REVISTA DO LÉO n. 5 - FEVEREIRO 2018

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REVISTA DO LEO REVISTA ELETRONICA EDITADA POR

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Prefixo Editorial 917536

SÃO LUIS – MARANHÃO NUMERO 5 – FEVEREIRO DE 2018


A presente obra está sendo publicada sob a forma de coletânea de textos fornecidos voluntariamente por seus autores, com as devidas revisões de forma e conteúdo. Estas colaborações são de exclusiva responsabilidade dos autores sem compensação financeira, mas mantendo seus direitos autorais, segundo a legislação em vigor.

EXPEDIENTE REVISTA DO LEO Revista eletrônica EDITOR Leopoldo Gil Dulcio Vaz Prefixo Editorial 917536 vazleopoldo@hotmail.com Rua Titânia, 88 – Recanto de Vinhais 65070-580 – São Luis – Maranhão (98) 3236-2076

CAPA: Leopoldo Gil Dulcio Vaz conduzindo a Tocha Olímpica em São Luis-MA

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Nasceu em Curitiba-Pr. Licenciado em Educação Física, Especialista em Metodologia do Ensino, Especialista em Lazer e Recreação, Mestre em Ciência da Informação. Professor de Educação Física do IF-MA (1979/2008, aposentado; Titular da UEMA (1977/89; Substituto 2012/13), Convidado, da UFMA (Curso de Turismo). Exerceu várias funções no IF-MA, desde coordenador de área até Pró-Reitor de Ensino; e de Pesquisa e Extensão); Pesquisador Associado do Atlas do Esporte no Brasil; Diretor da ONG CEV; tem 14 livros publicados, e mais de 250 artigos em revistas dedicadas (Brasil e exterior), e em jornais; Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Membro Fundador da Academia Ludovicense de Letras; Recebeu: Premio “Antonio Lopes de Pesquisa Histórica”, do Concurso Cidade de São Luis (1995); a Comenda Gonçalves Dias, do IHGM; Premio da International Writers e Artists Association (USA) pelo livro “Mil Poemas para Gonçalves Dias” (2015); Premio Zora Seljan pelo livro “Sobre Maria Firmina dos Reis” – Biografia, (2016), da União Brasileira de Escritores – RJ; Foi editor das seguintes revista: “Nova Atenas, de Educação Tecnológica”, do IF-MA, eletrônica; Revista do Instituto Histórico e geográfico do Maranhão, edições 29 a 43, versão eletrônica; ALL em Revista, eletrônica, da Academia Ludovicense de Letras, vol 1, a vol 4, 12 16 edições. Condutor da Tocha Olímpica – Olimpíada Rio 2016, na cidade de São Luis-Ma.


EDITORIAL A “REVISTA DO LÉO”, eletrônica, é disponibilizada, através da plataforma ISSUU https://issuu.com/home/publisher. É uma revista dedicada à duas áreas, de meu interesse, que se configuraram na escolha de minha profissão – a educação física, os esportes e o lazer, e na minha área de concentração de estudos atual, de resgate da memória; comecei a escrever/pesquisar sobre literatura, em especial a ludovicense, quando editor responsável pela revista da ALL. Estou resgatando minhas publicações, disponibilizadas através do “Blog do Leopoldo Vaz”, que por cerca de 10 anos esteve na plataforma do G1/Mirante, recentemente retirado do ar, quando da reestruturação daquela mídia de comunicação; perdeu-se o registro, haja vista que o arquivo foi indisponibilizado. Quase a totalidade do que ali foi publicado apareceu, também, nas Comunidades do CEV – Centro Esportivo Virtual, http://cev.org.br/ - Educação Física no Maranhão, História, Atletismo, Capoeira, as quais sou administrador, e agora, no Facebook, https://www.facebook.com/groups/cevefma/. Do “Atlas do Esporte no Maranhão”, colocarei seus capítulos, no atual estado-da-arte, e sempre que houver algum fato novo, a sua atualização. No campo da Literatura ludovicense/maranhense, permanece aberta às contribuições, em especial, a construção da “Antologia Ludovicense”. Esta, a proposta... Está totalmente aberta às contribuições...

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ EDITOR

NÚMEROS ANTERIORES VOLUME 1 – OUTUBRO DE 2017 - https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_1_-_outubro_2017 VOLUME 2 – NOVEMBRO DE 2017 - https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_2_-_novembro_2017 VOLUME 3 – DEZEMBRO DE 2017 - https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_3_-_dezembro_2017 VOLUME 4 – JANEIRO DE 2018 - https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_4_-_janeiro_2018


SUMÁRIO EXPEDIENTE

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EDITORIAL

3

SUMÁRIO

4 MEMÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA, ESPORTES E LAZER

5

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ MEMÓRIA DO ESPORTE NO MARANHÃO LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ FONTES DE INFORMAÇÃO NA ÁREA TECNOLÓGICA LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ ESPORTE COM IDENTIDADE CULTURAL LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ QUEM FOI O PIONEIRO ? LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO NA EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS NO MARANHÃO LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ CONCEPÇÃO UTILITÁRIA E SOCIAL DA EDUCAÇÃO FÍSICA ATLAS DO ESPORTE NO MARANHÃO

6 9 17 19 22 28 50

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA, ESPORTES, E LAZER NO MARANHÃO E SUA CONTRIBUIÇÃO NO ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL

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FUTEBOL

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PRIMEIRO CAMPEONATO DE FUTEBOL NO MARANHÃO CRACKS & SPORTMAN MARANHENSES AÇAILÂNDIA

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LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

BACABAL

146

BURITICUPU

147

CANTANHEDE

148

CODÓ

149

D. PEDRO

150

GUIMARÃES

151

IMPERATRIZ

152

LAGO DO JUNCO

153

SÃO BENTO

154

SÃO LUIS GONZAGA

156

VITORINO FREIRE

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ARTIGOS, CRÔNICAS, DISCUSSÕES, OPINIÕES EDMILSON SANCHES A HISTÓRIA DO MILITAR, ENTERRADO EM CAXIAS, QUE DESBRAVOU A AMAZÔNIA E CONSTRUIU UMA CIDADE LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ 40 ANOS DEPOIS... LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ A OCUPAÇÃO DA ILHA DO MARANHÃO – a ciência confirma o mito NA(S) ACADEMIA(S) – LITERATURA LUDOVICENSE/MARANHENSE LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ MARCO ZERO – UMA PROPOSTA... LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ AS COLEÇÕES DO IHGM LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ A FUNDAÇÃO DA FACULDADE DE DIREITO DO MARANHÃO LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ ESPORTE & LITERATURA: ALGUNS AUTORES MARANHENSES E A CAPOEIRA

160 163 177 185 186 200 204 223


MEMÓRIA DA EDUCAÇ]AO FÍSICA, ESPORTES E LAZER Artigos, crônicas, publicadas nas diversas mídias – jornais, revistas dedicadas, blogs – pelo Editor, resgatadas... Serão replicadas na ordem em que escritas e divulgadas.


MEMÓRIA DO ESPORTE NO MARANHÃO LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Sócio Efetivo do IHGM, Cadeira 40

"Preservar os testemunhos do passado é, substancialmente, dar-lhes condições de continuarem a ser utilizados no presente em toda sua potencialidade" (SUANO, citado por MARQUES JÚNIOR, 1991, p. 101).

Tendo em mente esta perspectiva, propõe-se a criação da "SALA MEMÓRIA DO ESPORTE no MARANHÃO", que terá como objetivo geral: coletar, armazenar, preservar, organizar e divulgar os documentos referentes à memória do ESPORTE MODERNO no MARANHÃO, dos grandes atletas maranhenses, e dos eventos esportivos relevantes. As ações para operacionalização desse projeto podem ser divididas basicamente em duas frentes de trabalho: a pesquisa documental (incluindo a documentação histórica, a produção intelectual e as publicações geradas), e a coleta da memória oral. A pesquisa histórica - na qual se incluem, dentre outros, os trabalhos ligados à memória institucional - caracteriza-se predominantemente pelo uso de dados primários. Ao lado da história oral, constituída por testemunhos de pessoas que viveram e presenciaram mais de perto os fatos narrados, pode-se afirmar que os chamados documentos de arquivo representam as fontes básicas para atividades de pesquisa histórica e, em especial, para a recuperação da memória de uma instituição. De acordo com SCHELLENBERG (citado por MARQUES JÚNIOR, 1991, p. 102), documento de arquivo é todo aquele material produzido e acumulado em decorrência de desempenho das funções administrativas relacionados aos objetivos de qualquer instituição pública ou privada, que tenha sido considerado de valor - e preservado - para fins de referência e pesquisa. Nessa categoria, incluem-se, dentre outros registros, as correspondências, as normas e regulamentos, os relatórios, as atas de reuniões, etc. A "Sala Memória do Esporte no Maranhão" terá como objetivos específicos: 1. recuperar, preservar, organizar e armazenar os documentos relevantes para a história do esporte moderno em Maranhão; 2. recuperar e preservar, fisicamente, os documentos importantes relativos à memória, utilizando técnicas adequadas a cada tipo de material; 3. analisar e indexar as correspondências, as normas e regulamentos, os relatórios, as atas de reuniões, etc., das diversas instituições dirigentes do esporte em Maranhão; 4. recuperar, preservar, organizar e armazenar os documentos referentes à produção intelectual da comunidade acadêmica referentes aos esportes, a educação física e ao lazer no Maranhão; 5. recolher a memória oral através de entrevistas com pessoas que vivenciaram os grandes momentos esportivos no Maranhão ; 6. fazer um esboço da História do Esporte no Maranhão, a partir das informações obtidas;


7. divulgar os documentos da memória do esporte no Maranhão, dos grandes atletas, dos dirigentes, técnicos e professores, e das instituições esportivas maranhenses através de publicações, catálogos e exposições. O projeto Memória será constituído, para sua operacionalização, dos seguintes sub-projetos:

a) Documentação histórica: a.1. Abrangência:  atas de fundação dos clubes esportivos, federações esportivas, órgãos públicos ligados aos esportes, lazer e educação física maranhense, com seus respectivos índices;  depoimentos de pessoas consideradas como importantes em alguma modalidade esportiva, praticada em Maranhão, que possa contribuir para a escrita de sua historia ;  coleção de fotografias, plantas arquitetônicas, cartazes, convites, discursos, programas de eventos, etc...;  levantamento de notícias publicadas na imprensa local e nacional (recortes de jornais) sobre os esportes maranhenses, sobre os grandes atletas do Maranhão;

a.2. Metodologia: A metodologia básica a ser adotada consiste em leitura de atas e sua indexação, levantamento, organização e tratamento de documentos, coleta de depoimentos. a.3. Produtos: a) b) c) d) e)

coleção de atas, armazenadas na memória; índice por assuntos, remetendo para livro e página; arquivo de documentos importantes referentes a assuntos registrados nas atas; coleção de fitas (e transcrição) de depoimentos de pessoas ligadas ao esporte no Maranhão; coleção de plantas arquitetônicas, fotografias, programas, cartazes, discursos, etc., sobre os esportes maranhenses, sobre os atletas, dirigentes, treinadores; f) índices para recuperação da informação contida nesse material; g) arquivo de recortes de notícias sobre os esportes maranhense e sua comunidade; h) esboço de uma História do Esporte no Maranhão.

b) Produção intelectual: b.1. Universo  atletas, dirigentes, técnicos e funcionários técnico-administrativos, em exercício, aposentados, falecido b.2. Abrangência:


 livros, artigos, capítulos de livros, trabalhos apresentados em eventos, textos didáticos, monografias, resenhas, traduções, prefácios...;  teses de conclusão de curso, de mestrado, de doutorado, livre docência e memoriais;  projetos e relatórios de pesquisa. b.3. Metodologia:  Levantamento do universo, consulta a documentos, entrevistas. b.4. Produtos:    

acervo de livros, monografias, teses, dissertações e projetos e relatórios de pesquisa; arquivo de cópias de artigos, capítulos de livros, trabalhos em eventos, relatórios de pesquisa, etc.; catálogos de referências bibliográficas e resumos; elaboração da publicação : Produção Intelectual sobre o Esporte Maranhense.

c) Publicações geradas c.1. Abrangência:  documentos sobre o Esporte Maranhense; jornais, revistas e boletins publicados c.2. Metodologia:  análise documental. c.3. Produtos:  coleção de documentos sobre o Esporte Maranhense, coleção de jornais, revistas e boletins publicados;  catálogo dos documentos sobre o Esporte Maranhense, em ordem alfabética de títulos.

d) Divulgação.    

constituição de uma "Sala Memória"; divulgação dos documentos da memória através de publicações, catálogos e exposições; exposição permanente do material coletado e produzido; criação de um Prêmio, específico sobre o Esporte no Maranhão. Sugere-se a criação de um grupo de estudos - no âmbito do IHGM, FUNDAÇÃO JOAQUIM HAICKEL, e SEDEL, equipe interdisciplinar de professores de História, de Literatura, de Bibliotecários e de Supervisores, com apoio da Secretaria -, para dar prosseguimento ao levantamento de documentos e possibilitando a criação de uma "Sala Memória do Esporte Maranhense".


FONTES DE INFORMAÇÃO NA ÁREA TECNOLÓGICA por LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Mestre em Ciência da Informação Centro Federal de Educação Tecnológica do Maranhão RESUMO A diferença entre ciência e tecnologia é evidenciada em relação ao uso de fontes de informação durante o processo de produção do conhecimento. O objetivo deste estudo é identificar essas fontes na área tecnológica

INTRODUÇÃO: Faz-se ciência por dois motivos - curiosidade intelectual e interesse em fins utilitários. O interesse neste último move a realização de ciência aplicada (tecnologia). FREIRE-MAIA (1991, p. 24-25) afirma que antigamente era tida como ciência pura aquela que não tivesse preocupações e nem possibilidades previsíveis de aplicação e como ciência aplicada aquela diretamente voltada para solução de problemas práticos e, como tal, apresentava uma perspectiva próxima de aplicação. Como várias pesquisas da antiga "ciência pura" acabam tendo aplicação e outras tantas da chamada "ciência aplicada" terminaram não produzindo os frutos esperados, prefere-se, em geral, dizer ciência básica e aplicação da ciência, isto é, tecnologia. A primeira não visa diretamente ao seu aproveitamento na área da utilização prática, mas pode vir a encontrá-la; isto significa que ela se faz com a única preocupação de resolver problemas de conhecimento, sem excluir a possibilidade de que possa vir a ter poderosa influência no setor que não foi procurado de início. A tecnologia, por outro lado, visa, de início e durante todo o seu trajeto, a procura de uma aplicação. Não há, pois, dois tipos de ciência - uma "pura" e outra "aplicada". O que há é ciência e aplicação da ciência. O que há é a pesquisa básica (que pode gerar aplicação) e a pesquisa tecnológica (que diretamente visa a essas aplicações). Para MORAIS (1988), nos dias correntes, ... torna-se cada vez mais difícil discernir ciência de tecnologia... os cientistas precisam de recursos técnicos para execução de suas pesquisas e a tecnologia tem a sua sobrevivência estabelecida pelos avanços científicos (pois) não é raro que sejam encontrados cientistas que embora não sendo cientistas puros não se julguem tecnólogos, pela real predominância das pesquisas intrinsecamente científicas em sua vida profissional. Ainda que lance mão de recursos da tecnologia, ele é um cientista. E as mesmas coisas podem ser ditas a respeito dos tecnólogos. (p.17). O objetivo deste estudo é o de identificar as fontes de informação na área tecnológica. INFORMAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA Para AGUIAR (1991) existem duas grandes classes a serem consideradas no âmbito das atividades de ciência e tecnologia e de desenvolvimento industrial: (a) informação científica e tecnológica, que compreende todo tipo de informação que serve de matériaprima (new material information) ou insumo para a geração de conhecimentos científicos e de tecnologia; e


(b) informação industrial e tecnológica, que engloba todas as informações cuja função é contribuir para a aplicação desses conhecimentos para o desenvolvimento econômico, incluído então o desenvolvimento industrial. Esse autor faz uma revisão conceitual do que seja "informação científica e tecnológica" utilizando-se da abordagem funcional, onde apresenta a seguinte definição para “Informação em Ciência e Tecnologia” - ICT -: "é constituída de elementos simbólicos utilizados para comunicar o conhecimento científico e técnico, independente de seu caráter (numérico, textual, icônico, etc.), dos suportes materiais, da forma de apresentação ... [empregando-se também para] designar tanto a mensagem (conteúdo e forma) quanto sua comunicação (ação). Quando necessário, distingue-se entre informação bruta (fatos, conceitos, representações) e os documentos em que se acha registrada." UNESCO/UNISIT II (p. 8). Já “Informação Tecnológica” é: “ todo conhecimento de natureza técnica, econômica, mercadológica, gerencial, social, etc. que, por sua aplicação, favoreça o progresso na forma de aperfeiçoamento e inovação." - COMITÊ DE INFORMAÇÃO PARA A INDÚSTRIA DA FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE DOCUMENTAÇÃO. (p. 8). Para “Informação para a Indústria”: " é todo esforço intelectual para estimular os administradores e técnicos de uma dada empresa, pública ou privada, no sentido de aperfeiçoar suas operações e inovar métodos, processos, produtos e serviços, através da conversão, em resultados práticos, de toda a forma de conhecimentos obtidos por qualquer meio." KLINTOE,1972 (p. 8). A “Informação Industrial”: " é o esforço de coletar, avaliar e tornar disponíveis informações sobre o setor industrial e suas operações produtivas, gerando dados técnico-econômicos, informações sobre tecnologias utilizadas, a estrutura industrial, a produtividade setorial, estudos de viabilidade, dados de investimento e retorno, implantação de indústrias, transferência de tecnologia, dentre outros."- KLINTOE, 1972 (p. 8). Tem-se, assim, a informação como insumo para atividades de pesquisa científica e tecnológica e informação para aplicação em desenvolvimento econômico e industrial (MAUTORT, citado por AGUIAR, 1991). Tomando por base a afirmação de Allen (1979) de que "a informação é a própria essência da atividade científica", AGUIAR (1991) afirma que os resultados de uma pesquisa científica precisam ser formalmente divulgados para assegurar a autoria de quem a desenvolveu, na medida em que se busca fundamentalmente gerar conhecimentos novos sobre o universo e sobre os fenômenos sociais que nele se desenvolvem: "... o principal universo da atividade científica é informação verbalmente codificada (periódicos, anais de congressos, etc.) e que seu produto essencial também é informação verbalmente codificada (artigo publicado em revista científica, comunicação em congressos),


constituindo insumo para outras pesquisas científicas e assim sucessivamente." (AGUIAR, 1991, p. 9). Prossegue, afirmando que as atividades de desenvolvimento tecnológico necessitam de informação a tecnologia é uma grande consumidora de informação verbalmente codificada (publicações, relatórios, comunicações informal) mas "... que ao contrário da ciência, seu produto principal não é informação verbalmente codificada, - que é apenas um subproduto constituído por patentes, relatórios, manuais e instruções de operações, etc. - mas sim uma mudança no 'hardware' físico do universo representado por novos processos de produção." (p. 9). A pesquisa tecnológica engloba, em certos casos, "atividades enquadráveis como pesquisa aplicada, além das atividades de desenvolvimento experimental". Se aproxima daquela nas situações em que "conhecimento novo deve ser previamente buscado para, a seguir, ser aplicado no desenvolvimento de novos produtos e novos processos" (AGUIAR, 1991). Assim, informação científica é "todo conhecimento que resulta - ou está relacionado com o resultado - de uma pesquisa científica", servindo para (a) divulgar o conhecimento novo; (b) constituir insumo para um novo projeto de pesquisa científica; (c) explicitar a metodologia empregada na execução do projeto de pesquisa. Já a informação tecnológica é "todo tipo de conhecimento relacionado com o 'modo de fazer' um produto ou prestar um serviço, para colocá-lo no mercado", servindo para (a) constituir insumo para o desenvolvimento de pesquisa tecnológica; (b) assegurar o direito de propriedade industrial; (c) difundir tecnologias de domínio público; (d) subsidiar o processo de gestão tecnológica; (e) acompanhamento e avaliação de tendências de desenvolvimento tecnológico; e (f) permitir a avaliação do impacto econômico, social e ambiental das tecnologias. O termo "informação em ciência e tecnologia" é empregado para: "...englobar as informações que, além de cumprirem as funções relacionadas como específicas da informação científica ou da informação tecnológica, servem ainda para cumprir e apoiar a atividade de planejamento e gestão em ciência e tecnologia: avaliar o resultado do esforço aplicado em atividades científicas e tecnológicas e subsidiar a formulação de política, diretrizes, planos e programas de desenvolvimento científico e tecnológico." (AGUIAR, 1991, p. 12). FLUXO DE INFORMAÇÃO EM CIÊNCIA Para ALLEN (1979), a pesquisa científica caracteriza-se pela produção do conhecimento ( = informação), conduzido segundo "método científico" e se dá de forma cumulativa - os resultados são registrados na literatura e têm valor universal, pois a ciência é "supranacional" . A propriedade intelectual é


assegurada a quem primeiro a divulga e este deve ser aceito pela comunidade científica a qual pertence o pesquisador, - a quem cabe propor os planos de pesquisa, bem como modificá-los. Os resultados não visam necessariamente a uma aplicação prática. Figura 1 - Fluxo de informação em Ciência INSUMO: Informação verbalmente codificada

PROCESSO PESQUISA CIENTÍFICA

PRODUTO: Informação verbalmente codificada

Fonte: ALLEN (1979), adaptado por AGUIAR, 1991. FLUXO DE INFORMAÇÃO EM TECNOLOGIA Já a pesquisa tecnológica caracteriza-se pela aplicação prática de seus resultados - novo produto ou processo -, pois a tecnologia é, em si, um bem - possue valor de troca, depende de viabilidade econômica e de mercado (fatores de caráter regional). Por ser desenvolvida por encomenda - propriedade industrial (patente) - está sujeita ao sigilo. A autoria individual raramente é explicitada e a publicação de resultados em canais formais não é prioritária. Figura 2 - Fluxo de informação em Tecnologia INSUMO: Informação verbalmente codificada

PROCESSO PESQUISA TECNOLÓGICA

PRODUTO: Transformação no ‘hardware” físico (novos produtos e processos) SUBPRODUTO: Informação verbalmente codificada - relatórios, patentes, etc

Fonte: ALLEN (1979), adaptado por AGUIAR, 1991.

CANAIS DE COMUNICAÇÃO: LUCAS (1987) aponta para algumas generalizações que se podem fazer entre cientistas e tecnólogos como usuários de informação: Quadro 1 - Necessidade e tipos de canais que as satisfazem USUÁRIOS TECNOLOGISTAS ENGENHEIROS

CIENTISTAS

NECESSIDADES resposta rápida / imediata orientados para uma missão solução de problemas informações restritas atualização constante |cobertura total fronteiras do conhecimento (informação aberta)

TIPOS DE CANAIS DE INFORMAÇÃO rede de gatekeepers; documentos não publicados; catálogos técnicos, vendedores clientes; exposições/seminários (ênfase nos canais de informação periódicos; colégios invisiveis; pares; congressos/conferências documentos publicados (canais formais + informais

Fonte: ARAÚJO,1979 adaptado por LUCAS, 1987 : 183 Verifica-se que a comunicação da informação em ciência e tecnologia - ICT - se processa através de dois tipos de canais - Canais Formais e Canais Informais (GARCIA, 1980; KREMER, 1980a, 1980b, 1981; CURVO,1983; VALOIS e Outros,1989; COELHO e outros, 1989). Entende-se por comunicação informal a comunicação direta pessoa a pessoa, em oposição à comunicação formal através de livros, artigos científicos, boletins, relatórios técnicos, etc. Resultados de pesquisa têm comprovado que o contato pessoal direto é o mais importante canal para informações técnicas formando uma rede de comunicação


interpessoal. Segundo CURVO (1983) os indivídos-chave na estrutura da rede de comunicação informal são denominados de "líderes de opinião" (Lazarsfeld, 1944; Rogers e Shomaker, 1971); "gatekepeers" (Allen, 1979; Kremer, 1980a, 1980b ); "inovadores" (Coleman, Katz e Manzel, 1966); "liaisons - elementos de ligação" (Amend, 1971); "comunicadores de alto nível - high communicators" (Shapero e Outros, 1978); e ao pequeno grupo de indivíduos-chave se convencionou chamar de "colégio invisível" (Price e Beaver, 1966; Crane. 1969; Crawfors, 1971). Quadro 2 - Canais de comunicação CANAIS FORMAIS Publicações primárias, Secundárias, terciárias Centros/Serviços de Informação Bibliotecas - compreendem livros, periódicos; obras de refência; artigos de revisão, etc

CANAIS INFORMAIS Intercambio pessoal: Colégios invisíveis / Gatekeepers - comportam conversas / trocas de correspondência entre os pares; reuniões locais regionais internacionais; contato interpessoais; visitas institucionais, etc

Fonte: KREMER, 1980a, 1980b, 1981; CURVO, 1983; MIKHAISLOV at alii, 1983, citados por VALOIS e Outros, 1989 : 31.

GARVEY E GRIFFITH, 1979;

O uso predominante de um ou de outro tipo está relacionado com a especialidade científica ou técnica e, dentro destas, pelos diversos níveis de competência e de atuação (GARCIA, 1980), formando o que LIONBERGER e Outros (citados por CURVO, 1983) denominam de "macrossistema de informação". O macrossistema de informação científica e tecnológica é constituído de diversos grupos de profissionais trabalhando em pesquisa e na disseminação de seus resultados e subdivide-se em (a) subsistemas de geração de informação; (b) subsistema de disseminação da informação; e (c) subsistema de adoção. FONTES DE INFORMAÇÃO NA ÁREA TECNOLÓGICA Afirma CASTRO (1986) que produzir pesquisa é uma coisa, publicar é outra. Parte da hipótese de que a produção científica de um país é algo que pode ser avaliada e contada: ao captar-se os fluxos de publicação de uma instituição está-se, "ipso facto", medindo sua produção científica em um período anterior. Afirma, ainda, que fazer pesquisa não é a mesma coisa que fazer ciência, dado que esta última é mais abrangente, não se limitando à pesquisa convencional. Em seu estudo não se detém na avaliação das atividades tecnológicas. Para essa matéria ainda não há indicadores agregados que se possam comparar às publicações, haja vista que não se pode avaliá-la como um todo antes que se criem registros de sua geração. Tecnologia deve ser avaliada mais pelo seu impacto do que pelo processo de sua criação. Em muitas áreas profissionais os resultados mais importantes ou mesmo mais úteis não se materializam em publicação. As atividades tecnológicas têm sua própria lógica, que não pode ser corretamente retratada pela bibliometria, cujo desenvolvimento liga-se às tradições científicas (p. 192). Ao analisar as medidas da ciência brasileira, alerta que não existem estatísticas confiáveis que possam confirmar o modelo internacional, por não se poder estimar o pouco que se produz no Brasil, pois os números geralmente utilizados referem-se aos registros da CAPES e estes não incluem pesquisas executadas em instituições particulares de ensino superior e por instituições de pesquisa, sobretudo aquelas ligadas às grandes empresas. PACHECO (1991), ao analisar as principais características das empresas dos setores industriais nacionais e os fatores envolvidos na formulação de indicadores de desempenho tecnológico relaciona alguns critérios a serem considerados no processo de seleção e cadastramento das fontes de informação sobre a indústria. Propõe algumas atividades a serem desenvolvidas por um serviço de informação. Divide-as em duas áras de atuação:


a) PRODUTO: 

elaboração de boletins para a dissiminação de informação;

publicação de obras técnicas (manuais e monografias);

elaboração de guias de fontes de informação que indiquem, entre outras, informações sobre os principais periódicos nacionais e estrangeiros, obras de referência relevantes, instituições de apoio tecnológico no país e no exterior, pesquisas em andamento, consultores, tradutores, equipamentos, etc. (p. 30).

b) SERVIÇOS: 

disseminação da informação documentária, através da divulgação, em boletim, de resumos de artigos técnicos, de congressos e cursos, de notícias técnicas, patentes, equipamentos, pesquisas em andamento, inovações tecnológicas, etc...;

elaboração de bibliografias sobre temas específicos;

levantamento bibliográfico sob encomenda e atendimento de solicitação de cópias de documentos;

disseminação de informação não bibliográfica ou não convencional, através do atendimento a consultas sobre dados estatísticos, comércio, exportação, preços, mercados, patentes, normas técnicas, especificações de produtos, catálogos, fabricantes, etc.;

serviço de atendimento a consultas técnicas, através de acolhimento de uma demanda de informação do setor produtivo, realizado por meio de um serviço de pergunta/resposta e executado por um especialista. (p. 30).

Identifica, ainda, um conjunto de parametros que podem interferir na configuração do sistema proposto, destacando-se a complexidade e tipo de informação tecnológica; graus diferenciados de sofisticação tecnológica dos vários setores industriais; dispersão das fontes de informação tecnológica visando a subsidiar a tarefa de determinação desta relação. Cabe analisar os seguintes aspectos: em primeiro lugar, os tipos de informações necessárias aos usuários; em segundo, a relação existente entre as diversas fontes de informação e o tipo de informação contida nos mesmos (p. 31). Quanto ao primeiro aspecto: "- Informação Gerencial - destina-se a industriais e administradores e refere-se, entre outros, aos seguintes assuntos: planos governamentais de desenvolvimento setoriais, dados estatísticos sobre produção e mercado, gestão industrial e tecnológica, produção e comércio, importação e exportação, fontes de aquisição de equipamentos e matéria-prima, comércio nacional e internacional, relações empregadores/empregados, etc.; - Informação tecnológica - destina-se, básicamente, a engenheiros e outros profissionais de nível superior. Estes conhecimentos não estão disponíveis na literatura convencional, podendo ser obtidos, entre outros documentos, em normas técnicas, patentes, documentação tecnológica não patenteada, relatórios técnicos, especificações de produto e equipamentos, ou através de consultorias e assistência técnica; - Informação Operacional - destina-se, principalmente, a técnicos de nível médio e operários, especializados ou não, não estando disponíveis na literatura, sendo, portanto, necessária sua criação, seja através de elaboração de manuais de procedimento destinados às diversas categorias de usuários, ou mesmo através de implantação de treinamentos operacionais, feitos por meio de cursos ou no próprio serviço." (p. 31). PACHECO (1991) vale-se de AGUIAR (1985) para identificar a relação existente entre fontes e tipos de informação que contém: Quadro 3 - Relação existente entre fonte e tipos de informação que contém

(continua)


TIPOS DE INFORMAÇÃO

EQUIPAMENTOS

PROCESSOS PRODUTIVOS CAPACIDADE DE EQUIPAMENTOS, QUALIDADE, TIPO DE MANUTENÇÃO REQUERIDA, TIPO E QUALIDADE DE MÃO-DE- OBRA PREÇOS DE TECNOLOGIA

IMPLICAÇÕES SOCIAIS LICENÇAS

PATENTES

CONSULTORES

CENTROS DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA

FORNECEDORES DE TECNOLOGIA

LEIS REGULADORAS DO USO E AQUISIÇÃO DE TECNOLOGIAS NO PAÍS

FONTES DE INFORMAÇÃO catálogo de equipamentos, feiras e exposições; boletins de notícias tipo news-letters; revistas técnico-comerciais; patentes; manuais de operação; patentes; revistas técnicas; relatórios técnicos; boletins técnicos tipo news- letters; catálogo de equipamentos; relatórios técnicos; espionagem industrial fornecedores de tecnologia; espionagem industrial; serviços de órgàos governamentais apropriados, como o INPI, p.ex. relatórios técnicos; revistas técnicas serviços de órgos governamentais apropriados, como, p. ex., INPI, boletins de notícias tipo newsletters; boletins de patentes; serviços automatizados e não automatizados sobre patentes, como p.ex., IMPADOC, U.S. PATENT OFFICE, INPI; cadastro de empresas de consultores,como p.ex., FINEP; serviços de bases de dados fornecidos por órgãos governamentais, como sistema SELAP/CNPq; guias de fontes de informação; cadastro entidades atuantes em ciência e tecnologia; serviços de referência providos por centros de informações especializadas guias de fontes de informação; cadastro entidades atuantes em ciência e tecnologia; serviços de referência rovidos por centros de informações especializadas serviços de órgãos governamentais apropriados; base de dados automatizadas sobre legislação, como p.ex., PRODASEN, do Senado Federal.

Fonte: AGUIAR (1985) adaptado por PACHECO, 1991

CONCLUSÃO O fluxo de informação na área tecnológica está relacionada com a radicalidade das transformações tecnológicas e seus impactos sociais. As pesquisas desenvolvidas, geralmente por demanda, possuem um valor comercial - inovação tecnológica ou novos processos fabris têm um valor de troca - e por isso caracterizam-se como propriedade privada. A literatura disponível, geralmente de caráter reservado, exige digestores especializados, notadamente quando se trata de patentes ou de inovações tecnológicas. As idéias sobre produtos e processos, novos ou modificados, provém das mais diversas fontes como, por exemplo, vendedores, consumidores, fornecedores, concorrentes, administradores, empresários, pessoal de pesquisa e desenvolvimento, de produção, de controle de qualidade, etc.


Canais informais são de grande importância, principalmente no interior de grupo de trabalho, devido à formalidade de que o mesmo se reveste, uma vez que "o objetivo da pesquisa tecnológica é buscar e organizar conhecimentos de todo tipo para produzir efeitos práticos. (BARBIERI, 1990).

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGUIAR, Afrânio Carvalho. Informação e atividades de desenvolvimento científico, tecnológico e industrial: tipologiaproposta com base em análise funcional. Ciência da Informação, Brasília, v. 20, n. 1, p. 7-15, jan./jun. 1991. AGUIAR, Afranio Carvalho. in Curso de Pós-Graduação em Ciência da Informação. Belo Horizonte: UFMG, 1992. ALLEN, Thomas J. Managing the flow of technology: technology transfer and the dissimination of technological information whitin the R&D organization. Cambridge : The MIT Press, 1979. 329 p. BARBIERI, José Carlos. Produção e transferência de tecnologia. São Paulo : Ática, 1990. CASTRO, Cláudio Moura e. IN SCHWARTZMAN, Simon & CASTRO, Cláudio de Moura (Org.). Pesquisa universitária em questão. São Paulo : Ícone; Campinas: UNICAMP; CNPq, 1986, p. 151-172; 190-224. COELHO, Beatriz Amaral de Salles et al. Estudos de usuários e comunicação científica: relações implicitas e explicitas. Ciência da Informação, Brasília, v. 18, n. 1, p. 62-73, jan./jun. 1989. CURVO, Plácio Flaviano. Comunicação informal entre pesquisadores e extensionsitas da área agrícola. Ciência da Informação, Brasília, v. 12, n. 2, p. 24-42, jul./dez. 1983. FREIRE-MAIA, Newton. A ciência por dentro. Petrópolis : Vozes, 1991. GARCIA, Maria Lucia Andrade. A informação científica e tecnológica no Brasil. Ciência da Informação, Brasília, v. 9, n. 1/2, p. 41- 81, 1980. KREMER, Jeannette M. Information flow among engineers in a design company. Urbana/Illinois: University of Illinois at Urbana- Champaign, 1980a. (Tese de Doutorado). KREMER, Jeannette M. Fluxo de informação entre engenheiros: uma revisão da literatura. Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG, Belo Horizonte, v. 9, n. 1, p. 7-41, mar., 1980b. LUCAS, Clarinda Rodrigues. O papel do sistema de informação no tecnologia. Ciência da Informação, Brasília, v. 16, n. 2, p. jul./dez. 1987.

processo de transferência

de

MORAIS, João Francisco Regis de. Filosofia da ciência e da tecnologia. 5 ed. Campinas : Papirus, 1988. PACHECO, Fernando Flávio. Diretrizes à determinação de perfis tecnológicos Industriais como subsídio ao planejamento de centros de informação. Ciência da Informação, Brasília, v. 20, n. 1, p. 23-33, jan./jun. 1991. VALOIS, Eliana Candeira et al. Comunicação cientítica e usuários: elementos de Discussão. Ciência da Informação, Brasília, v. 18, n. 1, p. 28-34, jan./jun. 1989.


ESPORTE COM IDENTIDADE CULTURAL

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ 1 Graciliano Ramos, em crônica publicada em "O índio" (Palmeiras dos índios - Al, 1921), acreditava que o brasileiro não tinha vocação para o (futebol) esporte. Escrevia, sob o pseudônimo de J. Calisto, que "pensa-se em introduzir o futebol, nesta terra ... será bem recebido pelo público, que, de ordinário, adora as novidades ... vai ser por algum tempo a mania, a maluqueira, a idéia fixa de muita gente ... vai haver por aí uma excitação, um furor dos demônios, um entusiasmo de fogo de palha, capaz de durar um mês ... o futebol não pega, tenho a certeza." Na constituição de 1988 está expresso que a educação não está desassociada do direito ao lazer e à prática desportiva. Com esse espírito, a Lei Zico, de no. 8672 de 06 de julho de 1993 e o Decreto no. 981 de 11 de novembro, que a regulamentou, apresenta-se como uma revolução conceitual, pois ao Estado, diz a lei, compete formular política desportiva nacional, traçar as suas grandes linhas e priorizar o desporto nacional. Diante disso, o sr. Maurilio de Avelar Hingel, Ministro da Educação e do Desporto, pode afirmar (JORNAL DO BRASIL, janeiro de 1994) que o Estado não faz desporto, nem lhe compete organizar manifestações desportivas, pois estas, formal ou não-formal, é livre de direito de cada um. O Estado deixa de ser a cúpula burocrática que administra toda a atividade desportiva, passando a atribuição de alimentar a sociedade desportiva, não substituí-la. "Mas por que o futebol ?" - perguntava-se Graciliano - "...não seria, porventura, melhor exercitar-se a mocidade em jogos nacionais sem mescla de estrangeirismos, o murro, o cacete, a faca de ponta, por exemplo ?". Para isso, afirma " ... não é necessário ir longe, em procura de esquisitices que tem nomes que vocês nem sabem pronunciar. Reabilitem os esportes regionais, que aí estão abandonados", grita ele, " ... o porrete, o cachaço, a queda de braços, a corrida a pé, tão útil a um cidadão que se dedica ao arriscado ofício de furtar galinhas, a pega de bois, o salto, a cavalhada e, melhor que tudo, ... a rasteira." Cumprindo o disposto no Artigo 217 da constituição, que trata da proteção, promoção e apoio às manifestações desportivas que decorram da cultura nacional, foi criado, no âmbito da Secretaria de Desportos do MEC, o Departamento de Desportos Sócio-Cultural, que tem em sua estrutura uma Coordenação-Geral de Desportos com Identidade Cultural - CODIC. Em reunião promovida em abril último - 27 a 29, Brasília - constituiu-se um "Grupo de Trabalho" para analisar questões relativas aos "Desportos com Identidade Cultural" e as suas correlações culturais e educacionais. O que é desporto com identidade cultural ? é a pergunta que se fez. Como resposta, foi solicitado ao Grupo de Trabalho - Silvino Santin (Doutor em filosofia, RS); Leopoldo G. D. Vaz (Mestre em Ciência da Informação, MA); Priscila R. Pereira (Historiadora, SC); Lamartine Pereira da Costa (Doutor em Educação, RJ); Paulo Vicente Guimarães (Doutor em Sociologia, DF); Leila Mirtes S. Magalhães Pinto (Mestre em Educação Física, MG); Muniz Sodré de A. Cabral (Doutor em Sociologia, RJ); Maria Hilda B. Paraíso (Doutoranda em Antropologia, BA) - produção de material científico-didático-pedagógico que venha referendar a contextualização de políticas relativas ao assunto. Pela primeira vez na história é instituída uma linha visando estabelecer relações intensas com a comunidade, à partir do município, revelando, resgatando, registrando, apoiando, enfim, participando ativamente das manifestações populares de cunho e desempenho desportivo que decorram da própria etnohistória brasileira nos seus procedimentos de resistência cultural. Reabilitem a arqueria, a canoagem, caça, pesca e as lutas rituais indígenas, as corridas em meio rústico, vaquejadas, corrida-de-argolinha, derrubada de bezerro a laço, montaria de burro bravo, cavalgada, saltos e trotes com equinos, muares, asininos e até bovinos, regatas à vela, de saveiro e jangadas, além da capoeira. Todas manifestações próprias do processo de formação do brasileiro, pois as diversas vertentes étnicas propiciam grande riqueza de formas e meios dos desempenhos físicos dessa qualificação, sejam do índio ou do negro e do europeu, aqui chegados. O brasileiro é, sem dúvidas, um povo pródigo nesse campo, haja vista que no mapeamento desportivo, 1

Professor de Educação Física do Centro Federal de Educação Tecnológica do Maranhão; Mestre em Ciência da Informação


divulgado pela SEDES, dos 167 desportos existentes, 15 tiveram origem no Brasil - Arobol, Biribol, Capoeira, Frescobol, Futebol de Mesa, Futebol de Salão, Futebol de Sete, Futevolei, Hipismo Rural, Peteca, Peteleco, Roller Skate, Taco, Tamboréu. A Inglaterra, berço do renascimento desportivo, conta com 19; Estados Unidos e França, com 10 cada; China e Japão com oito cada; a Grécia, com sete. "Reabilitemos os esportes nacionais", já pedia Graciliano.


QUEM FOI O PIONEIRO ? LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ 2 O Jornal “O Estado do Maranhão”, em seu Caderno de Esportes, editado às segundas-feiras, vem contribuindo para o resgate da história do esporte, do lazer e da educação física no Maranhão. Seus editores, sem as técnicas de pesquisa sofisticada, presentes na moderna historiografia, têm dado verdadeira aula sobre como se resgata a memória oral de uma comunidade. Os trabalhos, em sua maioria, resgatam a história pessoal daqueles que permanecem nas lembranças “dos velhos”, dos tempos em quem o Maranhão era um celeiro de craques, não necessitando de importar times inteiros para o representar. As memórias levantadas, em sua maioria, até agora, foram dos ídolos do futebol, que também se aventuraram por outros esportes. Certamente nos próximos números serão lembrados outros heróis da história do esporte, do lazer e da educação física no Maranhão. Talvez a pergunta "quem foi o pioneiro" na introdução do esporte e da educação física seja respondida. Uma primeira pista foi dada em reportagem publicada no suplemento GALERA, d’O ESTADO DO MARANHÃO, sobre o pioneirismo do fisiculturismo no Maranhão. O professor Edilson Penha Alves, professor de Educação Física da UEMA e proprietário de uma academia de ginástica, em entrevista publicada naquele suplemento, considera-se "O pioneiro do fisiculturismo" no Maranhão - (esse o título da matéria): "O pioneirismo nasceu das mãos do pequeno Edilson Penha Alves, em 1944, aos 12 anos de idade. 'Fazia exercício com pesos improvisados de cimento e pedrinhas nos fundos da minha casa', explica. Depois de passar oito anos na maromba rústica, Edilson partiu para o Rio de Janeiro à procura de novos horizontes. Lá, encontrou o professor Nisio Dourado, da Academia Apolo, onde passou a treinar."(O ESTADO DO MARANHÃO, ed. de 2 de dezembro de 1995, p. 7 - Suplemento GALERA). O autor da matéria - não assinada - afirma, categórico, que: "... malhar com pesos faz bem, isso todo mundo já sabe. É indicado para preparar atletas de competição de todas as modalidades, na restauração de músculos, tendões e fortalecimento de áreas do corpo humano menos favorecidos pelo esforço físico, além de delinear e melhorar o tônus muscular. "Mas, o que poucos sabem, é quem foi o introdutor dessa prática em São Luís. Será que nasceu da "explosão" dos filmes norte-americanos ou de um pate-papo de "magrelos"que almejavam a perfeita forma física ?" (O ESTADO DO MARANHÃO, ed. de 2 de dezembro de 1995, p. 7, Suplemento GALERA). E deixa, o autor da matéria, a pergunta: "quem foi o introdutor dessa prática em São Luís?” E responde que o pioneirismo coube ao "pequeno Edilson Penha Alves, em 1944, aos 12 anos de idade". Considerando-se sob o aspecto de quem começou a praticar exercícios com pesos, podemos afirmar que o pioneiro foi JOÃO DUNSHEE DE ABRANCHES MOURA, ainda no século passado. O autor de "O Captiveiro", de "A esfinge do Grajaú", "A setembrada" , "nasceu na estreita rua do Sol, 141, situado entre a Rua do Ribeirão e o Beco do Teatro, a 2 de setembro de 1867" (GASPAR, 1993, p.12). Nos livros de memórias desse festejado historiador, advogado, polemista, sociólogo, crítico, romancista, poeta, jornalista, parlamentar e internacionalista maranhense, relata-nos que o "Club dos 2

Professor de Educação Física do CEFET-MA; Mestre em Ciência da Informação


Mortos" - proposto por Raymundo Frazão Cantanhende -, reunia-se no porão da casa dos Abranches, no início da Rua dos Remédios: "E como não era assoalhado nem revestido de ladrilhos, os meus paes alli instalaram apparelhos de gymnastica e de força para exercícios physicos" (ABRANCHES, 1941, p. 187). Relata, ainda, que os membros desse clube abolicionista, juntando o útil ao agradável: "... não raras noites, esse grupo juvenil de improvisados athletas e plumitivos patriotas acabava esquecendo os seus planos de conjuração e ia dansar na casa do Commandante Travassos...". (ABRANCHES, 1941, p. 188). Nem o pioneirismo de indicar práticas de exercícios físicos às mulheres, como é dado a entender no artigo em questão, é do proprietário da Academia Apolo. Já em 1844, no Colégio N. S. da Glória, também conhecido como "Collégio das Abranches", em seus primitivos estatutos, dispunha:"...não sómente sobre as disciplinas escolares como também sobre o preparo physico, artístico e moral das alumnas." (ABRANCHES, 1941, P. 113-114). Anos mais tarde, Aluísio Azevedo, tanto em "O Mulato" - publicado em 1880 -, como em uma crônica publicada em 10.12.1880, propõe uma educação positivista para as mulheres maranhenses: "... é dar à mulher uma educação sólida e moderna, é dar à mulher essa bela educação positivista ... é preciso educá-la física e moralmente ... dar-lhe uma boa ginástica e uma alimentação conveniente ..." (MÉRIEN, 1988, p. 166-167). Djard MARTINS (1989), registra que o nascimento das atividades esportivas no Maranhão se deu pelas mãos de Nhozinho Santos - Joaquim Moreira Alves dos Santos -, quando foi fundado, em 1907, o Fabril Athletic Club. Nessa primeira década do século XX, a juventude maranhense estava principiando a entender o quanto era importante praticar esportes e desenvolver a formação física. Miguel Hoerhan foi nosso primeiro professor de Educação Física, tendo prestado relevantes serviços à mocidade ludovicense, como professor na Escola Normal, Escola Modelo, Liceu Maranhense, Instituto Rosa Nina, nas escolas estaduais e até nas municipais, estimulando a prática da cultura física.: "E para coroar de êxito esse idealismo, esteve à frente da fundação do Club Ginástico Maranhense..." (MARTINS, 1989). Pergunta-se: que foi o pioneiro ? Parece-nos que foi DUNSHEE DE ABRANCHES. BIBLIOGRAFIA: ABRANCHES, Dunshhe de. O Captiveiro. Rio de Janeiro (s.e.), 1941. ABRANCHES, Dunshee de. A esfinge do Grajaú. São Luís : ALUMAR, 1993. AZEVEDO, Aluísio. O Mulato. Rio de Janeiro : Tecnoprint, (s.d.). CORRÊA, Rossini. Formação social do Maranhão: o presente de uma arqueologia. 1993.

São Luís : SIOGE,


GASPAR, Carlos. Dunshee de Abranches. (Discurso de posse no Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, a 28.jul.92). São Luís : (s.e.), 1993. MARTINS, Djard. Esporte: um mergulho no tempo. São Luís : SIOGE, 1989. MÉRIEN, Jean-Yves. Aluísio Azevedo Vida e Obra (1857-1913) - o verdadeiro Brasil do século XIX. Rio de Janeiro : Espaço e Tempo : Banco Susameris; Brasília : INL, 1988. VAZ, Leopoldo Gil Dulcio & VAZ, Delzuite Dantas Brito. "Pernas para o ar que ninguém é de ferro: as recreações na São Luís do século XIX". São Luís : FUNC, 1995. (Segundo lugar no "XXI Concurso Literário e Artístico "Cidade de São Luís", Prêmio "Antônio Lopes", de pesquisa histórica, 8 de setrembro de 1995; Tema-livre apresentado no VII Encontro Nacional de Recreação e Lazer, Recife-PE, 09 a 12 de novembro de 1995.). VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. A história do atletismo maranhense. O IMPARCIAL, São Luís, 27 de maio de 1991, segunda-feira, p. 9, Caderno de Esportes.


A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO NA EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTO NO MARANHÃO 3 LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ 4

Introdução: O sistema de informação científica e tecnológica utiliza fundamentalmente dois canais de comunicação: os canais formais - ou de literatura - e os canais informais - ou pessoais. O principal universo da atividade científica e tecnológica é informação verbalmente codificada (periódicos, anais de congressos, etc.) e seu produto essencial também é informação verbalmente codificada (artigos publicados em revistas científicas, comunicação em congressos), constituindo insumo para outras pesquisa científicas, e assim sucessivamente (AGUIAR, 1991). Conhecimento novo, resultado de pesquisa, é registrado na literatura científica. A análise da ciência através da produção escrita é objeto de estudo de historiadores, sociólogos e cientistas da informação. A Bibliometria, ou cientometria, ocupa-se da análise estatística dos processos de comunicação escrita, tratamento quantitativo (matemático e estatístico) das propriedades e do comportamento da informação registrada (FIGUEIREDO, 1977), oferecendo posibilidades de análise quantitativa da produção literária. Como ciência da ciência, tem um caráter puramente teórico e como finalidade, aplicar recursos da ciência na análise da própria ciência; como técnica, tem aplicação no campo da documentação científica (SÁ, 1978). A Bibliometria tem os seguintes objetivos: (1) analisar o tamanho (extensão), crescimento e distribuição da bibliografia; e (2) estudar a estrutura social dos grupos que produzem e utilizam a literatura científica ( LOPES PIÑERO, 1972, citado por LIMA, 1986). É possível trabalhar, no campo da documentação científica, com quatro temas: (a) crescimento e envelhecimento da literatura científica; (b) a dispersão das publicações científicas; (c) a produtividade dos autores científicos e a "visibilidade"de seus trabalhos; e (d) a relação entre autores (cientistas), descobrimentos múltiplos e a transmissão de idéias através de publicações (comunicação científica, "gatekeepers", colégio invisível...) (LIMA, 1986). Literatura esportiva na América Latina SONNESCHEIN (1980, citado por VAZ & PEREIRA, 1992) constatou que a literatura esportiva disponível na América Latina é escassa, cara, de pouca atualidade e na sua maioria ignora as condições sócio-econômicas, bio-médicas e culturais predominantes nos esportes e na educação física do subcontinente. O que provoca a elaboração de trabalhos de pesquisa desassociados da realidade prática; da docência; da organização; e da administração, pois são realizados em grande parte com fundamentos de informação técnica inadequados ou nulos. Essa carência é explicada pelo baixo volume de produção; acessibilidade limitada e altos custos de venda de material bibliográfico, pois à exceção da Argentina, México e Cuba, os demais países importam entre 90% e 100% de sua literatura. Essa literatura padece de atualidade, considerando que cerca da metade dos textos disponíveis são traduzidos de outros idiomas. Esse autor encontrou um espaço de quatro a seis anos entre a publicação de livros no idioma original e a sua tradução. Se se considerar que o conhecimento científico tarda em média dois anos desde a sua concepção até a sua publicação em uma revista e quatro anos até sua publicação em forma de livro, e que se passem outros 3 4

Palestra apr esentada na III Jornada de Iniciação Cientí fica da Educação Física da UFMa, 1995. Professor de Educação Física do CEFET-MA; Mestre em Ciência da Informação


quatro anos mais até que apareça a versão em espanhol ou português, encontramo-nos ante o fato de que conhecimentos científicos e técnicos publicados em forma de livros sofram um atraso de dez anos. O aparecimento de artigos traduzidos em publicações periódicas é de cerca de cinco anos. Sugere, então, que se amplie a bibliografia disponível e se estabeleçam centros de documentação e informação, cuja tarefa principal seria a seleção e elaboração de literartura adaptada às condições do meio e a disseminação massiva dessa literatura. Produtividade e elitismo na educação física brasileira: VAZ, PEREIRA & SANTOS (1993), ao estudarem a produtividade de periódicos brasileiros dedicados às ciências do esporte e a elite de autores da área, indexaram 5.014 artigos de periódicos publicados no período de 1936 a 1992 em 13 revistas devotadas à educação física e aos esportes. Utilizaram-se da Lei de BRADFORD (citado por LIMA, 1986, p. 128): “se periódicos científicos forem dispostos em ordem decrescente de produtividade de artigos sobre determinado tema, pode-se distinguir um núcleo de periódicos mais particularmente devotados a este tema e vários grupos ou zonas que incluem o mesmo número de artigos que o núcleo, sempre que o número de periódicos existente no núcleo e nas zonas sucessivas seja de ordem de 1: n : n2: n3: n4...” . Para deteminar o núcleo de periódicos mais produtivos, estabeleceu-se como "tema determinado" as áreas caracterizadas por GONÇALVES & VIEIRA (1989): segmentos biomédico, humanístico e gimnicodesportivo. Para a determinação da elite de autores, utilizaram o "Princípio de Elitismo", de SOLA PRICE (1965, citado por LIMA, 1986), segundo o qual "toda a produção de tamanho N tem uma elite igual à raiz quadrada de N". Para LIMA (1986), quando se trata de autores, produtividade e elitismo, observa-se que "...a produtividade é mais acentuada em alguns autores que produzem 2/3 da literatura registrada em determinado campo do conhecimento. Este grupo de mais produtivos pode ser a elite quantificável através do Princípio do Elitismo". Encontrou-se, como a década mais produtiva, a de 80, em que aparecem 45,61% dos artigos, publicados em 10 revistas. Dos periódicos analisados, pode-se determinar as Revistas Brasileira de Ciências do Esporte e Educação Physica como as mais importantes da área, seguindo-se a Revista Brasileira de Educação Física e Desportos, a Brasileira de Ciência e Movimento, a Sprint, o Boletim da FIEP e os Arquivos da Escola nacional de Educação Física. A elite de autores se constitui daqueles que produziram pelo menos 11 artigos. Ao se distribuir essa produção por área, temos como pertencentes à elite de autores aqueles com uma produção de, no mínimo, nove artigos na área Humanística; sete artigos na área Biomédica; e seis artigos na área Gímnico-desportiva. Encontrou-se, dentre os autores pertencentes à elite, um autor que manteve uma produção ao longo de 50 anos (décadas de 40 a 80): Inezil Penna Marinho; e dois autores que mantiveram uma produção ao longo de quatro décadas: (Waldemar Areno (dos anos 40 aos 70) e Alfredo Gomes de Faria Junior (60 a 90). Confirma-se o grupo do CELAFISCS - com Victor Matsudo à frente, com 103 artigos publicados no período -, como o mais produtivo núcleo de pesquisadores na área das Ciências do Esporte. Verifica-se que a elite de autores (2,07%) produziu 46,44% dos artigos indexados.


Produção do conhecimento: Educação Física e Esportes no Maranhão VAZ & VAZ (1995), ao identificarem as recreações praticadas pelos ludovicenses durante o período imperial - 1823/1899 - utilizando-se de cronistas de épocas e de historiadores, encontraram uma primeira referência à produção do conhecimento na área da educação física e dos esportes no Maranhão. Trata-se da "Informação das recreações do Rio Munin do Maranhão", do padre jesuita JOÃO TAVARES, publicado em meados do século XVIII. CORRÊA (1993), ao comentar carta desse mesmo João Tavares, descrevendo as paisagens da Ilha, afirma a um superior seu, ante a chegada possível de missionários europeus ao Maranhão, que aqueles religiosos deixariam as delícias da Itália, não pelos trabalhos, mas pelas recreações do Maranhão: "Como a Ilha Grande foi decantada pelo espaço contrário aos trabalhos (os quais, no mínimo, resguardaria), antieticamente haveria de apresentar expressiva contenção de exercícios corporais, enquanto expressão de labuta, de fadiga e de descanso decorrentes de deligência em atividade física. Permitiria - na contrapartida da terra da gente excepcional a alternativa das reecreações para o cultivo e o requinte do espírito. Desdobrado da hipótese das recreações coletivas, o raciocínio desenclausurado outro não é, senão o de que, no Maranhão, seria comunitária a amizade pelas luzes, pela razão, pela sabedoria, etc., considerada a educação do pensamento e de sentimento um fragmento indispensável das recreações. "(p. 39-40). São Luís do Maranhão, no período do Império, localizada em uma ilha geográfica, torna-se uma ilha cultural, pois era tão mais fácil ir à Europa que ao Rio de Janeiro. As poderosas famílias maranhenses podiam manter suas ligações culturais com Portugal, mandando os filhos estudarem em Coimbra, o que contribuiu para a formação de uma elite cultural, um tipo de "intelligenzia" regional composta de poetas, novelistas, dramaturgos, oradores, teoristas, historiadores, publicistas e políticos - são desse período Manoel Odorico Mendes, Francisco Sotero dos Reis, João Francisco Lisboa, Trajano Galvão e sobretudo Antônio Gonçalves Dias; mais tarde aparecendo Artur e Aluízio Azevedo, Sousândrade, dentre outros - a quem São Luís, seguindo a linha tradicional e romântica do século XIX, obcecada por comparações com o Velho Mundo, deve o epíteto de "Atenas Brasileira". Registra-se, nesse período, o parecimento de inúmeros jornais - segundo RAMOS (1986; 1992), 183, entre os anos de 1821 a 1860 - a grande maioria de caráter político. Com o objetivo de recrear - de caráter literário, recreativo, científico e/ou instrutivo -, foram 28, dentre os quais, "O RECREIO DOS MARANHENSES", de 1839 e o "JORNAL DE INSTRUÇÃO E RECREIO", de 1845, sendo que este continha muitos artigos de ensino - métodos e sistematizações de estudo. Foi a voz do romantismo no Maranhão. Aluísio Azevedo, tanto em "O Mulato", quanto em várias crônicas publicadas na imprensa maranhense, lá pelos anos 1870-80, pregava a necessidade de uma educação positivista, incluindo-se a educação física feminina: "... é dar à mulher [maranhense] essa bela educação positivista, que se baseia nas ciências naturais e tem por alvo a felicidade comum dos povos. É preciso educá-la física e moralmente, prepará-la por meios práticos e científicos ... evitra a diástese nervosa como fonte de mil desgraças, dar-lhe uma boa ginástica e uma alimentação conveniente à miotilidade de seus músculos, instruí-la e obrigá-la principalmente a trabalhar." (ALUÍSIO AZEVEDO, CRÔNICA, "O PENSADOR", São Luís, 10.12.1880, citado por VAZ & VAZ, 1995). DUNSHEE DE ABRANCHES (1941) , nascido em 1867, em seu livro de memórias "O Captiveiro", lembra que o "Club dos Mortos", constituído por alunos do "Lyceo Maranhense" seus colegas de preparatórios (o Liceu foi fundado em 1838), reunia-se no porão de sua casa - o Solar dos Abranches -, no


início da Rua dos Remédios: "... e como não era assoalhado nem revestido de ladrilhos, os meus paes alli instalaram apparelhos de gymnastica e de força para exercícios physicos..." (p. 187). MARTINS (1989) em "Esportes - um mergulho no tempo", registra que as atividades esportivas têm um renascimento na primeira década de século XX, quando Nhozinho Santos - JOAQUIM MOREIRA ALVES DOS SANTOS - retorna da Ingleterra e introduz o futebol e o atletismo no Maranhão, com a fundação, em 27 de outubro de 1907, do Fabril Athletic Club, da Fábrica Santa Izabel: "... várias atrações foram organizadas ... na corrida, sairam vencedores Joaquim Belchior e M. Lopes. No 'place-kick', E. Dolber tirou o primeiro lugar, ficando Jasper (Moon) em segundo. No concurso de peso, vitória de Jasper (Moon), que lançou o peso à distância de 9 l/2 jardas...". (O IMPARCIAL, 29 de outubro de 1907, p. 5, citado por VAZ, 1992). De acordo com VAZ (1991), esta foi, provávelmente, a primeira competição de atletismo registrada no Brasil, disputada por brasileiros. 1907. E a CBAt reconhece como a primeira, uma competição disputada em São Paulo em 1918. Nosso primeiro professor de Educação Física - de acordo com MARTINS (1989) - foi Miguel Hoerhan, que lecionava em inúmeros estabelecimentos de ensino, em 1910. Não custa lembrar que desde 1842, no "Colégio das Abranches", para meninas, a educação física fazia parte do regulamento. Quem teria sido o professor ? as tias de Dunshee de Abranches, D. Martinha ou D. Amância Leonor de Castro Abranches ? Então seria uma delas - ou ambas - a primeira professora de educação física. Não é de admirar que aquele ilustre maranhense tivesse aparelhos de ginástica e de pesos no porão de sua casa, para exercitarse, lá pelo final de 1870, início de 1880. Na década de 1940, são enviados para o Rio de Janeiro alguns jovens, para estudarem na Escola Nacional de Educação Física - dentre estes, Rubem Teixeira Goulart. Logo após, a Profa. Mary Santos, Prof. Dimas... Na década de 70, é fundado o Curso de Educação Física desta Universidade, e são criados os Jogos da Juventude (1972), logo mudado de denominação, para Jogos Escolares Maranhenses. Em 1979, é criada a Secretaria de Desportos e Lazer - SEDEL. Em sua estrutura, haviam duas divisões de estudo e pesquisa, uma para os desportos e outra para o lazer. O objetivo, era produzir pesquisas na área, para serem utilizados, seus resultados, para melhoria do desempenho de nossos atletas, nos Jogos Brasileiros, e resgatar as manifestações do lúdico e do movimento no Maranhão. Parece-me que só passou de intenção. Em 1980, foi realizada a I Conferência sobre Documentação e Informação Esportiva na América Latina, na Colômbia. Participou, representando a SEDEL, o Prof. Laércio Elias Pereira, então professor desta Universidade. A segunda Conferência seria realizada em 1982, em São Luís do Maranhão. Mas o que apresentar ? Qual era nossa produção científica ? A SEDEL, com sua Divisão de Estudos e Pesquisa não estudava nada e não pesquisava nada, embora contasse com um quadro de funcionários lotados; a UFMA estava ainda se debatendo com a formação de seu quadro de professores. Lembro que em 1976, quando cheguei ao Maranhão, haviam apenas cinco professores com formação superior; em 1980, esse número aumentara em 100%, éramos 10 ... Partiu-se então, para produzir alguns trabalhos que pudessem ser apresentados naquele evento. Surgiu, então, na área da documentação, o "ÍNDICE DA REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS", do Prof. Laércio Pereira, publicado pelo MEC em 1983; o "ÍNDICE DA REVISTA STADIUM", dos Prof. Leopoldo G. D. Vaz e Laércio Pereira, publicado pela SEDEL, em microficha, em 1984; o Prof. Sidney Zimbres iniciou uma pesquisa sobre aptidão física de jogadores de volibol; a profa. Tânia Araújo, sobre menarca de atletas; o prof. Demóstenes, sobre aptidão física, o Vicente Calderoni - acho que ainda era acadêmico à época, começa a resgatar a história do Handebol maranhense ... E a conferência não aconteceu. Em 1980 apareceu a "Revista Desportos & Lazer", editada pela SEDEL, tendo o Prof. Sebastião Jorge como Editor-Chefe e o Laércio Pereira como responsável - ambos professores desta UFMA. Durou nove números, apenas (foi publicata até 1983), mas teve uma boa repercussão a nível nacional, com


inúmeros trabalhos de pesquisa divulgados. O primeiro trabalho de pesquisa publicado foi o do Prof. Sidney Zimbres; apareceu no no. 2, janeiro/março de 1981, p. 20-23: "Futuros campeões do volibol passam pela análise científica". Mais recente, é o "Cadernos 'Viva Água'", da Escola de Natação da Denise Araújo e Osvaldo Teles; alguns artigos científicos sobre natação foram publicados. Não podemos esquecer a contribuição do Edivaldo "Biguá" e da Tânia Araújo, com suas páginas dedicadas ao esporte amador - publicadas no "Imparcial”, e hoje no "O ESTADO DO MARANHÃO", que sempre abriram espaço para publicação de trabalhos de pesquisa. Ainda em 1980, foi realizado em São Luís o Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte - Região Norte/Nordeste, no período de 10 a 13 de setembro; trabalhos de pesquisa foram apresentados: Isidoro Cruz Neto (Ascensão social do negro através do desporto); Lino Castellani Filho (Análise dos aspectos do desenvolvimento política/desporto, face aos XXII Jogos Olímpicos); Demóstenes Montovani (Prescrição de treinamento aeróbico levando em consideração somente a distância percorrida); Sidney Zimbres (Volibol infanto-juvenil do Maranhão: características das qualidades físicas, dados antropométricos e aspectos gerais). Pode-se estabelecer como o ano de 1980 como o do início das atividades de pesquisa científica no âmbito da UFMA, da SEDEL e da então Escola Técnica Federal do Maranhão, hoje CEFET-MA. Referências bibliográficas: ABRANCHES, João Dunshee de. O Captiveiro (Memórias). Rio de Janeiro : (s.e.), 1941. AGUIAR, Afrânio Carvalho. Informação e atividades de desenvolvimento científico, tecnológico e industrial: tipologia proposta com base em análise funcional. Ciência da Informação, Brasília, v. 20, n. 1, p. 7-15, jan./jun., 1991. ARAÚJO, Vania Maria Hermes de. Estudo de canais informais de comunicação técnica: seu papel na transferência de tecnologia e na inovação tecnológica. Ciência da Informação, Brasília, v.8, n. 2, p. 79-100, jul./dez., 1979. CORRÊA, Rossini. Formação social do Maranhão: o presente de uma arqueologia. São Luís : SIOGE, 1993. FIGUEIREDO, Nice Menezes de. Biblioteconomia e bibliometria. in Tópicos modernos em Biblioteconomia. Brasília : ABDF, 1977, p. 17-25. GONÇALVES, Aguinaldo & VIEIRA, Paulo Cesar Trindade. Uma caracterização da produção científica da área de Educação Física e Esportes no Brasil: avaliação trienal de seu comportamento no âmbito do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 10, n. 2, p. 50-59, janeiro de 1989 LIMA, Regina Célia Montenegro de. Bibliometria: análiswe quantitativa da literatura como instrumento de administração em sistemas de informação. Ciência da Informação, Brasília, v. 15, n. 2, p. 59-80, jul./dez., 1986. LOPES PIÑERO, J.M. El análisis estatistico y sociométrico de la literatura científica. Valencia : Facultad de Medicina, 1972, citado por LIMA, Regina Célia Montenegro de. Bibliometria: análise quantitativa da literatura como instrumento de administração em sistemas de informação. Ciência da Informação, Brasília, v. 15, n. 2, p. 59-80, jul./dez., 1986. MARTINS, Djard. Esporte: um mergulho no tempo. São Luís : SIOGE, 1989. MOURA e CASTRO, Cláudio de. Há produção científica no Brasil ? in SCHARTZMAN, Simon & MOURA e CASTRO, Cláudio. (org). Pesquisa universitária em questão. São Paulo : Ícone; Campinas: UNICAMP, CNPq, 1986, p. 190-224. RAMOS, Clóvis. Os primeiros jornais do Maranhão - 1821 - 1830. São Luís : SIOGE, 1986.


RAMOS, Clóvis. Opinião pública maranhense (1831 a 1860). São Luís : SIOGE, 1992. SÁ, Elizabeth Schneider de. Evolução bibliométrica. in SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 1, Niterói, 1978. Anais.... Niterói, 1978. SONNESCHEIN, Werner. Literatura deportiva en latinoamerica. Educacion Fisica Y Deporte, Medellin, v. 2, n. 2, p. 29-37, maio de 1980, citado por VAZ, Leopoldo G. D. & PEREIRA, Laércio E. Organização da informação em Ciências do Esporte: a experiência do CEDEFEL-MA. in SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS DO ESPORTE, 18, São Caetano do Sul-SP, outubro de 1992. Anais... São Caetano do Sul, 1992. VAZ, Leopoldo G.D. A história do atletismo maranhense . O IMPARCIAL, São Luís, 29 de maio de 1991, segunda-feira, p. 9, Caderno de Esportes. VAZ, Leopoldo G. D. & PEREIRA, Laércio E. Organização da informação em Ciências do Esporte: a experiência do CEDEFEL-MA. in SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS DO ESPORTE, 18, São Caetano do Sul-SP, outubro de 1992. Anais... São Caetano do Sul, 1992. VAZ, Leopoldo G. D.; PEREIRA, Laércio E. & SANTOS, Luiz Henrique L. dos. Produtividade e elitismo da educação física brasileira. in CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DO ESPORTE, 7, Belém-Pa, setembro de 1993. Anais... Belém, 1993. VAZ, Leopoldo G. D. & VAZ, Delzuite D.B. "Pernas para o ar que ninguém é de ferro": as recreações na São Luís do século XIX. (Estudo classificado em 20 lugar no XXI Concurso Literário e Artístico "Cidade de São Luís", Prêmio "Antônio Lopes" de estudos históricos, São Luís, FUNC, 8 de setembro de 1995). ZIMBRES, Sidney. Futuros campeões do volibol passam pela análise científica. Desportos & Lazer, São Luís, n0 2, p. 20-23, janeiro/março de 1981


CONCEPÇÃO UTILITÁRIA E SOCIAL DA EDUCAÇÃO FÍSICA5 LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ RESUMO Analisa-se a relação entre educação física, tempo livre e lazer, procurando-se mesmo encarregar a educação física para situações de vida, dentro de uma escola de segundo grau profissionalizante. Abre-se uma discussão de como a educação física poderá fazer jus a este encargo, visto que um currículo que transmita aos alunos qualificação para o domínio de situações de vida leva ao descobrimento do "tempo livre" como um dos campos para os quais estes alunos devem ser formados, através de educação física e do ensino. Estudos empíricos da situação do tempo livre demonstram ser a atividade esportiva como uma das atividades de tempo livre preferidas entre adolescentes e adultos jovens, verificando-se, ainda, que existe discrepância entre os conteúdos tradicionais do ensino da educação física e as formas reais ou desejáveis da atividade esportiva de tempo livre. SUMÁRIO CAPÍTULO I - O PROBLEMA INTRODUÇÃO FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA OBJETIVO DO ESTUDO IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DELIMITAÇÃO DO ESTUDO CAPÍTULO II - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA TRABALHO, TEMPO LIVRE E LAZER PERSPECTIVA RECREATIVA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR CAPÍTULO III - PROPOSTA PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA TÉCNICA FEDERAL DO MARANHÃO EDUCAÇÃO PARA O TEMPO LIVRE CONCEPÇÃO UTILITÁRIA E SOCIAL DA EDUCAÇÃO FÍSICA CONCLUSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAPÍTULO

I - O PROBLEMA

INTRODUÇÃO Na atual fase de industrialização, o Estado do Maranhão vem de exigir níveis de qualificação para o trabalho cada vez mais especializados, em que o emprego da mente, das mãos, vem sendo substituídos por instrumentos, exigindo a urgente transformação da Escola Técnica Federal do Maranhão - ETFM -, com 5

Monografia apresentada ao Departamento de Educação Física da Universidade Federal do Maranhão como requisito parcial à conclusão do Curso de Especialização em Recreação e Lazer. São Luís – Maranhão, 1987. Orientador: Sidney Forghieri Zimbres -


"seus componentes curriculares interatuando numa unidade de ação voltada para proporcionar condições de auto-afirmação física, psíquica e social do aluno" (EMERENCIANO, 1984)1. Voltada para a formação de técnicos industriais de nível médio, a ETFM deve se manter articulada com o mercado de trabalho, onde "as relações não são simples nem unidirecionais, envolvendo fatores relacionados com a demanda do sistema econômico (empresa), as aspirações e expectativas dos interessados (alunos) e a cultura institucional da escola (planos de ensino)" (SALGADO, 1984)2. Refletindo a tendência de "formação de mão-de-obra, que se fez presente na concepção educacional brasileira nas últimas décadas" (FONSECA & PARENTE, 1983)3, os pressupostos da Lei 5692/71, relativos aos egressos do segundo grau, enclausuraram os indivíduos apenas na alternativa do trabalho. No entanto, a organização curricular deve obedecer ao disposto na Lei 7044/82 sem estabelecer diferenciação entre "educação geral" e "formação especial", não obstante "a predominância do tempo dedicado ao trabalho em relação ao tempo dedicado à antiga formação geral, no caso da formação do técnico" (EMERENCIANO, 1984)1. Dessa forma, no dizer de SALGADO (1984)2: "Melhor seria entender a obrigatoriedade e a universalidade da profissionalização, não como preparo imediato para um 'trabalho específico', nem como 'formação para o trabalho', mas como socialização competente para a participação da vida social. Ampliando a noção de trabalho como produção de bem material para trabalho como produção das condições gerais da existência humana, ver-se-á o homem como um ser fundamentalmente político. Assim, compete à escola fornecer-lhe as bases para seu futuro trabalho". (p. 4).

Deve-se repensar, pois, o enfoque dado às disciplinas do Artigo 7 da Lei 5692/71 - Educação Física, Educação Artística, Programas de Saúde, Educação Moral e Cívica, e Ensino Religioso. Além do humanismo que os legisladores procuraram dar, incluindo este artigo na lei do ensino, deve-se atentar que estas disciplinas preparam o indivíduo para o uso do tempo livre, enquanto as disciplinas de formação especial preparam para o trabalho pois é para esta alternativa, apenas, que a legislação do ensino do primeiro e segundo graus conduz o indivíduo - (Leis 5692/71 e 7044/82)4, 5. Dentro dessa linha, a Educação Física - desportiva e recreativa - integrará como atividade escolar regular, o currículo do ensino do segundo grau através de: "Atividades que contribuam para o aprimoramento e aproveitamento integrado de todas as potencialidade - físicas, - morais, - psíquicassáb, jan 20, 2018 do indivíduo, possibilitando-lhes: - emprego útil do tempo de lazer; - uma perfeita sociabilidade; - a conservação da saúde; - a aquisição de novas habilidades; - o estímulo às tendências de liderança; - a implantação de hábitos sadios." (BRUM & OUTROS, 1978) 6.

BRUM & OUTROS (1978)6 analisando a legislação, comentam:


"A Educação Física, caracterizada como desportiva e recreativa, visa atender as necessidades biopsicossociais do adolescente; a proporcionar condições necessárias ao desempenho profissional; proporcionar atividade de lazer. "Portanto, a Educação Física não é apenas uma atividade 'formadora do corpo', mas também do caráter, como elemento de expressão individual e integração social (Parecer 540/71). 'Seus objetivos estão, portanto, relacionados com os objetivos do ensino do segundo grau, que visam a formação integral do adolescente , através do desenvolvimento de suas potencialidades como elemento de : auto-afirmação, qualificação para o trabalho, exercício da cidadania". (p. 39).

TUBINO (1977)7, analisando o Diagnóstico da Educação Física e Desportiva do Brasil, acredita que: "Na posição atual, a tendência prospectiva, localizada nas crescentes possibilidades econômicas dos brasileiros é de maior oportunidade de tempo, é a de deslocar progressivamente a recreação, tanto ativa como passiva, para uma posição de realce na sociedade. "Disso decorre que a Educação Física deve regular o enfoque do lazer, a fim de preparar a populações urbanizadas no que se refere às necessidades fisiológicas, psicológicas e sociais da vida sedentária." (p. 22).

Embora TUBINO (1977)7 refira-se aos aspectos ativos e passivos da recreação, GAELZER (1985)8 considera que "mesmo que a ocupação tenha características passivas de ordem física, como a leitura, a audição musical e a própria meditação", estas exigem "ativa participação" através da concentração pela qual o indivíduo se engaja, vive e se entrega à atividade por meio de intenso interesse.

Para PEREIRA DA COSTA (apud TUBINO, 1977, p. 16)7 "as atividades da Educação Física e Desportiva estão intimamente ligadas às políticas de saúde e de educação, dado o seu papel de condicionadores da aptidão física, apresentando vinculações com a política de bem-estar, em seus aspectos de lazer e recreação". No que TOKMITT (1985, p. 12)9 concorda, quando diz que "em um país, onde a educação e a saúde são os maiores problemas, é preciso que se proponha uma técnica educativa de trabalho em grupo, visando à melhoria física, moral e intelectual da população". Refletindo uma tendência mundial, a Educação Física vem assumindo características desportivas e recreativas, visando, entre outras finalidades, proporcionar atividades de lazer, através do emprego útil do tempo livre, conforme estabelecido no artigo 20 do Decreto-lei 69.450/71 e no artigo 50 da Lei 6271. Apoiada nos princípios da Educação Permanente - OLIVEIRA (1984, 1985)10, 11 , COSTA (1985)12 -, a Educação Física tem voltado suas ações de modo a proporcionar um melhor atendimento à comunidade, por intermédio de movimentos que visam a utilização do tempo livre: "Integrar, portanto, a Educação Física, no conjunto da Educação Permanente, é libertá-la de sua posição puramente desportiva, para confundi-la mais diretamente com as atividades de ordem intelectual, moral, artística, social e cívica, equipando, assim, o indivíduo para que se torne, o mais possível, o agente e o instrumento de seu próprio desenvolvimento". (BRESSANE, 1983, p. 4)13.


FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA Em estudo publicado pelo Departamento de Ensino - DEPEN - da Escola Técnica Federal do Maranhão ETFM -, GUIMARÃES (1984, p. 1)14 pergunta se o físico tem alguma relação com o intelectual; se a cultura física sofre a interferência da condição social do homem e, por fim, se o ensino da Educação Física tem algum pressuposto político. Constatou-se, naquele estudo, que a ETFM vem desenvolvendo uma Educação Física voltada para o modelo tradicionalista de ensino, concentrando-se, de modo geral, nos métodos e técnicas, no como, sem qualquer reflexão sobre os fins. Apesar de toda riqueza dos princípios das várias correntes educacionais, a práxis educacional esportiva que a ETFM vem desenvolvendo, baseia-se no modelo comportamentalista, o qual fundamenta-se num atuar de fora para dentro, concebendo-se a existência de um homem ideal, produto do meio ambiente, sendo fruto de suas relações acidentais com o mundo (THOMAZ, 1983; OLIVEIRA, 1984, 1985) 15, 10, 11. Preocupados com a reprodução da força de trabalho (COSTA, 1984; SANTIN, 1987; CUNHA, 1987) 16, 17, 18, os profissionais da Educação Física, em sua maioria "identificam-se mais com as instituições desportivas, cujos valores são: desempenho máximo, vitória a qualquer preço, glória, vantagens de ser campeão, submissão do homem, disciplina autoritária e possibilidade, no mais das vezes ilusória, de ascensão social". (COSTA, 1984, p. 21)16. A Educação Física, numa escola de segundo grau, não pode se ocupar apenas em oferecer atividades físicas à sua clientela sem a preocupação com o uso dessas informações, pois a Educação Física não é "um anexo ou uma simples ocupação do tempo letivo" (EMERENCIANO, 1984)1. É, isso sim, um componente da educação integral, oferecendo meios de vencer os vícios do trabalho, podendo e devendo atuar no sentido de proporcionar não só a aprendizagem de certos gestos motores, melhorar a agilidade, a força e o equilíbrio, a rapidez de reflexos, a resistência à fadiga, etc... mas diversificar as ações educativas para atendimento às necessidades biopsicossociais, institucionais, culturais e climáticas, observado as necessidades das diferentes faixas idades, categorias sócia-econômicas e profissionais, buscando o equilíbrio entre os planos de desenvolvimento individual e social do ser humano. É em relação a estes aspectos, e não do ponto de vista do rendimento da produção que o problema da Educação Física na ETFM deve ser encarada, ou seja, em função do trabalho e do aproveitamento do tempo livre do trabalhador. O problema que se impõe é a determinação de objetivos educacionais emergentes da dialética entre o sujeito e a sua realidade existencial, determinada pelos princípios da corrente educacional humanística, fundamentada num crescimento de dentro para fora, observando-se o homem como ele é, configurando-se num modelo antropocêntrico, onde se considera a individualidade humana (OLIVEIRA, 1984, 1985) 10, 11. A mudança do enfoque da disciplina Educação Física, entendida como prática esportiva e/ou exercitação física, para uma concepção utilitária e social, voltada para uma educação para o tempo livre, facilitará a integração da Educação Física com as demais disciplinas de formação específica. OBJETIVO DO ESTUDO Propor uma mudança na concepção da Educação Física praticada na Escola Técnica Federal do Maranhão ETFM -, mudando o enfoque desta para "educação para o tempo livre", com o objetivo de integrar a disciplina no contexto educacional da ETFM, dada sua característica de escola de formação profissional. IMPORTÂNCIA DO ESTUDO Privilegiando o aspecto competitivo, a Educação Física - caracterizada como desportiva e recreativa provocou uma inversão de valores, em que os métodos e técnicas - meios de ensino da educação física - são colocados como fins da Educação Física Escolar (SANTIN, 1987)17, seguindo-se uma orientação pragmática, com base comportamentalista, em que os resultados são os objetivos prioritários.


Necessário se faz mudar a idéia generalizada de que a Educação Física, na maioria das vezes, está em função da competição e não da satisfação do indivíduo em aprender a medir o seu progresso e em realizar a atividade pela atividade. Ensina GAELZER (1979)19 que "uma instituição que prepara o jovem tanto para o trabalho como para ele mesmo, e considera o trabalho e o lazer veículos de liberdade, deve dedicar atenção tanto aos meios quanto aos fins do processo pedagógico". A proposição de uma concepção voltada para uma "educação para o tempo livre" reflete, apenas, a retomada do enfoque recreativo previsto na legislação do ensino. A preocupação da Educação Física numa escola de segundo grau, com as características da ETFM, voltada para a formação de técnicos industriais de nível médio que, findo o período de estudo de nível de segundo grau ingressarão no mercado de trabalho, deve extrapolar essa "ocupação do tempo letivo", que vem caracterizando as disciplinas do Artigo 70 da Lei 5692/71. A integração com as disciplinas de formação específica deve ser buscada e é necessária, visto que no delineamento do perfil do técnico, os aspectos referentes ao condicionamento físico e meio ambiente em que vão atuar, são fatores relevantes a considerar e constituem uma falha evidenciada na formação do egresso da Escola Técnica Federal do Maranhão. Dessa forma, a Educação Física deve estar condizente com a prática educacional da Escola Técnica Federal do Maranhão e com as necessidades do mercado de trabalho, necessitando, assim, de um novo enfoque, voltado para o uso do tempo livre. DELIMITAÇÃO DO ESTUDO Para este estudo, será considerada a legislação do ensino no que se refere à educação física no segundo grau e a prática da educação física na Escola Técnica Federal do Maranhão, através da análise dialética. CAPÍTULO II - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Este capítulo está estruturado em duas seções. A primeira, aborda as relações entre trabalho, tempo livre e lazer e a segunda, analisa a Educação Física escolar numa perspectiva recreativa. TRABALHO, TEMPO LIVRE E LAZER O lazer tomou a dimensão de hoje após a Revolução Industrial, quando então a jornada de trabalho começou a diminuir paulatinamente, muito embora "os fundamentos históricos do Lazer sejam anteriores à sociedade industrial, porque sempre existiu o trabalho e o não-trabalho em qualquer sociedade" (CAVALCANTI, 1981)20. A conquista de oito horas de trabalho, oito horas de descanso e oito horas de lazer marcou o início da humanização do trabalho e transformou a recreação e o lazer como um social (MARINHO, 1979, 1984; CUNHA, 1987)21, 22, 20 . Com o reconhecimento das horas livres entre uma e outra jornada de trabalho, dos repousos semanais remunerados, das férias anuais e da cessação da vida de trabalho (aposentadoria) (REQUIXA, 1969, 1976) 23, 24 - gerou-se, então, tempo de lazer compulsório - (TOYMBEE, apud MARINHO, 1979, 1984)21,22. O problema da relação entre trabalho e lazer é questão que vem suscitando paixões, sejam em relação à sociologia do trabalho, seja em relação à sociologia do lazer (DUMAZEDIER, 1979)25. Aristóteles


afirmava que "el tiempo libre no es el final del trabajo; és el trabajo el que limita el tiempo libre. Este debe consagra-se al arte, a la ciência y, preferentemente, a la filosofia" (apud TOTI, 1975)26 : A palavra grega para indicar o tempo livre é significativa: "... e perturba a relação que nos é familiar entre o termo e o sentido que se lhe atribui correntemente. Scholé - traduz o dicionário - significa tempo livre, parada, descanso, ócio, falta de trabalho, pausa, ocupação das horas que se tornam livres do trabalho e dos negócios, estudo, conversação e acaba por significar 'o lugar onde se utiliza este tempo livre', a scholé precisamente, a escola, que hoje se interpreta somente como o lugar na qual o tempo livre é utilizado para ensinar e aprender" (TOTI, 1975, p. 9)26.

Para Aristóteles, "a diversão parece um descanso, já que os homens, não podendo trabalhar continuamente, têm necessidade de descansar" (in COMES, 1970, p. 43)27. TOLKMITT (1985)9 considera que as dificuldades decorrentes da industrialização e da formação de concentrações urbanas, além do esvaziamento das zona rural, gerando imensos problemas, servem de incentivo para a formação de grupos, que se preocupam com o aproveitamento adequado das horas livres para a atividade de lazer. Afirmas ainda que "a orientação das atividades nas horas livres tem por objetivo alterar (ou compensar) asa condições de vida ... (física, psíquica e emocional) advindas das facilidades e dificuldades com que o indivíduo se ocupa durante as horas de trabalho (p. 4). Aparece claro, então, que a satisfação do indivíduo durante o trabalho profissional reverte-se de novas características. Horas livres entre uma e outra jornada de trabalho, repouso semanal e férias anuais não são suficientes para o restabelecimento completo do organismo. Supondo-se que o processo do trabalho foi abordado numa correspondente base fisiológica, a um dado momento aparece a fadiga: "A forma mais eficaz e concreta de combater a fadiga que aparece em conseqüência do trabalho, ou outras manifestações patológicas que possam aparecer, como resultado da acumulação, no tempo, da fadiga residual ou da não correção imediata de certos fatores não fisiológicos de microclima durante o trabalho profissional é a recuperação, o recondicionamento ou o equilíbrio biológico" (DRAGAN, 1981, p. 107)28.

Jean-Marie Brohn, numa análise das atividades físicas de lazer na civilização industrial, diz que "há pelo menos duas razões fundamentais que justificam as atividades físicas de lazer como necessidade para o sistema (apud CAVALCANTI, 1981, p. 310)20 . Essa autora apresenta, então, dois pontos de vista, segundo o pensamento de Brohn: um, econômico, que vê as atividades de lazer como uma exigência da sociedade capitalista - que considera o indivíduo como um mero apêndice da máquina, no dizer de Marx -, ressaltando os aspectos de compensação e de reajustamento; o outro, político, visto sob o ponto de vista de "fuga da realidade", quando o sistema promove atividades físicas de lazer para preservar a capacidade do indivíduo para o trabalho, destacando que as atividades de tempo livre, na realidade, constituem a melhor maneira de "neutralizar intelectualmente as massas". MOREIRA (1985)29, ainda analisando esse aspecto político das atividades de lazer, no pensamento de Brohn, afirma que o tempo livre ocupado dessa forma leva a uma "despolitização da juventude e das massas" cumprindo, pois, as técnicas esportivas de lazer sua função de neutralizar intelectualmente o indivíduo: "Considerar tempo para o lazer um tempo 'socialmente' permitido após o cumprimento de todas as obrigações do indivíduo para com a sociedade é não levar em consideração que a maioria das atividades sociais do indivíduo, principalmente as de ordem profissional, são deficitárias no que diz respeito à saúde - 'bem-estar total, físico e social'. Se o sistema usufrui da força de trabalho do indivíduo por que então não se responsabiliza diretamente por essa recuperação ? " (CAVALCANTI, 1981, p. 311)20.


É ainda MOREIRA (1985)29 quem pergunta como fugir a um lazer, pela atividade física, que contém, em seus pressupostos básicos, "os de compensação e reajustamento do trabalho mecanizado ou de fuga da realidade?", Analisando o conceito de lazer emitido por DUMAZEDIER, afirma que "... na prática está presente a permissividade ao indivíduo, do lazer enquanto recuperação psicossomática, essencial à saúde do sistema capitalista. O tempo livre é utilizado pelo lazer como forma de compensação, ou melhor dizendo, como mecanismo de compensação criado pela sociedade industrial" (p. 18)29. As atividades físicas de tempo livre funcionariam, então, como "antídoto contra o tédio causado por um trabalho monótono e enfadonho" (REQUIXA, 1969)23, havendo necessidade de orientar o jovem para organizar sua vida de forma equilibrada e racionalizada de modo que a recuperação após o trabalho constitua uma preocupação constante no regime de vida cotidiana. MARINHO ( citado por CANTARINO FILHO & PINHEIRO, 1974)30, afirma que: "A atividade física de compensação tem por objetivo geral suscitar, desenvolver e aprimorar as qualidades físicas do industriário, estimular o funcionamento de seus órgãos e, como objetivo especial, desenvolver excepcionalmente certas qualidades, que a natureza da profissão escolhida exige para um rendimento de trabalho maior e, ainda, dar ao organismo uma compensação de modo tal que as sinergias musculares, muito solicitadas durante o trabalho, possam obter para os seus músculos o relaxamento adequado, enquanto outras, cuja solicitação foi quase nula, sejam convenientemente solicitadas, de maneira a evitar a atrofia dos elementos componentes e, em conseqüência, a redução de sua capacidade". (p. 40-41).

DRAGAN (1981)28 analisando o repouso ativo comenta que "o chamado repouso activo (actividades físicas cujas solicitações se dirigem a outros centros nervosos e a outros segmentos musculares ou funções ... a ginástica no local de trabalho, ou exercícios de yoga, etc ... representam hoje meios práticos bem codificados na recuperação, especialmente na prática desportiva" (p. 18).

Algumas empresas, considerando esta dificuldade, vem desenvolvendo programas de lazer, envolvendo atividades esportivas e sócio-culturais onde buscam atender às necessidades de todas as faixas etárias, envolvendo não só o trabalhador como sua família, promovendo o lazer com objetivos sociais e de integração dessa comunidade (PEREIRA, 1980; SESC-SP, 1980) 31, 32. Assim, as atividades físicas podem ocupar um papel importante no tempo livre do trabalhador, pois o comportamento humano varia consoante as múltiplas razões pelas quais os indivíduos realizam uma atividade, não existindo entre o jogo e o trabalho uma fronteira absoluta (NEULINGER; CLAPARÉDE (in) GAELZER, 1979; CUNHA, 1987)19, 18. A falta de habilitação apropriada para a utilização do lazer é lembrada por Robert MacIver (citado por REQUIXA, 1976)28, quando diz: "Para muitos homens , o trabalho tornou-se uma rotina não muito onerosa, não muito compensadora, e de forma alguma absorvente - uma rotina diária até que a sineta toque e os torne novamente livres. Mas livres para que ? É uma libertação maravilhosa para aqueles que aprenderam a usá-la; há muitas formas de fazê-la. Mas é um grande vazio para aqueles que não aprenderam a usá-la". (p. 15).

LeBOUCH (1983)33 destaca a importância da aprendizagem psicomotora durante a escolaridade secundária "com vistas à inserção social do futuro adulto" (p. 23) , destacando os problemas atuais de adaptação da mão-de-obra evidenciada na carência da formação física dos jovens. Mais adiante, no plano da preparação para o lazer, destaca que a organização do trabalho, ligada ao progresso dos métodos e ao progresso da


mecanização, cria necessidade de descontração de um lado e, por outro lado, de lazer que a satisfação. PERSPECTIVA RECREATIVA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR Enquanto a Educação Física é conhecida como atividade escolar, a educação para a saúde e a educação para o tempo livre ainda não são aceitas como tais (HAAG, 1981)34 pois sua temática se inclui dentro de várias matérias tradicionais. Isto dá oportunidade ao Professor de Educação Física para considerar assuntos relativos ao tempo livre e a saúde no ensino do esporte, isto é, pode ver o lazer e a saúde em relação com o esporte. Cabe assinalar, então, que o tempo livre e a saúde abrangem ainda outros aspectos, além do esportivo, como, por exemplo, o das artes com relação ao lazer e o da alimentação com relação à saúde (p. 118-119). Falando sobre o esporte e o tempo livre, HAAG (1981)34 considera que ambos são fenômenos ou formas de manifestação de nossa vida cotidiana sobre as quais se discute muito mas que são mal interpretados. Para esclarecer a relação entre o esporte e o tempo livre, analisa o que entendemos por esporte: "a palavra provém do verbo latino 'deportare', distrair-se, e logo se substantivou em francês e inglês na forma 'desport' ou 'sport', o que significa diversão" (p. 91). Apoiando-se neste conceito, o lúdico aparece como sua característica básica, visto que: "O termo tinha, então, a conotação de prazer, divertimento, descanso. E, apesar das diversas nuances que o esporte assumiu ao longo de nosso século, as pessoas continuam fieis ao seu sentido original, na medida em que o esporte será sempre um jogo, antes de mais nada." (OLIVEIRA, 1983, p. 75) 35.

Dessa forma, o processo ensino-aprendizagem da educação física deve ser apoiada na ludicidade (THOMAZ, 1981; SANTIN, 1987)36, 17, encontrando espaço significativo para a aplicação do jogo elemento fundamental da cultura humana (HUIZINGA, 1971; SANTIN, 1987; DICKERT, 1984; ESCOBAR & TAFFAREL, 1987)37, 17, 28, 38 -, à importância que se dá ao resultado desportivo de alto nível. DIEM (1977)40 , analisando as alterações havidas na terminologia desportiva, após constatar que a antiga ginástica já não faz parte da área do esporte, pergunta-se "o que houve ? uma simples alteração terminológica ?". Conclui então, que: "Mais do que isso, pois os conceitos básicos mudaram. Eles mudam de conformidade com os padrões individuais e sociais de cada época e a nova terminologia geralmente reflete a mudança de pensar do homem ... "A 'ginástica', no sentido clássico da palavra (como instrumento para o equilíbrio interno e externo do homem), constitui a forma mais primitiva da atividade desportiva e é nesse sentido geral que Guts Muths emprega o termo em sua obra metodológica 'Gymnastik fur die Jugend', publicada em 1793. Em princípio do século XIX introduziu-se na área géolinguistica alemã, com os trabalhos de F.L. Jahn, a versão germânica do termo 'ginástica' (Turnen), atividade física definida como forma de 'educação cívica através de exercícios físicos polivalentes'." (p. 11-12).

Firmou-se, então, o conceito de ginástica como sendo atividade física: "... era a ginástica racional e científica, considerada agora como elemento da Educação Física, expressão cunhada em fins do século XVIII." (OLIVEIRA, 1983)35. Esta artificialidade começou a ser combatida quando K. Gaulhofer e M. Streicher sugeriram uma nova denominação para designar a atividade desportiva tipicamente escolar: "a educação física natural" (DIEM, 1977)40. OLIVEIRA (1983) esclarece que:


"A ginástica artificial utiliza-se exclusivamente de exercícios analíticos, aqueles que, pela fixação deliberada de alguns segmentos do corpo, localizam o trabalho muscular e articular pretendido. O exercício natural, por sua vez, implica a movimentação do corpo entendido como uma totalidade." (p. 64)35.

Como a confusão perdurava, STREICHER então declara todo o seu descontentamento: "Oficializem o termo que quiserem - 'esporte', 'ginástica', ou 'educação física'- contanto que o termo escolhido denote uma atividade material. Importante é lembrar que a Educação Física efetivamente só existe quando se baseia no princípio do desempenho (Lei do Esporte), no princípio da educação físico-ética-social (Lei da Preparação Física) e no princípio da forma (Lei da Ginástica)". (citada por DIEM, 1977, p. 12)40.

Difundiu-se, então, o termo "esporte" com o significado de "qualquer modalidade de exercício físico" (DIEM, 1977)40. Hoje, compreendemos por esporte, em geral, uma " atividade motriz espontânea originada em um impulso lúdico, que aspira a um rendimento mensurável, e a uma competição normalizada" (HAAG, 1981, p. 95)34. Sob o ponto de vista sociológico, LUSCHEN (citado por HAAG, 1981)41 afirma que o esporte se organiza: 1 - Informalmente, como esporte de tempo livre; 2 - Formalmente, como esporte de competição; 3- Institucionalmente, como parte de outras instituições sociais cujos valores modificam sua orientação (educação física, esportes escolar, ou militar). Já MOREIRA (1985)29 , sob o ponto de vista psicológico, faz referência - em trabalho apresentado à Universidade de Campinas quando discute a "Educação Física definindo uma forma de lazer", após analisar o conceito de Dumazedier -, à função do "desenvolvimento da personalidade" como a que deverá ocupar um papel preponderante na utilização do lazer nas aulas de Educação Física, revertendo as funções de descanso e divertimento "de seu papel educativo-consciente" onde espera, dessa forma, , que "o lazer possa se transformar em aprendizagem voluntária e prática de uma conduta criadora, em se tratando de execução de atividade física" (p. 27). LeBOUCH (1983)33 - citando G. FRIEDMAN -, afirma que a preparação para um lazer mais rico é uma questão pedagógica ou, num sentido mais amplo, de formação, e não dos menores. A nossa civilização tecnológica exige "... que ao assumir a nobre função de educar na plenitude do termo o cidadão, a escola esteja em todos os níveis preocupada em prepará-lo não apenas para o trabalho, mas também e cada vez mais para o lazer". (p. 23). Esse autor considera as atividades ao ar livre e determinadas atividades estéticas à base de expressão corporal como meios de utilizar esse lazer.

MOREIRA (1985)29 destaca, como LeBOUCH (1983)39, o aspecto do aperfeiçoamento pessoal, pois além de representar uma simples distração ou uma forma de compensar a sedentariedade, elas podem também tornar-se verdadeiras atividades culturais. OLIVEIRA (1985)35 considera que a educação física escolar ressente-se de uma fundamentação filosófica que a oriente em direção às suas finalidades educativas, impedindo que ela, educação física, transforme-se "em uma máquina de não fazer nada". Citando a obra de Celestino F. M. Pereira, faz uma análise da educação física contemporânea, onde destaca as orientações que esta vem assumindo diante do problema


de formação da juventude. Considera entre outras, a "concepção utilitária e social da educação física", devido à importância fundamental que o aspecto recreativo assume na sociedade moderna, "na medida em que a industrialização tendeu a privar o homem de seus gestos naturais, aparecendo a necessidade de ocupação do tempo livre". CAPÍTULO III - PROPOSTA PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA TÉCNICA FEDERAL DO MARANHÃO Este capítulo está dividido em duas seções. Na primeira analisa-se a importância da educação para o tempo livre e, na segunda apresenta uma concepção utilitária e social da educação física. EDUCAÇÃO PARA O TEMPO LIVRE Na abertura do Congresso Internacional de Educação Física, realizado no Canadá, AMADOU (1979)42 falando sobre a educação física e o esporte para todos, tece considerações sobre o mundo de hoje, onde se impõe uma educação coextensiva à vida e que envolva ao mesmo tempo o conjunto das necessidades e faculdades do homem. As mudanças ocorridas na sociedade atual, a massa de novos conhecimentos que se acumulam cada dia, as modificações mais freqüentes que afetam o processo de produção e a organização do trabalho exigem, com efeito, uma educação que não se limite às primeiras fases da vida, nem ao período escolar e universitário. "Estamos na era da educação permanente", diz ele. Mais adiante afirma " .. mas os progressos técnicos e as condições da vida moderna exigem, além disso, e cada vez mais, que cada um seja, daqui por diante, preparado para uma educação física e esportiva que lhe permita manter a saúde ao longo da vida, ou simplesmente ocupar o seu lazer". (p. 52).

COSTA (1984)16 analisando a crise de identidade que a Educação Física parece estar sofrendo nas escolas, com autores assumindo posições contraditórias, caracterizando ora a Educação Física como uma "entidade natural, corporal, puramente instrutiva", verifica que o sentido da autocompetição ainda não foi incorporada ao ensino da Educação Física. Assim, as qualidades lúdicas - espontaneidade e capacidade de desenvolver satisfação pessoal com desempenho e iniciativa - características do esporte educativo, não estão sendo enfatizados pelas atividades de Educação Física (p. 19-20).

Esta crise não é nova. AMADOU (1979)42 afirma que: "Houve um tempo em que Esparta enfatizava a aptidão física de seus cidadãos, enquanto Atenas se vangloriava mais da capacidade intelectual dos seus. Um longo período da história da humanidade foi colocado sob o signo dessa dicotomia, que determinava para os indivíduos uma função específica, privilegiando ora o corpo, ora o espírito - mas, raramente, honrava os dois ao mesmo tempo." (p. 54.

Esse autor considera essencial que a Educação Física e a Educação esportiva "não sejam consideradas entidades distintas e opostas, mas ao contrário, complementares ..." necessitando-se encontrar o sentido, a um só tempo social e cultural, que as atividades físicas tinham em certas culturas antigas.

É JORDÃO RAMOS (1978)43 quem afirma que "Desde a velha Grécia, sente-se enorme afinidade entre cultura e desporto, duas fontes do mesmo humanismo, na apreciação feliz de René Maheu. Ambas procedem da mesma origem, o lazer ..." (p. 21.). A este respeito, Aristóteles já questionava se a ginástica não


contribuiria para a recreação mental e para a aquisição de conhecimentos. Afirma HUIZINGA (1980)37 que para Aristóteles, a preguiça e o ócio é o princípio do universo. A concepção grega do lazer baseava-se numa associação à aprendizagem ou cultivo do eu (PARKER, 1978)44, pois nos tempos antigos o homem livre, fora da guerra, não tinha mais do que lazeres. DeGRAZIA (apud PARKER, 1978)44 diz que isso significa que o lazer é uma condição ou um estado - o estado de estar livre da necessidade do trabalho. Deve-se destacar que os gregos empregava a mesma palavra para designar o ócio, a escola e a educação: "A palavra 'escola' tem por trás dela uma história curiosa. Originalmente significava 'ócio', adquirindo depois o sentido exatamente oposto de trabalho preparação sistemática, à medida que a civilização foi restringindo cada vez mais a liberdade que os jovens tinham de dispor de seu tempo, e levando estratos cada vez mais amplos de jovens para uma vida cotidiana de vigora aplicação da infância em diante". (HUIZINGA, 1971, p. 165)37.

TOTI (1975)26, analisando o significado da palavra "scholé", afirma que esta é traduzida como tempo livre, parada, descanso, ócio ... e acaba por significar "o lugar onde se utiliza esse tempo livre" e que hoje se interpreta tão somente como "o lugar no qual o tempo livre é utilizado para ensinar e aprender" (p. 9). COSTA (1984)16 afirma que a Educação Física era meio para a formação integral do homem, quando da análise da intencionalidade da educação física na época antiga. Essa mesma preocupação mantém-se atualizada com a Carta Internacional de Educação Física e dos Desportos, adotada em 1978, quando a UNESCO insiste na necessidade de integrar as atividades físicas no "processo de educação global" e de reforçar os laços entre as atividades físicas e os outros elementos da educação (AMADOU, 1970; SANTIN, 1987; MANUEL SÉRGIO, 1987)42, 17, 45. Afirma AMADOU (1979)42 que a UNESCO estabelece ainda que "a prática da educação física e dos esportes é um direito fundamental de todos", após ter lembrado que "nos termos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, cada um pode fazer uso de todos os direitos e de todas as liberdades que ali são proclamadas ..." .

DUMAZEDIER (1979)25, quando da definição de lazer, estabelece três funções para este, sendo uma delas o desenvolvimento da personalidade e nesse sentido os objetivos do lazer e da educação se harmonizam. KRAUS (apud PARKER, 1978)44 acredita que: "Se a educação tende a preocupar-se com a vida recreativa dos estudantes, deve preparar as pessoas para usarem seu tempo de maneira sensata e construtiva ... deve haver uma preocupação direta em explorar o papel do lazer na vida de cada um. As escolas devem oferecer experiências de aprendizado em uma ampla variedade de habilidades e interesses úteis para o enriquecimento de ocupações recreativas duradouras." (p. 117).

Aprender a usar o tempo livre significa, em última análise, educar-se para o lazer - ensina REQUIXA (1976)24 - que considera a importância de ser o homem educado para, racionalmente, preparar para si mesmo uma arte de viver em que não se perca o equilíbrio necessário entre o trabalho e o lazer e em que se antecipe a vida de lazer (p. 38): "A família, a escola e todos os educadores, têm papel determinante a desempenhar quando da iniciação da criança numa atividade lúdica e ativa de lazer, na qual a freqüente contradição entre o ensino e a realidade necessita ser eliminada." (CARTA DO LAZER, art. 40)46.


GAELZER (1985)8, em seu "Ensaio à liberdade: uma introdução ao estudo da educação para o tempo livre", citando NEULINGER e NEULINGER, afirma que não há uma concordância sobre o que significa "educação para o lazer", pois diferentes setores vêem o uso do tempo livre e o lazer de formas diferentes. Os educadores estão inclinados a "pensar na educação para o lazer em termos de atividades extra-cirruculares que levem ao uso proveitoso e digno do lazer. Alguns dizem que a educação para o tempo livre é questão de orientação, desperta interesses e habilidades mas existem opiniões diferentes como este é conseguido. Os religiosos dão ênfase à condução moral e aos valores espirituais do lazer. Eles concordam com educadores, psicólogos, sociólogos e outros que estão interessados no desenvolvimento do caráter. Os psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais tratam com a personalidade, ou ajustamento e desajustamentos sociais e estão interessados na solução dos problemas derivados da falta de orientação para o tempo livre. Os psiquiatras enfocam o "stress", a estabilidade e a saúde mental. "Os professores de educação física estão com a incumbência de promover bons hábitos de saúde, de educação e de lazer, através das atividades físicas, sejam elas lúdicas, esportivas, rítmicas ou gímnicas". HABERMAS, citando por HAAG (1981)34 , vê três formas de comportamento no tempo livre, estando estas relacionadas com o trabalho: - Regenerativa - neste processo o tempo livre serve para recuperar as forças depois de uma jornada fisicamente cansativa. No início da industrialização esta forma de comportamento desempenhou um papel essencial: atualmente, a mesma se encontra tão somente em um grupo limitado de ocupações, já que muitas profissões não requerem esforço físico algum. - Suspensiva - nesta forma se executa durante o tempo livre um trabalho sem a determinação exógena e sem a desproporção da exigência do trabalho profissional. através desta forma se que obter (ainda que Habermas coloque dúvida) a liberdade e a educação que nos nega o trabalho profissional. Como exemplo dessa forma de comportamento se mencionam a continuação do trabalho profissional em forma de "trabalho negro", o compromisso com grupos religiosos, políticos ou ideológicos mediante a aceitação de cargos em associações correspondentes. - Compensativa - esta forma de comportamento tende à compensação psíquica das seqüelas nervosas do trabalho. Como exemplo, assinala Habermas, a maior dedicação à família, ao aproveitamento dos modernos meios de satisfação do lazer proporcionado pela chamada indústria cultural e, finalmente, a ocupação em esporte e jogos.

Porém Habermas duvida de que na realidade possa dar-se esta possibilidade compensadora, pois estas áreas mostram características que se assemelham ao trabalho. A análise de Habermas mostra, ademais, que o incremento de horas livres, a redução da semana de trabalho ou a extensão das férias não são suficientes para proporcionar esse verdadeiro tempo livre ganho no transcurso do desenvolvimento industrial; também se necessitam trocas e medidas sociais (p. 99), no que concordam SANTIN (1987)17 e CUNHA (19878)18. Para HAAG (1981)34 o tempo livre tem sido determinado pelas formas fundamentais do comportamento de lazer regenerativo, suspensivo ou compensatório. Deve ser visto em relação com as tentativas educacionais de prepara o homem para que saiba dar um conteúdo adequado ao seu lazer. A pedagogia do lazer, desenvolvida por OPACHOWSKI (in HAAG, 1981)34 põe em destaque a necessidade de abordar com medidas e intenções educativas o relevante fenômeno social do lazer, para garantir que o mesmo seja realmente um "tempo livre" para o homem (p. 101). Essa "pedagogia do lazer" se baseia em oito "teses", resumidas por HAAG (1981)34: 1 - A pedagogia do lazer constitui uma forma culta de serviço especial que oferece ao indivíduo (desde a etapa pré-escolar até a formação do adulto) ajuda para prender, desencadear e tolerar as trocas individuais e sociais. 2 - A pedagogia do lazer supõe uma atitude política ante um mundo não armonizável.


3 - A pedagogia do lazer libera da identificação total com os afazeres (e com os afazeres desempenhados durante o tempo livre porém determinados pelo trabalho e por terceiros); da conseqüente idealização do trabalho e do predomínio absoluto do princípio de rendimento. 4 - A pedagogia do lazer estimula ao indivíduo a auto-análise e a reflexão sobre si mesmo e sobre o lugar ocupado por ele no trabalho e no tempo livre. 5 - A pedagogia do lazer vence a angústia, a penúria e a repressão; está aberto ao bem estar, ao lazer e ao desfrute dele mesmo. 6 - A pedagogia do lazer assume uma atitude positiva frente à abundância e variedade das ofertas de consumo, evitando ao mesmo tempo a um permanente autocontrole, vigilância e distância crítica permanentes frente a indústria 7 - A pedagogia do lazer proporciona segurança física, psíquica e social e uma nova economia da saúde. 8 - A pedagogia do lazer melhora o estado de ânimo, e assim contribui a atingir o otimismo frente à vida e a fortalecer a autoconsciência." (p. 100-101). BRIGHTBILL (citado por PARKER, 1978)44 acredita que "Educar para o lazer significa expor as pessoas, desde cedo e por muito tempo, nos lares, escolas e dentro da comunidade, a experiências que as ajudarão a desenvolver critérios e habilidades no uso de um crescente tempo de lazer ... ". (p.114). Afirma, ainda, que esse processo é lento e seguro, e envolve a transmissão de aptidões e a boa vontade em exercêlas.

KRAUS (citado por GAELZER, 1972)47 afirma que o principal propósito da educação para o lazer como em qualquer forma de educação, é promover certas mudanças individuais desejáveis nos estudantes que estão exposta a ela. Apresenta, então, um esquema de metas nem que estas mudanças podem ser estabelecidas em termos de: - Atitude: é essencial que o estudante desenvolva um conhecimento da importância do lazer na sociedade e reconheça os valores significativos que eles podem trazer à sua vida .... - Conhecimento: atitudes positivas bem fundadas devem ser suplementadas pelo conhecimento individual; saber "como", "por que", e "onde" deve ocorrer a participação recreativa ... - Habilidades: o objetivo de ensinar técnicas não é somente o de conseguir que o estudante domine um certo número de atividades específicas, com a idéia de que ele necessária- mente participará delas, em sua vida recreativa, na juventude e idade adulta; e ainda proporcionar certas habilidades básicas, para que ele possa participar dessas habilidades com um certo grau de competência, sucesso e prazer ... - Comportamento: qualquer das metas acima, atitude, conhecimento e habilidades, leva a esse último propósito que é o comportamento. A conseqüência da educação para o lazer dever ser a existência de um comportamento que é marcado pela capacidade de um bom julgamento pessoal, quando da seleção de atividades recreativas ... (p. 1-2).

Para esse autor, a escola tem a responsabilidade de proporcionar experiências vivas, tanto pela assistência direta ao corpo discente como pela colaboração com a comunidade que também deve proporcionar atividades recreativas para a intensificação de seu programa de educação para o lazer.


O comportamento de lazer pode ser firmado e os hábitos de participação efetiva podem ser solidamente implantados se a escola se esforçar em ensinar uma real participação nas atividades de tempo livre. Para NAHRSTET (citado por GAELZER, 1972)47, as funções da educação para o tempo livre se sintetizam em: - Recuperação - renovação das energias através do descanço; - Compensação - elemento harmonizador diante das exigências e fracassos da vida de trabalho; a tarefa pedagógica da educação para o tempo livre é dar relevância às atividades que proporcionem a recreação e favorecer a visão cultural e intelectual; - Meditação - ato do indivíduo se questionar a respeito de sua existência e afirmação. Essa função só pode acontecer em momentos de lazer, em percepção contemplativa do indivíduo consigo mesmo levando-o à meditação; essa oportunidade que questiona o sentido da existência e a vida de liberdade e realização pessoal e social se torna possível no campo do tempo livre; - Emancipação - consiste na libertação pessoal de domínio e independência indispensáveis para a autonomia individual e social; nesse sentido, o tempo livre se transforma em tempo de liberdade. (p. 3). GAELZER (1985)8 considera que é uma tarefa difícil, pois significa educar a criança a ser ela mesma, ser autônoma, autorealizadora e consciente: "Talvez a forma mais pura de educação para o lazer seja: ensinar a gostar de fazer coisas, não para apresentação exterior, e sim por satisfação; isto não é novidade, ensinar através do jogo e do brinquedo é provavelmente a melhor maneira conhecida de aprendizagem." (p. 47) Para essa autora, lazer "é a harmonia individual entre a atitude, o desenvolvimento integral e a disponibilidade de si mesmo. É um estado mental ativo associado a uma situação de liberdade, de habilidade e de prazer." (GAELZER, 1979, p. 54)19.

CONCEPÇÃO UTILITÁRIA E SOCIAL DA EDUCAÇÃO FÍSICA Sendo a Escola Técnica Federal do Maranhão uma escola de formação profissional, com uma clientela em torno de 2.200 alunos, em que 74% situam-se na faixa etária de 14 a 18 anos, oriundos de famílias compostas por mais de dez pessoas, cuja renda vai de um a dois salários-mínimos (32%), acredita-se que a principal função da educação física, assim como dos demais componentes do art. 70 da lei 5692/71, deva ser a de "estreitar as relações entre a formação profissional e a formação geral", visando o homem, e não apenas o trabalhador, por ser, além de uma "proposta humanista, uma estratégia contra as discriminações e as desigualdades, contra a violência do homem sobre o homem." (GELPI, 1983, p. 60)48. Para o planejamento de suas atividades, a Educação Física praticada na Escola Técnica Federal do Maranhão deve levar em conta as necessidades do mercado do trabalho, tal como as outras disciplinas que integram o currículo pleno. Conhecer o perfil do técnico é fundamental para os ajustes em seu currículo. No "Projeto de Reforma Curricular" (DEPEN/DEPED, 1985)49 analisa-se as condições do trabalho do egresso da ETFM. Destes é exigido: - acuidade visual - acuidade tátil - destreza manual


- resistência à fadiga - resistência à bípede estação constante - boa coordenação motora - resistência à temperatura acima e abaixo da normal - agilidade para subir ou descer de lugares altos - força muscular - rapidez de movimentos ... Da mesma forma, deve identificar-se as condições ambientais e as demandas de ordens física e psíquica encontradas no trabalho, a saber: - se é interno ou externo - se o ambiente é quente ou frio ou se existem mudanças bruscas de temperatura - se é úmido ou seco ou se existe pó - se o nível de ruído é normal ou acima do normal - se a iluminação é adequada, de mesma forma que a ventilação - se existem riscos mecânicos - se o espaço é reduzido ... Quanto às demandas físicas: - se é necessário levantar ou carregar pesos - subir ou descer escadas - se exige movimentação constante (andar) - se o trabalho se desenvolve em pé, curvado ou sentado - se exige resistência para suportar locais úmidos, frios ou quentes - se há exigência de percepção de profundidade - se há manipulação constante de uma ou duas mãos ...

Das demandas psíquicas: - se o trabalho se desenvolve em locais isolados ou se se trabalha em grupo - se é trabalho rotineiro ou variado - se exige grande esforço mental ou discernimento para resolver eventuais problemas - se exige concentração, reflexo e percepção espacial.


Certas habilitações exigem determinadas qualidades para que se de o pleno exercício do trabalho. Assim, o Técnico em Agrimensura precisa ter: - aptidão motora, espacial, numérica, científica e mecânica; - interessar-se por trabalho ao ar livre; - percepção das formas, meticulosidade, boa visão, boa saúde e habilidade. O Técnico em Estradas, além da aptidão mecânica, espacial e numérica, necessita de rapidez, exatidão, capacidade de trabalhar ao ar livre e em constante deslocamento, enquanto o Técnico em Edificações necessita de aptidão numérica, espacial e motora, exatidão, meticulosidade e senso artístico. (ETFMDEPEN, s.d.)50. Os Técnicos em Eletrotécnica, eletromecânica, Instrumentação, Telecomunicações, Mecânica e Metalurgia necessitam de aptidão numérica, mecânica, espacial, exatidão e manual ... Há necessidade de uma melhor caracterização do tipo e das condições de trabalho, devido às características do mercado que ora se necessita, devido ao processo de industrialização, provocado pelo "Projeto Grande Carajás". Conhecer o perfil do trabalhador é, pois, de suma importância, a fim de que se possam agrupar as atividades físicas que mais se ajustem a cada uma das habilitações oferecidas pela ETFM, tendo em vista as capacidades humanas a desenvolver e a aperfeiçoar. Além disso, a característica do trabalho desenvolvido pela empresa requer um certo controle no que diz respeito à disciplina, uma vez que os riscos de acidentes são muitos. SCHIMITZ (1981)51 afirma que não é de hoje que o esporte é ligado à idéia de saúde e esta ao bem-estar e produtividade do homem. Refere-se esse autor às condições inseguras e atos inseguros, apontados por especialistas na prevenção de acidentes de trabalho, como causa de sua ocorrência: "Dentro do aspecto de condições inseguras entram em questão vários itens, dentre os quais o próprio equipamento da empresa, barulho excessivo, má iluminação do local e, principalmente, fadiga. Sabe-se que as operações repetitivas e o cansaço pela postura muitas vezes estática, produzem esta reação fisiológica, que acaba por configurar um quadro comum em todas as empresas e que é causador de grande número de acidentes no trabalho e a baixa produtividade na empresa". (p. 2).

Verifica-se que o esgotamento, a falta de força e de resistência física, inatenção, inabilidade, vertigem, falta de adaptação às tarefas, falta de capacidade específica, etc ... são as principais causas de acidentes de trabalho e sendo assim, a ETFM deve orientar seus esforços para a melhor capacitação dos profissionais que são formados em suas várias habilitações, incluindo-se a Educação Física, que deve ser orientada no sentido de obter uma melhor execução técnica, econômica e racional da utilização das próprias faculdades necessárias ao trabalho. Existe, pois, uma relação entre a formação profissional e a prevenção de acidentes de trabalho. Diversos aspectos concorrem para o "stress" do trabalhador, ligados à vida, sexo, grau de instrução, fatores do meio ambiente ou do clima do local do trabalho. Para CANTARINO FILHO & PINHEIRO (1974)30, "Diversos acidentes têm relação com a habilidade psicomotora, a flexibilidade, o equilíbrio e a velocidade de reação. A fadiga também aumenta a freqüência dos acidentes de trabalho. "A inclusão de pausas regulares para descanso durante a jornada de trabalho tem a finalidade de reduzir o número de acidentes e combater a fadiga. Entretanto, nessas pausas, o repouso não é passivo, e sim ativo." (p. 41). FONSECA (1972)52 diz que a Educação Física é fator determinante na prevenção de acidentes e pode ter uma intervenção diretiva, atuando no sentido de conservação e aperfeiçoamento dos fatores que causam acidentes, citando, entre outras, a disciplina, a capacidade de percepção e de adaptação a situações novas e imprevistas, avaliação pessoal da velocidade e da distância. o grau de estabilidade psíquica, tempo de reação


aos diferentes estímulos, estado afetivo, condições psicofísicas da resistência, a atenção, a vertigem, a forma técnica de execução de tarefas, etc... "Aptidões como força muscular, habilidade manual, coordenação e sentido neuro-nuscular, resistência a esforços contínuos, capacidade de controlar o equilíbrio do corpo em diversas posições - com incidência no sentido cinestésico e estático - flexibilidade, robustez, destreza, etc..., podem ser altamente aperfeiçoados pela exercitação física bem conduzida ...". (p. 1819).

Acreditando que os benefícios higiênicos, biológicos, corretivos e ortopédicos tenham escapado dos enciclopedistas do século XVIII e dos precursores dos métodos de educação física (Século XIX), Celestino PEREIRA (apud OLIVEIRA, 1985)11, propõe uma concepção utilitária e social para a educação física, onde as atividades físicas constituem-se em "ação educativa e complementar de sentido recreativo e competitivo." COSTA (1985)12, numa análise dos documentos internacionais que tratam da Educação Física e Desportiva, esclarece que a Educação Física é conceituada como "meio de desenvolvimento da humanidade vista mais como uma atitude de renovação diante da uma vida mecanizada, consumista e comercializada do que propriamente uma atividade programada". Afirma, ainda, que esses documentos - Manifesto Mundial da Educação Física, FIEP, 1970; A função da educação física e dos desportos na formação da juventude a partir do ponto de vista de uma educação permanente, UNESCO, 1976; O papel da educação física e do desporto na formação da juventude na perspectiva da educação permanente, UNESCO, 1977; Carta internacional de educação física e desporto, UNESCO, 1978 -, procuram resgatar as relações humanas, a importância neurológica, antropológica e psíquica do exercício corporal, através de três funções específicas - pedagógica, social e higiênica -, as quais levam a Educação Física a apresentar-se como: "... meios para vencer as adversidades do mundo moderno, buscando através das vivências corporais e do movimento, a integração do ser, facilitando-lhe o encontro de sua autonomia pessoal e amplitude dos próprios sentimentos". (p. 37).

Essa autora considera como função pedagógica a conscientização da necessidade e de uma prática de atividade física "como elemento gerador da melhoria das relações no mundo, uma vez que os atos iniciais educativos recebidos pelo homem ao nascer são atos corporais, físicos ..." (p. 37). Vivências corporais; respeito aos outros, seja um parceiro ou adversário de jogo; espírito de colaboração; aceitação democrática de uma autoridade, são elementos que caracterizam uma organização social, democrática e evidenciam a função social. "A função higiênica mantém-se encarregada de desenvolver uma Educação Física que promove a saúde do homem, quer seja com a finalidade compensadora, corretiva ou recreativa, numa sociedade cujas características de vida são a urbanização e o dirigismo extremo." (p. 37).

Mais adiante: emancipado".

"ressalta-se a Educação Física um caráter, utilitário e ao mesmo tempo realizador,

É ainda COSTA (1984) "... um modelo próprio de pragmatismo - (Política Nacional de Educação Física e Desportos, 1976, p. 40) , explorando a conseqüência das tendências internacionais pragmática e dogmática para a prática da Educação Física e do esporte de massa ... "... o modelo pragmatista expressa a idéia de orientação do indivíduo para o resultado em competições. Quanto à concepção do modelo dogmatista, significa ... a orientação prática da Educação Física e dos esportes para fins educacionais ...". (p. 23).


Verifica-se, assim, que a Educação Física, que tem no jogo, no esporte, na ginástica, na dança e nas técnicas que lhe são próprias os meios para os seus objetivos educativos, não os considerando como um fim em si mesmo, pode tanto colocar a escola: "... ou a serviço da manipulação pela classe dominante para atender seus interesses e perpetuação de valores sociais, econômicos e culturais ou do propósito humanístico de atender ao indivíduo, procurando desenvolver o potencial humano ao máximo de sua potencialidade." (COSTA, 1984, p. 51)16.

GUIMARÃES (1984)14, quando da análise do papel desempenhado pela Educação Física no processo educacional da ETFM, contrapõe-se às aulas que eram dadas até 1983, sob a forma de "Escolinhas de Esporte". Até então, eram oferecidas matrículas em várias modalidades de esporte, de livre escolha dos alunos, em turmas de Atletismo, Basquetebol, Handebol, Volibol, Ginástica Olímpica, em níveis de iniciação e aperfeiçoamento , além das aulas de "Ginástica"- chamadas de "Educação Física" - àqueles que não queriam praticar um esporte e aulas de "Ginástica Especial" (Corretiva) aos que apresentavam problemas posturais. Na conclusão de seu estudo propõe, então, que a ETFM abandone o "modelo tradicional" de ensino de educação física, devendo voltar-se para uma concepção "modernizadora", onde a "ginástica" seja o elemento principal, abandonado-se, assim, a prática de esportes, pois a educação física vinha concentrando-se, de modo geral, "nos métodos e técnicas, no como, sem qualquer reflexão sobre os fins". Propondo a volta às aulas de "Educação Física" - Ginástica - em lugar de ensinar "esportes", certamente GUIMARÃES (1984)14 não se apercebeu, em seu estudo, do alcance da legislação, havendo, assim, confusão acerca dos conceitos. Entende-se por "educação física tradicional" (ou "convencional") o "conjunto de conhecimentos e atividades específicas que visam o aprimoramento físico das pessoas" (MEDINA, 1983)53. Na concepção modernizadora, a qual GUIMARÃES (1984)14 propõe seja adotada pela ETFM, a educação física é a "área do conhecimento humano que, fundamentada pela interseção de diversas ciências e através de movimentos específicos, objetiva desenvolver o rendimento motor e a saúde dos indivíduos" (MEDINA, 1983)53. Analisando-se o "Plano de Atividades para 1986"54, encontra-se como objetivos específicos da Coordenação de Educação Física, em consonância comos objetivos mais amplos da ETFM: 1 - a manutenção dos fluxos de informação entre os Departamentos, a Diretoria e os Docentes; 2 - a elaboração de Planos de Ensino, objetivando a sistematização das atividades inerentes ao processo ensino-aprendizagem; 3 - o desenvolvimento das atividades planejadas, inclusive 4 - as integradas com o Centro Cívico e Interact Clube; 5 - a participação nas promoções da Escola e da comunidade; 6 - promoção de reuniões visando avaliar o desempenho das atividades. As atividades a serem desenvolvidas, constantes dos Planos de Ensino, referem-se às atividades curriculares, caracterizadas como aulas de educação física e atividades especiais. Estas, com a formação de turmas, ou equipes, que irão representar a ETFM em eventos esportivos. A análise dos planos dos professores evidencia que estes, em sua maioria (66%), adotam um modelo tradicional, onde visam, em seus planos, "proporcionar o aprimoramento da aptidão física, com a utilização do corpo com eficiência, através de exercícios físicos, onde são transmitidas noções de vários esportes, praticando-se a modalidade recreativamente".


Da análise dos "Planos de Ensino de Educação Física" nota-se ainda que os outros professores seguem a concepção humanística, de acordo com a proposta de OLIVEIRA (1985)11, em que cabe aos alunos a escolha das atividades a serem desenvolvidas, notando-se a preocupação em proporcionar-lhes atividades inerentes à Educação Física para o desenvolvimento de suas potencialidades cognitivas, motoras e afetivosociais, visando sua integração à sociedade, com a orientação de uma educação física permanente, justificando-a para sua vida prática. A Educação Física deve assumir, pois, um caráter revolucionário, auxiliando no desenvolvimento integral dos seres humanos, renovando-se e transportando-os no sentido de autorealização e em conformidade com a própria realização de uma sociedade mais justa e livre (MEDINA, 1983)53. Assim, a Educação Física, que tem no jogo, no esporte, na ginástica e na dança, e nas técnicas que lhes são próprias, os meios para os seus objetivos educativos, não os considerando como um fom em si mesmo, deve estar integrada efetivamente no ambiente escolar onde atua, procurando promover, prioritariamente, o crescimento pessoal dos alunos, a partir das suas necessidades. A aceitação da educação física, e das demais disciplinas do Art. 70 da Lei 5692/71, nas escolas de formação profissional se dá em função desse aspecto de complementariedade que essas disciplinas assumem. Assim, na busca da renovação de seu ensino, a ETFM deve lavar em conta que as atividades de lazer vêm assumindo importância fundamental na ocupação do tempo livre do trabalhador. Se a tarefa da ETFM é ajudar os alunos a assumirem gradativamente sozinhos as funções do trabalho, então preparar para as atividades de tempo livre significa "conseguir, na escola, os requisitos para a participação do esporte extra-escolar em todas as formas ..." (KUNZ, 1986, p. 144)55. Na construção do novo currículo da Educação Física para a ETFM deve-se buscar na concepção utilitária e social um novo sentido para a Educação Física, orientando-a segundo as necessidades de uma educação para o tempo livre, facilitando o acesso às atividades esportivas durante o tempo escolar e a preparação para o esporte de tempo livre após sua conclusão. CONCLUSÃO Não se constitui tema novo que o ensino da Educação Física se refira ao tempo livre, pois em fins do século passado e início deste, a mobilização de grandes massas de jovens e adultos, através de campanhas de recreação, serviram de base para uma educação extra-escolar, sendo incluída, nesse movimento, a Educação Física (TOLKMITT, 1985)9. O repensar a escola pública - e a ETFM é uma - em função da clientela das classes populares e do desenvolvimento de metodologias que estimulem a criatividade e o trabalho independentes (BRESSANE, 1986; ESCOBAR & TAFFAREL, 1987; SANTIN, 1987)13,39,17, leva-nos a preconizar uma educação física voltada para os princípios de uma Educação Permanente, com base no esforço comunitário, em substituição à tônica da aptidão física, presente na década passada (FARIA JÚNIOR, apud BRESSANE, 1985)13 . Vários organismos internacionais, tomando consciência do inestimável valor formativo das horas concedidas aos trabalhadores e aos estudantes à margem de suas ocupações, têm considerado ser papel da Educação Física orientar a ocupação desses tempos livres em práticas de recreação lúdica e desportiva, pois as sociedades modernas, devido à organização racional do trabalho, são "sociedades de tempo livre" (DUMAZEDIER, 1979; SOBRAL, 1985; CUNHA, 1987)25,56,18. Assim, a Educação para o tempo livre se constitui num caminho a seguir, buscando seus fundamentos filosóficos na concepção utilitária e social (PEREIRA, apud OLIVEIRA, 1985)11, onde a esfera do lazer possa ser tão produtiva e valiosa quanto a esfera do trabalho. Sem perder de vista o disposto na legislação vigente, no que tange à Educação Física Escolas, a Escola Técnica Federal do Maranhão deve atender às necessidades, interesses e motivações de seus alunos, onde o aspecto recreativo, base da concepção utilitária e social da educação física, deve ser levado em consideração


quando do planejamento das atividades a serem desenvolvidas, pois trabalho e tempo livre, tal como a educação intelectual e a educação física, não podem ser consideradas como partes separadas de nossas vidas. SUMMARY One analyzes the relation between physical education, free time and leisure, trying to put physical education in charge of lifes situation, insede a professionalizing second degree scholl. It opens up a discussion of how physical education has a right to such charge, from the poit that a curriculum must transmit to the students qualifications to the rule of lifes situations, should take one to the discobery of "free time" as one of the fields of which these students should be formed through physical education and teaching. Empirical studies of free time situations demosntrates sport activity as being one of the free time activities prefered by teenagers and young adults, one verifies yet that, there is a disagreement between the traditional contents of the teaching of physical education and the real or desirable shapes of the sport activites of the free time. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1 - EMERENCIANO, Maria do Socorro Jordão. Preparação para o trabalho. Brasília : MEC/SEPS, 1984. 2 - SALGADO, Maria Umbelina C. A difícil relação entre a escola e o mercado de trabalho. (in) a prática docente e a formação do técnico industrial. São Paulo : CENAFOR, 1984. 3 - FONSECA, Marília & PARENTE, Marta Maria de Alencar. A preparação para o trabalho nocurrículo do 20 grau. Brasília : MEC/SEPS, 1983. 4 - BRASIL, Leis e Decretos. Legislação e normas do ensino do 20 grau. Brasília : MEC/SEPS, 1984, v. 3. 5 - BRASIL, Leis e Decretos. 0 grau. ed. atual. Brasília :

MEC / SEPS, 1983.

6 - BRUM, Eloah Freire Fritsc & Outros. Educação Física. (in) O artigo 70 na Lei 5692/71 no ensino do 20 grau. Brasília : MEC/DEM, 1978, cap. 2, p. 31-45. 7 - TUBINO, Manoel José Gomes. Os conceitos de eficiência e eficácia como orientadores administrativos de cursos de graduação em educação física. Brasília : MED/DED, 1977. 8 - GAELZER, Lenea. Ensaio à liberdade: uma introdução ao estudo da educação para o tempo livre. Porto Alegre : UFRGS, 1985. (Tese de livre-docência). 9 - TOLKMITT, Horst Carlos. Sugestões de uma alternativa para a filosofia do EPT no Brasil. Comunidade Esportiva, Rio de Janeiro, no. 35, nov.-dez., 1985, p. 2-8. 10 - OLIVEIRA, Vitor Marinho de. Educação física humanística. Rio de Janeiro : Ao Livro Técnico, 1985. 11 - OLIVEIRA, Vítor Marinho de. Orientação para repensar a educação física. Comunidade Esportiva, Rio de janeiro, n. 29/30, maio-jun., 1984, p. 14-16. 12 - COSTA FERREIRA, Vera Lúcia. Do pensamento político educacional a uma perspectiva de transformação em educação física. (in) TUBINO, Manoel José Gomes & Outros. Homo Sportivus. Rio de Janeiro : Palestra, 1985. V. 3, p. 35-50. 13 - BRESSANE, Riselaine. Uma nova maneira de pensar educação física. Comunidade Esportiva, Rio de Janeiro, n. 23, mar.-abr., 1983, p. 7. 14 - GUIMARÃES, João de Sousa. Algumas reflexões sobre o papel da educação física no processo educacional desenvolvido pela Escola Técnica Federal do Maranhão. São Luís : ETFM/DEPEN, 1984. (mimeog.).


15 - THOMAZ, Florismar Oliveira. Educação tradicional: um desistímulo ao esporte comunitário. Comunidade Esportiva, Rio de Janeiro, n. 22, jan.-fev., 1983, p. 16-17 16 - COSTA FERREIRA, Vera Lúcia. Prática de educação física no 10 grau: modelo de reprodução ou perspectiva de transformação ? São Paulo : IBRASA, 1984. 17 - SANTIN, Silvino.Educação física: uma abordagem filosófica da corporeidade. Ijuí : Unijuí, 1987. 18 - CUNHA, Newton. A felicidade imaginada: a negação do trabalho e do lazer. São Paulo : Brasiliense, 1987. 19 - GAELZER, Lenea. Lazer, bênção ou maldição ? Porto Alegre : Sulina/UFRGS, 1979. 20 - CAVALCANTI, Kátia Brandão. A função cultural do esporte e suas ambigüidades sociais. (in) COSTA, Lamartine Pereira da. (org.) Teoria e prática do esporte comunitário e de massa. Rio de Janeiro : Palestra, 1981, p. 301-316. 21 - MARINHO, Inezil Penna. Raízes etimologias, históricas e jurídicas do lazer. Brasília : (s.e.), 1979. 22 - MARINHO, Inezil Penna. Introdução ao estudo filosófico da educação física e dos desportos. Brasília : Horizonte, 1984. 23 - REQUIXA, Renato. As dimensões sociais do lazer. São Paulo : SESC, 1969. 24 - REQUIXA, Renato. Trabalho e lazer. (in) As dimensões sociais do lazer. São Paulo : SESC, 1976. 25 - DUMAZEDIER, Jofre. Sociologia empírica do lazer. São Paulo : Perspectiva, 1979. 26 - TOTI, Gianni. Tiempo libre y explotacion capitalista. Méxixo : Cultura Popular, 1975. 27 - GOMES, Salvatore. Tiempo libre, tiempo liberado. Madri : Unión, 1970. 28 - DRÃGAN, Ioan. Recuperação no trabalho pelo desporto. Lisboa : Horizontes, 1981. 29 - MOREIRA, Wagner Wey. Prática da educação física na universidade. Campinas, UNICAMP, 1985. 30 - CANTARINO FILHO, Mário Ribeiro & PINHEIRO, Ewerton Negri. Ginástica de pausa, trabalho e produtividade. Revista Brasileira de Educação Física e Desportos, Brasília, n. 20, mar./abr., 1984, p. 20-30. 31 - PEREIRA, Francisco A. Coelho. Esporte comunitário na Fundação Ishibrás.Comunidade Esportiva, Rio de Janeiro, n. 9, dez., 1980, p. 6. 32 - SESC-SP. Ginástica na empresa. Comunidade Esportiva, Rio de Janeiro, n. 9, dez., 1980, p. 6-9. 33 - LeBOUCH, Jean. A educação pelo movimento: a psicocinética na idade escolar. Porto Alegre : Artes Médicas, 1983. 34 - HAAG, Hebert. Deport y tiempo libre. (in) KOCH, Karl. Hacia una ciência del deporte. Buenos Aires : Kapelusz, 1981, p. 95-115. 35 - OLIVEIRA, Vítor Marinho de. O que é educação física ? São Paulo : Brasiliense, 1983. 36 - THOMAZ, Florismar Oliveira. A revolução metodológica da educação física. Comunidade Esportiva, Rio de Janeiro, n. 14, maio-jun., 1981, p. 2-4-. 37 - HUIZINGA, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. São Paulo : Perspectiva, 1971. 38 - DIECKERT, Jürgen. A educação física no Brasil.. A educação física brasileira. (in) ESCOBAR, Micheli & TAFFAREL, Celí N.Z. Metodologia esportiva e psicomotricidade. Recife : Gráfica Recife, 1987, p. 2-19.


39 - ESCOBAR, Micheli & TAFFAREL, Celí N.Z. Metodologia esportiva e psicomotricidade. Recife : Gráfica Recife, 1987. 40 - DIEM, Liselott. Esporte para crianças: uma abordagem pedagógica. Rio de Janeiro : Beta, 1977. 41 - HAAG, Herbert. Deport y salud. (in) KOCH, Karl. Hacia una ciência del deporte. Aires : Kapelusz, 1981, p. 116-126.

Buenos

42 - AMADOU, Mahtar M'Bow. Discurso proferido na abertura do Congresso Internacional de Educação Física, Trés-Riviére, 26 de junho de 1979. Boletim da Federação Internacional de Educação Física, Belo Horizonte, v. 49, n. 3, 1979, p. 51-55. 43 - JORDÃO RAMOS, Jair. Os exercícios físicos no tempo e no espaço. Boletim da Federação Internacional de Educação Física, Belo Horizonte, v. , n. 2, 1973, p. 13-26. 44 - PARKER, Stanley. A sociologia do lazer. Rio de Janeiro : Zahar, 1978. 45 - MANUEL SÉRGIO Vieira e Cunha.A educação física que temos e a educação física que quer o povo brasileiro. CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DO ESPORTE, Recife, 1987. Palestra inaugural. (mimeog.). 46 - FUNDAÇÃO VAN CLÉ. Carta do lazer. Comunidade Esportiva, Rio de Janeiro, n. 9, 1980, p. 20. 47 - GAELZER, Lenea. Recreação e lazer. (in) Curso de especialização em educação física. Florianópolis : UFSC/Centro de Esportes, 1972. (mimeog.). 48 - GELPI, Etore. Lazer e educação permanente: tempos, espaços, políticas e atividades permanentes e de lazer. São Paulo : SESC, 1983. 49 - ESCOLA TÉCNICA FEDERAL DO MARANHÃO. Revisão curricular. São Luís : ETFM/ DEPEN/DEPED, 1985. (mimeog.). 50 - ESCOLA TÉCNICA FEDERAL DO MARANHÃO. Manual do Aluno. São Luís . ETFM/ DEPED, (s.d.). (mimeog.). 51 - SCHMITZ, João Carlos. Ginástica laboral compensatória. Comunidade Esportiva, Rio de Janeiro, n. 16, set.-out., 1981, p. 2-3-. 52 - FONSECA, Américo J. Cardoso & BARBOSA, Arnaldo Martins. A educação física como meio de prevenção de acidentes de trabalho e de recuperação. Lisboa : Fundação Nacional para a Alegria do Trabalho, 1972. 53 - MEDINA, João Paulo Subirá. A educação física cuida do corpo ... e mente. Campinas : Papirus, 1983. 54 - ESCOLA TÉCNICA FEDERAL DO MARANHÃO. Plano de atividades 1986. São Luís : ETFM/DEPEN/CEN, 1986. 55 - KUNZ, Dietich. Nove tarefas para a educação física escolar. (in) DIECKERT, J. & BRODTMANN, D. Elementos e princípios de educação física: uma antologia. Rio de Janeiro : Ao Livro Técnico, 1986, p. 140-161. 56 - SOBRAL, Francisco. Introdução à educação física. 4 ed. Lisboa : Horizontes, 1985.


ATLAS DO ESPORTE NO MARANHÃO Replicando os capítulos do Atlas do Esporte do Maranhão, em sua versão atualizada, até o presente momento, e ainda em construção. A partir daqui, as atualizações serão acrescidas em postagens adicionais, e depois incorporadas no texto definitivo, na medida em que novas descobertas se apresentarem.


A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA, ESPORTES, E LAZER NO MARANHÃO E SUA CONTRIBUIÇÃO NO ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ6 ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL7 Organizador: Lamartine Pereira DaCosta

O Atlas do Esporte no Brasil é a maior base de dados de acesso gratuito em língua portuguesa, com resumos em inglês, abrangendo a educação física, esportes e atividades físicas de saúde, lazer e turismo. Os dados são produzidas como serviço à comunidade, sem remuneração, por autores voluntários, por iniciativa do Conselho Federal de Educação Física e Conselhos Regionais a ele vinculados (Sistema CONFEF/CREFs), em parceria com entidades voltadas para a responsabilidade social. Os textos e os dados são atualizados continuamente por abordagens sócio-culturais, educacionais, econômicas, de gestão, de saúde, meio ambiente e de outras áreas relacionadas às ciências do esporte. O objetivo deste Portal é o de valorizar o esporte brasileiro como um dos principais patrimônios culturais da nação, fazendo circular seus dados de memória e de atividades atuais – quer descritivos, quer quantitativos – entre estudantes em geral, profissionais de educação física, gestores, professores, pesquisadores, jornalistas, publicitários, investidores em incentivos fiscais, diletantes ou simples interessados em temas esportivos. Confirmando tanto a visão multidisciplinar quanto o dito popular de que o esporte é o bom do Brasil, adotase neste Portal a definição técnica e atualizada do acordo internacional COMPASS promovida pela União Européia desde 1999, na qual “esporte são todas as formas de atividades físicas que, por meio de participação casual ou organizada, objetivam expressar ou promover a forma física e o bem estar mental, formando relações sociais ou obtendo resultados em competições de todos os níveis”. O Atlas do Esporte no Brasil é um novo formato digital de obra publicada em papel em 2005, para prover busca de informações e cópias, após atualizações e ampliações de temas, textos e mapas, sobretudo relacionadas aos municípios e estados; esta nova oferta se propõe a: (a) produzir informações como serviço a comunidade por autores voluntários com o suporte do Sistema CONFEF/CREFs; (b) atualizar e promover a expansão progressiva de informações temáticas e locais, gerando dados para mapear, mensurar e monitorar todo o país em termos de atividades físicas; 6

Licenciado em Educação Física; Especialista em Lazer e Recreação; Mestre em Ciência da Informação. Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. Membro fundador da Academia Ludovicense de Letras. Professor de Educação do IF-MA (aposentado). 7 DaCOSTA, Lamartine Pereira (Organizador). ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL.


(c) construir e melhorar de modo permanente a memória do esporte brasileiro definindo identidade de seus profissionais e valores das realizações locais e nacionais; (d) dar prioridade aos significados econômicos, de emprego e renda do esporte brasileiro, por revisão contínua das abordagens sócio-culturais, educacionais, de gestão, de saúde e outras relacionadas à compreensão multidisciplinar do esporte; (e) apoiar órgãos governamentais e o IBGE quanto ao desenvolvimento de dados sobre esporte; (f) aperfeiçoar a gestão e o conhecimento do esporte e atividades físicas em geral no Brasil por meio de dados coletados junto à realidade local e regional (g) disponibilizar informações sobre esportes e atividades físicas sucedâneas de impacto social, econômicofinanceiro e de meio ambiente, a fim de dar suporte em definições e na elaboração de projetos baseados na legislação federal de incentivos fiscais ao esporte ou em atos similares dos governos estaduais e municipais; e (h) encaminhar o esporte nacional para a Gestão do Conhecimento, na perspectiva de transformar informações em conhecimento e deste se obter maior eficácia de parte de gestores e instituições. ATLAS DO ESPORTE NO MARANHÃO INTRODUÇÃO O Atlas do Esporte no Brasil é um livro que apresenta os resultados de uma das maiores pesquisas sobre esporte até hoje feitas no mundo: cerca de 410 colaboradores qualificados e 17 editores, trabalharam voluntariamente durante dois anos, levantando memória (passado) e inventário (presente) de diferentes facetas do esporte e de atividades físicas congêneres, cobrindo todo o Brasil. A obra é multidisciplinar, com seus capítulos apresentados em língua portuguesa (textos completos) e inglesa (resumos e textos complementares), prestando-se a atingir os seguintes públicos: parlamentares e órgãos governamentais; mídia; lideranças e profissionais do esporte, Educação Física, lazer e atividades físicas para saúde; clubes e instituições diversas relacionadas ao esporte; Instituições de Ensino Superior, pesquisadores, professores e alunos no Brasil e no exterior; entidades e autoridades do exterior; e apreciadores dos esportes em geral de qualquer país. A intenção original admitida formal e publicamente foi a de levantar fatos de memória e de inventariar condições presentes de ocorrências de atividades físicas no Brasil, quer como práticas esportivas e/ou de Educação Física, quer como atividades físicas voltadas para a saúde e/ou lazer de seus praticantes, constituindo um conjunto de dados espaciais (mapas) e / ou de dados quantitativos (tabelas e quadros) e qualitativos (textos descritivos e analíticos resumidos), com algumas interpretações que possam render significados setoriais, regionais e nacionais. Contudo, o objetivo operacional principal que animou o surgimento ao Atlas foi o de preparar uma base de informações qualitativas e quantitativas que possa dar sustentação e regularidade a futuros envolvimentos do IBGE com estatísticas no tema das atividades físicas e esportivas, em modo semelhante aos demais setores de importância econômica e sócio-cultural do país. Em outras palavras, diante da carência de dados sobre atividades físicas e do crescimento da importância desta área de atividades na economia nacional, criou-se um meio de esclarecimento público – representado pelo Atlas – para sensibilizar o governo, as próprias iniciativas esportivas e os diferentes profissionais nelas participantes, quanto à necessidade de geração de dados para um direcionamento racional da área como um todo e em suas partes. A liderança desta mobilização foi assumida por Lamartine DaCosta, autor na década de 1970 do “Diagnóstico da Educação Física e Desportos no Brasil”, obra publicada pelo Ministério do Planejamento, que não teve continuidade em âmbito governamental mas que já indicava em sua época um grande potencial da área.


O “Atlas do Esporte no Brasil” baseia-se em modelo ou tendência de estudos. Existem “Atlas” ou estudos importantes sobre atividades esportivas em perspectiva espacial, nos EUA, França, Cuba e Portugal, porém são obras com pontos de vista particulares embora em escala nacional. Assim, os Atlas do Esporte de Cuba e de Portugal são levantamentos de acervo e catálogo, enfocando disponibilidade de instalações e alguns outros meios para práticas populares e treinamento esportivo avançado. Já os dos EUA e da França têm sentido histórico e enciclopédico, ao estilo de conhecimento geral e diletante, como se encontra, por exemplo, nos guias turísticos. A opção do Atlas brasileiro é de ordem científica, de diagnóstico em primeira abordagem, de reconhecimento preliminar, abrangendo um país inteiro e as diferentes manifestações esportivas em conjunto com as atividades que lhes dão suporte, tais como os grandes sistemas de entidades esportivas e atividades congêneres (ACM, SESI, COB, CONFEF, FENABB etc), capacidade científica instalada no país, formação profissional etc. Na inclusão dos suportes à prática esportiva e de atividades físicas em geral, reside o diferencial do Atlas brasileiro em face ao objetivo principal de levantar significados econômicos do esporte, algo não atendido pelas publicações similares estrangeiras. JUSTIFICATIVA A justificativa principal que gerou a elaboração do Atlas foi uma pesquisa para confirmar a previsão de que quase dois terços da população brasileira estariam direta ou indiretamente relacionados à prática de atividades físicas e de esportes, com inúmeros objetivos dentre os quais: lazer e entretenimento, saúde, educação, inclusão social, capacitação militar e policial, participação e competição esportiva, mobilidade para e no trabalho, promoção social do trabalhador etc. Os levantamentos do Atlas confirmaram, em resumo, que se tratava efetivamente de um dos maiores contingentes – senão o maior – da população brasileira, delimitado em termos de participação sóciocultural, emprego e consumo, gerados por uma atividade específica. A partir deste pressuposto original, pesquisadores voluntários mapearam as atividades físicas no Brasil em quase 300 abordagens diferentes, desde esportes preferidos até laboratórios, passando por clubes e turismo de lazer esportivo. Este livro, portanto, põem em relevo as atividades esportivas e seus suportes institucionais e comunitários como um dos principais meios de desenvolvimento social e econômico da sociedade brasileira na atualidade. Em contraste com esta constatação, verifica-se que não existe no Brasil um sistema de informações esportivas ou de informações sobre práticas de atividades físicas em geral, impedindo assim que haja intervenções adequadas ou políticas públicas coerentes. Neste contexto, o objetivo de se instituir a coleta de dados sobre esportes de modo sistemático no Brasil está sendo reforçado pela publicação do Atlas. PRESSUPOSTOS Jurídicos Considerando-se direitos e deveres privados e públicos, como também demarcação de responsabilidades, define-se o “Atlas do Esporte no Brasil” como uma obra produzida em co-autoria e de natureza coletiva segundo a Lei no 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 - que consolida a legislação sobre direitos autorais -, artigo 5º, inciso VIII e itens (a) e (h) respectivamente, sob condição de não ter fins lucrativos para seus produtores, autores e patrocinadores e de que os excedentes monetários dela auferidos pela editora escolhida para sua comercialização sejam aplicados em novas edições e/ou versões eletrônicas. Neste sentido, a produção do Atlas, em sua primeira edição foi feita por voluntários, atrelando-se ao objetivo de levantamento da memória do esporte e de inventário desta atividade em escala nacional que tem significado vinculado ao patrimônio cultural do país, conforme consta da “Introdução” da publicação.


A adesão voluntária do Organizador, dos Editores e dos Autores Colaboradores à produção do Atlas com renúncia dos diretos autorais em favor da própria obra se fez de acordo com a Lei nº 9.608, de 18 de fevereiro de 1998, que dispõe sobre o serviço voluntário, em seu Art. 1º: “Considera-se serviço voluntário, para fins desta Lei, a atividade não remunerada, prestada por pessoa física à entidade pública de qualquer natureza, ou à instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social, inclusive mutualidade”. Em complemento a este dispositivo cabe pôr em evidência seu parágrafo único: “O serviço voluntário não gera vínculo empregatício, nem obrigação de natureza trabalhista previdenciária ou afim”. Assim se dispondo nestas definições, e à vista das exigências legais com relação aos diretos autorais, cabe esclarecer que o propósito de preservação da memória esportiva nacional justificou a adoção do voluntariado no Atlas, sem o qual seria impraticável efetivar sua produção. Inclui-se nesta justificativa a reprodução de fotos e figuras cedidas para publicação específica no livro em pauta, em sua parte final. Esta obra, portanto, apresenta-se como um trabalho coletivo para benefício público, conforme proposto em seu projeto original – emitido em 10/02/2003 -, e deste modo divulgado pelos principais meios de comunicação de massa em abrangência nacional. Posicionamento legal do Organizador, os Editores e os autores colaboradores Nos termos da Lei no 9.610 / 1998, que regula os direitos autorais, o Atlas é uma obra criada em comum, por mais de dois autores, por iniciativa, organização e responsabilidade de uma pessoa física, que a faz publicar sob seu nome e que é constituída pela participação de diferentes autores, cujas contribuições se fundem numa criação autônoma. Na mesma legislação, a delimitação do Atlas como “obra protegida” (Art. 7º) dispõe-se de acordo com o inciso XIII, parágrafo 3º, tratando-se de uma coletânea e de uma base de dados elaborada no domínio das ciências cuja proteção recai sobre a sua forma literária, não abrangendo o seu conteúdo científico ou técnico. Nestes termos, sendo o Atlas uma obra coletiva produzida por co-autoria, seus co-autores são identificados nominalmente pela atribuição de “Editores”, no cumprimento do Art. 15º da Lei 9.610, cabendo ao “Organizador” – também identificado junto aos Editores - a titularidade e gestão dos direitos patrimoniais sobre o conjunto da obra coletiva, conforme estipulado pelo Art. 17º, parágrafo 2º do mesmo dispositivo legal. Os demais autores desta obra coletiva científica são identificados legalmente como “Colaboradores”, cuja participação incidiu operacionalmente na produção de dados de entrada com revisão e atualização feita pelos Editores, como assim expressa o Art. 15º supracitado, em seu parágrafo 1º. A estes “Colaboradores” atribuem-se direitos morais e o título de “Autor”, por autoria em conjunto de obra científica, embora não lhes seja concedida a titularidade patrimonial como estabelecido pelo artigo e parágrafos anteriormente postos em relevo. Neste propósito, os Colaboradores do Atlas como autores de obra científica referenciada estão identificados nos trechos e capítulos da publicação em que exerceram sua colaboração na produção de conteúdos em obra científica, podendo assim dispor do uso do respectivo título para fins profissionais, pessoais e acadêmicos. Note-se, por necessário, que o Atlas apresenta-se sob formato de Banco de Dados, tendo suas informações expostas segundo um padrão único de elaboração que foi executado pelos “Editores”, estes portanto já definidos como co-autores dada a condição de se tratar de uma produção coletiva. Definições mais precisas dos padrões adotados pelo Atlas constam dos capítulos introdutórios da obra, intitulados “Introdução” e “Prólogo”, nos quais assume-se a metodologia de mapeamento em larga escala implicando numa operação com grande número de colaboradores e da adoção do voluntariado. A equivalência de status patrimonial e moral dos autores do Atlas se fez por renúncia do Organizador e dos Editores de eventuais direitos gerados pela venda do livro, usando-se ganhos monetários – se disponibilizados - em favor de novas edições da obra coletiva por parte da Editora contratada para a primeira edição. Além da legislação brasileira, as referências internacionais para a verificação jurídica dos Autores Colaboradores (Joint Authors) foram obtidas na fonte “Council of Science Editors” (www.councilscienceeditors.org) e por consulta em Frank Davidoff et al., “Who’s the Author? Problems


with Biomedical Authorship, and Some Possible Solutions”, Science Editor, July – August 2000, Vol 23, No 4, pp. 111-119 (www.councilscienceeditors.org/publications/v23n4p111-119.pdf). Em resumo, a referenciação dos capítulos do Atlas considerando direitos de autoria e uso do sistema internacional APA é apresentada como no modelo que se segue: Helal, R. & Soares, A. J. G., Carmo Salles, J.G. (2005). Futebol. In DaCosta, L.P. (Org.), Atlas do Esporte no Brasil (pp. 233 –235). Rio de Janeiro: Shape. Inovações promovidas pelo Atlas do Esporte no Brasil: (a) Projeto modular de coleta de informações técnicas e administrativas adaptável a interrupções e mudanças de gestão nas instituições de apoio; (b) Uso na área das ciências do esporte de grande número de autores em rede e de participação variada em modo similar às pesquisas avançadas em genética, astrofísica, informática, etc; (c) Aperfeiçoamento da metodologia do mapeamento (mapping), incluindo levantamento de memória a fim de gerar significados de desenvolvimento social e econômico; (d) Trabalho de pesquisadores de feição participativa, adesão voluntária e de delimitação reduzida por participante para viabilizar levantamentos de elevados custos e de longa duração; (e) Resultados da pesquisa em prazo curto (dois anos no caso em exame) e de formatação modular permitindo desdobramentos e aperfeiçoamentos sucessivos na coleta e nas interpretações dos resultados; (f) Agregação de dados de confiabilidade variada visando-se a identificação de hiatos de informação, de meios de relativisar resultados provisórios e de tendências gerais e / ou pontuais; (g) Metodologia de levantamento (survey) simplificada capaz de ser utilizada por instituições tanto dos grandes centros urbanos como do interior do país, como também por participantes pesquisadores – autores de níveis de formação educacional variada ; (h) Produção gráfica paralela à produção da pesquisa (coleta de dados, texto e figuras) para reduzir tempo e custos da publicação dos resultados; (i) Produção editorial por parcerias entre grupo de editores, empresa editora, publisher e indústria gráfica ; (j) Uso intensivo de editores por áreas de pesquisa na composição e redação dos capítulos a fim de garantir velocidade e uniformidade na produção da obra ; (k) Uso compatibilizado de tecnologias de informática e de impressão em papel, obtendo-se maximizar benefícios de ambas ; (l) Adoção no setor esportivo de consórcio de instituições procurando-se maior apoio na mobilização de recursos ;

político e eficácia

(m) Uso da padronização na produção dos textos e ilustrações criando maior eficiência no trabalho em larga escala de autores e setores de levantamento ; (n) Geração de processos e procedimentos de uso científico geral possibilitando a transferência de experiência para outros setores de conhecimento e reforçando o desenvolvimento da ciência nacional ; (o) Implantação de meios para inserção do esporte e atividades físico em geral na grande ciência do país dado o importante impacto deste setor na saúde pública e economia da nação. Atualização O Atlas será atualizado: (1) pela instituição de uma banco de dados de atualização contínua e permanente, sendo o Atlas a base deste dispositivo; (2) por edições sucessivas do livro de primeira edição datada de 2005; (3) por CD ROM também atualizado periodicamente.


Estas previsões poderão acontecer isoladas ou em conjunto de acordo com oportunidades, vontade corporativa e / ou vontade política das instituições que apóiam hoje e no futuro o Atlas. Outra vertente de atualização é a regionalização, definida por projetos de produção de Atlas por estado, cidades ou grupos de municípios por iniciativa local, usando a metodologia básica do Atlas, publicada em 2005. Se compatível metodologicamente, cada Atlas regional poderá ser incorporado ao nacional em qualquer dos suportes antes aqui citados. Consórcio O conjunto de entidades de apoio ao “Atlas” assumiu nestas condições a denominação de “Consórcio”, conforme também consta nas apresentações introdutórias do livro, reunindo ao final onze entidades públicas e privadas, cujas relações entre si não tiveram finalidades lucrativas. Neste particular, insere-se o Atlas no “Consórcio” que não gera rendas de qualquer espécie para as entidades que o compõem. Sendo todas estas entidades não-comerciais, de prestação de serviço à comunidade ou governamentais, os propósitos que animaram a formação do “Consórcio” para a viabilização do “Atlas” foram admitidos de acordo com dispositivos da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988: (a) garantir acesso às fontes da cultura nacional, apoiando e incentivando a valorização e a difusão das manifestações culturais (Art. 215); (b) proteger manifestações esportivas de criação nacional (Art. 217, IV); e (c) incentivar a pesquisa científica básica tendo em vista o bem público e o progresso das ciências (Art. 218, § 1º). OBJETIVO Gerar informações sobre a situação das atividades físicas no Maranhão, com acesso facilitado e compreensão junto à opinião pública, aos poderes do estado e aos profissionais do setor, de modo a inserir no devido lugar o papel de tais atividades na sociedade maranhense. Trata-se em resumo de se revelar a verdadeira identidade do esporte e da Educação Física no Maranhão. METODOLOGIA A adoção da expressão “Atlas” para o levantamento de dados sobre o esporte no Brasil deve-se (1) usar o método de mapeamento para identificação e descrição de acontecimentos relacionados ao esporte e às atividades físicas em geral (dados com significados de desenvolvimento, retrocesso ou estabilidade); (2) usar mapas do Brasil como base; e (3) adotar a expressão clássica ‘Atlas’ para estudos de espaços geográficos com informações sociais, culturais e econômicas, isto é, “Atlas” uma vez que os objetivos do estudo foram centrados nestes três modos de conhecimento e interpretação. Na essência, o resultado do levantamento efetuado visa produzir uma estrutura de banco de dados porém apresentada de modo a constituir uma fonte de consulta, estudo e referência. O Atlas se apresenta como uma ferramenta que gera conhecimento para depois intervir, na qual as informações são dispostas para estudos mais aperfeiçoados ou para os interventores fazerem suas próprias interpretações e ações correspondentes. Portanto, o Atlas é uma referência essencialmente prática, um instrumento gerencial para uso de grupos, comunidades e instituições, públicas e privadas. Mas é um diagnóstico preliminar porque se trata de um trabalho em progresso. Neste contexto de uso prático cabe realçar que o Atlas é um exemplo típico de gestão do conhecimento (uma etapa avançada da gestão da


informação), uma área de alta sensibilidade para o desenvolvimento futuro do país, que pode servir de modelo para outros setores de intervenção na sociedade e na economia nacional. Por ser modular, entretanto, o Atlas não deixa de enfatizar áreas particulares de conhecimento científico, histórico e administrativo permitindo a geração de conhecimentos de modo tradicional. A elaboração do Atlas regional é uma iniciativa de cidade, grupo de municípios ou estado, pode ser gerado por iniciativas locais, interessados em valorizar ou projetar suas regiões por melhor conhecimento do esporte e das atividades físicas. Apenas tem sido sugerido que se siga a metodologia básica do nacional de modo a não se criarem obras isoladas de impacto reduzido. Aconselha-se também a se buscar parceria com o CREF da região desde que será mantida naturalmente uma relação com o projeto nacional do Atlas que é modular e adaptável a iniciativas locais. Uma consulta à seção “Lazer – cidades e regiões” é proveitosa neste caso uma vez que os capítulos nela incluídos são de cidades e municípios que elaboraram um mapeamento em diferentes níveis de coleta de dados (exploratório, de abordagem histórica, focado em atividades de lazer, de múltiplos enfoques, detalhados etc). Na edição 2005 do Atlas há apenas 14 capítulos na conformidade desta proposta, agregando cidades grandes, médias e pequenas a fim de constituírem modelos para futuras iniciativas descentralizadas e autônomas. É oportuno registrar também que parcerias múltiplas - sobretudo envolvendo Instituições de Ensino Superior de Educação Física – podem dar maior apoio a projetos regionais de Atlas. Em termos metodológicos, o Atlas brasileiro não constitui uma inovação, pois seus levantamentos priorizaram a memória de cada setor examinado e um inventário de suas disponibilidades principais. Mais precisamente, cada capítulo refere-se a fatos do passado que possam render interpretações atuais das atividades esportivas ou das atividades meio de suas práticas e eventos; além disso, há dados atuais que oferecem uma idéia de pessoas, entidades, profissionais, instalações, equipamentos e de outros recursos mobilizados por tais atividades. A partir desta posição clássica de diagnóstico sócio-cultural e administrativo teve lugar uma sistematização em módulos em cada capítulo e no Atlas como um todo. Ou seja: tanto a memória como o inventário seguem um formato único, disposto por ordem cronológica em itens, antecedido por definições e origens do setor em exame, e concluído por uma “Situação atual” que descreve o inventário de modo resumido, com abordagem quantitativa e interpretativa. Sendo modular, cada capítulo permite contribuições de vários colaboradores – pessoas e entidades – e de fontes, como também atualizações e adições sucessivamente. Em resumo, o Atlas do Maranhão é uma base de dados, um ponto de partida para reformulações a serem sucedidas na medida em que novas informações se tornem disponíveis e novas áreas do país sejam agregadas ao levantamento inicial. Nestas condições, é válido o uso de informações do Atlas por segmentos ou partes de acordo com necessidades específicas ou particularizadas. O enfoque da metodologia do Atlas volta-se para o levantamento de memória e não da história por simplificação da busca de dados e multiplicação do uso de fontes, permitindo assim rapidez na coleta e preservação urgente da memória já ameaçada de desaparecimento há algumas décadas. O Atlas do Esporte no Maranhão, assim sendo, é apenas um documento de memória que poderá servir de base para futuros estudos históricos por seleção, verificação, comparação e interpretação dos dados coletados. Assim sendo, o Atlas não discute nem interpreta fontes as quais estão dispostas na maior quantidade possível nos capítulos, disponibilizadas como ponto de partida para análises dos historiadores.


PADRÕES PARA A ELABORAÇÃO DOS ATLAS ESTADUAIS, DE REGIÕES E CIDADES DEFINIÇÕES GERAIS -3ª. Versão 22/08/2005 (Proponentes: Lamartine DaCosta, Heloisa Nogueira e Evlen Bispo). (Em cor vermelha estão selecionadas partes essenciais dos Padrões) O roteiro que se segue foi construído a partir dos padrões seguidos pelo “Atlas do Esporte do Brasil” na versão nacional, livro lançado em dezembro de 2004 e datado para publicação em 2005. As adições e reformulações ora propostas estão estipuladas de modo a atender à elaboração dos Atlas de Estados, regiões e cidades do Brasil, incluindo inicialmente os Estados de RS, SC, PR, RJ – Baixada Fluminense, MG, SE, PA e AM (novas adesões em andamento), como também dar formato básico ao ATLAS - Sistema de Informações e Gestão em Esporte e Atividades Físicas (em fase de instalação pela Casa de Educação Física – MG em parceria com o Sistema Confef/Cref) composto de vários segmentos e caracterizações. DEFINIÇÕES BÁSICAS * ATLAS - Sistema de Informações e Gestão em Esporte e Atividades Físicas (em organização): Oferta pública de informações produzidas por voluntários, abrangendo atividades físicas esportivas, de educação física, de saúde e de lazer, usando a Internet como meio de acesso principal e outros meios eletrônicos (CD, DVD etc) que possam ampliar a oferta de conhecimentos e facilitar a gestão de empreendimentos nas atividades descritas e analisadas. O foco central do ATLAS é o território e os temas nacionais, sempre que possível com desdobramentos de interpretações, comparações e exemplos relacionados a outros países. O objetivo principal das descrições e análises do Atlas é observar os significados econômicos e sócio-culturais do esporte em suas diferentes manifestações no Brasil. O Sistema Atlas tem por base uma versão livro que lhe dá marcos de definições e conteúdo iniciais como também informações geradas pela elaboração de Atlas delimitados por Unidades Federadas, regiões e cidades. * “Atlas do Esporte, Educação Física e Atividades Físicas de Lazer e Saúde no Brasil” (2005): Livro que atua como ponto de partida e modelo experimental do Sistema ATLAS de Informações Esportivas, produzido por 410 autores voluntários e 19 editores (14 voluntários), abrangendo três centenas de temas relacionados com as atividades físicas em suas diversas modalidades de prática, de gestão em esporte e de produção de conhecimento (ver pormenores em www.confef.org.br , no link do ATLAS, item “Perguntas mais frequentes”). Esta publicação em papel está próximo ao limite do formato livro com 924 páginas tamanho duplo, com 4,8 kg de peso, indicando a necessidade de desenvolvimentos futuros por meios eletrônicos ou por livro de partes selecionadas do Sistema ou dos Atlas de Estados, regiões e cidades. * Atlas estadual: Versão reduzida e complementar do Atlas nacional de 2005 (dados de 2003/2004) que focaliza um Estado em particular, reunindo basicamente capítulos dedicados a municípios com maiores detalhes do que o Atlas nacional, com adição de capítulos com temas de maior significado para o Estado em foco, sejam específicos ou de re-adaptação / atualização local de temas já encontrados no nacional. Estes Atlas se organizam em princípio para uso em formatos eletrônicos porém poderão ter versão em papel de acordo com interesses e possibilidades locais. * Atlas regionais e de cidades: Versões que seguem os padrões dos Atlas estaduais mas focalizam partes de determinado Estado. * FreeAtlas: Processo de gestão de pesquisa científica exercida basicamente com voluntários cujos resultados são de domínio público e impedidos de uso para obtenção de lucro (patentes freeware internacionais requeridas). Este processo de gestão foi gerado a partir do projeto Atlas em rotinas, formatos e programas planejados e testados inicialmente no Brasil e por autores brasileiros. O FreeAtlas inspirou-se no software Linux quanto ao seu desenvolvimento contínuo por voluntários, distinguindo-se entretanto por ter objetivos de geração autônoma de conhecimento, deixando os seus produtores livre de pressões institucionais e imposições ideológicas e acadêmicas. Sendo uma ferramenta de gestão com responsabilidade social, o FreeAtlas segue o princípio ético da participação voluntária visando a benefícios coletivos e da remuneração justa no trabalho para entidades privadas e governamentais. Para a elaboração dos Atlas regionais não há necessidade de se usar inicialmente os roteiros do FreeAtlas em face as orientações simplificadas e práticas que formam os presentes padrões. * Consórcio Atlas: associação de órgãos públicos, empresas, universidades, patronos (pessoas físicas), ONGs etc, que atuam com vínculos formais ou informais de forma a apoiar as tarefas de produção de


informações para o Atlas nacional, de Estado, de região e de cidade, como eventualmente de publicações de livros, CDs e outras meios de divulgação. Cada Consórcio terá como identificação nominal a sigla do Estado (Consórcio Atlas – RS, por exemplo) e como identificação gráfica os logotipos de todas as entidades componentes. Assim sendo, Consórcio nacional refere-se ao Sistema Atlas como um todo. E como as relações operacionais Atlas do Esporte são basicamente informais e voluntárias – sem compromissos permanentes e tarefas de graus de envolvimento variado – o Atlas regionalizado e o próprio Sistema nacional se valem de um ou mais membros do Consórcio para as transações formais (finanças, pagamentos, contratos etc). Eventualmente uma pessoa física – voluntário ou patrono – pode referendar tais transações. Nos casos em que as relações locais aconselham formas de associação diferentes do modelo Consórcio, sugere-se o uso da denominação de parceria. * Padrões do Atlas: Referências gerais ou específicas para elaboração de contribuições para o Sistema Atlas, sujeitas a reformulações sucessivas de acordo com necessidades surgidas na editoração das informações, nos procedimentos de programação visual e nos ajustes à mídia de cada versão em preparo (formatos e softwares). Cada versão emitida está identificada por data e por autores, ou seja, por pessoas credenciadas pelo Comitê Diretor do Sistema Atlas (definido adiante). A concepção que informa o estabelecimento de padrões no Atlas livro e Sistema de Informações é a auto-regulamentação de tarefas por seus gestores e colaboradores. * Dados do Atlas: Informações produzidas por fonte identificada que são re-elaboradas em forma, mantidas no seu conteúdo e verificadas sempre que necessário e possível pelo Sistema Atlas. Estas informações, mesmo quando publicadas, são provisórias e sujeitas à revisão e atualização de modo sucessivo e contínuo. Cada versão de dados a respeito de um determinado tema é datada e nomeada em seu(s) autor(es), assim como as versões anteriores – se existentes – são preservadas no original de modo a que se possa verificar diferentes focalizações e interpretações, evitando-se redescobertas supérfluas de fatos esportivos, de lazer e de saúde. As críticas e interpretações destes dados são da competência e de livre arbítrio e saber de autores e publicações não pertencentes ao Sistema Atlas. Neste último dispositivo, o propósito básico é de coletar e expor informações como memória e para uso seletivo de interessados, constituindo basicamente um meio de gestão. * Direitos autorais: o Sistema Atlas tem como marcos conceituais a legislação em vigor no Brasil sobre direitos autorais e sobre a atuação de voluntários conforme descrito no Atlas livro, versão 2005, página 6. * Cevatlas: Lista de discussão do Centro Esportivo Virtual-CEV (visitar em www.cev.org.br) que opera como ponto de encontro dos participantes e dos interessados no ATLAS - Sistema de Informações e Gestão em Esporte e Atividades Físicas, cuja primeira manifestação foi o livro “Atlas do Esporte no Brasil” e que na fase atual se desdobra em outras mídias e diversos segmentos de localização geográfica, memória e temas de abordagem. A inscrição no Cevatlas é feita via http://listas.cev.org.br/mailman/listinfo/cevatlas * Sistema Confef / Crefs: Denominação resumida e operacional do Conselho Federal de Educação Física e dos Conselhos Estaduais correspondentes, que tem por finalidade legal (Lei 9696 de 1998) a regulamentação de atividades profissionais relacionadas com a educação física e atividades físicas congêneres em todo o território nacional. Pormenores dos marcos regulatórios e modos de operação deste Sistema são encontrados em www.confef.org.br * Voluntários: Em termos de gestão e da legislação brasileira, voluntário é um participante eventual de instituição ou grupo formalmente identificados, que não recebe recompensa financeira por seu trabalho, nem gera vínculos ou obrigações trabalhistas (ver Atlas livro versão 2005, pág. 6). A retribuição, nas circunstâncias do Atlas, produz-se pela participação na comunidade esportiva do país sob forma altruística e/ ou pela obtenção de experiência e exposição pública de qualificações profissionais, intelectuais e esportivas. No Sistema Atlas, os voluntários participam nas oportunidades, no tempo e no ritmo de suas conveniências e possibilidades; por isso, a alternância e substituição de voluntários é normal e o registro público de participação deve incluir todos estes participantes eventuais, não importando tamanho ou duração de tarefas assumidas. Nos casos de trabalho profissional ou técnico não voluntário – que no Sistema Atlas constitui exceção – a remuneração deve ser justa, seguindo os preceitos do Confef e de outros Conselhos profissionais.


* Esporte: Expressão genérica, eventualmente completada com palavras de significados congêneres – em especial das áreas de lazer, saúde e educação física -, usada no Sistema Atlas como síntese das atividades físicas praticadas como manifestação pessoal, grupal e comunitária, ou como promoção de instituições privadas e públicas. Por padrão, esta expressão adota a grafia mais comum de ser encontrada no Brasil: “esporte” (sem o “d” da palavra “desporto”). * Línguas do Atlas: A língua de trânsito principal do Sistema Atlas é a portuguesa, com inclusão de resumos, boxes (caixas) e textos complementares em inglês e espanhol. A versão em livro adotou por padrão o português e o inglês, porém o uso de inglês e espanhol nos Atlas de Estado, regionais e de cidades é facultativo num primeiro estágio a fim de facilitar a produção de textos e a participação de voluntários. Os resumos, boxes e textos complementares em línguas diferentes do português se incluídos nas mídias adicionais ao livro e nos Atlas regionalizados obedecem ao padrão estipulado no item CAPÍTULO encontrado adiante. ADESÕES * O Sistema ATLAS funciona a partir de adesões voluntárias e os vínculos operativos se materializam ao se receberem contribuições de especialistas, pessoas interessadas no esporte (competição, lazer e saúde), grupos autônomos e instituições públicas e privadas sem qualquer obrigação formal das partes envolvidas no processo. O Sistema ATLAS tem sedes onde se instalam seus técnicos e gestores. Na versão de 2005, a gestão nacional é feita pela “Casa da Educação Física” de Belo Horizonte – MG e a organização de dados e a programação visual do Sistema na cidade do Rio de Janeiro – RJ, sob supervisão do Conselho Federal de Educação Física – CONFEF e do Comitê Diretor do Sistema ATLAS. Em resumo, a concepção de autogestão informa em termos gerais o funcionamento de todos os dispositivos Atlas. * Nos Atlas estaduais, regionais e de cidades, é pertinente o uso de Consórcio (vide definições em item anterior) ou de simples parcerias para o apoio institucional e financeiro (operações não cobertas por voluntários). O modelo ideal de parceria é aquele que associa o Cref da área do Atlas em elaboração com entidades locais. A Secretaria de Esportes (por vezes também de lazer, da juventude, etc) em cada Estado é um parceiro ou líder privilegiado tendo em vista ser naturalmente um usuário importante do Sistema Atlas. Patrocínio e apoio de entidades nacionais aos Atlas locais são igualmente apropriados. Não havendo uma entidade local líder, o Cref da região pode assumir tal função. * O Sistema ATLAS opera basicamente com dados recebidos como informações brutas que passam por revisões gramaticais e ortográficas, além de adaptações aos padrões do Sistema ATLAS. Por ser uma emissão de dados sempre sujeitos a atualizações e correções, as versões publicadas na Internet e em outros meios eletrônicos, correspondem a adesões de validade provisória por parte dos contribuintes de informações. Daí não existirem no Sistema ATLAS compromissos legais ou normativos de ordem permanente, permitindo-se então o trato da informação como um bem coletivo, cujos produtores voluntários são de adesão provisória e de livre arbítrio nas entradas e saídas no sistema de coleta e de tratamento. * O Sistema ATLAS para as pessoas e instituições que lhe fazem adesão apresenta-se como um instrumento de gestão, unindo produtores e usuários de informações atuantes no campo de atividades físicas visando aos seus benefícios mútuos. Gestão é aqui entendida como um processo de conduzir ações e empreendimentos com resultados máximos, mínimo de custos e responsabilidade social e ecológica. No caso dos Atlas estaduais, regionais e de cidades, a gestão de órgãos de governo, de entidades privadas e de ações individuais que atuam na área de esporte – direta ou indiretamente – pode ser aperfeiçoada pela organização e circulação de informações relativas às atividades desenvolvidas nas áreas citadas. A denominação do Sistema indica seus enfoques principais na área esportiva: informações e gestão. * O Sistema Atlas não privilegia qualquer profissão em particular embora seja apoiado em suas atividades básicas e principais pelo Confef (nacional) e Crefs (estaduais) como também por outras entidades relacionadas ao esporte e às atividades físicas em geral. Assim se dispõe por ser o esporte sujeito a intervenções por parte de várias profissões e se manifestar por praticantes voluntários nem sempre inclinados ou necessitados de controle ou acompanhamento. Na raiz, o esporte é um fato cultural espontâneo, voluntário e ligado a tradições, por vezes predispondo-se a usos instrumentais e portanto profissionais.


* Cada iniciativa de Atlas de Estado, região e cidade, deve sempre que possível organizar seu próprio site e divulgar seu endereço eletrônico de modo a adquirir identidade de origem. Nesta página de Internet recomenda-se disponibilizar inventário de adesões – nomes de pessoas, entidades etc com endereço eletrônico – como também de tarefas em andamento e Perguntas mais Freqüentes (FAQs). Cada site estadual adotará um logotipo a ser fornecido pelo Org. do Atlas nacional de maneira a que haja pelo menos uma identificação comum entre as diferentes páginas de Atlas de Estado, região ou cidade. No caso de haver dificuldades na organização do site (pago ou gratuito), sugere-se a abertura de um blog com endereço específico – seguindo o mesmo roteiro de composição sugerido para um site – em um serviço gratuito e de fácil produção e atualização. TEMAS * Em linhas gerais, os temas abordados pelos Atlas estaduais, regionais e de cidades são os mesmos do Atlas nacional, edição 2005, porém respeitando-se a especificidade local está prevista a adição de novos temas nestas novas versões do Atlas no caso de existir informações suficientes para um capítulo próprio. Como a base dos Atlas estaduais é constituída de municípios, as informações sobre determinada atividade / esporte ou meio de geração de conhecimento (Ensino Superior de Educação Física, associações científicas, áreas de saber etc) podem ser alocadas nos municípios onde acontecem, se não houver condições de se organizar um capítulo próprio. * Os Jogos Abertos do Interior e denominações afins, constituem exemplos relevantes de capítulo próprio a ser desenvolvido em cada Estado. Na versão nacional apenas descreveram-se os JEBs, o que é insuficiente para se conhecer o tema de Jogos em suas variações por área geográfica ou categoria de competidores, na opção de mega-evento. * Entidades incluídas no Atlas nacional, que cobrem em todo ou parte o país – como nos exemplos de SESI, SESC, Agita Brasil, FENABB etc – podem ter capítulos próprios, focalizando-se seus segmentos e ações nos Atlas estaduais. * Inovações locais na prática de esportes, invenções de equipamentos e protocolos, biografias de atletas de renome regional, história de cursos locais de formação em educação física, memória de clubes e de entidades esportivas, e outras formas de resgate da identidade local esportiva são exemplos a realçar para a pauta de trabalhos de um Atlas regionalizado. * A prioridade de publicação de capítulos e boxes no Sistema Atlas é da atribuição do(s) editor(es), deles ou delas, diante da oferta ou mobilização de colaborações em cada Estado, região ou município. Como a capacidade do Sistema Atlas em suas versões eletrônicas é de grande porte e de expansão contínua, as prioridades quanto a temas e autores são mais resultados de ordenação por melhor qualidade e ausência de dados em determinados temas do que por seleção. * O uso de temas e informações internacionais sobre práticas e instituições esportivas são cabíveis no Sistema Atlas apenas para comparações ou endereçamento já que o foco central é o Brasil. Entretanto, a possibilidade do Atlas incluir futuramente outras nações em seções específicas é cabível e deve ser estimulada dado ao caráter aberto do empreendimento. Em suma, a temática universal do esporte é uma tradição em qualquer país porém deve ser apropriada por enciclopédias ou por dicionários. CAPÍTULOS * A unidade básica dos Atlas de Estado, região ou cidade, é o ‘capítulo’ tal como acontece no Atlas nacional em livro, cujo conteúdo é mantido na versão na Internet que dá formato básico ao Sistema ATLAS. Porém, ao contrário do Atlas nacional que se regulou por tamanho padrão (10.500 – 10.700 caracteres contando espaços), os seus desdobramentos seguintes poderão ser maiores ou menores. Tanto a expansão como e a redução apóiam-se na experiência do projeto Atlas original pelo qual se demonstrou a existência de alguns temas cujo tamanho padrão limitava ou excedia em demasia sua compreensão; outro motivo prende-se ao fato de que na Internet não há limitações de tamanhos de texto como no formato livro. Assim, o capítulo nos Atlas regionalizados possui tamanho variado dependendo da existência de conteúdo e disponibilidade de autoria e editoração. E o padrão, nestas circunstâncias, é ditado por um texto mínimo que possa dar validade à criação de um capítulo e atribuir importância ao tema focalizado, ou seja: 10.500 caracteres contando


espaços. Os complementos de cada capítulo adotam o formato box (caixa) e podem se desdobrar na medida que surjam atualizações e reajustes. * Os boxes (caixas) que são incluídos no final de cada capítulo constituem informações adicionais ao texto principal, usadas para esclarecer fatos e caracterizações abordadas pelo capítulo. Estes boxes são datados na sua parte superior, antecedendo o título (sempre resumido) que inclui também o(s) nome(s) do(s) autor(es); na parte inferior, no final do texto localiza-se a relação das fontes, se existentes. Eventualmente, o formato de texto adotado num box pode seguir o referido aos capítulos em tamanho menor, isto é: definições / origem, fatos de memória datados (anos, década etc), situação atual e fontes (ver adiante ‘Redação e Roteiro de Capítulos’). Em geral, as adições sucessivas em boxes servem para atualizar um determinado capítulo do Atlas estadual, regional ou de cidade, ou também de capítulo do Atlas nacional em pormenores levantados em áreas geográficas mais bem delimitadas. Tanto o capítulo inicial como os boxes que lhe sucedem são mantidos nos seus textos originais de maneira a se observar o desenvolvimento do conhecimento. Em outras palavras, as correções de dados e fatos descritos são feitas por novos capítulos ou por boxes adicionais sem alterações nos textos já existentes. * A disposição dos capítulos em seções temáticas tal como encontrada no Atlas nacional, pode ser seguida nas versões regionalizadas, contudo a especificidade de cada Estado, região ou cidade, indica a pertinência de flexibilidade nestes temas e da adoção do município como base. Nestes termos, por padrão, a seção principal do Atlas de cada Estado e de região, inclui todos os municípios pesquisados (cada município, um capítulo), numa composição similar à seção “Lazer – Cidades e Regiões” encontrada no Atlas nacional de 2005. * Os capítulos relacionados a municípios incluem dados sobre clubes, instalações esportivas, academias, locais para atividades físicas de lazer e de saúde, registros históricos sobre atividades e instituições esportivas e de lazer locais, levantamentos e estimativas de número de participantes, faculdades de educação física e outras circunstâncias também mapeadas na seção “Lazer – Cidades e Regiões” do Atlas nacional. Além de documentos e registros, os dados coletados serão aqueles disponíveis no município ou estimados por dirigentes, líderes, técnicos, professores, atletas veteranos e outras pessoas com experiência de vida no esporte e lazer locais. Para auxiliar esta pretendida coleta, um dos futuros documentos de padrões será orientado como roteiro para obtenção de dados no município (Base: estudos de Antônio Carlos Bramante – SP e Ademir Muller – RS). * Os capítulos produzidos pelos Atlas regionalizados são incluídos no Sistema Atlas via Internet ou na versão CD de modo a se ajustarem ao Atlas nacional. Para esta adaptação, a seção “Lazer – Cidades e Regiões” do Atlas nacional será renomeada de “Atividades físicas esportivas, de educação, de lazer e de saúde por Estado e por Municípios”. Nos demais casos a inclusão obedecerá à ordem temática do Atlas nacional (capítulo do livro, seguido de capítulos regionalizados no tema e respectivos boxes) ou se abrirá um novo capítulo temático como ponto de partida nos casos de não haver correspondente na versão nacional (2005). Em síntese, o arranjo de informações do Sistema Atlas deverá se ajustar e se reformular continuamente de maneira a ter como referência para os sistemas de busca, o tema e a localização espacial, além de palavras chave. * O(s) editor(es), eles e elas, devem cuidar do equilíbrio de gêneros na mobilização ou incorporação de autores dos capítulos, levando em consideração disponibilidades locais. Note-se que segundo o Atlas livro, as funções de direção no esporte brasileiro mostram-se em número bem inferior aos de participação feminina nas atividades físicas, requerendo assim um estilo de gestão que ofereça maior destaque às mulheres. * A única ilustração permitida em cada capítulo é o mapa do município, da cidade ou da região focalizada em seus vários municípios, consolidando padrão já adotado no Atlas nacional. Por sua vez, as fotos e figuras coletadas serão incluídas numa seção final à parte, denominada de “Quem fez acontecer – Fotos e figuras” (ver seção original no Atlas nacional), que no Sistema Atlas via Internet aglutinará as fotos e figuras por Estado, destacando-se regiões e cidades quando apropriado. A prioridade absoluta, neste caso, pertence a fotos e figuras de mais de 50 anos na temática esportiva, de educação física, lazer e saúde, que constituem os registros de maior possibilidade de perda na atualidade.


REDAÇÃO E ROTEIRO DE CAPÍTULOS * A linguagem escrita do Atlas não é telegráfica mas quase isto. Optar sempre que possível para a ordem direta. Eliminar adjetivos dispensáveis mantendo o conteúdo o mais limpo possível, sem enfeites e impactos. Evitar exageros de qualquer espécie, com também gírias e jargões da página de esportes em jornais (“fulano carimbou o passaporte para Atenas”, por exemplo). O Atlas é sucinto mas também técnico, científico e prático. A linguagem do Atlas deve ter clareza e concisão desde que se trata de um banco de dados além de uma fonte de memória. Em resumo, os dados oferecidos pelo Atlas informam decisões gerenciais, servindo também como repositório de memória. * A base de conteúdo de cada capitulo é a ordem cronológica dos fatos descritos começando por referência ao ano (s) do acontecimento, a décadas se o período focalizado é mais longo, ou até mesmo século(s) em casos excepcionais. Não se usa hífen depois da data na abertura de cada fato examinado: ano, década e século são subtítulos no Atlas. O padrão geral de formato dos capítulos sugere uma listagem cronológica de fatos relevantes que tiveram conseqüências no desenvolvimento (crescimento, mudança de direção, estagnação e/ou retrocesso) do esporte ou da manifestação relacionada à educação física ou atividade física de saúde e/ou lazer. * O parágrafo inicial de cada capitulo também é padrão, levando o título de "Origem(s) e Definição(ões)" ou Definições primeiro e depois Origens. Aceita-se também a separação entre "Origem" e "Definição", pois às vezes há maior clareza quando há dois enfoques. Ao final da ordem cronológica temos "Situação Atual" que não deve ser conclusão. O Atlas não trabalha com conclusões mas sobretudo com tendências. Em síntese, "Situação Atual" refere-se a um conjunto de dados que oferece uma idéia de como se desenvolve presentemente o tema examinado no capítulo. Em certos casos é tolerável uma pequena interpretação dos dados destacados, ou alguma crítica que possa explicar uma determinada situação. Não se pode priorizar entretanto a crítica porque os capítulos devem ser bem mais descritivos do que analíticos, dando pouca margem a interpretações pormenorizadas. * Em termos do modelo Atlas para orientação de conteúdos, a crítica não é própria porque se lida com um banco de dados de amplo acesso e consultas variadas. O Atlas, assim sendo, oferece bases para críticas mas evita aprofundamentos críticos, não se tratando de um espaço de discussão acadêmica, política, religiosa ou ideológica. Contudo, a margem válida de interpretações dos autores incide sobre etapas selecionadas do desenvolvimento no tempo do esporte, atividade ou área de saber ou de suporte de atividades físicas. Este tipo de analise deve ser bem resumida e bem objetiva, posta no texto com titulo de parágrafo "Décadas de tal a tal - Interpretações" ou mesmo "Interpretações das décadas de tal a tal", se assim for opção do autor (es). * O Atlas é um documento de memória (registros descritivos e datados) e não de história (processo de interpretação sob forma de narrativa com base temporal). Daí não caber digressões nem análises pormenorizadas. Ou seja: trabalha-se com marcos históricos mas não se faz história. O Atlas, em resumo, oferece base para o trabalho de historiadores embora seja focado para a gestão do esporte e atividades similares. Há que então reduzir ou evitar juízos de valor do autor (es) sobre o tema enfocado, isto é, comentários de que algo é bom ou mau no presente ou para o futuro contextualizado do tema. Outra abordagem a evitar é a de criticas ou denúncias diretas a pessoas ou instituições, que não são próprias de um banco de dados com registros a serem interpretados por terceiros com interesses múltiplos e que está proposto para contínua revisão de dados. * O Atlas não é diagnóstico nem plano portanto não cabem nos capítulos sugestões ou projeções para o futuro. As abordagens projetivas são responsabilidade das pessoas que consultam o Atlas para trabalhos diversos. Porém, algumas interpretações trazem à luz evidências e tendências, e estas, se resumidas, podem ser mantidas uma vez que se referem a interpretações do desenvolvimento. Nesta opção de roteiro de redação não se deve eliminar dados numéricos mesmo que aparentem inconsistência pois estes constituem um dos objetivos principais do Atlas (base para estudos econômicos na área esportiva). Assim, aceitam-se estimativas rotulando-as sempre como provisórias. Note-se que todos os dados são submetidos a cruzamentos e revisão continuamente nas diferentes versões do Atlas, o que oferece segurança no trato quantitativo dos temas. As revisões e atualizações deverão progressivamente melhorar a base de dados, tendo a versão livro de 2005 uma função demarcadora. Comentários sobre o grau de fidedignidade de certos dados são pertinentes sobretudo quando são provenientes de fonte


confiável (geralmente especializada e identificada) e há condições de se verificar o modo de coleta, organização e/ou tratos estatísticos. * Cada capítulo ou box, por padrão, termina com o subtítulo “Fontes”, excetuados aqueles que constituem experiência pessoal, descrição direta ou levantamento e pesquisa presencial produzidos pelo(s) autor(es) do texto (levantamento de academias ou clubes em determinado município, por exemplo). Como o Atlas é um repositório de memória em contínua revisão, as fontes incluem testemunhos pessoais e indícios em objetos, edifícios, monumentos etc, além de documentos, jornais, livros e outros meios de fidedignidade mais evidentes. As fontes são relacionadas nos capítulos por qualquer meio de referenciação ou normatização, sugerindo-se entretanto sempre que possível seguir os padrões ABNT (nacional) e o APA (internacional). Os fontes de testemunhos pessoais são relacionadas pelo(s) nome(s) do(s) informante(s) e data da obtenção da informação. A referenciação dos Atlas regionalizados como unidade de publicação (site, livro, CD etc), entretanto, deve seguir a ABNT e a APA, tendo seus editores ou organizadores citados em conjunto com o título “Atlas do Esporte no Rio Grande do Sul” (assumindo-se o exemplo do primeiro Estado a produzir uma versão local). Os títulos * O título de cada capítulo é destacado no alto da página em negrito, utilizando-se maiúscula para a primeira letra de cada palavra do título, fonte Times New Roman, tamanho 12. Quando há indicação de ano ao final, separar do título por vírgula. O mesmo vale para a legenda em inglês, se for o caso. Abaixo, em tamanho menor, o (s) nome (s) do autor(es), sem negrito. * Os subtítulos internos (relativos à,a Origem e Definição, anos, décadas, períodos, Situação Atual, Fontes) são em negrito sem hífen. A primeira letra é maiúscula, as demais letras são minúsculas. O texto se inicia após um espaço. Os textos * Os textos devem ter a menor formatação possível para facilitar o trabalho de ajuste aos moldes definidos pelo Sistema Atlas. Não deve haver espaço entre parágrafos. As expressões * As palavras em língua estrangeira, inclusive nomes de clubes, modalidades de esportes e organizações esportivas e em geral são postas em itálico. * O Atlas emprega a palavra desporto(s) quando faz (em) parte do nome de instituições, documentos ou citações. Em qualquer outra circunstância, emprega(m)-se o termo esporte(s). * O termo Educação Física é empregado com letra maiúscula porque representa uma área do conhecimento. O termo esporte é empregado com letra minúscula por representar uma atividade. * As modalidades de esporte são empregadas com minúsculas. As siglas * As cidades brasileiras identificam-se por seu nome, justapostas, através de hífen, às iniciais do estado ao qual pertencem. * Cidades estrangeiras devem estar justapostas, com hífen, por extenso, ao país de origem.


* Siglas de clubes, organizações esportivas e outras figuram em caixa alta. Quando a sigla é empregada pela primeira vez, deve constar, por extenso, o nome do clube e/ou organização justaposto, com hífen, à sigla que lhe representa. As tabelas, gráficos, quadros, mapas, figuras, boxes. * As tabelas são compostas de itens quantificados, muitas vezes incluem cálculos percentuais e totalizações. Devem ser formatadas com linhas simples e sem cor. * Os gráficos são figuras representativas de quantidades. Podem ser expressos em forma de pizza, de barras etc sem a utilização de cor. * As figuras são elementos pictóricos que ilustram o assunto em questão. * Os mapas constituem o desenho de uma região ou de um país onde são indicadas as localidades em que uma determinada atividade se destaca. Exigem identificação por título. Podem exigir quantificações dependendo dos dados que estão sendo enaltecidos. * Os quadros são referências de natureza qualitativa que dão suporte aos dados do texto e podem incluir perfis e outras informações. * Os boxes constituem momentos visuais que destacam assuntos referidos no capítulo, e muitas vezes não aprofundados. Podem ser utilizados para explicitar ou complementar dados, ilustrar com exemplos, identificar pessoas e/ou títulos que se sobressaem naquele assunto,etc. As fontes * Destaca-se, com maiúscula, o sobrenome último do autor. As referências seguem os padrões da ABNT. Quando forem identificados sites, eliminar os signos “<http://...> e colocar somente o endereço a partir de www. * As referências seguem a ordem alfabética e são colocadas em ordem sucessiva, uma após a outra, separadas por ponto e vírgula. Quando em grande volume são separadas umas das outras por espaço, mantida a ordenação anterior. CURRÍCULOS DOS AUTORES * Ao final do conjunto de capítulos referidos a cada Estado que apresenta contribuição ao Atlas em CD e depois aos demais meios de veiculação (livro em papel sobretudo), os seus Organizadores e Editores farão constar uma lista (ordem alfabética). Autores estaduais do mesmo modo que se procedeu no Atlas nacional. Para esta tarefa propõe-se uma coleta de informações junto aos Autores segundo os seguintes itens: Nome Sexo (M ou F) Data de Nascimento (opcional) Local de Nascimento (opcional) Endereço + CEP Telefones (opcional) Endereço eletrônico (opcional) Profissão Ocupação atual (opcional)


No. Registro CONFEF se pertinente Títulos e/ou realizações principais (máximo dois) Livros, capítulos de livros e artigos técnicos (máximo dois)

OPERAÇÕES BÁSICAS * O modo de operar cada Atlas regionalizado segue condições locais e ajustes aos padrões nacionais. * Havendo roteiro ou instruções para coleta de informações e dados quantitativos em municípios do Estado ou região do Atlas em produção, deve-se evitar o uso de questionários para preenchimento local. A experiência da versão livro do Atlas demonstrou que questionários extensos ou complexos não são respondidos ou sofrem adiamentos excessivos, tanto do lado das instituições esportivas como nas bases municipais. Assim, o Sistema Atlas coleta o que existe ou que pode ser estimado, aperfeiçoando e multiplicando continuamente as coletas. * As iniciativas de se fazer estudos e levantamentos locais devem ser estimuladas visando à criação de uma cultura de dados sobre esporte e atividades físicas. Neste opção, o uso de questionários e outros instrumentos de medição e avaliação é apropriado por existir pessoas interessadas e tarefas não conflitantes com outras de ordem municipal. * As coletas do Sistema Atlas não devem ser confundidas com outras em desenvolvimento pelo IBGE, Ministério do Esporte e de outras organizações federais, estaduais ou municipais da mesma índole, procurando-se evitar sobreposições ou dificuldades para ações governamentais. Por princípio, o Sistema Atlas é complementar aos levantamentos de entidades de governo, constituindo até mesmo um meio de agregação coerente e de divulgação de dados de coletas públicas e privadas. Acrescente-se a isso que há uma longa tradição de solicitação de dados sobre atividades esportivas – sobretudo por parte de órgãos de governo – que não leva a resultados nem satisfações aos informantes. Deste modo, o caminho escolhido pelo Sistema Atlas é o de coletar e publicar em partes sucessivas as informações obtidas, aperfeiçoando-as continuamente e evitando a desmoralização de estudos e levantamentos em esportes no nível municipal. * As operações do Sistema Atlas como um todo serão conduzidas por um Comitê Diretor composto por voluntários e por uma Equipe Técnica de profissionais, todos com experiência na elaboração do Atlas livro, edição de 2005. Este dois grupos operarão em articulação com a Casa da Educação Física – MG. Nos Estados, regiões e cidades, as operações serão desenvolvidas por critérios locais e por referência aos padrões do Sistema Atlas nacional. Por sua vez, o editores voluntários – por grupos temáticos (experiência em esportes e atividades físicas) e por revisores / produtores de texto (não necessariamente especialistas em esporte) – serão incluídos no Comitê Diretor nacional ou no dispositivo gerencial de cada Estado, região e cidade com Atlas em produção na composição mais adequada ao bom funcionamento das tarefas. Em cada Atlas do Sistema – nacional ou regional – um dos editores será o coordenador das tarefas, de acordo com acertos do Comitê Diretor (nacional) ou do(s) gestor(es) do projeto estadual, de região e de cidade. * As atualizações do Sistema Atlas por meio de seus padrões, ocorrerão pela emissão de documentos de reformulação contínua com título, proponentes, número da versão no tema identificado pelo título e data de divulgação. Esta série de documentos de livre circulação tem a denominação genérica de “Padrões para a elaboração dos Atlas estaduais, de regiões e cidades”. Os próximos documentos a serem emitidos na série de padrões terão como abordagem a redação de capítulos e padrões de programação visual (Heloisa Nogueira & Evlen Bispo); roteiro de coleta de dados nos municípios (Antônio Carlos Bramante & Ademir Muller); e pesquisa sobre atuação e perfil de voluntários (Verônica Perissé Nolasco). -------------------------------------------


ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO TEXTO 1 – Cada capítulo pode ser iniciado por “Definição(ões)” se a modalidade esportiva, atividade física, instituição, área de conhecimento, meio de intervenção etc em foco, necessita ser delimitada além do conhecimento comum e circulante nos meios profissionais (futebol ou natação, por exemplo, não necessitam de maiores esclarecimentos). Descrição sucinta e objetiva é recomendada nesta abertura do texto. As atividades físicas e outros enfoques que estão em processo de diversificação ou mudança de seu sentido original necessitam de distinções em face às novas versões (Surfe, por exemplo). 2 – “Origem” é a abordagem seguinte, sempre obrigatória, com data e local no MARANHÃO do ponto de partida da atividade ou tema correlato enfocado. Este item deve ser o primeiro do texto se não houver “Definição”. Se o ano de início não é disponível, delimitar período (década, início / meio / fim do século 19 ou 20). Nome(s) de pessoas e entidades geradoras dos fatos iniciais são também importantes para menção. Condições peculiares da origem são pertinentes de citação ou mesmo de descrição resumida. 3 – Os demais parágrafos até o item “Situação Atual” são iniciados por ano, década ou período em décadas usando-se negrito (por exemplo: 1817, 1913, Década de 1920, Décadas 1860 – 1890). Estes parágrafos correspondem a uma cronologia de marcos históricos - em anos ou/e décadas, de acordo com o discernimento do(s) autor(es) no tema focalizado – ou períodos em que ocorreram mudanças com conseqüências discerníveis nos estágios seguintes de expansão, estagnação, retrocesso e outros impactos. Citação de líderes e pessoas vinculados aos marcos de referência é pertinente, inclusive quando relacionada ao próprio colaborador (caso de vários capítulos). 4 – As interpretações do autor(es) sobre sentido e natureza do desenvolvimento da(s) manifestação(ões) focalizada(s) em cada capítulo devem ser introduzidas em determinadas décadas ou anos definidos como marcos históricos. Observe-se que “desenvolvimento” tem vários modos de ser interpretado, mas a metodologia do mapping usada pelo Atlas é meramente descritiva no tempo e no espaço, focalizandose alterações do entorno sócio-cultural e econômico de uma região e/ou do próprio país. 5 – “Situação Atual” é o item que encerra o texto do capítulo sendo constituído por simples e resumidas descrições e alguns dados numéricos que dão fundamento às circunstâncias abordadas. Em adição a esta síntese final que contrasta o presente com o passado, uma conclusão sobre o atual estado de coisas no tema focalizado tem pertinência em termos de mapeamento. Sugere-se, neste caso, que a conclusão defina a direção que o desenvolvimento está tomando no tema estudado (desaparecimento, transformação, diversificação, crescimento, estagnação etc). Note-se, ainda, que um dos objetivos centrais do Atlas é delinear a importância econômica das atividades físicas e áreas correlatas no MARANHÃO, sendo para isso necessário observar o sentido dos impactos, quando identificados. Nestas condições, número de participantes – mesmo estimado grosso modo – é um dado vital na quase totalidade dos temas abordados pelo Atlas. 6 – Os dados numéricos gerais devem constar na “Situação Atual” e os demais de maior detalhamento podem ser expostos no mapa, sempre que possível vinculando-os por ponto localizado a uma região do MARANHÃO, cidade, portos, rios, etc. Estes dados demonstrativos de crescimento ou mudanças devem ser organizados em quadros de maior simplicidade e objetividade possível. 7 – Ao se dar indicações para a elaboração do mapa, quadros que transmitem evolução no tempo ou comparações entre regiões são recomendados como prioritários. Pequenas descrições de fatos importantes ocorridos, ou em processo podem ser incluídos por meio de um vínculo a uma determinada localização. Estas informações serão organizadas pelo programador gráfico do Atlas sob supervisão da Organizadora de acordo com indicações do autor(es) de cada capitulo. Estas indicações devem ser enviadas à parte do texto, não sendo necessário remeter desenhos ou rascunhos. 8 – O resumo que será adicionado em cada capítulo será produzido pela Organizadora e/ou equipe designada para a tarefa, antecedendo a versão para o inglês, seguindo o padrão: origem, desenvolvimento caracterizado e localizado, e situação atual. O limite deste resumo é de 1000 caracteres (contando espaços). 9 – A identificação dos colaboradores em cada capítulo será unicamente pelo nome. Mas a última parte do Atlas apresentará por listagem em ordem alfabética todos estes autores com suas referências (tel., fax, email, endereço postal), títulos (acadêmicos, ocupacionais etc) e biografia reduzida. Após o término de cada


capítulo (versão final aprovada), cada colaborador receberá um roteiro padrão para preenchimento e devolução de acordo com instruções anexadas. 10 – Recomenda-se, finalmente, que o(s) autor(es) tenham em conta os públicos alvo do Atlas, o objetivo da obra e a metodologia escolhida, ao fazer(em) suas interpretações entre os marcos de desenvolvimento selecionados. Sendo mais um registro de memória do que de história, tanto quanto mais uma exposição descritiva do que uma análise de profundidade, solicita-se que reduzam ao mínimo os juízos de valor em suas abordagens. Como a perspectiva do Atlas é panorâmica incluindo múltiplas atividades e formas de intervenção profissional e voluntária, a opção de trabalho adotada é a do significado e proporções das atividades físicas no MARANHÃO. Assim sendo, cada capítulo será um exercício de síntese delimitado por 10500 caracteres (contando espaços). CURRÍCULOS DOS AUTORES Ao final do conjunto de capítulos referidos a cada Estado que apresenta contribuição ao Atlas em CD e depois aos demais meios de veiculação (livro em papel sobretudo), os seus Organizadores e Editores farão constar uma lista (ordem alfabética). Autores estaduais do mesmo modo que se procedeu no Atlas nacional. Para esta tarefa propõe-se uma coleta de informações junto aos Autores segundo os seguintes itens: Nome Sexo (M ou F) Data de Nascimento (opcional) Local de Nascimento (opcional) Endereço + CEP Telefones (opcional) Endereço eletrônico (opcional) Profissão Ocupação atual (opcional) No. Registro CONFEF se pertinente Títulos e/ou realizações principais (máximo dois) Livros, capítulos de livros e artigos técnicos (máximo dois)

ESTRUTURA DO ATLAS O Atlas do Esporte, Educação Física, Atividades Físicas de Saúde e de Lazer está organizado em seções que se subdividem de acordo com o assunto. No decorrer dos trabalhos, outras seções e assuntos serão adicionados, conforme o interesse dos colaboradores CLUSTERS ESPORTIVOS Casos de cidades regiões que se tornaram pólos de influência sócio-econômica que deu surgimento a ma variedade de práticas esportivas e de lazer: -CLUSTER DE SÃO LUÍS RAÍZES Reúne abordagens de jogos e versões esportivas nativas do Brasil (tradições indígenas e também atividades de criação regional – Maranhão – ou aculturadas localmente de origens diversas): - JOGOS TRADICIONAIS INDÍGENAS – Leopoldo Gil Dulcio Vaz - JOGOS TRADICIONAIS E BRINCADEIRAS INFANTIS – Leopoldo / Reinaldo - TAMBOR-DE-CRIOULO(A) – PUNGA DOS HOMENS – Marco Aurélio Haickel/Leopoldo


TRADIÇÕES Formada pelos três esportes principais de origem nacional: - CAPOEIRA – Leopoldo,Patinho, Nelsinho, Marco Aurelio - PETECA - RODEIO SISTEMAS ESPORTIVOS - SESI – CAT SÃO LUIS - CAT CAXIAS (Atlas de Caxias) - CAT IMPERATRIZ – (Atlas de Imperatriz) - CAT BACABAL – (Atlas de Bacabal) - SESC SÃO LUIS CAXIAS (Atlas de Caxias) IMPERATRIZ – (Atlas de Imperatriz) BACABAL – (Atlas de Bacabal) - AABB SÃO LUIS CAXIAS (Atlas de Caxias) IMPERATRIZ – (Atlas de Imperatriz) BACABAL – (Atlas de Bacabal) - SESP CAXIAS (Atlas de Caxias) IMPERATRIZ – (Atlas de Imperatriz) BACABAL – (Atlas de Bacabal) - FUNDEL MILITARES - EXÉRCITO 24º. BATALHÃO DE CAÇADORES 50º. BATALHÃO DE INFANTARIA DE SELVA (Atlas Imperatriz) TIRO DE GUERRA (Atlas Bacabal) TIRO DE GUERRA (Atlas Caxias) - POLÍCIA MILITAR DO MARANHÃO INFRA-ESTRUTURA Compõe-se de duas partes: a) RECURSOS HUMANOS E INSTALAÇÕES ESPORTIVAS - levantamento do Sistema CREF-5, seccional do Maranhão - profissionais em atividade em São Luís Bacabal Caxias Imperatriz - Instalações Esportivas - São Luís Bacabal Caxias Imperatriz b) ACADEMIAS E CLUBES - Academias de Ginástica e Condicionamento Físico - São Luís Bacabal Caxias Imperatriz


- Clubes Esportivos e Recreativos - São Luís Bacabal Caxias Imperatriz - Instituições (formação profissional) ESPORTES OLÍMPICOS Esportes que fazem parte do programa dos Jogos Olímpicos - Esportes Hípicos - Ginástica – Federação de Ginástica – Dimas e Raimundão - Ginástica Geral – Valdeci (?) - Ginástica Artística – Djanete - Ginástica Rítmica – Valdeci - Aeróbica Esportiva – - Natação – Leopoldo, Denise,Oswaldo - Masculina - Feminina - Natação Máster – Fábio - Atletismo – Leopoldo,Trajano, Mesquita - Futebol – Leopoldo - Futebol Feminino - Basquetebol – Leopoldo,Carlos, Paulo, Beleleu - Vela - Voleibol – Leopoldo,Biguá, Tânia - Vôlei de Praia – - Tênis – Helton - Handebol – Leopoldo, Maranhão, Pinheiro - Tênis de Mesa – Academia Pendragon - Ciclismo – - Montain Bike - Bicicross - Box – Joe Henrique - Judô – Emílio,Marquinho - Tiro - Triathlon - Levantamento de Peso – Joe Henrique - Taekwondo – - Pentatlo Moderno – Dimas, 24º. BC OS ATLETAS Os Atletas Olímpicos ESPORTES NÃO OLÍMPICOS - Futsal – - Squash - Xadrez - Turfe - Leopoldo - Boliche - Halterofilismo - Automobilismo - Kart - Arrancada - Karatê


- Jiu-Jitsu brasileiro – James - Kung-Fu – Wushu - Capoeiragem - Patinho - Culturismo – musculação - Esporte Universitário ESPORTES RADICIAIS E DE AVENTURA - Surf - Bodyboard - Skate - Rally – Off Road - Prancha a Vela - Rafting - Rapel - Mergulho - Motociclismo - Trakking – Enduro/Rally a pé - Bike Trials ESPORTES DE PRAIA AEROESPORTES - Ultraleve - Vôo Livre - Vôo a vela - Pára-quedismo - Aeromodelismo EDUCAÇÃO FÍSICA - Ensino Superior em Educação Física - UFMA - Sidney - UEMA –José Nilson - São Luís - Caxias - Bacabal - UniCEUMA – Eduardo Macieira - Imperatriz - Escola Técnica Federal do Maranhão – Leopoldo SAÚDE, LAZER E INCLUSÃO SOCIAL - Lazer Esportivo – SESP - Atividades Físicas na Empresa - Esporte e Inclusão Social (Portadores de Necessidades Especiais) CIÊNCIAS DO ESPORTE E EDUCAÇÃO FÍSICA - Fisiologia do Exercício - Medicina do Esporte - CBCE - Congressos e Eventos Científicos ASSOCIAÇÕES E MOVIMENTOS DE ABRANGÊNCIA ESTADUAL - APEFELMA MEGA-EVENTOS - JOGOS ESCOLARES MARANHENSES


- RALLY DOS SERTÕES TENDÊNCIAS SOCIAIS E ECONÔMICAS FOTOS E IMAGENS COLABORADORES - CURRÍCULOS


FUTEBOL ORIGENS DO “FOOT-BALL ASSOCIATION” EM SÃO LUÍS Para Claunísio Amorim Carvalho (in Terra, grama e paralelepípedos, São Luis: Café & Lapis, 2009, p. 30): “Na Europa [Nhozinho Santos] aprendeu a praticar o esporte [futebol] e conheceu suas regras, bem como outras modalidades (cricket, crocket, tênis, boliche, etc.). Portanto, o futebol implantado em São Luís é tributário exclusivamente do futebol inglês e nada se deve ao futebol do Sul-Sudeste do Brasil, como parece ser quando se lê sobre a difusão do esporte pelo Brasil a partir do eixo Rio-São Paulo”.

Com o que concordamos! 1905 - naquele final de ano, reuniram-se na residência dos Santos, na Rua Grande, 1018 (Instituto Zoé Cerveira) além de Nhozinho, seus irmãos Totó e Maneco, alguns amigos e convidados para tratar da implantação do "foot ball association" no Maranhão. Além dos irmãos Santos, estiveram presentes: John Shipton, John Moon, Ernest Dobler, ingleses empregados no Boot Stearship Co. Ld. - Mala Real Inglesa -, Botho & Co. Ld. e os maranhenses Izidoro Aguiar, Edmundo Fernandes, Afonso Gandra, José Ramos Bastos, Antero Novaes, Carlos Neves, Antero Serejo, e outros mais (MARTINS, 1989 : 284). Ficou estabelecido que na vasta área da Fábrica fosse construído um campo para a prática do futebol. Foram sacrificadas algumas árvores, para que tivesse as dimensões necessárias para a pratica do esporte. A princípio houve alguma dificuldade para se arranjar os onze jogadores para se formarem os times. Os treinamentos eram realizados com dois quadros de oito jogadores, cada. As competições no campo do FAC começaram a despertar a curiosidade dos transeuntes, que assistiam às partidas através de aberturas no cercado da Fabril. Ninguém entendia do que se tratava, ao observarem os rapazes correndo atras da bola, pois havia muita disputa e muita algazarra: "Sucederam-se os treinamentos com os 'sportmen' apurando a forma técnica, entendo melhor as regras... não havia treinamentos físicos. A resistência vinha em decorrência do maior tempo dos coleticos que, às vezes, processavam-se até não ser mais enxergada a bola. Assim, decorreu o ano de 1906, uma ou outra disputa entre as duas formações, usando camisas e chuteiras e as bolas importadas". (MARTINS, 1989: 284-285).

1907 - Djard MARTINS (1989) em seu "Esporte - um mergulho no tempo" registra que o nascimento das atividades esportivas em Maranhão se dá pelas mãos de JOAQUIM MOREIRA ALVES DOS SANTOS - Nhozinho Santos - e do clube esportivo e social fundado na Fábrica "Santa Izabel", o FABRIL ATHLETIC CLUB - FAC - para a prática do "football association". Também foram praticados o Tênis, o Cricket, o Crockt, o Tiro, e o Atletismo. ABRIL - Embora Martins registre a data de 28 de maio de 1907 como sendo da primeira partida oficializada, ocorreu uma antes, a 12 de abril daquele ano, entre as equipes internas dos "Pretos" (Black and White) e a dos "Encarnados" (Red and White), com a duração de 50 minutos, com dois tempos de 25, com a vitória dos "pretos", por 1 x 0. O jogo teve prosseguimento, por mais 15 minutos, permanecendo o resultado. MAIO - Com a instituição do Fabril Athletic Club e a constituição das duas equipes, e por força das sucessivas disputas, criou-se uma rivalidade importante para despertar o maior entusiasmo pela conquista de belos feitos: "O primeiro embate oficializado pelo F.A.C. aconteceu a 28 de maio de 1907. No final, ocorreu a igualdade (2 a 2). Essas equipes disputaram outras partidas: 26.05.1907 - Black and White 2 x Red and White 2. JUNHO - Naquele tempo, um jogo empate reclamava logo a realização de outro para conhecer-se o vencedor. Isso ocorreu a 16 de junho de 1907, dessa feita com a vitória do 'Black and White' (1 a 0)". (MARTINS, 1989 : 285). As equipe eram formadas pelos times do "Black and White": João Mário; A. Vieira e G. Costa Rodrigues; E. Simas, Moraes Rego e Joaquim Ferreira Belchior; F. Machado, John Shipton, John Moon, M. Lopes e C. Gandra. O do "Red and White" era formado por: João Alves dos Santos; Izidoro Aguiar e Alcindo Oliveira; Afonso Guilhon, Aluízio Azevedo e José Ramos Bastos, Antero Novaes, Ernesto Dobler, Carlos Neves, Manoel Alves dos Santos e Antero Serejo. Outras partidas preparatórias, realizadas neste mês: 25.06.1907 - Black and White 2 x Red and White 2; 23.06.1907 - Black and White 1 x Red and White 1; 26.06.1907 - Black and White 1 x Red and White 3. JULHO - 07.07.1907 - Black and White 0 x Red and White 2; em 14.07.1907 - Black and White 0 x Red and White 1 OUTUBRO - "INAUGURAÇÃO DO FOOT BALL –


"Realizou-se hontem a grande partida inaugural do Fabril Athletic Club, a qual revestiu-se de maior importancia. No concurso do encilhamento foi vencedor o Sr. Serejo, na corrida em Tandem venceram os srs. Joachim Belchior e Manoel Lopes, no Place Kick [chute à bola] foram: em primeiro logar mister Dolber e em segundo mister J. Moon; no concurso de peso mister Moon. Na partida de Foot Ball, foi vencedor o partido encarnado. Como não estivessem devidamente preparados na Tug of War [cabo de guerra] os do partido preto, foi vencedor o encarnado. Houve um segundo desafio, que ficou indeciso. A residência do Club está muito bem preparada e a assistência do acto compareceram muitas famílias e cavalheiros da boa sociedade. Serviram de juizes da senha o sr. Edmundo Fernandes pelo Theam Black and Whate e Henoch Lima pelo Red & Whate. É, incontestavelmente, o Foot Ball a melhor diversão que existe no Maranhão. Damos parabéns aos diretores de tão importante club, pelo esforço verdadeiramente louvavel que têm empregado em prol de uma instituição tão útil à saúde e à mocidade maranhense. A solenidade compareceram três bandas de música, as quaes executaram bellos trechos". (O MARANHÃO, 28 de outubro de 1907).

- O FABRIL ATHLETIC CLUB: "A direção do Fabril Athletic Club avisa aos seus sócios que ainda não tiraram convite, que os procurem hoje, até 10 horas da noite, na sede do mesmo club". (O MARANHÃO, Quinta feira, 24 de outubro de 1907).

- A primeira partida de futebol no Maranhão, oficialmente, foi disputada no dia 27 de outubro de 1907: "... ficou definitivamente estabelecido que a data de 27 de outubro de 1907 era a data de fundação oficial da associação fabrilense. O clube, para festejar o evento, promoveu grande festa na sede social, à Rua Grande, 220... Várias atrações foram organizadas: concurso de encilhamento, que foi ganho por Serejo. Na corrida, sairam vencedores Joaquim Belchior e M. Lopes. No 'place-kick' E. Dolber tirou o primeiro lugar, ficando Jasper [Moon] em segundo. No concurso de peso, vitória de Jasper [Moon], que lançou o peso à distância de 9 1/2 jardas. Depois, aconteceu o ponto alto das festividades, o jogo de futebol, reunindo as equipes internas do F.A.C.: 'Black and White' 'e 'Red and White', culminando com o triunfo dos 'vermelhos', por 2 a 0" (O IMPARCIAL, 1907; VAZ, 1991, 2000).

Os uniformes dos dois quadros do FAC foram encomendados, sob medida, por Nhozinho Santos, na Inglaterra, manufaturados em tecido de lã e adaptados ao nosso clima. Segundo Martins, o futebol estava sendo muito bem aceito: "Para os ingleses Jasper Moon, John Shipton, Ernest Doubler, T. H. Downey e alguns maranhenses, que tinham sido educados na Europa, não estava havendo dificuldades. Para os outros, os que estavam na aprendizagem, era uma questão de tempo, persistência, dedicação e jeito para a coisa e intensificação nos treinamentos. O esporte inglês estava sendo acalentado em berço de ouro, reunindo o fino da juventude elitizada ludovicence". . (1989: 286).

NOVEMBRO - A segunda partida ocorreu em 24 de novembro de 1907, conforme noticiado em "O Maranhão": "FABRIL ATHLETIC CLUB - "Com extraordinário concorrencia de famílias e cavalheiros, realisou hontem essa sympathica sociedade sportiva a sua segunda partida de foot ball. Coube ao partido preto os louros da victoria de hontem, por haver ganho dois goals contra um. A função começou a 3 1/2 da tarde. Pelo presidente do club foi offerecido, depois da partida, um volioso brinde ao capitão do partido vencedor. A festa, que correu com muita animação, durou até 8 horas da noite, terminando por um soiree, a piano, entre os socios do club e suas familias. Ao Fabril Athletic Club felicitamos pelo explendor da função de hontem." (O MARANHÃO, 25 de novembro de 1907).

DEZEMBRO - No dia 26 de dezembro, é registrada uma partida de futebol entre alunos da Escola de Aprendizes Marinheiros, como parte de sua preparação física. O futebol, além de outras modalidades e atividades, principiava a se utilizado como prática de educação física nas escolas: "Aprendizes Marinheiros: Hontem, às 4 horas da tarde, os aprendizes marinheiros, fizeram exercícios de 'foot-ball' na arena do Fabril Athletic Club e um assalto simulado de florete, sob a direção do respectivo instructor da Escola. Os alumnos revelaram-se disciplinados e agiram com muito garbo e desembaraço. Domingo próximo, às 5 horas da manhã, haverá novo exercício no mesmo local". (O MARANHÃO, 26/12/1907)

1908 JANEIRO - MARTINS (1989) registra o primeiro jogo entre duas agremiações distintas, entre o FAC - o grêmio fabrilense fora formada com o recrutamento dos melhores atletas que militavam nos quadros internos do 'Black and White' e do "Red and White' - e o MARANHENSE FOOT-BALL CLUB - formado por rapazes empregados no comércio. FEVEREIRO - No período em que antecedia o Carnaval, as disputas não se limitavam apenas aos jogos de futebol, ou à prática de outras atividades esportivas. Em uma nota sobre o carnaval, noticiava-se a realização de um baile no salão do F.A.C. na noite de sábado. Na mesma nota, comenta-se sobre a matiné do Domingo, em que ocorreu um jogo de "foot-ball", em que reinou muita animação, com batalhas de confete, rodós (lança-perfume) e serpentina (O MARANHÃO, 24 de fevereiro de 1908). MARÇO - MARANHENSE FOOT-BALL CLUB disputou um jogo com o "Derby Club":


"Animada esteve ante-hontem a 1ª partida entre o 'Derby Club e o Maranhense Foot-Ball Club'. Após o jogo, houve uma pequena "soireé" em que tomaram parte gentis senhoritas e distintos cavalheiros". O MARANHÃO, 31 de março de 1908.

MAIO - Já no período carnavalesco, as partidas eram interrompidas, voltando somente após a quaresma, conforme chamada de maio de 1908, conclamando os sócios a comparecerem ao clube, para reiniciarem-se as atividades: "Fabril Athletic Clube - Depois de uma pequena interrupção, haverá uma partida de Foot-ball, para isso estão inscritos os seguintes sócios: Moraes Rego Junior - W. Reis - J. Moon - J. Shipton - A. Vieira - J. Prado Costa - A. José Rego Serra - J. Mário - C. Guilhon - Raul S. Martins - Aluízio Azevedo - Antero Novaes - José A. Santos - Alcindo Oliveira - M. Neves - A. Gandra. Começará às 4 1/2 hora da tarde.Para essa festa reina grande animação entre os seus associados, havendo segundo nos consta enorme procura de convites por parte das Famílias.Agradecendo o delicado convite que se dignaram de nos enviar, desejamos à sympathica sociedade, bom exito". (O MARANHÃO, 23 de maio de 1908).

SETEMBRO - Em setembro de 1908, era apresentado o programa de uma "matineé sportiva" que seria realizada no Domingo seguinte, na sede do F.A.C., reunindo os "Team Riachuello" - "Estrella Preta" - e o "Team Humaitá" "Estrella Branca"-, ambos da Escola de Aprendizes Marinheiros, marcada para as 3:45 horas, seguida de outros jogos, como o Concurso gaiato, marcado para as 4:20 horas, sendo concorrentes: A. Novaes, J. Santos Sobrinho, A. Azevedo, A. Vieira; já o Concurso gaiato infantil seria disputado por: Ivar, Luiz, Celso, Bráulio, Soeiro Filho; para a quarta prova do programa, Concurso de Agilidade, estavam inscritos: Franklin, Zuza, Maneco Neves, Gui e Aluísio. Para o "match foot-ball", entre o FAC e o Maranhense, estavam inscritos: F. A. Club J. A. Santos

M. Foot-ball Club A. Santos

A. Azevedo - J. Bastos J. Torres - J. Ferreira J. Santos - M. Mathias - A. Gandra E. Souza - R. Nunes - B. Queiroz M. Santos A. Vieira - C. Neves - A. Novaes - J. Mário A. Lobão - A. Guterrez - A. Silva - J. Gomes - I. Meireles - J. Belchior - R. Serra Martins Captain - C. Neves Referee - J. M. A. Santos

- J. Santos - M. Amorim Captain - A. Silva

após a partida de futebol, seria realizada a "Tug of War" (cabo de guerra), inscritos: Fausto - Antoninho - Ruy - Zeca Carlos Alberto - Soeiro Filho - Gastão - Yoyô - Lady - Lúcio - José - Adolpho Salles (O MARANHÃO, sabbado, 26 de setembro de 1908). OUTUBRO - nas comemorações do primeiro aniversário do FAC, houve um jogo de futebol com o Maranhense, terminando em 0 x 0. NOVEMBRO - Em novembro, outro jogo, e nova derrota do Maranhense, desta vez, por 3 x 0. 1909 JANEIRO - convocação de uma disputa entre crianças, conforme está registrado pela imprensa da época: "... Para o Match de Foot-ball Infantil estão inscriptos os seguintes: Team 'Black & White' - Fausto Seabra, Francisco Mello, José Pedraça, Celso C. Rodrigues, Ruy C. Rodrigues, Carlos Alberto Telmo Carneiro, José Vieira, Antonio Santos, Silvio Serra, Tevelindo Guapindaia; Team 'Red & White' - Gastão Vieira, João Peixoto, Stenio Carneiro, José Lentini, Luiz Santos, Ivar C. Rodrigues, Joaquim Martins, Bráulio Seabra, José Soeiro, A. Salles, Carlos leite, Flávio Berredo. "Os teams serão organizados no campo, os jogadores devem estar no ground às 2 da tarde e o kick às 3 horas" (O MARANHÃO, 30/01/1909).

- dia 31 - ocorreu outro encontro entre o Maranhão Foot-Ball Club e o F.A.C., como partida preparatória para o festival de inauguração: "Fabril Athletic Club - Match de Foot-ball em 31 de janeiro de 1909; Team do 'Fabril Athletic Club - Refere - Mr.; Goal - J. Santos; Full backs - A. Azevedo, E. Simas; Half backs - A. Vieira, A Soeiro, J. Alvim; Forwards - A. Neves, Ary Faro, T. R. Dowey, João Baptista, J. Santos, J. Santos Sobrinho; Reserve - R. Martins, F. Ribeiro, M. Neves; Team do Maranhense Football Club - C.E. Clissold; Goal - J. Mário; Full backs - J. Torres, J. Ferreira; Half backs - J. Santos, B. Queiroz, D. Rodrigues; Forwards - A. Lobão, R. Nunes, J. Gomes, S. Bello, A, Santos; Reserve - A. Figueiredo, A. Gonçalves. - Kick of' às 4 da tarde Os jogadores devem estar no 'ground' às 3 horas ... " (O MARANHÃO, 30/01/1909).

FEVEREIRO - o MARANHENSE FOOT-BALL CLUB - formado por rapazes empregados no comércio – foi inaugurado oficialmente em 07 de fevereiro de 1909, conforme registrado em O MARANHÃO:


"Maranhense Foot-ball Club - Programma da festa inaugural d'este Club, em 7 do corrente, na sede do Fabril Athletic Club: juiz da partida (fita verde) - José Alves dos Santos - juizes de chegada (fita azul) - Edmundo Fernandes, Charles Clissold Commissão de policiamento (fita branca) - Almir Saldanha Silva, Aírton Santos Romeu, Carlos Nunes, Manoel Ribeiro L. da Silva, Antônio Sena. "Concurso gaiato (3 1/2 h) - M. F. Club -J. Jones, J. Ferreira, R. Neves; F.A.C. - J. Santos Sobrinho, M. Sardinha Ribeiro; Concurso gaiato a Carnaval (3,45 h) - M.F. Club - J. Santos, A. Figueiredo, A. Casson, A. Gonçalves, R. Nunes; F. A.Club - F. Ribeiro, M. Sardinha, J. Alvim, J. Mário, R. Almeida; Concurso Mathemático (4 h) - M. F. Club - E. P. Souza, J. Ferreira; F.A. Club - J. Alvim, F. Ribeiro. Match de foot-ball entre os dois teams (às 4 1/2 da tarde) - Green and Whyte: goal - B. Queiroz; Full-Backs - G. Bello C. P. Souza; Half Backs - J. Ribeiro, Cunha Júnior, A. Lobão, Forwards - A. Figueiredo, R. Nunes, J. Gomes, J. Mário, A. Gonçalves Reserves - J. Torres, J. F. Costa Captain - J. Gomes; Blue and Whyte goal - S. Meireles; Full backs - F. Mendes, M. P. Santos; Half-Backs - A. Faria, S. Pinheiro, J. Teixeira; Forwards - A. Santos, J. Santos, J. Ferreira, P. Rodrigues, S. Bello; Rezervas - A. M. Figueiredo, A. Casson; Captain - J. Ferreira; Refere - Coronel Joaquim M. Alves dos Santos. Os sócios do F. A. Club terão entrada sem ingresso. A sessão solemne para declarar-se o 'Club' inaugurado propiciará a 2 1/2 hora em ponto. (O MARANHÃO, 05/02/1909)

- Também na cidade de Alcântara o foot-ball fora inaugurado, naquele ano de 1909: "O Foot-Ball em Alcântara - Perante grande concorrência de senhoras e cavalheiros inaugurou-se hontem na fronteira cidade de Alcântara um club de foot-baal. Os teams foram animadamente disputados, sendo vencedores os do partido vermelho e branco. Durante o festival organizado para essa inauguração travou-se animada batalha de confetti e rodés entre as senhoras e cavalheiros presentes. A banda de muzica alcantarense executou escolhidas peças durante essa festa sportiva, que produziu em todos agradavelmente impressão.” (O MARANHÃO, 08/02/1909).

DÉCADA DE 1910 - é inaugurada a Escola de Aprendizes Artífices - CEFET-MA, hoje -, instalada na Praça da República (prédio ocupado, hoje, pelo Ministério da Agricultura). Escola profissional tinha como mestres: Almir Augusto Valente, Vicente Ferreira Maia, Hermelina de Souza Martins, Cesário dos Santos Véras, Alberto Estavam dos Reis, Alexandre Gonçalves Véras, Eduardo Souza Marques e Nestor do Espírito Santo. Como não poderia deixar de ser, entre seus alunos havia grande interesse pelas práticas esportivas, e dentre, elas, pelo futebol. 1910 – 1914 – o esporte maranhense, em especial o futebol, passa por uma profunda crise – a primeira – com clubes se dissolvendo, e seus sócios formando outras agremiações, não só para a prática de futebol. O Euterpe é fechado (1910), surgindo em seu lugar o Casino Maranhense (1911). 1913 – fundaçãom do Atheniense Sport Club, com seus dois quadros: Theodoro Jardim e Belfort Vieira, em homenagem a dois sócios do Clube. - no final desse ano são criadas outras duas equipes: Inglez e Luso Brasileiro, e o Centro de Cultura Física. NOVEMBRO – no dia 09, houve um primeiro contato de um dirigente de outro estado, pelo Presidente de Honra da Liga Paraense de Foot-Ball o Sr. T. H. D., em visita a São Luis. Novo contato, apenas em 1916. 1914 – Raul Andrade, ex-sportman do FAC, por volta de 1914, quando chegou a são Luis, fundou dois clubes de elite: Fropa SC e Alemão FC, este com alunos do Liceu. 1915 - Graças ao empenho do cônsul inglês, a partir de 1915, houve um que renascimento dos esportes em Maranhão. Os estudantes movimentam-se para reabilitar o futebol: JULHO – "FOOT-BALL - Um esforçado grupo de rapazes, no intuito de elevar o sport entre nós, resolvel adquirir o campo do Fabril, para as pugnas do elevado jogo britânico, 'foot-ball'. Existe grande animação nos preparativos, entre os sportamen, a idéia do Campeonato Maranhense de Foot-ball o qual será disputado em 15 de nowembro, contando ao 'team' vencedor, 11 medalhas de ouro". (O JORNAL, 31 de julho de 1915).

- Esse grupo aluga as dependências do Fabril para realizar os eventos esportivos, em especial o futebol AGOSTO - O primeiro encontro desses abnegados "sportistas" aconteceu logo em seguida: "FOOT-BALL - No grond da Fabril, jogaram hontem, um match de trenagem. Alguns moços de nosso escol, que cogitam de fundar dois clubs desse sport, afim de diliciar o público maranhense, com algumas de suas partidas" (O ESTADO, 9 de agosto de 1915).

- Esses estudantes uniram o agradável - reorganizar os "sports" no Maranhão - ao útil, chamando a atenção da sociedade para o movimento que iniciavam. Juntam-se à Maçonaria, oferecendo-se para realizar uma partida de futebol, em benefício dos flagelados da grande seca de 1914/15, pois as lojas maçônicas desta capital nomearam comissões com o fim de arrecadar fundos para socorrer os flagelados, dentre as atividades programadas - seção de cinema, passeios marítimos - haveria um jogo de futebol, a ser realizado no mês seguinte:


"FOOT-BALL - Um grupo de moços de nossa melhor sociedade offerecem ao comité Pró-flagelados, uma partida de football, entregando-lhe a renda verificada. Essa partida terá lugar no grond da Fabril e será opportunamente anunciada" (O ESTADO, 13 de agosto de 1915).

- Em função desse movimento em prol dos flagelados dos estados vizinhos - Ceará e Piauí - reuniram-se - na Cervejaria Maranhense, localizada na Praça João Lisboa - os idealizadores do Campeonato Maranhense de Football, para a organização do grande "match" que pretendiam realizar (O JORNAL, 14 de agosto de 1915). Nessa reunião ficou resolvido que "... na impossibilidade de fundação do Clube, se organizem dois 'team' denominados Franco Alemão - que terá de se bater em benefício dos flagelados da seca. Ficam assim compostos os team. Presidente: Carlos Alberto Moreira; Thesoureiro: Affonso Guillon Nunes; Secretário: Hugo Burnet. - TEAM FRANCEZ - Forwards - Gastão Vieira; Trajano Lebre, Carlos Moreira, Hugo Burnett, Manoel Borges, Antonio Ferreira; Half-backs - Carlos Leite; Antonio Cunha;Backs - Affonso Guillon Nunes; João Torres, dr.;Goal-keeper - Antonio Carvalho Branco; Captain - Carlos Moreira. - TEAM ALLEMÃO - Forwards Nestor Madureira; Gentil Silva, José Souza; José Cantanhede; Maralteno Travassos; Half-backs - João Guedes; Antonio Paiva; Backs - Julio Gallas; Raul Andrade; Goal-keeper - Albino Faria; Captain - José Souza". (O JORNAL, 14 de agosto de 1915).

- No Domingo, dia 15 de agosto, foi realizado um jogo-treino: "FOOT-BALL - Conforme noticiamos, realizou-se hontem, às 16 horas, o primeiro match de trenagem da série instituída. O público já principia a tomar interesse pelas partidas, tanto que a concorrência foi animadora.” (O ESTADO, 16 de agosto de 1915).

Estavam envolvidos os alunos do Liceu Maranhense, do colégio Marista Maranhense e do Instituto Maranhense (este, inaugurado um ano antes). Segundo MARTINS (1989), ”... Promoveram sessões, usando as próprias salas de aula, estimulados pelos mestres. Graças a essas reuniões, surgiram os quadros do Brasil F. Club, do S. Luís F. Club, do Maranhão Esporte Club, e do Aliança F. Club. Essas entidades, aos poucos, foram agrupando-se, tornando-se clubes. A cada dia, os estudantes melhor se integravam, e para exercitar-se utilizavam o velho 'field' da Fabril, que tinha sido desativado pela FAC. Estávamos com o campo da Rua Grande muito mal, mato tomando conta de todas as dependências, inclusive das arquibancadas. (p. 328). Foi realizado um jogo entre os estudantes dos Maristas contra os do Brasil F. Club. Para poder assistir à partida, os espectadores deveriam se apresentar vestidos decentemente: "FOOT-BALL - "Amanhã, às 8 horas, vai jogar uma partida no ground da Fabril contra o team dos irmãos Maristas um outro do club 'Brasil’. A entrada será franca a todas as pessoas que se apresentarem decentemente vestidas". (O ESTADO, 28 de agosto de 1915).

- o movimento estudantil havia ganhado as ruas, tudo se fazendo para reanimar o futebol. Gentil Silva tinha retornado do Amazonas - onde havia trabalhado pelo esporte amazonense, ajudando ao Manaus Sporting Club - e integra-se ao movimento estudantil, tendo-o acompanhado nessa jornada um caixeiro viajante conhecido como "Zé Italiano", muito estimado pelos estudantes. Dessa união, foi fundado o "GUARANI ESPORTE CLUBE", que recebeu esse nome do proprietário do "Bar Guarani", Sr. Gasparinho. É que as reuniões eram realizadas neste bar, situado na esquina da Rua Grande com a Godofredo Viana, em frente ao cine Éden. Formaram-se duas onzenas, denominadas "Alemão" e "Francês", formando-se, também, duas torcidas, uma apoiando os "aliados", e a outra, formada pelos "germanófilos". Essa torcida ainda tinha o incentivo dos tripulantes dos navios alemães, abrigados em nosso porto, devido à Primeira Guerra Mundial. - Dejard Martins (1989) traz que surgiram em 1915 os seguintes quadros: Brazil FC. E Aliança FC (Liceu Maranhense); São Luiz FC (Maristas); Maranhão SC (Instituto Maranhense) a partir de reuniões de alunos em suas salas de aula. Mas há indícios de que o São Luiz Foot-Ball Club, do Colégio Maristas (São Francisco de Paula) seja um pouco mais antigo, funddo em 1914. SETEMBRO - outra partida de futebol fora disputada no dia 19 de setembro, desta vez entre os times do BRAZIL FOOT-BALL CLUB 0 x 1 SÃO LUIZ FOOT-BALL CLUB, no campo da Fabril, por uma grande quantidade de espectadores, que muito aplaudiram os dois times. (O JORNAL, 20 de setembro de 1915). O Brazil Foot-Ball Club tinha seu campo no Gasômetro - hoje, Mercado Central. OUTUBRO - Dada essa movimentação da mocidade da "melhor sociedade", os remanescentes do FABRIL ATHLETIC CLUB retornam às atividades esportivas, pois no dia 05 de outubro de 1915, num prédio da Rua Grande, n. 220, reuniram-se "... os incorporadores de uma nova sociedade esportiva em vias de organização, sob os mesmos moldes do extinto Fabril Athletic Clube. Presidindo a sessão o Sr. Joaquim M. Alves dos Santos, secretariado pelos srs. S. Bello e J. F. Belchior. Ficou deliberado que a nova sociedade se denominará FOOT-BALL ATHLETIC CLUB, sendo nomeada uma comissão para elaborar os seus estatutos. Compõe-se esta comissão dos srs. P. Mendes, H. Pinho, E. Fernandes, Joaquim M. A Santos, C. E, Clissold, J. B. Morais Rego, júnior, S. Bello. Haverá no próximo Domingo, e no mesmo edifício, uma nova assembléia, para rediscutir e aprovar os estatutos, e também eleger os


corpos dirigentes. Instalar-se-á logo a sociedade, cuja inauguração final se marcará para breve. A sede social será na mesma propriedade em que funcionou o antigo Club Fabril Athletic".(O JORNAL, 04 de outubro de 1915). Dejard MARTINS (1989) dá como sendo essa data o dia 17 de outubro de 1915, com os estatutos publicados no Diário Oficial no. 44, de 22 de fevereiro de 1918 (p. 329). A comissão de elaboração dos estatutos reuniu-se (07/10) para a sua redação durante a semana, e deliberou-se que a sede do clube estaria liberada aos associados durante todo o Domingo próximo e a quem mais quisesse se inscrever. Programados para a tarde, jogos de "tennes", "croquet", e "foot-ball". (O JORNAL, 08 de outubro de 1915). Durante alguns dias, foi publicado o edital de assembléia geral, para a provação dos Estatutos e eleição da nova diretoria, a se realizar dia 12 de outubro. Os estatutos foram aprovados, mas a eleição foi adiada para o Domingo próximo, às 4 da tarde (O JORNAL, 11 de outubro de 1915). NOVEMBRO - No dia 13 de novembro, é publicada duas fotos, com a legenda INTERNACIONAL FOOT-BALL CLUB, em que eram apresentados "alguns rapazes dos teams francez e allemão, que se bateram em benefício aos flajelados a 12 de setembro findo" (O Jornal, 13 De Novemnro De 1915). - Na coluna dedicada a - Os Desportos -, é dado o resultado de um jogo o "Black & White", do FAC contra o "Red" do Brazil, terminando empatado. Foram destaques, pelo "Black", Napoleão, e pelo "Red", Maia. - Nessa mesma edição, é apresentada uma notícia da Argentina, sob o título “O foot-ball e o tiro”, publicado pelo jornal "La Nacion", criticando a "... consignação de uma verba de 100.000 pezoz, votado pelo Congresso para o desenvolvimento do foot-ball, ao passo que as verbas para o tiro de guerra foram reduzidas de 600.000 para 170.000 pezoz" (O JORNAL, 13 de novembro de 1915). - As eleições do novo F. A. Club - agora, Foot-ball Athletic Club - reconduziram Joaquim Moreira Alves dos Santos Nhozinho - à presidência do clube da Fabril, com Saturnino Bello como primeiro secretário e Humberto Fonseca, como segundo secretário. Edmundo Fernandes, tesoureiro, e Diretor de Esportes, Charles Clissold. Como suplente João Rocha Guimarães, João B, de Moraes Rego, Carlos Moreira. A inauguração ficou marcada para o dia 14 de novembro (sic), ficando marcada para o Domingo próximo, um "match de foot-ball", com a inscrição dos sócios nos respectivos "team", "Black and White" e "Red and White", como havia no antigo FAC. (O JORNAL, 22 de novembro de 1915). - Ainda nessa semana, é anunciado um "match trainning" no "groud" do Internacional Foot-ball Club entre os "teams" Franco e Allemão, e a reunião dos sócios do Brazil Foot-ball Club. (O JORNAL, 23 de novembro de 1915). - Nesse mesmo Domingo, além desses confrontos, ocorreu naquele campo do Internacional uma outra partida, pela manhã, entre o BARROZO 1 x O FLAMENGO FOOT-BALL CLUB. (O JORNAL, 25 de novembro de 1915) DEZEMBRO- A movimentação esportiva nesse final de ano - 1915 - estava bem movimentada. O Brazil Foot-ball Club convocava seus sócios para a partida de final de temporada (O JORNAL, 12 DE DEZEMBRO DE 1915). Haveria um outro jogo entre o "team" Allemão, do Internacional e os jogadores da Escola de Aprendizes Marinheiros. Eram convocados, pelo time Alemão, Branco, Fereth, Guillon, Albino, Paiva, Guedes, Trajano, Leite, Travassos, Madureira e Cunha. (O JORNAL, 13 de novembro de 1915). O Barrozo Foot-ball Club desafiara o "team" infantil dos Aprendizes, com o jogo terminando em 2 x 1 , para o Barrozo (O JORNAL, 22 de novemnro de 1915). É anunciado um jogo do Internacional no campo da fabril (O JORNAL, 18 de novembro de 1915). - Pede-se o comparecimento dos sócios inscritos nos "team Black and White e Rede and White", do FAC, para escolha de seus respectivos "captains", e marcar o jogo da partida oficial de inauguração, prevista para o mês de janeiro próximo. Na mesma ocasião, estavam previstos jogos de "croquet", "tennis", e palestras desportivas (O JORNAL, 03 de dezembro de 1915). O "Red" seria formado por Carvalho, Gallas, Andrade, Borges, Paiva, Guedes. Travassos, Brurnet, Tompson, Guillon e Carvalho; já o "Black", Madureira, Scholobach, Lebre, Anaquim, Cunha, Reinaldo, Ferreira, Totó, Luciano e Faus. O "Kic-off", marcado para 16 1/2 (O JORNAL, 11 de dezembro de 1915). O jogo termina em Black 3 x 1 Red. Apresentaram-se 110 sócios (O JORNAL, 13 de dezembro de 1915). Para MARTINS (1989, p. 331), o número de sócios era 245. - Para o domingo seguinte, é anunciado um jogo entre Veteranos do F. A. Club (O JORNAL, 18 de dezembro de 1915). Apesar do mau tempo, o jogo recebeu boa presença de público, com a segunda partida do dia terminando em "Black" 1 x O "Red", gol de Anequim. "Os foot-ballers esfriaram com a baixa temperatura", por isso o resultado em um gol apenas. Foram ainda disputadas partidas de bilhar e "croquet". (O JORNAL, 20 de dezembro de 1915). - Promoveu-se um jogo entre os quadros do FAC, a pedido da Maçonaria, em benefício dos pobres: "F. A. CLUB - Esta bem organizada corporação sportiva, attendendo ao pedido de uma commissão de Assistência aos Necessitados, realizar-se-á Domingo próximo uma esplendida partida jogando dos teams. O público, certamente, saberá corresponder para que tenha ella o exito desejado. "Amanhã, daremos o programma...". (O ESTADO, 23 de dezembro de 1915).


- Conforme anunciado, O ESTADO apresenta a programação, ao mesmo tempo em que convoca os jogadores dos dois times: "F. A. CLUB - São estes os teams que irão disputar no próximo Domingo, 26 do corrente, o match de Foot-ball organizado pela sociedade esportiva F. A. Club para a festa de caridade promovida em benefício dos necessitados: Pelo team Red jogarão: C. Branco - Raul - Soeiro - J. Carvalho - Pereira - Nava - Burnett - Faria - Guilhon - Galois - Travassos; rezervas: Cassio e Salles. Pelo team Black & White: Faria - Totó - Luciano - Ferreira - Leite - Reinaldo - Scholabach - J. Mário - Lebre Anequim - Madureira; rezervas: Cunha – Vicente. Servirá de referee o sr. J. Santos. Em vista desse attraente programma é de prever-se de já a maior concorrência". (O ESTADO, 24 de dezembro de 1915).

O jogo termina em 2 x 1, para o "Red", sendo tiradas fotografias das equipes (O JORNAL, 27 de dezembro de 1915), publicadas na edição de 30 de dezembro. (O JORNAL, 30 de dezembro de 1915). - MARTINS (1989) afirma que Gentil Silva esteve a um pé do novo FAC: "Contudo, aconteceu que, para ele, o futebol deveria ser altamente popularizado, no que não estavam de acordo os associados, na sua grande maioria, embora não discordando de um dos pontos definidos: a necessidade de pugnar pelo aperfeiçoamento físico. Não concordavam em abrir os portões para receber o grande público com pagamento de ingressos, porque o propósito do novo FAC era não vulgarizar a prática desportiva.(p. 331). Aqueles que tinham o mesmo pensamento de Gentil deixaram o clube da Rua Grande e o Guarani tinha se esfacelado. Não foi abandonada a idéia de popularizar o futebol. O grupo dissidente reativou o "ONZE MARANHENSE", com sede no Parque 15 de Novembro (avenida beira Mar), nas proximidades do Beco do Silva. O campo foi construído numa área livre - no Baluarte "longe das vistas do grande mundo de curiosos e aficcionados", informa MARTINS (1989). O terreno não era cercado e reclamava muito trabalho de nivelamento e outras medidas, tendo sido tudo feito com muito sacrifício, pois o terreno era pantanoso, necessitando-se de algumas carradas de entulho, cedidas pelo intendente de São Luís, tenente-coronel Luso Torres. Nivelado o terreno, foi feita a gramagem e tudo ficou como ambicionavam. E "... Nas tardes domingueiras, o povo estava reunido. Famílias da vizinhança e outros amantes do esporte, vindos de longe, postavam-se para ver o jogo. Jogavam Brasil F. Clube, Vasco da Fama E. Clube, Santiago Esporte Clube e Fênix F. Clube. O sonho de Gentil Silva tornou-se realidade." (MARTINS, 1989, p. 331). Para esse autor, "foi, sem qualquer sombra de dúvida, Gentil Silva o responsável pela popularização do futebol em terra maranhense, no momento que, deixando as hostes do FAC, achou oportuno desenvolver a prática do apreciado esporte aos olhos do povo, num campo que, de princípio não possuía cercas". (MARTINS, 1989, p. 332) 1916 - é fundada a Liga Sportiva Maranhense (LSM), que não sobrevive. JANEIRO - O F. A. Club é (re) inaugurado em 30 de janeiro de 1916 - agora, como Foot-Ball Athletic Club. Foi realizado a tradicional soireé, ao som de polkas e valsas, e antes, aconteceu o jogo (match) de foot-ball. As senhoritas presentes vibravam com as jogadas de seus "sportman" favoritos, destacando-se Guilhon, Gallas, Paiva, Anequim, Ribeiro, Cláudio, e Schleback. A vitória coube ao "Red", que no primeiro "half-time" alcançou um "goal", por um descuido do seu Carvalho, mas no segundo "half-time" portou-se de modo digno de admiração permitindo ao seu valoros partido conseguir fazer três "goals", contra dois do adversário, que no primeiro "half-time" havia feito varar o "goal" com passes habilmente lançados pelo "center-forward" Ribeiro. Ainda ao "Red" coube a vitória da luta de tração tendo vencido o grotesco maçã em água salgada o Travassos, e Nava a disputa da quebra potes cheio d'água, com olhos vendados. Dos chamados "concursos grotescos" - no início das atividades do FAC, em 1907, eram chamados de gaiatos - constava: frutas em água salgada - que deveriam ser tiradas com a boca, ganhando com conseguisse cinco primeiro -; boxe com olhos vendados (disputado em um tempo de cinco minutos, e não houve vencedores); quebrar potes cheios de água com os olhos vendados. Constavam como provas de Atletismo, o place-kick (chute à bola) e a luta de tração (cabo de guerra). (O ESTADO, 02 de fevereiro de 1916). - Nesse ano, houve uma cisão no FAC envolvendo os jogadores do “Red”, cuja maioria rumou para o Onze Maranhense. Alguns jogadores, dempos depois, retornam para o “Red”. ABRIL – no dia 10 e noticiado reunião entre os dirigentes maranhenses e representantes do Parnahyba Foot-Ball Club, sr Ozias Correia, de Parnaíba/PI e o sr. Clóvis Serra, diretorn do Club do Remo, de Belém/PA. - notociou-se a intenção de realização de torneios envolvendo equipes piauiense e maranhense. JUNHO - Em junho, aparece uma nova agremiação - o ATENIENSE FOOT-BALL CLUB -. Em uma reunião em sua sede social - Rua de Saavedra, 23 - os sócios desse novel clube aprovaram a indicação dos senhores Wilson Vieira e Antonio Correa para o quadro social e foram divididos os "teams", denominados "São Luiz", "Caxias", e "Alcântara". Ainda foi providenciado o "iníciar-se o mais breve possível os serviços do novo campo de match, encarregando da direção dos mesmos o jogador Raio". (O ESTADO, 08 de junho de 1916).


- Na edição de O Estado, de 12/06 (Segunda-feira), sob o título "A Batalha de Riachuelo", faz-se comentários sobre os festejos do 11 de junho, em que o ponto alto das comemorações foi o jogo de futebol, após os exercícios de esgrima. Segundo o redator, "foi uma das mais interessantes que se tem assistido", havendo grande entusiasmo, pois estavam em luta os valentes do FAC e os esforçados Aprendizes. A partida ocorreu com disciplina, destacando-se o "goal-kelper" dos Aprendizes. O jogo terminou 1 x 1. (O ESTADO, 12 de junho de 1916). - Nas datas importantes, o jogo de futebol aparece como parte das programações, como as comemorações da Batalha do Riachuelo, pela Escola de Aprendizes Marinheiros, quando seriam executadas "Gymnástica Sueca com armas, Gymnástica sueca sem armas, corridas com três pernas, corrida do sacco" e uma partida de futebol, entre os "teams" "Marcílio Dias" e um formado por representantes do F. A. Club. Jogaram pelo FAC: Travassos, Vieira (do Red); Euclides, Lebre e Kenard (Black); Wilson, Admar, Guedes (White); Roberto, Wall, Lisboa (Blue); o árbitro referee - sr. J. M. Santos e os linesman: Leite e o Aprendiz 20. (O ESTADO, 10 de junho de 1916). - Ainda de acordo com MARTINS (1989), em meados de 1916, já era regular o número de clubes: BANGU FOOT-BALL CLUBE; FLUMINENSE FOOT-BALL CLUB; PAYSANDU FOOT-BALL CLUB; ATENIENSE FOOT- CLUBE; ONZE MARANHENSE F. CLUBE; MARANHÃO ESPORTE CLUBE; FOOT-BALL ATHLETIC CLUB; BARROSO F. CLUBE; CABRAL F. CLUBE; IPIRANGA F. CLUBE; GUARANI ESPORTE CLUBE; SÃO PAULO F. CLUBE e outras associações menores (p. 344). JULHO - O BRAZIL tinha sua sede à Praça 1º de Maio - onde seus sócios se reuniram em assembléia geral - no campo do Sant' Iago. Já na Praça 13 de Maio, em frente ao Cemitério dos Ingleses, em julho de 1916, estava sendo construído outro campo para foot-ball, "que funcionará em breve". (O ESTADO, 17 de julho de 1916). - Ainda em julho, o jornal "O ESTADO", muda o título de sua coluna dedicada à divulgação dos "SPORT", para "VIDA SPORTIVA", e se refere a um AMAZONAS FOOT-BALL CLUB. Pela nova coluna era anunciada um "match trainning" a ser realizado no espaçoso campo do "ONZE MARANHENSE" entre os 1º team - Osimir, Lauro, Salvac, Gonçalves, Macedo, Cezarino, Jonas, Juca, Ricamon, Lima e Cunha; e o 2º team deste club: Intolerável, Nataniel, Sivoca, Evandro, Bôlo, Duquesne, Humberto, Cassinho, Guterres, paulo e Ozark. Será juiz Esoj Acesnof (José Fonseca, ao contrário). (O ESTADO, 22 de julho de 1916) AGOSTO - No mês de agosto, Nhozinho Santos, após um longo período no sul do país, retorna a São Luís e é programada uma recepção digna desse "sportman", introdutor do esporte moderno em nossa cidade. O futebol continuava sendo praticado com entusiasmo e vibração, e outras modalidades esportivas desenvolviam-se: tênis, crocket, basquetebol, jogos olímpicos (atletismo), bilhar, boliche, ping-pong (Tênis de Mesa), e outras mais (MARTINS, 1989). OUTUBRO - "... teve hontem, pelas 19* horas, a primeira reunião dos sócios deste novo club sportivo. Perante 16 associados foi procedida a eleição: Presidente - Jonas Hessen; Vice-presidente - João Teixeira; Thesoureiro - Fran Teixeira; Secretário Júlio Mário Ribeiro; Vogaes - Lauro Lima, Izaac Filgeira, Carlos Rodrigues, João Belfort. Domingo, pelas 6 da manhã, realizar-se-á o primeiro exercício de treinamento e as 19 horas será discutido o estatuto. O club tenciona adoptar brevemente outros gêneros agradáveis de sport, como thenes, criquet, regata, etc" (O ESTADO, 20 de outubro de 1916).

- Mais uma vez o "Red", do Onze Maranhense, enfrenta o "Black", do FAC, terminando o jogo em 3 x 2, para o team fabrilense. O comentarista d' O Estado elogiou muito os atletas dos dois times, pela forma educada com que se portaram em campo. Após o jogo, houve uma soireé, com a apresentação de uma banda musical, sendo ressaltada a participação dos atletas, em clima de camaradagem (O Estado, 02 de outubro de 1916). Na edição do dia 09/10, é comentado o jogo realizado entre o team do "Benjamim Constant" 1 x 3 FAC. O time visitante pertencia ao navio-escola Benjamim Constant, da Marinha, em visita à nosso Estado. - Mais um clube surge: o BRAGANÇA SPORT CLUB, com sede na chácara Bragança, na Rua Madre Deus: "AS ATRACÇÕES DO FUTEBOL" - sob este título, toma-se conhecimento de um outro campo, para a prática do futebol, denominado de "MARCÍLIO DIAS", localizado em frente à Praça da Justiça. No Domingo, houvera um jogo, com as pessoas que transitavam por aquele local - fato curioso - "... não deixavam de se deter apreciando uma praça do


exército mettida entre os jogadores, respectivamente fardada, mostrando a sua habilidade no agradável sport. Incorrecta e contra o regulamento". A nota saiu nos "Factos policiaes” (O ESTADO, 23 de outubro de 1916). NOVEMBRO - O Bragança Foot-ball Clube aprova seus estatutos, decidindo-se, também, pela criação de seus quadros infantis de foot-ball, com a denominação de "Paraná" e "Santa Catharina". (O ESTADO, 07 de novembro de 1916). As equipes recebiam seus nomes influenciados pelos acontecimentos do momento. As do Internacional, dos partidos "Francez" e "Allemão", em função dos beligerantes da Primeira Guerra Mundial; os do Bragança, certamente, em função da Guerra do Contestado, que estava em seu auge, entre aqueles dois estados sulistas. Eram os acontecimentos políticos "influindo" nos sports... - No "Parque 15 de Novembro", é realizada uma matineé infantil, para os atletas do "Onze Maranhense", em comemoração à Independência. Foram colocadas 400 cadeiras ao redor do campo, todas ocupadas - foram cobrados ingressos - e houve sorteio de prêmios. A nota de destaque foi que o "poeta das matrandações" Sátiro Cardozo, não pode tomar parte do jogo por ter recebido um violento bolaço, que o prostou desalentado e ferido. Esse jogo - de adultos, com seu "início às 13,5 horas", terminou em 2 x 2. Às 16 1/2 horas houve o jogo infantil, entre os teams Norte 3 x 1 Sul. (O ESTADO, 16 de novembro de 1916). - Enquanto isso, no campo do Bragança, era realizado outro jogo, entre os "Team 1" 3 x 1 "Team 2" (O ESTADO, 21 de novembro de 1916). Nesse jornal, no dia 28 de novembro, é publicado uma matéria destina "AOS FOOT-BALLERS MARANHENSES", em que E. Peake, do Liverpool & W. Z. dão lições sobre o jogo de foot-ball: "quando e como se deve passar". Com a frase "não há interesse para o jogo saber quem fez o 'goal', o essencial é que elle seja feito", em artigo de página inteira, sob a forma de entrevista, são feitos comentários sobre como jogar o futebol, dando ênfase ao sistema tático do jogo, em que o passe de bola é essencial. O entrevistado refere-se à aparente falta de combinação entre os jogadores, pois os passes são feitos sem qualquer objetivo. O tema do artigo é - como e quando passar. O sr. Peake dá lições a quem queira jogar, bem, o futebol, discorrendo sobre a função de cada jogador e como aproveitar melhor os passes, com objetivo do gol. (O ESTADO, 28 de novembro de 1916). - Nesse final de ano, é anunciado para o dia 3 de dezembro a inauguração do Bragança Sport Club, contando a programação com uma regata entre as equipes 1 e 2, a se realizar no Rio Bacanga, às 7 horas da manhã. Às 15 horas, estavam programados exercícios militares pelos alunos do Instituto Maranhense; às 16 horas, haveria um "Momento Literário", com recitação de poesias e monólogos, pelos sócios, e, às 17 horas, a partida de foot-ball entre os teams 1 e 2. Às 19 horas, a sessão solene de inauguração, seguida de soireé dançante. (O ESTADO, 30 de novembro de 1916). DEZEMBRO - A partida de foot-ball seria realizada no campo de Sant' Iago, cedido pelo "SANT' IAGO SPORT CLUB" (O ESTADO, 02 de dezembro de 1916). - No Domingo, 10/12, o campo do FAC foi (re)inaugurado, com um jogo entre os "Team A" 4 x 0 "Team B". Ao mesmo tempo, no campo campo do Sant'Iago, o Bragança Sport Club enfrentava o "THE ELEVEN SPORT CLUB", em torneio de futebol. Saiu vencedor o Bragança, pelo placar de 2 x 1. Informa o articulista que foram tiradas fotografias dos dois times. No Domingo seguinte, novo confronto no campo do FAC, reunindo as equipes "Verde" 5 x 4 "Amarelo". Enquanto no Bragança, era esperado o The Eleven para a partida de desafio - revanche. O Eleven não compareceu. Já no Anil, no "field" do "UBIRAJARA" houve a partida revanche pedida pelo "TYMBIRA" segundo MARTINS, fundado em outubro de 1916 - terminando com a vitória deste por 6 x 0. (O ESTADO, 11 de dezembro de 1916). - O ano de 1916 termina com o UBIRAJARA SPORT CLUB, do Anil, realizando sua festa esportiva de encerramento do ano, para seus associados. Foram disputadas: - No dia 31 de dezembro de 1916, os foot-ballers do CLUB DO REMO, do Pará, chegam para uma série de disputas com o F. A. Club. O primeiro jogo termina em 6 x 0 para o team paraense, destacando-se o "perigoso" Duca e o "terrível" keeper Corintho. - é nesse ano de 1916 que é inaugurado o Sport Club Luzo Brasileiro pelo comerciante português Edgar Figueira; contava com Antero Novaes como um dos diretores. O luso se torneou, na passagem das décadas de 1910 a 1920 o principal time do estado, octacampeão maranhense (1918-1919) e (1922-1917). - Estádio Currupirense funcionava num trecho da Rua dos Afogados, no qual as metas eram marcadas com pedras e os times eram feitos de acordo com a quantidade de garotos que estavam disposta a lutar. Outro local em que os times de garotos se apresentam era a Praça de Santo Antonio - O Clube do Remo começa as suas incursões ao Maranhão, chegando a primeira delegação composta por 15 pessoas com o primeirp jogo marcado para 31 de dezembro. O Remo jogou contra as equipes internas do FAC, Red e Black vencendo de goleada as seis partidas que disputou.


1917 - nesse ano é proposta a fundação de uma Liga Esportiva do Norte, para realização de eventos – jogos – classificatórios para o campeonato brasileiro, organizado pela Federação Brasileira de Esportes - Nosso primeiro encontro interestadual... (O ESTADO, 02 de janeiro de 1917). No meio da semana, é anunciado para o dia 04 de janeiro de 1917 um jogo entre o Bragança Sport Clube e o Club do Remo (O ESTADO, 03 de janeiro de 1917), logo a seguir desmentido pelo presidente do Bragança, em visita à redação d'O Estado (04 de janeiro de 1917), que "adiantou-nos não ter fundamento a nossa notícia com referencia ao desafio feito pelo seu club ao club do Remo, para uma partida de foot-ball, no campo da Fabril. O que se deu foi ter elle falado com um dos membros do club paraense para um treino, o que aquelle membro disse que poderia ser feito no campo do F. A. Club, não ficando, porém, isso resolvido definitivamente. Assim, portanto, a informação que nos deram foi destituída de verdade, pelo, que nos apressamos em rectifical-a".

- Nesse mesmo dia, a delegação paraense - composta pelos srs. Francisco Azar Saltão (delegado), Carlos Berneaud (secretário) e Adolpho e Abílio Silva (membros), acompanhados pelo Sr. Joaquim Moreira Alves dos Santos, presidente do FAC - faz uma visita à redação do jornal. Estava programa a realização de quatro partidas entre as duas agremiações. Realizadas as duas últimas, o Remo as vence por 5 x O - jogo no Sábado - e 4 x 0, o jogo do Domingo: “Mas não se deve inferir daí que os nossos players tenham feito, nestes, pior figura do que no segundo assalto, em que os seus adversários conseguiram apenas três pontos para o seu team. É que, nas primeiras pugnas, os nossos vanguardas se limitaram a auxiliar a defeza, ao passo que hontem, como ante-hontem, investiram em audazes e sucessivos embates contra a meta contrária, ameaçando-a seriamente por duas vezes, em que Corintho foi posto por terra; talvez a tivesse mesmo vazado, se não fôra a barreira inespugnável que lhes ofereceu Duca o excelente beck, com os seus shoots infalíveis e firmes, e quiçá, quem sabe ! com o respeito que só por si infunde a sua figura hercúlea." (O ESTADO, 08 de janeiro de 1917). - Tomamos conhecimento de duas outras agremiações, através do anúncio do jogo entre o FLUMINENSE FOOT-BALL CLUB versus o SÃO CHRISTOVÃO, FOOT-BALL CLUB, no campo da praça 1º de maio (O ESTADO, 12 de janeiro de 1917). - Os srs. Francisco Saltão, chefe da delegação do Club do Remo do Pará e o sr. Luiz Paulo Martins, representante da "Folha do Norte" junto à mesma delegação, foram à redação d'O Estado para as despedidas, pois estavam de partida para Belém. No Sábado, pela tarde, a delegação paraense faria ainda um match treino de foot ball contra o "Black and White" do F A Club, sob a direção do Sr. J. Santos e juizes R. Cunha e D. Cortez, despedindo se assim a rapaziada paraense (O ESTADO, 13 de janeiro de 1917). O jogo amistoso entre o Club do Remo e o "Black", "campeão de 1916 da importante associação do Caminho Grande", enfrentou de igual para igual o clube paraense, "embora mais fraco que este", marcando o primeiro goal e único da temporada: "... o Black desenvolveu um jogo mais ordenado, o que lhe valeu a glória de vazar a meta de Corintho, em conseqüência de um corner habilmente tirado por Leite e que Rego aproveitou de maneira admirável. Mal a bola tocava a rede contrária, uma estriptoza salva de palmas se fez ouvir na reduzida platéia. Desapontados com o impacto do brilhante feito, os adversários atiraram-se com furor contra a nossa méta; e como encontraram resistência, uzaram de força bruta, pondo Fritz fora do campo, victima de um perigozo sadwich, que por pouco lhe custava a vida. Diante disso, os 'meninos' do Black, receiando serem esmagados com o rezistir, deixaram o campo livre aos seus 'amáveis' contrários, que, uns após outros, marcaram oito goals". (O ESTADO, 13 de janeiro de 1917).

- Resultado da temporada: FAC 0 X 6 Remo FAC 0 x 3 Remo FAC 0 x 5 Remo FAC 0 x 3 Remo Black 1 x 8 Remo - e como acontece até hoje - e após muitas reclamações contra a arbitragem do referee paraense, em três das partidas disputadas, “... à noite, um animado saráu dansante, na séde do FAC, coroou a vitória moral do 'Black". Éramos derrotados por culpa do juiz, mas éramos os campeões morais... Isso, já em 1917. Qualquer semelhança com os comentários de nossa imprensa esportiva de hoje... - Foi após esse jogo contra o Club do Remo que os dirigentes começaram a admitir que a melhoria não dependesse apenas do intercâmbio, mas da "importação" de alguns jogadores de centros onde o esporte estava mais adiantado. O FAC deu a partida, trazendo o primeiro reforço: o goleiro paraense Corintho. Para MARTINS (1989), a


presença de Corintho marcava o início da introdução do "amadorismo marrom", uma figura que predominou, por muito tempo, em nosso futebol, antes da instituição do regime profissional no Maranhão. - O encontro entre os infantis do - mais dois clubes conhecidos - BOTAFOGO FOOT-BALL CLUBE e o do P.F. termina em 1 x 1, em jogo realizado no campo do Ubirajara, no Anil (O ESTADO, 16 de janeiro de 1917). - A nota "chic" do Domingo, foi o jogo entre o Bragança Sport Club e o Ubirajara Foot-Ball Club: os jogadores do Bragança, às 14 horas, apresentaram-se na gare da ferro Carril para dirigirem-se ao longínquo Anil em bond especial. A viagem durou uma hora... O jogo, terminou empatado em 2 x 2, frustrando o grande público e as senhoritas presentes, que esperavam uma vitória do Ubirajara, para ofertar aos players, bouquets de flores. - Na cidade, enfrentaram-se os teams do "PORTUGAL SPORTE CLUBE" 3 x 1 "CRUZEIRO SPORT CLUB". (O ESTADO, 31 de janeiro de 1917). Outros dois clubes aparecem: "ATHENAS" e "GUARANY", programa para a Praça 1º de Maio (O ESTADO, 1º de fevereiro de 1917). FEVEREIRO - Mais um Domingo esportivo bastante movimentado, neste início de fevereiro. No Caminho Grande, enfrentaram-se o Ubirajara 1 x 3 FAC. "O jogo foi bastante prejudicado pela chuva, precisando ser interrompido várias vezes. Serviram de referee os srs. Joaquim A. Santos e Júlio Gabas, 1º e 2º tempos, respectivamente. Destacaram-se, pelo Ubirajara, Castelo Branco, e pelo FAC, alguns; os demais eram principiantes”.

- Outro jogo foi entre duas equipes do FAC, recrutados entre os jogadores que não participaram da temporada interestadual: Corintho, "o terrível goal-keeper" do Club do Remo, formou em um dos teams. Sem o auxílio de Duca e Onias, o goleiro paraense fez defesas admiráveis, embora prejudicado pela chuva que tornou o gramado escorregadio. Repeliu brilhantemente três ataques seguidos, até que escorregou e Anequim marcou um goal... Com a vitória do "Club do Remo", cujo keeper Avelino Avelino neutralizou as poucas investidas dos adversários. - Pela tarde, no ground do antigo Tiro Maranhense, os teams infantis do SANTA CRUZ FOOT-BALL CLUB venceu o do BOTA-FOGO FOOT-BALL CLUB por 2 x 0. - "Como um novo sol refletindo nas paragens longínguas do azul, appareceu o Club Sportivo 'José Floriano'", fundado por um grupo de rapazes de nossa terra com o fim único de "cultivar o physico e revestir de ganho e belleza todas as linhas plasticas do corpo". Com essas palavras era saudada a fundação de mais um clube esportivo em São Luís. O nome, em

homenagem ao maior dos mestres da cultura física do país, "inflamando-se de enthusiasmo e de energia para combater o enfraquecimento de uma geração e dar vida e armonia aos músculos, admirados com embevecimento, nos grandes athletas e nas antigas estátuas de mármore guardadas nos velhos museus de Roma e Grécia" - dizia F. de Souza Pinto, ressaltando o quanto era importante a boa forma física em Grécia e Roma antigos, nos estados Unidos e na Alemanha atuais, como exemplo de uma raça: "E o Brasil, a terra verdejante de palmeiras e bosques floridos tem também os seus representantes e mestres de luta e acrobacia em que figura como principal elemento de nossa raça o afamado José Floriano Peixoto, cujo nome cercado de sorrisos e de feitos foi escolhido por patronimico do club, que acaba de apparecer nesta terra tristonha do norte, que há-de um dia figurar nos campeonatos, tendo para saudar as suas victórias a música melodiosa dos cântigos cheios de saudade e poesia dos nossos queridos sabiás". (F. de Souza PINTO, in "O

ESTADO", 15 de fevereiro de 1917). - O match de foot-ball entre o Bragança e o Ubirajara reunia os seus melhores quadros, em jogo realizado no Anil. Os jogadores de ambas as equipes partiram da gare da Ferro Carril em bond especial. Era esperada uma tarde esportiva muito chic (O ESTADO, 22 de fevereiro de 1917). - O Club Sportivo Luso-Brasileiro realiza sua eleição, em 24 de fevereiro, assumindo os destinos do clube: Assembléia Geral: Presidente: Gioto Pereira Tribuzi; Vice-presidente - José Francisco Ferreira; 1º secretário - Antonio d'Almeida Saraiva; 2º secretário - Manoel Nunes Santos; Diretoria: Presidente - Manoel Antonio Araújo; 1º secretário - Diamantino Nunes D'Oliveira; 2º secretário - Flavio Pereira Tribuzi; Thesoureiro - Abilio Augusto Pinto; Director de Sports - Albino Augusto Pinto (O ESTADO, 27 De Fevereiro de 1917) MARÇO - De passagem para Pernambuco, onde iria disputar a taça do Tricentenário da Revolução Pernambucana, o 1º team do Club do Remo do Pará passa por São Luís e disputa um match-treino com o FAC, vencendo por 2 x 0, apesar das boas defesas de Corintho, "o proclamado ex-goal-kepper remista" (O ESTADO, 07 de março de 1917). - Surge o "CLUB UNIÃO BRASILEIRO", havendo treino inicial no campo de Sant'Iago (O ESTADO, 10 de março de 1917). - é fundada a Liga Maranhense de Foot-Ball comj os seguintes clubes: FAC, Onze Maranhense, Ubirajara, Anilense, Vasco da gama, Luso Brasileiro, Brasil, Bragança e Santiago. A primeira diretoria foi eleita no dia 27: Presidente: Capitão-tenente Artur Rego Meireles; vice-prsidente:J. M. A. Santos (Nhozinho Santos); 1º Secretário: Gentil Silva; 2º Secretário: João belfort; Tesoureiro: Jonas Hersen. Inaugurada em 1º de abril, na sede do FAC. Logo cvaiu no descrédito, semdo proposta a criação de nova liga, em


1918 ABRIL - A última semana desse abril de 1917 esteve movimentada. Além do surgimento da Liga Maranhense de Foot-Ball, houve um jogo entre o Ubirajara 1 x 0 Brazil, no Anil, com o sr. Acrísio José Tavares sendo empossado na presidência do Anilense Foot-Ball Club, e aclamado como seu captain o sr. Kenard Tavares da Silva, pelos relevantes serviços prestados. - Um grupo de rapazes, pretendendo fundar uma nova associação de foot-ball, convidava aos associados para comparecerem à rua do Passeio, 28, residência do sr. Eustáquio Cortez, para tratar do assunto. Estava sendo fundado o "AMÉRICA FOOT-BALL CLUB" (O ESTADO), 24 de abril de 1917). - O "SÃO PEDRO FOOT-BALL CLUBE" é outro clube fundado por essa época, com sede à Rua Jacintho Maia, 47, tendo como presidente Walmore Vianna, com os treinos iniciados no largo da Madre Deus. (O ESTADO, 28 de abril de 1917). MAIO - "Texas" faz chegar à redação d'O Estado mais um artigo, comentando a "Vida Sportiva" em Maranhão - São Luís -. Escreve, com entusiasmo, que assiste com agradável surpresa o desenvolvimento do sport entre nós, já parte dos costumes. Seus comentários saudavam a inauguração oficial, no dia 20/05, do "Anilense Sporte Club", no aprazível arraial do Anil. Ao acordar, o articulista recebera a notícia de que mais um clube esportivo havia surgido o "CALIFÓRNIA SPORTE CLUB", "dele fazendo parte diversos rapazes que moirejam na imprensa da terra", sendo escolhido por sede a Ponta do São Francisco, onde já se providenciava a construção de um campo para a prática do foot-ball. (O ESTADO, 19 de maio de 1917). JUNHO - É noticiado em O Estado (06 de julho de 1917) a breve fundação, em nossa capital, do "CLUBE SPORTIVO J. P. MULLER", por um grupo de rapazes, "... adeptos do desenvolvimento physico, uma sociedade para exercícios sportivos que observará rigorosamente as regras do compêndio 'O meu systema" do grande hygienista dinamarquez J. P. Müller". Mais um final de semana bastante movimentado, sendo realizado um jogo entre o "GRAPHICOS" 3 X 2 "PANTHER"; em outro jogo, o "Panther" venceu o "São Luís" por 8 x 1, enquanto no Anil, o "Anilense" comemorava o 14 de julho com uma ampla programação esportiva: jogo de futebol, entre o "Anilense" 0 x 0 "Luzo-Brasileiro"; corrida de velocidade, vencida por Carneiro Maia, seguido de Trajano e, em terceiro, Justo; corrida de resistência, também vencida por Carneio Maia, e em segundo, Justo. DEZEMBRO - Muito embora Dejard Martins se refira a um primeiro Torneio Maranhão-Piauí-Pará de Futebol, com as participações do Internacional Futebol Clube (Piauí) e do Paysandu Sport Club (Pará) - patrocinado pelo Foot-ball Athletic Club - o que houve foram jogos distintos, entre Paysandu e FAC, primeiro, depois Internacional x Paysandu, e depois Internacional x FAC, pois a delegação do Piauí não chegou a tempo para o início das competições (O ESTADO, 11 de dezembro de 1917). O Pará - que no princípio do século sofreu considerável influência britânica, dada as inúmeras empresas ali sediadas, para a exploração de madeira e borracha - conheceu o futebol bem antes que o Maranhão. Os jogos eram realizados no Largo de São Brás, destacando-se duas equipes, a do "Pará Foot-ball Club", constituído por elementos da colônia britânica; e o "Pará Club", formado por ingleses e gente da terra. Em 1906, o estado vizinho já tinha a sua "Pará Foot-ball Leagne", porém logo se dissolvendo, surgindo, em 1908, a "Nacional Foot-ball Association", composta por quatro clubes. Nesse mesmo ano, é fundada a Liga Paraense de Foot-Ball, realizando-se o primeiro campeonato de futebol, aparecendo neste, os Clube do Remo e o "Time Negra" - que a partir de 1914 viria a ser o Paysandu Sport Club. (MARTINS, 1989, p. 167; VALLINOTO e DaCOSTA, 2000; DaCOSTA, 2000). Já no Piauí, o futebol surgiu em Parnaíba, por volta de 1901/11, sendo o primeiro clube criado o Internacional Foot-ball Club, constituído por jovens estrangeiros e brasileiros. O campo foi construído em um terreno da Casa Inglesa. Em 1913, surgiu o seu grande rival, o Parnaíba Sport Club, fruto de uma dissidência dos "internacionais". Quando os clubes chegaram ao número de seis, foi fundada a Liga Esportiva Parnaibana e o seu primeiro torneio foi realizado em 1915 (MARTINS, 1989, p. 172). O Internacional jogou duas vezes contra o Paysandu, perdendo ambas as partidas por 15 x 0 e 9 x 0. Já contra o FAC, o resultado foi FAC 8 x 2 Internacional; a segunda partida, Internacional 4 x 1 FAC. Os jogos entre FAC e Paysandu terminaram, FAC 0 x 7 Paysandu, o primeiro. Havendo empate em 2 x 2 no segundo. Em 11 de dezembro, o Internacional ainda estava sendo esperado...

- Nesse ano de 1917, o esporte em Maranhão se consolida. Além do surgimento de inúmeras outras associações esportivas e de clubes de futebol, inicia-se o intercâmbio com os dois estados vizinhos, com a visita do Clube do Remo, no início do ano, e de um torneio envolvendo o Paysandu, do Pará, e o Internacional, da cidade de Parnaíba-Piauí, no final do ano. Começam as "importações" de jogadores... Sem dúvidas, o fato mais importante para a consolidação do foot-ball association em Maranhão - e de outras modalidades esportivas, foi o surgimento da Liga Maranhense de Foot-Ball, nos meados do ano. Um leitor, usando o pseudônimo de "Texas", escreve ao jornal O Estado, relatando o acontecido, ao mesmo tempo em que fazia um breve histórico da implantação do futebol em São Luís:


"Há um punhado de anos, que já ia longe", ouvia falar de esportes no Maranhão, especialmente do foot-ball, "chegando mesmo a crer que ele existisse a esse tempo, mas ... Afirma Texas que, se ele - futebol - existisse, era atacado por uma grande debilidade que o impossibilitava de progredir. Projetavam-se alguns matchs entre teams dos dois clubes existentes, mas por um motivo ou outro, não assumia o jogo as excelentes projeções que criavam. "Texas" condenava os despeitados que diziam, boa a boca, que " "... o futebol era um jogo bruto e que não merecia ser cultivado com tamanho afinco, por uma quantidade regular de moços patrícios". Viam um jogo bruto porque uma pequena parcela de rapazes metiam-se a executa-lo sem método algum, cometendo as maiores extravagâncias e daí sofrendo as conseqüências desagradáveis. Mas, por que isso ? - perguntava-se. Os únicos culpados era esses mesmos rapazes, que se entregavam ao esporte sem uma regra sequer que os guiasse. "Passada essa temporada de desânimo, surgiu entre nós, com grandes surpresas, assentado em bases sólidas um excelente clube esportivo", que, transpondo todas as barreiras que haviam sido edificadas para embaraçar os passos do foot-ball começou logo "arrebanhar para o seu sítio uma porção de rapazes dispostos a trocar e a desenvolver o sensacional jogo". "D'hai existir a temporada sportiva maranhesne, cujo pavilhão foi valentemente desfraldada pelo F. A. Club, que ainda vive, são e forte" com os maranhenses começando a compreender o verdadeiro desenvolvimento "não só o intelecto, mas também o físico, através da prática do esporte", o futebol começa a servir como o elemento aglutinador da juventude. Os clubes começam a surgir, tornando-se cada vez mais chic e atraindo a atenção das senhoritas. O foot-ball deixava de ser uma coisa bruta. O Maranhão contava já com nove clubes constituídos oficialmente. "Mas faltava ainda uma medida alta que merecia ser posta em prática, com urgência, para que o desenvolvimento do jogo bretão, aqui, fosse mais além. E essa medida não se fez por esperar muito. Não se fez esperar muito, afifirmam, porque ahí a temos, unificando, num grande abraço maternal, todos os clubes locais que lhe são filiados: - a Liga Maranhense de Foot-Ball". (O ESTADO, 16 DE ABRIL DE 1917).

- É nesse sentido específico que certos esportes aparecem como elemento de diferenciação do estilo de vida. A prática esportiva torna-se um indicativo de pertencimento social, tendo em vista que a prática de certas modalidades (tênis, crickt, crockt, remo) estava condicionada, em Maranhão, à participação em associações esportivas (os clubs), enquanto outras (foot-ball) vinham alcançando uma maior difusão social, irradiando-se por todos os lados. - entre o final de 1917 e o inicio de 1918, o Paysandu/PA e o Internacional de Parnaíba/PI resolvem enfrentar os times de são Luis. Entre as goleadas do time paraense verica-se a de 15 x 0 e outra de 9 x 0. O FAC venceu o Internacional do Piauí por 8 x 2 diante de maqis de 3.000 pessoas, perdendo o seguinte por 3 x 1. 1918 – o Sport Club Luzo Brasileiro é fundado; no período de 1918 a 1923 será o maior adversário do FAC, quando este desaparece (retornará em 1940...). Carvalho (2009, p. 44) da como data de fundação do Luso Brasileiro duas datas: 1918 e, mais adiante (p. 44) como sendo 1916, pelo comerciante português Edgar Figueira, com sede na Praça João Lisboa e o campo na Quinta do Monteiro (Rua do Passeio ou Rodrigues Fernandes) ao lado do Hospital Português (SENAC hoje). Tinha as cores azul e branco, provavelmente em homenagem ao FC Porto. - nesse ano, é fundada nova Liga Maranhense de Sports, só estabelecida em 1919; porém realiza aquele que seria o primeiro Campeonato Maranhense. Dentre seus diretores estavam Hermínio Bello e Trquínio Lopes Filho. Seus estatutos foram publicados no Diário oficial de 26 de abril de 1919. - o Sport Club Luso Brasileiro (São Luís) sagra-se campeão maranhense. 1919 – o SC Luzo Brasileiro vence o Parnahyba SC - fundado um time infantil, o João Rego F. Clube, em homenagem ao jogador João Rego, do Luso, falecido em 15 dee novembro de 1918, aos 19 anos, vitima da gripe espanhola. - O Largo da Conceição era conhecido como Estádio Varela, lugar ocupado para os jogos de Caerlos varela e sua turma (1919-1921). - No final da década de 1910 havia poucos campos ‘oficiais’ de futebol a disposição das diversas equipes que surgiam, e desaparecia, a maioria sem ter o próprio local de jogo, utilizando-se de empréstimos, tanto para os confrontos oficiais, quanto para os treinamentos, sendo os mais conhecidos os do FAC na Rua Grande; o do Onze Maranhense no Baluarte; o Campo Marcilio Dias (da Marinha) no Jenipapeiro; depois outros que se tornaram conheciods como o do Luso Brasileiro na Rua do Passeio ao lado do Hospital Português (SENAC, hoje). - No final da década de 1910 o futebol se espalhara pelo interior, tendo-se noticias que havia equipes nas cidades de: Itapecuru (1919); Rosário: Rosariense (1919; Timon: Timon SC (1919); Viana: times locais – Aliança SC (1919. - o Sport Club Luso Brasileiro (São Luís) sagra-se bicampeão maranhense - Próximo dia 7 de setembro, na florescente cidade de São Bento, inauguração de um Clube de Desporto. Para solenidade preparam várias festas, inclusive uma sessão magna, às 9 horas, na qual tomará posse a diretoria, e um renhido match de football, às 16 horas, na Praça da Matriz, onde será feita a entrega solene de linda bandeira


do club. Para assistir a essa solenidade, recebemos um delicado convite do Sr. João Matos, presidente provisório Pacotilha nº 204, fls.4, 30 de agosto.). DÉCADA DE 1920 1920 - César Aboud funda o Botafogo FC, do qual participavam alunos e professores do Liceu Maranhense; mais tarde, outros colégios tiveram seus times: Colégio São Vicente de Paula (Pihauy e São José); Escola Normal primária (Spartaco FC); Instituto Viveiros (Rio Verde); Instituto Gomes de Sousa, etc. - Amintas Guterres, que jogou no Luso, Sírio e MAC costumava jogar bola com seus colegas do Liceu, inclusive Newton Bello, num campo existente na Quinta do Barão lá pelos anos de 1920, quando tinha 12 anos de idade. - Por problemas administrativos e do campeonato que estava se desenvolvendo, é fundada a União Desportiva Maranhense (UDM) pelos clubes Luso Brasileiro, Fênix, Paulistano e Cruz Vermelha, e mais Cruzeiro, Internacional e Tupan (São Bento), fazendo oposição a LMS por um ano. O que motivou o desaparecimento dessa liga foi o reconhecimento da LMS como entidade oficial filiada à Confederação brasileira de Desportos (CBD, atual CBF). - Em São Bento dos Perises: – o futebol foi introduzido pelo estudante João Hermógenes Matos, ao trazer, em suas férias estudantis, uma bola; 19(22?) – esse mesmo estudante, em suas segunda vinda de férias à cidade, trouxe um time de futebol formado por ele - que jogava de half - e seus colegas escolares; o jogo deu-se na Praça da Matriz; nesse ano, já existiam os times: - São-bentuense – de Bernardinho Sena Martins Trinta, Dr. Urbano Pinheiro e Marçico Barros; - Tupan – de Mundico Barros, João Câncio e Isaac Lobato; - Fluminense – de Salomé Azevedo, Fernando Serrão e Augusto Comte; - 420 – dos drs. José Machado, João e José Matos. - Os árbitros: Dr. Carlos Reis, Antenor Coelho de Sousa e Mundoca Silva. - Para esse progresso do futebol, contou com a participação de Newton Bello e Pimpo (primeiros sambentuenses a jogarem em São Luís), Florêncio Soares, Barnabé de Campos, Fernando Viana e o apoio diretivo de Bibi Muniz, Maciço Corrêa, Ignézio Corrêa, José Egídio Teixeira, os irmãos Jafé e Heitor Mendes Nunes, José Cupertino, Zezico Mururu; - logo após, os esportistas Fernando Serrão, João Silva, Benedito Cirqueira, Rocio Brito, Augusto Comte e Felipe Ata fundaram mais duas equipes. - É fundado o Remo FC, composto por operários que jogavam no Largo de São Pantaleção. Seus integrantes, três anos mais tarde, mudam seu nome e funda o Sampaio Correa Futebol Clube. OUTUBRO – O FAC vai a Parnaíba/PI, enfrentasdo o Parnahyba SC; no ultimo jogo, dia 22, com o time maranhense perdendo por 2 x 0 fez um gol, anulado pelo árbitro, o que gerou muita confusão, com o abandono do campo. NOVEMBRO – o FAC promove um Festival Desportivo Infantil, visando ajudaer a caixa Escolar Municipal, a Assistência a Infância de São Luis e o Asilo de Mendicidade, de Belém. - o FAC sagrou-se campeão do Torneio início e Campeão do ano de 1920; o Athenas foi campeão da 2ª Divisão. 1921 – o FAC conquista o Torneio inicio e a seguir abandona a LMS – o Remo retorna a São Luis e sofre uma derrota FAC 5 x 2, seguindo-se FAC 1 x 1 Remo, FAC 3 x 2 Remo e outro jogo combinado Luso-FAC-Fenix 4 x 2 Remo. Esses resultados repercutiram no Rio de Janeiro, especulando-se a participação do Maranhão nos campeonatos nacionais, dada a sua evolução. - Alunos do Instutito Viveiros e do Liceu Maranhense fundam o São Luiz SC; por essa época havia ainda o Viveiros SC, afora um outro time do Liceu. MARÇO, no dia 25 é fundado o Sampaio Corrêa Futebol Clube na residência de Inácio Coxo, localizada em uma das ruas do Bairro do Lira, que dão acesso à Rua do Passeio (Bairro São Pantaleão ), quando um grupo de jovens peladeiros resolveram criar a Associação Sampaio Corrêa Futebol Clube, sendo escolhida e composta a sua primeira Diretoria pelos desportistas: Presidente - Abrahão Andrade; Vice Presidente - Luis Vasconcelos; Primeiro Secretário: João Almeida; Segundo Secretário: Plasco Moraes Rego; Tesoureiro: Valdemar Zacaria de Almeida; Diretor de Esportes: Almir Vasconcelos; Auxiliar da Diretoria: Manoel Brasil. O time já existia com o nome de Remo FC desde 1920 e era composto por operários que jogavam no Largo de São Pantaleção. O nome foi sugerido por Almir Vasconcelos AGOSTO foi solicitado a LMS informações sobre os clubes, os sócios, as instalações e as competições locais a fim de compor a seção dresportiva do Dicionário Histórico, Geográfico, e Etnográfico Brasileiro, em comemoração ao Centenário da Independência. NOVEMBRO, visita do Ceará SC, para uma serie de quatro partidas, duas vitórias para cada lado. - o Fênix Futebol Clube torna-se campeão maranhense 1922 – um sportman do Fluminense FC, do Rio de Janeiro, foi o arbitro da partida Luso 6 x 1 Vasco - o Sport Club Luso Brasileito torna-se campeão maranhense


1923 – o Sport Club Luzo Brasileiro vai a Parnaíba/PI JANEIRO – o Luso Brasileiro vai a Parnaíba/PI para enfrentar o Internacional AC, atyuando no esquema 2-3-5: Dico; Pires,Belza; Jupira, Carvalho, Elpidio; Venâncio, Santana, Guilhon, Clodomir e Mundiquinho; reservas: Guimarães I, Guimarães II, Paulo e Travassos. O Luso perdeu para o Internacional por 3 x 1 e para o Coroa pelo mesmo placar; empatou com o Coroa por 1 x 1, com o Piauí por 2 x 2, e vfenceu o ultimo jogo contra o artístico por 2 x 1. MARÇO, 25 - o Sampaio Corrêa Futebol Clube é fundado na residência de Inácio Coxo, localizada em uma das ruas do Bairro do Lira, que dão acesso à Rua do Passeio (Bairro São Pantaleão ), quando um grupo de jovens peladeiros resolveram criar a Associação Sampaio Corrêa Futebol Clube, sendo escolhida e composta a sua primeira Diretoria pelos desportistas: Presidente - Abrahão Andrade; Vice Presidente - Luis Vasconcelos; Primeiro Secretário: João Almeida; Segundo Secretário: Plasco Moraes Rego; Tesoureiro: Valdemar Zacaria de Almeida; Diretor de Esportes: Almir Vasconcelos; Auxiliar da Diretoria: Manoel Brasil. O nome Sampaio Corrêa surgiu em homenagem ao Hhidroavião Sampaio Corrêa II, que apontou na cidade de São Luís, na Praia do Caju, atual Avenida Beira Mar, no dia 12 de dezembro de 1922, sob o comando do piloto brasileiro Pinto Martins e do americano Walter Hinpton. Os dois tentavam realizar a primeira ligação aérea entre as Américas, levantando vôo dos Estados Unidos para o Brasil. O uniforme oficial do clube foi inspirado na camisa do Fluminense do Rio de Janeiro, e estilizado por Gervásio Sapateiro, nas cores amarelas, verde e vermelha. Os calções eram de cor cáqui e meiões cinza, baseados nos macacões e polainas dos pilotos Walter Hinpton e Pinto Martins, que usavam também camisas verde/amarela e vermelha I branca inspiração das bandeiras brasileira e norte-americana. O Sampaio Corrêa é também conhecido por diversas denominações. Primeiramente foi AURIRUBRO, devido a camisa ser amarela com detalhes vermelhos; Posteriormente como Tricolor de São Pantaleão, Esquadrão de Aço, Tricolor de Aço, Mais Querido da Cidade, Bolívia Querida, Tubarão. O Sampaio Corrêa conquistou os seguintes títulos 1926 - Campeão do Torneio inicio 1932 - Campeão Do Torneio Tupã 1933- campeão estadual invicto; Campeão Do Torneio Caixinha; Campeão Do Torneio Do Povo; Campeão Do Torneio Bazar Das Novidades 1934 – campeão estadual invicto; 1935 - Campeão do Torneio inicio; Campeão Da Taça Rca Victor 1938 - Campeão do Torneio inicio; Campeão Da Taça Moto Club 1939 - Campeão do Torneio inicio; Campeão Da Taça Cidade De São Luís; Campeão Da Taça Moto Club; Campeão Da Taça Almir Balata; Campeão Da Taça Colonia Maranhense 1940 - campeão estadual; Campeão Da Taça Produtor Realce 1942 - Campeão do Torneio inicio, campeão estadual 1942 - Campeão Da Taça Goodyear 1945 - Campeão do Torneio inicio; Campeão Da Taça Nahuz – Dois Irmãos 1947 - Campeão Do Torneio Disciplina; Campeão Do Torneio Municipal 1949 - Campeão do Torneio inicio; Campeão Do Torneio Saturnino Bello 1950 - Campeão Da Taça Cidade De São Luís; Campeão Da Taça Luís Luz 1952 - Campeão do Torneio inicio; Campeão Do Torneio Intermunicipal 1953 - Campeão Do Troféu Indústria M. Feres; Campeão Do Troféu Major Lieger Braga 1953/54 - bicampeão estadual 1956 - campeão estadual; Campeão Do Troféu Tenente Alves 1960 - Campeão Do Torneio Quadrangular Da Amizade 1961/62 - bicampeão estadual 1962 - Campeão Do Torneio Ivar Saldanha; Campeão Do Torneio Carlos F. Diniz; Campeão Do Torneio Da Amizade 1963/1964 - Campeão do Torneio inicio 1964 - Campeão Do Torneio Maranhão – Piauí; Campeão Do Torneio Municipal 1964/65, bicampeão estadual 1968 - Campeão Do Troféu Júlio César 1970 - Campeão do Torneio inicio; Campeão Do Troféu José Ribamar Araújo 1971 - Campeão Do Torneio João Marão; Campeão Do Torneio Da Vitória: 1971 1972, campeão estadual; Campeão Brasileiro (Série B); Campeão Do Torneio Zoroastro Maranhão; Campeão Do Troféu Lourenço Vieira Da Silva 1973 - Campeão Do Torneio Maranhão – Pará (Invicto)


1975/76 - bicampeão estadual 1977 - Campeão Da Taça Vereador José Cupertino 1978 - campeão estadual 1980 - campeão estadual 1981 - Campeão Do Torneio Gov. João Castelo; Campeão Do Torneio Giullite Coutinho 1982 - Campeão do Torneio inicio; Campeão Do Torneio Dos Trabalhadores; Campeão Do Troféu Independência 1983 - Campeão Da Taça Cidade De São Luís 1984 - Campeão Do Torneio Gov. Luiz Rocha 1984/85/86/87/88, penta campeão estadual 1989 - Campeão do Torneio inicio 1990/91/92, tricampeão estadual 1992 - Campeão Do Troféu Pref. Jackson Lago 1993 - Campeão Do Troféu Wilson Carvalho 1996 - Campeão Do Troféu 30 Anos Da Rádio Educadora 1997 - CAMPEÃO BRASILEIRO (SÉRIE C); Campeão Do Torneio Zeca Corrêa 1998 - Campeão Do Torneio Seletivo (Copa Norte); Campeão Da Copa Norte; Campeão Do Nordeste 1997/98 - bicampeão estadual 2002/03 - bicampeão estadual 2007 - Campeão Da Taça Cidade De São Luís

- entre o final desse ano e o inicio de 1924, esteve em São Luis o Fortaleza SC, de Fortaleza/CE, duelando com o FAC 3 x 0 Fortaleza; o Santa Cruz, e Fênix. A vitória do FAC foi comemorada com uma feijoada e o ‘cateretê’ com uma ‘match em travesti’, ou seja, os jogadores vestidos de mulher; depois disto, a rapaziada, com o bloco ‘Meu bem não chora’ percorreu as ruías da cidade num bem montado caminhão. - o Sport Club Luso Brasileito torna-se bicampeão maranhense pela segunda vez 1924- Carlos Varela e Hilton Monteiro fundam o Dublin FC, que dura ate 1929. NOVEMBRO – O Guarani foi ao ceará, vencendo o Fortaleza; nessa mesma época parecde ter ido também ao Amazonas. - o Sport Club Luso Brasileito torna-se tricampeão maranhense 1925 – o Guarany FC, de Fortaleza, vem a São Luis e vencia o Luso por 1 x 0 quando houve um gol do Luso anulado pelo árbitro, por pressão dos jogadores cearenses. A partida durou apenas 12 minutos. AGOSTO – dia 23, a Seleção Paraense de passagem para o Rio de janeiro (campeonato brasileiro de seleções) enfrentou um combinado local (Luso-Vasco-Fênix-Santa Cruz) e empatou em 0 x 0. OUTUBRO – o Nazaré de Caxias visitou São Luis, enfrentando Luso, Sampaio, Santa Cruz e Pontes. - o Sport Club Luso Brasileito torna-se tetracampeão maranhense 1926 – o Ypiranga, da Bahia, faz três exibições, vencdendo o Luso por 3 x 0 e a Seleção Maranhense por 4 x 2, cedendo empate ao Tupan em 1 x 1. - surge o São Cristóvão com a seguinte formação: Eugênio; João Cunha e Zé Grilo; Timóteo, Curió e Pinheiro; Ovídio, Boaventura, Brasil, Parafuso e Vicente, com o seu campo no Areal; - é inaugurado o campo de futebol da Liga Maranhense de Sports SETEMBRO - o Maranhão participa pela primeira vez do Campeonato Brasileiro de Seleções, torneio que já estava em sua 4ª edição. Por intermédio de Hermínio Bello, Tarquínio Lopes e Antero Novaes, a Seleção Maranhense estreou no Campeonato no dia 12 de setembro, perdendo para o Pará por 3 x 0. Jogadores: Tomaz, Grajaú e Colares; Guanabara, Tavares e Jagunço; Turrubinga, Mundico, Zezico, Lobo e Raiol. - o Sport Club Luso Brasileito torna-se pentacampeão maranhense 01º LUSO BRASILEIRO (SÃO LUÍS) 02º SAMPAIO CORRÊA (SÃO LUÍS) 03º VASCO DA GAMA (SÃO LUÍS) 04º TUPAN (SÃO LUÍS) 05º DIAMANTE NEGRO (SÃO LUÍS) 06º DUBLIN (SÃO LUÍS) 07º GUARANY (SÃO LUÍS) 08º FÊNIX (SÃO LUÍS)

12 09 02 12 09 00 12 07 03 07 04 01 12 02 02 12 01 04 07 01 03 12 01 03

01 03 02 02 08 07 03 08

44 13 20 40 16 18 32 24 17 14 11 09 11 38 06 12 26 06 13 19 05 14 33 05


1927 – FEVEREIRO – o União Sportiva, de Belém/PA, a convite da LMS enfrenta o Sampaio Correa, Luso e um combinado local. JUNHO - fundada a Associação Maranhense de Esportes Atléticos (AMEA); as duas ligas coexistiram, em pé de guerra, até 1929 - o Maranhão participa pela segunda vez do Campeonato Brasileiro de Seleções, com uma equipe formada por jogadores das duas ligas – LMS e AMEA – por interferência do Governador do Estado, Magalhães de Almeida, do Intendente Municipal (Prefeito) Jayme Tarares, e do Chefe de Policia, Cel. Zenobio da Costa. A equipe era formada por Dico, Neophito, Negreiros, Rayol, Chico Bola, Jagunço, Pinduba, Zezico, Clodomir, Severino, Baé, Tomaz e Mourão; chefe da deleção: Hermílio Bello, presidente da LMS. Os maranhenses perderam para a seleção de São Paulo por 13 x 1, no dia 12 de outubro - o Sampaio Correa ganhou o campeonato de 1927, frente ao Luso, pelo placar de 4 x 1, mas perdeu-o no tapetão. O Sampaio desliga-se da AMEA e vai se inscrever na Liga Maranhense Suburbana; - o Sport Club Luso Brasileiro torna-se campeão maranhense pela sexta vez consecutiva DEZEMBRO – dia 18, o Botafogo/RJ (Neiva, Otacílio e Alemão, Alberto Aguiar e ,lPamplona, Claudionor, Aché, Rogério, Alkindar e Ariza), de passagem do Pará, enfrenta um combinado das AMEA (Luso-Sampaio-Vasco: Dico, Zé Novais e Bello; Jagunço, Chico Bola e Sebastião; Mundiquinho, Zezico, Clodomir, Lobinho e Odilon) e vence por 6 x 0, com publico de cerca de 2.000 pessoas. 1928 – JANEIRO – o América SC vai ao Amazonas, vencendo uma partida e perdendo duas, contra o Nacional e o Rio Branco ABRIL, 21 – o Sport Club Sírio Libanês vai a São bento e vence o São Cristóvão por 4 x 1; e na revanche, dia 23/04, por 3 x 0; o vice-presidente do clube de São Luís era o Dr. Carlos Reis e o representante, o estudante Newton de Barros Bello; MAIO – a equipe do 24 BC, depois de duas vitórias sobre o Luso por 5 x 1 e 5 x 3, vai a Belém para disputar o Campeonato Militar da 8ª Região, sagrando-se campeão. Chefiou a deleção o Tenente Pires de Castro. Venceu o ultimo jogo contra o 27 BC (de Manaus) por 2 x 1, num torneio que contava ainda com o 4 GAC e o 25 BC e o 26 BC. O 24 BC já era campeão da Zona Norte Militar e seu time de jogadores, emprestados de outros clubes locais era composto por: Presidente: Nicolau Novais; Américo; Raimundinho, Sebastião; Pevide, Rocha, Cruz, Luis e Odilon (e Lobo). - o Sirio Brasileiro é acusado, pela imprensa, de contrar jogadores para seus quadros, implantando-se o profissionalismo. Nonato Masson afirma que o profissionalismo foi implatado a partir da fundação do Luso, devido a rivaloidade que passou a existir em relação ao FAC; este chegou a contrar jogadofres do Arsenal, de Londres, enquanto aquele, jogadores do Pará, ceará, pernambuco e São Paulo. AGOSTO – O Maguary Sport Club, de Fortaleza fez uma temporada de quatro jogos em São Luis: perdeu para o 24 BC por 3 x 2; empatou com o Vasco por 2 x 2, e com o Luso por 3 x 3; e venceu o Sírio por 8 x 2. – eram disputados dois campI8eonatos estaduais, cada um promovido por uma Liga – LMS e AMEA -, sendo que esta era a reconhecida pela CBD. Naquele ano, o Vasco sagrou-se campeão (no tapetão contra o Luso) e o da LMS não foi concluído. - é fundada a Sociedade Recreativa Fabril, de Codó 1929 – o Independência FC, de Manaus/AM, enfrenta o Sampaio Correa, Luso, Tupan, Vasco da Gama e a Seleção Maranhense, com saldo de duas vitórias, um empate e três derrotas. – a AMEA estava desacreditada, devido as brigas entre os dirigentes esportivos – LMS x AMEA -; assume a AMEA Waldemar Britto (facção Waldemar), havendo então duas Associações, a da ‘facção Waldermar’ e a da ‘facção Tarquínio’. - em 124 de junho, em meio à crise que se instalara, a AMEA foi descredenciada pela CBD devido às anormalidades reinantes. - é promovido o campeonato maranhense, com o Tupy sagrando-se campeão. - o Luso Brasileiro deixa de praticar o futebol. - O campo do Luso Brasileiro é entregue a Associação Atlética Portuguesa. - São Luis é escolhida sede do Zonal Norte do Campeonato Brasileiro de Seleções; por problemas internos – duas AMEAS – foi transferido de local, e o Maranhão não participou do evento, nem no do ano seguinte, retornando apenas em 1931


- A AMEA, “facção Tarquínio” concluiu o seu campeonato de 1927 em 1928; o de 1928 em 1929; o da “facção Waldemar Brito” não teve fim, nem campeão; – aparece o Santa Cruz, formando com Souza; Newton e Valdemar; Campos, Zezico Mururu e Lobo; Zaqueu, Félix, Acácio, Cadete e Euclides.- Tupy Gia – Eslobão e Raimundinho; Lino, Felipe Ata e Nogueira; Pimpo, Eldomir, Pipira, Oswaldo e Maneca; o campo ficava no bairro do Umarizal, atual Tupi; chefiado por Bibi Moniz e Urbano Pinheiro, foi um dos mais famosos, com excursão vitoriosa na baixada, derrotando principais equipes de Pinheiro e Viana;depois, apareceu o Carioca, no Bairro da Outra - Banda, atual quadra do Clube dos Jovens; de responsabilidade de Zezico Mururu, diretor e Atleta, com elenco formado por Cascavel, Ribamar de Norberto, Zé Henrique, Venâncio, Filomeno.- nas décadas posteriores estiveram em atividades os times: Sambentuense, América, Maniçoba, o novo Carioca. Nessas onzenas foram revelados os craques: Zé Rosa, Alemão, Suçu, Zeno, Cascavel, Zé Silva, Baé, João Pretinho, Vicente pretinho, Benedito Tarciso, Tororó, Benizard, Dedê Pacheco, Reinaldo Pinheiro, Tolho, Zé Técnica, Bengala, Walbert Penha (jogou no Moto). - No final da década de 1920 tem-se noticias que havia equipes nas cidades de: Araioses: Fenix SC (1929); Axixá: Atheniense SC (1926); Barra do Corda: Cordino SC (1929); Cantanhede: Cantanhede SC (1921); Caxias: fundação de uma Liga (1920); e do Nazaré SC (1925); Codó: sociedade recreativa Fabril (1928); Coroatá: União, Santa cruz FC (1929); Grajaú: Santa Cruz e Grajahu SC (1928); Iguatu: Iguatu FC (1921); Miritiba (atual Humberto de Campos): Beiramar FC (de Primeira Cruz, hoje município, 1920); Morros: Santos Dumont SC (1920); Pastos Bons: Athenas Brasileira FC (1926); Pedreiras: Pedreirense FC, Mearim FC, União Sportiva Pedreirense (1929); Penalva: Penalvense SC (1920); Pinheiro: América Football (1921), Guarani SC (1929); Rosário: Brasil, Vitória, Guarany (1920); São Bento: Sambentuense (1921), Tupan (1920), Rio Negro, São Cristovam, Tupy (1927); Viana: times locais – SC Democrata (1920) e São Francisco (1930); no Vale do Pindaré o sport esta implantado desde 1920. - Não foi disputado o Campeonato Maranhense DÉCADA DE 1930 1930 – ida do Sírio Brasileiro a Parnaíba, colecionando uma vitória (contra um combinado local por 3 x 1); e tres derrotas: Flamengo 3 x 1; e duas para o Militar 3 x 1 e 1 x 0; - o América perdeu o campo arrendado à Companhia Fabril; - é concedida anistia à AMEA pela CBD; esta solicitou a relação dos atletas filiados, para uma eventual convocação para a primeira Copa do Mundo. - O SC Sírio Brasileiro sagra-se campeão maranhense. - no final do ano tem-se noticias do aparecimento de equipes nas cidades de: Anajatuba (1930); Viana: São Francisco (1930). 1931 – o Campeonato Maranhense foi suspenso, não sendo concluído. 1932 SETEMBRO, 24 – É fundado o Maranhão Atlético Clube, tornando-se um dos clubes mais tradicionais do estado homônimo. Com 13 títulos do torneio regional – 1937 – Campeão estadual 1941 - Campeão estadual 1943 - Campeão estadual 1951 - Campeão estadual 1963 - Campeão estadual 1964 – participações na Taça Brasil 1969 - Campeão estadual 1970 – Campeão estadual 1971 – participação Brasileiro Série B 1979 - Campeão estadual; Brasileiro Série A: 48º Colocado 1980 - Brasileiro Série A: 44º Colocado 1981 - Participação Taça de Prata 1983 - Participação Taça de Prata 1984 - Participação Taça de Prata 1986 - Vice Campeonato Brasileiro Série B 1987 - participação no Brasileiro Série C 1989 – participação Brasileiro Série B 1990 - participação no Brasileiro Série C


1991 – participação Brasileiro Série B 1993/94/95 – Campeão estadual 1999 – Campeão estadual 2000, o Maranhão voltou a figurar com destaque no cenário nacional. Naquele ano houve a Copa Norte, torneio que dava direito a disputar a Copa dos Campeões. Esta competição, por sua vez, garantia ao vencedor um lugar na Copa Libertadores. Após bela campanha, o MAC chegou à final para enfrentar o São Raimundo. No primeiro jogo, o Bode Gregório derrotou o rival de Amazonas por 3 a 2. Mas, no jogo de volta, em Manaus, o Maranhão perdeu por 2 a 0 e ficou com o vice-campeonato. 2002 - participação no Brasileiro Série C 2003 - participação no Brasileiro Série C 2006 - Taça Cidade de São Luís; participação no Brasileiro Série C 2007 – Campeão estadual - participação na Copa do Brasil 5 vezes.

- o Tupan Esporte Clube (São Luís) torna-se campeão maranhense 1933 – O Sampaio Correa torna-se campeão maranhense; - é fundado o Botafogo do Anil Futebol Clube “Fundado no dia 15 de setembro de 1933, o Botafogo Futebol Clube do Anil completa hoje 75 anos de excelentes serviços prestados ao futebol amador e profissional maranhense, com a cessão de mais de duas dezenas de jogadores aos principais clubes locais” (http://www.jornalpequeno.com.br/2008/9/15/Pagina87259.htm)

1934 - O Sampaio Correa torna-se campeão maranhense 1935 – o Tupan esporte Clube conquista o campeonato maranhense 1936 – o Campeonato não foi disputado 1937 – SETEMBRO, 13 – é fundado o Moto Clube de São Luís, com o nome de "Cicle Moto de São Luís". A reunião aconteceu na casa do Sr. César Alexandre Aboud, na Rua da Paz, n° 846, no Centro da cidade, estando preentes os Srs. Simão Félix, Jaime Pires Neves, os irmãos Nagib, Emilio e João Mouchreck, Vitor, João e Raimundo Serejo, os Profs. Ambrósio e Newton Pavão, Alberto Aboud, Zé Memé, João Lélis dos Santos. A agremiação tinha a finalidade de promover os esportes de duas rodas: o motociclismo e o ciclismo. A primeira diretoria foi composta por Capitão José de Ribamar Campos (Presidente), Capitão Aluísio de Andrade Moura (Vice-Presidente), Raimundo Baima (1° Secretário), Nagib Moucherek (2° Secretário) e Antenor Monroe (Tesoureiro). As cores escolhidas para a nova entidade eram o verde e o branco. Um 1938 - foi criado o Departamento de Futebol. César Aboud mudou as cores do uniforme de verde e branco para vermelho e preto. O futebol só estaria presente na vida do clubes dois anos depois, por influência de César Aboud. Em 17 de setembro de 1939 faria sua primeira partida amistosa contra o Ateneu Teixeira Mendes, clube campeão estudantil, empatando pelo placar de 1 a 1 - Bibi foi o autor do primeiro gol da história do clube que jogou com Wilson, Jaime e Adolfo; Pavão, Feliciano e Mozabá; Bibi, Elvitre; Leônidas, Ary e Bilau. O Moto Club filiou-se à Federação Maranhense de Desportos no ano de 1940, participando do Campeonato Maranhense daquele ano, terminando na quinta colocação. De 1938 a 1943, o Moto não conquistou nenhum título: 1944/50 - Campeonato Maranhense 1947 - Copa Norte/Nordeste 1948 - Campeão Norte 1955 Campeonato Maranhense 1959/60 Campeonato Maranhense 1961 - Troféu Deputado César Aboud; Torneio Quadrangular de São Luís 1966/67/68 - Campeonato Maranhense 1968 - Campeão Norte 1972 - Torneio Maranhão/Pará 1974 – Campeonato Maranhense 1977 - Campeonato Maranhense 1981/83 - Campeonato Maranhense 1989 - Campeonato Maranhense 1993 - Taça Cidade de São Luís; Torneio Qualificatório Para a Série B 1997 - Taça Cidade de Teresina 1998 - Campeonato Brasileiro de Handball


2000/01 – Campeonato Maranhense 2003 - Taça Cidade de São Luís; Campeonato Maranhense de Futsal; SETEMBRO, 14 - o Centro de Treinamento do Moto Club de São Luís, denominado "Dr. José Pereira dos Santos" foi oficialmente inaugurado. O CT conta com dois campos de futebol de medidas oficiais. O campo principal é utilizado pelo time principal e recebeu o nome de "Hamilton Sadias Campos", o maior artilheiro de todos os tempos do Moto Club de São Luís. O outro campo é utilizado pelas divisões de base do clube e recebeu o nome de "Baezinho". Além dos campos, o CT tem vestiário, rouparia, sala da presidência, sala de troféus, sala de imprensa, sala de reuniões e departamento médico. 2004 - Campeonato Maranhense; Taça Cidade de São Luís 2005 - Campeonato Maranhense de Futsal 2006 - Campeonato Maranhense de Futsal; Campeonato Maranhense de Beach Soccer 2007 - Campeonato Maranhense de Futsal

- O Maranhão Atlético Clube conquista o campeonato Maranhense 1938 - o Tupan Esporte Clube conquista o campeonato Maranhense

- Maranhão Atlético Clube – São Luís (MA): Escudo e uniforme de 1938 (fonte: Mello, Curiosidades, Escudos, Fotos Históricas, História do Futebol, Maranhão

01. Sérgio



- Sampaio Corrêa Futebol Clube – São Luís (MA): Escudo e um dos modelos de 1938 Mello, Curiosidades, Escudos, Fotos Históricas, Maranhão

FONTE: Revista Sport Ilustrado 1939 – o Campeonato Maranhense não foi disputado

01. Sérgio


- Moto Club – São Luís (MA) fonte: 01. Sérgio Mello, Curiosidades, Escudos, Fotos Históricas, História do Futebol, Maranhão


FONTE: Revista Sport Ilustrado

DÉCADA DE 1940 - Criada a Colônia Agrícola Nacional do Maranhão, em Barra do Corda. Seu administrador, Eliézer Moreira, manda construir escolas em cada um dos núcleos agrícola que contasse com 50 crianças em idade escolar; foram criadas escolas nos núcleos do Naryu, barro Branco, Unha de Gato, Cateté de Cima e Cateté de Baixo, Canafistula, Passagem Rasa, Suja Pé, Seridó, Uchoa, Conduru, Mamui, Centro do Ramos, e outros. Em períodos certos de tempo concetrava na sede do município os alunos das escolas da Colônia para as Olimpíadas Escolares da CANM. O Maestro Moises Araújo era um dos coordenadores do evento. Centenas de crianças e de jovens disputam na velha Praça da Matriz – Praça Melo Uchoa, hoje – jogos de Voleibol, Futebol, Atletismo em suas várias modalidades, e brincadeiras tais como corrida de saco, cabra cega e outras. A cidade parava para apreciar tais competições. Essas Olimpíadas iniciava-se csempre com um grande desfile das escolas que contava com a ajuda das irmãs capuchinhas (MOREIRA FILHO, 2008, p. 97/98).

- Rubro-negro do Monte Castelo foi Fundado nos anos 40, no Bairro Monte Castelo, com o nome de Flamengo Atlético Clube. Mudou a sua nomenclatura para o atual, Clube Recreativo Flamengo na quinta-feira, do dia 19 de março de 1953. A sua última Sede ficava na Avenida José Sarney, 09 – Bairro Vila Nova, em São Luís. Foi vice-campeão do Campeonato Citadino Ludovicense (gentílico de São Luís), de 1949. Quatro anos depois o Rubro-negro do Monte Castelo deu um passo para o futebol profissional ao


debutar noCampeonato Maranhense da 1ª Divisão, organizado pela F.M.D. (Federação Maranhense de Desportos).

A estreia aconteceu às 21h, da quinta-feira, do dia 03 de setembro de 1953, diante do Sampaio Corrêa F.C., no Estádio Santa Izabel, situado na Rua Oswaldo Cruz, no Centro de São Luís.O valor dos ingressos eram: Cr$ 5,00 para a Geral; Cr$ 3,00 para as senhoras, militares, estudantes e crianças, com direito a arquibancada. No entanto, dentro de campo, o Rubro-negro acabou derrotado pela equipe Sampaina pelo placar de 5 a 1. O time atuou com: Osvaldo; Pedro e Diomar; Juba, Sunguinha e Palico; Celso Coutinho, Ferreira, Deusaniro, Claudino e Magriça. Contudo, a primeira proeza aconteceu no Domingo, do dia 13 de setembro de 1953, quando derrotou o Maranhão Atlético Clube pelo placar de 1 a 0. O herói do triunfo foi o atacante Pano de Barco, que marcou aos 14 minutos da etapa final. Após o Estadual, o Flamengo não se animou com a experiência e decidiu voltar as suas origens e retornar as competições amadoras. O time fez diversas partidas preliminares depois, mas já valendo peloCampeonato Citadino Ludovicense. FONTE: Pacotilha O Globo 1940 – Sampaio Corrêa campeão 1941 – MAC Campeão SETEMBRO, 10 - é fundado o Ferroviário Esporte Clube, na cidade de São Luis por funcionários da Estrada de Ferro São Luís - Teresina, tendo como cores oficiais o vermelho/verde/branco. Sómente a partir de 1954 a equipe resolveu participar dos campeonatos oficiais da Federação Maranhense. Dos clubes em atividade no futebol maranhense o Ferroviário está atrás apenas dos três grandes na ordem Sampaio Corrêa, Moto Club e Maranhão em número de campeonatos estaduais, sendo campeão Maranhense quatro vezes: 1957, 1958, 1971 e 1973 e vicecampeão cinco vezes: 1967, 1969, 1972, 1975 e 1976. 1942 – Sampaio Corrêa Futebol Clube conquista o Camponato Maranhense 1943- Maranhão Atlético Clube conquista o campeonato maranhense 1944 - César Aboud resolveu contratar o uruguaio COMITANTE para dirigir o Moto, conquistando sete títulos seguidos - 1944 a 1950 - e mais o título de Papão do Norte, quando bateu todos os adversários da região em 1947. Comitante contratou um time de craques de outros estados, o que terminou sendo fundamental para a descoberta de talentos maranhenses. - Moto Clube de São Luís conquista o Campeonato Maranhense 1945- Moto Clube de São Luís conquista o Campeonato Maranhense 1946- Moto Clube de São Luís conquista o Campeonato Maranhense 1947- Moto Clube de São Luís conquista o Campeonato Maranhense 1948- Moto Clube de São Luís conquista o Campeonato Maranhense 1949- Moto Clube de São Luís conquista o Campeonato Maranhense SETEMBRO, 7 – é fundado o Vitória do Mar futebol Clube, da cidade de Paço do Lumiar no Maranhão. Fundado por empregados do porto de São Luís. As cores escolhidas foram o verde e amarelo. Em 1952 o clube solicita inscrição para o campeonato maranhense, e a sua estréia não poderia ter sido melhor. Conquistou o título de forma invicta.


O Clube disputou o campeonato maranhense de 1952 a 1962, 1965 a 1967 e de 1969 a 1994, quando já não apresentava condições de disputar competições profissionais. Atualmente mantém apenas atividades sociais e esportes para lazer de seus associados. Transferiu sua sede social para a cidade de Paço de Lumiar.

- O General Sampaio Atlético Clube foi uma agremiação da cidade de São Luis (MA). O Auri-azul foi Fundado no dia 20 de Abril de 1949, por militares do 24º Batalhão dos Caçadores, liderados peloCapitão Giordano Rodrigues Mochel, que se tornou o 1º Presidente do clube e pelo Tenente Coronel Anacleto Tavares da Silva (Presidente de Honra).

General Antônio Sampaio A escolha do nome foi uma homenagem ao ‘Patrono da Arma de Infantaria do Exercito Brasileiro’: Antônio Sampaio (Tamboril, no Ceará, 24 de maio de 1810 — Buenos Aires, 6 de julho de 1866). Além do futebol, o General Sampaio também contava com outras modalidades: basquete, vôlei, tênis de mesa e atletismo. O surgimento do novo clube foi publicado no Diário de São Luiz, na página 10 (São Luiz, quarta-feira, dia 27 de Janeiro de 1949): “Acaba de ser fundada nesta capital mais uma agremiação esportiva. Trata-se do General Sampaio E. Clube, conjunto formado por oficiais e praças do 24º B.C. Neste sentido recebemos o seguinte oficio: – São Luiz, Maranhão, 21 de Abril de 1949. // Oficio Circulo nr. 2/49. // Exmo. Sr. Diretor do “Diário de São Luiz”. // I – Tenho a insigne honra de comunicar a V. Excia. Que no dia 20 do corrente foi fundada nesta capital uma agremiação esportiva denominada “GENERAL SAMPAIO ATLÉTICO CLUBE”, funcionando provisoriamente, á Avenida Getúlio Vargas, s/n. (Edifício do 24º Batalhão dos Caçadores – Fundos). // II – A diretoria que regerá os destinos dessa Entidade esportiva no corrente ano ficou assim constituída: Presidente: Capitão Giordano Rodrigues Mochel; Secretario: 3º Sargento Raimundo Reis de Abreu; Tesoureiro: 3º Sargento Mario Pinheiro Rabelo; Diretor de Esportes: Tenente Antônio Lopes de Medeiros”.


1949 Após a sua fundação, o O General Sampaio se filiou à Federação Maranhense de Desportos (F.M.D.), na Seção de Amadores. O clube debutou no Campeonato Citadino de São Luís, onde terminou com o vice-campeão do Pule A, perdendo para o Aliados na decisão. 1950, ficou com o vice no Torneio Início; em seguida veio o primeiro caneco. 1951, com a participação de 22 clubes, o General Sampaio foi superando um a um até conquistar o seus primeiros títulos do Campeonato Citadino de São Luís, do Pule B e também do Certamente.conquistou o Bicampeonato Citadino de São Luís, sendo este ano de forma Invicta. Ainda em 1951, participou do 1ºCampeonato Brasileiro da Juventude Amadorista, onde se sagrou campeão da Zona Norte. De 1949 a 1951, entre jogos amistosos e oficiais, o General Sampaio realizou um total de 50 jogos, com 30 vitórias, oito empates e 12 derrotas; marcando 135 gols, sofrendo 72, com saldo de 63. Todos os 50 jogos estão na reportagem (abaixo). Os bons resultados motivaram os dirigentes militares que iniciaram um planejamento a fim de colocar o clube na Elite do Futebol Maranhense. Dois anos depois, na segunda-feira, do dia 13 de Julho de 1953, o sonho se tornou realidade, com o pedido para ingressar na principal competição do Estado, recebendo o oval da F.M.D. No entanto, após a temporada na Primeira Divisão, o General Sampaio seguiu o mesmo caminho do C.R. Flamengo e retornou a esfera amadora. O clube seguiu firme e forte disputando o Estadual no vôlei e basquete, fazendo grandes jogos com o Moto Club, a forte dessas modalidades.

FONTES: Diário de São Luiz – Pacotilha O Globo

DÉCADA DE 1950 1950- Moto Clube de São Luís conquista o Campeonato Maranhense 1951 - Maranhão Atlético Clube conquista o campeonato maranhense 1952 – o Vitória do Mar Futebol Clube conquista o campeonato maranhense


1952: Vitória do Mar F.C. Campeão Invicto Mello, Curiosidades, Escudos, História do Futebol, Maranhão fev172016

(fonte:

01.

Sérgio


FONTE: Pacotilha O Globo

1953 – Sampaio Corrêa Futebol Clube conquista o Camponato Maranhense

1953: Bangu Atlético Clube – Coroatá (MA)(fonte:

01. Sérgio Mello, Curiosidades, Escudos, Fotos Históricas, História do

Futebol, Maranhão

Essa Foto de 1953, mostra o Bangu Atlético Clube, do Município de Coroatá. O “Clube dos Milionários” que seis anos depois disputaria o Campeonato Maranhense da 1ª Divisão, de 1959.

FONTE: Pacotilha O Globo 1954 – Sampaio Corrêa Futebol Clube conquista o Camponato Maranhense


1955 - Moto Clube de São Luís conquista o Campeonato Maranhense 1956 – Sampaio Corrêa Futebol Clube conquista o Camponato Maranhense 1957 – JULHO, 1 – fundado o Esporte Clube Boa Vontade, da cidade de São Luís. Sua sede fica localizada na Rua Deputado José Rios, 193 Bairro de Fátima. São Luís. Seu uniforme principal apresenta: Camisa amarela, calção azul, e meias amarelas. - Ferroviário Esporte Clube conquista o campeonato maranhense 1958 – Ferroviário Esporte Clube conquista o campeonato maranhense - fundado a Sociedade Esportiva Tupan, da cidade de São Luís. Sua sede fica localizada na Rua dos Acapus, Quadra 82, Renascença. São Luís, Maranhão. O clube revelou jogadores que se destacaram no futebol nacional e internacional, pode citar-se como exemplo o goleiro Clemer e o atacante Oliveira que disputou a Copa do Mundo de 1998 pela Bélgica. Não se trata do mesmo Tupan que venceu os campeonatos maranhense de 1932, 1935 e 1938. 1959 - Moto Clube de São Luís conquista o Campeonato Maranhense DÉCADA DE 1960 1960- Moto Clube de São Luís conquista o Campeonato Maranhense 1961– Sampaio Corrêa Futebol Clube conquista o Camponato Maranhense 1962 – JANEIRO, 4 – fundada a Sociedade Atlética Imperatriz. Em 18 de fevereiro de 2000 mudou para Sociedade Esportiva Imperatriz. No começo de 2001 trocou para Sociedade Imperatriz de Desportos. A partir de 2002, após nova administração o clube vem se destacando no futebol maranhense e disputando por diversas vezes as fases finais de turnos, sagrando-se inclusive campeão Maranhense em 2005 após 10 anos de hegemonia dos clubes da capital, e representado o estado nas competições nacionais como Copa do Brasil e Campeonato brasileiro Série C. – Sampaio Corrêa Futebol Clube conquista o Camponato Maranhense 1963 - Maranhão Atlético Clube conquista o campeonato maranhense 1964 - Sampaio Corrêa Futebol Clube conquista o Camponato Maranhense 1965 – Sampaio Corrêa Futebol Clube conquista o Camponato Maranhense 1966 - Moto Clube de São Luís conquista o Campeonato Maranhense 1967 - Moto Clube de São Luís conquista o Campeonato Maranhense 1968 - Moto Clube de São Luís conquista o Campeonato Maranhense 1969 - Maranhão Atlético Clube conquista o campeonato maranhense DÉCADA DE 1970 1970 - Maranhão Atlético Clube conquista o campeonato maranhense - FUTEBOL IMPERATRIZENSE - TIME DO GINÁSIO BERNARDO SAYÃO ANOS 1970. Time de futebol do Ginásio Bernardo Sayão. Nesta foto vemos os alunos atletas Samuel, Pedro Leite, Jaime (in memoriam), Orlando, Kleber (Pará), Manoel Preto, Adelman, Jackson da Silveira e outros. O Ginásio Bernardo Sayão, escola tradicional de Imperatriz nas décadas de 1960 a 1980, era mantida pela CNEC (Campanha Nacional de Escolas da Comunidade). Nesta referendada escola estudaram nomes como o prefeito Sebastião Madeira, as professoras Nilza Lago, Evanda e Evane Araújo e muitos profissionais libeirais da cidade. Foto: Acervo de Jackson da Silveira.


1971 - Ferroviário esporte Clube conquista o campeonato maranhense 1972 – Sampaio Corrêa Futebol Clube conquista o Camponato Maranhense 1973 – ABRIL, 23 – fundada a Associação Esportiva Caxiense, sediado na cidade de Caxias. Suas cores são vermelho e branco. O clube está licenciado desde 2004. - Ferroviário esporte Clube conquista o campeonato maranhense 1º Turno 1. Maranhão

P G W D L GA GF GD 7 5 3 1 1 11 5 6 to 2º Turno

2. Sampaio Corrêa 7 5 2 3 0 5 1 4 to 2º Turno 3. Moto Clube 6 5 2 2 1 8 4 4 to 2º Turno 4. Ferroviário 5. São José 6. Vitória do Mar

5 5 1 3 1 6 4 2 to 2º Turno 4 5 2 0 3 6 9 -3 to 2º Turno 1 5 0 1 4 2 15 -13

Tie-break Match: Sampaio Corrêa 3-0 Maranhão - Sampaio Corrêa is also qualified to Turno Extra 2º Turno P G W D L GA GF GD 1. Moto Clube 2. Sampaio Corrêa

6 4 3 0 1 7 2 5 to 3º Turno 5 4 2 1 1 7 4 3 to 3º Turno

3. Ferroviário

5 4 2 1 1 5 6 -1 to 3º Turno

4. Maranhão 5. São José

4 4 1 2 1 5 5 0 to 3º Turno 0 4 0 0 4 1 8 -7

Moto Clube is also qualified to Turno Extra 3º Turno P G W D L GA GF GD 1. Ferroviário 5 3 2 1 0 5 0 5 to Turno Extra 2. Sampaio Corrêa 5 3 2 1 0 3 0 3 3. Maranhão 2 3 1 0 2 3 4 -1 4. Moto Clube

0 3 0 0 3 1 8 -7

Turno Extra P G W D L GA GF GD 1. Sampaio Corrêa 2. Ferroviário

3 2 1 1 0 2 1 1 2 2 1 0 1 1 1 0

3. Moto Clube

1 2 0 1 1 1 2 -1

1974 – MAIO, 14 – fundado o Bacabal EC, um clube de futebol da cidade de Bacabal, com sede na Rua Cleomenes Falção s/n, Bacabal, Maranhão. 1975/76 conquista o Torneio Inicio 1977 - conquista a Taça Prefeitura de São Luís. 1991 - conquista a Taça Cidade de São Luís, 1996 - primeiro clube do interior a vencer o Campeonato Maranhense. Nesse ano, durante um periodo de três meses, o clube contou com o volante Andrade e o meia Adílio ex-jogadores do Flamengo campeões do Mundial Interclubes de 1981. 2008 conquista a Taça Cidade de São Luís

- Moto Clube de São Luís conquista o Campeonato Maranhense 1975 – MARÇO, 13 – fundado o Expressinho Futebol, da cidade de São Luís, no Estado do Maranhão. Suas cores são verde e branco. - DEZEMBRO, 02 – fundado o Tocantins Esporte Clube, da cidade de Imperatriz. Suas cores são verde e branco. Campeonato Maranhense - 2ª Divisão: 2001 1976 – Sampaio Corrêa Futebol Clube conquista o Camponato Maranhense 1977 - - Moto Clube de São Luís conquista o Campeonato Maranhense


Participantes BACABAL Esporte Clube (Bacabal) Esporte Clube SÃO JOSÉ (São Luís) FERROVIÁRIO Esporte Clube (São Luís) MARANHÃO Atlético Clube (São Luís) MOTO CLUBE (São Luís) SAMPAIO CORRÊA Futebol Clube (São Luís) Sociedade Esportiva TUPAN (São Luís) VITÓRIA DO MAR Futebol Clube (São Luís) Table Group A 1-Moto Clube 3 1 2 0 2- 1 4 To 1st stage decision 2-Sampaio Corrêa 3 1 2 0 4- 3 4 3-Maranhão 3 1 2 0 3- 2 4 4-Ferroviário Group B - Table 1-Bacabal

3 0 0 3 2- 5 0 3 3 0 0 6- 1 6 To 1st stage decision

2-São José 3 2 0 1 3- 1 4 3-Vitória do Mar 3 0 1 2 1- 4 1 4-Tupan Table 1-Moto Clube

3 0 1 2 0- 4 1 3 1 2 0 2- 1 4 To tiebreaker

2-Sampaio Corrêa 3 1 2 0 1- 0 4 To tiebreaker 3-Maranhão 3 1 1 1 2- 2 3 4-Ferroviário 3 0 1 2 0- 2 1 Table 1-Bacabal 2-Tupan

3 3 0 0 6- 1 6 To 2nd stage decision 3 2 0 1 4- 3 4

3-São José 3 0 1 2 2- 5 1 4-Vitória do Mar 3 0 1 2 1- 4 1 Table 1-Sampaio Corrêa 3 3 0 0 10- 3 6 To 3rd stage decision 2-Maranhão 3 1 1 1 7- 5 3 3-Bacabal 4-São José

3 1 1 1 6- 4 3 3 0 0 3 3-14 0

Group B Table 1-Moto Clube 3 2 1 0 5- 0 5 To 3rd stage decision 2-Vitória do Mar 3 2 0 1 2- 2 4 3-Ferroviário 3 1 1 1 2- 1 3 4-Tupan 3 0 0 3 0- 6 0 Third Stage Decision Table Gruup A 1-Moto Clube 3 2 1 0 11- 3 5 To 4th stage decision 2-Sampaio Corrêa 3 1 2 0 4- 3 4 3-Vitória do Mar 3 0 2 1 1- 4 2 4-São José Group B – 1-Maranhão 2-Ferroviário 3-Bacabal 4-Tupan

3 0 1 2 1- 7 1 3 2 1 0 5- 0 5 To 4th stage decision 3 0 3 0 0- 0 3 2 0 1 1 0- 1 1 2 0 1 1 0- 4 1

Fourth Stage Decision - Table


1-Moto Clube 2-Ferroviário

7 3 3 1 13- 5 9 5th stage winners 7 3 3 1 9- 3 9

3-Maranhão 7 3 3 1 5- 2 9 4-Sampaio Corrêa 7 2 4 1 6- 2 8 5-Vitória do Mar 6-Bacabal 7-Tupan

7 3 2 2 6- 7 8 6 1 3 2 4- 6 5 6 1 2 3 3- 8 4

8-São José 7 0 2 5 2-15 2 Combined Table - all stages 1-Moto Clube

19 9 9 1 33-10 27 Qualified

2-Sampaio Corrêa 19 8 10 1 25-11 26 Qualified 3-Maranhão 19 8 8 3 22-11 24 Qualified 4-Bacabal 17 8 5 4 22-13 21 Qualified 5-Ferroviário

19 4 8 7 13-11 16 Qualified

6-Vitória do Mar 19 5 6 8 11-21 16 7-Tupan 17 3 4 10 7-25 10 8-São José 19 2 4 13 11-42 8 Qualified Unknown why São José qualified to final phase Final Phase - Teams earnt bonus points for each stage won - Table 1-Moto Clube 2-Bacabal

5 3 1 1 12- 2 10 (+3 bonus points) Champions 5 2 2 1 3- 6 7 (+1 bonus point)

3-Maranhão 5 2 2 1 7- 3 6 4-Sampaio Corrêa 5 2 1 2 2- 2 6 (+1 bonus point) 5-Ferroviário 5 2 1 2 4- 4 5 6-São José

5 0 1 4 0-11 1

1978 – NOVEMBRO, 15 – fundado o Americano Futebol Clube, da cidade de Bacabal, suas cores são azul, vermelho e branco. Participou dos Campeonato Maranhense: 1993, 1996, 1998 a 2000 e 2005. - Sampaio Corrêa FC (São Luís) champions of Maranhão 1978. Participantes Caxias Futebol Clube (Caxias) Esporte Clube São José (São Luís) Ferroviário Esporte Clube (São Luís) Maranhão Atlético Clube (São Luís) Moto Clube (São Luís) Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) Sociedade Esportiva Tupan (São Luís) Vitória do Mar Futebol Clube (São Luís) 1º TURNO 1.Moto Clube 7 7 0 0 17- 1 14 2.Maranhão 7 4 2 1 10- 3 10 3.Sampaio Corrêa 7 3 3 1 9- 2 9 4.Ferroviário 7 2 3 2 7- 8 7 5.Tupan 7 1 3 3 3- 5 5 6.Vitória do Mar 7 2 0 5 3-12 4 7.São José 8.Caxias 2º TURNO

7 1 2 4 4- 9 4 7 1 1 5 2-15 3

1.Sampaio Corrêa 4 3 1 0 4- 1 7 2.São José 4 3 1 0 6- 2 7 3.Maranhão 4.Caxias 5.Moto Clube

4 2 1 1 4- 2 5 4 1 2 1 2- 3 4 4 1 1 2 6- 5 3


6.Ferroviário 4 0 3 1 2- 3 3 7.Vitória do Mar 4 1 0 3 1- 6 2 8.Tupan 3º TURNO 1.Maranhão

4 0 1 3 0- 3 1 4 4 0 0 9- 1 8

2.Moto Clube 4 2 1 1 8- 4 5 3.Sampaio Corrêa 4 1 3 0 5- 1 5 4.Tupan 5.São José

4 1 2 1 6- 6 4 4 1 2 1 3- 5 4

6.Ferroviário

4 0 3 1 3- 4 3

7.Vitória do Mar 4 0 2 2 3- 8 2 8.Caxias 4 0 1 3 2-10 1 Playoff for Extra Point - Sampaio Corrêa obtains 1 bonus point for final phase. Final Phase 1. Sampaio Corrêa 6 2 4 0 6- 1 9 2.Moto Clube 6 2 3 1 4- 2 7 3.Maranhão 4.Tupan

6 2 3 1 2- 1 7 6 1 0 5 1- 9 2

1979 - Maranhão Atlético Clube conquista o campeonato maranhense DÉCADA DE 1980 1980 – Sampaio Corrêa Futebol Clube conquista o Camponato Maranhense 1981 - Moto Clube de São Luís conquista o Campeonato Maranhense 1982 - Moto Clube de São Luís conquista o Campeonato Maranhense 1983 - Moto Clube de São Luís conquista o Campeonato Maranhense 1984 – fundado o Guarani esporte Clube, da cidade de Imperatriz. NOVEMBRO, 22 – fundado o Marília Futebol Clube, da cidade de Imperatriz. Fundado em 1984, até 2007 o clube participava apenas de competições nas categorias de base. Em 2008 o clube torna-se reconhecido nacionalmente devido à participação na Copa São Paulo de Futebol Júnior, quando eliminou os favoritos em seu grupo Grêmio Barueri e Atlético Mineiro, classificando-se em primeiro colocado no seu grupo. No mesmo ano o time também fará sua estréia em competições profissionais, na Segunda Divisão do Campeonato Maranhense. Suas cores são o azul e o branco. Títulos: Hepta Campeão Amador da Cidade de Imperatriz; Vice-campeão da Copa Maranhão de Futebol Sub-18 2007 – Sampaio Corrêa Futebol Clube conquista o Camponato Maranhense Participantes Boa Vontade Esporte Clube (São Luís) Esporte Clube São José (São Luís) Expressinho Futebol Clube (São Luís) Maranhão Atlético Clube (São Luís) Moto Clube (São Luís) Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) Sociedade Atlética Imperatriz (Imperatriz) Sociedade Esportiva Tupan (São Luís) Tocantins Esporte Clube (Imperatriz) Vitória do Mar Futebol Clube (São Luís) Group A 1.Sampaio Corrêa 5 2 2 1 6- 4 6 2.Expressinho

5 2 1 2 4- 5 5

3.Imperatriz 4.Boa Vontade

5 1 2 2 2- 3 4 5 0 3 2 1- 8 3


5.Vitória do Mar 5 1 0 4 2-19 2 Group B 1.Moto Clube 2.Maranhão

5 3 2 0 16- 1 8 5 2 3 0 11- 3 7

3.Tupan

5 3 1 1 9- 4 7

4.Tocantins 5.São José

5 3 1 1 3- 2 7 5 0 1 4 0- 5 1

1.Moto Clube 2.Tupan 3.Maranhão

6 4 2 0 10- 5 10 6 1 4 1 6- 5 6 6 1 3 2 10-10 5

4.Expressinho 6 0 3 3 8-14 3 Moto Clube obtain 1 bonus point for final phase Group A 1.Sampaio Corrêa 4 2 2 0 10- 3 6 2.Maranhão 3.Tupan

4 2 0 2 6- 3 4 4 2 0 2 6- 4 4

4.Tocantins Group B

4 1 1 2 4- 8 3

1.Imperatriz

4 3 1 0 5- 0 7

2.Moto Clube 3.Expressinho

4 2 1 1 6- 3 5 4 1 1 2 3- 4 3

4.Boa Vontade 4 0 0 4 4-19 0 1.Sampaio Corrêa 8 5 3 0 17- 9 13 2.Maranhão 8 4 3 1 8- 5 11 3.Moto Clube 4.Imperatriz 5.Tupan

8 3 1 4 12-12 7 8 1 3 4 5-11 5 8 1 2 5 10-15 4

Sampaio Corrêa obtain 1 bonus point for final phase Final Phase 1.Sampaio Corrêa 6 4 2 0 16- 5 11 2.Maranhão 3.Moto Clube

6 3 2 1 10- 7 8 6 1 2 3 4- 7 5

4.Tupan 6 1 0 5 4-15 2 Final - 2.12.1984 - Sampaio Corrêa 1-0 Maranhão

1985 – Sampaio Corrêa Futebol Clube conquista o Campeonato Maranhense 1986 – ABRIL, 08 - fundado o Coroatá Futebol Clube é um clube, da cidade de Coroatá. Suas cores são verde, vermelho e branco. - Sampaio Corrêa Futebol Clube conquista o Campeonato Maranhense 1987 - Sampaio Correa Campeão Maranhense Participantes: Americano Futebol Clube (Bacabal) Esporte Clube Boa Vontade (São Luís) Expressinho Futebol Clube (São Luís) Maranhão Atlético Clube (São Luís) Moto Clube (São Luís) Sampaio Correa Futebol Clube (São Luís) Sociedade Atlética Imperatriz (Imperatriz) Sociedade Esportiva Tupan (São Luís) Tocantins Esporte Clube (Imperatriz) Vitória do Mar Futebol Clube (Paço do Lumiar)


Classificação do Primeiro Turno Chave A 1.Sampaio Correa 2.Moto Clube

4 4

3 2

1 2

0 0

7 7

3.Maranhão

4

2

1

1

12

4 4

0 0

1 1

3 3

4.Boa Vontade 5.Expressinho

3 4

1 3

6 4

7 6

classificado classificado

3

9

5

classificado

14 11

-11 1 -8 1

Chave B 1.Vitória do Mar

4

3

1

0

8

2

6

7

classificado

2.Imperatriz

4

2

2

0

6

1

5

6

classificado

3.Tocantins 4.Americano 5.Tupan

4 4

1 1

1 0

2 3

3 3

5 5

2 -2

2 2

Classificação do Pentagonal Decisivo do Primeiro Turno 1.Maranhão 2.Sampaio Correa

4 4

3 2

1 1

0 1

9 2

6 1

3 1

7 5

3.Vitória do Mar 4.Imperatriz

4 4

1 1

2 1

1 2

4 3

4 4

0 -1

4 3

5.Moto Clube

4

0

1

3

3

6

-3

1

Como campeão do Primeiro Turno o Maranhão ganhou um ponto de bonificação para o Quadrangular Decisivo. Classificação do Segundo Turno 1.Maranhão 5 4 1 0 14 2 12 9 classificado 2.Moto Clube 5 3.Sampaio Correa 5 4.Imperatriz 5

3 2 2

2 1 1

0 2 2

9 7 5

4 3 5

5 4 0

8 5 5

classificado classificado classificado

5.Tocantins 5 1 0 4 3 15 -12 2 6.Vitória do Mar 5 0 1 4 3 12 -9 1 Classificação do Quadrangular Decisivo do Segundo Turno 1.Sampaio Correa 2.Imperatriz

3 3

2 0

1 3

0 0

4 3

2 3

2 0

5 3

3.Maranhão

3

0

2

1

3

4

-1

2

4.Moto Clube 3 0 2 1 4 6 -2 2 Como campeão do Segundo Turno o Sampaio Correa ganhou um ponto de bonificação para o Quadrangular Decisivo. Quadrangular Decisivo Primeira Fase Classificação da Primeira Fase do Quadrangular Decisivo 1.Sampaio Correa 3 2 1 0 2 0 2 6 2.Maranhão 3.Imperatriz 4.Moto Clube

3 3 3

1 1 1

0 1 0

2 1 2

5 3 3

3 4 6

2 -1 -3

3 3 2

Como campeão da Primeira Fase o Sampaio Correa recebeu um ponto de bonificação para a Segunda Fase Segunda Fase Classificação da Segunda Fase do Quadrangular Final 1.Sampaio Correa 3 2.Imperatriz 3

1 2

2 0

0 1

3 5

1 3

2 2

4 4

3.Maranhão

3

1

1

1

5

3

2

3

4.Moto Clube

3

0

1

2

2

8

-6

1

1988 – Sampaio Corrêa Futebol Clube conquista o Camponato Maranhense Group A P G W D L GF GA GD 1. Sampaio Corrêa 7 4 3 1 0 6 3 3 to Hexagonal


2. Maranhão 3. Moto Clube

6 4 3 0 1 9 4 5 to Hexagonal 4 4 2 0 2 8 4 4 to Hexagonal

4. Expressinho 5. Tupan

2 4 0 2 2 4 9 -5 1 4 0 1 3 2 9 -7

Group B 1. Imperatriz

P G W D L GF GA GD 7 4 3 1 0 19 2 17 to Hexagonal

2. Americano 3. Vitória do Mar

5 4 1 3 0 2 1 1 to Hexagonal 3 4 0 3 1 1 3 -2

4. Boa Vontade

3 4 0 3 1 1 4 -3

5. Tocantins -8 4 0 2 2 3 16 -13 (Tocantins lost 10 points due to the utilization of several ineligible players in his mtches) Tie-Break Match: Vitória do Mar is classified to Hexagonal Hexagonal 1. Imperatriz

P G W D L GF GA GD 6 5 2 2 1 4 3 1

2. Vitória do Mar 3. Sampaio Corrêa

5 5 2 1 2 3 2 1 5 5 1 3 1 1 1 0

4. Moto Clube

5 5 1 3 1 4 5 -1

5. Americano 6. Maranhão

5 5 1 3 1 4 4 0 4 5 1 2 2 3 4 -1

Imperatriz champions of Primeiro Turno and classified to Final Phase SEGUNDO TURNO Group A P G W D L GF GA GD 1. Sampaio Corrêa 2. Moto Clube

5 4 1 3 0 3 1 2 to Hexagonal 5 4 1 3 0 3 1 2 to Hexagonal

3. Maranhão 4. Vitória do Mar

4 4 1 2 1 4 2 2 to Hexagonal 4 4 1 2 1 3 3 0

5. Boa Vontade

2 4 1 0 3 2 8 -6

Group B P G W D L GF GA GD 1. Imperatriz 2. Tupan

8 4 4 0 0 9 0 9 to Hexagonal 5 4 2 1 1 3 4 -1 to Hexagonal

3. Americano

4 4 2 0 2 5 4 1 to Hexagonal

4. Tocantins 5. Expressinho Hexagonal

2 4 1 0 3 10 12 -2

1. Maranhão

P G W D L GF GA GD 10 5 5 0 0 10 0 10 to Final

2. Sampaio Corrêa 3. Moto Clube 4. Imperatriz

8 5 4 0 1 6 2 4 4 5 2 0 3 9 6 3 4 5 2 0 3 6 6 0

5. Tupan 6. Americano

4 5 2 0 3 3 12 -9 0 5 0 0 5 0 8 -8

Maranhão champions of Segundo Turno and classified to Final Phase FINAL PHASE Imperatriz and Maranhão won one bonus point each due to had won one Turno each. Moto Clube and Sampaio Corrêa classified due to overall record. P G W D L GF GA GD


1. Sampaio Corrêa 2. Moto Clube

7 4 3 1 0 6 2 4 7 4 3 1 0 5 2 3

3. Imperatriz 4. Maranhão

3 4 1 0 3 4 4 0 1 4 0 0 4 3 10 -7

1989 - Moto Clube de São Luís conquista o Campeonato Maranhense DÉCADA DE 1990 1990 – Sampaio Corrêa Futebol Clube conquista o Camponato Maranhense 1991 – Sampaio Corrêa Futebol Clube conquista o Camponato Maranhense Participantes Americano Futebol Clube (Bacabal) Bacabal Esporte Clube (Bacabal) Boa Vontade Esporte Clube (São Luís) Expressinho Futebol Clube (São Luís) Maranhão Atlético Clube (São Luís) Moto Clube (São Luís) Pinheiro Atlético Clube (Pinheiro) Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) Sociedade Esportiva Caxiense (Caxias) Sociedade Esportiva Tupan (São Luís) Vitória do Mar Futebol Clube (São Luís) CAPITAL 1.Sampaio Corrêa 5 3 2 0 14- 2 8 2.Maranhão 3.Moto Clube 4.Expressinho

5 3 1 1 7- 3 7 5 2 3 0 15- 3 7 5 2 2 1 8- 6 6

5.Vitória do Mar 5 1 0 4 2-15 2 6.Tupan

5 0 0 5 3-20 0

INTERIOR 1.Bacabal 2.Pinheiro

4 3 1 0 4- 0 7 4 1 2 1 6- 5 4

3.Boa Vontade 4.Americano 5.Caxiense

4 1 1 2 2- 7 3 4 0 3 1 4- 3 3 4 0 3 1 1- 2 3

1.Bacabal 6 3 3 0 5- 2 9 2.Maranhão 6 1 4 1 5- 5 6 3.Sampaio Corrêa 6 1 3 2 2- 3 5 4.Moto Clube 6 1 2 3 2- 4 4 Bacabal obtains 1 bonus point for the final stage. capital 1.Moto Clube

5 4 1 0 13- 1 9

2.Sampaio Corrêa 5 3 2 0 9- 1 8 3.Maranhão 5 3 1 1 10- 3 7 4.Expressinho 5 2 0 3 6- 8 4 5.Vitória do Mar 5 1 0 4 4- 9 2 6.Boa Vontade 5 0 0 5 0-20 0 interior 1.Americano 3 2 1 0 6- 3 5 2.Bacabal 3.Tupan

3 2 0 1 6- 2 4 3 1 0 2 4- 5 2


4.Pinheiro 3 0 1 2 2- 8 1 1.Sampaio Corrêa 6 4 1 1 12- 4 9 2.Moto Clube 3.Bacabal

6 3 2 1 10- 3 8 6 3 1 2 9- 7 7

4.Americano

6 0 0 6 0-17 0

Sampaio Corrêa obtains one bonus point for the final stage. 1.Sampaio Corrêa 3 2 1 0 5- 2 6 2.Moto Clube 3.Bacabal

3 2 1 0 6- 1 5 3 0 1 2 1- 3 2

4.Maranhão

3 0 1 2 2- 8 1

1992 – Sampaio Corrêa Futebol Clube conquista o Camponato Maranhense Participantes BACABAL Esporte Clube (Bacabal) Esporte Clube BOA VONTADE (São Luís) COELHO NETO Futebol Clube (Coelho Neto) EXPRESSINHO Futebol Clube (São Luís) MARANHÃO Atlético Clube (São Luís) MOTO CLUBE (São Luís) PINHEIRO Atlético Clube (Pinheiro) SAMPAIO CORRÊA Futebol Clube (São Luís) Sociedade Esportiva TUPAN (São Luís) VITÓRIA DO MAR Futebol Clube (São Luís) Tables Group A 1.Moto Clube 9 0 0 35- 6 18 qualified 2.Maranhão 3.Sampaio Corrêa Group B 1.Tupan 2.Expressinho

9 5 4 0 23- 4 14 qualified 9 6 1 2 16- 4 13 qualified 6 1 1 4 6-15 3 qualified 6 0 1 5 2-14 1 qualified

3.Boa Vontade 6 0 1 5 2-19 1 4.Vitória do Mar 6 0 1 5 1-18 1 Group C 1.Bacabal 2.Pinheiro 3.Coelho Neto

5 4 1 0 13- 2 9 qualified 5 1 3 1 6- 5 5 qualified 5 0 1 4 5-22 1

Table 1.Moto Clube 6 4 1 1 12- 2 9 qualified 2.Sampaio Corrêa 6 3 2 1 6- 3 8 qualified 3.Maranhão 6 2 4 0 5- 3 8 qualified 4.Bacabal 6 3 1 2 7- 5 7 qualified 5.Pinheiro

6 1 3 2 4- 6 5

6.Tupan 6 1 1 4 8-12 3 7.Expressinho 6 0 2 4 3-14 2 Table 1.Maranhão 3 1 2 0 6- 2 4 2.Moto Clube 3 1 1 1 2- 5 3 3.Bacabal 3 0 3 0 2- 2 3 4.Sampaio Corrêa 3 0 2 1 1- 2 1 Maranhão AC won 1 bonus point for Third Stage. Tables


Group of the Capital 1.Moto Clube 5 3 2 0 12- 3 8 qualified 2.Sampaio Corrêa 5 2 2 1 123.Maranhão 5 2 2 1 9- 4 6 qualified 4.Tupan

7 6 qualified

4 1 1 2 6- 7 3 to "repescagem"

5.Expressinho 4 0 1 3 1-14 1 Group of the "Interior" (Countryside) 1.Pinheiro 2.Bacabal

5 4 1 0 11- 4 3 qualified 5 1 1 3 4- 8 3 to "repescagem"

FMF punished Pinheiro removing 5 points due to using an ineligible player (Tadeu Buiuna) in the match against Sampaio Corrêa "Repescagem" Table 1.Sampaio Corrêa 2.Pinheiro

8 3 3 2 11- 8 9 qualified 8 3 2 3 6- 9 8 qualified

3.Moto Clube 8 2 4 2 10- 8 8 qualified 4.Bacabal 8 2 4 2 5- 6 8 5.Maranhão

8 1 5 2 7- 8 7

Final Phase [Oct 31] Pinheiro 2-0 Moto Clube [Nov 4] Moto Clube 2-0 Sampaio Corrêa [Nov 8] Sampaio Corrêa 1-1 Pinheiro Table 1.Pinheiro

2 1 1 0 3- 1 3

2.Moto Clube 2 1 0 1 2- 2 2 3.Sampaio Corrêa 2 0 1 1 1- 3 1 Pinheiro AC won 1 bonus point for Third Stage Table 1.Sampaio Corrêa

6 4 1 1 8- 4 9 qualified (3rd Stage winner)

2.Moto Clube 6 4 0 2 7- 6 8 3.Maranhão 6 2 1 3 5- 4 6 qualified (1st Stage winner) 4.Pinheiro 6 0 2 4 4-10 3 qualified (2nd Stage winner) Table 1.Sampaio Corrêa 2.Maranhão

2 0 2 0 0- 0 2 champions 2 0 2 0 0- 0 2 runners-up

3.Pinheiro

2 0 2 0 0- 0 2

1993 – Maranhão Atlético Clube conquista o campeonato maranhense Participants Americano Futebol Clube (Bacabal) Bacabal Esporte Clube Esporte Clube Boa Vontade (São Luís) Associação Esportiva Caxiense (Caxias) Duque de Caxias Futebol Clube Expressinho Futebol Clube (São Luís) Sociedade Atlética Imperatriz Maranhão Atlético Clube (São Luís) Moto Club (São Luís) Pinheiro Atlético Clube Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) Sociedade Esportiva Tupan (São Luís) Vitória do Mar Futebol Clube (São Luís) Table: 1ª fase 1.Sampaio Corrêa 6 4 2 0 11-00 10 2.Maranhão 6 4 1 1 10-04 9 3.Moto Club 6 2 4 0 10-03 8 4.Expressinho 6 3 1 2 07-07 7


5.Vitória do Mar 6 2 0 4 05-12 4 6.Tupan 6 1 2 3 05-07 4 7.Boa Vontade 6 0 0 6 01-16 0 Table: grupo A 1.Imperatriz 10 5 3 2 12-09 13 2.Caxiense 10 4 4 2 17-15 12 3.Bacabal 10 4 3 3 17-11 11 4.Americano 10 3 4 3 11-11 10 5.Pinheiro 10 3 2 5 08-12 8 6.Duque de Caxias 10 1 4 5 09-16 6 Table: Grupo B 1.Maranhão 8 3 5 0 10-06 11 qualified for First Stage final 2.Moto Club 8 2 5 1 11-09 9 3.Imperatriz 8 2 4 2 10-09 8 4.Sampaio Corrêa 8 1 6 1 05-03 8 5.Caxiense 8 1 2 5 07-16 4 Table 3ª. Fase grupo A 1.Maranhão 6 6 0 0 18-01 12 2.Sampaio Corrêa 6 4 1 1 18-02 9 3.Moto Club 6 4 0 2 15-04 8 4.Tupan 6 3 1 2 05-08 7 5.Vitória do Mar 6 1 0 5 04-22 2 6.Boa Vontade 6 0 2 4 02-11 2 Table 3ª fase grupo B 1.Imperatriz 10 7 2 1 26-08 16 2.Caxiense 10 6 3 1 14-07 15 3.Americano 10 6 2 2 12-08 14 4.Bacabal 10 2 4 4 11-13 8 5.Pinheiro 10 2 0 8 04-15 4 6.Duque de Caxias 10 1 1 8 03-19 3 Table 1.Imperatriz 10 7 3 0 14-06 17 2.Sampaio Corrêa 10 4 3 3 11-09 11 3.Moto Club 10 4 3 3 10-09 11 4.Americano 10 3 2 5 09-16 8 5.Maranhão 10 2 3 5 10-10 7 6.Caxiense 10 3 0 7 06-09 6 Imperatriz won Second Stage and qualified for Final Stage Table of Qualification for Third Stage (Second Phases of First and Second Stages) 1.Imperatriz 18 9 7 2 24-15 25 to Third Stage 2.Moto Club 18 6 8 4 21-18 20 to Third Stage 3.Sampaio Corrêa 18 5 9 4 16-12 19 to Third Stage 4.Maranhão 18 5 8 5 20-16 18 to Third Stage 5.Caxiense 18 4 2 12 13-25 10 6.Americano 10 3 2 5 09-16 8 Table 1.Maranhão 6 3 2 1 09-05 8 2.Moto Club 6 2 3 1 05-04 7 3.Sampaio 6 2 1 2 07-08 5 4.Imperatriz 6 1 1 4 03-05 3 Maranhão won Third Stage and qualified for Final Stage. Moto Club qualified for Final Stage due to overall record. Table 1.Maranhão 4 1 2 1 4-4 6 champions 2.Imperatriz 4 1 2 1 3-4 5 3.Moto Club 4 2 0 2 6-5 4

1994 – fundado o JV Lideral Futebol Clube, da cidade de Imperatriz. JV significa João Vicente; são as duas iniciais do nome do filho do presidente do clube, o empresário Wálter Lira. Lideral é o nome da empresa do presidente do clube. O JV Lideral surgiu como clube profissional no ano passado quando disputou a 2ª divisão do Campeonato maranhense e foi o vice-campeão, perdendo o título para o IAPE. Antes, a equipe disputava apenas o campeonato amador de Imperatriz. As cores do JV Lideral são o amarelo, vermelho e branco. O JV Lideral tem como mascote um trator. Pois, a empresa Empreendimentos Lideral, que banca o time, é do ramo de terraplanagens e de demais serviços com o uso de tratores e equipamentos semelhantes. 2008 - Campeonato Maranhense - 2ª Divisão vice-campeão 2009 diputará pela primeira vez o campeonato maranhense da primeira divisão


– Maranhão Atlético Clube conquista o campeonato maranhense Participantes

Stadium

Bacabal Esporte Clube José Corrêa (Correão) Esporte Clube Boa Vontade (São Luís) Nhozinho Santos Associação Esportiva Caxiense (Caxias) Coroatá Futebol Clube Duque de Caxias Futebol Clube (Caxias) Expressinho Futebol Clube (São Luís) Sociedade Imperatriz de Desportos Maranhão Atlético Clube (São Luís) Moto Club (São Luís)

Duque de Caxias Vitor Trovão (Vitão) Duque de Caxias Nhozinho Santos Frei Epifânio D'Abadia Governador João Castelo (Castelão) Governador João Castelo (Castelão)

Porto Franco Futebol Clube Manuel Pereira de Souza (Manelão) Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) Governador João Castelo (Castelão) Sociedade Esportiva Tupan (São Luís) Nhozinho Santos Vitória do Mar Futebol Clube (São Luís) Nhozinho Santos Table: A 1.Moto Club 2.Sampaio

6 5 1 0 15- 1 11 Qualified 6 3 2 1 12- 2 8 Qualified

3.Maranhão 4.Boa Vontade Table:B

6 2 1 3 5- 4 5 Qualified 6 0 0 6 1-23 0

1.Imperatriz 4 2 0 2 3- 4 4 Qualified 2.Caxiense 4 1 2 1 5- 4 4 Qualified 3.Porto Franco 4 1 2 1 3- 3 4 Table:C 1.Coroatá

4 2 2 0 5- 2 6 Qualified

2.Bacabal 4 2 1 1 4- 3 5 Qualified 3.Duque de Caxias 4 0 1 3 2- 6 1 Table:D 1.Tupan 2.Expressinho

4 3 1 0 7- 2 7 Qualified 4 2 1 1 4- 4 5

3.Vitória do Mar 4 0 0 4 4- 9 0 Table 1. Maranhão 2. Moto Club

7 5 1 1 17- 6 11 7 5 1 1 13- 7 11

3. Sampaio

7 4 1 2 9- 7 9

4. Imperatriz

7 2 4 1 9- 6 8

5. Caxiense 6. Bacabal 7. Coroatá

7 2 2 3 10-14 6 7 1 3 3 7- 9 5 7 1 2 4 6- 9 4

8. Tupan

7 0 2 5 5-15 2

Maranhão won First Stage. Notes: Maranhão, Moto Club, Sampaio, Imperatriz and Caxiense qualified for Second Stage. Bacabal was excluded from the competition due refusing to play against Moto, in São Luís. Moto Club won the points "Repescagem" Group A (Capital): Table: 1. Vitória do Mar Qualified 2. Expressinho 3. Boa Vontade Group B (Countryside): Table:


1. Porto Franco Qualified 2. Duque de Caxias Final Match: [Nov 23] Porto Franco

8-0 Vitória do Mar - Porto Franco qualified for Second Stage.

Table 1. Sampaio 2. Moto Club

4 2 1 1 11-9 5 4 2 1 1 7-5 5

3. Caxiense 4. Maranhão

4 1 2 1 3-4 4 4 1 1 2 6-4 3

5. Porto Franco 4 0 3 1 4-9 3 Sampaio won Second Stage. Championship Finals 1st leg [Dec 13] Maranhão 0-0

Sampaio

2nd leg [Dec 16] Sampaio 0-1

Maranhão

3rd leg [Dec 18] Maranhão 0-0

Sampaio

1995 – MAIO, 01 – fundado o Codó Futebol Clube, da cidade de Codó. JUNHO, 06 – fundado o Açailândia Futebol Clube, da cidade de Açailândia. JULHO, 15 – fundado o Esporte Clube Viana, da cidade de Viana - fundado a Associação Atlética Graça Aranha, da cidade de São Luís. Suas cores são preto e amarelo. - fundado o Sport Club Pindaré, da cidade de Pindaré Mirim - Maranhão Atlético Clube conquista o campeonato maranhense Participantes Bacabal EC

SA Imperatriz

Coroatá FC

Maranhão AC (São Luís)

EC Duque de Caxias (Caxias) Moto Clube (São Luís) Expressinho FC (São Luís) Sampaio Corrêa FC (São Luís) Table 1.Coroatá 14 11 2 1 27- 9 35 Qualified to final phase 2.Bacabal

14 9 3 2 35-13 30 Qualified to final phase

3.Maranhão 4.Sampaio Corrêa

14 7 3 4 37-12 24 13 6 2 5 14-17 17

5.Moto Clube 13 3 6 4 12-16 15 6.Imperatriz 14 2 6 6 9-24 12 7.Duque de Caxias 14 1 6 7 10-22 9 8.Expressinho Table

14 1 2 11 9-40 5

1.Sampaio Corrêa 5 3 1 1 8- 2 10 Qualified 2.Maranhão 6 2 3 1 6- 4 9 Qualified 3.Moto Clube 6 2 2 2 5- 6 8 4.Expressinho Table 1.Bacabal

5 0 2 3 2- 9 2

2.Coroatá 3.Imperatriz

6 4 0 2 5- 4 12 Qualified 6 3 2 1 8- 2 11 Qualified 6 2 1 3 7- 9 7

4.Duque de Caxias 6 0 3 3 0- 5 3 Table 1.Sampaio Corrêa

3 1 2 0 5- 3 5 Qualified to Final Phase

2.Maranhão 3.Bacabal

3 1 1 1 2- 3 4 Qualified to Final Phase 3 0 3 0 1- 1 3

4.Coroatá

3 0 2 1 3- 4 2


Table 1.Maranhão

6 3 2 1 7- 5 11 Champions

2.Coroatá 3.Bacabal

6 2 3 1 6- 6 10 [+1] 6 2 2 2 10- 9 8

4.Sampaio Corrêa 6 0 3 3 3- 6 3 [+1]

1996 – MARÇO, 30 – fundado o São Bento Esporte Clube, da cidade de São Bento - Bacabal campeão Participantes Americano FC (Bacabal) Expressinho FC (São Luís) Bacabal EC Maranhão AC (São Luís) SE Caxiense (Caxias) Moto Clube (São Luís) Codó FC Sampaio Corrêa FC (São Luís) 1.Sampaio Corrêa 16 8 6 2 29-12 30 Qualified to championship final 2.Bacabal 3.Maranhão

16 8 4 4 31-17 28 Qualified to championship final 16 7 7 2 23-12 28

4.Codó 5.Moto Clube

16 8 3 5 29-16 27 16 5 6 5 27-21 21

6.Caxiense

16 5 5 6 20-20 20

7.Coroatá 8.Americano 9.Expressinho

16 5 4 7 17-22 19 16 7 2 7 17-18 18 * 16 0 1 15 3-58 1

Table 1.Moto Clube

6 3 3 0 17- 4 12 Qualified

2.Sampaio Corrêa 6 3 2 1 11- 3 11 Qualified 3.Maranhão 6 3 1 2 15- 7 10 4.Expressinho 6 0 0 6 2-31 0 Table 1.Codó

6 3 1 2 8- 4 10 Qualified

2.Caxiense

6 2 3 1 7- 8 9 Qualified

3.Americano 4.Bacabal Table

6 2 2 2 6- 5 8 6 1 2 3 3- 7 5

1.Caxiense 2.Sampaio Corrêa

6 3 1 2 5- 4 10 Qualified to championship final 6 3 0 3 10- 9 9

3.Moto Clube 4.Codó Table

6 2 3 1 8- 6 9 6 1 2 3 5- 9 5

1.Bacabal

4 3 0 1 6- 5 9 Champions

2.Sampaio Corrêa 4 2 1 1 9- 2 8 [+1] 3.Caxiense 4 0 1 3 4-12 2 [+1]

1997– Sampaio Corrêa Futebol Clube conquista o Campeonato Maranhense Group A [Capital] Moto Clube Sampaio Correa Moto Clube Group B [Countryside] Tocantins Caxiense Bacabal Imperatriz


Championship Final First Leg [Dec 7] Moto Clube 1 -0 Sampaio Correa Second Leg [Dec 10] Sampaio Correa 2-1 Moto Clube Third Leg [Dec 14] Sampaio Correa 2-0 Moto Clube

1998 – DEZEMBRO, 01 – fundado a Sociedade Esportiva Santa Inês, da cidade de Santa Inês. Participou pela primeira vez da série principal do campeonato maranhense em 2001, sob a presidência de Elias Santos Neto e comando do técnico Caetano Alves.

- Sampaio Corrêa campeão: 1ª fase 1.Bacabal

9 6 2 1 20- 8 20

2.Sampaio Corrêa 9 5 3 1 18-11 18 3.Pindaré 9 5 2 2 18-12 17 4.Viana 5.Ferroviário 6.Maranhão

9 5 0 4 18-17 15 9 4 2 3 8-12 14 [*] 9 4 0 5 14-11 12

7.Moto Clube 8.Imperatriz

9 2 5 2 14- 9 11 9 2 2 5 9-19 8 [*]

9.Americano 9 1 3 5 8-16 6 10.Boa Vontade 9 1 1 7 11-23 4 [*] w/o goals Ferroviario v Imperatriz 2ª fase 1.Moto Clube 9 7 0 2 20- 8 21 2.Sampaio Corrêa 9 6 2 1 26- 9 20 3.Viana 4.Maranhão

9 5 1 3 18-13 16 9 4 2 3 11-10 14

5.Pindaré

9 4 1 4 13-11 13

6.Ferroviário 7.Bacabal

9 4 1 4 10-13 13 9 3 1 5 10-16 10

8.Imperatriz 9.Americano

9 3 0 6 13-24 9 9 2 2 5 11-14 8

10.Boa Vontade

9 2 0 7 5-19 6

Final: First Leg: August 13th: Sampaio Correa 2-2 Maranhao 2nd Leg: 25/08/98 Sampaio Correa 2-1 Maranhao 3rd Leg: Sampaio Correa 1-1 Maranhao

1999 - - Maranhão Atlético Clube conquista o campeonato maranhense Participating Teams: Açailandia Futebol Clube (Açailandia) Americano Futebol Clube (Bacabal) Bacabal Esporte Clube (Bacabal) Esporte Clube Boa Vontade (São Luís) Esporte Clube Viana (Viana) Ferroviário Esporte Clube (São Luís) Maranhão Atlético Clube (São Luís) Moto Clube (São Luís) Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) Sociedade Atlética Imperatriz (Imperatriz) Sociedade Esportiva Caxiense (Caxias) Sport Club Pindaré (Pindaré Mirim) Championship Final


Sampaio Corrêa 1-2 Maranhão Maranhão 2-0 Sampaio Corrêa

ATUALMENTE 2000 2000 - Moto Clube de São Luís conquista o Campeonato Maranhense PARTICIPATING CLUBS: AÇAILÂNDIA Futebol Clube (Açailândia) AMERICANO Futebol Clube (Bacabal) BACABAL Esporte Clube (Bacabal) Esporte Clube BOA VONTADE (São Luís) EXPRESSINHO Futebol Clube (São Luís) FERROVIÁRIO Esporte Clube (São Luís) Sociedade Atlética IMPERATRIZ de Desportos (Imperatriz) MARANHÃO Atlético Clube (São Luís) MOTO CLUBE de São Luís (São Luís) Esporte Club PINDARÉ (Pindaré) SAMPAIO CORRÊA Futebol Clube (São Luís) Esporte Clube VIANA (Viana) Championship Final (Sampaio Corrêa won 2 bonus point and Moto Clube won 1 bonus point) First Leg [Aug 1] Sampaio Corrêa 2-2 Moto Clube Clube Second Leg [Aug 4] Sampaio Corrêa 1-2 Moto Clube

2001 - Moto Club state champions Participating Clubs: Associação Esportiva Caxiense (Caxias) Bacabal Esporte Clube (Bacabal) Esporte Clube Boa Vontade (São Luís) Esporte Clube Viana (Viana) Expressinho Futebol Clube (São Luís) Maranhão Atlético Clube (São Luís) Moto Club (São Luís) Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) Sociedade Esportiva Santa Inês (Santa Inês) São Bento Esporte Clube (São Bento) Sociedade Imperatriz de Desportos (Imperatriz) Tocantins Esporte Clube (Imperatriz) Group A 1.Maranhão 2.São Bento 3.Moto Club

10 7 3 0 36- 8 24 Qualified 10 6 2 2 26- 7 20 Qualified 10 4 5 1 20- 7 17

4.Bacabal

10 4 1 5 18-15 13

5.Tocantins

10 2 0 8 8-42 6

6.Expressinho 10 1 1 8 5-35 4 Group B 1.Sampaio Corrêa 10 7 2 1 16- 6 23 Qualified 2.Viana

10 4 5 1 16- 8 17 Qualified

3.Caxiense 4.Boa Vontade

10 4 4 2 13-11 16 10 3 2 5 9-14 11

5.Santa Inês 6.Imperatriz

10 2 3 5 9-15 9 10 1 2 7 6-15 5


Relegation Table 1.Sampaio Corrêa 22 16 4 2 58-15 52 2.Maranhão 3.Moto Club

22 13 7 2 62-25 46 22 12 7 3 39-22 43

4.Caxiense

22 11 5 6 37-23 38

5.Viana 6.Santa Inês

22 10 7 5 34-22 37 22 8 8 6 35-26 32

7.São Bento 8.Boa Vontade

22 8 6 8 36-27 30 22 8 4 10 29-30 28

9.Bacabal

22 6 4 12 28-39 22

10.Imperatriz 11.Expressinho 12.Tocantins

22 5 6 11 22-31 21 22 2 3 17 11-68 9 Relegated 22 2 1 19 14-76 7 Relegated

Championship Finals [Jun 14] - Moto Club 2-4 Sampaio Corrêa [Sidney 75', 91'; Carlão 12', 45', Paulo Henrique 31, Robson 40'] [Jun 17] - Sampaio Corrêa 0-3 Moto Club

2002 – fundada a Sociedade Esportiva Nacional, da cidade de Santa Inês. Suas cores são azul, amarelo e branco OUTUBRO, 20 – fundado o Esporte Clube Falcão, da cidade de São Luís,. Está ligado à Associação Esportiva Brigadeiro Falcão, entidade sem fins lucrativos. Foi Vice-Campeonato Maranhense da Segunda Divisão: 2002. NOVEMBRO, 1 - fundado o Chapadinha Futebol Clube, da cidade de Chapadinha. Campeonato Maranhense. Participou da Primeira Divisão: 2003, 2004, 2005, 2006, 2007 e 2008; Campeonato Brasileiro da Série C, em 2003 (eliminado na segunda fase). - Sampaio Corrêa Champions Participants Bacabal Esporte Clube Esporte Clube Boa Vontade (São Luís) Sociedade Esportiva Caxiense (Caxias) Expressinho Futebol Clube (São Luís) Sociedade Imperatriz de Desportos Maranhão Atlético Clube (São Luís) Moto Club (São Luís) Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) Sociedade Esportiva Santa Inês São Bento Futebol Clube Tocantins Esporte Clube (Imperatriz) Esporte Clube Viana Overall Table (since 2nd Phase of 1st Stage): 1.Santa Inês 30 15 7 8 52-33 52 57,78 % qualified for Final Stage due to better overall record. 2.Sampaio Corrêa 28 12 8 8 42-35 44 52,38 % 1st Stage winners 3.Maranhão 4.Viana 5.São Bento

26 12 7 7 35-29 43 55,13 % 24 10 8 6 39-26 38 52,78 % 22 9 7 6 28-25 34 51,52 %

6.Moto Club

26 10 3 13 37-42 33 42,31 % 2nd Stage winners

7.Caxiense 8.Boa Vontade

22 4 4 14 23-52 16 24,24 % 22 3 6 13 28-43 15 22,73 %

Table (in brackets the number of extra points awarded to a club] 1.Sampaio Corrêa 2 2 0 0 4- 1 8 [2] Champions 2.Santa Inês 3.Moto Club

2 1 0 1 3- 2 3 2 0 0 2 1- 5 2 [2]


2003 - SETEMBRO, 14 - o Centro de Treinamento do Moto Club de São Luís, denominado "Dr. José Pereira dos Santos" foi oficialmente inaugurado. O CT conta com dois campos de futebol de medidas oficiais. O campo principal é utilizado pelo time principal e recebeu o nome de "Hamilton Sadias Campos", o maior artilheiro de todos os tempos do Moto Club de São Luís. O outro campo é utilizado pelas divisões de base do clube e recebeu o nome de "Baezinho". Além dos campos, o CT tem vestiário, rouparia, sala da presidência, sala de troféus, sala de imprensa, sala de reuniões e departamento médico. - Sampaio Corrêa are the 2003 Maranhão state champions for having a better season record Participants Club Bacabal Esporte Clube

Stadium José Corrêa (Correão)

Chapadinha FC

Lucídio Frazão

Esporte Clube Boa Vontade (São Luís) Sociedade Esportiva Caxiense (Caxias) EC Falcão (São Luís) Sociedade Imperatriz de Desportos

Governador João Castelo (Castelão) Duque de Caxias Nhozinho Santos Frei Epifânio D'Abadia

Maranhão Atlético Clube (São Luís)

Governador João Castelo (Castelão)

Moto Club (São Luís) Governador João Castelo (Castelão) Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) Governador João Castelo (Castelão) Sociedade Esportiva Santa Inês São Bento Futebol Clube Esporte Clube Viana

Binezão Newton Belo Daniel Filho

Championship Finals First Leg - [Jul 30] - Maranhão 2-1 Sampaio Corrêa Second Leg [Aug 3] - Sampaio Corrêa 3-2 Maranhão

2004 - Moto Clube de São Luís conquista o Campeonato Maranhense Participantes Esporte Clube BOA VONTADE (São Luís) Associação Esportiva CAXIENSE (Caxias) CHAPADINHA Futebol Clube (Chapadinha) Sociedade IMPERATRIZ de Desportos (Imperatriz) MARANHÃO Atlético Clube (São Luís) MOTO CLUBE (São Luís) SAMPAIO CORRÊA Futebol Clube (São Luís) Sociedade Esportiva SANTA INÊS (Santa Inês) SÃO BENTO Esporte Clube (São Bento) Esporte Clube VIANA (Viana) Relegation Table 1.Moto Club

18 12 1 5 38-22 37

2.Sampaio Corrêa 18 11 4 3 24-13 37 3.São Bento 18 9 3 6 19-15 30 4.Chapadinha 18 8 4 6 22-15 28 5.Santa Inês 18 8 2 8 25-24 26 6.Imperatriz 18 5 8 5 20-14 23 7.Maranhão 18 6 2 10 26-33 20 8.Viana 18 6 1 11 14-23 19 9.Boa Vontade 18 5 4 9 16-24 19 Relegated 10.Caxiense 18 3 5 10 16-36 14 Relegated

2005 - Imperatriz are the 2005 Maranhão champions Participantes AMERICANO Futebol Clube (Bacabal) CHAPADINHA Futebol Clube (Chapadinha)


COMERCIÁRIO Futebol Clube (São Luís) Sociedade IMPERATRIZ de Desportos (Imperatriz) MARANHÃO Atlético Clube (São Luís) MOTO CLUBE (São Luís) SAMPAIO CORRÊA Futebol Clube (São Luís) Sociedade Esportiva SANTA INÊS (Santa Inês) SÃO BENTO Esporte Clube (São Bento)and Esporte Clube VIANA (Viana) Championship Finals First Leg - [Jul 3] – Imperatriz 4-2 Moto Club [Jul 10] Moto Club 2-3 Imperatriz Após o término do campeonato, houve uma grande discussão se os rebaixados deveriam ser Americano e Comerciário, dois últimos colocados ou Viana e São Bento, que desistiram antes do início da competição. No conselho arbitral de outubro de 2005, os clubes unanimimente decidiram que os rebaixados seriam Viana e São Bento, confirmando o Americano e o Comerciário para as disputas de 2006.

2006 - - Moto Clube de São Luís conquista o Campeonato Maranhense Participantes AMERICANO Futebol Clube (Bacabal) CHAPADINHA Futebol Clube (Chapadinha) COMERCIÁRIO Futebol Clube (São Luís) Sociedade Esportiva JUVENTUDE (Caxias) Sociedade IMPERATRIZ de Desportos (Imperatriz) MARANHÃO Atlético Clube (São Luís) MOTO CLUBE (São Luís) Sociedade Esportiva SANTA INÊS (Santa Inês) SANTA QUITÉRIA Futebol Clube (Santa Quitéria) SAMPAIO CORRÊA Futebol Clube (São Luís) Final Table 1.Moto Clube 25 11 6 8 33-28 39 2.Sampaio Corrêa 26 13 8 5 39-26 47 3.Imperatriz 4.Chapadinha 5.Maranhão

25 14 3 8 45-30 45 22 9 5 8 33-27 32 20 7 8 5 28-23 29

6.Santa Quitéria 20 7 7 6 29-27 28 7.Americano 18 5 4 9 25-35 19 8.Comerciário 9.Santa Inês 10.Juventude

18 4 6 8 23-30 18 18 5 2 11 17-38 17 18 3 5 10 22-30 14

2007 – fundado o Itinga do Maranhão Esporte Clube. Em 2008, o clube diputa pela primeira vez o Campeonato Maranhense da Primeira divisão. Suas cores são verde, amarelo e branco. JULHO, 14 – fundado o São José de Ribamar Esporte Clube ou simplesmente São José. da cidade de São José de Ribamar. Suas cores são verde e amarelo. Em 2007 o clube subiu para a primeira divisão do maranhense com o vice campeonato da segunda. Em 2008 o time obteve uma otima atuaçao na Taça Cidade de São Luis ficando em 3º lugar eliminado grandes clubes como Moto Clube e Maranhao. - Maranhão Atlético Clube conquista o campeonato maranhense Participantes Americano - Americano Futebol Clube (Bacabal) Bacabal - Bacabal Esporte Clube (Bacabal) Chapadinha - Chapadinha Futebol Clube (Chapadinha) Comerciário - Comerciário Futebol Clube (São Luís) Imperatriz - Sociedade Imperatriz de Desportos (Imperatriz) Maranhão - Maranhão Atlético Clube (São Luís) Moto Club - Moto Club (São José do Ribamar)


Nacional - Sociedade Esportiva Nacional (Santa Inês) Sampaio Corrêa - Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) Santa Quitéria - Santa Quitéria Futebol Clube (Santa Quitéria do Maranhão) Final Table Team PTS G W D L AVG 1.Maranhão

47 28 14 5 9 44 31 13 1,679

2.Bacabal 3.Imperatriz

41 24 11 8 5 34 24 10 1,708 40 24 11 7 6 37 25 12 1,667

4.Chapadinha 5.Sampaio Corrêa

36 20 11 3 6 38 27 11 1,800 31 20 8 7 5 29 24 5 1,550

6.Moto Club

27 20 7 6 7 27 27 0 1,350

7.Santa Quitéria 8.Nacional 9.Americano

24 18 6 6 6 25 25 0 1,333 18 18 3 9 6 23 25 -2 1,000 13 18 4 1 13 22 41 -19 0,722

10.Comerciário

6 18 0 6 12 11 41 -30 0,333

2008 – criado um novo time que disputou a 2ª divisão do Campeonato Maranhense: JV LIDERAL. Ele foi vice-campeão e subiu para a 1ª divisão. Na primeira divisão de 2009, o JV Liberal terminou a primeira fase em primeiro lugar na chave dos times do interior.O time recebeu o apelido de "trator". - fundado o Instituto de Administração de Projetos Educacionais Futebol Clube – IAPE -, da cidade de São Luís

- Moto Clube de São Luís conquista o Campeonato Maranhense Campeão estadual Participanting: BACABAL Esporte Clube (Bacabal) CHAPADINHA Futebol Clube (Chapadinha) Sociedade IMPERATRIZ de Desportos (Imperatriz) ITINGA Esporte Clube (Itinga do Maranhão) MARANHÃO Atlético Clube (São Luís) MOTO CLUB (São Luís) Sociedade Esportiva NACIONAL (Santa Inês) SAMPAIO CORRÊA Futebol Clube (São Luís) SANTA QUITÉRIA Futebol Clube (Santa Quitéria) SÃO JOSÉ DE RIBAMAR Esporte Clube (São José de Ribamar) Final Standings 1.Moto Club 24 13 8 3 41-19 47 0.653 Champions; Copa do Brasil 2009 2.Sampaio Corrêa 28 13 9 6 50-28 48 0.571 Copa do Brasil 2009 3.Bacabal

24 9 5 10 32-36 32 0.444

4.Imperatriz 5.São José

20 6 10 4 38-36 28 0.467 20 7 4 9 23-28 25 0.417

6.Nacional 7.Maranhão 8.Itinga

20 5 9 6 12-17 24 0.400 18 6 4 8 24-25 22 0.407 18 5 5 8 12-18 20 0.370

9.Santa Quitéria 10.Chapadinha

18 5 5 8 20-28 20 0.370 Relegated 18 3 5 10 13-29 14 0.259 Relegated

2009 Participantes: Bacabal Esporte Clube - Fundação: 12 de março de 1974 - Endereço: Rua Cleomenes Falcão s/nº, Bacabal (MA), CEP 65700-000 - Telefone: (99) 621 1648 - Site: http://www.leaodomearim.com - Mascote: Leão Estádio: José Luís Correa (Correão) - Capacidade: 12000 pessoas Iape Futebol Clube Itinga do Maranhão Esporte Clube - Fundação: Endereço: Rua José dos Reis Feitosa, Sº nº; Bairro: Vila Emanoela; Cep – 65939-000; Itinga do Maranhão – Ma - Telefone: (99) 9121-1194 - Maascote: Onça Estádio: Ildemar Gonçalves dos Santos (Demarzão) - Capacidade: 8 mil pessoas Sociedade Imperatriz de Desportos - Fundação: 4 de janeiro de 1962 - Endereço: Rua Antônio Miranda 587, Imperatriz (MA), CEP 65900-000 - Telefone: (99) 525 1824 - Mascote: Cavalo - Estádio: Frei Epifânio d'Abadia (Abadião) - Capacidade: 10000 pessoas


Maranhão Atlético Clube - Fundação: 24 de setembro de 1932 - Endereço: Avenida 7 s/nº, São Luís (MA), CEP 65070-220 - Telefone: (98) 236 6555 - Mascote: Bode - Estádio: Governador João Castelo (Castelão) Capacidade: 75000 pessoas Moto Club de São Luís - Fundação: 13 de setembro de 1937 - Endereço: Estrada Velha dos Vinhais 6, São Luís (MA), CEP 65075-441 - Telefone: (98) 274 1785; site: http://www.motoclubsaoluis.com.br - Mascote: Bicho-Papão - Estádio: Governador João Castelo (Castelão) - Capacidade: 75000 pessoas Sociedade Esportiva Nacional - Fundação: 2002 - Endereço: Santa Inês (MA) - Telefones: Estádio: Artemas Santos - Capacidade: 5000 pessoas Sampaio Corrêa Futebol Clube - Fundação: 25 de março de 1923 - Endereço: Rua General Artur Carvalho s/nº, São Luís (MA), CEP 65066-320 - Telefone: (98) 248 0310; site: http://www.sampaiocorreafc.com.br Mascote: Tubarão - Estádio: Governador João Castelo (Castelão) - Capacidade: 75000 pessoas Jv Lideral São José

de

Ribamar

Esporte

Clube

-

Fundação:

14

de

junho

de

2007


BOX PRIMEIRO CAMPEONATO DE FUTEBOL NO MARANHÃO 1909 - Em março é anunciado um concurso (torneio) de Futebol a ser disputado por sócios do Fabril Athletic Club (FAC) e o Maranhense Foot-Ball Club (MFC); cada clube deveria inscrever 24 (vinte e quatro) jogadores, que seriam divididos em quatro (4) equipes de seis (6) jogadores cada, e 30 (trinta) minutos de duração, cada partida (Pacotilha, 23 de março de 1909). O primeiro jogo da série deveria começar em 11 de abril, disputando-se dois (2) jogos por Domingo, sendo o encerramento em 02 de maio, entre os times que tiverem melhor classificação no campeonato. Inscritos os jogadores, foram sorteados entre os diversos times: E

JOGADORES SORTEADOS

A

M. A. Santos; José Borges, C.E. Clissold; J.B.

VESTIMENTA

QUIPE Preta

Rego Júnior; Bernardino Queiroz; e José Jame B

José F. Costa; T. H. Downey; Raymundo

Almeida; E. Simas; M. Mathias Filho; F.C. Ribeiro; C

branca Camisa encarnada e calça branca

Almir S. Silva; E.P. Sousa; Albino R. Faria; J.P.

Santos; ª M. Gonçalves; e ª R. C. Martins F

Calça e camisa

Gorzino Bello; João Teixeira; Raimundo Nunes;

Joaquim Ferreira; Satú Bello; e Rego Sousa E

calça branca

C.V. Reade; Manoel P. Santos; Ruy M. Faro;

Gilberto Sousa; J. Santos; F. C. Ribeiro D

Camisa Azul e

Camisa Azul e Calça branca

J.M.L. Assis; Raul S. Martins; J. Lima Sobrinho; José Alvim; Laudeli Melo; e J. Santos

G

calça branca

Carlos Neves; Delfim Rodrigues; A Figueiredo;

Julio A Santos; W. Araújo; e A Gandra H

Camisa preta e

Camisa branca e calça preta

Luís A Leite; A Faria; José A Santos; João Mário;

Antonio Santos; e Cunha Júnior

Branca

e

fita

preta

Fonte: Pacotilha, 14 de abril de 1909 No primeiro Domingo já jogam: E x H – referee: C. E. Clissold; C x B – referee: T. H. Downey. No dia 25: A x D – referee: J. M. A Santos; G x F – referee: T. H. Downey A seguir, é dada a escalação dos times, distribuídos os jogadores nas seguintes posições: goal-keeper (1); full-backs (2); forwards (3), e que os times começariam a se enfrentar a partir do dia 18 de abril. (Pacotilha, 17 de abril de 1909). A primeira rodada desse primeiro concurso – campeonato – de foot-ball teve os seguintes resultados (Pacotilha, 19 de abril de 1909): Jogo 1 – E 5 x 0 H; gols de J. Mário (4) e Cunha Júnior (1); Jogo 2 – C 4 x 2 B; gols de Downey (4), não sendo informados o(s) marcador(es) da equipe “B”. A segunda rodada não foi realizada na data prevista – Domingo, 25 de abril – por “motivo de força maior” (Pacotilha, 24 de abril de 1909, sábado), porém não se informando qual seja o motivo do impedimento... Na edição d’ A Pacotilha de 1º de maio, Sábado, é anunciada a realização da segunda rodada, dando-se a escalação das equipes que se enfrentariam (Pacotilha, 1º de maio de 1909, sábado ). Lamentando as chuvas que caíram no Domingo – 02 de maio – prejudicando o desempenho dos jogadores, a segunda rodada foi realizada com os seguintes resultados (Pacotilha, Terça-


feira, 04 de maio de 1909): A 1 x 0 D, gols de Rego Serra; G 2 x 0 F, gols de A Gandra, sendo que na Quinta-feira – 06 de maio – haveria novo sorteio, dos times vencedores, para as partidas de Domingo: B x G; e H x D; dando-se a escalação de cada uma delas, servindo de árbitro, para ambos os jogos C. E. Clissold.( Pacotilha, Quinta-feira, 06 de maio de 1909). Os resultados foram, na primeira partida: B 10 x 0 G, gols marcados por Downey: dois no primeiro tempo e oito no segundo; e na Segunda partida: H 4 x 2 D, gols marcados por Satú Bello e J. Mário no segundo, não se informando quantos cada um marcou, nem quem fez os gols do D. Os jogos, conforme rezava o Regulamento, foram disputados em dois tempos de 15 minutos cada um, sendo que no intervalo do primeiro jogo, jogava-se o primeiro tempo do segundo jogo; terminado este, voltavam a jogar as equipes da primeira partida o seu segundo tempo; terminada esta, o segundo match do dia. A final do Campeonato de Foot-Ball seria disputada entre as equipe do “B” x “H”, vencedoras das “semi-finais”: Posição

Team B

Team H

Goal

E. Simas

José A Santos

Full-backs

M. Sardinha, e

Antonio Santos, e

Almeida

L. Leite (captais)

F. H. Downey;

J. Mário

J. F. Costa (captais)

A Farias

M. Mathias Filho

Cunha Júnior

Calça branca e camisa

Branca e fita encarnada

Forwards

Vestimentas

azul Referee

C. E. Clissold

Embora previsto, no Regulamento, a cobrança de ingressos a partir da Segunda fase da competição, nas semi-finais não foram cobrados, devido as intensas chuvas que vinha castigando a cidade; mesmo assim houve grande afluência de público, em todas as partidas. Para a partida final, seriam cobrados os ingressos. No Domingo marcado para a grande final desse “primeiro Campeonato Maranhense de Foot-Ball”, voltou a chover muito, a partir das três da tarde – o início do jogo estava marcado para as quatro -, o que impediu a presença do grande público esperado. O jogo começou às 4 ½, e “... esteve realmente bem disputado, pois os footballers jogavam com interesse”, informa o cronista d’ A Pacotilha.: “Após porfiada luta, o team “B” conseguiu marcar o goal, dandose por encerrada a primeira parte do programa. Na segunda parte contava ainda a victória ao team “B”, que fez um segundo goal. Depois disto o team “H” fez um goal, correndo o match sem resultado até o final. Coube, portanto, a victória completa ao team ‘B’”. Não é informado o nome dos marcadores... Estes são os primeiros campeões maranhenses de foot-ball, em concurso disputado em 1909, entre os sócios footballers dos clubes Fabril e Maranhense, então existentes em São Luís do Maranhão: Posição

Team B


Goal

E. Simas

Full-

M. Sardinha, e Raymundo Almeida

Forwards

T. H. Downey; J. F. Costa (captain); M. Mathias Filho

backs

F. C. Ribeiro, que disputou a primeira fase do torneio, ao que parece foi substituĂ­do por M. Sardinha no jogo final.


BOX 2 CRACKS & SPORTMAN MARANHENSES 1947/1951 Tomamos por base as matérias publicadas no jornal "O Esporte", nascido no ano de 1947, "órgão puramente esportivo" - que tinha por objetivo "incentivar ainda mais a prática dos desportos na capital maranhense, para que possamos manter a posição de prestígio que ocupamos no cenário esportivo nacional, depois das vitórias de 1946". Fundado, dirigido e escrito por José Ribamar Bogéa, sua primeira edição circulou no dia 21 de julho de 1947 e sobreviveu até 1951... Em uma sessão denominada "Recordar é Viver", são oferecidos aos leitores biografias de vários "sportman" e de cracks do futebol, em que se pode traçar como se deu o desenvolvimento do esporte em terras maranhenses, após a implantação na primeira década dos "novecento" (1900). 1946 As primeiras biografias referiam-se a atletas em atividades, em atuação nos diversos clubes da capital - Moto Clube de São Luís, Sampaio Corrêa Futebol Clube, Maranhão Atlético Clube, e Sociedade Esportiva Tupan, responsáveis pelas conquistas esportivas naquele ano de 1946. 1947 Em 10 de setembro, com o título "um clube que honra o patrimônio esportivo de nosso estado" é anunciado o 10º aniversário do glorioso Moto Clube, o poderoso rubro-negro de Santa Izabel. O garboso Moto Clube, por ocasião de seu 10º aniversario - 13 de setembro - estava passando por uma crise em seu departamento de futebol, por falta de... Técnico. No relatório da diretoria, César Aboud prestava contas de sua gestão iniciada em 14 de setembro de 1944, e falava que as exigências técnicas, cada vez mais prementes, fizeram com que o clube abraçasse o profissionalismo, investindo soma apreciável na aquisição de atletas, mas os resultados foram compensadores - foram conquistados três campeonatos de futebol - 44, 45 e 46. No basquetebol, também fora campeão em 46 e vice no Voleibol. No Atletismo, o Moto participou de algumas provas, destacando-se a Corrida de São Silvestre, tendo conseguido o primeiro lugar, por equipes (O ESPORTE, São Luís, 14 de setembro de 1947). ZUZA Barbosa Filho, em reportagem publicada dia 28 de julho de 1947, apresenta-nos a "biografia de um crack": ZUZA, conhecido como "o professor", meia canhoto do Moto Clube e considerado o melhor meia do norte em sua posição. José Ferreira Filho, seu nome de batismo, nasceu em 16 de agosto de 1916, tendo começado a jogar futebol em sua cidade natal, Caruarú, ingressando no quadro infantil do Central; em 1935, passa para o quadro de aspirantes e em seguida, para o de titulares. Em 1937, conquista o vice-campeonato do torneio intermunicipal. No ano seguinte, o Caruaru participa do campeonato da primeira divisão, mas não vai até o final, licenciando-se; Zuza passa a integrar, então, o time do América. Em 1938, está no Ferroviário, atuando por duas temporadas. Nos anos de 1941 a 1945, vamos encontrá-lo no Ceará Sporting Clube. Como o Ceará fora suspenso pela FCD, o Moto Clube vai buscá-lo - naquele ano, o Moto Clube forma seu time com profissionais -. Além de Zuza, vem também Rui. Zuza participou daquele cérebre jogo entre Mineiros 3 x 7 Maranhenses ...( O ESPORTE, São Luís, 28 de julho de 1947, p. 2. Recordar é viver) REGINALDO DO CARMO MENEZES Outro atleta que vinha se destacando, também importado, era REGINALDO do Carmo Menezes; nascido no Recife, em 16 de julho de 1915, começou com o futebol aos 12 anos, no Norte América e depois, no Oceano, quadros "dos pés descalços" do subúrbio de Santo Amaro. Reginaldo passa a jogar bola em troca de algumas cambadas de peixe, doadas pelo presidente do Norte América; passou também pelo Íbis. No ano de 1947, REGI já defendia as cores do Sampaio Corrêa e seu maior prazer era vencer o MAC (O ESPORTE, São Luís, 03 de agosto de 1947, p. 2. Recordar é viver) ARGEMIRO MARTINS Comentado até os dias de hoje, GEGECA - Argemiro Martins foi outro pernambucano a ingressar no Sampaio Corrêa. No seu primeiro treino, demonstrou muita classe e entusiasmo. Também veio do Íbis, como Reginaldo. Gegeca nasceu no Recife, em 27 de junho de 1920, sendo seu primeiro clube o Maurití, do Porto da Madeira, passando para o Encruzilhada, onde atuou ao lado de Orlando, China e outros grandes azes do futebol nacional. Aos 17 anos deixou de jogar com os "pés descalços" e ingressou no Santa Cruz, jogando até 1940, quando se transferiu para o Íbis. Em 1943, estava de volta ao Santa Cruz, retornou ao Íbis, lá permanecendo até receber a proposta do Sampaio Corrêa (O ESPORTE, São Luís, 10 de agosto de 1947, p. 2. Recordar é viver.)


AREL - "ele aprendeu na mesma escola de Expedito e Ubaldo" a reportagem começa exaltando o fato de o MAC, apesar de não ter grandes títulos, tem a fama de celeiros de cracks. Isso, já em 1947. Já era tido como uma grande "fábrica" de elementos que se destacavam no cenário nacional, como Expedito e Ubaldo, que brilhavam naquele ano no Rio de Janeiro e São Paulo e que haviam defendido o Sampaio Corrêa em 1943. Outro elemento que poderia estar entre os grandes azes do futebol nacional era o médio Arel. Tendo passado pelo Maranhão Atlético Clube em 1938, depois jogou peladas no campo do Luso Brasileiro, do Vasco da Gama e no Tupan. Foi campeão pelo MAC em 1943. Era natural do Pará, embora tido como maranhense (O ESPORTE, São Luís, 13 de agosto de 1947, p. 2. Recordar é viver.). HAROLDO ALMEIDA E SILVA Nasceu em 25 de março de 1922, no Rio de Janeiro. Aos 15 anos já jogava futebol nos campos das Laranjeiras, mesmo bairro onde nasceu. Jogou no Castelo Branco, clube de bairro, passando para o São Cristóvão, até 1945, quando veio para o Moto Clube, indicado por um senhor Soares, da Federação Metropolitana. Em 1947, estava sem contrato e desejando voltar para o Rio de Janeiro. Motivo - vida cara e ordenado pequeno (O ESPORTE, São Luís, 17 de agosto de 1947, p. 2. Recordar é viver). JOSÉ COELHO NETO COELHO - nasceu em Fortaleza em 12 de abril de 1922. Começou a jogar pelo Cruzeiro de Camocim, para onde seu pai - funcionário público - foi transferido, em 1935. Em 1939, seu pai volta a Fortaleza e Coelho - já com fama de bom centroavante - passa a defender as cores do Realengo, time do bairro de Aldeotas. Em fins de 1940, deixa o time de João Bombeiro e transfere-se para o Riachuelo, onde joga ª até 1942, sagrando-se vice-campeão da 2 divisão. Em 1943, esteve no Baependí e em 1944, ingressou no Fortaleza, como ponta-direita. Depois de vários jogos, inclusive um campeonato brasileiro, veio para o MAC, chegando aqui em 9 de dezembro de 1945. - o avante do MAC contava com apenas três anos de profissionalismo (O ESPORTE, São Luís, 24 de agosto de 1947, p. 2. Recordar é viver) GALEGO jogador do Moto Clube, não se saia bem nos jogos locais, mas nos fora da cidade ... Chegou a ser cogitado até para a seleção brasileira... Natural de Belém do Pará, onde nasceu em 26 de julho de 1921, começou a joga futebol no juvenil do Paissandú, em 1937. Troca o Paissandú pelo União e em 1940 passa para o Tuna Luso Comercial. Transfere-se para o Recife, onde joga no América. Com saudades de casa, volta a Belém e, sem contrato, retornou para Recife, contratado pelo Santa Cruz. Passa a jogar pelo Maguari e quando este é extinto, vem para São Luís, jogar pelo Moto Clube (O ESPORTE, São Luís, 31 de agosto de 1947) Mas esses eram os cracks da bola, importados de outras plagas e que iniciaram a profissionalização de nosso futebol, ganhando exclusivamente para jogar. Muitos maranhenses tiveram destaque, não só no futebol, mas em outras modalidades. 1946 O ano de 1946 foi considerado o de maior destaque para os esportes maranhenses, em especial, para o Futebol, com os clubes locais ganhando inúmeras partidas por esse Brasil todo - Ceará, Belém, Recife, assim como de clubes de outras partes, quando vinham para São Luís, se apresentar, sofriam derrotas sem explicação, como aconteceu com o Flamengo, Vasco da Gama, Botafogo... Também no Basquetebol o Maranhão teve destaque em toda a região norte-nordeste, assim como no voleibol e alguns atletas apareceram no Atletismo... RAIMUNDO ROCHA A biografia esportiva de RAIMUNDO ROCHA dá-nos idéia de como foram aqueles primeiros tempos, após a inauguração do futebol e a introdução dos esportes modernos em Maranhão, após a fundação da Associação Maranhense de Esportes Amadores - A.M.E.A. DICO, como era conhecido, além de ter sido campeão várias vezes, como futebolista, alcançou outros títulos sugestivos como campeão regional de Atletismo, Voleibol, Basquetebol, etc.: era um atleta completo. Nasceu a 11 de fevereiro de 1903 em Barro Vermelho, município de Viana. Ainda pequeno, veio para São Luís, vindo a residir na Rua da Manga, 46. Junto com um amigo, Elízio, formou o Paissandú - um clube dos "pés descalços" - que nos dá a exata dimensão de como esses clubes eram formados: quatro forquilhas serviam como áreas e era transportado para os locais escolhidos para as lutas - Desterro, Madre Deus, Largo de São Pantaleão, Santiago. Logo que a turma chegava, tratava de fazer os buracos e enterrar as forquilhas, para que fossem iniciadas as disputas. Nessa época, Dico era auxiliar de


alfaiate e era quem confeccionava as bolas. Arrumava bexiga de boi no Matadouro e fazia de taboca de mamão a respectiva bomba para encher a esfera. Depois de cheias, as bexigas eram cobertas de lona, para ficarem mais resistentes; fazia sempre cinco a seis bolas de cada vez, prevendo o aparecimento dos policiais e a prisão das esferas, pois quando os soldados apareciam ninguém se lembrava da bola que estava em jogo. Todos tratavam de arrancar as forquilhas e correr para voltar depois e armar o campo, a fim de que a luta fosse reiniciada, com nova bola. A primeira posição de Dico foi ponta-direita. Em 1918, ele já figurava no Fênix e atuava como médio; em 1919, já era goleiro de fama e estava jogando no Luso, sagrando-se campeão maranhense. Nessa época, o time de Antero Novaes formava com Negreiros, Cantuária, Cabral, Sezão, Kepler, Santa Rosa (o velho Santa Rosa dos Correios e Telégrafos...), Santana, Dantas, Joãozinho, Rochinha e outros. Com esse time, o Luso foi bi-campeão, em 1920. Dico foi para Fortaleza, a convite do Guarani, pois iriam participar pela primeira vez de um campeonato brasileiro e precisavam de um bom guarda-metas. Jogou por três anos. Após a temporada em Ceará, Dico volta a São Luís, para o mesmo Luso, jogando uma temporada, quando o time foi extinto pelo Dr. Tarquínio Lopes... Terminado o Luso, Hermínio Bello formou o América. Dico ficou pouco tempo, passando-se para um novo clube - o Sírio Brasileiro, onde também teve destaque como guardametas. O time da Montanha Russa tinha em sua diretoria Silvio Tavares, Chafi Saback, Antoninho, Simões, Jamil Jorge, Pires de Castro, Fiquene, Benedito Metre e outros; dentre os jogadores, destacavam-se Stelman Porto, César Aboud, Ferdinando Aguiar, Toninho, Osvaldo, Amintas, e outros. Após ser campeão pelo Sírio, Dico transfere-se para o MAC, em conseqüência da cisão que houve no grêmio dos árabes e que deu origem ao aparecimento do grêmio atleticano. Seus companheiros eram: Enes, Adolfo, Filemon, Stelman, Bombom, Babí, Silvio, Antenor, Chaves, Driblador, etc. Depois, Dico abandonou a prática de futebol, dedicando-se ao cargo de técnico do próprio MAC, até o dia em que César Aboud tomou conta dos "cracks" maranhenses. Um ano depois, Dico figurava como técnico do FAC, em uma excursão vitoriosa à Teresina. Na volta, passou a ser treinador do Moto Clube. Não esse Moto Clube que conhecemos, cheio de valores e elementos importados - esta reportagem foi escrita em 1947... -; quando Dico treinava o Moto Clube, o grêmio da Fabril contava apenas com Mourão, Jabá, 91, Zequinha, Barbado, Veloz, Barata... Dico, em toda a sua carreira esportiva, ganhou 48 medalhas, sendo 35 de ouro: em futebol; corrida rústica; provas de velocidade; salto com vara; arremesso do peso; lançamento de dardo; lançamento de disco; volei; basquete; e boxe. Encerrou a carreira como árbitro de futebol (O ESPORTE, São Luís, 28 de novembro de 1947, p. 2). PAULO SILVA Outro atleta de destaque, que nos dá uma idéia de como surgiam os grandes valores do esporte no passado, especialmente do que podemos chamar de "Liga dos Pés Descalços" - as pequenas agremiações que surgiam da vontade de um grupo de garotos em praticar algum esporte - foi PAULO MELADO, como era conhecido Paulo Silva. Nasceu em São Luís em 10 de janeiro de 1912, na Rua do Machado, próximo à Praia do Caju. Começou a jogar futebol no corredor da "Pacotilha", ao lado de Badico e outros veteranos. O corredor da "Pacotilha" não era um campo de futebol, pois era muito estreito e servia apenas para as clássicas partidas de bola de meia. O Leãozinho F. C. da rua Afonso Pena foi o primeiro clube de Paulo Melado; era dirigido por Carlos Moreira e eram seus companheiros: Tunico (irmão de Mourãozinho), Lúcio, Eusébio e outros. Depois do Leãozinho, foi para o Tupi, disputar a primeira divisão da antiga AMEA. Sentiu os efeitos da mudança, pois quando jogava no Leãozinho, as traves tinham apenas 4 metros de largura e uns 2 metros de altura. Entretanto, aos poucos foi se acostumando aos 7 metros - era goleiro - e se tornou ídolo da família 'indígena'. Nessa época, jogavam pelo Tupy: Driblador, Pé de Remo, Café, Cação, João Pretinho e outros. Foram vice-campeões da cidade. Em 1928, transferiu-se para o Vasco da Gama, jogando ao lado de Cecílio, Neófito, Massaricão, João Pretinho, até 1931, quando recebeu convite de Carneiro Maia e foi para o América. Por três anos seguidos foram vice-campeões da cidade: Paulo Melado (gol); Raiol e Grajaú; João Franco, Neófito e Vicente Rego; Santana, Papacina, Veríssimo, Cristóvão e Corea. Em 1934, estava convocado para a seleção maranhense e em 1935, passa para o Sírio Brasileiro, jogando até a sua extinção. Em 1938, após uma passagem pelo Itapecurú - tem uma desilusão amorosa e volta para São Luís, vindo a integrar o quadro do Sampaio Corrêa. Após algumas partidas, transfere-se para Teresina. Em 1941, estava de volta, desta vez para jogar no Moto Clube, formando ao lado de Zezico, Juba, 91, Clímaco, Mojoba, Barata, Mourão, Brandão, Aderson, Valter e outros; o técnico era o tenente José Ribamar Raposo (O ESPORTE, São Luís, 30 de novembro de 1947, p. 2) JOÃO GERALDO PESTANA Outro crack do futebol do passado, que nos dá uma idéia de como funcionava a "Liga dos Pés Descalços", nesses primeiros tempos, de consolidação do esporte maranhense e em especial, do futebol - foi TANGA, como era conhecido João Geraldo Pestana; nascido em São Luís em 24 de setembro de 1901, começou a se destacar no campo do XI Maranhense, de Gentil Silva, próximo ao cais. Jogava na


equipe do Maranguape, e as partidas terminavam na hora do almoço e prosseguiam à tarde no corredor da Pacotilha. Tanga muitas vezes se encontrou com Dico... O presidente do Fênix, em 1918, fez o convite para defender as cores do clube. A sede do Fênix, nessa época, ficava nos fundos da vacaria de D. Lúcia, na rua da Independência. O amadorismo, nessa época, era um fato, com os jogadores se cotizando para comparem as equipagens e alugar os campos de jogo. Fazia-se o esporte, por esporte... Quando foi para o Fênix, Tanga levou junto o amigo Dico. O mesmo acontecendo em 1919, quando passou para o Luso. Após ter sido campeão, em 1920, seguiu, em companhia de Dico, para o Ceará, para defender as cores do Guarani. Lá, conseguiu um bom destaque, após um período ruim e somente voltou a São Luís quando foi convocado. Ao regressar, passou a defender as cores do FAC. Porém, disputou apenas um jogo: o grêmio "milionário" - pertencia à elite - depois de abater o Fortaleza por 3 x 0, foi sepultado, ficando em liberdade cracks de projeção como Paulo Cunha, Rivas, Astrolábio, Bacalhau, Dávila, Tanga, Guilhonzinho, Enéas. Com a morte do FAC, surgiu o Santa Cruz, clube de elite, contando com Ricardo Costa, Agenor Vieira, Luzico Guterres, Zé Ramos, Aníbal Verry, Zé Joaquim, Bernardino Cunha, Zé Melo, e outros. Após jogar no Santa Cruz, Tanga abandona o futebol (O ESPORTE, São Luís, 14 de dezembro de 1947, p. 2) JAIME DAMIÃO DA COSTA MASSARIQUINHO - nasceu em São Luís no dia 12 de fevereiro de 1906. Começou a jogar bola no 18 de Novembro, de Alfredo da Bateria, equipe do Gazômetro, e contava com o concurso de Paulo Melado e João Canhoteiro; depois, Jaime ingressa no Leãozinho F.C. No dia em que fundaram o Sampaio Corrêa, na casa de Inácio Coxo, na Praça da Alegria, Jaime estava presente, sendo sócio-fundador do tricolor de São Pantaleão. No dia da estréia do Sampaio, compareceu ao campo, mas com a camisa do Leãozinho para jogar contra o Iole, na preliminar - não era bom o suficiente para jogar no clube que ajudara a fundar -; Inácio Coxo, Rochinha, Vítor, João Catá, Nhá Bá e Teodorico também jogaram pelo Leãozinho e venceram por 1 x 0, gol de Jaime. O Sampaio, jogando contra o Luso, também venceu por 1 x 0 e formou com Rato; Zénovais e João Ferreira; Rui Bride, Chico Bola e Raiol; Tunilinga, Mundiquinho, Zezico, Lobo e João Macaco. Jaime só estreou no Sampaio em 1928, contra o Tupan - 7 x 4 para o Sampaio. Prosseguiu com sua jornada no Sampaio até 1937, sendo campeão em 28 e 29; vice em 30 e 31; campeão em 32, 33 e 34; vice em 35. Em 36, não houve campeonato na cidade, devido a uma dissidência. Em 1937, está no MAC, sagrando-se campeão; 38, vice-campeão - o título foi do Tupan -; em 1939, volta para o Sampaio, sagrando-se campeão nesse ano e em 1940; vice em 41; campeão em 41 e vice em 43, ano em que o Moto Clube alcançou o ponto máximo pela primeira vez. Jaime formou na seleção maranhense de 1930 a 1941, sempre com boa atuação, não sendo "barrado" uma vez sequer (O ESPORTE, São Luís, 14 de janeiro de 1948, p. 2) CARLOS VARELA Nasceu em São Luís no dia 1º de novembro de 1906. Começou a jogar futebol nas peladas do Largo da Conceição conhecidas como Estádio Varela, ponto de exibição de Severino, Pé de Remo, Mourão, Agenor Vieira, Carlos Tajra, João Almeida... Depois das peladas do Largo da Conceição, Varela passou a jogar no São Luiz, do Colégio dos Maristas, transferindo-se, em seguida, para o União, de Saladino Cruz, onde tinha a companhia dos cracks Sarrabulho e Almeida. Depois do São Luiz, passou para o Baluarte F.C., se exibindo no campo do Onze Maranhense, no Cais, juntamente com João Almeida, Cabelo de Ouro, Kenard, etc. Em 1922, com 16 anos, Varela ingressou no juvenil do FAC. Em 1924, juntamente com Hilton Monteiro, funda o Dublin F. Clube, contando na estréia com Belmiro, Alemão, Gregório, Zé da Quinta, Valério Monteiro, Severino, Delfim Nunes, Clarindo, e outros. Foi no Dublin que Varela encerrou a sua carreira esportiva em 1927, quando o clube foi extinto (O ESPORTE, São Luís, 18 de janeiro de 1948, p. 2) VITAL FREITAS Nasceu em São Luís e começou a bater bola no campo da Igreja São Pantaleão, contra os times do catecismo do Desterro, Conceição, Carmo, Sé e outras igrejas. Depois, Vital passou a atuar no quintal de Chico Rocha, no Apicum e num terreno de Manduca, à Rua do Outeiro, onde nasceu o Sampaio Corrêa. Nos campos da Camboa, Madre Deus, Quinta do Barão, Praça da Alegria, Largo de Santiago, Praça Clodomir Cardoso, ele aperfeiçoou a sua "chuteira”!... E tinha como parceiros naqueles tempos, os cracks Manoel Beleza, Nhá Bá, Virador, Inácio Coxo, Pedro Gojoba, Daniel Rocha, Nemézio, Zé Novais, Valdemar Sá, Coelho, Paulo Lobo, Antônio Benfica e outros. Esses elementos, sob a orientação de Vital e Natalino Cruz, fundaram o Sampaio Corrêa em 1923, inspirados pelo grande feito do aviador patrício Pinto Martins que, com Valter Hilton, fez o "raid" das duas Américas num hidroavião que tinha o nome de "Sampaio Corrêa II". Vital Freitas sentiu-se bem em ter oferecido a primeira camisa em que o esquadrão "boliviano" envergou no retângulo de grama e que tinha a gola verde, todo o corpo amarelo


e uma bola vermelha no peito esquerdo. O Sampaio Corrêa estreou em uma partida contra o Luso Brasileiro, à época o líder invicto do futebol maranhense. Foi árbitro o veterano Antero Novais e o Sampaio venceu por 1 x 0. Além de diretor do Sampaio, Vital foi árbitro da AMEA, da qual foi fundador juntamente com Guilhonzinho Coelho e Antônio Carneiro Maia, tendo trabalhado para a fundação do Moto Clube, ao lado de Vítor Santos (O ESPORTE, São Luís, 05 de abril de 1948, p. 2) PAULO KRUGER DE OLIVEIRA Nasceu em São Luís em 28 de fevereiro de 1901, no Bairro do Diamante e pertencia à família Ramos de Oliveira. Começou a jogar futebol no Instituto Maranhense, de Oscar de Barros. Em 1916, na casa de Manoel Guimarães, na Rua Rio Branco, fundou o Barroso Futebol Clube. Este clube tinha entre seus craques Carlos de Moraes Rêgo - irmão do professor Luis Rêgo - e Tasso Serra. Depois que o Barroso terminou, em 1918, Paulo atende convite de Saturnino Bello e Antero Matos e transfere-se para o FAC, ao lado de Agenor Vieira e Joaquim Carvalho. Oliveira passa a jogar no gol da equipe "milionária", ao lado de Cantuária, Roxura, Saracura, Enéas, Carlito, Danilo e outros. Em 1920, Paulo Kruger abandona o FAC, passando a dirigir o Santa Cruz. Três anos depois volta a jogar, até 1925. Abandonando o gol em definitivo. Foi secretário da AMEA e a presidiu em 1930 (O ESPORTE, São Luís, 29 de fevereiro de 1948, p. 2) ABRAHÃO HELUY O Abrahão do Bar Garota, hoje em dia (1948) só tem barriga; todavia já foi um craque de bola. Foi goleiro exímio. Nasceu em 3 de julho de 1905 e começou a jogar futebol no time do Chico Gomes. A primeira camisa que vestiu foi a do Onze Maranhense, de Carvalho Branco, em 1914, ao lado de Gentil Silva e Polari Maia. Depois (1916) ingressou no Baluarte, fazendo companhia a Carlos Tajra, Kenard, João Metre e outros. Em 1917, transferiu-se para o América, onde teve como companheiro Palmério. Após breve temporada, passou-se para o juvenil do Luso Brasileiro, onde fazia misérias no arco, enquanto Luiz Vieira, Silva, Raimundo e outros elementos que atuavam na retaguarda, o defendiam contra os assaltos dos adversários. Quando cansou de jogar no Luso, rumou para o FAC, encerrando a sua carreira em 1921(O ESPORTE, São Luís, 22 de fevereiro de 1948, p. 2). FRANCISCO TAVARES CHICO BOLA - nasceu em São Luís, à Rua do Passeio, no dia 3 de dezembro de 1903. Fã do Sampaio Corrêa, daqueles que gritam em campo quando seu time é prejudicado, começou a bater bola em 1918, no Largo de São Pantaleão, no terreno onde hoje se ergue a Maternidade, ao lado de Zizico e Tutrubinga. O primeiro clube organizado de que participou foi o Cruz Vermelha, do dr. Hamelete ª Godois, onde jogava no ataque. Depois, ingressou no Oriente, um clube da 2 Divisão, de Almir Vasconcelos; seu bairro passou a ser, então, o Santiago. Afastou-se por algum tempo do futebol, quando o Oriente foi extinto, retornando para jogar no Sampaio, levado por Almir Vasconcelos, em 1925. Os colegas de bola eram, nessa época, Zé Ferreira, Munduquinha. Lobo, Raiol, Novais, e outros. Em 1926, deixou a Bolívia transferindo-se para o Luso, onde foi campeão em 1926 e 27. Nessa época teve o auge de sua carreira, tendo formado na seleção maranhense por duas vezes; na primeira vez, perderam para o Pará por 5 x 1 e no ano seguinte, fomos eliminados pelos cearenses por 3 x 0. No jogo efetuado em Belém, em 1926, foi a primeira vez que uma seleção saiu para participar de um campeonato brasileiro, formando com Tomaz; Colares e Grajaú; Guanabara, Bola e Jagunço; Tunubinga, Mundiquinho, Zezico, Lobo e Raiol. Chico Bola jogou no Luso até o dia em que o grêmio "azulino' foi extinto. Depois do Luso, formou no quadro do Santa Cruz, abandonando o futebol definitivamente em 1929. A maior emoção de Chico Bola no futebol verificou-se em 1926, quando o Sampaio estreou nos gramados oficiais. O grêmio tricolor viera dos subúrbio, com o concurso de jogadores sem experiência. O Luso, ao contrário, possuía grandes craks, como Dico, Negreiros, Wanick, Rochinha e muitos outros. Mas o Sampaio, fazendo alarde de invejável fibra, superou o Luso por 1 x 0. Chico saiu-se a brilhar nesse jogo., Raiol marcou o goal do Sampaio...( O ESPORTE, São Luís, 21 de março de 1948, p. 2) SIMÃO FÉLIX Outro nome que merece ser destacado, como autor de feitos magníficos no passado, no terreno esportivo, é o de SIMÃO FÉLIX, um esportista que chegou a ser perfeito dada a grande quantidade de esportes que praticou e vitórias soberbas que conseguiu alcançar. Simão Félix, maranhense de Grajaú, onde nasceu em 3 de maio de 1908, praticou o futebol, o basquetebol, voleibol, motociclismo, natação, remo e muitas outras modalidades. Era um autêntico campeão. Veio para São Luís em 1915, quando tinha 7 anos de idade, localizando-se na Rua da Palma. Largo das Mercês e Quartel da Polícia [onde hoje é o Convento das Mercês]; foram os seus primeiros locais de diversão. Em tais locais, começou a


chutar "bola de meia" e aprender a correr, em vista de aproximação dos policiais. Depois do futebol, passou a ser remador. Construiu a piscina do Genipapeiro, em companhia de outros colegas e fez daquele local o seu ponto de recreio. Possuía um bom "yole" e remava com relativa facilidade. Como futebolista, jogava pelo Sírio. Faltava um guardião para o time da Montanha Russa e Simão, que era bamba no basquete e volei, foi encarregado de guarnecer a cidadela do Sírio. No dia da estréia do grêmio árabe, Simão fez defesas espetaculares, chegando a defender três penalidades. O Sírio venceu o Libertador por 1 x 0. Antonhinho, Simão, Fuad Duailibe, Chafi Heluy, César Aboud, Amintas Pires de Castro, Silva e Jaime também colaboraram bastante. Simão disputou várias partidas pelo Sírio, porém devido a seu estado de saúde deixou de praticar esportes por algum tempo, indo para o interior do Estado. Quando não quis mais jogar como goleiro, João Mandareck estava fazendo misérias no arco, Simão passou a zaga, até a extinção do Sírio, abandonando o futebol. Continuou apenas com a prática da bola-ao-cesto, bola ao ar (volei?), atletismo, motociclismo, tênis, remo e outros esportes. Simão Félix deixou de praticar o basquete e o volei em 1947, quando figurou na equipe do Pif-Paf, num campeonato interno organizado pelo Moto Clube. O crack praticou também o box, tendo disputado uma luta no Éden (cine Éden, onde hoje é a loja Marisa, na Rua Grande) contra um pugilista cearense. Era louco por corrida de bicicleta e motocicleta. Como também a pé, demonstrando sempre muita resistência. No lançamento do peso, do disco e do dardo era bamba, o mesmo acontecendo nos 100 metros e no salto em extensão (O ESPORTE, São Luís, 11 de abril de 1948, p. 2) RAUL ANDRADE Nasceu em Belém do Pará, em 15 de maio de 1891. Estudante do Ginásio Paes de Carvalho, aprendeu a manejar o balão, tendo iniciado sua carreira esportiva aos 12 anos, em 1903. E quando foi fundado o Esporte F. C. em 1908, o crack Raul já dominava bem o balão, atuando na aza média e na zaga. Seus colegas eram Moraes, Coronel Castanha Podre e outros. Três anos depois, o Esporte mudava de nome, passando a ser o Time Negro (hoje, Paissandú). Em 1914, Raul veio a São Luís a passeio (a Primeira Guerra Mundial estava começando...) para visitar sua família e, em companhia de outros esportistas, fundou dois times com os nomes de França F. C. e Alemão F. C., com as camisas dos citados grêmios correspondentes às bandeiras francesa e alemã. Em 1915, era fundado o Foot-Ball Athletic Club - FAC o antigo Fabril Athletic Club, com outra denominação, mas ainda funcionando no mesmo local, com as mesmas pessoas. O grêmio "milionário" - pertencia à elite empresarial e comercial ludovicence - possuía dois grandes quadros - o Red Futebol Clube e o Black Esporte Clube. A diretoria era uma só, entretanto sempre existiu rivalidade entre os integrantes do Red e do Black. Nessa época, o futebol maranhense já possuía três bons clubes, que eram os quadros do Red e do Black (FAC) e o XI Maranhense. Nhozinho Santos e Saturnino Belo eram os principais dirigentes. Em 1916, com o concurso de alguns elementos do FAC e alguns esportistas nascia o Luso Brasileiro, vindo então a rivalidade que deu origem aos tradicionais clássicos - Luso x FAC, a maior sensação do futebol maranhense do passado. O Dr. Raul deixou de praticar o futebol quando o Remo fez sua primeira visita ao Maranhão. Ainda enfrentou a turma paraense, jogando pelo Red. Além de ser sócio fundador do FAC, passou a ser diretor e foi tesoureiro da antiga AMEA (O ESPORTE, São Luís, 18 de abril de 1948, p. 2) FILESMON GUTERRES É natural de Santo Antônio, município de Pinheiro, onde nasceu em 22 de novembro de 1909. Seu primeiro clube foi o Red and White, da cidade de Pinheiro. Quando tinha 17 anos de idade (1926), veio para São Luís procurar trabalho e estudar. Passou a morar no Beco da Lapa, 55, na casa de Josimo Carvalho. Após dois meses em São Luís, foi levado por João Baueres para o Sírio Brasileiro. Sua primeira partida foi contra o Luso Brasileiro, de Newton Belo, Chico Bola, Guilhon, Amintas Guterres, Balduíno; enquanto o Sírio contou com Augusto, Fuá (Fuad?) e Simão Félix; César Aboud, Filemon e Nariz; Sílvio Tavares, Jaime, Pires de Castro e Eupídio. Em 1932, abandonou o Sírio, devido a um aborrecimento e juntamente com outros colegas, fundaram o Maranhão Atlético Clube. O caso é que o sr, Jurandir Sousa Ramos queria mudar o nome do Sírio e muitos associados não concordaram. Em conseqüência, 86 sócios do grêmio da colônia síria abandonaram o citado esquadrão e fundaram o MAC (O ESPORTE, São Luís, 30 de maio de 1948, p. 2) VALÉRIO MONTEIRO Outro nome que lembra-nos a glória do esporte maranhense em nosso passado recente, foi VALÉRIO º MONTEIRO, nascido em Alcântara no dia 1 de abril de 1901. Aos 6 anos veio para a capital (1907). Morando numa vivenda à Rua Jacinto Maia, defronte ao antigo Gazômetro, dando suas fugidas para as peladas da Praia do Caju, onde existia, na época, uma verdadeira escola de futebol, tendo conseguido diploma naquela zona atletas como Clarindo, Cabelo, Lucas (Júlio Galas), Beleza e outros. E Valério Monteiro foi um dos elementos preparados na "Universidade Futebolística da Praia do Caju". Valério


jogava no Paulistano da Praia do Caju, quando foi comandado pelo sr, Jacques Vieira para defender o Spark F. Clube, grêmio da primeira usina elétrica que o Maranhão possuiu. Depois, foi levado pelo português David Martins Sousa para o Luso Brasileiro. Após um grande período em que o futebol maranhense viveu em abandono, Valério aparece no Sírio como diretor, jogador de futebol e astro do basquete e volei (O ESPORTE, São Luís, 14 de novembro de 1948, p. 2, Recordar é Viver) JAIME PIRES NEVES, Natural de Pindaré-Mirim (antigo Engenho Central). Viveu dos 3 aos 17 anos na Europa - Espanha, depois Portugal, onde estudou e aprendeu a jogar futebol. Aos 18 anos, vamos encontrá-lo em São Luís passando a jogar pelo Materwel, grêmio interno do MAC. No dia 13 de setembro de 1937, Jaime participou da fundação do Moto Clube de São Luís, passando a ser sócio e atleta do clube das motocicletas. Estreou o Moto em campos oficiais, jogando contra o MAC, com o placar de 2 x 2. Ainda jogou até 1941, quando César Aboud começou a contratar jogadores para o seu onze ... (O ESPORTE, São Luís, 26 de junho de 1949, p. 4. Recordar é viver) LUIZ DE MORAES REGO - é natural do Maranhão. Nasceu em 28 de outubro de 1906, no lar de João Maia de Moraes Rego e Custódia Veloso de Moraes Rego, à Rua da Palma, 14, tendo aprendido as primeiras letras na Escola Modelo Benedito Leite. Futebol para Luiz Rego começou muito cedo; ele fazia parte das peladas da Praça Antônio Lobo, em companhia de Antônio Frazão, José Ramos, Júlio Pinto, Marcelino Conceição, Totó passos, Fernando Viana, e outros. Jogava na ponta canhota e muitos candieiros de gás andou quebrando com seus violentos petardos. Luiz Rego nunca se esqueceu daqueles tempos de peladas, lembrando que os treinos aconteciam no corredor de um sobradão da Rua da Cruz, entre a rua do Alecrim e Santo Antônio, sob a luz de uma lamparina, às 4 horas da madrugada. Nessa época, tinha 14 anos de idade (1920). Na Escola Normal, jogava no Espartaco, um clube formado exclusivamente por alunos daquele estabelecimento de ensino; seus colegas eram Oldir, Valdir Vinhaes, Carlos Costa, José Costa, José Ribamar Castro, Jaime Guterres, Peri Costa, e outros. E como adversário do Espartaco apareceu logo depois o "João Rego", clube formado por Antônio Lopes, que contava com Frazão, Penaforte, Aragão, Clodomir Oliveira e Luiz Aranha. Quando passou para a Escola de Farmácia, mudou para o time dessa escola, formando com Milton Paraíso, Chareta e Frazão. Em 1927, quando terminou a Escola de Farmácia, o endiabrado crack passou a ser o respeitado Professor Luiz Rego. Foi diretor da Escola Normal entre 1932 e 1936, tendo sido dono da parte da educação no Governo Paulo Ramos (Diretor de Instrução Pública). A fundação de seu colégio data de 1935. No Colégio de São Luiz sempre cuidou do esporte. Incentivava a prática de jogos, organizava clubes e embaixadas esportivas, que muitas das vezes saiam de São Luís a fim de fazer grandes apresentações em outras plagas vizinhas. Graças à disposição do Professor Luiz Rego, o Colégio de São Luiz formou destacados valores do nosso esporte, dentre os quais podem ser citados Rubem Goulart, José Rosa, José Gonçalves da Silva, Luiz Gonzaga Braga, Valber Pinho, Celso Cantanhede, Americano, Sales, David, Ataliba, Tent. Paiva, Rui Moreira Lima, e muitos outros. Inclusive Dimas, que foi aluno, e depois, professor do Colégio de São Luiz... RINALDI LASSALVIA LAULETA MAIA, Nascido São Luís do Maranhão no dia 05 de fevereiro de 1914, filho de Vicente de Deus Saraiva Maia e de Júlia Lauleta Maia; iniciou sua carreira esportiva como crack de futebol, no América - clube formado º por garotos do 2 ano do ginásio, e que praticava o "futebol com os pés descalços". Em 1939, o jovem atleta já era jogador do Liceu Maranhense, sagrando-se bi-campeão estudantil invicto, nos anos de ª 1941 e 1942. Apesar de jogar no Liceu, Rinaldi figurava em quadros da 1 divisão da Federação Maranhense de Desportos - FMD -, primeiramente no Vera Cruz (o clube que nunca perdeu no primeiro tempo...), onde fez "misérias" ao lado de Sarapó, Jenipapo, Cícero, Sales, etc. Depois, figurou na equipe do Sampaio Corrêa. No "Bolívia", Rinaldi foi elemento destacado, muito embora jogasse ao lado de um Domingão. Foi considerado "O Menino de Ouro" da "Bolívia". Em 1941, Rinaldi começa a praticar o Basquetebol, tendo ao lado Gontran Brenha e Eurípedes Chaves e outros, defendendo as cores do Vera Cruz. Nessa época, não havia campeonatos de bola-ao-cesto, contudo, era público e notório que o Vera Cruz era o campeão da cidade. O grêmio do saudoso Gontran apenas tinha como adversário perigoso o quadro do "Oito de Maio". Nas disputas de Volei levava sempre a pior, porém, vencia todos os encontros de bola-ao-cesto. O Vera Cruz era um campeão autêntico... O melhor ano do esporte para Rinaldi foi 1942. Nessa temporada o jovem atleta conquistou nada menos de três títulos sugestivos: campeão invicto de futebol pelo Sampaio Corrêa; campeão invicto de futebol, pelo Liceu Maranhense; e campeão de basquetebol, pelo Vera Cruz. Em 1943, coberto de louros, Rinaldi embarcou para o Rio de Janeiro, a fim de cursar a Escola Nacional de Educação Física. Na Cidade Maravilhosa, o filho de Vicente


de Deus Saraiva Maia conseguiu seu objetivo, formando-se como Professor de Educação Física. Voltou a São Luís em 1945. Muita gente julgou que Rinaldi ainda fosse um crack da esfera. Contudo, mero engano! O jovem atleta apenas apareceu em campo, no dia de seu desembarque, para satisfazer o pedido de amigos, mas fez ver que havia abandonado o futebol em definitivo. Seu esporte predileto passa a ser a bola-ao-cesto. Em 1946, Rinaldi figurava na equipe de basquetebol do Moto, sagrando-se campeão do "Torneio Moto Clube". Quando da visita do "five" rubro-negro a Belém, Rinaldi teve oportunidade de brilhar na capital guajarina e colaborou naquela magnífica campanha dos motenses. Em 1947, Rinaldi tomou outra decisão. Deixou o Moto Clube e tratou de reorganizar o Vera Cruz, seu antigo clube. O seu sonho foi realizado, uma vez que o Vera reapareceu e hoje figura na liderança do campeonato de basquetebol da cidade. E Rinaldi é figura destacada no grêmio cruzmaltense. Atua na guarda, onde se vem destacando, juntamente com o professor Luiz Braga, outra grande figura do basquete maranhense. Cabe ressaltar que o Vera Cruz foi campeão naquele ano. (O ESPORTE, São Luís, 25 de outubro de 1947, p. 2. Recordar é Viver.) RUBEM TEIXEIRA GOULART Iniciou-se no esporte no Colégio de São Luiz, do professor Luis Rego. Em 1935, quando veio de sua cidade natal, Guimarães, principiou jogando futebol no "scratch" do seu educandário, permanecendo no time até 1938. Nesse mesmo período, passou a jogar volley-ball, no Dourado, melhor agremiação existente naquela época, sendo seus companheiros de "team" Boneca, Dias Carneiro, Furtado da Silva, Sócrates, Manola e alguns outros. Do Dourado, transportou-se para as fileiras do União, onde demorou pouco, tendo formado ao lado de Elba, Mitre, Álvaro, Rabelo, etc. Ainda em 1937, foi fundador do Brasil, composto exclusivamente por alunos do Colégio de São Luiz. Nesse mesmo tempo Alexandre Costa criou o Flamengo, o mais acérrimo rival de seu conjunto. Formava no seu "five" elementos do quilate de Mauro Rego, Tenente Paiva, Américo Gonçalves, Boneca, José Alves e Manoel Barros, tendo servido de padrinhos o Dr. Clodoaldo e Altiva Paixão. Encerrando como invulgar brilhantismo o seu curso de ciências e letras, locomoveu-se para a Capital do país, a fim de cursar a Escola Nacional de Educação Física, isto em 1942. Durante dois anos Rubem permaneceu na Cidade Maravilhosa. Seus dias naquele centro esportivo proporcionaram-lhe o ensejo necessário demostrar ao público "guanabarino" o valor de um atleta nortista. Na Escola Nacional de Educação Física conquistou títulos retumbantes. No seio da escola, era um atleta de escola, participando de todos os esportes ali praticados, tendo o seu lugar efetivo nas equipes de volley-ball, basket-ball e atletismo. Foi campeão interno de volley nas competições efetuadas na ENEF; vice-campeão de Halterofilismo, peso médio, além de ter participado das Olimpíadas Universitárias de 1942, nas representações de volley, basket, futebol e atletismo. º Alcançou os seguintes lugares nas provas de Atletismo: 2 lugar nos 100 metros rasos, com a marca de º º 11,2s; 2 em salto em distância num espaço de 6,25 metros; 2 no salto em altura com 1,70 m (igualou também o Recorde); obteve logar em arremesso do peso com 12 metros; sagrando-se ainda campeão por equipe no revezamento 4 x 100 metros. Depois da brilhante temporada em São Paulo, participou no ano de 1943, de diversas competições atléticas no Rio, defendendo as cores do Fluminense, saindo-se vice-campeão do decatlo, com 5.007 pontos: 100 metros rasos Salto em distância Arremesso do peso

11,0s 6,19m 10,23m

827 pts. 620 pts. 463 pts.

Salto em altura 400 metros rasos

1,70m 54,1s

661 pts. 665 pts.

110 m. s/ barreiras Lançamento do disco Salto com vara

19,5s 30,16 m 2,70 m

422 pts. 404 pts. 397 pts.

Lançamento do dardo 1.500 metros rasos

29,25 m 5m29,0s

278 pts. 270 pts.

Total

5.007 pts

Regressando a São Luís, ocupou o cargo de Inspetor de Educação Física do S.E.F.E., permanecendo nesse emprego de março de 1944 a março de 1945, quando foi transferido para a Escola Técnica de São Luís. Além de inspetor do S.E.F.E. foi instrutor de educação física do Colégio Estadual (Liceu?) e do Colégio de São Luís. Preparou fisicamente os atletas de futebol que, em 1944, derrotou o Ceará por 2 x 0. Como professor na Escola Técnica de São Luís prestou sua valiosa colaboração ao Moto Clube, desempenhando a função de preparador físico da equipe de César Aboud (O ESPORTE, São Luís, 23 de abril de 1950, p. 5-6. Recordar é Viver). Naquela época - 1943/44 - dava-se o início do profissionalismo no futebol maranhense, com a


importação de atletas de nível, especialmente do Ceará e Pernambuco. Na verdade, reinicio, pois já em 1910 o FAC começa a contratação de jogadores de outros estados e foi Nhozinho Santos - e não César Aboud -, quem começou essa prática, muito embora antes do Moto Club se profissionalizar, o Sampaio Corrêa já iniciara as importações e, o Moto - segundo se depreende do relatório de atividades de seu decimo aniversário -, fez apenas se ajustar naquilo que vinha acontecendo, para não ficar atras, tecnicamente. Já naqueles anos reclamava-se dessa importação desenfreada, em detrimento da "prata da casa". Fontes: VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. A inauguração do "foot-ball" em Maranhão. In LECTURAS: EDUCACIÓN FÍSICA Y DEPORTES, Buenos Aires, ano 5, n. 24, agosto de 2000, disponível em www.efdeportes.com; VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; ARAUJO, Denise Martins de. QUERIDO PROFESSOR DIMAS (Antônio Maria Zacharias Bezerra de Araújo e a educação física maranhense: uma biografia autorizada). São Luís: (s.e.), 2001. (em fase de elaboração); CARVALHO, claunisio Amorim. Terra, Grama e paralelepípedos – os primeiros tempoos do futebol em São Luis (1906-1930). São Luís: Café & Lápis, 2009.


DATA DE FUNDAÇÃO DOS CLUBES DE FUTEBOL NO MARANHÃO

Data da Fundação 28/04/1907 25/03/1923 15/11/1928 24/09/1932 15/09/1933 13/09/1937 10/04/1941 07/09/1949 23/12/1958 05/07/1961 04/01/1962 23/04/1973 14/05/1974 17/05/1975 02/12/1975 15/11/1978 23/03/1984 22/11/1984 08/04/1986 06/05/1995 06/06/1995 15/07/1995 15/12/1995 30/03/1996 01/12/1998 29/03/1999 20/10/2002

Clubes Fabril Athletic Club (São Luís) Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) Sociedade Recreativa Fabril (Codó) Maranhão Atlético Clube (São Luís) Botafogo do Anil Futebol Clube (São Luís) Moto Club (São Luís) Ferroviário Esporte Clube (São Luís) Vitória do Mar Futebol Clube (São Luís) Sociedade Esportiva Tupan (São Luís) Esporte Clube Boa Vontade (São Luís) Sociedade Atlética Imperatriz de Desportos (Imperatriz) Associação Esportiva Caxiense (Caxias) Bacabal Esporte Clube (Bacabal) Expressinho Futebol Clube (São Luís) Tocantins Esporte Clube (Imperatriz) Americano Futebol Clube (Lago da Pedra) Guarani Esporte Clube (Imperatriz) Marília Futebol Clube (Imperatriz) Coroatá Futebol Clube (Coroatá) Codó Futebol Clube (Codó) Açailândia Futebol Clube (Açailândia) Esporte Clube Viana (Viana) Sport Club Pindaré (Pindaré Mirim) São Bento Esporte Clube (São Bento) Sociedade Esportiva Santa Inês (Santa Inês) Chapadinha Futebol Clube (Chapadinha) Esporte Clube Falcão (São Luís)

Fonte: Julio Bovi Diogo, RSSSF and RSSSF Brazil 1996/2005 http://paginas.terra.com.br/esporte/rsssfbrasil/tables/macamp.htm


CAMPEONATO ESTADUAL – LISTA DE CAMPEÕES. Maranhão State League - List of Champions 1918 - Sport Club Luso Brasileiro (São Luís) 1919 - Sport Club Luso Brasileiro (São Luís) 1920 - Football Athletic Club (São Luís) 1921 - Fênix Futebol Clube (São Luís) 1922 - Sport Club Luso Brasileiro (São Luís) 1923 - Sport Club Luso Brasileiro (São Luís) 1924 - Sport Club Luso Brasileiro (São Luís) 1925 - Sport Club Luso Brasileiro (São Luís) 1926 - Sport Club Luso Brasileiro (São Luís) 1927 - Sport Club Luso Brasileiro (São Luís) 1928 - Vasco da Gama Futebol Clube (São Luís) 1929 - was not disputed 1930 - Sport Club Sírio (São Luís) 1931 - suspended (was not concluded) 1932 - Tupan Esporte Clube (São Luís) 1933 - Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) 1934 - Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) 1935 - Tupan Esporte Clube (São Luís) 1936 - was not disputed 1937 - Maranhão Atlético Clube (São Luís) 1938 - Tupan Esporte Clube (São Luís) 1939 - was not disputed 1940 - Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) 1941 - Maranhão Atlético Clube (São Luís) 1942 - Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) 1943 - Maranhão Atlético Clube (São Luís) 1944 - Moto Clube (São Luís) 1945 - Moto Clube (São Luís) 1946 - Moto Clube (São Luís) 1947 - Moto Clube (São Luís) 1948 - Moto Clube (São Luís) 1949 - Moto Clube (São Luís) 1950 - Moto Clube (São Luís) 1951 - Maranhão Atlético Clube (São Luís) Runner-up: General Sampaio (thanks information about runner-up to Carlos Franco Jr) 1952 - Vitória do Mar Futebol Clube (São Luís) 1953 - Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) 1954 - Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) 1955 - Moto Clube (São Luís) 1956 - Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) 1957 - Ferroviário Esporte Clube (São Luís) 1958 - Ferroviário Esporte Clube (São Luís) 1959 - Moto Clube (São Luís) 1960 - Moto Clube (São Luís) 1961 - Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) 1962 - Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) 1963 - Maranhão Atlético Clube (São Luís) 1964 - Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) 1965 - Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) 1966 - Moto Clube (São Luís) 1967 - Moto Clube (São Luís) 1968 - Moto Clube (São Luís) 1969 - Maranhão Atlético Clube (São Luís) 1970 - Maranhão Atlético Clube (São Luís) 1971 - Ferroviário Esporte Clube (São Luís) 1972 - Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) 1973 - Ferroviário Esporte Clube (São Luís) 1974 - Moto Clube (São Luís) 1975 - Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) 1976 - Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) 1977 - Moto Clube (São Luís) 1978 - Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) 1979 - Maranhão Atlético Clube (São Luís) 1980 - Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís)


1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

-

Moto Clube (São Luís) Moto Clube (São Luís) Moto Clube (São Luís) Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) Moto Clube (São Luís) Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) Maranhão Atlético Clube (São Luís) Maranhão Atlético Clube (São Luís) Maranhão Atlético Clube (São Luís) Bacabal Esporte Clube (Bacabal) Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) Maranhão Atlético Clube (São Luís) Moto Clube (São Luís) Moto Clube (São Luís) Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) Moto Clube (São Luís) Sociedade Imperatriz de Desportos (Imperatriz) Moto Clube (São Luís) Maranhão Atlético Clube (São Luís)

Number of Championships: 28 23 13 8 4 3 1

Sampaio Corrêa Futebol Clube (São Luís) Moto Clube (São Luís) Maranhão Atlético Clube (São Luís) Sport Club Luso Brasileiro (São Luís) Ferroviário Esporte Clube (São Luís) Tupan Esporte Clube (São Luís) Bacabal Esporte Clube (Bacabal) Fênix Futebol Clube (São Luís) Football Athletic Club (São Luís) Sociedade Imperatriz de Desportos (Imperatriz) Sport Club Sírio (São Luís) Vasco da Gama Futebol Clube (São Luís) Vitória do Mar Futebol Clube (São Luís)

Fonte: http://www.rsssfbrasil.com/tables/macamp.htm


Campeonato Maranhense de Futebol - Segunda Divisão O Campeonato Maranhense de Futebol da Segunda Divisão é a divisão de acesso ao Campeonato Maranhense de Futebol. Edição

Ano

Campeão

Vice-Campeão

I

2001

Tocantins

II

2002

Chapadinha

Falcão

III

2003

IV

2004

Comerciário

Americano

V

2005

Santa Quitéria

Juventude

VI

2006

Santa Luzia

Nacional

VII

2007

Itinga

São José

VIII

2008

Iape

JV Lideral

IX


LISTA DE ARTILHEIROS DOS CAMPEONATOS ESTADUAIS Year Topscorer (Team) Goals 1926 Clodomir (Luso Brasileiro) 12 1927 Mundiquinho (Sampaio Corrêa) 19 1928 João Pretinho (Vasco da Gama) 15 1929 não divulgado 1930 Mundiquinho (Sampaio Corrêa) 10 1931 não divulgado 1932 Antenor (América) 8 1933 Mundiquinho (Sampaio Corrêa) 18 1934 Mascote (Sampaio Corrêa) 26 1935 Mascote (Sampaio Corrêa) 21 1936 não foi disputado 1937 Elesbão (Maranhão) 11 1938 Mascote (Sampaio Corrêa) 10 1939 não foi disputado 1940 Aderson (Moto Clube) Beneditinho (Sampaio Corrêa) 13 1941 Joamir (Maranhão) 20 1942 Ferreira (Sampaio Corrêa) 11 1943 Pepê (Moto Clube) 6 1944 Pepê (Moto Clube) 16 1945 Pepê (Moto Clube) 16 1946 Pepê (Moto Clube) 7 1947 Batistão (Sampaio Corrêa) 11 1948 Pepê (Santa Izabel) 9 1949 Cosmo (Maranhão) 25 1950 Galego (Moto Clube) Henrique Santos (Sampaio Corrêa) 8 1951 Estanislau (Sampaio Corrêa) 6 1952 Mozart (Maranhão) 9 1953 Henrique Santos (Sampaio Corrêa) 13 1954 Abimael (Vitória do Mar) 5 1955 Lourival (Moto Clube) Ferreirão (Vitória do Mar) 6 1956 Henrique (Sampaio Corrêa) 7 1957 Joãozinho (Vitória do Mar) 6 1958 Santos (Ferroviário) 11 1959 Joãozinho (Vitória do Mar) 12 1960 Fernando Carlos (Sampaio Corrêa) 16 1961 Garrinchinha (Moto Clube) 13 1962 Croinha (Maranhão) 16 1963 Hamilton (Moto Clube) 20 1964 Hamilton (Moto Clube) 8 1965 Wilson (Maranhão) 13 1966 Hamilton (Moto Clube) 20 1967 Ferreirinha (Graça Aranha) 8 1968 Pelezinho (Moto Clube) 6 1969 Hamilton (Maranhão) Gimico (Ferroviário) 6 1970 Antônio Carlos (Maranhão) 9 1971 Riba (Maranhão) 9 1972 Zé Branco (Moto Clube) 8 1973 Paraíba (Moto Clube) Lima (Moto Clube) 4


1974 1975 1976

Riba (Sampaio Correa) 7 Acir (Sampaio Correa) 7 Cabecinha (Sampaio Correa) 8 1977 Paulo César (Moto Clube) 22 1978 Riba (Maranhão) 12 1979 Cabecinha (Sampaio Corrêa) 19 1980 Cabecinha (Sampaio Corrêa) 24 1981 Alberto (Moto Clube) Mica (Sampaio Corrêa) 13 1982 Gil Lima (Moto Clube) 15 1983 Joaci (Sampaio Corrêa) 19 1984 Zé Roberto (Moto Clube) 17 1985 Renato (Sampaio Corrêa) 15 1986 Joãozinho Néri (Sampaio Correa) Neco (Maranhão) 7 1987 Bacabal (Maranhão) 20 1988 Lamartine (Impertatriz) 16 1989 Zé Roberto (Moto Clube) 26 1990 Bacabal (Sampaio Corrêa) 19 1991 1992 1993 1994

Izone (Moto Clube) 16 Bacabal (Moto Clube) 16 Rogério (Caxiense) 17 Lamartine (Caxiense) Dindô (Maranhão) Bill (Imperatriz) 7 1995 Róbson (Maranhão) 18 1996 Vágner Paulista (Sampaio Corrêa) 16 1997 Rejane (Moto Clube) 3 1998 Kleber (Moto Clube) 25 1999 Chita (Ferroviário) 19 2000 Adelino (Sampaio Corrêa) 28 2001 Miran (Sampaio Corrêa) 24 2002 Leandro (Moto Clube) 16 2003 Hilton (São Bento) 14 2004 Hilderlando (Santa Inês) 15 2005 Lindoval (Imperatriz) 11

Fonte: Julio Bovi Diogo, RSSSF and RSSSF Brazil 1996/2005 http://paginas.terra.com.br/esporte/rsssfbrasil/tables/matops.htm


RANKING DOS CAMPEOÕES MARANHENSNES – 1991-2000 # Team

City

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 Points

1 Sampaio Corrêa Futebol Clube

São Luís

20

20

10

15

10

15

2 Maranhão Atlético Clube

São Luís

10

15

20

20

20

6

3 Moto Club

São Luís

15

10

12

12

8

10

4 Bacabal Esporte Clube

Bacabal

12

8

4

8

12

20

15

6

6

10

5 Sociedade Imperatriz de Desportos Imperatriz 6 Associação Esportiva Caxiense

Caxias

1

8

7 Americano Futebol Clube

Bacabal

6

6

8 Expressinho Futebol Clube

São Luís

8

9 Esporte Clube Viana

Viana

10 Coroatá Futebol Clube

Coroatá

11 Pinheiro Atlético Clube

Pinheiro

12 Sociedade Esportiva Tupan

São Luís

13 Sport Club Pindaré

Pindaré-Mirim

14 Codó Futebol Clube

Codó

15 Tocantins Esporte Clube

Imperatriz

16 Esporte Clube Boa Vontade

São Luís

17 Esporte Clube Duque de Caxias

Caxias

18 Vitória do Mar Futebol Clube

Paço do Lumiar

19 Esporte Clube Coelho Neto

Coelho Neto

20 Ferroviário Esporte Clube

São Luís

21 Açailândia Futebol Clube

Açailândia

3

12

20

20

15

15

160

15

20

12

138

15

12

12

20

126

8

8

10

1

91

12

3

2

10

54

10

4 2

3

41 2

3 10

4 4

12

2

6

3

15

6

8

3

27

8

27

6

24

2

21 18

3

3 6

4

15 4

8

8 6

2

2

3

1

6 1

1

14

1

6

4

5

1

5

4

4 4

4 2

2

Critério de Pontuação: Place 1st. 2nd 3rd. 4th 5th 6th 7th 8th 9th 10th Points 20 15 12

10 8

6

4

3

2

1

Fonte: Natanael Duarte Neto, RSSSF and RSSSF Brazil 1999/2000Prepared and maintained by Natanael Duarte Neto for the Rec.Sport.Soccer Statistics Foundation and RSSSF Brazil - Authors: Natanael Duarte Neto (futma@zaz.com.br) Last updated: 07 Nov 2000 ESTADIOS DE FUTEBOL NO MARANHÃO Name (Nickname)

City

Capacity

Governador João Castelo (Castelão) São Luís

75.000

Nhozinho Santos

São Luís

21.000

José Luís Corrêa (Correão)

Bacabal

12.000

Frei Epifânio D'Abadia

Imperatriz

10.000

Daniel Filho (Danielzinho)

Viana

8.000

Renê Bayma

Codó

8.000


Lucídio Frazão

Chapadinha

6.000

Duque de Caxias

Caxias

6.000

Newton Belo

São Bento

5.500

Vítor Trovão (Vitão)

Coroatá

5.000

Artema Santos (Binezão)

Santa Inês

5.000

Pedro Maranhão

Açailândia

?

Nagibão

Pindaré

?

Costa Rodrigues

Pinheiro

?

Manelão

Porto Franco

?

Lourão

Vitória do Mearim ?

Fonte: Julio Bovi Diogo, RSSSF and RSSSF Brazil 1996/2005 http://paginas.terra.com.br/esporte/rsssfbrasil/tables/macamp.htm

Taça Cidade de São Luís - List of Champions 1993 - Moto Clube (São Luís) 2003 - Moto Clube (São Luís) 2004 - Moto Clube (São Luís) 2005 - not played 2006 - Maranhão Atlético Clube (São Luís)

Maranhão – Intermunicipal – List of Champions 2003 - Maracaçumé 2004 - Santa Rita 2005 - Santa Luzia do Paruá

Torneio da Integração 2005 Boa Vontade is the champions Participating clubs: ATALANTA Futebol Clube (Tuntum) Esporte Clube BOA VONTADE (São Luís) COMERCIÁRIO Futebol Clube (São Luís) CRUZEIRO DO ANIL Futebol Clube (São Luís) DESPORTIVA Comunitária Futebol Clube (São Luís) INTERNACIONAL Esporte Clube (São Luís) MARANHÃO Atlético Clube (São Luís) SAMPAIO CORRÊA Futebol Clube (São Luís) SÃO LUÍS Futebol Clube (São Luís)

Maranhão 0- U20's (Juniores) - List of Champions 2002 - Maranhão Atlético Clube (São Luís) 2003 - Esporte Clube Viana (Viana) 2004 2005 2006 –

Maranhão U17's (Juvenis) - List of Champions 2003 - São Luís Atlético Clube (São Luís) 2004 - Americano Futebol Clube (São Luís) 2005 -


2006 - Internacional Esporte Clube (São Luís)

Maranhão U15's (Infantis) - List of Champions 2003 - São Luís Atlético Clube (São Luís) 2004 - Maranhão Atlético Clube (São Luís) 2005 – Maranhão Atlético Clube (São Luís)

Copa Rural de São Luís 2004 Verona sagrou-se campeão da Copa Rural de São Luís Competição promovida pela Fundação Municipal de Esportes e Lazer (Fumdel) Clubes participantes Atalanta de Estiva Bandeirante de Coqueiro CRB de Maracanã Cruzeiro de Rio Grande Grêmio de Estiva Esplendor da Vila Maranhão Juventus de Quebra Ponte Juventus de Vila Maranhão Parma de Maracanã Real de Itapera Vasco de Vila Maranhão Verona de Estiva Veterano Bar de Tibiri

Maranhão - Copa Rural de São Luís (Women) 2004 Competição promovida pela Fundação Municipal de Esportes e Lazer (Fumdel) Participantes Avaí de Vila Esperança e Flamengo de Estiva Final - Flamengo 3–2 Avaí - Flamengo sagrou-se campeão da Copa Rural de São Luís.

Copa Batom (Women) – List of Champions 2004 – Internacional Esporte Clube (São Luís) 2005 – Internacional Esporte Clube (São Luís)

Grajau City Trophy 2007 - Barra do Corda champions Participants Barra do Corda Comerciário - Comerciário Futebol Clube (São Luís) Grajaú - Grajaú Esporte Clube (Grajaú) Maranhão - Maranhão Atlético Clube (São Luís) First Phase - Unique Game [May 19] Grajaú 2-0 Comerciário Barra do Corda - Maranhão [unknown - Barra do Corda wins (pen) ] Third Place Match - [May 21] - Maranhão 2-1 Comerciário Final [May 21] - Barra do Corda 2-1 Grajaú


OUTRAS CIDADES – DÉCADA DE 1920 EM DIANTE AÇAILÂNDIA 1963 – o esporte tem inicio em abril, através de uma brincadeira de João Neves Oliveira (João Mariquinhas) jogando uma peteca confeccionada por ele mesmo, com palha de milho. Ele e seus companheiros: Erudito Ferreira Almeida, Frederico Mineiro, Juarez Artur, Léo Baiano, Ney Maranhão, Miguel Freitas, e Jacinto de Sousa concluíram a colheita de arroz do seu roçado. Aquela brincadeira aconteceu ao redor do paiol de arroz, instalado debaixo de um pé de pequi. Hoje, no local, está construído o Estádio Municipal Pedro Maranhão; no final de abril, novamente estavam reunidos para bater o arroz do roçado, e utilizando uma bola de palha de milho para a brincadeira após o trabalho, terminaram por realizar a primeira pelada futebolística, envolvendo os “atletas” de Açailândia e os da Colônia Gurupi; a partida terminou com o placar de 4x2, para Açailândia: jogaram Benedito Alagoano, Cícero Matos Ferreira, Djalma Pereira de Sousa, Erudito Ferreira Almeida, Frederico Mineiro, João Neves de Oliveira, Juarez Artur, Léo Baiano, Lupercinio Pereira de Sousa, Ney Maranhão, Sebastião Pereira de Sousa e Jacinto de Sousa. Primeiro gol: de João Mariquinhas, segundo ele - no dia 04 de maio, João Neves de Oliveira – o João Mariquinhas – reuniu-se com esportista da região para fundar o primeiro time de futebol, o Açailândia Futebol Clube. 1968 – o pecuarista Pedro Mendes de Oliveira (Pedro Maranhão) comprou aquela área do seu colega Juarez Fanha e a doou para o AFC. 1975 - chegava da cidade de Belém (PA) o esportista Gervásio Serafim dos Santos, que logo se juntou com outros amigos e criaram o Veteranos Futebol Clube; criaram também a Liga Esportiva de Açailândia; seu idealizador foi seu primeiro presidente, Gervásio Serafim Santos, também presidente do Veteranos. 1976 – no ultimo domingo de setembro, foi realizado o primeiro “campeonato” de futebol da Liga, enfrentando-se os times do VFC 2 x 1 AFC; o gol da vitória foi marcado ainda no primeiro tempo, por Gervásio; 1979 – o VFC foi novamente campeão, com o Bangu Futebol Clube, como vice. Jogaram: João Ferreira da Silva, João Evangelista de Sousa, José Ribamar Mota, Anísio José Rocha, Haroldo Silveira Leite, Luiz Soares Cardoso, Donato Alves Pereira, Valdir Pacheco Silva, Gervásio Serafim dos Santos, Pedro Orlando de Andrade, Jecy Santana da Silva, Raimundo Vieira da Silva, Adelício Soares Cardoso, Cícero Matos Fernandes, Asmene e o Técnico José Antonio Quintanilha Moreira; pelo Bangu, Joãoi de Deus Silva Santos, Severino Alfredo Pereira, Raulino Tavares Pedreira, Valdecir Fidelis de Sousa, José Narde Viana dos Santos, Juciede, Pedro Borges Marinho de Sousa, João Francisco Vianados Santos, Diram Santos Miranda, Antonio Viana dos Santos e Alciram Rodrigues Martins.


BACABAL 1950 - De acordo com o Sr. Raimundo Sérgio de Oliveira – poeta trovador e escritor – nascido em 24 de junho de 1924, em Alto Bonito, município de Chapadinha, e que chegou a cidade para se fixar, ainda na década de 1950, encontrando apenas o Futebol de Campo como prática esportiva de caráter recreativo. É a partir dessa época que essas atividades – esportivas e recreativas – passam a ter uma organização maior, incentivada por dois jovens esportistas: Francisco de Paula Filho – o DePaula – e José Correia. Este é considerado o maior jogador de futebol que Bacabal já teve. O Estádio Municipal leva seu nome “Correião”. DÉCADA DE 1960 – São fundadas as duas primeiras grandes equipes de futebol – o Bacabal Esporte Clube, por DePaula; e o Botafogo Futebol Clube, por Correia. DePaula, por essa época, incentiva a prática do Voleibol, jogado no Clube Vanguard, porém não se desenvolvendo.


BURITICUPU 1973 – no finalzinho do ano era fundado o primeiro time de futebol, denominado de Comarco – Comarco Esporte Clube – com a seguinte formação: Popó, César, Luiz Pereira, Toinho, Jorge, Batalha, Otaviano, Cadal, Lafaiete, Marcinho, Nega Velha, Zé Augusto, Juarez, Bolinha, Chapadinha, Triquelino, e Sousa; seu primeiro presidente foi Moisés Medrado de Assis. Llogo a seguir surgiu o time da BICOSA (Buriti Industria e Comercio S/A); sua base era formada por jogadores do time da Comarco, tendo em sua composição os seguintes jogadores: Lafaiete, Manoel Correia, Toinho do ARPPI, Neto Marinaldo, Carlos, Triquelino, Caititu, Luiz Pereira, Nega Velha, Louro, Queimadinho, e Chapadinha; o técnico era o rigoroso Manoel Correia.


CANTANHEDE Década de 1950 - a cidade foi palco de grandes jogadas de futebol, com muitos nomes destacando-se como craques; existiu um negro (sobrinho de Vovó Josina) de nome Hermano que jogava de lateral-direito, e era observado com admiração por toda a torcida, pois jogava descalço; nas tarde de jogo, João Capa-Bobe ia com a orquestra para a beira do campo e a fogueteira explodia! - Benedito Buzar, jornalista político, no prefácio do livro de Abraão Teixeira (fonte) lembra que ainda estudante secundarista, aproveitava as férias de julho, para com outros colegas e contemporâneos de Itapecurú organizar um time de futebol para jogar contra a seleção cantanhedense. existiam duas equipes de futebol: o Onze Amigos e o Bagaço; Zuilio, Chico Preto, Lúcio, Vadico, Pedro Lopes, Manduca, Martinho Lopes, Baixinho, Bernardo Caldas, Hermano, José Rego, Andreíno, Luiz Souza, Padeirinho, Paraguaçu, Dico Nere, Manoel Guarda-Fio, Quinzinho, Raul, Alexandre Lopes, João Baima, etc. Década de 1970 – O prefeito Cidinho, como todo bom desportista, resolveu incentivar o futebol infantil, criando os times “Azul” e “Cor-de-Rosa”; com o passar do tempo, os times atraiam a atenção da sociedade cantanhedense a se fazia presente no estádio da matriz, ao lado da igreja, onde hoje se localiza o atual ginásio. Resolvendo ir mais longe, o prefeito criou um campeonato; a equipe Azul passou a se chamar Flamengo, e a Cor-de-Rosa, Fluminense; foram criados mais três times, Botafogo, Vasco e Corinthians. O Flamengo tinha o melhor ataque: Bidico, Cheiroso e Ricardinho; o Fluminense contava com uma excelente defesa, pois contava com Burrinha (goleiro) e José Martins,Doge e José Ribamar Canela na defesa. O Fluminense atacava forte, com Negão e Diquinho, que eram interceptados pelos flamenguistas Fio e Bodão e o goleiro Gamar. - a Rádio Transpovo – Trans-power – criada pelo sr. Cidinho, com equipamentos de pequeno porte, funcionando a pilha; a frequencia alcançava uns dois quilômetros de extensão. Como a cidade tinha o futebol como principal atração, nos dias de jogos era montado na torre da igreja os estúdios de transmissão, visto que naquela época o campo de futebol era onde hoje é a praça Paulo Rodrigues; João Capistrano Filho era o locutor e tinha audiência total nos quatro cantos da cidade. - Futebol de Quintal - - o futebol era a maior diversão de Cantanhede, mas o futebol jogado no fundo de quintal, como o de Tó, onde a movimentação começava lá pela uma da tarde, onde se iniciava a brincadeira dos meninos; mais tarde, por volta das duas horas,iniciva-se o jogo dos adultos. Faziam-se presentes as famílias Aguiar e Patico (Tó, Cassiano, Ambrósio, Valdemiro, Genivaldo, Josiel Franco, Agnaldo, Abraão (Abraão Teixeira, de que tomamos os dados, nasceu em 1965...), Gerson, Nonato, Tista, etc,). Por volta das três da tarde, a maioria tomava e retornava ao seu trabalho. Existiam outros quintais, onde os outros jovens costumavam brincar, como o da Prefeitura – Chico do Carlos Sousa, Cheiroso, Dimas, Marconi, Carlito Amaral, Louro e outros; no quintal do Maneco aconteceu uma época de bom futebol onde Edivaldo, Gessy, Tinha, Santos, Itamar, Francisco, Caio, etc., e enquanto uns jogavam outros aguardavam o desafiado comendo manga, jaca, e outras frutas.


CODÓ 1928 – fundado em 28 de novembro o FABRIL - Sociedade Recreativa Fabril –entre seus fundadores, Palmério Cantanhede, Anadilino José Bayma, Sebastião Archer da Silva, Deolindo Rodrigues, Raul Serra Martins (Bigodão); e outros; 1947 – surgiu em 15 de agosto o NACIONAL – Sociedade Esportiva Cultural Nacional – fundadores: Walter Zaidan Gonçalves, Jamil Murad,José Merval Cruz, Emílio Murad, Antonio Muniz, Reinaldo Zaidan e outros; o Nacional, como clube esportivo, tem obtido os maiores êxitos; sacrou-se penta-campeão em campeonatos intermunicipais; Outros clubes de destaque: América, Cruzeiro; FAUSTO SANTOS – o Maravilha Negra, nascido no povoado Eira, em 28 de janeiro de 1905, filho de José de Deus Belford e Maria José de Jesus; tinha como irmãos Raimundo Nonato Belfort, Rufino Nonato Belfort, Maria de Jesus Muniz, e Maria Angélica Belfort; em companhia de sua tia Rosa Elvira Giudice dos Santos muda-se para o Rio de Janeiro; apaixonado por bola, jogava pelada com os amigos de rua, quebrando vidraças das casas; seu primeiro contrato deu-se com o Esporte Clube Bangu, como meiadireita; do Bangu, transferiu-se para o Vasco da Gama, como centroavante; 1929 – Fausto Silva torna-se campeão carioca, pelo Vasco da Gama, que além do codoense, contava com Jacaré, Brilhante, Itália, Tinoco, Moises, Pascoal,Oitenta e Quatro,Russinho,Mário Matos e Santana; 1930 – participou da Copa do Mundo, chamando a atenção, recebe propostas para jogar na Europa; percorreu toda a Europa, participando de grandes eventos esportivos, fixando-se na Espanha, atuando pelo Barcelona; deslumbrado com os prazeres da vida noturna de Barcelona, colheu sérios problemas físicos que lhe abalaram a saúde; 1934 – Fausto regressa ao Brasil, contratado pelo Flamengo, porém não toma parte da Copa de 1934; dirige-separa a República do Uruguai, onde é contratado para defender o Nacional de Montevidéu; o pulmão já estava comprometido; - volta ao Brasil, jogando no Flamengo como zagueiro central, ao lado de Domingos da Guia e Jarbas; 1939 – Fausto morre na cidade mineira de Santos Dumont, em 28 de março; fora em busca de recuperação física e da saúde perdida.


DOM PEDRO 1943 – nasce, em Dom Pedro, o ‘Tiradentes Futebol Clube’, tendo como Presidente Nemésio Fernandes Rocha, e o ‘15 de Novembro’. Destacam-se os jogadores José Nogueira e Abreu, que passam a jogar pelo Nacional de Codó; e Onorino, que também foi jogar em Codó; DÉCADA DE 1950 – surge o ‘Comercial Clube’, dos comerciantes da cidade, que posteriormente passou a chamar-se ‘Arsenal Futebol Clube’, equipe das elites, fundado para desbancar o velho ‘Tiradentes’, mas nunca lograram êxito. Os fundadores do ‘Comercial”, depois Arsenal, foram Francisco Falcão Costa, Cloves Rodrigues Silva, Juarez e Pedro James e o presidente era Cloves Rodrigues. 1950-1969 – vestindo a camisa tricolor – vermelho, preto, branco – do Tiradentes, destacaram-se: Dr. Gasperino (advogado); Floriano Machado, Adalberto Caetano, João Quiper; Cícero; Juarez Cardoso; Joaquim Pontes; Diassis; Riba Baralho; Abreu; Martins; Toinho Padeiro, Xavier. 1957/1959 – período de melhor faze do Arsenal Futebol Clube, destacando-se o jogador Valdenir, que mais trade jogou no Botafogo de Teresina, disputando o Campeonato Piauiense; 1962 – O Arsenal deixa de existir; 1964 – segundo informações de Adalberto Machado, jogador do Tiradentes durante vinte anos, outros destaques do Tiradentes foram: José (Zé), que passou a jogar pelo Esporte Recife; Pé-de-Pão jogou no Moto Clube de São Luís e posteriormente no Imperatriz; Pedro do Correio jogou no Ceará Esporte Clube; Zé Totó, maior goleiro da região, jogou no Imperatriz; Nenén, jogou no Imperatriz e no Cavalo de Aço (também de Imperatriz); Panêga, apesar dos convites do Vasco, nunca quis sair do Tiradentes. 1973 – Romy Leite Farias, jogador do Tiradentes, desataca-se jogando no América e São Cristóvão do Rio de Janeiro, disputou o Campeonato Sulamericano em Santiago do Chile, vestindo a camisa canarinho do Brasil; 1977 – Faleceu na cidade do Rio de Janeiro o presidente do Tiradentes. 1990 – 10 de março – surge o Corinthians Futebol Clube (Mata Velha), tendo como seu primeiro Presidente Antonio Cloves de Sousa (Cloves Bezerra); durante os vários campeonatos que o time disputou, o jogador de maior destaque foi João Filho. 1996 – 1º de maio, fundação do Imperador Futebol Clube, tendo com o Presidente Antonio Vieira de Lima. O time disputou vários campeonatos municipais e inter-municipais, sendo campeção 22 vezes e vice, duas. Destacaram-se João Leite, Jamil e Antonio Santana, que jogaram pelo BEC (Bacabal Esporte Clube) disputando o campeonato maranhense; depois jogaram pelo Flamengo do Piauí. 1999 - 1º de março – fundação do Dom Pedro FutebolClube por Luis Carlos Jorge (Papagaio). Recentemente, destacou-se Antonio Teladrã, Everton Mayronnave, primeiramente em Santa Inês e em seguida foram para o River do Piuauí; atualmente, está sendo cogitado a jogar em Minas Gerais. 2006 – Tiradentes Futebol Clube, o pioneiro, encontra-se em estado letárgico, hibernado; os times Corinthias, Dom Pedro e Imperador encontram-se em plena atividade. OUTROS FATOS: TIRADENTES x LAGO DO JUNCO - Durante uma competição em Lago do Junco – Inter-municipal promovido pela FMD, o Tiradentes venceu o time da casa por 3x0; os jogadores, e a torcida, são surpreendidos pelos torcedores da casa armados com talos de coco, e são surrados, decepcionados com a derrota. ARSENAL - Quando foram jogar contra um time de São Luís, o Arsenal estava sem equipamento, então o presidente se deslocou até a cidade de Codó, usando como transporte um animal. Quando retornou a cidade, encontrou seu campo destruído pelo time rival (Tiradentes). (FONTES: ENTREVISTAS: LIMA, José de Jesus Costa (Jesus); ROCHA, Adalberto Machado; SILVA, Cloves Rodrigues; MOURA, Pedro Alves; SOUSA, Antonio Cloves Lima; LIMA, Antonio Vieira; JORGE, Luis Carlos (Papagaio).


GUIMARÃES DÉCADA DE 1950 – o Futebol foi organizado por Felinto Goulart de Araújo e outros articuladores. Foram formadas duas equipes, o América Futebol Clube, formado por atletas negros e o Guarapiranga, formado por brancos, elementos da elite vimarense; havia muita rivalidade entre as duas equipes. O primeiro estádio de futebol recebeu o nome de Felinto, e atualmente está extinto e o espaço físico foi cedido a construção do prédio Paulo Freire. 1956 – Guimarães torna-se campeão do Torneio Intermunicipal, vencendo a seleção de Bacabal; os jogadores foram: Enéas, Hélio, Curuçá, Celso Coutinho, Orlando, Arnaldinho, Juquinha Goulart, Leudes Campos, Lourival, Mário Veloso, autor dos gols que levaram a vitória; o goleiro era Camundá. 1957 – Guimarães sagra-se vice-campeão do Torneio Intermunicipal, jogando contra São Vicente de Ferrer. Dizem que na partida final, o árbitro, Antonio Bento, não encerrava a partida mesmo o tempo ter-se esgotado, só o fazendo com o empate de São Vicente; na disputa por pênaltis, vence a partida e Guimarães fica em segundo. DÉCADA DE 1960 – o futebol vimarense parecia declinar; para reativa-lo novas agremiações foram organizadas com o objetivo de faze-lo renascer, incentivados por Pedro Lobato; as equipes da época eram Bangu Futebol Clube, AVI, Internacional, devido usa organização ganharam vários títulos e troféus nos campeonatos internos. Os jogos geravam renda, as despesas eram atendidas pelos colaboradores Laudelino, Reginaldo Lopes, Válber, Pedro Louro, Pereira e outros. DÉCADA DE 1970 – o futebol já não possui uma organização oficial, novas equipes de estudantes, principalmente Nossa Senhora da Assunção organizaram torneio internos. DÉCADA DE 1980 – muitos times foram criados, dentre eles o Maruim, Barcelona, Londrina, Beira-Mar, Ponte Preta, e outros. DÉCADA DE 1990 – o futebol começa a entrar em decadência, tenta equilibrar-se com a colaboração do sr. Válber; os times foram Palmeiras, Juventus, Ájax, Barcelona, João Paulino, e Real Madri; participaram de campeonatos entre povoados vizinhos para diversão, geralmente em épocas festivas. ATUALMENTE – o futebol vimarense não possui uma organização, encontrando-se sem estrutura; o município não possui estádio, e um esta em construção, sem previsão de término. (Fonte: Lopes, Reginaldo; Macedo, Laudelino; Pereira, Válber. ENTREVISTAS).


IMPERATRIZ 1949 – JULHO – fundado o Imperatriz Esporte Clube e o Tocantins Futebol Clube, dois dos primeiros clubes de futebol da cidade. 1954 – 05 de maio, fundação do Renner de Futebol e Esportes, um dos primeiros clube de futebol de Imperatriz; 1960 – fundado como Clube Juvenil Católico, o hoje Clube dos Meninos, pelo italiano Ambrósio Albé; dente outras atividades, havia a prática esportiva. 1962 – em 04 de janeiro é fundado o Imperatriz Atlético Clube, pelo capitão da PMM José de Ribamar Braga; começou a disputar o campeonato maranhense em 1980,com o nome de Sociedade Atlética Imperatriz – SAI -, quando ficou em sexto lugar; não participando dos campeonatos de 1991, 1992 e 1996; vice-campeão em 1993; outras colocações: cinco vezes me 3º. lugar, duas vezes em 4º. lugar, e tres vezes em 5º. lugar; é chamado de Cavalo de Aço e de o Mais Querido; 1963 – fundação do Clube Recreativo Tocantins, em 1º. De outubro; 1965 – 28 de junho, o prefeito Pedro Ribeiro Gonçalves inicia a construção do Estádio Municipal Frei Epifanio d´Abadia, inaugurado em 30 de janeiro de 1966. 1966 – 30 de janeiro - inauguração do Estádio Municipal Frei Epifanio d´Abadia, pelo prefeito Pedro Ribeiro Gonçalves, cujo mandato encerraria no dia seguinte. 1971 – em 08 de dezembro, foi instalada a Liga Imperatrizense de Desportos, tendo como líderes principais, Severino Silva, Pedro Faustino Neto e Divino Monteiro. A Sociedade Atlética imperatriz passa a ser dirigida pelo Sindicato dos Arrumadores, era, ao lado do Renner, Cruzeiro, Fabril e do Industrial, um dos cinco clubes existentes na cidade e um dos que mais ganhava torneio até então; 1973 – disputado o primeiro campeonato de futebol amador de Imperatriz, vencido pelo Vasquinho, do bairro Juçara (título não-oficial). 1980 – em 06 de junho, é fundada a primeira escolinha de futebol de Imperatriz. A “Marwel”, por José Moreira da Silva; em 1987, quando deixou o Exército,onde serviu a partir de 1984, ganhou apoio do 50º. BIS para continuar o trabalho social com crianças casrentes. - fundação do Clube de Regatas América por Francisco Valdenê, entidade não filiada a LIF; apesar do nome dedica-se ao futebol; 1985 – é organizado o corpo de arbitragem da Liga, sendo relacionados e aprovados, passando a fazer parte do quadro da COBRAF, da CBF. O decano da arbitragem é Jackson Pereira Silveira, sendo indicado, em 1988, para o quadro especial de arbitragem. Em 1990, foi indicado aspirante a FIFA, onde permaneceu ate 1995, quando se aposentou. Outro indicado a apitar jogos de campeonatos regionais e brasileiros é Alfredo Silva Filho. Ainda pertencem ao quadro da COBRAF Juscelino Miranda Silva e Reinaldo Martins Filho. 1990 – 20 de maio, o Clube de Regatas Flamengo, do Rio de janeiro, vêm a Imperatriz, onde joga e empata por 0 a 0 com a Sociedade Atlética Imperatriz, no Estádio Municipal Frei Epifânio d´Abadia. 1993 - os últimos remanescentes dos times de futebol profissional dos anos 60 são o Tocantins e o Imperatriz. O Prefeito Renato Moreira, um apaixonado pelo futebol, tenta a recuperação desse esporte. Dos dois times, o que estava em melhores condições era o Imperatriz, ajudado pelo Sindicado dos Arrumadores. Moreira empenhou-se em recupera-lo, mas não era bem isso que o novo diretor desejava. Depois do assassinato de Renato, o Imperatriz foi definhando até não ter mais um time organizado capaz de sobreviver as dificuldades e competir em campeonatos. - o Imperatriz Esporte Clube é dirigido por Damião Benício dos Santos, do grupo do prefeito Renato Moreira, que apóia o Clube, que faz a sua melhor campanha no Campeonato Maranhense, chegando ao vice-campeonato. - fundada a Sociedade Esportiva Juduí, clube de futebol amador. 1996 – A Liga Imperatrizese de Futebol, subordinada a Federação Maranhense de Futebol, coordenou 35 equipes de futebol amador, classificados em masters, juniores, e juvenis, disputando torneio e campeonatos no Estádio Frei Epifânio d´Abadia e em campos particulares.


LAGO DO JUNCO DÉCADA DE 1940 – surgimento dos dois primeiros times oficiais de futebol: Aurora e Concórdia. DÉCADA DE 1960 – 1960 - foi criado um novo time de Lago do Junco e permaneceu por um bom tempo disputando amistosos nas comunidades vizinhas. A praticas esportivas ficavam limitadas às condições do campo grande, hoje Estádio Wilson Léda. 1969 - criado um time infanto-juvenil - Lago do Junco Futebol Clube. DÉCADA DE 1970 – nos anos 70 surgiu disputas de jogos de Gordos x Magros, e Casados x Solteiros. Esses jogos geralmente eram disputados em dias festivos. A torcida contava com uma grande participação das mulheres que animavam e até brigavam pelo seu time. - as praticas esportivas mudaram para um outro campo, chamado “Campem”. Começou então a surgir outros times chamados de: Os inocentes, Os veteranos, Os Funcionários, Rua Nova Futebol Clube, Nova Brasília e Bandeirante. Por quatro anos foram realizados torneios entre esses times. 1976 - foi fundados o América Futebol Clube e o Botafogo Futebol Clube, que durou apenas 2 anos. 1989 - foi fundado a União Esportiva Juncoense (UEJ) e surgiu os Campeonatos de Rua, no campo “Poeirinha”. 1991 - criado o Atalanta que disputou vários campeonatos regionais em Lago do Junco, Lago da Pedra, Lago dos Rodrigues, etc. conquistando vários títulos. 1994 - foi criado o Mangueira Esporte Clube, que não durou muito tempo. 2001 a 2005 - surgiram quatro times: Maquina Azul, Bahia, Galalau e 27 de Dezembro. Acontece sempre um torneio regional Municipal que começa em junho e termina no dia 26 de Outubro, na Comemoração de aniversario da cidade. (Fonte - Entrevista dada por José Olavo Campos – Cocada- e Antonio Martins – Mestão.)


SÃO BENTO Década de 1920 – o futebol foi introduzido pelo estudante João Hermógenes Matos, ao trazer, em suas férias estudantis, uma bola; 19(22?) – esse mesmo estudante, em suas segunda vinda de férias à cidade, trouxe um time de futebol formado por ele - que jogava de half - e seus colegas escolares; o jogo deu-se na Praça da Matriz; 1922 – já existiam os times: - São-bentuense – de Bernardinho Sena Martins Trinta, Dr. Urbano Pinheiro e Marçico Barros; - Tupan – de Mundico Barros, João Câncio e Isaac Lobato; - Fluminense – de Salomé Azevedo, Fernando Serrão e Augusto Comte; - 420 – dos drs. José Machado, João e José Matos. - Os árbitros: Dr. Carlos Reis, Antenor Coelho de Sousa e Mundoca Silva. - Para esse progresso do futebol, contou com a participação de Newton Bello e Pimpo (primeiros sambentuenses a jogarem em São Luís), Florêncio Soares, Barnabé de Campos, Fernando Viana e o apoio diretivo de Bibi Muniz, Maciço Corrêa, Ignézio Corrêa, José Egídio Teixeira, os irmãos Jafé e Heitor Mendes Nunes, José Cupertino, Zezico Mururu; - logo após, os esportistas Fernando Serrão, João Silva, Benedito Cirqueira, Rocio Brito, Augusto Comte e Felipe Ata fundaram mais duas equipes. 1926 – surge o São Cristóvão com a seguinte formação: Eugênio; João Cunha e Zé Grilo; Timóteo, Curió e Pinheiro; Ovídio, Boaventura , Brasil, Parafuso e Vicente, com o seu campo no Areal; 1928 – no dia 21 de abril, jogou em São Bento o Sport Club Sírio Libanês, vencendo o São Cristóvão por 4x1 e na revanche, dia 23/04, por 3x0; o vice-presidente do clube de São Luís era o Dr. Carlos Reis e o representante, o estudante Newton de Barros Bello; 1929 – aparece o Santa Cruz, formando com Souza; Newton e Valdemar; Campos, Zezico Mururu e Lobo; Zaqueu, Félix, Acácio, Cadete e Euclides. - Tupy Gia – Eslobão e Raimundinho; Lino, Felipe Ata e Nogueira; Pimpo, Eldomir, Pipira, Oswaldo e Maneca; o campo ficava no bairro do Umarizal, atual Tupi; chefiado por Bibi Moniz e Urbano Pinheiro, foi um dos mais famosos, com excursão vitoriosa na baixada, derrotando principais equipes de Pinheiro e Viana; - depois, apareceu o Carioca, no Bairro da Outra - Banda, atual quadra do Clube dos Jovens; de responsabilidade de Zezico Mururu, diretor e Atleta, com elenco formado por Cascavel, Ribamar de Norberto, Zé Henrique, Venâncio, Filomeno. Nas décadas posteriores estiveram em atividades os times: Sambentuense, América, Maniçoba, o novo Carioca. Nessas onzenas foram revelados os craques: Zé Rosa, Alemão, Suçu, Zeno, Cascavel, Zé Silva, Baé, João Pretinho, Vicente pretinho, Benedito Tarciso, Tororó, Benizard, Dedê Pacheco, Reinaldo Pinheiro, Tolho, Zé Técnica, Bengala, Walbert Penha (jogou no Moto). 1945 – o Moto Clube de São Luís, em 16 de março, jogou em São Bento, levado por seu diretor Ignézio Corrêa, dedicado esportista de São Bento; por não haver conseguido permissão para essa partida, o Moto jogou com o nome de “Mobel”. - além do Moto, jogaram em São bento o Sampaio Corrêa Futebol Clube, o Canto do Rio e outras equipes menores; alunos da Escola Técnica comandados pelo professor Urbano Pinheiro e o estudante Walter Reis Pinheiro. 1947 – com a realização do 1º. Torneio Intermunicipal, São Bento jogou no estádio Santa Izabel em 8 de julho, contra a seleção de Rosário, perdendo por 4x1; formação do São Bento: Bengala, Araújo, Ledo, Carrinho, Benedito (Tarciso) e Benizard, João Pretinho, Maracá, Zeno, Zé Rosa e Castrinho; o time perdeu um pênalti, sofrido por João Pretinho e batido por Zeno. 1948 – com a realização do 2º. Torneio Intermunicipal, São Bento volta a participar, novamente perdendo para Rosário, por 5x0 na prorrogação; no tempo normal, empate em 3x3; chefiava a delegação José Raimundo Dias e formando com Humberto (Carrinho), Araújo e Ledó; Carrinho (Benedito), Pedro (Zé Técnica) e Benizard; Zeno, Zé Rosa, (Pedro), Alemão, Zé Leite e Castrinho (Cabo, como gostava de ser chamado, faleceu em 2004). 1951 – estreou a equipe ”Lindo Encantado da Outra - Banda” – depois alterado para Carioca - fundado por Carrinho de Mestre Bento, apoiado por Desidério França, Zé Rabelo, Fortunato Sousa, Dico de Lobo; seus primeiros atletas foram: Champorre, Wilson Porco Doido, e Chibé; Feliciano Bacurau (Moisés Baú), Dico Pecoré e Nhô; Tororó, Baé, Carrinho Mestre Bento, Oscar e Euclides; depois vieram Jardeineira, Zé Leite, Lazinho Gonçalves,Tote e Ênio Brenha.- concomitante, o Portenho, o América e o Tupy- reativado em junho desse ano, quando a seleção sãobentuense sagrou-se vice-campeã do 3º. Torneio Intermunicipal; inesplicavelmente, o esporte rei parou na cidade... 1953 –; time formado as pressas, pelo deputado Florêncio Soares, sob a direção técnica de José Egidio Teixeira; na estréia, venceu Cururupu por 2x0 com Jardineira, Araújo e Chibé; Abelardo, Zé Leite e Pedro de Fausta; Torquato Filho (Tororó), Carrinho Corrêa, Benuilson, Castrinho e Euclides; na segunda partida, em 19 de julho, derrotou Morros por 1x0, formando com Jardineira, Chibé e Ledó; Abelardo, Zé Leite (Walter Macapá, depois Zé Leite) e Pedro de Fausta; Cebola (Zé Leite, depois Tororó e Castrinho), Carrinho, Benuilson (Walter), e Euclides; o jogo foi


no Estádio do Santa Izabel, com renda de 17.949, arbitragem de Heitor Mendes Nunes; a 21 de julho a equipe foi desclassificada por Coroatá por 1x0. - outras seleções atuaram nos interminicipais: 1963 – comandada por Isaac Dias, com os titulares Alvarez, Nhô-Nhô, Macapá, Chibé, Sousa e Filomeno; Pipoca, e carrinho Jovelina; João Muniz, Fila, Walter e Euclides. 1969 – a equipe de São Bento em partida nula, realizada em 12 de janeiro, perdeu para o União do Rosário jogando com Wilson; Raimundinho, Carrinho, Picola e Domingos; Carim e Válber; Carrinho Ferreira, Maior, Nelsolino e Oliveira.São Bento deu ao futebol maranhense: Carlos Humberto Reis, o primeiro presidente da AMEA (anos 1915/17), predecessora da FMD, diretor do Luso Brasileiro, representado na AMEA pelo jogador Newton de Barros Bello; General Celso Freitas,presidente do Conselho Técnico da FMD; Ignézio Corrêa, diretor da FMD e do Moto Clube; Urbano Pinheiro,do Sampaio Corrêa. Na arbitragem, com o Capitão da PME, Emídio Vieira, os irmãos Jafé e Heitor Mendes Nunes, por último Nacor Arouche, árbitro da FIFA. Os jogadores Cabinho (goleiro do Sampaio), Ênio Brenha, seleção do Liceu e estudantil universitário; Prof. França, jogador e técniuco do MAC, Caburé e Sampaio Corrêa e Canto do Rio (RJ).


SÃO LUIS GONZAGA Década de 1950 - O futebol é a atividade esportiva preferida da população. Lembrança dos anos 50, 60, e 70, que se constituem na fase brilhante do esporte na região, quando personagens históricos como Ferro Ramos, seu A., e mais tarde Lamba Ramos registraram seus relevantes feitos prestados ao esporte local. 1956 – a seleção ipixuense chegou as semifinais do Torneio Intermunicipal, desclassifica por Anajatuba perlo placar de 2x1. 1958 – conquistou o titulo de vice-campeão do Torneio Intermunicipal, perdendo a final para a seleção de Cururupu; a seleção possuía como base o destacado time do Palmeiras Futebol Clube, e contava com Walter bandeira, Santo Reis como seus colaboradores; quando em São Luís, contava com a ajuda substancial do empresário César Aboud (Moto Clube de São Luís). Alguns destaques do Palmeiras que atuavam na seleção gonzaguense: goleiro: Pingüim; zagueiros: Zé catita, Lamba, Albino, Seu A., Alcides,Salu, Humberto, Cabaça; atacantes: Cabo Neves, Alemão, Vavá, Ernildo, Seu Bé, ZéPretinho. Década de 60 – um desentendimento entre Ferro Ramos e Lamba, contra os irmãos Seu A e Seu Bé resultou na dissidência destes últimos, do clube do palmeiras;juntaram-se a outros jogadores criando o Floresta Futebol Clube. Em sua primeira formação, o Floresta era dirigido por Seu A, Damião, Leontino, Antonio Carlos de Nilza e Genésio Caetano; era composto pelos jogadores: Zé Aquino (o Gago), Seu A, Frank, Seu Bé, João de Chica, Leontino, José de Salmato, Genésio Caetano, Maçaranduba, Raimundo Bezerra, Raimundo Nanem, Zé de Neco, Essias, Raimundo, Tontonho, João Baixinho, João Mandi. Década de 70 – no início, após ter desaparecido dos torneios e campeonatos municipais, ressurge o esquadrão do Floresta, com o seguinte elenco: Nova Vida, Tonico, Rito de Cristina,Luís Ivan, Cachimbinho, Frank, Tote, Lamba, Nonato Barrão, Tijubu, e Seu A. - os esportistas Coló, Ferro Ramos, Lamba, Francisco e Hercílio e Chico Tripa, lançando mãos de jovens talentos da terra, criaram o “11 Amigos”, considerado o melhor time de futebol existente na cidade nos tempos modernos; tinha como local de treinamento o campo da Trizidela denominado Estádio Manoel Alves de Abreu, destacando-se Nascimento e Cacunda – goleiros; Herberth, Carrumbé, Tonico, Carrinho Estrela, Betinho, Chico Tripa, Toinho – zagueiros; Nego Judá, João de Tote, Chico Coletor, Antonio Sales, Didô,Pichará, Teodoro, Timóteo, Tijubu – atacantes. rivalizava-se com o Floresta Futebol Clube,organizado por Roberto da Emater, Aurino dos Santos e Francisco Floriano; seu técnico e jogador era Frank Moraes; o verdão da Pitombeira tinha comom estádio o campo do Bairro Pitombeira e contava com os talentos de João José e Moreira – goleiros; Leriano, Frank Moraes, Viana (zagueiros); Zé de Antéia, Didô (que deixara o 11 Amigos), Nonato Barrão, Nego Matias, Cachimbinho (atacantes. - com um futebol pujante na década de 70, tinha várias agremiações interioranas que se destacavam: Nova Vida, Santo Américo, Maçaranduba, Coque, Potó Velho, Limeira, etc. Na sede surgiram times de bases inferiores, formados por garotos de 12 a 16 anos, destacando-se entre estes o Botafogo, organizado por José Fausto (o cantor Di Fausto), basicamente formado por Tuvina, Zeca Pinheiro, Sérgio de Colo, Chico de nenê,Walber de Adélia, Tontonho, Filho de Dárcia, Hilton Morais, Jarbas Morais, Binha Miolo, Remador, Caluca, Kleiton, Luizinho, cláudio Lambança, Josafá Bonfim; seu rival era o Ájax , time da Rua de Baixo,oreganizado por Seu Louro, e sua base eram os atletas Iratan, Cabêla, Biton, Bela, Orlando de lamba, Nelore, Chamurro, Nonatinho, Patia, Deca, Seu Lia, Bira... 1971 – em 14 de outurbo, através da lei 3178, a cidade recupera seu nome inicial, São Luís Gonzaga. Décadas de 80 e 90 – Dessa fase, e o desaparecimento dos clubes mencionados, outros surgiram, nas décadas de 80 e 90, podendo ser citados: - Cruzeirinho Esporte Clube – organizado pelo ex-vereador Ivaldo da Silva Ribeiuro, Antonio Flor e Domingos Sousa. Joadores: Ivan, Robson, Zé Manacá, Iomar, Airton, Zezinho, Alyemir Filho, Gilmar, Boréu, Gonzaga, Adelino Caluca; - Guarany Esporte Club – dirigentes: Aurino dos Santos, Francsico das Chagas Santos; jogadores: Bacabal, Edílson, Luzimar, Jairton, Chico de Lili, Chaguinha, José Wilson, Das Chagas e Pedão; Boa Vontade Futebol Clube – organiadopor Lamba Ramos e tinha como atletas: Chega-Chega, Bastico, Carrumbé, Orlando, Leriano, Tijubu, Nilson, baixinho, Riba Burrego, Reizinho, Tuvina; Sucata Futebol Club – foi o time que mais durou no futebolgonzaguense – dez anos (1986-1996). Dirigentes: Zé Nóbio, Hilton Morais e Almeida, técnico era Lambá; Ganhou treze campeonatos em toda a sua história. Seus jogadores: Almir Soldado, Bastico, Valdir, Almeida, Biton, Orlando, Zé Nóbio, Salazar, Tuvina, Gilmar, Fernando Laguaçu, Toinho Sacy, Claudino, Cadica, Jairo, Walber, Fernando Freitas, Nonato, Filho, Popó. Esse clube surgiu da dissidência de alguns jogadores da seleção gonzaguense, no Intermunicipal de 1986, quando seus organizadores optaram por criar um time independente. Na época a liga de Futebol Gonzaguense era representada por Zé Nóbio, João José, Lamba e Antonio Flor. 2004 - Secretaria de Esporte e Lazer – criada a alguns anos, não cumpre seus objetivos, de oferecer a população cultura, esportes e lazer, sem deixar de lado a formação da criança, e do jovem para a vida.; não se tem conhecimento de qualquer programa importante operacionalizado nesse setor no município; suas atividades


restringem-se a promoção de eventos ocasionais de natureza recreativa. A sede do município não dispõe de praças esportivas com infra-estrutura, excetuando-se uma quadra de esportes construída de há muito; tampouco possui estádio de futebol, sua prática e feita em campos de várzea. “O TIROTEIO” – (1963) Raimundo Nonato Carvalho – Bobinho – “letrado professor e ativista político de ideologia subversiva”, simpatizante fervoroso da facção política comandada por Natinho Vieira e Alceu Martins, da cidade de São Luís Gonzaga, organiza um time de futebol formado por jogadores da região - de Bacabal, Alto Alegre e São Luís Gonzaga - sediado nesta última cidade. Após a recusa do prefeito Nonato Veloso para apadrinhar a nova agremiação esportiva, Bobinho procurou Alceu, que aceitou o convite. Com o time estruturado, seu idealizador organizou os preparativos com vistas à partida de futebol inaugural. Para tanto foi convidada uma equipe de Bacabal organizada por Raimundinho Gangá, para promover o evento futebolístico. Acreditando que aquela partida não teria apenas caráter esportivo, o prefeito Nonato Veloso resolveu não autorizar a sua realização no campo municipal, embora tenha havido pedido do deputado estadual por Bacabal, Frederico Leda. Após algumas ponderações feitas pelo empresário e líder político Alceu Martins, antevendo um eminente impasse, o prefeito sinalizou com a possibilidade de voltar atrás. Entrementes, não se sabe movido a que, acionou o aparato policial do município – Polícia Militar e milícia municipal -, mandando estender uma corda na Rua do Xerém (hoje, Manoel Carlos Godinho), de um lado a outro, impedindo a passagem de que se aventurasse subir a rua com destino ao bairro da Pitombeira, onde se localizava o campo de futebol. Estava criado o impasse. Pouco mais das quatro horas da tarde, os “cabras” de Natinho e Dedeus – como eram denominados na época aos que trabalhavam em qualquer função para estes empresários – estavam a postos na cidade, em atitude de espreita, aguardando os acontecimentos. Nas proximidades da corda de contenção, criou-se um tumulto, com os soldados tentando apreender uma faca do vaqueiro Artinésio Bonfim. O comerciante Mundico Coutinho, muito conceituado na cidade, interveio, e ficou de apresentar o vaqueiro na Delegacia em seguida. Novamente outro tumulto, desta vez com o cearense Zé Teixeira, homem de confiança de Natinho e Dedeus, assim como Artinésio, montado em uma lambreta ultrapassou a corda, subindo a Rua do Xerém, indo e voltando, e teve a traseira da lambreta chutada pelo cabo Mandu. Teixeira saca de seu revólver e, ainda montado na lambreta, dispara um tiro que atinge a perna do guarda municipal José Rodrigues. Ao tentar fugir, é alvejado por um tiro de fuzil disparado pelo soldado PM Sousa, que o perseguia correndo a pé. Estava aceso o estopim do mais longo e alucinante conflito armado ocorrido na cidade de São Luís Gonzaga, em todos os tempos. Durou mais de 12 horas, envolvendo os partidários do prefeito e os da oposição. Enquanto durou o lendário tiroteio, o mentor da malfadada partida de futebol permaneceu “amoitado”. Raimundo Nonato Carvalho (o Bobinho) ativista político que atuava na militância de esquerda desde os tempos do Grêmio Estudantil da Escola Técnica Federal do Maranhão (hoje, CEFETMA), onde estudou e desenvolveu grande liderança, era simpatizante da ala comandada por Natinho. Passou a ser acusado como o verdadeiro responsável pelo confronto, instigando a resposta à ação da guarda de Nonato Veloso. (Fonte: BONFIM, Josafá. “SANZAGA” – resgate de uma história. São Luís: Lithograf, 2004). VAVÁ é considerado o maior atleta do futebol gonzaguense, tendo se destacado também no futebol de São Luís; além do futebol, era cantor. Walter Santos nasceu no povoado Cancelar; seus avós maternos foram escravos da Fazenda cancelar, de propriedade da família Guilhon. Filho de Luís dos Santos e Maria Mora Santos, foi criado pelos tios Pedro Celestino dos Santos e Izolete Sousa Santos. Faleceu em 23 de outubro de 1978, aos 45 anos de idade.


VITORINO FREIRE 1946 - Quem iniciou o futebol em Vitorino Freire foi José Nilo Sobrinho e Zifirino Alvelino da Silva no ano de 1946. 1955 - primeiro time fundado em Vitorino Freire foi o Bangu, por Raimundo Rogeno e Luís. Depois, veio o Flamengo; e o Artístico Futebol Clube, fundado por Everso Carvalho e Cavalcante. 1956 - primeiro campeonato realizado por Bezerra, gerente das Casas Pernambucanas na época. O primeiro time a se tornar campeão foi o Flamengo. 1960 a 1962 - tiveram fim os times Artístico e Flamengo. 1968 - surgiu o time chamado Usina Mearim no ano de 1968, fundado por Chico Almeida. 1969 - fundado o Botafogo, que tinha como fundador “Coquinho”. 1971 - fundado o Maranhão Esporte Clube por Dr. Osmir Torres. No mesmo ano foi fundado o Atlético Futebol Clube por Zeca Alencar. 1977 – em 18 de julho foi criado o time Boa Vontade por Édson Cândido Lima. O seu primeiro jogo foi contra o Carambola e saiu vencedor com 1x0. Para serem realizados os campeonatos, no campo conhecido como Batistão na época - atualmente é o Campo da Rua Nova- eles cercavam o campo de talos para realizar os jogos. O time Boa Vontade foi campeão seis vezes no Batistão. E assim deu continuidades até 1990. 1983 - criado o Guarani que tinha como fundador Salomão. 1986 - O Santos Futebol Clube foi fundado em 6 de junho, por Aroldo de Lima Cruz e Milton Barbosa Filho, único time que está em ativa até hoje. 1989 - inauguração do Estádio Bandeirão de Vitorino Freire, a seleção de Vitorino Freire joga contra o Maranhão Esporte Clube da Capital de São Luís do Maranhão e vence o jogo por 2x0 com o primeiro gol sendo de Evaldo Fernando de Sousa e o segundo gol por Osmari.


ARTIGOS, CRÔNICAS, DISCUSSÕES, OPINIÕES Nesta sessão, publicadas as novidades: os novos artigos, a partir deste outubro de 2017, data da fundação da Revista do Léo. Os artigos do Editor, de colaboradores, com espaço aberto aos pesquisadores que desejem fazer uso deste espaço. Não restrito aos esportes, educação física e lazer, mas também à História/Memória do Maranhão.


A HISTÓRIA DO MILITAR, ENTERRADO EM CAXIAS, QUE DESBRAVOU A AMAZÔNIA E CONSTRUIU UMA CIDADE EDMILSON SANCHES

Euclides da Cunha classificou-o entre os “homens abnegados”, ao lado de grandes exploradores como o inglês William Chandless (1829-1896), os peruanos Leopoldo Collazo, Carlos Fermín Fitzcarrald López (1862-1897) e seu irmão Delfin Fitzcarrald, os brasileiros João Martins da Silva Coutinho (engenheiro, 1830-1889) e “o bravo” Manuel Urbano da Encarnação (1808-1897). Em sua obra “Um Paraíso Perdido” ( São Paulo: José Olympio, 1986, p. 138), Cunha disse que, acerca desse homem, “não precisamos alongarnos na relação conhecida de suas fecundas explorações geográficas”. Sobre a cidade que ele fundou, denominada Lábrea, Euclides da Cunha (1866-1909) escreveu que ela “atestará perenemente o seu valor e a influência que exercia nesses lugares” (id., ib., p. 139). O notável escritor Leandro Tocantins, em “Euclides da Cunha e o Paraíso Perdido” (Rio de Janeiro: Bibliex, 1992, p. 39), recolhe outras considerações do autor de “Os Sertões” sobre a cidade que seu “homem abnegado” fundou: “Por fim uma cidade, uma verdadeira cidade, Lábrea, repontou daquela forte convergência de energias, trazendo desde o nascer um caráter destoante do de nossos povoados sertanejos -- com o requinte progressista de uma imprensa de dois jornais, o “Purus” e o “Labrense”, e o luxo suntuário de um teatro concorrido, e colégios, e as ruas calçadas e alinhadas: a molécula integrante da civilização aparecendo, repentinamente, nas vastas solidões selvagens...”. *** Seu nome era Antônio Rodrigues Pereira Labre. Nasceu no interior do Maranhão, em uma fazenda de nome “Suçuapara”, palavra tupi para o mamífero conhecido como veado-galheiro. A fazenda “Suçuapara” localizava-se em terras de Pastos Bons, vila que fora desmembrada de Caxias menos de sete anos antes, em 29 de janeiro de 1820. Antônio Rodrigues Pereira Labre nasceu em 1º de janeiro de 1827. Portanto, em 2017 completaram-se 190 anos de seu nascimento; mas ele é mais lembrado por brasileiros de outros estados do que por seus conterrâneos maranhenses. Antes de desbravar parte da Amazônia e fundar uma cidade, Antônio Labre precisou sair da hinterlândia maranhense e, como observador e absorvedor atento, em 1867, andou por grandes cidades estrangeiras, como Nova York, Londres e Paris, entre outras dos Estados Unidos e Europa. Afirma o professor doutor Hélio Rocha, em seu livro “Coronel Labre” (São Carlos: Scienza, 2016, p. 41), que o progresso, as tecnologias que o maranhense testemunhava lá fora iriam ter “um papel basilar para o desenvolvimento de seu projeto de fundação de uma cidade na Amazônia”.


Antônio Rodrigues Pereira Labre era filho de Bento José Labre e Joana Batista de Freitas. O sobrenome “Labre” veio de uma promessa dos avós paternos, Antônio Rodrigues Pereira e Maria Teresa da Conceição. Estes avós, religiosos, desejavam um filho (já havia nascido uma filha). Assim, os avós se apegaram ao santo francês Bento (ou Benedito) José Labre, que viveu de 1748 a 1783 e ficou conhecido como “Vagabundo de Deus” ou “O Cigano de Cristo”. Deu certo. Nasceu um menino, e este, segundo a promessa, deveria tornar-se padre... Mas o rapaz não tinha vocação e recebeu o nome do pobre santo francês: Bento José Labre, que se mudou de Minas Gerais para o Maranhão e fixou-se na região de Pastos Bons, onde se tornaria pai do futuro Coronel Labre. Antônio Labre formou-se em Direito no Rio de Janeiro. Após retornar ao Maranhão, foi conhecer o mundo, viajando por Estados Unidos e Europa. Do que via e pensava, dava a conhecer por páginas de jornais, para onde escrevia fazendo seus relatos. O espírito de viajante, explorador, bandeirante, tomava conta dele. Demonstrava conhecimentos de Geografia, inclusive Topografia, e de certo modo contribuiu com o médico, pesquisador e historiador caxiense César Augusto Marques, autor do famoso "Dicionário Históricogeográfico da Província do Maranhão”, publicado em 1870. Em 1869 Labre foi ao Pará. Estabeleceu compromissos e voltou ao Maranhão, onde reuniu, em 1871, conterrâneos, inclusive famílias, na condição de colonos desbravadores. Ainda em 1871, pelo rio Purus, chegou com os maranhenses à localidade “Terra Firme de Amaciary”, onde passou a residir. Em pronunciamento na Assembleia Legislativa da Província do Amazonas ele detalha que, em 1871, fora para aquele lugar do rio Purus “com ânimo deliberado de nele estabelecer residência, sendo então ainda muito pouco povoado o Purus; em chegando, depois de escolhido o lugar em que resido, o povoei com gente que levei da província do Maranhão, e em 1873 foi criada pelos conservadores uma freguesia, sem que houvesse empenho ou intervenção de minha parte; decorreram anos e em 1878 foi instituída canonicamente essa freguesia pelo Exmº Sr. Bispo Diocesano em visita pastoral, que em ato contínuo nomeou vigário para ela o muito digno Pe. Francisco Leite Barbosa, ficando a Lábrea instituída desde então em freguesia e provida de pároco em consequência do que tem afluído para a povoação emigração espontânea e composta de famílias, que em sua grande maioria tem estabelecimento, residência fixa, cultivando o solo e edificando solidamente”. Oficialmente, o ano de fundação de Lábrea é 1881; em 1884 foi elevada à categoria de cidade. Antônio Rodrigues Pereira Labre, além de desbravador na Amazônia, foi advogado, político, fazendeiro, empresário. Junto com a cidade de Lábrea, criou um jornal, o “Purus”. Foi deputado pelo Amazonas. Foi vereador e prefeito de Lábrea. Segundo Hélio Rocha, Antônio Labre “retornou para sua terra natal [Maranhão] no final da década de 1890, onde falecera, depois de ter gasto toda a sua fortuna e arruinado paulatinamente sua saúde, trabalhando em bem do povo e ‘progresso’ do Purus e da vila que fundou.” Antônio Rodrigues Pereira Labre faleceu dia 22 de fevereiro de 1899, em Caxias (MA), onde visitava familiares. Está sepultado no Cemitério de São Benedito, e a laje que cobre o jazigo ainda conserva os dizeres saudosos de parentes do intimorato e realizador pioneiro do rio Purus e fundador da cidade de Lábrea. * O que disseram ---------------------CORONEL LABRE, PIONEIRO NA GEOGRAFIA E EM CIDADANIA “Voltando à questão da passagem franca do Brasil à Bolívia, cumpre-nos informar que coube a Labre a glória de ter sido o primeiro a realizar tal façanha” (1887). (Hélio Rocha, em seu livro “Coronel Labre”, p. 58) * “[...] ao Labre coube e cabe o mérito de ser o primeiro a denunciar tais mazelas sociais nos ‘centros’ de seringa do Purus e não ao escritor Euclides da Cunha, como têm afirmado muitos historiadores, geógrafos, críticos, ensaístas e demais estudiosos da Amazônia.” (idem, ibidem) *


“Foi o primeiro desbravador a viajar de barco de Lábrea ao rio Acre, via Madeira e Beni.” (Hiram Reis e Silva, em seu livro “Desafiando o Rio-Mar: Descendo o Solimões”; Porto Alegre: EdiPUCRS, 2010, p. 272). CAXIENSES No seu livro “Coronel Labre”, Hélio Rocha menciona diversas vezes Sinval Odorico de Moura, que governou o Amazonas em 1863 e 1864. Trata-se, Sinval Odorico de Moura, do caxiense que deu nome à conhecida rua Conselheiro Sinval, no centro de Caxias. Sinval Odorico de Moura também governou o Ceará, a Paraíba e, por duas vezes, o Piauí.  Na expedição que fez ao rio Purus, Euclides da Cunha escreveu em 1905 correspondências para o escritor caxiense Coelho Netto, seu amigo. Em seu livro “Desafiando o Rio-Mar: Descendo o Solimões”, no capítulo “O maravilhoso Purus”, Hiram Reis e Silva menciona o poeta caxiense Gonçalves Dias, citado na obra em prosa e verso por Machado de Assis e Euclides da Cunha. O historiador, escritor, professor, jornalista e ex-governador do Amazonas Arthur Cézar Ferreira Reis (1906-1993) destacou que, “principalmente este [Antônio Rodrigues Pereira Labre], que se tornou o maior propagandista das excelências do [rio] Purus” (“História do Amazonas”, 2ª ed.; Belo Horizonte: Itatiaia, 1989, p. 213). *** LÁBREA, HOJE O município de Lábrea tem, oficialmente, 136 anos e 44.861 habitantes. Sua área territorial é de 68.262,696 km2, três vezes maior do que o estado de Sergipe ou o país Israel. Sua economia é de R$ 360 milhões 391 mil. O maior setor é o primário (Agropecuária), que comparece com R$ 155 milhões 150 mil. Em seguida, vem a administração e serviços públicos e seguridade social, com R$ 142 milhões 417 mil. Em terceiro, o setor de Serviços, com R$ 45 milhões 980 mil. Na formação da economia labrense (PIB – Produto Interno Bruto), o setor industrial contribui com apenas R$ 12 milhões 765 mil.


40 ANOS DEPOIS... LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Professor de Educação Física Mestre em Ciência da Informação Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão Membro Fundador da Academia Ludovicense de Letras

Ano passado (2015), 17 de dezembro, comemoramos 40 anos de formados. Em outubro, fizemos nosso encontro anual da turma de formandos de 1975...

Neste ano, comemoro 40 anos de Maranhão. Membro da Equipe 49, do Projeto Rondon, aqui cheguei, junto com vários colegas da Escola de Educação Física e Desportos do Paraná – a maioria já formados – e outros das áreas de Medicina, Farmácia e Bioquímica, para a realização da segunda colônia de férias da cidade. O diretor do Campus Avançado da Universidade Federal do Paraná era o Alberto Milléo Filho, professor de educação física, e havia implantado a colônia de férias no ano anterior, além de criação da Olimpíada Colegial de Imperatriz – OCOI -, depois mudado o nome para Jogos Escolares de Imperatriz – JEI.


Turma 49, no Hotel Anápolis, apresentando-se, Gralha Azul

Assim, naquele janeiro de 1976 desenvolvemos nosso trabalho – Colônia de Férias do Rondon – e apresentamos a cerca de 500 jovens, de 7 a 17 anos, os primeiros fundamentos de várias modalidades esportivas... Naquela época, na cidade, só se praticava o Futebol de poeira – pelada de rua -, o Futsal, na quadra do Mourão Rangel – escola estadual -, ou quem freqüentasse o SESI/Imperatriz, e, para as meninas, o Voleibol... Alguns poucos tinham acesso às quadras do Juçara Clube – Futsal – e às do quartel do 50º BIS.


A sede do Campus Avançado tinha uma quadra de vôlei – areia – e um campo de futebol. Em alguns horários, franqueado à população, principalmente jovens. E era tudo! Milleo e Roberto Gelobom – sorveteria de sua propriedade, daí seu apelido – iniciaram um movimento, em 1975, e criaram a Olimpíada Colegial, com as modalidades de – lógico – Futebol, Futebol de Salão – ainda não era Futsal -, Voleibol, Atletismo – algumas provas de corridas e salto em distância, e corrida de bicicleta, e xadrez... outras modalidades, como Basquete e o handebol, não foram disputadas, pois não houve equipe inscrita, eram desconhecidas no meio estudantil...


Lembrando que a Prefeitura Municipal de Imperatriz encontrava-se sob Intervenção estadual; o Interventor era o Coronel PM Carlos Alberto Barateiro da Costa – o conhecido Bebeto, Cel. Bebeto. Bebeto era um dos grandes nomes do esporte maranhense, chegando a jogar profissionalmente futebol, praticante do basquete e do voleibol.


Juntando um interventor esportista, um professor de educação física na direção do Campus Avançado, era natural o incentivo que se começava a dar às atividades esportivas, e a tentativa de implantação da Educação Física nas escolas da rede publica municipal. Por essa época, apenas o colégio do estado – Mourão Rangel -, e a escola do SESI, e uma ou duas escolas particulares mantinham aulas de educação física, dentre elas a Escola Santa Teresinha. Mary de Pinho e sua irmã, Sônia, eram as professoras do Mourão Rangel, e para o masculino, um sargento da polícia militar – dava aulas fardado, com o revolver na cintura, e sempre, sempre, e apenas, futebol de salão... no SESI haviam dois recreadores, sendo um deles a Zezita.

Milléo estava deixando a direção do Campus. Em 1975, de férias, em Curitiba, foi à EEFDPr convidar os alunos, em especial os do 3º ano, - formandos – para comporem aquela famosa equipe, a 49 do Rondon...


Fizemos a inscrição, nos formamos, fizemos o treinamento e, na primeira semana de janeiro de 1976, desembarcávamos em Imperatriz. Milléo, e sua mulher Sibonei, eram conhecidos de minha família. O pai de Sibo fora sargento da aeronáutica, do mesmo período que meu avô, Leopoldo Masson Vaz; Milléo praticara esporte durante seu compromisso com as forças armadas e é dessa época que conhecera meu pai, corredor de rua, da equipe da Aeronáutica, jogador de futebol do amador do Coritiba F.C. – chegou a se profissionalizar... Conversávamos muito e manifestou seu desejo de que alguém da turma aceitasse ficar em Imperatriz... Resolvi aceitar o convite. Retornei a Curitiba para preparar minha volta ao Maranhão... nas conversas, na volta de Imperatriz, uma colega de turma, minha atleta do Clube Duque de Caxias, manifestou que voltaria, também. Chegando a Curitiba, conversamos com Milléo e acertamos nossa volta para Imperatriz. Eu já tinha uma atuação junto à Federação Desportiva Paranaense, o Ney Pacheco como presidente, eu ocupava uma das diretorias, além de secretariar a federação de ciclismo, onde atuava também como árbitro. Técnico de Atletismo do Duque de Caxias, também, das equipes de Voleibol, Basquete, além de jogar Faustball – Punhobol. Na EEFDPr, pertenci à equipe de Atletismo, e à de Esgrima; na da faculdade de Direito de Curitiba, além de Atletismo, Natação, Voleibol, e Basquetebol.. Atuava mais como administrador esportivo, coordenando as diversas equipes da Duque de Caxias, e das federações das quais participava... Essa experiência me foi útil, ao chegar à Imperatriz naquele março de 1976, definitivamente... buscava alguma experiência, haja vista que pretendia passar um ano e depois seguir para o Mestrado na Alemanha... não fui!!! Chegando à Imperatriz, junto com a Marilene Mazzaro, ficamos hospedados no Campus Avançado, junto com Milléo e sua família. Cumpriu sua parte, arranjando-nos emprego na Escola Santa Teresinha, como professores de educação física. Na Prefeitura, o Cel. Bebeto criou o Departamento de Educação Física, Esportes e Recreação e nos nomeou para função. Passamos a organizar a segunda edição das Olimpíadas Escolares, a implantar a educação física nas escolas da rede municipal. Para isso, organizamos um Curso de Monitores de Educação Física, parceria da SEDUC com o Campus Avançado, e selecionamos cerca de 100 (cem) jovens atletas da cidade, além de outras pessoas interessadas, com alguma experiência em algum esporte... Muitos alunos dos cursos da Faculdade de Educação de Imperatriz, dos cursos de Ciências, Estudos Sociais, e Letras...


No decorrer do curso, firmamos convenio com a Coordenação de Educação Física do Estado, que nos mandou alguns professores – Lino Castellani Filho, Sidney Zimbres, Paulo Tinoco, Zartú Cavalcante, Marcos Gonçalves... Formamos cerca de 60 (sessenta) monitores, que foram os primeiros professores de educação física da cidade, em um curso com 120 horas de duração... todos aproveitados pelas diversas escolas da rede publica municipal, e principalmente, pela particular. Estava formada a base para a implantação da educação física e dar prosseguimento à OCOI... e à participação da cidade nos Jogos Escolares Maranhense – JEMs. Nas semanas que antecederam os Jogos Escolares daquele ano – 1976 – o DEFER/SEDUC ofereceu vários cursos, e alguns professores de Imperatriz compareceram – eu, para o de Atletismo; João Pires, da Escola Fortaleza, para o de Handebol; Giorvani, Sônia e Mary de Pinho – do Mourão Rangel, Escola Técnica Amaral Raposo - para o de Voleibol... o compromisso é que na volta todos transmitíssemos o que viramos para os demais professores, egressos daquela primeira turma do Projeto Rondon. Semana da Pátria, a SEDUC responsável pela organização do Desfile Estudantil, eu à frente da organização... fui chamado ao 50º BIS, para o planejamento; o Cel. Comandante, recém-chegado, não admitia atraso no mesmo, colocando três oficiais à disposição, para que tudo saísse a contento. Cel. Goulart e Cel. Bebeto ‘disputando’ quem mandava mais, e eu no meio dos dois... O maior problema e queixa dos diretores de escolas, eram os atrasos e os atropelos, em especial da Escola Técnica Amaral Raposo, que sempre fazia um verdadeiro desfile – de escola de samba, com alegorias e carros... às demais, escolas pobres do município, sempre em segundo plano. Resolvemos mudar isso; o desfile iniciara pelas escolas municipais, a estadual, depois as particulares, sempre em ordem alfabética; havia limite do numero de alunos, sendo o máximo de 50 para as escolas da rede municipal – desfilariam 20 escolas, sendo 10 da sede, as maiores, e 10 vindas dos diversos povoados - a seguir, a do Estado e o SESI, com no máximo 100 alunos; e as da rede particular, com também máximo de 75 alunos. Como algumas escolas tinham suas fanfarras, os alunos das mesmas não contavam no total dos peletões que desfilariam. E sem alegorias: apenas o uniforme das fanfarras, e trajes de gala, para as que tivessem, senão uniforme do dia–a-dia. Poderia haver um pelotão de atletas, uniformizados... Tudo acertado, reunião no gabinete do prefeito, para provar o regulamento do desfile, acordado com a direção das escolas e do Exercito, e da PMMA. O inicio, às 8 da manhã, em ponto!!! Lembrando que no ano anterior, o desfile marcado para as 8 da manhã só começou às 2 da tarde, com as crianças aguardando as ‘autoridades’ chegarem ao palanque montado em frente à Prefeitura... Isso não poderia se repetir!!! O Interventor me deu carta branca...


No dia 7, às 07:30 da manhã, junto com dois oficiais do 50º BIS começamos a revista às escolas, para ver se todas estavam em seus lugares... Não estavam!!! Uma delas – a Escola técnica Amaral Raposo – escola do juiz de direito da cidade... estava em uma rua lateral, toda enfeitada, com cavalos, carros alegóricos, e cerca de 500 alunos, além da fanfarra... Um dos tenentes disse: não desfila! E comunicou ao Cel. Comandante o fato... a ordem: não entra!!! As 7:50, o Cel. Acompanhado pelo Interventor saíram do palanque, em sentido contrário, para dar inicio ao desfile... ao passar por mim, a ordem do prefeito: espere até minha mulher chegar ao palanque, acaba de sair de avião de São puis, dentro de 1 hora deve estar chegando... só depois dela passar inicie... Não tive o que dizer a não ser: sim, senhor!!! O Tenente que me acompanhava como uma sombra ouviu a ordem e a repassou para o Cel. Comandante; este disse: tão logo passemos, e cheguemos ao palanque inicie o desfile!!! Sim, comandante!!! As 8:15 horas a banda do 50º BIS começou a tocar, dando inicio ao desfile estudantil daquele ano. A Escola Técnica foi impedida de atravessar na frente das outras escolas, caso não se adequasse ao regulamento... todas as escolas passaram, o Pelotão da PMMA, o carro da Marinha, e o Pelotão do Exército, o ultimo a desfilar... e a Escola técnica saiu depois do Exército, com o desfile já encerrado, oficialmente... crise no mesmo dia, entre o Juiz-Diretordono, os dois coronéis, a secretária de educação, e claro, eu, no meio do rolo, coordenador do desfile daquele ano... A esposa do interventor chegou ás duas da tarde... Na opinião de todos, foi o melhor desfile de todos, saindo no horário, com distribuição de água aos alunos da rede pública, e às escolas do interior, almoço no quartel do Exército... Entre mortos e feridos, salvaram-se todos... o Interventor caiu logo em seguida... Quando da ida à São Luis, para o curso de aperfeiçoamento em atletismo, lá fiquei para acompanhar os JEMs; o coordenador da modalidade, Prof. José Luis Fernandes, teve problemas familiares e teve que retornar para São Paulo; eu acabei assumindo a coordenação do atletismo dos JEMs daquele ano...



Retornando à Imperatriz, eu e João cumprimos nosso compromisso... ministramos cursos de Atletismo, de Handebol e de Basquetebol; não houve de Voleibol, que seria de responsabilidade dos irmãos Pinho; depois, ministramos um de Voleibol, do qual Giorvani participou. Ao termino de cada curso, realizamos um campeonato específico, em que cada professor dos cursos montava suas equipes, nas escolas em que atuavam e a prova final, era a participação dessas equipes nos diversos campeonatos que organizamos, através do DEFER/SEDUC com o Projeto Rondon e o 50º BIS e SESI... tendo em vista a participação na OCOI... Em 1977, a educação física estava funcionando em 27 escolas da rede municipal, e em mais de 15 escolas da rede particular e confessional. A terceira OCOI foi um sucesso, parando a cidade... Vieram árbitros de São Luis, que ministraram cursos de arbitragem nas diversas modalidades... formamos um quadro de árbitros, com aqueles nossos alunos que já ultrapassaram a idade de participar dos jogos como atleta, muitos deles nossos monitores de educação física, alunos do ensino de 2º Grau e os da Faculdade... Nesse ano, fui admitido na faculdade de educação, como professor de educação física... aulas aos sábados pela manhã, saindo dessas turmas vários professores de educação física – formandos em Ciências, em Letras e em Estudos Sociais, mas que atuavam na Educação Física, mudando o nível dos professores que atuavam na área, agora, com curso superior, na área da educação... Meu contrato com o Projeto Rondon acabara em maio, e só atuava, agora, na FEI, no Santa Teresinha e na Prefeitura...


Em 1978, prosseguimos com a expansão da educação física e dos esportes, novos cursos, em São Luis. Realizamos a OCOI, mas a Prefeitura não teve recursos para mandar as equipes para São Luis. Já havia mudado o Interventor; assumira um médico, Herbert Leitão, e houve mudanças na Secretaria de Educação, saindo Loreta Salvatori e assumindo o Prof. Batista. Andei dando algumas declarações sobre o estado da educação e fui exonerado. Mary de Pinho assumiu meu lugar, mas logo em seguida o DEFER foi extinto. Naquele ano, novos cursos em São Luis, novamente o aperfeiçoamento em Atletismo, novamente fiquei para coordenar a modalidade nos JEMs; então recebi convite para ir para São Luis, com contrato de trabalho na Escola Técnica Federal do Maranhão, pois o professor de atletismo da escola se aposentara...


Fiz o curso de Especialização em Metodologia do Ensino Superior, junto com os demais professores da FEI, para o reconhecimento dos Cursos de Licenciatura Curta. Houvera concurso para professor do Centro de Ensino de 2º Grau Graça Aranha, a ser implantado em Imperatriz. Passei e fui nomeado professor do Estado. Com o problema na SEDUC e minha exoneração, resolvi aceitar o convite da Escola Técnica. Já casado, minha mulher também professora concursada no estado, para o Graça Aranha, e demitida de sua função na SEDUC, também, resolvemos que era hora. Vim para São Luis, fiz o concurso – de títulos – para a ETFM, pedi transferência do Estado para São Luis e passei para o Plano de Governo, na equipe de implantação da Secretaria de Desportos e Lazer – SEDEL. Em janeiro de 1979 estava já residindo em São Luis, iniciando as aulas na ETFM. Quando de minha saída de Imperatriz, sai do Santa Teresinha e da FEI. Agora, em São Luis, continuava como professor do estado, lotado no Liceu Maranhense, e à disposição do Plano de Governo, na equipe que estava preparando a criação/implantação da primeira secretaria de esportes e lazer do Brasil... e começava minhas atividades na Escola Técnica Federal do Maranhão. No meio do ano, sou chamado à FESM – Federação das Escolas Superiores do Maranhão, hoje UEMA – Universidade Estadual do Maranhão. O Reitor, Dr. Fiquene – Juiz de Direito, de Imperatriz, dono do Amaral Raposo, e Reitor da FEI – convidou-me para reingressar no ensino superior; como o processo de reconhecimento dos cursos de Imperatriz estava adiantado, e meu nome constava como professor (titular) de educação física, não havia como substituir-me; sugeriu a anulação de minha demissão – o que aceitei – e a transferência para São Luis. Aqui, estava-se providenciando o reconhecimento dos cursos da FESM; já havia saído portaria reconhecendo os cursos da FEI – eu como titular de educação física – e por essa razão meu nome foi incluído no reconhecimento dos cursos de Engenharia e Medicina Veterinária, como titular da cadeira de educação física; o que foi aceito, e passei a ser professor titular da FESM/UEMA. Assim, fiquei com uma jornada de trabalho de 20 horas no Estado – agora já na SEDEL; 20 horas na ETFM; e 20 horas na UEMA. Começava minhas aulas às 6:00 horas da manhã. Na ETFM cumpria meus horários as 3ª./5ª./Sab, manhã e tarde, com os treinamentos de Atletismo – por 10 anos as equipes infantojuvenil e juvenil, foram campeãs dos JEMs, até que deixei a função em 1989...; na UEMA dava aulas às 2ª./4ª. Três turmas pela manhã e três pela tarde, começando às 7:00 horas. Terminado o expediente, por volta das 9:00 horas, na ETFM e na UEMA, ia para a SEDEL, onde estava na Coordenação de Desportos; depois passei para a Assessoria do Secretário, quando sai, em 1982, retornando para a SEDUC. Quando pedi exoneração. Ao sair da SEDEL/SEDUC imediatamente passei a 40 horas na ETFM; além de professor de atletismo, assumi a Coordenação de Atividades Formativas – responsável pelas disciplinas do antigo art. 7º da 5692: Educação Física, Educação Artística, Ensino Religioso e EPB, depois juntando Filosofia e Sociologia... a seguir, passei a Coordenador de Ensino. Por três anos, fui técnico de atletismo das seleções estaduais que participaram dos Jogos Escolares Brasileiros – JEBs; no período em que passei na SEDEL – 1979/1982; como atuava como técnico da ETFM, não podia mais coordenar os JEMs; na SEDEL uma de minhas funções era de preparar toda a documentação necessária para regularizar as federações especializadas – havia a FMD, eclética, que ficou só com o futebol, FMF; havia a de Basquetebol, criada nos anos 50, mas sem quaisquer atualização ou registro junto ao CND ou à confederação brasileira, totalmente irregular; a federação de handebol, apenas fundada, sem quaisquer outro registro; e a de voleibol na mesma situação. Parti para regularização, atualização dos estatutos segundo a legislação vigente, registro em cartório e eleição das diretorias; em seguida a fundação de várias federações, iniciando pela de Atletismo, Ciclismo, Judô, Desportos Aquáticos, Tênis de Mesa... Em 1982, tomei a decisão de sair da SEDEL, por não compactuar com certas práticas... Voltei para a SEDUC... cabe lembrar que quando a SEDEL foi criada todos os professores de educação física do estado, do quadro da SEDUC foram relotados na SEDEL, menos eu, que não aceitei a relotação, mas fui colocado à disposição daquela nova Secretaria (em 1979, mês de maio, quando de sua criação...). Na SEDUC fui para a Assessoria do Secretário preparar projetos na área da educação física. Cabe esclarecer que as aulas de educação física, naquela época, em função dos Jogos Escolares eram, na realidade, aulas de esportes. Os professores eram ‘técnicos esportivos’, que davam as diversas modalidades, daquelas que eram disputadas nos JEMs. Tinham-se vários professores atuando em várias escolas, como técnico de Atletismo, Basquete, Handebol, Voleibol, Ginástica Olímpica, Judô, Natação, Futebol de Salão, Futebol de Campo, Tênis de Mesa, Capoeira... professores da rede publica atuavam também na rede particular. Pouquíssimos professores formados em Educação Física; a grande maioria – como até hoje!!! – leigos, ex-atletas, que passavam a treinar nas escolas, mesmo nas da rede publica,


nomeados. Cito o caso de um professor, da cidade de Caxias, na modalidade de atletismo, do Centro de Ensino de 2º Grau (hoje, ensino médio), que, quando fui dar um curso lá, acabei descobrindo que era analfabeto!!! Não respondia às provas, entregava-as em branco. Ao indagar se não havia entendido, fui informado que não sabia ler nem escrever... e era professor nomeado pelo Estado e dava aulas em diversas escolas da rede particular... encontrei muito dessa situação nas minhas andanças pelo interior do Maranhão dando cursos de atletismo. No inicio dos anos 1980, o CND começou um projeto de construção de praças esportivas, a serem instaladas em diversos municípios. O Maranhão foi contemplado com 40 delas e a SEDEL, CRD, e a ETFM assinaram um convenio para a formação dos técnicos em educação física e esportes que iriam administrar essas praças. Cada prefeitura deveria mandar um representante. Curso Técnico em Educação Física, duração de um ano, tempo necessário para a construção das praças. A maioria das prefeituras não tinha como manter o funcionário na Capital por esse período, então a solução foi recrutar interessados em cursar e depois se transferir para o interior... não precisa dizer que não funcionou. Mas o Curso de Educação Física da ETFM fora criado. Depois, a SEDUC deu continuidade, para a qualificação de seu quadro de professores. Foram formadas duas turmas, de 40 alunos cada. Mantivemos o curso por alguns anos, até quer o estado deixou de passar os recursos. Mas foram mais de 500 técnicos formados, habilitados a atuar até a 6ª seria do antigo 1º grau – Parecer 45, adicional ao magistério, que formava professores normalistas especializados e podendo atender da 1ª à 6ª serie do 1º grau. Mas... a maioria passou a atuar em todo o 1º grau e quase todos no 2º grau... O Curso de Educação Física da UFMA não atendia à demanda. Até hoje temos nossos antigos alunos atuando nas diversas escolas públicas, nomeados, como professores de educação física. Fui professor de Atletismo e de História da Educação Física. Mais tarde, com a criação do Curso Seqüencial de Educação Física da UEMA, passei a dar aulas – contratado – de Atletismo, História e Metodologia do trabalho Científico, em São Luis e em algumas cidades do Interior. Foi quando comecei meu trabalho de pesquisa e resgate da memória dos esportes, da educação física e lazer no Maranhão. Nesse mesmo período, fiz um curso de especialização em Lazer e Recreação, pela UFMA. Dos 35 alunos, apenas eu conclui... foi o primeiro curso do gênero no Brasil. Minha segunda especialização... Na UEMA, além dos cursos do seqüencial de educação física, ministrei aulas no de especialização em qualidade e produtividade, de metodologia do trabalho científico. No CEFET-MA, como tinha dois pareceres como professor de educação física para lecionar no ensino superior, fui indicado como titular de educação física dos cursos superiores do CEFET-MA, as Licenciaturas então oferecidas, além de professor de Didática Geral e de Metodologia do Ensino, além de Metodologia da Pesquisa Científica, esta, inclusive, nos cursos de especialização então oferecidos pelo CEFET-MA. Também dei aulas na UFMA, de Sociologia do Lazer, e de Planejamento de Eventos, no Curso de Turismo, como professor visitante. Com a expansão do CEFET-MA, atendendo 56 municípios do interior, com cursos superiores na área das ciências e tecnologias, a disciplina educação física fazia parte do currículo. Então passei a dar aulas em diversos municípios, e em vários deles implantando a educação física, como em Itapecuru – no povoado de Magníficat, experiência piloto na implantação de atividades de extensão do CEFET-MA. E em Barreirinhas, onde a partir dessas aulas, demos continuidade a projeto de capacitação de professores de educação física para o Município, e implantação da educação física e praticas esportivas – participação nos Jogos Escolares Maranhenses. Começamos o trabalho em 2001... Quando da transformação da ETFM em CEFET-MA – 1989 – passei a atuar como Assistente do Diretor de Relações Empresarias, respondendo por diversos períodos pela Diretoria, na ausência do titular quando de seus afastamentos para tratamento de saúde. Foi nesse período que se iniciou a interiorização do CEFET-MA e a oferta dos cursos superiores nos diversos municípios maranhenses e a atuação da educação física como precursora dos projetos de extensão. A qualificação dos professores, com a saída de muitos para o mestrado e doutorado. A criação de nosso mestrado e do doutorado em educação profissional. Estabelecido o programa de qualificação, foi quando fui para o Mestrado em Ciência da Informação, na Universidade Federal de Minas Gerais – 1992/1993. Já atuava na área de documentação esportiva, havia criado, junto com o Prof. Laércio Elias Pereira, um Centro Referencial em Informação e documentação em Educação Física, Esportes e Lazer – CEDEFEL-MA. Precisamos de um referencial teórico para atuar melhor. Foi aberto o curso de Ciência da Informação e lá fui eu, para Belo Horizonte, aluno da segunda turma, primeiro a concluir. Em um ano! Fiz todos os créditos. Área de concentração: informação em ciência e tecnologia.


Quando de meu retorno, assumi, na nova administração, a Diretoria de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão. Foi uma época que entrava na escola às 6:30 da manhã, dava minhas aulas de educação física até as 9:30 e ia para o expediente burocrático, até as 19:30, e iniciava o terceiro expediente com as aulas no ensino superior – que funcionavam apenas à noite. Aulas de educação física 3ª./5ª./Sábado. Terças e quintas pela tarde, a partir das 16 horas até as 18:30, educação física... Segunda, quarta e sexta, à noite, de Didática, Metodologia do Ensino e Metodologia do Trabalho Cientifico... foram três anos nesse regime. No começo dos anos 80, como disse, inicio do curso de educação física da ETFM e foram contratados alguns professores. Dentre eles dois professores especializados em atletismo, que também passaram a atual na SEDEL. Com a chegada desses professores – marido e mulher – deixei de atuar como técnico de atletismo das seleções estaduais; mas continuava na ETFM. Dei aulas no curso de educação física e, juntos, atuávamos na Federação de Atletismo. Eu, presidente, Trajano diretor técnico e Aparecida vice-presidente. Trajano foi indicado, por mim, para acompanhar uma seleção brasileira em um campeonato mundial. Na volta, começou a pressão para que ele assumisse as equipes da Escola. Em 1989 houve um problema na organização dos JEMs, em que várias escolas se afastaram em especial das disputas do Atletismo. Eu tinha aproximadamente 250 alunos, dentre os do ensino médio e superior além dos ex-alunos que treinavam na escola. O Chefe do Departamento achou por bem que eu dividisse a equipe com o Trajano, afinal ele fora técnico da seleção brasileira e merecia uma chance na Escola. Então, entreguei as equipes – todas! – para Trajano (juvenil e adulto), para Carvalhinho (infanto) e para Aparecida (feminino). E fui dar aulas de natação e voleibol... não mais participaria do esporte de competição! Foi o fim das equipes da escola... naquele ano de 1989, não houve alunos-atletas para disputa dos jogos escolares, interrompendo uma seqüência de 16 títulos estaduais consecutivos, dez dos quais comigo como técnico. Afastei-me do atletismo de competição. Inclusive da Federação. Voltei a ser ‘apenas’ professor de educação física. Na volta do Mestrado, assumindo a Diretoria de Apoio e, na reforma da estrutura do CEFET-MA, esta extinta, passei a Diretor de Ensino. Cargo, ambos, equivalentes à pró-reitor. Foi quando fui responsável pela criação dos cursos de mestrado e doutorado no CEFET-MA, na área de educação profissional, em convenio com Cuba. Inscrito e aprovado no Doutorado, fiz os créditos, quando por injunções políticas, foi o mesmo modificado – o que alterava o meu projeto substancialmente -, decidindo-me por abandoná-lo, já com a tese pronta e os créditos concluídos. Justifiquei, como o fizera Estevão Rafael de Carvalho, que o fizera em busca de conhecimentos, e não de títulos ou láureas. Mesmo porque não tinha um orientador para me atender e queriam que eu modificasse minha área de estudos, para me adequar às disponibilidades da nova entidade, de Cuba, encarregada dos cursos de pós-graduação no Brasil... devíamos atender a eles, e não à legislação brasileira. Já antevia as dificuldades que viriam, com as mudanças propostas. Resultado: 98% dos professores ainda não conseguiram a revalidação dos diplomas; no CEFET-MA, foram 63 no mestrado e 19 no doutorado... E olha que avisei que aconteceria! Me envolvi no projeto de expansão do ensino técnico, no projeto da pesca, e cada vez mais apenas com a educação física, até a aposentadoria, em 2008. Virei vagabundo oficial!!! E deixei o IF-MA após 30 anos de atuação. 42 anos de contribuição com a previdência, 38 deles como professor... Aposentado, voltei para a UEMA, através de concurso, em 2012. Não agüentei um ano... e não renovei o contrato de trabalho. Não havia mais o que fazer, nada modificara nesses anos que ficara fora, a mesma burocracia, a mesma falta de estrutura, as mesmas “sacanagens’... Prestei algumas consultorias, ao SEBRAE-MA, na área de qualificação profissional, na área do petróleo e gás... Em 2008, ingressei no Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; em 2012, ajudei a fundar a Academia Ludovicense de Letras – membro fundador. Continuo estudando, escrevendo, publicando... sobretudo, aprendendo!!! Pois é, 40 anos passam rápido...


A OCUPAÇÃO DA ILHA DO MARANHÃO – a ciência confirma o mito LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

A literatura disponível diz que a Ilha de Upaon-açú foi ocupada em 1612 por franceses, muito embora estes já estivessem aqui se estabelecido desde 15948. Os relatos sobre a ocupação da Ilha Grande do Maranhão dão que, antes desses europeus, os tupinambás chegaram por volta de 60 anos antes, isto é, entre 1535 e 15609... Mas já os portugueses por aqui passaram, recuando-se à Nazaré (Jeviré?), com os filhos de João de Barros, quando intentaram ocupar a Capitania Hereditária destinada a seu pai... Mas ao tratarmos do Maranhão primitivo, antes da História 10, vemos que essa ocupação é muito mais antiga. Como informa Bandeira (2016)11 8

http://www.blogsoestado.com/leopoldovaz/2016/10/06/fim-de-um-mito/ http://cev.org.br/comunidade/maranhao/debate/fim-de-um-mito/ 9 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. QUEM, AFINAL, FUNDOU SÃO LUÍS? PODEMOS CONSIDERAR RIFFAULT, DES VAUX, E DAVI MIGAN COMO OS PRÉFUNDADORES ? ALL EM REVISTA, v. 2, n. 3, jul./set., 2015, p. 106. http://issuu.com/leovaz/docs/all_em_revista_-_volume_2_numero_3_ VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. FRANCESA, PORTUGUESA... ou FENÍCIA?? ALL EM REVISTA, V. 2, n. 4, out./dez., 2015, p. 187, disponível em http://issuu.com/leovaz/docs/all_em_revista_-_volume_2__numero_4 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. A FUNDAÇÃO DO MARANHÃO. ALL EM REVISTA, V. 2, n. 4, out./dez., 2015, p. 208, disponível em http://issuu.com/leovaz/docs/all_em_revista_-_volume_2__numero_4 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. A “DESCOBERTA” DO MARANHÃO, ALL EM REVISTA, V.3,N.2, abr/jun 2016, p. 252, http://issuu.com/leovaz/docs/all_em_revista_-_volume_3__n__mero_?workerAddress=ec2-52-90-195-118.compute-1.amazonaws.com VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. MARCO ZERO: É NECESSÁRIO DETERMINAR?, ALL EM REVISTA, V.3,N.2, abr/jun 2016, p. 336, http://issuu.com/leovaz/docs/all_em_revista_-_volume_3__n__mero_?workerAddress=ec2-52-90-195-118.compute-1.amazonaws.com VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. MARCO ZERO – UMA PROPOSTA..., ALL EM REVISTA, V.3,N.2, abr/jun 2016, p. 342, http://issuu.com/leovaz/docs/all_em_revista_-_volume_3__n__mero_?workerAddress=ec2-52-90-195-118.compute-1.amazonaws.com 10 BANDEIRA, Arkley M. UM PANORAMA SOBRE OS REGISTROS RUPESTRES NO ESTADO DO MARANHÃO. Monografia apresentada ao Curso de História como requisito para conclusão do mesmo. Universidade Estadual do Maranhão. Campus Paulo VI, São Luís, 2003. BANDEIRA, Arkley M..O SAMBAQUI DO BACANGA NA ILHA DE SÃO LUÍS-MARANHÃO: um estudo sobre a ocorrência cerâmica no registro arqueológico. Pré-projeto de dissertação de mestrado apresentado ao Programa de Pós-Graduação em arqueologia do MAE-USP como requisito obrigatório para seleção dos ingressantes no segundo semestre de 2005, São Paulo, 2005; BANDEIRA, Arkley Marques. A PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO EM ARQUEOLOGIA: hipóteses sobre o povoamento pré-colonial na Ilha de São Luís a partir das campanhas arqueológicas de Mário Ferreira Simões. OUTROS TEMPOS, www.outrostempos.uema.br, ISSN 1808-8031, volume 03, p. 18-36 BANDEIRA, Arkley Marques. POVOAMENTO PRÉ-HISTÓRICO DA ILHA DE SÃO LUÍS-MARANHÃO: SÍNTESE DOS DADOS ARQUEOLÓGICOS E HIPÓTESES PARA COMPREENSÃO DESSA PROBLEMÁTICA. ANAIS DO V ENCONTRO DO NÚCLEO REGIONAL SUL DA SOCIEDADE DE ARQUEOLOGIA BRASILEIRA – SAB/Sul. De 20 a 23 de novembro de 2006, na cidade de Rio Grande, RS. http://www.anchietano.unisinos.br/sabsul/V%20-%20SABSul/comunicacoes/59.pdf BANDEIRA, Arkley. Marques. Ocupações HUMANAS PRÉ-HISTÓRICAS NO LITORAL MARANHENSE: UM ESTUDO ARQUEOLÓGICO SOBRE O SAMBAQUI DO BACANGA NA ILHA DE SÃO LUÍS-MARANHÃO. 2008. 371f. Dissertação (Mestrado). Museu de Arqueologia e Etnologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008. BANDEIRA, Arkley. Pre-historic occupation at São Luis Island - Maranhão - Brazil: Chronology, ceramic, and landscape. In: CONGRESSO INTERNACIONALDE AMERICANISTAS, 53º ICA: Cidade do México – DF, 2010. BANDEIRA, Arkley Marque. VINHAIS VELHO: ARQUEOLOGIA, HISTÓRIA E MEMÓRIA. São Luis: Edgar Rocha, 2013. BANDEIRA, Arkley Marques. OS REGISTROS RUPESTRES NO ESTADO DO MARANHÃO, BRASIL, UMA ABORDAGEM BIBLIOGRÁFICA. In http://www.naya.org.ar/congreso2002/ponencias/arkley_marques_bandeira.htm BANDEIRA, Arkley. Distribuição espacial dos sítios Tupi na Ilha de São Luís, Maranhão. CADERNOS DO LEPAARQ. Vol. XII, n°24, 2015. BARROS, Eneas. A TESE DE LUDWIG SCHWENNHAGEN. (s.d.), acessado em 25 de fevereiro de 2016. Disponível em http://www.piaui.com.br/turismo_txt.asp?ID=339, BlogPiauí. FROTA, Luciara Silveira de Aragão e. OS TABAJARAS E A LOCALIZAÇÃO DE TRIBOS CIRCUNVIZINHAS. Os%20Tabajaras%20e%20a%20Localização%20de%20Tribos%20Circunvizinhas.html GASPAR, PEDRO. In Canalverde.tv/arqueologia, Pedro Gaspar –ArqPi, PESQUISA DE SAMBAQUIS REVELA PRÉ-HISTÓRIA DO MARANHÃO in http://www.arqueologiapiaui.com.br/noticias/brasil/133-pesquisa-de-sambaquis-revela-pre-historia-do-maranhao; http://arqueologiadigital.com/profiles/blogs/pesquisa-arqueologica-de POMPEU SOBRINHO, Thomas. HISTÓRIA DO CEARÁ PRÉ-HISTÓRIA CEARENSE.Fortaleza: Editora Instituto do Ceará, 1955. SCHWENNHAGEN, Ludovico. “SÃO LUIS NA ANTIGUIDADE”. A PACOTILHA, 4 de setembro de 1924. MIRANDA, Evaristo Eduardo de. QUANDO O AMAZONAS CORRIA PARA O PACÍFICO. 2 Ed. Petrópolis: Vozes, 2007. SCHEWENNHAGEN, Ludwig . ANTIGA HISTÓRIA DO BRASIL DE 1.100 A.C a 1.500 D.C., apresentação de Moacir L. Lopes, 2ª edição: Rio de Janeiro. Livraria e Editora Cátedra. 1970.


[...] a cerâmica Mina apresentou cronologias bastante recuadas em se tratando da manufatura cerâmica na América, com datas se estendendo, entre 3.000 a 1.600 anos a. C., segundo Simões (1981)12 ou cerca de 5.570 até 3.490 anos A.P., segundo Roosevelt (1995) para os sambaquis do Pará, e em torno de 5.800 anos A.P. para os sambaquis da Ilha de São Luís (BANDEIRA, 2013)13. Este preâmbulo sobre a cerâmica Mina e a sua relativa antiguidade serviu de pano de fundo para estruturar uma comparação entre este conjunto cerâmico sistematicamente estudado e publicado pelo autor (BANDEIRA, 2016; 2015, 2017 no prelo)14,15 e o novo horizonte cerâmico que está sendo proposto para a porção mais a leste da Amazônia, na sua porção atlântica do Maranhão.

Por cerâmica Mina [...] foi estabelecida por Mário Ferreiro Simões, na década de 1960, a partir de dados obtidos em 62 sítios arqueológicos no Pará, dos quais, 43 eram sambaquis litorâneos; 3 eram sambaquis de gastrópodes fluviais e 16 eram sítios cerâmicos a céu aberto. O autor concluiu que a cerâmica Mina possuía correlações com outros complexos cerâmicos da América do Sul, a exemplo da Fase Alaka, Castália e Peripiri (SIMÕES, 1981). Além disso, criou 5 fases arqueológicas para os sítios cerâmicos próximos ao litoral ou com supostas correlações culturais com a cerâmica Mina no Pará, a exemplo da própria fase Mina para alguns sambaquis cerâmicos, Uruá para os sambaquis com gastrópodes fluviais e Areião, Tucumã e Marudá para os sítios não sambaquis (SIMÕES, 1978)

Os dados arqueológicos vêm corroborando para a compreensão da Ilha de São Luís como um lugar persistente, que vem sendo sistematicamente ocupada desde 6.600 anos antes do presente (BANDEIRA, 2008) por povos ceramistas; passando a ser colonizada por grupos sambaquieiros associados a cerâmica Mina, que desde 5.800 anos antes do presente passou a povoar distintos territórios (BANDEIRA, 2016), culminando com a chegada de grupos amazônicos, possivelmente vinculados ao Horizonte ceramista inciso associado à terra preta, entre 2 mil a 1 mil anos atrás (BANDEIRA, 2013), e, finalizando com a presença massiva de povos Tupinambá, entre os séculos XIV e XVII, já em período de contato com o colonizador europeu (BANDEIRA, 2015):

Diante do exposto, a Figura 5 corresponde a um mapa de distribuição dos sítios arqueológicos na Ilha de São Luís, considerando a presença

STUDART FILHO, Carlos. O ANTIGO ESTADO DO MARANHÃO E SUAS CAPITANIAS FEUDAIS, Biblioteca da Cultura, série b – Estudos Pesquisas – vol. I. Fortaleza: Imprensa Universitária do Ceará, 1960. VIEIRA, Antonio. RELAÇÃO DA MISSÃO DA SERRA DE IBIAPABA PELO PADRE ANTONIO VIEIRA DA COMPANHIA DE JESUS, REVISTA DO INSTITUTO DO CEARÁ. Tomo XVIII (1904) VIEIRA, Antonio; CÓPIA DE UMA CARTA A EL-REY SOBRE AS MISSÕES DO CEARÁ, DO MARANHÃO, DO PARÁ E DAS AMAZONAS, REVISTA DO INSTITUTO DO CEARÁ, Tomo X (1896). https://piramidal.net/2013/03/13/antiga-cidade-submersa-e-encontrada-no-triangulo-das-bermudas-seria-atlantida/; http://paralelosexperimentais-rubensurue.blogspot.com.br/2013/05/gigantesca-cidade-submersa-descoberta.html; http://descobertasarqueologicas.blogspot.com.br/2016/03/antiga-cidade-submersa-encontrada-no.html; http://thoth3126.com.br/atlantidarestos-de-uma-imensa-cidade-encontrada-na-costa-de-cuba/ ; http://thoth3126.com.br/atlantida-restos-de-uma-imensa-cidade-encontrada-na-costa-de-cuba/ 11 BANDEIRA, Arkley. Um novo horizonte cerâmico no Golfão Maranhense – Ilha de São Luís – MA. VOLUME 25 ARQUIVOS DO MUSEU DE HISTÓRIA NATURAL E JARDIM BOTÂNICO - UFMG Belo Horizonte. v. 25, n.1, 2016 12 SIMÕES, Mário Ferreira. CONTRIBUIÇÃO DO MUSEU GOELDI À ARQUEOLOGIA DA AMAZÔNIA. Belém: MPEG, 1978. 13 BANDEIRA, Arkley. OCUPAÇÕES HUMANAS PRÉ-COLONIAIS NA ILHA DE SÃO LUÍS – MA: INSERÇÃO DOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS NA PAISAGEM, CRONOLOGIA E CULTURA MATERIAL CERÂMICA. 2013. 1096f. Tese (Doutorado). Museu de Arqueologia e Etnologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013. 14 BANDEIRA, Arkley. A CERÂMICA MINA NO MARANHÃO. In BARRETO, LIMA, Cristiana Helena Pinto, JAIMES, Carla (Orgs.) CERÂMICAS ARQUEOLÓGICAS DA AMAZÔNIA: RUMO A UMA NOVA SÍNTESE. Belém: IPHAN, Ministério da Cultura, 2016 15 BANDEIRA, Arkley. Os sambaquis na Ilha de São Luís – MA: processo de formação, cultura material cerâmica e cronologia. REVISTA MEMORARE, Tubarão. v. 2, n. 1/2/3, p. 1-25 mai./jun, 2015 (no prelo)


dos sambaquis, aldeamentos Tupi, incluindo Tupinambá, camboas de pedra e sítios históricos, corroborando com a premissa de que a Ilha de São Luís é um lugar persistente para as ocupações humanas no passado e presente.

Figura 5 – Distribuição espacial de diversas categorias de sítios registradas na Ilha de São Luís – MA. Elaboração: Waldir Lustosa.

Temos, pois, os Sambaquis na Ilha de São Luís onde ocorrem cerâmica incisa e terra preta no topo: ITEM 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

NOME DO SÍTIO

Sambaqui do Bacanga Sambaqui da Maiobinha Sambaqui do Vinhais Velho Sambaqui do Quebra Pote Sambaqui do Maracanã Sambaqui do Panaquaitira Sambaqui do Pindai Sambaqui do Paço do Lumiar Sambaqui do Tendal Sambaqui do Merval Sambaqui do Mojó Sambaqui do Iguaiba

MUNICIPIO

REGIÃO

São Luis

Golfão Maranhense

São Luis

Golfão Maranhense

São Luis

Golfão Maranhense

São Luis

Golfão Maranhense

São Luis

Golfão Maranhense

S. J. Ribamar

Golfão Maranhense

S. J. Ribamar

Golfão Maranhense

Paço do Lumiar

Golfão Maranhense

Paço do Lumiar

Golfão Maranhense

Paço do Lumiar

Golfão Maranhense

Paço do Lumiar

Golfão Maranhense

Paço do Lumiar

Golfão Maranhense

Fonte: Bandeira, 2016

Em relação aos assentamentos Tupi, incluindo os Tupi amazônicos e os Tupinambá: ITEM

NOME DO SÍTIO

MUNICIPIO

REGIÃO

1

Araçagy I

Paço do Lumiar

Golfão Maranhense

2

Campo dos Índios

S.J. Ribamar

Golfão Maranhense

3

Maiobinha I

São Luis

Golfão Maranhense

4

Maiobinha II

São Luís

Golfão Maranhense

5

Maracanã

São Luis

Golfão Maranhense

6

Maracujá

São Luís

Golfão Maranhense

7

Mojo

Paço do Lumiar

Golfão Maranhense


8

Morro do Meio de Igaraú

S.J. Ribamar

Golfão Maranhense

9

Ponta Verde

S.J. Ribamar

Golfão Maranhense

10

Quebra Pote

São Luis

Golfão Maranhense

11

Riod

São Luis

Golfão Maranhense

12

Salinas

São Luis

Golfão Maranhense

13

Saramanta

S.J. Ribamar

Golfão Maranhense

14

Summer Ville

S.J. Ribamar

Golfão Maranhense

15

Turiúba I

S.J. Ribamar

Golfão Maranhense

16

Turiúba II

S.J. Ribamar

Golfão Maranhense

17

Vila Conceição

São Luis

Golfão Maranhense

18

Vinhais Velho

São Luis

Golfão Maranhense

Fonte: Bandeira, 2016

Quanto às datações: ITEM

SÍTIO

MÉTODO

IDADE

VARIAÇÃO

CALIBRAÇÃO

CAMADA

1

Bacanga

AMS

1910

AP 1910 a 1910

TPA

2

Bacanga

AMS

1940

AP 1930 a 1820

TPA

3

Bacanga

C14

1080

-

TPA

4

Bacanga

C14

900

-

TPA

5

Bacanga

TL

680

-

TPA

6

Maiobinha

AMS

1210

AP 1240 a 1170

TPA

7

Maracanã

AMS

1910

AP 1920 a 1910

TPA

8

Maracanã

TL

710

-

TPA

9

Paço do Lumiar

AMS

116

-

TPA

10

Paço do Lumiar

AMS

865

-

TPA

11

Panaquatira

AMS

1290

AP 1290 a 1170

TPA

12

Panaquatira

AMS

1127

-

TPA

13

Panaquatira

AMS

1640

AP 1560 a 1420

TPA

14

Vinhais Velho

MAS

1840

AP 1860 a 1710

TPA

15

Vinhais Velho

TL

830

-

-

Ceramica aplicada

16

Vinhais Velho

TL

1200

-

-

Ceramica aplicada

17

Vinhais Velho

TL

970

-

-

Ceramica aplicada

Fonte: Bandeira, 2016

Como se observa, o arqueólogo maranhense Arkley Bandeira (2013)16 traz que a ocupação na Ilha de Upaon-Açú, ou de São Luis – em especial, Vinhais Velho - é datada de pelo menos 3.000 anos. As datações obtidas, para as ocupações humanas que habitaram o Vinhais Velho, possibilitaram construir uma cronologia para a presença humana nesta região da Ilha de São Luis, que data desde 2.600 anos atrás se estendendo até a chegada dos colonizadores (1590-1612?). Essas datações se relacionam com os três períodos de ocupação em tempos pré-históricos: ocupação sambaqueira/conchífera - durou até 1.950 atrás, com uma permanência de 650 anos. (p. 76); ocupação ceramista com traços amazônicos - em torno de 1840 anos atrás foi novamente ocupada por grupos humanos bastante diferentes dos povos que ocuparam o sambaqui. Esses grupos produziam uma cerâmica muito semelhante às encontradas em regiões amazônicas, sendo prováveis cultivadores de mandioca. (p. 76). Esses grupos habitaram a região do Vinhais Velho até o ano 830 antes do presente, totalizando uma 16

BANDEIRA, Arkley Marque. VINHAIS VELHO: ARQUEOLOGIA, HISTÓRIA E MEMÓRIA. São Luis: Edgar Rocha, 2013. BANDEIRA, Arkley Marques. OS REGISTROS RUPESTRES NO ESTADO DO MARANHÃO, BRASIL, UMA ABORDAGEM BIBLIOGRÁFICA. In http://www.naya.org.ar/congreso2002/ponencias/arkley_marques_bandeira.htm


ocupação de 1.010 anos. A provável origem dos grupos ceramistas associados à terra preta é a área amazônica, possivelmente o litoral das Guianas e do Pará. (p. 76). Por último, a ocupação Tupinambá (p. 75) ocorreu em torno de 800 anos antes do presente e durou até o período de contato com o colonizador europeu, já no século XVII. Trata-se de povos Tupinambás, que ocuparam essa região, possivelmente vindos da costa nordestina, nas regiões do atual Pernambuco e Ceará. A ocupação Tupi, a julgar pelas datações durou pouco mais de 800 anos (p. 76). Nos anos 1970, outro pesquisador deu visibilidade à ocupação humana pré-histórica da Ilha de São Luís - Mário Ferreira Simões17, ligado ao Museu Paraense Emílio Goeldi que realizou o Projeto São Luís. A pesquisa inspecionou oito sambaquis com o objetivo de comparar os sítios residuais de São Luís com os do litoral leste e litoral paraense. Essas pesquisas resultaram nas primeiras datações para os assentamentos humanos pré-históricos do Estado do Maranhão, em torno de 2.686 anos antes do presente. Ludwig Schwennhagen (1924)18 afirma que a migração dos povos Tupi ao Norte do Brasil pode ser calculada para a data de 3000 a 2000 a.C. As ultimas levas entraram quando se quebraram as terras do golfo do México e do mar Caraibico. Assim se pode colocar a ocupação e cultivação da ilha do Maranhão na época de 2000 anos a.C., ou 3500 anos antes da chegada dos europeus. Para esse pesquisador, todos os momentos geográficos e etnográficos indicam que a ilha do Maranhão constituía, na primeira época das grandes navegações, isto é, entre 3500 a 1000 anos antes da era cristã, um empório marítimo e comercial. Essa época começou naquele momento em que se completou o desmoronamento do antigo continente Atlantis e que os povos que lá se refugiaram no ocidente, quer dizer na America Central, ou no oriente, nos países ao redor do mar Mediterrâneo. Enéas Barros (s.d.)19, ao analisar a obra de Ludwig Schwennhagen, considera que “Tupi” significa “Filho de Tupã”, e foi dado aos povos indígena que habitavam a antiga Atlântida. Eram sete tribos, que fugiram para outra grande ilha, a Caraíba (situada no Mar das Antilhas), em função do desmoronamento da Atlântida. Essa outra ilha teve o mesmo fim, fazendo com que os indígenas fugissem para a região da Venezuela. Justifica-se a origem do nome Tupi pela língua dos Cários, Fenícios e Pelasgos, onde o substantivo Thus, Thur, Tus, Tur e Tu significa sacrifícios de devoção. O infinitivo do verbo sacrificar é, no fenício, tuna, originando tupã. “A origem de Tupã, como nome de Deus onipotente, recua à religião monoteísta de Car”, afirma Ludwig. O país Caraíba todos os anos desligava-se em pedaços até que desapareceu inteiramente afundado no mar. Contam que os tupis salvaram-se em pequenos botes, rumando para o continente onde já está a República da Venezuela... Quando chegaram os primeiros padres espanhóis na Venezuela, contaram-lhes os piegas aqueles acontecimentos do passado. Disseram que a metade da população das ilhas, ameaçadas pelo mar, retirou-se em pequenos navios para a Venezuela, mas que morreram milhares na travessia. A outra metade foi levada em grandes navios para o Sul onde encontraram terras novas e firmes. Ao tomarem conhecimento da existência desses povos na Venezuela, os fenícios conseguiram levá-los em seus navios para o norte do Brasil. O local para a ordem e Congresso dos povos Tupis foi batizado pelos piagas (pagés) de Piagui, de onde originou-se Piauhy. Geograficamente, o lugar era Sete Cidades. Para Ludwig, a palavra Piauí significa terra dos piagas, condenando a interpretação de que o nome provém do peixe piau, abundante nas águas do Rio Parnaíba. Varnhagem, Visconde de Porto Seguro, confirma na sua História Brasileira, que essa tradição a respeito da emigração dos Caris-tupis, da Caraíba para o Norte do continente sul-americano, vive ainda entre o povo indígena da Venezuela. 17

BANDEIRA, Arkley Marques. A PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO EM ARQUEOLOGIA: hipóteses sobre o povoamento pré-colonial na Ilha de São Luís a partir das campanhas arqueológicas de Mário Ferreira Simões. OUTROS TEMPOS, www.outrostempos.uema.br, ISSN 1808-8031, volume 03, p. 18-36 25 18 SCHWENNHAGEN, Ludovico. “SÃO LUIS NA ANTIGUIDADE”. A PACOTILHA, 4 de setembro de 1924. MIRANDA, Evaristo Eduardo de. QUANDO O AMAZONAS CORRIA PARA O PACÍFICO. 2 Ed. Petrópolis: Vozes, 2007. SCHEWENNHAGEN, Ludwig . ANTIGA HISTÓRIA DO BRASIL DE 1.100 A.C a 1.500 D.C., apresentação de Moacir L. Lopes, 2ª edição: Rio de Janeiro. Livraria e Editora Cátedra. 1970. 19 BARROS, Eneas. A TESE DE LUDWIG SCHWENNHAGEN. (s.d.), acessado em 25 de fevereiro de 2016. Disponível em http://www.piaui.com.br/turismo_txt.asp?ID=339, BLOGPIAUÍ.


Para Ludwig Schwennhagen os fenícios transportaram os tupis, palavra que significa filho de Tupan, de lugar onde está hoje o Mar das Caribas onde havia”um grande pedaço de terra firme, chamado Caraíba (isto é, terra dos caras ou caris). Nessa Caraíba e nas ilhas em redor viviam naquela época as sete tribos da nação tupi que foram refugiados da desmoronada Atlântida, chamaram-se Caris, e eram ligados aos povos cários, do Mar Mediterrâneo... O mito indígena, da ocupação do Maranhão – e da Amazônia - começa a ser desvendado pela recente divulgação (2013; 2016)20 de uma descoberta do ano de 2000 ocorrida a noroeste da costa de Cuba - um grupo de cientistas canadenses descobriu uma cidade perdida a 700 metros de profundidade quando um robô submarino tirou as fotografias das ruínas de edifícios, quatro pirâmides gigantes e um objeto parecido com uma esfinge. Especialistas sugerem que os edifícios pertencem ao período pré-clássico do Caribe e da história da América Central. A antiga cidade podia ser habitada por uma civilização semelhante aos habitantes de Teotihuacán21 (cidade fantasma de cerca de 2000 anos, localizada a 50 km da cidade do México). Já pesquisadores independentes afirmam que as ruínas provavelmente são de Atlântida, o lendário continente desaparecido mencionado pela primeira vez pelo filósofo Platão22.

20

https://www.youtube.com/watch?v=-gKEU3kkeMQ., https://piramidal.net/2013/03/13/antiga-cidade-submersa-e-encontrada-no-triangulo-das-bermudas-seria-atlantida/; http://paralelosexperimentais-rubensurue.blogspot.com.br/2013/05/gigantesca-cidade-submersa-descoberta.html; http://descobertasarqueologicas.blogspot.com.br/2016/03/antiga-cidade-submersa-encontrada-no.html; http://thoth3126.com.br/atlantida-restos-de-uma-imensa-cidade-encontrada-na-costa-de-cuba/ 21 Teotihuacan, Teotihuacã ou Teotihuacán, foi um centro urbano da Mesoamérica pré-colombiana localizada na Bacia do México, 48 quilômetros a nordeste da atual Cidade do México, e que hoje é conhecida como o local de muitas das pirâmides mesoamericanas mais arquitetonicamente significativas construídas na América pré-colombiana. Além dos edifícios piramidais, Teotihuacan também é antropologicamente significativa por seus complexos residenciais multi-familiares, pela Avenida dos Mortos e por seus vibrantes murais que foram excepcionalmente bem preservados. Além disso, Teotihuacan exportou um chamado estilo de cerâmica e ferramentas de obsidiana finas que conquistaram grande prestígio e utilização generalizada em toda a Mesoamérica. Acredita-se que cidade tenha sido [1] estabelecida em torno de 100 a.C., sendo que os principais monumentos foram construídos continuamente até cerca de 250 d.C. A cidade pode ter durado até algum momento entre os séculos VII e VIII, mas seus principais monumentos foram saqueados e sistematicamente queimados por volta de 550 d.C. No seu apogeu, talvez na primeira metade do primeiro milênio d.C., a cidade Teotihuacan foi a maior cidade [1][2] da América pré-colombiana, com uma população de mais de 125 mil pessoas, tornando-se, no mínimo, a sexta maior cidade do mundo naquela época. Teotihuacan começou como um novo centro religioso nas terras altas mexicanas em torno do primeiro século d.C. Esta cidade passou a ser o maior e mais populoso centro no Novo Mundo e era ainda o lar de complexos de moradias o construídas para [1] acomodar esta grande população. A civilização e cultura associadas ao sítio arqueológico da cidade também são referidas como Teotihuacan ou teotihuacana. Apesar de ser um tema em debate se Teotihuacan era o centro de um império ou Estado, a sua influência em toda a Mesoamérica é bastante documentada; a evidência da presença teotihuacana pode ser visto em vários locais em Veracruz e na região maia. Os astecas podem ter sido influenciados por esta cidade. A etnia dos habitantes de Teotihuacan é também um tema em debate. Possíveis candidatos são os grupos étnicosnáuatles, otomis ou totonacas. Os estudiosos também sugeriram que Teotihuacan era um Estado multiétnico. A cidade e o sítio arqueológico estão localizado no que hoje é o município de San Juan Teotihuacán, no estado do México, a cerca de 40 quilômetros a nordeste da Cidade do México. O local abrange uma área total de 83 quilômetros quadrados e foi designado como Patrimônio Mundial pela UNESCO em 1987. As ruínas da cidade são o sítio arqueológico mais visitado do México. https://pt.wikipedia.org/wiki/Teotihuacan 22 Atlântida (em grego, Ἀτλαντίς - "filha de Atlas") é uma lendária ilha ou continente cuja primeira menção conhecida remonta a Platão em suas obras "Timeu ou a Natureza" e "Crítias ou a Atlântida". Nos contos de Platão, Atlântida era uma potência naval localizada "para lá das Colunas de Hércules", que conquistou muitas partes da Europa Ocidental e África 9000 anos antes da era de Solon, ou seja, aproximadamente 9600 a.C.. Após uma tentativa fracassada de invadir Atenas, Atlântida afundou no oceano "em um único dia e noite de infortúnio". Estudiosos disputam se e como a história ou conto de Platão foi inspirada por antigas tradições. Alguns investigadores argumentam que Platão criou a história mediante memórias de eventos antigos como a erupção de Theraou a guerra de Troia, enquanto outros insistem que ele teve inspiração em acontecimentos contemporâneos, como a destruição de Helique em 373 a.C.[1] ou a fracassada invasão ateniense da Sicília em 415 a.C. – 413 a.C..A possível existência de Atlântida foi discutida ativamente por toda a antiguidade clássica, mas é normalmente rejeitada e ocasionalmente parodiada por autores atuais. Alan Cameron afirma que "só nos [2] tempos modernos é que as pessoas começaram a levar a sério a história da Atlântida; ninguém o fez na Antiguidade". Embora pouco conhecida durante a Idade Média, a história da Atlântida foi redescoberta pelos humanistas na Idade Moderna. A descrição de Platão inspirou trabalhos utópicos de vários escritores da Renascença, como Francis Bacon em "Nova Atlântida". Atlântida ainda inspira a literatura - da ficção científica a gibis - e o cinema. O seu nome tornou-se uma referência para todas e quaisquer suposições sobre avançadas civilizações pré-históricas perdidas. https://pt.wikipedia.org/wiki/Atl%C3%A2ntida


As ruínas encontradas seriam finalmente a perdida, mas nunca esquecida Atlântida? Parece que eles tomaram os dados de sonar e com sucesso reconstruída uma imagem 3D da estrutura existente no fundo do oceano ao largo de Cuba. Isto é completamente sólido e muito convincente.

Paul Weinzweig e Pauline Zalitzki (2018) 23, trabalhando na costa de Cuba e usando um submarino robô, confirmaram que ruínas de uma cidade gigantesca existe no fundo do oceano. O local da antiga cidade – que inclui várias esfinges e pelo menos quatro pirâmides gigantes, além de outras estruturas , surpreendentemente fica dentro dos limites do lendário “Triângulo das Bermudas”. De acordo com um relatório da Arclein da Terra Forming Terra, denominado de Cuban Subsea Pyramid Complex , as evidências apontam para a cidade ter sido simultaneamente inundada com a subida das águas e pelo afundamento de terras sob o mar. Isso se correlaciona exatamente como relatado na lenda de Atlântida. O desastre pode ter ocorrido no final da última Idade do Gelo. Como a calota do Ártico (Polo Norte) derreteu catastroficamente, o que causou para que o nível do mar subisse rapidamente em todo o mundo, afetando especialmente o Hemisfério Norte. Todas as linhas costeiras mudaram; terras foram perdidas; ilhas (continentes até insulares) desapareceram (n.t. mas novas terras também surgiram, como a maior parte da Europa). Por volta do ano 1.000, os territórios amazônicos haviam sido conquistados pelos movimentos de expansão dos povos tupi-guaranis, aruaques e caribes, principalmente. É por essa época que a Amazônia provavelmente atingiu uma das maiores densidades demográfica. (MIRANDA, 2007, p. 15)24. Frota (2014)25 afirma que a dispersão da grande família Tupi-guarani parece ter sido das mais remotas. Bem mais remota que a verificada com os Aruaques. Sua origem seria dos protomalaios que, em várias correntes, acostaram no istmo do Panamá. Os tabajaras diziam-se os povos mais antigos do Brasil, isso quer dizer que eles foram aquela tribo dos tupis que primeiro chegou ao Brasil, e que conservou sempre as suas primeiras sedes entre o rio Parnaíba e a serra da Ibiapaba. Desse relato é, pois de se encaminhar para a conclusão de que os tabajaras foram precedidos pelos cariris no povoamento do Ceará, e antecederam aos potiguares dentro da divisão denominada de grupo Brasília (POMPEU SOBRINHO1955)26. Antonio Vieira, o grande apóstolo dos indígenas brasileiros, assevera em diversos pontos de seus livros, que os Tupinambás, como os Tabajaras, contaram-lhe que os povos tupis imigraram para o Norte do 23

Atlântida,ruínasteriamsidoencontradasaolargodacostadeCubaPosted by Thoth3126 on 10/01/2018

https://thoth3126.com.br/atlantida-ruinas-teriam-sido-encontradas-ao-largo-da-costa-de-cuba/ http://thoth3126.com.br/bimini-road-atlantida-misterios-nao-resolvidos-do-mundo/ https://super.abril.com.br/historia/atlantida-o-continente-perdido/ https://www.youtube.com/watch?v=YabFppiU68Q https://minilua.com/continente-perdido-atlantida-estaria-brasil/ https://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2013/05/06/nova-atlantida-se-soltou-de-sp-e-afundou-no-mar-indicaestudo.htm . 24 MIRANDA, Evaristo Eduardo de. QUANDO O AMAZONAS CORRIA PARA O PACÍFICO. 2 Ed. Petrópolis: Vozes, 2007. 25 FROTA, Luciara Silveira de Aragão e. OS TABAJARAS E A LOCALIZAÇÃO DE TRIBOS CIRCUNVIZINHAS. Os%20Tabajaras%20e%20a%20Localização%20de%20Tribos%20Circunvizinhas.html 26 POMPEU SOBRINHO, Thomas. HISTÓRIA DO CEARÁ PRÉ-HISTÓRIA CEARENSE.Fortaleza: Editora Instituto do Ceará, 1955.


Brasil pelo mar, vindos dum país que não existia mais”, com os primeiros emigrantes teriam aportado em Tutóia e daí se dividiram em três povos: Tabajaras, entre o rio Parnaíba e a serra da Ibiapaba; os Potiguares além do rio Poti, e Cariris que tomaram as terra da Ibiapaba para o nascente. A segunda leva de emigrantes veio dar a um segundo ponto - escolhido pelos fenícios- a ilha do Maranhão que denominaram Tupaon (burgo de Tupan). Os Tabajaras duvidaram da legitimidade de tupi de tais emigrantes, pois eles trouxeram antigos indígenas Caraíbas que para eles trabalhavam. Adotaram eles então o nome referencial de Tupinambás [...]. Esse o “mito” da primeira ocupação da Ilha do Maranhão – a terra sem males... Agora, confirmado pela Antropologia...


NA(S) ACADEMIA(S) – LITERATURA LUDOVICENSE/ MARANHENSE ESTA SESSÃO É DESTINADA AOS ARTIGOS SOBRE LITERATURA LUDOVICENSE/MARANHENSE, E O REGISTRO DE SUA MEMÓRIA


MARCO ZERO – UMA PROPOSTA... LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão Academia Ludovicense de Letras Publiquei (23/06/2016) em meu Blog27 artigo em que questionava a ‘missão’ da Academia Ludovicense de Letras – ALL - dada pela Prefeitura Municipal de São Luis – PMSL – na última reunião entre a Presidente da ALL e comissão e o Prefeito de São Luis. Naquela ocasião, o Sr. Prefeito Municipal encarregou a ALL em emitir parecer acerca do ‘marco zero’ da cidade. “Marco zero é o nome que se dá ao local de fundação de uma cidade” 28. Já definido desde 1922, quando das comemorações do 1º Centenário da Independência por proposta feita pelos Professores Raimundo Lopes, Ribeiro do Amaral e Raimundo Silva, e projeto de Paula Barros: [...] Entre outras homenagens á data, o sr. Coronel prefeito municipal, depois de se entender com os srs. Dr. Antonio Lopes, professor Ribeiro do Amaral e Raimundo Silva, resolveu inaugurar na Avenida maranhense, em frente à casa do municipio, um marco comemorativo da fundação da cidade, que perpetue o acontecimento e lembre o nome dos fundadores. (O CENTENÁRIO, “Diário de São Luís”, de 26 de agosto de 1922). Ao se decidir pela colocação de um monumento que lembrasse a fundação da cidade – o marco zero , em “A Pacotilha’, edição de 26 de agosto de 1922, sobre AS FESTAS DO CENTENÁRIO, consta: Sabe-se o dia em que se fundou São Luis, sabe-se que o ato solene da fundação teve lugar na esplanada hoje correspondente á Avenida Maranhense, e não há nada, nada, na cidade que rememore o seu começo. O marco que isso lembre será um monumento indispensável. O marco comemorativo da fundação da cidade foi encomendado hoje. Executá-lo-á, sob projeto do Sr. Paula Barros, e dentro da brevidade do prazo daqui até 7 de setembro, o marmorarista A. F. Brandão. O projeto consta de um obelisco de mármore que assentará sobre um plinto em cujas faces se lerão uma inscrição alusiva á inauguração, com a data de 8 de setembro de 1922, e outra com os nomes de La Ravardiére, Charles dês Vaux, Claude d´Abbeville e Ives d´Evreux. Nas duas outras faces, a flor de lis simbólica da França e o escudo do Maranhão. O monumento terá ao todo 5m24. No “Diário de São Luis”, edição de 20 de junho de 1946, é artigo – de uma série em que se procurava resgatar os nossos munumentos -, descrevendo o marco comemorativo da fundação da cidade, e a sua localização: Na Avenida Pedro II, praça do tempo da Missão Francesa, foi levantado o “Marco Comemorativo da Fundação da Cidade de S. Luiz”, erigido pelo município, no centenário da independência nacional, a 8 de setembro de 1612. Sobre uma base tosca de pedras do Estado foi assentado uma prisma retangular revestido de mármore, ao cimo do qual descança uma pirâmide de granito maranhense, levantada por garras da mesma pedra. Numa face do pedestal foram gravados os nomes das proeminentes figuras da missão: 27

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Marco zero – é necessário determinar? In BLOG DO LEOPOLDO VAZ, quinta-feira, 23 de junho de 2016, disponível em http://www.blogsoestado.com/leopoldovaz/2016/06/23/13547/ 28 https://pt.wikipedia.org/wiki/Marco_zero


Charles de Vaux, Rasilly, La Ravardiére, Ives d´Evreux, Claude d´Abbeville – 8 de setembro de 1612. Há quem vá estranhar a presença de Jacques Riffault e Charles dês Vaux dentre os fundadores esquecidos de São Luis. Mas quem conhece a verdadeira história da fundação da colônia francesa em terras maranhenses, os nomes são familiares. Daí, já que é para apresentar uma proposta de localização do marco zero de fundação da cidade, proponho ser o largo da Igreja de São João Batista de Vinhais!!! Como se vê das publicações quando do 1º centenário de nossa Independência, Riffault e dês Vaux são considerados fundadores – ou co-fundadores -, ou mesmo pré-fundadores29 de São Luis. Em seu último livro o Embaixador Vasco Mariz30 fala-nos da tríplice fundação do Rio de Janeiro: Villegagnon31, Mem de Sá, e Estácio de Sá, este considerado o fundador. Mas antes do marco fixado em 1º de março de 1565, quando considerada oficialmente fundada a cidade, duas outras ocupações urbanas existiram, sendo a primeira delas a chamada Henriville, que se situava em terra firme – na atual Praia do Flamengo -, em frente à ilha de Serigipe, onde estabeleceu o Forte Coligny32. Mariz (2015) afirma ainda que aquela vila tivesse vida efêmera, resistindo pouco mais de quatro anos, não chegando a ser uma verdadeira cidade, constituída administrativamente. Jean de Léry negou até sua existência. Era apenas um conjunto de casas de frágil construção com um plano inicial de urbanismo. Estava localizada entre o rio Carioca e o morro da Glória, e lá havia sessenta franceses, renegados normandos e indígenas; em março de 1560 a esquadra de Mem de Sá cercou a ilha de Serigipe e a bombardeou, e, em seguida comete o erro de destruir completamente a pequena povoação33. Max Justo Guedes considera Villegagnon como o pré-fundador do Rio de Janeiro, embora alguns historiadores discordem da classificação de gênero pré. (MARIZ, 2015, p. 71). Arno Wehling lembra que a cidade de Buenos Aires tambem teve dois fundadores: Pedro de Mendoza, em 1536, com uma efemera instalação (tal como Henriville...), e Juan de Garay, em 1580 (MARIZ, 2015, p. 71). Tanto o Rio de Janeiro quanto Buenos Aires tiveram dois fundadores, conforme interpretação de Evaldo Cabral de Melo. Elysio Belchior considera Henriville apenas o embrião de uma cidade que não veio a ser. Alguns historiadores julgam que Vilegagnon não pode ser considerdo o fundador porque não houve continuidade na implantação (MARIZ, 2015, p. 71). No livro de Thevet 34 há dois mapas onde está assinalada claramente a localização da aldeia de Henriville. Quando os franceses foram lançados do Rio de Janeiro (1567) passaram para Cabo Frio e daí para o Rio Real, entre Bahia e Sergipe. Escorraçados dessas paragens, procuraram se estabelecer nas costas da Paraíba e do Rio Grande do Norte. Dentre os corsários que estiveram por esses lados, estava Jacques Riffault que, com o passar do tempo, o local onde ancorava a sua nau, no Potengi, passou a ser chamado de Refoles ou mesmo Rifoles35. Jacques Riffault negociou madeiras, como o pau brasil, que existia em abundância na margem esquerda do rio Potengi e, principalmente pelo lado direito onde havia a chamada Mata Atlântica. Levaram madeiras do Rio Grande do Norte e até do Rio de Janeiro. Na hoje Natal, a boa amizade com que Riffault tratava os índios, dava-se à falta de colonização efetiva do território.

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VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Miganville precede a fundação de São Luis… in BLOG DO LEOPOLDO VAZ sábado, 05 de setembro de 2015, disponível em http://www.blogsoestado.com/leopoldovaz/2015/09/05/miganville-precede-a-fundacao-de-saoluis/

MARIZ, Vasco. PELOS CAMINHOS DA HISTÓRIA – nos bastidores do Brasil Colônia, Império e República. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015. 31 https://pt.wikipedia.org/wiki/Nicolas_Durand_de_Villegagnon 32 MARIZ, Vasco. A fundação do Rio de Janeiro - Henriville existiu? Conferência sobre a existência da primitiva povoação francesa na baía de Guanabara que antecedeu a fundação da cidade do Rio de Janeiro pelos portugueses. In IHGB: 13 de Março 2014, às 15 horas. http://www.ihgrj.org.br/agenda.html 33 MARIZ, Vasco. A fundação do Rio de Janeiro. Nem Villegagnon nem Estácio de Sá: Mem de Sá. In MARIZ, Vasco. PELOS CAMINHOS DA HISTÓRIA – nos bastidores do Brasil Colônia, Império e República. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015, p. 69-84 34 https://pt.wikipedia.org/wiki/Les_singularitez_de_la_France_Antarctique 35 http://pt.wikipedia.org/wiki/Invas%C3%B5es_francesas_do_Brasil


Só no final do século XVI os portugueses se armaram e expulsaram os franceses de Natal - que nem tinha ainda esse nome. A conquista do Norte foi uma operação de limpeza contra franceses que queriam fixar-se nestas partes da América. Com a retomada do Rio Grande, que já se fazia até no interior do Estado, Portugal passou a também perseguir os franceses do território do Maranhão36. Jacques Riffault, Charles des Vaux, David Migan37, e Adolphe de Montville, na companhia de centenas de outros navegadores e selvagens de diferentes tribos, se faziam presentes nos mais diversos recantos do Norte e Nordeste brasileiro, entre o Potengi e o Amazonas38. Este abandono fez o historiador maranhense João Lisboa declarar no livro Jornal do Tímon que os franceses não invadiram o Maranhão. Eles ocuparam uma terra vaga, desabitada, e que os donatários régios de Portugal e Espanha estavam sujeitos às penas de comisso, pois já se passara mais de um século sem as terras terem sido ocupadas. O comércio corsário atingia, porém, o seu ponto máximo. Não podiam voltar atrás. Expulsos da Paraíba e do Rio Grande foram mais para o Norte39: Em princípio do século XVII estabeleceram-se no Maranhão Jacques Riffault e Charles des Vaux, que haviam desembarcado em 1594, na aldêa de! São Luis, onde, obtendo a amisade do gentio, fundaram uma colonia. De regresso á França, expoz Charles des Vaux ao rei Henrique IV seu plano de ali fundar uma grande colonia francesa, já que se haviam frustrado as tentativas anteriores, desde as de Villegagnon. Mandou então Henrique IV ao Maranhão Daniel de Ia Touche, senhor de La Ravardíere, que voltando á França, opinou pela execução do plano, cujas possibilidades estudou no proprio local.40(Grifo nosso).

Antes mesmo da fundação da França Equinocial os colonos luso-brasileiros se haviam lançado à conquista do Ceará, etapa da conquista do Maranhão, quartel-general dos franceses. Os portugueses (e espanhóis) resolveram atacá-los. De passagem, porém, deveriam conquistar o Ceará. Caso contrário, ficariam dominados, de Sul a Norte, até Rio Grande. Um vazio depois, em que os selvagens poderiam armar-se e lutar. O Maranhão ficaria isolado. A unidade estaria quebrada. Em 1590, Jacques Riffault, depois de Natal, veio para São Luis, no Maranhão. É dele a primeira idéia de ocupação do Maranhão. Em 1594, animado pelas boas relações que mantinha com o chefe selvagem Uirapive, se associou a outros aventureiros, e, com meios suficientes, recrutou e veio para o Brasil em três navios, aportando no Maranhão, longe do local do objetivo inicial, mas decidiu fixar-se ali como base de partida para outras incursões ao longo do litoral brasileiro41. Sua estada na região do Maranhão tinha começado por um acidente: já fazia viagens regulares à região havia alguns anos, e perdera ali um de seus navios e fora obrigado a deixar parte de sua tripulação. De acordo com o sitio “NAUFRÁGIOS NO BRASIL/MARANHÃO” consta que o naufrágio da nau de Jacques Riffault se deu em 159042.

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Alderico Leandro, in http://nataldeontem.blogspot.com.br/2009/02/jacques-riffault-refoles.html, acessado em 25]/07/2015 natural de Vienne, no Delfinado, 38 BONICHON, Philippe; e GUEDES, Max Justo. “A França Equinocial”. In. História Naval Brasileira, primeiro volume, tomo I. Rio de Janeiro: Serviço de Documentação Geral da Marinha, 1975 BITTENCOURT, Armando de Senna; LOUREIRO, Marcello José Gomes; RESTIER JUNIOR, Renato Jorge Paranhos. Jerônimo de Albuquerque e o comando da força naval contra os franceses no Maranhão. NAVIGATOR 13, P. 76-84 39 http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgDqMAG/historia-rio-grande-norte?part=6 40 FLEIUSS, Max. OS FRANCESES NO MARANHÃO, SUA RECONQUISTA PELOS PORTUGUESES. SARNEY, José; COSTA, Pedro. AMAPÁ: A TERRA ONDE O BRASIL COMEÇA. Brasilia: Senado Federal, 1999 41 INVASÕES FRANCESAS NO RIO DE JANEIRO E MARANHÃO http://www.ahimtb.org.br/confliext2.htm DAHER, Andrea. A conversão dos Tupinambá entre oralidade e escrita nos relatos franceses dos séculos XVI e XVII. Horiz. antropol. [online]. 2004, vol.10, n.22, p. 67-92. ISSN 0104-7183. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-71832004000200004. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-71832004000200004&script=sci_arttext SILVA, Paulo Napoleão Nogueira da. A FRANÇA NO BRASIL. 42 “NAUFRÁGIOS do BRASIL/MARANHÃO” http://www.naufragiosdobrasil.com.br/maranhao.htm https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_Maranh%C3%A3o 37


Para Bueno (2012) 43, Riffault - em 1593 -, retornando à França depois de ter inspecionado a então denominada ilha do Maranhão, conseguiu convencer um rico cavalheiro francês, Charles de Vaux, a investir seu dinheiro numa expedição colonizadora. Em 15 de março de 1594, Riffault e Des Vaux partiram para o Maranhão, com cerca de 150 colonos e soldados a bordo de três navios. Um naufrágio e uma série de outras dificuldades fizeram fracassar a empresa (p. 84). Desse naufrágio, os tripulantes de dois navios franceses, dos três que formavam a frota de Jacques Riffault, ficaram perdidos na ilha de Santana, e conviveram pacificamente com os índios Tupinambás. Des Vaux foi um dos que ficaram com a gente de Uirapive – chefe tupi com quem Riffault tinha selado aliança44. Aqui desembarcados, fundam um estabelecimento que se tornou o "refúgio dos piratas” 45. Charles Des Vaux aprendeu a língua dos índios e prometeu trazer-lhes outros franceses para governálos e defendê-los. De volta à França, Des Vaux conseguiu do rei Henrique IV que Daniel de la Touche, senhor de La Ravardière, o acompanhasse ao Maranhão, para verificar as maravilhas que lhe narrara, e prometeu-lhe a conquista da nova terra para a França.46 A segunda invasão acontece no Maranhão, a partir de 1594. Depois de naufragar na costa maranhense, os aventureiros Jacques Riffault e Charles des Vaux estabelecem-se na região. Diante do lucro obtido com o escambo, conseguem o apoio do governo francês para a criação de uma colônia, a França Equinocial. Em 1612, uma expedição chefiada por Daniel de la Touche desembarca no Brasil centenas de colonos, constrói casas e igrejas e levanta o forte de São Luís, origem da cidade de São Luís do Maranhão.47

Para Rubem Almeida (Diário de São Luis, 28 de julho de 1923 - No decorrer de 424 anos – ligeira synthese histórica do Maranhão), esta se constitui a terceira etapa da conquista do Maranhão: É esta a 2ª etapa – a das tentativas mallogradas para sua colonização, (1539 – 1594). Mais afortunado, porém, foi o francês Riffault, a quem as próprias tempestades – diz-se – aos portugueses tão inimigas, vieram atirar ao littoral onde dominava a forte nação Tupinambás, iniciando assim, a terceira etapa – a do Maranhão preza que franceses, hollandezes e verdadeiros donos vão disputar... É daí, parece-nos razoável affirmar, que verdadeiramente começamos a ter história. A colonização é obra, ora de leigos, fidalgos alguns como Ravardiére, piratas outros,como dês Vaux, ora de missionários que se entregam à catechese. A "ilha de Maranhão", como chamavam os franceses, e suas cercanias haviam sido povoadas tardiamente pelos Tupinambá, em grande parte originários das zonas do litoral situadas mais a leste. Quando, em 1612, os primeiros contatos com os capuchinhos foram estabelecidos, os índios ainda se lembravam da chegada à região. Claude d'Abbeville afirma haver encontrado testemunhas oculares daquela primeira vaga migratória, ocorrida provavelmente entre 1560 e 1580: "Muitos desses índios ainda vivem e se recordam de que, tempos após a sua chegada na região, fizeram uma festa, ou vinho, a que dão o nome de cauim […]" (ABBEVILLE, 1614, p. 261) 48. Alfred Métraux (1927, p. 6-7) 49 cita outras narrativas concordantes com a de Claude d'Abbeville, a fim de assegurar-se do período provável dessa primeira migração (entre 1560 e 1580), especialmente a do 43

BUENO, Eduardo. BRASIL, uma História. 2ª reimpressão. Rio de Janeiro: Leya, 2012 http://pinheiroempauta.blogspot.com.br/2012/09/distribuicao-das-sesmarias-em-cuma.html 45 http://www.consciencia.org/ocupacao-do-litoral.a-conquista-do-norte-e-a-penetracao-da-amazonia-historia 46 http://planeta-brasil-turismo.blogspot.com.br/2010/05/maranhao-historia.html 47 A invasão francesa no Maranhão. http://deywison3d.blogspot.com.br/2009/04/invasao-francesa-no-maranhao.html 48 DAHER, Andrea. A conversão dos Tupinambá entre oralidade e escrita nos relatos franceses dos séculos XVI e XVII, HORIZ. ANTROPOL. vol. 10 no. 22 Porto Alegre. July/Dec. 2004 http://dx.doi.org/10.1590/S0104-71832004000200004 49 MÉTRAUX, Alfred. Migrations historiques des tupi-guaranis. Paris: Maisonneuve Frères, 1927m citado por DAHER, Andrea. A conversão dos Tupinambá entre oralidade e escrita nos relatos franceses dos séculos XVI e XVII, HORIZ. ANTROPOL. vol. 10 no. 22 Porto Alegre. July/Dec. 2004 http://dx.doi.org/10.1590/S0104-71832004000200004 44


português Soares de Souza (Tratado Descriptivo do Brasil) que afirma, em 1587, que a costa atlântica, do Amazonas à Paraíba, era povoada pelos Tapuia. Essa primeira migração é a única que teve como resultado, segundo Métraux, uma nova extensão dos Tupi. Mas para os seus planos de Riffault e Des Vaux, um simples estabelecimento não significava grande obra; pensaram em aí fundar uma colônia: a França Equinocial.50 Tanto comércio fez com bretões e normandos se estabelecessem com feitorias na Ilha Grande, e um desses lugares era a aldeia de Uçaguaba/Miganville (atual Vinhais Velho), misto de aldeia e povoação européia. O porto usado nessas atividades era o de Jeviré (Ponta d'Areia). É quase inimaginável que todo esse aparato comercial existisse sem uma forte proteção das armas. Some-se que o chefe maior de tudo isso era David Mingan, o Minguão, o "chefe dos negros" (daí o nome de Miganville), que tinha a seu dispor cerca de 20 mil índios e era "parente do governador de Dieppe". Por fim, a localização da fortaleza está exatamente no lugar certo de proteção do Porto de Jeviré e da entrada do rio Maiove (Anil), que protegeria Miganville. Quando a esquadra de Daniel de La Touche, Francisco de Rasilly e o Barão de Sancy a 6 de agosto de 1612 vêem fundear frente a Jeviré (ponta de São Francisco), ali encontraram as feitorias de Du Manoir e do Capitão Guérard, e também estavam Riffault, Des-Vaux e os piratas de Dieppe encontravam-se fundeados no porto, confirmam a presença continuada – desde 1594! - dos exploradores de todas as procedências nas costas do Maranhão, e do Norte em geral: uma companhia holandesa presidida pelo burgomestre de Flessingue, ingleses, holandeses e espanhóis negociando com os índios o pau-brasil; armadores de Honfleur e Dieppe; o Duque de Buckigham e o conde de Pembroke e mais 52 associados fundaram uma empresa para explorar o Brasil; espanhóis de Palos. Pianzola, em sua obra “OS PAPAGAIOS AMERELOS – os franceses na conquista do Brasil (1968, p. 34) apresenta decalque de mapa datado de 1627, cujo original desapareceu, feito em torno de 1615 pelo português João Teixeira Albernaz, cosmógrafo de sua Majestade, certamente feito a partir daquele que LaRavardiére deu ao Sargento- Mor Diogo de Campos Moreno durante a trégua de 1614. O autor chama atenção para os nomes constantes dos mapas, entre os quais muitos de origem francesa, ‘traduzidos’ para o português. Vê-se, na Grande Ilha dentre outros, Migao-Ville, propriedade do intérprete de Dieppe, David Migan, seguramente um psudônimo, no entender de Pianzola: “[...] No último quartel daquele século, o que era apenas um posto de comércio, sem maior raiz, tornouse morada definitiva dos corsários gauleses, vindos de Dieppe, Saint-Malo, Havre de Grace e Rouen, que aqui deixavam seus trouchements (tradutores) que viviam simbioticamente com os tupinambá (escreve-se sem “s” mesmo). Entre estes estava David Migan, o principal líder francês desta época. Ele era o “chefe dos negros” (índios) e “parente do governador de Dieppe”. Tinha a seu dispor cerca de vinte mil guerreiros silvícolas e residia na poderosa aldeia de Uçaguaba (atual Vinhais Velho), apelidada de Miganville [...].(NOBERTO SILVA, 2011).

Continuemos com Noberto Silva (2011)51: [...] Na virada do século, segundo o padre e cronista Luis Figueira, que escreveu sua penosa saga na Serra de Ibiapaba, os franceses no Maranhão contavam, inclusive, com “duas fortalezas na boca de duas grandes ilhas”. Uma destas fortificações, por certo, era o Forte do Sardinha, localizado no atual bairro Ilhinha, nos fundos do bairro Basa em São Luís. Esta, em mãos portuguesas, foi nomeada de Quartel de São Francisco, que deu nome ao bairro. Servia de proteção ao lugar, em especial, a Uçaguaba, reduto de Migan.

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HISTÓRIA DO MARANHÃO http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_Maranh%C3%A3o FRANÇA EQUINOCIAL http://www.coladaweb.com/historia-do-brasil/franca-equinocial BANDECCHI, Brasil OCUPAÇÃO DO LITORAL. A CONQUISTA DO NORTE E A PENETRAÇÃO http://www.consciencia.org/ocupacao-do-litoral.a-conquista-do-norte-e-a-penetracao-da-amazonia-historia 51 http://www.netoferreira.com.br/poder/2011/11/o-maranhao-frances-sempre-foi-forte-e-lider/

DA

AMAZÔNIA.


Quando da implantação da França Equinocial esse complexo passou para mãos oficiais. Uçaguaba/Miganville passou a ser chamada pelos cronistas Claude Abbeville e Yves d'Evreux de "o sítio Pineau" em razão de Louis de Pèzieux, primo do Rei, ter adotado o local como moradia. Data de 1596 a visita de um Capitão Guérard, que armou dois navios, sendo um deles para o Maranhão – Poste (atual Camocim) 52 -, – estabelecendo com regularidade as visitas à terra de corsários de Dieppe, de La Rochelle e de Saint Malo. É nesse ano que o Ministro Signeley toma como ponto de partida dos direitos da França nesta região, funcionando como uma linha regular de navegação entre Dieppe e a costa leste do Amazonas. Datado de 26 de julho de 1603 há um arresto do tenente do Almirantado em Dieppe relativo a mercadorias trazidas do Maranhão, ilha do Brasil, pelo Capitão Gérard. Meireles (1982, p. 34) traz também Du Manoir em Jeviré; Millard e Moisset, também encontrados na Ilha Grande. Os comandados de Du Manoir e Gérard chegam a quatrocentos; há esse tempo já dois religiosos da Companhia de Jesus haviam estado no Norte do Brasil53. Riffault fora buscar recursos e permissão na Europa, partindo para a França, divulgando as grandes riquezas da terra e facilidades de conquista. Charles Des Vaux ficara em terra conquistando a confiança dos tupinambás, para aprender a sua língua. A falta de notícias de Riffault fez com que Charles fosse ter com Henrique IV, que então reinava na França, e lhe expusesse o desejo que tinham, não de manter um estabelecimento, mas de fundar uma verdadeira colônia francesa no Brasil. A exposição interessou ao Rei que determinou a Daniel de La Touche, senhor de Ravardière, oficial da Marinha, viesse para constatar as possibilidades da realização dos planos que acabavam de lhe ser expostos. La Touche, aqui chegando, entusiasmou-se com a empresa e com ele Des Vaux, retornou à França para obter o apoio oficial e decisivo. Henrique IV havia falecido e, como seu sucessor Luís XIII era menor, governava, como Regente, Maria de Médici, que logo apoiou a idéia e sob sua proteção determinou que se tomassem as iniciativas para concretizar os planos de uma posse definitiva e sólida no Maranhão. Daniel de La Touche, senhor de Ravardière, associa-se a outros comerciantes abastados, como Nicolas de Harlay e François de Razily. A concessão dada pela Rainha-mãe o fora pela promessa de catequizarem o gentio, trazendo em, 1612, quatro frades capuchinhos (Yves DÈvreux, Claude dÀbbeville, Arsênio de Paris e Ambrósio de Amiens) e de anexarem à França o território conquistado, com a ajuda dos tupinambás, sob a denominação de França Equinocial. Ana Luiza Almeida Ferro (2012, 2014) 54; e Ferro e Ferro (2012)

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diz que La Ravardière não fundou

sozinho São Luís:

O cofundador da cidade, a quem esta, na verdade, deve o nome, foi o Senhor de Razilly, de Oiseaumelle e de Vaux-en-Cuon, nascido em 1578, originário da região de Touraine. Já na cerimônia de 1º de novembro de 1612 – de afirmação da autoridade da Coroa francesa e cunho especificamente político e complementar àquela de 8 de setembro –, em que os indígenas chantaram o estandarte real, contendo as armas da França, junto da cruz anteriormente cravada no solo da Ilha do Maranhão, o mesmo personagem e seu sócio La Touche decretaram as importantíssimas Leis 52 53

54

Não seria POTE MEIRELES, Mário Martins. FRANÇA EQUINOCIAL. 2 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; São Luis: Secretaria de Cultura do Maranhão, 1982

FERRO Ana Luiza Almeida. “O fundador esquecido”, Jornal O Estado do Maranhão, 9 set. 2012; FERRO Ana Luiza Almeida. “O fundador esquecido II”, jornal O ESTADO DO MARANHÃO, 8 set. 2012; FERRO Ana Luiza Almeida. 1612 – os papagaios amarelos na Ilha do Maranhão e a fundação de São Luis. Curitiba: Juruá, 2014 FERRO Ana Luiza Almeida . O fundador esquecido. In ALL EM REVISTA, vol.1, n. 3, julho a setembro de 2014, disponível em ISSUU - All em revista vol 1, n 3, julho setembro 2014 by . FERRO Ana Luiza Almeida . O fundador esquecido. BLOG DO IHGM, São Luis, quarta-feira, 10 de setembro de 2014, disponívl em In http://ihgm1.blogspot.com.br/2014/09/o-fundador-esquecido-iii.html 55 FERRO Ana Luiza Almeida; FERRO, Wilson Pires. “São Luís, herdeira da França Equinocial”, jornal O IMPARCIAL, 8 set. 2012.


Fundamentais da França Equinocial, marco legal pioneiro de manifestação de natureza constituinte elaborada nas Américas. Foi ainda o almirante Razilly quem, de volta à França, salvou da destruição um ou mais exemplares, não obstante o desaparecimento de algumas partes, da obra Seguimento da História das coisas mais memoráveis, ocorridas no Maranhão nos anos de 1613 e 1614, de Yves d’Évreux, cuja publicação fora autorizada em 1615 para, logo em seguida, ser abortada. E, todavia, François de Razilly é o fundador esquecido de São Luís.

Em 1614, na célebre batalha de Guaxenduba, os franceses comandados por De Pizieuz foram fragorosamente derrotados, apesar da superioridade numérica (quase 500 homens) e bélica, sendo mortos 115 franceses e aprisionados nove. A partir da França Equinocial o Maranhão passou compreender parte do Ceará (desde o Buraco das Tartarugas – Jericoacoara), o que foi referendado pelo governador geral do Brasil e, poucos anos depois, quando da divisão do Brasil, em 1621, estendendo o território até o Mucuripe, serviu de marco para a criação do Estado do Maranhão, com capital em São Luís compreendendo ainda o Ceará e o Grão-Pará. Tal divisão era praticamente igual aos limites extra-oficiais do empreendimento capitaneado por La Ravardière, conquistado por Riffault, Des Vaux, e Davi Migan... A hoje Vila Velha de Vinhais é ocupada desde tempos imemoriais por Tremembés, depois pelos Tupinambás, e antes, povos dos sambaquis (BANDEIRA, 2013) 56·. Depois, em 1594, vieram os franceses Riffault, Des Vaux, e Davi Migan... E fundaram Miganville, primeira povoação ocupada continuamente desde então, na grande ilha do Maranhão.

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BANDEIRA, Arkley Marques. VINHAIS VELHO – Arqueologia, História e Memória. São Luis: Ed. Foto Edgar Rocha, 2013.


Fonte: PIANZOLA, 1968, p. 34

Corroboram a afirmativa da existencia de outros fundadores – além de LaTouche – as discussões em torno de comemorações do aniversário de São Luís, ocorrida no inicio do século passado, conforme publicação dos jornais “Diário de São Luís”, e “A Pacotilha”, de 26 de agosto de 1922. A proposta - feita pelos Professores Raimundo Lopes, Ribeiro do Amaral e Raimundo Silva - de um marco comemorativo – projeto de Paula Barros - em que deveriam constar o nome dos fundadores. Incluo Migan: O projecto, elaborado pelo sr. Paula Barros de acordo com as indicações dos professores acima, comporta um obelisco de mármore em assente num plinto do mesmo material. Numa das faces do plinto será gravada a flôr de lis simbolica da França ao tempo da fundação. Na parte oposta, o escudo do Estado. Nas duas outras faces inscripções, sendo uma alusiva a inauguração com a dtata – 8 de setembro de 1922 - e a outra com os nomes de La Ravardiére, Jacques Riffault, Charles des Vaux, Ivres d´Evreux e Claude d´Abbeville, os fundadores de São Luis, e a da - 8 de setembro 1612. (“O CENTENÁRIO”, in “Diário de São Luís”, de 26 de agosto de 1922, grifos meus)


É Des Vaux quem negocia o local onde seria instalado o forte e o convento dos religiosos, nas colinas desocupadas, onde não se encontravam instalados os primitivos habitantes57:

[…] O padre Abbeville enumera no seu livro 27 aldeias dos Tupinambás, explica a situação geográfica de todas elas, dá todos os nomes, conta o número de habitantes de cda uma; mas o livro não contem qualquer noticia a respeito da situação da cidade de S. Luis. Em vão procuramos alguma indicação a respeito das colinas onde foi construído o forte e onde estavam as habitações dos antigos moradores. Ele narra que, na sua chegada, o francês Dês Vaux tratou longamente com o “príncipe” da ilha e com os outros principais, para lhe cederem eles um pequeno terreno, onde pudessem fazer o forte, e entregassem a metade da colina de Santo Antonio, para nela fundar um estabelecimento religioso. Os chefes dos índios cederam esses dois pontos, que não estavam ocupados. Mas isso quer dizer, que as outras partes do território, onde está hoje S. Luis, eram ocupadas pelos antigos habitantes. (PINTO, 1927) 58.

PINTO, Fulgêncio. In A Pacotilha, São Luis, 27 de novembro de 1927

"Des Vaux e Migan desempenham papéis tão ou mais vitais para a França Equinocial quanto alguém como La Ravardière, personagem que a historiografia optou por reter". (PERRONE-MOISÉS, 2013) 59. Para Evaristo Eduardo de Miranda (2007, p. 162) 60 essa concessão fora dada pela Regente Maria de Medicis, com o apoio do Conde de Danville, almirante de França e Bretanha, a 1º de outubro de 1610 a Charles dês Vaux, para o estabelecimento de uma colônia ao sul do Equador, com a extensão de 50 léguas para cada lado do forte que ai erigisse. É Charles dês Vaux, segundo esse autor, quem se associa a Nicolas de Harlay e ao almirante Razilly... Encontramos em “A Pacotilha”, de 25 de novembro de 1927, de Fulgêncio Pinto o que segue61 - Um conto de Natal: “Era o ano de 1609, em Saint Malo, ilha de França, cidade dos corsários. Numa taberna reuniam-se muitos homens a gritar, a falar alto.”

57

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Miganville precede a fundação de São Luis… in BLOG DO LEOPOLDO VAZ, sábado, 05 de setembro de 2015, disponível em http://www.blogsoestado.com/leopoldovaz/2015/09/05/miganville-precede-a-fundacao-de-sao-luis/ 58 PINTO, Fulgêncio. Um conto de natal. In A Pacotilha”, de 25 de novembro de 1927 59

PERRONE-MOYSÉS, L. CINCO SÉCULOS DE PRESENÇA FRANCESA NO BRASIL: INVASÕES, MISSÕES, IRRUPÇÕES. São Paulo: Edusp, 2013. FALEIROS, Álvaro. Presença francesa no Brasil. ESTUD. AV. [online]. 2013, vol.27, n.79 [cited 2015-08-24], pp. 277-280 . Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142013000300020&lng=en&nrm=iso>. ISSN 0103-4014. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-40142013000300020. 60 MIRANDA, Evaristo Eduardo de. QUANDO O AMAZONAS CORRIA PARA O PACÍFICO – uma história desconhcida da Amazônia. 2 ed. Petrópolis: Vozes, 2007 61 PINTO, Fulgêncio. Um conto de Natal. In A PACOTILHA, São Luis, 27 de novembro de 1927


[...] De repente surge um cavalheiro de olhos azues, porte esbelto e fidalgo, vestindo um gibão escarlate, trazendo sob a cinta de couro de serpente, um punhal de cabo de prata. Ele chegava de longe, de outras terras, de lugares desconhecidos. - De onde vem? - Quem será ele? - Para onde irá? - Parece-me que o conheço!... - Creio que fazia parte da tripulação de Jacques Riffault. - Não estás enganado? - Por Deus, que não. Não me são estranhos, este roto e esta voz. Eram estes os commentarios em torno d figura simpatica daquele homem que ali entrara, pedira um copo de cidra, e o esquecera em cima da mesa, entretendo-se a examinar um velho mapa. Ele havia chegado em companhia de alguns indios, dois dias antes numa das naus que ali estavam ancoradas no porto. Ali viam-e homens de todos os aspectos, de todas as raças, de todas as nacionalidades, de todas as cores, desde os mais ferozes até os mais pacíficos. Misturavam-se as línguas; ora ouviam dialetos sonoros, ora idiomas duros e quasi imperceptíveis. A fumaça dos cigarros diluindo-se no éter deitava uma iaca enjoativa, acre, misturando-se com o cheiro de alcatrão e da maresia. Aquela velha casa onde se reunia tanta gente, era a taberna cuja porta encimava garbosamente este letreiro’Au rendez vous dês corsaires’ sobre uma grossa chapa de ferro. Em frente desdobrava-se uma paizagem marítima, banhada pela margem do oceano aformoseando o horizonte, quer nas manhãs magníficas quer nas tardes silenciosas, quando o sol com seus aparatos de riquezas sumiam-se no mundo do sonho e do nada. Quatro mesas enormes estavam cercadas de bancos de carvalho. Apesar da grita o homem que entrara ha pouco, esquecia-se da cidra e continuava a estudar o mapa com muita atenção. - Diabo! Quem será aquele cavalheiro? Gritou um corsário. - Não o incomodeis berrou Tricon, pronto para fazer calar com um murro, o curioso. A’ porta da taberna assomaram mais dois cavalheiros. Um era François Dupré, filho único de um rico armador de Saint Malo, que havia conquistado nome e fortuna no Corso; o outro Raul Renaud, antigo professor em Paris, na Universidade de Sorbona, conhecido como sábio em sciencias naturaes. Entram e sem dirigir palavras aos demais que ali se embebedavam, tomam assento justamente, diante do desconhecido que lia o mapa. - Carlos Des Vaux!... Vós aqui! Já vos tínhamos como morto!... gritou admirado Dupré. O homem, espantadoouvia-lo o seu nome levantou a vista, e reconhecendo no jovem, o pequeno Dupré, o garoto que deixara ainda imberbe quanto partira para as suas correrias pelo oceano, poz-se de pé e estendeu-lhe as mãos entusiastamente. - Bravo Dupré! Estaes um perfeito homem. - Onde andaveis vós? - Cruzando os mares – responde o pirata. - O que tanto vos prende a esse papel - Um sonho, pequeno. - De amor? - Não, de conquista. - Que papel é esse Des Vaux?, Um mapa? - Sim, um mapa. - E que sonho de conquista será esse? Dupré apresentou-lhe o seu velho amigo e mestre Raul Renaud. -Ouçam-me o grande sonho – pediu Des Vaux.


Contentes achegaram os bancos de carvalho, e debruçados da mesa, quedaram-se sobre o mapa que Carlos Des Vaux tinha entre as mãos, apontando-lhes ali, num belo discurso, os encantos de uma terra prodigiosa e moça, para la do oceano, em que ele havia havia habitado por muito tempo entre os índios. Quinze anos eram decorridos, desde o naufrágio de Jacques Riffault num dos baixios ao norte do Brasil, nas proximidades da costa do Maranhão. Quinze anos aquele homem de olhos azues, cor bronzeada, pele queimada pelo sol caustigante dos trópicos, que ali estava a conversar animadamente, errara pelas matas da formosa terra moça pelos litoraes, pelos ínvios sertões, e depois de haver alcançado Victoria brilhantes ao lado dos índios nos conflitos de Hibiapaba, resolvera fixar residência no ponto mais pitoresco numa ilha arborizada, seguro da amizade dos Tupinambás, tornando-se o homem de confiança de toda a tribo, que lhe adirava a bravura e a bondade do coração. Era ali a formosa ilhados Tupinambás, ilha d sol, vivendo na exuberância da sua luz, tecendo magníficos cortinados nas franças dos arvoredos selvagens, cheia de mistérios e explendores, flora maravilhosa, vales rumorosos, que ao revelhar-lhes os encantos, o pirata, sentia uma certa transfiguração de espirito, e o cérebro embriagava-se de sonhos magníficos. Era ali que Japiassú grande amigo e aliado de Des Vaux, era chefe, principal, irradiando o seu alto poder, de Juniparan, a aldeia mais notal de quantas existiam na ilha. Terminada a narração ele o pirata explicou aos amigos que voltava à pátria afim de oferecer à sua magestade cristianíssima Henrique IV, rei de França e senhor de Navarra, não só a posse do território fertilíssimo como também a amizade e obediência dos Tupinambas. Os três homens esquecidos do tudo quanto os cercava, confabularam em armar uma expedição, em demanda da terra previlegiada, expedição UE mais tarde foi levada a efeito auxiliada pelo conde de Sulley, então governador da Bastilha, conselheiro de sua magestade Henrique IV, sob o comando do senhor de La Ravardiere, que foi ali fundar uma cidade em honra a Luis XIII, na regência de Maria d Medicis. [...] onde fica essa formosa terra tão linda, tão moça de Carlos dês Vaux. [...] essa formosa terra moça e previlegiada é S. Luis é o Maranhão [...] - É Maranhão!... - E quem era Carlos Des Vaux? Era um Frances, amigo do Maranhão que sacrificara tudo, para fundar aqui a França Equinocial!

A hoje Vila Velha de Vinhais – a Uçaguaba dos Tupinambás - é ocupada desde tempos imemoriais, pelos Tremembés, antes, pelos povos dos sambaquis e de novo pelos Tupinambás (BANDEIRA, 2013) 62·. Depois, chegando em 1590, e se estabelecendo em 1594, Riffault, Des Vaux, e Davi Migan... E fundam Miganville, mais junto à aldeia de Uçuaguaba, a primeira povoação ocupada continuamente desde então por europeus, na grande ilha do Maranhão. Essa, a nossa proposta, então: Vila de Vinhais velho, o largo em frente à Igreja de São João Batista de Vinhais.

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VAZ, Leopoldo Gil Dilcio. AULA PÚBLICA SOBRE O VINHAIS VELHO - VILA DE VINHAIS – RUMO AOS 400 ANOS? Revista IHGM n. 61, MARÇO 2012, p 55, http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_40_-_mar_o_2012 VAZ, Leopoldo Gil Dilcio. TOMBAMENTO DA VILA VELHA DE VINHAIS COMO PAISAGEM CULTURAL BRASILEIRA Revista IHGM n. 40, MARÇO 2012, p 118, http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_40_-_mar_o_2012 VAZ, Leopoldo Gil Dilcio. A CIDADE DO MARANHÃO: UMA HISTÓRIA DE 400 ANOS - DAS PRIMEIRAS TENTATIVAS DE OCUPAÇÃO ATÉ A CONSOLIDAÇÃO DA CONQUISTA DA TERRA: CRONOLOGIA - SEGUNDO PERÍODO – 1580 A 1640 – UNIÃO IBÉRICA Revista IHGM n. 40, MARÇO 2012, p 159, http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_40_-_mar_o_2012 VAZ, Leopoldo Gil Dilcio. VILA VELHA DE VINHAIS – MAIS QUE 400 ANOS! Revista IHGM, no. 41, junho 2012, p. 146 Edição Eletrônica http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_41_-_junho__2012 VAZ, Leopoldo Gil Dilcio. QUEM HABITAVA UÇAGUABA/MIGANVILLE? Revista IHGM, No. 42, SETEMBRO de 2012, p. 221. http ://issuu.com/leovaz/docs/revista_42_setembro_2012 VAZ, Leopoldo Gil Dilcio. HISTÓRIA DO VINHAIS VELHO EM SETE PASSOS. Revista IHGM, No. 43, DEZEMBRO de 2012, p. 169. http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_43_-_dezembro_2012 VAZ, Leopoldo Gil Dilcio. SOBRE ESQUECIMENTO(S) E APAGAMENTO(S) – O CASO DO VINHAIS VELHO. Revista IHGM, No. 43, DEZEMBRO de 2012, p. 189. http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_43_-_dezembro_2012 VAZ, Leopoldo Gil Dilcio. NOVOS ACHADOS PARA A MEMÓRIA DA VILA VELHA DE VINHAIS. Revista IHGM, No. 43, DEZEMBRO de 2012, p. 247. VAZ, Leopoldo Gil Dilcio. A IGREJA SÃO JOÃO BATISTA E A VILA VELHA DE VINHAIS – UMA HISTÓRIA DE FÉ - Exibição de Documentário. Revista IHGM, No. 44, março de 2013, p 10. http://issuu.com/leopoldogildulciovaz/docs/revista_ihgm_44__mar_o_2013 VAZ, Leopoldo Gil Dilcio. NOVOS ACHADOS PARA A MEMÓRIA DA VILA VELHA DE VINHAIS. Revista IHGM, No. 44, março de 2013, p 84. http://issuu.com/leopoldogildulciovaz/docs/revista_ihgm_44_-_mar_o_2013 VIVEIROS, Jerônimo de. HISTÓRIA DO COMÉRCIO DO MARANHÃO – 1612 + 1895. São Luís: Litográfico. 1998. WEHLING, Arno; WEHLING, Maria José C. de. FORMAÇÃO DO BRASIL COLONIAL. Rio de Janeiro: Nova Fonteira, 1994. NA INTERNET https://pt.wikipedia.org/wiki/Nicolas_Durand_de_Villegagnon https://pt.wikipedia.org/wiki/Les_singularitez_de_la_France_Antarctique http://pt.wikipedia.org/wiki/Capitania_do_Rio_Grande http://pt.wikipedia.org/wiki/Invas%C3%B5es_francesas_do_Brasil http://nataldeontem.blogspot.com.br/2009/02/jacques-riffault-refoles.html https://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7a_Equinocial http://www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/outra-tentativa http://www.natalpress.com.br/cultura.php?id=8067 http://tribunadonorte.com.br/especial/histrn/hist_rn_2b.htm http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgDqMAG/historia-rio-grande-norte?part=6 https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_Maranh%C3%A3o http://planeta-brasil-turismo.blogspot.com.br/2010/05/maranhao-historia.html http://pinheiroempauta.blogspot.com.br/2012/09/distribuicao-das-sesmarias-em-cuma.html http://www.infoescola.com/historia/franca-equinocial/ https://books.google.com.br/books?id=vZ1DayOctt4C&pg=RA1-PA30&lpg=RA1PA30&dq=jacques+riffault+%2B+maranh%C3%A3o&source=bl&ots=ewVavOAMv&sig=E9q4gaga6KTIoI7i1pdioEAUyGo&hl=ptBR&sa=X&ved=0CCEQ6AEwATgKahUKEwiT3Pv85bfHAhUBEpAKHbfxA1U#v=onepage&q=jacques%20riffault%20%2 B%20maranh%C3%A3o&f=false http://pt.wikipedia.org/wiki/Fortifica%C3%A7%C3%B5es_do_Camocim


AS COLEÇÕES DO IHGM63 LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão – Cadeira 40 Academia Ludovicense de Letras – Cadeira 21 A criação do Instituto de História e Geografia do Maranhão – atualmente Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM) – naquele ano de 1925 é atribuída à falta de instituições que promovessem estudos e pesquisas sobre a história das populações, e à omissão dos órgãos competentes nas diversas esferas governamentais na preservação da memória maranhense (BANDEIRA, 2002) 64. Em nota na Folha do Povo65 de 1º de dezembro de 1925, p. 2, sob o título “O Instituto de História e Geografia do Maranhão a sessão de amanhã” fala-se da realização da primeira sessão cívica, criado sob um dos melhores auspícios para estudo dos problemas de nossa população e da nossa terra e guarda das nossas tradições. A solenidade visa à instalação do Instituto e à comemoração do Centenário de D. Pedro II. Anunciava-se a presença do Presidente do Estado, do Arcebispo Metropolitano, Prefeito Municipal, Capitão do Porto, Comendadores e oficiais do destróier Amazonas e outras autoridades ontem convidadas por uma comissão. Para a cerimônia fora cedida as instalações da Câmara Municipal. Informa, ainda, que seriam expostos os retratos de D. Pedro II e dD. João VI, devidos ao pincel do distinto pintor Paula Barros... Fundado o IHGM, aprovado o Estatuto, dispunha em seu Art. 1º: “ Fica fundada nesta cidade de São Luiz uma associação scientifica para o estudo e diffusão do conhecimento da história, geografia, ethnographia, ethnologia, archeologia, especialmente do Maranhão, e incremento à commemoração dos vultos e factos notáveis do seu passado e a conservação dos seus monumentos” Estatuto do Instituto, in Revista do IHGM, no. 1, 1926, julho-setembro, p. 61. Em 1926, encontramos na Revista do IHGM em seu numero 1, de 1926 uma nota da redação, atribuída a Antonio Lopes 66 em que se refere às “Coleções do Instituto” onde relata as reclamações, pela imprensa, da falta de um museu histórico. Informa, então, que o IHGM estava organizando não um museu, mas uma coleção de material arqueológico, histórico, etnográfico, e geográfico do Maranhão; para esse fim, já se havia posto em campo, nomeando em alguns pontos do estado agentes incumbidos de angariar esse material, pessoas cultas e dedicadas. Em O Imparcial67, de 28 de abril de 1927, p. 6 é noticiada a visita que a Diretoria do IHGM fez ao Presidente da província para agradecer os reparos que mandou executar na parte do prédio da antiga Escola Onze de Agosto, onde vai funcionar aquela agremiação. Na ocasião, a Diretoria agradeceu ao Presidente a entrega de inéditos de César Marques. E é anunciada que Magalhães de Almeida confiava ao IHGM , em nome do Estado, a coleção de quadros da Escola Maranhense de Pintura Colonial, colecionados outrora para a Província, por Gonçalves Dias, [...] Foi um belo e acertado passo para coadjuvar a iniciativa do Instituto, empenhado em lançar as bases de um futuro Museu Maranhense. Muito conta com o apoio do presidente do Instituto para levar a bom termo a sua tarefa em relação à nossa terra e suas tradições. 63

Publicado no Blog do Leopoldo Vaz em 26 de janeiro de 2016, disponível em http://www.blogsoestado.com/leopoldovaz/2016/01/26/as-colecoes-do-ihgm/ Publicado no Blog do IHGM, 02 de fevereiro de 2016, disponível em https://blu185.mail.live.com/?tid=cmmnY4Q2nK5RGWeyxZ5UTs_Q2&fid=flinbox 64 http://www.naya.org.ar/congreso2002/ponencias/arkley_marques_bandeira.htm 65

O INSTITUTO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO MARANHÃO A SESSÃO DE AMANHÃ. FOLHA DOI POVO, 1º de dezembro de 1925, p. 2, citado por MELLO, Luiz de. CRONOLOGA IDAS ARTES PLÁSTIUCAS NO MARANHÃO (1842-1930). São Luis: Lithograf, 2004, p. 376 66 Revista do IHGM, no. 1, 1926, julho-setembro http://issuu.com/leovaz/docs/revista_01_-_1926b 67 INSTITUTO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA. O Imparcial, de 28 de abril de 1927, p. 6, citado por MELLO, Luiz de. CRONOLOGA IDAS ARTES PLÁSTIUCAS NO MARANHÃO (1842-1930). São Luis: Lithograf, 2004, p. 397.


Em nota de O Imparcial, de 02 de setembro de 1928: Continua o publico a favorecer o nosso Instituto Histórico e Geográfico com a oferta de livros de interesse para a sua finalidade. Assim é que o Desembargador Domingos Américo doou àquela associação um exemplar de Algumas Notas Genealógicas, de João Mendes de Almeida. O desembargador Henrique Couto, secretário-geral do Estado, ofertou um exemplar da Antiga História do Brasil, de Ludovico Scwennhagen e um medalhão de Arthur Azevedo, trabalho do escultor conterrâneo Newton Sá.68 Nota publicada em 27 de novembro de 1928, em O Imparcial 69, sobre doação da Sra. Maria Leonarda Almeida, esposa do Sr. Marcelino Gomes de Almeida Junior, de dois valiosos retratos a pastel do começo do século XIX, ofertados pelo Dr. Joaquim Pinto Franco de Sá, colecionador maranhense de objetos de arte e antiguidades. Em 192970, noticiada a doação de interessantíssimos objetos: [...] O dr. José Domingues, ilustrado presidente do Instituto, ofertou uma gravura antiga em que se vê o antigo Largo de Palácio, com o famoso Colégio de Nossa Senhora da Luz do Maranhão, dos padres da Companhia de Jesus. Esta oferta é particularmente valiosa, pois, à exceção da gravura panorâmica de São Luis, contida na raríssima Istoria delle Guerre nel Regno Del Brasile, de Frei José de Santa Theresa, nenhuma gravura outra representa o colégio que demorava no local se acha atualmente o Paço do Arcebispado. O Dr. Rangel Júnior, juiz de Direito da comarca de Alcântara ofereceu, em seu nome e no do vizinho município, uma das raras insígnias dos antigos vereadores ou juízes das Câmaras nos tempos coloniais. A preciosa insígnia traz pintadas as Armas Portuguesas. O Dr. Antonio Lopes, fundador e secretário-geral do Instituto, ofereceu três raríssimas plantas que teve oportunidade de copiar no Arquivo Público do Pará. Trata-se dos traçados da Fortaleza de São Francisco, ora desaparecida, do Forte da Ponta d´Areia e da antiga Sé do Maranhão, anterior à que hoje é a Catedral Metropolitana. Por toda a semana vindoura esses objetos estarão expostos no Instituto. Nota de 14 de dezembro de 1929, de que o dr. Cesário Veras, conceituado clinico maranhense, enviou ao Instituto uma das Varas dos antigos vereadores de Alcântara nos tempos coloniais71. E a educadora maranhense D. Maria da Glória Parga Nina ofertou um fragmento da coroa imperial que servia outrora de ornato à fachada do Teatro São Luiz e fora despedaçada pelo povo na ocasião de se proclamar a Republica nesta capital. Em sessão programada para março de 1930, se inaugurará no Instituto Histórico os retratos dos falecidos sócios Ribeiro do Amaral e Virgílio Domingues. 72

68

INSTITUTO DE HISTÓRIA. O Imparcial, de 02 de setembro de 1928, p. 3, citado por MELLO, Luiz de. CRONOLOGA IDAS ARTES PLÁSTIUCAS NO MARANHÃO (1842-1930). São Luis: Lithograf, 2004, p. 416-417. O INSTITUTO HISTORICO. O Imparcial, 27 de novembro de 1928, p. 6, citado por MELLO, Luiz de. CRONOLOGA IDAS ARTES PLÁSTIUCAS NO MARANHÃO (18421930). São Luis: Lithograf, 2004, p. 419. 70 O INSTITUTO HISTÓRICO. O Imparcial, 03 de março de 1929, p.8, citado por MELLO, Luiz de. CRONOLOGA IDAS ARTES PLÁSTIUCAS NO MARANHÃO (18421930). São Luis: Lithograf, 2004, p.421-422 71 INSTITUTO HISTÓRICO. O Imparcial, 14 de dezembro de 1929, p. 7, citado por MELLO, Luiz de. CRONOLOGA IDAS ARTES PLÁSTIUCAS NO MARANHÃO (18421930). São Luis: Lithograf, 2004, p. 432 72 INSTITUTO HISTÓRICO. O mImparcial, 25 de fevereiro de 1930, p. 8, , citado por MELLO, Luiz de. CRONOLOGA IDAS ARTES PLÁSTIUCAS NO MARANHÃO (18421930). São Luis: Lithograf, 2004, p.436.. 69


Em seu número 2, de 1948, Antonio Lopes fala do Museu do Instituto, que reunia diversas peças, todas já perdidas com o tempo73, em função dos acontecimentos decorrentes da revolução de 30, dentre outras conseqüências, foi responsável pela total desorganização do Museu do IHGM: “Não poucos revezes saltearam o Instituto na vigência do regimem político instaurado em fins daquele ano. Uma administração do município de S. Luis retirou o parco auxilio com que eram custeadas as despesas com a revista. Desalojaram a associação, reconhecida de utilidade pública por lei estadual... do próprio Estado do qual a instalara o governo de um maranhense e os seus livros e as coleções do seu interessante museu foram atiradas para escuros e humidos porões de edifícios públicos, onde ficaram expostos a inevitáveis estragos.” (p. 3)

Ao apresentar relatório dos fatos acontecidos no período de publicação da primeira revista (1926) e de seu numero 2 (1948), há uma nota referente a 1939 -14ª. sessão, 20 de julho, se refere à desorganização do museu devido ao seu despejo ocorrido em conseqüência da revolução de 30, com o corte de subsídios. Logo mais abaixo, em Notas Finais, referindo-se ao funcionamento do Museu do Instituto: “São do conhecimento do público maranhense os prejuízos que sofreu o Museu do Instituto em conseqüência de fatos que se alude no principio desta revista e nas sumulas das atas de assembléia geral publicadas nas páginas atrás. “Pretendendo reabrir em 1949 esse museu, o Instituto pede aos maranhenses de boa vontade lhe mandem material para as coleções geográficas, históricas, etnográficas, arqueológicas. (p. 159) O que se verifica, com essas notas, que a Coleção, depois Museu, chegou a ser instalado, provavelmente com aquelas peças recolhidas no sitio do Anil, seu acervo inicial, e dado continuidade a coleta e pesquisas. Em 1939 já estava perdida parte do acervo, havendo o propósito de reabrir o Museu e reiniciarem as pesquisas. Não se tem noticia do relatório de Raimundo Lopes... Outra nota referente ao Museu do IHGM aparece na revista de 195274, onde é informado que estava sendo (re)organizado pelo Dr. Domingos Vieira Filho, por incumbência da diretoria. Organizado em duas sessões: folclórica e etnográfica; sendo que esta reunia vasto material etnográfico referente ao negro, ao índio e ao luso. Registra que havia um vasto material, cedido pelo Serviço de Proteção ao Índio, constituído de objetos dos índios Canelas do Maranhão. Havia uma seção histórica, sob a responsabilidade de consorciado Osvaldo Soares, que estava organizando as fichas e, quanto ao material – louças antigas – não poderia ser exposta devido ao prédio estar em péssimas condições e não apresentar segurança. Borralho (2011, p. 13) 75 também faz referencias ao acervo arqueológico do IHGM, e aos estudos empreendidos por seus associados: Dessa forma, o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, logo no seu nascedouro, se coadunou com o seu objetivo de ser um guardião, um tutor da memória e da história do Maranhão, preceitos estabelecidos nos seus regimentos. Isto se comprova e está evidente no esforço que seus membros fizeram para levar ao Maranhão a Coleção Artística Artur Azevêdo, “prometida ao Instituto pelo presidente Magalhães de Almeida”, conforme está registrado nas súmulas das Atas da Assembléia Geral do Instituto, contidas no Livro I, página 148, ou ainda, nas várias exposições montadas por este órgão, reunindo livros, desenhos, autógrafos, retratos e escavações arqueológicas operadas por Raimundo Lopes em várias tribos indígenas do Maranhão, nas festas realizadas no Teatro Artur Azevedo em homenagem ao poeta Gonçalves Dias, na confecção de História do Maranhão feita por Antonio Lopes contendo uma minuciosa 73 Revista do IHGM No. 2, 1948, novembro, p. 160 74 Revista do IHGM - NOTICIÁRIO – Ano IV, n. 4, junho de 1952 127, O Museu do Instituto. 75

BORRALHO, José Henrique de Paula. Instituto De História E Geografia Do Maranhão (IHGM): Patrimônio, Memória E História Como Princípios De Perpetuação Da Imagem De Um Maranhão Grandioso. IN PATRIMÔNIO E MEMÓRIA, UNESP – FCLAs – CEDAP, v.7, n.1, p. 19-37, jun. 2011


cronologia da região, no dever de ofício de pesquisa quando descobriram o acervo encontrado por John Wilson da Costa contendo a história da genealogia dos maranhenses, mais precisamente de sua família, de origem irlandesa, biografias de maranhenses considerados ilustres, como o senador Candido Mendes de Almeida, uma comparação entre a cidade dos séculos anteriores com a atual. (grifado). Onde está a coleção do IHGM? O que restou?


A FUNDAÇÃO DA FACULDADE DE DIREITO DO MARANHÃO LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão Academia Ludovicense de Letras

As comemorações têm a função de celebrar datas e, principalmente, de construir uma lembrança (uma memória) que busca implantar raízes, firmar, ou forjar uma identidade (Cardozo, 2016)76. Ao entender a mídia como um lugar de proliferação de memórias pergunto: depois de um século, como os meios de comunicação abordaram o aparecimento da Faculdade de Direito do Maranhão? Ao resgatar os fatos que permitiram a fundação - e o conseqüente funcionamento - da Faculdade de Direito do Maranhão, me ative em buscar, na imprensa da época os acontecimentos relatados nos jornais, sem uma preocupação de análise histórica – afinal, se trata de memória, haja vista que não se tem registrado aqueles acontecimentos em documentos guardados na instituição sucessora daquele instituto de ensino superior – no caso, a Universidade Federal do Maranhão. A transcrição das convocações, das reuniões, dos editais, das prestações de contas, das aulas, dos discursos, por si só, contam uma História. Ao estabelecer a metodologia para a pesquisa, me ative à proposta por DaCosta (2005)77, que eu, como pesquisador-associado daquele, já utilizara na construção do “Atlas do Esporte no Maranhão” (Vaz, 2014)78. Como no Atlas, trabalhei com marcos históricos79, mas não escrevi uma história80. O esforço direciona-se no sentido de levantar e integrar os vários dados a respeito da Faculdade de Direito do Maranhão, recompondo sua trajetória, através de um acervo constituído de documentos que contribuem para restaurar, em parte, procedimentos e ocorrências ou fatos institucionais, produtos de uma parcela do mundo acadêmico. Servi-me de fontes provenientes de fonte primária, dos periódicos disponíveis na Hemeroteca da Biblioteca Nacional81. Nem todas as ocorrências referem-se à Faculdade de Direito do Maranhão... Mas se buscou por esse termo para verificar quais notícias de outras faculdades influenciaram na constituição da mesma. Sálvio Dino (1996) 82 também se utilizou desse expediente, pois como diz, [...] à luz de pacientes pesquisas em jornais e revistas da época, já que as fontes oficiais são inteiramente precárias, fizemos significativas descobertas a respeito dos passos iniciais da velha Faculdade (p. 27). CURSOS SUPERIORES NO MARANHÃO Ao buscar os primeiros cursos superiores implantados no Maranhão, encontrei o Colégio Máximo do Maranhão, funcionando desde os anos 1622; desde 1709 transformado em Colégio Máximo - nomenclatura usada pelos discípulos de Loyola para seus estabelecimentos normais de estudos superiores; nesse colégio funcionavam as faculdades próprias dos antigos colégios da Companhia: Humanidades, Filosofia e Teologia, e, mais tarde, com graus acadêmicos, os chamado curso de Artes. O Colégio de Nossa Senhora da Luz, em curto espaço de tempo, tornou-se excepcional centro de estudos filosóficos e teológicos da ordem no Estado (universitate de artes liberais - “universitates magistrorum” ou “universitates scholorum”, isto é, aquelas que hoje chamamos universidades, associações particulares 76

CARDOZO, 2015, obra citada. DaCOSTA, Lamartine Pereira (org). ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL. Rio de Janeiro: SHAPE, 2005 http://www.confef.org.br/arquivos/atlas/atlas.pdf 78 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. ATLAS DO ESPORTE NO MARANHÃO. São Luis: SEDEL, 2014, disponível em http://cev.org.br/biblioteca/atlas-esporte-maranhao/ 79 Memória - registros descritivos e datados; não é diagnóstico nem plano. 80 História - processo de interpretação sob forma de narrativa com base temporal. 77

81

http://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/

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DINO, Sálvio. A FACULDADE DE DIREITO DO MARANHÃO. São Luis : EDUFMA, 1996.


dedicadas à produção de bens intelectuais típicos das Artes Liberais (trívio e quadrívio e depois também Teologia e Direito, e mais tarde ainda, Medicina). Era o que melhores condições de estudos ofereciam. Outorgava graus de Bacharel, Licenciado, Mestre e Doutor, como se praticava em Portugal e na Sicília, segundo os privilégios de Pio IV e Gregório XIII. Quando da implantação dos cursos superiores no Brasil, já no Império, houve um interesse em que, um deles, viesse para o Maranhão: o de Direito... Perdemos a corrida! [...] quando da inauguração do ensino superior brasileiro, proibido pelo colonialismo português, e conquistado com a autonomia administrativa, o Maranhão procurou, com obstinação, ser o vencedor da carreira, abrigando, em São Luis, a primeira Faculdade de Direito do Brasil. (CORRÊA, 2017, p.

148) 83. Em 1896, Sousândrade tenta implantar sua Universidade Nova Atenas – antes, chamara de Atlântida - e nela, o curso de Direito, que chegou a funcionar em sua Quinta da Vitória. A primeira escola superior isolada foi, de fato, a Faculdade de Direito do Maranhão, idealizada por Domingos de Castro Perdigão desde 1908, implantada em 1918. Hoje, no Maranhão, existem 23 cursos presenciais de Direito e um curso à distância, autorizado a ser oferecido pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL). Os cursos presenciais são oferecidos por duas instituições públicas: UFMA – 02, em São Luís e em Imperatriz; e UEMA – 02, em São Luís e em Bacabal (DOUGLAS, 2013) 84. Outras 16 instituições privadas oferecem 19 cursos presenciais de Direito na capital e em outros 04 municípios do estado: a) Em Balsas (01) – UNIBALSAS - 01 curso; b) Em Timon (01) – Faculdade Maranhense São José dos Cocais – 01; c) Em Caxias (03) – FACEMA – 02 cursos e Faculdade Vale do Itapecuru (FAI) – 01 curso; d) Em Imperatriz (03) – Instituto de Ensino Superior do Sul do Maranhão (IESMA), Faculdade de Educação Santa Terezinha (FEST) e Faculdade de Imperatriz (FACIMP); e) Em São Luís (11) – UNICEUMA- 03 cursos (Anil, Cohama e Renascença), Pitágoras, Instituto Florense, IMEC, FACEM, FACAM, UNDB, Faculdade São Luís/Estácio de Sá e Faculdade Santa Teresina (CEST) – 01 curso oferecido por cada instituição. Optei, na escrita, pela crônica, entendida como narração histórica, ou registro de fatos comuns, feitos por ordem cronológica; como também é conjunto das notícias ou rumores relativos a determinados assuntos (DICIONÁRIO AURÉLIO, 1986) 85. Portanto, não se teve a pretensão de reconstruir a história da Faculdade de Direito do Maranhão, mas o de colaborar na reconstituição de sua trajetória, articulando-se o trabalho de investigação e o trabalho de resgate, recuperação e organização de fontes documentais, procurando reagrupá-las, tornando-as pertinentes, para constituírem um conjunto através da qual a memória coletiva passe a ser valorizada, instituindo-se em patrimônio cultural. A FUNDAÇÃO DA FACULDADE DE DIREITO DO MARANHÃO Na área cultural, surgiu em 1908 um movimento literário liderado pelos intelectuais: Antonio Lobo, Fran Paxeco e Domingos de Castro Perdigão que, na tentativa de manter a tradição de "Atenas do Brasil" para o Maranhão, criou a Academia Maranhense de Letras e, posteriormente, o Instituto Histórico e Geográfico do

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CORRÊA, José Rossini Campos do Couto. FORMAÇÃO SOCIAL DO MARANHÃO – o presente de uma arqueologia. 2 ed. São Luis: Engenho, 2017. Biblioteca Básica Maranhense – volume II. 84 DOUGLAS, Franklin. Qual o melhor curso de Direito do Maranhão? In JORNAL PEQUENO, São Luis, 17 de novembro de 2013, disponível em https://edicao.jornalpequeno.com.br/impresso/2013/11/17/qual-o-melhor-curso-de-direito-do-maranhao/, acessado em 25 de janeiro de 2017. 85 DICIONÁRIO AURÉLIO, 1986, p. 502, citado por BORRALHO, José Henrique de Paula. Literatura e política em A Chronica Parlamentar, de Trajano Galvão de Carvalho. In GALVES, Marcelo Cheche; COSTA, Yuri. O MARANHÃO OITOCENTISTA. Imperatriz: Ética; São Luis: Editoras UEMA, 2009, p. 371-403.


Maranhão (1926). Desta elite intelectual partiu a iniciativa de criação e implantação das primeiras instituições de ensino superior no Maranhão (BUZAR, 1982) 86: Nesse sentido, Domingos de Castro Perdigão, integrante do movimento literário e diretor da Biblioteca Pública do Estado, tendo conhecimento da criação e funcionamento de escolas de nível superior em vários Estados brasileiros, não se conformava com o fato de São Luís, em sendo a Atenas Brasileira, não possuir uma instituição de ensino superior.

A primeira escola superior isolada foi, de fato, a Faculdade de Direito do Maranhão, que desde 1908 trabalhava nesse sentido Domingos de Castro Perdigão: [...] com só, de inicio, o incentivo do então deputado federal, e depois Senador, José Euzébio Carvalho de Oliveira; e as dissensões e intransigências da estreita e intolerante política partidária estadual, que talvez tenha concorrido a que não conseguisse o apoio, que pleiteou e não obteve, do Governador Herculano Nina Parga (1814/18) e do Presidente do Tribunal de Justiça, Desembargador Lourenço Valente de Figueiredo (1913/18), não o descoroçoaram de todo, até que conquistou um forte e decisivo aliado na pessoa do Cônsul de Portugal no Maranhão, o escritor Fran Paxeco. Então, a 28/4/1918 era criada a Associação Organizadora da Faculdade, integrada por eles dois e mais os bacharéis Alfredo de Assis Castro, José de Almeida Nunes e Antonio Lopes da Cunha; finalmente, a 1º de junho desse ano entrava a escola em funcionamento, sob a direção do Dr. José Viana Vaz, que cedo seria substituído pelo Dr. Henrique José Couto, o segundo diretor. De inicio, foi sediada no Beco da Sé, hoje Travessa D. Francisco; depois na Rua do Sol (nina Rodrigues), esquina da Travessa do Sineiro (Godofredo Viana), 87 defronte, porta com porta, ao teatro Artur Azevedo, em prédio próprio. (MEIRELES, 1981) .

Mário Meireles (1981; 1995), em “O Ensino Superior no Maranhão”, (utilizamo-nos da 2ª edição atualizada) 88 , afirma que as primeiras tentativas de instalação de cursos superiores no Maranhão surgiram pouco a pouco, a partir da adesão formal à República (18/11/1889), através de unidades isoladas, todas elas, de princípio, particulares, depois de desfazer-se o sonho, prematuro, do poeta Sousândrade. Joaquim Vieira da Luz (1957) 89, em seu monumental “Fran Paxeco e outras figuras maranhenses”, ao traçar a biografia de Domingos de Castro Perdigão também se refere ao fato de ele acalentar por muito tempo a idéia de criar uma Faculdade de Direito no Maranhão; transcreve a História da Faculdade, relatada pelo próprio biografado (p. 42): A história desta instituição é ainda modesta simples:Em 1908, principiei a pugnar pela abertura de uma escola superior aqui. Neste sentido, troquei idéias com o ilustre dr. José Eusébio de Carvalho Oliveira, então nosso representante na Câmara Federal, que muito me incentivou, aconselhando-me a levar avante o empreendimento. As alterações políticas do Estado interromperam-me a ação. Em 1916, porém, fui de novo despertado pelo recebimento, na Biblioteca Pública, de exemplares dos regulamentos das faculdades do Pará, Ceará, e Universidade de Manaus. Reconvenci-me de que o Maranhão – a Atenas Brasileira, se deixava ficar em plano inferior. Voltei a ocupar-me de levantar a idéia de fundar, em São Luis, uma Faculdade de Direito. Foi um atrevimento que me tem custado muitos dissabores, mas também me tem trazido instantes de prazer,como este em que vos falo.

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BUZAR, Solange Silva. OS ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS DO CURSO DE PEDAGOGIA DA UNIVERSIDADE FED ERAL DO MARANHÃO. Tese submetida como requisito parcial para obtenção do de Mestre em Educação. FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS grau INSTITUTO DE " ESTUDOS AVANÇADOS EM EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO DE SISTEMAS EDUCACIONAIS Rio de Janeiro 1982. Disponível em https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/9338/000049166.pd 87 MEIRELES, Mário. O ENSINO SUPERIOR NO MARANHÃO. São Luis: UFMA, 1981 (Comemorativa do 15º aniversário de fundação da Universidade Federal do Maranhão). 88 MEIRELES, Mário. O ensino superior do Maranhão; esboço histórico. In DEZ ESTUDOS HISTÓRICOS. São Luis: ALUMAR, 1995, p.. 4594 89 VIEIRA DA LUZ, Joaquim. FRAN PAXECO E AS FIGURAS MARANHENSES. Rio de Janeiro: Livros de Portugal; Edições dois Mundos, 1957.


Manifestei-me neste sentido ao dr. Antonio Lopes da Cunha, que aplaudiu a iniciativa, mostrando-se pronto a colaborar na sua execução. Chegamos mesmo a distribuir as cadeiras do curso pelos bacharéis aqui existentes. Mas ficou-se nisso e o dr. Antonio Lopes não mais me apareceu, para tratar desse assunto. Procurei o dr. Herculano Parga, então no governo do Estado, o qual achou a idéia pouco viável, sem, contudo, a hostilizar. Opinou que seria melhor cuidar-se de uma escola agrícola. Não esmoreci. Fui entender-me com o dr. Valente de Figueiredo, presidente, nesse tempo, do Superior Tribunal de Justiça. Recebeu-me afavelmente, porém julgou o empreendimento superior às minhas forças, não prometeu ajudar-me neste sentido, mas também não me desencorajou. Falei também ao dr. Alfredo de Assis Castro, que louvou a tentativa, embora a reputasse impraticável no nosso meio. Encontrava assim o desanimo por todos os lados. A esperança de melhores dias conservou no meu espírito essa idéia fixa, que só se tornou realizável com o regresso, em 1917, do ilustre cônsul de Portugal, Sr. Manoel Fran Paxeco. Ao despedir-se, um ano antes, perguntara-me em que parava o projeto da faculdade. Espírito iluminado e laborioso, decidido sempre a servir as causas úteis, trouxe a energia necessária para por em marcha este ideal. Não o procurei. Conhecedor do meu plano, interessou-se pelo mesmo e ali, na Biblioteca Pública, se assentaram, num dia, as bases da nova instituição. (VIEIRA DA LUZ, 1957, p.. 42-43).

As mudanças políticas de 1909, com a Dualidade, adiaram o sonho de Perdigão: [...] em 1909, assumiu a chefia do Executivo o 2º vice-governador, Arthur Moreira, que mais tarde passou o cargo para o presidente do Congresso, Mariano Martins de Lisboa Neto com o objetivo de articular, no Rio de Janeiro, sua candidatura a governador do Estado para o próximo quadriênio. Não conseguindo esse intento junto ao Governo Federal, voltou a São Luís a fim de reassumir o cargo. Mariano Martins Lisboa Neto que se encontrava no poder não lhe transmitiu o cargo, sob a alegação de que Arthur perdera seus direitos pelo fato de se ausentar do Estado sem previa anuência do Congresso. Tal situação gerou uma grave crise política no Estado, chamada "Dualidade", provocando a interferência do vice-presidente Nilo Peçanha, no exercício da Presidência da República, que conseguiu a renúncia do vice-governador e do presidente do Congresso, respectivamente Arthur Moreira e Mariano Martins Neto. No âmbito regional, a crise política da "Dualidade" resultou na ascensão de Urbano Santos à chefia do partido governista, a qual disputava com Jose Euzébio de Carvalho. Como Domingos Perdigão contava com o apoio deste último para a criação da Faculdade de Direito do Maranhão, teve que interromper seu plano, na medida em que lhe faltava respaldo político para levá-lo 90 à frente. (BUZAR, 1982) .

Adelman Correa (2016)91 em seu festejado ‘Os meus dias de cadeia – origem e memória’, edição de 1926, em seu discurso de colação de grau, orador da turma de 1923, ao falar do inicio da Faculdade de Direito do Maranhão, afirma que, desde 1908 Domingos Perdigão afagava o sonho realizado dez anos depois: [...] Domingos Perdigão nunca descrente de sua ideia, e sempre convicto da sua realização, esperava com perseverança momento que lhe fosse propício. Era que ele com olhar de retrospecto, com olhar que evo9cava os nossos vultos, continuava firme no propósito de trabalhar para a Athenas Brasileira também contasse no seio dela um estabelecimento de ensino superior. Em 1917, desdobram-se as suas esperanças. Vai ao encontro de Fran Paxeco, que regressara da Europa. Fran Paxeco infatigável, cheio de energias, dá o braço a Perdigão e põem mãos à obra, cujo edifício hoje vemos erguido na suntuosidade da sua grandeza. Trocam ambos eles dois, , ideias sobre as bases da instituição, na Biblioteca Pública. Mais tarde, ainda eles mesmos e mais os doutores Antonio Lopes, Alfredo de Assis e José de Almeida Nunes, reunidos em comissão, naquele estabelecimento publico, deliberam de forma a que se efetuasse o projeto que já lhes prendia a atenção. De fato, a 28 de abril de 1918, numa assembléia 90

BUZAR, Solange Silva. OS ESTAGIOS SUPERVISIONADOS DO CURSO DE PEDAGOGIA DA UNIVERSIDADE FED ERAL DO MARANHÃO. Tese submetida como requisito parcial para obtenção do de Mestre em Educação. FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS INSTITUTO DE " ESTUDOS AVANÇADOS EM EDUCAÇÃO - DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO DE SISTEMAS EDUCACIONAIS. Rio de Janeiro 1982. Disponível em https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/9338/000049166.pd 91 CORREA, Adelman. OS MEUS DIAS DE CADEIA – origens e memória. 2 ed. São Luis: AML, 2016.


em que tomavam parte diversas classes da nossa sociedade, e que teve lugar no salão de leitura da Biblioteca Pública, foi aprovada a criação da Faculdade de Direito coadjuvada por uma associação. Já outro espírito trabalhador e inteligente, que muito há concorrido para engrandecimento da Faculdade, havia aderido, o dr. Henrique José Couto [...](p. 245-246).

Registra, ainda, que a 1º de junho de 1918 perante a congregação dos professores, inauguram-se as aulas do curso jurídico-social, e, a 11 de agosto seguinte, eram assistidas, no Teatro S. Luis, as solenidades que festejavam a inauguração. Vieira da Luz (1957) diz que, como resultado de tão louvável persistência, na Biblioteca Pública, que então dirigia, sediada à Rua do Egito (atual Tarquínio Lopes), foi fundada, em memorável reunião a 28 de abril de 1918, a sonhada Faculdade de Direito do Maranhão (p. 43) Solange Buzar (1982) 92 trás, segundo a Revista da Faculdade de Direito: A 12 de maio, segundo a Revista da Faculdade de Direito do Maranhão, realizou-se a primeira das sessões de congregação da Faculdade de Direito. Presidiu o dr. José Vianna Vaz secretariado pelo sr. Domingos de Castro Perdigão. Compareceram os professores Henrique José Couto, Godofredo Mendes Vianna, Alfredo de Assis, João Vieira, Filho, Luiz Carvalho, Carlos Augusto de Araujo de Souza Costa, João de Lemos Vianna, Carlos Humberto Reis, Alcides Jansen Serra Lima Pereira, Antonio Lopes da Cunha e José de Almeida Nunes. Lido o projeto do regimento interno, foi deliberado que, depois de revisto por uma comissão especial constituída pelos professores Henrique José Couto, Fran Paxeco, Alfredo de Assis, Luiz Carvalho e Antonio Lopes, fosse impresso para ser debatido por todos os membros do corpo docente. Houve duas outras congregações para analisar o Regimento Interno e nas quais pô-lo de acordo com as foi manifestado leis e decretos nas escolas oficiais, similares do país. Finalmente foi fundada a Faculdade de Direito do Maranhão, em 1 de julho de 1918, com o inicio das aulas do Curso Jurídico e Social, evento funcionamento que foi condignamente comemorado em sessão solene no Teatro São Luís, na qual foram prestadas publicas homenagens ao jurista Ruy Barbosa. Segundo Domingos Perdigão, "o acolhimento da Faculdade de Direito do Maranhão tem sido, pode-se dizer, paternal. Os poderes públicos do Estado têm dado todo o apoio necessário para o seu funcionamento, e nem poderia ser de outra forma, dado que se trata exclusivamente de nosso progresso moral e intelectual” (p. 15).

Os Jornais “Correio da Tarde”, “Relatórios dos Presidentes dos Estados Brasileiros”, “Diário do Maranhão” e “A Noticia” não fazem referencia à Faculdade de Direito do Maranhão, embora publicados no período de análise – década de 1910-1919, em especial o ano de 1918; restringimos, pois, a pesquisa a dois periódicos: “Pacotilha”93, que no período de 1910 a 1938 apresentou-nos 388 referencia à ‘faculdade de direito’ e, como dito, nem todas referentes à do Maranhão; “O Jornal”, no período de 1916 a 1923, com 163 referencias. Em “O Jornal”, edição de 25 de abril, sai seguinte nota94: FACULDADE DE DIREITO - Há muito que os maranhenses alimentam a esperança de possuir aqui, que tem passado de geração em geração, cognominada de Atenas brasileira, uma academia. Vários têm sido os empreendimentos, porém, infelizmente todos infrutíferos. Agora, novas e promissoras tentativas estão sendo postas em prática, às quais batemos palmas muito sinceras, levantando o nosso apelo para os governos do Estado e da União corram em auxílio desta idéia cujas vantagens são incontestes. 92

BUZAR, obra citada, p. 15 O jornal A PACOTILHA foi o ultimo e grande jornal que atravessou o século XIX, mantendo a imagem com que iniciou as atividades em 30.10.1880. Fundado por Vitor Lobato (1893-1954), natural de São bgento, funcionário publico e autodidata. Contou com uma equipe competente, formada com redatores experientes e colaboradores interessados, estes, estudantes do Liceu. José de Nascimento Moraes lá encontrou os seguintes colegas liceistas: Godofredo Viana, Viriato Correa, Domingos Barbosa, Lisboa Filho, B. de Vasconcelos, Clodomir Cardoso, Caetano de Souza, Lemos Viana, João Antonio da Costa Gomes. Atuaram, ainda, Carlos Otaviano de Moraes Rego, Altino Rego, José Gregório dos Reis, José Barreto Costa Rodrigues, Manuel Jansen Ferreira. Mais: Luso Torres, e Fran Paxeco. (JORGE, Sebastião. A IMPRENSA NO MARANHÃO NO SÉCULO XIX (1821-1900). São Luis: Lithograf, 2008). 94 Optamos, nas citações dos jornais, por atualizar a ortografia, para melhor compreensão, mantendo-se a estrutura original e a pontuação. 93


- No dia 28, às 9 horas haverá, na Biblioteca Pública do Estado, uma reunião para tratar desse assunto.

No dia seguinte, 27 de abril, em “O Jornal”, sai a seguinte nota: “FACULDADE DE DIREITO - Amanhã, ás 9 horas, na Biblioteca Pública do Estado, haverá uma reunião para tratar da fundação nesta capital de uma Faculdade de Direito”. Com o título “PELO ENSINO SUPERIOR” aparece em “A PACOTILHA” – edição de segunda feira, 29 de abril de 1918 – a realização, no dia 28 de abril de 1918, de uma reunião ocorrida na Biblioteca Pública Benedito Leite para se decidir se convinha fundar, nesta Capital, uma faculdade livre de direito. A iniciativa coube ao Diretor da Biblioteca Pública, Dr. Domingos de Castro Perdigão, cabendo ao então Secretário de Interior e Instrução o Dr. Henrique José Couto a presidência da reunião – em assembléia de fundação –; fizeram parte da mesa Alfredo de Assis e Fran Paxeco: Como noticiamos, realizou-se ontem, na Biblioteca Pública, uma numerosa e seleta reunião, para se decidir se convinha fundar, nesta capital, uma faculdade de direito. O Sr. Domingos de Castro Perdigão, diretor daquele estabelecimento e autor da iniciativa propôs que presidisse o dr. Henrique José Couto, secretário do interior e de instrução, a quem ladearam os srs. Drs. Alfredo de Assis e Fran Paxeco. Repetindo os fins da convocatória, o dr. Couto deu a palavra ao dr. Domingos Perdigão, que afirmou alimentar, desde muito, a idéia de se instituir aqui uma escola de ensino superior, aludindo às de artífices, do aprendizado agrícola, do Centro Artístico, do Centro Caixeiral, à sociedade Maranhense de Agricultura, de que há bastante a esperar. E concluiu: “Quando todos os outros estados da república levantam escolas superiores, que vão sendo equiparadas, pelo governo federal, aos institutos oficiais, a Atenas Brasileira não pode, nem deve conservar-se indiferente ao progresso intelectual do Brasil”.

O Dr. Alfredo de Assis leu, em seguida, algumas cartas de apoio à iniciativa, de pessoas ilustres, impedidas de comparecerem: Desembargador Valente de Figueiredo, Dr. Godofredo Viana, engenheiro Oscar Barros, Dr. Leôncio Rodrigues, e dr. Joaquim José Rebelo. A Comissão foi assim constituída: Domingos de Castro Perdigão, Alfredo de Assis, Almeida Nunes, Antonio Lopes e Fran Paxeco. Foi apresentada, por Fran Paxeco, a minuta do estatuto da sociedade então constituída: Art. I: - Fica fundada uma associação, nesta capital, com o fim de organizar um instituto superior de estudos sociais, econômicos e jurídicos, que se dominará Faculdade de Direito do Maranhão. Art. 2º: - Considerar-se-ão sócios fundadores todos os que a ela se filiarem até a abertura das aulas, formando a assembléia geral. Art. 3º: - Na primeira das suas reuniões, a mesma assembléia elegerá uma diretoria provisória da sociedade, que se comporá de um presidente, um vice-presidente, dois secretários, um tesoureiro. Art. 4º: - Competirá a essa diretoria fazer o estatuto da corporação, e o regulamento da faculdade, elaborando-os de acordo com as leis federais do ensino, em vigor. Assim que estejam prontos, submetêlos-á ao voto da assembléia geral, que elegerá a diretoria bienal e o corpo docente. Art. 5º: - Os sócios fundadores contribuirão com a jóia que lhes aprouver e uma quota de vinte mil reis anuais, pagos por trimestre, ou duma única vez. Art. 6º: - Os sócios referidos terão o desconto de 50%, em todas as despesas letivas da faculdade, para ele, os seus filhos ou tutelados. Art. 7º: - Logo que a sociedade possua rendas bastantes, ou que a faculdade obtenha subvenção dos poderes públicos, a diretoria determinará os vencimentos do magistério, sujeitando o seu ato à assembléia geral. Art. 8º: - Se os meios da faculdade lhe permitirem sustentar-se por si própria, ou vier a ser mantida pelos cofres públicos, cessará a contribuição dos sócios.


Art. 9º: - Criar-se-á um curso anexo à faculdade, exigindo-se aos candidatos à matrícula os preparatórios de português, aritmética, geografia e Frances. Art. 10º: - Depois dos trabalhos da instalação, a assembléia geral só se reunirá quando a convocar a diretoria da sociedade ou o requerem 24 dos seus membros.

Após a apresentação do esboço do estatuto da sociedade que então se instituía, os presentes passaram à discutir questões genéricas, sobre pedagogia, história da educação, instalação do ensino na Província: Espraiou-se, após, em várias considerações de caráter genérico, tendentes a demonstrar, baseando-se na história e nos historiadores da pedagogia, que é errôneo o conceito de que se deve partir da instrução primária para a enciclopédica e universitária. Os filósofos e os pedagogistas provam o inverso. Dos institutos de cultura superior, que foram, durante milênios, um privilégio de reduzidas classes, desceu-se aos ginásios e só mais tarde às aulas nocionais. As escolas populares são recentíssimas, pois datam do século XIX. Aqui, em S. Luis, observamos essa escala descendente. Os que se educavam fora da província é que trouxeram os germes donde resultariam os estudos secundários, sistematizados no Liceu, estendendo-se, a seguir, às cadeiras primárias. A Escola Normal, que aliás nunca passou de um liceu feminino, apenas se instalou em 1890. De sorte que, até lá, os maranhenses ou se cultivavam em terras estranhas ou eram autodidatas. Da nobre geração de Odorico Mendes, ele, Gonçalves Dias, Frederico José Correa, os Liais (Alexandre, Antonio, Pedro), Silva Maia, Trajano Galvão, Lisboa Serra, Jauffet, Sousa Andrade, etc., educaram-se em Portugal ou na França – Sotero dos Reis e João Lisboa educaramse a si mesmos. Deve-se-lhes o renome de Atenas, cumprindo zelá-lo. O Maranhão precisa, ninguém o nega, de escolas práticas ou tecnológicas, marcadamente de agronomia e oficinas, assim como restabelecer a escola de musica. Mas, se da prática nasceu a teoria, em tempos remotos, não é menos certos que os fatores se inverteram, caminhando-se, hoje, da imprescindível teoria para a necessária execução. Julga, por isso, que este estado, se deseja defender os seus foros mentais, andará com acerto, proporcionando as suas simpatias e recursos a um instituto que visa a indispensável cultura das idéias gerais ou abstratas.

A seguir, elegeu-se a Diretoria da agremiação: ARTUR BESERRA DE MENESES – Presidente; CÂNDIDO JOSÉ RIBEIRO - Vice-presidente; FRAN PAXECO e DOMINGOS PERDIGÃO Secretários. JOAQUIM ALVES JUNIOR - Tesoureiro. “O Jornal” de 30 de abril traz o resultado da reunião, onde se deu a fundação da Faculdade de Direito do

Maranhão: Efetuou-se, domingo, na Biblioteca Pública, a projetada reunião, para tratar-se de fundar, nesta capital, uma escola livre de direito. Depois de haverem falado sobre o palpitante assunto mos srs. Domingos Perdigão e Fran Paxeco, com aplausos da numerosa e culta assistência, e de apresentadas as bases para os estatutos da nova Faculdade, foi aclamada a seguinte diretoria: Presidente, desembargador Arthur Bezerra de Menezes; vice-presidente, Candido José Ribeiro; Secretários Fran Paxeco e Domingos Perdigão; tesoureiro, Joaquim Alves Junior. - Amanhã se deverão reunir, as 15 horas, na Biblioteca, a diretoria e a comissão organizadora. “O Jornal aplaude”, com entusiasmo, a criação desse fecundo estabelecimento de ensino superior e leva os seus efusivos parabéns á comissão organizadora pelo triunfo de sua proveitosa idéia.

O ato foi, certamente, embasado na Constituição republicana de 1891, e do Decreto n. 1232 F, de 2 de janeiro de 1891, que permitiu governos estaduais e iniciativa privada implementassem cursos no país, rompendo o monopólio de Recife e São Paulo. A Faculdade de Direito do Maranhão foi a 11ª instituição de formação jurídica no Brasil; precedeu-a São Paulo e Olinda (depois do rRecife, 1827), Bahia e Rio de Janeiro (1891), Minas gerais e Rio Grande do Sul (1900), Pará (1902), Ceará (1903), amazonas (1909) e Paraná (1912).


Em 1º de maio, os Diretores da Associação Incorporadora da Faculdade de Direito reuniram-se, tendo comparecido: Domingos Perdigão, Fran Paxeco, Alfredo de Assis, Almeida Nunes, Antonio Lopes. Fran Paxeco leu a proposta que o Dr. Tavares de Holanda fez sobre o fundo patrimonial, que será levada em consideração, quando a proposta de Estatuto for discutida. A seguir, passou-se a discussão de quais professores haveria para as 17 (dezessete) cadeiras dos cinco (5) anos da Faculdade, incluindo os substitutos das 8 (oito) sessões. Antonio Lopes apresentou o Regulamento do Curso Anexo, aprovado pelos presentes: O CURSO ANEXO - Conforme o disposto nos Estatutos da Associação Incorporadora da Faculdade de Direito, o curso anexo, de duração provisória, destina-se a ministrar o ensino das disciplinas preparatórias do Curso Jurídico-Social aos candidatos à matricula neste último, que não puderem exibir, desde agora, até o fim do ano de 1919, para se inscreverem nos exames vestibulares, certificado de aprovação em todos os preparatórios, conferidos pelo Colégio Pedro II ou institutos a este equiparados. - Funcionarão, pois, no curso anexo, aulas de todas as disciplinas que as leis de ensino vigentes no país consideram preparatórias para o curso jurídico-social nas escolas superiores, exclusive português, francês, aritmética e geografia, a saber: - geometria e álgebra, inglês, latim, história universal e do Brasil, história natural, física e química, psicologia, lógica e história da filosofia. - As aulas serão regidas por tantos professores quantos não ultrapassarem o numero das mencionadas disciplinas - a matricula no curso anexo presuço (sic), ou exibição de certificados oficial de aprovação em exames de português, Frances, aritmética e geografia, ou exame de suficiência, constante dessas matérias e prestado perante uma comissão de professores do curso. - Por taxa de matricula, cobrar-se-á no curso anexo, a cada aluno, a quantia de dez mil réis, de uma só vez. - Por taxa de freqüência, cobrar-se-ão a cada aluno vinte mil réis, mensais, que deverão ser pagos adiantadamente, até o dia de cada mês, sendo-lhe entregue, em vez de recibo, um cartão de freqüência, mediante o qual terá entrada em todas as aulas do curso anexo, durante o mês. - Nenhuma aula funcionará menos de três horas por semana. - Deduzidas as despesas gerais do curso, a renda mensal será dividida pelos respectivos professores, observada a proporção das matérias que lecionarem. - as faltas dos professores serão descontadas na razão dos dias de serviço, revertendo quanto der o desconto aos cofres da Faculdade. - O ano letivo terá inicio a 1º de março e terminará a 31 de dezembro - Os exames começarão a 7 de janeiro, devendo terminar dentro do referido mês - O exame de cada uma das disciplinas constará de prova escrita e oral, conforme o que vigora em relação aos exames de preparatórios nos institutos oficiais de ensino secundário, perante uma banca de três professores para cada matéria - Por taxa de inscrição para prestar exame de qualquer numero de matérias se cobrará a quantia de vinte mil réis e por certificado de aprovação expedido, dois mil réis - Nomeará as mesas de exame e fiscalizará o trabalho das mesmas o presidente da associação incorporadora da faculdade ou o diretor desta, quando se vier a constituir a diretoria - Por exceção ficam equiparados aos candidatos que exibirem, no ato de inscrição para exame vestibular, todos os certificados dos preparatórios conferidos por institutos oficiais de ensino secundário, sujeitos à fiscalização do conselho superior de ensino, os bacharéis em ciências e letras do liceu Maranhense cujo curso se haja feito pelo menos até o quarto ano, sob o regime de equiparações anteriores ao atualmente em vigor - O curso anexo funcionará sob a direção do corpo administrativo da associação incorporadora da Faculdade ou da diretoria desta, quando se constituir


- a policia das aulas compete aos respectivos professores que poderão requerer ao diretor a suspensão ou expulsão de alunos que se comportarem inconvenientemente, cabendo-lhes impor como pena disciplinar a admoestação ao aluno perante a classe - O aluno suspenso ou expulso perderá, a titulo de multa, todas as taxas que houver pago ao curso Os professores não poderão dar aulas particulares aos alunos do curso anexo que neste freqüentarem as suas aulas.

Logo a 03 de maio, é anunciada a abertura de vagas para o curso anexo (preparatório) e ao primeiro ano do curso de direito: FACULDADE DE DIREITO: Vãe-se abrir, por estes dias, as matriculas para o curso anexo da faculdade de Direito e o primeiro ano do curso jurídico. A Diretoria da associação incorporadora da Faculdade publicará, em breve, o respectivo edital.

A sociedade incorporadora manterá dois cursos (a) preparatório; (b) curso livre de direito. Para cada curso, haverá uma diretoria, que responde diretamente à agremiação mantenedora. Em “O Jornal”, deste dia 3 de maio, José Lemos se manifesta quanto ao quadro docente: FACULDADE DE DIREITO - Escrevem-nos Aos fulgurantes nomes de doutores, apresentados ontem em vossa folha, pelo Sr. Claudio Nogueira, é de toda a justiça acrescentar os seguintes, quando se tenha de constituir o corpo docente da Escola: drs. Georgiano Horacio Gonçalves, Manoel Jansen Ferreira, Fabiano Vieira e Arnaldo, I. Xavier de carvalho, Nelson Jansen, Severino Carneiro, Franco de Sá, Godofredo Carvalho, etc. José Lemos.

A 07 de maio (A Pacotilha) é publicado o edital de abertura de vagas para os cursos que ora se criavam. Para o Curso de Direito, os candidatos deveriam apresentar documentos – certificado de aprovação – nos exames de Português, Francês, Aritmética, e Geografia, conferidos pelo Colégio Pedro II ou por institutos à ele equiparados – no caso do Maranhão, do “Liceu Maranhense”; ou submeter-se à Comissão Examinadora dos Preparatórios, devidamente autorizada pelo Conselho Superior de Ensino. FACULDADE DE DIREITO DO MARANHÃO – EDITAL - De ordem do Sr. Presidente da Sociedade Incorporadora desta Faculdade, publico que a partir desta data, até o dia dez do corrente , estão abertas nesta secretaria as matriculas no curso anexo. Os candidatos deverão ou apresentar certificados de aprovação nos exames de português, francês, aritmética e geografia, conferidos pelo Colégio Pedro II, institutos a este equiparado ou comissões examinadoras de preparatórios devidamente autorizadas pelo Conselho Superior de Ensino, ou requerer inscrição para prestarem exame de suficiência das matérias mencionadas.No caso de possuir os certificados oficias de exame, o candidato instruirá com eles a sua petição de matricula ao Sr. Presidente, juntando, outrossim recibo do tesoureiro da Sociedade incorporadora, do qual consta haver pago a taxa de matrícula (10$000). No caso de precisar de requerer inscrição para exame de suficiência, deverá a petição ser instruída: a) com o recibo da taxa de inscrição (20$000), passado pelo tesoureiro da Sociedade; b) atestado fornecido por dois professores secundários, de reconhecida idoneidade, do qual conste que o candidato cursou em estabelecimento publico ou privado, ou aula particular, as disciplinas de que consta o exame, e se acha habilitado nas mesmas matérias; c) prova legal de que conta pelo menos 14 anos de idade.Secretaria da Associação incorporadora da faculdade de Direito do Maranhão, 4 de maio de 1918. Domingos de Castro Perdigão,2º Secretário


Na mesma data (Pacotilha, 07/05/1918) são apresentados os 18 (dezoito) professores efetivos da Faculdade de Direito “indigitados pela associação incorporadora e pela comissão organizadora” segundo a ordem pedagógica: ANTONIO LOPES DA CUNHA GODOFREDO MENDES VIANA RAUL DA CUNHA MACHADO CARLOS HUMBERTO REIS RAIMUNDO LEÔNCIO RODRIGUES JOÃO VIEIRA DE SOUZA, FILHO CLODOMIR CARDOSO CARLOS AUGUSTO DE ARAUJO COSTA LUÍS CARVALHO MANOEL JANSEN FERREIRA HENRIQUE JOSÉ COUTO ALFREDO DE ASSIS CASTRO ARTUR BEZERRA DE MENESES ARÃO ARARUAMA DO REGO BRITO ALCIDES JANSEN SERRA LIMA PEREIRA JOSÉ DE ALMEIDA NUNES JOÃO DE LEMOS VIANA ANTONIO BONA Substitutos: JOÃO DA COSTA GOMES RAUL SOARES PEREIRA ANTONIO JOSÉ PEREIRA, JUNIOR FABIANO VIEIRA DA SILVA INACIO XAVIER DE CARVALHO JOAQUIM PINTO FRANCO DE SÁ RAIMUNDO ALEXANDRE VINHAIS TARQUINIO LOPES, FILHO. Divulgada a relação de professores, efetivos e substitutos, estes são convocados para uma reunião com a diretoria da Associação incorporadora da Faculdade de Direito no dia seguinte, às 16 horas, na Biblioteca Pública, a fim de eleger o diretor do novo estabelecimento de ensino e deliberarem sobre as condições de inscrição dos alunos. A 8 de maio, em “O Jornal” informa que o corpo docente, da Faculdade de Direito, se reunirá nesta data, as 16 horas, na Biblioteca Pública, para eleger o diretor da Faculdade e resolver sobre inscrições de alunos. Nesse mesmo “O Jornal”, a 9 de maio, dá-se a notícia da reunião ocorrida na Biblioteca Pública, com a presença dos lentes da Faculdade de Direito, foi eleita a diretoria, sendo presidente o dr. Viana Vaz; vicediretor o dr. Henrique Couto; secretário o Sr. Domingos de Castro Perdigão. Uma comissão composta dos drs. Clodomir Cardozo, Alcides Pereira e Raul Pereira, previamente nomeada, foi, ontem mesmo á residência do venerando e integro juiz federal levar-lhe a comunicação de sua acertada e merecida escolha para diretor do novel estabelecimento de ensino superior.

Marcada nova reunião para o domingo, 12, as 9 horas, a fim de serem discutidos os Estatutos que estão sendo elaborados. Publicada em “A PACOTILHA” de 09 de maio de 1918 a grade horária, resultado da reunião da diretoria do dia 08 de maio; registrou-se o comparecimento de Henrique José Couto, Aarão Brito, Clodomir Cardoso, Raul Machado, Godofredo Viana, Luis Carvalho, Leôncio Rodrigues, Alcides Pereira,


Alfredo de Assis, Fabiano Vieira, Almeida Nunes, Carlos Reis, Antonio Bona, Raul Pereira, Antonio Lopes, e os senhores Domingos Barbosa, Domingos Perdigão, e Fran Paxeco. Presidiu a sessão o Dr. Henrique Couto, secretariado por Fran Paxeco e Alfredo de Assis. O Presidente leu a lista dos professores indicados pela Diretoria da Faculdade e referendada pela Comissão da Sociedade Incorporadora. Todos aceitaram a indicação. Fica, pois, assim constituída a Grade Curricular, com os respectivos professores: 1º ano Filosofia do Direito – Lopes da Cunha Direito Público e Constitucional – Godofredo Mendes Viana Direito Romano – Raul da Cunha Machado 2º ano Direito Internacional Público – Carlos Humberto Reis Economia Política e Ciência das Finanças – Raimundo Leôncio Rodrigues 2º, 3º e 4º anos Direito Civil – I Cadeira – João Vieira de Souza, filho Direito Civil – II Cadeira – Clodomir Cardoso Direito Civil – III Cadeira – Carlos Augusto de Araujo Costa 3º e 4º anos Direito Comercial – I Cadeira – Luis Carvalho Direito Comercial – II Cadeira – Manoel Jansen Ferreira 3º e 4º anos Direito penal – I Cadeira – Henrique José Couto Direito penal – II Cadeira – Alfredo de Assis Castro 4º ano Teoria do Processo Civil e Comercial – Artur Bezerra de Menezes 5º ano Prática de Processo Civil e Comercial – Aarão A. do Rego Brito Teoria e Prática do Processo Criminal – Alcides Jansen S. L. Pereira Direito Administrativo – João de Lemos Viana Direito Internacional Privado – Antonio Bona Professores substitutos: 1ª. Sessão – (Filosofia do Direito e Direito Romano) – João da Costa Gomes 2ª. Sessão – (Direito Público e Constitucional, Direito Internacional Público e Privado) – Raul Soares Pereira 3ª. Sessão – (Direito Civil) – Antonio José Pereira, Junior 4ª. Sessão – (Direito Penal, Teoria e prática do Processo Criminal) – Fabiano Vieira da Silva 5ª. Sessão – (Economia Política, Ciência da Finança, e Direito Administrativo) – Inácio Xavier de Carvalho 6ª. Sessão – (Direito Comercial) – Joaquim Pinto Franco de Sá 7ª. Sessão – (Teoria do Processo Civil e Comercial, Prática do Processo Civil e Comercial) – Raimundo Alexandre Vinhais 8ª. Sessão – (Medicina Pública) – Tarquínio Lopes Filho. Conforme a Convocação, distribuídas as cadeiras e nomeados os professores, inclusive os substitutos, elegeu-se o Diretor da Faculdade, sendo aclamado o dr. José Viana Vaz, juiz federal. Antonio Lopes propôs que se aclamasse o vice-diretor, sendo escolhido Henrique Couto, Secretário de Interior e Instrução; e para Secretário, o Sr. Domingos Perdigão, Diretor da Biblioteca Pública. A seguir passaram a deliberar sobre o Estatuto da Faculdade de Direito e o da Associação Incorporadora, comissionando-se os Srs. Viana Vaz, Henrique Couto, Godofredo Viana, Luiz Carvalho, Alfredo de Assis, Antonio Lopes. A redação definitiva do Estatuto da Associação Incorporadora e o Regulamento da Faculdade de Direito deverá ser apresentado em nova assembléia a ser realizada no próximo domingo, 12 de maio, às 09 horas, na Biblioteca Pública. Aprovado, a seguir abrir-se-á a matricula aos cursos. Para comunicar ao Dr. Viana Vaz sua escolha para


Diretor da Faculdade, foi constituída uma comitiva constituída pelos drs. Clodomir Cardoso, Alcides Pereira, e Raul Pereira. Vieira da Luz (1957), ao biografar o Desembargador Henrique Couto, diz que sua influencia foi salutar, como 1º vice-presidente da Faculdade de Direito do Maranhão e seu diretor de fato, ainda quando de direito exercia o cargo o Dr. Viana Vaz, impedido de fazê-lo eficientemente em virtude do seu estado de saúde, culminando pelo desenlace de 5 de janeiro de 1922 (p. 45)95. O Des. Henrique Couto foi, não há dúvida, nos momentos incertos da vida da faculdade, o timoneiro seguro que, ao lado de Fran Paxeco, Domingos Perdigão e outros, conduziu a instituição à estabilidade atingida, a despeito da descrença e mal disfarçado desinteresse de alguns derrotistas (Vieira da Luz. 1957). Sexta-feira, 10 de maio, “A PACOTILHA” publica que as inscrições para o curso anexo da Faculdade de Direito foram prorrogadas até o dia 30 do corrente. E que o diretor da Faculdade de Direito, dr. Viana Vaz, convida os membros da comissão redatora da lei orgânica a compareceram no dia seguinte, 11 de maio, pela manhã, as 9 horas, no edifício do juízo federal, a fim de discutir a referida lei, pedindo a presença de todos. Também da conta de uma carta escrita à redação pelo dr. Furtado da Silva: Escrevem-nos: O dr. Furtado da Silva tomou a nuvem por Juno. O que a sociedade incorporadora e a comissão organizadora fizeram, de acordo com as leis federais em vigor, não foi imoral, nem desastroso, nem nenhuma das outras coisas feias que ao jovem bacharel prouve dizer. Os professores substitutos entraram pela mesma porta dos efetivos. E, enquanto se não obtiver a equiparação, cremos que se obtiver a equiparação, cremos que se procederá desse modo. Foram escolhidos ao mesmo tempo, com direitos iguais. Os concursos virão depois, ou seja quando a equipararem. Poderá até dar-se o caso de alguns professores substitutos funcionarem antes dos efetivos, impedidos por qualquer circunstancia ocasional. Destarte, em obediência aos cânones de Minerva, o magistério da faculdade aparece armado de ponto em branco, disposto a lutar pela causa do ensino superior e a suportar os feios nomes que desejam chamar-lhe. A Faculdade do Maranhão faz o que fizeram todas as faculdades livres que se teem equiparado, nada mais; porque em todas elas a primeira congregação foi eleita por maneira igual à aqui praticada. A admitir para os substitutos da primeira congregação o concurso, ter-se-ia que o admitir para as catedráticos, logicamente. E a menos que se propusesse o dr. Furtado a examina-los, quem iria tomar a si esse encargo?

A 11 de maio (Pacotilha) anuncia-se a realização de nova assembléia – já convocada para o dia 12, domingo, na Biblioteca Pública – contando com a presença dos professores, efetivos e substitutos, da Faculdade de Direito, para se discutir e aprovar o estatuto. Convida-se, também, a diretoria da associação incorporadora e os professores do curso Anexo. A direção da comissão da sociedade incorporadora é constituída pelos senhores Abranches Moura, Fran Paxeco, Genésio Rego, Almeida Nunes, Antonio Lopes, Arias Cruz (Padre), Antonio Bona, e Raimundo Lopes: “O Jornal” desse dia 11 anuncia a abertura de matriculas: “FACULDADE DE DIREITO: estão abertas, até o dia 30 do mês corrente, as matriculas ao curso anexo à faculdade de Direito, que aqui se fundou. Conforme a “Pacotilha” de 13 de maio, fora realizada no dia anterior – 12 -, a primeira reunião da Congregação da Faculdade de Direito do Maranhão, presidida pelo dr. José Viana Vaz, contando com a presença dos professores Alfredo de Assis e Castro; Henrique José Couto; João Vieira de Souza, filho; Luiz Carvalho; Carlos Augusto de Araujo Costa; João de Lemos Viana; Genésio de Moraes Rego; Carlos Humberto dos Reis; Godofredo Viana; Antonio Lopes da Cunha; Alcides Jansen Serra Lima Pereira: José de Almeida Nunes; José de Abranches Moura; os Senhores Fran Paxeco e Domingos de Castro perdigão, secretário da Faculdade. A Comissão incumbida de elaborar o Regulamento da Faculdade apresentou o Projeto, que passou a ser lido por Fran Pacheco; sofrendo algumas alterações e correções. Foi, então, nomeada uma nova Comissão, composta pelos Senhores: Henrique José Couto; Luis Carvalho; Alfredo de Assis; Antonio Lopes da Cunha; e Fran Paxeco. Terminada a revisão, deveriam mandar imprimir o aludido Projeto e ser distribuído a todos os membros da Congregação. Para se entender com a Diretoria da 95

VIEIRA DA LUZ, Joaquim. Dr. José Viana Vaz e Des. Henrique José Couto. In FRAN PAXECO E OUTRAS FIGURAS MARANHENSES. Rio de Janeiro: Livros de Portugal, 1957, p. 44-54.


Sociedade organizadora da Faculdade foi constituída outra Comissão, assim composta: Henrique Couto, Araujo Costa, e Carlos Reis. Quanto ao curso Anexo – preparatório -, foi deliberado que funcionaria todos os dias úteis, das 15 às 18 horas, nas salas do Centro Português, situado na Praça João Lisboa, gentilmente cedidas pela Diretoria. Escolhidos os Professores das Cadeiras de: Latim – Arias Cruz; Inglês – Antonio Lopes da Cunha; Álgebra, Geometria, e Trigonometria – José de Abranches Moura; História Universal – Raimundo Lopes da Cunha; História do Brasil – Fran Paxeco; História natural – Carlos Cavalcante Fernandes; Física – Genésio de Moraes Rego; Química – Carlos da Costa Nunes; Elementos de Lógica, Psicologia e História da Filosofia – Antonio Bona A 16 de maio, nova convocação para reunião dos diretores da Mantenedora e da Faculdade, também na Biblioteca Pública, às 9 horas da manhã, para fazerem o segundo e ultimo debate das leis fundamentais dos dois organismos. A 19 de maio de 1918 reuniram-se – na Biblioteca Benedito Leite - os membros da Associação Organizadora da Faculdade de Direito, e os professores desta, sobre a presidência do Dr. Henrique Couto, sendo informada pelo Sr. Domingos Perdigão que Cândido José Ribeiro não aceitara o cargo de vicepresidente, mas permaneceria como um dos fundadores. Elegeu-se o Sr. Joaquim Alves Junior para a função, e o Sr. Luis António da Cunha para a de tesoureiro. Nova Diretoria da Associação Incorporadora: Artur bezerra de Meneses – Presidente; Joaquim Alves Junior – vice-presidente; Fran Paxeco e Domingos Perdigão – secretárioS; Luis Antonio da Cunha – Tesoureiro. Nessa mesma ocasião Virgilio Domingues apresenta proposta para alteração do estatuto, a fim de colocá-lo em acordo com o texto publicado, sendo nomeada uma comissão composta por Araujo Costa, Raul Machado e Fran Paxeco. Encerrando-se a Assembléia Geral deu-se inicio às discussões para elaboração do Regulamento da Faculdade, sob a presidência do dr. Viana Vaz. Antes de se entrar no assunto, Carlos Reis deu conta da conferencia com a diretoria da Associação. Nada se resolvendo, Fran Paxeco propôs que os corpos gerentes de ambos os organismos se entendessem, quando se tratasse de elaborar a tabela orçamentária. É marcada nova reunião para o dia seguinte, às 16 horas, para continuidade das discussões sobre os capítulos do Regulamento. Em 06 de junho 1918, “A Pacotilha” informa que foram formadas, no dia anterior, em reunião dos professores do curso em anexo, as bancas julgadoras dos exames de suficiência, assim constituída: Português: - Fran Paxeco, dr. Antonio Bona, padre Arías Cruz; aritmética, dr. José de Abranches Moura, dr. Aquiles Lisboa, dr. Antonio Lopes; Geografia, Fran Paxeco, Raimundo Lopes, dr. Herbert Jansen Ferreira, Frances, dr. Genezio Rego, dr. Antonio Lopes, dr. Herbert Jansen Ferreira. Os exames de Português e Aritmética seriam realizados no sábado seguinte, das 9 as 11 horas; os de geografia e Frances, no mesmo dia, das 16 as 18. Estes os alunos que se submeteriam aos exames de suficiência e os já aprovados: Chamam-se a prestar essas provas os srs.:- Virgilio Domingues da Silva, João Vitor Ribeiro, Valdemiro Viana, Zildo Fábio Maciel, Domingos Q. Barbosa Alvares, Joaquim Mariano Gomes de Castro, Fernando de Moura Viana, Boanerges Neto Ribeiro, Edson da Costa Brandão, Francisco Neves dos Santos, Junior, e Maurício da Costa Furtado. Já se acham matriculados no curso anexo, no corrente ano, os srs. :- José João Monteiro, Máximo Martins Ferreira, Carlos Augusto de Matos Pereira, Ricardo Barbosa, Raul Porciúncula de Morais, Esron Wolff de Souza e José de Ribamar Santos Pereira.

Em “O Jornal” de 7 de junho é publicada a relação de alunos que se submeterão aos exames de admissão ao curso anexo, como os já matriculados. Os professores eram convocados para reunião, no domingo seguinte, para deliberarem, os efetivos sobre as taxas e emolumentos e os substitutos, o horário de funcionamento das aulas. Pelo “O Jornal” de 8 de junho, é informado que se realizariam nesta data os exames de português e de aritmética para os alunos do curso anexo, servindo de fiscal o dr. Henrique Couto, vice-diretor da Faculdade; compareceram os professores Fran Paxeco, Antonio Bona, e padre Arias Cruz, da primeira banca, e os drs. Abranches Moura, Aquiles Lisboa e Antonio Lopes, da segunda. Fizeram as provas de português: João Vitor


Ribeiro, Valdemiro Viana, Joaquim M. Gomes de Castro, Boanerges Neto Ribeiro, que obtiveram grau 8; Zildo Fabio Maciel, Edison da Costa Brandão, Francisco Neves dos Santos, Junior, 7; De aritmética, Edison da Costa e Francisco Neves dos Santos, Junior, 9; Valdemiro Viana e Zildo Maciel, 8; Joaquim M. Gomes de Castro, 7. Os professores são convocados para reunião, no dia seguinte, ás 9 horas, a fim de resolveram sobre diversos assuntos. A 10 de julho em “A Pacotilha”, é anunciado o horário das aulas, definidos na reunião ocorrida no dia anterior, no predio onde funcionaria o curso em anexo, tendo comparecido vários professores e alunos. “Em vista da falta de luz, as aulas, que têm que ser diurnas, agora, ficam assim distribuidas”: Segundas-feiras: - História do Brasil, das 15 as 16 horas; latim, das 16 as 17; história universal, das 17 as 18. Terças-feiras: - Física, das 15 as 16; química, das 16 as 17; geometria e algebra, das 17 as 18; Quartas-feiras: - História universal, das 14 as 15; ingles, das 15 as 16; psicologia, logica e filosofia, das 16 as 17; Quintas-feiras: - História do Brasil, das 15 as 16; quimica, das 16 as 17; geometria e algebra, das 17 as 18; esperanto, faculttivo, das 14 as 15; Sextas-feiras: - Física, das 15 as 16; latim, das 16 as 17; história natural das 17 as 18; Sábados: - História universal, das 14 as 15; ingles, das 15 as 16; psicologia, lógica e filosofia, das 16 as 17; geometria e algebra, das 17 as 18. O sr. Fran Paxeco regerá, provisioriamente, a disciplina de que se encarregou o dr. António Bona. Mas nem pela regencia, nem pela da História do Brasil, que lhe confiaram, perceberá a justa remuneração atribuida a professores do curso anexo, no respectivo regulamento, uma vez reduzidas as depesas gerais. E, se alguma aceitasse, destina-la-ia a caixa dos estudantes pobres. Hoje, as horas acima aludida, haverá aulas de história universal, ingles e psicologia.

“O Jornal” de 11 de junho traz inumeras notas sobre a Faculdade de Direito, dentre elas, que no dia 8, terminaram os exames de suficiencia da primeira turma de candidatos ao curso anexo à faculdade, submetidos as provas os inscritos em frances e geografia: Frances:- João Vitor Ribeiro, Fernando de Moura Vianna, Francisco Neves dos Santos, Junior, plenamente com grau 9; Waldemiro Vianna; Boanerges Netto Ribeiro, Mauricio da Costa Furtado, Edson da Costa Brandão, Joaquim Mariano Gomes de Castro, plenamente grau 8; Zildo Fabio Maciel, plenamente grau 7; em Geografia:- João Victor Ribeiro, Waldemiro Vianna, Francisco das Neves Santos, junior, plenamente grau 9; Zildo Fabio Maciel, Joaquim Mariano Gomes de Castro, Edson da Costa Brandão, plenamente grau 8. Informa-se, ainda, que no domingo fora realizada a reunião dos professores ativos e substitutos da Faculdade e do curso anexo, sendo aprovada a tabela de taxas da faculdade. Tratou-se, ainda, do horário do curso anexo, deliberando-se que funcione à noite, a fim de atender a um grande numero de alunos e candidatos que só assim poderão freequenta-lo. Foi lido oficio do dr. Raimundo Alexande Vinhaes, declarando não aceitar a cadeira de professor substituto da 7ª seção, por falta de tempo disponível para tal encargo, foi unanimemente resolvido não ser aceita a recusa devendo-se oficiar ao dito professor, neste sentido. Em vista do curso anexo passar a ser noturno, foi aberta nova inscrição para exames de suficiencia até o dia 15 do corrente (junho), sendo os exames no dia 16. Foi nomeada a mesa para os exames que se realizarão ainda no mês de junho, conforme edital publicado, composta pelos Presidente e diretor da Faculdade José Vianna Vaz, Antonio Lopes da Cunha, Godofredo Mendes Vianna, Manuel Fran Paxeco e Herbert Jansen Ferreira. As inscrições para o vestibular enceram-se a 25 de junho. A seguir, dá-se o horário das aulas do curso anexo, com os respectivos professores. O candidato Virgilio Domingues da Silva prestou exame de Geografia, por ter deixado de comparecer no dia 8 por motivo de força maior. Justificada esta, feita as provas escritas e oral, obteve aprovação plena grau 9. Informa a “Pacotilha” de 11 de junho, que no dia anterior (10 de junho) abriram-se as aulas do Curso Anexo à Faculdade de Direito. Compareceram os professores de Latim e de História Universal, srs. Padre Arias Cruz e Raimundo Lopes, e os alunos Virgilio Domingues, Ricardo Barbosa, Porciúncula de Morais, Edison Brandão, Joaquim M. Gomes de Castro, Zildo Maciel e Valdemiro Viana.


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Fonte: Dino, 2014, p. 69

Na edição de 18 de junho “O Jornal” traz os resultados dos exames de suficiência aos alunos candidatos ao curso anexo da Faculdade, com os seguintes resultados: Português – Viriato Carlos de Oliveira Souza, Wilson da Silva Soares97 – aprovados plenamente, grau 8; Arithmetica – Viriato Carlos de Oliveira e Souza, Wilson da Silva Soares – plenamente, grau 7; Geografia – Wilson da Silva Soares, Viriato de Oliveira Souza, plenamente, grau 7; Benedito Ricardo Salazar, plenamente, grau 6. Ainda nesta data, anuncia-se a criação de uma cadeira de Esperanto, facultativa, sob a regência de Domingos de Castro Perdigão, funcionando às quintas-feiras das 18 as 19 horas. A 22 de junho (Pacotilha) é informado que o prazo para as incrições ao vestibular, conforme edital, terminará em 25 do corrente. O curso deverá abrir-se a 1º do mês vindouro. As aulas de História do Brasil, que faz parte do curso anexo, funcionará das 19 as 20 horas. É informado, também, a primeira matrícula para o Curso livre de Direito: o estudante Ismael Pessoa de Holanda, a quem o diretor reconheceu o direito de se inscrever sem prestar o exame vestibular, por já estar matriculado na Faculdade de Direito de Recife. Edição de 25 de junho de “O Jornal” dá conta de que os prazos para inscrição ao vestibular encerram-se nesta data, e que os professores se reunirão na Biblioteca Pública para apresentar o programa de suas cadeiras, e que está, já, matriculado no 1º ano o sr. Ismael Pessoa de Holanda, transferido da Faculdade do Recife. As aulas funcionarão a partir de 1º de julho próximo. Em 26 de junho, novo aviso publicado em “A PACOTILHA”, informa que os professores haviam se reunido e apresentado o programa de suas cadeiras, havendo nova reunião na proxima quinta-feira, 9 horas, no Centro Portugues, para discussão e aprovação dos referidos programas. Os professores dos curso anexos também reunir-se-iam à mesma hora, a fim de deliberarem sobre os ultimos exames de suficiencia e o horário definitivo das aulas. Ainda é informado que as inscrições dos candidatos aos exames vestibulares já havim se encerrado e que as mesmas seriam realizadas no domingo vindouro. E, conforme o jornal, no final da nota “parece que este ano só abrirá matricula para as cadeiras do primeiro ano do curso”. As aulas da Faculdade de Direito, curso livre, iniciam-se em 19 de julho de 2018, com a primeira aula de Direito Romano ministrada pelo professor catedrático dr. Raul da Cunha Machado. Informa ainda a nota de A Pacotilha que na proxima segunda-feira das 15 as 16 horas, a aula seria do professor catedrático de Filosofia do Direito, dr. Antonio Lopes da Cunha. Em 28 de junho, em “O Jornal” é informado que já havia uma matricula para o 2º ano do curso de Direito, a do sr. José Arimateia Cisne. Em reunião da Congregação, sob a presidencia do dr. Vianna Vaz, foram 96 97

DINO, Sálvio. A FACULDADE DE DIREITO DO MARANHÃO (1918-1941). 2ª Ed. São Luis: EDUFMA, 2014, p. 69 WILSON DA SILVA SOARES (1898-1949): maranhense, com trabalhos publicados em jornais e revistas, especialmente no âmbito de biografias e bibliografias. Fundador do IHGM, em 1925. Cf. HISTÓRIA E GEOGRAFIA- Revista trimestral do Instituto de História e Geographia do Maranhão, São Luís, ano I, n. 1, julho/setembro, 1926, pp. 55-59.


aprovados os programas do curso jurídico. Confirmado que as aulas começarão no dia 1º de julho próximo. As inscrições para o exame vestibular é prorrogada até 5 de julho próximo. É apresentado o horário do curso anexo. “O Jornal” de 1º de julho de 1918, traz-nos que inaugurara-se, oficialmente, a Faculdade de Direito. Foram propostos e aceitos unanimente para professores honorários o dr. José Viana Vaz, diretor da Faculdade, e o sr. Fran Paxeco, que, ipso fato, adquiriu o titulo de Dr. As aulas começariam a funcionar no dia 6 do corrente. “A PACOTILHA” de 2 de julho informa que requereram inscrição para exame vestibular no primeiro ano do curso juridico, os bacharéis em ciencias e letras Vitoriano de Almeida e Djalma Sacramento, diplomados depois de 1910 pelo Liceu Maranhense. “O Jornal” de 6 de julho informa que havia se encerrado no dia anterior a inscrição para os exames vestibulares, que seriam realizados no proximo dia 8, as 9 horas, sob a vigilancia do diretor dr. Vianna Vaz, e perante a mesa examinadora composta dos drs. Godofredo Vianna, Fran Paxeco e Antonio Lopes. Inscreveram-se os srs. José de Almeida Nunes, Vitoriano Cantanhede de Almeida, Djalma Sacramento. Matriculou-se no 2º ano da faculdade o sr. José Braz Coqueiro Aranha, bacharel em ciencias e letras pelo Liceu Maranhense. Domingo, ás 10 horas, farão exame de suficiencia os srs. Domingos Quadros Barboza Alvares, Ponciano Borges de Carvalho, Astrolabio da Silva Caldas, Valdemir Gueterres Soares e Silvio Rebelo, que se inscreveram até 15 de junho e ainda não se apresentaram. Na segunda-feira, depois de amanhã, começaram a funcionar as aulas dessa nossa escola superior. Enquanto não se resolver o problema da luz, não haverá aula noturna no Curso Anexo. Anunciado - a 8 de julho (Pacotilha) - os resultados, dos exames feitos no dia anterior (7 de julho), ultimos exames de suficiencia para o curso anexo. A mesa examinadora fora composta por Fran Paxeco, Antonio Lopes e Herbert Jansen, apresentando-se os srs. Domingos Barbosa, Astrolábio Caldas, Valdemir Soares, Silvio Rebelo e Ponciano Carvalho. Nas provas de portugues, obtiveram estas notas: - Silvio Rabelo, 7; Ponciano Carvalho, 6; nas de aritmetica, Ponciano Carvalho, 6; nas de geografia, Domingos Barbosa, 10; Astrolábio Caldas, 7; Ponciano Carvalho, 6; Valdemir Soares, 7; nas de frances, Astrolabio Caldas, 8; Silvio Rebelo, 6; Ponciano Carvalho, 6. Os professores e alunos do curso anexo devem reunir-se amanhã, as 17 horas, no lugar do costume, afim de se resolver sobre o horário, em vista da falta de luz. “Pede-se a comparencia de todos.” A 9 de julho, em “A Pacotilha”, é publicado novos resultados de exames de admissão, como segue: [...] sendo realizado ontem (8 de julho), às 16 horas os exames vestibulares dessa escola de ensino superior, tendo se apresentado os candidatos, que obtiveram as seguintes notas: dr. Almeida Nunes, aprovado com distinção; Vitoriano Almeida e Djalma Sacramento, aprovados plenamente. O primeiro ano do curso vai-se abrir com cinco alunos. A mesa examinadora esteve composta por Luis Carvalho, Antonio Lopes e Fran Paxeco, presidindo-a o dr. José Viana Vaz.

Quanto aos professores e alunos do curso em anexo, reunem-se hoje (8 de julho) às 17 horas, para se resolver sobre o horário das aulas, prejudicados pela escassez absoluta de luz. O Jornal de 10 de julho traz o resultado dos exames: dr. Almeida Nunes, aprovado com distinção; bachareis em letras Vitoriano Almeida e Djalma Sacramento, aprovados plenamente. O primeiro ano do curso vai se iniciar com cinco alunos já matriculados. Haverá reunião dos corpos docente e disciente do curso anhexo, para se resolver sobre o horário das aulas. No dia 22 de julho, é informado o horário das aulas do 1º ano do curso jurídico e social: 1ª cadeira – Filosofia do Direito, professor catedrático dr. Antonio Lopes da Cunha, aulas às segundas-feiras e sextas-feiras, das 15 às 16 horas.


2ª cadeira – Direito Público e Constitucional, professor catedrático dr. Godofredo Mendes Viana, aulas às terças-feiras e sextas-feiras, das 9 as 10 horas. 3ª cadeira – Direeito Romano, professor catedrático dr. Raul da Cunha Machado, aula às terças e sextas-feira, das 11 as 10 horas (sic). Aviso de 23 de julho, em A “PACOTILHA”, de que as aulas de direito publico e constitucional, cadeira a cargo do dr. Godofredo Viana, serão às quartas-feiras e sábados, das 9 as 10 horas. O erudito jurista daria sua primeira aula no dia seguinte. “Consta-nos que tencionam ir ouvi-lo, além dos alunos seus colegas de magistério e outras pessoas”, informa a nota. Em O Jornal, aviso de que as aulas de Filosofia do Direito serão às segundas e sextas feiras, das 15 as 16 horas; de Direito Romano, as terças e sextas, das 10 as 11 horas; de Direito Constitucional, as quartas-feiras e sábados, das 9 as 10 horas. O dr. Godofredo Vianna dará a sua primeira lição de Direito Constitucional amanhã, as 9 horas. A 24 de julho, o dr. Godofredo Viana realizou sua primeira aula de sua Cadeira de Direito Constitucional. Assistiram à mesma, além dos primeiranistas, os sr. Drs. Viana Vaz, diretor da faculdade; Alfredo de Assis, Alcides Pereira, José Romero de Golveia, Fran Paxeco, o coronel Virgilio Domingues, Domingos Barbosa, Domingos Perdigão, secretario da faculdade, etc. “Foi uma prelação magistral, que arrencou aplausos unanimes ao auditório.” Mesma noticia dada em O JORNAL. Nova nota, publicada em “A PACOTILHA” de 26 de julho, dão conta que o dr. Viana Vaz, diretor da Faculdade, nomeara o sr. Fran Paxeco para substituir o dr. Antonio Bona na regencia da cadeira de Psicologia, Lógica e Filosofia do curso anexo, nomeou agora professor substituto de Física e Quimica o farmaceutico Luis Gonzaga dos Reis., sendo que as aulas de Fisica ficarão sendo às quartas-feiras, das 16 às 17 , a de Latim, neste ultimo dia, passa a ser das 15 as 16. E que as outras cadeiras também iriam ter substitutos. A maioria das aulas do Curso anexo, por todo o mês de agosto, voltará a funcionar à noite. É apresentado o horário do segundo ano: 1ª cadeira: - direito internacional, professor catedrático dr. Carlos Humberto dos Reis, aulas as 2ª, 4ª e 6ª feiras, das 14 as 15 horas; 2ª cadeira: - Economia politica e ciencias das finanças, professor catedrático dr. Raimundo Leoncio Rodrigues, aulas as 2ª, 4ª e 6ª feiras, das 13 as 14 horas. 3ª cadeira: - direito civil, professor catedrático dr. João Vieira de Souza, filho, aulas as 3ª, 5ª e sabados, das 13 as 14 horas. Na segunda-feira, 29, o dr. Antonio Lopes, catedrático de filosofia do direito, proferirá a lição inaugural da sua cadeira. Para o ato ficam prevenidos os alunos do primeiro ano (A PACOTILHA). O dr. Carlos Reis, lente de Direito Internacional – 1ª cadeira do 2º ano – fará hoje a sua prelação inaugural (O JORNAL). A 30 de julho Antonio Lopes dá sua aula inicial da cadeira de Filosofia do Direito, do 1º ano do curso. Assistiram, além dos alunos, vários estudantes e mebros de sociedades literárias. Informa-se que será publicada. No 2º ano, deu a primkeira aula o dr. Carlos Reis, professor de Direito internacional, agradando muito ao seleto auditório. A diretoria da Faculdade tenciona realizar ato festivo ao dia 11 doi mês próximo, aniversário da fundação dos cursos jurídicos no Brasil. Na edição de 2 de agosto Em outra nota, informa-se que os professores da Faculdade de Direito, efetivos e substituos e do curso anexo deliberarão, na segunda ou terça-feira próxima, sobre o programa do festival festa a executar-se no próximo dia 11. A 6 de agosto, segunda-feira, em “A Pacotilha”, é informado sobre a reunião da congregação, para discutir a festa de aniversario da fundação dos cursos juridicos. Em outra nota, é informada sobre a reunião, decidindos-e pelos oradores. Nova reiunião, a 7 de agosto, informa-se que fora proposta conceder titulo de catedratico honorario a Rui Barbosa. Na edição de 8 de agosto, em “A PACOTILHA”, informa-se que, reunida a congregação da faculdade, discutiu-se a proposta do dr. Luis Carvalho, de conferir titulo de professor catedrático da Faculdfade de Direito do Maranhão a Rui Barbosa, submetido à apreciação, indicutível no dizer de Fran Paxeco, foi aprovado por aclamação, tendo o dr. Viana Vaz expedido dois telegramas, Um, a Rui Barbosa,


comunicando-lhe que fora aclamado professor honorário da Faculdade de Direito do Maranhão, e outro a João Mendes de Almeida, do Supremo Tribunal federal, para representar a congregação da faculdade no Jubileu de Rui Barbosa. A 12 de agosto, em “A PACOTILHA”, saiu matéria sobre as comemorações do dia 11, data da criação dos cursos jurídicos no País, no ano de 1827, com a participação de várias entidades, promovido pela Faculdade de Direito. Participaram os membros da Academia de Letras e de vários entes literários existentes no Maranhão: A 13 de agosto ainda continuavam as homenagens a Rui Barbosa, com a publicação dos discursos pronunciados. A 20 de agosto, “A PACOTILHA” informa que “Esteve concorridíssima a conferencia do Professor Suarez na Faculdade de Direito. Nota de 22 de agosto dá conta que fora conferido titulo de professor honorário da Faculdade de Direito à Fran Paxeco: “Diversos jornais do Rio noticiaram com palavras elogiosas, o fato de haver a Faculdade de Direito do Maranhão conferido o título de seu professor honorário a Fran Paxeco”.

Viera da Luz (1957) 98 trás que Fran Paxeco, ilustre lusitano de Setúbal, por sua inteligência e cultura, adquiriu a qualidade de cidadão das letras maranhenses – foi um dos fundadores da Academia de Letras (1908) e do Instituto Histórico e Geográfico (1926), títulos que honrou a vida toda, exercendo infatigável atividade no Maranhão. A Faculdade de Direito teve, em Fran Paxeco, o elemento impulsionador, de ação decisiva para que se efetivasse sua fundação, conferiu-lhe o título de Professor Honorário. Teve em tão alta conta essa deferência que, sendo da Academia de Ciências de Portugal, da Sociedade de Geografia de Lisboa, das Academias de Letras Maranhense, Piauiense e Alagoana, dos Institutos Históricos da Bahia, Pernambuco, Pará, Piauí e do Maranhão, das Associações de Imprensa do Pará e do Amazonas, ao publicar em Lisboa, em 1932, seu importante livro “Portugal não é Ibérico”, fez constar, no alto da página de rosto, simplesmente: FRAN PAXECO Prof. Honorário da Faculdade de Direito do Maranhão Os Bacharéis 98

VIEIRA DA LUZ, Joaquim. FRAN PAXECO E AS FIGURAS MARANHENSES. Rio de Janeiro: Livros de Portugal, 1957, p. 100-101.


Uma primeira preocupação foi a de resgatar aqueles que se graduaram no período de funcionamento da velha Faculdade, do bacharelato da primeira turma à última; encontramos: Adelman Brazil Corrêa (1923); Albert Armand Bottentuit (1933); Alberto Maciera Netto (1935 ou 15/07/1936); Alfredo Barbosa Vieira de Souza (1928); Aluisio Tupinambá Gomes (1933); Amarantino Ribeiro Gonçalves (1938); Américo Nunes (1924); Anthenor de Mourão Bogéa (1932); Antonio de Pádua Resende (1933); Antonio Pinto de Mendonça (1937); Antonio Regino de Carvalho (1925); Arcelina Rodrigues Mochel (1938); Argemiro Ribeiro de Moraes (1926); Armando Madeira Basto (1938); Astrolabio da Silva Caldas (1923); Aurora Correa Lima (1939); Benedito Crispim Pereira (1933 ou 03/1936); Benedito Ricardo Salazar (1923); Bernardo Pio Corrêa Lima (1928); Bernardo Silva (1937); Byron Torres de Freitas (1929); Caetano Martins Jorge (1939); Carlos Corrêa Rodrigues (1929); Carmencita Campos Basto (1938); Clodoaldo Silveira (1939); Clovis Pereira (1938); Cynobelino de Carvalho Netto (1938); Demosthenes Braga (1926); Danton Pinto Bandeira (1936); Dayse Florie Guimarães Passarinho (1939); Demostenes Castello Branco (1939); Desiderio Pinheiro Costa (1933); Edison Brandão (1924); Eduardo Aboud (1937); Emilio Abrahão Faray (1939); Eneas Mendes dos Reis Netto (1926); Erasmo Castro (1929); Ewaldo Martins Correia Lima (1938); Felipe Campos de Sousa (1933); Francisco Costa Fernandes Sobrinho (1936); Francisco Lisboa Viana (1925); Galeno Martins Britto (1938); Heider Queiroz Freitas (1936); Helio José Romano Cotrim (1940); Helio Martins Correia Lima (1938); Hermelindo de Gusmão Castello Branco (1926); Iberê Rodrigues da Cunha (1935); Issac Ferreira (1926); Ismael Pessôa de Hollanda (1923); Jacob de Sousa Martins (1935); Jeronymo Vieira Fontes (1939); João Alves Teixeira Netto (1939); João da Mata Barbosa Nunes (1937); João Guilherme de Abreu (1937); João Ignacio de Sousa (1940); João Lurine Guimarães, Junior (1927); João Mata de Oliveira Roma (1925); João Pacheco Cavalcanti Borges (1932); João Rodrigues da Cunha (1925); João Soares de Quadros (1926); José de Arimathéa Cysne (1927); José do Prado Castello Branco (1939); José Cursino de Azevedo (1923); José de Moraes Rego Costa (1939); José de LaRocque Almeida (1936); José Emanoel da Silva (1939); José Ferreira Dourado (1939); José Franklin Costa (1937); José Joaquim da Serra Costa (1936); José Mendes Salazar (1929); José Murilo Junqueira Santos (1935 ou 24/02/1937); José Ribamar dos Reis (1940); José Turibio Monteiro de Santana (1933); José Virgilio Castello Branco Rocha (1936); Jurandyr de Sousa Brauna (1938); Laffayete de Mendonça (1936); Luiz Dativo Bilio Bello (1939); Manoel Pinto Ribeiro (1935); Maria Celeste Rocha Mattos (1938); Maria da Gloria Marques (1937); Mário da Silva Soares (1932); Mário de Araujo Goulart (1935); Mario Santos (1935); Nynrod Jansen Pereira (1939); Ophelio das Chagas Leitão (1939); Orestes Mourão (1932); Oscar de Castro Neves (1928); Omar Ferreira de Carvalho (1938); Othon Rego (1931); Oton Melo (1925); Palmério Maciel Campos (1923); Pedro Corrêa Pinto (1923); Robert Wall de Carvalho (1939); Rogerio de Castro Mattos (1939); Ruben Ribeiro Almeida (1933); Ruy Ribeiro Moraes (1938); Sarney de Araujo Costa (1929); Severina Cutrim Ferreira (1939); Sidney Pacheco de Andrade (1937); Stelio Ribeiro Cavalcanti (1940); Sylvio Marques Meirelles (1938); Sylvio Rabello (1924); Tácito da Silveira Caldas (1939); Thales de Amarante Ribeiro Gonçalves (1932); Thomaz Castro da Cunha (1938); Valdemiro de Carvalho Santos (1932); Valdemiro Viana (1923); Vicente Ribeiro Gonçalves (1939); Virgilio Domingues Filho (1933); Waldemar de Souza Brito (1923); Warneck Campos Trinta (1933); Zélia Campos (1924); Zildo Fabio Maciel (1923).


ESPORTE & LITERATURA: ALGUNS AUTORES MARANHENSES E A CAPOEIRA LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão Cadeira 40 – Patrono: Dunshee de Abranches DOMINGOS VIEIRA FILHO In VIEIRA FILHO, Domingos. BREVE HISTÓRIA DAS RUAS E PRAÇAS DE SÃO LUÍS. 2a. ed. rev. E aum. São Luís : (s.e.), 1971. ao traçar a história da Rua dos Apicuns dá-nos notícias de ser local freqüentado por "bandos de escravos em algazarra infernal que perturbava o sossego público", os quais, ao abrigo dos arvoredos, reproduziam certos folguedos típicos de sua terra natural:

"A esse respeito em 1855 (sic) um morador das imediações do Apicum da Quinta reclamava pelas colunas do 'Eco do Norte" 99 contra a folgança dos negros que, dizia, 'ali fazem certas brincadeiras ao costume de suas nações, concorrendo igualmente para semelhante fim todos pretos que podem escapar ao serviço doméstico de seus senhores, de maneira tal que com este entretenimento faltam ao seu dever...' (ed. de 6 de junho de 1835, S. Luís.". O famoso Canto-Pequeno, situado na rua Afonso Pena, esquina com José Augusto Correia, era local preferido dos negros de canga ou de ganho em dias de semana, com suas rodilhas caprichosamente feitas, falastrões e ruidosos. VIEIRA FILHO (1971) afirma que ali alguns domingos antes do carnaval costumavam um magote de pretos se reunir em atordoada medonha, a ponto de, em 1863, um assinante do "Publicador Maranhense" reclamar a atenção das autoridades para esse fato. JOSUÉ MONTELLO In MONTELO, Josué. OS DEGRAUS DO PARAÍSO. Rio de Janeiro : Martins Fontes, 1965 em seu romance “Os Degraus do Paraíso”, em que trata da vida social e dos costumes de São Luiz do Maranhão, na passagem do século XIX para o século XX, conforme relato de Mestre Eli Pimenta: “ ... encontrei uma passagem interessante que fala da Capoeira naquela cidade e naquela época. O autor fala da inauguração da iluminação pública de São Luiz com lampiões de gás, ocorrida em 1863, e comenta as modificações na vida da cidade com a ruas mais claras durante a noite: "Ninguém mais se queixou de ter caído numa vala por falta de luz. Nem recebeu o golpe de um capoeira na escuridão. Os antigos archotes, com que os caminhantes noturnos iluminavam seus passos arriscados, não mais luziram no abandono das ruas." Eli Pimenta (Capoeira em São Luiz do Maranhão. In JORNAL DO CAPOEIRA, acessado em 26 de abril de 2005, disponível em http://www.capoeira.jex.com.br/) comenta que essa alusão à Capoeira encontrada em Os degraus do Paraíso nos passa a idéia de que capoeiristas perambulavam pelas ruas de São Luiz na primeira metade do século XIX, e não deixa de ser uma pista promissora de pesquisa para aqueles que querem descobrir a origem da Capoeira no Brasil.

DEJARD RAMOS MARTINS In - MARTINS, Dejard. ESPORTES: UM MERGULHO NO TEMPO. São Luís : (s.n.), 1989.

99

ECCHO DO NORTE – jornal fundado em 02 de julho de 1834, e dirigido por João Francisco Lisboa, um dos líderes do Partido Liberal. Impresso na Typographia de Abranches & Lisboa, em oitavo, forma de livro, com 12 páginas cada número. Sobreviveu até 1836.


aceita a capoeira como o primeiro “esporte” praticado em Maranhão tendo encontrado referência à sua prática com cunho competitivo por volta de 1877. Considera que tenha sido praticada antes, trazida pelos escravos bandu-angoleses. Fugitivos, os negros a utilizavam como meio de defesa, exercitando-se na prática da capoeira para apurarem a forma física, ganhando agilidade. "JOGO DA CAPOEIRA "Tem sido visto, por noites sucessivas, um grupo que, no canto escuro da rua das Hortas sair para o largo da cadeia, se entretém em experiências de força, quem melhor dá cabeçada, e de mais fortes músculos, acompanhando sua inocente brincadeira de vozarios e bonitos nomes que o tornam recomendável à ação dos encarregados do cumprimento da disposição legal, que proíbe o incômodo dos moradores e transeuntes". (MARTINS, 1989, p. 179) NASCIMENTO DE MORAES In NASCIMENTO DE MORAES. Vencidos e Degenerados. 4 ed.São Luís : Cento Cultural nascimento de Moraes, 2000

em uma crônica que retrata os costumes e ambientes de São Luís em fins do século XIX e início do XX, publicada em 1915, utiliza o termo capoeiragem: “A polícia é mal vista por lá, a cabroiera dos outros também não é bem recebida e, assim, quando menos se espera, por causa de uma raparigota qualquer, que se faceira e requebra com indivíduo estranho ali, o rolo fecha, a capoeiragem se desenfreia e quem puder que se salve”. (2000, p. 95) outro trecho da obra de Nascimento de Moraes, em que é mostrada com riqueza de detalhes uma briga, identificada como sendo a capoeira: “Ninguém melhor do que ele vibrava a cabeça, passava a rasteira. Armado de um ‘lenço’ roliço e pesado, espalhava-se com destreza irresistível, como se as suas juntas fossem molas de aço. Força não tinha, mas sabia fugir-se numa escorregadela dos pulsos rijos que avidamente o tentassem segurar no rolo. Torcia-se e retorcia-se, pulava, avançava num salto, recuava ligeiro noutro, dava de braço e pés para a direita e para a esquerda, aparando no ‘lenço’ as pauladas da cabroiera, que o tinha à conta dos curados por feiticeiros de todos os males. Atribuíam-lhe outros, a superioridade na luta, a certos sinais simbólicos feitos em ambos os braços, sinais que Aranha, muito de indústria, escondia ao exame dos curiosos, o que lhe aumentava o valor”.



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