Ao final, paz

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Ao final, paz.



Rogerio Rocco Filho

Ao final, paz.


Copyright © Rogerio Rocco Filho, 2011. Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/1998. Nenhuma parte deste livro, sem a autorização prévia por escrito do autor, poderá ser reproduzida ou transmitida, sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, gravação ou qualquer outro.

Contatos com o Autor: E-mail: filhorocco@ig.com.br Facebook: Rogerio Rocco Filho

Editor: João Baptista Pinto Capa: Rian Narcizo Mariano Projeto Gráfico e Editoração: Rian Narcizo Mariano Revisão: Rita Luppi

Letra Capital Editora Tels: 21. 2224-7071 | 2215-3781 www.letracapital.com.br


Agradecimentos Primeiro a Deus. Aos meus pais: Rogerio Rocco (in memoriam) e Celma Pacheco Rocco A todos os meus familiares Aos amores da minha vida (meus filhos) Rogerio Rocco Neto Fernanda Rocco Diego Rocco e ao meu netinho Juan Em especial ao Paulo Mendes, da Igreja Maranata, meu conselheiro espiritual. A ilustre professora e doutora Magda Waissman, psiquiatra da UFRJ. Ao grande ginecologista Dr. Jorge Rezende. E a todas as Irmandades as quais tenho a honra de pertencer.


Dedicatória Dedico este livro ao médico Dr. Telmo Jardim, a quem devo muito. Apesar de mais de uma dezena de tentivas para resgatar do mundo das drogas, seu filho Armando Souza Jardim, não consegui evitar a sua morte. Pedoe-me amigo, mas eu não sou Deus. Sempre compartilharei com a sua dor.


Apresentação “Tornar-se pai não é difícil; difícil é ser pai!”

Um dia a mãe de Bob Júnior, pouco tempo depois que ele nasceu, pensou que o menino estivesse morto. O pai pegou-o no colo e aplicou-lhe dois tapas no rosto, e Bob Júnior acordou chorando! Descobriram que Bob Júnior estava doente. Ele foi operado, mas depois apresentou uma disritmia cerebral. O pai de Bob Júnior sempre o rejeitou! Aos oito anos Bob Júnior levou um violento tapa no rosto aplicado por seu “pai”. Outro dia, quando Bob Júnior já era quase um adolescente, o seu pai, depois de agredi-lo violentamente com um cinto, vaticinou: “Este garoto vai ser sempre uma merda”! E por causa disto Bob Júnior convidou a si próprio e à sua família a visitar o “inferno”. Ainda adolescente, Bob Júnior se mudou com a família para Palmital, no interior de São Paulo, onde um dia salvou, corajosamente, a vida do amigo Zé Pequeno, que se afogava. Virou herói! Um dia, a mãe de Zé Pequeno disse que Bob Júnior era um iluminado! E foi com este amigo que ele fez a sua primeira “viagem”, depois de ferver e beber chá de cogumelo. Depois Bob Júnior, já quase adolescente, voltou para o Rio de Janeiro. Aqui o convidaram para o paraíso, mas o mandaram para o inferno: Bob Júnior começou com maconha e álcool, e depois passou para o LSD, conhecendo também “cheirinho da loló”, chá de cogumelo, preludin, desbutal, cocaína, entre outras drogas. Logo se tornou um dependente químico! Ainda menor de idade, Bob Júnior foi preso e enviado para o Serviço de Atendimento ao Menor (SAM), onde em pouco tempo se tornou líder, mas onde, também, aprendeu a servir. Foi quando reencontrou o amor de sua vida, Cristina, menina que havia conhecido em Palmital, agora uma mulher, que acalmou Bob Júnior e o “resgatou” do mundo das drogas. Depois, por ironia da vida, Cristina veio a falecer vítima da leucemia, e Bob Júnior perdeu a fé em Deus e voltou, violentamente, para o “mundo das drogas”. E em seguida entrou para o mundo do crime: contrabando de armas e tráfico de drogas! Mas tudo tem suas consequências... Pensei que fosse ler um livro sobre o mundo do crime e das drogas! Sobre a violência que nestes mundos impera! Sobre assassinatos violentos,


policiais corruptos, prisões impensáveis, dependentes sendo perseguidos... Pensei que a vida de Bob Júnior marcaria a minha leitura pelo ódio e pelo desprezo! Errei! Quando o “pai” de Bob Júnior vaticinou que “... este garoto vai ser sempre uma merda!”, ele estava errado! Quando a mãe de Zé Pequeno afirmou que “Bob Júnior era um iluminado”, ela estava certa! Pensei, pensei, e cheguei à conclusão de que li um livro sobre... um pai! De como é difícil ser pai! De como um péssimo pai, violento e indiferente, incapaz de um abraço e de um beijo, incapaz de uma palavra de apoio e de incentivo para um filho, pode acabar por abrir a “porta de entrada” para o mundo do rancor, do ressentimento, da vingança, do crime e das drogas. O arrependimento na hora da morte não adianta nada, o mal estava irreversivelmente feito! Parabéns para o autor, meu amigo Rogério Rocco Filho, a quem aprendi a admirar. Conheço um pouco de sua vida! Conheço um pouco da suas viagens ao paraíso imaginário e ao inferno verdadeiro! Conheço alguns “Zé Pequenos” que ele já resgatou, conheço o seu trabalho contra o “mundo das drogas”. Conheço um pouco do seu sorriso de liberdade, e conheço um pouco de suas lágrimas de arrependimento e de sofrimento. Conheço alguns que choram de alegria porque foram libertados por Rogério Rocco Filho, os “Zé Pequenos” que frequentam o cotidiano de um lutador incansável, embora cansado e quase sem esperança! Que tolice! Rogério Rocco Filho sem esperança? Perdoem-me esta bobagem! Como disse a mãe de Zé Pequeno, acerca de Bob Júnior, agora eu digo de Rogério Rocco Filho: ele é um iluminado! E a sua luz vem do sol que aquece o seu enorme coração, vem das estrelas que fazem brilhar os seus olhos quando “resgata”, e vem da lua que o ilumina quando à noite, enfim, ele tenta descansar, até ser convocado para um novo e inadiável “resgate”. Parabéns meu amigo iluminado! Mas, sinceramente, você me enganou! Não o imaginava capaz de, assim de repente, escrever uma obra tão cativante e pungente! Desculpe-me! Talvez eu seja um “incrédulo”, como o pai de Bob Júnior, e ainda esteja muito distante de ser um iluminado como você! Wanderley Rebello Filho

Diretor da OAB/RJ, e Presidente da Comissão de Políticas sobre Drogas. Presidente da Sociedade Brasileira de Vitimologia.


Sumário

Livro I - Antecedentes Capítulo I.................................................................................. 13 Capítulo II................................................................................ 24 Capítulo III............................................................................... 28 Capítulo IV................................................................................31 Capítulo V................................................................................ 33 Capítulo VI............................................................................... 37 Capítulo VII.............................................................................. 39 Capítulo VIII............................................................................ 41 Capítulo IX............................................................................... 46 Capítulo X................................................................................ 55 Capítulo XI............................................................................... 62 Capítulo XII.............................................................................. 68 Capítulo XIII............................................................................ 82 Capítulo XIV............................................................................ 88 Capítulo XV............................................................................. 93 Livro II - Consequências................................................................. 97 Epílogo...........................................................................................211


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