Expresso da Linha - 02

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Sintra

Número 2

?

Ano 1

Concelho

www.expressodalinha.pt | info@expressodalinha.pt

Massamá – Monte Abraão Agualva – Mira Sintra Rio de Mouro

gratuito | quinzenário | 20 Dezembro 2013 Director: Sérgio Fonseca

Dínamo Associação de Dinamização Sócio-Cultural

“Faltam as condições Juntas de Freguesia para os jovens conseguirem fazem auditorias ter sonhos” por n fotomontagem

suspeitas

n expressodalinha

de irregularidades w Escrutínio às contas das freguesias de Rio de Mouro, Agualva-Mira Sintra e Massamá-Monte Abraão visa apurar despesa dos antigos executivos l . 6 pág

Amadora

Demolições avançam no Bairro 6 de Maio w A Câmara da Amadora inicia em Janeiro o processo

de levantamento de famílias a realojar. Primeiro, a autarquia vai concluir demolição do Santa Filomena l . 16 pág

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Sonham com uma sede, com instalações para um centro de formação, e com mais atenção por parte das autarquias, que devem ouvir, apoiar e criar espaços de participação para os jovens l . 12 e 13 págs


Opinião

Editorial

redes sociais | ficha técnica

in http://retalhos-de-sintra.blogspot.pt

Sintra: elevar o eléctrico a património da UNESCO...

Qual o papel das assembleias municipais?

Recentemente, viajando no Bernina Express entre St. Moritz e Tirano, com belas paisagens, curvas e chiar de rodas, recordei o nosso belo e mais que centenário eléctrico de Sintra, estremecendo em linhas estreitas, roçando árvores e casario. O nosso Eléctrico reúne todas as condições – depois do devido suporte – para que possamos ter um segundo património reconhecido pela Unesco. E que grande honra e alegria seria para os sintrenses e para o País. Sonhamos com o regresso do Eléctrico à Estação (foi prometido e não cumprido...), mesmo até à Vila. Para isso, é preciso o empenho da Câmara Municipal com mecenato de um núcleo de empresas, sempre possível mesmo em tempos de crise. Um exemplo na cidade de Como, em Itália: O consórcio turístico “Amici di Como”, composto por muitas empresas e instituições. Uma organização desse tipo poderia responder à recuperação do trajecto histórico do nosso Eléctrico. Uma coisa é certa, o Eléctrico de Sintra, cada vez mais uma referência turística, não pode estar sujeito à forma entremeada de funcionamento, desajustada da procura feita por turistas que não podem utilizá-lo entre segunda e quinta-feira. Por outro lado, até para as populações das zonas por onde ele passa, o eléctrico serviria e seria utilizado para mais frequentes deslocações à Sede do Concelho, já que são servidas por deficientes e caríssimos transportes públicos. O conjunto das regras de funcionamento, as belas paisagens, o romantismo da viagem, serão um grande suporte para o “Eléctrico de Sintra, Património da UNESCO”. Vamos a isto...

“A

credito mais no Pai Natal do que no PEC 4”, foi com estas palavras que uma deputada municipal do PSD se dirigiu na última Assembleia Municipal de Sintra ao líder da bancada socialista, fazendo referência ao Programa de Estabilidade e Crescimento apresentado pelo então ministro José Sócrates, cujo chumbo na Assembleia da República precipitou a queda do Governo. É recorrente. Só variam as bocas e as acusações. É habitual os deputados municipais do PS acusarem os eleitos locais dos partidos do Governo (PSD e CDS -PP) pela prestação enquanto poder central. É usual ouvir-se acusações ao Bloco de Esquerda de que são o “partido do contra”, ou que o PCP é o partido da “cassete”, ou que a culpa do situação financeira do país é exclusiva dos socialistas. No fundo, hoje em dia, uma Assembleia Municipal é uma feira das vaidades, utilizada para lavagem de roupa suja e afirmação de ideologia partidária que em nada fortalece nem o processo autárquico nem a missão para a qual este órgão foi criado, precisa-

No fundo, hoje em dia, uma Assembleia Municipal é uma feira das vaidades, utilizada para lavagem de roupa suja e afirmação de ideologia partidária mente para fazer a fiscalização à actuação do executivo da Câmara. Ora, para ouvir críticas à actuação destes partidos a nível nacional basta ficar em casa e ver na televisão um qualquer canal por cabo das três operadoras televisivas portuguesas. É gritante até o afastamento dos cidadãos, que só mostram interesse em participar quando têm um problema concreto para resolver, ou uma queixa para fazer. E mesmo aí, são muitas vezes recebidos com ar de enfado por muitos dos que supostamente os representam, ou não têm condições sequer para acompanhar os trabalhos, porque não conseguem entrar na sala, como por diversas vezes aconteceu em Sintra, no Palácio Valenças. Os poucos que resistem, são bombardeados pela troca de galhardetes, por discussões muitas vezes estéreis, e pela votação apressada de pontos da ordem do dia, que nem os deputados municipais conseguem perceber. Ora, é tempo de as assembleias municipais se abrirem aos eleitores, se tornarem acessíveis, de serem as casas de discussão política concelhia, como propalado por vários candidatos durante a campanha eleitoral. Os cidadãos podem e devem utilizar este espaço como seu. Só assim se vive esta democracia que é cada vez menos um espaço de todos nós. w redaccao@expressodalinha.pt

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Ficha Técnica Director Sérgio Fonseca sfonseca@expressodalinha.pt Chefe de Redacção Joaquim José Reis jreis@expressodalinha.pt Redacção Luís Galrão, Bento Amaro, Milene Matos Silva, Susana Paula Design Gráfico Isabel Martins e Susana Baltazar

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Destaque sintra e amadora

A batalha do comércio local contra a crise O pesadelo dos comerciantes de Sintra e da Amadora teve inicio com a vaga de construção de novos centro comerciais nas periferias das cidades e continua com a crise que afectou o país. Milene Matos Silva e Joaquim José Reis w msilva@expressodalinha.pt w jreis@expressodalinha.pt

O comércio tradicional de Sintra e da Amadora vive dias difíceis, uma situação que não é nova, mas que se tem vindo a agravar nos últimos anos. Em parte, a culpa é da crise e do fraco poder de compra dos portugueses, mas também porque os locais que em tempos foram grandes centros de comércio local hoje estão ao abandono ou deram lugar a negócios de baixo custo. As grandes lojas, abertas nas décadas de 60 e 70 do século passado, que em tempos fizeram do centro da Amadora um local de eleição para fazer compras para os residentes na linha de Sintra, em particular no Natal, tal como lembram os antigos comerciantes, são cada vez em menor número. De ano para ano, assiste-se ao encerramento de negócios que estavam em funcionamento há mais de 30 anos, dando lugar a cadeias de lojas com vários produtos a preços muito baratos que acabam por anular a concorrência. Para os comerciantes da Amadora, a crise começou, antes de 2008, com a abertura de grandes superfícies comerciais nas imediações do concelho. A situação agravou-se com a crise económica que o país enfrenta. Maria Silva mora no centro da Amadora há 42 anos. Recorda-se de ver muitas pessoas oriundas de concelhos vizinhos que vinham até à Amadora para comprar roupa, comer

ou até ver um filme na sala de cinema que existia no Centro Comercial Babilónia. “Neste momento, a maioria das lojas com produtos de qualidade que atraiam pessoas de uma classe económica mais elevada fechou, restam poucas. No seu lugar abrem lojas de telemóveis ou com produtos vindos da China”, lamenta a moradora. Fernando Gomes, proprietário de um pronto-a-vestir aberto há 36 anos, considera que “houve muitas alterações no comércio no centro da Amadora”, e atribui culpas à Câmara da Amadora (CMA) que, adiantou, permitiu a abertura de muitas superfícies comerciais na periferia, ao mesmo tempo que deixou morrer o centro da cidade, desinvestindo no comércio tradicional. “A autarquia não soube desenvolver o centro e a Amadora cresceu mal. Temos muita população com poder de compra abaixo do nível médio”, disse. Este empresário diz que chegou a ponderar encerrar. “Sou dos últimos ‘dinossauros’ que ainda resistem. Para além de mim, há poucos comerciantes do meu tempo”, lamenta. Câmara apoiou comércio. No entanto, nos últimos anos a CMA tem investido no local. “Dentro das suas competências de gestão do território, temos apoiado de diversas formas o comércio local. São inúmeras as

Uma das principais avenidas da Amadora n expressodalinha

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iniciativas de apoio directo e indirecto que a autarquia tem implementado para transformar a Amadora numa cidade atractiva e competitiva”, refere o município. Em 2011, foi investido meio milhão de euros numa intervenção nos edifícios da Avenida Santos Mattos, uma das principais artérias do centro da cidade da Amadora. Em paralelo, a Câmara lançou um programa que promove a implementação de esplanadas, através do apoio técnico e logístico aos comerciantes. Aumenta insegurança. A Associação comercial e Empresarial dos Concelhos de Oeiras e Amadora (ACECOA) garante que não se consegue controlar os negócios que abrem e fecham. “A câmara e a associação não regulamentam sobre o tipo de comércio que vai abrir”, esclarece João Antunes, presidente da ACECOA. Para o responsável, os comerciantes do centro da Amadora debatem-se com alguns problemas: “além da crise que serve de desculpa para tudo, recebemos muitas queixas de que há insegurança a partir das 20h, estamos por isso a tentar fazer com que o comércio local mantenha as portas abertas todas as sextas-feiras até às 22h”, afirma. João Antunes reconhece que houve a abertura excessiva de grandes superfícies comerciais que prejudicam particularmente a Amadora. “Sempre lutámos contra, mas houve outros poderes mais fortes. Agora não há nada a fazer”, confessa. Lojas fecham em Sintra. De acordo com o presidente da Associação Empresarial de Sintra, Manuel do Cabo, 2013 é um “ano negro” para o comércio local deste município, uma vez que as previsões apontam que só este ano encerraram cerca de 850 estabelecimentos comerciais. “Todos os dias fecham empresas no concelho de Sintra. E o que está a fechar são empresas onde posto de trabalho era ocupado pelo próprio empresário. Falamos de comércio local. Se olharmos para uma pastelaria, ou um café, quem está à frente desse negócio já não são funcionários porque as lojas deixaram de ter movimento para

w Em 2011, foi investido meio milhão de euros numa das principais artérias do centro da cidade da Amadora


Para os comerciantes da Amadora a crise começou com a abertura de grandes superfícies n expressodalinha

isso. São os proprietários que trabalham nesses locais”, disse. Para o representante dos empresários e antigo presidente da Junta de Freguesia de Algueirão-Mem Martins, o tecido empresarial do concelho é composto maioritariamente por pequenas e médias empresas, de âmbito familiar, precisamente aquelas que mais sofrem com a crise. “Há bastantes casos críticos de famílias que tiveram que fechar os seus negócios. Primeiro, foram obrigados a pôr no desemprego alguns dos seus empregados, alguns deles com muitos anos de casa. Falamos de restaurantes, pronto-a-vestir e cafés, que tiveram uma quebra acentuada no negócio.

E viram os funcionários accionarem mecanismos legais que obrigam os proprietários a arranjar advogados. E aqui começa um grande calvário porque não conseguem pagar os advogados”, afirmou. 2014 será ano mau. Em 2012 encerraram cerca de mil estabelecimentos no concelho de Sintra. Em 2013 serão cerca de 850 mas, segundo Manuel do Cabo, o calvário do comércio local não deverá acabar por aqui, uma vez que o facto de o Governo tem aumentado os impostos e reduzido pensões e vencimentos dos funcionários públicos. “É dramático. O problema do comércio

resolve-se com salários mais altos e não com impostos. Sei que Governo está a fazer uma politica de contenção, de acerto de algumas medidas que não foram bem ponderadas, mas só se consegue viver e consumir se as pessoas tiverem dinheiro. Não havendo consumo, as lojas não vendem e a indústria não produz. É um circulo vicioso. As perspectivas para 2014 não são boas, antes pelo contrário”, referiu. Manuel do Cabo adiantou que a abertura em 2011 do Fórum Sintra também contribuiu para as dificuldades que enfrenta o comércio local. A inauguração, em Dezembro, do Continente de Agualva também não é uma boa

notícia para o comércio local, considera. Parte da receita da AESintra advém de cursos de formação profissional para empresários, acções de segurança e saúde no trabalho, entre outros. De acordo com Manuel do Cabo, actualmente há muitos empresários que não conseguem cumprir as suas obrigações legais relativamente às questões de saúde e segurança no trabalho. “Há empresários que continuam a ter garantidas as suas relações com a administração fiscal pela facilidade que estamos a dar às empresas. Temos feito um esforço, com pagamentos a prestações, pois queremos manter a situação controlada, mas não está fácil”, disse. 20 de Dezembro 2013 sexta-feira

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Política

destaque

Freguesias de Sintra avançam com auditorias aos anteriores executivos Escrutínio às contas das freguesias de Rio de Mouro, Agualva-Mira Sintra e MassamáMonte Abraão visa apurar alegadas irregularidades da despesa dos antigos executivos. joaquim josé reis w jreis@expressodalinha.pt

Os novos presidentes das juntas de Rio de Mouro, União de freguesias de AgualvaMira Sintra e União de freguesias de Massamá-Monte Abraão alegam ter detectado irregularidades nas contas deixadas pelos antigos executivos. Em causa estão contratos de telecomunicações com valor muito elevado, excessivo número de quilómetros apresentados por membros dos antigos executivos, ou aquisição de material informático e telemóveis. Em Rio de Mouro há até aquisição de bicicletas. Nesta freguesia, onde sete elementos do antigo executivo estão a contas com um processo judicial, acusados por crimes de peculato – o Ministério Público pede a devolução de 68 mil euros –, o novo presidente eleito pelo PS, Bruno Parreira, afirma que vai avançar com a auditoria no inicio de 2014. “Estamos a avaliar inventários e detectámos algumas inconformidades que nos preocupam, pelo que achamos que em nome da transparência os mandatos devem ser escrutinados”, disse o autarca, sem esclarecer quais as situações. No entanto, o Expresso da Linha apurou que o novo executivo estranha aquisições de serviços como o contrato mensal com uma operadora de telecomunicações no valor de 2400 euros (até 2015) e várias despesas relacionadas com o apoio da Junta ao clube BTT de Rio de Mouro. Em causa estarão também despesas excessivas relacionadas

A Junta de Rio de Mouro é uma das escrutinadas n DR

com pagamento de quilómetros a membros do antigo executivo. Na recentemente criada União de Freguesias de Agualva-Mira Sintra (a reforma administrativa agregou estas duas antigas freguesias), o novo presidente da junta, o socialista Carlos Casimiro, afirmou que “há indícios que revelam que há matérias de facto para avançar com a auditoria” em principio de Janeiro, nomeadamente as contas do antigo executivo de Agualva, liderado pelo social-democrata Rui Castelhano, agora deputado municipal. “Detectámos muitos quilómetros colocados sem que houvesse enquadramento para isso. Há facturas estranhas como a aquisição de garrafas de whiskey e brandy, sem estarem enqua-

Bruno Parreira, presidente da Junta de Rio de Mouro n expressodalinha

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dradas em qualquer evento. Achámos isso muito estranho. Verificámos ainda que há consumos muito elevados de telemóvel, em largas centenas de euros, por parte de uma das vogais”, afirmou. Carlos Casimiro adianta que, quando tomou posse, a junta teve sérias dificuldades para suportar os vencimentos dos funcionários: “Basicamente não tínhamos dinheiro. Tínhamos perto 5 mil euros em Agualva e vencimentos das duas juntas para pagar, cerca de 25 mil euros. Nem podíamos pagar outros compromissos previamente assumidos”, afirmou. “O que salvou foram as verbas de Mira Sintra, que tinha 6 mil euros de saldo, mais 30 mil numa conta. E a Câmara transferiu com maior rapidez dinheiro que tínhamos a receber de calçadas, senão tínhamos que recorrer a um empréstimo bancário para suportar os vencimentos dos funcionários”, afirmou. Pedro Brás, presidente da União de Freguesias Massamá-Monte Abraão, sublinha que “existem situações que parecem que não foram feitas de forma correcta e é preciso ter a certeza”. As conclusões da auditoria já contratada pelo novo executivo deverão ser apresentadas em Fevereiro e incidirão não só nas questões financeiras, mas também nos procedimentos de contratação de pessoas e serviços. O autarca socialista adiantou que há equipamentos como telemóveis, das duas antigas juntas, que ainda não foram entregues. Em declarações ao Expresso da Linha, a antiga presidente da junta de Monte Abraão, Fátima Campos, afirma estar tranquila e contesta as acusações do novo presidente. “Está tudo na junta, são telemóveis que estão estragados. Em vinte anos como autarca é a primeira vez que vejo um executivo fazer uma au-

Excessivo número de quilómetros

É uma das razões para as auditorias. Em causa estão também contratos de telecomunicações com valor muito elevado ou aquisição de material informático e telemóveis

ditoria depois de tomar posse. Porque é que não agiram durante o mandato anterior?”, questiona a antiga autarca eleita pelo PS e candidata do movimento Sintrenses com Marco Almeida nas eleições autárquicas. Fátima Campos adianta que o movimento Sintrenses com Marco Almeida vai apresentar propostas para a realização de auditorias em juntas de freguesia anteriormente geridas pelo PS. Já o antigo presidente da junta de freguesia de Agualva, Rui Castelhano, afirma estar “tranquilo”, adiantando que apenas irá pronunciar-se após tomar conhecimento das conclusões da auditoria, enquanto o antigo presidente da Junta de Rio de Mouro, Filipe Santos, esteve incontactável até ao fecho de edição.


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Autarquias sintra

Sinta corta na despesa e aposta na acção social O presidente da câmara faz o balanço dos primeiros cinquenta dias do mandato. A aposta passou pela redução das despesas para aumentar apoio aos mais necessitados.

antiga fábrica da melka

Recuperada para acolher PSP A antiga fábrica da Melka, em Agualva-Cacém, vai ser recuperada para acolher a Divisão de Sintra da PSP e a Polícia Municipal. De acordo com o presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta, o Ministério da Administração Interna já se comprometeu a investir 1,5 milhões de euros. Este equipamento receberá, além da Divisão de Sintra, a esquadra do Cacém e a Investigação Criminal, que funcionam actualmente num prédio de habitação e sem condições, em Agualva. Fonte policial disse ao Expresso da Linha que esta transferência de serviços para a Melka tem efeitos muito positivos em termos de redução de despesa. “Era o melhor que podia acontecer à PSP de Sintra. E fica mais económico instalar ali os serviços do que construir um equipamento novo”, disse a fonte.

joaquim josé reis w jreis@expressodalinha.pt

Antiga fábrica da Melka, em Agualva-Cacém n google maps

Basílio Horta promoveu um encontro com jornalistas para fazer um balanço dos primeiros dois meses à frente da Câmara de Sintra. O autarca eleito pelo PS falou de vários temas como acção social, segurança e recuperação urbana. “Resolvemos problemas, olhámos para dentro, para a estrutura, e [fizemos] um grande corte na despesa para que o apoio social fosse reforçado. Temos uma política humanista, pomos as pessoas em primeiro lugar”, disse. Durante esta iniciativa, o autarca eleito pelo PS adiantou que apesar de estar à frente do município há dois meses, “parece que foi há dois

anos, dado o trabalho feito até ao momento”. Basílio Horta destacou os cortes na despesa – como a poupança de 1,6 milhões de euros por ano em avenças e recibos verdes – e a utilização dessas verbas em acção social e apoio às instituições. Segundo o autarca, o município aumentou de dois milhões de euros para 3,1 as verbas de apoio às Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) em 2014, e criou um fundo de emergência social com 600 mil euros, bem como um fundo destinado ao apoio a trabalhadores da câmara que se encontrem em dificuldades financeiras.

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“Será um fundo de 54 mil euros gerido pela Casa de Pessoal dos trabalhadores da Câmara de Sintra, para casos de emergência”, afirmou. Este fundo servirá, por exemplo, para casos de trabalhadores que não consigam pagar uma renda de casa. Neste caso, pedem assistência ao fundo e, quando conseguirem, devolvem essa verba. Durante a iniciativa de balanço de mandato, Basílio Horta afirmou aos jornalistas que pretende criar um “grande departamento de ambiente e de gestão territorial”, para, entre outras, resolver questões como a necessidade de requalificação da orla costeira.

O presidente da Câmara pretende ainda apostar na requalificação urbana da vila de Sintra e está empenhado em utilizar verbas europeias

1,6 milhões de euros Poupança anual em avenças e recibos verdes

para tal. Numa primeira fase o município vai apresentar projectos para a requalificação do Hotel Netto e para a recuperação das Escadinhas do Hospital. Quanto à recente aquisição do Hotel Netto pela autarquia, que exerceu o direito de preferência deixando para trás a intenção da empresa pública Parques de Sintra Monte da Lua de adquirir o imóvel em ruínas, Basílio Horta deixa críticas à oposição – Sintrenses com Marco Almeida – que votou contra a proposta em reunião de câmara e em Assembleia Municipal. “Custa-me entender como é que se vota contra esta propos-


Oposição alerta que recuperação do Hotel Netto pode custar 4,5 milhões A Câmara de Sintra anunciou que a aquisição e recuperação do Hotel Netto vai custar 2,3 milhões, mas o movimento “Sintrenses com Marco Almeida” acredita que pode chegar aos 4,5 milhões de euros. luís galrão w lgalrao@expressodalinha.pt

A Assembleia Municipal de Sintra autorizou a câmara a exercer o direito de preferência na aquisição das ruínas do Hotel Netto, situadas em pleno centro histórico. A decisão foi tomada na sessão de 6 de Dezembro, e contou apenas com a oposição dos deputados municipais do movimento Sintrenses com Marco Almeida, que alertam que a recuperação do imóvel pode custar o dobro do anunciado pela autarquia, e não compreendem porque é que a câmara decidiu ultrapassar a empresa pública Parques de Sintra – Monte da Lua, que estava prestes a concretizar a compra à Tivoli Hotéis. “O custo final com aquisição, projectos de arquitectura e especialidades, demoli-

ta. Como é possível que a Câmara deixasse a Parques de Sintra fazer a gestão de tudo o que é de Sintra. Não podemos ficar a ver navios”, afirmou. Em relação à recuperação urbana do centro histórico da vila, o presidente da câmara adiantou que não admitirá “prédios em ruína”, que deixem uma má ideia de Sintra aos visitantes. O autarca garantiu que o município vai avançar com a construção de quatro centros de saúde e que será ressarcido mais tarde pelo Ministério da Saúde. Assim, Almargem do Bispo e Queluz são prioritários e deverão ser os primeiros a avançar. Numa segunda fase, o

ção, reconstrução, equipamentos, mobiliário, decoração e despesas administrativas, será de alguns milhões. Se apontar para 4,5 milhões não estou a exagerar, pelo que importa conhecer o montante global do investimento para se votar em consciência e não ‘às escuras’”, apelou o deputado municipal Hermínio dos Santos, que considerou que este montante poderia ser investido “num programa de reabilitação e valorização do centro histórico”, uma vez que a recuperação do Hotel Netto já estava assegurada pela Parques de Sintra, que também tem a Câmara de Sintra como accionista. A câmara, por seu lado, afirma que a aquisição do imóvel vai custar 600 mil euros, e que as obras de recuperação custarão 1,7 milhões de euros, parcialmente financiados por fundos comunitários geridos pelo Instituto

da Habitação e da Reabilitação Urbana. “Segundo dados do departamento de urbanismo, a remodelação custa 1,7 milhões, 50% garantidos por fundos comunitários, ou seja 850 mil euros, num apoio a 10 anos, sem juros nem amortização nesse período, com taxa euribor. Se houver um projecto integrado no centro histórico, esse apoio pode subir para 90% do investimento, pelo que apresentaremos também a recuperação do prédio devoluto nas escadinhas do hospital”, explicou o presidente da câmara. Basílio Horta justifica que ultrapassou a Parques de Sintra, entidade que diz já ter

w Câmara estima que obras custarão 1,7 milhões de euros

“praticamente todas as jóias da promoção de Sintra”, em “defesa dos interesses do concelho”. “Esta câmara é confrontada com o direito de preferência depois da sua posse e num momento em que a Monte da Lua vai fazer a escritura. O processo todo decorreu noutra vereação, noutro executivo. Se tivesse decorrido com este, obviamente que se colocaria uma questão de coerência, senão mesmo de lealdade. Era mais fácil deixar que a Monte da Lua continuasse, mas não me sentiria bem com a minha consciência se esta aquisição nos passasse ao lado e nós mais uma vez desistíssemos de estar presentes no coração da nossa vila”, disse. O calendário das obras ainda não é conhecido, mas a câmara espera assinar a escritura de aquisição até do final do ano, após ter o visto do Tribunal de Contas. Segue-se a abertura de um concurso público internacional, que deverá incluir a introdução de alterações do projecto existente, para o adaptar a um Hostel de juventude. “Vamos ter de abrir um concurso, e quem ganhar vai ter de fazer adaptações”, disse o autarca.

centro de saúde do Cacém também deverá mudar de localização e a Câmara pretende ainda a instalação de um equipamento de saúde no centro da vila. Em relação à questão da Tapada das Mercês, urbanização que está há vários anos por concluir – para prejuízo dos moradores - Basílio Horta adiantou que, caso o urbanizador não faça as obras de conclusão, será o município a avançar. “Ou a entidade faz ou então faz a câmara. Obviamente responsabilizando depois a que não fez. Se até ao fim do ano [o urbanizador] não avançar, a Câmara vai ter que fazer”, disse.

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Lisboa

Sintra

autarquias

autarquias

orçamento

Lisboa em festa até ao final do Ano Feiras de Natal, espectáculos e concertos de Ano Novo gratuitos são as propostas da Câmara de Lisboa para animar a quadra festiva e o comércio. susana paula w spaula@expressodalinha.pt

Um pouco por toda a cidade as ruas estão iluminadas e nas praças há árvores de Natal, mas a animação nesta época festiva não fica por aqui: até ao final do ano há espectáculos e concertos gratuitos, feiras e aldeias de Natal para todos os gostos. Um dos espectáculos gratuitos é o ‘Circo de Luz’ que, até dia 25 (inclusive), vai transformar a fachada principal do Terreiro do Paço numa tenda de circo virtual de 125 metros. “Os malabaristas utilizam bolas, coroas e velas de Natal para nos surpreender com as suas habilidades. Os acrobatas, homens com cabeças de rãs, empilham-se uns nos outros para formar uma gigante árvore de Natal que vai até ao topo do Arco da Rua Augusta. O homem bala é um pai natal com cabeça de rena e vai a voar por toda a fachada para distribuir os presentes. É desta forma variada que os diferentes aspectos do Natal vão sendo abordados pelos diferentes artistas de circo virtuais”, descreveu ao Expresso da Linha um dos mentores do projecto, Nuno Maya. A criação de um circo nas fachadas do Terreiro do Paço é feita através de ‘video mapping’, ou seja, da projecção em vídeo em três dimensões. Nuno Maya e Carole Purnelle, do atelier OCUBO.com, foram também responsáveis por outros espectáculos de ‘vídeo mapping’ no Terreiro do Paço, como o ‘Arco de Luz’, que no Verão passado juntou meio milhão de pessoas. Pode assistir a este espectáculo aos dias úteis às 19h, 20h, 21h e 22h, no fim-de-semana e no dia 25 há uma sessão extra, às 18h. Na véspera de Natal, há uma projecção única às 18h. A entrada é sempre gratuita. O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, defendeu que este tipo de iniciativas “é uma boa forma de dar uma nova vocação ao Terreiro do Paço”. PUBLICIDADE

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Para o autarca socialista, a animação natalícia nas zonas comerciais da cidade, como a Baixa e o Chiado, é uma forma de “ajudar a vencer a crise”, por ajudar a dinamizar o comércio e a trazer “esperança” aos portugueses, que “precisam de calor e esperança, valendo a pena a carga simbólica deste momento de acender a luz, para que brilhe no meio da grande escuridão que estamos a viver”. António Costa apelou ainda ao uso dos transportes públicos nas deslocações a Lisboa para este – e outros - eventos na quadra natalícia, considerando que esta é também uma “oportunidade” para visitar lojas, cafés e restaurantes da capital. Gratuito será também, como é habitual, a festa da passagem de ano no Terreiro do Paço. A partir das 22h, o humorista Herman José e o DJ André Henriques vão preparando

1o euros por criança

Custo do ingresso na ‘Aldeia Natal’ do Parque Eduardo VII

Árvore de Natal, no Rossio n expressodalinha

Sintra aposta na educação e na acção social

Rua Augusta n expressodalinha

o público para receber o novo ano. Com a chegada da meia-noite, e depois do espectáculo de fogo-de-artifício, será a vez de Pedro Abrunhosa animar lisboetas e visitantes. Até sábado (dia 21), na Avenida da Liberdade há música ao vivo, leituras de contos e apresentações culinárias dedicadas à quadra natalícia e na Mouraria há um mercado de Natal e uma recolha de bens para a comunidade sem-abrigo da cidade. Até domingo (dia 22) há concertos de Natal pelas igrejas da cidade. Com acesso pago (a 10 euros por criança), é possível visitar ainda, até ao Dia de Reis (6 de Janeiro) a ‘Aldeia Natal’ do Parque Eduardo VII, onde há diversões, teatros e animais, como renas e camelos.

O orçamento da Câmara de Sintra para 2014 vai sofrer uma redução de oito milhões de euros face ao de 2013. Com 152 milhões, este é o orçamento mais baixo dos últimos anos, uma vez que a verba anual em 2013 foi de 160 milhões, e a de 2011 foi de 187 milhões. A maior fatia do orçamento vai para despesas com pessoal (42 milhões), seguida de aquisição de bens e serviços (38 milhões). Quanto às Grandes Opções do Plano, a Câmara vai investir 24 milhões de euros nas áreas de habitação social e serviços colectivos (recolha de lixo, jardins e limpeza de ruas) e 18 na Educação. A maior parte da receita resulta de impostos municipais (como a Derrama ou o IMI), cerca de 76 milhões, mas também de transferências correntes (do Estado), cerca de 46 milhões. A Assembleia Municipal de Sintra aprovou o orçamento a 19 de Dezembro, com votos favoráveis das bancadas do PS, CDU, PSD e CDS-PP e abstenção do movimento Sintrenses com Marco Almeida e do Bloco de Esquerda. De acordo com o vice-presidente da Câmara, Rui Pereira, (substituiu Basílio Horta) este é um orçamento “de transição” que obtém uma redução de 13% na despesa de funcionamento e que aposta na acção social, uma vez que, além da verba que o município já gasta nessa área, vai criar também um fundo de emergência social (500 mil euros) destinado a apoiar pessoas em situação de carência, e outro para funcionários da Câmara (54 mil euros) que se encontrem com dificuldades financeiras. “O orçamento permite reforçar a politica social municipal, que não é feita de esmolas, mas sim de apoio sustentado”, afirmou Rui Pereira. Pela primeira vez o Bloco de Esquerda não votou contra um orçamento apresentado pelo executivo da Câmara (votou sempre contra os orçamentos apresentados por Fernando Seara).


Templo budista abre portas em Sintra A paisagem de Sintra, feita de monumentos e palácios, tem um novo elemento a somar à sua diversidade patrimonial e cultural. Um templo budista, rodeado de jardins. Nelson Mingacho w redaccao@expressodalinha.pt

Romanos, muçulmanos e cristãos deixaram o seu testemunho em Sintra, hoje uma das mais belas vilas de Portugal. Agora é a vez do budismo deixar a sua marca, com a recente abertura ao público do Templo para a Paz Mundial, na Várzea de Sintra. Um espaço salpicado de obras de arte, mas onde todos os sentidos se viram para dentro. O cenário é singular, nada a que Sintra não esteja habituada. À saída da Várzea de Sintra, ergue-se um novo edifício com uma arquitectura invulgar. A influência é oriental e representa uma mandala, ou seja, a mansão celestial de um Buda. Símbolos auspiciosos do budismo ornamentam as paredes exteriores do templo. Lá dentro sobressaem diferentes estátuas, a maior com dois metros e meio de altura, baixos-relevos e a roda de Buda. Só o trabalho de arte religiosa e ajardinamento do espaço ocuparam o esforço de cinquenta voluntários, provenientes dos quatro cantos do mundo, ao longo de quase um ano, explica o responsável pelo espaço, David Martins. Está rodeado de jardins, uma parte é selva-

gem, onde predomina a vegetação autóctone. O templo da tradição kadampa é servido por um café, onde a comida é vegetariana, uma loja com livros dedicados à prática budista e outros artigos para venda. “Prestar um serviço de benefício público, ao dar a conhecer os ensinamentos de Buda e as técnicas de meditação que ajudam as pessoas a melhorar a qualidade de vida e aumentar a sua paz interior” é o objectivo deste projecto, refere o responsável do templo. Viver em comunidade. Workshops, retiros, cursos de um dia, meditações guiadas e orações decorrem ali todos os fins-de-semana e às terças-feiras. Existe também um programa de estudo dedicado à meditação e ensinamentos. Uma vez por mês organizam-se visitas guiadas e recebem-se visitas de estudo.

w Ajudar as pessoas a melhorar a qualidade de vida

Templo fica na Várzea de Sintra n expressodalinha

Quanto ao local da construção, “quem o escolheu foi o nosso mestre Guesha Kelsang Gyatso. Ele explicou que Portugal é um país com alguma abertura e generosidade. E isso cria um ambiente favorável a este projecto”, refere David Martins. “É um sítio bonito, agradável e próximo de muitas pessoas”. O Templo de Sintra é um dos três centros em Portugal da Nova Tradição Kadampa. Os outros ficam em Lisboa (Chiado) e Castelo Branco. Actualmente são oito os residentes, incluindo a professora principal, uma monja

de origem suíça, mas há espaço para mais. “Qualquer pessoa com interesse e simpatia pelo modo de vida budista pode viver no templo, existe alojamento para isso”. Artur Ávila, tem 13 anos, frequenta o 8º ano, e vive com a família no templo. “É uma experiência bastante interessante e significativa. É sempre bom viver em sítios diferentes, aprende-se muito mais”, adianta. Ali residem também os dirigentes da associação budista, que tratam da gestão do espaço, coordenação de actividades e publicação de livros.

Reclusos queixam-se de má alimentação A ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, visitou o Estabelecimento do Linhó a 11 de Dezembro, onde inaugurou um pavilhão com capacidade de alojamento para 114 reclusos. Durante a visita, vários reclusos aproveitaram a visita da governante para apresentar algumas reclamações. “Só há comida boa quando vem aqui alguém importante”, disse um dos reclusos para Paula Teixeira da Cruz. No final da visita, a ministra disse aos jornalistas que o Governo está empenhado em melhorar as condições dos reclusos, assim como em apostar no plano de reinserção que visa a formação profissional de presos. “Estamos muito apostados no plano de reinserção e de recuperação. Há pessoas que já

A Ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz n dr

têm propostas de emprego em função destes cursos que tiraram no estabelecimento. Isso para nós é essencial. A prisão tem de ser o primeiro espaço de reinserção”, disse. De acordo com a ministra, que nessa ma-

nhã participou na cerimónia de entrega das chaves de 38 viaturas de segurança nas instalações do antigo Centro de Estudos e Formação Penitenciária, em Caxias, o objetivo do Governo passa por melhorar “as condições materiais” dos estabelecimentos prisionais, assim como permitir “que com melhores condições” os reclusos vejam “reforçados os seus direitos”. O aumento da capacidade de alojamento do Linhó e as 38 novas viaturas de segurança custaram ao Estado cerca de 2,7 milhões de euros, investimento que faz parte de um plano de remodelação e de aumento da capacidade de acolhimento das instalações prisionais, bem como de renovação e ampliação do parque automóvel da Direcção-Geral de

Reinserção e Serviços Prisionais. Em Abril, o Conselho da Europa alertou para o problema da sobrelotação das cadeias portuguesas, bem como para as condições desumanas e degradantes das instalações, sobretudo no Estabelecimento Prisional de Lisboa. Os problemas incidiam nas pequenas dimensões das celas, colchões sujos, ou a presença de ratos. Recentemente, o Comité Europeu para a Prevenção da Tortura e das Penas ou Tratamentos Desumanos ou Degradantes esteve em Portugal a visitar estabelecimentos prisionais. No relatório, este organismo apontava relatos de “maus tratos infligidos por guardas prisionais aos detidos” no Estabelecimento Prisional de Lisboa.

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Entrevista associativismo

Dínamo – Associação de Dinamização Sócio-Cultural “Faltam as condições para os jovens conseguirem ter sonhos” É a principal associação juvenil de Sintra, com trabalho desde 2007, mas continua à espera de um espaço próprio onde possa instalar um Centro de Formação para a Cidadania. luís galrão w lgalrao@expressodalinha.pt

O

Expresso da Linha foi conhecer a Dínamo, à conversa com três voluntárias da direcção desta associação juvenil, que mantém o objectivo de que a Assembleia Municipal de Sintra adopte as recomendações elaboradas pela Rede de Participação Juvenil de Sintra. Como surgiu a ideia da Rede de Participação Juvenil de Sintra? Sara: Quisemos criar um grupo que fomentasse a participação juvenil no concelho fomos auscultar não só os jovens, mas também todas as pessoas que trabalham directamente com eles, para tentar perceber quais eram as necessidades e as barreiras à participação juvenil. Daí surgiu a carta de 36 recomendações criadas por mais de 50 jovens, trabalhadores sócio-educativos e associações. Que tentaram que fosse aprovada pela Assembleia Municipal, mas sem sucesso. Sara: Fomos apresentá-la à Assembleia Municipal, onde pretendíamos que houvesse uma deliberação. Queríamos que a carta fosse um instrumento fundamental para a definição

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das próximas políticas de juventude, mas apenas tivemos espaço para participar naqueles cinco minutos destinados aos munícipes. Com que impressão ficaram dessa experiência? Sara: Ficámos surpreendidos com tantas barreiras vindas duma instituição que tem como missão privilegiar a democracia, principalmente porque era um projecto com um processo muito consistente e coerente. Eram os jovens a falar pelos jovens, a tentar perceber quais eram as barreiras à participação juvenil e a criar mecanismos para que esta participação fosse mais fluida. Entretanto, continuaram esse trabalho, inclusive durante as autárquicas. Sara: Sim, criámos o projecto e a carta “Sintra Muda Sintra” (SMS), que através da nossa bolsa de formadores foi ter com os jovens a várias escolas, para efectuar o levantamento de necessidades, que depois foi apresentado no I Encontro Municipal de Juventude. Foi muito importante porque permitiu aos jovens estarem em contacto de forma directa e humilde,

porque foi mesmo cara a cara, com os jovens a dizerem o que pensavam aos futuros decisores políticos. Mudou a ideia com que tinham ficado da experiência anterior? Sara: Mudou, mas o momento era propício a isso. Sabemos que em eleições os políticos aparecem e saem à rua, quando deviam fazê-lo durante o ano inteiro. Há que ter essa salvaguarda, mas ainda assim foi muito bom, porque muitos dos jovens nunca tinham tido essa experiência de falar directamente com quem vai decidir sobre o seu futuro. Foi aí que apresentaram a Agenda para a Juventude. Sentiram-se ouvidos? Sara: Sem dúvida, mas o mais importante foi que houve pontos de partilha. Tivemos cinco reuniões com quatro partidos diferentes, embora existissem imensas candidaturas na altura. Mas como foi na nossa primeira abordagem do género, foi bom porque estas reuniões foram muito frutíferas e agora estamos à espera de ver cumpridas as promessas. Há em Sintra uma política municipal de juventude? Sara: É difícil de dizer, porque o pelouro da juventude está ligado ao do desporto e há um grande nevoeiro entre o que é juventude e o que é desporto. Também não é claro o investimento para a área da juventude, claro em termos de informação, que não existe, e sem práticas visíveis. Sabemos que existe um regulamento de apoio ao associativismo, mas depois tudo o que se passa depois deste apoio

ser concedido também é muito fraco. Aliás, no relatório de actividades 2011 da Dínamo é interessante perceber que no nosso financiamento, a parte local é mínima. Porque não procuraram ou porque não há? Sara: Porque não há. A Dínamo está no território desde 2007, pelo que tinha tempo suficiente para perceber que tipos de apoios existem. Nesse mesmo relatório, verificamos que o financiamento que a Dínamo tinha para a juventude era 200% superior ao da câmara. Existe uma falta de priorização para a juventude, ou existia, porque houve eleições e ainda é cedo para falar do que vai acontecer. A obtenção desses apoios não está facilitada? Sara: Os jovens têm de estar organizados formalmente para se poderem candidatar, e ninguém vai abrir uma associação só porque quer organizar sessões de cinema e debate. Não há espaços para os jovens serem empreendedores, uma palavra de que se fala muito. Têm de existir condições não só em termos de financiamento, mas também de know-how, porque é preciso tirar uma licenciatura para conseguir ler o tal regulamento de apoio ao associativismo e perceber as entrelinhas. A Dínamo já faz um pouco esse trabalho, mas faltam as condições para os jovens conseguirem até ter sonhos, porque se soubessem que podiam ter todo o apoio para ter um projecto, assim conseguiriam sonhar. Se não houver esse tipo de oportunidades, a participação torna-se na apatia que se vê. E é difícil, até para nós, chamar os jovens a


Perfil

Tânia Lopes, 23 anos

Frequenta o curso de Ciências Farmacêuticas Vice-presidente da Dínamo | à esquerda

Beatriz Darame, 20 anos Frequenta o primeiro ano do Curso de Biologia

Coordenadora do MOVIEing e vogal da direcção da Dínamo | ao centro

Sara Fumega, 25 anos

Desempregada, licenciada em Ciência Política e Relações Internacionais, com mestrado em Sociologia e Planeamento Presidente da Dínamo desde Abril de 2012 | à direita n expressodalinha

participar, porque é uma prática que se está a perder. É por isso que apostam sobretudo em apoios internacionais? Sara: Sim, a experiencia internacional é importante em termos de boas práticas e porque a maior parte dos fundos vêm do Conselho da Europa ou da Comissão Europeia. Podemos dizer que é graças à comunidade internacional que a Dínamo consegue desenvolver os projectos, mas foi preciso muito empenho, trabalho e espírito de sacrifício para se conseguir. À semelhança de outras organizações do terceiro sector, funcionamos por projectos, o que é bom e mau, porque há momentos com muitos projectos, trabalho e dinheiro, e depois há momentos mais parados se não forem aprovados. O que gostariam que mudasse no relacionamento com as autarquias? Sara: É importante que ouçam as instituições que estão no terreno, porque são elas que trabalham directamente com os jovens (no nosso caso). Se continuar a haver este afastamen-

to institucional entre os que estão em cima e os que estão em baixo, vai ser muito difícil ambas as partes aprenderem. Esperamos que haja este empenho em ouvir mais quais são as nossas necessidades. E que necessidades são essas? Sara: Continuamos a batalhar por ter uma sede, porque estamos aqui num espaço cedido pelo programa K’Cidade. Depois, um dos nossos projectos é criar um Centro de Formação para a Cidadania Democrática e para os Direitos Humanos, destinado a trabalhar com os jovens capacidades e competências que neste momento não trabalham nas escolas, principalmente desde o fim das disciplinas de educação cívica e de área de projecto. Como está encaminhado e quanto vai custar? Sara: Estamos à espera da aprovação de três grandes projectos que somam 500 mil euros, e um deles é a implementação desse centro, com um orçamento de 114 mil euros para dois anos. Relativamente ao espaço, não sabemos

qual será o tipo de intervenção do novo executivo, mas já iniciámos conversações que parecem estar a ir no bom sentido. Aqui na Tapada das Mercês existe uma infra-estrutura que é a Casa da Juventude, que infelizmente tem sido utilizada para tudo menos para os jovens, e que precisa de uma dinamização em que poderíamos colaborar. O anterior executivo desafiou-vos a apresentar essa proposta. Como ficou isso? Sara: Apresentámo-la várias vezes. Antes de falarmos na Casa da Juventude foi também falado num espaço devoluto em Queluz, onde teríamos de fazer obras, mas o contrato que se pretendia estabelecer não interessava minimamente à Dínamo. Entretanto viemos para aqui, vimos a Casa da Juventude e apresentámos a proposta, mas infelizmente não passou daí. Esse projecto poderá vir a utilizar aquele espaço? Sara: Sim. Não temos a pretensão de ter o espaço só para a Dínamo, ou um espaço criado

de raiz, porque não estamos em época de fazer esse tipo de despesas. Sendo uma Casa da Juventude, podemos estar lá e ajudar a câmara, num sistema saudável de co-gestão como já fazemos aqui. Têm também o MOVIEing, lançado recentemente. O que pretende? Beatriz: Nasceu com o apoio da “incubadora” da Dínamo, que apoia projectos levados a cabo por jovens. No MOVIEing, os jovens vêm assistir a um filme que tenha interesse para debate e reflexão, e depois o objectivo é criar uma acção. Estamos no final do bloco sobre a discriminação e vamos criar a nossa acção, que será transmitida à comunidade. Em Janeiro teremos outro bloco. É uma grande oportunidade para os jovens, mas há alguma dificuldade em transmitir a mensagem. Parece que não têm noção destes projectos. Nós tentamos divulgar, mas sentimos muita dificuldade em que estes projectos sejam ouvidos. Já reflectiram sobre isso? A que se deve? Excesso de informação? Beatriz: Sim, algum excesso de informação, mas também alguma falta de iniciativa em procurar, da parte dos jovens. Que outras necessidades sentem os jovens? Tânia: Muitos queixam-se de falta de informação em áreas como a saúde, educação. Dizem que é difícil ter acesso, porque a informação que existe nem sempre é adequada aos jovens e fácil de entender. E foi interessante ver, no levantamento de necessidades, que jovens com 12 ou 14 anos já falavam no emprego, que é uma preocupação que já têm, pelo que vêem e sentem em casa. Muitos também falaram no ambiente e até na limpeza das ruas. Outra questão é a da participação. Acham que é difícil participar, não sabem como fazer, não sabem que ofertas existem e sentem que se têm um projecto ou uma ideia, não sabem por onde começar. É por isso que não há quase associações juvenis em Sintra? Sara: É um indicador dessa falta de participação. As associações juvenis com quem trabalhamos são internacionais e os nossos parceiros não são associações juvenis.

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Sociedade testemunho O 25 de Abril é poesia para um chileno Chegou a Portugal no verão quente após o 25 de Abril, depois de ter vivido dois golpes militares e a clandestinidade na América Latina. Considera que a revolução portuguesa é como um “poema” sem precedentes na história. joaquim josé reis w jreis@expressodalinha.pt

Mário Dujisin trabalhou directamente com Salvador Allende, o presidente do Chile morto há 40 anos durante um golpe militar liderado pelo general Augusto Pinochet. Actualmente é correspondente da agência de notícias italiana em Portugal (ANSA), e orgulha-se de ter feito chegar o último discurso de Allende às rádios de esquerda chilenas, bem como aos órgãos de comunicação social internacional que assistiam a um golpe de estado imposto por um general que iria ser responsável por mais de 3.000 mortes e milhares de desaparecidos. Viviam-se os primeiros períodos de liberdade quando este antigo chefe do departamento de informação internacional do gabinete da presidência chilena chegou a Portugal. Ainda não tinham passado dois anos após o golpe militar de 11 de Setembro de 1973. “Quando uma pessoa vem da América Latina, um continente cheio de golpes de estado nessa altura, e chega a um pais onde na primeira vez na história da humanidade um exército faz um golpe de estado para impor a democracia pela força das armas é uma maravilha. É poesia. Onde é que já se tinha visto isso”, afirmou o jornalista. A 15 de Dezembro, Michelle Bachelet venceu a segunda volta das eleições presidenciais no Chile, numa luta a dois com o rosto da direita daquele país, Evelyn Matthei. A vencedora terá novamente que enfrentar a principal dificuldade que afecta a democracia chilena, ainda muito dividida entre a esquerda e a direita, que passa por fazer a revisão à constituição de 1980, herdada da ditadura de Pinochet. “A democracia no Chile não é uma democracia verdadeira, é uma democracia protegida pelas forças armadas”, afirma Mário Dujisin.

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Recentemente renasceu na sociedade chilena uma dúvida de quatro décadas: afinal, Salvador Allende cometeu suicídio nas instalações do palácio presidencial (La Moneda), naquela que é a tese oficial, ou foi morto pelos militares, conforme afirmam duas jornalistas daquele pais em dois livros publicados recentemente. Para Mário Dujisin, a verdade encontra-se entre as duas teses: “Dias depois do golpe falei com o comissário da polícia judiciária que era muito meu amigo e que esteve com Allende até ao fim. Contou-me que o presidente estava muito ferido por causa do bombardeamento ao La Moneda e dos tiros na rua, e que quando os militares começaram a subir as escadas deu um tiro em si próprio para não ser apanhado vivo. Mas depois um soldado entrou e disparou vários tiros”. Dujisin adianta que a morte do presidente “foi uma coisa terrível” que, apesar de tudo, os colaboradores próximos já esperavam pela postura que teve durante uma tentativa de golpe de estado que tinha ocorrido meses antes e que foi sustida por um general que, na altura,

Mário Dujisin

A morte de Salvador Allende foi uma coisa terrível. Era um homem de muita coragem. Sabíamos que não se ia render aos militares. Allende não tinha medo da morte.

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Jornalista veio para Portugal em definitivo em 1991 n expressodalinha

era próximo de Allende, precisamente Augusto Pinochet. “Sabíamos que era um homem de muita coragem. Sabiamos que não se ia render e que não ia aceitar a proposta dos militares para apanhar um avião para fora do país. Conhecíamos bem Allende, era um homem que não tinha medo da morte”, afirmou. Em 1979, o jornalista deixou Portugal para regressar de vez em 1991. Encontrou um país que trilhava os caminhos do desenvolvimento económico. Hoje, receia o modelo económico que está a ser implementado no nosso pais e recorda o “milagre” económico operado no Chile, naquele que foi o primeiro país a implementar o neoliberalismo. “O modelo económico que se está a implementar em Portugal, Espanha e Grécia só foi experimentado antes em ditaduras militares no continente Sul Americano. Esse modelo só foi possível em ditaduras militares nos anos 70 nos países do sul da América. Esse modelo significou marginalizar 30 por cento da população, que não tinha acesso a saúde ou educação”, sublinhou. O jornalista falava com o Expresso da Linha à margem da XII Mostra de documentários sobre direitos humanos organizada pelo Grupo 19 (Sintra) da Amnistia Internacional, que decorreu no Centro Cultural Olga Cadaval.

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Lisboa

sociedade

Trabalhadores de Lisboa fazem greve à recolha de lixo na véspera e dia de Natal Em causa está a transferência de 1.800 trabalhadores do município para as juntas de freguesia, no âmbito da reforma administrativa da capital. Sindicato teme despedimentos. susana paula w spaula@expressodalinha.pt

Os trabalhadores de Lisboa vão fazer greve à recolha de lixo entre a véspera de Natal e o dia 28, em protesto contra a transferência de funcionários e de competências do município para as juntas de freguesia a partir do próximo ano. A Câmara de Lisboa pretende transferir 1.800 trabalhadores do município para fazer frente aos novos serviços pelos quais as juntas ficam responsáveis, como a gestão de algumas bibliotecas ou a limpeza urbana. Apesar de o executivo liderado pelo socialista António Costa ter já assegurado que os trabalhadores a ser transferidos mantêm o seu lugar “cativo” no município, o Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), que convocou a greve, mantém as suas dúvidas e críticas à medida. “Um dia em que o

presidente da Câmara saia de cá, como é que pode garantir a reserva de lugares no mapa de pessoal por tempo indefinido?”, questionou o líder daquele sindicato, Vítor Reis. A autarquia também já distribuiu uma missiva pelos trabalhadores do município a assegurar a manutenção dos direitos associados ao vínculo de função pública, como a manutenção da carreira, categoria e remuneração, dias de férias, salvaguarda de antiguidade, da avaliação e dos prémios de desempenho ou a protecção em caso de parentalidade, entre outros. Apesar de este ponto estar assente, o STML só “ficaria satisfeito se António Costa assumisse que esta lei 56 não seria aplicada”, o que implica uma revogação da lei da reforma administrativa pela Assembleia da República, que, há cerca de um ano, reduziu as freguesias da capital de 53 para 24, e determinou uma passagem do município para as

juntas de mais meios humanos e financeiros e de competências. No entanto, afirma Vítor Reis, “a maior parte dos trabalhadores não quer ir para as juntas de freguesia”. Este descontentamento levou dezenas de trabalhadores a assistir à discussão da proposta da passagem das competências para as juntas na reunião de câmara de quarta-feira (dia 18). Durante a discussão, que demorou mais de três horas, os trabalhadores gritaram palavras de ordem como “Costa escuta: os tra-

Reforma administrativa em números: w Reduz as freguesias de 53 para 24 w Aumenta o orçamento das freguesias para 68 milhões de euros w Transfere 1.800 trabalhadores do município para as juntas w Juntas responsáveis por oito bibliotecas e vários equipamentos desportivos w Reforma administrativa tem de estar concluída a 1 de Janeiro

balhadores estão em luta” e exibiram uma faixa onde se lia “Estamos em luta contra a transferência de competências”. Um manifestante acabou mesmo por ser retirado dos Paços do Concelho pelas forças policiais quando gritava ao presidente que “devia aprender a trabalhar”. Por outro lado, os trabalhadores demonstravam o seu apoio às críticas levantadas pelos vereadores da oposição, aplaudido, por exemplo, o vereador comunista João Ferreira, depois de ter afirmado que esta reforma administrativa é “o maior ataque alguma vez feito ao serviço público municipal”. Entre as críticas dos trabalhadores e as questões colocadas pela oposição que ficaram sem resposta, nomeadamente quanto à responsabilidade das juntas perante edifícios degradados, o executivo acabou por adiar a discussão e votação da proposta para uma outra reunião pública na sexta-feira (dia 20). “Até lá vamos identificar problemas e propor soluções para os problemas”, disse o presidente da câmara. “Se foi difícil aprovar a lei [da reforma administrativa], vai ser muito mais difícil concretizá-la”, admitiu.

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Comunidades bairros críticos

Demolições vão avançar no Bairro 6 de Maio Processo de famílias a realojar começa em Janeiro. Acesso difícil ao bairro dificulta demolições.

Activista chinês em risco

Milene Matos Silva w msilva@expressodalinha.pt

As demolições no bairro 6 de Maio, na Damaia, Amadora, vão começar no próximo ano. A garantia foi dada por Carla Tavares, presidente da Câmara Municipal da Amadora (CMA), que acrescentou que o processo de levantamento das famílias a realojar irá ter início em Janeiro. Para já, as energias ainda estão concentradas nas demolições que têm estado a decorrer no Bairro de Santa Filomena. Mas a autarquia conta iniciar o processo, num dos mais degradados bairros do concelho onde as ruas são muitos estreitas e de difícil acesso, já em Janeiro. Primeiro serão chamados todos os habitantes que moram no bairro, mas que por algum motivo não ficaram inscritos no Programa Especial de Realojamento (PER) que em 1993 fez o primeiro levantamento das famílias residentes no bairro. Depois serão chamados os restantes para que seja dado início ao processo. Sem o apoio do Poder Central para retirar os habitantes deste bairro e colocá-los em habitações espalhadas pela Amadora, mas também por outros concelhos vizinhos, a autarquia irá assumir os custos totais desta operação. “Será um processo longo, tendo em conta a complexidade do bairro, onde existem famílias em processos complicados, mas também porque se trata de um bairro de difícil acesso, devido às suas ruas estreitas”, admitiu a presidente da autarquia. A presidente falava durante uma Assembleia Municipal realizada no início de Dezembro, perante o pedido de um morador para que houvesse uma intervenção da autarquia num esgoto que de momento corre a céu aberto. “A câmara não vai investir no bairro, vai sim, dar inicio ao processo de realojamento. Temos procurado melhorar PUBLICIDADE

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Rua do Centro Social 6 de Maio n expressodalinha

33 bairros degradados

Número de bairros em risco no concelho da Amadora. Energias ainda concentradas nas demolições a decorrer no Bairro de Santa Filomena

as condições de vida da população do bairro, através do Centro Social 6 de Maio”, garantiu Carla Tavares. Confrontada com a acusação por parte de um deputado do PCP sobre este ser um problema de saúde pública, a presidente respondeu: “não sei o que é pior em termos de saúde pública, se um esgoto a céu aberto, se ter-se deixado crescer na cidade 33 bairros degradados”. E concluiu: “num esforço grande de recursos vamos é dar condições de habitabilidade àquelas pessoas”.

Um dos mais respeitados defensores dos direitos humanos na China, Gao Zhisheng, está preso e a precisar da ajuda de todos para sair em liberdade e prosseguir a sua actividade. A Amnistia Internacional adoptou-o como prisioneiro de consciência. Advogado de profissão e paladino dos direitos fundamentais no seu país, Gao foi detido, torturado, feito desaparecer, confinado ao domicílio e por fim condenado e preso, aparentemente por ter violado uma pena suspensa. Está, desde 2010, recluso em Shaya, no Noroeste do território chinês. A condenação remonta a dezembro de 2006, quando o causídico foi sentenciado a três anos de prisão por “incitar à subversão”, pena suspensa durante cinco anos. Na verdade o que fizera fora uma greve de fome como forma de chamar a atenção para a perseguição por parte das autoridades dos activistas dos direitos humanos. Depois desse episódio, permitiram-lhe regressar a casa, porém impedindo-o de sair, medida arbitrária configurando uma prisão ilegal. No dia 4 de fevereiro de 2009, o advogado desapareceu em circunstâncias estranhas, reaparecendo em Março de 2010, quando deu uma entrevista descrevendo tudo o que acontecera, a sua detenção sem motivo e tortura. Contou por exemplo que fora agredido de forma violenta e que durante 48 horas teve a vida “por um fio”. Poucos dias depois desapareceu novamente. Em dezembro de 2011, volvidos vinte meses, os meios de comunicação estatais anunciavam que fora enviado para a prisão por violar as condições da pena suspensa. Apele para que Gao Zhisheng seja libertado e para que, enquanto for mantido em Shaya, não seja submetido a tortura ou outros tratamentos cruéis. Faça-o na página da Amnistia Internacional Portugal em http://www.amnistia-internacional.pt.

Amnistia Internacional Portugal Grupo 19 | Sintra Apartado 168, 2711 Sintra Codex https://www.facebook.com/Grupo19Sintra


Hortas Urbanas comunidades

Reformados patrulham hortas da Amadora Os patrulheiros encontraram neste projecto uma forma de ocupar tempos e de complementar as baixas reformas. Milene Matos Silva w msilva@expressodalinha.pt

Os dias de José Advinha mudaram desde Outubro, altura em que a Câmara Municipal da Amadora (CMA) colocou em funcionamento o projecto de hortas urbanas da Falagueira. Este reformado, de 68 anos, passou a ser um dos vigilantes do espaço municipal, situado junto ao Casal do Silva e Quinta da Lage, de forma a garantir a boa utilização do espaço. Agora passa as manhãs no local mantendose ocupado, ao mesmo tempo que leva para casa um complemento à sua reforma. Com uma pensão que não chega a 300 euros, José Advinha necessitava de trabalhar para manter alguma qualidade de vida. Morador nas imediações da horta, este reformado explica que foi através da junta de freguesia que lhe foi dada a oportunidade de trabalhar na horta comunitária. “Em conversa com o presidente da Junta soube que estavam a precisar de vigilantes. Como tenho uma reforma muito baixa resolvi inscrever-me”, disse. José acrescenta ainda que “esta é também uma boa forma de passar o tempo. Mantenho-me ocupado, em vez de ir para a

José Advinha n expressodalinha

taberna como fazem os outros reformados”. José divide as tarefas com o seu colega. Cada um recebe 2,6 euros por hora de trabalho na horta. Ao todo, são 4 horas por dia que cada um fica no local, de segunda a sexta, e durante os fins-de-semana garantem a abertura e encerramento do terreno. “Normalmente, durante o dia verificamos se a rede está danifica e se está tudo em ordem, por vezes reparamo-la. Evitamos também que os miúdos venham para aqui andar de bicicleta”, explica. As hortas Urbanas da Falagueira foram criadas em Outubro deste ano pela autarquia da Amadora, seguindo os passos dados pela então Junta de Freguesia da Falagueira que, em 2011, tinha criado um projecto semelhante nos terrenos da escola secundária Mães d’Água, situada também junto ao bairro social Casal do Silva e à Quinta da Lage. Neste novo projecto, os hortelãos dispõem de 100 metros de área de cultivo, num total de 80 talhões. Para garantir a boa utilização do espaço que está vedado, a câmara criou dois postos

de trabalho para reformados tal como já havia feito para os patrulhamentos dos jardins do município, no recentemente criado Parque da Mónica e nas passadeiras de peões situadas junto às escolas do concelho. Estes novos patrulheiros têm como missão “entre outras tarefas, garantir que não são feitas fogueiras nas hortas, assegurar a correta utilização do poço, sinalizar situações de abandono de talhões ou de uso indevido dos mesmos, e alertar as autoridades para desordens ou furtos”, esclarece um comunicado da autarquia. “Criámos os patrulheiros das passadeiras, depois os dos parque e dos parques à noite, como aquele espaço é grande e queríamos mantê-lo como uma horta, resolvemos colocar também ali dois patrulheiros que se dividem em dois turnos”, explica Gabriel Oliveira, vereador responsável pelos Espaços Verdes. Ainda de acordo com o vereador, “os patrulheiros orientam os hortelãos, dando conselhos de cultivo, mas também evitando a degradação do espaço ou a construção de barracões”.

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20 de Dezembro 2013 sexta-feira

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Cultura aviação Breves

Museu do Ar vence prémio Museu do ano

Três chamadas pagam refeição no Centro de Emergência de Sintra

Na base aérea n.º1 estão cinquenta aeronaves em exposição no museu que é considerado o guardião da memória da aviação civil e militar portuguesa.

A Santa Casa da Misericórdia de Sintra (SCMS) reforçou a divulgação da linha telefónica de chamadas de valor acrescentado lançada em Outubro para angariar fundos para o Centro de Emergência Social. “Através de um simples telefonema para o número 760 101 120, com o custo de 0,60 euros+IVA, as pessoas poderão colaborar no fornecimento de refeições para o refeitório social. Três telefonemas equivalem ao custo médio de uma refeição a fornecer a um utente”, explica a Misericórdia de Sintra. Até ao momento foram angariados fundos para cerca de 100 refeições, pelo que a Santa Casa apela à divulgação do número 760 101 120.

redacção w redaccao@expressodalinha.pt

A Associação Portuguesa de Museologia (APOM) distinguiu o Museu do Ar, em Sintra, e o Museu Machado Castro, em Coimbra, com o Prémio Melhor Museu Português 2013. Para o director do Museu do Ar, este prémio é o reconhecimento do trabalho de 45 anos como guardião da memória da aviação civil e militar, bem como “um extraordinário incentivo”. “Estamos todos bastante orgulhosos. A nossa missão é preservar a memória da aviação civil e militar, mas também da cultura aeronáutica nacional”, afirmou o coronel José Romão Mendes. O Museu do Ar reabriu ao público em Junho do ano passado, depois de ter sido encerrado em Novembro de 2011 para obras de renovação. Só este ano foi visitado por 40 mil pessoas. Neste espaço que se encontra na Base Aérea n.º1 estão cinquenta aeronaves em exposição, com aviões como o Dacota DC3, que marca o inicio da circulação da TAP. Este modelo deu os primeiros passos da aviação civil portuguesa há setenta anos com viagens que demoravam dez dias entre Lisboa e Moçambique. Além do Dacota DC3, estão também em exposição um T6 Harvard, um Avro 631, um D.H. Hornet, além do biplano XIV Bis, do pioneiro da aviação Santos Dumont, do Brasil. O museu conta com o apoio de várias pessoas, muitas delas entusiastas da aviação, que têm contribuído com a recuperação e doação de peças. Patrocinada pela Câmara de Sintra, a sala multimédia consiste num auditório com capacidade para 50 lugares, cujos bancos pertencem a um antigo Boeing. O município cedeu ainda uma réplica das asas voadoras desenhadas pelo italiano Leonardo Da VinPUBLICIDADE

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20 de Dezembro 2013

50 aeronaves estão em exposição n expressodalinha

Competências do Museu do Ar w Coleccionar, estudar, expor e divulgar as peças de acervo, dinamizando as relações com o público w Inventariar e promover a conservação e restauro das peças do acervo e material de apoio, bem como armazenar o material das reservas nas melhores condições w Coordenar com os órgãos ou unidades nomeadas para apoio, os programas de manutenção de modo a colocar em condições de voo as aeronaves da Esquadrilha Histórica, assim como as de outras organizações protocoladas com a Força Aérea w Inventariar, catalogar e controlar o património bibliográfico e documental relacionado com o acervo w Colaborar na realização de estudos e pesquisas

ci, no século XV. De acordo com o director do museu, os próximos objectivos passam por aumentar a capacidade de exposição, de forma a expor parte do espólio que se encontra actualmente nos pólos de Alverca e de Ovar. “Neste momento não temos capacidade financeira para aumentar a área de exposição, mas poderá ser ultrapassado por apoios de outras entidades”, adiantou. O Museu do Ar abriu ao público a 1 de Julho de 1971, num antigo hangar da Aviação Militar em Alverca. O rápido crescimento do acervo tornou o espaço em Alverca pequeno não permitindo uma expansão que a qualidade de colecção obrigava. A Força Aérea Portuguesa pôs em marcha um projecto para um novo espaço museográfico estabelecido a partir da recuperação de um hangar da Base Aérea nº1 na Granja do Marquês, com cerca de 3500 metros quadrados. O novo espaço foi inaugurado oficialmente pelo então General Luís Araújo, em 2009, comemorando-se simultaneamente os 100 anos da Aviação em Portugal e os 300 da demonstração do balão de ar quente que Bartolomeu de Gusmão fez ao rei D. João V e à corte a dia 9 de Agosto de 1709 na Sala das Índias no Terreiro do Paço.

Teatromosca estreia “Moby-Dick” na Casa de Teatro de Sintra Estreou na quinta-feira, na Casa de Teatro de Sintra, a peça “Moby-Dick”, a partir do romance homónimo de Herman Melville, com direcção artística de Pedro Alves e produção do teatromosca. Narrativa de aventuras para alguns, epopeia metafísica para outros, “Moby-Dick” pode ser resumida como a história de uma viagem de caça à baleia, um estudo sobre a obsessão e a vingança e como estes traços dominantes se tornam a ruína do homem. Uma obra canónica da literatura norte-americana, que marca o início de uma trilogia que o teatromosca dedicará à literatura norte-americana e que se prolongará até ao final de 2015, com a adaptação de outros dois textos – “O Som e a Fúria”, de William Faulkner, e “Meridiano de Sangue”, de Cormac McCarthy.


Comércio Tradicional cultura

Lojas gourmet ajudam economia nacional Nas ruas de Lisboa são muitas as lojas que vendem exclusivamente produtos portugueses. Em tempo de crise, a saúde das empresas portuguesas agradece. Mesmo que seja on-line. Nelson Mingacho w redaccao@expressodalinha.pt

Oferecer uma garrafa de azeite ou uma lata de conserva pode revelar-se numa experiência única com impacto na economia nacional. Sobretudo se a compra for feita numa loja num dos bairros históricos de Lisboa ou, porque não, comodamente sentado em casa no sofá, através da Internet. A Baixa Pombalina é uma das zonas da capital onde se concentram inúmeras lojas de comércio de produtos tradicionais e gourmet, made in Portugal. Carolina Ferreira, é dos Açores, veio estudar para Lisboa não há muitos anos e notou que a oferta de produtos da ilha era escassa. Filha de um empresário açoriano do sector das bebidas, decidiu avançar com a abertura do Espaço Açores – Tradição e Gourmet. “Nos Açores produzimos artigos com muita qualidade e com muito amor”, salienta, enquanto percorre o interior da loja, onde sobressaem arcadas centenárias em alvenaria, na Rua de São Julião. Tanto as ilhas como Portugal “têm muito para oferecer”, garante. Na loja não faltam queijos, enchidos, chás, vinhos, licores e compotas. “Conseguimos criar um projecto em que damos oportunidade aos pequenos produtores de estarem aqui presentes”. Sabores que dão lugar a provas quase diárias. “É uma forma de as pessoas se apaixonarem pelo que nós temos”. Como em muitas lojas deste tipo, a grande maioria dos artigos disponíveis não se vende em grandes superfícies. E os preços não são proibitivos. A poucos metros dali, na Rua dos Bacalhoeiros fica a Conserveira de Lisboa. O negócio faz-se desde 1930 e já vai na terceira geração. Pouco ou nada mudou dentro da loja onde Tiago Ferreira segue hoje as pisadas do avô.

Carolina Ferreira, açoriana, veio estudar para Lisboa e ficou n expressodalinha

Lojas em Lisboa w Conserveira de Lisboa – Rua dos Bacalhoeiros, 34 (Baixa) w Espaço Açores – Rua de S. Julião, 58 (Baixa) w Mercearia Criativa – Avenida Guerra Junqueiro, 4 w Foz Côa Gourmet – Avenida Almirante Reis, 238 w Loja do Mundo Rural – Rua Saraiva de Carvalho, 115 (Campo de Ourique) w A Vida Portuguesa – Rua Anchieta, 11 (Chiado); Largo do Intendente Pina Manique, 23

Lojas on-line w Gourmet – Sabores Gourmet de Portugal http://saboresgourmetdeportugal.com w Mercado Bom Gourmet http://www.bomgourmet.pt w Gourmet Store http://www.gourmetstore.pt

“Nunca abdicámos da qualidade” explica o jovem empresário, admitindo ser esta a grande vantagem da casa. São produtos genuinamente portugueses. Até mesmo o pescado que vem quase todo de águas nacionais: sardinha, carapau, cavala, enguia, lampreia e outros. Comprar on-line. Este ano a casa decidiu lançar uma colecção de artigos selecionados intitulada Música com lata 2013. Através de um projecto de renovação do design das embalagens, convidaram quinze músicos portugueses a imprimir-lhes o seu cunho pessoal, desde Camané, a Maria João e Noiserv. “Nos tempos que correm, o comércio de proximidade em cidades como Lisboa é fundamental. Do ponto de vista da dinamização económica, do emprego e de manter a cidade viva”, sublinha a vereadora da Câmara de Lisboa, Graça Fonseca, responsável pelo pelouro da Economia e Inovação. Além da Baixa de Lisboa, existem outros

pontos da cidade com inúmeras lojas deste tipo, como por exemplo, em Campo de Ourique. Quando se trata de produtos alimentares, o facto de a dieta mediterrânica ter sido classificada como Património Mundial e Imaterial da Humanidade pela UNESCO, joga agora a seu favor. Mas para quem o tempo não abunda ou simplesmente prefere ir às compras sem sair do sofá, a Internet é a solução. Há lojas que se dedicam em exclusivo ao comércio electrónico. É o caso de Sabores Gourmet, uma loja on -line, gerida por António Almada a partir da Parede. A maior vantagem “é a comodidade, ter os produtos em casa à distância de um clique”, salienta. Os artigos disponíveis provêm deste o norte de Portugal às ilhas dos Açores e Madeira. A loja existe desde Agosto de 2013 e conta já com noventa mil visualização e presença constante nas redes sociais da Internet.

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20 de Dezembro 2013 sexta-feira

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Opinião tribuna Opinião

Opinião

marco almeida Vereador da Câmara de Sintra / Oposição

Lino Ramos Deputado do CDS-PP na Assembleia da República

Política de Verdade. Precisa-se!

N

um tempo de adversidade, como aquele que vivemos, é de saudar o lançamento de um novo órgão de comunicação social regional. Estão por isso de parabéns todos aqueles que se envolvem no projeto “Expresso da Linha” que agora inicia a sua caminhada. Quero que este artigo, o primeiro que aqui escrevo, registe as minhas convicções quanto ao exercício da política. Os últimos 40 anos da nossa vida coletiva ficam marcados pela afirmação da democracia. Neste período em que juntos, enquanto povo, tanto construímos em benefício das nossas comunidades, a imagem dos políticos degradou-se consideravelmente. Hoje, o sentimento que os portugueses têm da classe política é de descrença e reprovação. Os elevados níveis de abstenção, registados nas diferentes eleições, dão conta desse divórcio dos eleitores face aos eleitos. Os únicos responsáveis são muitos daqueles que nas últimas décadas têm exercido diferentes cargos de eleição. A sua má conduta, quer ao nível do poder central, quer ao nível do poder local, deixou um rasto de desconfiança e de descrédito. Infelizmente, a justiça pouco tem contribuído para dissipar essa imagem. A morosidade dos diferentes processos em nada beneficia o conjunto daqueles que estão, de boa fé, ao serviço da causa pública. Mas há um outro problema que precisa de ser identificado e contrariado. Nestes últimos 20 anos, exerci por convicção, cargos de eleição de nível local. Nunca me senti tentado em participar em listas à Assembleia da República ou em cargos de nomeação na administração central. Sempre fui um “político” local, quer nas funções de vogal de uma junta de freguesia ou de Vice Presidente da Câmara Municipal de Sintra. A minha vida profissional, como professor do ensino secundário, deu-me essa liberdade. É no poder local que me sinto bem. Mas neste período assisti a muito. O problema maior que as sociedades contemporâneas vivem quanto à classe política é o da dependência daqueles que a exercem: gente em que a política tem por fim a sua sobrevivência económica. Podem ser

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20 de Dezembro 2013

Reabilitar, Recuperar, Revitalizar

licenciados, alguns escondidos atrás de escritórios de advogados, ou gente sem profissão, que sobrevive na esfera dos partidos e dos lugares públicos que através deles vão conseguindo. São os políticos profissionais que hoje estão numa autarquia, amanhã num cargo da administração pública e quem sabe no Parlamento. Alguns têm o “mérito” de estar simultaneamente em algumas dessas funções. As eleições autárquicas em Sintra foram um bom exemplo disso. Vários candidatos à presidência da Câmara Municipal eram deputados. Assim foi no Bloco de Esquerda, na coligação PSD/CDS-PP e no Partido Socialista. Gente sem qualquer ligação a Sintra, embora alguns deles fizessem um esforço extraordinário para arranjar um familiar que aqui vivesse, uma residência de verão ou um local por onde passaram na sua juventude. A falta de vínculo à nossa terra e às suas comunidades - e o desconhecimento real que delas tinham - permitiu-lhes avançar com propostas em campanha que tinham por objetivo apenas o resultado eleitoral. O melhor exemplo que temos foi o compromisso avançado pelo PS junto dos sintrenses em matéria da fatura da água. Quiseram estes que o Dr. Basílio Horta vencesse as eleições por 1700 votos face ao movimento que liderei (“Sintrenses com Marco Almeida”) e tiveram como recompensa a água paga em valores que muitas famílias têm dificuldade em suportar. Há política falta rigor, identidade, coerência e verdade. É um caminho longo que o país vai ter de percorrer. Lamento que Sintra não tenha dado o exemplo.

Hoje, o sentimento que os portugueses têm da classe política é de descrença e reprovação. Os elevados níveis de abstenção, registados nas diferentes eleições, dão conta desse divórcio dos eleitores face aos eleitos.

S

intra vive da sua história, do seu esplendor, da sua paisagem protegida, dos seus sabores, do seu romantismo, das suas gentes, das gentes que a construíram, que a mantiveram e que têm a responsabilidade de a preservar. Vem isto a propósito da recente decisão da Câmara em chamar a si a recuperação do histórico Hotel Netto, datado do séc. XIX, situado no centro histórico, a paredes meias com o Palácio Nacional, conhecido por ser um dos locais de eleição do escritor Ferreira de Castro, que aí escreveu parte da sua obra, com o intuito de ser transformado num hostel dirigido essencialmente à juventude, fazendo cessar o estado devoluto e muito degradado em que se encontrava o edifício há algumas décadas. Numa altura de tantas dificuldades e carências, dir-se-ia que esta não deveria ser uma prioridade municipal. O politicamente correcto era o de criticar esta decisão. Mas decidir nem sempre é fazer o politicamente correcto, mas o necessário. Decidir exige coragem, visão e vontade de correr riscos. Decidir exige que se esteja à altura das responsabilidades, e a responsabilidade em Sintra é preservar o nosso património e a nossa história e contribuir para construir o futuro. Espero que esta decisão seja o início de uma política que designaria de 3RRR…reabilitar, recuperar, revitalizar. Reabilitar o vasto património edificado que existe em Sintra e que contribui para que a paisagem de Sintra tenha sido qualificada como património da Humanidade pela UNESCO, que exige uma manutenção e preservação constante, e que se encontra parcialmente degradado. Recuperar esse património para novas funções adaptadas quer às necessidades quer à procura e tendências dos novos tempos. O contributo da nossa historia no presente è aquele que com as nossas opções consigamos perspectivar para o futuro. Revitalizar o centro histórico de Sintra, bem como toda a zona turística envolvente e a zona da paisagem protegida, por forma a potenciar mais um dos

motores e factor diferenciador da nossa economia que é o turismo, dinamizando-o, criando riqueza e oportunidades de investimento e de postos de trabalho para os Sintrenses. Esta decisão indicia uma política objectiva dirigida nesse sentido, e tem a ver com tudo o que foi dito. Uma decisão no presente que ancorada no nosso passado procura construir um futuro melhor. Indicia uma atitude de liderança. Uma liderança que exige o envolvimento de todos os parceiros, de todos os interessados na preservação do património e na promoção do turismo em Sintra. È necessário uma parceria. Uma parceria saudável entre publico e privado que permita optimizar os recursos patrimoniais existentes, responsável e responsabilizadora, que aproveite a energia de cada um e no que cada agente possa contribuir para este desígnio nacional. A este propósito, Sintra tem mostrado bons exemplos. A recuperação do mítico Hotel Central, por um privado, é assinalável. O prémio de melhor empresa em recuperação do património entregue aos Parques de Sintra, deixa-nos orgulhosos. A intenção da recuperação do Hotel Netto por parte da Câmara, é de aplaudir.

Decidir exige coragem, visão e vontade de correr riscos. Decidir exige que se esteja à altura das responsabilidades, e a responsabilidade em Sintra é preservar o nosso património e a nossa história e contribuir para construir o futuro.


Opinião

Opinião

carlos almeida Deputado

MARIA D. martin Deputada Municipal do BE na Amadora

Municipal da CDU na Amadora

O ataque do Governo ao poder local democrático

N

o passado dia 19 de Dezembro, a Assembleia Municipal da Amadora apreciou o votou as Grandes Opções do Plano para o ano de 2014. Da mesma forma, durante este mês de Dezembro, as Assembleia de Freguesia discutirão, também, os seus instrumentos de gestão para o ano próximo. Esta circunstância oferece um bom ensejo para apreciar uma vertente da política de destruição nacional levada a cabo pelo Governo do PSD e do CDS que não tem merecido a atenção que as suas implicações justificam. Referimo-nos às medidas que estão em curso no domínio da administração local e que se orientam, no fundamental, para o condicionamento grave da autonomia de decisão dos órgãos de poder local e para a limitação severa dos recursos à disposição das autarquias, acentuando o desequilíbrio que é já hoje evidente na repartição dos recursos públicos entre a administração central e a administração local, com claro desfavor para esta última. Há dias, a imprensa titulava, com destaque, que o número de autarquias que tinham fixado para 2014 a aplicação da taxa máxima de IMI duplicara em relação ao ano anterior. Em letras mais pequenas podia ler-se, entretanto, que a esmagadora maioria dos Municípios – entre os quais se conta a Amadora – decidiu manter os mesmos valores aplicados em 2013. Em qualquer caso, aquele notícia esconde uma realidade a que a comunicação social em geral tem dado pouco relevo. Vale a pena atentar em alguns números. Nos últimos três anos, por força do incumprimento deliberado da Lei das Finanças Locais, a Administração Central sonegou às autarquias locais qualquer coisa como 1,2 mil milhões de euros. No Orçamento para 2014, a redução da participação do poder local nos recursos do Estado cifra-se em mais de 500 milhões de euros. No caso da Amadora, a redução das transferências que eram devidas do Orçamento de Estado para o Município somam, entre 2011 e 2014, ultrapassam os 3 milhões de euros. A par com esta limitação dos recursos que a própria lei reconhece pertencerem às autarquias, o Governo legisla no sentido do agravamento dos mecanismos de tutela e ingerência que violentam o princípio da autonomia do poder local democrático.

O processo tendente à extinção de freguesias, que o PSD e o CDS promoveram a partir do Governo vai no mesmo sentido de condicionamento e limitação da autonomia e dos recursos do poder local. O quadro de competências que resulta da nova lei é muito claro, remetendo para as freguesias novas competências, mas sem a correspondente afectação dos recursos para a sua assumpção. No mesmo sentido, não é aceitável que o PS, no Município da Amadora, que de forma tão entusiástica promoveu aquele processo, e que tantos elogios teceu às virtudes que resultariam da extinção e aglomeração de freguesias, não só não traduza, agora, tal iniciativa, numa política de reforço dos meios disponibilizados às freguesias, como nem sequer seja capaz de elaborar um pensamento particular sobre a sua vocação e contributo no governo da cidade. Esperemos aliás que desde processo, e sob o discurso da “racionalização de meios”, não venha ainda a resultar o enfraquecimento da capacidade concreta de intervenção das freguesias, designadamente através da cessação ou não renovação de contratos de funcionários e técnicos das Freguesias. Ao limitar a capacidade de intervenção das autarquias, reduzindo a fatia dos recursos públicos que lhe é confiada, o Governo acentua o centralismo e dirigismo do Estado, e procura bloquear as possibilidades de concretização de políticas de desenvolvimento local que respondam às necessidades das populações. Esta constitui mais uma vertente do confronto da política de direita com a Constituição da República, porventura, menos visível e sentida no imediato, pela generalidade das populações, mas de consequências profundas e perigosamente duradouras. Se não for travada, tão cedo quanto possível.

Nos últimos três anos, por força do incumprimento deliberado da Lei das Finanças Locais, a Administração Central sonegou às autarquias locais qualquer coisa como 1,2 mil milhões de euros.

Respondendo à crise, propostas alternativas para a Amadora

S

obre a nossa cidade, como em todo o país, adensam-se as nuvens negras das medidas aprovadas no Orçamento de Estado para 2014, pelo que o Bloco de Esquerda, não querendo ficar na linha recuada de apenas o contestar, apresentou na Assembleia Municipal da Amadora algumas propostas que poderão apoiar os que tão duramente sofrem as dificuldades das opções políticas de trabalhar apenas para os mercados, esquecendo que, no quotidiano, impor cortes nos salários, pensões, aumentar o desemprego e os impostos, torna insustentável pensar o futuro, permitindo que o desespero e a insegurança, substituam a esperança de mudanças para dias melhores a curto prazo. Assim, elaborámos algumas recomendações à CMA, por temas, sendo que no campo da habitação propusemos a revogação das atualizações das rendas apoiadas, congelando-as até que haja sinais claros de melhoria económica e social no país e na Amadora. Propusemos mais, a criação de um fundo de apoio e emergência social para apoiar o pagamento de rendas das famílias em que ambos os pais estão desempregados, o pagamento de água e energia às famílias em comprovada situação de pobreza, travar os despejos decorrentes da aplicação nova Lei das Rendas, criar um serviço de apoio à negociação das novas rendas, designadamente para os inquilinos com mais de 65 anos. Há ainda, a realizar um cadastro predial municipal, que identifique as casas vazias e em mau estado de conservação e reforçar a verba destinada à recuperação de imóveis. Defendemos que se deva terminar a implementação do PER, porque desatualizado, lançando simultaneamente um novo Programa de Realojamento que enquadre a realidade atual da habitação no concelho. Outro tema que abordámos, foi o do Orçamento Participativo propondo a duplicação da verba alocada e a que é atribuída ao Programa de Apoio ao Movimento Associativo. Vivendo a Amadora, percebemos a dificuldade com que vive a população mas, sobretudo os idosos, que recorrem atualmente aos serviços de saúde, pelo

que defendemos a comparticipação a 100% dos medicamentos receitados a beneficiários do RSI, desempregados sem apoio e idosos com pensão mínima, e ainda a retoma e alargamento das consultas suplementares das 18h30 às 20h para todos os utentes sem médico de família e principalmente para quem apenas pode aceder aos serviços de saúde no período pós-laboral. Há muitas queixas quanto aos transportes por isso apresentamos o caminho de estabelecimento de parcerias com as empresas de transportes públicos no sentido da redução das tarifas para jovens, estudantes, para idosos e para pessoas com manifesta insuficiência económica. Nestas parcerias deve ainda ser negociada a utilização de zonas especiais das carruagens e autocarros, para o transporte de bicicletas. Para o Ambiente, e podendo haver resposta organizada à garantia de subsistência alimentar das famílias, propusemos a criação de um serviço técnico de apoio às hortas urbanas, o lançamento de um projeto piloto de pomares urbanos, a realização de ações de consolidação e retenção de solos em zonas de enxurradas e deslizamentos de terra iminente e finalmente, a criação de uma Agência de Energia. A participação dos nossos munícipes está subjacente a todas estas propostas, pensamos que a criação da figura do Provedor do Munícipe, responsável por garantir o acesso de cada amadorense à informação sobre os processos de decisão política e dados do Concelho, poderá ter um papel vital no envolvimento na cidade que amamos e que escolhemos para viver.

Propusemos a revogação das atualizações das rendas apoiadas, congelando-as até que haja sinais claros de melhoria económica e social no país e na Amadora.

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Agenda cultura

Sintra

Grande Concerto de Ano Novo Strauss Festival Orchestra 5 de Janeiro | 18h00 Centro Cultural Olga Cadaval Livro Fora do Baralho Mário Daniel Apresentação do livro “Fora do Baralho” 25 de Janeiro de 2014 | 21h30 Centro Cultural Olga Cadaval Concertos para bebés Um projeto de Paulo Lameiro 10h00 e 11h30 Centro Cultural Olga Cadaval Um Violino Apaixonado por uma Violeta 19 de Janeiro Solistas Umberto Giancarli e Lucia Ciamboti Matiné dançante Com o músico Francisco 12 de Janeiro das 15h00 às 19h00 Foyer Superior A gaiola dourada Um filme de Ruben Alves 14 de Fevereiro | 22h00 Centro Cultural Olga Cadaval Instantâneos Duelo Improvisado 21 de Fevereiro de 2014 | 22h00 Centro Cultural Olga Cadaval História do Eléctrico de Sintra em exposição O Arquivo Histórico de Sintra, instalado no Palácio Valenças, acolhe até dia 31 de Março de 2014 uma exposição documental que conta a história do eléctrico de Sintra desde 1904. “Reino do Natal” anima Biblioteca de Sintra Os jardins da Biblioteca Municipal de Sintra – Casa Mantero, recebem até 23 de Dezembro a terceira edição da iniciativa “Reino do Natal”. “Empreendedorismo para o Auto-emprego” A Associação Olho Vivo promove, entre 18 de Dezembro e 28 de Fevereiro, uma acção de formação com o tema “Empreendedorismo para o Auto-emprego e Plano de Negócios”.

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Amadora

Teatro “Ulisses” A partir da Odisseia de Homero, na Quinta da Regaleira Até 15 de Junho A MUSGO Produção Cultural tem em cena, na Quinta da Regaleira, o espectáculo “Ulisses”, baseado na Odisseia de Homero, sob direcção e adaptação de Mário Trigo e com os actores Filipe Araújo, Ricardo Soares, Rute Lizardo, Susana C. Gaspar. A peça para maiores de 6 anos pode ser vista até 15 de Junho, aos Sábados (16h) e Domingos (11h), e durante a semana para escolas e grupos organizados (sob marcação). O bilhete normal custa sete euros. Teatro “Eu, a Mulher Macaco” Teatrosfera Sábado e domingo (20 e 21 de Dezembro) O grupo Valdevinos Teatro de Marionetas apresenta este fim de semana, no Espaço Teatroesfera, em Queluz-Monte Abraão, o espectáculo “Eu, a Mulher Macaco”. Julia Pastrana nasceu com hipertricose, doença que a marcou para sempre como a “mulher macaco”. Frágil mas muito talentosa, conta na primeira pessoa a desconcertante história da sua vida. Theodore Lent, seu marido e empresário artístico sem escrúpulos, transforma Julia numa atracção circense de diversão. É neste cenário que o público assiste a esta bizarra e comovente história. No ano em que Julia Pastrana regressa à sua terra natal, os Valdevinos teatro de marionetas prestam homenagem a esta figura ímpar extraordinária. “Eu, a Mulher Macaco” retrata a vida de Júlia Pastrana, num ambiente intimista com música ao vivo, explica o grupo.

Exposição Documental “Cidades de Cabo Verde” Biblioteca Municipal Fernando Piteira Santos – Polo da Boba Até 31 de Janeiro Exposição “D’Árvore” da artesã Olga Alexandra Biblioteca Municipal Fernando Piteira Santos Até dia 31 de Janeiro Entrada livre. Corrida São Silvestre Percurso de 10 quilómetros Inscrições: http://www.xistarca.pt 31 de Dezembro Corta-mato Arranque da edição de 2014 dos Jogos Juvenis Escolares 14 de Janeiro

Lisboa

Dança/Ballet A prestigiada companhia Russian Classical Ballet, liderada por Evgeniya Bespalova, e composta por um elenco de estrelas da dança internacional, apresenta o bailado clássico Quebra-Nozes. Coliseu 23 Dezembro | 21h00 A tradicional festa de passagem de ano em Lisboa regressa ao Terreiro do Paço. Animação a cargo de Herman José e do dj André Henriques. Fogo de artifício à meia-noite. A festa prossegue com Pedro Abrunhosa. 31 dezembro às 22h Corrida São Silvestre Percurso 10 km / Partida e meta Avenida da Liberdade / 17h30 28 dezembro São Silvestre da Pequenada Partida e meta Avenida da Liberdade / 16h 28 dezembro


Estilo de Vida

design de interiores n dr

As cores na decoração Criam sensações, portanto devemos adequá-las aos espaços. isabel martins w isabelm1@live.com.pt

TRUQUES ao usar as cores: As paredes de um espaço devem ser pintadas com cores frias (azul, violeta, verde...) se queremos que este pareça maior, dê serenidade, calma. → quarto e espaços de descanso. E cores fortes/ quentes (vermelho, laranja, amarelo, roxo) se queremos que pareça menor, dão energia, vitalidade → cozinha, salas, Hall e escritório. No entanto, é preciso ter muito cuidado, deve-se levar em consideração o tom (claro ou escuro) e a intensidade da cor escolhida. Em geral, as cores claras, pálidas ou menos intensas aumentarão o espaço, enquanto as escuras ou mais intensas irão encolhê-lo. Também é importante pensar numa combinação acertada de cores. As cores que se encontram em posições diretamente opostas na gama de cores, isto é, as complementares, intensificam-se entre si. Por exemplo, se usamos vermelho e verde num quarto, o vermelho parecerá mais vermelho e o verde mais verde. Um espaço parecerá mais longo se a parede do fundo for pintada de uma cor clara e as laterais de cores escuras, e vice-versa. As riscas também criam este efeito, se pintadas na horizontal, esticam, mas se pintadas na vertical, elevam a altura visualmente. Se se usar uma cor mais clara no teto do que nas paredes, dará a impressão de que ele está mais alto. Se quiser disfarçar um teto muito alto, deve-se usar uma cor escura.

As cores claras fazem com que os móveis pareçam maiores e as escuras disfarçam as formas volumosas. 1 - Quarto de casal é lugar de dormir e descansar. Cores derivadas → pêssego, salmão, tons rosas também são adequados pelos seus efeitos relaxantes e a sua associação ao romance. Violeta, azul, verde e suas variações são consideradas cores frias, propiciam o relaxamento. 2 - Quarto das crianças/adolescentes, as gamas azuis, estimulam o relaxamento e a reflexão e ajudam a acalmar os mais pequenos. Os verdes também são uma boa escolha (crescimento, natureza e expansão, estes tons são ideais para favorecer a criatividade. Adolescentes → roxos e violetas. 3 - Sala de estar, Jantar e Hall de entrada, são recomendáveis as cores quentes, acolhem e aconchegam → Vermelho, laranja e amarelo e suas variações são consideradas cores quentes, mas são demasiado estimulantes (anti-depressivas), por isso se os usar faça-o com moderação, em elementos pequenos ou em certos cantos. Os tons provenientes do amarelo, sem serem muito fortes, fornecem luminosidade ao espaço. 4 - W.C. ou o Escritório → branco é uma boa escolha, reflete pureza e limpeza e estimula o intelecto. Deve usar-se com inteligência pois em ambientes muito frios pode evocar o vazio, no entanto combinado com elementos

decorativos coloridos ajuda a criar um espaço muito agradável, sobretudo para trabalhar. Também é bom para a cozinha desde que combinado com cores que estimulam o apetite como laranja, framboesa, vermelho. 5 - Os elementos decorativos como quadros, lâmpadas, candeeiros e cortinas darão o toque final a cada espaço, e devem obedecer a palete de tons previamente escolhida. Se não gosta de cores nas paredes ou tem medo de se cansar, pode pintar o espaço de

uma cor mais neutra (bejes, cinzas, pasteis, brancos suaves) e dar-lhes vida com pequenos detalhes de cor e texturas nos materiais. 6 - Se a sua casa é escura utilize cores claras para procurar ampliar os espaços e iluminá-la. Se a casa é muito luminosa, pode abusar das cores fortes, pois ajudam a quebrar o excesso de luz. Os tons que escolher devem fazer com que se sinta confortável no seu próprio espaço, lembre-se: A sua casa deve refletir a sua personalidade. Simuladores de cores online: cin.pt sotinco.pt http://www.suvinil.com.br/SimuladorV2/ Facebook w Isabel Martins - Interior Design

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