Business Intelligence no SQL Server

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Copyright © 2017, FCA – Editora de Informática, Lda. ISBN edição impressa: 978-972-722-869-0 1.ª edição impressa: dezembro de 2017 Impressão e acabamento: Realbase Depósito Legal n.º 435178/17 Capa: José M. Ferrão – Look-Ahead

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ÍNDICE AGRADECIMENTOS ....................................................................................... VI INTRODUÇÃO ............................................................................................ VII 1.DATA WAREHOUSE ..................................................................................... 1 1.1. Introdução ................................................................................................................................... 1 1.2. Arquitetura de um Data Warehouse ........................................................................................3 1.2.1. Arquitetura de Kimball ................................................................................................... 4 1.2.2. Arquitetura de Inmon ...................................................................................................... 6 1.2.3. Kimball vs. Inmon............................................................................................................. 7 1.2.3.1. Qual escolher? .......................................................................................................7 1.3. Dados dimensionais ................................................................................................................... 8 1.3.1. Conceitos ............................................................................................................................ 9 1.3.1.1. Dimensões .............................................................................................................. 9 1.3.1.2. Factos .................................................................................................................... 12 1.3.1.3. Tabelas lookup ...................................................................................................... 13 1.3.2. Modelos de dados ........................................................................................................... 13 1.3.2.1. Esquema em estrela ............................................................................................ 14 1.3.2.2. Esquema em floco de neve ................................................................................. 15 1.3.2.3. Esquema em estrela vs. esquema em floco de neve ....................................... 16 1.4. Conclusão ................................................................................................................................... 17 2. ANALYSIS SERVICES ................................................................................ 19 2.1. Introdução ................................................................................................................................. 19 2.2. Arquitetura básica..................................................................................................................... 20 2.3. Os dois modelos ........................................................................................................................ 21 2.3.1. Modelo multidimensional ............................................................................................. 21 2.3.2. Modelo tabular ................................................................................................................ 22 2.3.3. Modelo multidimensional vs. modelo tabular ............................................................ 23 2.3.4. Aplicações cliente para Analysis Services ................................................................... 23 2.4. Desenvolvimento de projetos .................................................................................................. 24 2.5. Explorar o modelo multidimensional .................................................................................... 24 2.5.1. Criar a fonte de dados .................................................................................................... 25 2.5.2. Criar a visualização da fonte de dados ........................................................................ 26 2.5.3. Criar dimensões .............................................................................................................. 30 2.5.3.1. Modificar dimensões .......................................................................................... 32 2.5.4. Criar um cubo .................................................................................................................. 40 2.5.4.1. Modificar o cubo ................................................................................................. 43 2.5.5. Implementar e navegar no cubo ................................................................................... 50 2.5.5.1. Navegar num cubo através do Excel ................................................................ 53 © FCA


IV

BUSINESS INTELLIGENCE NO SQL SERVER

2.6. Explorar o modelo tabular ....................................................................................................... 54 2.6.1. Criar um projeto tabular ................................................................................................ 54 2.6.2. Criar colunas calculadas ................................................................................................ 61 2.6.3. Criar métricas .................................................................................................................. 62 2.6.4. Criar KPI .......................................................................................................................... 65 2.6.5. Criar perspetivas ............................................................................................................. 67 2.6.6. Criar hierarquias ............................................................................................................. 68 26.7. Criar partições .................................................................................................................. 69 2.6.8. Criar funções de segurança (roles) ................................................................................ 71 2.7. Conclusão ................................................................................................................................... 74 3. ANÁLISE DE DADOS .................................................................................. 77 3.1. Análise em Excel ....................................................................................................................... 77 3.1.1. Importar dados para uma tabela dinâmica (PivotTable) do Excel ........................... 77 3.1.1.1. Segmentação de dados .................................................................................... 79 3.1.1.2. Linha cronológica ............................................................................................. 80 3.1.2. Importar dados para um relatório Power View ......................................................... 80 3.2. Explorar dados com o SQL Server Management Studio ..................................................... 85 3.3. Análise de dados em Power BI Desktop ................................................................................ 92 3.3.1. Transformar os dados..................................................................................................... 96 3.3.2. Construir relatórios....................................................................................................... 101 3.4. Conclusão ................................................................................................................................. 107 4. INTEGRATION SERVICES .......................................................................... 109 4.1. Introdução ................................................................................................................................ 109 4.2. Como criar pacotes do Integration Services ........................................................................ 111 4.2.1. Criar um projeto através do SSDT .............................................................................. 111 4.2.2. Criar um pacote através do SSDT ............................................................................... 113 4.2.3. Assistente de importação e exportação de dados ..................................................... 118 4.2.4. Componentes do Control Flow ................................................................................... 122 4.2.4.1. Tarefas ............................................................................................................. 123 4.2.4.2. Contentores ..................................................................................................... 126 4.2.4.3. Restrições de precedência ............................................................................. 127 4.2.4.4. Gestores de ligação ........................................................................................ 130 4.2.5. Componentes do Data Flow ........................................................................................ 130 4.2.5.1. Agrupar componentes ................................................................................... 136 4.3. Controladores de eventos (event handlers) ........................................................................... 136 4.3.1. Eventos em modo de execução ................................................................................... 138 4.4. Implementação de pacotes..................................................................................................... 138 4.4.1. Ciclo de implementação de um projeto ..................................................................... 141 4.5. Criar um projeto do Integration Services............................................................................. 142 4.5.1. Criar um catálogo ......................................................................................................... 142 4.5.2. Criar um pacote do Integration Services ................................................................... 145 4.5.3. Implementar o projeto .................................................................................................. 147 © FCA


ÍNDICE

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4.5.4. Criar ambientes e variáveis de ambiente ................................................................... 148 4.5.5. Executar o projeto ......................................................................................................... 150 4.5.6. Validar o projeto ........................................................................................................... 151 4.6. Processar um modelo tabular do Analysis Services com o Integration Services............ 152 4.7. Conclusão ................................................................................................................................. 154 5. REPORTING SERVICES ............................................................................. 155 5.1. Introdução ................................................................................................................................ 155 5.1.1. Report Server ................................................................................................................. 156 5.1.1.1. Interface de programação ............................................................................. 156 5.1.1.2. Extensões de autenticação ............................................................................. 157 5.1.1.3. Processador de relatórios .............................................................................. 157 5.1.1.4. Processador de dados .................................................................................... 157 5.1.1.5. Renderização de relatórios ............................................................................ 157 5.1.1.6. Processador de agendamento e transferência ........................................... 158 5.1.2. Reporting Services Web Portal .................................................................................... 158 5.1.3. Report Designer ............................................................................................................ 158 5.1.4. Utilitários de linha de comandos ................................................................................ 159 5.1.5. Report Builder ............................................................................................................... 159 5.1.6. Integração com o SQL Server Management Studio .................................................. 159 5.1.7. Reporting Services Configuration Manager .............................................................. 159 5.2. Configuração do Reporting Services .................................................................................... 159 5.3. Criar um relatório simples ..................................................................................................... 161 5.3.1. Criar manualmente um relatório ................................................................................ 168 5.3.2. Potencionalidades para criar relatórios...................................................................... 173 5.3.2.1. Tablix ............................................................................................................... 173 5.3.2.2. Gauge ............................................................................................................... 174 5.3.2.3. Região de dados de gráfico ........................................................................... 175 5.3.3. Usar o Report Builder ................................................................................................... 177 5.3.3.1. Data source ....................................................................................................... 179 5.3.3.2. Dataset .............................................................................................................. 180 5.3.3.3. Construir um relatório através do Report Builder..................................... 181 5.3.4. Criar um KPI.................................................................................................................. 184 5.3.5. Criar um relatório para mobile ..................................................................................... 187 5.4. Conclusão ................................................................................................................................. 196 GLOSSÁRIO DE TERMOS – PORTUGUÊS EUROPEU/PORTUGUÊS DO BRASIL .............. 197 ÍNDICE REMISSIVO .................................................................................... 199

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INTRODUÇÃO Se pesquisarmos por “Business Intelligence” (BI) , encontraremos, por exemplo, a seguinte definição: “[BI] é um termo abrangente que inclui aplicações, infraestruturas, ferramentas e as melhores práticas que permitem o acesso e análise de informações e assim melhorar e otimizar decisões e desempenho” (Gartner It Glossary, www.gartner.com). No essencial, o BI é um processo que aproveita a tecnologia existente para transformar dados em informação utilizável por decisores, gestores e outros profissionais na tomada de decisões empresariais estratégicas e de gestão. Segundo o Professor Michael F. Gorman, da Universidade de Dayton, no Ohio (EUA), citado por Mary K. Pratt no artigo “What is BI. Business Intelligence Definition and Solutions” (revista CIO, setembro de 2017), o BI “não nos diz o que fazer; diz-nos o que era e o que é”, daí que seja também considerado um instrumento de análise descritiva, uma vez que descreve um “estado passado e um estado presente”. Apesar de não “dizer” aos responsáveis do negócio o que fazer ou o que acontecerá se seguirem um determinado rumo, nem ser um simples gerador de relatórios, o BI permite examinar os dados para perceber as tendências do mercado e obter informações essenciais à tomada de decisão. A expressão “Business Intelligence” foi identificada pela primeira vez em 1858, na obra Cyclopaedia of Commercial and Business Anecdotes, de Richard Miller Devens. Devens usa esta expressão para descrever o sucesso de um banqueiro, Sir Henry Furnese, que conseguia aperceber-se de factos políticos, situações de instabilidade e nuances nos mercados antes dos seus concorrentes. Devens escreveu: “Através da Holanda, da Flandres, da França e da Alemanha, [Furnese] manteve uma linha de Business Intelligence completa e perfeita. A notícia… foi recebida primeiro por ele”1. Cem anos mais tarde, a expressão foi referida por um cientista da IBM, Hans Peter Luhn, num artigo denominado “A Business Intelligence System”, pelo que muitos consideram Luhn o “pai” do BI. Em 1989, Howard Dresner, na altura analista na Gartner, dá à expressão o seu cunho atual ao usá-la para descrever como os utilizadores poderiam aceder e analisar a informação armazenada nos sistemas das suas organizações e, assim, ajudar no suporte ao negócio e aos processos de tomada de decisão.

1 R. M. Devens (1865), Cyclopaedia of Commercial and Business Anecdotes, Editora D. Appleton and Company (p. 210).

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VIII

BUSINESS INTELLIGENCE NO SQL SERVER

O BI começa com a integração de dados de uma ou mais fontes num Data Warehouse, que constitui um armazenamento único e consistente de dados que são disponibilizados de modo a poderem ser analisados e utilizados em contexto de negócio. Estes dados compreendem informações históricas e novos dados obtidos a partir de sistemas-fonte assim que são gerados. São depois analisados por ferramentas ou aplicações de análise e pesquisa, e enviados para aplicações de visualização de dados que permitem gerar gráficos e relatórios de modo relativamente simples. Os programas de BI incluem ainda formas de análise avançada, como Data Mining, análise estatística e análise de Big Data. Frequentemente, os projetos de análise avançada são conduzidos por equipas distintas de cientistas de dados estatísticos e outros profissionais de análise de dados, enquanto as equipas de profissionais de BI se focam, sobretudo, em análise e consultas de dados mais ligados ao negócio. As plataformas de BI estão a ser cada vez mais usadas como interfaces de front-end para sistemas Big Data, já que, devido à sua flexibilidade, conseguem ligar-se a um número cada vez maior de fontes de dados. Este facto, aliado a interfaces relativamente simples de usar, faz com que estas ferramentas sejam ideais como meio de ligação a uma arquitetura Big Data. Esta facilidade faz com que cada vez mais utilizadores possam aceder aos dados e que estes não estejam reservados a uma elite especializada de arquitetos e cientistas de dados. Neste sentido, o SQL Server pode ter um papel muito importante, já que nos oferece todas as ferramentas necessárias para atuar como fonte de dados, modelação e análise, e elaborar gráficos e relatórios, permitindo assim ao utilizador desenhar e gerar um projeto completo de BI com ou sem recurso a ferramentas externas.

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ANÁLISE DE DADOS

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No Capítulo 2 vimos como criar projetos de Analysis Services, pelo que vamos agora ver mais alguns exemplos de como pesquisar os modelos através de ferramentas externas, como o Excel, o Power View e o Power BI. O foco deste capítulo será o modelo tabular.

3.1

ANÁLISE EM EXCEL

O Excel será, talvez, a ferramenta mais usada pelos utilizadores na consulta de dados, tanto no modelo multidimensional, como no modelo tabular. No Capítulo 2 já vimos como usar o Excel na pesquisa de dados. Neste capítulo vamos dar continuidade ao assunto, mas sem explorar todas as potencialidades de Business Intelligence (BI) que nos são oferecidas pelo Excel. No entanto, vamos fazê-lo de um modo diferente: no Capítulo 2 chamámos o Excel a partir da opção Analyse in Excel do browser do SQL, neste capítulo vamos ver como extrair os dados de uma base de dados tabular do Analysis Services. Nem todas as máquinas têm o SQL Server Data Tools (SSDT) ou o SQL Server Management Studio (SSMS) instalados, principalmente as dos utilizadores finais. Contudo, estes precisam de consultar dados residentes numa instância do Analysis Services, à qual, através do Excel, é possível criar uma ligação e, assim, extrair e analisar os dados muito mais facilmente. Apesar de serem baseados no Excel 2016, os exemplos descritos neste capítulo poderão ser facilmente testados em qualquer versão a partir da 2007.

3.1.1

IMPORTAR DADOS PARA UMA TABELA DINÂMICA (PIVOTTABLE) DO EXCEL

O primeiro passo que temos de executar é estabelecer uma ligação à base de dados. Assim: 1)

No menu Dados do Excel selecionar Obter Dados Externos, em seguida, De Outras Origens e, por fim, Do Analysis Services.

2)

Na janela do assistente de ligação de dados, preencher o nome do servidor e selecionar o modo de autenticação desejado. No caso específico, a ligação será à instância SERVIDOR2016\TABULAR e o modo de autenticação Utilizar autenticação do Windows; premir Seguinte. © FCA


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BUSINESS INTELLIGENCE NO SQL SERVER 3)

Na janela Selecione a base de dados e a tabela, escolher a base de dados Analise Vendas Internet Tabular e a tabela Model ou a perspetiva Vendas Internet criada no Capítulo 2 (Figura 3.1).

FIGURA 3.1 – Selecionar dados para tabela dinâmica (PivotTable)

4)

Não deverá dar muita importância ao facto de Model ser do tipo CUBE (cubo), pois é uma inconsistência típica da Microsoft; premir Seguinte.

5)

Na janela seguinte, guardar o ficheiro de ligação de dados, colocando “Analise Vendas Internet tabular” em Nome Amigável e premindo o botão Concluir.

6)

Na janela Importar dados, escolher a forma de consultar os dados, sendo possível decidir entre criar uma tabela dinâmica, um gráfico dinâmico, um relatório do Power View ou, simplesmente, uma ligação de dados. Também se pode indicar onde colocar os dados – na folha de cálculo existente ou numa nova folha de cálculo. Neste exemplo, manter Relatório de Tabela Dinâmica e, para guardar os dados, escolher a opção Folha de cálculo existente; premir o botão OK (Figura 3.2).

FIGURA 3.2 – Selecionar dados para tabela dinâmica (PivotTable)

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ANÁLISE DE DADOS

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Como vimos no Capítulo 2, a construção de uma tabela dinâmica (PivotTable) torna-se bastante simples. Vejamos algumas ferramentas de auxílio à análise de dados que o Excel nos faculta – mais concretamente, a segmentação de dados e a linha cronológica. 3.1.1.1 SEGMENTAÇÃO DE DADOS

A segmentação de dados (slicers) surgiu com a versão 2010 do Excel e funciona como alternativa aos filtros de relatório de tabelas, usados para filtrar dados numa tabela dinâmica. Estes componentes contêm um conjunto de botões que permitem filtrar rapidamente os dados sem necessidade de se abrirem listas para escolher os itens de filtragem. Vamos criar uma tabela dinâmica igual à do Capítulo 2 ou, caso esta tenha sido guardada, carregá-la no Excel: 1)

Selecionar a tabela dinâmica fazendo clique em qualquer ponto da mesma.

2)

Na faixa Inserir do Excel encontra-se a opção Segmentação de Dados – fazer clique.

3)

Na janela Inserir Segmentação de Dados, selecionar Geography e o campo EnglishCountryRegionName, em Mostrar campos relacionados com:.

4)

Premir o botão OK.

5)

No Excel irá aparecer uma pequena janela com botões, em que cada botão corresponde a um dos países presentes na tabela. Quando se seleciona um desses países, a tabela dinâmica apresenta os dados desse país (Figura 3.3).

FIGURA 3.3 – Segmentação de dados

6)

No canto superior direito da janela de segmentação de dados existem duas opções: um botão que limpa os filtros à sua direita e à sua esquerda; e um botão que ativa a seleção de mais do que um parâmetro – neste caso, país – em simultâneo.

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BUSINESS INTELLIGENCE NO SQL SERVER

3.1.1.2 LINHA CRONOLÓGICA

A linha cronológica (timeline) permite filtrar dados, de uma forma interativa, com base em períodos de tempo, tabelas dinâmicas, gráficos dinâmicos ou funções cúbicas. Surgiu com a versão 2013 do Excel e permite filtragens por período de tempo, em quatro níveis: anos, trimestres, meses ou dias. Tal como acontece com a segmentação de dados, a criação da linha cronológica é extremamente simples: 1)

Selecionar a tabela dinâmica onde consta, na faixa Inserir do Excel, a opção Linha Cronológica – fazer clique.

2)

Na janela Inserir Linhas Cronológicas selecionar (a única tabela presente) Date em Mostrar campos relacionados com:.

3)

Surgirá uma nova janela no Excel, mas agora com uma barra deslizante e com todos os anos presentes na tabela Date (Figura 3.4).

FIGURA 3.4 – Linha cronológica

4)

3.1.2

A apresentação predefinida dos dados é feita por ano, mas, se fizer clique sobre YEARS, pode selecionar qualquer um dos quatro níveis existentes nas linhas cronológicas. O botão do lado superior direito apaga todos os filtros existentes e, para vários períodos de tempo, basta selecionar o primeiro e arrastar o cursor ao longo da barra temporal.

IMPORTAR DADOS PARA UM RELATÓRIO POWER VIEW

Através do Power View é possível construir relatórios intuitivos com uma grande variedade de opções de visualização e, assim, facilitar a colaboração e a partilha de informação entre utilizadores. O Power View é uma ferramenta de visualização de dados da Microsoft e uma das funcionalidades do SQL Server oferecidas na edição Enterprise do SharePoint, quando se instala o Reporting Services com integração SharePoint. No entanto, o que vamos ver neste capítulo será apenas a importação de dados e a criação de um relatório em Power View. O processo é muito simples e idêntico ao que usámos na secção 3.1.1, para importar dados para uma tabela dinâmica.

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ANÁLISE DE DADOS

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O primeiro passo a executar é estabelecer uma ligação à base de dados: 1)

No menu Dados do Excel, selecionar Obter Dados Externos, em seguida, De Outras Origens e, por fim, Do Analysis Services.

2)

No assistente de ligação de dados, colocar o nome do servidor e selecionar o modo de autenticação desejado – no caso específico, a ligação será à instância SERVIDOR2016\TABULAR e o modo de autenticação Utilizar autenticação do Windows; premir Seguinte.

3)

Na janela Selecione a base de dados e a tabela, escolher a base de dados Analise Vendas Internet Tabular e a tabela Model ou a perspetiva Vendas Internet; premir Seguinte.

4)

Quando for pedido o nome do ficheiro da ligação de dados, manter o nome predefinido ou escrever um nome à escolha; no final, premir Concluir.

5)

Na janela Importar dados, escolher Relatório do Power View.

6)

Para guardar os dados, manter a opção Folha de cálculo existente e premir o botão OK – temos assim o Power View pronto para a criação de um relatório (Figura 3.5).

FIGURA 3.5 – Power View

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BUSINESS INTELLIGENCE NO SQL SERVER 7)

No lado direito do ecrã está a lista de tabelas do modelo ou perspetiva selecionados; ao fazer-se clique sobre a seta à esquerda do nome de uma tabela, torna-se possível ver campos, métricas e outros componentes da mesma.

8)

Selecionar EnglishProductCategoryName da tabela Product Category ou arrastar o campo para a área CAMPOS.

9)

Repetir a operação para o campo Total Vendas a partir da tabela Internet Sales, arrastando o campo EnglishCountryRegionName da tabela Geography para a área DISPOR EM MOSAICO POR – isto faz com que uma nova tabela seja criada na área de visualização. Na realidade, a tabela está dentro de um mosaico que permite filtrar os conteúdos por país; fazendo clique sobre o nome do país é possível ver os valores de vendas desse país por categoria de produto (Figura 3.6).

FIGURA 3.6 – Mosaico de vendas por categoria e país

10) É possível acrescentar mais mosaicos ao relatório – por exemplo, o valor total de vendas por país. Caso se tenha o mosaico anterior selecionado, fazer clique sobre uma área vazia do ecrã. 11) Da lista de tabelas selecionar EnglishCountryRegionName da tabela Geography e Total Vendas da tabela Internet Sales. Será criado um mosaico cuja tabela terá o nome dos países e, à sua direita, o valor total das vendas por país. 12) Para tornar o relatório um pouco mais apelativo, repetir a operação anterior e criar um novo mosaico com uma tabela exatamente igual à anterior; em seguida, selecioná-lo e escolher Outro Gráfico e, depois, Circular, no menu Estrutura – o resultado será um gráfico circular típico com a totalidade dos países e os valores distribuídos de acordo com a sua grandeza. 13) Partindo novamente dos mesmos campos, é possível criar agora um gráfico baseado num mapa: o processo é exatamente igual ao anterior, só que desta vez deve escolher a opção Mapa, no menu Estrutura. Para finalizar, colocar, por exemplo, “Vendas de Produtos por País” como título do relatório. © FCA


ANÁLISE DE DADOS

83

A Figura 3.7 ilustra o aspeto final do relatório. Uma das particularidades deste relatório é ser interativo, isto é, podemos alterar a visualização de valores selecio-nando dados no gráfico circular. Se fizermos clique sobre a cor correspondente a um dos países, seja no gráfico ou nas respetivas cores da sua legenda, serão apresentados apenas os dados correspondentes ao país selecionado. Simultaneamente, o país selecionado sobressai no mapa, enquanto os restantes ficam esbatidos.

FIGURA 3.7 – Relatório do Power View

Para repor a situação anterior, basta fazer clique na área vazia do gráfico. Também é possível executar a mesma operação no mapa e filtrar os dados de determinado país, como podemos ver na Figura 3.8.

FIGURA 3.8 – Apresentação de dados de determinado país © FCA


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BUSINESS INTELLIGENCE NO SQL SERVER

Vejamos mais um exemplo de um relatório feito no Power View. Vamos, agora, criar dois mosaicos – um com as vendas de produto por subcategoria e por ano e outro constituído por um gráfico de barras com o valor total de vendas por ano: 1)

Selecionar EnglishProductSubcategoryName da tabela Product Subcategory ou arrastar o campo para a área CAMPOS.

2)

Repetir a operação para os campos Total Vendas, Total Portes, Total Impostos e Total Margem de Lucro da tabela Internet Sales.

3)

Arrastar o campo Ano da tabela Date e da hierarquia Calendário para a área DISPOR EM MOSAICO POR – tal como no exemplo anterior, será criada uma tabela dentro do respetivo mosaico; para fazer variar os valores, basta selecionar o ano.

4)

Para criar um gráfico de barras, mas com o valor total das vendas por ano, na hierarquia, selecionar Calendário da tabela Date e Total Vendas da tabela Internet Sales.

5)

Fica-se com uma tabela que contém uma coluna dos anos e, à sua direita, uma coluna com os valores correspondentes. Com essa tabela selecionada, escolher Gráfico de Barras e Barras Agrupadas no menu Estrutura.

Vamos ter um relatório idêntico ao da Figura 3.9. Tal como no exemplo anterior, se selecionarmos um ano no gráfico, serão apresentados na tabela apenas os valores correspondentes a esse ano. Como será fácil de imaginar, as potencialidades desta ferramenta são imensas, pelo que é aconselhável explorá-las ao máximo.

FIGURA 3.9 – Venda de produtos por ano © FCA


ANÁLISE DE DADOS

3.2

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EXPLORAR DADOS COM O SQL SERVER MANAGEMENT STUDIO

Uma ferramenta também importante para a análise e exploração de dados é o SSMS, que pode ser usado para gerir instâncias do Analysis Services e bases de dados já implementadas. Para ligar a uma instância do Analysis Services: 1)

Abrir o SSMS e selecionar Analysis Services na janela de ligação.

2)

Em Server Type, escolher a instância desejada – neste caso, SERVIDOR2016\ TABULAR – e premir o botão Connect.

3)

Após estabelecida a ligação, vão surgir dois nós – Databases e Management – no Object Explorer (no modelo tabular, pois no modelo multidimensional existe mais um nó, denominado Assemblies).

Ao expandir-se todos os nós, surgirá algo idêntico à Figura 3.10. Sob o nome da instância constam a pasta das bases de dados e dentro delas as ligações correspondentes – tabela e funções de segurança (roles) dessa base de dados.

FIGURA 3.10 – Object Explorer

No SSMS, no modelo tabular, é possível executar-se pesquisas DAX (Data Analysis eXpressions) e MDX (MultiDimensional eXpressions) através de uma janela de pesquisa MDX. Para abri-la, podemos premir o botão New Query, na barra de ferramentas, ou fazer clique com a tecla direita do rato sobre a base de dados e selecionar New Query, seguido de MDX. Apesar de ser uma janela de pesquisa MDX, vamos utilizar o DAX para recuperar dados tabulares – porque, atualmente, o SSMS não tem uma janela de pesquisa específica para DAX. O DAX é uma linguagem de fórmulas com raízes no PowerPivot, por vezes também considerada uma extensão da linguagem de fórmulas usada no Excel. Como tal, é focada na criação de expressões para definir métricas e colunas calculadas. © FCA


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BUSINESS INTELLIGENCE NO SQL SERVER

No entanto, podemos precisar de usar o DAX para pesquisar dados diretamente sobre uma base de dados tabular, seja através de pesquisas no SSMS ou mesmo da criação de pesquisas a serem usadas em aplicações terceiras. Nesta secção vamos ver alguns comandos simples de DAX que permitem pesquisar e recuperar dados da base de dados tabular. Podemos extrair dados tabulares através do DAX – o comando é baseado na função EVALUATE. Esta função começa com EVALUATE seguida do nome de uma tabela entre parênteses. Por exemplo, se quisermos obter todos os dados da tabela Internet Sales, deveremos usar a seguinte expressão: EVALUATE (‘Internet Sales’)

Esta expressão fornece o conteúdo total da tabela em questão. Contudo, podemos querer ordenar os dados por determinado campo e, para isso, o que temos de fazer é acrescentar uma função de ordenação, seguida do nome do campo usado para ordenação: EVALUATE (‘Internet Sales’) ORDER BY ‘Internet Sales’[SalesOrderNumber]

Podemos ainda ordenar os dados por mais do que um campo, bastando separar o nome dos campos por vírgula. No exemplo anterior ordenámos os dados pelo número da ordem de venda, recorrendo ao campo SalesOrderNumber. Agora, queremos ordenar por produto, dentro do número de ordem de venda, e para isso vamos usar a chave do produto: EVALUATE (‘Internet Sales’) ORDER BY ‘Internet Sales’[SalesOrderNumber], ‘Internet Sales’[ProductKey]

O resultado deste exemplo é ilustrado na Figura 3.11, em que temos como ordenação principal SalesOrderNumber (sexta coluna) e como ordenação secundária ProductKey (primeira coluna). Ao indicar o nome da coluna, temos de o colocar entre parêntesis retos, precedido do nome da tabela.

FIGURA 3.11 – Dados da tabela Internet Sales

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