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3 MESMOS PROCESSOS... OUTRAS FALAS

CAPÍTULO 3

MESMOS PROCESSOS... OUTRAS FALAS...

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Na quarta parte do trabalho, buscaremos conhecer melhor a forma pela qual os homens acusados de defloramento definiram seus envolvimentos com a menina que, muitas vezes, foi a destinatária de suas cartas e bilhetes amorosos. Se até o momento percorremos uma etnografia do envolvimento amoroso a partir preferencialmente dos depoimentos das menores envolvidas, seus parentes e testemunhas por elas arroladas, nas linhas que se seguem, serão as falas dos personagens masculinos usadas como eixo preferencial para reflexão.

Como já afirmamos em outros momentos, corriqueiramente, os leitores da capital da borracha abriam os jornais e nele encontravam notícias acerca do defloramento de menores. As referências aos acusados apareciam normalmente seguidas de frases e expressões que condenavam a prática desses “ladrões da honra alheia” que “Tanto mal acarretam às famílias paraenses”. O periódico “Diário de Notícias” relata da seguinte maneira o rapto de duas menores:

Não somente relaxados alguns dos senhores empregados na Companhia de Bonds, mas também adeptos fervorosos do dom-juanismo. Agora chega ao nosso conhecimento o facto de dois raptos praticados por um conductor ou boleeiro da companhia, que dizem chamar-se Talismã de tal... Não nos admiramos de mais essa anomalia em homens cuja boçalídade c mãos institntos, ahi se estão revelando a cada passo(...) As victimas de Talismã são duas maiinas impúberes, pobrezinhas que a família do commandante Rocha recolhe sobre suas azas protectores (...) Talismã viu-as e incutiu-lhes no espírito innocorte o gertnem de uma afeição que foi lentamente se desenvolvendo. Seduziu-as e raptou-as depois, levando-as sabe Deus para que possilga imunda, onde babujou-lhes a innocência.Este facto desperta-nos a lembrança de um velho procedimento em que foi protagonista um ser indivíduo, que a impunidade há de impelir a novos attentados contra

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