Fisiopatologia - Fundamentos e Aplicações - 2ª Edição Revista e Atualizada

Page 1

1

04/09/13

10cm x 24cm

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

14:29 17cm x 24cm

27.5mm

Nesta obra, os mecanismos da doença são explorados nas áreas do conhecimento médico básico e aplicado. Os autores tiveram o cuidado de utilizar uma linguagem adequada a estudantes de medicina e medicina dentária, mas tiveram também em conta todos os que estão envolvidos em áreas da saúde e das ciências da vida para que a possam ler e manusear sempre que pretenderem aprofundar ou rever os seus conhecimentos de Fisiopatologia. O livro encontra-se dividido em 29 capítulos, agrupados em quatro secções: Noções gerais de Fisiopatologia, A doença e as suas causas, Mecanismos de resposta do hospedeiro à agressão e Fisiopatologia de sistemas/órgãos e da maturação. A primeira secção termina com um capítulo sobre a utilização de mapas conceptuais no ensino da Fisiopatologia, porque se espera, desta forma, seduzir e despertar a curiosidade do leitor, conduzindo-o a estudar Fisiopatologia, utilizando esta ferramenta de aprendizagem. Na prática clínica e durante o estudo médico, a Fisiopatologia é um tronco comum às diferentes especialidades médicas. Constitui um bloco de conhecimento científico, ideias e métodos de investigação essenciais para a compreensão e prática de uma medicina baseada na evidência, sujeita a modificações contínuas e a uma expansão de conceitos, feitas à luz dos novos métodos laboratoriais e de conhecimento da doença. Não é, pois, sinónimo do estudo da morfologia dos tecidos e órgãos considerados doentes, mas, sim, a compreensão de como surge e se desenvolve a doença, desde os níveis elementares da célula até às alterações dos órgãos e sistemas. Estamos certos de que esta nova edição continuará a ser uma sólida base de trabalho para uma aprendizagem e para um contínuo crescimento formativo e profissionalizante nas ciências médicas e biomédicas. Escrita segundo o novo Acordo Ortográfico, foi totalmente revista e disponibiliza a correspondência dos principais termos técnicos para o português do Brasil. Anabela Mota Pinto Professora Catedrática de Fisiopatologia e Diretora do Laboratório de Patologia Geral – Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

www.lidel.pt

AF_Fisiopatologia.pdf

ISBN 978-989-752-008-2

9 789897 520082


Índice Lista de Autores...............................................................................................................................

VII

Agradecimentos..............................................................................................................................

IX

Prefácio..............................................................................................................................................

XI

Lista de Siglas. .................................................................................................................................

XIII

Parte I Noções de Fisiopatologia 1. Bases para o Conhecimento da Doença..................................................................................... Anabela Mota Pinto, Carlos Rabaça

3

2. Fisiopatologia da Lesão Celular.................................................................................................. João Figueira

15

3. Fisiopatologia Laboratorial – Meios Complementares de Diagnóstico................................ Marília Dourado

23

4. Utilização de Mapas Conceptuais no Ensino da Fisiopatologia............................................ António Rendas, Marta Fonseca, Patrícia Rosado Pinto

29

©  Lidel – edições

técnicas

Parte II A Doença e as suas Causas 5. Agentes Mecânicos....................................................................................................................... Anabela Mota Pinto

55

6. Alterações da Regulação Térmica............................................................................................... Anabela Mota Pinto

65

7. Radiações e Eletricidade.............................................................................................................. Margarida Gonçalo, Maria Filomena Botelho

79

8. Agentes Químicos......................................................................................................................... Anabela Mota Pinto, Ana Todo Bom

103

9. Agentes Vivos................................................................................................................................ Marília Dourado

127

10. Alergénios Ambientais............................................................................................................... Ana Todo Bom

153

11. Fisiopatologia e Genética........................................................................................................... Fernando Regateiro

169

Parte III Mecanismos de Resposta do Hospedeiro à Agressão 12. Resposta Inflamatória................................................................................................................. Anabela Mota Pinto, Manuel Santos Rosa

185

13. Avaliação Laboratorial da Resposta Inflamatória . ............................................................... Marília Dourado

219

14. Síndrome Febril........................................................................................................................... Rui Gradiz, Anabela Mota Pinto

233

V


FISIOPATOLOGIA – Fundamentos e Aplicações 15. Alterações nos Fluidos e Compartimentos Corporais........................................................... José Soares Fortunato, Carmen Brás Silva, Maria José Pinheiro

243

16. Fisiopatologia do Edema........................................................................................................... Carlos Rabaça

249

17. Fisiopatologia da Dor................................................................................................................. Marília Dourado

259

18. Fisiopatologia do Stress.............................................................................................................. João Figueira

285

19. Fisiopatologia Oncológica......................................................................................................... Carlos Rabaça

293

Parte IV Fisiopatologia de Sistemas/Órgãos e da Maturação 20. Fisiopatologia do Sistema Hematopoiético............................................................................. João Figueira, Carlos Rabaça

319

21. Fisiopatologia do Aparelho Urinário....................................................................................... Carlos Rabaça

343

22. Fisiopatologia do Aparelho Cardiovascular........................................................................... Rui Gradiz

353

23. Fisiopatologia do Aparelho Digestivo..................................................................................... Clotilde Lérias

385

24. Fisiopatologia do Aparelho Respiratório................................................................................ Carlos Robalo Cordeiro, Ana Todo Bom

425

25. Fisiopatologia do Sistema Endócrino....................................................................................... Manuela Carvalheiro

437

26. Fisiopatologia das Perturbações da Nutrição......................................................................... Manuel Teixeira Veríssimo

467

27. Fisiopatologia da Fome e da Saciedade................................................................................... José Soares Fortunato, Carmen Brás Silva, Maria José Pinheiro

477

28. Fisiopatologia do Crescimento.................................................................................................. Susana Soares, José Soares Fortunato

487

29. Fisiopatologia do Envelhecimento........................................................................................... Anabela Mota Pinto, Maria Amália Botelho

495

Glossário 1. ......................................................................................................................................

517

Glossário 2. ......................................................................................................................................

534

Índice Remissivo.............................................................................................................................

535

VI


Lista de Autores Coordenadora Anabela Mota Pinto

Professora Catedrática de Fisiopatologia e Diretora do Laboratório de Patologia Geral – Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

Autores Ana Todo Bom

Professora Convidada de Fisiopatologia – Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra; Diretora do Serviço de Imunoalergologia – Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE.

Anabela Mota Pinto

Professora Catedrática de Fisiopatologia e Diretora do Laboratório de Patologia Geral – Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

António Rendas

Professor Catedrático de Fisiopatologia – Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa.

Carlos Rabaça

Assistente de Fisiopatologia – Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra; Assistente Graduado de Urologia – Instituto Português de Oncologia de Coimbra Francisco Gentil , EPE.

Carlos Robalo Cordeiro

Professor Associado com Agregação – Clínica Universitária de Pneumologia, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra; Coordenador do Centro de Pneumologia – Unidade 123 da Fundação para a Ciência e Tecnologia.

Carmen Brás Silva

Professora Auxiliar – Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto; Investigadora – Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

Clotilde Lérias

Assistente Hospitalar de Gastrenterologia – Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE.

©  Lidel – edições

técnicas

Fernando Regateiro

Professor Catedrático de Genética e Diretor da Unidade de Genética – Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

João Figueira

Assistente Convidado de Fisiopatologia – Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra; Assistente Hospitalar de Oftalmologia – Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE.

José Soares Fortunato †

Professor Associado Jubilado; Diretor Cessante do Departamento de Fisiologia – Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. VII


FISIOPATOLOGIA – Fundamentos e Aplicações

Manuel Santos Rosa

Professor Catedrático de Imunologia e Diretor do Instituto de Imunologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

Manuel Teixeira Veríssimo

Professor de Medicina Interna – Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra; Internista – Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE.

Manuela Carvalheiro

Professora Associada Aposentada de Endocrinologia – Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

Margarida Gonçalo

Assistente Convidada de Dermatologia – Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra; Chefe de Serviço de Dermatologia – Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE.

Maria Amália Botelho

Professora Auxiliar de Medicina Interna – Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa.

Maria Filomena Botelho

Professora Catedrática de Biofísica – Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

Maria José Pinheiro

Investigadora Principal Aposentada – Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

Marília Dourado

Professora e Coordenadora do Mestrado em Cuidados Continuados e Paliativos do Curso de Pós-Graduação em Medicina da Dor – Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

Marta Fonseca

Assistente Convidada de Fisiopatologia – Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa; Assistente de Medicina Geral e Familiar – Unidade de Saúde Familiar Amato Lusitano.

Patrícia Rosado Pinto

Diretora do Departamento de Educação Médica – Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa.

Rui Gradiz

Assistente de Fisiopatologia – Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

Susana Soares

Especialista em Pediatria – Hospital CUF Porto.

Ilustração André Santos Teixeira Gomes João Luís Tavares Ferreira Luís André Caio Elvas

Alunos da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

VIII


FISIOPATOLOGIA – Fundamentos e Aplicações

Sensibilização periférica e central – hiperalgesia e alodinia A aplicação repetida de um estímulo (Figura 17.3), ou a lesão dos tecidos, e a resposta in­ flamatória associada produzem muitas vezes o aparecimento de um fenómeno designado por sensibilização que, para um determinado estímulo, se traduz e manifesta pelo abaixa­ mento do li­miar de ativação, pelo aumento e prolongamento das descargas e pelo aumento da atividade espontânea. A sensibilização pe‑ riférica prévia dos nociceptores contribui para o aparecimento de uma situação designada

hiperalgesia, definida como a condição em que ocorre uma resposta dolorosa exagerada a um estímulo, que normalmente, provoca dor. Devido à sensibilização, o limiar de excitação, capaz de evocar uma resposta dolorosa, está bastante diminuído, o que, na prática, se tra­ duz por uma sensibilidade dolorosa exagerada. A sensibilização dos nociceptores deve­‑se à ação de diversas substâncias químicas (es­ tímulos químicos) produzidas localmente, onde se faz sentir a ação do estímulo nóxico, de que se apresentam as mais importantes no Quadro 17.2. A permanência destas substân­

Factores Fatores Tecidulares tecidulares (prostaglandinas) (Pg) Fatores Factores Sanguíneos sanguíneos (5HT, NO)

Factores Fatores Neurotróficos neurotróficos (NGF) Nociceptor

Factores Fatores imunitários Imunológicos (citocinas)

Factores Fatores neurogénicos Neurogénicos (SP,(SP) CGRP)

Figura 17.3 Representação esquemática do nociceptor no seu meio ambiente. São referidas algumas das substâncias químicas que, ao serem produzidas e libertadas no local de lesão tecidular, constituem a sopa inflamatória ou algogénica. A per‑ manência neste ambiente ácido e inflamatório ativa ou sensibiliza o nociceptor, por interação com recetores expressos à superfície do terminal nervoso, neurónio aferente primário. 5HT – 5-hidroxitriptamina; CGRP – péptido relacionado com o gene da calcito‑ nina; NGF – fator de crescimento neuronal; SP ­– substância P. (Adaptado e modificado de Ferrell, 1993 e Julius, 2001; Kress, 2010).

Quadro 17.2

Substâncias algogénicas endógenas ativadoras/sensibilizadoras do nociceptor

•  Acetilcolina •  ATP •  Bradicinina •  CGRP •  Glutamato •  Hidrogénios (H+); iões de potássio (K+) •  Histamina •  Interleucina 1 (IL-1)

266

•  Leucotrienos •  NGF •  NO •  Noradrenalina •  Prostaglandina E2 (PgE2) e Prostaglandina I2 (PgI2) •  Serotonina •  SP


Fisiopatologia da Dor cias no local mantém o nociceptor embebido num caldo algogénico, que continuamente o estimula, acabando por o sensibilizar (Figura 17.4). Convém não confundir hiperalgesia com alodinia. Na alodinia ocorre uma resposta dolorosa a estímulos que não provocam dor. A alodinia associa­‑se a alterações da quali­ dade de sensações, térmicas, táteis ou outras, que, não sendo dolorosas, desencadeiam res­ posta dolorosa, com perda da especificidade sensorial. Por outro lado, a hiperalgesia, que representa uma resposta aumentada a um estímulo doloroso, parece estar associada a perturbações do sistema nociceptivo com sensibilização periférica ou central, ou am­ bas (Figura 17.5). A hiperalgesia é primária quando ocorre no local da lesão, devendo­‑se a mecanismos de sensibilização periféricos pelos mediadores inflamatórios e à ativação dos nociceptores silenciosos; ou pode ser se‑ cundária se se estende a áreas contíguas à da lesão, e está associada fundamentalmente a mecanismos de sensibilização central, na ponta posterior da medula espinhal.

A sensibilização central deve­‑se ao alarga­ mento do campo de ação dos nociceptores e da sensibilização dos neurónios de largo espectro da lâmina V (wide dinamic range – WDR), de que resulta o fenómeno de wind­‑up, aumento ou soma da frequência de disparo dos neurónios das pontas posteriores da me­ dula – nociceptivos – se estes estão hiperex­ citados devido à libertação maciça de SP e glutamato, na fenda sináptica. As sinapses silenciosas são também ativadas e, com isto, a ativação do feixe espinho-talâmico fica faci­ litada. Trata­‑se de um fenómeno de natureza progressiva que, ao longo do tempo, se torna responsável por alterações plásticas do siste­ ma nervoso, que contribuem decisivamente para cronicidade da dor e têm um papel de­ cisivo em algumas situações de dor crónica, como na dor neuropática. A sensibilização central evolui em duas fases. A primeira, fase aguda, reflete as alterações sinápticas desencadeadas pelos sinais noci­ ceptivos recebidos da periferia, com conse­ quente libertação de moléculas sinalizadoras, preexistentes, como glutamato, SP, CGRP ou

Lesão dos tecidos e libertação de substâncias algogénicas Estímulo

© Lidel – edições técnicas

Redução do limiar de ativação Ativação de nociceptores silenciosos Dor

Figura 17.4 Sensibilização periférica. A persistência da estimulação provoca modificações no sistema nervoso periférico e sensibilização das fibras nervosas, com diminuição do limiar de ativação; resposta aumentada aos estímulos e ativação de nociceptores silenciosos e consequente hiperalgesia, por ação dos mediadores inflamatórios. (Adaptado e modificado de Rocha et al., 2007).

267


Fisiopatologia do Aparelho Digestivo

SRE: produção de bilirrubina não conjugada (indireta)

A

Icterícia por aumento da produção de bilirrubina

Icterícia hemolítica ou pré-hepática

Plasma: circulação da bilirrubina indireta

B Hepatócito: captação, conjugação e eliminação de bilirrubina conjugada (direta)

Vias biliares: condução ao intestino da bilirrubina

C D

E

Icterícia por defeito de captação Icterícia por defeito de conjugação

Icterícia hepática ou hepatocelular

Icterícia por problemas na eliminação

Icterícia por problemas na circulação biliar

Icterícia obstrutiva ou pós-hepática

Intestino: transformação em urobilinogénio

© Lidel – edições técnicas

Figura 23.2 Metabolismo da bilirrubina e tipos de icterícia (bilirrubina não conjugada ou indireta; bilir­ rubina conjugada ou direta).

do colédoco). É também importante pergun‑ tar ao doente, durante a anamnese, qual a coloração das fezes e da urina, visto que permite diferenciar a causa subjacente. As‑ sim, nos casos de disfunção hepato­ce­lular ou obstrução biliar, a urina é de cor castanha (colúria), tipo “vinho do Porto”, o que indi‑ cia uma hiperbilirrubinemia di­reta. Quando há obstrução completa do colédoco, as fezes são claras (acolia), o mesmo podendo ocorrer nos casos severos de colestase intra­‑hepática (na icterícia de causa hepática existe habitu‑ almente alguma coloração fecal, embora as fezes possam ser de cor normal) (Tabela 23.3).

Hemorragia Digestiva É uma complicação grave no doente com do‑ ença hepática e surge quando a doença hepá‑ tica causa hipertensão portal (Figuras 23.3 e 23.4 e Quadro 23.6).

Ascite A ascite, ou acumulação de líquido na cavi‑ dade peritoneal, é frequente no doente com doença hepática. Por vezes, pode ser a pri‑ meira manifestação da patologia subja­cente. No Quadro 23.7 estão resumidas as principais causas de ascite. Na doença hepática cróni‑ ca é o resultado da hipertensão portal pós­ ‑sinusoidal associada.

Encefalopatia Hepática A encefalopatia hepática é um distúrbio neu‑ ropsiquiátrico secundário à perda da função hepática. Na Figura 23.5 estão representa‑ dos os principais fatores desen­cadeantes e os mecanismos. Do ponto de vista clínico, a encefalopatia caracteriza­‑se por agitação, de‑ sorientação, alterações do ritmo do sono, fala presa, tremor (asterixis). 399


Fisiopatologia do Crescimento Cap. 28 Susana Soares, José Soares Fortunato

28.1

Introdução

28.3.1

Fatores Genéticos

28.2

Crescimento nas Diversas Etapas da Vida

28.3.2

Fatores Ambientais

28.2.1

Crescimento Intrauterino

28.3.3

Fatores Hormonais

28.2.2

Crescimento Extrauterino

28.3.4

Fatores Psicossociais

28.3

Determinantes do Crescimento

28.4

Avaliação do Crescimento

28.1  Introdução O crescimento é uma propriedade inerente à vida humana. Inicia­‑se no momento da fer‑ tilização e progride de forma contínua, mas heterogénea. O crescimento somático harmo‑ nioso requer a integração de múltiplos estímu‑ los hormonais, metabólicos e ambientais, além dos determinantes genéticos do indivíduo.

28.2  Crescimento nas Diversas Etapas da Vida

© Lidel – edições técnicas

28.2.1  Crescimento Intra­uterino Os eventos mais dramáticos no crescimento ocorrem antes do nascimento. É nesta fase que a velocidade de crescimento é má­­xima. Em 40 semanas o óvulo progride para um recém­‑ nascido com cerca de 3,500 kg de peso e 50 cm de comprimento. Talvez por esse motivo as influências ambientais nefastas tenham o seu efeito mais grave e duradouro quando atuam nesta fase. O crescimento intra­uterino desenvolve­‑se em três fases: •F ormação das camadas germina­tivas; •F ormação dos sistemas orgânicos e crescimento; • Maturação.

Aos seis dias, quando se inicia a implantação, o embrião consiste numa massa esférica de células com uma cavidade central – o blas‑ tocisto. Às duas semanas, inicia­‑se a circula‑ ção útero­‑placentária e o embrião possui duas camadas distintas: a endoderme e a ectoder‑ me. Às três semanas surge o terceiro folheto germinativo, a mesoderme, bem como o tubo neural primitivo. O par de tubos cardíacos pri‑ mitivos começa a pulsar. Entre as quatro e as oito semanas, desenha­‑se uma forma seme‑ lhante à humana. Surgem os precursores dos músculos esqueléticos, da coluna vertebral e das costelas, bem como os arcos branquiais, que irão formar as estruturas da cabeça e do pescoço. Surgem as lentes do placódio, que marcam o local dos futu­ros olhos, e o encéfalo cresce rapidamente. As oito semanas marcam o fim do período embrio­nário e estão já pre‑ sentes os rudimentos de todos os principais sistemas, perfazendo um total de 9 g de peso e 5 cm de comprimento cefalo­caudal. A partir das nove semanas, inicia­‑ se o período fe‑ tal. As alterações so­máticas consistem num aumento do número e tamanho celulares e numa remodelação estrutural dos diversos sistemas orgânicos. Às 10 semanas é reco‑ nhecível a face humana. O intestino médio regressa do cordão umbilical para a cavidade abdominal, rodando em sentido anti­‑horário para levar o estômago, intestino delgado e 487


1

04/09/13

10cm x 24cm

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

14:29 17cm x 24cm

27.5mm

Nesta obra, os mecanismos da doença são explorados nas áreas do conhecimento médico básico e aplicado. Os autores tiveram o cuidado de utilizar uma linguagem adequada a estudantes de medicina e medicina dentária, mas tiveram também em conta todos os que estão envolvidos em áreas da saúde e das ciências da vida para que a possam ler e manusear sempre que pretenderem aprofundar ou rever os seus conhecimentos de Fisiopatologia. O livro encontra-se dividido em 29 capítulos, agrupados em quatro secções: Noções gerais de Fisiopatologia, A doença e as suas causas, Mecanismos de resposta do hospedeiro à agressão e Fisiopatologia de sistemas/órgãos e da maturação. A primeira secção termina com um capítulo sobre a utilização de mapas conceptuais no ensino da Fisiopatologia, porque se espera, desta forma, seduzir e despertar a curiosidade do leitor, conduzindo-o a estudar Fisiopatologia, utilizando esta ferramenta de aprendizagem. Na prática clínica e durante o estudo médico, a Fisiopatologia é um tronco comum às diferentes especialidades médicas. Constitui um bloco de conhecimento científico, ideias e métodos de investigação essenciais para a compreensão e prática de uma medicina baseada na evidência, sujeita a modificações contínuas e a uma expansão de conceitos, feitas à luz dos novos métodos laboratoriais e de conhecimento da doença. Não é, pois, sinónimo do estudo da morfologia dos tecidos e órgãos considerados doentes, mas, sim, a compreensão de como surge e se desenvolve a doença, desde os níveis elementares da célula até às alterações dos órgãos e sistemas. Estamos certos de que esta nova edição continuará a ser uma sólida base de trabalho para uma aprendizagem e para um contínuo crescimento formativo e profissionalizante nas ciências médicas e biomédicas. Escrita segundo o novo Acordo Ortográfico, foi totalmente revista e disponibiliza a correspondência dos principais termos técnicos para o português do Brasil. Anabela Mota Pinto Professora Catedrática de Fisiopatologia e Diretora do Laboratório de Patologia Geral – Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

www.lidel.pt

AF_Fisiopatologia.pdf

ISBN 978-989-752-008-2

9 789897 520082


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.