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AMAZÔNIA
CAPÍTULO 2
OS PROJETOS DO SECRETÁRIO DE ESTADO SEBASTIÃO JOSÉ DE CARVALHO E MELO PARA PORTUGAL E PARA AMAZÔNIA
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Iniciamos essa discussão destacando que os elementos formadores da Ilustração lusa não possuíram os mesmos moldes do movimento francês. Sebastião José de Carvalho e Melo, prógono do movimento em Portugal, descartou os elementos do Iluminismo francês que punham em risco o absolutismo, o colonialismo, as políticas monopolistas e a religião, suportes do trono português138. Por outro lado, objetivando afastar-se das teorias do poder corporativo da neoescolástica, do anticientificismo e do milenarismo – correntes ainda muito fortes em Portugal no século XVIII –, promoveu reformas profundas nas áreas da educação, da economia e nas práticas de gestão colonial. Por conseguinte, compreendemos que em Portugal desenrolou-se a construção de um movimento dual durante a entrada do Reino na chamada “Era das Luzes”.
138 Referentes às críticas levantadas pelos philosophes franceses, Luís Carlos Villalta observa: “Na
Encyclopédie, o verbete Monopólio, situação em que se encontravam os mercadores metropolitanos nas colônias, é apresentado como ‘tráfico ilícito’; já os fisiocratas e Adam Smith consideram-no um entrave para o crescimento da riqueza, defendendo a liberdade do comércio.
Raynal, porém, vai mais longe: em sua Histoire Philosophique, o primeiro clássico francês do anti-colonialismo, toma o monopólio como um direito exercido por uns, do qual outros se veem privados; fixa a máxima liberdade comercial, propõe a substituição do colonialismo de violência por outro de razão e chega a incitar os habitantes da Índia, submetidos aos privilégios da companhia inglesa, a se rebelarem. Voltaire, Montesquieu e Marmontel denunciam veementemente as violências contra os indígenas da América; Montesquieu condena, em princípio, a escravidão, a qual é ferozmente combatida por Raynal. Burke ataca os defeitos da administração colonial”. Ver
VILLALTA, Luís Carlos. Reformismo Ilustrado, Censura e Práticas de leituras: usos dos livros na
América portuguesa. Tese. Universidade de São Paulo, Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História Social, São
Paulo, 1999, p. 102.