Expresso da Linha - 03

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Número 3

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gratuito | quinzenário | 24 Janeiro 2014 Director: Sérgio Fonseca

Ano 1

Primeiro Espaço do Cidadão de Sintra abre em Março w A Câmara de Sintra vai converter os três Gabinetes de Apoio ao Munícipe em Espaços do Cidadão com serviços da administração local e central e de algumas empresas privadas. E até ao final do ano, espera abrir mais quatro unidades l . 4 e 5 págs

n expressodalinha

2014 Ano novo marcado por novos aumentos w Transportes, electricidade e rendas vão pesar mais na carteira em 2014.

Mas há serviços e bens essenciais que irão manter os valores do ano velho l

pág.

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Freguesia de Almargem do Bispo quer devolução do terreno destinado à Casa das Selecções A Junta de Freguesia de Almargem do Bispo, entretanto sucedida pela União das Freguesias de Almargem do Bispo, Pêro Pinheiro e Montelavar, reclama em tribunal que a Federação Portuguesa de Futebol devolva os direitos de superfície do terreno que cedeu em 1999 para a instalação da Casa das Selecções, nunca construída, e para que os 6,5 hectares entretanto terraplanados sejam repostos às cotas inicias l . 12 e 13 págs

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Opinião

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As causas da poluição da Avenida da Liberdade

Será desta?

Para além do número de veículos sobre as quais têm sido tomadas medidas com êxito, há uma razão morfológica muito forte para a qual o urbanismo nos últimos 40 anos muito tem contribuído para agravar. O aumento da cércea levou a que as brisas de encosta deixassem de funcionar da melhor forma e os poluentes tenham muita dificuldade em serem drenados lateralmente. Para esta drenagem contribuem as zonas verdes localizadas nas encostas da Avenida, tais como o Jardim Botânico ou muitos dos logradouros e quintais permeáveis. Do ponto de vista da redução da poluição, e não sendo previsível que possa haver uma redução de cércea, resta para o futuro garantir que pelo menos não haja mais aumentos de cércea no edificado existente e no que respeita às medidas de minimização passíveis de serem activadas, não resta outra solução que não vocacionar todos os esforços para a redução das emissões rodoviárias. É muito fácil olhar para o arvoredo da Avenida e culpá-lo da má drenagem atmosférica. Não digo que no Verão, e com toda a folhagem das árvores “activa”, não possa haver uma pequena percentagem de acumulação que esteja relacionada, mas efectivamente as cérceas do edificado são, e de longe, a grande barreira à drenagem na Avenida.

H

á um ano, o Governo anunciou que ia gastar mais de sete milhões de euros em obras de estabilização das arribas de Sintra, sobretudo na Adraga, Azenhas do Mar e Magoito, intervenções consideradas prioritárias há mais de uma década. Esta semana, o secretário de Estado do Ambiente veio visitar o litoral do concelho, onde prometeu iniciar ainda este ano empreitadas no valor de 4,5 milhões de euros. A redução, explicou aos jornalistas, fica a dever-se à “escassez de verbas”, mas os técnicos presentes asseguraram informalmente que o governante terá feito mal as contas.. Seja como for, mais milhão, menos milhão, o que importa é que as obras comecem, ou não se tratassem de “intervenções de emergência”, repetidamente exigidas pelos autarcas, sobretudo pelos presidentes das duas freguesias do litoral de Sintra. Em Colares, por exemplo, parte do miradouro das Azenhas do Mar já ruiu no Verão de 2006, data em que foi encerrado o snack-bar instalado no local. Aqui, como na maior parte dos 20 quilómetros de costa do concelho, as placas de perigo denunciam há mais de uma década a instabilidade das arribas, confirmada aqui e acolá pela queda de rochas nas falésias e praias, em alguns casos com vítimas.

Será desta que as várias entidades com competência sobre esta parcela do território dão resposta às intervenções classificadas como de “prioridade máxima” ou “elevada” há mais de 10 anos? Apesar dos alertas desde o final dos anos 90, Sintra não recebeu nenhum dos grandes investimentos de protecção do litoral prometidos pelos diversos governos. Houve apenas intervenções pontuais como as obras na arriba fóssil do Magoito, e interdições como a da praia da Aguda, cujo uso está suspenso desde 2008, ou da escadaria da Praia Grande, conhecida pela jazida de pegadas de dinossauros e igualmente “interditada temporariamente” desde 2007. Será desta que as várias entidades com competência sobre esta parcela do território dão resposta às intervenções classificadas como de “prioridade máxima” ou “elevada” há mais de 10 anos? Ou vamos descobrir daqui a umas semanas que, afinal, é preciso rever primeiro o Plano de Ordenamento do Parque Natural Sintra-Cascais, ou que a intervenção x ou y carece da conclusão da revisão do Plano de Ordenamento da Orla Costeira, agora agigantado para abranger a zona Alcobaça-Espichel? w redaccao@expressodalinha.pt

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por Duarte d´Araújo Mata

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Destaque lojas do cidadão

Sintra terá rede de sete Espaços do Cidadão até ao final do ano Os Gabinetes de Apoio ao Munícipe de Sintra, Cacém e Queluz vão ser convertidos em Espaços do Cidadão, o primeiro dentro de um mês e meio.

luís galrão w lgalrao@expressodalinha.pt

A Câmara de Sintra vai transformar os actuais três Gabinetes de Apoio ao Munícipe (GAM) em Espaços do Cidadão e, até ao final do ano, espera poder abrir mais quatro instalações semelhantes. “O Governo tem uma nova estratégia, que é em vez de ter aquelas grandes lojas do cidadão, apostar na disseminação de Espaços Loja do Cidadão por todo o território nacional, e nós aproveitamos a oportunidade, porque entendemos que é útil ter uma panóplia de serviços no mesmo balcão”, explica Eduardo Quinta Nova. Segundo o vereador responsável pelos pelouros dos Assuntos Jurídicos, Acção Social e Apoio ao Munícipe, os GAM de Sintra, Cacém e Queluz serão os primeiros a ser convertidos e, progressivamente, serão abertas quatro novas unidades nas freguesias de AlgueirãoMem Martins, Massamá-Monte Abraão, Pêro Pinheiro e Rio de Mouro. “Serão os GAM nesta primeira fase, porque já temos funcionários com formação, na sequência de acordos anteriores com a Agência da Modernização Administrativa, e é mais fácil adaptar. Os restantes necessitam, por exemplo, de um ou dois meses só para a formação dos nossos funcionários”. O primeiro GAM a ser convertido será o de Sintra (a funcionar ao lado dos Paços do Concelho). “O objectivo e a ambição é durante 2014 termos os espaços instalados. A ideia é que dentro de um mês e meio o novo Espaço do Cidadão de Sintra esteja instalado já com os novos serviços que vêm da Administração Central, para termos o protótipo do que vai ser disseminado pelo resto do concelho. É este o prazo que o secretário de Estado para a Modernização Administrativa me transmitiu”, avança o vereador. Este primeiro Espaço do Cidadão terá os

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O primeiro Gabinete de Apoio ao Munícipe a ser convertido será o de Sintra n expressodalinha

serviços municipais e da administração central já prestados nos actuais balcões multisserviços (lançados em Novembro), bem como outros serviços ainda em negociação com o Governo, como a possibilidade de tratar do cartão do cidadão e de passaportes. “É uma negociação que estará a decorrer, segundo nos transmitiu o secretário de Estado, e conto receber nos próximos dias o programa funcional que já incluirá os novos serviços”. O leque de valências deverá estender-se às juntas de freguesia e a empresas municipais

como os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento, bem como a empresas privadas que prestem “serviços púbicos essenciais”. “Iremos procurar atrair serviços essenciais como a Via Verde, a GALP ou a EDP, embora estes prestados em serviço de mercado, dando possibilidade aos operadores que queiram vir”, explica Eduardo Quinta Nova. Mercado do Cacém acolherá novo Espaço do Cidadão. O segundo Espaço do Cidadão a entrar em funcionamento será

o de Agualva-Cacém, mas não nas actuais instalações do GAM. “Vamos passar para o Mercado do Cacém, porque criamos uma nova centralidade”, revela. Se o calendário se mantiver como previsto, as obras do mercado terminam no final de mês de Janeiro, início de Fevereiro, seguindo-se, no final de Fevereiro, a mudança dos lojistas para o rés-do-chão, deixando vago o piso intermédio. “Precisará apenas de pequenas obras, pintura e alguma cablagem, e estará apto a fazer a instalação do Espaço do Cidadão,


amadora

lisboa

Loja do Cidadão será instalada numa zona central da cidade

Filas transferidas para as Lojas do Cidadão de Laranjeiras e Marvila

Na Amadora, a proposta de criação de um Espaço Loja do Cidadão “está a avançar”, de acordo com a garantia dada pela presidente da câmara, Carla Tavares. “Já temos o local, que será bastante central, resta apenas esperar pelo aval da tutela”, revela a autarca. “Ainda no anterior mandato tivemos uma reunião com o secretário Estado para a Modernização Administrativa, Joaquim Pedro Cardoso da Costa, onde nos foi dito que o equipamento e a formação seria dada pela tutela, à autarquia compete a cedência do espaço e a colocação de pessoal, assim como todos os gastos com o seu funcionamento”, explica. Sem adiantar para já onde será a nova Loja do Cidadão da Amadora, Carla Tavares garantiu que será “numa zona muito central de fácil acesso e servida de muitos transportes”. “Já apresentámos a planta e acredito que a Loja do Cidadão entrará em funcionamento em breve”, acrescentou. A edil revelou também que, no seu entender, “a Amadora apenas precisará de uma Loja do Cidadão, atendendo às características do concelho, uma vez que tem apenas 24 quilómetros quadrados de área”. w Milene Matos Silva

No caso de Lisboa, muito se falou sobre possíveis novos espaços para albergar a Loja do Cidadão, com o encerramento do espaço nos Restauradores. No final do ano, com a notícia do encerramento, chegou também a de que o Governo recuou na abertura de uma nova loja na capital e que os serviços e trabalhadores – tal como as filas de utentes – seriam transferidos para as Lojas do Cidadão das Laranjeiras e de Marvila. Em Marvila, numa quinta-feira pelas 10h30, já não há senhas de atendimento para a Segurança Social. Quem espera conta que é preciso chegar pelas 8h e esperar numa longa fila uma hora até à abertura para conseguir uma senha e ser atendido, “sem saber bem a que horas”. Por outro lado, neste espaço, que foi inaugurado em 2012, que conta com 10 serviços (entre eles o balcão multisserviços), não é possível tratar do cartão do cidadão ou do passaporte, dos serviços mais procurados, o que era possível na loja dos Restauradores. Já nas Laranjeiras, que conta com quase o dobro do número de serviços, a espera nessa mesma manhã não estava a ultrapassar a hora e meia na Segurança Social – antes do meio-dia no balcão desta entidade já tinham sido atendidas mais de 250 pessoas. w Susana Paula

w O investimento na rede nacional de Espaços do Cidadão será repartido entre as autarquias e o Governo

que será uma nova alavanca de desenvolvimento”, acredita o autarca socialista. Em Queluz-Belas a Câmara está ainda a equacionar se faz obras no actual GAM, ou se coloca o futuro Espaço do Cidadão em novas instalações. “O espaço que temos apresenta grandes infiltrações, e temos de encontrar uma solução. Confesso que é o que mais me preocupa porque se não for possível realizar obras, temos de encontrar um local adequado”. Seguem-se, “até final do ano ou, o mais

tardar até ao primeiro trimestre de 2015” os restantes quatro: em Pêro Pinheiro no novo edifício multiusos inaugurado há meses, “a servir toda aquela zona norte do concelho”; em Algueirão-Mem Martins está a ser negociada a utilização da loja de um centro comercial que chegou a ter um GAM; em Rio de Mouro, a Câmara vai dar uso à loja que tem no Fitares Shopping; e em Massamá-Monte Abraão, a autarquia ainda está à procura de espaço. Tratam-se de “espaços flexíveis”, com dimensões diferenciadas, como explica. “Não

temos que ter 10 postos de atendimento em todos. Podemos ajustar à dimensão das freguesias. Na União de Freguesias de Almargem do Bispo, Montelavar e Pêro Pinheiro, por exemplo, não precisaremos de ter o número de postos de atendimento de um grande centro urbano como Agualva-Cacém”. O investimento nesta rede de postos de atendimento será repartido entre a autarquia e o Governo. “Nós disponibilizamos os espaços, damos os funcionários (através da requalificação e utilização de recursos in-

ternos), e temos os encargos de funcionamento, e o Governo assegura a formação e o material com que vão trabalhar”, acrescenta Eduardo Quinta Nova, que considera que esta aposta vai “tornar os serviços mais próximos dos cidadãos”. Até Março, o Governo pretende arrancar com projectos-piloto da rede de Espaços do Cidadão e concorrer a fundos comunitários para financiar o projecto, cujo objectivo é criar mil espaços a instalar em câmaras, juntas e correios, até 2015. 24 de Janeiro 2014 sexta-feira

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Aumentos 2014 destaque

Preço dos transportes públicos aumenta pela quinta vez nos últimos três anos n expressodalinha

Ano novo, aumentos novos Aumento dos preços dos transportes, da electricidade e das rendas marca 2014. O preço da água continua, este novo ano, a ser fixado pelos municípios. Lisboa vai actualizar o preço; Sintra espera poder reduzir. Amadora alarga tarifa social. Susana Paula w spaula@expressodalinha.pt

Apesar de o Verão de 2014 poder vir a marcar o fim do Programa de Assistência Económica e Financeira de Portugal, o ano que agora começa fica já marcado por um aumento médio de 1% nos preços de serviços como os transportes e a electricidade. Este ano, o preço da água vai continuar a ser definido pelos municípios, apesar de o Governo continuar a defender uma regularização do preço a nível nacional. As últimas propostas da empresa Águas de Portugal, divulgadas há nove meses, rondavam, em média, os 51 cêntimos por metro cúbico para o abastecimento e os 63 cêntimos por metro cúbico para o saneamento. Mas alguns municípios vieram já dizer que não vão aumentar os preços este ano: é o caso de Sintra e da Amadora. “Não vamos aumentar a água”, assegura o presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta, numa nota enviada ao Expresso da Linha, lamentando que “neste momento não existam condições para diminuir o seu preço”. No entanto, o autarca socialista diz esperar que “os investimentos que se estão

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a realizar para acautelar as perdas de água comecem a produzir efeitos” e garante que “as poupanças assim obtidas serão utilizadas para reduzir o respectivo preço”. Na Amadora, fonte do gabinete de imprensa avança que as tarifas geral e familiar (para famílias com mais de cinco elementos) vão manter-se em 2014, mas que a tarifa social vai aplicar-se a mais munícipes. “Além de pessoas com deficiência e que beneficiem do Rendimento Social de Inserção, este ano o desconto na tarifa vai aplicar-se a todos os agregados familiares que recebam menos do que o ordenado mínimo, quando até aqui só as pessoas com mais de 65 anos e com um rendimento inferior ao ordenado mínimo beneficiavam da tarifa social”, explica. Já em Lisboa, o tarifário da Empresa Pública de Águas Livres (EPAL) será revisto, à semelhança do que acontece todos os anos, mas os moldes “ainda estão em estudo”, segundo fonte da empresa. Dos aumentos já conhecidos, a factura da electricidade é a que mais sobe: desde 1 de Janeiro que os consumidores domésticos estão a pagar mais 2,8% no preço da luz. Este aumento significa um acréscimo anual de 14,12 euros,

para uma família que paga mensalmente cerca de 46,5 euros. Já nos transportes públicos, com o início do novo ano o preço vai aumentar em média 1%, em linha com a inflação prevista no Orçamento do Estado. Esta é a quinta vez que o

Aumento de 2,8% no preço da luz

A factura da electricidade é a que mais sobe. Os consumidores domésticos estão a pagar mais desde 1 de Janeiro de 2014. Este aumento significa mais 14,12 euros por ano, para uma família que paga mensalmente cerca de 46,5 euros.

preço dos transportes públicos aumenta nos últimos três anos: 4,5% em Janeiro (decidido ainda pelo Governo socialista liderado por José Sócrates) e 15% em Agosto (com o actual Governo) de 2011, 5% em Janeiro de 2012 e 0,9% no ano passado. Também as rendas voltam a aumentar, depois de um ano de actualização que levou ao encerramento de vários estabelecimentos emblemáticos da baixa de Lisboa. Em 2014, o valor das rendas sobe 0,99%. Por outro lado, também o tabaco e as bebidas alcoólicas aumentam: em média, o aumento é de 5% e de 1%, respectivamente. No entanto, há também sectores onde não há previsão de aumento dos preços: é o caso das portagens – o que não acontecia desde 2010 -, do pão e do leite, das taxas moderadoras nas consultas nos centros de saúde (nos hospitais vão ser actualizadas ao valor da inflação) e do cinema. Os aumentos serão acompanhados por mais cortes salariais na função pública, com o Governo a impor cortes entre os 2,5% e os 12% nos salários a partir de 675 euros. Este corte junta-se à redução salarial – entre os 3,5% e os 10% a partir dos 1.500 euros – que os trabalhadores do Estado sofreram em 2011.


Ambiente destaque

Obras ‘de emergência’ nas arribas de Sintra vão começar após uma década A estabilização das arribas de Sintra é uma prioridade desde a publicação do Plano de Ordenamento da Orla Costeira Sintra-Sado, em 2003, mas as obras só vão ficar concluídas em 2015, a concretizar-se o actual calendário do Ministério do Ambiente. luís galrão w lgalrao@expressodalinha.pt

O Ministério do Ambiente planeia iniciar este ano as empreitadas de estabilização das arribas de Sintra, nomeadamente nas Azenhas do Mar e no Magoito. A garantia é do secretário de Estado do Ambiente, que visitou o litoral do concelho na quarta-feira. “Há dinheiro para investimentos ao longo de todo o litoral, incluindo aqui na zona de Sintra, para onde temos previstas intervenções no valor de 4,5 milhões de euros ao longo deste ano e do próximo, precisamente na protecção do litoral”, assegura Paulo Lemos. A promessa não é muito diferente das que os autarcas de Sintra já ouviram ao longo da última década, dado que as intervenções nestas arribas são consideradas prioritárias pelo menos desde 2003, mas o governante garante que “os projectos avançarão o mais rapidamente possível”. “Desta vez temos as verbas orçamentadas do ponto de vista comunitário e de contrapartidas nacionais, e temos o empenho do Ministério das Finanças em facilitar e ajudar a que os processos rapidamente sejam despachados. Portanto temos todas as garantias possíveis: os projectos, as candidaturas e o dinheiro”. Paulo Lemos admite que “os riscos estão identificados há muito”, mas diz que só agora surgiram as verbas necessárias para as empreitadas, que serão financiadas entre 70 a 90% por fundos comunitários que terão de ser devolvidos se não forem gastos, uma situação que o Governo rejeita. Nas Azenhas do Mar, por exemplo, serão gastos 1,2 milhões de euros na consolidação das arribas, valor que acresce “a um pequeno trabalho de cerca de 200 mil euros” já realizado, mas que é inferior aos 3,3 milhões anunciados em 2012, e confirmados há um ano pela então ministra Assunção Cristas. Nesse plano de Março de 2013, o Ministério do Ambiente previa investir em Sintra mais de 7,5 milhões de euros, dois milhões acima dos actuais 4,5, uma diferença que Paulo Lemos atribui a uma “reformulação do programa do litoral”. “Dada a escassez de verbas, iremos só apostar na segurança de pessoas e bens. Tudo o que não tenha a ver com isso nós não estamos a financiar. Possivelmente o remanescente seria para obras de valorização (apoios de praia, caminhos) que terão de ser feitas de outra maneira”. Em comunicado, a Câmara de Sintra refere também que o investimento previsto será de 4,5 milhões, e o presidente Basílio Horta não

Governo admite que “os riscos estão identificados há muito”, mas diz que só agora surgiram as verbas necessárias para as empreitadas n expressodalinha

parece preocupado com a diferença. “Mais vale ter menos dinheiro e executar as obras, do que ter muito e não fazer nada”, afirma o autarca, que saúda o “cometimento” do Ministério do Ambiente. No entanto, uma técnica da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) presente na iniciativa, disse informalmente ao Expresso da Linha que os 4,5 milhões referidos pelo secretário de Estado não incluem os mais de 2,5 milhões também previstos para a praia da Adraga, pelo que as intervenções a realizar nos próximos dois anos serão de facto nos montantes anunciados pela anterior ministra. Presidentes de junta querem “ver para crer”. Habituados a promessas não cumpridas, os dois presidentes da junta de freguesia de Colares e da União de Freguesias

de S. João das Lampas e Terrugem, eleitos pelo movimento independente Sintrenses com Marco Almeida, vão aguardar pelas obras. “Não querendo pôr em causa o secretário

4,5 milhões de euros

Verba anunciada pelo secretário de Estado é inferior aos 7,5 milhões avançados pela anterior ministra do Ambiente

de Estado, a história diz-nos que isto é mais do mesmo. Mas tivemos uma visita da tutela, o que já é alguma coisa que não tivemos nos últimos anos. De qualquer forma, vou aguardar, porque estou desconfiado, como deve calcular”, diz Guilherme Ponce de Leão, presidente da União de Freguesias de S. João das Lampas e Terrugem, preocupado com as consequência de um eventual encerramento do principal acesso à praia do Magoito. Já Rui Santos, de Colares, aproveita para reforçar o alerta para uma situação de perigo junto ao miradouro das Azenhas do Mar, onde o bar encerrado em 2006 deverá ser finalmente demolido. “O mar está a escavar a falésia na curva junto à escola primária, e um dia aquilo cai”, avisou o autarca aos técnicos da APA, que admitiram não estar prevista nenhuma intervenção para aquele local.

Plano de Ordenamento

‘Não pode ser uma abstracção’ O litoral de Sintra continua também a aguardar pela revisão do Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC), um processo que está atrasado, mas cujo concurso deverá avançar até ao final do ano. “A revisão está em curso e irá identificar muitas das questões que o senhor presidente da câmara mencionou, nomeadamente a localização dos apoios de praia, dos acessos e os caminhos pedonais e ciclovias. É um trabalho que está a ser feito em conjunto com as autarquias, porque não queremos fazer qualquer coisa em Lisboa que depois não seja aceite a nível local”, explica o secretário de Estado do Ambiente. Paulo Lemos acredita que o processo não irá

condicionar as obras nas arribas, dado tratarse de “intervenções de emergência” que já estavam previstas no anterior POOC, publicado em 2003. Já o presidente da câmara espera que a revisão permita adaptar este instrumento de ordenamento às necessidades. “O POOC não pode ser uma abstracção, tem que se adaptar às realidades concretas e hoje vimos aqui algumas. Um POOC que não se adapte às realidades concretas, ou não é aplicado, ou é mal aplicado, e é para esse trabalho que as juntas e a câmara estão disponíveis: para fazer um plano que sirva verdadeiramente quem deve servir”, diz Basílio Horta. Além da resolução dos problemas de fundo relacionados com a sustentabilidade das ar-

ribas, o autarca avança com “três modestas reivindicações: que os acessos sejam seguros e as pessoas possam usufruir das praias do seu concelho; que haja alguns apoios de praia, para as pessoas não estarem desacompanhadas enquanto estão na praia; e talvez o mais importante, que haja trilhos para poderem passear a pé ou de bicicleta”. Só depois destas mudanças, acrescenta, fará sentido voltar a candidatar as praias do concelho à Bandeira Azul. “Primeiro é preciso dar as praias aos utentes, porque as pessoas de Sintra não têm que ir para Cascais ou para outros sítios, quando têm cá das praias mais bonitas do país”. L.G. 24 de Janeiro 2014 sexta-feira

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Autarquias amadora

Orçamento de 2014 sofre redução de seis por cento Orçamento municipal da Amadora desceu 25 milhões desde 2010, mas a autarquia continua a “dar lucro”, avança a oposição.

Milene Matos Silva w msilva@expressodalinha.pt

O orçamento da Câmara Municipal da Amadora (CMA) prevê para este ano uma redução de 6 por cento, relativamente ao ano anterior, devido às medidas de austeridade impostas pelo Governo. Com quase 89 milhões de euros, Carla Tavares (PS), presidente da CMA, garantiu que este instrumento de gestão “foi o mais difícil de elaborar dos últimos anos”. Já a oposição à direita considera que “se deveria ir mais longe dada a folga financeira da autarquia”. As propostas das Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2014 foram aprovadas na Assembleia Municipal da Amadora pela maioria socialista, com os votos contra do CDS-PP e do Bloco de Esquerda e com a abstenção da CDU e do PSD, numa reunião realizada no final do ano passado. Carla Tavares explicou que desde 2010 o orçamento do município perdeu cerca de 25 milhões de euros. “O orçamento da autarquia tem como base as verbas transferidas pelo Estado e a cobrança dos impostos aos munícipes. Tendo em conta a redução de am-

“Orçamento foi o mais difícil de elaborar dos últimos anos”, refere Carla Tavares n MMS

68 milhões de euros

Oposição acusa autarquia de fechar o ano com lucros, resultado de orçamentos sucessivos com superavits

bos, procurámos apresentar um documento sustentável mantendo o investimento na habitação e acção social, reforçando a área da educação”, justificou a edil. “Há 12 anos que acompanho a elaboração do orçamento e este foi o mais difícil de equilibrar, dada a redução de receita e do aumento de encargos. Tivemos que tomar opções que são muito na linha das orientações apresentadas em anos anteriores”, concluiu.

Mas João Paulo Castanheira do CDS-PP contra-atacou as declarações da autarca, acusando a autarquia de fechar o ano com lucros. “A Câmara consegue ter 68 milhões de euros no banco, resultado de orçamentos sucessivos com superavits e tem das maiores densidades do país de contribuintes”, defendeu o deputado centrista. “Do nosso ponto de vista não se entende a voracidade de cobrar os impostos, não baixando o IMI ou cobrar a taxa máxima da derrama”, afirmou. E exemplificou que “o investimento na acção social caiu 18 por cento”. Apesar da abstenção, o PSD, pela voz do deputado Luís Sampaio, também se mostrou contra a apresentação de lucros por parte da autarquia. “Sistematicamente as receitas são subestimadas e esse é um dado que nos preocupa”, referiu. O Bloco de Esquerda, que tal como o CDS -PP também votou contra, tentou aprovar um conjunto de recomendações à Câmara. “Apresentamos 12 propostas de conduta para este orçamento”, explicou o bloquista João Santos, que não conseguiu ver o seu documento votado pela assembleia, por questões regimentais e foi bastante criticado pelo presidente da AMA, Joaquim Raposo. A abstenção da CDU foi justificada pelo deputado Carlos Almeida que defendeu a posição da autarquia perante as restrições do Governo. “Foram sonegados nos últimos anos cerca de 13 milhões de euros ao orçamento municipal, para não falar no aumento dos encargos municipais como o IVA das refeições escolares a 23 por cento ou o limite ao endividamento”, esclareceu o autrarca, que alertou que “a câmara está em muitos aspectos a substituir-se ao Governo”. “Queremos que a administração central assuma os seus compromissos!”, defendeu.

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Breves

Bombeiros da Amadora realizam simulacro de explosão no Sábado A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Amadora promove amanhã, dia 25, pelas 15h, um simulacro na Casa Aprígio Gomes, local onde funcionava o Centro de Ciência Viva da Amadora. O evento ocorre no âmbito das comemorações do 109.º aniversário da associação, e irá simular uma explosão, seguida de incêndio com multi-vítimas.

Câmara de Sintra garante provisoriamente as 35 horas semanais A Câmara de Sintra aprovou a manutenção provisória do horário de trabalho de 35 horas para a generalidade dos trabalhadores municipais, uma decisão que “será aplicada enquanto não estiverem concluídos todos os processos negociais em curso com os sindicatos”. A medida surge após a celebração de um Acordo Colectivo de Entidade Empregadora Pública com a Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP/SINTAP), afecta à UGT, e depois do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, afecto à CGTP, ter realizado um plenário frente aos Paços do Concelho, onde mais de duas centenas de trabalhadores rejeitaram o acordo apresentado. A proposta contou com os votos favoráveis dos vereadores do PS, PSD e CDU e com a abstenção do movimento “Sintrenses com Marco Almeida”, cujos quatro vereadores independentes defenderam “a manutenção do horário de trabalho de 35h semanais para todos os funcionários da autarquia, sem qualquer excepção, independentemente de serem ou não sindicalizados”.

‘Monstro’ de vigilância costeira dificilmente sairá do Cabo da Roca Os Ministérios da Administração Interna e da Defesa não foram sensíveis aos pedidos da Câmara de Sintra para que fosse retirada a torre de radar de 45 metros instalada ao lado do farol do Cabo da Roca. “Para já não é expectável que saia. Já se tentou pôr noutro sítio, mas dizem que este é o único sítio e que é essencial em termos de tráfego marítimo”, revelou Basílio Horta à margem da “presidência aberta” que promoveu na freguesia de Colares. O autarca diz que “não tem lógica absolutamente nenhuma” ter ali aquela infra-estrutura do Sistema Integrado de Vigilância, Comando e Controlo da costa portuguesa, operado pela GNR. “Não acredito que o único sítio para ter a antena seja ali. É preciso sensibilidade. Temos jóias turísticas e culturais, temos de as preservar, e o Cabo da Roca é uma preciosidade. Isto é uma falta de sensibilidade de quem autorizou e a verdade é que vai ser muito difícil mudar aquele monstro que está ali”.

Amadora quer afirmar-se como capital da BD ao longo de todo o ano A autarquia quer levar a Banda Desenhada (BD) às fachadas dos prédios e às ruas do concelho para prolongar a animação para lá das duas semanas do Festival Internacional de BD. milene matos silva w msilva@expressodalinha.pt

A recentemente eleita presidente da Câmara Municipal da Amadora CMA, Carla Tavares (PS), quer que a cidade seja vista como a capital da Banda Desenhada ao longo de todo o ano e não apenas durante o Festival Internacional Amadora BD que decorre durante duas semanas, entre Outubro e Novembro. Para isso, a autarca defende várias medidas como a pintura de fachadas, criação de merchandising ou alterações na toponímia como forma de lembrar que o concelho acolhe um evento reconhecido internacionalmente. Este ano o Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora (Amadora BD) celebra 25 anos de existência. Criado na cidade ainda sob a liderança política do PCP, em 1989, este certame cresceu ao ponto de chegar a receber mais de 200 mil visitantes por edição. E embora este número tenha estagnado, nos últimos anos, o festival continua a ser o único com estas dimensões em todo o país. “Este é o nosso maior evento e queremos, por isso, que os munícipes e os visitantes o sintam ao longo de todo o ano”, defendeu Carla Tavares. “Neste momento, fora do festival, não há nenhum sítio onde se possa comprar uma caneca com a imagem da BD Amadora ou na rua ninguém se lembra do festival, excepto quando está a decorrer”, afirma a edil.

Autarca quer a BD no dia-a-dia da cidade n MMS

Carla Tavares vai mais longe e acrescenta que “gostava também que a toponímia da cidade fosse mudada, não os nomes das ruas, mas as placas poderiam passar a ser em forma de um balão de Banda Desenhada”. “Acho que não faz sentido que a BD se esgote

w Este ano o Amadora BD celebra 25 anos de existência

nas duas semanas do festival porque gastamos muito dinheiro com ele, temos que por isso aproveitá-lo”, confessa Carla Tavares. “Temos o Centro nacional de Banda Desenhada e Imagem (CNBDI), um espaço dedicado à Banda Desenhada aberto todo o ano, mas com um número de visitantes diminuto. Quero que a BD deixe de estar fechada nela própria e passe a fazer parte do dia-a-dia da cidade”, esclarece a presidente. Uma das alterações pensadas é a pintura de fachadas de edifícios com características específicas com as tiras de Banda Desenhada, com maior incidência nas entradas da cidade. A presidente esclareceu também que estas medidas estão ainda a ser estudadas com as equipas técnicas e com os artistas.

Caso de morte após espera nas urgências volta a levantar polémica com o Amadora-Sintra Desde o final do ano passado que o Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) se envolve em polémicas. Primeiro com o caso da espera de 25 horas nas urgências, levando a direcção deste serviço a pedir a demissão, e depois com o caso da utente que esperou dois anos para realizar uma colonoscopia. Na quarta-feira, o Bloco de Esquerda questionou o Ministro Paulo Macedo sobre a morte de uma utente por enfarte após seis horas de espera naquele hospital. O caso da morte da sexagenária, que terá ocorrido no dia 25 Novembro, foi denunciado pelo deputado do BE, João Semedo, numa comissão parlamentar pedida pelo PCP para ouvir o Ministro da Saúde. De acordo com o deputado bloquista, a utente, que se queixava de fortes dores no

tórax foi transportada para o hospital de ambulância, aguardou das 16h47 até 23h sem atendimento, tendo-lhe sido atribuída uma pulseira amarela na triagem. Quando começou a ser atendida, seis horas depois, “foi auscultada e foi-lhe colocado oxigénio, mas, quando ia ser levada para efectuar um raio-x entrou em paragem cardiorrespiratória”, relatou. A mulher acabou por morrer e o BE que classificou a situação como “inaceitável” pede agora que “a Inspecção-geral das Actividades em Saúde proceda à realização de um inquérito que apure responsabilidades”. A esta situação, junta-se o pedido de demissão da direcção do serviço de urgências no final de 2013, “por entender que as actuais condições de trabalho colocam em risco a

qualidade mínima no atendimento e a vida dos doentes”. Uma situação que foi confirmada pelo bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, em declarações à TVI, afirmando que “foi efectivamente concretizado e que se mantém o pedido de demissão”. Esta confirmação surge depois de fonte da administração do hospital ter garantido que a situação “estava ultrapassada”. Entretanto, na sequência de outro caso, a administração avançou com um inquérito interno para apurar “com rigor” as razões que levaram uma doente oncológica de 60 anos a esperar dois anos por uma colonoscopia, após ter sido encaminhada para este hospital depois de uma análise positiva durante um rastreio ao cancro colo-rectal. M.M.S. e L.G. 24 de Janeiro 2014 sexta-feira

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Sintra

autarquias

Nunes Correia e João Talone

Basilio Horta anuncia ‘conselheiros estratégicos’

Foi necessário reconstruir a Casa do Guarda do Chalet da Condessa d’Edla, parcialmente danificada pela queda de uma árvore de grande porte n PSML emigus

Parque da Pena continua a recuperar dos estragos do temporal de há um ano Empresa pública mantém trabalhos de recuperação dos efeitos do evento meteorológico extremo de há um ano, que derrubou cerca de duas mil árvores. A Parques de Sintra – Monte da Lua só conseguiu ainda recuperar nove dos 33 hectares do Parque da Pena afectados pelo temporal de 19 de Janeiro de 2013, dia em que a serra foi assolada por fortes chuvas e ventos ciclónicos de velocidades superiores a 120km/hora. Ao todo, a empresa pública estimou prejuízos de cerca de 3 milhões de euros, que tem tentado ultrapassar com “trabalhos de reconstrução, remoção de árvores e replantação, efectuados com recursos próprios – receitas de bilheteiras, cafetarias, lojas e aluguer de espaços – e com o apoio da comunidade”, afirma a Parques de Sintra num comunicado de balanço. “Dos 33 hectares afectados, os principais espaços de visita no Parque da Pena estão hoje limpos, tendo a empresa recorrido às suas equipas internas, apoiadas por maquinaria florestal mas também pelos cavalos Ardennais, que efectuam trabalhos nas PUBLICIDADE

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áreas de acesso difícil ou para as quais é menos indicada a utilização de máquinas. No total, foram removidas até ao momento cerca de 700 árvores, faltando ainda limpar cerca de 24 hectares no Parque, trabalho que prosseguirá em 2014″. Após os primeiros trabalhos de desbloqueio de vias e limpeza de acessos, foram também

3 milhões de euros

Valor estimado dos prejuízos do temporal de 19 de Janeiro de 2013

recuperados muros, caminhos, sistemas de drenagem de águas pluviais, calçadas e valetas, bem como infraestruturas de energia, iluminação, comunicações e segurança. Foi também necessário reconstruir a Casa do Guarda do Chalet da Condessa d’Edla, parcialmente danificada pela queda de uma árvore de grande porte. Entretanto, tiveram início em Novembro as acções de reflorestação de algumas das áreas que ficaram mais expostas após os trabalhos de remoção de árvores e resíduos lenhosos. “Foram já plantadas 285 árvores jovens de médio porte, incluindo abetos, cedros, juníperos, criptomérias, píceas, sequóias, pseudotsugas, tsugas, liriodendros, faias e tílias”. Também em Novembro, começou o projecto de recuperação do Sistema de Rega do Jardim da Condessa d’Edla e da Quinta da Pena, muito danificado no temporal. L.G.

O novo Conselho Estratégico Ambiental de Sintra deverá ser dirigido por Nunes Correia, ministro do ambiente do penúltimo Governo de José Sócrates, e o Conselho Estratégico Empresarial ficará a cargo de João Talone, “um grande empresário nacional”, revela o presidente da câmara. As duas estruturas deverão tomar posse nas próximas semanas, estando para já prevista a data de 5 de Fevereiro para o arranque do Conselho Estratégico Empresarial. Segundo Basílio Horta, esta estrutura será responsável pela ligação com o sector privado e terá o apoio do Gabinete de Apoio Empresarial, criado para acompanhar os empresários de Sintra, atrair novos investimentos e servir de ligação entre as empresas, a câmara e a administração central. “Um empresário que tenha problemas de licenciamento que não decorrem apenas da câmara não ficará sozinho a debater com a administração central”, assegura. Quanto ao Conselho Estratégico Ambiental, “Sintra vai ser a primeira câmara a assinar um protocolo com o Ministério do Ambiente para juntar nesta estrutura a nova Direcção Municipal de Ambiente e Gestão Territorial, a HPEM [limpeza urbana] e os SMAS [água e saneamento], com representantes da Agência Portuguesa do Ambiente, Instituto de Conservação da Natureza, Parque Natural Sintra-Cascais, Comissão de Coordenação Regional (CCDR-LVT) e Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana”. O conselho “com carácter decisório” irá ter como prioridades “a gestão da costa, a Área de Reabilitação Urbana (ARU) do centro histórico, a ligação com a Tratolixo e a reformulação do tratamento dos resíduos sólidos”, entre outros assuntos. “É uma comissão muito importante para a câmara”, afirma o autarca, que aguarda ainda a assinatura do acordo com o ministro do ambiente.


Desporto

autarquias

A. Stuart aguarda por apoios da junta de freguesia Mais que um clube de hóquei em patins, o A. Stuart é uma espécie de grupo de amigos que se quotiza para ajudar os atletas mais desfavorecidos. Novo protocolo com a União de Freguesias de Massamá e Monte Abraão pode salvar um emblema carismático da Linha de Sintra. José Bento Amaro w bamaro@expressodalinha.pt

Um dos maiores formadores de jogadores de hóquei em patins do país corre sérios riscos. Dificuldades financeiras e falta de instalações para o treino de mais de 130 atletas podem levar o A. Stuart Hóquei Clube de Massamá (sucessor do Centro de Formação Desportiva em Hóquei em Patins da Escola Secundária Stuart Carvalhais) a reduzir drasticamente a sua actividade ou mesmo a encerrar portas. A quotização dos pais dos atletas já não dá para suprir os apoios que dantes vinham da Junta de Freguesia de Massamá, entretanto agregada com Monte Abraão. Mais do que um clube desportivo, o emblemático clube sediado nas instalações da Escola Stuart de Carvalhais, é um porto de abrigo para muitas crianças que foram retiradas das ruas. Tudo correu para o clube até às últimas eleições autárquicas. Depois das mesmas findou o protocolo que permitia a injecção de parte do capital necessário. Até agora, e conforme explicou ao Expresso da Linha Alexandra Monginho, presidente do clube e professora na escola, aguardam-se novas aprovações políticas para que um novo protocolo possa ser celebrado e possa haver mais comparticipações que ajudem os cerca de 2.000 euros mensais de despesas. Clube e escola separaram-se, mas treinos continuam na Stuart. Até ao Verão do ano passado era João Campelo, antigo praticante da modalidade, quem se responsabilizava pela maior parte das questões desportivas – há equipas a competir em nove escalões diferentes, incluindo os seniores femininos. Alguns meses após a sua morte, muito sentida sobretudo entre os mais jovens praticantes que ele acompanhava até durante os períodos de férias escolares, surgiu a separação do clube e da Escola Stuart de Carvalhais. “O clube desligou-se da escola devido a questões de

gestão financeira. O novo director da escola aceitou a separação mas não aceitou que o clube mantivesse o antigo nome, o da escola”, explica Alexandra Monginho. Com a separação, o clube alterou igualmente a sua designação mas ainda assim manteve a utilização do pavilhão escolar. “Muita gente pensa que sou eu quem está contra o clube e a prática desportiva. Isso não é verdade. A escola está aberta a toda a comunidade e a todos os desportos e a prova de que apoiamos o hóquei pode é o facto de ainda no ano passado termos suportado a totalidade dos custos da colocação de um novo piso no pavilhão. Além disso até criámos um parqueamento para quem se desloca ao pavilhão”, diz Rui Gonçalves, presidente do concelho directivo da Stuart de Carvalhais, salientando ainda que “grande parte dos atletas do clube nem sequer são alunos da escola”. Alexandra Monginho diz que os treinos das diversas equipas, às segundas, quartas e sextas-feiras, assim como a realização de jogos durante todo o fim-de-semana, custam ao clube 25 euros por hora pelo aluguer do pavilhão, sendo que depois ainda é preciso pagar aos funcionários escolares que são contratados para manterem o espaço funcional. Já Rui Gonçalves, mesmo reconhecendo

w Clube é um porto de abrigo para muitas crianças

que o A. Stuart pode estar com dificuldades económicas, realça o facto de a escola pagar todas as despesas relacionadas com o fornecimento de água, gás e electricidade aos atletas – “Cerca de 90 por cento de cada duodécimo que o Ministério da Educação dá à escola é gasto no pagamento destas despesas e também nas comunicações. É fácil perceber que grande parte das despesas da escola são da responsabilidade de um clube privado” – e acrescenta que espera que a direcção do clube cumpra a sua parte do acordo celebrado e que, segundo explicou, passa pela pintura exterior do pavilhão. Junta de freguesia promete “apoio regular”. A presidente do A. Stuart realça, por sua vez, o carácter social que o clube tem. Diz que é graças à prática desportiva que muitas crianças de Massamá e de outras freguesias vizinhas foram arrancadas das ruas e de futuros previsivelmente sombrios. Não deixa, no entanto, de salientar a necessidade premente de se obterem ajudas financeiras. “Cada pai paga uma mensalidade de 23 euros. Ou melhor: cada pai devia pagar uma mensalidade de 23 euros. Com a crise há muitos pais que já não pagam há muito tempo, mas as crianças continuam a praticar, a treinar. Esta é uma realidade que não pode ser ignorada”, refere ainda Alexandra Monginho, lembrando que há pais de crianças que, periodicamente, organizam eventos para obterem o dinheiro que os pais mais desfavorecidos não conseguem arranjar. Contactado pelo Expresso da Linha, o presidente da união de freguesias garante que a nova autarquia irá continuar a apoiar o clube. “O apoio aos clubes e a outras instituições estava dependente da aprovação do orçamento, que ocorreu há uma semana, pelo que só agora iremos protocolar com o A. Stuart o apoio regular que acontecia no passado, bem como outros tipos de apoio, como aliás já foi transmitido à direcção do clube”, justifica Pedro Brás.

Piloto sintrense termina Dakar em 5º lugar O motard sintrense Hélder Rodrigues voltou a assegurar um lugar no top 5 do Dakar Argentina Bolívia Chile, ao terminar em quinto lugar na classificação geral de motos na edição deste ano, que foi ganha por Marc Coma, nas motos, e por Joan Roma, nos automóveis. Na última etapa, que ligou La Serena à estância balnear de Valparaíso, o piloto da Honda conquistou a terceira posição, com 2h01m07s, mais 1m23s que o seu companheiro de equipa Joan Barreda, que foi o mais rápido do dia. Nesta oitava participação na mítica prova de todo-o-terreno, o piloto de Aruil (Almargem do Bispo) foi o melhor representante da Honda ao fim de quinze dias de dura competição. Adoentado no arranque do rali, Hélder Rodrigues passou por algumas dificuldades técnicas na Honda CRF 450 Rally no início da prova, onde evoluiu do 22º lugar, na etapa inaugural, até ao quinto lugar, a apenas 11 minutos de um lugar no pódio, onde esteve com o terceiro posto nas duas edições anteriores. “Terminei mais um Dakar. Este não começou muito bem, mas depois fiz uma segunda metade boa, sempre a progredir na classificação. Em função disso, o 5º lugar é um bom resultado, embora fique aquém do que era o meu objectivo. Fiz boas etapas e foi muito importante para este projecto termos conseguido fazer o rali sem ser necessário mudar o motor. Agora temos de nos focar em melhorar alguns aspectos para sermos ainda mais competitivos”, salientou o piloto à chegada a Valparaíso, no Chile.

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Dossier casa das selecções da FPF

Almargem quer recuperar terreno A União de Freguesias de Almargem do Bispo, Pêro Pinheiro e Montelavar está a reclamar em tribunal que a Federação Portuguesa de Futebol devolva e recupere o terreno cedido em 1999 para a construção da Casa das Selecções Nacionais, um projecto que entretanto foi anunciado para Oeiras. luís galrão w lgalrao@expressodalinha.pt

A Junta de Freguesia de Almargem do Bispo, entretanto sucedida pela União das Freguesias de Almargem do Bispo, Pêro Pinheiro e Montelavar, moveu um processo contra a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) para que seja anulada a cedência dos direitos de superfície do terreno disponibilizado em 1999 para a construção da Casa das Selecções, e para que os 6,5 hectares entretanto terraplanados sejam regularizados às cotas inicias. “Decorridos 12 anos, sete meses e 12 dias, a FPF não cumpriu o acordado no protocolo de 17 de Agosto de 1999, que previa que o prazo para o início das obras era de três anos após a escritura, e a conclusão até seis anos depois”, lê-se no processo entregue em Abril do ano passado no Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa. Por isso, e porque entretanto foi conhecida a intenção da Federação mudar o projecto para Oeiras, agora com o nome de “Cidade do Futebol”, a autarquia pede a anulação da escritura que formaliza a cedência dos direitos de superfí-

w Em vez de instalações desportivas, os terrenos destinados à Casa das Selecções têm apenas mato, lagoas temporárias e vários aterros 12 ExpressodaLinha |

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cie por 90 anos, e que a FPF “seja condenada a pagar a regularização à cota inicial”, bem como todas as custas judiciais. Segundo o presidente da união de freguesias, a ainda Junta de Freguesia de Almargem do Bispo tentou negociar com a FPF e só avançou judicialmente perante a recusa desta entidade em assumir os custos da recuperação dos terrenos, actualmente improdutivos e esburacados. “A FPF não reconheceu responsabilidades nessa matéria e por isso o assunto está a ser resolvido pela via judicial, porque o acordo que existia era entre a Freguesia de Almargem do Bispo e a Federação”, explica o autarca, que reclama por 408 mil euros “apenas para nivelamento e reposição de terras”. FPF rejeita responsabilidades. Na contestação ao processo, a que o Expresso da Linha teve acesso, a Federação alega que “a Casa das Selecções Nacionais não foi executada nos prazos previstos por razões que não lhe são imputáveis”. “A execução dependia de um financiamento a atribuir por parte da Câmara de Sintra, no montante de 3,5 milhões de euros, que nunca foi concretizado” e os terrenos da junta e da Câmara de Sintra não foram disponibilizados nos prazos previstos, razão pela qual a FPF está “contratualmente desvinculada dos direitos e obrigações” protocolados. A FPF acredita, também, que o processo deve ser considerado nulo, dado não ter sido submetido ao Tribunal competente, e que o protocolo em causa “há muito que não está em vigor”. Considera, ainda, que “a junta de freguesia poderia já ter requerido o cancelamento da inscrição do direito de superfície junto da Conservatória do Registo Predial”. Quanto às terraplanagens, critica o valor “exorbitante” do único orçamento apresentado no processo e alega que “não efectuou ou não executou, por si ou por interposta pes-

soa, quaisquer trabalhos de terraplanagens, retirada de entulho, destruição de linhas de água, ou qualquer alteração ao habitat dos animais e da paisagem”, como alegado pela junta de freguesia. Projecto arrasta-se há 15 anos. O projecto da Casa das Selecções é anterior a 1999, ano em que o executivo municipal presidido por Edite Estrela (PS) e a junta de freguesia acordaram com a FPF a construção em Almargem do Bispo de um complexo desportivo de alta competição. Além de Gilberto Madail, presidente da Federação, a assinatura desse primeiro protocolo contou com a presença de José Sócrates, à data ministro adjunto do primeiro-ministro, Miranda Calha, secretário de estado do desporto, e Vítor

Baía e Luís Figo, em representação da selecção nacional de futebol. Os primeiros documentos estabeleciam que “todos os custos referentes a projectos e obras” ficavam a cargo da FPF, que deveria concluir as obras no prazo de seis anos. Apesar de ter havido uma cerimónia de colocação da primeira pedra em 2001, o projecto acabou por sofrer vários atrasos relacionados com a descoberta de vestígios arqueológicos – que obrigou à aquisição de mais terrenos –, dúvidas do Tribunal de Contas e outras burocracias, e passou por novos acordos já durante os mandatos de Fernando Seara (PSD). Em 2006, a Câmara de Sintra reiterou a “relevância nacional” e o “manifesto interesse público” da Casa das Selecções, e comprometeu-se a comparticipar o projecto em 3,5 mi-


o cedido para a Casa das Selecções n expressodalinha

5 perguntas a:

Rui Maximiano

Presidente da União de Freguesias de Almargem do Bispo, Pêro Pinheiro e Montelavar Porque é que a junta ainda não requereu à Conservatória do Registo Predial a anulação da cedência do direito de superfície? Neste momento, o direito de superfície é da Federação Portuguesa de Futebol. E nós temos de agir para que seja reconhecida a sua caducidade. Em Janeiro de 2013, pedimos à FPF que reconhecesse que já tinha perdido esse direito e solicitasse o cancelamento do registo, mas a Federação não o fez, pelo que optámos pela via judicial, porque a Conservatória só altera o registo de acordo com entidades que apareçam lá de livre vontade, ou de acordo com uma decisão judicial que avalia uma situação. E porque é que só há um orçamento para a regularização do terreno, que apresenta um “valor exorbitante”, diz a FPF? O orçamento é um apêndice ao processo. Se considera o valor exorbitante, estamos disponíveis para que seja a própria FPF a fazer a regularização do terreno. Se tivermos de ser nós a fazer, queremos que ele seja pago e esse é apenas um orçamento, mas se a FPF arranjar quem faça por um valor mais económico, que avance, porque a junta de freguesia não está à procura de nenhuma indemnização, pretende é que o terreno fique nas condições exactas em que estava quando foi entregue. Para que é que a junta quer o terreno regularizado? Se não se constrói ali a Casa das Selecções, queremos o terreno nos mesmos moldes, porque qualquer uso que se possa dar, para práticas agrícolas, por exemplo, está inviabi-

lizado, porque precisa da reposição de terras vegetais. Também não serve para outro projecto qualquer, que não temos, porque está adaptado a um projecto específico. Além disso, é um terreno nobre para nós, porque era o local de residência do benemérito da freguesia, o General Barnabé António Ferreira. Ao fim de quase 15 anos, como se sentem os fregueses em relação ao projecto? Sentem-se desvalorizados, ignorados, porque ao longo destes anos não houve uma informação capaz dos motivos porque é que se adiou, ou não se fez. O presidente da câmara avançou recentemente com a hipótese de usar aqueles terrenos para um parque temático. Concorda? O presidente disse que andava à procura de um espaço no concelho onde fosse possível a construção de um parque temático de 30 hectares. Ora, a Casa das Selecções ocuparia 12, pelo que teríamos de crescer. Disse-lhe a brincar que ainda tínhamos ali mais uns hectares, mas não sei se chega aos 30. Não passou disto, não houve uma intenção concreta de destinar aqueles terrenos fosse para o que fosse. Mas sou sincero: qualquer projecto que valorize a freguesia e que seja bom para a população – que crie postos de trabalho – pode ser positivo. Na altura julgámos que o projecto da Casa das Selecções teria esse efeito. Se aparecer outro, obviamente que terá de ser debatido, inclusive em sede de assembleia, mas tudo o que valorize e traga mais bem-estar à população da agora união de freguesias, será bem-vindo. n expressodalinha

lhões de euros, valor alegadamente já assumido pela anterior presidente da câmara. O projecto deveria ocupar vários terrenos da Câmara de Sintra, adquiridos propositadamente para o projecto, e da junta de freguesia, que foram cedidos à FPF por um prazo de 90 anos. Mais tarde, em 2009, o então vereador das obras municipais, Luís Duque, admitia em entrevista ao Diário de Notícias que a Câmara de Sintra já tinha investido perto de 10 milhões de euros em aquisição de terrenos, terraplanagens e acessibilidades, e ainda acreditava na concretização do projecto. No entanto, em 2011 e 2012, responsáveis da FPF e da Câmara de Oeiras tornaram público que o projecto, rebaptizado de “Cidade do Futebol”, seria implementado no Alto da Boa Viagem, junto ao Estádio Nacional do Jamor.

w Os 6,5 hectares cedidos pela junta de freguesia em 1999 estão há anos transformados num lamaçal

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Sociedade associativismo Breves

Centro Histórico de Sintra em debate no dia 31 A Alagamares – Associação Cultural vai debater “o Centro Histórico de Sintra e a sua problemática” num debate que terá lugar dia 31 de Janeiro, pelas 21h, no Café Saudade, em Sintra. “O estacionamento, a reabilitação urbana e o comércio, a oferta turística e a relação entre as várias entidades que se sobrepõem na gestão do espaço público, são temas para um painel de moradores, técnicos, empresários e interessados na temática em geral”, explica a associação. A entrada é livre.

Palácio da Pena inaugura Salão Nobre completamente restaurado

Poesia, artes plásticas e teatro fazem parte da dinâmica cultural da colectividade n dr

Associação Salamandra Dourada dinamiza Ameixoeira Diversidade e partilha de experiências é o que move esta associação junto da comunidade local. O Encontro de Músicos e Bailadores traz músicas do mundo no final de Janeiro. Nelson Mingacho w nmingacho@expressodalinha.pt

Chama-se Salamandra Dourada e há cinco anos que se dedica à dinamização cultural e social da Ameixoeira, no limite norte da cidade de Lisboa. Intervir junto da população local, proporcionando momentos de partilha e descoberta, é o objectivo da colectividade com agenda cultural regular. “As pessoas hoje estão no seu cantinho, fechadas sobre si mesmas”, considera Rúben Marques, da direcção da associação. É para remar contra a maré que a colectividade recorre a uma agenda cultural diversa e a inúmeros projectos, da música à fotografia, dos debates à gastronomia. Na tarde do último dia de Janeiro decorre mais um Folk Sessions - Encontro de Músicos e Bailadores. O mote é dado pelo grupo francês 3Temps mas “todos são bem-vindos a partilhar a sua música”. Uma festa em ambiente de baile e danças tradicionais, dedicada à músicas do mundo. Esta é apenas uma entre muitas iniciativas que a Salamandra desenvolve. “Sentimos necessidade de criar um projecto de raiz”. Começou há apenas cinco anos com actividades de animação e exploração da natureza,

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até chegar à Casa da Árvore, considerada uma “escola de animação para a diversidade”. Situada na Azinhaga da Cidade a Casa da Árvore é a sede da associação. “É um espaço de educação não formal, onde cada um não só aprende como partilha os seus conhecimentos”. Animação, diversidade e comunidade são os pilares da casa, aberta de sextafeira a domingo. É um espaço de encontro e partilha com diversas dimensões artísticas e performativas. “Jamandra” é um dos eventos principais para promover o papel activo dos diferentes públicos da associação. “Sem participação não há aprendizagem efectiva”. Poesia, artes plásticas, teatro fazem também parte da dinâmica cultural da colectividade.

Casa da Árvore Situada na Azinhaga da Cidade é a sede da associação, aberta de sexta-feira a domingo

Valorizar o sentimento de identidade. Ainda dentro da casa existe uma oficina onde se realizam formações sobre ofícios manuais, tais como carpintaria, serralharia e electricidade. Dali saíram também muitas peças restauradas que decoram hoje as paredes e o tecto da associação. Mas a Salamandra Dourada gosta também de sair ao encontro da comunidade da Ameixoeira. O projecto “Luta de Valores”, em parceria com entidades locais, proporciona aos jovens sessões de artes marciais na Escola D. José I, no Lumiar. Valorizar o sentimento de identidade cultural e histórica entre os moradores é o que se pretende com o projecto “Tesouros da Ameixoeira”. Existem muitos fósseis na região e uma história muito ligada ao mundo agrícola, explica Rúben Marques. “Esta comunidade tem uma diversidade muito grande. É importante valorizar o respeito pelas suas raízes”. Entretanto, no espaço envolvente à Casa da Árvore, numa zona verde com um hectare e meio de extensão, irá crescer em breve uma horta comunitária, para ocupar pessoas no cultivo de alimentos saudáveis. E também um pomar e um campo para desenvolvimento de actividades desportivas ao ar livre.

A Parques de Sintra inaugurou ontem, quinta-feira, o restauro do Salão Nobre do Palácio da Pena, projecto que implicou um investimento de cerca de 262.500 euros ao longo de três anos. A intervenção contemplou a reabilitação geral das infra-estruturas, a revisão do pavimento e o restauro dos revestimentos em madeira e estuque, dos lustres, dos vitrais e do mobiliário especialmente encomendado por D. Fernando, incluindo peças em reserva e porcelanas. “Com informação histórica e o apoio de consultores, procurou-se reapresentar o Salão no seu estado original”, explica a empresa, que na investigação histórica contou com análises de materiais do Laboratório José de Figueiredo. Foram também instalados elementos inovadores, como lâmpadas de tecnologia LED, tiras de LED no exterior das janelas para que os vitrais possam ser observados durante o período nocturno, e um sistema de detecção de incêndios com aspiração contínua do ar (com uma análise constante dos parâmetros de CO2) e sem recurso a caixas no tecto.

Municípios querem reanimar a “Rota dos Vinhos de Bucelas, Carcavelos e Colares” Os municípios de Sintra, Cascais, Loures e Oeiras assinam um protocolo de colaboração no âmbito da “Rota dos Vinhos de Bucelas, Carcavelos e Colares”, um projecto lançado em 2003 pela Câmara de Loures, mas que na última década passou por longos períodos de inactividade, inclusive após o relançamento em 2011. O protocolo pretende “implementar, promover e desenvolver uma Rota dos Vinhos de Bucelas, Carcavelos e Colares e o inerente desenvolvimento turístico das respectivas regiões”, explica a autarquia, que em 2011 foi um dos membros fundadores da Associação da Rota dos Vinhos de Bucelas, Carcavelos e Colares.


Lisboa

sociedade

Guia ConVida mostra bairros da capital há dez anos Levar os lisboetas a valorizar e usufruir da sua própria cidade continua a ser a ambição deste guia informativo dirigido também aos estrangeiros. Uma década a olhar Lisboa e o muito que ela mudou. Nelson Mingacho w nmingacho@expressodalinha.pt

Num período difícil para o comércio de proximidade, devido à crise económica que o país atravessa, o guia ConVida continua empenhado em “fazer valer a cidade aos olhos não só dos turistas mas principalmente dos lisboetas”, referem as responsáveis do projecto. E se em tempo de crise há muitas lojas que fecham, o contrário também é verdade. Faz dez anos que Sofia Paiva Raposo e Vera Abecassis decidiram lançar um guia de informação comercial, cultural e turística sobre os bairros mais carismáticos de Lisboa. “Podemos dizer que, naquela altura, a cidade não tinha o amor-próprio que se sente hoje a vibrar entre os portugueses, e agrada-nos sentir que contribuímos para a euforia geral por Lisboa”, escrevem no editorial que assinala o 10º aniversário. Ambas viveram vários anos no estrangeiro, talvez por isso tenham adquirido um outro olhar sobre a cidade. Nestes dez anos “houve uma mudança de mentalidades. Finalmente valorizou-se a cidade excepcional que nós temos. E que reúne tantas características magníficas, como o clima a segurança, a proximidade ao rio e ao mar que nos traz uma luz única”, adianta Sofia Raposo. “O bom olhar dos estrangeiros sobre Lisboa e Portugal ajudou-nos a nós lisboetas a gostar mais da nossa cidade. Hoje Lisboa está a brilhar para o mundo”, diz Sofia. Mas se melhorias ao nível urbanístico aconteceram na cidade, há ainda muito trabalho a fazer, consideram as promotoras do guia. “Lisboa é uma cidade com uma dinâmica cultural que não fica atrás de outras cidades europeias”. O guia nasceu no Chiado e cresceu bairro a bairro, para a Baixa Pombalina, Avenida da Liberdade, Príncipe Real, Bairro Alto, inclusive com edições dedicadas a Cascais e Estoril. Contribuir para a dinâmica comercial dos bairros tem sido um dos objectivos. “Os nossos principais bairros são colados uns aos

Sofia Paiva Raposo e Vera Abecassis assistiram à mudança do olhar dos lisboetas sobre a própria cidade n Mariana Sabido

outros, percorrem-se a pé. Isto não acontece em cidades como Paris”. Para a empresária Ana Salgueiro, com loja aberta na Rua do Alecrim, também há dez anos, “os guias já fazem parte da vida dos bairros mais característicos de Lisboa”. Considera este tipo de publicação “vital para a dinamização comercial e económica dos bairros”. Crise traz novas oportunidades. Nestes dez anos ocorreram períodos muito diferentes. “Curiosamente a crise trouxe uma grande movimentação de fecho de lojas mas também de abertura de novos espaços”. O que se tem revelado surpreendente. “Eu nunca diria! Se não tivesse a viver esta crise ia acreditar que as pessoas não teriam coragem de abrir novos espaços”. Mas a verdade é que “a realidade se reinventa”, adianta Vera Abecassis. A crise faz surgir novas oportunidades e há pessoas que se atiram

a elas porque perderam o emprego, sublinha. Para o ConVida o futuro será cada vez mais digital. Em breve será lançado um sítio na Internet, juntamente com uma aplicação para smartphone e tablet. Uma forma de alargar horizontes e de chegar a mais leitores. Algo que não é novo na filosofia do projecto. O ConVida conta com uma edição exclusiva para o mercado brasileiro, com distribuição do outro lado do Atlântico, associada a uma aplicação

w O guia nasceu no Chiado e cresceu bairro a bairro

para os novos interfaces de comunicação. Recomendado pelo jornal New York Times a quem visita Lisboa, a publicação bilingue (português/inglês) é produzida por uma pequena equipa num escritório do Chiado. O projecto é cem por cento de iniciativa privada, refere Sofia Paiva Raposo, “nunca contou com nenhum tipo de apoio público, a única fonte de receita é a venda de publicidade” e conta com 350 pontos de distribuição em Lisboa e arredores. Este quer continuar a ser um guia urbano, mas sempre com o pé na história e na tradição, referem. “Lisboa é feita de muitas coisas que não se podem perder. Prezamos imenso o lado autêntico e genuíno de Lisboa, a par da face contemporânea e cosmopolita actual da cidade”.

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Comunidades amadora

Serviço telefónico no combate à solidão sénior A ajuda em caso de emergência ou uma voz amiga para quebrar um pouco da solidão, estão à distância de um botão para cerca de duas centenas de idosos da Amadora. Milene Matos Silva w msilva@expressodalinha.pt

Criado há seis anos no município da Amadora, o Serviço Telefónico de Assistência Permanente (STAPA) tenta quebrar o isolamento de quase duas centenas de idosos que vivem sozinhos e com algumas dificuldades de mobilidade. Um alívio para os próprios e para as suas famílias, uma vez que basta carregar num botão e os utentes são de imediato assistidos através de uma central telefónica. Nos 365 dias do ano, 24 sobre 24 horas, o STAPA está disponível para os seus utentes, através de um botão de controlo remoto, que pode estar numa bracelete ou num colar, que depois de pressionado estabelece a ligação a uma central de assistência, que passa a ouvir as queixas do utente e encaminha a situação, seja para o INEM ou para outra instituição. “Uma ajuda preciosa” garante Jaime Antunes, 79 anos, beneficiário do sistema desde a sua criação. “Comecei por ter este serviço porque a minha mulher estava no lar e eu sentia-me muito sozinho em casa. Tinha receio de cair ou que me desse qualquer coisa e não tinha como pedir assistência”, explica. Neste momento, o STAPA faz ainda mais sentido para este utente, uma vez que desde o início de 2012, a mulher que sofre de Alzheimer e osteoporose já estava há 14 anos num lar, mas como viu o apoio da Segurança Social ser-lhe retirado foi obrigada a regressar a casa. “O lar era 1500 euros, a minha reforma com a da minha mulher ronda os 800 euros, na altura só tinha de pagar cerca de 600 eu-

Maria Elisa Pires diz que o serviço permite sentir-se ‘segura e acompanhada’ n mms

365 dias ano O STAPA está disponível para os seus utentes através de um botão de controlo remoto 24 horas sobre 24 horas.

ros, o resto era suportado pela Segurança Social, sem esse apoio ela acabou por vir para casa e quem cuida dela sou eu, com a ajuda do apoio domiciliário que todos os dias lhe faz a higiene diária”, lamenta. Nunca necessitou de usar o aparelho por emergência, mas confessa que de vez em quando vai carregando no botão para falar com o assistente que está do outro lado da li-

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nha e garantir assim que o equipamento está a funcionar. Também para Maria Elisa Pires, com 78 anos, este serviço é imprescindível. Depois do AVC que teve há cerca de três anos, a sua saúde debilitou-se, mas conseguiu cuidar da sua irmã que necessitava de vários cuidados até há pouco tempo. “Estava a tentar levantar a minha irmã que tinha dificuldades de mobilidade, penso que me deu qualquer coisa e cai, desde então a minha irmã acabou por ter de ir para o lar e atribuíram-me este equipamento”, explica. Nunca teve a necessidade de carregar no botão e espera nem vir a necessitar, no entanto, salienta que assim se “sente mais segura e acompanhada”. Para José Leal de Castro, de 73 anos, desde que a sua mãe, de 93 anos, tem o equipamento, “toda a família ficou mais tranquila”. Reconhece que “embora viva no prédio ao lado é muito difícil estar permanentemente a vigiar a minha mãe”, explica. “Às vezes nem conseguimos cuidar de nós próprios”, afirma. Este projecto resulta de um protocolo celebrado entre a Santa Casa da Misericórdia e a Câmara da Amadora. “Este é um instrumento importante como forma de combater o isolamento dos idosos”, afirma a presidente Carla Tavares, que sublinha “trata-se de um serviço inteiramente gratuito para os utentes”, que “tem tido uma receptividade cada vez maior”. A autarca garante ainda que não há lista de espera e que todos os pedidos têm vindo a ser atendidos.


Imprensa

comunidades

Jornal de Sintra recusa ‘atirar a toalha ao chão’ Fundado em 1934, o semanário Jornal de Sintra quer continuar a dar voz aos usos e costumes sintrenses e às instituições do concelho, apesar de passar por momentos difíceis. considera um “desencontro” e, apesar de afirmar que não teve responsabilidade directa no sucedido, quis deixar um pedido público de desculpas. “Se houve erro, tem de ser assumido, mas como já disse, não me sinto pessoalmente responsável”. A primeira edição do Jornal de Sintra saiu da tipografia construída para o efeito por António Medina Júnior a 7 de Janeiro de 1934, e desde então fez chegar semanalmente 4011 edições aos assinantes e às bancas do concelho.

Luís Galrão w lgalrao@expressodalinha.pt

Aos 80 anos, assinalados a 7 de Janeiro, o semanário Jornal de Sintra promete resistir à crise que no último ano já fez desaparecer ou suspender metade dos títulos sintrenses (ver caixa). “Não queremos atirar a toalha ao chão, queremos continuar presentes semanalmente, com a vivência do concelho à frente de todos os interesses e apesar de todas as dificuldades e carências”, afirmou a actual directora, Idalina Grácio, no almoço de aniversário realizado no restaurante Apeadeiro, parceiro do jornal. O encontro juntou a administração, colaboradores e apoiantes, como o actual presidente da União de Freguesias de Sintra (Santa Maria e São Miguel, São Martinho e São Pedro de Penaferrim), que prometeu continuar a apoiar a publicação que é “uma referência no concelho e na freguesia”. “Recordo-me, nos meus tempos de tropa em Moçambique, de receber o jornal com a notícia da minha vinda ao continente em férias”, lembrou Eduardo Casinhas. O 80º aniversário fica também marcado pela reaproximação de Maria Almira Medina, filha do fundador e directora entre 1983 e 1990, da actual administração, após um período de ruptura. “O meu pai foi o fundador e o meu irmão um trabalhador quase anónimo, mas o melhor revisor de sempre, e eu fui directora. O jornal falhou comigo, foi feio e criminoso do ponto de vista jornalístico terem ocultado o meu nome enquanto directora [episódio que terá ocorrido por ocasião das comemorações dos 75 anos], mas há que ter capacidade de desculpa”, disse Almira Medina, numa “intervenção ‘barulhenta’ mas cheia de ternura pelo jornal”. Idalina Grácio minimiza o episódio, que

Maria Almira Medina e o 1.º número n expressodalinha

Sintra sem metade dos jornais locais. Metade dos jornais generalistas publicados no concelho de Sintra desapareceram ou viram a sua publicação suspensa em 2013. Há quase um ano, o Jornal da Região, já no seu 17º ano de existência, suspendeu “temporariamente” as edições em papel, para “reestruturação” da empresa Publiregiões, que entretanto entrou em insolvência. O regresso, anunciado para Maio, não se cumpriu, não só na edição de Sintra, mas também nas restantes quatro edições locais. Sobrou, por enquanto, o sucedâneo “Região Online”, que herdou a antiga página do Jornal da Região. Já no final do Verão, desapareceu o quinzenário Actual Sintra, lançado em 2007, tendo a administração optado por eliminar boa parte da presença na Internet (página institucional e página oficial no Facebook), e suspendeu a publicação o mensário Jornal Ocidente, associado ao projecto Rádio Ocidente Online, embora neste caso o responsável pelo projecto pretenda retomar a publicação ao longo deste ano. Neste cenário, continuam apenas em distribuição em Sintra o semanário Jornal de Sintra, o mensário Cidade Viva (apesar de não disponibilizar capas na Internet desde Agosto), e o quinzenário Correio de Sintra, aos quais se juntou em Dezembro o Expresso da Linha.

Homofobia galopante no Uganda O Parlamento do Uganda acaba de dar uma forte machadada nos direitos fundamentais dos seus cidadãos aprovando um projecto de lei criminalizando ainda mais a homossexualidade; a pena prevista pode ir até a prisão perpétua. A lei do país já proibia o que designa aberrantemente “o conhecimento carnal de outrem contra a ordem da natureza”. O projecto em causa, aprovado no dia 20 de Dezembro, vai muito mais além, penalizando o que define como “homossexualidade agravada”, que equipara aos crimes “em série”, estendendo-a a qualquer pessoa que seja seropositiva e se saiba que tenha tido relações sexuais com outra do mesmo sexo, mesmo que estas tenham sido de comum acordo e realizadas com protecção. O diploma inclui ainda previsões inquietantes como a criminalização do que chama de “promoção” da homossexualidade e a obrigatoriedade de testes de HIV em determinadas e muito discutíveis circunstâncias. Mas há tempo para travar este processo de lesa humanidade uma vez que o projecto terá ainda de ser analisado pelo Presidente da República, que pode vetá-lo ou reenviá-lo ao Parlamento para que o reconsidere em substância. De todo o modo, a lei, mesmo que venha a ser alterada, constituirá sempre uma afronta aos direitos da comunidade LGBTI (lésbica, gay, bissexual, transsexual e intersexual). O Governo ugandês tem a obrigação, de acordo com a sua Constituição e as leis internacionais, de proteger todos os seus cidadãos e não só os da maioria. Ajude a Amnistia Internacional a impedir que este projecto de lei entre em vigor. Peça ao chefe de Estado ugandês que o vete. Faça-o na página da Amnistia Internacional Portugal em www.amnistia-internacional.pt.

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Casamento conflituoso O amor, o companheirismo e todo o encanto que se sente pela pessoa amada, podem ficar desgastados e/ou até desaparecer. Após algum tempo de convivência em comum, o pavio da paciência parece encurtar e pequenos detalhes que inicialmente eram insignificantes, ganham outra dimensão e peso. AnaMary Monteiro Lapa w email@expressodalinha.pt

Existem inúmeros assuntos que, mal resolvidos, podem deixar marcas profundas e difíceis de sarar: ciúme, traição, finanças, problemas com parentes, educação de filhos, monotonia e sexualidade, são dos temas mais fracturantes nas relações nos dias que correm. Numa relação conjugal os conflitos e até as pequenas divergências, não faladas, não resolvidas, podem gerar grandes problemas. Nem sempre são os acontecimentos graves que originam o mau estar ou a ruptura. O desgaste, por vezes vai acontecendo aos poucos, de forma quase imperceptível. A monotonia vai-se instalando, juntamente com mágoas e mal-entendidos não resolvidos. Quando se trata de conflitos relacionais a primeira coisa a fazer é avaliar a relação, sabermos o que nos conduziu àquela situação e como contribuímos para que tal condição acontecesse. Temos a tendência de olhar apenas para as falhas do outro. Está na altura de olharmos para as nossas também. É essencial falar abertamente sobre as dúvidas, sentimentos e mágoas de cada um, tentando explicar ao outro a forma como nos sentimos, e tentando perceber e criar empatia com os sentimentos do outro. É também importante alterar o tipo de comunicação, substituir frases com carácter acusatório

que nada fazem a não ser magoar, incriminar, por diálogos onde expomos os nossos sentimentos, tentando esclarecer o outro, e até motivá-lo, a fazer o mesmo. Após tantos conflitos desgastantes a fuga parece ser a única so-

lução. Antes de lançar a toalha ao chão, tente perceber quais os sentimentos que nutre pelo seu marido (mulher) e avalie o tipo de relação que tem. Se perceber que os sentimentos ainda são fortes, que ainda se amam, então vale a pena lutar.

Deixo aqui algumas sugestões w Fujam da rotina. Não precisam de grandes planos ou de muito tempo, apenas percebam a importância de surpreender o outro. Um jantar, uma saída para dançar, um telefonema a meio do dia, são gestos simples que quebram a rotina e alimentam uma relação. w Dêem carinho. Os gestos diários de afecto são imprescindíveis. Dar um beijo ao sair e ao chegar, um abraço, um carinho, são acções que não podem faltar no dia-a-dia de qualquer casal. w Falem, digam o que sentem. Para o bem e para o mal. É preciso falar, dizer o que não gostamos, da mesma forma que devemos dizer quanto o(a) amamos. w Sejam responsáveis pela vossa felicidade. Digam o que gostam e o que não gostam, o que querem e não querem. Não devemos nunca partir do pressuposto “ele(a) já sabe” (ou deveria saber). Não deixem a porta aberta às dúvidas, no que diz respeito aos nossos gostos e prazeres é necessário ser frontal. w Exijam o vosso espaço. Um casamento é constituído por três entidades: eu, tu e nós. É importante respeitar o outro, os seus limites e a sua privacidade. O desgaste, por vezes vai acontecendo aos poucos n dr

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Estilos

design de interiores

Como iluminar um espaço n fotos dr

A iluminação dos espaços é tão importante como a decoração dos mesmos, pois podem complementar ou destruir essa mesma decoração. Devemos ponderar a iluminação consoante as zonas que pretendemos ter. Isabel Martins w isabelm1@live.com.pt

Cozinha: iluminação geral - com boa capacidade para cobrir todo o espaço, opte por focos para luz de tecto, ou lâmpada economizadora se for um só candeeiro. Zona de trabalho e confecção - iluminadas directamente sob os armários superiores, opte por luzes led, brancas, para ver bem o que está a preparar, na zona do fogão dependerá muito do tipo de exaustor que adquirir. Zona de refeições - se possível com iluminação sobre a mesa, com luz amarela. Sala: iluminação geral - seja em candeeiro central ou em sancas ou ainda em pontos de luz, convém que seja uma luz capaz de cobrir todo o espaço e que não seja agradável. Opte por lâmpadas de baixo consumo, ou halogéneas. Zona jantar - sobre a mesa deve ficar um ponto de luz a uma altura média de 0,75 cm acima da mesa, esta não deve deslumbrar os comensais nem deve ser tão fraca que não seja eficaz. Opte por lâmpada com boa potência, luz amarela. Zona estar - nesta zona convém ter candeeiros de mesa, que criem um ambiente de conforto e relaxe, se tiverem opção de aumentar e reduzir a potência através do controlo na parede ainda melhor, assim quando há visitas pode ter-se mais luz e quando não há o ambiente pode ser mais intimista. Opte por lâmpadas de baixo consumo, luz amarela. Quartos: Aqui seguimos as mesmas regras que para a sala.

Escritório: Iluminação na mesa de trabalho com potência suficiente para não cansar a vista, luz geral, luz de mesa de apoio junto a sofá ou cadeira de leitura. Zona de leitura - como é óbvio nesta zona, o candeeiro pretendido deve ter uma luz fria e direccionada, para que os olhos não se cansem. Opte por lâmpada de led, branca.

Casa de banho: iluminação geral e iluminação na zona do espelho mas de forma a não criar sombras sobre a cara. Como são zonas de pouca permanência opte por luzes de potência média, tipo halogéneo. Luz Pontual - este tipo de iluminação deverá ser escolhido de acordo com o tipo de objecto a ser iluminado. Se for um quadro, pode

ser um aplique de parede direccionado sobre o mesmo, se for uma obra de arte, um foco ou um aplique; num elemento arquitectónico, a luz será direccionada em foco, ou através de led para demarcar a forma ou ainda em espaçamentos ritmados para demarcar o espaço. Opte por leds, pois não gastam quase nada podendo estar permanentemente ligados.

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Opinião tribuna

Alguns texto da Tribuna podem ser escritos de acordo com a nova ortografia

Opinião

Opinião

Fernando Morais Gomes

Pedro Alves

Presidente da Alagamares – Associação Cultural

Director artístico do teatromosca (Sintra)

O que se passa com o Plano de Sintra?

Sobre a arte de bem vestir

D

N

onat-Alfred Agache, Etienne de Gröer e Luigi Dodi foram alguns dos arquitetos que a convite de Duarte Pacheco trouxeram a Portugal nos anos 30 e 40 novos ideais urbanísticos, entre os quais se destaca o conceito da cidade-jardim, de Ebenezer Howard, em voga por toda a Europa de então. A aplicação prática desses conceitos e a sua adaptação a um contexto territorial especificamente português, constituiu um legado para gerações de urbanistas e arquitetos nacionais. Em 1938 a Câmara de Lisboa, com Duarte Pacheco, contratou o arquiteto urbanista Étienne de Gröer a definir as grandes linhas de desenvolvimento da cidade. Em finais dos anos 40, o mesmo arquiteto, de ascendência russa, elaborou o Plano de Urbanização de Sintra, aprovado em 11 de Novembro de 1949 e ainda hoje em vigor. Gröer percebeu o que tinha em mãos: preservar o casco histórico e acautelar a expansão, mas, ao mesmo tempo reservar zonas para as necessárias atividades económicas, sem as quais se matam as cidades tornando-as obsoletas e amorfas. Foi sobre esse fio de navalha que Sintra viveu desde então, até aos anos 60 pelo menos, respeitando o legado de Gröer. A partir dessa altura, depressa os ventos do crescimento desordenado chegaram a Sintra, como o caos da Portela ou a cacofonia da Estefânea o atestam, e o que era um plano prospetivo, um manual de procedimentos e bíblia de consistência passou a ser usado de forma casuística, usado para indeferir quando as propostas não interessavam ou capciosamente esquecido quando algum mamarracho precisava de avançar. Onde esteve o Plano de Gröer quando se construiu o Hotel Tivoli, ou o Departamento de Urbanismo na Portela (era para zona

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verde…) os caixotes dissonantes da Portela ou o “comboio” de armazéns em Ouressa? Paradoxalmente, ao não se ter retocado o plano, sob a falácia de que isso subverteria o ordenamento do centro histórico, mais argumentos se foram dando a quem o considerava ultrapassado, panaceia de arquitetos antiquados ou esclerosados defensores do património. Vem aí um novo plano, há vários anos em estudo, o qual corre grandes riscos: ou nada mexer e assim assobiar para o lado num sector que deve ser particularmente acarinhado mas de forma positiva e pró-activa, ou alterar demais abrindo a brecha para o cavalo de Tróia do betão (do mau betão, sobretudo) sob a forma rebuscada e politicamente correta de “mais valia para o turismo” ou da “modernização”. Etienne de Gröer, o franco-russo que um dia veio ordenar Lisboa, Cascais e Sintra, entre outras, viu mais além, passados sessenta anos merece um sucessor à altura. Tê-lo-á?

Vem aí um novo plano, há vários anos em estudo, o qual corre grandes riscos: ou nada mexer e assim assobiar para o lado num sector que deve ser particularmente acarinhado mas de forma positiva e pró-activa, ou alterar demais abrindo a brecha para o cavalo de Tróia do betão (do mau betão, sobretudo) sob a forma rebuscada e politicamente correta de “mais valia para o turismo” ou da “modernização”.

uma altura de crise generalizada, a dimensão cultural das políticas públicas locais é frequentemente desprezada. A crise que nos foi “vendida” bem acima das nossas possibilidades desviou, por completo, as nossas atenções para assuntos económicos, até mesmo quando queremos falar apenas de Arte. E, é neste contexto, que lanço a questão: “Que desafios se colocam aos recém-eleitos executivos camarários no que diz respeito às políticas culturais dos municípios?”. É indesmentível que a intervenção das câmaras municipais no setor cultural cresceu muito significativamente nos últimos 20 anos. Criaram-se ou recuperaram-se diversas infraestruturas (museus, auditórios, bibliotecas etc.). Financeiramente, as autarquias foram afetando aos pelouros da cultura verbas cada vez maiores. Em alguns casos, investiu-se em políticas de formação de públicos, através da criação de centros educativos, alargamento de redes de bibliotecas, incentivos à integração de artistas em contexto educativo ou aquisição de espetáculos para apresentações em escolas. Mas já toda a gente deve ter percebido que essa capacidade interventiva das autarquias na vida cultural sofreu um forte abalo. O que nos espera agora? Que direções podemos tomar? Poderá acontecer que o desafio esteja entre pretender densificar o tecido cultural do município, concentrando ofertas, ou descentralizar equipamentos e iniciativas por todo o seu território; apoiar diretamente, através da atribuição de verbas, as muitas atividades amadoras, ou apoiar essas mesmas atividades amadoras de forma indireta, aumentando o apoio financeiro às estruturas profissionais existentes em cada concelho; apoiar novos criadores e fomentar o aparecimento de novas estruturas de criação ou dar melhores condições aos criadores e estruturas já existentes; privilegiar o investimento em novas infraestruturas e em eventos, ou criar programas que privilegiem a dinamização sustentada dos equipamentos

já existentes; fazer uma gestão direta dos equipamentos municipais pela própria autarquia, ou conceder essa gestão a entidades privadas, lucrativas ou não; assegurar a autarquia funções de produção, ou optar pelo apoio à produção de terceiros; insistir no foco de um setor cultural como setor autónomo e estanque, ou promover a sua articulação com outros, designadamente o turismo, a educação e até a ação social. No fundo, pretendemos diluir barreiras ou cavar fossos? Pretendemos uma manta de retalhos ou um figurino bem desenhado? Certo é que o modelo que melhor servir um determinado território, não tem, obrigatoriamente, que assentar bem a outro. Importar modelos não parece a melhor opção. Certo é que a Cultura não pode continuar a ser entendida como mero entretenimento ou como atividade ocupacional dos tempos livres para distração de cidadãos entediados, ou não pode ser vista apenas com lentes de economista. Na verdade, em grande parte dos serviços autárquicos e no discurso da grande maioria dos nossos representantes políticos, é assim que a Cultura ainda é vista. Contudo, sabemos bem que a arte sempre nos deu a possibilidade de olhar para o mundo com outros olhos e de questionar o que nos rodeia. Devolvamos agora o olhar, façamos uma aturada reflexão sobre o estado da Cultura, sobre o apoio às artes em Portugal, sobre o papel fundamental das autarquias no acesso democrático dos cidadãos à expressão e fruição artística, e possamos nós encontrar o “figurino” adequado a cada território e a cada comunidade. Trabalhemos todos juntos nesta tarefa ingente.

Certo é que a Cultura não pode continuar a ser entendida como mero entretenimento ou como atividade ocupacional dos tempos livres para distração de cidadãos entediados, ou não pode ser vista apenas com lentes de economista.


Opinião

Opinião

Eduardo Nascimento

Porfírio Lopes Vice-director

Presidente do Círculo Artístico e Cultural Artur Bual (Amadora)

do Teatro Passagem de Nível (Amadora)

O Mi(ni)stério da cultura?

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izia-me Artur Bual, meu amigo e grande pintor, já desaparecido, que a cultura é mais importante que o pão que comemos. Dizia-me isto, entre pinceladas gestuais de “Cristos, Cavalos e Meninas”, surgindo como por magia, do branco da tela serena, em toques de classe. E dava exemplos, de como a cultura era perigosa, perante o poder cego dos que tomam decisões, incomodados com a imaginação, alheia às suas vontades. A Cultura é o aceno liberto de um povo, o movimento da sua evolução, onde os sonhos se tornam reais. A qualidade de vida enaltecida pelos seus criadores. Por isso, a importância das associações culturais e recreativas, se organizarem em núcleos das mais variadas modalidades, combatendo o isolamento, mostrando esses rasgos de cultura, através das artes, das letras e do desporto, compartilhados em espaços recreativos, dos matraquilhos à dança vaidosa dos salões nostálgicos, de combate às “solidões”. Em Sintra, Amadora e Lisboa, a cultura é que os une, entre fronteiras, tão próximo e tão distante, no símbolo do tempo, com carris e estradas, abraçando periferias de periferias, até Mafra que nos observa, lá do Convento. No espaço de tempo, entre a paciência da vida, à vida com “paciência”, nas filas do IC19, ou nos comboios e as estações, com grafites criativos e outras marcas poluídas, observadas por milhares de seres, no abraço rotineiro, regressando ao mesmo porto de abrigo da família esperando ao fim do dia. Nessa variedade multicultural, reside a troca de experiências, contributo para o

enriquecimento da esfera associativa, com músicos, artistas plásticos, atletas, poetas, escritores, artesãos, jogadores de sueca, grupos de teatro e outros que voluntariamente sentem a expressão de um ideal em prol do seu local residual, para, nem que seja no combate ao isolamento, numa linha de Sintra com milhares de habitantes, muitos deles com alguma riqueza escondida, nunca revelada, ora pelo comodismo, ora pela timidez. E é tão estranho a cultura sem um ministério! Não pelo facto do mistério da cultura, acrescentar simbolicamente algo de novo à compensação do pão que não se come. O Pintor tinha razão, quando todo o Ser humano tem dentro de si uma réstia escondida da procura constante, o que contribui para o maior conforto da passagem do tempo. Mesmo sem ele, “o ministério”, a cultura será sempre a afirmação do sonho de cada um, no seu processo evolutivo. O que fica gravado, na memória do futuro.

A Cultura é o aceno liberto de um povo, o movimento da sua evolução, onde os sonhos se tornam reais. A qualidade de vida enaltecida pelos seus criadores. Por isso, a importância das associações culturais e recreativas, se organizarem em núcleos das mais variadas modalidades, combatendo o isolamento, mostrando esses rasgos de cultura, através das artes, das letras e do desporto, compartilhados em espaços recreativos, dos matraquilhos à dança vaidosa dos salões nostálgicos, de combate às “solidões”.

Quarenta Anos de Cultura e Associativismo na Amadora

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aminhamos a passos largos para as comemorações do quadragésimo aniversário do 25 de abril. Ao reavivarmos na nossa memória a efervescência social e cultural daqueles tempos, tomamos consciência que, apesar das mudanças positivas operadas neste país, o movimento associativo e a cultura terão porventura desacelerado nos últimos anos. Na Amadora, que conquistou o direito a ser cidade e município de abril, assistiu-se no período pós revolução, a assinaláveis eventos que iam dando o tom e o colorido desse enorme empolgamento cultural e associativo que a liberdade conquistada conseguia trazer ou provocar. Na área do teatro, retemos boas memórias das gargalhadas que o teatro de revista, levado à cena no palco da Sociedade Filarmónica Recreio Artístico da Amadora, conseguia provocar, bem como dos memoráveis espetáculos construídos pelo grupo Praça Pública. Vislumbramos também o surgimento de “O Culturão” na Brandoa, do Teatro Passagem de Nível ali mesmo à beira da Linha de Sintra, do Fio d´Água na Venda Nova, do Teatradançando na Escola Secundária da Amadora, do grupo de teatro dos Trabalhadores da Câmara e, ainda, do desabrochar dos atores João Baião e Joaquim Monchique integrados no elenco do Grupo Encenação na Falagueira. O Centro Cultural Roque Gameiro liderava então este intenso fervilhar graças ao dinamismo dos seus diversos núcleos, primeiro instalado na Venteira, na antiga casa do ilustre aguarelista, depois mudando-se de malas e bagagem para se acomodar na Quinta de São Miguel. Na época, este espaço era residência de muitas outras estruturas culturais, entre as quais se albergavam pintores, gravadores, arqueólogos e ventureiros – uns seduzidos por moinhos de vento, outros rendidos ao aeromodelismo. E ainda escultores, fotógrafos, atores, inventores e gente com a alma cheia de sonhos e muita vontade de mudar o mundo, ou pelo menos de tentar torná-lo mais agradável.

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As ruas da cidade da Amadora alegravamse para assistir aos desfiles da Festa da Árvore, do Dia do Alentejo, da abertura do Ciclo de Teatro de Autores Portugueses, ou do feriado do 5 de Outubro, que entretanto também se desvaneceu. Hoje, passados quarenta anos, temos a sensação de estarmos mais solitários, silenciosos e recolhidos, apesar da abundância de mensagens que todos os dias chegam até nós para perturbar os sentidos. Na colina sobranceira ao Parque Central – zona verde que não existia quando o povo saiu à rua para celebrar a revolução dos cravos –, instalou-se há alguns anos a Escola Superior de Teatro e Cinema, mas alvora-se em estrutura tão suprema, sublime e de elevado sentido académico, que parece até estar divorciada da comunidade, tal como projecta a imagem fria e amarelejada dos seus muros. A sala dos Recreios da Amadora tenta suprir a grande necessidade de uma oferta cultural cuidada, coerente e de qualidade que consiga ganhar e valorizar a cidade que nunca parou de crescer. O Teatro dos Aloés e o Quórum Ballet, sediados nos últimos anos no concelho, trazem um pouco de ar fresco ao conformismo cultural, que parece apenas sair de uma certa letargia por ocasião das comemorações do município. No Auditório de Alfornelos, o Teatro Passagem de Nível – uma estrutura amadora –, procura transcender-se, a fim de conquistar públicos ao apresentar uma programação diversificada e regular. E existem ainda as filarmónicas, os ranchos folclóricos, os grupos corais e outros, que necessitam, como todos os demais, de se reencontrarem e de estímulos para continuarem a sair à rua e mostrarem tudo quanto valem e simbolizam.

Passados quarenta anos, temos a sensação de estarmos mais solitários, silenciosos e recolhidos, apesar da abundância de mensagens que todos os dias chegam até nós para perturbar os sentidos.

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ExpressodaLinha 21


Agenda cultura

Sintra

I Festival Clarinetes em Sintra Arranca dia 2 de Fevereiro, no palco do grande auditório do Centro Cultural Olga Cadaval, o I Festival Clarinetes em Sintra, uma iniciativa que o Conservatório de Música de Sintra irá desenvolver ao longo de 2014. O primeiro espectáculo conta com a actuação da Banda Sinfónica da GNR e a participação de Nuno Pinto como solista. Os bilhetes variam entre 6 e 10 euros. Espectáculo “Dança na Luz” Espectáculo das Academias Ai! a Dança, que irão juntar cerca de 700 alunos no dia 8 de Fevereiro, no Centro Cultural Olga Cadaval, em duas sessões: 15h30 e 18h30. Os bilhetes podem ser adquiridos nos locais habituais. “As Minhas Cores” de Nunes Amaral A Casa de Cultura de Mira Sintra acolhe até dia 16 de Fevereiro a exposição de pintura “As Minhas Cores”, de Nunes Amaral. O pintor, que nasceu em Angola a 15 de julho de 1966, possui, entre outros, o Curso de Pintura da Sociedade de Belas Artes (1996-1999) e o Curso de “Temas de Estética e Teorias de Arte Contemporânea” (1998). Em 2003/2004 trabalhou em ateliê com o pintor Vieira Baptista. “Tempestade e Galanterie” no Palácio de Queluz Arranca dia 8 de Março, no Palácio de Queluz, a temporada de música “Tempestade e Galanterie”, sob direcção artística de Massimo Mazzeo, do Centro de Estudos Musicais Setecentistas de Portugal (DS-CESP). A temporada inclui dois ciclos, Carnaval e Outono, com 11 concertos no total. Serão apresentadas obras de Beethoven, Bach, Mozart e Mendelshonn, entre outros, numa ligação que Massimo Mazzeo destaca como uma “reconciliação entre os vários ambientes da cultura, seja do ponto de vista histórico, seja pela programação cultural dos dias de hoje”. “ULISSES” na Quinta da Regaleira A MUSGO Produção Cultural tem em cena até dia 15 de Junho, na Quinta da Regaleira, o espectáculo ULISSES, baseado na Odisseia de Homero, sob direcção e adaptação de Mário Trigo e interpretação de Filipe Araújo, Ricardo Soares, Rute Lizardo e Susana C. Gaspar. A peça para maiores de 6 anos pode ser vista aos Sábados (16h) e Domingos (11h), e durante a semana para escolas e grupos organizados (sob marcação). O bilhete normal custa sete euros. “Corpo-mercadoria” em Fevereiro na Casa de Teatro de Sintra Estreia dia 13 de Fevereiro, às 21h30, na Casa de Teatro de Sintra, integrado no programa de acolhimentos do Chão de Oliva, e repete dias 14 e 15. “Corpo-mercadoria” é um projecto teatral sob direcção de Susana C. Gaspar que tem como ponto de partida o tema do tráfico de seres humanos e a escravidão moderna. A produção está a cargo da Musgo - Produção Cultural, Utopia Teatro e Animateatro. Mais em https://www.facebook. com/corpomercadoria

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sexta-feira

24 de Janeiro 2014

Lisboa

Amadora

Concerto de Paulo de Carvalho no Coliseu dos Recreios As comemorações dos 130 anos d’A Voz do Operário terminam no dia 1 de Fevereiro, pelas 21h30, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, com um concerto de Paulo de Carvalho, que terá a participação de Boss AC, Patrícias SA, Carlos Manuel Proença e José Manuel Neto. A iniciativa tem o apoio da Câmara de Lisboa e os bilhetes, que oscilam entre os 5 e os 30 euros, estão à venda nos locais habituais.

Cinema da Hungria em Alfornelos Termina este fim-de-semana no Auditório Municipal de Alfornelos a “2ª Mostra de Filmes do Cine-Reactor 24i: O Cinema da Hungria”, organizada em parceria com o Grupo de Teatro Passagem de Nível e a Embaixada da Hungria. Entre sexta e domingo podem ser vistos três filmes de diferentes décadas, realizados por grandes nomes do cinema húngaro e que reflectem grande parte da história do país no séc. XX. Mais informações em http://www.cine-reactor24i.com. Sexta, dia 24, às 21h30: “Hukkle” (2002), de Pálfi György Sábado, dia 25, às 21h30: “Valahol Európában...”/ “Aconteceu na Europa...” (1948), de Radványi Géza Domingo, dia 26, às 18h: “Körhinta”/”Carrossel” (1956), de Fábri Zoltán

PLAY - 1º Festival Internacional de Cinema Infantil e Juvenil O histórico cinema São Jorge, em Lisboa, recebe de 1 a 9 de Fevereiro o PLAY - 1º Festival Internacional de Cinema Infantil e Juvenil de Lisboa, iniciativa organizada com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e da EGEAC, entre outras entidades. O festival organizase diariamente em torno de quatro sessões de cinema. Durante a semana, o público-alvo será essencialmente a rede escolar e, aos fins-de-semana, os jovens e as crianças acompanhados pelas famílias. Haverá também sessões de debate com a participação de criadores e workshops. Ao longo do ano, o festival estender-se-á a outros pontos do país, através de acções pontuais. Comédia “Pobre Milionário” no Casino de Lisboa Quando um homem perde o emprego, a mulher e já não lhe restam amigos, corre o risco de se tornar invisível? E se isso acontecer, uma mentira poderá mudar a sua vida? Francisco Pinho acredita que sim e está disposto a tudo. Ser investigado por um fiscal das finanças parece-lhe ser o plano perfeito para voltar a “existir”. Mas será que resulta? E se a mentira se tornar realidade? Dez anos após o sucesso de “O Jantar de Idiotas” (2004), Miguel Guilherme volta a protagonizar um texto de Francis Veber. “Pobre Milionário” é uma comédia sobre o poder do dinheiro num mundo onde a aparência de o ter (ou não) dita o sucesso, com interpretações de Miguel Guilherme, Rui Melo, Nuno Melo, Rita Loureiro, Maria João Abreu, Rita Calçada Bastos e Sinde Filipe; texto de Francis Veber; e encenação de José Wallenstein. Em cena no Auditório dos Oceanos do Casino de Lisboa, às 21h30. Bilhetes a 10 euros, à venda nos locais habituais.

“Chove em Barcelona” até dia 2 nos Recreios da Amadora O Teatro dos Aloés tem em cena até dia 2 de Fevereiro, nos Recreios da Amadora, na Venteira, a peça “Chove em Barcelona”, de Pau Miró. “Chove em Barcelona. Chove no Bairro Raval, antigo bairro Chino, local onde uma mescla imensa de povos e culturas se cruzam. Chove no pequeno quarto de Lali, a prostituta, do chulo Carlos e de David, o cliente. Pessoas do Bairro a quem Pau Miró deu voz e transformou em personagens carregadas de sonhos e frustrações”, lê-se na sinopse. O espectáculo, com encenação de Jorge Silva e interpretação de Anna Eremin, João de Brito e Luís Barros, realiza-se de quarta-feira a sábado, pelas 21h30, e aos domingos, às 16h. O bilhete custa 10 euros. Mais informações e reservas: 218 140 825, 916 648 204 ou teatrodosaloes@sapo.pt. PUBLICIDADE


Horóscopo de

23/01 a 10/02/2014

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Carneiro

Caranguejo

Balança

Capricórnio

Provavelmente estará a tomar algumas atitudes, sem olhar para as respectivas consequências. Durante os próximos dias será prudente fazer alguma reflexão sobre esse procedimento, evitando assim alguns dissabores.

Aos poucos, vai percebendo que poderá alcançar os seus objectivos, sem pressa. Finalmente conceberá que, cada um resolve as suas questões ao seu próprio ritmo. O facto de não concluir tarefas em simultâneo com os demais, não faz nem fará de si um perdedor!

Atravessa uma fase um pouco tensa. É natural que ainda existam “fantasmas” do passado a rondar os seus pensamentos. Não tema. Deixe fluir e tente trazer tudo o que conseguir, para a luz do dia. Desta forma, poderá fazer as devidas análises, para que actue de forma mais coerente.

O ano de 2014 será decisivo para os nativos de Capricórnio. Ele traz a possibilidade de autêntica regeneração. Verá que, aos poucos, sentirá desejos mais sublimes: o contacto com a natureza do seu ser. Aproveite para se redescobrir!

Touro Os nativos deste signo podem estar a atravessar uma fase, onde as pequenas recompensas da vida darão um ar da sua graça. Aproveite! Raramente as coisas se aproximam de si, sem que para tal, se tenha de esforçar bastante. Não desconfie. Trata-se de uma dádiva!

Gémeos As habituais dúvidas e incertezas, tendem a pintar agora, subtilmente o seu cenário. Não entre nesse jogo, que nada mais é do que uma provação. Uma provação? – Perguntará, surpreendido. Sim. Alguém tentará testar a sua paciência. Mantenha-se firme!

Leão Talvez tenha passado por um período mais desgastante, por isso, está na hora de recuperar a energia despendida. Faça-o com moderação, um dia de cada vez. Aproveite para meditar. Se não o souber fazer ou não tiver paciência ou ainda, disponibilidade para tal, ouça uma música suave e acenda um incenso de Mirra. Ajuda muito, pode crer!

Escorpião

Virgem

Ao longo desta quinzena, tente ser mais divertido e divirta também quem o rodeia. Este ano promete ser um período bastante positivo para si. Aproveite-o bem!

Lá está você de novo! Pare com a vingança. Porque é que, em vez de contra-atacar, não se acalma e tenta ser um pouco mais flexível e menos intransigente? Vale a pena. Acredite!

O momento apresenta-se criativo, próspero, mas sem grandes movimentações. Saiba agradecer ao Universo, a dádiva recebida. Não aproveite este fluxo para se deitar a sombra da bananeira, em vez disso, continue a lutar por si, pois tudo flui!

Sagitário

Aquário Nova fase bastante positiva se avizinha. A naturalidade com que se expressa, será um ponto alto, digno de apreciação por todos os que lidam consigo ou dependem de si. Não os desiluda e avance! Só tem a ganhar.

Peixes A sua alma irá encontrar um regato de paz, no decorrer destes dias. Saiba aproveitar esta relíquia. Embora não seja nada de imensurável transcendência, vale pelo anseio do seu coração. Você merece um período de sossego. Aproveite!

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24 de Janeiro 2014 sexta-feira

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MÚSICA ERUDITA

I FESTIVAL CLARINETES EM SINTRA 2 FEV/17H00

Coprodução

BANDA SINFÓNICA DA GNR & NUNO PINTO Informações: 21 910 71 18 I Reservas: Ticketline (707 234 234 • www.ticketline.pt) Locais de venda: Centro Cultural Olga Cadaval, Lojas Fnac, Agências Abreu, Lojas Worten, C.C. Dolce Vita, Megarede, El Corte Inglés. CTT - Estações de Correio e Bilheteira Online CTT (www.ctt.pt).


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