Rafaela Neves Coelho
Ilustrações: Rafaela Neves Coelho
A Menina Pássaro Conto de um voo nas asas da imaginação
Agradecimentos e Dedicatórias Agradeço, primeiramente, a Deus, fonte de vida e sabedoria. Hoje, ao realizar este sonho, não posso esquecer de agradecer a Deus, e à mamãe, pela vida! Á Tia Therezinha Neves Marino, pelas orações e promessas a São Cosme e São Damião feitas para minha saúde, quando nasci no sétimo mês de gestação da minha mamãe. Agradeço e dedico esse livro ao vovô, grande contador de histórias, à minha vovó, Maria das Graças Neves Coelho, que me contava histórias, ouvia minhas histórias e começou a transcrever A Menina Pássaro quando eu ainda tinha seis aninhos. Agradeço e dedico a história da menina que virou pássaro, à minha querida prima Luciana Marino do Nascimento, Professora de Literatura da Faculdade de Letras da UFRJ, que acredita no poder de transformação da literatura na vida das pessoas. A prima me incentivou a escrever e teve a missão de conseguir editar essas linhas, o meu muito obrigada a ela! Rafaela
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Primeiras Palavras A ideia de escrever este livro começou a partir da minha imaginação, aos 6 anos de idade. Eu queria ser um pássaro para viajar pelo mundo. Achei interessante conhecer países e idealizar uma maneira tão criativa e boa para realizar o que, de modo convencional, não poderia ser realizado no mundo concreto, pois dependia da disponibilidade financeira dos meus pais ou, quem sabe, quando adulta, estaria em condições de bancar os próprios sonhos. Mas, acreditem... o mais interessante foi como, pouco a pouco, a imaginação ganhou asas e realmente voou como um pássaro. Meu sonho começou assim... Os sonhos não morrem... Tampouco envelhecem... Por vezes, se escondem... Se muito, adormecem. São bônus da vida... Riquezas do ser... constroem o futuro... Ajudam a viver. Socorro Capiberibe
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A Menina Pássaro “Os sonhos são sementes que plantamos para o futuro.” – Vó – Fala Rafaela! – Eu queria ser um pássaro! – Um pássaro? Para quê minha neta? – Se eu fosse um pássaro poderia viajar para muitos lugares,e o que é melhor vó, sem precisar de dinheiro...e quando chegasse aos lugares viraria uma menina novamente... – Tá bom meu anjo, sonhe, pois sonhar também não custa nada. – Sou um pássaro, estou voando. Ah!que sensação maravilhosa,que liberdade, como é lindo ver a cidade aqui de cima! – Outros pássaros passam por mim e não estran-
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ham! Mas, é claro, não sabem que sou uma menina que virou pássaro!parece até que me comprimentam... – Mas, êpa... Estou vendo um gavião! Gaviões atacam pássaros menores. Ai, que medo! E se ele me atacar, o que faço, meu Deus?!! Olho em volta, procurando um refúgio. Vejo uma árvore e voo rápido na esperança de me esconder entre os galhos e folhas. Mas, o gavião age e, esperto, se aproxima cada vez mais. Desesperada, voo para o chão, me tranformo em menina e, bem longe, me sinto segura. Estava numa praça muito grande, pessoas passavam por mim e mal me viam. De repente, vi outras crianças e me alegrei, mas logo percebi que eram crianças que viviam nas ruas, pedindo dinheiro aos outros ou então roubando. Achei tudo muito feio e me afastei correndo, com medo daquelas crianças estranhas que faziam coisas tão estranhas para as suas idades. Eu, meu irmão e meus amigos vamos à escola, estudamos e brincamos.Como é possível deixar de fazer coisas certas para viver na rua,
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