REVISTA DO LÉO, NÚMERO 24.1, SETEMBRO DE 2019 - IGNÁCIO XAVIER DE CRVALHO - RECORTES & MEMÓRIA

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REVISTA DO LEO REVISTA ELETRONICA EDITADA POR

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Prefixo Editorial 917536

IGNÁCIO XAVIER DE CARVALHO – RECORTES & MEMÓRIA NUMERO 24.1 – SETEMBRO 2019 - EDIÇÃO ESPECIAL SÃO LUIS – MARANHÃO


A presente obra está sendo publicada sob a forma de coletânea de textos fornecidos voluntariamente por seus autores, com as devidas revisões de forma e conteúdo. Estas colaborações são de exclusiva responsabilidade dos autores sem compensação financeira, mas mantendo seus direitos autorais, segundo a legislação em vigor.

EXPEDIENTE REVISTA DO LEO Revista eletrônica EDITOR Leopoldo Gil Dulcio Vaz Prefixo Editorial 917536 vazleopoldo@hotmail.com Rua Titânia, 88 – Recanto de Vinhais 65070-580 – São Luis – Maranhão (98) 3236-2076

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LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Nasceu em Curitiba-Pr. Licenciado em Educação Física, Especialista em Metodologia do Ensino, Especialista em Lazer e Recreação, Mestre em Ciência da Informação. Professor de Educação Física do IF-MA (1979/2008, aposentado; Titular da UEMA (1977/89; Substituto 2012/13), Convidado, da UFMA (Curso de Turismo). Exerceu várias funções no IF-MA, desde coordenador de área até Pró-Reitor de Ensino; e de Pesquisa e Extensão); Pesquisador Associado do Atlas do Esporte no Brasil; Diretor da ONG CEV; tem 14 livros publicados, e mais de 300 artigos em revistas dedicadas (Brasil e exterior), e em jornais; Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Membro Fundador da Academia Ludovicense de Letras; Membro da Comissão Comemorativa do Centenário da Faculdade de Direito do Maranhão, OAB-MA, 2018; Recebeu: Premio “Antonio Lopes de Pesquisa Histórica”, do Concurso Cidade de São Luis (1995); a Comenda Gonçalves Dias, do IHGM; Premio da International Writers e Artists Association (USA) pelo livro “Mil Poemas para Gonçalves Dias” (2015); Premio Zora Seljan pelo livro “Sobre Maria Firmina dos Reis” – Biografia, (2016), da União Brasileira de Escritores – RJ; Foi editor das seguintes revista: “Nova Atenas, de Educação Tecnológica”, do IF-MA, eletrônica; Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, edições 29 a 43, versão eletrônica; ALL em Revista, eletrônica, da Academia Ludovicense de Letras. Condutor da Tocha Olímpica – Olimpíada Rio 2016, na cidade de São Luis-Ma.


REVISTA DO LÉO NÚMEROS PUBLICADOS

2017 VOLUME 1 – OUTUBRO DE 2017 - https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_1_-_outubro_2017 VOLUME 2 – NOVEMBRO DE 2017 - https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_2_-_novembro_2017 VOLUME 3 – DEZEMBRO DE 2017 - https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_3_-_dezembro_2017

2018 VOLUME 4 – JANEIRO DE 2018 - https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_4_-_janeiro_2018 VOLUME 5 – FEVEREIRO DE 2018 - https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_5_-_fevereiro_2018h VOLUME 6 – MARÇO DE 2018 - https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_6_-_mar__o_2018 VOLUME 6.1 – EDIÇÃO ESPECIAL – MARÇO 2018 - https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_especial__faculdade_ VOLUME 7 – ABRIL DE 2018 - https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_7_-_abril_2018 VOLUME 8 – MAIO DE 2018 - https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_8_-_maio__2018 VOLUME 8.1 – EDIÇÃO ESPECIAL – FRAN PAXECO: VIDA E OBRA – MAIO 2018 - https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_8.1_-__especial__fra VOLUME 9 – JUNHO DE 2018 - https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_9_-_junho_2018__2_ VOLUME 10 – JULHO DE 2018 – https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_10_-_julho_2018 VOLUME 11 – AGOSTO DE 2018 - https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_11_-_agosto_2018 VOLUME 12 – SETEMBRO DE 2018 - https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_12_-_setembro_2018 VOLUME 13 – OUTUBRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_13_-_outubro_2018 VOLUME 14 – NOVEMBRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_l_o_-_numero_14_-_novemb VOLUME 15 – DEZEMBRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revisdta_do_l_o_15_-_dezembro_de_20? VOLUME 15.1 – DEZEMBRO DE 2018 – ÍNDICE DA REVISTA DO LEO 2017-2018

https://issuu.com/…/docs/3ndice_da_revista_do_leo_-_2017-201


2019 VOLUME 16 – JANEIRO DE 2019 https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__16_-_janeiro_2019 VOLUME 16.1 – JANEIRO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: PESCA NO MARANHÃO https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__16_1__-_janeiro__20 VOLUME 17 – FEVEREIRO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_17_-_fevereiro__2019 VOLUME 18 – MARÇO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__18_-_mar_o_2019 VOLUME 19 – ABRIL DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__19-_abril_2019 VOLUME 20 – MAIO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__20-_maio_2019 VOLUME 20.1 - MAIO 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL – FRAN PAXECO E A QUESTÃO DO ACRE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__20.1_-_maio_2019_-_ VOLUME 21 – JUNHO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__21-_junho_2019 VOLUME 22 – JULHO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__22-_julho_2019 VOLUME 22.1 – JULHO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: CAPOEIRAGEM TRADICIONAL MARANHENSE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__22-_julho_2019_-_ed VOLUME 23 – AGOSTO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__23-_agosto_2019 VOLUME 23.1 – AGOSTO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: AINDA SOBRE A CAPOEIRAGEM MARANHENSE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__23.1-_agosto_2019_VOLUME 24 – SETEMBRO DE 2019 – LAERCIO ELIAS PEREIRA

VOLUME 24.1 – SETEMBRO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: IGNÁCIO XAVIER DE CARVALHO: RECORTES E MEMORIA


EDITORIAL A “REVISTA DO LÉO”, eletrônica, é disponibilizada, através da plataforma ISSUU – https://issuu.com/home/publisher. É uma revista dedicada às duas áreas de meu interesse, que se configuraram na escolha de minha profissão – a Educação Física, o Esporte e o Lazer, e na minha área de concentração de estudos atual, de resgate da memória; comecei a escrever/pesquisar sobre literatura, em especial a ludovicense, quando editor responsável pela revista da ALL, após ingresso naquela casa de cultura, como membro fundador. O número especial deste mês é dedicado ao Poeta IGNÁCIO XAVIER DE CARVALHO. Na introdução do artigo (seria um artigo...) pontifiquei: Ao falar de I. Xavier de Carvalho retomamos conversa havida entre os membros da Academia Ludovicense de Letras em sessão de 24 de julho de 2019. Foi proposta rever sua posição entre os grandes nomes de nossa literatura. Já havíamos conversado dias antes sobre o assunto – Antonio Aílton e eu. Decidimos por buscar maiores informações sobre o ‘príncipe dos poetas’ e resgatar, não só sua memória, como suas contribuições em jornais, publicadas nas cidades por onde passou. Além de poeta, contista, Juiz de Direito, Promotor Público, Professor de Literatura, Francês, Direito, e Jornalista... Ao se buscar os lugares da memória, entendemos que podem ser considerados como movimentos que têm por função evitar que o presente se transforme num processo do esquecimento e da perda de identidades (Le Goff, 2003 1. Em Nora, 1993 2, citado por Costa, 2007) 3. Os jornais ocupam um lugar privilegiado como armazenadores e formadores da memória social. A partir dessa ótica, os jornais poderiam ser pensados como construtores de lugares de memória, no sentido dado por Pierre Nora (1993, citado por Ribeiro, 1966) 4. Mais precisamente seriam eles, se não os lugares de memória, com certeza espaços privilegiados no arquivamento e produção da memória histórica, pois a imprensa, no processo histórico, deixa vestígios, marcas e produtos ao longo da trajetória socioeconômica e cultural da humanidade , sendo (GALVES, 2008) 5 Servimo-nos, assim, de fontes provenientes da imprensa escrita. Ao estabelecer a metodologia para a pesquisa, nos ativemos à proposta por DaCosta (2005)6, Vaz, 2014)7. Como no Atlas, aqui se trabalha com marcos históricos8, mas não se faz história9. Assim, ao se utilizar desta fonte – primária – devem-se levar em conta todos os periódicos disponíveis para consulta: utilizamo-nos da Hemeroteca da Biblioteca Nacional10:

1

LE GOFF, Jacques. Documento e monumento. In: _____. História e memória. 5. ed. São Paulo: UNICAMP, 2003, p.535-553, citado por COSTA, Márcia Cordeiro, obra citada. 2 NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Projeto História, São Paulo, v.10, n.10, p. 8-13, dez. 1993, citado por COSTA, 2007, p. 46-63. 3 COSTA, Márcia Cordeiro. ESQUERDA E FOLHA ACADÊMICA COMPONDO A HISTÓRIA DO ENSINO SUPERIOR DO MARANHÃO: impressos estudantis lugares de memória. Outros Tempos, www.outrostempos.uema.br, ISSN 1808-8031, Vol. 1 esp., 2007, p. 46-63 disponível em https://scholar.google.com.br/scholar?start=20&q=%22faculdade+de+direito+do+maranh%C3%A3o%22+&hl=ptBR&as_sdt=0,5 4 RIBEIRO, A. P. G. A história do seu tempo: a imprensa e a produção do sentido histórico. Rio de Janeiro, Dissertação (Mestrado em Comunicação) – Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1996, citado por COSTA, Márcia Cordeiro, obra citada. 5 GALVES, M. C. Jornais e políticos no município de Avaré. São Paulo: UNESP, 2000, citado por COSTA, Márcia Cordeiro, obra citada. 6 DaCOSTA, Lamartine Pereira (org).ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL. Rio de Janeiro: SHAPE, 2005http://www.confef.org.br/arquivos/atlas/atlas.pdf 7 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. ATLAS DO ESPORTE NO MARANHÃO. São Luis: SEDEL, 2014, disponível em http://cev.org.br/biblioteca/atlas-esporte-maranhao/ 8 Memória - registros descritivos e datados; não é diagnóstico nem plano. 9 História - processo de interpretação sob forma de narrativa com base temporal. 10 http://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/


JORNAIS DO MARANHÃO Descrição

Ocorrências

Diario do Maranhão (MA) - 1855 a 1911

231

Pacotilha (MA) - 1910 a 1938

154

Pacotilha (MA) - 1880 a 1909

74

O Paiz (MA) - 1863 a 1889

22

O Jornal (MA) - 1916 a 1923

21

Correio da Tarde : Folha Diaria (MA) - 1909 a 1911

11

Diario de S. Luiz (MA) - 1920 a 1949

9

Mensagens do Governador do Maranhão para Assembléia (MA) - 1890 a 1930

7

Relatorios dos Presidentes dos Estados Brasileiros (MA) - 1890 a 1930

6

O Imparcial (MA) - 1926 a 1946

3

Folha do Povo (MA) - 1923 a 1927

3

O Combate (MA) - 1925 a 1965

3

Noticias (MA) - 1933 a 1934

1

Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Maranhão : Para 1896 (MA) - 1896

1

No Amazonas: Diario Official (AM) - 1893 a 1900

13

Jornal do Commercio (AM) - 1905 a 1979

7

A Federação : Orgão do Partido Republicano Federal (AM) - 1895 a 1900

3

A Capital (AM) - 1917 a 1918

3

Commercio do Amazonas (AM) - 1870 a 1912

2

Mensagens do Governador do Amazonas para Assembléia (AM) 1891 a 1927

2

Jornal do Commercio (AM) - 1980 a 2007

1

Imparcial (AM) - 1918

1

No Pará Estado do Pará : Propriedade de uma Associação Anonyma (PA) - 1921

8

Folha do Norte (PA) - 1896 a 1903

1

O Pará (PA) - 1897 a 1900

1

No Rio de Janeiro: Almanak Laemmert : Administrativo, Mercantil e Industrial (RJ) 1891 a 1940

33

O Paiz (RJ) - 1920 a 1929

13

O Jornal (RJ) - 1930 a 1939

9

Fon Fon : Semanario Alegre, Politico, Critico e Espusiante (RJ) -

9


1907 a 1958 Jornal do Brasil (RJ) - 1910 a 1919

8

Correio da Manhã (RJ) - 1936 a 1939

8

Gazeta de Noticias (RJ) - 1930 a 1939

8

Diario de Noticias (RJ) - 1930 a 1939

7

Jornal do Commercio (RJ) - 1930 a 1939

7

Gazeta de Noticias (RJ) - 1920 a 1929

6

Correio da Manhã (RJ) - 1920 a 1929

5

Diario Carioca (RJ) - 1930 a 1939

5

O Paiz (RJ) - 1910 a 1919

5

Jornal do Brasil (RJ) - 1920 a 1929

4

Diario Carioca (RJ) - 1928 a 1929

4

O Jornal (RJ) - 1920 a 1929

4

Correio da Manhã (RJ) - 1940 a 1949

3

O Imparcial (RJ) - 1920 a 1929

3

Diario da Noite (RJ) - 1930 a 1939

3

O Seculo (RJ) - 1906 a 1916

3

A Noite (RJ) - 1940 a 1949

3

Jornal do Commercio (RJ) - 1920 a 1929

3

Correio da Manhã (RJ) - 1910 a 1919

2

Gazeta de Noticias (RJ) - 1890 a 1899

2

O Imparcial (RJ) - 1935 a 1939

2

O Jornal (RJ) - 1940 a 1949

2

A Manhã (RJ) - 1925 a 1953

2

O Paiz (RJ) - 1890 a 1899

2

Relatórios do Ministerio da Justiça (RJ) - 1891 a 1927

2

Jornal do Brasil (RJ) - 1890 a 1899

1

Jornal do Brasil (RJ) - 1900 a 1909

1

Jornal do Brasil (RJ) - 1930 a 1939

1

Jornal do Brasil (RJ) - 1950 a 1959

1

Correio da Manhã (RJ) - 1901 a 1909

1

Diario de Noticias (RJ) - 1970 a 1976

1

Gazeta de Noticias (RJ) - 1900 a 1919

1

O Imparcial : Diario Illustrado do Rio de Janeiro (RJ) - 1912 a 1919

1

O Imparcial (RJ) - 1940 a 1942

1

Jornal do Commercio Edição da Tarde (RJ) - 1909 a 1922

1

A Nação (RJ) - 1933 a 1937

1

A Razão (RJ) - 1916 a 1921

1

A Batalha (RJ) - 1929 a 1941

1

O Paiz (RJ) - 1900 a 1909

1

O Paiz (RJ) - 1930 a 1934

1

A Rua : Semanario Illustrado (RJ) - 1910 a 1927

1

A Esquerda (RJ) - 1928 a 1931

1

Almanaque do Garnier (RJ) - 1903 a 1914

1


A Noite (RJ) - 1920 a 1929

1

Jornal do Commercio (RJ) - 1890 a 1899

1

Jornal do Commercio (RJ) - 1910 a 1919

1

Qual Ignácio Xavier de Carvalho? No Almanaque do Garnier, de 1911, e referindo-se à História de São Paulo, às páginas 383-384, para o ano de 1776, aparece um Ignácio Xavier de Carvalho, entre as pessoas de bem, como organista da Sé:

No Diário de Maranhão, edição de 20 de fevereiro de 1885, sai esta nota: “Negociante. – Acha-se nesta capital, vindo do Brejo, onde é estabelecido, o sr. Capitão Ignácio Xavier de Carvalho, cavalheiro estimado e muito bemquisto e relacionado. Comprimentamol-o”.

Trata-se da mesma pessoa? Naquele ano, constava como estudante, ainda, no Liceu Maranhense Dividimos a presente memória em quatro capítulos: (re)construindo sua biografia, onde vamos buscar os dados referentes à sua vida pessoal, relações familiares, estudos. A seguir, sua carreira como ‘homem da justiça’, promotor e juiz de direito, resgatando sua carreira, a participação politica à ela relacionada, os imbróglios em que se meteu. A terceira parte, o Professor: do Liceu, de escolas particulares, da Universidade Popular, da Faculdade de Direito; por último: o Poeta e Jornalista. Por se tratar de resgate de memória, caberá aos estudiosos da literatura, critica literária e história literária, assim como sociólogos e historiadores, interpretar as informações aqui levantadas, dando-lhes sentido, para além dos dados desvendados, transformando-os em informações sobre o mesmo. Eliana (Shir) Ellinger (2015) 11 traz-nos uma sua biografia, em que destaca não haver maiores informações sobre sua juventude – “Não há registros confiáveis sobre sua juventude. Com certeza, sabe-se apenas que estudou Direito em Recife, de onde retornou para o Maranhão”:

11

ELLIGER, Eliana. XAVIER DE CARVALHO. IN Blog Clube do Poeta, 30 de junho0 de 2015, disponível em http://clubedepoetashomenagens.blogspot.com/2015/06/xavier-de-carvalho.html, utilizando como fonte de pesquisa www.patrimonioslz.com.br/; www.antoniomiranda.com.br


XAVIER DE CARVALHO (1871 - 1944) Poeta, Inácio Xavier de Carvalho nasceu em São Luís no dia 26 de agosto de 1871. Integrou, juntamente com Antonio Lobo e Fran Paxeco, entre outros, a Oficina dos Novos, movimento de renovação literária empreendido por um grupo de escritores maranhenses no início do século XX. Não há registros confiáveis sobre sua juventude. Com certeza, sabe-se apenas que estudou Direito em Recife, de onde retornou para o Maranhão. Exerceu cargos como o de promotor público, juiz municipal e professor de literatura no Liceu Maranhense. Colaborador assíduo dos jornais de sua época, deixou escritos dispersos no Pará, Amazonas e Maranhão, tendo publicado pouca coisa em livro. Em 1893, com a idade de 23 anos, lançou sua primeira obra, intitulada Frutos Selvagens. O meio literário de São Luís vivia então um momento marcado pela mudança e pela ruptura. As forças da renovação artística, representadas principalmente por Antonio Lobo, insurgiam-se contra a herança da poesia fácil dos cultores do romantismo, movimento que ainda permanecia em voga entre os poetas locais. A estréia de Inácio Xavier de Carvalho em livro contribuiu para inaugurar uma nova fase na literatura maranhense, embora tenha ele próprio causado certa reação entre os renovadores da Oficina dos Novos por conta de sua inclinação para o simbolismo, visto por alguns destes como uma escola decadente e estéril. Cultor do soneto e detentor de grande domínio técnico, Xavier de Carvalho foi um poeta suave, impregnado pelo verso simbolista, contido, mas também parnasiano em muitas passagens, o que certamente contribuiu para dar corpo ao equívoco crítico de considerá-lo um romântico tardio. Na verdade, ele foi, antes de tudo, um artista perfeitamente integrado à corrente poética de seu tempo, marcada pela difícil convivência entre o parnasianismo e o simbolismo. Político por vocação e gosto, Inácio Xavier de Carvalho viajou por Minas Gerais, Amazonas e Pará no exercício da magistratura, cedo perdendo contato com o Maranhão, para onde jamais regressou. Embora tenha permanecido bastante ativo, publicando periodicamente em jornais, consta que sua última obra, Parábolas e Parabolas, data de 1919. Morreu no Rio de Janeiro em 17 de maio de 1944.

NOIVAS MORTAS Essas que assim se vão, fugindo prestes, De ao pé dos noivos, carregando-os n'alma, Amortalhadas de capela e palma demanda dos páramos celestes; Essas que, sob o horror que a morte espalma, Vão dormitar à sombra dos ciprestes Em demanda dos páramos celestes Amortalhadas de capela e palma; Essas irão aos céus, de olhos risonhos, Por entre os Anjos, pelas mãos dos Sonhos, De asas flaflando em trêmulos arrancos,


De Alvas Grinaldas pelas tranças frouxas De olhos pisados e de olheiras roxas, Todas cobertas de Pecados Brancos. VOLTA Por desertos, por íngremes terrenos, Fui um dia aos serões desta Ansiedade Ver se ainda ouvia um só gorjeio ao menos Do bando exul das aves da Saudade... Debalde eu fui! O horror da tempestade Tombando como pérfidos venenos Dos amplos céus de minha Mocidade Matara de uma vez todos os trenos... Do alma horizonte pelas grandes curvas Vi apenas milhares de aves turvas Numa expansão dantesca de asas tortas... E eu voltei... E ao chegar da casa em frente Vi cair, aos meus olhos de Doente, Um triste bando de andorinhas mortas! No Diário de São Luiz, edição de 09 de abril de 1921, sai a seguinte nota: IGNÁCIO XAVIER DE CARVALHO. - O poeta das “Missas Negras” e o príncipe da poesia maranhense, consagrado, por Guerra Junqueira, em uma carta que lhe fizera, em agradecimento a sua produção ou obra literária e que modesto, como é, bem poucos o apreciam e conhecem. Sofrendo a ingratidão dos seus conterrâneos acha-se hoje em posição de destaque wm Belém, Neste laconismo, se encerra todo o seu valor, como professor de literatura.

Em 1943 (Diário de São Luis, 02 de setembro), Antônio de Oliveira ao falar da poesia maranhense, comentando livro recém-lançado de João do Rio, afirma: [...] Com a poesia, entretanto, não se deu aqui o mesmo fenômeno. Não houve propriamente colapso. A poesia não desapareceu com o maior de todos, o excelso Cantor dos Timbiras. Gerações de poetas se sucederam uma às outras, mantendo viva na terra maranhense a tradição de berço de poetas. Houve mesmo uma época em que brilhou formosa plêiade de vates, mais ou menos parnasianos, mais ou menos simbolistas, conforme a classificação ao gosto dos nossos historiadores literários. Ignácio Xavier de Carvlho, Maranhão Sobrinho, Vespasiano Ramos, Correa deAraujo, Assis garrido e outros menores, cujos nomes aos poucos se vão apagando, foram componentes dessas gerações, alguns dos quais ainda vivem.

Para traz Quando um dia eu parti de alegre Ermida Das minha puras ilusões da Infancia, Esta alma toda a transpirar fragancia, Nem presentio os transes da partida... Andei... Um dia, a estremecer com ancia, Pondo os olhos na estrada percorrida, Vi meus Sonhos cahindo de vencida, Apagados nas brumas da distancia...


E eu quiz ir para traz, num doudo assomo... Ah! mas toda a extensão da estrada encalma Via-a entulhada por montões de escombros... — Queres voltar, meu coração, mas como? Se tens tantos Vesuvios dentro d’alma Em um milhão de Termópilas nos hombros? (“Missas negras”) – X. de Carvalho Da Academia Maranhense de Letras – AML – temos a seguinte biografia12: Inácio Xavier de Carvalho nasceu em São Luís, a 26 de agosto de 1871 e faleceu no Distrito Federal, a 17 de maio de 1944. Bacharel em direito pela Faculdade de Recife, foi Juiz Substituto Federal no Maranhão; magistrado, professor, jornalista e poeta. Na opinião de Reis Carvalho, em seu estudo sobre a “Literatura Maranhense”, foi quem marcou, com o livro de estreia publicado em 1894, o início do ciclo “decadentista” nas letras maranhenses, nas quais avulta como uma das expressões mais fortes. Dominando com segurança a arte e sabendo trabalhá-la com mestria, foi, sem favor, dos melhores sonetistas que temos tido, de um alto poder de idealização e de expressão estética (Antônio Lôbo), Um dos fundadores da Academia Maranhense de Letras, nela criou a Cadeira nº 9, sob o patrocínio de Gonçalves Dias; posteriormente, com a ampliação do quadro social para o número clássico, foi feito patrono da Cadeira nº 37, cujo primeiro ocupante seria Ribamar Pereira.

Já na Wikipédia, consta: Inácio Xavier de Carvalho13 Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Xavier de Carvalho Nascimento

26 de São Luís, (MA)

agosto de 1871

Morte

17 de maio de 1944 (72 anos) Rio de Janeiro, (RJ)

Nacionalidade brasileiro Ocupação

Poeta, juiz, professor e jornalista

Inácio Xavier de Carvalho, mais conhecido como Xavier de Carvalho (São Luís, 26 de agosto de 1871 — Rio de Janeiro, 17 de maio de 1944), foi um magistrado, professor, jornalista e poeta maranhense. Foi membro da Academia Maranhense de Letras, onde foi o primeiro a ocupar a cadeira número 9, cujo patrono é Gonçalves Dias. Em decorrência do aumento do número de cadeiras na Academia, foi escolhido patrono da cadeira de número 37, inicialmente ocupada pelo poeta Ribamar Pereira. Foi bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Recife, tendo graduado em 1893. Também foi professor do Liceu Maranhense..Integrou, em companhia com Antonio Lobo e Fran Paxeco, entre outros, a Oficina dos Novos, movimento de renovação literária de 1901.

Quanto à bibliografia registra-se: “Frutos Selvagens” – São Luís, 1893; “Missas Negras” – Manaus, 1902, 48, p.; “Parábolas e Parabolas”, versos humorísticos – Pará, 1919, 32 p. LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ EDITOR 12 13

http://www.academiamaranhense.org.br/inacio-xavier-de-carvalho/ https://pt.wikipedia.org/wiki/In%C3%A1cio_Xavier_de_Carvalho


SUMÁRIO 2 5 11

EXPEDIENTE EDITORIAL SUMÁRIO LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ ANTONIO AÍLTON SANTOS SILVA

12 RECORTES & MEMÓRIA

(RE)CONSTRUINDO SUA BIOGRAFIA O PROMOTOR PÚBLICO E O JUIZ DE DIREITO O PROFESSOR O JORNALISTA E CRÍTICO LITERÁRIO O POETA & ACADEMICO

14 31 68 81 94


IGNÁCIO XAVIER DE CARVALHO:

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RECORTES & MEMÓRIAS LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ ANTONIO AÍLTON SANTOS SILVA


(RE)CONSTRUINDO SUA BIOGRAFIA Conforme publicação dos necrológicos publicados em jornais do Maranhão, sabe-se que era filho do Coronel Francisco Xavier de Carvalho e de d. Mariana Alves de Carvalho. Seus irmãos: Domingos Xavier de Carvalho, Antônio Xavier de Carvalho (ambos já falecidos), Francisco Xavier de Carvalho Filho, Maria José de Carvalho Fontes. Avô do dr. Freitas Carvalho, e irmão do Cel. Joaquim Cyrilo de Carvalho, negociante no Brejo. Seu pai faleceu em 08 de setembro de 1923, com 81 anos de idade. Era antigo comerciante na praça de São Luís, tendo feito parte da diretoria dos Bancos Comercial e Hipotecário. Jornais do Rio de Janeiro, ao anunciar seu falecimento trazem que era um abastado financista, e que um filho tinha parentesco, por casamento, com Raul da Cunha Machado, vice-governador do Estado. No Almanaque do Maranhão de 1948 consta como morando no Iguará, com a patente de tenente. A Situação (1866) diz que o Alferes Joaquim Xavier de Carvalho morava na Freguesia de São Joaquim do Bacanga, muito embora consta sua demissão, em 1847, da função de subdelegado por ter mudado de domicilio (O Progresso). Em 1849, nomeado juiz municipal suplente no município de Iguará (O Estandarte). No ano de 1854 aparece nomeação de suplente de juiz Municipal na cidade de Vargem Grande (O Estandarte). Em 1856, assume a função de delegado de Vargem Grande. Sabe-se que era maçom, conforme nota publicada em O Pensador, de 1881, chamando-o de católico sincero, apesar de maçon. É nesse ano (1881), que recebe a patente de Tenente Coronel comandante do 1º Batalhão de São Luis. Militou na politica do Estado, eleito várias vezes deputado à Assembleia Provincial Legislativa. Proclamada a República, fez parte da Junta Governativa, retirando-se, pouco depois, da política (Diário de São Luís, edição de 10 de setembro de 1923). Sobre sua mãe, sabe-se que morrera no ano anterior ao pai (Diário de São Luís de 1922, edição de 15 de abril), no dia 13 de abril de 1922, aos 79 anos. Faleceu na casa de seu genro, Joaquim Fontes, deixando cinco filhos. Em nota de falecimento de seu irmão Antônio Xavier de Carvalho, ocorrida em 1897, se conhece outros membros de sua família: sua cunhada, esposa do falecido, Estefânia Henriqueta de Freitas Carvalho, seu cunhado Joaquim Baptista do Prado, casado com d. Constância Arcângela Xavier de Carvalho Prado; outro cunhado, Aderbal de Carvalho, casado com Cândida Margarida Xavier de Carvalho, e o padre João Evangelista de Carvalho. Ignácio Xavier de Carvalho casou-se com Maria da Piedade Prado Carvalhal no dia 24 de maio de 1911 (A Pacotilha, edição de 25 de maio de 1911) Em 1924, em outra nota fúnebre, sabe-se que tinha uma filha adotiva, Olga Lauande, professora primária, filha de Salim Lauande e sua mulher Adelia Lauande. O jornal refere-se a irmãos, ao apresentar os pêsames à família. :Publica, então, o seguinte poema, em sua memória:


[...] Não há registros confiáveis sobre sua juventude. Com certeza, sabe-se apenas que estudou Direito em Recife, de onde retornou para o Maranhão. (ELLINGER, 2015) 14. Estudou no Liceu Maranhense! Pois em 1884 é publicado edital, em O Paiz, de 07 de novembro, chamando os alunos para prestar exames em diversas disciplinas: na de Latim constava Ignácio Xavier de Carvalho. Observa-se que, entre seus colegas de turma de Liceu, aparecem muitos personagens que irão influenciar a vida de São Luis e do Maranhão no inicio do século seguinte:

14

ELLIGER, Eliana. XAVIER DE CARVALHO. IN Blog Clube do Poeta, 30 de junho0 de 2015, disponível em http://clubedepoetashomenagens.blogspot.com/2015/06/xavier-de-carvalho.html, utilizando como fonte de pesquisa www.patrimonioslz.com.br/; www.antoniomiranda.com.br


Nas edições seguintes, novos editais, chamando os alunos para as provas. O mesmo se dá no ano de 1885, logrando aprovação, e 1886, também aprovado, como nos anos de 1887, 1888, 1889, 1890. No Diário de Maranhão, edição de 20 de fevereiro de 1885, sai esta nota: “Negociante. – Acha-se nesta capital, vindo do Brejo, onde é estabelecido, o sr. Capitão Ignácio Xavier de Carvalho, cavalheiro estimado e muito bemquisto e relacionado. Comprimentamol-o”. Trata-se da mesma pessoa? Naquele ano, constava como

estudante, ainda, no Liceu Maranhense, conforme outra nota, nesse mesmo jornal, de novembro de 1895, das notas dos exames gerais, da cadeira de Frances, sendo aprovado, junto com outros dois colegas de aula; seis foram reprovados e três não compareceram. Ainda do Diário do Maranhão, edição de 14 de dezembro de 1888, requeria prestar exames de Aritmética. Na edição de 17/12, quando da chamada para os exames gerais, consta que não foi admitido a fazer a prova. A 30 de dezembro, quando das provas de Geometria, em edital dando os resultados da mesma, consta que fora prejudicado nos termos do Decreto n. 9647, de 02 de outubro de 188615, o mesmo acontecendo com a disciplina de Geografia, Filosofia. Em 1890, concluído o Liceu, parte para o Recife (Pacotilha, 20 de março). O Diário do Maranhão (20/11/1891) o dá como terceiranista do curso de Direito, quando vem passar as férias em São Luis. Retorna do Recife para São Luís em 1892, já sendo tratado como Dr. Ignácio Xavier de Carvalho, embora só em 1883 houver concluído o Curso de Ciências Jurídicas e Sociais (edição de 19 de maio de 1893). No dia 29 de maio, está de volta à São Luis, já Bacharel: O Diário do Maranhão de 18 de outubro de 1893 o traz como membro da diretoria do Clube Iracema: Aparecem anúncios, em vários jornais da cidade de que colocara escritório de advocacia. Em nota de agradecimento, o Diário do Maranhão – edição de 18 de outubro de 1894 – noticia o lançamento de seu livro de poesias Frutas Selvagens:

15

https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-9647-2-outubro-1886-543421-publicacaooriginal-53702pe.html


Foi-nos ofertado um exemplar do livro de poesias Frutas selvagens, de que é autor o sr. Dr. Ignácio Xavier de Carvalho, o talentoso e mimoso poeta maranhense, de que temos por vezes apresentado as mais recomendáveis produções. O trabalho tipográfico é do nosso colega da Pacotilha. Agradecemos o mimo.

No ano de 1903, está relacionando entre os cidadãos que poderiam ser convocados a participar como jurados, conforme revisão da Lei, de 1902. Assim como, em 1903, consta como um dos acionistas, subscritores, da fábrica de tecidos Cânhamo, com 50 ações adquiridas. Vai vender parte de suas ações em 1909, ao Barão de Itapary. Para as comemorações do 03 de novembro, o Gremio Literário João Lisboa indica, dentre os organizadores, Ignácio Xavier de Carvalho, como membro da comissão. Na sessão solene do dia 25/11, é proposto como sócio honorário dessa agremiação estudantil. Em 26 de novembro foi lida correspondência que aceitava a honraria. O Diário do Maranhão de 23 de abril de 1903 o traz como adquirindo ações da Companhia Popular Seguradora, em numero de 35. Em 1904, adquire 50 ações do Banco Commercial, segundo relatório publicado em 06 de fevereiro, pelo Diário do Maranhão, totalizando 80 ações. 1905, revisão do alistamento eleitoral, consta relacionado como alistado. Neste mesmo ano é constituído o “Clube Patriótico Lauro Sodré”, do qual fez parte da diretoria provisória:


Lauro Nina Sodré e Silva , Primeiro governador constitucional do Pará : de 24 de junho de 1891 a 1º de fevereiro de 1897 Nascido a 17/10 em Belém, em 1858, e falecido no RJ, em 1944. Por não ter recursos para frequentar uma das escolas de Direito existentes no Brasil, conforme era sua vontade, seguiu a carreira de engenheiro do Curso Militar do Brasil, na Praia Vermelha. Entre seus professores, Benjamin Constant fora o responsável pela adesão dele a uma das correntes do positivismo, linha filosófica que influenciou as ideias do século XIX, no Brasil, e que tinha sido um marco no meio da juventude militar. A corrente seguida por Constant e seus discípulos não se alinhou à ortodoxia dos princípios do Apostolado Positivista liderados por outros intelectuais brasileiros, que favoreciam a solução republicana do movimento brasileiro condenando a realeza hereditária através das leis naturais, assumindo a via pacífica do "evolucionismo", e não através de uma revolução. Os positivistas não ortodoxos, ou seja, os que não seguiam a linha rígida dos princípios de Comte, como Benjamin Constant, Quintino Bocaiúva, apoiavam a via insurrecional e foi esta linha a adotada por Lauro Sodré. [...] Ele polemizou sobre religião e política, através das colunas de “A Província do Pará", usando o pseudônimo Danton, e do jornal "República", como Diderot. [...] Era maçon, criando, com isso, zonas de atritos com os católicos ultramano. [...] Foi republicano histórico, vindo da primeira hora das lutas pela implantação desse regime. Com Justo Chermont, Paes de Carvalho, Manuel Barata e outros, fundou o Clube Republicano. Em 1890, foi eleito para deputado à Constituinte Federal, sendo escolhido, em 1891, o primeiro governador constitucional do Pará. [...] A historiografia regional silencia sobre possíveis conflitos havidos por ocasião da promulgação do regime republicano no Pará, relatando apenas os fatos convencionais da tomada do poder dos monarquistas pelos republicanos. Mas estes ocorreram, quer entre os militares, quer entre os civis, aflorado mais fortemente através do episódio que ficou conhecido como o “levante do Cacaolinho” e que é registrado no livro “Um Democrata[ ] Os sucessos de junho ou o último motim político do Pará” (Belém: Imprensa de Tavares Cardoso & Cia, 1891). Este confronto entre as forças republicanas e monarquistas e alguns membros do clero paraense, coincidiu com o período de governo do Capitão Tenente da Armada Huet de Bacelar, gaúcho que veio nomeado pelo Governo Provisório para substituir Gentil Bittencourt, na interinidade do governo estadual, desde a nomeação de Justo Chermont para o Ministério das Relações Exteriores. Huet de Bacelar adotou medidas de repressão contra os adversários do seu governo, entre os quais os chefes dos jornais "O Democrata" e do "Diário do Grão Pará". Estes dois jornais foram apedrejados e os jornalistas agredidos, sendo acusado o governador, como mandante das violências. No dia 11 de junho de 1891, momento de instalação do Congresso Estadual que indicaria Lauro Sodré para o Governo Constitucional, ocorreu uma insurreição armada conhecida como o “levante do Cacaolinho”. Entre outras motivações que levaram ao “levante do Cacaolinho” sobressaem denúncias às eleições para a Constituinte Federal e Estadual, quando o Partido Democrata Republicano, apesar das alianças com as demais forças partidárias locais, como Partido Nacional Católico, foi derrotado fragorosamente pelo PRP Radical. [...] A Constituinte do Pará foi promulgada em 22 de junho de 1891, encerrando-se assim o período em que as nomeações dos governos estaduais eram feitas pelo Governo Provisório Republicano. Um dia depois, os constituintes elegiam por unanimidade o Governador Lauro Sodré, que assumiu o cargo em 24, permanecendo no governo até 1º de fevereiro de 1897.(Luiza Álvares, 23 de outubro de 2015, LAURO SODRÉ E A REPÚBLICA DO PARÁ, in http://politicaecronicas.blogspot.com/2015/10/lauro-sodre-e-republica-no-para.html




DIÁRIO DO MARANHÃO, 17 de maio de 1905


Também em 1905, é lançada uma Universidade Livre, Universidade Popular Maranhense, iniciativa de Antônio Lobo. Dentre os subscritores, estava Xavier de Carvalho

:


Essa Universidade funcionou de 1905 a 1911. Logo após o aparecimento da noticia de sua fundação, editais chamam os interessados a se inscrever aos exames gerais, conforme publicações do Diário do Maranhão, como estas, dos dias 21 e 25 de fevereiro de 1905; fica-se sabendo que mantinha curso de Ciências Médicas e Cirurgia, de Ciências Jurídicas e Sociais, curso da Escola Politécnica: O Tesouro Público do estado lança os débitos de consumo relativos ao ano de 1905, aparecendo, dentre os devedores, com endereço no Porto, Ignácio Xavier de Carvalho, como proprietário de dois botes (Diário do Maranhão, 9 de janeiro de 1906). Sua divida era de 37$500. A Intendência Municipal também cobra seu imposto sobre profissões, estando o dr. Xavier de Carvalho em dívida, no valor de 6$500, relativo ao ano de 1905. Em 1906, aparece como subscritor de ações da Cia de Fiação e Tecidos Maranhense, num total de 1 ação, no valor de $100, que irá se somar às outras 5, que já possuía, transferidas por seu irmão. (Diário do Maranhão, 31/08/1906). O Club Lauro Sodré, do qual é fundador e presidente, em manifesto, lança seu nome para deputado estadual (Diário do Maranhão, 4 de dezembro de 1906)


No Relatório do Banco Commercial, aparece como acionista do mesmo. (1909), e transferira suas ações a diversas pessoas. A 3 de maio, manifesta sua solidariedade ao capitão de mar-e-guerra Belfort Vieira: Seu nome aparece em uma lista, para assumir a administração dos Correios (Pacotilha, 1909):


Uma carta ĂŠ perdida: (Pacotilha, julho de 1909)

Em 30 de junho de 1909, um leitor pede ser registrada resposta a IgnĂĄcio Xavier de Carvalho, sobre noticia que fora publicada por ele, sobre o assassinato de um Ă­ndio:



Em 1913 (A Pacotilha, 21/11), publica anúncio, já divulgada nota anterior sobre sua constituição, da Caixa de Peculio “Lares e Berços”, em que Ignácio Xavier de Carvalho aparece como membro da Diretoria:

A 9 de setembro de 1914, a Pacotilha publica nota, sobre o funcionamento do pecúlio, envolvendo um seu funcionário e a diretoria:


A 11 de setembro, nova nota:


Em abril de 1915, por ocasião do lançamento de uma obra da Construtora Maranhense é informado que entraram na sociedade novos sócios, dentre eles, Ignácio Xavier de Carvalho (Pacotilha, 29/04/2015). De acordo com a Gazeta de Noticias, do Rio de Janeiro, edição de 4 dee dezembro de 1935, sua filha, Vera, gradua-se em Direito:


ti Em 1937, sai nota sobre seu casamento. O Jornal, do Rio de Janeiro (21 de setembro de 1940), em nota, informa que foi aposentado como Inspetor da Previdência, classe J. Convite para a missa de 30º dia de falecimento é publicado no Correio da manhã do dia 16 de junho de 1944


O PROMOTOR PÚBLICO E O JUIZ DE DIREITO EU! (Aos que me não compreendem) Vamos, pobre infeliz! Muda em asas teus braços! Desfere o vôo teu, no anseio profundo, Para o local que houver mais alto nos espaços, Para o trecho do céu mais distante do mundo! E uma vez lá chegando, errante e vagabundo, Desta vida cruel liberta-te dos laços E atira-te, a cantar, do precipício ao fundo... Quero ver-te cair dividido em pedaços! Morre como um herói! Deixa que o Meio brama! Fecha o ouvido ao Elogio e os olhos fecha à Fama E despreza da Inveja as pérfidas alfombras... E morre, coração! Pois, ao morrer, enquanto Tens Injustiças de uns, tens bênçãos de outro tanto... – Morrerás como o Sol – entre Luzes e Sombras! Em nota publicada em 08 de maio de 1895, é informado que deixara a função de Promotor Público da capital, nomeado interinamente. Começa sua carreira na Justiça:

Edital publicado no Diário do Maranhão, de 22 de agosto de 1895, já o traz como Juiz Substituto da 2ª. Vara Cível e Crime da Comarca da capital e dos feitos da fazenda estadual e município, etc.: Em 1895 – (Diário do Maranhão, 09 de setembro) - estava respondendo, já, pela 3ª. Vara Criminal e Cível, privativa da Provedoria, dos Resíduos e Casamentos de São luis-Ma, como juiz substituto:


A 30 de setembro, em Diário do Maranhão, publicada Portaria o nomeando Juiz Substituto da 2ª. Vara Criminal e Cível

E à 1º, de outubro, uma justificativa do Vice-Governador:


Assumindo a nova função a 4 de outubro, conforme avis publicado em 05/09:

E a seguir, novo remanejamento:

É de 30 de novembro de 1896 (Diário...), seu pedido de remoção:

A 12 de dezembro, nova Portaria, e nova remoção:

De sua carreira de Juiz de Direito, encontramos portaria tornada sem efeito sua nomeação para Juiz Federal Substituto da 3ª Vara da capital, em 189616:

16

Relatorios dos Presidentes dos Estados Brasileiros (MA) - 1890 a 1930 http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=720402&pesq=IGNACIO%20XAVIER%20DE%20CARVALHO


Logo abaixo, outra portaria, confirmando-o na função:

Em 1897, passa alguns meses no Rio de Janeiro, regressando em 1º de Janeiro de 1998. No ano de 1899 estava exercendo a função de Promotor Público da cidade de Alcântara, pedindo licença por três meses17:

Em 1900, pede exoneração de sua função em Alcântara:

Em abril de 1900, parte para Manaus, indo exercer a função de Juiz Municipal do Termo de São Felipe:

O Diário Oficial do Amazonas, de 1º de maio de 1900, publica Portaria de sua nomeação para exercer o cargo de curador geral das massas falidas, interinamente:

17

Mensagens do Governador do Maranhão para Assembléia (MA) - 1890 a 1930 http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=873039&pesq=IGNACIO%20XAVIER%20DE%20CARVALHO


Por ato do Governador do Amazonas, volta a assumir seu cargo de Juiz Municipal em São Felipe, conforme consta do D.O. de 04 de agosto de 1900

O Jornal Commercio do Amazonas, de 16 de dezembro de 1900, informa que estava de passagem por Manaus, em gozo de férias, dirigindo-se ao Maranhão. Na página seguinte, sai nota da Higiene Pública, dando-lhe licença médica para tratamento de saúde:

Essa licença é requerida dias antes, e publicada no D.O. de 22 de dezembro, determinando fosse inspecionado


O Diário do Maranhão de 27 de dezembro de 1900 registra sua chegada à São Luis, em gozo de férias, e dá outras informações, sobre sua atuação no Amazonas, colaborando com alguns jornais, e, também, falando de suas qualidades como poeta:

No ano seguinte, é nomeado Secretário do Tribunal da Relação do Estado do Amazonas, conforme nota de 09 de abril, em A Pacotilha


A 30 de novembro de 1901, conforme o Diário do Maranhão encontrava-se, novamente, doente

Em mensagem do Governador do Amazonas, é informado que se encontrava de licença de sua função. Terminada sua licença, como não se apresentou ao serviço, foi exonerado:

O Jornal do Commercio, de Manaus, em edição de 03 de setembro de 1910, informando sobre os atos do Governador do Maranhão, Luis Domingues, dentre eles, a criação de três vagas de juiz municipal, uma delas ocupada, a 1ª, por I. Xavier de Carvalho:


Em 1910, pela Pacotilha, sai uma nota atacando-o como Juiz, num caso envolvendo uma menor:



A 12 de dezembro de 2010, em A Pacotilha, aparece nota criticando o aparecimento de uma oposição à Luis Domingues, assinada por I. Xavier de Carvalho:





Ainda sob ataque, o autor de inumeras notas apontando um dedo a Xavier de Carvalho chama-o ‘poeta pascacio’, conforme publicação dos dias 14, 17, 18, 19, 20, 21 de dezembro de 2010, em A Pacotilha:














E logo a seguir, nessa mesma pรกgina:



Em 1911, ainda exercia a função de Juiz Municipal de Órfãos e Ausentes, segundo edital publicado em 15 de julho. Logo a seguir, outro edital, assinando como Juiz Municipal da Vara de Comércio. Na mesma Folha Diária, de 19 de agosto, registra, pela passagem de Lauro Sodré, sua participação nos festejos cívicos, sendo I. Xavier de Carvalho o orador oficial, posto ser presidente do Club Lauro Sodré. A Pacotilha de 1º de dezembro de 1911 traz uma longa nota assinada por Augusto Correa Guterres dirigida ao Governador do Estado, sobre o comportamento do Juiz Impagavel, semelhante ao ocorrido no ano anterior, também envolvendo uma menor e a sua tutela:



Em 1913, segundo a Pacotilha, edição de 28 de fevereiro, assume a 1ª Vara da capital:


Segundo esse mesmo jornal, em 02 de maio de 2014 é reconduzido ao cargo. A 25, assume o juizado de direito, no impedimento de seu titular. Em novembro (Pacotilha, 11/11/2014), Antônio Lobo publica, sob numero IV, réplica de uma nota saída truncada no dia anterior:


Em 1915, constava do Mapa de Juízes Municipais da Capital, assim como em 1916:

Respondia pela 1ª Vara Cível da Capital, nos anos de 1916 a 1918, realizando muitos casamentos, conforme registro dos jornais da época. Em 1917 deparamos mais um caso envolvendo o Juiz Ignacio Xavier de Carvalho:



Em 1918, o Jornal registra sua nomeação para Juiz Federal Substituto no Pará:


O Jornal A Capital, de Manaus, registra a criação da Faculdade de Direito de São Luis, constando I. Xavier de Carvalho como um dos professores, substituto:

Em 1919, aparece nota em que renuncia à função de lente da faculdade. O Imparcial, e A Capital, do Amazonas, em data de 05 de setembro de 1918, registram sua nomeação para Juiz Substituto Federal na seção do Pará:

Jornal do Commercio, de Manaus, edição de 23 de maio de 1924 traz a sua recondução à função de Juiz Substituto do Pará. Segundo o Paiz (18 de julho de 1935) do Rio de Janeiro, estava inscrito para prestar concurso para o cargo de Juiz no Acre. Saindo o resultado, dos nove candidatos à vaga, apenas cinco aprovados, e o nosso Xavier de \carvalho passou em quinto lugar. Em 1936, é reconduzido à função de Juiz Federal Substituto, em Belém do Para18. No ano de 1938 foi nomeado inspetor federal da faculdsde de Direito do pará para, logo a seguir, ser destituído da função. 18

O IMPARCIAL,08 de junho de 1936 http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=107646&pesq=IGNACIO%20XAVIER%20DE%20CARVALHO


Nesse mesmo ano, 1938, mudanças na composição da administração pública federal, e dentro dessa, do Ministério da justiça, extinta a função de juiz federal substituto, passou para os quadros da previdência, na qualidade de inspetor, tendo reclamado de sua classificação, por vários requerimentos, todos negados.


O PROFESSOR Do relatório do Diretor do Liceu Maranhense, referente ao ano de 1902, já constava como Professor de Literatura:

Tira licença de três meses:

Retornando de Manaus, e nomeado para o Liceu, em maio de 1902, solicita a permuta de cadeira, passando a responder pela de Frances:

Em 1903, vamos encontra-lo como professor da cadeira de Francês do Liceu Maranhense

Informa-nos o Diário do Maranhão de 17 de março de 1903 que assumira a presidência de “A Renascença Literária”



No ano de 1905, aparece como examinador do Colégio São Sebastião e do Colégio do Sagrado Coração de Maria

No ano de 1907 aparece dentre os professores do Instituto Nascimento de Moraes


O Diário do Maranhão, edição de 9 de outubro de 1906, publica uma resposta de Antonio Lobo à artigos publicados no A Imprensa, sobre uma aula daquele, em que o critica:


No dia 12 de outubro, no Diรกrio do maranhรฃo, novas notas, uma dirigida aos doutores em medicina, outra a Ignรกcio Xavier de Carvalho, sobre o mesmo assunto:


Em 25 e outubro, O Diário informa que o sr. Ignacio Xavier de Carvalho, juntamente com o tenente-coronel José Ribeiro Oliveira, deixava a redação de A Imprensa. Publicado em A Pacotilha – Jornal da Tarde, edição de 22 de julho de 1908, extensa nota assinada por Antônio Lobo, em resposta, sobre a literatura maranhense:







Em 1911, segundo chamada em A Pacotilha, edição de 21 de dezembro, constava como examinador do Instituto São José

Em 1918, estava relacionado como professor substituto da recém-fundada Faculdade de Direito do Maranhão19: PROFESSOR SUBSTITUTO - 5ª. SESSÃO ECONOMIA POLITICA, CIÊNCIA DA FINANÇA, E DIREITO ADMINISTRATIVO INACIO XAVIER DE CARVALHO

Poeta, Inácio Xavier de Carvalho nasceu em São Luís no dia 26 de agosto de 1871. Integrou, juntamente com Antonio Lobo e Fran Paxeco, entre outros, a Oficina dos Novos, movimento de renovação literária empreendido por um grupo de escritores maranhenses no início do século XX. Não há registros confiáveis sobre sua juventude. Com certeza, sabe-se apenas que estudou Direito em Recife, de onde retornou para o Maranhão. Aqui, exerceu cargos como o de promotor público, juiz municipal e professor de literatura no Liceu Maranhense. Colaborador assíduo dos jornais de sua época deixou escritos dispersos no Pará, Amazonas e Maranhão, tendo publicado pouca coisa em livro. Em 1893, com a idade de 23 anos, lançou sua primeira obra, intitulada Frutos Selvagens. O meio literário de São Luís vivia então um momento marcado pela mudança e pela ruptura. As forças da renovação artística, representadas principalmente por Antonio Lobo, insurgiam-se contra a herança da poesia fácil dos cultores do romantismo, movimento que ainda permanecia em voga entre os poetas locais. A estréia de I. Xavier de Carvalho em livro contribuiu para inaugurar uma nova fase na literatura maranhense, embora tenha ele próprio causado certa reação entre os renovadores da Oficina dos Novos por conta de sua inclinação para o simbolismo, visto por alguns destes como uma escola decadente e estéril. 19

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. MEMÓRIA DA FACULDADE DE DIREITO DO MARANHÃO.


Cultor do soneto e detentor de grande domínio técnico, I. Xavier de Carvalho foi um poeta suave, impregnado pelo verso simbolista, contido, mas também parnasiano em muitas passagens, o que certamente contribuiu para dar corpo ao equívoco crítico de considerá-lo um romântico tardio. Na verdade, ele foi, antes de tudo, um artista perfeitamente integrado à corrente poética de seu tempo, marcada pela difícil convivência entre o parnasianismo e o simbolismo. Político por vocação e gosto, I. Xavier de Carvalho viajou por Minas Gerais, Amazonas e Pará no exercício da magistratura, cedo perdendo contato com o Maranhão, para onde jamais regressou. Embora tenha permanecido bastante ativo, publicando periodicamente em jornais, consta que sua última obra, Parábolas e Parábolas, data de 1919. Morreu no Rio de Janeiro em 17 de maio de 1944. Fonte: www.patrimonioslz.com.br/ http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/maranhao/xavier_de_carvalho.html


O JORNALISTA E CRÍTICO LITERÁRIO Possivelmente sua carreira de jornalista tenha se iniciado como correspondente de jornal de Manaus, como deixa ver esta nota, publicada em 04 de abril de 1897, em A Pacotilha:

Em dezembro de 1905 é lançado “A Imprensa”, que o tem como um de seus redatores, conforme informa A Pacotilha do dia 15 daquele ano, quando de sua primeira publicação:

Logo a 24 de outubro de 1906, deixa a redação desse jornal, conforme informa nota em A Pacotilha:


O Diário do Maranhão, edição de 25 de setembro de 1906, agradece o envio de vários exemplares do jornal O Século, do Rio de Janeiro. Ignacio consta como seu correspondente:

Em 31 de maio de 1907, em A Pacotilha, sai a seguinte nota, envolvendo-o em um imbróglio:


Outra questão, envolvendo os irmãos Carvalho, publicado em A Pacotilha, edição de 10 de outubro de 1908:





Correa de Araújo publica em A Pacotilha, edição de 19 de agosto de 1910 o seguinte:



A Pacotilha (08/11/1917) publica uma oração proferida por Ignácio Xavier de Carvalho em homenagem à Gonçalves Dias:



No ano de 1919, em A Pacotilha (23 de maio), uma crítica à Antonio Lopes, em que Xavier de Carvalho é citado:


Em 1916, durante apresentação de uma peça musical, é homenageado, dentre outros jornalistas e autores maranhenses, pela troupe que aqui se apresentava (Pacotilha, 18?07/1916):

De Belém, em 1923, envia nota publicada no Diário de São Luis, sobre o raid Rio-Belém, em que aparece uma pequena quadra:


No ano de 1928, escreve crítica sobre a obra do padre Astolpho Serra, lançado em Belém, fazendo grandes elogios ao jovem poeta.20 20

O IMPARCIAL, 24 de abril de 1928, http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=107646&pesq=IGNACIO%20XAVIER%20DE%20CARVALHO


O POETA & ACADEMICO

O Diário do Maranhão, edição de 17 de janeiro de 1902, agradece o envio de um exemplar de seu livro Missas Negras:

No Diario do Maranhão de 08 de outubro de 1903, participa do Festival Rayol, declamando suas poesias


Em 1904, é lançado uma coletânea de poesias: Sonetos Brasileiros, por Laudelino Freire; seu nome aparece entre os grandes poetas do Maranhão – dentre os 19 selecionados -, conforme nota do Diário do Maranhão de 26 de setembro

Reunida a confraria da Academia Maranhense de Letras, da qual Xavier de Carvalho participava, para reforma de seus Estatutos:



Em O Jornal, edição de 16 agosto de 1917, Pery, ao falar do novo livro de Antonio Lopes, refere-se à Academia de Letras e aos seus membros, referindo-se, dentre os acadêmicos, a I. Xavier de Carvalho



Em 1917, também em edição de O Jornal (22 de outubro), era anunciada a criação do Grêmio Teatral Artur Azevedo, e Xavier de Carvalho constava como seu membro honorário:

No ano de 1918, durante a realização do Festival Helena Nobre, seria cantada a modinha “A lua se desata”, musicada pelo maestro Adelman Correa:

Na edição de O Jornal de 03 de julho de 1918 aparece este Ofertório:




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