Gestão de Tempo e Organização do Trabalho: Guia Prático

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8 cm

Conheça também a

Uma marca de livros infantis com o objetivo de colocar a Psicologia ao servico dos pais, educadores e professores.

14,5 x 21cm

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GESTAO De TEMPO

7,3mm

Um guia essencial que mostra o que fazemos de errado e que apresenta técnicas eficazes de organizar o tempo no contexto atual em que vivemos

FERNANDO BOAVIDA

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GESTAO De TEMPO

Este livro, destinado a todos, desde as pessoas que nada sabem de gestão de tempo às que acreditam que já tudo sabem sobre este tema, constitui-se como um instrumento de grande utilidade para todo o tipo de profissionais, que trabalham individualmente ou em equipa, sujeitos à pressão de produzir os melhores resultados em tempo limitado.

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~ E ORGANIZACAO , DO TRABALHO ,

GUIA PRATICO

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Com este livro aprenda a: Gerir o tempo Planear a curto, médio e longo prazo Estabelecer a duração e datas-limite de tarefas Lidar com interrupções, urgências e curto prazo Organizar tarefas Criar agenda e lista Planear ciclos de trabalho e de descanso Lidar com reuniões Gerir equipas e projetos Ser produtivo em teletrabalho

ISBN 978-989-693-121-6

9 789896 931216

FERNANDO BOAVIDA

HISTORIA + DICAS PARENTAIS + ATIVIDADE PARA ESCOLA

. . . . . . . . . .

www.pactor.pt

K

8 cm

FERNANDO BOAVIDA

~ E ORGANIZACAO , DO TRABALHO

Muito do sucesso ou insucesso pessoal e profissional passa por uma correta gestão de um dos recursos mais limitados e mais críticos de que dispomos: o tempo. Tomar decisões sobre o que fazer ou não fazer, quando fazer, como organizar o trabalho, quando trabalhar e quando descansar, como identificar, delegar e gerir tarefas, ou como interagir com outros, é determinante para atingir bons resultados a nível profissional, mas também, pessoal, alcançando o bem-estar e, em última análise, a felicidade.

C

14,5 x 21cm

Professor Catedrático na Universidade de Coimbra, tem uma extensa experiência de ensino, investigação e engenharia nas áreas de Informática, sendo autor de vários livros na área técnica. Ao longo da sua carreira profissional de mais de 38 anos, aperfeiçoou e desenvolveu, a nível pessoal, várias técnicas de gestão de tempo e organização do trabalho, tendo em vista a melhor articulação das suas atividades: investigação científica, ensino, tecnologia, gestão. Autor (e coautor) de mais de 200 publicações internacionais, participou em mais de 25 projetos europeus ou nacionais, orientou 15 doutoramentos e largas dezenas de trabalhos de mestrado, foi membro de comissão de programas de mais de 220 conferências internacionais e revisor de mais de 1000 trabalhos científicos submetidos para publicação internacional. Nos últimos cinco anos, tem dedicado muito do seu tempo livre à pintura a óleo, sendo autor de mais de 130 quadros e tendo realizado já três exposições individuais.


EDIÇÃO PACTOR – Edições de Ciências Sociais, Forenses e da Educação Av. Praia da Vitória, 14 A – 1000-247 LISBOA Tel: +351 213 511 448 pactor@pactor.pt www.pactor.pt DISTRIBUIÇÃO Lidel – Edições Técnicas, Lda. R. D. Estefânia, 183, R/C Dto. – 1049-057 LISBOA Tel: +351 213 511 448 lidel@lidel.pt www.lidel.pt LIVRARIA Av. Praia da Vitória, 14 A – 1000-247 LISBOA Tel: +351 213 511 448 livraria@lidel.pt Copyright © 2021, PACTOR – Edições de Ciências Sociais, Forenses e da Educação ® Marca registada da FCA – Editora de Informática, Lda. ISBN edição impressa: 978-989-693-121-6 1ª edição impressa: janeiro 2021 Paginação: Carlos Mendes Impressão e acabamento: Tipografia Lousanense, Lda. – Lousã Depósito Legal n.º 478844/21 Capa: José Manuel Reis


ÍNDICE AGRADECIMENTOS.............................................................................................................. V INTRODUÇÃO.......................................................................................................................... VII 1 ESTRATÉGIAS PARA A GESTÃO DE TEMPO.................................................... 1 1.1 Introdução............................................................................................................. 3 1.2 Autogestão de tempo...................................................................................... 5 1.3 Maximizar a eficiência...................................................................................... 7 1.4 Priorização de tarefas....................................................................................... 10 1.5 Multiplicação temporal.................................................................................... 13 1.6 Investimento temporal..................................................................................... 16 1.7 Análise crítica....................................................................................................... 19 Exercícios........................................................................................................................... 23 2 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO........................................................................... 27 2.1 Introdução............................................................................................................. 29 2.2 Curto, médio e longo prazo........................................................................... 31 2.3 Duração e datas-limite de tarefas............................................................... 34 2.4 Interrupções, urgências e curto prazo....................................................... 38 2.5 Multiplexagem de tarefas............................................................................... 41 2.6 Períodos de focagem, períodos de almofada e períodos livres...... 49 2.7 Ciclos de trabalho e de descanso................................................................ 53 2.8 Agenda e lista de tarefas................................................................................. 57 2.9 Lidar com reuniões............................................................................................ 61

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2.10 Gestão de equipas e de projetos................................................................. 65 2.10.1 Fases da gestão de projetos............................................................ 66 2.10.2 Metodologias para a gestão de projetos................................... 70 2.11 Teletrabalho.......................................................................................................... 74 2.12 Análise crítica....................................................................................................... 78 Exercícios........................................................................................................................... 80

III


Gestão de Tempo e Organização do Trabalho 3 LINHAS ORIENTADORAS......................................................................................... 85 3.1 Não estamos sós................................................................................................ 87 3.2 Gerir a vida, não apenas o tempo............................................................... 90 3.3 Encontrar o equilíbrio certo........................................................................... 91 3.4 Uma abordagem pessoal................................................................................ 92 BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................... 95 ÍNDICE REMISSIVO............................................................................................................... 97

IV


INTRODUÇÃO Muito do sucesso ou insucesso pessoal passa por uma correta gestão de um dos recursos mais limitados e mais críticos de que dispomos nas nossas vidas: o tempo. Tomar decisões sobre o que fazer ou não fazer, quando fazer, como organizar o trabalho, quando trabalhar e quando descansar, como identificar, delegar e gerir tarefas, ou como interagir com outros, é determinante para atingir bons resultados, para a realização pessoal, para o bem-estar e, em última análise, para a felicidade. O presente livro tem por objetivo abordar a problemática da gestão de tempo – termo geral que inclui não só o controlo da utilização do tempo cronológico de que dispomos ou julgamos dispor, mas também a organização do trabalho e da vida – como forma de alcançar o melhor equilíbrio entre o investimento temporal e os resultados alcançados nas mais variadas atividades do dia a dia. Neste capítulo introdutório começa-se por detalhar a motivação e âmbito do presente livro. De seguida, explicam-se os seus objetivos, bem como a abordagem adotada para os atingir, e identifica-se o público-alvo. Por fim, descreve-se a estrutura de capítulos utilizada, fazendo-se uma breve introdução a cada um deles.

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MOTIVAÇÃO E ÂMBITO Como evoluiu a gestão de tempo ao longo da História? É suficiente maximizar a eficiência na execução de tarefas? Quando e como priorizar tarefas? Que tarefas aceitar e que tarefas recusar? Como se pode multiplicar o tempo de que se dispõe? Como se pode ganhar tempo? Quando se deve começar a trabalhar numa tarefa? Como se devem definir datas-limite? O que fazer e como organizar o curto, médio e longo prazo? Vale a pena multiplexar tarefas? Como é que a multiplexagem de tarefas deve ser feita? Como organizar o nosso tempo, a nossa agenda e a nossa lista de tarefas? Como lidar com reuniões? Como gerir equipas e projetos? Que filosofia deve presidir à gestão do tempo de que dispomos? A resposta a estas e a várias outras questões relacionadas é a principal motivação para o presente texto. VII


Gestão de Tempo e Organização do Trabalho As ferramentas e tecnologias para gestão de tempo e organização do trabalho de que dispomos nunca foram tão poderosas e, no entanto, muitos são os que não conseguem lidar com as tarefas que lhe são atribuídas e estão constantemente atrasados. As listas de tarefas e agendas “seguem-nos” para todo o lado, em todo o tipo de dispositivos móveis ou fixos ligados à “nuvem”, mas nunca tantas tarefas foram abandonadas, tantos prazos-limite foram incumpridos e tantas pessoas falharam, por má gestão de tempo, os objetivos a que se propuseram. Software, vídeos, cursos e livros sobre gestão de tempo estão disponíveis em grande quantidade e, no entanto, são ineficazes. Quais os motivos que justificam esta situação? As razões são variadas. Em primeiro lugar, as ferramentas e tecnologias, por si só, não podem resolver um problema que é, essencialmente, organizativo. Podemos e devemos explorar as ferramentas existentes, tirar partido das tecnologias, mas se não o fizermos corretamente, estas só servirão para acentuar aquilo que é evidente: a incapacidade para gerir o tempo. É como se dispuséssemos de um excelente computador com ótimos programas para a execução de todo o tipo de tarefas, mas não o soubéssemos utilizar. O mesmo se pode dizer de agendas, listas de tarefas, software dedicado e todo o tipo de “armas” para a gestão de tempo. A (dura) realidade é que o que a maioria das pessoas sabe sobre gestão de tempo está, simplesmente, errado. A motivação deste livro é, assim, muito clara: perceber o que está errado nas estratégias de gestão de tempo comummente utilizadas e identificar novas formas de organização que deem resposta às solicitações de que todos somos alvo na sociedade atual. Deve, no entanto, clarificar-se o âmbito deste livro. Não se pretende apresentar, abordar, descrever, ou ensinar a utilizar ferramentas concretas de gestão de tempo ou organização do trabalho. Existem inúmeras ferramentas, mais ou menos complexas, mais ou menos poderosas, mas nenhuma pode substituir as decisões pessoais que cada pessoa tem de tomar quanto à gestão do seu tempo. O âmbito deste texto está, assim, restrito ao estudo e análise das decisões pessoais que condicionam de forma decisiva – para o bem o para o mal – a maneira como utilizamos o nosso tempo VIII


Introdução e, consequentemente, os resultados que obtemos em todas as atividades que levamos a cabo.

OBJETIVOS E ABORDAGEM Ao longo da História – e por vezes, também, com diferentes alvos e âmbitos de aplicação – têm sido desenvolvidas e utilizadas diferentes estratégias para gestão de tempo. De forma a evitar erros, importa, naturalmente, entender os pontos positivos e negativos dessas estratégias. Por outro lado, diferentes estratégias conduzirão a diferentes formas de organizar o trabalho, que também devem ser analisadas, com o intuito de selecionar as que melhor se adaptam aos fins em vista. São objetivos do presente livro a apresentação, análise e discussão dos aspetos essenciais das diversas estratégias para gestão de tempo e de variadas formas de organização do trabalho ou de quaisquer outras atividades, que vão desde a simples decisão de quando iniciar a execução de uma determinada tarefa até à inserção em equipas, passando pela preparação de reuniões e pela organização de agendas. Trata-se, portanto, de um texto abrangente, mas sem pretensões de formalismos teóricos, que fornece uma visão global das formas de gestão do tempo, do trabalho e da vida pessoal em geral.

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Pretende-se, desta forma, não só introduzir o leitor aos mecanismos e formas de gestão de tempo, mas também definir estratégias para a tomada de decisões que afetam de forma direta o sucesso individual e de equipas. Este livro aborda a gestão de tempo de uma forma inovadora, evolucionária e refrescante, pesando os seus diversos ângulos e considerando muitos dos seus detalhes. Cobre não só opiniões e abordagens de personalidades bem conhecidas, mas também aproximações e técnicas desenvolvidas pelo autor ao longo da sua carreira de mais de trinta e sete anos como docente universitário envolvido em atividades de ensino, investigação, engenharia e gestão. IX


Gestão de Tempo e Organização do Trabalho Nos capítulos 1 e 2, os conceitos, estratégias e aproximações são apresentados e analisados com a profundidade necessária à sua compreensão, de forma que o leitor perceba os problemas e as respetivas abordagens. Complementarmente, no final de cada um dos referidos capítulos é apresentado um conjunto de exercícios, cujo principal objetivo é o de, por um lado, consolidar os conceitos apresentados ao longo do capítulo e, por outro, levar o leitor a pôr esses conceitos em prática no seu caso particular. O capítulo 3 apresenta um conjunto de considerações finais que, no seu todo, constituem não só as conclusões de toda a argumentação apresentada ao longo do livro, mas também as linhas orientadoras para uma eficaz e bem-sucedida gestão de tempo. O livro destina-se a todo o tipo de públicos, desde as pessoas que nada sabem de gestão de tempo e/ou creem que nunca necessitarão dela, até aos que acreditam que já tudo sabem sobre este tema, passando, naturalmente, pelos que reconhecem as suas limitações e consideram que necessitam de saber mais sobre o assunto. Podem beneficiar especialmente deste livro todo o tipo de profissionais, trabalhando individualmente ou em equipa, sujeitos à pressão de produzir os melhores resultados em tempo limitado. Por fim, mesmo pessoas que não exerçam qualquer atividade que exija a produção de resultados para terceiros, mas que queiram organizar melhor a forma como ocupam o seu tempo, poderão encontrar neste livro conselhos úteis.

ORGANIZAÇÃO DO LIVRO Além da Introdução, onde se apresentam as motivações, âmbito, objetivos, abordagem e público-alvo, o livro é composto por três capítulos que versam, sucessivamente, as estratégias para a gestão de tempo, a organização do trabalho e a filosofia geral que deve estar subjacente às decisões sobre a utilização do tempo. O capítulo 1 – intitulado “Estratégias para a Gestão de Tempo” – fornece uma perspetiva evolutiva da gestão de tempo, explicando as estratégias que foram sendo desenvolvidas para lidar com esta problemática. No X


Introdução capítulo são analisados aspetos como a eficiência, a priorização de tarefas, a delegação de trabalho, ou a automatização de tarefas. O capítulo 2 apresenta e discute a organização do trabalho sob diversas perspetivas. Começa-se por apresentar a filosofia geral de organização do trabalho, passando, seguidamente, para a apresentação de uma série de técnicas concretas de organização. Nomeadamente, discute-se a forma de preparar e lidar com tarefas, como organizar o curto, médio e longo prazo, as formas, vantagens e desvantagens da multiplexagem de tarefas e, ainda, maneiras para definir e manter agendas e listas de tarefas. Na parte final do capítulo, apresentam-se e analisam-se abordagens para a preparação de reuniões e para a gestão de equipas e projetos. Por fim, o capítulo 3 é dedicado à apresentação de um conjunto de recomendações finais sobre a gestão de tempo e organização do trabalho no seu conjunto, utilizando uma perspetiva de maximização da realização pessoal.

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Tal como referido na secção Objetivos e Abordagem, no final dos capítulos 1 e 2 é proposto um conjunto de exercícios.

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Gestão de Tempo e Organização do Trabalho Sentimentos como a ambição, a culpa, o medo, a preocupação, a ansiedade, a frustração, a satisfação, a alegria, o amor, ou a liberdade, entre muitos outros, condicionam constantemente as nossas decisões e, em consequência disso, as nossas ações. Por outro lado, os sentimentos e as emoções são sempre complexos e decorrem de aspetos psicológicos, culturais e sociais, tal como se pretende ilustrar na Figura 2.1.

FIGURA 2.1 – ASPETOS QUE INFLUENCIAM AS NOSSAS EMOÇÕES Naturalmente, quer a gestão de tempo, quer a organização do trabalho não são exceções a esta regra, sendo fortemente condicionadas tanto por fatores racionais como emocionais, tal como todas as outras facetas das nossas vidas. Assim, dado que é impossível dissociar os primeiros dos segundos, o mais razoável será compatibilizar todas as decisões sobre gestão de tempo e organização do trabalho com o estado emocional em vez de o contrariar, atingindo-se, desta forma, uma maior predisposição para a realização das tarefas com que se é confrontado. Concluímos, portanto, que a forma como gerimos o nosso tempo e organizamos o trabalho deve ser determinada não apenas por questões ditas objetivas, mas também por aspetos emocionais. 30


Organização do Trabalho O sentido inverso – do curto prazo para o médio prazo e, subsequentemente, o longo prazo – é importante na medida em que é neste sentido que se alcançam os resultados que vão contribuir para os objetivos globais. Caso a definição de objetivos tenha sido feita de forma adequada, os resultados das tarefas de um nível contribuem para o alcance dos objetivos do nível seguinte. No entanto, poderão existir casos em que isso não aconteça. Não nos esqueçamos que a gestão de tempo e a organização do trabalho não são ciências exatas, antes pelo contrário, até pelo cariz emocional destas matérias, que referimos na secção anterior. Assim, quando estamos focados num determinado horizonte temporal, por vezes é importante parar um pouco e perguntarmo-nos se, de facto, as tarefas que temos em mãos contribuem efetivamente para o alcance dos objetivos do horizonte temporal imediatamente acima.

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O diagrama da Figura 2.2 e a explicação que lhe está associada suportam uma certa racionalidade na definição de objetivos e tomada de decisões, porém, não nos podemos esquecer que praticamente todas as nossas ações são fortemente condicionadas por questões emocionais. Por exemplo, é frequente que a definição de objetivos de longo prazo assente fortemente em aspetos relacionados com a ambição individual, com o gosto por determinadas áreas em detrimento de outras ou, até, com ideias subjetivas e inconscientes sobre profissões, formadas durante a nossa infância. Já as decisões de curto prazo são mais influenciadas pelo estado emocional presente, por exemplo, estados de euforia ou depressão, tristeza ou alegria, ânimo geral, sentido de culpa, amizade ou animosidade em relação a alguém, etc. É este estado que nos fará escolher a realização de uma tarefa em detrimento de outra, empreender com mais ou menos apetência uma determinada ação, decidir descansar ou trabalhar afincadamente. Em qualquer caso, devemos sempre procurar encontrar o equilíbrio entre a racionalidade e a emotividade, tendo em vista maximizar o bem-estar. É desse bem-estar que decorrerá o nosso nível de produtividade. Propositadamente, não se definiu aqui em que consiste o curto prazo, o médio prazo e o longo prazo. Os horizontes temporais de cada um destes prazos dependem da área de atividade, do tipo de trabalho e, também, das próprias pessoas, devendo ser estabelecidos caso a caso, com base 33


Gestão de Tempo e Organização do Trabalho na experiência de cada um. Além disso, apesar de ser comum considerar apenas os horizontes de curto, médio e longo prazo, pode até ser conveniente definir outros horizontes temporais no nosso planeamento, como o muito curto prazo (horas, dias), ou o muito longo prazo (anos, décadas), dependendo do tipo de planeamento que se pretende realizar. No entanto, independentemente do número de épocas temporais consideradas, aplicam-se os princípios atrás descritos. Como conclusões desta secção temos, então, o seguinte: ●● Existem diferentes dimensões em termos de gestão de tempo e organização do trabalho, por exemplo, o curto, médio e longo prazo (que consideraremos nos pontos seguintes); ●● Apesar de poder existir uma aparente independência entre o que se passa no curto, médio e longo prazo, existe uma forte ligação entre eles; ●● Quando existe um planeamento adequado, os objetivos e decisões de longo prazo condicionam e/ou definem os objetivos e decisões de médio prazo; de forma análoga, os objetivos e decisões de médio prazo condicionam e/ou definem os objetivos e decisões de curto prazo; ●● Quando existe um planeamento adequado, os resultados de curto prazo contribuem para que se alcance os objetivos de médio prazo; de forma análoga, os resultados de médio prazo contribuem para que se alcance os objetivos de longo prazo; ●● A maximização dos resultados a alcançar em qualquer um dos tipos de prazos depende sempre de encontrar o equilíbrio entre racionalidade e emotividade.

2.3 DURAÇÃO E DATAS-LIMITE DE TAREFAS Todos temos tarefas para executar e, de facto, a forma como aceitamos, planificamos e executamos cada uma delas está intimamente relacionada 34


Organização do Trabalho

2.8 AGENDA E LISTA DE TAREFAS Independentemente da estratégia de gestão de tempo ou das técnicas utilizadas para a organização do trabalho, a agenda é uma ferramenta essencial, pois é nela que se reflete o resultado de toda e qualquer planificação. Nos dias de hoje, podemos manter uma agenda sincronizada de forma automática entre múltiplos dispositivos, como computadores portáteis, tablets, ou telemóveis, o que constitui uma grande vantagem face a mecanismos mais tradicionais, como agendas em papel que, apesar disso, ainda são utilizadas. A Figura 2.14 ilustra uma possível mancha (ou seja, um esquema de ocupação) de uma hipotética agenda, em visão semanal. Na figura podemos observar alguns intervalos ocupados com tarefas de diferentes tipos (diferentes tons de cinza), bem como os dias reservados para descanso.

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FIGURA 2.14 – POSSÍVEL MANCHA DE UMA AGENDA No entanto, certas pessoas preferem a utilização de listas de tarefas a executar, em vez da utilização de agendas, pois advogam que a agenda é demasiado restritiva, ao ligar, de forma rígida, uma tarefa a um intervalo 57


Gestão de Tempo e Organização do Trabalho ●● A metodologia em cascata para gestão de projetos é útil em projetos para os quais os requisitos são bem conhecidos à partida e permanecem estáveis; ●● Metodologias ágeis para gestão de projetos são adequadas quando nem todos os requisitos estão definidos no início do projeto, quando se pretende dar resposta a situações nas quais os requisitos se alteram frequentemente ou, ainda, quando se pretende a implementação incremental de funcionalidades; ●● Além da competência, a dinâmica e o estado emocional da equipa são fundamentais para o sucesso de qualquer projeto.

2.11 TELETRABALHO As estratégias para a gestão de tempo e organização do trabalho que vimos até ao momento permanecem inteiramente válidas em ambiente de teletrabalho. No entanto, este modo de funcionamento tem, naturalmente, impacto sobre a forma como desenvolvemos e encaramos o trabalho, exigindo alguns cuidados adicionais que analisaremos nesta secção. A possibilidade de realizar trabalho a partir de um local fisicamente distinto do tradicional local de trabalho surgiu há várias décadas, com o desenvolvimento das primeiras redes de computadores. Contudo, foi o desenvolvimento e generalização da utilização das tecnologias da informação e comunicação (TIC), durante as décadas de 1990 e 2000, que possibilitou o chamado teletrabalho, ao permitir a utilização de ferramentas de teleconferência e/ou videoconferência em larga escala, com dispositivos fixos ou móveis, para além da exploração de ambientes e serviços computacionais fortemente distribuídos, genericamente conhecidos como ambientes de computação em nuvem (cloud computing). Ao não exigir a presença física em locais de trabalho de pessoas individuais, grupos de pessoas ou elementos de uma equipa de projeto, o teletrabalho potencia uma série de vantagens, que se constituem como uma forte motivação para este tipo de ambientes. Concretamente, como principais 74


Linhas Orientadoras utilizado a título de indicador muito relativo. Não queremos que uma qualquer app nos imponha quantidades e ritmo de trabalho, pois isso não seria mais do que “escravatura tecnológica”. Queremos, sim, decidir o que fazer, quando e como fazer, por forma a atingirmos a maior qualidade possível nas nossas vidas.

3.3 ENCONTRAR O EQUILÍBRIO CERTO É claro que a utilização de métodos quantitativos não pode, pura e simplesmente, ser afastada, pois esses métodos estão, normalmente, na base de decisões racionais. Quando priorizamos as diversas tarefas utilizamos critérios essencialmente racionais. O mesmo acontece quando decidimos delegar tarefas, multiplexar a execução de várias tarefas, decidir a duração de cada subtarefa ou tarefa, convocar uma reunião, entre muitas outras atividades. A racionalidade tem um papel inegável na nossa gestão de tempo e organização do trabalho, que não pode ser exclusivamente comandada pelos nossos estados de alma. Se queremos resultados previsíveis, temos de utilizar métodos essencialmente objetivos e controláveis.

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O importante é, no entanto, não ignorar que os estados emocionais de cada um desempenham um papel fundamental nos resultados que podem ser alcançados e, portanto, devem também ser incorporados no processo de decisão. É um erro não o fazer. Felizmente, muitas empresas têm vindo, nos últimos tempos, a reconhecer esse facto, ao criarem condições, por exemplo, para que os seus colaboradores tenham flexibilidade para gerir os seus períodos de trabalho, ou ao fomentarem o bem-estar dentro e fora da empresa. De um ponto de vista individual, é muito importante que cada pessoa encontre o equilíbrio certo entre a racionalidade e a emotividade, tendo em atenção que se esperam determinados resultados do seu trabalho. Naturalmente, esse equilíbrio não pode ser imposto por uma entidade ou fator externo, mas também não pode ser tal que impeça um desempenho adequado. Em todo o caso, deve ser um equilíbrio responsável. 91


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Professor Catedrático na Universidade de Coimbra, tem uma extensa experiência de ensino, investigação e engenharia nas áreas de Informática, sendo autor de vários livros na área técnica. Ao longo da sua carreira profissional de mais de 38 anos, aperfeiçoou e desenvolveu, a nível pessoal, várias técnicas de gestão de tempo e organização do trabalho, tendo em vista a melhor articulação das suas atividades: investigação científica, ensino, tecnologia, gestão. Autor (e coautor) de mais de 200 publicações internacionais, participou em mais de 25 projetos europeus ou nacionais, orientou 15 doutoramentos e largas dezenas de trabalhos de mestrado, foi membro de comissão de programas de mais de 220 conferências internacionais e revisor de mais de 1000 trabalhos científicos submetidos para publicação internacional. Nos últimos cinco anos, tem dedicado muito do seu tempo livre à pintura a óleo, sendo autor de mais de 130 quadros e tendo realizado já três exposições individuais.


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