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ÍNDICE PREFÁCIO ..................................................................
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NOTA PRÉVIA .............................................................
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PORQUÊ POUPAR? ....................................................
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O ORÇAMENTO FAMILIAR ......................................... Receitas e despesas ................................................... Orçamento ..................................................................
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ALTERAR HÁBITOS PARA POUPAR .......................... Várias dicas para poupar ............................................ Poupar nas despesas fixas também é possível… ...... O problema do consumismo ....................................... Quando o desemprego bate à porta ...........................
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OS SEGREDOS DO CRÉDITO ..................................... Diferentes tipos de créditos........................................ O caso particular do crédito à habitação ....................
101 102 116
O MILAGRE DA MULTIPLICAÇÃO DO DINHEIRO ...... Olhar para o futuro ..................................................... Quero investir… e agora?............................................
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EDUCAÇÃO FINANCEIRA PARA CRIANÇAS .............
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CAIXA DE FERRAMENTAS ........................................
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BIBLIOGRAFIA ...........................................................
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PREFÁCIO Existem quatro tipos de aparências: As coisas são como parecem ser; ou nem são nem parecem ser; ou são, mas não parecem ser; ou não são, mas parecem ser. Epicteto Desde 2008, temos participado como personagens princi‑ pais do cenário frágil do sistema econômico mundial.
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A economia é cíclica, e muitas pessoas não percebem que ela se move como uma roda gigante. Quando está subin‑ do, acreditam que continuará assim por um longo tempo e que podem então ficar tranquilas e apreciar a paisagem; então, começa a descer. A economia cai, e por vezes ra‑ pidamente, e é neste ponto que as pessoas que deixaram de entender o seu mecanismo começam a sentir os efei‑ tos da queda repentina. Neste quadro atual, em que o mundo globalizado sente os efeitos das crises internacionais, é de suma importân‑ cia que as pessoas busquem informação e conhecimento para poderem se adequar à nova realidade. Obviamente, o conhecimento somente se faz efetivo quando é posto em ação e, por isso, é essencial querer descobrir novas possibilidades e oportunidades para a sua vida, inclusive a financeira. 9
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Aliás, a questão da educação financeira – ou da ausência dela – está diretamente ligada à cultura de um país, apoia‑ da em crenças individuais com relação ao dinheiro e que, em sua inobservância, é capaz de realizar estragos dolo‑ rosos e sofridos na vida de uma pessoa por longos anos. As inúmeras transformações econômicas no mundo e as incertezas financeiras futuras nos deixam desconfortáveis exatamente porque não entendemos e não acreditamos ter o controle sobre estas coisas. Nos dias atuais, ter um emprego não significa ter seguran‑ ça financeira, e é cada vez mais difícil manter‑se no mer‑ cado de trabalho. Acreditar que a Previdência Pública nos manterá na “melhor idade” é ilusório, pelo que é che‑ gada a hora de compreender que a segurança financeira que almejamos só acontece graças a nós mesmos. Para que isto aconteça é preciso receber as instruções, o co‑ nhecimento e escolher trilhar o caminho para alcançá‑la. É sobre estas e outras questões da educação financeira e das finanças pessoais que Paulo Ferreira discorre ao longo deste livro, de linguagem leve e simples, pondo à disposi‑ ção de todos os leitores o entendimento necessário para que ajam e assumam o controle de suas vidas financeiras. Um livro escrito para aqueles que desejam ter um com‑ promisso financeiro sério consigo próprios; para aqueles que desejam viver o hoje com tranquilidade e o futuro com qualidade de vida. Eis um livro que abrirá uma janela para que os leitores visualizem outras possibilidades e oportunidades finan‑ ceiras em suas vidas, uma vez que o autor não poupou 10
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esforços em nos mostrar que é através do conhecimento que se faz possível reescrever a história financeira de nos‑ sas vidas. Ao seu sucesso financeiro.
Silvia Alambert Diretora executiva da The Money Camp Brasil
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Educadora financeira de crianças e jovens
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NOTA PRÉVIA Será que afinal é possível chegar ao fim do mês com algum dinheiro na carteira? E onde é que posso cortar nos meus gastos para que isso aconteça? E será que consigo inves‑ tir com pouco dinheiro? Conseguirei guardar alguma coisa para receber na altura de reforma? E os meus filhos preci‑ sarão de saber que passamos por uma crise? Como é que eles me podem ajudar nos meus problemas? E eu, como os posso ajudar perante tanta incerteza futura? E se ficar doen‑ te ou desempregado, consigo manter o meu nível de vida? Estas são algumas das pergun‑ tas que atormentam grande par‑ NÃO O VOU ENSINAR A SER RICO: VOU ENSINAR A POUPAR
te dos portugueses nos dias que correm. Apesar de ser um tema muito abordado devido à crise, esta deve ser uma problemática analisada mesmo em época de
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“vacas gordas”. Ponto prévio: se pensa que, ao ler este livro, vai apren‑ der como enriquecer, tem apenas duas alternativas: se já comprou o livro, vai ter certamente uma desilusão; se ain‑ da não comprou, vai a tempo de fechá‑lo e de o recolocar na prateleira da loja… 13
N O P O U PA R É Q U E E S TÁ O G A N H O ! N OTA P R É V I A
Existem vários livros que têm como objetivo ensinar os leitores a enriquecerem. Pessoalmente não gosto desta perspetiva, e o objetivo deste livro não é definitivamente esse. Em primeiro lugar, se tivesse a fórmula para ser rico, certamente que o era. Não sendo rico, não posso ensinar algo que não sei… Em segundo lugar, a não ser que saia o Euromilhões, é comummente referido (e com razão) que o dinheiro puxa o dinheiro; por isso, para enriquecer é normalmente preciso… mais dinheiro! Por este motivo prefiro uma segunda perspetiva: mudar a direção do texto para um aspeto que considero essen‑ cial – a poupança. Porque, sem saber poupar, não se con‑ segue acumular; e, ainda que não seja o objetivo final, sem começar a acumular também não se consegue ficar rico! Por isso, este livro não é uma solução única para os problemas e tão‑pouco ensina as pessoas a enriquecerem – antes fornece algumas ferramentas para conseguirmos poupar “algumas moedas”, ajudar a ultrapassar sobres‑ saltos ou garantir maior estabilidade financeira no futu‑ ro. É isto que se faz de diferente neste livro! Aliás, aqui apresenta‑se uma visão muito própria sobre a temática das finanças pessoais, ajudando o leitor a encontrar a sua própria maneira de poupar e investir, sem se sentir pressionado por regras muito rígidas e ajudando‑o com o fornecimento de ferramentas de planeamento e auto‑ controlo que contribuirão para conseguir alcançar os seus objetivos. Ao longo do texto, este livro conta com uma série de di‑ cas, em jeito de conselhos, para o guiar neste caminho da educação financeira. Mas vamos mais longe: existem 14
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vários exercícios e vários desafios que são propostos ao leitor para chegar aos mesmos objetivos. De resto, no fi‑ nal do livro pode encontrar a Caixa de Ferramentas, um conjunto selecionado de alguns exercícios que pode re‑ solver. Tem, por exemplo, ferramentas que o ajudarão a pensar em questões como a autoanálise e autocontrolo no seu orçamento ou a refletir sobre a necessidade ou não de determinados consumos. A Caixa de Ferramentas contém ainda um exercício em que o leitor pode verificar, ao longo do tempo, de que modo está a conseguir adotar um conjunto de comportamentos e a obter conhecimen‑ tos que são considerados fundamentais, no âmbito das finanças pessoais. Para além disso, este livro conta, no final, com a ajuda de um desdobrável que vai ajudá‑lo a cumprir o objetivo de fazer um orçamento familiar (também disponível para download no sítio da Lidel em www.lidel.pt). Na verdade, não tem um mas sim dois orçamentos: o primeiro com um caráter mais de curto prazo (com uma visão mensal) e o segundo, com um caráter mais de longo prazo (com uma perspetiva anual). Utilize‑os como base para o seu orça‑ mento, mas preencha‑os! Em conjunto com o livro, são também disponibilizadas
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ferramentas que estarão disponíveis na Internet e que o ajudarão, por exemplo, a construir o seu orçamento ou a fazer simulações de créditos e de planos de poupança. O objetivo é, fundamentalmente, dar um caráter prático a todas estas questões, e não apenas olhar para elas de um ponto de vista teórico. 15
N O P O U PA R É Q U E E S TÁ O G A N H O ! N OTA P R É V I A
Como referido anteriormente, todas as dicas, desafios ou exercícios têm como objetivo comum ajudar neste seu ca‑ minho, ajudar o leitor a refletir e a tomar as suas próprias decisões. Porque não há soluções únicas, porque cada caso é um caso e porque cada pessoa deve ter sempre liberdade para seguir o seu próprio caminho e tomar as suas decisões. O livro começa com uma pequena contextualização sobre a necessidade de se poupar, recorrendo a números con‑ cretos do nosso país. Segue‑se uma questão essencial, a meu ver, no que diz respeito às finanças pessoais: a elabo‑ ração do orçamento. Uma vez que o orçamento é apenas indicativo e porque certamente requer alterações de com‑ portamento, o livro prossegue com a análise de possíveis hábitos a alterar, no dia a dia, para que se consiga poupar. O crédito é um elemento constante das nossas vidas e está relacionado também com a vida financeira de uma pessoa; como tal, é abordado também neste livro. E, se o objetivo é poupar, com os frutos dessa poupança é pos‑ sível fazer aplicações financeiras. Perceber algumas des‑ sas aplicações, principalmente as mais simples, é também um dos objetivos. O livro termina com uma abordagem à educação financeira e o seu papel junto das crianças, visto que, em meu entender, é essencial que estes comporta‑ mentos comecem a ser desenvolvidos o mais depressa possível. É uma daquelas pessoas a quem o dinheiro acaba antes do mês? Então prepare‑se, que temos como objetivo mu‑ dar esse cenário!
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PORQUÊ POUPAR? A vida deve ser uma constante educação. Gustave Flaubert A
nota prévia do livro
começa com um conjunto alargado
de questões que nos preocupam no nosso quotidiano. E chama a atenção para aquilo que na minha opinião é es‑ sencial: a poupança. Muitos perguntar‑se‑ão neste momen‑ to: “Pudera! Como é que é possível poupar face ao cenário atual?”. Já tenho comentado com algumas NÃO QUERO QUE SEJA
pessoas a minha preocupação so‑
SOVINA, APENAS QUE
bre a falta de educação financeira
SE PREOCUPE COM O
que reina no nosso país e sobre a
SEU FUTURO!
importância de se saber poupar. E considero que essa preocupação deve ser incutida desde cedo, nas
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crianças. Muitas vezes a reação do lado contrário é qual‑ quer coisa do género: “Não quero ser sovina!”. A educação financeira não passa por se ser sovina, mas sim por compreender que poupar é também salvaguardar o futuro, até porque ninguém sabe o que nos espera o dia de amanhã. 17
N O P O U PA R É Q U E E S TÁ O GA N H O ! P O R Q U Ê P O U PA R ?
Antes de continuar a ler, faça um pequeno diagnóstico dos seus conhecimentos sobre finanças pessoais. Responda ao questionário que se segue:
Sim Não 1. Sabe quanto recebe por cada hora de trabalho? 2. Sabe construir um orçamento familiar? 3. Tem noção de quanto dinheiro gasta por mês? 4. Sabe quanto gasta em despesas fixas? 5. Sabe quanto gasta em despesas variáveis? 6. Sabe calcular o seu rendimento disponível? 7. Assim que recebe o seu salário, põe de lado parte do seu rendimento para poupanças? 8. Toma iniciativas para poupar dinheiro no seu quotidiano? 9. Tem um pé‑de‑meia para o caso de ficar desempregado? 10. Considera o seu banco como um aliado para conseguir poupar? 11. Sabe que o dinheiro se multiplica?
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12. Sabe que pode ser cliente de um banco sem pagar nada?
(continua)
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N O P O U PA R É Q U E E S TÁ O G A N H O ! CA I X A D E F E R R A M E N TA S
Exercício 1 – Autoanálise e autocontrolo O processo de autoanálise de um orçamento não é de todo difícil de fazer. De facto, após elaboração do orçamento, este passo não é mais do que tentar analisar o que está errado no orçamento. O mais difícil será o seguinte: afinar o orçamento com as correções que sejam necessárias. Não que o passo em si também seja difícil, mas sim porque a nossa sociedade apresenta constantes apelos ao consumo, muitas vezes de forma descontrolada. Como tal, além da autoanálise, todos devemos fazer um esforço de autocontrolo. Como tal, sugiro a criação de duas listas que o devem acompanhar no processo de análise do seu orçamento, por exemplo:
ESSENCIAL
SUPÉRFLUO
Esta lista não tem como objetivo consumir apenas o que é essencial, até porque não há ninguém que possa dizer que não faz consumos supérfluos. Permite simplesmente fazer um melhor controlo da situação orçamental, percebendo onde se deve começar por cortar no consumo.
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