranhão, realizou-se a primeira das sessões de congregação da Faculdade de Direito. Presidiu o dr. José Vianna Vaz secretariado pelo sr. Domingos de Castro Perdigão. Compareceram os professores Henrique José Couto, Godofredo Mendes Vianna, Alfredo de Assis, João Vieira, Filho, Luiz Carvalho, Carlos Augusto de Araujo de Souza Costa, João de Lemos Vianna, Carlos Humberto Reis, Alcides Jansen Serra Lima Pereira, Antonio Lopes da Cunha e José de Almeida Nunes. Lido o projeto do regimento interno, foi deliberado que, depois de revisto por uma comissão especial constituída pelos professores Henrique José Couto, Fran Paxeco, Alfredo de Assis, Luiz Carvalho e Antonio Lopes, fosse impresso para ser debatido por todos os membros do corpo docente. [...] Finalmente foi fundada a Faculdade de Direito do Maranhão, em 1 de julho de 1918, com o inicio das aulas do Curso Jurídico e Social, evento funcionamento que foi condignamente comemorado em sessão solene no Teatro São Luís, na qual foram prestadas publicas homenagens ao jurista Ruy Barbosa.

Restringimos a pesquisa a dois periódicos: Pacotilha84, que no período de 1910 a 1938 apresentounos 388 referencia à ‘faculdade de direito’ e, como dito, nem todas referentes à do Maranhão; e O Jornal, no período de 1916 a 1923, com 163 referencias.

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MEIRELES, Mário. O ENSINO SUPERIOR NO MARANHÃO. São Luis: UFMA, 1981 (Comemorativa do 15º aniversário de fundação da Universidade Federal do Maranhão). 82 VIEIRA DA LUZ, Joaquim. FRAN PAXECO E AS FIGURAS MARANHENSES. Rio de Janeiro: Livros de Portugal; Edições dois Mundos, 1957. 83 BUZAR, obra citada, p. 15 84 O jornal A PACOTILHA foi o ultimo e grande jornal que atravessou o século XIX, mantendo a imagem com que iniciou as atividades em 30.10.1880. Fundado por Vitor Lobato (1893-1954), natural de São bgento, funcionário publico e autodidata. Contou com uma equipe competente, formada com redatores experientes e colaboradores interessados, estes, estudantes do Liceu. José de Nascimento Moraes lá encontrou os seguintes colegas liceistas: Godofredo Viana, Viriato Correa, Domingos Barbosa, Lisboa Filho, B. de Vasconcelos, Clodomir Cardoso, Caetano de Souza, Lemos Viana, João Antonio da Costa Gomes. Atuaram, ainda, Carlos Otaviano de Moraes Rego, Altino Rego, José Gregório dos Reis, José Barreto Costa Rodrigues, Manuel Jansen Ferreira. Mais: Luso Torres, e Fran Paxeco. (JORGE, Sebastião. A IMPRENSA NO MARANHÃO NO SÉCULO XIX (18211900). São Luis : Lithograf, 2008).


Em O Jornal, edição de 25 de abril, sai a seguinte nota: FACULDADE DE DIREITO- Há muito que os maranhenses alimentam a esperança de possuir aqui, que tem passado de geração em geração, cognominada de Atenas brasileira, uma academia. Vários têm sido os empreendimentos, porém, infelizmente todos infrutíferos. Agora, novas e promissoras tentativas estão sendo postas em prática, às quais batemos palmas muito sinceras, levantando o nosso apelo para os governos do Estado e da União corram em auxílio desta idéia cujas vantagens são incontestes. - No dia 28, às 9 horas haverá, na Biblioteca Pública do Estado, uma reunião para tratar desse assunto.

No dia seguinte, 27 de abril, em O Jornal, sai a seguinte nota: “FACULDADE DE DIREITOAmanhã, ás 9 horas, na Biblioteca Pública do Estado, haverá uma reunião para tratar da fundação nesta capital de uma Faculdade de Direito”. Com o título “PELO ENSINO SUPERIOR” aparece em A PACOTILHA – edição de segunda feira, 29 de abril de 1918 – a realização, no dia 28 de abril de 1918, de uma reunião ocorrida na Biblioteca Pública Benedito Leite para se decidir se convinha fundar, nesta Capital, uma faculdade livre de direito. A iniciativa coube ao Diretor da Biblioteca Pública, Dr. Domingos de Castro Perdigão, cabendo ao então Secretário de Interior e Instrução o Dr. Henrique José Couto a presidência da reunião – em assembléia de fundação –; fizeram parte da mesa Alfredo de Assis e Fran Paxeco: Como noticiamos, realizou-se ontem, na Biblioteca Pública, uma numerosa e seleta reunião, para se decidir se convinha fundar, nesta capital, uma faculdade de direito. O Sr. Domingos de Castro Perdigão, diretor daquele estabelecimento e autor da iniciativa propôs que presidisse o dr. Henrique José Couto, secretário do interior e de instrução, a quem ladearam os srs. Drs. Alfredo de Assis e Fran Paxeco.

A Comissão foi assim constituída: DOMINGOS DE CASTRO PERDIGÃO, ALFREDO DE ASSIS, ALMEIDA NUNES, ANTONIO LOPES E FRAN PAXECO: Foi apresentada, por Fran Paxeco, a minuta do estatuto da sociedade então constituída: Art. I: - Fica fundada uma associação, nesta capital, com o fim de organizar um instituto superior de estudos sociais, econômicos e jurídicos, que se dominará Faculdade de Direito do Maranhão. Art. 2º: - Considerar-se-ão sócios fundadores todos os que a ela se filiarem até a abertura das aulas, formando a assembléia geral. Art. 3º: - Na primeira das suas reuniões, a mesma assembléia elegerá uma diretoria provisória da sociedade, que se comporá de um presidente, um vice-presidente, dois secretários, um tesoureiro. Art. 4º: - Competirá a essa diretoria fazer o estatuto da corporação, e o regulamento da faculdade, elaborando-os de acordo com as leis federais do ensino, em vigor. Assim que estejam prontos, submetelos-á ao voto da assembléia geral, que elegerá a diretoria bienal e o corpo docente. Art. 5º: - Os sócios fundadores contribuirão com a jóia que lhes aproiver e uma quota de vinte mil reis anuais, pagos por trimestre, ou duma única vez.


Art. 6º: - Os sócios referidos terão o desconto de 50%, em todas as despesas letivas da faculdade, para ele, os seus filhos ou tutelados. Art. 7º: - Logo que a sociedade possua rendas bastantes, ou nque a faculdade obtenha subvenção dos poderes públicos, a diretoria determinará os vencimentos do magistério, sujeitando o seu ato à assembléia geral. Art. 8º: - Se os meios da faculdade lhe permitirem sustentar-se por si própria, ou vier a ser mantida pelos cofres públicos, cessará a contribuição dos sócios. Art. 9º: - Criar-se-á um curso anexo à faculdade, exigindo-se aos candidatos à matrícula os preparatórios de português, aritmética, geografia e Frances. Art. 10º: - Depois dos trabalhos da instalação, a assembléia geral só se reunirá quando a convocar a diretoria da sociedade ou o requerem 24 dos seus membros.

Após a apresentação do esboço do estatuto da sociedade que então se instituía, os presentes passaram à discutir questões genéricas, sobre pedagogia, história da educação, instalação do ensino na Província. O Jornal de 30 de abril traz o resultado da reunião, onde se deu a fundação da Faculdade de Direito do Maranhão: Efetuou-se, domingo, na Biblioteca Pública, a projetada reunião, para tratar-se de fundar, nesta capital, uma escola livre de direito. Depois de haverem falado sobre o palpitante assunto mos srs. Domingos Perdigão e Fran Paxeco, com aplauzos da numeroza e culta assistência, e de apresentadas as bazes para os estatutos da nova Faculdade, foi aclamada a seguinte diretoria: Prezidente, desembargador Arthur Bezerra de Menezes; vice-prezidente, Candido José Ribeiro; Secretários Fran Paxeco e Domingos Perdigão; tezoureiro, Joaquim Alves Junior.

Em 1º de maio, os Diretores da Associação Incorporadora da Faculdade de Direito reuniram-se, tendo comparecido: Domingos Perdigão, Fran Paxeco, Alfredo de Assis, Almeida Nunes, Antonio Lopes. Fran Paxeco leu a proposta que o Dr. Tavares de Holanda fez sobre o fundo patrimonial, que será levada em consideração, quando a proposta de Estatuto for discutida. A seguir, passou-se a discussão de quais professores haveria para as 17 (dezessete) cadeiras dos cinco (5) anos da Faculdade, incluindo os substitutos das 8 (oito) sessões. Logo a 03 de maio, é anunciada a abertura de vagas para o curso anexo (preparatório) e ao primeiro ano do curso de direito: FACULDADE DE DIREITO: Vãe-se abrir, por estes dias, as matriculas para o curso anexo da faculdade de Direito e o primeiro ano do curso jurídico. A Diretoria da associação incorporadora da Faculdade publicará, em breve, o respectivo edital.

A sociedade incorporadora manterá dois cursos (a) preparatório; (b) curso livre de direito. Para cada curso, haverá uma diretoria, que responde diretamente à agremiação mantenedora. Na mesma data (Pacotilha, 07/05/1918) são apresentados os 18 (dezoito) professores efetivos da Faculdade de Direito “indigitados pela associação incorporadora e pela comissão organizadora”. Publicada em A PACOTILHA de 09 de maio de 1918 a grade horária, resultado da reunião da diretoria do dia 08 de maio; registrou-se o comparecimento de Henrique José Couto, Aarão Brito, Clodomir Cardoso, Raul Machado, Godofredo Viana, Luis Carvalho, Leôncio Rodrigues, Alcides Pereira, Alfredo de Assis, Fabiano Vieira, Almeida Nunes, Carlos Reis, Antonio Bona, Raul Pereira, Antonio Lopes, e os senhores Domingos Barbosa, Domingos Perdigão, e Fran Paxeco.


Presidiu a sessão o Dr. Henrique Couto, secretariado por Fran Paxeco e Alfredo de Assis. O Presidente leu a lista dos professores indicados pela Diretoria da Faculdade e referendada pela Comissão da Sociedade Incorporadora. Todos aceitaram a indicação. Fica, pois, assim constituída a Grade Curricular, com os respectivos professores. Conforme a Convocação, distribuídas as cadeiras e nomeados os professores, inclusive os substitutos, elegeu-se o Diretor da Faculdade, sendo aclamado o dr. José Viana Vaz, juiz federal. Antonio Lopes propôs que se aclamasse o vice-diretor, sendo escolhido Henrique Couto, Secretário de Interior e Instrução; e para Secretário, o Sr. Domingos Perdigão, Diretor da Biblioteca Pública. Vieira da Luz (1957), ao biografar o Desembargador Henrique Couto, diz que sua influencia foi salutar, como 1º vice-presidente da Faculdade de Direito do Maranhão e seu diretor de fato, ainda quando de direito exercia o cargo o Dr. Viana Vaz, impedido de fazê-lo eficientemente em virtude do seu estado de saúde, culminando pelo desenlace de 5 de janeiro de 1922 (p. 45)85. Na opinião de Vieira da Luz (1957), o Des. Henrique Couto foi, não há dúvida, nos momentos incertos da vida da faculdade, o timoneiro seguro que, ao lado de Fran Paxeco, Domingos Perdigão e outros, conduziu a instituição à estabilidade atingida, a despeito da descrença e mal disfarçado desinteresse de alguns derrotistas. A 11 de maio (Pacotilha) anuncia-se a realização de nova assembléia para se discutir e aprovar o estatuto. Convida-se, também, a diretoria da associação incorporadora e os professores do curso Anexo. A direção da comissão da sociedade incorporadora é constituída pelos senhores Abranches Moura, Fran Paxeco, Genésio Rego, Almeida Nunes, Antonio Lopes, Arias Cruz (Padre), Antonio Bona, e Raimundo Lopes: Conforme a Pacotilha de 13 de maio, fora realizada no dia anterior – 12 -, a primeira reunião da Congregação da Faculdade de Direito do Maranhão, presidida pelo dr. José Viana Vaz, contando com a presença dos professores Alfredo de Assis e Castro; Henrique José Couto; João Vieira de Souza, filho; Luiz Carvalho; Carlos Augusto de Araujo Costa; João de Lemos Viana; Genésio de Moraes Rego; Carlos Humberto dos Reis; Godofredo Viana; Antonio Lopes da Cunha; Alcides Jansen Serra Lima Pereira: José de Almeida Nunes; José de Abranches Moura; os Senhores Fran Paxeco e Domingos de Castro Perdigão, secretário da Faculdade. A Comissão incumbida de elaborar o Regulamento da Faculdade apresentou o Projeto, que passou a ser lido por Fran Pacheco; sofrendo algumas alterações e correções. Foi, então, nomeada uma nova Comissão, composta pelos Senhores: NOVA COMISSÃO DE ELABORAÇÃO DO REGULAMENTO DA FACULDADE HENRIQUE JOSÉ COUTO; LUIS CARVALHO; ALFREDO DE ASSIS; ANTONIO LOPES DA CUNHA; e FRAN PAXECO

terminado a revisão, deveriam mandar imprimir o aludido Projeto e ser distribuído a todos os membros da Congregação. Quanto ao curso Anexo – preparatório -, foi deliberado que funcionaria todos os dias úteis, das 15 às 18 horas, nas salas do Centro Português, situado na Praça João Lisboa, gentilmente cedidas pela Diretoria. Escolhidos os Professores das Cadeiras de: Latim – Arias Cruz, Ingles – Antonio Lopes da Cunha; Álgebra, Geometria, e Trigonometria – José de Abranches Moura; História Universal – Raimundo Lopes da Cunha; História do Brasil – Fran Paxeco; História natural – Carlos Cavalcante Fernandes; Fisica – Genésio de Moraes Rego; Quimica – Carlos da Costa Nunes; Elementos de Lógica, Psicologia e História da Filosofia – Antonio Bona

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VIEIRA DA LUZ, Joaquim. Dr. José Viana Vaz e Des. Henrique José Couto. In FRAN PAXECO E OUTRAS FIGURAS MARANHENSES. Rio de Janeiro: Livros de Portugal, 1957, p. 44-54.


A 16 de maio, nova convocação para reunião dos diretores da Mantenedora e da Faculdade, também na Biblioteca Pública, às 9 horas da manhã, para fazerem o segundo e ultimo debate das leis fundamentais dos dois organismos. A 19 de maio de 1918 reuniram-se – na Biblioteca Benedito Leite - os membros da Associação Organizadora da Faculdade de Direito, e os professores desta, sobre a presidência do Dr. Henrique Couto, sendo informada pelo Sr. Domingos Perdigão que Cândido José Ribeiro não aceitara o cargo de vicepresidente, mas permaneceria como um dos fundadores. Elegeu-se o Sr. Joaquim Alves Junior para a função, e o Sr. Luis António da Cunha para a de tesoureiro. NOVA DIRETORIA DA ASSOCIAÇÃO INCORPORADORA ARTUR BEZERRA DE MENESES – PRESIDENTE JOAQUIM ALVES JUNIOR – VICE-PRESIDENTE FRAN PAXECO E DOMINGOS PERDIGÃO – SECRETÁRIO LUIS ANTONIO DA CUNHA – TESOUREIRO

Nessa mesma ocasião Virgilio Domingues apresenta proposta para alteração do estatuto, a fim de colocá-lo em acordo com o texto publicado, sendo nomeada uma comissão composta por Araujo Costa, Raul Machado e Fran Paxeco. Em 06 de junho 1918, A Pacotilha informa que foram formadas, no dia anterior, em reunião dos professores do curso em anexo, as bancas julgadoras dos exames de suficiência, assim constituída: Português: - Fran Paxeco, dr. Antonio Bona, padre Arías Cruz; aritmética, dr. José de Abranches Moura, dr. Aquiles Lisboa, dr. Antonio Lopes; Geografia, Fran Paxeco, Raimundo Lopes, dr. Herbert Jansen Ferreira, Frances, dr. Genezio Rego, dr. Antonio Lopes, dr. Herbert Jansen Ferreira. Os exames de Português e Aritmética seriam realizados no sábado seguinte, das 9 as 11 horas; os de geografia e Frances, no mesmo dia, das 16 as 18. Em O Jornal de 7 de junho é publicada a relação de alunos que se submeterão aos exames de admissão ao curso anexo, como os já matriculados. O Jornal de 8 de junho, é informado que se realizariam nesta data os exames de português e de aritmética para os alunos do curso anexo, servindo de fiscal o dr. Henrique Couto, vice-diretor da Faculdade; compareceram os professores Fran Paxeco, Antonio Bona, e padre Arias Cruz, da primeira banca, e os drs. Abranches Moura, Aquiles Lisboa e Antonio Lopes, da segunda. A 10 de julho em A Pacotilha, é anunciado o horário das aulas, definidos na reunião ocorrida no dia anterior, no predio onde funcionaria o curso em anexo, tendo comparecido vários professores e alunos: - O sr. Fran Paxeco regerá, provisioriamente, a disciplina de que se encarregou o dr. António Bona. Mas nem pela regencia, nem pela da História do Brasil, que lhe confiaram, perceberá a justa remuneração atribuida a professores do curso anexo, no respectivo regulamento, uma vez reduzidas as depesas gerais. E, se alguma aceitasse, destina-la-ia a caixa dos estudantes pobres.

O Jornal de 11 de junho traz inumeras notas sobre a Faculdade de Direito, dentre elas, que no dia 8, terminaram os exames de suficiencia da primeira turma de candidatos ao curso anexo à faculdade. Informase, ainda, que no domingo fora realizada a reunião dos professores ativos e substitutos da faculdade e do curso anexo., sendo aprovada a tabela de taxas da faculdade. Foi nomeada a mesa para os exames que se


realizarão ainda no mês de junho, conforme edital publicado, composta pelos Presidente e diretor da Faculdade José Vianna Vaz, Antonio Lopes da Cunha, Godofredo Mendes Vianna, Manuel Fran Paxeco e Herbert Jansen Ferreira. Informa a Pacotilha de 11 de junho, que no dia anterior (10 de junho) abriram-se as aulas do Curso Anexo à Faculdade de Direito. Compareceram os professores de Latim e de História Universal, srs. Padre Arias Cruz e Raimundo Lopes, e os alunos Virgilio Domingues, Ricardo Barbosa, Porciuncula de Morais, Edison Brandão, Joaquim M. Gomes de Castro, Zildo Maciel e Valdemiro Viana. O Sr. Fran Paxeco, ao encerrarem-se as aulas, incitou os estudantes a cooperarem com os professores, para o progresso intelectual do Maranhão. O Jornal de 1º de julho de 1918, traz-nos que inaugurara-se, oficialmente, a Faculdade de Direito. Foram propostos e aceitos unanimente para professores honorários o dr. José Viana Vaz, diretor da faculdade, e o sr. Fran Paxeco, que, ipso fato, adquiriu o titulo de dr. As aulas começarão a funcionar no dia 6 do corrente. O Jornal de 6 de julho informa que havia se encerrado no dia anterior a inscrição para os exames vestibulares, que seriam realizados no mproximo dia 8, as 9 horas, sob a vigilancia do diretor dr. Vianna Vaz, e perante a mesa examinadora composta dos drs. Godofredo Vianna, Fran Pacheco e Antonio Lopes. Anunciado - a 8 de julho (Pacotilha) - os resultados, dos exames feitos no dia anterior (7 de julho), ultimos exames de suficiencia para o curso anexo. A mesa examinadora fora composta por Fran Paxeco, Antonio Lopes e Herbert Jansen, apresentando-se os srs. Domingos Barbosa, Astrolábio Caldas, Valdemir Soares, Silvio Rebelo e Ponciano Carvalho. A 24 de julho, o dr. Godofredo Viana realizou sua primeira aula de sua Cadeira de Direito Constitucional. Assistiram à mesma, além dos primeranistas, os sr. Drs. Viana Vaz, diretor da faculdade; Alfredo de Assis, Alcides Pereira, José Romero de Golveia, Fran Paxeco, o coronel Virgilio Domingues, Domingos Barbosa, Domingos Perdigão, secretario da faculdade, etc. “Foi uma prelação magistral, que arrencou aplausos unanimes ao auditório.” Mesma noticia dada em O JORNAL. Nova nota, publicada em A PACOTILHA de 26 de julho, dão conta que o dr. Viana Vaz, diretor da Faculdade, nomeara o sr. Fran Paxeco para substituir o dr. Antonio Bona na regencia da cadeira de Psicologia, Lógica e Filosofia do curso anexo, nomeou agora professor substituto de física e quimica o farmaceutico Luis Gonzaga dos Reis., sendo que as aulas de Fisica ficarão sendo às quartas-feiras, das 16 às 17 , a de latim, neste ultimo dia, passa a ser das 15 as 16. E que as outras cadeiras também iriam ter substitutos. A maioria das aulas do Curso anexo, por todo o mês de agosto, voltará a funcionar à noite. Na edição de 8 de agosto, em A PACOTILHA, informa-se que, reunida a congregação da faculdade, discutiu-se a proposta do dr. Luis Carvalho, de conferir titulo de professor catedrático da Faculdfade de Direito do Maranhão a Rui Barbosa, submetido à apreciação, indicutível no dizer de Fran Paxeco, foi aprovado por aclamação. Nota de 22 de agosto dá conta que fora conferido titulo de professor honorário da Faculdade de Direito à Fran Paxeco: “Diversos jornais do Rio noticiaram com palavras elogiosas, o fato de haver a Faculdade de Direito do Maranhão conferido o título de seu professor honorário a Fran Paxeco”.


Viera da Luz (1957) 86 trás que Fran Paxeco, ilustre lusitano de Setúbal, por sua inteligência e cultura, adquiriu a qualidade de cidadão das letras maranhenses – foi um dos fundadores da Academia de Letras (1908) e do Instituto Histórico e Geográfico (1926), títulos que honrou a vida toda, exercendo infatigável atividade no Maranhão. A Faculdade de Direito teve, em Fran Paxeco, o elemento impulsionador, de ação decisiva para que se efetivasse sua fundação, conferiu-lhe o título de Professor Honorário. Teve em tão alta conta essa deferência que, sendo da Academia de Ciências de Portugal, da Sociedade de Geografia de Lisboa, das Academias de Letras Maranhense, Piauiense e Alagoana, dos Institutos Históricos da Bahia, Pernambuco, Pará, Piauí e do Maranhão, das Associações de Imprensa do Pará e do Amazonas, ao publicar em Lisboa, em 1932, seu importante livro “Portugal não é Ibérico”, fez constar, no alto da página de rosto, simplesmente: FRAN PAXECO Prof. Honorário da Faculdade de Direito do Maranhão 12 de dezembro ultima aula de Fran Paxeco no curso anexo. E Alcides Pereira substitui Raul Machado como professor de Direito Romano: FACULDADE DE DIREITO - O Sr. Fran Paxeco deu ontem, no curso anexo, as ultimas lições de história do Brasil e de história da filosofia, neste ano letivo.

Nomeação da banca examinadora, conforme edital publicado em A PACOTILHA, de 18 de dezembro: 86

VIERA DA LUZ, Joaquim. FRAN PAXECO E AS FIGURAS MARANHENSES. Rio de Janeiro: Livros de Portugal, 1957, p. 100-101.


FACULDADE DE DIREITO - Reuniram-se, hoje, os professores da Faculdade de Direito e do curso anexo á mesma, com o intuito de assentar a organização das mesas de exames e o dia em que deviam iniciar-se os atos. Ficou resolvido que estes principiam amanhã. As bancas examinadoras são estas: - Latim, padre Arias Cruz, drs. Araujo Costa e dr. Antonio Bona, das 8 as 9 horas; história do Brasil, drs. Luiz carvalho, Fran Paxeco e Antonio Lopes, das 9 as 10; história universal, srs. Fran Paxeco, Antonio Lopes e Rubem Almeida, das 10 as 11; geometria, álgebra e trigonometria, drds. Abranches Moura, Antonio Bona e Rubem Almeida, das 16 as 17 horas; inglês, srs. Sr. Antonio Lopes, dr. Antonio Bona e Rubem Almeida

Já a 19 de dezembro começam a ser publicadas as notas dos alunos do curso anexo: FACULDADE DE DIREITO Começaram hoje, as 8 horas, terminando as 12, os exames do curso anexo á Faculdade de Direito, havendo comparecido nove alunos. Na mesa de latim e de matemática, o dr. Antonio Bona foi substituído pelo dr. João Vieira e Fran Paxeco.

Dando continuidade aos exames, novos resultados são divulgados: Ontem, das 15 as 18 horas, só se realizaram as provas escrita e oral de história do Brasil e a oral de inglês. Com aquelas gastaram-se duas horas. A mesa compôs-se dos drs. Dr. Luiz carvalho, Fran Paxeco e Rubem Almeida.

Em 23 de dezembro, em reunião se discutiu a realização das provas de segunda época, para os alunos que perderam os exames, por motivo justo, visto que alguns estavam fora da Capital e outros não compareceram por motivo justo. Na edição de 2 de janeiro de 1919, de A Pacotilha, aparece o resultado da reunião da congregação, com novidades sobre os exames de segunda época e inicio do ano letivo de 1919. À reunião compareceram: Viana Vaz, Henrique Couto, Aarão Brito, Alcides Pereira, Antonio Bona e Fran Paxeco e o secretario, Sr. Domingos Perdigão. Nova reunião, a 25 de janeiro de 1919, para decidir sobre os exames vestibulares, prestação de contas e inclusão de disciplinas, no curso anexo: A FACULDADE DE DIREITO Reuniram-se hoje os membros da Associação organizadora da faculdade de Direito, ,professores desta e do curso anexo, presidindo o dr. Tavares de Holanda e secretariando o Sr. Domingos Perdigão. O Sr. Fran Paxeco propôs que se tornasse completo o programa do curso anexo, incluindo nele as disciplinas de português, aritmética, geografia e Frances. Concordando-se, o presidente nomeou os drs. Aquiles Lisboa, Antonio Bona e Fran Paxeco, para elaborarem o regulamento destes cursos. O Sr. Domingos Perdigão alvitrou que se prorrogasse o prazo para admitir sócios fundadores. Aprovada, estendeu-se esse prazo até 30 de julho. O Sr. Luis Cunha falou no balancete financeiro, que se apresentará dentro dum mês, fornecendo-lhe as precisas notas o secretário. Levantou-se a questão dos exames vestibulares, tomando parte nos debates os srs. Tavares de Holanda, dr. Alcides Pereira, dr. Carlos Reis, Fran Paxeco, dr. M. Jansen Ferreira, Adelman Corrfea. Ficou de se convocar uma nova sessão para a próxima terça-feira, as 9 horas, afim de se resolver o assunto.

A 7 de abril de 1919 é publicado nota dando conta do início do Curso Livre de Direito do Maranhão:


FACULDADE DE DIREITO- A ABERTURA DO CURSO A sessão inaugural das aulas jurídicas e de preparatórios, feita hoje, esteve concorridíssima. Tomamos nota da exma. Sra. Lucilia W. Coelho de Souza, do Instituto de Assistência à Infância, e os srs. Domingos Barboza, representando o presidente do estado, dr. Viana Vaz, juiz federal e diretor da Faculdade, desembargador Bezerra de Menezes, presidente do Superior Tribunal de Justiça, D. Helvécio de Oliveira, bispo desta diocese, e o cônego J. M. Lemercier, seu secretário, dr. Georgiano Gonçalves e Romero de Gouveia, presidente e secretário do congresso, dr. Antonio Bona, representando o prefeito deste município, dr. M. Rodrigues Machado, deputado federal e 1º vice-presidente do estado, dr. José Barreto, deputado federal, dr. Aníbal de Pádua, presidente do Centro Português,Coronel Carneiro de Freitas, secretário da fazenda, coronel José João de Sousa, presidente da associação comercial e da câmara municipal, coronel Alexandre de Viveiros, 1º vice-presidente da Sociedade Maranhense de Agricultura, capitão de corveta Artur Meireles, comandante da escola de aprendizes marinheiros, 1º tenente José Valentim Dunham, filho, chefe da estação telegráfica, 2º Tenente J. J. Dias Vieira, da escola de aprendizes,dr. A. Vieira da Silva, procurador geral da republica, dr. William Coelho de Souza, dr. Miranda Carvalho, deputado Nilo Pizon, presidente do centro artístico, coronel J. F. de Araujo e Souza, chefe do telegrafo terrestre, Artur Vieira dos Reis, José Gaioso das Neves, os professores drs. Henrique Couto, Godofredo Viana,Manuel Jansen Ferreira,Araujo Costa, Fabiano Vieira, Carlos Reis, Fran Paxeco, Almeida Neves,Herbert Jansen Ferreira, padre Arias Cruz, Ruben Almeida, Cleónemes Falcão, os alunos Virgilio Domingues da Silva, Porciuncula de Moraes, Adelman Correa, Ricardo Barbosa, Boanerges Ribeiro, Américo da Costa Nunes, Saint-Clair Silva, Francisco Santos, Edison Brandão, José Monteiro, Astrolábio Caldas, Cursino de Azevedo, Ponciano Carvalho, Benedito Salazar, Ismael Holanda, etc. Apresentaram as suas desculpas, por não poderem comparecer, os srs. Capitão do porto, delegado fiscal e comandante do corpo militar. O Sr. Dr. Viana Vaz, assumindo a presidência, convidou a ladeá-lo os srs. D. Helvecio Gomes de Oliveira e dr. Artur Bezerra de Menezes, declarando aberta a sessão da congregação. Pede a palavra o Sr. Dr. Luiz Carvalho, que propõe se nomeie professor honorário da Faculdade o Sr. De. Urbano Santos, acentuando que tal homenagem se não presta ao chefe político, nem ao ministro do interior, mas ao homem de saber jurídico. O dr. Godofredo Viana propoz que se vote por aclamação a conferencia do referido titulo. Os professores aprovaram. A seguir, o diretor concede a palavra ao dr. Godofredo Viana, que lê o discurso de reabertura das aulas. Trabalho magistral, em que a erudição se junta, harmônica, ás louçanias estilísticas, conquistou ao notável jurista uma nutrida sala (sic) de palmas, confirmada nos muitos cumprimentos recolhidos. A banda toca uma peça, e o dr. Viana Vaz encerra a sessão, no meio dum visível jubilo da numerosa assistência. - A deficiência do espaço forçou a omitir algumas notas, relativas à sessão que as congregações da Faculdade de Direito e de seu Curso Anexo, com os membros da Associação Organizadora, efetuaram no sábado. Assim, não noticiamos que a proposta do Sr. Luiz Carvalho para que se aclamassem diretor e vicediretor da faculdade de Direito, os drs. Viana Vaz e Henrique Couto, teve a secundá-lo o dr. Carlos Reis, o que propôs, após, que formassem a comissão de contas os srs. Aarão Brito, Manoel Jansen Ferreira e Leôncio Rodrigues, compondo a da revista os drs. João Vieira, Antonio Bona, e Antonio Lopes. O dr. Leoncio Rodrigues propôs que o dr. Carlos Reis também pertencesse a comissão da revista. Aprovadas as propostas, o dr. Carlos Reis propôs mais que os drs. Bezerra de Menezes, Raul Machado e Godofredo Viana constituísse a comissão disciplinar e que o dr. Luiz Carvalho ficasse incumbido, ainda em obediência ás disposições regulamentares, de redigir a memória dos fatos ocorridos na Faculdade, em 1918, o que igualmente se aprovou. Compareceram os dr. Viana Vaz, Bezerra de Menezes, Henrique Couto, Abranches Moura, Manoel Jansen Ferreira, Luiz Carvalho, Antonio Bona, João Vieira, Antonio Lopes, Leoncio Rodrigues, Carlos Reis, Fran Paxeco, padre Arias Cruz, Rubem Almeida, Cleómenes Falção, professores da faculdade e do curso anexo. O dr. Almeida Nunes, lente de medicina legal, e o notário Adelman Corrêa, membro da Associação Organizadora e primeiranista de direito, pediram ao Sr. Fran Paxeco a fineza de os representar. Encerrada aquela parte dos trabalhos, abriu-se a dos respeitantes á Associação Organizadora. O Sr. Fran Paxeco, 1º secretário desta, leu e justificou um projeto orçamentário, feito de acordo com o Sr.


Farmacêutico Luiz Antonio da Cunha, digno tesoureiro da referida agremiação, á qual presta os melhores serviços. Achavam-se presentes numerosos membros da coletividade a que aludimos. O projeto orçamentário consigna estas verbas: RECEITA:- dinheiro em cofre, 2:000$000; auxílio do estado, 10:000$000, importância de freqüência de 30 alunos da Faculdade, nos 8 meses letivos, a 15$000 cada um, 3.600$000; idem, idem, de 10 alunos do curso anexo, a 10$000, 800$000. Total, 16.400$000. DESPEZA:- Gratificação de 50$ mensais aos 13 professores dos quatro primeiros anos da Faculdade, durante oito meses, 5:200$000; idem, idem, também a 13 profs. do curso anexo, 5:200$000; gratificação ao secretário, 1:560$000; expediente, 240$; porteiro, 1.200$ total, 13:400$000. RESUMO:- Receita, 16:400$000, despeza, 13:400$000. Saldo 3:000$000. Propos, antes de apresentar o projeto, que se elevasse o salário do porteiro para 100$000 mensais, pois recebe, dês de o princípio, apenas 60$000 e consome o dia na sua lida. A gratificação ao secretário explica-se por si mesma. Quanto á dos professores, que trabalharam de graça, no ano findo, como ele continuará a trabalhar, não passa duma lembrança. É igual á que Misericórdia concede aos seus médicos, há muito. Seja-se misericordioso, por conseguinte, nesta obra de pertinácia, profundamente educadora, que vem preencher um claro incompreensível, na estrutura pedagógica do Maranhão. - Os drs. Almeida Nunes, Antonio Bona e Fran Paxeco desempenharam-se, ontem, no encargo de convidar as autoridades e diversas corporações, para a reabertura das aulas da Faculdade e do curso anexo, que se realizou hoje. A escasses do tempo impediu-os de fazer todos os convites que tencionaram.

SECRETÁRIO DO CURSO ANEXO Á FACULDADE DE DIREITO DO MARANHÃO E PROFESSOR DE HISTÓRIA DO BRASIL FRAN PACHECO


Português natural de Setúbal, e que adotou o heterônimo FRANCISCO PAXECO, oficialmente reconhecido na repartição consular de Portugal em São Luís, nasceu a 9 de março de 1874, e faleceu em Lisboa, a 17 de setembro de 1952, aos 78 anos de idade. Precocemente vocacionado para as letras, aos 14 anos de idade fundou o jornal Gazeta Setubalense, e anos depois passou a colaborar assiduamente em diversos órgãos da imprensa portuguesa. Republicano ardoroso, por seu engajamento político, viu-se compelido a emigrar de seu país, escolhendo vir para o Brasil. Aportou primeiramente no Rio de Janeiro, e a seguir viajou para o Norte: esteve em Belém, depois em Manaus, havendo atuado culturalmente nessas duas cidades, com intensa colaboração na imprensa. Chegado a São Luís no último ano do século XIX – a 2 de maio de 1900 –, Fran Paxeco, sem prejuízo de suas atividades práticas, logo passou a desempenhar importante e decisivo papel na vida cultural em nossa cidade, que então tomava corpo, como reação auspiciosa à apatia que, durante anos seguidos, mantivera, entre pesadas nuvens de desânimo e frustração, o glorioso sol de Atenas, que sobre nós refulgira, graças a uma constelação de talentos realmente privilegiados. A juventude maranhense, ainda vivamente impulsionada pela força arrebatadora do verbo de Coelho Neto, que aqui falara às multidões como um profeta anunciador da ressurreição que era imperativo promover, teve, no entusiasmo inquebrantável de Fran Paxeco, uma das colunas-mestras – a outra foi Antônio Lobo – da grande obra que se iniciava. Jovem, Fran Paxeco aliava ao vigor dos seus 26 anos de idade, um tirocínio, uma visão de mundo e uma cultura que se reveleram imprescindíveis à movimentação da vida são-luisense, sob os mais diversos aspectos. Em todas as iniciativas relevantes tomou parte e de muitas foi o impulsionador: fundação da Oficina dos Novos, da Academia Maranhense de Letras, da Legião dos Atenienses e de numerosas outras instituições culturais; palestras literárias, cortejos e homenagens cívico-culturais, instituição da Universidade Popular, do Curso de Direito, revigoramento e reorganização da Associação Comercial do Maranhão, luta por modernos meios de transporte, pelo incentivo à agropecuária, pela criação de um parque industrial, pela melhoria dos serviços de saúde, pela urbanização da cidade. E tudo isso de par com atividades no magistério público e particular, com diuturna atuação na imprensa, com viagens e trabalhos na Amazônia, com a publicação de livros, com idas ao Rio de Janeiro e a Portugal. Na imprensa maranhense deixou uma colaboração tão diversificada e ao mesmo tempo copiosa, que ainda hoje aguarda e reclama a seleção temática da qual resultarão seguidos volumes de interesse para o estudo da vida maranhense. Tais volumes viriam somar-se às obras maranhenses desse autor de vasta bibliografia que compreende assuntos tão variados quanto foram os campos de interesse de seus estudos. Fonte: http://www.academiamaranhense.org.br/manuel-francisco-pacheco/


POESIA MARANHENSE CONTEMPORÂNEA LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Academia Ludovicense de Letras – Cadeira 21 Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão – Cadeira 40 Blog do Leopoldo Vaz • sábado, 01 de abril de 2017 às 10:09 http://www.blogsoestado.com/leopoldovaz/2017/04/01/poesia-maranhense-contemporanea/

Trabalhando na construção de uma ‘antologia ludovicense’, já na Introdução coloquei que “Escrevi para aprender”[1]; e é isso mesmo. Fundador da Academia Ludovicense de Letras, desde a sua primeira hora, não me sentia à vontade, por não deitar os olhos para a literatura de São Luis, e do Maranhão em sua extensão. Criada a ALL, um dos projetos era a elaboração da dita antologia, por seus membros. Não acontecendo, resolvi por conta e risco faze-la. Não aceita pelos pares, tornou-se obra de minha exclusiva responsabilidade. Não é livro de historiador; não há pesquisa inédita nos arquivos. Não há conclusões ou interpretações inovadoras. Não se pretendeu ser original. Para a construção – daquilo que se trata por espaço intelectual, e análise das estratégias de afirmação[2], disputas e repertórios nele acionados -, constituíram-se em importantes fontes para obtenção de dados relativos aos agentes em questão, as publicações biográficas promovidas por instituições dedicadas à consagração de personagens que se destacaram no cenário “intelectual” maranhense, como a Academia Maranhense de Letras (AML) e o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM). Busquei nas obras citadas as informações necessárias, assim como me utilizei amplamente das ferramentas de busca disponíveis na ‘nuvem’. Além destes, recolhi informações de biografias, livros de memórias, prefácios, antologias, sites particulares ou institucionais, entrevistas, materiais produzidos pelos movimentos culturais de que participaram e alguns trabalhos acadêmicos que nos auxiliaram no mapeamento e caracterização historiográfica do período em pauta e no conhecimento dos “pares geracionais”. Sempre indicando a fonte, de quem se usou o “copiar/colar”; ou os depoimentos, recebidos através do correio eletrônico. A originalidade está na abordagem… Sempre que começo algum texticulo, parto do conhecimento do que se trata; assim, fui buscar ‘na nuvem’ o que é uma “Antologia”; de acordo com a Wikipédia[3], (ανθολογία ou “coleção de flores”, em grego), é uma coleção de trabalhos literários (ou musicais) agrupados por temática, autoria ou período. A palavra vem do nome da mais antiga antologia que se tem conhecimento, organizada pelo poeta grego Meléagro. É usado para categorizar coleções de obras curtas, tais como histórias curtas e romances curtos, em geral agrupados em um único volume para publicação. Refe-se a coleção de trabalhos literários. I.S. Eliot [4] nos assegura que o valor primordial das antologias, como de resto de toda literatura, é “nos dar prazer, embora outras serventias possam prestar aos leitores interessados”. Entre elas, assinala o poetacrítico, “as antologias são uteis porque ninguém tem tempo de ler tudo, e existem poemas dos quais apenas algumas passagens permanecem vivas” (in BARBOSA FILHO, 2004)[5]. No Maranhão, foram publicadas, já, várias antologias, que se tornaram clássicas, como: Parnaso Maranhense, de Gentil Homem de Almeida Braga; Panteon Maranhense, de Henriques Leal; Os novos atenienses – subsídios para a história literária do Maranhão, de Antônio Lobo (2008, 3 ed.), a do cinquentenário da Academia Maranhense de Letras, Antologia AML 1908-1958[6], de Mário Meireles; Arnaldo de Jesus Pereira; Domingos Vieira Filho (1958); para a construção da presente antologia recorreremos a elas, sempre que necessário, mas a principal fonte será Clóvis Ramos: Nosso céu tem mais estrelas – 140 anos de literatura maranhense (1972); Onde canta o sabiá – estudo histórico-literário da poesia do Maranhão (1972); Roteiro literário do Maranhão – neoclássicos e romanticos (2001); Rossi Corrêa, com O modernismo no Maranhão (1989); Formação social do Maranhão – o presente de uma arqueologia (1993); e Atenas Brasileira – a cultura maranhese na civilização nacional (2001); Jomar Moares com seu Apontamentos de literatura maranhense (1976); e quando necessário nos Perfis Academicos da AML (1993); Assis Brasil e A poesia maranhense no século XX (1994); Arlete Nogueira da Cruz, com o seu magistral Sal e Sol (2006); José Henrique de Paula Borralho, com Uma Athenas


equinocial – a literatura e a fundação de um Maranhão no Império brasileiro (2010) e Terra e Ceu de Nostalgia – tradição e identidade em São Luis do Maranhão (2011); e por fim, Ricardo Leão: Os atenienses – a invenção do cânone nacional (2011). É desse ultimo que nos utilizamos, no uso do termo atenienses para definir a condição de literatos do Maranhão: “Entende-se por ‘atenienses’ um grupo de intelectuais surgidos durante o século XIX, mais especificamente em São Luis do Maranhão, decorrente do epíteto de ‘Atenas Brasileira” que a cidade recebeu em função da movimentada vida cultural e do número expressivo de intelectuais e literatos ali nascidos ou residentes – depois em parte migrados para a Corte no Rio de Janeiro -, com um papel muito importante na configuração da vida politica e literária do país que tinha acabado de emancipar-se da antiga metrópole portuguesa. Os ‘atenienses’ são, portanto, os vários grupos de intelectuais e homens de letras surgidos em torno da cidade letrada de colonização portuguesa, como São Luis, a qual teria sido um dos poucos centros de intensa atividade intelectual do primeiro e segundo periodo imperial brasileiro. […]”. (Leão, 2011, p. 33)[7].

Esclarece, ainda, que a adoção do “tropo ateniense também se inspira na obra do crítico maranhense Frederico José Correia, em seu Um livro de crítica (1878)[8], no qual critica a invenção em torno da Atenas Brasileira, particularmente endereçada ao biógrafo maranhense Antonio Henriques Leal, autor do Pantheon Maranhense”.

Esse autor utiliza o conceito de “cânone” que é, com efeito, uma seleção de obras que atende critérios de eleição e exclusão, os quais podem: “[…] orientados pela questão da representatividade histórica e da fundação e formação de uma literatura, compondo, enfim, a arqueologia do campo intelectual e dos letrados de um país ou, no caso específico da literatura, seguir uma orientação de acordo com a representatividade estética dos textos”. (p. 34). “[…] O cânone, portanto, é uma lista de textos, autores e obras, coadjuvada por uma elaborada narrativa historiográfica que, apesar de sua pretenção em ser verídica, como se resto o é toda historiografia, traz consigo motivações que, pelo fato de incluir excluindo, trai e solapa a sua pretenção histórica enquanto verdade absoluta, natural e indubitável.” (p. 36).

Reis Carvalho (citado por DURANS, 2012)[9] dividiu a literatura maranhense em três ciclos, admitindo que, para essa classificação, não houve “na realidade fatos decisivos e característicos na sua evolução, capazes de representar as linhas divisórias de cada ciclo”. Ele, porém, demarca cronologicamente a literatura da seguinte maneira: “o primeiro ciclo vai de 1832 a 1868”; “o segundo ciclo da literatura maranhense abrange a geração nascida das duas primeiras décadas do último semi-século, de 1850 a 1870”; “O terceiro ciclo […] compreende os escritores nascidos nas duas primeiras décadas da última geração do século passado, 1870 a 1890” (CARVALHO, 1912, v. 4, p. 9737, 9742 e 9748)[10]. Mário Meireles[11], seguindo e citando a periodização de Reis Carvalho, admite, no século XIX, a presença de três grandes ciclos, embora ressaltando que, no início daquele século, ocorreu um ciclo de transição (1800-1832) que, para ele, não apresentava relevância para a história literária do Maranhão. No prefácio da Antologia da AML apresentam as seguintes fases: Primeira fase: de maior extensão de tempo, que vai dos séculos XVII a XVIII, da “literatura sobre a terra”; Segunda fase: de transição, do primeiro quartel do seculo XIX, de características essencialmente coimbrão, periodo do romantista classicista[i]; Terceira fase: do segundo ao terceiro quartel da centúria oitocentista, quando surge a imprensa periódica, regresso dos doutores de Coimbra, que vem constituir o chamado Grupo Maranhense do romantismo brasileiro[ii]; São Luis torna-se a Atenas Brasileira;


Quarta fase: do terceiro ao ultimo quartel do seculo passado (o livro é de 1958…), com o surgimento do naturalismo[iii], do parnasianismo[iv], do simbolismo[v]; os intelectuais da terra são afastados para fora dela, reconhecidos como literatos nacionais; Quinta fase, e para os Autores, a penultima, dos ultimos anos do seculo XIX para o primeiro quartel do seculoo XX, ciclo do decadentismo[vi]; Sexta, e ultima fase analisada pelos antologistas da AML, atual, para eles, que que corresponde ao ciclo do modernismo[vii]. Meireles (1980)[12] caracteriza, os ciclos literários maranhenses através dos títulos dos capítulos de sua obra: “Séculos XVI e XVII – Literatura sobre o Maranhão”; “Século XVIII – Ainda literatura sobre a terra”; “Século XIX – O ciclo de transição do seu primeiro quartel (1800-1832)”; “Século XIX – Segundo Ciclo (1832-1868) – O grupo maranhense no Romantismo brasileiro. O Maranhão Atenas Brasileira”; “Século XIX – o ciclo de 1868 a 1894. Os homens de letras do Maranhão passam a ser, essencialmente, literatos nacionais”; “Século XX: o ciclo de 1894 a 1932, o decadentismo; a reação local para estabelecer, no Maranhão, os foros de Atenas Brasileira”; “Os tempos atuais”. Na primeira edição de História do Maranhão[13] – no capítulo intitulado Panorama Cultural do Maranhão no Império -, aponta os ciclos literários maranhenses, traçando um esquema parecido com os dos autores supracitados. Ele, porém, associa características econômicas a esses ciclos : “Este Grupo Maranhense abrange, no tempo, o ciclo que vai de 1832 a 1868 e corresponde assim, no campo econômico, ao ciclo do algodão”. E continua: “Com o ciclo do açúcar, sobrevém o ciclo literário de 1868 a 1894 […] desfazendo-se o Grupo local, os nossos homens de letras passam a emigrar cedo para o Sul, onde, granjeando justo renome, fazem-se essencialmente literatos nacionais” (MEIRELES, 1980, citado por DURANS, 2009; 2012) [14].

Durans (2009; 2012) [15] afirma que no século XVII, inicia-se uma literatura descritiva acerca do Maranhão produzida pelos colonizadores, a fim de identificar, caracterizar, relatar e descrever a terra conquistada: Essa produção inicial é denominada ‘literatura de viajantes’, ‘relatos de viajantes’, entre outras denominações. Esses textos tinham como função descrever os aspectos naturais, econômicos e sociais das terras descobertas, com o fim de servir como fonte de informação e de propaganda da terra conquistada. Com o tempo e sua ampla divulgação na imprensa européia, tais produções vão se tornando cada vez mais bem elaboradas.

Já Jomar Moraes é responsável por consolidar a demarcação da literatura maranhense em ciclos, uma vez que se propõe a atingir o objetivo de […] apreciar a evolução da literatura maranhense, assim como o papel que lhe cabe no contexto da literatura brasileira, examinando a questão sob seus aspectos mais relevantes […]: o da importância pessoal de certas figuras e o da repercussão que como grupo geracional foi possível alcançar […]. (MORAES, 1976, grifo nosso)[16].

Para Durans (2012) [17] esse objetivo fica mais evidente com a própria organização do livro, em capítulos e tópicos, apresentados de forma temporalmente linear e delimitando momentos literários. A partir da segunda parte, intitulada Autonomia literária, aparecem os seguintes capítulos: “1832-1868 – Grupo maranhense”; “1870/1890 – Um vigoroso sopro renovador”; ”1899/1930 – Os Novos Atenienses”; “Depois de 1922”. Prossegue Durans (2012) [18], para quem:


A literatura maranhense apresenta três grandes ciclos, nascendo de fato com a geração romântica, uma vez que antes dela somente existiam relatos sobre o Maranhão e não uma literatura do Maranhão propriamente dita. Didaticamente, muitos autores que se debruçam sobre a crítica, análise e história da literatura maranhense dividem-na em ciclos e gerações que encerram especificidades consoantes ao tempo em que foram produzidos.

Antonio Lobo, segundo nota n’ A PACOTILHA – Jornal da Tarde, edição de 14 de maio de 1909, quando do anuncio do lançamento de seu novo livro – Os Novos Atenienses, traz-nos a seguinde ‘divisão’: Os novos atenienses Deverá circular, na semana proxima, o livro de nosso confrade Antonio Lobo, cuja impressãoterminou hoje, nas oficinasa da Revista do Norte. De accordo com a promessa feita, ha tempos, inserimos aqui a summula desse trabalho. Introducção – aplicação ao actual movimento literário do Maranhão da doutrina de A. Coste, sobre a independencia entre os phenomenos ideologicos e sociologicos. PRIMEIRA PARTE OS FACTOS I – O seminario maranhense e a phase da decadencia literaria que ao seu desapparecimento se seguiu. II – Manoel de Béthencourt e as tentativas de reeacção literaria de O Seculo e A Philomatica. III – A visita de Coelho Neto e a influencia pela mesma exercida sobre o nosso renascimento literário. Applicação a semelhante influencia de uma das leis da imitação de G. Tarde. IV – Fran Pacheco e a Oficina dos Novos. As conferencias do Centro Caixeiral. Os dissidentes da Renascença Maranhense. A Actualidade. Nova Athenas. A Revista do Norte. As actuaes associações literarias: Gremio Literaio Maranhense, Cooperação Sotero dos Reis, Clube Nina Rodrigues, Gremio Odorico Mendes, A Academia Maranhense. SEGUNDA PARTE AS INDIVIDUALIDADES I – Os Poetas. A poesia maranhense em geral. Os poetas de livros: I. Xavier de Carvalho – Ignacio Raposo – Côrrea de Araujo – Costa Gomes – Vieira da Silva – Maranhão Sobrinho. Os Poetas sem livros: Francisco Serra, Alfredo Assis, Luzo Torres, Luiz carvalho, Agostinho Reis, Humberto de Campos, Vespasiano ramos, Francisco Lisboa, filho, Godofredo Vianna, Fdabiano Vieira, Carlos Rego, Ameriuco Cesar, Altino Rego, Heraclyto Mattos, Lemos Vianna, Arlindo Martins, Nascimento Moraes, Octavio Galvão, Leonete Oliveira, e Laura Rosa. (Segue-se, a este ultimo capitulo, a transcrição de diversas producções dos poetas menos estudados). II – Os prosadores. A gramamatica (sic) e a estilistica, de accordo com a doutrina de R. De La Grasserie. Os pescadores de capaphatons. Os prosadores de livro: Viriato mCorrêa – Astolfo Marques – Godofredo Vianna – Domingos barbosa – José Ribeiro do Amaral- JustoJansen ferreira – Barbosa de Godois. Os prosadorees sem livro. Os jornalistas. Os contistas. Os cronistas. Luzo Torres, Clodomir Cardoso, João Quadros, Alfredo Assiz, Luis carvalho, Antonio Lopes, Fabiano Vieira, José Barreto, Raul Pereira, Luiz Vianna, Alfredo Fernandes.

Alfredo de Assis assim se manifesta, ao comentar o livro de Antonio Lobo – Os Novos Atenienses[19]: […]Como quer que seja, Antonio Lobo, que abraça a teoria de Adplphe Coste, excellentemente a interpreta e applica ao estudo de nosso meio literaio, tomado no que hodiernamente apresenta e nas


causas genetrizes do seu desenvolvimento, que ell filia principalmente á vista de Coelho Neto ao Maranhão. Este acontecimento repercutiu profundamente no espírito da mocidade, que se alheara quase que inteiramente dos labores intelectuaes depois que d’aqui se partiu o notável jornalista Manoel de Bethencourt, cuja influencia não foi perduraqdoira e se exteriorisou apenas pelo apparecimento dos Fructos Selvagens, livro de versos de I. Xavier de Carvalho, e de alguns jornaes e revistas literárias de ephemera duração. Depois da passagem de Coelho Neto foi que surgiu a Officina dos Novos, fundada por Francisco Serra, João Quadros, e Astolfo Marques, e que tantos e tão valiosos serviços prestou e continua a prestar as letras maranhenses. Antonio Lobo, ao lado de Fran Paxeco, foi sempre o seu mais poderoso sustentáculo. Em Os Novos Atenienses esta, magnificamente elaborada, na linguagem clara, espontânea e bem trabalhada pelo autor, o histórico desta importante sociedade de letras, das phases que a precederam desde o desaparecimento de O Semanário Maranhense, que Antonio Lobo chama o canto do cisne da geração literária, que aqui viveu em meados do século findo, e dos emprehendimentos e conquistas posteriormente realizadas. Estas ultimas constituem o assumpto especial das duas partes do livro, que se inscrevem sob a epigraphe de Poetas e Prosadores, e onde estão postos em foco todos os novos athenienses, os de livros publicados e aquelles cujos trabalhos andam ainda esparsos em jornaes e revistas. Não preciso encarecer o mérito do livro de Antonio Lobo, o escriptor maranhense é suficientemente conhecido. Termino, por isso, circunscrevendo-me apenas a um enthusiastico parabem ás letras da minha terra, ás quaes elle acaba de trazer mais um titulo de gloria. Alfredo de Assis

É Ramos (1972, p. 9-10)[20] quem afirma que “o Maranhão sempre participou dos grandes movimentos culturais surgidos no Brasil, dando ele mesmo, em muitas ocasiões, o grito de renovação que empolga”. Esse autor classifica nossa literatura em nove fases: 1ª fase – de extensa duração, é “a da literatura sobre a terra”, feita pelos cronistas a contar dos padres capuchos d´Abbeville e d´Evreux; 2ª fase – a do ciclo de transição, em que desapareceram os ultimos cronistas e ensaia-se a literatura da terra, já no primeiro quartel do século XIX, literatura que se caracteriza pela feição coimbrã, fruto do classicismo; 3ª fase – a que surge a imprensa periódica – “o Conciliador”, “O Argos da Lei”, e “O Censor”, e que os filhos da terra, formados em Coimbra, de regresso da Europa, constituem o chamado Grupo Maranhense do romantismo brasileiro, justamente a geração de Odorico Mendes, Sotero dos Reis, João Francisco Lisboa, e Gonçalves Dias; 4ª fase – a partir de 1865, a que possibilitou o surgimento do naturalismo, do parnasianismo e do simbolismo, de poetas e escritores levados por força do fator economico a se transferirem para o Sul do país, e foram, muitos deles, literatos nacionais: Teixeira Mendes, Teófilo Dias, Adelino Fontoura, Artur e Aluisio Azevedo, Coelho Neto, Dunshee de Abranches; 5ª fase – com inicio em 1900, em consequencia da visita de Coelho Neto ao Maranhão, de intelectuais que procuraram, permanecendo na terra natal, desenvolve-la, faze-la outra vez grande centro de cultura, a geração de Antonio Lobo, Correa de Araujo, e Nascimento de Moraes, fase áurea do simbolismo no Maranhão, que viu também, como escritores nacionais, Humberto de Campos, Viriato Correa, e Graça Aranha; 6ª fase – ciclo do modernismo, segundo Meireles (1958) a fase atual, mas de transição, de poetas ainda apegados a velhas formulas, neoromanticos uns, neoparnasianos outros, neosimbolistas grande parte, já se firmando alguns poucos, nos canones trazidos pelo modernismo: a fase inaugurada em 1927 por Astolfo Serra; 7ª fase – inicio do movimento “Renovação”[viii], sob a orientação de Antonio Lopes, é a geração de 45[ix], quando o modernismo se impôs no Maranhão, principalmente na pintura com J. Figueiredo, cubista; Floriano Teixeira, na mesma linha de Portinari; Cadmo Silva, surrealista, e Jorge Brandão;


a fase de Erasmo Dias, em que o Maranhão viu emigrar mais alguns de seus melhores talentos: Josué Montello, Manoel Caetano Bandeira de Melo, Franklin de Oliveira, e Osvaldo Marques; 8ª fase – a da geração de 50, que prosseguiu com exito, a renovação modernista, chegando à poesia concreta[x] e neoconcretista[xi], ao mesmo tempo em que parte dela se voltava para o romantismo e o simbolismo, fenomeno que também ocorreu no ambito nacional; 9ª fase – a patir de 1969, de jovens que buscavam, atraves de movimentos como a Antroponáutica[xii], novas formulas poeticas e, como reação ao modernismo, já concluindo o seu ciclo, o movimento dos trovadores[xiii].

Recorremos, ainda, a Clóvis Ramos (2001) [21] – fênix renasce das cinzas, ao propor-se a realizar o “sonho do Dr. Eliezer Moreira Filho”, com a publicação de uma Antologia escolar maranhense. Abrangência das fases diversas da rica vida literária do Maranhão. São elas: Volume I – quando a brilhante aurora despertava: cronistas franceses, os portugueses da fase colonial e a poesia neoclássica do Maranhão; Do sol meridiano a luz dourada – os românticos da geração de Gonçalves Dias; Um Sol de fogo – geração de Sousândrade; Volume II – onde as estrelas cantam – no tempo de Frutuoso Ferreira, tempo também de Teófilo Dias, Raimundo Correia, Catulo, Coelho Neto e Graça Aranha (fase do movimento naturismo e do parnasianismo); De rosas cor de rosa no sol posto – o simbolismo no Maranhão; Vão se abrindo as estrelas e as juremas – sobre o sincretismo, que resultou nos caminhos abertos para o modernismo, entre nós; Volume III – Asas cantando sob um céu lilás – os ecléticos e os da geração de Corrêa da Silva; Volume III – o despenhadeiro das auroras – a geração de 45, de poetas e escritores voltados ao hermetismo, à poesia de vanguarda – pós-modernos, uns e outros ainda apegados aos ritmos tradicionais; Rosas manhãs – contendo a poesia atual do Maranhão; Um quarto volume, sendo preparado para apresentar, ainda, autores maranhenses, antigos e modernos, que não foram incluídos nos roteiros, e já prontos.

E mais adiante, apresenta-nos novo roteiro, com os títulos que formam o Novo Parnaso Maranhense: A irmã da noite – a grande poesia do Maranhão, estudo e antologia; A pedra e o monte – a poesia neoclássica do Maranhão; O astro das manhãs – o Maranhão na poesia romântica e utra-romantica; A flor do abismo – ainda os românticos e parnasianos do Maranhão ou a geração de 1880; No infinito mar – poetas tradicionalistas, de estilo clássico-romantico; Sinos do entardecer – que exalta bandeira Tribuzzi – ainda com a poesia tradicionalista de poetas imbuídos de sincretismo; Soluços nas ramadas – começo do modernismo no Maranhão ou geração de 1900; Velário das estrelas – o modernismo no Maranhão, a geração de 1930; A música dos violinos ou a geração de 45; Verbo em chamas – movimentos de vanguarda, poetas pós-modernos, ou a geração de 60; Espelho grande do tempo – movimentos de vanguarda, pós-modernos; Brisa e espuma – a nova poesia do Maranhão; O céu é a mesma luz – que o continua, reunindo poetas do final do século XX, de Enes de Sousa (João Nascimento Sousa), Antonio Carlos Alvim, Leonardson dos Santos Castro, Lenita de Sá, Francisco de


Assis Peres Sousa, Paulo Melo Souza, Cesar William, e Luís Inácio Araujo – nascidos nas décadas de 1960/70, e outros, a João Fábio Ramos de Souza, o mais moço, nascido em 1983 […]

Dinacy Corrêa (2015) [22] coloca que: de geração em geração, de Gonçalves Dias a Sousândrade (1832/1902 – autor, dentre outros títulos de O Guesa Errante, escrito entre 1858-1888), passando por Maria Firmina dos Reis, em seus Cantos à Beira-Mar (1871), remontando ao Grupo Maranhense (1832/64), passando pela Oficina dos Novos (1900), por Corrêa de Araújo (que, transitando do parnasiano ao pré-moderno, antecipa a geração de 30/40)… Lembrando Bandeira Tribuzi (que, com Alguma Existência, descortina novos horizontes estéticos)… Chegando a Ferreira Gullar (que com o seu Poema Sujo –1976, estruturalmente complexo, num misto de lirismo e memória narrativa, vem a ser classificado como um dos melhores poetas brasileiros do século XX), a Luís Augusto Cassas, no transe do século XX/XXI… A poesia maranhense vai construindo/percorrendo seu itinerário histórico-literário. A versão oficialmente estabelecida da história da literatura maranhense, com a recente renovação dos debates sobre esse tema, está sendo revista. Lacunas e contradições têm sido apontadas nas investigações históricas até então empreendidas, instigando novos estudos, novas versões, novos olhares – às vezes olhares desconfiados (DURANS, 2009; 2012)[23].

[1] MONTANELLI, Indro. HISTÓRIA DE ROMA. Citado por DORIA, Pedro. 1565 – ENQUANTO O BRASIL NASCIA – a aventura de portugueses, franceses, índios e negros na fundação do País. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012, p. 18 [2] SILVA, Franklin Lopes. Literatura, Política, e Pessoalidade: lógicas cruzadas de atuação no espaço intelectual maranhense (1945-1964). Síntese de monografia de graduação em Ciências Sociais na Universidade Federal do Maranhão. [3] http://pt.wikipedia.org/wiki/Antologia [4] ELIOT, T. S. Ensaios de Doutrina Crítica. Lisboa: Guimarães Editores, 1977, citado por BARBOSA FILHO, Hildeberto. LITERATURA NA ILHA (POETAS E PROSADORES MARANHENSES). São Luis: Lithograf, 2004. [5] BARBOSA FILHO, Hildeberto. LITERATURA NA ILHA (POETAS E PROSADORES MARANHENSES). São Luis: Lithograf, 2004. [6] MEIRELES, Mário; FERREIRA, Arnaldo de Jesus; Vieira filho, MARANHENSE DE LETRAS – 1908 – 1958. São Luis: AML, 1958

Domingos. ANTOLOGIA DA ACADEMIA

MEIRELES, Mário; FERREIRA, Arnaldo de Jesus; Vieira filho, Domingos. ANTOLOGIA DA ACADEMIA MARANHENSE DE LETRAS – 1908 – 1958. São Luis: AML, 1958. Edição fa-similar comemorativa do centenario de fundação da Academia Maranhense de Letras, AML, 2008. [7] LEÃO, Ricardo. OS ATENIENSES – a invenção do cânone nacional. Imperatriz: Ética, 2011 [8] CORRÊA, Frederico José. UM LIVRO DE CRÍTICA. São Luis: Tip. Do Frias, 1878. CORRÊA, Frederico José. UM LIVRO DE CRÍTICA. 2 ed. São Luis:Pitomba, 2015. Com ensaios de Ricardo Leão e Henrique Borralho [9] DURANS, Patrícia Raquel Lobato. A LITERATURA MARANHENSE NA HISTORIOGRAFIA LOCAL: representações e contradições. In LITTERA ON LINE, Número 05 – 2012, Departamento de Letras | Universidade Federal do Maranhão, disponível em file:///C:/Users/Leopoldo/Downloads/1270-4439-1-PB%20(1).pdf , acessado em 08 de março de 2014 [10] CARVALHO, Antônio dos Reis. A literatura maranhense. In: BIBLIOTECA Internacional de Obras Célebres. Rio de Janeiro: Sociedade Internacional, 1912. v. 20. (citado por DURANS, 2012). [11] MEIRELES, Mário. Panorama da literatura maranhense. São Luís: Imprensa Oficial, 1955; MEIRELES; FERREIRA; e vieira filho, 1958; 2008, obras citadas; [12] MEIRELES, 1955, obra citada; [13] MEIRELES, Mário. HISTÓRIA DO MARANHÃO. 2 ed. São Luís: Fundação Cultural do Maranhão, 1980. [14]DURANS, Patrícia Raquel Lobato. OS NOVOS ATENIENSES E O IMAGINÁRIO DE DECADÊNCIA: as representações em Missas negras, de Inácio Xavier de Carvalho. São Luis, 2009. Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira da Universidade Federal do Maranhão para obtenção do título de Especialista em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira. Orientadora: Prof. Dra. Maria Rita Santos. Disponível em http://www.geia.org.br/pdf/Monografia_Patr%C3%ADcia_Normalizada.pdf , acessada em 11 de março de 2014.


DURANS, 2012, obra citada; [15] DURANS, 2009; 2012, obras citadas; [16] MORAES, Jomar. APONTAMENTOS DE LITERATURA MARANHENSE. São Luis: SIOGE, 1976 [17] DURANS, 2009, obra ciatada. [18] DURANS, 2012, Obra citada. [19] A Pacotilha, 25 de maio de 1909 – Os novos atenienses [20] RAMOS, Clovis. NOSSO CÉU TEM MAIS ESTRELAS – 140 anos de literatura maranhense. Rio de Janeiro: Pongetti, 1972. [21] RAMOS, Clóvis. ROTEIRO LITERÁRIO DO MARANHÃO: neoclássicos e românticos. Quando a brilhante aurora despontava – do sol meridiano a luz dourada – um sol de fogo. Niterói: Clovis Ramos, 2001 [22] CORRÊA, Dinacy A LÍRICA MARANHENSE DE EXPRESSÂO FEMININA – visão panorâmica. In ALL EM REVISTA, São Luis, vol.2, no. 2, maio-junho de 2015. [23] DURANS, Patrícia Raquel Lobato. OS NOVOS ATENIENSES E O IMAGINÁRIO DE DECADÊNCIA: as representações em Missas negras, de Inácio Xavier de Carvalho. São Luis, 2009. Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira da Universidade Federal do Maranhão para obtenção do título de Especialista em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira. Orientadora: Prof. Dra. Maria Rita Santos. Disponível em http://www.geia.org.br/pdf/Monografia_Patr%C3%ADcia_Normalizada.pdf , acessada em 11 de março de 2014. DURANS, Patrícia Raquel Lobato. A LITERATURA MARANHENSE NA HISTORIOGRAFIA LOCAL: representações e contradições. In LITTERA ON LINE, Número 05 – 2012, Departamento de Letras | Universidade Federal do Maranhão, disponível em file:///C:/Users/Leopoldo/Downloads/1270-4439-1-PB%20(1).pdf , acessado em 08 de março de 2014 [i][i] O Classicismo teve início na Itália no século XIV e apogeu no final do século XVI, espalhando-se rapidamente pela Europa, com a criação da imprensa as informações eram divulgadas com maior rapidez – ocorreu dentro do Renascimento. É uma literatura antiga que sofreu várias influências principalmente greco-latinas, devido à criação das primeiras universidades. Em 1527, quando Francisco Sá de Miranda retornava a Portugal, vindo da Itália, trazendo o doce estilo novo (soneto + medida nova). Clóvis Monteiro assinala que o Classicismo em Portugal durou três séculos de atividades literárias: iniciado em 1527 e encerrado em 1825. No Brasil Colônia, o Classicismo português do período cultista também influenciou a literatura, como por exemplo, na obra Prosopopéia de Bento Teixeira, que imitava os versos de Camões, até meados do século XVIII, quando surgiria uma literatura nacional ou brasileira. http://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_classicista [ii]O Romantismo no Brasil teve como marco fundador a publicação do livro de poemas “Suspiros poéticos e saudades”, de Domingos José Gonçalves de Magalhães, em 1836, e durou 45 anos. Ainda no mesmo ano, no Brasil – momento histórico em que ocorre o Romantismo, 14 anos após a sua Independência – esse movimento é visível pela valorização do nacionalismo e da liberdade, sentimentos que se ajustavam ao espírito de um país que acabava de se tornar uma nação rompendo com o domínio colonial. Três fundamentos do estilo romântico: o egocentrismo, o nacionalismo e liberdade de expressão. O egocentrismo: também chamado de subjetivismo, ou individualismo. Evidencia a tendência romântica à pessoalidade e ao desligamento da sociedade. O artista volta-se para dentro de si mesmo, colocando-se como centro do universo poético. A primeira pessoa (“eu”) ganha relevância nos poemas. O nacionalismo: corresponde à valorização das particularidades locais. Opondo-se ao registro de ambiente árcade, que se pautava pela mesmice, vendo pastoralismo em todos os lugares, o Romantismo propõe um destaque da chamada “cor local”, isto é, o conjunto de aspectos particulares de cada região. Esses aspectos envolvem componentes geográficos, históricos e culturais. Assim, a cultura popular ganha considerável espaço nas discussões intelectuais de elite. A liberdade de expressão: é um dos pontos mais importantes da escola romântica. “Nem regra , nem modelos “- afirma Victor Hugo, um dos mais destacados românticos franceses. Pretendendo explorar as dimensões variadas de seu próprio “eu”, o artista se recusa a adaptar a expressão de suas emoções a um conjunto de regras pré-estabelecido. Da mesma forma, afasta-se de modelos artísticos consagrados, optando por uma busca incessante da originalidade. Primeira geração – Indianista ou Nacionalista; Segunda geração – Ultrarromantismo ou Mal do Século; Terceira geração – Condoreira. http://pt.wikipedia.org/wiki/Romantismo_no_Brasil [iii] Naturalismo – literária conhecida por ser a radicalização do Realismo, baseando-se na observação fiel da realidade e na experiência, mostrando que o indivíduo é determinado pelo ambiente e pela hereditariedade. O naturalismo como forma de conceber o universo constitui um dos pilares da ciência moderna, sendo alvo de considerações também de ordem filosófica. No Brasil, as primeiras obras naturalistas são publicadas em 1880, sendo influenciada pela leitura de Émile Zola. O primeiro romance é O mulato (1881) do maranhense Aluísio de Azevedo, o escritor que melhor representa a corrente literária do naturalismo brasileiro. Além dessa obra, foi o responsável pela criação de um dos maiores marcos da literatura brasileira: O cortiço. http://pt.wikipedia.org/wiki/Naturalismo#Naturalismo_em_Portugal_e_no_Brasil [iv]O parnasianismo é uma escola literária ou um movimento literário essencialmente poético, contemporâneo do RealismoNaturalismo. Um estilo de época que se desenvolveu na poesia a partir de 1850, na França. No Brasil, o parnasianismo dominou a poesia até a chegada do Modernismo brasileiro. A importância deste movimento no país deve-se não só ao elevado número de poetas, mas também à extensão de sua influência, uma vez que seus princípios estéticos dominaram por muito tempo a vida literária do país, praticamente até o advento do Modernismo em 1922. http://pt.wikipedia.org/wiki/Parnasianismo#No_Brasil


[v] Simbolismo é um movimento literário da poesia e das outras artes que surgiu na França, no final do século XIX, como oposição ao Realismo, ao Naturalismo e ao Positivismo da época. Movido pelos ideais românticos, estendendo suas raízes àliteratura, aos palcos teatrais, às artes plásticas. Não sendo considerado uma escola literária, teve suas origens de As Flores do Mal, do poeta Charles Baudelaire [vi] Decadentismo é uma corrente artística, filosófica e, principalmente, literária que teve sua origem na França nas duas últimas décadas do século XIX e se desenvolveu por quase toda Europa e alguns países da América. A denominação de decadentismo surgiu como um termo depreciativo e irônico empregado pela crítica acadêmica, mas terminou sendo adotada pelos próprios participantes do movimento. http://pt.wikipedia.org/wiki/Decadentismo [vii] O modernismo brasileiro foi um amplo movimento cultural que repercutiu fortemente sobre a cena artística e a sociedade brasileira na primeira metade do século XX, sobretudo no campo da literatura e das artes plásticas. O movimento no Brasil foi desencadeado a partir da assimilação de tendências culturais e artísticas lançadas pelas vanguardas europeias no período que antecedeu a Primeira Guerra Mundial, como o Cubismo e o Futurismo. Considera-se a Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo, em 1922, como ponto de partida do modernismo no Brasil. Porém, nem todos os participantes desse evento eram modernistas: Graça Aranha, um pré-modernista, por exemplo, foi um dos oradores. Não sendo dominante desde o início, o modernismo, com o tempo, suplantou os anteriores. Foi marcado, sobretudo, pela liberdade de estilo e aproximação com a linguagem falada, sendo os da primeira fase mais radicais em relação a esse marco. Didaticamente, divide-se o Modernismo em três fases: a primeira fase, mais radical e fortemente oposta a tudo que foi anterior, cheia de irreverência e escândalo; uma segunda mais amena, que formou grandes romancistas e poetas; e uma terceira, também chamada Pós-Modernismo por vários autores, que se opunha de certo modo a primeira e era por isso ridicularizada com o apelido de Parnasianismo. http://pt.wikipedia.org/wiki/Modernismo_no_Brasil; http://www.infoescola.com/literatura/modernismo/ [viii] “O movimento de renovação colocado pelas escolas literárias não consiste necessariamente na exclusão de uma geração anterior, mas um retorno a um movimento que vem antes do modelo negado. Assim aconteceu com o Arcadismo, que revisita os modelos clássicos; com o Parnasianismo, que retoma o Classicismo; e com o Simbolismo, que reassume o subjetivismo romântico. Assim também ocorreu com a literatura neo-ateniense, que pretendia revalidar o foro de Atenas Brasileira, igualandose a todos os outros”. DURANS, 2009, obra citada. [ix] Na literatura brasileira, a chamada Geração 45 surgiu a partir de trabalhos de poetas que produziam uma literatura oposta às inovações modernistas de 1922. Uma fase de literatura intimista, introspectiva e de traços psicológicos. http://www.infoescola.com/literatura/geracao-de-45/ [x] Poesia concreta é um tipo de poesia vanguardista, de caráter experimental, basicamente visual, que procura estruturar o texto poético escrito a partir do espaço do seu suporte, sendo ele a página de um livro ou não, buscando a superação do verso como unidade rítmico-formal. Surgiu na década de 1950 no Brasil e na Suíça, tendo sido primeiramente nomeada, tal qual a conhecemos, por Augusto de Campos na revista Noigandres de número 2, de 1955, publicada por um grupo de poetas homônimo à revista e que produziam uma poesia afins. Também é chamada de (ou confundida com) Poesia visual em algumas partes do mundo. O poema concreto é um objeto em e por si mesmo, não um intérprete de objetos exteriores e/ou sensações mais ou menos subjetivas. seu material: a palavra (som, forma visual, carga semântica) . seu problema: um problema de funções- relações desse material. fatores de proximidade e semelhança, psicologia de gestalt. ritmo: força relacional. o poema concreto, usando o sistema fonético (dígitos) e uma sintaxe analógica, cria uma área linguística específica – “verbivocovisual”- que participa das vantagens da comunicação não-verbal, sem abdicar das virtualidades da palavra, com o poema concreto ocorre o fenômeno da metacomunicação: coincidência e simultaneidade da comunicação verbal e não verbal, com a nota de que se trata de uma comunicação de formas, de uma estrutura-conteúdo, não da usual comunicação de mensagens. a poesia concreta visa ao mínimo múltiplo comum da linguagem, daí a sua tendência à substantivação e à verbificação : “a moeda concreta da fala” (sapir). daí suas afinidades com as chamadas “línguas isolantes”( chinês) : “quanto menos gramática exterior possui a língua chinesa, tanto mais gramática interior lhe é inerente ( humboldt via cassirer) . o chinês oferece um exemplo de sintaxe puramente relacional baseada exclusivamente na ordem das palavras ( ver fenollosa, sapir e cassirer). http://pt.wikipedia.org/wiki/Poesia_concreta [xi] Neoconcretismo foi um movimento artístico surgido no Rio de Janeiro, Brasil, em fins da década de 1950, como reação ao concretismo ortodoxo. Os neoconcretistas procuravam novos caminhos dizendo que a arte não é um mero objeto: tem sensibilidade, expressividade, subjetividade, indo muito além do mero geometrismo puro. Eram contra as atitudes cientificistas e positivistas na arte. A recuperação das possibilidades criadoras do artista (não mais considerado um inventor de protótipos industriais) e a incorporação efetiva do observador (que ao tocar e manipular as obras torna-se parte delas) apresentam-se como tentativas de eliminar a tendência técnico-científica presente no concretismo. O movimento neoconcreto nunca conseguiu imporse totalmente fora do Rio de Janeiro, sendo largamente criticado pelos concretistas ortodoxos paulistas, partidários da autonomia da forma em detrimento da expressão e implicações simbólicas ou sentimentais. O MANIFESTO NEOCONCRETO – No dia 23 de março de 1959, o Suplemento Dominical do Jornal do Brasil , (dirigido por Reynaldo Jardim, participante do movimento) publicou o ‘Manifesto Neoconcreto’, assinado por Ferreira Gullar , Reynaldo Jardim , Theon Spanudis , Amílcar de Castro , Franz Weissmann , Lygia Clark e Lygia Pape . http://pt.wikipedia.org/wiki/Neoconcretismo. [xii] Em 26 de maio de 1972, foi lançada, em Noite de Autógrafos, em São Luís do Maranhão, a antologia poética Antroponáutica, que apresenta poemas de poetas até então inéditos, em livros. Eram eles Chagas Val, Luís Augusto Cassas, Raimundo Fontenele, Viriato Gaspar e Valdelino Cécio. Para eles, alguma coisa estava errada, já que a Semana de Arte Moderna havia acontecido, de maneira ruidosa, há 52 anos antes, em 1922, no Teatro Municipal de São Paulo e poucos, à exceção de Nascimento Moraes Filho, Ferreira Gullar, Bandeira Tribuzi, Oswaldino Marques, Lago Burnett e José Chagas, pouquíssimos outros dela tomaram conhecimento, decorridas cinco décadas. Era como se São Luís vivesse ainda em plena época do soneto parnasiano sem tomar conhecimento sequer da linguagem revolucionária de O Guesa, de Sousândrade. GASPAR, Viriato. Os Trinta Anos Pós-Antroponáutica. GUESA ERRANTE, Suplemento literário – Jornal pequeno, São Luis, 29 de novembro de 2005.


[xiii]Com a instituição dos Jogos Florais no ano de 1960, o movimento dos trovadores (então sob a égide do GBT, Grêmio Brasileiro de Trovadores) teve um grande impulso, embora ainda incipiente. Com a fundação e o estatuto definitivo em 1966, a entidade passa a multiplicar-se pelo país inteiro. http://pt.wikipedia.org/wiki/Uni%C3%A3o_Brasileira_de_Trovadores Categoria A VISTA DO MEU PONTO • Literatura & Esporte


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Após o declínio do Estado Novo, a história maranhense foi marcada pela ascensão política de Victorino Freire, um dos principais articuladores da campanha do General Dutra à presidência e responsável pela organização do PSD no Maranhão, partido que tinha fortes ligações na esfera federal e mantinha-se internamente baseado em mandonismos locais e no uso sistemático da “Universidade da Fraude” nos processos eleitorais (in COSTA, Wagner Cabral da. O SALTO DO CANGURU: DITADURA MILITAR E REESTRUTURAÇÃO OLIGÁRQUICA NO MARANHÃO PÓS-1964. CIÊNCIAS HUMANAS EM REVISTA, São Luís, UFMA/CCH, v. 2, n. 1, p. 183-192, 2004.


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