Ler Português 2 - O Carro

segundo o Novo Acordo Ortográfico

LER PORTUGUÊS 2 QE CR NÍVE L A2

O CARRO HELENA BÁRBARA MARQUES DIAS

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DA MESMA COLEÇÃO:

Nível 1: — O MANEL – Helena Marques Dias — OS GAIATOS – Raquel Baltazar — UM DIA DIFERENTE – Helena Marques Dias

Nível 2: — FANTASIA, SONHO OU REALIDADE? – Anabela Roque — HISTÓRIAS DO CAIS – Glória Bastos — RETRATO DE AVÓ – Filipa Amendoeira

Nível 3: — LENDAS E FÁBULAS DE TIMOR-LESTE – Helena Marques Dias — O RAPAZ DA QUINTA VELHA – Helena Marques Dias — VIAGEM NA LINHA – Maria Maya EDIÇÃO E DISTRIBUIÇÃO

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O Código do Direito de Autor estabelece que é crime punido por lei, a fotocópia sem autorização dos proprietários do copyright. No entanto, esta prática generalizou-se sobretudo no ensino superior, provocando uma queda substancial na compra de livros técnicos. Assim, num país em que a literatura técnica é tão escassa, os autores não sentem motivação para criar obras inéditas e fazê-las publicar, ficando os leitores impossibilitados de ter bibliografia em português.

Lembramos portanto, que é expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização da editora.

O CARRO

I 1.

Enquanto se prepara para sair de casa, o Pedro conversa com a irmã: — Hoje não me posso esquecer de comprar o jornal. É sexta-feira, 13! É hoje que sai a lista dos números premiados daquele sorteio*.

— Qual sorteio? Desde quando é que compras esse tipo de coisas?

— Lembras-te que eu comprei aqui há tempos um bilhete para ajudar a Associação dos Bombeiros Voluntários... E não sei porquê, mas tenho um pressentimento que me vai sair qualquer coisa...

Era bom que fosse o carro.

— Pois sim... vai esperando*... — respondeu-lhe a irmã — Tu às vezes és tão ingénuo* que até dá pena*, Pedro. Já reparaste que hoje é dia de azar? Sexta-feira, 13!

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— ‘Tá bem, não acredites... Quando eu aparecer aqui com um carrinho novinho em folha* logo vês* se é azar.

— Não sejas ridículo! Pensa um bocadinho só: primeiro, era preciso teres muita sorte para te sair logo* o primeiro prémio... a probabilidade de isso acontecer é mínima; depois, não tens carta de condução, não podes aparecer com o carro aqui à porta; a menos que* contrates um motorista...

— Pois sim! goza* à vontade... Até logo.

2.

6

É claro que a primeira coisa que o Pedro fez, assim que saiu de casa, foi ir comprar o jornal e verificar se, de facto, tinha o número do primeiro prémio. Folheou* o jornal mas com a pressa com que o fez não conseguiu encontrar a página onde deveriam estar os resultados.

Decidiu sentar-se numa esplanada ali perto.

Assim, mais calmamente, procurou nas páginas de anúncios*. Lá estava: «GRANDE SORTEIO DE NATAL DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS. 1.º Prémio, UM automóvel ROVER 3000 ... para o n.º 534 256 675», Que deceção! Aquele número não tinha nada a ver com* o dele!

Ah! como ele detestava ter de dar razão à Teresa...

Mas o segundo e terceiro prémios também eram dois automóveis; é certo que eram mais pequenos, mas eram ótimos também.

Primeiro, leu o número do bilhete que tinha comprado: 836 851 065; e, de repente, viu o mesmo número no jornal! Era. Era o terceiro prémio.

Confirmou: 836 851 065. Não havia dúvidas.

Deu um salto e, sem se controlar, gritou para toda a gente ouvir: — Ganhei! Ganhei! Ganhei um carro. Saiu-me um carro no Sorteio!

7

8

O Pedro não cabia em si de contente. E em volta, as poucas pessoas que estavam na esplanada àquela hora, não puderam deixar de sorrir e associar-se mentalmente à felicidade daquele jovem. Apenas o empregado não gostou, porque o Pedro quando se levantou fez cair a chávena de café que se partiu no chão. E além disso, saiu a correr e esqueceu-se de pagar...

Ainda pensou ir a casa para ver a cara da Teresa, mas depois achou melhor ir diretamente à Associação e confirmar tudo. Nada como* ter a certeza do prémio e saber o que era preciso para o levantar, como se fazia, quando poderia ter o carro, etc.

E se assim o pensou, melhor o fez! Meteu-se no Metro, na Estação das Laranjeiras, em direção à Rotunda e foi à sede da Associação. Levava consigo o bilhete premiado e sorria para toda a gente; só que como ninguém sabia a razão da sua alegria todos o consideravam um jovem tonto* acabado de sair do Júlio de Matos*. Houve mesmo quem deliberadamente* se afastasse dele para não se sentar a seu lado...

3.

Quando recebeu a confirmação de que era um legítimo proprietário de um veículo de quatro rodas com motor (ainda que fraquinho, era capaz de o transportar para outros lugares) o Pedro não resistiu mais: Pôs-se a telefonar* aos amigos todos da primeira cabine pública que encontrou. Era uma

cabine que ficava um pouco escondida num recanto do passeio. Mas a sua alegria exuberante* chamava a atenção de quem passava e, talvez por isso, alguém ficou mais atento à sua conversa.

Assim que saiu, foi arrastado para um canto mais escondido, entre a cabine e a parede. Um rapaz, um pouco mais velho do que ele, encostou-o discretamente à parede, prendeu-lhe os movimentos e com uma rápida e hábil* busca* nas algibeiras tirou-lhe pura e simplesmente o seu querido bilhete premiado. E pelos vistos* não queria mais nada. Só o bilhete!

O Pedro ficou sentado no chão sem forças e sem querer perceber o que se havia passado*...

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O CARRO

Segundo o Novo Acordo Ortográfico

Helena Marques Dias O João não cabe em si de contente!

Saiu-lhe um carro no sorteio…

Esta coleção destina-se a um público jovem e adulto, estudante de língua portuguesa e procura facilitar um contacto mais direto com o texto escrito.

As histórias originais foram concebidas de modo a permitir não só uma leitura fácil e agradável, mas também uma estruturação em três níveis: Ler Português 1 A partir de um estudo de cerca de 60 horas Ler Português 2 A partir de um estudo de cerca de 100 horas Ler Português 3 A partir de um estudo de cerca de 150 horas

www.lidel.pt ISBN 978-972-757-775-0

9 789727 577750