Ensino / Aprendizagem do Português como Língua Estrangeira
ENSINO E APRENDIZAGEM DO PORTUGUÊS PARA FALANTES DE OUTRAS LÍNGUAS
Manuais de Iniciação Ana Tavares
Direcção
Maria José Grosso
Ensino/Aprendizagem do Português como Língua Estrangeira
Manuais de Iniciação
Da mesma Editora: — COMUNICAR EM PORTUGUÊS Livro de exercícios para desenvolvimento da comunicação oral Existe CD-áudio de acompanhamento com a gravação de todos os textos — CONHECER PORTUGAL E FALAR PORTUGUÊS CD-Rom para aprendizagem do Português Língua Estrangeira de forma autónoma, através de cenas animadas e de imagens de algumas regiões de Portugal, destinado a falantes de língua alemã, espanhola, francesa ou inglesa — DIÁLOGOS DE UM QUOTIDIANO PORTUGUÊS CD-Rom para aprendizagem de Português de um público de nível intermédio, através de situações do quotidiano — DITADOS DE PORTUGUÊS Conjunto de duas cassetes áudio + livro de acompanhamento para os níveis elementar e intermédio para aperfeiçoamento da compreensão oral — GRAMÁTICA ACTIVA 1 e 2 Noções e exercícios gramaticais para o nível básico e intermédio — GRAMÁTICA INTERACTIVA CD-Rom com mais de 100 exercícios interactivos para revisão e consolidação do português bem como treino intensivo da capacidade de compreensão oral e escrita — GUIA PRÁTICO DE VERBOS COM PREPOSIÇÕES — 1800 verbos Dicionário de verbos com preposições e os seus respectivos significados — GUIA PRÁTICO DOS VERBOS PORTUGUESES — 12 000 verbos Manual prático de conjugação verbal. Inclui verbos com preposições e particularidades da conjugação do verbo no Brasil — LUSOFONIA Curso Básico de Português Língua Estrangeira/Curso Avançado de Português Língua Estrangeira Componentes de cada nível: Livro do Aluno, Caderno de Exercícios, Livro do Professor, Cassete áudio — NAVEGAR EM PORTUGUÊS Método dirigido a alunos do ensino secundário constituído por dois níveis Componentes de cada nível: Livro do Aluno, Caderno de Exercícios, Livro do Professor e CD-áudio — OLÁ COMO ESTÁ Curso intensivo de Português Língua Estrangeira destinado a adultos ou jovens adultos. Componentes: Livro de Textos, Livro de Actividades (contém um caderno de vocabulário) e um CD-áudio duplo — PORTUGUÊS XXI Curso de Português Língua Estrangeira estruturado em 3 níveis: iniciação, elementar e intermédio Componentes: Livro do Aluno + CD-áudio, Caderno de Exercícios, Livro do Professor — PORTUGUÊS AO VIVO Material de apoio para aprendizagem da língua portuguesa em 3 níveis Componentes de cada nível: Livro de Textos e Exercícios e Cassete áudio — PORTUGUÊS LÍNGUA SEGUNDA E LÍNGUA ESTRANGEIRA Conjunto de artigos de investigadores portugueses e estrangeiros sobre temáticas variadas, tendo como enfoque principal quadros teóricos conceptuais e/ou aplicações práticas ao ensino do Português — PORTUGUÊS SEM FRONTEIRAS Curso de Português como Língua Estrangeira em 3 níveis Componentes de cada nível: Livro do Aluno, Livro do Professor e um conjunto de Cassetes áudio — PRATICAR PORTUGUÊS Actividades linguísticas variadas, destinadas a alunos de Português Língua Estrangeira — QUAL É A DÚVIDA Livro de exercícios destinado a alunos de nível intermédio, intermédio alto e avançado — VAMOS LÁ COMEÇAR Explicações e exercícios de gramática e vocabulário para o nível elementar — VAMOS LÁ CONTINUAR Explicações e exercícios de gramática e vocabulário para os níveis intermédio e avançado — VOA…! Método para crianças dos 6 aos 10 anos em 3 níveis Componentes de cada nível: Livro do Aluno, Livro do Professor, Cassete áudio
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Este pictograma merece uma explicação. O seu propósito é alertar o leitor para a ameaça que representa para o futuro da escrita, nomeadamente na área da edição técnica e universitária, o desenvolvimento massivo da fotocópia. O Código do Direito de Autor estabelece que é crime punido por lei, a fotocópia sem autorização dos proprietários do copyright. No entanto, esta prática generalizou-se sobretudo no ensino superior, provocando uma queda substancial na compra de livros técnicos. Assim, num país em que a literatura técnica é tão escassa, os autores não sentem motivação para criar obras inéditas e fazê-las publicar, ficando os leitores impossibilitados de ter bibliografia em português. Lembramos portanto, que é expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização da editora.
Índice Prefácio
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Introdução
9
Capítulo 1 Ensino/Aprendizagem de uma Língua Estrangeira: História e Metodologias
13
Capítulo 2 O Ensino de Português como Língua Estrangeira
25
Capítulo 3 Tipos de Manuais
33
Capítulo 4 As Funções de um Manual de Língua Estrangeira
41
Capítulo 5 O Uso do Manual e o Papel do Professor
47
Capítulo 6 Análise de Manuais de Português (LE)
53
6.1 Constituição do Corpus 6.2 Organização Global 6.3 Critérios para uma Análise de Manuais 6.4 Conteúdos Comunicativos 6.5 Conteúdos Linguísticos 6.6 Conteúdos Culturais 6.7 Concepção e Organização Gráfica e Características Materiais 6.8 Conclusões
54 64 76 83 90 97 103 116
Conclusão
119
Bibliografia
121
Manuais Analisados
125
Anexos
127
Prefácio A temática Ensino/Aprendizagem do Português como Língua Estrangeira, manuais de iniciação é bem representativa do gosto e da actividade que Ana Tavares Cumbre desenvolve, ela própria docente e também autora de manuais (Português XXI nesta mesma editora). Com a publicação deste livro, que é o produto do trabalho desenvolvido na dissertação de Mestrado em Língua e Cultura Portuguesa (PLE/PL2), evidencia-se a relevância da reflexão sobre o manual, a sua importância e usos em função dos contextos, libertando-o um pouco do peso de transmissor inerte de conteúdos e saberes. O percurso histórico do ensino/aprendizagem das línguas, aqui evocado pela autora, desperta a atenção para o modo como as mudanças nesta área se reflectiram também nos manuais, embora tais transformações pudessem ser ténues e tivessem ocorrido, algumas vezes, de modo assíncrono. Este trajecto metodológico é um dos suportes para a análise dos manuais de iniciação (português como língua estrangeira) publicados em Portugal no espaço de quarenta anos. Neste âmbito, a autora descreve e relaciona as características dos manuais em análise, dando a conhecer, embora parcelarmente, o que tem sido feito no ensino/aprendizagem do português como língua estrangeira. Retoma-se aqui também a reflexão sobre o papel do manual na construção de aprendizagens cuja responsabilidade é dos destinatários, independentemente de estes o utilizarem como aprendentes ou como ensinantes. O principal desafio não está na inexistência do manual, mas na permanente criatividade de o utilizar, de o ver também como agente de mudança educativa. O objectivo desta publicação é também o de relançar o debate sobre esta temática. O espaço é imenso e fica em aberto....
Maria José Grosso Professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa Lisboa, 7 de Agosto de 2008
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Introdução O manual tem um papel fundamental em todo o processo de ensino/aprendizagem de uma língua estrangeira. Manual, do latim manus, significa algo que se pode manusear. Como refere Tormenta (1996: 55), “se considerarmos a etimologia da palavra, verificamos tratar-se de algo que se tem à mão, portátil, facilmente manuseável”. Podemos, pois, considerar o manual como um material impresso com uma estrutura definida e que tem o objectivo de dar eficácia ao processo de ensino/aprendizagem. Segundo Choppin (1992: 16), os manuais são os transmissores do saber de uma disciplina, veiculando um programa previamente estabelecido e com uma progressão claramente definida. Mesmo numa época em que todos assistimos a uma verdadeira explosão de suportes de ensino informatizados que pareciam pôr em causa o papel do manual e, eventualmente para alguns, a própria presença do professor, podemos dizer que o manual continua a ser o suporte de aprendizagem mais utilizado, resistindo a todas as inovações tecnológicas que o vão ameaçando. Verificamos que, em muitos casos, o manual se serve dessas mesmas novas tecnologias para se manter na “crista da onda”, fazendo-se acompanhar de outros suportes, sejam eles informatizados, áudio ou vídeo. Fuente (2004: 587), por exemplo, não tem dúvidas em reconhecer a importância e a contribuição que as novas tecnologias de informação e comunicação (TIC) oferecem ao ensino/ /aprendizagem de uma língua estrangeira, embora considere que tal facto não vem, de forma alguma, retirar o valor inerente dos meios tradicionais. Huot (1989: 14) vai mais longe ao afirmar que ninguém, hoje em dia, poderia imaginar um aluno sem manuais. Na verdade, manual e ensinante continuam a ser considerados como elementos fulcrais para a transmissão de saberes. Contudo, podemos verificar que a importância do manual ao longo dos tempos não se limita exclusivamente à sua função de meio facilitador de transmissão de conhecimentos dentro de cada âmbito científico. De facto, todos conhecemos exemplos em que o manual servia igualmente de veículo de dominação política e social. O manual pode reflectir um sistema político, ao “veicular a ideologia dominante” (Brito; 1999: 139), uma visão do mundo e da sociedade, uma situação económica, toda uma realidade de uma época. Daí que uma análise de um manual permita, paralelamente, conhecer, de forma global, uma época, tendências políticas e modelos educativos. Tradicionalmente, o manual tinha, pois, a função de transmissão de conhecimentos, ao mesmo tempo que, de forma mais ou menos explícita, veiculava valores políticos, sociais, humanos e, por vezes, até religiosos. No entanto, hoje em dia, os manuais têm de dar resposta a outras necessidades. Já não se encara o manual como um mero instrumento de transmissão de saberes. Ele tem também o objectivo de desenvolvimento de capacidades e competências. É indispensável que o manual, acompanhando a evolução das práticas pedagógicas e da didáctica 9
Ensino/Aprendizagem do Português como Língua Estrangeira
actual, conduza ao saber-fazer e, consequentemente, tenha como objectivo final a integração dos saberes adquiridos. Todos os anos, os professores de muitas disciplinas se vêem confrontados com uma gama de novos manuais que inundam o mercado, multiplicando a oferta, o que por vezes vem dificultar o processo de selecção. Perante tal oferta, muitos são os que referem a necessidade de existência de uma certificação de qualidade de manuais, que assegure que a selecção se fará unicamente entre os manuais que revelem uma determinada concepção metodológica adoptada e sigam os modelos pedagógicos considerados essenciais. Um manual certificado terá uma garantia de qualidade que se impõe, visando um maior sucesso do processo de ensino/aprendizagem, o que será o objectivo essencial dos seus principais intervenientes: aprendentes e ensinantes. Em muitas disciplinas, essa apreciação de qualidade de manuais escolares já está prevista desde 1990 e seria efectuada por comissões, constituídas pelo Ministério da Educação, e que integram especialistas com competência científica e pedagógica1. Os manuais de ensino/aprendizagem de português como língua estrangeira continuariam, contudo, a não ser alvo desse controlo. Ribeiro (1991: 284) refere algumas das críticas que têm sido apresentadas quanto à concepção dos manuais didácticos e aos efeitos negativos que poderão advir da sua utilização: Assim, por exemplo, pelo facto de os manuais serem concebidos como sumário de uma matéria, corre-se o risco de tratarem superficial ou parcialmente os assuntos e, por isso, não favorecerem uma aprendizagem em profundidade. Dado que, em regra, são bastante estruturados no conteúdo e linguagem, os manuais podem promover uma aprendizagem de tipo reprodutivo, com ênfase na memorização, em vez de abrir horizontes para áreas de inquérito e processos cognitivos de análise crítica e de solução de problemas. Pelo facto de serem delineados para a generalidade dos alunos, os manuais podem não responder a necessidades individuais; tal como podem conduzir a visões tendenciosas, ao incluir estereótipos socioculturais do contexto em que foram elaborados. Pretendemos apresentar aqui uma análise dos manuais de português como língua estrangeira publicados em Portugal entre 1960 e 2005, de modo a proporcionar uma imagem da evolução verificada nesta área, tanto a nível das publicações, como a nível das metodologias que elas, de algum modo, veiculam.
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Conforme se encontra descrito no decreto-lei nº 368/90.
Introdução
No entanto, considerámos que seria pertinente, numa primeira parte, incluir uma perspectiva histórica sobre a evolução do ensino/aprendizagem de uma língua estrangeira e das metodologias que, ao longo dos tempos, serviram de base a esse processo. Decidimos incluir esta perspectiva, embora bastante breve, por forma a contextualizar algumas considerações que serão feitas sobre os manuais que foram alvo da análise. Teremos a oportunidade de concluir que se evoluiu, teoricamente, como nos diz Galisson (1980: 14), de “une capacité à comprendre et à produire une infinité de phrases grammaticales” a “une connaissance pratique (donc pas nécessairement explicitée) du code et des règles psychologiques, sociologiques, culturelles, qui permettent son emploi approprié en situation”, embora, como todos sabemos, na prática, nem sempre se verifique essa abordagem em muitos manuais. Consideramos, de igual modo, que não poderia deixar de ser feita alguma reflexão sobre os diferentes tipos de manuais, as suas funções e o papel essencial do ensinante, num processo de ensino/aprendizagem centrado no aprendente.
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Ensino / Aprendizagem do Português como Língua Estrangeira Num mundo em constante mutação, em que o multiculturalismo e o pluriculturalismo são uma realidade incontornável, o indivíduo necessita cada vez mais de dominar outras línguas, atingindo uma competência, que não envolve apenas conhecimentos linguísticos, mas também conhecimentos a nível sociocultural e pragmático, que o preparem para o uso real da língua, ou seja, para a comunicação. Os manuais, como importantes suportes de aprendizagem que são, têm acompanhado a evolução das metodologias que, ao longo dos tempos, nortearam o ensino de línguas estrangeiras, veiculando diferentes concepções metodológicas, ao mesmo tempo que se destaca o papel fundamental da intervenção pedagógica do ensinante em todo este processo. Será que os manuais de ensino de língua estrangeira, editados em Portugal, têm acompanhado essa evolução? Ter-se-á procedido a uma análise criteriosa dos manuais que se vão produzindo, tal como se verifica já em outras disciplinas? Foram analisados, de forma detalhada, treze manuais de iniciação, publicados em Portugal entre 1964 e 2005, com o objectivo de dar uma imagem da evolução metodológica verificada, bem como do modo como reflectem (ou não) uma abordagem virada para a comunicação, num ensino / aprendizagem centrado no aprendente.
www.lidel.pt
Ana Paula Tavares iniciou a sua carreira profissional no ensino de português para estrangeiros em 1985. Aliando a larga experiência adquirida à teoria, é autora do método de ensino de PLE Português XXI, editado pela Lidel, e de outros materiais de ensino e de apoio ao ensino de português como língua estrangeira. É mestre em Língua e Cultura Portuguesa, na área de especialização em Metodologia do Ensino de Português - LE/L2. Tem, ainda, participado em diferentes projectos relacionados com o ensino de PL2 no país de acolhimento.
ISBN 978-972-757-518-3