REVISTA IHGM 2011

REVISTA Número 36 – MARÇO de 2011

DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO ISSN 1981-7770

Edição Eletrônica http://issuu.com/leovaz/docs/

REVISTA DO IHGM 36, MARÇO 2011

Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, v.1, n.1 (ago. 1926) - São Luís: IHGM, MARÇO DE 2011. n. 36. Edição eletrônica http://issuu.com/leovaz/docs/ ISSN: 1981-7770 1. História – Maranhão – Periódicos 2. Geografia – Maranhão - Periódicos p. 210 CDD: 918.21 CDU: 918.121 + 981.21

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ISSN 1981 – 7770 REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO NO 36 – MARÇO – 2011 EDIÇÃO ELETRÔNICA Rua de Santa Rita, 230 – Centro Edifício Prof. Antonio Lopes – 2º. Andar CEP – 65015.430 – SÃO LUÍS – MA Fone (0xx98) 3222-8464 Fax (0xx98) 3232-4766 E.mail: ihgm_ma@hotmail.com As idéias e opiniões emitidas em artigos ou notas assinadas são de responsabilidade dos respectivos autores.

ENDEREÇO DAS EDIÇÕES ELETRÔNICAS http://issuu.com/leovaz/docs/ http://issuu.com/leovaz/docs/revista_01_-_1926b http://issuu.com/leovaz/docs/revista_29_dez_2008 http://issuu.com/leovaz/docs/ihgm-30 http://issuu.com/leovaz/docs/ihgm_31_novembro_2009 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm__32_-_mar_o_2010 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_33_-_junho_2010 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_34_-_setembro_2010 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_35_-_dezembro_2010b

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INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO Fundado em 20 de novembro de 1925, registrado no Conselho Nacional de Serviço Social sob no. 80.578/75, de 14 de setembro de 1955 Reconhecido de Utilidade Pública pela Lei Estadual no. 1.256, de 07 de abril de 1926 Reconhecido de Utilidade Pública pela Lei Municipal no. 3.508, de junho de 1996 Cartório Cantuária Azevedo – Registro Civil de Pessoas Jurídicas – reg. no. 180, registro em microfilme no. 31063, São Luís, 23 de agosto de 2007 GESTÃO 2010/2012

Presidente de Honra: JOSÉ DE RIBAMAR SEGUINS CHAPA ANTONIO VIEIRA

Presidente: TELMA BONIFÁCIO DOS SANTOS REINALDO Vice-Presidente: LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ 1º. Secretário: JOÃO FRANCISCO BATALHA (até fevereiro de 2011) RAIMUNDO GOMES MEIRELES (a partir de março de 2011) 2º. Secretário: RAIMUNDO GOMES MEIRELES (até fevereiro de 2011) vago 1º. Tesoureiro: WASHINGTON LUIS MACIEL CANTANHEDE 2º. Tesoureiro: DILERCY ARAGÃO ADLER Diretor de Patrimônio: ÁLVARO URUBATAN MELO Diretor de Divulgação: MANOEL SANTOS NETO CONSELHO FISCAL Titulares: JOSÉ RIBAMAR SEGUINS JOSÉ RIBAMAR FERNANDES ILZÉ VIEIRA DE MELO CORDEIRO Suplentes: OSVALDO PEREIRA ROCHA KALIL MOHANA (até dezembro de 2010 – falecido) ESTERLINA MELO PEREIRA

Editor da Revista do IHGM LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

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SUMÁRIO Diretoria – Gestão 2010 - 2012 Sumário

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APRESENTAÇÃO LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Cadeira 40 CALENDÁRIO DE REUNIÕES PARA 2011 CICLO DE ESTUDOS/DEBATES – 400 ANOS DE SÃO LUÍS LEI N.º 3.508 DE 20 DE JUNHO DE 1996 PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO LUÍS PERFIL DOS SÓCIOS DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO TELMA BONIFÁCIO DOS SANTOS REINALDO Cadeira 06 KALIL MOHANA - EM MEMÓRIA KALIL MOHANA CLOVES SARAIVA Cadeira 43 DISCURSO DE RECEPÇÃO AO SÓCIO RAIMUNDO NONATO SERRA CAMPOS FILHO DILERCY ARAGÃO ADLER Cadeira 01 DISCURSO DE POSSE DO PROFESSOR RAIMUNDO NONATO SERRA CAMPOS FILHO NO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO RAIMUNDO NONATO SERRA CAMPOS FILHO Cadeira 05 PERFIL DE SÓCIO EFETIVO - RAIMUNDO NONATO CAMPOS DISCURSO NA POSSE DO PROF. RAIMUNDO NONATO CAMPOS - 12 DE JANEIRO DE 2011 TELMA BONIFACIO DOS SANTOS REINALDO Cadeira 06 85º ANIVERSÁRIO DO IHGM E CONFRATERNIZAÇÃO DE NATAL OSVALDO PEREIRA ROCHA Cadeira 08 O MESTRE DA MARANHENSIDADE ANTONIO NOBERTO DOM LUÍS DE BRITTO, O ANTISTITE SÃO-BENTUENSE ÁLVARO URUBATAN MELO Cadeira 54 SAI A 35ª EDIÇÃO DA REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO MARANHÃO MANOEL DOS SANTOS NETO Cadeira 11 JNM, CINQUENTA ANOS DE POESIA JOSÉ FERNANDES Cadeira 49

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ARAÚJO CASTRO ÁLVARO URUBATAN MELO Cadeira 54 PREFÁCIO DO LIVRO ‘SÃO JOÃO BATISTA – MA’, de Luiz Figueiredo EDOMIR MARTINS DE OLIVEIRA Cadeira 51 SERENATAS DE SÃO LUÍS JOSÉ FERNANDES Cadeira 49 FLOR DE LYS MHARIO LINCOLN Sócio Correspondente FELIZ 2011 AYMORÉ DE CASTRO ALVIM Cadeira 25 OS VAREIROS DE GRAJAÚ E O POVO DA RIBEIRA JOSÉ FERNANDES Cadeira 49 A BESTA-FERA JOSÉ FERNANDES Cadeira 49 SÃO BENTO. QUANDO OS MAGISTRADOS RESIDIAM NAS COMARCAS ÁLVARO URUBATAN MELO Cadeira 54 O SONHO DO JOVEM CANTOR JOSÉ FERNANDES Cadeira 49 MHARIO LINCOLN ENTREVISTA DILERCY ADLER MHARIO LINCOLN Sócio Correspondente BREVE REMINISCÊNCIA DE ANTÔNIO VESPASIANO RAMOS MANOEL SANTOS NETO Cadeira 11 DIOGO DOS REIS PINHEIRO AYMORÉ DE CASTRO ALVIM Cadeira 25 FÓRUM DO TRE DE SÃO BENTO TEM FOME ÁLVARO URUBATAN MELO Cadeira 54 CONFÚCIO, I CHING E MORAL ELIZABETH RODRIGUES Cadeira 59 AGENDAMENTO DO CICLO DE PALESTRAS PARA 2011

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REVISTA DO IHGM 36, MARÇO 2011 ANALISE SISTÊMICA DOS BAIRROS DA MADRE DE DEUS, COHAMA, CIDADE OPERÁRIA E ANIL EM SÃO LUIS - ILHA DO MARANHÃO: - O BAIRRO DA MADRE DE DEUS - COHAMA - CIDADE OPERÁRIA - ANIL TELMA BONIFÁCIO REINALDO Cadeira 06 A CORRIDA ENTRE OS ÍNDIOS CANELAS LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Cadeira 40 DR. DOMINGOS QUADROS BARBOSA ÁLVARES - ILUSTRE SÃO-BENTUENSE ÁLVARO URUBATAN MELO Cadeira 54 37º ANIVERSÁRIO DE FUNDAÇÃO DO GOAM OSVALDO PEREIRA ROCHA Cadeira 08 CHAMADAS PARA O ORIENTE ETERNO OSVALDO PEREIRA ROCHA– Cadeira 08 4º CENTENÁRIO DA CIDADE DE SÃO LUÍS DO MARANHÃO JOSÉ RIBEMAR SOUSA REIS Cadeira 56 A INDUSTRIALIZAÇÃO NO MARANHÃO AO FINAL DO SÉCULO XIX E INÍCIO DO SÉCULO XX: A ERA TÊXTIL (1890 - 1970) CÉLIO GITAHY VAZ SARDINHA Cadeira 19 ANA HÉLIA DE LIMA SARDINHA AGROINDUTRIALIZAÇÃO MARANHENSE RAIMUNDO CARDOSO NOGUEIRA Cadeira 06 SAUDAÇÃO AO SOBERANO IRMÃO RUBENS RICARDO FRANZ OSVALDO PEREIRA ROCHA Cadeira 08 DIA INTERNACIONAL DA MULHER AYMORÉ DE CASTRO ALVIM Cadeira 25 E SOBRE O DIA INTERNACIONAL DA MULHER...

DILERCY ADLER Cadeira 01 REPENSANDO A MUNICIPALIZAÇÃO DA SAÚDE JOSÉ MÁRCIO SOARES LEITE Cadeira 15 POR QUE HOLANDESES? AYMORÉ DE CASTRO ALVIM Cadeira 25

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MÊS DE MARÇO E MINHA VIDA OSVALDO PEREIRA ROCHA Cadeira 08

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ÁLVARO URUBATAN MELLO Cadeira 54 SOCIEDADE MARANHENSE DE HISTÓRIA DA MEDICINA AYMORÉ DE CASTRO ALVIM Cadeira 25 APA DO MARACANÃ: SUBSÍDIOS AO MANEJO E À EDUCAÇÃO AMBIENTAL RAIMUNDA NONATA FORTES CARVALHO NETA Cadeira 27 PASSAGEM DA COLUNA PRESTES POR PARAIBANO-MA LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Cadeira 40 ARARI, MAÇONS & MAÇONARIA: leitura para Maçons e não Maçons JOÃO FRANCISCO BATALHA Cadeira 23 ESTÓRIAS DO HOMEM CHAMADO PECUAPÁ CLAUBERPEREIRA LIMA Cadeira 50 DIA INTERNACIONAL DA MULHER OSVALDO PEREIRA ROCHA Cadeira 08 HISTÓRIA DO DIA INTERNACIONAL DA MULHER OSVALDO PEREIRA ROCHA Cadeira 08

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GRAJAÚ EM FESTA

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APRESENTAÇÃO O IHGM está recuperando sua tradição de produzir Ciência. Neste primeiro número de 2011, temos a colaboração dos seguintes sócios efetivos: ÁLVARO URUBATAN MELO - Cadeira 54; AYMORÉ DE CASTRO ALVIM - Cadeira 25; CÉLIO GITAHY VAZ SARDINHA - Cadeira 19 CLAUBER PEREIRA LIMA – Cadeira 50; CLOVES SARAIVA - Cadeira 43; DILERCY ARAGÃO ADLER - Cadeira 01; EDOMIR MARTINS DE OLIVEIRA - Cadeira 51; ELIZABETH RODRIGUES - Cadeira 59; JOÃO FRANCISCO BATALHA - Cadeira 23; JOSÉ FERNANDES - Cadeira 49; JOSÉ MÁRCIO SOARES LEITE - Cadeira 15; JOSÉ RIBAMAR SOUSA REIS - Cadeira 56; LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ - Cadeira 40; MANOEL DOS SANTOS NETO - Cadeira 11; MHARIO LINCOLN - Sócio Correspondente; OSVALDO PEREIRA ROCHA - Cadeira 08; RAIMUNDA NONATA FORTES CARVALHO NETA - Cadeira 27; RAIMUNDO CARDOSO NOGUEIRA - Cadeira 06; RAIMUNDO NONATO SERRA CAMPOS FILHO - Cadeira 05; TELMA BONIFÁCIO DOS SANTOS REINALDO - Cadeira 06; além de outros colaboradores, num total de 41 artigos. Alguns contribuíram com mais de um... Não que tivessem mandado suas colaborações diretamente para publicação de nossa Revista. Muitas das contribuições estão sendo ‘replicadas’ de jornais e livros publicados, num resgate da contribuição do IHGM com as coisas da História, da Geografia e das Ciências afins produzidas no/do Maranhão. O IHGM na mídia...

Outros produzem seus textos visando à própria Revista. A tradição revivida de palestras apresentadas em todas as AGO está surtindo seus efeitos. Só temos que estimular outros sócios a se apresentarem. Assim como, a exemplo do Confrade José Fernandes, lançamentos de livros, no IHGM – ou mesmo pré-lançamentos... Isso, ainda não vem acontecendo.

Temos conseguido manter, dessa forma, cerca de 200 páginas por edição. O formato eletrônico tem possibilitado manter a periodicidade. Falta o hábito de ler no computador. Talvez os novos suportes – Tablet, iPod – um dia resolvam esse problema.

O papel está-se se tornando muito caro, para que possamos nos valer desse suporte.

A entrada de novos sócios, a preocupação de tornar as atividades mais visíveis ao público externo, são objetivos da atual Diretoria. Este ano, talvez consigamos preencher as 20 vagas disponíveis.

Precisamos estimular os Sócios a comparecerem, agora. Para além dos cerca de 8 a 12 habituais freqüentadores, algumas vezes chegando a 22, como aconteceu em dezembro...

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Editor do presente número

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CALENDÁRIO DE REUNIÕES PARA 2011 1. Reuniões de Diretoria – Hora: início (previsto) 16:00 horas 2. Assembléia Geral – Hora: início (previsto) 17:00 horas APROVADO EM REUNIÃO DE DIRETORIA DIA 18/01/2011 MÊS JANEIRO FEVEREIRO MARÇO

ABRIL MAIO JUNHO

JULHO AGOSTO SETEMBRO

OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO

DIA 19 26 09 23 16

Reunião de Diretoria ASSEMBLÉIA GERAL Reunião de Diretoria ASSEMBLÉIA GERAL Reunião de Diretoria

OBSERVAÇÕES

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ASSEMBLÉIA GERAL

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Reunião de Diretoria ASSEMBLÉIA GERAL Reunião de Diretoria ASSEMBLÉIA GERAL Reunião de Diretoria

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ASSEMBLÉIA GERAL

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Reunião de Diretoria

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ASSEMBLÉIA GERAL

Adesão do Maranhão / data magna CICLO DE DEBATES I

03 31 14

Reunião de Diretoria ASSEMBLÉIA GERAL Reunião de Diretoria

Palestra Washington

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ASSEMBLÉIA GERAL

Palestra Elizabeth Revista 38

19 26 09

Reunião de Diretoria ASSEMBLÉIA GERAL Reunião de Diretoria

Palestra Leopoldo

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ASSEMBLÉIA GERAL

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ASSEMBLÉIA GERAL Reunião de Diretoria

Palestra Telma Palestra Leopoldo Palestra Álvaro (Vavá) Revista 36

Palestra Telma Palestra Aymoré Palestra Washington Revista 37

Aniversário do IHGM CICLO DE DEBATES II Palestra Magna Revista 39

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COMISSÃO DE COMEMORAÇÕES DOS 400 ANOS DE FUNDAÇÃO DE SÃO LUÍS PORTARIA 03/IHGM, de 15/12/2010

CICLO DE ESTUDOS/DEBATES – 400 ANOS DE SÃO LUÍS CONSIDERANDO que não está devidamente estabelecida a data da fundação de São Luis – 1612, por Daniel de LaTouche, ou 1616, por Jerônimo de Albuquerque, segundo os inúmeros trabalhos nesse sentido que têm aparecido nos últimos anos, em que se coloca ser uma ser uma ‘tradição inventada’ a fundação francesa da cidade de São Luís do Maranhão; CONSIDERANDO, diante das questões levantadas, que neste momento não cabe ao IHGM definir a questão, haja vista a necessidade de novos estudos e documentos comprobatórios, a contribuição deste Instituto é, justamente, possibilitar os debates, procurando respostas.

O IHGM se propõem a iniciar um ciclo de estudos e debates, a partir deste ano de 2011, estendendo-o até o final do próximo ano, composta a programação de SEIS (06) SEMINÁRIOS, no formato de ‘open space’ (espaço aberto) em que Especialistas debaterão temas específicos, fazendo-se o registro escrito de suas posições, e o dos debates que serão travados.

Esses especialistas deverão ser de fora do quadro do IHGM, e em suas exposições abordarão os aspectos: a) Histórico b) Social c) Econômico d) Geopolítico as exposições serão coordenadas por Sócio efetivo do IHGM, que fará documento final, relatando os debates e as suas conclusões.

Num segundo momento, já com o formato de Encontro Científico tradicional, com apresentação de temas-livres e pôsteres, com a participação do mundo acadêmico, envolvendo nossas IES, e em seus dois segmentos; a) DOCENTES/PESQUISDORES - apresentação oral, no formato tema-livre, com documento escrito de no máximo 25 páginas, ABORDANDO os Temas de cada um dos encontros, garantindo-se a publicação na Revista do IHGM; b) DISCENTES - apresentação escrita no formato de pôster, que ficará em exposição durante o dia de realização do evento, com encaminhamento de documento escrito, no formato de resumo estendido, com o máximo de cinco páginas, também com publicação na Revista do IHGM.

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Cada Expositor poderá apresentar no máximo dois (02) trabalhos, SENDO, em um deles, na qualidade de autor único, ou autor principal; no segundo trabalho deverá constará como co-autor.

No caso de trabalho inscrito em autoria múltipla – dois (02) a no máximo quatro (04) autores por trabalho, e o autor principal for docente, a apresentação poderá ser oral ou em forma de pôster, conforme indicação; caso o(s) docente(s) apareça(m) como coautor(es), a apresentação será no formato de Pôster (autor principal discente).

Serão estabelecidos prazos para inscrição dos trabalhos, e encaminhamento dos artigos, para a publicação e o agendamento das apresentações, segundo a categoria Poderá haver uma Conferencia Magna, ministrada por um especialista, que antecederá as exposições.

PROGRAMA SUGERIDO – ONE DAY SEMINAR (seminário de um dia) 08:00 – Abertura 08:15 - Conferencia Magna 09:15 – Intervalo (café) 09:30 – Exposição e debate – 30 minutos para cada expositor 12:30 – Debate com a plenária 12:30 – Encerramento 09:15 – 17:30 – Sessão de Pôsteres 13:30 – 17:30 – Sessão de Exposição Oral – 10 minutos por expositor, mais cinco de debates = 15 minutos para cada trabalho.

FORMAÇÃO DO MARANHÃO DATA

TEMA

28/JULHO-2011 (quinta-feira) 25/NOVEMBRO-2011 (sexta-feira) 25/ABRIL-2012 (quarta-feira)

OBSERVAÇÃO

Conquista/Ocupação Territorial - Estado Colonial autônomo - Consulado Pombalino - Estado do Reino Unido do Brasil, Algarves e Portugal: 1535 a 1811 Província do Império do Brasil - Fausto econômico e cultural - As tradições da Atenas Brasileira e da Fundação Francesa de São Luís - Maranhão Oligárquico Do "Maranhão Novo" ao novo Maranhão: 1965 aos dias atuais

FUNDAÇÃO DE SÃO LUIS 29/AGOSTO-2012 (QUARTA-FEIRA)

05/SETEMBRO– 2012 (QUARTA-FEIRA)

12/SETEMBRO2012 (QUARTA-FEIRA

A CIDADE DE SÃO LUIS FOI FUNDADA POR FRANCESES - FUNDAMENTOS PARA ESSA ASSERTIVA A CIDADE DE SÃO LUIS NÃO FOI FUNDADA POR FRANCESES - FUNDAMENTOS PARA ESSA ASSERTIVA A CIDADE DE SÃO LUÍS FOI FUNDADA POR QUEM? - CONCLUSÕES POSSÍVEIS

EXPOSIÇÃO POR ESPECIALISTAS/DEBATES EXPOSIÇÃO POR ESPECIALISTAS/DEBATES SISTEMATIZAÇÃO (EXPOSIÇÃO PELA COMISSÃO DOS 400 ANOS)/ CONCLUSÕES (DEBATES)

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Comissões Auxiliares – por indicação da Comissão, poderão ser formadas comissões auxiliares, constituídas por ato da Presidência da mesma; prazo: até 15 de ABRIL; CRONOGRAMA – a Comissão, aprovado o Plano de Trabalho, apresentará o cronograma completo, constando todos os prazos, de divulgação, inscrição, editoração, e execução do evento; prazo: 30 de ABRIL; EXPOSITORES – definido o Programa, a Comissão ouvirá os Sócios Efetivos para indicação de especialistas em cada temática ou período, definindo os participantes, e providenciando os convites. Em caso de residentes fora de São Luís, as providencias necessárias para o comparecimento na data prevista; prazo: indicação dos Sócios: até 15 de ABRIL; definição dos palestrantes: até 30 de ABRIL; Divulgação da Programação ao público externo, prazos de inscrição, encaminhamento dos textos, prazo: até três (03) meses da data de realização de cada etapa.

Todos os trabalhos apresentados – Conferências, Exposições, Trabalhos acadêmicos serão publicados na Revista do IHGM, correspondente ao período de realização dos Seminários do Ciclo de Estudos. Os trabalhos que não forem encaminhados até 40 (quarenta) dias da data de realização da etapa, só serão publicados na(s) revista(s) seguinte, ou na Revista de Dezembro de 2012. A Revista deverá ser lançada no dia do Seminário, quando será colocada à venda.

Cada autor terá direito a hum (01) exemplar.

A Comissão definirá o local de realização do Evento, aberto ao público em geral, devendo ser local que comporte grande público, e possibilite o uso de vários espaços, adequados para as palestras, debates e para as exposições orais e pôsteres.

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PREFEITURA DE SÃO LUÍS GABINETE DA PREFEITA LEI N.º 3.508 DE 20 DE JUNHO DE 1996 CONSIDERA DE UTILIDADE PÚBLICA O INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO E RURAL, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. O PREFEITO DE SÃO LUÍS, Capital do estado do Maranhão.

Faço saber a todos os seus habitantes que a Câmara Municipal de São Luís decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º É considerado de utilidade pública o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, fundado em 20 de novembro de 1925, com sede e foro no Município de São Luís, Capital do Estado do Maranhão, localizado na Rua Almir Nina, 230, 2º andar-Centro.

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3º - Revogam-se as disposições em contrário.

Mando, portanto, a todos quantos o conhecimento e execução da presente Lei pertencerem que a cumpram e a façam cumprir, tão inteiramente como nela se contém. A Secretaria Municipal de Governo, a faça imprimir, publicar e correr.

PALÁCIO DE LA RAVARDIÈRE, EM SÃO LUÍS, 20 DE JUNHO DE 1996, 175º DA INDEPENDÊNCIA E 108º DA REPÚBLICA. CONCEIÇÃO ANDRADE PREFEITA

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PERFIL DOS SÓCIOS DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO TELMA BONIFÁCIO DOS SANTOS REINALDO

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EM MEMÓRIA1

KALIL MOHANA *Viana, 8 de novembro de 1935 + São Luís, 24 de dezembro de 2010

Kalil Mohana era filho de Miguel e Anice Mohana, cristãos libaneses maronitas, que se mudaram para o Brasil, dentre outros motivos, perseguição dos turcos islamitas contra os cristãos libaneses maronitas e a área reduzida do Líbano. Resolveram se estabelecer nas cidades de Coroatá, Bacabal e Viana. Esta última foi o local onde Kalil nasceu em 10 de novembro de 1935. Cursou o Primário; e o Ginásio no Colégio Marista (1949 a 1952), o científico no Ateneu Teixeira Mendes (1953) e São Luís (1954 a 1955). Fez os cursos de Geografia, História e Didática na Faculdade Filosofia (1957 a 1960), semente da Universidade Federal do Maranhão. É membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, eleito e empossado em 1995, para a Cadeira nº 47, ocupando a cadeira de patrono seu irmão João Mohana; ocupa a cadeira de nº 8 da Academia Vianense de Letras (AVL), patroneada por seu irmão, o médico, escritor e padre João

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Nota elaborada por Leopoldo Gil Dulcio Vaz, com a colaboração de Manoel dos Santos Neto

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Mohana. Professor universitário aposentado e autor do livro Viajando e Educando: As grandes Viagens.

Curso de Aperfeiçoamento - Curso para Representante de CADES e Treinamento de Professores - Brasília- DF – 1968 – 360 horas. Cursos de extensão: Psicologia Educacional- Promovido pelo MFC – São Luis – maio de 1967; Harmonia Conjugal e educação dos filhos –MFC- São Luis – maio de 1967.

Dirigiu a CADES de 1963 a 1971, ensinou no Marista, na Escola Normal do Estado, em vários cursinhos Pré-Vestibular, na Federação das Escolas Superiores e é um dos fundadores da UEMA (Universidade Estadual do Maranhão), onde ensinou durante vários anos. Atividades Didáticas Exercidas: Professor Titular de Estudos de Problemas Brasileiros da Escola de Engenharia – UEMA- desde 1971 (Aprovado em concurso público em 1º lugar); Professor Titular de Estudos de Problemas Brasileiros da Escola de Agronomia – UEMA- desde 1974; Chefe do Departamento de Estudos Complementares da Escola de Engenharia Civil- UEMA –desde 1972; Cursos ministrados: História, Geografia, DSPB e Sociologia – Colégio Marista- MA, 1960 a 1976; História, Geografia, DSPB e Sociologia – Curso Pré-vestibular do Colégio Marista- 1970 a 1976; História Geral e do Brasil – Curso Pré-vestibular José Maria do Amaral- MA – 1966 a 1976; História Geral e do Brasil- Cursos Pré-universitários da Faculdade Ciências Econômicas – UFMS – 1964 a 1965; Educação Moral e Cívica para professores inscritos em Exame de Suficiência- UFMA- de 18/12/70 a 19/02/1971; Didática e Psicologia para Professores da Escola e Agronomia – UEMA- 1974; Didática Geral para Professores de nível médio- Secretaria de Educação- Janeiro de 1960; Educação de Adultos –Secretaria de Educação- Outubro e Novembro de 1968; Atualização Didática para UBES em Convênio em PUC/RS e PUC/GO para Professores de nível superior na implantação das Faculdades Católicas – Brasília- DF- 1975; Métodos e Técnicas de Ensino para Professores da SDEDUC- Duque de Caxias- RJ – 1975; Orientou o encontro de professores de Matemática e Didática dos Docentes da Faculdade de Educação de Caxias – MA- 1977; Reflexão e Revisão Didática para docentes da Escola de Agronomia, Medicina Veterinária, Engenharia e Administração – UEMA- 1977; Humanização no Trabalho para Técnicos da SUDAM- Belém-PA- Junho de 1980; Didático Geral para Professores promovido PA CADES- São Luis- 1964, 65, 66, 67 a 69; Palestras Proferidas: “Responsabilidade Profissional” para concludentes da Escola Normal – São Luis – 1968 e 1969; “Problemas Brasileiros” para professores da Escola de Agronomia – UEMA- 1974; Aula Inaugural do Artigo 99 através da TV DifusoraCanal 4 sobre “sentido de prática”- setembro de 1969; Participação de Bancas Examinadoras: Membro da Banca de Exames de Suficiência em Educação Moral e Cívica e História – UFMA- Portaria 07/71; Membro da Banca de Exames de Suficiência em História e Didática – Universidade do Para- Portaria n º 03/69; Membro da Banca Examinadora de História do Brasil para concurso de Habilitação da Faculdade de Serviço Social- UFMA- 1967; Outras Atividades Profissionais - Diretor do Ensino Secundário credenciado para Orientador de Cursos para Exame de Suficiência no Maranhão- Portaria 368- A- MEC03/11/64; Técnico de Educação no Instituto do Maranhão – de 1968 a 1973; Orientador do Encontro de Diretores do Colégio Carolina- Carolina/MA – 1966; Orientador

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Pedagógico nos cursos para professores da CADES- 1964, 1965, 1967 e 1969; Orientador do 1º Encontro de Professores de Geografia e História – São Luis- 1967; Orientador do Encontro de Professores de Ciências Físicas e Biologia , Desenho e Matemática- Caxias- MA – 1966; Orientador do Encontro de Professores de Educação Moral e Cívica – São Luis- 1970; Orientador da Jornada e Divulgação das Metas dos Ginásios Orientados para o trabalho em Municípios Maranhenses – São Luis- 1970; Orientador do Encontro de Professores de Matemática – São Luis- 1967; Orientador da Jornada de Reflexão sobre educação e Didática- Imperatriz- 1970; Coordenador da Jornada Pedagógica – Balsas –MA; Coordenador do 1º Encontro de Escolas de Engenharia de São Luis e São Carlos – São Paulo- São Luis – 1974; Coordenador de Assuntos Estudantis da UEMA – de 1977 a 1980; Membro do Conselho Federativo da UEMA como Representante do Corpo Docente da Escola de Engenharia – MA – de 1975 a 1981; Conheceu o mundo inteiro (por meio de rápidas viagens) realizou 35 viagens com alunos do Colégio Maristas, e 91 com formandos universitários. Estágios e Viagens Culturais: Planejou, coordenou e realizou viagens para Estágio de Observação com Concludentes das Escolas de Engenharia e Agronomia- UEMA- em projetos específicos das áreas dos formados – de 1972 a 1998. Realizou em caráter particular, com fins culturais, viagens internacionais por mais de 60 (sessenta) países dos 5 (cinco) continentes .

Trabalhos Elaborados e Divulgados Elaborou e divulgou para uso de alguns professores e alunos nos cursos ministrados as seguintes apostilas: As vantagens do método psicogenético – 1965 Sentido de Pátria – 1967 O adolescente em trânsito para Universidade- 1967 Relações Humanas no trabalho- 1968 A vocação do Professor – 1968 Como estudar, Como ensinar- 1968 O homem de hoje, sentido e angústia- 1970 O caráter e a Psicologia do povo Brasileiro- 1971 Os desafios da automação em 1972 O respeito a Liberdade de Outro em 1979 O respeito pela verdade em 1980 Maturidade Imaturidade e Responsabilidade em 1981 As qualidades do Líder em 1982

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Espiritualidade em Plena Profissão em 1985 A Sociedade Enferma em 1985 Lavagem cerebral e Alienação pela TV em 1986 Recalque e Estilo profissional em 1987 Política Externa Brasileira em 1988 Ministrou Cursos de Maturidade Liderança e Humanização para cerca de 90 turmas de formados dos vários Cursos da FESN e UEMA em viagens de Estudo e Pesquisas de 1970 e 1999 Publicou o Livro “Viajando e Educando” em 1998 Proferiu Palestra e ministrou curso para 250 jovens de vários Colégios de São Luis (A crise Social, Política e Econômica e Familiar) patrocinado pelo ROTARY CLUBE, no Colégio Marista Fatos Importantes e Títulos Honoríficos Foi professor titular de estudos de Problemas Brasileiros e Ciências Políticas dos Cursos de Agronomia, Engenharia Civil e Mecânica da FESM-UEMA de 1970 a 1997 Chefe do departamento de Estudos Complementares da Escola de Engenharia do Maranhão e 1971 a 1982 Chefe do Departamento de Ciências Sociais do CCSA de 1982 a 1997.

Realizou 94 Turmas de Viagens- Estágios com formandos dos vários Cursos de Civil, Agronomia, Mecânica, Administração e Medicina Veterinária de 1971 1982 Foi nome de 20 turmas de Formados de Engenharia Civil, Mecânica e Agronomia de 1974 a 1998 Foi Patrono e Paraninfo de Varias turmas de Mecânica e Agronomia Foi nome de Turma e Formandos (licenciatura Mecânica e Civil) do CEFET em 1999 Recebeu 40 placas de Ouro e Prata como Homenagem e Gratidão de Varias turmas de Formados da FESM e UEMA

JP - http://www.jornalpequeno.com.br/2010/12/26/informe-jp---adeus-a-kalil-mohana141596.htm O professor Kalil Mohana, escritor, falecido aos 75 anos de idade, escreveu a sua própria história e um pouco da história do mundo em livros que deixou para o julgamento da posteridade. Homem de vasto conhecimento cultural, dono de uma erudição estruturada a partir de graduações e especializações nos campos da Teologia,

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Geografia e História, Kalil Mohana dedicou-se também à formação didática de seus alunos. Um de seus livros em destaque nessa área, “Viajando e Educando” e, outro, “As Grandes Viagens”, explicam sua trajetória de conhecedor do mundo.

O escritor pertencia a uma família na qual o cristianismo se exacerbava pela solidariedade, fraternidade e aconselhamento. Era irmão do também cultor das letras e erudito Padre Mohana, que despendeu muito tempo se preocupando com a vida desregrada e o sofrimento inato de poetas maranhenses.

Em uma loja da Rua Afonso Pena, nas proximidades do Jornal Pequeno, Kalil Mohana era visto e ouvido cotidianamente por muitos interlocutores que apreciavam sua erudição. Filósofo por formação e intuição, ocupava-se deliberadamente em desvendar os mistérios da consciência humana. O comportamento humano era a matéria prima das principais digressões do velho professor e filósofo da Cades, Universidade Federal do Maranhão, Faculdade de Filosofia, Maristas e Ateneu Teixeira Mendes. Um dos fundadores da Universidade Estadual do Maranhão, Kalil Mohana deixa muitas saudades entre todos aqueles que tiveram o apanágio de viver na pacífica e antiga São Luís e também na agitada São Luís dos dias de hoje. Nossos sinceros pêsames à família Clauber Lima: É uma pena que o nosso confrade tenha partido assim na véspera do Natal. Rezarei por seu descanso eterno hoje a noite. Meus pensamentos e orações estão com a família.

Bilhete enviado pelo Professor Kalil Mohana por ocasião da posse de Clauber Lima no IHGM e a resposta de Clauber: Estimado Padre Lima: Como expliquei ao Padre Meireles, as safenas e a queda recente me impedem a ida ao IHGM (escada "m?....) mais de uma vez em uma semana; ora, fui à posse da Diretoria a 28.07, então, amanhã, que pena!!

Tive cuidado (e algum trabalho) para fazer a mensagem que lhe mando, pois você e Meireles são os 02 padres mais cultos do Maranhão.

Ore por nós. Kalil Mohana - 31.07.08 Resposta: Prezado Professor Kalil Mohana: Saúde e paz! É uma honra para mim acolher sábias palavras na Carta de boas-vindas e no cartão que me foi endereçado.

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Infelizmente compromissos inadiáveis em minha comunidade portuguesa no oeste canadense (cidade de Calgary na província da Alberta) me impediram de encontrá-lo pessoalmente.

Padre Mohana foi e é o mais brilhante de todos os maranhenses e a família Mohana e todos os maranhenses sentem-se abençoados por tê-lo entre nós. Padre João Mohana comentava comigo em suas aulas de Psicologia sobre sua irmã Olga Mohana, junto a seu piano e os irmãos Mohana todos unidos na harmonia do lar. Isto dava-lhe o equilíbrio para ser o grande intelectual brasileiro e solidificava os laços desta família.

Esteja certo Professor Kalil Mohana que incluirei a si e a toda a família Mohana em minhas orações diárias, mesmo nas épocas mais frias do inverno rigoroso de Calgary, aonde as temperaturas chegam a 37 negativos.

Que Deus dê-lhe saúde e abundância de vida. Em Cristo por Maria!

Na cidade de Calgary, 27 de agosto de 2008.

Pe. Clauber Lima - Ex-aluno do Padre João Mohana José Márcio Soares Leite - Cadeira nº 15 do IHGM O falecimento do Confrade e Professor Kalil Mohana deixa enlutada não somente sua família, mas todo o Maranhão.

Kalil era dessas pessoas que sempre imaginamos insubstituíveis. Profundo conhecedor de história do Brasil e Universal, geografia, sociologia, antropologia, Kalil que tive a honra de ter sido meu professor no Colégio Maristas era acima de tudo um educador. Com as salas de aula sempre cheias, ficávamos a nos deleitar com suas verdadeiras descrições do passado, como se estivéssemos vivendo aquele momento e principalmente a análise desses fatos frente ao presente e ao futuro.

Que Deus o receba na sua morada eterna, restando aos amigos e admiradores a saudade de sua ausência, com o consolo de que sua presença na terra foi tão marcante que ele se manterá vivo em cada um dos seus ex-alunos, que o têm sempre presente no dia a dia de suas vidas.

Osvaldo Pereira Rocha - Sócio Efetivo, cadeira nº 8 Acabo de tomar conhecimento do infausto acontecimento. O nosso sodalício tem, com essa morte, uma grande perda humana e cultural.

Que o Grande Arquiteto do Universo tenha recebido Kalil Mohana na Paz Celestial do Oriente Eterno e o mantenha sob a luz de Sua face!

Pêsames para a família enlutada, mas com o conforto da partida de um homem que só fez o Bem. Edomir Martins De Oliveira – cadeira 51 Daqui de Vitória-ES digo-lhe ainda uma vez da minha profunda tristeza pela perda do confrade, ele, que foi professor dos mais eméritos,

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historiador que fez escola e que me cercou da sua estima e atenção, honrando-me sempre, e onde estivesse, em passeio, ou em estudo, enviando-me um postal, dando-me suas notícias. Foi uma enorme perda para o Maranhão. Toda homenagem será pequena para o muito que ele merece.

Retornarei a São Luis-MA. somente no dia 06.01.2011, quando levarei à família enlutada minhas condolências.

José Cursino Raposo Moreira. Economista Fonte: O Estado do Maranhão http://imirante.globo.com/oestadoma/noticias/2010/12/28/pagina188782.asp.

Da última vez em que estive pessoalmente com o professor Kalil Mohana, em visita que lhe fizemos no Hospital UDI eu e o querido amigo Nelson Frota, no mês de novembro passado, saí com a sensação de que teria sido aquela a derradeira “dialética” que travara com ele, como costumava referir-se às discussões de que tomava parte, sendo mestre em estimulá-las. Ele estava em tratamento hospitalar de problemas respiratórios que o vinham acometendo recentemente.

Conversamos entusiasticamente sobre as possibilidades futuras do Maranhão diante dos novos investimentos que estão ocorrendo no estado, lembramos saudosamente dos tempos dos Maristas, onde o conheci na condição de seu aluno em 1967, pela primeira vez, e ele reafirmou sua crença na pedagogia inovadora da formação de jovens que praticou em sua vida docente.

Neste 24 de dezembro, lamentavelmente, aquela minha intuição se confirmou, com a notícia recebida de seu sobrinho e meu muito prezado colega de ginásio e científico, Miguel Mohana, que o professor Kalil acabara de falecer.

Durante o Regime Militar que vigorou no Brasil de 1964 a 1985, o Colégio Maranhense, dirigido pelos Irmãos Maristas, era uma das escolas de excelência em São Luís, tanto no ensino das ciências exatas, quanto das humanísticas e das letras.

Com quadro docente formado quase exclusivamente de “Irmãos”, lá pontificavam na Química, Física, Matemática e Geometria Ivo Anselmo Höhn, Raimundo Lobato e Acácio; Pio Jerônimo Barroso de Albuquerque, Luciano e Sérgio Martins em Língua Portuguesa, Inglês e Literatura, além de outros a exemplo dos Irmãos Luís, Mário, Jaime, Lourenço, Itaici, Domingos etc. Os “leigos” constituíam exceção e entre estes a maior expressão sem dúvida era o jovem professor Kalil Mohana.

Em tempos difíceis como eram aqueles, o Marista conseguiu encontrar um meio termo para forjar em seus alunos consciência crítica em relação ao que se passava no país, ao mesmo tempo em que mantinha na linha da moderação e da institucionalidade os jovens de classe média que a pequena São Luís de então lhe entregava à responsabilidade de formação e educação.

E certamente o artífice maior desse trabalho foi o professor Kalil Mohana, com a sua pedagogia dos “debates de questões problemas” que apresentava ao final de suas sempre atraentes aulas de História Geral ou Geografia ou da então contestada “Moral e Cívica”, introduzida nos currículos escolares pelo Regime para “fazer a cabeça” da juventude a seu favor.

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Através de tal prática tivemos, os alunos de Kalil, a oportunidade de conhecer e nos aprofundar em temas da realidade brasileira como nenhum estudante de nossa contemporaneidade em suas escolas jamais teve. O estudo desses assuntos segundo tal metodologia foi fundamental para moldar consciência crítica em nós sobre a realidade socioeconômica do Brasil e do Mundo da época e para nos orientar com segurança até na escolha de nossas profissões e nas nossas opções políticas.

Paralelamente, as famosas Excursões ou “Viagens de Estudos” constituíam o outro fundamento em que o professor Kalil apoiava o seu método de ensino e aprendizagem. Percebi, já na idade adulta, que o mais importante destas viagens era o processo de sua preparação, onde havia divisão de tarefas entre os participantes, cabendo a cada um diferentes responsabilidades, tais como captação de patrocínios, organização de roteiros e logística, até provimento de medicamentos de primeiros socorros. Em linguagem atual, estaríamos sendo treinados para sermos “empreendedores”. “Ao mesmo tempo, o processo de planejamento das viagens continha “palestras de formação”, em que os valores da cidadania, responsabilidade e maturidade eram ludicamente repassados aos “Kalilvaneiros”.

Com a morte de Kalil Mohana morre também um dos últimos exemplares de um tipo de professor cuja influência na formação de gerações se torna inesquecível e ingressa no campo da mitologia. Às vezes, me pegava interrogando meus filhos, quando estudantes do ensino fundamental e médio, acerca de seus mestres e da importância deles em suas vidas iniciantes. Com que tristeza verificava a indiferença quase generalizada com que estes passaram em suas existências, não sendo reconhecidos como elementos fundamentais em suas formações como posso dizer, em meu nome e de meus contemporâneos, que foi o professor Kalil Mohana na minha.

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KALIL MOHANA CLOVES SARAIVA **Em memória do grande mestre** É de Viana Tem muita grana, Ninguém o engana Não dá banana!

Não se profana!

Professor, muito bacana, Logo ao nascer, disse a cigana: -Tal príncipe da corte lusitana, A boa sorte lhe afana, O mau olhado logo espana, Onde ele está ninguém se dana Até ao oposto se irmana.

Na ditadura da dura cana Acaso lhe questiona Roda à baiana Com a mente sana Nunca se abana Na sua poltrona Quando se ufana Viaja, se manda Pra Beirute ou Copacabana Mesmo de havaianas...

No grande astral de sua persona Manda cartões, não telefona!

Dá sua própria gana Fez três safanas Mas, não lhe empana “La vitta bonna” Com os amigos, ir de carona Jantar na antiga zona Cobiçado por belas matronas E uma delas tal Gioconda Zaira Amazona casta e branda Cuja idade pede que esconda Lá no solar a plena varanda Recordando o que Deus manda Feliz é a Glória dos Mohanas! Êpa! Veio ficar só o fim-de-semana O Natal e Ano e logo se manda Seu Kalil, Pedrão aqui ninguém engana Todo Marista no céu logo se irmana Mas suas bagagens estão com a capet ona.

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DISCURSO DE RECEPÇÃO AO SÓCIO RAIMUNDO NONATO SERRA CAMPOS FILHO

DILERCY ARAGÃO ADLER ocupante da Cadeira nº 1 do IHGM.

Mais uma celebração, mais uma posse. A primeira neste recém-chegado ano do Calendário Cristão - Ano de 2011 -, que logo neste seu início marca a abertura das portas da nossa tão querida e honrada Casa de Antônio Lopes, para o Professor Raimundo Nonato Serra Campos Filho (Professor Campos, como é conhecido), que toma assento, hoje, na da Cadeira nº 5. É sempre motivo de alegria para todos nós vermos uma cadeira vazia deste sodalício ser preenchida, pois nisso reside a crença e a esperança de mais força e energia para somar no árduo, mas gratificante trabalho, de preservação e engrandecimento da cultura do Maranhão e do Brasil.

Coube a mim a honra de recepcionar, em nome das confreiras e dos confrades, o nosso mais novo sócio. E para que todos possam melhor conhecer o empossando, elencarei a seguir alguns dados da sua vida profissional e pessoal.

O Professor Campos nasceu em 29 de outubro de 1951, em Olinda dos Castros, Município de São João Batista, no Estado Maranhão. É o 1º de oito filhos de Raimundo Nonato Serra Campos e Nadir Serra Campos. Seus irmãos: Maria Raimunda Serra Campos (Dazinha); Conceição de Maria Serra Campos (Concita); Raimunda Yolanda Serra Campos (Yolanda); Raimundo Inácio Serra Campos (Inácio); Raimunda Goreth Serra Campos (Goreth); Raimunda Suely Serra Campos (Suely); Maria de Jesus Serra Campos (Jesus) têm muito carinho pelo irmão mais velho, sendo todos muito unidos.

Em Olinda moravam as famílias Serra Freire, Castro e Campos, cujo líder chamava-se Antonio Serra Freire (com Patente de Capitão), conhecido por Tuneco e sua esposa Joana Penha Serra Freire, chamada carinhosamente pelos seus netos e bisnetos

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de Mamãe Joana. Eram proprietários de grande extensão de terra, onde havia muitos canaviais e um engenho de Majarras, puxado a bois. O casal tinha dezesseis filhos, entre eles, Cristina, que se casou com Cristino Ananias de Campos, os seus avós paternos.

Cristino, farmacêutico provisionado, homem trabalhador, de estatura mediana, branco, de olhos azuis e de forte liderança, trabalhava na sua modesta farmácia atendendo a comunidade e o seu entorno, com remédios muitas das vezes fabricados com ervas preservados no seu próprio quintal.

Cristina era uma mulher muito bonita, cheia de energia e dedicada ao serviço da casa e criação dos filhos.

Raimundo Nonato Serra Campos era o 1º de 14 filhos de Cristina e de Cristino, foi criado por Tuneco, seu avô, e trabalhava com ele. Mesmo depois que casou com Nadir, continuou a trabalhar com roças (lavoura) nas terras do avô.

Nadir Serra Campos (filha de Noeme e Joel), dedicava-se, assim como Cristina, ao serviço da casa e à criação dos filhos, o que era comum nessa época e lugar.

Por sua vez, o Prof. Campos contraiu duas núpcias: a primeira com Violeta de Maria Itajassuama Ferreira Campos da qual se divorciou, e a seguir com Mary Lourdes de Jesus Silva com a qual viveu 25 anos, até a sua morte em 25 de novembro 2003. O Prof. Campos tem cinco filhos: Andreia Lucia Ferreira Campos (graduada em Letras e em Direito); Adriana Lucia Ferreira Campos (graduada em Ciências Contábeis); Allysson Rafael Silva Campos (graduado em Ciências Contábeis); Luciana Karla Silva Campos (graduada em Ciências Contábeis); e Fábio André Silva Campos (graduado em Ciências Contábeis). Os seus filhos lhe presentearam com seis graciosos netos: Camila, Beatriz, Gabriela, Gabriel, Rafaela e Nicolas.

Um dado que chama atenção é que dos cinco filhos do Professor Campos, quatro são graduados em Ciências Contábeis, o que pode ser interpretado como grande influência da figura paterna no tocante à vida profissional, ao trabalho.

Olinda dos Castros, Município de São João Batista, sua cidade natal, integra a Baixada Maranhense (região a oeste e sudeste da Ilha de São Luís), é formada por grandes planícies baixas que alagam na estação das chuvas, criando vastos campos entre os meses de janeiro a julho.

A Baixada Maranhense possui uma área total de 17.579.366 km². Está dividida em vinte e um municípios, entre eles, o de São João Batista. A natureza foi pródiga nessa região, dotando-a com um rico ecossistema, e ainda com beleza singular, marcada pela existência de nove lagos e pelos rios Mearim e Pindaré, além dos campos na época do inverno.

No século XIX, a Baixada Maranhense era um grande polo produtor de algodão e também exportador para o mercado europeu, a exemplo da França, da Inglaterra e da Holanda. Mas, condições adversas interromperam esse ciclo, de modo que depois da independência do Brasil, o algodão não foi mais plantado em grande escala, o que contribuiu para a decadência do Maranhão.

O Professor Campos Filho tem registrado com muito carinho nas suas memórias infantis o engenho de Pai Tuneco, puxado por quatro juntas de bois, que produzia primeiramente a garapa e o mel, que todos os filhos e netos degustavam diariamente, além da produção do açúcar moreno e da cachaça que abastecia o povoado de Olinda e também uma boa parte dos Municípios de São Vicente de um lado e do outro, Matinha.

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Outra imagem querida desse tempo memorável para ele é a da sua primeira professora Maria Madalena Atta de Castro (Dona Maroquinha). Professora do Grupo Escolar “José Maria de Araújo”, onde cursou até o quarto ano Primário.

Posteriormente, cursou o quinto ano primário na sede do Município de São João Batista, no Grupo Escolar Estado de Santa Catarina, concluindo o Primário em 30 de novembro de 1967.

Na Escola Normal Ginasial “José Maria de Araújo”, no ano seguinte iniciou o Curso Ginasial. Cursando em São João apenas a primeira série.

Ao completar 18 anos, viajou para São Luís, tendo que apresentar-se no Exército, mas ficou no quartel apenas 42 dias, pois necessitava trabalhar a fim de ajudar financeiramente no sustento dos demais irmãos.

Ainda em São Luís, fez seleção na Escola Técnica Federal do Maranhão onde concluiu o Curso Ginasial em 17 de dezembro de 1971. Posteriormente foi selecionado para o Curso Técnico em Química, concluído em 30 de dezembro de 1974. Ainda fez Técnico em Contabilidade no Colégio Cardoso Amorim, concluído em 30 de dezembro de 1977 e o Curso de Transações Imobiliárias, na Secretaria de Educação do Estado do Maranhão, concluído em 06 de junho de 1988.

Na graduação, cursou Química Industrial, Licenciatura em Química, Ciências Contábeis e Licenciatura em Matemática na Universidade Federal do Maranhão; Licenciatura em Disciplinas Profissionalizantes na Universidade Estadual do Maranhão; Psicanálise Clínica na Sociedade Psicanalítica Ortodoxa do Brasil (Rio) e o Curso de Direito Bacharelado no Centro Universitário do Maranhão - UniCEUMA. Na Pós-Graduação, cursou Especialização em Metodologia do Ensino Superior e Especialização em Auditoria Contábil, na Universidade Federal do Maranhão; Especialização em Direito Tributário e Legislação de Impostos, na Universidade Estácio de Sá (Rio); Doutorado em Ciências Empresariais, na Universidad Del Museo Social Argentino, em Buenos Aires e atualmente é Doutorando em Direito Privado, na Universidad de Ciencias Empresariales y Sociales, também na Argentina.

No âmbito profissional iniciou como comerciário, depois foi funcionário da COHAB-MA e a seguir Auditor do Estado do Maranhão, concursado e aposentado em 27 de março de 1998.

Atualmente é Avaliador Had-doc do SINAES/INEP/MEC para os cursos de graduação de Ciências Contábeis desde 1996 e Direito desde 2007; membro efetivo do Conselho Curador da Fundação Sousândrade de Apoio ao Desenvolvimento da UFMA, a partir de 24 de novembro de 2010 e Professor Adjunto da Universidade Federal do Maranhão, concursado e nomeado em 21 de dezembro de 1989, lotado no Departamento de Ciências Contábeis e Administração, tendo exercido várias funções, privativas de docentes, tais como: Coordenador do Curso de Ciências Contábeis (de 17.02.1993 a 17.02.1995; de 17.02.1995 a 01.06.1995; de 20.10.1997 a 28.09.1999; de 28.09.1999 a 31.01.2000; de 04.04.2000 a 03.09.2002; de 03.09.2002 a 11.04.2003); Membro Titular do Conselho Universitário (de 15.03.1993 a 09.03.1995; de 09.03.1995 a 01.06.1995; de 10.11.1997 a 31.01.2000; de 10.04.2000 a 03.09.2002; de 11.10.2002 a 11.04.2003; de 19.11.2007 a 01.12.2009; de 01.12.2009 a 26.10.2010)

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Membro Titular do Conselho de Administração (de 15.03.1993 a 09.03.1995; de 09.03.1995 a 01.06.1995; de 11.10.2002 a 11.04.2003; de 19.11.2007 a 01.12.2009; de 01.12.2009 a 26.10.2010); Membro Titular do Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão (de 10.11.1997 a 31.01.2000; de 10.04.2000 a 03.09.2002); Membro Titular da Câmara de Administração e Finanças do Conselho de Administração (de 13.03.1995 a 01.06.1995; de 08.11.2002 a 20.09.2004; de 09.12.2004 a 10.06.2005); Membro do Colegiado do Curso de Ciências Imobiliárias (de 19.10.1995 a 22.04.1997); Pró-Reitor de Planejamento e Gestão (de 08 a 12.07.2003).

Membro do Colegiado do Curso de Ciências Contábeis (de 22.04.1997 a 11.03.2004; de 13.10.2006 a 21.06.2007); Chefe do Departamento de Direito (de 11.03.2004 a 20.09.2004; de 20.09.2004 a 23.05.2005; Coordenador do Curso de Direito (de 02.05.2005 a 10.06.2005); Presidente Colegiado do Curso de Direito (de 02.05.2005 a 10.06.2005); Membro do Colegiado do Curso de Direito (de 30.08.2005 a 13.10.2006); Chefe do Departamento de Ciências Contábeis e Administração (de 10.01.2007 a 12.01.2007); Coordenador do Curso de Ciências Imobiliárias (21.06.2007 a 08.10.2007; de 08.10.2007 a 24.09.2010); Presidente do Colegiado do Curso de Ciências Contábeis (de 17.02.1993 a 17.02.1995; de 17.02.1995 a 01.06.1995; de 20.10.1997 a 28.09.1999; de 28.09.1999 a 31.01.2000; de 04.04.2000 a 03.09.2002; de 03.09.2002 a 11.04.2003); Presidente do Colegiado do Curso de Ciências Imobiliárias (21.06.2007 a 08.10.2007; de 08.10.2007 a 24.09.2010).

Atualmente exerce a função de: Coordenador do Curso de Ciências Imobiliárias (designado em 24.09.2010); Presidente do Colegiado do Curso de Ciências Imobiliárias (designado em 24.09.2010); Membro Titular do Conselho do Centro de Ciências Sociais (designado por dois anos em 24.09.2010); Membro Titular do Conselho Universitário (designado por dois anos em 26.10.2010).

Membro Titular do Conselho de Administração (designado por dois anos em 26.10.2010); Membro do Núcleo Docente Estruturante (NDE) do Curso de Administração.

Participa de várias Comissões Permanentes, tais como:

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Comissão de Revisão do Projeto Pedagógico do Curso de Administração (26.01.2007); Comissão para Elaborar o Plano Estratégico de 2007 do Departamento de Ciências Contábeis e Administração (01.02.2007); Comissão de Fiscalização de Obras e Reformas do Centro de Ciências Sociais (CCSo) (08.04.2008); Comissão do Projeto Escola de Conselhos Civitas (27.01.2009); Comissão de Análise do Projeto de Resolução de Planejamento Acadêmico (14.01.2009); Comissão de Análise de Projetos de Bolsas do REUNI (14.01.2009); Comissão para Elaborar a Minuta de Resolução de Concurso Público para Provimento de Cargos da Carreira de Magistério da Educação Superior (14.04.2009); Comissão Especial para Elaborar Projeto Pedagógico do Curso de Ciências Imobiliárias (17.08.2009);

Participou até a presente data de aproximadamente 1.050 bancas de Monografia e 210 Orientações de Monografia de Graduação.

Dentre os artigos publicados, destacam-se: AUDITORIA DA QUALIDADE (Caderno de Pesquisa da UFMA – Jan/jun/2000); ÉTICA EMPRESARIAL: o dualismo nas tomadas de decisão nos negócios (Revista Científica UCES ISSN 1514-9358, Primavera 2009); TRANSPLANTES DE ÓRGÃOS: direitos da personalidade (Revista Científica UCES ISSN 1514-9358, Otoño 2009); PROPRIEDADE HORIZONTAL: condomínio de edilício e o direito de vizinhança (Revista Científica UCES ISSN 1514-9358, Invierno 2010); CELEBRAÇÃO DE CONTRATO DE SEGUROS: uma abordagem no mercosul (Revista Científica UCES ISSN 1514-9358, Invierno 2010); RESPONSABILIDADE LIMITADA DO EMPRESÁRIO (Revista Científica UCES ISSN 1514-9358); DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR: instrumento de combate à fraude e abuso de direito (Revista Científica UCES ISSN 1514-9358); e DANO MORAL E O QUANTUM INDENIZATÓRIO (Em editoração na Revista Científica UCES ISSN 1514-9358)

A partir destes dados da história pessoal e profissional do nosso mais novo confrade, espero ter sido fiel na reprodução de alguns marcos da sua trajetória e repassado àqueles que ainda não o conhecem mais de perto um pouco da sua história.

Eu conheci o Prof. Campos em uma viagem à Brasília na qual alguns professores de São Luís iam fazer uma capacitação do Banco de Avaliadores do SINAES/INEP/MEC (elas são realizadas regularmente). Ele já era avaliador; eu estava

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iniciando. E a partir daí estreitamos a nossa relação de amizade e eu pude conhecer o homem batalhador, estudioso e honesto que é.

Assim, tenho certeza de que o IHGM está fazendo hoje uma excelente aquisição no seu quadro de sócios efetivos e desejo ao nosso mais novo confrade muito sucesso e felicidade junto a nós, nesta Casa de Antônio Lopes.

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DISCURSO DE POSSE RAIMUNDO NONATO SERRA CAMPOS FILHO

Senhora Presidente, Professora Telma Bonifácio dos Santos Reinaldo, Senhores Membros do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, Senhoras e Senhores.

Primeiramente quero externar a grande honra de ter o meu nome aprovado para integrar o seleto quadro de sócios desta Casa de Antônio Lopes, que se configura como expoente da intelectualidade maranhense.

Quero também expressar a minha gratidão às confreiras e confrades que indicaram o meu nome, analisaram o meu currículo, para submetê-lo à aprovação da Assembleia desta Instituição. E entre elas e eles se encontram a Ex-Presidente, Professora Eneida Vieira da Silva Ostria de Canedo, o Dr. Raul Eduardo de Canedo Vieira da Silva e a dileta Professora Doutora Dilercy Aragão Adler, minha grande incentivadora nesta caminhada, a quem dedico grande admiração.

Neste momento, ao qual reputo grande significação em minha vida, por marcar a minha ocupação da Cadeira de n°. 5, devo fazer, seguindo e segundo a praxe deste ritual, o Elogio ao patrono desta Cadeira prestando a ele, o ilustre Padre Luís Figueira, e ao seu primeiro ocupante, o também Ilustre Padre José Ferreira Gomes, as devidas e merecidas homenagens.

Assim, inicialmente quero reafirmar a minha admiração e respeito pelo Patrono desta Cadeira, o Padre Luis Figueira e levantar alguns dados da sua biografia para que sejam enfatizados mais uma vez, através desta minha fala, os seus feitos.

Mas antes quero levantar algumas considerações sobre a Societas Jesu ou Companhia de Jesus, da qual o Padre Luis Figueira era missionário. A Societas Jesu ou Companhia de Jesus foi fundada em 1539, em Roma, por Inácio de Loiola e mais nove companheiros de sacerdócio.

Os primeiros missionários da Ordem começaram a chegar ao Brasil em 1549 e foram expulsos de Portugal e seus domínios em 1759.

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A trajetória dos jesuítas no Brasil é permeada por controvérsias a partir de depoimentos tais como: A conhecida “Reforma Pombalina” tinha como intenção transformar Portugal numa metrópole capitalista, assim como outros países europeus já capitalizados. A escravidão dos índios foi extinta e eles até poderiam se casar com portugueses. A ideia de Pombal ao permitir isso, era a de que os índios se miscigenassem, houvesse um crescimento populacional e então o Estado contasse com mais força nas fronteiras do interior.

Quando os índios passaram a ser livres, isso chocou-se com os interesses dos jesuítas, que não deixavam que a autoridade real interferisse nos assuntos deles (Recuperado de http://www.institutodoceara.org.br/ [Consulta: 01.11.2010]).

Ou ainda: Os índios não conseguiam aceitar a destruição que estava acontecendo com sua cultura, já que os religiosos queriam impor a eles, por exemplo, técnicas portuguesas e o uso do latim (Recuperado de http://www.institutodoceara.org.br/ [Consulta: 01.11.2010].

Mas, em contrapartida, há depoimentos que parecem em defesa da não escravização dos indígenas, por parte dos jesuítas, a exemplo de: Em fins de abril de 1640 voltou ao Rio de Janeiro o padre jesuíta Francisco Dias Taño, na qualidade de «procurador dos índios e missionários do Paraguai e Tucumã». Trazia uma provisão do coletor Alexandre Castracani para o prelado Pedro Homem Albernaz que o incumbia da execução da bula de 22 de abril de 1639, em que o papa Urbano VIII ordenava mandar publicar no Brasil uma antiga bula em que o papa Paulo III declarava incorrer em excomunhão aqueles que cativassem e vendessem os índios (grifo nosso). (Recuperado de www.filologia.org.br [Consulta: 01/11/2010]).

O certo é que, segundo registros, a Companhia de Jesus enfatizou, desde sua fundação, as atividades pedagógicas. As Constituições, parte IV, escritas pelo próprio Sto. Inácio e em vigor desde 1552, recomendavam que os religiosos se esforçassem para aprender a língua dos índios, pois só assim poderiam cumprir bem as suas missões.

Conseqüência prática destes postulados foi o desenvolvimento de uma importante obra gramatical e entre elas uma obra de grande valor do Padre Luis Figueira.

Padre Luis Figueira é natural de Almodôvar - Portugal, e nasceu em data incerta entre 1574 e 1576. Entrou, como noviço, em 22 de janeiro de 1592 , no colégio do Espírito Santo em Évora que era uma escola de missionários, aberta às realidades ultramarinas sob as orientações neotomistas do Jus Gentium. Com a formação intelectual adquirida, embarcou em 1602 para a Bahia, inaugurando uma nova fase da sua vida e, sem o saber, dos destinos do Brasil setentrional.

Conforme registros em documentos diversos, o Padre Luis Figueira, acompanhado do Padre Francisco Pinto e de 60 índios, empreendeu uma célebre missão ao Maranhão, partindo de Pernambuco no dia 20 de janeiro de 1607.

Um dado peculiar é que o Padre Luis Figueira dispensou, demonstrando imensurável ousadia, a escolta militar, que era comum em empreitadas dessa natureza.

Talvez porque quisesse realçar a natureza pacífica dessa missão. No entanto, eram muitos os riscos de vida para os dois missionários, advindos dos perigos próprios do

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território inóspito e das adversidades da natureza agreste da região (climática e geográfica) a ser percorrida; das nações de índios não conhecidas existentes nessas terras; e da presença de franceses, empenhados em fixarem-se nestes territórios.

Entretanto, essa decisão resultou na desistência da conclusão da missão, tendo o Padre Luis Figueira regressado a Pernambuco e depois à Bahia e, ainda, na trágica morte do Padre Francisco Pinto, em confronto com os Tapuias, tendo sido sepultado na Serra de Ibiapaba, no norte do Ceará.

O Padre Luis Figueira fez um “diário de viagem”, intitulado “Relação do Maranhão ou Certidão de Nascimento do Ceará”, documento de inestimável valor histórico, principalmente para o Estado do Ceará.

Essa expedição atendia a dois propósitos básicos, sendo um da Coroa Portuguesa, que se dirigia para a expulsão dos estrangeiros europeus daquela região e o segundo era da Igreja Católica que se voltava para a catequese dos “selvagens”. Ainda se propunha a conquistar os índios Tocarijus, denominados Tapuias, que habitavam as terras situadas a 15 ou 20 léguas da Serra da Ibiapaba. Esses índios tinham má fama e ainda eram aliados dos franceses que ocupavam o Maranhão, portanto, inimigos dos portugueses.

Essa viagem foi acertada e planejada pelo 8°. Governador Geral do Brasil, Diogo Botelho e pelo Superior da Companhia de Jesus, Padre Fernão Cardim, que escolheu o Padre Francisco Pinto, homem já maduro, de espírito desprendido e profundo conhecedor da língua dos nativos e o Padre Luis Figueira, mais jovem, também abnegado e que se tornaria, posteriormente, especialista em língua tupi, tornando-se autor de uma gramática desta língua.

Viajaram do Recife em um barco. A chegada ao Ceará ocorreu na foz Rio Jaguaribe, atual município de Aracati, no litoral leste do Estado. Seguiram a pé pela costa, reunindo alguns índios que viviam com medo dos brancos e dos tapuias.

Chegando ao local denominado de Pará, na foz do rio Curú, onde se localiza a cidade de Paracuru, afastaram-se da costa e adentraram o interior do território totalmente desconhecido, sem imaginar, com base nos indícios iniciais, os perigos que este abrigava. Desse modo o percurso foi permeado por muito sofrimento, conforme as palavras do Padre Luis Figueira: [...] as difficuldades do caminho q’ ao principio se mostrou facil e co isso nos emganou gastamos 12 ou 13 dias sem sabermos bem quãdo menham nem noite cõ os espessos e altissimos matos p.r baixo dos quaes hiamos rompendo a força de braço e ferro sobindo e decendo mõtes e rochedos q’ excedem toda a exageração saltãdo de pedra em pedra hora para as nuvens hora p.a os abismos, nem conto aquy as quedas e cousas q’se quebrarão [...]

Nesta triste serra dos corvos parece q’ se juntarão todas as pragas do brasil, innumeraveis cobras e aranhas a q’ chamão caranguejeiras, peçonhetissimas de cuja mordedura se diz q’ morrem os homens, carrapatos sem conta, mosquitos e moscas q’ magoão estranham.te e ferem como lancetas fazendo logo saltar o sangue fora e assy parecião os indios leprosos das mordeduras [...] (Figueira, 1903, p. 102-103).

Assim, apesar de todas as dificuldades, como matos espessos e muito altos, o terreno íngreme e irregular, as pragas inumeráveis, como aranhas caranguejeiras, carrapatos, moscas, entre outras, transpuseram a Serra dos Corvos, denominada hoje, Serra da Uruburetama.

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O percurso da expedição ainda foi agravado por muitas chuvas, o que intensificou mais ainda as adversidades, entre elas, trovoadas, travessias de rios a nado, passagem por lamaçais, e até muita fome. Mas, por fim, chegaram à Serra da Ibiapaba, onde encontraram a tribo dos Tabajaras, índios amigos que acolheram a todos e onde ficaram por alguns meses.

Ainda desejando chegar ao Maranhão, objetivo maior da missão, enviaram presentes e mensagens aos Tapuias, os quais matavam os mensageiros, queimando-os vivos, e para finalizar o malogro da missão, os Tapuias empreenderam um ataque frontal, no qual o Padre Francisco Pinto teve morte violenta, no local chamado Abayara, onde se localizava a cidade de Ubajara, no alto da Serra da Ibiapaba. (XIMENES, Expedito Eloísio. Relação do Maranhão ou certidão de nascimento do Ceará: necessidade de uma edição crítica. Recuperado de www.filologia.org.br [Consulta: 01/11/2010]).

Esse fato levou o Padre Luis Figueira a desistir da empreitada levando-o a retornar à Bahia, tendo, no entanto, antes permanecido alguns meses na tribo do Cobra Azul; depois partiu para a Capitania do Rio Grande do Norte e depois para Pernambuco e finalmente chegou à Bahia.

As dificuldades da Missão do Maranhão, descritas pelo Padre Luis Figueira, forneceram relevantes dados sobre a extensão do território e dos índios que o habitavam, sobre as dificuldades dos caminhos, repletos de ameaças, entre as quais a dos franceses, que cumpria expulsar.

Em 1622, o Padre Luís Figueira foi escolhido (tendo, entretanto, se oferecido) para a tarefa de fundar a Missão do Maranhão. Apesar dos sofrimentos da primeira missão, Padre Luis Figueira desembarcou no Maranhão juntamente com o Padre Jesuíta Benedito Amodei, em março de 1622, e apresentou documento do Governador Geral do Brasil, para aqui permanecer, constituindo-se Conselheiro do jovem Capitão-Mor Antonio Muniz Barreiros, “[...] comprometendo-se por escrito a não se intrometer com os índios libertos, salvo se a consciência ou a obrigação o requeresse e que só em pedaços se apartaria da sua obrigação” (Canedo, 2005).

Logo surgiram as primeiras contestações da parte dos moradores, que queriam os jesuítas afastados dos índios, fato que deve ter pesado na entrega de vastos poderes aos franciscanos, na pessoa do Frade Cristóvão de Lisboa, que, em 1625, chegou como superior da custódia, com todos os poderes eclesiásticos sobre indígenas e colonos, vindo como visitador eclesiástico, com comissão do Santo Ofício. Mas, o Padre Luís Figueira, nos primeiros anos, inicia o seu ministério lançando as bases de uma presença que se fará sentir, no Maranhão, a partir do colégio de Nossa Senhora da Luz, em São Luís.

Assim, segundo vários registros, a missão jesuítica no Maranhão se iniciou com a chegada dos Padres Luís Figueira e Benedito Amodei. Posteriormente, em 1727, a Capitania foi transformada na Vice-Província do Maranhão, governada por superiores independentes da Província da Bahia. Ao que tudo indica, a aldeia de Ucaguaba (denominada Aldeia de Doutrina), situada à margem esquerda do igarapé do mesmo nome, na ilha de São Luís, teria sido o ponto de partida dessa missão, conforme escreve o Padre José de Morais (1860).

O Padre Luis Figueira recebeu em doação efetuada à Companhia de Jesus, pelo casal Pedro Dias e Apolônia Bustamante, ratificada pela Câmara, um quinhão de terras, algo equivalente a uma légua de terras, em local denominado Anyndibá, hoje atual sede

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do Município de Paço do Lumiar. Ele pretendia fundar o Colégio dos Jesuítas Nossa Senhora da Luz, do qual construiu o corredor norte. Construiu também a Primeira Capela dedicada à Virgem Nossa Senhora da Luz, de quem era extremo devoto. Assim, fundou a fazenda que possuía o Colégio para o benefício das lavouras dos seus religiosos, construindo casas e erguendo capela, e com ele também estavam alguns índios que tinha trazido consigo de Pernambuco.

Segundo Bogéa; Ribeiro; Brito (2008), não se sabe ao certo como se desenvolveu a fazenda durante o século XVII. Porém, presume-se que, mesmo com a segunda expulsão dos inacianos, por dois anos (1684-1686 aproximadamente) prosperou, pois, segundo registros, em 1688, o Jesuíta Diogo da Costa e seu companheiro adoeceram gravemente e o primeiro, depois de curado em São Luís, seguiu para a aldeia-fazenda ou roça de Anyndibá, onde se esmerou em preparar ornamentos para a igreja e animar o culto da padroeira, num sinal de que, depois de sessenta anos, a fazenda ainda existia e a capela havia se transformado em igreja.

O Padre Luis Figueira foi a Portugal para negociar matérias e recrutar missionários para a Missão do Maranhão. Assim, veio para o Maranhão com amplos poderes e 16 religiosos em 1643. O momento era promissor em meios e em entusiasmo, mas à chegada ao Maranhão, então dominado pelos holandeses, desfez-se o navio (entre 29 e 30 de junho), salvando-se apenas 42 das 173 pessoas a bordo. Então o Padre Luis Figueira com mais nove jesuítas recusaram o convite do Governador para entrar no barco em que se recolheram alguns náufragos, preferindo assistir espiritualmente aos que ficavam. Conforme o relato de um sobrevivente, Nicolau Teixeira, morreram uns no mar, outros nas mãos dos índios; os dez jesuítas, chegando numa jangada, à ilha do Marajó, foram, com efeito, mortos pelos Aruãs, um a um, ao longo de vários dias.

Foi este o fim de uma vida que, pelo seu dinamismo, entrou na história da expansão territorial portuguesa no norte do Brasil, num contexto de forte concorrência internacional.

No tocante à aldeia onde se localizava a antiga fazenda da Companhia de Jesus, após a terceira expulsão dos jesuítas, em 1759, foi elevada à categoria de vila, em virtude da Carta Régia de 11 de junho de 1761. O local era aprazível e agradável, o que levou o Governador Joaquim de Melo e Póvoas a propor o nome de Paço do Lumiar, por ser igual a um sítio existente em Portugal.

A igreja, como a citada fazenda, estava em ruínas (como todos os bens dos jesuítas expulsos). Por esse motivo, o Governador da Província, Joaquim de Melo e Póvoas ordenou que fossem tiradas as telhas da igreja até então construída de pau-a-pique para evitar a perda total delas em caso de desabamento, ficando a esta coberta de palha.

Em 1764, foi criada a freguesia de Paço do Lumiar, sob a invocação de Nossa Senhora da Luz, quando se supõe ter sido realizada ampla reforma na igreja, para que esta tivesse condições de ser considerada sede da freguesia. Atualmente, encontra-se a igreja Nossa Senhora da Luz situada em uma ampla praça no centro da cidade, ladeada de acessórios, com suporte necessário para ministrar os ensinamentos religiosos da comunidade, bem como instalar uma excelente Casa Paroquial.

Ainda existe a Igreja em Paço do Lumiar. Embora não haja registro de reformas, presume-se que tenha havido, por ela apresentar ainda hoje elementos próprios da arquitetura jesuítica.

O Padre Luis Figueira na época em que viveu no Ceará foi considerado o principal agente da educação escolar pela experiência já alcançada em vários colégios, voltada

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para a formação de clérigos e leigos, sendo o colégio da Bahia o mais importante deles.

Outras ordens religiosas também se dedicaram à educação escolar na colônia, como as ordens dos beneditinos, dos franciscanos e das carmelitas, mas não alcançaram a projeção dos inacianos. Apenas os oratorianos, instalados em Olinda, e depois em Recife, em 1683, tiveram alguma expressão.

Por essa passagem no Ceará, o Padre Luis Figueira recebeu homenagens, entre elas, a que foi determinada pelo Decreto nº 11.493, de 17 de outubro de 1975, publicado no Diário Oficial de 30 de outubro. A Escola de 1º Grau Padre Luis Figueira foi oficializada com o seu nome. A partir do Decreto nº 16.036, de 29 de julho de 1983, artigo 1º, com publicação do Diário Oficial de 02 de agosto de 1983, foi criada a Escola de 1º e 2º Graus Padre Luis Figueira. O Ensino Médio, com profissionalização para Magistério, foi ofertado até 1998 e a partir de 1999 passou-se a oferecer, além do Ensino Fundamental, o Ensino Médio Regular.

Atualmente a Escola de Ensino Fundamental e Médio Padre Luis Figueira está localizada na Rua Professora Nanô, S/N, no bairro Cruzeiro. Pertence à rede de ensino oficial, vinculada a 18ª CREDE e mantida pela Secretaria da Educação Básica do Estado do Ceará – SEDUC. Dentre as obras do Padre Luis Figueira, podem ser citadas: “Relação do Maranhão”, localizada (in Revista do Instituto do Ceará, Tomo XVII, 1903, pg. 97 a 138; in História do Brasil, de Galanti, São Paulo, 1911; in Biografia do Padre Luis Figueira, da autoria do Padre Serafim Leite, 1940; in Três Documentos do Ceará Colonial, Edição do Departamento de Imprensa Oficial do Ceará, Fortaleza, 1967, pg. 3 a 157); ARTE DA LINGVA BRASILICA, Composta pelo Padre Luis Figueira da Companhia de IESV, Theologo. (Manoel da Silua, LISBOA, 1621). 3 fls. prels. não nums., 1 fl. não num e a ARTE DE GRAMMATICA DA LINGUA BRASILICA, Do P. Luis Figueira, Theologo da da Companhia de JESVS. (MIGUEL DESLANDES, LISBOA, 1687) (4 fls. prels. não nums., 167 (+1) p. (Erro de paginação: 30 i. e. 130). [ ](4) A-K(8) L(4)).

O primeiro e único ocupante da Cadeira de nº 5, Padre José Ferreira Gomes, Sacerdote Secular, foi um dos fundadores do IHGM em 1926, Professor do Seminário Episcopal Santo Antonio em São Luís e Diretor da Escola de Radiotelegrafia do Maranhão. Também era jornalista e colaborou com jornais e revistas da capital maranhense com trabalhos sobre a literatura e religião. (Canedo, 2005).

O Padre José Ferreira Gomes pertencia à Congregação da Missão, e realizou vários estudos de literatura e religião em jornais e revistas (Revista IHGM 1, de 1926, p.

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Não foram encontrados dados precisos acerca das datas de nascimento e de falecimento do Padre José Ferreira Gomes, assim como das suas obras, ficando neste ato o nosso compromisso em continuar a pesquisa sobre ele e divulgar futuramente.

Finalizando, quero enfatizar a necessidade e importância dos registros históricos, lembrando, no entanto, a dificuldade da apreensão de todos os aspectos de cada objeto de pesquisa, principalmente aqueles das Ciências Sociais e Humanas. Isso se deve a múltiplos fatores, mas principalmente pela dimensão subjetiva, tanto do observador quanto do objeto observado, que, entre outras conseqüências, resulta em interpretações distintas e até mesmo antagônicas de diferentes observadores em relação à mesma situação, sociedade ou pessoa.

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Assim, são muitos os escritos contrários à catequese, ou à missão jesuítica no Brasil e no mundo, mas existem aqueles que enfatizam o valor dessas missões.

O certo é que das nações indígenas existentes no Brasil à época do “descobrimento”, poucas sobreviveram. O número de índios brasileiros na atualidade é muito reduzido, tanto pela miscigenação, aculturação, como pelo extermínio.

Por fim, quero reafirmar a alegria deste momento, prometendo dedicar-me também ao engrandecimento desta Casa. Todavia necessito ainda fazer alguns agradecimentos: Em primeiro lugar, a todos aqueles que me ajudaram na tarefa de investigação dessas renomadas figuras da história, cultura e educação no Maranhão, mas, em especial, à Professora Doutora Dilercy Aragão Adler, ocupante da Cadeira nº 1 do IHGM, ao Professor Leopoldo Gil Dulcio Vaz, Vice-Presidente do IHGM, ao Padre Raimundo Gomes Meireles, ocupante da Cadeira nº 60 do IHGM, à Senhora Maria Minolda de Paula Pinto Cruz, Coordenadora do Conselho Comunitário da Matriz Nossa Senhora da Luz, da Cidade de Paço do Luminar, Estado do Maranhão e à Senhora Maria da Luz Cruz Santos, Tesoureira da mesma entidade.

Também alguns agradecimentos mais intimistas, a saber: Raimundo Campos, meu amado pai, a Nadir Campos, minha amada mãe, à minha amada esposa Mary, que apesar de não estarem presentes hoje, neste plano, estão sempre presentes no meu coração; aos meus filhos, Andreia, Adriana, Rafael, Luciana e Fábio, e aos meus netos, Camila, Beatriz, Gabriela, Gabriel, Rafaela e Nicolas, por existirem em minha vida; também aos meus queridos irmãos e irmãs, meus sobrinhos e às minhas sobrinhas, por estarem sempre ao meu lado.

Os meus agradecimentos, enfim, para todos os amigos e amigas, confrades e confreiras aqui presentes, que tão gentilmente compartilham comigo e engrandecem este momento vivido por todos nós.

Obrigado!

REFERÊNCIAS BOGÉA, Kátia Santos; RIBEIRO, Emanuela Sousa; BRITO Stella Regina Soares de.

Arquitetura e arte religiosa no Maranhão. São Luís: 3ª Superintendência Regional/IPHAN, 2008.

CANEDO, Eneida Vieira da Silva O. Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão: Patronos e ocupantes de cadeiras. São Luís:PORTGRAF, 2005.

STUDART, Guilherme. A relação do Maranhão, 1608, pelo jesuíta Padre Luiz Figueira enviada a Cláudio Aquaviva. In: Revista do Instituto do Ceará. 1887, Tomo I, p. 97- 138. Recuperado de http://www.institutodoceara.org.br/ [consulta: 01.11.2010]. ________. A relação do Maranhão pelo Pe. Luis Figueira. Dirigida ao Propósito Geral da Ordem de Jesus Cláudio Aquaviva. In: Documentos para a História do Brasil e especialmente a do Ceará 1608-1625. Fortaleza: Typ. Studart, 1904. Colleção Studart, v. I. Recuperado de http://www.institutodoceara.org.br/ [consulta: 01.11.2010]. ________. A Relação do Maranhão, 1608, pelo jesuíta Padre Luiz Figueira enviada a Cláudio Aquaviva. In: Três documentos do Ceará Colonial. Fortaleza: Departamento de

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Imprensa Oficial, Coleção História e Cultura dirigida pelo Instituto do Ceará, 1967.

Recuperado de http://www.institutodoceara.org.br/ [consulta: 01.11.2010].

GALLANTI, Rafael. História do Brasil. 2ª ed. São Paulo: Duprat & Comp. 1911, tomo II e III. GALLANTI, Rafael. História do Brasil. 2ª ed. São Paulo: Duprat & Comp.

1911, tomo II e III. NUNES, Joaquim José. Compêndio de Gramática Histórica Portuguesa. 9ª. Lisboa: Clássica, 1989. Recuperado de www.filologia.org.br [Consulta: 01/11/2010].

FIGUEIRA, Luís. Arte da Lingua Brasilica, Composta pelo Padre Luis Figueira da Companhia de IESV, Theologo, Lisboa, Oficina de Manoel da Silva, 1621.

FIGUEIRA, Luis, p., 1573-1643 (1687) Século XVII. Arte de grammatica da lingua brasilica, Do P. Luis Figueira, Theologo da da Companhia de JESVS. (MIGUEL DESLANDES, LISBOA, 1687) (4 fls. prels. não nums., 167 (+1) p. (Erro de paginação: 30 i. e. 130). [ ](4) A-K(8) L(4)).

LEITE, Serafim, S.J., Luis Figueira. A sua vida heróica e a sua obra literária, Lisboa, 1940 (onde se publicam, à excepção da Arte da Lingva Brasilica, as obras referidas supra e outras). Recuperado de http://www.institutodoceara.org.br/ [Consulta: 01.11.2010].

POMPEU SOBRINHO, Thomaz. Relação do Maranhão: Introdução, Notas e Comentários de Th. Pompeu Sobrinho. In:Três Documentos do Ceará Colonial.

Fortaleza: Departamento de Imprensa Oficial, Coleção História e Cultura dirigida pelo Instituto do Ceará, 1967. Recuperado de www.filologia.org.br [Consulta: 01/11/2010].

XIMENES, Expedito Eloísio. Relação do Maranhão ou certidão de nascimento do Ceará: necessidade de uma edição crítica. Recuperado de www.filologia.org.br [Consulta: 01/11/2010].

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DISCURSO NA POSSE DO PROF. RAIMUNDO NONATO CAMPOS 12 DE JANEIRO DE 2011 TELMA BONIFACIO DOS SANTOS REINALDO Ao longo do século XIX, surgem no mundo diferentes Institutos de História, como o Institut Historique de Paris, criado em 1833, e o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, fundado em 1838, amparado numa inegável orientação política: “Sempre com sentido conservador, aproxima-se das autoridades, das quais recebem favores, como se com atenção que lhe dedica D. Pedro II, freqüentemente presidindo às suas sessões, muitas vezes com financiamento pessoal de pesquisas no país e no estrangeiro, em busca de documentos que dêem vigor e rigor a produção nacional, não fosse suficiente para sua preservação”. (VARNHAGEM, 1996, p.11).).

Assim, se o século XIX apresenta-se, como o período do enaltecimento da cientificidade vê-se, ainda, neste mesmo século, acaloradas discussões em torno da temática do nacionalismo, percorrendo a cultura ocidental, ocorre também a institucionalização da história como forma de conhecimento, ou disciplina – apresentando-se atrelada ao debate em torno das questões nacionais, marcando-o e, principalmente, sendo marcada, em seus contornos disciplinares, por este mesmo debate.

Neste quadro, coube ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro o projeto de escrita da história de uma nação em processo de consolidação. O IHGB apresentava-se no “papel de única e legítima instância para escrever a história do Brasil e para trazer à luz o verdadeiro caráter da Nação brasileira.” Pode-se mesmo pensar no Instituto Histórico como o locus privilegiado, naquele momento, a partir de onde se "fala" sobre o Brasil.

VARNHAGEM, (1996), conceitua o Instituto como: Herdeiro de uma concepção antiga de história, lança-se o Instituto Histórico à tarefa de escrever a gênese da Nação brasileira, preocupação, neste sentido, moderna da historiografia européia do século XIX. Momento mesmo de passagem, esta historiografia abriga aspectos de uma visão antiga e de uma visão moderna de se pensar história. Utilizando-se categorias próprias da história iluminista, vai se tentar dar conta da especificidade nacional brasileira em termos da sua identidade e do papel que lhe caberá no conjunto das Nações.

(VARNHAGEM, 1996, p.11).

A segunda fase da historiografia (1838-1931) é regida pelo IHGB, organizado nos moldes francês, numa época de ebulição na Europa. Contribuíram para o Instituto, Von Martius e Varnhagem, que mesmo como referências conservadoras alicerçaram a escrita da historia do Brasil.

Martius, ainda numa escrita narrativa da época, deixa de lado seu lado epidérmico da vida política e de detém ao estudo dos contingentes étnicos, sobre o papel do

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português, do índio e do negro. Se atenta aos problemas comuns , assim como fala muito em raça branca, índia e etiópica, fazendo entre si particularidades sobre elas, de raças inferiores e classes superiores. É um monarquista exaltado e preso ao sistema dominante e que escreve como um autor monárquico constitucional.

Varnhagem tinha muita pesquisa e fez o histórico da colonização portuguesa, relevante ao poder metropolitano, “não censura, compreende-o e até o exalta.”, pode-se perceber que Varnhagem e, assim como Martius e outros contemporâneos da época estavam ligados a monarquia e dela faziam a produção historiográfica de acordo com o seu sistema.

Neste meio conservador e de caráter político monárquico, fazia-se necessário produzir uma história sem rupturas, inserindo o Brasil no quadro geral das Nações, integrado numa tradição marcadamente iluminista de civilização e progresso A história produzida pelo IHGB, pautando-se no desejo de produzir uma história para o Brasil, “inventa’ um passado para esta história, conciliando assim como parece fazer com os elementos que compõem o seu discurso – elementos aparentemente incompatíveis: fazia-se necessário justificar a permanência e legitimidade de uma monarquia num palco onde conviviam diferentes repúblicas; fazia-se necessário conciliar um passado escravista com a crença num tempo de civilização e, por fim, e entre outros, fazia-se necessário conciliar o estado de ex-colônia ao porvir da emancipação e do progresso.

O Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão criado por uma plêiade de intelectuais em 1925 seguem as orientações dos demais institutos brasileiros e vem ocupar um espaço da produção intelectual maranhense no sentido de escrever também a historia do Maranhão e dos maranhenses Nesse momento acatando a indicação e aprovação da eleição de Raimundo Nonato Serra Campos Filho como sócio efetivo, cumprimos nesse dia 12 de janeiro de 2011 o ritual de posse. Não nos é fácil falar sobre o novo sócio, daí porque deixei esta incumbência para a Confreira Dilercy Aragão Adler que o apresentou como candidato a Cadeira nº 5 patroneada pelo Padre José Figueira, autor do documento intitulado Relação do Maranhão obra de notável importância histórica para o Brasil, sendo considerado a certidão de nascimento desse Estado.

Muito embora seja professora efetiva da Universidade Federal do Maranhão tanto quanto o empossando, não vivenciamos o mesmo espaço departamental e, portanto conhecemo-nos tão somente dos movimentos de sociabilidade acadêmicos.

No entanto posso falar que dentre as exigências estabelecidas em nosso Estatuto para o ingresso a este Sodalício do Prof. Campos assim como os demais membros desta casa , desde a sua fundação, pertencem ao segmento daqueles cultores do saber com significativa abertura para as ciências humanas, exatas e sociais.

Seus títulos universitários, em Química, Ciências Contábeis, Licenciatura em Disciplinas Profissionalizantes e Bacharel em Direito suas especializações, em Metodologia do Ensino Superior, Auditória Contábil, Direito Tributário e Doutorando em Ciências Empresariais suas atividades docentes é seu passaporte de ingresso no IHGM. Toda a sua atividade acadêmica e intelectual conforme discorre seu currículo foi sustentada por um intenso labor intelectual e forte atuação no meio acadêmico, com participação em congressos, seminários, workshops no Estado do Maranhão e no país, participação em bancas de graduação e pós-graduação, orientação de monografias.

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Assim damos as boas vindas ao Professor Campos desejando-lhe e desejando-nos que sua permanência nesse Sodalício seja de proficuidade no sentido de compartilhar conosco seus saberes e fazeres em prol da melhoria da Casa de Antonio Lopes.

MUITO OBRIGADA!

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PERFIL DE SÓCIO EFETIVO CADEIRA 05 PATRONO LUÍS FIGUEIRA – Padre Jesuíta: Companheiro de viagem do Pe. Francisco Pinto, quando de suas vindas ao Maranhão para a catequese. Consegue chegar ao Maranhão em 1622, para instituir a Missão Jesuítica no Maranhão, fixando-se em Vinhais (Aldeia da Doutrina) OCUPANTES - José Ferreira Gomes – Padre e Jornalista – fundador do IHGM, Professor do Seminário Episcopal Santo Antonio em São Luís e Diretor da Escola de Radiotelegrafia do Maranhão, Sacerdote Secular, jornalista e colaborou com jornais e revistas da capital maranhense com trabalhos sobre a literatura e religião. Pertencia à Congregação da Missão, e realizou vários estudos de literatura e religião em jornais e revistas.

OCUPANTE ATUAL

RAIMUNDO NONATO SERRA CAMPOS FILHO – Bacharel em Direito e Bacharel em Ciências Contábeis, Professor – empossado em 12 de janeiro de 2011 - Rua Júpiter, nº 01 QD- 16 Edif. Bela Vista, Aptº 1103 – Bairro Renascença II – CEP: 65075-045 - Telefones: 3227-2837 /8115-6610 - E.mail: camposoueu@gmail.com Nasceu em 29 de outubro de 1951, em Olinda dos Castros (hoje Olinda Nova do Maranhão), distrito (na época) do Município de São João Batista, Estado do Maranhão. Cursou o primário na sede do Município de São João Batista, no Grupo Escolar Estado de Santa Catarina, concluindo o Primário em 30 de novembro de 1967.

Na Escola Normal Ginasial “José Maria de Araújo”, no ano 1968 iniciou o Curso Ginasial.

Cursando em São João apenas a primeira série.

Na Escola Técnica Federal do Maranhão onde concluiu o Curso Ginasial em 17 de dezembro de 1971; Ainda da Escola Técnica cursou Técnico em Química, concluído em 30 de dezembro de 1974. Ainda fez Técnico em Contabilidade no Colégio Cardoso Amorim, concluído em 30 de dezembro de 1977 e o Curso de Transações Imobiliárias, na Secretaria de Educação do Estado do Maranhão, concluído em 06 de junho de 1988.

Na graduação, cursou Química Industrial, Licenciatura em Química, Ciências Contábeis e Licenciatura em Matemática na Universidade Federal do Maranhão; Licenciatura em Disciplinas Profissionalizantes na Universidade Estadual do Maranhão; Psicanálise Clínica na Sociedade Psicanalítica Ortodoxa do Brasil (Rio) e o Curso de Direito Bacharelado no Centro Universitário do Maranhão - UniCEUMA. Na Pós-Graduação, cursou Especialização em Metodologia do Ensino Superior e Especialização em Auditoria Contábil, na Universidade Federal do Maranhão; Especialização em Direito Tributário e Legislação de Impostos, na Universidade Estácio de Sá (Rio); Doutorado em Ciências Empresariais, na Universidad Del Museo Social Argentino, em Buenos Aires e atualmente é Doutorando em Direito Privado, na Universidad de Ciencias Empresariales y Sociales, também na Argentina.

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No âmbito profissional iniciou como comerciário, depois foi funcionário da COHAB-MA e a seguir Auditor do Estado do Maranhão, concursado e aposentado em 27 de março de 1998.

Professor de Ensino Médio da secretaria de Estado da Educação do Estado do Maranhão, do Colégio Cardoso Amorim; Professor de Aperfeiçoamento do SENAC; Professor Adjunto da Carreira de Magistério Superior da Universidade Federal do Maranhão, tendo exercido diversas funções: Coordenador do Curso de Ciências Contábeis; Membro Titular do Conselho Universitário; Membro Titular do Conselho de Administração; Membro Titular do Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão; Membro Titular da Câmara de Administração e Finanças do Conselho de; Membro do Colegiado do Curso de Ciências Imobiliárias; Pró-Reitor de Planejamento e Gestão; Membro do Colegiado do Curso de Ciências Contábeis; Chefe do Departamento de Direito; Coordenador do Curso de Direito; Presidente Colegiado do Curso de Direito; Membro do Colegiado do Curso de Direito; Chefe do Departamento de Ciências Contábeis e Administração; Coordenador do Curso de Ciências; Presidente do Colegiado do Curso de Ciências Contábeis; Presidente do Colegiado do Curso de Ciências Imobiliárias.

Atualmente é Avaliador Hd-doc do SINAES/INEP/MEC para os cursos de graduação de Ciências Contábeis desde 1996 e Direito desde 2007; membro efetivo do Conselho Curador da Fundação Sousândrade de Apoio ao Desenvolvimento da UFMA, a partir de 24 de novembro de 2010 e Professor Adjunto da Carreira de Magistério Superior da Universidade Federal do Maranhão, concursado e nomeado em 21 de dezembro de 1989, lotado no Departamento de Ciências Contábeis e Administração. Coordenador do Curso de Ciências Imobiliárias; Presidente do Colegiado do Curso de Ciências Imobiliárias; Membro Titular do Conselho do Centro de Ciências Sociais; Membro Titular do Conselho Universitário; Membro Titular do Conselho de Administração; Membro do Núcleo Docente Estruturante (NDE) do Curso de Administração.

Participa de várias Comissões Permanentes, tais como: Comissão de Revisão do Projeto Pedagógico do Curso de Administração (26.01.2007); Comissão para Elaborar o Plano Estratégico de 2007 do Departamento de Ciências Contábeis e Administração (01.02.2007); Comissão de Fiscalização de Obras e Reformas do Centro de Ciências Sociais (CCSo) (08.04.2008); Comissão do Projeto Escola de Conselhos Civitas (27.01.2009); Comissão de Análise do Projeto de Resolução de Planejamento Acadêmico (14.01.2009); Comissão de Análise de Projetos de Bolsas do REUNI (14.01.2009); Comissão para Elaborar a Minuta de Resolução de Concurso Público para Provimento de Cargos da Carreira de Magistério da Educação Superior (14.04.2009); Comissão Especial para Elaborar Projeto Pedagógico do Curso de Ciências Imobiliárias (17.08.2009); Participou até a presente data de aproximadamente 1.050 bancas de Monografia e 210 Orientações de Monografia de Graduação.

Dentre os artigos publicados, destacam-se: AUDITORIA DA QUALIDADE (Caderno de Pesquisa da UFMA – Jan/jun/2000); ÉTICA EMPRESARIAL: o dualismo nas tomadas de decisão nos negócios (Revista Científica UCES ISSN 1514-9358, Primavera 2009); TRANSPLANTES DE ÓRGÃOS: direitos da personalidade (Revista Científica UCES ISSN 1514-9358, Otoño 2009); PROPRIEDADE HORIZONTAL: condomínio de edilício e o direito de vizinhança (Revista Científica UCES ISSN 1514-9358, Invierno 2010); CELEBRAÇÃO DE CONTRATO DE SEGUROS: uma abordagem no mercosul (Revista Científica UCES ISSN 1514-9358, Invierno 2010); RESPONSABILIDADE LIMITADA DO EMPRESÁRIO (Revista Científica UCES ISSN 1514-9358); DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR: instrumento de combate à fraude e abuso de direito (Revista Científica UCES ISSN 1514-9358); e DANO MORAL E O QUANTUM INDENIZATÓRIO (Em editoração na Revista Científica UCES ISSN 1514-9358).

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85º ANIVERSÁRIO DO IHGM E CONFRATERNIZAÇÃO DE NATAL OSVALDO PEREIRA ROCHA http://www.mhariolincoln.com/noticias/ver/85-aniversario-do-ihgm-e-a-festa-de-natal 85º Aniversário do IHGM e a festa de Natal: Como diz Osvaldo, “nos últimos tempos, o nosso querido Instituto tem sido liderado por mulheres, competentes, responsáveis e trabalhadoras, que têm conduzido à realização de trabalhos memoráveis, enaltecendo o nome do nosso Estado do Maranhão". Concordando em gênero, número e grau, confesso que senti muitas saudades do IHGM, quando lá freqüentava e divulgava as ações do IHGM.

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O MESTRE DA MARANHENSIDADE ANTONIO NOBERTO Turismólogo, pesquisador e escritor antonionoberto@hotmail.com Postado em: 10/12/2010

Existem figuras do Centro Histórico de São Luís que são marcantes. Estão sempre lá, indo e voltando, sentadas, caminhando, observando, batendo papo, se divertindo, conversando, entrevistando, e que, de tão presentes, fazem parte da paisagem e da dinâmica diária da Praia Grande. José Ribamar Sousa dos Reis foi um destes personagens. Poucos não o conheciam por aquelas bandas, na Feira da Praia Grande ele era unanimidade, o difusor, a voz dos feirantes que transpunha as paredes e atingia o mundo. Quando não estava por lá, estava pesquisando, esquadrinhando algum assunto para o próximo trabalho ou escrevendo. A Feira e o Beco Catarina Mina são testemunhas de sua imensa obra.

Foram mais de sessenta publicações sobre história e cultura popular maranhense, trabalhos que lhe renderam homenagens dos mais variados lugares e das mais distintas pessoas. Sua obra nunca passou despercebida das autoridades. O próprio ex-presidente José Sarney deu-lhe um telefonema parabenizando-o por um de seus livros, e chegou a prefaciar, juntamente com a governadora Roseana, São José de Ribamar: a cidade, o santo e sua gente. Mas o que este grande escritor, poeta, jornalista, historiador, pesquisador, membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, gostava mesmo era de estar no meio do povo, seu prazer era o contato com a gente simples, laboratório de seu grande saber literário. Nascido no município de Codó, não veio de família nobre, apesar de a sua genealogia estar ligada à de Maria Firmina, a poetisa da abolição, e de Sotero dos Reis, o pena dos conservadores maranhenses.

O sábio e companheiro Reis tinha prazer no convívio simples, dos humildes, apegado aos costumes populares, o que lhe rendeu o veio pela cultura e saber do povo maranhense. Difícil encontrar quem conheça tanto a cultura popular do estado quanto ele, quantos conhecem a fundo, por exemplo, a Dança do Caroço, Bambaê de Caixa, Dança do Coco, Dança do Lindô, Dança do Pote, Dança do Maneiro Pau, Dança da Mangaba, etc.? A sua extensa obra mostra o detalhe, o específico, fruto do vírus do inconformismo inerente ao escritor e jornalista, é isso o que vemos, por exemplo, no livro Prosa: Bumba-meu-boi, o maior espetáculo do Maranhão (duas edições esgotadas), ZBM: Reino encantado da boêmia, dentre muitas outras. Sua próxima publicação seria sobre a Feira da Praia Grande, um trabalho minucioso sobre a Casa das Tulhas que, gentilmente convidado, tive o prazer de revisá-lo.

Sua última viagem foi em março deste ano a Guimarães, guardiã da memória e dos restos mortais da autora do romance Úrsula, Maria Firmina dos Reis. Parecia realmente

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sua última missão o incremento do resgate da memória da abolicionista e, para tal convidou dois amigos das letras, Joana Bittencourt, escritora de Itagiba: o braço de ferro da França Equinocial, e este que vos escreve, especialista em turismo cultural e, em particular, turismo nos cemitérios do Brasil. Ao pé da sepultura de Firmina, acompanhado pelos vereadores Athaide Junior, Oswaldo Gomes, Gilmar Avelar, Lourdes Camargo, Carlos Cunha e Nilce Ribeiro, o Mestre da maranhensidade se emocionou, em prantos, revelou todo seu amor pela mulata que desafiou os preconceitos novecentistas. Foi homenageado na Câmara Municipal, discursou e novamente se emocionou. Maria Firmina era parte de sua vida, escolheu uma de suas filhas para dar-lhe este valoroso nome. Ele era assim, consciente de sua missão neste mundo, o criador do termo maranhensidade e seu incansável defensor. Ele não escondia o desejo de ver sua obra divulgada na França, motivo pelo qual agendamos um encontro dele com o famoso etnólogo e escritor francês Jean-Yves Loude que o entrevistaria a fim de obter mais informações dele e de Maria Firmina, que constarão na próxima obra de Yves, Pepitas brasileiras, que mostrará que o Brasil vai muito além dos clichês conhecidos (mulatas seminuas, futebol, carnaval, etc.), mas uma terra de muita luta e resistência. A enfermidade que o acometia, no entanto, dificultou o encontro. Repassarei muitas destas informações a Jean-Yves, que não se esquecerá de mencionar o grande valor humanístico-cultural de José Ribamar Sousa dos Reis e sua contribuição para a cultura do nosso estado. É importante que lutemos agora contra a injustiça que se abate sobre as grandes personalidades da cultura e das letras do Maranhão: o esquecimento. Não vamos deixar que aconteça com Reis o que se observou com a maioria dos escritores: esperar trinta, cinqüenta ou oitenta anos para que apareça um estrangeiro e resgate sua vida e obra, como aconteceu com Sousândrade (Frederick Williams), Nascimento Morais (JeanYves Mérian), dentre outros. A vida e a obra de Sousa dos Reis não pode esperar, afinal, a Maranhensidade não pode desertar suas Trincheiras, mesmo com a morte de seu Mestre, que se deu dia sete deste mês de dezembro.

“Ninguém morre enquanto permanece vivo no coração de alguém”. Mário Quintana. Sousa Reis vive!

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DOM LUÍS DE BRITTO, O ANTISTITE SÃOBENTUENSE ÁLVARO URUBATAN VAVÁ MELO - pesquisador, membro da Academia Sambentuense, da Federação das Academias de Letras do Maranhão e Sócio efetivo do IHGM. Postado em: 17/12/2010 – JP TURISMO A luz de clero brasileiro. O maior orador sacro de seu tempo Das homenagens a esse conspícuo sacerdote, celebradas no decurso do centenário de seu nascimento, o primoroso beletrista, amigo e conterrâneo, Dr. Domingos Barbosa, imortal da AML, em palestra proferida no Colégio Santa Cecília – Rio de Janeiro, o enalteceu neste exórdio: à beira dos campos dos peris, se debruça São Bento, a vetusta cidade em que tenho a honra de ter nascido, e que se ufana com sobejas razões como de seu maior título de glória do fato de haver dado berço a um dos vultos mais notáveis da “Atenas Brasileiras”; uma das mais preclaras figuras do episcopado nacional; uma das mais eloqüentes vozes que Já se fizera ouvir na tribuna sagrada de nossa pátria - Dom Luís de Britto.

Nota da Redação: O presente artigo, publicado na Coluna do nosso Confrade Sousa Reis, mantido seu título após sua morte no Suplemento “Caderno JP Turismo”, do Jornal Pequeno, foi ocupada pelo confrade Vavá Melo; o artigo foi objeto de palestra em nosso IHGM e publicado, na integra, em nossa Revista 33, de junho de 2010, disponível em http://issuu.com/leovaz/docs/revista_33_-_junho_2010

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SAI A 35ª EDIÇÃO DA REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO MARANHÃO MANOEL DOS SANTOS NETO http://www.jornalpequeno.com.br/blog/manoelsantos/wp-content/uploads/2010/12/LeopoldoGil-Dulcio-Vaz.jpg - Publicado em 28 de dezembro de 2010

O professor Leopoldo Gil editou todo o conteúdo da nova revista do IHGM

Já está no ar a Revista Nº 35 do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. O conteúdo da publicação, disponível apenas em versão eletrônica, aborda temas variados em diversos artigos.

Os destaques são a saudação ao Dr. José de Ribamar Seguins por ocasião da outorga do título de presidente de honra do IHGM proferida por Edomir Martins de Oliveira; a palestra magna sobre os 85 anos do IHGM proferida por Antônio Rufino Filho; o discurso de recepção a Madalena Martins de Sousa Neves feito por Dilercy Aragão Adler e o discurso de posse da professora Madalena Martins de Sousa Neves.

O editor da revista eletrônica, professor Leopoldo Gil Dulcio Vaz, ocupante da Cadeira Nº 40, explica que a Revista do IHGM começou a circular em 1926. Nesses 85 anos de existência do Instituto, foram publicados inúmeros artigos que descrevem os quase 400 anos de São Luís.

A revista eletrônica anterior de, Nº 34 – setembro de 2010, traz o discurso de despedida da professora Eneida Vieira da Silva Ostria de Canedo (Cadeira Nº 44), ao entregar a presidência do IHGM para a professora Telma Bonifácio Reinaldo.

Há ainda uma homenagem à saudosa sócia Aricéya Moreira Lima da Silva; o artigo “A reconquista do Maranhão”, de Maria de Lourdes Lauande Lacroix; o discurso de posse de Washington Luiz Maciel Cantanhede (Cadeira Nº 58) e o discurso de recepção de Washington Luiz Maciel Cantanhede proferido por José Fernandes (Cadeira Nº 49).

A Revista Nº 35 está disponível no seguinte endereço eletrônico:

http://issuu.com/leovaz/docs/revista_35_-_dezembro_2010b

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JMN, CINQUENTA ANOS DE POESIA JOSÉ FERNANDES Do IHGM, autor do livro Ao Sabor da Memória Publicado no JP, edição de 29/12/2010, p. 6 - Variedades

Elaborada e mostrada predominantemente em versos, contendo, a rigor, engenho e arte, a poesia pode também estar contida no bem-estar de cada um, na prática do amor, na contemplação de uma bela paisagem, num diálogo cativante, numa imagem fotográfica ou numa pintura que nos transmita emoção.

Independente do estilo e em quaisquer de suas manifestações, a poesia pode revestir-se de humanidade – humanidade no sentido de clemência e de benevolência de um ser para com outro ser, podendo ser lida, ouvida, pensada ou percebida nas suas variadas nuanças.

Victor Hugo, na construção de uma síntese definidora, diz que a poesia, vinda da alma, pode ser manifestada por um belo verso ou por uma bela ação.

Admitindo-se essa visão interpretativa do notável bardo francês afirmamos, com convicção, que a poesia está duplamente manifestada na pessoa de José Maria Nascimento como homem que a pratica por meio de bons versos, urdidos ao longo de cinqüenta anos de exercício poético, que lhe fluíram de modo personalíssimo e coeso com a sua percepção do mundo, e também por seus atos de fraternidade e benquerença.

Pode-se ir além, conceituando-o triplamente poeta ao comungar a sua vida simples, de cidadão ético e desprovido de incoerências, com a sua verve de autor consistente, e fazendo-se poeta, ainda, como criador de lindas imagens fotográficas, só possíveis de serem captadas mediante a sensibilidade de um verdadeiro artista.

Quem conhece a poesia de José Maria Nascimento sabe como nós, que sua temática se corporifica em lances muitas vezes doridos, com fulcro numa perturbadora visão intimista, como se quisesse desnudar a consciência humana, ou – quem sabe – a sua própria, ao afirmar, por exemplo: “O homem é um eterno fabricante do seu final, / ponte em oscilação que só conduz a uma estrada, / quando na sala exposto é um espelho que perdeu o aço / e brilha somente no silêncio de seu nada”. Mas, em contrapartida, o poeta mostra, por vezes, alegres manifestações de aconchego telúrico ao evocar o seu Vinhais de outros tempos: “Canto Vinhais com ou sem vinho / e me alegro por aqui viver / e não ter que me perder / por obscuros e terríveis caminhos”.

Quando JMN publicou o seu livro de estréia – Harmonia do Conflito – em 1962, José Chagas, do alto de sua visão crítica, já afirmava: “José Maria Nascimento começa a identificar-se consigo mesmo, num profundo redescobrimento, e traça um roteiro lírico, através do qual suas vivências ganham legítima exteriorização condicionadas a uma temática livre, que varia em função da inquietude do seu espírito. E, dizemos nós, nos livros que se seguiram, o poeta, hoje setentão, aprimorou ainda mais o seu horizonte, sempre fiel e coerente com a sua verdade, extravasando, como na observação de Chagas

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Val, “a síntese reveladora da existência de quem conhece muito mais o lado escuro dos sonhos... e por isso mesmo pode escrever versos repassados de lembranças e torturas”.

Completando, neste ano que se finda, cinqüenta anos de poesia, José Maria Nascimento está lançando a sua Antologia Poética, contendo a essência de seu pensar e sentir, confirmativa dessa irreversível vocação que “consome toda uma vida”, para usar uma imagem nauromachadiana, transmitindo-nos, mais uma vez, as pulsações do seu espírito versátil, levando-nos à infinitude de seu mundo onírico.

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ARAÚJO CASTRO ÁLVARO URUBATAN MELO Vavá Melo- pesquisador. Membro da Academia Sambentuense, da Federação das Academias de Letras do Maranhão e Sócio efetivo do IHGM. Postado em: 31/12/2010 Com plena convicção e muito orgulho é que denomino de “FASE ÁUREA DA INTELIGÊNCIA SÃO-BENTUENSE”, o período de 1875 a 1900. Foi nesse quartel do século, de florescência econômica da então Vila de São Bento que ela serviu de ‘berço esplêndido” a gloriosa plêiade, cujo mérito de seus componentes, refulgiu em São Luís e além limites. O talento de cada um deles, exímio na área abraçada, fortaleceu o conceito de ser São Bento uma das “Atenas Maranhenses ”, título incoado pelos ancestrais: Professor Felipe Benicio de Oliveira Conduru (1818), João Clímaco Lobato (1829), Dom Luís de Brito (1840), Victor Lobato (1853), preservado pelos que nasceram a partir de 1901.

Em rápido rememorar, integra essa elogiada geração os intelectuais José Luso Torres, Raimundo Clarindo Santiago, Luis Lobato Viana e Emilio Lobato Azevedo (membros da Academia Maranhense de Letras). Os irmãos Celino, Alípio, Lourenço e Raimundo Porciúncula de Moraes; Raimundo e João Hermógenes de Matos. Jafeth Vale Porto Mota, Luís Raimundo de Britto Passos Raimundo Santos Matos, Carlos Humberto Reis, Dom Filipe Conduru Pacheco, Professora Rosa Castro, Urbano Wesketh Pinheiro, Barnabé de Campos.

A Academia Sambentuense no dever estatutário de resgatar memórias de seus patronos, torná-los redivivos, faz em datas fechadas de aniversários.

O ano de 1880, especial para a terra benta de São Bento, por haver guardado em suas entranhas os umbigos de dois notáveis de sua prole. Interessante, tanto Domingos Barbosa, já homenageado, tanto estoutro Araújo Castro faleceram no Rio de Janeiro em 1945.

Raymundo de Araújo Castro nasceu a dois de dezembro, no povoado União e faleceu no Rio de Janeiro dia n14 de novembro de 1945. Filho do casal João Albino Gomes de Castro dona Luiza Cândida Araújo Castro. Casou com dona Carmem Viveiros de Castro Estudou o preparatório no Liceu Maranhense, iniciou o curso jurídico na Faculdade de Direito do Pará e concluiu na Faculdade Livre do Rio de Janeiro (1907). Funcionário da Prefeitura de Pinheiro.

Começou a vida profissional no Pará, como agrimensor e amanuense da Secretaria do Interior, da qual foi diretor no governo de Antônio Lemos. Transferiu-se para o Rio de Janeiro e foi advogado em 1908, das Obras do Porto, encarregado do setor de desapropriação. Dois anos mais tarde, nomeado diretor da seção do Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio. Em 1912, integrou a Comissão encarregada de proceder à revisão nos regulamentos do Ministério da Agricultura e secretariou o

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ministro Pandiá Calógeres, quando recebeu a incumbência de organizar uma consolidação das disposições legais e regulamentares referentes aos funcionários públicos civis, aprovado pelo Decreto n.º 12.296, de 6 de dezembro de 1916. Em 1919 foi distinguido com a nomeação para compor a comissão encarregada de organizar o projeto de Lei de Acidente do Trabalho. No cumprimento de nova missão do Ministério da Agricultura, na qualidade de diretor geral da Indústria e Comércio, viajou (1920), às repúblicas do Prata. Em Buenos Aires, na companhia do presidente do Senado argentino, visitou a estância TALAY, pesquisou sobre organização dos serviços nos países platinos. Esteve no Uruguai e na Argentina em 1921, para estudar os serviços de Patentes e Invenções e de Marcas de Indústria e de Comércio. Na volta apresentou minucioso relatório que serviu de base e adoção de normas modernizadoras desse serviço. Membro do Conselho Nacional do Trabalho e Legislação Trabalhista Brasileira. Com Cesarino Júnior, Oliveira Viana e outros foram um dos teóricos da legislação de proteção ao trabalho no País e a sua obra Justiça e Trabalho, ainda hoje citada com apreço. Secretariou os ministros da Agricultura Edwviges de Queiroz e Miguel Calmon du Pin e Almeida. Sabedor que a febre aftosa dizimava os rebanhos de sua terra, para combatê-la, designou ao prefeito Joaquim Marques Ribeiro, o dr.

Ernesto Viola.

Nomeado juiz federal, secção do Maranhão, em dezembro de 1925, exerceu com proficiência e lisura até 1937, quando, pelo advento do Estado Novo, o cargo foi extinto Com Luso Torres, Clarindo Santiago e Luís Lobato Viana, fundou em 1934 a Sociedade de Intelectuais do Maranhão. Nesse ano nomeado pelo Interventor Federal, para com o advogado João Hermógenes de Matos e outros, elaborar o anteprojeto da Constituição do Maranhão, responsabilidade que pediu dispensa. Pertenceu à Sociedade Brasileira de Direito Internacional e foi professor Honorário da Faculdade de Direito de São Luís. Em disponibilidade viajou para o Rio de Janeiro. Lá advogou e prestou serviços ao Conselho Nacional do Trabalho e ao Ministério da Viação. Retornou ao Maranhão pelos idos de 1941, como procurador regional da República. Membro de Tribunal da Justiça Eleitoral e encarregado de apresentar projeto de divisão do território estadual em zonas eleitorais. Grande jurisconsulto, publicista, constitucionalista, magistrado, uma das maiores figuras do seu tempo. Deixou-nos de sua autoria: Estabilidade do Funcionário Público, Manual da Constituição Brasileira, Manual Cívico- diversas edições, Reforma Constitucional, Acidentes do Trabalho, diversas edições, A Nova Constituição Brasileira, A Constituição de 1937, Instrução Moral e Cívica, diversas edições, Sorteio Militar, Um anteprojeto de Constituição, Justiça do Trabalho. Casado em segundas núpcias com dona Airina de Oliveira Castro. Um dos maiores constitucionalistas do Brasil.

Entre seus filhos, o Dr. João Araújo Castro, único ministro do Presidente João Goulart ausente no célebre comício da Cinelândia. Depois foi embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Tanto a família Castro quanto a Araújo são tradicionais na região.

Por antigo descaso dos prefeitos e vereadores, cujas razões não se sabe, preferem manter nas ruas e travessas nomes que nada têm haver com a cidade. Dr. Araújo Castro seria mais um personagem olvidado, se assim não houvéssemos denominado o Ginásio da CNEC o que criamos. Por razões justificáveis, depois extinto.

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Ao fundarmos a Academia Sambentuense tornamo-lo patrono da Cadeira 16, ocupada pelo seu parente, o poeta Evandro Sarney Costa.

Essas lamentáveis e constantes omissões foram necessárias para ocasionar esta petição que o APT deixou de encaminhar a quem de direito, posteriormente, a mim presenteada.

Exmº Senhor Doutor Juiz de Direito da Comarca de S. Bento. (sic) FRANCISCO JOSÉ DE ARAÚJO CASTRO, brasileiro, casado, advogado, inscrito sob numero 9895 da O.A.B. residente e domiciliado á Rua Barata Ribeiro 727 apartamento ( ) Guanabara., vem, respeitosamente fazer a propositura de uma ação POPULAR CONTRA O SENHOR PREFEITO DE S. BENTO para suprir a inércia administrativa de não providenciar uma Rua com o NOMER DE RAYMUNDO DE ARAÚJO CASTRO, meu pai de saudosa memória e que foi JUIZ FEDERAL no Maranhão e vivia com o seu pai CORONEL JOÃO ALBINO. Assim sendo se propõe esta ação, para que nos termos do artigo 1 e 7 da Lei 4717 de 29-6-965 e artigo 153 parágrafo 31 da Constituição Federal. Seja citado o MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL, para que um DIA EU E MEUS IRMÃOS JOÃO AUGUSTO DE ARAÚJO CASTRO E RAYMUNDO DE ARAUJO CASTRO FILHO possamos ver a INAUGURAÇÃOA DESSA RUA. Nestes Termos. P. E. Deferimento. COMARCA DE S. BENTO, aos 20 de Agosto de 1970.

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SÃO JOÃO BATISTA - MA Prefácio ao livro do historiador Luiz Figueiredo, sobre a história e São João Batista-MA, lançado no dia 27.12.2010

PREFÁCIO São João Batista - suas lutas, conquistas e vitórias, é o livro com que Luiz Figueiredo, se inicia no fantástico campo da literatura. E o faz muito bem, resgatando a memória histórica do Município que leva o nome do trabalho, para que as gerações futuras e a história do Maranhão saibam da sua história desde a criação do Município.

Trata-se de um trabalho de pesquisa com resultados altamente positivos, tendo em vista que o Autor lutou contra a inexistência de qualquer bibliografia que lhe permitisse coletar dados para alcançar o que se propunha fazer.

Valeu-se então de entrevistas com Munícipes, quase sempre exaustivas, destacando-se entre estas, a colaboração da Senhora Conceição de Maria Costa Figueiredo, sua genitora, que guardava em sua memória, excelentes dados que lhe foram passados por alguns dos seus ancestrais, e outros que ela mesma vivenciou.

Percorreu o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e ali conseguiu dados referentes posição geográfica do Município, como ele mesmo narra.

Destaca-se no trabalho o cuidado do Autor em falar com linguagem clara e precisa, para que o leitor tivesse fácil entendimento e a leitura fosse bem acessível a todos.

Mostra-nos Luiz Figueiredo, desde a fundação da Cidade, até a sua transformação em Município, sopesando as dificuldades superadas pelo povo pacífico e ordeiro de São João Batista, conduzindo o leitor a descobrir o que as forças políticas do Município conseguiram.

Mostra-nos do seu entusiasmo pela Cidade, que lhe foi passado pelo seu pai, Francisco Ferreira Figueiredo, popularmente conhecido por Chiquitinho, Prefeito por duas vezes, além de Deputado Estadual por várias legislaturas.

Convida-nos Luiz Figueiredo a passear pelos campos da Baixada Maranhense; diz-nos dos políticos, filhos da terra, ali sediados, que relevantes serviços prestaram ao Município; mostra-nos do seu grandioso espírito de homem público, ele que também foi Prefeito de São João Batista, quando estende sua mãos a outras lideranças políticas contrárias.

Este o trabalho de Luiz Figueiredo, que ao fazer o registro histórico do seu Município, oferece para a história do Maranhão enorme contribuição.

Fico feliz na qualidade de Sócio Efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão - IHGM, em prefaciar tão importante trabalho que se constitui uma riqueza para a história de nossa terra.

Parabéns Luiz Figueiredo. Que venham outros trabalhos para enriquecer a literatura maranhense, tão ansiosa sempre, por abrigar novos escritores.

Edomir Martins de Oliveira Sócio Efetivo IHGM - Cad.51

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SERENATAS DE SÃO LUÍS JOSÉ FERNANDES

Do IHGM. Autor do livro “O Rio” Publicado no Jornal Pequeno – edição 02/01/2011 As pessoas com mais de sessenta anos e com alguma sensibilidade romântica devem lembrar-se das serenatas de São Luís.

Os mais moços, pouco ou nada sabem sobre esse conjunto de vozes e/ou de instrumentos que se manifestava em horas notívagas, de preferência ao luar, quase sempre debaixo das janelas de alguém – homens reunidos ao som de um ou vários violões a cantar pelas nossas ruas, sem que ninguém viesse perturbar o tranquilo expandir dos seresteiros de uma São Luís que não mais existe.

A cidade tinha tudo a ver com as serenatas: pequena, poética e provinciana, circunscrita a uma área que se estendia da Praia Grande ao Canto da Viração; da Praia do Caju ao Desterro e da praça Gonçalves Dias à praça da Saudade, perímetro em que se concentrava toda a sua fluência urbana. Não havia os vastos e modernos conglomerados residenciais que se estendem além das pontes que hoje interligam a nossa nova urbe.

Nos dias atuais, a maior parte dos habitantes desta Ilha do Amor transmudou-se para os grandes prédios de apartamentos e condomínios fechados do outro lado do rio Anil e só poucos renitentes ficaram no velho centro, que estiolou, ficou desfalcado de seus antigos habitantes cujas residências passaram a ser ocupadas por estabelecimentos de negócios. E se alguém, à noite, ousar percorrer as ruas da velha cidade será irremediavelmente assaltado.

Não mais havendo ambiente para as elucubrações sentimentais de outrora, só nos resta recordá-las.

Assim, quando as serenatas ainda remanesciam, eu, muito jovem, sentia-me poeta de tanto ler e decorar poesias. Aficionado às leituras, ao cinema e à música, freqüentava assiduamente os programas de auditório em que se destacavam grandes cantoras e cantores maranhenses – Orlandira Matos, Conceição de Oliveira, a rumbeira Sandra, a dupla Ponto e Vírgula e tantos outros e outras. Eu era fã incondicional de Orlandira, e de outra que não era propriamente cantora profissional, pois só se apresentava esporadicamente: de família abastada, cantava porque Deus lhe dera o dom de bem interpretar músicas líricas, em admirável soprano; essa moça, recatada, mantinha, na minha visão juvenil, uma postura de nobreza: chamava-se Maria Emília.

Voltando ao tema principal, como eu me sentia poeta, comecei também a participar de serestas, juntamente com meu amigo Farias, embora não fôssemos rigorosamente seresteiros, de vez que cantávamos nem tocávamos nenhum instrumento.

Entre as tantas serenatas que promovemos, uma ficou registrada na nossa memória por nos ter ensejado um encontro inesperado, que nos deixou felizes.

Os boêmios dessa seresta imemorial eram, como sempre, três: J. C. de Macedo Soares, bom violonista e cantor apreciável; o colega de Liceu José Farias, sobre quem já me referi acima, e este escriba. Macedo tocava e cantava belas músicas e nós declamávamos versos que considerávamos da mais alta sentimentalidade, com fundo musical do nosso exímio acompanhante.

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Como não tínhamos namoradas no centro da cidade, nosso cantar e declamar ocorriam em locais diversos, sem escolha, posto que a cidade era pacata, segura, jamais havendo qualquer ocorrência perturbadora.

Cantando e declamando, postamo-nos, dessa vez, numa esquina da rua da Paz, defronte da igreja de São João, e haja cantorias e declamações, extravasadas em canções e poemas de amor, de vez em quando animados por algumas doses de vermute.

Varávamos a noite nesse transe emotivo quando, em dado momento, próxima de nós, abriu-se uma janela e um semblante de mulher a emoldurou, olhando-nos por alguns instantes, como se estivesse nos avaliando e ao nosso repertório; de repente, fechou a janela e desapareceu. Logo em seguida, talvez percebendo a nossa feição de jovens pacatos, abriu a porta de sua casa e veio nos acompanhar, vestida num lindo roupão, e passou a cantar e a declamar, lindamente, acompanhando-nos na venturosa seresta.

A nossa surpreendente parceira da noite, que iluminou aqueles momentos com a sua presença simpática e descontraída, era a cantora lírica Maria Emília, que tanto admirávamos, fugaz companheira de uma serenata que o tempo não nos deixou esquecer.

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FLOR DE LYS MHARIO LINCOLN Sócio correspondente do IHGM A última entrevista de Flor de Lys (2009) antes de sua aposentadoria como colunista A jornalista Flor de Lys trabalhou com afinco durante mais de 40 anos na imprensa do Maranhão. Foi uma das coordenadoras do Miss Brasil, no estado, e uma das primeiras a fazer programa social em um canal de TV. Assim foi Flor, minha mãe, a quem, neste 2 de janeiro de 2011, lhe presto essa homenagem. http://www.mhariolincoln.com/noticias/ver/a-ultima-entrevista-de-flor-de-lys-2009antes-de-sua-aposentadoria-como-colunista Fui visitar minha mãe, um dia à tarde. Sua decisão de abandonar a atividade diária do colunismo social estava tomada. Encontrei-a de pé à porta da casa, acompanhando o por-do-sol por entre as palmeiras que o vento balouçava. Era um cenário multicolorido: verdeescuro sobre vermelho-verde-amarelo. Estacionei o carro e observei o seu semblante.

- Oi mãe!

- Deus te abençoe!(repetiu como sempre faz).

- O que se passa nessa cabecinha loira?

Riu contrita. Entramos em casa e nos sentamos próximo a velha maquina de escrever Olivetti e a uma cesta cheia de fotos.

- Quando estou triste, Mhário, venho para cá, olho estas fotos e converso com as pessoas que estão nelas. Então, não me sinto sozinha.

Recordei que até 2008 ela teimava em morar sozinha, até ceder ao convite de Orquídea para ir morar com ela, para receber melhor assistência. Ainda quando só recebia a visita das filhas Cristina (com as netas Gabriela e Rafiza), Dalva (com as filhas Roberta e Beatriz) e Orquídea (com as filhas Tereza e Samira). Eu e Veridiana já residimos a alguns anos em Curitiba-PR, embora vindo periodicamente a São Luis para vê-la.

Calamos por alguns momentos, observando o farfalhar do vento, o ocaso do sol, a chegada da noite, o doce movimento das plantas e o cenário do jardim que cercava o varandão onde estávamos. Naturalmente entabulamos a conversa que agora torno pública. Nela ouvi uma retrospectiva de sua vida ao longo dos 80 anos prestes a se completar, conheci sua nova maneira de encarar o mundo, recebi sua reforçada carga de amor aos filhos e netos e fui esclarecido do porque de sua decisão em diminuir suas atividades por conta do estado de saúde cada vez mais fragilizado. Foi uma conversa franca, verdadeira, com um toque de saudade dos grandes momentos do passado que

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não voltam mais. Sua justificativa para o novo momento: não dar motivo de preocupação aos amigos.

Flor de Lys (Foto de novembro de 2010) com os filhos.

Orquídea (sentada) Mhario, Cristina e Dalvinha (em pé).

A Entrevista: - Mas assim de repente?

Flor de Lys: Sou uma mulher que não paro. Trabalho e sempre trabalhei duro. Na época em que fiquei sozinha, sem o pai de vocês, tive que me sustentar. Trabalhava de manhã, de tarde e muitas vezes à noite. Quando assumi a coluna social trabalhava inclusive nos finais de semana. Dormia pouco mais de 4 horas por noite.

- Então, porque a decisão de parar?

Flor de Lys: Parar, não! Vou diminuir minhas atividades e vou orientando Orquídea para ir me substituindo devagar. O problema maior é com minha visão esquerda. Ela tem me dificultado ler e escrever. Mas estou sendo tratada e acho que tudo voltará ao normal. Mas não sei se devo ainda continuar com as festas sociais. Isso demanda muito tempo e organização e ainda ter que dirigir uma equipe de fotógrafos e cinegrafistas.

Essa parte já está com minha filha. São vários eventos noturnos. Eu nunca deixei de comparecer onde fosse convidada. Agora fica mais difícil e eu não gosto de falhar com meus amigos e amigas que tanto me deram alegrias.

- Então, como a senhora se auto-define?

Flor de Lys: Indesistível. Não desisto nunca! Mas há momentos em que a razão supera o coração. Que se deixe claro que essa não é uma desistência de meu trabalho que eu amo. Mas um “mais devagar”, em razão do problema de minha visão.

- A senhora acha que ser Indesistível é qualidade. E seu maior defeito?

Flor de Lys: Não! Tenho outra qualidade que é fundamental em mim. A Doação. Já o defeito, esse, é simplesmente inevitável: o Perfeccionismo.

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- Ser perfeccionista foi o maior desafio até hoje?

Flor de Lys: Recomeçar a minha vida várias vezes foi grande desafio. Por isso o caso de falha em minha visão também será superada. É só uma questão de tempo. Vou continuar orientando minha filha a dar continuidade ao meu trabalho de mais de 45 anos, tanto na TV quanto nos jornais que trabalhei.

- Como foi trabalhar para vários jornais?

Flor de Lys: Minha melhor experiência. Comecei no Jornal Pequeno. Seu Bogéa era rigoroso. No começo de minha carreira ele lia a coluna e saia cortando os parágrafos.

Chegou até a rasgar uma coluna inteira. Aí ele mechamava para saber porque eui havia escrito aqueles parágrafos. Aprendi muito. Por outro lado discutíamos sobre posicionamentos políticos meus. Mas seu Bogéa era simplesmente genial. Mesmo tendo uma linha diferenciada da minha, ele acabava aceitando alguns nomes que eu começava a divulgar na sociedade.

- Dentre esses milhares de personagens que pontificaram em sua coluna qual realmente lhe acompanhou mais?

Flor de Lys: - Fiz centenas, milhares de amigos. Gosto de todos. Uns já se foram.

Outros envelheceram. Alguns continuam acompanhando meu trabalho. Mas um deles merece minha atenção. O empresário Luiz Noronha. Ele era mais que um amigo. Tiroume de situações difíceis – na época das grandes promoções sociais como Noite de Destaques. Seus conselhos eram simplesmente inexplicáveis. Às vezes quando lhe procurava em seu amplo gabinete de trabalho, ele podia estar ocupado, mas nunca me deixou esperando. Dizia, “o que essa flor me há de querer agora, meu Deus?”. Sempre atencioso. No dia em que ele morreu eu disse para a imprensa: “ Ali vai um pedaço de meu coração de amiga e admiradora de um homem simples com uma alma rica e inteligente”. Noronha às vezes tropeçava no português, mas nunca tropeçou ou enganou ou desconheceu seus amigos.

- Uma imagem do passado que não quer esquecer no futuro?

Flor de Lys: Eu sempre tive muitas dificuldades na vida. Como sou uma pessoa aberta, alguns tentaram me enganar. Ganhar-me pelo coração. No dia em que consegui superar essa coisa de só coração e passei a pensar e agir com a razão, praticamente tudo mudou em minha vida. Uma coisa simples, mas que, por pura razão, aconteceu. Enquanto usava o coração, pessoas incautas me vendiam veículos velhos. Eu passava vergonha no meio das ruas de São Luís. Porém ao conhecer o empresário Almir Moraes Correa, esposo de Genu Moraes Correa, ele me disse: “Flor, com essas economias eu consigo lhe vender um carro zero quilômetro com rádio”. Foi uma festa para mim. Alguns dias depois, em um coquetel na loja do seu Almir, lá estava eu tomando champanhe e recebendo o primeiro Aero Willis Itamaraty vendido no Maranhão. Eu sempre gostei de carro.

Sempre tive meu som para ouvir Roberto Carlos. Mas no Itamaraty, o rádio automático (dentro de minha garagem) era sintonizado na Difusora (pela manhã) e à noite no programa da Timbira, “Tudo Dentro da Noite”, do inesquecível Elberth Teixeira.

- A senhora se arrepende de algum momento em sua vida?

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Flor de Lys: Não! Tudo que fiz está assinado com meu sangue. Tudo que ganhei foi com muito sacrifício. Tudo que construí foi ultrapassando barreiras provincianas. Sou uma mulher que realizou todos os sonhos. (dois deles inéditos em nossa São Luís mais antiga: dirigir automóvel sem um homem ao lado e tocar corneta numa banda escolar de 7 de Setembro, só de meninos). E eu nunca pensava que fosse conseguir. Mas desde aquela época em que eu dançava e cantava num teatrinho que minha mãe Biluca fazia antes de distribuir as marmitas para distrair os tropeiros que levavam mantimentos para a quitanda de meu pai, em Rosário, pensava sempre alto. Em alcançar algo que pudesse valorizar minha vida. Consegui! Hoje, aos 79 anos (entrevista concedida em janeiro de 2009) posso dizer. Sou Feliz!

- De que mais a senhora se orgulha?

Flor de Lys: De minha Honestidade, mesmo tendo convivido profissionalmente com algumas pessoas desonestas, infiéis, más, ciumentas e invejosas. Isso eu fiz questão de passar para vocês, meus filhos.

- Sabe, mãe, a senhora sempre foi leal. Como define realmente, a lealdade?

Flor de Lys: A lealdade passa por uma grande reflexão. Como você mesmo escreveu Mhário, “a lealdade não é uma virtude fácil, nem uma questão de emoções nem de sentimentos. A lealdade configura-se no equilíbrio das ações e no respeito, principalmente. Completa-se com o amor e a confiança mútua”. Li essa sua resposta naquela entrevista que você deu a um grande blog português. É isso mesmo?? (Risos).

- A senhora cultiva algum amor?

Flor de Lys: Claro. Primeiro o amor a minha família. Meus filhos são maravilhosos (sinto muitas saudades sua, que mora fora daqui. De minha nora, meus netos Angelo e Mariana e meu bisneto). Depois cultivo meus amigos que ao longo desses 45 anos de colunismo em São Luís sempre estiveram perto de mim. E por último, meus gatos.

Agora se você me perguntar se esqueci de incluir Deus entre meus amores posso explicar. Deus é Fé. Tenho Fé em Deus. Acho a Fé muito maior que o Amor. Quem tem Fé, ama muito. Por isso Deus tem me dado tantos presentes maravilhosos nesses 79 anos de vida e de energia positiva. Meu filho, juro que ano que vem ou nos anos que Ele quiser que eu viva mais (pois tudo agora é lucro), você não me verá reclamando de

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nada. Apenas agradecendo a Deus pela oportunidade de ver, por exemplo, Lorenzo, meu bisneto.

O QUE UM NETO NÃO FAZ COM UM AVÔ: A foto mostra Mhario Lincoln com seu neto, (bisneto de Flor de Lys), numa festa a fantasias.

----------------------------------------------E quem quiser assistir uma outra parte da entrevista gravada em Curitiba/PR, acesse: http://www.youtube.com/watch?v=-u8U-tdrcvE

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FELIZ 2011 AYMORÉ DE CASTRO ALVIM APLAC, IHGM e AMM. Postado em: 07/01/2011 http://www.jpturismo.com.br/noticia.asp?id=07012011-feliz-2011 Com esta saudação quero externar a todos quanto esta coluna lerem e ao povo pinheirense os meus melhores augúrios de um ano de muita felicidade e que, ao longo do mesmo, possamos todos viver com mais segurança, sem drogas, sem corrupção, com menos egoísmo, enfim, com muita paz e amor. É utopia? Talvez o seja, mas o bem-estar das sociedades depende de cada um que delas faz parte; enfim, depende de cada um de nós que as construímos.

Talvez, por isso, na busca contínua de melhorarmos sempre, aproveitamos certas oportunidades, como a passagem de um ano para outro, para desejarmos, como verdadeiro estímulo, que todos sejam a cada ano melhores, para que possamos conseguir o que todos almejam: paz e felicidade. Por isso, Feliz Ano Novo. Que ele seja melhor que o anterior.

E agora, na transição do primeiro decênio para o segundo do século XXI, sentiram alguma diferença? É uma pergunta que cabe a cada um responder dentro da expectativa esperada com a mudança de ano.

Mudanças houve, não podemos negar. O importante é saber se elas foram ao encontro das nossas aspirações. Se nos ajudaram a mudar também.

A mídia e as agências de turismo, aproveitando o impacto que a transição causa no imaginário popular, incutem-nos a certeza de que estamos, realmente, entrando em uma nova era.

As festas se multiplicam, os hotéis esgotam suas vagas, os preços disparam, a inflação começa avançar, em linha ascendente, e os votos de plena saúde, muita paz, emprego à vontade e bolsos repletos de dinheiro se repetem, todos os anos, numa insistência secular para ver se um dia tudo venha dar certo.

Mas, afinal, o que mudou?

Perscrutando o passado recente, talvez chegaremos à conclusão de que pouco ou quase nada se alterou, na rotina do nosso dia a dia. Mas, se nos projetarmos um pouco mais além, no túnel histórico do tempo, constataremos que, nos dois últimos séculos, a humanidade, apesar de alguns retrocessos, avançou.

Em fins do século XVIII, teve início, na Inglaterra, a Revolução Industrial, resultado de uma conjunção de fatores que vinha evoluindo ao longo da Idade Média, tais como, o acúmulo de capital a partir da substituição das Corporações de Ofício pelas manufaturas, o crescimento do sistema bancário, a ampliação do mercado consumidor resultante do incremento à densidade populacional, da implantação de colônias

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ultramarinas e do avanço tecnológico, principalmente, nos setores têxtil, comercial, agrícola e naval.

Assim, a Revolução Industrial juntamente com a Revolução Francesa, frutos de insatisfações das camadas menos favorecidas e de políticos descontentes, são dois marcos, dentre tantos outros, que pela sua importância e implicações com o processo político-econômico-social, então, vigente, impuseram uma ruptura, no comportamento dos povos ocidentais, apontando novos caminhos a ser trilhados pelas sociedades futuras.

Sob o impacto desses eventos, o mundo ocidental entrou, no século XX, vivenciando esses mesmos conflitos sociais, corolários de desmedidas ambições. A máquina estatal, como ainda hoje, continua emperrada pela pesada burocracia que lhe é imposta e pelo despreparo de agentes públicos que insistem em querer conduzi-la.

Somem-se a tudo isto o descompromisso, a corrupção e o tráfico de influência, numa frustração secular ou milenar de que, apesar de tudo, os vícios sociais permanecem os mesmos.

Mas nem tudo, felizmente, é só decepção. Ao longo do século passado, a humanidade superou muitas das suas limitações. A melhoria da qualidade de vida atingiu vários estratos sociais, que se viam marginalizados, com maior oferta de alimentos, empregos, recursos de saúde, educação e habitação. Ainda, no século passado e avançando, nessa primeira década do atual, têm sido obtidos relevantes resultados, em tecnologia de ponta, no campo da Genética, com o domínio das técnicas de seqüenciamento gênico que propiciaram ao homem decifrar o seu código genético, criando grandes expectativas de recuperação de doenças consideradas incuráveis; as experiências exitosas com transplantes de órgãos e de céluas-tronco obtidas por clonagem para fins reprodutivos e terapêuticos; técnicas de reprodução assistida para viabilizar a gestação em mulheres que não podem engravidar e, até mesmo, na infertilidade do casal; avanços nas técnicas de imunodiagnóstico e imaginologia, isto só para falarmos na área da saúde.

Em outras, o homem mergulhou, no espaço desconhecido, com suas sondas, foguetes, satélites e plataformas. A lua foi visitada. As comunicações globalizaram as atividades do planeta, nos mais diversos setores da economia humana.

Tudo o que conseguimos até agora era o que queríamos? Com certeza, não; pois muito ainda nos falta para atingirmos as satisfatórias condições de vida que pretendemos.

Mas, parece que contabilizamos mais sucessos do que fracassos ou frustrações.

Por isso, aguardemos mais um pouco. O atual século poderá trazer muito mais para a humanidade. Afinal, ele está só começando. Por isso, renovo a cada um de vocês os meus votos de um FELIZ ANO NOVO.

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OS VAREIROS DE GRAJAÚ E O POVO DA RIBEIRA JOSÉ FERNANDES Do IHGM. Autor do livro "O rio".

Jornal Pequeno 10 de janeiro de 2011

Rústicos, ignorantes e analfabetos, assim eram os barqueiros, chamados vareiros porque os seus instrumentos de trabalho se resumiam em compridas varas, pesadas, de madeira forte, com as quais impulsionavam seus barcos, que deslizavam, lentos, apinhados de mercadorias, pelo turvo e estreito rio Grajaú, vindos da cidade que do rio herdara o nome, rumo à velha e pacata vila da Ribeira do Mearim, em tempos idos.

Trafegando a jusante e a montante no longo percurso de mil e oitenta e nove voltas do rio, sustentavam as varas no peito nu, que muitas vezes sangrava, assim como as mãos; não podiam parar de vez que a carga que conduziam tinha dia e hora certa para descarregar no porto do costumeiro destino.

Durante essas viagens, que duravam meses, eram permanentemente fustigados, na sua lida miserável, por mosquitos e carapanãs sugadoras de sangue, em dias de insolação e de noites maldormidas, castigados, na metade do ano, por invernos inclementes que lhes traziam impaludismo e outras doenças tropicais - época em que, por semanas inteiras, deixavam as varas e passavam a trabalhar com grandes facões, desencalhando o leito do rio de quilométricos balcedos e ilhas de aningas e mururus, dentro e fora d´água, corpos espicaçados por pragas, entre cobras, arraias e jacarés, em faina infernal.

Alimentados precariamente, bebendo da mesma água suja que singravam os vareiros, escravizados pelos seus senhores, sofriam e às vezes morriam, isolados naqueles confins.

Misto de desbravadores e de gente perigosa, eis que, desassistidos do corpo e da alma e consumidos pela maconha, que usavam como meio de esquecimento de suas agruras, aqueles homens rudes se tornavam malvados quando, em grupos, ancoravam os seus barcos no final de cada viagem, desforrando os seus martírios na pacata população da vila da Ribeira. Armados ostensivamente e encharcados de álcool, partiam para provocações e, com violência brutal, agrediam os cidadãos do lugar, desrespeitavam as mulheres, colocando os moradores ordeiros em sobressaltos e pânico, totalmente submissos.

Todavia, como os ajustes sempre acontecem, um dia os agredidos, cansados de tamanha humilhação, resolveram se organizar e reagir. Como narra o poeta Arimatea Coelho, agrupou-se o povo da Ribeira e, com as armas disponíveis - facas, cacetes, espingardas e até revólver, como a parabélum do vigário - partiram para a resistência. À primeira tentativa de agressão dos brutos vareiros, começou o revide da população, sem prática de luta, dada a sua natureza pacífica, porém disposta a defender a sua dignidade. E, assim, começaram as bofetadas, cacetadas e facadas, de parte a parte. Os vareiros, algumas dezenas apenas, porém afeitos às brigas e às brutalidades, bateram e apanharam, receberam e retribuíram pauladas, feriram e foram feridos. A

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refrega prolongou-se durante todo o dia, ouvindo-se gritos de dor, de um e do outro lado, alguns sendo socorridos, a maior parte dos vareiros aos poucos se acovardando, surpresos com a reação.

Felizmente, à tardinha, exaustos todos, a luta chegou ao fim, com a retirada dos vareiros do campo de batalha, que fugiram e se refugiaram em suas embarcações e nas matas, alguns gravemente feridos.

Na narrativa da batalha, da qual extraí os dados dos dois últimos parágrafos, o mesmo poeta da terra a finaliza contando, com minúcias ora resumidas, que uma mulher que lutara com destemor ao lado dos homens da vila e se tornara heroína da luta, conhecida como Isabel do Beco, sabendo que haveria um grandioso baile para comemorar o êxito da peleja, vestiu a sua melhor roupa e seguiu para o local da comemoração. Entretanto, para a sua tristeza, fora barrada na porta da festa: era negra, não podia freqüentar baile de branco. Estava impedida de comemorar sua própria vitória. Findou-se assim a fama de valentia dos vareiros do rio Grajaú.

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A BESTA-FERA JOSÉ FERNANDES Do IHGM. Autor do livro “Gente e Coisas da Minha Terra” Publicado 17/01/2011 no Jornal Pequeno

Era, se eu não estiver enganado, o ano de 1949. Numa quieta manhã, os habitantes da nossa pequena cidade estavam apreensivos e temerosos com a anunciada presença, ali, de um ser diabólico, uma besta-fera, conforme alardeava o pároco pelo serviço de alto-falante instalado na torre da única igreja do lugar.

Pessoa de credibilidade e confiança da população, o sacerdote recomendava a todos que fechassem portas e janelas, e não fossem à rua, para não se defrontar com o ser malífero, capaz de, com um simples olhar, fazer mal às pessoas de bem.

Na minha mente de menino de aproximadamente 12 anos, que nunca saíra da terra natal, a besta-fera propagada pelo religioso se me afigurava um ser maligno, infernal, um monstro que, por certo, iria causar transtornos a todos nós, homens e mulheres, moços e velhos, e conjeturava comigo mesmo: como seria essa besta-fera? Seria como um lobisomem, misto de gente e lobo, que as pessoas diziam soltar uivos horripilantes nas noites de lua cheia?

Como a dúvida e a curiosidade eram maiores do que o medo esboçamos e pusemos em prática, eu e um animoso colega de folguedos, um audacioso plano para, mesmo de longe, irmos conhecer o ser bestial que o padre dizia encontrar-se na praça da igreja. E lá fomos nós.

Amedrontados, aproximamo-nos, cautelosamente, guardando, porém, certa distância da criatura que nos fora indicada como sendo a besta-fera e, para nossa decepção, vimos somente uma mulher ainda jovem, bem morena, de pequena estatura, vestida modestamente, distribuindo panfletos políticos. Soube depois: tratava-se de uma moça da capital que estava ali fazendo a sua própria campanha para deputada estadual; era médica e se chamava Maria Aragão.

Naquele dia, eu e o companheiro, em razão de nossa pouca idade, não entendemos nada.

Não tomáramos conhecimento do que realmente ocorria. Mas depois, com o tempo, fiquei sabendo que, como aquela candidata era uma das dirigentes do Partido Comunista, o pároco, inimigo ideológico de todos os comunistas, a denominara de besta-fera para desacreditá-la e diminuí-la perante o povo – fato nada estranho à época, em que diziam que comunista comia criancinhas...

Anos depois, eu já atuando na política estudantil, vim a conhecer, de perto, a médica e militante Maria Aragão, pessoa caridosa e solidária, de prazerosa convivência.

Idealista e corajosa enfrentou com galhardia a sua condição de comunista, então ainda um estigma; sofreu percalços quando o seu partido encontrava-se na clandestinidade – percalços que jamais lhe arrefeceram a têmpera, mercê de sua tenacidade.

Antes de falecer, prestou um longo e emocionante depoimento ao meu amigo Altair Costa, conhecido entre nós como Antônio Francisco, entrevista que virou livro – Maria Aragão, a razão de uma vida.

Elogiada por gente de todas as condições sociais, políticas e ideológicas, em sua homenagem existe, hoje, o imponente Memorial instalado junto à beira-mar desta nossa capital, obra do genial arquiteto Oscar Niemeyer, perenizando a memória daquela grande mulher, que, no tempo já referido, o pároco de Arari chamara de besta-fera.

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SÃO BENTO. QUANDO OS MAGISTRADOS RESIDIAM NAS COMARCAS ÁLVARO URUBATAN Vavá Melo - pesquisador, historiógrafo, membro da Academia Sambentuense, da Federação das Academias de Letras do Maranhão e sócio efetivo do IHGM. Postado em: 21/01/2011 – Jornal Pequeno -

Nesta minha salutar mania de pesquisar e analisar fatos inerentes à história de minha terra, seus momentos áureos e dignos benfeitores, verifico benfazeja às comarcas, sobretudo, suas sedes quando seus juízes, promotores residiam na cidade.

Em São Bento, por exemplo, inúmeras vantagens usufruiu a comunidade, da qual eles passavam a fazer parte como cidadãos e autoridades.

Sem afetar o poder do cargo, jamais a influenciar suas decisões, eram respeitados e benquistos por todas as classes.

Conhecidos dos peixeiros, magarefes e dos quitandeiros, enfim, dos homens do povo.

Com estadas mais longa de anos, formavam grupos de amigos e, com seus familiares ganhavam afilhados, integravam os movimentos sociais, educacionais, religiosos.

Envolvidos no quotidiano sabiam das pendengas mais do que as expressas naqueles inquéritos adredemente preparados para atender desejos de políticos.

Presentes nas festas o que era comum, com a força moral, silenciosamente, intimidavam os encrenqueiros, logo advertidos: o Dr. Juiz e ou o Promotor está aqui.

Há bem pouco, diante do ostensivo desrespeito e graves anomalias tão em moda, era notório ouvir-se dos anciãos o desabafo: ah! Tempo do doutor. Fulano, isso não acontecia.

Em suas belas montarias, no lazer vespertino, passeavam por toda a cidade, contemplavam seus campos, visitavam nos arrabaldes fazendeiros e amigos. ..

Por darem expediente durante a semana, os litígios não mofavam décadas esquecidos nas gavetas ou nas estantes. A população era menor, de fato, mas os termos a quem por dever de ofício inspecionavam sempre, ficavam distantes e de desconfortáveis viagens.

Mantinham com os demais poderes relacionamento republicano, com opiniões normalmente aceitas. Arraigados no município, tornavam proprietários urbanos e rurais.

Para serem penhorados ao hospitaleiro chão que os acolheu, além de benefícios outros, ofertaram-nos valiosos dotes patrimoniais humanos, representados pelos seus rebentos, doravante citados, que aqui vieram ao mundo, para maior glorificação desta “Atenas Maranhense”.

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Em rápida retrospectiva, correndo o risco de indejadas omissões, a Academia Sambentuense os homenageia, colocando-os na galeria dos honorários.

JUÍZES MUNICIPAIS E DE ÓRFÃOS: Dr. João Clímaco Lobato, conquanto sãobentuense, primeiro titular do juizado (1857) é autor do romance “Os Mistérios da Vila de São Bento”. Desembargador Manuel Barbosa Álvares Ferreira, natural de Estância (SE), 5º juiz, por oito anos.

Filhos o grande “Dr. Domingos Quadros Barbosa Álvares”, o festejado Mingo Barbosa e de dona Michol Barbosa. Dr. Joaquim Ribeiro Gonçalves, natural de Regeneração (PI) – 8º juiz (1884). Deputado Estadual, autor da lei que elevou a Vila de São Bento à categoria de cidade; da criação do primeiro grupo escolar do Maranhão e de verbas outras. Pai do brilhante advogado Joaquim Ribeiro Gonçalves Filho (18861920), promotor público de São Luis. Proprietário da Fazenda Picos.

Trouxe para o Estado o emérito Dr. Elisabeto Barbosa de Carvalho que começou suas atividades de promotor e juiz municipal em nossa comarca. Dr. Antônio José Pereira Júnior, alcantarense 11º.

Chefe político, proprietário urbano (Jardineira) e rural – Fazenda Pascoal.

Desembargador Elisabeto Barbosa de Carvalho, 13 º, deixou escritas crônicas alusivas à vida social e econômica da cidade. Desembargador Joaquim Alves dos Santos (1926) casou-se com uma são-bentuense a professora Maria Assunção Matos, adquiriu propriedade rural e foi professor de vários jovens.

PROMOTORES. Dr. Alcides Jansen Serra Lima Pereira, (1894), colaborador do primeiro jornal “São Bento” (1902). Desembargador Sarney de Araújo Costa (natural de São Bento), partícipe de todos os movimentos.

Filhos: poeta Evandro Sarney, Concita Sarney, os bacharéis Ronald, Ana Maria Bastos (médica) e Norma Furtado Sarrney e viveu o presidente José Sarney. Dr. Cândido Pereira de Sousa Bispo, outro cronista da cidade. Desembargador Luís de Almeida Telles, Idealizador e fundador da Escola Normal Rural “Felipe Benicio de Oliveira Conduru. Dr. Eurico de Arruda Filho, professor de Francês da Escola Normal.

Dr. Justo Galvão Pedrosa, diretor da dita Escola. Drª Ruth Lóide Sanches Silva, respeitável líder, dirigiu e dinamizou a Escola, transformando-a em Normal Pedagógica.

Dra. Maria Cecília Penha Silva, natural de São Bento, lecionou na Escola Normal.

JUIZ DE DIREITO: Dr. Virgilio Alves de Lima Gordilho (26.3.1877 a 12.4.1879) construiu, às suas expensas, a capela do cemitério. Dr. Regino Antônio de Carvalho – Incentivador da iluminação a carbureto em 1910. Filhos Desembargador Antônio Regino de Carvalho e o capitão de Mar-e-Guerra Regino Antônio de Carvalho Filho e Luís Regino Antônio de Carvalho. Dr. Joaquim Sales de Oliveira Itapary, filhos Joaquim e Jesus e cresceram os irmãos Professor João Itapary, donas Hortência e Violeta. José era amante apaixonado pela Terra. Tornou-se fazendeiro é lá faleceu.

Este preito póstumo. Dr. Nodzu Jansen de Melo, filhos bacharéis Elder, Edmilson e Elda Carneiro Jansen de Melo Rocha, esta a mais assídua visitante. Há anos não o faz.

Cresceram e estudaram os irmãos bacharéis Edna e Edmar. Desembargador Jerônimo Vieira Fontes com o filho Coracy muito contribuiu com a criação do fundador do Cassino Sambentuense. A esposa Dona verdadeira assistente social.

Desembargador José de Ribamar Andrade dirigiu a Escola Normal e o Ginásio Industrial, com esposa dona Rosália lecionaram nesses colégios. Em seu jipe, sempre com a porta aberta, freqüentava mercados, quitandas, casas humildes. Dr. Carlos Alberto Botelho Barbosa, são-bentuense de coração. Casou-se com dona Maria

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Lúcia Muniz, filha de tradicional família de São Bento. Promotor, depois juiz, impoluta e magnânima criatura, por demais estimada. Diretor da Escola Normal, presidente de time de futebol.

Dessa prole entre os vivos, Dr. Joaquim Sales de Oliveira ItaparyFilho, uma das mais luzidias inteligências de sua geração maranhense; dono de carreira de êxitos, ilibada conduta e honorificência profissional e pessoal, é o mais afeiçoado ao nosso São Bento, a quem tanto o enobrece. Querido dos amigos, sobremaneira pelos membros da Academia Sambentuense da qual é presidente fundador. Idealizador da barragem São Bento a Bacurituba, de suma importância para a região.

Nesse rol é justo mencionar alguns delegados, no caso major Amílcar Bessa, genitor dos conterrâneos, bacharéis Lindberg Pereira Bessa (falecido). , Amilcar e Siedberg.

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O SONHO DO JOVEM CANTOR JOSÉ FERNANDES Do IHGM. Autor do livro Ao Sabor da Memória Jornal Pequeno, segunda-feira, 24 de janeiro de 2011 Extrovertido, de boa memória e expert contador de causos, o sr. Esdras Ribeiro, conhecidíssimo apenas pela alcunha de Parafuso, bem que poderia escrever ou ditar boas estórias dos tempos áureos da radiofonia maranhense, período em que ele viveu exercendo a função de sonoplasta e outras atividades nas diversas estações de rádio desta hoje cidade cultural, patrimônio da humanidade, ao invés de contá-las, como o faz sempre, somente em rodas de amigos.

Enquanto Parafuso ou outrem não se propõe a esse mister (o confrade Lima Coelho já escreveu parte dessa história), relembro, antes de entrar no assunto principal deste texto, que a Rádio Timbira do Maranhão, órgão oficial do Estado, nos anos cinqüenta e sessenta do século findo, exerceu um papel de alta relevância na radiofonia do Nordeste, rivalizando, em alguns aspectos, com a poderosa Rádio Jornal do Comércio de Pernambuco, líder de audiência da região.

De grande potência, a Rádio Timbira era ouvida em outros continentes e transmitia programa destinado aos países de língua inglesa – programa que versava sobre cultura maranhense – apresentado pelo poeta Lauro Leite Filho e pelo professor e poliglota João Ferreira.

Essa emissora, para aqui falar somente nela, possuía no seu elenco selecionada equipe de cantoras e cantores, já referidos alhures; grandes locutores e apresentadores como Joaquim Figueiras, Américo de Sousa, Ferreira Gullar, Marcos Vinícius de Almeida, Fernando Sousa, Renato Ribeiro, Campelo e Ernani Cavalcanti; competentes rádio-atrizes e rádio-atores, onde se destacava a figura de Otelo Cavalcanti. Repositório de destacados valores humanos, a emissora fez história principalmente pelos grandes espetáculos que proporcionou ao público ao trazer para o palco do Teatro Arthur Azevedo os maiores artistas do Brasil.

Contudo, o que quero contar é que, participando desse quadro de notáveis da Rádio Timbira havia um jovem talentoso, de pouco mais de vinte anos, que também fazia parte daquele time altamente qualificado. Chamava-se Waldir Fernandes, meu primo e amigo, como eu nascido em Arari-MA. Era um cantor bem aplaudido e ainda atuava, com destaque, como locutor e rádioator nas famosas novelas que iam ao ar todos os dias naquela emissora. Inteligente e pragmático, Waldir preparou o seu terreno e, já com lugar assegurado, decidiu transferir-se para o Rio de Janeiro, destino dos que queriam aprimorar-se e vencer na arte de sua propensão, como acontecera com muitos artistas de várias vertentes, que emigraram para a antiga capital da República e se tornaram vitoriosos.

Fraterno, um dia antes de seguir viagem, Waldir quis despedir-se condignamente de alguns de seus colegas e companheiros, e aceitou a oferta de um deles, dono de um caminhão, que os levou à praia do Olho D’Água, onde ocorreu a sua alegre despedida.

E foi num domingo de fevereiro de 1956, às 14 horas, ainda no Olho d´Água, que os festejantes embarcaram no caminhão retornando à cidade, pois Waldir teria apenas

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algumas horas antes de tomar o avião e seguir para o Rio de Janeiro, seu almejado desiderato. O artista promissor quis regressar ao seu lar na carroceria do caminhão, para manter-se por mais tempo junto dos seus amigos.

E logo na primeira curva o caminhão capotou e Waldir fora a única vítima fatal.

Morrera, assim, em clima de festa, numa despedida trágica, alimentando o justo sonho de tornar-se mais um maranhense a brilhar no cenário artístico nacional.

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MHARIO LINCOLN ENTREVISTA: DILERCY ADLER Entrevista com Mhario Lincoln. Dilercy Adler, do IHGM, Poetisa, fez colocações bem interessantes e recitou algumas de suas belas poesias.

Link: <http://www.mhariolincoln.com/tvweb/ver/a-poesia-magica-dedilercy-adler>

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BREVE REMINISCÊNCIA DE ANTÔNIO VESPASIANO RAMOS MANOEL SANTOS NETO Um famoso romancista maranhense publicou certa vez, em um de seus artigos, esta frase magistral: “Os mortos ilustres, depois de certo período de silêncio, ficam a esperar que os vivos se lembrem deles, para que esse silêncio se interrompa, em benefício de outros vivos e outros mortos.”

Recorro a esta frase de Josué Montello para fazer o registro de que, em novembro do ano passado, o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM) perdeu um de seus mais ilustres sócios honorários: o médico e escritor Antônio Vespasiano Ramos. Autor de diversas obras, ele deixou vários trabalhos publicados nas Revistas do IHGM e regularmente escrevia artigos em periódicos da imprensa maranhense.

Homem maduro e já na fase de médico aposentado, Antônio Vespasiano Ramos publicou um livro que ele próprio dizia ser a sua obra-prima. Trata-se do livro Coronel Mariano Martins Lisboa – Um ilustre maranhense (1846-1926).

Com este trabalho, o saudoso escritor, que também era membro da Academia Maranhense de Medicina, presta uma homenagem ao seu avô, o coronel Lisboa, figura proeminente da sociedade maranhense, que ocupou vários cargos na política e chegou à Intendência (Prefeitura, na época) da cidade de São Luís do Maranhão.

Em um dos artigos publicados em um dos jornais da capital maranhense, Ramos conta que a idéia de escrever sobre seu avô surgiu quando seu primo Cláudio Lisboa de Moraes Rego encontrou, no município de Nina Rodrigues, a lápide de D. Custódia Orminda Martins Lisboa, mãe do coronel, falecida em 1874, e dela deu conhecimento a todas as suas tias através de fotografias.

Inspirado a escrever a biografia do seu avô, o médico ginecologista, também autor do livro A mulher de trinta anos, empreendeu uma profunda pesquisa histórica e genealógica, resgatando a descendência desse ilustre maranhense desde 1735 até os dias atuais. A lápide de Custódia Orminda, uma pedra de 500 quilos, encontra-se desde 1985 nos jardins da casa que Antônio Vespasiano Ramos construiu para ser sua nova residência, na Avenida São Luís Rei de França, no Turu. Lá ele vivia cercado de livros, ao lado de sua esposa, Joana Batista Amâncio da Silva, com quem convivera durante mais de 30 anos.

Com apresentação escrita pelo ex-deputado Raymundo Lisboa Vieira da Silva, o livro de Antônio Vespasiano Ramos - que era sobrinho do famoso poeta Vespasiano Ramos – foi publicado após dois anos de pesquisas, iniciadas por cidades do Rio Grande do Sul, por onde estão espalhadas ramificações da família Lisboa. Ao explicar por que resolveu escrever este livro, o médico aposentado falava sempre de sua pretensão de prestar homenagem ao coronel Mariano Martins Lisboa, o patriarca, que nasceu em Brejo dos Anapurus, em agosto de 1846.

Filho de Zila Lisboa e de Heráclito Vespasiano Ramos, o médico Antônio Vespasiano Ramos retrata em sua obra os ancestrais ilustres do coronel Mariano Martins Lisboa. Depois de falar sobre a vida e a descendência do coronel Mariano

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Martins Lisboa, Antônio Vespasiano Ramos observa, no último capítulo do livro, que deveria começar a obra citando a data de seu nascimento, na cidade de São Luís.

“Não vou fazê-lo, todavia. A idade avançada sofre preconceitos e discriminações, às vezes tão desculpáveis que até os consideramos toleráveis. No fim das contas, um velho, embora parecendo moço, não tem o viço da juventude. Um dia, após meu falecimento, meus primos e amigos verão na lápide que cobrirá meu túmulo, além de um epitáfio, as verdadeiras datas que Deus me deu. Posso dizer somente que escrevo e por isso estou vivo e gozando da felicidade de ter a todos como amigos diletos”.

Antônio Vespasiano Ramos, que ficou famoso como médico ginecologista, nasceu no dia 9 de julho de 1914. Ele era professor de medicina no Rio de Janeiro. As suas atividades como médico, pesquisador e escritor foram tão intensas que por si só dariam um livro.

Publicou inúmeros trabalhos, dos quais se destacam: “Novo Método de Diagnóstico Precoce do Câncer Uterino”, ”Mulher de Trinta Anos” e “Coronel Mariano Martins Lisboa - Um Ilustre Maranhense”, além de artigos que foram publicados no Maranhão e alhures.

Sobrinho do poeta Joaquim Vespasiano Ramos e primo do médico Cláudio Lisboa de Moraes Rego, ele veio para o Maranhão décadas atrás, para exercer a função de superintendente do antigo INPS. Renovou o gosto pela terra natal, sentiu nas veias a vibração da maranhensidade - que, de fato, sempre permanecera vira - e por aqui ficou. Ocupava a Cadeira Nº 22 da Academia, cujo patrono é o dr. Antonio Gomes dos Santos Neto. Antônio Vespasiano Ramos, que não gostava de declinar a idade, faleceu aos 96 anos, no Rio de Janeiro, no dia 19 de novembro de 2010.

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DIOGO DOS REIS PINHEIRO AYMORÉ ALVIM JP Turismo - Postado em: 28/01/2011 http://www.jpturismo.com.br/noticia.asp?id=28012011-diogo-dos-reis-pinheiro Na história de Pinheiro, vamos encontrar várias pessoas que marcaram a sua vida com o trabalho e com a dedicação à causa do desenvolvimento e do bem estar da terra pinheirense. Resgatar-lhes a memória para o conhecimento das gerações vindouras se impõe pelo exemplo que nos legaram e como preito da nossa gratidão pelo muito que realizaram. Desta forma, compilamos, em livro ainda não publicado, fatos vividos por várias dessas pessoas das quais iniciamos por destacar o Sr. Diogo Antônio dos Reis.

Não era pinheirense, mas amou a terra que o abraçou como se fora a sua.

Nascido em Alcântara, em 1813, foram seus pais Agostinho Antônio dos Reis e Maria Joaquina dos Reis dos quais lhe nasceram quatro irmãos. Todos concluíram, na capital da Província, o curso de humanidades.

Por volta de 1832, chegou ao Lugar do Pinheiro. Não obstante as regulares transações comerciais que mantinha, principalmente, com as vilas de Alcântara e Guimarães e, às vezes, até com a capital, o lugarejo se constituía em um espaço tranqüilo e de paz, o que certamente motivou a vinda de várias famílias para tentar a sorte nas atividades comerciais que já prenunciavam bons negócios e na agropecuária que estava em expansão ou simplesmente para morar.

O conturbado ambiente que imperava, no restante da Província, decorrente das lutas políticas entre conservadores e liberais, permitia quase sempre a ocorrência de eventos de exacerbada violência como a guerra da Balaiada que, no fim dessa década e início da de 1840, manchou de sangue as terras maranhenses.

Enquanto isso, sem imiscuir-se nesses conflitos, o povoado desenvolvia a sua pecuária e a sua agroindústria com o plantio da mandioca, arroz, milho e da cana de açúcar que recebera grande incentivo, nessa época, quando Franco de Sá governava a Província. A partir de então, foi ampliada a área cultivada e vários engenhos para produção de açúcar começaram a ser instalados.

Tais iniciativas permitiram à povoação não somente atingir, na década seguinte, o “status” de vila como ainda chegar à década de 1860 com uma produção, segundo César Marques, de 3.000 arrobas de açúcar/ano, propiciando bons lucros aos seus produtores junto à produção do algodão que também atingiu bons preços em decorrência da grande crise, nos Estados Unidos, deflagrada pela guerra de Secessão e libertação dos escravos.

Foi esse ambiente de paz e de início de prosperidade que Diogo dos Reis encontrou ao chegar ao Lugar do Pinheiro.

Ainda bem jovem, passou a dedicar-se às atividades comerciais. Inicialmente, trabalhou como empregado do capitão José Caetano de Sá e, mais tarde, pela dedicação demonstrada e pela argúcia nele vista, o patrão terminou por convidá-lo para sócio.

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Atencioso e prestativo, logo granjeou a simpatia e a amizade daquele povo.

Exímio comerciante, pouco a pouco adquiriu a confiança de todos, o que viria torná-lo o guru do lugar, ao qual todos acorriam para consultá-lo antes de realizar qualquer negócio.

Com tal perfil, não passou despercebido aos políticos locais e regionais que logo o convidaram a se filiar ao Partido Liberal cuja liderança, na Província, segundo Carlos Lima, era exercida pelo doutor Carlos Fernandes Ribeiro, Barão de Grajaú.

Logo, os Liberais pinheirenses o fizeram o chefe político local do Partido e com outros tantos próceres locais muito trabalhou pela emancipação política do povoado.

Após a instalação da Câmara de vereadores, em 1862, na vila recém-criada, Diogo dos Reis a presidiu em três legislaturas: em 1873, 1883 e em 1887 quando permaneceu até 14 de janeiro de 1888. Nesse mesmo ano, tomou posse pela segunda vez como deputado provincial, na Assembléia Legislativa.

Ali, desenvolveu um profícuo trabalho em benefício da Vila de Santo Inácio de Pinheiro e do seu povo pelo bom desempenho político que segundo Viveiros sempre o caracterizou.

Conciliador e arguto articulador político, fez, na Assembléia, fortes laços de amizade até mesmo com os adversários que sempre lhe dispensaram grande respeito e muito apreço.

Por isso, todos lamentaram o seu falecimento ocorrido, em São Luís, no dia 9 de março de 1888.

A Vila também chorou, pois havia perdido um grande amigo.

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FÓRUM DO TRE DE SÃO BENTO TEM FOME ÁLVARO URUBATAN (Vavá Melo) membro da Academia Sambentuense, da Federação das Academias de Letras do Maranhão e sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, Cadeira 54 JP Turismo - postado em: 11/02/2011

Lá nos distantes idos de 1961, li nas colunas deste jornal, um artigo que me entusiasmou bastante. O conteúdo era próprio da época, em que a juventude reunia-se em seus grêmios estudantis, diretórios acadêmicos, agremiações religiosas, entidades operárias defendiam consciente ou influenciada a bandeira da liberdade. O foco resumia-se em veementes protestos; discussão ideológica – capitalismo e comunismo, mesclado de socialismo.

A matéria desse talentoso estudante e promissor jornalista enfocava outro matiz.

Trazia uma linguagem panfletária, contundente, escorreita. Conquanto usasse termos bíblicos “No começo era o Verbo - Fiat Lux”, o alvo era o Senhor Governador, a quem passada essa fase, tornamos seus defensores; eu, pelos laços de conterraneidade e pelos benefícios realizados em nosso São Bento. O ímpeto desse jovem externava nos escritos o sentimento de todos seus contemporâneos que, como nós viemos de outras as regiões do Estado. Sua revolta vivida em Coelho Neto traduzia o que todos assistimos em nossas cidades: o poder arbitrário, prepotente dos "manda-chuvas”, senhores de cutelos apaniguados do Palácio dos Leões. Os cabos eleitorais, imbeles xeretas, eram adjuntos de promotores, delegados (inspetores de quarteirão), coletores. Multas, surras com umbigos de boi, cadeia, fraudes eleitorais e impunidades aos correligionários. Por isso dessa trincheira, o desaforado articulista tornou–se o ídolo, intérprete da rebeldia de parte de nossa /sua geração- leitora assídua.

Ressalta-se que com toda a essa opressão os adversários resistiam, não se curvavam, não vendiam sua honra, não traiam seus eleitores. Eram fiéis as suas siglas partidárias e nessa luta, empobreciam.

Somente anos depois, tive o prazer de conhecê-lo, a distância, em informais saudações, quando de suas visitas à Velha UMES, na Rua do Passeio, vezes outras no almoço do Restaurante da angelical Dona Maria, Rua das Cajazeiras.

Posteriormente, encontramo-nos nas Pedreiras de João do Vale e de Corrêa de Araújo. Ali fizemos amizade, alicerçada em história. Desse consagrado advogado e pesquisador, ganhei dois volumes de sua autoria – História Legislativa do Maranhão.

Foram-nos a motivação para a publicação dos nossos livros, dos quais três são enriquecidos, por serem dele os proêmios.

Vitorioso na estrada percorrida, admirado e respeitado nas causas abraçadas, atingiu o topo de todas. Desnecessário mencioná-las, o Maranhão as conhece. Quando ovacionado deixou as presidências dos Tribunais de Justiça e do Eleitoral, fiz dois artigos parabenizando-o.

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Agora, quando em justa homenagem de seus pares, é eponimo do Fórum Eleitoral de São Bento, inaugurado neste dia 3, sinto-me no dever de Amigo expressar a alegria de seus confrades da Academia Sambentuense que tanto a ilustra.

Porque nascido em Coelho Neto é cidadão de São Bento – perguntaram-lhe. Vênia para completar a resposta. Já sabem de quem me estou referindo. O Desembargador Milson Coutinho possui uma antiga e carinhosa empatia com nossa Terra, da qual é profundo sabedor de sua história - tema de nossas conversas quinzenais.

Conheceu nossa cidade em 1965, quando de suas andanças como orador político da campanha Renato Archer e 1970, pró candidato Cafeteira ao Senado. No exercício da advocacia foi mentor da nossa Lei Orgânica. Presidente da TRE escolheu nossa Zona Eleitoral para experiência do voto eletrônico e cantado.

No ato da fundação da Academia da qual já sabia, chegou à sessão e alegre revelou-me: quero fazer parte, admiro essa terra e agora posso. Possuo cidadania de filho de São Bento, título recebido do Prefeito Isaac Dias, quando na qualidade de desembargador, participou do Casamento Comunitário. Pelo nosso Estatuto já podia.

Art. 2º, letra C – exercer notória atividade de relevante valor cultural. Recebido de braços abertos é fundador da Cadeira 28, patroneada por João Clímaco Lobato.

Acadêmico atuante, por duas vezes compareceu em nossos encontros. No segundo proferiu excelente palestra dedicada aos senhores camaristas são-bentuenses, alusiva ao poder Legislativo.

Retornou agora para a inauguração do Fórum Eleitoral, quando emocionado calou a todos com a eloqüência do verbo, relembrou os indeléveis dias de causídico intimorato, cuja sonoridade de suas palavras ecoa nas tribunas do Pleno e nos salão do Júri, pelas comarcas afora.

Enfim, aproveitou a rápida estada em São Bento, uma das “Atenas Maranhenses”, e a convite do presidente do TRE visitou o outro Fórum, também inaugurado pelo operoso Desembargador Cutrim, quando presidente do Tribunal de Justiça. Ao impoluto Magistrado o público reconhecimento de gratidão de nossa Confraria.

Com relação ao Fórum da Justiça, nasceu em setembro de 2006, na Primeira Semana da Primavera da Academia, quando nosso conterrâneo Desembargador Benedito de Jesus Guimarães Bello (que tem outro vivo desejo – a criação de outra Vara na Comarca de sua Terra Natal) pleiteou ao Presidente Milson a construção.

Encarregado da missão, fizemos o contato com as duas autoridades. O presidente solicitou ao senhor Prefeito Luizinho Barros a doação do terreno, que ele sem tempo de realizar, deixaria contigenciada a verba e autorizaria a elaboração do projeto, a cargo do engenheiro José Vitorino Andrade, que estudou o primário no Grupo Paroquial, quando seu pai, Desembargador José de Ribamar Andrade foi juiz desta Comarca.

Portanto é louvável o preito ao confrade Milson. Para melhor orgulho será de bom alvitre que as dependências tenham nomes dos outros ilustres são-bentuenses. É nosso preito.

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CONFÚCIO, I CHING E MORAL2 ELIZABETH RODRIGUES I Ching é um livro chinês de adivinhações, escrito por vários sábios, que ajuda as pessoas a enfrentar seus problemas procurando o equilíbrio entre os cinco elementos da natureza: água, terra, fogo, madeira e metal. Confúcio foi um filósofo chinês que viveu no século VI a.C. e foi o autor que escolheu o nome do I Ching. Confúcio escreveu sobre a ética e a moral e criticava a corrupção dos costumes, dizendo: “Ainda não vi ninguém que ame a virtude tanto quanto ama a beleza do corpo”.

PRESENTE DE CHINÊS Letra e Música: Elizabeth Rodrigues /Arranjo: Henrique Duailibe / Interpretação: Adão Confúcio deu ao mundo um presente Um presente singular O que Confúcio deu ao mundo Não sei, sei lá.

Pergunte à terra. quem sabe ao fogo Pergunte à água, qual é o jogo.

Bom de suingue, chinês barbudo Criou o I Ching, sabia tudo.

Confúcio deu ao mundo um presente Um presente singular Confúcio ensinou ao mundo a ética milenar.

A honestidade é a virtude Ô puxa-saco, larga de grude.

Vai trabalhar, lutar pela vida Vê se não tem uma recaída.

O teu silêncio é grande amigo Diz o ditado prá lá de antigo. Ô fofoqueiro, vê se manera Vai difamar lá na estratosfera.

2

Canção classificada para o Festival Maranhense de Músicas Carnavalescas/2011, de autoria da Confreira Elizabeth Rodrigues - música Presente de Chinês. Espero todos no Ceprama, às 20 horas, para a torcida.

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''Presente de Chinês'' vence Festival Maranhense de Música http://imirante.globo.com/namira/noticias/2011/02/19/pagina266934.shtml Paulo de Tarso Jr./Imirante

Adão Camilo durante apresentação da música "Presente da China". / Foto: Paulo de Tarso Jr.

Na noite deste sábado (19/02), o Ceprama foi palco do 10º Festival Maranhense de Música Carnavalesca, evento idealizado pela Rádio Mirante FM. Na ocasião, foram conhecidos os vencedores do concurso que tem o objetivo de dar oportunidade a compositores e cantores de mostrar seus talentos. E a principal premiação da noite foi para a canção “Presente de Chinês”, de autoria de Elizabeth Rodrigues e interpretada por Adão Camilo.

Ao todo, mais de 150 composições se inscreveram nesta edição do festival. Porém, apenas doze foram selecionadas para a grande final e, consequentemente, vão compor o CD do 10º Festival Maranhense de Música Carnavalesca. Todo o CD foi gravado em estúdio e estará à venda na portaria do jornal O Estado.

Melhor intérprete Não apenas as músicas estavam sendo julgadas. O júri especializado do 10º Festival Maranhense de Música Carnavalesca também avaliou o melhor intérprete. E quem mais se destacou foi Adão Camilo, que cantou a música “Presente de Chinês” e foi eleito o melhor dentre os participantes desta edição.

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AGENDAMENTO DO CICLO DE PALESTRAS PARA 2011 No final de 2010, em dezembro, lançamos novamente o agendamento para as Palestras para o ano-calendário de 2011. Ainda na administração da Profa. Eneida Óstria de Cañedo se propôs a retomada das palestras neste sodalício, o que foi prontamente aceito pelos seus Sócios, haja vista que ocupamos todos os meses, em nossas Assembléias Gerais, as datas disponíveis. Houve até ‘briga’ por data...

Nos três primeiros dias, lançada a inscrição para 2011, já estávamos com todas as datas ocupadas. O que não significa que devamos nos utilizar das datas de reuniões ordinárias. Teremos alguma posse, que – proponho aqui!! – seja realizada nas sextasfeiras, preferentemente a última de cada mês... Igual data poderá ser utilizada para apresentação de novos trabalhos, caso haja interesse.

Da mesma forma, temos uma proposta de Ciclo de Palestras referentes aos 400 anos de Fundação do Maranhão/São Luís/ Vila de Vinhais... Com temas específicos, em que poderemos incluir nossos Sócios nas mesas de debates, juntamente com nossos convidados. Pela noite, naquelas datas MES

DATA

JANEIRO

26

FEVEREIRO

23

MARÇO

30

ABRIL

27

MAIO

25

JUNHO

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AGENDAMENTO Expositor: TELMA BONIFÁCIO REINALDO Tema/Título: Analise Sistêmica dos Bairros da Madre De Deus, Cohama, Cidade Operária e Anil em São Luis Ilha do Maranhão Expositor: LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Tema/Título: A corrida entre os índios Canelas Expositor: ÁLVARO URUBATAN MELO Tema/Título: Domingos Quadros Barbosa Álvares

REVISTA 36 – MARÇO 2011 Expositor: TELMA BONIFÁCIO REINALDO Tema/Título: Adesão Do Maranhão A Independência Expositor: AYMORÉ ALVIM Tema/Título: A vila de Santo Inácio do Pinheiro - a luta de um povo pela sua emancipação política Expositor: WASHINGTON CANTANHEDE Tema/Título: A Freguesia de Nossa Senhora de Nazaré como matriz do povoamento da Ribeira do Mearim

REVISTA 37 – JUNHO 2011 JULHO

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AGOSTO

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SETEMBRO

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Adesão do Maranhão / data magna Expositor: WASHINGTON CANTANHEDE Tema/Título: A contribuição do Programa Memória do Ministério Público do Maranhão para a historiografia Expositor: ELIZABETH PEREIRA RODRIGUES Tema/Título: A Formação do Município de Barra do Corda

REVISTA 38 – SETEMBRO 2011 OUTUBRO

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NOVEMBRO

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DEZEMBRO

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Expositores: LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ, DELZUITE DANTAS BRITO VAZ E MURILO SANTOS Tema/Título: A Vila de Vinhais e a Igreja de São João Batista – Documentário em Vídeo Expositor: Tema/Título: CONFERENCIA MAGNA – ANIVERSÁRIO DO IHGM

REVISTA 39 – DEZEMBRO 2011

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ANÁLISE SISTÊMICA DOS BAIRROS DE SÃO LUIS DO MARANHÃO: MADRE DE DEUS, COHAMA, CIDADE OPERÁRIA E ANIL Telma Bonifácio dos Santos Reinaldo

INTRODUÇÃO O Maranhão é uma das 27 unidades federativas do Brasil. É rico em poetas e escritores no país, considerado desde o século XIX até os dias de hoje o maior em quantidade e qualidade desses intelectuais.

Localizado entre as regiões Norte e Nordeste, o Maranhão tem o privilégio de possuir, devido a exuberante mistura de aspectos da geografia, a maior diversidade de ecossistemas de todo o país. São 640 quilômetros de extensão de praias tropicais, floresta Amazônica, cerrados, mangues, delta em mar aberto e o único “deserto” do mundo com milhares de lagoas com águas cristalinas. É um “banquete” de belezas físicas e estruturais.

A cidade é, como sabemos, uma realização humana muito antiga, da Ur dos Zigurates a Tebas de Sete Portas. Ela marca a presença do homem na história da humanidade através dos elementos que assinalam o advento do que os estudiosos chamaram de “civilização”. Mas, é, sobretudo, com o advento do capitalismo que se impõe a “questão urbana”, colocando-nos diante de um modus vivendi, normalizador do viver na cidade.

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Buscar vias metodológicas para estudar a cidade é a preocupação e responsabilidade do historiador, baseando-se no pressuposto de que a história é, ela própria, representação de algo que teria um dia ocorrido; interessa-nos aprofundar a história do urbano em São Luis, [...] para tanto cruzamos os dados advindos das referencias bibliográficas escritas e virtuais, obras, traços, sinais e cacos da historicidade que nos chega sob a forma de imagens ou discursos, com possibilidades de leitura que a cidade oferece (PESAVENTO, 1995, p. 280).

Desta feita, eis-nos aqui, realizando um passeio por entre estes traços, símbolos, riqueza, ruínas e falares da cidade de São Luís, cidade singular, situada numa ilha ocupada inicialmente por índios tupinambás, que a chamavam de Upaon-Açu, depois se fez francesa devido a ocupação feita por Daniel de La Touche, holandesa e portuguesa com forte influência africana.

Esta ilha é banhada por dois rios que desembocam para baías perto do Oceano Atlântico, montada em ladeiras, becos, ruas sinuosas e calçadas de pedra de cantaria, onde casarões coloniais com azulejos seculares e sacadas rendilhadas em ferro batido completam esse cenário quatrocentão.

São Luís é um município brasileiro, capital do estado do Maranhão. Localiza-se na ilha Upaon-Açu (denominação dada pelos índios tupinambás significando “Ilha Grande”), no Atlântico Sul, entre as baías de São Marcos e São José de Ribamar. É rica em manifestações culturais, como: o bumba-meu-boi, tambor de crioula, cacuriá, dança portuguesa, quadrilhas juninas, reggae e outras. Possui o maior conjunto arquitetônico de azulejos portugueses da América Latina, e uma culinária peculiar da cidade, com pratos como o cuxá, o arroz de cuxá, o peixe frito, torta de camarão, entre outros.

O Centro Histórico de São Luís é formado por um conjunto arquitetônico de três mil edificações dos séculos XVII, XVIII e XIX, para Ferreira Gullar, poeta maranhense, São Luís tem muitos lados e qualquer que seja o lado escolhido, ela se mostra fascinante. Tem história, lendas, música, poesia, hospitalidade, miscigenação, o antigo e o moderno se cruzam, até o vento que corta a cidade vai formar dunas nas praias que cercam a ilha.

Este trabalho investigativo tem por objetivo fazer um levantamento exaustivo da historicidade dos bairros de São Luis, Ilha do Maranhão; pelo menos dos rincões mais tradicionais que marcam a formação territorial e demográfica do município desde suas origens até os dias atuais, como um contributo às comemorações dos 400 anos de São Luís a se realizar em 2012.

Para a consecução do mesmo utilizo a minha experiência como pesquisadora e chamo a essa tarefa os alunos do Curso de História e de Turismo da Universidade Federal do Maranhão que têm contribuído, no decorrer de nossas aulas de História do Maranhão, com trabalhos de pesquisas, aplicação de questionários e entrevistas nos campos de atuação investigativa. Meu muito obrigada a todos pelo esforço e ajuda desprendida. .

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O BAIRRO DA MADRE DE DEUS Madre de Deus é um bairro residencial da cidade de São Luís, capital do estado do Maranhão, conhecido como bairro da cultura maranhense, palco de diversas manifestações culturais, por causa das atividades artísticas lá existentes.

Neste ambiente, surgiram o Bicho-Terra, o Boi Barrica, a Banda de Descascar Alho, os Fuzileiros da Fuzarca e o Bloco das Marocas. Todos os anos na noite de 28 para 29 de junho, os grupos de Bumba-Meu-Boi vão à Capela de São Pedro fazer suas afirmações de fé. Nesta ocasião, uma multidão segue os grupos para prestigiar o evento.

Em princípios do século XVIII, a devoção do Capitãomor Manuel da Silva Serrão, voltou-se para a construção de uma igreja, piedoso sonho que alcançou somente os alicerces, arcos e pilares, mas que foi concretizado por Constantino de Sá, igual na patente e na disposição em edificar o sagrado imóvel, a capela de Nossa Senhora de Madre de Nacional, Aurora do Mundo, a esse foi, em efeito, o alvorecer luminoso do Colégio que os jesuítas abriram no bairro, estabelecimento com alto padrão que foi alçado a casa de educação e nobreza colonial maranhense.

Com seus poetas, compositores, cantadores, repentistas, artesãos, artistas, animadores, e figurantes, a Madre de Deus alegra São João pela força de um dos melhores bois da ilha, e agita o carnaval através da turma do quinto, useira e vezeira em brilhos muito particulares, sambas-enredos inesquecíveis, grandes vitórias morais e inevitáveis supercampeonatos.

História do Bairro Sempre que se fala em cultura no Brasil, nunca deixamos de citar o Maranhão, também seria impossível falarmos da cultura maranhense sem homenagearmos o bairro considerado o grande berço da nossa cultura, a Madre de Deus. Se a Praia Grande foi um dos maiores marcos da história econômica ludovicense, e a Rua Grande representa a centralização e a expansão comercial da cidade, a Madre de Deus é o maior polo centralizador da cultura popular da capital.

Desde o início do século XX, a Madre de Deus vem se consagrando como palco das manifestações folclóricas e artísticas da cultura popular maranhense, passando por homens inesquecíveis como Cristóvão Colombo da Silva, “Cristóvão Alô Brasil”, e “Tchau da velha guarda”, até chegarmos aos três poetas compositores responsáveis pela Companhia Barrica de Teatro de Rua, sendo os artistas atuais de maior representatividade no Bairro “Universidade da Cultura de São Luís”, levando mostras de nossa cultura ao mundo, José Pereira Godão, Luís Henrique de Nazaré Bucão e Jeovah França.

A Madre de Deus, ou mais precisamente o “Largo da Madre de Deus ou o Largo do Caroçudo”, era antigamente uma rua cheira de buracos e sem calçamentos. Com a iniciativa do Governo do Estado, tornou-se o modelo de implantação do Projeto Viva Bairros, mudando totalmente seu aspecto, harmonizando todo o conjunto arquitetônico com grande apelo às manifestações populares, tornando-se o ponto central de um

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complexo turístico-cultural de grande relevância, sendo o maior foco de atração no período das festas populares de São Luís: festas juninas e carnaval.

Viva Bairros As intervenções citadas fazem parte do programa “Cidade Viva” do Governo do Estado, iniciado com o projeto “Viva Madre de Deus”, em 1998. O principal objetivo deste programa é a reintegração urbana de áreas públicas em São Luís com a participação de grupos comunitários. A Avenida Rui Barbosa, mais conhecida como Largo do Caroçudo é uma pequena avenida composta de duas pistas de rolamento e canteiro central arborizado, ligando-se por uma extremidade com a Avenida Ribamar Pinheiro e pela outra até uma divisão que se liga até a Praça do Goiabal. O Largo possui edificações predominantemente residenciais de arquitetura nacional. No canteiro central encontra-se instalados quiosques recentes, padronizados com configuração que faz referência ao período têxtil-fabril do bairro.

ATRATIVOS CULTURAIS, SOCIAIS E ECONÔMICOS DO BAIRRO Neste item será abordada uma das vertentes mais particulares do bairro, os atrativos do mesmo, os “dotes” que encantam e atraem mais turistas, a cada período do ano, em todas as ocasiões.

Carnaval A cidade de São Luís, assim como outras cidades históricas do Brasil, mantinha uma bela tradição no Carnaval até os anos 60: o carnaval de rua. Porém, essa tradição chegou a ser deixada de lado por um bom tempo. Em meados dos anos 80 dizia-se que o carnaval ludovicense tinha “perdido” sua identidade.

Então, a partir da década de 90, começaram movimentos de volta às origens, ou seja, de retomada das tradições. Onde artistas e intelectuais formaram blocos, saíam caracterizados de fofões (figura muito tradicional do carnaval maranhense), resgatando assim, o carnaval de rua, criando novas atrações e ganhando as ruas da Madre de Deus como principal passarela.

Dentro do carnaval da Madre de Deus, podemos destacar grupos que se originaram dentro do bairro e que se tornaram referência do carnaval local, tais como: a) Turma do quinto – escola de samba fundada em 1940, sendo a terceira escola mais antiga existente na cidade e, se consagrando como uma das escolas que detém mais título de campeã; b) Os Fuzileiros da Fuzarca – fundado em 1936, neste berço da cultura popular, o bloco é um dos grupos folclóricos mais antigos de São Luís e guarda o que há de mais tradicional na batucada do samba maranhense. Este bloco guarda a tradição do carnaval maranhense e é conhecido pela grande versatilidade e vitalidade dos seus integrantes, formado, em sua maioria, pela Velha Guarda do samba do estado.

Além de outros grupos que contribuem para o fortalecimento da cultura no local, como: bloco tradicional “Os príncipes de Roma”; grupos de tambor de crioula; tribos de índios, entre outros.

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Fotografia 1 – Bloco "Os Príncipes de Roma"

Blocos Afros Foram inspirados nos grupos afros da Bahia. O primeiro bloco do gênero surgido em São Luís foi o Akomabu, a partir de uma proposta do Centro de Cultura Negra – CCN/MA (http://www.ccnma.org.br), de levar ao público, através de um grupo cultural organizado, a mensagem de luta da raça negra em busca da dignidade do povo negro.

Nas letras das músicas do bloco o grupo Akomabu fala dos heróis negros e da opressão pelo branco, além de levar às ruas a mensagem de libertação, condenando a discriminação e o preconceito. Um segundo grupo surgiu por volta de 1990 no Bairro de Fátima. Com um batuque mais forte e mais próximo do Olodum baiano, o Abibimã ao lado do Akomabu ressalta a beleza do povo e da música negra.

Blocos Alternativos Essa categoria engloba grupos de estilos variados, Em geral, são formados a partir da reunião de pessoas de uma mesma comunidade que se reúnem em grupos, animados por uma banda tocando músicas carnavalescas próprias ou não, vestindo camisetas coloridas com o nome do grupo. Como por exemplo, os Fuzileiros da Fuzarca, bloco formado nos moldes das brincadeiras antigas de São Luís e o Bicho Terra, em que os brincantes saem fantasiados de bichos.

Blocos Organizados São blocos formados por grupos de 20 a 30 brincantes fantasiados com roupas de tecido estampado no mesmo padrão animados por uma bateria levando para a passarela um enredo. Alguns pesquisadores consideram que os blocos tradicionais são desmembramentos de escolas de samba, já foram numerosos na década de 80, atualmente existem poucos blocos organizados com destaque para a Turma do Saco, o Grupo Sambista Caroçudo e a Cobra das Estrelas.

Blocos Tradicionais Grupos tipicamente maranhenses surgidos na década de 50, os blocos tradicionais são caracterizados por um ritmo próprio e fantasias luxuosas, confeccionadas com veludo bordado com paetês, miçangas e canutilhos. Sobre a cabeça, ostentam chapéus feitos com penas coloridas, patrocinando um bonito espetáculo visual. A fantasia baseia-se num só tema, que depende da criatividade de cada bloco. Esses blocos são

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marcados pela cadência de grandes tambores – os contratempos – feitos de compensado e coberto com couro de animais. Além dos contratempos, as retintas, cabaças, afoxés, reco-recos, agogôs e maracás acompanham qualquer música de qualquer ritmo, possibilitando aos brincantes uma coreografia saltitante.

Casinha da Roça Retratando um típico casebre do caboclo maranhense, a casinha da roça é outra brincadeira tipicamente maranhense. Trata-se de um carro alegórico montado na carroceria de um caminhão todo recoberto de palha com utensílios domésticos e características próprias de um casebre rural. No interior do casebre estilizado o Tambor de Crioula se desenvolve à medida que o carro se desloca pelas ruas, além do Tambor de Crioula, o carro alegórico transporta, também, a quebradeira de coco, a mulher peneirando o arroz e outros tipos maranhenses.

Corso Espécie de carro alegórico que desfilava depois das 4 horas da tarde pelas ruas da cidade, os corsos eram carros particulares das famílias tradicionais que desfilavam em automóveis V-8 e Studbaker e Baratinhas Ford, enfeitados de fitas e flores, de capota arriada, levando moças e rapazes jogando confetes, serpentinas e lança-perfumes nas pessoas. Nas barras de proteção da carroceria do caminhão eram colocadas tábuas para as brincantes ficarem num plano mais alto e poderem bailar. O traje era uma blusa com uma saia ramalhuda que cobria toda a barra da carroceria do caminhão, geralmente o tema alegórico era que determinava a fantasia. A orquestra era formada por três ou quatro músicos, tendo sempre um ou dois instrumentos de sopro, indispensáveis para chamar a atenção do público nas ruas. As moças vinham cantando e batendo pandeirinhos de brinquedo. Na década de 50, os corsos exibiam grandes animais de madeira e papelão: águias, elefantes, jacarés, cavalos alados, pavão, ursos, figuras do mundo antigo, palácios e fontes com uma criatividade sem igual.

Fofão Figura típica do carnaval maranhense, os fofões costumam assustar a criançada com sua máscara horrenda feita de papelão, pano ou papel machê, aos gritos abafados de U la lá. Como o próprio nome sugere, os fofões vestem largos macacões confeccionados com tecido estampado, com guizos nas pontas e punhos. Os fofões se assemelham a palhaços da Comédia Del Art. As máscaras de massa com grandes narizes e bocarras estão sendo substituídas, ultimamente, por máscaras de pano ou borracha, com feições horripilantes inspiradas em filmes de terror. O fofão invade as ruas de São Luís no Carnaval, colorindo a paisagem e alegrando os foliões.

Quem pegar nas bonequinhas que eles carregam consigo acaba tendo que pagar algum trocado senão fica sendo perseguido até o dia acabar.

Fotografia 2 – Fofão

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Escolas de Samba Grupos de foliões que, divididos em alas, se apresentam na passarela, fazendo evoluções com base num tema escolhido previamente. Antigamente, as escolas de samba do Maranhão eram conhecidas como Turmas. Possuíam uma batida específica, diferente do samba de escola tocado no Rio de Janeiro. Como representantes mais antigas podem ser citadas a Turma de Mangueira e a Turma do Quinto. Existe ainda a Marambaia do Samba, a Favela do Samba, Império Serrano, Unidos de Fátima, Túnel do Sacavém e a Flor do Samba. Outras foram extintas tais como: o Salgueiro, a Águia do Samba, a Unidos da Camboa, Pirata do Samba e Correio do Samba.

Há grupos carnavalescos do interior do estado que guardam características tradicionais e específicas do estilo de tocar o samba, a exemplo da Unidos de Axixá, Cadete do Samba (de Pedreiras), Guia do Samba e Unidos de São Simão (do município de Rosário).

Tambor de Crioula É uma dança praticada por descendentes de negros africanos no Maranhão, em louvor a São Benedito. Marcada por muita descontração dos brincantes, a animação é feita com o canto puxado pelos homens, com acompanhamento das mulheres, chamadas de coreiras. A coreografia da dança apresenta vibrantes formas de expressão corporal pelas mulheres que ressaltam em movimentos coordenados e harmoniosos cada parte do corpo.

As dançantes se apresentam individualmente no interior de uma roda formada por um grupo de vários brincantes, incluindo dirigentes, dançantes, cantadores e tocadores.

A brincante que está no centro é responsável pela demonstração coreográfica principal, mostrando sua forma individual de dançar onde os movimentos são mais livres, mais intensos e bem acentuados.

No Tambor de Crioula encontramos uma particularidade que se constitui o ponto mais alto da dança, a punga que se caracteriza como um convite para entrar na roda.

Quando a brincante está no centro e quer sair, avança em direção à outra companheira, aplicando-lhe a punga, que consiste no toque com a barriga. A que estiver na roda vai para o centro para continuar a brincadeira.

Tribo de Índios Surgiram, provavelmente, nos anos 40, imitando um ritual de cura conduzido por um pajé. A brincadeira é composta por meninos e adolescentes vestidos com trajes de índios norte-americanos, com pinturas pelo corpo, vestidos de saiote, tendo cocares sobre a cabeça e arco e flecha, como adereços, nas mãos. A brincadeira utiliza muitos surdos (tambores enormes) ou tantãs e retintas. Os brincantes dançam ao som de uma batucada marcada por retintas e tambores de marcação. O ritmo desenvolve-se acelerado numa coreografia circular em volta do totem e das tendas utilizadas como cenário.

Cordão de Urso Auto popular constituído por dois cordões de homens e mulheres, jovens e crianças fantasiados de caboclos, índios, soldados, curandeiros, médicos veterinários,

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baianas e ciganas. Ao centro, três personagens mascarados rebolam o tempo todo: um macaco, um cachorro e um urso.

As marchinhas carnavalescas são executadas por uma banda que possui instrumentos como banjo, violino, pandeiro, tarol, agogô e triângulo. O auto narra a história de um caçador que sai para as montanhas, chegando a uma aldeia de índios, encontra-se com os três animais. Após negociar com os índios a compra dos bichos, deixa os donos dos animais em prantos. Os animais ficam doentes, exigindo a presença do veterinário, que sem resolver o problema, cede o lugar aos curandeiros, que por sua vez, são impedidos de atuar pelos policiais. O chefe índio, na tentativa de reaver os animais, cria um conflito com o caçador. Ocorre uma batalha entre o povo índio e o caçador, este último saindo vencedor. Os animais ficam curados e tudo acaba em muita dança.

Baralho Um cordão de várias pessoas que animavam as ruas de São Luís nas épocas dos antigos carnavais. A música era de flauta e clarinete, violão e cavaquinho, pandeiro e reco-reco, harmônica e maracá de folha de flandres. Estavam presentes também os tambores, que davam o ritmo, tocados por “crioulos nus da cintura pra cima”. As fantasias eram de marinheiro de chegança, de caninha verde, Terecô, bumba-meuboi, roupas do Divino, fofão, Dominó e Cruz-diabo.

São João O São João da Madre de Deus, decididamente é diferente de todos os outros. As festas juninas em São Luís podem não ser as mais famosas do Brasil, mas, em compensação têm características únicas, não encontradas em mais nenhum outro lugar no país.

Na cidade maranhense quem dita a ordem são as matracas, as zabumbas e até mesmo a orquestra, que acompanha os mais de cem batalhões de bumba-meu-boi, maior manifestação folclórica do Maranhão.

Podemos destacar um dos principais grupos de bumba-meu-boi da história maranhense: o bumba-meuboi da Madre de Deus, de sotaque de matraca. Não se sabe ao certo a sua origem, porém estima-se que o boi tenha mais de cem anos de existência, consagrando-se como exemplo vivo de resistência cultural.

Além do bumba-meu-boi, as festas dão espaço, ainda, para outras danças, como o tambor de crioula, Lê lê, caroço, dança do coco, dança da fita, dança portuguesa, quadrilhas e cacuriá. É no período junino que acontece na Madre de Deus uma das maiores festas realizadas no Maranhão: encontro de bois de matraca no Largo de São Pedro no dia 29 de junho em comemoração ao dia de São Pedro.

Fotografia 3 – Bumba-meu-boi

Vale destacar a importância da Companhia Barrica no bairro da Madre de Deus, que é um grupo de artistas formado em 1985, que evidencia a tradição dos folguedos e

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das festas populares do Maranhão, apresentando em ruas e praças a diversidade de ritmos e danças peculiares dos festejos juninos e carnavalescos da cultura maranhense, além de apresentação no Natal.

CEPRAMA Inicialmente era uma companhia de fiação chamada Cânhamo, que foi construída em 1891, mas só entrou em funcionamento dois anos depois, em 1893.

A Cânhamo operava com equipamentos importados, principalmente máquinas de engrenagens pesadas, que exigia energia vegetal em abundância, tanto de madeiras de lenha e de mangues. Também as manutenções técnicas e operadoras vinham de fora a preços altíssimos a exemplo das matérias-primas importadas (até os anos 40 do século XX). Era natural que a indústria contabilizasse altas e baixa nos orçamentos, levando-a a empréstimos bancários e a cotas de acionistas.

Mas, as primeiras crises foram passageiras. Com as duas guerras mundiais, o setor têxtil volta a ser competitivo, a Cânhamo consegue superar as dificuldades e chega à década de 50 adequando suas instalações para operar fibra de algodão.

Duas décadas depois, a Companhia de Fiação e Tecidos Cânhamo encerrou definitivamente a sua trajetória de indústria têxtil no Maranhão. Assim, fechou-se uma página importante da história do desenvolvimento industrial do Estado, que só foi reaberta quando o Governo do Estado decidiu adquirir o prédio da fábrica, já em completo abandono, para instalar ali o Centro de Comercialização de Produtos Artesanais do Maranhão (CEPRAMA).

Fotografia 4 – CEPRAMA

As características originais do prédio foram todas mantidas. No local onde existe hoje o auditório funcionava a antiga caldeira. A roda do salão de exposição era a polia de força que fazia funcionar as outras rodas (polias) que ainda existem presas ao teto da área comercial. No piso de entrada do prédio, no lado da Rua de São Pantaleão, o azulejo original ainda indica a data de inauguração da fábrica. Este era o cenário ideal para expor o rico e variado artesanato do Maranhão.

O Centro foi dotado de lanchonete e restaurante típico com vista para o mar, um auditório aberto a seminários e congressos, e um salão de exposições destinado a mostras de trabalhos de artistas plásticos maranhenses.

Na área externa do centro, um restaurante popular e espaço para apresentação de danças, festas, shows artísticos e outras manifestações da cultura maranhense.

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Hospital Geral, Dr. Tarquínio Lopes Filho Um dos “patrimônios” da Madre de Deus, o Hospital Geral Tarquínio Lopes Filho integrou-se à rede de hospitais administrados pela Universidade Federal do Maranhão, através de convênio com o governo do Estado, celebrado em 22 de junho de 1999.

Neste período, o Estado programou em parceria o projeto de reforma com o Ministério da Saúde (Reforsus), que seriam realizadas em três etapas.

Desde então, ele passou por sucessivas reformas, que lhe deram o status que hoje detém, numa área de 8.142,61 metros quadrados. O projeto de reconstrução deste hospital foi todo elaborado pela equipe do Hospital Universitário, que conseguiu realizar em um curto espaço de tempo uma ideia moderna e funcional de arquitetura física para funcionamento, inicialmente com 48 leitos do Pavilhão Carlos Macieira para internação Clínica e Cirúrgica, Centro Cirúrgico, Ambulatório de Clínica Médica, Cirúrgica e Ortopédica.

Antes de ser o hospital Tarquínio Lopes Filho, aquela região era um pedaço de terra chamado de Ponta de Santo Amaro que pertencia a Manoel da Silva, e em 1713 ele fez a transferência da propriedade que acabara de se tornar uma ermida, para o capitãomor Constantino de Sá.

Em idos de 1730, os jesuítas adquiriram o sítio e o substituíram por uma igreja, que foi construída para melhor acomodar os exercícios e recreações religiosas dos mestres e alunos do Colégio da Luz. Essa construção também era conhecida como Casa de Exércitos Espirituais, e popularmente como “Casa de Madre de Deus”.

Ainda em 1730, com a pressão exercida sobre os jesuítas pelo Marquês de Pombal, chefe do governo português, os jesuítas foram expulsos e seus bens foram confiscados. Assim, a casa de Madre de Deus passou a ser imediatamente de propriedade da Coroa Portuguesa. Em 1771, o governador e capitão-general Joaquim de Melo Povoas mandou adaptá-la para abrigar provisoriamente a Governadoria do Estado.

Naqueles dias, o velho Palácio dos Governadores (atual Palácio dos Leões), no então chamado Largo do Palácio passou por obras de recuperação em suas instalações.

Em 1811, o Hospital Militar na rua de Santana, esquina com a rua do Desterro (atual Rua da Palma) foi transferido enfim, para a antiga Casa de Madre de Deus.

O Governo Imperial é quem seria responsável pela reforma do hospital, porém o governo da Província reconhecendo a necessidade de sua conservação mandou o engenheiro José Joaquim Rodrigues Lopes orçar as despesas necessárias para sua reforma, orçando o custo dos reparos em 12 contos de réis, no entanto, pela dificuldade da Província conseguir tanto dinheiro, a reforma foi adiada, havendo apenas alguns reparos esparsos. Mas, a que se deve o nome do hospital ser Tarquínio Lopes Filho?

Bom, no começo do século XX, um notável médico do seu tempo, militando também na polícia, chegando até mesmo a assumir o governo do Estado do Maranhão por alguns dias (04 a 14 de março de 1891), destacou-se na medicina do Maranhão. Seu nome era Tarquínio Lopes. Um de seus filhos, o brilhante Tarquínio Lopes Filho, depois de formar-se em medicina no Rio de Janeiro, retornou ao Maranhão em 1910 e entrou no serviço público, como médico da Santa Casa de Misericórdia, instituição onde realizou importantes feitos cirúrgicos.

Em 1924 foi nomeado diretor do Hospital Geral. Em 1938 foi Secretário de Saúde na interventoria de Paulo Ramos, nomeando o médico Carlos Macieira para chefe da

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clínica cirúrgica do Hospital Geral. Após a sua morte, em 1945, o então médico e amigo Carlos Macieira resolveu fazer-lhe essa homenagem.

Cemitério Gavião Inaugurado em 1855, o Cemitério do Gavião era conhecido como Cemitério de São José da Misericórdia, isso porque era administrado pela Irmandade da Misericórdia.

Porém, com o passar dos anos, quebra o vínculo com a irmandade, passando a se chamar Cemitério de São Pantaleão. Mas, é mais conhecido como Cemitério do Gavião, em homenagem ao local que está localizado, Quinta do Gavião.

A importância do cemitério, hoje, para além de ser o lugar de repouso eterno, dáse em função do necroturismo ou cemitour, que se trata de um segmento do Turismo que vem crescendo exponencialmente a cada dia. Consiste numa viagem para se conhecer cemitérios com imensuráveis obras de arte e túmulos de personalidades que contribuíram para a construção histórico-cultural de uma cidade ou de um país.

Em São Luís, o turismo em cemitérios coloca em discussão a segmentação do mercado turístico, tão enfatizada nos últimos anos, estes concebidos como museus e que tem ampla finalidade sócio-cultural, Fotografia 5 – Cemitério do Gavião servindo de objeto de pesquisa, além de serem locais de preservação e defesa da identidade e da memória local. Chama-se a atenção para o verdadeiro potencial histórico e artístico dos cemitérios de São Luís, enfatizando o Cemitério do Gavião como um atrativo turístico diferenciado.

Casa das Minas Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), a Casa das Minas é o terceiro terreiro de Culto Afro-Brasileiro no Livro Tombo do órgão, ao lado do Terreiro Casa Branca do Engenho Velho Ilê Axé Iyá Nassô Oká, tombado em 1987, e do Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, em 1999, ambos de Salvador/BA. A Casa das Minas é obra de escravos de etnia Jeje, Ewe ou Eoué, procedentes do Daomé, atual República do Benin, que a denominavam de Querebentã de Zomadonu. O terreiro foi instalado primeiramente num terreno baixo da Rua de Sant’Ana, entre Rua da Cruz e a Godofredo Viana, no centro de São Luís. A Casa das Minas teria sido fundada pela rainha Nan Agontime, viúva do Rei Agonglô (1789-1797), vendida como escrava por Adondozã (1797-1818), que governou o Daomé após o falecimento do pai e foi destronado pelo meio irmão, Ghezo, filho da rainha (1818-1858). Ghezo chegou a organizar uma embaixada às Américas para procurar a sua mãe, que não foi encontrada.

Em antiga escritura, consta o nome da africana Maria Jesuína como a primeira proprietária da casa da Rua de São Pantaleão, que, anteriormente, tinha o nº. 199, esquina com o Beco das Minas. Para Ferretti (1985), Pode-se supor que Maria Jesuína era a mesma Nan Agontime que teria nascido na década de 1770, tendo menos de oitenta anos de idade

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em 1847, ano da aquisição do prédio atual. Se não foi a fundadora, Nan Agontime teria sido mãe-de-santo de Maria Jesuína”3.

Fotografia 6 – Casa das Minas

O termo “mina’, embora designe o grupo étnico do Gana e esteja associado ao forte de São Jorge da Mina ou Elmina, na Costa do Ouro, serviu para rotular os negros sudaneses introduzidos no Brasil à época do tráfico: mina-fanti, mina-mahi, mina-popo, mina-jeje, mina-nagô, entre outros.

Daí a expressão Tambor de Mina aplicada aos terreiros religiosos oriundos dessas etnias no Maranhão, e, consequentemente, Casa das Minas – onde vivem as negras minas.

PERFIL SOCIOECONÔMICO DO BAIRRO O bairro Madre de Deus foi eleito o mais cultural, devido a constante atividade artística promovida pela prefeitura e pelos próprios moradores. Todos os anos nele ocorrem as festas de carnaval, onde várias apresentações de danças, grupos musicais, e também peças teatrais são mostradas ao público. Estes eventos formam o período de maior movimentação econômica e financeira no bairro. Grande renda é gerada pela venda de comidas típicas e grande parte pela venda de bebidas. É neste período em que os turistas visitam e vão conhecer mais as atrações do bairro, fazendo assim com que este receba capital lucrativo, tanto para a cidade como um todo (coletivamente falando) tanto para os próprios moradores (privativamente falando).

O bairro possui um perfil socioeconômico bastante diversificado, apresentando moradores de classes C, D e E, todos distribuídos em pontos específicos do bairro, de acordo com as qualidades de cada localização. Em sua maioria os moradores são das classes D, composta por indivíduos que possuem no total de sua renda mensal 1 (um) salário mínimo, havendo casos onde a aposentadoria é somada a renda, esse valor é proveniente de serviço privado. A maioria dessas pessoas trabalha no centro comercial de São Luís.

A maior parte dessa população é composta por adultos de 26 a 40 anos, residentes a mais de cinco anos no bairro, sendo que uma parte desse número de pessoas mora com os pais, e dispõe de renda própria. Em cada casa há (em sua maioria) o número mínimo de cinco pessoas, o que torna o bairro bastante habitado. Isso se deve também pelo valor tradicional que eles possuem, uma carga constante, que é levada pelos moradores de geração para geração.

3

FERRETTI, Sérgio. Querebentan de Zomadunu: Etnografia da Casa das Minas, 1985.

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Dentre os problemas diagnosticados pela população, o mais cotado foi a falta de segurança, no próprio bairro e nos bairros vizinhos. Segundo os moradores estes seria o principal problema a ser sanado pela prefeitura.

CARACTERÍSTICAS DO BAIRRO O objetivo deste trabalho é discutir a identidade local de um bairro como a Madre de Deus com suas características peculiares que singularizam o lugar. Esta identidade local é representante de uma comunidade, na definição de José Aquiles Andrade (morador do bairro), que configuram no bairro um conjunto de relações societárias singulares baseadas no patrimônio histórico, cultural e arquitetônico que colabora imensamente no processo de solidificação da individualidade local. O bairro é cheio de encantos, e como qualquer outro bairro de São Luís, também tem seus pontos negativos, como a falta de segurança, falta de estruturação física, entre outros fatores que serão mais adequadamente abordados adiante, no tópico dos “gargalos do bairro”.

Contudo, como já foi dito anteriormente, as características da Madre de Deus são singulares e merecem ser observadas com um olhar crítico e analítico. São algumas delas (algumas sendo brevemente retomadas): o Berço de poetas, compositores, cantores, repentistas, artesãos, artistas, animadores, e figurantes; o As atividades produzidas no bairro atuam como um impulso para a economia, cultura e também para os setores sociais; o Palco das manifestações folclóricas e artísticas da cultura popular maranhense; o Maior integração entre os moradores e deles com as atividades que incidem no bairro (atenção e envolvimento dos moradores do bairro); o Produto ideal para expor uma cidade em que um dos focos principais é a cultura.

PONTOS DE ESTRANGULAMENTO (GARGALOS) DO BAIRRO o Falta de calçamento nas ruas; o Falta de saneamento básico; o Iluminação precária; o Falta de lazer e entretenimento; o Falta de segurança pública.

MAPA

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Ilustração 1 – Mapa do bairro Madre de Deus

CONSIDERAÇÕES FINAIS Se a Praia Grande foi um dos maiores marcos da história econômica ludovicense, e a Rua Grande representa a centralização e a expansão comercial da cidade, a Madre de Deus é o maior pólo centralizador da cultura popular da capital.

José Aquiles Andrade.

Como algumas conclusões deste trabalho, é possível apontar as relações entre patrimônio histórico, cultural e arquitetônico e a memória urbana e especialmente como estes influenciam no processo de constituição da identidade local.

O entrelaçamento destes três elementos indica para uma complexa rede de relações que estrutura uma determinada forma de sociabilidade que singulariza o bairro e o caracteriza como um local de intensa mobilização social.

O Bairro da Madre de Deus é repleto de pontos que contribuem para uma melhor “satisfação” sócio-cultural de seus moradores e dos turistas que também visitam comumente o bairro. O bairro é uma lembrança ludovicense ainda viva, que também pulsa nas correntes fundamentais de cada órgão responsável pela cidade, e que se forem dados passos certos, pode ir muito além. A história dele ainda não acabou, muito pelo contrário, indivíduos (moradores e habitantes do bairro, entre outros participantes) ainda estão apenas escrevendo mais uma página desta narrativa tão espetacular e estimulante.

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REFERÊNCIAS ABBBEVILLE, Claude D’. História da Missão dos Padres Capuchinhos na Ilha do Maranhão e terras Circunvizinhas. Belo Horizonte: Itatiaia, 1975.

CONDURU, Felipe. História Eclesiástica do Maranhão. São Luis, 1970.

Disponível em: http://turismo.ma.gov.br. Acessado dia 26 de novembro de 2010.

Disponível em: http://visitesaoluis.com. Acessado dia 27 de novembro de 2010.

Disponível em: http://www.turismo-ma.com.br/madre. Acessado dia 23 de novembro de 2010.

Disponível em: http://www.wikimapia.org/Madre-Deus. Acessado dia 26 de novembro de 2010.

Experiências pessoais e contatos particulares com moradores do bairro.

FORMAÇÃO DO ESPAÇO URBANO DE SÃO LUIS: 1612-1991. São Luis: FUNC, 2001.

LIMA, Carlos de. Caminhos de São Luis: ruas, logradouros e prédios históricos. São Luis: Siciliano, 2000.

MACEDO, Eurico. O Maranhão e suas riquezas. São Paulo: Siciliano, 2002.

MARQUES, César Augusto. Dicionário Histórico e Geográfico da Província do Maranhão. Rio de Janeiro: Seleta, 1970.

MEIRELES, Mário. História do Maranhão. São Luis: Siciliano, 2000.

MORAES, Jomar. Guia de São Luis do Maranhão. São Luis: Legenda, 1995.

PESAVENTO, Sandra Jatahy. O imaginário da cidade. Visões literárias do urbano.

Porto Alegre: UFRGS, 1995.

VIEIRA FILHO, Domingos. Breve história de ruas e praças de São Luis. Rio de Janeiro: Olímpica, 1971.

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APÊNDICE APÊNDICE A – Questionário socioeconômico aplicado aos moradores do bairro Madre de Deus.

Para apresentar uma noção mais ampla e vasta sobre o tema abordado (situação social e econômica de uma vertente do objeto de estudo, os moradores do bairro), os componentes do grupo aplicaram um questionário com dez perguntas para 20 moradores do bairro. As respostas foram tabuladas, e os resultados foram apresentados sob forma de porcentagem.

1. Qual é seu sexo? ( ) Masculino ( ) Feminino SEXO

40%

60%

Feminino

Masculino

2. Qual a sua idade? ( ) Menos de 18 anos ( ) Entre 19 e 25 anos ( ) Entre 26 e 35 anos ( ) Entre 35 e 40 anos ( ) Entre 40 e 50 anos ( ) Acima de 50 anos.

IDADE

20%

30%

50%

Entre 19 e 25 anos

3. Qual é seu grau de escolaridade? ( ( ( ( ( (

) Ensino Fundamental Completo ) Ensino Fundamental Incompleto ) Ensino Médio Completo ) Ensino Médio Incompleto ) Ensino Superior Completo ) Ensino Superior Incompleto

Entre 35 e 45 anos

Acima de 50 anos

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ESCOLARIDADE 10%

10%

20%

60%

Ensino Médio Completo Ensino Superior Completo Ensino Superior Incompleto Ensino Fundamental Incompleto

4. Qual a sua renda mensal? ( ) Um salário mínimo ( ) Dois salários mínimos ( ) Três salários mínimos ou mais

RENDA MENSAL

20%

20%

Dois salários mínimos Três salários mínimos

5. Quantas pessoas moram com você? ( ( ( ( ( (

) Mora sozinho ) 1 pessoa ) 2 pessoas ) 3 pessoas ) 4 pessoas ) 5 ou mais pessoas

60%

Um salário mínimo

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MORADORES DE UMA MESMA CASA

10% 20%

70%

5 ou mais pessoas

3 pessoas

Mora sozinho

6. Qual a sua fonte de renda? ( ( ( (

) Servidor público ) Servidor privado ) Trabalhador informal ) Não tem renda FONTE DE RENDA

10% 20%

70%

Trabalhador informal

Servidor público

Servidor privado

7. A quanto tempo você mora no bairro? ( ( ( (

) Menos de 5 anos ) de 5 a 10 anos ) de 10 a 15 anos ) Mais de 15 anos TEMPO QUE MORA NO BAIRRO

20%

80%

De 10 a 15 anos

Mais de 15 anos

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8. O que mudou desde que você mora nele?

MUDANÇAS PERCEBIDAS NO BAIRRO

10% 20%

70%

Estrutura do bairro

Os moradores

Não perceberam mudança

9. Qual o principal problema que o bairro possui? ( ( ( ( (

) Falta de água ) Saneamento básico ) Segurança ) Infra-estrutura ) Outros PRINCIPAIS PROBLEMAS DO BAIRRO

20%

20%

Falta de água

60%

Falta de segurança

Saneamento

10. O que, em sua opinião, poderia ser feito para sanar esse problema?

Resultado: 100% - Mais conscientização dos moradores e mais atitude do governo.

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COHAMA: ANÁLISE SOCIOECONÔMICA DO BAIRRO INTRODUÇÃO São Luís é a principal cidade do estado do Maranhão e possui 1.011.943 habitantes, sendo a 15ª cidade mais populosa do Brasil. Tornou-se a mais nova metrópole brasileira por ter mais de um milhão de habitantes no censo de 2010. De acordo com dados do IBGE possui o 12º maior parque industrial entre as 27 capitais do Brasil. É considerada também em pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) uma das melhores cidades para se trabalhar no Brasil. São Luís é a quarta maior cidade da Região Nordeste e a 13ª maior capital brasileira. A COHAMA se encaixa nesse contexto, sendo um dos principais bairros em importância econômica e histórica da cidade, auxiliando a capital na sua evolução socioeconômica.

O bairro comporta, em maioria, as classes A, B e C, possui muitos setores econômicos de desenvolvimento, tem uma infra-estrutura bem definida, com boa área de saúde, diversas escolas de bom nível, localiza-se numa área da cidade considerada segura, sem grandes problemas de saneamento, possui na área de transporte um dos cinco terminais de integração de São Luís, o Terminal de Integração COHAMA/Vinhais, que proporciona fácil locomoção dos moradores por quase toda sua extensão.

Sendo assim, o bairro está atualmente entre os principais pólos econômicos da cidade, com alguns investimentos privados importantes no setor de venda de automóveis, além de representar o perfil dos moradores antigos de São Luís, que vivem no bairro, conhecem e fazem parte da história da cidade.

HISTÓRICO SOCIAL E ECONÔMICO

Fotografia 7 – Dalcar – loja COHAMA

Fotografia 8 – Terminal de integração dos bairros COHAMA/VINHAIS

Tudo começou no governo militar, entre 1964 e 1986. Na época, criou-se um programa social que construiu milhares de casas próprias para toda a população da capital. Chamava-se Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e foi comandado pelo extinto Banco Nacional de Habitação (BNH).

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Como toda entidade de classe (sindicatos, associações, cooperativas) podia se reunir sistematicamente e formar uma cooperativa habitacional por conta do sistema, vários bairros surgiram na época. Todos identificados por siglas: COHAB, COHATRAC, COHAMA, IPASE, COHAFUMA, COHAJAP, COHASERMA, IPEM. A COHAMA é um bairro de classe média e significa Cooperativa Habitacional do Maranhão.

A COHAMA possui um terminal de integração dentre os cinco que compõem a cidade, o Terminal de Integração da COHAMA/Vinhais, o qual tem a capacidade para atender até 65 mil pessoas por dia, integrando 19 linhas com uma frota de 128 ônibus, localizado nas proximidades do elevado da COHAMA, tem duas entradas e uma saída pelas avenidas Jerônimo de Albuquerque e Daniel de La Touche.

O Terminal é composto por quatro plataformas com seis áreas para embarque e desembarque em cada uma. A infra-estrutura inclui ainda banheiros, sala de administração, venda de passe estudantil, atendimento aos estudantes, cadastro de idosos, posto policial, posto médico e vestiários.

O bairro também abriga vários sistemas econômicos diversificados da capital, como o segmento de concessionárias, tendo três lojas distintas no local, a Taguatur, a Dalcar, e a Monte Carlo, representando grandes empresas automobilísticas internacionais, respectivamente: Fiat, Chevrolet, Citroën, o que fortalece a economia do bairro.

LOCALIZAÇÃO Localiza-se na parte leste da cidade, com uma infra-estrutura adequada.

Considerado bairro de classe média (principalmente as classes B e C), possui uma vasta rede de lojas e estabelecimentos para o dia a dia, sistema de transportes regulares com um terminal integral, praças e sistemas de lazer e saneamento básico adequado.

Ilustração 2 – Mapa do bairro COHAMA

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O bairro da COHAMA possui uma via principal, a Avenida Jerônimo de Albuquerque que formou um eixo de expansão para onde foi levado o desenvolvimento urbano da cidade.

PESQUISA DE CAMPO A pesquisa de campo foi realizada através de entrevista com trinta pessoas residentes no bairro, no dia 04/11/2010. Aplicou-se, também, um questionário socioeconômico de caráter específico, que é composto por oito perguntas com a finalidade de conhecer o perfil social do morador da COHAMA e seu nível de satisfação com o bairro.

A maioria dos entrevistados foi o público feminino, com 53% do total, e o maior conjunto de pessoas questionadas, com dois terços do total, foi de pessoas com até trinta anos de idade. A maioria dos entrevistados ganha menos de um salário mínimo. Na quarta questão foi revelado que 30% dos entrevistados têm curso superior completo.

Revela-se também que um percentual de 27% mora há menos de um ano no bairro, contrastando com outro grupo, que representa 23%, que mora no bairro há mais de vinte anos. Perguntou-se aos entrevistados sobre a satisfação em relação a infra-estrutura do bairro, 53% responderam que estão satisfeito com as condições de infra-estrutura na COHAMA. Quanto aos gargalos na infra-estrutura do bairro, o mais indicado foi segurança, com 37% do total, e em segundo lugar foi transporte/trânsito, o que também incomoda demais os moradores. Fato que mostra como o crescimento no fluxo de carros em São Luís afetou toda a cidade, inclusive os bairros residenciais. Em relação à segurança, o bairro possui uma ronda comunitária, além de vigias particulares que circulam por ruas à noite. E, na última pergunta sobre a classificação dada pelo morador ao bairro, a maioria classificou a COHAMA como um bairro bom para se viver, e 37% o classificou como uma bairro regular. Portanto, a partir da pesquisa feita é possível traçar um perfil socioeconômico da COHAMA. Grau de escolaridade Ensino Fundamental Incompleto Ensino Fundamental Completo

0% 3% 20%

Ensino Médio Completo

7% 20%

3%

Ensino Médio Incompleto Graduação Completo

30%

17%

Graduação Incompleto Pós-graduação Outros

Gráfico 1 – Gráfico que representa o grau de escolaridade dos moradores entrevistados.

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Gargalos da infraestrutura

Saúde

6%

Educação

0%

10%

30%

Segurança Transporte/trânsito

37%

17%

Saneamento Sinergia entre os moradores

Gráfico 2 – Gráfico que representa os principais gargalos do bairro.

Classificação do bairro

3%

17%

43%

Ruim Regular Bom

37%

Excelente

Gráfico 3 – Gráfico que representa a classificação do bairro pelos moradores.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao pesquisarmos sobre o bairro da COHAMA, percebemos sua importância para a economia da cidade. Percebe-se, também, que os moradores dessa área são das classes A, B e C, destacamos o grau de desenvolvimento econômico e social do bairro em decorrência de uma infra-estrutura atrelada às necessidades básicas da sociedade de São Luís. A COHAMA está entre os bairros que foram originados a partir da construção de conjuntos habitacionais, típico da reordenação da malha urbana da capital.

REFERÊNCIAS ABBBEVILLE, Claude D’. História da Missão dos Padres Capuchinhos na Ilha do Maranhão e terras Circunvizinhas. Belo Horizonte: Itatiaia, 1975.

CONDURU, Felipe. História Eclesiástica do Maranhão. São Luis, 1970.

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Disponível em: http:www.pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Lu%C3%ADs_%28Maranh%C3%A3o% 29.

EXPERIÊNCIAS PESSOAIS MORADORES DO BAIRRO.

E

CONTATOS

PARTICULARES

COM

FORMAÇÃO DO ESPAÇO URBANO DE SÃO LUIS: 1612-1991. São Luis: FUNC, 2001.

KELPS, Ronnald. Descubra o significado dos bairros de São Luís com o nome de sigla. O imparcial. 05 de setembro de 2009. Edição on line disponível em: http://www.oimparcialonline.com.br/noticias.php?id=15333. Acessado em 05 de dezembro.

LIMA, Carlos de. Caminhos de São Luis: ruas, logradouros e prédios históricos.

MACEDO, Eurico. O Maranhão e suas riquezas. São Paulo: Siciliano, 2002.

MARQUES, César Augusto. Dicionário Histórico e Geográfico da Província do Maranhão. Rio de Janeiro: Seleta, 1970.

MEIRELES, Mário. História do Maranhão. São Luis: Siciliano, 2000.

MORAES, Jomar. Guia de São Luis do Maranhão. São Luis: Legenda, 1995.

PESAVENTO, Sandra Jatahy. O imaginário da cidade. Visões literárias do urbano.

Porto Alegre: UFRGS, 1995.

VIEIRA FILHO, Domingos. Breve história de ruas e praças de São Luis. Rio de Janeiro: Olímpica, 1971.

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ESTUDO SOBRE O MEU BAIRRO: CIDADE OPERÁRIA INTRODUÇÃO O conjunto Cidade Operária foi construído nos anos 80 com recursos do Banco Nacional de Habitação (BNH), durante os governos João Castelo e Luís Rocha. Foi planejado para 15 mil casas, sendo considerado, na época, como o maior projeto habitacional da América Latina. Porém, só 7.500 unidades foram construídas com planejamento técnico, que contava com prédios públicos para escolas, unidades de saúde, além de áreas verdes.

O conjunto foi estruturado em seis grandes unidades que, ao longo do tempo, foram se desenvolvendo e deram origem a diversos bairros autônomos de grande densidade como, Santa Clara, Santa Efigênia, Cidade Olímpica, Jardim América, Jardim São Cristóvão, Recanto dos Signos, Recanto dos Pássaros, Vila Flamengo, e outros.

No início, o bairro era desprezado, pois ficava muito longe do centro e por ter moradias voltadas para pessoas de baixa renda. Mas, essa situação mudou, pois nos dias de hoje a Cidade Operária faz jus ao seu nome, já que pode-se considerá-la uma pequena cidade inserida na periferia de São Luís.

Apesar de ser um bairro periférico, a região também é reduto de pessoas de classe média, como por exemplo comerciantes que conseguiram sucesso em seus negócios no próprio bairro. A cidade Operária é o lugar onde fica um dos principais hospitais públicos da cidade, o Hospital Dr. Clementino Moura (Socorrão II).

No início de 1986 surge em São Luís uma articulação do movimento de defesa da moradia, com estratégias para realizar a invasão do conjunto habitacional Cidade Operária; um eixo de articulação composta por lideranças que surgiram a partir dos movimentos de sem teto, dos palafitados, seguindo uma orientação da política nacional, de movimentos populares, para cobrir um déficit habitacional.

Com a extinção do BNH, já na gestão do governador Luís Rocha (83 a 87), as casas não foram entregues. Diante desses fatos a Cidade Operária transformou-se em um grande palanque, um espaço para banquete eleitoral. Sentavam-se à mesa advogados, jornalistas, sindicalistas, políticos tradicionais que estimulavam o ato de invasão. As 7.500 casas foram, então, ocupadas.

No início de 1987, foi protagonizada a cena mais cruel que se tem conhecimento na História da Habitação Popular no Maranhão. A luta do “povo x povo” para garantir o direito ao teto. Os que estimularam a invasão não levaram em conta que, na listagem dos 7.500 contemplados haviam aqueles que não tinham padrinhos políticos e que aguardavam a tão sonhada casa. Trabalhadores, pessoas simples, vítimas da “politicagem”.

Cada uma das milhares de casas construídas significava o sonho de pais e mães de família em ter um imóvel próprio e, consequentemente, um pouso certo. Interesses políticos trataram de ir aos poucos modificando um projeto sério e viável, principalmente porque em 1986 era época de eleição e determinados candidatos tinham

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um número de casas destinadas a seus apadrinhados. Diante da cruel realidade e com a indignação da população foi impossível o controle e a invasão inevitável.

Finalmente, entre dezembro de 86 e início de 87 sai a lista dos mutuários contemplados e instala-se um verdadeiro clima de guerra entre várias pessoas brigando por uma casa. Resultado, confusões que acabavam na polícia, em meio ao tumulto e desespero. Como em uma terra sem lei, as casas eram depredadas, era comum ver caminhões saírem à noite carregados de portas e janelas furtadas dos imóveis.

Com o impasse sobre quem ficaria com a casa, surge a proposta de criar uma comissão dos mutuários, idealizada por Pedro Câmara. Daí, é lançada em assembleia a ideia de negociação dos imóveis com a COHAB-MA. No dia 27 de janeiro de 1987 é criada a comissão dos contemplados (mutuários) para negociar com a COHAB a entrega dos imóveis e por fim ao clima de guerra. Ao final das negociações, foi montado um plano de retirada dos ocupantes e entrega imediata aos mutuários da listagem publicada em jornais de grande circulação.

O plano de retirada foi denominado de efeito dominó, sendo executado pela polícia, dando cobertura 24 horas. Ainda foi possível abrigar 4.000 contemplados, permanecendo 3.500 mil ocupantes num duelo que a injustiça imperava dos dois lados e os oportunistas separados por um grande balcão de negócios.

Ilustração 3 – Mapa do bairro Cidade Operária.

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CARACTERÍSTICAS DO BAIRRO Situação geográfica O bairro localiza-se aproximadamente a 25 km do Centro de São Luís. Possui como limites os bairros Maiobinha, Jardim Tropical, São Cristóvão, Geniparanã, Jardim América, Santa Efigênia e Apaco. Faz limite, também, com o Campus Universitário Paulo VI, da Universidade Estadual do Maranhão. É no bairro que nasce o Rio Santo Antônio, que também possui as denominações de São João ou Cururuca. Este deságua no território do município de Paço do Lumiar.

Paisagem urbana A paisagem é marcada por ruas movimentadas, grande número de avenidas arborizadas, praças e áreas de lazer.

Cadeias econômicas do bairro O bairro possui diversas cadeias econômicas em funcionamento, havendo grande destaque para o setor de Comércio e Serviços, pois à medida que ocorria o crescimento habitacional no bairro, foi se desenvolvendo um comércio vigoroso.

A Cidade Operária conta, no setor comercial, com uma das maiores feiras livres da cidade, diversos Supermercados de grande porte (Supermercados Mateus, Silmar, Pinheiro e Aragão), grande número de lojas de eletro-eletrônicos (Gabryella, Paraíba, A Renovar), uma enorme gama de lojas de materiais de construção, depósitos de bebidas, lanchonetes, restaurantes, bares, casas de shows, motéis, postos de gasolina, óticas, lan houses, entre outros.

Dentre os serviços oferecidos destaca-se a educação, por conta do grande número de escolas de Ensino Fundamental e Médio, tanto públicas (onde destacam-se as escolas São José Operário, CAIC e os Centro de Ensino Médio Cidade Operária 1 e 2) quanto privadas (Instituto Tia Ana, Complexo Educacional Launé Rodrigues, Colégio Adventista Cidade Operária), além de cursos profissionalizantes (Data Control e Micro Lins) e pré-vestibulares. Existe, também, representação considerável na área da saúde, seja por conta da Unidade de Pronto Atendimento, representando o atendimento público de saúde, quanto pelos estabelecimentos privados representados por grande número de clínicas médicas e odontológicas e de laboratórios de análises clínicas.

Por ser um bairro em grande valorização imobiliária, de população crescente e que tem experimentado um processo de ascensão econômica, verifica-se um potencial para um desenvolvimento ainda maior dos setores de Comércio e Prestação de Serviços no bairro, pois ele concentra também moradores das áreas adjacentes, congregando uma população de milhares de habitantes.

Problemas atuais O bairro foi bem planejado urbanisticamente, possuindo serviços essenciais e áreas de lazer em suas imediações, o que facilita a vida dos moradores. Por outro lado, a falta de sinalização em parte considerável das ruas, a falta de conservação da pavimentação nas ruas mais afastadas e a inconstância no fornecimento de água (dá-se em dias alternados) são pontos negativos que geram transtornos à população.

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Mas, a Cidade Operária enfrenta um problema ainda mais grave – a falta de segurança. O bairro fica entre dois bairros dominados pelo tráfico de drogas, Cidade Olímpica (a maior invasão da América Latina) e Jardim Tropical (este bairro já não faz parte de São Luís, mas sim de São José de Ribamar, região metropolitana de São Luís).

No fim de 2009, a polícia tomou providências e vem fazendo blitz e rondas na região, medidas que já garantiram uma relativa "tranquilidade" à população da área.

Principais Vias 

Av. Lourenço Vieira da Silva



Av. Brasil



Av. Metropolitana (em projeto)

Instituições de ensino Escola Privadas 

Colmplexo Educacional Launé



Escola Tia Ana



Educandário Ágape



Escola Rosa Moreira

Escola Públicas 

Escola Pedro Álvares Cabral



CAIC (são duas escolas no bairro, mas uma está interditada)



Escola Mata Roma



Escola Maria Aragão



Centro de Esino Médio (CEM)



Colégo São José Operário (CESJO. Oferece diversos cursos e ocupa um quarteirão inteiro. Pertence Igreja Católica São José Operário)

Universidades 

Universidade Estadual do Maranhão, UEMA

Sistema de Transporte precário e monopolizado Minimizada a situação de conflitos da moradia, surgiram as necessidades de providências dos serviços públicos essenciais; a prioridade foi a ampliação da frota de transportes. O bairro possuía, apenas, duas linhas de ônibus: Cidade Operária São Cristóvão e Cidade Operária Planalto, que pertenciam à Empresa São Luís, a qual tinha como proprietário o empresário e deputado José Gerardo, detentor do monopólio.

A população aumentou e os ônibus não atendiam às necessidades nos horários de pico. Apesar da empresa disponibilizar 11 ônibus em cada linha, estes prestavam

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serviços de forma precária, o que resultava em ônibus superlotados. As empresas eram registradas no município de São José de Ribamar, sem direito à meia passagem.

No início de maio de 1987, Pedro Câmara, Presidente da Associação Recreativa e de Defesa Urbana, entrega em audiência à prefeita Gardênia Ribeiro Gonçalves, uma exposição de motivos com documentos anexos que comprovaram que a Cidade Operária pertence ao município de São Luís o que, assegurava o direito à meia passagem, no cumprimento da Lei Municipal.

Diante do exposto, muitas variáveis dificultavam a imediata aplicação da lei.

Sendo a de maior destaque apresentada pelo gabinete, a empresa concessionária possuír permissão de outro município. A empresa São Luís começou a prestar serviços quando o conjunto ainda estava em construção, com tarifa de São José de Ribamar.

Para fazer valer o direito à meia passagem as entidades comunitárias, estudantes e membros da congregação João Calábria criaram o Movimento Popular em março de 1988; fizeram passeata e ao final interditaram a pista principal na curva da UEMA, impedindo o acesso dos ônibus nos dois lados da pista.

As precárias condições dos serviços do sistema de transportes esticou até outubro de 1991, com a rearticulação dos movimentos populares de São Luís propondo mudanças no sistema de transportes e, consequentemente, acabar com a concessão de linhas, substituindo pela contratação de serviços. Na questão específica da Cidade Operária, as lideranças reivindicam ao Prefeito Jackson Lago, em audiência, que autorizasse ao DMT fazer um levantamento de demanda nos serviços oferecidos na região Cidade Operária.

O Secretário de Transportes na época, Dr. Pádua Nazareno, comprovou a precariedade dos serviços em atender uma população, neste período, de 100 mil habitantes, com 28 ônibus no total.

A partir de 2003, com a extinção de linhas próprias, a Cidade Operária transformou-se em um imenso corredor de ônibus que servem outros bairros mudando a rotina das pessoas. Muitas vezes, os ônibus já chegam ao bairro lotados.

Atualmente, 15 linhas de ônibus cruzam a Cidade Operária e apenas 2 partem do bairro. São 200 ônibus em 17 linhas que atendem a localidade. 

T-072 Cidade Operaria - São Francisco



T-061 Santa Clara - João Paulo



T-071 Janaina - Riod



A-661 Janaína - Terminal São Cristóvão



A-669 Conj.Alexandra Tavares - Socorrão II



T-077 Cidade Olímpica - São Francisco



T-078 Cidade Olímpica - IPASE



T-079 Cidade Olímpica - Rodoviária



T-075 Jardim América - Geniparana



T-063 Jardim Tropical - Santos Dumont



T-064 Jardim Tropical - São Francisco



T-062 Socorrão II - Rodoviária

Fotografia 9 – Terminal de integração SÃO CRISTÓVÃO

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

A-664 J. Lima



A-665 Vila Kiola



A-666 Cidade Olímpica - Terminal



970E Operária – Rodoviária (Linha executiva com ar-condicionado. Não integrada)

Linhas com prefixos iniciados pela letra A são alimentadoras, ou seja, vão só até o Terminal São Cristóvão.

Empresas que servem o bairro em sistema de consórcio (Consórcio São Cristóvão) 

Solemar Expresso



Empresa Santa Clara/Taguatur



Viação Norte Brasileiro



Viação Abreu



Menino Jesus de Praga



Empresa Tapajós



Viação Primor/Maranhense



Empresa Marina



Empresa Gonçalves/Ratrans



Empresa Mouraujo



Viação Pericumã (Esta opera linhas normais e uma executiva)

PERFIL SOCIOECONÔMICO Diagnóstico socioeconômico Através do questionário aplicado a um conjunto de moradores do bairro, foram encontrados os seguintes dados: Renda familiar: RENDA FAMILIAR

5%

18%

77%

Sem renda fixa

De 01 a 03 salários mínimos

De 04 a 06 salários mínimos

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Ocupação: OCUPAÇÃO 9%

18%

18%

9% 1% 45%

Comerciante

Funcionário público

Estudante

Professor

Aposentado/pensionista

Outros

Grau de escolaridade:

GRAU DE ESCOLARIDADE 5%

14%

9%

9%

18% 45%

Fundamental completo

Fundamental incompleto

Médio completo

Médio incompleto

Superior completo

Superior incompleto

Faixa etária: FAIXA ETÁRIA

9%

5% 32%

27% 9%

18%

Até 20 anos

De 21 a 30 anos

De 31 a 40 anos

De 41 a 50 anos

De 51 a 60 anos

Acima de 60 anos

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Perfil socioeconômico dos moradores De acordo com os dados coletados percebe-se que o bairro possui uma considerável população jovem, sendo a faixa etária de menos de 20 anos a mais representativa. Somando-se a isso o elevado grau de escolaridade, já verificado no presente e que tende a aumentar no futuro com a continuidade da formação dos mais jovens, verifica-se um grande potencial de ascensão econômica na comunidade, pois existe grande potencial de renovação da população economicamente ativa, que será formada por profissionais cada vez mais capacitados.

A princípio, logo no início da ocupação do bairro, grande parte dos habitantes era composta por pessoas de classe baixa. Porém, ao longo dos anos, devido ao crescimento do Conjunto Cidade Operária, esse quadro foi mudando e, atualmente, a classe média é predominante no bairro.

Como vocês podem perceber, quase não encontramos as casas originais do bairro, principalmente nas unidades 203 e 205. A gente atribui tudo isso aos novos moradores do bairro. São poucos os que ainda são de classe baixa. As pessoas que aqui moravam antes ou morreram ou venderam as suas casas para se livrar de dívidas ou por motivos que ninguém sabe. (MARIA ANTÔNIA DA SILVA, 50 ANOS, MORADORA DO BAIRRO).

CONSIDERAÇÕES FINAIS Após a execução do trabalho, conclui-se que, a Cidade Operária é um dos maiores bairros da capital e que vem se desenvolvendo constantemente, principalmente no setor econômico, que tem como principal base o comércio. É, também, um dos bairros mais novos da cidade, com 30 anos de criação. Divide-se em seis grandes unidades e agrega ainda alguns outros circunvizinhos, como: Santa Efigênia, Recanto dos Pássaros, entre outros.

O bairro passa hoje por alguns problemas que afetam a população local, principalmente no setor de transporte, abastecimento de água e segurança pública. A frota de ônibus é insuficiente para acomodar muitas pessoas que utilizam esse meio de locomoção, o que se pode notar é grande número de ônibus lotados, principalmente nos horários de pico. Apesar de todos esses problemas, o bairro ainda é um dos mais requisitados no quesito moradia.

REFERÊNCIAS ABBBEVILLE, Claude D’. História da Missão dos Padres Capuchinhos na Ilha do Maranhão e terras Circunvizinhas. Belo Horizonte: Itatiaia, 1975.

CIDADE OPERÁRIA. Disponível em: http://www.pt.wikipwdia.org/wiki/Cidade_Oper%C3%A1ria#Localiza.C3.A7.A3o .

Acessado em 05 de dezembro de 2010.

CONDURU, Felipe. História Eclesiástica do Maranhão. São Luis, 1970.

EXPERIÊNCIAS PESSOAIS MORADORES DO BAIRRO.

E

CONTATOS

PARTICULARES

COM

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FERREIRA, Maria de Jesus. Impactos ambientais recentes na área da Bacia do Rio Santo Antônio, Paço do Lumiar/MA. Monografia do curso de Geografia da Universidade Federal do Maranhão. São Luis: UFMA, 2003.

FORMAÇÃO DO ESPAÇO URBANO DE SÃO LUIS: 1612-1991. São Luis: FUNC, 2001.

LIMA, Carlos de. Caminhos de São Luis: ruas, logradouros e prédios históricos.

MACEDO, Eurico. O Maranhão e suas riquezas. São Paulo: Siciliano, 2002.

MARQUES, César Augusto. Dicionário Histórico e Geográfico da Província do Maranhão. Rio de Janeiro: Seleta, 1970.

MEIRELES, Mário. História do Maranhão. São Luis: Siciliano, 2000.

MORAES, Jomar. Guia de São Luis do Maranhão. São Luis: Legenda, 1995.

PESAVENTO, Sandra Jatahy. O imaginário da cidade. Visões literárias do urbano.

Porto Alegre: UFRGS, 1995.

VIEIRA FILHO, Domingos. Breve história de ruas e praças de São Luis. Rio de Janeiro: Olímpica, 1971.

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MEMORIAL DO MEU BAIRRO – ANIL APRESENTAÇÃO Neste trabalho vamos abordar algumas características do Bairro Anil, relatando a importância histórica que o bairro possui para São Luís, e em como ele vem passando por transformações socioeconômicas ao longo do tempo.

O bairro Anil tem uma importância histórica de muitíssimo valor, não somente para estudo, mas também como fonte histórica, pois foi um dos berços da economia maranhense por ter em sua localidade as indústrias que movimentavam o capital de São Luís.

Ilustração 4 – Mapa do bairro Anil

INTRODUÇÃO São Luís é a única cidade de nosso país a receber forte influência de três povos.

Fundada pelos franceses, foi, depois, invadida pelos holandeses, e finalmente, colonizada pelos portugueses. O resultado foi uma mistura única de influências que gerou um mosaico histórico como poucos outros no mundo.

A construção dos bairros em São Luís foi importante para o processo de consolidação da cidade. Um dos bairros que contribuiu positivamente no crescimento da população nesse período foi o bairro Anil, anteriormente chamado de Vila do Anil. É um dos bairros mais antigos e tem como principal logradouro a Avenida Casemiro Júnior.

A organização do espaço urbano de São Luís ocorreu em direção às bacias do Rio anil e Rio Bacanga em consequência da implantação dos projetos ALUMAR e CVRD e do movimento migratório campo-cidade que se acelerou a partir da década de 80.

CARACTERÍSTICAS DO BAIRRO Confronto entre Passado e Presente

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No ano de 1991 foi desenvolvido um projeto de retrofit da Fábrica do Anil em um Centro Cultural e de Formação Profissional solicitado ao arquiteto Fabrício Pedroza pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Comunitário do Governo do Estado do Maranhão.

Fotografia 10 – Antiga fábrica de tecidos do Rio Anil

A Fábrica de Tecidos do Rio Anil começou a ser construída em agosto de 1881 e foi inaugurada no ano de 1883.

Seu projeto de retrofit iniciou exatamente um século depois do lançamento da pedra fundamental de sua construção e o final da construção de suas novas instalações deu-se, exatamente, um século depois de sua inauguração como fábrica. Situada em São Luís, a Fábrica do Anil, com seus 12.000 m2, é considerada um patrimônio arquitetônico nacional, com estrutura metálica vinda da Inglaterra e cobertura em telhas francesas. A fábrica era composta de grandes salas de trabalho onde ficavam os teares.

Segundo o arquiteto, o primeiro desafio foi o de compartimentar essas áreas sem criar ambientes escuros e mal ventilados.

Fotografia 11 – Um dos corredores da antiga fábrica

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A solução adotada foi a construção de aberturas nas coberturas com a simples retirada de telhas sem intervenções nas tesouras metálicas originais da cobertura e a criação de jardins internos. Desta forma foram criados os ambientes desejados sem nenhum prejuízo às formas originais da velha fábrica. Algumas paredes internas de alvenaria tiveram seus revestimentos descascados para destacar a qualidade da mão de obra da construção civil do século XIX no Brasil. A iluminação zenital do corredor central feita com telhas de vidro foi aumentada. Palmeiras maranhenses predominaram nos jardins internos.

Todo o projeto foi feito respeitando-se os portadores de necessidades especiais.

Adotou-se para o novo Centro Cultural e Educacional a mesma cor azul da antiga Fábrica, segundo a lembrança dos velhos moradores do bairro.

PAISAGEM URBANA Os aspectos físico-naturais da capital do Maranhão são bastante peculiares e ao mesmo tempo frágeis. Isto se deve ao fato de São Luís fazer parte de um território insular, com paisagens diversificadas e características ambientais vulneráveis, a exemplo do extenso ecossistema manguezal, do grande quantitativo de canais de drenagem e dos tipos de solo e vegetação encontrados em seu espaço.

O Anil é um dos bairros de maiores fluxos de pessoas e de transportes, pois é ligado através de uma ponte à Avenida Casemiro Júnior. Com mais de 80 anos de existência. É considerado um dos bairros mais tradicionais de São Luís e engloba outras comunidades como o Pão de Açúcar, Piquizeiro, Aurora e Cruzeiro do Anil.

Atualmente, com um contingente de 50 mil pessoas, o Grande Anil lida com os contrastes de todo núcleo urbano que cresce de forma desordenada. As demandas sociais, por saúde, educação, infra-estrutura e outras mostram avanços, mas também muitas distorções a serem corrigidas. Problemas como, lixo acumulado, esgoto a céu aberto, poluição do Rio Anil, começaram a surgir devido a falta de planejamento no local, ocasionando perdas na paisagem natural e modificação em algumas áreas.

Fotografia 12 – Visão lateral do alojamento. Um projeto inspirado nos espaços da arquitetura colonial maranhense

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Fotografia 13 – Vista geral do Centro Cultural e Educacional (CINTRA) externa e interna

Fotografia 14 – Alojamento para estudantes anexado ao Centro Cultural

Fotografia 15 – O alojamento, estruturado com toras de maçaranduba, e teve sua cobertura de telhas francesas com grandes beirais devido às fortes chuvas maranhenses

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Fotografia 16 – Vista da varanda de acesso aos quartos dos estudantes

Fotografia 17 – Adotou-se para o novo Centro Cultural e Educacional a mesma cor azul da antiga Fábrica, segundo a lembrança dos velhos moradores do bairro

Processo de consolidação urbana O primeiro núcleo de povoamento da cidade de São Luís, a Praia Grande, se formou em 1612 às margens do rio Bacanga, propiciado pela sua localização estratégica. A expansão espacial se fez de forma linear, de tal maneira que São Luís em 1844 demonstrava um crescimento urbano horizontalizado como vetor de crescimento dirigido, principalmente, no sentido Oeste-Leste.

Com o fim do comércio escravagista, a capital passa de mercantil e agrícola para uma economia industrial, tendo o setor têxtil como o principal fator de crescimento econômico. A busca por oportunidade de trabalho na indústria que emergia, levou ao surgimento do primeiro bairro suburbano de São Luís, o bairro do Anil, formado nas imediações da Fábrica do Anil.

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O corredor de crescimento que, até então, partia da Praia Grande e se dirigia de forma linear até o bairro do Anil sofreu grande alteração a partir das décadas de 1960 e 1970, em função da melhoria do sistema viário com a construção de duas pontes sobre o Rio Anil, que determinaram o fim da dificuldade de deslocamento no sentido Norte e Nordeste, e a construção da Barragem do Bacanga e do anel Viário que criaram condições de expansibilidade espacial no sentido Oeste e Sul do município.

No início da década de 80, houve um incremento no desenvolvimento da cidade de São Luís com a implantação dos grandes projetos: o Consórcio Alumar e o sistema mina-ferrovia-porto da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), localizados no distrito industrial, que atraíram um forte contingente populacional para a Ilha do Maranhão.

A intensificação do processo de palafitização ocorreu principalmente às margens do Rio Anil e Bacanga, sendo uma evidência da exclusão social. A maioria dos moradores é oriunda do interior do estado do Maranhão que vieram em busca de trabalho e melhor qualidade de vida.

Cadeias econômicas No bairro Anil, em toda sua área, existe apenas um mercado, e outro no Cruzeiro do Anil. Os dois são bem antigos, principalmente o primeiro, que data da administração de Haroldo Tavares, na década de 60. Estes dois mercados enfrentaram sérios problemas com a falta de infra-estrutura e a falta de saneamento básico, o que pode ocasionar outros problemas maiores e mais sérios à população. A rede de saúde, a qual conta apenas com um posto de saúde desde a década de 60 e recebe pacientes de vários outros bairros, também apresenta déficit na sua infra-estrutura. O Anil é bem servido de escolas, creches e jardins de infância. Mas, ainda precisa aperfeiçoar as escolas públicas.

Infra-estrutura Além dos problemas já citados nos itens anteriores (lixo acumulado, esgoto a céu aberto, poluição do Rio Anil e outros), o Anil enfrenta problemas, também, com o sistema de transportes e tráfego. Engarrafamentos gigantescos em horário de pico na Avenida Casemiro Júnior dificulta o deslocamento de pessoas para outros lugares, fora a questão da falta de abrigo nos pontos de ônibus.

Com relação aos problemas de infra-estrutura das ruas, a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (SEMOSP) informou que a pavimentação e recuperação das vias estão incluídas num projeto maior de recuperação da malha viária da capital, que aguarda recursos.

Perfil socioeconômico As principais atividades econômicas são remetentes ao setor terciário. A pesca, o comércio, e a prestação de serviços são as principais atividades econômicas da população.

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PROJETO PAC – RIO ANIL

Fotografia 18 – Obra do PAC/ANIL

Projeto: Urbanização, Regularização e Integração de Assentamentos Precários do Rio Anil.

Responsáveis: Governos do Estado em parceria com o Governo Federal, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Ação: compõe uma faixa de 25 quilômetros de vias, atravessando 13 bairros de São Luís, sendo que a Avenida Rio Anil será o marco delimitador de toda a extensão do projeto, além de representar um ganho para o sistema de tráfego da cidade, formando um novo Anel Viário. Também serão construídas 3.500 unidades habitacionais, além de urbanização da área, pavimentação e drenagem de ruas, implantação de rede elétrica e iluminação pública, rede de distribuição de água, coleta e tratamento de esgoto.

Investimento: Serão investidos R$ 235 milhões, dos quais R$ 144 milhões provenientes do PAC e R$ 99 milhões do Tesouro Estadual na forma de contrapartida.

As obras devem ser executadas no prazo de 36 meses. OBS: segundo informações obtidas no site do Governo do Estado (www.ma.gov.br), todo o empreendimento do PAC – Rio Anil já possui o licenciamento ambiental de instalação concedido pelo órgão ambiental do Estado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir da década de 1950 intensificam-se o seu crescimento demográfico e espacial, com reflexos significativos na apropriação do espaço urbano pela população, produzindo desta forma, problemas ambientais diversos.

O bairro Anil é um dos bairros mais antigos de nossa cidade, daí a importância de preservação dos interesses benéficos a este bairro. Diversos problemas foram causados pelo crescimento desordenado de pessoas próximas a área fabril do Anil.

Hoje o bairro enfrenta transtornos na questão do tráfego, da poluição do rio e das ruas. Não se pode deixar que um bairro que já foi um dos maiores movimentadores do capital de São Luís, cheio de histórias valiosíssimas sobre a economia da cidade, continue nessa situação. Há necessidade de melhorias, de implantação de projetos que reeduquem a população trazendo a conscientização e melhorias para o bairro em si.

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REFERÊNCIAS ABBBEVILLE, Claude D’. História da Missão dos Padres Capuchinhos na Ilha do Maranhão e terras Circunvizinhas. Belo Horizonte: Itatiaia, 1975.

CONDURU, Felipe. História Eclesiástica do Maranhão. São Luis, 1970.

EXPERIÊNCIAS PESSOAIS MORADORES DO BAIRRO.

E

CONTATOS

PARTICULARES

COM

FORMAÇÃO DO ESPAÇO URBANO DE SÃO LUIS: 1612-1991. São Luis: FUNC, 2001.

KELPS, Ronnald. Descubra o significado dos bairros de São Luís com o nome de sigla. O imparcial. 05 de setembro de 2009. Edição on line disponível em: http://www.oimparcialonline.com.br/noticias.php?id=15333. Acessado em 05 de dezembro.

LIMA, Carlos de. Caminhos de São Luis: ruas, logradouros e prédios históricos.

MACEDO, Eurico. O Maranhão e suas riquezas. São Paulo: Siciliano, 2002.

MARQUES, César Augusto. Dicionário Histórico e Geográfico da Província do Maranhão. Rio de Janeiro: Seleta, 1970.

MEIRELES, Mário. História do Maranhão. São Luis: Siciliano, 2000.

MORAES, Jomar. Guia de São Luis do Maranhão. São Luis: Legenda, 1995.

PEREIRA, Edilíea Dutra. São Luís: as contradições no espaço urbano – traços periféricos.

Disponível em: http://www.nucleohumanidades.ufma.br/pastas/CHR/2007_3/edileia_pereira_v5_ne.pdf . Acesso em 06 de dezembro de 2010.

PESAVENTO, Sandra Jatahy. O imaginário da cidade. Visões literárias do urbano.

Porto Alegre: UFRGS, 1995.

SÃO LUIS. Disponível em: http://www.portalsaofrancisco.com.br/ma/são_luis/historia.htm. Acesso em 06 de dezembro de 2010.

VIEIRA FILHO, Domingos. Breve história de ruas e praças de São Luis. Rio de Janeiro: Olímpica, 1971.

APÊNDICE APÊNDICE B – Questionário socioeconômico aplicado aos moradores do bairro Madre de Deus.

Para apresentar uma noção mais ampla e vasta sobre o tema abordado (situação social e econômica de uma vertente do objeto de estudo, os moradores do bairro), os componentes do grupo aplicaram um questionário com dez perguntas para 20 moradores do bairro. As respostas foram tabuladas, e os resultados foram apresentados sob forma de porcentagem.

1. Qual é seu sexo?

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SEXO

40%

60%

Feminino

Masculino

2. Qual a sua idade?

IDADE

20%

30%

50%

Entre 19 e 25 anos

3. Qual é seu grau de escolaridade?

Entre 35 e 45 anos

Acima de 50 anos

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ESCOLARIDADE

10%

10%

20%

60%

Ensino Médio Completo Ensino Superior Completo Ensino Superior Incompleto Ensino Fundamental Incompleto

4. Qual a sua renda mensal?

RENDA MENSAL

20%

20%

60%

Dois salários mínimos

Um salário mínimo

Três salários mínimos

5. Quantas pessoas moram com você?

MORADORES DE UMA MESMA CASA

10% 20%

70%

5 ou mais pessoas

3 pessoas

Mora sozinho

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6. Qual a sua fonte de renda?

FONTE DE RENDA

10% 20%

70%

Trabalhador informal

Servidor público

Servidor privado

7. A quanto tempo você mora no bairro?

TEMPO QUE MORA NO BAIRRO

20%

80%

De 10 a 15 anos

Mais de 15 anos

8. O que mudou desde que você mora nele?

MUDANÇAS PERCEBIDAS NO BAIRRO

10% 20%

70%

Estrutura do bairro

Os moradores

Não perceberam mudança

9. Qual o principal problema que o bairro possui?

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PRINCIPAIS PROBLEMAS DO BAIRRO

20%

20%

Falta de água

60%

Falta de segurança

Saneamento

10. O que, em sua opinião, poderia ser feito para sanar esse problema?

Resultado: 100% - Mais conscientização dos moradores e mais atitude do governo.

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A CORRIDA ENTRE OS ÍNDIOS CANELAS

128 4

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Cadeira 40 RESUMO Descreve-se a "corrida de toras", praticada pelos índios Canelas, classificada como pertencente ao grupo das provas de revezamento, procurando se estabelecer ser esta a primeira atividade "esportiva" praticada no Maranhão. Os Canelas, ao codificarem as corridas realizadas em suas aldeias - regras dos bisavós -, estão repetindo o que fizeram outras culturas. Se for aceita a codificação das regras de corridas pelos Gregos em seu período clássico como precursora das regras atuais do Atletismo, também deve ser aceita a corrida entre os Canelas como a primeira manifestação desse esporte em terras maranhenses (brasileiras).

Introdução Em diferentes culturas e diferentes épocas houve alguma forma de manifestação do movimento representado pela corrida e esta sempre teve primeiro, um caráter de sobrevivência. Ritualizada, passa a fazer parte da cultura, onde representam os valores e as normas sociais o mesmo ocorrendo quando levada para a esfera do lazer (lúdico).

Catharino (1995) ao fazer uma análise do “Trabalho índio em terras de Vera ou Santa Cruz e do Brasil” refere-se, dentre esses trabalhos a dois que nos interessam particularmente: “O trabalho desportivo” e “O trabalho locomotor”. Ao analisar o trabalho desportivo considera que nesse mundo, antes da chegada dos brancos, a sobrevivência exigia qualidades atléticas, exercícios constantes, com descanso e repouso intercalados, de duração sumamente variáveis. Por isso, os índios se tornavam atletas naturais, para sobreviver, pois tinham que, em terra, andar, correr, pular, trepar, arremessar, carregar, e, na água, nadar, mergulhar e remar. Realizar trabalho-meio, autolocomotor, com suas próprias forças, apenas e/ou, também, com auxílio de instrumentos primitivos, para obtenção de produtos necessários: “Entre prática guerreira e desportiva há um nexo de causalidade circulativo, proporcionalmente inverso. Mais prática desportiva, menos guerra. Mais guerra, menos aquela. Causas produzindo efeito repercutindo sobre a causa. Nexo fechado, de recíproca causalidade e efeito. O trabalho-meio, autolocomotor, servia de aprendizado e adestramento – atlético que era – ao competitivo”.

Entre a infância e a puberdade, e a adolescência e a virilidade ou maioridade, entre os 8 e 15 anos, a que chamamos mocidade, os kunnumay, nem miry nem uaçu, tomavam parte no trabalho dos seus pais imitando o que vêem fazer. Não se lhes manda fazer isto, porém eles o fazem por instinto próprio, como dever de sua idade, e já feito também por seus antepassados: “Trabalho e exercício, esses mais agradáveis do que penosos, proporcionais à sua idade, os quais os isentavam de muitos vícios, ao qual a natureza corrompida costuma a prestar atenção, e a ter predileção por eles. Eis a razão porque se 4

Painel apresentado na III Jornada de Iniciação Científica da Educação Física da UFMA, 1995; Artigo publicado na COLETÂNEA INDESP - DESPORTO COM IDENTIDADE CULTURAL, Brasília: Ministério Extraordinário dos esportes/Instituto Nacional de Desenvolvimento dos desportos, 1996, p. 106-111. Revisto e ampliado para esta apresentação.

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facilita à mocidade diversos exercícios liberais e mecânicos, para distraí-la da má inclinação de cada um, reforçada pelo ócio, mormente naquela idade”.

Após essas explicações, o Autor informa que essa seção – o trabalho desportivo – é dedicada ao trabalho competitivo entre índios, embora caçando e pescando, competissem amiúde com outros animais, considerados irracionais, o que faziam desde a infância. Sem falar nos jogos educativos: “... jogos e brinquedos (Métraux) dedicou um só parágrafo, quase todos graças a d’Evreux, acerca dos feitos pelos Tupinambás. “Tratava-se de ‘arcos e flexas proporcionais às suas forças’. O jogo, educativo para a caça, pesca e guerra, era possível porque reunidos plantavam, e juntavam cabaças, que serviam de alvo, ‘adextrando assim bem cedo seus braços’.

Assim, brincavam os meninos de 7 a 8 anos. Kunumys-mirys.

As meninas, na mesma faixa etária, Kugnantins-myris, além de ajudarem suas mães, faziam ‘uma espécie de redesinhas como costuma por brinquedo, e amassando o barro com que imitam as mais hábeis no fabrico de potes e panelas’.

Ao descrever as atividades da educação física no Brasil colonial, MARINHO (s.d.) afirma serem a "pesca, a natação, a canoagem e a corrida a pé processos indispensáveis para assegurar a sobrevivência de nossos índios".

O Atletismo aparece em Maranhão anterior ao período colonial, através da Corrida de Toras – pertencente ao grupo de provas de revezamentos – dos Índios Kanelas Finas – pertencentes à etnia Jê, presentes por estas terras há pelo menos cinco mil anos. O “esporte nacional dos Tapuya”, que praticavam uma corrida a pé encetada carregando peso, é registrado por dois historiadores franceses - Claude d´Abeville – História da Missão dos padres Capuchinhos na Ilha do Maranhão e terras circunvizinhas, de 1614; e Ives d´Evreux – Viagem ao Norte do Brasil feitas nos anos de 1613 a 1614, publicada em 1864.

http://www.funai.gov.br/indios/jogos/novas_modalidades.htm#005

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No Brasil holandês, se distinguiam a população indígena entre os ‘brasilianos’ ou ‘brasilienses’ e os ‘tapuias’. As relações entre os holandeses e os tapuias são tratadas abundantemente nas fontes neerlandesas, como é o caso das narrativas de Gerrit Gerbranstsz Hulck, publicada em 1635: “Breve descrição dos tapuias no Brasil; e a narrativa de viagem de Rouloux Baro em seu contato com Janduí, o chefe tapuia do Rio Grande do Norte, aliado dos holandeses: “[...] Ao nascer do sol, o ancião ordenou às mulheres que fizessem farinha e aos homens que fossem à caça de ratos e voltassem logo após o meio-dia, a fim de correr a árvore.

Obedeceram e entrementes dois tapuias trouxeram sobre suas espáduas dois troncos de árvores, de mais de vinte pés de comprimento. Tiraram-lhes a casca na chama do fogo e poliram a madeira toda em volta, sem deixar nenhum nó. E quando todo o povo regressou cada qual pintou o corpo em diversas cores.

Isto feito, aqueles que tinham apanhado ratos soltaram-nos na planície, depois parte deles carregou prontamente aqueles troncos, correndo com uma velocidade inigualável atrás dos ratos. Quando um deles parecia cansado, outro o substituía sem retardar a corrida, que durou mais de uma hora. Depois de terminada, cada um que voltava contava como e de que modo perseguira, ferira e matara os ratos. O ancião Janduí correra com eles e Ra coisa maravilhosa ver um homem de mais de cem anos (segundo a opinião dos seus, de mais de 160) correr com tanta destreza.” (in “Relação da viagem de Rouloux Baro”, anexa a Pierre Moreau, História das últimas lutas no Brasil entre holandeses e portugueses, Belo Horizonte, 1979, p.99, citado por MELLO, 2010, p. 269; grifos nosso).

A “Corrida das Toras” é absorvida pela Igreja Católica, e incorporada aos ritos religiosos dos padres jesuítas que chegaram ao final do século XVI. A exemplo da tradicional festa da Puxada do Mastro, em Olivança, e os mastros levantados em inúmeras festas religiosas, de hoje em dia.

(http://www.ciadanoticia.com.br/v1/tag/derrubada-de-toras/)

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Origem dos índios Canelas: A ocupação do território maranhense se deu através de três correntes migratórias - Lácidas, Nordéstidas e Brasílidas, nessa ordem. Embora os traços mais antigos da presença do homem no continente americano datem de 19 mil anos, as teorias mais recentes o dão como procedentes da Ásia a 20 ou 30 mil anos (CORREIA LIMA & AROSO, 1989). Esses autores, ao adotarem a sistemática de Canals (1950) - Pompeu Sobrinho (1955), afirmam que caçadores australóides do nordeste asiático - Sibéria, de acordo com Aquino, Lemos & Lopes (1990, p.19) - ingressaram no Alasca há pelo menos 36 mil anos e durante os 20.000 anos seguintes consolidaram sua cultura e se expandiram pelo território, tendo seus descendentes atingido Lagoa Santa há 7.000 (mais ou menos) 120 anos.

Sander-Marino (1970, citados por Correia Lima & Aroso, 1989, p. 19) registram entre 40 e 21 mil anos a presença dos superfilos MACRO-CARIB-JÊ, uma das correntes pré-históricas povoadoras das Américas. Para Feitosa (1983, p. 70) há um consenso quando da "determinação temporal" da chegada dos australóides no Novo Mundo, com as estimativas variando de 20.000 a.C. (RIVET); 28.000 a.C. (CANALS); 40.000 a.C. De acordo com pesquisas mais recentes, realizadas em São Raimundo Nonato Piauí, foram encontrados fosseis com datação de 4l.500 anos (FRANÇA & GARCIA, 1989).

Os Lácidas, descendentes dos australóides, atingem o Maranhão. Das famílias lingoculturais suas descendentes, destaca-se a JÊ, grupo mais populoso; de maior expansão territorial; e de melhor caracterização étnica. Os Jês caracterizam-se pela ausência da cerâmica e tecelagem, aldeias circulares, organização clânica e grande resistência à mudança cultural, mesmo depois de contato, como se observa entre os Canelas, ou RANKAKOMEKRAS como se denominam os índios da aldeia do Escalvado (DICKERT & MEHRINGER, 1989ª, 1994).

Paula Ribeiro (1841, apud CORREIA LIMA & AROSO, 1989; PAULA RIBEIRO, 2002; FRANKLIN, CARVALHO, 2005) descreve uma das principais "manifestações do lúdico e do movimento" - para usar uma expressão de Dieckert & Mehringer (1989b, 1994) -, na cultura Jê, referindo-se à música e à dança: "... enquanto as muitas mulheres guizam as comidas, dançam eles e cantam ao som de buzinas, maracás e outros instrumentos... esta dança e música noturna, melhor repetida depois da ceia, dura quase sempre até as cinco da manhã..." (p. 39).

Os Jê são conhecidos no Maranhão com a denominação de "TIMBIRAS", e dividem-se em dois ramos principais, segundo seu habitat - Timbiras do Mato e Timbiras do Campo -, estes apelidados de canelas finas "pela delicadeza de suas pernas e pela velocidade espantosa que desenvolvem na carreira pelos descampados", conforme afirma Teodoro Sampaio (1912, apud CORREIA LIMA & AROSO, 1989, p.

41), confirmando Spix e Martius (1817, citados por CORREIA LIMA & AROSO, 1989, p.59) quando afirmam, sobre os Canelas, "... gaba-se a sua rapidez na corrida, na qual igualariam a um cavalo.".

Os Timbira são um povo física, lingüística e culturalmente caracterizado como da família Jê, que disperso, habitava o interior do Maranhão e partes limítrofes dos Estados do Pará, Goiás e Piauí. Esse povo existe ainda parcialmente, compondo-se hoje das seguintes tribos (NIMUENDAJÚ, 2001):

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Timbira orientais: Timbira de Araparytiua Kukóekamekra e Kr˜eyé de Bacabal Kr˜eyé de Cajuapára Kre/púmkateye Pukópye e Kr˜ikateye Gaviões Apányekra (Canellas de Porquinhos) Ramkókamekra (Canellas do Ponto) Krahó Timbira ocidentais: Apinayé Seus parentes mais próximos são os Kayapó do norte, os Suyá e os hoje extintos Kayapó do sul.

Ao descrever as atividades da educação física no Brasil colonial, Marinho (s.d.) afirma serem a "pesca, a natação, a canoagem e a corrida a pé processos indispensáveis para assegurar a sobrevivência de nossos índios".

Acreditam Dieckert & Mehringer (1989a, 1989b, 1994) ser "através da criação e da valorização cultural da corrida de toras... a base para a sua [dos Canelas] sobrevivência física e cultural" .

A corrida de toras

http://torceporvoce.blogspot.com/2009/04/corrida-com-tora.html

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Na etnologia sul-americana, as corridas de toras são geralmente apontadas como traço característico dos Jê ou, no máximo - levando-se em conta testemunhos acerca de povos extintos ou que as teriam realizado no passado -, estendidas ao tronco lingüístico Macro-Jê (Melatti, 1976). Nos tempos correntes, praticam-nas os jês centrais Xavante e Xerente, os Panará e os grupos timbiras.(VIANNA, 2001). Vianna (citando MARTÍNEZ-CROVETTO, 1968b), informa sobre práticas similares entre sub-grupos guaranis na Argentina e Paraguai.

Por outro lado, os eventos contemporâneos Jogos Indígenas têm propiciado que outros povos que vivem no Brasil passem a praticar as corridas de tora (BRITO VIANNA, 2001). Como curiosidades longínquas, é ainda interessante observar os registros sobre corridas em que se levam sobre os ombros pedras, no Assam (Índia), e mesmo outros homens, no Havaí (Damm, 1970 [1960], citado por VIANNA, 2001).

Os povos indígenas que praticam essa atividade, hoje, são os: Krahô, Xerente, e Apinajé do Tocantins, que habitam a região central do Estado de Mato Grosso em várias terras indígenas e os Gavião Parakategê e Kyikatêjê do Pará, Terra Indígena Mãe Maria.

Os Kayapó do Pará e do Mato Grosso realizavam semelhante esporte que consistia em carregar e não correr com as toras. Os Fulni-ô de Pernambuco teriam praticado esse esporte no passado, de acordo com estudo do antropólogo Curt Nimuendajú. Os Kanela e os Krikati são do estado do Maranhão (FUNAI).

Entre os Krahô, Xerente, e Apinajé, a Corrida de Tora difere em diversos aspectos, obedecendo a seus ritos tradicionais de significados social, religioso e esportivo.

Para o povo Khraô, habitante de extensa faixa contínua de Cerrado no estado de Tocantins, ela está associada a algum rito e, conforme esses ritos variam os grupos de corredores, assim como o percurso e o tamanho das toras.

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NIMUENDAJÚ, Curt. A corrida de toras dos timbira. Mana v.7 n.2 Rio de Janeiro oct. 2001

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Essas atividades são realizadas sempre com duas toras praticamente iguais. Os participantes se dividem em dois grupos de corredores “rivais”, cabendo apenas a um atleta de cada grupo carregar a tora, revezando-se em um mesmo percurso. As corridas se realizam no sentido de fora para dentro da aldeia, nunca de dentro para fora, ou mesmo dentro dela, quando estabelecem os pontos de largada e chegada no pátio de uma casa chamada woto, uma espécie de oca preparada para todas as atividades culturais, sociais e política. É sempre realizada ao amanhecer e ao entardecer. As corridas vindas de fora acontecem geralmente no final das tardes, quando os Krahô retornam de alguma atividade coletiva (caça ou roça). A corrida de tora é praticada nos rituais, festas e brincadeiras. Nesses casos, as toras podem representar símbolos mágicos-religiosos, como durante o ritual do Porkahok, que simboliza o fim do luto pela morte de algum membro da comunidade. Pela manhã, a corrida ganha um sentido de ginásticas para a preparação do corpo. Corre-se apenas com as toras já usadas ao redor das casas, no sentido contrário do relógio. (FUNAI).

Os Xavante, do Mato Grosso, também realizam a Corrida de Tora, o Uiwed, entre duas equipes de 15 a 20 pessoas. Pintam os corpos e correm mais de cinco quilômetros, revezando-se até chegar ao Wa'rãm'ba, o centro da aldeia, e iniciam a Dança do Uwede'hõre. Na festa do U'pdöwarõ, a festa da comida, também existe a corrida com tora, mas nesse evento a tora usada é maior e mais pesada (média de 100 a 110 Km).

Os Gavião Kyikatêjê/Parakateyê, do Pará, também grandes corredores de tora, obedecem aos mesmos rituais de outros povos, mas há uma peculiaridade que é o Jãmparti (pronuncia-se Iãmparti). Trata-se de uma corrida com uma tora com mais de 100 Kg, mais comprida e carregada por dois atletas. Realizada sempre no período final das corridas de toras comuns, ou seja, aquela que é carregada por um atleta, com o sentido de harmonia e força. Em todas essas manifestações há a participação das mulheres. Não há um prêmio para o vencedor, pois somente a força física e a resistência são demonstradas. (FUNAI).

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Autor(a) Roberto Castro http://br.olhares.com/corrida_de_tora_foto261655.html

http://www.brasiloeste.com.br/noticia/1135/grito-do-cerrado-2004

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Jung & Bruns (1984) ao analisarem os aspectos rituais das corridas de longa duração em diferentes culturas e épocas afirmam ser “outra forma de corrida religiosa... a chamada corrida do tronco dos índios Jês no Brasil meridional... A corrida podia ser um rito ou também ter caráter profano. Os participantes podiam ser homens, mulheres ou inclusive crianças”. Para esses pesquisadores, baseados em Stahle (1969), a época das corridas corresponderia ao início das chuvas. Dieckert & Mehringer (1989a, 1989b, 1994) afirmam que as corridas de toras são realizadas durante os cinco diferentes ciclos festivos "que ocorrem na época das secas, de março a setembro".

Indígenas XAVANTE na apresentação de Corrida de Tora feminina Foto:Marília França - Fonte:Anna Virgínia Cunha / Tenõde Porá UCB News http://webradiobrasilindigena.wordpress.com/2007/12/02/corrida-de-tora/

Não descartam o contexto ritualista da corrida, que marcam os "ritos de iniciação, o regresso à aldeia após uma caçada ou também como prova de matrimônio", não havendo surpresa em que essas corridas fossem executadas às vezes diariamente. Segundo os regulamentos, duas equipes, - representação dual da sociedade Canela onde as duas metades da aldeia, a ocidental e a oriental se "opõe" (DICKERT & MEHRINGER, 1989a, 1994) - teriam que carregar os troncos de madeira (palmeira buriti) - (DICKERT & MEHRINGER, 1989b, 1994) - em uma corrida por um caminho previamente traçado, até uma meta estabelecida, quase sempre fixada na praça da aldeia.

Bruns & Jung (1984) trazem como distância de corrida 12 quilômetros e o peso do tronco até 100 quilos. Dieckert & Mehringer (1989a, 1989b, 1994) dividem as corridas em longas (20 a 40 km), médias (4/5 km) e "corridas na aldeia" (850 metros).

As corridas longas, de acordo com depoimento dos índios, ocorriam antigamente com mais freqüência. Os pesquisadores presenciaram uma corrida longa, de 25 km, no

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período em que permaneceram entre os Canelas e aproximadamente 20 corridas médias, saindo do cerrado para a aldeia, numa distância de 4/5 km, distância também corrida pelas mulheres. As toras de palmeira buriti pesavam entre 20 e 110 quilos.

As "corridas de aldeia" eram realizadas com mais freqüência, sempre por volta das 6 horas da manhã e/ou à tarde, pelas 4 horas, no caminho circular de 850 metros.

Cada equipe carrega um tronco que é trocado com freqüência, já que é muito pesado para ser levado por um só corredor durante o longo trajeto percorrido. O tronco é passado do ombro de um corredor para o de outro, repetindo-se a cada 50 a 100 metros: “O objetivo da competição é transportar a tora, fazendo trocas entre os corredores - carregadores - o mais rápido possível, entre a partida e a chegada, onde ela deve ser jogada primeiro.

Isso só pode ser feito quando cada membro do grupo dispor tanto de uma boa condição para a corrida como também de uma boa força para o transporte. Além disso deve acontecer uma constante combinação entre os corredores (atitude tática), sobre quando deveria ser feita a troca da tora. Além disso não pode haver perda de tempo na troca da tora de um ombro para outro. Deve-se por esgotamento do carregador ou durante a troca. Assim sendo, sempre se combinam as coisas no grupo antes da corrida ...". (DIECKERT & MEHRINGER, 1989a, p.13).

Verifica-se, pelas regras principais, que se trata de uma corrida de revezamento aonde toda a equipe vai correndo atrás de quem leva o tronco, e têm um caráter competitivo entre os dois grupos adversários, onde o objetivo sério é: vencer (DICKERT & MERINGER, 1989a, 1989b, 1994). No entanto não há nem elogios para o ganhador, nem críticas para o perdedor (JUNG & BRUNS, 1984), pois conforme informou um dos corredores a DIECKERT E MEHRINGER (1989a, 1994) "(...) ele sempre procura não correr muito mais rápido do que o adversário. Isso poderia causar inveja e, também, haveria o perigo de um 'feiticeiro' (bruxo - curandeiro mau) castigálo..." (p. 14).

Para Jung & Bruns (1984) o significado do tronco já não é mais conhecido pelos indígenas, "... se supõe uma relação com o culto dos mortos, onde o tronco de madeira simbolizaria os mortos. Através de se carregar consigo os mortos, nessas festas, deveria produzir-se uma união das almas dos mortos com as dos jovens, para que a força dos maiores se transferia a eles e estimule seu crescimento".

Dieckert & Mehringer (1989a, 1994) ao procurarem o significado das corridas, encontram em Nimuendajú (1946, 2001) como sendo uma forma de honrar as almas mortas, o que é interpretado por Stahle (1969) como "culto da morte", pois “... todas as toras são consideradas 'representantes dos mortos' e a corrida de toras possibilita uma 'ressuscitação das toras como forma de garantia da vida para além da morte para os mortos".

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Já Schultz (1964) segue a interpretação de Nimuendajú (1946, 2001), em suas investigações sobre os Krass, mas enfatiza também o "caráter esportivo".

Os RANKAKOMEKRAS confirmam que a tora seria uma alma dos mortos.

Mas "... a alma do morto (megaro) teria se transformada numa moça e agora se encontraria na palmeira Buriti...".

Conclusão: As formas de movimento dos índios Canelas se manifestam num contexto de ritual (DICKERT & MEHRINGER, 1989a, 1989b, 1994; JUNG & BRUNS, 1984). Por ser uma sociedade dual - onde as duas metades da aldeia se opõem -, o que determina a conseqüente formação de grupos (DICKERT & MEHRINGER, 1989a, 1989b, 1994), situações de conflito são resolvidas, por exemplo, com a realização da "corrida de toras" (FEITOSA, 1983). Nela se manifestam os valores e as normas sociais (DICKERT & MEHRINGER, 1989a, 1994). São as festas que aproximam os jovens dos valores e normas culturais, que lhes permite "vivenciar" o mundo de acordo com suas leis (DICKERT & MEHRINGER, 1989b, 1994).

Parece verdadeira a interpretação de ser a corrida de tronco um culto aos antepassados (DICKERT & MEHRINGER, 1989a, 1989b, 1994; JUNG & BRUNS, 1984), pois as regras da corrida foram ensinadas 'pelos bisavós' e ainda são respeitadas (DICKERT & MEHRINGER, 1989a, 1989b, 1994). Há um sentido mais profundo na realização da corrida, pois aquele que "quiser viver como caçador e coletor e também como guerreiro tem que apresentar uma excelente condição física". Por isso, essa "necessidade de sobrevivência" foi formulada "(...) enquanto 'objetivo de ensino' para os jovens, num contexto cultural, a fim de garantir a continuação da tribo." (DICKERT & MEHRINGER, 1989a, 1994).

Observa-se que em diferentes culturas e diferentes épocas houve alguma forma de manifestação do movimento representado pela corrida (DICKERT & MEHRINGER, 1989a, 1989b, 1994; JUNG & BRUNS, 1984) e esta sempre teve, primeiro, um caráter de sobrevivência. Ritualizada, passa a fazer parte da cultura onde representam os valores e as normas sociais, o mesmo ocorrendo quando levadas para a esfera do lazer (lúdico).

Os Canelas, ao codificarem as corridas realizadas em suas aldeias - regras dos bisavós -, estão repetindo o que fizeram outras culturas. Se é aceita a codificação das regras de corridas pelos Gregos em seu período clássico como precursora das regras atuais do Atletismo (BRASIL, 1989; VAZ, 1991), também se deve aceitar a corrida entre os Canelas como a primeira manifestação desse esporte em terras maranhenses, pois quando as diversas nações européias modernas aqui chegaram por volta dos anos 1.500 já encontram diversas outras nações, sendo a mais antiga delas os Canelas.

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DR. DOMINGOS QUADROS BARBOSA ÁLVARES - ILUSTRE SÃO-BENTUENSE 5 ÁLVARO URUBATAN MELO Vavá Melo - pesquisador, membro da Academia Sambentuense, da Federação das Academias de Letras de Maranhão e Sócio efetivo do IHGM.

Valho-me da generosidade da escritora Joana Bittencourt pela cessão deste espaço, para rememorar o centésimo trigésimo aniversário deste ilustre maranhense, um daqueles que mais dignificaram o Maranhão, sobretudo, seu cantado berço natal.

Possuidor de fulgente biografia constata-se, irrefutavelmente, haver sido vitorioso no campo da cultura, social, político, jornalístico e administrativo.

Nasceu na então Vila de São Bento dos Peris, aos 28 dias de novembro de 1880.

Faleceu no Rio de Janeiro em 26 de dezembro de 1945.

Seu pai o Desembargador Dr. Manoel Barros Álvares, natural de Estância, Sergipe, chegou ao município para exercer o Juizado Municipal e de Órfãos, nomeado a quatro de outubro de 1873, Concluído o quatriênio foi reconduzido ao cargo. Sua mãe, dona Hortência Quadros Barbosa Álvares, viúva do Sr. Pedro Colares Moreira, casada em segundas núpcias. Foram-nos seus irmãos maternos os doutores Alexandre Colares Moreira Neto (deputado), Artur Quadros Colares Moreira e familiar de Alexandre Colares Moreira Junior, ambos governadores do Maranhão. É avô do consagrado compositor Carlos Lyra Domingos Barbosa conquanto membro desse poderoso clã, por anos influente na política do Maranhão, teve méritos próprios.

Estudou no Colégio Alfredo Gomes (RJ), no Seminário das Mercês e Liceu Maranhense. Doutorou-se em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Faculdade de Direito de São Luís, aluno da primeira turma. Houve por colegas os são-bentuenses Lourenço Porciúncula de Moraes, Waldemiro Lobato Viana e, por professor, Dr. Carlos Reis.

Aos onze anos ingressou no jornalismo, quando fundou o jornal a Violeta, impresso a escova, depois “O Estudante”. Escreveu em o “Federalista” e, no final articulista dominical de “O Jornal do Brasil”, com a assinatura “DB”.

Tenente coronel de brigada da Guarda Nacional aos 25 anos. Foi tabelião de Notas da Capital, aprovado em concurso público. Diretor do Diário Oficial do Estado, a qual deu feição lítero-noticiosa. Secretário de Estado de seis governadores. Deputado estadual em duas legislaturas, e federal em três, com destacada atuação. Membro secretário do Centro de Propaganda pró-marechal Hermes Rodrigues da Fonseca e Venceslau Braz Pereira. Homem de letras, contista, poeta, teatrólogo, orador fluente.

Um os doze fundadores da Academia Maranhense de Letras.

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O presente artigo, publicado no Suplemento JP Turismo em dezembro de 2010, postado em: 24/12/2010 – JP TURISMO

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Fez parte da Comissão da AML para resolver as bases ortográficas no Boletim da Academia. Membro da Oficina dos Novos e da Universidade Popular, nesta ao lado do são-bentuense Luis Lobato Viana. .

Professor do Liceu Maranhense, diretor da Instrução Pública e da Biblioteca Benedito Leite. Delegado regional de Seguros, inspetor do Teatro São Luís e delegado federal no Maranhão de Estatística.

Deixou volumosa produção literária. Sonetos e trioletes. Publicou: Gonçalves Dias, Dominó Vermelho - Contos, Mosaicos, composto de 12 contos, As Cruzadas Conferências, Silhuetas, Contos de Minha Terra, O Tocantins, Ouro Maranhense, A Vida de Alusivo de Azevedo, Os Irmãos Azevedo “Artur, Alusivo e Américo”Conferências.

INÉDITOS Os tipos Eçanianos - “Henrique Leal- “A ESMO” - Crônicas. “O Lucas Sampaio” “Sinhá”- Romances; e “Jardim Zoológico ‘- Fabulário.

REFERÊNCIAS Antônio Lobo - “O peregrino artista dos Mosaicos e dos Contos da Minha Terra”.

Tasso Coelho - “O nome de Domingos Barbosa constitui hoje um justo orgulho para o Maranhão, pelas fulgurações de talento fecundo, que um grande esforço e esmerado cultivo, puseram em brilhante destaque na tribuna, na imprensa e muitos livros de contos mimosos”. Lucília Wilson Coelho de Sousa - “Ao tribuno eloqüente cuja palavra mágica emociona profundamente os corações dos que ouvem - e arrebatam na sua caudal todas as almas, presas aos cintilantes períodos que borbulham dos seus lábios inspirados, vaticina os mais duradouros triunfos, em mais larga esfera, onde seu peregrino talento fulgura como estrela de 1ª grandeza”. Roberto Gonçalves “Domingos Barbosa é o burilador escrupuloso da palavra. Espírito investigador e analítico das cousas. Penetra com argúcia na alma humana escalando o véu sinistro que envolve o mistério insondável da dúvida, banhando-a de esperanças, fortificando-a de uma nova vida.

“As Cruzadas,” “O Dominó Vermelho”, “Mosaicos “Contos de Minha Terra”, são verdadeiros primores de arte, um punhado de pérolas’. Georgiano Gonçalves -” Tribuno - domina multidões, tem palavra fluente, mágica sonora. “Quando fala - tem leões, na mente; águias no coração”. Josué Montello - “Na sua geração literária, nos quadros da província natal, ninguém mais brilhante do que ele. Dele se dizia que era um excelente tribuno. Para isto, além da voz cheia, tinha o físico do papel, com a figura alta, certa imponência pessoal, a palavra fluente, com o gosto e o desembaraço da tribuna parlamentar. Jornal do Brasil - apreciou-o como brilhante prosador, tribuno e poeta; Gazeta de Notícias - mencionou ser ele um dos mais belos espíritos da moderna geração literária. Lanterna –“é uma figura inconfundível no jornalismo maranhense e um dos maiores conteurs brasileiros.”

Orgulhava-se de ser são-bentuense. Colaborou com deputado Joaquim Ribeiro Gonçalves, autor do projeto da elevação da vila à categoria de cidade, cuja lei 361, de 30 de março de 1905, sancionada pelo Governador Cel. Alexandre Colares Moreira Júnior (seu parente) assina-a como Secretário de Governo. Deputado federal lutou pela construção do porto da Comporta, para o qual alocou verba.

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Lembrado em outras cidades, denominando ruas e escolas, estaria esse glorioso nome, como tantos outros notáveis são-bentuenses, soterrado no berço de nascença na funda vala do esquecimento, não houvesse nós intitulado o Departamento Cultural da União Operária, de “Domingos Barbosa”. È o patrono da Cadeira 14, da Academia Sambentuense, ocupada pelo poeta Wellington Matos. Justos preitos.

Sobre os campos, descreveu “Pela estiagem é ele um largo trato de terra acinzentada, onde se ergue, em montículos, as casas das fazendas, alvejando por entre o verde do arvoredo. Na água quieta da “Vala Conduru”, que dá acesso às embarcações que demandam a cidade, a luz se reflete como em aço polido. Aqui e ali, cortam-no as “puídas”- caminhos que os pés dos homens, a andadura dos animais e a roda dos carros de boi abriram, pulverizando e acamando as “torroadas”, em que a ardência do sol comburente converte no verão, a terra encharcada.”

“Vêm, porém, as chuvas, e logo o campo se transmuda num lago imenso, que dá a impressão dum mar. Os montículos, os “tesos”como lhes chama a pinturesca linguagem regional - se tornam em ilhas. A vegetação aquática desponta com as lanças flébeis das canaranas e com os pendões do arroz bravo. Pululam os ninhos. E os “cascos” em que os caboclos singram as águas do campo, levantam, de todas as frondes, revoadas de aves, sem conta, que às tontas, ziquezagueiam no ar, grazinando e matizando-o numa policromia, cuja riqueza ninguém imagina.”

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37º ANIVERSÁRIO DE FUNDAÇÃO DO GOAM OSVALDO PEREIRA ROCHA Discurso do Soberano Grão-Mestre do Grande Oriente Autônomo do Maranhão – GOAM, Osvaldo Pereira Rocha; que é sócio fundador da Academia Maçônica Maranhense de Letras e do Instituto Histórico da Maçonaria Maranhense, efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão – IHGM, membro efetivo da Academia Maçônica Internacional de Letras e correspondente da Academia Paraibana de Letras Maçônicas, quando das comemorações do 37º aniversário de fundação do GOAM; em 23/08/2010.

Saudação às autoridades maçônicas presentes, aos irmãos, cunhadas, sobrinhas, sobrinhos e demais convidados especiais.

Graças ao Grande Arquiteto do Universo estamos mais uma vez reunidos, desta feita para comemorar, na Ordem do Dia, os aniversários de duas Lojas Maçônicas desta Obediência e da própria Potência Maçônica, o querido Grande Oriente Autônomo do Maranhão – GOAM; Registra a História da Maçonaria Maranhense que na noite de 23 de agosto de 1973 dezenas de Irmãos Maçons, ativos e regulares, dentre estes estou incluído, oriundos de Lojas do então Grande Oriente do Maranhão – GOM, hoje Grande Oriente do Brasil no Maranhão – GOB-MA, reunidos em assembléia geral, na sede da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Maranhão, situada na Rua do Passeio nº 541, nesta cidade de São Luís – MA, fundaram as Augustas e Respeitáveis Lojas Simbólicas “Defensores da Ordem” e “Guardiã da Independência”.

E, em conjunto com as Augustas e Respeitáveis Lojas Simbólicas “Oliveira Roma”, de Chapadinha e “Atalaia Codoense”, de Codó, fundaram, dois dias depois, e, portanto, em 25 de agosto de 1973, este nosso querido Grande Oriente Autônomo do Maranhão – GOAM. Os líderes maiores daquele movimento foram os Respeitáveis Irmãos Afonso Augusto de Morais, Felinto Ribeiro da Silva Neto, José Joaquim Ramos Filgueiras, Raimundo Ferreira Marques, José Maria Serejo Santos Jacinto e Israel Perdigão Freire.

Afonso Augusto de Morais e José Joaquim Ramos Filgueiras foram eleitos para os cargos de Grão-Mestre e Grão-Mestre Adjunto, respectivamente; Raimundo Marques, Venerável Mestre da Loja ‘Guardiã da Independência’ e José Maria Serejo Santos Jacinto, Venerável Mestre da Loja ‘Defensores da Ordem’. E este Irmão e Amigo de vocês designado como o primeiro Orador da Guardiã da Independência.

A instalação do GOAM ocorreu em 10 de outubro de 1973, com a presença do líder nacional Irmão Athos Vieira de Andrade, Grão-Mestre do Grande Oriente de Minas Gerais, recentemente falecido, que premiou o Maranhão com a realização da primeira reunião do Colégio de Grão-Mestres da Maçonaria Brasileira, hoje Confederação Maçônica do Brasil – COMAB, presentes Maçons desta capital e delegações expressivas do interior, isto é, de Chapadinha, de Codó e de Caxias, visto que a Augusta e Respeitável Loja Simbólica ‘Cruzeiro do Sul VI’, já se incorporara ao GOAM.

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Desde sua fundação o GOAM teve uma plêiade de Irmãos ocupando os cargos de grão-mestre e grão-mestre adjunto, com destaques para os duplamente irmãos Raimundo Ferreira Marques e Plínio Ferreira Marques, ambos da Loja Guardiã da Independência; que ocupam hoje os cargos de Grande Procurador Geral e Grande Secretário de Planejamento, respectivamente, que foram grão-mestres por mais de uma vez e, principalmente, Presidentes da Confederação Maçônica do Brasil, sendo, hoje, seus presidentes de honra.

E o Eminente Irmão Raimundo Benedito Aires que, depois de concluído o seu mandato de grão-mestre continua atuante em sua Loja, a Defensores da Ordem, e na administração do GOAM, ocupando o cargo de Grande Secretário de Finanças em várias gestões, inclusive nesta, de Osvaldo Pereira Rocha e Carlos Craveiro Pessoa.

As duas lojas supracitadas, aniversariantes desta data, tiveram ótimos Veneráveis Mestres durante todo esse tempo e, no momento, têm suas lideranças maiores nas pessoas dos Respeitáveis Irmãos Alberto Salvador Rocha Zacarro e Dilson Gouveia Silva, respectivamente.

Publique-se, também, por oportuno, que o Venerável Mestre Dilson Gouveia teve amputado parte de seu pé direito e mesmo antes de concluir sua recuperação, de muletas, voltou a participar dos trabalhos templários, dirigindo nossa Oficina da Arte Real, Guardiã da Independência.

Por isto e pelo seu dinamismo, o Respeitável Irmão Dilson serve de exemplo para todos os Obreiros do GOAM e, obviamente, merece elogio deste modesto orador.

Em 20 de agosto de 1999, foi assinado o Tratado de União da Maçonaria Maranhense, isto é, Grande Loja Maçônica do Estado do Maranhão – GLEMA; Grande Oriente do Brasil no Maranhão - GOB/MA e Grande Oriente Autônomo do Maranhão – GOAM, pelos seus Grão-Mestres de então, isto é, Eminentes Irmãos Francisco José Ramos da Silva, Heli Lopes de Moraes e Plinio Ferreira Marques, respectivamente; e foi criado o Conselho Inter-maçônico do Maranhão - CONSINMA. Em meu nome e dos outros dois atuais Grão-Mestres das referidas Potências Maçônicas, ou seja, Raimundo Nonato Santos Pereira (GLEMA) e José de Jesus Billio Mendes (GOB-MA); fiz uso da palavra na Sessão Magna Pública de 21/08/2009, destinada a homenagear o Dia do Maçom e o aniversário de assinatura do referido Tratado, isto é, discursei saudando o referido Tratado de União e o CONSINMA, por mais um ano de existência; no Templo da ARLS Renascença Maranhense.

Há mais ou menos um ano, recebi uma Mensagem do irmão e amigo Joaquim Farias de Oliveira, através de e-mail que, dada a importância do seu conteúdo, que continua atual e considerando a crise em que vivemos, dela extraí, com algumas mudanças, o seguinte: Meus irmãos e amigos: acredito sinceramente, que a Arte Real tem levantado o véu que encobre os contornos do projeto que nos levará a uma ação eficaz e à efetividade de nosso trabalho no terceiro milênio. Portanto, é hora de ação, de agirmos, se quisermos a presença da Maçonaria nos próximos milênios.

As ferramentas nós as temos, ou seja, uma instituição eclética e universitária que abriga os mais variados matizes do pensamento humano e uma gama de homens livres e de bons costumes. Condição esta que não é encontrada facilmente nas outras organizações que permeiam o organismo social.

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Façamos um esforço para desempenharmos o nosso papel de Maçom, na Maçonaria e fora dela; meditemos a respeito de nosso futuro e peçamos ao Grande Arquiteto do Universo as luzes necessárias para encontrarmos o caminho, como obreiros da paz que somos nesse mundo repleto de violência.

Os contornos dos planos de nossas ações estão na e para a Ordem, na e para a Sociedade, e são os mesmos contornos do templo interior, que deveremos construir como Maçons que nos são lembrados semanalmente pela fórmula litúrgica ”construir templos à virtude e cavar masmorras ao vício”.

Reflitamos intensa e ativamente sobre tudo isto que hoje analisamos, trabalhando diligentemente do “meio dia à meia noite”.

Agradeço a presença das autoridades maçônicas, que vieram nos prestigiar nesta noite de homenagens, dos Veneráveis Mestres e demais irmãos de todas as Lojas, das cunhadas, das sobrinhas, dos sobrinhos e dos demais convidados especiais, que nos honram com suas presenças.

Convido a todos e a todas para um coquetel, em seguida, no salão de banquetes desta Potência Maçônica.

Parabéns ARLS Defensores da Ordem; ARLS Guardiã da Independência e Grande Oriente Autônomo do Maranhão – GOAM, pelos seus 37 anos de fecunda existência, delas nesta noite e dele na de 25 de agosto deste ano de 2010, da Era Vulgar!

Parabéns, valorosos Irmãos Maçons que constituem este Grande Oriente Autônomo do Maranhão – GOAM! Parabéns Família Maçônica Maranhense!

Obrigado, Grande Arquiteto do Universo, pela oportunidade deste momento de alegria e pura felicidade!

Obrigado ouvintes, pela atenção com que me escutaram.

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CHAMADAS PARA O ORIENTE ETERNO OSVALDO PEREIRA ROCHA Grão-Mestre do GOAM. Membro da AMML, do IHMM, do IHGM e da AMIL. E-mail: rocha.osvaldo@uol.com.br (SL, 15/01/2011).

Neste início de janeiro e de ano de 2011, o Grande Arquiteto do Universo chamou para o Seu convívio centenas de pessoas da região serrana do Rio de Janeiro, e duas especialmente queridas de São Luís e dos maranhenses, isto é, Josilda Bogéa Anchieta e Moacyr Sipaúba da Rocha.

Na região serrana, várias cidades foram alagadas, com chuvas torrenciais, que levaram à morte mais de quinhentas e cinqüenta pessoas e à destruição de centenas de casas, ruas e estradas, transformando-se esse fato em uma verdadeira tragédia, umas das mais graves da história do nosso País.

Visando minorar os sofrimentos dos sobreviventes de todas as idades, os governos federal, estadual e municipais; a Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Nacional; o Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil, assim como a população de diversos segmentos entraram em atividades humanitárias, transportando feridos, sepultando mortos, alimentando e abrigando pessoas...

Aqui em São Luís do Maranhão os segmentos culturais, a imprensa e o povo em geral, desde a chegada ao Aeroporto Marechal Cunha Machado do corpo da amiga Josilda, que se encontrava em São Paulo, onde buscara tratamento médico-hospitalar, passando pelo velório e concluindo com o sepultamento, este no Cemitério do Gavião, demonstraram o seu amor por uma pessoa verdadeiramente humanitária e que, como diretora administrativa e financeira de o Jornal Pequeno, o Órgão das Multidões, soube solucionar problemas, amparar funcionários... À dileta amiga Hilda Marques Bogéa, mãe da pranteada; ao Sebastião Cardoso Anchieta (marido) e aos demais parentes da falecida, os meus sentimentos de solidariedade pelo passamento de Josilda deste para o Oriente Eterno, com pedido ao Grande Arquiteto do Universo para que a mantenha sob a luz da Sua face!

Quanto ao Respeitável Irmão Moacyr Sipaúba da Rocha, da Loja Maçônica “Defensores da Ordem” que, como eu, Raimundo Ferreira Marques, José Joaquim Ramos Filgueiras, Israel Perdigão Freire e dezenas de outros Maçons, foi fundador do Grande Oriente Autônomo do Maranhão – GOAM, em 25/08/1973, passou mais de sete meses hospitalizado em o Hospital UDI, nesta cidade cultural, patrimônio da humanidade, foi velado no Salão de Honra da referida Potência Maçônica, onde lhe foram prestadas as pompas fúnebres, de corpo presente, presididas por este Grão-Mestre e auxiliado pelos Respeitáveis Irmãos Alberto Zácaro, João Pinto e Jonilson Bogéa, e pelos Eminentes Grão-Mestres AD VITAM Raimundo Marques e Raimundo Benedito Aires, ocasião em que o irmão Marques fez o discurso de despedida. Logo após o corpo seguiu para o município piauiense de Floriano, terra natal do saudoso irmão, para sepultamento.

O Irmão Sipaúba que, na atividade não maçônica foi Desembargador, teve o seu velório freqüentado por membros da Magistratura, do Ministério Público e por Advogados, com destaque para a Desembargadora Cleonice, que sempre esteve solidária com a família do pranteado e com este Grão-Mestre do GOAM; por amigos e

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amigas em geral, além, obviamente, de seus familiares, onde a Cunhada Alzira esteve presente diuturnamente, conformada com os desígnios de Deus e agradecida pelas presenças de todos.

Que todos e todas descansem em paz!

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400 ANOS DO MARANHÃO/SÃO LUÍS/VILA DE VINHAIS

4º CENTENÁRIO DA CIDADE DE SÃO LUÍS DO MARANHÃO Postado em: 03/09/2010 14:45:42

Precisa ser Priorizado pela Imprensa Local!

Como bons brasileiros; nós maranhenses não seriamos o contrário! As coisas mais urgentes e necessárias sempre continuam ficando para as últimas horas. Ai é um correcorre dos maiores e haja improvisos repletos de imperfeições e muitas das vezes grandes injustiças e sérias inversões de valores que acabam sendo o pior! A data oficial de criação da Musa Maior dos Poetas Atenienses: São Luís do Maranhão é 08 de setembro de 1612; desta maneira, no próximo 08 de setembro de 2012, a bela e romântica capital maranhense ostentando, mesmo ainda muito maltratada, cenários incríveis de uma beleza onde a natureza se mescla com os dotes imensuráveis da cultura desta urbe dupla: a velha e histórica São Luís e a moderna, metrópole Grande São Luís, repleta de aranhas-céu, túneis e elevados, que a cada minuto nos enche de orgulho e vaidade de sermos ludovicense. Na Capital Ludovicense Patrimônio da Humanidade suas veias poéticas explodem pelos cantos e encantos de suas ruas estreitas, decoradas com pedras de cantaria, que mostram seus casarios com os ricos e deslumbrantes beirais. Nos belos telhados os vegetais parecem desafiar os conceitos científicos e proliferam formando verdadeiros jardins suspensos, mesmo maltratos e muito pouco valorizados! O Centro Histórico são-luisense não se pode deixar de conceituá-lo como o Maior Museu A Céu Aberto das Américas é imensurável o acervo de lindas peças, cujo conjunto é um dos maiores atrativos turístico-culturais dos nossos “brasis”. Com destaque maior para o bairro da Praia Grande, um Monumento Colossal!

Se todos esses encantos e belezas nos deixam extasiados de contentamentos e nos inspiram poeticamente; a outra vertente moderna de São Luís nos deixa deveras preocupados com o sério conjunto de problemas oriundos da grande explosão populacional quer por isso ou aquilo a Grande São Luís vive atualmente um de seus maiores êxodos rurais já acontecido, somado a uma forte demanda de espaço físico pelo constante fluxo de migrantes que buscam em terras de Bandeira Tribuzi melhores dias!

Desta maneira, se avolumam situações negativas na infra-estrutura geral da cidade, no saneamento básico; surgem constantemente problemas ambientais; a segurança por mais esforços que as autoridades priorizem, ainda fica a mercê de melhoras; agravam-se a falta de atendimentos na saúde e a educação não é mais a da velha e inesquecível, São Luís do Liceu Maranhense, da Escola Normal, da Escola Modelo, dos Maristas, do Colégio São Luís, do Ateneu Teixeira Mendes e tantas outras escolas, colégios que muito contribuíram para o resplandecer de uma cultura reconhecida internacionalmente, com as mais diversas participações que galgaram ressonâncias nacionais. Nos reportamos a fase áurea de São Luís Atenas Brasileira; claro que a nossa cultura

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continua vibrante e forte. Mas, a cidade se agigantou deixando de ser aquela acolhedora tapinha para ser hoje a São Luís de quatro séculos!

Mas, a bem da verdade os quatrocentos anos estão bem ai e nada oficialmente foi feito e/ou programado por qualquer segmento da sociedade; alguns rápidos comentários já chegaram ao nosso conhecimento: da Universidade Federal; do Instituto Histórico e Geográfico e alguns outros. Na verdade o que está faltando é o despertar da Maranhensidade, o interesse, o orgulho de descobrir a identidade cultural e principalmente a auto-estima do ludovicense com sua cidade-luz.

O saudoso Mestre Nascimento Moraes Filho preconizava uma afirmativa das mais sérias e corretas: “O Maranhense não conhece o Maranhão!” Eis uma oportunidade de unidos sem baixarias de politicagens ou tendências de grupinhos em nome da Cultura e muito principalmente em consideração e respeito a São Luís façamos das comemorações destes quatrocentos anos uma grande mostra do que fomos e do que somos; despertando em cada cidadão são-luisense amor pela sua rua, bairro. A cidade é de todos nós! Necessitamos conhecer para amá-la! É preciso que cada cidadão conheça seus direitos e deveres para também funcionar como agente de preservação tanto do patrimônio arquitetônico, quanto histórico-cultural. Para que esta idéia se realize, supomos que somente através da união e a intervenção maciça da Imprensa Maranhense, quando poderemos formar um grande mutirão sem cores de times ou partidos políticos com a finalidade de montarmos um grupo polivalente e específico que trate das comemorações do IV Centenário da nossa São Luís do Maranhão. As ações produzidas separadamente por este e aqueles segmentos sociais não terão o impacto dessas mesmas ações deflagradas em conjunto e com o apoio das áreas mais representativas da sociedade local. São Luís merece uma grande festa nos seus 400 anos, afinal são quatro séculos não são quatro dias ou semanas. Na verdade são 146.000 dias de lutas, vitórias e glórias!

Sonhamos com uma programação extensa, que seja executada o ano inteiro, com a participação prioritária dos jovens estudantes; dos colégios; das Universidades; dos Produtores Culturais em Geral; todos os órgãos governamentais, não governamentais sem distinção de níveis municipal, estadual ou federal; associações; Classe Empresarial, enfim todos segmentos representativos da sociedade são-luisense sem qualquer exclusão e claro principalmente a mídia e seus Sistemas de Comunicações. Devemos colocar a disposição do grande público, que com certeza buscará conhecer ou visitar a quatrocentona cidade, informações, livros, brochuras, exposições, peças teatrais, guias e tudo mais para que esses demandantes tenham satisfeito suas necessidades de ser bem informado sobre a cidade que visitarão no seu 4º Centenário.

Dando prioridade também a concursos estudantis locais, nos mais diversos níveis, sobre a temática. Para iniciarmos a montagem deste Mutirão sugere-se que os órgãos representativos da Imprensa Maranhense e seus Sistemas Midiáticos produzam um Seminário ou Mesa Redonda com seus associados, profissionais e convidados especiais para tratarem especificamente de estratégicas de como proceder para que os objetivos da idéia sejam alcançados o mais rapidamente. Bom, que se repita um artigo aqui, outro acolá não irá ter a repercussão de uma ação conjunta, a qual é necessária e da maior urgência. Partamos de que a idéia é de todos nós militantes diretos ou indiretamente da imprensa local! Vamos ao Mutirão da Imprensa em prol do 4º Centenário da Cidade de São Luís do Maranhão!

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A INDUSTRIALIZAÇÃO NO MARANHÃO AO FINAL DO SÉCULO XIX E INÍCIO DO SÉCULO XX: A ERA TÊXTIL (1890 - 1970) CÉLIO GITAHY VAZ SARDINHA6 Cad. Nº 19 ANA HÉLIA DE LIMA SARDINHA7 INTRODUÇÃO O presente trabalho aborda um período histórico áureo para o Maranhão, quando da transição de Brasil Império para Brasil República, de economia escravagista para economia abolicionista liberal e democrata, onde os empreendimentos de iniciativa privada eram conduzidos por grandes famílias investidoras, antes no setor primário e depois nas indústrias.

Emergiram, assim, os verdadeiros “capitães-de-indústrias”, figuras pujantes e incansáveis para as atividades laborais, instruídos na Europa, dotados de formação polivalente nas áreas técnica e humanística, sincronizados com um singular espírito de liderança e firme determinação de vencer ou vencer. Nesse movimentado período áureo, o Maranhão integrado à rica província do Maranhão e Grão Pará, experimentou dias de riqueza e glória por conta de um modelo econômico da Revolução Industrial Inglesa sob a liderança de Londres e Liverpool, o qual foi adaptado às peculiaridades locais e regionais maranhenses.

Esses tempos foram anos dourados sem os flagelos do desemprego, da miséria e do submundo da criminalidade, pois, apesar de algumas limitações estruturais e tabus sociais , o trabalhador encontrava guarida nas fábricas, cujas chaminés fumegantes e apitos graves e agudos sinalizavam os comandos iniciais, intermediários e finais das jornadas laborais do proletariado de então.

Essas reminiscências ainda ecoam em nossos ouvidos como os carrilhões dos campanários das igrejas do Maranhão e guardam verdadeira similitude entre as obrigações do trabalho e os deveres da religião, sendo que tanto estes quanto aqueles se transmitiam de pais para filhos ao longo das gerações. É de mister enfatizar que esta singela obra de narrativa, retrata uma personalidade marcante, impetuosa, irrequieta, dinâmica, incansável e altamente austera e enérgica para com seus empreendimentos e realizações: Cândido Ribeiro, o patriarca da industrialização do Maranhão em dado período de sua história, tornando-se o maior pólo industrial do Norte e do Nordeste do Brasil, denominado por isso, de “A Manchester Brasileira do Século XIX”. Dessa maneira, a história da vida de Cândido Ribeiro se misturou com a história das fábricas.

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Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão , Cadeira Nº 19. Engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho, Advogado, Mestre em Pedagogia e Professor da Universidade Estadual do Maranhão e Delegado de Polícia.

7 Enfermeira, Professora da Universidade Federal do Maranhão - Departamento de Enfermagem, Doutora em Ciências Pedagógicas

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Inúmeros foram os empreendimentos implantados e dirigidos por Cândido Ribeiro, prósperos e bem sucedidos. Dentre eles, iremos discorrer sobre os mais notáveis e prósperos.

A FÁBRICA SANTA ISABEL DA COMPANHIA FABRIL MARANHENSE FUNDADA E INAUGURADA EM 30 DE JULHO DE 1893 Após a abolição da escravatura, em suas andanças pelo Nordeste brasileiro e “Interland” maranhense, Cândido Ribeiro conheceu e tornou-se grande amigo e parceiro de trabalho de uma figura ímpar e de vital importância para as atividades econômicas da época, o grande Cryspim Alves dos Santos, o “Nhozinho Santos“ como era chamado carinhosamente por todos e, hoje, nós o conhecemos no dia-a-dia pelo estádio de esportes do Canto da Fabril: Estádio Nhozinho Santos, em homenagem aquele Ilustre e valoroso maranhense.

Dessa sincera amizade e fiel companheirismo de trabalho, nasceu uma sociedade mercantil composta pelos dois: Cryspim Alves dos Santos e Cândido Ribeiro que se tornaram amigos inseparáveis no trabalho e na vida social. Surge então a Fábrica Santa Isabel, da Companhia Fabril Maranhense, tendo como Diretor Gerente Cândido Ribeiro, inclusive ele próprio supervisionou a montagem dos maquinismos da fábrica, que eram os maiores do Maranhão e de maior capacidade de produção, na época (1893).

E assim, foi inaugurada a Fábrica Santa Isabel também conhecida como a “Fabril” pois até hoje conhecemos o local como “Canto da Fabril” e na cerimônia de Inauguração sob a direção de Cryspim Alves dos Santos e Cândido José Ribeiro às 10 horas da manhã do dia 30 de julho de 1893, estiveram presentes as autoridades da época e a sociedade em geral, em um acontecimento social, político e econômico verdadeiramente apoteótico que marcou para sempre o período das indústrias têxteis no Maranhão, mais tarde chamado de “Euforia Fabriqueira” ou “Loucura Fabriqueira”, pela quantidade de fábricas que se implantou em nosso Estado, que o notável historiador Manoel Fran Pacheco, exímio crítico literário, denominou como tal, em face da abrupta explosão fabril que aconteceu em poucos anos, revolucionando a economia de toda a região.

Na cerimônia de inauguração da Fábrica Santa Isabel compareceram mais de duas mil pessoas, entre técnicos e operários têxteis, pois, todos queriam ver o mais moderno estabelecimento fabril daquela época , equipado com o maior número de teares e a mais potente força motriz, conforme noticiou o Jornal Diário de Notícias Nº 69, de 31 de julho de 1893.

Desta feita, mais uma sociedade promissora se estabeleceu tendo como sócios os empresários Cryspim Alves dos Santos e Cândido Ribeiro, ambos comerciantes e industriais de renome do Maranhão e, juntos, fundaram o mais moderno estabelecimento industrial têxtil da região, a Fábrica de Tecidos Santa Isabel S.A., da Companhia Fabril Maranhense, localizada na Rua Senador João Pedro, mais conhecida como Canto da Fabril, denominação que até hoje permanece no cotidiano popular de São Luís do Maranhão.

SANTA ISABEL FUTEBOL CLUBE E MOTO CLUBE DO MARANHÃO Nhozinho Santos e Cândido Ribeiro foram desportistas e fundaram o Santa Isabel Futebol Clube, que foi o primeiro clube de futebol do Maranhão, criado para os

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operários das fábricas que programavam torneios e campeonatos entre eles, fomentando as práticas esportivas e o lazer.

Mais tarde o Santa Isabel Futebol Clube deu lugar ao Moto Clube cujas atividades incluíam além do futebol, também o motociclismo, daí o nome de Moto Clube cujos treinos aconteciam no Campo do Moto, local doado e preparado pelos empresários Nhozinho Santos e Cândido Ribeiro juntamente com seus operários e esse local guarda o mesmo nome até nossos dias, representando um marco no mundo esportivo do Maranhão, que atravessa mais de cinco gerações de fervorosos torcedores do clube rubro negro.

AS FÁBRICAS DE CAXIAS: COMPANHIA INDUSTRIAL, COMPANHIA UNIÃO, COMPANHIA UNIÃO CAXIENSE E SANHARÓ Com o falecimento de seus pais, Cândido Ribeiro decidiu vender as fazendas que herdara e reunindo suas economias, investiu os recursos em quatro fábricas em sua terra natal Caxias e, em tempo recorde, passou a produzir tecidos de algodão, onde os principais produtos eram o riscado e a mescla. Durante mais de uma década abasteceu o mercado do Nordeste com fios e tecidos de algodão. Em seguida, vendeu as fábricas ao capitalista e industrial caxiense José Ferreira Guimarães Júnior também conhecido como Zezinho Guimarães, avô da conhecida e ilustre atriz Glória Menezes.

AS FÁBRICAS SÃO LUÍS E SANTA AMÉLIA FIAÇÃO E TECELAGEM COTONIFÍCIO CÂNDIDO RIBEIRO LTDA Apurado o capital da venda das fábricas em Caxias, Cândido Ribeiro adquiriu duas fábricas em São Luís que, na época, eram lanifícios maranhenses mas não foram bem sucedidas e cessaram as atividades. Reformando e ampliando as duas fábricas, Cândido equipou-as com máquinas importadas da Inglaterra e passou a produzir fios de algodão, naquela que denominou de Fábrica de Fios São Luís, em homenagem à nossa cidade.

A outra fábrica foi chamada de Santa Amélia (antiga Companhia de Lanifícios Maranhenses) que passou a produzir tecidos de algodão, abastecendo os mercados do Nordeste e Norte brasileiros, além de exportar para outros países como Inglaterra, França, Japão, Estados Unidos e outros países da América Latina.

O crescimento dessas indústrias foi rápido e a firma Cotonifício Cândido Ribeiro Ltda passou a ser conhecida e bem conceituada, tanto no mercado nacional como internacional, elevando o nome do parque fabril do Maranhão ao nível de segundo maior do Brasil, com 16 fábricas têxteis e mais 9 outras pois o primeiro colocado no cenário nacional era Minas Gerais, com 37 fábricas têxteis, superando até São Paulo.

Os principais e mais conhecidos produtos de Cotonifício Cândido Ribeiro Ltda foram: Mescla Caravelas, Brim Joffre, Mescla Oriental, Mescla Águia, Brim São Luís, Brim América, Mescla Timoneiro, Morins Vedete, Brim Gaivota e Santa Amélia, além de fios de vários tipos para redes e demais peças de uso doméstico.

As fábricas encerraram suas atividades produtivas na década de setenta, diante de uma série de adversidades estruturais, operacionais, políticas e econômicas mas, a firma Cotonifício Cândido Ribeiro Ltda após quitar seus compromissos, prossegue em fase de liquidação até os dias de hoje.

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A Fábrica Camboa, a Usina Santa Rita, os Engenhos Centrais de São Pedro e Castelo em Pindaré Mirim e Santa Helena, além de várias usinas de beneficiamento de arroz no interior do Estado, também foram marcos da coragem e empreendedorismo o Engenheiro, Comerciante e Industrial Cândido José Ribeiro e eus pares, projetando o Maranhão no cenário nacional.

A DESPEDIDA DE UM LÍDER: O ÚLTIMO ADEUS EM VILA CECY Combalido gravemente pela enfermidade, aos 76 anos de idade, Cândido Ribeiro teve que ser acamado nos seus últimos dias de vida, em sua residência localizada na Avenida Getúlio Vargas, em frente à antiga Estação de Bondes, denominada por ele, carinhosamente de “Vila Cecy”, (em homenagem à sua neta Cecy).

Cândido Ribeiro renunciou ao conforto, ao bem estar, à acomodação que considerava um tipo de ócio e tornou-se durante toda a sua laboriosa existência um operário padrão de suas próprias fábricas, pois só se sentia bem, trabalhando. Faleceu em 31 de julho de 1933.

Todos expressaram profundo lamento, tão benquisto era Cândido Ribeiro na sociedade maranhense e em outros estados da Federação.

A Engenharia, o Comércio, a Indústria, o Setor Primário, a Economia, enfim, as obras sociais e filantrópicas no Maranhão guardaram íntima relação com a vida e obra de Cândido José Ribeiro (1857-1933), em face do pioneirismo e empreendedorismo pujantes, que sempre peculiarizaram sua personalidade marcante, dinâmica, realizadora e avançada.

Adversidades, lutas e desafios de toda ordem foram sempre constantes durante a odisséia de estudos, trabalho e realizações em todos os ramos de atividades desenvolvidas por esse notável “Empowerment”, que viveu sempre à frente do seu tempo com fé e amor à sua terra natal e a sua gente, até o fim de sua existência laboriosa.

CONCLUSÃO Podemos concluir, portanto, que o Maranhão teve o auge da industrialização exatamente nesse período de oitenta anos de “Loucura Fabriqueira” (1890-1970), cujos principais empreendimentos fabris têxteis podemos nominar 12 (doze) mais representativos, com o ano de início de cada um: - Companhia Industrial Caxiense em 1883; - Companhia União Caxiense em 1888; - Companhia de Fiação e Tecidos Maranhenses em 1888; - Companhia de Fiação e Tecidos de Cânhamo em 1891; - Companhia Progresso Maranhense em 1892; - Companhia Fabril Maranhense em 1893; - Companhia de Fiação de Tecidos do Rio Anil em 1893; - Companhia Manufatureira e Agrícola de Codó em 1893; - Companhia de Fiação e Tecelagem São Luís em 1894; - Companhia Industrial Maranhense em 1894; - Companhia de Lanifícios Maranhenses em 1892; - Fábrica de Tecidos Sanharó em 1890 - Caxias;

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REFERÊNCIAS CALDEIRA, Chaves José de Ribamar. Origens da indústria no sistema agro-exportador maranhense, 1875 – 1895.

CANEDO, Eneida Vieira da Silva Ostria de. Organização do espaço agrário maranhense até os anos 80. Distribuição da terra e atividade agrícola. São Luís. Gráfica e Editora Norte Sul, 1992 , 125 p.

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AGROINDUTRIALIZAÇÃO MARANHENSE RAIMUNDO CARDOSO NOGUEIRA CAD n° 03- IHGM INTRODUÇÂO Após consulta a diversas obras de vários autores sobre o assunto e, n’alguns casos, tendo sido testemunha ocular da história e, mais ainda, n’outros dele participado diretamente, resolvi elaborar uma série de artigos, para publicar na Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão – I.H.G.M-, enfocando, de “per si”, seguidamente os produtos do setor primário objeto de beneficiamento e industrialização: CANA-DEAÇUCAR, BABAÇU, ALGODÃO e PECUÁRIA. Uma breve retrospectiva identifica que o Maranhão, nos séculos XIX e XX, teve quatro ciclos de desenvolvimento agro-industrial, embasados, respectiva e cronologicamente, na cana-de-açúcar, no algodão, no babaçu e na pecuária. Não é que um tivesse fim para começar o outro, eles se sobrepunham; ou seja, antes que um se esgotasse o outro adquiria pujança; apenas em termos econômicos se sucederam ao longo do tempo. O exemplo mais marcante é o anuncio de uma das mais importantes fábricas exportadoras do Maranhão de propriedade da firma “Martins Irmão & Cia.”, localizada no Largo de Santiago, segundo Lacroix (2004), que dizia encimado pelo nome da citada firma: Indústrias reunidas - Algodão Hidrófilo - Sabão - Óleos Vegetais - Gelo - A mais antiga fábrica de algodão hidrófilo da América do Sul ---------- Agentes Gerais de: Refining Company of Brasil, Urbania, Companhia Nacional de Seguros, Pneus Brasil -------- ALGODÃO HIDRÓFILO: “BORIFICO”, “FENICADO” e “IODOFORMADO” ------- As marcas mais reputadas e preferidas pelas suas propriedades absorventes e seu valor antissético ---------------- SABÃO MARTINS --------- Sempre imitado e nunca igualado. -... A constante procura com que vem o povo distinguindo, há muitos anos, este.

O processo de ágroindustrialização do Maranhão remonta aos idos de 1880, com a criação, pelo Decreto n° 7.811 de 31.08.1.880, do Engenho Central ou Companhia Progresso Agrícola como conseqüência da expansão da Revolução Industrial ocorrida na Inglaterra no século XVIII e que, atingindo outros países da Europa, Estados Unidos da América do Norte e Japão, terminou por chegar ao Brasil e, finalmente, ao Maranhão, em fins do século XIX. A capacidade criativa e inventiva do homem trouxe, após as grandes descobertas marítimas (e como conseqüência do acúmulo de capitais propiciado pela verdadeira revolução comercial mundial), a aplicação intensiva de capitais em pesquisas, do que resultou a produção da máquina a vapor, da máquina de fiar, do tear mecânico. A aplicação da máquina a vapor dinamizou o sistema de transporte na navegação marítima, barco a vapor (Robert Fulton-1807), no transporte terrestre, e locomotivo (Stephenson - 1814); Aliás, vale á pena recordar que foi este que, em 27 de Setembro de 1825, inaugurou a primeira ferrovia pública construída por ele ligando as cidades inglesas de Stockton e Darlington. Além disso, a Teoria da lei de corrente elétrica (Ohm - 1827), o eletro-magnetismo (Faraday - 1831); o telégrafo (Morse - 1836); o Telefone

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( Gran Bell - 1876); Cinematógrafo (irmãos Lumiére -1894). Todos esses inventos e descobertas, surgidos no mesmo século, caracterizaram o inicio da grande transformação pela qual, desde então, vem passando a sociedade mundial.

OS EFEITOS NO MARANHÃO Após um período em que floresceram a indústria canavieira e a têxtil, adveio a industrialização do babaçu e, posteriormente, a da pecuária, incluindo a pesca. Toda agro- indústria maranhense (particularmente a da cana-de-açúcar e têxtil) desapareceu de meados para fins do século XX, mais precisamente entre os anos 1960 e 1970, exceção à do babaçu, cuja última fábrica, em São Luís,a “Oleama” - Oleaginosas Maranhense S.A.”, ainda hoje, em pleno funcionamento; porém, tecnicamente atualizada; e a da pecuária que se expande a cada ano.

Não cabe aqui analisar as causas da débâcle agroindustrial; porém, para só citar as principais lembramos: a absolescência do parque industrial canavieiro e têxtil, frente à evolução tecnológica do sul do país, particularmente São Paulo, onde imigrantes de várias origens, principalmente italianos e japoneses, introduziram novas tecnologias de produção e de industrialização; a imprevidência dos empresários locais que, confiantes na posição de oligopólios, ditavam os preços das matérias primas e, conseqüentemente, sufocavam os produtores e desestimulavam a produção; a desvinculação do industrial com o sistema produtivo agropecuário, disto resultando a falta de compromisso com a melhor remuneração da matéria prima; as dificuldades de transporte interligando os centros produtores ás sedes municipais; a aplicação dos empréstimos concedidos por instituições financeiras, em ostentação (são conhecidas as crônicas de esposas e filhas de industriais maranhenses que chegavam nos grandes magazines do Rio de Janeiro e de São Paulo e mandavam fazer um desfile exclusivo de modas), em vez de aplicar na modernização de suas fábricas; o mercado cativo, pela falta de concorrência de produtos alienígenas, nacionais e estrangeiros. A melhoria genética das sementes, pois, por anos seguidos, eram utilizadas as mesmas.

Lacroix (2004) cita que: Com a abolição da escravatura, a aristocracia agrária maranhense não deu continuidade aos trabalhos da grande lavoura, já em certo declínio ou estagnação da produção de algodão, principal produto da economia local, embora tivesse alguma compensação com a atividade açucareira que, desde 1.860, aumentava progressivamente, alcançando as mais altas cifras na década de 1.880.

Também se depreende da leitura de Lacroix (2004), que com a libertação dos escravos, os proprietários rurais, deixando de ter a força de trabalho gratuita, abandonaram a produção diretamente e reduziram o plantio de algodão preferindo comprá-lo dos pequenos agricultores agregados e ex-escravos fixados nos seus latifúndios, obrigação imposta como compensação pela exploração da terra. Além disso, cobravam deles como de costume, e até hoje, o chamado “Foros”, agregamos.

Segundo Lacroix (2004, p. 19) “A II Guerra Mundial reanimou novamente a economia maranhense com a demanda do algodão, de tecidos, tornados escassos com o conflito, e também do babaçu, elevando artificialmente os preços”. A autora ainda cita que: “Em contraposição aos elevados ganhos, verificaram-se poucas providências relativas ao aumento do volume físico da produção, ao crescimento vegetativo da

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população, a taxas de produção declinantes e solos cada vez menos produtivos.”.

Refere-se ainda a “deficiência de infra-estrutura de transporte, ao nível de tecnologia produtiva utilizada, primitiva, restrita a áreas cultivadas”. Da conjunção de todos estes e outros fatores, resultou, no pós-guerra (1945), a escassez de matéria prima, a absolescência do parque industrial, a concorrência de produtos melhores e mais baratos vindos do sul do país e d’além mar. Assim a nossa agroindústria não resistiu à brutal concorrência e sucumbiu; principalmente porque, no sul, as pesquisa agropecuárias, notadamente em São Paulo (no Instituto Agronômico de Campinas), trouxeram o surgimento de novas variedades de cana-de-açúcar e de algodão, principalmente, mais resistentes a pragas e doenças (a que estão sujeitas os cultivos em larga escala), menos exigentes em condições edafo-climáticas, e, conseqüentemente, mais produtivas. Além disso, a tecnologia de produção, cultivo e manejo mais evoluídos concorrendo para obtenção de maior produção por área plantada (ou seja, maior produtividade), e conseqüente, rendimento das culturas; barateando, como resultado, o custo da matéria prima.

Melo (1990, p. 48) cita que: As interpretações correntes acerca do desaparecimento da Indústria Têxtil Maranhense apontam uma relação causa-efeito que, no nosso entender, não penetram na essência do fenômeno, na medida em que tais análises não incorporam a perspectiva histórica nem examinam as especificidades da realidade maranhense e suas articulações com a totalidade concreta nacional.

De outra parte, é de se considerar fundamental, as máquinas modernas, os operários bem treinados, constituindo-se em mão de obra altamente especializada, aumentando a produção, e a produtividade da agroindústria do sul, colocando-as em posição de competir com vantagem com as congêneres maranhenses, inclusive possibilitando, economicamente, vencer distâncias, impostos e ganhos de intermediação necessária a atingir o consumidor, não só na capital, São Luís, mas, também, no hinterland maranhense.

O CICLO DA CANA-DE-AÇÚCAR (Sacchaarum officinarum) Deste ciclo existem registros sobre o Engenho Central em Pindaré, em cuja sede do município, como testemunha histórica ali, resistindo impávida às intempéries, plantada está a grande e soberba chaminé que, às margens do amazônico caudal do mesmo nome, servia de referencial a viajores e navegantes do, então, caudaloso rio, na identificação do maior aglomerado humano daquelas paragens.

Viveiros (1992, p. 33), em sua mais importante obra diz: “Nesta conjuntura, o Senado da Câmara de São Luís criou, em 1722, novos padrões de moeda, mandando que , como o algodão, fossem moedas também o açúcar, cacau, cravo e tabaco”.

Segundo o autor, e na mesma página diz: “- No Maranhão, o primeiro engenho de açúcar data de 1.622. Foi fundador Antonio Muniz Barreiros, que o localizou a margem do rio Itapecuru”. Ainda segundo Viveiros (1992, p. 463/464) -, em dezembro de 1.883 foi realizada uma exposição de Açúcar (purgado e bruto), e Algodão com premiação aos expositores de produtos de melhor qualidade; tendo havido grande concorrência e sido premiados produtores de açúcar de Pericumã, Cururupu, Rosário, Alcântara, Ilha de São Luís e Viana; e, como produtores de algodão, receberam prêmios proprietários de Codó.

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É precisamente, pelos registros históricos disponíveis, particularmente na obra de Edmundo Coqueiro ( 4, p. 73) que fica claro como o Engenheiro João Antonio Coqueiro, era um homem de larga visão e espírito empreendedor, e, segundo o notável historiógrafo José Ribeiro do Amaral, aquele que dedicou toda sua vida à industria canavieira e ao magistério. Diz o mestre Amaral Filho (1990, p. 73): Dois grandes ideais absorveram, constantemente, a grande atividade do Dr. Coqueiro: - a lavoira e o magistério. Os momentos que deste lhe sobravam, aplicava-os, ele, ao estudo das necessidades da lavoira do seu Estado. Mais operoso, mais culto, melhor conhecedor dos mais adiantados processos da lavoira de cana, jamais houve, em seu tempo, lavrador, em tempo, algum em Maranhão.

Coqueiro (4 p. 73 e 74), após regressar da Europa em 1862, onde visitou e viu de perto o sistema de produção de açúcar a partir da beterraba “preparado por processos os mais modernos naquela época existentes, nos aparelhos e maquinismos das grandes Usinas instaladas nos diversos Países do Velho Mundo”; e por considerar, o fato, uma grande ameaça à indústria da cana-de-açúcar no Maranhão, movida a braços escravos e processos rotineiros sem planejamento condizente, idealizou e iniciou, a partir de 1.870, o que se lhe absorveria, por toda vida, o espírito, “O SOERGUIMENTO DA LAVOURA E DA INDUSTRIA AÇUCAREIRA DE SUA PROVÍNCIA”, através da estratégia de implantação dos “ENGENHOS CENTRAIS, fabricas que seriam montadas com aparelhos moderníssimos e em redor das quais se incorporariam todos os lavradores da Província”.

Meu comentário: Era o mesmo sistema de parcerias, utilizado hoje em dia, na criação e industrialização de aves e suínos, particularmente, no estado de Santa Catarina e, mais notadamente, nas regiões de Chapecó e Concórdia; bem assim, de engorda de bois em confinamento em Goiás e São Paulo.

Coqueiro (4 p. 75) refere que “Dessa forte e tenaz campanha”, encetada por ele e outros companheiros “surgiu, então, o ENGENHO CENTRAL S. PEDRO OU COMPANHIA PROGRESSO AGRÍCOLA, à margem do rio Pindaré, criada pelo Decreto n°.7811, de 31 de Agosto de 1.880 que foi quando se aprovaram os estatutos”.

Tendo sido contra a instalação do Engenho naquela área por julgar que os terrenos não se prestavam para o cultivo de cana-de-açúcar, o que veio a se confirmar depois, o Engenheiro Coqueiro, que participava da diretoria, desistiu da empreitada e resolveu fazer o seu próprio empreendimento nas terras do Engenho Castelo que “Em 16 de Abril de 1872 adquirira, por escritura pública, do Capitão José Coelho de Souza Sobrinho, situado á margem do lago Jacareí Grande, na vila de Monção (Pindaré)”.

Segundo Coqueiro (4 p. 76), “Assim, em meados de 1882, partiu para Paris e à grande COMPANHIA DE FIVES-LILLE, uma das maiores do mundo [...]”. “Adquiriu os aparelhos mais aperfeiçoados naquela época existentes e com os engenheiros da Companhia teve, então, ocasião de discutir a construção e instalação de sua futura Usina”. Como conseqüência Anexo à sua Fábrica Instalou um excelente LABORATÓRIO QUÍMICO, do qual se fez Diretor-técnico, e cujos produtos, para o mesmo, adquiriu, também, pessoalmente em Paris. LABORATÓRIO QUE FOI O PRIMEIRO A FUNCIONAR NA SUA PROVÍNCIA, OU, QUIÇÁ, NO BRASIL. Ainda hoje, como é sabido, mesmo as consideradas grandes Usinas, rara é aquela que possui laboratório químico.

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Coqueiro ( 4 p. 76 e 77), “Enquanto em Paris, adquiria os moderníssimos maquinismos para a sua futura e grande Usina, firmava o Dr. Coqueiro, por procuração, com o Governo Imperial, no Rio de Janeiro, um contrato” no qual previa um empréstimo de seiscentos contos de reis, a juros de seis por cento, a serem empregados na construção do seu Engenho Central Castelo. O inteiro teor do contrato está na obra deste autor. Pelo descrito na citada obra, o ENGENHO CENTRAL CASTELO do engenheiro Coqueiro, foi um verdadeiro sucesso pelo dinamismo, pela produção e produtividade, pela qualidade e, conseqüente, aceitação do seu produto.

AS CONSEQUÊNCIAS NO MARANHÃO Como conseqüência do pioneirismo do Engenheiro Coqueiro, os engenhos foram se modernizando, introduzido maquinarias e equipamentos, que possibilitavam sobreviver da atividade canavieira; mesmo porque a libertação dos escravos os obrigou a isso, sob pena de abandonarem a atividade. Assim, eu posso relatar com conhecimento factual a existência dos seguintes engenhos que sobreviveram após a Lei Áurea e chegaram à década de 1960: a)- O engenho “Olho D’água”: no município de Caxias que, como o Engenho Central, possuía uma infra estrutura invejável, para a época, contando inclusive com um sistema de transporte da matéria prima em vagões sobre trilhos, puxados por animais. Uma caldeira produzia o vapor que movimentava a máquina que, por sua vez, fazia movimentar as moendas do engenho que trituravam a cana, produzindo o caldo que, posteriormente, seria transformado em açúcar pela ação das turbinas. b)- O Engenho “Aliança”: - Localizado no município de Cururupu, foi o último da “velha guarda” na baixada maranhense, pertencia a Manoel Ribeiro da Cruz (vulgarmente conhecido como Manduca Ribeiro) que teve um filho, José (mais conhecido como Juca), e três filhas, Ceci, Glacy e Jacy), uma das quais, Jacy, casouse com Inácio Magalhães, conhecido como Godinho, que deu continuidade ao Engenho. Este casal teve como herdeiros uma filha Mariana e dois varões, Afonso e Manoel (Manduquinha); este último faleceu em um acidente de trator na própria fazenda. Foi este Engenho o último produtor de açúcar do Maranhão, porque, vendido para um grupo paulista, proprietário da cervejaria Antártica, com vinculações em Pernambuco (que o comprou apenas para obtenção da cota de produção e de exportação de açúcar), o fechou, definitivamente poucos meses depois da transação, da qual muito se arrependeu o Sr. Godinho. Com o fechamento deste engenho, no inicio da década de 1960, encerrou-se o ciclo da produção de açúcar no Maranhão, somente reiniciado, anos depois, com a instalação, no município de Coelho Neto, da usina da empresa “Itajubara S.A - Açúcar e álcool”, inaugurada em 30 de Agosto de 1966, de propriedade do industrial pernambucano João Santos, com equipamentos modernos. A citada usina deixou de produzir açúcar há, aproximadamente, 5 (cinco) anos, dedicando-se à produção de álcool, provavelmente em função da intensificação da produção dos carros Flex’s.

Para exemplificar como, no Maranhão, o setor agroindustrial, influenciou no desenvolvimento do setor serviços, basta citar os seguintes casos: - O espírito empreendedor de Godinho, proprietário do Engenho Aliança, o levou a possuir, para atender ás necessidades de escoamento da sua produção, dentro de suas conveniências, para o grande centro consumidor São Luís (a capital do Estado), e, também, atender aos circunstantes, um barco motorizado com o nome

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de “Aliança”, e que se constituiu, durante alguns anos, o meio mais rápido e cômodo de transporte entre a cidade de Cururupu e a velha Upaon-açú; já que as demais embarcações eram, quase todas, à vela .

- Glacymar Ribeiro Marques, parente afim de Godinho, dono da agência de viagens “Agência Marques Ltda.”, posteriormente “Agetur”, pioneira no Maranhão, homem de grande visão de futuro, e empreendedor nato, associou-se a Godinho e a José Mendes na compra de um Teco-Teco Aeronca, batizado por “Tamanduaí”, fundando, em 21 de Junho de 1949, o “Taxi Aéreo Aliança” a primeira companhia do ramo no Maranhão”. O nome da empresa foi o mesmo do engenho,- (Aliança),- para homenagear o sócio Godinho; e o primeiro avião recebeu o nome da fazenda do outro sócio, José Mendes. Glacymar tinha tanta convicção de que estavam realizando um grande negócio que garantiu aos seus sócios fazendeiros que recuperariam o capital inicial investido em 12 meses, o que foi antecipado para a metade. Glacymar, formou uma família de aviadores, seus filhos, Acyr, Guilherme e Carlos Cezar, têm “brevê” para pilotar os chamados “Teco-Teco”; e, a mesma habilidade têm seus netos, Andréa, Carla e Marcela. A liderança de Glacymar e o seu exemplo de pai e empresário de sucesso, e sua correção de atitudes e comportamento ético, foram tão marcantes que, na sua agência de viagens, engajaram-se alguns dos seus filhos, notadamente Guilherme e Acyr e até uma nora, Ana Teresa, esposa de Acyr, além de alguns netos. c)-O Engenho “Prado”, localizado no município de Cururupu e pertencente a Luís Mariano Pinto da Silva, explorado em sociedade com o seu genro, Dr. Ático Pires Seabra;, este médico, residente e domiciliado naquela cidade, naquela época, de cujo enlace com Da. Maria José nasceram Mary (que casou-se com William Soares de Brito e de cujo enlace nasceram Maria Teresa e Maria Helena), e José (que do enlace matrimonial com Aldina nasceram Junior, Aldo, Alexandre, Maria José e Ivan). Do segundo matrimônio de Dr. Ático com a cunhada Da. Teresa, nasceu Ocita da Silva Seabra, hoje Ocita Seabra Nogueira, minha esposa, de cujo consórcio nasceram Maria Francisca Teresa, Conceição de Maria e Rita de Maria, estas últimas gêmeas.

Quanto à tecnologia de produção de açúcar mascavo, fui buscar referências na memória de uma testemunha ocular da história, Dorilia de Oliveira e Silva (hoje com 98 anos de idade e em perfeito estado de higidez orgânica, física e mental), lúcida e de memória invejável, tia de minha esposa; filha de Luiz Mariano Pinto da Silva), colhi e registrei alguns aspectos da labuta desenvolvida no processo da colheita e industrialização da cana-de-açúcar que, em resumo, guardada as devidas proporções, era o seguinte, para a produção de açúcar: Na época da moagem a faina era ininterrupta e a caldeira, que movia a máquina a vapor, não era apagada. Essa máquina foi importada da Alemanha por seu avô Raimundo Epímaco Caldas de Oliveira, que participou da exposição de açúcar realizada em dezembro de 1.883, tendo recebido o 1° prêmio, com o açúcar bruto (VIVEIROS, 1992).

Referida máquina ainda hoje está em funcionamento no município de São João dos Patos, para onde foi transferida, em 1970, por venda, após o encerramento das atividades do engenho Prado pelos sócios Luis Mariano Pinto da Silva (falecido em 1974, com 93 anos de idade), e Ático Pires Seabra (falecido em 1976, com 89 anos de idade). Noite e dia... Dia e noite... Era um não cessar de labor. Cada grupo de trabalhadores (escravos nos primórdios, dizia seu avô, e livres, posteriormente) tinha o seu feitor devidamente treinado. Aquele responsável pelo trabalho dos cortadores de

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cana determinava, na ocasião do corte, a separação da que seria destinada à fabricação de aguardente daquela destinada à fabricação de açúcar; e era o mesmo que orientava os transportadores da matéria prima do “eito” até o pátio coberto da indústria. Do pátio ao pé da moenda agiam os arrumadores dos feixes de cana e moedores, responsáveis pela introdução dos pedaços de cana na moenda. Esses grupos eram os não especializados.

Dali para frente às lides eram dirigidas por pessoas da mais absoluta confiança dos proprietários e de seus prepostos, já que, segundo a cana trabalhada e, conseqüentemente, o caldo obtido se destinava à produção de açúcar e, eventualmente, cachaça, também chamada de aguardente. Na produção do açúcar mascavo eram usadas três “tachas” (seria, por assim dizer, um caldeirão grande feito de ferro), cada uma com capacidade para 10 “latas de querosene” (expressão usada para identificar um vasilhame feito de zinco, que acondicionava o combustível mais comum, naquela época, “o querosene” usado para iluminação de residências, principalmente), ou seja: cerca de 200 litros. A garapa ou caldo da cana era cozido em fogo lento, passando de uma para outra tacha à proporção que eram retiradas, com uma concha feita de meia “coité” ou de meia “cabaça” pequena, as impurezas que, com o calor, sobrenadavam. Na última tacha, após o experiente forneiro “dar-o-ponto”, que só ele sabia (segundo a cor, a consistência e a aparência do melaço já formado), ia o mesmo para bandejas rasas de madeira que, expostas ao sol, aguardavam o processo de resfriamento natural e, consequente, formação dos cristais de açúcar. Posteriormente, as bandejas foram substituídas pelas turbinas, adquiridas pelo seu cunhado Dr. Ático Pires Seabra, anos mais tarde, quando o engenho já estava sob a administração de Luís Mariano Pinto da Silva , pai de Dorilia. d)- O engenho de Joaquim Antonio: a ele são feitas referencias pelo confrade Paulo Oliveira em duas de suas obras: “Guimarães na história do Maranhão” e “Cronologia da história de Guimarães”; editado, respectivamente, em 1984 e 2007.

Esse engenho foi construído na localidade denominada “Central”, -(hoje sede da cidade de Central do Maranhão), - ali funcionava a usina que levava o nome do seu proprietário Joaquim Antonio Viana, formado em Engenharia Hidráulica, na França; tendo realizado relevantes trabalhos de drenagem de várzeas do rio Bandeira, visando o plantio de cana-de-açúcar para abastecer a sua indústria que chegou a produzir, aproximadamente 30%, -(trinta por cento), - do açúcar branco do Maranhão. A zona da baixada, onde se localizava essa usina era, segundo Paulo Oliveira, - (9-Cronologia da História de Guimarães- 2ª edição - pág.124), - “a mais importante produtora de açúcar da região e a segunda maior do Estado, perdendo apenas para a região do Pindaré.” Possuía uma infraestrutura moderna para a época, inclusive movimentada a vapor e o transporte da cana era feita em vagões sobre trilhos tracionados por juntas de boi, segundo testemunha de Januário de Sillos O. Goulart, neto de Januário Alves de Oliveira que foi administrador do empreendimento. Na citada obra nas páginas 123 e 124 o confrade Paulo Oliveira, transcrevendo Almanaque da Província do Maranhão, de João Cândido de Moraes Rego, diz: “Senhores de engenho de açúcar movido a vapor, Major Francisco Coelho, em Mondego”.” Senhores de engenho movidos por animais”, relaciona 24, com as respectivas localizações espaciais, no município de Guimarães e circunvizinhos .”Senhores de engenhos de açúcar movidos por água”, relaciona 7.

A GRANDE EXPOSIÇÃO Da exposição realizada em dezembro de l883, cuja abertura ocorreu ás 12 horas do dia 23, na sede da Associação Comercial contando com a presença do presidente da

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Província Ovídio João Paulo de Andrade; tendo sido expostos produtos de 300 expositores, divididos em duas seções: algodão em 24 prateleiras e açúcar em 15 (VIVEIROS, 1992).

Quanto ao açúcar, foi premiado, na categoria de “Açúcar purgado” 1° prêmio Luís Guterres - engenho “Itabira” - Pericuman; 2° prêmio - Herdeiros de Pedro Jânsen Costa-engenho “Prado” Cururupu; 3º prêmio - José Vitor Coutinho Monteiro de Sá engenho “ Vale quem tem - Rosário; Menções honrosas: Dr. Carlos Fernando Ribeiro engenho “Girijó” - Alcântara; Sérgio Antonio Vieira - engenho “Santa Barbara” - Ilha de São Luís. “Açúcar bruto”: 1° prêmio - Raimundo Caldas de Oliveira -engenho “Prado” - Cururupu; 2° prêmio - José Cândido Martins - engenho “Aracanga”; 3° prêmio - Teresa Morais Borges - engenho “Santo Inácio” - Viana. Em menção honrosa são citados vários engenhos (VIVEIROS, 1992).

No que tange a produção de cachaça, eu fui testemunha ocular da estória, nos idos de 1938 a 1960, vivenciando-a na fazenda de meus avós maternos, José Cardoso de Morais e Ana Cardoso de Morais (aquele falecido em 28 de agosto de 1933) quando eu tinha 2 anos. Ali não se fabricava açúcar; afora a aguardente, havia produção de rapadura, batida, mel, melaço e “alfenim”, “tijolo” (que era, por assim dizer, uma rapadura com recheio de casca de laranja, farelo de coco babaçu ou outros ingredientes), o que era feito com a cana de melhor qualidade, aquela que poderia ser destinada à produção de açúcar, se os proprietários conhecessem a tecnologia para isso. Nesta faina (a produção a cachaça), eram aproveitadas as partidas de canas menos nobre, roídas de “Rato-do-mato” (Mus sylvaticus) que, no sertão, é chamado de “rabudo”e/ou,também, danificadas por “ guaxinim ” (Procyon cancrivorus). O caldo era colocado em cochos de madeira, feito de troncos grossos escavados de árvores selecionadas, ou de tabua larga e grossa, os quais eram adrede preparados, para receber a garapa, com u’a massa de mandioca fermentada que formava o chamado “pé-de-cocho”, rico em uma cultura de bactérias que promoviam a fermentação do caldo-de-cana ou garapa que neles seria depositada. Depois da fermentação que, segundo o “furtum” e/ou fartum” ou, ainda, potencialidade química do “pé-de-cocho”, demorava de 48 a 72 horas, o fermentado era colocado em alambique de cobre, com capacidade variável de 50 a 100 litros, para sofrer o processo de destilação; sendo colhido separadamente, segundo a experiência do “lambiqueiro” (pessoa responsável pela destilação), a cachaça mais fraca (o “caxixi”) que é a produzida no começo e no fim do processo, e a mais forte “a cabeça-dacachaça”, aquela produzida no meio do processo. Não raro o “lambiqueiro”, face à degustação constante para verificar o teor alcoólico do produto, por não existir butirômetro, tornava-se um alcoólatra. Nesta situação conheci o “Bastião da Mangabeira” (Bastião era corruptela de Sebastião e Mangabeira, o local onde ele morava); sendo esta uma propriedade rural do meu tio, por parte de mãe, Raimundo Cardoso de Moraes, mais conhecido como Dico Cardoso.

A grande maioria dos engenhos produzia a aguardente ou cachaça, e uns poucos, além disso, produziam o “açúcar mascavo”, que hoje é cientificamente comprovado, mais saudável que o açúcar refinado, posto que rico em ferro, e outros micro-nutrientes que, do outro, é totalmente retirado pelo processo de purificação a que é submetido através de reagentes químicos, cujos resíduos são prejudiciais ao organismo humano.

A abolição da escravatura teve papel preponderante na desvalorização da propriedade rural e no processo e urbanização de nossa sociedade com reflexos, também, no Maranhão (ainda que não tão intenso quanto noutras áreas do país, como São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná), particularmente em

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função da escassez de mão de obra; o que obrigou o governo a incentivar e subsidiar a vinda de italianos para cuidar das lavouras, particularmente de café, nos estados do sudeste (São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio de Janeiro).

Existia no município de Aldeias Altas um projeto a ser implantado com Incentivos Fiscais da SUDENE visando à produção de açúcar; porém, não foi avante e hoje ali existe uma Usina da firma T.G. Agroindustrial, cuja atividade é a produção de álcool.

O CICLO DO ALGODÃO (Algodão do Brasil - Arbóreo e Herbáceo) Segundo Viveiros (1992, p. 31), “Mostrando interesse pelo algodão, o dispositivo de lei, emanado do poder real, mais antigo que conhecemos é de 1722, isto é, um século depois da fundação do Estado do Maranhão e Grão-Pará”. O autor ainda cita: “Entretanto, tratava-se de uma mercadoria de tão elevado custo-vara de pano trezentos réis, rolo de cem varas trinta mil réis que era moeda corrente em todo o Estado.” Acrescenta no parágrafo seguinte que Já o era em 1644, pelo consenso dos povos, pois o Senado da Câmara de São Luís, naquele ano, legislando sobre o peso do pão, mandou que cada um tivesse 4 1/ 2 arráteis e fosse vendido por um novelo de fio, e cinco por uma vara de pano. Como o valor de uma vara de pano fosse, então de cem réis, segue-se que um pão daquele peso custava em algodão um vintém.

O citado evidencia a importância do algodão na economia maranhense de então; assim, não é de estranhar que fosse essa cultura, objeto de interesse da sua industrialização.

Foi o algodão a segunda cultura que serviu de base ao processo de agro industrialização do Estado do Maranhão. O testemunho da sua existência são, ainda hoje, as majestosas construções que abrigavam as fábricas localizadas em São Luís, Codó e Caxias; cujas firmas proprietárias (todas falidas em meados do século passado), as abandonaram. Pelo que se depreende da leitura de Jerônimo de Viveiros, em poucos anos (1886-1894), houve uma intensa movimentação de capitais de comerciantes e ruralistas; esta como conseqüência da libertação dos escravos, já de algum tempo, prevendo o fato, vinham se desfazendo dos seus empreendimentos e aplicando o produto obtido (capital), no comércio, abrindo firmas individuais ou em associação com comerciante e/ou industriais já estabelecidos. O ilustre historiador Viveiros (1992, p.

557) interpreta muito bem a situação dos ruralistas quando diz no 2° volume da “História do Comércio do Maranhão 1612+1895”: Atordoado pelo golpe que lhe arrancava parte do patrimônio, estarrecido diante da desorganização do seu trabalho, agora sem braços, com o êxodo dos escravos, que das fazendas partiam para a festa da redenção da raça, o lavrador maranhense esmoreceu, perdeu a energia e a coragem, sentiu que lhe faltava a confiança em si mesmo e [...] baqueou.

Viveiros (1992, p. 558) aduz, ainda: “Das fazendas afastavam-se os senhores com a mesma ansiedade com que os ex-escravos deixavam os ranchos do seu cativeiro.

Estes tinham horror ao passado; aquêles, medo do presente”. O autor cita ainda que “A loucura de querer transformar o Maranhão agrícola num Estado industrial, só terminou em 1.895, quando se esgotaram todas as possibilidades financeiras da nossa terra”.

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Acrescenta Viveiros (1992, p. 558 a 565): Então tínhamos um parque industrial composto de 17 fábricas pertencentes a sociedades anônimas e 10 que eram de particulares, sendo 10 de fiação e tecidos de algodão, 1 de fiar algodão, 1 de tecido de cânhamo, 1 de tecido de lã, 1 de meias , 1 de fósforos, 1 de chumbo e prego, 1 de calçados, 1 de produtos cerâmicos, 4 de pilar arroz, 2 de pilar arroz e fazer sabão, 1 de sabão e 2 de açúcar e aguardente”.

Viveiros (1992) cita, da área de fiação e tecelagem as seguintes: ‘Companhia Fabril Maranhense’, ‘Companhia de Fiação e Tecidos Rio Anil’, ‘Companhia de Fiação e Tecidos Maranhense’, ‘Companhia Industrial Caxiense’, ‘Companhia Manufatureira e Agrícola’, ‘Companhia de Fiação e Tecidos de Cânhamo’, ‘Companhia União Caxiense’, ‘Companhia Progresso Maranhense’, ‘Companhia Progresso Agrícola’, ‘Companhia Lanifício Maranhense’, ‘Companhia de Fiação e Tecelagem São Luís’, ‘Companhia Industrial Maranhense’.

Afirma Lacroix (2004, p. 19): “Na década de 30, o campo maranhense conseguiu manter o arroz, a mandioca e o algodão na escala comercial com o CentroSul. Em 1939, São Paulo consumia 70% do algodão maranhense”. A área cultivada de algodão, que em 1949 era de 52.402 hectares, chegou a 100.168 hectares, em 1958. A autora registra a produção, em toneladas, de algodão em pluma e em caroço, respectivamente de 5.848 e 11.519 no ano de 1949; e 12.405 e 24.435, em 1957.

Também destaca os valores em Cr$1.000, de algodão em pluma e em caroço, respectivamente, de 46.783 e 4.608, em 1949 e 272.914 e 36.652, em 1957, declinando no ano seguinte.

Na década de 1950, apesar do aumento da produção de algodão, a débâcle da indústria têxtil era evidente; assim o Governo Federal, através de sua autarquia de desenvolvimento regional, abriu a possibilidade de auxiliar a aquelas que desejassem e, Melo (1990, p. 48) cita que: “Das cinco fábricas que entraram no programa de reequipamento têxtil da SUDENE, duas apresentaram projeto havendo logo depois desistência do empréstimo; alegavam receio a uma atividade que não tinha futuro promissor”.

Em São Luís, a Atenas Brasileira, e berço da maranhensidade (como diz o meu amigo escritor e poeta José Ribamar Souza dos Reis), terra de Aluisio e Arthur Azevedo, e de tantos outros expoentes das letras e da cultura, Caxias, terra do grande poeta Gonçalves Dias, e Codó, na zona dos cocais, existiam, em resumo, os seguintes estabelecimentos, com as respectivas forças de trabalho, capacidade operacional e produção, segundo Viveiros (1992, p. 559-566): São Luís 10 Caxias 03 Codó 01 Número de operários 2.634 Número de teares 1.683 Capacidade média de produção (ano): 10.265.000 (m)l

Para destacar a importância da indústria têxtil, sob o ponto de vista econômicosocial, basta dizer que, no século XX, nos municípios de São Luís e Caxias, aproximadamente, 19,3% e 13,5%, respectivamente, da população dependiam

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diretamente da indústria têxtil; percentual esse que, em 1920, alcançava 20,1% em São Luís (VIVEIROS, 1992, p. 559-566).

Pormenorizando a localização e demais aspectos da indústria têxtil maranhense, podemos salientar o seguinte, por municípios de localização: A- São Luís 1- Companhia de Lanifícios Maranhenses, ou Fábrica de Fiação e Tecidos Santa Amélia, segundo Antonio Guimarães de Oliveira em sua obra “Algodão”: “Ouro Branco” (Tempo e Espaço), mais tarde passou a ser denominada Fábrica Santa Amélia, e “COTONIFICIO SANTA AMÉLIA”, integrada ao grupo “Cotonifício Candido Ribeiro”, constituindo um quarteirão localizado entre as ruas do Mocambo e da Inveja, na Rua da Madre de Deus, mais tarde Candido Ribeiro, n° 250, também chamada de “Beco das Crioulas”, -(para não fugir à regra dos ludovicenses de batizarem boa parte das artérias centrais de sua “urbe” com dois nomes)-; provavelmente assim cognominado em função das operárias que, em sua maioria esmagadora afro-descendentes, por ali adentravam à fabrica. Outros admitem que anteriormente à fábrica, o “Beco das Crioulas” recebeu essa denominação em função de naquela artéria residirem afro-descendentes que serviam para iniciação sexual dos mancebos solteiros e solteirões. Nos fundos desta fabrica, limitando com a Rua de Antonio Rayol, também chamada de São João, tem a “Fonte das Pedras”, local onde Jerônimo de Albuquerque acantonou suas tropas preparando-as para a batalha de Guaxenduba. Aliás, é digna de registro, a atuação do nosso confrade José Moreira, já falecido, ex-ocupante da Cadeira n° 52, como consta na página 230 do Livro Patronos (IHGM) que, como voluntário adotou a referida fonte quando a mesma foi, por longos anos, abandonada pela Prefeitura; e, nessa tarefa utilizava dos recursos próprios para preservá-la à posteridade. A fábrica foi instalada “com o fim de tecer todos os produtos de lã, sêda e algodão” (VIVEIROS, 1992, p. 561); produzia o algodão hidrófilo mais requisitado nos grandes centros cirúrgicos do país, dada a sua grande e incomparável capacidade de absorção (diferente dos demais que mais adsorviam que absorviam), tais como a escola de medicina da Bahia, que na época era o berço de formação da grande maioria dos médicos nordestinos e, particularmente, maranhenses, como: Genésio Rego, Osvaldo da Costa Nunes Freire, Euzébio Costa Rodrigues, Carlos Macieira, Djalma Marques, Hamlet de Godoy, entre outros. Esta edificação é um magnífico prédio de dois pisos com mirante, e fachada de azulejo português, em pleno estado de abandono, igual a muitos dos prédios erigidos no século XVIII, XIX e XX com as mesmas características arquitetônicas e que, para sua preservação, é necessário a intervenção do governo desapropriando-os por interesse público e neles instalando escolas, creches e/ou áreas de lazer comunitário, segundo o espaço disponível. Em recente pronunciamento o Magnífico Reitor da Universidade Federal do Maranhão, Dr. Natalino Salgado Filho declarou que a instituição que dirige vai assumir a recuperação do imóvel e ali fazer instalar um dos cursos ministrados pela mesma; aliás, ali também funcionou a COESUFMA, com colégio para filhos de funcionários da UFMA. Esta fábrica foi fundada em 02 de março de 1900, segundo Oliveira (2007, p. 61), e nesta obra, a mais recente sobre o assunto, não encontramos a data de sua falência; também não consta na obra do mestre Viveiros (1992).

2- Companhia de Fiação e Tecidos de Cânhamo, localizada no fim da Rua de São Pantaleão, hoje, senador Costa Rodrigues, próxima ao Hospital Geral, usava como

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matéria prima as fibras de malva (paco-paco), Coroatá, juta, algodão, sisal, e Cannabis ruderalis, que se confunde muito com a Cannabis sativa (OLIVEIRA, 2007). Esta cannabis sativa, mais conhecida vulgarmente como maconha, cujas folhas, sementes e inflorescência são, de há muito usadas como cigarro ou em cachimbo que, com o uso continuado, trás a dependência química, face ao seu poder alucinógeno. As sementes de “Diamba” (denominação da maconha em língua africana) eram maceradas, e utilizadas pelos escravos para misturar à alimentação dos brancos, como vingança, provocando distúrbios psicossomáticos e, até mesmo, a morte; sendo um dos modos de vingança dos escravos, pelos maus-tratos recebidos dos senhorios perversos; assim me declarou a minha avó materna, Ana Cardoso de Morais nascida em 1877 e casada com meu avô, José Cardoso de Morais, legitimo representante da raça negra, e filho de escrava “alforriada”, por mérito. Esta fabrica dedicava-se, principalmente á confecção de sacos de aniagem para acondicionamento de grãos. Ali hoje, funciona o Centro de Produtos Artesanais do Maranhão (CEPRAMA), cuja função é a produção, exposição e comercialização de artesanatos.

A curiosidade me levou a realizar uma pesquisa “in loco”; assim em principio de junho de 2008 percorri a vizinhança da fábrica e encontrei um ex-aluno, veterinário como eu, e indagado sobre a existência de ex-operários, fui levado á residência do senhor Antonio Lourenço dos Santos, mais conhecido como Antonio Gato, ou simplesmente, para os mais íntimos A.G.; senhor amável de fino trato, residente e domiciliado na Rua 1 ou Afonso Celso n° 26, bairro da Madre de Deus; ele é uma verdadeira testemunha viva e ocular da história da Cânhamo, posto que, sendo seu pai vigia e ali residindo, “intra-muros” da empresa, nasceu em 06.09.1931, tendo ingressado como operário em 01.09.1949 e permaneceu até a liquidação da firma em 1978. Percorreu, em 29 anos de serviços prestados, desde operário, a chefe de pessoal, tesoureiro e, finalmente, Diretor em cuja condição coube, por delegação, juntamente com um advogado acompanhar e concluir a liquidação da firma. Declarou que a fábrica tinha 120 teares e cerca de 350 operários. Como causas para a falência admitiu a concorrência de outras mais modernas, particularmente as localizadas em Belém do Pará, dotadas de teares automáticos, o que reduzia consideravelmente o custo de produção pela utilização de menos mão de obra trazendo maior ganho de produtividade e, conseqüente, redução do custo final do produto. Durante a sua vida na firma lembrase dos seguintes diretores: Manoel Matias das Neves Filho, José Maia Romão dos Santos, Manoel Romão dos Santos. Visitando o prédio da fábrica encontramos na soleira da porta principal da mesma os seguintes dizeres, gravados em mosaicos portugueses: “Principiada em 28 d Julho de 1891 Concluída em 31 de Dezembro de 1892 Diretoria: Antonio Joaquim Laune A.C. Moreira B.B Machado A.J.Ferreira M.S. Sardinha”

Fundada em 06 de Abril de 1894, segundo Oliveira (2007).

De 1.892 a 1978, foram 86 anos de vida legal; porém, já em 1968 havia começado a desativação da empresa que era uma S.A., segundo Antonio Lourenço dos Santos,o Antonio Gato.

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3- Companhia de Fiação e Tecelagem São Luís, Fundada em Setembro de 1.894 (OLIVEIRA, 2007), localizada em terreno continuo e contiguo ao da Fábrica Cânhamo, tinha suas atividades têxteis voltadas para a fabricação de fios de malva e produzia sacos de estopa para acondicionamento de cereais. Em visita à mesma em Junho p.p. obtive a informação que a Prefeitura de São Luís adquiriu a área e suas benfeitorias (aliás, o contribuinte nunca é informado o que é feito com os seus impostos; e, quando o é, não há profundidade na informação), o certo é que constatamos que ali estão instalados nos galpões, em condições precárias (um dos quais já destelhado), grupos folclóricos apoiados pela citada Prefeitura. Na mesma pesquisa que eu fiz em relação à fábrica Cânhamo, acima referida, dada à vizinhança da mesma, fiz também em relação a esta outra empresa e conhecemos o ex-operário Josemar de Ribamar Barata, casado com D. Carolina Batista Barata, que também foi operária da empresa, onde ingressou em 07.04.1958; e dela saiu em 01.06.1965, revelando que a mesma fechou as portas em 01.08.1965.

4- Companhia Fabril Maranhense (fábrica Santa Izabel) edificada no Apicum, região hoje denominada Canto da Fabril onde havia o depósito central do Supermercado Lusitana , a Delegacia da Receita Federal, e, nos idos de 1950, o primeiro campo de futebol de nossa capital; em cujo local foi erigida a sede da Igreja Universal do Reino de Deus e o centro de ensino do segundo grau denominado Complexo Educacional Governador Edison Lobão (CEGE) construído no seu governo (15.03.1991 a 02.04.1994). Edison Lobão, hoje senador da Republica, atualmente ocupando o cargo de Ministro das Minas e Energia.

Na área do Apicum acima referenciada ainda existe, resistindo às intempéries e ao abandono dos proprietários, os “Aboudes”, um palacete de estilo característico de sua época, igual a poucos em São Luís, como o localizado na Rua das Hortas, esquina da Rua Viração, defronte à Praça Odorico Mendes, onde até, relativamente, pouco tempo, funcionou a Justiça Federal.

5- Companhia de Fiação de Tecidos Rio Anil (fábrica “Rio Anil”), localizada no bairro e nas margens do riacho do mesmo nome, a qual tinha como extensão uma rede de lojas de igual denominação. Suas manufaturas eram tecidos relativamente finos como o ”voile, a “alpaca“ Ali, agora, funciona o “CINTRA” um grande centro de ensino profissionalizante e escolas de segundo grau, do governo do Estado, construído no Governo de Edison Lobão (15.03.1991 a 02.04.1994), tendo como entusiasta do feito a sua esposa senhora Abedenice Lobão e, hoje, gerido pela Fundação Nice Lobão;esta deputada federal. A fábrica “Começou a trabalhar em 1893” (VIVEIROS, 1992, p. 559). Segundo Oliveira (2007, p. 63), a fábrica foi fundada em 21 de Agosto de 1890 e inaugurada em 5 de Abril do mesmo ano.

6- “Companhia de Fiação e Tecido Maranhenses”, fábrica Camboa localizada no bairro que lhe deu o nome também chamado de “Camboa do Mato”, situado por trás do Hospital Getulio Vargas, após a “Estrada da Vitória”, cuja denominação desconheço a origem e por onde, até os idos da década de 1980 passava a estrada de ferro São LuísTeresina, cujo ponto terminal, em São Luís, era no majestoso prédio onde hoje funciona a central de Policia Civil da capital. A indústria estava localizada nas margens do chamado rio Anil (que, geograficamente, nada mais é que um braço de mar que, avançando ilha adentro, termina por receber o riacho Anil), cujas nascentes estão à montante da fábrica de tecidos RIO ANIL, ao pé da colina onde findava a “Vila Aurora”. Até relativamente bem pouco, tempo (década de 1990), ali funcionou uma revenda de automóveis Volkswagem da firma Auvepar e a T.V e Rádio Difusora.

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A fábrica possuía 300 teares e produzia “riscados grossos e finos” e ainda 1.400 quilos de fios de novelos (VIVEIROS, 1992, p. 559), que era um tecido meio grosso próprio para camisa de homem e cujo nome (riçado) derivava do fato de ter listras verticais brancas alternadas com ou outra cor, inclusive azuis, principalmente esta. Foi inaugurada em 1° de Janeiro em l.890, segundo Viveiros (1992) e faliu em 1959, de acordo com Oliveira (2007.

7- Companhia Progresso Maranhense “Edificada à Rua de São João, nesta cidade e aberta em 1° de Junho de 1892 (VIVEIROS, 1992), e/ou “fundada em abril de 1892 situada na Rua São João (hoje, Antônio Rayol)” “... Em seu antigo prédio funcionará uma escola de ensino fundamental e médio do Estado do Maranhão (OLIVEIRA, 2007).

8- Fábrica de Tecidos de Malha Ewerton: “Instalada na Rua de Santana em julho de 1893” (VIVEIROS, 1992); ou “fundada em 1892” sendo a primeira produtora de meias. Sua falência sobrevém na década de sessenta (OLIVEIRA, 2007).

9- Companhia Industrial Maranhense: “Construída à rua dos Prazeres”, “e destinada a manufatura de fio de, punho e linha de pesca”, “Data a sua inauguração de 29 de dezembro de 1894” (VIVEIROS, 1992). “Fundada em fevereiro de 1894”.

“Localizava-se na Rua dos Prazeres”, “Faliu na década de sessenta” (VIVEIROS, 2007).

B- Caxias Nesta cidade, terra do grande vate Gonçalves Dias, pólo de desenvolvimento do sertão maranhense cognominada a “Princesa do Sertão”, localizada nas margens do rio Itapecuru, maior rio genuinamente maranhense, foram instaladas as seguintes fabricas: 1- Companhia Industrial Caxiense: “É a mais antiga fábrica do Estado do Maranhão.

Foi incorporado pelo benemérito doutor Francisco Dias Carneiro em 1883” (VIVEIROS, 1992). “A inauguração da primeira fábrica têxtil do Maranhão, ou seja, a Companhia Industrial Caxiense, acontece no ano de 1883, mas, sobre esta data existem controvérsias” (OLIVEIRA, 2007). Ali hoje funciona um centro de artesanato e escola de segundo grau.

2- Fábrica Sanharó: “Propriedade de Ezell, Tavares & Cia.”, “Situada no lugar Trizidela”, “a sua indústria era fabricar pano de algodão” (VIVEIROS, 1992).

“Fundada em 1902” (OLIVEIRA, 2007). Quando a conheci em 1945, era de propriedade de Eugênio de Barros (grande negociante com o qual meu pai mantinha estreita relações pessoais e comerciais), e que, mais tarde, seria governador do Estado (1950 - 1955), cuja eleição e posse ocorreram em clima de guerra, daí decorreu o codinome de São Luis de “Ilha Rebelde “porque a capital se transformou numa praça de guerra civil, com empastelamento de jornais e até, mortos; fechamento dos pontos de entrada na ilha (porto, aeroporto” - o único da cidade - e estrada de ferro); inclusive com a interdição da única ponte, a da estrada de ferro, que ligava, na época, a ilha ao continente. Nesta fabrica eram produzidos tecidos, famosos em todo o Maranhão, como, por exemplo, o “algodãozinho”, o “riscado XPTO”, a “chita”, o “brim caqui”, o “pano-branco” e outros produtos de primeira qualidade para os padrões da classe média alta, baixa e do povão.

3- A Companhia União Caxiense, fundada em 1.890, foi a segunda a ser inaugurada no Estado; tão importante centro de desenvolvimento era Caxias por suas vinculações

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com o hinterland sertanejo maranhense e de onde recebia matérias primas do setor primário, e para onde enviava produtos semi e manufaturados e industrializados através o rio Itapecuru. Na década de 1940, face ao assoreamento do rio Itapecuru, foi aberta a estrada de rodagem carroçável, ligando Caxias a Buriti Bravo e dali a Colina, São João dos Patos e Passagem Franca. Foi a primeira grande estrada de rodagem construída no sertão maranhense e que se esperava formasse um grande eixo (a espinha dorsal), até o extremo sul do Estado e do qual derivariam ramificações para municípios grandes produtores de matérias primas extrativista (babaçu, tucum, macaúba e outras oleaginosas, além de fibras como malva de diversas variedades, sendo a mais valiosa a ‘paco-paco’, e também, algodão); - e de culturas de subsistência: arroz, feijão, milho, mandioca, fava.

C- Codó Era, e ainda o é, a cidade pólo de desenvolvimento do médio Itapecurú, localizada na margem esquerda deste rio, havia a fabrica da Companhia Manufatureira e Agrícola ou Companhia Manufatureira e Agrícola do Maranhão, “Principiou a trabalhar em junho de 1893”. “O objetivo da companhia era fabricar panos de algodão grossos e finas, lisos e riscados, brins de algodão, fio branco e tinto”. “A fábrica localizada no bairro de São Sebastião”, “fundada em 1893 pelo português Emilio José Lisboa”. Esta fábrica está identificada em fotografia por Maria de Lourdes Lauande Lacroix na obra “A Campanha da Produção. Posteriormente, pertenceu ao comerciante Sebastião Archer da Silva, que mais tarde (1955 - 1960), seria Governador do Maranhão. Ali, hoje funciona um deposito de mercadorias (MELO 1990; VIVEIROS, 1992; OLIVEIRA, 2007).

Em termos de produto de exportação para outros Estados da federação havia vários tecidos de excelente aceitação em todo o mercado do Norte e do Nordeste; eram os tecidos para o povão: algodãozinho brim, riscado, etc.

Aos desejosos de maiores informações sobre os assuntos da cotonicultura, e a agroindústria do ramo, recomendamos ler a última obra sobre o assunto: Algodão: Ouro Branco (Tempo e Espaço) do historiador Oliveira (2007). Aliás, esta obra é a mais completa que já compulsamos sobre o assunto de indústrias têxteis no Maranhão, e é produto de exaustiva pesquisa, inclusive contem, da página 126 à 184, o “Caderno Iconográfico” ; uma verdadeira preciosidade em fotografias ; e , no “Caderno de Anexo”. Constituído das páginas 185 à 250 cópia de documentos oficiais; e, mais ainda,da página 251 à 254 , a relação dos entrevistados que foram “capitães” de indústria no Maranhão;ou seja,testemunhas e agente oculares da história.

Da exposição de 23 de dezembro de 1883, os prêmios foram conquistados na seguinte ordem: 1° prêmio - Francisco de Assis Colares Moreira - Codó; 2° prêmio Alexandre Colares Moreira Junior - Codó; e, 3° prêmio Herdeiros de Domingos Gonçalves Lima - Codó. São citados, como menção honrosa, vários produtores (VIVEIROS, 1992).

O CICLO DO BABAÇU (orbygnia martiana e orbygnia speciosa) Riqueza nativa, dádiva de Deus é, até hoje, o refrigério das populações interioranas, particularmente da zona dos cocais onde formam verdadeiras “matas”,

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constituindo-se, em extensas áreas, a única cobertura florística do solo, onde os roedores como paca (Caniculus paca), cotia (tupi akuti) e outros, abundam; posto que o fruto dessa palmácea se constitua o alimento prodigioso desses mamíferos. Sua exploração artesanal consistia, única e exclusivamente, nos primórdios, na extração dos frutos pela quebra com o “macete no olho do machado”, a torração em forno de barro seguida da “pilação” (maceração) em pilão de madeira, cozimento em água para extração do óleo, que se destinada para preparar e temperar comida. Hoje já existem organizações de quebradeiras de coco que produzem, de forma artesanal: saponáceos, farelos, carvão, além do tradicional “azeite-de-côco”.

Tradicionalmente, desde os primórdios, o grande negócio com o babaçu era a comercialização de amêndoas apesar de Até 1961, embora existissem instaladas no Maranhão, mais precisamente em São Luís, pelo menos 4 fábricas para extração de óleo por prensa expelle que eram: Carima, Cia. Carioca Industrial do Maranhão; Chames Aboud & Cia., Fábrica Sônia; Francisco Aguiar & Cia; C.B.O Cia. Brasileira de Óleos, devido a falta de iniciativa até então para montagem da infra-estrutura necessária para o embarque de óleo a granel, ou seja e navios-tanque metálicos (PORTO, 1982, p. 11).

As dificuldades de transporte e desperdícios de amêndoas para serem beneficiadas no Sul do país, particularmente Rio de Janeiro e São Paulo; bem assim o deficiente, caro e problemático transporte de óleo a granel de São Luís, para ser exportado para industrialização alhures, visto que não havia navio-tanque disponível, fez com que a União Fabril Exportadora (UFE) passe a industrializar as amêndoas em São Luís, para tanto tendo comprado a fábrica Sônia da firma Chames Aboud, localizada na Rua da Estrela n°644 com cais para o rio Bacanga, na verdade um braço de mar da Baía de São Marcos (PORTO, 1982). Para iniciar as suas atividades industriais em São Luís, a UFE criou em São Luís a empresa “Oleaginosas Maranhenses S/A - Oleama” a última sobrevivente do ramo em São Luís, atualmente funcionando no Distrito Industrial, no Bairro do Maracanã.

A firma “Carima - Cia. Carioca Industrial do Maranhão”, era a que tinha maior capacidade de produção de óleo e, apesar de associarem-se à Oleama nos negócios de afretamento de navios-tanques para exportação de óleo, terminou por fechar suas portas (PORTO, 1982), funcionava na área onde hoje está instalado o hospital de reabilitação da rede Sarah, cuja cabeça do sistema, fundada pela Associação das Pioneiras Sociais, iniciativa de D. Sarah Kubitschek, esposa do ilustre presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, está em Brasília. Antes de ali ser instalado o hospital referenciado, abrigou, na década de 1970, a firma Agrima, de propriedade de Remi Archer, irmão de Renato Archer (filho de Sebastião Archer da Silva, que havia sido governador do Maranhão) e que se propunha a fazer a exploração industrial e integral do babaçu.

Esse processo de exploração industrial do babaçu surgiu praticamente à mesma época do ciclo da indústria têxtil, e floresceu após a débâcle desta; o qual, à sua vez, foi antecedido pelo ciclo da cana-de-açúcar. Em São Luís a indústria mais famosa no inicio do século passado era a “Fábrica de Arroz São Tiago”; “Propriedade de Martins & Irmãos, situada no Largo de São Tiago”, (onde hoje existe um conjunto de residências) “que se destinava a pilar arroz, extrair óleos e fabricar sabão” (VIVEIROS, 1992).

Produzia, além de óleo comestível, o “sabão Martins” (de palma, e de andiroba), cuja marca era conhecida além fronteiras gonçalvinas, e comercializava óleo de mamona (extraído a frio, a quente e de mamona torrada), de côco, de gergelim e de andiroba (VIVEIROS, 1992). Esta e outras fábricas produziam o óleo comestível e o exportavam

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para o sul do país, particularmente Rio e São Paulo, para indústria de cosméticos, sabonetes e xampus.

Diz Lacroix (2004), em seu “A campanha da Produção”: “Até 1940, prevaleceu a exportação in-natura porque as unidades maranhenses de beneficiamento eram poucas e rústicas . “Convertido em óleo refinado, sabão , vela e glicerina, dentre outros usos alternativos, transformados pelas indústrias químicas e alimentar, no exterior e no Centro-Sul brasileiro, o babaçu tomou o primeiro plano no quadro das exportações do Estado.”

Lecroix (2004, p. 106) refere que: À medida que as fábricas têxteis de São Luís, Caxias e Codó fechavam suas portas, alguns capitães daqueles estabelecimentos desviaram seus capitais para a nascente usina, investindo no processo de industrialização da amêndoa de babaçu, de maneira mais sistemática e eficiente.

O que comprova o que já afirmamos, ou seja: que à agroindústria canavieira sucedeu a têxtil e, a esta, a agroindústria do babaçu. Lacroix (2004, p. 106) cita que: “Além da Capital, Caxias e Codó, foram instaladas em Coroatá, Timon, Bacabal e Imperatriz, chegando a onze unidades, no início de 1950”. Tal foi importância do babaçu, na época que a autora chega chamar o mesmo de “ouro pardo” e mostra a evolução de nossas exportações no período de 1949 a 1958, indo de 56.289 toneladas por Cr$144.901.000,00, a 79.493 toneladas por C$922.015.000,00, no último ano.

Segundo Amaral Filho (1990, p. 167), “A Economia Política do Babaçu, um estudo da organização extrato-indústria do babaçu no Maranhão e suas tendências. São Luís”: Sioge, 1990, havia, em resumo, no Maranhão, na década de 1950, 16 indústrias de beneficiamento do babaçu, citando-as nominalmente e, por localização, sendo: 9 em São Luís, 5 em Caxias, 1 em Timon e 1 em Pedreiras. Posteriormente à década de 1950, a industrialização de amêndoas foi interiorizada atingindo os municípios de Bacabal, Imperatriz, Codó, Coroatá, Vargem Grande., o que paulatinamente, fez cortar o fluxo de matéria prima, a amêndoa de babaçu, para as fabricas da capital, o que terminou por sufocá-las .

No fim do século passado (década de 1970), surgiram processos novos de extração do óleo á base se solvente químico, cujos resíduos sólidos são transformados em “péletes”, deixando-os praticamente sem resquícios da fração oleosa; diferentemente da extração a vapor que, na melhor das hipóteses, deixava na torta, cerca de 13% de resíduo da fração oleosa, em função do que as exportações dessa “torta gorda” geravam lucros excepcionais para os importadores da Holanda, da Alemanha e de outros países, que já adotavam a tecnologia de extração com o solvente químico. Em São Luís a primeira fábrica a operar com o solvente químico foi a “Oleama - Oleaginosas Maranhense Ltda.”, transferida da Praia Grande, onde foi instalada originariamente, para o Distrito Industrial de São Luís, na década de setenta, no bairro do Tirirical, onde funciona até hoje, inclusive produzindo, além do óleo comestível, uma série de derivados, principalmente vários tipos de saponáceos e cosméticos.

Pesquisas recentes feitas por mim revelaram a existência, apenas, das seguintes indústrias de beneficiamento de amêndoas de babaçu: a)- Na Cidade de Codó, a firma “S. C. Oliveira & Cia. Ltda”, de propriedade de Francisco Carlos Oliveira, que trabalha com prensa a vapor e produz óleo bruto, que exporta para São Paulo, e Farelo (torta).

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b)- Na cidade de Caxias, a firma “Assunção Indústria e Comércio S.A.” com 52 anos de atividades de propriedade de Raimundo Vilanova Assunção , tem como Diretor Industrial o jovem José de Arimatea Maranhão Assunção, e trabalha com prensa a vapor produzindo óleo bruto e farelo. c)- Ainda na cidade de Caxias -Usina Maitá Ltda. de propriedade de Marcos Salem Filho, trabalha refinando o óleo.

O CICLO DA PECUÁRIA Antecedentes Domingos Jorge Velho, sertanista paulista desbravador do Piauí aonde chegou em 1.662, permanecendo ali cerca de 24 a 25 anos vindo pelo rio Poti, fundou fazendas de gado e fez muitas lavouras, principalmente nas bacias dos rios Parnaíba e Poti, e fundou o Arraial dos Paulistas, atual cidade de Valença. Domingos Alves Mafrense, mais conhecido como Domingos Alves Sertão, vindo de Pernambuco, chegou ao Piauí pelo rio São Francisco, fundou fazendas de gado e muitos sítios de lavoura nas bacias dos rios Canindé e Parnaíba, fundou a fazenda Cabrobó que depois foi chamada de Vila da Mocha, atual Oeiras, a primeira capital do vizinho Estado do Piauí, como citado no Dicionário Enciclopédico Piauiense Ilustrado-Ed. Halley S.A.- 2003- Wilson Gonçalves Carvalho. (8) Provavelmente, descendentes desses desbravadores e/ou seguidores destes pioneiros, bandeirantes e sertanistas, vindos de Pernambuco, do Ceará e da Bahia à procura de riquezas minerais, atravessaram o rio Parnaíba, e adentrando Maranhão, ocupando, pela pata do boi, extensas áreas de terras no médio e alto sertão gonçalvino; instalando currais de gado, fundando “Feitorias” que hoje são cidades como Pastos Bons, São José dos Matões, Grajaú, Caxias, São Francisco, Barão de Grajaú, etc. As criações, originariamente, em regime ultra-extintivo, que ainda existem em algumas áreas, foram dando lugar a explorações extensivas e que, por sua vez, estão sendo substituídas por explorações racionais em regime semi-intensivo e, em raros casos, confinamento, embora estes, ainda insipiente.

A produção de “carne-de-sol”, e “carne-seca” foi o primeiro processo artesanal de conservação da carne bovina, seria “mutatis mutanti”, o “charque” do gaúcho, cujas primeiras produções foram feitas, nos pampas e, aqui entre nós, também, por cearenses.

No início do século passado os bovinos criados no sertão maranhense, particularmente nos municípios de Balsas, Riachão, Pastos Bons, São João dos Patos, Carolina, desciam, á procura dos grandes centros consumidores, nos porões dos “gaiolas” ou, até mesmo, em ”balsas” pelo rio Parnaíba, demandando Teresina, capital do Piauí. Dos municípios de Barra do Corda, Presidente Dutra, Colinas, Buriti Bravo, Grajaú, e alguns outros, eram conduzidos por comboios a pé, pelas chamadas “estradas de boiadas”, para Teresina ou São Luís, segundo a vinculação comercial e de parentesco com produtores, boiadeiros e comerciantes que faziam a engorda, normalmente, em pastagens naturais, nas proximidades dos centros consumidores. Os “campos de Pombinhas,” localizados no município de São Mateus, se constituíram em área de engorda para os bovinos que, de Grajaú e municípios circunvizinhos, demandavam São Luís. Um dos grandes criadores e também comerciantes de gado era o avô de Dr. Osvaldo da Costa Nunes Freire, em função do que adquiriu uma gleba nos Campos de Pombinhas e 13.000 (treze mil) hectares de terras no município de Vargem Grande que

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conta com grande área de campos nativos, onde apascentava para engorda seus bovinos quer de cria como para abate.

Quanto aos animais de médio e pequeno porte (suínos, caprinos, ovinos e galináceos), os cursos d’água navegáveis (Parnaíba, Itapecuru, Balsas, Mearim, Grajaú, Corda, Pindaré e outros de menor importância e afluente destes), foram, desde “príscas eras”, os meios de transporte mais utilizados para comercialização desses animais.

Posteriormente, com a abertura de estradas carroçáveis, estas se constituíram excelente meio de escoamento da produção, não só desses animais como dos bovinos e dos demais produtos do setor primário. A construção de estradas asfaltadas (estaduais e federais), e o assoreamento dos rios maranhenses, fizeram com que o transporte terrestre assumisse capital importância na circulação de riquezas não somente entre os municípios e a capital do Estado, como entre esta e os demais pontos do território nacional, dinamizando o Setor Serviços, revolucionam hábitos e costumes; inclusive pela introdução de técnicas, preconizadas pela Medicina Veterinária Preventiva, mais condizentes com as necessidades de conforto e preservação da sanidade de animais e produtos derivados transportados.

A industrialização da pecuária Panorama geral Podemos considerar a existência de duas fases: a) Processo de semi-industrialização ou conservação artesanal, e b) Industrialização propriamente dita.

A primeira se caracteriza pelo beneficiamento primário dos produtos através de técnicas rudimentares, empíricas, adquiridas de nossos antepassados: a imersão em areia (usada para conservar ovos, semente de feijão, de fava ou de milho); a salga, a defumação, a imersão em gordura de porco (entre outras), visando à conservação do alimento. Por esses processos, se fazia: lingüiça, carne-de-sol, carne-seca, charque, “cabeça-de-onório” (é a carne da cabeça de porco salgada, temperada e defumada, no fumeiro de fogão de lenha-costume do litoral, norte do Estado, particularmente Cururupu) para consumo posterior.

A Industrialização propriamente dita começa com a construção de abatedouros que surgiram, os primeiros, no Maranhão, como de resto em todo o Brasil, em forma rústica sem respeitar qualquer princípio técnico-higiênico-sanitário: simples galpões cobertos de telha, piso de cimento, sem separação de qualquer natureza (entre abate, evisceração, limpeza de vísceras e tratamento das mesmas), onde os animais eram sacrificados, com um violento golpe de “olho-de-machado” na testa (osso frontal), provocando uma concussão cerebral; ou na nuca (ponto logo atrás da linha da marrafa encontro dos chifres); ou, ainda, com um certeiro golpe de chuchu, na mesma região, o que seccionava, em ambos os casos, de igual modo, a medula espinal e, em qualquer dos casos, cortava a vida de relação dos sacrificando; e, em seguida, sangrados pela introdução violenta e certeira de uma lamina longa pontiaguda e larga que secionava a jugular, a carótida e, às vezes, atingia o próprio coração. Assim era o matadouro de São Luís do Maranhão,- (onde hoje funciona uma escola),- localizado no Bairro da Liberdade, depois da estrada da Vitória, bem na beira da maré, no ano de 1950, quando o conheci, e até o ano de 1978, quando foi concluída a construção do Matadouro da Companhia Industrial de Produtos Agropecuários do Maranhão (COPEMA), durante o

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Governo de Osvaldo da Cosa Nunes Freire, mais conhecido simplesmente como Dr. Nunes Freire. Nesses matadouros o processo de “desmonte” e aproveitamento do animal em nada diferia do adotado nos abates no nível de fazendas do interior do estado: sacrifício, retirada do couro que era “espichado”, ou salgado, para conservação, e posterior comercialização para centros mais desenvolvidos, onde existiam os curtumes artesanais ou industriais, estes, normalmente em outros Estados.

Quanto aos animais de médio e pequeno porte (suínos, ovinos e caprinos), o processo de abate era o mesmo, “mutatis mutanti” (exceção do chuchu), por concussão cerebral com o “olho-do-machado” e, procedendo à sangria, em seguida a industrialização desses animais. Nos primórdios produzia-se do porco: o toucinho e a carne salgada, os defumados, a banha, a lingüiça, “a cabeça de onório”, o “chouriço” (que é o doce do sangue do animal, sacrificado por anemia profunda), mais comum no sertão, durante cujo processo, e no final deste, podem ser agregadas castanhas de caju.

Dos caprinos aproveitava-se a pele, que “espichada” com varetas e posta a secar, era comercializada para outros Estados (o que ainda hoje ocorre); as mantas de carne-seca (de bovinos, de ovinos ou de caprinos) produzidas no sertão, eram transportadas para os centros consumidores em costa de burros, acondicionada em surrões, malas de couro ou simplesmente colocadas sobre as cangalhas, segundo a época do ano (verão ou inverno); o transporte fluvial também era utilizado, dependendo das facilidades que ofereciam.

Os produtos a) Couro Na década de 50, mais precisamente 1956, conheci, sob a administração do senhor Bernardo Pires Leal, no Bairro do Filipinho (antigo Floresta), o curtume do seu pai, senhor João Pires Leal adquirido, por este, da senhora Hilda, viúva do senhor Arthur Kolblitz, cidadão alemão que, vindo dos Estados Unidos da América do Norte, para trabalhar em fábricas de tecido de Caxias, havia muitos anos, terminou por fixar residência em São Luis, onde montou um curtume do qual era um dos fornecedores o senhor João Pires Leal. Este empreendimento produzia couro de diversos tipos, inclusive para exportação; bem assim beneficiamento primário, ou seja: produzia ”sola”, e “sola cilindrada”, utilizadas para confecção de selas, arreios, chinelos, “chamatós“, tamancos, etc. Mais tarde, -(década de 1970- não foi possível fixar o ano), - com financiamento da SUDENE a mesma empresa construiu no Bairro do Tibiri uma indústria moderna, como conseqüência da construção do matadouro da COPEMA,(inaugurado em Janeiro de1979)- , fonte de matéria prima, localizado no mesmo bairro do Tibiri. A nova indústria teve vida efêmera, por causas as mais variadas, inclusive políticas, uma das quais, admito, por ser o matadouro estatal -(pertencia a uma empresa de economia mista, -COPEMA- na qual o governo do Estado era o maior cotista)-, não pode lhe oferecer exclusividade de venda de matéria prima, e a indústria não foi capaz de vencer os concorrentes, voltando, assim, o Maranhão à triste condição de exportador de couro para o Piauí e Ceará onde, ainda hoje, são industrializados e de lá voltam em forma de produtos acabados e também são exportados para o exterior e para outros Estados brasileiros. No início da década de 1980, fui convidado pelo administrador, de então. do curtume a visitar as instalações, do mesmo em pleno funcionamento no bairro do Tibiri, ocasião em que fui instado a assessorar a empresa na elaboração de um projeto de financiamento para construção de um matadouro, considerando a minha experiência recém-vivida na construção do Matadouro Industrial da COPEMA. Por uma questão ética, profissional e empresarial, fiz ver a impossibilidade da SUDENE ou

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SUDAM, vir a aceitar tal proposta, considerando que a última citada já havia financiado o da COPEMA, bem ali, há menos de dois quilômetros; e, de outra parte, a SUDENE, já havia financiado o Matadouro da SISSABE, localizado em Bacabal, há pouco mais de 200 quilômetros de distância. Assim, do nosso ponto de vista, somente se houvesse outra localização cujos estudos de viabilidade técnica e financeira, contemplando rebanhos a serem atingidos, municípios a serem beneficiados, cidades a serem abastecidas, entre outros, e que, conseqüentemente, desse embasamento e justificativa técnico econômico-financeiro ao empreendimento.

Dede fins de 2007, e durante o ano de 2008, tentei contatar o senhor João Pires Leal que, segundo informações do senhor Celso, seu irmão, foi o último administrador do curtume e é um dos filhos do senhor, Bernardo Pires Leal, (que conheci nos idos de 1956, como administrador do mesmo), visando obter informações sobre as cousas que impediram a continuidade do empreendimento, para deixar como registro histórico; porém não foi possível. Assim, lamentavelmente, como registro deixo apenas, com lembrança de uma bela e pujante indústria, fotos das edificações em pleno estado de abandono e deterioração. b) –Leite Quase nada se aproveitava do pouco leite que se produzia, mesmo porque não havia rebanho leiteiro; mesmo assim fazia-se a coalhada, a “coalhada escorrida” (para consumo na própria fazenda), o queijo de coalho, o requeijão e a “manteiga-de-garrafa”, o “doce-de-leite” para consumo local e para venda, eram outros produtos artesanais que ajudavam no aumento da renda dos fazendeiros.

Aspectos específicos Pecuária Bovina de Corte Os Matadouros O primeiro matadouro industrial do Maranhão foi instalado na cidade de Bacabal nos idos de l972, foi produto de um projeto financiado pela SUDENE, através de Incentivos Fiscais, concedidos à SISSABE devidamente orientado, e aprovado pelo Serviço de Inspeção e Fiscalização do Ministério da Agricultura, recebendo o SIF n° 444; destinava-se exclusivamente ao abate de bovinos. “Posteriormente, o mesmo empreendimento passou à firma MARTINIMITE”, tendo mantido o mesmo SIF (444), passando a abater eqüinos. Anos mais tarde, foi adquirido pela firma FRIBAL, tendo sido obtido outro SIF o que n° 3.095, voltando a abater bovinos Mais tarde passou a ser denominado GOIANIRA, sob o mesmo S.I.F.; e, finalmente foi adquirido pela firma MAFRINORTE e recebeu o SIF 4.600. A visão da SISSABE, ao instalar o matadouro industrial de Bacabal era estratégica posto que, os projetos de criação de bovinos com incentivos fiscais da SUDENE estavam em franca expansão, alguns, e outros já começavam a oferecer os primeiros produtos (bovinos) para abate. O empreendimento destinava-se exclusivamente ao abate e beneficiamento primário de bovinos, não dispondo de nenhum processo de transformação de matéria prima, a não ser a produção de farinha de sangue, de osso e de carne. A região prestava-se a esse tipo de indústria, visto que vários projetos agro-pecuários estavam sendo instalados, para só citar alguns: Bubasa (município de Arari), Juíza Agropecuária (Miranda do Norte) Agropastoril

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Cantanhede (município de Cantanhede); Agropastoril Iguará, município de Vargem Grande.

A produção do matadouro da SISSABE era destinada em mais de 50% ao abastecimento de Teresina, visto que ele não conseguia concorrer com os inúmeros matadouros clandestinos que existiam, e ainda existem, em São Luís.

Até 1970, na capital do Estado, o abastecimento de carne era, podia se dizer, o caos, sob o ponto de vista técnico - higiênico - sanitário, e, inclusive, de comercialização. O matadouro de São Luís, como já esclarecido, era uma edificação erguida na beira da maré, no bairro da Liberdade, com piso de cimento e cobertura de telha; porém sem respeito às básicas normas previstas no Regulamento de Inspeção e Fiscalização de Produtos de Origem Animal (RISPOA), lei federal, sob cujos ditames, em todo o território nacional, devem ser abatidos os animais e industrializados os seus produtos e subprodutos Apenas um aspecto era respeitado (entre os anos de 1950 e 1960): a inspeção “post-mortem“ que, à falta de um Médico-Veterinário, era realizada pelo Dr. Ático Pires Seabra , meu futuro sogro, médico que detinha o título de especialista em saúde pública, um dos primeiros do Estado. Não havia interesse das autoridades constituídas pelas condições das edificações e de seus equipamentos e instalações; bem assim a sua manutenção e operacionalização, o que redundou no afastamento de “motus próprio” do Dr. Ático de suas atividades naquele estabelecimento.

O segundo matadouro implantado no Estado foi concluído em 1976, denominado “Frigorífico Vale do Tocantins” tendo recebido o SIF 2.431, localizado entre as cidades de Imperatriz e Açailândia, construído pelo mesmo grupo possuidor de empreendimento semelhante localizado em São Paulo denominado “Frigorífico Vale do Rio Grande”, do empresário João Matiole. O “Vale do Tocantins” foi estrategicamente localizado, porque situado na pré-amazônia, favorecendo o corte do fluxo de “boi-empé” vindo do sul do Maranhão e Norte de Goiás (hoje estado do Tocantins), para o grande centro consumidor do Norte (Belém), carente de carne “in natura”, seus produtos e subprodutos industrializados, considerando que o maior centro de pecuária do Pará, a ilha de Marajó (onde trabalhei como veterinário nos idos de 1958 a 1962) era insuficiente ( como ainda o é, e sempre o será) para prover o abastecimento da capital.

De há muito, o norte de Goiás e o sul do Maranhão, enviavam via aérea a carne “in natura” necessária à complementação da demanda de Belém, já desde os idos de 1963 (quando eu era Chefe do Serviço Federal de Promoção Agropecuária no Pará),testemunhei que o Senador Benedito “Boa Sorte” (apelido do qual se orgulhava), parlamentar pelo estado de Goiás, era o grande responsável por esse suprimento.

Inclusive em l971, o referido senador construiu o primeiro matadouro do norte do Estado (hoje Tocantins), na cidade de Araguaina , quando eu já era, então Diretor Geral do Departamento Nacional de Produção Animal do Ministério da Agricultura, em Brasília, a quem estava subordinado a “DIPOA”, Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Animal-, responsável pela autorização para construção e funcionamento de matadouros que faziam o comércio internacional e interestadual de carne e de produtos derivados.

Em ordem cronológica, o terceiro Matadouro industrial do Estado foi construído, pela Companhia Industrial de Produtos Agropecuários S.A (COPEMA), em São Luís, tendo sido inaugurado em janeiro de 1979, no Governo do eminente Dr. Nunes Freire; a respeito do que voltaremos a falar.

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Os matadouros das sedes dos municípios eram como ainda hoje o são, instalações sem as devidas condições técnico-higiênico-sanitárias e, inclusive, na grande maioria dos casos, sem a assistência de um profissional médico-veterinário que realize os exames “ante” e “post-mortem” de modo a minimizar os riscos de transmissão de zoonoses; hoje conhecidas mais de 100 (cem), no mundo.

Pecuária Bovina de Leite Em 1970, das bacias leiteiras do Maranhão, as mais expressivas estavam localizadas nos municípios de Bacabal, Pedreiras, Imperatriz e São Luís; sendo esta a mais significativa, pela qualidade genética do seu plantel. Aliás, a bem da verdade, desde os idos de 1956, sou testemunha quando, como estudante de Medicina Veterinária na Universidade Rural (localizada no Km-47 da antiga rodovia Rio-São Paulo), estagiei no Serviço de Defesa Sanitária Animal, localizado no Outeiro da Cruz (onde hoje funciona uma companhia ou pelotão da Policia Militar do Estado) e cujo chefe era um médico-veterinário paranaense, Dr. Absalão Caramuru Barcelos, e seu substituto o outro médico-veterinário, e criador maranhense, Francisco Manoel de Oliveira Filho, tendo ainda como componente da equipe o veterinário João Pedro Viegas. Tive, então, oportunidade de, prestando assistência veterinária, juntamente com este, constatar o excelente plantel leiteiro, - (Holandês, variedade preto e branco), dos criadores Arthur Teixeira de Carvalho, -(Coronel reformado do Exército com a patente de General)-, Bernardo Pires Leal,-(administrador e sócio do curtume)-com granja localizada, então, no bairro da Floresta, conhecido atualmente como Filipinho), Silma Aquino, Dr. Amaral de Matos,-(excelente e renomado pediatra),- José Preto, sargento Otávio, Reginaldo, José Verner, Carlinho Sales, e outros, cujos nomes me fogem à memória, no momento.

De igual modo já estava em voga a “importação” de planteis “zeburínos”,- (fêmeas produtos de cruzamento - heterozigose - de holandês preto e/ou vermelho e branco com o zebu, particularmente o guzerá das linhagens leiteira),- de criadores como José (Zé) de Abreu, radicado no município de Cantagalo no Estado do Rio de Janeiro; ou de José Rezende Peres ,de São Pedro dos Ferros, Estado de Minas Gerais. Dentre os proprietários destes plantéis destacavam-se: José Buhatem,- (granja Turusa),- com projeto financiado por incentivos fiscais da SUDENE, e localizada no bairro do Turú, estrada do Olho D’água.

Quanto à industrialização do leite, não havia em todo o Estado uma única usina de beneficiamento de leite; assim, conseqüentemente, a produção existente nos principais centros produtores (São Luís, Bacabal, Pedreiras e Imperatriz), era vendida “in natura” nas ruas, em pontos conhecidos dos consumidores, ou “de porta-em-porta” (como ainda hoje, o é, na grande maioria das cidades interioranas), ou nas padarias e bares. Em noventa por cento (90%) dos casos o leite era “batizado”, ou seja, misturado com água. O excedente do consumo local das bacias leiteiras de Bacabal e Pedreiras eram vendidos para Teresina, capital do vizinho Estado do Piauí. (continua)

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SAUDAÇÃO AO SOBERANO IRMÃO RUBENS RICARDO FRANZ OSVALDO PEREIRA ROCHA DD. PRESIDENTE DA COMAB, EM 29/03/2011.

Bem vindo a São Luís do Maranhão!

Soberano Irmão Presidente da Confederação Maçônica do Brasil – COMAB (Grão-Mestre do Grande Oriente de Santa Catarina – GOSC), Rubens Ricardo Franz e Venerável Mestre desta Oficina da Arte Real, Respeitável Irmão Dilson Gouveia Silva, ambos com assento neste Altar; Grão-Mestres e demais Autoridades Maçônicas presentes, graças ao Grande Arquiteto do Universo estamos aqui reunidos, gozando boa saúde.

Houve um tempo, na geografia do Brasil, em que o Maranhão não era Nordeste, e quanto foi, integrava o chamado Nordeste Ocidental.

Meio-Norte, o Estado do Maranhão, em verdade, nem é nordeste, sendo um pouco integrante dessas duas regiões. A rigor, Maranhão é Maranhão, com especificidades que o fazem único em todo o mapa do nosso País.

Aqui está a maior variedade de ecossistemas do Brasil, isto é, o mar e o sertão; a floresta tropical; os manguezais; o cerrado, lagos e dunas; os rios e igarapés.

Com pessoas, tivemos uma miscigenação generosa e sem hesitações, um sincretismo de fazer inveja ao mais tolerante de todos os humanistas.

Bem vindo seja, meu Irmão!

São Luís. Esta é uma ilha rebelde por muitas razões. As suas igrejas ecoam o verbo candente do Padre Antônio Vieira, pregando para os peixes a verdade que os homens se negavam a ouvir. As suas praças testemunham o sacrifício de Manoel Beckman – o Bequimão, o verdadeiro proto-mártir de nossa independência – eternizando seu grito “PELO MARANHÃO MORRO FELIZ!”. À noite ninguém se espante! Passa a carruagem de Ana Jansen, a Rainha do Maranhão, rainha que não foi Baronesa, carruagens puxadas por cavalos sem cabeça, tendo às rédeas um negro também decapitado. Ana Jansen, a mulher que, em pleno século XIX, teve coragem para enfrentar o patriarcalismo dominante na sociedade maranhense. A riqueza do nosso povo está, sobretudo, em sua imaginação, se é verdade o que todos dizem, ou seja, “nos labirintos da vida, só a imaginação é que nos abre o caminho da saída”.

Uma serpente encantada habita os subterrâneos desta Cidade Cultural, Patrimônio da Humanidade, beirando os seus 400 anos, já que completará essa idade em 2012: sua cauda está na Igreja de São Pantaleão, a barriga na Igreja do Carmo e a cabeça na fonte do Ribeirão. No dia em que a serpente morder a própria cauda, esta cidade desaparecerá no oceano, diz a lenda.

Por aqui, repete-se a lenda messiânica do Rei Dom Sebastião, o “encoberto”, que aparece na praia dos lençóis sob a forma de um touro negro com uma estrela na testa, e ressuscita, a cada ano, na coreografia dos nossos brincantes do bumba-meu-boi, a festa incomparável do nosso povo.

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Nesta cidade de enraizadas tradições católicas, Nossa Senhora foi uma santa guerreira, que transformou areia em pólvora, para ajudar os portugueses a expulsar o invasor holandês.

Em meio ao catolicismo maranhense, alugar para os cultos que os nossos irmãos africanos trouxeram de sua Mãe-Pátria e por causa da cultura africana temos o tambor de mina, o tambor de crioula, o terecô, o cacuriá, a dança do lelê, os inumeráveis terreiros de encantados.

E por causa dos negros, africanos e lusitanos, temos culinária, doçarias e bebidas que são exclusivamente nossas... E, por nossa hospitalidade, também dos visitantes.

Esta é a cidade dos poetas, e são muitos os poetas da cidade.

Muitas foram as figuras de ilustres maranhenses que aqui viveram e aqui deixaram luminoso rastro na vida intelectual, a exemplo de Odorico Mendes, o patriarca das letras clássicas; João Francisco Lisboa, a expressão que transformou o jornalismo e a história em gêneros da literatura; Joaquim de Sousa Andrade; Antonio Henrique Leal; Nina Rodrigues; Arthur Azevedo, no teatro e Aluísio de Azevedo, no romance. E como ícone e epítome de tudo, o que mais auto-engrandeceu o Maranhão no plano das realizações imateriais, Antonio Gonçalves Dias, poeta, pesquisador, antropólogo, dicionarista, botânico, pesquisador da história.

Proclamar a grandeza desses nomes é uma dessas tarefas mínimas, que cumprimos como preito de gratidão.

Maçonaria E a Maçonaria Unida do Maranhão, composta por este nosso querido Grande Oriente Autônomo do Maranhão – GOAM, pelo Grande Oriente do Brasil no Maranhão – GOB-MA e pela Muito Respeitável Grande Loja Maçônica no Estado do Maranhão GLEMA? Luminoso tem sido o seu caminho!

Proclama a prevalência do espírito sobre a matéria; pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever, da prática desinteressada da beneficência e da investigação constante da verdade.

Seus fins supremos são a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade. Liberdade de praticar tudo aquilo que não é proibido por lei; igualdade em direitos e deveres, respeitando os Irmãos pelos cargos que exercem e fraternidade com amor ao próximo, unindo-se como entre irmãos, sem dar esmolas.

E as principais de nossas missões são Praticar a Virtude e Combater os Vícios.

Particularmente sobre o nosso GOAM, Ilustre Irmão Presidente da COMAB, diremos que ele foi fundado em 25 de agosto de 1973, graças à liderança dos valorosos Irmãos Afonso Augusto de Morais, seu primeiro Grão-Mestre; José Joaquim Ramos Filgueiras; Raimundo Ferreira Marques, algumas vezes Grão-Mestre e, por isso, hoje Grão-Mestre “Ad Vitam”, e presidente de honra da COMAB; Felinto Ribeiro da Silva Neto; José Maria Serejo Santos Jacinto; Israel Perdigão Freire e outros, dentre estes me incluo como figura de menor expressão, com menos de quatro anos de Mestre Maçom, à época.

Fundação esta por quatro Lojas, sendo duas da capital e duas do interior do Estado e com menos de cem irmãos. E, hoje, esta nossa Potência Maçônica conta com treze

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Lojas jurisdicionadas, sendo uma de estudos e pesquisas e um triângulo maçônico, totalizando trezentos e cinqüenta Obreiros da Arte Real; O GOAM tem a Escola do Conhecimento Octacílio Schuller Sobrinho que, através de seus quadros, docente e discente, envidam esforços para alcançar seus objetivos, que são, principalmente, a formação e o aperfeiçoamento do Homem Maçom; Com o seu querido Grande Oriente de Santa Catarina - GOSC, Presidente Rubens, o GOAM firmou Tratado de Reconhecimento e União, quando da Assembléia Geral Setorial da COMAB, em Fortaleza – CE, sendo o GOAM representado por mim, então seu Grão-Mestre Adjunto, em nome do à época Grão-Mestre, Irmão Raimundo Ferreira Marques; Com as Potências Maçônicas coirmãs e supracitadas firmou, igualmente, Tratado de Reconhecimento e União (com seus respectivos Grão-Mestres e tantos outros Irmãos de suas Potências, privo da melhor amizade); Criou a Academia Maçônica Maranhense de Letras e o Instituto Histórico da Maçonaria Maranhense, ambos com 33 cadeiras e seus respectivos quadros compostos por 33 Mestres Maçons, ativos e regulares, sendo 11 cadeiras de cada Potência, providências estas exitosas e duradouras.

Para o mencionado crescimento e o destaque na Maçonaria Maranhense este GOAM contou com o labor de valorosos obreiros, principalmente dos Irmãos, Confrades e Amigos Raimundo Ferreira Marques e Plínio Ferreira Marques, este também Grão-Mestre “Ad Vitam” do GOAM e Presidente de Honra da COMAB, que são as maiores lideranças desta nossa Potência Maçônica.

Igualmente merece destaque a convivência fraterna, harmônica e unida dos três Poderes desta Obediência (Executivo, Legislativo e Judiciário), bem como do GOAM com o Supremo Conselho do Maranhão dos Graus 4º ao 33º do Rito Escocês Antigo e Aceito, tendo este Grão-Mestre nas pessoas do seu Soberano Grande Comendador, José Raimundo Nogueira dos Anjos e do seu Lugar-Tenente Comendador, Raimundo Benedito Aires, este também Grão-Mestre “Ad Vitam” do GOAM, e dos demais membros efetivos do Supremo Conselho do Maranhão verdadeiros Irmãos e Amigos.

Ilustre Visitante Meus irmãos, o Soberano Irmão Rubens, Grão-Mestre do Grande Oriente de Santa Catarina e Presidente da COMAB, de junho de 2010 a junho de 2011, tem sido um líder incontestável dos seus Irmãos Grão-Mestres, filiados à COMAB. Desde o primeiro momento de sua gestão apresentou projetos de grande envergadura, tais como a reforma do Estatuto e do Regulamento da COMAB; de crescimento da COMAB; de formação e aperfeiçoamento do Maçom; de melhoria da educação e do ensino; de reforma tributária; de liberdade de expressão, inclusive através da imprensa; de defesa do meio ambiente; de reforma política, etc.

Ele, com certeza, dirá bem melhor sobre sua atuação, em sua fala, logo a seguir...

Seja bem-vindo Irmão Rubens Ricardo Franz, DD. Presidente da COMAB! Receba o tríplice e fraternal abraço do nosso GOAM, caloroso como o sol de nossa terra, generoso como o coração de nossa gente! Feliz permanência entre nós!

Muito obrigado a todos e a todas, pela paciência de me ouvirem, e que o Grande Arquiteto do Universo nos ilumine e guarde.

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DIA INTERNACIONAL DA MULHER AYMORÉ ALVIM Hoje acordei me lembrando de vocês. 8 de março, o Dia Internacional da Mulher.

A data nos reporta ao fatídico 8 de março de 1857, quando cerca de 130 trabalhadoras pereceram pelo fogo, num trágico incêndio ocorrido, em Nova Iorque/EE.UU, durante uma manifestação de protestos contra os baixos salários que recebiam e as insalubres condições a que eram submetidas. A data, também, é alusiva ao movimento grevista por “pão e paz” das mulheres russas que, por fim, conseguiram o direito ao voto, ocorrido a 23 de fevereiro de 1917, pelo calendário Juliano, que corresponde a 8 de março, no calendário Gregoriano seguido por outros países. Ë o momento em que além das comemorações por vitórias alcançadas e de planejamento para outros tantos movimentos reivindicatórios, as mulheres aproveitamno, ainda, para analisar as posições assumidas, nas lutas, que, de há muito, vêm travando, na busca dos plenos direitos inerentes a todo cidadão e cidadã, pelo menos, nas sociedades, democraticamente, organizadas.

Não se trata, portanto, de uma luta de sexos, mas contra todo um sistema excludente e perverso, que tende a rechaçar não somente as mulheres, mas, ainda, os pobres, os negros, os índios e muitos outros seguimentos sociais, ditos minorias, nem sempre pela sua expressão numérica, mas, sim, pela falta de voz, de representação política e de oportunidades, o que os exclui da partilha equânime dos bens sociais A permanente busca dessa equidade se traduz por livre acesso ao mercado de trabalho com salários justos, garantia dos direitos trabalhistas, como ainda, à uma educação de qualidade, nos três níveis de ensino, ao lazer, saúde, a uma vida segura e tranqüila e à moradia condigna.

A participação de todos, homens e mulheres, na perseguição destes objetivos, reforça a expressão de uma parceria histórica e milenar, ainda não entendida, em diferentes partes deste planeta.

Homenageá-las, neste dia, é o reconhecimento do excepcional trabalho que executam pelo bem estar social e pela indispensável contribuição à estabilidade das relações sociais das quais o homem não pode prescindir.

Por tudo isso, aproveito a oportunidade, neste dia, para tributar a minha especial homenagem à Mulher, simplesmente à Mulher, sem adjetivos ou adjuntos adnominais que reforcem ou modifiquem a desnecessária qualificação, pela missão que a sublima, pela imprescindível e única parceira de que dispõe o homem para a construção da vida, direito inalienável de todos nós, e por encerrar, em si, tudo o que possamos dizer ou conceber desta adorável, insubstituível e inigualável companheira.

Parabéns!

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E SOBRE O DIA INTERNACIONAL DA MULHER...

DILERCY ADLER Enquanto mulher fico muito feliz em comemorar este dia Internacional da mulher!!!!...

Enquanto poeta - mulher aproveito para homenagear todas as mulheres em suas várias dimensões, em seu vários desejos... desde os espaços necessários até o seu erotismo, muitas vezes negado...reprimido... ( a ordem não está seguindo prioridades).

ESPAÇO FEMININO Dilercy Adler Espaço mulher mulher no espaço espaçonave espaço cósmico cômico espaço... inusitado das normas do corpo do sexo do leite materno que eterno sangra do peito a jorrar a boca a dentro do homem!

FRAGMENTOS DE MULHER Dilercy Adler Ser mulher é antes de tudo ser gente! não é ser apenas mãe abnegada doce e sem defeitos imagem imaculada não é ser apenas mártir aquela que sofre no paraíso do lar doce lar entregando-se sem qualquer retribuição

REVISTA DO IHGM 36, MARÇO 2011 não é ser apenas a pecadora aquela que tentou Adão com o fruto proibido e assumindo toda culpa não é ser apenas o braço direito do homem sendo nada mais que um membro a mais do macho não é ser apenas a santa copiada da figura de Maria a pureza personificada assexuada não é ficar apenas atrás do homem sendo sua sombra que o empurra para a ascensão ou ainda para a falência... ser mulher é antes de tudo ser gente! um indivíduo completo com mil desejos e aspirações de toda ordem com conflitos defeitos virtudes e anseios com força e fraqueza concomitantes com sexualidade e candura... gente enfim não restos de ser humano ou um ser inacabado ou ainda mutilado mas um ser completo perfeito e plenamente potente!

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REVISTA DO IHGM 36, MARÇO 2011 MULHER Dilercy Adler

Corpo desnudo sob lençóis de cetim pele sedosa e incandescente contornos perfeitos sob medida para a gratificação de olhos ávidos braços vigorosos e boca sedenta de paixão!

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REPENSANDO A MUNICIPALIZAÇÃO DA SAÚDE JOSÉ MÁRCIO SOARES LEITE Publicado no jornal O Estado do Maranhão de 06 de março de 2011

A proposta da municipalização da saúde no Brasil tem uma história de mais de quarenta anos, muitas vezes confundindo-se com as lutas pela democracia, pela defesa do direito à saúde e pela conquista da cidadania plena.

O projeto da Reforma Sanitária Brasileira, iniciada na década de 70 do século passado, tinha como escopo a municipalização da saúde.

O advento da chamada "Nova República" possibilitou, no período 1985\87, a ocupação de espaços municipalistas no aparelho de Estado nas áreas de Saúde, Previdência e Ciência e Tecnologia, por meio de atores sociais identificados com políticas descentralizadoras ou democratizantes.

As Ações Integradas de Saúde (AIS) e o Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), com suas reconhecidas limitações, representaram estratégias-ponte para o Sistema Único de Saúde (SUS), consolidado na Seção II do Capítulo “Da Seguridade Social”, da Constituição da República de 1988, bem como nas Leis n. 8080/90 e n.

8142/90.

Não se trata, no entanto, de um maniqueísmo simplista no sentido de que a municipalização da saúde seja boa em si e a centralização má. Só não é possível continuar defendendo, acriticamente, a municipalização da saúde sem considerar as mudanças que ocorreram nestes 23 anos de SUS, a começar pela incorporação pela população dos avanços da tecnologia médica de alto custo, pelo crescimento da população de idosos que exige o uso permanente de medicamentos especializados a serem dispensados pelo poder público e a defasagem da tabela de preços praticados pelo SUS, algo em torno de 50% do custo real desses procedimentos.

Desse modo, para que a municipalização da saúde seja concebida de modo coerente com o arcabouço legal vigente em relação ao SUS e, especialmente, com os postulados básicos da Reforma Sanitária, haverá a necessidade de formulação de políticas específicas, considerando as particularidades da conjuntura atual e as distintas formas e ritmos de sua implementação, tendo em conta a diversidade dos municípios brasileiros.

O SUS, constituído por uma rede regionalizada, hierarquizada e integrada por ações e serviços públicos de saúde está organizado, segundo a Constituição da República, por meio das diretrizes de descentralização (com direção única em cada esfera de governo), atendimento integral e participação da comunidade, competindo aos municípios: planejar, organizar, controlar e avaliar os serviços de saúde e gerir e executar os serviços públicos de saúde. Esse postulado, contudo, não levou em conta a heterogeneidade dos municípios brasileiros e a existência de tecnologia, recursos humanos e financeiros para consecução dessas atribuições.

Esse fato, associado à velocidade, à celeridade com que se implantou a municipalização, terminaram fazendo com que esta representasse para os pequenos municípios, mormente os do norte e nordeste brasileiros, um verdadeiro "presente de grego", pois estes assumiram competências sanitárias nas áreas de vigilância em saúde, controle de endemias e de atenção médica impossíveis de realizarem.

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Muito embora o gasto total em saúde, no Brasil tenha atingido 8,4% do Produto Interno Bruto (PIB), o que é um valor percentual próximo ou superior aos de alguns países desenvolvidos, o gasto público como percentual do gasto total em saúde, é de apenas 41,6%. Ou seja, no Brasil de hoje ainda temos o gasto privado com a saúde maior que o gasto público. É inferior, inclusive, ao percentual de gasto público em saúde dos Estados Unidos, um sistema eminentemente privado, que é de 45,5%.

Urge, pois, que se modifique a atual forma de atenção à saúde, voltada à medicina dita curativa, adotando-se preferentemente nos municípios menores, com menos de 10.000 habitantes, um modelo integral de saúde que considere a promoção da saúde e prevenção das doenças, privilegiando-se a vigilância em saúde e as doenças ambulatório sensíveis, ou seja, atenção primária em saúde. A atenção médica especializada de média e alta complexidade tecnológica deve ser regionalizada, concentrando-se nos municípios-sede de regiões ou macrorregiões de saúde, sob a responsabilidade desses municípios ou do estado.

A superação da atual forma de municipalização da saúde requer, além de uma retomada das lutas no campo de saúde, uma convocação para que todos os que investem política e tecnicamente na democratização da saúde contribuam no sentido de elaborar novas reflexões, construir outros paradigmas, e experimentar modelos de atenção fundamentados em pressupostos alternativos. A 14ª Conferência Nacional de Saúde, que será realizada este ano, é um excelente oportunidade para efetivarmos essa discussão e propormos soluções alternativas e alcançáveis para o Modelo de Atenção à Saúde no Brasil.

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POR QUE HOLANDESES? AYMORÉ ALVIM IHGM, APLAC e AMM. JORNAL PEQUENO – Caderno JP Turismo - Postado em: 12/03/2011 Não sou ludovicense, mas sinto-me como se o fora. Cheguei, aqui, há quase sessenta anos. Conclui meus estudos, constitui família e trabalhei por quarenta anos, no ensino superior, ate o tempo limite da aposentadoria. Aqui, tenho o meu domicílio eleitoral e pago meus impostos. Logo, creio que a mim assiste o direito de questionar, concordar ou não com certas decisões que são tomadas pelo poder público. Mas, desta vez, quero apenas questionar: Por que holandeses?

Não tenho nada contra os holandeses e muito menos contra a Holanda. Por sinal, quando por lá estive, há alguns anos, encontrei um povo receptivo, alegre, trabalhador, um pouco tolerante, mas isso não é problema meu. O país é muito bonito com suas belas e variegadas tulipas, sua arquitetura, seus tamancos, seus diques de contenção do mar e seus moinhos de vento. Mas, creio que não foram tais predicados que levaram o povo de São Luís, através de seus representantes, a homenageá-los com a mais bonita das suas avenidas. Se tal deferência fosse prestada aos franceses, tudo bem, pois os nossos intelectuais e historiadores se dividem quanto à aceitação ou não de serem eles os fundadores de São Luís. Quanto aos portugueses e africanos, estes foram lembrados em duas avenidas que não têm a beleza da Holandeses. Agora a ironia. Enquanto os primeiros e os segundos foram invasores, os portugueses foram os colonizadores do Estado e os africanos, mesmo a contra gosto, criaram com seu trabalho a base do nosso desenvolvimento econômico. Por que não a eles a quem devemos muito? Por que holandeses?

Tenho conversado com algumas pessoas, mesmo na Universidade, que, como eu, fazem a mesma pergunta.

Buscando justificativas, em trabalhos de alguns dos nossos melhores historiadores, constatamos que todos são unânimes ao afirmar que os holandeses invadiram o Maranhão, em 1641.

Fazendo uma síntese do que encontrei em Cesar Augusto Marques, no seu Dicionário Histórico-Geográfico da Província do Maranhão, na História do Maranhão de Barbosa de Godóis e na História do Maranhão – A Colônia de Carlos Lima, os holandeses, em 25 de novembro de 1641, fundearam uma esquadra de 18 navios com 2.000 homens em armas, na enseada do Desterro. Sem nenhuma resistência do velho, covarde e fraco governador, Bento Maciel Parente, os invasores, sob o comando de João Lichthart, ocuparam São Luís, e submeteram os seus habitantes às mais atrozes humilhações: pilharam igrejas e destruíram suas imagens, invadiram suas casas, molestaram suas mulheres, seqüestraram seus bens, suprimiram-lhes a liberdade e feriram-nos na sua honra. Por fim, levaram-nos a jurar fidelidade ao Estado Holandês.

Dominada a cidade, partiram para o interior, subjugando Tapuitapera (Alcântara) e Itapecuru, regiões economicamente importantes para o Estado, à época. Ocuparam os engenhos de açúcar e obrigaram seus proprietários, sob vigilância policial armada, a trabalhar como seus feitores.

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O desespero era geral. O povo se sentia traído e abandonado pela Coroa. Seus apelos não eram atendidos e, enquanto isso aumentava-lhe o sofrimento. Mas a reação não tardou. O povo, exortado pelo jesuíta Lopo do Couto e seus irmãos, em hábito, iniciou um movimento de resistência ao invasor. Sob o comando de Antônio Muniz Barreiros, ocorreram os primeiros embates com algumas vitórias, derrotas e recuos estratégicos sem contar as baixas que as batalhas iam causando com muitos holandeses, portugueses e índios mortos ou feridos.

Com a morte de Barreiros, decorrente de grave enfermidade, ocupou o seu lugar, no comando da resistência, Antônio Teixeira de Melo que depois de renhidas lutas conseguiu, por fim, a retirada dos holandeses das terras do Maranhão, em 28 de fevereiro de 1644.

Tudo quanto aqui relatei é uma pequena síntese do que encontrei a respeito do tema, nos compêndios históricos dos três autores consultados. Nem de longe reflete o estado de beligerância decorrente da invasão dos holandeses, ao longo dos três anos que aqui permaneceram.

Por outro lado, não obstante os exageros de contistas lusitanos, nos relatos dos fatos, conforme referência de Barbosa de Godóis, nenhum deles nega a bravura, o destemor dos grandes comandantes da resistência: Antônio Muniz Barreiros e Antônio Teixeira de Melo. Mas é o próprio Carlos Lima quem relata uma declaração feita por Teixeira de Melo estendendo as glórias pelo êxito conseguido ao padre Lopo do Couto e seus irmãos jesuítas, ao Antônio Muniz Teixeira de Melo, Paulo Soares Avelar e aos chefes indígenas que os apoiaram, na pessoa do cacique Joaçaba Mitagai.

Então, eu me pergunto: será que foram as traquinagens do invasor que o fizeram merecedor da homenagem que lhe foi prestada com a denominação da nossa importante e mais bonita avenida? E os heróis da resistência, principalmente, Muniz Barreiros e Teixeira de Melo? Em que lugar desta capital ou deste Estado lhes foram, pelo menos, preservadas as memórias?

Com a palavra os nossos intelectuais e historiadores da Academia Maranhense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão e dos Departamentos de História das nossas Universidades onde se encontra a nata do conhecimento, nesse campo do saber.

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MÊS DE MARÇO E MINHA VIDA OSVALDO PEREIRA ROCHA8 Em 1797 surgiu a Brigada Real de Marinha, criada em Portugal por Alvará da Rainha D. Maria I, dando origem aos Fuzileiros Navais brasileiros, que tiveram sua primeira missão no dia 07 de março de 1808, ao darem segurança à Família Real Portuguesa, que chegara ao Rio de Janeiro, a salvo dos exércitos invasores de Napoleão.

O batismo de fogo aconteceu no ano seguinte, contribuindo com outras forças para a derrota dos franceses, já instalado em nosso País.

Neste mesmo dia e mês nasceu em São Luís do Maranhão, em 1989, meu filho Osvaldo Pereira Rocha Filho, gozando perfeita saúde e dotado de uma inteligência ímpar ao ponto de ser aprovado em todos os vestibulares de que participou dando, neste aspecto, muita alegria aos seus pais.

No dia 10 de março de 2003, foi criada a Loja Maçônica de Estudos e Pesquisas ‘Afonso Augusto de Morais’, que tive a honra de dirigir por dois mandatos, por Ato do então Soberano Grão-Mestre do Grande Oriente Autônomo do Maranhão – GOAM, Irmão Plinio Ferreira Marques, hoje Eminente Grão-Mestre “Ad Vitam” e Presidente de Honra da Confederação Maçônica do Brasil – COMAB. O dia 18 de março marca o registro do nascimento de minha netinha Isabelle Rocha Betlem, perfeitamente saudável e que já demonstrou a sua grande inteligência, motivos de alegria, felicidade e orgulho para seus pais, avós e demais familiares. Às 23:30h do dia 20 de março de 1939 nasci no povoado e fazenda Santa Cruz, interior de Pedreiras, Estado do Maranhão, gozando saúde física e mental, para alegria de meus pais Luiza Pereira Rocha e Antonio da Silva Rocha, ambos, infelizmente, já falecidos, e dos demais parentes.

Em 22 de março de 2007 foi fundado o Supremo Conselho do Maranhão dos Graus 4º ao 33º do Rito Escocês Antigo e Aceito, hoje tendo por Soberano Grande Comendador o meu grande irmão e dileto amigo José Raimundo Nogueira dos Anjos e como Lugar-Tenente Comendador o meu igualmente grande irmão e dileto amigo Raimundo Benedito Aires, e do qual sou Membro Efetivo.

No dia 24 de março também nasceu o meu Irmão Maçom e dileto amigo Jomar Silva Feitosa, hoje Venerável Mestre da Loja “Filhos da Luz”, com sede em São Luís – MA e jurisdicionada ao Grande Oriente Autônomo do Maranhão – GOAM, Potência Maçônica esta que tenho a honra de administrar, na qualidade de Grão-Mestre.

O dia 27 de março tem o registro do nascimento do meu grande amigo e confrade (membro correspondente) do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão – IHGM – Jornalista Mhario Lincoln Felix Santos, DD. Editor-Chefe do Portal Mhário Lincoln do Brasil, acessado em mais de 190 países. Mhário Lincoln é um dos mais Ilustres Maranhenses, hoje domiciliado em Curitiba – PR, onde teve reconhecida a sua inteligência e aceito o seu trabalho jornalístico de excelente qualidade.

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Grão-Mestre do Grande Oriente Autônomo do Maranhão – GOAM, integrante da Maçonaria Unida do Maranhão e filiado à COMAB e membro do IHGM e do IHMM, da AMML, da AMIL e da APML. Email: rocha.osvaldo@uol.com.br

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E no dia 29 de março de 2011, às 20h, o GOAM receberá a Visita Oficial do Presidente da Confederação Maçônica do Brasil – COMAB e Grão-Mestre do Grande Oriente de Santa Catarina – GOSC, Soberano Irmão Rubens Ricardo Franz, com uma Sessão Magna Pública Especial, com as presenças confirmadas dos outros dois GrãoMestres da Maçonaria Unida do Maranhão, Eminente Irmão José de Jesus Billio Mendes (GOB-MA) e Raimundo Nonato Santos Pereira (GLEMA); sessão essa seqüenciada com entrega de medalhas e placas, lançamento do mais novo livro deste articulista com o título de SUBLIME ORDEM MAÇÔNICA; comemoração do aniversário deste Grão-Mestre do GOAM; palavras da Cunhada Maria das Graças Oliveira e jantar.

O mês de março, por isto mesmo, é muito importante na minha vida!

“Senhor, não me deixes ser um cordeiro perante os fortes e nem um leão diante dos fracos!”

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GRAJAÚ EM FESTA ÁLVARO URUBATAN (Vavá Melo), membro da Academia Sambentuense, da Falma e IHGM Publicado no Suplemento JP Turismo em 18/03/2011 Enquanto há municípios que se valem de suas datas mais remotas para celebrar festivamente seu glorioso passado e o denodo de seus vultos mais expressivos, outros as ocultam. Procedem como certas madames que se valendo das plásticas, dos cremes e pinturas tentam esconder as rugas e branqueamento das madeixas.

O meu São Bento dos Peris não sei o porquê, vem, há anos, contra nossas advertências, relegando seu pretérito, por sinal, um dos mais honrosos. Lembra-se, somente, de quando debutou.

O primeiro dado oficial que temos de nossa Terra é de Sete de fevereiro de 1794, data da concessão da Carta Data de Sesmarias, solicitada em 1788. Freguesia pela Carta-Régia de sete de novembro de 1805. Teve sua emancipação política, ao ser erecta vila em 19 de abril de 1833, pelo Conselho da Província, art. 3º, do Plano da Divisão Judiciária da Província do Maranhão. Instalação da Câmara Municipal, nove de agosto de 1833. Criação da Comarca pela Lei nº 877, de três de julho de 1870. Somente 72 anos que a sede do município, então denominada de vila, foi elevada à categoria de cidade, Lei nº. 361, de 30 de março de 1905. Tudo isto para discordar dos poucos que insistem festejar esse evento, propalando que a emancipação política de São Bento conta a partir dessa data. Espera-se que este ano não repitam esse equívoco.

Reitero o tema publicado anteriormente em outros jornais.

Imitamos os congêneres. Pinheiro, bem mais novo anuncia seus dois séculos, contados da chegada de Inácio José Pinheiro ao Pericumã. Em bela e cívica festa, o promissor Grajaú, comemora os duzentos anos da passagem do Alferes de Milícias Antônio Francisco dos Reis, a 11 de março de 1811.

Dessa majestosa solenidade tive o gládio de participar, representando a FALMA, em companhia dos confrades Sálvio Dino, o idealizador desses festejos, João Francisco Batalha, do juiz Federal Dr. Veloso e da acadêmica Soraia, eficiente Secretária de Cultura Municipal. Louvável a hospitalidade de todos, a costumeira lhaneza do Senhor Prefeito Mercial Arruda e autoridades presentes. É esse acolhimento que me fez retornar ao berço de Amaral Raposo. Estive na criação de sua Academia de Letras, quando escrevi este artigo que por falta de espaço em jornais, agora publico com modesta homenagem ao seu bicentenário.

Grajaú e sua Academia de Letras Por determinação do presidente da Academia Sambentuense, Dr. Joaquim Itapary Filho, estivemos no dia 22 de abril, em Grajaú. Fomos representar nossa Confraria, honrosamente distinguida com a medalha Amaral Raposo, outorgada no ato da instalação e posse da diretoria e membros daquela Academia de Letras. Há tempo sonhava conhecer essa plaga, tantas vezes cantada, enaltecida e amada na palavra fluente e pena poética de seu grande filho – cronista e historiador Sálvio Dino, nosso autêntico cicerone aos recantos históricos: a imponente igreja do Senhor do Bonfim,

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vigilante protetora instalada no cimo da colina; a Rua do Porto, local onde foi aprisionado o bravo tenente Djalma Dutra, um dos Cavaleiros da Esperança, da Coluna Prestes; da casa do vulto de maior grandeza de seu pretérito e do próprio sertão, ele – Militão Bandeira de Barros, a quem em belo gesto de reconhecimento é o eponimo da Academia.

Queríamos deslumbrar a beleza que descortina de suas chapadas e baixãos; seus ribeiros e a cultura indígena, admirável marca de seus primeiros habitantes.

Desejávamos conhecer os caminhos do desenvolvimento dessa Vila, coeva do meu São Bento, nascidas do mesmo parto – a Lei n° 7, de 29 de abril de 1835, resultado da Resolução n°. 8, da Assembléia Legislativa Provincial, de 17 de abril desse ano.

Enquanto a antiga povoação de São Paulo do Norte foi emancipada pelo artigo 2°, parágrafo 3°, com a denominação de Nossa Senhora do Bonfim da Chapada, a Freguesia de São Bento dos Peris, pelo artigo 10, confirmada pela decisão do Conselho Geral da Província, de 19 de abril de 1833. No crescimento a do Bonfim mais precoce, tornou-se cidade com o nome de Grajaú, pela Lei Provincial n.° 1225, de 1881.

Em que pese o desconforto da viagem, decorrente do péssimo estado de trechos da rodovia, tudo restante foi maravilhoso, digno de elogios e grata recordação. A começar pelo companheiro de assento, o Dr. Lino Raposo Moreira, essa extraordinária figura humana, gabaritado técnico e festejado intelectual, membro Academia Maranhense de Letras a quem representou nesse evento.

A calorosa recepção da sociedade, a presteza do cerimonial, a dedicação de seus membros e a participação ativa de muitas autoridades, sobressaindo-se o senhor Prefeito, o Dr. Mercial Arruda que em louvável e exemplar conduta, acompanhado de todo o seu secretariado e auxiliares, sempre presente e atencioso deu irrestrito apoio ao movimento e, aos visitantes, a mais completa hospitalidade. Inclusive, na hora da partida, adentrou ao ônibus e em gentil gesto despediu-se, pessoalmente, de todos, agradecendo a presença e desculpando-se das falhas que não houve. Bela lição, digna dos homens educados.

Sob a ovação de uma ilustrada platéia que lotou o imenso auditório paroquial, os ilustres acadêmicos convictos da tamanha responsabilidade e à altura intelectual do cargo assumido, saudados pela briosa Banda de Música da PME, foram empossados e cumpriram as formalidades de praxe. Para maior brilho, a presença jovial do coronel Torres.

Para coroar nossa satisfação, a agradável surpresa de ver o nosso São Bento contribuindo no enriquecimento da galeria dos Patronos, na figura do conterrâneo Pedro Paulo Abreu, membro de uma das mais tradicionais da região.

Portanto, nossos parabéns à nova congênere grajauense. Ao presidente, diretoria, consorciados e a comunidade em geral.

Obs. O Amigo Antônio Guará Sobrinho lembrou-me de que o pai dele em visita política a São Bento encontrou um local chamado de Grajaú. Expliquei-lhe que nos tempos negros da luta política no Grajaú, quando duas famílias se debatiam, o final da nossa Rua Grande (Gov. Newton Bello) era a concentração dos homens da zona rural e de outros que, noturnamente, levados pela sensação etílica terminava em brigas. À proporção que a cidade crescia, hoje é um bairro.

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SOCIEDADE MARANHENSE DE HISTÓRIA DA MEDICINA AYMORÉ ALVIM A fundação da Sociedade Maranhense de História da Medicina, a exemplo do que já ocorre em vários países e em alguns estados brasileiros, é uma tentativa de reunir profissionais médicos, da área da saúde, bem como, de outros campos do saber, como História, Filosofia, Sociologia e de outras áreas afins, para melhor estudar o processo Saúde x Doença que tem sido uma preocupação da humanidade desde os seus primórdios.

O envolvimento de componentes ambientais e sócio-econômico-culturais, na gênese das enfermidades que afligem as pessoas, tem mobilizado o sistema de ensino, em diferentes países inclusive no nosso, para introduzir no currículo dos Cursos de Medicina, a disciplina História da Medicina. Os resultados têm sido positivos não somente pela humanização profissional que estimula como pela valorização, cada vez maior, dos componentes socioculturais e ambientais, no aparecimento das doenças, o que tem sido comprovado, em trabalhos levados a Congressos pelos alunos, conforme observação do prof. João Bosco Botelho da Sociedade Brasileira de História da Medicina. Tem sido constatado, ainda, que tais preocupações vêm mobilizando profissionais médicos e de outras áreas a se reunirem em associações para, em conjunto, buscarem as necessárias explicações responsáveis pelos diferentes fatores que têm propiciado a manutenção das doenças ao lado da evolução econômico-social das sociedades, ao longo do tempo.

Desta forma, entendemos a necessidade de ser fundada, aqui no Maranhão, uma Sociedade de História da Medicina, aberta a todas as pessoas de natureza física ou jurídica, que estejam interessadas, no estudo da História da Medicina, e dispostas a participar de suas atividades, cujos objetivos seguem: I - Contribuir para o resgate, divulgação e preservação da memória da Medicina do Maranhão;

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II - Desenvolver gestões junto às Faculdades e Cursos de Medicina do Estado para criação, em seus currículos, da disciplina História da Medicina como requisito básico para a formação integral do médico; III - Promover e divulgar congressos, jornadas, cursos e outros eventos relacionados à História da Medicina; IV - Manter intercâmbio com Instituições e grupos de profissionais do Maranhão que produzam trabalhos, na referida área, bem como, com Instituições congêneres e afins nacionais e estrangeiras.

V - Estimular a produção de trabalhos por seus associados, no campo da História da Medicina, e criar mecanismos de divulgação dos mesmos com vista à divulgação de idéias geradas, no seio da Entidade; VI - Desenvolver estudo e pesquisa, em História da Medicina, com ênfase à do Maranhão, em associação com outros profissionais de áreas afins ou interessados, no referido campo do saber, e com a comunidade estudantil universitária.

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LANÇAMENTO DE LIVRO:

APA DO MARACANÃ: SUBSÍDIOS AO MANEJO E À EDUCAÇÃO AMBIENTAL Organizadora: PROFA. RAIMUNDA FORTES [Novo livro organizado pela Confreira Raimunda Fortes, que será lançado dia 14 de abril, às 15h, no Parque Botânico da VALE] O livro reúne conhecimento científico produzido pelos pesquisadores do GPEAMA (Grupo de Pesquisa em Educação Ambiental em Unidades de Conservação do Maranhão) sobre os vários aspectos geoambientais (clima, geomorfologia, recursos hídricos, fauna, flora) e sócio-culturais (socioeconomia e tradição cultural) da Área de Proteção Ambiental (APA) do Maracanã, que é uma Unidade de Conservação que em dezembro de 2011 completará 20 anos de criação pelo governo estadual.

O GPEAMA está vinculado ao Departamento de Química e Biologia e ao Curso de Especialização em Educação Ambiental da Universidade Estadual do Maranhão e entende que a discussão mais ampla de um Plano de Manejo para a APA do Maracanã só pode ocorrer com a disponibilização de informações significativas sobre as características geoambientais e sócioculturais locais, bem como sobre os diversos problemas ambientais atualmente vivenciados na APA. Mas, sobretudo, apontando os indicativos de ações educativas que devem ser e estão sendo encaminhadas por diversos profissionais para a conservação dos recursos naturais na região. Além disso, a tomada de decisão dos gestores ambientais deve ser subsidiada por informações significativas sobre as variáveis intervenientes nos processos que são objeto de análise deste livro.

A APA do Maracanã foi criada pelo Decreto Estadual número 12.103 de 1991 e possui uma área de 1.831 hectares. Limita-se ao Norte com o Parque Estadual do Bacanga e ao sul com o Rio Grande, englobando as localidades do Maracanã, Alegria, Bacanguinha, Ferventa, Alto Alegre, parte da Vila Maranhão, Vila Sarney, Vila Esperança e Rio Grande. Além de ser uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável – que objetiva disciplinar as atividades humanas de forma a proporcionar o uso sustentável dos recursos naturais e a qualidade ambiental para as comunidades locais, por meio de planos de manejo e zoneamento – a referida APA funciona como uma continuidade e suporte a outra área legalmente protegida que é o Parque Estadual do Bacanga. A região possui diversos fragmentos de vegetação que ainda apresentam remanescentes da flora nativa da Ilha do Maranhão (ou Ilha de São Luís), mantendo diversas espécies da fauna que outrora se distribuíam por toda a região da Ilha hoje urbanizada.

De acordo com a organizadora da obra, profa. Dra. Raimunda Fortes, essa “publicação objetiva apresentar à sociedade maranhense as características geoambientais, sócioculturais e a importância da APA do Maracanã, bem como discutir os problemas ambientais que atualmente são observados na referida Unidade de Conservação. Mesmo sendo uma área legalmente protegida, várias atividades desenvolvidas na APA do Maracanã, como bem exemplificam a extração madeireira, a

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mineração, a captura e matança de animais, a realização de queimadas e a criação extensiva de búfalos, contrariam os vários pressupostos de conservação estabelecidos para uma área legalmente protegida. É preciso dialogar com a sociedade sobre esses problemas e propor alternativas para o manejo sustentável na área”.

O livro foi publicado pela Editora Café&Lápis (São Luís), com recurso da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA) que financiou integralmente a edição através de recurso do Edital 009/2009 – Programa de Apoio à Publicação (APUB).

Os autores da publicação por ordem alfabética são: Ana Carolina Fiquene Lima da Silva, André Luís Soares Rodrigues, Eliane Braga Ribeiro, Emanoelle Lyra Jardim, Francisca Maria Farias Duarte, Hadryan Lima Rodrigues, Hilberto Silva Cutrim, Janaina Gomes Dantas, Janaine Lira Vieira, Leonel Ramos Rocha, Lorena Santos Gonçalves, Luciana da Silva Bastos, Marcelino Silva Farias Filho, Maria Antônia Costa Mendes, Raimunda Nonata Fortes Carvalho Neta, Sheilla Silva e Serpa, Vanda Maria Paixão, Thaís Eline Ribeiro Almeida, Ticianne de Sousa de Olivera Mota Andrade.

Os autores esperam que a coletânea de trabalhos promova uma discussão aprofundada com a sociedade maranhense sobre o conjunto dos aspectos ambientais, sociais, culturais e educativos que estão em constante interação na APA do Maracanã e seu entorno, subsidiando o planejamento e implementação do Plano de Manejo na região e contribuindo para divulgação e implementação de ações de Educação Ambiental no Estado.

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PASSAGEM DA COLUNA PRESTES POR PARAIBANO-MA LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ http://colunas.imirante.com/platb/leopoldovaz/2011/03/20/coluna-prestes-emparaibano-ma/ Leio nos jornais de hoje que o IPHAN está realizando a terceira etapa de inventário, buscando registrar os locais por onde passaram os rebeldes da Primeira Divisão Revolucionária.

Deixarei minha contribuição, transcrevendo trecho de livro que estou escrevendo, em parceria com minha mulher – a Profa. Delzuite Dantas Brito Vaz, professorade História do Liceu Maranhense; e nossa sobrinha Elisa Brito Neves dos Santos (Promotora de Justiça no período de 1972 a 1992, Procuradora de Justiça do Estado do Maranhão de 1992, até a aposentadoria, em 2009). A base é a monografia de Graduação em História, orientada pelo Prof. Dr. João Renôr, da qual fui co-orientador.

PASSAGEM DA COLUNA PRESTES POR PARAIBANO IN HISTÓRIA(S) DO/DE PARAIBANO (MEMÓRIA ORAL) por DELZUITE DANTAS BRITO VAZ, ELIZA BRITO NEVES DOS SANTOS, LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ (Inédito)

Sabe-se que a “Coluna Prestes” passou pelo Maranhão. Mas que parte dessa coluna passou pelo Brejo, não se tinha conhecimento até a defesa da Monografia de Graduação de Delzuite Dantas Brito Vaz , conforme se vê no depoimento prestado, a época, por Elisa Brito Neves dos Santos. Conta as pagina 149 e seguintes, que sua mãe fala dos “Revoltosos”, a quem estavam sujeito a receber. Seus tios estavam preparados a receber esses andarilhos dessa maneira: escondiam os cavalos, pois quando passavam trocavam os animais, pegando outros descansados. Os moradores escondiam suas montarias…

Um dia, vindos do lado do Riacho do Meio, uma turma de homens a cavalo – fortes, altos, bonitos, na descrição de sua mãe… – chega e são recebidos pelos “Paraibanos”. A avó da depoente, Joaquina Maria das Dores, teria feito comida para eles, pilando o arroz que seria servido.

Chamaram a sua presença a José de Brito Sobrinho (José Paraibano) e mandam apanhar os animais, que seriam trocados pelos deles. José Paraibano cheio de astúcia, de artimanha, saiu com uma parte desses homens pelas matas, a procura dos animais, que ele havia escondido.

Dizia Zé Paraibano que ouviam o barulho dos animais, perto de onde passavam, fazia de conta que não estava ouvindo: “mas eu não sei onde estes animais estão…” e levava aqueles homens pelas brenhas, pelos espinhos. Aquele matagal, sem estrada, sem nada; levava pelos piores caminhos. E os Revoltosos, já cansados e todos cheios de espinhos, disseram: “Não, vamos para casa, a gente não encontra esses animais, vamos para casa…”. E voltaram e assim conseguiram se livrar dos Revoltosos sem dar seus animais.

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Para Elisa, era a parte chefiada pelo Juarez Távora (conforme pode-se confirmar nos dois Box a seguir), que passou por Brejo do Paraibano, em direção a Colinas , pela época dos festejos de Nossa Senhora da Consolação, a oito de dezembro. O que é confirmado por PINHEIRO, 2005, quando relata a passagem da Coluna entre Pastos Bons e Colinas, porém não faz referencia ao Brejo. Aí, a Coluna se instalou, passou vários dias; depois Juarez foi preso, já em Teresina-PI. Na Mata Giniomar Ferreira Almeida Almeida

Na passagem pelo Maranhão a Coluna se dividiu em três. Segundo Prestes: Foi uma verdadeira divisão estratégica. Uma parte da Coluna ficou comigo e tomamos a direção do rio Balsas, [...]. Uma segunda coluna, comandada por Siqueira Campos para marchar mais ao norte [...]. E uma terceira coluna, que era comandada por João Alberto, para marchar mais pelo centro. Mais todas orientadas no sentido do rio Parnaíba.

Na Matta (Dom Pedro), Manoel Bernardino – o Lênin do Sertão – se preparava para integrar o destacamento de João Alberto e, no dia 06 de novembro de 1925 invadiu Curador com 65 homens armados de rifle e usando todos como distintivo uma fita vermelha. Bernardino tratou todos com cortesia e solicitou de alguns comerciantes contribuirão para as suas tropas. Não obtendo o resultado esperado, saiu da cidade no dia 08 (nov.) e retornou no mesmo dia à meia-noite, desta vez mais agressiva, invadiu as casas de alguns comerciantes e saqueou as mercadorias, distribuindo à população pobre o que não poderia ser levado.

A Coluna Prestes e o cavalo marchador de Sêo Sales Djalma Britto Em 1926, lá estão Sêo Sales e Dona Lili, na fazenda Serra Negra, preocupados com a possibilidade de virem a ser surpreendidos pela tal Coluna, pois, segundo ouviram dizer, para manter a tropa, os líderes ou responsáveis requisitavam mercadorias, bens, animais e tudo o mais necessário, com a promessa de serem ressarcidos tão logo fossem vitoriosos em sua intentada. [...] Para não serem pegos de surpresa, Sales e Lili trataram de esconder as mercadorias que possuíam em estoque e reduzir a quantidade dos gêneros nas prateleiras da loja. [...] É nesse cenário que entra em cena, para espanto de todo o Cornélio, intitulandose emissário e negociador da Coluna. [...] Deve-se esclarecer que o tal emissário era filho do “Velho Bodô”, vaqueiro da fazenda Serra Negra e homem de confiança de Sêo Sales. Dona Lili, que conhecia o Cornélio, desde que ele nasceu, pois nascera em Serra Negra, costumava passar-lhe “pitos”, ficou desconfiada e tentou demover o marido de sua credulidade. [...] Coincidência é que os “revoltosos” – termo que Dona Lili se referia aos integrantes da Coluna Prestes – estavam, realmente, próximos à fazenda, distante cerca de quarenta quilômetros de Colinas, antigo Picos do Maranhão. [...] Não tardou e os “revoltosos” chegam a Serra Negra e, como primeira providência de um dos oficiais, foi solicitar a Sêo Sales que lhe mostrasse a casa, alegando, naturalmente, que queria determinar a acomodação do pessoal que o acompanhava. [...] como nada foi encontrado no local onde se afirmava ter mercadoria

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escondida, o clima ficou menos tenso. O oficial a que nos referimos era o Juarez Távora.

Foi então servida alimentação à tropa que se arranchou como pode nas acomodações da enorme casa centenária. Maneiroso, o oficial Juarez Távora disse a Sêo Sales que tinha conhecimento de que era possuidor de um cavalo de boa qualidade, marchador e famoso e que estava requisitando o animal, que seria devolvido posteriormente. Realmente, o tal cavalo era mesmo muito bom. Servia de montaria preferida para o meu avô. Sem titubear, Sêo Sales aquiesceu e disse ao oficial que poderia utilizar o animal, se o localizasse.

Começou, então, a caça ao cobiçado cavalo. Alguns soldados foram escolhidos para empreender a procura. Retornaram, horas depois, com algumas montarias, mas não exatamente o cavalo de sela do Sêo Sales. [...]

Assim foi a passagem da Coluna Prestes pela fazenda Serra Negra. Anos mais tarde, Juarez Távora veio a São Luís. Meu avô era deputado estadual e recebeu a sua visita. Entre amenidades, o oficial Távora dissera a meu avô que o culpado por ele ter sido preso teria sido ele. Explicou: se o senhor tivesse me cedido o tal cavalo marchador, jamais teriam me surpreendido.

Chamava-se Cornélio.

Jamais o conhecemos. Era um irmão do pai velho que juntou-se à Coluna Prestes e jamais deu notícia à família. Dona Lili conta que Cornélio não permitiu que a Fazenda Serra Negra fosse ‘invadida’ pela Coluna e nem que o comércio da fazenda fosse saqueado. Era assim, com esse palavreado: ‘invasão’ e ‘saque’ que ela se referia à Coluna Prestes. Mas que Cornélio foi à sede da Serra Negra para dizer a ela e ao seu Sales que a Coluna não mexeria na Serra Negra. O meu avô falava pouco sobre ao assunto, só que o seu irmão Cornélio tornou-se um seguidor do capitão Prestes e ‘caiu nesse mundão de meu Deus’ e nunca mais deu notícias à família.”.

OS “PARAIBANOS” Primeiro, vamos esclarecer de onde é a família de Antonio de Brito Lira – o Paraibano. Embora tenha recebido essa alcunha, era natural de Taquaritinga, naquela época município de Surubim – Pernambuco. A família tem início com o casamento de um Senhor de Engenho, casado com uma portuguesa, da qual descendeu Francisco de Brito Lira. De seu casamento com Ana Maria da Conceição nasceram vinte filhos, dos quais sobreviveram dezoito e, destes, tem-se notícias apenas de ANTONIO (Antonio Paraibano); JOSÉ (Zé de Brito); JOAQUIM; JOÃO; FIRMINO; QUINTINO; FLORENTINO; ANTONIA; CONCEIÇÃO; JOSEFA; JOAQUINA. Além dos filhos que acompanharam Antonio de Brito Lira, vieram mais tarde outros membros de sua família – irmãos, sobrinhos, primos, cunhados – que se instalam na região, à medida que o povoado se desenvolve em torno das casas que constroem.

Chega sua mãe, a Sra. Ana Maria da Conceição que morava em Surubim, depois Lagoa do Arroz.

Um irmão, José de Brito, adquire uma gleba de terra de Vitorino Fernandes, filho de José Fernandes. Essa gleba se chamou “Chapada do Zé de Brito”. Mais tarde, chegaram outros irmãos – Quintino de Brito Lira, Florentino de Brito Lira; e Antonia de Brito Lira – Totonha -, esta veio se localizar na Ponta da Serra. Sobrinhos, como João Furtado Brito…

Mas os Brito, de Pernambuco, de há muito vinham migrando para o Maranhão.

Alguns já se haviam instalado – a partir do Século XIX -, em regiões próximas a Pastos

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Bons. Candido Lustosa de Brito – de Arcoverde-PE – se estabelece na região, habitando primeiro na Barra do Corda, depois no Grajaú, e por fim povoando o Alto Parnaíba.

Segundo Eliza Brito Neves dos Santos, eram da mesma família…

Mais, os Brito Lira tinham ligação com o Senador Vitorino de Brito Freire[3], que também era pernambucano, e sempre lembrava ser parente de Guilhermino…

Os “Paraibanos” eram lavradores. Saindo da Paraíba, chegaram ao Maranhão em março de 1920, estabelecendo-se no lugar “País da Terra”; em 1921, tiveram sua primeira roça, continuando com o mesmo tipo de atividade que já desenvolviam em Pernambuco. Em 1922, mudaram-se para “Jatobá” e em 1923 se estabelecem definitivamente no “Brejo”, e só em 1924 fazem sua primeira roça, localizada no “Poço Verde”.

Fugindo da seca, a família de Antonio de Brito Lira deixa Pernambuco percorrendo vários estados do Nordeste, a procura de terras e trabalho. Passando por São Luís (década de 10), Antonio de Brito Lira e seus filhos ficam em um navio, por alguns dias, e dai partem para o interior do estado. Uns trabalhando na lavoura, como assalariados, no Engenho Central (Guilhermino, ainda garoto, chegou a trabalhar na Mercearia Neves, quando em São Luis).

Retornaram para a Paraíba. Passaram por Alagoas, depois de sua passagem pelo Maranhão, e depois, pelo Ceará, antes de retornarem ao Maranhão, definitivamente.

Antonio Paraibano ia constantemente a Juazeiro do Norte –CE, onde vivia seu primo Francisco de Brito Lira, pai de Antonio de Brito Lira – Antonio Duda -, casado com Maria Dadá, seus sogros. Antonio Paraibano vem a se casar com Joaquina Maria das Dores, filha de Antonio Duda e Dadá…

Nas conversas de família, contavam que saíram do Ceará após a “Guerra do Juazeiro”, ocorrida em 1914. Devem ter passado, pela primeira vez no Maranhão, entre 1910 e esse ano de 1914.

A região do Brejo, na época, não era explorada pela chamada grande cultura. A agricultura era de subsistência e eles começaram a exploração racional da terra, trabalhando com mais conhecimento, haja vista que saíram de uma região mais desenvolvida, com grandes plantações de cana e de algodão. Trouxeram novas técnicas.

Para iniciar sua lavoura, Antonio de Brito Lira – Antonio Paraibano – adquire uma gleba de terra – por 200 mil réis – de José Fernandes de Sousa, conhecido como “José Faustino”, cunhado de um grande proprietário rural, Faustino de Sousa, Capitão da Guarda Nacional. Daí ser a região conhecida, anteriormente, como “Brejo do Faustino”.

Quando da chegada dos “Paraibanos”, já havia outros moradores ocupando as terras do Capitão Faustino, como agregados (meeiros), e alguns pequenos proprietários, que mantinham lavoura porem não produzindo o suficiente para se integrarem ao mercado, comercializando o excedente de sua produção com pequenos comerciantes; estes se abasteciam em outros centros, como São João dos Patos, mais próximo, e em Pastos Bons, a sede do município.

A região toda pertencia ao Capitão Faustino de Sousa e a sua família. Essa terra era pouca explorada, com os agregados plantando apenas o suficiente para a sobrevivência e um pequeno excedente para a troca; mesmo o babaçu, o principal produto de exportação do Maranhão, era pouco explorado.

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ALMEIDA, Giniomar Ferreira Almeida. A “REVOLUÇÃO DA MATTA”: SOCIALISMO E FUZILAMENTOS NO INTERIOR DO MARANHÃO – 1921. "Monografia apresentada ao curso de História da Universidade Estadual do Maranhão – UEMA para obtenção do grau de Licenciatura Plena em História. 2003 ASSUNÇÃO, Mathias Rohrig. A GUERRA DOS BEM-TE-VIS: a Balaiada na memória oral. São Luis: SIOGE, 1988, p. 220).

BRITO, Djalma in http://www.limacoelho.jor.br/vitrine/ler.php?id=855 BUZAR, Benedito. VITORINISTAS & OPOSICIONISTAS (BIOGRAFIAS). São Luis: Lithograf, 2001, p. 15-26.

BUZAR, Benedito. O VITORINISMO – lutas políticas no Maranhão –(1945 a 1965). São Luís: Lithograf, 1998.

BUZAR, Benedito. A GREVE DE 51 – os trinta e quatro dias que abalaram São Luís. São Luis: Ed. Alcântara, 1983.

BUZAR, Benedito. OS 50 ANOS DA GREVE DE 51. São Luis: Lithograf, 2001 ROCHA, Décio Heider do Amaral. Alto Parnaíba. Jornal “O ESTADO DO MARANHÃO”, São Luís, segunda-feira, 05 de junho de 1989, p. 4, Opinião.

SANTOS, Elisa Brito Neves dos. DEPOIMENTOS. Entrevista concedida a VAZ, 1990, obra citada.

VAZ, Delzuite Dantas Brito. PARAIBANO NA MEMÓRIA ORAL – Da chegada de Antonio Paraibano à região do Brejo – Município de Pastos Bons - à fundação da cidadade de Paraibano. Monografia de Graduação em História, 1990. Orientador: João Renôr.

VAZ, 1990, obra citada. DEPOIMENTOS. VAZ. Delzuita Dantas Brito. SANTOS, Elisa Brito Neves dos; VAZ, Leopoldo Gil Dulcio.

HISTÓRIA(S) DO/DE PARAIBANO (MEMÓRIA ORAL). Inédito. Pesquisa em andamento. http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_do_Juazeiro, acessado em 28/01/2009.

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ARARI, MAÇONS & MAÇONARIA: leitura para Maçons e não Maçons JOÃO FRANCISCO BATALHA Cad. 23 IHGM O lançamento será dia 06 de abril, as 19 horas no Centro de Atividades Odylo Costa, filho - Centro Histórico da Praia Grande convite para todos os confrades e amigos do IHGM. Distribuído em 60 capítulos, 140 páginas, prefaciado por Plínio Ferreira Marques, nosso trabalho intitulado ARARI, MAÇONS & MAÇONARIA - leitura para Maçons e não Maçons -, faz um pequeno preâmbulo sobre um movimento que surge em Arari pretendendo erigir na cidade uma Loja Maçônica.

Faz um pequeno histórico sobre a cidade de Arari e seu surgimento como fazenda rural em 1720; a origem do nome e envereda em assuntos maçônicos.

Lista mais de 60 nomes de ararienses que se iniciaram na Ordem Maçônica, Maçons maranhenses que engrandecem nosso Estado e Maçons que fizeram a história do Brasil. Lista, também, os nomes dos mandatários do Brasil que foram Maçons, desde Pedro I até Jânio Quadros e destaca o comentado poder da Maçonaria mundo.

Relata trechos do livro "O Símbolo Perdido", de Dan Brown e lista nome de religiosos da Igreja Católica que fizeram parte da Maçonaria, e também de pastores protestantes.

Menciona a força da Maçonaria nos Estados Unidos da América e cita os Nobel de Literatura, Física, Química, Medicina e Paz que foram maçons.

Aborda a posição da Maçonaria quanto ao aborto, ao homossexualismo e contra as drogas.

Faz comparativos da Maçonaria com Espiritismo e a Ordem Rosa Cruz e de sua posição contra o nazismo.

Aborda de maneira clara o papel da mulher na Maçonaria e desmistifica suposta proibição de sua participação na ordem.

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ESTÓRIAS DO HOMEM CHAMADO PECUAPÁ CLAUBERPEREIRA LIMA Cadeira 50 Lá pelas bandas de Igarapé Grande ou de Pedreiras havia um homem chamado Sr Pecuapá.

Todos os dias ele atravessava a ponte e dizia: - Ninguém brinca comigo! Eu tenho o controle da situação. Eles vão ver o que acontece se eles resolvem me afrontar. Vou colocar prá arrebentar. Não vou sobrar picadinho de ninguém.

– Sou macho maxixe maduro. Se amadurecer cai.

Quase sempre o encontrávamos assim, mas alguns dias estava sorridente e parecia um amigo de infância com quem brincávamos na poeira quente de verão e fazia tudo o que lhe pedíamos.

Sr Pecuapá era regido pelo reino da bebida; quando tinha bebida as coisas iam às mil maravilhas mas quase sempre ele passava dos limites e ai o seu olho ficava vermelho como pimenta malagueta e só a Sra Paciência sua esposa é que podia suportálo e acalmá-lo, fazendo-lhe um delicioso peixe no leite de coco.

Todos de fato tinham medo deste homem e ele sentia um verdadeiro prazer freudiano em ser temido por todos. Quando ele entrava na rua principal da cidade as mulheres não conseguiam mais lavar a roupa no rio e os pescadores não conseguiam pescar suas curimatás.

Pecuapá era admirado apenas por seus poucos amigos, geralmente confusos ou bêbados iguais a ele.

Com as crianças ele fazia gracinhas e não demonstrava estar preocupado em manter o controle das coisas, do mundo, do céu ou do inferno.

Certo dia Pecuapá entrou gritando pela sala de jantar de Dra Socorro: - Quero morrer! Ele não brinca comigo! Ele vai ver o que vai acontecer. Nesta cidade ele não habita. Vou expulsá-lo. Tinha brigado com seu melhor amigo por causa de uma viola. Ele se achava melhor tocador do que Lourival.

Mesmo com a intervenção do Sr Padre Biné nada se resolveu. De fato Lourival foi expulso da cidade e Pecuapá ficou mais calmo.

Dra Socorro não pode fazer nada porque ele não tomou os calmantes que lhe foram prescritos.

Sua família não sabia o que fazer para que ele se comportasse de forma mais humana. Nem todos os livros de Sartre saberiam explicar tanto existencialismo mórbido e às avessas.

Pecuapá apenas se solta quando toma alguma bebida alcoólica. Ai ninguém pode com ele. Parece que tem uma força sobrenatural. Ele fala, brinca e briga ao mesmo tempo. Tem muita energia. O seu segredo é o álcool ou a talvez a falta de amor do seu pai que também dizia: - Comigo ninguém brinca!

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Quando não bebe quase não conversa e a gente até se sente mal porque não há assunto. É como se ele fosse mudo. Só se comunica com o olhar. Um olhar de ira e altivez ibérica.

Num dia de sexta-feira qualquer daquele ano de 1969 ele bebeu tanto: vodka, uísque e cachaça brasileira, misturada com vinho francês, que começou a chorar desesperadamente por dois dias, inundando toda a cidade.

Era engraçado vê-lo chorando porque eram lágrimas secas de criança mimada demais.

Seu choro aconteceu lá no Largo da Igreja onde todos o encontraram chorando sem parar e o resultado foi que o Igarapé transbordou e as crianças tiveram um domingo alegre. Era água por todos os lados. Todo mundo correu para nadar nas águas do seu choro e as mães ficaram felizes porque seus filhos tiveram uma tarde de diversão.

O Prefeito e os homens da cidade puderam jogar em paz porque seus filhos tiveram lazer de graça naquele dia.

Dra Socorro ficou olhando da janela as crianças que pulavam na água.

O Sr Pecuapá tinha passado a crise de choro e estava dormindo num sofá velho na frente da Igreja.

Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com fatos é mera coincidência.

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DIA INTERNACIONAL DA MULHER OSVALDO PEREIRA ROCHA O 08 de março é considerado o Dia Internacional da Mulher, comemorativo dos feitos das mulheres nas áreas econômicas, científicas, políticas e sociais.

“Mulher é como a flor, de perfume por todos os lados, no coração tem muito amor, uma santa de pecados”.

“Mulher, mãe, filha, irmã, Maria, donas do meu coração o nome dela principia na palma de minha mão” “Deus não podia ter feito nada melhor do que a mulher, mas também não precisava ter deixado ela saber disso” A idéia da existência de um Dia Internacional da Mulher foi inicialmente proposta na virada do século XX durante o processo de industrialização e expansão econômica que levou aos protestos sobre as condições de trabalho. As mulheres empregadas em fábricas de vestuário e indústria têxtil foram protagonistas de um desses protestos em 08 de março de 1857, em Nova Iorque, em que protestavam sobre as más condições de trabalho, excesso de jornada de trabalho e baixos salários.

A história registra que em determinada fábrica nos EUA houve um violento incêndio, proposital, onde quase uma centena e meia de mulheres foram trancadas na própria fábrica e no referido incêndio morreram. Que esse monstruoso fato motivou uma série de protestos pela segurança no trabalho e principalmente pela Paz em toda a Europa, nas vésperas da Primeira Guerra Mundial.

A primeira conferência internacional sobre a mulher ocorreu em Copenhague, em 1910, quando o Dia Internacional da Mulher foi estabelecido. No ano seguinte, esse dia foi celebrado por mais de um milhão de pessoas na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça.

No Ocidente, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado durante as décadas de 1910 e 1920, mas esmoreceu. O movimento foi revitalizado pelo feminismo na década de 1960. Em 1975, designado como o Ano Internacional da Mulher, a Organização das Nações Unidas – ONU começou a patrocinar o referido Dia Internacional da Mulher.

No Brasil e especialmente no Maranhão, em São Luís, sua capital, o 8 de março é comemorado anualmente. Neste ano, por exemplo, as promotoras de eventos e organizadoras Márcia Maria Costa Botelho e Lurdimar Silva Almeida Lindoso, esta eficiente rotariana, promoveram o “IV Prêmio Dia Internacional da Mulher”, no Rio Poty Hotel, durante um chá em grande estilo, animado com a voz encantadora de Rose Maranhão, desfile de moda e palestra da doutora Célia Maria Salazar, fazendo um parâmetro entre a mulher brasileira e a africana. Dez mulheres de destaque de nossa sociedade foram agraciadas e brindes foram sorteados, além de outras homenagens em diversos segmentos da sociedade ludovicense, principalmente no Rotary, na AITEMA, no Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão e na Maçonaria.

Foi uma robusta bela festa e uma merecida homenagem à Mulher de São Luís do Maranhão que representaram todas as mulheres brasileiras e do resto do mundo no Dia Internacional da Mulher.

Outra robusta e bela festa ocorreu na noite de 03/03/2009, em um dos Templos da Grande Loja Maçônica do Estado do Maranhão – GLEMA (Grão-Mestre Raimundo Nonato Santos Pereira e Grão-Mestre Adjunto Bolivá Marques Vieira), no bairro Bequimão, nesta cidade

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cultural, patrimônio da humanidade, quando a Loja jurisdicionada “Divina Luz nº 39” (Venerável Mestre Rubil Moreira da Cunha) promoveu uma palestra da Professora Terezinha de Jesus Almeida Silva Rego, Doutora em Botânica e ex-presidenta do meu Rotary Club São Luís – Praia Grande, abordando exatamente o tema Dia Internacional da Mulher, palestra esta que foi do agrado de todos os presentes, seguida de entrega de certificados e flores às dezenas de mulheres dos Irmãos Maçons da referida Loja (Cunhadas), além de um excelente coquetel no Salão de Eventos e este articulista, como convidado, teve a honra de participar.

Foi diretor de cerimônias do acontecimento o Irmão e amigo Joaquim Farias de Oliveira.

Parabéns mulheres em geral, especialmente as da minha família, pelo Dia Internacional da Mulher!

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HISTÓRIA DO DIA INTERNACIONAL DA MULHER OSVALDO PEREIRA ROCHA História do Dia Internacional da Mulher, significado do dia 8 de março, lutas femininas, importância da data e comemoração, conquistas das mulheres brasileiras, história da mulher no Brasil, participação política das mulheres, o papel da mulher na sociedade brasileira.

No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.

A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.

Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.

Podemos dizer que o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da mulher brasileira. Nesta data foi instituído o voto feminino. As mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas para cargos nos poderes executivo e legislativo.

Marcos das Conquistas das Mulheres na História: Em 1788 - O político e filósofo francês Condorcet reivindica direitos de participação política, emprego e educação para as mulheres; 1840 - Lucrécia Mott luta pela igualdade de direitos para mulheres e negros dos Estados Unidos; 1859 - surge na Rússia, na cidade de São Petersburgo, um movimento de luta pelos direitos das mulheres; 1862 - durante as eleições municipais, as mulheres podem votar pela primeira vez na Suécia; 1865 - na Alemanha, Louise Otto, cria a Associação Geral das Mulheres Alemãs; 1866 - No Reino Unido, o economista John S. Mill escreve exigindo o direito de voto para as mulheres inglesas; 1869 – É criada nos Estados Unidos a Associação Nacional para o Sufrágio das Mulheres; 1870 - Na França, as mulheres passam a ter acesso aos cursos de Medicina; 1874 – Foi criada no Japão a primeira escola normal para moças; 1878 - Criada na Rússia uma Universidade Feminina e em 1901 - o deputado francês René Viviani defende o direito de voto das mulheres. (Pesquisa realizada pela Internet).

REVISTA DO IHGM 36, MARÇO 2011

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No Brasil, só para exemplificar, a mulher adquiriu o direito de ocupar os mais altos cargos da República, havendo hoje o exercício, de fato e de direito, de pessoa do sexo feminino na Presidência do Supremo Tribunal Federal, no Parlamento (Senadora da República e Deputada Federal), nos Ministérios do Poder Executivo, nos governos estaduais, nas assembléias legislativas, nas prefeituras municipais e nas câmaras de vereadores, como suas autoridades máximas.

Estão as mulheres brasileiras também desempenhando outras importantes funções como membros das Academias de Letras, dos Institutos Históricos e Geográficos; como dirigentes de órgãos da imprensa e de entidades em geral, e como sócias representativas dos Rotary Clubs e membros das Forças Armadas, cujos desempenhos são iguais ou até melhores do que os dos homens.

E nos empregos em geral e nas administrações dos lares, as mulheres disputam e exercem suas atribuições em igualdade de condições com os homens.

Parabéns mulheres lutadoras de todo o mundo, especialmente as de nosso País, pelo Dia Internacional da Mulher!