A pretexto de Simmel: cultura e subjetividade na metr贸pole contempor芒nea
Conselho Editorial
Coleção Metrópoles Dr. Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro – IPPUR/UFRJ Presidente do Conselho Dra. Ana Lúcia Rodrigues – PPGCS/UEM Dra. Andrea C. Catenazzi – UNGS/Argentina Dr. Aristides Moysés – PUC Goiás Dr. Carlos de Mattos – IEU/PUC Chile Dr. Carlos Nassi – COPPE/UFRJ Dr. Emilio Pradilla Cobos – UAM (Universidade Autonoma Metropolitana), México Dr. Eustógio Wanderley C. Dantas – PPGG/UFC Dr. Frederico Rosa Borges de Holanda – FAU/UNB Dr. Jeroen Johannes Klink – UFABC Dra. Inaiá Maria Moreira de Carvalho – PPGCS/UFBA Dr. José Borzacchiello da Silva – PPGDMA/UFC Dra. Lúcia Bógus – PPGCS/PUC Minas Dra. Luciana Teixeira Andrade – PPGCS/PUC Minas Dra. Marcia da Silva Pereira Leite – IFCS/UERJ Dr. Marcio da Costa – FE/UFRJ Dr. Manuel Villaverde Cabral – Universidade de Lisboa Dra. Maria do Livramento Miranda Clementino – NAPP/UFRN Dra. Maria Madalena Franco Garcia – FNEM (Fórum Nacional de Entidades Metropolitanas) Dra. Maura Pardini Bicudo Véras – PPGCS/PUC São Paulo Dra. Olga Firkowski – Dept. Geografia/UFPR Dr. Orlando Santos Junior – IPPUR/UFRJ Dr. Peter Spink – EAESP/Mackenzie/SP Dr. Roberto Kant de Lima– INCT-InEAC/UFF Dr. Roberto Luís M. Monte-Mór – CEDEPLAR/UFMG Dr. Ruben George Oliven – PPGAS/UFRGS Dr. Ricardo Machado Ruiz – CEDEPLAR/UFMG Dra. Raquel Rolnik – FAU/USP Dra. Rosa Moura – IPARDES/PR Dra. Rosetta Mammarella – FEE/RS Dra. Simaia do Socorro Sales da Mercês – NAEA/UFPA Dra. Suzana Pasternak – FAU/USP
Robert Moses Pechman Organizador
A pretexto de Simmel: cultura e subjetividade na metr贸pole contempor芒nea
Copyright© Robert Moses Pechman (Organizador), 2014 Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/1998. Nenhuma parte deste livro, sem a autorização prévia por escrito dos autores, poderá ser reproduzida ou transmitida, sejam quais forem os meios empregados.
Editor João Baptista Pinto Revisão Tereza Marques Jorge Moutinho Projeto gráfico e Capa Rian Narcizo Mariano Crédito das imagens da capa: Stow Wengenroth (1906-1978), New York Nocturne Spring night, Greenwich Village, de Martin Lewis, de 1930
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
P94 A pretexto de Simmel : cultura e subjetividade na metrópole contemporânea /organização Robert Moses Pechman. - 1. ed. - Rio de Janeiro : Letra Capital, 2014. 258 p. : il. ; 23 cm. (Metrópole) Inclui bibliografia ISBN 9788577852703 1. Ciências social. 2. Subjetividade. 3. Modernidade.. I. Pechman, Robert Moses. II. Série. 14-11981 CDD: 302 CDU: 316.6
Observatório das Metrópoles - IPPUR/UFRJ Coordenação Geral: Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro Av. Pedro Calmon, 550, sala 537, 5ª andar – Ilha do Fundão Cep 21.941-901 – Rio de Janeiro, RJ Tel/Fax 55-21-3938-1950 www.observatoriodasmetropoles.net Letra Capital Editora Telefax: (21) 2224-7071 / 2215-3781 letracapital@letracapital.com.br
Apresentação
Por que Simmel? A partir da realização do Seminário Internacional: “Simmel e a vida mental nas metropoles contemporâneas, organizado pelo Observatório das Metrópoles, do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano, ficou patente para seus organizadores a importância de atualizar não só as reflexões desse inaudito sociólogo que tanto se debruçou sobre a vida subjetiva nas metrópoles que se urbanizavam em inícios do século XX, quanto o desafio de pensar, a partir dele, as novas formas de subjetivação na cidade contemporânea. Ou seja, à luz das reflexões simmelianas sobre o indíviduo e sua individualidade frente ao “chamado da cidade”, numa urbe cada vez mais esvaziada de sua dimensão pública, parece-nos tornar-se fundamental revisitar esse autor, que tanto sinalizou para a importância do Ser e de ser na cidade. Georg Simmel está entre os primeiros sociólogos que refletiram sobre os efeitos da vida metropolitana nas formas de subjetividade, onde se destaca quase que solitariamente. Prova disso é a importância que sua obra adquiriu junto àqueles que procuraram compreender as interações que tinham como palco as metrópoles. Entre estes estavam os primeiros estudiosos da vida urbana, como os pesquisadores da Escola de Chicago. Mesmo atualmente sua obra é conhecida e estudada em vários países, dentro e fora das universidades. Apesar da atualidade de muitas de suas questões, não se pode desconsiderar o século que separa, por exemplo, a publicação de A metrópole e a vida mental, e a realidade das metrópoles contemporâneas. Afinal existem hoje no mundo muito mais metrópoles do que quando Simmel escreveu a sua obra. A Berlim do século XIX e início do Século XX era uma grande cidade, com uma vida social e cultural intensas, mas muito diferente das metrópoles atuais. Não se pode desconsiderar a multiplicação das metrópoles; seus processos de concentração e, mais recentemente, de dispersão; a presença massiva das tecnologias mediando as interações, tornando ainda mais próximos os distantes; as mudanças nos espaços públicos, a substituição das ruas pelas galerias e depois pelos shopping centers, mas ao mesmo tempo a
permanência, ainda que muito transformada, de uma vida pública nas áreas centrais; e, ainda, a própria vida metropolitana nas periferias distantes ou nas favelas centrais. Enfim, processos múltiplos de sociabilidades no interior de uma mesma metrópole. Refletir sobre os significados desses processos na vida do homem urbano contemporâneo, por vias que captem suas diversas manifestações, foi o objetivo central do seminário “Simmel e a vida mental nas metrópoles contemporâneas”. Uma vez que a metrópole na sua complexidade cultural, social e política demanda diferentes abordagens, vindas de distintos campos do conhecimento, o seminário, centrado na dimensão metropolitana da vida contemporânea, contou com pesquisadores de diferentes campos do conhecimento que tiveram como desafio pensar as metrópoles contemporâneas em diálogo com a obra de Simmel. Importa aqui, então, compreender no mundo contemporâneo, como a sociedade é possível e como as pessoas se suportam na cidade, segundo já se perguntava Simmel na virada do século XIX para o século XX. Não se trata, portando, nessa obra, de ressuscitar nem de tirar o filósofo/sociólogo de seu mundo histórico e de sua querida Berlim. Muito menos, porém, se trata de uma simples reverência à Simmel. Essa obra é bem mais uma provocação a partir de Simmel. Robert Moses Pechman
Sumário O trágico na modernidade............................................................... 9 Joel Birman A cidade perversa e o esgotamento do prazer................................ 35 Olgária Matos Civilidade e cidadania....................................................................... 59 Maria Stella Bresciani Na selva das cidades: um blasé e três voyeurs – Simmel, Hopper, Hitchcock e Vettriano........................................................ 87 Robert Moses Pechman A vida mental nas grandes cidades contemporâneas diante da aceleração e do ilimitado................................................. 143 Claudine Haroche De Simmel ao cotidiano na metrópole pós-urbana........................ 163 Silke Kapp A metrópole como espaço-tipo de uma experiência sensível......... 177 Julieta Leite A cidade de Simmel, a cidade dos homens...................................... 187 Lucia Leitão A insuportável indiferença: indo ao cinema em companhia de Georg Simmel..................................................... 199 Eliana Kuster Georg Simmel: a metrópole e a alegoria da ruína.......................... 231 Carlos Fortuna