Ler Português 1 - Um Dia Diferente

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segundo

o Novo Acordo Ortográfico

LER PORTUGUÊS 1 QE C R NÍVE L A1



UM DIA DIFERENTE HELENA BÁRBARA MARQUES DIAS


DA MESMA COLEÇÃO:

Nível 1: — O MANEL – Helena Marques Dias — OS GAIATOS – Raquel Baltazar

Nível 2: — — — —

FANTASIA, SONHO OU REALIDADE? – Anabela Roque HISTÓRIAS DO CAIS – Glória Bastos O CARRO – Helena Marques Dias RETRATO DE AVÓ – Filipa Amendoeira

Nível 3: — LENDAS E FÁBULAS DE TIMOR-LESTE – Helena Marques Dias — O RAPAZ DA QUINTA VELHA – Helena Marques Dias — VIAGEM NA LINHA – Maria Maya EDIÇÃO E DISTRIBUIÇÃO

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Copyright © julho 2011 (2.ª Edição revista); julho 1997 (1.ª Edição) Reimpressão de junho de 2013 Lidel – Edições Técnicas, Lda. ISBN: 978-972-757-788-0 Pré-Impressão: MILARTE Atelier Gráfico, Lda. Impressão e acabamento: Cafilesa - Soluções Gráficas, Lda. - Venda do Pinheiro Depósito legal: 329893/11 Capa: José Manuel Reis Ilustrações: M. Lima

Este pictograma merece uma explicação. O seu propósito é alertar o leitor para a ameaça que representa para o futuro da escrita, nomeadamente na área da edição técnica e universitária, o desenvolvimento massivo da fotocópia. O Código do Direito de Autor estabelece que é crime punido por lei, a fotocópia sem autorização dos proprietários do copyright. No entanto, esta prática generalizou-se sobretudo no ensino superior, provocando uma queda substancial na compra de livros técnicos. Assim, num país em que a literatura técnica é tão escassa, os autores não sentem motivação para criar obras inéditas e fazê-las publicar, ficando os leitores impossibilitados de ter bibliografia em português. Lembramos portanto, que é expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização da editora.


UM DIA DIFERENTE

1. O Professor Silveira prepara-se para sair do gabinete. Já arrumou* os dois dossiers* que estavam em cima da mesa, meteu* duas cartas e um livro dentro da sua pasta e fechou-a. Entretanto a secretária trouxe-lhe o casaco e recordou-lhe: — Sr. Professor, os seus óculos estão ali em cima da mesa. O senhor sem óculos vê mal e mesmo assim* esquece-se deles. — Ah! Os meus óculos. Ainda bem* que os viu, Suzana. Já ficavam esquecidos. Obrigado. — E as suas chaves também, Professor! — Ah! É verdade eu tirei as chaves do bolso do casaco e nunca mais me lembrei delas... Já não podia entrar em casa. — Mas o senhor agora não vai para casa! Vai encontrar-se com a sua esposa* no Rossio, não se recorda? O Professor esqueceu-se que tem

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dois bilhetes para o espetáculo desta noite no Coliseu? — Ah! Pois é! Ainda bem que me diz isso, porque eu agora ia diretamente para casa. — A Sr.ª D. Amélia, quando telefonou, disse que estava combinado* o encontro às sete horas na Pastelaria Suíça. A senhora ficava sentada na esplanada à espera do Professor. — Ah! Pois é. Já não me lembrava. Que horas são, Suzana? — Falta um quarto para as seis. Ainda tem muito tempo. Basta* apanhar o Metro e descer no Rossio. — Eu detesto o Metro a esta hora. Posso levar o carro. Assim evito* ter de voltar aqui depois do espetáculo. — Não sei se é boa ideia, Professor. Há muito trânsito a esta hora. Eu acho que é melhor deixar o carro aqui e ir de Metro. — Sim, realmente é capaz de ter razão. Eu nunca me lembro dessas coisas práticas. — O Professor não vai mudar* nunca! – disse ainda a secretária a rir. E ainda perguntou: – E o espetáculo é bom? – Não sei. É uma Companhia Internacional de Circo. Não faz parte das minhas preferências. Mas a minha mulher* gosta tanto que eu não tive coragem de lhe dizer que não. Até amanhã, Suzana.

2. Já na rua, o Professor Silveira dirige-se* para a estação de Metro mais próxima, a estação de


Alvalade. Desce as escadas e entra imediatamente no comboio que está mesmo a fechar as portas. Olha em volta e acha estranho ver as carruagens com tão pouca gente. «Normalmente a esta hora o Metro costuma estar cheio!», pensou. Pouco depois a luz do dia entra pelas janelas e um altifalante informa: «Campo Grande». Os poucos passageiros que ainda estavam dentro saíram. Só ficou o Professor Silveira. Entretanto um funcionário faz-lhe sinal* do exterior e depois diz-lhe: — Desculpe, mas tem que sair. Chegámos ao fim da linha. — Ah! Mas eu vou para o Rossio! — disse o Professor sem perceber* o que se passava. — Não tem problema nenhum. Basta mudar de comboio. Qualquer um serve. Daqui é a mesma distância, quer pela Cidade Universitária, quer por Alvalade. Tanto faz* ir por um lado como por outro. — Ah, estou a perceber. Quer dizer que em Alvalade apanhei o Metro em sentido contrário... Obrigado pela informação.

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Às cinco da tarde o Rossio vibra* de movimento. Pessoas e carros «convivem» ruidosamente. A tarde está ótima e muita gente aproveitou para lanchar na esplanada e conversar com amigos. Por isso, quando a D. Amélia Silveira chegou, não havia uma única mesa livre na esplanada da Pastelaria Suíça. Mas a D. Amélia não ficou preocupada porque ainda tinha muito tempo à sua frente. Era um ótimo pretexto para ir dar uma volta pela Baixa e ver algumas montras. Além disso o seu marido devia chegar atrasado, como sempre*. A tarde estava, de facto, linda, cheia de sol! Muitas pessoas andavam também a ver as lojas. As montras estavam agora com novo aspeto porque expunham* os primeiros modelos da nova coleção de Moda para a primavera. «É sempre bonito ver estas montras», pensava a D. Amélia. «Bonito e tentador! Olha que fato tão bonito! É mesmo o que eu preciso...». Não conseguiu resistir e entrou na loja só para perguntar se havia o número adequado* para ela. Havia não só o número mas também outros modelos tão bonitos como o que estava na montra; ou até talvez mais bonitos ainda! Eram uma verdadeira tentação! Experimentou-os todos e escolheu dois. E como não foi capaz de selecionar só um, comprou os dois... Verificou então que também precisava de um lenço e de um cinto e esqueceu-se das horas.


Chegou à Pastelaria Suíça às sete horas em ponto e o marido não estava lá.

4. Mas também o Professor Silveira chegou ao Rossio muito cedo. Eram seis e dez. A Pastelaria Suíça fica exatamente junto de uma das saídas do Metro; por isso foi muito fácil verificar que a sua mulher não estava ali. «Não estou habituado a chegar assim tão cedo e antes da Amélia!», pensou. Nesse momento descobriu que tinha tempo livre e até podia ir dar uma volta sozinho*. Há anos que tal não lhe acontecia! Lembrou-se então que só* tinha que andar um pouco para chegar ao rio. E foi matar saudades* do Tejo. «Por vezes é tão agradável andar a pé por entre pessoas que não conhecemos!... É curioso como me sinto estrangeiro na minha própria cidade», ia observando o Professor Silveira enquanto caminhava pela Rua Augusta. Atravessou a Praça do Comércio e foi até junto do Cais das Colunas. Ficou a ver a chegada e partida dos Cacilheiros* que fazem a ligação com a outra margem. «É impressionante a quantidade de pessoas que vêm trabalhar a Lisboa e moram no lado de lá. Deve ser muito cansativo* fazer isto todos os dias», dizia para si próprio, «eu acho que não era capaz*!». Ainda recordou os golfinhos que antigamente saltitavam em volta dos barcos. Até parecia que gostavam de brincar tanto com os barcos como com

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UM DIA DIFERENTE

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Helena Marques Dias

O Prof. Bernardo Silveira vai encontrar a sua mulher numa esplanada da Baixa Lisboeta. Mas como chegou mais cedo foi dar um passeio a pé até junto do Tejo… Esta coleção destina-se a um público jovem e adulto, estudante de língua portuguesa e procura facilitar um contacto mais direto com o texto escrito. As histórias originais foram concebidas de modo a permitir não só uma leitura fácil e agradável, mas também uma estruturação em três níveis: Ler Português 1 A partir de um estudo de cerca de 60 horas Ler Português 2 A partir de um estudo de cerca de 100 horas Ler Português 3 A partir de um estudo de cerca de 150 horas

www.lidel.pt ISBN 978-972-757-788-0

9 789727 577880


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