Terapêutica Dermatológica em Ambulatório (9789897522512)

Page 1

17,5mm

Pantone 227C

Lb

Terapêutica Dermatológica em Ambulatório Notas, Conselhos, Esquemas Posológicos

A evolução da Dermatologia, nos últimos anos, tem representado um desafio constante, tanto perante o aumento e complexidade das patologias, como pelo ritmo do desenvolvimento tecnológico e do progresso, nos meios de diagnóstico e terapêutica. Sendo um livro de bolso com o intuito de servir como guia de consulta rápida, esta 2.ª edição, atualizada e aumentada, não tem a pretensão de abordar, de forma completa e exaustiva, todas as matérias do foro da terapêutica dermatológica. Antes, pretende-se que o mesmo proporcione uma base de consulta, primordialmente destinada a médicos de Medicina Geral e Familiar, bem como ao médico não especializado ou ao interno de Dermatologia que queira aqui encontrar um ponto de partida para o aprofundamento da sua prática clínica.

Terapêutica Dermatológica em Ambulatório

2.ª Edição

Lb

Esta 2.ª edição inclui:

n n

Novos capítulos (”Dermatite da fralda”, “Estrófulo/urticária papular”, “Terapêuticas para idades pediátricas”) Revisão da terapêutica Atualização de conteúdos

9 789897 522512

www.lidel.pt

Direitos de autor a favor de

ISBN 978-989-752-251-2

Manuela Cochito

n

12cm x 18,5cm

2.ª Edição

Livros de bolso

Terapêutica Dermatológica em Ambulatório Manuela Cochito Cristina Martinez Felicidade Trindade Filipa Diamantino Filipa Rocha Páris Joana Dias Coelho Juliana Baptista Pedro Ponte Sofia Cochito Sousa Vasco Serrão

Pantone 227C

12cm x 18,5cm


Terapêutica Dermatológica em Ambulatório 2.ª edição atualizada

Manuela Cochito e Cristina Martinez Felicidade Trindade Filipa Diamantino Filipa Rocha Páris Joana Dias Coelho Juliana Baptista Pedro Ponte Sofia Cochito Sousa Vasco Serrão

Lidel – edições técnicas, lda. www.lidel.pt


Índice Geral

Autores................................................................................................................... Prefácio.................................................................................................................. Siglas e abreviaturas..........................................................................................

XI XIII XV

A Acne........................................................................................................................ Alopécias............................................................................................................... III.  Alopécia androgenética....................................................................... III.  Alopécia areata........................................................................................ III.  Deflúvio telogénico................................................................................ IV.  Deflúvio anagénico................................................................................ Angiomas/nevos vasculares...........................................................................

2 5 5 8 10 12 13

D Dermatite seborreica........................................................................................ III.  Dermatite seborreica na criança....................................................... III.  Dermatite seborreica no adulto........................................................ Dermatomiosite.................................................................................................. Dermatoses da gravidez.................................................................................. III.  Penfigoide gestacional......................................................................... III.  Pápulas e placas urticariformes pruriginosas da gravidez....... III.  Prurigo da gravidez................................................................................ IV.  Colestase da gravidez............................................................................ Dermatite da fralda............................................................................................ III.  Eritema da fralda..................................................................................... III.  Candidíase da área da fralda............................................................... Dermatite plantar juvenil................................................................................ Diabetes – Patologias dermatológicas associadas a diabetes mellitus VIII.  Acantose nigricans.............................................................................. viII.  Granuloma anular................................................................................. VIII.  Necrobiose lipoídica........................................................................... © LIDEL – Edições Técnicas

18 19 19 22 26 26 27 28 29 31 31 31 33 34 34 36 37 V


Doença de Behçet.............................................................................................. Doença de Lyme................................................................................................. Doenças bolhosas.............................................................................................. VIII.  Pênfigo vulgar....................................................................................... VIII.  Pênfigo foliáceo.................................................................................... VIII.  Pênfigo induzido por drogas........................................................... VIV.  Pênfigo paraneoplásico..................................................................... IIIV.  Penfigoide bolhoso............................................................................. IIVI.  Penfigoide cicatricial........................................................................... IVII.  Dermatite herpetiforme.................................................................... VIII.  Epidermólise bolhosa hereditária.................................................. Doenças sexualmente transmissíveis......................................................... VIII.  Candidíase genital............................................................................... VIII.  Condilomas venéreos......................................................................... VIII.  Gonorreia................................................................................................ VIV.  Herpes genital....................................................................................... a)  Herpes primário............................................................................. b)  Herpes recorrente......................................................................... c)  Infeção subclínica.......................................................................... d)  Herpes genital na gravidez........................................................ IIIV.  Linfogranuloma venéreo................................................................... IIVI.  Sífilis.......................................................................................................... IVII.  Úlcera mole venérea........................................................................... VIII.  Uretrites não gonocócicas................................................................ a)  Infeção por Chlamydia trachomatis........................................ b)  Outras uretrites.............................................................................. c)  Cervicite............................................................................................

40 44 46 46 47 48 49 50 51 52 53 55 55 57 61 65 65 66 66 66 70 71 77 79 79 82 83

E Eczema atópico.................................................................................................... Eczema desidrótico............................................................................................. Eczema numular.................................................................................................. Eczemas de contacto......................................................................................... VIII.  Dermatite de contacto alérgica....................................................... VIII.  Dermatite de contacto irritativa...................................................... Escabiose................................................................................................................ VI

© LIDEL – Edições Técnicas

86 93 94 95 95 99 102


Esclerodermia....................................................................................................... Estrófulo ou urticária papular.........................................................................

107 111

F Fotodermatoses.................................................................................................. VIII.  Fotodermatoses idiopáticas............................................................. a)  Erupção polimorfa solar.............................................................. b)  Prurigo actínico ou estival.......................................................... c)  Hidroa estival ou varioliforme................................................... d)  Dermatite actínica crónica......................................................... e)  Urticária solar.................................................................................. VIII.  Reações fototóxicas............................................................................. VIII.  Reações fotoalérgicas......................................................................... Fotoproteção.......................................................................................................

114 114 114 115 116 117 118 119 120 122

I Infeções bacterianas da pele.......................................................................... VIII.  Piodermites............................................................................................ a)  Impetigo bolhoso.......................................................................... b)  Impetigo não bolhoso................................................................. c)  Ectima................................................................................................ d)  Foliculite........................................................................................... e)  Furúnculo, carbúnculo e abcesso............................................ VIII.  Outras infeções bacterianas superficiais..................................... a)  Eritrasma........................................................................................... b)  Queratólise sulcada...................................................................... c)  Tricomiose axilar ou púbica........................................................ VIII.  Infeções dos tecidos moles.............................................................. a)  Erisipela............................................................................................. b)  Celulite.............................................................................................. IIIV.  Complicações não supurativas das infeções bacterianas...... a)  Complicações por toxinas estafilocócicas............................ a1)  Síndrome da pele escaldada estafilocócica................. a2)  Síndrome do choque tóxico estafilocócica.................. © LIDEL – Edições Técnicas

126 126 127 129 130 131 132 135 135 137 138 139 140 143 147 147 147 149 VII


b)  Complicações por toxinas estreptocócicas.......................... b1)  Escarlatina............................................................................... b2)  Síndrome do choque tóxico estreptocócica............... Infeções por fungos (micoses superficiais)............................................... VIII.  Candidíases............................................................................................ a)  Candidíase oral............................................................................... b)  Candidíase vulvovaginal/balanite candidiásica................. c)  Candidíase cutânea....................................................................... VIII.  Dermatofitias......................................................................................... a)  Tinha capitis..................................................................................... b)  Tinha da barba................................................................................ c)  Tinha da pele glabra..................................................................... d)  Tinha crural...................................................................................... e)  Tinha pedis e tinha manuum...................................................... f )  Onicomicoses.................................................................................. VIII.  Pitiríase versicolor................................................................................ Infeções virais...................................................................................................... VIII.  Dermatoses associadas aos herpesvírus humanos.................. a)  Herpes simplex................................................................................ b)  Varicela.............................................................................................. c)  Herpes zóster................................................................................... d)  Exantema súbito............................................................................ VIII.  Molusco contagioso............................................................................ VIII.  Verrugas virais.......................................................................................

151 151 153 155 155 155 156 156 157 157 159 159 160 161 162 163 164 164 164 166 167 168 169 170

L Larva migrans....................................................................................................... Leishmaníase cutânea...................................................................................... Linfomas cutâneos de células B.................................................................... VIII.  Linfoma cutâneo centrofolicular.................................................... VIII.  Linfoma de células B da zona marginal........................................ VIII.  Linfoma difuso de grandes células B dos membros inferiores. Linfomas cutâneos de células T..................................................................... VIII.  Micose fungoide................................................................................... Líquen escloroso................................................................................................. Líquen plano........................................................................................................ Lúpus eritematoso............................................................................................. VIII

© LIDEL – Edições Técnicas

174 175 178 178 179 180 182 182 188 190 192


M Melasma................................................................................................................

198

N Nevos...................................................................................................................... VIII.  Nevos melanocíticos adquiridos.................................................... VIII.  Nevos atípicos....................................................................................... VIII.  Nevos congénitos................................................................................ IIIV.  Outros tipos de nevos.........................................................................

202 202 203 203 204

P Papulose linfomatoide..................................................................................... Pediculose (piolhos).......................................................................................... VIII.  Pediculose do couro cabeludo........................................................ VIII.  Pediculose do corpo........................................................................... VIII.  Pediculose púbica................................................................................ Perniose................................................................................................................. Pitiríase rosada.................................................................................................... Psoríase..................................................................................................................

206 208 208 209 209 212 214 216

R Rosácea..................................................................................................................

226

S Sarcoidose............................................................................................................. VIII.  Lesões cutâneas.................................................................................... VIII.  Outras lesões.........................................................................................

230 230 231

T Terapêuticas para idades pediátricas.......................................................... Toxidermias.......................................................................................................... Tuberculose cutânea......................................................................................... © LIDEL – Edições Técnicas

234 237 242 IX


Tumores cutâneos.............................................................................................. VIII.  Carcinoma basocelular....................................................................... VIII.  Carcinoma espinocelular................................................................... VIII.  Melanoma maligno e precursores.................................................

246 246 247 248

U Úlcera aftosa......................................................................................................... Urticária e angioedema....................................................................................

252 254

V Vasculites............................................................................................................... VIII.  Vasculite cutânea de pequenos vasos.......................................... VIII.  Púrpura de Henoch-Schönlein........................................................ VIII.  Poliarterite nodosa.............................................................................. Vitiligo....................................................................................................................

258 259 261 264 266

Bibliografia............................................................................................................

271

Índice remissivo..................................................................................................

277

X

© LIDEL – Edições Técnicas


Autores

Manuela Cochito Médica Especialista em Dermatovenereologia; Assistente Hospitalar com o grau de consultora em Dermatologia e Venereologia; atividade em clínica privada. e Cristina Martinez Médica Especialista em Dermatovenereologia; atividade em clínica privada. Felicidade Trindade Médica Especialista em Dermatovenereologia; Assistente Hospitalar no Hospital de Cascais; atividade em clínica privada. Filipa Diamantino Médica Especialista em Dermatovenereologia; Assistente Hospitalar no Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE; Assistente Convidada da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa; atividade em clínica privada. Filipa Rocha Páris Médica Especialista em Dermatovenereologia; Assistente Hospitalar no Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE; atividade em clínica privada. Joana Dias Coelho Médica Especialista em Dermatovenereologia; atividade em medicina privada. Juliana Baptista Médica Especialista em Dermatovenereologia; Assistente Hospitalar no Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE; atividade em clínica privada. © LIDEL – Edições Técnicas

XI


HEMATOLOGIA

Pedro Ponte Médico Especialista em Dermatovenereologia – Hospital Lusíadas Lisboa; atividade em clínica privada. Sofia Cochito Sousa Médica Interna de Formação Específica em Pediatria – Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE. Vasco Serrão Médico Especialista em Dermatovenerologia; Assistente Hospitalar no Hospital dos Capuchos, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE; atividade em clínica privada.

XII

© LIDEL – Edições Técnicas


Prefácio

A evolução da Dermatologia, nos últimos anos, tem representado um desafio constante, a um tempo perante o aumento e complexidade das patologias e pelo ritmo do desenvolvimento tecnológico e do progresso nos meios de diagnóstico e terapêutica. O repto foi-nos lançado pela Lidel – Edições Técnicas, em face da escassez de literatura sobre a prática clínica da Dermatologia, no nosso país, e em língua portuguesa. Não tivemos a pretensão de abordar de forma completa ou exaustiva todas as matérias do foro da terapêutica dermatológica em ambulatório que se colocam ao médico, nos dias de hoje. O nosso objetivo foi apenas o de proporcionar uma base de consulta, primordialmente destinada aos médicos de medicina geral e familiar, bem como ao médico interno de qualquer especialidade que queira aqui encontrar um ponto de apoio e partida para o aprofundamento da sua prática clínica. Quisemos dar o contributo ao nosso alcance para uma maior divulgação do conhecimento, neste domínio, no nosso país. Esta monografia ficou a dever-se à inestimável colaboração, inteiramente graciosa, de diversos médicos que acederam a participar no projeto e que se dispuseram a emprestar-lhe a sua dedicação e valioso saber. Mobilizou-nos, igualmente, o facto do produto desta publicação se destinar integralmente à ACREDITAR, Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro. Esperamos que o leitor encontre, nesta coletânea, matéria de seu interesse. Manuela Cochito

© LIDEL – Edições Técnicas

XIII


D ●  Dermatite

seborreica ●  Dermatomiosite ●  Dermatoses da gravidez ●  Dermatite da fralda ●  Dermatite plantar juvenil ●  Diabetes – Patologias dermatológicas associadas a diabetes mellitus ●  Doença de Behçet ●  Doença de Lyme ●  Doenças bolhosas ●  Doenças sexualmente transmissíveis


Terapêutica ●● Doença sistémica Corticoides

Posologia

Administração

Duração

Prednisona

1 mg/kg/dia

PO

Diminuir para metade ao fim de 6 meses e continuar durante 2 a 3 anos

Se não houver melhoria, associar:

Posologia

Administração

Duração

Metotrexato

10­‑25 mg/semana

PO

Variável, de acordo com evolução clínica

1­‑2 mg/kg/dia

PO

Variável, de acordo com evolução clínica

1­‑2 mg/kg/dia

PO

Variável, de acordo com evolução clínica

2­‑6 mg/dia

PO

Variável, de acordo com evolução clínica

3­‑5 mg/kg/dia

PO

Variável, de acordo com evolução clínica

3­‑5 mg/kg/dia

PO

Variável, de acordo com evolução clínica

1­‑1,5 g/dia

PO

Variável, de acordo com evolução clínica

D

OU Azatioprina

OU Ciclofosfamida

OU Clorambucil OU Ciclosporina

OU Ciclosporina

OU Micofenolato mofetil

Em casos resistentes, podem ponderar­‑se outras terapêuticas: – Imunoglobulina intravenosa; tacrolimus

●● Lesões cutâneas –– Aplicação

de filtros solares tópicos diariamente (FPS >30), com proteção UV­‑B e UV­‑A. ––Corticoides tópicos. ––Hidroxicloroquina 6 mg/kg/dia dividida em 2 doses. –– Hidroxicloroquina 6 mg/kg/dia dividida em 2 doses + quinacrina 100 mg/dia. ––Metotrexato 10 a 25 mg/semana. ––Retinoides orais. 24

© LIDEL – Edições Técnicas


Diabetes – Patologias dermatológicas associadas a diabetes mellitus Felicidade Trindade

Antes de prescrever, tenha em atenção ●● Existem diversas patologias associadas a diabetes mellitus: ––Necrobiose

lipoídica; anular; ––Acantose nigricans; ––Infeções; ––Doença vascular periférica; ––Neuropatia periférica; ––Xantomas; –– Diabetocorum bolhoso; ––Lipodistrofia; –– Escleredema adultorum de Buschke ou escleredema diabetocorum; ––Doenças perfurantes cutâneas. ––Granuloma

D

●● Destas, destacamos a acantose nigricans, o granuloma anular e a necrobiose lipoídica.

I.  Acantose nigricans Definição ●● A acantose nigricans (AN) é uma patologia caracterizada por hiperpigmentação e espessamento aveludado da pele, ao nível das pregas cutâneas.

Etiologia e epidemiologia ●● A AN divide­‑ se em forma benigna ou maligna. Pode ainda subclassificar­‑se em: ––AN

hereditária benigna; benigna associada a alterações endócrinas: insulinorresistên‑ cia, estados hiperandrogénicos, acromegalia/gigantismo, doença de Cushing, hipogonadismo, doença de Addison e hipotiroidismo;

–– AN

34

© LIDEL – Edições Técnicas


Manifestações mucocutâneas

Posologia

Administração

Duração

Triamcinolona intralesional

3-10 mg/ml

Injetável (na base da úlcera)

Variável, de acordo com a evolução clínica

0,6 mg, 2-3 x/dia

PO

Variável, de acordo com a evolução clínica

50­‑150 mg/dia

Injetável (na base da úlcera)

Variável, de acordo com a evolução clínica

Manifestações mucocutâneas graves

Posologia

Administração

Duração

Talidomida

100 mg, 2 x/dia

PO

Variável, de acordo com a evolução clínica

2,5-25 mg/semana

PO

Variável, de acordo com a evolução clínica

Corticoides

1 mg/kg inicialmente com redução da dose

PO

Variável, de acordo com a evolução clínica

Manifestações sistemas

Posologia

Administração

Duração

Corticoides

1 mg/kg inicialmente com redução da dose

PO

Variável, de acordo com a evolução clínica

50-100 mg, 2 x/dia

PO

Variável, de acordo com a evolução clínica

OU Colchicina (Deve ser monitorizada a neutropenia) OU

D

Dapsona OU •  Corticoides tópicos presentes •  Lidocaína tópica •  Sucralfato tópico

OU Metotrexato OU

OU Azatioprina OU

42

© LIDEL – Edições Técnicas

(continua)


VII.  Dermatite herpetiforme Antes de prescrever, tenha em atenção ●● Corresponde a uma manifestação cutânea da sensibilidade ao glúten. Embora 90% dos doentes tenham enteropatia relaciona‑ da com o glúten, apenas 20% apresentam sintomas intestinais de doença celíaca. Existe uma predisposição genética associada, estando bem estabelecida para os HLA­‑DQ2, HLA­‑DR3 e HLA­‑B8. ●● Clinicamente manifesta­‑se por papulovesículas agrupadas (her‑ petiformes) numa base eritematosa, com distribuição simétrica. Sendo extremamente pruriginosas, as lesões vesiculares raramen‑ te se observam intactas, dada a escoriação associada.

D

●● Atinge preferencialmente as áreas de extensão dos antebraços, cotovelos, dorso, nádegas e joelhos. ●● Deve ser efetuada avaliação intestinal de todos os doentes, mes‑ mo se assintomáticos, sendo frequente também a associação com outras doenças autoimunes, em especial da tiroide (doença de Hashimoto). ●● O diagnóstico é feito através de biópsia de pele para imunoflu‑ orescência direta, com presença de depósitos granulares de IgA na derme papilar das áreas afetadas. ●● A pesquisa sérica dos anticorpos antitransglutaminase tecidu‑ lar (tTG) IgA e de anticorpos antiendomísio IgA pode ajudar ao diagnóstico da doença celíaca associada.

Terapêutica •  Instituição de dieta sem glúten •  Dapsona: dose inicial de 25­‑50 mg em adultos e 0,5 mg/kg em crianças, com aumento progressivo (dose de manutenção habitual: 100 mg/dia) Medidas gerais

•  Efeito muito rápido nas lesões cutâneas (48­‑78 horas) •  Dado o seu potencial hemolítico, o tratamento deve ser monitorizado laboratorialmente, devendo excluir­‑se previamente o défice de glicose­‑6­‑fosfato desidrogenase

52

© LIDEL – Edições Técnicas


Terapêutica ●● Formas ligeiras Tópica Cuidados gerais

Posologia

Administração

Duração

•  Desinfeção local com iodopovidona ou cloro­‑hexidina •  Remoção cuidadosa das crostas

Ácido fusídico (creme ou pomada)

3 x/dia

Tópica

Mupirocina (pomada)

2 x/dia

Tópica

OU Retapamulina (pomada)

2 x/dia

Tópica

OU 5 dias

●● Nas restantes formas –– A ntibioterapia

sistémica: a terapêutica antibiótica empírica deverá ter cobertura do S. aureus, sendo este o agente que com maior frequência é isolado no impetigo.

Crianças Flucloxacilina

Posologia 50­‑100 mg/kg/dia, doses fracionadas de 8/8 horas

Administração

Duração

PO

5-7 dias

50 mg/kg/dia, doses fracionadas de 8/8 horas

PO

5-7 dias

25­‑50 mg/kg/dia, doses fracionadas de 6/6 horas

PO

5-7 dias

30­‑50 mg/kg/dia, doses fracionadas de 12/12 horas

PO

5-10 dias

OU

I

Amoxicilina + ácido clavulânico OU Cefradina OU Cefadroxil OU

Benzilpenicilina 600 000 UI IM benzatiníca* * Se houver confirmação de ser um impetigo exclusivamente estreptocócico

Toma única (continua)

128

© LIDEL – Edições Técnicas


b)  Complicações por toxinas estreptocócicas b1)  Escarlatina

Antes de prescrever, tenha em atenção ●● Erupção eritematosa difusa na sequência da produção e disseminação hematogénea de toxina pirogénica, produzida pelo Streptococcus do grupo A. O foco infecioso é localizado e habitualmente faríngeo (raramente após infeção de ferida cirúrgica). ●● Surge em crianças, com incidência máxima entre os 2­‑6 anos, sendo rara em adultos. ●● Inicia­‑se por um quadro de faringite, febre alta, mal­‑estar geral, adenopatias, vómito e cefaleias, a que 24­‑48 horas depois se associam um conjunto de manifestações características: –– Exantema:

- Surge na cabeça e pescoço, com progressão cefalocaudal progressiva, havendo generalização completa (poupando palmas e plantas) em 36 horas; - Inicialmente: eritema difuso que branqueia com a pressão, com elevações punctiformes papulares de 1 a 2 mm, dando um toque semelhante a “lixa”. Este quadro é mais marcado nas dobras e áreas de pressão, podendo apresentar petéquias dispostas linearmente nas fossas antecubitais e axilar (linhas de Pastia). Na face existe apenas rubor, com palidez perioral característica; - Dá­‑se depois a confluência das lesões punctiformes, produzindo um eritema vivo nos casos típicos, embora a intensidade do rash possa variar entre um eritema leve até lesões purpúricas dispersas; - Após 4 a 5 dias inicia­‑se a fase mais característica da doença, com descamação intensa que segue a sequência do rash (cabeça → tronco → extremidades), sendo, porém, particularmente intensa nas mãos e pés (geralmente na segunda ou terceira semana de evolução). –– Enantema: - A faringe apresenta­‑se vermelho­‑vivo, podendo observar­‑se ainda sinais de infeção estreptocócica amigdalina. Existe frequentemente eritema punctiforme e petéquias no palato mole; © LIDEL – Edições Técnicas

151

I


Terapêutica

Verrugas vulgares

•  Pápulas hiperqueratósicas, geralmente de pequenas dimensões, com um característico ponteado acastanhado (ansas capilares trombosadas); frequentes nas mãos e joelhos: – Vernizes queratolíticos – compostos essencialmente por ácido salicíli‑ co e ácido láctico associados ou não a citostáticos (5­‑fluoruracilo), em percentagens variáveis; existem vários no mercado. Não esquecer de promover uma fina abrasão mecânica das lesões durante o tempo de tratamento – Crioterapia – nas lesões persistentes, podendo ser precedida pela curetagem da hiperqueratose; as sessões são repetidas após interva‑ los de quatro a seis semanas – Curetagem total de lesões isoladas – Laserterapia – nas lesões resistentes às outras formas de tratamento

Verrugas filiformes

•  Lesões alongadas com pequena base de implantação que surgem geral‑ mente na face e pescoço: – Laserterapia – Crioterapia – Curetagem – Queratolíticos

Verrugas plantares

•  Pápulas ou placas hiperqueratósicas com o típico ponteado acastanhado o que permite distingui­‑las de calosidades nas plantas dos pés. Surgem sobretudo em áreas de maior pressão, podendo ser muito dolorosas. Numerosas verrugas confluentes originam as lesões em mosaico: – Vaselina salicilada de 20% a 40% – aplicar sobre a lesão, protegendo a pele circundante com creme barreira. Deixar atuar durante a noite, de preferência em oclusão – Crioterapia – Curetagem de lesões isoladas – Laserterapia – em lesões extensas (mosaico) ou resistentes às outras terapêuticas. Pode ser associada a agentes queratolíticos ou cureta‑ gem

Verrugas planas

•  Pápulas de espessura reduzida, superfície “plana”, cor castanha clara; podem ser encontradas na face, pescoço, dorso das mãos ou joelhos: – Derivados do ácido retinóico de aplicação tópica que atuam provavel‑ mente pela sua atividade esfoliativa – Crioterapia – Vaselina salicilada – Laserterapia

© LIDEL – Edições Técnicas

171

I


III.  Melanoma maligno e precursores Antes de prescrever, tenha em atenção ●● De todos os tumores malignos, o melanoma da pele representa o maior desafio na deteção precoce, uma vez que só a sua excisão numa fase inicial pode prevenir o aparecimento de metastização secundária. ●● O rápido acesso ao médico é especialmente importante no mela‑ noma primário, visto que a sua cura está diretamente relacionada com o tamanho e profundidade da invasão tumoral, sendo, de todos os tumores malignos, o mais gratificante no que respeita à deteção precoce, evitando, assim, a metastização e morte. ●● Um exame total da pele para deteção de melanomas e seus pre‑ cursores deve ser feito por rotina. ●● Cerca de 30% dos melanomas surgem em lesões melanocíticas pré­‑ existentes, 70% surgem em pele normal. A maioria destes tumores tem uma fase inicial de crescimento radial seguida por uma fase subsequente de crescimento vertical. A fase de cresci‑ mento radial representa a fase mais intraepidérmica, pré­‑invasiva ou ainda pouco invasiva, enquanto a fase de crescimento vertical representa a fase de crescimento para dentro da derme, onde os vasos vão servir de vias de disseminação das células malignas. ●● A regra do A, B, C, D, E na análise das lesões melanocíticas, deve estar sempre presente, sendo:

T

–– A

– de assimetria; – de bordo irregular; ––C – de cor variegada; –– D – de diâmetro >5 mm, ou para alguns autores “ugly duckling”: lesão diferente das outras; –– E – de evolução, ou seja, aumento de tamanho da lesão. –– B

●● Assim, sempre que uma lesão melanocítica tiver um ou mais destes critérios deve ser excisada sem demoras para exame histopatológico. ●● Existem vários tipos de melanoma como os de crescimento su‑ perficial, o lêntigo maligno, o melanoma nodular e o melanoma acrolentiginoso. 248

© LIDEL – Edições Técnicas


Índice remissivo A Abcesso, 133 – tuberculoso metastáti­co, 242, 243 Acantose nigricans, 34 – benigna associada a altera‑ ções endócrinas, 34 – hereditária benigna, 34 – induzida por fármacos, 35 – maligna, 35 – pseudo‑AN, 35 Acne, 2 – grave, 4 – ligeira, 2 – moderada, 3 Acrodermatite crónica atrófica, 44 Agentes de fotoproteção físicos, 123 Alopécia – adquirida, 5 – androgenética, 5 – areata, 8 – cicatricial, 5 – não cicatricial, 5 Anafilaxia, 238 Ancylostoma – brasiliense, 174 – caninum, 174 Angioedema, 141, 238, 254 Angioma, 13 Arterite – de células gigantes, 258 – de Takayasu, 258 Artrite – psoriática, 217 – reumatoide, 22

B Bacteriemia, 130, 133 Balanite candidiásica, 55 “Beijo de anjo”, 13 Black hairy tongue, 155 Blenorragia, 61 Borrelia burgdorferi, 44 “Botão do oriente”, 176 Bromoderma, 239

C Cancroide, 77 Cancro mole, 77 Candida albicans, 55 Candidíase, 155 – atrófica crónica, 155 – atrófica ou eritematosa, 155 – crónica hiperplásica, 155 – cutânea, 156 – da área da fralda, 31 – genital, 55 – oral, 155 – pseudomembranosa aguda (“sapinhos”), 155 – vaginal, 55 – vulvovaginal/balanite candi­ diásica, 156 Carbúnculo, 133 Carcinoma – basocelular, 246 – espinocelular, 247 Celulite, 140, 143 – gangrenosa, 139 Chlamydia trachomatis, 70, 79 Citomegalovírus, 164 © LIDEL – Edições Técnicas

277


17,5mm

Pantone 227C

Lb

Terapêutica Dermatológica em Ambulatório Notas, Conselhos, Esquemas Posológicos

A evolução da Dermatologia, nos últimos anos, tem representado um desafio constante, tanto perante o aumento e complexidade das patologias, como pelo ritmo do desenvolvimento tecnológico e do progresso, nos meios de diagnóstico e terapêutica. Sendo um livro de bolso com o intuito de servir como guia de consulta rápida, esta 2.ª edição, atualizada e aumentada, não tem a pretensão de abordar, de forma completa e exaustiva, todas as matérias do foro da terapêutica dermatológica. Antes, pretende-se que o mesmo proporcione uma base de consulta, primordialmente destinada a médicos de Medicina Geral e Familiar, bem como ao médico não especializado ou ao interno de Dermatologia que queira aqui encontrar um ponto de partida para o aprofundamento da sua prática clínica.

Terapêutica Dermatológica em Ambulatório

2.ª Edição

Lb

Esta 2.ª edição inclui:

n n

Novos capítulos (”Dermatite da fralda”, “Estrófulo/urticária papular”, “Terapêuticas para idades pediátricas”) Revisão da terapêutica Atualização de conteúdos

9 789897 522512

www.lidel.pt

Direitos de autor a favor de

ISBN 978-989-752-251-2

Manuela Cochito

n

12cm x 18,5cm

2.ª Edição

Livros de bolso

Terapêutica Dermatológica em Ambulatório Manuela Cochito Cristina Martinez Felicidade Trindade Filipa Diamantino Filipa Rocha Páris Joana Dias Coelho Juliana Baptista Pedro Ponte Sofia Cochito Sousa Vasco Serrão

Pantone 227C

12cm x 18,5cm


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.